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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESTUDO PRÁTICO DO USO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA COMO FERRAMENTA EFETIVA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE DE OBRA DE EDIFICAÇÕES EDUARDO DE ALMEIDA MOSQUEIRA 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

ESTUDO PRÁTICO DO USO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA COMO

FERRAMENTA EFETIVA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

DE OBRA DE EDIFICAÇÕES

EDUARDO DE ALMEIDA MOSQUEIRA

2018

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ESTUDO PRÁTICO DO USO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA COMO

FERRAMENTA EFETIVA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

DE OBRA DE EDIFICAÇÕES

EDUARDO DE ALMEIDA MOSQUEIRA

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro.

Orientador: Prof. Dr. Jorge dos Santos

RIO DE JANEIRO

Julho de 2018

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ESTUDO PRÁTICO DO USO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA COMO

FERRAMENTA EFETIVA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

DE OBRA DE EDIFICAÇÕES

Eduardo de Almeida Mosqueira

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE

ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO

RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL.

Examinado por:

______________________________________________________

Prof. Jorge dos Santos, D.Sc. Orientador

______________________________________________________

Prof. Ana Catarina Evangelista, D.Sc.

______________________________________________________

Prof. Isabeth Mello, M.Sc.

______________________________________________________

Prof. Wilson Wanderley da Silva

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

JULHO de 2018

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iv

Mosqueira, Eduardo de Almeida

Estudo Prático do uso do plano de qualidade da obra como

ferramenta efetiva de planejamento e controle da qualidade de

obra de edificações/ Eduardo de Almeida Mosqueira – Rio de

Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2018.

xi, 102 p.:il.; 29,7 cm.

Orientador: Jorge dos Santos

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso

de Engenharia Civil, 2018.

Referências Bibliográficas: p. 68-71

1. Introdução 2. Planejamento e Controle da Qualidade

em Edificações 3. Aspectos Técnicos do Plano de

Qualidade da Obra 4. Aspectos Práticos do Plano de

Qualidade da Obra 5. Estudo Prático

I. Santos, Jorge dos; II. Universidade Federal do Rio de

Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Título

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v

“The cave you fear to enter holds the treasure you seek.”

Joseph Campbell

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vi

Dedico este trabalho à Mariana, pelo enorme apoio em toda minha jornada acadêmica

e pelo amor, carinho e preocupação sempre demonstrados independente da distância.

À minha mãe e ao Mateus, pelas risadas e desavenças ao longo da vida.

Ao Nilson e Márcia, pelo carinho e apoios acolhedores.

Aos meus amigos, pelos momentos descontraídos apesar das dificuldades do dia a dia.

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vii

Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte

dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

ESTUDO PRÁTICO DO USO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA COMO

FERRAMENTA EFETIVA DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

DE OBRA DE EDIFICAÇÕES

Eduardo de Almeida Mosqueira

Julho de 2018

Orientador: Jorge dos Santos

Para uma empresa construtora garantir a correta execução de seus processos construtivos,

manter o padrão de qualidade e satisfazer as exigências dos clientes é requerido um

efetivo controle das etapas construtivas do empreendimento. Com o aumento da

necessidade do planejamento e controle do processo produtivo, são incorporadas novas

tecnologias na indústria da construção civil. Ao se alterar o método construtivo, interfere-

se em suas etapas de execução, sendo necessário a adaptação do Plano de Qualidade da

Obra (PQO) a essa nova realidade, elaborando-se um novo estudo de planejamento e

controle da obra com base em suas especificidades. Desta forma, esta monografia analisa

a aplicabilidade do PQO como ferramenta efetiva de planejamento e controle da

qualidade em edificações através da comparação do referencial teórico levantado e das

situações vivenciadas em campo pela implementação do PQO elaborado. Para que seja

possível essa análise, além da descrição e análise da revisão bibliográfica estudada, foi

realizado um estudo prático em um empreendimento comercial no qual o método

construtivo utilizado na construção não é o padrão adotado pela empresa. O

acompanhamento da elaboração, implementação e monitoramento do PQO no estudo

prático permitiu evidenciar a eficácia deste como uma ferramenta de apoio à redução de

custos e de prazos e atendimento à qualidade especificada, além de auxiliar o gestor da

obra na previsão de dificuldades e dar suporte à tomada de decisão para a assistência

técnica no pós-obra.

Palavras-chave: Controle da Qualidade; Planejamento; Plano de Qualidade da Obra;

Obra de Edificações;

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

PRACTICAL STUDY OF THE USAGE OF THE CONSTRUCTION QUALITY

PLAN AS AN EFFECTIVE TOOL OF BUILDINGS CONSTRUCTION QUALITY

CONTROL AND PLANNING

Eduardo de Almeida Mosqueira

July 2018

Supervisor: Jorge dos Santos

For a construction company to ensure the correct execution of its construction processes,

maintain the quality standard and satisfy the requirements of the clients, an effective

control of the constructive stages of the commercial enterprise is required. With the

increasing need for planning and control of the production process, new technologies are

incorporated into the civil construction. By altering the construction method, it interferes

in its execution stages, being necessary the adaptation of the construction quality control

plan (CQCP) into this new reality, being elaborated a new study of planning and control

of the work based on its specificities. Thus, this course conclusion monograph analyzes

the applicability of the CQCP as an effective tool for planning and quality control in

buildings by comparing the theoretical framework and the situations experienced in the

field by the implementation of the developed CQCP. In order to make this analysis

possible, in addition to the description and analysis of the studied bibliographic review, a

practical study was carried out in a commercial enterprise in which the construction

method used in construction is not the standard adopted by the company. The monitoring

of the development and implementation of the CQCP in the practical study allowed to

demonstrate the effectiveness of the CQCP as a tool to support the reduction of costs and

deadlines and attendance to the specified quality as well as assist the project manager in

predicting difficulties and support the decision-making for post-work technical

assistance.

Keywords: Quality Control; Planning; Construction Quality Control Plan; Construction

Works.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

CATV – Cable Television.

CEF – Caixa Econômica Federal.

CFTV – Circuito Fechado de Televisão.

CPM – Critical Path Method.

EAP – Estrutura Analítica de Projeto.

FVS – Ficha de Verificação de Serviços.

GDRM – Guia de Recebimento de Materiais.

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.

ISO – International Organization for Standardization.

NBR – Norma Brasileira.

PBQP-H – Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat.

PCP – Planejamento e Controle da Produção.

PDCA – Plan, Do, Check and Act.

PERT – Program Evaluation and Review Technique.

PIB – Produto Interno Bruto.

PQO – Plano de Qualidade da Obra.

SiAC – Sistema de Avaliação de Conformidades.

SiQ – Sistema de Qualificação de Empresas de Serviços e Obras.

UFSC – Universidade Federal de São Carlos.

WBS – Work Breakdown Structure.

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Sumário

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................................. IX

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 12

1.1. IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE .............................................................................................................. 12

1.2. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE .................................................................. 13

1.3. MOTIVAÇÃO ..................................................................................................................................... 14

1.4. OBJETIVOS ....................................................................................................................................... 14

1.5. METODOLOGIA ................................................................................................................................. 15

1.6. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA .............................................................................................................. 15

2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE DE EDIFICAÇÕES 17

2.1. ASPECTOS GERAIS .............................................................................................................................. 17

2.2. CONCEITUAÇÃO................................................................................................................................. 18

2.3. PECULIARIDADES DA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES .................................................................................. 19

2.4. CULTURA DA CONTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................................ 21

2.5. FERRAMENTAS E PRÁTICAS ADOTADAS PELAS CONSTRUTORAS ..................................................................... 23

3. ASPECTOS TÉCNICOS DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA ............ 39

3.1. CONCEITUAÇÃO ................................................................................................................................ 39

3.2. A NBR 15575:2013 E SUA INFLUÊNCIA ............................................................................................... 40

3.3. O SIAC/PBQP-H E O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE ............................................................. 42

3.4. SIAC/PBQP-H E O PLANO DE QUALIDADE DE OBRAS .............................................................................. 46

3.5. DIFICULDADES PARA ATENDIMENTO ...................................................................................................... 48

4. ASPECTOS PRÁTICOS DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA ............ 50

4.1. ASPECTOS GERAIS .............................................................................................................................. 50

4.2. MONITORAMENTO ............................................................................................................................. 51

4.3. ATUALIZAÇÕES ................................................................................................................................. 51

4.4. ATUAÇÃO DOS TERCEIRIZADOS ............................................................................................................. 52

4.5. DIRETORIA E GERÊNCIA DA OBRA ........................................................................................................... 52

4.6. EQUIPE DE CAMPO ............................................................................................................................. 52

4.7. DIFICULDADES .................................................................................................................................. 53

5. ESTUDO PRÁTICO – CONSTRUTORA “X” ................................................. 54

5.1. CARACTERIZAÇÃO .............................................................................................................................. 54

5.2. FORMA DE ATUAÇÃO .......................................................................................................................... 54

5.3. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO ........................................................................................................ 56

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5.4. ELABORAÇÃO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA .......................................................................... 59

5.5. MONITORAMENTO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA .................................................................. 60

5.6. ANÁLISE DO CONTEÚDO, RESULTADOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PQO .............................................. 61

5.7. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA ................................................................................. 61

5.8. RESULTADOS .................................................................................................................................... 61

5.9. DIFICULDADES ................................................................................................................................... 63

5.10. VANTAGENS E DESVANTAGENS ............................................................................................................. 64

5.11. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO ESTUDO PRÁTICO .......................................................................................... 64

6. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 67

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 68

8. ANEXOS ............................................................................................................... 72

8.1. ANEXO I .......................................................................................................................................... 72

8.2. ANEXO II ......................................................................................................................................... 75

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1. INTRODUÇÃO

1.1. IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE

A partir de julho de 2013, entrou em vigor a NBR 15.575:2013 – Edificações

Habitacionais – Desempenho que surgiu para garantir que todas as edificações atendam aos

requisitos mínimos de desempenho, conforto e, consequentemente, qualidade. Esta Norma não

criou nenhuma novidade, somente compilou as Normas existentes em um só lugar de forma a

atestar a obrigatoriedade do cumprimento destas; assim, ela não descredita nenhuma outra,

somente as complementa.

Devido a essa obrigatoriedade, tornou-se necessária a apresentação de comprovação,

por meio de ensaios (p. ex., ensaio de desempenho térmico e lumínico, entre outros), o

atendimento aos requisitos mínimos exigidos pela NBR. Com isso, muitas construtoras estão

revendo seus métodos e processos construtivos, materiais utilizados e a elaboração de projetos

para garantir o atendimento aos novos padrões requisitados.

Somado a isso, com o advento da internet, a intensificação do processo de globalização

e a difusão de inovações tecnológicas cada vez maiores, a propagação de informações passou a

ser cada vez mais rápida e instantânea, facilitando o acesso a uma infinidade de conhecimentos

através de computadores, tablets e smartphones, bastando acessá-los com um toque.

Desta forma os clientes estão cada vez mais exigentes em relação à qualidade dos

produtos adquiridos, em busca da satisfação de suas necessidades e desejos.

Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma

confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo certo às necessidades do cliente.

(CAMPOS, 1999)

Antes da NBR 15.575:2013, para se construir uma edificação com qualidade utilizava-

se parâmetros subjetivos, como expectativas do cliente e experiências anteriores, pois não havia

um referencial oficial a se classificar a edificação; porém, com a obrigatoriedade imposta pela

Norma a partir de 2013, evidenciou-se parâmetros claros para atestar diferentes níveis de

qualidade para um empreendimento. Compilando normas brasileiras que expressam os

requisitos para se obter um nível mínimo de qualidade é possível classificar o nível empregado

nas etapas produtivas daquele produto ou serviço.

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Deve-se, desde às etapas de viabilidade e estudos do projeto até a entrega final ao

cliente, atender aos padrões mínimos de qualidade da empresa, por meio de seus processos

construtivos bem demarcados, para atender às expectativas dos clientes, reduzir os

desperdícios, minimizar custos e garantir o crescimento e a rentabilidade da empresa. Desta

forma, é necessário um planejamento e controle da qualidade adequado a cada

empreendimento.

1.2. IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

Para se atingir o nível de qualidade esperado, deve-se utilizar ferramentas que auxiliem

o planejamento dos processos ao longo de toda a vida útil do projeto, garantindo um controle

de cada etapa do ciclo.

O planejamento da qualidade, segundo Prubel (2018), é um processo auxiliar que

identifica os padrões da qualidade e como obtê-los, definindo as característiscas do produto e

tudo relacionado a ele, definindo como controlar as atividades e guiando o caminho a ser

seguido.

Dessa forma, aplicando as ideias de Prubel (2018) à construção de edificações, para se

contemplar o conceito de planejamento de obras, deve-se identificar as especificidades do

empreendimento, analisar suas etapas construtivas e definir como controlá-las, além de

especificar claramente o nível de qualidade que se deseja obter.

Para Matos (2009), os índices de falhas são determinados, geralmente, durante a etapa

de planejamento; dessa forma, esta etapa deve receber a máxima atenção e dedicação.

Segundo Juran (1997) para que seja possível planejar a qualidade adequadamente, deve-

se conhecer profundamente o cliente e transformar seus desejos em indicadores palpáveis, para

que seja possível seu gerenciamento.

Resumindo-se as ideias de Prubel (2018) e Matos (2009), para se elaborar um

planejamento de obras eficiente, deve-se utilizar do auxílio de ferramentas, como: estudos de

viabilidade, elaboração de orçamento inicial da obra, execução de cronograma físico-

financeiro, detalhamento da estrutura analítica do projeto etc.

Já o controle da qualidade, de acordo com Prubel (2018), objetiva a melhoria na

manutenção da qualidade a partir do monitoramento de resultados específicos do projeto.

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14

Dessa forma, a partir da afirmação de Prubel (2018), é percebido que o controle da

qualidade se torna importante para se concretizar o que planejado anteriormente e alcançar a

qualidade buscada.

Da mesma forma que o planejamento, pode-se definir ferramentas com o intuito de

garantiar o controle da qualidade em uma obra, como: relatórios de ensaios tecnológicos, fichas

de verificação de serviços, treinamentos de equipe, entre outros.

1.3. MOTIVAÇÃO

A motivação para o tema deste projeto surgiu a partir das dificuldades vivenciadas

durante o início da execução dos serviços em obra comercial de pequeno porte, na qual o autor

deste trabalho estagiou, devido a mudança do método construtivo adotado pela empresa para a

construção da edificação. Observou-se a partir disso a presença de serviços que deveriam

somente ser executados após a finalização de outros serviços, tomando como base o Plano de

Qualidade da Obra (PQO); como a execução de prumadas hidráulicas que deveriam ser

executadas antes da liberação de paredes internas em dry-wall, divergindo do PQO adotado

para o empreendimento. Dessa forma, aflorou-se questionamentos referentes à aplicabilidade e

eficácia de um adequado planejamento e controle da qualidade para a elaboração,

implementação e manutenção do PQO.

1.4. OBJETIVOS

Este trabalho tem como objetivo atestar a aplicabilidade, importância e eficácia do

planejamento e controle da qualidade em uma obra de edificações através da elaboração

meticulosa de um PQO, utilizando levantamento bibliográfico sobre o tema, condizente com as

especificidades da edificação e em harmonia com o método construtivo determinado para a

execução do empreendimento; comparando o referencial teórico pesquisado, sobre o assunto,

com o que foi executado na prática, apresentando resultados positivos, negativos e identificando

o que não foi realizado, de acordo com a teoria.

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1.5. METODOLOGIA

Para a elaboração deste projeto foi realizado um extenso estudo bibliográfico

fundamentando os conceitos e importância do planejamento e controle da qualidade e sua

relação e aplicação na NBR 15.575:2013, no SiAC/PBQP-H e no PQO.

A NBR 15.575:2013, mas conhecida como Norma de Desempenho, surgiu em 2013

com o intuito de estipular requisitos mínimos de conforto para as obras de edificações a partir

da compilação de normas já existentes.

O SiAC/PBQP-H é o Sistema de Avaliação de Conformidades, projeto integrante do

Programa Brasileiro de Produtividade e Qualidade do Habitat. Sua meta é organizar o setor da

construção civil em relação à melhoria da qualidade do habitat e a modernização produtiva, em

função da avaliação da conformidade do sistema de gestão da qualidade das empresas de

serviços e obras, baseando-se na série de normas ISO 9000.

Com toda a base teórica pesquisada, partiu-se para o estudo prático do empreendimento

comercial no qual foi caracterizada a edificação, analisado o processo de elaboração,

implementação e manutenção do PQO da obra e relacionado com as dificuldades vivenciadas

no campo.

1.6. ESTRUTURA DA MONOGRAFIA

Esta monografia consiste em oito capítulos.

O primeiro capítulo consiste em um capítulo introdutório ao tema referenciado na

monografia, mostrando sua importância, motivação, objetivos, metodologia e estrutura da

monografia.

O segundo capítulo faz parte do início do desenvolvimento ao tema da monografia, aqui

é realizado um estudo bibliográfico sobre o surgimento, a conceitualização e a importância do

planejamento e controle da qualidade, replanejamento e planejamento operacional na era da

modernidade, além das peculiaridades e cultura presentes na construção civil bem como as

ferramentas mais utilizadas para se planejar e manter o controle da qualidade nas obras.

O terceiro capítulo introduz um breve histórico realizado a partir de referências

bibliográficas, a origem da NBR 15.575:2013, a influência do Plano Brasileiro de Qualidade e

Produtividade no Habitat (PBQP-H) no planejamento e controle da qualidade em edificações e

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na elaboração do PQO, além de identificar as dificuldades encontradas pelas construtoras para

se adequar aos requisitos mínimos exigidos.

O quarto capítulo sintetiza um breve levantamento bibliográfico referente ao assunto, as

formas de monitoramento, em campo, do especificado no PQO, a necessidade de constantes

atualizações no decorrer da obra, explica como este se inter-relaciona com as partes integrantes

do processo produtivo, como a diretoria, os engenheiros, os mestres e os terceirizados, e suas

dificuldades de aplicação.

No quinto capítulo é apresentado a caracterização, forma de atuação e descrição do

empreendimento no qual será realizado o estudo prático, além da elaboração, monitoramento,

descrição e apresentação de seu PQO e como ele se relaciona com o vivenciado em campo;

apresentando seus resultados e dificuldades, evidenciando e analisando suas falhas e acertos.

O sexto capítulo é composto pelas conclusões obtidas no confronto do estudo prático

acompanhado com toda a conceitualização referente ao planejamento e controle da qualidade e

todos os aspectos que compõem o PQO. Com isso é possível atestar sua aplicabilidade, eficácia

e importância para o planejamento e manutenção da obra.

No sétimo capítulo é transcrito toda a literatura utilizada para o estudo bibliográfico para

desenvolvimento do tema e sua aplicação no estudo prático desenvolvido, exposto ao longo da

monografia.

O oitavo capítulo é composto pelos documentos ou dados anexados ao presente trabalho

que possuem quantidade considerável de informação que o impossibilita de ser apresentado na

parte textual do projeto.

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2. PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE DE EDIFICAÇÕES

2.1. ASPECTOS GERAIS

A qualidade quando trabalhada em obras da construção civil, principalmente em

construções prediais, envolve alguns elementos e fatores que a diferenciam de outras empresas

em geral (dos demais segmentos produtivos). São aspectos que tornam a gestão da qualidade

ainda mais desafiadora, ao passo que ela passa a ter importância fundamental no controle de

custos, dos desperdícios e do retrabalho dentro das empresas e na própria qualidade. Januzzi

(2010) menciona que a área da construção civil é integrada por uma série de atividades

complexas, que são ligadas entre si e com processos que possuem grau variado de originalidade,

resultando em uma vasta diversificação de produtos vinculados a diferentes tipos de demanda.

(TONETTO, 2016, apud JANUZZI, 2010)

Constata-se também que as empresas construtoras de fato investem em programas de

qualidade ou em novas tecnologias, mas nem sempre estes investimentos são bem-sucedidos e

dão o retorno esperado. Isto pode ocorrer porque durante a tomada de decisão não se trabalha

de maneira sistêmica e abrangente e com uma abordagem estratégica adequada. (FREITAS e

ALENCAR, 2014)

Para Souza, (2011), existem três principais dificuldades: cultura das construtoras focada

mais na visão operacional do que na tática e estratégica; ausência de indicadores econômicos,

ambientais, sociais e de produtividade e qualidade, dificultando a projeção de cenários; e com

isso, a falta da abordagem macro, orientando a elaboração de metas e planos factíveis.

Já Rossi (2018) acredita que olhando para a equipe de campo, pode-se identificar

diversos obstáculos ao planejamento e controle da qualidade, como: variação da capacidade

produtiva, equipes enxutas, alta rotatividade de mão de obra, falta de comprometimento da

equipe e a falta de alinhamento entre o planejado e o executado.

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18

2.2. CONCEITUAÇÃO

2.2.1. Planejamento e controle da produção

O Planejamento e controle da produção, ou PCP, é o processo de uma empresa destinado

a planejar, acompanhar e controlar a produção de todos as etapas produtivas a longo, médio e

curto prazo.

Dividido em diversas etapas que auxiliam esse processo pode-se detalhar a produção de

forma a evidenciar eventuais problemas com antecedência ou, replanejar as atividades,

otimizando a cadeia produtiva em busca de um ritmo de produção que siga conforme o

planejado e que desvios sejam identificados quando ainda não é necessária injeção de quantias

maiores de recursos financeiros.

De acordo com Tubino (2007) o planejamento e controle da produção pode ser dividido

em longo, médio e curto prazo.

A longo prazo, tem-se o Planejamento Estratégico da Produção, que define a estratégia

a ser seguida pela cadeia produtiva identificando os objetivos e metas a serem alcançados; mas

sem maiores detalhes de sua operação.

A médio prazo tem-se o Plano-mestre de Produção, o qual já busca detalhar os processos

e identificar obstáculos inerentes àquela cadeia produtiva; levando a um Plano já revisado e

livre de obstáculos que possam prejudicar o fluxo de produção.

A curto prazo tem-se a Programação da Produção e o Acompanhamento e Controle da

Produção. O primeiro destina-se ao detalhamento de toda a cadeia produtiva indicando o “que

fazer”, “como fazer” e “quando fazer”; enquanto que o segundo acompanha toda a execução da

cadeia produtiva identificando falhas e coletando dados, elaborando planos de ação a curto

prazo e armazenando informações com potencial de retroalimentação para todo o processo

produtivo da empresa, agregando conhecimento para a empresa e para os envolvidos.

2.2.2. Controle da qualidade

Atualmente, a qualidade tem sido muito almejada em diversos setores, desde a matéria-

prima, passando pelos processos produtivos culminando até o produto final; no fornecimento

de serviços e, até mesmo na fase de elaboração de projetos, já procura-se adaptá-los de acordo

com a qualidade que se busca obter. Mas, apesar de muitos possuírem o objetivo de cada vez

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19

mais oferecer serviços e produtos com qualidade, pôde-se notar que o conceito de qualidade

não é compreendido por grande parte destes fornecedores.

Afinal, o que é qualidade? De acordo com Campos (1999), “Um produto ou serviço de

qualidade é aquele que atende perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma

segura e no tempo certo às necessidades do cliente”.

A partir da definição de Campos (1999) para a qualidade pode-se desenvolver o conceito

de controle da qualidade como todos os processos, indicadores, mecanismos e ferramentas que

monitoram e verificam o atingimento da qualidade pré-determinada que se busca obter ao

produto final. De forma que seja avaliada a qualidade imposta pelo produtor, a desejada pelo

cliente, a buscada pelo investidor e a obtida no produto final.

Com isso, foi desenvolvido o controle da qualidade, que expressa a busca pela superação

das expectativas com a qualidade do produto final por parte de todos os envolvidos na

concepção, produção e utilização. De acordo com Ishikawa (1990), considerado um dos grandes

gurus da qualidade, a qualidade só é adquirida quando todos os funcionários da empresa

participam da resolução de problemas.

O controle da qualidade consiste em desenvolver, projetar, produzir, anunciar e reparar

produtos e serviços com o melhor custo-benefício possível, no qual clientes comprarão com

satisfação. Para atingir esses objetivos, todas os setores da companhia devem trabalhar juntos.

(Traduzido de ISHIKAWA, 1990).

Para Feigenbaum (1951), o controle da qualidade é “um sistema eficaz para integrar

esforços de desenvolvimento, manutenção e melhoria da qualidade dos vários grupos de uma

organização, permitindo levar a produção e o serviço aos níveis mais econômicos da operação

e que atendam plenamente à satisfação do consumidor”.

Tornando-se obrigatória a retroalimentação de dados buscando a melhoria contínua dos

processos de forma que o ciclo da qualidade seja um processo que objetiva cada vez mais

superar as expectativas e incentiva a ideia de que um processo sempre pode ser melhorado,

almejando a entrega de um produto ou serviço cada vez mais eficiente e com qualidade,

chegando cada vez mais perto da perfeição.

2.3. PECULIARIDADES DA CONSTRUÇÃO DE EDIFICAÇÕES

De acordo com todos os conceitos que envolvem controle da produção e da qualidade,

pode-se pensar em como adaptá-los para a realidade da construção civil. Logo, imediatamente,

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pensa-se nos fornecedores de insumos, nos insumos em si e na mão de obra que executa os

serviços necessários para se edificar uma construção. Mas, além das 3 peculiaridades

mencionadas anteriormente, presentes em todas as obras, há também limitações técnicas como

as diversas regiões, climas, métodos construtivos, limitações no acesso, obras inovadoras,

retrabalhos e compatibilização de projetos.

2.3.1. Fornecedores

Inicialmente é necessário analisar os fornecedores. Devido ao grande número de

insumos utilizados nas edificações, é comum encontrar fornecedores que não possuam uma

logística eficiente, entre outras condutas inadequadas. Com isso, para se cumprir o cronograma

da obra de forma condizente, deve-se buscar histórico de fornecedores que entreguem

mercadorias em seu devido prazo.

2.3.2. Insumos

Após a escolha de fornecedores adequados, deve-se exigir a certificação do

enquadramento dos insumos fornecidos nas normas brasileiras vigentes, de forma a atestar um

grau mínimo de qualidade à obra como um todo. Pois, como já mencionado anteriormente,

devido à elevada quantidade de matérias-primas utilizados na construção civil, todos devem ter

uma garantia mínima de qualidade para que, quando realizados os serviços, ou até mesmo a

adequada compatibilização com outros materiais em determinadas atividades ou locais, possa-

se atestar que a etapa atenda às exigências normativas garantindo qualidade ao produto final.

2.3.3. Mão de obra

Por último, deve-se analisar cautelosamente a mão de obra que executa o serviço. Pois,

historicamente, há diversas variáveis que podem comprometer a execução, como: elevados

índices de baixa escolaridade, flutuação na disponibilidade de mão de obra, irregularidades

trabalhistas, falta de qualificação e treinamentos, alta taxa de informalidade, falta de adequações

às exigências das normas brasileiras, entre diversos outros problemas.

Caso a mão de obra seja fornecida por empresas terceirizadas contratadas para

determinados serviços, deve-se exigir todas as documentações trabalhistas dos funcionários,

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atestando nível de escolaridade mínimo e carteira de trabalho assinada; garantia de que o

funcionário passou por treinamentos e qualificações que atestem a capacidade e conhecimento

da execução do serviço a ele responsável; cumprimento dos processos construtivos de acordo

com os procedimentos pré-definidos pela empresa construtora, de forma a padronizar, impor e

garantir a qualidade na execução; além do cumprimento das normas brasileiras.

Como a mão de obra é terceirizada, há uma preocupação por parte da construtora com

a flutuação de funcionários da terceirizada, comprometimento com a pontualidade no trabalho

e tamanho da equipe, impactando em atrasos no cronograma e na qualidade devido a

retrabalhos, faltas em dias de trabalho e muito serviço para poucos funcionários.

2.3.4. Projetos

A compatibilização entre projetos não é realizada antes do início da obra, somente

realizada no momento da execução e assim, ao surgir divergências, Santos (2005) diz que,

“Neste momento, a tomada de ações para solucionar os problemas é sempre do profissional que

responde pela execução da obra, uma vez que a consulta aos projetistas demanda tempo e há

um cronograma que precisa ser atendido. As soluções dadas neste momento, pelo responsável

da execução da obra, nem sempre são as melhores do ponto de vista técnico, gerando anomalias

que vão impactar a qualidade e a durabilidade da edificação.”

Além de problemas com a compatibilização, há falhas de projeto com detalhamento

insuficiente, ou apresentação de especificações contraditórias com outros detalhes de projeto, e

a presença de inúmeras revisões abordando correções, substituição de processos inexequíveis

na obra e alterações de instalações se superpondo.

2.4. CULTURA DA CONTRUÇÃO CIVIL

Historicamente, o ciclo da construção civil no Brasil acompanha o ciclo econômico do

país, segundo o Em Movimento G1 (2017), ela se torna um termômetro e espelho da economia.

Pois este setor está associado a diversos outros, gerando empregos e renda para as famílias.

“Nos anos de maior crescimento do país, como em 2010, quando o Produto interno

Bruto (PIB) do Brasil teve aumento de 7,5%, o PIB da construção civil cresceu 13,1%. Em

2014, último ano em que o PIB brasileiro registrou variação positiva (0,5%), o PIB da

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construção civil ficou em -2,1%, conforme dados da Câmara Brasileira da Indústria da

Construção.” (EM MOVIMENTO G1, 2017)

Dessa forma, quando a construção civil sinaliza melhoras, a economia do país reage de

acordo.

Já em momentos de crise no setor da construção civil, o país é impactado fortemente e

sofre recessão em relação ao seu crescimento econômico. A indústria da construção civil sofre

com a diminuição da quantidade de obras, cargos e salários, estagnando o crescimento da

infraestrutura do país e diminuindo a oferta de investimentos; se tornando muito importante o

controle da produção e da qualidade, garantindo o enxugamento de custos e a maximização do

lucro em tempos difíceis.

Segundo Figueiredo (2016) “Entre os diversos setores industriais, a construção civil –

por suas características peculiares e também por razões conjunturais – foi o que apresentou

maiores dificuldades de adaptação a programas de qualidade e produtividade, na década de 80

e no início dos anos 90. Nessa época, o mercado apresentava certo desequilíbrio, com procura

maior que a oferta e resultados econômicos compensadores, e por isso as empresas, com raras

exceções, não se sentiam motivadas para aderir a programas de qualidade e produtividade.”

Na década de 90, as empresas do ramo da construção civil passaram a se preocupar mais

com sistemas de gestão da qualidade devido a implantação da ISO 9001:1994 e, principalmente,

pois, segundo Garrafoli (2010), “o Governo Federal instituiu, em 1998, o Programa Brasileiro

de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H), que buscava ampliar o acesso à moradia

de qualidade para a população de menor renda, por meio da elevação dos patamares de

qualidade e produtividade da indústria da Construção Civil, com o uso de procedimentos

ambientais, sociais e economicamente sustentáveis.” Se tornando essencial às empresas a

adequação gradual às novas exigências do mercado.

Com a adesão da Caixa Econômica Federal (CEF) ao PBQP-H, em 2000, muitas

construtoras, decididas a ingressar no programa, viram-se obrigadas a investir em qualidade,

pois a CEF passou a exigir a certificação das empresas que se candidatassem a financiamentos

na área habitacional. As empresas construtoras se viram obrigadas a evoluir de uma situação na

qual a qualidade (entendida como um sentido amplo) eram negligenciadas, para uma situação

na qual se adotam posturas de “prevenção e erro e não conformidades” e, em alguns casos, a

dimensão qualidade passa inclusive a compor a visão estratégica das empresas (VIEIRA e

ANDERY, 2002).

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Atualmente, ter um sistema de planejamento, gestão e controle da qualidade deixou de

ser um diferencial para as empresas e passou a se tornar requisito obrigatório no mercado

competitivo em todos os setores da indústria.

Fazer uma compra planejada com pesquisa prévia, por exemplo, no site da Asfamas ou

no do Ministério das Cidades, pode esclarecer as principais questões sobre os fabricantes e seus

produtos para adquirir materiais com qualidade e segurança. Sabemos que isso não faz parte da

cultura do brasileiro, mas trata-se de uma grande oportunidade para começarmos a nos adaptar.

(GARRAFOLI, 2010)

Porém, como mencionado por Garrafoli (2010), a consciência da preocupação com a

qualidade do produto final, apesar de estar presente nas empresas em estágios iniciais desde

1998, ainda encontra resistência por parte dos consumidores, que somente há poucos anos,

devido a globalização e ao advento da internet, passaram a obter informações de maneira

instantânea e a exigir produtos diferenciados com excelência na qualidade e rapidez na

produtividade.

Analisando-se o planejamento a curto prazo, presente na rotina diária da obra, pode-se

destacar a ausência de um planejamento efetivo e claro referente às atividades a serem

desenvolvidas por cada equipe, durante os próximos dias ou semanas, e sua alocação no

canteiro. Refletindo-se em perda de controle e produtividade, prejudicando o cronograma da

obra, e incentivando a execução dos serviços quando há a pressão do início das etapas

subsequentes.

Falando-se em perda de controle, pode-se levantar a questão da falta de controle

tecnológico de qualidade à cerca de todas as etapas e serviços presentes no decorrer do ciclo

construtivo, com a excessão do concreto. Com a falta de controle, perde-se a comprovação e

obtenção da qualidade, o que está sendo modificado com a implantação da NBR 15.575, que

está se exigindo requisitos mínimos e maior controle executando-se ensaios. Esta Norma será

explicada mais detalhadamente ao longo dos próximos capítulos da monografia.

2.5. FERRAMENTAS E PRÁTICAS ADOTADAS PELAS CONSTRUTORAS

2.5.1. Planejamento

Há diversas ferramentas e práticas de planejamento e controle da produção que podem

ser aplicadas no contexto da execução de obras da construção civil. Algumas com maior e

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menor impacto no contexto geral da obra podem ser identificadas. Identificou-se a partir do

roteiro presente no Quadro 1 os passos necessários para o planejamento de uma obra e, assim,

pôde-se definir as ferramentas necessárias para se obter um adequado planejamento e,

consequentemente, o controle da produção.

Quadro 1 - Roteiro do planejamento (adaptado de MATTOS, 2010)

Identificação das atividades

Definição das durações

Definição da precedência

Montagem do diagrama de rede

Identificação do caminho crítico

Geração do cronograma e cálculo das folgas

2.5.1.1. Estrutura Analítica de Projetos (EAP)

A E.A.P. - Estrutura Analítica de Projetos é a representação de todas as etapas de um

projeto através de uma decomposição hierárquica voltada às entregas dos pacotes de trabalhos,

que são as etapas que precisam ser concluídas de acordo com o escopo do projeto. Também

muito conhecida pelo termo em inglês WBS (Work Breakdown Structure), a decomposição

auxilia as empresas construtoras a visualizarem todo o projeto decomposto em fases

construtivas de uma obra, independente do porte da construção, seja ela uma residência ou uma

usina hidrelétrica. É importante saber que todo o projeto deve estar decomposto na EAP, e o

que não estiver, não faz parte do projeto. (RÓTOLO, 2017)

2.5.1.1.1 Dificuldades

Para elaborar a EAP como um todo, deve-se desmembrar o projeto em todas as suas

etapas construtivas, logo, a dificuldade maior é prever todas as etapas que fazem parte do

projeto e suas interações entre si; principalmente, se for um projeto atípico ou com tecnologias

inovadoras nas quais o histórico de informações é escasso.

Não há regra definida para construir a EAP. Dois planejadores podem perfeitamente

chegar a duas EAP bastante diferentes para o mesmo projeto. O critério de decomposição é

responsabilidade de quem planeja. É bom frisar que, qualquer que tenha sido a lógica de

decomposição, todos os trabalhos constituintes do projeto precisam estar identificados ao final.

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O importante é que a EAP represente a totalidade do escopo ("regra dos 100%"). (MATTOS,

2010)

Para facilitar a elaboração e visualização da EAP, pode-se utilizar ferramentas

gerenciais e da qualidade, como o diagrama de árvore.

Figura 1 – Diagrama de árvore (SANTOS, 2017)

O diagrama de árvore, conforme Santos (2017), se apresenta de três maneiras diferentes,

voltado para a solução de problemas, para o planejamento e para análise. Para o auxílo na EAP,

o de planejamento é o mais adequado.

Ainda de acordo com Santos (2017), “...o foco está em como fazemos as coisas que

decidimos fazer. O diagrama mostra de maneira sistemática os meios e procedimentos

necessários para se implementar com sucesso um dado plano.” Deve-se enunciar a missão e a

partir daí registrar várias formas de como se alcançar o projeto, até se atingir o nível de

detalhamento desejado.

2.5.1.1.2 Vantagens

Com toda a Estrutura definida, pode-se ter um planejamento e controle da produção

mais eficaz pois todas as etapas que fazem parte do projeto já estão identificadas e podem ser

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analisadas mais a fundo, afim de destacar suas especificidades e a determinação de custos com

base em preços obtidos por pesquisa de mercado ou históricos da empresa.

De acordo com Mattos (2010) a EAP permite o agrupamento das atividades em famílias

correlatas, facilitando a localização de uma atividade dentro de um cronograma extenso e

facilitando o trabalho de orçamentação porque usa atividades mais precisas e palpáveis.

2.5.1.1.3 Desvantagens

É um processo lento, demorado e criterioso que, se não feito adequadamente,

posteriormente ao se identificar erros ou etapas que não foram pré-determinadas acarretarão

custos elevadíssimos, onerando o projeto.

2.5.1.2. Diagramas de Rede

Há dois métodos mais difundidos:

a. Método do Caminho Crítico (CPM):

A técnica CPM (Critical Path Method – Método do Caminho Crítico) foi

desenvolvida em 1957 pela E. I. Dupont de Neymours e possui caráter determinístico.

(LIMMER, 1997)

b. Método de Avaliação e Revisão (PERT)

Também em 1957, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos desenvolveu

a técnica PERT (Program Evaluation and Review Technique – Técnica de Avaliação e

Revisão de Programas), de caráter probabilístico. (LIMMER, 1997)

Posteriormente, segundo Limmer (1997), “Com o tempo, as duas técnicas foram

unificadas, passando-se a usar a denominação PERT/CPM para esse tipo de redes onde as

atividades são representadas por setas.”

2.5.1.2.1 Dificuldades

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Segundo Mubarak (2010), existem quatro passos para a preparação do método:

determinação das atividades; determinação da duração das atividades; determinação da lógica

entre as atividades; desenho da rede e cálculos. (MAGALHÃES et al, 2017 apud MUBARAK

2010)

2.5.1.2.2 Vantagens

Os cálculos oferecem a data de fim do projeto, o caminho crítico e as folgas das

atividades não críticas. (MAGALHÃES et al, 2017)

2.5.1.2.3 Desvantagens

Segundo Koskela (1992), essas ferramentas não são adequadas, pois raramente

explicam as atividades que não agregam valor, além de sua dificuldade para explicitar

atividades de fluxo. (MAGALHÃES et al, 2017 apud KOSKELA 1992)

2.5.1.3. Orçamento da Obra

Aqui é especificado todos os custos referentes a cada etapa, material e insumo utilizado

na obra para executar os serviços que compõem a totalidade da construção.

O orçamento deverá ser elaborado a partir do levantamento dos quantitativos físicos do

projeto e da composição dos custos unitários de cada serviço, obedecidas rigorosamente as Leis

Sociais e Encargos Trabalhistas e todos os demais Custos Diretos, devidamente planilhados.

(TISAKA, 2006)

Esta etapa de planejamento é extremamente importante, pois aqui devem ser refeitos

levantamentos de materiais e confrontados com as quantidades previamente consideradas;

identificadas e sanadas eventuais dúvidas de projetos; identificação de incompatibilidades ou

erros de projeto, para que todas as dificuldades sejam esclarecidas e resolvidas de forma a

minimizar o impacto na alteração do custo da obra.

Para Pessarello (2011) “Dentre as tarefas da área de orçamento, algumas possuem

relação direta com o sistema de gestão de contrato e serão detalhadas. São elas:

a. Definir a estrutura analítica de projeto

b. Cadastrar a quantidade e insumos nas tarefas

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c. Cadastrar o custo dos insumos

d. Valorizar o orçamento de custo e venda”

2.5.1.3.1 Dificuldades

Quando elaborado o orçamento, mesmo que utilizando projeções de mercado ou

histórico de obras anteriores, há materiais ou insumos que sofrem variações de preço e, no

momento da efetuação da compra pela área de suprimentos, podem ter valores diferentes dos

utilizados em orçamento.

Há variáveis que são difíceis de serem levadas em conta, como problemas de espécie

conjuntural, como crises econômicas no qual os preços de matérias-primas tendem a se tornar

mais voláteis e variar bruscamente.

Um item a ser levado em conta, também, é a confiabilidade na precificação que está

sendo utilizada no orçamento. Pois, mesmo que a atividade ou o material seja parecido com o

de obras anteriores, cada projeto é único, assim pode haver alguma especificidade que não havia

em projetos anteriores de maneira a refletir numa variação de preço considerável; ou, até

mesmo, o repasse de precificação incorreta na elaboração do orçamento para o escopo proposto,

que somente será identificada na efetuação da contratação no momento que a obra precisar.

2.5.1.3.2 Vantagens

Um orçamento detalhado e acurado favorece o controle financeiro de cada etapa da

EAP, de forma que se bem elaborado a obra não terá surpresas quanto à verba disponível para

conclusão do projeto e terá condições de finalizar a obra no prazo programado, evitando custos

incorridos por atraso na entrega do empreendimento e garantindo uma maior rentabilidade à

companhia.

2.5.1.3.3 Desvantagens

Elaborando o orçamento de forma condizente com a EAP e abrangendo todos os custos

associados a uma obra, não há desvantagens a serem levantadas para a utilização do orçamento

como ferramenta de controle e planejamento.

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2.5.1.4. Diagrama de Gantt

O gráfico de Gantt permite identificar a atividade que estará utilizando cada um dos

recursos e sua duração, de tal modo que podem-se evitar períodos ociosos e dará ao gestor uma

visão completa da utilização dos recursos que se encontram em sua supervisão. (traduzido de

HINOJOSA, 2003)

Diagrama de Gantt, ou gráfico de Gantt, no contexto da execução de edificações é uma

ferramenta de planejamento que indica a duração das atividades por meio de barras,

possibilitando a análise das atividades sequenciais da obra e identificando o planejamento do

início e término previsto para cada serviço integrante da edificação, auxiliando o gestor da obra

a ter uma visão sistêmica de todas as etapas produtivas e visualizar o impacto gerado por algum

atraso ou eventualidade que venha a ocorrer.

Assim, baseando-se no diagrama de Gantt é possível a elaboração do cronograma da

obra. Segundo Avila e Jungles (2013), recomenda-se a utilização do diagrama de Gantt como:

a) Instrumento de acompanhamento e controle visando orientar a cronologia dos serviços

especificamente ao nível de execução, ou seja, no nível operacional;

b) Na elaboração de cronogramas físico-financeiros, quando as barras, em cada unidade

de tempo, são substituídas pela porcentagem do serviço a ser realizado ou de custo a ser

despendido;

c) Como documento de contrato, ao detalhar e indicar a relação do objeto a ser cumprido,

dos custos a serem incorridos por atividade e por unidade de tempo, a quantidade de

serviço correlata a cada atividade e a duração das mesmas;

d) A elaboração do fluxo de caixa.

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Quadro 2 – Diagrama de Gantt simplificado (adaptado de AVILA E JUNGLES, 2013)

Cronograma MÊS 1 MÊS 2 MÊS 3 MÊS 4 MÊS 5 MÊS 6 MÊS 7

1 - Limpeza/Instalação

2 - Fundações

3 - Reaterro e Apiloamento

4 - Alvenarias

5 - Lajes de Piso/Pilares

6 - Lajes de Forro

7 - Estrutura Telhado

8 - Revestimento Externo

9 - Revestimento Interno

10 - Lastro e Contrapiso

11 - Pisos Internos

12 - Rede hidro-sanitária

13 - Rede Elétrica

14 - Colocação Sanitários

15 - Esquadrias/Soleiras

16 - Impermeabilização Pisos

17 - Limpeza e Remoção

18 - Pisos externos

19 - Aceitação das Obras

2.5.1.4.1 Dificuldades

Para se aplicar o diagrama de Gantt com eficácia, deve-se ter a EAP bem definida, de

forma que Gantt consiga sequenciar todas as etapas seguindo uma sequência lógica de execução

dos serviços.

2.5.1.4.2 Vantagens

É possível visualizar a sequência de serviços da obra como um todo e garantir a visão

sistêmica de todo o projeto; visualizando o impacto de atrasos no cronograma ao decorrer da

obra possibilitando a avaliação de contra-medidas analisando a possível execução de serviços

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em paralelo ou adiantamento de outros, de forma a minimizar os impactos provenientes do

evento sem prejudicar o prazo final do projeto.

2.5.1.4.3 Desvantagens

Com o detalhamento excessivo de atividades sinalizadas no Diagrama, torna-se a

visualização e análise desse Gráfico uma atividade complexa a se realizar diminuindo a eficácia

da utilização dessa ferramenta.

O cronograma de barras, como originalmente concebido, tem a deficiência de não

possibilitar a visualização da ligação entre as atividades, não levar em conta as folgas e não

mostrar o caminho crítico. A fim de suprir essas limitações, planejadores criaram uma versão

aprimorada do cronograma de Gantt, na qual introduziram dados tirados da rede PERT/CPM.

A versão final recebe o nome de cronograma integrado Gantt-PERT/CPM. (MATTOS, 2010)

2.5.1.5. Cronograma Físico-Financeiro

De acordo com Custódio (2018) “O cronograma físico-financeiro é feito com base na

planilha orçamentária e deverá prever o período de obras, o desembolso total e os desembolsos

mensais durante este período.”

Ainda de acordo com Custódio (2018), as principais funções desta ferramenta são:

organizar o caixa, o tempo e obter financiamento.

Com o cronograma físico-financeiro pode-se analisar o que já foi gasto incorrido da

obra e planejar os próximos passos financeiros utilizando como base o compromisso atual, de

forma a confrontar com o orçamento total disponível.

Adicionalmente, os gastos incorridos e planejados devem acompanhar o andamento

físico da obra de forma a justificá-los.

2.5.1.5.1 Dificuldades

É uma análise criteriosa e complexa que demanda ajuda de softwares de gerenciamento

empresarial e planilhas para computar dados de acordo com a EAP do projeto. Sem a ajuda

computacional, se torna muito difícil realizar um cronograma físico-financeiro de um grande

projeto, e suas complexidades, de forma eficaz; devido a grande quantidade de serviços

associados.

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Se houver algum erro no cronograma, este poderá ser identificado e analisado na

planilha utilizando como base os gastos incorridos, o compromissado e o orçamento total; e

assim encontram-se os erros e os ajustam.

2.5.1.5.2 Vantagens

Custódio (2018) afirma que a apresentação do cronograma físico-financeiro é simples e

de fácil assimilação, se tornando uma excelente base para alocação de recursos da obra e uma

ótima ferramenta de monitoramento e controle da produção, representando o progresso físico e

financeiro de todas as atividades que fazem parte do projeto.

2.5.1.5.3 Desvantagens

Ainda de acordo com Custódio (2018) uma desvantagem é que a sequência lógica dos

serviços é mais bem compreendida nos diagramas de rede do que no cronograma físico-

financeiro.

Além disso, há a dificuldade em visualizar como o atraso ou adiantamento de uma

atividade pode influenciar o projeto como um todo, não eliminando a necessidade do recálculo

da sequência de atividades para a atualização do cronograma da obra.

Tabela 1 – Exemplo de cronograma físico-financeiro (adaptado de CUSTÓDIO, 2018)

Atividades Incidência Custo (R$) Meses

1 2 3 4 5

Serviços Preliminares 10% R$ 50,000.00 20% 20% 20% 20% 20%

Fundações 5% R$ 25,000.00 100% 0% 0% 0% 0%

Estrutura de Concreto 20% R$ 100,000.00 20% 50% 30% 0% 0%

Alvenarias 25% R$ 125,000.00 0% 30% 60% 10% 0%

Instalações 15% R$ 75,000.00 0% 10% 20% 40% 30%

Revestimentos 25% R$ 125,000.00 0% 0% 20% 50% 30%

Custo mês R$ 55,000.00 R$ 105,000.00 R$ 155,000.00 R$ 115,000.00 R$ 70,000.00

% mês 11.00% 21.00% 31.00% 23.00% 14.00%

% acumulado 11.00% 32.00% 63.00% 86.00% 100.00%

R$ 500,000.00

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2.5.1.6. Curva S

A curva S é uma curva totalizadora, acumulada, da distribuição porcentual, parcial,

relativa à alocação de determinado fator de produção ao longo do tempo. (LARA, 1996).

A curva S é gerada depois de ter sido montada a rede. O planejador elege o parâmetro

que será acompanhado e, a partir do cronograma, acumula os valores a cada unidade de tempo.

Os valores acumulados são então plotados em um gráfico avanço acumulado x tempo.

(MATTOS, 2010)

2.5.1.6.1 Dificuldades

Para se elaborar a curva S é necessário a coleta de dados acumulados de custo, ou

homem-hora, para se confrontar com a unidade de tempo. Se não houver um registro e controle

dos gastos incorridos em cada etapa, ou da quantidade de homem-hora trabalhados, não é

possível determinar a curva S.

2.5.1.6.2 Vantagens

Para Mattos (2010), a curva S é única, mostra o progresso do projeto do começo ao fim

e permite visualizar o trabalho, ou custo, acumulado em qualquer época do projeto. Assim,

como é de fácil leitura, se torna uma ótima ferramenta de controle previsto x realizado servindo

para o auxílio de tomadas de decisão gerenciais sobre desembolsos e fluxos de caixa.

2.5.1.6.3 Desvantagens

Depende de um registro eficaz de custos e quantidade de horas trabalhados em cada

serviço.

2.5.2. Controle da Qualidade

2.5.2.1. Guia de Recebimento de Materiais – GDRM

Para toda entrega de material na obra deve ser aberta uma GDRM. Neste documento

consta a conferência da quantidade de cada material recebida na obra para a quantidade emitida

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na Nota Fiscal; conferência da comprovação de qualidade do material por meio de certificados

ou por testes empíricos realizados com uma pequena amostra do material recebido, conforme

normas vigentes; e inspeção visual das mercadorias.

2.5.2.1.1 Dificuldades

É dever do operador logístico, do almoxarife ou do encarregado administrativo conferir

se o que chegou à obra é de fato o que está emitido na Nota Fiscal. Deve-se ter profissionais de

confiança nestas posições, para que qualquer divergência seja comunicada ao corpo de gestores

da obra.

Para materiais pequenos, entregues embalados em caixas com várias unidades de cada

tipo, o ideal seria abrir todas as caixas no ato da entrega para verificar a integridade e

quantidade. Porém, como muitos são enviados por caminhões fretados que possuem diversas

outras entregas, não é prático realizar toda a conferência no ato; é indicado escolher caixas de

forma aleatória e conferi-las por amostragem, assumindo que todas as outras vieram de acordo

com o emitido na Nota Fiscal.

Consequentemente, esta não isenta a posterior conferência de todo o volume um a um

e, caso haja alguma divergência, seja necessário entrar em contato com o fornecedor para

esclarecimentos.

2.5.2.1.2 Vantagens

Com o preenchimento da GDRM, esta se torna um documento que atesta que o material

recebido de fato é o que foi encomendado e que está de acordo com as suas devidas certificações

de garantia e qualidade.

2.5.2.1.3 Desvantagens

Como é um processo de conferência manual, deve-se confiar na pessoa que está

recebendo o material, acreditando que não haverão desvios de produtos e que serão

armazenados corretamente garantindo que o material, quando for utilizado, se manterá com os

padrões de qualidade na qual foi recebido.

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2.5.2.2. Fichas de Verificação de Serviços - FVS’s

As FVS`s são imprescindíveis para o acompanhamento dos serviços na obra. São

documentos que garantem o cumprimento dos procedimentos da empresa para aquele

determinado serviço, padronizando a execução e garantindo a qualidade do produto,

identificando não conformidades e orientando correções ou retrabalhos, se for o caso.

Um adicional à FVS seria a Ficha de Pavimento Referência, que tem a mesma função

da FVS, mas documenta o primeiro trecho executado para cada serviço, sendo um modelo de

referência para a execução de outros trechos.

Ela é preenchida por todos os responsáveis por aquele serviço, de projetistas e

consultores ao gestor da obra e o fornecedor da mão de obra de execução; observando e

registrando não conformidades e identificando pontos de observação para a verificação dos

outros trechos.

2.5.2.2.1 Dificuldades

Todas as pessoas responsáveis por acompanhar e fiscalizar os serviços, preenchendo as

FVS’s, devem ser treinadas pelo gestor da obra para cada serviço que serão responsáveis.

Assim, estarão alinhadas com o procedimento correto de execução da empresa para aquele

determinado serviço e serão capazes de identificar não conformidades e registrá-las na Ficha e,

futuramente, serem retroalimentadas para a empresa em busca da melhoria contínua nos

processos.

2.5.2.2.2 Vantagens

Pode-se garantir o padrão de qualidade da empresa atestando que todos os

procedimentos de execução foram realizados de maneira correta e eventuais não

conformidades, corrigidas.

Seu correto preenchimento é interessante pois pode-se mapear pontos que apresentaram

irregularidades de execução, futuramente auxiliando a assistência técnica a definir a melhor

solução do problema naquele determinado local.

Funciona, também, como um documento que ajuda a avaliar o desempenho dos

fornecedores, assim os fornecedores que apresentem resultados insatisfatórios sejam

substituídos.

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36

2.5.2.2.3 Desvantagens

Como é uma ficha preenchida por uma pessoa que está avaliando a execução do serviço,

não isenta o fato da verificação ter sido falha e o erro ou não conformidade, caso existente, não

ter sido identificado propositalmente ou não.

2.5.2.3. Controle de treinamentos

O Controle de treinamentos é uma ferramenta de controle da qualidade que não pode

faltar em nenhuma empresa, principalmente na construção civil, pois há diversos serviços

acontecendo em paralelo, ou em diferentes etapas da obra, que precisam ser conhecidos a fundo

pela equipe de gestão da obra.

Devem ser lidos as especificações técnicas de cada serviço, na qual indica o

procedimento da empresa para aquele serviço em específico, suas etapas, processos e materiais

a serem utilizados.

Logo, o Controle de Treinamentos é um documento que registra a execução de cada

treinamento necessário à equipe de gestores e colaboradores terceirizados da obra para que a

execução dos serviços esteja de acordo com os procedimentos e padrões da construtora.

2.5.2.3.1 Dificuldades

Os treinamentos, mesmo que realizados para toda a equipe de gestores da obra e para a

equipe de campo, muitas vezes não produz a eficácia necessária. Pois, mesmo que o funcionário

que executará o serviço tenha sido treinado, muitas vezes não executam o serviço de maneira

correta, para agilizar, ou somente pois participou de desentendimentos com os engenheiros ou

mestres da obra.

2.5.2.3.2 Vantagens

Certifica que toda a equipe está treinada e apta a realizar as etapas de cada serviço conforme

padrões da construtora, caminhando para a obtenção do padrão de qualidade objetivado.

2.5.2.3.3 Desvantagens

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Apesar de todos os funcionários terem sido treinados, é perceptível que muitos não

prestam a devida atenção no momento do treinamento, mostrando falta de compromisso com a

obra e executando o serviço da maneira mais fácil e, muitas vezes, só executam da maneira

correta quando há supervisores fiscalizando.

2.5.2.4. Controle tecnológico

É o controle, por meio de ensaios de laboratórios, das características dos materiais

utilizados na obra.

Tem-se como exemplo os ensaios de resistência do concreto utilizado na obra, para

garantir-se a resistência do concreto da edificação; assim como ensaios de percussão de emboço

de fachada, garantindo a estanqueidade e homogeneidade do revestimento externo, entre outros.

2.5.2.4.1 Dificuldades

Para a realização de ensaios é necessário a contratação de laboratórios certificados para

este tipo de serviço, gerando custo extra à obra.

A resistência por parte da equipe de campo a emissão de relatórios também se configura

como uma dificuldade, pois estes podem identificar um trabalho mal feito gerando retrabalhos.

2.5.2.4.2 Vantagens

Ter um controle, comprovado pela emissão de relatórios, da qualidade da execução do

serviço.

2.5.2.6.1 Desvantagens

Aumento de custo para a obra.

2.5.2.5. Plano de Qualidade da Obra – PQO

O PQO é uma ferramenta intensamente utilizada em construtoras, pois delimita todos

os aspectos da obra e como se deve proceder com qualidade e eficácia em cada um deles. As

diretrizes para a sua elaboração e implantação e suas etapas são apresentadas nos capítulos 3 e

4 deste trabalho.

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2.5.2.6. Controle de Entrega de Projetos

O controle de entrega de projetos é um registro documentado da entrega de cópias

plotadas dos projetos da obra respectivos aos serviços executados por cada empreiteiro.

2.5.2.6.1 Dificuldades

Entregar uma cópia plotada de cada projeto a cada empreiteiro gera um custo

considerável a ser disponibilizado no orçamento da obra.

2.5.2.6.2 Vantagens

Cada empreiteiro possuindo a cópia do projeto pode, a todo momento, visualizar e

executar como previsto, aumentando a produtividade e qualidade do produto, minimizando

retrabalhos e sanando eventuais dúvidas com a equipe gestora antes da execução dos serviços.

2.5.2.6.3 Desvantagens

Não se identificou nenhuma desvantagem para o controle de entrega de projetos.

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3. ASPECTOS TÉCNICOS DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA

3.1. CONCEITUAÇÃO

A definição de políticas e descrição geral do Sistema de Gestão da Qualidade de uma

empresa é feita em um Manual da Qualidade. No caso de uma empresa construtora de obras

de edificações, entretanto, ocorre que cada produto não é executado exatamente da mesma

forma que foi o anterior, mesmo quando há similaridades dos projetos. Dessa forma cada obra

é um novo produto que requer adequação do Sistema de Gestão da Qualidade às suas

peculiaridades. Para atendê-las há o Plano de Qualidade da Obra, conhecido como PQO. O

Plano de Qualidade da Obra - PQO deve conter todos os aspectos necessários para que o

Sistema de Gestão da Qualidade da empresa construtora possa ser praticado na obra. O Plano

da Qualidade da Obra deve conter a descrição da estrutura organizacional, os planos de

controle, os procedimentos de execução e as listas de verificação específicas dessa obra. A base

da documentação é um Sistema de normas da empresa, abrangendo procedimentos

administrativos, técnicos e de controle da qualidade... A elaboração e distribuição de toda esta

documentação deve ser controlada, de forma a garantir que estejam nos locais em que se faça

necessária, na versão mais atual. (PICCHI, 1993)

Baseando-se em Picchi (1993), surge o primeiro conceito na literatura brasileira da

necessidade de um plano de qualidade da obra, em função de um planejamento e controle da

qualidade adequado, para se obter melhores resultados e redução de custos.

Para Souza (1997), há a necessidade de particularizar o sistema de gestão da qualidade

a cada empreendimento específico da empresa. Dessa forma, o PQO tem a função de descrever

a aplicação do sistema de gestão da qualidade a uma obra específica, esclarecendo os detalhes

específicos de organização do sistema da qualidade, envolvendo o controle de projetos, a

qualidade dos materiais, execução, operação e manutenção da obra e descrevendo os

procedimentos que serão utilizados em cada caso.

Dessa forma, baseando-se em Souza (1997), foi expandida a discussão sobre um

adequado PQO destacando o que o compõe, identificando as especificidades de uma obra de

edificações e a necessidade do detalhamento das etapas produtivas, além da previsibilidade e

controle de todos os aspectos da construção.

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Compilando toda a literatura existente sobre o assunto o SiAC/PBQP-H (2018) propõe

que o PQO deve ser elaborado e documentado para cada obra, além de estar alinhado ao Sistema

de Gestão da Qualidade da construtora.

Adicionalmente, o SiAC/PBQP-H (2018) sugere que este deve ser composto por diversos

elementos, como: a estrutura organizacional da obra; a relação de materiais, serviços e

procedimentos; o projeto de canteiro; as especificidades da obra e seu respectivo controle e

manutenção; a identificação e controle dos processos críticos para a qualidade; o treinamento

das equipes da obra; os objetivos e indicadores da qualidade; e a destinação dos resíduos sólidos

e líquidos. No caso de obras residenciais, este deve atender à ABNT NBR 15.575:2013.

3.2. A NBR 15575:2013 E SUA INFLUÊNCIA

O foco desta Norma está nas exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus

sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são

construídos. (ABNT, 2013)

A NBR 15.575:2013, também conhecida como Norma de Desempenho, surgiu como

um divisor de águas no conceito de qualidade na construção de edificações, implementando

requisitos mínimos de aceitabilidade no conforto da edificação em diversos aspectos para a

utilização do usuário final, ou seja, o cliente.

Esta NBR passou a expor tais requisitos para a construção de edificações de forma clara

e objetiva, de forma que qualquer cliente pode-se utilizar desta para exigir juridicamente caso

lhe seja vendido um produto que não se adeque aos padrões mínimos.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas

abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994). VIII – colocar, no mercado de

consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos

oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de

Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,

Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro); (CÓDIGO DE DEFESA DO

CONSUMIDOR, 1990)

A NBR 15.575:2013. é dividida em:

a. Requisitos gerais;

b. Requisitos para os sistemas estruturais;

c. Requisitos para os sistemas de pisos;

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d. Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas;

e. Requisitos para os sistemas de coberturas;

f. Requisitos para os sistemas hidro-sanitários.

De acordo com Vittorino (2017) a NBR 15.575:2013 aborda os seguintes temas dentro

de cada parte da Norma:

a. Requisitos gerais (implantação; saúde, higiene e qualidade ar);

b. Desempenho estrutural;

c. Segurança contra incêndio;

d. Segurança no uso e operação;

e. Funcionalidade e acessibilidade;

f. Conforto tátil e antropodinâmico;

g. Desempenho térmico;

h. Desempenho acústico;

i. Desempenho lumínico;

j. Estanqueidade;

k. Durabilidade;

l. Manutenibilidade/gestão da manutenção predial.

Por sua vez, as Normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em

requisitos e critérios, e são consideradas como complementares às Normas prescritivas, sem

substituí-las. A utilização simultânea delas visa atender às exigências do usuário com soluções

tecnicamente adequadas. (ABNT, 2013)

Desta forma, ela foi concebida para aumentar o nível de qualidade das edificações

complementando às normas já existentes, balizando um padrão mínimo de conforto ao usuário

final de forma a beneficiar, principalmente, as classes menos favorecidas que sofrem com a

redução de custos e qualidade na execução de edificações de baixo custo devido à

competitividade entre as empresas.

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Como a NBR 15.575:2013 passou a exigir o atendimento aos requisitos mínimos de

qualidade; se tornou necessária a emissão de relatórios ou certificações, a partir de ensaios

laboratoriais e em campo, ou outra forma de comprovação, o cumprimento aos padrões.

Dessa forma, deve-se incluir ao planejamento e controle dos processos construtivos, os

custos adicionais e as novas etapas respectivas à execução dos ensaios de desempenho

solicitados pela Norma e ao devido armazenamento dos relatórios e informações.

Logo, para se atingir um padrão de qualidade deve-se ter todas as etapas do processo

produtivo bem planejadas e determinadas, de forma a analisar, avaliar, revisar e otimizar o

processo em busca da melhoria contínua de um produto com cada vez mais qualidade,

incorporando novas técnicas, tecnologias e métodos construtivos, agregando mais valor ao

produto final.

3.3. O SIAC/PBQP-H E O PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE

Um dos projetos propulsores do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do

Habitat (PBQP-H) é o Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras

(SiAC), que é o resultado da revisão e ampliação do antigo SiQ (Sistema de Qualificação de

Empresas de Serviços e Obras). O SiAC tem como objetivo avaliar a conformidade do sistema

de gestão da qualidade das empresas de serviços e obras, considerando as características

específicas da atuação dessas empresas no setor da construção civil, e baseando-se na série de

normas ISO 9000. (PBQP-H, 2018)

A presente versão do SiAC - Execução de Obras adota a abordagem de processo para o

desenvolvimento, implementação e melhoria da eficácia do Sistema de Gestão da Qualidade da

empresa construtora. Esta visa, antes de tudo, aumentar a satisfação dos clientes no que diz

respeito ao atendimento de suas exigências. Um dos pontos marcantes da abordagem de

processo é o da implementação do ciclo de Deming ou da metodologia conhecida como PDCA

(do inglês Plan, Do, Check e Act). (PBQP-H 2017)

Existem dois diferentes níveis de certificação oferecidos pelo SiAC: Nível B e Nível A.

Além de requisitos específicos para três seguintes subsetores: obras de edificações, de

saneamento básico e viárias e de arte especial.

Tais níveis são oferecidos conforme a necessidade de certificação que a empresa quer

obter. Cada nível tem caráter evolutivo, de forma que o nível B possui requisitos a serem

atingidos; enquanto que os requisitos do nível A incluem todos do nível B além da exigência

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de outros requisitos. As certificações para obras de edificações, saneamento básico, viárias e de

arte especial seguem requisitos específicos complementares para suas respectivas modalidades.

De acordo com o PBQP-H (2017), os requisitos específicos para Obras de Edificações

são:

a. Definição dos serviços de execução controlados

No subsetor obras de edificações, a empresa deve elaborar sua lista de

serviços controlados a partir dos serviços de execução obrigatoriamente

controlados, segundo a etapa da obra.

b. Evolução do número de serviços de execução controlados, conforme nível

de certificação

Da lista de serviços de execução controlados da empresa, uma

porcentagem mínima de serviços deve ser controlada. Esse percentual é relativo

ao nível de certificação, sendo: Nível “B”: 40 % e Nível “A”: 100%.

c. Definição dos materiais controlados

A empresa construtora deve preparar uma lista mínima de materiais que

afetem tanto a qualidade dos seus serviços de execução controlados, quanto a da

obra, e que devem ser controlados. Esta lista deve ser representativa dos sistemas

construtivos por ela utilizados e dela deverão constar, no mínimo, de 20

materiais.

d. Evolução do número de materiais controlados, conforme nível de

certificação

Da lista de materiais controlados da empresa, uma porcentagem mínima

de materiais deve ser controlada. Esse percentual é relativo ao nível de

certificação, sendo: Nível “B”: 50 % e Nível “A”: 100 %.

Enquanto que os requisitos mínimos para uma obra obter as certificações A ou B estão

identificados no Quadro 3.

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Quadro 3a – Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade (adaptado de PBQP-H, 2018)

SiAC-Execução de Obras Níveis

SEÇÃO REQUISITO B A

4 Sistema de Gestão da Qualidade

4.1 Requisitos gerais X X

4.2 Requisitos de documentação

4.2.1 Generalidades X X

4.2.2 Manual da Qualidade X X

4.2.3 Controle de documentos X X

4.2.4 Controle de registros X X

5 Responsabilidade

da direção da empresa

5.1 Comprometimento da direção da empresa

X X

5.2 Foco no cliente X X

5.3 Política da Qualidade

X X

5.4 Planejamento

5.4.1 Objetivos da qualidade X X

5.4.2 Planejamento do Sistema de Gestão da Qualidade

X X

5.5 Responsabilidade, Autoridade e Comunicação

5.5.1 Responsabilidade e autoridade X X

5.5.2 Representante da direção da empresa

X X

5.5.3 Comunicação interna X

5.6 Análise crítica pela direção

5.6.1 Generalidades X X

5.6.2 Entradas para a análise crítica

X X

5.6.3 Saídas da análise crítica X X

6 Gestão de recursos

6.1 Provisão de recursos

X X

6.2 Recursos humanos

6.2.1 Designação de pessoal X X

6.2.2 Treinamento, conscientização e competência

X X

6.3 Infraestrutura X X

6.4 Ambiente de trabalho

X

Nota: A letra "X" da coluna "níveis" indica os requisitos exigíveis no presente nível de certificação e no nível anterior.

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Quadro 3b – Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade (adaptado de PBQP-H, 2018)

SiAC-Execução de Obras Níveis

SEÇÃO REQUISITO B A

7 Execução da obra

7.1 Planejamento da Obra 7.1.1 Plano da Qualidade da Obra X X

7.1.2 Planejamento da execução da obra

X X

7.2 Processos relacionados ao cliente

7.2.1 Identificação de requisitos relacionados à obra

X X

7.2.2 Análise crítica dos requisitos relacionados à obra

X X

7.2.3 Comunicação com o cliente X

7.3 Projeto

7.3.1 Planejamento da elaboração do projeto

X

7.3.2 Entradas de projeto X

7.3.3 Saídas de projeto X

7.3.4 Análise crítica de projeto X

7.3.5 Verificação de projeto X

7.3.6 Validação de projeto X

7.3.7 Controle de alterações de projeto

X

7.3.8 Análise crítica de projetos fornecidos pelo cliente

X X

7.4 Aquisição

7.4.1 Processo de aquisição X X

7.4.2 Informações para aquisição X X

7.4.3 Verificação do produto adquirido

X X

7.5 Operações de produção e fornecimento de serviço

7.5.1 Controle de operações X X

7.5.2 Validação de processos X

7.5.3 Identificação e rastreabilidade X X

7.5.4 Propriedade do cliente X

7.5.5 Preservação de produto X X

7.6 Controle de dispositivos de medição e monitoramento

X X

Nota: A letra "X" da coluna "níveis" indica os requisitos exigíveis no presente nível de certificação e no nível anterior.

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Quadro 3c – Requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade (adaptado de PBQP-H, 2018)

SiAC-Execução de Obras Níveis

SEÇÃO REQUISITO B A

8 Medição, análise e melhoria

8.1 Generalidades X X

8.2 Medição e monitoramento

8.2.1 Satisfação do cliente X X

8.2.2 Auditoria interna X X

8.2.3 Medição e monitoramento de processos

X

8.2.4 Inspeção e monitoramento de materiais e serviços de execução controlados e da obra

X X

8.3 Controle de materiais e de serviços de execução controlados e da obra não conformes

X X

8.4 Análise de dados X X

8.5 Melhoria

8.5.1 Melhoria contínua X X

8.5.2 Ação corretiva X X

8.5.3 Ação preventiva X

Nota: A letra "X" da coluna "níveis" indica os requisitos exigíveis no presente nível de certificação e no nível anterior.

3.4. SIAC/PBQP-H E O PLANO DE QUALIDADE DE OBRAS

De acordo com o SiAC/PBQP-H (2018), a empresa construtora deve, para cada uma de

suas obras, elaborar e documentar o respectivo Plano da Qualidade da Obra, consistente com

os outros requisitos do Sistema de Gestão da Qualidade, contendo os seguintes elementos,

quando apropriado:

a) estrutura organizacional da obra, incluindo definição de responsabilidades

específicas;

b) relação de materiais e serviços de execução controlados, e respectivos

procedimentos de execução e inspeção;

c) projeto do canteiro;

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d) identificação das especificidades da execução da obra e determinação das

respectivas formas de controle; devem ser mantidos registros dos controles

realizados ;

e) no caso de obras de edificações habitacionais, plano de controle tecnológico de

materiais a serem aplicados e serviços a serem executados visando assegurar o

desempenho conforme previsto em projeto, em atendimento à ABNT NBR

15575:2013;

f) identificação dos processos considerados críticos para a qualidade da obra e

atendimento das exigências dos clientes, bem como de suas formas de controle;

devem ser mantidos registros dos controles realizados;

g) identificação das especificidades no que se refere à manutenção de equipamentos

considerados críticos para a qualidade da obra e atendimento das exigências dos

clientes;

h) programa de treinamento específico da obra;

i) objetivos da qualidade específicos para a execução da obra e atendimento das

exigências dos clientes, associados a indicadores;

j) definição dos destinos adequados dados aos resíduos sólidos e líquidos produzidos

pela obra (entulhos, esgotos, águas servidas), que respeitem o meio ambiente e estejam

em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) e com

as legislações estaduais e municipais aplicáveis.

No caso de obras de edificações habitacionais, a elaboração do Plano da Qualidade da

Obra deve considerar os requisitos de desempenho da ABNT NBR 15575 definidos nos projetos

da edificação e abordado no item 3.2 desta monografia.

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3.5. DIFICULDADES PARA ATENDIMENTO

Foi realizado um estudo por Depexe e Paladini (2005) publicado na Revista Gestão

Industrial da UFSC, no ano de 2007, no qual foram entrevistados funcionários responsáveis

pelo setor de qualidade de 14 empresas construtoras que obtiveram certificação nível A no

SiAC/PBQP-H em que foram apresentadas diversas dificuldades enfrentadas no atendimento

dos requisitos do programa pela construtora.

O questionário foi elaborado baseado em pesquisas similares nacionais e internacionais,

referente à certificação a norma ISO 9000. Todas as questões possuíam campos para

comentários do entrevistado, fornecendo maiores informações de suas percepções.

Além do cálculo da média e do desvio padrão, realizou-se uma análise de frequência

das respostas quanto à pontuação na escala de um a cinco.

Os resultados do estudo nos mostram as diversas dificuldades vivenciadas pelos

funcionários na implantação do programa para certificação:

Tabela 2 – Média, desvio-padrão e distribuição das notas (adaptado de DEPEXE E

PALADINI, 2007)

Dificuldades durante a implantação Média Desvio-padrão

Distribuição das notas

1 2 3 4 5

Cultura organizacional e resistência a mudanças 4.29 0.61 0% 0% 7% 57% 36%

Burocracia excessiva 4.14 1.1 0% 14% 7% 29% 50%

Baixo nível de escolaridade dos funcionários 2.93 1.49 21% 21% 21% 14% 21%

Falta de treinamento 2.79 1.42 29% 7% 36% 14% 14%

Falta de envolvimento dos funcionários 2.57 1.16 21% 29% 21% 29% 0%

Falta de participação e conscientização dos colaboradores 2.5 1.22 36% 7% 43% 7% 7%

Comunicação deficiente 2.43 1.28 29% 21% 29% 14% 7%

Ansiedade por resultados 2.36 1.15 36% 7% 43% 14% 0%

Falta de comprometimento da alta administração 2.36 1.5 43% 14% 21% 7% 14%

Falta de recursos 1.93 1.59 71% 0% 7% 7% 14%

Falta de liderança 1.93 1.38 64% 0% 21% 7% 7%

Falta de comprometimento dos gerentes 1.93 1.27 50% 29% 7% 7% 7%

Falta de foco no cliente 1.5 1.09 79% 7% 0% 14% 0%

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Dessa forma, segundo Depexe e Paladini (2007) “Muitos engenheiros relatam que há

grande resistência a mudanças por parte de todos, principalmente devido à cultura conservadora

existente na construção civil. Grande parte dessa resistência deve-se à total falta de hábito da

documentação dos processos. Uma vez que a realização de registros é uma exigência para a

obtenção do certificado, o sistema trouxe uma maior carga burocrática para as empresas.

Observa-se uma certa relutância quanto ao preenchimento de fichas e documentos,

independente do nível hierárquico. Entretanto, é no nível operacional que se observam as

maiores reclamações quanto à burocracia.”

Baseando-se no estudo, podemos concluir que o maior empecilho para a implantação,

atendimento dos requisitos e obtenção da certificação não está relacionada ao grau de exigência

de alinhamento de padrões de planejamento, controle e produção e nem ao sistema de gestão

da qualidade em si; mas da adequação dos recursos humanos de cada empresa à nova realidade

da construtora e a um maior controle das atividades realizadas pelos funcionários.

As dificuldades apresentadas e a reação dos funcionários à nova realidade da construtora

retrata a cultura da construção civil de pouco planejamento e controle a curto, médio e longo

prazo. A qual, ao longo dos últimos anos, devido a implementação da ISO 9000 e do

SiAC/PBQP-H, está se modificando e passando a se tornar parte da rotina das obras.

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4. ASPECTOS PRÁTICOS DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA

4.1. ASPECTOS GERAIS

O Manual da Qualidade tem um caráter mais amplo e serve de guia para todas as

atividades e obras da empresa, demonstrando para os clientes externos, em geral, a forma com

que a empresa atua em relação à qualidade dos seus processos e produtos. O Plano da Qualidade

restringe-se à uma obra em particular, seguindo as diretrizes estabelecidas no Manual. Ele

demonstra ao(s) cliente(s) de uma obra específica a maneira com que a empresa trabalha com

vistas a garantir a qualidade de sua obra. (SOUZA, ABIKO, 1997)

Quadro 4 – Conteúdo básico do Plano de Qualidade da Obra (adptado de SOUZA,

ABIKO, 1997)

Plano da Qualidade da Obra

1. Organização

2. Controle de projeto

3. Aquisição

4. Controle do produto fornecido pelo cliente

5. Identificação e rastreabilidade do produto

6. Controle de processo

7. Inspeção e ensaios

8. Controle de equipamentos de inspeção, medição e ensaios

9. Controle de produto não-conforme

10. Ações corretivas e preventivas

11. Manuseio, armazenamento, embalagem, preservação e entrega

12. Auditorias internas da qualidade no âmbito da obra

13. Treinamento

14. Serviços associados

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15. Controle de documentos, registros da qualidade e arquivamento

O PQO é necessário para se explicitar e analisar as interferências das peculiaridades

inerentes a cada obra, possibilitando o planejamento de ações direcionadas à mitigação das

dificuldades encontradas em busca da solução ideal. Dessa forma, passa por constantes

atualizações ao decorrer da execução da obra em função da identificação de novos obstáculos

e a busca pela implementação de soluções adequadas.

Como as edificações são únicas, o PQO é adaptado e elaborado para cada novo projeto.

4.2. MONITORAMENTO

O PQO deve ser elaborado pelo trabalho em conjunto da equipe de planejamento,

qualidade, obras e área técnica da construtora; com participações da área de negócios,

legalização e produto da empresa.

A aprovação da primeira versão deve partir dos líderes de cada área envolvida em sua

elaboração, seguindo com a aprovação final por parte da diretoria da companhia.

É responsabilidade da obra, em conjunto com o setor de planejamento, o monitoramento

do bom andamento da construção seguindo as diretrizes e orientações contidas no PQO. Ao se

identificar dificuldades, ou peculiaridades, não previstas deve-se analisar com a respectiva área

responsável a ação a ser tomada e sua devida inclusão e atualização no presente documento.

4.3. ATUALIZAÇÕES

Conforme sejam identificadas dificuldades, ou peculiaridades, ao longo da construção

deve-se buscar soluções adequadas para o problema em conjunto com a área da empresa sob

responsabilidade do item identificado.

Com isso, elabora-se o caminho a ser seguido pela equipe de obras e se obtém a

aprovação da respectiva área; em seguida, é desenvolvida uma nova revisão ao PQO incluindo-

se as devidas alterações, aprovada pela área de planejamento e incorporada como revisão mais

atualizada deste documento.

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4.4. ATUAÇÃO DOS TERCEIRIZADOS

São responsáveis por executar os procedimentos conforme treinamento, orientação e

métodos construtivos utilizados pela empresa contratante; de forma a garantir a qualidade do

produto conforme padrões da construtora.

De acordo com Sukster (2005) “... as instruções de execução são passadas aos

empreiteiros em treinamentos, sendo os processos controlados a partir de amostras. Nas obras

maiores é realizado um plano de qualidade, no qual são detalhadas as inspeções mais

importantes. O indicador de qualidade utilizado nas obras é o número de não conformidades.”.

Dessa forma é atestado a eficácia dos treinamentos realizados aos terceirizados, analisado o

comprometimento para com a correta execução dos processos construtivos e seu alinhamento

à política de qualidade da contratante.

4.5. DIRETORIA E GERÊNCIA DA OBRA

Ele é utilizado pela diretoria e gerência da obra como roteiro para fiscalizar, acompanhar

e verificar o andamento da obra conforme padrões de qualidade da empresa e seus processos

construtivos.

A diretoria e gerência da obra passa a ter artifícios para realizar eventuais vistorias e

auditorias e possuir poder de cobrança baseando-se nas orientações de execução do PQO. Seu

objetivo é garantir a entrega do produto de acordo com o vendido ao cliente.

4.6. EQUIPE DE CAMPO

Os engenheiros e estagiários utilizam o PQO como forma de planejar o início das

próximas etapas da obra, elaborar medidas corretivas e planos de ação de itens inacabados ou

com a presença de não-conformidades e previsibilidade de dificuldades a serem enfrentadas

durante todo o processo construtivo com o intuito de garantir o cumprimento do cronograma

da obra dentro do custo e prazo.

Já os mestres de obra e o restante da equipe de campo utilizam desta ferramenta de

forma indireta, já que não possuem acesso direto às revisões deste documento. Sua atuação

alinha-se com a execução de treinamentos aos processos construtivos e à política da qualidade,

leitura e análise dos projetos, além das orientações dos engenheiros e estagiários.

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4.7. DIFICULDADES

Devido a especificidade de cada obra e o caráter único de cada uma, não é possível

replicar o mesmo PQO para outra edificação, somente adaptá-lo.

Devido à grande quantidade de pessoas envolvidas em uma construção, muitas delas

com pouca qualificação técnica e estudo, além de comprometimento insatisfatório com a

qualidade, se torna trabalhoso a manutenção do PQO conforme descrito no documento.

Dessa forma, torna-se importante a aplicação de treinamentos nos padrões da empresa

de a toda a equipe de campo, incluindo terceirizados, e atestar sua eficácia periodicamente.

O monitoramento e verificação da execução dos serviços por pessoal capacitado é

necessário para assegurar a qualidade do produto. A capacitação desse pessoal é obtida a partir

da leitura das especificações técnicas, processos construtivos, política da qualidade e orientação

de pessoal hierarquicamente mais experiente.

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5. ESTUDO PRÁTICO – CONSTRUTORA “X”

5.1. CARACTERIZAÇÃO

A construtora, objeto do estudo prático, é de grande porte com atuação há mais de 60

anos no mercado nacional, possui sede própria em São Paulo, contando com corpo de

funcionários atualmente em sua totalidade superior a 600 pessoas; excluindo-se o corpo de

funcionários de empresas terceirizadas contratadas para a prestação de serviços no escritório e

das empreiteiras contratadas para execução de serviços nas obras.

No passado a empresa atuou em segmentos residenciais unifamiliares, hoteleiros e

outros em diversas regiões do país, porém, atualmente, somente atua em segmentos comerciais

e residenciais multifamiliares com foco no eixo São Paulo-Rio de Janeiro.

Com informações obtidas pela própria construtora, estima-se que mais de 1 milhão e

meio de pessoas morem em residenciais construídos pela empresa, além de possuir

empreendimentos construídos com certificados internacionais como o Green Building

Platinum.

5.2. FORMA DE ATUAÇÃO

O foco da construtora são empreendimentos de médio e alto padrão, principalmente nas

cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, buscando inovação, qualidade e conforto. Seus

empreendimentos são localizados em regiões com fortes índices de expansão econômica aliada

a uma boa localização, de forma a atrair compradores para seus produtos e agregar valor ao

empreendimento e à região em que está inserida.

Todos os serviços executados em campo são contratados pela construtora para serem

executados por empreiteiras especializadas em seu respectivo nicho de mercado, aliando

qualidade e rapidez de mão de obra para execução e baixos custos devido a processos de

concorrências em contratações.

A utilização de máquinas e equipamentos para a execução dos serviços fica a cargo da

empreiteira contratada, responsável pelo serviço. Somente para a logística do canteiro de obras,

verificação de serviços realizados e atividades relacionadas à administração e movimentação

no canteiro de obra, as máquinas e equipamentos são alugados pela construtora por períodos de

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tempo no qual sua utilização será necessária, como empilhadeiras, máquinas BobCat, lasers de

nível, entre outros.

A elaboração de projetos e a realização de consultorias também são terceirizadas,

realizando-se concorrência. Estes são elaborados de acordo com as características e

especificidades indicadas pela contratante, sofrendo constantes revisões em sua concepção,

ainda durante a fase de planejamento do empreendimento. Dessa forma objetiva-se conceber

um produto adequado aos padrões de qualidade da empresa e das Normas vigentes; viável,

financeira e tecnicamente; e garanta margens de lucro aceitáveis.

Quando do decorrer da obra identifica-se erros, incompatibilidades de projeto ou

sugestão de mudanças, estas são solicitadas aos projetistas para elaboração de revisão.

Seu processo típico de financiamento das edificações é realizado em parceria com

bancos devido ao tamanho dos empreendimentos que resulta em elevado custo de obra; porém,

para a construção do empreendimento comercial do estudo prático presente neste trabalho, foi

utilizado integralmente dinheiro em caixa da construtora, devido ao pequeno porte da obra com

orçamento global em torno de 10% do orçamento total dos empreendimentos padrões da

construtora.

De acordo com o grande porte da construtora, esta possui um forte setor de Vendas, com

funcionários próprios que fazem o papel de corretores, em stands de venda, além de área de

Marketing voltada para a elaboração de estratégias de marketing e publicidade, com

distribuição de material impresso e via meio digital, de forma a maximizar a capacidade de

lucro. A construtora também trabalha com corretores autônomos, porém em menor escala.

Possui especificações técnicas, processos construtivos, política da qualidade e manuais

respectivamente de cada área em meio digital, com fácil acesso através de um computador

corporativo com a utilização de um cadastro corporativo. Possui sistema de gestão da qualidade

bem definido com certificações da ISO 9001:2008 e SiAC/PBQP-H Nível A:2012 obtidas

através de auditorias externas.

Há auditorias mensais de qualidade, em cada área, com pontuações e presença de

ranking para se certificar de que os procedimentos estão sendo executados conforme padrões

da empresa e garantir que eventuais dificuldades, ou erros, sejam identificados e

retroalimentados para a melhoria contínua dos processos.

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5.3. DESCRIÇÃO DO EMPREENDIMENTO

Empreendimento comercial, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro – RJ. Trata-

se da construção de um Edifício Comercial de 3.167,31 m², composto de 01 pavimento de

acesso com 42 vagas descobertas de veículos e 24 lojas com jirau; 01 pavimento com 29 salas

comerciais com lavabo, sendo 17 unidades com terraço, e 01 pavimento com telhado.

Os serviços executados na obra serão realizados conforme Memorial Descritivo de

Construção, projetos específicos e procedimentos vigentes na construtora.

5.3.1. Indicadores para acompanhamento da qualidade da obra

a. Custo da obra;

b. Prazo da obra;

c. Qualidade da obra;

d. Gestão;

e. Segurança;

f. Indicadores de sustentabilidade.

5.3.2. Características gerais da obra

a. Projeto

Para sua elaboração foi contratado projetistas, por meio de quadro de

concorrência. Dessa forma, cada especialidade da obra foi concebida por diferentes

escritórios, como: fundações, estruturas (concreto, ferro e metálica), arquitetura,

vedações, instalações (hidráulica, incêndio, elétrica e gás), segurança, ar-condicionado

e exaustão, paisagismo etc.

Não houve compatibilização de projetos de instalações entre si; somente houve

da estrutura como um todo em relação às outras especialidades.

Antes do início da obra, a área técnica é a responsável pela supervisão do

processo de elaboração de cada projeto; após seu início, a obra acompanha a execução

e eventuais incompatibilizações.

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Antes da disponibilidade do projeto para a obra, todos sofrem diversas

atualizações para alinhamento aos padrões da empresa e especificidades de cada

empreendimento. Quando disponível para a obra, após seu início, este é liberado como

revisão 00, somente sendo solicitado nova revisão conforme identifica-se sua

necessidade pela obra.

Conforme repassado pelo setor de Negócios, não há unidades vendidas com

modificação de plantas por clientes.

Todas as salas comerciais possuem banheiro, paredes em gesso liso, ou drywall,

e seladora, piso em osso com desnível de 13 cm para previsão de piso elevado ou

contrapiso, teto em osso, infra estrutura para ar condicionado (dreno e carga no quadro),

carga elétrica até o quadro de luz, WC com piso cerâmico, bacia sanitária e lavatório

suspenso;

Todas as lojas comerciais possuem Jirau, parede em bloco de concreto ou

drywall, piso em osso com desnível de 7cm, teto em osso, fechamento com vidro

temperado e ponto de gás.

b. Fundações

Fundação executada em estacas tipo hélice contínua para todo o

empreendimento, excluindo-se muros externos e caixa dos elevadores, nos quais

utilizou-se sapatas.

c. Estruturas

Presença de estrutura mista, com utilização de peças pré-moldadas e

convencional. Há trechos, com unidades autônomas, que serão executados em pilares,

vigas e lajes pré-moldados; já os trechos de áreas comum, técnicas, de funcionários e

caixas de escada serão em estrutura convencional.

As peças pré-moldadas foram fornecidas por empreiteira especializada com

devido controle de qualidade, enquanto que a estrutura convencional utilizou concreto

armado moldado inloco através de concreto usinado fornecido por central de concreto

terceirizada e armação fornecida por outra contratada.

Para a execução do telhado dos quiosques, utilizou-se laje treliçada e pergolado

metálico.

Além disso, há a instalação de escadas de acesso a jiraus e telhado com estrutura

de ferro.

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d. Vedações

Conforme já mencionado, vedações internas serão em placas de dry-wall,

enquanto paredes externas e caixas de escada em alvenaria com blocos de concreto.

e. Instalações

Além de instalações elétricas, hidráulicas, incêndio e gás, haverá instalação de

infra-estrutura para ar-condiconado em determinados locais; exaustão mecânica em

sanitários sem ventilação natural; sistemas de especiais com interfonia, telefonia, CATV

e CFTV; sistema de segurança perimetral e previsão de câmeras 24h; e sistema de

alarme e combate a incêndio.

f. Acabamentos

Acabamentos das salas e lojas já mencionados anteriormente.

A fachada do empreendimento, será composta por estrutura de alumínio com

pele de vidro semi-reflexivo e brises metálicos.

g. Telhado

Área técnica interna com a presença de barrilete, casa de máquinas de incêndio

e depósito; área técnica externa com casas de máquinas de exaustão mecânica e acesso

às duas caixas d’água por meio de escada marinheiro.

h. Arruamento e paisagismo

Parede externa de quiosques será em painel de pedras portuguesas; espelho

d’água em basalto e easy wall next telado; acabamentos externos de muretas e abrigos

de concessionárias serão em pedra são tomé.

Serão instalados bicicletários, bancos de madeira, postes de iluminação, placas

direcionais, mesas com cadeiras e ombrelones, torneiras para jardinagem e mureta com

balizadores metálicos delimitando o terreno do empreendimento.

A pavimentação interna do empreendimento será em piso intertravado, enquanto

o arruamento externo será executado em concreto vassourado.

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5.3.3. Métodos e processos construtivos adotados

Como citado anteriormente, devido à utilização de pré-moldados e concreto

moldado inloco e à planta do empreendimento, o fluxo de execução e validação será

diferente do padrão de torres tipo, será faseado em trechos.

O piso do térreo será executado após os pavimentos superiores. Primeiramente

os serviços serão executados nos pavimentos do Jirau, 2 pavimento e Telhado, pois o

térreo não possui muros para o arruamento, de forma que será executado e finalizado

próximo da entrega do empreendimento.

Todos os materiais utilizados para execução dos serviços poderão ser

armazenados nos andares em que serão utilizados, sem a necessidade de placas que

identifiquem o produto, pois estes possuem características próprias.

Haverá a instalação de uma central de argamassa para distribuição de massa para

todos os pavimentos.

A equipe de campo é formada predominantemente por terceirizados, sua exceção

são o corpo administrativo da obra, formado pelo gestor da obra, engenheiros de produção

civil, estagiários, encarregado administrativo, almoxarife e operador logístico; além de

mestres de obra para acompanhamento e supervisão de serviços e técnicos de segurança

para garantir a saúde e segurança ocupacional no canteiro de obras.

Dessa forma, as atividades de administração e logística da obra recai sob

responsabilidade da construtora, enquanto que a execução dos processos construtivos é

por meio de empreiteiras contratadas por quadro de concorrência.

De acordo com a forma de atuação da empresa, a contratada é responsável pelos

equipamentos e máquinas que utilizarão, enquanto que para as atividades da construtora,

aluga-se os equipamentos pelo tempo necessário. Os equipamentos mais comuns

alugados são empilhadeiras, máquinas BobCat, lasers de nível, entre outros.

5.4. ELABORAÇÃO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA

No banco de dados corporativo há um documento modelo de padrão de PQO

(F.GST.004 ) elaborado conforme o Manual de Qualidade da empresa, onde há campos

destacados orientando o preenchimento conforme especificidades de cada obra.

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A sua elaboração é de responsabilidade do Gestor da Obra, formado em engenharia civil

e auxiliado em campo por equipe de engenheiros civis, em conjunto com o setor de

planejamento da empresa, apoiado pela área da qualidade, técnica, negócios, legalização e

produto. Após sua finalização é validado pelo diretor da regional; e enviado para validação dos

líderes de cada área e para a diretoria.

Após as devidas validações o PQO é disponibilizado no portal eletrônico da construtora

e disponível em meio físico arquivado na obra, como forma de cópia controlada, para ser

utilizado pelo gestor da obra e sua equipe no acompanhamento e fiscalização de suas diretrizes

ao decorrer da obra.

Para garantir que o PQO seja aplicado corretamente ao longo de toda a duração da obra

é necessário um treinamento realizado pelo gestor da obra para toda a equipe de campo da

construtora.

5.5. MONITORAMENTO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA

O Gestor da obra, auxiliado por sua equipe de engenheiros e estagiários, acompanha

diariamente o andamento do cronograma físico-financeiro utilizando as orientações presentes

no PQO; dessa forma, as dificuldades que porventura serão enfrentadas já estão previstas no

documento, ou identificadas e incluídas em constantes atualizações e revisões.

Além disso, é monitorado e atestado a eficácia dos treinamentos de equipe através da

presença, ou não, de não-conformidades expostas na verificação dos serviços executados

através das Fichas de Verificação de Serviços (FVS). Caso haja necessidade, novos

treinamentos são ministrados para garantir a qualidade dos serviços.

Por meio das auditorias mensais da qualidade e por auditorias externas da ISO 9001 e

do PBQP-H o PQO é analisado perante sua adequação à obra e se está sendo atualizado

conforme necessidades identificadas pela obra ao longo de sua construção, da mesma forma

que estes procuram identificar se o que está sendo orientado e documentado no PQO está sendo

aplicado corretamente pela equipe de campo.

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5.6. ANÁLISE DO CONTEÚDO, RESULTADOS, VANTAGENS E DESVANTAGENS

DO PQO

O Plano de Qualidade da obra foi elaborado com a finalidade de definir as diretrizes da

obra relacionadas à implementação e manutenção do Sistema de Gestão da Qualidade,

destacando-se suas características e necessidades específicas.

Resultados, vantagens e desvantagens estão apresentados em tabela no Anexo I.

5.7. APRESENTAÇÃO DO PLANO DE QUALIDADE DA OBRA

No Anexo II está apresentado o PQO do respectivo estudo.

5.8. RESULTADOS

Com o PQO elaborado e implementado, assinalando todas as especificidades e como

prosseguir ao longo da obra, foi possível evitar atrasos no cronograma pois diversas situações

foram evitadas devido a previsibilidade alcançada com a ajuda desta ferramenta.

Os treinamentos efetuados para a equipe de campo e terceirizados foi, de forma geral,

eficaz, devido aos baixos índices de retrabalhos e não-conformidades identificadas nas FVS.

O mapa do canteiro de obra e a logística, conforme orientações do PQO, era atualizado

a cada modificação efetuada no canteiro, conforme a construção progredia, de forma que

interferências com outros serviços eram identificadas de imediato. Dessa forma, foi necessário

dispensar um tempo maior no planejamento para implementar a melhor solução de canteiro de

obras, evitando constantes desmobilizações e deslocamentos do mesmo e consequentemente

redução de descontinuidades e perdas de produção.

O controle de projetos eficaz devido a liberação para equipe de campo somente dos

projetos com as revisões mais atualizadas disponíveis, evitou-se execuções indevidas de itens

presentes em revisões anteriores. Apesar do controle constante, identificou-se a execução de

itens que não estavam conforme solicitado em projeto, orientando-se sua correção, impactando

em prorrogação de prazo e aumento de custos com materiais.

Com o fluxo de execução dos trechos de forma faseada, foi possível dar atenção aos

detalhes específicos de cada área de forma que enquanto acontecia um determinado serviço em

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um trecho, em outro já estava acontecendo o serviço posterior, de forma que fosse possível

identificar dificuldades e interferências não previstas e se antecipar a estas nos próximos

trechos, ganhando agilidade no cronograma da obra. Porém, como a execução faseada não é o

padrão da empresa, identificou-se dificuldades na adequação a essa realidade devido aos fluxos

e fichas de verificação de serviços serem padronizados para pavimentos tipo.

Com este documento foi possível identificar itens que não estavam sendo comtemplados

em projetos, de forma que foi solicitado suas devidas inclusões em novas revisões.

Devido à determinação do armazenamento dos materiais, a serem utilizados para

execução dos serviços, em seus respectivos andares ganhou-se tempo no cronograma de forma

que assim que o material chegava já era descarregado e direcionado para o mais próximo

possível da área a ser utilizada. Com isso, no momento de execução dos serviços, com os

materiais mais próximos dos locais a serem utilizados, estes eram finalizados de forma mais

rápida e com mais qualidade.

Com o controle pré-definidos de como deve ser controlado e estocado cada material

entregue na obra, foi possível uma maior rastreabilidade da entrega do material, qualidade

advinda do fornecedor, local de armazenamento, local de utilização, quantidade utilizada por

área e estimativa de perdas.

Com o macrofluxo pré-determinado no PQO, o acompanhamento e a fiscalização do

andamento dos serviços se tornou mais eficaz, de forma que se tornou mais claro a sequência

dos serviços e, assim, com o o fluxo de acordo com o previsto se reduz o índice de retrabalhos,

pois estes são elaborados visando o sequenciamento das etapas sem necessidade de um serviço

ser executado danificando outro. Porém, no decorrer da obra, houve situações em que se

solicitou a alteração do fluxo programado visando ganhar agilidade na execução dos serviços e

garantir uma redução de prazo para a entrega do empreendimento. Nesse caso, por exemplo,

foi executada a instalação de escada com degraus em granito sem a execução de emassamento

e pintura das paredes, e, assim, tornou-se necessário a forração com proteção de piso para que

fosse possível a execução do revestimento das paredes sem danificar serviços já executados e

liberados.

Com o acompanhamento dos equipamentos calibrados por laboratórios, com

certificaçãos do INMETRO, garantiu-se que a verificação dos serviços executados está de

acordo com padrões normativos.

Já utilizando-se as FVS, mapeou-se e corrigiu-se as não-conformidades verificadas,

mantendo-se registros que futuramente poderão auxiliar no caso de assistências técnicas e na

tomada de soluções para ações corretivas, caso o mesmo problema se manifeste.

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5.9. DIFICULDADES

Devido ao método construtivo atípico dos padrões da empresa e a falta de experiência

com o uso das novas tecnologias adotadas na construção, a elaboração do PQO foi um desafio

para a equipe da obra, área técnica e da qualidade.

Foi necessária uma pesquisa intensa sobre especificidades e características dos

processos construtivos, adaptações dos processos padrões da construtora e aculturamento sobre

a alteração nos fluxos construtivos.

A elaboração do PQO envolveu todo o processo construtivo da edificação, se tornando

necessário ter engenheiros mais experientes que pudessem auxiliar em sua concepção

identificando pontos que apresentem maiores dificuldades para uma atenção mais detalhada;

pois a equipe de engenheiros à época era formada em grande parte por engenheiros juniores.

Como a edificação é de pequeno porte, sem pavimentos tipo, foi analisado intensamente

a melhor forma de execução para que se obtivesse diminuição no prazo de entrega, de forma

que seu fluxo foi determinado como faseado por trechos.

Dessa forma, sua implantação também foi um desafio já que toda a equipe de campo,

excluindo as fornecedoras de mão-de-obra das novas tecnologias, também era inexperiente a

sua execução. Com isso, a aplicação de treinamentos e supervisão dos serviços se tornou

necessária e constante.

A verificação dos serviços foi adaptada dos padrões convencionais e com isso FVS

padrões foram modificadas somente para este empreendimento, o que representou em

verificações falhas e que comprometeram o padrão de qualidade. Houve vigas pré-moldadas

que torceram após a concretagem da capa da laje, resultando em mal acabamento interior e

exterior.

Com o fluxo faseado por trechos, a presença de variados serviços acontecendo no

mesmo pavimento se tornou comum e refletiu no desafio do acompanhamento e fiscalização de

cada especificidade de diversos serviços acontecendo em paralelo em muitos locais da

construção. Dessa forma, mostrou-se importante o acompanhamento constante da equipe da

construtora, eficaz com a liberação de serviços subsequentes somente após a verificação e

correção dos itens que foram apontados como não-conformes.

Durante as vistorias de consultores foram identificados serviços executados

erroneamente que se refletiu em retrabalhos e perda de prazos.

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5.10. VANTAGENS E DESVANTAGENS

A maior vantagem do PQO é ter um planejamento e controle adequado e efetivo de

todas as especifidades da obra em prol da qualidade da edificação, além da previsibilidade das

dificuldades que serão encontradas ao decorrer do processo construtivo.

É importante para se especificar como serão monitorados os estoques de materiais, os

serviços em execução, como planejar as etapas subsequentes, orientar sobre a gestão de resíduos

e da logística do canteiro de obras, além da identificação de riscos associados a acidentes de

trabalho.

Sua maior desvantagem é que, como é um documento elaborado antes do início da obra,

há a probabilidade de se identificar dificuldades vivenciadas durante sua etapa de implantação

e manutenção, não observadas e analisadas anteriormente, se tornando necessário realizar

revisões e implementar soluções com a obra já iniciada, aumentando custos e maiores chances

de comprometimento da qualidade final.

5.11. CONSIDERAÇÕES FINAIS DO ESTUDO PRÁTICO

Analisando a elaboração, monitoramento e manutenção do PQO neste estudo, pode-se

compreender a necessidade real de um documento adequado, de forma que, para evitar sua

maior desvantagem, é necessário um tempo maior para o planejamento da obra, que identifique

e solucione todas as dificuldades do projeto, evitando estouros de orçamento durante a execução

da obra, prolongamento do cronograma e comprometimento da qualidade.

Sua elaboração, implementação e manutenção é trabalhosa porém reflete em ganhos a

longo prazo para a construtora e para todo o ciclo construtivo da edificação, reduzindo custos,

possuindo cronograma de execução pré-determinado e acurado e garantia de manutenção da

qualidade conforme padrões da empresa.

De forma geral, a eficácia do PQO pode ser comprovada com o controle e a manutenção

de adequada solução sem aumento de custos e prazo de todos os itens que foram previstos na

primeira versão deste. Os itens que foram adicionados em atualizações, com o intuito de se

identificar e controlar, atingiram seu objetivo, porém refletiram em aumento de custo e prazo

para a obra.

O estudo prático foi realizado no empreendimento comercial com início da construção

em fevereiro de 2017 e previsão de entrega em abril de 2018. Porém, como a edificação é de

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padrão comercial, ela não se encaixa nos requisitos de desempenho exigidos pela ABNT NBR

15.575:2013, o qual se aplica a edificações residenciais. Informalmente, a obra tentou adaptar

alguns requisitos exigidos pela norma de desempenho adotando-se materiais com qualidade

satisfatória, por exemplo a utilização de materias corta-chamas para a vedação de furações para

passagem de tubulações elétricas verticais impedindo a propagação de chamas e fumaça para

outros pavimentos.

Devido a não-compatibilização de projetos de instalações entre si, a obra teve que

analisar soluções in-loco para a execução de interferências de projeto, como a localização de

prumadas de ventilação das salas comerciais estando locadas dentro das salas e fora dos seus

respectivos lavabos.

Houve aumento de prazo para a obra devido aos atrasos em contratações, o que

postergou o início dos serviços e resultou em replanejamento do cronograma para se tentar

minimizar o impacto negativo neste. Com isso, a obra atrasou sua entrega prevista em abril de

2018 para agosto de 2018.

Da mesma forma, houve aumento de custo devido a estouros de orçamento em

contratações devido a mudança de condições de pagamento da construtora para prazo de 90

dias, o que impactou em aumento no custo de diversas contratações. Porém, devido ao

planejamento prévio em outras especialidades da obra e ao esforço da equipe de campo, houve

contratações em que se economizou dinheiro, além da economia mensal em contas de água e

luz, de forma que o impacto negativo no orçamento global da obra foi minimizado. Como a

construção ainda está em andamento, não há como se prever em números a conta final.

Em relação à gestão, apesar das diversas dificuldades enfrentadas pela equipe e

especificidades identificadas no decorrer da construção, a obra superou-as e soube administrar

o andamento do cronograma físico-financeiro adequadamente e foi premiada em 4 lugar no

ranking das melhores obras da construtora em 2017, com pontuação em torno de 940 pontos,

superior ao mínimo de 800 exigido em PQO.

No quesito qualidade, a obra foi premiada em 5 lugar no ranking de qualidade em obras

da construtora em 2017, com pontuação em média de 9,20 pontos, superior ao mínimo de 8,5

exigido em PQO

Para a saúde e segurança ocupacional, na qual seus parâmetros foram bem identificados

e definidos em PQO, a meta eram notas superiores a 8,5 e a obra possuiu médias superiores a

9,0 em 2017. Durante a execução da obra, houve uma vistoria surpresa, chamada de blitz de

segurança, formada por técnicos de segurança da matriz da construtora na qual avaliava-se a

segurança no canteiro de obras, conforme requisitos da empresa e da legislação local. A

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avaliação mostrou-se positiva, com elogios para a equipe e a obra, mostrando-se a preocupação

da gerência da obra em manter o canteiro sempre limpo, organizado e seguro, mantendo

adequadas condições de trabalho aos seus funcionários.

Para a sustentabilidade, devido ao pequeno porte da obra, esta se isentou de diversas

obrigações ambientais perante às leis que se aplicam na região. Porém, apesar disso, a obra

utilizou-se de lâmpadas em LED, reduzindo o consumo de energia, e manteve uma política de

redução no consumo de água.

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6. CONCLUSÕES

O tema abordado neste trabalho reflete a preocupação em aumentar o planejamento e o

controle de obras com o intuito de melhorar, ou atingir, o nível de qualidade desejado com a

melhoria contínua dos processos de planejamento de obras e procura demonstrar através do

estudo prático os benefícios conquistados com a utilização do PQO na diminuição de custo,

prazo e aumento de qualidade.

Além dos benefícios para a empresa, mencionados anteriormente, há benefícios para o

bom andamento da obra em si, de forma que o gestor adquire maior controle e conhecimento

do que está acontecendo na obra, como enfrentar e planejar as dificuldades previstas para as

próximas etapas e como deve ser feita a logística do canteiro de obras, além de servir como um

guia para o sequenciamento de fluxos de execução.

Com isso, o PQO se torna uma ferramenta poderosa para o sucesso da construção de

uma edificação desde sua fase de planejamento até a entrega final do empreendimento, além de

dar suporte para tomada de decisão da assistência técnica; que pode utilizar os registros obtidos

a partir das orientações sugeridas pelo PQO ao longo de toda a obra.

Foi identificado no estudo prático que a elaboração, implementação, monitoramento e

manutenção do PQO conforme este foi escrito é uma tarefa trabalhosa que demanda trabalho

em equipe, treinamentos e supervisão constantes para se usufuir de todos os benefícios que se

pode ser alcançado com sua correta utilização.

Como sugestões para trabalhos futuros seria interessante o estudo prático comparando

obras nas quais não houve elaboração de PQO, na etapa de planejamento da obra, com

empreendimentos que implementam esta ferramenta, caracterizando e relatando todos os

ganhos em custo, prazo e qualidade.

Outra vertente seria a análise de sua implementação em obras de grande porte, na qual

a tendência de ganhos atingiria benefícios em uma maior amplitude, refletindo em redução de

custos e aumento de lucros para a empresa.

Seguindo um caminho diferente, um estudo de caso que acompanhe a construção de

uma edificação onde houve implementação de PQO e analise seus benefícios após a entrega do

empreendimento durante o intervalo de tempo sob responsabilidade da assistência técnica da

empresa; e como as ações e registros tomados durante a execução puderam auxiliar a tomada

de decisão para a equipe de assistência técnica na solução de problemas.

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8. ANEXOS

8.1. ANEXO I

Item Resultados Obtidos Vantagens Desvantagens Dificuldades

1. Gestão da qualidade para

execução da obra

1.1 Política da Qualidade

Obtenção da qualidade objetivada nas etapas já

executadas.

Caracterização do padrão mínimo de qualidade aceito

pela empresa. -

Atrasos e estouros em contratações afetaram o

prazo e custo da obra.

1.2 Visão

1.3 Valores

1.4 Indicadores

1.5 Documentação Legal A obra não foi paralisada e não

sofreu multas. Cumprimento das exigências

dos órgãos públicos. - -

2. Equipe da obra

2.1 Organograma Com a divisão de

responsabilidades e treinamento eficaz da equipe minimizou-se o impacto no

prazo causado pelo atraso em contratações.

Equipe em sintonia, refletindo em mais produção e qualidade,

incentivando a execução conforme orientações.

- Flutuação de mão de obra

terceirizada e baixa escolaridade.

2.2 Documentos Necessários

2.3 Matriz de Responsabilidades

2.4 Programa de Treinamentos

3. Projeto de canteiro

-

Tomada de decisão efetiva, minimizando reformulação do canteiro, otimizando a logística

sem afetar os serviços subsequentes.

Permite a visualização de diversas alternativas de disposição do canteiro, garantindo um melhor

planejamento.

Constante alterações no layout reflete em perda

de prazo e custo.

Melhor disponibilização do canteiro sem prejudicar a

logística, o sequenciamento de atividades e impactar no

cronograma.

4. Controle de projetos

-

Execução dos projetos conforme necessidade de novas revisões. Garantiu a

replicabilidade de acabamentos em unidades

autônomas.

Execução conforme produto vendido ao cliente, garantindo qualidade e agregando valor à

marca da empresa.

-

Armazenamento inadequado, ou perda de projetos, por parte dos

terceirizados.

5. Especificidades da obra

-

Planejamento adequado refletiu em qualidade

esperada. Itens não previstos impactaram negativamente no

custo, prazo e qualidade.

Previsibilidade de dificuldades, garantindo o controle destas.

Identificação tardia de dificuldades gera custos

expressivos e compromete o prazo.

Inexperiência à novos métodos contrutivos,

refletindo em adaptação de processos convencionais.

6. Materiais controlados

-

Identificou-se produtos com qualidade abaixo do esperado

e armazenados inadequadamente, além de produtos não-homologados.

Efetivo controle e manutenção da qualidade dos materiais

utilizados. -

Necessidade de treinamentos aos

almoxarifes de terceirizadas e vistoria aos

almoxarifados.

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7. Serviços controlados

7.1 Equipamentos para conferência dos serviços

Padronizou-se as verificações segundo as mesmas medidas.

Comprovação de atendimento às certificações do INMETRO.

- -

7.2 Conferência dos serviços executados

Mapeou e corrigiu-se as não-conformidades.

Auxílio na tomada de decisão para a assistência técnica.

- Acompanhamento da

verificação em paralelo à execução dos serviços.

7.3 Ensaios a serem realizados para monitoramento da qualidade

Identificou-se peças com resistência abaixo do esperado.

Certificação de atendimento às normas e padrões.

- -

7.4 Validação prévia Discutiu-se oportunidades de

melhoria na qualidade e validou-se o que foi executado.

Possibilita a identificação de interferência entre projetos, quantificação de materiais e

insumos e facilita a replicabilidade.

- Acordo mútuo entre as

áreas.

7.5 Consultorias específicas para apoio à garantia da qualidade

Correção de etapas executadas erroneamente e sugestões de oportunidades de melhoria.

Auxílo na orientação, fiscalização e verificação dos

serviços, além de credibilizar o resultado.

Há correções que elevam o orçamento da

obra.

Orientações demandam tempo para análise,

resposta e implementação da medida corretiva.

8. Avaliação GPS -

Obteve-se algumas avaliações negativas frente às dificuldades encontradas devido a falta de

experiência da equipe ao método construtivo adotado.

Permite a identificação de conformidades, não-

conformidades e oportunidades de melhoria.

-

Mão de obra desqualificada, baixa

escolaridade, execução inadequada e retrabalhos.

9. Avaliação de desempenho de fornecedores

- Contornou-se problemas e

encontrou-se soluções benéficas a ambas as partes.

Permite a busca na melhoria do serviço prestado.

Permite abertura a maiores atritos

refletindo em menos qualidade no serviço

prestado, possbilitando rescisão de contratos.

A qualidade para muitos é subjetiva, gerando atritos

entre o executor e o fiscalizador do serviço.

10. Manutenção de equipamentos críticos

- Maior segurança no canteiro

de obras.

Compartilhamento da responsabilidade com a

empreiteira -

Falta de cultura de planejamento, controle,

organização e segurança na indústria da construção

civil.

11. Gestão de resíduos e indicadores de sustentabilidade

-

Economizou-se, em torno de 50%, o consumo de água e

energia, utilizou-se lâmpadas em LED e evitou-se multas à

obra.

Com o mapeamento de processos e pontos de consumo, identifica-se

oportunidades de redução. Armazenamento e controle das

documentações comprova o atendimento às leis ambientais.

- Confiança na adequada disposição dos resíduos

conforme o documentado.

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12. Entrega de unidades

-

No momento de elaboração deste estudo o

empreendimento ainda não havia ingressado na fase de

entregas.

Identificação de pontos de melhoria e suas correções,

garantindo a entrega de um produto com a qualidade

objetivada.

-

Falta de conhecimento de clientes, os quais exigem

intervenções que não cabem ao escopo da

construtora.

13. Tratamento de não-conformidades

-

Não-conformidades foram registradas em FVS e

corrigidas. Planos de ação foram elaborados e apontados

seus prazos de conclusão.

Controle e mapeamento de não-conformidades

possibilitando o auxílio na tomada de decisão da

assistência técnica.

- Resistência de terceirizados

perante a exeução de retrabalhos.

14. Controle de registros

- Facilitou-se o armazenamento

adequado e a agilidade na obtenção de informações.

Efetivo planejamento e controle de documentações.

-

Espaço e identificação adequada para

armazenamento dos arquivos físicos.

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8.2. ANEXO II

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