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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE – AVM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA NOVA MANEIRA DE ENSINAR E DE APRENDER ATRAVÉS DAS NOVAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS
FRANCISCO RODRIGUES DE SOUZA
Rio de Janeiro, 2 de Abril de 2005
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE – AVM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UMA NOVA MANEIRA DE ENSINAR E DE APRENDER ATRAVÉS DAS NOVAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS
Orientadora Profrª Diva Nereida
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO”
PROJETO A VEZ DO MESTRE – AVM
EDUCÇÃO A DISTÂNCIA: UMA NOVA MANEIRA DE ENSINAR E DE APRENDER ATRAVÉS DAS NOVAS
TECNOLOGIAS DIGITAIS
Objetivos: Monografia apresentada à coordenação de curso Docência do Ensino Superior da Universidade Candido Mendes como parte dos requisitos para obtenção do título Docente Superior.
Objetivos: Monografia apresentada à coordenação de curso Docência do Ensino Superior da Universidade Candido Mendes como parte dos requisitos para obtenção do título Docente Superior.
Dedicatória Agradeço a todos aqueles que podaram seus momentos de lazer em prol da colaboração para com meus estudos, em especial, minha família.
Epígrafe
“Se plantarmos para um ano, devemos plantar cereais. Se plantarmos para uma década, devemos plantar árvore.
Se plantarmos para toda vida, devemos treinar e educar o homem”.
Kwantsu Séc. III a. C.
SUMÁRIO
PÁGINA
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................05 CAPÍTULO I ...........................................................................................................................09 EVOLUÇÃO DA DURAÇÃO A DISTANCIA NO MUNDO E NO .BRASIL..................... 09 1.1—MARCO HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO A DISTANCIA ............................................10 1.2—A EDUCAÇÃO A DISTANCIA NO BRASIL ..............................................................14 CAPÍTULO II .........................................................................................................................19 AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TCI) COMO INSTRUMENTO DEDE ENSINAR E DE APRENDER NA EDUCAÇÃO A DISTANCIA ............................................................................................................................19 2.1—O COMPUTADOR E A INTERNET COMO FERRAMENTA PRINCIPAL NA EDUCAÇÃO A DISTANCIA .................................................................................................22 2.2—AMBIENTES VIRTUAIS E O GRAU DEE INTERAÇÃO QUE ELES OFERECEM AO ALUNO ..............................................................................................................................25 2.3—PLATAFORMAS OPERACIONAIS E SUAS FERRAMENTAS .................................29 CAPÍTULO II ........................................................................................................................ 34 OS ENTRAVES PARA PROFESSOR E ALUNO NA EDUCAÇÃO A DISTANCIA E VANTAGENS E DESVANTAGENS DO EAD EM COMPARAÇÃO COM O ENSINO PRESENCIAL ..........................................................................................................................34 3.1—O PROFESSOR ALÉM DA SALA DE AULA ..............................................................35 3.2—VANTAGENS E DESVANTAGENS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....................44 CAPITULO IV ........................................................................................................................47 ASPÉCTOS E FUNÇÕES DIDÁTICOS PARA A EDUCAÇÃO A DISTANCIA ................47 4.1 - A DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA ..........................................................48 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................55 ANEXOS BIBLIOGRAFIA FOLHA DE AVALIAÇÃO
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apontar a evolução da educação a distância no mundo
e no Brasil, conhecer alguns entraves para o professor e aluno nessa modalidade de ensino. O
estudo procura mostrar a contribuição das novas tecnologias da comunicação e da informação
na democratização do ensino, verificando ainda, a dinâmica do ensino-aprendizagem através
da Educação a Distância – EAD. Inicialmente a pesquisa apresenta um histórico da Educação
a Distância em todo mundo, mostra a evolução do ensino por correspondência até chegar a
educação a distância. O trabalho segue seu curso enfocando os principais atores da educação:
o professor e o aluno, procurando descobrir os maiores óbices desses personagens, na
mudança da sala de aula tradicional para a virtual, onde professor e aluno não se encontram
mais face-a-face e agora a interação é feita a Distância, online, usando os vários canais de
comunicação da era digital proporcionados pelas novas tecnologias. Veremos, então, a
importância do computador e da internet para o sistema educacional, para o professores e para
os alunos de EAD. Por fim, a pesquisa procura encontrar respaldo teórico em estudiosos do
assunto de modo a fundamentar hipóteses de solução a possíveis problemáticas, apresentar
sugestões que possam contribuir para a democratização do ensino no Brasil através da EAD.
Palavras chaves: evolução – educação a distância – tecnologias.
Metodologia
A construção deste trabalho se deu basicamente pela pesquisa bibliográfica, quando foram pesquisadas em obras de diversos autores sobre a educação à distância - EAD. Em um segundo momento outra fonte de pesquisa utilizada foi a internet, onde foram encontrados textos que apresentam como está avançando a Educação a Distância – EAD, no momento, em várias instituições de ensino no Brasil. Na pesquisa se verifica o uso das novas tecnologias, inclusive suas plataformas e a dinâmica de funcionamento. Durante o processo de pesquisa foram selecionadas algumas bibliografias, de teóricos que pesquisam sobre o assunto, revistas e textos que pudessem dar embasamento a pesquisa.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos tempos os educadores vêem procurando fórmulas de levar ao
indivíduo uma educação de qualidade e que atenda suas necessidades para a vida.
Certamente não se pode discordar que tem sido uma tarefa difícil, podemos
constatar isso pelas inúmeras reformas feitas no sistema de educação brasileiro, em
diferentes épocas e de diferente natureza.
No Brasil, por exemplo, podemos listar algumas reforma educacionais as quais
atingiram todos os níveis da educação do sistema. Entretanto, nenhuma foi eficaz a
ponto de atender todas as necessidades do ensino do país, pelo contrário, parece
que cresce o número de analfabetos, cai a qualidade do ensino, especialmente nas
escolas públicas onde atende as classes sociais menos favorecidas e não podemos
excluir desse contexto o ensino superior.
O mundo todo avança em várias áreas das ciências e das tecnologias e cada
vez mais se exige do homem o executar tarefas cada vez mais complexas. Não
temos dúvida que esse homem só poderá está capacitado a execução de tais tarefas
se adquirir o conhecimento para isso, o que será feito através de um aprendizado, de
uma modalidade de ensino, seja em uma sala de aula, palestra, no seu cotidiano ou
através de um ensino a distância.
No entanto, observamos que a educação não acompanha a velocidade de
evolução de muitos outros setores apesar, cada vez mais precisamos aprender
coisas novas para atender as necessidades de operação de novas máquinas, de
novos equipamentos, de novos software.
É nesse cenário que vemos hoje, mais uma vez, o empenho de muitas
instituições, educadores e teóricos da educação voltados para a inovação e recriação
da educação para atender a demanda, democratizar o ensino e facilitar o
aprendizado.
É neste contexto que temos observado uma aliança da educação com as
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) recriando1 uma nova maneira de
aprender e ensinar através da modalidade de Educação a Distância – EAD.
A Educação a Distância tem sido abordado sob diversos aspetos por diversos
autores. Para fundamentar este trabalho recorremos os seguintes teóricos do
assunto, no aspecto didático temos OTTO, Peters (2001); aspecto tecnológico com
o uso da internet, por SILVA, Marcos
(2003); sob o aspecto histórico, estrutural e pedagógico recorremos a ALVES, Leny
e NOVA, Cristine (2003); LANDIM, Cláudia Maria das Mercês Paes Ferreira (1997);
LÉVY, Pierre (2004), no que diz aos aspectos tecnológico e filosófico e por DEMO,
Pedro (1998) falando das questões da Teleducação.
Para entendermos algumas questões teóricas sobre a Educação a Distância é
importante revermos alguns conceitos e definições de alguns teóricos e estudiosos
do assunto sobre a Educação a Distância e podemos citar alguns deles como o
descrito por G. Dohmem (1967) citado por Landim (1997, p.24) que diz:
Educação à Distância é uma forma sistematicamente organizada de auto-estudo, onde o aluno se instrui a partir do material que lhe é apresentado; onde o acompanhamento e a supervisão do sucesso do aluno são levados a cabo por um grupo de professores. Isto é possível à distância, através da aplicação de meios de comunicação capazes de vencer essa distância, mesmo longa. O oposto de educação à distância é a educação direta ou educação face a face: um tipo de educação que tem lugar com o contato direto entre professores e alunos.
Um outro teórico que expressa seu ponto de vista sobre a Educação a
Distância também citado por Landim (1997, p.25) é Börje Holmberg (1997), o autor
conceitua a Educação a Distância da seguinte forma:
1- o uso da expressão recriando a educação se faz necessário pelo fato da educação a distância ser bastante antiga.
A expressão ‘educação à distância’ cobre as distintas formas de estudo em todos os níveis que não se encontram sob a contínua e imediata supervisão dos tutores, presentes com seus alunos na sala de aula, mas, não obstante, se beneficiam do planejamento, orientação e acompanhamento de uma organização tutorial.
Otto Peters que acompanha a educação a distância na Alemanha e no mundo
desde 1963 é citado por Landim (1997, p.28). Peters define a educação a distância
da seguinte forma:
O ensino/educação à distância é um método de transmitir conhecimentos, habilidades e atitudes, racionalizando, a aplicação da divisão do trabalho e de princípios organizacionais, assim como o uso extensivo de meios técnicos, especialmente para o objetivo de reproduzir material de ensino de alta qualidade, o que torna possível instruir um grande número de alunos ao mesmo tempo e onde quer que vivam. É uma forma industrial de ensinar e aprender.
Ainda listando algumas definições sobre educação a distância, escrita por
teórico e estudioso do assunto, vejamos o que diz Miguel A. Ramón Martinez (1985),
citado por (Landim, p.29).
A Educação a Distância é uma estratégia para operacionalizar os princípios e os fins da educação permanente e aberta, de tal maneira que qualquer pessoa, independentemente do tempo e do espaço, possa converter-se sujeito protagonista de sua própria aprendizagem, graças ao uso sistemático de materiais educativos, reforçado por diferentes meios e formas de comunicação.
Portanto podemos, através dessa pequena amostra, verificar conceitos e
definições do que é a educação a distância na concepção de estudiosos do assunto,
em países que se dedica ao tema a alguns anos.
A modalidade de Educação a Distância tem se apresentado como uma
alternativa em atender a população estudantil - especialmente os jovens e adultos
trabalhadores, - em muitos aspectos e podemos citar aqui alguns deles: como: a
demanda do alunado; facilitar a inserção daquele adulto que trabalha e não pode
freqüentar a sala de aula por incompatibilidade de horário; levar a educação à
população de pequenas cidades onde não há determinado curso; atender alunos de
diversos pontos do território nacional e outros.
Dessa forma, podemos dizer que a Educação a Distância não substituirá a
Educação presencial, pelo contrário é um aliado a esta para atender ou minimizar
toda essa problemática do sistema educacional brasileiro.
Este trabalho será composto de uma introdução, que se encontra em curso;
três capítulos e uma conclusão. No primeiro capítulo serão apresentados os marcos
e aspectos históricos da Educação a Distância – EAD no Brasil e no mundo; no
segundo capítulo discorreremos sobre as novas tecnológicos atrelados a cultura do
EAD, a contribuição da Educação a Distância para a democratização do ensino no
Brasil; no terceiro capítulo serão abordado o professor/tutor e o aluno interagindo um
com o outros e com as ferramentas usadas no sistema de EAD, nesse contexto
serão enfatizados os entraves encontrados pelo professor e pelo aluno na sala de
aula virtual, serão mostrados algumas vantagens e desvantagens da educação a
distância com relação ao ensino presencial; no quarto e últimos capitulo veremos
alguns dos fundamentos didáticos empregados no ensino a distância.
Este trabalho será finalizado com uma abordagem mostrando a contribuição
das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) para a modalidade
de ensino a distância; e como a educação a distância pode contribuir para a
democratização do ensino e a inclusão do individuo aos sistemas educacional
brasileiro.
CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO MUNDO E NO BRASIL
1.1– Marco histórico da Educação a Distância
A Educação a Distância não é uma modalidade de ensino tão nova como
parece, ela vem de longa data, é claro que com o passar dos anos, com
necessidades que foram surgindo e, principalmente, no final do século XX com a
chegada das novas tecnologias da informação aplicada a educação, essa
modalidade de ensino ganhou uma outra roupagem e se projeta no sistema
educacional como um forte aliado à educação presencial proporcionando a
democratização do ensino e atendendo a demanda do sistema educacional.
De acordo com pesquisa realizada para construção desse trabalho, a Educação
a Distância teve sua origem na educação por correspondência. Aí vamos buscar nas
cartas de Platão para Dionísio; nas cartas de Cícero, especialmente as enviadas de
Roma a seu filho Marco, que estudava em Atenas; nas de Plínio o Velho, para Plínio,
o Jovem; as numerosas cartas de Santo Agostinho, que contém doutrina, exortação
conselhos; as 124 cartas de Sêneca (Epistolário a Lucílio), um bom tratado de
ensino de filosofia estóica; nas cartas de São Paulo aos cristãos de Roma; nas de
São João; nas de São Paulo; nas de São Pedro e nos ensinamentos da igreja, no
primeiro século quando se usava o mensageiro levando esses conteúdos de
aprendizagem naquele contexto histórico.
os Padres da Igreja ditavam suas obras (...) a seus estenógrafos, que juntamente com os copistas, se encarregavam de multiplicá-las, com a finalidade ensinar e divulgar a Boa Nova do Messias de Belém. (...) as cartas patrísticas são um eloqüente testemunho de ensino a Distância, se tomarmos a expressão no seu sentido largo (Landim, 1997, p.1).
Veja também o que escreve Peters (2001) em sua obra Didática do ensino a distância:
A cultura da correspondência tem uma longa tradição. Platão transmitiu seus pensamentos por esse meio, e o apóstolo Paulo escreveu suas epístolas aos romanos a fim de divulgar a doutrina cristã. (...) no século XIX, ele (o modelo por correspondência) contribuiu, sobretudo, para o sucesso da telescola comercial.
Está claro que, depois de organizado um sistema postal confiável na base do tráfego dos trens, a correspondência era, na época, o meio de comunicação mais importante e que, portanto, se oferecia como solução para vencer a distância entre docentes e discentes. (Peters, 2001, p.48).
Assim sendo, podemos verificar que a Educação a Distância vem de longa
data, mesmo sob outro formato, o da correspondência.
Seguindo a linha do tempo, aproximando dos dias de hoje, com o surgimento da
modernização dos meios de comunicação, das novas tecnologias, sem dúvida, isso
veio revolucionar o ensino a distância, estabelecendo uma outra visão, uma outra
dinâmica.
Nesse contexto cabe assinalar alguns marcos, os quais foram registrados nos
últimos três séculos: o Primeiro se dá em 1728 quando a Gazeta de Boston em sua
edição de 20 de março, oferece em um anúncio “material para ensino e tutoria por
correspondência”, (Landim 1997, p.2); em 1840 um sistema de taquigrafia à base
de fichas e intercambio postal com os alunos é criado pelo inglês Isaac Putman.
Nessa seqüência temporal, decorridos três anos, é fundado a Phonographic
Corresondence Society que tem como função corrigir os exercícios de taquigrafia do
sistema criado por Isaac.
Segundo C. Landim (1997), a Sociedade de Línguas Moderna, em Berlim, pode
ter sido a primeira instituição que implementou o ensino por correspondência,
quando “patrocinou professore para ensinarem francês por correspondência, isso
aconteceu em 1856. Dois anos depois, a Universidade de Londres passa a conceder
certificados a alunos externos que recebem ensino por correspondência.
Entre 1858 e 1903, segundo a obra de C. Landim (1997) foram criadas
instituições e cursos de Ensino a Distância, por correspondência, em todo o mundo,
podemos citar: em 1873, em Boston, EUA foi criado a Sociedade para a Promoção
do Estudo em Casa; em 1883, em Nova York, foi criada a Universidade por
Correspondência; em 1891, foi criado um Departamento de Ensino por
Correspondência na Universidade de Chicago. Ainda nesse mesmo ano são criados:
na França, o Centro Ecole Chez Soi; nos EUA as Escolas Internacionais por
Correspondência; na Inglaterra cria-se a Wolse Hall; em Berlim são organizado
outros cursos por correspondência; nas universidade , ainda de Berlim, são aceitas
matrículas para que alunos façam o curso por correspondência; na Suécia começa a
funcionar o Hermonds Korrespondensinstitut; e fechando esses trinta e cinco anos
de evolução da Educação a Distancia, isto é, por correspondência, na Espanha, em
Valência, a Escola Livre de Engenheiros é aberta a essa modalidade de ensino.
Entre 1910 e 1938 as instituições: escolas e cursos por correspondência
continuaram sendo criados na Austrália, na Noruega, na URSS, no Canadá; mas só
em 1938, pela primeira vez, conforme os estudos de C. Landim (1997), é que surge a
expressão Ensino a Distância, isso acontece na França quando é criado o Centro
Nacional de Ensino a Distância (CNED), para atender criança refugiadas de guerra.
A caminho da modernização, surge o rádio, pela primeira vez, como
instrumento tecnológico de auxílio à educação, em 1947 quando a Rádio Suborne,
em Paris, transmite aulas de quase todas as disciplinas literárias da Faculdade de
Letras e Ciências Humanas daquela cidade.
Um outro instrumento de apoio ao ensino e que muito se destacou e ainda vem
contribuindo para a Educação a Distância é a televisão, ainda de acordo com Landim
(1997), ela aparece em 1960 quando é fundado o Beijing Television College na
China, mas que encerrou suas atividades durante a Revolução Cultural no país. Nos
anos 60 o rádio e a televisão foram bastante explorados em diversos projetos
educativos, como suporte à Educação a Distância.
Em 1969 foi criada a British Open University, institução considerada verdadeiramente pioneira e única do que hoje se entende como educação superior à Distância. Inicia seus cursos em 1971. a partir desta data, a expansão da modalidade tem sido inusitada” (...) com a criação da British Open University começa a surgir instituição de nível universitário e não-universitário, assim com a associação de redes de educação à Distância em vários outros países (Landim, 1997, p.4).
Ainda com o objetivo de contextualizar essa trajetória da educação à distância, buscamos o
que prediz William Harper (1886) apud Landim (1997, p.4) sobre essa modalidade de ensino.
Chegará o dia em que o volume da instrução recebida por correspondência será maior do que o transmitido nas salas de nossas academias e escolas; em que o número dos alunos por correspondência ultrapassará o dos presenciais.
A educação à distância, inicialmente denominada de educação por
correspondência - que depois de passar por várias fases evolutivas chega hoje a um
estágio bastante avançado, principalmente com o suporte das Novas Tecnologias da
Comunicação e da Informação – está condicionada a diversos fatores que se inter-
relacionam, dentre eles podemos citar aqueles de maior relevância: econômico,
social, e político.
Com a evolução do mundo, com a modernidade, com a modernização
tecnológica e com as necessidades de se adquirir conhecimentos diversos e
complexos - em um menor espaço de tempo - pela a exigência do mundo moderno
que anda em uma velocidade jamais vista, as instituições de ensino tradicional não
atendem a demanda das necessidades da educação. Com isso se fazendo
necessário recorrer outros meios que venham se somar para atender a sociedade no
que diz respeito a educação. É nesse contexto que a Educação a Distância vem
ganhando seu espaço.
Faz-se necessário que novas formas de abordagem da difusão do saber sejam utilizadas para atender à forte demanda da sociedade atual, cujas perspectivas sociopolíticas, econômicas, pedagógicas e tecnológicas, entre outras, apresentam, por sua própria dinâmica, novos enfoques. A globalização da economia intensificou a competição. As constantes transformações culturais e tecnológicas requerem elevação generalizada dos níveis de educação geral e da capacitação para o trabalho (...) a formação dos indivíduos não pode ficar circunscrita ao período escolar, quando o aluno é só aluno, pois se estariam impossibilitando a atualização profissional e o progresso social, (Landim, 1997, p.4).
1.2| A Educação a Distância no Brasil
A Educação a Distância no Brasil, segundo alguns autores, está dividida em
três gerações onde cada uma delas tem características próprias: a Primeira Geração
se caracteriza pelo ensino por correspondência quando era usado o serviço posta; a
Segunda Geração é caracterizada pelo uso de multimeios como: texto impresso,
radiodifusão, telefone, fax, correspondência e tutores que mantinha uma
comunicação bidirecional, tutor-aluno; e a terceira Geração, que se encontra em
curso é caracterizada pelos sistema digital e tem como ferramenta de apoio ao
ensino as novas tecnologias incluídos aí a televisão, o computador, as salas virtuais,
sistemas de áudios e videoconferências.
Em 1932, no Brasil, Anísio Teixeira juntamente com outros educadores
elaboraram um documento que visava mudanças no sistema educacional do pais,
nessa mudança estava previsto o uso do rádio e do cinema como instrumentos a
serem usados no ensino. Em 1934 é fundado a Rádio Escola Roquete Pinto, que
apresentava programas para professores da educação infantil. E, logo em seguida,
em 1937 o Ministério da Educação cria o Serviço de Radiodifusão Educativa que
tinha como objetivo a transmissão de programas educacionais a uma massa
populacional bastante considerada.
Dentre as instituições pioneiras no ensino por correspondência podemos citar
aqui o Instituto Monitor, criado em 1939, por Nicolas Golberg para oferecer cursos
supletivos, cursos profissionalizante e outros cursos livre. Dois anos depois foi criado
o Instituto Universal Brasileiro que tem a mesma função, Neste mesmo ano, 1939, a
Escola de Guerra Naval criou seu primeiro curso por correspondência, destinado a
militares da Marinha.
Atualmente esta instituição ministra os antigos cursos – Curso de Superior para
Oficiais Superiores ( C-Sup ) e Curso de Estado Maior para Oficiais
Intermediário ( C-EMOI ) - por correspondência, pela modalidade à distância,
usando como ferramenta entre o professor e o aluno o computador conectado a
internet.
Voltando a cronologia da educação à distância no Brasil, dezesseis anos
depois, 1950, de Roquete Pinto ter lançado um programa educativo através do rádio,
lança o primeiro projeto educativo através da TV, infelizmente, por falta de verba, não
decolou. Em 1960, surge o Movimento de Educação de Base, que teve como
incentivador o educador Paulo Freire. O objetivo desse movimento era o de
alfabetização de jovens e adultos através do rádio, geograficamente, sua área de
atuação foi o Norte e Nordeste do país.
Só em 1964, a televisão se firmou, no Brasil, como instrumento educativo,
quando o Ministério da Educação e Cultura – MEC criou a Televisão Educativa (TVE)
que tinha como propósito à transmissão de programas Educativos.
Neste ponto, termina a Primeira Geração da Educação a Distância, quando
foram usados como instrumentos básicos de distribuição de conteúdos e transmissão
de conhecimentos: primeiro a correspondência, depois o rádio e por fim a televisão.
Cabe dizer que até hoje essas ferramentas ainda estão em evidência colaborando
com a educação, principalmente o formato por correspondência que trabalha com
material impresso e a TV que usa o sistema de vídeo.
A segunda geração se caracteriza pelo uso das novas tecnologias, embora de
forma bastante tímida, pois essa fase compreende os anos setenta e oitenta do
século vinte. Ela se inicia com a criação do Projeto Minerva em 1970, criado pelo
MEC para produção de curso supletivo de 1º grau. Entre 71 e 78 criou-se algumas
estruturas que vieram a dar suporte a Educação a Distância no que concerne a
tecnologia, dentre elas podemos citar a criação da Associação Brasileira de
Tecnologia a ABT, que se encontra em plena atividade disseminando conhecimento
sobre a Educação a Distância e dando suporte a instituição que lida com essa nova
modalidade de ensino.
Foi criado também o PRONTEL – Programa Nacional de Telecomunicações
cujo objetivo era a utilização do rádio e da TV, cobrindo todo território nacional. Em
1977 e 1978 foram criados, respectivamente, os projetos: Educação é tudo e o
Telecurso 2000; o primeiro tem como objetivo a criação de vários cursos
profissionalizante e o segundo veiculava programas que visava a preparação de
estudante para os exames supletivos aplicados em todo território nacional.
Em 1979 surge o Programa de Alfabetização de Adultos que visa à
alfabetização destes, através do uso de multimeios: fascículo, apoio de monitores e o
uso da TV, esse programa abrangia apenas alguns estados dentre eles a Bahia, Rio
de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo.
A expressão Educação a Distância surge pela primeira vez no Brasil, em 1989
com a criação do Instituto Nacional de Educação a Distância, esse instituto tinha o
objetivo de desenvolver a implantação de cursos de Educação a Distância. Com isso
termina o ciclo da 2º geração da modalidade de ensino a distância.
Dos anos noventa até hoje (2005) podemos considerar a 3º Geração da
Educação a Distância, agora com a expressão ‘Educação a Distância’ definida e
caracterizada pelo uso das novas tecnologias digitais. Neste período o avanço foi
bastante rápido, nessa área, foram criadas, muitas instituições de ensino, muitos
cursos. As Faculdades se lançaram nessa nova modalidade de ensino, levando os
cursos de graduação, e extensão e pós-graduação a serem feitos através da
educação a distância. Empresas com o objetivo de qualificar e melhorar a qualidade
profissional de seus funcionários recorreram, também a educação a distância.
Para contextualizar os feitos da Educação a Distância – EAD, nesta geração
podemos apresentar alguns projetos de criação de cursos e de Instituições,
executados nos últimos anos. Uma das ações mais consistente foi a tomada de
decisão pela Secretaria de Ensino Superior do MEC, propondo discussões para
estimular a Educação a Distância nas universidades brasileiras.
Em 1994, o núcleo de Educação a Distância da Universidade Federal de Mato
Grosso cria cursos de licenciatura à Distância, para a execução do curso a Instituição
usou material impresso. Nesse mesmo ano a Universidade de Brasília criou cursos
de especialização à Distância, também usou material impresso.
O grande marco da educação on-line se deu em 1995 quando a Universidade
Federal de Santa Catarina iniciou pesquisa para a utilização das novas tecnologias
da informação e da comunicação como instrumentos facilitador da aprendizagem na
modalidade de Ensino a Distância.
Com o objetivo de apoiar o ensino a distância, capacitando os professores na
área de informática e introduzindo as tecnologias nas escolas da rede pública, nasce
em 1996, o Programa Nacional de Informática, conhecido como PROINFO. Esse
programa veio impulsionar o uso da internet, videoconferência e outros instrumentos
de comunicação que pudesse dar sustentabilidade técnica ao EAD.
O Centro de Estudos de Pessoal do Exército e a Universidade do Rio de
Janeiro, em 1997, oferecem cursos de especialização usando material impresso,
vídeo aula e tutoria por telefone, fax, e e-mail.
Em 1997, é criada a primeira Universidade Virtual do Brasil, o núcleo de
educação a distância da Faculdade Carioca no Rio de Janeiro que oferece curso em
parceria com outras instituições; foi também ministrado, então, o primeiro mestrado
na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Observamos que nos últimos
anos as instituições de ensino superiores se organizaram e passaram a formar redes
ou consórcios, demonstrando assim, uma necessidade de troca de saberes.
Ao final da década de 90, houve uma tendência das instituições de ensino superior brasileiras de se organizarem em diversas redes regionais, estaduais, ou nacionais para o desenvolvimento de projetos de educação a distância (...) tais iniciativas indicaram que não se optou por criar universidades virtuais separadas das presenciais, mas de fundar parcerias entre instituições tradicionais. (Maia, 2002, p.27).
Dentre os consórcios que surgira nos últimos anos podemos citar:
- CEDERJ – Centro de Educação Superior do Rio de Janeiro, formado por seis
Universidades Públicas, estaduais e federais situadas no Estado do Rio de
Janeiro. O CEDERJ oferece cursos de extensão, graduação e pós-graduação.
- Instituto UVB – Universidade Virtual Brasileira, formada por dez instituições de
todo o Brasil defende sua rede com o seguinte conceito:
(...) soma de competências acadêmicas, compartilhamento de estrutura físicas, integração virtual de bancos de dados, serviços de suporte acadêmico e criação de metodologia e tecnologia inovadoras para a oferta de educação a distância com qualidade (Maia, 2002, p.48).
- RICESU – Rede de Instituições de Ensino Superior é uma rede de instituições
católica e estão localizadas em diversos pontos do território nacional, a
exemplo de outras redes a RICESU procura “compartilhar conhecimentos
mediado pelas novas tecnologias” (Maia, 2002, p.50).
- RIF-ET – Rede Interamericana de Formação em Educação a Distância e
Telemática. Esta rede é formada por instituição de oito países das Américas,
dentre eles o Brasil que participa com duas instituições: a Universidade
Federal de Pernambuco – UFPE e a Universidade do Sul de Santa Catarina –
UniSul.
- UniRede – Universidade Virtual Pública do Brasil, segundo Maia. (2002) esta é
a maior rede em números de consorciados, visto que ela continha, até 2002,
68 instituições públicas de ensino associadas.
- UniVirCO – Universidade Virtual do Centro-Oeste, ele tinha, em 2002, sete
Universidades em sua rede.
Além das redes de instituições de ensino que estão voltadas para o ensino a
distância o Brasil conta ainda com associações que estão voltadas para a
modalidade de ensino a distância, mas prestando outros serviços como por exemplo
organizando palestra e conferências que certamente vem contribuir para o incentivo
da educação a distância e melhorar a qualidade do ensino. Dentre essas
associações podemos citar:
- ABED – Associação Brasileira de Educação a Distância;
- ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional;
- CREAD – Consórcio/Rede de Educação a Distância;
- IPAE – Instituto d Pesquisas Avançadas em Educação. e
- SEED – Secretaria de Educação a Distância.
Como podemos observar a Educação a Distância vem de longa data. Nas
universidades dos países mais desenvolvidos como França, Inglaterra e Estados
Unidos essa modalidade de ensino - pelo o que descreve os autores que dão
embasamento teórico a este trabalho – já estabeleceu parâmetros de qualidade
satisfatória e é plenamente aceita.
Atualmente no Brasil, como foi visto no decorrer deste capítulo, a Educação A
Distância – EAD, se encontra em um estagio bastante avançado, embora a
legislação ande em passos lentos o que dificulta a agilização da implantação, com
rapidez, de mais cursos nesta área. Vejamos o que diz um artigo publicado pelo
jornal do Brasil em setembro de 2004:
Enquanto o processo de regulamentação de Ensino a Distância no Brasil caminha em passos lentos, é cada vez maior o numero de curso que são criados no país adotando essa modalidade de ensino. Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED) mostram que atualmente 97 mil curso de graduação, pós-graduação e extensão estão sendo oferecidos por universidades públicas e particulares de todas as regiões brasileiras e outros 90 mil ainda aguardam o credenciamento do Ministério da Educação – MEC. (...) A internet permite contato visual e o diálogo em tempo real com professores e aluno revolucionando as técnicas de aprendizagem. Hoje, até instituições de ponta como a USP e a UFRJ oferecem cursos a distância. Com isso, mais de 1 milhão de brasileiro estudam fora das salas de aula.
(Jornal do Brasil, 25 de setembro de 2004)
Diante deste histórico e evolução da educação a distância, podemos perceber
que essa modalidade de ensino, embora em outros formatos, tem percorrido um
longo caminho. Grande parte desse caminho foi trilhado a passos lentos, entretanto,
no final do século XX, com a chegada das novas tecnologias da comunicação e da
informação, como a chegada o computador, do telefone e da internet, a educação a
distância teve um avanço significativo e continuo, avançando cada dia mais, em
parceria com a educação presencial na busca de qualidade, da democratização do
ensino e no aprimoramento de novas metodologias de ensinos que venha facilitar a
aprendizagem do aluno.
CAPÍTULO II
AS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (TCI) COMO INSTRUMENTO DE ENSINAR E DE APRENDER NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - EAD
2.1 – O COMPUTADOR E A INTERNET COMO FERRAMENTA
PRINCIPAL NA EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
Depois de tomarmos conhecimento de alguns marcos históricos e da evolução
da Educação a Distância – EAD, no mundo e no Brasil este capítulo tem como
objetivo apresentar uma pequena amostra das Tecnologias da Informação e da
Comunicação (TIC) como instrumentos educativos utilizadas na educação a
distância.
Esta amostra pretende dar maior ênfase a EAD tendo como canal de
comunicação e ambiente virtual a internet, razão pela qual se observa ser este o
meio de comunicação e informação em ascensão e mais utilizada na educação a
distância neste início de século.
Nos primórdios foram os mensageiros quem davam a dinamicidade da EAD,
depois, o sistema postal aprimorou a entrega de material aos aprendizes, e nos
últimos anos, com o surgimento das tecnologias, embora em um estágio rudimentar,
passamos a contar com o rádio, o fax e a televisão. Porém, só recentemente
podemos dizer que a modalidade de educação a distância ganhou ferramentas
promissoras, através das novas tecnologias, as quais possibilitam uma maior
interação, com mais propriedade, entre professor/tutor, aluno-aluno, professor-
aluno-tutor.
A internet aliada a um modem (computador) e uma linha telefônica vem sendo
largamente utilizada pela grande maioria das instituições de ensino na educação a
distância, possibilitando a democratização do ensino nos mais longínquos pontos do
mundo o que é importante na disseminação dos saberes em país tão vasto, como é
o caso do Brasil.
Dessa forma, a educação a distância pode contribuir significativamente para o
desenvolvimento educacional no país, em cidades do interior dos estados, de grupos
sociais que vivem praticamente isolados, onde o sistema educacional não consegue
alcança-los e desenvolver as múltiplas ações que a cidadania requer do indivíduo.
Certamente, quando se fala na possibilidade da democratização do ensino no
Brasil, devemos levar em consideração que ela é restrita, se é que existe
democratização com restrição. Mas o fato é que existem fatores que inviabilizam o
aluno de estudar através dessa modalidade de ensino, usando as novas tecnologias.
O principal fator é o econômico, depois vem a falta de uma estrutura para
implantar um pólo de ensino nessa modalidade; nem todo aluno tem um computador
em casa, nem toda instituição de ensino tem um laboratório de informática para
atender alunos que queiram fazer um curso a distância.
Para que a modalidade de educação a distância apresente um ensino de
qualidade é necessário que a sala de aula virtual substitua, a altura, a sala de aula
presencial e para que isso aconteça um dos fatores fundamentais é a interação entre
os envolvidos: professor, tutor, aluno e sem dúvida cabe inserir nesse contexto as
ferramentas utilizadas para o estudo.
Cabe salientar que o público alvo do EAD é o adulto e como tal ainda não tem
uma cultura de autonomia no manuseio das ferramentas e execução de tarefas
educativas de forma isolada; uma cultura de administrar seu próprio estudo,
administrar seu tempo, com responsabilidade.
Com isso, haverá uma interação como fator compensador entre alunos com o
professor/tutor e com as ferramentas que venham a usar no estudo virtual.
Os sujeitos aprendentes são constantemente solicitados a interagir utilizado a escrita através das listas de discussão, fóruns, chat etc., pretendido, assim, as múltiplas possibilidades oferecidas pelas tecnologias digitais audiovisuais ou hipermidiáticas.
(Silva, 2003 p.125)
A Educação a Distância pode ser feita usando-se um canal individualmente ou
em combinação, como por exemplo: o rádio e material impresso, a TV e material
impressor, meios postais, (material impresso ou CD), com videoconferência e/ou
computador (internet), ou somados a esses instrumentos usa-se parte do curso feito
presencialmente.
Essas combinações ou não, para ministrar um curso à distância vai depender
da instituição onde serão ministrados os curso e qual a metodologia vai ser
empregada, desde que venha concorrer para facilitar o aprendizado do aluno e de
um ensino de qualidade.
Com o avanço das tecnologias e a chegada da internet surge agora uma
variante da educação à distância: a educação online esta expressão é própria de uso
dos Ambientes Virtuais ou salas virtuais, veja o que nos diz Silva em sua obra
Educação Online que:
A educação a distância é um conceito mais amplo que o de educação online. Um curso por correspondência é a distância e não online. A educação online está em seus primórdios e sua interferência se fará notar cada vez mais em todas as dimensões e níveis de ensino. Com o avanço da telemática, a rapidez de comunicação por redes e a facilidade próxima de ver-nos e interagir a distância, a educação online ocupará um espaço central na pedagogia nos próximos anos. (Silva, 2003, p.39).
À medida que novas ferramentas forem sendo introduzidas na Educação a
Distância – EAD, novos modelos pedagógicos vão sendo experimentados, novas
metodologias vão sendo aplicadas, tanto nas salas de aulas virtual como nas
presenciais. Esses novos paradigmas só vêm acrescentar algo à educação,
facilitando o aprendizado do aluno e consequentemente, melhorar a qualidade da
educação, promoverá ainda a democratização do ensino no Brasil.
2.2 – Ambientes Virtuais e o grau de interação que eles oferecem ao aluno
Dentro da educação online precisamos fazer distinção entre alguns termos
técnicos como por exemplo: Servidor, Ambiente Virtual (AV), Plataforma, Interface
Síncrona e Interface Assíncrona.
As interações síncronas são aquelas em que todos os aprendizes estão on-line ao mesmo tempo. São exemplos de atividades que usam comunicação síncrona: definição de papeis, ‘brainstoming’, ‘chats’, vídeo e teleconferências, discussão sobre o conteúdo do curso. As interações assíncronas são aquelas realizadas em tempo real. Os aprendizes participam das atividades assíncronas do curso no tempo que lhe for conveniente, Alves e Nova (2003, p.38).
De uma forma não muita técnica podemos dizer que o servidor é um ambiente
operacional que tem a função de armazenar dados gerados remotamente, servindo,
neste caso a uma instituição educacional, guardando seu material didático e
informações pertinentes a um curso à distância.
O servidor também, muitas vezes é chamado de plataforma. Aqui adicionamos
a palavra, ‘operacional’ à plataforma, visto que é através da plataforma que se dá as
diversas operações inerente a um curso à distância. No Ambiente Virtual (AV) é onde
acontece a interação entre professor/tutor, aluno e entre todos aqueles envolvidos no
curso feito virtualmente.
Quanto aos Ambientes Virtuais, estes se caracterizam pelo seu grau de
interação, é como se fosse a própria sala de aula com toda sua dinâmica envolvendo
professor e aluno. E buscamos em Mason (1998) através de Silva (2003), alguns
tipos de Ambiente Virtuais. O autor divide os AV em três tipos: ambiente instrucional,
interativo e ambiente cooperativo.
O ambiente virtual instrucional está centrado no conteúdo, e mostra que
apesar do uso da internet a interação do professor, do tutor com os alunos e destes
com seus pares não é tão grande assim.
o ambiente centrado no conteúdo, a interação é mínima e a participação online do estudante é praticamente individual. Esse tipo de ambiente é o mais comum e representa o tradicional curso instrucional onde a informação é transmitida como aula expositiva presencial, ( Mason (1998) apud Silva, 2003, p. 275).
Um outro tipo de ambiente virtual, é o interativo, esse ambiente é aquele que
tem maior possibilidade de substituir a interação existente nas aulas presenciais, não
deixando vazios que leve a desestimulação do aluno em um curso à distância, que
pode chega até mesmo o abandono. É um ambiente onde o aluno está sozinho,
fisicamente, mas há discussão e reflexão online, o que reforça o aprendizado, e em
conjunto com outros participantes, vejamos o que diz o autor:
o ambiente interativo é um ambiente centrado na interação online, onde a participação é essencial no curso. O objetivo é atender também as expectativas dos participantes. Nesse ambiente ocorre muitas discussão e reflexão. Os materiais têm o objetivo de envolver e são desenvolvidos no decorrer do curso, a partir das opiniões dos participantes e com idéias formuladas nas áreas de discussão. Existe o incentivo à liberdade e à responsabilidade de cada um em escolher o material desejado e fazer suas próprias interpretações. (...) neste caso o papel do professor é mais intenso, pois as atividades são criadas no decorrer do curso. ( Mason (1998) apud Silva, 2003, p. 275).
O terceiro ambiente virtual é o cooperativo, este é um tipo de ambiente mais
propício a trabalhos em conjunto, com atividades em grupo e outros cuja dinâmica é
a essência do trabalho. No ambiente cooperativo os próprios participantes,
substituem a interação professor-aluno e vejamos o que diz (Mason (1998) apud
Silva, 2003, p.275):
O ambiente cooperativo cujos objetivos são o trabalhos colaborativo e a participação online. Existe muita interação entre os participantes por meio de comunicação online, construção de pesquisas, descoberta de novos desafios e soluções. O conteúdo de curso é fluido e dinâmico e determinado pelos indivíduos do grupo. O suporte e a orientação existem, mas neste caso são menores.
Com o conhecimento dos tipos de ambientes virtuais fica mais fácil identificar o
que as instituições de ensino estão oferecendo a seus alunos, quais os suportes
mais usados e quais as dificuldades que eles podem encontrar ao fazer um curso
pela modalidade de Educação a Distância. As instituições de ensino ou instituições
corporativista escolhem o servidor ou plataforma operacional conforme o tipo de
curso e a dinâmica que deseja aplicar a esses cursos.
Dentre os objetivos da educação à distância, um dos principais é somar
esforços ao ensino presencial para atender a demanda; democratizar a educação
facilitando assim, a inserção do indivíduo ao mundo dos conhecimentos
metodologicamente passados nas escolas e nas universidades.
É para isso que se tem insistido aqui, na importância interatividade para o
aluno, vale relembrar que o público alvo da educação a distância é adulto e que no
decorrer de sua vida adquiriu e construiu conhecimento, basicamente, dentro da sala
de aula, de forma presencial. Portanto, no momento que esse indivíduo depara com
as salas virtuais, ele, certamente, vai estranhar e poderá ter dificuldades em se
adaptar a esse novo ambiente. Nesse contexto se frisa mais uma vez a importância
da escolha do tipo de ambiente virtual que levará a esse aluno uma interação com as
ferramentas, o material, com o professor/tutor e com outros alunos.
A exemplo de Mason, José Armando Valente em artigo intitulado: Curso de Especialização em Desenvolvimento de Projetos Pedagógico com Uso das Novas Tecnologias, discorre sobre a EAD em três abordagem: a broadcast, a virtualização da sala de aula tradicional e o “estar junto virtual” (valente,1999). Para o autor “o que difere nessas abordagem, também é o grau de interação entre o docente e o aprendiz”, (Valente, 2003, p. 30).
A abordagem broadcast parece não ser muito apropriada ao aprendiz visto a
pouca interação, isso dificulta o aprendizado e veja o que nos diz Valente (2003):
na broadcast, a informação é enviada ao aprendiz, via internet, e não existe nenhuma interação entre ele e o docente (...) sem essa interação, fica difícil de saber se o aprendiz foi capaz de se apropriar do informação, convertendo-a em conhecimento, (p.30).
Quanto a terceira abordagem de Valente, a virtualização da escola tradicional,
embora exista um pouco de interação, entretanto, não é suficiente para atender as
necessidades do aluno, é uma interação tímida onde o aluno envia a tarefa
respondida para o professor de modo que seja avaliada recebendo a resposta em
outro momento.
Na educação a distância, via internet, o acompanhamento constante do aluno
pelo professor ou tutor é muito importante e tem como objetivo o estabelecimento
do ciclo de aprendizagem: descrição, execução, reflexão, depuração e novamente
descrição. Com isso, verifica-se que a melhor maneira do aluno estudar, é a fórmula
“estar junto virtual”, visto que ela, como diz Valente (200):
(...) envolve múltiplas interações no sentido de acompanhar e assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele faz (...) essas interações criam meios para o aprendiz aplicar, transformar e buscar outras informações e, assim, construir novos conhecimentos, (p.31).
Com isso, se verificou a existência de diversos Ambientes Virtuais (AV), os
quais são aplicados pelas instituições de ensino para atender a determinada
necessidades de cursos e de público alvo, conforme o objetivo que pretende atingir
a instituição de ensino.
2.3 – Plataformas operacionais e suas ferramentas
Além dos ambientes virtuais é importante falarmos das plataformas nas quais
aluno e professor executam suas atividades didáticas. Alguns autores e usuários
chamam plataforma de ambiente virtual, não deixa de ser, mas para esse trabalho,
plataforma é o software onde se encontra as ferramentas de execução das
atividades didáticas e o Ambiente Virtual será todo o aparato que se apresenta
visivelmente como cada tela apresentada ao aluno ou professor, no vídeo do
computador proporcionada pelas ferramentas da plataforma, ou seja, o Ambiente
Virtual está inserido na plataforma e nesse AV estão as diversas ferramentas, onde
cada uma tem uma função específica.
A plataforma varia conforme o objetivo da instituição e do tipo de curso que ela
se propõe ministrar. Há plataforma que oferece a possibilidade de interação maior
que outras. Será listado neste capítulo algumas plataformas e suas características
usadas no Brasil. Podemos citar, inicialmente, a plataforma AulaNet desenvolvida
pelo Laboratório de Engenharia de Software - LES – da PUC-Rio, como “ferramenta
de ensino a distância”. Esta plataforma começou a ser desenvolvida pelo LES em
1997, hoje é fornecida gratuitamente a instituição que deseje montar um curso via
WEB.
Além das ferramentas que possibilitam a execução de diversas tarefas, esta
Plataforma, de versão 2.0, lançada pela EduWeb conta com um software de e-
learning AulaNet em três idiomas: Português, Inglês e Espanhol.
Segundo o sócio-diretor da EduWeb, Alex Lucena, a intenção é tornar esta
plataforma mais acessível ao usuário, dentro e fora do Brasil. Já foram distribuídos
mais de 4 mil cópias em todo o Brasil e é muito utilizadas no treinamento, na
reciclagem e atualização de funcionário de empresas privadas.
As ferramentas da plataforma AulaNet possibilitam a execução dos seguintes
serviços:
Comunicação (Lista de discussão, conferências, Debate, Contato com o Docente e Mensagens para os participantes), Administrativos (agenda, notícias do curso, cadastro de instrutores, matrícula e mensagens automáticas), Avaliação (tarefa, resultado da tarefa, projeto, resultado do projeto, avaliação e resultado de avaliação), Didáticos (plano de aulas, transparências, apresentação gravada, texto de aula, livro texto, demonstrações, bibliografia, webliografia) e Gerais (tutorial sobre Internet, home-page de alunos e busca).
( http://www.les.inf.puc-rio.br/aulanet em 13/02/05).
A plataforma AulaNet tem a característica própria para ser usada em curso que
tenha grande capacidade de interatividade. No processo educacional de educação a
distância, na utilização de uma plataforma existe, administrativamente, algumas
funções, que variam conforme a instituição e a que se destina. Nos cursos
ministrados pela AulaNet, segundo Silva (2003):
Um docente pode assumir três papeis: coordenador do curso, docente co-autor e mediador. O coordenador é o responsável pela estruturação do curso, selecionando e configurando quais serviços estarão disponíveis, definindo a ementa, a metodologia, os conteúdos didáticos e outras informações do curso. O coordenador pode contar com auxílio de docentes co-autores responsáveis pela produção e inserção de conteúdos didáticos nos serviços selecionados por ele. O mediador é quem cuida do dia-a-dia do curso, ou seja, ele é quem intervém, para manter a ordem, motivar e avaliar os aprendizes. (P.235)
Os serviços do AulaNet se dividem em dois grupos: comunicação e de
coordenação e cooperação. O primeiro subdivide-se em contatos com os docentes,
lista de discussão, conferências, debates e mensagens aos participantes; o segundo
grupo é composto por tarefas, plano de aulas e acompanhamento de cooperação,
cada item deste estar relacionado a uma ferramenta.
Uma outra Plataforma usada no sistema de educação a distância é Plataforma
TelEduc, é um software desenvolvido pela Universidade UniCamp e está sendo
utilizada por diversas instituições de ensino, é um software livre e atende as
necessidades de muitas instituições de ensino.
O TelEduc é uma plataforma, também, bastante utilizada e atende as
necessidades de diversos cursos, principalmente aqueles que requer uma
interatividade. A exemplo do AulaNet, o TelEduc oferece uma série de ferramentas
que possibilita uma boa administração do curso e um outro grupo que possibilitam
uma comunicação entre aluno-aluno, professor-aluno-tutor. Dentre as ferramentas
desta plataforma o sistema conta com o correio eletrônico, o CHAT, a agenda, mural,
fóruns de discussão.
Com o objetivo de se ter uma idéia visual de um ambiente virtual, foi
disponibilizada, como anexos, algumas páginas das plataformas mencionadas neste
trabalho.
Ainda falando de plataforma não poderia deixa de falar do software empregado
pelo consórcio CDERJ. Este consócio utiliza o LINOX que é um sistema operacional
que vem substituindo Windows no sistema educacional dos governos. O CEDERJ
ministra uma série de cursos à distância como, tanto no nível de graduação como de
extensão, principalmente no aprimoramento e capacitação de professores.
Temos também, a Plataforma do Centro de Educação a Distância da
Universidade de Brasília – CEAD/UnBVirtual desenvolvida pelo grupo Lattes de
Pesquisas do CNPq. Que atende a uma população virtual em muitas regiões, nos
mais diversos campos do saber.
O surgimento de novas tecnologia de comunicação aplicadas à educação leva a UnB a criar, em 1998, a Universidade Virtual, tendo esta como um dos objetivos fomentar e consolidar parcerias nacionais e internacionais com instituições de ensino, visando estabelecer uma rede colaborativa não só de cursos de extensão universitária, mas também, a que envolve a graduação e a pós-graduação. ”A experiência do PED mostrou-se tão promissora que, em 1989, a UnB cria o Centro de Educação Aberta, Continuada a Distância – CEAD com o objetivo de desenvolver a modalidade de educação a distância. Desde então o CEAD tem sido responsável pela oferta de diversos cursos de extensão, tendo em seus registros, até 1996, aproximadamente 10.000 pessoas beneficiadas por esta modalidade de ensino-aprendizagem.
http://www.cead.unb.br/historico.htm
Quando se propõe a trilhar os caminhos da educação a distância deparamos
com um antagonismo que é de um lado o virtual e do outro o real e precisamos
analisar cada parte em separado para que não misturamos os objetivos de cada um
lado.
Ao abordar a educação a distância precisamos falar do aporte da tecnologia,
porém não se esquecer da importância de um projeto pedagógico, e dos “agentes
pedagógicos” Silva (2003) que possuem um conjunto de objetivos de ensino-
aprendizagem e planos para alcançar estes objetivos como planos de persuasão, os
quais são de fundamental importância para o sucesso da aprendizagem do aluno na
modalidade de educação a distância.
O aluno da educação a distância precisa está em constante interação, tanto
com seu professor ou tutor, como com seus pares. Isso é importante para
internalização dos conteúdos. Essa interação pode ser fundamentada por teóricos da
educação como Vigotsky (1998) e Frawley (2000) quando falam da Zona de
Desenvolvimento Proximal (ZDP) que potencializa o aprendizado com a mediação de
um especialista, no caso da EAD tem o professor que está mais ligado a disciplina na
sua especificidade; o tutor tem um papel mais afinado com o aluno, a luz de
conhecimento mais abrangente, embora não tão aprofundado o tutor está em
constante contato com o aluno, incentivando, orientando, tirando suas dúvidas em
um espaço de diálogo e de interação.
Toda a conduta e a habilidade do professor estão centradas na capacidade de motivação, interesse e apoio aos alunos, bem como na preparação do ambiente e na organização dos materiais. Os alunos deixam de ser receptores passivos de informações e passam a ser construtores socializadores de conhecimentos (...) a internalização nada mais é do que o reconstrução interna de uma operação externa; em outras palavras, são internalizações de relações sociais e significados externos, principalmente através da fala. A fala é um dos elementos-chave para análise qualificativa das interações nos CHATS e fóruns, talvez um dos elementos de maior significância dentro dos ambientes de EAD. (Vigotsky (1998) e Frawley (2000) apud Silva 2003, p.258 e 259).
Portanto a educação a distância não se encontra dissociada das teorias
pedagógicas, dos projetos políticos pedagógicos, das tecnologias, principalmente,
pelo contrário, ela requer esses suportes, talvez, muito mais do que a modalidade de
ensino presencial. Além desses aportes mencionados aqui, outros fatores que
contribuem para a aprendizagem, devem ser adicionados a educação a distância, de
modo a atender o aluno no desenvolvimento de seu potencial cognitivo, na interação
social e no desenvolvimento intelectual técnico-científico, elevando seu nível de
aprendizagem nos Ambientes Virtuais.
CAPITULO III
OS ENTRAVES PARA PROFESSOR E ALUNO NA
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E VANTAGENS E
DESVANTAGENS DO EAD EM COMPARAÇÃO COM O
ENSINO PRESENCIAL
3.1 – O professor além da sala de aula
Neste capítulo serão abordadas algumas das barreiras encontradas pelo
professor e pelo aluno que escolhem a Educação a Distância para trabalhar o
ensinar e o aprender.
As mudanças de paradigmas sofreram resistência ao longo dos tempos em
qualquer que tenha sido o tipo de mudança a ser implementada pelo indivíduo. O
homem tem medo do desconhecido, não aceita as mudanças, algumas vezes por
comodismo outras por desconhecer o resultado e principalmente pelo medo dessas
mudanças não darem certo e assim preferem deixar como está.
Apesar do medo e da resistência muitas coisas foram mudadas - umas deram
certas outras serviram como lição para o aprimoramento de algo - nos últimos
séculos e o mundo continua em transformação, em mudanças na busca do
aprimoramento das coisas para o bem está social da humanidade.
No início deste século uma das mudanças mais significativas é a evolução da
comunicação por conta das novas tecnologias da comunicação e da informação.
Levando-se em consideração que a educação, o aprender são a base para a
concretização de algo que se queira fazer, à medida que o mundo avance em busca
da satisfação das necessidades do ser humano a educação, certamente, precisa
acompanhar.
É baseado nessa lógica que avançam as pesquisas, a educação, o aprender a
prender, o desenvolver de técnicas de aprendizagem e aí se busca na educação a
distância um instrumento que venha a se somar ao ensino presencial para atender a
demanda e levar o conhecimento nos mais longínquos pontos do país,
democratizando a educação.
A Educação a Distância encontra-se em ascensão graças às tecnologias da
informação e da comunicação, porém, observa-se que há barreiras que vem
obstruindo esse avanço. A primeira delas é a dificuldade para que haja mudanças,
depois se verifica a necessidade da conscientização de todos os envolvidos nessa
modalidade de ensino em internalizar a cultura da EAD e outros pormenores que
serão discorridos sobre eles ao longo deste trabalho.
O professor como sujeito condutor das ações na sala de aula agora deixa essa
posição, por conta do aluno quem conduz seu próprio processo de ensino-
aprendizagem e nesse contexto que surge às dificuldades do professor em levar ao
aluno o entendimento dos conteúdos por meio de uma interação professor-aluno,
aluno-aluno a fim de potencializar esse aprendente na arte de aprender
autonomamente.
Apesar de ter surgido há séculos, a educação a distância de última geração
trás certo embaraço aqueles professores tradicionais, pois eles foram alunos em uma
modalidade de educação presencial e muitos foram ou são professores dessa
tradicional maneira de ensinar. Com isso eles se tornam mais resistentes a essas
mudanças, alguns até acham que podem perder o emprego pelo fato do surgimento
de outro tipo de especialista da educação, o que não é verdade, pois o professor de
ensino presencial precisa apenas de aprender novas técnicas, aprender a lidar com
novas ferramentas para se tornar um profissional da educação à distância e como já
foi falado essa modalidade de ensino veio para se somar e criar novas possibilidades
ao ensino tradicional e não para subtrair espaço.
Na Educação a Distância, a flexibilidade em diversos aspectos é ampla. O
aluno estuda na hora que bem lhe convier, entretanto, ele precisa fazê-lo, se esse
estudo é feito através da internet ele precisa acessar o sistema para cumprir um
cronograma de estudo, ele precisa explorar sua capacidade de aprender e de
criatividade através da interação com as ferramentas da plataforma de estudo, ele
precisa realmente ser um sujeito autônomo, determinado e responsável.
Os sistemas flexíveis de educação, de acordo com as novas correntes educativas centradas na educação aberta, devem estar mais atentos aos alunos individualmente, com suas exigências, motivações e necessidades, do que às das
instituições. Assim o aluno iniciará um curso quando desejar, desenvolvendo-o de acordo com seu tempo disponível para estudar e seu ritmo de aprendizagem, (C. Landim, 1997, p.34).
O aluno precisa, então, interagir com o professor/tutor e com seus pares
buscando suporte para o desenvolvimento de sua aprendizagem. Por outro lada o
professor precisa interagir2 junto ao aluno mostrando-lhe que ele não está sozinho e
crie, com segurança, seu espaço na busca do objetivo, o conhecimento através da
Educação a Distância.
(...) na criação de espaço para discutir as propostas de EAD existentes, analisando-as e identificando os aspectos que as diferenciam da prática pedagógica convencional, buscando alternativas metodológicas que possibilitem a construção do conhecimento, mediadas por um nível de interatividade todos-todos, para concretizar projetos que viabilizem esse novo espaço pedagógico, ( Alves e Nova (2003, p.22)
O aluno alavanca sua potencialidade latente por meio da interatividade2 o que
pode ser feito usando quaisquer dos meios de comunicação disponibilizados pela
sua plataforma de estudo, no seu ambiente virtual, as quais são proporcionadas
pelas novas tecnologias.
Além do que já foi dito sobre interação a interatividade é de fundamental
importância para o sucesso do aprendizado do aluno e para evitar a evasão virtual. O
que será feito quando as necessidades do aluno sejam atendidas, principalmente no
2 – ‘interatividade’ - é uma palavra de grande significação na cibercultura. Exprime a disponibilização consciente de um modo expressamente complexo mais comunicacional presente nas mensagens e previsto pelo emissor. (...) é a possibilidade de responder ao sistema de expressão e de dialogar com ele (citado por Alves/Nova (2003) em (Machado, 1997:250). Há, no entanto, uma crescente utilização do adjetivo ‘interativo’ para qualificar qualquer coisa (computador e derivados, brinquedos eletrônicos, eletrodomésticos, sistemas bancários on-line, shows, teatros, estratégias de propaganda e marketing, propaganda de rádio e televisão etc.)” ( Alves/Nova (2003, p.56).
que tange tudo aquilo que ele tinha na sala de aula presencial, como o diálogo face-
a-face com o professor e os outros alunos. O professor novamente entra em cena e
deve está atento a esta situação e usar de toda sua habilidade para manter seus
alunos no curso, através da motivação criada por ele e pela interação com as
ferramentas como com os agentes educadores e com seus pares, vejamos o que
nos diz Alves/Nova (2003):
(...) um dos fatores principais que levam os alunos a distância a desistirem do processo é o fato deles não terem suas necessidades atendidas, o que acaba gerando uma categoria de alunos evadidos, os evadidos on-line, ratificado mais uma vez a necessidade emergencial de refletir sobre a interatividade e a relação professor/aluno, nos novos ambientes de aprendizagem, (p.21).
Com o intuito de diminuir a distância entre o aluno e professor ou as
características da sala presencial da sala virtual, surge a figura do tutor3, cuja função
principal é fazer o acompanhamento do aluno em sua trajetória de curso procurando
atender suas necessidades.
O tutor não precisa ser exatamente o conteudista, ele precisa sim, ter
habilidades em diversos campos do conhecimento ele pode ser o próprio professor,
ele precisa ter a habilidade de levar ao aluno uma sensação humanística, de
proximidade, de colaborador para conduzir esse aluno a interação e motivação em
busca do conhecimento.
Na educação a distância proporciona a queda de fronteiras, a aproximação
virtual dos grupos sociais, o conhecimento virtual de pessoas, entretanto um fator
intrínseco do ser humano deixa de ser cultivado, a afetividade, a distância entre
3 – Tutor, designado como indivíduo legalmente encarregado de tutelar alguém; protetor, defensor; aluno nomeado a ser professor de outros alunos, em formas alternativas de ensino.(Dicionário Aurélio – Século XXI, versão 3.0, dezembro de 1999, em CD-ROM. São Paulo: Nova Fronteira).
alunos e entre alunos professor parece se tornar fria nesse sentido é necessário que
a interatividade por meio das ferramentas tecnológicas venha a substituir o calor
humano proporcionado pela presença de todos nas salas de aula tradicional,
buscamos em Silva (2003) sua visão quanto esse aspecto da educação a distância.
A educação a distância traz consigo novos desafios. Com a rede que interliga cidades e países, caem as fronteiras, mas por outro lado afastam-se as pessoas: tanto o professor do aluno, como os próprios estudantes, o que apresenta o risco de que se perca uma importante parcela da afetividade, presente em qualquer processo formativo. Isso precisa ser enfrentado nos cursos a distância por meio de um ensino personalizado, procurando aproveitar ao máximo as potencialidade das tecnologias para construir relações interpessoais que possa mediar a aprendizagem, (Silva, 2003, p.196).
Um outro obstáculo encontrado na educação a distância é a falta de habilidade
com as novas tecnologias, essa dificuldade existe tanto para o professor como para
oaluno e tem como responsável vários fatores como econômico, a falta de
computador nas escolas, o desinteresse do sistema educacional em promover
cursos de habilitação do professor nessa área e a própria resistência do professor e
do aluno.
Muitos desses entraves são decorrente, de um sistema macro onde envolve
uma política de implementação do desenvolvimento tecnológico no sistema
educacional, onde o processo não se completa, principalmente no que tange a
inserção do indivíduo às novas tecnologias assim como a falta de políticas de
estruturação de laboratórios de informáticas nas escolas. Porém, parece que esse
quadro está se revertendo, isso é observado pelo fato do governo está facilitando a
aquisição de computador pelos professores e informatizando as escolas, isso
certamente vem fortalecer a capacitação dos educadores da educação à distância.
O interesse capitalista também contribui para o analfabetismo tecnológico,
quando os fabricantes desse equipamento que visam mais o lucro
modernizando,fabricando novos modelos de equipamentos em uma velocidade em
um espaço de tempo curto, criando novos softwares, inviabilizando o uso de uma
máquina ainda nova, o que requer a compra de uma outra, gerando custos a luz
desse conto desnecessário.
(...) O equipamento ou a informação ainda estão em boas condições de uso, e já estão superados. Um equipamento mais novo – e nem sempre melhor – já o supera, já o torna obsoleto. O consumo desenfreado do necessariamente mais novo, mais atual, transforma o imaginário pessoal e social, (Alves, 2003, p.27).
Para que ocorra a inclusão tecnológica se faça presente nos agentes da
educação é preciso que elas tenham o desejo dessa inclusão e de consumo da
informação assim como o “domínio da manipulação tecnológica”, Alves (2003).
Cabendo, então, ao professor a tarefa de se inserir e levar o aluno a cultura da
habilidade das novas tecnologias da informação e da comunicação.
Autonomia, criticidade e domínio das novas linguagens tecnológicas são competências necessárias e urgentes que se precisa exigir dos educadores nessa árdua tarefa de aproximação e distanciamento crítico das novas tecnologias para a utilização consciente no ensino de todos os níveis, ( Alves/Nova 2003, p. 30).
Não se deve olhar para esses entraves como elementos insuperáveis, pelo
contrário, deve-se lutar contra essas barreiras e superá-las, conquistando um espaço
na educação e para a educação a distância, inserindo esta no sistema educacional
como uma modalidade educacional que veio para ficar e trazendo em seu bojo um
ensino democrático, flexível e de qualidade.
3.2 – O aluno em uma sala de aula virtual
Não muito diferente das do professor, as dificuldades do aluno também
existem, a começar pelo fato do aluno de Educação a Distância, ser jovem ou
adulto e geralmente trabalha. Pressupõe-se que ele é um indivíduo que tem seu
tempo limitado pelo trabalho e que o tempo disponível pode não coincidir com o
aquele preestabelecido pela escola para ministrar as disciplinas. É nesse momento
que os cursos feitos a distância, com sua flexibilidade de horário e de espaço para o
estudo se torna importante para esse aluno.
Por outro lado, embora essa dificuldade de tempo seja solucionada pela
flexibilidade do ensino a distância, é necessário que o aluno venha administrar seus
espaço de tempo da melhor forma possível de modo a não deixar de acompanhar
um curso que venha a fazer pela modalidade de ensino a distância. O não
acompanhamento de um curso a distância pode ter como conseqüência a
desmotivação, o não aprendizado dos conteúdos e por fim, esse aluno pode vir
abandonar os estudos.
Em princípio o aluno online parece executar suas tarefas escolares sozinhas,
isso não é completamente verdade.
Os textos apresentam uma tipologia das habilidades cognitivas desenvolvidas mediante a interação com os suportes informáticos e a lógica hipertextual que permeia a hipermídia, (Alves/Nova 2003, apresentação VII).
Os suportes mais próximo de aluno são o professor, tutor e seus colegas de
curso que através das ferramentas de comunicação como chats, correio eletrônico,
vídeo conferência e outros, podem interagir para a discussão e debates de temas
sobre assuntos do curso ou correlatos.
(...) compreendemos a educação a distância como uma das modalidades de ensino-aprendizagem, possibilitada pela mediação dos suportes tecnológicos digitais e de rede, seja esta inserida em sistema de ensino presencial, misto ou completamente realizada por meio da distância física, ( Alves/Nova 2003, p.3).
Dessa forma, não podemos dizer que o aluno se torna um sujeito
completamente autônomo em suas tarefas didáticas, ele pode até ser, e não
precisará, também, ser um autodidata, pois tem toda uma estrutura de suporte que
lhe possibilita uma interação que contribuirá de forma acentuada para a aquisição de
conhecimento.
A expansão da educação a distância para as pequenas cidades ou cidades do
interior dos Estados brasileiros – podemos tomar como exemplo: Paracambi, Volta
Redonda, e outras no Estado do Rio de Janeiro que são pólos educativo pelo
consócio de ensino a distância, CEDERJ – é um exemplo da democratização da
educação, pois está se levando o ensino a uma população que não tem condição
de freqüentar um curso nos grandes centros urbanos, isso sem dúvida, é um avanço
na educação.
Entretanto parece ser questionável se as condições financeiras dos alunos de
determinada cidade permite montar uma estrutura para acompanhar um curso online,
caso não tenham essa condição podemos dizer que a democratização do ensino é
limitada pelo fator econômico.
(...) é inegável que, se são vencidas as distâncias que nos afastavam do conhecimento, ainda existe o risco de acirrar o abismo entre as classes mais poderosas e os excluídos – os sem modem -, pelo menos enquanto não se define uma política mais eficaz de democratização do acesso às tecnologias da comunicação e informação no país (Alves/Nova, 2003, p.44)
Dessa forma, embora se tenha uma tecnologia de comunicação avançada que
permita a formação de redes de ensino, a transmissão de dados e interação entre
aluno e professor o aluno ou possível aluno precisa de apoio financeiro e de
familiarização com as novas tecnologias para se inserir em um curso de educação a
distância.
(...) programas de alfabetização digital, postais de ensino, comunidades de aprendizagens, cidades virtuais do conhecimento, cidades eletrônica estão surgindo em muitos lugares, (Alves/Nova, 2003, p.63)
Sala virtual e estudar pela internet é uma coisa relativamente nova (teve início
aproximadamente a 10 anos atrás) e o Brasil tem uma população de adulto que não
tem muita habilidade com as novas tecnologias, (os jovens já são mais curiosos o
que facilita sua habilidade com o computador, com a internet) essa falta de
habilidade faz com que o adulto veja o ensino a distância com uma certa delicadeza.
Talvez muitos deles se perguntem se são capazes de se habilitarem ao uso do
computador, a esse contexto virtual.
Com isso podemos dizer que esses fatores, também são entraves para a
inserção do aluno adulto em uma sala de aula virtual. Seria importante um trabalho
de implantação da cultura da educação à distância a esses adultos, inserindo os no
mundo das novas tecnologias de modo a levá-los a sala de aula virtual com
segurança.
Em cada país, a sociedade da informação está sendo construída em meio a diferentes condições e projetos de desenvolvimento social, segundo estratégias adequadas a cada contexto. As tecnologias envolvidas vêm transformando as estruturas e as práticas de produção, comercialização e consumo e de cooperação e competição entre os agentes, alterando, enfim, a própria cadeia de geração de valor. Do mesmo modo, regiões, seguimentos sociais, setores econômicos, organizações de acesso à informação, a base de conhecimentos e, sobretudo da capacidade de aprender e inovar, (citado por Takadashi, Tadao. Brasília, Ministério da Ciência e Tecnologias, 2000. Disponível no site www.socinfo.org.br. In: (Alves/Nova, 2003, p.28).
O questionamento quanto aos preconceitos e a validade dos cursos de educação
a distância também se tornam entraves para o aluno. Isso talvez esteja ainda
arraigado ao estudante, em função dos antigos cursos por correspondência onde o
próprio mercado de trabalho dá preferência aos cursos presenciais. É preciso que se
esclareça sobre a validade, a importância e a qualidade dos curso feitos ela
modalidade de ensino a distância. Tudo isso leva a insegurança ao indivíduo quando
ele procura fazer um curso online.
3.3 – Vantagens e desvantagens da educação a distância
Os percalços existente na educação a distância nos leva a fazer uma análise
sobre até que ponto esses entraves prejudicam o andamento do ensino através
dessa modalidade de ensino.
Dessa forma, é importante que se faça uma comparação entre aquilo que
consideramos positivo com o que se entende por negativa, o resultado servirá para
se dizer o quanto é importante ou não, para a educação essa modalidade de ensino.
Quanto às vantagens podemos listar alguns itens citados por C. Landim (1997),
como: a eliminação ou redução das barreiras de acesso aos cursos, em qualquer
nível; diversificação e ampliação da oferta de curso; oportunidade de estudo para
aqueles que não puderam freqüentar a escola tradicional.
Quanto a flexibilidade o autor frisa como vantagem a ausência de rigidez no
que se refere a espaço físico, onde estudar, ritmo de estudo, freqüência à sala de
aula e a combinação trabalho estudo. É importante lembrar que além das
flexibilidades mencionadas acima o aluno não precisa sair de seu ambiente
profissional, familiar e cultural.
A educação busca sempre a qualidade e a eficácia do aprendizado e na
educação a distância, segundo C. Landim (1997):
O aluno, é o centro do processo da aprendizagem e sujeito ativo de sua formação, ele vê respeitado o seu ritmo de aprender. Os conteúdos instrucionais elaborados por especialistas e a untilização de recursos multimídia; a comunicação bidericional freqüente,garante uma aprendizagem dinâmica e inovadora, (p.36).
Pensando o aluno como sujeito individual, C. Landim afirma que ele se torna
ativo diante de sua autonomia e responsabilidade, desenvolve a capacidade de
iniciativa, de atitudes, interesses e hábitos educativos. Ainda se falando das
vantagens da educação a distância, o fator economia é muito importante, visto o
nível socioeconômico da massificada população brasileira. Neste quesito, ainda
apontado por Landim, há uma redução de custo considerada em relação aos
sistemas presenciais de ensino. Neste caso estamos falando do aluno, não há
gastos com locomoção, economia homem/hora (quando se fala de funcionário de
uma empresa que freqüenta um curso presencial, prejudicando o trabalho) pelo fato
desse aluno não precisar do local de trabalho. No âmbito da instituição de ensino,
inicialmente haverá um custo considerado, porém após o sistema está estruturado
esse custo é superado.
Sobre as desvantagens ou limitações no ensino à distância, C. Landim (1997)
aponta os itens mais significativos, quais sejam: o autor considera que há um
empobrecimento na socialização do indivíduo, pois não há uma troca direta de
experiências proporcionada pela relação educativa pessoal entre aluno e professor;
a retro-alimentação e a retificação de possíveis erros se torna mais lenta; a
homogeneidade dos materiais instrucionais também se torna uma desvantagem,
visto que todos estudam pelo mesmo pacote instrucionais, conjugado a poucas
ocasiões de diálogo entre aluno/docente.
Continuando listando as desvantagem da educação a distância o autor cita
que para determinados cursos, há a necessidade de o aluno possuir elevado nível de
compreensão de textos e saber utilizar os recursos da multimídia, no caso dos curso
online ele precisa ter habilidade com os sistemas operacionais do computador ligada
a internet.
os resultados das avaliações á distância é outra preocupação, elas são menos
confiável que as feitas presencialmente, por se considerara a possibilidade de plágio
ou fraude; a ambição de pretender alcançar muitos alunos provoca numerosos
abandono,deserções do curso ou fracasso na aprendizagem, isso pela falta de
acompanhamento do processo; os custos iniciais de implantação de um curso à
distância são muito alto e por fim vem os serviços administrativos, que , geralmente
são mais complexos que nos cursos presencial.
Entendemos, portanto, que a educação a distância tem seu lado positivo e
negativo, cabe as instituições de ensino que ministram cursos à distância ficarem
vigilante para equacionar essas questões, cabe ao professor e o tutor atuarem com
empenho levando ao aluno a motivação e a satisfação de estudar e aprender através
da educação a distância.
O aluno como elemento primeiro desse processo, precisa fazer da autonomia
que lhe é de direito, uma responsabilidade para buscar seus objetivos na educação à
distância.
CAPÍTULO IV
ASPECTOS E FUNÇÕES DIDÁTICOS PARA A
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
4.1 - A Didática na Educação a Distância
Após se ter discorrido, neste trabalho, sobre a evolução da educação a distância
no mundo e no Brasil; sobre as novas Tecnologias da Educação e da Informação e
sobre as dificuldades encontrado pelo professor e pelo aluno, não se podia deixar de
abordar a Didática na Educação a Distância, visto ser esse, um aspecto fundamental
para qualquer tipo de ensino, em especial para educação a distância.
A didática abordada neste capítulo segue o pensamento de Otto Peters que
discorre sobre o assunto em sua obra: Didática do ensino a distância (2001).
A didática é a ferramenta que desperta o cognitivo do aluno, facilitando o trilhar
pelos caminhos da aprendizagem. Para que o professor faça um trabalho educativo e
que seja compreendido não só dentro da sala de aula, mas também nas salas
virtuais de educação a distância. É preciso que o professor use, com competência, a
ferramenta didática, no EAD, sob diversas metodologias de ensino, fins alcançar o
objetivo da aprendizagem.
O teórico da didática da educação a distância, Otto Peters, aventa sobre quais
princípios práticos e teóricos basilares se pode nortear para a didática da educação a
distância. Para trilhar esses caminhos e obter uma resposta satisfatória no
aprendizado dessa modalidade de ensino, ele aponta como sugestão, o que chama
de hipótese: a tradição do ensino acadêmico; a didática do ensino superior; a
didática da educação de adulto e da formação complementar; a pesquisa empírica
do ensino e da aprendizagem; a telecomunicação eletrônica; resultados científico-
sociais específicos; e a didática geral.
Detalhando em pormenores, Para o autor, “a didática do ensino a distância
não deve ser reduzida ao conjunto daqueles artifícios e daquelas providências
tecnológicas que apenas possibilita o ensinar e aprender a distância” Peters (2001).
No que se refere à didática de adulto e da formação complementar, isso se
deve o fato de que, em sua maioria, o público alvo da educação a distância é um
público adulto.
No caso dos estudantes da educação a distância, trata-se, como já mencionado, de uma clientela especial. Ela é diferente da do estudo com presença, porque por via de regra se trata de adultos um pouco mais velho Sua idade média situa-se entre 20 e 30 anos, sendo que para cima dificilmente se coloca um limite. (Peters, 2001, p.37).
por outro lado o setor corporativo, principal ente as grandes emresas, cada vez mais
vem se interessando pela a educação a distância, com o intuito de aprimorar e
atualizar seus funcionários, capacitando-os tecnicamente para atender as exigências
cada vez mais do mercado de trabalho.
O adulto tem algumas características específicas que devem ser levadas em
considerações, tais como: experiência de vida maior, experiência profissional,
geralmente sabe o quer em ao adentrar um curso. Portanto, é preciso se levar em
conta esses fatores na aplicação de uma didática ao adulto. “ Para a didática da
educação de adultos, participação é o eixo em torno do qual giram o ensino e a
aprendizagem”, Peters, (2001).
Enfim, para empregar a didática do ensino a distância é preciso que se esteja
atento algumas peculiaridades, e recorremos mais uma vez a Peteres que diz que
A didática do ensino a distância deve ocupar-se com a solução de problemas de características próprias, tais como não ocorre em outros contextos de ensino, estudo e instrução. Do ponto de vista didático, a educação a distância é, portanto, realmente uma forma de ensinar e estudar sui generis. Por essa razão, a solução de problemas didáticos que surgem no ensino a distância deve ser buscada com princípios teóricos, interpretações, concepções e experiências específicas próprias, (Peters, 2001, p. 45).
Embora a didática empregada no EAD esteja pautada na didática da educação
presencial entendemos que existem algumas diferenças entre as duas. E para uma
aplicabilidade com competência em qualquer que seja a modalidade de ensino. Elas
merecem uma atenção especial na hora de se implantar um curso a distância.
4.2 - A compensação da ausência física do professor pela didática
da educação a distância
Para entendermos o encurtamento das distâncias entre professor e aluno, Otto
Peters divide a educação a distância em seis modelos: o modelo por
correspondência, o modelo da conversação, o modelo professoral, o modelo tutorial,
o modelo tecnológico de extensão e o modelo a distância transacional.
Didaticamente, para se encurtar a distância entre docentes e discentes no
modelo por correspondência, usava-se a correspondência manuscrita que deveria
substituir a comunicação oral.
Os elementos didaticamente relevantes adotados da carta eram, em primeiro lugar, a atitude de respostas recíprocas, pela qual se estabelece um diálogo por escrito; em segundo lugar, a locução direta e, em terceiro lugar, o tom pessoal costumeiro das cartas. (Peteres, 2001, p. 49).
Uma outra maneira de se encurta a distância entre professor e aluno se pode
observar no modelo de ensino a distância denominado conversação. Aqui o texto
didático, segundo o autor, não se transmitia as informações como se fosse um livro
especializado com conhecimentos, objetivos sistematicamente organizados, mas,
sim, uma conversação didática com o discente. Em casos extremos, os próprios
conteúdos eram oferecidos em forma de uma conversação elaborada por escrito.
Um outro modelo, o denominado modelo professoral, também tenta encurtar a
distância entre docente e discente. Percebemos que com a mudança
da sala de aula presencial para a sala virtual o aluno precisa fazer algumas
adaptações em sua maneira de aprender, a ausência do professor deve ser
substituída por instrumentos que sejam motivadores. É nesse contexto que o
docente precisa está imbuído no texto didático, ele deve está sempre presente
quando o estudante interage com o texto em uma situação de ensino aprendizagem.
Nesse contexto podemos observar algumas funções didáticas do ensino
presencial que podem ser transferidos para a educação a distância através de textos
didáticos5 e que servirão como suporte na aprendizagem do aluno substituído assim,
a ausência do professor, quais sejam:
- despertar e direcionar a atenção do aluno;
- despertar e aumentar o interesse do aluno;
- nomear e fundamentar os objetivos;
- trazer à memória do aluno, conhecimentos preliminares que se relacionam com o
objetivo que está sendo estudado;
- expor os conteúdos em partes e numa seqüência que facilita a recepção e a
compreensão;
- aconselhar como melhor estudar os conteúdos expostos;
- por meio do retorno, certificar-se do resultado do processo de ensino-
aprendizagem;
- fazer os exercícios com os alunos; e
- ajudar a empregar o que aprendem.
5 – o texto didático neste contexto não se refere a apresentação de conteúdo, mas, sim, o despertar de idéias por meio de tutor imaginário, o texto.
Bons textos didáticos, com efeito, se esforçam para despertar a atenção, dirigir e fixar, por exemplo, por meio de títulos que chamam a atenção, por meio da apresentação gráfica dos textos ou por meio de formulações surpreendentes e impressionantes (...) por meio desse recurso pode-se despertar, aumentar e direcionar o interesse dos estudantes, e sua motivação pode ser ativada ou reativada. (Peters, 2001, p. 55/56).
No modelo tutorial continuamos a tentar a vencer a distância, agora os textos
didáticos passam a simular uma conversa de aconselhamento, e não se destina a
apresentar conteúdos, mas, sim, a despertar a idéia de diálogo. Fazem-se perguntas,
dão-se conselhos, manifestam-se opiniões e nexos são explicados, existe uma
interação maior que nos modelos anteriores.
No modelo tecnológico de extensão podemos encurtar a distância usando
como canal de suporte dos conteúdos, fitas cassetes. Para cada uma dessas
variantes existe uma didática que vem encurtar a distância entre professor e aluno.
Obviamente umas são mais eficazes do que outras. Vejamos o que diz Peters sobre
o assunto:
Outra maneira de superar a distância entre docentes e discentes no ensino a distância consiste em simplesmente permitir aos estudantes a distância a participação nas aulas da universidade com presença, com auxílio de meios técnicos de informação e comunicação (...) esse modelo, certamente extremo, limita-se, em princípio, à “anotação” de tudo que foi falado em determinada atividades didáticas e ao envio dos audiocassetes aos estudantes externos. (Peters, 2001, p. 60).
Com referência o que diz Peters na citação acima o próprio faz crítica a essa
variante da educação a distância, ele diz que do ponto de vista da didática do ensino
a distância, estamos diante de um modelo zero, onde ele considera nem mesmo ser
ensino a distância, mas, sim, apenas uma extensão do clássico ensino presencial.
Por fim chega-se ao modelo a distância transacional essa função ou modelo é
determinada pela medida em que docentes e discentes podem interagir
simultaneamente, porem essa “interação é influenciada por meio de programas de
ensino preparados”, (Peteres, 2001).
Embora esses modelos didáticos, de encurtar a distância, não seja
efetivamente empregado no mundo das tecnologias digital, é preciso que se tenha
conhecimento sobre a didática tradicional e com base nelas podermos desenvolver
modelos modernos, aplicáveis e práticos na educação a distância deste inicio de
século XXI.
Foi com base na estrutura didática de introdução a textos didáticos que foi
elaborado esta tabela que tem o objetivo fazer uma correlação entre os elementos
estruturais e suas funções.
Estrutura didática da introdução de um texto didático
Elementos estruturais Funções didáticas
Convidar e saudar motivar
Descrever os conteúdos a serem estudados
Chamar a atenção e direcionar, despertar o interesse e conscientizar.
Descrever os conhecimentos prévios necessários.
Ligar os conteúdos a serem estudados com estruturas de saberes já existentes.
Indicar ligações com outras áreas do conhecimento e, se for o caso com a prática profissional.
Integra os conteúdos a serem estudados em contextos mais abrangentes.
Descrever os objetivos de ensino e aprendizagem geral e específico.
Direcional a atenção para o conhecimento e o saber a que se aspira.
Mencionar as vantagens que a consecução dos objetivos pode proporcionar.
Motivar
Chamar a atenção para as tutorias e os dias de estudo nos centros de estudos
Estimular a socialização e o estudo dialógico como característica e aspiração.
Aconselhar para aprender a aprender técnica de estudo.
Orientar, acompanhar, promover.
Apresentar o autor, bem como colaboradores.
Incitar relações sociais virtuais entre docentes e discentes.
Fonte: Quadro de informação baseado na tabela da página 143 do livro: Didática do ensino a distância, de Otto, Peters.
Ao finalizar este capítulo é importante que se faça uma retrospectiva sobre os
capítulos anteriores, analisando todo esse aparato educacional pelo qual se
percorreu e que está voltado para a educação a distância, ou melhor dizendo,
voltado para o aprendizado do aluno.
O objetivo primeiro de tudo isso é facilitar o aprendizado do discente através
das novas tecnologias, do potencial do professor e do tutor que se esmera em
atender ao aluno ajudando-o a vencer as barreiras encontradas no EAD; e com o
uso da didática do ensino a distância.
O aluno da educação a distância, como sujeito autônomo, é administrador de
seu tempo, e do espaço físico e virtual onde deseja fazer sua atividade acadêmica,
porem ele precisa de todo apoio necessário para o entendimento dos conteúdos.
Um outro fator que deve ser levado em consideração, é o púbico alvo do EAD,
que é adulto e proveniente do ensino presencial, por isso todas as ferramentas
necessário devem ser disponibilizada para ajudar o aluno. Embora para a
implantação de um curso em EAD seja necessária uma equipe multidisciplinar, o
profissional da educação a distância precisa ser um multifuncional atuando ora como
professor, ora como tutor e nesse contexto precisa ter conhecimento sobre as
tecnologias que envolvem essa modalidade de ensino.
CONCLUSÃO
Como base no desenvolvimento socioeconômico, cultural e científico de uma
nação, a educação precisa de uma atenção especial para que o país não fique
estagnado no tempo e em um espaço vazio sem acompanhar o desenvolvimento do
mundo moderno que ora vive a globalização.
Hoje, cada vez mais se precisa de mão de obra especializada, as empresas
se modernizam em busca da competitividade e do lucro em um mundo capitalista e
globalizado, Muitas profissões desaparecem e outras surgem com o avanço da
tecnologia e com a velocidade do mundo moderno.
É nesse turbilhão da vida moderna que o homem busca seu espaço de viver ou
quando não, apenas procura sobreviver os entraves da vida. Mas para tanto, é
necessário, além da percepção dos acontecimento, é preciso que este homem
desenvolva uma capacidade de aprender, de adquiri cada vez mais conhecimentos
que atenda as exigências das atividade desse mundo dinâmico e inconformado com
os paradigmas estáticos,
Então procuramos na educação um aliado, uma parceria, para que nos ensine
as tarefas complexas da vida. Porém a educação tem passado por fases críticas ao
longo dos tempos, a quase um século, talvez mais, as instituições de ensino no
Brasil não tem galgado muito sucesso em sua missão de educadora.
Podemos constatar, esse quase vazio na evolução da educação, quando
contamos os milhões de analfabetos sem os conhecimentos da leitura e da escrita,
os milhões de analfabetos funcionais, e se observamos, no próprio sistema
educacional podemos constatar os mestre da arte de ensinar às vezes são
incapazes de trilhar os caminhos virtuais da tecnologia da informação, da
comunicação e da educação.
É nesse ambiente sóbrio que nasce a Educação a Distância, abrindo portas
para aqueles que desejam adquiri o conhecimento, para aqueles que se viram
impossibilitados de trilhar os caminhos do saber, pela falta de tempo ou pela falte de
uma escola que estivesse a seu alcance. Aparece assim, uma luz no fim do túnel, a
educação a distância.
Mas não basta uma luz no fim do túnel, é preciso que se adquira as habilidades
para lidar com essas novas ferramentas de ensino. É nesse contexto que se
desenvolveu a pesquisa deste trabalho, pesquisando e descobrindo as facilidades e
dificuldades de lidar com este novo mundo que nos traz uma oportunidade, mas
também traz as preocupações.
A oportunidade é a possibilidade de uma educação democrática, o acesso ao
conhecimento, que por várias razões nos foi negada ao longo do tempo, a
oportunidade de nos inserirmos no mundo das novas tecnologias, no mundo virtual.
Mas essa moeda tem duas faces.
A nossa luz no fim do túnel nos revela preocupações em diversos aspectos, a
começar pelo fato da educação a distância exigir um pública com certos
conhecimentos prévios, um pública que tenha um poder econômico relativo e aí
parece que aquela democratização do ensino esbarra no entrave econômico, e nas
barreiras da implantação do novo e na barreira da quebra de paradigma.
Porém, essas barreiras não são intransponíveis, é precisa apenas que se
acredite no novo, nos avanços das novas técnicas, nos avanços das novas
tecnologias, em especial aquelas aplicáveis na educação com o objetivo de levar o
saber a toda uma população.
É neste contexto que se desenvolveu a pesquisa deste trabalho, procurando
desvendar a origem de como se leva o conhecimento ao indivíduo, e de uma forma
fácil e rápida de transportar, inserir e de orientar a esse individuo quais os caminhos
que levam ao saber.
A pesquisa do trabalho procurou comparar essa nova modalidade de ensino
com o ensino presencial, verificou que embora exista vantagens e desvantagens, o
melhor é entendermos que a educação a distância veio para somar esforços ao
ensino presencial, na busca da qualidade, na busca de atender a demanda no
sistema educacional, atender os sistemas corporativos que se vêem as voltas com
uma mão de obra não qualificada e que a educação a distância levaria à empresas
essa qualificação a seus funcionários de uma forma cômoda e econômica, sem
desperdiçar hora/homem de trabalho.
A pesquisa verificou, ainda que as novas tecnologias da informação e da
comunicação só vieram a viabilizar a rapidez às instituições de ensino, trouxeram um
potencial na interação entre professor e aluno, entre aluno-aluno substituindo o calor
humano da sala de aula por uma interação virtual que pode ser traduzida por um
sentimento oculto na virtualidade da cibercultura da informação e da comunicação,
atrelada à educação.
O aluno, da educação a distância é sujeito de se mesmo, é ele quem decide
sobre suas atividades acadêmicas, quando e onde deve estudar, é um sujeito
autônomo, apesar da responsabilidade de cumprimento de uma série de atividade.
Mas nesse ínterim entra o professor como mediador e orientador das atividades do
aluno, entra o tutor atendendo algumas questões, dentre elas suprindo a falta de
afetividade que existia na sala de aula presencial.
Não se pode dizer que a educação a distância seja a solução para todos os
males do ensino, mas podemos acreditar que ela contribuirá, e muito para a
democratização do ensino, para atender o aprimoramento e a qualificação do
trabalhador, e certamente, contribuir no atendimento da demanda no sistema
educacional brasileiro.
Por outro lado é preciso que as políticas de educação do governo sejam mais
ágil no atendimento das solicitações de cursos nas instituições de ensino; que se
implemente políticas de inserção dos professores nas novas tecnologias; que os
consórcios, especialmente os da rede públicas sejam mais ativos na qualificação de
pessoal nas tecnologias da educação.
Um outro aspecto que também precisa ser visto, são os modelos didáticas para
a educação à distância, parece que são poucos os pesquisadores nessa área,
apesar de ser um aspecto de fundamental importância para o desenvolvimento de
ensino aprendizagem do aluno.
Hoje podemos dizer que diante do número de instituição que usa a internet
somado-se a determinadas plataformas e ao computador, as novas tecnologias têm
contribuído bastante para o desenvolvimento de uma cultura da educação a
distância, na modalidade específica de ensino via web,
Dessa forma se espera que este trabalho venha contribuir para incentivar a
novas pesquisas de outros alunos na área da educação a distância, buscando o
avanço e aprimoramento dessa modalidade de ensino no Brasil, de modo que esse
avanço, que vem se apresentando como promissor no setor da educação, tenha
continuidade elevando assim, o nível socioeconômico, cultural e científico da
sociedade brasileira.
ANEXO J DECRETO N.º 2.494, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1998. Regulamenta o Art. 80 da LDB (Lei n.º 9.394/96) O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV da Constituição, e de acordo com o disposto no art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. DECRETA: Art. 1º Educação a distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação. Parágrafo Único – O cursos ministrados sob a forma de educação a distância serão organizados em regime especial, com flexibilidade de requisitos para admissão, horários e duração, sem prejuízo, quando for o caso, dos objetivos e das diretrizes curriculares fixadas nacionalmente. Art. 2º Os cursos a distância que conferem certificado ou diploma de conclusão do ensino fundamental para jovens e adultos, do ensino médio, da educação profissional, e de graduação serão oferecidos por instituições públicas ou privadas especificamente credenciadas para esse fim, nos termos deste Decreto e conforme exigências pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto. § 1º A oferta de programas de mestrado e de doutorado na modalidade a distância será objeto de regulamentação específica. § 2º O Credenciamento de Instituição do sistema federal de ensino, a autorização e o reconhecimento de programas a distância de educação profissional e de graduação de qualquer sistema de ensino, deverão observar, além do que estabelece este Decreto, o que dispõem as normas contidas em legislação específica e as regulamentação a serem fixadas pelo Ministro de Educação e do Desporto. § 3º A autorização, o reconhecimento de cursos e o credenciamento de Instituições do sistema federal de ensino que ofereçam cursos de educação profissional a distância deverão observar, além do que estabelece este Decreto, o que dispõem as normas contidas em legislação específica. § 4º O credenciamento das Instituições e a autorização dos cursos serão limitados a cinco anos, podendo ser renovados após a avaliação.
§ 5º A avaliação de que trata o parágrafo anterior, obedecerá a procedimentos, critérios e indicadores de qualidade definidos em ato próprio, a ser expedido pelo Ministro de Estado da Educação e do Desporto. § 6º A falta de atendimento aos padrões de qualidade e a ocorrência de irregularidade de qualquer ordem serão objeto de diligências, sindicância, e, se for o caso, de processo administrativo que vise a apurá-los, sustentando-se, de imediato, a tramitação de pleitos de interesse da instituição, podendo ainda acarretar-lhe o descredenciamento. Art. 3º A matrícula nos cursos a distância do ensino fundamental para jovens e adultos, médio e educação profissional será feita independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação que define o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na etapa adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino. Parágrafo Único – A matrícula nos cursos de graduação e pós-graduação será efetivada mediante comprovação dos requisitos estabelecidos na legislação que regula esses níveis. Art. 4º Os cursos a distância poderão aceitar transferência e aproveitar créditos obtidos pelos alunos em cursos presenciais, da mesma forma que as certificações totais ou parciais obtidas em cursos a distância poderão ser aceitas em cursos presenciais. Art. 5º Os certificados e diplomas de cursos a distância autorizados pelos sistemas de ensino, expedidos por instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validades nacional. Art. 6º Os certificados e diplomas de cursos a distância emitidos por instituições estrangeiras, mesmo quando realizados em cooperação com instituições sediadas no Brasil, deverão ser revalidados para gerarem efeitos legais, de acordo com as normas vigentes para o ensino presencial. Art. 7º A avaliação do rendimento do aluno para fins de promoção, certificação ou diplomação, realizar-se-á no processo por meio de exames presenciais, de responsabilidade da Instituição credenciada para ministrar o curso, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto autorizado. Parágrafo Único: Os exames deverão avaliar competência descritas nas diretrizes curriculares nacionais , quando for o caso, bem como conteúdos e habilidades que cada curso se propõe a desenvolver. Art. 8º Nos níveis fundamental para jovens e adultos, médio e educação profissional, os sistemas de ensino poderão credenciar instituições exclusivamente para a realização de exames finais, atendidas às normas gerais da educação nacional.
§ 1º Será exigência para credenciamento dessas Instituições a construção e manutenção de banco de itens que será objeto de avaliação periódica. § 2º Os exames dos cursos de educação profissional devem contemplar conhecimentos práticos, avaliados em ambientes apropriados. § 3º Para exame dos conhecimentos práticos a que refere o parágrafo anterior, as Instituições credenciadas poderão estabelecer parcerias, convênios ou consórcios com Instituições especializadas no preparo profissional, escolas técnicas, empresas e outras adequadamente aparelhadas. Art. 9º O Poder Público divulgará, periodicamente, a relação das Instituições credenciadas, recredenciadas e os cursos ou programas autorizados. Art. 10º As Instituições de ensino que já oferecem cursos a distância deverão, no prazo de um ano da vigência deste Decreto, atender às exigências nele estabelecidas. Art. 11º Fica delegada competência ao Ministro de Estado da Educação e do Desporto, em conformidade ao estabelecimento nos art. 11 e 12 do Decreto-Lei nº 200 de 25 de Fevereiro de 1967, para promover os atos de credenciamento de que trata o § 1º do art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, das Instituições vinculadas ao sistema federal de ensino e das Instituições vinculadas ao sistema federal de ensino e das Instituições de educação profissional e de ensino superior demais sistemas. Art. 12º Fica delegada competência às autoridades integrantes dos demais sistemas de ensino de que trata o art. 80 da Lei 9.394, para promover os atos de credenciamento de Instituições localizadas no âmbito de suas respectivas atribuições, para oferta de cursos a distância dirigidos à educação de jovens e adultos e ensino médio. Art. 13º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 10 de fevereiro de 1998, 117º dia da Independência e 110º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO – Presidente da República PAULO RENATO SOUZA – Ministro de Estado da Educação e Cultura
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FOLHA DE AVALIAÇÃO UIVERSIDADE CANDIDO MENDES PROJETO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSO” Avaliado por:.......................................................grau..............................
Rio de Janeiro em,......../........./...............