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3 Maio/agosto - 2013 Educar na visão espírita Editorial A concepção espírita de educação vai além dos limites da presente encarnação, é bem mais complexa que as versões mundanas, por revelar nossa macropersonalidade, resultante da soma de incontáveis existências na matéria ao longo de muitos milênios. Os hábitos, as tendências, as vocações, as índoles, os desejos e os comportamentos, bem diferentes em cada um de nós, são testemunhos eloquentes dessa realidade. Em cada encarnação, adquirimos experiências e valores que vão moldando o caráter que hoje temos. Comprovadas as diferenças, os métodos educativos não podem ser iguais. Por esta razão, a Doutrina Espírita aconselha detida observação, desde o nascimento, a fim de que se possa melhor sentir os níveis de inquietação, de insegurança ou de reações positivas de cada filho. O senso de observação dos pais deve conduzir o programa educacional de forma propositiva, diferentemente da imposição que, quase sempre, é desastrosa, por colidir com as legítimas necessidades do espírito reencarnante. Entendamos: se um filho traz a vocação para a filosofia de maneira acentuada, exigir que ele seja médico vai redundar em fracasso, que pode levar aos perigosos quadros de depressão que assustam os estudiosos da questão. Mil vezes um professor de filosofia feliz do que um médico frustrado. Não devemos impor nossas vontades, apenas direcioná- las de forma aceitável, para produzir as desejadas alterações mentais, sem os choques que afastam os filhos do convívio familiar. Quando os pais, por inabilidade, perdem influência, a importância das ruas cresce no campo dos desejos, na busca de autoafirmação. O amigo da escola, a namorada, o companheiro do shopping, quase sempre desorientados, passam a ser os verdadeiros formadores de opinião, com danos para a sua micropersonalidade, que é a vida atual. Os valores negativos despertam com incontrolável intensidade, e as experiências e os compromissos sadios que trazemos caem no esquecimento, por falta dos estímulos necessários.

Editorial Educar na visão espírita - Revista O Espírita · psicografia de Chico, coloca nessas trovas: “Ouve ainda. Tem cuidado com ... “Distribuir incessantemente as obras

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3 Maio/agosto - 2013

Educar na visão espíritaEditorial

A concepção espírita de educação vai além dos limites da presente encarnação, é bem mais complexa que as versões mundanas, por revelar nossa macropersonalidade, resultante da soma de incontáveis existências na matéria ao longo de muitos milênios. Os hábitos, as tendências, as vocações, as índoles, os desejos e os comportamentos, bem diferentes em cada um de nós, são testemunhos eloquentes dessa realidade.

Em cada encarnação, adquirimos experiências e valores que vão moldando o caráter que hoje temos.

Comprovadas as diferenças, os métodos educativos não podem ser iguais. Por esta razão, a Doutrina Espírita aconselha detida observação, desde o nascimento, a fim de que se possa melhor sentir os níveis de inquietação, de insegurança ou de reações positivas de cada filho.

O senso de observação dos pais deve conduzir o programa educacional de forma propositiva, diferentemente da imposição que, quase sempre, é desastrosa, por colidir com as legítimas necessidades do espírito reencarnante.

Entendamos: se um filho traz a vocação para a filosofia de maneira acentuada, exigir que ele seja médico vai redundar em fracasso, que pode levar aos perigosos quadros de depressão que assustam os estudiosos da questão. Mil vezes um professor de filosofia feliz do que um médico frustrado. Não devemos impor nossas vontades, apenas direcioná-las de forma aceitável, para produzir as desejadas alterações mentais, sem os choques que afastam os filhos do convívio familiar.

Quando os pais, por inabilidade, perdem influência, a importância das ruas cresce no campo dos desejos, na busca de autoafirmação. O amigo da escola, a namorada, o companheiro do shopping, quase sempre desorientados, passam a ser os verdadeiros formadores de opinião, com danos para a sua micropersonalidade, que é a vida atual. Os valores negativos despertam com incontrolável intensidade, e as experiências e os compromissos sadios que trazemos caem no esquecimento, por falta dos estímulos necessários.

4 Maio/agosto - 2013

Observar e propor corretamente, sufocando as más tendências e despertando o bem que está em todos nós, devem obedecer a alguns critérios sancionados pela lógica doutrinária que, em princípio, podem ser definidos em três passos distintos.

O primeiro passo é a conversação, que permite avaliar os graus de acerto das medidas tomadas, reforçando as mais eficientes; o segundo, quando o diálogo não apresenta os resultados desejados, é a advertência, que mostra a presença da autoridade doméstica, inibe a agressividade e reconduz à disciplina indispensável; o terceiro, e último, é o castigo, dado com equilíbrio e com as explicações que o motivaram, passando pela retirada dos

brinquedos, dos programas de TV, dos passeios, das festas, das mesadas etc., compreendendo que, muitas vezes, como afirma Humberto de Campos em “Boa Nova”, psicografia de Chico Xavier, “(...) o amor para educar não prescinde da energia, e a ternura, por mais valiosa, não pode dispensar o esclarecimento”. Pelo mesmo médium, Emmanuel, na questão 113 de “O Consolador”, é contundente: “(...) o menino livre é a semente do celerado”, tanto quanto o espírito Casimiro Cunha na sua poesia “Carta às Mães”, também psicografia de Chico, coloca nessas trovas: “Ouve ainda. Tem cuidado com o teu próprio coração. Não deixes que se transforme o teu amor em paixão. (...) Castiga amando o teu filho em teu carinho profundo. Prefere o teu próprio ensino às tristes lições do mundo”.

Não há nenhuma razão para peso de consciência, quando o castigo, mesmo duro, serve para tirar o filho da beira do precipício moral.

Nos dias que correm, jovens apanham nas ruas, da polícia, nas prisões, nas escolas, porque não foram educados da maneira desejável. O que é pior? Uma rápida reflexão nos dirá.

Os passos apresentados, para atingirem seus objetivos, precisam estar acompanhados da exemplificação. Como pedir aos filhos que façam o que não fazemos? Uma ação no bem vale mais que muitos floreados conselhos.

A evangelização na sociedade espírita é fundamental. A criança se socializa, submete-se às influências positivas dos amiguinhos, tem a vigilância dos evangelizadores, recebe as energias positivas da casa e é estimulada, em grupo, para o melhor, o que reforça o lado generoso da personalidade, cortando, pouco a pouco, as garras do egoísmo, chaga da Humanidade.

Pais, lembrem-se, vocês serão os filhos de amanhã e receberão de acordo com os seus merecimentos.

5 Maio/agosto - 2013

Livro “Levantar e Seguir”, Emmanuel/Chico Xavier, cap. 9 – GEEM.

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atentamos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somen-te os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.

É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos va-cilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecan-do-lhe o coração sem mácula e a consciência pura.

José da Galileia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.

Já pensaste no Cristianismo sem ele?Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recor-

demos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.

Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.

Não obstante contemplar a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.

O mundo não tem outras notícias de suas ati-vidades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho.

Sem qualquer situação de evidência, deu a Je-sus tudo quanto podia dar.

A ele deve o Cristianismo a porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor,dizendo: José, filho de David, não temas receber a Maria.” Mateus, 1:20

José da Galileia Emmanuel

Presença de Emmanuel/Chico Xavier

José nunca teve destaque na teologia das religiões. A seu respeito poucas informações existem, salvo alguns trechos bíblicos e raros textos apócrifos não confiáveis. Não temos datas nem traços da sua personalidade. Emmanuel, na bela mensagem que segue, o classifica como um homem integral e exemplo de humildade.

6 Maio/agosto - 2013

Sobre a mulher:

De tudo quanto venho observando nestas últi-mas décadas da sociedade terrena, em torno dessa criatura gentil, cujo coração é generoso e amorável, mas discricionário; simples, mas ignorante; herói-co, mas arbitrário; dedicado, mas inconsequente, uma cláusula preponderante se eleva entre todas: - será necessário que a mulher pense mais no ideal do que, nas realidades mundanas; mais no espírito que anima e o qual há de marchar para luz, através de labores evolutivos sem limites, do que no sexo; mais em Deus do que no homem, que lhe tem ar-rebatado todas as mais formosas e dignificantes preocupações.

Sobre a educação:

A educação e a instrução são as duas colunas em que assenta o edifício da perfeição humana, donde po-demos devassar os vastos e infinitos horizontes, cer-rados com sete selos aos que deixam ficar inertes, em estéril gérmen, as potências de sua alma.

Sobre a tarefa espírita:

Levem adiante o ministério espírita, a palavra

Bezerra de MenezesEstudos Filosóficosde Freitas Nobre OPINIÃO

Bezerra de Menezes

6

7 Maio/agosto - 2013

escrita, o verbo emocionado na garganta, o livro de li-bertação de consciência, a caridade do pão, do agasalho, do medicamento, a obra de educação e de socorro, nos seus vários ângulos terapêuticos, como profilaxia e como cura, todos com regime de urgência.

Sobre a oração:

Quem ora jamais monologa. Até a petição menos feliz tem a resposta que lhe cabe, procedente das som-bras. Freitas Nobre

“Na meninice corpórea, o espírito encontra ensejo de renovar as bases da própria vida.”

“Os pais espíritas podem e devem matricular os fil-hos nas escolas de moral espírita cristã, para que os companheiros recém-encarnados possam ini-ciar com segurança a nova experiência terrena.”

“Os pais respondem espiritualmente como cicero-nes dos que ressurgem no educandário da carne.”

“Distribuir incessantemente as obras infantis da literatura espírita, de autores encarnados e desencarnados, colaborando de modo efetivo na implantação essencial da Verdade Eterna. O livro edifi-

cante vacina a mente infantil contra o mal.”

“Eximir-se de prometer, às crianças que estudam, quaisquer prê-mios ou dádivas como recompensa ou (falso) estímulo pelo êxito que venham a atingir no aproveitamento escolar, para não viciar-

lhes a mente.”

Pensamentos do Livro “Conduta Espírita”, autor André Luiz, psicografia Waldo Vieira, cap. 21 - Perante a criança

8 Maio/agosto - 2013

Havia um homem ricoQue se vestia suntuosamente

E, todo e a qualquer dia,Se regalava intensamente.

Estendido à sua porta,Um pobre jazia ulcerado,Vestido miseravelmente

E de Lázaro era chamado.

Este queria se saciar,Porque com fome estava,

Com as migalhas da mesa do rico;Mas ninguém lhas dava.

Seu sofrimento era atroz;À morte estava condenado,

E até os próprios cãesLambiam as feridas do coitado.

O rico, um dia, morreuTendo destino inclemente

E foi levado ao infernoPor ter sido indiferente.

Estando em tormentos,Olhou para o alto, de permeio,

E viu, ao longe, AbraãoE Lázaro no seu seio.

E gritando rumo aos céus,Ele clamou, dizendo assim:

- Oh! Meu Pai Abraão,Tende piedade de mim

E enviai-me, então, Lázaro,Porque estou à míngua,

A fim de que molhe o seu dedoPara refrescar minha língua;

Pois que muito sofroEstes extremados tormentos,

Por esta chama que me consomeNestes terríveis momentos.

Mas Abraão lhe respondeu:- Lembrai-vos do acontecido,

Que em toda vossa vidaMuitos bens houvestes tido,

É que Lázaro só teve males,Sendo, doravante, consolado;E como tudo vós possuístes,Estais agora atormentado.

Ademais, entre nós e vósSempre um abismo existiráTão grande, que de sorte

Ninguém poderá atravessar.

E os que queiram passarDaqui para aí não o poderão,

Como também o contrário,Daí para aqui, não o conseguirão...

No entanto, o rico lhe disse:- Eu vos imploro, Pai Abraão,

Enviais Lázaro à casa de meu pai...E continuou sua suplicação:

- Lá, tenho cinco irmãos;A fim de que esta realidadeSeja-lhes por ele atestada...

E prosseguiu com sinceridade:

- De modo que, também,Não venham para este ambiente

Tão repleto de tormentos...E calou-se, tristemente.

Mas Abraão lhe retrucouChamando-lhe a atenção:

- Se tinham aos profetas e a Moisés,Que os escutassem, então...

- Não, meu amado Pai... Disse o rico a Abraão:

- Se tiverem contato como os mortos,Penitência eles farão.

Abraão lhe respondeuRematando esta questão:

- Se não ouvem a Moisés e aos profetas,Em ninguém mais eles crerão;

Ainda que algum dos mortos- Acentuou Pai Abraão –

Venha a ressuscitar,Eles, também, não acreditarão.

Parábola do mau rico e Lázaro(Lucas, 16:19-31)

8 Maio/agosto - 2013

9 Maio/agosto - 2013

ATUALIDADE DO PENSAMENTO ESPÍRITAMédium: Divaldo Pereira Franco

Pergunta:

Vianna de Carvalhoresponde

A simples ligação do espírito perturbado (obsessor) com o médium, sem qualquer diálogo doutrinário, poderia constituir recurso para habilitá-lo a esclarecimento oportuno no mundo espiritual?

O fenômeno da incorporação de um espírito em estado de perturbação, e não somente daquele que se caracteriza como perseguidor – obsessor – sempre resulta em bênçãos para o co-municante, que experimenta uma forma de repetição da morte física, graças aos fluidos animais que é portador o médium, que o encharca, facultando-lhe experimentar a ocorrência perturba-dora que ficara bloqueada no seu inconsciente. Face a esse resultado, os benfeitores espirituais dispõem de melhores possibilidades para oferecer-lhe esclarecimentos indispensáveis à paz e ao equilíbrio. Ideal, no entanto, é que havendo a comunicação, a mes-ma se transforme em oportuna psicoterapia, mediante a dou-trinação e as orientações sábias à entidade necessitada, que se beneficia como despertar, conforme o tormento no qual se en-contre incursa. A incorporação ou a psicofonia dos espíritos sofredores tem como meta socorrê-los com misericórdia e amor, convi-dando-os à libertação das fixações físicas e psíquicas que perma-necem após a disjunção cadavérica.

10 Maio/agosto - 2013

CURIOSIDADESQUE EDIFICAM

A primeira comunicação mediúnica de Ismael (gover-nador espiritual do Brasil) deu-se em Uberaba (MG), em 1919, por meio da médium Maria Modesto Cravo (foto). O Centro Espírita Uberaberense consul-tou a FEB, à época, e os dirigentes es-pirituais da Casa Máter do Espiritismo Brasileiro autenticaram a mensagem.

Atos dos Apóstolos, que compõem o Novo Testamento, foi escrito pelo evangelista Lucas.

Matias substitui Judas Iscariotes no Colégio Apostólico.

O Apocalipse, que quer dizer Revelação em grego, foi escrito pelo apóstolo e evangelista João, quando des-terrado na Ilha de Patmos, na Grécia (Ásia), próxima às cidades de Nileto e Éfeso.

A cepa (imagem abaixo), tronco da videira, que ilus-tra os “Prolegômenos” de “O Livro dos Espíritos”, foi pro-posta pelos espíritos João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paulo, São Luís, o Espírito de Verdade,

Sócrates, Platão, Fénelon, Franklin e Swedenborg, que assessoraram Kardec na obra da codificação es-pírita. Nela estão simboli-camente representados o corpo, o espírito (licor) e a

11 Maio/agosto - 2013

alma (espírito ligado ao corpo).

“O Livro dos Espíritos”, composto de 1.019 perguntas e respostas, está dividido em 4 partes: “ Das causas primárias”, “Do mundo espírita ou dos espíritos”, “ Das leis morais” e “Das esperanças e consolações”.

A cidade mais distante visitada por Jesus foi Cesareia de Filipe, na Galileia, na fronteira da Síria e da Fe-nícia.

A primeira instituição espírita do Brasil foi o Grupo

Familiar do Espiritismo, fundado por Luiz Olímpio Te-les de Menezes (foto acima), em 17 de setembro de 1.865, em Salvador, Bahia. Em Paris, nesse mesmo ano, Allan Kardec publicava “O Céu e o In-ferno”.

Bezerra de Menezes presidiu a FEB em 1889 (ano da Proclamação da República e do fim do Império no Bra-sil). Depois a presidiu de 1894 a 1900 (ano da sua desencarnação). Nesse ano de 1900, o Brasil possuía menos de um décimo da população atual, à época, a Diretoria Geral de Estatística, do Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, computou 17.318.556 brasileiros.

“Igreja” veio do grego “enklesía”, que significava, à época do Cristo, “comunidade”. Portanto, entende-se que Jesus propusera a criação de uma nova comunidade e não de um templo de pedra, como propõem as religi-ões dogmáticas.

12 Maio/agosto - 2013

Aos irmãos da Sodec, Sabemos que a divulgação dos prin-

cípios norteadores dos sagrados ensina-mentos de Nosso Senhor Jesus Cristo é o objetivo maior da amada Doutrina Espírita. Os espíritas, conscientes de suas pre-ciosas tarefas, sabem que o corpo definha e tomba, desfazendo-se em pó, e que a alma prossegue em sua eterna peregrinação na busca da luz.

Imbuídos do espírito de serviço, nada nos custa socorrer os que choram, carregados de aflições, sob o pesado fardo dos conflitos íntimos. À retaguarda dos favores sociais, esses irmãos, que se arrastam no corpo físico, precisam de mãos abençoadas, como as mãos do Senhor que, um dia, multiplicou pães e peixes, naquela tarde inesquecível do Sermão no Monte, emoldurado pelas águas cristalinas do Genesaré.

Não bastou. Deu-lhes mais. O Senhor, em cantilena divi-na, fez soar o hino da libertação, falando-lhes da ansiosa solici-tude pela vida, exortando-os a buscar os tesouros da alma. Por isso, somos, como nos diz Emmanuel: pregadores de cartazes anunciando o Reino dos Céus.

A SODEC, como o próprio nome encerra, surgiu com os elevados propósitos de socorrer e, acima de tudo, esclarecer. Que Jesus, nosso Divino Tutor, possa continuar encontrando nos corações desses nossos irmãos, campos fértil para a caridade, para a celeste semeadura dos pequeninos grãos da inesgotável misericórdia de Jesus.

Resta-nos parabenizá-los pela iniciativa. O ESPÍRITA - Conselho Editorial

Bilhetes FraternaisA Sociedade Divulgadora do Espiritismo Cristão – SODEC, cujo patrono espiritual é o ilustre Francisco Leite de Bittencourt Sampaio, em co-memoração aos seus 35 anos de fundação, publica livro com 90 significativas e oportunas mensagens.

13 Maio/agosto - 2013

O incansável trabalhador da Seara Espírita Cristã, Divaldo P. Franco (foto), em e-mail a um membro do Conselho desta Revista informou carinhosamente sobre a sua recente jornada européia. Ao todo foram 30 cidades de 15 pa-íses em 41 dias, vivendo emoções incomuns pois falou em Zagreb (Croácia) e Ljubjana (Es-lovênia), países que, ao que tudo indica, jamais tiveram movimento espírita, muito menos conferências públicas.

Em países recém saídos da Guerra dos Bálcãs, marcados por feridas não cicatrizadas pelo ódio racial, religioso, político, econô-mico e por massacres hediondos, Divaldo palestrou sobre Jesus e Sua mensagem de amor, de perdão, de esperança, de fraterni-dade, e, pôde observar nos ouvintes o nascimento do interesse nobre pelo nosso amado Espiritismo.

Parabéns Divaldo pela disposição, boa vontade e disciplina na divulgação da Verdade. Que Jesus e os bons espíritos o ampa-rem sempre na sua bela caminhada!

O ESPÍRITA - Conselho Editorial

Divulgando o Espiritismo em terras inexploradas!

Revista O ESPÍRITA - Compromisso com a divulgação Precisamos de atitude exata, fé operosa e humildade vigilante para

mantermos a Doutrina indene ao cárcere do dogmatismo e da elitização preconceituosa. Portanto, a divulgação fiel dos preceitos baseados nos eternos dons da Verdade, respaldados nas magnas lições do Mestre, torna-se imprescindível para a repercussão dos anseios divinos na am-pliação das percepções humanas e na libertação das consciências.

Deste modo, visando à ampliação do quadro de assinantes/cola-boradores e o desejável equilíbrio financeiro, implantamos uma nova rotina operacional que consiste na assinatura da REVISTA, também via internet (www.oespirita.com.br), criando assim, facilidades mediante avanços tecnológicos.

Solicitamos, diante do supracitado, sustentados em objetivos no-bres, que o irmão leitor faça ou renove sua assinatura, e colabore na disseminação da Doutrina Espírita.

14 Maio/agosto - 2013

ConhecimentosDoutrinários

Baseada na literatura espírita consagrada por Allan Kardec, Léon Denis, Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Emmanuel, André Luiz, Humberto de Campos, Joanna de

Ângelis, Yvonne A. Pereira, Cairbar Schutel, Vianna de Carvalho entre outros.

Assinale a opção correta e confirao resultado na página 24:

1. Qual o Evangelho que registra a promessa de Jesus relativa ao Consolador?

Mateus Marcos Lucas João

2. No elucidativo livro “Nosso Lar”, quem era o espírito com maior número de horas de serviço na respectiva colônia espiritual, onde se encontrava em tarefa ativa há mais de 200 anos?

Veneranda Clarêncio Laura Narcisa 3. É formado por emanações neuropsíquicas (em destaque na imagem ao lado na cor azul) que pertencem ao campo fisiológico e que, revestindo o períspirito, asseguram o equilíbrio entre a alma e o corpo físico. Nos referimos:

à aura. ao duplo etérico. ao perispirito. ao ectoplasma.

Verificaçãode

15 Maio/agosto - 2013

4. Desencarnou em 1885 e deixou uma de suas vontades consignadas em testamento confiado a Augusto Vacquerie: “Deixo 50.000 francos aos pobres. Desejo que me levem ao cemitério na carreta dos pobres. Recuso as orações de todas as igrejas. Creio em Deus”. Quem foi?

Léon Denis Bittencourt Sampaio Victor Hugo Allan Kardec

5. Na Revista Espírita de Março de 1858, Júpiter (foto) é indicado como o mais evoluído dos planetas do Sistema Solar. Qual a expectativa de vida dos seus habitantes mencionada por Kardec?

130 anos 180 anos 200 anos 500 anos 6. Qual o nome da faculdade de ler impressões e recordações ao contato com objetos comuns?

Psicofonia Psicometria Parapsicologia Clarividência

7. Quem é o autor das seguintes obras: “Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas” e “Viagem Espírita em 1862”.

Gabriel Delanne Camille Flammarion Allan Kardec Léon Denis

8.Reconhecida como “poetisa de raro merecimento” por Olavo Bilac, que prefaciou a obra “Horto”, único livro que ela nos deixou, também nos trouxe suas poesias em “Parnaso de Além Túmulo”. Nos referimos a:

Auta de Souza. Anália Franco. Meimei. Scheilla.

16 Maio/agosto - 2013

“Não consigo entender o Espiritismo sem Jesus e sem Allan Kardec para todos, com todos e ao alcance de todos, a fim de que os nossos princípios atinjam os fins a que se propõem.”

Homenagem a Allan Kardec“Allan Kardec, esse laborioso trabalhador,

tornou-se o fundador inconteste de uma Dou-trina que desabrocha como Terceiro Testamen-to. Foi ele por excelência o Consolador.”

Camille Flammarion

“Kardec enxugou lágrimas, irmanou e redi-miu, fazendo surgir das cinzas a Fênix de espe-ranças eternas.”

Roque Jacintho

“Poucas as existências como a de Allan Kar-dec, nas quais tão claramente se evidencia a cui-dadosa execução de um plano articulado entre espíritos e homens.”

Hermínio Miranda

Henri Sausse

“Cartas anônimas, insultos, traições, difa-mações sistemáticas, nada foi poupado a esse intrépido lutador, a essa alma grande e varonil que penetrou integralmente na imortalidade.”

Chico Xavier

17 Maio/agosto - 2013

Mesmo quando o nosso dever moral seja o de pelejar para alijar as práticas violentas da coletividade social, cabe-nos entender que em tudo o que se vive hoje em dia, no seio das sociedades mais diferenciadas, há um sentido educativo e impulsionador do progresso de que necessitamos.

Ainda quando nos caiba laborar vivamente pela paz, promovendo-a desde os nossos mais simples gestos, precisaremos entender o porquê de nos acharmos atados às vivências ásperas, complexas e violentas de um mundo expiatório como a Terra, dado o nosso estado empobrecido de evolução.

No Planeta em que renascemos para a aquisição da escolaridade am-pla, capaz de nos iluminar o intelecto e o sentimento, enfermidades, frustra-ções, deficiências e morte são as peças que compõem o estranho mosaico da nossa experiência de redenção no caminho da autoiluminação.

Vale a pena, então, fazer esforços para desenvolver estilos de vida que nos credenciem a fazer sintonia com as bênçãos da saúde e não com as fai-xas da doença; a desenvolver raciocínios lúcidos aprumados ao bom senso, para que não fiquemos atados aos processos de frustrações .

Urge valorizar a honra do corpo físico, fugindo aos excessos como quer que se expressem a fim de não conectarmos com deficiências que costumam impor graves sofrimentos. Torna-se indispensável que movimentemos nossa jornada terrena de forma nobre, luminosa e digna que não nos prendamos ao temor da morte corporal, mas, sim, evi-temos as ocorrências da morte moral, mo-tivada pelos vícios, que nos aprisionam a torturantes dependências.

Para viver em regime de paz é impres-cindível não sintonizar com as inspirações da violência nem com as façanhas dos vio-lentos. Assim, a morte nos alcançará sem qualquer travo de culpa na consciência.

Para disseminar as propostas da paz é fundamental não alimentar as impressões do medo nem comungar com os medrosos. Assim, a morte nos achará confiantes na vibração da perene vida.

Para se ter paz na morte, que inicia seu processo desgastador desde o primeiro hausto da criatura quando nasce, é necessário ao indivíduo manter-se em caminho de moderação em tudo o que diga e em busca de harmonia em tudo o quanto faça, exercitando-se em viver equilibradamente.

A desencarnação não pesará sobre quem soube amar a Deus e respeitar o próximo como não aprisionará em celas de amargura e remorsos quem soube ser livre e, ao mesmo tempo, respeitar a liberdade alheia.

Apesar do sofrimento moral que o passamento de um ser querido nos impõe, a morte física significa, em tese, a ansiada alforria após uma existên-cia de lutas, de produtividade e de amor na busca da autorrenovação, do progresso e da paz.

A paz na morteIvan de Albuquerque - São Paulo

18 Maio/agosto - 2013

Extraídas da obra “Encontro Marcado”, autor Emmanuel, psicografia Chico Xavier.

“Hoje é e será constantemente a ocasião ideal para transformarmos maldi-ção em benção e sombra em luz.”

“Pessimismo e azedume transformam pequeninos contratempos da vida em desastres grandes do coração.”

“Devemos ser, não obstante as nossas imperfeições, um ponto de luz nas trevas, em que a inspiração do Senhor possa brilhar.”

“Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se pro-põem garantir a felicidade conjugal.”

“Não farias explodir uma bomba dentro de casa, comprometendo a vida daqueles que mais amas. No entanto, por vezes não vacilamos em detonar a dinamite da cólera, aniquilando as energias dos companheiros que nos

trazem apoio e cooperação.”

“Decerto, nem sempre a doçura pode ser a marca do nosso verbo ou da nossa atitude, porquanto, momentos surgem nos quais o bem geral recla-ma a governança da providência rija ou a frase salgada de advertência.”

“A caridade é luz da Vida Superior, cujos raios reconstituem a saúde e a alegria da alma, na condição de terapia divina.”

“Humildade não é omitirmo-nos e sim conservarmo-nos no lugar de traba-lho em que fomos situados pela Sabedoria Divina.”

“O egoísmo te fará tecla muda e não conseguirás responder aos apelos da vida a que se execute, onde estejas, a sinfonia da felicidade geral.”

“Quase sempre, o companheiro situado na provação temporária da idiotia é um gênio fulgurante, reencarnado na sombra, a estender-te o pensamen-

to aflito e mudo, necessitado de compaixão.”

“Urge depositar valores da alma, nas reservas da vida, considerando as nossas necessidades de amanhã.”

meditaçãoFrases que merecem

19 Maio/agosto - 2013

Pergunta:

Embora passados 2 anos fi-cou a dúvida. Onde encontrar as razões para as tsunamis e os ter-remotos que arrasaram diversas cidades do Japão? E a destruição ocorrida na região serrana do Rio de Janeiro em 2011?

Resposta:

Nós, espíritas, sabemos que Deus é absolutamente justo e perfeito, nada permite que não mereçamos. Nada acontece por acaso. Tudo no Universo tem uma explicação lógica e inconfundível, plenamente compreensível.

No caso particular do Japão, sabemos que as tsunamis e os ter-remotos, com base na lei de causa e efeito, se fizeram violentos para corresponder em intensidade aos atos de violência cometidos contra outros povos. A relativa tranqulida-de do povo japonês, diante desses fatos, é fruto da certeza incons-ciente de que está resgatando seu passado de guerras injustificáveis. Em 1895, invadiu a Manchúria; em 1905, invadiu a Rússia; em 1910, invadiu a Coreia; em 1937, invadiu a China; e, em 1941, invadiu Pearl Harbor, território americano no Oceano Pacífico. Despejou cente-nas de toneladas de bombas mor-

Tribuna Livre O ESPÍRITA responde

tíferas sobre seus irmãos, fazendo “tremer” o solo ensanguentado. As pátrias feridas tiveram seus filhos despedaçados. Mataram, feriram, torturaram, provocando “tsuna-mis” de ódio.

Foi por isso que Jesus adver-tiu Pedro, impedindo-o que prati-casse um mal maior, após cortar a orelha de Malco, soldado a mando de Caifás. Lembremos: “Pedro, guarda a tua espada, porque quem com a espada fere, com a espa-da será ferido” (Jo,18:10). Jesus deixou claro que a cada um será dado segundo suas obras. É a lei do mérito, negativo ou positivo.

No caso do Rio de Janeiro, desconhecemos as causas. Mas podemos raciocinar com os mes-mos princípios expostos e tendo a certeza de que se trata de um resgate coletivo. É uma benção a reencarnação que nos permite quitar dívidas. Poderemos voltar mais felizes e sadios, com a cons-ciência tranquila, junto daqueles que amamos. Deus não separa os que verdadeiramente se amam. A alegria do reencontro, mais tarde, cobrirá todas as dores e tristezas da curta separação.

Eles continuam vivos, juntos de nós, ninguém morre!

Obs.: Consultar “O Livro dos Espíritos”, cap. VI.

19 Maio/agosto - 2013

20 Maio/agosto - 2013

Dinheiro e (in) felicidade, numabreve ponderação espírita

Sigmund Freud defendia a tese de que todo homem é instigado pela busca da felicidade, contudo essa procura soa como ilusória no mundo real, porquanto a pessoa tem experiências de fracassos e desencantos e o máximo que pode alcan-çar é uma “felicidade” ilusória. Contras-tando porém com a tese freudiana, um grupo de consultores da Spectrem Group entrevistou 1.200 pessoas, interrogando-as sobre o nível de felicidade em relação a trabalho, casamento, hobbies, dinheiro entre outros temas. Constatou-se que quanto mais dinheiro possui uma pessoa maiores são os seus níveis de felicidade1. Todavia, será que o dinheiro compra a fe-licidade?

Na antiguidade examinava-se a fe-licidade sob o ponto de vista filosófico. Aristóteles afirmava que a felicidade está relacionada ao equilíbrio e harmonia ad-vindos da prática do altruísmo. Por outro lado, Epicuro afiançava que felicidade seria reflexo da satisfação dos desejos carnais. O sábio Lao Tsé dizia que a fe-licidade poderia ser alcançada tendo como fonte a natureza. Porém, Confúcio acreditava na felicidade como resultado da harmonia entre as pessoas. Para Só-crates era impraticável alguém ser feliz se agisse contra suas próprias convicções.

“Conhece-te a ti mesmo”, pronunciava Sócrates, certificando que quem controla os instintos e extingue as coisas supér-fluas, basta a si mesmo, dependendo exclusivamente de sua razão para que alcance a felicidade. Dessa percepção de consciência íntima, o mestre de Platão e Xenofonte aprofundava a sua concepção

de felicidade, que não poderia vir de bens exteriores (dinheiro, por exemplo) e do corpo carnal, mas somente da alma, por-que esta é a essência do homem.

É absolutamente lógico que necessi-tamos do dinheiro para viver. A nossa vida material está sujeita ao dinheiro, portan-to necessitamos de recursos financeiros para dignificar nossa vida. Em verdade, o dinheiro é neutro – nem é bom, nem é mau em si. Utilizado para caridade, dinheiro é instrumento sublime. Porém, cobiçado, ou se dele fizermos mau uso, é instrumento de infelicidade. Sem o altruís-mo do desprendimento, “a fé se resume à adoração sem proveito; a esperança não passa de flor incapaz de frutescência, e a própria caridade se circunscreve a um jogo de palavras brilhantes, em torno do qual os nus e os famintos, os necessi-tados e os enfermos costumam parecer, pronunciando maldições”2.

Na parábola dos talentos, Jesus ex-põe que lucro, longe de ser mau, é o alvo de trabalho e investimentos. Ao mesmo tempo, nos ensina que o que se ganha deve ser usado para os propósitos do bem. Na metáfora, a condenação cai so-bre o homem que não aproveita sua opor-tunidade – dinheiro é para usar, não para esconder ou guardar. É como o sangue que precisa circular no organismo social. Se ficar estagnado, provoca a “trombose” na sociedade.

O espírito Emmanuel explica que o dinheiro “se faz dínamo do trabalho e da beneficência. Na base do dinheiro é que se fazem os aviões e os arranha-céus; no entanto, é igualmente com ele que se

Jorge Hessen - DF

20 Maio/agosto - 2013

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consegue o lençol para o doente desam-parado ou a xícara de leite para a criança desvalida”3. Ora, trocando o dinheiro pelo alimento destinado a acudir as vítimas da escassez ou “permutando-o pelo frasco de remédio para aliviar o doente estendi-do nos catres de ninguém, reconhecere-mos que o dinheiro também é de Deus”4.

Embora não seja fundamenta lmente a matriz da alegria ou da felicidade, re-conhecemos que o dinheiro pode ser o medicamento ao en-fermo, a comida aos desamparados, o teto aos desabrigados relegados ao frio da noite, o socorro si-lencioso ao peregrino sem lar. “Não nos esqueçamos de que Jesus abençoou o vintém da viúva, no tesouro público do Templo e, empregando o dinheiro para o bem, convertamo-lo em colaborador do Céu em todas as situações e dificuldades da Terra 5.”

Jamais pronunciemos que o dinheiro é instrumento do mal; muito pelo contrá-rio, pois o dinheiro é suor convertido em cifrão. É urgente que lhe apliquemos em-pregos nobres, lembrando que a moeda no bem faz prodígios de amor. Porém, vale refletir o preceito de Paulo: “tendo sustento e com o que nos cobrirmos, es-tejamos, com isso, contentes”6. Essa lição deve ser sempre ponderada quando nos faltam recursos financeiros. A circulação do dinheiro é uma condição importante para que a prosperidade apareça. Porém, raros são os indivíduos que mantêm uma relação equilibrada com o dinheiro, sem traumas, sem culpas, sem excessos de qualquer natureza.

Dinheiro e avareza não se deveriam misturar, pois os avarentos não gostam

de “meter a mão no bolso” e, quase sem-pre, deixam de colaborar, financeiramen-te, com as obras sociais. Há muitos con-frades espíritas, ativos participantes nos trabalhos das inúmeras instituições dou-trinárias espalhadas pelo Brasil que mu-dam de assunto tão logo o apelo que lhes são dirigidos implique na emissão de um

cheque ou na entrega de algumas cédulas para socorrer os mais necessitados.

Tais confrades escravizam-se na vocação da sovinice impenitente, recolhem o ouro do mundo para erigir com ele o túmu-

lo suntuoso em que se lhes sepultam a esperança e recebem a benção do amor para transformá-la na algema que os en-carceram, por vezes, no purgatório do sofrimento.

O dinheiro “nas garras da mesquinhez é metal enferrujado, suscitando a penúria, mas um vintém no serviço de Jesus pode converter-se em promissora sementeira de paz e felicidade7”. Entretanto, infeliz-mente há cristãos apresentando claros si-nais de uma vida confortável, portando-se como se não tivessem a mínima condição de ajudar o próximo através da doação do supérfluo de moedas que abarrotam suas contas bancárias. Nesse caso, o dinheiro estabelece vínculos profundos com a pró-pria infelicidade.

Referências:1 http://economia.terra.com.br/noticias

2 Xavier, Francisco Cândido. Dinheiro, dita-do pelo Espírito Emmanuel, SP: IDE, 1990.

3 Idem4 Idem5 Idem

6 I Timóteo 6:87 Xavier, Francisco Cândido. Dinheiro, dita-do pelo Espírito Emmanuel, SP: IDE, 1990.

21 Maio/agosto - 2013

22 Maio/agosto - 2013

Dissertações EspíritasO EXEMPLO É O MAIS PODEROSO AGENTE DE PROPAGAÇÃO

(...) O que vos recomendo, prin-cipalmente e antes de tudo, é a to-lerância, a afeição, a simpatia de uns para com os outros e também para com os incrédulos.

Quando vedes um cego na rua, o primeiro sentimento que se impõe é a compaixão. Que assim seja, também, para com os vossos ir-mãos cujos olhos estão velados pelas trevas da ignorância ou da incre-dulidade; lamentai-os, em vez de os censurar. Mostrai, por vossa do-çura, a vossa resignação em suportar os males desta vida, a vossa humildade em meio às satisfa-ções, vantagens e alegrias que Deus vos envia; mostrai que há em vós um princípio superior, uma alma obediente a uma lei, a uma verdade também superior: o Espiritismo.

As brochuras, os jornais, os li-vros, as publicações de toda sorte são meios poderosos de introduzir a luz por toda parte, mas o mais se-guro, o mais íntimo e o mais acessí-vel a todos é o exemplo na carida-de, a doçura e o amor.

Agradeço à Sociedade por ajudar os verdadeiros infortunados que lhe são indicados. Eis o bom Espiritis-mo, eis a verdadeira fraternidade. Ser irmãos: é ter os mesmos inte-resses, os mesmos pensamentos, o mesmo coração!

Espíritas, sois todos irmãos na mais santa acepção do termo. Pe-

dindo que vos ameis uns aos outros, não faço senão lembrar a divina pala-vra daquele que, há mil e oitocentos anos, trouxe à Terra pela primeira vez o gérmen da igualdade. Segui a sua lei: ela é a vossa; nada fiz do que

tornar mais palpáveis al-guns de seus ensinamen-tos. Obscuro operário daquele mestre, daquele Espírito superior emana-do da fonte de luz, refleti essa luz como o pirilam-po reflete a claridade de uma estrela. Mas a es-trela brilha nos céus e o pirilampo brilha na Terra,

nas trevas. Tal é a diferença.Continuai as tradições que vos

deixei ao partir.Que o mais perfeito acordo, a

maior simpatia e a mais singular ab-negação reinem no seio da Comis-são. Espero que ela saiba cumprir com honra, fidelidade e consciência o mandato que lhe é confiado.

Ah! quando todos os homens compreenderem o que encerram as palavras amor e caridade, não mais haverá na Terra soldados e inimigos; só haverá irmãos; não mais haverá olhares irritados e selvagens; só ha-verá frontes inclinadas para Deus!

Até logo, caros amigos, e ainda obrigado, em nome daquele que não esquece o copo d’água e o óbo-lo da viúva.

Allan Kardec, “Revista Espírita”, junho de 1869.

22 Maio/agosto - 2013

23 Maio/agosto - 2013

Chips substituem animais em laboratórioNos laboratórios da Merck & Co. em Boston, USA, cientistas estão

usando microchips projetados para se assemelhar a um pulmão doente, na busca para um novo tratamento para a asma. (...) Os EUA estão financiando projetos para repli-car diversos tecidos e órgãos com essa finalidade.

Se os esforços derem certo, basta lembrar que para validar uma nova droga apenas uma em 10.000 substâncias descobertas em laboratório acaba aprovada para utilização em pacientes. Ge-ralmente após mais de uma década de pesquisas e desenvolvimento, com gastos de milhões de dó-lares e o sacrifício de muitas vidas de animais, na maioria ratos. (Jornal Valor Econômico – 20/6/2013 – Jonathan D. Rockoff).

O caminho que se abre levará à interrupção, em futuro próximo, da utilização de animais em testes de laboratório.

A Humanidade tem se beneficiado dos animais ao longo de sua exis-tência, desde a alimentação até os experimentos em laboratórios, onde também são utilizados como testes de medicamentos. O passivo para com eles ainda é enorme. Com o avançar do conhecimento estamos nos afas-tando dessa dependência constrangedora, conferindo a eles, aos poucos, respeito, liberdade e dignidade.

Guardemos, sobre nosso relacionamento com os animais, a reflexão de Emmanuel em O CONSOLADOR (7.ª Ed. FEB, 1977 – item 79): “Con-siderando que os animais igualmente possuem, diante do tempo, um por-vir de fecundas realizações, através de numerosas experiências chegarão um dia ao chamado reino hominal, como, por nossa vez, alcançaremos no escoar dos milênios a situação de angelitude. A escala do progresso é sublime e infinita. No quadro exíguo dos vossos conhecimentos, busque-mos uma figura que nos convoque ao sentimento de solidariedade e de amor que deve imperar em todos os departamentos da natureza visível e invisível. O mineral é atração. O vegetal é sensação. O animal é instinto. O homem é razão. O anjo é divindade. Busquemos reconhecer a infinidade de laços que nos unem nos valores gradativos da evolução e ergamos em nosso íntimo o santuário eterno da fraternidade universal”.

Notícias comentadas

24 Maio/agosto - 2013

Egoísmo poderia ter extinto seres humanosA evolução não favorece as pessoas egoístas, segundo uma nova

pesquisa realizada por cientistas americanos. Ao contrário disso, o novo estudo afirma que ser cooperativo traz vantagens sobre o egoísmo.

Divulgado pela publicação científica Nature Communications, o es-tudo concluiu que se todos preferissem exercer ações egoístas os seres humanos poderiam ter sido extintos. (Site: g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/08/egoismo-poderia-ter-extinto-seres-humanos).

Em termos espirituais, a Lei de Progresso reflete em cada ser o acer-vo de suas obras, no entanto, as aquisições ocorrem nas relações em sociedade, regidas dentro do espírito da fraternidade universal de co-operação mútua. É verdade que não alcançamos esse estado ideal de vivência, mas caminhamos nessa direção, e andaremos mais rápido se internarmos as luminosas diretrizes do Evangelho de Jesus.

“O egoísmo, chaga da humanidade, tem que desaparecer da Terra, cujo progresso moral obsta. É, pois, o alvo para o qual todos os verdadei-ros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, em-pregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho, é o causador de todas as misérias do mundo terreno. É a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens. É a invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o cristianismo desempenhado por completo a sua missão.” (Emma-nuel em “O Evangelho segundo o Espiritismo” – Cap. XI – item 11)

Não existe espaço para o egoísmo na Lei Natural. Já nos advertia a Doutrina Espírita em 1864, há quase 150 anos. Agora, em 2013, a ciência, de modo relutante, está corroborando.

RespostasVerificação de conhecimentos doutrináriosPáginas 14 e 15

Q.1 - João / Q.2 - Veneranda / Q.3 - ao duplo etérico.Q.4 - Victor Hugo./ Q.5 - 500 anos / Q.6 - Psicometria

Q.7 - Allan Kardec / Q.8 - Auta de Souza.

25 Maio/agosto - 2013

Carta ao atual e futuroASSINANTE MANTENEDOR

Querido(a) irmão(ã),A Revista O ESPÍRITA, fundada em 3 de outubro de 1978, jamais

deixou de circular em seus 34 anos de existência.Sempre com dificuldades, levou para todo o Brasil a mensagem

consoladora do Espiritismo Cristão, com a pureza e a beleza propos-tas por nossos benfeitores sob a égide de Jesus Cristo.

Cabe colocar, que muitas casas espíritas carentes, mormente no interior, onde há enorme falta de material de divulgação, estão recebendo gratuitamente O ESPÍ-RITA. Por esta razão, solicitamos à sua nobre consciên-cia, que contribua com os valores sugeridos (R$ 20,00 - 1 ano de assinatura e R$ 35,00 - 2 anos de assinatura), ou mediante colaboração espontânea acima deste va-lor, para que possamos custear as três edições anuais da revista (abril/agosto/dezembro), as postagens dos exemplares que serão remetidos em seu nome e a distri-buição gratuita para centenas de instituições espíritas.

Ao enviar sua parcela de contribuição, você viabi-lizará a continuação deste trabalho e apoiará os edito-res, que lutam com denodo para manterem erguida a bandeira da Nova Fé, e que arcam com grande parte dos custos desta produção, sem nada receberem pelos serviços prestados.

Que não nos falte a sensibilidade espiritualizada, entendendo que a luta pela vitória do bem é da respon-sabilidade de todos.

Contribua com a divulgação da Doutrina Espírita.Assinatura pelo site: www.oespirita.com.br

ou preencha o formulário no verso.

26 Maio/agosto - 2013