Educação Patrimonial o Papel Do Professor de História

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    EDUCAO PATRIMONIAL: O PAPEL DO PROFESSOR DEHISTRIA NA CONSCIENTIZAO DA SALVAGUARDA DO

    PATRIMNIO CULTURAL

    (Autor) Renilfran Cardoso de Souza1(Co-autora) Daniela Santos Silva Soares2

    Eixo 5: Educao e Ensino de Cincias Humanas e Sociais

    Resumo

    Nos ltimos anos, o ensino de histria vem passando por um processo de reformulaoatravs de polticas educacionais, sobretudo atravs dos parmetros curricularesnacionais. Nesse sentido, o professor tem mais liberdade de trabalhar contedos antesrestritos sala de aula, hoje de forma prtica os acontecimentos histricos sodirecionados ao tempo presente.A escola tem papel fundamental na formao de cidados crticos que sero atuantes nomeio social. Entender o meio em que se vive preservar sua memria e sua identidade.A importncia da educao patrimonial colocar o aluno na condio de agentetransformador, sabedor da importncia da preservao do patrimnio que faz parte dasua histria.

    Palavras - chave: Polticas educacionais Ensino de Histria Educao Patrimonial

    Resumen

    Estos ltimos aos, la educacin de la historia viene pasando para un proceso delreformularization con poltica educativa, sobre todo con los parmetros del plan deestudios nacionales. En esta direccin, el profesor tiene ms libertad a trabajar antes del

    1Especialista em Ensino de Histria: novas abordagens (FSLF). Graduado em Histria (FJAV),Professor de Histria da rede pblica. E-mail: [email protected] em Ensino de Histria pela FSLF/ SE e Graduada em Histria pela Universidade

    Tiradentes. Aluna da Especializao em Docncia e Tutoria em EAD/UNIT, Professora- Tutorado curso de Licenciatura em Histria/UNIT e Professora de Histria da Rede Pblica e RedePrivada de Ensino. E-mail: [email protected]

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    contenido restricto a la sala de clase, hoy de la forma prctica que los acontecimientoshistricos se dirigen al actual tiempo. La escuela tiene papel bsico en la formacin deciudadanos crticos que estn funcionando en el ambiente social. Para entender lamanera donde si vive est preservar su memoria y su identidad. La importancia de laeducacin patrimonial es colocar la pupila en la condicin del agente de transformacin,sabio de la importancia de la preservacin del patrimonio que es parte de su historia.

    Palabras ilave: Poltica educativa - educacin de la historia - educacin patrimonial

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    INTRODUO

    Driblando a realidade escolar, sobretudo das escolas pblicas, o professor agente

    transformador e conscientizador de modelos que serviro de bases na construo do

    pensamento do aluno. Sendo assim, o professor tem que buscar caminhos para que a histria

    no fique presa as pginas do livro didtico, mas sim presa na identidade e memria do aluno.

    Para isso o professor deve viajar fora do ensino tradicional, fora do livro didtico, fora dos

    bancos escolares, e sentir a histria atravs do patrimnio cultural deixado pela sociedade em

    que o aluno vive. Com isso, transformar a histria distante na histria do dia-a-dia do

    estudante.

    Trabalhar com educao patrimonial despertar sentimentos antes desconhecidos, e

    compreender que o patrimnio cultural no o velho, so experincias do passado, mas

    tambm do presente. A educao patrimonial um instrumento de alfabetizao cultural

    que possibilita ao indivduo fazer a leitura do mundo que o rodeia, levando-o compreenso

    do universo sociocultural e da trajetria histrico-temporal em que est inserido (HORTA,

    1999), ou seja, essa compreenso s ser transformada em um campo de ao quando ela

    for entendida dentro do universo transdisciplinar.

    LEIS E POLTICAS EDUCACIONAIS: UMA NOVA PERSPECTIVA

    Nos ltimos anos a educao vem passando por um processo de transformao atravs

    da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e com os Parmetros Curriculares Nacionais

    (PCNs). Sua tarefa foi incentivar e discutir novas prticas pedaggicas, sobretudo na

    educao patrimonial, objeto de interesse desse trabalho. Com isso, a prtica docente foirepensada, e o prprio ensino comeou a desvencilhar dos padres tradicionais, to difundidos

    pelo Brasil, e deu lugar a uma prtica mais dinamizadora onde os alunos vem na teoria-

    prtica um novo olhar para os acontecimentos que esto a sua volta.

    A possibilidade de ver a Histria em suas mltiplas faces, e no apenas atravs de

    grandes heris e das suas histrias de guerras, extrapolou os paradigmas criado pelo Ensino

    de Histrias e pela prpria proposta dos currculos escolares. Diante da exploso que a Nova

    Histria proporcionou, dando um novo sentido, ou melhor, possibilidades de contar a histria,fez da Escola dos Annales um divisor de guas e uma nova equao a ser resolvida.

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    Com o currculo escolar fechado, com disciplinas que carregam uma imensido de

    contedos, pouco sobra espao para discutir a questo do patrimnio cultural. Uma disciplina

    Patrimnio cultural parece estar distante de ser inserida no campo curricular da educao,

    mas existem outras possibilidades, e volto a dizer, questo de conscincia, sobretudo do

    professor de histria, carregar consigo a funo de despertar a conscientizao social de cada

    aluno para a preservao do patrimnio cultural, seja ele material ou imaterial, mostrando a

    prpria sociedade na qual eles fazem parte, da importncia de manter viva a memria e a

    valorizao do seu espao. o que destaca o PCN de Histria do Ensino Mdio:

    Estabelecer relaes entre o patrimnio histrico e cultural preservado dolugar em que vivem e as memrias e identidades locais, regionais, nacionaise mundiais, percebendo e criticando a predominncia dos marcos histricosligados s histrias dos grupos sociais dominantes, como critrio de seleo

    e configurao do patrimnio a ser preservado. O educando reconhece, dessemodo, a necessidade de ampliao do prprio conceito de patrimniohistrico e cultural, de maneira a abarcar a produo dos diferentes grupossociais e os marcos que faam lembrar os acontecimentos significativos paraesses grupos. (PCN, 2002, p. 75)

    Os Parmetros Curriculares Nacionais de Histria destacam uma nova possibilidade de

    pensar a prtica do ensino de histria, contextualizando os contedos e deixando os alunos

    cada vez mais prximos da realidade que os cerca. Ou seja, o simples decorar dos fatos

    histricos d lugar a um ensino inovador, saindo um pouco da sala de aula e buscando o

    conhecimento fora dela. o que destaca o PCN de Histria do Ensino Fundamental (5 a 8):

    As visitas aos museus e s exposies devem possibilitar debates sobre apreservao da memria de qualquer grupo social. Durante muito tempo, aHistria valorizou a memria de lideranas polticas e de heris nacionais.Hoje em dia, existe a preocupao de igualmente preservar a memria demovimentos populares, das histrias das minorias tnicas, culturais ereligiosas, das prticas e vivncias populares, as lembranas de pessoascomuns etc. H esforos de preservar a cultura negra, as reas dosquilombos, a rea e as lembranas do Arraial de Canudos, os terreiros de

    candombl, os campos de futebol de vrzea, as lembranas de mulheres,operrios, artesos, as fotografias das famlias, os objetos de uso cotidiano,como vestimentas, instrumentos, utenslios domsticos. Em muitos museus,as exposies destacam essas reminiscncias sobre o modo de viver no dia-a-dia ou sobre a vida de grupos sociais reprimidos historicamente. (PCN,1998, p. 90)

    As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educao Bsica, resoluo n 04,

    de 13 de julho de 2010, destacam a responsabilidade de reforar a lei de diretrizes e bases

    (LDB), estimulando a reflexo para a criao de novos caminhos para a execuo do Projeto

    Poltico Pedaggico da Educao Bsica, como tambm orientar os docentes e profissionaisda educao a integrar seus conhecimentos.

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    Com essa nova resoluo sancionada pelo ministrio da educao, refora ainda mais

    a responsabilidade da Instituio Educacional para assegurar os caminhos que do

    sustentabilidade ao desenvolvimento da educao bsica de qualidade e comprometimento

    com as diversas reas de conhecimento.

    No Art. 8, inc. II, afirma a considerao sobre a incluso, a valorizao das diferenas

    e o atendimento pluralidade e diversidade cultural, resgatando e respeitando as vrias

    manifestaes de cada comunidade. Nesse contexto, entende-se e acredita-se que alm de

    compreender as diferenas culturais, a idia de resgatar j um exerccio social que cada ser

    humano deve utilizar. O espao educacional j um exerccio constante de cidadania e

    diferenas. nesse ambiente que se constri a formao de cada indivduo e nele que

    construmos nossos ideais.

    Ter a conscincia da importncia do conhecimento do que o patrimnio cultural, faz

    com que cada aluno identifique que estaro contribuindo aos poucos para a preservao e

    conservao de uma Histria na qual eles fazem parte. Portanto, a funo conscientizadora

    comea aos poucos a funcionar fora do campo escolar.

    De acordo com o Art. 11a escola de educao bsica o espao em que se ressignifica

    e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as identidades culturais, em que se aprende a

    valorizar as razes prprias das diferentes regies do pas. Sendo assim, perceptvel que a

    preocupao mostrar para o aluno que suas razes so responsveis pelo seu crescimento. Ou

    seja, cada cultura, seja ela aqui no Brasil ou fora dele, tem suas especificidades, e no h uma

    cultura melhor que a outra. Essa relao de pertencimento deve ser desenvolvida em sala de

    aula.

    Na afirmaodo Art. 17. pelo menos 20% do total de carga horria anual ao conjunto

    de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, previsto pelo projeto

    pedaggico, de modo que os estudantes do Ensino Fundamental e mdio possam escolher

    aquele programa ou projeto com que se identifiquem e que lhe permitam melhor lidar com oconhecimento e a experincia.

    A importncia do Projeto Poltico Pedaggico deve sair do papel e tomar caminhos

    concretos. A autonomia da instituio educacional na realizao do seu PPP mostrar a

    identidade da escola, ou seja, nele que identificamos a funo social que a escola representa

    para a sociedade. Por isso, ele pensado tambm pela parte tcnica, funcionrios, gestores,

    famlias, representante estudantil.

    No Art. 43 3 discute a misso da unidade escolar , o papel socioeducativo, artstico,cultural, ambiental, as questes de gnero, etnia e diversidade cultural que compem as aes

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    educativas, a organizao e a gesto curricular so componentes integrantes do projeto

    poltico- pedaggico, devendo ser previstas as prioridades institucionais que a identificam,

    definindo o conjunto das aes educativas prprias das etapas da Educao Bsica assumida,

    de acordo com as especificidades que lhes correspondem, preservando a sua articulao

    sistmica.

    DA TEORIA PRTICA: UM PROCESSO EDUCATIVO ATRAVS DA

    EDUCAO PATRIMONIAL

    A proposta da educao patrimonial vem com a finalidade de envolver a sociedade,

    comunidades escolares, professores e alunos para seu papel no resgate do patrimnio cultural.

    Sendo assim, um trabalho educacional, conscientizador, atribudo a cada indivduo de forma

    individual ou coletiva, com a finalidade de provocar o conhecimento cultural e a valorizando

    das heranas culturais.

    Essa conscientizao educacional surgiu no Brasil no primeiro seminrio sobre o Uso

    Educacional de Museus e Monumentos realizado em julho de 1983, no museu Imperial de

    Petrpolis, RJ. A partir da, diversas manifestaes e atividades vem sendo produzidas em

    diversos espaos escolares e sociais com a finalidade de despertar para o papel social que

    todos os cidados possuem para manter viva sua histria.

    O trabalhoda escola ajuda os alunos a despertar para a sensibilizao da cultura local,

    desenvolvendo uma relao de pertencimento e do sentido de identidade. O trabalho coletivo

    possibilita a interao entre familiares e membros da comunidade, resgatando as

    manifestaes culturais do bairro, bem como a valorizao e divulgao do patrimnio.

    O reconhecimento da diversidade cultural na qual se vive, leva a entender que cada

    manifestao possui sua peculiaridade e sua importncia dentro da sociedade. O patrimnio

    cultural brasileiro no pode estar restrito aos bens reconhecidos nacionalmente ouinternacionalmente, mas valorizar tambm os bens annimos, que no esto ao alcance de

    todos. No Guia Bsico de Educao Patrimonial, Horta (1999, p. 7) destaca:

    Existem outras formas de expresso cultural que constituem o patrimniovivo da sociedade brasileira: artesanatos, maneiras de pescar, caar, plantar,cultivar e colher, de utilizar plantas como alimentos e remdios, de construirmoradias, a culinria, as danas e msicas, os modos de vestir e falar, osrituais e festas religiosas e populares, as relaes sociais e familiares,revelam os mltiplos aspectos que pode assumir a cultura viva e presente deuma comunidade.

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    As vrias formas culturais podero ser compreendidas de forma contundente atravs

    do processo educativo, da relao do ensino/aprendizagem, contribuindo para o

    desenvolvimento das competncias e habilidades que cada aluno possui, e despertando-os

    para o amadurecimento da preservao cultural.

    Trabalhar o patrimnio cultural no ambiente escolar desenvolver nos alunos a busca

    de sua identidade atravs da herana cultural no qual o representa. A educao patrimonial

    promove um melhor aprendizado para a memria cultural, despertando nos alunos o

    interesse de conhecer a identidade local atravs de manifestaes do passado.

    O contato com caractersticas e hbitos diferentes de grupos sociais possibilita estudos

    que ajudam os alunos a perceberem de forma prtica a diversidade cultural na qual fazem

    parte. Essa mudana temporal construda de acordo com as formas identificadas atravs de

    objetos, de costumes dirios, da comunidade, dos modos de alimentao, trabalho, educao,

    religio, festas e suas relaes sociais. Conforme intensifica Horta (1999, p.6):

    A metodologia especfica da Educao Patrimonial pode ser aplicada aqualquer evidncia material ou manifestao da cultura, seja um objeto ouconjunto de bens, um monumento ou um stio histrico ou arqueolgico,uma paisagem natural, um parque ou uma rea de proteo ambiental, umcentro histrico urbano ou uma comunidade da rea rural, uma manifestaopopular de carter folclrico ou ritual, um processo de produo industrial

    ou artesanal, tecnologias e saberes populares, e qualquer outra expressoresultante da relao entre os indivduos e seu meio ambiente.

    Reconhecer que todos os povos produzem cultura um passo para entender que

    nenhuma cultura melhor que a outra, cada uma tem sua participao, formas de expresses

    e valores para a histria. Dessa forma, os padres estabelecidos pela prpria sociedade na

    qual o indivduo faz parte, desenvolve comportamentos que se diferenciam de acordo com o

    pensar de cada regio, comunidade, pas. A repetio de fatores culturais apresentados de

    forma espontnea, por cada ser humano, aos poucos vo sendo considerados como um

    modelo cultural no meio social. A cultura compreendida como um fator dinmico, que tem

    a capacidade de estar se renovando de acordo com o contato com outros grupos.

    Sendo assim, a educao estar preparando os alunos para mostrar a sociedade da

    importncia de manter viva a memria e a valorizao do seu espao. Se essa

    conscientizao vem da escola, possvel que se tornem cidados preparados para

    reconhecer e salvaguardar os patrimnios culturais.

    NOVAS ABORDAGENS NO ENSINO DE HISTRIA: UM DESAFIO

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    Segundo Freire (1996, p.35) prprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a

    aceitao do novo que no pode ser negado ou acolhido s porque novo, assim como o

    critrio de recusa ao velho no apenas cronolgico. O ensino de histria passou por diversas

    transformaes, sobretudo nos momentos finais do regime militar, onde a disciplina de

    histria estava integrada a de geografia, e passaram a serem autnomas. Com essa autonomia,

    os professores entendem que deveriam ter maior participao nas elaboraes dos currculos,

    colocando em xeque a realidade enfrentada por cada docente em sala de aula. O ensino

    tradicional abre espao para a ampliao de mtodos que possam atender o ensino de histria

    atravs da prtica.

    Junto a isso, com a realidade do consumismo e dos avanos tecnolgicos fez da

    disciplina de Histria alvo de questionamentos pelos prprios alunos, colocando em dvida a

    importncia de estudar o passado. O desafio que o professor de histria enfrenta

    constantemente quando o aluno faz a seguinte pergunta: Para que serve estudar Histria?

    Desafios a parte, a disciplina continua e vem sendo amparada por reformulaes em

    seus contedos, seja por novas informaes histricas, ou pela forma que o professor

    transmitir os saberes, deixando-o mais prximo da realidade do aluno. Segundo Bittencourt

    (2004, p.19), para a maioria das propostas curriculares, o ensino de Histria visa contribuir

    para a formao de um cidado crtico, para que o aluno adquira uma postura crtica em

    relao sociedade em que vive. As introdues dos textos oficiais reiteram, com existncia,

    que o ensino de Histria, ao estudar as sociedades passadas, tem como objetivo bsico fazer o

    aluno compreender o tempo presente e perceber-se como agente social capaz de transformar a

    realidade, contribuindo para a construo democrtica.

    Parte dessa dificuldade do aluno de se identificar como agente transformador da

    histria no apenas pela postura do professor, mas pelo prprio livro didtico, que vem se

    renovando, mas ainda trs um histria positivista, dos grandes heris, deixando de formasecundria a histria vinda de baixo. Ou seja, o aluno se identifica com aquilo que dar

    sentido ao que ele est vivendo. Se existe um monumento representativo de uma figura ilustre

    da cidade, e o aluno no toma conhecimento desse monumento, no sabe sua histria, ento

    no h sentido, apenas enfeite na cidade. O professor responsvel por essa identificao e

    pela construo de sentidos. Com essa nova postura, o professor deixa de ser o intocvel, e

    passa a construir conhecimento com o aluno, e no sozinho.

    Nesse sentido, o mtodo tradicional to discutido ao longo da prtica docente,continua, mas as ferramentas de ensino modificam-se. O uso de documentos escritos,

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    discusses em grupo, imagens, a ida a museus, fotografia, cinema, msica, monumentos

    histricos, grupos culturais; todo esse contato faz o aluno perceber a histria de forma

    dinmica, e no preso apenas aos discursos dos professores e do livro didtico.

    Esse processo de conhecimento prtica quando despertado mais fcil de gerar

    novos questionamentos, novas informaes. Cabe a escola, identificar essas experincias

    dirias e transformar em conhecimentos. A valorizao desses pequenos sentidos at ento

    recm descobertos, faz do ensino de histria um prazer em conhecer coisas novas, buscar

    significados naquilo antes ignorado. O aluno compreender questes que daro sentido ao

    mundo em que vive e ser cada vez mais um cidado atuante.

    Infelizmente a realidade educacional muito pluralizada, e nesse sentido, observa-se

    que nem todos os profissionais e nem todas as escolas esto preparadas para essas mudanas

    operacionais. Mas isso no quer dizer que o professor no esteja preparado para lidar com

    essas realidades sociais, transformando-as em realidades locais.

    Segundo Nemi (1996, p.54) infelizmente o conhecimento oferecido pela maioria das

    escolas brasileiras ainda privilegia a informao pronta. A prtica cotidiana destas ainda

    baseada no mtodo tradicional, no caso especfico do ensino de histria, os alunos so

    colocados em contato com uma srie de conhecimentos que devem memorizar e compreender

    segundo seus personagens principais, suas causas e consequncias.

    O processo de ensino aprendizagem da responsabilidade do professor, mesmo que

    haja um parmetro a seguir, nesse caso o livro didtico, ele que privilegiar as habilidades

    dos alunos atravs das atividades e dos contedos. O aluno poder produzir conhecimentos

    atravs das suas experincias individuais e coletivas, mas precisar do conhecimento maior do

    professor para sistematizar e organizar essas informaes. No uma produo de

    conhecimento de longos trabalhos e pesquisas, como aqueles que escrevem e produzem

    histria, mas conhecimento que consiga relacionar a histria do passado com o presente;

    talvez esse seja o maior desafio, no s para o aluno, mas tambm para o professor.Quando se afirma que o professor responsvel por despertar essas habilidades nos

    alunos, quer dizer que ele sim responsvel pelos mecanismos, mas a realidade de cada sala

    de aula, de cada cidade ou comunidade sempre a mais variada. Esse trabalho de

    conscientizao sim papel do professor, mas como todo processo inovador requer riscos, e

    no pode fugir dessa realidade.

    Portanto, se as Diretrizes Curriculares da Educao Bsica prope disponibilizar 20%

    do total de carga horria anual para programas e projetos interdisciplinares, cabe a escola e aoprofessor conferir temticas que introduzam e despertem conhecimentos. Que elevem o

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    potencial do aluno, dando ele segurana para construir suas experincias, e identificado as

    experincias coletivamente. Sozinho, talvez sentisse mais dificuldade ou levaria mais tempo

    para compreender. Nesse caminho estariam mais preparados, tanto para conviver socialmente

    como estariam mais seguros nas sries posteriores e no chegariam a Faculdade ou a

    Universidade com maiores dificuldades de interpretao.

    Sendo assim, importante saber que a escola um ambiente estimulador e que

    depende muito da atuao do professor. Nesse sentido, o ele conseguir identificar as

    vivncias trazidas pelos alunos e conseguir sistematizar com as vivncias em sala de aula.

    uma tarefa que exige pacincia e amor pela profisso. Em contrapartida os professores

    precisam e devem ser mais valorizados profissionalmente. uma ajuda mtua, que requer

    compreenso de todos.

    Com a valorizao do estudo das vivncias trazidas pelos alunos e de projetos que

    tragam uma conscientizao do papel social do estudante, o desenvolvimento de programas

    de Educao Patrimonial vem despertando um sentimento de pertencimento e de identidade

    local. Com isso o aluno comea a compreender e se identificar com as questes culturais, e

    percebe a importncia para a preservao da memria local. O envolvimento da rede escolar,

    da comunidade locais, da famlia, leva ao exerccio de integrao social atravs de uma causa

    especial, salvaguardar sua histria. Dessa forma, com a integrao da educao e da

    sociedade, as autoridades pblicas e privadas olharo com mais sensibilidade para a

    conservao do patrimnio cultural.

    CONSIDERAES FINAIS

    Diante das reflexes sobre as possibilidades que o professor de histria possui para a

    elaborao de aulas prticas, dinmicas contextualizadas, observa-se que o estudo do

    patrimnio cultural to importante quanto s disciplinas curriculares de histria. Nessa tica,os PCNs e as leis de educao bsica contriburam para o melhor desempenho dos professores

    em trabalhar os contedos transversais.

    Aproveitando essa perspectiva, o professor ser responsvel juntamente com a escola,

    o aluno e a comunidade a exercer caminhos para justificar a importncia d Educao

    Patrimonial, mobilizando os rgos pblicos a valorizar a cultura da cidade, bem como

    preservar a arquitetura que representa a histria da cidade.

    Com o apoio da escola e do professor, essas aulas prticas nas ruas da cidade, nascidades histricas, museus, despertaro nos alunos a vontade de conhecer e preservar seu

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    patrimnio antes que um dia se acabe. Nesse sentido, educao patrimonial deveria ser

    disciplina obrigatria nos bancos escolares. Enquanto isso no acontece, acreditamos na

    responsabilidade dos profissionais da educao.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    BITTENCOURT, Circe (Org.) O saber histrico na sala de aula. So Paulo: Contexto,2004.

    BITTENCOURT, Circe. Ensino de Histria: fundamentos e mtodos. So Paulo: Cortez,2004.

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    MEC. Parmetros curriculares nacionais : histria e geografia. 2. ed. Secretaria deEducao Fundamental. Rio de Janeiro : DP&A, 2000.

    NEMI, Ana Lcia Lana; MARTINS, Joo Carlos. Didtica de Histria. So Paulo: FTD,1996.

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    curriculares nacionais. Braslia: MEC, 2002. Disponvel em:http://portal.mec.gov.br/index.php. Acesso: 19 de novembro de 2010.

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