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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA LUCAS NASCIMENTO TAVARES EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM SOBREPESO E OBESIDADE NA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE TAQUARANA - ALAGOAS MACEIÓ-ALAGOAS 2017

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM SOBREPESO … · Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter concebido minha ... planejou-se o desenho das ... A equipe de Estratégia de Saúde

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

LUCAS NASCIMENTO TAVARES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM SOBREPESO E

OBESIDADE NA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO

MUNICÍPIO DE TAQUARANA - ALAGOAS

MACEIÓ-ALAGOAS

2017

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LUCAS NASCIMENTO TAVARES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM SOBREPESO E

OBESIDADE NA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO

MUNICÍPIO DE TAQUARANA - ALAGOAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de

Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família,

Universidade Federal de Alfenas, para obtenção do Certificado

de Especialista.

Orientadora: Profa. Dra. Maria Lígia Mohallem Carneiro

MACEIÓ-ALAGOAS

2017

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LUCAS NASCIMENTO TAVARES

EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA PESSOAS COM SOBREPESO E

OBESIDADE NA EQUIPE DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO

MUNICÍPIO DE TAQUARANA - ALAGOAS

Banca Examinadora

Profa. Dra. Maria Lígia Mohallem Carneiro - orientadora

Profa. Dra. Maria Rizoneide Negreiros de Araújo - UFMG

Aprovado em Belo Horizonte, em: 24/01/2017

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DEDICATÓRIA

A Deus por ter fornecido os recursos básicos para a formulação

da vida,

À minha família, pelo apoio, incentivo e sacrifício, pois sem

eles o caminha será muito mais complexo e complicado.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter concebido minha

participação nesta experiência.

A todos os professores aos quais tive contato, pois o

conhecimento transmitido é o que une a humanidade.

A todos os meus amigos de curso, por todos os momentos de

alegria, aprendizagem e discussões.

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RESUMO

A prevalência do diabetes vem crescendo mundialmente, configurando-se atualmente como uma epidemia resultante, em grande parte, do envelhecimento da população, do sedentarismo, da alimentação inadequada e do aumento da obesidade. Este trabalho tem como objetivo elaborar uma proposta de ação para intervir na comunidade adscrita da Estratégia de Saúde da Família de Murici, Taquarana, município do estado de Alagoas. Objetivando conscientizar a população adscrita sobre a responsabilidade individual da prática de seus cuidados em saúde, como atividade física regular, alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo, bem como a conscientização das consequências do sobrepeso e da obesidade e sua relação com o diabetes mellitus tipo 2. Empregando pressupostos do Planejamento Estratégico Situacional e alguns conceitos preconizados por seus autores, foram definidos, priorizados e descritos os principais problemas; selecionados como “nós críticos”; planejou-se o desenho das operações a serem realizadas; identificaram-se os recursos críticos; analisou-se a viabilidade do Plano de Intervenção e assim, o plano operativo foi elaborado. Finalmente considerou-se que colocando em prática as estratégias recomendadas, será possível avançar no processo de saúde da comunidade.

Palavras chave: Obesidade. Sobrepeso. Atenção Primária à Saúde. Diabetes Mellitus.

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ABSTRACT

The prevalence of diabetes has been growing worldwide, and is nowadays an epidemic that results, in large part, from population aging, sedentary lifestyle, inadequate diet and increased obesity. This work aims to elaborate a proposal of action to intervene in the community attached to the Family Health Strategy of Murici, Taquarana, municipality of the state of Alagoas. Aiming to raise the awareness of the population on the individual responsibility for the practice of their health care, such as regular physical activity, adequate and healthy food and smoking, as well as awareness of the consequences of overweight and obesity and its relation to type diabetes mellitus 2. Using the assumptions of the Strategic Situational Planning (PES) and some concepts recommended by its authors, the main problems were defined, prioritized and described; Selected as "critical nodes"; The design of the operations to be carried out was planned; Critical resources have been identified; The viability of the Intervention Plan was analyzed and, thus, the operational plan was elaborated. Finally it was considered that putting the recommended strategies into practice, it will be possible to advance in the community health process.

Key words: Obesity. Overweight. Primary Care Health. Diabetes Mellitus

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9

2 JUSTIFICATIVA 13

3 OBJETIVOS 15

4 METODOLOGIA 16

5 REVISAO DE LITERATURA 17

6 PLANO DE AÇÃO 21

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 25

REFERÊNCIAS 26

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1 INTRODUÇÃO

Taquarana é um município que está localizado na região central do Estado de

Alagoas, limitando-se ao norte com os municípios de Belém, Igaci e Tanque D’Arca;

ao sul com Limoeiro de Anadia; a leste com Tanque D’Arca e a oeste com Coité do

Nóia. A área do município ocupa 166,48 km2 (0,60% de Aagoas), inserida na

Microrregião de Arapiraca e na Mesorregião do Agreste Alagoano. Encontra-se a

uma distância de 111 km da capital do estado, Maceió. A população estimada foi de

19.020 habitantes em 2010 e a estimativa para o ano de 2015 foi de 19.080

habitantes (IBGE, 2010).

O município de Taquarana teve seu território desmembrado de Limoeiro de Anadia

no dia 24 de agosto de 1962, marcado por uma história que teve início ainda em

meados do século XVIII, partindo de uma fazenda de gado denominada de Cana

Brava, pertencente a família Correia Paes. Como na maioria dos municípios

alagoanos, o povoado se expandiu a partir de 1821, com a construção da matriz de

Santa Cruz, num local já afastado da fazenda. Considerados também como

fundadores, Luiz Carlos de Souza Barbosa, Antônio Paulino da Silva, Antônio

Faustino da Silva Madeira e José Miguel Soares, com suas famílias, foram os

primeiros habitantes. Ponto de passagem obrigatória, pela estratégica posição de

proximidade com a estrada que ligava o sertão à capital, alcançou o progresso

rapidamente. Em 1938 foi elevada à condição de vila, ainda pertencendo a Limoeiro

de Anadia. A autonomia administrativa, porém, só veio em agosto de 1962, através

da Lei 2.465, que também alterou o nome da cidade de Cana Brava dos Paes para

Taquarana, por sugestão do bispo Dom Rômulo de Farias, arcebispo de Maceió.

A região central do município de Taquarana possui calçamento, enquanto a zona

rural não possui. No Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB, 2013) em

relação aos domicílios e o sistema de esgoto, demonstram que Taquarana

apresentou um percentual nos quais três famílias, apenas, possuem redes pública

de esgotos em suas residências (0,1%), 5.193 famílias com fossa séptica (97%) e

150 famílias possuem fossa a céu aberto (3,0%). Com um total de 5.150 famílias,

sendo 2.070 em zona urbana e 3.080 em zona rural. Em relação aos domicílios

93,3% são construídos por tijolo, 5,1% são de taipa com revestimento e 1,6% de

taipa sem revestimento (SIAB, 2013).

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Em Taquarana no ano de 2010, 74,19% dos domicílios possuíam água encanada e

99,17 % dos domicílios possuem energia elétrica. Em relação à coleta de lixo nos

domicílios urbanos a porcentagem é de 95,94% (IBGE, 2010)

Em relação aos aspectos socioeconômicos, as principais atividades econômicas são

a agricultura, o comércio e serviços públicos. O índice de Desenvolvimento Humano

(IDH) de Taquarana é de 0,541, a taxa de urbanização corresponde a 24,07%, a

proporção de moradores que vivem abaixo da linha de pobreza é de 47,68% e a

renda média familiar é de R$724,00. É importante ressaltar que além da renda

média, existem 2296 famílias que vivem do incentivo financeiro dos programas do

Governo Federal, Bolsa Família (ATLAS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO NO

BRASIL, 2013).

Em relação à distribuição da população, no quadro 1, temos a comparação entre

2000 e 2010 (IBGE, 2010).

Quadro 1- Distribuição da população de Taquarana em relação à idade, ao sexo e à

moradia, comparação entre 2000 e 2010

POPULAÇÃO 2000 % 2010 %

Área Urbana 4.371 25,64 7.314 38,45

Área Rural 12.657 74,36 11.706 61,55

Homens 8.369 49,10 9.237 48,56

Mulheres 8.677 50,00 9.783 51,44

Menos de 15 anos 6.287 36,88 5.624 29,57

15 a 64 anos 9.790 57,43 11.895 62,54

65 anos ou mais 969 5,68 1.501 7,89

População Total 17.046 100,0 19.020 100,0

A proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino

fundamental cresceu 321,23% entre 2000 e 2010 e a proporção de jovens entre 18 e

20 anos com ensino médio completo cresceu 613,00% entre 2000 e 2010.

Entretanto em 2010 apenas 22,01% da população de 18 anos ou mais de idade

tinha completado o ensino fundamental e 11,96% o ensino médio. Em Alagoas,

40,57% e 26,34% respectivamente. Esse indicador carrega uma grande inércia, em

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função do peso das gerações mais antigas e de menos escolaridade. A taxa de

analfabetismo da população de 18 anos ou mais diminuiu 23,21% nas últimas duas

décadas (IBGE, 2010).

Em relação às fontes de recursos financeiros para a saúde, Taquarana recebe os

seguintes recursos (PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARANA, 2013):

Fundo de Participação dos Municípios (FPM);

Imposto sobre Serviço de Quaisquer Naturezas (ISSQN);

Piso de Atenção Básica (PAB Fixo);

Piso de Atenção Básica (PAB Variável);

Programa Saúde da Família (PSF);

Teto Financeiro de Epidemiologia Controle de Doenças (TFECD);

Ações Básicas de Vigilância Sanitária (PAB/VISA)

Imposto sobre circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)

O sistema de saúde municipal possui organização hierarquizada dos serviços para a

assistência à comunidade, tendo a Estratégia Saúde da Família (ESF) como porta

de entrada aos serviços distribuídos nas 15 unidades da saúde, das quais oito são

Estratégia Saúde da Família, sendo duas em zona urbana e seis na zona rural.

Estas contam com quatro unidades de apoio. Há no município uma Unidade Mista,

com atendimento 24 horas. Há um Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)

composto por assistente social, fisioterapeutas, ginecologista, neuropediatra,

nutricionista, psicólogos e psiquiatra. Existe ainda um Centro de Atenção

Psicossocial (CAPS) modalidade 1, sendo definido como um CAPS com capacidade

operacional para atendimento em municípios com população entre 20.000 e 50.000

habitantes, cujo foco são usuários adultos com transtornos mentais graves e

persistentes, transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Há um

sistema de referência, porém não existem dados sobre contrarreferência. A cidade

possui um laboratório de análises clínicas, uma clínica de odontologia, uma clínica

de fisioterapia, escolas, uma creche, igrejas católicas e protestantes, centro de

umbanda e uma farmácia central (ALAGOAS, 2014).

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Em relação ao sistema de saúde local há um Conselho Municipal de Saúde

composto por seis representantes de entidades de usuários do SUS, três

representantes dos trabalhadores de saúde e três representantes do governo

municipal. As reuniões são ordinárias e acontecem uma vez ao mês (ALAGOAS,

2014).

Há um sistema de referência, mas não existem informações sobre dados de

contrarreferência. Porém, possui uma rede de média e alta complexidade, exames e

especialistas não existentes são direcionados para outros municípios, como

exemplo, Arapiraca e Maceió (ALAGOAS, 2014).

Com relação aos recursos humanos de saúde, o município dispõe de um total de

171 profissionais, selecionados por contrato temporário ou por regime estatutário

(concursados). A carga horária semanal pode variar entre 20 e 40 horas. O horário

de funcionamento acontece das 8hs às 12h e das 13hs às 17hs.

A equipe de Estratégia de Saúde da Família de Murici atua em duas unidades na

zona rural: a unidade de Murici e a de Olho d’Água. São unidades alocadas dentro

da comunidade rural, sendo assim, longe do centro da cidade. A maior parte dos

profissionais necessita do transporte fornecido pela prefeitura para chegar às

unidades.

A unidade de saúde de Murici conta com: quatro agentes de saúde, uma técnica de

enfermagem, uma agente administrativa, um motorista, uma enfermeira e um

médico. A unidade de Olho d’Água conta com: três agentes de saúde e uma técnica

de enfermagem, de forma fixa, porém necessitam do médico, a enfermeira e o

motorista, acima citados, para realizar as outras atividades.

As unidades de saúde de Murici e de Olho d’Água possuem a mesma estrutura

física, com áreas consideradas inadequadas para a realização das atividades,

considerando a demanda e a população coberta. A recepção é pequena, não há

cadeiras suficientes e, em horários de pico de atendimento, boa parte dos usuários

fica fora das unidades. Não há um espaço para a realização de reuniões em grupo.

Atividades em grupo são realizadas nas comunidades espalhadas pela zona rural.

Em relação aos materiais de trabalho, temos carência de medicamentos, luvas de

procedimento e há atraso no fornecimento das vacinas.

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2 JUSTIFICATIVA

A prevalência do diabetes vem crescendo mundialmente, configurando-se como

uma epidemia resultante, em grande parte, do envelhecimento da população.

Contudo, o sedentarismo, a alimentação inadequada e o aumento da obesidade

também são responsáveis pela expansão global do diabetes. As hospitalizações

atribuíveis ao diabetes mellitus representam 9% dos gastos hospitalares do Sistema

Único da Saúde (ROSA; SCHMIDT, 2008).

A obesidade está frequentemente associada com a Síndrome Metabólica e é um

importante fator de risco de evolução para o diabetes mellitus tipo 2 clínico. Todas

as faixas etárias estão desenvolvendo diabetes, nas últimas décadas o aumento de

sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos tem se tornado um

sério problema de saúde pública mundial (ANDRADE; CLEMENTE; GOMES, 2005).

No Brasil, tem sido detectada a progressão da transição nutricional, caracterizada

pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva

de sobrepeso e obesidade, não só na população adulta, mas também em crianças e

adolescentes. Os maus hábitos alimentares estão associados a diversos prejuízos à

saúde, entre eles, a obesidade, cujos índices têm crescido nas últimas décadas,

como resultado de aumento no consumo de alimentos com alta densidade calórica e

redução na atividade física, ocorrendo assim, um problema de saúde pública

(TRICHES; GIUGLIANI, 2005).

A obesidade e o sobrepeso estão presentes na maioria dos clientes diabéticos tipo

2, sendo que sua prevalência varia dependendo de fatores genéticos e ambientais

(educacionais e culturais) (CORRÊA et al., 2003).

O diabetes mellitus é uma doença caracterizada por altas taxas de glicose e lipídios

no sangue, essa glicose é transportada no sangue até as células pela insulina, onde

será usada como fonte de energia. Quando se tem diabetes tipo II, o pâncreas não

produz insulina suficiente, ou a insulina produzida não funciona adequadamente,

com isso ocorre o aumento da quantidade de glicose no sangue (MELLO et al.,

2004).

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O diagnóstico do diabetes requer exame de sangue como a glicemia de jejum ou,

preferencialmente, teste de tolerância à glicose, o que dificulta sua realização em

inquéritos. Assim, dados de prevalência de diabetes no Brasil são menos freqüentes

que os de hipertensão, pois a maior facilidade em verificar a hipertensão, além de

ser uma doença mais prevalente no Brasil (BRASIL, 2006).

Nas prioridades do Pacto pela Saúde, no componente Pacto pela Vida, os itens V e

VI, respectivamente, promoção de saúde e fortalecimento da atenção básica,

possuem como objetivos: reduzir os níveis de sedentarismo na população, reduzir a

prevalência do tabagismo e reduzir a internação hospitalar por diabetes mellitus no

âmbito do SUS (BRASIL, 2006).

Então, é função da unidade de saúde a conscientização da população de referência

sobre as consequências do sobrepeso e da obesidade e sua relação com o diabetes

mellitus tipo 2 e a síndrome metabólica, atuando de forma preventiva e diagnóstica

em relação ao diabetes mellitus tipo 2.

Diante do exposto, justifica-se a elaboração de um plano de intervenção que, se

bem conduzido, poderá trazer benefícios para a qualidade de vida da população

adscrita à Unidade de Atenção Básica de Murici do município de Taquarana,

Alagoas.

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3 OBJETIVOS

3.1 Geral

Elaborar uma proposta de ação para conscientizar a população adscrita sobre a

responsabilidade individual da prática de atividade física regular e outras práticas de

vida saudável.

3.2 Específicos

Atuar de forma preventiva para reduzir o sobrepeso e a obesidade.

Discutir sobre as consequências do sobrepeso e sua relação com o diabetes mellitus

tipo 2.

Realizar exames de rotina preventivos seguindo a preconização do Ministério da

Saúde.

Propor ações educativas sobre a importância da prática de alimentação saudável e

de atividades físicas.

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4 METODOLOGIA

O plano de intervenção foi construído a partir do diagnóstico situacional de saúde da

área de abrangência da unidade de saúde, empregando pressupostos do

Planejamento Estratégico Situacional (PES), visando identificar os principais

problemas ocorridos na unidade. Foi apontado o problema priorizado e identificadas

às principais causas de sua origem e estratégias de enfrentamento, utilizando o

conceito de “nó crítico” (CAMPOS; FARIAS; SANTOS, 2010).

O diagnóstico situacional realizado na UBS Murici foi concebido por meio de análise

da população adscrita realizada em reuniões com a equipe de saúde, sendo

identificadas diversas situações problemas, dentre as quais se destacam: grande

número de usuários com sobrepeso e obesidade; alimentação irregular; grande

número de usuários sedentários; pouca informação e participação sobre prevenção

em saúde; agravos decorrentes do trabalho rural que aumenta o número de

sedentários.

A equipe de saúde, em reunião, discutiu e priorizou como problema a ser trabalhado,

em primeiro lugar, o elevado número de usuários com sobrepeso e obesidade, bem

como suas relações com o diabetes mellitus tipo 2.

Assim, com base no exposto, surgiu a necessidade de elaboração de uma proposta

de intervenção para uma educação em saúde para pessoas com sobrepeso e

obesidade, com o objetivo de conscientização da população adscrita sobre a

responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação

adequada e saudável e combate ao tabagismo, bem como a conscientização sobre

as consequências do sobrepeso e da obesidade e suas relações com o diabetes

mellitus tipo 2.

Para fundamentar o projeto foi realizada revisão bibliográfica na Biblioteca Virtual em

Saúde (BVS) nas bases de dados da Literatura Latino- Americana e do Caribe em

Ciências da Saúde (LILACS) e da Scientific Electronic Library Online (SciELO) com

os descritores constantes do Descritores em Ciências da Saúde (DeCs): Obesidade,

Sobrepeso, Atenção Primária à Saúde e Diabetes mellitus tipo 2.

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5 REVISÃO DE LITERATURA

5.1 Diabetes mellitus tipo 2

Nos últimos 50 anos, observou-se um aumento universal na expectativa de vida do

ser humano atribuído principalmente ao controle epidemiológico das doenças

infecciosas, melhores condições de higiene e alimentação. Como consequência a

esse conjunto de fatos as doenças crônicas não infecciosas, como o diabetes e as

doenças cardiovasculares tiveram um aumento de prevalência (BANDEIRA; GRAF;

FARIAS, 2008).

Atualmente, existem cerca de 120 milhões de diabéticos no planeta, e estima-se que

no ano 2025 teremos aproximadamente 300 milhões, impactando seriamente as

condições de saúde. Diversos estudos epidemiológicos mostram ainda que, a

doença ocorre principalmente em adultos, em geral após os 40 anos de idade

Porém, todas as faixas etárias estão desenvolvendo diabetes, nas últimas décadas o

aumento de sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos tem se

tornado um sério problema de saúde pública mundial (VILAR; GADELHA; UNE,

2006).

O diabetes mellitus é um grupo de doenças metabólicas, com etiologias diversas,

caracterizado por hiperglicemia que resulta de uma deficiente secreção de insulina

pelas células B, resistência periférica à insulina ou ambas (VILAR; GADELHA; UNE,

2006).

A resistência insulínica e/ou alterações no metabolismo glicídico é considerada fator

determinante na definição de síndrome metabólica pela Organização Mundial de

Saúde (OMS) associada a três ou mais dos seguintes critérios: pressão arterial

elevada >130/85mmHg ou uso de anti-hipertensivo, dislipidemia (triglicérides > ou

igual 150 mg/dl e/ou HDL-colesterol < 50 mg/dl em homens e <40 mg/dl em

mulheres), obesidade central ( circunferência abdominal > 102cm em homens e >

88 cm em mulheres), glicemia de jejum acima ou igual a 100 mg/dl ou presença de

diabetes (SALAROLI; BARBOSA; MILL, 2007)

Num estado de resistência à insulina, os adipócitos que armazenam os ácidos

graxos livres sob a forma de triglicerídeos pela ação da enzima lipase lipoprotéica

perde a capacidade de lipogênese e aumenta a atividade lipolítica. A gordura

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visceral é, caracteristicamente, composta de adipócitos grandes, pouco

proliferativos, mais resistentes à insulina e mais susceptíveis a lipólise. Com isso,

proporciona um aumento do fluxo de ácidos graxos livres em direção ao fígado pela

circulação esplênica, o que tem um importante impacto sobre as principais

características da síndrome metabólica. Além disso, o hiperfluxo de ácidos graxos

livres culmina com aumento do depósito em tecidos, como músculo e,

eventualmente, pâncreas. A gordura periférica tem características inversas, sendo

composta de adipócitos pequenos, mas proliferativos, com maior capacidade de

armazenamento de ácidos graxos livres, mais sensíveis à insulina e menos

lipolíticos. Por fim, em clientes com aumento de gordura periférica, a liberação de

ácidos graxos livres ocorrem predominantemente na circulação periférica, sendo o

fígado poupado de seus efeitos diretos (CORRÊA et al., 2003).

O desenvolvimento da resistência à insulina pode ser decorrente do excesso de

ácidos graxos livres. No músculo, os ácidos graxos livres interferem na cascata de

ativação do receptor da insulina através da inativação de algumas proteinoquinases.

No fígado, quanto maior a gordura, maior a resistência à insulina e menor a inibição

da produção de glicose pela insulina. O resultado é a maior produção de glicose

hepática. Os ácidos graxos livres também são os principais responsáveis pela

dislipidemia da síndrome metabólica, caracterizada pela hipertrigliceridemia,

colesterol HDL baixo e partículas de LDL pequenas e densas (VILAR; GADELHA;

UNE, 2006).

5.2 Sobrepeso e obesidade

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o aumento da incidência das

doenças crônicas não transmissíveis pode ser fortemente atribuído ao sedentarismo,

juntamente com a adoção de dietas desequilibradas, as quais se popularizaram em

todo o mundo, incluindo o Brasil, a partir da segunda metade do século XX. Este

cenário não é exclusivo dos países desenvolvidos, já que o perfil de

morbimortalidade do Brasil é indicativo de que os hábitos alimentares e estilo de vida

da população vêm colaborando fortemente para as mudanças no perfil

epidemiológico. Desta forma, a síndrome metabólica ganha importância por ser

considerada um transtorno complexo representado por um conjunto de fatores

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usualmente relacionado à deposição central de gordura e à resistência à insulina,

contribuindo, assim, com o aumento do risco de desenvolvimento das síndromes

coronarianas agudas e diabetes (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO,

2004).

No Brasil, tem sido detectada a progressão da transição nutricional, caracterizada

pela redução na prevalência dos déficits nutricionais e ocorrência mais expressiva

de sobrepeso e obesidade, não só na população adulta, mas também em crianças e

adolescentes Os maus hábitos alimentares estão associados a diversos prejuízos à

saúde, entre eles, a obesidade, cujos índices têm crescido nas últimas décadas,

como resultado de aumento no consumo de alimentos com alta densidade calórica e

redução na atividade física, ocorrendo assim, um problema de saúde pública

(TRICHES; GIUGLIANI, 2005).

A obesidade acarreta prejuízos à saúde dos indivíduos, como exemplo, dificuldades

respiratórias, problemas dermatológicos e distúrbios do aparelho locomotor, além de

favorecer o surgimento de enfermidades potencialmente letais como dislipidemias,

doenças cardiovasculares, Diabetes Não-Insulino-Dependente (Diabetes Tipo 2) e

certos tipos de câncer. Contudo, o grau de excesso de gordura, sua distribuição

corpórea e as consequências para a saúde apresentam variação entre os obesos.

(MONTEIRO;CONDE, 1999). Estima-se que 80% dos usuários com diabetes mellitus

tipo 2 apresentam obesidade ou excesso de peso (TORRES, 2004).

Em estudos de populações, o Índice de Massa Corporal (definido pelo peso em kg

dividido pela altura em metros quadrados) torna-se medida útil para avaliar o

excesso de gordura corporal, sendo consensual admitir que, independentemente de

sexo e idade, adultos com IMC igual ou superior a 25 e a 30kg/m2 devem ser

classificados, respectivamente, como sobrepesos e obesos (WORLD HEALTH

ORGANIZATION, 1998).

5.3 Atenção primária à saúde

É importante a conscientização de que o quadro epidemiológico nutricional do Brasil

por tratar de uma conjunção de fatores, deve gerar estratégias de saúde pública

capazes de dar conta de um modelo de atenção voltado para os casos de obesidade

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na perspectiva de prevenção da produção social de doença; tal modelo deve integrar

as consequências e interfaces das políticas econômicas ao processo de adoecer e

morrer das populações. A emergência da obesidade e sua inserção nas doenças

crônicas não transmissíveis tornam clara a necessidade de um modelo de atenção à

saúde, capaz de contemplar e integrar ações eficazes para seu controle e prevenção

(LESSA, 1998).

Entendemos ser função da unidade de saúde a conscientização da população de

referência sobre as consequências do sobrepeso e da obesidade e sua relação com

o diabetes mellitus tipo 2 e a síndrome metabólica, atuando de forma preventiva e

diagnóstica em relação ao diabetes mellitus tipo 2.

Diante do exposto, o plano de intervenção bem conduzido poderá trazer benefícios

para a qualidade de vida da população adscrita à unidade de atenção básica de

Murici do município de Taquarana, Alagoas.

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6 PLANO DE AÇÃO

A proposta de intervenção permite analisar os problemas mais importantes de cada

nó crítico. A partir do conhecimento de cada “nó crítico” e de sua caracterização, fica

mais fácil adotar medidas que contribuam para a resolução desses problemas. A

realização dessas medidas poderá proporcionar a conscientização da população

adscrita sobre a responsabilidade individual da prática de atividade física regular,

alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo, bem como a

conscientização sobre as consequências do sobrepeso e obesidade e sua relação

com o diabetes mellitus tipo 2 e a síndrome metabólica.

Abaixo temos os quadros referentes as estratégias quanto aos nós críticos.

Quadro 2 – Desenho da operação sobre a dificuldade para realizar reuniões na unidade

de saúde no PSF Murici, em Taquarana, Alagoas.

Nó crítico 1 Dificuldade para realizar reuniões na unidade de saúde

Operação/ Projeto “Nossa comunidade”

Resultados esperados

- Orientar à população quanto a importância das reuniões em cada sítio, para termos maior número de participantes e assim um impacto mais efetivo no conjunto;

- Fortalecer o vínculo entre os usuários e o serviço de saúde.

Produtos esperados

- Reunião com os atores envolvidos e usuários da comunidade;

Atores sociais/ responsabilidades

Médico, enfermeira, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.

Recursos necessários

- Cognitivo: capacitação da equipe para convidar os usuários para as reuniões. - Organizacional: adequar os espaços para as reuniões. - Financeiro: recursos para adequar à estrutura física (cadeiras, ventilador). - Político: mobilização dos principais líderes das comunidades para buscar maior contato com a população; mobilizar os donos das casas com melhor infraestrutura para as reuniões; demonstrar a importância do projeto aos participantes.

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Recursos críticos - Financeiro: recursos para realizar a estrutura física (cadeiras e ventilador).

- Político: mobilização dos principais líderes das comunidades para buscar maior contato com a população; Mobilizar os donos das casas com melhor infraestrutura para as reuniões.

Controle dos recursos críticos / Viabilidade

- Financeiro: Secretaria Municipal de saúde

- Político: Unidade Básica de Saúde

Ação estratégica de motivação

Apresentar o Projeto

Responsáveis Médico, enfermeira, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.

Cronograma / Prazo

2º mês do projeto

Gestão, acompanhamento e avaliação

O plano será gerido e acompanhado pelos profissionais da Unidade Básica de Saúde. As avaliações serão feitas mensalmente nas reuniões organizativas da unidade.

Quadro 3 – Desenho da Operação sobre pouca informação e participação em prevenção em

saúde no PSF Murici, em Taquarana, Alagoas.

Nó crítico 1 Pouca informação e participação em prevenção em saúde

Operação/ Projeto “Saúde com você”

Resultados esperados

-Conscientização da população de referência sobre a responsabilidade individual da prática de atividade física regular, alimentação adequada e saudável e combate ao tabagismo, bem como conscientização sobre as consequências do sobrepeso e da obesidade e sua relação com o diabetes mellitus e a síndrome metabólica;

- Atuar de forma preventiva para reduzir o sobrepeso e a obesidade;

- Realizar exames de rotina preventivos seguindo a preconização d Ministério da Saúde;

- Produção de materiais impressos.

Produtos esperados

- Reunião com os atores envolvidos e usuários da comunidade;

Atores sociais/ responsabilidades

Médico, enfermeira, técnico de enfermagem, agente comunitário de saúde e outros profissionais da saúde.

Recursos - Cognitivo: capacitação da equipe para realizar abordagem demonstrando a importância da prevenção; realização de materiais

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necessários impressos. - Organizacional: realizar as reuniões com temas de interesse dos participantes, fazendo exercícios físicos e, caso necessário, solicitação de exames complementares. - Político: articular com a secretaria de saúde a ida para as reuniões de profissionais não disponíveis na unidade, entre eles, terapeuta ocupacional e educador físico. - Financeiro: recursos para realizar os materiais impressos.

Recursos críticos - Político: articular com a secretaria de saúde a ida para as reuniões de profissionais não disponíveis na unidade, entre eles, terapeuta ocupacional e educador físico.

- Financeiro: recursos para realizar os materiais impressos.

Controle dos recursos críticos / Viabilidade

- Político: Secretaria Municipal de Saúde

- Financeiro: Secretaria Municipal de Saúde

Ação estratégica de motivação

Apresentar o Projeto

Responsáveis Médico, enfermeira, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.

Cronograma / Prazo

3º mês do projeto

Gestão, acompanhamento e avaliação

O plano será gerido e acompanhado pelos profissionais da Unidade Básica de Saúde. As avaliações serão feitas mensalmente nas reuniões organizativas da unidade.

Quadro 4 – Desenho da Operação sobre a atividade laboral dos clientes do PSF Murici, em

Taquarana, Alagoas.

Nó crítico 1 Atividade laboral dos clientes

Operação/ Projeto Trabalho ok

Resultados esperados

- Diminuição de complicações decorrentes de exercícios repetitivos das atividades laborais rurais;

- Conscientização sobre condições de trabalho e redução de danos;

- Demonstrar que problemas decorrentes do trabalho rural podem aumentar o número de usuários sedentários.

Produtos esperados

- Realização de palestras educativas sobre condições de trabalho e como reduzir riscos.

Atores sociais/ Médico, enfermeira, técnico de enfermagem, agente comunitário de

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responsabilidades saúde e outros profissionais da saúde.

Recursos necessários

- Cognitivo: Montar estratégia de comunicação voltada para o público para que realizem e sejam multiplicadores do conhecimento. - Organizacional: Realizar treinamento da equipe de saúde voltado a temática do projeto. - Financeiro: Solicitar à secretaria disponibilização de profissionais com conhecimento sobre o tema do projeto. - Político: Articulação com os líderes comunitários e os proprietários dos imóveis com melhor estrutura.

Recursos críticos

- Organizacional: Realizar treinamento da equipe de saúde voltado à temática do projeto.

- Financeiro: Solicitar à Secretaria Municipal de Saúde disponibilização de profissionais com conhecimento sobre o tema do projeto.

Controle dos recursos críticos / Viabilidade

-Organizacional: Secretaria Municipal de Saúde e Unidade Básica de Saúde

- Financeiro: Secretaria Municipal de Saúde

Ação estratégica de motivação

Apresentar o Projeto

Responsáveis: Médico, enfermeira, técnico de enfermagem e agente comunitário de saúde.

Cronograma / Prazo

Do 3º ao 5º mês do projeto

Gestão, acompanhamento e avaliação

O plano será gerido e acompanhado pelos profissionais da Unidade Básica de Saúde. As avaliações serão feitas mensalmente nas reuniões organizativas da unidade.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto da educação em saúde para pessoas com sobrepeso e obesidade, o

presente trabalho destaca a importância de abordar este tema nas reuniões com os

usuários, pois o excesso de peso acarreta diversos prejuízos à saúde dos

indivíduos, além de ser uma condição potencialmente evitável.

O presente projeto tem como objetivo a conscientização da comunidade para que

cada indivíduo se empodere de seus cuidados de saúde e atue como multiplicador

de conhecimentos sobre saúde. O complexo entrelaçar de interações na

comunidade deve ser visto com muita importância, cada indivíduo pode influenciar

muitos outros, criando assim uma comunidade mais permeável a uma cultura de

educação em saúde.

Abordar esta temática nas reuniões realizadas nos sítios irá aproximar os usuários

da unidade de saúde, bem como ampliar a quantidade de conhecimento e reflexão

sobre diversos temas relacionados a sua saúde e a saúde de seus familiares.

Neste sentido busca-se a sensibilização sobre as situações de riscos que podem

estar vinculados ao sobrepeso e a obesidade, como exemplo, o sedentarismo e a

alimentação irregular, mostrando que há maior incidência de diabetes mellitus tipo 2

nestes clientes.

É função da unidade de saúde a conscientização da população de referência sobre

fatores de riscos e realização de medidas de prevenção e diagnóstico dos agravos a

saúde de cada usuário. Realizando um Planejamento Estratégico Situacional e um

diagnóstico situacional para atuar de forma estruturada nas situações encontradas

em sua área de abrangência, bem como a inter-relação com outras unidades e

outros setores da saúde para formar parcerias e distribuir experiências.

Realizamos este projeto para avançar no processo de saúde em nossa comunidade,

temos o compromisso de ajudar a fomentar novos estilos de vida para diminuir a

taxa crescente de sobrepeso e obesidade, bem como os casos de diabetes mellitus

tipo 2.

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