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ç ã a o c u P d a E r a a a m a P r a g z o r P

EDUCAÇÃO PARA A PAZ FINAL - Prefeitura Municipal de Macaé · ESTADO DO RIO DE JANEIRO ... 2.Estatuto da Criança e do Adolescente ... crença num Estado neutro, árbitro dos conflitos

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ESTADO DO RIO DE JANEIROPREFEITURA MUNICIPAL DE MACAÉPREFEITO RIVERTON MUSSI RAMOS

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE EDUCAÇÃOCARLOS AUGUSTO GARCIA ASSIS

CÂMARA TÉCNICA DE TRABALHO

(Instituída pela PORTARIA/SEMED Nº 11, de 29 de novembro de 2011.)

Coordenadora GeralSonia Terezinha Gonçalves

Câmara TécnicaAna Maria Dutra da Silva

Diozhelia Bittencourt CunhaFrederico Crespo Cherene

Julia Christina Abreu Pereira Myrna Maximiano Mendes Miranda

Selma Lima Pais

RevisãoSandra Matsumura

Colaboração

Vicência Paes PelicioniMarcelo da Silva Machado

Ficha catalográfica

Caderno de Orientações para uma Educação para a Paz / MacaéSecretaria Municipal de Educação, Coordenadoria de Projetos Especiais, 2012. 80p.

1.Direito à Educação – 2. Violências no Ambiente Escolar – 3.Procedimentos diante de Casos de Atos Infracionais e Atos de Indisciplina Escolar – 4. Dúvidas Frequentes –

5. Experiências Exitosas na Rede Pública Municipal de Macaé.

Estado do Rio de JaneiroPrefeitura Municipal de MacaéSecretaria Municipal de Educação

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APRESENTAÇÃO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I – DIREITO À EDUCAÇÃO 1.Constituição da República Federativa do Brasil de 19882.Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei nº. 8.069/903.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº. 9394/964.Regimento Escolar – Rede Municipal de Ensino de Macaé (Aprovado pelo Parecer CME Nº 01/2010)

CAPÍTULO II – VIOLÊNCIAS NO AMBIENTE ESCOLAR1.Violência da escola 2.Violência contra a escola3.Violência na escola4.Bullying CAPÍTULO III - PROCEDIMENTOS DIANTE DE CASOS DE ATOS INFRACIONAIS E ATOS DE INDISCIPLINA ESCOLAR

CAPÍTULO IV – DÚVIDAS FREQUENTES

CAPÍTULO V – EXPERIÊNCIAS EXITOSAS NA REDE PÚBLICA MUNICIPAL DE ENSINO DE MACAÉ

ANEXOS – ÓRGÃOS, PROGRAMAS E PROJETOS DE INTERESSE PÚBLICO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SUMÁRIO

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Quando se pensa nas questões relacionadas à violência é importante à assimilação do conhecimento conceitual como forma de nos capacitar para darmos respostas aos conflitos sem o uso da força. Existem diferentes concepções para análise deste fenômeno, tão comum no cotidiano das pessoas e, nos últimos tempos, comum também nas escolas.

Os diversos problemas estruturais que podemos identificar em nosso país, como a pobreza, o analfabetismo, a vulnerabilidade social e outros fatores facilitadores de risco para o aumento da violência, tornam ainda maior o desafio de desenvolver práticas pedagógicas que garantam o espaço escolar como um lugar de aprendizagem. As altas taxas de evasão e repetência são aspectos que corroboram a importância de se refletir sobre o sistema educacional moderno, o qual, muitas vezes, acaba por favorecer a exclusão, a baixa autoestima do aluno e o fracasso social. Vale lembrar, aqui, o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96, artigo 2º: “A educação [...] inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania [...]”.

Assim, torna-se um compromisso das instituições escolares a elaboração de projetos e ações em favor de uma formação mais ampla que prepare o aluno para o exercício da cidadania e promova a valorização dos direitos e deveres fundamentados em princípios éticos. No entanto, sabe-se que esse compromisso é, hoje, o maior desafio de educadores, gestores e demais envolvidos no processo educativo, no planejamento e desenvolvimento de políticas públicas que assegurem as condições necessárias para a construção de uma Educação alicerçada na escola.

É atribuição de toda instituição escolar garantir meios para que haja a aquisição dos conhecimentos, principalmente aqueles que se referem a áreas específicas como Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, entre outros. Sabe-se, no entanto, que em matéria de conhecimento o Brasil apresenta-se aquém do esperado. É o que mostra, por exemplo, o Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), avaliação internacional, cujo resultado de 2009 revelou o 57º lugar do país dentre os 65 países participantes.

A educação tem enfrentado muitos obstáculos para atingir o nível de qualidade ideal. O Brasil possui índices muito abaixo dos esperados. Dessa forma, o Governo Federal estabeleceu metas a serem cumpridas até o ano de 2021 para que o Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira (IDEB) atinja o grau seis (6,0) em todas as escolas do país. Para que essas metas sejam atingidas, ainda são necessárias muitas ações, mas a principal delas talvez seja a implementação de uma concepção de escola baseada na educação integral do alunado, fundamentada no respeito nos princípios da dignidade humana.

APRESENTAÇÃO

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Aristóteles em pleno século IV já definia a função social da educação e nos convidava a uma reflexão: “Os homens tornam-se bons e virtuosos devido a três fatores, e estes são a natureza, o hábito e a razão. Ora, a razão e a inteligência são os fins de nossa natureza. Por isso é necessário preparar-lhes a formação e o cultivo dos hábitos. Já se disse de que natureza devem ser os futuros cidadãos [...]: o resto é obra da educação. Realmente toda arte e educação esforçam-se por completar o que falta à natureza. Ninguém porá em dúvida que ao legislador incumbe, sobretudo, o cuidado da educação... (e) como o fim de todo Estado é único, torna-se evidente que deve haver uma só e mesma educação para todos, e que o cuidado e a vigilância desta devem ser públicos e não privados... É claro, então, que compete às leis regular a educação e torná-la pública”. (Aristóteles, século IV a.C.)

A partir das concepções citadas anteriormente, a Secretaria Municipal de Educação de Macaé elaborou o presente Caderno de Orientações com o objetivo de dirimir eventuais dúvidas dos Gestores Escolares e demais funcionários no que tange as questões relativas ao enfretamento da violência, bem como estabelecer uma política pública que fortaleça as ações das Unidades Escolares na institucionalização do PROGRAMA EDUCAÇÃO PARA A PAZ.

Para educar é preciso ensinar e para ensinar é preciso educar.

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INTRODUÇÃO

Conceituar violência não é tarefa das mais fáceis, uma vez que desde os primórdios existe a preocupação do ser humano em entender a essência do fenômeno, sua natureza, suas origens e os meios apropriados para atenuá-la, preveni-la e eliminá-la da convivência social (Minayo, 1994). Devido à polissemia do termo, seu entendimento deve ser menos fatalista e determinista.

Nesse sentido, propomos uma reflexão teórico-metodológica sobre o termo violência que busque o reconhecimento de sua complexidade e multicausalidade. Para tanto, serão apresentados diversos conceitos sobre o tema e, especificamente, sua repercussão no ambiente escolar.

De acordo com Minayo e Souza (1998), existem diversas teorias que procuram entender e explicar a violência, podendo ser reunidas em quatro grandes grupos.

1- A violência é um fenômeno a-histórico, de caráter universal.

Nessa abordagem, a sociedade é compreendida como eterno campo de luta entre indivíduos, grupos e nações. Tais teorias fundamentam-se na ideia de que a agressividade “é uma qualidade inata da natureza humana e, portanto, os conflitos da vida social, seja qual for à etapa do desenvolvimento histórico, são de caráter 'eterno e natural'” (Minayo e Souza, 1998).

Dentro dessa perspectiva, outras teorias substituem a ideia de processo social e histórico pelo conceito de agressão, oriundo da biologia humana. A agressividade é entendida como parte do instinto de sobrevivência dos animais em certas condições e situações, sendo, portanto, uma forma natural de reação. Igualmente para os autores dessas teorias a violência seria natural e inevitável, pois em certas circunstâncias o mecanismo instintivo da agressividade é disparado automaticamente nos animais, levando-os a atacar outros da mesma espécie (Lorenz, 1979).

Sob essa mesma ótica, a Biologia Social sugere que os genes reproduzidos de geração em geração nos seres humanos transmitem uma informação de sentido e conteúdo determinados, levando os indivíduos a reagirem em condições concretas do ambiente de forma a garantirem a sua sobrevivência. Em outros termos, o ser humano seria antissocial por natureza e “as questões de conflito e luta resultariam de sua tendência irrefreável e 'biológica' ao domínio dos outros” (Minayo e Souza, 1998).

Conforme os autores citados, existem ainda outras teorias que tendem a reduzir os fenômenos e processos sociais à conduta individual produzida por fatores psicológicos. Citam o sociólogo inglês Colin Wilson (1964-65), para o

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qual a miséria e a desigualdade foram responsáveis pela violência social no passado e que hoje, em virtude do baixo nível de consciência, de liberdade e responsabilidade, há um sentimento de insatisfação permanente, que se expressa em confrontação e alienação, em condutas pervertidas e violentas.

Também citam Morim (1970), para o qual o problema da violência moderna não é de índole social e sim psicológica e Mitscherlich (1971), psicólogo alemão que acredita que qualquer modificação nas relações sociais só será possível se houver mudanças na constituição psíquica do ser humano, tendo como ponto central a reconstrução de sentimentos e emoções.

2 – As raízes sociais explicam o fenômeno da violência. Nesta linha de pensamento, uma das correntes teóricas busca compreender o fenômeno como resultante dos efeitos destrutivos dos processos de mudança social, provocados, sobretudo, pela industrialização e urbanização (Minayo e Souza, 1998). Destacam que para seus teóricos, em especial Merton (1968) e Huntington (1968), os movimentos de industrialização provocam correntes migratórias para as periferias das grandes cidades, “passando essas populações a viver sob condições de extrema pobreza, desorganização social, expostas a novos comportamentos e sem condições econômicas de realizarem suas aspirações” (p.518). Sob tal atmosfera, a violência encontraria clima propício para seu incremento nas grandes metrópoles.

Contudo, destacam os autores, ao contrário do que aponta o senso comum, as grandes cidades não seriam o foco gerador da violência “e sim o lócus privilegiado da dissociação entre aspirações culturalmente criadas e 'possíveis sociais', daí se originando a delinquência e o crime” (Minayo e Souza, 1998:518).

É possível inferir que esses grupos de teorias possuem em comum o determinismo de suas abordagens, uma vez que para o primeiro grupo a violência se explica pelo fato do Homem ser violento por natureza; e no segundo o determinismo se repete com a presunção de uma sociedade homogênea e estável com normas, padrões e valores imutáveis.

3- As condutas violentas são estratégias de sobrevivência das camadas populares vitimadas pelas contradições do capitalismo.

Nesse sentido, a violência seria uma resposta das camadas populares ao modo de exploração capitalista. Conforme Minayo e Souza (1998), tal abordagem é até certo ponto romântica, pois pressupõe a reposição da justiça, obscurecendo “outros aspectos da violência social e cultural que têm raízes estruturais profundas e internalizadas nos sujeitos, e que atingem a todos nós, independentemente de classe, cor, raça, sexo ou idade” (p.519).

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4- A violência é fruto da falta de autoridade do Estado.

O quarto grupo de teorias explica a violência pela falta de autoridade do Estado, notadamente pelos seus aparatos jurídicos e policiais. Esse grupo de teorias, com inúmeros adeptos atualmente, crê em um Estado neutro, o que na prática não ocorre:

“Tal concepção tende a omitir o papel da violência como importante instrumento de domínio econômico e político das classes dominantes. Veicula a crença num Estado neutro, árbitro dos conflitos e mantenedor da ordem em benefício de todos, à margem da questão das classes, dos interesses econômicos e políticos, Estado meramente funcional” (Minayo e Souza, 1998:520).

Assim, diante da multiplicidade de causas e consequências para o fenômeno violência, seria insensato falar em soluções 'mágicas', especialmente em curto ou médio prazo. O que deve ser buscado gradualmente é a identificação dos fatores causais, o fortalecimento dos agentes implicados em todo o processo, a ampliação dos espaços e das possibilidades de reflexão e discussão, buscando a melhoria das condições educacionais.

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1. EDUCAÇÃO | MARCO LEGAL

A educação é um direito inviolável do cidadão brasileiro, garantido pela Constituição Federal de 1988 e, em especial, garantido à criança e ao adolescente pela Lei n° 8.069 de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. O dever do Estado com a educação e o direito de acesso ao ensino fundamental também estão configurados na Lei nº 9.9394/96, que Institui as Diretrizes e Bases da Educação Nacional.No que tange à Rede Municipal de Ensino de Macaé, o Regimento Escolar, aprovado pelo Parecer CME nº 01/2010, prevê os direitos, deveres, vedações e sanções aplicáveis aos alunos, conforme transcrições abaixo:

1.1 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 64, de 2010)

Art. 205 A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 206 O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

Art. 208 O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino no turno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e

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assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009)

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

1.2 – Lei nº 8.069 de 13 de Julho de 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente

Art. 53 A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-se lhes: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores; III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organização e participação em entidades estudantis; V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

Parágrafo único. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.

Art. 54 É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria; II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio; III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador; VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola.

Art. 55 Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Art. 56 Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:I - maus-tratos envolvendo seus alunos; II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos escolares;III - elevados níveis de repetência.

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Art. 57 O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo, metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental obrigatório.

Art. 58 No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59 Os municípios, com apoio dos estados e da União, estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.

Art. 245 Deixar o médico, professor ou responsável por estabelecimento de atenção à saúde e de ensino fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra criança ou adolescente:Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

1.3 – Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de:I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;II - universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;IV - atendimento gratuito em creches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade;V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;VIII - atendimento ao educando, no ensino fundamental público, por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde;IX - padrões mínimos de qualidade de ensino, definidos como a variedade e quantidade mínimas, por aluno, de insumos indispensáveis ao desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem.X – vaga na escola pública de educação infantil ou de ensino fundamental mais próxima de sua residência a toda criança a partir do dia em que completar 4 (quatro) anos de idade.(Incluído pela Lei nº 11.700, de HYPERLINK: "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11700.htm" 2008).

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Art. 5º O acesso ao ensino fundamental é direito público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério Público, acionar o Poder Público para exigi-lo. (...)

1.4 – Regimento Interno Escolar da Rede Municipal de Ensino de Macaé - (Aprovado pelo Parecer CME Nº 01/2010)

Art. 32 O Corpo Discente é constituído por todos os alunos regularmente matriculados na Rede Municipal de Ensino de Macaé. Parágrafo único. Todo o processo ensino-aprendizagem é desenvolvido em função do aluno.

Art. 33. São direitos do aluno: a) ser respeitado na sua dignidade como pessoa humana, independente de sua convicção religiosa, política ou filosófica, grupo social, etnia, sexo e nacionalidade; b) aqueles fixados na Constituição Federal, na Lei Orgânica do Município, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e no Estatuto da Criança e do Adolescente; c) receber, em igualdade de condições, a orientação necessária para realizar bem suas atividades, sendo valorizado em sua individualidade; d) usufruir todos os benefícios de caráter educacional, educativo e social que a Unidade Escolar proporciona aos alunos da turma, incluindo-se aí a correção e a avaliação de seus trabalhos, tarefas, testes e provas; e) ter garantidos estudos de aceleração de aprendizagem e progressão parcial, além de receber tratamento educacional especializado, quando necessário; f) receber atendimento em regime de exercícios domiciliares e/ou hospitalares com acompanhamento da Unidade Escolar, sempre que compatível com seu estado de saúde e mediante laudo médico, como forma de compensação da ausência às aulas, quando impossibilitado de frequentar por motivo de enfermidade ou gestação; g) ter reposição efetiva dos dias letivos e das aulas, de forma a garantir o cumprimento da legislação em vigor; h) solicitar, pelos pais ou responsáveis, quando menor, revisão do aproveitamento escolar dentro do prazo de 72 (setenta e duas) horas, a partir da divulgação do mesmo; i) ser eleito representante de turma e representá-la nas reuniões de Conselho de Classe.

Art. 34 São deveres do aluno: a) conhecer e cumprir as disposições deste Regimento Escolar no que lhe couber; b) respeitar a autoridade da Direção, dos Professores e demais funcionários da Unidade Escolar; c) ser pontual, assíduo, aplicado nos trabalhos escolares e participante das demais atividades; d) aplicar-se com diligência ao estudo, para melhor aproveitamento das oportunidades de ensino e de aprendizagem; e) apresentar-se para as aulas trajando uniforme com o máximo de asseio e dignidade, na própria pessoa e no traje; f) zelar pela limpeza e conservação do ambiente escolar, das instalações, dos equipamentos e dos materiais existentes na Unidade Escolar; g) abster-se de praticar ou induzir à prática de atos que atentem contra pessoas e/ou o

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patrimônio da Unidade Escolar; h) responsabilizar-se em caso de dano causado ao patrimônio da Unidade Escolar, se maior de idade, ou pelo seu responsável legal, quando menor; i) comparecer às comemorações cívicas e solenidades escolares, previstas no Calendário Escolar; j) imbuir-se de espírito de estudo, criatividade e pesquisa, concorrendo para a criação de um ambiente favorável à aprendizagem; k) conservar o material escolar sempre em perfeita ordem e devidamente cuidado; l) comunicar aos pais ou responsáveis sobre reuniões, convocações e avisos gerais, sempre que lhe for solicitado; m) apresentar justificativa dos pais ou responsáveis, quando menor, para entrada e saída em horário diferente do estabelecido pela Unidade Escolar; n) responsabilizar-se pelo zelo e devolução dos livros didáticos recebidos e os pertencentes à Biblioteca Escolar ou à Sala de Leitura; o) responsabilizar-se pelo cumprimento de programas de estudos e/ou de progressão parcial.

Art. 35 É vedado ao aluno: a) tomar atitudes que venham prejudicar o processo pedagógico e o andamento das atividades escolares; b) ocupar-se, durante as aulas, com atividades não compatíveis com o processo ensino-aprendizagem; c) portar objetos ou substâncias que representem perigo para a sua saúde, segurança e integridade física ou de outrem; d) utilizar-se de aparelhos eletrônicos, na sala de aula, que não estejam vinculados ao processo ensino-aprendizagem; e) ausentar-se da Unidade Escolar durante as atividades escolares, sem prévia autorização da Direção; f) entrar e sair da sala durante a aula, sem a prévia autorização do respectivo Professor; g) promover, na Unidade Escolar, qualquer tipo de campanha ou atividade, sem prévia autorização da Direção; h) discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou verbalmente colegas, professores e demais funcionários da Unidade Escolar;I) promover excursões, jogos, coletas, rifas, lista de pedidos, vendas ou campanhas de qualquer natureza, no ambiente escolar, sem a prévia autorização da Direção.

Art. 36 O aluno, pela inobservância nas normas contidas neste Regimento Escolar, e conforme a gravidade e/ou a reincidência das faltas está sujeito às seguintes sanções:a) orientação disciplinar com ações pedagógicas dos Professores, Equipe Pedagógica e Direção; b) registro dos fatos ocorridos envolvendo o aluno em livro próprio; c) comunicado por escrito aos pais e/ou responsáveis para ciência, assinatura e devolução à Unidade Escolar para arquivo; d) convocação dos pais ou responsáveis, quando menor, com registro e assinatura, e/ou termo de compromisso; e) encaminhamento ao Conselho Tutelar, quando menor, para a tomada de providências cabíveis, quando esgotadas as possibilidades no âmbito da Unidade Escolar e na hipótese de a escola não conseguir despertar no aluno o espírito da necessária cooperação para a boa disciplina escolar;

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f) transferência por comprovada inadaptação ao regime da Unidade Escolar, quando o ato for aconselhável para a melhoria do desenvolvimento do aluno, da garantia da sua segurança ou de outros.

Parágrafo único. Todas as ações disciplinares previstas neste Regimento Escolar são devidamente registradas em Ata e apresentadas aos responsáveis e demais órgãos competentes para ciência das ações tomadas.

Art. 37 Os Professores, a Equipe Pedagógica, os alunos e demais funcionários, como integrantes da comunidade escolar, são responsáveis pela preservação da disciplina necessária ao êxito das atividades desenvolvidas pela Unidade Escolar.

Art. 38 São deveres comuns às equipes docente, pedagógica, discente e demais funcionários: a) fidelidade aos fins e objetivos da Educação; b) observância das normas legais e regimentais; c) respeito e obediência às ordens emanadas da Direção; d) assiduidade; e) pontualidade; f) urbanidade; g) zelo pela conservação do patrimônio da Unidade Escolar; h) sigilo de informações pessoais de alunos, professores, funcionários e famílias.

Art. 39 Toda a comunidade escolar é responsável pela disciplina e ordem da Unidade Escolar, de forma a buscar um ambiente propício ao desenvolvimento harmônico do processo educativo.

Art. 40 O ato de matrícula de aluno e o de investidura de Professor e de autoridade escolar implicam o compromisso de respeitar e acatar este Regimento Escolar e as decisões das pessoas que, pelas regras deste mesmo Regimento, exercem funções na Rede Municipal de Ensino.

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2. VIOLÊNCIAS NO AMBIENTE ESCOLAR

Outra tarefa árdua é tratar da violência no espaço escolar. Esse fenômeno não é novo, mas tem assumido contornos e proporções tais que a escola hoje já não sabe quais medidas tomar para sanar o problema. A solução deve passar, necessariamente, pelo respeito e valorização das relações pessoais, afinal, a escola é um cenário privilegiado de convivência e de aquisição e elaboração de conhecimentos, espaço onde milhares de jovens em fase de crescimento e desenvolvimento passam grande parte de suas vidas.

Para estimular esta reflexão, tomaremos emprestado o título de um dos capítulos da obra “Impactos da violência: um diálogo com professores”, da Editora Fiocruz, de 2010: “Violência na Escola, da escola e contra a escola”, de Marilena Ristum.

2.1 – Violência da Escola

Vários estudos referem-se à violência promovida pela instituição escolar tendo como referência a violência simbólica. O conceito de violência simbólica descreve o processo pelo qual a classe que domina economicamente a sociedade impõe sua cultura aos dominados para se manter no poder.

Essa teoria foi desenvolvida a partir da obra “A Reprodução: elementos para uma teoria do sistema de ensino”, de Pierre Bourdieu e Jean-Claude Passeron, de 1975. Os autores partem do princípio que o sistema simbólico de uma determinada cultura é socialmente construído e sua manutenção é fundamental para a perpetuação de uma determinada sociedade, através da interiorização da cultura por todos os membros da mesma.

A violência simbólica se expressa na imposição legítima e dissimulada, levando a interiorização da cultura dominante e pode ser exercida por diferentes instituições da sociedade, mas o centro da discussão dos autores nesta obra está na escola, na medida em que os conteúdos e valores veiculados, explícitos ou latentes, estão distanciados da vida dos alunos, impondo-lhes uma cultura (simbólica) da classe dominante.

Como essa forma de violência se manifesta na escola:“Vocês precisam saber se movimentar dentro da escola. Não é assim, correndo livremente. Precisam andar em cima da linha comportadamente, um atrás do outro, com cabeça baixa. É assim que se anda dentro de uma escola. Até o final do ano, vocês aprendem!” (Ristum, 2010:76. Os grifos são nossos).

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2.2 – Violência contra a Escola

Ristum (2010) destaca duas formas de violência praticadas contra a instituição escolar: a deterioração das condições de trabalho do professor e a agressão de grupos ou pessoas externas ao ambiente escolar. Conforme a autora, as políticas públicas desenvolvidas ao longo dos anos no Brasil acabaram sucateando as escolas ao mesmo tempo em que promoveram uma crescente desvalorização social do professor.

Recentemente, a revista Nova Escola, da Fundação Victor Civita, apresentou os resultados de uma pesquisa realizada com 1.501 alunos do 3o ano do ensino médio, segundo a qual apenas 11% dos entrevistados tinham como primeira opção no vestibular as graduações diretamente relacionadas às carreiras do magistério. Um terço dos entrevistados chegou a cogitar o ingresso em graduações ligadas à área da educação, mas mudou de ideia devido à baixa remuneração, à desvalorização social da profissão e ao desrespeito dos alunos (Machado, 2010).

Devido a este quadro, já faltam professores no Brasil. A revista cita uma pesquisa de 2008 do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), segundo a qual há um déficit de 710 mil docentes no segundo segmento do ensino fundamental e em todo o ensino médio. Concordamos com Ristum (2010) ao afirmar que tal cenário favorece a escalada da violência em relação ao que adentra os muros escolares e até mesmo ao que se processa em seu interior.

Em relação à ação de pessoas ou grupos externos à escola, a autora destaca as depredações, roubos e arrombamentos realizados por pessoas alheias ao ambiente escolar. A esta lista, podemos acrescentar o uso e o tráfico de drogas, a corrupção de menores, o porte de armas, dentre outros. Todas essas práticas delituosas são crimes, capitulados no Código Penal brasileiro (CP) e/ou legislações específicas.

A seguir faremos a exposição dos principais crimes cometidos contra escola:

Dano: Capitulado no artigo 163 do Código Penal, inclui os atos de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.

Pichação: Capitulado no artigo 65 da Lei nº. 9.605/98, inclui os atos de pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano.

Uso de entorpecentes: De acordo com o Parágrafo único, art. 1º da Lei nº. 11.343/2006, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Tráfico de entorpecentes: De acordo com o artigo 33 da Lei nº. 11.343/2006, importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

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Ameaça: Conforme o artigo 147 do Código Penal, constitui crime ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave.

Porte de armas: De acordo com o artigo 14 da Lei nº. 10.826/2003 é crime portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Lesões corporaisLesão corporal: Conforme o artigo 129 do Código Penal, corresponde ao ato de

ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem.Lesão corporal de natureza grave: De acordo com o §1º do artigo 129, se resultar: I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias; II - perigo de vida; III - debilidade permanente de membro, sentido ou função; IV - aceleração de parto.Lesão corporal de natureza grave: De acordo com o §2º do artigo 129, se resultar: I - incapacidade permanente para o trabalho; II - enfermidade incurável; III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente; V – aborto.

Lesão corporal seguida de morte: Conforme o §3º do artigo 129, se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:

Furto: Constante no artigo 155 do Código Penal, dispõe sobre a conduta de subtrair,

para si ou para outrem, coisa alheia móvel.

Roubo: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência (Artigo 157 do Código Penal):

2.3 – Violência na Escola

A partir dos anos 90 do século passado, ocorreu um aumento gradativo da violência sob a forma de agressões de alunos contra professores e funcionários, agressões entre alunos, saques e depredações realizados pelos próprios alunos (Ristum, 2010), sem que a violência externa à escola e contra a escola fosse solucionada. É possível afirmar que violência na escola já tenha superado, em ocorrência e gravidade, essas outras.

Violência entre alunos, violência de aluno contra professor, da escola e do professor contra o aluno, entre os profissionais da educação, do sistema de ensino contra a escola e o professor, do funcionário contra o aluno, do aluno contra o patrimônio da escola (depredação) são alguns dos tipos que podem ocorrer na escola (Ristum, 2010).

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Não há fórmulas mágicas ou receituário para atenuar ou eliminar os episódios de violência que ocorrem no interior das escolas, motivo pelo qual propomos algumas reflexões. Em nossas escolas, grande parte de nossos alunos são crianças e adolescentes, razão pela qual os crimes e penalidades relacionados anteriormente não se aplicam da mesma forma que para os cidadãos adultos.

Receber sanções de forma específica (de acordo com o ECA) não significa que crianças e adolescentes se tornem impunes em relação aos crimes e contravenções cometidos por eles. Significa que estes receberão tratamento diferenciado dos adultos, com medidas específicas para este segmento da população. Medidas estas de caráter educativo em sua maioria.

O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu Título III (Da Prática de Ato Infracional) esclarece que crimes e contravenções penais cometidos por crianças e adolescentes se constituem em Atos Infracionais e devem ser tratados de forma diferenciada, cabendo medidas de proteção e medidas socioeducativas.

No que tange a violência no ambiente escolar é necessário identificar se o fato trata-se de Ato Infracional ou de Ato de Indisciplina, pois os primeiros deverão ser apurados pelos órgãos responsáveis pela proteção dos direitos das crianças e adolescentes (Conselho Tutelar, Ministério Público da Infância e Adolescência e Juizado da Infância e da Adolescência) e os demais poderão ser apurados pela Equipe Gestora da Unidade Escolar. Cabe lembrar que os atos de indisciplina e suas possíveis sanções devem constar no Regimento Escolar.

Caso haja a necessidade da aplicação de punição, o primeiro passo é saber diferenciar o que venha a ser Ato Infracional e Ato de Indisciplina.

De acordo com o artigo 103 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): “Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal” (os grifos são nossos). Em outros termos, toda infração prevista no Código Penal, na Lei de Contravenção Penal e Leis Penais esparsas, quando praticada por uma criança ou adolescente, corresponde a um ato infracional (MIGUEL FERREIRA, 2001). Contudo, as punições terão como parâmetro o ECA.

Ao contrário do que comumente se pensa, o Estatuto da Criança e do Adolescente não é uma lei permissiva que contempla somente os direitos das crianças e adolescentes. Neste documento estão garantidos os direitos, mas também os deveres que crianças e adolescentes e possuem e devem observar. O primeiro documento legal para a população menor de 18 anos, conhecido como Código de Menores, de 1927, possuía um caráter discriminatório, associando a pobreza à delinquência e não enxergava essa população como possuidora de direitos. O ECA, conforme os princípios da Constituição Federal de 1988 e da Convenção Internacional dos Direitos da Criança de 1989, foi elaborado no sentido contrário ao Código de Menores, concedendo a crianças e adolescentes o status de cidadão.

É na esteira desses deveres que nosso intuito é evidenciar qual o papel da escola diante destes fatos. De acordo com Miguel Ferreira, diante de um Ato Infracional, cabe à escola

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encaminhamento do caso ao Conselho Tutelar e ao Juizado da Infância e da Juventude:

“a) Se for praticado por criança, deve encaminhar os fatos ao Conselho Tutelar, independente de qualquer providência no âmbito policial (não há necessidade de lavratura de Boletim de ocorrência);

b) No caso de Ato Infracional praticado por adolescente, deve ser lavrado o boletim de ocorrência na Delegacia de Policia, que providenciará o encaminhamento ao Ministério Público e Juízo da Infância e da Juventude.” (2001:17)

Em ambos os casos, tendo cometido um Ato Infracional grave na escola, o aluno será responsabilizado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, sem prejuízo das sanções disciplinares a serem impostas pela Escola.

De acordo com o artigo 101 do ECA, no caso de Ato Infracional cometido por criança (até 12 anos de idade) serão aplicadas medidas de proteção, sem a ocorrência de privação de liberdade:I. Encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;II. Orientação, apoio e acompanhamento temporário;III. Matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental;IV. Inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, á criança e ao adolescente;V. Requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar e ambulatorial;VI. Inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;VII. Abrigo em entidade;VIII. Colocação em família substituta.

No caso de Ato Infracional cometido por adolescentes (13 aos 18 anos incompletos), o artigo 112 do Estatuto prevê punições que, inclusive, podem implicar na privação de liberdade:

I. advertência; II. obrigação de reparar o dano; III. prestação de serviço à comunidade;IV. liberdade assistida; V. inserção em regime de semiliberdade; VI. internação em estabelecimento educacional; VII. qualquer uma das previstas no artigo 101, I a VI.

E quando se trata de Atos de Indisciplina? O que fazer? De uma forma geral, Miguel Ferreira informa que podemos conceituá-los como o descumprimento das normas fixadas pela escola e demais legislações aplicadas, traduzidos por desrespeito ao colega, professor ou pela própria instituição escolar. Os Atos de Indisciplina devem constar do regimento Escolar, bem como as sanções que serão impostas aos alunos (as) diante de seus descumprimento. Deve ser garantido ao aluno (a) ampla defesa e os casos de Indisciplina deverão ser avaliados por órgão com capacidade para o mesmo (por exemplo

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o Conselho Escolar) (2001).

O ideal é que a escola tenha sempre disponíveis canais de diálogo entre toda a comunidade escolar. Nesse sentido, discutir com os estudantes o REGIMENTO ESCOLAR é uma etapa necessária para que todos tenham ciência das regras e normas que devem ser seguidas e possíveis sanções que os mesmos possam sofrer no seu descumprimento.

Estudos como o de Lucas (1997) demonstraram que medidas repressivas e policialescas não são eficazes para diminuir o índice de violência nas escolas. Ristum (2010) destaca que é muito comum ouvirmos dos professores, diretores, coordenadores e funcionários a atribuição de culpa pela violência e por vários outros problemas à família (falta de estrutura e de educação doméstica) e à conjuntura social, política, econômica e cultural, com ênfase na pobreza, no desemprego e no excesso de violência do local em que moram.

Entretanto, destaca a autora, a literatura nos mostra alguns trabalhos interessantes, como o de Sposito (1998) que aponta para a importância de abordar a violência escolar considerando que nem sempre os ambientes sociais violentos produzem práticas escolares violentas, uma vez que, mesmo reconhecendo a importância dos fatores macrossociais, não se pode negar que a dinâmica da instituição também seja responsável pela produção da violência escolar. Nesse sentido Marilena Ristum nos aponta alguns caminhos: 1- a escola deve ser uma escola “do” bairro ou uma escola “no” bairro?; 2- é necessário protegê-las das agressões exteriores ou é na parceria com a comunidade que está à solução?; 3- as causas da violência são puramente externas ou a escola tem sua parcelas de responsabilidade? (2010).

Por fim, é importante destacar que o mais importante para combater a violência na escola é estimular um ambiente de paz, por meio da busca constante pela harmonia, mas com tolerância e respeito às diferenças.

2.3.1- Bullying

Este subtema surgiu da necessidade de esclarecer aos Gestores e demais funcionários das Unidades Escolares o que venha a ser o fenômeno do Bullying, já que muitos deles têm recorrido aos diversos setores da SEMED informando ocorrências em suas escolas e buscando soluções para o problema. Foi instituído também no âmbito da Secretaria o Programa Macaé contra o Bullying que possui como objetivo geral o combate a essa forma de violência nas escolas da rede pública municipal.

Muitos de nós, durante nossa trajetória profissional ou até mesmo quando ainda frequentávamos os bancos escolares, já presenciamos situações onde alunos ou grupos de alunos intimidavam, xingavam, provocavam, atormentavam, zoavam, ridicularizavam ou ofendiam outros alunos. Quem de nós já não foi testemunha de casos de discriminação, gozação, humilhação, exclusão de alunos contra alunos?

De fato o bullying sempre esteve presente nas escolas brasileiras e em todo o mundo, em seus mais variados espaços, como as salas de aulas, os pátios e quadras esportivas. Dan Olweus, professor de psicologia na Universidade de Bergen, Noruega, foi o pioneiro nos

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estudos sobre o tema, quando em 1970 iniciou um projeto em grande escala que mais tarde foi publicado em um livro intitulado “Aggression in the schools: Bullies and whipping boys”.

De acordo com Ristum (2009), vários estudiosos afirmam que o fenômeno ocorre em todas as escolas de todo o mundo, em todos os níveis de ensino. Pesquisas realizadas em diversas partes do planeta indicam que entre 10% a 76,8% dos alunos já se envolveram em casos de bullying, seja como vítimas ou agressores. A pesquisa mais extensa sobre bullying foi realizada na Grã Bretanha e registrou que 37% dos alunos do ensino fundamental e 10% do ensino médio admitem ter sofrido bullying, pelo menos uma vez por semana (Lopes Neto et. al.). Estudos realizados em diversos países identificaram que entre 8 a 49% dos alunos se envolvem em atos tipificados como bullying.

No Brasil, a Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA) investigou o bullying entre escolares do município do Rio de Janeiro. O levantamento realizado em 2002 envolveu 5875 estudantes de 5ª a 8ª séries (6º ao 9º ano) e revelou que 40,5% desses alunos admitiram ter estado diretamente envolvidos em atos de bullying, naquele ano, sendo 16,9% alvos, 10,9% alvos/autores e 12,7% autores de bullying.

O bullying, uma forma peculiar de violência, difere daquela violência facilmente identificável em escolas, como pichações e depredações do prédio, atos de vandalismo ou agressões físicas. É algo mais sutil, e por isso mesmo pode-se afirmar que se trata de um fenômeno tolerado pela comunidade escolar e, até certo ponto, visto como “normal” no relacionamento entre crianças e adolescentes.

O termo bullying tem como raiz o termo, do inglês, bull (touro ou ainda, “valentão”). Como verbo, significa ameaçar, amedrontar, tiranizar, oprimir, intimidar, maltratar. Assim, o bullying pode ser definido como o ato de “bancar o valentão” contra alguém. Para os portugueses, “maus tratos entre pares”. Dentre as diversas conceituações existentes, adotamos o conceito da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência (ABRAPIA, 2000:5), segundo o qual:

“O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.”

A adoção universal do termo bullying foi decorrente da dificuldade em traduzi-lo para diversas línguas e durante a realização da Conferência Internacional Online School Bullying and Violence, de maio a junho de 2005, ficou caracterizado que o amplo conceito dado à palavra bullying dificulta a identificação de um termo nativo correspondente em países como Alemanha, França, Espanha, Portugal e Brasil, entre outros (Lopes Neto, 2005:165). No Brasil, na falta de um vocábulo único que sintetizasse o significado geral da expressão, passou-se a usar o próprio termo em inglês para defini-lo.

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O quadro abaixo, elaborado por Neto e colaboradores (2004), relaciona algumas ações que podem estar presentes nos casos de bullying:

Entretanto, existem algumas características que diferenciam os casos de bullying das demais formas de violência: (1) comportamento agressivo e intencionalmente nocivo; (2) comportamento repetitivo (perseguição repetida) e: (3) comportamento que se estabelece em uma relação interpessoal assimétrica, caracterizada por uma dominação (Ristum, 2009). De acordo com a autora, alguns pesquisadores sugerem outras características, tal como Cerezo (1997), que acrescenta que a vítima se sente impotente frente ao agressor e Field (1999), para o qual a vítima é incapaz de se perceber como tal. Outra característica importante nos casos de bullying são os atores envolvidos: de acordo com Lopes Neto e colaboradores (2004), nos casos de bullying estão sempre envolvidos os alvos de bullying (alunos que são sempre vítimas), os alvos/autores (alunos que hora sofrem, hora praticam bullying), os autores (alunos que só praticam o bullying) e as testemunhas (alunos que não sofrem nem praticam, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre).

De forma geral podemos qualificar os atores envolvidos em situações de bullying da seguinte forma.

Os autores são, comumente, indivíduos que possuem pouca capacidade de empatia. Frequentemente pertencem a famílias desestruturadas, nas quais há pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma supervisão pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o bullying têm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos antissociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinquentes ou criminosas.

Os alvos são pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as consequências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. São, geralmente, pouco sociáveis. Um forte sentimento de insegurança os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança

Colocar apelidos Excluir Dominar

Ofender Isolar Agredir

Zoar Ignorar Bater

Gozar Intimidar Chutar

Encarnar Perseguir Empurrar

Sacanear Assediar Ferir

Humilhar Aterrorizar Roubar

Fazer sofrer Amedrontar Quebrar pertences

Discriminar Tiranizar Fofocar

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quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa autoestima é agravada por intervenções críticas ou pela indiferença dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns creem ser merecedores do que lhes é imposto. Têm poucos amigos, são passivos, quietos e não reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenças. Trocam de colégio com frequência, ou abandonam os estudos. Há jovens com depressão profunda que acabam tentando ou cometendo o suicídio.

As testemunhas, representadas pela grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam em razão do temor de se tornarem as "próximas vítimas". Apesar de não sofrerem as agressões diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que veem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violação de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidário e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadêmica e socialmente.

Entretanto, como destaca Tognetta (2005), tanto causadores e vítimas de bullying precisam de ajuda. As vítimas por sofrerem de uma deterioração da sua autoestima e do conceito que tem de si. Os agressores também precisam de auxílio, visto que sofrem grave deterioração de sua escala de valores e, portanto, de seu desenvolvimento afetivo e moral.

De acordo com os autores existem três formas de bullying: o direto, no caso das agressões físicas e verbais; o indireto, manifestado nas “fofocas”, propagação de rumores (em especial de caráter sexista e racista); e na organização social, que impede a integração do aluno em um grupo de pares (Ristum, 2009). Todas as três formas acarretam consequências psicológicas, resultantes das constantes agressões citadas acima, ocasionando constrangimento para a vítima, intimidação, ridicularização e medo. Com o desenvolvimento de outras formas de comunicação social, como internet, mensagens SMS (torpedos), dentre outras, atualmente tem se notado o uso destes meios para se praticar o bullying virtual, ou o cyberbullying.

Diversos estudos, citados por Freire (2001), informam que alunos do gênero masculino estão mais envolvidos em situações de bullying, em especial como agressores e, embora as diferenças não sejam tão evidentes quando se trata das vítimas, são também os alunos que são as vítimas mais frequentes do chamado bullying direto. Em geral, as alunas–vítimas são maltratadas indiscriminadamente por colegas de ambos os gêneros, enquanto que é mais raro os alunos serem maltratados por alunas. Também é referido que os alunos-vítimas são em geral maltratados por colegas mais velhos (Freire, et. al., 2006).

O fenômeno pode ocorrer em diversos locais da escola, contudo os estudos apontam o pátio do recreio como o local em que mais ocorrem os casos de bullying, seguido pelos corredores e salas de aulas (Ristum, 2009).

Entretanto, a autora destaca que “estudos realizados na Espanha (Ortega, 1994) e no Brasil (Abrapia, 2000; Fante, 2005) apresentam a sala de aula como os locais preferenciais para o bullying...”. Dados iniciais da pesquisa da ABRAPIA, citados por Lopes Neto (2005) indicaram que 60,2% dos alunos afirmaram que o bullying ocorre mais

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frequentemente dentro das salas de aula, o que pode significar que este tema tem sido negligenciado pelos educadores brasileiros.

As razões para os comportamentos agressivos são os mais diversos possíveis e se relacionam com as vivências que as crianças e adolescentes experimentam no dia-a-dia escolar e nas relações com a família e comunidade em geral. E os “pretextos” para justificar tais atos também podem ser tão diversos que vão desde alguns defeitos físicos, que são pequenos (ou grandes) estigmas que o aluno-vítima carrega durante toda a sua história escolar, ao mau e, também, ao bom desempenho acadêmico, à origem social, étnica ou demográfica diferente da maioria, até ao fato de pertencer ao gênero feminino ou ao gênero masculino e ser visto pelos colegas como tendo um aspecto efeminado (Freire et. al., 2006).

As consequências do bullying para as vítimas e até mesmo autores são inúmeras: queda no desempenho escolar, dificuldades de aprendizagem, desinteresse por conteúdos escolares e pela própria escola, evasão escolar, por não suportar a intimidação, gozação ou o desdém dos colegas, além do desenvolvimento de diversas patologias, como depressão, ansiedade e outros transtornos.

Certamente, as soluções e o combate ao bullying não são simples, pois se trata de um problema complexo e multifatorial. Não há receitas prontas e, portanto, cada escola deve desenvolver sua própria estratégia para reduzi-lo. Conforme Lopes Neto (2005), todos os programas anti-bullying devem compreender as escolas como sistemas dinâmicos e complexos, onde as estratégias a serem desenvolvidas devem considerar características sociais, econômicas e culturais de sua população. O autor destaca que o envolvimento de professores, funcionários, pais e alunos é fundamental para a implementação de projetos de redução do bullying.

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3. PROCEDIMENTOS DIANTE DE CASOSDE ATOS INFRACIONAIS E ATOS DEINDISCIPLINA ESCOLAR

Recomenda-se que os profissionais da área da educação sigam as instruções abaixo nas situações de atos infracionais ou de indisciplina praticados nas dependências dos estabelecimentos de ensino pelos alunos.

O Ato Infracional, conduta descrita na lei como crime ou contravenção penal, praticado por adolescente entre 12 e 18 anos no interior da escola, deve ser analisado pela direção com base em sua gravidade, a fim de que seja realizado o encaminhamento correto.

Verificados os casos de maior gravidade, devem estes ser levados ao conhecimento da autoridade policial, para que sejam providenciados os Boletins de Ocorrência e as requisições dos laudos necessários à comprovação da materialidade dos fatos, requisito imprescindível no caso de instauração de procedimentos contra os adolescentes, visando à aplicação de medida socioeducativa.

Assim ocorre, entre outras hipóteses, nos casos de:Lesão corporal em que a vítima apresenta sinais da agressão, em razão da necessidade

de laudo de exame de corpo de delito; Homicídio em que a vítima deve ser submetida a laudo de exame cadavérico;Porte para uso ou tráfico de entorpecentes, pois a autoridade policial realizará a

apreensão da droga, requisitando o laudo de exame toxicológico; Porte de arma, vez que é necessária à apreensão desta, que será submetida a exame

pelo instituto de criminalística; Porte de explosivos ou bomba caseira, pois também é necessária a apreensão do

material, que será objeto de exame pelo instituto de criminalística; Dano intencional ao patrimônio público ou particular, em que deverá ser efetuado o

levantamento do local; Porte de explosivos ou bomba caseira, pois também é necessária a apreensão do

material, que será objeto de exame pelo instituto de criminalística; Dano intencional ao patrimônio público ou particular, em que deverá ser efetuado o

levantamento do local; Roubo, que consiste em alguém subtrair coisa pertencente a outro mediante violência

ou grave ameaça; Furto, que consiste em alguém subtrair coisa pertencente a outro.

O ato infracional praticado por adolescente não poderá ser narrado de modo genérico,

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sendo necessária a qualificação completa do mesmo (nome, filiação, data de nascimento, endereço completo). O fato deve ser relatado à Delegacia, que apurará os atos infracionais praticados por adolescentes e à Promotoria de Justiça da Infância e da Juven-tude da Comarca, através de ofício; em caso da prática de ato infracional por criança, o fato deve ser relatado ao Conselho Tutelar, através de ofício.

Nas duas situações, o relato deve ser feito de modo específico, indicando a data, o horário, o local, o nome dos alunos ou professores que foram vítimas, agredidos ou ameaçados (com qualificação completa), ainda que verbalmente, ou eventuais danos causados ao patrimônio da escola ou de terceiros, indicando testemunhas, de acordo com os modelos de ofício constantes nas páginas a seguir, um específico para adolescente e outro para criança.

Os casos de comportamento irregular e indisciplina apresentados pelos alunos devem ser apreciados na esfera administrativa da escola, aplicado as sanções previstas no regimento escolar ou, em último caso, encaminhados ao Conselho Tutelar ou Promotoria da Infância e Juventude para o andamento devido.

As providências referidas nos itens anteriores (ato infracional praticado por adolescente e criança) devem ser tomadas independente das consequências na área administrativa escolar. Assim, um adolescente que cometeu ato infracional grave na escola será responsabilizado pelo Estatuto da criança e do Adolescente, sem prejuízo das sanções disciplinares a serem impostas pela escola. Entretanto, se o ato for de indisciplina (e não ato infracional) praticado por criança ou adolescente, a competência para apreciá-lo é da proporia escola.

A infração disciplinar deve estar prevista no regimento escolar e o procedimento para a aplicação de sanção disciplinar deverá obedecer rigorosamente ao princípio da legalidade, com a observância da Constituição Federal, em seu art. 5º, incisos LIV e LV, que garantem a todos o direito ao devido processo legal, ao contraditório e a ampla defesa.

Em qualquer hipótese, os pais ou responsáveis pela criança ou adolescente deverão ser notificados e orientados, bem como deverão acompanhar todo procedimento disciplinar, podendo juntamente com seus filhos interpor os recursos administrativos cabíveis (conforme art. 53, parágrafo único e art. 129, inciso IV da lei n. 8069/90, bem como art. 12, incisos VI e VII da Lei n. 9394/96).

A escola deverá abrir um livro próprio para o registro de todas as ocorrências tratadas e a falta disciplinar deve ser

“apurada pelo Conselho de Escola ou outra instância indicada no regimento escolar (sob pena de violação do princípio previsto no art. 5º, LIII, da Constituição Federal, em reunião específica deverão delegar sobre as sanções a que os mesmos estariam sujeitos, dentre as elencadas no Regimento escolar, após assegurada ampla defesa e o contraditório”. (VIANNA, 2000)

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3.1- Modelos de Ofício

PARA ATO INFRACIONAL PRATICADO POR CRIANÇA

UNIDADE ESCOLAR:_____________________________________________________________Ofício N º _____________

Senhor (a) Conselheiro (a) Tutelar,

Pelo presente, dirijo-me a Vossa Senhoria para informar que no dia ___/___/_____, por volta das ______ horas, o (a) adolescente______________________________________________________, filho (a) de __________________________________________ e de _______________________________________________, nascido (a) em ____/____/_____, residente na _______________________________________, nº ____, Bairro ______________________, Macaé/RJ, CEP _______________, aluno (a) matriculado (a) no (a) ____ ano/série do ___________ deste estabelecimento de ensino, localizado na _________________________________________, nº _________, Bairro___________________________, Macaé/RJ, CEP ________________, agrediu ___________________________________________ o (a) aluno (a) _______________________________________, filho (a) de ______________________________________ e de ___________________________________________, nascido (a) em ____/____/_____, residente na _________________________________________________, nº. ____, Bairro ______________________, Macaé/RJ, CEP_______________, causando-lhe ferimento nos braços, para que lhe seja aplicada uma das medidas de proteção previstas pelo art. 101 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

O fato ocorreu no (Mencionar o local. Exemplo: sala de aula, pátio, banheiro, corredor, escada, quadra de esportes etc.) e foi presenciado pelas seguintes testemunhas:

1. Nome – Coordenador de Ensino ou assemelhado2. Nome – Professor

______________________________

Diretor (a) da Unidade Escolar

Ilustríssimo (a) Senhor (a)__________________________________________________Presidente do Conselho TutelarEndereçoNesta

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Estado do Rio de JaneiroPrefeitura Municipal de MacaéSecretaria Municipal de Educação

Os modelos de ofício anexos foram reproduzidos da Cartilha “Como proceder frente à indisciplina escolar – cartilha de orientações” publicado pelo Ministério Público do Estado de Goiás.

Outras situações poderão ocorrer, como por exemplo: 1) Danificou a vidraça da sala de aula onde estuda; 2) Danificou o automóvel, cor, ano, placas, pertencente ao professor; 3) Ofendeu a hora do professor.

Adequar a consequência ao fato ocorrido, como, por exemplo: 1) causando prejuízo no valor de R$; 2) Furando o pneu e quebrando o vidro lateral do veículo; 3) Chamando-o de “filho da puta”, etc.

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PARA ATO INFRACIONAL PRATICADO POR ADOLESCENTE

UNIDADE ESCOLAR: ____________________________________________________________________Ofício N º

Senhor (a) Promotor (a),

Pelo presente, dirijo-me a Vossa Excelência para informar que no dia ___/___/_____, por volta das _____ horas, o (a) adolescente _____________________________________________________________________, filho (a) de_______________________________________________________________________________________e de ______________________________________________________________, nascido (a) em ____/____/_____, residente na _______________________________________, nº ____, Bairro ______________________, Macaé/RJ, CEP ________________________________, aluno (a) matriculado (a) no (a) _________ ano/série do _____________________________________________________ deste estabelecimento de ensino, localizado na _______________________________________________, nº ____, Bairro ______________________, Macaé/RJ, CEP ______________, agrediu _____________________o (a) aluno (a) _________________________________________________________________, filho (a) de _________________________________________________________________________________________ e de ________________________________________________________________________, nascido (a) em ____/____/_____, residente na_____________________________________________, nº. ____, Bairro ______________________, Macaé/RJ, CEP_______________, causando-lhe ferimento nos braços, para a adoção das providências previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito desta Promotoria.

O fato ocorreu no (Mencionar o local. Exemplo: sala de aula, pátio, banheiro, corredor, escada, quadra de esportes etc.) e foi presenciado pelas seguintes testemunhas:

1. Nome – Coordenador de Ensino ou assemelhado2. Nome – Professor

______________________________

Diretor (a) da Unidade Escolar

Excelentíssimo (a) Senhor (a)__________________________________________________Promotor (a) de Justiça da Infância e da JuventudeEndereçoNesta

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Estado do Rio de JaneiroPrefeitura Municipal de MacaéSecretaria Municipal de Educação

Outras situações poderão ocorrer, como por exemplo: 1) Danificou a vidraça da sala de aula onde estuda; 2) Danificou o automóvel, cor, ano, placas, pertencente ao professor; 3) Ofendeu a honra do professor.

Adequar a consequência ao fato ocorrido, como, por exemplo: 1) causando prejuízo no valor de R$; 2) Furando o pneu e quebrando o vidro lateral do veículo; 3) Chamando-o de “filho da puta”, etc.

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PARA ATO INFRACIONAL PRATICADO POR ADOLESCENTE

UNIDADE ESCOLAR:____________________________________________________________Ofício N º ______________

Senhor (a) Delegado (a)

Pelo presente dirijo-me a Vossa Senhoria para informar que no dia __/__/____, por volta das ___:___ horas, o (a) adolescente _________________________________________________________________________, filho de ______________________________________ e de __________________________________ nascido (a) aos __/__/____, residente na______________________________________________, n. ________, bairro __________________________, Macaé/RJ, CEP ____________________, matriculado no ___ ano do ensino ___________________________________________________ deste estabelecimento de ensino, localizado na_______________________________________________, agrediu (descrever a agressão) o colega de sala (nome da vítima) _________________________________, filho de ________________________________________ e de ____________________________________________, nascido aos __/__/____, residente na _________________________________________ n. ________, bairro ____________________, Macaé/RJ, produzindo-lhe ferimentos nos braços.

Encaminho o presente ofício para providências previstas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, no âmbito deste delegacia.

O fato ocorreu no (Mencionar o local. Exemplo: sala de aula, pátio, banheiro, corredor, escada, quadra de esportes etc.) e foi presenciado pelas seguintes testemunhas:

1. Nome – Coordenador de Ensino ou assemelhado2. Nome – Professor

______________________________

Diretor (a) da Unidade Escolar

Ilustríssimo (a) Senhor (a)__________________________________________________Delegado (a) de PolíciaEndereçoNesta

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Estado do Rio de JaneiroPrefeitura Municipal de MacaéSecretaria Municipal de Educação

Outras situações poderão ocorrer, como por exemplo: 1) Danificou a vidraça da sala de aula onde estuda; 2) Danificou o automóvel, cor, ano, placas, pertencente ao professor; 3) Ofendeu a hora do professor.

Adequar a consequência ao fato ocorrido, como, por exemplo: 1) causando prejuízo no valor de R$; 2) Furando o pneu e quebrando o vidro lateral do veículo; 3) Chamando-o de “filho da puta”, etc.

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3.2- Modelos de Procedimentos PROCEDIMENTO INSTAURADA NA ESCOLA

CAPA

Escola – lançar nome completoEndereço –lançar endereço completo

3.2.1- Procedimento Administrativo

N. ____________(A sequencia obedecerá ao registro do livro próprio)Natureza: Indisciplina em Estabelecimento Escolar

Aos ______ dias do mês de _______________ do ano de __________________, autuei a portaria e demais elas de informação referentes a ato de indisciplina ocorrido neste Estabelecimento de Ensino e, para constar, lavro este termo.

Eu, ______________________________________________, secretário (a) de Escola – lançar nome – atestando a veracidade do que acima disse subscrevo.

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3.2.2- Portaria de Instauração

Procedimento Administrativo n. _________________________

Tendo chegado ao conhecimento da direção desta escola que o (a) aluno (a) _______________________________ (lançar dados sobre série, filiação, etc.) na data de ___________________________, segundo consta dos registros de ocorrência, praticou ato de indisciplina escolar, consistente em __________________________________ (narrar sumariamente o ato indisciplinar) instauro o presente procedimento administrativo com o fim de, verificada a ocorrência do ato indisciplinar, propor ao aluno e aos seus responsáveis legais a reintegração social daquele no ambiente escolar, ajustando-se seu comportamento às normas e regimentos deste estabelecimento de ensino.

Determino o cumprimento das seguintes diligencias: sejam autuados os documentos referentes ao caso, mormente cópias das ocorrências disciplinares e de dados constantes da pasta pessoal d aluno, tome-se por termo as declarações dos envolvidos [aluno (se necessário), professor (se necessário) e responsáveis legais] para tanto sejam contatados os responsáveis legais do aluno (a) designando-se a data de _______________ para que compareçam a esta Escola, tomando-se por termos suas declarações e orientando-os quando à reintegração social do aluno indisciplinado no ambiente escolar, fixando-se para tanto o prazo de trinta dias de experiência e acompanhamento.

Nomeia-se __________________________________, secretário (a) desta escola, para servir como Secretário Escrevente.

Cumpra-se.

Cidade, __ de _________ de __________

_____________________________Diretor (a) da Escola (lançar nome)

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3.2.3- Termo de comparecimento e compromisso – na escola

Aos _______________ dias do mês de ________________ do ano de _____________, na sede deste Estabelecimento Escolar (lançar nome e endereço), presente o Direito (a) _________________________, compareceu o Sr. (a) ________________________________ (lançar qualificação, estado civil, endereço, telefone de contato, etc.), responsável legal do aluno(a) ______________________________________, que cursa neste estabelecimento o _______________ ano do Ensino Fundamental/Médio.

Abertos os trabalhos foi dado conhecimento ao responsável legal do aluno em questão que este, na data referida na portaria, praticou nesta escola conduta incompatível com as normas disciplinares próprias do ambiente escolar, tendo (narrar o ato de indisciplina) ________________________________________________.

Em seguida, foi o responsável legal advertido de que a escola dispõe do prazo de até trinta dias para juntos – escola, aluno e responsável legal – adequar o comportamento do aluno indisciplinado às normas próprias do ambiente escolar, devendo o responsável se esperar por acompanhar a reintegração social do aluno, colaborando com a escola e cumprindo o dever legal de cuidado que lhe é imposto. Foi ainda advertido o responsável legal que, não havendo solução da questão disciplinar apurada, os autos do presente Procedimento Administrativo serão remetidos ao Conselho Tutelar da Comarca para as providência de atribuição daquele órgão.

O responsável legal manifestou concordância com os termos acima lançados e foi fixada a data de ____________, para que novamente compareça à sede deste estabelecimento de ensino para se certificar do comportamento do aluno durante o período que abrange a presente data até aquela acima designada.

NADA MAIS havendo, mandou o Diretor(a) encerrar este termo que, após lido e acho conforme, vai assinado por todos e por mim _________________________, secretário(a), que o digitei.

Diretor(a):Responsável legal do aluno(a):Aluno(a)

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3.2.4- Arquivamento na escola, com a solução do procedimento

Procedimento Administrativo n. ________________

Solução de Indisciplina – Arquivamento

Recebidas informações de que o aluno(a) _____________________________________ praticara ato de indisciplina no ambiente desta escola, instaurou-se Procedimento Administrativo com o fito de apurar a ocorrência do ato indisciplinar e buscar a reintegração social do indisciplinado no ambiente próprio de ensino e aprendizagem.

Autuados os documentos informativos, foi ouvido o responsável legal do aluno(a) em tela, que se comprometeu a colaborar com a escola no sentido de se alcançar a adequação do comportamento do indisciplinado, marcando-se prazo para acompanhamento da reintegração normal desse ao ambiente escolar.

Transcorrido o prazo de acompanhamento estabelecido, ou seja, a data de ________, verifica-se que o aluno reintegrou-se satisfatoriamente ao ambiente escolar, considerando-se que não reincidiu na prática de atos indisciplinares, mantendo deste então normal convivência com aqueles que frequentam o ambiente social desta escola.

Por tudo, deve ser arquivado o presente Procedimento Administrativo, cumpridos que foram os objetivos a que se destinava.

Determino eu que sejam os autos desse procedimento remetidos ao arquivo próprio mantido nesta escola, procedendo-se às devidas anotações.

Cumpra-se.

Cidade, __/__/____

_______________________Diretor(a)

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3.2.5- Guia de Remessa ao Conselho Tutelar

Instaurado o Procedimento Administrativo n. _________________, para apurar cometimento de ato de indisciplina neste estabelecimento escolar por parte do aluno(a) ____________________________________ e, realizadas diligências, conforme consta dos autos do presente procedimento, não foi alcançada solução da questão disciplinar, motivo pelo qual, nesta data _________________, faz-se remessa de cópia integral do citado procedimento para a sede do Conselho Tutelar, atendendo a prévio ajuste firmado perante o órgãos ministerial atuante na comarca.

Determino que os originais deste Procedimento Administrativo sejam arquivados neste estabelecimento educacional, deles devendo constar o recebimento por parte do Conselho Tutelar de sua integral cópia reprográfica. Determino, por fim, que sejam remetidas cópias dos autos ao Conselho Tutelar da comarca.

Cidade, __/__/____

Cumpra-se

_______________________________Diretor(a)

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4. PERGUNTAS E RESPOSTAS

1. Uso de entorpecentes por aluno nas imediações do colégio. O que fazer?O uso pressupõe que o aluno porte substância entorpecente. Assim, implica ato infracional conforme a prescrição do art. 28 da Lei 11.343/2006. Sendo adolescente, comunicar a Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (DPAAI) ou equivalente e, sendo criança, o Conselho Tutelar local. Não cabe processo disciplinar por transgressão escolar em razão de o fato haver ocorrido fora da escola.

2. Agressão verbal ou física do aluno para com o professor e para com outros alunos. O que fazer? (Ver resposta n.º12).Sendo agressão verbal, poderão ocorrer os tipos de calúnia (art. 138 do CP – quando o aluno imputa a outrem, falsamente fato definido como crime – por exemplo, “fulano me roubou o celular”; “beltrano me deu um tapa na cara”, etc.); difamação (art. 139 do CP – quando o aluno imputa a alguém fato ofensivo à reputação – “fulano é ladrão”; “beltrano é bandido”, etc.); ou injúria (art. 140 do CP – quando o aluno ofende a dignidade ou o decoro alheio – “viado”, “filho da puta”, “corno”, etc.). Sendo adolescente, comunicar a DPAAI ou equivalente e, sendo criança, o Conselho Tutelar local, sem prejuízo em ambos os casos, do processo disciplinar por transgressão escolar.

3. Aluno(a) usando inadequadamente o uniforme. Exemplo: “deixa à mostra o abdome e os seios (principalmente alunas). O que fazer?Não há tipo penal que caracterize a conduta como crime ou contravenção: por consequência, não há ato infracional. Não há desobediência (CP art. 330) pois esta deve vir prevista mediante uma ordem especialmente direcionada ao aluno; não é suficiente a previsão no regime interno da escola. Dependendo de previsão regimental expressa, instauração de processo disciplinar por transgressão escolar.

4. Aluno portanto arma branca na escola (faca, estilete, soco inglês) ou arma de fogo. O que fazer?Independentemente de o fato ocorrer dentro ou fora da escola, constitui ato infracional, de contravenção penal no primeiro caso (LCP, art. 19) e crime no segundo (Lei 10.826/2003, art. 14). Sendo adolescente, comunicar a DPAAI ou equivalente e, sendo criança, o Conselho Tutelar local. Quando o fato ocorrer dentro da escola processo disciplinar por transgressão escolar.

5. Desaparecimento de aparelhos eletrônicos na escola (celulares, máquinas digitais, MP4, laptops e outros). O que fazer?Questionar à vítima quando e onde percebeu a presença do aparelho pela última vez. Instaurar sindicância, caso não haja conhecimento da identidade de quem subtraiu o aparelho, ouvindo os alunos da turma, ou processo disciplinar, caso a vítima indique o nome. Comunicar a DPAAI ou equivalente com todos os dados coletados, quando o nome

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Reproduzido na íntegra da Cartilha “Como proceder frente à indisciplina escolar – Cartilha de orientações” formulada pelo Ministério Público Estadual do Estado de Goiás.

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do infrator for desconhecido, sendo este maior de doze anos, e/ou quando a turma tiver alunos com díade superior a doze anos. Em hipótese alguma aplicar punições coletivas de qualquer espécie quando houver negativa coletiva ou alegação coletiva de desconhecimento dos fatos.

6. O aluno que está com acompanhamento psicológico pode receber as penalidades disciplinares aplicadas pelo colégio quando cometer falta disciplinar?Sim, desde que a penalidade ou infração não tenham como motivo o problema. Sugere-se que seja comunicado o fato ao psicólogo ou psiquiatra que está acompanhando o aluno para que ajude a escola a investigar as razões das atitudes deste aluno.

7. As imagens gravadas pelo circuito interno de vídeo podem ser utilizadas como argumento para aplicadas de penalidades disciplinares? Em caso afirmativo, o colégio é obrigado a exibir essas imagens para o responsável pelo aluno?Podem, desde que seja dado ao aluno e responsável o direito de contestá-las e de justificarem-se.

8. Os alunos que infringirem as normas disciplinares prescritas no regimento interno, como, por exemplo, usar drogas, brigar, etc., nas imediações do colégio pode receber as penalidades disciplinares aplicadas internamente?Sim, estando o aluno uniformizado a norma da escola deve ser aplicada, desde que haja previsão expressa no regimento interno da instituição.

9. Como proceder quando o responsável pelo aluno não aceita as penalidades disciplinares aplicadas pelo colégio?Ao responsável compete buscar os meio postos à sua disposição judicial, inclusive.

10. Em caso de suspeita de roubo de material, posse de armas e drogas, os materiais do aluno, assim como ele, podem ser revistados?A escola não pode ser vista como ambiente inviolável, por esta razão havendo fundada suspeita, entende-se que pode haver a revista. A revista deve ser realizada individualmente, em ambiente próprio de modo que não exponha o aluno ao ridículo e a constrangimento.

11- Que providências tomar diante de pais que não assumem os problemas de seus filhos?O art. 227, da CF (art. 4º ECA), diz que é dever da família (pais e descentes ou qualquer deles e descendentes) assegurar à “criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à [...] educação [...]”. O art. 229, da CF, diz que os pais “têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, [...]”. O art. 5º, do ECA, diz que nenhuma ou adolescente “será objeto de qualquer forma de negligência, [...] por ação ou omissão [...]”. O art. 22, ECA, diz que os pais “têm o dever de sustentar, guardar e educar filhos menores e cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”. O art. 53, ECA, diz que “a criança/adolescente tem direito à educação [...]”. O art. 55, ECA, diz que os pais ou responsável “tem a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. O Art. 56, ECA, diz que “os estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar casos de [...] reintegração de faltas, evasão escolar e repetência”, etc.As escolar públicas devem providenciar a divulgação de seu regimento interno (propõe-se

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a formação de equipe MP/Educação para elaboração de um modelo). Devem, ainda, utilizar-se da FICAI ou AMAI de forma concreta. Nos casos de indisciplina, promover reuniões e registrar em ata as providências, colher assinatura dos pais dos alunos indisciplinados e sugerir acompanhamento dos mesmo para não acontecer reincidências. Os pais que não comparecerem após notificação da escola, por escrito, deverão ser alertado que o não comparecimento injustificado será levado ao conhecimento do Conselho Tutelar ou Ministério Público para outras providências (medidas do art. 129, ECA; art. 246, CPB).

12. Como fazer com crianças eu ameaçam fisicamente e verbalmente nossos professores? (Ver resposta nº2).Tais tipos de indisciplina devem constar do regimento da escola. A criança indisciplinada deve ser orientada em local apropriado da escola, longe dos demais alunos, devendo seus pais serem chamados na escola e orientados para melhor acompanhamento de seus filhos, com as advertências legais. Em muitos casos, a criança deverá receber acompanhamento psicológico, devendo ser encaminhada ao Conselho Tutelar, com relatório, para providências complementares. Referida criança deverá continuar participando das atividades em classe e receber melhor acompanhamento por parte do corpo diretivo da escola.

13. Se a escola tem autonomia, como proceder diante das normas determinadas pelo Ministério Público, como a questão do uniforme e horário de entrada?Nenhuma escola tem autonomia absoluta. Os direitos das crianças e adolescentes, enquanto alunos, devem ser respeitados por todos. O regimento da escola deverá prever diversas situações, dai a razão de formar-se uma comissão para elaboração do mesmo. O uniforme, embora necessário, pois ajuda a escola a identificar seus alunos, evitando estranhos no meio da comunidade escolar, identificando ainda, eventuais alunos extramuros (lan house, bares, congêneres), não pode exigível. Segundo decisão judicial o aluno não pode ter o direito á educação preterido por não usar o uniforme. Somente quando a escola o fornece gratuitamente pode exigir incondicionalmente o uso. Quando toa horário de entrada (e incluso a saída), deverão ser objeto de controle, pois alunos, principalmente crianças e adolescentes, precisam ter disciplina. A escola além de instruir, deve colaborar igualmente, com a educação das crianças e adolescentes. As escolas particulares são bastante rígidas quanto ao horário de entrada e saída de suas unidades.

14. E a questão das drogas? Como resolver esse problema tão sério que na maioria das vezes vem de dentro de suas próprias casas?Esse e um problema mundial. Somente vai ser resolvido quando as pessoas forem devidamente educadas em seus lares, escola, trabalho, etc. trata-se de educação moral, da qual todos nós ainda somos carentes. A escola deve incluir em sua proposta político pedagógica ações de educação continuada com o objetivo de orientar, prevenir e minimizar o uso e abuso de drogas. O poder público, por outro lado, deve agir com mais rigor nos casos de tráfico e tratamento urgentes em casos de vícios.

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15. Quando os pais ou responsáveis não participam do processo educacional dos alunos, não comparecendo às reuniões, não atendendo as chamadas de comparecimento à escola não acompanhando o progresso acadêmico e disciplinar do aluno na escola e em casa, quais as implicações legais quanto à decisão da escola de não renovar a matrícula do aluno?A decisão da escola em não renovar a matrícula do aluno fere o seu direito social à educação, podendo a escola ter contra seu diretor atos administrativos e/ou judiciais, visando à efetivação desse direito do aluno. Deve-se buscar ter meios de interatividade com os responsáveis.

16. A escola pode se reserva o direito de não realizar matrículas de alunos que chegam a ela com histórico de graves problemas acadêmicos e disciplinares devidamente comprovados?Nenhuma escola pode recusar a matrícula em sua unidade de educação formal de aluno com histórico de graves problemas acadêmicos e disciplinares, salvo quando a permanência do aluno naquela unidade escolar apresentar real e efetiva ameaça a seus direitos individuais e de outrem (exemplo: integridade física, a vida, etc.).

17. Como a escola deve proceder com a família diante de impasses gerados pela recusa dos pais ou responsáveis em atender à solicitação de encaminhamento do aluno à especialistas da área da saúde, para investigação e avaliação de questões que podem estar comprometendo o processo de desenvolvimento ensino-aprendizagem, bem como o desenvolvimento físico e emocional da criança ou adolescente?Quando a escola, no âmbito de sua esfera administrativa, não consegue promover o atendimento à saúde do aluno, quer seja por omissão da própria escola ou dos sujeitos solidariamente responsáveis (Estado e família), deve busca-lo com a colaboração do Conselho Tutelar (órgão encarregado de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente). Porém, esse encaminhamento não impede de se prestar notícia dos fatos às demais instituições e órgão com atribuição legal par a promoção da defesa desses direitos (exemplo: Ministério Público, Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente).

18. Como a escola deve proceder diante de ameaças de sofrer processos judiciais feitas pelos responsáveis pelo aluno, quando estes recusam a submissão do estudante aos procedimentos avaliativos e disciplinares definidos no regimento escolar e também através de comunicados, normas e critérios previamente estabelecidos?Recomenda-se que a escola mantenha tranquilidade e relacionamento cordial com o aluno e seus responsáveis, uma vez que é direito daquele que se sentir prejudicado propor ação para defender o que entende como certo. Entretanto, o exercício de direito de ação por si só não significa que a escola esteja errada. Ademais, caso seja julgada improcedente, o autor da ação responde pelo pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.

19. Quais ações disciplinares, comumente aplicadas pelas instituições de ensino, que são definitivamente passíveis de demanda judicial?Toda e qualquer ação disciplinar aplicada pela escola é passível de demanda judicial, uma

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vez que a Constituição Federal assegura ao cidadão o direito de postular ao Poder Judiciário. Dai a importância de a escola observar as normas que disciplinam não só a educação, como também outras que buscam a tutela de direitos sociais e individuais (como direito a ampla defesa e ao contrário, dignidade humana, etc.).

20. Qual o procedimento correto para com pais que ameaçam confrontar pessoalmente outros alunos ou exigem que a escola o faça em sua presença?Nas situações de conflito deve, primeiramente, haver a intervenção da coordenação disciplinar mesmo que para mediar pais e alunos. Caso as ameaças sejam sérias e graves, a escola deve orientar o ofendido a procurar a autoridade policial e tomar medidas internas para evitar o confronto.

21. Como lidar com alunos menores, indisciplinados, que usam a “chantagem emocional" com pais/familiares, negando o que fazem, manipulando-os e levando-os a se voltarem contra a escola?Atuar com o rigor e nos exatos termos do regimento da escola, e sempre notificando os pais sobre as indisciplinas cometidas, formalizando sempre tais providências. Propor aos pais um acompanhamento psicológico da família.

22. Quais instrumentos podemos usar para “provar” condutas inadequadas dentro da escola quando a fala não convence? O melhor instrumento de prova é o dossiê do aluno, devidamente anotado, assinado pelo aluno e com ciente dos pais ou responsável em cada ato de indisciplina ou incidência digna de nota.

23. Como fazer em situações cujos pais/responsáveis ignoram a convocação da escola em relação ao papel familiar, no que tange a material impróprio para a idade e ambiente escolar, uso de celulares e aparelhos sonoros, trajes impróprios e necessidades especiais (tratamentos específicos)? (Ver questões nº 16, 18 e 21)Primeiro, os procedimentos e providências deem constar do pacto escolar (regimento), que deve ser aplicado nos seus termos. Se houver proibição do uso dentro da escola de celulares, aparelho sonoros, etc., o equipamento deve ser apreendido pela coordenação disciplinar para ser entregue somente aos pais ou responsável e o aluno advertido do dossiê. Caso os pais não compareçam à escola, injustificada e reiteradamente, o Conselho Tutelar deve ser comunicado do problema a fim de verificar possível atitude violadora de direitos fundamentais da criança e dos deveres inerentes ao poder familiar. O Conselho Tutelar, conforme a hipótese, poderá aplicada ao menor uma medida protetiva e/ou aos pais uma medida daquelas enumeradas no art. 129 do ECA.

24.Qual a responsabilidade escolar para com alunos após o final do expediente escolar?A partir do momento em que o aluno deixa o ambiente escolar, ao fim das aulas, a responsabilidade é total da família ou responsável legal. A única exceção é quando o aluno deixa a escola desacompanhado da pessoa responsável por apanhá-lo por descuido, falta de controle ou culpa da escola. Em suma, se o aluno for adolescente e estiver autorizado a retornar sozinho para casa, também não há o que falar em responsabilidade da escola. Por fim, quanto aos alunos “esquecidos” pelos pais, a escola deve providenciar uma sala adequada para a espera e tentar contatar o responsável. Se não conseguir, deve acionar o Conselho Tutelar e repassar-lhe o caso.

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25. Qual o órgão que podemos ter acesso para emergências escolares que “ultrapassam” o regimento interno?Os órgãos que podem ser acionados em “emergências” escolares que ultrapassam, o regimento interno são: Conselho Tutelar para aplicação de medida protetiva, e Polícia Militar, no caso de cometimento de atos infracional.

26. Qual procedimento com pais/familiares (são poucos) que vivem de ameaças de trazer a “polícia” e fazer “barraco” na porta da escola?Se injustificada e indevida a conduta dos pais, o tumulto ou algazarra na porta da escola pode caracterizar um delito (ameaça, perturbação do sossego ou do trabalho) e, nesta situação deve ser acionada a Polícia Militar.

27. O que fazer com alunos indisciplinados cujos pais convocados não comparecem? (Ver questões nº 16, 18, 21, 24)O não comparecimento injustificado dos pais de alunos ditos indisciplinados, embora devidamente notificados para tanto, deve implicar e sujeita-los por exemplo, à aplicação das medidas previstas no art. 129 do ECA, na comunicação ao Conselho Tutelar ou ao Ministério Público para adoção das providências pertinentes.

28. Quais procedimentos para casos em que a escola realizou todas as intervenções possíveis com o aluno indisciplinado, mas não obteve mudança de postura do mesmo e inclusive provocou evasão de outros alunos?Em princípio, somente poderia a escola recusar a matrícula de aluno com histórico de problemas disciplinares se a sua permanência em tal unidade representar séria, real e efetiva ameaça a seus direitos ou aos de outrem, tais como à vida, ou à incolumidade física, por exemplo. O aluno deve ser necessariamente encaminhado para tratamento via Conselho Tutelar, Ministério Público e direção da escola.

29. Quais os procedimentos cabíveis nos casos em que o aluno causa dano ao patrimônio público?A destruição, inutilização ou deterioração do patrimônio público constitui, no caso dos penalmente imputáveis, crime previsto no art. 163, parágrafo único, inciso IV do Código Penal. Todavia, se o responsável por tal prática for adolescente, impõe-se sua comunicação á autoridade policial para apuração do ato infracional respectivo; se criança, ao Conselho Tutelar, possivelmente para aplicação de medidas previstas no art. 101 do ECA, sempre sem prejuízo, por óbvio da instauração de regular procedimento disciplinar.No procedimento judicial ou disciplinar deve-se necessariamente buscar a reparação dos danos.

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5. EXPERIÊNCIAS EXITOSAS DASUNIDADES ESCOLARES DE MACAÉ

Nas páginas a seguir listamos diversas experiências e projetos elaborados pelas Unidades Escolares Municipais que possuem como objetivo central o enfrentamento à violência no ambiente escolar e entorno.

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ORGÃOS, PROGRAMAS E PROJETOS MUNICIPAIS DE INTERESSE PÚBLICO

Anexo

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Controladoria Geral do MunicípioAvenida Presidente Sodré, 543, 2º Andar - Centro - (22)2772 7321 / (22)2772 9630

Coordenadoria Extraordinária do PROCONRua Velho Campos, 734 – Centro - (22)2772-4458 / (22)2772-4491 / (22)2762-0057

Gabinete da Vice-PrefeitaAvenida Presidente Sodré, 466 – 1º andar, Centro - (22) 2772-7053

Secretaria Municipal de GovernoAvenida Presidente Sodré, 534 – 4º andar – Centro - (22)2772-6510 / (22)2791-9008 Ramais 120 e 319

Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e TecnológicoAvenida Agenor Caldas, 261 – Imbetiba - (22)2772-2930 / (22)2762-2902

Secretaria Municipal de FazendaAvenida Presidente Sodré, 534, Paço Municipal, Subsolo, Térreo, 1º andar – Centro – (22)2791-9008

Secretaria Municipal de Limpeza PúblicaAvenida Marechal Rondon, 390 – Miramar - (22)2772-2270

Secretaria Municipal de Mobilidade UrbanaAv. Gastão Henrique Schuler, 1500 - Botafogo - (22)2796-5250

Secretaria Municipal de PlanejamentoAvenida Presidente Feliciano Sodré, 534, 3º andar, Paço Municipal - (22)2791-9008 Ramal: 302

Secretaria de Obras e UrbanismoAvenida Camilo Nogueira da Gama, 250 – Botafogo - (22)2762-0458 / (22)2772-5927 / (22)2772-6195 / (22)2772-6755.

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Secretaria Municipal de Ordem PúblicaRua Gastão Henrique Schuler s/n - Botafogo – (22)2773-0440

Secretaria Municipal do InteriorRodovia Amaral Peixoto s/n0 - Barra de Macaé - (22)2791-6143 e FAX(22)2791-2725

Procuradoria Geral do MunicípioAvenida Presidente Feliciano Sodré, 534 - Centro - (22)2762-7444 / (22)2772-5481

Secretaria Municipal de Agricultura (antigo CEASA)Rodovia Amaral Peixoto, s/n – Barra de Macaé – (22) 2772-4200

Secretaria Municipal de Indústria e ComércioAvenida Agenor Caldas, 261 – Imbetiba – (22)2762-3356

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