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Editorial D - Câmara de Culturacamaradecultura.org/guia13.pdfFoi com festa, então, que o povo da região comemorou a construção da primeira ponte da região, em 28 de fevereiro

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Dividir as páginas seguintes com você, leitor, é um

enorme prazer, porque, para nós, também foi

extremamente prazeroso conhecer essas duas lindas

cidades que contam parte da história do Brasil: Recife e

Olinda. Uma vez que há tanta gente sonhando em realizar

uma viagem para o exterior, nós o convocamos a esquecer

esta ideia temporariamente e desbravar primeiro o interior de

nosso próprio país. As surpresas serão grandes, tal como foram

para nós aos explorarmos esses dois tesouros do Nordeste.

Quem se permitir fazer as malas e rumar para Recife e Olinda

irá encontrar uma beleza estonteante vinda de sua natureza,

de seus momumentos, de suas igrejas. E o melhor: tudo isso com

um sabor europeu, misturado com o tempero brasileiro de uma

gente hospitaleira, alegre, calorosa.

Mas por que sabor europeu? Porque essas duas cidades

foram colonizadas por dois povos vindos da Europa: os por-

tugueses e os holandeses. E, andando por suas ruas, vemos

essas influências por todos os lados, seja nos sobrados coloniais,

nas igrejas suntuosas, nos fortes preservados ou mesmo nas

danças típicas da região - como o frevo -, que misturam movi-

mentos aprendidos nos salões frequentados pelos portugueses.

Até os bonecos gigantes de Olinda têm um pezinho na Europa:

quem os introduziu no Brasil fez nada mais, nada menos do

que adaptar uma tradição europeia que marcava as festas

religiosas da Idade Média.

Só que esse lado europeu de Olinda e Recife tem um quê

a mais. O sol brilha praticamente o ano todo na região, que

possui uma natureza exuberante: diante das duas cidades, a

grandeza do oceano se descortina e, ao longo da orla, recifes

protegem os banhistas de ondas mais fortes - formando pisci-

nas naturais - e do avanço de tubarões, comuns por esses

mares. E todo esse visual marítimo é emoldurado por muito

verde, como as encantadoras palmeiras de Olinda.

Quem pensa, porém, que ir a Recife e Olinda é como fazer

uma viagem que nos leva de volta ao tempo em todos os senti-

dos está muito enganado. As duas cidades contam com moder-

nas condições para receber os turistas, sobretudo Recife, que

possui uma imensa oferta hoteleira, ótimos restaurantes e

grandes shopping centers. Mas Olinda não fica atrás: embora

seja mais singela, ostenta o título de Patrimônio Histórico da

Humanidade. A vantagem é que as duas se separam por ape-

nas sete quilômetros, cerca de vinte minutos de carro. Por isso,

organizar sua viagem para percorrer as duas cidades é fun-

damental. Afinal, ir a Recife e não conhecer Olinda é como ir

a Roma e não conhecer o papa. Uma cidade complementa a

outra. Prepare-se, portanto, para se apaixonar nas páginas

seguintes. E não demore a programar suas férias nesses dois

recantos maravilhosos do nosso Brasil.

Câmara de CulturaTelefax (21) 2487-4128

[email protected]

O Guia Cultural - Pernambuco não se responsabilizapelos conceitos e opiniões emitidos em matérias

e artigos assinados.

Agradecimentos a Flávia Carrijo, assessora de imprensa da Embratur, e ao jornalista Thiago Brigada,

que gentilmente cederam as fotos para esta edição.

O Guia Cultural - Pernambuco é uma publicação da Câmara de Cultura

ÍNDICEHistória de RecifeAtrações da cidadeHistória de OlindaAtrações de OlindaCarnavalCorredor cultural

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Nas ruas deRecife e Olinda,grupos demaracatu seapresentamdurante o carnaval,exibindo suas roupas coloridas emuita animação

Ana Lúcia Prôa

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Editorial

Regina Lima Diretora Executiva

Marta Souza Lima Diretora Adjunta

Ana Lúcia Prôa Jornalista e Editora

Mariana Simões Revisora

Sidney Ferreira Designer

Foto de Capa Werner Zotz/Embratur

Tiragem desta edição 20.000 exemplares

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No coração do Nordeste, encon-tra-se uma cidade que encantapor suas belezas naturais, seu

clima sempre ensolarado, suas históriase seu povo alegre e acolhedor. ÉRecife, a capital de Pernambuco! Umaterra que já foi extremamentepróspera devido ao cultivo da cana-de-açúcar, no início da colonização doBrasil, e que agora é rica por suasindústrias e por atrair, todos os anos,milhares de turistas. Um local abençoa-do por Deus e bonito por natureza,carinhosamente chamado de "Venezabrasileira" graças aos canais formadospelos rios Capibaribe e Beberibe,sobre os quais foram erguidas 39pontes.

Além de ser entrecortada por essesdois rios - que dividem a cidade emtrês "ilhas" (os bairros Recife, SantoAntônio e Boa Vista) -, a capital per-

nambucana é banhada pelo OceanoAtlântico. E é daí que vem o seu nome.Ao longo da costa, há uma enormebarreira natural formada por recifesde arenito. Por conta dessa formaçãorochosa, os portugueses não tiveramdúvidas em chamá-la, inicialmente, deRecife dos Navios, uma vez que esteera o porto perfeito para embarcaremmatéria-prima para a Europa. Apesarde ter sido conhecida por Porto deSantelmo, Arrecife de São Miguel epovoado do Corpo Santo, Recife foi onome que ficou, merecidamente.

Hoje, passear por Recife - e porOlinda, cidade vizinha à qual tambémdedicamos esta edição do GUIA CUL-TURAL - é certeza de desfrutar de umanatureza exuberante e mergulhar nopassado histórico. Em uma miscelâneade culturas e tradições, os visitantesencontram influências dos primeiros

A Veneza brasileira A capital de Pernambuco é apaixonante. Além desuas ruas abrigarem, harmoniosamente, casariosantigos ao lado de edificações modernas, elas ainda são cercadas porrios e pontes, lembrando aromântica cidade europeia

Recife

habitantes da região, os indígenas;daqueles que vieram para ser escravosnos engenhos de cana-de-açúcar, osafricanos; dos nossos colonizadores, osportugueses; e dos europeus que maistrouxeram desenvolvimento à região:os holandeses. Tudo isso amparado porum esquema hoteleiro perfeito e porum dos melhores pólos gastronômicosdo Brasil. Melhor, impossível!

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A rua da Aurora, no bairro de Boa Vista, encontra-se às margens

do rio Capibaribe e possui coloridossobrados do século XIX

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Recife é uma paixão! A relação deamor entre a cidade e seus visi-tantes não vem de hoje... Talvez a

maior delas remonte ao século XVII,após o desembarque de Maurício deNassau em Pernambuco. Ele ficou tãoencantado pela região que investiutodos os seus esforços para "modernizar"o então povoado. Mas antes disso,desde 1516, já havia portugueses porlá, nas chamadas feitorias (pequenasfortificações para defesa dos ataquesde índios e estrangeiros, em que esto-cavam o pau-brasil extraído de nossasterras para depois ser enviado paraPortugal).

Em 1534, a Coroa portuguesa criouas capitanias hereditárias. Neste sis-tema, nobres portugueses recebiam pordoação enormes faixas de terra do ter-ritório brasileiro, a fim de colonizá-las,protegê-las e, obviamente, explorarsuas riquezas. Foi assim que, um anodepois, Duarte Coelho tornou-se odonatário da capitania de Pernambuco,aportando, inicialmente, em Igaraçu,litoral norte da região. Após travarbatalhas com seus primeiros habitantes,os índios caetés, ele deu início ao proces-so de colonização desta área do Brasil.E seguiu rumo ao sul, instalando-se emum ponto que considerou estratégicopara a defesa de sua capitania: os altosmorros de Olinda. Em 1537, esta vila jáera próspera o suficiente para queDuarte Coelho enviasse uma carta àCoroa portuguesa descrevendo todos oslugares e benfeitorias ali existentes. Na

carta, a região que mais tarde setornaria Recife foi citada, simplesmente,como um ancoradouro, uma vez que asformações rochosas ao longo da costa(recifes) criavam uma espécie de portonatural.

De fato, Recife não passava dissopara os europeus: o local mais adequa-do para atracar seus navios, desem-barcar peças vindas de Portugal e,depois, carregá-los com pau-brasil ecana-de-açúcar - que começava a serplantada naquele solo fértil -, levandoessas matérias-primas para enriquecera metrópole. A região, que ficava asete quilômetros de Olinda, era povoa-da apenas por alguns grupos depescadores. O investimento dos por-tugueses em Recife, portanto, era prati-camente nulo, já que o local com maiorimportância para eles naquele momen-to era Olinda, que se tornou a capitalda província.

E assim transcorreu por quase umséculo, até que, em 14 de fevereiro de1630, uma armada de 67 velasexibindo reluzentes canhões pintadosde vermelho adentrou o litoral pernam-bucano. Eram os holandeses, que logotomaram a direção de Olinda. Eles,que representavam a Companhia dasÍndias Ocidentais, expulsaram os por-tugueses da região e se instalaram emRecife, visando conquistar toda aquelaárea e, nela, dominar o comércio e anavegação. Sete anos depois, a Coroaholandesa mandou para Recife o condeMaurício de Nassau, a fim de governar

a então chamada Nova Holanda. E foiamor à primeira vista! Nassau chegou em1637 e dali só saiu expulso pelos por-tugueses 24 anos depois. Mas foi embo-ra deixando para trás um número infini-to de melhorias para a região e levandocom ele o título de "o brasileiro", comocontinuou sendo chamado até sua morte.

DE PORTO NATURAL A CAPITAL

Até hoje, os moradores de Recifeassociam o nome de Maurício deNassau à época de ouro da cidade.Não é para menos. Após sua inter-venção, a região deixou de ser umpovoado subordinado à vila de Olindapara se tornar a capital da NovaHolanda. E como o conde tinha realapreço pelo local, ele próprio seempenhou na sua urbanização. Umadas primeiras atitudes de Nassau foi

Recife

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A cidade, inicialmente colonizada por portugueses, viuseu maior crescimento acontecer durante a ocupaçãoholandesa, quando Maurício de Nassau chegou à regiãoe, por 24 anos, dedicou-se à sua urbanização

Uma antiga históriade amor e lutas

No bairro do Recife Antigo, ainda é possívelencontrar as primeiras construções da cidade,agora totalmente restauradas

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fazer alguns aterramentos e mandarconstruir pontes, dando uma nova caraàquela Recife dos Navios. Antes, parase deslocar de Recife para as ilhas deSanto Antônio e Boa Vista, era precisopegar uma balsa. Esse transporte eracobrado e o preço só fazia aumentar.Foi com festa, então, que o povo daregião comemorou a construção daprimeira ponte da região, em 28 defevereiro de 1644 - que viria a ser,também, a primeira ponte do Brasil.

Além disso, Recife foi ganhandosobrados, palácios, jardins e até umzoológico, que remetiam a importantescidades europeias. Nassau foi respon-sável pelo surgimento do primeiroobservatório astronômico e da primeirasinagoga das Américas. Ele não mediuesforços para trazer da Europa os melhores artistas, arquitetos, engenheirose paisagistas para dar vida a todo

esse planejamento urbanístico, mesmosabendo que ia contra o que a maioriaachava da região, tida como um localinfrutífero, que não passava de umareal alagadiço.

Nassau esteve o tempo todo deolho no progresso daquele belo refúgiopernambucano. E sabia que, paratanto, precisaria lidar muito bem comas pessoas da região. Assim, semprebuscou manter um bom relacionamentocom os senhores de engenho. A eles,oferecia empréstimos e ótimas condiçõesde pagamento, no intuito de que pro-duzissem safras maiores de cana-de-açúcar. Obviamente, havia interessescomerciais por trás dessa ajuda, mas issonão invalidava as ações altamenteempreendedoras de Nassau, que servi-ram de semente para que Recife flo-rescesse e se tornasse a bela capitalque, hoje, a todos encanta.

Em 1654, os portugueses deram avolta por cima e expulsaram os holan-deses de Pernambuco. QuandoMaurício de Nassau se foi, Recife jácontabilizava trezentos prédios, entrecasas térreas, sobrados, igrejas,cadeia, Palácio do Governo, alfânde-ga, provedoria, Casa da Câmara,armazéns e sinagoga. Porém, somenteem 1710 foi promulgada a carta régiaelevando a povoação à categoria devila, o que acabou provocando afamosa Guerra dos Mascates, umaguerra civil entre Recife e Olinda, jáque a aristocracia olindense nãoaceitava a ascensão de seu vizinho"menos nobre". Mas não houve jeito, eRecife só fez crescer, conquistando otítulo de cidade em 1823 e, quatroanos depois, finalmente, tornando-se acapital de Pernambuco.

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Acapital de Pernambuco é um pratocheio para agradar qualquer tipode turista. Tem praia, tem história,

tem modernidade. É como diz seu princi-pal atrativo natural: uma boa viagem! Oideal, portanto, é começar o passeio con-hecendo esta que é considerada uma dasmais belas praias urbanas do Brasil: apraia da Boa Viagem. Com setequilômetros de extensão, possui areia finae águas mornas e límpidas, formandodiversas piscinas naturais protegidas pelosrecifes. Só não é aconselhável se aventu-rar mar adentro: tubarões costumam "fre-quentar" a badalada região. Ao longo detoda a orla, outra grande pedida é sesentar em um dos inúmeros quiosques docalçadão e pedir uma porção de frutosdo mar, acompanhada de água-de-cocogelada ou suco de frutas típicas. Umchopinho também cai bem, ainda maisdurante a noite, quando o agito continuanesse point recifense.

E não é à toa que Boa Viagem é tãoprocurada. Nesse bairro, encontram-seuma completíssima infraestrutura hoteleirapara as diversas categorias de turistas, osmaiores shoppings e lojas da cidade eincríveis bares e restaurantes, que fazemjus à cidade - o segundo pólo gastronômi-co do Brasil. Também há bons restau-rantes, bares e quiosques na praia dePina, próximo a Boa Viagem. Antiga colô-nia de pescadores, é outra opção para osturistas aproveitarem as ondas fracas pro-tegidas pelos recifes.

Para quem tem espírito de aventura, olitoral da região oferece outro atrativo: omergulho. São 23 pontos seguros para aprática do esporte, onde se pode admirara riquíssima vida marinha da região, com-posta por peixes multicoloridos, tartaru-gas, moluscos e crustáceos, além de umavegetação aquática bastante variada. Etem mais! Recife também é conhecidacomo a "capital brasileira dos naufrá-

Recife

Curtir as piscinas que se formam na praia da Boa Viagem, conhecer a história nas ruas do Recife Antigo, visitar palácios e museus...

Essas são apenas algumas atrações que a cidade oferece!

Diversão e cultura à vontade

gios". Existem mais de cem embarcaçõesafundadas na região! Há escolas de mer-gulho e guias específicos que levam osvisitantes para esse excitante passeio.

E, se o assunto é aventura, Recifeoferece outras opções. Com o auxílio deguias, é possível conhecer matas e reser-vas ecológicas, praias desertas, sítioshistóricos e manguezais. Os adeptos dosesportes radicais têm boas opções, comoa prática de rapel, trekking, asa-delta, turis-mo ecológico, paraquedismo, canyoning eexpedições off-road. Possibilidades paratornar sua viagem a esta cidade aindamais inesquecível!

O RECIFE ANTIGO AINDA NOVOSaindo do circuito natureza e aventu-

ra, é hora de voltar ao passado. Recifepreserva diversos monumentos de grandesignificado histórico e arquitetônico - al-guns ainda são obras urbanísticas idealizadaspor Maurício de Nassau. Assim, andar por

Um dos melhorespontos de

observação deRecife encontra-se no alto dos morros

de Olinda. Ao fundo,

vê-se a atualgrandiosidade

da capital pernambucana

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bairros como Santo Antônio, São José, BoaVista e Recife Antigo é como viajar notempo, desembarcando em museus, fortes,igrejas e casarios.

Vale a pena começar pelo RecifeAntigo, também conhecido como Bairro doRecife, que é onde teve início a história dacidade. O fato é que esse bairro, localiza-do na zona portuária, há bem pouco tempoestava abandonado e mal-conservado, etornara-se uma área de prostituição. Mas,a partir de 1986, a prefeitura desen-volveu projetos para revitalizar a região,que agora é um importante polo de cultura,turismo e lazer. Vemos casarões coloridos ereformados que se transformaram emcentros culturais, restaurantes e simpáticosbares, que, com mesinhas nas calçadas,oferecem música ao vivo aos visitantes. Asruas são de paralelepípedo e ainda exis-tem trilhos de bonde.

No Recife Antigo, na praça Rio Branco,encontra-se o Marco Zero, indicando aposição exata em que a cidade foi funda-da. O marco é um círculo colorido sobre apavimentação bem próxima ao porto,tendo, em seu interior, a pintura de umarosa dos ventos - de autoria do artistaplástico Cícero Dias - e, ao centro, umaplaca de bronze com a seguinte inscrição:"As distâncias no Recife são medidas apartir desse ponto." Perto dali, vê-se aTorre Malakoff, edificada entre 1853 e1855, em estilo neobizantino, que funcio-nou por quase meio século como obser-vatório meteorológico da Marinha. Atual-mente, durante o dia, os salões da torreabrigam exposições culturais em, algumasnoites, o observatório é aberto ao público.

Outra visita imperdível no RecifeAntigo é ao Forte do Brum, erguido noséculo XVI para defender a região doataque de piratas e saqueadores. Nele,funciona o Museu Militar, onde é possívelver materiais de escavações arqueológi-cas realizadas na fortificação, como docu-mentos e fragmentos de piteiras, balas ecanivetes, e o acervo de fotos e armasusadas durante a participação do Brasilna Segunda Guerra Mundial. O TeatroApolo é outra joia da arquitetura do bair-ro, e conserva suas características origi-nais. Inaugurado em 1842, possui facha-

da em estilo neoclássico, feita de mármoretrazido de Lisboa.

Conhecer a primeira sinagoga dasAméricas também é um programa interes-sante. Afinal, ela retrata o modo de vidade Recife no século XVI, pois grande parteda população europeia que migrou parao Brasil tinha origem judaica. A curiosi-dade já começa pelo nome da rua emque está situada: no século XVII, chamava-se rua dos Judeus, mas, no seguinte, quan-do a Inquisição em Portugal mandou repre-sentantes às colônias portuguesas paraaveriguar se os dogmas católicos estavamsendo seguidos, foi preciso mudar pararua da Cruz, depois rua dos Mercadorese, finalmente, rua do Bom Jesus. A sina-goga conserva paredes com os moldesoriginais do século XVII e hoje abriga oCentro Judaico de Pernambuco.

HISTÓRIA DE PALÁCIOS E BOABÁS

Saindo de Recife Antigo, tam-bém há passeios imperdíveis,como ao belo Palácio Campo dasPrincesas, na Praça da Repú-blica, bairro de Santo Antônio.A construção data de 1841 e,em 1859, quando d. Pedro IIvisitou Pernambuco com a famíliae nela se hospedou, o paláciorecebeu este nome em home-nagem às filhas do imperador.Possui rico mobi-liário do séculoXIX e, ao fundo da suntuosaescadaria, encontra-se um belís-simo vitral com a imagem alegóri-ca da Proclamação da Repú-blica, trazendo ao redor datasalusivas aos movimentos revolu-cionários de Per-nambuco. Nessamesma praça encontram-se outraspreciosidades arquitetônicas, co-mo o Teatro Santa Isabel, do sé-culo XIX, e o Palácio da Justiça,em estilo neoclássico.

A Praça da República, porsua vez, tem suas curiosidades.Além de ostentar três belosjardins, esculturas de divindadesclássicas, fonte luminosa e pal-meiras imperiais, abriga um

imenso baobá, que, dizem os recifenses,serviu de inspiração para o francêsAntoine de Saint-Exupéry escrever OPequeno Príncipe. Verdade ou mentira, nãodá para saber. Mas o fato é que o escritorrealmente esteve em Recife, durante oexílio nos Estados Unidos, e foi justamentenessa época que escreveu o famoso livro.

Recife é assim... Cheia de histórias paracontar... Repleta de registros históricos, quetambém podem ser encontrados nos diver-sos museus da cidade e nas igrejas construí-das nos séculos XVI e XVII, que ainda preser-vam suas características originais (veja nos-sas sugestões de museus e igrejas a seremvisitados na seção Corredor Cultural). É umlocal que arrebata o coração dos visitantes,que ficam torcendo para um dia poderempara lá voltar.

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Na Praça daRepública,

encontra-se umimenso baobá que,segundo contam os

recifenses, teriaservido de

inspiração para olivro O Pequeno

Príncipe

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Foto: Thiago Brigada/Divulgação

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Esta cidade já possuiutantas riquezas quantoa Corte portuguesa,mas também ardeu emchamas. Após ter conseguido renascer das cinzas, hoje ostentao título de PatrimônioMundial

Linda e cheia de Linda e cheia de Quando, em 1535, o português

Duarte Coelho, donatário dacapitania de Pernambuco, che-

gou ao alto de um morro onde existiaapenas uma aldeia indígena denomina-da Marim, olhou de lá a bela paisagemque se descortinava e bradou: "Ó lindasituação para se construir uma vila." E foia partir dessa frase que aquela regiãoparadisíaca passou a ser chamada deOlinda!

Além de sua beleza natural, o localera estrategicamente perfeito: tinhabem perto um porto natural - a futuracidade de Recife - e oferecia uma visãoprivilegiada do oceano, permitindoavistar ao longe qualquer ameaça deinvasão de frotas inimigas. Possuíaágua em abundância e terras férteis.Aquela pequenina região era, real-mente, tudo o que Coelho precisavapara dar início a um povoado.

Não se sabe ao certo a data da fun-dação de Olinda, mas, apenas doisanos após a chegada de Duarte Coelho,a povoação foi elevada à categoria devila. Em suas praias, a nova vila foi forti-ficada para garantir maior defesa e,assim, pôde expandir-se em direção aomar. Os portugueses também ampliaramo território olindense rumo ao interior,

Olinda

para ficar mais próximo dos engenhosde açúcar. Nessa época, graças aoextrativismo do pau-brasil e ao cresci-mento vertiginoso da cultura da cana-de-açúcar, Olinda se tornou um dosmais importantes centros comerciais dacolônia. E enriqueceu muito rapida-mente, a ponto de possuir tanto luxo eostentação quanto a Coroa portuguesa.

No próprio século XVI, a vila ganhouo seu traçado urbano por conta doscaminhos que levavam as riquezas dosengenhos até os navios portugueses. Eas áreas mais altas foram ocupadas porreligiosos vindos de Portugal para cate-quizar os índios, ajudando, assim, a for-malizar de vez a conquista daquelasterras. No alto dos morros, então,começaram a ser erguidas igrejas paraabrigar as primeiras ordens religiosasque chegavam à vila: em 1580, apor-taram os carmelitas; em 1583, os jesuí-tas; em 1585, os franciscanos; e em1586, os beneditinos.

COMO UMA FÊNIX Olinda crescia a olhos vistos e pare-

cia que nada de ruim poderia aconte-cer àquela pacata e próspera região.Até que se deu a barbárie... Quase umséculo depois de sua fundação, em 16

de fevereiro de 1630, a Holanda inva-diu Olinda e conquistou todo o estadode Pernambuco. Mas, uma vez tomadaa vila, os holandeses preferiram deixá-la para trás e foram estabelecer-se nopequeno povoado situado nas três ilhasjunto ao porto que formam a cidade deRecife (ver página 5). Só que nãosaíram impunemente...

Após terem recolhido de Olindatodos os materiais nobres das edifi-cações - visando utilizá-los na ampli-ação do povoado em Recife -, os holan-deses atearam fogo na linda vila, nodia 24 de novembro de 1631. O fato é

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históriashistóriasque a região próxima ao porto estavaindo de vento em popa e os holandesesestavam dispostos a fazer dela o ver-dadeiro centro de referência dePernambuco. Riscar Olinda do mapaseria um bom recurso para realizaremesse intento, ainda mais podendo contarcom as riquezas que existiam lá. E assimOlinda ardeu em chamas e se rendeuao poderio holandês, sendo obrigada adar uma pausa em seu crescimento.

Mas foi realmente apenas umapausa... Porque, em 27 de janeiro de1654, os portugueses retomaram suasterras, expulsando os holandeses dePernambuco. A partir daí, o povo olin-dense começou a lenta reconstrução desua vila. Tal como a fênix, Olindarenascia, pouco a pouco, das cinzas.

NOVO PÓLO TURÍSTICOApesar de sua impressionante

reconstrução e de ter recuperado o títu-lo de sede oficial do governo, Olindateve que encarar uma realidade quedeixaria para trás seus anos de glória:àquela altura, Recife havia crescidodemais... Com isso, a linda vila nuncaconseguiu recuperar seu status de prin-cipal centro econômico de Pernambuco.Mesmo obtendo, em 1676, o título de

cidade, Olinda passou a viver à sombrade Recife, o que, por outro lado, não adiminuiu em termos de grandeza.

Afinal, a cidade readquiriu asdimensões de sua antiga vila antes doincêndio. Foi uma reconstrução monu-mental, sobretudo de suas igrejas. E nãose pode dizer que Olinda deixou decrescer. Só que, a partir desse momento,seu crescimento se dava paralelamenteao apogeu de Recife. Olinda foi coloca-da em segundo plano pela futura capi-tal de Pernambuco, a ponto de, emmeados do século XIX, sua forçaeconômica ainda estar baseada emsuas propriedades rurais.

Mas dois novos atrativos começarama chamar a atenção para a cidade. Umdeles foi a fundação do SeminárioDiocesano, em 1800, e da Faculdadede Direito, em 1828, que atraíramjovens estudantes. E o outro foi seu salu-tar banho de mar passar a serrecomendado por médicos. Essas cir-cunstâncias deram nova vida a Olinda.Tanto é que, para facilitar o acesso dosvisitantes, foi criada uma linha de trempara ligar Recife a essa cidade - dis-tante apenas sete quilômetros, quedesde o século XVI eram percorridospelos mesmos antigos caminhos.

Inicialmente, as pessoas recomen-dadas a passar uns tempos na salutarOlinda alugavam casas de terceiros,para temporadas predeterminadasdurante o verão. Aos poucos,começaram a comprar imóveis naregião, próximo ao mar, passando amorar na cidade mesmo fora da épocade veraneio. Depois, essa expansãoimobiliária foi tomando conta de outrasruas mais afastadas da orla. Aospoucos, Olinda foi ganhando um novotraçado urbano, que incluiu a chegadade água potável e eletricidade àscasas.

Nada mais deteria o crescimento dacidade. Mesmo perdendo para Recife oposto de capital da província em 1827,Olinda foi absorvendo com força totalsua principal característica, que per-manece até hoje: a de ser um dosmaiores pólos turísticos do Brasil. E comopreserva suas características históricas,culturais e arquitetônicas desde o séculoXVII, quando foi reconstruída após ogrande incêndio, foi declarada, em1980, Monumento Nacional, peloCongresso Nacional, e, em 1982,reconhecida como Patrimônio Mundialpela Unesco. Títulos, sem dúvida algu-ma, muito merecidos!

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Muitas igrejaspreservadas,

casario típico doperíodo colonial e

natureza exuberante. Esses são os

ingredientes deOlinda, que atrai

milhares de turistas todos

os anos

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Uma pequena cidade, mas queabriga tantas riquezas. Assim éOlinda, que todos os anos

recebe de braços abertos milhares deturistas. Eles não se cansam de subir edescer ladeiras ao longo de seus 29km2. Em cada recanto, podem encontrarexemplos da arquitetura do século XVI,objetos de arte sacra ou, simplesmente,descortinar à sua frente uma vista lindís-sima, de onde se admira o oceano e acidade de Recife.

Passear pelas ruas de Olinda égarantia de adentrar um museu ao arlivre, exibindo "peças" barrocas doperíodo colonial. Graças a um bem

cuidado trabalho de restauração epreservação, iniciado na década de1930, o visitante entra em contato comparte da história do Brasil, contada emseus monumentos, igrejas, casarões esobrados. Ao todo, hoje, quase um terçoda área da cidade é tombado peloInstituto do Patrimônio Histórico eArtístico Nacional (Iphan). Por esse moti-vo, Olinda recebeu o título de PatrimônioHistórico da Humanidade.

De todo esse acervo arquitetônico, aprimeira coisa que chama a atenção sãoas igrejas olindenses. São mais de trintaespalhadas nesse pequeno território,além de templos, mosteiros e capelas de

Olinda

Pequena, mas grandiosa

Localizada a apenasvinte minutos de Recife,essa cidade de menosde 30 km2 escondetesouros da história e da arquitetura colonial, sendo um verdadeiro paraíso para os turistas

Na foto maior, o Convento de SãoFrancisco e o belo visual de Olinda. Na foto menor, a Igrejado Carmo. E à direita, a Igreja da Sé

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igual valor cultural e histórico. Os visi-tantes podem começar esse tour reli-gioso pelo ponto mais alto da cidade, oAlto da Sé, onde fica a Igreja de SãoSalvador do Mundo, também chamadade Igreja da Sé. De lá se tem uma visãoprivilegiada de toda a cidade. Essaigreja é considerada a mais antiga dopaís, construída entre 1535 e 1540.Como a maior parte dos monumentos dacidade, foi destruída pelo incêndio de1631, mas restaurada de 1656 a 1677.Alguns de seus atrativos são os altareslaterais folheados a ouro e os azulejosportugueses contando fatos da históriacatólica.

Outra igreja que exibe belíssimosazulejos vindos de Portugal é a deNossa Senhora das Neves, onde tam-bém se encontra o Convento de SãoFrancisco. Erguida em 1585 e reconstruí-da no século XVII, conserva até hoje suacapela-mor. Nela, podem-se apreciartanto os azulejos portugueses retratandoa catequização dos padres na região,

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quanto o teto da igreja com pinturas doséculo XVIII, representando a SagradaFamília.

O Mosteiro de São Bento, construídoem 1599 e restaurado em 1654, é maisum local em que o visitante fica dequeixo caído diante da grandiosidadede seu interior. Seu altar-mor é em estilobarroco, com um impressionante trabalhoem talha dourada e a imagem de SãoBento em madeira revestida de ouro. Noteto, estão três painéis contando pas-sagens da vida desse santo. A sacristia éum capítulo à parte. Além de talhasdouradas, possui espelhos de cristal emais painéis sobre os feitos de SãoBento.

A Igreja do Convento de SantoAntônio do Carmo também merece umavisita. É a primeira da Ordem dosCarmelitas no Brasil, erguida em 1588.Após o incêndio provocado pelos holan-deses, somente no século XVIII passoupor restaurações. Sua fachada é emestilo colonial renascentista, com colunas,

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portas e janelas trabalhadas. Em seualtar-mor há imagens barrocas dos san-tos Antônio, Elias e Eliseu. Andar por seuscorredores laterais é como estar em ummuseu, admirando quadros com impo-nentes molduras.

Vale lembrar, porém, que há mais detrinta igrejas espalhadas por Olinda. Ovisitante precisa ter fôlego e andar coma máquina fotográfica em punho, porquecada uma delas esconde detalhes espe-ciais, seja na fachada, seja no interior. Euma situação curiosa é estar na cidadeàs 18 horas. Nesse momento, os sinosdas diversas igrejas badalam ao mesmotempo, em homenagem a NossaSenhora. É um espetáculo musical bonitode se ouvir!

O PASSADO EM SEUS MONUMENTOSPara complementar o passeio pelas

igrejas, uma boa dica é visitar o Museude Arte Sacra (Masp), localizado em umprédio de dois andares que data de1676 (reconstruído no século XIX), onde

antes funcionavam a Casa da Câmarado Senado de Olinda e o PalácioArquiepiscopal. Por fora, o museu jáencanta, graças às suas 12 janelas combalcões de madeira. Por dentro, o acer-vo reúne peças religiosas do século XVIao atual e, também, uma exposição depainéis fotográficos que documentam ahistória de Olinda ao longo dos anos.

Outro museu interessante para sevoltar no tempo é o Museu Regional deOlinda. Organizado em 1935, em comemo-ração aos quatrocentos anos da chegada deDuarte Coelho a Pernambuco, abrigamóveis, imagens, painéis e peças degrande valor histórico que datam dos sécu-los XVII a XIX. Conta também com algumaspeças de arte sacra, inclusive um altar quepertenceu à Igreja da Sé antes de suareforma, em 1711. O museu está instala-do em um bonito sobrado que remete,junto ao seu entorno, à Olinda de 1700.

Voltando ainda mais ao passadohistórico, vale a pena conhecer o Fortede São Francisco (ou Fortim do Queijo).

Erguido por volta de 1620 para impedira entrada de invasores na região, é umdos mais antigos de Olinda. De acordocom historiadores, esse forte era umaconstrução imponente, mas, com o passardo tempo, foi ficando em ruínas, atéadquirir o formato atual (que lembra umpedaço de queijo). Na década de1970, foi restaurado e, desde então,está aberto a visitações.

Outra construção do século XVII é oPalácio dos Governadores - antigo Paçoda Assembleia Constituinte e Legislativada Confederação do Equador. Jáabrigou os cursos jurídicos em 1854, oTeatro Melpôneme, o fórum e o ColégioArquidiocesano de Olinda. Atualmente,funciona como sede do Poder Executivoda cidade. O imponente edifício dearquitetura palaciana é iluminado porlampiões imperiais e, em seu interior, con-serva o piso e as escadarias da nobreza.

Passando da nobreza à gente sim-ples das ruas de Olinda, os turistaspodem esbarrar em diversas bicas que

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À esquerda, o suntuoso interior do Mosteiro de São Bento. À direita, exemplo de fachada com arquitetura colonial

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foram construídas na primeira metadedo século XVI, em pedra e alvenaria.Ainda hoje, é possível encontrarmoradores da cidade lavando roupasou retirando água dos chafarizes - aimpressão é que o tempo não passou.Embora não estejam tão conservadasquanto as igrejas da região, as bicastambém recebem muitas visitas devidoao seu valor histórico.

A Bica de São Pedro, por exemplo, foiconstruída no século XVI e é a que temmaior vazão de água, servindo até agoraà população olindense. Outra que possuiregistro registro histórico é a Bica dosQuatro Cantos, que foi inaugurada em1602 com o nome de Fonte de Tabatinga.Já a Bica do Rosário é uma imponentepeça colonial, com escadaria toda lajea-

da em pedras. Sua base ostenta o secularbrasão de Olinda e o frontão é adorna-do por paredões com jarros de pedra.

UM LUGAR PARA VER E SER FELIZDepois de todos esses passeios

históricos, pode-se partir para oMercado da Ribeira, onde se entra emcontato com o folclore e o artesanatopernambucano. Construído no final doséculo XVII e início do XVIII para ser ummercado de escravos, é tipicamentecolonial: piso em tijolaria, dois alpendrescom pilastras e um batente em pedraportuguesa. Lá funcionam hoje váriasgalerias de artesanato e oficinas deentalhadores, gravuras e pinturas, alémde ser palco de apresentações folclóricas,como o mamulengo.

Por fim, não se pode esquecer queOlinda é um lugar para ser admiradopor sua grande beleza natural. Acidade possui apenas 11 quilômetros delitoral, distribuídos em sete praias. Masalgumas não permitem o banho de mar,devido à sua difícil topografia. Aindaassim, o visitante não fica desapontado,pois, do alto das ladeiras de Olinda, oinfinito azul do mar enche os olhos detodos. Uma grande pedida, então, ésentar-se em um dos bares e restau-rantes dos bairros altos - os da Praça daSé, por exemplo, são uma ótima opção -e ficar ali, admirando a paisagem epensando em como, por aquelas águas,quinhentos anos antes, singraram frotasportuguesas e holandesas para construira história dessa encantadora cidade.

As inúmeras ladeiras deOlinda são ladeadas porcasas simples, que preservam as característicasda época da colonização

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Carnaval

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Essas duas cidades "fervem" no mês defevereiro, atraindo

milhares de pessoaspara se divertir de uma

maneira única em todo o Nordeste

Opassado histórico de Recife eOlinda não é representadoapenas por seus casarios e

monumentos. Também está presente emseu folclore e em suas festas, que sãoheranças da mistura de povos que colo-nizaram a região. Dos europeus, ospernambucanos adquiriram o gostopelas danças da corte e pelos baila-dos; dos negros escravos, os ritmos e areligiosidade; dos índios, o misticismo eos movimentos de suas danças. E dessecaldeirão cultural nasceram expressõesque são verdadeiras referências emnosso país e, por que não, no mundotodo. O frevo é um deles.

O nome desse ritmo tem origem nosengenhos de cana-de-açúcar. Osnegros mexiam grandes tachos de melaté o ponto de levantar fervura. Sóque não conseguiam pronunciar corre-tamente a palavra ferver, nem fervura.Diziam: "frevê" e "frevura". Da cor-ruptela, surgiu a denominação desse

ritmo quente: frevo. Quem criou ovocábulo foi o escritor pernambucanoOsvaldo de Almeida. E, de boca emboca, logo pegou entre o povo. Aprimeira referência que se tem dapalavra frevo data de 9 de fevereirode 1908, no Jornal Pequeno, designan-do, ao mesmo tempo, a música típicado carnaval de Recife e a euforia damassa carnavalesca.

Mas, antes de ter seu nome oficializa-do, o ritmo já existia, desde o final doséculo XIX. A música é uma mistura deantigas polcas e dobrados militares, ea dança reúne elementos de capoeirae "queimação dos pés", por conta daalta temperatura do chão durante overão nordestino. "Frever", portanto,era o termo mais indicado mesmo...Essa dança frenética - que só aguentaquem tem muito fôlego e animação -ainda é a grande sensação do car-naval pernambucano, colocando todo opovo para ferver!

Caia na folia emRecife e Olinda

O MAIOR BLOCO DO MUNDOEm Recife, o auge dos festejos de

fevereiro acontece no sábado de car-naval, quando sai o bloco Galo daMadrugada, tradicional na regiãodesde 1978, quando foi criado porEnéas Freire. Ele é considerado, peloGuiness Book, o maior bloco de car-naval do mundo! Em 2009, levou àsruas mais de dois milhões de foliões! Oprincipal ritmo que sacode toda essagente é o frevo, mas outros também sãoF

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O Galo da Madrugada é o maior bloco do mundo, levando mais de dois milhões de pessoas às ruas, como se pode ver nesta foto aérea. À esquerda, o desfile dos bonecos gigantes no animado carnaval de Olinda

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lembrados pelos mais de vinte trioselétricos que acompanham o Galo daMadrugada ao longo do bairro de SãoJosé.

A história desse bloco remete aoamor que os pernambucanos têm porsuas raízes. Em dezembro de 1977, umgrupo de amigos se reuniu paradebater a diferença entre os carnavaisantigos e o daquela época. Sob ocomando de Freire, tiveram a ideia decriar um clube de frevo, a fim de reviveras verdadeiras origens e tradições docarnaval de rua. Nasceu assim, no dia24 de janeiro de 1978, o Clube daAlegoria Galo da Madrugada, quecongregou os foliões da cidade paraum desfile grandioso no primeiro diade carnaval, unindo clubes de frevo egrupos de mascarados. O sucesso foitão grande, que vem se repetindo anoapós ano, a ponto de ser o recordistamundial em número de participantes.

A animação começa cedo, tal qualum galo ao fazer o seu "cocoricó". Apartir das 5h30 da madrugada, toquesde clarim anunciam a alvorada do car-naval pernambucano, seguidos poruma salva de fogos e por uma batalhade confetes e serpentinas. Os foliões,então, começam a se reunir diante doForte das Cinco Pontas. Às dez horas,acontece a saída oficial do bloco. Alémdos trios elétricos, acompanham o povocarros alegóricos e freviocas (veículosdecorados alegoricamente, levandouma orquestra que só toca frevo), quepercorrem a avenida Dantas Barreto, apraça Sérgio Loreto e a rua daConcórdia, finalizando o agito naavenida Guararapes, lá pelas 18h.Mas a festa não acaba por aí! Nomomento em que o som dos trios elétri-cos do Galo da Madrugada se encerra,outros blocos se unem a ele e reavivama alegria, como o Rabo de Galo e o

Galinha do Galo. Há foliões, porém,que preferem continuar a "frevar" emoutros points da cidade, como as ruasdo Recife Antigo, que fervem noiteadentro.

BONECOS GIGANTES E SUPERANIMADOS

Uma semana antes do início oficialdo carnaval, Olinda já está em festa. Acidade vizinha a Recife exige do foliãoainda mais fôlego e energia: além deos festejos começarem mais cedo, osblocos passeiam pelas ladeiras dacidade. Mas esse sobe e desce infinitonão afasta o interesse do povo. Pelocontrário: milhares de pessoas visitamOlinda em fevereiro justamente paracurtir os agitos do Momo. Só que, nesserecanto pernambucano, quem toma afrente da festa não é o gorducho reiMomo, e sim os bonecos gigantes.

Medindo cerca de 3,6 metros epesando até cinco quilos, eles alegramainda mais os foliões, que vão desfilan-do ao som de orquestras de frevo.Confeccionados com isopor, papel,madeira, fibra de vidro e muitos metrosde tecido, possuem um suporte internoque se acopla ao corpo do "car-regador", que sai levando o peso doboneco - até 50 quilos - sob o calor demais de 40 graus que chega a fazer nointerior da roupa do "gigante". Tudoisso na maior animação! O resultado éuma festa multicolorida, na qual maisde quinhentos bonecos ficam subindo edescendo as ladeiras junto aos foliões.

Esses bonecos se originam de umatradição da Europa na Idade Média,quando imensos bonecos enfeitavam asfestas religiosas. No final da décadade 1920, um jovem da pequena Belémdo São Francisco, no sertão pernambu-cano, gostava de ouvir um padre belgacontando sobre esta antiga tradição

A animação começa cedo, tal qual um galo ao fazer o seu "cocoricó". A partir das 5h30 da madrugada, toques de clarins anunciam a alvorada do carnaval pernambucano

Carnaval

Menino mostra sua alegria usandoas coloridas roupas

do maracatu.Acima, dançarinosde frevo realizam

os agéis movimentos desse ritmo

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MARACATU TAMBÉM ANIMA A FESTA

Outra exclusividade do carnaval pernambucano é o maracatu. Este ritmo éainda mais antigo do que o frevo, tendo seu mais remoto registro em 1771, em Olinda, e também é uma mistura das culturas indígena, africana e europeia.Ao som de instrumentos de percussão, como taróis, bombos, zabumba, ganguese ganzás, diversos grupos de maracatu saem por Recife e Olinda durante ocarnaval, em uma dança bamboleante que lembra os movimentos do candomblé. Alguns encontros de maracatu já são bem tradicionais, como o queocorre na segunda-feira de carnaval, em Olinda: o Encontro dos MaracatusRurais. Em Recife, no bairro do Recife Antigo, também acontece o tradicionalespetáculo Noite dos Tambores Silenciosos, em que grupos de maracatu naçãose reúnem para tocar e cantar aos orixás em frente à Igreja de Nossa Senhorado Terço. À meia-noite, as luzes se apagam e os tambores cessam por um minuto enquanto os grupos seguem guiados por tochas até a porta da igreja,quando finalmente os tambores voltam a tocar. Um espetáculo carnavalescodiferente de tudo o que se possa imaginar!

europeia. Sonhou, então, tornar essesbonecos uma realidade em sua cidade.Assim, em 1929, "nasciam" Zé Pereira esua companheira Vitalina, bonecosfeitos com corpo de madeira e cabeçade papel machê, que animaram o car-naval de Belém do São Francisco. Em1932, os artistas plásticos Anacleto eBernardino da Silva criaram o Homemda Meia-Noite, primeiro boneco a des-filar pelas ladeiras de Olinda. Em1937, eles deram vida à Mulher doMeio-Dia, outro boneco que é umatradição até hoje.

Em 1974, Sílvio Botelho criou o filhodo Homem da Meia-Noite e da Mulherdo Meio-Dia: o Menino da Tarde.Botelho, então, passou a criar mais emais bonecos, e popularizou a tradiçãocom a criação do Encontro dos BonecosGigantes: na terça-feira de carnaval,vários bonecos de diversos artistassaem de diferentes pontos da cidade ese reúnem em um grande desfile pelasruas preservadas da histórica Olinda. Éuma festa que encanta a todos: aque-

les enormes "foliões" exibem pelasladeiras suas caras alegres e seusenormes braços, balançando ao som dofrevo por ruas quase sempre lotadas.

Hoje, a nova geração dos bonecosgigantes impressiona pela qualidadecom que é confeccionada, apresentan-do grande realismo nas expressõesfaciais e capricho nos figurinos. Alémdos tipos populares, personalidadestambém são retratadas nos bonecos,desde os históricos Duarte Coelho,Maurício de Nassau e d. Pedro I, até osatuais, como o presidente Lula,Dominguinhos, Alceu Valença, ElbaRamalho, Pelé, Renato Aragão, JôSoares e muitos outros! Quem tem aoportunidade de participar do car-naval de rua em Olinda jamaisesquece. É uma festa imensamentepopular, na qual não é preciso pagarpara brincar, não há cordão de isola-mento, nem superbandas de axé. É umcarnaval diferente de todo o Nordeste,resultado da imensa alegria dosmoradores dessa linda cidade.

Hoje, a nova geração dos bonecos gigantes impressiona pela qualidade com que são confeccionados, apresentando grande realismo nas expressões faciais e capricho nos figurinos

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MuseusCASA DO CARNAVAL - Expõe material sobre as agremiaçõescarnavalescas de Recife, estandartes, discoteca, fantasias e documentos. De segunda a sexta, das 8h às 18h.Pátio de São Pedro, 42, São José - tel.: (81) 3424-4942

FUNDAÇÃO GILBERTO FREYRE - A residência do sociólogopernambucano Gilberto Freyre transformou-se nessa fundação que abriga seus objetos pessoais, móveis antigos,porcelanas finas, pratarias, peças de arte popular e obrasde arte de Cícero Dias, Lula Cardoso Ayres, Di Cavalcanti edo próprio Freyre. De segunda a sexta, das 9h às 17h.Rua Dois Irmãos, 320, Apipucos - tel.: (81) 3441-1733

INSTITUTO RICARDO BRENNAND - Um castelo medieval,em plena cidade de Recife, expõe um grande arsenal dearmas brancas e armaduras medievais, além de uma amplapinacoteca, contendo, entre outras, obras do pintor holandêsAlbert Eckhout, que veio ao Brasil durante o século XVIIretratar paisagens e cotidiano. De terça a domingo, das13h às 17h.Alameda Antônio Brennand, s/nº, Várzea - tel.: (81)2121-0352

MUSEU DA ABOLIÇÃO - Instalado em uma típica casa de engenho, possui um acervo com peças dos séculos XVIII eXIX, como objetos de tortura usados pelos feitores, e contacom uma biblioteca especializada em cultura afro-brasileira. De segunda a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h.Rua Benfica, 1150, Madalena - tel.: (81) 3228-3011

MUSEU DA CIDADE DO RECIFE - A memória cultural dacapital pernambucana é representada por cerca de 150 milimagens e por peças provenientes de antigas residências eda Igreja do Senhor Bom Jesus dos Martírios, já demolida. O museu também guarda um acervo cartográfico com 1.600mapas do século XVII ao XX. De segunda a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das 13h às 17h.Forte das Cinco Pontas, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8492

MUSEU DE ARTE MODERNA ALOÍSIO MAGALHÃES(MAMAM) - Às margens do rio Capibaribe, em um casarãodo século XIX, possui cerca de 830 trabalhos, entre pinturas,desenhos, gravuras, esculturas e fotografias. Destaque paraas 11 telas de Vicente do Rego Monteiro, um dos principaisnomes do modernismo nacional, e para a série Cenas daVida Brasileira, de João Câmara (dez telas e cem gravuras

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Funcionando em uma réplica de castelo medieval em

Recife, o Instituto RicardoBrennand possui um acervo de

armas brancas e armaduras.Em seu jardim, pode-se

apreciar esculturas, como a da direita

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que retratam o período Vargas). De terça a domingo, das12h às 18h.Rua da Aurora, 265 - tel.: (81) 3423-3007

MUSEU DO ESTADO DE PERNAMBUCO - Instalado em umpalacete do século XIX, suas 12 mil peças contêm elementosde todas as etnias que fizeram parte da história pernambucana. Destacam-se gravuras retratando a passagem dos holandeses em Pernambuco, objetos de terreiros de cultos afro-brasileiros, mobílias dos séculos XVIIa XX e artefatos indígenas. De terça a sexta, das 9h às17h; sábados e domingos, das 14h às 17h.Avenida Rui Barbosa, 960, Graças - tel.: (81) 3427-9322

MUSEU DO FREVO LEVINO FERREIRA - Localizado dentroda Casa de Cultura de Pernambuco, reúne materialdiscográfico, iconográfico e partituras musicais sobre esteritmo típico da região. Diariamente, das 9h às 19h.Rua Floriano Peixoto, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-2850

MUSEU DO HOMEM DO NORDESTE - Criado em 1979,apresenta mais de 12 mil peças que retratam a vida donordestino em todos os aspectos - de uma casa de taipa

cenográfica até carruagens luxuosas usadas para o transporte da aristocracia açucareira. Terças, quartas e sextas, das 11h às 17h; quintas, das 8h às 17h; sábados,domingos e feriados, das 13h às 17h.Avenida 17 de Agosto, 2.187, Casa Forte - tel.: (81)3441-5500

MUSEU MILITAR DO FORTE DO BRUM - Exibe materiaisde escavações arqueológicas realizadas na fortificação,como fragmentos de piteiras, balas e canivetes, e fotos earmas usadas durante a participação do Brasil na SegundaGuerra Mundial. De segunda a quinta, das 13h às 18h;sextas, das 8h às 12h.Praça da Comunidade Luso-Brasileira, s/nº, Bairro doRecife - tel.: (81) 3224-4620

MUSEU MURILLO LA GRECA - Oferece ao visitante umacervo com 1.400 desenhos em diferentes técnicas, 160pinturas (paisagens, retratos e obras impressionistas), cartastrocadas entre Portinari e Giacometti, discos, livros e mobiliários. De segunda a sexta, das 9h às 17h.Rua Leonardo Cavalcanti, 366, Parnamirim - tel.: (81)3268-801

FortesFORTE DAS CINCO PONTAS - Construído pelos holandesesem 1630, em taipa e com formato pentagonal. Apesar donome, agora possui apenas quatro pontas, resultado dasreformas efetuadas pelos portugueses após a expulsão dosholandeses e de outras feitas pelo governo pernambucano,a última em 1970. De segunda a sexta, das 10h às 18h;sábados e domingos, das 13h às 17h.Ponta sul da Ilha de Santo Antônio, Largo das CincoPontas, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8492

FORTE DO BRUM - Edificado por portugueses no séculoXVI, foi tomado pelos holandeses em 1630 e passou a sedenominar Forte de Bruyne, nome que a população localaportuguesou para Brum. Em 1918, ao ser ameaçado dedestruição devido às obras de ampliação do porto, foipreservado a pedido do Instituto Arqueológico dePernambuco e tombado em 1939. De terça a sexta, das 9h às 16h; sábados, domingos e feriados, das 14h às 16h.Praça da Comunidade Luso-Brasileira, s/nº, Bairro doRecife - tel.: (81) 3224-4620

IgrejasBASÍLICA E CONVENTO DE NOSSA SENHORA DOCARMO - Construída em 1767, em estilo barroco. Guardaobras de notável expressão sacra e artística. A capela-morpossui um altar dourado, onde se destaca a imagem em

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pinturas em afresco de Murillo La Greca. De terça asexta, das 7h às 11h e das 15h às 17h; sábados, das 15hàs 17h; domingos, das 8h às 9h. Praça Dom Vital, s/nº, São José - tel.: (81) 3224-8500

IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (MATRIZ DESANTO ANTÔNIO) - Construída entre 1753 e 1790. Emestilo barroco colonial, possui fachada grandiosa e frontãocom belo ostensório. Seu interior é decorado com talhas dofinal do século XVIII. De segunda a sexta, das 8h às 12h edas 14h às 17h; sábados e domingos, das 8h às 12h.Avenida Dantas Barreto, s/nº, Santo Antônio, Praça daIndependência - tel.: (81) 3224-9494

ArtesanatoCASA DA CULTURA DE PERNAMBUCO - Antiga Casa deDetenção do Estado, construída no século XIX. Suas 150celas viraram lojinhas que vendem trançados de palha,tapetes, rendas, bordados, cerâmica, couro, madeira emetais. Diariamente, das 9h às 19h.Rua Floriano Peixoto, s/nº, Santo Antônio - tel.: 3224-2850

MuseuCASA DOS BONECOS GIGANTES - Expõe o trabalho doartista plástico Silvio Botelho, responsável pelos bonecosgigantes do carnaval de Olinda. De segunda a sábado,das 8h às 13h e das 14h às 18h.Rua do Amparo, 45, Cidade Alta - tel.: (81) 3439-2443

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tamanho natural de Nossa Senhora do Carmo. De segundaa sexta, das 6h30 às 11h30 e das 14h às 17h.Avenida Dantas Barreto, 646, Praça do Carmo, SantoAntônio - tel.: (81) 3224-3341

CAPELA DOURADA - Edificada entre 1696 e 1724, comforro coberto de pinturas emolduradas pelas sofisticadastalhas douradas e contornadas por grades de jacarandá.Anexo à capela está o Museu Franciscano de Arte Sacra.De segunda a sexta, das 8h às 11h e das 14h às 17h;sábados, das 8h às 13h.Rua do Imperador, s/nº, Santo Antônio - tel.: (81) 3224-0530

CATEDRAL DE SÃO PEDRO DOS CLÉRIGOS - Construídaentre 1728 e 1759, tem a fachada em pedras de cantariaportuguesa talhadas. No interior, portas e altares dejacarandá, púlpitos de talha dourada e pintura no teto deautoria de João de Deus Sepúlveda. De segunda a sexta,das 8h às 11h e das 14h às 16h; sábados, das 8h às 10h.Pátio de São Pedro, s/nº, Centro - tel: (81) 3224-2954

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DOSMILITARES - Com interior em estilo rococó, data de 1710.Sob o coro, um painel representa a primeira Batalha dosMontes Guararapes. Abriga o Museu de Arte Sacra PadreRoberto Barbalho. De segunda a sexta, das 7h30 às 11h30e das 13h30 às 16h; sábados, das 7h às 12h.Rua Nova, 304, Santo Antônio - tel.: (81) 3224-3106

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA PENHA - É o únicoexemplar de estilo coríntio em Recife. Em seu interior, há

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A Igreja da Sé é um dostesouros da arquiteturade Olinda, erguida em1540 e restaurada umséculo depois. Visitar asigrejas da região é umgrande passeio, permitindo conhecer belos exemplares da arte sacra

A Igreja da Sé é um dostesouros da arquiteturade Olinda, erguida em1540 e restaurada umséculo depois. Visitar asigrejas da região é umgrande passeio, permitindo conhecer belos exemplares da arte sacra

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Page 25: Editorial D - Câmara de Culturacamaradecultura.org/guia13.pdfFoi com festa, então, que o povo da região comemorou a construção da primeira ponte da região, em 28 de fevereiro

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE PERNAMBUCOReúne cerca de 2.800 peças. Entre elas, a coleção AssisChateaubriand e 204 obras de diferentes autores, comoCandido Portinari e Francisco Brennand. De terça a sexta,das 8h30 às 12h30; sábados, das 9h às 12h; domingos,das 14h às 17h.Rua 13 de Maio, 157, Carmo - tel.: (81) 3429-2587

MUSEU DE ARTE SACRA DE PERNAMBUCO (MASPE)Fica em uma das mais belas paisagens de Olinda, o Altoda Sé. Destacam-se 18 passagens da paixão, morte eressurreição de Cristo, e o presépio nordestino, em quevemos mitos da região como Lampião, Antônio Conselheiro eZumbi dos Palmares. De segunda a sexta, das 9h às 12h45.Rua Bispo Coutinho, 726, Alto da Sé - tel.: (81) 3429-0023

MUSEU DO MAMULENGO - Toda a trajetória do mamulengo no Nordeste pode ser vista através de bonecos,pertences de cena e instrumentos musicais. De terça adomingo, das 10h às 17h.Rua do Amparo, 59, Amparo - tel.: (81) 3429-6214

MUSEU REGIONAL DE OLINDA - Reúne peças queretratam as residências durante os séculos XVII, XVIII e XIX.De terça a sexta, das 9h às 17h; sábados e domingos, das13h às 17h.Rua do Amparo, 122, Amparo - tel.: (81) 3429-0018

IgrejasIGREJA DE NOSSA SENHORA DAS NEVES E CONVENTODE SÃO FRANCISCO - Sua construção iniciou-se em 1585,

mas foi incendiada pelos holandeses em 1631. Reconstruídano século XVII, conserva até hoje sua capela-mor. Nela,destacam-se o forro da igreja com pinturas do século XVIII,o teto representando a Sagrada Família e os azulejos portugueses. De segunda a sexta, das 8h às 12h e das 14h às 17h; sábados, das 8h às 12h.Ladeira de São Francisco, 280, Carmo - tel.: (81) 3429-0517

IGREJA DA SÉ (IGREJA DE SÃO SALVADOR DO MUNDO)Fundada em 1540, foi destruída pelo incêndio de 1631, epassou por restauração de 1656 a 1677. Possui altares laterais folheados a ouro e azulejos portugueses. Visitasdiariamente, das 8h às 12h e das 14h às 17h.Alto da Sé, s/nº - tel.: (81) 3271-4270

IGREJA E MOSTEIRO DE SÃO BENTO - Construída em1599, foi incendiada em 1631 e restaurada a partir de1654. Sua fachada possui um brasão e uma torre do séculoXVIII. Em seu altar-mor, em estilo barroco, encontra-se aimagem de São Bento em madeira revestida de ouro. Nasacristia, há talhas douradas, espelhos de cristal e painéissobre a vida de São Bento. Diariamente, das 8h às 11h30e das 14h às 17h.Rua de São Bento, s/nº, Varadouro - tel.: (81) 3429-3288

IGREJA DO CONVENTO DE SANTO ANTÔNIO DOCARMO - Primeira igreja da ordem dos carmelitas noBrasil, em 1588. No século XVIII, passou por restaurações.Sua fachada é em estilo colonial renascentista, com colunas,portas e janelas trabalhadas. O altar-mor abriga aimagem barroca do seu padroeiro e dos santos Elias eEliseu. Nos corredores laterais, há grandes quadros comimponentes molduras. Missas aos domingos, às 11h.Praça do Carmo, s/nº, Carmo - tel.: (81) 3429-2892

IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA E SEMINÁRIODE OLINDA - Encontra-se no ponto mais alto de Olinda. A construção é uma importante referência da arquiteturaquinhentista. Castigada pelo incêndio da cidade, e maistarde reconstruída, apresenta no arco da capela-mor ainscrição do ano de 1661, época provável da conclusãodos reparos. De segunda a sexta, das 14h30 às 16hRua Bispo Coutinho, s/nº, Alto da Sé - tel.: (81) 3429-0627

MonumentosFAROL DE OLINDA - Inaugurado em 1941, no alto doMorro de Serapião. A visitação pode ser em pequenos grupos, durante 15 minutos, aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 17h.Bairro do Amaro Branco - tel.: (81) 3496-6525

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FORTE DE SÃO FRANCISCO (FORTIM DO QUEIJO) -Historiadores afirmam que o Fortim do Queijo é o maisantigo da cidade e teria sido construído por volta de 1620.Quase em ruínas, foi restaurado na década de 1970.Rua do Sol, s/nº, Carmo

PALÁCIO DOS GOVERNADORES - Construído no séculoXVII, atualmente funciona como sede do Poder Executivo deOlinda. Imponente edifício de arquitetura simples e palaciana, iluminado por lampiões imperiais, conserva opiso e as escadarias características da nobreza.Rua de São Bento, 123, Varadouro

MirantesMIRANTE DA IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GRAÇA ESEMINÁRIO DE OLINDA - Localizado no pátio do semi-nário, é possível ver do mirante torres de igrejas seculares,o Oceano Atlântico, o porto e a cidade de Recife, a praiade Ponta D'el Chifre e um trecho do rio Beberibe.

MIRANTE DA RIBEIRA - Pode-se avistar a praia de PontaD'el Chifre, um trecho do rio Beberibe, o porto e a cidadede Recife, além da concentração urbana do bairro de BoaViagem. Fica no bairro da Ribeira.

Corredor cultural

Em Olinda, ao longo de todo oano, é possível ir a exposições

que exibem a arte dos carnavalescos bonecos gigantes

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MIRANTE DO ALTO DA SÉ - No largo da Igreja da Sé.Observam-se os telhados do antigo casario, as igrejas daCidade Alta, o porto e a cidade de Recife, a praia dePonta D'el Chifre, um trecho do rio Capibaribe, o bairro deBoa Viagem e o oceano.

MIRANTE DO LARGO DA MISERICÓRDIA - No largo daIgreja da Misericórdia. Vê-se toda a cidade de Olinda eseu casario, a praia de Ponta D'el Chifre, um trecho do rioBeberibe, o Complexo de Salgadinho, o porto e a cidadede Recife, o oceano e parte da Cidade Alta.

ArtesanatoMERCADO DA RIBEIRA - Data do século XVII e foi um localde venda de escravos. Abriga lojas que vendem peças debarro, artigos de renda, couro e palha, gravuras e pinturas.Sua arquitetura é em estilo colonial: piso em tijolaria, doisalpendres com pilastras e um batente em pedra portuguesa. Diariamente, das 9h às 18h30.Rua Bernardo Vieira de Melo, s/nº, Ribeira

MERCADO EUFRÁSIO BARBOSA - Funciona em uma antigafábrica de doces, fundada em 1865. Possui lojas de artesanatopernambucano. De segunda a sábado, das 9h às 18h.Praça do Varadouro, s/nº, Varadouro

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