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2013 Dia Mundial da Criança Declaração dos Direitos da Criança 2 Valores... 3 Saúde... 4 Olhares... 5 Na sala de atividades... 6 Miminhos saudáveis... 9 O Cantinho 10 Cuida bem de ti... 11 Canto Poético 12 Torre dos Clérigos 13 A brincar também se aprende... 14 Uma História à tua espera... 15 neste número... Sejam bem-vindos ao nosso jornal Edu-Care! A criação deste jornal tem como objetivo primordial a divul- gação do trabalho lúdico/ pedagógico realizado no serviço de Pediatria com as crianças jovens e famílias. Estas atividades são desenvolvidas por uma equipa multidisciplinar que, em colaboração com as Educadoras e voluntários do Serviço, promovem, numa vertente de humanização, um leque de aprendizagens com recurso a variadas experiências que vão desde teatro de fantoches, dramatizações, teatro de som- bras, à música, expressão plástica, culinária, entre outras... O nosso dia a dia é feito de pequenos momentos que se tra- duzem em vivências intensas e enriquecedoras para todos, congregando os saberes das diversas áreas, levando tam- bém ao exercício de reflexão sobre o trabalho desenvolvido. Este trabalho feito a muitas mãos conta com a colaboração de vários parceiros institucionais que, há longa data, promo- vem atividades semanais no Serviço. São eles Fundação do Gil: “Hora do Conto” e a “Hora da Música”; Saúde Brincandoda ESMAE; Música nos Hospitais” da APMHIS; Histórias ao Ouvido” das Bibliotecas Municipais e “Narizinho” do ICBAS. Façamos jus ao título deste jornal, “EDU-CARE”, dirigindo os nossos olhares para o que é pedagógico, divertido e que no colo embalamos!... Este é o nosso desafio! As Educadoras editorial Departamento da criança e do adolescente Serviço de pediatria Nº 1 O jornal nasceu há pouco, nasceu agora; nasceu na máquina de escrever, nasceu na caneta, na fotografia, na composição, na gravura, nasceu na revisão, na impressão, nasceu no grito do ardina que vende o mundo em retalhos de notícias. Passou um dia, o jornal é de ontem. Está morto. Jornal é maravilhoso fenómeno de papel que nasce e morre de 24 em 24 horas Manuel Vieira

EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

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Page 1: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

2013 Dia Mundial da Criança

Declaração dos Direitos da Criança 2

Valores... 3

Saúde... 4

Olhares... 5

Na sala de atividades... 6

Miminhos saudáveis... 9

O Cantinho 10

Cuida bem de ti... 11

Canto Poético 12

Torre dos Clérigos 13

A brincar também se aprende... 14

Uma História à tua espera... 15

neste número...

Sejam bem-vindos ao nosso jornal Edu-Care!

A criação deste jornal tem como objetivo primordial a divul-

gação do trabalho lúdico/ pedagógico realizado no serviço de

Pediatria com as crianças jovens e famílias.

Estas atividades são desenvolvidas por uma

equipa multidisciplinar que, em colaboração

com as Educadoras e voluntários do Serviço,

promovem, numa vertente de humanização, um leque de

aprendizagens com recurso a variadas experiências que vão

desde teatro de fantoches, dramatizações, teatro de som-

bras, à música, expressão plástica, culinária, entre outras...

O nosso dia a dia é feito de pequenos momentos que se tra-

duzem em vivências intensas e enriquecedoras para todos,

congregando os saberes das diversas áreas, levando tam-

bém ao exercício de reflexão sobre o trabalho desenvolvido.

Este trabalho feito a muitas mãos conta com a colaboração

de vários parceiros institucionais que, há longa data, promo-

vem atividades semanais no Serviço. São eles

Fundação do Gil: “Hora do Conto” e a “Hora da

Música”; “Saúde Brincando” da ESMAE;

“Música nos Hospitais” da APMHIS; “Histórias

ao Ouvido” das Bibliotecas Municipais e “Narizinho” do

ICBAS.

Façamos jus ao título deste jornal, “EDU-CARE”, dirigindo os

nossos olhares para o que é pedagógico, divertido e que no

colo embalamos!...

Este é o nosso desafio!

As Educadoras

editorial

Departamento da criança e do adolescente

Serviço de pediatria

Nº 1

O jornal nasceu há pouco,

nasceu agora;

nasceu na máquina de escrever,

nasceu na caneta,

na fotografia,

na composição,

na gravura,

nasceu na revisão,

na impressão,

nasceu no grito do ardina

que vende o mundo

em retalhos de notícias.

Passou um dia,

o jornal é de ontem.

Está morto.

Jornal é maravilhoso fenómeno de papel

que nasce e morre

de 24 em 24 horas

Manuel Vieira

Page 2: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Princípio 1º

Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos,

não importa a sua cor, raça, sexo, religião, origem social

ou nacionalidade.

Princípio 2º

Todas as crianças devem ser protegidas pela família, pela

sociedade e pelo Estado, para que possam se desenvol-

ver física e intelectualmente.

Princípio 3º

Todas as crianças têm direito a um nome e a uma nacio-

nalidade.

Princípio 4º

Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendi-

mento médico, antes e depois do seu nascimento. Esse

direito também se aplica à sua mãe.

Princípio 5º

As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas

ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especi-

ais.

Princípio 6º

Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão

dos pais e da sociedade.

Princípio 7º

Todas as crianças têm direito à educação gratuita e ao

lazer.

Princípio 8º

Todas as crianças têm direito de ser socorridas em pri-

meiro lugar em caso de acidentes ou catástrofes.

Princípio 9º

Todas as crianças devem ser protegidas contra o abando-

no e a exploração no trabalho.

Princípio 10º

Todas as crianças têm o direito de crescer em ambiente

de solidariedade, compreensão, amizade e justiça.

Nesta data de inauguração do Jornal, lembramos este dia em que o hospital se vestiu de vivas co-res e alegria, e, ao som de lindas melodias se realizaram inúmeras actividades...

Conhece, resumidamente, os

10 princípios desta Declaração.

Em 1959 a ONU (Organização das Nações Unidas)

escreveu e aprovou a "Declaração dos Direitos da

Criança".

Esta declaração é composta por 10 artigos, muito

simples, que dizem respeito ao que podes fazer. e

ao que as pessoas responsáveis por ti devem fazer

para que sejas feliz, saudável e te sintas seguro.

(É claro que tu também tens responsabilidades para com as

outras crianças e para com os adultos para que também eles

gozem dos seus direitos.)

Page 3: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Alegria

Sempre que começares o

teu dia, lembra-te dos inú-

meros dons que vais rece-

ber, desde o alimento à

saúde do corpo.

Lembra-te também do afe-

to que te tem sido dado, e

de como é importante po-

deres crescer num ambi-

ente de paz.

Tens tantos motivos para

te alegrares!

Esperança

Nunca deixes de acredi-

tar na vida.

Lembra-te sempre:

só podes olhar o futuro

com esperança se vive-

res o presente com reti-

dão.

Justiça

Ninguém deve sentir-se

tranquilo quando sabe

que há pessoas que

passam necessidades, e

que há crianças que não

podem ir à escola e tra-

balham como escravas.

Colabora como puderes

para a criação de uma

sociedade mais justa.

Todas as grandes coisas são simples. E muitas podem

ser expressas numa só palavra: Liberdade |

Justiça | Honra | Dever |

Piedade | Esperança Winston Churchill

Valores

Falando de AMIZADE em Inglês… Para aprenderes e pintares

Page 4: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

O internamento hospitalar

de uma criança ou ado-

lescente é, na maior

parte das vezes, um evento marcante e dramático, tanto

para o próprio como para a

sua família. A experiência

negativa de um interna-

mento prende-se com a

interrupção das rotinas

diárias, a perda de contacto com a família alargada e os

amigos, a necessidade de interação com pessoas estra-

nhas, a perda de privacidade, autonomia e liberdade e a

necessidade de realização de exames e/ ou tratamentos

passíveis de provocar medo ou dor. Alguns doentes cró-

nicos em particular, pela necessidade de internamentos

frequentes ou prolongados, ficam ainda privados de estí-

mulos cognitivos e educativos, o que pode condicionar

atraso na aquisição das principais etapas do seu desen-

volvimento psicomotor ou insucesso escolar.

A forma como esta experiência é vivida dependerá em

grande parte do motivo e duração do internamento, da

idade da criança, do suporte familiar e da forma como a

criança é acolhida e tratada na instituição hospitalar que

a recebe.

No sentido de minimizar os aspetos negativos desta ex-

periência, foram regulamentados os direitos da criança

hospitalizada, que devem ser postos em prática por todas

as instituições hospitalares e pelos profissionais de saú-

de. Estes direitos estão sintetizados na Carta da Criança

Hospitalizada, que foi aprovada em 1988, em Leiden, na

Holanda, e, mais tarde, divulgada em Portugal pelo Insti-

tuto de Apoio à Criança, e que passo a citar:

1. A admissão de uma

criança no hospital só

deve ter lugar quando os

cuidados necessários à

sua doença não possam ser prestados em casa, em con-

sulta externa, ou em hospital de dia.

São vários os motivos que condicionam o internamento

de uma criança/ adolescente: cirurgia programada ou

urgente; doença aguda (gastroenterite, pneumonia,…)

que exija vigilância mais apertada e/ ou determinado tipo

de terapêutica passível de ser realizada apenas em meio

hospitalar (administração de fármacos por via endoveno-

sa, oxigenoterapia…); doença crónica (diabetes, artrite

idiopática juvenil, epilepsia, doenças pulmonares cróni-

cas,…) para investigação, vigilância, terapêutica específi-

ca e ensino de técnicas terapêuticas; motivos sociais,

pela necessidade de salvaguardar a integridade física e/

ou mental da criança, retirando-a de um ambiente onde

sofre maus tratos, é negligenciada ou está exposta a con-

flitos familiares graves, carências alimentares e/ ou péssi-

mas condições habitacionais. Nestas situações de risco

social, o internamento acaba por ter um papel protetor,

tendo sobretudo um impacto positivo na criança.

Cabe à equipa médica e, nas situações de

risco social, ao serviço social e/ ou ao tribunal,

a decisão de internamento, havendo na maior

parte das situações, critérios bem definidos e

protocolados e que têm sido cada vez mais

restritivos.

A possibilidade da criança se deslocar diaria-

mente ao hospital para efetuar tratamento e/

ou para ser reavaliada, em regime de hospital

de dia, é uma prática cada vez mais defendida

e adotada, e que tem sido responsável por um

decréscimo no número de internamentos e

consequente diminuição do absentismo esco-

lar e laboral.

Marta Rios

Pediatra

(Este artigo vai ter

continuidade no

próximo número do

jornal)

Hospitalização infantil

Dois espaços do Internamento

Page 5: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Hoje a manhã foi de surpresas. Primei-

ro porque estava uma equipa multimé-

dia da BMAG a entrevistar alguns inter-

venientes do projeto ”Histórias ao Ouvi-

do”, Diretora, educadoras, mães e vo-

luntárias. Eu, também fui entrevistada

como voluntária tendo falado sobretudo

da minha esperança de que este pro-

jeto /“semente” dê muitos frutos.

Depois, a surpresa foi não haver ado-

lescentes nas enfermarias com exce-

ção de 1 ou 2 muito doentinhos.

É bom, pensei, é bom porque significa

menos adolescentes a sofrer. Então

dirigi-me com a educadora Angélica,

para a enfermaria dos mais pequeni-

nos. Aí chegou a mais bonita das sur-

presas. Abeirei-me do Diogo de 4 anos,

olhos vivos e um sorriso maroto.

O Diogo é de Cete. Estava acompanha-

do pela mãe, que, sendo uma das

mães a quem pediram uma entrevista,

me deixou a sós com ele. Então inven-

tamos uma história que ele mesmo ini-

ciou, falando de extra terrestres.

Era uma vez…

Três amigos, o Diogo, o Nuno e o Ri-

cardo, pediram aos pais que lhes com-

prassem um fato de astronauta.

Quando tiveram a prenda, cada um

deles, muito vaidoso, vestiu o fato. Co-

mo o fato tinha nas costas uma garrafa

propulsora, cada um carregou no res-

petivo botão e ficou muito inchado e

fofo e, ao mesmo tempo que levanta-

vam as mãos, subiram para o espaço

em grande velocidade. Não demorou

muito tempo e os três amigos pousa-

ram na lua.

Tudo era muito bonito. Havia casa, flo-

res, seres humanos e seres do espaço.

Seres que eram de todas as cores, ver-

des, vermelhos e azuis. Tinham dois

corninhos na cabeça com uma bolinha

na ponta. Eram muito divertidos e logo,

em grande animação, começaram a

brincar uns com os outros. Mas passa-

do um tempo, quando já estavam can-

sados e com saudades das suas ma-

mãs, os três amiguinhos carregaram

num outro botãozinho, levantaram as

pernas e começaram a descer, a des-

cer, a descer e a sentiram-se muito

quentinhos numa caminha muito linda.

O nosso amigo Diogo abriu os olhos

e… estava deitado na sua caminha…

Afinal a ida à lua tinha sido um delicio-

so sonho!

Devo dizer que fiquei enternecida com

esta história e que não mais esquecerei

o olhar maroto de Diogo. 23 de março de 2010

(Armanda Camisão, voluntária)

Os enfermeiros em Pediatria enfrentam cada vez mais de-

safios relacionados com a complexidade das situações de

saúde e doença. Estas exigem uma abordagem interdiscipli-

nar que extravasa a área da saúde e que obriga a um ver-

dadeiro trabalho em equipa. Ser polivalente,

ter facilidade de adaptação e ter capacidade

de actualização constante; são algumas das

características essenciais para “Ser Enfer-

meiro na Pediatria do CHP”.

Ser polivalente – Na Pediatria a fragilidade

da díade criança/ família é um fator que influencia e condici-

ona o desempenho do enfermeiro, no qual terá obrigatoria-

mente que ter conhecimentos e habilidades, que permitam

trabalhar nas diversas áreas do foro médico e cirúrgico que

este serviço abrange.

Ter facilidade de adaptação – As grandes transformações

que o CHP tem vindo a sofrer, nomeadamente durante o

processo de construção do Centro Materno Infantil do Norte,

trouxeram aos enfermeiros que trabalham em Pediatria

grandes desafios. A passagem para o Hospital Maria Pia e a

posterior integração de um Hospital Pediátrico num só servi-

ço, exigiu que enfermeiros que anteriormente trabalhavam

em áreas especializadas – lactentes, nefrologia, cirurgia; se

adaptassem rapidamente a prestar cuidados em especiali-

dades pediátricas distintas e a crianças desde os dias de

vida até aos 18 anos.

Capacidade de actualização – A capacida-

de de actualização constante decorre de

todas as mudanças que se têm verificado

ao longo do tempo. As várias exigências em

cuidados especializados na área da pedia-

tria exigem que os enfermeiros se mantenham constante-

mente actualizados sobre técnicas, procedimentos e inter-

venções específicas, no sentido de dar uma resposta eficaz

às necessidades das crianças internadas.

Em jeito de conclusão, posso dizer que ser enfermeiro na

Pediatria do CHP é um desafio constante e uma oportunida-

de de crescer profissionalmente, para todos aqueles que

trazem a Pediatria no coração. Fátima Couto

Enfermeira especialista em Pediatria

Perante as adversidades da doença em período de interna-

mento a que são submetidas as crianças, é nosso dever

sermos mais pró-ativos e inovadores, orientando as nossas

sinergias em programas educativos e recreativos que mini-

mizem o impacto da sua estadia em contexto de interna-

mento.

Congratulo-me com a presente iniciativa, de âmbito pedagó-

gico, por constituir uma mais valia com a criação deste es-

paço que permite à criança/ adolescente/ família exprimir e

registar o seu sentir e a sua perceção desta situação. Rosária Vale

Enf. Chefe do Serviço

Ser Enfermeiro em Pediatria no CHP

Estar no hospital não é como todos

pensam! As pessoas dizem: " vai pas-

sar rápido, vais ver..." Mas na verdade

os minutos parecem horas e o que

mais me custou foi ter de ficar na cama.

A cama é como uma prisão, mas nin-

guém se apercebe, pois só os pacien-

tes estão nela. As pessoas pensam que

estar nela é uma regalia, mas, na ver-

dade, estar na cama significa ficar de-

pendente de todos os que nos rodeiam:

enfermeiros, médicos... Além disso,

não é fácil olhar para os nossos cole-

gas de quarto e vê-los sofrer, enquanto

nós estamos muito bem e sem dores.

Este tempo em que estive no hospital

foi tão bom como mau, pois há pacien-

tes que sofrem bastante. Ouvir o seu

choro ou até ver as suas dores é horrí-

vel e não recomendo a ninguém. As

pessoas ficam mais meigas connosco

só porque estamos aqui. o que é estra-

nho, porque as pessoas deviam ser

sempre queridas connosco! A parte boa

é que as enfermeiras e os médicos são

ambos fantásticos. Basta tocar num

botão e eles vêm o que precisamos.

Penso que, como tudo no hospital é

novo, isso assusta no inicio, os sons

que as máquinas fazem são estranhos

e pensar como seria se nunca tivésse-

mos sido operados, como ficaríamos.

Podem não acreditar, mas, antes de

entrar para o bloco operatório, pensa-

va: " vou morrer, ou se algo correr

mal..." Mas, afinal, correu tudo bem e

agora estou a descrever esta minha

primeira operação, ou seja, a primeira

impressão sobre o hospital! Ana Teresa Cabral, 13 anos

Page 6: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

A Matemática e os Jogos na Educação

Pré-Escolar

A definição de Matemática o final do século XX, tendeu

para uma aceitação entre os matemáticos como: A ciência

das regularidades (padrões). Segundo esta definição, o

trabalho do matemático consiste em examinar padrões

abstractos, tanto reais como imaginários, visuais ou men-

tais. Ou seja: os matemáticos procuram regularidade nos

números, no espaço, na ciência e na imaginação e as teo-

rias matemáticas tentam explicar as relações entre elas.

A relação entre o jogo e a matemática constitui-se numa

abordagem significativa, principalmente na educação pré-

escolar, pois é neste período que as crianças devem en-

contrar o espaço para explorar e descobrir elementos da

realidade que a cerca. A criança deve ter oportunidade de

vivenciar situações ricas e desafiadoras, as quais são pro-

porcionadas pela utilização de jogos como recurso peda-

gógico.

O ensino da matemática na educação pré-escolar deve

dar prioridade ao avanço do conhecimento das crianças,

perante situações significativas de aprendizagem sendo

que o ensino através dos jogos deve acontecer de forma a

ajudar no ensino do conteúdo, proporcionando a aquisição

de ferramentas e o desenvolvimento operativo da criança.

Quando falamos em jogos pensamos no seu carácter lúdi-

co e divertido. De facto, as crianças facilmente se sentem

atraídas pelo jogo, que constitui um importante factor de

motivação. Os processos matemáticos envolvidos nos

jogos promovem a comunicação aliada à tomada de deci-

sões, ao planeamento e definição de estratégias.

Os jogos são parceiros fundamentais desde os primeiros

anos de vida, devendo-se implementá-los desde cedo no

ensino pré-escolar, no desenvolvimento do raciocínio lógi-

co-matemático.

É importante que os jogos sejam adaptados para as dife-

rentes idades das crianças, desenvolvendo assim as dife-

rentes vertentes do raciocínio, como: a seriação, a classifi-

cação, as relações numéricas ou as relações espaciais.

O objectivo é que os conceitos matemáticos sejam cons-

truídos pela criança como resposta aos problemas reais

que surgem no seu dia a dia, em que a criança compreen-

da os termos de maior, menor e maior e utilizar critérios

lógico de seriação, em que agrupe objectos pelas suas

semelhanças ou pelos seus critérios comuns, como por

exemplo, juntar as peças de um jogo pelas cores ou os

animais pelo local onde vivem, em que a criança conheça

a sequência numérica e faça corresponder o número que

se vai dizendo em voz alta a um objecto que se aponta.

O principal objectivo do ensino da matemática é desenvol-

ver a capacidade de resolver problemas, contribuindo para

tornar as crianças autónomas do ponto de vista intelectu-

al, fornecendo-lhes instrumentos que lhes permitam ser

competentes nesta sociedade em permanente transforma-

ção.

In AGUIAR, J. S. Jogos para o ensino de conceitos: Leitura e Escrita na

pré-escola. Papirus.

Elvira Meireles

E assim nasceu o cartaz a dar as boas vindas à PRIMAVERA! Há poucos dias, o do VERÃO!

As crianças internadas ou as que aguardam a cirurgia

aprendem/ revêem noções, com os jogos existentes,

de relação espacial, lateralidade e reconhecimento de

cores e formas; noções de conjunto, seriação pelas

cores, formas ou tamanhos; lógica dedutiva.

Fases de construção destes dois placards com materiais recicláveis, para as salas de espera da consulta ex-terna.

Page 7: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

“…bip, bip-bip, bip-tim-potim,

Ptum-ptam, bip, bip,”: as ono-

matopeias ganham identi-

dade sonora e aquilo que

se afigura ser meros ruí-

dos de um serviço hospi-

talar passa a ser música.

Protagonizada pela equipa

da Associação Portuguesa de

Música nos hospitais (APMHIS)

encontra-se desde 2006 a embalar

ruídos, a criar laços de harmonia sonora

entre a comunidade médica-hospitalar no

Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar

do Porto.

Esta associação desenvolve

um trabalho de humanização e

de envolvimento da comunida-

de hospitalar através da músi-

ca. É seu objetivo criar mo-

mentos de música e de arte

envolventes, únicos e autênti-

cos junto da criança, da mãe e do pai que a acompa-

nham, do médico, do enfermeiro, das educadoras que

dela cuidam, e do assistente operacional atento, que as-

siste à preocupação e angústia de todos os que lhe pres-

tam o seu melhor e o seu cuidado.

Este encontro entre estas duas entidades, APMHIS e

Serviço de Pediatria, surge pela mão da Dra. Margarida

Medina. Assim se inicia a história: uma médica, na altura

Directora de Serviço, preocupada em oferecer aos seus

pequenos utentes e famílias um cuidado mais próximo,

humanizador e acolhedor.

Nos dias que hoje se contam, a filosofia de humanização

e proximidade continuam a vigorar neste serviço. Duas

vezes por semana, durante duas horas ouve-se, faz-se e

cria-se música com todos. A equipa de músicos cresceu

e de apenas duas músicas: Ana Clement e Dulce Morei-

ra passaram a ser mais três: Marta Oliveira, Susana Ri-

beiro e Goreti Santos.

O trabalho é concretizado em dupla e com um carrinho

apetrechado de instrumentos e de

objetos sonoros aparentemente

estranhos: as traqueias desaprovei-

tadas das incubadoras dão azo a

tubos de harmónicos, as seringas

transformam-se em singelas flautas

de êmbolo. Surpreender e tornar o

universo de internamento hospitalar

num local de cultura, de arte e de saúde para o bem-

estar de todos os que por aqui passam. Na semana da

criança, de 27 a 31 de Maio, para além das intervenções

de música decorrem ainda diversas atividades desenvol-

vidas pela APMHIS e pela equipa de educadoras.

Narizinho

Saúde brincando

Projeto de voluntariado iniciado pelos alunos de Medicina do ICBAS, e alargado, atualmente, a todos os alunos da UP.

Projeto iniciado nos anos 90 patrocina-dos pelo Rotary Club nos serviços de Pediatria dos Hospitais do Porto. Hoje em dia é desenvolvido pela Escola Su-perior de Música e Artes do Espetáculo do Porto.

Page 8: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Dia do Gil

O Projeto “Histórias ao Ouvido” é desenvolvido em

parceria com as Bibliotecas Municipais do Porto, com o

apoio da Escola Virtual da Porto Editora e JP Sá Couto

(computadores portáteis).

Com uma dinâmica própria, e numa vertente terapêutica, serve-se

das histórias para levar às crianças, jovens e famílias momentos de

descontração e bem estar, entretendo-as, fornecendo metáforas

para a vida, ajudando-as a lidar com os estados emocionais e a pro-

curar alternativas para as mudanças e condicionamentos que o in-

ternamento acarreta.

“Contar histórias é um instrumento sensível para evocar os pensa-

mentos das crianças, identificar as suas distorções, e ajudá-las para

de forma mais acurada dar sentido ao seu mundo.” (Friedberg,

1994)

“Ouvir histórias pode ajudar as crianças a perceber e encontrar for-

mas para lidar com as suas experiências” (Storytelling Arts of India-

na, 2010)

“… as metáforas terapêuticas e a fantasia guiada oferecem esco-

lhas às crianças numa forma atrativa e efetiva sem prescrição verbal

ou comportamental” (Fazio , 1992)

Objectivos do Projeto

Desenvolver um programa terapêutico de promoção e

animação da leitura no internamento.

Proporcionar momentos de bem-estar, a partir do livro

e da leitura.

Realizar oficinas de expressão plástica com as crian-

ças/ jovens internados e suas famílias.

Desenvolver pequenos projetos de teatro de fantoches

com as crianças.

Incentivar as famílias a serem eles próprios a contarem

histórias aos seus filhos e a estimularem-nos para a

leitura;

Formar voluntários na arte de contar como instrumento

terapêutico, para intervirem neste projecto.

Disponibilizar apoio escolar orientado por professores

voluntários na situação de internamento prolongado.

Alguém disse " ser voluntário é ser mãos, é ser sorriso".

É verdade e isto vê-se no Projeto Histórias ao Ouvido a

que pertenço, contando histórias, fazendo jogos ou ou-

tras atividades direcionadas para estas crianças hospita-

lizadas.

Resultante da minha anterior experiência profissional no

ensino, colocou-se a hipótese de auxiliar um menino vin-

do da Guiné, o Mamadu, que com quase 7 anos ainda

não tinha iniciado a escolaridade. Assim o fiz. Desloquei-

me diariamente ao Hospital e começamos com o ensino

da leitura e da escrita. Foi uma experiência incrível ven-

do o seu entusiasmo e o seu progresso a acontecer.

Assim continuamos algumas se-

manas, mas mais tarde teve que

terminar porque finalmente o Ma-

madu ia ter um lar onde viver

uma vida mais normal, que não

aquela no Hospital. Iria ter um

ensino numa escola pública, com

amigos, mas estes passinhos no Hospital foram-lhe úteis

e ajudaram à sua integração. A vida nos hospitais é mes-

mo assim! Uns vão, outros vêm, e cá estamos nós para

os acolher... e ser mãos... e ser sorriso… Maria Eugénia Valente

Desde 2005 que temos o orgulho de per-

tencer à família dos 28 núcleos hospitala-

res apoiados pela Fundação do Gil.

Semanalmente a magia da “Hora do Con-

to” e da “Hora da Música” proporcionam

momentos de alegria, entretenimento e

diversão, animando as manhãs de sextas

feiras a todos os que nelas participam.

Page 9: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Receita do bolo do Agrião:

Ingredientes:

2 Chávenas de farinha de trigo com fermento

1 Chávena (chá) de óleo

2 Chávenas de açúcar

1 Molho pequeno de agrião lavado

1 Pitada de sal

3 Ovos inteiros

Modo de preparação:

Colocar no liquidificador ou com a varinha mágica o açúcar,

os ovos, o óleo e os agriões.

Juntar a mistura com a farinha e mexer com uma colher de

pau, até misturar tudo.

Levar ao forno numa forma de buraco untada com manteiga

e polvilhada. Deixar cozer a 180ºC até o bolo se apresentar

cozido. Desenformar depois de arrefecer.

O Agrião

O agrião é um vegetal folhoso muito nutritivo composto por água, muitas vitaminas e minerais!

As suas vitaminas mais abundantes são a vitamina A, essencial para a visão e saúde da tua pele, a vitamina C que é

importante para aumentar a resistência do teu organismo às infeções e ainda as vitaminas do complexo B responsáveis

pelo crescimento e produção de energia.

Possui ainda minerais como o fósforo e o ferro que evitam a fadiga mental e estão ligados à produção de glóbulos ver-

melhos do sangue. O cálcio ajuda a promover a saúde dos teus ossos e dentes. Como tem muita fibra, ajuda a que o teu

intestino funcione melhor.

Podes comê-lo ao natural, numa salada, em sandes e também como ingrediente de sopas.

Neste espaço aprende-se a ter uma alimentação saudável, e experimentam-se algumas receitas… Desta

vez, o eleito foi o agrião.

A adoção de um estilo de vida saudável, nomeadamente

através de uma alimentação completa, variada e equilibrada,

assume especial importância durante a infância, sendo esta

uma fase de crescimento e desenvolvimento físico e intelec-

tual. Os hábitos alimentares são adquiridos durante os pri-

meiros anos de vida, tornando-se, por isso, fundamental

atuar precocemente. Neste sentido, a Unidade de Nutrição

do CHP – HSA realizou algumas atividades de educação

alimentar no internamento de Pediatria.

A primeira sessão de educação alimentar foi realizada no

dia 14 de Março do presente ano, onde foram abordados

conceitos sobre alimentação saudável através de uma expo-

sição interativa com posterior elaboração de jogos/ materiais

didáticos, alusivos ao tema. Conjuntamente foi elaborada

uma receita saudável de um bolo de agrião, com o objetivo

de proporcionar às crianças uma experiência saborosa da

mesma forma que aumentamos a ingestão de produtos hor-

tícolas. Esta experiência revelou-se bastante enriquecedora,

uma vez que as crianças mostraram bastante curiosidade

em conhecer um novo hortícola e aprenderam formas diver-

tidas de inseri-lo na alimentação.

A segunda sessão de educação alimentar foi concretizada a

15 de Abril, dando especial ênfase à importância da inges-

tão de fruta. Assim, para além da visualização de um Power-

Point, tiveram a oportunidade de experimentar e descobrir

novos e deliciosos sabores de fruta (papaia, manga, mirtilos,

framboesas,...). Todos participaram com entusiasmo e fica-

ram a conhecer melhor a importância de uma alimentação

saudável e colorida. Esta atividade foi dinamizada pela Nu-

tricionista (Dra. Carla Silva) e estagiárias (Ana Martins e An-

dreia Brandão) da Unidade de Nutrição do CHP.

Page 10: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

O

A ssim chamamos ao nosso espaço do

Hospital de Dia de Pediatria.

Como qualquer serviço de Pediatria também nós, no nosso “cantinho”,

vivemos rodeados de risos, choros, birras ou mimos, contos de fadas ou

histórias de gente grande… mas é aqui, que o Amor pelos outros é vivi-

do plenamente.

E é destas vivências que queremos trazer notícias, quer através das

obras dos nossos ocupantes quer através do relato das suas peripécias.

E começamos com a “PRIMAVERA” da autoria da Carolina, pintada com

as cores da alegria que irradia dos seus 6 anitos.

Enf. Maria José

Enf. Olinda

“PRIMAVERA” Carolina

Quem trabalha por amor

A toda a hora e momento

Aliviando a todos a dor

Mostra um lindo sentimento.

E neste “cantinho”, para além do trabalho dedicado de todos os pro-

fissionais de saúde, há também voluntárias que tentam amenizar

os momentos difíceis e de sofrimento que algumas crianças passam pe-

riodicamente para receber o seu tratamento. Apoiam-nas em tarefas es-

colares e proporcionam-lhes momentos de

animação através da realização de activida-

des utilizando as novas tecnologias de infor-

mação. Partilham das suas alegrias, desafios,

conquistas; anseiam por boas melhoras; e,

acima de tudo, sentem-se gratas por conse-

guirem fazer uma criança feliz nas circunstân-

cias em que se encontram. Voluntária Ana

Também por cá há poetas...

O pastor, a ovelha, o lobo e a couve Sequência das viagens:

Viagem 1: pastor e ovelha Viagem 2: regresso do pastor Viagem 3: pastor e lobo Viagem 4: regresso com ovelha Viagem 5: pastor e couve Viagem 6: regresso do pastor Viagem 7: pastor e ovelha

Quantos triângulos: 24

Quantos quadrados: 35

A. 2 B. 1 C. 3 D. 3 E. 1 F. 1

Elvira Rosa

(avó do Tiago)

Page 11: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

O verão está a chegar! E com ele a vontade de uma boa banhoca no mar, no rio…

Segue atentamente os conselhos que se seguem e aprende algumas regras de

convívio com o sol, para passares umas férias divertidas e tranquilas …

Vais ver como é fácil brincar no Verão sem apanhar um escaldão. E lembra-te ... Por cada vermelhidão muitos sinais mais

tarde te aparecerão. E quantos mais sinais te aparecerem mais cuidado com o sol terás que ter. Eis uma boa razão para ao

sol fazeres uma boa proteção.

Estes ensinamentos foram retirados e adaptados da revista BRINCA E APRENDE COM O ZÉ PINTAS. | Sol… Férias…

Cuidados a ter… da ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE CANCRO CUTÂNEO (www.apcc.online.pt | [email protected])

Eu vou, eu vou…

Eu vou p’ra praia, eu vou…

Passarinhos a chilrear

É hora de acordar,

O sol começa a brilhar,

São horas de brincar.

Acordo bem cedinho,

Quero flocos e leitinho,

Lava a cara e o dentinho,

Protetor e chapéu é certinho.

Eu vou, eu vou…

Eu vou p’ra praia, eu vou…

À bola vou jogar,

Com raquetes vou brincar

Castelos vão crescer,

Até a digestão se fazer.

Cuidado com o mar,

Quando fores nadar.

À sombra vais ficar,

Não vás é queimar.

Ei!... Está na hora de regressar.

Eu fui, eu fui …

Eu fui à praia, eu fui… (2 x)

Horas de brincar ao “Sol e Sombra”

Horas mais seguras:

Início da manhã, até às 11:00 horas, e final da tarde, depois das 17:00 horas.

A sombra é maior que os objetos.

Horas arriscadas:

Entre as 11:00 e as 12:00 horas, e entre as 16:00 e as 17:00 horas.

A sombra é igual aos objetos.

Horas mais perigosas:

Entre as 12:00 e as 16:00 horas.

A sombra é menor que os objetos.

A que cor do semáforo

corresponde a minha pele?

Eu vou, eu vou…

Eu vou p’ra praia,

eu vou…

Se tens cabelo e olhos casta-nhos e ficas facilmente mo-reno, também tens que ter cuidado com o sol.

Se tens pele e cabelos escuros ou negros, ape-sar de não ficares habitu-almente vermelho com o sol, também não deves ficar exposto nas horas mais perigosas.

Se tens cabelo ruivo ou louro, olhos azuis ou verdes e pele clara com ou sem sardas, vais corar facilmen-te ao sol. Tens então que ter muito cuidado com o sol!

Quando o sol está alto e quente, procurem uma sombra fresca, no beiral da escola ou debaixo de uma grande árvore. Bebam muita água, sobretudo quando estiver calor.

Raios Ultravioleta Intensidade e reflexão

A intensidade dos UV, aumenta com a altitude. - A neve pode refletir até 85% dos UV.

80% dos UV passam através das nuvens.

20% dos UV podem ser refletidos na relva ou cimento.

A areia seca reflete 20%, mas a areia molhada pode refletir 40%.

A água reflete até 50% dos UV e mais de 50% dos UV atingem 50cm de profundidade.

Os vidros filtram bem os UVB, mas permitem a penetração de parte dos UVA.

Em relação ao vestuário e proteção solar:

Evita tecidos porosos, quanto mais transparente menos protege

Para roupa fina, prefere as cores escuras

Nunca expor a pele mais sensível

E quanto ao protetor solar (sempre 30+):

A eficácia inicia-se 30 minutos após a aplicação

(não esquecer de o aplicar antes de sair de casa)

Reaplicar após o banho

Não deverá servir para justificar exposições prolongadas

E não te esqueças:

Na escola ou no jardim, na piscina ou na praia, o sol é todo igual, por isso, tens que

te proteger sempre que estás exposto ao sol.

Page 12: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Lembrando Miguel Torga, dois poemas:

Canto poético

Abrem-se as portas

A vida desponta

O mundo recebe-te

Há tempo à tua espera

Sem prazos marcados

Sem horas contadas

Sem caminhos escolhidos

Constrói o teu sonho

Com razão e emoção

Torna-te o herói da esperança

E agarra o arco-íris.

Ser criança é acreditar

Num mundo colorido

Ser criança é pensar

Na fantasia, no sorriso, na brincadeira

Ser criança é não sentir o perigo

Ser criança é viver

Entre o sonho e a realidade

Ser criança é ser

Curiosa e observadora

Ser criança

É ser a promessa que vai acontecer

A esperança

Que é sempre uma criança.

Angélica Morais

Então eu seria uma criança feliz

Se à segunda-feira se pudesse correr livremente pelos prados

e as flores desabrochassem numa explosão de cor…

Se à terça-feira se contemplasse o céu

no seu mistério de um azul sem fim…

Se à quarta-feira se retirassem as máscaras

e a verdade brotasse…

Se à quinta-feira a alegria entrasse nos corações…

Se à sexta-feira todos se dessem as mãos…

Se ao sábado os pais contassem aos filhos histórias de encantar…

Se ao domingo a beleza do silêncio se renovasse em cada ser…

Então eu seria uma criança feliz,

e a minha canção voaria por sobre as casas,

dançaria entre os ramos das árvores,

e à hora do crepúsculo repousaria sobre os mares do mundo,

tornada canção de embalar,

a encher de paz e de ternura os sonhos das crianças.

Anónimo

Bem-vindos à poesia!

São histórias de encantar!

Ao escrevê-las, eu queria

que as soubésseis contar.

Algum ensinamento

elas querem transmitir.

Contudo o meu intento

é também fazer sorrir.

Leiam-nas com o coração,

para terem grande alegria!

Com essa pequena acção

obterão muita magia!

Minervina Dias,

Crescer com Versos, Gailivro

Pois eu gosto de crianças!

Pois eu gosto de crianças!

Já fui criança, também...

Não me lembro de o ter sido;

Mas só ver reproduzido

O que fui, sabe-me bem.

É como se de repente

A minha imagem mudasse

No cristal duma nascente.

E tudo o que sou voltasse

À pureza da semente.

O menino ouve, atento, a voz da mãe. Das páginas do livro que ela tem entre as mãos, brota um mundo encantado . . .

Segredo

Sei um ninho

e o ninho tem um ovo;

e o ovo, redondinho,

tem lá dentro um passarinho

novo.

Mas escusas de me tentar:

nem o tiro nem o ensino;

quero ser um bom menino,

e guardar

este segredo comigo,

e ter depois um amigo

que faça o pino

a voar.

Page 13: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Notícias … de uma Torre majestosa, orgulhosa, ex-libris da cidade do Porto, testemunha de uma cidade em mudança há 250 anos .

2 013 assinala os 250 anos de existência da Torre

dos Clérigos, uma das marcas do período barroco

mais importantes do país e que está classificado

como monumento nacional desde 1910. A Irmandade dos

Clérigos aproveitou o simbolismo da data para lançar um

programa de comemorações de forma a valorizar e potenciar

o monumento que é considerado por muitos, como o ex-líbris

da cidade do Porto.

No âmbito das comemorações a Irmandade assinou um pro-

tocolo com a autarquia do Porto, com vista a implementar um

programa de ação para a recuperação, requalificação, valori-

zação e divulgação daquele espaço religioso, desenvolvendo

uma série de atividades em parceria. Ao abrigo do mesmo, a

Câmara do Porto tem como objetivo abrir um posto municipal

de turismo (i-point) no interior do edifício. Outro dos grandes

objetivos é reabilitar todo o monumento, uma obra que será

executada a longo-prazo e que tem um orçamento estimado

na ordem de um milhão e meio de euros, segundo o padre

Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos.

“Estamos esperançados que se possam lançar as obras de

recuperação em todo o edifício ainda durante 2013.

Um ano pleno de iniciativas

O programa de comemora-

ções pretende recuperar o es-

pírito de Nicolau Nasoni, arqui-

teto italiano, autor do projeto

original da Torre dos Clérigos, que nada cobrou pelo serviço

e que, por isso, foi admitido na Irmandade dos Clérigos.

Para lembrar os sabores mais invictos, foi lançado um bom-

bom denominado “Clérigos”, em parceria com a confeitaria

Arcádia e que pode ser adquirido quer na Torre, quer na pró-

pria confeitaria. Mas o bombom não é, no entanto, o único

projeto ligado aos sabores. A Irmandade está a estudar a

possibilidade de construir a torre em chocolate e à escala

real. Para isso, estima que sejam necessárias, aproximada-

mente, 14 toneladas de chocolate. Américo Aguiar, revela

também que a celebração dos 250 anos dos Clérigos servirá

para lançar brochuras em vários idiomas sobre a história do

monumento.

Estão também a ser escritas uma coleção de quatro obras

sobre a História dos Clérigos, pela pena de quatro autores

distintos. Segundo o presidente da Irmandade, um dos auto-

res, Hélder Pacheco, investigador e cronista das culturas e

tradições populares do Porto, está a escrever um livro sobre

a Torre e a sua relação com a cidade. Germano Silva, ex-

jornalista e historiador portuense, vai fazer uma história da

Irmandade dos Clérigos para ser vendida aos turistas, em 15

línguas diferentes. A cargo de Francisco Queiroz está uma

publicação que incide na perspetiva da história da arte do

património da Igreja e da Torre dos Clérigos. Por fim, foi tam-

bém convidado a participar na coletânea o arquiteto Manuel

Montenegro, que vai trabalhar sobre a pers-

petiva arquitetónica do monumento.

Já foram lançadas uma edição comemorativa

do livro “Uma Aventura no Porto”, das autoras

Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães, com

um capítulo dedicado à Torre dos Clérigos e

uma edição limitada de postais alusivos à

Torre dos Clérigos, dos CTT de Portugal.

Os 250 anos da Torre dos Clérigos também

ficarão para sempre eternizados na face de

uma moeda de 2 euros pois já foi publicado

em Diário da República (DR) a Portaria que

autoriza a emissão da moeda comemorativa.

Concertos, exposições, conferências, progra-

mas para as escolas e para diferentes ida-

des, além de parcerias com as principais ins-

tituições culturais da cidade estão também

contempladas na programação geral.

Nicolau Nasoni,

o arquiteto

Nicolau Nasoni nas-

ceu, no dia 2 de Ju-

nho de 1691, em S.

João de Valdano, a 50

quilómetros de Floren-

ça, em Itália. Sabe-se

muito pouco da sua adolescência. Ignora-se,

inclusive, que tipo de estudos terá seguido.

Mas sabe-se que aos 22 anos mostrou interesse pelas artes

que passou a estudar, em Siena de onde passou a Roma.

Aos 32 anos de idade estava na Ilha de Malta, a trabalhar,

como pintor - decorador para o grão-mestre da Ordem de

Malta, o português D. António Manuel de Vilhena. Em No-

vembro de 1725 foi convidado para vir trabalhar no Porto,

nas obras da Sé, também como pintor - decorador. São da

sua autoria as pinturas ainda existentes nas paredes da ca-

pela mor. Artista de reconhecidos méritos, exerceu no Porto,

e no norte de Portugal, uma intensa e importante atividade.

Quase se pode dizer que não há no Porto obra arquitetónica

de alguma importância que não tenha a marca de Nasoni:

Clérigos, lógia da Sé, igrejas da Santa Casa da Misericórdia

do Porto, do Terço e de Nossa Senhora da Esperança; pala-

cete de S. João Novo e casas da Prelada, do Chantre, de

Ramalde, do Viso; o Palácio do Freixo... Nos Clérigos, a sua

obra mais emblemática e mais representativa do seu fulgor

artístico, trabalhou de graça e empenhadamente. Tornou-se

irmão leigo da Irmandade e, quando morreu, pobre, com 82

anos de idade, a 30 de Agosto de 1773, dez anos depois de

ter concluído a Torre dos Clérigos, quis ser sepultado no in-

terior do templo que havia construído – a igreja dos Clérigos.

Adaptado de “Comemorações–250 Anos da Torre dos Clérigos”–Irmandade dos Clérigos,

“…para a minha alma eu queria uma torre como esta assim alta,

assim de névoa acompanhando o rio” Jorge de Sena

Page 14: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Boa diversão! A brincar também se aprende… A. O nome de três cereais:

1. Massa, arroz e batatas

2. Cevada, centeio e trigo

3. Arroz, milho e feijão B. Na roda dos alimentos aprendes a:

1. Comer de forma saudável

2. Cozinhar

3. Consertar pneus C. Autora do conto “A Menina do Mar”:

1. Alice Vieira

2. Florbela Espanca

3. Sophia de Mello Breyner Andresen

D. Poeta Português, autor de “Os Lusíadas”:

1. Cesário Verde

2. Fernando Pessoa

3. Luís Vaz de Camões E. Som produzido pelas galinhas:

1. Cacarejar

2. Grasnar

3. Piar F. Som produzido pelo cavalo:

1. Relinchar

2. Bramir

3. Rugir

Nesta sopa de letras encontras oito ingredientes para fazer uma sopa de agrião. Eles estão dispostos em todos os sentidos e direções.

a.

Atividade de lógica para agu-çares os teus pensamentos e desafiares a mente… : O pas-tor, a ovelha, o lobo e a couve

Um pastor tem que atravessar um rio, levando consigo uma ovelha, uma couve e um lobo. Porém, o seu barco só lhe per-mite levar um acompanhante de cada vez, fazendo com que vá-rias viagens sejam necessárias. Além disso, a ovelha não pode

ficar sozinha com a couve, nem o lobo pode ficar sozinho com a ovelha.

Como é que o pastor pode concretizar a sua tarefa?

Quantos quadrados vês na figura a.?

Quantos triângulos há na figura b.?

b.

Motoristas e peões devem obedecer aos sinais de trânsito. Pinta esses sinais com as cores corretas.

O vermelho é p’ra parar,

O amarelo é p’ra esperar

E o verde quer dizer

Que eu já posso atravessar!

Preenche cada parte da flor com seu respetivo nome.

Une os pontos...

Descobre e assinala o ca-minho que o Zé Pintas tem de percorrer para ir protegido para a praia com o Rufias.

Page 15: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

Uma história à tua espera... Apenas um rapaz

Era uma vez um rapaz bravio que gostava de pregar partidas e fazer matulices, só por

embirração. Era muito antipático este rapaz.

Mas emendou-se. Eu conto como foi.

Um dia, por maldade, deu-lhe na veneta atormentar uma pobre

velhota, que vivia numa casinha pobre, à beira do povoado.

Foi para uma pedreira que havia perto e pôs-se a atirar pe-

dras e a rebolar pedregulhos, que iam cair no quintal da

velhota. Para o que lhe havia de dar!?

No fim do seu feito, já cansado, aproximou-se da casa

da velhinha, para ver de perto os resultados da sua

proeza. Andava a velhinha a recolher as pedras, es-

palhadas pelo quintal.

— Foi uma bênção que me caiu do céu — dizia a

velhinha. — Precisava, há que tempos, de con-

sertar o muro do quintal, mas não tinha for-

ças para trazer tantas pedras. Se não

fosse esta avalanche…

O rapaz ficou de boca aberta. E

mais sem fala ficou quando a velhi-

nha lhe propôs:

— Bom rapazinho, importas-te

de me ajudar a consertar o mu-

ro?

Ele, que tinha de fazer de conta que era um bom rapazinho, não teve outro remédio. Passou o

resto do dia a acartar pedras, as pedras que ele lançara do alto do monte.

No fim da tarefa, a velhota agradeceu-lhe o trabalho e deu-lhe um grande boião de mel. O ra-

paz lá se foi, cansado e a lamber os beiços, um tanto confundido. À noite, quando se deitou, es-

tava cá com uma dor nas costas, que não lhes digo nada! Mas regalado com o mel que a velhi-

nha lhe dera.

Ora pois! Serviu-lhe de emenda. Mudou de intenções. Não posso garantir se, dessa vez em

diante, nunca mais pregou partidas. Um diabinho não se transforma de repente num santinho. É

exigir demais. Mas, na verdade, deixou-se de brincadeiras tolas.

Sem que possa ser considerado um virtuoso rapazinho, também já não é um venenoso rapa-

zote. Nem rapazinho, nem rapazote. Apenas um rapaz. Nem muito mau, nem muito bom. Como

quase toda a gente, aliás.

António Torrado escreveu

Cristina Malaquias ilustrou

Page 16: EDU-CARE nº1 | Dia da Criança | 2013

A edição deste jornal só foi possível com a generosa colaboração da

Alliance Française de Porto.

À Direção e a todos os colaboradores um Bem hajam!

Lê esta mensagem num espelho e descobre o que está escrito ...

R E S P E C T A P A

D I G N I T E K R L

E U S A B U L E O L

F L L M D N I G T E

E A D I A M B A E G

N M U T J M E L C R

S O L I D A R I T E

E U J E U R T T I S

L R I T E J E E O S

E D U C A T I O N E

Les Droits des enfants | Les mots mêlés

Allégresse

Amitié

Amour

Défense

Dignité

Education

Egalité

Jeu

Liberté

Protection

Respect

Solidarité

Le monde des enfants: les jeux | Le coloriage

Ci

ta

çõ

es

..

.

Les enfants sont comme on les élève.

Poetas são homens que conservaram os olhos da cri-

ança. (Alphonse Daudet)

Qualquer criança me desperta dois sentimentos:

ternura pelo que ela é e respeito pelo que poderá vir

a ser. (Louis Pasteur)

If you want your children to be intelligent, read

them fairy tales. If you want them to be more in-

telligent, read them more fairy tales. (Einstein)

Podemos facilmente perdoar uma criança que tem

medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os

homens têm medo da luz. (Platão)

Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a.

(Johann Goethe)

Acabadinho de chegar mais um “Olhar”,

desta vez em verso

O Hospital e a Menina

Vou ao hospital

para o tal que é sempre igual.

o hospital das janelas fechadas,

o hospital dos médicos

o hospital das mãos abençoadas

o hospital que não tem plantas

mas é o hospital das crianças.

É o hospital que me acolhe,

que me acarinha e me ajuda a ficar curada

é o Hospital das estrelinhas brilhantes

é o Hospital das crianças bonitas.

Carolina Júnior

7 anos Hospital de Dia

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