educar_para_autonomia[1]

8/18/2019 educar_para_autonomia[1]

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Educar

para a

AutonomiaMoira Sampaio Rocha

Adaptação a partir do livro Pedagogia da

Autonomia de Paulo Freire, 1996



Educar não é tran!erir

conhecimento, ma criarpoi"ilidade para a uaprodução ou ua contrução#

$uem educa aprende ao educar e

%uem aprende educa ao aprender&



'ão e(ite validade em umaeducação %ue não reulte

depoi em aprendi)ado ou na%ual não e torne capa) derecriar ou re!a)er o %ue !oi

eninado#



Educar para autonomia exige pesquisa,

pois não há educação sem pesquisa.

Não há pesquisa sem educação.

Enquanto educo continuo buscando,

procurando.Um pesquisador é alguém que não se

conforma com as explicaçes que lhe

foram oferecidas até o momento e desafiao saber que está constitu!do buscando

explicaçes para uma no"a forma de

pensar.



Educar para autonomia exige que as

pala"ras do educador tomem formaatra"és do exemplo#

$e não transformamos as nossas "idas e

a organi%ação social dos ambientes ondenos inserimos, não poderemos e não

saberemos como educar para transformar

mitos em conceitos, desafios empossibilidades, limitaçes em capacidades.



Educar para autonomia e(ige correr rico,aceitação do novo e re*eição a %ual%uer !orma de

dicriminação

+ prprio de uma educação para autonomia adiponi"ilidade para correr rico ao educar# - ricode acertar e ter %ue etudar ainda mai# - rico de

errar e de ter %ue "ucar nova !onte de pe%uia enova !orma de educar# - rico de deco"rir %ue aeducação %ue temo atualmente erve ao propito

de perpetuar o %ue e(ite e de não a"rir epaçopara uma nova !orma de e(itir# - rico de perce"er

de deenhamo uma ociedade %ue não ati!a) atodo . %ue em"ora conumidore de uma mema

comunidade . e*am coniderado minoria e tenhammeno !orça de preão para promoverem

mudança ociai#



Educar para autonomia e(ige re!le(ão

cr/tica o"re a pr0ticaA verdadeira pr0tica educativa de

promoção da autonomia envolve um

movimento dinmico entre o !a)er e openar o"re o !a)er#



Educar para autonomia e(ige %ue noperce"amo como ere inaca"ado

+ prprio do er humano perce"er.e comoer inaca"ado#

+ prprio do er humano perce"er %ue et0em contante movimento rumo a a%uiiç2e%ue lhe completam, ma %ue nunca e

tradu)em em plenitude total#

Aim endo, o er humano e perce"ecomo um er de poi"ilidade e não de

determinimo#



Se n perce"emo a vida e a hitria

como um !ato determinado e aca"ado,decretamo a prião de nooeducando em um mundo não pa/vel

de tran!ormaç2e e não opreparamo para a tare!a de modi!icara etrutura ocial da comunidade

onde vivem#



Acreditar na poi"ilidade de tran!ormar étare!a imprecind/vel ao ato de educar para

autonomia#

Somente o contato humano di0rio e real coma ociedade prepara noo educando com

de!ici3ncia para a real incluão ocial comautonomia e vo)# Proteg3.lo do perigo e

rico do contato ociai !a) com %uecriemo um mundo m/tico, imagin0rio e

aca"ado# 'ee mundo irreal do %ual ele !a)parte não h0 dea!io# 'ão havendo dea!io

não poi"ilidade#



Educar para autonomia e(ige repeito pelaautonomia do educando

- repeito 4 autonomia de noo educando ého*e um imperativo con%uitado legalmente e

não um !avor concedido a ele por noa

"enevol3ncia#- educador %ue derepeita a autonomia, ogoto, o talento, a pre!er3ncia, a !orma de e

e(prear, a curioidade, a in%uietude, alinguagem de eu educando, !ereprofundamente a dignidade dos mesmos. E assim

fere também direitos legalmente constitu!dos e

adquiridos



& educador que ridiculari%a seus educandos e

os aprisiona em uma inf'ncia eterna e semhori%ontes também fere os direitos humanos e

espec!ficos da condição de ser uma pessoa

com defici(ncia.

Um educador assim, minimi%a os seuseducados e os redu% a r)tulos a muito

abandonados pela cientificidade com que se

compreende ho*e a defici(ncia.



A autonomia é algo aprendido e aim

e(ige troca, mediação, amor, etudo eacima de tudo o dee*o imperioo depromover um er para além de ua

poi"ilidade atuai# Ee é o entidomaior de programa educacionai %uepreparam para a autonomia#

'ão e prepara para autonomia em odevido repeito pela autonomia *0alcançada#



$uando não e repeita o grau de autonomia *0atingido pelo educando !a)emo com %ue ele retroceda

em eu deenvolvimento e etimulamo %ue ela !in*a

er %uem *0 não é mai 5 um er tolo a eperar doeducador a autori)ação para er e etar e!etivamente

no mundo#

Repeitar a autonomia do educando e(ige do educador

autoridade e repeito 4 li"erdade# Repeitar aautonomia do educando e(ige do educador autoridade

e repeito 4 li"erdade#

A li"ertinagem dei(a o educando olto, em diretri)e,

em rumo e em o"*etivo e meta a alcançar# Ali"ertinagem !a) com %ue o educando não e perce"acomo er ocial onde ua li"erdade de ação incide na

li"erdade de ação de outro ere com o %uai

compartilha o eu viver#



Educar para autonomia e(ige "om eno

'ão h0 "om eno em conhecimento !undamentado

cienti!icamente e nem locali)ado na legilação atuali)ada%ue de!ende direito de eu educando# 'ão h0 "omeno no achimo7, na improviação decuidada#

'ão h0 "om eno onde h0 rigide) de penamento,concepç2e e potura# 'ão h0 "om eno em o

repeito 4 identidade do educando com de!ici3ncia#Pr0tica educativa %ue tentem normali)ar a peoa comde!ici3ncia tiram dete educando a percepção de immemo como peoa %ue tem limitaç2e u"tanciai

%ue podem coloc0.lo em devantagem conider0vel emrelação ao pare coetneo e não !oremprovidenciada medida de tran!ormação da ordem

ocial vigente#



+e nada "ale um discurso democrático se na rotina

diária o educador impe ao educando sua cultura,

sua linguagem e sua forma de pensar o mundo.

& bom senso fa% com que o educador estude,

pesquise e fundamente sua prática em

transformação constante. & bom senso tra% aescuta e a percepção das diferentes formas de

expressão. & bom senso percebe os talentos e os

coloca a ser"iço da autonomia e da dignidade. &

bom senso percebe as limitaçes e coloca a ci(nciaa ser"iço do educando para que as mesmas não se

transformem em incapacidades.



- "om eno perce"e na li"erdade de

e(preão, na li"erdade de !a)er deecolha a oportunidade para oaprendi)ado da repona"ilidade

individual e coletiva pelo caminho %ue

o educando tece para i e para o grupo#- "om eno é carregado de

amoroidade pelo ato de educar e pelo

crecimento do educando#



- "om eno é %ue no !a) perce"er%ue a educação et0 u*eita ain!lu3ncia ociai, pol/tica,

econ8mica e ideolgica e %ue,portanto, educar ere humano para

autonomia é coloc0.lo em contatodireto com toda a in!lu3ncia

o!rida pela ociedade da %ual, e

ainda não !a) parte, deve comurg3ncia !a)er#



- "om eno é %ue no !a) perce"er %ue nãoh0 educação para autonomia e não e

perce"e o meio onde o educando vive, acultura e o valore no %ual é educado#

'ão h0 educação para autonomia e não

apoiamo !am/lia para %ue conheçam o"ene!/cio da mema para o eu !ilho e em

cone%3ncia para toda a !am/lia#

'ão h0 educação para autonomia e não econhece o valore da !am/lia do educando#



'ão h0 educação para autonomia e não e

repeita o valore da !am/lia do educando#'ão h0 educação para autonomia e nãotra"alhamo com a !am/lia a noção de

%ue peoa com de!ici3ncia podem erere ativo na contrução de ua

independ3ncia de acordo com o grau deua poi"ilidade de atuação no mundo#



'ão h0 educação para autonomia e

não aprendemo a dialogar comeducando e com ua !am/lia#

A educação para autonomia e !a) nocontato di0rio revetido pelo repeito 4cultura, ao valore e a dignidade

humana&



Não há educação para

autonomia sem o esforço diário

para encurtar a dist'ncia entre os

nossos discursos democráticos enossas práticas autoritárias.



'ão h0 educação para autonomia em o "omeno %ue no !a) perce"er %ue nenhum

educador paa pela vida de um educando emdei(ar ua marca# :oa ou m0# Acolhedora ou

dicriminatria# Repeitoa ou deumana#

;ncentivadora ou ridiculari)ante# Ficar0 empreuma marca# E eta marca er0 um degrau amai para e u"ir ou um a"imo no %ual o

educando mergulha e di!icilmente ai#



Educar paraautonomia e(ige

humildade&



A educação para autonomia é algo %ue econtri com troca de a"ere# Educação

para autonomia e(ige, portanto de am"a aparte 5 educador e educando 5 humildade e

tolerncia# <umildade para reconhecer %uenão h0 uma =nica !orma de a"er e de atuar#>olerncia para %ue o a"er cient/!ico não e

torne arrogncia#



+ a humildade %ue torna o educadorum acolhedor de di!erente cultura,a"ere, poi"ilidade, talento e

!orma de etar em um mundocontitu/do e marcado peladiveridade#



<umildade para %ue diploma,certi!icado e t/tulo e contituam emnovo recuro em !avor do %ue não

puderam ad%uirir ete t/tulo# <umildade

para %ue t/tulo não e tornem "arreiraarrogante a eparar ere humano pelo

grau de !ormação acad3mica#



<umildade para compreender a cultura

do %ue paam !ome, do %ue nãoa"em ler a palavra, do %ue calculamde !orma pr0tica, do %ue en(ergam com

o dedo, do %ue comunicam com

geto, do %ue e locomovem comroda, do %ue aprendem concretamente

e di!icilmente a"traem# Ma %ue ãotodo humano e, portanto digno do

memo repeito#



<umildade para compreender %ue

educar não é !a)er com %ue o educandoe molde ao mundo# Educar para

autonomia é !a)er com %ue o educando

leia criticamente o eu mundo eprovo%ue nele mudança %ue cauemimpacto poitivo em ua %ualidade de

vida e na ua poi"ilidade departicipação ocial#



“Toda prática educativademanda a existência de

sujeitos, um que ensinando,

aprende, outro queaprendendo, ensina.”

Paulo Freire- Pedagogia da Autonomia, !!".



Educar paraautonomia e(igealegria e

eperança&



A alegria e a eperança caminham *unta emeducadore e educando %ue etão ciente

de %ue *unto podem tran!ormar aç2e,ideologia, mito e concepç2e o"re o

prprio er humano#

'ão h0 educação para autonomia em acontante alegria de e perce"er crecendo eem a alegria %ue motiva o crecer# 'ão h0

educação para autonomia em o dee*o

movido pela eperança de %ue e pode ermai e melhor do %ue e é#



Sem eperança não h0 "uca, poi a

cada encontro com o %ue %ueremoalcançar nova "uca ão !eita paraatingirmo novo patamare em

noa evolução#

Sem alegria não h0 motivação %ueo"reviva a um "ucar . %ue por

noa nature)a inaca"ada . nuncaetar0 completo em i memo#



+e"ol"er a alegria e a

esperança é tarefaimprescind!"el de um educador

que prepare pessoas para o exerc!cio da autonomia.



“A esperança é uma espécie de ímpeto natural

possível e necessário, a desesperança é o

aborto deste ímpeto. Sem a esperança não

haveria história, mas puro determinismo. Por

tudo isso me parece uma enorme contradição

que uma pessoa que sea pro!ressista, que nãoteme a novidade, que se sente mal com as

inustiças, que se o"ende com as discriminaç#es,

que se bate pela dec$ncia, que luta contra a

impunidade, que recusa o "atalismo cínico eimobili%ante, não sea criticamente esperançosa.&

Paulo "reire' Peda!o!ia da Autonomia, ())*



Educar para autonomiae(ige a convicção de

%ue a mudança épo/vel&



Educadore %ue cr3em na mudançaacreditam %ue eu educando com

de!ici3ncia podem ad%uirir ha"ilidade,podem crecer como peoa, podemer mai independente e aut8nomo#

A atuali)ação conceitual %ue!undamenta ua pr0tica o move a

perce"er empre melhor o potenciai

de eu educando e ainda "ucamrecuro na ci3ncia %ue o tornemmai capa)e de atuar e viver em

ociedade#



$uando o educador contata %ue ele e %ue

eu educando ão capa)e de intervir narealidade, ele paa a penar eta realidade

de !orma cr/tica, paa a decon!iar demito ou de antigo a"ere cient/!ico %ue

apriionavam a peoa com de!ici3ncia nacategoria de incapa), dependente e eterna

criança#



Acreditar na mudança é perce"er %ueomo ere ociai, %ue !a)emo ahitria e não omo apena v/timadela# Ma é tam"ém perce"er %ue a

minoria !icaram durante éculo em

erem ouvida, por io não e(ercerampreão para %ue deenh0emo uma

ociedade para todo#



+ a participação ocial da minoria, domeno !avorecido, do empo"recido

culturai, do renegado, do %ue e(ilamodentro de ua prpria caa por não

%ueremo encarar o dea!io de perce"3.lo,

%ue !ar0 com %ue todo tenham uma viãodo %ue contitui o noo todo#

Somente a participação ocial aegurar0 amudança e o novo deenho de uma

ociedade %ue não acolha, ma %uepropicie condiç2e igualit0ria de

participação ocial#



A re"eldia urge da raiva e da indignaçãoperante a in*utiça e dicriminaç2e#

A re"eldia e raiva urgem da indignação denão er ouvido memo %uando e grita#

A re"eldia e a raiva urgem de e ver

e(clu/do de um mundo %ue a!inal deveriaer para todo#

A re"eldia e raiva urgem da percepção da

upremacia e(cluora da normalidade %uepreunçoamente imp2e uma =nica !ormade er no mundo#



>ran!ormar a raiva e re"eldia em

!orça revolucion0ria cria noeducador e no educando o ep/ritonece0rio 4 mudança, em dio e

com a amoroidade u!iciente para%ue a indignação motive oeducando a e !a)er ouvir e

repeitar com o apoio e mediaçãodo educador#



Educar para autonomiae(ige egurança,

compet3ncia eautonomia



'enhum educador !ar0 ua autoridadepreente em %ue ua pr0tica e*a

!undamentada cienti!icamente e atuali)adacontantemente#

- educador %ue não e !orma contantementeaca"a por adotar potura ou autorit0ria ou

li"ertina# -u não e permite a e(preão porter não compet3ncia para tra"alhar com

di!erente cultura e !orma de e(preão# -ue permite total li"erdade por não ter o %ue

condu)ir# A autonomia do educador e !a) deeu etudo %ue lhe d0 egurança para educar

com autonomia e para a autonomia#





“A autoridade coerentemente

democrática está convicta de que a

disciplina verdadeira não e+iste na

esta!nação, no sil$ncio dos silenciados,

mas no alvoroço dos inquietos, na

dvida que insti!a, na esperança que

desperta.& -Paulo reire / Peda!o!ia da Autonomia, ())*0.



- educando %ue coloca em

e(erc/cio a ua li"erdade e eupoder de !a)er ecolha, !icar0 tãomai aut8nomo %uanto mai !or

aumindo a repona"ilidade porua aç2e#

Sua autonomia e uarepona"ilidade vão e

contruindo con*untamente#



- melhor dicuro o"re a

autonomia é o viver cotidiano daautonomia %ue e contri com oeducando#

$uanto mai envolvimento eolidariedade houver entre educadore educando nete entido, tanto mai

poi"ilidade de educar para aautonomia haver0#



+ na li"erdade %ue o educando !a) ua

ecolha %ue em"ora poam não erconiderada a melhore poreducadore e pai, ainda aim é a ua

ecolha#?eve.e permitir o erro, a dor, o

o!rimento, o retroceo, a !rutração

e o %ue e dee*a é a autonomia#



Fa) parte do proceo do

aprendi)ado de !a)er ecolhao ato de aumir a

cone%3ncia de uaecolha&



“ #$o %á decis$o a que n$o se sigam e&eitos

esperados, pouco esperados ou inesperados.

Por isso ' que a decis$o ' um processoresponsável( #ingu'm ' aut)nomo primeiro

para depois decidir. A autonomia vai se

construindo na experiência de várias

in*meras decis+es que v$o sendo tomadas.

#ingu'm ' sujeito da autonomia de ningu'm.

Por outro lado n$o se amadurece de repente

aos anos. A gente vai amadurecendo tododia ou n$o. #$o ocorre em data marcada.”

-Paulo reire / Peda!o!ia da Autonomia, ())*0.



Educar para autonomia e(igeecuta#

Ecuta em a %ual ele nãoapreende o valore, medo eaneio do educando#



Educar para autonomia exige quererbem ao educando, pois a compet(ncia

do educador não está em sua rigide% e

distanciamento frio do educando.



#$o ' min%a arrogncia intelectual que

&ala de min%a rigorosidade cient/&ica.#em a arrogncia ' sinal de

competência, nem competência ' causa

de arrogncia. #$o nego a competência,

por outro lado de certos arrogantes, maslamento neles a ausência de simplicidade

que, n$o diminuindo em nada seu sa0er,

os &aria gente mel%or. 1ente mais gente.” 2Paulo Freire 3 Pedagogia da Autonomia, !!"4



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