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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: Fortes e Fortalezas SECOMANDI, ELCIO ROGERIO O autor representou a Academia de História Militar Terrestre do Brasil www.ahimtb.org,br, Cadeira Especial Gen Luiz Sá Affonseca , no Simpósio Científico do ICOMOS BRASIL (Belo Horizonte, MG), no dia 11/05/ 2017, a parte dissertativa abaixo, com a finalidade atrair novos adeptos ao projeto Educação Patrimonial disponível na aba de pós-graduação da Universidade Católica de Santos: www.unisantos.br/fortifications O site educacional www.secomandi.com.br é a porta de entradado autor, também disponibilizado para todas as pessoas e instituições interessadas na preservação da nossa História, materializada pelas fortificações coloniais que permeiam o vasto perímetro terrestre e marítimo do Brasil. RESUMO A Educação Patrimonial é o norte do arcabouço conceitual que permeia este estudo, por meio do qual ousamos afirmar que os navegantes e os bandeirantes construíram uma importante história de povoamento e conquistas territoriais que se entrelaçam. Está rica história está materializada ao longo do vasto perímetro do Brasil por magníficos exemplares da arquitetura militar colonial, os quais, hoje, por obsolescência da defesa em posições fixas, servem a diversos projetos socioculturais. Cruzar os mares e estabelecer uma área litorânea de domínio militar para, a posteriori, expandir as ações de conquistas em terra firme, são três momentos que ocorreram no Brasil, a partir da chegada da esquadra de Martim Afonso de Souza na Baía de Santos, em 21 de janeiro de 1532, dando origem à colonização oficial da América de origem portuguesa. A leitura destes três momentos projeção do poder militar pelos mares, ocupação e defesa do primeiro polo de irradiação geográfica e a penetração para além da linha mediática de Tordesilhas realizada pelos Bandeirantes ocupa a parte central neste estudo sobre Educação Patrimonial, com um determinado ponto histórico acerca das fortificações colonial que, ainda hoje, se apresentam como testemunhas de uma longa história de conquistas territoriais. Esta proposição, apresentada no formato dissertativo-expositivo tradicional, sem pretensões acadêmicas, escrita em linguagem coloquial, destina-se a servir como orientação aos visitantes de portais que desenvolvem processos educativos formais e não formais, com foco no patrimônio cultural de que trata o site do iphan Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para saber mais, outros portais e sites deste gênero estão indicados na parte conclusiva desta breve descrição monográfica. Palavras-chave: Geopolítica; Geoestratégia; Movimento Bandeirante; Cultura e Turismo.

EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: Fortes e Fortalezassecomandi.com.br/Arquitetura/PDF/Dissertacao/Anexo-Modulo-dissert... · A Educação Patrimonial é o norte do arcabouço conceitual que

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EDUCAÇÃO PATRIMONIAL:

Fortes e Fortalezas

SECOMANDI, ELCIO ROGERIO

O autor representou a Academia de História Militar Terrestre do Brasil – www.ahimtb.org,br, Cadeira Especial Gen Luiz Sá Affonseca –, no Simpósio Científico do ICOMOS BRASIL (Belo Horizonte, MG), no dia 11/05/ 2017, a parte dissertativa abaixo, com a finalidade atrair novos adeptos ao projeto Educação Patrimonial disponível na aba de pós-graduação da Universidade Católica de Santos: www.unisantos.br/fortifications O site educacional www.secomandi.com.br é a “porta de entrada” do autor, também disponibilizado para todas as pessoas e instituições interessadas na preservação da nossa História, materializada pelas fortificações coloniais que permeiam o vasto perímetro terrestre e marítimo do Brasil.

RESUMO

A Educação Patrimonial é o norte do arcabouço conceitual que permeia este estudo, por meio do qual ousamos afirmar que os navegantes e os bandeirantes construíram uma importante história de povoamento e conquistas territoriais que se entrelaçam. Está rica história está materializada ao longo do vasto perímetro do Brasil por magníficos exemplares da arquitetura militar colonial, os quais, hoje, por obsolescência da defesa em posições fixas, servem a diversos projetos socioculturais. Cruzar os mares e estabelecer uma área litorânea de domínio militar para, a posteriori, expandir as ações de conquistas em terra firme, são três momentos que ocorreram no Brasil, a partir da chegada da esquadra de Martim Afonso de Souza na Baía de Santos, em 21 de janeiro de 1532, dando origem à colonização oficial da América de origem portuguesa. A leitura destes três momentos – projeção do poder militar pelos mares, ocupação e defesa do primeiro polo de irradiação geográfica e a penetração para além da linha mediática de Tordesilhas realizada pelos Bandeirantes – ocupa a parte central neste estudo sobre Educação Patrimonial, com um determinado ponto histórico acerca das fortificações colonial que, ainda hoje, se apresentam como testemunhas de uma longa história de conquistas territoriais. Esta proposição, apresentada no formato dissertativo-expositivo tradicional, sem pretensões acadêmicas, escrita em linguagem coloquial, destina-se a servir como orientação aos visitantes de portais que desenvolvem processos educativos formais e não formais, com foco no patrimônio cultural de que trata o site do iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para saber mais, outros portais e sites deste gênero estão indicados na parte conclusiva desta breve descrição monográfica. Palavras-chave: Geopolítica; Geoestratégia; Movimento Bandeirante; Cultura e Turismo.

2

Introdução

A projeção do Poder colonial de Portugal no Brasil

Desenvolvimento

1. Leituras sobre as conquistas territoriais

Uma simulação exemplar

2. Leituras: Geopolítica, Geoestratégica e Movimento Bandeirante

1ª fase: Geopolítica - projeção do poder militar através dos mares

A esquadra de Martim Afonso de Souza

2ª fase: Geoestratégica – ocupação e defesa de polos de irradiação geográfica

Ocupação e defesa da Baía de Santos

3ª fase: O Movimento Bandeirante - Exploração e ocupação do território pelos

Bandeirantes

Bandeiras de Limites – Raposo Tavares (1648 - 1651)

3. Fortes e Fortalezas materializam a nossa História

As fortificações coloniais indicadas para o Patrimônio Mundial

As fortificações republicanas do Porto de Santos

4. O fim da Artilharia de posições fixas

Cortinas virtuais

5. Utilização do Sistema Defensivo do Porto de Santos para o turismo histórico-cultural

O circuito dos fortes www.unisantos.br/circuitofortes

Conclusão

Mudança de Postura

- Uma herança arquitetônica-militar disponível para visitas e estudos socioculturais

3

Introdução

No mar tanta tormenta e tanto dano (...) Na terra tanta guerra, tanto engano.

Os Lusíadas, C I, 106 (Luiz de Camões)1

A projeção do Poder colonial português, com sua ARMADA singrando mares “nunca

dantes navegados”, e os BANDEIRANTES fincando estacas em terras nunca dantes

exploradas, representam uma fase aventureira da articulação da coroa portuguesa na

ocupação do litoral do Brasil e de como isso viabilizou a conquista do sertão, longe da costa

atlântica2.

Inspirado no maior poema épico da língua portuguesa, Os Lusíadas, esta ilação tem

por objetivo tratar de maneira simples e criativa uma questão de complexidade geopolítica e

geoestratégica, abordando apenas os Lusos e os Bandeirantes que ousaram romper o

“Cordão de Tordesilhas” (EME/HEB: 1972, v.1, p. 225).

Pois foi assim, ou quase assim, que eles cruzaram as águas do Atlântico e avançaram

sobre as terras que “permeiam o vasto perímetro da América de origem portuguesa”

(BARRETO, Gustavo.2010, p. 9). Foi assim também, com “tanta tormenta, tanto dano, tanta

guerra e tanto engano”, que os portugueses e os habitantes da terra conquistaram e

fortificaram as principais baías do litoral e os pontos estratégicos da longa fronteira terrestre

do Brasil, deixando-nos inúmeros fortes, fortins e fortalezas, por meio dos quais

materializaram a presença da Coroa portuguesa.

A fantástica história das conquistas territoriais e do povoamento do Brasil-Colônia foi

construída por meio de três leituras sequenciais, aqui focadas na Baía de Santos:

Este olhar iconográfico encontra-se desenvolvido no projeto digital EDUCAÇÃO

PATRIMONIAL – Fortes e Fortalezas, disponível no portal da Universidade Católica de

Santos3, com destaque para as ações educativas – de construção de novos conhecimentos –

que levam em conta o patrimônio histórico-cultural, materializado pelas fortificações coloniais

sobreviventes no litoral e na vasta fronteira terrestre do Brasil.

1 http://oslusioaddas.org 2 – Esta forma simbólica de ocupação territorial encontra-se descrita do livro digital PORTO DE

SANTOS: Armada no mar & Bandeiras na terra – www.secomandi.com.br – de Elcio Rogerio Secomandi, tendo como coautora a saudosa profa. dra. Clotilde Paul (1931-2015). O site educacional contém outros estudos sobre Arquitetura Militar e Patrimônio Histórico Nacional, com perfil militar colonial. 3 O projeto digital encontra-se na aba de extensão universitária do portal da UniSantos: www.unisantos.br/fortifications

4

Desenvolvimento

1. Leituras sobre as conquistas territoriais

Cruzar os mares e estabelecer

uma área litorânea de domínio militar

para, a posteriori, expandir as ações

de conquistas em terra firme, são

três momentos que ocorreram, por

exemplo, na invasão grega, Mar

Egeu, durante a Guerra de Troia (c.

500 aC), no desembarque dos

aliados na Normandia, Mar do Norte

(1944 dC) e nas ações semelhantes

dos portugueses e espanhóis na América Latina: 1) em 1515, Herman Cortes ocupou

a Baía de Veracruz, prosseguindo para a Cidade do México a partir de 1520/1524; 2)

em 1532, Martim Afonso de Souza ocupou a Baía de Santos, Brasil, mas somente em

1544 chegou à Cidade de São Paulo; e, 3) em 1533, Pedro de Heredia ocupou

Cartagena de Indias, na Colombia, alcançando a Cidade de Bogotá em 1538.

Estas baías da América Latina protegidas militarmente (Veracruz, Santos e

Cartagena) serviram, por longo tempo, como pontos de partidas para as incursões

terrestres, a ocupação, o povoamento e, finalmente, a exploração econômica das

colônias portuguesas e espanholas no “Novo Mundo”4, dando-lhes sustentabilidade.

Uma simulação exemplar

Iniciamos esta proposta de estudos exemplificando a primeira fase das

conquistas territoriais – projeção do poder militar através dos mares – por meio

de uma simulação5 recente (2015), com cinco “caravelas dos nossos dias”

sobre a Fundação da Cidade do Rio de Janeiro, 450 anos depois (1565/2015),

indicada nas figuras abaixo:

4 Expressão criada no século XV, após o descobrimento da América. 5. Esta simulação encontra-se disponível nos sites: http://www.abvc.com.br/evento.asp?IdEv=87

http://secomandi.com.br/Arquitetura/PDF/SJoao/sao-joao.pdf

5

A Fundação da Cidade do Rio de Janeiro iniciou-se ao Norte da Baía de Santos, diante

do Forte São João de Bertioga, com a esquadra de Estácio de Sá navegando para o Norte

durante 45 dias – entre os dias 22 de janeiro a 1º de março de 1565 – até alcançar a região

onde hoje se encontra a Fortaleza de São João, no atual bairro da Urca, Rio de Janeiro, lugar

em que se montou uma “cabeça de praia”6. Somente dois anos após (janeiro de 1567) as

forças militares compostas por portugueses e habitantes da colônia realizaram um ataque

coordenado contra os franceses, expulsando-os da Baía de Guanabara, garantindo assim, a

integridade do território do Brasil.

Leituras: Geopolítica, Geoestratégica e o Movimento Bandeirante

As ações sequenciais de ocupação do território brasileiro descritas e exemplificadas

acima ocorreram a partir de três portos de expansão geográfica – Santos, Recife e Belém – e

dois polos de atividades políticas –

Salvador e Rio de Janeiro, segundo J.

B. Magalhães, em sua descrição sobre

a unidade do Brasil, garantida com a

expulsão dos franceses do Rio de

Janeiro, em 1567.

6 “Cabeça de praia” é uma expressão militar moderna indicando a ocupação e defesa de uma área litorânea com a finalidade de assegurar o prosseguimento das operações em terra firme: in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, 2008-2013.

6

A partir da Baía de Santos, na então Capitania de São Vicente, iniciou-se a penetração

pioneira para o interior com a implantação da Vila de São Paulo - hoje a maior cidade do

Brasil. E foi a partir de São Paulo que os Bandeirantes ousaram ultrapassar a linha mediática

de Tordesilhas, atuando nas três fases de ocupação da maior parte do atual território

brasileiro, sumariamente descritas a seguir.

1ª fase: Leitura Geopolítica - Projeção de poder militar através dos mares

- A esquadra de Martim Afonso de Souza

Tudo começou na parte central de uma estreita e

alongada planície costeira outrora coberta pela Mata Atlântica,

onde existem dois estreitos canais de navegação que se

aproximam das “muralhas de pedras” da Serra do Mar. Foi

nesta região, entre as ilhas de São Vicente e Santo Amaro que,

em 1532, o capitão-mor do Brasil-Colônia, Martim Afonso de

Souza, aportou com sua esquadra, após mandar reconhecer o

litoral pouco recortado da América do Sul, desde a foz do

Amazonas até a embocadura do Rio da Prata. Foi assim, ou

quase assim, que as vilas de São Vicente (1532) e Santos

(1545/47) surgiram em áreas protegidas pela natureza e longe das “vistas” do mar aberto e

dos “fogos” dos canhões dos piratas e dos corsários. A esquadra de Martim Afonso, com cinco

navios, era composta por “fidalgos, militares de estirpe, soldados portugueses, mercenários

italianos e franceses, bombardeiros, besteiros e espingardeiros” (EME/HEB. 1972, v1, p.18).

7

2ª fase: Leitura Geoestratégica - ocupação e defesa de polos de irradiação

geográfica

- Ocupação e defesa da Baía de Santos

O Porto de Santos se desenvolveu a partir do lagamar de Enguaguaçu, tendo a Leste

a proteção natural da Ilha de Santo Amaro e, no seu entorno, um complexo sistema de

fortificações, em três linhas sucessivas de defesa (mapa abaixo):

1. Forte São João (1532/1551)

2. Ruínas do Forte São Felipe / São Luiz

(1557/1770)

3. Fortaleza de Itapema (1738)

4. Forte N. S. do Montserrat (1543)

5. Casa do Trem Bélico (1734)

6. Forte Augusto (1734)

7. Fortaleza de Santo Amaro (1583)

Este sistema colonial de defesa – preservado em sua maioria7 – foi substituído no

Século XX pela Fortaleza de Itaipu (1902) e pelo Forte dos Andradas (1942), ambos

ocupando em conjunto mais de 4 milhões m2 em áreas preservadas da Mata Atlântica. Estas

fortificações republicanas ocupam as extremidades de duas pequenas serras litorâneas que

molduram os costões Leste e Oeste da Baía de Santos.

3ª fase: Leitura O Movimento Bandeirante - Exploração e ocupação do território pelos

Bandeirantes

- Bandeiras de Limites – Raposo Tavares (1648 -1651)

Vencidos os mares bravios e a muralha de

pedras da Serra do Mar para alcançar o Planalto

Brasileiro, os bandeirantes partiram de São Paulo para

conquistar e povoar as planícies centrais da América do

Sul, muito além da linha mediática de Tordesilhas. O

movimento bandeirante fortalecendo-se no período da

união das Coroas Ibéricas (1580 - 1640) e permaneceu

ativo durante todo o período colonial do Brasil.

7 O Forte N. S. do Montserrat substituído pela Alfândega de Santos, não deixando vestígios; o Forte Augusto foi substituído pelo Museu de Pesca, com nova arquitetura e mantendo um canhão colonial no seu jardim frontal.

8

As Bandeiras de Limites, criadas por Dom Sebastião em 10 de dezembro de 1570

eram organizações oriundas do Regimento de Ordenanças8, compostas pelos habitantes da

terra, divididas em dez esquadras de 25 homens cada, reforçados por mil ou mais brasileiros

e habitantes nativos. As Bandeiras de Limites estavam subordinadas ao Capitão-Mor e

serviram de "bases para a organização do exército permanente" (EME/HEB. 1972, v1, p. 44).

E, assim, os Bandeirantes foram os

responsáveis pela abertura de várias

rotas terrestres visando a colonização

e a exploração econômica do Oeste

selvagem, alcançando três dentre os

principais ecossistemas do mundo: o

Cerrado, o Pantanal e a Amazonia9.

O compêndio História do Exército Brasileiro, três volumes, 1972 (EME/HEB), assim

os descreve: “Os Bandeirantes estiveram sempre presentes no avanço para o oeste bravio,

na ocupação e defesa do território, na demarcação das nossas fronteiras e no embrião de

uma organização militar capaz de conservar intacto o imenso patrimônio territorial brasileiro”

(EME/HEB, v 1, p. 44).

Como exemplo destas operações terrestres, citamos a mais longa Bandeira de Limites

(1648 a 1651), empreendida em São Paulo de Piratininga por Antônio Raposo Tavares, ao

subir e descer caudalosos rios das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Amazonas, até alcançar

Gurupá, na confluência do rio Xingu com o delta do rio Amazonas, onde havia um Forte erguido

por holandeses no início do século XVII.

Raposo Tavares nasceu em Portugal em 1598 e veio para o Brasil (São Paulo) a

serviço da coroa portuguesa, com a missão de explorar o atual território brasileiro. Em 1622,

no período de união das coroas ibéricas (1580/1640), iniciou uma longa jornada de oito anos

pelo Oeste bravio; em 1648 partiu para a sua última e mais importante expedição percorrendo

8 Em 10/dez/1570, Dom Sebastião, publicou o Regimento das Ordenanças; edita também em 15/mai/1574 uma Provisão de Ordenanças, com novas instruções. “No Brasil, uma Companhia de Ordenanças, uma unidade menor, chamada de ‘Bandeira’ de Ordenanças, era constituída. As Bandeiras que desbravaram o território brasileiro, em particular o de Minas Gerais, eram unidades desse tipo. Eram, portanto, organizações militares”. In Tropas militares luso-brasileiras nos séculos XVIII e XIX, segundo Jorge da Cunha Pereira© 1998, 2001: In http://buratto.org/gens/gn_tropas.html

9 As Bandeiras de Limites, a mando do governo português, guardam semelhanças com as ações empreendidas por navegantes, corsários e piratas, trocando os mares pela exploração em terra firme. Distinguem-se, portanto das Entradas e Bandeiras de caças aos índios e busca de minerais preciosos.

9

cerca de dez mil quilômetros (vide desenho acima) alcançando, por terra e rios interiores, a

planície Amazônica. Retornou a São Paulo em 1651, onde veio a falecer em 1658.

O Estado de São Paulo atribuiu aos líderes deste secular movimento os nomes de

suas principais estradas que demandam para o Oeste: Anhanguera, Bandeirantes e Raposo

Tavares. O Dicionário Larousse, assim se refere ao monumento aos Bandeirantes que se

encontra no Parque Ibirapuera, São Paulo: “Ampliando os limites territoriais do Brasil, as

Bandeiras, compostas por conquistadores, desbravadores, aventureiros e heróis, tornaram-

se merecedoras deste majestoso monumento de Brecheret, erguido em sua homenagem na

capital paulista”.

3. Fortes e fortalezas coloniais materializam a nossa História

- As fortificações coloniais indicadas para o Patrimônio Mundial

Ao longo dos séculos XVI ao XVIII, diversos fortes e fortalezas foram erguidas pelos

colonizadores e hoje, parte deste fantástico acervo histórico-cultural está inserido no DNA da

nossa nação e bem representa o viés militar das Bandeiras. Dezenove (19) destas

fortificações coloniais sobreviventes estão na Lista Indicativa/2015, para o Patrimônio Mundial

da UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura,

dentre elas estão o Forte São João (1551) e a Fortaleza de Santo Amaro (1583)10.

Na abertura dos trabalhos do Seminário Internacional Fortificações Brasileiras -

Patrimônio Mundial (4 a 7 de abril de 2017), a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico

e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa ressaltou “a necessidade de comprometimento e

parceria entre os gestores para garantir a elaboração do Plano de Gestão desses

10 O portal do Iphan - http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4057 - contém dados atuais sobre as fortificações que constam da Lista Indicativa/2015. As revistas DaCultura, da Fundação Cultural Exército Brasileiro, apesentam breves históricos, desenhos e fotos das 19 fortificações, indicadas em conjunto, para reconhecimento futuro pela UNESCO, previsto para 2020 a 2025: www.funceb.org.br/revista.asp e http://secomandi.com.br/Fortificacoes-no-Brasil.aspx

10

monumentos, visando o reconhecimento da UNESCO como Patrimônio Mundial do bem

seriado Conjunto de Fortificações Brasileiras. Segundo ela, é preciso harmonizar o esforço do

Ministério do Turismo em promover esses destinos, o empenho e a obrigação do Iphan em

preservar esses monumentos, e o esforço do Ministério da Defesa porque ocupam esses

equipamentos”11.

- As fortificações republicanas do Porto de Santos

Com a evolução da artilharia naval, o sistema de defesa do Porto de Santos passou a

ocupar posições estratégicas mais avançadas para o mar aberto. No alvorecer do Século XX,

a Fortaleza de Santo Amaro (1583) foi substituída pela Fortaleza de Itaipu (1902), ocupando

um esporão rochoso na extremidade de uma pequena serra litorânea que se estende pelo

costão Oeste da Baía de Santos.

Persistia, porém, a preocupação com a defesa avançada no costão Leste, na

extremidade de outra pequena serra litorânea que completa a moldura natural da entrada

marítima do Porto de Santos. E, para assegurar a sua proteção militar na véspera da Segunda

Guerra Mundial surgiu o Forte dos Andradas (1942). Este Forte, erguido no topo de um

esporão rochoso coberto pela Mata Atlântica, completamente subterrâneo (cortina invisível),

cravado na rocha bruta a uma profundidade de 30 m, é do último exemplar da artilharia de

posição fixa. Apenas os quatro obuses de 280 mm Krupp (canhões) e o posto de comando e

observação afloram na mata, a qual lhe serve como camuflagem.

11 Mais informações no site do Iphan: http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4071/cooperacao-e-

parceria-sao-temas-dos-debates-no-semiario-internacional-fortificacoes-brasileiras

11

O Forte dos Andradas foi projetado em 1934 pelo tenente-coronel João Luiz Monteiro

de Barros e ativado em 10 de abril de 1942 (decreto lei 4.248). É, sem dúvida "uma obra

gigantesca, um verdadeiro monumento da engenharia militar brasileira, que permanece firme

e intocável, como se perpetuando nossas tradições históricas" (ORTALE, Maria Thereza).

A Fortaleza de Itaipu (1902) em Praia Grande (SP) e o Forte de Andradas (1942) em

Guarujá (SP) hoje abrigam duas modernas unidades de artilharia antiaérea12.

4. O fim da Artilharia de posições fixas

O século XX marca, temporalmente, o fim da artilharia de posição fixa e a defesa

territorial foi progressivamente liberada de seus casulos arquitetônicos, deixando-nos um

inestimável patrimônio histórico-cultural, ainda em pé ou em ruínas.

A artilharia evoluiu do arco e flecha aos mísseis espaciais lançados das posições

fugazes. Deve-se ressaltar que toda esta epopeia ocorreu por razões relacionadas com a

presença dissuasiva das forças armadas nas regiões onde nossos antepassados ergueram

magníficos exemplos de arquitetura militar em posições fixas.

Hoje, as posições de artilharia

são virtuais (foguetes e mísseis

balísticos são lançados a partir de

posições altamente móveis). A

arquitetura militar de posição fixa

atingiu seu fim, e as fortificações

sobreviventes perderam sua aptidão

para o combate. Já não se ouve o troar

dos seus canhões.

12 Consulte: Fortaleza de Itaipu (1902): www.2gaaae.eb.mil.br, Forte dos Andradas (1942): www.1bdaaaae.eb.mil.br

12

5. Utilização do Sistema Defensivo do Porto de Santos para o turismo histórico-cultural

- O Circuito dos Fortes

O Sistema Defensivo do Porto de Santos preserva um dos mais expressivos conjuntos

de fortificações do Brasil e com a sua maior representatividade, pois contém o primeiro Forte

Real – Forte São João, 1551 – e o último construído no Brasil – Forte dos Andradas, 1942 –

sendo este do período republicano. Ao todo são nove (9) fortificações, conforme indicados no

mapa abaixo.

Este sistema militar histórico é administrado por diversas instituições, o que lhe dá outro

caráter excepcional:

1 .Forte São João (1532/1551), museu administrado pela Prefeitura de Bertioga;

2. Ruínas do Forte São Felipe / São Luiz (1557/1770), administrado pelo IPHAN – Instituto

do Patrimônio Histórico Nacional;

3. Fortaleza Santo Amaro (1584), museu histórico administrado pela Prefeitura de Guarujá;

4. Museu de Pesca, antigo Forte Augusto (1734), administrado pelo governo do Estado de

São Paulo;

5. Fortaleza de Itapema (1738), administrado pela Alfândega de Santos;

6. Antigo Forte N. S. Montserrat (1543), administrado pela Alfândega de Santos. É o único

que não deixou vestígio, infelizmente;

7. Casa do Trem Bélico (1734), local de exposições administrado pela Prefeitura de Santos e

“hub” do Circuito Turístico dos Fortes;

8. Fortaleza de Itaipu (1902), administrada pelo Exército Brasileiro;

9. Forte dos Andradas, administrado pelo Exército Brasileiro.

13

Este fantástico sistema de defesa colonial e republicano, salvo melhor juízo, se

mantém “ ligado entre si através de sua geografia, sua tipologia histórica, suas técnicas de

construção e sua administração oficial”13 e pode ser considerado também como um excelente

exemplo de administração compartilhada. Apenas as fortificações republicanas são

administradas pelo Exército Brasileiro, hospedando o comando e uma das unidades

operacionais da Artilharia Antiaérea do Brasil.

Esta rede militar histórica está hoje integrada ao Circuito Turístico dos Fortes,

dispondo de um livro de minha autoria, na versão digital, hospedado do portal da Universidade

Católica de Santos: www.unisantos.br/circuitofortes

Ousamos finalizar este breve ensaio com a indicação do livrete Bem-Vindo à

FORTALEZA DE SANTO AMARO. A Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande – Patrimônio

Histórico Nacional – é mais expressivo conjunto arquitetônico-militar do Estado de São Paulo

e está na Lista Indicativa/2015 para concorrer ao título de Patrimônio Mundial pela UNESCO

(2020 / 2015).

O livrete está disponível no site www.secomandi.com.br/fortalezadabarra e faz

parte e faz parte do projeto digital EDUCAÇÃO PATRIMONIAL – Fortes e Fortalezas.

www.unisantos.br/fortifications

13 Colocação do projeto Military Landscapes, conferência Internacional, Ilha de Madalena, Itália,

2017,sobe as redes militares históricas.

14

Conclusão

Os navegantes em mares revoltos e os bandeirantes no oeste bravio ousaram construir uma fantástica história de povoamento e

conquistas territoriais que se entrelaçam. (SECOMANDI, E. R)

A Educação Patrimonial é o norte do arcabouço conceitual que permeia este estudo,

por meio do qual ousamos afirmar que os navegantes e os bandeirantes construíram uma

importante história de povoamento e conquistas territoriais que se entrelaçam. Está rica

história está materializada pela sobrevivência de magníficos exemplares da arquitetura militar

colonial.

Inspirados no maior poema épico da língua lusitana (Os Lusíadas), este estudo aborda

as ações heroicas dos navegantes cruzando as águas do Atlântico e dos bandeirantes abrindo

diversos caminhos pelas terras que permeiam o vasto perímetro da América de origem

portuguesa. Pois foi assim, ou quase assim, com “tanta tormenta, tanto dano, tanta guerra e

tanto engano” que eles ousaram ampliar as fronteiras do Brasil, deixando como herança

patrimonial inúmeros fortes e fortalezas coloniais em toda a extensão territorial do Brasil de

hoje.

Cumpre-nos destacar também que a Baixada Santista deve orgulhar-se de sua

herança arquitetônica, constituída pelo maravilhoso conjunto de fortes e fortalezas que

compuseram a defesa colonial, que se apresentam como testemunhas da nossa história

regional. Tais invólucros arquitetônicos, estão para a identidade dos santistas assim como os

bandeirantes estão para a dos paulistas de uma maneira geral.

Hoje, o sistema defensivo colonial do Porto de Santos serve ao turismo histórico e às

demais atividades culturais da região como forma de ilustrar um passado heroico, e por que

não dizer épico, de homens que enfrentaram regiões inóspitas, desafios naturais, para fincar

a bandeira do que viria a ser o Brasil. Esta inexorável e salutar tendência ocorre mundo afora,

e as prefeituras que abrigam as fortificações coloniais da nossa região (Bertioga, Guarujá e

Santos) estão nos dando excelentes exemplos no trato do bem comum que pertence a todos

nós.

A Universidade Católica de Santos apoia os estudos sobre as fortificações coloniais

do Brasil, disponibilizando-os na aba de extensão universitária do seu portal - _

www.unisantos.br/fortifications. Trata-se de um projeto digital sobre EDUCAÇÃO

PATRIMONIAL – Fortes e Fortalezas, com destaque especial para as fortificações de defesa

da Baía de Santos. O ICOFORT – International Scientific Committee on Fortifications and

Military Heritage – também abre espaço para publicação de seus membros:

http://web.icofort.org/#!section=10088357&cat=0&item=8237144

15

Para saber mais, indicamos alguns portais e sites que abordam este assunto temático

com mais profundidade:

http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/343 Educação Patrimonial

www.icomos.org www.icomosbr.org

www.icofort.org www.brasil.icofort.org/

www.cidadesfortificadas.ufsc.br

www.unisantos.br/fortifications www.secomandi.com.br

www.fortesdobrasil.appcultural.com.br

[email protected] www.web.icofort.org

https://www.facebook.com/Fortes-do-Brasil-1989204401306742/

http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/4071/cooperacao-e-parceria-sao-temas-dos-

debates-no-semiario-internacional-fortificacoes-brasileiras

https://www.facebook.com/fortesdobrasil/posts/1558038624266690

https://www.facebook.com/fortesdobrasil/

https://www.facebook.com/fortesdobrasil/posts/1558038624266690

http://www.abvc.com.br/evento.asp?IdEv=87

http://www.sailbrasil.com.br/index.php?pg=jornal&p=7374

http://programaurbanidades.com.br/?s=113

http://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/fortalezas-do-litoral-de-sp-podem-se-tornar-

patrimonio-mundial-da-humanidade.ghtml

16

ILUSTRAÇÕES enumeradas por páginas:

4 – Composição sobre síntese gráfica do papel representado pelas expedições bandeirantes,

EME/HEB, v 1, p. 225.

5 – Mapa “Terra Brasilis”, do Atlas de Lupo Homem-Reinéis, c. 1519, e desenho da antiga

vila de São Vicente, Biblioteca da Ajuda, Lisboa, Portugal; Mapa da Baía do Rio de Janeiro e

a Cidade de São Sebastião, c. 1572, Rolando A. Laguarda Triás, História Naval Brasileira;

Reprodução do quadro de Benedito Calixto, Forte São João, Bertioga; Composição sobre

desenhos do compêndio EME/HEB, v1, p, 43.

5 e 6 – Composições sobre síntese gráfica do papel representado pelas expedições

bandeirantes, com desenhos do compêndio EME/HEB, v 1, p. 225.

6 – Mapa de São Vicente, de Reys-boeck van het rijeke Brasilien”, 1624 (MORI, p. 187).

7 – Mapa da Circuito dos Fortes, André S. Meireles e Elcio Rogerio Secomandi.

8 – Diferentes tipos de bandeirantes: www.aprendendohistóriajuntos.blogspot.com; Síntese

gráfica do papel representado pelas expedições bandeirantes, EME/HEB, v 1, p. 225.

9 – Foto do monumento aos Bandeirantes, Victor Hugo Mori.

10 – A Defesa do Porto de Santos. Fotomontagem Victor Hugo Mori.

11 – Foguete Astro II sobre desenho de Debret. Fotomontagem de Victor Hugo Mori.

12 – Mapa da Circuito dos Fortes com fotos de Antônio Carlos Freddo.

13 – Capa do livrete Bem-vindo à Fortaleza de Santo Amaro. Foto com drone: Robson

Augusto e Aurélio Pezzuto.

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http://secomandi.com.br/Arquitetura/PDF/SJoao/sao-joao.pdf

Revisão: Profa Dra Patrícia Regina Correa Barreto