Educação Infantil - escolasapereira.com.br · olhos arregalados e bocas abertas, ouviram, além das explicações sobre os meteoritos, histórias sobre a chegada do homem à lua,

Turma da Festa - TBTEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 1Os projetos de pesquisa vão acontecendo à medida em que o grupo se interessa por um assunto. Poderão surgir de diferentes maneiras. Nós professores, integrantes do grupo, podemos trazer nossas sugestões para a turma ou elas poderão ser trazidas pelas próprias crianças. E foi assim que tudo começou. No final do primeiro semestre percebemos que um assunto era recorrente em nossas rodas de conversa: os dinossauros. Aproveitamos o enorme interesse das crianças para conhecer o trabalho do paleontólogo e de outros profissionais envolvidos em suas expedições. O projeto ganhou um nome: "Em busca dos dinossauros" e uma caixa-arquivo, à qual as crianças tinham livre acesso e que ficava na nossa sala de aula. Nela ficavam os materiais que traziam de casa como enciclopédias, livros, pesquisas da internet, bichos de plástico e muitos outros. Com essas informações, que tanto mobilizaram as crianças, uma dúvida surgiu: será que os dinossauros existem hoje em dia ou não? Depois de trocarem idéias e opiniões sobre a questão, algumas crianças colocaram para o grupo suas conclusões:

"Um meteoro caiu na Terra e os dinossauros desapareceram há muitos anos atrás"

José"Um monstro maior que os dinossauros engoliu todos eles"

Antonio Lins"Os dinossauros desapareceram porque eles se perderam na floresta"

João Eduardo

Uma matéria que saiu no jornal "O Globo" confirmou nossa suspeita de que os enormes répteis desapareceram há milhões de anos atrás. A matéria era sobre a descoberta de um fóssil aqui no Brasil e pelas informações no texto as crianças conseguiram articular diversos comentários sobre os dinossauros. Então, fizemos um texto coletivo para organizar nossos estudos.

Rua Capistrano de Abreu, 29 – Botafogo / Rua Marques, 19 – Humaitá – 2538-3232www.sapereira.com.br / [email protected]

Turma

alice kodama flexoralice malin melo

antonio armond boechat netoantonio bento de oliveira barbalho

antonio teixeira estellita linsBruno barreto pina chiarini

carolina galvão maiaclara pereira da silva goldenstein

clarice xavier ferreira de safrancisco attademo liberal

gabriel carneiro landim de britojoão eduardo santos pollhuber

joão felipe attademo liberaljoão manoel ammar de carvalho

joaquim jose carvalho toledo ribeirojose hermeto kubrusly

luiza silveira de melo gamapedro andrade buarque de macedo

rafael vicente geraldi gomes filhosofia leite de oliveira castro

Professores e Auxiliares

alessandra rabello de almeidacarina monteiro samao

jean philippe trindade conilh de beyssacroberta porto da silva

Turma da Festa - TBTEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 2

"Os dinossauros carnívoros tinham mandíbulas grandes, com muitos dentes para comer os outros dinos. Os que eram herbívoros comiam folhas como o da reportagem, que existiu no Brasil. Achamos que ele era muito grande porque precisava ter um pescoço comprido para pegar as folhas das árvores. Os bichos que voavam nessa época eram chamados de répteis voadores."

Para ilustrar nossa pesquisa fomos ao Museu Nacional da Quinta da Boa Vista. As



crianças, que já conheciam os nomes e as características de diferentes dinossauros, ficaram fascinadas ao verem suas reproduções em tamanho natural. Também aproveitamos a idéia do Antonio Lins, de fazermos desenhos de observação no próprio museu, o que trouxe um momento de troca bastante significativo. Para dar continuidade aos nossos estudos programamos uma expedição paleontológica, inspirados numa viagem verídica, formada por uma equipe de 16 profissionais que partiram do Rio de Janeiro para o Ceará. Na data marcada, nossos expedicionários tiveram muito trabalho quando encontraram o salão da escola todo ambientado como um campo de pesquisas. Munidos de pincéis, lupas, fitas métricas e caderninhos de anotações, procuraram fósseis e


Turma da Festa - TBTEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 4mediram pegadas de dinos que encontraram em bacias com areia e argila. Na biblioteca, assistiram ao documentário "Em busca dos dinossauros" e, no final da sessão, seguiram diferentes tipos de pegadas que foram espalhadas pelo chão, levando-os ao pátio, onde encontraram diversos ovos de dinos, brinquedo que os encantou. No final da tarde, todos estavam exaustos mas felizes com o resultado de investigações tão significativas. Conforme nossas pesquisas avançavam, novos profissionais ganharam destaque. Para entender um pouco sobre os meteoros e meteoritos, que supostamente caíram na Terra provocando a extinção dos dinossauros, convidamos os "astronautas" da Turma da Fábrica para um bate-papo sobre o tema. Sabidos, trouxeram muitas informações para a turma. Todos, de olhos arregalados e bocas abertas, ouviram, além das explicações sobre os meteoritos, histórias sobre a chegada do homem à lua, diferentes tipos de transportes espaciais, planetas e muito mais. Isabela, mãe do Gabriel, que é ceramista, nos presenteou com sua vinda à escola para conversar sobre fósseis. Ela nos contou sobre o seu ofício, a composição, a procedência e a utilização do barro feita pelos homens na pré-história e ainda explicou o processo de fossilização. Depois dessa aula as crianças decalcaram dinossauros de plástico e suas pegadas em placas de argila. Durante a pesquisa paleontológica, a criançada se deparou com uma nova hipótese sobre a extinção dos dinossauros: a da explosão de um vulcão. A partir de nossas conversas sobre o assunto, enviamos algumas perguntas para o Eduardo, pai da Sofia, que é geólogo que, além de respondê-las, mandou-nos uma pesquisa detalhada da qual destacamos alguns pontos para explorar com as crianças. Conforme o projeto avançava, ganhava corpo e trazia novas desdobramentos para as diferentes áreas de conhecimento. Transitamos por um seleto universo de palavras estáveis como a escrita do próprio nome, os dos amigos e a escrita dos nomes das salas que percorremos. As crianças, pouco a pouco, vão se sentindo estimuladas a escrever através das inúmeras hipóteses que constróem a respeito da nossa língua. Escrevendo como lhes é possível, todas têm a oportunidade de explicitar seus saberes, abrindo


Turma da Festa - TBTEducação InfantilRelatório do Segundo Semestre de 2008 5espaço para a sua reelaboração. O que surge é uma escrita significativa, carregada de sentido que, aos poucos, acaba por se aproximar de uma escrita convencional. Na área de matemática, confeccionaram o jogo de trilha dos dinos, quando tiveram oportunidade de reconhecer os números, aprender a desenhá-los e a elaborar as pistas e regras. Também aproveitamos para organizar muitas brincadeiras relacionadas ao projeto, pois jogar em dupla ou em equipe despertou o interesse do grupo. Para ter um contato maior com a mata, como no “tempo dos dinossauros”, fomos ao Parque Lage e aproveitamos cada minuto do passeio. Felizes por estarem juntos e perto da natureza, as crianças fizeram comentários sobre as árvores, se penduraram em galhos, observaram formigas e a textura de uma jaca. Numa mistura de fascínio e medo, atravessaram uma caverna e, após o lanche, desenharam com gravetos no chão de terra. Voltando para o ônibus, paramos para ver um lagarto enorme que atravessou, calmamente, o nosso caminho. Procuramos ficar atentas às questões que as crianças traziam sobre os diferentes aspectos da natureza. Ouvir suas teorias nos permitiu um fluxo de relações e de devoluções. Na Festa Pedagógica, através dos trabalhos de Artes Visuais, vimos o quanto o grupo se envolveu com essa linguagem. Por meio da organização de linhas, formas, volume, espaço, cor e luz na pintura e no desenho, as crianças comunicaram, expressaram e atribuíram sentidos a sensações, sentimentos e pensamentos. Em nossa festa não faltou alegria nem envolvimento. Na animada apresentação, dançaram e cantaram ao som do "Rap do Raptil", que compuseram com o Jean, professor de música.A Turma da Festa é um grupo sensível, alegre e produtivo que, através das relações, dos vínculos que foram construídos, pôde argumentar, ter dúvidas, criar estratégias e crescer, beneficiando-se do contato contínuo e da parceria que pudemos fazer com os pais e com todos da escola.Terminamos o ano em clima de férias, colocando os pés para cima, saboreando um delicioso picolé, descansando na praia e cuidando do jardim, pois nossos pequenos ainda escolheram conhecer a profissão do sorveteiro e do jardineiro. Na festa de encerramento, uma animada marchinha de carnaval:

"Vem jardineira, vem meu amor, não fique triste este mundo é todo seu, tu és muito mais bonita que a camélia que morreu..."

Expressão Corporal ________________________________________________Entre abraços saudosos, gostosas gargalhadas e muitas novidades, retomamos nossa rodinha, relembrando nossas regras de convivência e acordando o corpo para as estripulias que estavam por vir. Depois de alongamentos e cambalhotas, finalizamos nosso encontro reproduzindo corporalmente o momento mais significativo das nossas férias. Fizemos pequenas competições para não deixar as Olimpíadas passarem em branco. Nossas modalidades foram salto em distância, arremesso de peso, corrida de obstáculos e ginástica rítmica. Nossos atletas tiveram um desempenho de campeões! Na terceira semana, era chegada a hora de nos aproximarmos do projeto da turma. Assistimos ao vídeo “Dinossauros”, da Disney, e observamos os diferentes tipos, a maneira particular de cada um se mover, o tamanho, a agilidade etc. Depois, fomos tentar reproduzir o movimento de cada espécie. Para nos auxiliar em nossa pesquisa nos questionamos: é grande? pequeno? leve? pesado? rápido? lento? Dessa maneira obtivemos um maior refinamento em nossas reproduções e pudemos experimentar diferentes qualidades de movimento. Assistimos, também,



ao trabalho de teatro de sombra feito pela Cia de Dança “Pilobulus”. As crianças acharam divertida a maneira como os corpos dos bailarinos se juntavam e ganhavam formas variadas atrás do pano branco. Agora era a nossa hora de tentar! Montamos um teatro de sombra e, um de cada vez, reproduziu seu Dino predileto. A platéia, afoita, tentava adivinhar o bicho em questão! Com linhas de lã coloridas, montamos uma imensa “teia de aranha” no Salão para que as crianças pudessem explorá-la. O trajeto tinha que ser feito com cuidado para não esbarrar nas linhas frágeis da teia. Atenção e noção do próprio corpo no espaço foram os grandes aprendizados nessa brincadeira! Quando alguma criança derrubava uma parte da teia, ao invés de riso de travessura, tínhamos uma carinha de frustração de quem sabia que a proposta era o oposto e era necessário levá-la a sério! Com a proximidade da Festa Pedagógica, iniciamos o ensaio da música “Raptil”. Rap criado pelo Jean e cantado pelos nossos paleontólogos. Brincamos de improvisar gestos e movimentos para cada parte da música. Alguns foram usados em nossa coreografia, outros não. Mas o importante foi vê-los tão envolvidos no processo de criação! Um breve respiro, pequenas estripulias e já começamos o ensaio para a Festa de Final de ano.

Música ________________________________________________Os paleontólogos e arqueólogos, com seu espírito científico e aventureiro, parecem ter influenciado os rumos do projeto dessa turma. Mas nem só de informações científicas viveu essa turma. Dando asas à imaginação, perguntamos qual seria o som produzido por um grande dinossauro? Com pescoços tão compridos, no caso dos brontossauros, seriam eles mudos como a girafa? O fato é que ocupamos o espaço dessas respostas com imagens produzidas em filmes e sons altamente processados, mixando a reprodução sonora de diversos animais como o crocodilo,



o urso e o elefante. Acessamos um site de troca de arquivos de sonoplastia e pudemos apreciar os assustadores, e às vezes engraçados, sons de dinos. Voltamos nossa pesquisa para a busca de canções que falassem dos dinossauros. A tarefa não foi fácil, mas encontramos uma do Paulinho Moska que tratava, com humor, a expressão do acordar com cara de dinossauro. “Os dinossauros sempre são desenhados / Com cara de mau / Os dinossauros sempre são imaginados / Com cara de mau / Hoje eu acordei com cara de dinossauro”. Mas, impressionado com os nomes e com a sapiência da turma, e atendendo à sugestão da Tetê de fazer um rap, aceitamos o desafio de juntar os nomes e as informações que enriqueciam nossa imaginação, numa música. “Juca foi ao cinema e um filme ele assistiu / Era de uns bichos enormes / Que o garoto nunca viu / ... / Era tanto nome estranho / Que o menino insistiu / Faz um rap tio / Faz um réptil”. Foi aí que o bicho pegou. Resolvemos gravar as vozes das crianças, numa experiência bem bacana e desafiadora. Escutar a própria voz, cantar respeitando a métrica, pronunciando todas as sílabas dos estranhos e compridos nomes dos dinossauros que conheciam, foi divertido e engraçado. Uns soltaram a voz outros não paravam de se espantar. Durante o processo, “Não é que encontraram / O elo perdido no Brasil”? E como a preguiça de três metros era gigante, demos uma trégua e uma relaxada com a música Sai Preguiça do CD Músicas do Brasil – Palavra Cantada. Vamos aguardar para ver o que esses gigantes estão preparando para a Festa de Encerramento. Tem um clima de festa de rua...


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