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Volume 2, Edição 2 Março de 2011 ÓRGÃO INFORMATIVO DA COORDENAÇÃO DE ECONOMIA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA—FEST REGISTRO DO INTERCÂMBIO CULTURAL DOS ALUNOS DE ECONOMIA DA FEST EM ASSUNCIÓN - PY 07/01/11 A 15/01/11 O ECONOMISTA EDITORIAL NESTA EDIÇÃO Registro do Intercâmbio Cul- tural dos alunos de Economi- a da FEST em Assunción - PY: 07/ 01/11 a 15/01/11. Prof. Maia; Aprender a Aprender: Desa- fio da Prática Docente. Prof. Claudio Marcos; Existe uma Taxa de Câmbio Ideal? Prof. Fernando Babilô- Editor: Francisco Lima Soares Diagramação :Lyvia Mayra Ferreira de Melo e Luciléia Lima Freire Equipe de apoio: Alberto Sérgio Maia da Silva, Kleber Alberto Lopes de Sousa, Luciane Heig e Ducilene Melo. Como em qualquer mercado competitivo, o mercado cambial é regido pela lei da oferta e da procura. A oferta e a procura de divisas es- tão imbricados no comércio internacional, especialmente nas modalidades de bens e serviços. As exportações de bens e serviços de um país conduzem geralmente à venda de moeda estrangeira necessária para a compra de moeda daquela nação. CONSELHO EDITORIAL MsC. Roza Maria Soares da Silva MsC. Francisco Lima Soares Esp. Kleber Alberto L. de Sousa Foto: José Bispo Momento de participação no curso de Planejamento Estratégico utilizando o Balanced Scorecard – professor facilitador: Dr. Orlando Perez – local: Univer- sidade Autónoma de Asunción -UAA – dias: 10, 11 e 12 de janeiro de 2011. Registro da apresentação de tarefas Momento da entrega do certificado de participação no Curso de Planejamento. Foto: Maia Foto: Maia Foto: Maia

EDITORIAL REGISTRO DO INTERCÂMBIO CULTURAL DOS ALUNOS DE ... · Existe uma Taxa de Câmbio Ideal? Prof. Fernando Babilô-s e o. o Como em qualquer mercado ... venda de moeda estrangeira

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Volume 2, Edição 2 Março de 2011

ÓRGÃO INFORMATIVO DA COORDENAÇÃO DE ECONOMIA DA FACULDADE DE EDUCAÇÃO SANTA TEREZINHA—FEST

REGISTRO DO INTERCÂMBIO CULTURAL DOS ALUNOS DE ECONOMIA DA FEST EM

ASSUNCIÓN - PY 07/01/11 A 15/01/11

O ECONOMISTA

EDITORIAL

NESTA EDIÇÃO

Registro do Intercâmbio Cul-tural dos alunos de Economi-a da FEST em Assunción - PY: 07/ 01/11 a 15/01/11. Prof. Maia;

Aprender a Aprender: Desa-fio da Prática Docente. Prof. Claudio Marcos;

Existe uma Taxa de Câmbio Ideal? Prof. Fernando Babilô-

Editor: Francisco Lima Soares

Diagramação :Lyvia Mayra Ferreira de Melo e Luciléia Lima Freire

Equipe de apoio: Alberto Sérgio Maia da Silva, Kleber Alberto Lopes

de Sousa, Luciane Heig e Ducilene Melo.

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Como em qualquer mercado competitivo, o mercado cambial é regido pela lei da oferta e da procura. A oferta e a procura de divisas es-tão imbricados no comércio internacional, especialmente nas modalidades de bens e serviços. As exportações de bens e serviços de um país conduzem geralmente à venda de moeda estrangeira necessária para a compra de moeda daquela nação.

CONSELHO EDITORIAL

MsC. Roza Maria Soares da Silva

MsC. Francisco Lima Soares

Esp. Kleber Alberto L. de Sousa

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Momento de participação no curso de Planejamento Estratégico utilizando o Balanced Scorecard – professor facilitador: Dr. Orlando Perez – local: Univer-sidade Autónoma de Asunción -UAA – dias: 10, 11 e 12 de janeiro de 2011.

Registro da apresentação de tarefas Momento da entrega do certificado de participação no Curso de Planejamento.

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Professor Miguel (UAA) na entrega dos certificados. Alunos da FEST, Vice - Reitor da UAA e Professor Maia.

Entrada principal da UAA - Assunción.

Área da Aduana (Alfândega)-PY

Alunos em visita a Aduana (Alfândega) do Paraguai, re-cebidos pela coordenação da Aduana (Alfândega) em Asunción. (– 14/01/11.

Nota do professor Maia aos alunos do Curso de Economia da FEST que

participaram do Intercâm-bio:

Meus cumprimentos pela boa impressão lá deixada e parabéns pelo exemplar com-portamento.

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“A metodologia envolve os procedi-mentos que devem ser adotados pelo professor para alcan-çar os objetivos, que geralmente são identi-ficados com a apren-dizagem dos alunos [...] procura esclarecer o professor acerca da elaboração de planos

de ensino, formulação de objetivos, seleção de conteúdos, escolhas de estratégias de ensino e instrumento de avalia-ção de aprendizagem” (GIL, 2006, p.21).

A linha didático-pedagógica a ser seguida pelo curso de Ciências Econômicas da FEST, concentra-se numa prática interdisciplinar, daí a necessidade de articulação teoria-prática, do trabalho coletivo e da perspectiva investigativa no processo de formação crítica do egresso, assim como a incorporação de referências teóricas que entendam a for-mação do acadêmico enquanto profissional reflexivo num processo interativo das dimensões: pessoal, profissional e organizacional.

A prática Docente requer uma formação que pressu-põe a construção de competências e habilidades que per-mitam ao professor interagir em sua prática específica sem perder a visão da totalidade, orientado por princípios hu-manísticos, éticos e culturais, centrado num processo de formação continuada.

O Curso de Ciências Econômicas da FEST está voltado

para os problemas regionais, inseridos no contexto nacional e internacional, e se desenvolve por meios não apenas de atividades em sala de aula, mas por discussões amplas, democráticas e participativas com sua comunidade acadêmica, na troca de informações e nas experiências vivenciadas em debates, palestras, seminários e cursos.

Trabalhar uma boa metodologia no Curso de Ciên-cias Econômicas requer pensar e conhecer o perfil do futuro economista como um ser que venha ter conheci-mentos técnicos e desenvolvimento intelectual sólido em sua área, bem como ser capaz de proporcionar mudanças na comunidade na qual está inserido, cons-ciente de seus direitos e deveres, capaz de ser solidá-rio e saber dialogar com profissionais de outras áreas e de participar, com competência e responsabilidade do processo de integração e de desenvolvimento social, político e econômico do Brasil.

Nesta metodologia de ensino é realizado o desen-volvimento das atividades pedagógicas constando ava-liações formais periódicas, realização de seminários, trabalhos individuais e em grupo pesquisas, uso de pequenos vídeos, uso de revistas, argüições, leituras complementares obrigatórias, debates, mesa redonda e uso das tecnologias que auxiliam o ensino-aprendizagem, sempre tendo em vista o desenvolvi-mento das habilidades e dos saberes voltados para a intervenção consciente na realidade regional.

Aprender a Aprender: Desafio da Prática Docente

Por Claudio Marcos Sousa Moraes

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Professor do Curso de Ciências Econômicas da FEST, mestrando em Gestão Empresarial.

Existe uma taxa de câmbio ideal?

Em Economia, certezas absolutas são temerosas, tais certezas podem induzir ao erro , seja na tomada de decisões empresariais ou mesmo na formulação de uma política pública. A Ciência Econômica encontra-se na área das Ciências Sociais Aplica-das e não na área de Ciências Exa-tas como alguns imaginam, embora a matemática seja uma importante ferramenta nas análises econômi-cas. Portanto, não há certezas abso-lutas em Economia, já que a socie-dade está em constante desenvolvi-mento e o que era válido ontem po-de não ser mais hoje. Diante disso

so um debate persistente tem ocorri-do nos meios, acadêmico, empresa-rial e, porque não, governamental em nosso país: Qual a taxa de câm-bio ideal? A resposta para tal per-gunta não é tão simples, pois envol-ve uma série de interesses como os dos exportadores, importadores, governo e por fim, da população. Com a implementação do Plano Real em 1994, o governo adotou o regime de câmbio fixo, onde é o governo quem define a paridade Real/Dólar e a garante .Tal regime teve como vantagem uma maior previsibilidade para os agentes eco-nômicos. Em contrapartida, exige * Por Fernando Babilônia

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volumes de reservas cambiais, que serão necessárias no caso de algum ataque especulativo.

No período que vai de meados de 1994 ao início de 1999 houve uma forte apreciação cambial, que era entendida pelos gestores da época como necessária tanto para a estabilização monetária, como para promover maior competitividade da indústria nacional, que seria atingida através de uma renovação do par-que industrial, com a importação de maquinário moderno. Também, nes-te período, o país sofreu várias ten-tativas de ataque especulativo o que fez com que os gestores da política monetária criassem um regime de câmbio híbrido, chamado de “banda cambial” (grifo meu), onde fora da “banda” o regime de câmbio era fixo e dentro da “banda” (grifo meu) era flutuante. Tal tentativa não obteve grande sucesso e no início de 1999 o governo não encontrou outra alter-nativa e foi obrigado a mudar o regi-me de câmbio brasileiro.

Desde então, o regime de câm-bio que prevalece no Brasil é o de câmbio flutuante ou flexível, onde o que determina a paridade Real/Dólar é a velha lei da oferta e da procura. Neste regime, o governo se isenta de controlar ou de definir uma pari-dade Real/Dólar, é o próprio merca-do que se encarrega de tal tarefa. A principal vantagem neste regime é que o governo não é obrigado a manter a qualquer custo uma dada taxa de câmbio. Por outro lado, os agentes econômicos perdem a previ-sibilidade que o regime de câmbio fixo proporciona.

O Brasil nos últimos dois anos tem sofrido, mais do que outros paí-ses, uma forte apreciação cambial. Isso se deve ao aumento de nossas exportações, a uma das mais altas taxas de juros do mundo e ao bom momento que a economia brasileira se encontra. Todos esses fatores fazem com que entrem mais Dólares no país e com isso se gasta cada

vez menos Reais para comprar-los, “Lei da oferta e demanda”. Tal movi-mento tem algumas conseqüências em nossa economia, uma conse-qüência direta esta relacionada com nossa balança comercial, que diante de uma valorização do Real, tende a reduzir o superávit, já que exporta-mos menos e importamos mais.

Retomando o tema inicial deste artigo, fica então a pergunta: qual a taxa de câmbio ideal? Sob a ótica dos importadores quanto mais valori-zada, melhor, pois terão que desem-bolsar menos Reais para adquirir os produtos para comercializarem inter-namente ou para produzir novos produtos. Já sob a ótica do governo também é interessante ter uma moe-da levemente valorizada, pois com isso tem-se um maior controle da inflação e fornece à sociedade uma sensação de que a sua moeda tem grande poder de compra e isso, prin-cipalmente em ano eleitoral tem grande relevância. Para a população em geral, uma moeda valorizada possibilita um maior acesso ao con-sumo o que tem grande importância. Restam então os exportadores, e estes não estão nem um pouco satis-feitos com a atual taxa de câmbio, pois estão vendendo cada vez me-nos. Uma moeda valorizada reduz a competitividade de nossos exporta-dores e com isso eles perdem espa-ço no mercado internacional, onde a competição é feroz.

Em um regime de câmbio flutu-ante, portanto, não é obrigatória a definição de uma taxa de câmbio ideal, o que irá definir tal taxa é o mercado, ou pelo menos deveria ser. Mesmo com as seguidas reduções da Taxa Selic ( A Taxa Referencial SELIC, é uma taxa de Juros fixada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil que remunera os investidores no negócio de compra e venda dos títu-los públicos), o Brasil ainda possui uma das taxas de juros mais altas do mundo o que continua tornando nos-

so país muito atrativo para os investi-dores internacionais.Outro fator, por mais estranho que isso possa pare-cer , é que o Bras i l es tá “pagando” (grifo meu) o preço do sucesso, ou seja, após a recente crise econômica internacional o país que mais se destacou pelo pouco efeito da mencionada crise foi o Bra-sil e com isso se tornou uma exce-lente opção de direcionamento de capitais. Aliado a isso se tem o tão sonhado “grau de investimento”(grifo meu) que o país conseguiu neste ano, o que possibilita um leque bem maior de investidores em território nacional.

Resta aos exportadores a bus-ca por uma maior redução dos seus custos, ganhos de escala, pois só assim conseguirão maior competitivi-dade, já que a expectativa futura em relação à moeda nacional é de mais valorização, por tudo que já mencio-namos. No entanto, não cabe só aos exportadores a busca pela redução de seus custos, o governo tem papel fundamental em tal processo, redu-zindo o “custo Brasil” que onera a competitividade dos exportadores. O governo deveria atuar onde realmen-te pode influenciar diretamente, infra-estrutura adequada para exportação e tributos, assim os exportadores teriam efetivamente como competir com o restante do mundo. Com a redução de tal custo os exportadores não ficariam reféns de uma taxa de câmbio, a qual o governo mesmo se quisesse não teria como controlar no longo prazo, e poderiam ser efetiva-mente mais competitivos no mercado internacional e gerar mais empregos e renda em território nacional.

Existe uma taxa de câmbio ideal?

*Professor da FEST do Curso de Eco-nomia, Especialista em Finanças e Planejamento Empresarial.