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Vol. XX • N° 356 • Montreal, 22 de setembro de 2016 8042 boul. St-Michel Satellite - Écran géant - Événements sportifs Ouvert de 6 AM à 10 PM 37 37 376-2652 Cont. na pág. 2 Aristides S. Mendes: Homenagem com muita emoção e lágrimas • Leia texto na pág. 6 Rui Costa: A vitória ali tão perto... • Artigo na pág. 15 Editorial A cultura da mentira Por Carlos DE JESUS A história é como o pêndulo dum relógio. Cada geração tem de passar pelas mesmas asneiras que passaram as preceden- tes. E assim a história avança com saltos e recuos, como um vai e vem pendular inexo- rável. O que caracterizou o século passado foi o discurso nacionalista de ódio ao es- trangeiro que descambou, como todos sa- bemos, na Segunda Guerra Mundial. Quan- do vemos agora os comícios populares dos partidos da direita xenófoba da Europa ou da América de Donald Trump, a seme- lhança com as manifestações organizadas pelo partido nazi de Adolfo Hitler nos anos trinta assemelha-se de modo aterra- dor. E dizer que, segundo as últimas sonda- gens, Donald Trump tem vindo a ganhar terreno e já há pouca gente a pensar na vi- tória garantida de Hillary Clinton. Só de pensar que aquele palhaço, desonesto, ego- cêntrico, mentiroso, megalómano, vai estar com o dedo em cima do botão nuclear é de nos fazer gelar o sangue nas veias. Não pensem que há exagero nesta hi- pótese. Se o lançamento de uma ogiva nu- clear de tipo estratégico, sobre os países do médio oriente hostis à América de Trump, como aconteceu em Hiroxima e Nagasaki, parece improvável devido ao sis- tema de “checks and balances” que limita o poder presidencial, a verdade é que o exér- cito americano conta desde há muitos anos, desde a Guerra Fria, com um arsenal de outras ogivas de menor raio de ação que o presidente pode impor aos generais sem 10 ANOS PASSARAM... MAS ANASTÁSIA DE SOUSA CONTINUA NA MEMÓRIA DE TODOS Por Norberto AGUIAR COLÉGIO DAWSON – O crime aconteceu há 10 anos! Um ato tresloucado de um jovem homem, de nome Kimveer Gill, que lançou o pânico entre os estudantes e professores do Colégio Dawson, de que resultou a morte de Anastásia de Sousa, uma jovem estudante de origem portuguesa, e 16 feridos. Felizmente que a pronta intervenção da polícia acabou por evi- tar massacre maior... Leia artigo na página 11 RTP em Montreal - O presidente da RTP, Gonçalo Reis, esteve em Montreal para participar no congresso das Rádios Pú- blicas Internacionais. Na mesma oca- sião, o presidente da RTP reuniu-se com a Média da cidade para lhes dar conta de que neste momento se trabalha para que os canais RTP3 e RTP-Açores che- guem ao Canadá. Artigo na página 5. Foto LusoPresse. Foto LusoPresse.

Editorial Vol. XX - lusopresse.comlusopresse.com/2016/356/Jornal.pdf · Felizmente que a pronta intervenção da polícia acabou por evi-tar massacre maior... Leia artigo na página

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Vol. XX • N° 356 • Montreal, 22 de setembro de 2016

8042 boul. St-MichelSatellite - Écran géant - Événements sportifs

Ouvert de 6 AM à 10 PM

3737376-2652

Cont. na pág. 2

Aristides S. Mendes:Homenagemcom muita emoção e lágrimas• Leia texto na pág. 6

Rui Costa:A vitória ali tão perto...• Artigo na pág. 15

Editorial

A cultura da mentira• Por Carlos DE JESUS

A história é como o pêndulo dumrelógio. Cada geração tem de passar pelasmesmas asneiras que passaram as preceden-tes. E assim a história avança com saltos erecuos, como um vai e vem pendular inexo-rável.

O que caracterizou o século passadofoi o discurso nacionalista de ódio ao es-trangeiro que descambou, como todos sa-bemos, na Segunda Guerra Mundial. Quan-do vemos agora os comícios popularesdos partidos da direita xenófoba da Europaou da América de Donald Trump, a seme-lhança com as manifestações organizadaspelo partido nazi de Adolfo Hitler nosanos trinta assemelha-se de modo aterra-dor.

E dizer que, segundo as últimas sonda-gens, Donald Trump tem vindo a ganharterreno e já há pouca gente a pensar na vi-tória garantida de Hillary Clinton. Só depensar que aquele palhaço, desonesto, ego-cêntrico, mentiroso, megalómano, vai estarcom o dedo em cima do botão nuclear é denos fazer gelar o sangue nas veias.

Não pensem que há exagero nesta hi-pótese. Se o lançamento de uma ogiva nu-clear de tipo estratégico, sobre os paísesdo médio oriente hostis à América deTrump, como aconteceu em Hiroxima eNagasaki, parece improvável devido ao sis-tema de “checks and balances” que limitao poder presidencial, a verdade é que o exér-cito americano conta desde há muitosanos, desde a Guerra Fria, com um arsenalde outras ogivas de menor raio de ação queo presidente pode impor aos generais sem

10 ANOS PASSARAM...MAS ANASTÁSIA DE SOUSA CONTINUA NA MEMÓRIA DE TODOS

• Por Norberto AGUIAR

COLÉGIO DAWSON – O crime aconteceu há 10 anos! Umato tresloucado de um jovem homem, de nome Kimveer Gill, que lançou opânico entre os estudantes e professores do Colégio Dawson, de que resultoua morte de Anastásia de Sousa, uma jovem estudante de origem portuguesa,e 16 feridos. Felizmente que a pronta intervenção da polícia acabou por evi-tar massacre maior... Leia artigo na página 11

RTP em Montreal - O presidente da RTP,Gonçalo Reis, esteve em Montreal paraparticipar no congresso das Rádios Pú-blicas Internacionais. Na mesma oca-sião, o presidente da RTP reuniu-se coma Média da cidade para lhes dar contade que neste momento se trabalha paraque os canais RTP3 e RTP-Açores che-guem ao Canadá. Artigo na página 5.

Foto LusoPresse.

Foto

Lus

oPre

sse.

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Se viajarpara os Açores...

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Paulo DuarteSEDE:Largo de S. João, 189500-106 Ponta DelgadaTel.: 296 282 899Fax: 296 282 064Telem.: 962 810 646Email: [email protected]ÇORES

Trapalhadas de verão• Por Osvaldo Cabral

Se está a ler estacrónica, parabéns!

É um sobreviventedas festas de verão queinundaram as ilhas, comdireito a prolongamen-to por causa do piveteeleitoral.

precisar da aprovação do Congresso.Este tipo de armas nucleares ditas táticas

é exatamente o mesmo que os israelitas se pro-punham a lançar a mão para atacar os centrosde produção nuclear do Irão se não tivesse si-do o acordo sobre o programa nuclear aprova-do por Barack Obama.

Donald Trump, não se enleia em princí-pios éticos, em moral, em humanismo. DonaldTrump odeia tudo e todos os que não são bran-cos como ele, e que não nasceram na pátria dotio Sam.

Tendo em conta que mais de 50 porcentodos americanos não votam nas eleições, mui-tos deles por não terem confiança no sistemaque, como é largamente sabido, está deverascorrompido pelo dinheiro dos grandes interes-ses económicos, Donald Trump aparece comoo outsider, o que não está vendido nem ao es-tablishement nem ao capital. Ele próprio oafirma. Não sou um homem político. Os políti-cos são todos mentirosos. Todos estão vendi-dos aos interesses de Wall Street. Eu sou inde-pendente de fortuna. Não vou governar paracontentar as grandes empresas, mas sim paracontentar a classe média que nunca tem vozna matéria.

E é assim, com meias verdades e mesmomentiras grosseiras, sempre a afagar o bompovo no sentido do pelo, que Donald Trumpconsegue encher estádios com milhares e mi-lhares de adeptos devotos que gritam pelo mu-ro, pela expulsão dos emigrantes, pelo contro-lo dos muçulmanos, pelo ódio ao primeiropresidente negro dos Estados Unidos. A úl-tima bujarda dele foi de declarar que o ExércitoIslâmico tinha sido uma criação de BarackObama!

Este populismo justifica-se em grande par-te pelo cinismo das próprias elites que desde-nham o povo, e pelas classes jornalísticas quevivem enfeudadas ao grande capital e que nãofazem senão o jogo dos interesses que lhespagam os salários chorudos para embobina-rem os que lhes prestam atenção.

É essa classe de eleitores que aclama Do-nald Trump como um salvador, aquele que vaitrazer de volta o prestígio da América – MakeAmerica Great Again – que se informa quaseexclusivamente nas estações da Fox News, amenos credível de todas as televisões, mas aque consegue bater records de popularidadeutilizando as mesmas táticas do candidato repu-blicano, reconfortando os auditórios nos seuspreconceitos xenófobos, acreditando que Do-nald Trump vai construir um muro a separaros Estados Unidos do México com o dinheirodos mexicanos (sic), que ele como presidentevai impor uma taxa de 35% sobre as importa-ções chinesas, que vai repatriar (resic) as in-dústrias que se foram instalar no estrangeiropara beneficiar da mão de obra mais barata.

O que é mais desesperante ainda é vermosa classe jornalística que devia combater firme-mente esta cultura da mentira, falsamente pro-tegida pelo clamado equilíbrio de tratamentoentre os candidatos, deixa passar estas falsida-des com uma soberba indiferença, acreditandoque os eleitores, na boca das urnas, saberãodistinguir o falso do verdadeiro.

É caso para duvidarmos, atendendo à fe-bril excitação com que milhões de eleitores ju-raram fidelidade a este perigoso demagogo.

Mesmo com eleições à porta, nunca ti-vemos um verão tão calmo, tão sonolento,tão macambúzio, tão tonto.

Não fossem as trapalhadas veraneantesem solo da metrópole, numa geringonça qua-se a pegar fogo, e teríamos umas afamadastréguas de verão para políticos que deviamestar de calções.

Mas foi neste verão que se promoveu omaior mistério da política nacional.

Afinal quando chega o diabo?!Eu já apostei que ele chega na noite de

16 de outubro e vai entrar por uma conhe-cida porta da Rua Conselheiro Bettencourt...

•••Esta história da renovação das listas por

percentagens é uma grande falácia.Duarte Freitas, por exemplo, vangloria-

se por renovar a lista de S. Miguel em 80%.É pouco.O seu inimigo de estimação, Artur Lima,

foi muito mais longe com a lista do CDSpor S. Miguel: renovou-a em 100%!

•••O candidato a deputado às eleições de

16 de outubro, Sérgio Ávila, diz quequer ”revitalizar a economia da Terceira e con-solidar o emprego”.

O esforçado candidato terceirense deviaperguntar ao Vice-Presidente do GovernoRegional o que andou a fazer nestes últimos20 anos...

•••Faz agora 21 anos que o PSD-Açores

triturou 6 líderes.É praticamente um por legislatura.Se a tradição é para se cumprir, não é

novidade o que vai acontecer a seguir a 16 deoutubro.

•••A chamada “silly season”, como se sa-

be, afeta toda a gente.Mas há políticos com uma capacidade

de reinvenção, para aparecer nas notícias deverão, que ninguém imaginaria noutra estaçãodo ano.

Um deles, eurodeputado, até se lembroude publicitar uma visita a um cozinheiro paraelogiar o peixe que confecionou num concur-so de culinária.

É cada prato... •••

Outro político, mais astuto nesta es-tação, foi a Lisboa meter uma cunha aoseu colega do governo central para quea União Europeia tenha mais condescen-dência com as pescas dos Açores.

O engodo não resultou.Veremos se tem melhor isca para 16

de outubro. •••

Os heróis deste verão foram os rapa-zes da embaixada do Iraque.

Surpreendente como ainda não fo-ram condecorados por Marcelo...

•••Foi notícia, entre as altas temperatu-

ras da época, que um médico terá abusadosexualmente de doentes no Hospital dePonta Delgada.

Não surpreende.O Hospital do Divino é um fenóme-

no em matéria de sexo.Não foi lá que, na anterior legislatu-

ra, um administrador se rebolou numaenfermaria e o inquérito deu em nada?

Coisas do Espírito Santo... •••

O caso da Caixa Geral de Depósitosfoi a nossa telenovela venezuelana de ve-rão.

Administradores para lá, outros paracá, e de 19 vieram só 11.

Para rebaixar ainda mais a CGD e oMinistro das Finanças, o BCE mandoutrês deles para a escola, fazer um curso degestão bancária.

Engraçado como o Bloco de Es-querda reagiu: completamente bloqueado.

•••Eu acho bem que vão para a escola.Os nossos deputados regionais

também deviam ir.Quatro anos depois e 40 milhões

de gastos depois, que foi o que custou oparlamento nesta legislatura, ainda dei-xaram trabalhos de casa por fazer.

No meu tempo de escola, íamos pa-ra a varanda com umas orelhas de burro...

•••Finalmente, esta história maravi-

lhosa cozinhada em pleno verão por umditoso Secretário de Estado, que é o au-mento do IMI para quem tem casa expos-ta ao sol.

Uma delícia.Pobre ilha de Santa Maria, a ilha do

sol...

IGREJA BAPTISTA PORTUGUESADomingos às 15H00 – Pregação do Evangelho6297 Ave. Monkland, (NDG) Montreal

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EDITORIAL...Cont. da pág 1

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Página 322 de setembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Página 422 de setembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

FICHE TÉCHNIQUE

LusoPresseLe journal de la Lusophonie

SIÈGE SOCIAL6475, rue Salois - AuteuilLaval, H7H 1G7 - Québec, CanadaTéls.: (450) 628-0125 (450) 622-0134 (514) 835-7199Courriel: [email protected] Web: www.lusopresse.com

Editor: Norberto AGUIARAdministradora: Anália NARCISOContabilidade: Petra AGUIARPrimeiros Diretores:• Pedro Felizardo NEVES• José Vieira ARRUDA• Norberto AGUIAR

Diretor: Carlos de JesusCf. de Redação: Norberto AguiarAdjunto/Redação: Jules NadeauConceção e Infografia: N. Aguiar

Escrevem nesta edição:

• Norberto Aguiar• Carlos de Jesus• Carlos Taveira• Osvaldo Cabral• Vitória Faria• Luciana Graça• Daniel Bastos

Revisora de textos: Vitória Faria

Societé canadienne des postes-Envois depublica-tions canadiennes-Numéro deconvention 1058924Dépôt légal Bibliothèque Nationale du Québec etBibliothèque Nationale du Canada.Port de retour garanti.

LusaQ TVProdutor Executivo:• Norberto AGUIARContatos: 514.835-7199

450.628-0125Programação:• Segunda-feira: 21h00 às 22h00• Sábado: 11h00 ao meio-dia(Ver informações: páginas 3 e 16)

Dra. Carla Grilo, d.d.s.

Escritório1095, rue Legendre est, Montréal (Québec)Tél.: (514) 385-Dent - Fax: (514) 385-4020

Clínica Dentária Christophe-Colomb

Dentista

Era uma vez aos 15 anos...

Onde se fala duma vertigem de adolescente• Por Carlos TAVEIRA

Estive hoje a dar uma volta pelas redessociais e, digo isto sem ironia, há por lá muitagente que me fascina, pessoas que tudo sabem:a toda pergunta respondem; à mínima dúvidaesclarecem; a qualquer imprecisão corrigem. Al-guns pontificam certezas e distribuem genero-samente conselhos pródigos mesmo a quemnão lhos pede. Admiro-lhes a indubitabilidadeporque sou o inverso: questiono-me, duvido,equivoco-me numa eterna insegurança alimen-tada por uma inocência crónica. Contudo, essavoltinha pelo mundo virtual fez-me lembrarque não fui sempre assim, trazendo-me à me-mória um episódio triste que marcou a minhaadolescência. Tinha então quinze anos.

Quinze aninhos...Idade fronteira entre duas estações da vida,

delimitada por borbulhas na cara, buço ao can-to do lábio e outras irrupções hormonais, co-mo sólidas certezas e muito pouca modéstia.Bom... E idiotices também, confesso-te queme vêm ao espírito algumas das quais não mesinto particularmente orgulhoso, por isso soutolerante em relação à miudagem que hoje asexibe (as idiotices) com jactância despudorada.Evito sobretudo aquele famoso «no meu tem-po é que era», porque havia coisas que nessetempo não eram tanto assim. Tu também játiveste quinze anos, não tiveste? Muita águacorreu sob as pontes do Catumbela desde en-tão... E digo Catumbela porque foi o primeirorio que vi serpentear: na cidadezinha bonitinhaonde nasci não havia correntes de água, apenasmangais, vasta baía profunda e um mar a perder-se pelo horizonte curvo. E muito sol por cimadaquilo tudo...

Aos quinze aninhos era lá que mo-rava.

Já me barbeava, recebia frascos de afters-have e água de colónia como presentes, perfu-mando o meu bronzeado charme tropical. Éque sou caucasiano (forma politicamente cor-reta de dizer branco), não sei se já to confiei. Eentre a gente de tez clara, como eu, há funda-mentalmente dois tipos de indivíduos: os quebronzeiam a pele e os outros que ficam verme-lhos como pimentões durante um certo tempoaté voltarem ao branco pálido que os carateri-za. Alguns caucasianos até apresentam pinti-nhas que o sol assanha, adoráveis quando derra-madas num corpo de mulher. Quanto a mim,bronzeio felizmente. Naquela altura dos meusquinze anos, para lá de moreno retinto, eramagrinho, tinha cabelos pretos de azeviche,olhos castanhos que o sol esverdeava, umabarba precoce e um ventre chato que morreu,deixando-me profundas saudades. Tratava-sedum terreno fértil onde se ocultavam as se-mentes venenosas duma mansa arrogância quefelizmente não chegou a germinar completa-mente. E se ficaram estéreis, como as que ven-dem as dez companhias do agro-negócio quedominam 75% do negócio mundial das semen-tes, foi graças a um evento traumático que umdia me abalou, atingia eu o cume da adoles-cência.Conto-te...

Nesse dia fazia um sol bonito quando saíde casa depois de ter tomado um duche copioso,lambuzado as axilas de desodorizante, enchar-cado as bochechas magras de loção aftershavee borrifado os dois pêlos do peito com jactosnutridos de água-de-colónia. Ia conscienciosa-mente penteado, vestindo jeans ajustadas, cami-sa moderna com bolsos bem definidos, enfiadanas calças. Cinto largo com fivela prateada, re-lógio de pulso e sapatos de bico fino. Sem li-vro sentia-me despido, consequentemente ar-mei-me com o Papillon de Henri Charrière, éobra volumosa, fazia boa figura.

Assim que cheguei à paragem, duas rapa-rigas da minha idade, que já lá estavam, mira-ram-me com espanto e sorriram, fazendo nas-cer um sol novo que me incendiou por dentro.Nos autocarros da cidadezinha bonitinha ondenasci havia fiscais dos dois sexos, e o que veiopicar-me o passe era uma jovem mulher bonita,escura, alta, elegante, grave, cujos olhos melan-cólicos me miraram com interesse, produzindoalgo que nunca nela tinha visto: um sorriso!Sorriso triste, é verdade, todavia inquietante,recolhido junto ao sol que esbraseava o meupeito esquálido.

Dei-me então conta que a meu lado caval-gava um dos mais respeitados guias espirituaislusitanos: o saudoso marquês de Marialva.Considerando com aprovação a minha démar-che de sedutor, escoltou-me pelos caminhosfloridos do conquistador por onde eu ia bafe-jando eflúvios de perfumes embebidos em dis-plicente indolência.

Houve a menina da livraria onde fui com-prar cadernos que me sorriu de maneira inabi-tual; houve um grupinho de raparigas adoles-centes em circunvolução ao redor do mercadoque me trespassou com olhares viciosos emãos nas bocas, ocultando risinhos cúmplices;houve algumas outras, desgarradas, nas quais,atento como um predador faminto, discerniauma mudança de atitude, um relâmpago lascivonas pupilas. Já o marquês andava trotando ameu lado há algum tempo quando de nós seacercou o espírito de Dom Juan, ansioso porcomigo acamaradar. Mas assim que uma loiri-nha bonitinha não se conteve ao encarar-secomigo, e se iluminou radiante como um céuda estação das chuvas, Casanova juntou-se ànossa súcia de matadores que já me consideravacomo o portador da chama da sedução queoutrora tão alto tinham levantado.

Poupo-vos a descrição minuciosa de ou-tras manifestações contidas de júbilo a que seentregava o género feminino, rendido à minhasoberba de conquistador. E não penses quesó as da minha idade se compraziam a apreciar-me: mulheres feitas (uma delas casada) trespas-saram-me igualmente com aqueles dardosacerados, embebidos em poções venenosasde vício puro, que tão bem sabem aguçar certasdescendentes da tal Eva mítica. Marialva, DomJuan e Casanova davam-me palmadinhas cúm-plices nas costas e já os tratava por tu quandodecidi prolongar o meu desfile triunfal à voltado tal mercado que, sabem os que nessa cida-dezinha viveram, servia de ponto de encontrosocial, mas também de parada a quem necessita-va de se exibir. O que era exactamente o meucaso naquele dia. Voltei a cruzar-me com algu-mas das conquistadas e gratifiquei outras, que

ainda não tinham tido o privilégio de me admi-rar, com o meu esplendor. Todas reagiram damesma maneira, confirmando o charme pos-sante, perigoso, eclodindo dos meus quinzeanos. Depois de uma hora de glorioso desfilepelo mercado e ruas adjacentes, o meu ego sa-tisfeito procurou uma paragem de autocarropara regressar a casa. Evidentemente, as trêsamigas que esperavam o mesmo transportenão conseguiram reprimir sorrisinhos e cochi-chos perversos.

Mas como tudo o que sobe, cai...Foi precisamente nessa paragem que a bo-

lha colorida onde flutuava rebentou com a vio-lência das matracas da polícia de choque sobreas cabeças de jovens altermundistas tatuados.Um conhecido aproximou-se com ar inquietoe, sem mesmo me desejar os bons-dias, cochi-chou-me estas horrorosas palavras: «Meu... Es-tás com a braguilha toda aberta!»

BANG!Dizem os sobreviventes da explosão du-

ma bomba ou dum obus que, durante os se-gundos posteriores à deflagração, ficaram em-brulhados num silêncio denso enquanto omundo à volta se ia mexendo lentamente. Co-mo num pesadelo. Foi mais ou menos o quesenti… E a tal braguilha toda aberta (esquecera-me de correr o fecho-ecler quando me besun-tava de aftershave, ao espelho) expunha aquelapeça de roupa interior a que alguns dão o nomede cuecas (palavra rasca por causa do primeiroditongo) e a que nós, pessoas de vocabulárioelegante, chamávamos slips. E os slips queusavam os jovens modernos da época eram àscores. E o meu era dum amarelo-canário ber-rante, quase fluorescente, do género que a mí-nima fonte de luz faria brilhar no escuro....Contrastando perfeitamente com o azul dasjeans! Uma bomba em forma de slips.

Voltei para casa arrastando a cauda depri-mida sobre o mesmo percurso, transformadoem Calvário… Marialva, Dom Juan e Casanovaviraram-me as costas com desprezo... Os sor-risos femininos apagaram-se... Fui ignoradopor todos os bandos de raparigas que por mimpassavam...

Não fui à praia, fechei-me no quarto emergulhei na leitura do Papillon, acamara-dando com aquela cáfila de bandidos que pu-lulam pelas páginas do livro do Charrière. Nodia seguinte abandonei o auto-exílio na minhaIlha do Diabo para enfrentar o mundo commenos arrogância.

Com o tempo tornei-me mais observadore dei-me conta que o planeta está a abarrotarde pessoas bem-intencionadas que nos res-pondem, esclarecem e corrigem com a certezados que nunca tiveram um par de slips amarelo-canário expostos aos risos dos outros. Ou pi-or: ao escárnio das outras! Essas pessoas per-tencem a todos os sexos, religiões, profissões,orientações sexuais, extratos sociais e andampor aí à solta postulando verdades, certezas econvicções. Não é por isso que se tornam más,muitos delas são generosas e altruístas, hones-tamente convencidas que apregoam a Verdade.Contudo, ao aperceber-me de alguns parado-xos, incoerências e absurdos que debitam comimodéstia e que uma sincera presunção lhesimpede de enxergar, dá-me uma gana enormede lhes cochichar ao ouvido:

– Meu... Estás com a braguilha todaaberta!

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Feliz Natala todos!

RTP, COM NOVA OFERTA DE SERVIÇOS

APOIO DA COMUNIDADE É NECESSÁRIOLUSOPRESSE - De passagem por Montreal, por ocasião da reunião do Public Broadcasters Intenational

(PBI), o Presidente da Rádio Televisão Portuguesa (RTP), Gonçalo Reis, acompanhado pelo diretor dos ServiçosInternacionais, José Lopes Araújo, encontrou-se com representantes da comunidade e os órgãos de comunicaçãode língua portuguesa para dar conta dos novos projetos do difusor público português relativamente à diásporaluso-canadiana.

O PBI, um fórum para troca de ideias e experiências entre difusores públicos, foi este ano organizado emMontreal pela Canadian Broadcasting Corporation (CBC) na qual esteve representada a RTP. Esta vinda a Mon-treal daqueles dirigentes da televisão portuguesa serviu de ocasião para que os mesmos viessem anunciar à comu-nidade o projeto de expansão que a RTP tem em vista para oferecer a programação da RTP3, um canal de notíciasem contínuo, assim como a programação da RTP-Açores.

Para o efeito, com o apoio do Consulado-Geral de Portugal em Montreal e do Cônsul-geral José Guedes deSousa, aqueles representantes da RTP tiveram a oportunidade de se encontrar num pequeno-almoço de trabalhono Restaurante Boca Ibérica. Estiveram presentes a Associação Portuguesa do Canadá, na pessoa da sua presidente,Conceição Rosário, o Festival Portugal Internacional Montreal com o seu fundador e diretor, Joe Puga, assim co-mo Emanuel Linhares, presidente do Conselho de Administração da Caixa Desjardins Portuguesa. A comunicaçãosocial fez-se representar pela Radio Centre-Ville, a LusaQ TV, Montreal Magazine, LusoPresse e a Voz de Por-tugal. Vinda de Toronto esteve também presente a jornalista Humberta Araújo.

Gonçalo Reis explicou pormenorizadamente os objetivos do novo projeto e aceitou mesmo criticas e su-gestões para melhorar a difusão da RTP entre nós.

Como bem sublinhou, não basta quererem aumentar a oferta de programas às comunidades portuguesas, énecessário convencer a Canadian Radio-Television and Telecommunications Commission (CRTC), a comissãoresponsável pela difusão da rádio e televisão no espaço canadiano, a aceder a que a RTP possa fazer incluir estaoferta de serviços na programação dos difusores por cabo no Canadá.

Para tal, torna-se necessário que representantes das coletividades, instituições e mesmo particulares, dirijamcartas de apoio a esta iniciativa, sem a qual as audições em que o pedido da RTP for estudado correm o risco dedarem uma resposta negativa.

Considerando que a grande maioria da comunidade portuguesa no Canadá é oriunda dos Açores, esta ofertada RTP-Açores em particular é mais que bem-vinda.

Basta agora que os interessados, para darem seguimento ao pedido da RTP ao CRTC, deem a conhecer o seuapoio a esta iniciativa. L P

No Café dos ArtistasFernando Santos em exposição

LUSOPRESSE – Fernando Santos, conhecido fotógrafo daComunidade, marca neste momento presença numa exposição coletiva,em local verdadeiramente sui-generis: uma galeria onde se alia uma boadose de conversa tendo à mão uma ótima chávena de café. Esta galeriaserve, igualmente, para quem queira trocar dois dedos de conversa so-bre os seus projetos culturais, ou outros. O conceito de galeria-caféapropria-se a todo o género de encontro, contando, sempre, com apresença da sua criadora e proprietária, a pintora Isabelle Charbonneau.

A galeria Carré des Artistes, Café Lali está situada no 1850 da ruaNotre-Dame oeste, em pleno bairro Griffintown, um dos mais in dacidade de Montreal pelo tempo que passa.

A abertura da exposição teve lugar no passado dia 8 de setembroe prolonga-se por todo este mês. Na ocasião, marcaram presença váriosartistas e seus convidados, com particular saliência para a presença donosso compatriota Fernando Santos, como de resto não podia deixarde ser.

Para além dos trabalhos de Fernando Santos, um lisboeta perfei-tamente integrado na comunidade de acolhimento, a exposição coletivaconta com matéria artística da autoria de Cédric Lepage, Tania Joanis,Lynn Harrison, Kathryn Cooke, Bode Klein, France Courchesne, GisèleBourgeois, Michèlle Théroux, Jean Tannous e, naturalmente, de IsabelleCharbonneau.

Isabelle Charbonneau, ao aparecer com esta nova galeria e estenovo conceito, visa ajudar todo e qualquer artista que esteja no início dasua carreira, acolhendo-o no seio do seu Carré des Artistes.

«Também podem ser de origem portuguesa, como acontece agoracom a presença do Fernando Santos», haveria de dizer, no final, ao re-pórter do LusoPresse. L P

AQUILINO ROCHA PINTO reconduzido na ATMD Viseu

PARA O QUINTO MANDATO COMO PRESIDENTESÃO MARTINHO DE MOUROS - Em Assembleia-Geral

realizada no sábado dia 3 de setembro, Aquilino Rocha Pinto, foi reeleitocomo Presidente, para um quinto mandato de quatro anos.

A sufrágio apenas apresentou-se uma lista, encabeçada pelo atualPresidente / Fundador pelo que não houve surpresa na eleição.

Assim, Aquilino Rocha Pinto vai continuar a liderar os destinosda Associação de Ténis de Mesa do Distrito de Viseu (sedeada na Vilade S. Martinho de Mouros – Concelho de Resende) durante mais quatroanos, sendo a única Associação Distrital de modalidade do país comsede num Município/Vila e com a particularidade de abranger tambémos clubes dos distritos da Guarda e Castelo Branco.

Aquilino Pinto refere que um dos objetivos nos próximos 4 anosé conseguir que a Associação seja a maior do país em número de agentesdesportivos filiados e que seja criado um quadro competitivo distritalpara o ténis de mesa adaptado.

A cerimónia de Tomada de Posse será realizada no dia 15 de outubroem local e data a designar.

Aquilino Rocha Pinto

L P

Página 622 de setembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

Português ao raio X• Por Luciana GRAÇA

«Chegar à conclusão que»… ou «che-gar à conclusão de que»?...

Caso:• «Na ilha do Pico, a quebra na produ-

ção pode atingir os 80% […]. A AdegaCooperativa da Graciosa […] chegou àconclusão que a “produção pode cairpara metade, durante o corrente ano de2010”.» (sítio «Mundo Português», 06-09-2010).

Comentário:• «chegar à conclusão de

que»: i) dizemos «chegámos à conclu-são do (do = de + o) trabalho»; nunca di-zemos «chegámos à conclusão o traba-lho; ii) assim, em frases desta natureza,o substantivo «conclusão» pede a prepo-sição «de»; iii) logo: «chegou à con-clusão de que…».

Em síntese:• «conclusão/dúvida que» X• «conclusão/dúvida de que» V

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HOMENAGEM A ARISTIDES DE SOUSA MENDES

COM MUITA EMOÇÃO E ALGUMAS LÁGRIMAS • Reportagem de Vitória FARIA

Numa iniciativa do Jewish NationalFund em colaboração com a Associação Por-tuguesa do Canadá e o Consulado-Geral dePortugal em Montreal, foi realizada na passadaquarta-feira, dia 14 de setembro, no VictoriaHall Community Center, em Westmount, umasentida homenagem a Aristides de Sousa Men-des, o Cônsul de Portugal em Bordéus, que emnove dias passou 30 mil vistos, dos quais dezmil a pessoas de religião judaica, que procura-vam fugir à perseguição dos nazis.

Escusado será dizer que esta homenagemteve um cariz bastante emotivo, pelos testemu-nhos pungentes de dois descendentes direta-mente ligados aquele episódio da vida do Côn-sul Sousa Mendes.

O primeiro foi dado pela filha de um dos10 mil judeus que conseguiram fugir para Portu-

Andrée Lotey, a universitária que assumiu a «causa» Aristides Sousa Mendes em Montreal! Foto LusoPresse.

gal e que depois emigrou para Montreal. Trata-se de Mme Andrée Lotey, que durante a vida deseus pais desconhecia completamente as suasorigens judaicas. Veio a descobri-lo quandoum dia foi encontrar em casa de sua falecidamãe uma mala verde cheia de documentos, fo-tos, faturas e cartões postais, entre os quais seencontrava o passaporte com o visto de Aristi-des de Sousa Mendes e que a puseram na pistada origem do seu pai, que sempre tinha conhe-cido por Jacques Lotey mas que na verdade sechamava Jacob Guttenberg.

Madame Lotey deu um testemunho bemsentido, entrecortado com algumas pinceladasde humor, sobre a forma como ela descobriuo percurso que seu pai fez desde a sua Polónianatal, passando pela França até Portugal. Desteepisódio da sua vida a Radio-Canada fez umaexcelente reportagem que foi apresentada nestaocasião, «La Valise Verte». Recentemente oDiário de Notícias de Lisboa publicou também

um artigo sobre ela “O pai foi salvo por Aristi-des de Sousa Mendes. Ela quer inspirar o mun-do com a história” https://goo.gl/sruULc

O testemunho de Louis-Philippe Mendes,neto de Aristides Sousa Mendes, foi dos maiscomoventes, tendo ele interrompido a narra-ção das suas recordações quando a emoção oassaltava.

Como Aristides de Sousa Mendes foi des-tituído de todo os seus cargos e vencimentospelo governo de Salazar, viu-se na indigência eobrigado a enviar os seus 14 filhos para o es-trangeiro, para diversos países graças às amiza-des que tinha feito na sua vida diplomática.Foi a única maneira de os salvar da pobrezaextrema e do ostracismo a que a família foi vo-tada. Ele e a mulher morreram na miséria. O fi-lho mais novo, Luís Filipe, que tinha então 14anos, veio para o Canadá, mais propriamentepara a cidade de Quebeque, graças a uma ami-zade antiga feita na Bélgica com um padre ca-nadiano, o futuro Monsenhor Parent, reitorda Universidade Laval, que o recebeu e apoiou.

Cá se casou com uma canadiana francesado Saguenay, hoje nonagenária, Ruth TremblayMendes, também presente nesta homenagemao seu sogro. O marido nunca falou em portu-guês aos filhos, tais eram as más recordaçõesque ele tinha de Portugal e da miséria que o go-verno da altura tinha imposto à sua família.

Convém sublinhar que no fim da sua apre-sentação, Louis-Philippe Mendes fez um apelopara a generosidade que devemos ter para comtodos aqueles que pedem asilo, visto ele sertambém filho de um refugiado.

O engenheiro Luís Filipe Mendes, um dos netos quebequenses de Aristides Sousa Men-des, que teve uma alocução emotiva e plena de afetos a Portugal, apesar de tudo. FotoLusoPresse.

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VÍTOR CARVALHOAdvogadoEscritório

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Um dia partiremospara Isla Negra

Companheiros, enterrem-me na IslaNegra

Pablo Neruda, Canto Geral

Um dia partiremos para Isla Negraparaíso de areia brancae escarpas alpestresadornadas de flores silvestres,onde nos aguarda de braços abertoso poeta que decantou o amorproclamando sílabas tónicas de afetos.Partiremos orientados pelos astrolá-

biosenvelhecidos pelo tempo que passoue ouviremos nos búzios ao amanhecero som das ondas a acariciarem o arealdissolvendo os rastros das nossas pe-

gadasno sal da vida que continuará a re-

nascer…

Daniel Bastos, “Um dia partiremospara Isla Negra”, in Terra. L P

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Para assegurar relações futuras com as comunidades...Apoio às instituições mais jovens da diáspora

No Conselho Mundial...

Governo reconhece trabalho de parceria com as Casas dos AçoresLAJES, Flores - Rodrigo Oliveira, o

Subsecretário Regional da Presidência para asRelações Externas congratulou-se com o re-conhecimento feito pelo Conselho Mundialdas Casas dos Açores (CMCA) ao trabalho deparceria desenvolvido com o Governo dosAçores, numa relação baseada na “convergên-cia estratégica, apoio e respeito pela autonomiade cada instituição”.

Rodrigo Oliveira, que falava sábado numacerimónia que decorreu na Fajazinha, no con-celho das Lajes das Flores, considerou que asconclusões do CMCA devem ser, acima de tu-do, “perspetivadas como um estímulo a todosos que trabalham com enorme dedicação noGoverno dos Açores, em especial na DireçãoRegional das Comunidades, para que seja con-tinuamente aperfeiçoada esta parceria e refor-çados os laços que nos ligam à diáspora açori-ana”.

Nas conclusões da XIX Assembleia Ge-ral, que decorreu nas Flores e no Corvo, oCMCA decidiu “saudar a consolidação crescen-te do papel do Conselho Mundial das Casasdos Açores em representação das comunidadesaçorianas, quer em atos oficiais, como seja noConselho das Comunidades Portuguesas ouna celebração do Dia dos Açores, quer material-mente, na participação da vida das Casas, bemcomo na formação dos seus dirigentes, promo-vida pela Direção Regional das Comunidades”.

O CMCA, segundo o documento final dareunião, apresentado pelo Presidente do Con-selho Mundial, Rogério Medeiros, da Casa dosAçores de S. Paulo, decidiu ainda “destacar aimportância da aproximação que têm as Casasprocurado fazer dos seus jovens aos temas as-sociativos e das suas comunidades, assim comoo investimento na sua formação pela DireçãoRegional das Comunidades”.

Nesta reunião realizada no Grupo Oci-dental, o Conselho Mundial das Casas dos A-çores decidiu admitir como membro a Asso-ciação Amigos da Casa dos Açores da Bermu-da, devendo agora a instituição “conformar asua denominação até à próxima AssembleiaGeral para Casa dos Açores da Bermuda”.

Rodrigo Oliveira manifestou ao represen-tante da associação, Américo Vieira “uma gran-de satisfação por ver alargada a família do Con-selho Mundial das Casas dos Açores a 14 mem-bros e, em especial, às Bermudas, terra de aco-lhimento de tantos Açorianos” e enviou à Pre-sidente da Casa dos Açores da Bermuda, An-drea Moniz DeSouza, bem como a todos osdirigentes e associados, um “abraço fraternode felicitação”.

Nesta cerimónia realizada na Fajazinhafoi atribuída a Medalha de Mérito do ConselhoMundial em 2016 à Universidade dos Açores,tendo o Subsecretário Regional evocado, a pro-pósito, a figura de José Enes, fundador e pri-meiro Reitor, “filósofo com um pensamentoestratégico da Universidade e da Região emfunção da sua inserção atlântica, da Açoriani-dade e da projeção das suas comunidades”.

O Subsecretário Regional destacou tam-bém as medalhas atribuídas a Manuel Medei-ros, fundador da Casa dos Açores de São Paulo,“pelo seu papel dinamizador e determinantepara preservar a Açorianidade numa grandemetrópole”, e à empresa ARPREX/MAJAM,

como exemplo “dos homens de negócios eempresas da diáspora, pelo emprego que deramaos emigrantes açorianos e pelo apoio que dis-pensaram à preservação das tradições”.

O CMCA distinguiu com o certificado de‘Produto Açoriano de Qualidade’ o trabalhoem miolo de hortência, que foi recebido porMaria Azevedo, artesã da ilha das Flores, umajusta distinção que Rodrigo Oliveira frisou quedeve ser vista “como um incentivo ao artesana-to dos Açores, como mostra da nossa autenti-cidade e riqueza”.

Rodrigo Oliveira salientou ainda o suces-so deste encontro das 14 Casas dos Açores,cuja “importância” de ter sido realizado nasFlores e no Corvo foi louvada pelo CMCA“atenta à necessidade de chegar mais próximodestas comunidades para que o Conselho me-lhor apreenda a realidade das mesmas e os seusrepresentantes conheçam a dinâmica do Con-selho e suas Casas, permitindo uma conver-gência de esforços ambas para a consecuçãodos seus fins”.

“Esta cerimónia, ao final da tarde e ao arlivre, aqui na Fajãzinha, nas Lajes das Flores, oconcelho mais ocidental da Europa, depoisdos nossos trabalhos terem passado por SantaCruz das Flores e pela ilha do Corvo, encontrana sua simplicidade e na impressionante mol-dura natural desta paisagem, o simbolismo daAçorianidade”, afirmou o Subsecretário Regio-nal, apelando aos representantes das Casas dosAçores para que “sejam portadores de um abra-ço fraterno para todas as vossas e nossas co-munidades”.

No final da cerimónia, que contou com apresença de deputados à Assembleia Legislati-va e dos presidentes das câmaras municipaisdas Lages e de Santa Cruz das Flores, a presi-dência do CMCA passou para a Presidente daCasa dos Açores de Toronto, Suzanne Cunha.

O Conselho Mundial das Casas dos Aço-res, fundado em 1997, é constituído pelas Casasdos Açores do Norte, de Lisboa e do Algarve,em Portugal continental, do Winnipeg, doQuebeque e do Ontário, no Canadá, de Hilmare de Nova Inglaterra, nos EUA, do Rio de Ja-neiro, de São Paulo, de Santa Catarina e do RioGrande do Sul, no Brasil, do Uruguai e, ainda,das Bermudas, sendo também membro doCMCA a Direção Regional das Comunidadesdo Governo dos Açores.

Rodrigo Oliveira, subsecretário regionalda Presidência.

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VILA NOVA, Corvo - O Subsecre-tário Regional da Presidência para as RelaçõesExternas, defendeu, no Corvo, que “devemser acarinhadas e incentivadas” as instituiçõesmais jovens da diáspora, salientando que de-pende delas o futuro das relações entre a Regiãoe as comunidades açorianas emigradas.

“Da sua integração em redes mais alarga-das, para beneficiarem da experiência e do ex-emplo das mais antigas, e do entusiasmo quetrazem os seus membros depende também,em grande medida, o futuro do relacionamentoda Região com as Comunidades”, afirmou Ro-drigo Oliveira, que falava sexta-feira no encerra-mento da XIX Assembleia Geral do ConselhoMundial das Casas dos Açores.

Na intervenção que proferiu nosPaços do Concelho do Corvo, salien-tou o “dinamismo e a proatividade daCasa dos Açores da Bermuda, criadahá quase dois anos e que tem, entre asmais diversas idades e atividades, mem-bros que sabem o que é ‘arregaçar asmangas’ e bem servir a sua comuni-dade”.

“As Casas dos Açores e todas asassociações, clubes, irmandades, en-fim, todas as agremiações açorianas nadiáspora, vivem da disponibilidade, daentrega, da dedicação de dirigentes emembros, que tantas vezes sacrificama sua vida pessoal pelo amor que têm àAçorianidade e à sua comunidade”, fri-sou.

Para Rodrigo Oliveira, ”isto acon-tece tanto em relação a instituiçõescom muitos anos de existência, comoem relação àqueles que têm a tarefa decriar, desde os alicerces, uma nova Casados Açores”.

“Durante estes quatro anos, oGoverno dos Açores trabalhou comgrande proximidade com todas as Ca-sas dos Açores, acarinhou o alarga-mento geográfico da sua abrangência

e é com satisfação que viu ampliada a sua redede relacionamento e de parcerias a uma novaCasa dos Açores, a das Bermudas, e a uma Ca-sa dos Açores que, criada no anos 80, decidiu,em 2013, celebrar o seu protocolo e estreitarrelações com a Região, a da Baía”, afirmou.

O Subsecretário Regional salientou aindaque a realização desta sessão de encerramentona ilha do Corvo deve ser vista como “umahomenagem das Casas dos Açores à história efibra dos Corvinos, um reconhecimento dassingularidades, também internas à Região, daAçorianidade”.

“Aqui, no Corvo, à semelhança do queacontece em todas as décimas ilhas dos Açores,

Continua na pág. 14

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De 28 de setembro a 2 de outubroSão Miguel acolhe 26ª. edição dosColóquios da Lusofonia

A primeira atividade do colóquio será dia 28 de setembro, pelas 19horas, na BIBLIOTECA e ARQUIVO REGIONAL DE PONTADELGADA com a presença do Prémio Nobel da Paz 1996, DOMCARLOS XIMENES BELO que irá lançar e autografar o seu livro“Um missionário açoriano em Timor, Carlos da Rocha Pereira”, apre-sentado pelo Professor URBANO BETTENCOURT.

Dia 29 de setembro pelas 16 horas no Teatro Ribeiragrandensehaverá a cerimónia formal de abertura com a presença do outro PrémioNobel da Paz 1996, DR RAMOS HORTA, a Diretora Executiva doIILP da CPLP (Dra. Marisa Mendonça), o autor homenageado em2016 pela AICL, NORBERTO ÁVILA, o representante da AcademiaCabo-verdiana de Letras, Dr Filinto Elísio, e do decano dos autoresaçorianos Professor Eduíno de Jesus.

Haverá Recitais do Cancioneiro Açoriano COM Ana Paula An-drade, Carolina Constância e Henrique Constância, autores açorianosmusicados, Viola da Terra, um documentário sobre D. Jaime Goulartprimeiro bispo (açoriano) de Timor, espetáculos de Danças dosGrupos Timor Furak e Le Ziaval diretamente vindos deTimor-Leste, uma peça em homenagem a Norberto Ávila, folcloreda Lomba da Maia e cantigas ao desafio, artesanato local, uma sessão deFado com Mário Fernandes, e um concerto especial com ZECAMEDEIROS, ANÍBAL RAPOSO E VÂNIA DILAC.

Dia 30 de setembro de manhã haverá uma sessão especial na escola(EBI) da Maia a partir das 10 horas, aberta a todos, na qual os alunosrepresentarão NORBERTO ÁVILA, havendo um encontro com osescritores presentes e o Grupo Bruma revelará novas sonoridades deautores açorianos musicados.

As sessões da conferência [que incluem, entre muitos outros temasde enorme relevo, a homenagem pelos 125 anos da morte de Antero deQuental] terão lugar no salão de Atos da Junta de Freguesia da Lombada Maia nos dias 1 e 2 de outubro entre as 10 e as 19 horas.

16 PAÍSES E REGIÕES REPRESENTADOS (ORADORES EPRESENCIAIS) AÇORES 19, TIMOR-LESTE 18, PORTUGAL 15,EUA 6, CABO VERDE 4, BRASIL 3 (SANTA CATARINA E RIOGRANDE DO SUL), CANADÁ 2, ALEMANHA 1, AUSTRÁLIA1, BÉLGICA 1, GALIZA 1, LUXEMBURGO 1, MOÇAMBIQUE1, POLÓNIA 1

Todos os detalhes, incluindo horário específico de toda as ativida-des estão na página do colóquio em http://coloquios.lusofonias.net/XXVI

J. CHRYS CHRYSTELLO (Dr., MA, BSc),setembro 2016Presidente da Direção AICL, [Colóquios da Lusofonia]E-mail [email protected] http://lusofonias.net/aiclblog Portal www.lusofonias.netFacebook https://www.facebook.com/groupsAICL.Coloquios.Lusofonia/

Em colóquio dedicado à EmigraçãoDaniel Bastos destacou papel da comunidade portuguesa de Toronto

O historiador Daniel Bastos partici-pou no passado dia 16 de setembro, como

orador convidado, no colóquio “Perceções so-bre a Emigração Portuguesa”, que decorreu naBiblioteca Municipal de Viana do Castelo.

No âmbito doevento, promovidopelo deputado eleitopela emigração, PauloPisco, em colabora-ção com o Municípiode Viana do Castelo,e que teve como prin-cipal objetivo debatero olhar sobre Portu-gal de quem vive forae como são vistos osportugueses residen-tes no estrangeiro,Daniel Bastos apre-sentou uma comuni-cação intitulada “Per-ceções sobre a comu-nidade portuguesa emToronto no Canadá”.

Durante a suacomunicação nestecolóquio que contoucom a presença deJosé Luís Carneiro,Secretário de Estadodas Comunidades, ede José Maria Costa,autarca de Viana doCastelo, o investiga-dor da nova geraçãode historiadores por-tugueses que tem par-ticipado ao longo dosúltimos anos em vá-rias iniciativas dina-mizadas pela comu-nidade luso-canadia-na, evidenciou o su-cesso e solidariedadedos empresários por-tugueses em Torontoque têm alavancado apromoção da históriae herança culturalportuguesa no Cana-dá. Destacando nestecampo a Galeria dos

Pioneiros Portugueses, um Museu criado em 2003 que se dedica à perpetua-ção da memória e das histórias dos pioneiros da emigraçãoportuguesa para o Canadá, e o seu principal dinamizador naatualidade, o empresário e benemérito comendador Manuelda Costa, natural do concelho de Viana do Castelo.

Refira-se também que o evento contou com a presença do presidente doObservatório da Emigração, investigadores, dirigentes associativos, empre-sários e do consagrado fotógrafo francês Gérald Bloncourt que inaugurouuma exposição alusiva ao seu espólio fotográfico sobre a emigração portuguesapara França nos anos de 1960, e que está na base do livro que realizou recen-temente em conjunto com o historiador Daniel Bastos “O olhar de com-promisso com os filhos dos Grandes Descobridores”.

Daniel Bastos, historiador, o primeiro da direita, quando se preparava para palestrar.

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10 ANOS PASSARAM...

MAS ANASTÁSIA DE SOUSA CONTINUA NA MEMÓRIA DE TODOS• Por Norberto AGUIAR

COLÉGIO DAWSON – O crimeaconteceu há 10 anos! Um ato tresloucado deum jovem homem, de nome Kimveer Gill,que lançou o pânico entre os estudantes e pro--fessores do Colégio Dawson, de que resultoua morte de Anastásia de Sousa, uma jovem es-tudante de origem portuguesa, e 16 feridos.Felizmente que a pronta intervenção da políciaacabou por evitar massacre maior...

Dez anos passaram e as lembranças desse

Houve na cerimónia uma forte representação portuguesa, aqui nas pessoas de JacintaAmâncio, diretora-geral da Caixa Desjardins Portuguesa, Francisco Salvador, ex-conselheiro das Comunidades Portuguesas, e Adriana Simões, porta-voz da CaixaDesjardins Portuguesa. Foto LusoPresse.

Nelson Sousa posa para o fotógrafo doLusoPresse na companhia da esposa, àsua direita, mãe e irmã.

Louise e Nelson Sousa tiveram o grato prazer de ter, uma vez mais, muita gente de pres-tígio à sua volta, neste caso a ministra da Imigração e Comunidades Culturais, KathleenWeil, a última da direita. Foto LusoPresse.

infeliz dia continuam vivas. E para continuara preservar a memória de maneira a não aconte-cerem outros crimes do género, os responsá-veis do colégio decidiram, a exemplo do quefizeram na passagem do 5°. aniversário, pro-mover uma cerimónia, como dizer, de home-nagem à malograda jovem Anastásia de Sousa.

O dia 13 de setembro passado, dia do trá-gico acontecimento há 10 anos, começou poruma receção no auditório do colégio. Presentesmuitas individualidades educacionais e políti-cas. Desde o «maire» Denis Coderre à ministrado Ensino Superior Hélène David, passandopela ministra da Imigração e Comunidades Cul-turais, Kathleen Weil. A representação lusitanatambém marcou presença, nomeadamenteatravés de Jacinta Amâncio, diretora-geral daCaixa Desjardins Portuguesa, e de Connie Plá-cido, assessora política do atual presidente daAssembleia Nacional do Quebeque, SenhorJacques Chagnon. Vários diretores de outroscolégios também se fizeram representar numasincera atitude de solidariedade. Presentes ain-da, como não podia deixar de ser, Louise e

Nelson Sousa, pais da muito amada e recordadaAnastásia, assim como os seus outros dois fi-lhos. Os sensíveis cumprimentos fizeram-sede maneira calorosa, com alguns de lágrima aocanto do olho...

CerimóniaJá com muita gente no Jardim da Paz, cria-

do no quinto aniversário do massacre, a come-çar por tudo o que era câmaras de televisão, rá-dios, jornais, etc., os convidados foram enca-minhados para a parte central do belo jardim,o qual tem um espaço dedicado precisamentea Anastásia. Uma árvore foi de resto plantadae tem igualmente o seu nome.

Foi debaixo de uma grande tenda que osdiscursos de homenagem se fizeram. O maissentido, por demoradamente aplaudido, foi fei-to pelo «maire» Coderre e versou sobre a inter-venção policial. «Os nossos polícias demons-traram uma grande coragem e sangue-frio. Elesforam exemplares». Intervieram depois a mi-nistra do Ensino Superior, Hélène David, odiretor do colégio, Senhor Richard Filion, Peter

Schiefke, deputado e secretário Parlamentar doprimeiro-ministro Justin Trudeau, também de-legado à Juventude, Charles Brenchley, alunoque viveu aqueles momentos terríveis de há 10anos, e Ghislain Picard, Chefe das PrimeirasNações para o Quebeque e Labrador. Esta in-tervenção foi particularmente interessante porele falar na sua língua, cheia de sonoridade,mas infelizmente incompreensível para a quase

totalidade dos presentes. Havia uma pequenadelegação de autóctones no local, de onde saiuo duo de mulheres (Nina Segalowitz e TaqralikPartridge) que cantou duas ou três canções deorigem.

Por outro lado, também atuaram a jovemestudante Cherylyn Toca e Dawn Tyler Wat-son, esta grande vedeta da canção montrea-lense, que encerrou a cerimónia magistral-mente.

Antes, porém, veio a palco o Senhor Syl-vain Richard, presidente do Conselho de Ad-ministração do Colégio, para dar por finda acerimónia. Ainda um pouco antes falariam emnome dos alunos da instituição os jovens An-thony Williams e Annie Quadros, esta por si-nal de origem portuguesa.

Borboletas mexicanas foram lançadas pe-rante as câmaras de fotógrafos e das várias tele-visões presentes.

Como nota de rodapé, estranhámos nãoter havido intervenção de um elemento da Fa-mília Sousa em toda a cerimónia. Por sua es-colha?

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Página 1222 de setembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

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Criação de uma Casa de Portugal

Outra vez na berra...exigidos aos dire-tores.

“Os voluntáriosestão desgastados.São sempre os mes-mos, e têm que de-sempenhar váriasfunções, no bar, nacozinha, na limpeza.Depois há as dificul-dades nas exigênciasdos vários governos,tem que ser tudo de-clarado, têm que serresponsáveis e saber

MONTREAL - O futuro das asso-ciações portuguesas no Canadá pode passarpela fusão das coletividades com a criação deuma Casa de Portugal, disse à agência Lusauma dirigente luso-canadiana.

“Penso que na comunidade portuguesa ogrande problema é existirem muitas associa-ções e clubes. Temos previsto um plano de fu-turo para tentarmos a união com outras associ-ações e formar uma Casa de Portugal”, afirmouConceição Correia, presidente da AssociaçãoPortuguesa do Canadá (APC).

A APC, em Montreal, está a celebrar em2016 o seu 60.º aniversário, naquela que é a as-sociação portuguesa no Canadá mais antigano país, fundada em 07 de janeiro de 1956.

Segundo Conceição Correia, numa Casade Portugal “seria mais fácil trabalhar em con-junto” e de uma forma mais prática.

Atualmente, a APC já tem uma comissãoque está a estudar a fusão com outras coletivi-dades em Montreal, salientou.

“Mais dia, menos dia acontece. Ou seunem dois ou três clubes, ou vão fechando asportas. Não quero ser pessimista, mas julgoque o futuro será esse. Tem que se fazer algo,porque senão será uma morte lenta”, previu.

A dirigente defende esta fusão das coletivi-dades fruto das vicissitudes do associativismo,nomeadamente no rejuvenescimento das dire-ções, e a burocracia com que cada vez mais sedeparam, além da formação e profissionalismo

Conceição Corre-ia, presidente daAPC.

preencher formulários e documentação”, su-blinhou.

O projeto de fusão será feito de uma for-ma progressiva, “primeiro com uma associa-ção, depois com outra”, cada uma depois “ven-de a sua sede” e juntas adquirem um edifíciocom outras condições para a comunidade, adi-antou a responsável.

No entanto, Conceição Correia, reforma-da na Comissão Escolar de Montreal, reconhe-ceu que não será fácil, pois ninguém quer per-der a associação da sua região.

“Tem que se trabalhar a mentalidade numaação futura que seja mais pragmática e realista.É um trabalho árduo. É difícil, o que não querdizer que não se possa fazer, porque a realidadeé esta, estão todos a passar pelo mesmo”, fri-sou.

A Associação Portuguesa do Canadá or-ganiza vários eventos temáticos ligados às vá-rias regiões de Portugal, disponibiliza um ser-viço de restauração (catering) com o objetivode angariar verbas para pagar os 100 mil dóla-res canadianos anuais de despesas na sua sede

de três andares.Por dificuldades de calendarização, a Gala

do Aniversário da APC, uma coletividade quepermanece como uma “pedra basilar da comu-nidade portuguesa em Montreal”, realiza-seapenas em janeiro de 2017. L P

Festival Seis ContinentesDivulga a cultura lusófona em várias cidades

LISBOA – A promoção e a divulgaçãoda cultura lusófona é o principal objetivo do“Festival Seis Continentes”, que se realiza en-tre 01 e 02 de outubro, em 125 cidades em maisde 30 países, disse o diretor-geral do evento.

“O objetivo fundamental do festival épromover e divulgar as culturas lusófonas deforma transversal, com eventos que passampela música, teatro, dança, fotografia, artesana-to, gastronomia, exposições, cinema, entreoutros”, declarou à Lusa Filipe Larsen.

De acordo com o responsável, o evento“centra-se na lusofonia, mas convida tambémas culturas hispânicas a participarem com osseus eventos nos seus países”.

“Estamos a falar de uma organização quevai desde a Austrália ao Japão, passando porTimor-Leste, Goa e indo até a várias cidadesno México, cerca de 30 cidades no Brasil e tam-bém nos Estados Unidos”, sublinhou.

Segundo Larsen, este evento já é conside-rado o festival não institucional “maior e maisvasto do mundo e não só da lusofonia”.

O diretor-geral do “Festival Seis Conti-nentes” disse ainda que participarão cerca de

2.000 artistas em mais de 160 eventos nas váriascidades.

A organização do festival conta com par-ceiros locais nos diversos países para a realiza-ção do evento.

“É dessa forma que se cria uma rede mun-dial de pessoas ligadas ao festival que vivemnos locais e eles próprios fazem a dinâmicalocal, a nível da seleção dos artistas, dos espa-ços e dos apoios e patrocínios a nível local”,afirmou Filipe Larsen, que também é músico.

Essa rede também cria, de acordo comLarsen, intercâmbios culturais entre os diver-sos intervenientes no âmbito global.

Segundo o responsável, “os eventos nãopriorizam os grandes nomes, são normal-mente pequenos, com algumas centenas depessoas. É uma filosofia diferente que buscatrazer algo de novo”.

Filipe Larsen referiu ainda que, até ao finalde setembro, será lançada a “Seis ContinentesTV”, uma televisão na internet.

Este novo meio de comunicação na web,disse, não trará só os conteúdos do festival,mas outros produtos culturais de artistas e pro-dutores que estejam dispostos a divulgar osseus trabalhos, sobretudo entre os lusófonos. L P

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Português falado pelas comunidades...«É afirmação do seu valor internacional»

LISBOA - O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, acaba de de-fendeu que o português falado pelas comunidades no estrangeiro é “um dos melhores veículospara afirmar o valor” da língua a nível internacional.

“O português como língua de herança, falado pelas nossas comunidades e que as comu-nidades querem que seja ensinado aos seus filhos, é uma das melhores expressões da naturezaglobal da língua portuguesa e é um dos melhores veículos para afirmar internacionalmente o va-lor a língua portuguesa”, sublinhou o governante, numa sessão de apresentação sobre o ensinodo português para as comunidades portuguesas, na sede do Camões - Instituto da Cooperaçãoe da Língua, em Lisboa.

Santos Silva rejeitou a ideia de que há, “de um lado, o português como língua de herança”,e que deve ser cuidado, e, “de outro lado, o português como língua global”, como se estas “fos-sem duas realidades diferentes, que se contrapusessem entre si”.

O chefe da diplomacia portuguesa referiu-se aos cerca de cinco milhões de portugueses e lu-sodescendentes que estão fora de Portugal e garantiu que “é responsabilidade” e “uma obrigaçãoconstitucional”, bem como “uma das prioridades” do ministério que lidera, garantir o acesso aoensino da língua portuguesa e da história e cultura de Portugal.

O ministro considerou também que é uma visão “profundamente errada” aquela que con-sidera que o Governo gostaria de olhar para o português “só como língua global” e que o ensi-no do português como língua de herança “é um lastro do passado, que perdurará ainda durantealguns anos, mas pertencerá cada vez mais aos livros de história do que à realidade contem-porânea”.

O objetivo do Governo é que o ensino do português seja cada vez mais integrado no sis-tema de ensino dos diferentes países, em vez de ser oferecido como formação paralela.

O executivo quer também que o português surja mais como língua na oferta curricular dos“países em que as comunidades estão presentes e dos outros países que vão entendendo que apresença do português como língua estrangeira na oferta curricular é importante para valorizaros seus sistemas de ensino” - casos de países como o Senegal, Uruguai, Croácia ou Bulgária,sustentou.

Um tipo de ensino dirigido às “dezenas de milhares de estudantes, não descendentes deportugueses, que estudam a língua portuguesa”, referiu augusto Santos Silva.

No novo ano letivo, mais de 71 mil alunos serão abrangidos pelo sistema de ensino deportuguês no estrangeiro, nos níveis básico e secundário, em 17 países, contando com cerca demil professores, números que representam “um reforço” em relação ao passado, disse o ministro.

L P

‘MAYOR’ LUSODESCENDENTE EM MANITOBA...INCENTIVA PORTUGUESES A MUDAREM-SE PARA WINNIPEG BEACH

WINNIPEG, Manitoba - O ‘ma-yor’ lusodescendente de Winnipeg Beach estáa incentivar os portugueses a mudarem-se paraesta vila localizada no centro do Canadá, desta-cando como vantagem o preço acessível dascasas.

“Estou a encorajar os portugueses a vive-rem e a mudarem-se para Winnipeg Beach,porque criam um bom ambiente, é uma comu-nidade calma”, afirmou à agência Lusa TonyPimentel, de 54 anos, que reside na vila há 25anos.

O autarca destacou que a acessibilidadeno preço das casas é uma das vantagens, com-parativamente com os grandes centros urba-nos, com preços médios de 125 mil dólarescanadianos (85 mil euros).

Filho de emigrantes de Rabo de Peixe (A-çores), Tony Pimentel já é presidente da CâmaraMunicipal de Winnipeg Beach há seis anos,após uma experiência como vereador da autar-quia entre 2001 a 2005.

O autarca referiu que os canadianos consi-deram os portugueses de “bons trabalhadores,honestos e verdadeiros amigos”.

“Os portugueses vieram para cá à procurade um pouco de Portugal. Muitos deles estãobem integrados na comunidade canadiana, ten-do um papel importante no estrato social, des-de professores, passando por cozinheiros aempresários a trabalhadores da construção”,acrescentou.

A comunidade portuguesa que em Win-nipeg Beach não passa despercebida pois é

possível identificar as suas residências, diferen-ciando-se das outras, com os arranjos nos jar-dins e nos quintais.

“É típico da cultura portuguesa os quintaise jardins bem arranjados. Depois convidamsempre os vizinhos para os ‘petiscos’, dão-lhes a conhecer o chouriço, a morcela, a sardi-nha e a bifana”, salientou o ‘mayor’.

O presidente da Câmara Municipal deWinnipeg Beach também está a promover jun-to dos canadianos o turismo em Portugal.

“Há quatro anos levei ao Algarve, durantetrês semanas, dez canadianos que ficaram apai-xonados por Portugal. Desde então já lá volta-ram mais três vezes”, salientou.

Tony Pimentel é também funcionário pú-blico da empresa elétrica municipal e de gásnatural ‘Manitoba Hydro’.

“Candidatei-me há seis anos porque adoroa minha comunidade e as políticas praticadaspelos autarcas não iam ao encontro das neces-sidades da população”, explicou.

Os primeiros portugueses estabeleceram-se em Winnipeg Beach no início da década de1970, com a família de Tony Pimental a adquiriruma casa de campo em 1974.

Winnipeg Beach é uma vila com 116 anos.Tem atualmente 1.011 residentes fixos, númeroque triplica durante o verão. As principais co-munidades são a islandesa, ucraniana, portu-guesa e a italiana.

A autarquia tem um orçamento anual de1,5 milhões de dólares canadianos e recebe porano, de maio a outubro, cerca de um milhão deturistas, sendo esta a sua principal atividade. L P

Página 1422 de setembro de 2016 LLLLL u su su su su s oooooPPPPP r e s s er e s s er e s s er e s s er e s s e

E porquê os nervos? Simplesmente porque aquatro ou cinco voltas do fim da prova, RuiCosta decidiu sair em fuga de maneira a deixarpara trás os glutões do pelotão, como eramPeter Sagan, campeão mundial, e Greg VanAvermaet, campeão olímpico, e assim tentar asua sorte rumo à vitória.

Conhecedor do percurso, Rui Costa,quando achou o momento oportuno, estáva-mos a quatro ou cinco voltas do fim do percur-so, lançou-se ao assalto do primeiro lugar a al-ta velocidade na tentativa de fazer descolar dopelotão, onde se encontravam, claro, os seusprincipais rivais.

As cada vez mais poucas voltas que falta-vam para o fim da corrida foram disputadascom uma emoção tremenda, sobretudo paratodos aqueles que queriam a vitória de Rui Cos-ta. E tinham razões para acreditar, pois o nossocorredor chegou a ganhar um bom espaço detempo em relação ao grosso do pelotão, queliderado ora por Sagan, ora por Avermaet, sedecidiu ir à «cata» de Rui Costa...

Depois de visualizarmos a vitória do nos-so campeão durante algumas voltas, quandoele liderava com boa distância e cheio de força,a verdade é que depois quanto mais a meta es-tava próxima e ao seu alcance mais Rui Costadeixava perceber que seria difícil não ser captu-rado pelos homens que o perseguiam... E oque temíamos aconteceu já em plena Avenidadu Parc. Ele ainda entrou na avenida em pri-meiro lugar, aguentou mais alguns metros, maslogo depois, a 300 ou 400 metros da reta paraa meta, Rui Costa não só foi ultrapassado pelosdois citados campeões, mais um colega de equi-

GRANDE PRÉMIO...Cont. da pág 15

assume ‘proporções extraordinárias’”, frisouRodrigo Oliveira, citando o texto de Raul Bran-dão sobre a mais pequena ilha dos Açores naobra ‘As Ilhas Desconhecidas’.

Os trabalhos da Assembleia Geral doCMCA dividiram-se sexta-feira entre as Lajesdas Flores e o Corvo, incluindo conferênciassobre a realidade e desafios das duas ilhas, pelospresidentes das câmaras municipais das Lajes,Luis Maciel, de Santa Cruz, José Mendes, e doCorvo, José Silva, e sobre os 40 anos de Auto-nomia, por Francisco Coelho, deputado regio-nal e antigo presidente da Assembleia Legis-lativa.

Ainda integrado no programa do CMCA,decorreu, nas Lajes das Flores, a cerimónia deatribuição de medalhas de mérito, enquanto, nodomingo, dia 11de setembro, os representantesdas Casas dos Açores participaram, na ilha Ter-ceira, na inauguração da exposição de pintura‘Via Sacra Açores 2016’, uma iniciativa apoiadapela Direção Regional das Comunidades quecontou com artistas da diáspora açoriana.

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pa (Diego Ulissi), co-mo por muitos ou-tros ciclistas, a come-çar por Nelson Oli-veira... De resto, naconfusão da chegada,feita praticamente empelotão, ainda pensá-mos que Rui Costapudesse ter ficadonos 20 primeiros lu-gares.... Mas, não. RuiCosta, o grande ani-mador do GrandePrémio Ciclista deMontreal deste anoterminaria a provanum modesto 49°.

lugar, se bem que a apenas 40 segundos dobelga vencedor...

Já Nelson Oliveira, que também mereceuhonras de protagonismo durante algumas vol-tas, terminou esta sua segunda participaçãones-te grande prémio em 40°. lugar, a escassos9 segundos dos homens da frente. A seis mi-nutos e 31 segundos ficou André Cardoso, ociclista português mais discreto da corrida.

Grande Prémio de Ciclismo da Cidade deQuebeque

Na sexta-feira antes, o mesmo pelotão de167 ciclistas participou no Grande Prémio deCiclismo da Cidade de Quebeque. Os vence-dores foram Peter Sagan, em primeiro, e Gregvan Avermaet, em segundo, precisamente aoinverso do que aconteceu em Montreal.

Quanto aos lusitanos, Rui Costa acabouem 13°. lugar, a dois centésimos de segundodos dois primeiros, fichados do mesmo tem-po; Nelson Oliveira ficou em 43°, mas a apenas

Os vencedores do Grande Prémio de Ciclismo de Montreal. Daesquerda para a direita, Peter Sagan (2°.), Greg van Avermaert(1°.), e Diego Ulissi (3°.). Ao lado, Rui Costa, em foto de Arquivo.

20 segundo da lide-rança; enquanto An-dré Car-doso, 54°.,perdeu somente 47segundos para o ven-cedor, o eslovaco Peter Sagan.

Recorde-se que Rui Costa envergou pelaúltima vez a camisola da Lampre/Merida – em2017 correrá pela TJ Sports. Nelson Oliveira éatleta da Movistar, antiga equipa de Rui Costa,e André Cardoso corre pela Cannondale.

DespedidaRyder Hesjedal, o maior ciclista canadiano

desde a retirada de Steve Bauer, que neste gran-de prémio voltou a ser o mais bem classificado(19°. com o mesmo tempo do vencedor...)dos vários canadianos presentes, despediu-sedo ciclismo profissional. Uma perda para o ci-clismo deste país e do setor internacional.

L P

De 23 de setembro a 2 de outubroLídia Jorge no FIL (Festival Internacional de Literatura de Montreal)

Lídia Jorge, considerada uma das 10grandes vozes da literatura estrangeira pelarevista francesa Le Magazine Littéraire econdecorada com a Medalha Municipal deHonra pelo Presidente da República, é a figurade destaque do Festival Internacional de Lite-ratura de Montreal que decorre nesta metrópoleda América do Norte, de 23 de setembro a 2 deoutubro de 2016.

É a primeira vez na já longa história destefestival internacional que uma escritora euro-peia não-francófona ocupa um lugar de primei-ro plano.

Lídia Jorge participará nas seguintes ativi-dades:

La nuit des femmes qui chan-tent… le Fado - Le Portugal en motset en musique - espetáculo misto de músicae recitação concebido por Vitália Rodrigues eLuís Aguilar, a partir do romance A Noitedas Mulheres Cantoras, publicado em francês.Este espetáculo literário e musical conta coma participação de Cathy Pimentel que interpre-tará alguns fados com poemas de Lídia Jorge etem lugar sábado, dia 24 de setembro de 2016às 20 horas no Théatre Outremont de Mon-

treal (ver o anúncio anexo em francês).

Révolutions et littératures ibéri-ques – debate com o escritor catalã SebastiàAlzamora

Domingo, dia 25 de setembro de 2016 às13 h na Maison des écrivains

A Costa dos Murmúrios – projeçãodo filme de Margarida Cardoso

Domingo, dia 25 de setembro de 2016 às18h30 no Instituto Goethe de Montreal

Os Memoráveis – Círculo de Leiturade Portugal do Projeto Lisez l´Europe (Eunic)

Segunda-Feira, dia 26 de setembro de 2016às 18h30 no Instituto Goethe de Montreal

Dans la bibliothèque des écri-vains – Encontro e debate literário que contacom a participação da Revista Liberté e a Uniãodas escritoras e escritores do Quebeque.

Terça-Feira, dia 27 de setembrode 2016 às 17h00 na Maison des écri-vains.

L P

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Campeonato da Major League Soccer

Impacto na hora de todas as decisões...• Por Norberto Aguiar

Landon Donavan, oito meses depois da reforma, está de novo de volta aos relvados.

Depois de um período de bons resul-tados, que o colocou numa boa posição noquadro classificativo do Campeonato de Fu-tebol da Major League Soccer, eis que o Impac-to parece entrar numa fase periclitante, ao per-der fôlego em matéria de resultados, o que po-de, a sério, colocar em risco o apuramento paraa zona eliminatória de fim de época nesta com-plicada, por difícil, liga de futebol que é a MLS.

Com efeito, os últimos jogos do Impactoderam em resultados negativos, isto apesar dosmontrealenses terem defrontado equipas con-sideradas ao seu alcance, por estarem no mes-mo barco em direção ao apuramento.

Se recuarmos neste mês de setembro, oImpacto defrontou, em casa, primeiro o Or-lando City, do grande Kaká, com quem perdeupor 4-1, com grande exibição do brasileiro,antigo Bola de Oiro. Depois, foi a vez de irempatar (1-1) a Filadélfia, contra o União local.Finalmente, a terceira equipa com quem o Im-pacto mediu forças, até agora, neste mês de se-tembro, foi o Revolution da Nova Inglaterra,e também aqui o Impacto se viu batido (3-1)por uma equipa que ainda hoje está numa situ-ação difícil em relação ao apuramento para afase final, aquela que todas as equipas ambici-onam, mas que só seis, em dez, de cada zona,terão esse privilégio...

Ir empatar a casa do União, que está a fa-zer uma época para além do que se esperaria,pois tem estado sempre acima da linha que se-la o apuramento, ainda se percebe. Agora, per-der, para mais em casa, com o Orlando City eRevolution, formações que estão em zona deeliminação desde há várias semanas, aí, sim, dáque pensar... E os resultados, desnivelados,ainda deixam mais dúvidas quanto ao futuroimediato da equipa neste fortíssimo campeo-nato!

O próximo jogo do Impacto é este sába-do. O seu adversário é poderoso, para mais ajogar em casa. Trata-se do Red Bull de NovaIorque, que segue em segundo lugar da ZonaEste da MLS, da qual também faz parte o Im-pacto. Se perder, o conjunto quebequense ficaà «pega», visto a diferença de pontos (4) paraos seus perseguidores não ser nada do outro

mundo. E nesse jogo, perdendo, e caso vençamos seus jogos o DC United e Orlando City, adistância, embora ainda a favor dos canadianos,ficaria a apenas uma única unidade, muito pou-ca para garantir um lugar na fase final quandosó falta um mês para que tudo fique definido.

É conscientes destas responsabilidadesque os jogadores e staff técnico do Impactose deslocam a Nova Iorque para defrontar aexcelente equipa do Red Bull, em desafio mar-cado para a tarde de sábado (19h30). Qualquerresultado que aconteça, salvo a derrota, serveperfeitamente os interesses dos homens co-mandados por Mauro Biello.

Toronto FC surpreendeHá vários anos parte integrante da MLS,

o Toronto FC pela primeira vez disputará a fa-se final do campeonato, pois neste momentoencontra-se no primeiro lugar da Zona Esteda liga, com os pontos suficientes para com-plementar esse desiderato. E esse apuramentoé tanto mais espetacular por ser muito jovema sua equipa, talvez a mais jovem das 20 quecompõem o leque da MLS. Além disso, o onzeescalado para cada jogo tem sempre uma gran-de predominância de jogadores norte-america-nos, onde as vedetas são Jozy Altidore e Mi-chael Bradley, dois internacionais americanoscom grande influência no conjunto «verme-lho». De resto, no último jogo, diante do RedBull, os onze titulares eram todos norte-ame-ricanos – 4 canadianos e 7 americanos! –, oque é obra!

Por ser de justiça, há que dizer que umadas grandes vedetas do Toronto FC esta tem-porada – e na época passada – é Giovinco, opequeno grande internacional italiano que seencontra lesionado vai para semanas...

Só por este facto, que nos perdoem osnossos leitores, passámos a fã do TorontoFC neste resto de temporada que falta.

Landon Donavan regressou!!!O maior jogador americano de todos os

tempos voltou aos estádios, para jogar!, oitomeses depois de ter decidido passar à reforma.

É verdade, Landon Donavan voltou a ves-tir a camisola do La Galaxy de Los Angeles, asua última equipa. E fê-lo contra o Orlando

City, jogando os últi-mos oito minutos dacontenda. Não deupara grande coisa, écerto. Mas deu paraver que os seus 34 a-nos ainda permitemsonhar com mais coi-sas boas que tem paradar ao futebol, a mo-dalidade que tantoama. E a verdade éque, no seu segundojogo, disputado nofim de semana, con-tra a belíssima equipado Sporting KansasCity, em casa deste,Landon Donavan en-trou a 20 minutos dofim para marcar o go-lo do empate (2-2) doLa Galaxy, evitandoassim a derrota da suaequipa!

Para quem duvi-dou das suas capaci-dades físicas, porqueda técnica estamosconversados, depoisde estar oito mesesfora do futebol pro-fissional, aí está a res-posta do grande fu-tebolista. Tinha ra-zão Bruce Arena, seutécnico e ao mesmotempo seu grande ad-mirador, de o con-vencer a voltar, porconsiderar que aindapoderia ajudar a equi-pa nesta fase decisiva,com vista ao apura-mento para a fase eli-minatória. E a provacomeça a estar à vista.

Depois de terparticipado, como su-plente utilizado emdois jogos, sendonum decisivo, espera-se para breve que pos-sa passar a titular,pois categoria e capa-cidades não lhe faltampara isso.

Como adepto defutebol e admiradorde todos os instantesdeste grande jogador,só nos podemos re-gozijar pelo seu re-gresso ao contactocom a bola, voltandopara pisar os relvadosnorte-americanos. Deresto, nunca percebe-mos bem porque dei-xou o futebol aos 33anos de idade em ple-na forma física e téc-nica, que faziam deleum dos expoentesmáximos do futeboldas Américas e mun-dial!

L P

GRANDE PRÉMIO CICLISTA DE MONTREAL

RUI COSTA PERDE, ALI COM A META TÃO PERTO...• Por Norberto AGUIAR

Teve lugar no domingo, dia 11 de setembro, em Montreal, o7°. Grande Prémio Ciclista da Cidade. E para sermos mais precisos, re-fira-se que o Grande Prémio se desenrolou em plena Montanha e ruascircunvizinhas, num percurso assaz difícil, tanto para os trepadorescomo, também, para os sprinters.

À partida foram 167 ciclistas. Mas no fim da corrida, que demoroucerca de cinco horas e meia (5:27:04, tempo do vencedor), eles eram so-mente 108. Dos que resistiram, lá estavam os três portugueses, RuiCosta, o mais credenciado, seguido pelo campeão nacional de contrar-relógio, Nelson Oliveira, e o André Cardoso.

A corrida, depois das apresentações do costume, iniciou-se às11h00 precisas, com os ciclistas a fazerem-se ao «piso» perante algumvento, o que acaba por ser sempre incomodativo. Contudo, no decorrerda prova, o vento foi amainando até desaparecer por completo, o queveio, sem dúvida, beneficiar o desenrolar da competição.

Com 205,7km, o Grande Prémio Ciclista de Montreal, que contacom subidas íngremes e descidas de «faltar o fôlego», foi corrido a umamédia de 37,7km à hora, o que é, convenhamos, uma velocidade res-peitável.

E para que a corrida tivesse brilho, com ciclistas em permanentesataques, isto para alegria dos muitos assistentes que de pé firme não sa-em das bermas das ruas e estradas, valeu a disposição do pelotão, oraatacando, ora deixando fugir alguns dos ciclistas menos credenciados.Estava-se neste vaivém quando um grupo de 10 ciclistas, depois oito,de seguida seis, pôs-se em fuga na procura de protagonismo, que sódeu para ganhar alguns pontos na contagem do Prémio da Montanha...Visivelmente estoirados, aqueles atletas de fuga acabaram por ser «en-golidos» a poucas voltas da meta... Registe-se a tentativa, que deu corao espetáculo.

Por fim, quem haveria de nos pôr os nervos à flor da pele foi RuiCosta, o melhor ciclista português da atualidade e um habitué desteGrande Prémio de Montreal, que até já venceu em 2011, e obteve doispódios, em 2014, quando foi segundo, e em 2015, quando foi terceiro.

Continua na pág. 14

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