Educacao Sobre Drogas Na Pespectiva Da Saude Coletiva

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    Sau. &Transf. Soc., ISSN 2178-7085, Florianpolis, v.4, n.2, p.32-37, 2013.

    Pesquisa, Teoria e Metodologia

    Educao Sobre Drogas na Perspectiva da Sade ColetivaEducation About Drugs from the Collective Health Perspective

    Elda de Oliveira1

    Cassia Baldini Soares2

    1Doutoranda em Cuidado em Sade, Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo (USP), SP - Brasil2Professora Associada, Escola de Enfermagem da Universidade de So Paulo (USP), SP - Brasil

    RESUMO- A educao sobre drogas direcionada aos jovens pela mdia geralmente realizada sem a participao dos grupos a que se destinam,considerados audincias, e acompanha os cnones da guerra s drogas, ou seja, do paradigma dominante na rea de educao/preveno dedrogas. O objetivo deste estudo problematizar a educao sobre drogas direcionada aos jovens pela mdia e propor transformaes na direo

    da participao efetiva dos jovens no desenho de programas de mdia que discutam as drogas. O marco terico de referncia considera osfundamentos da Sade Coletiva e agrega estratgias da Educomunicao, considerados campos de convergncia. A problematizao foirealizada atravs da bibliografia na rea, que, como nas demais reas que atuam na educao/preveno de drogas, acena na direo dodogmatismo e terrorismo. A Sade Coletiva e a Educomunicao so campos coerentes entre si no que tange preocupao de tomar emconsiderao o que os jovens tm a dizer, considerando no processo educativo suas experincias e necessidades, tomando os jovens, portantocomo sujeitos polticos capazes de realizar prticas criativas e de transformar sua compreenso das realidades microssociais e na luta pormelhores condies de trabalho e vida, condio fundamental para a transformao da realidade.Palavras-chave: Educomunicao; Sade Coletiva; Educao; Consumo de Drogas.

    ABSTRACT- Drug education directed at youth through the media is usually performed without the participation of the intended groups, ofwhich are considered audiences, and follows the canons of war on drugs, that is to say, the dominant paradigm in Education/drug prevention'sfield. The aim of this study is to discuss drug education directed at young people in the media and to propose changes in the direction ofeffective participation of young people in the design of media programs to discuss drugs. The theoretical referential milestone considers theCollective Health fundamentals, and attaches strategies from Educommunication, where are considered convergence fields. The questioningwas conducted through bibliographic literature in the field, which, as in other areas that work in education/drug prevention, waving towarddogmatism and terrorism. The Collective Health and Educommunication fields are consistent with each other, regarding the concern to take intoaccount what young people have to say, considering the educational process their experiences and needs, taking young people as politicalsubjects capable of performing and creative practices, modifying their understanding of microsocial realities and fighting for better working andlife conditions, a fundamental aspect for the transformation of reality.Keywords: Educommunication; Collective Health; Education; Drug Consumption.

    1. INTRODUONa sociedade contempornea, os meios decomunicao alcanaram a funo de praa pblicapor onde passam os debates das principais questesda sociedade. A cobertura miditica relacionada aos

    jovens e ao consumo de drogas est no centro dasinformaes. O destaque fica por conta da aluso deque os jovens tm sido despertados para o consumo

    de drogas cada vez mais cedo, sendo a maiorincidncia e prevalncia nas classes sociais mais

    baixas1; 2

    .

    Os objetivos deste trabalho so problematizar aeducao sobre drogas direcionada aos jovens pelamdia e propor transformaes na direo daparticipao efetiva dos jovens no desenho deprogramas de mdia que discutam as drogas, a partir

    dos marcos terico-metodolgicos da Sade Coletiva ede estratgias da Educomunicao.

    A mdia impressa, quando aborda os problemasrelacionados ao consumo de drogas, majoritariamentese pauta em repertrio afinado com a ideologia daguerra s drogas, associando a experimentao da

    droga escalada, ou seja, a um caminho que vai do

    Sade & Transformao SocialHealth & Social Change

    Autor correspondenteElda de Oliveira

    Rua Wilson Nahra, 62, apto 13.

    So Paulo, SPCEP: 04313-090

    Email :[email protected]

    Artigo encaminhado 17/04/2013

    Aceito para publicao em 19/05/2013

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]
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    consumo das chamadas drogas leves para o

    inevitvel uso das chamadas drogas mais perigosas

    ou pesadas3. Geralmente, esse fenmeno

    compreendido na perspectiva mdica ou da sadepblica, que coloca o consumo de psicoativos comodoena

    4; 5; 6.

    Essa a marca dos programas de preveno ao

    consumo de drogas no Brasil, forjados nos cnones daguerra s drogas

    7, 8

    A mdia que se destina aos jovens, como osprogramas de televiso e rdio, expe diversosanncios de bebidas alcolicas e outros produtos aserem consumidos

    9,10,11. Em contrapartida as

    mensagens antidrogas so veiculadas, sendo as

    antitabaco e as dos produtos farmacuticosantitabaco as dominantes, em relao s demaisdrogas, que aparecem com menos frequncia

    12; 10.

    Majoritariamente, as mensagens anti-bebidasalcolicas transmitem discursos que responsabilizam

    o indivduo por suas escolhas e decises e, emcontraposio, desresponsabilizam o poder pblico eas empresas de bebidas alcolicas pelos danos sadeda populao

    4.

    Campanhas educativas parecem estar associadas aatitudes favorveis dos jovens no sentido de reduzir oconsumo de tabaco, bem como ao envolvimento dospais em aes antidrogas na comunidade

    12. J em

    relao s drogas ilcitas, como a maconha, evidnciassugerem que as campanhas no influenciampositivamente as atitudes dos jovens em relao aoconsumo

    13.

    O objetivo das campanhas instruir crianas eadolescentes a rejeitar as drogas, principalmente asilegais, e convencer usurios ocasionais a pararem oconsumo totalmente. H evidncias de que asmensagens que no tiveram xito veiculavaminformaes de senso comum, j conhecidas pelos

    jovens13

    .

    A falta de xito das campanhas atribuda a: usode linguagem inadequada ao pblico jovem, o quedificulta a compreenso das mensagens

    14;

    comercializao de produtos que veiculam mensagens

    opostas s campanhas educativas; baixo investimentopara manter a campanha na mdia a fim de que seatinja a audincia a que se prope; e tambm o poderdas normas sociais em relao ao consumo, quelegaliza algumas drogas, aprovando seu uso emdiversas situaes

    15.

    Outro problema, as medidas de preveno doconsumo de drogas, inclusive as estipuladas peloEstatuto da Criana e do Adolescente, no abordam a

    internet16

    . Na rede mundial de computadores soencontrados websites que tanto glamorizam oconsumo como objetivam prevenir. As soluesoferecidas s queixas sociais relativas ao fcil acessodos jovens aos websites que incentivam o usogeralmente recaem sobre os pais e sobre osprogramas de preveno, que, na opinio dos crticos,

    deveriam incluir informaes aos jovens sobre aspossveis mensagens ambguas que podem serencontradas na internet

    17; 18.

    Notadamente, h um desafio dos meios decomunicao para planejar as informaes e asmensagens direcionadas aos jovens considerando-oscomo sujeitos ativos capazes de contribuir para asoluo dos problemas sociais. Igual desafio est emconsiderar na elaborao das mensagens os diferentescontextos sociais que cercam os jovens de classessociais diferentes. Os jovens esto cercados pordiferentes realidades e as mensagens transmitidas no

    esto tomando por base suas diferentesexperincias

    19; 4. Na maioria das vezes so mensagens

    universais que tomam o usurio de drogas como umser caricato carente, idiotizado, problemtico desqualificando-o

    20.

    As mensagens educativas, com frequncia,caminham mais marcadamente no sentido deamedrontar do que no de informar e educar os

    jovens5. Geralmente, as mensagens so repressivas

    quando se abordam as substncias ilcitas e passivasou neutras quando se referem s substncias lcitas.Ao mesmo tempo em que se condena o consumo de

    bebidas alcolicas pelos jovens, permite-se o estmuloao lcool de maneira geral na mdia21

    .

    Muitas informaes oferecidas no sosignificativas para os jovens, pois esto longe de suasrealidades

    19.

    A problematizao da bibliografia na rea mostraque a educao sobre drogas direcionada aos jovenspela mdia geralmente realizada sem a participaodos grupos a que se destinam, consideradosaudincias. Essa educao acompanha os cnones

    da guerra s drogas, ou seja, do paradigma dominantena rea, que se caracteriza pela desconsiderao dos

    jovens como sujeitos sociais e de direitos e porestratgias comportamentalistas, que so dogmticase aterrorizantes.

    2. EDUCAO SOBRE DROGAS NA PERSPECTIVA DASADE COLETIVA E DA EDUCOMUNICAO.

    Sob as diretrizes e pressupostos da Sade Coletiva,que advoga o carter histrico e social do processosade-doena, Soares

    22prope analisar o consumo de

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    drogas como fenmeno inter-relacionado, na condiode mercadoria, estrutura e dinmica do modo deproduo capitalista.

    Coerentemente a essa perspectiva, toma-se apedagogia histrico-crtica, fundamentada naperspectiva dialtica, como base para a construo deuma educao sobre drogas de carter emancipatrio,

    sob o pressuposto de que no h como compreenderos processos sociais envolvidos no consumo de drogasignorando o contexto histrico no qual sedesenvolvem. Desse modo, os problemas que seapresentam para a prtica educativa so investigados,analisados e compreendidos luz da perspectivahistrico-crtica

    22.

    Nesse sentido, o desafio que se coloca educao o de acionar mecanismos para que os jovensdesenvolvam habilidades de captao e decompreenso da realidade que os circunda, e de suasrelaes com ela, no como uma realidade esttica,

    mas como uma realidade em transformao, e emprocesso. O ponto de partida para a compreensodessa realidade a contextualizao da prtica socialque comum tanto para o educador como para oeducando

    23; 24. Para que a educao assuma de fato o

    carter emancipatrio, na perspectiva da SadeColetiva, os meios de comunicao devem partir doscontextos sociais, levando em considerao arealidade dos jovens com quem deseja dialogar

    22.

    Estudos com jovens realizados a partir daperspectiva terica da Sade Coletiva vm mostrandoque as necessidades de sade so diferentes de

    acordo com a insero social dos jovens25 e que osvalores sociais e os valores relacionados ao consumode drogas tambm so diferentes

    26. Tais achados

    direcionam o olhar da educao sobre drogas paraindiscutivelmente tomar em considerao asdiferentes realidades sociais dos jovens

    22.

    A gama de estudos que aprofundam teoricamenteas contribuies das prticas que aproximamEducao, Comunicao e outros campos das CinciasSociais tm sido ampliados. So estudos que fazemleituras crticas dos meios de comunicao queretratam o mundo de maneira indiferente s

    realidades locais, propondo meios que busquemfortalecer a capacidade analtica dos sujeitos, como aproduo coletiva, tambm chamada de Educaopelos Meios de Comunicao ou Educomunicao

    27.

    A Educomunicao supera as barreirasepistemolgicas impostas pela viso iluminista efuncionalista que mantm os tradicionais campos daEducao, Comunicao e Cincias Sociais isolados e

    incomunicveis. Ademais, a Educomunicao objetivaque o sujeito passivo, preso a uma relao vertical eunidirecional das informaes, passe condio desujeito crtico, ativo, capaz de ressignificar asmensagens recebidas. Assim como abre espaoseducativos a fim de que qualquer lugar se torne umespao de aprendizado

    28; 29.

    Foram muitas as prticas educomunicacionais eseus representantes. Destacam-se aqui os pensadoresque serviram de apoio para a construo da baseterica da Educomunicao - o filsofo e educadorbrasileiro Paulo Freire, o educador e comunicadorargentino Mrio Kapln e o professor e jornalistabrasileiro Ismar de Oliveira Soares.

    A obra de Paulo Freire vasta; conhecida nacionale internacionalmente, sua principal inovao atribuda ao fato de tomar como base para a educaoos processos comunicativos. Sua proposta educacional pensada como ato poltico, de conhecimento e

    criao30. Assim, o educador preconizou aemancipao da educao e do sujeito.

    Freire se preocupava com os homensmarginalizados, expectadores das normas sociaisimpostas, a elas submetidos e sem permisso dedialogar e tomar decises. Quando lembradosserviriam de manipulao aos interesses da classedominante. A partir da, Freire postula a pedagogialibertadora e conscientizadora que convoca a prxiscriativa e o educador participante. Logo, em suaproposta, torna-se necessrio que os homens tomem apalavra e tragam assuntos relacionados s suas

    vivncias e reconheam a si prprios, no transcurso dadiscusso, como criadores da cultura. Assim, busca-seuma educao para a deciso, para a responsabilidadesocial e poltica

    31.

    De acordo com Meditsch& Betti32

    foi Kapln quemprimeiramente identificou a utilidade dos meios decomunicao para a educao, dilogo que at entono flua. A comunicao era utilizada apenas comoum veculo distribuidor dos contedos educacionais.Assim, partiu em busca dessa integrao, ressaltando ardio como um instrumento de educao popular,identificando seus gneros e linguagens, perseguindo

    a comunicao e a educao participativa e interativae antecipando o que temos hoje disponvel, comoutros meios de comunicao.

    Falando do mesmo precursor da Educomunicao,Caracristi

    33 enfatiza que Kapln sempre preconizou a

    prxis nas produes miditicas, valendo-se dadialtica para propor a formao da conscincia social,dado que partia do conhecimento global para chegar

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    ao local, motivando transformaes e inovaes nacomunidade. Dessa forma contrape-se s grandesmdias, que geralmente transmitem doutrinashegemnicas sem levar em considerao a qualpblico est se dirigindo, e ressalta a importncia daformao da conscincia crtica para que os sujeitospossam utilizar a rdio como um veculo capaz de dar

    visibilidade s suas carncias.Ismar de Oliveira Soares, da Escola de

    Comunicaes e Artes da Universidade de So Paulo(ECA/USP), detectou em sua trajetria profissional ainter-relao Comunicao/Educao apontando aemergncia de um novo campo interdisciplinar eautnomo de interveno social ento denominadoEducomunicao

    34 (p.7). Esse campo incorpora

    princpios da pedagogia crtica e libertria, de PauloFreire; herda prticas comunicativas e emancipatriasde movimentos sociais; e difunde o uso social edemocrtico da tecnologia de informao e

    comunicao contemporneas35

    .Soares e os demais pesquisadores da ECA/USP

    buscaram a construo do referencial terico-metodolgico dos temas que emergem na interfaceComunicao/Educao. Nesse percurso foi instauradoo primeiro curso nacional e internacional deLicenciatura em Educomunicao, aprovado peloConselho Universitrio da Universidade de So Paulo,em 17 de novembro de 2009

    36.

    Assim, Soares define o conceito ressemantizadocomo

    37(p. 439):

    (...) conjunto das aes inerentes aoplanejamento e avaliao de processos,programas e produtos de comunicaoimplementados com intencionalidadeeducativa, destinado a criar e fortalecerecossistemas comunicativos abertos,criativos, sob a perspectiva da gestocompartilhada e democrtica dos recursos dainformao.

    Nesse conjunto de aes reside a expresso

    comunicativa atravs das artes, com a valorizao dopotencial criativo dos sujeitos e grupos sociais em suas

    prticas de interveno social37(p.6).

    Nota-se que a Educomunicao possibilita que ossujeitos excludos tomem a palavra e resgatem asmanifestaes do saber popular. Pode-se dizer que, daperspectiva de educao em sade, apresentapotencial para produzir e divulgar informaes, queinstrumentalizem os grupos e as classes sociais paracompreender os determinantes do processo sade-

    doena22

    . Dessa forma, se contrape aos meios decomunicao que transmitem verticalmentemensagens a grupos provenientes de diferentescontextos sociais, e a foras ideolgicas hegemnicas,que no se pautam pelos mesmos interesses culturaise ticos defendidos pelos diferentes grupos sociais.

    Assim como a educao emancipatria, processo

    educativo que vem sendo construdo a partir docampo da Sade Coletiva

    38, 39, 40, 41, 42 este trabalho

    considera que aEducomunicao pode oferecer asferramentas para que se aborde o consumo de drogasna mdia de maneira mais crtica e abrangente,relacionando-se os aspectos da micro aos damacroestrutura social, como advoga Soares

    22. Trata-se

    de instrumental coerente com a perspectiva da SadeColetiva que toma os jovens como sujeitos polticos,capazes de compreender e oferecer respostasdiferentes daquelas hegemonicamente construdas

    22.

    Analisar o fenmeno consumo de drogas sob a

    perspectiva da Sade Coletiva significa partir doscontextos especficos dos jovens para compreender asdiversas dimenses que esto em jogo no processo doconsumo atual de drogas e agir sobre elas atravs depolticas pblicas e de transformaes sociais maisamplas. Para tanto, preciso que os jovens sejamchamados a participar tanto do processo decompreenso quanto da criao de polticas pblicasque ofeream condies de mudanas

    20.

    A problematizao da bibliografia e das teorias queconformam a discusso na rea levantam as seguintesquestes:

    Quais so as crticas que os jovens fazem sobreconsumo de drogas na contemporaneidade?

    Quais so os discursos que os jovens tornariamdisponveis na mdia sobre consumo de drogas nacontemporaneidade? Ou que discursoscomporiam a comunicao miditica?

    Quais so as caractersticas desse discurso que serelacionam com a classe social a que pertencem eao contexto em que vivem? Ou como os jovensidentificam sua problemtica social nacomunicao miditica?

    Como a atuao dos jovens na rdio comunitriapoder ajudar a modificar os discursoshegemnicos produzidos? Porque a plataformardio comunitria e radioweb foram escolhidas?

    3. CONSIDERAES FINAIS

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    O marco terico de referncia nesta problematizaoconsidera os fundamentos da Sade Coletiva e agregaestratgias da Educomunicao, considerados camposde convergncia. A problematizao foi realizadaatravs da bibliografia na rea, que, como nas demaisreas que atuam na educao/preveno de drogas,acena na direo do dogmatismo e terrorismo.

    A Sade Coletiva e a Educomunicao so camposcoerentes entre si no que tange preocupao detomar em considerao o que os jovens tm a dizer,considerando no processo educativo suas experinciase necessidades, tomando os jovens, portanto comosujeitos polticos capazes de realizar prticas criativase de transformar sua compreenso das realidadesmicrossociais e na luta por melhores condies detrabalho e vida, condio fundamental para atransformao da realidade.

    Para que a linguagem, os problemas enecessidades dos jovens sejam efetivamente tomados

    em considerao nas mensagens da mdia os jovensdevem ser chamados a participar das programaesmiditicas desde o planejamento das aes, partindo-se dos contextos locais prximos s suas realidades,que so distintas de acordo com a classe social a quepertencem.

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