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1 Educação ambiental com foco no Rio Paraíba do Sul: ações interdisciplinares e transversais para a preservação da água* Jucimara Anunciação de Jesus Sousa** Aline Cordeiro*** Resumo Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apontam, dentre os eixos transversais, a temática ambiental. Esta pode ser trabalhada por meio da Educação Ambiental (EA), a partir de elementos presentes na realidade dos estudantes. A importância do Rio Paraíba do Sul (RPS) para a cidade de Campos dos Goytacazes/RJ engloba aspectos socioeconômicos, culturais e ambientais. Dessa forma, o RPS pode ser abordado como ferramenta para trabalhar a transversalidade no processo educativo, contribuindo para a emancipação intelectual de indivíduos e construção da cidadania. Promover a sensibilização e problematização com profissionais da educação e estudantes a respeito da conservação dos recursos hídricos do Baixo Paraíba do Sul em Campos foi o objetivo deste trabalho. A transcendência do ambiente de sala de aula do Instituto Federal Fluminense (IFF) até a Unidade de Pesquisa e Extensão Agroambiental (UPEA), realizada neste trabalho, foi empregada como ferramenta de interconexão entres os alunos do IFF e os diversos programas de EA realizados pelo próprio Instituto, na UPEA. A avaliação da efetividade do presente trabalho foi feita por meio da aplicação de questionários. As atividades realizadas e a troca horizontal de conhecimento induziram a reflexão e repercutiu em mudança de concepção dos estudantes em respeito às questões ambiental e hídrica. Palavras-chave: Educação ambiental transformadora. Transversalidade. Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul. * Este artigo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação Lato Sensu em Educação Ambiental, pelos autores cursada no Instituto Federal Fluminense, Câmpus Campos-Centro, nos anos de 2014/2015, desenvolvido sob a orientação do Prof Dsc. Vicente de Paulo Santos de Oliveira. ** Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Doutoranda em Biociências e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. E-mail: [email protected]. *** Licenciada em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. E-mail: [email protected].

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Educação ambiental com foco no Rio Paraíba do Sul:

ações interdisciplinares e transversais para a preservação

da água*

Jucimara Anunciação de Jesus Sousa**

Aline Cordeiro***

Resumo

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apontam, dentre os eixos transversais, a

temática ambiental. Esta pode ser trabalhada por meio da Educação Ambiental (EA), a partir

de elementos presentes na realidade dos estudantes. A importância do Rio Paraíba do Sul

(RPS) para a cidade de Campos dos Goytacazes/RJ engloba aspectos socioeconômicos,

culturais e ambientais. Dessa forma, o RPS pode ser abordado como ferramenta para trabalhar

a transversalidade no processo educativo, contribuindo para a emancipação intelectual de

indivíduos e construção da cidadania. Promover a sensibilização e problematização com

profissionais da educação e estudantes a respeito da conservação dos recursos hídricos do

Baixo Paraíba do Sul em Campos foi o objetivo deste trabalho. A transcendência do ambiente

de sala de aula do Instituto Federal Fluminense (IFF) até a Unidade de Pesquisa e Extensão

Agroambiental (UPEA), realizada neste trabalho, foi empregada como ferramenta de

interconexão entres os alunos do IFF e os diversos programas de EA realizados pelo próprio

Instituto, na UPEA. A avaliação da efetividade do presente trabalho foi feita por meio da

aplicação de questionários. As atividades realizadas e a troca horizontal de conhecimento

induziram a reflexão e repercutiu em mudança de concepção dos estudantes em respeito às

questões ambiental e hídrica.

Palavras-chave: Educação ambiental transformadora. Transversalidade. Região

Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul.

* Este artigo constitui-se no Trabalho de Conclusão de Curso da Pós-graduação Lato Sensu em Educação

Ambiental, pelos autores cursada no Instituto Federal Fluminense, Câmpus Campos-Centro, nos anos de

2014/2015, desenvolvido sob a orientação do Prof Dsc. Vicente de Paulo Santos de Oliveira. **

Mestre em Produção Vegetal pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Doutoranda em

Biociências e Biotecnologia pela Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. E-mail:

[email protected]. ***

Licenciada em Geografia pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense. E-mail:

[email protected].

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1. Introdução

1.1 Gestão participativa dos recursos hídricos brasileiros

Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), a maioria da água sobre a

superfície da Terra, cerca de 96,5% é de natureza salina e está distribuída nos oceanos. Do

total de água doce (2,5%), mais de 68% estão na forma de calotas polares e geleiras enquanto

outros 30% encontram-se em lençóis freáticos. Apenas 0,3% da água doce são representados

por rios e lagos que, por sua vez, se constituem na principal fonte de água potável para o

consumo humano (USGS, 2016). O comprometimento dessas poucas fontes de água doce tem

se tornado cada vez mais iminente devido, sobre tudo, a ações antrópicas como poluição de

mananciais, desmatamento, assoreamento de rios, uso inadequado da irrigação e do solo

(Machado, 2003).

Dadas as limitações de desenvolvimento econômico e social impostas pela escassez de

recursos hídricos, a necessidade de gestão e conservação de tais recursos é de fundamental

importância para a proteção da coletividade. O Brasil detém aproximadamente 12% da água

doce mundial destinada à dessedentação humana, irrigação e atividades industriais (Branco,

2016). A política pública oficial para a gestão dos recursos hídricos no país é regida pela Lei

9.433/97 (Lei de Águas) (BRASIL, 1997). A partir desta legislação, a concepção da água

como um bem econômico renovável, porém, limitado e a implantação de um modelo de

gestão participativa têm se estabelecido (Trindade e Scheibe, 2015).

A implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, advinda juntamente com a

Lei de Águas, trouxe o entendimento do caráter de bem público da água que deve, dessa

forma, ser compartilhada a fim de suprir a pluralidade de interesses com relação ao seu

destino (Machado, 2003). Essa política permitiu o estabelecimento de uma gestão integrada

da água na qual há a participação de gestores, usuários econômicos e populações locais no

planejamento e gerenciamento dos recursos hídricos (Kapper, 2012). O sucesso de tal

gerenciamento está intimamente relacionado à percepção de cada parcela gestora quanto à sua

responsabilidade. Nesse contexto, a educação constitui-se numa ferramenta indispensável para

a construção de novos conceitos e promoção da emancipação intelectual de indivíduos, de

forma a motivá-los para a participação nas políticas socioambientais.

1.2 Educação Ambiental como ferramenta para a participação social

Diferentemente do que algumas pessoas acreditam, a discussão sobre a questão

ambiental e o desenvolvimento sustentável não é algo tão recente. Debates políticos

envolvendo o conceito de desenvolvimento sustentável como alternativa frente aos riscos de

degradação do meio ambiente tornaram-se frequentes na década de 60 quando, também,

movimentos ambientais ornados pelo clássico de Rachel Carson, Primavera Silenciosa

(1962), eclodiram em todo o mundo (Dias, 1991). A partir de então, uma série de eventos

internacionais elevaram a nível global as discussões sobre a política do desenvolvimento

sustentável, destacando-se: a grande Conferência de Estocolmo em 1972, a Declaração de

Cocoyok pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1974, o Relatório Dag-

Hamrnarskjõld e a Conferência Internacional de Belgrado em 1975, o Relatório de

Brundtland em 1987 e a UNCED no Rio de Janeiro em 1992 (Brüsek, 1994). Torna-se

pertinente ressaltar que na Conferência de Belgrado foi elaborada a Carta de Belgrado

contendo a formulação dos princípios e orientações para um programa mundial de Educação

Ambiental (Reigota, 2001).

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No Brasil, por volta da década de 70, foi criada a Secretaria Especial do Meio Ambiente

(SEMA) e, posteriormente, em 1981 foi promulgada a Lei nº 6.938 que institui a Política

Nacional do Meio Ambiente que consagra dentre seus objetivos a Educação Ambiental em

todos os níveis de ensino, a fim de capacitar a comunidade para a participação ativa na defesa

do meio ambiente (BRASIL, 2010). O ambiente escolar é propício para o desenvolvimento de

processos educativos continuados, capazes de sensibilizar o indivíduo e a coletividade para a

construção de conhecimentos, valores, habilidades, atitudes e competências, voltadas para o

desenvolvimento de uma sociedade de direitos, ambientalmente justa e sustentável. Esta

construção da cidadania é um dos objetivos dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)

que propõe a inserção de processos vividos pela sociedade como componentes do sistema

educativo, por meio do que se denomina transversalidade (BRASIL, 1997). A

transversalidade refere-se ao potencial estabelecimento de uma relação entre o aprendizado

teórico e a realidade, bem como sua transformação (BRASIL, 1997). Dentre os seis eixos

temáticos transversais encontra-se a questão ambiental e, ainda segundo os PCNs, a educação

é considerada um elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental. Daí

a importância de não acontecer somente ações pontuais, mas que transcendam o ambiente

escolar, atingindo as comunidades nas quais residam alunos, professores, funcionários,

buscando modificações de atitudes, valores, provocando uma reflexão, visando a

sensibilização e mudança de postura quanto às questões ambientais.

Segundo Gadotti (2003), o processo educativo consiste na promoção de uma

racionalidade dialógica, reflexiva e emancipatória. Loureiro (2004) aponta que a Educação

Ambiental crítica (também conhecida como emancipatória, transformadora, popular e/ou

ecopedagógica) tem seu ponto de partida na interpretação da realidade social sendo, portanto,

uma perspectiva que se inscreve e se dinamiza na própria educação.

[...] a finalidade primordial da educação ambiental é revolucionar os indivíduos em

suas subjetividades e práticas nas estruturas sociais-naturais existentes. Ou seja, estabelecer

processos educativos que favoreçam a realização do movimento de constante construção do

nosso ser na dinâmica da vida como um todo e de modo emancipado. Em termos concretos,

isso significa atuar criticamente na superação das relações sociais vigentes, na conformação

de uma ética que possa se afirmar como “ecológica” e na objetivação de um patamar

societário que seja a expressão da ruptura com os padrões dominadores que caracterizam a

contemporaneidade. (p. 73)

Diante disso, observa-se que a transversalidade apontada nos PCNs é um componente

fundamental para a promoção e exercício da Educação Ambiental crítica de estudantes, visto

que processos e elementos presentes na sua realidade podem funcionar como instrumentos

para problematização da questão ambiental e concepção dialética do desenvolvimento

sustentável.

1.3 Rio Paraíba do Sul: uma temática transversal na promoção da

Educação Ambiental em Campos dos Goytacazes

Dentre os recursos hídricos fluviais mais relevantes no Brasil pode-se citar o Rio

Paraíba do Sul (RPS) cuja bacia hidrográfica engloba uma das áreas de maior

representatividade industrial do país, responsável por cerca de 10 % do PIB nacional

(Marengo e Alves, 2005). Este rio nasce na Serra da Bocaina em São Paulo e se estende por

1.180 km, passando ainda por territórios pertencentes aos estados de Minas Gerais e Rio de

Janeiro, tendo sua foz na cidade de São João da Barra onde encontra o Oceano Atlântico.

Além da representatividade econômica o RPS também possui grande importância social,

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sendo responsável pelo abastecimento de aproximadamente 14,2 milhões de pessoas

(CEIVAP, 2016), bem como ecológica, apresentando uma fauna diversificada composta por 169 espécies, das quais 115 são nativas de água doce, 38 nativas de águas marinhas e 16

espécies introduzidas (Huguenin, 2010).

Para Campos dos Goytacazes, cidade que pertence à Região Hidrográfica do Baixo

Paraíba do Sul no Rio de Janeiro, a representatividade do RPS transcende a importância para

abastecimento, geração de energia e economia: reflete a história e a cultura da cidade e do seu

povo, famílias que estabeleceram uma relação etnoambiental com o rio. Ademais, a Região

Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul apresenta vasta planície, extenso litoral, serras e vales,

a maior disponibilidade hídrica do estado, além de expressivos estuários e lagoas (Rio de

Janeiro, 2016). Entretanto, uma série de atividades antrópicas nessa região como

agropecuária, monocultura de cana-de-açúcar e café, extração de minerais, além do despejo de

grande carga de poluentes têm comprometido a qualidade das águas do RPS (Nunes et al.,

2015). O melhor entendimento da importância do RPS e dos impactos ambientais nele

ocorrentes pode representar uma ferramenta de sensibilização para mudança desse paradigma.

A perspectiva ambiental deve remeter os alunos à reflexão sobre os problemas que

afetam a sua vida, a de sua comunidade, a de seu país e a do planeta. Para que essas

informações os sensibilizem e provoquem o início de um processo de mudança de

comportamento, é preciso que o aprendizado seja significativo, isto é, os alunos possam

estabelecer ligações entre o que aprendem e a sua realidade cotidiana, e o que já conhecem

(BRASIL, 1997).

Nesse contexto, o RPS torna-se um importante objeto de estudo transversal da temática

ambiental para a realidade da cidade de Campos dos Goytacazes.

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Abordar o Rio Paraíba do Sul como temática ambiental para problematizar com

profissionais da educação e estudantes a qualidade e conservação dos recursos hídricos da

Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes, numa perspectiva

transversal.

2.2 Objetivos Específicos

Sensibilizar e desafiar estudantes do ensino médio do Instituto Federal

Fluminense para a questão ambiental que envolve a Região Hidrográfica do Baixo

Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes.

Promover ações de Educação Ambiental, estabelecendo ligação entre

conhecimentos teóricos e a realidade local, transcendendo o ambiente de sala de

aula por meio de visita técnica dos estudantes à Unidade de Pesquisa e Extensão

Agroambiental do Instituto Federal Fluminense.

Investigar o conhecimento prévio dos estudantes sobre a realidade local dos

recursos hídricos, bem como, o conhecimento produzido coletivamente após

ações de Educação Ambiental, por meio da aplicação de questionários.

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5

10 9

0

2

4

6

8

10

Masculino Feminino

63%

26%

11%

16 anos 17 anos 18 anos

3. Metodologia

As primeiras ações de Educação Ambiental foram realizadas por meio de dois encontros

com os estudantes da segunda série do Ensino Médio Integrado em Informática do IFF, em

ambiente escolar. Os encontros aconteceram na forma de palestras mediadas pelo D.Sc.

Vicente de Paulo Santos de Oliveira, professor do Instituto Federal Fluminense e conselheiro

do Comitê da Bacia Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul e pela Professora Aline Cordeiro.

Nestas palestras foram abordados temas como a crise hídrica que afetou o sudeste brasileiro

em 2015, sobre tudo a questão da transposição do RPS e seus reflexos para a Região

Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes. De igual forma, temas

continuados a exemplo da importância ecológica do RPS, do ciclo hidrológico, uso racional e

preservação dos recursos hídricos, geração de energia e meio ambiente também foram

discutidos.

Um terceiro encontro foi realizado com os estudantes, além do ambiente escolar,

culminando numa visita técnica ao campus Rio Paraíba do Sul – Unidade de Pesquisa e

Extensão Agroambiental do Instituto Federal Fluminense – UPEA/IFF. A visita foi

coordenada em cinco momentos principais:

Recepção dos estudantes e aplicação de questionário inicial para levantamento

de conhecimentos prévios sobre as práticas e temas a serem abordados.

Palestra mediada pelo M.Sc. em Engenharia Ambiental Tadeu Teixeira,

expondo a importância da precipitação pluviométrica para o abastecimento do

volume do RPS e, também, a captação de água da chuva como alternativa para o

reaproveitamento e, consequentemente, preservação dos recursos hídricos locais.

Apresentação do Laboratório de monitoramento da qualidade de água da Foz do

rio Paraíba do Sul (LabFoz) da UPEA/IFF e exposição das principais técnicas

empregadas no estudo da qualidade da água do Baixo Paraíba do Sul, seguido de

um espaço para debates e questionamentos com a equipe técnica do laboratório.

Apresentação do modelo de Sistema de Captação de Água de Chuva da UPEA.

Culminância com Feedback da visita técnica e aplicação do questionário final,

com as mesmas perguntas que o inicial, a fim de quantificar os efeitos das

atividades realizadas.

4. Resultados e discussão

A apresentação dos resultados a seguir tem como base a análise dos questionários

respondidos pelos estudantes. A distribuição de gênero e a faixa etária dos estudantes estão

representadas na Figura 1, na qual observa-se que a maior parte dos alunos se encontra na

faixa etária cuja educação básica é obrigatória (BRASIL, 1988).

A B

Figura 1: Gênero (A) e faixa etária (B) dos estudantes entrevistados.

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68%

32%

Presente Ausente

A análise dos questionários aplicados no início da visita técnica revelou que dos 19

estudantes que responderam ao questionário, 95% já tinham ouvido falar sobre Educação

Ambiental (EA) (Figura 2A). No entanto, apenas 16% afirmaram possuir muito interesse em

assuntos relacionados ao Meio Ambiente e 68% declararam a percepção da EA presente em

suas vidas, ao passo que 84% afirmaram possuir razoável interesse nestes assuntos (Figura 2B

e 2C). A compartimentalização do conhecimento que constitui a forma clássica do ensino,

sobre tudo no ensino do Meio Ambiente, é considerada insuficiente para a compreensão dos

fenômenos ambientais (BRASIL, 1997). Esta concepção limita o entendimento do indivíduo

como parte da natureza o que pode ter influenciado na discrepância entre os dados sobre

“ouvir falar em EA” e a “presença da EA na vida dos estudantes”.

Figura 2: Interesse e relação dos estudantes com a Educação Ambiental.

95%

5%

Sim Não

Você já ouviu falar em

Educação Ambiental?

Qualifique seu interesse por assuntos

relacionados com o Meio Ambiente.

Como você enxerga a Educação

Ambiental em sua vida?

A B

C

16%

84%

0% 0% 0% Muito interessado

Razoavelmente

interessado

Pouco interessado

Nenhum interesse

Não sei

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Quando se questionou sobre a primeira palavra que ocorria ao ouvirem falar em EA,

observou-se uma diversidade nas respostas, sendo que sustentabilidade e preservação foram

predominantes (Figura 3).

Figura 3: Concepção primária dos estudantes sobre Educação Ambiental.

Unânimes, os estudantes apontaram que a solução para os problemas ambientais

depende, principalmente, das pequenas ações de todos no seu dia-a-dia. Entretanto, é

interessante observar que, num primeiro momento, existe uma dificuldade por parte dos

estudantes em integrar-se aos agentes “das pequenas ações de todos, no seu dia-a-dia”. Este

resultado demonstra que eles possuem consciência de que fazem parte de um contexto

socioambiental e possuem uma função fundamental na preservação do meio ambiente, porém

ainda não “enxergam” as ações e possibilidades que os levam a contribuir para esta

importante função.

Essa situação reforça a importância da execução do presente trabalho, pois, oferece a

oportunidade para que os alunos compreendam a sua realidade e descubram novas formas de

nela atuar, por meio do exercício da participação com atitudes como: economia de água e

energia elétrica, separação do lixo que pode ser reciclado, utilização de materiais reciclados

(como papel reciclado, por exemplo) e diálogo sobre práticas ecológicas. A importância deste

trabalho extrapola a educação do indivíduo, pois a conscientização dos estudantes afeta não

apenas ao indivíduo, mas também ao núcleo familiar.

Ao ouvir falar em Educação Ambiental, qual a

primeira palavra que lhe vem em mente?

5%

10%

10%

5%

20% 10%

5%

10%

25%

Árvore Conscientização Ecologia

Plantas Preservação Reciclagem

Reestruturação Responsabilidade Sustentabilidade

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Em aspectos gerais, um número restrito de alunos afirmou praticar pequenas ações de

proteção do meio ambiente em seu dia-a-dia, a saber: 47% afirmaram economizar água ou

energia elétrica (Figura 4A e B), 5% afirmaram utilizar papel reciclável (Figura 4C), 16%

afirmaram separar o lixo reciclável (Figura 4D) e, finalmente, 26% afirmaram conversar com

outras pessoas sobre práticas ecológicas (Figura 4E).

Figura 4: Frequência de atividades relacionadas à proteção do meio ambiente realizadas pelos

alunos.

47%

0%

53%

0%

Sim Não Às vezes Não sei

47%

11%

42%

0%

Sim Não Às vezes Não sei

5%

47% 37%

11%

Sim Não Às vezes Não sei

16%

63%

16%

5%

Sim Não Às vezes Não sei

26%

26%

37%

11%

Sim Não Às vezes Não sei

Qual ação para proteger o meio ambiente você toma no dia-a-dia?

Economizo água Economizo energia

Uso papel reciclável Separo o lixo reciclável

Converso com outras pessoas sobre práticas ecológicas

A B

C D

E

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Com relação às ações praticadas para economia da água, observou-se a prevalência da

redução do tempo no banho e reuso de água da máquina de lavar. Essas práticas revelam a

existência de sensibilização do grupo de estudantes em estudo com relação à necessidade do

uso racional da água e a concepção desta como um bem limitado. Este entendimento é

demonstrado na Figura 5, na qual observa-se que 74% dos alunos revelaram acreditar que a

água potável poderia acabar.

Figura 5: Concepção dos estudantes quanto à esgotabilidade da água potável.

Com apenas uma exceção, todos os demais estudantes não souberam informar ou

declararam não existir ações educativas para a conscientização sobre economia de água na sua

instituição de ensino. Ainda que a temática ambiental tenha sido determinada nos PCNs desde

1997, a inclusão desse eixo de forma inter e transdisciplinar no ambiente escolar ocorre de

forma paulatina. A realização de trabalhos declarados como ambientais que tratam, no

entanto, a questão ambiental de forma fragmentada e asséptica pode levar à cristalização e

mera acumulação do saber. Existe, dessa forma, a necessidade de resgate dos vínculos

individuais e coletivos no espaço educacional e desse com a sociedade. A transcendência do

ambiente de sala de aula no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia Fluminense para a

Unidade de Pesquisa e Extensão Agroambiental (UPEA), realizada neste trabalho, foi

empregada como ferramenta de interconexão entres os alunos do IFF e os diversos programas

de EA realizados pelo próprio Instituto, na UPEA. Programas esses desconhecidos pela

maioria dos estudantes participantes do presente trabalho.

Dentre as atividades de cunho ambiental realizadas pela UPEA/IFF está o

desenvolvimento de projetos voltados para a captação e uso de água da chuva. Tendo em vista

a grande demanda de água pelos setores industriais, agrícolas, pela população em geral e

considerando, ainda, que a precipitação pluviométrica é a principal repositora do volume de

água do RPS, a captação de água da chuva representa uma ferramenta importante para a

economia de água. Esse entendimento, bem como uma série de outras informações relevantes

sobre a jurisdição, importância ambiental, socioeconômica e cultural do RPS, e utilização da

água da chuva captada foram discutidas com os estudantes.

Na UPEA/IFF também é feito monitoramento da qualidade da água de trechos do Baixo

Paraíba do Sul em Campos dos Goytacazes. Esse monitoramento é realizado pela equipe do

LabFoz da UPEA/IFF. A apresentação do LabFoz, a exposição de técnicas empregadas no

74%

26%

Sim Não

Você acredita que a água potável pode acabar?

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estudo da qualidade da água e, principalmente, o espaço para discussão promoveu uma troca

horizontal de conhecimento sobre o RPS. Os reflexos do desmatamento da mata ciliar, do

despejo de esgotos industriais e domésticos e até mesmo da precipitação sobre a qualidade da

água do RPS foram abordados e muito atraiu a atenção dos estudantes. Estes momentos de

discussão e horizontalização do ensino levaram a alterações nos perfis de resposta dos

questionários pelos estudantes. Algumas dessas alterações podem ser observadas na Figura 6.

Figura 6: Análise comparativa entre o perfil de respostas dos questionários inicial e final

pelos estudantes após ações transversais. Questão 3: Qualifique seu interesse pelos assuntos

relacionados com o Meio Ambiente (as colunas representam a opção de resposta A. Muito

interessado); Questão 4: Você já ouviu falar em Educação Ambiental? (as colunas

representam a opção de resposta Sim); Questão 6: Como você enxerga a Educação Ambiental

em sua vida? (as colunas representam a opção de resposta Presente); Questão 7: A solução

dos problemas ambientais, a seu ver, depende mais de (as colunas representam a opção de

resposta A. das pequenas ações de todos, no seu dia-a-dia); Questão 9: Como você considera

a situação dos rios na sua cidade (as colunas representam a opção de resposta B. ruim);

Questão 10: Você acredita que a água potável pode acabar? (as colunas representam a opção

de resposta Sim); Questão 18: Você considera importante a captação de água da chuva? (as

colunas representam a opção de resposta Sim).

Conforme ilustrado na Figura 6, houve mudança nas respostas dos alunos frente às

mesmas questões aplicadas no início da visita técnica. Merece atenção o aumento de 16 para

42% dos muito interessados em assuntos relacionados ao Meio Ambiente. Este é um dos

aspectos mais relevantes da EA transformadora, promover a emancipação de indivíduos,

contribuindo para a formação de sujeitos críticos, capazes de se inter-relacionar com as

questões ambientais (Evaristo, 2010). Curiosamente, a percepção da presença da EA na vida

dos estudantes reduziu em 5%, possivelmente a melhor compreensão quanto à dimensão da

EA induziu a reavaliação da sua ocorrência no dia-a-dia dos estudantes. A unanimidade

inicial quanto às pequenas ações de todos no seu dia-a-dia serem a principal ferramenta para a

solução dos problemas ambientais reduziu para 74% (Figura 7). Os alunos passaram a

16%

95%

68%

100%

79% 74%

89%

42%

100%

63%

74%

95%

84%

95%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

Questionário Inicial Questionário Final

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considerar que as decisões dos governos e das grandes empresas também possuem papel

relevante para solucionar tais questões. Está mudança de concepção pode em muito estar

relacionada às questões políticas envolvidas na gestão dos recursos hídricos do Baixo Paraíba

do Sul que foram discutidas com os alunos. Além disso, durante a visita ao LabFoz, o impacto

do despejo de resíduos industriais no RPS sobre a qualidade da água também foi discutido.

Fato esse que certamente influenciou o perfil de resposta da Questão 9. Nesta questão, foi

observado aumento de 79 para 95% a opinião entre os estudantes de que é ruim a situação dos

rios na cidade de Campos dos Goytacazes.

Ainda na Figura 6, é possível observar que os alunos já atribuíam importância à

captação de água da chuva e a exposição dessa prática como uma tecnologia alternativa para

contribuir na melhor gestão dos recursos hídricos e economia de água veio a consolidar esse

entendimento. Subiu de 89 para 95% o número de estudantes que consideraram importante a

captação de água da chuva.

5. Conclusão

A abordagem do RPS como tema transversal do eixo Meio Ambiente, proposto nos

PCNs, foi capaz de promover uma sensibilização quanto ao uso racional e preservação dos

recursos hídricos da Região Hidrográfica do Baixo Paraíba do Sul em Campos dos

Goytacazes. Isso porque o RPS faz parte da realidade dos estudantes locais, o que facilita o

estabelecimento de conexão entre o conhecimento trabalhado em sala de aula e a realidade

local. A superação do espaço de sala de aula proporcionou um ambiente capaz de estimular a

participação dos alunos. As atividades realizadas ao longo deste trabalho e a troca horizontal

de conhecimento induziu a reflexão e repercutiu em mudança de concepção dos estudantes em

respeito a questões ambiental e hídrica, revelando o caráter transformador da EA exercida

neste trabalho.

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Environmental Education focused on Paraíba do Sul

River: interdiciplinary and transversal actions for water

preservation

Abstract

The National Curriculum Parameters indicate the environmental issue as one of the

transversal themes. This subject may be worked through the Environmental Education (EE),

using elements present in the reality of students. The importance of Paraíba do Sul River

(PSR) to the city of Campos dos Goytacazes includes socioeconomic, cultural and

environmental aspects. Thereby, the PSR may be used as a tool to work transversality in the

educational process, contributing to the intellectual emancipation of individuals and

citizenship building. The aim of this work was promote sensitivity and interpellation with

education professionals and students about the conservation of water resources of the Lower

Paraíba do Sul in Campos. The transcendence of Instituto Federal Fluminense’s (IFF)

classroom to the Unidade de Pesquisa e Extensão Agroambiental (UPEA), performed at this

work was used as interconnection tool between students of IFF and the various EE programs

conducted by this Institute, at UPEA. The evaluation of this work effectiveness was done

using questionnaires. The activities and the exchange of knowledge induced reflection and

resonated changing conception of students related to environmental and water issues.

Key-words: Transforming environmental education. Transversality. Hydrographic region of the

lower Paraíba do Sul.

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Anexo

Modelo do questionário aplicado.

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