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RET-SUS outubro de 2006 Editorial Cátia Guimarães Cátia Guimarães Cátia Guimarães Cátia Guimarães Cátia Guimarães Editora da Revista RET-SUS RET-SUS setembro de 2006 1 Apesar dos importantes avanços no sentido da regularização do vín- culo dos agentes comunitários de saúde estabelecidos pela Lei 11350 aprovada em 5 de outubro, conside- ramos fundamental a revisão dos requisitos de qualificação profissio- nal para o exercício da atividade de ACS. A manutenção da exigência somente da formação inicial não contempla as necessidades formativas inerentes à complexida- de do trabalho exercido por esses profissionais. Ao contrário, a quali- ficação técnica organizada em eta- pas formativas possibilita o ingres- so de todos os ACS num itinerário formativo e impulsiona a elevação de escolaridade, direito de cidada- nia de todo trabalhador. Devemos lembrar que a formação técnica é pauta do movimento organizado dos ACS, com o qual nos solidarizamos, por compreendermos que a luta pela qualificação profissional dos traba- lhadores do SUS é de todos – traba- lhadores, formadores e gestores. Márcia V Márcia V Márcia V Márcia V Márcia Valéria Morosini, aléria Morosini, aléria Morosini, aléria Morosini, aléria Morosini, Angélica F Angélica F Angélica F Angélica F Angélica Fonseca, Ana Lúcia onseca, Ana Lúcia onseca, Ana Lúcia onseca, Ana Lúcia onseca, Ana Lúcia Pontes, Gustavo Matta, ontes, Gustavo Matta, ontes, Gustavo Matta, ontes, Gustavo Matta, ontes, Gustavo Matta, Carlos Maurício Barreto e Carlos Maurício Barreto e Carlos Maurício Barreto e Carlos Maurício Barreto e Carlos Maurício Barreto e Carla Martins – Laborat/ Carla Martins – Laborat/ Carla Martins – Laborat/ Carla Martins – Laborat/ Carla Martins – Laborat/ EPSJV EPSJV EPSJV EPSJV EPSJV- F - F - F - F - Fiocruz iocruz iocruz iocruz iocruz Essa Revista é muito útil para aumentar o nosso conhecimento so- bre saúde. Sou agente comunitário de saúde de Mairiporã e agradeço por saber, através da Revista, um pouco mais sobre o trabalho dos ACS de outras localidades. Jose Camilo Bexiga Jose Camilo Bexiga Jose Camilo Bexiga Jose Camilo Bexiga Jose Camilo Bexiga Mairiporã – São Paulo Quando você receber esta revista, o Brasil deverá estar se preparando para ir às urnas eleger o Presidente da Re- pública. Como contribuição da Re- vista RET-SUS, você vai ler aqui dois textos produzidos pelos programas de governo dos candidatos, falando sobre educação, saúde e, mais especifica- mente, educação profissional em saú- de. Em relação à definição dos votos de cada um dos leitores, esta é uma Revista datada — porque, provavel- mente, já saberemos quem deverá su- bir as rampas do Planalto na noite do próprio dia 29 de outubro. Mas, por outro lado, esta Revista foi feita tam- bém para ser guardada e servir de ins- trumento de avaliação e acompanha- mento. Com toda essa correria, não deu tempo para tratar, nesta edição, da aprovação da Medida Provisória 297, que regulariza a situação dos vínculos dos ACS, sem modificações. A maté- ria ficou para a próxima edição, em- bora você vá encontrar aqui uma carta quentinha sobre esse assunto. Isso sem contar um monte de notícias so- bre as ETSUS de todo o Brasil.

Editorial - EPSJV | Fiocruz · 2017-12-06 · RET-SUS outubro de 2006 2 F oram dois importantes presen-tes quase ao mesmo tempo. No dia 25 de setembro, profissio-nais de saúde, professores,

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RET-SUS outubro de 2006

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Editorial

Cátia GuimarãesCátia GuimarãesCátia GuimarãesCátia GuimarãesCátia GuimarãesEditora da Revista RET-SUS

RET-SUS setembro de 2006

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Apesar dos importantes avançosno sentido da regularização do vín-culo dos agentes comunitários desaúde estabelecidos pela Lei 11350aprovada em 5 de outubro, conside-ramos fundamental a revisão dosrequisitos de qualificação profissio-nal para o exercício da atividade deACS. A manutenção da exigênciasomente da formação inicial nãocontempla as necessidadesformativas inerentes à complexida-de do trabalho exercido por essesprofissionais. Ao contrário, a quali-ficação técnica organizada em eta-pas formativas possibilita o ingres-so de todos os ACS num itinerárioformativo e impulsiona a elevaçãode escolaridade, direito de cidada-nia de todo trabalhador. Devemoslembrar que a formação técnica épauta do movimento organizado dosACS, com o qual nos solidarizamos,

por compreendermos que a luta pelaqualificação profissional dos traba-lhadores do SUS é de todos – traba-lhadores, formadores e gestores.

Márcia VMárcia VMárcia VMárcia VMárcia Valéria Morosini,aléria Morosini,aléria Morosini,aléria Morosini,aléria Morosini,Angélica FAngélica FAngélica FAngélica FAngélica Fonseca, Ana Lúciaonseca, Ana Lúciaonseca, Ana Lúciaonseca, Ana Lúciaonseca, Ana Lúcia

PPPPPontes, Gustavo Matta,ontes, Gustavo Matta,ontes, Gustavo Matta,ontes, Gustavo Matta,ontes, Gustavo Matta,Carlos Maurício Barreto eCarlos Maurício Barreto eCarlos Maurício Barreto eCarlos Maurício Barreto eCarlos Maurício Barreto eCarla Martins – Laborat/Carla Martins – Laborat/Carla Martins – Laborat/Carla Martins – Laborat/Carla Martins – Laborat/

EPSJVEPSJVEPSJVEPSJVEPSJV- F- F- F- F- Fiocruziocruziocruziocruziocruz

Essa Revista é muito útil paraaumentar o nosso conhecimento so-bre saúde. Sou agente comunitáriode saúde de Mairiporã e agradeçopor saber, através da Revista, umpouco mais sobre o trabalho dos ACSde outras localidades.

Jose Camilo BexigaJose Camilo BexigaJose Camilo BexigaJose Camilo BexigaJose Camilo BexigaMairiporã – São Paulo

Quando você receber esta revista,o Brasil deverá estar se preparando parair às urnas eleger o Presidente da Re-pública. Como contribuição da Re-vista RET-SUS, você vai ler aqui doistextos produzidos pelos programas degoverno dos candidatos, falando sobreeducação, saúde e, mais especifica-mente, educação profissional em saú-de. Em relação à definição dos votosde cada um dos leitores, esta é umaRevista datada — porque, provavel-mente, já saberemos quem deverá su-bir as rampas do Planalto na noite dopróprio dia 29 de outubro. Mas, poroutro lado, esta Revista foi feita tam-bém para ser guardada e servir de ins-trumento de avaliação e acompanha-mento.

Com toda essa correria, não deutempo para tratar, nesta edição, daaprovação da Medida Provisória 297,que regulariza a situação dos vínculosdos ACS, sem modificações. A maté-ria ficou para a próxima edição, em-bora você vá encontrar aqui uma cartaquentinha sobre esse assunto. Issosem contar um monte de notícias so-bre as ETSUS de todo o Brasil.

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Foram dois importantes presen-tes quase ao mesmo tempo. Nodia 25 de setembro, profissio-

nais de saúde, professores, alunos e al-guns nomes importantes da políticado Acre e do governo federal se encon-traram na cerimônia de inauguraçãoda nova sede da Escola Técnica emSaúde Maria Moreira da Rocha. Alémdas instalações novinhas em folha, aequipe tinha também outras coisas acomemorar: é que poucos meses an-tes, no início deste ano, a Escola pas-sou a ser administrada pelo Institutode Desenvolvimento da Educação Pro-fissional Dom Moacyr, uma autarquiaestadual ligada à Secretaria de Estadoda Educação, mas que garante auto-nomia administrativa, financeira epedagógica à Escola.

A placa de inauguração foi des-cerrada pelo governador do estado, Jor-ge Viana, que visitou todos os ambien-tes da nova Escola e foi o primeiro adiscursar. Participaram da cerimôniatambém o prefeito e o vice-prefeito deRio Branco, Raimundo Angelim e Fran-cisco Eduardo, a secretária estadual deeducação, Maria Corrêa, a coordena-dora de ações técnica em saúde, daSGTES/MS, Ena Galvão, a coordena-dora geral de políticas de educaçãoprofissional e tecnológica da Setec/MEC, Caetana Silva, dentre outras au-toridades das três esferas de governo edo controle social. As representantesdas Escolas na Comissão Geral de Co-ordenação e a Secretaria Técnica daRET-SUS estiveram presentes e, emnome da Rede, fizeram uma homena-gem à Coordenadora Geral da ETSUSAcre, Talita Lima. “Faz 26 anos queeu sonho com esse momento”, disseEna Galvão, que deu nome a um dospavimentos da Escola.

A presença do filho, dos netos ebisnetos de Maria Moreira da Rocha, aprimeira parteira qualificada no esta-

PerfilEducação Profissional em Saúdeganha novas instalações no Acre

Nova sede da Escola Técnica Maria Moreira da Rocha éinaugurada com recursos do Proep e do Profae

do do Acre, e que, por isso, dá nome àEscola, garantiram um dos momentosmais emocionantes do evento.

A Escola foi construída e equi-pada com recursos do Programa de Ex-pansão da Educação Profissional(Proep), do Ministério da Educação, edo Projeto de Profissionalização dosTrabalhadores da Área de Enfermagem(Profae), do Ministério da Saúde. Oresultado são salas de aula, laborató-rio de informática, biblioteca, labora-tórios odontológico, ginecológico e denutrição e muito mais — um conjuntode instalações que levou o governadora desafiar: “Não há, no estado do Acre,uma Escola privada como esta aqui,que é pública”, disse.

História de crescimento

A Escola que, no mês passado, abriusuas portas para comemorar as novasinstalações começou a formar auxilia-res de enfermagem em 1964. Em de-zembro de 2001, foi criada oficialmen-te como Escola Técnica em SaúdeMaria Moreira da Rocha, vinculada àSecretaria Estadual de Educação, emgestão compartilhada com a Secreta-ria Estadual de Saúde. Agora, em 2006,a Escola ganhou autonomia financeirae orçamentária — uma demanda deboa parte das Escolas da RET-SUS. Nocaso do Acre, a solução encontrada foivincular a ETSUS a um instituto, oDom Moacyr, que congrega todas asinstituições de educação profissionaldo estado. A variedade de cursos tam-

bém mudou: hoje, a Escola tem váriasturmas em andamento em cinco áreasprincipais: enfermagem, biodiagnós-tico, odontologia, saúde comunitáriae nutrição. “Desde que esta Escola foiinaugurada, há menos de seis anos,mais de 2 mil pessoas já receberamcapacitação e, até o final de 2006, ou-tras 2,5 mil devem ser formadas. Apartir de agora, o estado vai poder fa-zer ainda muito mais pelas pessoasque querem se profissionalizar”, disseIrailton de Lima, diretor-presidente doInstituto.

Talita Lima, coordenadora geral da ETSUS Acre

Turma do Curso Técnico em Higiene Dental

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CapaSaúde e Educaçãonas eleições 2006

Conheça as propostas do PT e do PSDB para a Educação na Saúde

O Brasil está dividido. Dois can-didatos, dois programas de go-verno, dois projetos de país.

Dois caminhos que a Saúde e aEducação podem seguir nos pró-ximos quatro anos. Como uma Re-de que propõe e implementa políti-cas públicas na área de formação emsaúde, a RET-SUS não poderia ficarfora desse debate. Por isso, convidamosas coordenações nacionais decampanha de Luiz Inácio Lula daSilva e Geraldo Alckmin a produziremum texto apresentando a visão de cadaum dos candidatos sobre as relaçõesentre Educação e Saúde, com pontosespecíficos sobre educação profissionalem saúde.

Além de ser um exercício decidadania, com o objetivo de ajudar osleitores a decidir o voto que vai es-colher o próximo dirigente destete país, esta matéria é tambémmais uma estratégia de fortale-cimento político da Rede deEscolas Técnicas do SUS. Sequeremos que a educação profissionalem saúde alcance um outro patamarde legitimidade; se queremos mostrarque 54% dos trabalhadores do SUS sãode nível auxiliar ou técnico e que, porisso, esse segmento precisa serreconhecido como política estratégicapara a melhoria do Sistema; sequeremos defender uma educação queforme pessoas plenas para cuidarem deseres humanos integrais; se queremos,por fim, garantir que saúde e educação,em qualquer nível, sejam direitos detodos os brasileiros — é precisopolitizar os debates e nos fazer ouvir.

Exatamente como aconteceagora, quando, de forma inédita, nummomento de disputa acirrada, as coor-denações de campanha dos candida-tos à Presidência da República voltam

a tomar conhecimento do que é a RET-SUS e de qual o seu papel, compreen-dem a educação profissional em saúdecomo uma pauta de discussão políticae dedicam-se a um texto sobre essetema.

A RET-SUS terá ainda outrosmomentos para discutir perspectivase estratégias políticas a partir do re-sultado das eleições nacionais e esta-duais, como, por exemplo, na sua 5ªReunião Geral, que acontecerá menosde um mês após o segundo turno. In-dependentemente de quem for o ven-cedor nessa disputa, a Rede saifortalecida.

Antes de partir para os textospropriamente ditos, é preciso esclare-cer as regras. A ‘encomenda’ dos textosfoi feita pela Revista RET-SUS pri-meiro por telefone e, em seguida, for-

malizada por e-mail para os comitêsdos dois candidatos exatamente nomesmo dia. Na mensagem, encami-nhada às duas campanhas simultane-amente, foi explicado o teor do texto eoferecido um espaço de até 8700caracteres para cada um. O prazo paraenvio também foi rigorosamente igual.Para deixar explícita a imparcialidadedesse processo, enviamos inclusive acapa da revista para apreciação e co-mentários das duas equipes.

O resultado, na íntegra, você vailer nas páginas seguintes. Quando re-ceber esta revista, provavelmente já es-taremos às vésperas do segundo turno.Tomara que, no dia 29 de outubro, aRevista RET-SUS também tenha con-tribuído para um processo eleitoralmais consciente e politizado.

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Ogoverno do presidenteLULA adotou medidasefetivas para modificar o

estado de precarização do trabalhoem saúde deixado por seuantecessor, em sua busca obsessivade implementar o estado mínimo,a privatização e a terceirização dosserviços públicos, inclusive os desaúde. Com a compreensão de quenão é possível fazer saúde univer-sal, integral, humanizada e de qua-lidade para a população, sem umapolítica que melhore a vida, a ci-dadania e o processo de trabalhodo conjunto dos trabalhadores doSUS, adotou medidas concretas,tais como a realização de concursospúblicos, o aumento de salários, amelhoria das condições de traba-lho, a negociação permanente en-tre o governo e os trabalhadores e,principalmente, criou possibilida-des reais de formação e educaçãopermanente na saúde.

Educação, saúde e trabalhosão bens públicos com traços emcomum e diferenciados em relaçãoaos outros setores. São elementosde coesão social para a construçãode uma nação cidadã, moderna edemocrática. Constituem-se nosdois elementos fundamentais paraa transformação da pirâmide dadesigualdade social, pois a mudan-ça só pode ser promovida por meio

nhecimento produzido coletiva-mente pelos movimentos sociaisorganizados dos usuários, trabalha-dores e gestores, pela academia,pelas conferências de saúde, peloConselho Nacional de Saúde e pac-tuadas nas instâncias de GestãoParticipativa do SUS. Segundo es-tas políticas, a formação deve con-siderar a realidade social, políticae cultural, bem como as necessida-des dos cidadãos, garantindo o res-peito às redes de significados dosfenômenos humanos, as situaçõessanitária e educacional e a diversi-dade regional brasileira.

O intenso e incessante mo-vimento de transformações tecno-lógicas e o acelerado ritmo de avan-ço do conhecimento científico quecaracterizam o atual mundoglobalizado transformaram as neces-sidades educacionais e os desafiosdo trabalho na área da saúde. Serportador de um diploma não é ga-rantia ao profissional de condiçõesde exercício da profissão ao longode toda a sua vida. Tantas e tãoprofundas são as mudanças técni-cas que os profissionais necessitambuscar continuamente reconstruirseu conhecimento e essa velocida-de de mudança tenderá a crescermais e mais. O compromisso dasinstituições de ensino superior res-trito ao período formativo inicial dagraduação, não mais satisfaz. Ascondições necessárias ao exercícioprofissional com qualidade e im-pacto positivo sobre a atenção à saú-de dependem do processo de edu-cação permanente dos trabalhado-res, construído a partir dos saberesnão apenas acadêmicos, mas gera-dos além dos muros universitários,no processo de trabalho, na redede saúde.

A política de educação per-manente em saúde foi organizadacom a criação de 96 Pólos de Edu-cação Permanente em todo o Bra-sil com investimentos de aproxima-damente 130 milhões, realizandoeventos que atenderam em tornode 40 mil trabalhadores.

Os eixos estruturantes des-

da educação, da saúde e com tra-balho.

Na perspectiva de formulare implementar uma política nacio-nal de desenvolvimento de açõesde educação para a saúde nas esco-las que considere os princípios doSUS e transforme a escola em es-paço de produção de saúde, foiinstituída a Câmara Intersetorial deEducação e Saúde¹ , com o objeti-vo de construir diretrizes para ori-entar a formulação da Política Na-cional, neste campo.

Para melhorar a qualidade dagestão dos serviços da saúde o atu-al Governo criou, em 2003, no âm-bito do Ministério da Saúde, a Se-cretaria de Gestão do Trabalho eda Educação na Saúde. Esta Secre-taria tem a missão de implementaras políticas de formação dos traba-lhadores integrada ao trabalho emsaúde e de propiciar a articulaçãocom o setor da educação, em cum-primento ao artigo 200 da Consti-tuição Federal, segundo o qual écompetência do SUS o ordena-mento da formação de recursoshumanos para a área da saúde.

Superando a desarticulaçãohistórica, entre a política de edu-cação e de saúde aprofundada nadécada de 90, o Governo Lula im-plantou uma Política Nacional deEducação Permanente em Saúde ²,do nível técnico até a pós-gradua-ção, para formar profissionais comperfil adequado para atender as ne-cessidades da população brasileira,estabelecendo cooperação técnicaentre o Ministério da Educação eda Saúde³ . A articulação entre es-ses dois ministérios possibilitouuma aproximação técnica eprogramática, com a preservação daidentidade e das competências decada instituição, gerando açõesintersetoriais que qualificam a for-mação acadêmica e a atenção à saú-de. Esse trabalho conjunto produ-ziu ainda, o processo de certi-ficação dos hospitais de ensino4.

As políticas de gestão do tra-balho e da educação na saúde5 fo-ram sistematizadas a partir do co-

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ta política são: a integração entreo ensino e o serviço e entre a uni-versidade e a rede pública de saú-de; os princípios e diretrizes doSUS; a democratização dos proces-sos de formação e educação perma-nente; a humanização da atençãoe da gestão; o respeito e a ética; ainversão do modelo de atenção me-dicalizante, médico-centrado ehospitalocêntrico; a atenção inte-gral com trabalho em equipe multi-disciplinar e intersetorial; as novasdiretrizes curriculares; e, a garan-tia de financiamento permanente.

O Programa de Reorientaçãoda Formação Profissional em Saú-de - Pró-Saúde6, implantado nes-te governo, que incentiva as uni-versidades a transformarem o seumodelo de formação para adequá-lo aos princípios do SUS e da polí-tica nacional de saúde, classificouna primeira etapa, 90 cursos de gra-duação de enfermagem, medicinae odontologia em todo Brasil, aten-dendo a 46 mil estudantes de gra-duação. Estão sendo investidos, em2006, aproximadamente 40 milhõesde reais com possibilidade de am-pliação progressiva para todos oscursos de graduação da área da saúde.

A Educação Profissional deNível Técnico teve destaque nes-te governo. As mesmas diretrizesque norteiam a formação acadêmi-ca em relação à criticidade, aosprincípios éticos, à humanização, àvalorização dos usuários e o respei-to aos seus saberes e necessidades,estão presentes, como orientaçõesàs escolas técnicas da Rede SUS edos serviços privados.

O Projeto de Profissiona-lização dos Trabalhadores da Áreade Enfermagem - PROFAE formou289.873 trabalhadores, com um in-vestimento de US$ 289.823.294,96.Além da formação dos trabalhado-res de nível técnico, formou cercade 15 mil professores, além de mo-dernizar as Escolas técnicas do SUS.O PROFAE ganhou reconhecimen-to internacional e está servindo demodelo para a formação na área dasaúde em países africanos. Foram

qualificados 6.417 trabalhadores naárea da odontologia sendo investi-do um total de R$ 20.269.487,94nas Escolas Técnicas do SUS de 11estados, no período de 2003/2006.Neste período a qualificação dosAgentes Comunitários de Saúdeestá sendo executada em 22 esta-dos, atendendo a 147.039 trabalha-dores, com investimento de R$113.281.200,00. Estas ações serãoampliadas no próximo mandato dopresidente LULA.

O Telesaúde está sendo de-senvolvido como uma açãoestruturante da educação na saú-de, no contexto da educação per-manente e da pós-graduação, paraapoiar o processo de capacitaçãodas equipes de atenção básica.Espera-se como resultado, aliado aoutras ações, oferecer condiçõesfavoráveis à fixação dos profissio-nais de saúde em localidades re-motas e de difícil acesso, na medi-da em que rompem seu isolamen-to a partir do estabelecimento decomunicação com os Núcleos deTelesaúde instalados em diversasuniversidades. O SUS arca com al-tos custos de tratamento fora dedomicílio (TFD). Além do custo,muitas vezes o estado grave do pa-ciente a ser transportado coloca emrisco a sua própria vida. A dificul-dade persistente de levar e fixarespecialistas a estes locais remotosé um desafio que pode ser enfren-tado estruturalmente peloTelesaúde. A maior resolubilidadee a redução de custos é garantidana medida em que a segunda opi-nião, por meio da teleconsulta,auxilia na resolução de problemasmais simples.

Estas ações, somadas àefetividade do SUS junto á popu-lação fizeram com que, em recen-te visita ao Brasil, o Dr. HalfdanMahler, diretor emérito da Orga-nização Mundial da Saúde eidealizador da Conferência Mun-dial de Alma Ata7, reafirmasse queo Sistema Único de Saúde brasi-leiro é a experiência de maior in-clusão social em curso no mundo,

e que está superando o conceitomercantilista da saúde como umbem de consumo individual, paratransformá-la em direito coletivo,resultado de políticas públicasintersetoriais e efetivas e, portan-to, avançando para o conceito dequalidade de vida e cidadania. Re-força a necessidade da presença doEstado com seu papel indutor, re-gulando, direcionando, controlan-do, monitorando e avaliando paraatingir a qualidade que todos al-mejamos.

Coordenação do PCoordenação do PCoordenação do PCoordenação do PCoordenação do Programa derograma derograma derograma derograma deGoverno - campanha Lula 2006Governo - campanha Lula 2006Governo - campanha Lula 2006Governo - campanha Lula 2006Governo - campanha Lula 2006

NotasNotasNotasNotasNotas1 Portaria Interministerial Nº 749 de 13de maio de 2006, retificada pela PortariaInterministerial Nº 1820, de 01 de agostode 2006.2 Portaria nº198/GM/MS de 13 defevereiro de 2004.

3 Portaria Interministerial MEC/MS nº2.118/2005.

4 Portarias Interministeriais MEC/MSde n º 1.000 de 15 de abril de 2004 e n º1.005 de 27 de maio de 2004.5 Resolução nº 330, do ConselhoNacional de Saúde, de 4 de novembrode 20036 Portaria Interministerial MS/MEC,n º2.101, de 3 de novembro de 2.005.7 Referência da Conferência de AlmaAta.

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OPPPPPrograma de Governorograma de Governorograma de Governorograma de Governorograma de GovernoGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – Pre-re-re-re-re-sidentesidentesidentesidentesidente, ao reconhecer o

significativo avanço ocorrido napolítica de saúde do Brasil com acriação do Sistema Único de Saú-de (SUS) pela Constituição de1988, explicita como objetivonorteador seu compromisso com oprocesso de consolidação deste sis-tema.

Embora os progressos doSUS já o qualifiquem como umadas mais importantes conquistas dasociedade brasileira na última dé-cada, há que se reconhecer que,enquanto política pública, ainda émuito recente, apresentando, por-tanto um conjunto de desafios aserem enfrentados pelos governos.

Parte desses desafios relaci-ona-se, sem dúvida, a questões re-lativas à gestão de recursos huma-nos em saúde.

O PPPPPrograma de Governorograma de Governorograma de Governorograma de Governorograma de GovernoGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – PGeraldo Alckmin – Presiden-residen-residen-residen-residen-tetetetete reconhece os profissionais desaúde como os principais respon-sáveis pela qualidade das ativida-des e dos serviços ofertados e comoatores fundamentais dos processosde mudança que se pretende im-primir ao sistema. Nesta perspec-tiva, explicita seu compromisso como aprimoramento dos processos de

organizativas. As políticas de C&Tna saúde deverão ser reforçadas eintegradas como instrumento estra-tégico da política de saúde, tantopara apoiar o alcance de objetivosde melhoria da qualidade de vidada população — com pesquisa quese não fizermos não serão feitas emoutros países — como para melho-rar o atendimento e reduzir custosdo sistema em geral.

Neste cenário e dado ao re-conhecimento já referido quantoa importância da participação dosprofissionais da saúde na consoli-dação do Sistema Único de Saúdeno Brasil, vimos finalmente reite-rar nosso compromisso com a qua-lificação permanente e com a valo-rização desses profissionais.

Propostas de Governo

Para assegurar a melhoria dascondições de saúde da populaçãoe aperfeiçoar o Sistema Único deSaúde, o plano de governo do can-didato Geraldo Alckmin prevê me-didas administrativas e legais,acompanhadas de uma série de pro-gramas e ações cuja eficácia já foicomprovada.

O Governo terá como me-tas a humanização do atendimen-to, a melhoria da qualidade e a di-minuição das filas e do tempo deespera para o atendimento, espe-cialmente para as consultasespecializadas e para os examescomplementares. Com vistas a ga-rantir e ampliar os recursos desti-nados ao financiamento das açõese serviços de saúde é que o Gover-no Alckmin vai trabalhar pela re-gulamentação da Emenda Consti-tucional Nº 29/2000. Serão toma-das ainda medidas para melhorar agestão diminuindo os desperdíci-os e, sobretudo, combatendo osdesvios de recursos.

O Governo Alckmin vai au-mentar, em todo o país, a distri-buição gratuita de medicamentos,

gestão do trabalho em saúde, o queinclui a formação e a educação per-manente desses profissionais. Paraisso se propõe a implementar umconjunto de políticas estratégicasno âmbito do SUS e do SistemaEducacional do país e estabelecermedidas que favoreçam a aproxi-mação dos organismos responsáveispela política de saúde e pela polí-tica de educação.

Sabe-se que o setor saúde,em dezembro de 2000, já empre-gava 2,6 milhões de pessoas atra-vés de vínculos formais1. Sabe-setambém que o SUS constitui-se nomaior empregador do setor.

No amplo contingente detrabalhadores formais do setor saú-de, podem ser destacados os traba-lhadores que desempenham ativi-dades de nível técnico, auxiliar eelementar compreendendo ocupa-ções/profissões distintas. Esses tra-balhadores, imprescindíveis ao sis-tema, requerem dos governantesações diferenciadas voltadas a:

····· Regulamentação de umconjunto de profissões já legitima-das em nossa sociedade:

····· Qualificação profissional eeducação permanente; e,

····· Regulação do trabalho e doexercício profissional.

A definição e o desenvolvi-mento dessas ações devem se cons-tituir em processos participativosque envolvam não só os organismosgestores do SUS e as instâncias dosistema educacional responsáveis,bem como as associações profissio-nais e a representação desses tra-balhadores.

Deve-se destacar ainda, oentendimento de que o setor saú-de no Brasil, e o SUS em particu-lar, vêm apresentando significati-vas mudanças no tocante não só aincorporação de novos conheci-mentos científicos e de novastecnologias, bem como ao amadu-recimento de suas praticas

RET-SUS nas eleições 2006 — PPPPPrograma Alckminrograma Alckminrograma Alckminrograma Alckminrograma Alckmin

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a exemplo do que ocorre em SãoPaulo, com o Programa Dose Cer-ta. Esse programa será executadocom a participação dos governosestaduais, prefeituras e entidadesda sociedade. E, para garantir aefetividade dessa política, vai for-talecer e ampliar o complexo pro-dutivo da saúde no Brasil, inves-tindo no desenvolvimento de umapolítica de ciência, tecnologia einovação e no fortalecimento daindústria farmacêutica nacional edos laboratórios farmacêuticos ofi-ciais. Ao mesmo tempo, serão im-plantados laboratórios públicospara a síntese de hemoderivados.

Alguns do programas do Go-verno Fernando Henrique que fo-ram abandonados na atual adminis-tração serão retomados. É o casodos mutirões na área de saúde, es-pecialmente os cirúrgicos, elimi-nando assim as filas de espera.Outra medida que será retomadaserá o incentivo e ampliação da pro-dução de medicamentos genéricos,como forma de reduzir o custo eaumentar o acesso da população amedicamentos.

O governo vai adotar aindapolíticas de saúde para segmentosespecíficos da população, como éo caso dos idosos e dos portadoresde deficiência. Vai implantar ain-da, em todo o País, o Programa In-tegral de Saúde da Mulher e daCriança. Será oferecido atendi-mento integral aos portadores dedeficiências, incluindo órteses epróteses e a possibilidade de cirur-gias corretivas. Além disso, o Go-verno vai assegurar integração dosportadores de deficiência com ou-tros setores, de modo a buscar areinserção familiar, social e no tra-balho.

Nesta atuação segmentadaserá dada ênfase também à preven-ção. Por isso é que serão ampliadosos programas de saúde para aten-ção à saúde de fumantes e será,inclusive, levado ao Congresso Na-cional um Projeto de Lei que des-tine para a saúde parte dos impos-tos sobre o fumo. O Governo

Alckmin vai promover campanhasde prevenção da saúde e controlede doenças, assim como de condi-ções de risco, como acidentes detrânsito e fumo.

Junto com as prefeituras, oGoverno vai estimular a criação deconsórcios municipais de saúde eampliar a rede de saneamento bá-sico do país. Outra medidainstitucional que será implantadaserá a criação das redes regionaisde serviços de saúde, incentivan-do a mudança do modeloassistencial, por meio da ampliaçãoe consolidação da atenção básica.

Os profissionais da saúdeterão, no Governo Alckmin, umplano de cargos, carreiras e salárioadequado. Essa decisão parte doprincípio de que a qualidade dosserviços oferecidos passa pelamelhoria das condições de traba-lho dos profissionais. E, para me-lhorar a qualificação dos profissio-nais, será estabelecido um progra-ma de educação permanente paraos servidores da saúde e de quali-ficação para os gestores. Serão cri-ados incentivos para médicos queaceitem se estabelecer em municí-pios e comunidades carentes.

O Governo Alckmin tambémvai atuar na área de Educação, Ci-ência e Tecnologia com vistas amodernização do Sistema Único deSaúde. Para tanto, vai aprimorar oensino técnico e universitário, deacordo com as necessidadesepidemiológicas da população e doSistema de Saúde. O OrçamentoGeral da União via destinar verbaaos pólos tecnológicos para pesqui-sa e desenvolvimento deerradicação de doenças típicas queainda causam altos índices de mor-talidade. Ao mesmo tempo, o Go-verno vai buscar apoio das empre-sas farmacêuticas para aumentar oinvestimento em pesquisa e desen-volvimento na área da saúde.

A garantia dos recursos finan-ceiros é fundamental para que oSistema Único de Saúde possa tor-nar efetivo seus programas, resul-tado na melhoria do atendimento

à população mais carente. Nestesentido, o Governo vai promover osaneamento financeiro das casas desaúde filantrópicas, seja pela cor-reção realista da tabela SUS sejapela criação de uma linha de cré-dito para permitir ao sistema recu-perar sua capacidade de trabalho.Também será atualizada a tabelaSUS, para os prestadores privadose filantrópicos, já que a rede pú-blica é custeada pelas três esferasde governo, com recursos necessá-rios ao cumprimento da EmendaConstitucional 29.

A regulamentação da Emen-da Constitucional 29 definirá asbases de financiamento mínimoestáveis para a Saúde e evitará osdesvios orçamentários. Mas ao mes-mo tempo, será buscada a eficiên-cia no gasto dos recursos. Daí por-que a aquisição de todos os medi-camentos e outros insumos seráfeita por meio do pregão eletrôni-co, de modo a dar total transparên-cia ao gasto do recurso público peloMinistério da Saúde.

Grupo Executivo do PGrupo Executivo do PGrupo Executivo do PGrupo Executivo do PGrupo Executivo do Programa derograma derograma derograma derograma deGoverno de Geraldo AlckminGoverno de Geraldo AlckminGoverno de Geraldo AlckminGoverno de Geraldo AlckminGoverno de Geraldo Alckmin

NotasNotasNotasNotasNotas1 MINISTÉRIO DO TRABALHO.Registros Administrativos da RelaçãoAnual de Informação Social. Brasília, Serie1990 a 2000

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Para que a saúde coletiva consi-ga romper barreiras sociais, eco-nômicas e políticas, como pro-

pôs o título do 8º Congresso Brasilei-ro de Saúde Coletiva e 11º CongressoMundial de Saúde Pública, realizadoem agosto deste ano, no Rio de Janei-ro, é preciso rever o processo deglobalização em curso. Essa foi a con-clusão a que chegaram algumas dasconferências e mesas-redondas maisassistidas, aplaudidas e comentadasdo evento. Na impossibilidade de fa-lar de tudo que aconteceu num en-contro que reuniu mais de 11 mil pes-soas, a Revista RET-SUS selecionoutrês falas que entusiasmaram o pú-blico de forma especial e, coerentescom o tema proposto, deram o tom docongresso: Paulo Buss, presidente daFundação Oswaldo Cruz e coordena-dor da Comissão Nacional deDeterminantes Sociais da Saúde;Sonia Fleury, pesquisadora da Funda-ção Getúlio Vargas e presidente doCentro Brasileiro de Estudos de Saú-de (Cebes); e Boaventura de SousaSantos, professor da Universidade deCoimbra, Portugal.

Pobreza

Com o título ‘Globalização,pobreza e saúde’, a conferência dePaulo Buss no Abrascão foi uma aulaque ajudou a compreender o que é aglobalizaçãoglobalizaçãoglobalizaçãoglobalizaçãoglobalização e que conseqüênciasou alternativas ela traz. Desigualda-de e falta de investimento nas ques-tões sociais são nomes genéricos parauma lista de problemas que, segundoo palestrante, impactam a vida de in-divíduos e populações. “Eles são ex-cluídos dos benefícios da globalizaçãoe ficam vulneráveis aos seus custos,ao mesmo tempo em que enfrentamsérias limitações quanto aos benefí-cios de políticas públicas no campoda saúde”, disse.

Apresentando gráficos com vá-rios indicadores, Paulo Buss mostrouque, além de viverem em piores con-dições sociais e sanitárias, os pobrestêm menos acesso aos serviços públi-cos, inclusive aos de saúde. “No Bra-

Geral

Saúde no mundo globalizado: indivEm sintonia, Paulo Buss, Sonia Fleury e Boaventura San

sil, meu país, como em muitas partesdo mundo, estudos revelam que amortalidade infantil está relaciona-da com a renda das famílias, o nívelde educação da mãe, as condições dodomicílio, o local em que vive e a si-tuação social da família da criança”,exemplificou.

Mas a conferência mostrouque também é preciso atentar para adesigualdade entre nações. Segundoos números apresentados, os paísesmenos desenvolvidos gastam em mé-dia US$ 11 (dólares americanos) percapita por ano em saúde, enquantonos países considerados como de ren-da média esse número sobe para US$241 e, nos de alta renda, US$ 2.000.“Esses dados nos mostram que aglobalização tem ampliado a pobre-za, a exclusão e as iniqüidades econô-micas e sociais. E tudo isso repercutepesadamente sobre a saúde de indi-víduos e da população como umtodo”, explicou.

Outro aviso dado na conferên-

cia foi que, se a situação que se viunos últimos cinco anos não mudar, amaioria dos países mais pobres domundo não vai alcançar sequer asmetas de redução da mortalidade in-fantil, que são parte dos Objetivos deDesenvolvimento do Milênio(ODM). Para que todos os ODM fos-sem cumpridos, segundo o pales-trante, bastaria que os países mais ri-cos investissem US$ 80 por habitan-te por ano em programas de auxílio.Mas as perspectivas não são as me-lhores, porque, embora tenha desta-cado a cooperação internacional comofundamental para mudar esse cená-rio, os números apresentados por Pau-lo Buss não são animadores. Primeiroporque, segundo ele, um estudo feitoem 2004 mostrou que o percentualde riqueza interna que os países maisabastados destinam as mais pobresfoi reduzido à metade nas últimasquatro décadas. Segundo, porque tudoindica que as prioridades são outras.“O gasto militar no mundo, em 2003,

A conferência proferida por Pau-lo Buss, presidente da FundaçãoOswaldo Cruz, tratou longamente dotema da Globalização. Na sua fala, eleapresentou algumas definições e, prin-cipalmente, listou as principais críti-cas que se faz a esse processo. Nestebox, preparamos um quadrinho com osprincipais pontos para você.

Globalização: “Processo econô-mico, social e cultural que se estabele-ceu nas duas três últimas décadas doséculo XX, cujas principais caracterís-ticas incluem, em escala nunca antesalcançada: Crescimento do comérciointernacional de bens, produtos e ser-viços; transnacionalização de mega-empresas; livre circulação de capitais;privatização da economia eminimização do papel dos governos edos Estados-nação; queda de barreirascomerciais protecionistas e regulaçãodo comércio internacional, segundo asregras da Organização Mundial do Co-mércio (OMC);

····· Facilidade de trânsito de pessoasentre os diversos países do mundo;

· Expansão das possibilidades de co-municação, pelo surgimento da chama-da sociedade da informação e da gran-de facilidade de contato entre as pes-soas devido ao aparecimento de diver-sos instrumentos e ferramentas, entreas quais a Internet”.

Principais críticas, segundo aComissão Mundial sobre as DimensõesSociais da Globalização (OIT, 2004)

····· “Globalização produz riquezas,mas não assegura uma distribuiçãoequitativa

· · · · · Desigualdades moralmente ina-ceitáveis e politicamente insustentá-veis

····· Regras globais ineqüitativas emcomércio e finanças

····· Assistência oficial para o desen-volvimento muito aquém dos compro-missos internacionais assumidos pelospaíses ricos

····· Falta de coerência política, demo-cracia, transparência e responsabilida-de do sistema multilateral”

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vidualismo e desigualdadentos dão o tom do Abrascão

foi de US$ 956 bilhões, dos quais ape-nas os Estados Unidos gastaram US$417 bilhões. Para alcançar plenamen-te os objetivos de desenvolvimento domilênio (ODM), seria necessário gas-tar não mais do que US$ 760 bilhõesnos próximos dez anos — menos, por-tanto, do que o mundo gasta com ar-mas em apenas um ano”, comparou.

Desigualdade

Desigualdade injusta foi onome que Sonia Fleury deu ao pro-cesso que caracteriza o mundo atual,durante a conferência ‘Proteção soci-al e saúde em um mundo globalizado’.Injusta porque poderia ser superadacom os recursos tecnológicos de quese dispõe hoje. Mas a pesquisadoraencontrou uma definição que consi-dera ainda pior: segundo ela, os tem-pos da globalização produziram a ex-clusão. “Excluído é aquele que nãopertence à esfera pública, é o outro,que ameaça e, por isso, é segregadoou exterminado”, explicou.

A desigualdade é o primeirodesafio para a mudança social tam-bém na opinião de Boaventura deSousa Santos, que participou da mesa-redonda ‘Espaço e democracia:impasses em um mundo globalizado’.“Vivemos em sociedades politica-mente democráticas mas socialmen-te fascistas por causa da desigualda-de”, disse. Mas logo no segundo lugardesse ranking de problemas a seremenfrentados pelas democracias atuaisestá, segundo ele, a questão da dife-rença. “Hoje queremos ser iguais, mastambém queremos ser diferentes”,disse. E exemplificou: “Evo Moralesé a afirmação da diversidade culturalque entra na democracia e, com isso,complexifica tudo”.

Para Boaventura, a desigualda-de interfere, inclusive, na capacida-de das pessoas de serem mais ou me-nos atuantes. Porque, segundo ele, aparticipação democrática depende detrês condições: ter a garantia de so-brevivência, de segurança e de infor-mação. “Quem não tem segurança não

é livre e quem come hoje mas não sabese vai comer amanhã não participado processo democrático”, explicou.Mas quem tem tudo isso, na opiniãodo palestrante, não pode ficar isento.“É preciso distinguir objetividade eneutralidade. Temos que ser objeti-vos, mas sabendo de que ladoestamos”, aconselhou.

O mundo do ‘eu’ sem ‘nós’

O individualismo foi aponta-do por Sônia Fleury como um dos gran-des vilões dessa história recente queatende pelo nome de globalização.Utilizando a expressão do sociólogoRobert Castell, ela disse que vivemosna era do ‘individualismo negativo’.“Cada um quer apenas ter o seu pró-prio seguro. Perdemos a noção de co-letivo e, com isso, os desejos indivi-duais passaram a se impor sobre anorma social”, explicou. E deu umaviso: “Ir contra esse processo signi-fica travar uma luta ideológica”.

Nessa sociedade de indivídu-os de que falou Sonia Fleury, a idéiade proteção social perde força. Primei-ro porque individualizamos cada vezmais os riscos e a própria idéia de pro-teção — para os pobres, políticas quereconhecem, no máximo, a famíliacomo um coletivo; e, para as classesmédia e alta, seguros individuais, fei-tos para quem pode pagar. Segundoporque o trabalho, eixo em torno doqual a proteção social fazia sentido,deixou de ser central. Por fim, porquea proteção social dependia tambémde uma autoridade pública que, hoje,de acordo com ela, está subordinadaà iniciativa privada. Não é por acasoque impera uma sensação deirrelevância da política: na opinião daconferencista, como é a economia quepauta os governos, todos eles, de es-querda ou de direita, acabam ficandomuito parecidos. Outra conseqüênciadesse processo é o que BoaventuraSantos chamou de ‘alternância semalternativa’. “Antes os governos ten-tavam administrar por consenso paramostrar que uma alternativa era me-lhor do que a outra. Hoje, sem alter-

nativas, governa-se por resignação”,analisou.

Sonia identifica, na AméricaLatina, sinais de reação a esse cená-rio. Segundo ela, o continente estáretomando a noção de povo, em subs-tituição a outros coletivos, como aclasse operária. “Por um lado, isso ébom porque mostra que a sociedadeencontra seus meios de se manifes-tar. Mas, por outro, abre caminhos parao clientelismo e o nascimento de ‘sal-vadores da pátria’, em vez de atorespolíticos”, opinou. Lançando mão deum trocadilho, ela disse que os valo-res cínicos acabam substituindo osvalores cívicos. E chamou todos à res-ponsabilidade: “Também participada deterioração da ética pública, porexemplo, quem não cumpre o horáriode trabalho sob o argumento de quelhe pagam pouco”.

A palestrante colocou o dedona ferida também do Sistema Únicode Saúde (SUS), ao fazer uma análisedas reformas sanitárias na AméricaLatina. Segundo ela, embora seja pú-blico e universal, o sistema brasilei-ro, com recursos insuficientes e baseoperacional dependente do setor pri-vado, também acaba se tornandodualizado. “A classe média vai para ainiciativa privada. O resto da popula-ção tem acesso universal, mas commuitas dificuldades”, disse. E umcaminho para reverter esse quadro é,na opinião da palestrante, a reapro-ximação com os movimentos sociais.“Mas para isso não podemos achar quea Reforma Sanitária deve discutirapenas gestão e financiamento. Essaé a agenda da burocracia. Temos quedebater questões como o aborto, porexemplo”, defendeu.

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Aconteceu nas ETSUS

ETSUS do Mato Grosso do Sul formatodos os ACS do estado

No dia 18 de outubro, a EscolaTécnica do SUS Profª Ena AraújoGalvão, do Mato Grosso do Sul, cum-priu a primeira parte de sua missão comos Agentes Comunitários de Saúde doestado. Os 3.345 agentes comunitáriosreceberam o diploma da formação ini-cial e continuada de ACS – o primeiromódulo da formação técnica – na sole-nidade batizada como ‘O dia do Agen-te Comunitário de Saúde’.

Na parte da manhã, o eventocontou com a presença da presidenteda Confederação Nacional dos ACS,Teresa Ramos, que realizou a palestra‘Formação e Trabalho dos Agentes Co-munitários de Saúde’. À tarde, osformandos apresentaram espetáculosde teatro e música, que tinham comotema o conteúdo aprendido em sala deaula. O Coral Anjos da Saúde, formadospor ACS do município de Campo Gran-de, encerrou as comemorações.

Fhemig apresenta trabalho noVII Congresso Nacional da Rede Unida

O trabalho ‘Avaliação da Quali-ficação dos Profissionais de Enferma-gem de Nível Médio Ofertado pela Es-cola de Formação Profissional daFhemig’ foi apresentado na sessão depôster do VII Congresso Nacional daRede Unida, realizado entre os dias 15e 18 de julho. A Escola mostrou o resul-tado da pesquisa de egressos, realizadade 2001 a 2003, dez anos depois dotérmino do curso. “Nós fomos a únicaEscola Técnica a participar do evento.E nossa apresentação foi muito bem re-cebida pelo público, que fez várias per-

guntas sobre nosso método de forma-ção profissional”, conta Sandra Mira-mar, diretora da Fhemig.

Na pesquisa, ex-alunos e seusatuais chefes avaliaram a formação ofe-recida pela Escola como bem sucedi-da. Os egressos, auxiliares de enferma-gem, também manifestaram a vonta-de de continuar os estudos e freqüentaro curso técnico de enfermagem. “Fica-mos muito felizes por termos sido ava-liados de forma positiva pelos nossosex-alunos e por suas chefias diretas”,comemora a diretora.

ETSUS Rio Grande do Norte cria Conselho Escolar

O Centro de Formação Pessoalpara os Serviços de Saúde Dr. Manuelda Costa Souza (Cefope), no Rio Gran-de do Norte, avançou mais um passona construção das práticasparticipativas ao definir democratica-mente a criação do seu Conselho Esco-lar. Alunos, docentes, funcionários, di-retores da escola, um representante daCoordenadoria de Recursos Humanosda Secretaria de Estado de Saúde Pú-blica (Sesap) e convidados de outrasinstâncias do controle social participa-ram do processo de discussão que re-sultou na elaboração da versão prelimi-nar do Estatuto do Conselho e definiua eleição dos conselheiros para o dia 31de outubro de 2006.

O Conselho Escolar é um fórumdeliberativo, consultivo, normativo efiscalizador que tem como principais

finalidades zelar pelo cumprimento dagestão democrática da escola, estimu-lar a criação de recursos e mecanismoseficientes capazes de permitir a implan-tação de novas concepções pedagógi-cas e administrativas sugeridas no co-letivo da escola e empenhar-se na lutapela valorização da escola pública e dosprofissionais da educação e da saúde.Será composto por 12 membros titula-res e respectivos suplentes, sendo 50%de representantes dos alunos, um pro-fessor e um servidor do Cefope, um re-presentante do Sindicato Representa-tivo dos Trabalhadores de Saúde do RioGrande do Norte, um representante dadireção da Escola, um representante doConselho de Secretários Municipais deSaúde do Rio Grande do Norte e umrepresentante da Coordenadoria deRecursos Humanos da Sesap.

Aniversário daETSUS Blumenau

A equipe da Escola Técnica deSaúde de Blumenau e os alunos do Cur-so de Formação Inicial de ACS divul-garam os 50 anos da instituição no des-file em comemoração à fundação da ci-dade, no dia 2 de setembro.

EFOS oferece capacitaçãopara servidores do SUS

A Escola de Formação em Saú-de de Santa Catarina (EFOS), em par-ceria com o Serviço Nacional de Apren-dizagem Comercial (Senac), ofereceu,no mês de setembro, um curso decapacitação em manuseio de carnespara os servidores de nutrição e dietéticadas unidades da Secretaria de Estadoda Saúde. O objetivo é ensinar procedi-mentos de segurança no preparo de ali-mentos de origem animal.

Até dezembro, a EFOS tambémrealiza a Capacitação Introdutória paraos servidores recém-empossados da Se-cretaria de Estado da Saúde. No curso,eles terão aulas sobre temas como rela-cionamento, ética e comunicação, es-trutura organizacional, função pública,direitos e deveres, atribuições de car-gos, Secretaria de Estado de Saúde eSistema Único de Saúde.

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ETSUS Roraima recebeverba para o THD

O Ministério da Saúde (MS) e aSecretaria de Estado da Saúde (Sesau)aprovaram, em agosto deste ano, o fi-nanciamento integral para a implanta-ção de seis turmas do Curso Técnicoem Higiene Dental na Escola Técnicade Saúde do SUS em Boa vista,Roraima, no início de 2007. O cursoformará 200 Auxiliares de ConsultórioDentário (ACD) do estado em Técni-cos de Higiene Dental. “É um financi-amento de um milhão de reais. Jáestamos elaborando o material didáti-co e discutindo a capacitação pedagó-gica dos docentes e a elaboração doedital para a seleção desses profissio-nais”, contou Patrícia Ludmila deMelo, Diretora Geral da escola. O cur-so terá três módulos, com um total de1200 horas de teoria e 600 de aulas prá-ticas, conforme exigência do ConselhoEstadual de Educação de Roraima(CEE/RR), que determina um míni-mo de 50% da carga horária teórica docurso para a realização de estágio.

ETSUS Blumenau capacita profissionais de Saúde Bucal

A Escola Técnica de Saúde deBlumenau, em parceria com a Gerên-cia de Saúde Bucal e com o Setor deCapacitação da Secretaria Municipalde Saúde, ofereceu, do dia 23 de maioa 28 de setembro, capacitações na áreade Saúde Bucal para cirurgiões-den-tistas (CD), auxiliares de consultóriodentário (ACD) e técnicos em higie-ne dental (THD). Segundo Kátia Bra-sil, uma das coordenadoras dacapacitação, a ETSUS fez uma pes-quisa com os profissionais do muni-cípio para saber quais temas seriamrelevantes. Dentre os assuntos esco-lhidos estão Tumores e Neoplasias daCavidade Oral, Saúde Bucal da Cri-ança e da Gestante – oferecido paratodos os profissionais – e Abscesso

Periapical, apenas para os cirurgiõesdentistas, que também são professo-res da Escola. Participam do curso, 78CDs, 73 ACDs e 28 THDs.

Aproveitando a Semana daSaúde Bucal, entre os dias 23 e 27 deoutubro, os profissionais que fizerama capacitação da ETSUS vão dar pa-lestras em escolas públicas munici-pais sobre os temas abordados duran-te a capacitação. “Cada profissionalvai passar seu conhecimento nas re-giões onde trabalha”, conta Kátia Bra-sil. Segundo ela, a Escola já se prepa-ra para oferecer mais um tema pedi-do pelos trabalhadores. “No início doano que vem vamos oferecer o cursoRelações Interpessoais”, informa a co-ordenadora.

EFOS faz capacitação pedagógica parafacilitadores do curso de AIS

A capacitação pedagógica paraos facilitadores do Curso de EducaçãoBásica para os Agentes Indígenas deSaúde (AIS), da Escola de Formaçãoem Saúde de Santa Catarina (EFOS),foi realizada entre os dias 14 e 18 deagosto, em parceria com a FundaçãoNacional de Saúde (Funasa). Segundoa direção da Escola, o curso atingiu oobjetivo inicial de troca de experiênci-

as e qualificação de novos profissionaisde saúde.

Nas aulas, houve discussões so-bre os aspectos que norteiam as açõesda Funasa e da EFOS para a saúde in-dígena. Além disso, foram abordados te-mas como antropologia e saúde, proces-so ensino-aprendizagem na meto-dologia problematizadora, o subsistemada saúde indígena e o Humanizasus.

Aula inaugural de Técnicosem Enfermagem da Fhemig

A aula inaugural da nova turmado Curso Técnico de Enfermagem daFhemig aconteceu no dia 7 de agosto,no auditório do Instituto Raul Soares,com a presença de mais de 40 alunosde diversas unidades da Escola. Na ce-rimônia, os estudantes receberam asboas vindas da diretora da Fhemig,Sandra Miramar, do coordenador docurso, Alexandre Duarte Toledo, e dasprofessoras Bárbara Dias Giaquinto eRosilene Miranda Veloso. O diretor deensino e pesquisa da Escola, CristianoCanêdo, palestrou sobre ‘A construçãodo Sistema Único de Saúde no Brasil’.O material didático foi entregue aosalunos no dia 9 de agosto.

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ETSUS Amazonas terminaCurso de ACD

Os 250 alunos do Curso Auxili-ar de Consultório Dentário da Escolade Formação Profissional EnfermeiraSanitarista Francisca Saavedra, noAmazonas, concluíram, no dia 20 desetembro, 11 meses de aulas teóricas.A parte prática do curso acontecerá nospróximos dois meses. Na etapa inicial,os alunos puderam escolher entre trêsturnos de aulas: manhã, tarde e noite.Ao longo do curso foram desenvolvidostrabalhos sobre temas como o ‘Dia deCombate ao Fumo’ e a ‘Campanha daCidadania’.

ACD participa da ‘Campanha da Cidadania’

ETSUS Mato Grosso faz aula inaugural doCurso de Agente Comunitário de Saúde

No dia 11 de setembro, a Esco-la de Saúde Pública de Mato Grossorealizou em Cuiabá, por meio daCoordenadoria Técnica de Formaçãoem Saúde, a aula inaugural do curso deQualificação dos Agentes Comunitári-os de Saúde, ministrada por Teresa Ra-mos, presidente da Confederação Na-cional dos ACS. A palestrante falou so-bre os direitos e deveres da categoriafrente à equipe da saúde, além de citara importância da Emenda Constituci-onal nº 51 e da Lei nº 10.507/2002para a profissão.

Estiveram presentes no evento,realizado no Centro de Educação eTecnologia do Senai, a Coordenadorada Gestão do Trabalho e da Educaçãona Saúde do Ministério da Saúde e Co-ordenadora Geral da Rede de EscolasTécnicas do SUS (RET-SUS), Ena deAraújo Galvão, o Secretário Adjunto deGestão Sistêmica da Secretaria de Es-tado de Saúde de Mato Grosso, CarlosAlberto Capistrano de Pinho, o Diretor

geral da ESP/MT, Amaro Pedro de Mo-rais, a Coordenadora da Formação Téc-nica da ESP/MT, Eliete Saragiotto, oSecretário Municipal de Saúde deCuiabá, Olete Ventura, além de outrasautoridades locais.

O Escritório Regional de Saúdeda Baixada Cuiabana conta tambémcom 14 turmas descentralizadas,totalizando 766 ACS. Espera–se, até ofinal deste ano, iniciar a formação de2.600 ACS em todo o estado. A qualifi-cação tem como slogan ‘Humanizandoe integrando o Agente Comunitário deSaúde na atenção básica’. De acordocom Eliete Saragiotto, coordenadora deFormação Técnica em Saúde da Esco-la, o curso é importante para a melhoriadas equipes do Programa Saúde da Fa-mília. “Após a capacitação, esperamosque o ACS tenha se transformado emum profissional crítico e que possa cadavez mais contribuir para a promoção àsaúde e elevar a qualidade de vida daspessoas atendidas”, diz.

Feira de Saúde na ETISNos dias 19 e 20 de outubro,

das 14 às 17 horas, a Escola de Forma-ção Técnica em Saúde EnfermeiraIzabel dos Santos (ETIS), no Rio deJaneiro, promoverá uma Feira de Saú-de. No primeiro dia do evento, haveráconferências e apresentação de traba-lhos dos professores da Escola. No se-gundo, 16 tendas com atendimento desaúde e atividades de arte estarão aber-tas à população.

ETSUS Roraima abrenovas turmas de ACS

Até fevereiro de 2007, a EscolaTécnica de Saúde do SUS em Roraimaterá formado os 618 Agentes Comuni-tários de Saúde do estado. As últimasturmas da formação inicial começaramno mês de outubro nos municípios deAmajarí, Pacaraima, Uiramutã, Bonfim,Normandia e Rorainópolis e atenderão115 ACS.

ETSUS Roraima finaliza curso de especialização

No dia 27 de outubro, a EscolaTécnica de Saúde do SUS em Roraimaterminará o Curso de Especialização emEnfermagem Obstétrica, oferecido emparceria com a Universidade Federal doAmazonas (UFAM) e com a Secretaria

de Estado de Saúde (Sesau). Serão for-mados 30 enfermeiros, entre professo-res da Escola, funcionários dos hospi-tais do SUS e integrantes do Programade Saúde da Família dos 15 municípi-os do estado.

Aconteceu nas ETSUS

ERRAMOS

Na página 14 da edição de jul/ago de 2006, nós dissemos na nota‘ETSUS Rondônia faz capacitações einicia turmas de ACS’ que a Prefeiturada cidade cedeu docentes e recursos fi-nanceiros. Na verdade, a Prefeitura ce-deu apenas profissionais para compor oquadro docente da Escola.

Na página 8 da edição de se-tembro de 2006, na nota ‘Fhemig de-senha nova missão institucional’, que-remos acrescentar que participaram daOficina de Trabalho realizada para aelaboração da nova missão da Escola, a

coordenadora geral de ações técnica emeducação na saúde do DEGES/SGTES/MS, Ena Galvão, a assessora de gestãoestratégica da Secretaria de Saúde, DrªMárcia Faria Moraes Silva, a assessorada presidência da Fhemig, o diretor daDirepe, a diretora da Escola, o Conse-lho Municipal e a Associação dos Tra-balhadores da Fhemig. No evento, EnaGalvão também fez uma exposição so-bre a metodologia-ensino e serviço e re-forçou a importância da Escola para oMinistério da Saúde.