Educação Flexível no Senac · 2020. 12. 17. · Educação Flexível no Senac | 5 Diversos são os fatores que fizeram o Senac revisitar e aprofundar a temática da Educação

Educação Flexível

no SenacConceito e parâmetros

para implementação

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Rio de Janeiro

Agosto de 2020

Educação Flexível no Senac – Conceito e parâmetros para implementação

Senac – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial

PresidenteJosé Roberto Tadros

Departamento Nacional

Diretor-geralSidney Cunha

Diretoria de Educação ProfissionalAnna Beatriz Waehneldt

Diretoria de Operações CompartilhadasJosé Carlos Cirilo

Coordenação de conteúdoGerência de Desenvolvimento Educacional

Revisão e projeto gráficoAssessoria de Comunicação

Senac – Departamento NacionalAv. Ayrton Senna, 5.555 – Barra da Tijuca22775-004 – Rio de Janeiro – RJTel.: (21) 2136-5555

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (Luis Guilherme Macena – CRB-7/6713)

Senac. Departamento Nacional.

Educação flexível no Senac : conceitos e parâmetros para implementação / Senac, Departamento Nacional. -- Rio de Janeiro : Senac, Departamento Nacional, 2020.

100 p. : il., tab., gráf. ; 30 cm.

Inclui bibliografia.

1. Senac. 2. Educação a distância. 3. Educação flexível. 4. Educação Profissional. I. Título.

CDD 370.113

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Educação Flexível no Senac | 5

Diversos são os fatores que fizeram o Senac revisitar e aprofundar a temática da Educação Flexível, em 2020. Além da complexidade e im-previsibilidade do cenário atual na educação e no mundo do trabalho, o novo contexto abarca fatores internos e externos que justificam a efe-tiva ampliação da oferta de cursos flexíveis pela Instituição, em âmbito nacional.

Em relação ao cenário externo, pode-se des-tacar a pronta resposta que o Senac ofereceu aos seus alunos diante da imposição do ensino remoto devido à pandemia de covid-19; a cri-se econômica que atinge tanto empresas como pessoas, o que exige das instituições educacio-nais a sustentabilidade da oferta sem prejuízo da qualidade, as tendências pedagógicas mundiais que integram e se articulam cada vez mais às tecnologias digitais como recurso de aprendiza-gem; e a busca por uma formação mais perso-nalizada e flexível, visando atender às diferentes necessidades das pessoas.

No cenário interno, além da busca pela melhoria contínua da educação profissional oferecida pelo Senac, o uso de modelos educacionais aprimo-rados pela tecnologia amplia as experiências for-mativas para os alunos e incrementa o potencial de escalabilidade dos cursos, o que beneficia a todos ao contribuir para a democratização do acesso à educação profissional.

Diante desse panorama, destaca-se a necessi-dade de modernização da oferta de educação profissional; a renovação de práticas e currícu-los para que se possa explorar o amplo potencial das tecnologias na aprendizagem; o alinhamen-to dos recursos digitais aos objetivos peda-gógicos dos cursos; a apropriação do uso das tecnologias pelos docentes e a existência de

Apresentação

6 | Educação Flexível no Senac

infraestrutura adequada à utilização, pelos alu-nos e docentes, das inovações tecnológicas no âmbito da educação profissional. Desafios es-tes aos quais o Senac vem, agora, somar forças para o enfrentamento.

Desenvolvido pelo Departamento Nacional, de forma colaborativa com os Departamentos Re-gionais, este documento traz esclarecimentos e orientações sobre esse importante passo do Senac: a implementação da oferta de educa-ção profissional flexível. Aqui, discute-se o re-corte em que se inscreve a Educação Flexível no Senac, entendida institucionalmente como modalidade de oferta. Sugerem-se parâmetros pedagógicos e tecnológicos para orientação do desenvolvimento da educação flexível, além de etapas para o planejamento estratégico e ope-racional. Por fim, são apresentados, de manei-ra geral, algumas importantes estratégias para a implementação dessa modalidade de oferta nos Departamentos Regionais.

Além de caracterizar, definir e situar a Educação Flexível alinhada ao Modelo Pedagógico Senac, este documento opera como um guia para a adaptação do portfólio vigente, bem como ge-ração de novas ofertas que já nasçam na pers-pectiva flexível, estimulando o uso de soluções educacionais acessíveis para promover educa-ção profissional atualizada e de qualidade.


Lista de figurasFigura 1. Esquema

da Educação Flexível do Senac 23

Figura 2. Papel do docente na Educação Flexível 28

Figura 3. Etapas de planejamento da oferta flexível 45

Figura 4. Variáveis relacionadas ao planejamento docente 66


Quadro 1. Dimensões da educação flexível 15

Quadro 2. Critérios para análise do potencial de flexibilização da oferta 48

Quadro 3. Escala do nível de presencialidade dos indicadores das Unidades Curriculares 50

Quadro 4. Exemplo de uso da escala do nível de presencialidade 52

Quadro 5. Exemplo de uso da escala do nível de presencialidade 54

Quadro 6. Checklist das situações de aprendizagem para elaboração planejamento flexível 71

Lista de quadros


SumárioOrganização do documento técnico 10

1. Cenários da Educação Flexível 12

1.1 O recorte da Educação Flexível para o Senac 14

1.1.1 Características da Educação Flexível 20

1.2 Condições de oferta da Educação Flexível 23

2. Parâmetros para a oferta 29

2.1 Parâmetros pedagógicos da oferta flexível 29

2.1.1 Convergência curricular 30

2.1.2 Otimização do quadro docente 30

2.1.3 Uso eficiente dos ambientes pedagógicos 31

2.1.4 Utilização intensiva dos recursos digitais 32

2.2. Parâmetros tecnológicos da oferta flexível 33

2.2.1 Ambientes virtuais de aprendizagem 33

2.2.2 Objetos Digitais de Aprendizagem (ODA) 37

2.2.3 Repositórios digitais 40

3. Planejamento da oferta flexível 44

3.1 Nível estratégico – sede do Departamento Regional 47

3.2 Nível operacional – Unidades Educacionais dos DR 62

4. Estratégias gerais para implementação 76

4.1 Ações iniciais: início da oferta flexível 79

4.2 Médio prazo 83

4.3 Longo prazo 87

Considerações Finais 88

Referências 91

Anexo 1 94

Anexo 2 97


Com o objetivo de auxiliar os Departamentos Regionais, este documento apresenta o recorte da educação flexível priorizado no momento para o Senac, suas premissas e parâmetros pedagógicos e tecnológicos, além das etapas de planejamento propostas para implementação da oferta.

A sistematização da concepção e organização da oferta flexível no Senac é fruto da participação e colaboração de quinze Departamentos Regio-nais, que se mobilizaram em um amplo ciclo de reuniões remotas durante os meses de junho a agosto de 2020 para estruturar um documento que seja útil e adaptável à diversidade de recur-sos, meios e condições de que as unidades edu-cacionais no Brasil dispõem.

Além desses Regionais que atuaram diretamen-te no debate, os demais participaram nas fases de pesquisa e coleta de informações para em-basamento das discussões, principalmente nos temas de objetos digitais de aprendizagem, am-bientes virtuais e repositórios digitais. Produto dessas discussões, este documento técnico, de caráter nacional e orientativo, condensa os prin-cipais entendimentos e propostas, organizados em quatro partes.

A primeira apresenta os cenários da Educação Flexível, o recorte priorizado pelo Senac para a implementação desse tipo de oferta, discute suas principais características e apresenta as premissas que estão sendo assumidas pela Ins-tituição.

Organização do

documento técnico


A segunda parte traz os parâmetros da Edu-cação Flexível, compreendidos como padrões que devem ser levados em conta durante o planejamento e a implementação da oferta.

A terceira parte sugere etapas para o planeja-mento, com insumos para nortear a tomada de decisão sobre os títulos do portfólio a serem fle-xibilizados em cada Departamento Regional, ins-trumentos de análise dos currículos e um fluxo do processo de planejamento nos níveis estra-tégico e operacional.

Ao final do documento, são ainda apresentadas estratégias gerais para implementação, algumas considerações e as referências.

Participaram da elaboração deste do-cumento os seguintes grupos de traba-lho (GT):

� GT1 Parâmetros educacionais: DN (Coorde-nação), DRs BA, RJ, SC, SP, PR e MS, além de participante convidado membro da OIT/Cinterfor.

� GT2 Parâmetros tecnológicos, condicionan-tes e operacionalização: DRs MG e SP (Coor-denação), DN, DRs MS, SC, AP, PE, DF e CE.

� GT3 Conteúdos digitais – modelo de disponi-bilização e distribuição: DR RS (Coordenação), DRs SP, SC, PR, AL e RN.


1A educação flexível vem ganhando espaço no cenário educacional como caminho possível para atender o aluno do século XXI. O Senac vê nessa forma de oferta uma alternativa eficaz no sentido de contribuir para a ampliação do acesso à educação profissional com qualidade.

Há mais de duas décadas vem se discutindo “educação flexível” sob duas principais aborda-gens complementares: i) quanto à necessidade de reformulação curricular, em respostas às de-mandas atuais da sociedade por propostas edu-cacionais convergentes, dinâmicas e flexíveis, e ii) quanto à incorporação das tecnologias da informação ao campo educacional, vistas como facilitadoras da aprendizagem e mais afetas a gerações de estudantes que nasceram na era da revolução tecnológica e encontram pouca motivação em propostas mais tradicionais de ensino.

De maneira geral, o termo educação flexível indi-ca, tanto para o aluno quanto para a instituição, as opções relativas a onde (espaço), quando (tempo) e como (organização curricular) ocorre o processo de ensino e de aprendizagem. Es-sas dimensões permitem estabelecer diferentes combinações entre organização do tempo, dis-tribuição do currículo e uso de recursos educa-cionais, entre outras.

Com o advento da pandemia da covid-19 – e o consequente isolamento social que retirou das aulas presenciais quase 80% dos estudantes em todo o mundo –, o tema da educação flexível toma impulso, na medida em que os sistemas de ensino se viram às voltas com o desafio de im-plementar, na urgência, novas perspectivas de

Cenários da Educação

Flexível


garantir o processo de ensino e aprendizagem1. No Brasil, para que a educação não parasse no momento da pandemia, o ensino remoto, com aulas síncronas e assíncronas, foi uma alternativa rápida, adotada pelas redes públicas e privadas de educação básica, ensino superior e também por todo o Sistema S. Essa prática, utilizada pela maioria das nações afetadas pela pandemia, in-clusive se alinha às recomendações elaboradas pela Unesco em resposta aos impactos da co-vid-19. Nos cursos do Senac, as aulas presen-ciais e atividades que podiam ser transpostas para este formato foram remanejadas utilizando ambientes virtuais, meios digitais e demais recur-sos das tecnologias de comunicação e informa-ção já disponíveis, em grande parte, na EAD. No decorrer dessa experiência de adaptação, no entanto, revelou-se um conhecimento institucio-nal tácito, passível de ser aproveitado de manei-ra mais perene, o que justifica envidar esforços nessa direção.

Diante desse novo cenário, torna-se imprescindí-vel refletir sobre a temática e buscar as melhores práticas para viabilizar a implementação de uma oferta que se caracterize como flexível, conside-rando as diferentes formas de integração entre momentos presenciais e não presenciais.

1 Estima-se que, no auge mundial da pandemia, aproximadamente 80% dos alunos em todo o mundo, um total de 1,37 bilhão de estudan-tes, estavam afastados de sala de aula, o que levou a Unesco a lançar orientações emergenciais para que os países criassem estratégias de ensino não-presencial. Segundo relatório do Fórum Econômico Mun-dial, propostas de ensino híbrido, que articulam momentos presenciais e não-presenciais, serão tendência global para o campo educacional pós-pandemia. (UNESCO, 2020; World Economic Forum, 2020).


1.1 O recorte da Educação Flexível para o Senac

Em 2008, o Departamento Nacional do Senac, atento ao contexto internacional, iniciou as dis-cussões sobre o tema da educação flexível, ten-do por resultado o documento técnico Educa-ção Flexível: Cenários e Perspectivas2. Nos anos seguintes, o Senac se dedicou a definir e implan-tar o seu Modelo Pedagógico e a instituir a Rede EAD, duas bases fundamentais sobre as quais a proposta da educação flexível agora se estabe-lece.

Como prerrogativa da educação flexível, o docu-mento inicial do estudo, já naquele momento, si-nalizava que esse modelo deveria ir ao encontro das necessidades dos alunos, por meio de adap-tação, inovação e integração dos ambientes de aprendizagem físicos e digitais, assim como pro-mover combinações de mídias e recursos que impulsionassem a educação profissional. Em suas discussões o documento abordou as di-mensões da educação flexível, apresentadas no quadro 1, a seguir:

2 SENAC. Departamento Nacional. Educação flexível: cenário e perspectivas. Rio de Janeiro: SENAC/DEP/CEAD, 2008. Disponível em: https://www.oitcinterfor.org/sites/default/files/EducFlexivel.pdf. Acesso em: 03 set. 2020.

https://www.oitcinterfor.org/sites/default/files/EducFlexivel.pdf


Quadro 1. Dimensões da educação flexível

Flexibilidade relacionada a tempo1. Tempo para iniciar e terminar um curso

2. Tempo para apresentar tarefas e interagir no âmbito do curso

3. Tempo como ritmo de estudo

4. Momentos de avaliação

Flexibilidade relacionada a conteúdo5. Assuntos ou temas do curso

6. Sequência de diferentes partes componentes de um curso

7. Orientação de um curso

8. Materiais chave do curso

9. Padrões de avaliação e requisitos de conclusão

Flexibilidade relacionada a requisitos de entrada

10. Condições para ingresso

Flexibilidade relacionada a abordagem e recursos instrucionais11. Organização social da aprendizagem (grupo, individual)

12. Linguagem a ser utilizada durante o curso

13. Recursos de aprendizagem: método, fonte (instrutor, estudantes, biblioteca, www)

14. Organização instrucional da aprendizagem (tarefas, supervisão)

Flexibilidade relacionada a distribuição e logística15. Tempo e lugar em que ocorre o contato com o instrutor e com outros alunos

16. Métodos, tecnologia para obter financiamento e fazer contato

17. Tipos de apoio, comunicação disponível, tecnologia exigida

18. Tecnologia para participar em vários aspectos do curso

19. Canais de distribuição de informações sobre o curso, conteúdo, comunicaçãoFonte: SENAC. DN. Educação Flexível: cenário e perspectivas. Rio de Janeiro: SENAC/DEP/CEAD, 2008.

Disponível em <https://www.oitcinterfor.org/sites/default/files/EducFlexivel.pdf>

A partir desse quadro, apresentado pelo Senac no estudo de 2008, compreende-se que a Edu-cação Flexível se refere a propostas curriculares que abarcam as dimensões de maleabilidade necessárias às escolhas dos alunos.

Do estudo inicial, a prerrogativa de atendimento às necessidades do aluno permanece inaltera-da. No entanto, dada a atual conjuntura econô-mica e social na qual as transformações, que já vinham em curso, tendem a ser intensificadas pelo impacto da pandemia, o Senac se vê, ago-ra, na necessidade de responder ao seguinte

https://www.oitcinterfor.org/sites/default/files/EducFlexivel.pdf


desafio: como garantir a oferta de educação profissional de qualidade, alinhada ao mundo do trabalho e com economicidade e sustentabilida-de institucional?

Ainda que se tenha clareza de que as diferen-tes dimensões da educação flexível sinalizam para respostas a essa questão e, portanto, per-manecem no horizonte das discussões institu-cionais, o Senac elegeu, neste momento, a fle-xibilidade em sua dimensão espaço-temporal: a organização dos cursos em momentos presenciais e não presenciais. Essa esco-lha se deu com a intenção de estabelecer foco, centrar recursos e promover agilidade na imple-mentação da proposta a todos os Departamen-tos Regionais.

Para melhor definição do recorte priorizado pelo Senac, é preciso lançar luz sobre alguns concei-tos que sustentam essa abordagem. O principal deles refere-se ao blended learning.

Compreendido como aprendizagem mista ou combinada, ou, mais comumente no Brasil, ensi-no híbrido, o blended learning consiste em uma proposta de educação formal na qual um aluno aprende, pelo menos em parte, por meio do en-sino on-line, com algum elemento de controle so-bre o tempo, lugar, modo e/ou ritmo do estudo, e em uma localidade física supervisionada, fora de sua residência (CHRISTENSEN; HORN; STAKER, 2013). O blended learning possibilita, nesse sen-tido, o incremento e a flexibilização de ensino e aprendizagem por meio das Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs)3.

3 No contexto educacional, encerra a reunião de diversas tecnologias em formato digital, ou seja, em uma lógica binária de dados processa-dos computacionalmente. Compreende desde o simples armazena-mento de arquivos em um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), disponível via web na Internet, até, por exemplo, componentes de re-alidade aumentada ou virtual para a prática de habilidades específicas.


A partir do alinhamento daquelas tecnologias aos objetivos pedagógicos de cada curso é possível coadunar a aprendizagem individual com a cole-tiva; integrar os espaços físicos com os virtuais; reconfigurar com maior autonomia os papéis do docente e dos alunos e personalizar a aprendiza-gem. E mais: com a ampliação da conectividade e a intensificação do desenvolvimento de recur-sos digitais educacionais4 e de objetos digitais de aprendizagem5, as combinações entre mo-mentos presenciais e não presenciais no campo educacional ganham nuances mais complexas, o que possibilita às instituições de ensino uma larga margem na experimentação de modelos inovadores e criativos de ofertas educacionais.

A partir dessa lógica, evidenciam-se os pontos fortes da perspectiva educacional flexível, que combina o ambiente de aprendizagem físico (momento presencial) e o ambiente de apren-dizagem virtual (momento não presencial) para promover a interação, a criação e a troca de sa-beres e de experiências mediadas pelo uso in-tensivo de tecnologias nos contextos educacio-nais.

4 São elementos em formato digital à disposição de docentes e alunos para diversos fins. Como exemplos, podem ser formulários web cujas respostas apoiam tomadas de decisão pelos docentes, painéis digitais para demonstração de fluxos operacionais ou sistêmicos, ou ainda um software via web para criação de mapas mentais. Os recursos educa-cionais digitais são compreendidos como quaisquer recursos digitais que possam ser utilizados no cenário educacional, como apoio à práti-ca pedagógica e ao processo de ensino e aprendizagem.5 São recursos educacionais digitais, independentes e reutilizáveis em múltiplos contextos de aprendizagem, preferencialmente interativos, elaborados para a aprendizagem e para contribuir para o desenvolvi-mento de competências. Esses recursos podem ser de diferentes for-matos (textos, imagens, vídeos, áudios, páginas web), atender a dis-tintos níveis de público e finalidades (superior, fundamental, primário, técnico, empresarial), ter diferentes tamanhos ou granularidades (con-teúdos atômicos independentes, lições, aulas completas, capítulos, li-vros), ser de diversos tipos (animações, simulações, tutoriais, jogos), rodar em diferentes plataformas (computadores pessoais, tablets, celulares), possuir diferentes licenças e condições de uso (gratuitos, pagos, abertos e adaptáveis, fechados) e também abordar diferentes temáticas ou unidades curriculares.


Assim, diante das inovações no campo educa-cional, da necessidade de ampliar as possibili-dades metodológicas com o uso de soluções digitais na educação e do cenário atual de gran-des desafios para a educação em todo o mun-do, que impõe a necessidade de respostas rá-pidas e eficazes, foi proposto, a partir do recorte institucional, o seguinte conceito de educação flexível:

Educação flexível, para o Senac, refere-se à modalidade de oferta que integra momentos presenciais e não-presenciais e

promove o desenvolvimento para o trabalho por meio de um conjunto de possibilidades didáticas e metodológicas e com o uso

de recursos e tecnologias apropriados.

Para compreender como a educação flexível se insere como modalidade de oferta no Senac, é importante, de imediato, revisitar o termo moda-lidade educacional.

No Brasil, a legislação regulamenta diferentes modalidades educacionais, entre elas as modali-dades presenciais e a distância6, assim compre-endidas:

� O ensino presencial corresponde ao ensi-no convencional, ou seja, aquele que acontece a partir da comunicação direta entre docente e aluno. Sua principal característica é a pre-sença física do aluno às aulas desenvolvidas pelo docente na companhia dos outros co-legas. Usualmente, as atividades acontecem

6 A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as dire-trizes e bases da educação nacional (LDB), reconhece como moda-lidades educacionais a Educação de Jovens e Adultos, a Educação do Campo, a Educação Escolar Indígena, a Educação Escolar Quilom-bola, a Educação Profissional e Tecnológica, a Educação Especial e a Educação a Distância, sendo esta última tratada no art. 80, regula-mentado pelo Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017, o qual cita explicitamente o ensino presencial como modalidade.


em ambientes de aprendizagem tais como a sala de aula convencional, laboratórios ou até mesmo ambientes externos à instituição, de acordo com a situação de aprendizagem pla-nejada pelo docente para atingir os objetivos pedagógicos do curso.

� A educação a distância, ou EAD, é a mo-dalidade educacional na qual a mediação di-dático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comu-nicação, com alunos e docentes desenvol-vendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Importante mencionar que a educação a distância, na sua concepção tradicional, não envolve necessariamente o uso de tecnologias digitais7.

A Educação Flexível, a partir de sua compreen-são mais geral, se insere num espaço de inter-seção entre o ensino presencial e a educação a distância, ou seja, define-se pela articulação des-sas duas modalidades de ensino.

A terminologia “modalidade de oferta”, no âmbito da educação flexível, é uma escolha institucional com vistas à

organização da oferta do Senac.

7 Segundo Dovicchi (2001 apud ALVES; ZAMBALDE & FIGUEIREDO, 2004 p. 3), uma das primeiras experiências de EAD remonta ao século XVIII, quando um docente de Taquigrafia anunciou em um jornal em Boston, nos Estados Unidos, que se propunha a ensinar a matéria por correspondência. Ainda segundo Dovicchi, em 1840 Pitman iniciou o primeiro curso regular de taquigrafia por correspondência.


A Educação Flexível tem como fio con-dutor o aspecto integrador que permi-te total articulação entre os momentos presenciais e não presenciais e entre a teoria e a prática para promover o pro-cesso de ensino e aprendizagem.

1.1.1 Características da


A partir do recorte proposto para a educação flexível, identificam-se duas características prin-cipais na proposta institucional: i) a integração como fio condutor de todos os processos edu-cacionais, principalmente entre os momentos presenciais e não presenciais, e ii) o uso das tec-nologias digitais como recurso pedagógico.

Aula não-presencial síncrona

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� Integração entre momentos

presenciais e não presenciais

A integração é a principal característica da oferta flexível no Senac, permeando todos os proces-sos e combinações possíveis de estruturação da oferta. Nesse sentido, a experiência de aprendi-zagem do aluno é enriquecida com a integração de diferentes situações e recursos disponibiliza-dos nos ambientes físicos e virtuais de aprendi-zagem.

� Uso das tecnologias digitais

como recurso pedagógico

Primordialmente, atribui-se à tecnologia a fun-ção de veículo para promover acessibilidade no campo da comunicação e da informação, como forma de integração entre o espaço e o tempo. Para além dessa função, os recursos tecnológi-cos constituem ferramentas que têm auxiliado o processo de construção de conhecimento.

Nesse sentido, a compreensão das tecnologias digitais como recurso pedagógico pressupõe sua utilização como aliada ao desenvolvimen-to da organização curricular de cada curso, de maneira a intermediar, intencionalmente, os pro-cessos de ensino e aprendizagem e a responder às necessidades dos alunos. Assim compreen-didas, no âmbito dos recursos pedagógicos, as tecnologias digitais são meio para se alcançar os objetivos educacionais.

Na proposta trazida pelo Senac, essa perspec-tiva se materializa na possibilidade de utilização de diferentes recursos de tecnologia digital em unidades curriculares que podem ser ofertadas parte em momentos presenciais, parte em mo-mentos não presenciais.


Dessa forma, pode-se fazer uso mais ou menos intensivo dos recursos das tecnologias digitais, de acordo com as características do curso e os recursos disponíveis. Também é possível pro-mover a construção do conhecimento com e sobre o próprio uso das tecnologias, como, por exemplo, em situações de aprendizagem que abordem o funcionamento de determinado re-curso, o letramento digital ou o comportamento na internet.

A proposta de Educação Flexível, portanto, se inscreve como modelo integrador, no sentido de que os momentos presenciais e não presenciais se complementam, permitindo que o aluno iden-tifique e vivencie a continuidade do processo de ensino e de aprendizagem.

A combinação apropriada dos dois momentos requer planejamento estratégico e operacional, para que se possa incorporar e promover as me-lhores práticas em termos de mediação docente e o uso de tecnologias digitais. A Figura 1 ilustra como esses elementos compõem o cerne do conceito de Educação Flexível do Senac.


Figura 1. Esquema da Educação Flexível do Senac

1. Presença de alunos e

docentes no mesmo espaço

físico e em tempo real.

2. Uso de ambientes físicos de aprendi-zagem.

1. Ações do docente e dos alunos

separados no espaço.

1. Ferramentas úteis e

associadas a diferentes atividades.

Momento presencial

Momento não presencial

Mediação docente

Recursos com conectividade

2. Uso dos tempos

síncronos e assíncronos.

1. Facilitadora da aprendizagem por meio de situações

que colaboram para o desenvolvimento e o aprimoramento das

competências.

2. Promove a integração de

todo o processo de ensino e

aprendizagem.


Fonte: SENAC. Departamento Nacional. Diretoria de Educação Profissional.

1.2 Condições de oferta da Educação Flexível

No conceito de educação flexível, a menção a “recursos e tecnologias apropriados” refere-se aos recursos disponibilizados pelo Senac nos mais diversos ambientes de aprendizagem, físi-cos e virtuais, impulsionadores da aprendizagem.

Destacam-se softwares, objetos de aprendiza-gem, plataformas que integram ferramentas e facilitam a comunicação, ambientes virtuais de aprendizagem e outros meios e tecnologias que permitem ampliar as práticas educativas e otimi-zar o processo de ensino e aprendizagem. Na


segunda parte deste documento, no item “Pa-râmetros para Educação Flexível”, serão abor-dados critérios tecnológicos que devem ser observados para adoção e realização de investi-mentos, em âmbito nacional.

Realidade aumentada para Design de Interiores

A indissociabilidade entre teoria e práti-ca ganha ênfase na Educação Flexível, tendo em vista não incorrer na preva-lência da prática em momentos presen-ciais e da teoria em momentos não pre-senciais.

Na perspectiva de uma educação flexível funda-mentada no uso de tecnologias digitais, o plane-

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jamento da oferta precisa prever desde uma in-fraestrutura que forneça uma conexão veloz de internet até uma rede interna bem configurada, além de uma política de compra de equipamen-tos eficiente, de assistência técnica e reorgani-zação dos espaços para o uso da tecnologia. Portanto o acesso e a qualidade dos recursos e tecnologias a serem disponibilizados e a existên-cia de infraestrutura adequada à sua utilização pelos alunos e docentes requerem atenção.

É importante, nesse sentido, diversificar expe-riências de aprendizagem e buscar mitigar as condições heterogêneas de acesso dos alunos. A exclusão digital é um ponto de atenção que requer a elaboração de estratégias e desenvol-vimento de soluções em parcerias públicas e privadas, visando à ampliação do acesso à edu-cação profissional e a democratização da digita-lização da aprendizagem.

A proposta do Senac para educação flexível, nes-se sentido, reforça o protagonismo e a autono-mia do aluno e pressupõe, de forma consistente, o uso da conectividade – ainda que ambos os momentos possam ocorrer em diferentes níveis em cada curso para apoiar e ampliar o alcance do processo de ensino e aprendizagem.

Para proporcionar uma boa experiência formati-va e uma aprendizagem significativa aos alunos, independentemente da solução utilizada, é ne-cessário investir na preparação dos docentes e no suporte ao trabalho da equipe pedagógica, considerando as diferentes formas de mediação das práticas pedagógicas por meio das tecnolo-gias digitais de informação e comunicação. Nes-se quesito, visão sistêmica, colaboração entre as diferentes instâncias, organização didático-pe-dagógica e avaliação da aprendizagem e do de-


senvolvimento dos alunos são aspectos cruciais para o êxito da proposta.

Em relação ao papel do docente no âmbito da educação flexível, cumpre destacar a importân-cia de realizar as devidas combinações entre metodologias, estratégias, atividades e recursos que promovam a integração entre momentos presenciais e não presenciais. De forma mais específica, esperam-se do docente habilidades para:

� Articular os momentos presenciais e não pre-senciais de forma que a experiência de apren-dizagem possa ser vista como uma só. Para tanto, deve-se considerar as expectativas e necessidades dos alunos, visando estabele-cer com a turma relações colaborativas, dinâ-micas, dialógicas e humanizadas.

� Prezar pela indissociabilidade entre teoria e prática nas situações de aprendizagem, enfa-tizando os fazeres profissionais previstos nos indicadores do curso. Um equívoco comum a ser evitado consiste em supor que a prática se dá presencialmente e que a teoria é abor-dada não presencialmente, seja pela seleção de recursos ou mesmo por aulas expositivas.

� Utilizar as tecnologias digitais de forma reflexi-va e crítica, de acordo com a intencionalidade pedagógica e com as possibilidades que os recursos oferecem para acompanhamento e avaliação do aluno.

� Manejar tecnologias digitais tanto nos mo-mentos presenciais como não presenciais,


atribuindo sentido e finalidade ao uso de cada recurso8.

Busca-se, com essa visão, que o uso de recur-sos e tecnologias esteja presente tanto nos mo-mentos presenciais como nos momentos não presenciais e que sejam escolhidos, a depender do tipo de curso, em função das competências que se pretende desenvolver ou dos objetivos pedagógicos que se deseja alcançar.

Nesse contexto, cabe ao docente realizar, sem-pre que possível, a curadoria dos recursos edu-cacionais a serem disponibilizados e mediar as atividades, de modo a estimular e propiciar um ambiente favorável para que os alunos desen-volvam os saberes que, articulados, se manifes-tam no desenvolvimento ou aprimoramento de competências.

O papel do docente como agente mediador da aprendizagem do aluno, já amplamente discutido no Modelo Pedagógico Senac, se estende com a perspectiva da educação flexível ao promover a aprendizagem dos alunos de forma integrada e efetiva nos momentos presenciais e não pre-senciais dos cursos. A Figura 2, a seguir, ilustra as atribuições que se espera do docente nessa configuração da Educação Flexível.

8 Neste documento, assume-se o estímulo à tecnologia digital, mas não em detrimento dos recursos pedagógicos analógicos frequente-mente utilizados nos contextos de aprendizagem. A educação flexí-vel oferece a oportunidade de ampliar o repertório de possiblidades pedagógicas, para além dos recursos e ferramentas didáticas usual-mente utilizados. Salienta-se que a utilização das tecnologias digitais constitui um lugar de aprimoramento e enriquecimento do processo de ensino e aprendizagem.


Figura 2. Papel do docente na Educação Flexível

Facilita e incentiva a aprendizagem

Promove ambiente favorável para o

desenvolvimento de competências

Conduz estratégias que integram

todo o percurso educacional

Trabalha teoria e prática de modo

indissociável

Realiza curadoria de recursos

educacionais

Media situações de aprendizagem com

eficácia

Papel do docente na educação

flexível

Fonte: DEP/Senac DN

O papel do docente – materializado pela dinâmica curricular, pelo uso dos recur-sos de conectividade e pela mediação – viabiliza e torna reconhecível a unici-dade da proposta pedagógica na edu-cação flexível.


2Nesta segunda parte do documento, são

apresentados os parâmetros da oferta flexível, compreendidos como critérios de orientação para implementação da oferta

de educação flexível.

Derivados das premissas da educação flexível – e sujeitos a elas –, os parâmetros permitem qualificar e quantificar as variáveis que interferem diretamente na definição e na organização dos cursos a serem implementados.

Seu objetivo, portanto, é oferecer aos De-partamentos Regionais critérios orien-tativos para implementação da oferta a partir de variáveis que, em maior ou menor medida, sintetizam a educação flexível que se quer ver implementada.

Dada a natureza da educação flexível em integrar momentos presenciais e não presenciais, os parâmetros para esse tipo de

modalidade de oferta são apresentados em dois conjuntos:

I. parâmetros pedagógicos: critérios sugeridos para a perspectiva educacional, no âmbito curricular, da docência e do processo de ensino e aprendizagem; e

II. parâmetros tecnológicos: critérios sugeridos para definição dos ambientes digitais de aprendizagem, dos objetos de

aprendizagem e dos repositórios digitais.

2.1 Parâmetros pedagógicos da oferta flexível

São quatro os parâmetros pedagógicos da ofer-ta flexível: convergência curricular; otimização do quadro docente; uso eficiente dos ambientes pedagógicos e utilização intensiva dos recursos digitais.

Parâmetros para a oferta


2.1.1 Convergência curricular

Os Itinerários Formativos Nacionais do Senac9 fornecem um roteiro estratégico para a organi-zação da oferta flexível, já que apresentam pos-síveis convergências horizontais e verticais entre as unidades curriculares dos cursos.

Essa configuração, pautada pela flexibilidade e convergência, favorece a identificação de inter--relações entre os cursos e permite otimizar a distribuição das turmas entre momentos presen-ciais e não presenciais.

Pergunta norteadora

Quais cursos/turmas, ofertados no Departamento Regional, têm com-petências em comum em sua organização curricular que podem ser realizadas reunindo duas ou mais turmas?

2.1.2 Otimização do quadro docente

O parâmetro anterior favorece, também, a alo-cação de docentes em turmas de cursos com unidades curriculares convergentes, o que per-mite a condução de duas ou mais turmas de for-ma simultânea.

Com a aplicação do critério anterior, é possível também ampliar a carga horária de docentes que evidenciem melhor desempenho pedagógico ali-nhado às competências técnicas e ao reconhe-cimento na área, visando alocá-los em diversos cursos, tanto nos momentos presenciais como nos não presenciais (síncronos e assíncronos).

9 Para mais informações sobre convergência curricular, consultar o Do-cumento Técnico Itinerários Formativos, da Coleção de Documentos Técnicos do Modelo Pedagógico Senac (SENAC, 2018).


Além dos ganhos em termos de economicidade, incentivam-se a motivação, a fidelidade e o com-prometimento dos profissionais.

Pergunta norteadora

Considerando a convergência curricular, experiência e desempenho pedagógico dos docentes, como é possível otimizar a distribuição dos docentes entre unidades educacionais e turmas? É possível ampliar a carga horária de docentes estratégicos em cursos diferentes?

2.1.3 Uso eficiente dos ambientes pedagógicos

A flexibilização da oferta permite redimensionar o uso do tempo e do espaço nas unidades edu-cacionais, o que implica a necessidade de me-todologias que articulem e estabeleçam a con-tinuidade das situações de aprendizagem e/ou atividades nos momentos presenciais e não pre-senciais. Para tanto, sugere-se realizar estudo de fluxo para uso dinâmico desses locais, tendo em vista a alocação de várias turmas e a distribuição adequada dos alunos na realização de práticas e atividades nos momentos com presença física dos alunos e docentes.

Pergunta norteadora

Com base na quantidade de alunos, alocação docente e capacidade de atendimento nas unidades educacionais, como é possível maximi-zar o uso dos ambientes de aprendizagem nos momentos presenciais? Como utilizar as vantagens da educação flexível para ampliar a utilização dos ambientes de aprendizagem?


2.1.4 Utilização intensiva dos recursos digitais

De acordo com os objetivos educacionais, o de-senvolvimento das competências e o perfil pro-fissional de conclusão, considerando critérios de usabilidade e acessibilidade, diferentes objetos de aprendizagem, recursos e dispositivos tec-nológicos serão utilizados de forma mais inten-siva na oferta flexível. A escolha desses recursos deve estar alinhada à melhor relação custo-be-nefício para o Departamento Regional. Nesse sentido, recomenda-se mapear os recursos di-gitais e objetos de aprendizagem já disponíveis na própria instituição.

Pode-se também estudar a possibilidade de uti-lização de unidades curriculares dos cursos da Rede Senac EAD, desde que a solução atenda ao planejamento do Departamento Regional. Caso não haja no próprio Senac uma solução adequa-da, sugere-se fazer um levantamento dos recur-sos educacionais abertos, verificar a existência de ferramentas gratuitas no mercado e viabilizar parcerias com empresas de soluções educacio-nais e/ou tecnológicas para ampliar acesso de alunos e docentes aos aplicativos e softwares.

Ao escolher os objetos de aprendizagem e es-tipular a carga horária docente dedicada aos momentos não presenciais, deve-se considerar que cada tipo de recurso tecnológico pode exi-gir maior ou menor acompanhamento docente (antes, durante e depois da atividade).

Além da carga horária docente, conforme o tipo do recurso e a quantidade de alunos/turmas en-volvidos, deve ser levada em conta a necessida-de de apoio pedagógico e técnico. Por exemplo: ao transmitir uma aula ao vivo com câmera filma-


dora e chat dos alunos, pode haver a necessida-de de dois ou três apoios a serem considerados no cálculo dos custos.

Pergunta norteadora

Quais recursos digitais que contemplam os indicadores da competên-cia/curso promovem com qualidade o processo de ensino-aprendiza-gem e possibilitam o acompanhamento do aluno?

2.2 Parâmetros tecnológicos da oferta flexível

Para operacionalização da oferta flexível, são propostos parâmetros tecnológicos relaciona-dos aos ambientes virtuais de aprendiza-gem, objetos de aprendizagem e os re-positórios de conteúdo digital.

2.2.1 Ambientes virtuais de aprendizagem

Os ambientes virtuais de aprendizagem são pla-taformas on-line compostas por um conjunto de ferramentas digitais. Na perspectiva da educa-ção flexível no Senac, esses ambientes devem proporcionar uma nova experiência de aprendi-zagem para os estudantes, para além da restrita simulação da sala de aula presencial. Para tanto, sugere-se que os ambientes virtuais de aprendi-zagem sejam desenvolvidos a partir de duas di-mensões: educacional e tecnológica.


a. Parâmetros educacionais: em relação à dimensão educacional, sugere-se que os am-bientes virtuais de aprendizagem apresentem as bases para que haja:

� Colaboração: no sentido de facilitar a ampliação da sala de aula para o contexto digital, com especial destaque para as ati-vidades educacionais colaborativas – em que diferentes usuários consigam produ-zir e compartilhar conteúdos em diferen-tes configurações de interações – em pa-res (um a um), um para vários e todos com todos, inclusive permitindo a visualização e edição simultânea de documentos. Deve, assim, possibilitar a realização compartilha-da de projetos educacionais (entre “pro-gramas”, entre unidades, entre alunos e empresas, entre alunos e comunidade), a fim de viabilizar a aprendizagem significati-va, identificando e conectando oportunida-des de realização de projetos reais com a comunidade.

� Interatividade: é preciso impulsionar a integração de maneira simplificada a recur-sos, ferramentas e apps, entre outros, de diversos meios: voz, vídeo, texto, compar-tilhamento de telas, sincronicidade das ex-periências e chats, entre outros, facilitando a comunicação entre os usuários.

� Modelagem flexível de salas de aula/equipes: flexibilidade na configu-ração de agrupamento de alunos, respei-tando as necessidades educacionais, as regras de negócio e especificidades das diferentes modalidades educacionais exis-tentes e de ofertas ou programas que ve-nham a ser disponibilizados.


� Personalização: ferramentas que per-mitam a interação e personalização do pro-cesso de aprendizagem, por meio de me-diação e desenvolvimento de atividades em uma relação direta e privada entre profes-sor e aluno; utilização de dados alimentan-do a inteligência artificial e os recursos da aprendizagem adaptativa – Big Data, Analy-tics; criação de comunidades de aprendi-zagem de acordo com o interesse pessoal, independentemente de programas prees-tabelecidos.

� Gestão da aprendizagem: o ambien-te estrutura-se de maneira a organizar to-das as atividades inerentes ao processo de aprendizagem – desde o planejamento, passando pela mediação, até a avaliação –, em uma plataforma integrada, alimen-tando e sendo alimentada pelos sistemas acadêmicos quando necessário; a facilitar o acompanhamento do desempenho dos alunos, de suas produções e de seu per-curso ao longo do tempo (envio e entrega de tarefas, feedbacks etc.); desenho Instru-cional, acompanhamento do desempenho do docente e dos resultados institucionais de aprendizagem.

b. Parâmetros tecnológicos: em relação à dimensão tecnológica, sugere-se que os am-bientes virtuais de aprendizagem apresentem as bases para que haja:

� Interoperabilidade: facilidade na inte-gração aos diversos sistemas institucio-nais preexistentes e a dispositivos externos (exemplo: aos sistemas acadêmicos); inte-gração com os sistemas de serviço ao alu-no, como secretarias, administrativo, finan-


ceiro e portal do aluno, permitindo ações integradas de comunicação; integração com sistemas que apoiam o processo de aprendizagem (exemplo: banco de recur-sos e disponibilização automatizada em tri-lhas de aprendizagem).

� Responsividade: nível de compatibilida-de com os diversos sistemas operacionais, navegadores e versões, com possibilidade de acesso em qualquer dispositivo móvel, além de aplicativos específicos que possi-bilitem a interação e consumo de conteúdo off-line.

� Acessibilidade: garantia de que a plata-forma e suas funcionalidades sejam plena-mente acessíveis para todos os públicos, inclusive pessoas com deficiências; pre-visão de diferentes perfis de acesso, con-siderando serviços específicos para cada perfil de usuário.

� Hospedagem: acesso ao histórico com facilidade; backups automáticos, com da-dos e documentos com cópias salvas ins-tantaneamente em diversos servidores; capacidade de armazenamento individual e coletiva.

� Navegabilidade: acesso ágil aos con-teúdos e funcionalidades on-line e off-li-ne; excelência na experiência do usuário, com interface simples, acessível, amigável e intuitiva; customização; utilização de login único, utilizando eventual login educacional preexistente.

� Suporte: ampla matriz de suporte aos usuários.


� Segurança da informação: garan-tia do sigilo da informação de sua base de clientes/alunos, baseado nas novas regras da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD); garantia de que a autoria de documentos didáticos seja preservada; rastreabilidade de ações administrativas de tecnologia de informação dentro do ambiente educacio-nal; gerenciamento dos dispositivos móveis para garantia do acesso dentro das regras de compliance do ambiente.

Além desses parâmetros, é importante que se considerem outros dois parâmetros também para a implantação de ambientes virtuais de aprendizagem na proposta da educação flexível:

� Viabilidade: custos de licenças; custos para implantação; custos de manutenção da solução; tempo para implantação.

� Credibilidade: plataforma consolidada com materiais, tutoriais, experiências edu-cacionais relevantes, gerida por instituições com capacidade de pesquisa e inovação, garantindo a constante atualização da tec-nologia, entre outros.

2.2.2 Objetos Digitais de Aprendizagem (ODA)

Com o uso de ODAs, o docente tem a oportu-nidade de enriquecer o conjunto de recursos pedagógicos, integrando-os e alinhando-os às diferentes estratégias que define em seu plane-jamento. Para que seja possível identificar, sele-cionar e utilizar corretamente um ODA, é neces-sário considerar determinadas características.


a. Parâmetros pedagógicos

� Reusabilidade: possibilidade de o mes-mo objeto ser utilizados em diferentes con-textos ou cenários de aprendizagem, o que permite a sua inserção em situações de aprendizagem de dois ou mais cursos.

� Adaptabilidade/retroalimentação: ser adaptável a diversas situações de ensi-no e aprendizagem e capacidade de tam-bém se adaptar às necessidades do usuário a partir de seu desempenho, do seu estilo de aprendizagem, bem como do contexto em que ele está inserido.

� Alinhamento aos objetivos de apren-dizagem: a proposta do ODA apresenta coerência e adequação ao Modelo Peda-gógico Senac e ao perfil dos alunos dos cursos em que será utilizado, favorecendo o desenvolvimento das competências do perfil profissional de conclusão do curso.

� Qualidade dos conteúdos: aborda-gem clara10 e com o nível adequado de detalhamento; linguagem adequada ao público-alvo e ao nível de ensino; presen-ça de correção conceitual e rigor científico, veracidade e precisão das informações; apresentação equilibrada de ideias, nível adequado de detalhes; progressão ade-quada, presença de exemplos para ilustrar as questões abordadas; respeito aos direi-tos humanos e ausência de quaisquer tipos

10 Sugere-se que, em conformidade com os princípios do MPS, a con-cepção e a contextualização do conteúdo nos ODAs devam ser feitas de modo a desafiar, motivar e promover a interação entre os alunos. Considerando os diferentes estilos de aprendizagem, a abordagem deve incluir estratégias pedagógicas diversificadas por meio da reali-zação de tipos distintos de atividades. Ressalta-se ainda a importância da existência de feedback sobre o desempenho dos alunos nas ativi-dades, que podem variar desde as opções certo e errado até consi-derações mais amplas.


de preconceito, estereótipos e conteúdo ofensivo.

� Motivação: capacidade de gerar interes-se em um grupo de alunos.

� Granularidade: apresentação do conte-údo em pequenas partes, o que permitirá a criação de diferentes combinações.

b. Parâmetros tecnológicos

� Acessibilidade: fácil acesso à internet a todos os alunos, possibilidade de uso pelas pessoas com deficiência em diferentes dis-positivos e funcionamento adequado.

� Durabilidade: possibilidade de o ODA continuar a ser usado por longo período, in-dependentemente das mudanças na tec-nologia.

� Interoperabilidade/execução de pa- drões: capacidade de operar por meio de diversos hardwares, sistemas operacio-nais e browsers de maneira colaborativa, ou seja, diversos sistemas e organizações podem trabalhar em conjunto (interoperar), de modo que pessoas, organizações e sis-temas computacionais possam colaborar entre si. Apresentar adesão a padrões e especificações nacionais e internacionais

� Desenho de apresentação: favorecer o processamento da informação por meio de esquema audiovisual – apresentação vi-sual e combinação de elementos (textos, imagens, áudios etc.) adequados à pro-posta pedagógica.

� Interação na utilização: apresentar na-vegabilidade (interface intuitiva para o usuá-rio) e qualidade de seus recursos de ajuda.


A utilização de diferentes recursos digi-tais dará suporte ao processo de ensi-no e aprendizagem nos momentos sín-cronos e assíncronos, impulsionando o desenvolvimento de competências dos perfis profissionais.

2.2.3 Repositórios digitais

Os repositórios digitais são sistemas de infor-mação que servem para armazenar, preservar, organizar e disseminar amplamente as informa-ções produzidas. Sugere-se, de maneira seme-lhante ao que foi proposto para os ambientes virtuais de aprendizagem, que os repositórios di-gitais também sejam analisados a partir de duas dimensões: educacional e tecnológica.

a. Parâmetros educacionais: em relação à dimensão educacional, sugere-se que os re-positórios virtuais apresentem as bases para que haja:

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� Gestão do acervo: facilitação dos pro-cessos de mapeamento e elaboração de novos recursos; alinhamento do conteú-do entre as áreas de conhecimento; esta-belecimento de painéis e relatórios analíti-cos para exportação como recursos mais acessados/mais compartilhados, datas de publicação, entre outros; gestão dos re-cursos didáticos por meio da definição de metadados e consequente capacidade de busca; verificação de validade de link/con-teúdo externo.

� Colaboração: no sentido de facilitar a busca e o acesso aos recursos didáticos de todos os tipos, todas as áreas do co-nhecimento e modalidades de ensino por todos os usuários em um único local; e per-mitir que todas as unidades educacionais submetam recursos para compartilhamen-to no repositório.

� Interatividade: interação na maneira de classificar e ranquear os recursos, desta-car favoritos, reportar erros e, em contas pessoais, permitir criação de coleções por temas ou recursos favoritos para compar-tilhamento de coleções com outros usuá-rios.

� Reutilização: reaproveitamento dos re-cursos didáticos produzidos na instituição pelas equipes de desenvolvimento e ope-ração com vistas à redução dos custos de desenvolvimento e otimização de resulta-dos.

� Granularidade: possibilidade de criação de um novo recurso a partir de um recurso existente e de versionamento com manu-tenção do histórico.


� Parcerias: parcerias com outras institui-ções educacionais, empresas e/ou biblio-tecas virtuais para compartilhamento de conteúdo e/ou recursos.

� Curadoria: possibilidade de diferentes ti-pos de curadoria, de modelos mais centra-lizados a mais distribuídos.

b. Parâmetros tecnológicos

� Navegabilidade: busca eficiente, cus-tomização, layout e navegação intuitivos e amigáveis.

� Responsividade: acesso e exibição dos recursos com a mesma qualidade em di-ferentes dispositivos (computador, tablet e celular), sistemas operacionais, navegado-res e versões.

� Interoperabilidade: integração com sis-temas do Senac e de parceiros externos (empresas, bibliotecas virtuais ou outras instituições de ensino).

� Usabilidade: possibilidade de considerar a experiência do usuário durante a nave-gação para montar uma base de conheci-mento e direcionar melhor as buscas, apre-sentando recursos de maior interesse.

� Acessibilidade: necessidade de garantir o ambiente em conformidade com os pa-drões de acessibilidade.

� Controle de fluxo: necessidade de fle-xibilidade e diversidade na configuração de fluxos de aprovação para publicação de re-cursos considerando características, tipos e permissões de acesso; permitir criação


de usuário administrador que tenha auto-nomia para oferecer e restringir acessos de acordo com o perfil de cada usuário.

� Perfis de usuários: possibilidade de criação de diferentes perfis de usuários e respecti-vas regras de acesso (edição e publicação de um recurso).

� Suporte: ampla matriz de suporte aos usuários.

� Hospedagem: servidor exclusivo para dar suporte ao repositório, considerando os requisitos de segurança e contemplan-do rotinas de backup do sistema e acervo.

Além desses parâmetros, é importante que se considere também para os repositórios virtuais:

� Viabilidade: custos de licenças; custos para implantação; custos de manutenção da solução; tempo para implantação.

� Credibilidade: solução consolidada, com materiais, tutoriais, experiências relevantes, gerida por instituições com capacidade de pesquisa e inovação, garantindo a cons-tante atualização da tecnologia

A maior ou menor observância de um ou outro parâmetro dependerá das estratégias definidas para a implementação da oferta de educação flexível e do que cada Departamento Regional já tem à disposição em termos de recursos e infra-estrutura.


Nesta terceira parte do documento, apresenta-se uma sugestão de fluxo para o planejamento, composto por etapas estratégicas e operacionais, e alguns instrumentos auxiliares para facilitar as ações de planejamento e implementação da educação flexível em cada Regional.

Decerto que os Departamentos Regionais têm plena autonomia para a tomada de decisão e a escolha dos cursos que serão ofertados de for-ma flexível, bem como para a definição de suas próprias estratégias de planejamento e imple-mentação desse tipo de modalidade de oferta.

Contudo podem surgir dúvidas nesse proces-so, porque o grau de flexibilização de cada curso pode variar em função de uma série de fatores.

Em especial, é preciso ter em vista que a imple-mentação da oferta flexível requer uma organi-zação do tempo e dos espaços físicos e virtuais que articule e integre recursos e ações edu-cacionais de forma coerente e bem planejada. Esse tipo de organização demanda planejamen-to estratégico e pedagógico, considerando as diferentes equipes envolvidas nesse processo.

A Figura 3, a seguir, apresenta a proposta de fluxo das principais etapas do planejamento da oferta flexível e os instrumentos que as compõem.

3Planejamento

da oferta flexível


Figura 3. Etapas de planejamento da oferta flexível

1. Análise do portfólio, mapeamento da demanda e da adesão à educação flexível

� Levantamento dos cursos com potencial para oferta flexível com base na análise do portfólio, demanda regional e perfil do público.

5. Planejamento docente para oferta flexível

� Identificação e distribuição das situações de aprendizagem nos momentos presenciais e não presenciais a partir do que foi definido no plano de implementação.

Instrumento: Check list PTD.

3. Estudo de impacto e viabilidade � Mapeamento dos recursos pedagógicos e objetos de aprendizagem disponíveis, a serem elaborados e/ou adquiridos; contratação de pessoas.

� Análise de variáveis: nível de autonomia para desenho do curso, mediação docente, recursos físicos e digitais, infraestrutura).

Validação do potencial de oferta

2. Análise dos cursos

� Identificação dos momentos presenciais e não presenciais com base nos indicadores de cada curso.

Instrumento: escala do nível de presencialidade dos indicadores de competência.

4. Especificações para a oferta flexível do curso � Indicação dos momentos presenciais e não presenciais das UCs e dos objetos de aprendizagem que serão utilizados.

� Seleção dos recursos didáticos e organização ambientes de aprendizagem no DR.

Definição do Documento de especificações para a oferta flexível do curso

Resultado

� Identificação de cursos com potencial de oferta na Educação Flexível

� Oferta do curso

Resultados � Definição dos cursos e dos indicadores a serem flexibilizados;

� Identificação do tipo de mediação para contratação docente;

� Projeção de investimentos;

� Orientação clara sobre a estrutura e organização do curso flexível.

Nível Estratégico Nível Operacional

Sede do Departamento Regional Unidades Educacionais

Fonte: DEP/Senac DN


O fluxo das etapas de planejamento apresen-ta o processo de análise de Planos de Curso já desenvolvidos na modalidade presencial. Em relação ao planejamento dos cursos que serão desenvolvidos desde o início sob a oferta flexí-vel, sugere-se manter as etapas: 3) Estudo de impacto e viabilidade; 4) Especificações para a oferta flexível do curso e 5) Planejamento do-cente, devendo ser alterados somente os dois processos iniciais do planejamento no nível es-tratégico, que já serão previstos desde a elabo-ração do Plano de Curso. A oferta a ser concebi-da desde o início como flexível pode, de partida, priorizar a articulação dos momentos presenciais e não presenciais.

Importante destacar dois pontos:

I. Quanto à organização institucional própria dos Departamentos Regionais: o percurso decisório e as instâncias envolvidas no planejamento podem variar, a depender da expertise e organização interna de cada DR. Nesse sentido, algumas etapas podem ser aglutinadas, complementadas, combinadas ou até mesmo suprimidas. Sabe-se também que Regionais com maior centralidade a partir de suas sedes em relação às unidades educacionais tenderão a definir as ações do planejamento estratégico com menor limite para a organização dos momentos presenciais e não presenciais de cada curso. Regionais com menor centralidade, por sua vez, tenderão a desenvolver planejamentos mais plásticos, com maior margem para que as unidades educacionais possam organizar os momentos presenciais e não presenciais de maneira local. O planejamento proposto busca atender a essas duas possibilidades.

II. Quanto aos parâmetros: os parâmetros pedagógicos e tecnológicos são guias para tomada de decisão a cada etapa do planejamento. Dado o seu caráter orientativo, os parâmetros devem ser equacionados a partir da realidade de cada

Departamento Regional.

A seguir discutimos cada uma das etapas do fluxo.


3.1 Nível estratégico – sede do Departamento Regional

O nível estratégico, realizado na sede dos De-partamentos Regionais, é aquele no qual são definidas ações, estrutura, principais recursos e de que maneira o trabalho será conduzido nas unidades educacionais com vistas à implemen-tação da oferta flexível.

i. Análise do portfólio, mapeamento da demanda e da adesão à educação flexível

A primeira etapa de análise do planejamento da oferta consiste em fazer o levantamento dos cursos com potencial para oferta flexí-vel. Para esta fase podem ser utilizados como insumos: i) o registro da produção educacional; ii) os cursos com convergência curricular e iii) a demanda regional pelos cursos.

Contudo, antes de iniciar o planejamento, re-comenda-se realizar um estudo prévio sobre o perfil dos alunos e da região, para identificar o nível de adesão à oferta flexível. É importan-te caracterizar o perfil do público que possa ter maior possibilidade de acompanhar essa forma de oferta.

Elementos para análise do perfil dos alunos incluem informações qualificadas sobre expectativas, prioridades,

condições de laboralidade e oportunidades de carreira. Fatores que podem auxiliar na decisão: nível de escolaridade; condições de

acesso e conectividade; domínio e uso das tecnologias; principais dificuldades para frequentar um curso totalmente presencial.

Para a análise, podem-se utilizar os critérios des-critos no Quadro 2.


Quadro 2. Critérios para análise do potencial de flexibilização da oferta

Insumos CritériosRegistro da produção

educacional

Cursos com maiores índices de oferta e execução nos últimos anos podem ter potencial para oferta flexível.

Convergência curricular

A permeabilidade entre currículos do itinerário formativo permite otimizar a organização das turmas e a alocação de recursos. Portanto cursos com unidades curriculares convergentes favorecem a oferta de EF.

Demanda regional pelo

curso

Os perfis profissionais que atendem aos setores de atividades econômicas da região influenciam na demanda por determinados cursos, o que ajuda a identificar no portfólio quais cursos têm potencial para oferta flexível.

Fonte: DEP/Senac DN

Esses critérios devem ser verificados em con-junto, cabendo ao Departamento Regional pon-derar sobre o grau de importância de cada fator para a tomada de decisão, considerando ainda as condições para a oferta flexível de cada curso nas unidades educacionais.

Além disso, é possível que a decisão sobre ofer-tar um título de maneira flexível se dê indepen-dentemente do volume da produção ou da exis-tência de convergência, mas com base em um nicho de mercado já estabelecido na região e com forte demanda. Essa decisão pode estar associada tanto às características específicas do curso em questão como ao perfil dos alunos de um determinado curso que, em ambos os ca-sos, se mostram mais aderentes a esse formato de oferta. Ao final desta etapa, a equipe obtém uma relação dos principais cursos com potencial de oferta flexível.

ii. Análise do nível de presencialidade dos cursos

Após selecionar previamente os cursos com po-tencial para flexibilização, é necessário avaliar os indicadores que compõem as unidades


curriculares de cada curso11, visando iden-tificar aqueles com maior aderência aos momen-tos presenciais ou não presenciais.

Esta etapa também deverá ser realizada pelas equipes da sede do Departamento Regional. Os profissionais analisarão o(s) plano(s) de curso, com foco nos indicadores de cada unidade cur-ricular ou no indicador de objetivo do curso.

Para tanto, foi elaborada uma ferramenta com a finalidade de auxiliar na definição dos cursos do portfólio que poderão ser ofertados na educação flexível. Esse instrumento – es-cala do nível de presencialidade dos indicadores das unidades curriculares ou do curso – apre-senta três categorias de flexibilização: nível I (necessariamente presencial), nível II (presen-cial e/ou não presencial) e nível III (totalmente não presencial), com seus respectivos critérios.

Esses critérios são importantes porque abarcam questões relacionadas à legislação da ocupa-ção, ao perfil profissional e ao tipo de processo ou atividade laboral mobilizados para o desen-volvimento da competência ou para o alcance do objetivo do curso. Eles servem como refe-rências para análise dos indicadores das unida-des curriculares e ajudam a identificar quais ações, práticas e estratégias encontram--se mais ou menos adequadas para oferta não presencial. O Quadro 3 apresenta os níveis e os critérios que compõem a escala:

11 No Modelo Pedagógico Senac, os cursos que desenvolvem com-petências – em especial, Aprendizagem Profissional de Qualificação, Qualificação Profissional, Habilitações Técnicas e Especializações téc-nicas de nível médio – apresentam indicadores de competência, que explicitam o desempenho esperado no processo de desenvolvimento de cada competência. Já os cursos que não necessariamente desen-volvem competências – Aperfeiçoamentos, Programas Instrumen-tais, Programas Socioprofissionais e Programas Socioculturais – neste caso – apresentam uma única unidade curricular e são avaliados por meio do indicador de objetivo do curso.


Quadro 3. Escala do nível de presencialidade dos indicadores das Unidades Curriculares

I. Necessariamente presencial

II. Presencial e/ou não presencial

III. Totalmente não presencial

Indicadores que denotem

� Exigência de presencialidade prevista em legislação.

� Alto risco à saúde e à segurança do aluno, dos familiares e ao meio ambiente devido a processos ou atividades que apresentam periculosidade: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade.

� Uso de ferramentas, maquinários e insumos de alto custo, sem possibilidade de adaptação ou substituição: equipamentos profissionais, EPIs e instrumentos específicos ou de difícil acesso; licenças de softwares pagos.

� Necessidade de acompanhamento e cumprimento de protocolos para a execução dos fazeres profissionais (POPs, higiene, biossegurança etc.)

� Acompanhamento e avaliação de processos que requerem análise sensorial e/ou exame físico: alimentos, saúde, segurança etc.


� Processos ou atividades profissionais que dependem da organização das equipes de trabalho para execução e que demandam supervisão, acompanhamento e/ou orientação e níveis de interação entre grupos.

� Processos ou atividades profissionais que demandam análise da manifestação verbal e não verbal do aluno.

� Procedimentos que podem ser realizados por meio de simulação.

� Necessidade da participação de modelos/usuários para realização de procedimentos e/ou projetos.


� Processos ou atividades profissionais que representam risco mínimo à saúde e segurança do aluno, dos familiares e ao meio ambiente.

� Uso de ferramentas, maquinário e insumos acessíveis e de baixo custo, que podem ser manuseados e/ou adaptados na residência.

� Fazeres profissionais passíveis de demonstração por vídeos, apresentações ou com uso de objetos de aprendizagem como simuladores, recursos imersivos, jogos digitais, gamificação, experimentação ou outros recursos.

� Fazeres profissionais que mobilizam atividades em grupo, construções coletivas, debates, tempestade de ideias, construção de protótipos e dinâmicas de jogos.

� Fazeres profissionais que mobilizam processos de análise, leitura, pesquisa, solução de problemas, tomada de decisão ou produção escrita e/ou verbal.

� Procedimentos e atividades que demandam a coleta e a análise de dados, em fontes primárias e secundárias.

� Risco de contágio devido a contato imediato ou mediato entre pessoas ou de contaminação devido a contato com superfícies, objetos ou substâncias.

Fonte: DEP/Senac DN


A escala pode ser utilizada em qualquer plano de curso desenvolvido no Modelo Pedagógico Senac, independentemente

de o curso promover o desenvolvimento de competências. Ressalta-se que os cursos que não desenvolvem competências apresentam

indicador de objetivo, que pode ser analisado da mesma forma.

Como exemplos, apresentam-se dois casos: a análise dos cursos Assistente de Marketing e Vendas e Técnico de enfermagem.

Para o curso Assistente de Marketing e Vendas foi selecionada a Unidade Curricular 2: “Execu-tar atividades de apoio administrativo em pro-cessos comerciais”, com carga horária de 60 horas. Essa UC tem seis indicadores, dos quais foi selecionado o indicador “Atualiza cadastro de clientes e agenda visitas de profissionais da área comercial, de acordo com o plano de vendas da organização”.


Quadro 4. Exemplo de uso da escala do nível de presencialidade







� Uso de ferramentas, maquinários e insumos de alto custo sem possibilidade de adaptação ou substituição: equipamentos profissionais, EPIs e instrumentos específicos ou de difícil acesso; licenças de softwares pagos.

� Necessidade de acompanhamento e cumprimento de protocolos para a execução dos fazeres profissionais (POPs, higiene, biossegurança etc.)

� Acompanhamento e avaliação de processos que requerem análise sensorial e/ou exame físico: alimentos, saúde, segurança etc.


; Processos ou atividades profissionais que dependem da organização das equipes de trabalho para execução e que demandam supervisão, acompanhamento e/ou orientação e níveis de interação entre grupos.



� Necessidade da participação de modelos/usuários para realização de procedimentos e/ou projetos.


; Processos ou atividades profissionais que representam risco mínimo à saúde e segurança do aluno, dos familiares e ao meio ambiente.

; Uso de ferramentas, maquinário e insumos acessíveis e de baixo custo, que podem ser manuseados e/ou adaptados na residência.


� Fazeres profissionais que mobilizem atividades em grupo, construções coletivas, debates, tempestade de ideias, construção de protótipos e dinâmicas de jogos.

� Fazeres profissionais que mobilizem processos de análise, leitura, pesquisa, solução de problemas, tomada de decisão ou produção escrita e/ou verbal.

; Procedimentos e atividades que demandem a coleta e a análise de dados, em fontes primárias e secundárias.


Fonte: DEP/Senac DN


A análise desse indicador permite constatar que ele pode ser trabalhado de forma não presen-cial, uma vez que a ação profissional pode ser realizada pelo aluno e orientada pelo docente, utilizando-se recursos tecnológicos. Caso o De-partamento Regional opte por integrar nas situa-ções de aprendizagem momentos presenciais e não presenciais – diante da necessidade de su-pervisão, acompanhamento e/ou orientação –, o resultado da escala demonstra ser plenamente possível.

Para exemplificar o uso da escala no curso Técnico de Enfermagem, foi selecionado o indicador “Assiste o cliente, aferindo e acompanhando sinais vitais, medidas antropométricas e glicemia, conforme programas de saúde”, da Unidade Curricu-lar 1: “Executar ações de prevenção, promoção, proteção, reabilitação e recuperação da saúde”.


Quadro 5. Exemplo de uso da escala do nível de presencialidade







; Uso de ferramentas, maquinários e insumos de alto custo sem possibilidade de adaptação ou substituição: equipamentos profissionais, EPIs e instrumentos específicos ou de difícil acesso; licenças de softwares pagos.

; Necessidade de acompanhamento e cumprimento de protocolos para a execução dos fazeres profissionais (POPs, higiene, biossegurança etc.)

; Acompanhamento e avaliação de processos que requerem análise sensorial e/ou exame físico: alimentos, saúde, segurança etc.


; Processos ou atividades profissionais que dependem da organização das equipes de trabalho para execução e que demandam supervisão, acompanhamento e/ou orientação e níveis de interação entre grupos.



; Necessidade da participação de modelos/usuários para realização de procedimentos e/ou projetos.


� Processos ou atividades profissionais que representam risco mínimo à saúde e segurança do aluno, dos familiares e ao meio ambiente.

� Uso de ferramentas, maquinário e insumos acessíveis e de baixo custo, que podem ser manuseados e/ou adaptados na residência.


� Fazeres profissionais que mobilizem atividades em grupo, construções coletivas, debates, tempestade de ideias, construção de protótipos e dinâmicas de jogos.

� Fazeres profissionais que mobilizem processos de análise, leitura, pesquisa, solução de problemas, tomada de decisão ou produção escrita e/ou verbal.

� Procedimentos e atividades que demandem a coleta e a análise de dados, em fontes primárias e secundárias.


Fonte: DEP/Senac DN


Como pode ser percebido, o resultado da análi-se desse indicador aponta para preponderância de momentos presenciais. A partir dessa análise, dois caminhos possíveis podem ser trilhados.

O primeiro aponta para a decisão de ofertar esse indicador de maneira inteiramente presencial, já que, acima de tudo, observaram-se característi-cas de presencialidade.

O segundo caminho seria trabalhar o indicador, predominantemente, de forma presencial. A parte a distância poderia ser, por exemplo, a rea-lização de pesquisas e debates sobre as melho-res práticas em assistência ao cliente, conforme apresentado nos diversos programas de saúde, além de buscas sobre o uso de novas tecnolo-gias disponíveis nas instituições hospitalares para aprimorar essa ação profissional. Simuladores para acompanhamento dos sinais vitais também podem ser utilizados de maneira não presencial.

Essas estratégias metodológicas, ainda que não possam ser aplicadas de forma a cobrir a totali-dade do indicador, permitem que sejam realiza-das atividades não presenciais que, aliadas às presenciais, viabilizarão que os alunos atendam ao indicador de competência.

A escala é um importante instrumento orientador, porém a decisão final sobre o nível de presencialidade de um dado indicador irá variar em função dos recursos disponíveis no Regional e de suas

estratégias de investimento para aquisição de novos recursos.

Assim, após mapear os indicadores do curso e verificar em qual(is) nível(is) se enquadram, vê--se que é possível analisar sua tendência. Alguns cenários podem ser desenhados a fim de re-presentar a amplitude de combinações entre os momentos presenciais e não presenciais, consi-derando a tendência do indicador e as possíveis


situações de aprendizagem que podem ser de-senvolvidas:

a. momentos presenciais com apoio de re-cursos digitais;

b. forma combinada e integrada com alter-nância entre os momentos presenciais e não presenciais;

c. forma combinada e integrada com preva-lência de alguma modalidade;

d. momentos não presenciais com interven-ções presenciais específicas.

Com base na infraestrutura e nos recursos dispo-níveis, é possível identificar como serão alocados os recursos e a distribuição dos momentos pre-senciais e não presenciais, o que, a depender da escolha, pode ser feito de forma combinada em um mesmo indicador ou ainda de forma totalmen-te presencial ou não presencial, conforme os re-sultados da escala. Será sempre o Departamento Regional a definir a melhor maneira de trabalhar as situações de aprendizagem associadas ao indi-cador – presencialmente ou não – com base nos meios, procedimentos e recursos que possui.

Para os cursos técnicos que serão ofertados na perspectiva da educação flexível, ressalta-se que, em alinhamento ao disposto no artigo 26 da Reso-lução CNE/CEB nº 6/2012, o percentual de flexibi-lização deve respeitar o limite máximo de até 20% da carga horária total prevista no plano de curso para a realização de atividades não presenciais.

Por fim, o resultado dessa etapa é a caracteriza-ção do nível de presencialidade requerido para o desenvolvimento de cada curso. Com base nes-se resultado, pode-se passar para o estudo de impacto e viabilidade da oferta.


iii. Estudo de impacto e viabilidade

Os resultados da escala do nível de presenciali-dade dos indicadores das unidades curriculares ou do curso oferecem um norte, porém ainda é necessário especificar um pouco mais a análise. Para tanto, a equipe do Departamento Regional, com base nos resultados da etapa anterior, pre-cisa realizar um estudo de impacto e viabilidade, tendo em vista definir quais cursos serão efetiva-mente disponibilizados para a oferta flexível.

O termo impacto se refere aos efeitos decor-rentes das adequações a serem feitas pelo De-partamento Regional para organizar e executar o curso em momentos presenciais e não pre-senciais. Isso significa que é preciso ter clareza do que se espera com a flexibilização dos cursos do portfólio e reconhecer que pode ser neces-sário fazer investimentos para a execução dessa modalidade de oferta.

Já a viabilidade se refere à identificação dos custos e benefícios que a flexibilização de um curso pode gerar. Sua factibilidade reside na possibilidade de otimizar recursos e de oferecer educação profissional de qualidade, de acordo com as condições dos Departamentos Regio-nais e de suas respectivas unidades educacio-nais.

Identificar o impacto e a viabilidade da operacionalização de cada curso é fun-damental para a validação do potencial de flexibilização da oferta, pois este estudo per-mite especificar se a oferta do curso é viável a curto, médio e longo prazos e se sua flexibiliza-ção atende aos princípios e parâmetros da edu-cação flexível.


Os parâmetros pedagógicos e tecnológicos oferecem critérios para assegurar a validade e a pertinência dos cursos que

foram identificados, nas etapas anteriores, como potencialmente flexíveis. Os parâmetros são importantes faróis em todas as etapas do planejamento, mais ainda no estudo de impacto e viabilidade da

oferta de educação flexível nos Regionais.

Conforme possibilidades e cenários apontados pela escala de presencialidade, um curso pode conter indicadores que permitem elaborar si-tuações de aprendizagem ou atividades em momentos presenciais, mas também abarcar atividades em momentos não presenciais. Da mesma forma, um indicador que pode ser tra-balhado em momentos não presenciais pode ter demanda para aulas presenciais.

Portanto, diante dessas situações, consideram--se dois aspectos principais para o estudo de impacto e viabilidade da implementação da edu-cação flexível. São eles:

� Disponibilidade de recursos digitais: identificação e seleção de objetos de apren-dizagem ou unidades curriculares no formato EAD produzidas no Regional ou a serem ad-quiridas, considerando a demanda de cada curso, o que reflete em custos tanto de infra-estrutura quanto de carga horária docente. Assim, a depender da escolha de um dado recurso digital educacional, pode-se ter con-sequente repercussão em diferentes formas de mediação e na modalidade comunicacio-nal12 a ser realizada (atividades síncronas ou assíncronas). Essa variação é importante e deve ser levada conta pelo Regional para o cálculo da contratação de carga horária do-

12 Barbosa et alli (2020) citam como modalidades comunicacionais as formas síncronas e/ou assíncronas de comunicação – como video-


cente. Haverá casos em que, a partir da es-colha do recurso digital, o modelo de oferta tenha prevalência de momentos não presen-ciais, aproximando-se de uma proposta EAD, ou seja, desenvolvida e elaborada de modo prévio e centralizado. Neste caso, ficará a cargo do Departamento Regional a definição sobre a carga horária docente, bem como a modalidade comunicacional (síncrona ou as-síncrona) e como se dará a mediação. Por ou-tro lado, será possível também, num modelo mais descentralizado, a seleção de recursos e carga horária docente pelas unidades edu-cacionais, com planejamento e execução a ser realizado nas escolas. Neste caso, os De-partamentos Regionais podem apontar o má-ximo de carga horária docente a ser disponi-bilizada, uma vez que esse elemento impacta diretamente no custo da turma.

� Características do contexto local: identificação do perfil de público e do mercado local13, possibilidades de capilarização da pro-posta flexível nos Regionais e suas unidades educacionais e a existência de pessoal técni-co e corpo docente adequados à proposta. Os Departamentos Regionais que já realiza-ram estudo do perfil de público e da demanda local pelos cursos, na primeira etapa, podem aprofundar a pesquisa, analisando condições do entorno para recepção da oferta nesse for-mato. É também a partir do estudo das capa-cidades instaladas das unidades educacionais do estado, tanto em termos físicos como de recursos humanos, que será possível projetar

conferências, salas de bate-papo, aplicativos de mensagens em tem-po real, fóruns de debate, AVA, entre muitos outros – utilizadas para promover a interação de forma articulada dos alunos e docentes. 13 A depender da organização mais ou menos centralizada do Depar-tamento Regional, essa caracterização de perfil de público pode ser realizada na sede, pelas unidades educacionais, ou de forma mista.


a viabilidade da proposta. Isso significa mape-ar as condições disponíveis para a implemen-tação, identificar potencial de maximização de uso das instalações, estimar investimentos necessários e rastrear a dimensão técnica e pedagógica dos profissionais existentes nas unidades educacionais.

Assim, com base na identificação da disponibi-lidade dos recursos necessários à oferta, será possível identificar variáveis de cálculo de atua-ção docente e consequente contratação, além de estimar a mediação necessária para o desen-volvimento de um dado curso. De igual modo, ao verificar características do contexto local, ob-têm-se elementos sobre infraestrutura e investi-mentos necessários à oferta local. O estudo de viabilidade e impacto, portanto, deve ser capaz de identificar o grau de investimento necessário para efetividade da proposta.

iv. Especificações para oferta flexível do curso

Nesta etapa, já se tem: a definição dos cursos a serem ofertados na modalidade flexível; a es-timativa para contratação docente e a projeção de investimentos, tendo em vista os ganhos ins-titucionais e junto ao público-alvo que a flexibili-zação e o aprimoramento da oferta oferecem.

Para esses cursos – considerados rele-vantes para o posicionamento e visão educacional do Senac e que atendem aos princípios da sustentabilidade para oferta flexível –, é elaborado o documen-to de especificações para oferta flexível do curso, no qual constam as definições e o detalhamento da operação.


Esse documento tem como finalidade indicar às unidades educacionais as ferramentas digitais, os objetos de aprendizagem e/ou unidades cur-riculares que serão oferecidas – parcial ou total-mente – no formato não presencial, bem como orientar em relação às formas de acesso e dis-ponibilização desses recursos a docentes e alu-nos.

Analisado em conjunto com o plano de curso, o documento de especificações para oferta flexí-vel permite preparar os ambientes de aprendi-zagem para os momentos presenciais, adquirir e/ou disponibilizar os recursos físicos e digitais e promover ações de planejamento e orientação a docentes e de divulgação aos alunos.

Ressalta-se que este documento apresenta a configuração do curso em relação à distribuição dos momentos presenciais e não presenciais, além dos recursos disponíveis. Cada Departa-mento Regional estabelecerá como esse plano será executado, de acordo com os seus proce-dimentos, estratégias e recursos físicos e virtuais.

As instâncias de decisão sobre precificação e melhor forma de organizar e distribuir o uso dos recursos podem variar, de

acordo com experiência da sede de cada Departamento Regional, autonomia das unidades educacionais e familiaridade com os

recursos digitais e objetos de aprendizagem.

Contudo recomenda-se, sempre que possível, alinhar os modelos flexíveis de um mesmo curso ofertado em diferentes unidades educacionais, visando evitar grandes variações no formato do curso devido à diferença de recursos físicos e vir-tuais disponíveis em cada unidade. Em síntese, deve-se buscar escalar a oferta visando manter um padrão para todos os cursos.


O Departamento Regional deverá enviar o do-cumento de especificações para ofer-ta flexível do curso resultante do processo de planejamento estratégico às unidades edu-cacionais, uma vez que, juntamente com o plano de curso, servirá de insumo para o trabalho de planejamento das situa-ções de aprendizagem na perspectiva da Educação Flexível.

3.2 Nível operacional – unidades educacionais dos DRs

O nível operacional, realizado nas unidades edu-cacionais dos Departamentos Regionais, re-laciona-se à esfera do planejamento docente. Nesta etapa, os docentes podem, a depender dos recursos existentes e disponibilizados pela sede, planejar suas aulas com mais ou menos momentos não presenciais.

O planejamento docente, assim como as etapas anteriores, irá variar em função da organização do Departamento Regional: aqueles com maior nível de centralização da sede para as unida-des educacionais tendem a apresentar o pla-nejamento docente de maneira mais hermética, inclusive com a disponibilização de Planos de Trabalho Docente padronizados ou semipadro-nizados por curso. Regionais com menor nível de centralização, por sua vez, tendem a apresentar maior nível de autonomia para o planejamento docente no nível das unidades educacionais.


i. Planejamento docente para oferta flexível

Após o planejamento da oferta na modalidade de Educação Flexível no nível estratégico, realizado na sede do Departamento Regional, o planeja-mento no nível operacional ocorre nas unidades educacionais do Senac.

Nesta etapa, além das questões operacionais que envolvem a definição dos recursos neces-sários para a efetivação da oferta, tais como a composição da equipe de docentes, a marca-ção das salas e dos equipamentos, entre outras, no âmbito pedagógico, ocorre a elaboração do planejamento pelos profissionais das equipes pedagógicas – incluindo os docentes. Nesse do-cumento focaremos apenas no planejamento docente.

O planejamento a que nos referimos aqui envolve a organização e a sistematização das situações de aprendizagem previstas para o desenvolvi-mento do curso, visando alcançar os objetivos pedagógicos e avaliar o desempenho dos alu-nos conforme os indicadores de cada unidade curricular, atribuição inerente à função docente.

Para o desenvolvimento dessa etapa, é impor-tante ter em vista o Modelo Pedagógico Se-nac (MPS) e a perspectiva de integração que caracteriza a educação flexível. Nessa perspec-tiva, o MPS atua como guia referencial para or-ganização pedagógica de todo o processo de ensino e aprendizagem, o que significa eleger a metodologia de ação-reflexão-ação e a indisso-ciação entre teoria e prática na formulação de situações de aprendizagem. Já o aspecto in-tegrador deve nortear a elaboração das propos-tas de ações em todos os cenários possíveis.


As possibilidades de variação e articulação en-tre os ambientes presenciais e não presenciais revelam algumas combinações possíveis, que podem contribuir para elevar o padrão de quali-dade institucional. Nos cursos flexíveis, há unida-des curriculares com indicadores que podem ser trabalhados presencialmente, outros de maneira não presencial e outros, ainda, de forma mista. Dentre essas possibilidades, elencam-se:

� Situação de aprendizagem que tem início no ambiente virtual e culmina ou se completa no ambiente presencial.

� Situação de aprendizagem que, ao ser pro-posta para o ambiente presencial, recupera aprendizados já realizados no ambiente virtual e vice-versa.

� Situação de aprendizagem que alterna mo-mentos presenciais e não presenciais.

� Situação de aprendizagem que é desenhada para momentos não presenciais e tem mo-mentos pontuais e avaliação em momentos presenciais.

� Situação de aprendizagem totalmente rea-lizada em momentos presenciais e/ou mo-mentos não presenciais.

Além dessas combinações, ainda é possível, propor atividades on-line em momentos presen-ciais por meio dos recursos digitais. O docente, nesse cenário, também pode ser um curador de metodologias, práticas, conteúdos e recursos que servirão como base para o desenvolvimento do planejamento docente em alinhamento com a proposta pedagógica do curso.


Para orientar o processo de planejamento do-cente para a oferta flexível, devem ser realiza-das, nesse tópico, as seguintes ações: análise do plano de curso; análise do documento de es-pecificações para oferta flexível do curso – visan-do identificar a seleção de indicadores para os momentos presenciais e não presenciais –, aná-lise dos objetos de aprendizagem e/ou recursos digitais disponíveis; verificação das condições da unidade educacional, dos recursos disponíveis e da infraestrutura existente para oferta do curso.

O resultado dessas ações será um planejamento docente com propostas de situações de apren-dizagem que integram momentos presenciais e não presenciais alinhados ao Modelo Pedagó-gico do Senac. A esse resultado recomenda-se usar o checklist para verificar o alinhamento do planejamento docente às características peda-gógicas esperadas para a educação flexível.

Os principais documentos que insumos para a elaboração do planejamento do-cente são:

� Plano de curso – documento que especi-fica o perfil profissional ou objetivo do curso, apresenta a organização curricular e o deta-lhamento das unidades curriculares, além de fornecer orientações metodológicas para a execução do curso.

� Documento de especificações para oferta flexível do curso – registro que, derivado do planejamento no nível estraté-gico, informa quais unidades curriculares e/ou indicadores serão trabalhados de forma não presencial e presencial; quais objetos de aprendizagem poderão ser disponibilizados para o desenvolvimento do curso e quais de-mais recursos estarão à disposição para a


oferta, além da indicação, em cada unidade curricular, do que pode ser realizado presen-cialmente e/ou não presencialmente (não presencial).

Variáveis relacionadas ao planejamento docente

Para subsidiar a elaboração do planejamen-to docente existem ainda importantes variáveis que devem ser levadas em conta para o exercí-cio da prática docente. Essas variáveis devem, portanto, ser analisadas conjuntamente no pro-cesso de elaboração do planejamento docente. A Figura 4 apresenta essas variáveis.

Figura 4. Variáveis relacionadas ao planejamento docente

Ativa do docente

AutoinstrucionalMediação

Síncrona

AssíncronaComunicação

Coletiva

IndividualAtividade

Fonte: DEP/Senac DN

Para entender como cada variável deve ser con-siderada no planejamento docente, é preciso assumir a inter-relação delas. Isto significa que podem ser combinadas de diferentes formas no planejamento docente. Diferentes configurações podem ser delineadas, de acordo com a nature-za da ocupação, a disponibilidade de recursos e a capacidade de atendimento da unidade edu-cacional. Para cada variável são propostas as seguintes perspectivas de análise:


� Tipo de mediação: refere-se ao nível de intervenção docente antes, duran-te e depois do uso dos recursos nos momentos presenciais e não presenciais. Pode, portanto, haver desde uma mediação ativa – na qual o docente realiza ativamente a facilitação da experiência da aprendizagem e cumpre a função de integração dos contextos e práticas educativas –, até uma configuração autoinstrucional, na qual o aluno utiliza os recur-sos de forma autônoma, tendo em vista que o material ou atividade já foi previamente ela-borado e disponibilizado, de forma a prescindir da mediação docente durante sua realização. Contudo, mesmo nessa configuração, a atu-ação docente é fundamental para organizar as atividades, sanar eventuais dúvidas e para fornecer devolutivas aos alunos. Consideran-do que a mediação abarca diferentes possibi-lidades de interação entre docentes e alunos ao longo do curso e variadas formas de con-dução das atividades, devem-se observar as características do perfil profissional e/ou objeti-vo do curso, a metodologia a ser empregada, os recursos disponíveis e a qualidade do corpo docente para essa definição, zelando pela co-erência e articulação entre os momentos presenciais e não presenciais.

Perguntas norteadoras para identificação do nível de mediação docente

Os recursos que serão utilizados demandam mediação ativa do docen-te ou há recursos autoinstrucionais que atendem plenamente aos obje-tivos pedagógicos das atividades? Como podem ser combinados dife-rentes níveis de mediação para organizar as situações de aprendizagem ao longo do curso?


� Tipo de atividade: orienta a organização e a distribuição dos alunos para a realização das atividades a serem desenvolvidas no cur-so. Nesse momento, é possível fazer uma projeção se as atividades serão realizadas de maneira individual ou coletiva (em equipes). As configurações podem prever alternância, sequencialidade ou exclusividade das formas de realização de atividades em cada situação de aprendizagem; contudo, recomenda-se, sempre que possível, integrar os alunos e os resultados das atividades individuais e coleti-vas, de forma a estimular o trabalho em equipe e a liderança colaborativa. É importante res-saltar que a realização de atividades em grupo não substitui a avaliação individual do proces-so de ensino e aprendizagem. É importante prever como será feito o acompanhamento e a realização de devolutivas aos alunos de for-ma individual e em grupos. Nesse contexto, é necessário analisar de forma articulada o tipo de mediação docente, as tecnologias e de-mais recursos a serem empregados.

Perguntas norteadoras para identificação do tipo de atividade

As situações aprendizagem a serem desenvolvidas apontam para a prevalência de atividades individuais ou em equipes? De acordo com as tecnologias a serem utilizadas e atividades a serem desenvolvidas, qual a melhor forma de acompanhar e avaliar os alunos nos momentos não presenciais? Os recursos disponíveis e as características do curso favo-recem qual tipo de atividade?

� Modalidade comunicacional: é definida considerando o tipo de atividade, o nível de mediação docente e a ferramenta/recurso a ser utilizada. Assim, o tipo síncrono – que pre-vê ações educacionais em tempo real – carac-teriza-se pela mediação colaborativa e pela


participação individual ou coletiva dos alunos. No tipo assíncrono, o aluno organiza o seu tempo conforme suas possibilidades, aten-dendo aos critérios de entrega das ativida-des, participação em fóruns, chats ou outros (desenvolver um produto, produzir textos ou registros diversos, assistir a filmes, realizar lei-turas, explorar objetos de aprendizagem, re-alizar pesquisas, entre outras estratégias).

Perguntas norteadoras para identificação das modalidades comunicacionais

Considerando as ações previstas indicadores do curso, as situações aprendizagem a serem desenvolvidas podem ser assíncronas? Quais atividades apontam que a modalidade síncrona é mais adequada para acompanhar e avaliar os alunos? Os recursos disponíveis favorecem qual tipo de elemento comunicacional?

Em relação ao uso das tecnologias digitais co-nectivas, reforça-se a necessidade de avaliar o acesso e a qualidade dos recursos a serem disponibilizados, além da existência de infraes-trutura adequada à sua utilização por alunos e docentes dentro e fora da Unidade Educacional.

As respostas a essas perguntas permitem apon-tar para as possíveis combinações entre momentos presenciais e não presen-ciais, de forma a auxiliar a tomada de decisão em relação ao planejamento docente.

Caso a sede, no estudo de viabilidade e impac-to, já tenha informado às unidades educacio-nais sobre os recursos prontos e disponíveis na instituição (da Rede EAD ou de algum Depar-tamento Regional), os ambientes e objetos de aprendizagem já estão, em maior medida, pré--definidos. Nos casos em que não há nenhum re-curso previamente elaborado ou disponibilizado pelo Senac, os Departamentos Regionais ficam


responsáveis pela definição da estrutura da uni-dade curricular, podendo selecionar os ambientes e objetos de aprendizagem a serem utilizados.

Além disso, pode-se também utilizar um obje-to de aprendizagem disponibilizado institucio-nalmente para compor parte de uma unidade curricular delineada pelo Departamento Regio-nal. Essas múltiplas possibilidades reforçam a autonomia dos Regionais para o planejamento docente, uma vez que as unidades curriculares podem ser desenhadas de formas variadas, de acordo com o contexto local.

Em síntese: diante das diferentes possi-bilidades de configuração dos momentos presenciais e não presenciais da oferta, é fundamental avaliar as opções e o im-pacto de cada combinação em termos de mediação docente, tipo de atividade e formas de comunicação e disponibili-zação dos recursos físicos e virtuais.

Todos esses elementos devem ser analisados na perspectiva da simplicidade e da funcionalidade, visando atingir os objetivos

educacionais a partir da realidade concreta dos alunos, dos docentes, da Instituição e das tecnologias a serem utilizadas.

Checklist das situações de aprendizagem na modalidade de oferta flexível

Ao analisar o plano de curso, o documento com especificações para a oferta flexível do curso e os elementos de análise para elaboração do pla-nejamento docente, é preciso estabelecer o elo entre as situações de aprendizagem, atividades e os recursos físicos e virtuais disponíveis para o desenvolvimento do curso. Nesse sentido, foi desenvolvido um checklist que apresenta uma listagem de critérios a serem considerados no


processo de definição das atividades, de acordo com os recursos físicos e virtuais disponíveis.

Esse instrumento (Quadro 6) pode ser utilizado tanto como guia para elaboração das situações de aprendizagem como também para checa-gem das proposições, tendo em vista a possibili-dade de reelaboração do planejamento:

Quadro 6. Checklist das situações de aprendizagem para elaboração planejamento flexível

Itens Resposta1. As situações de aprendizagem do curso integram os momentos

presenciais e não presenciais de forma articulada, indissociando teoria e prática?

� Sim

� Não

2. As situações de aprendizagem planejadas para os momentos presenciais e não presenciais contemplam o ciclo ação-reflexão-ação?

� Sim

� Não

3. As situações de aprendizagem preveem atividades em diferentes ambientes de aprendizagem e mobiliza as metodologias ativas?

� Sim

� Não

4. Há indicação de situações de aprendizagem que mesclam ou alternam atividades individuais e coletivas, em momentos presenciais e não presenciais?

� Sim

� Não

5. Os recursos tecnológicos e ferramentas didáticas utilizados contribuem para atingir os objetivos pedagógicos evidenciados no indicador tanto em momentos presenciais como não presenciais?

� Sim

� Não

6. Há possibilidade de uso de objetos de aprendizagem como recurso didático? Se sim, o planejamento da situação de aprendizagem articula essa utilização?

� Sim

� Não

7. Há planejamento de atividades que incentivem o trabalho colaborativo em ambos os ambientes, promovendo trocas e vivências entre os alunos?

� Sim

� Não

8. Há práticas que estimulam as relações interpessoais no grupo tanto nos momentos presenciais como não presenciais?

� Sim

� Não

9. As situações de aprendizagem contemplam o desenvolvimento das Marcas Formativas tanto em momentos presenciais como não presenciais?

� Sim

� Não

Com relação à avaliação10. Os instrumentos e procedimentos a serem realizados pelos alunos

nos momentos presenciais e não presenciais possibilitam a avaliação com base no indicador?

� Sim

� Não

11. O planejamento da avaliação considera a participação do aluno, inclusive em momentos não presenciais, como critério para acompanhar o seu desempenho nos fazeres previstos nos indicadores?

� Sim

� Não

12. Há planejamento de acompanhamento e feedback das atividades síncronas e assíncronas desenvolvidas no ambiente virtual de aprendizagem?

� Sim

� Não

Fonte: DEP/Senac DN


Além dos itens do checklist, algumas recomen-dações são pertinentes como contribuição para checagem do planejamento:

� Com o início do curso, após identificação do perfil da turma e conforme a participação dos alunos, recomenda-se verificar se há neces-sidade de alterações/adaptações no planeja-mento.

� Na ocasião do planejamento do Projeto Inte-grador (PI), independentemente da modalida-de de oferta das unidades curriculares e do uso intensivo de recursos digitais, devem-se manter as características originais do PI como lugar privilegiado para expressão das marcas formativas e seu aspecto articulador entre as UCs do curso.

� Ao término do curso, sugere-se analisar o grau de satisfação dos alunos e o desenvol-vimento da turma, com o objetivo de avaliar a adequação do nível de flexibilidade para no-vas ofertas do curso.

O checklist serve tanto para pautar a elaboração do planejamento docente como para checagem final das situações de

aprendizagem propostas.

Ressalta-se que, além dos insumos e instrumen-to propostos, os princípios do Modelo Pedagógi-co Senac e da integração que caracteriza a Edu-cação Flexível devem sempre ser considerados no desenho das situações de aprendizagem.

Os momentos presenciais no planejamento docente

A modalidade flexível propõe um novo lugar para o momento presencial. A escolha das atividades ou situações de aprendizagem a serem desen-


volvidas nos momentos presenciais devem ser orientadas por estratégias e metodologias que propiciem vivências colaborativas, de modo a aproveitar ao máximo: i) o uso dos ambientes de aprendizagem para privilegiar a experimentação e a vivência dos fazeres da ocupação e ii) po-tencializar as experiências em grupo, ampliando as possibilidades de troca e interação entre os alunos.

O docente deve considerar o aproveitamento da capacidade instalada do Senac, como bibliote-cas, auditórios, maquinários e instrumentais exi-gidos ao curso, especialmente laboratórios, que constituem espaços relacionados às vivências experienciais, que envolvem manejos, manipu-lação, processos, protocolos, procedimentos e outras atividades necessárias para o desenvolvi-mento profissional.

Quando se mencionam as inter-relações na tur-ma, o papel do docente também ganha desta-que nos momentos presenciais, uma vez que é quem faz a mediação das oportunidades de interação e convivência, possibilitando uma rela-ção mais próxima com o grupo. Ocasião propí-cia para se criar oportunidades de engajamento e participação dos alunos, contribuindo para o seu protagonismo. Outra vantagem desse mo-mento é poder acolher e trabalhar a construção da identidade da turma, favorecendo a conexão afetiva entre todos os envolvidos.

Ademais, torna-se também o espaço para o do-cente esclarecer dúvidas e demandas que pos-sam ter surgido nos momentos não presenciais e desenvolver atividades colaborativas, criativas e que mobilizem o pensamento crítico. Nessa perspectiva, fomentam-se o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e a articulação


das marcas formativas, sempre de forma com-plementar com os momentos não presenciais.

Importante sublinhar, como já foi mencionado, que a conectividade também pode estar pre-sente no desenho das situações de aprendiza-gem nos momentos presenciais. O uso apropria-do de recursos digitais, aliado às metodologias ativas, pode contribuir para o desenvolvimento das aprendizagens e para a verificação dos in-dicadores de competência, além de favorecer o engajamento e a motivação dos alunos no per-curso formativo.

Os momentos não presenciais no planejamento docente

De forma geral, o ambiente não presencial se vale da possibilidade de estender o tempo para além das atividades síncronas. A participação em fóruns, chats, plataformas e ambientes vir-tuais de aprendizagem, pesquisas, entrevistas, produção de conteúdos escritos, sonoros e/ou audiovisuais denota uma ampliação do escopo de atuação dos alunos.

O próprio aluno deverá desenvolver habilidades relacionadas à disciplina, à organização do tem-po e ao manejo dos recursos tecnológicos para acompanhar e participar das aulas e atividades, de forma a atender as expectativas do curso nes-sa modalidade. O aproveitamento desse tempo pode ser potencializado com escolhas que pre-veem tanto um tempo alocado como um tempo engajado nas atividades, individuais ou coletivas.

O desenho das situações de aprendizagem deve prever o uso de recursos síncronos e/ou assíncronos na plataforma escolhida, amplian-do as possibilidades de interação e aproveita-mento das ferramentas disponíveis. Trata-se de


fomentar também, para além dos indicadores propostos e do desenvolvimento dos perfis pro-fissionais, o desejo de pertencimento dos alunos a uma nova forma de aprender. Por isso a esco-lha das atividades deve ser feita com criticidade e criatividade, visando à adequação da proposta do curso ao perfil da turma, ao objetivo do curso e às habilidades do docente.

Salienta-se a necessidade premente de capa-citação docente para a escolha, o uso e a mediação dos recursos digitais. A escolha diz respeito ao conhecimento de recursos digitais disponíveis na área educacional que podem ser-vir como ferramentas para dinamizar e potencia-lizar o trabalho docente; o uso se relaciona com a habilidade de manipular o recurso com perícia, identificando as potencialidades que a tecnolo-gia oferece; a mediação estabelece a relação entre o uso e a adequação à proposta da aula, atribuindo sentido e pertinência à escolha.14 Além disso, considera-se que a escolha de recursos digitais também pode ser feita pelos alunos, de maneira mediada pelo docente, reforçando o protagonismo desses no processo de ensino e aprendizagem e possibilitando o desenvolvi-mento de novas habilidades e/ou competências.

A avaliação na perspectiva da Educação Flexível

Quando se trata de avaliação na Educação Flexí-vel, é preciso reconhecer que a integração tam-bém é parte do processo. Não há etapas fixas e inertes, mas dinâmicas fluidas que permeiam o processo avaliativo dos alunos. O planejamento e a escolha dos instrumentos de avaliação visam identificar as formas mais adequadas de acom-

14 A publicação “Orientações sobre prática docente a distância” (SE-NAC, 2020) pode ser útil para ampliar as possibilidades de criação de atividades on-line.


panhar o desenvolvimento dos alunos no curso, tanto nos momentos presenciais como nos mo-mentos não presenciais.

Tendo como referência os indicadores de com-petência, será por meio da interação e da partici-pação – além, evidentemente, da produção dos alunos – que novas formas de verificação podem ser desenvolvidas. No sentido de permitir que a integração entre os dois momentos também ocorra nos processos avaliativos, importa desta-car a necessidade de:

1. Planejar a avaliação como processo de ati-vidades que se somam, se complementam e culminam em resultados consistentes com os indicadores propostos, e não como uma veri-ficação somente ao término do curso.

2. Flexibilizar o planejamento de forma a não en-gessar os processos avaliativos. A partir da interação com a turma ao longo do curso, po-dem surgir atividades que integrem o pro-cesso de avaliação da aprendizagem.

3. Incluir a participação do aluno em chats, fó-runs e registros on-line como um critério de acompanhamento da evolução do aluno. Ou seja, prever diferentes momentos para sua participação (presencial e não-presencial), identificando, por exemplo, os alunos que não se comunicam bem no virtual, mas interagem bem no presencial.

4. Possibilitar a elaboração de projetos de in-teresse dos alunos, a fim de criar identifi-cação com seu universo e vivência e estimu-lar o engajamento da turma.


5. Identificar e utilizar as diferentes formas de comunicação e expressão dos alu-nos (dúvidas, pesquisas, sínteses e contribui-ções) como insumos para avaliação, utilizando os recursos digitais disponíveis em atividades síncronas e assíncronas.

Há de se destacar a possibilidade bem-sucedi-da de processos avaliativos realizados de forma totalmente remota, com auxílio de recursos de áudio e vídeo, que, ao serem utilizados adequa-damente, podem fornecer elementos suficien-tes para acompanhamento e posterior verifica-ção do desempenho dos alunos com base nos indicadores. Salienta-se que o registro no âmbi-to digital permite a produção de evidências da aprendizagem que devem ser consideradas no processo avaliativo.

Por fim, a seleção das atividades e a organização das situações de aprendizagem evidenciam a au-tonomia da equipe pedagógica e dos docentes diante das possibilidades de configuração didá-tico-pedagógica da oferta flexível. Cabe ao do-cente zelar pela qualidade da sua mediação em todas as situações propostas bem como inte-grar a conectividade, elemento inerente ao pro-cesso. A integração, principal característica da Educação Flexível do Senac, viabiliza a continui-dade do processo de ensino e de aprendizagem constituído a partir de momentos presenciais e não presenciais, de forma a mobilizar estratégias específicas para a construção de uma proposta pedagógica coesa, articulada e coerente.


4A partir da análise dos parâmetros sugeridos para a oferta de educação flexível no Senac e em complementação às etapas de planejamento, são apresentadas recomendações de natureza pedagógica e tecnológica a serem implementadas pelos Departamentos Regionais em caráter inicial, de médio e de longo prazo.

Em relação às estratégias pedagógicas, sugere-se ampla ação de formação das equipes gerenciais e técnicas – coordenadores, supervi-sores pedagógicos e docentes – com vistas ao desenvolvimento de competências docentes específicas para aulas no contexto da educação flexível, bem como ao domínio de ferramentas e recursos digitais necessários para o exercício da prática de ensino e aprendizagem nessa moda-lidade de oferta.

Em relação às estratégias tecnológicas, sugere-se a convergência gradual para adoção de um mesmo ambiente virtual para atividades remotas, assim como a implantação imediata de um repositório de recursos didáticos digitais comum a todos os Departamentos Regionais. A opção recaiu sobre as ferramentas Microsoft Teams, para o ambiente virtual, e SharePoint, para o repositório. Ambas as escolhas foram fru-to de pesquisa empreendida pelo grupo técnico, na qual foram levantados os parâmetros neces-sários para uma ferramenta de qualidade e res-pectivas condições de implementação face às soluções existentes no mercado.

A partir dessas estratégias, apresenta-se, em li-nhas gerais, uma proposição de ações a serem realizadas nos próximos meses deste ano e no ano de 2021 em diante.

Estratégias gerais para

implementação


4.1 Ações iniciais: início da oferta flexível

I. Recomendações no âmbito tecnológico

� Ambiente de aprendizagem: em um pri-meiro momento, os Departamentos Regio-nais deverão adotar para a educação flexível os ambientes virtuais que já possuem. Os DRs que já utilizam a plataforma Teams devem dar prioridade à sua utilização, no contexto da educação flexível. Os demais migrarão para essa solução a médio/longo prazos.

� Repositório nacional: desenvolvimento/implementação de repositório nacional em SharePoint para abrigar ODAs já existentes na Instituição, já que o uso de um espaço comum por todos os Departamentos Regionais oti-mizará o aproveitamento dos ODAs em suas ofertas educacionais. Os esforços de desen-volvimento e melhoria desses objetos propi-ciados pela colaboração entre pares ampliará o acesso e favorecerá a padronização.

� Definição de modelo de negócio para utilização de ODAs de autoria interna: dos diferentes modelos existentes (modelo de cedência de ODAs sem custos, modelo por crédito, modelo por licenciamento, ges-tão da participação e contrapartidas), reco-menda-se que, inicialmente, seja implantado o modelo de cedência sem custos e, posterior-mente, seja aprofundada a discussão acerca de modelos que remunerem os Departamen-tos Regionais que produzirem e disponibiliza-rem os ODAs.


� Definição de modelo de curadoria para submissão dos ODAs: os objetos a serem disponibilizados no repositório digi-tal deverão passar por processo de seleção a fim de garantir seu alinhamento à educação profissional. Em um primeiro momento, cada Departamento Regional deverá ficar respon-sável pela curadoria (modelo descentralizado) dos objetos que serão inseridos no repositó-rio, visando dar agilidade ao processo de dis-ponibilização e distribuição para o uso. Pos-teriormente, sugere-se estratégias outras, como se vê na sequência.

� Definição de critérios para submis-são de ODAs à curadoria: ao submeter o ODA, o Departamento Regional responsá-vel deverá indicar se este foi contratado, cria-do ou cedido. Esta informação é fundamental para que o usuário faça o tipo de uso adequa-do ao formato e a Instituição esteja em con-formidade com a legislação em vigor15. Salien-ta-se também que, para criação, contratação e utilização de ODAs em âmbito nacional, de-vem ser respeitadas as normativas dispostas na Lei Brasileira de Direitos Autorais 9.610/98.

� O DN fará levantamento de soluções passíveis de serem adotadas de forma a promover a inclusão digital de alunos e docentes que não possuam acesso à internet compatível com a adoção da educação flexível.

15 Encontram-se no anexo deste documento orientações sobre o amparo legal para criação no Senac e para contratação no merca-do dos ODAs. Também estão disponibilizados modelos de termo de cessão de direito autoral para serem utilizados pelos Departamentos Regionais.


II. Recomendações no âmbito da formação para a implementação da EF

� Formação para a implementação da EF no nível estratégico e operacional: o Departamento Nacional pretende fomen-tar iniciativas no âmbito dos Núcleos de De-senvolvimento Corporativo de formação das equipes das sedes dos DRs responsáveis pela elaboração de proposta de implementa-ção a nível estratégico e operacional no novo tipo de oferta Educação Flexível.

� Formação para o planejamento peda-gógico docente: pretende-se desenhar estratégia de formação nacional, a ser exe-cutada no âmbito dos Núcleos de Desenvol-vimento Corporativo, focada no desenvolvi-mento do planejamento pedagógico docente.

� Formação básica para prática docen-te na EF: recomenda-se dispor do portfólio comum, básico, de cursos do Programa Trans-parência e Unicidade Senac, que conta com di-versos títulos em oferta ou em desenvolvimen-to16. Além desses cursos já disponíveis, está em produção, com previsão de lançamento em novembro de 2020, o curso Ferramentas para Prática Docente Presencial e Não Presen-cial, o primeiro curso do programa desenvolvi-do com foco na perspectiva de formação para a educação flexível. O curso, com carga horá-ria de duas horas, é voltado para docentes e equipes pedagógicas das unidades educacio-nais do Senac e apresenta diferentes recursos

16 Para conhecimento dos conceitos, fundamentos, métodos e estra-tégias de ensino e aprendizagem do MPS, o Programa Transparência e Unicidade Senac apresenta uma série de cursos autoinstrucionais de curta duração já disponíveis aos empregados cadastrados: Modelo Pedagógico Senac para Docentes; Planejamento Docente; Projeto In-tegrador; Avaliação da Aprendizagem; Metodologias Ativas de Apren-dizagem; Itinerários Formativos.


tecnológicos para educação presencial e não presencial, entre aplicativos, softwares, sites, salas de aula virtuais, mecanismos de busca e repositórios de conteúdo. Também contempla um conjunto de dicas para a escolha da ferra-menta tecnológica adequada aos objetivos da unidade curricular ou do curso e oferece orien-tações aos docentes para que as atividades mediadas pela tecnologia tenham êxito e re-presentem experiências significativas aos alu-nos. O DN desenvolverá outros temas relacio-nados à educação flexível para compor a trilha de cursos do programa voltada para docentes e equipes pedagógicas. Um curso específico sobre planejamento docente para oferta flexí-vel deve ser produzido para lançamento até o fim do primeiro trimestre de 2021. Esse curso deverá fornecer subsídios para que docentes e equipes pedagógicas elaborem um planeja-mento com propostas de situações de apren-dizagem que integram momentos presenciais e não presenciais alinhados ao MPS.

� Formação no uso de tecnologias para a prática docente: a capacitação pedagó-gica planejada consiste na realização de ofici-nas para orientar os educadores no uso de fer-ramentas do Office 365, Minecraft Education Edition e STEM, para educação no contexto do Modelo Pedagógico Senac17. Com enfoque na prática, as capacitações se propõem a con-duzir os participantes no exercício dos proce-dimentos executados em cada funcionalidade das ferramentas, com formações de 16 e 32 horas, perfazendo um total de 64 horas. São formações que podem ser realizadas a dis-tância, com exceção da voltada para o uso do STEM, que se recomenda que seja realizada

17 Trata-se do projeto Uso de Ferramentas Tecnológicas em Sala de Aula – já em andamento – que a prevê capacitação pedagógica para atender aproximadamente 30% do total de docentes Departamentos Regionais dos Núcleos de Desenvolvimento Corporativo do Norte e Centro-Oeste e do Nordeste.


presencialmente. Está previsto ainda que os docentes capacitados disponham de suporte técnico e pedagógico, fornecido pela consul-toria que ministrar a capacitação pedagógica. De maneira estruturada, com atividades orga-nizadas em calendário prévio e separadas por Departamento Regional, os profissionais que tiverem participado da capacitação poderão contar com apoio e orientação no uso das fer-ramentas aprendidas. Nesse ponto, será pos-sível contar com os treinamentos em vídeo18 do Microsoft Teams, disponíveis de forma gra-tuita na área de suporte do Office 365. Deve--se levar em consideração que os tutoriais da Microsoft têm caráter procedimental e deve-rão sempre ser contextualizados à luz do Mo-delo Pedagógico Senac.

4.2 Médio prazo I. Recomendações no âmbito

tecnológico

� Definição de modelo de curadoria para submissão dos ODAs: recomenda--se a criação de um comitê de curadoria com gestão de um representante do DN e parti-cipação de representantes dos DRs (modelo de Comitê). É importante buscar estabelecer um fluxo para curadoria com processo auto-matizado para submissão, autorização e dis-ponibilização dos conteúdos. Sugere-se fazer mapeamento de utilização de ODAs de domí-nio público19.

18 Os tutoriais estão disponíveis em https://support.microsoft.com/pt-br/office/treinamento-em-v%C3%ADdeo-do-microsoft-teams--4f108e54-240b-4351-8084-b1089f0d21d7.19 Com relação ao ciclo de vida do ODA, inicialmente o Departamento Regional será responsável por manter a atualização dos ODAs que in-dicar. Após a constituição do comitê de curadoria, será dele a respon-sabilidade pela gestão do processo de atualização e o acionamento dos Departamentos Regionais desenvolvedores. Esse processo de atualização poderá ser automatizado via ferramenta tecnológica.


� Definição de modelo de organização da produção de ODAs: para orientar o processo de desenvolvimento de ODAs pe-los Departamentos Regionais, recomenda-se que definições, características e parâmetros de qualidade para objetos estabelecidos nes-te documento sejam seguidos20. Há que se buscar também uma lógica para definição dos Departamentos Regionais desenvolvedores. Sugere-se que a organização da produção seja feita de maneira a equilibrar a produção de ODAs para diferentes segmentos e eixos/tecnológicos.

� Incremento na produção de objetos digitais de aprendizagem, monitoramento e acompa-nhamento da produção.

II. Recomendações de âmbito pedagógico

� Ampliação de novas dimensões de flexibilização: serão compostos novos gru-pos de trabalho para estudo e proposição de outras dimensões da educação flexível: flexi-bilização dos requisitos de entrada nos cursos e percursos pelas trilhas formativas; certifica-ção; aproveitamento de competências entre cursos de diferentes níveis etc.

� Formação docente: no médio prazo, o objetivo é estruturar uma nova forma de ofer-ta de formação de docentes e equipes peda-gógicas para implementação em âmbito na-cional, a partir do segundo semestre de 2021.

20 Para facilitar o processo de organização e o acesso aos ODAs nos repositórios, deverão ser estabelecidos requisitos relacionados a fun-cionalidade e características pedagógicas dos objetos que facilitem a busca. Recomenda-se também que sejam elaborados instrumentos e normas para a padronização dos recursos digitais como, por exemplo, a elaboração de um modelo único de template para PowerPoint ou ainda vinhetas de abertura e encerramento e um script padrão, quan-do o objeto for um vídeo.


Considerando a necessidade de estabelecer um modelo nacional de formação de caráter permanente, propõe-se reunir distintas ações em uma única plataforma digital, disponível a docentes e equipes pedagógicas de todos os Departamentos Regionais. Recomenda-se que diferentes soluções educacionais sejam organizadas em uma trilha de desenvolvimen-to, apoiada por um processo estruturado de mentoria. Com esse modelo, pretende-se, da mesma maneira que nas estratégias iniciais, estabelecer o aproveitamento de iniciativas em curso na Instituição. Assim, além de pro-mover a otimização de recursos, é possível abreviar prazos para a implementação nacio-nal da proposta, que deverá ser objeto de dis-cussão de Grupo de Trabalho a ser formado para definição das estratégias de implemen-tação.

Novo modelo de formação nacional de docentes e equipes pedagógicas

Em uma plataforma virtual acessível a todos os Departamentos Regionais, deverá ser disponibi-lizada a trilha de desenvolvimento de docentes e equipes pedagógicas, que poderá incluir so-luções como cursos, orientações e tutoriais em diferentes mídias e formatos, organizadas de forma articulada. As ações educacionais deve-rão desenvolver temas relacionados às duas di-mensões que organizam as estratégias iniciais, englobando as iniciativas de formação já apre-sentadas e agregando novas propostas, que im-pliquem em desenvolvimento, curadoria ou aqui-sição de soluções educacionais diversas.

Recomenda-se considerar, ainda, a incorpora-ção de ações formativas que atendam ao es-tabelecido no Mapeamento de Competências


Pedagógicas Senac, resultado de trabalho co-ordenado pelo Departamento Nacional ao longo do exercício de 2019 e do primeiro trimestre de 2020 junto a um Grupo de Trabalho (GT) cons-tituído por representantes dos Departamentos Regionais de Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. O objetivo do Mapeamento foi identificar e alinhar nacionalmente as competências das equipes pedagógicas, respeitando as especificidades lo-cais e, ao mesmo tempo, chegando a um deno-minador comum e institucional no que se refere às competências fundamentais das áreas peda-gógicas

Tendo em vista que a formação docente para oferta flexível não se encerra na conclusão da tri-lha, mas se estende em sua atuação profissional, propõe-se como eixo de sustentação dessa es-tratégia um processo estruturado de mentoria.

O programa de mentoria, entendido como ele-mento estruturante desse processo de forma-ção, prevê que os docentes, em suas primeiras atuações em ofertas flexíveis, sejam acompa-nhados por um mentor. O mentor e o docente submetido à mentoria deverão ter, na mesma plataforma virtual adotada para a prática não presencial do docente, um ambiente reservado para contato direto. Além do diálogo livre, é im-portante que o espaço possibilite que o mentor possa postar seus feedbacks, sanar dúvidas e dar suporte ao docente para lidar com os desa-fios da nova forma de oferta.

Uma vez que se entende que a mentoria deve complementar e completar a formação do do-cente, o acompanhamento do mentor serve, as-sim, a dois propósitos principais: finalizar a etapa inicial da formação docente e, sobretudo, levar


o docente à compreensão plena de seu papel e de suas perspectivas de desempenho em ofer-tas educacionais flexíveis.

Para desempenhar a função de mentoria, devem ser selecionados profissionais da área de super-visão pedagógica dos Departamentos Regionais cuja atuação seja de qualidade e experiência re-conhecidas na Instituição. Esses mentores, por sua vez, deverão passar por processo especí-fico de formação, que contemple tanto as pre-missas e possibilidades da educação flexível de acordo com a abordagem institucional como o desenvolvimento de competências necessárias à mentoria. Essa ação para formação do grupo de mentores poderá ser feita por meio de ses-sões a distância realizadas de maneira síncrona.

Posteriormente, na etapa de implementação desse novo modelo, recomenda-se que a sele-ção de participantes para as ações de formação contidas nas estratégias aqui propostas priorize os docentes de cursos que forem identificados, na etapa de planejamento da oferta flexível, para operacionalização inicial.

4.3 Longo prazo

Considerando a relevância da Educação Flexível para a Instituição e a magnitude das frentes de ação a serem desenvolvidas internamente para que ocorra a consolidação dessa nova moda-lidade de oferta, será realizado monitoramen-to do processo de implementação. Avaliando e identificando os pontos de atenção, será possí-vel adotar as medidas necessárias para corre-ção de rumos, quando for o caso.


Alinhar o portfólio já existente à perspectiva da educação flexível, bem como desenvolver novas programações nesse formato, desde o seu iní-cio, será um grande desafio institucional, ainda mais quando se constata que 90% dos cursos oferecidos atualmente pelo Senac o são na mo-dalidade presencial.

Neste sentido, este documento técnico repre-senta o esforço institucional de alinhar as práti-cas e metodologias educacionais do Senac ao cenário atual, marcando o início de uma impor-tante fase de experimentações e realizações no tocante aos modos de organizar, viabilizar e dis-ponibilizar à sociedade a formação para o traba-lho na modalidade flexível.

A experiência com essa modalidade de oferta proporcionará aprendizagem intensa, amadure-cimento e contínuo aprimoramento em termos de uso da infraestrutura, das metodologias de ensino e dos processos de avaliação.

Os critérios de flexibilização do portfólio devem ser considerados de acordo com o contexto de cada estado. O que se espera é que cada De-partamento Regional possa manter e aprimorar a qualidade dos serviços educacionais ofereci-dos pela Instituição, com especial atenção à sus-tentabilidade econômica, social e ambiental.

Ao alinhar o portfólio às demandas atuais, estare-mos mais bem preparados para acompanhar os novos cenários educacionais. As práticas educa-tivas contemporâneas impõem a necessidade de ampliar as possibilidades de uso das metodo-logias ativas e de promover a aprendizagem sig-nificativa tanto em momentos presenciais, nos ambientes de aprendizagem do Senac, como em diferentes ambientes e contextos virtuais.

Considerações Finais


Portanto, ao incorporar as tecnologias de forma consistente, articulada e em sintonia com as ten-dências mundiais da educação e do trabalho, o Senac, em concordância com sua missão ins-titucional, oferece à sociedade uma educação profissional democrática, inclusiva e transforma-dora, que forma profissionais qualificados para responder com eficácia aos desafios atuais do mercado, fazendo jus à qualidade que caracteri-za a oferta educacional da Instituição.

É importante mencionar que, como resultado da segunda etapa nacional de planejamento para a implementação da Educação Flexível e com base nas orientações e estratégias apon-tadas neste documento, está sendo elaborado, com previsão de encaminhamento em outubro de 2020 para os Diretores Regionais, o Plano de Trabalho Nacional para a implementação da Educação Flexível.

Elaborado com a participação de representan-tes dos Departamentos Regionais, sob a coor-denação do Departamento Nacional, o Plano de Implementação apresentará, de modo sintético: i) o conjunto de ações previstas para desenvol-vimento inicial e de médio prazo, em suas di-ferentes dimensões; ii) um cronograma nacional de execução; e iii) as atribuições do Departa-mento Nacional e dos Departamentos Regionais e as projeções relativas aos novos investimentos necessários, especialmente no âmbito tecnoló-gico.

Este plano incluirá também as ações relativas à implementação da Educação Flexível no âmbito dos sistemas de recepção da produção, dos sis-temas acadêmicos e da contabilização dos gas-tos relativos a esse novo tipo de oferta.


Por fim, pretende-se realizar uma última etapa, ainda neste exercício, de planejamento para a implementação da Educação Flexível com a par-ticipação dos Comitês Técnicos e Estratégicos de Planejamento, que deverão elaborar os in-dicadores necessários para a avaliação do pro-cesso de implementação.


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Direitos Autorais dos ODAs

Amparo Legal para ODAs criados pelo Senac e Contratados

Para amparar legalmente a criação de ODAs, é preciso prever diferentes formas de amparo le-gal, que se fazem ainda mais relevantes em se tratando do compartilhamento desses Objetos, mesmo que dentro dos Departamentos Regio-nais do Senac.

Isso pois, muitas vezes, a criação de conteúdos faz parte das atividades remuneradas do docen-te ou é contratada de especialista ou mesmo ocorre no âmbito de uma turma de alunos. Para todas essas situações, além de outras especifi-cidades não listadas aqui, a reutilização do ODA produzido deve ter autorização do autor.

Essa autorização poderá ocorrer das seguintes formas:

a. Transferência do conteúdo ao cessionário, em caráter definitivo, porém sem exclusivida-de, para exercício dos respectivos atributos em qualquer local ou país e os direitos auto-rais da obra;

b. Autorização de uso de imagem que integre o conteúdo, para proporcionar a divulgação de conhecimento nas ações didático-pedagó-gicas, de pesquisa e estudos e da inteiração dos seus conteúdos técnicos e teóricos;

c. Cessão de todos os direitos de reprodução do conteúdo, por qualquer meio existente ou que venha a ser inventado no futuro;

Anexo 1


d. Cessão de todos os direitos de comerciali-zação, de tradução, de adaptação, especial-mente para sua adequação ao estilo e espa-ço em que vai figurar, sem limitação alguma quanto aos veículos de publicação, quanto às línguas, quanto às áreas de circulação, nacio-nal ou estrangeira, e quanto ao formato publi-cado;

e. Responsabilidade pela originalidade e autenti-cidade do material produzido e pela não exis-tência de plágios e/ou apropriação de obras alheias; declara que elaborou de maneira in-dividual o conteúdo, exonerando a instituição de toda e qualquer responsabilidade, obrigan-do-se a indenizá-la por possíveis perdas e da-nos em casos de contestação.

f. Cessão de direitos de imagem, nome, depoi-mento e voz para veiculação, armazenamen-to digital/eletrônico e divulgação em qualquer meio de comunicação.

g. Garantia da exclusividade, quando o cedente/autor não pode reproduzir, licenciar, conceder ou ceder a obra, por qualquer forma a outra instituição.

h. Garantia da utilização, quando a instituição contratante (neste caso, o Senac), a partir da obra cedida pelo autor, poderá, de acordo com sua conveniência, usar, divulgar e expor à venda o objeto cedido.

i. Direito de nomeação, no qual o cedente auto-riza o Senac a divulgar o seu nome como au-tor das obras/objeto cedidos, em conformi-dade com a Lei Brasileira de Direitos Autorais.


j. Direito de atualização, no qual a instituição contratante fica autorizada a efetuar atualiza-ções na obra/objeto cedido, diante das condi-ções previstas no Artigo 24, inciso IV, Lei 9.610, de 1998.

k. Os ODAs contratados de terceiros devem in-dicar em seus contratos a conformidade com a Lei Brasileira de Direitos Autorais, indicar a não restrição de utilização por parte do Senac e determinar o período de utilização, celebra-do por instrumento jurídico.

l. A cessão de direitos deve contemplar a possi-bilidade de uso não só no âmbito do Departa-mento Regional, mas também nacionalmente.


Modelos de Termos de Cessão de

Direito Autoral

Termo de cessão de direitos autorais e de uso de áudio e imagem

Eu, _____________________________________, RG n°____________________,

cedo, gratuitamente e por prazo indeterminado, ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-XX), os direitos autorais no to-cante à utilização do meu nome, minha imagem e som de voz para vídeos e fotos protagonizados no Senac-XX. Autorizo o Senac-XX a publicá-los e utilizá-los no site da instituição, em material de divulga-ção ou publicitário, em materiais didáticos da instituição, bem como a divulgar por meio de TV, rádio, jornal, internet, redes sociais ou ou-tros meios de comunicação, ficando a instituição, para todos os efei-tos, isenta da violação de direitos autorais.

Declaro conhecer e concordar plenamente com o disposto acima.

_____________________, dia _____ de _____________ de ___________.

_____________________________________________

(assinatura)

Anexo 2


Termo de cessão de direitos autorais e de propriedade intelectual

____________________________________, nacionalidade ________________, estado civil ________________, portador da Cédula de identidade RG nº _________________, inscrito no CPF/MF sob o nº _____________________, residente à Av./Rua ___________________________________, nº _________, município de ________________________________, na qualidade de CE-DENTE, CEDO e TRANSFIRO todos os direitos autorais, patrimo-niais e de exploração econômica relativos a desenvolvimento/cria-ção/contribuição de todo e qualquer material por mim elaborado para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-XX) na qualidade de CESSIONÁRIO.

Pelo presente instrumento e na melhor forma de direito, o CEDENTE cede ao CESSIONÁRIO todos os direitos autorais e de propriedade intelectual, em caráter universal, total e definitivo, por prazo indeter-minado e gratuito, podendo o Senac-XX publicá-lo e utilizá-lo no site da instituição, em material de divulgação ou publicitário por meio de TV, rádio, jornal, internet ou outros meios de comunicação, ficando a instituição, para todos os efeitos, isenta de violação de direitos auto-rais nos termos da Lei nº 9.610/98, bem como em respeito à Lei de Propriedade Industrial nº 9.279/96 e Lei de Software nº 9.609/98.

Fica ainda autorizada, de livre e espontânea vontade, para os mes-mos fins, a cessão de direitos da veiculação das imagens, não rece-bendo para tanto qualquer tipo de remuneração.

Por esta ser a expressão da minha vontade, ratifico a presente ces-são sem que nada haja a ser reclamado a título de direitos conexos ou a qualquer outro e assino a presente autorização em 2 vias de igual teor e forma.

______________________, dia _____ de ______________ de ___________.

_____________________________________________

(assinatura)


Termo de cessão de direitos autorais e de uso de áudio e imagem

Nós, da empresa ________________________, CNPJ n°________________, cedemos, gratuitamente e por prazo indeterminado, ao Serviço Na-cional de Aprendizagem Comercial (Senac-XX), os direitos autorais de utilização do nosso nome, imagens e sons para vídeos e fotos protagonizados pelo Senac-XX. Autorizo o Senac-XX a publicá-los e utilizá-los no site da instituição, em material de divulgação ou publici-tário, em materiais didáticos da instituição, bem como a divulgar por meio de TV, rádio, jornal, internet, redes sociais ou outros meios de comunicação, ficando a instituição, para todos os efeitos, isenta da violação de direitos autorais.

Declaro conhecer e concordar plenamente com o disposto acima.

_____________________, dia _____ de _____________ de ___________.

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(assinatura)

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Educação Flexível no Senac · 2020. 12. 17. · Educação Flexível no Senac | 5 Diversos são os fatores que fizeram o Senac revisitar e aprofundar a temática da Educação