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0 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO AGROPECUÁRIO NUCLEO DE ESTUDOS EM CIÊNCIA ANIMAL EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - AMAZÔNIA ORIENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL SANDRA SOARES DE SOUZA EFEITO DA ADIÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS MESOFÍLICAS SOBRE A QUALIDADE DO QUEIJO DE COALHO BELÉM-PARÁ 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CENTRO AGROPECUÁRIO NUCLEO DE ESTUDOS EM CIÊNCIA ANIMAL

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA - AMAZÔNIA ORIENTAL

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

SANDRA SOARES DE SOUZA

EFEITO DA ADIÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS MESOFÍLICAS SOBRE A QUALIDADE DO QUEIJO DE

COALHO

BELÉM-PARÁ 2009

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SANDRA SOARES DE SOUZA

EFEITO DA ADIÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS MESOFÍLICAS SOBRE A QUALIDADE DO QUEIJO DE

COALHO

BELÉM-PARÁ 2009

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Pará. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Amazônia Oriental. Universidade Federal Rural da Amazônia. Área de concentração: Produção Animal. Orientador: Profº Drº Thiago Fernandes Bernardes.

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OBS> Imprimir no verso (atrás) da folha de rosto

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação ( CIP) –

Biblioteca Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural / UFPA, Belém-PA

Souza, Sandra Soares de

Efeito da adição de culturas láticas mesofílicas sobre a qualidade do queijo de coalho / Sandra Soares de Souza; orientador, Thiago Fernandes Bernardes - 2009.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Amazônia Oriental, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2009.

1. Queijo de coalho. 2. Bactérias produtoras de ácido láctico. I. Título. CDD – 22.ed. 636.3

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SANDRA SOARES DE SOUZA

EFEITO DA ADIÇÃO DE CULTURAS LÁTICAS MESOFÍLICAS SOBRE A QUALIDADE DO QUEIJO DE

COALHO

Data de aprovação. Belém/PA-------/------/---------

Banca examinadora

_______________________________________ Profº. Drº. Thiago Fernandes Bernardes

Universidade Federal Rural da Amazônia

_______________________________________ Drº. Andre Guimarães Maciel e Silva

Universidade Federal Pará

_______________________________________ Profª. Drª. Luciara Celi Chaves da Silva

Universidade Federal Rural da Amazônia

Dissertação apresentada para obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal. Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural. Universidade Federal do Pará. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Amazônia Oriental. Universidade Federal Rural da Amazônia. Área de concentração: Produção Animal.

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Dedico:

A meu pai pela criação e apoio sem limites.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço Ao programa de Pós-graduação em Ciência Animal.

Ao meu orientador, Profº. Drº. Thiago Fernandes Bernardes, pela

disponibilidade, compreensão e apoio.

Ao meu Co-Orientador, Profº. Drº. Almir Vieira Silva, pelo apoio.

A Profª. Drª. Luciara Celi da Silva Chaves, pela ajuda imprescindível.

Ao seu Fernando técnico e Fernando gerente das empresas MANACA, pelo

acolhimento e apoio, imprescindíveis a execução do experimento.

À Morena, a Ana e a todos os funcionários do laboratório de análise físico

química do leite das empresas MANACA e funcionários em geral, pela ajuda, carinho

e cooperação.

Ao MSC. Bruno de Cássio Veloso Medico Veterinário (Laboratório Central -

LACEN/DEP), por toda a ajuda, com as análises microbiológicas.

Ao Laboratório Central - LACEN/DEP pela cooperação.

Ao Marcelino Antonio Costa Maués, fiel escudeiro, sempre presente em todas

as horas difíceis durante o decorrer desta batalha.

A Tia Vaíza pelo carinho e apoio, e aos demais funcionários do setor de

Zootecnia da UFRA por toda ajuda e companheirismo ao longo desta difícil jornada.

A meus familiares, que acreditaram nessa conquista.

A todos os meus amigos, que são a minha família aqui. A todos os colegas do

Mestrado em Ciência Animal da Universidade Federal do Pará. A todos que direta ou

indiretamente, ajudaram nesse trabalho.

primeiramente a Deus, que guia os meus passos e minha vida sempre, sem

nada disso seria possível.

À FAPESPA pelo apoio financeiro, que tornou possível a realização desse

trabalho.

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“O professor que caminha na sombra do templo, entre os seus discípulos, não dá a sua sabedoria, mas antes

a sua fé e amor”. “Se for realmente sábio, não vos convida a entrar na

casa da sua sabedoria, mas antes vos conduz ao limiar de vosso próprio espírito”

KHALIL GIBRAN

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RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar a característica do queijo de coalho, produzido a partir do leite bovino pasteurizado, mediante a utilização de bactérias láticas mesofílicas do gênero Lactococcus lactis ssp. cremoris e Lactococcus lactis ssp. lactis específicas. As culturas láticas oriundas do Banco de Bactérias Láticas da Universidade Estadual do Ceará foram ativadas junto às instalações do Laboratório de Bactérias Láticas da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA, Campus de Belém. As culturas láticas foram ativadas durante três dias consecutivos em Leite Desnatado Reconstituído (LDR) 12% esterilizado e incubadas a 30 °C ± 2 °C, até a coagulação do leite. Após reativação, a cultura industrial foi obtida pela transferência do inoculo de 1% (v/v) para frascos de vidros contendo 500 ml de LDR 12% esterilizado, seguida de incubação a 30 °C ± 2 °C até a coagulação do leite, em seguida a cultura (fermento lático) foi adicionada diretamente no tanque de fabricação contendo o leite pasteurizado, mantendo-se a proporção de 1:1. Para avaliação tecnológica foram utilizados as seguintes culturas láticas isoladas de leite cru: Lactococcus lactis ssp. lactis (LL); Lactococcus lactis (atípico) (LLA); Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico) (LLCA); Lactococcus lactis ssp. cremoris (LLC),. As porções de Amostras foram retiradas, colocadas em processador de alimentos e processadas até formar uma amostra. Em seguida, foram acondicionadas em frascos estéreis, identificadas e mantidas em freezer para posterior análises de determinação do extrato seco, umidade (%), extrato seco total (EST), gordura (G), gordura no extrato seco (GES), acidez, pH, cloretos, nitrogênio total (NT), nitrogênio solúvel em pH 4,6, nitrogênio solúvel em TCA 12%. O índice de proteólise ou extensão da maturação foi avaliado pela divisão do NT. Para o teste de aceitação utilizou-se a escala hedônica estruturada de nove pontos, para avaliar o produto quanto ao aroma, aspecto geral, gosto e textura. O teste de fritura de acordo com metodologia descrita por Cavalcante et al., (2007). As análises microbiológicas das amostras de queijos experimentais nos 1º e 30º dia de maturação, encaminhadas ao Laboratório Central – LACEN, Divisão de Análises de Produtos – DEP. E consistiram em Contagem de bactérias Aeróbias Mesófilas, Determinação de Coliformes. Para o teste de fritura não houve análise estatística. O delineamento utilizado foi o Inteiramente Casualisado e foi utilizada a metodologia de modelos mistos para dados longitudinais, com objetivo de modelar a estrutura de (co)variância entre medidas coletadas na mesma unidade experimental em tempos diferentes, por meio do modelo yijk=µ+αi+ δj(i)+βk+αβik+εijk. Utilizando-se o programa estatístico Statistical Analysis Systems - SAS (SAS INSTITUTE INC., 1992). Os tratamentos LL e LLA foram reprovados no teste de fritura. Houve ligação entre a característica derretimento com a umidade, acidez e proteólise. Os queijos que apresentaram maiores valores de proteólise apresentaram maior capacidade de derretimento. As amostras de queijo coalho tiveram boa aceitabilidade no teste de aceitação.

Palavras–chave: Bactérias láticas. Queijo de Coalho. Leite bovino pasteurizado.

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ABSTRACT

The objective of this study was to evaluate the characteristics of the curd cheese produced from pasteurized cow's milk, through the use of mesophilic lactic acid bacteria of the genus Lactococcus lactis ssp. cremoris and Lactococcus lactis ssp. lactis specific. The lactic cultures derived from the Bank of lactic acid bacteria from the State University of Ceará were activated at the premises of the Laboratory of lactic acid bacteria of the Federal Rural University of Amazonia-UFRA, Bethlehem Campus lactic cultures were activated for three consecutive days in Reconstituted Skim Milk (LDR) 12% sterilized and incubated at 30 ° C ± 2 ° C, to coagulate the milk. After reactivation, the industrial culture was obtained by transferring the inoculum of 1% (v / v) to glass vials containing 500 ml of sterile 12% LDR, followed by incubation at 30 ° C ± 2 ° C to coagulate the milk, then the culture (lactic yeast) was added directly into the tank containing manufacturing pasteurized milk, keeping the ratio of 1:1. Technology assessment were used for the following lactic cultures isolated from raw milk: Lactococcus lactis ssp. lactis (LL) and Lactococcus lactis (atypical) (ALL), Lactococcus lactis ssp. cremoris (atypical) (LLCA), Lactococcus lactis ssp. cremoris (LLC). The portions of samples were removed, placed in a food processor and processed to form a sample. They were then stored in sterile flasks, labeled and stored in a freezer for later analysis to determine the dry matter, moisture (%), total solids (EST), fat (F), fat in dry matter (GES), acidity, pH, chloride, total nitrogen (TN), pH 4.6-soluble nitrogen, soluble nitrogen in TCA 12%. The rate of proteolysis or extent of maturation was evaluated by dividing the NT. For the acceptance test used the hedonic scale of nine points, to evaluate the product for the aroma, general appearance, taste and texture. The test frying according to the methodology described by Cavalcante et al. (2007). Microbiological analysis of cheese samples in an experimental and 30 days of ripening, referred to the Central Laboratory - LACEN, Analysis Products Division - DEP. It consisted of mesophilic aerobic bacteria count, coliform determination. To test for statistical analysis there was no frying. The experimental design was completely randomized design and the methodology of mixed models for longitudinal data, in order to model the structure of (co) variance between measurements collected in the same experimental unit at different times through the model yijk = µ + αi + ijk ik.ε + β α β j (i) + k + δ Using the statistical program Statistical Analysis Systems - SAS (SAS Institute Inc., 1992). The treatments LL and ALL failed the test of frying. There was a link between the characteristic melt with moisture, acidity and proteolysis. The cheeses showed higher proteolysis had higher melting capacity. The samples of cheese curd had good acceptance in the acceptance test.

Keywords: lactic acid bacteria. Cheese Rennet. Pasteurized bovine milk.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Microrregiões classificadas por aumento da produção de leite, superior a 2,2 milhões de litros por ano, 2001/2006................................................... 13

Figura 2 – Queijo de Coalho, no espeto.....................................................................27

Figura 3 – Queijo de Coalho Assado. ........................................................................27

Figura 4 - Queijo de coalho comercializado em barra. ..............................................27 Figura 5- Bioquímica básica da Proteólise em queijos...............................................32

Figura 6 – Representação esquemática dos conceitos de extensão e profundidade da proteólise. ..............................................................................................33

Quadro 1 - Principais gêneros das bactérias láticas: ................................................38

Figura 7 - Adição dos ingredientes, repouso e corte da coalhada para elaboração do queijo de coalho..........................................................................................47

Figura 8 - Corte da coalhada, 1ª dessoragem e adição da água quente. .................47

Figura 9 - 2ª dessoragem, salga, enformagem, 1ª prensagem e viragem dos queijos.........................................................................................................48

Figura 10.- 2ª Prensagem, câmara de resfriamento e desenformagem do queijo..48

Figura 11 - .Coleta da primeira amostra (1º dia de maturação) e embalagem dos mesmos. .....................................................................................................49

Figura 12 - Fluxograma de fabricação do queijo Coalho............................................50

Figura 13: Preparo das amostras para análises físico-químicas................................52

Figura 14: Escala hedonea estruturada de nove pontos............................................57 Figura 15 - As amostras foram fornecidas monadicamente, biscoito água e sal e

água mineral..............................................................................................58

Figura 8 – Aspectos visuais dos queijos coalho em diferentes tempos de maturação..................................................................................................74

Figura 9 – Gráfico aranha, representando a média do perfil sensorial dos queijos experimentais. ..........................................................................................77

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Resultados do Censo Agropecuário 1995-1996 e primeiros resultados do

Censo Agropecuário 2006 segundo variáveis pesquisadas - Região

Norte............................................................................................................17

Tabela 2 - Evolução da produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade no

estado do Pará - 1994/2005........................................................................19

Tabela 3 - Parâmetros físico-químicos para leite cru refrigerado...............................22

Tabela 4- Parâmetros físico-químicos dos queijos experimentais.............................61

Tabela 5 – Valores de pH dos Queijos de Coalho ao longo do período de

maturação....................................................................................................63

Tabela 6 – Valores de Acidez dos Queijos de Coalho ao longo do período de

maturação..................................................................................................65

Tabela 7 – Valores de Umidade (%) dos queijos Coalho ao longo do período de

maturação..................................................................................................66

Tabela 8 – Valores de Proteína Bruta dos queijos Coalho ao longo do período de

maturação....................................................................................................68

Tabela 9 – Valores do Índice de extensão de maturação dos queijos Coalho ao longo

do período de maturação............................................................................70

Tabela 10 – Valores do Índice de profundidade de maturação dos queijos Coalho ao

longo do período de maturação...................................................................71

Tabela 11 - Notas atribuídas ao teste de aceitação dos queijos Coalho elaborado

com culturas láticas endógenas com 15 dias de maturação.......................76

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Tabela 12 - Resultados das análises de Coliformes 35 °C (NMP/g), Coliformes 45 °C

(NMP/g), Contagem Padrão de bactérias mesófilas (UFC/g) e Salmonela

dos queijos coalho experimentais no 1° e 30º dias de ma turação............79

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13

2 OBJETIVOS ....................................... .................................................................... 15

2.1 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 15

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................................... 15

3 REVISÃO DE LITERATURA ........................... ...................................................... 16

3.1 BOVINOCULTURA LEITEIRA NO ESTADO DO PARÁ .......................................... 16

3.2 DESENVOLVIMENTO DO SETOR LEITEIRO NO ESTADO DO PARÁ. ............. 18 3.3 O LEITE ............................................................................................................................ 20

3.3.1 Propriedades físico-químicas do leite ....................................................................... 21

3.4 QUEIJO COMO PRINCIPAL DERIVADO DO LEITE................................................ 23

3.5 O QUEIJO DE COALHO ................................................................................................ 25

3.5.1 Material estranho em queijos ..................................................................................... 30

3.5.2 Fermentação do queijo (maturação) ......................................................................... 31

3.5.3 Enzimas naturais do leite envolvidas no processo de maturação ....................... 34 3.5.4 Enzimas produzidas por Culturas starters ............................................................... 35

3.5.5 Enzimas originadas pela microbiota secundária .................................................... 36

3.5.6 Enzimas de bacterias não-starters ........................................................................... 36

3.5.7 Fatores que envolvem o processo de maturação .................................................. 37

3.6 BACTÉRIAS ÁCIDO – LÁTICAS (BAL) ....................................................................... 37

3.6.1 Ácido lático .................................................................................................................... 40

3.7 IMPORTANCIA DAS BACTERIAS ÁCIDO LACTICAS NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS. ............................................................................................................................... 42

4 MATERIAL E MÉTODOS .............................. ........................................................ 45

4.1 CULTURAS LÁTICAS E TRATAMENTOS ................................................................. 45

4.2 PROCESSAMENTO DO QUEIJO COALHO .............................................................. 45

4.2.1 Procedimentos operacionais utilizados na fabricação do queijo Coalho ............ 46 4.2.2 Fluxograma de fabricação do queijo Coalho ........................................................... 49

4.3.1 Análises físico-químicas. ............................................................................................ 51

4.4 TESTE DE ACEITAÇÃO. ............................................................................................... 56

4.5 TESTE DE FRITURA ..................................................................................................... 58

4.6 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA ...................................................................................... 59

4.6.1 Contagem de bactérias Aeróbias Mesófilas ............................................................ 59

4.6.2 Determinação de Coliformes ..................................................................................... 59

4.7 ANALISE ESTATÍSTICA ................................................................................................ 60

5 RESULTADO E DISCUSSÃO ........................... .................................................... 61

5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS QUEIJOS EXPERIMENTAIS ........ 61 5.2 RESULTADOS DAS ANALISES FISICO-QUIMICAS .......................................... 63

5.2.1 pH ................................................................................................................................... 63

5.2.2 Acidez ............................................................................................................................ 64

5.2.3 Umidade (%) ................................................................................................................. 66

5.2.4 Compostos Nitrogenados (%) .................................................................................... 68

5.3 TESTE DE FRITURA ..................................................................................................... 73

5.4 TESTE DE ACEITAÇÃO ................................................................................................ 75

5.5 ANÁLISE MICROBIOLOGICA ...................................................................................... 77

6 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................. 81

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 82

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1 INTRODUÇÃO

Possuidor do principal rebanho comercial bovino do mundo, o Brasil

alcançou, em 2007, 205 milhões de cabeças. Na Amazônia legal brasileira,

atualmente, existem 3,5 bovinos para cada habitante dos nove estados: Acre,

Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

A população chega a 20,6 milhões habitantes (IBGE, 2007). A Amazônia brasileira,

classificada como maior reserva de biodiversidade e uma das maiores reservas de

recursos minerais do planeta, tem atraído atenção redobrada da comunidade

científica e da sociedade em geral, devido ao ritmo extremamente acelerado de

dilapidação dos seus recursos naturais (FERREIRA; SALATI, 2005).

No que refere ao incremento da pecuária leiteira no Brasil, destacou-se

quatro regiões onde ocorreram os maiores expressividade em volume de leite

produzido, coincidindo com regiões de alta densidade de produção, como pode ser

observado na figura 1. Com maior destaque para duas grandes regiões, sendo a

primeira formada pelo: Centro-Leste do Pará, Centro-Oeste do Maranhão e Norte de

Tocantins a outra região estava localizada no Sul da Bahia. O interessante é que

estas áreas não tinham tradição Leiteira, no entanto foram mais produtoras que

regiões reconhecidas nacionalmente por essa atividade (ZOCCAL et al., 2007).

Figura 1. Microrregiões classificadas por aumento da produção de leite, superior a 2,2 milhões

de litros por ano, 2001/2006.

Fonte: ZOCCAL et al., 2007.

Com o advento da globalização houve maior integração econômica entre

países, acompanhada de alta mobilidade populacional e de mercado, resultando em

mudanças de costumes e hábitos alimentares, como a preferência pelo consumo de

alimentos e produtos típicos tradicionais (DUARTE, 2005).

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Um grande desafio é conectar o produtor artesanal à indústria e ao

consumidor. Cada participante da cadeia interpreta qualidade à sua maneira e tem

seus pontos de controle que irão contribuir para a melhoria da qualidade. (JORGE,

2005).

O leite é uma alternativa de fonte protéica acessível à população de baixa

renda, que geralmente é carente em proteína de origem animal, comprovando a

importância sócio-econômica deste alimento (BORTOLI et al., 2005).

Os alimentos obtidos por processos artesanais têm grande possibilidade de

se apresentarem contaminados, devido ao uso de matérias-primas de fontes não

seguras, utensílios mal higienizados ou contaminados, elaboração em condições

impróprias e do armazenamento e comercialização em temperatura inadequada, que

são fatores que contribuem para aumentar o risco de causarem enfermidades

(RYSER; MARTH, 1990).

No Brasil, a produção leiteira ainda apresenta obstáculos na cadeia

produtiva, especialmente quanto às condições higiênico-sanitárias, que

comprometem a qualidade final do produto, sobretudo em regiões como a

Amazônica (FREITAS; OLIVEIRA; GALINDO, 2005). Essa atividade é mais

evidenciada, onde a terra tem baixo custo. Entretanto, a produção média diária de

apenas 20 litros de leite por propriedade reflete a baixa aptidão leiteira dos rebanhos

(SILVA, 2006), fato que contribui para o comércio informal e o baixo nível de

tecnificação.

O queijo de coalho, assim como outros tipos de queijos artesanais são

produzidos, utilizando-se leite cru integral. Esse procedimento compromete a

qualidade do produto, além de causar riscos à saúde humana (ALMEIDA FILHO;

NADER FILHO, 2002).

De modo geral, o uso do leite pasteurizado juntamente com o emprego de

fermento láctico comercial, no Brasil, tem contribuído significativamente para a

melhoria da qualidade dos queijos, porém, pode causar mudanças sensoriais, o que

acaba descaracterizando o produto final (OLIVEIRA, 1987). As bactérias ácido-

láticas endógenas possuem atividades metabólicas que contribuem para o

desenvolvimento de características sensoriais desejáveis no produto, também

permitem conservar e, ou, aumentar o valor nutritivo da matéria prima, sem

descaracterizar o queijo de coalho artesanal (LEROY; DEVUYST, 2004).

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o queijo coalho, produzido a partir do leite bovino pasteurizado,

mediante a utilização de bactérias láticas mesofílicas do gênero Lactococcus lactis

ssp. Cremoris e Lactococcus lactis ssp. Lactis específicas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Caracterizar o queijo coalho, a partir da confecção deste mediante o

uso de leite pasteurizado e utilização de Bactérias láticas endógenas.

• Acompanhar o desempenho das bactérias láticas mesofílicas do

gênero Lactococcus lactis ssp. Cremoris e Lactococcus lactis ssp. Lactis, quanto ao

processo de maturação, característica químicas e sensoriais, quando utilizadas

individualmente na forma de fermento lático.

• Avaliar a aceitação do produto, confeccionado com o leite cru

pasteurizado e cultura endógena, mediante aplicação do teste de análise sensorial.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 BOVINOCULTURA LEITEIRA NO ESTADO DO PARÁ

A produção de leite ocorre em todos os Estados brasileiros e, na maioria deles,

apresenta grande expressão econômica. A atividade leiteira, além de ser a maior

geradora de empregos permanentes no campo, é a única atividade da pecuária

bovina que exige a presença do homem todos os dias no ano, o que contribui para

evitar o êxodo rural (SILVA; GROOTENBOER, 2008).

A agroindústria familiar é uma atividade associada aos sistemas produtivos que

melhor remuneraram as famílias de agricultores. Neste sentido, vale ressaltar que os

derivados do leite (queijo) são produtos com grande potencial para a formação de

sistemas produtivos sustentáveis (DAMASCENO JUNIOR et al., 2007).

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,

(2005) verifica-se que em termos percentuais a região Norte (N) foi a que apresentou

o crescimento mais expressivo, com uma variação de 214% de crescimento na

produção de leite no período de 1990 a 2005. Neste sentido, chama a atenção o fato

de que o Estado que apresentou a maior variação percentual na produção leiteira

entre os anos de 1990 e 2005 foi o Estado de Rondônia, com um incremento de

produção da ordem de 337% no período, seguindo em ordem decrescente pelo

Estado do Acre e Pará com um incremento de 272% e 201% respectivamente

(FONSECA; SANTOS, 2007).

De acordo com os resultados do Censo Agropecuário 1995-1996 e primeiros

resultados do Censo Agropecuário 2006, pode ser observado na Tabela 1, que

houve um crescimento na produção de leite de vaca, porém, se for evado em

consideração a produção de leite bubalina verifica-se um decréscimo da ordem de

mais de 50% segundo variáveis pesquisadas na Região Norte (IBGE, 2006).

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Tabela 1. – Resultados do Censo Agropecuário 1995-1996 e primeiros resultados do Censo Agropecuário 2006 segundo variáveis pesquisadas – Região Norte.

ANO Leite de vaca

Produção leite (1 000 l)

Leite de búfala

Produção leite (1 000 l)

1995-1996 846. 333 21. 491

2006 1. 220 890 10. 843

Fonte: IBGE, Censo Agropecuário 1995/2006.

A Pecuária Leiteira no Pará ainda é muito incipiente, sendo encontrada com

mais frequencia nos municípios de Rondon do Pará, Marabá, Tucumã e Região do

Nordeste paraense. O Governo do Pará reconhece que a atividade necessita de um

programa de modernização voltado para a busca de um consumidor em potencial,

pois a população paraense é tradicionalmente consumidora de leite em pó, um

hábito difundido devido à facilidade de oferta e de comercialização. Mesmo assim o

consumo de leite “in natura” no Estado é de 100 milhões de litros/ano, um número

que poderá aumentar se o setor receber incentivo, o que já vem sendo estudado

pelo Governo do Estado (PECUÁRIA LEITEIRA, 2008).

No Brasil, a produção leiteira ainda apresenta obstáculos na cadeia

produtiva, especialmente quanto às condições higiênico-sanitárias, que

comprometem a qualidade final do produto, sobretudo em regiões como a

Amazônica (FREITAS et al., 2005).

No contexto atual de alta competitividade industrial, inclusive pela

concorrência internacional, torna-se imprescindível a eficiência e qualidade dos

processos de fabricação, que estão diretamente relacionadas com a qualidade dos

fornecedores de sua principal matéria-prima, ou seja, dos produtores de leite. A

vantagem de serem observados cuidados higiênicos durante a ordenha é que, além

de se obter um produto sanitariamente puro, evitam-se perdas em razão do excesso

de acidificação, que pode provocar a rejeição do leite ao ser analisado na fábrica, ou

mesmo a sua coagulação durante o transporte (SILVA; GROOTENBOER, 2008).

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3.2 DESENVOLVIMENTO DO SETOR LEITEIRO NO ESTADO DO PARÁ.

A partir de 1960-1970, iniciou-se o processo de ocupação da Amazônia

através da colonização agrícola, facilitada pela abertura das grandes rodovias.

Apoiados pelos programas de colonização, milhares de pequenos produtores,

oriundos de todas as regiões do Brasil, se instalaram em terras ao longo das

estradas. Como conseqüência, o desflorestamento nas terras firmes da Amazônia se

intensificou. Em 2003, já tinham sido abertos 652.908 km², o que corresponde a

mais de 16 % da Amazônia Legal. Nos sistemas de produção familiar, o processo de

introdução da pecuária passa a ser marcante a partir do inicio da década de 1990,

em conseqüência de razões econômicas e sociais (IAI, 2001).

Nas frentes de colonização agrícola, a produção leiteira, diversificação da

pecuária de cria, contribui para a sustentabilidade da agricultura familiar por vários

motivos, principalmente pela geração de renda significativa e regular ao longo do

ano (MACHADO, 2000; POCCARD-CHAPUIS et al., 2001). Mesmo com o aumento

da produção nos últimos anos, a região Norte importa a maioria dos produtos lácteos

que consome o que ressalta a importância socioeconômica do desenvolvimento da

produção leiteira regional. Nas propriedades, o problema principal que restringe a

rentabilidade da exploração é a baixa produtividade das vacas, devido ao baixo

potencial genético para essa característica, associado principalmente ao inadequado

manejo alimentar, reprodutivo e sanitário do rebanho (TOURRAND et al., 1998).

Nas fronteiras agrícolas, os sistemas pecuários mistos (leite-carne)

caracterizam-se pela diversidade e dinâmica que dependem de vários fatores, tais

como origem geográfica dos colonos, condições socioeconômicas dos produtores na

chegada à frente pioneira, motivações e razões da migração, projetos agrícolas e da

família (FERREIRA, 2001b).

No funcionamento dos estabelecimentos, a produção de leite parece pouco

estável, mudando rapidamente em função de oportunidades e de eventos

conjunturais (IAI, 2001). Os estabelecimentos leiteiros caracterizam-se por

processos de construção e estruturação diversos e, por isso, apresentam diferentes

níveis de evolução do sistema produtivo e dos fatores de produção.

A maior parte da área utilizada para gado de leite é ocupada por pastos, o

que é indicativo de sistema de produção extensivo. A pequena área destinada à

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produção de volumoso suplementar pode ser um indicativo da menor especialização

dos produtores na atividade. Entre as áreas de pastagens a mais utilizada é a

Brachiaria brizantha (Brachiarão), seguida do Andropogon guianenses, e Brachiária

humidícola (FEITOSA, 2003).

A produção média diária de leite por animal é equivalente a 3,9 kg/dia,

independentemente do tamanho do produtor, revela a baixa aptidão leiteira dos

rebanhos, ou seja, trata-se de animais inseridos numa comunidade familiar onde a

exploração leiteira é incompatível aos modelos produtivos econômicos (FERREIRA

et al., 2003). Contudo observa-se que houve crescimento expressivo, na produção

de leite no período de 1994 a 2005, segundo a evolução da produção de leite, por

numero de vacas ordenhadas e produtividade no Estado do Pará, conforme relata o

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE indicados na Tabela 2

(COMUNICADO SOCIAL, 2007).

Tabela 2 – Evolução da produção de leite, vacas ordenhadas e produtividade no estado do Pará – 1994/2005.

Ano Produção de Leite Vacas ordenhadas Produtividade

(litros/ano) (cabeças) (Litros/Vaca/Dia)

1994 297.451.000 875.968 1,3

1995 308.184.000 913.946 1,2

1996 237.899.000 485.240 1,8

1997 290.210.000 646.429 1,7

1998 311.316.000 678.167 1,7

1999 311.162.000 724.039 1,6

2000 380.319.000 800.719 1,8

2001 459.164.746 757.537 2,2

2002 578.147.414 990.453 2,2

2003 562.627.498 979.308 2,1

2004 640.101.726 1.108.742 2,1

2005 703.875.365 ↑236,6% 1.194.512 ↑136% 2,2 ↑163%

Media (94/05) 1,8

Fonte: IBGE – Pesquisa da Pecuária Municipal – PPM – 1994/2005 Sistematização e Cálculos: SAGRI / GEEMA Comunicado Social 11 de dezembro de 2007

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3.3 O LEITE

Segundo o Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de

Origem Animal – RIISPOA, artigo 475, “entende-se por leite, sem outra

especificação, o produto oriundo da ordenha completa, ininterrupta, em condições

de higiene, de vacas sadias, bem alimentadas e descansadas” (BRASIL, 1997). Do

ponto de vista biológico, o leite pode ser considerado um dos alimentos mais

completos por apresentar, entre outras características, alto teor de proteínas e sais

minerais (BORGES et al., 1989). Porém, o leite também é considerado excelente

meio de cultura, podendo ser facilmente contaminado por muitos e/ou vários grupos

de microrganismos que podem encontrar condições de multiplicação.

O leite é constituído por uma grande variedade de compostos, com função

específica, pelo fornecimento de nutrientes para o próprio bezerro. É um dos

alimentos mais completos e oferece grandes possibilidades de processamento

industrial para obtenção de diversos produtos para a alimentação humana (DURR,

2007). O conhecimento da composição do leite pode ajudar o produtor a planejar a

lactação da vaca para maximizar os lucros, o que envolve a compreensão dos

efeitos do manejo e da genética na lactação (DURR, 2007).

O leite, devido a sua composição, constitui um excelente meio de cultura para

multiplicação de microrganismos. O leite cru pode representar uma importante fonte

de transmissão de enfermidades de origem alimentar, pois pode carrear vários

patógenos como Listeria monocytogenes (CHAMBERS, 2002). A microbiota dos

alimentos é composta por diferentes microrganismos, próprios de cada alimento,

somados aos incluídos nas etapas de produção, armazenamento e processamento.

Em cada alimento, portanto, dependendo de suas características de produção,

contaminação e natureza, ocorre uma série de interações que determinam a

microbiota presente no produto. Em 2005 cerca de 50% de toda a produção leiteira

do Brasil não passou por nenhum tipo de inspeção (IBGE, 2008), e teve como

provável destino o comércio informal, mesmo sendo proibido desde 1952 (BRASIL,

1952). O risco torna-se maior devido a usual produção de diversos tipos de

derivados com leite cru, como queijos, cuja produção não emprega nenhum

tratamento térmico como a pasteurização e conserva os eventuais patógenos

presentes na matéria prima.

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Os principais microrganismos envolvidos com a contaminação do leite são as

bactérias, que podem ser divididos em dois grupos: 1) Microrganismos patogênicos:

podem causar doença, infecção ou intoxicação a partir do consumo do leite cru ou

de derivados. Exemplos: Escherichia coli, Salmonella ssp., Brucella abortus e Listeria

monocytogenes; 2) Microrganismos deteriorantes: causam alterações nos

componentes do leite, o que leva à redução da qualidade na indústria e alterações

no sabor (SILVA et al., 2008).

De modo geral o leite produzido no Brasil é obtido em condições higiênico –

sanitárias deficientes, predominando altas contagens de microrganismos aeróbios

mesófilos, psicrotróficos, coliformes e presença de patógenos. Em algumas

pesquisas a qualidade microbiológica ruim tem sido associada à alta incidência de

patógenos. Entretanto, quando se verifica uma melhoria da qualidade microbiológica

a incidência de patógenos tende a diminuir (GUERRA; MCLAUCHLIN, 2001; JAY,

1995). Isso pode ser explicado principalmente devido à presença natural de uma

microbiota com grande potencial inibitório no leite com altas contagens.

Provavelmente as Bactérias Ácido Láticas (BAL), naturalmente presentes no leite,

são responsáveis por essa inibição. As BAL são produtoras de uma variedade de

compostos antimicrobianos, incluindo: ácidos, diacetil, peróxido de hidrogênio,

dióxido de carbono, álcool, aldeído e bacteriocina. Todos esses compostos podem

prejudicar o desenvolvimento de bactérias deterioradoras e patogênicas presentes

nos alimentos (HUGAS, 1998).

3.3.1 Propriedades físico-químicas do leite

A composição do leite é importante para a indústria que manipula as suas

características físicas e químicas para a elaboração dos produtos lácteos, bem como

para assegurar a sua qualidade (SANTOS, 2006). Alguns testes são realizados para

detectar adulteração no leite, como: 1) a densidade: é o peso específico do leite

determinado pela concentração de gordura e dos demais componentes em solução

e suspensão, a adição de água causa diminuição da densidade, enquanto a retirada

de gordura resulta em aumento da densidade; 2) o Ponto crioscópico: indica a

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temperatura de congelamento do leite, determinado pelos componentes solúveis,

principalmente a lactose. A adição de água ao leite causa alteração no ponto

crioscópico, ocorrendo aumento da temperatura de congelamento do leite. 3) a

acidez: O leite recém ordenhado apresenta-se ligeiramente ácido, porém quando o

leite é obtido em condições inadequadas de higiene e refrigeração deficiente ocorre

o aumento da concentração de ácido lático, resultando na acidez adquirida, a qual,

em conjunto com a acidez natural, forma a acidez real do leite, tornando-o impróprio

ao processamento de alguns derivados (DÜRR, 2007).

Segundo a Instrução Normativa n.º 51 de 18/09/2002, o leite cru resfriado

deve apresentar os seguintes parâmetros físico-químicos na propriedade rural:

Tabela 3 – Parâmetros físico-químicos para leite cru refrigerado

Parametros Limites

Gordura (g/100 g) Teor original, com o mínimo de 3,0

Densidade relativa a 15/15 °C (g/Ml) 1,028 a 1,034

Acidez titulável (g ácido lático/100 Ml) 0,14 a 0,18

Extrato seco desengordurado ESD (g/100 g) mín. 8,4

Índice crioscópico máximo - 0,530ºH (equivalente a -0,512 °C)

Proteínas (g/100g) mín. 2,9

Fonte: DURR, (2007)

De forma geral, o leite com alta qualidade deve apresentar as seguintes

características:

1. Baixa contagem bacteriana total (CBT) e de células somáticas (CCS);

2. Ausência de microrganismos patogênicos;

3. Ausência de resíduos de medicamentos veterinários;

4. Adequada composição para a indústria.

A Instrução Normativa n.º 51 estabelece que o leite deverá ser analisado por

laboratórios credenciados (RBQL – Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de

Qualidade do Leite) para monitorar a qualidade do leite, pelo menos uma vez por

mês.

As análises a serem realizadas são: CBT, CCS, gordura, lactose, proteína,

sólidos totais, sólidos desengordurados e resíduos de antimicrobianos (SETTI,

2008).

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3.4 QUEIJO COMO PRINCIPAL DERIVADO DO LEITE

A história do queijo remonta há tempos antiqüíssimos, embora muitos

especialistas considerem a Idade Média como o marco inicial da sua fabricação. Há

relatos de consumo de leite solidificado datando de 7.000 anos a.C. e achados

arqueológico revelam a existência de queijos feitos a partir de leite de vaca e de

cabra 6.000 anos a.C. Murais em tumbas egípcias mostram cenas de fabricação de

queijo no Antigo Egito e a Bíblia cita este produto em mais de uma passagem do

Velho Testamento. Nos escritos de Aristóteles há referência a queijos feitos de leite

de égua e jumenta (KATIA, 2004).

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL,

1996), “queijo é o produto fresco ou maturado que se obtêm por separação parcial

do soro do leite ou leite reconstituído (integral, parcial ou totalmente desnatado) ou

de soros lácteos, coagulados pela ação física do coalho, enzimas específicas de

bactérias específicas, de ácidos orgânicos, isolados ou combinados, todos de

qualidade apta para uso alimentar, com ou sem agregação de substâncias

alimentícias e/ou especiarias e/ou condimentos, aditivos especificamente indicados,

substâncias aromatizantes e matérias corantes”. A legislação complementa essa

definição, reservando o nome queijo exclusivamente para produtos, cuja base látea

não contenha gordura e/ou proteínas de outra origem.

Katia (2004) define queijo como sendo um concentrado lácteo constituído de

proteínas, lipídios, carboidratos, sais minerais, cálcio, fósforo e vitaminas, entre elas

A e B. É tido como um dos alimentos mais nutritivos que se conhece: um queijo

possuindo 48% de gordura contém cerca de 23 - 25% de proteína o que significa

que, em termos de valor protéico, 210 g desse produto equivalem a 300 g de carne.

O principal açúcar dos queijos é a lactose e sua degradação, conhecida

como fermentação lática, ocorre no decorre da sua maturação. Tal degradação é

efetuada por bactérias do próprio leite e deve ser controlada quanto à extensão, e

velocidade de ocorrência. Em alguns queijos, como por exemplo, o Cheddar, é

importante que a fermentação lática ocorra ainda na fase de formação da coalhada.

Em outros queijos de massa mole como o queijo de coalho, é necessário controlá-la

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para que ocorra em maior extensão durante a prensagem e as primeiras semanas

de armazenamento (CURTIN et al., 2002).

O queijo é também considerado um veículo frequente de patógenos de

origem alimentar, em especial, os queijos frescos artesanais por serem, na maioria

das vezes, elaborados a partir de leite cru e não sofrerem processo de maturação

(BORGES et al., 2003).

Segundo FONSECA; SANTOS (2003) a qualidade do leite é diretamente

afetada pela contagem de células somáticas (CCS), e seu aumento é motivo de

perdas produtivas e econômicas, assim como ocorre redução da qualidade dos

produtos derivados do leite, quando matéria prima de baixa qualidade é empregada

na sua fabricação.

Para assegurar melhor qualidade do leite destinado a elaboração de

derivados foi publicada a Instrução Normativa nº 51 (IN 51) pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), aplicado à região Norte do Brasil a

partir de julho de 2007. De acordo com esta Instrução Normativa o produtor de leite

deve comercializar sua matéria prima com CCS igual ou inferior à 1.000.000 céls/Ml,

sendo que a partir do ano de 2011 haverá maior rigor sobre este parâmetro, que

deverá apresentar número máximo de 750.000 céls/Ml (BRASIL, 2002).

A transformação do leite em queijo inclui geralmente quatro etapas: 1) A

coagulação propriamente dita que ocorre devido à ação conjunta ou não de enzimas

proteolíticas e de ácido láctico, formando-se uma rede protéica (gel); 2) O

esgotamento ou sinerese, que consiste na expulsão e separação do soro lácteo da

coalhada por ruptura mecânica desta, por efeitos de corte ou de pressão, formando

a coalhada; 3) a salga, incorporação de sal à superfície ou no interior; 4) a cura ou

afinação, onde o queijo é deixado a repousar para que evolua nas suas

propriedades organolépticas (BRULÉ; LENOIR, 1987).

Para fabricação de queijos podem-se utilizar culturas microbianas definidas

– um número conhecido de cepas ou culturas mistas nas quais tem-se um número

desconhecido de cepas. As culturas mesofílicas são as mais utilizadas, puras ou

mistas, sendo empregadas principalmente as bactérias Lactococcus lactis ssp.

Cremoris e Lactococcus. Lactis ssp. Lactis; já as culturas termofílicas comumente

empregadas são compostas de Streptococcus thermophilus e bacilos láticos como

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Lactobacillus delbrueckii ssp. Delbrueckii, Lb. Delbrueckii ssp. Bulgaricus, Lb.

Delbrueckii ssp. Lactis ou Lb. Helveticus (KATIA, 2004).

A presença de bactérias láticas nos fermentos utilizado na fabricação de

derivados do leite é explicada pela sua resistência térmica, pois estes são obtidos a

partir de leites pasteurizados e incubados 42º- 44ºC durante 12 a 15 horas,

permitindo uma seleção natural de bactérias láticas resistentes ao calor e

termofílicas (GUERRA; BERNARDO, 2005).

3.5 O QUEIJO DE COALHO

No Brasil, principalmente na Região Nordeste, o queijo coalho é muito

apreciado. A maioria desses queijos tem sua origem ligada à fabricação artesanal,

em numerosas unidades de produção caseira e propriedades rurais de pequeno

porte, tornando difícil sua quantificação em estatísticas oficiais e, portanto, controle

pelos órgãos de inspeção (SANTOS, 2006; DÜRR, 2007). O leite utilizado para sua

elaboração, normalmente não recebe o beneficiamento térmico, o que impõe sério

perigo quanto à contaminação por uma grande variedade de microrganismos. Além

disso, essas queijarias utilizam o estômago de animais (mocó, preá, cabritos,

ovelhas e bezerros) como coalho, devido à presença da enzima renina contida

nesse material, comprometendo ainda mais a qualidade destes produtos (AQUINO,

1983; FLORENTINO; MARTINS, 1999; SANTOS, 2006; DÜRR, 2007).

O queijo artesanal como o de coalho é típico da região Nordeste e muito

difundido no Estado do Rio Grande do Norte. O queijo de coalho, por ser elaborado,

em quantidade considerável, a partir de leite cru e sem os devidos cuidados de

higiene, em pequenas propriedades rurais ou em pequenas indústrias que não

adotam as Boas Práticas de Fabricação, não apresenta segurança microbiológica e

padronização da qualidade (BORGES et al., 2003).

Os queijos produzidos a partir do leite cru e em condições precárias de

higiene apresentam riscos de toxinfecções alimentares. Por isso, faz-se necessária a

utilização de tecnologias que prolonguem a sua vida útil já que é um produto

facilmente perecível (SILVA et al., 2008).

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Em pesquisa realizada em três regiões do Estado do Ceará, Nordeste do

Brasil, foi observado que 85% dos produtores utilizavam leite sem pasteurização,

sendo que as unidades que o submetiam a este tratamento térmico eram geralmente

aquelas que possuíam inspeção federal. Quanto ao tipo de coalho, verificaram uma

variação de acordo com a região. Em determinada região, 85% dos produtores

utilizavam o coalho industrial na forma de pó ou líquido. Enquanto em outra região,

50% dos produtores utilizavam o estômago de animais (NASSU et al., 2001). Devido

à precariedade com que este alimento é produzido e sua riqueza em nutrientes,

torna-se um potente veículo de contaminantes, dentre os quais pode-se citar a

Listeria monocytogenes e microrganismos do grupo dos coliformes, que se

constituem em importantes indicadores do aspecto higiênico-sanitário,

caracterizando condições higiênicas insatisfatórias, podendo expor o consumidor a

enfermidades de origem alimentar ( NASCIMENTO et al., 2001; SANTOS, 2006).

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento pela Portaria nº 146,

de 07/03/96, define o queijo de Coalho como sendo um queijo que se obtém por

coagulação do leite por meio de coalho ou outras enzimas coagulantes apropriadas,

complementada ou não pela ação de bactérias lácteas selecionadas e

comercializado normalmente com até 10 (dez) dias de fabricação. É classificado

como queijo de média a alta umidade, de massa semi-cozida ou cozida,

apresentando teor de gordura no extrato seco entre 35 e 60%. É permitida a adição

de condimento ao queijo desde que posteriormente mencionado no rótulo. O queijo

deverá apresentar uma consistência semi-dura, elástica; textura compacta (sem

olhaduras mecânicas) ou aberta com olhaduras mecânicas; a cor é branca

amarelada uniforme; o sabor brando, ligeiramente ácido e salgado; o odor

ligeiramente ácido de coalhada fresca; a casca é fina e não muito bem definida; o

formato e o peso são variáveis. Pode ser comercialmente encontrado na forma de

“palito” – que é o queijo com o palito já espetado ou em barras (figuras 2, 3 e 4). O

leite poderá ser integral ou padronizado e deverá obrigatoriamente ser pasteurizado

(BRASIL, 1996).

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Figura 2 – Queijo de Coalho, no espeto Figura 3 – Queijo de Coalho Assado. Fonte: Alberto Munck – 2008 Fonte: Alberto Munck 2008 http://www.cienciadoleite.com.br/queijodecoalho http://www.cienciadoleite.com.br/queijodecoalho

Figura 4 – Queijo de coalho comercializado em barra.

Fonte: Arquivo particular

O queijo de coalho, assim como outros tipos de queijos artesanalmente

produzidos, utiliza leite cru integral que ao chegar ao local da produção é filtrado em

pedaços de tecido para, em seguida, ser adicionado de coalho bovino. Esse

procedimento compromete a qualidade do produto, além de causar riscos à saúde

humana (ALMEIDA FILHO; NADER FILHO, 2002).

Apesar da produção e comercialização artesanal de queijos serem no Brasil,

na sua maioria, consideradas “clandestinas”, a prática dessas ações tem sido

freqüente e inevitável, não sendo possível ignorá-las indefinidamente. A sua

proibição sumária pode até acarretar, em determinadas regiões do País, um

problema social, principalmente para populações que sobrevivem dessa atividade.

Esses queijos são tradicionalmente produzidos no meio rural, sem prévia

pasteurização, e pelo fato de normalmente serem oriundos de propriedades onde

também não são adotadas práticas de higiene passam a ter comprometida a sua

composição química, e por conseqüência o seu valor nutritivo não garante ao

consumidor a obtenção de nutrientes benéficos a sua saúde (IDE, 2001).

Uma das mais importantes considerações na elaboração do queijo é a

obtenção de um produto aceitável sob os pontos de vista de sabor e textura. A

textura é a manifestação das características reológicas e depende da composição e

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estrutura do queijo. A textura do queijo pode ser influenciada pelas condições de

várias etapas durante seu processamento (BENEVIDES et al., 2000ª).

De modo geral, o uso do leite pasteurizado juntamente com o emprego de

fermento láctico, no Brasil, tem contribuído de forma significativa para a melhoria da

qualidade dos queijos, porém, pode causar mudanças sensoriais o que, acaba

descaracterizando o produto final (OLIVEIRA, 1987).

Alguns pesquisadores têm observado diferença na qualidade do

desenvolvimento do sabor e nas características do queijo elaborado com leite

pasteurizado. Entretanto, as razões para estas diferenças não estão claramente

compreendidas (OLIVEIRA, 1987; LAU; BARBANO; RSMUSSEN, 1991;

BENEVIDES et al., 2000a).

É possível distinguir duas categorias de queijos: queijos fabricados com leite

cru com ou sem a adição de starters e os queijos fabricados com leite pasteurizado

com adição de starters. Na primeira categoria os microrganismos patogênicos

presentes no leite podem multiplicar-se durante o processamento e maturação e,

dependendo da tecnologia, podem corresponder à microflora predominante do

queijo. No segundo caso, a presença de microrganismos indesejáveis pode conduzir

a problemas organolépticos atribuídos a más condições de higiene durante a

produção do queijo (GUERRA; BERNARDO, 2005).

Dos microorganismos indesejáveis que estão relacionados com o queijo

coalho frequentimente são relatados grupo dos coliformes, Staphylococcus aureus e

Salmonella spp. De acordo com Duarte et al., (2005), contagens elevadas de

microrganismos do grupo coliformes são frequente observadas nos queijos de

coalho, sugerindo que os mesmos foram produzidos em condições de higiene

insatisfatória, indicando altos níveis de contaminação fecal, normalmente decorrente

da qualidade da matéria-prima ou do processamento. Os altos índices de

Staphylococcus aureus estão relacionados com a forma de elaboração do queijo que

quase sempre é elaborado de forma artesanal e normalmente a partir de leite cru,

sem os devidos cuidados de higiene, ou em pequenas indústrias que não adotam

Boas Práticas de Fabricação (BORGES et al, 2003).

Segundo Freitas et al., (2009) a presença de elevado percentual de isolados

contendo diferentes genes de microrganismos toxigênicos é preocupante para a

saúde do consumidor pela possibilidade de produzirem toxinas responsáveis por

intoxicações alimentares. A diversidade genética em amostras de Staphylococcus

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coagulase negativa é um fato importante, pois no Brasil não existe legislação com

determinação de limites para Staphylococcus coagulase negativa em alimentos.

Em toda a região Nordeste, o queijo coalho constitui uma fonte de renda,

porém como os produtores não possuem condições adequadas para o

processamento, a qualidade microbiológica na maioria das vezes é insatisfatória

(SOUSA et al., 2006).

As práticas de higiene para elaboração deste produto devem estar de acordo

com o Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas

Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores / Industrializadores de

Alimentos – Portaria no 368/97 – MA (BRASIL, 1997). O leite a ser utilizado deverá

ser higienizado por meios mecânicos adequados e submetido à pasteurização ou

tratamento térmico equivalente, para assegurar fosfatase alcalina residual negativa,

nos termos da Portaria no 146/96 – MA (BRASIL, 1996b), de acordo com

metodologia analítica oficial do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

combinado ou não com outros processos físicos ou biológicos que garantam a

inocuidade do produto.

Apesar de sua importância econômica e grande popularidade na região, a

fabricação de queijo de coalho não conta com tecnologia apropriada para a melhoria

de sua qualidade. É necessário que o processo tradicional, geralmente artesanal e a

partir de leite cru, acompanhe a evolução das técnicas queijeiras mediante

modificações já utilizadas na tecnologia de outros queijos nacionais (LIMA et al.,

1998).

A produção rural de queijo de coalho tem participação considerável na

economia, colocando-se como extremamente expressiva na formação de renda dos

produtores de leite, principalmente daqueles que não têm acesso às usinas de

beneficiamento. Porém, estes não contam com tecnologias apropriadas,

necessitando aperfeiçoar seu processo de fabricação para melhorar a qualidade do

produto, sem promover a sua descaracterização, pois o produto obtido

tradicionalmente é possuidor de grande popularidade (LIMA, 1996).

A diversificação da metodologia para a manufatura do queijo de coalho pode

ser constatada na produção de vários fabricantes. O processamento desses

produtos não se encontra bem definido, o que leva à falta de padronização dos

queijos comercializados (NASSU, 2003).

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Existem poucos trabalhos relatando as características físico-químicas do

queijo de coalho. Feitosa (1984) concluiu que existem grandes diferenças na

composição centesimal entre os queijos de coalho produzidos no Estado do Ceará.

Por outro lado, SENA, (2000), estudando as características físico-químicas de queijo

de coalho comercializado em Recife, PE, encontrou pequena oscilação dos

parâmetros físico-químicos. Alguns estudos mostram diferenças nas características

físico-químicas do queijo elaborado com leite pasteurizado e inoculado com

bactérias mesofílicas (OLIVEIRA, 1987; LAU; BARBANO; RSMUSSEN, 1991;

BENEVIDES et al, 2000b).

3.5.1 Material estranho em queijos

A presença de material estranho no leite utilizado para a fabricação de queijos

pode ocorrer desde o momento em que este é extraído do úbere da vaca,

principalmente quando se emprega ordenha manual, ainda predominante em muitas

propriedades no Estado do Pará. Os contaminantes prováveis são: Resíduos de

fezes, pelo animal e humano, material terroso, resíduos de alimento fornecido ao

animal no momento da ordenha etc. (BORSARI, 2001).

A contaminação por material estranho pode resultar num produto de

qualidade inferior, com perda nutricional, dano estético, depreciação do valore e

ainda trazer riscos a saúde do consumidor (BORGES et al., 2003; MARTINS, 2006).

Queijos produzidos a partir do leite cru podem apresentar um grande numero de

material estranho. Segundo Pimentel Filho et al., (2005), queijos minas artesanais

fabricados na região do Alto Paraiba apresentaram numero elevado de material

estranho, incluindo pelos humanos e de animais, fragmentos de insetos e areia.

Porém, queijos industrializados também podem apresentar materiais estranhos.

Análises realizadas por Silva et al., (2003), em queijos minas frescal, demonstraram

que 100% das amostras apresentaram algum tipo de material estranho como

partículas carbonizadas, fibras de tecido, material terroso, elemento histológico

vegetal, fragmento de insetos, pêlo humano, pêlo bovino, entre outros.

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Portanto, nenhum alimento está inteiramente isento de matérias estranhas,

mas é possível o controle em níveis aceitáveis, uma vez que elas podem ser

causadoras, diretas ou indiretas, de danos a saúde humana (BORSARI, 2001).

3.5.2 Fermentação do queijo (maturação)

A maturação dos queijos implica importantes alterações nas suas

características físico químicas, microbiológicas e organolépticas, devido à perda de

umidade e aumento da proteólise e lipólise (MENSOZA; OYON, 2002; MARTINS,

2006).

Segundo Fox, (1993), durante a maturação, a estabilidade do queijo e da sua

vida de prateleira é determinada pela presença de ácido lático, redução da atividade

e do potencial de oxido – redução e pela presença de bacteriocinas produzidas por

microorganismos responsáveis pela fermentação.

Diversos pesquisadores vêm executando trabalhos com objetivo de encurtar o

período de maturação dos queijos, sem causar maiores alterações organolépticas,

conservando assim suas características tradicionais (ONER; KARAHAN; ALOGLU,

2006).

A maturação dos queijos corresponde à fase de transformações físicas,

químicas e microbiológicas, que se processam tanto na periferia como no interior da

massa, sob a ação de enzimas lipolíticas e proteolíticas, a maior parte de origem

microbiana, sendo um fenômeno bastante complexo, pois varia de queijo para queijo

(PERRY, 2004).

A proteólise é o principal e mais complexo evento bioquímico que ocorre

durante a maturação da maioria das variedades de queijos, dando origem a

numerosos produtos, como peptídeos, cetonas e aminoácidos livres (figura 5), que

irão garantir o sabor, aroma e textura, característico dos queijos, devido a atuação

de varias enzimas envolvidas no processo, principalmente as microbianas

(GUTIRREZ, 2004; SIHUFE et al., 2005;. MARTINS, 2006).

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Figura 5- Bioquímica básica da Proteólise em queijos

Fonte: LAW (2001 apud MARTINS, 2006)

De todos os compostos presentes na massa do queijo, a proteína (caseína do

leite) é aquele que merece maior destaque, pois é o principal responsável pela

elasticidade, textura e formação de compostos que caracterizam o flavor e o aroma

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do queijo após a proteólise (ECK, 1987). Segundo Wolfshoon-Pombo (1983), As

mudanças durante a maturação são designadas pela sua “extensão” e

“profundidade” de proteólise Figura 6.

Figura 6 – Representação esquemática dos conceitos de extensão e profundidade da

proteólise.

Fonte: WOLFSHOON-POMBO (1983)

O índice de extensão de maturação (IEM) é resultado da ação proteolítica

das enzimas do coalho sobre a caseína do queijo, liberando peptídeos de alto peso

molecular. Este índice é um fator de grande importância na composição final e na

qualidade do produto, caracterizando-se ela quantidade de substancia solúvel na

fase aquosa dos queijos (WOLFSHOON-POMBO; LIMA, 1999). O índice de

profundidade de maturação (IPM) tem a finalidade de verificar a formação de

substancias de baixo peso molecular acumuladas durante o período de maturação,

principalmente por causa de ação proteolítica das enzimas microbianas sobre

compostos nitrogenados oriundos da degradação da caseína (MARTINS, 2006).

Compostos característicos dessa degradação são os aminoácidos, oligopeptídeos e

aminas (SILVA et al., 1995).

No leite, as enzimas são encontradas naturalmente, ou são produzidas por

microrganismos que o colonizam atuando de diversas formas, favorecendo ou não o

processamento e a vida útil de alguns produtos láticos, principalmente os queijos. As

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enzimas presentes na maturação dos queijos podem ter, possivelmente, cinco

origens (FOX, 1993) e podem atuar conjuntamente de acordo com o processo de

fabricação estabelecido:

1) as naturais do leite (endógenas);

2) as enzimas coagulantes, como a renina e a pepsina;

3) as enzimas produzidas pelas culturas starters;

4) as enzimas originadas pela microbiota secundária, e.g. bactérias

propriônicas, mofos e leveduras;

5) as enzimas de bactérias não starters: a) sobreviventes ao processo de

pasteurização, como alguns Lactobacillus, Micrococcus e Pediococcus; b)

contaminantes, incorporados ao leite pasteurizado ou ao leite cru, provenientes,

principalmente, de manipuladores e materiais e utensílios que entram em contato

com o leite.

3.5.3 Enzimas naturais do leite envolvidas no proces so de maturação

As principais enzimas naturais do leite são: lactoperoxidase, ribonuclease,

xantina-oxidase, catalase, aldolase e lactase, junto a grupos de lipases, proteases,

fosfatases, esterases, amilases, oxidases e redutases. Algumas dessas enzimas

possuem fraca termorresistência, como a fosfatase alcalina, as lípases e aldolases,

não contribuindo, portanto, na maturação de queijos fabricados a partir de leite

pasteurizado (ROBINSON; WILBEY, 2002). Porém, tem fundamental importância na

maturação de queijos provenientes de leite cru (FOX, 1993).

As proteases naturais do leite (plasmina) atuam no intervalo de Ph entre 6,5 e

8,0 e participam ativamente do processo de cura dos queijos, sendo a β-caseina a

proteína mais sensível a essas enzimas, sendo responsáveis pela textura do queijo,

quebrando as ligações peptídicas e liberando aminoácidos (PINHEIRO; MOSQUIM,

1991). De acordo com EARLY (1998), a plasmina e a catepsina D também

contribuem para a produção de peptídeos de tamanhos grandes a intermediários,

originários da quebra da caseína.

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3.5.4 Enzimas produzidas por Culturas starters

Os microrganismos provenientes das culturas starters, durante a maturação

dos queijos, liberam enzimas exocelulares para o meio e após a sua morte ainda

continuam contribuindo nesse processo, com enzimas intracelulares (ECK, 1987).

São quatro grandes grupos pertencentes a essas enzimas:

1) Enzimas proteolíticas: desempenham o mais importante papel durante a

maturação dos queijos, na formação do aroma e textura caracteriticos. São

subdivididas em dois subgrupos: as endopeptidases (ou proteases), que hidrolisam

as proteinas liberando peptideos e as exopeptidases (aminopeptidases,

carboxipeptidases, dipeptidases), as quais fracionam os peptideos em aminoácidos.

Microrganismos dos gêneros Lactococcus, Streptococcus, Lactobacillus,

Micrococcus, Kluyveromyces e Penicillium são os principais produtores dessas

enzimas. De acordo com EARLY (1998), os Lactococcus produzem peptidases que

degradam principalmente peptideos de medio e alto peso molecular, formados pela

ação da quimosina. Os peptideos pequenos e os aminoácidos formados contribuem

potencialmente para o “flavor” e subsequentemente podem ser transformados em

compostos de carbinol e tioesteres, os quais contribuem com o “flavor” e o aroma do

queijo.

2) Lipases: hidrolizam os triacilgliceróis em ácidos graxos e glicerídeos parciais,

sendo as bactérias psicrotróficas grandes produtoras dessas enzimas, juntamente

com os fungos dos gêneros Geotrichum e Penicillium. As bacterias láticas por sua

vez, possuem fraca atividade lipolítica, atuando melhor em matéria gorda

parcialmente hidrolisada.

3) Enzimas de degradação dos aminoácidos: são divididas em descarboxilases

(formação de aminas), produzidas por Micrococcus, Brevibacterium e Enterococcus;

desaminases (liberam amoniaco com formação de ácidos organicos e aldeídos), são

produzidas por Lactobacillus casei e Geotrichum candidum; transaminases

(formação de ácidos aminados), formadas por bacterias láticas e Streptococcus do

grupo D; liases (formação de fenol, indol e compostos sulfurosos), formados por

Brevibacterium linens, Pseudomonas e Penicillium camembert.

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4) Enzimas ativas sobre os ácidos graxos: são transformados por duas vias

principais: a esterificação (por meio de esterases produzidas por Pseudomonas e

Micrococcus) e a β-oxidação (com a formação de metilcetonas e alcoois

secundários, sendo os fungos filamentosos do gênero Penicillium o principal

responsáavel pela produção de enzima)

3.5.5 Enzimas originadas pela microbiota secundária

Bactérias propiônicas, Brevibacterium linens, mofos e leveduras, tais como

Penicillium roquefort e Penicillium candidum são de fundamental importancia em

algumas variedades de queijos (FOX, 1993). Esses microrganismos, por possuírem

caracteristicas lipolíticas e proteoliticas bastante acentuadas, são utilizadas na

fabricação de queijos que exigem um elevado grau de maturação.

De acordo com Varnam e Sutherland (1996), Brevibacterium linens é

responsável pela produção de importantes compostos do “flavor”.

3.5.6 Enzimas de bacterias não-starters

As bacterias não-starters como alguns Lactobacillus, Micrococcus e

Pediococcus podem estar presentes no queijo dada a sobrevivência desses

microrganismos ao processo de pasteurização do leite. Em queijos como o Cheddar

de origem holandesa (Golda e Edam), a produção de enzimas por esses

microrganismos, provavelemente tem efeito negativo na qualidade, embora

contribuam para intensificar o “flavor” desses queijos (FOX, 1993).

Em leite cru refrigerado produzido em condições insalubres, microrganismos

psicotrofocos são encontrados majoritariamente e são representados principalmente

por bacterias gram-negativas do gênero Pseudomonas, Achromobacter, Alcaligenes

e Enterobacter. Esses microrganismos são destruidos pelo processo de

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pasteurização, mas suas enzimas, proteases e lipases, são termorresistentes e

interferrem diretamente no processo de fabricação dos queijos, inclusive, durante o

período de maturação (BRITO; DIAS, 1998).

As proteases são responsáveis pela diminuição do rendimento em queijos em

até 5%, pela quebra das proteínas do leite, causando a perda de compostos

nitrogenados para o soro. Já as lípases produzidas por psicotróficos podem causar

rancidez em queijos (EARLY, 1998).

3.5.7 Fatores que envolvem o processo de maturação

De acordo com Robinson e Wilbey (2002), o processo de maturação do queijo

depende, principalmente, de três fatores:

1) temperatura e umidade da atmosfera em contato com o queijo;

2) composição química da coalhada, como teor de gordura, aminoácidos,

ácidos graxos e outros produtos da ação enzimática;

3) microbiota residual da coalhada, presente na cultura starter, no leite original

utilizado ou da planta industrial e seu ambiente.

Já o aumento ou redução, dessa microbiota, depende pelo menos de cinco

fatores: a) umidade da coalhada; b) temperatura de armazenamento; c) Ph da

coalhada; d) substancia inibidora da coalhada e 5) potenciais de oxido-redução.

3.6 BACTÉRIAS ÁCIDO – LÁTICAS (BAL)

A classificação das bactérias ácido – lática, dentro dos diferentes gêneros é

baseada principalmente na morfologia, tipo de fermentação da glicose, crescimento

em diferentes temperaturas, configuração do ácido láctico produzido, capacidade de

crescimento em altas concentrações de sais e tolerância a ácidos bases (TAGG et

al., 1976).

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Segundo definição do manual Bergey’s, as bactérias láticas podem ser

classificadas em homofermentativas e heterofermentativas (HOLT et al., 1994). São

seis os principais gêneros de bactérias láticas, (Quadro 1).

As bactérias láticas homofermentativas convertem a glicose em ácido láctico

em quantidades superiores a 80% enquanto que as heterofermentativas convertem

aproximadamente 50% da glicose em ácido láctico, sendo o restante em metanol,

ácido acético, glicerol manitol e CO2. As homofermentativas utilizam a glicose via

Embden-Meyrehof-Parnas (EMP) e as heterofermentativas via pentose-6-fosfato

(PIARD; DESMAZEAUD, 1991).

O grupo das principais bactérias ácido – láticas (Quadro 1), compreende

cocos do gênero: Leuconostoc, Ruterococcus, Streptococcus, Lactococcus, e

Pediococcus, além de bacilos dos gêneros Lactobacillus (STILES e HOLZAPFEL,

1997).

O gênero Streptococcus está entre os principais de interesse econômico.

Após os anos 1980, o gênero Streptococcus foi separado em três gêneros:

Enterococcus, Lactococcus e Streptococcus (STILES; HOLZAPFEL, 1997). São

gram-positivos, catalase negativos, células com formato esférico oval (0,5-2,0 m de

diâmetro), ocorrem em pares ou em cadeia. São anaeróbicos facultativos, imóveis,

não formadores de esporos. São homofermentadores, crescem entre 25–45 °C,

temperatura ótima 37 °C (HOLT et al., 1994).

Gênero Organização celular Fermentação

Streptococcus Cocos em cadeias homofermentativo

Leuconostoc Cocos em cadeias homofermentativo

Pediococcus Cocos em cadeias homofermentativo

Lactobacillus

Bacilos geralmente em cadeias homofermentativo

Bacilos geralmente em cadeias heterofermentativo

Ruterococcus Cocos em cadeias homofermentativo

Lactococcus Cocos em cadeias homofermentativo

Quadro 1 – Principais gêneros das bactérias láticas:

Fonte: Adaptado de STILES; HOLZAPFEL, 1997.

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Bactérias láticas constituem um grupo de microrganismos amplamente

distribuídos nos alimentos, produtoras de uma variedade de compostos

antimicrobianos, incluindo: ácidos, diacetil, peróxido de hidrogênio, dióxido de

carbono, álcool, aldeído e bacteriocina. Todos esses compostos podem antagonizar

o crescimento de bactérias deterioradoras e patogênicas presentes nos alimentos

(HUGAS, 1998; MURIANA, 1996; SCHILLINGER et al., 1989), sendo que as

bacteriocinas têm atraído grande interesse na indústria de alimentos, em decorrência

ao seu uso potencial como conservante “natural” (CAPLICE et al., 1999;

CLEVELAND et al., 2001; STILES et al., 1991).

As bactérias acido-láticas (BAL) compreendem um grupo muito diversificado

de microrganismos com algumas características comuns: São bactérias gram

positivas, catalase negativas, aerotolerantes, não esporuladas, perfeitamente

adaptadas a ambientes ricos em nutrientes e que produzem ácido láctico como

principal produto final de fermentação dos hidratos de carbono (AXELSSON, 1993).

Os Lactococcus são bactérias ácido – láticas, gram-positivos, catalase

negativos, de formato esférico ou ovóide (0,5-1,2 x 0,5-1,5m) ocorrendo aos pares

ou em cadeias curtas. Produzem acido láctico na forma L (+) exclusivamente,

crescem a 10 °C e não a 45 °C, em Ph 9,6 e na presença de 6,5% de NaCl. Sua

temperatura ótima para crescimento é de 30°C. São anae róbicos facultativos e não

formadores de esporos (HOLT et al., 1994).

Os Lactococcus são usados como starters em uma variedade de produtos

lácticos fermentados. Utilizam um complexo sistema proteolítico que permite que

eles cresçam no leite degradando proteínas, utilizando peptídeos e aminoácido

livres, alguns dos quais essenciais para o crescimento celular (BRUINENBERG;

LIMSOWTIN, 1995; MACHADO, 2002).

Na fabricação de queijo são comumente empregadas as bactérias láticas

mesofílicas homofermentativas: Lactococcus lactis ssp. Cremoris e Lactococcus

lactis ssp. Lactis, Figuras 5 e 6 respectivamente, (BONNASSI; GOLDONI;

GUIMARÃES, 1981; CAVALCANTE, 2005).

Lactococcus lactis ssp. Cremoris: são bactérias láticas mesofílicas que foram

primeiramente isoladas de plantas verdes. São muito utilizadas em alimentos

fermentados, em 1998 correspondia a 20% do valor econômico total dos alimentos

fermentados em todo o mundo. Este grupo de bactérias era anteriormente

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designado de streptococcus lactis (Streptococcus lactis ssp. Lactis) foi colocada em

nova taxonomia em 1985 (BEHMER, 1999)

Lactococcus lactis ssp. Lactis normalmente é diferenciada da subespécie

cremoris em função da temperatura máxima do crescimento e incapacidade de

produzir amônio de arginina (PETTERSON, 1988). Davey e Heap (1993), entretanto,

estabeleceram a existência de estirpes de Lactococcus lactis ssp. Cremoris que

manifestou metabolismo da arginina. Embora as investigações genéticas sobre

bactérias láticas incluindo gênero Lactococcus tenham começado no início dos anos

1970, ainda há discordâncias na caracterização, especialmente entre as

características fenotípicas e genotípicas (GODON, et al. 1992; SALAMA et al. 1995,

SAMARŽIJA; ANTUNAC; LUKA HAVRANEK, 2001).

3.6.1 Ácido lático

O ácido lático é um ácido orgânico não volátil, sem odor e de sabor suave.

Este ácido está presente em muitos alimentos, seja naturalmente ou como produto

de fermentação in situ, é um dos principais intermediários do metabolismo em

diversos organismos (DATTA et al., 1995). Podendo ser obtido por fermentação ou

síntese química. O ácido lático tem uma história antiga de uso como acidulante e

flavorizante na produção de diversos alimentos (CHOTANI et al., 2000), e como

intermediário na síntese de derivados empregados pelas indústrias alimentícia e

farmacêutica (LIU, 2003).

Mais recentemente, este ácido passou a ser utilizado também para a

polimerização em ácido polilático, um polímero biodegradável (HOFVENDAHL;

HAHN- HÄGERDAL, 2000). Devido à sua estrutura química, o ácido lático ocorre em

duas formas isoméricas: ácido L (+) lático e ácido D (-) lático. Ambas as formas

isoméricas podem ser utilizadas para a síntese de polímeros com diferentes

propriedades (HOFVENDAHL; HAHN- HÄGERDAL, 2000). Por outro lado, sob o

ponto de vista nutricional, o uso ou a formação (por fermentação) de ácido D (-)

lático em alimentos e bebidas é indesejável uma vez que esta forma isomérica não é

facilmente metabolizada por mamíferos, incluindo humanos (LIU, 2003). Além disso,

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o consumo excessivo de ácido D (-) lático pode levar a distúrbios médicos (LIU,

2003) e não é recomendado na alimentação de bebês e crianças (WHO, 1974).

Até pouco tempo atrás (início da década de 90), a produção de ácido lático

em escala comercial era considerada uma tecnologia madura, com uma produção

global média em torno de 40 mil toneladas por ano (DATTA et al., 1995). Por outro

lado, o emprego de síntese química para a produção de ácido lático em escala

industrial foi largamente substituído pelo processo fermentativo, baseado no cultivo

anaeróbio de Lactobacillus (DEMAIN, 2000).

Cerca de 90% da produção mundial é obtida por fermentação (HOFVENDAHL;

HAHN-HÄGERDAL ,2000).

As bactérias láticas são os catalisadores preferidos para a produção de ácido

lático (HOFVENDAHL; HAHN-HÄGERDAL, 2000). Atualmente, estas bactérias são

compostas pelos seguintes gêneros de bactérias gram-positivas: Carnobacterium,

Enterococcus, Lactobacillus, Lactococcus, Leuconostoc, Oenococcus, Pediococcus,

Streptococcus, Aerococcus, Tetragenococcus, Vagococcus e Weissela (LIU, 2003).

Em geral, as bactérias láticas são anaeróbias facultativas. Devido à tolerância ao

oxigênio, a exclusão completa deste elemento durante as fermentações não é um

requisito absoluto (HOFVENDAHL; HAHN-HÄGERDAL, 2000). A temperatura ótima

de crescimento varia entre 20 e 45ºC, dependendo do microrganismo considerado

(HOFVENDAHL; HAHN-HÄGERDAL, 2000). Estas bactérias exibem baixa atividade

proteolítica e lipolítica, e apresentam capacidade limitada de biosíntese, requerendo

a adição de aminoácidos e vitaminas do complexo B ao meio de cultivo para

crescimento (CAPLICE; FITZGERALD, 1999).

Incapazes de sintetizar ATP por meio de respiração, as bactérias láticas

obtêm energia através de fosforilação ao nível de substrato (CAPLICE;

FITZGERALD, 1999). Dependendo das vias metabólicas utilizadas durante o

metabolismo de açúcares, a fermentação pode ser homolática (ácido lático obtido

como único produto do metabolismo), heterolática (CO2, etanol e/ou acetato obtidos

como subprodutos do metabolismo, ao lado de ácido lático) ou de ácidos mistos

(CO2, etanol e/ou acetato, e formato obtidos como subprodutos do metabolismo, ao

lado de ácido lático). Além disso, dependendo das condições prevalecentes durante

o cultivo, o metabolismo de açúcares pelas bactérias láticas pode ser alterado,

resultando em subprodutos adicionais (HOFVENDAHL; HAHN-HÄGERDAL, 2000).

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Em teoria, bactérias homofermentativas como Pediococcus, Streptococcus,

Lactococcus e alguns Lactobacillus produzem 2 moles de lactato e 2 moles de ATP

por mol de glicose consumida (CHOTANI et al., 2000).

A proporção entre os isômeros, L (+) e D (-), obtidos durante a fermentação

varia com o gênero e, dentro de um mesmo gênero, com a espécie do

microorganismo. Ácido L (+) lático é produzido por Aerococcus, Carnobacterium,

Enterococcus, Lactococcus, Tetragenococcus, Streptococcus, e Vagococcus. Ácido

D (-) lático é produzido por Leuconostoc e Oenococcus. Microorganismos dos

gêneros Lactobacillus, Pediococcus e Weissella produzem ambas as formas

isoméricas, isolada ou conjuntamente, dependendo da espécie considerada e das

condições de cultivo (LIU, 2003).

Por outro lado, o Ph do meio de fermentação também pode afetar o padrão de

fermentação exibido pelas bactérias láticas, dependendo da espécie considerada.

Por exemplo: Lactobacillus bulgaricus é homofermentativo em Ph ácido, porém se

torna heterofermentativo em Ph alcalino. Além disso, as bactérias láticas podem

desviar o fluxo do metabolismo de açúcares em direção à formação de

exopolissacarídeos como resposta a variações no Ph do meio (LIU, 2003).

A escolha do microorganismo a ser utilizado para a produção de ácido lático

depende grandemente do substrato utilizado para o preparo do meio de

fermentação. Por exemplo: Lactobacillus delbrueckii é o catalisador preferido quando

glicose ou sacarose são utilizadas como substrato. Por outro lado, Lactobacillus

ulgaricus é o catalisador preferido quando lactose é utilizada como substrato.

Enquanto o primeiro não é capaz de utilizar lactose como fonte de carbono e

energia, o segundo não consegue assimilar sacarose (KASCAK et al., 1996). Para a

ótima produção de ácido lático, o Ph deve ser mantido entre 5,5 e 6,0 (KASCAK et

al., 1996).

3.7 IMPORTANCIA DAS BACTERIAS ÁCIDO LACTICAS NA FABRICAÇÃO DE QUEIJOS.

As bactérias láticas têm grande importância econômica na fermentação de

grande variedade de alimentos, incluindo os queijos. São encontradas de forma

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natural no leite cru, ou de forma industrializada, as quais são adicionadas

intencionalmente nos alimentos (LEROY; DEVUYST, 2004).

As bactérias do fermento desempenham muitas funções na fabricação e

maturação do queijo. Se durante a fabricação, estas produzirem ácido láctico

corretamente, o grão “enxuga” mais rapidamente e a massa do queijo atinge o seu

Ph sem maiores problemas. Se estiverem presentes em grande numero, o queijo

fermenta normalmente, no tempo certo, e apresentará consistência, aroma e sabor

típicos do queijo. Alem disso o fermento láctico pode ainda inibir contaminações

indesejáveis, como as bactérias do grupo coliforme (FURTADO, 1995;

CAVALCANTE, 2005).

Alguns grupos de bactérias láticas são considerados microorganismos com

potencial probiótico, sendo utilizados pela indústria de laticínios na elaboração de

vários produtos, os quais podem apresentar inúmeras aplicações na nutrição

humana, tratamento e prevenção de doenças como infecções intestinais, efeito

anticarcinogênico, estímulo da motilidade intestinal (GUEDES-NETO et al., 2002).

Estudos comprovam que as bactérias láticas produzem vários compostos

bactericidas incluindo ácidos orgânicos, que fazem baixar o Ph, o peróxido de

hidrogênio, enzimas bacteriolíticas e as bacteriocinas (DEMARIGNY et al., 1996;

GIRAFFA; CARMINATTI; NEVANI, 1997).

Determinadas bactérias láticas atuam favoravelmente no produto alimentício

ao qual foram adicionados, fazendo parte dos microrganismos capazes de exercer

efeitos benéficos no hospedeiro (ZIEMER e GIBSON, 1998), os quais podem

apresentar um amplo espectro de ação contra microrganismos deteriorantes e

patogênicos, protegendo seus consumidores (MORENO 1996).

A adição de culturas probióticas tem sido testada em vários tipos de queijos,

e a maior parte consegue permanecer viável, alcançando as propriedades

tecnológicas desejadas no produto final. Estão incluídos estudos em queijo Cheddar

(DINAKAR; MISTRY, 1994; GARDINER et al., 1998; Mc BREARTY et al., 2001) e

queijos frescos (ROY; MAINVILLE; MONDOU, 1997; VINDEROLA; MOCCHIUTTI;

REINHEIMER., 2002).

Garcia (2005), verificando a inibição do crescimento de bactérias

patogênicas e seus produtos metabólicos por diferentes estirpes de bactérias láticas,

constatou inibição “in vitro” de Escherichia coli, Clostridium perfringens e Salmonella

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enteritidis sendo a inibição decorrida pela produção de ácidos orgânicos, peróxido

de hidrogênio e bacteriocinas.

A disponibilidade de culturas láticas endógenas regionais é uma

necessidade econômica e um avanço tecnológico que se impõe no Brasil. Além

disso, o produto elaborado com leite pasteurizado utilizaria novos fermentos lácticos

endógenos, que são compostos por microrganismos da própria região, o que

favoreceria a qualidade do produto regional (CAVALCANTE et al., 2003).

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45

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 CULTURAS LÁTICAS E TRATAMENTOS

As culturas láticas oriundas do Banco de Bactérias Láticas da Universidade

Estadual do Ceará foram ativadas nas instalações do Laboratório de Bactérias

Láticas da Universidade Federal Rural da Amazônia, Campus de Belém-PA.

As culturas láticas foram ativadas durante três dias consecutivos em Leite

Desnatado Reconstituído (LDR) 12% esterilizado em autoclave e incubadas a 30 °C

± 2 °C em estufa microbiológica, até a coagulação do lei te. Após reativação, a

cultura industrial foi obtida pela transferência do inoculo de 1% (v/v) para frascos de

vidros contendo 500 ml de LDR 12% esterilizado, seguida de incubação a 30 °C ± 2

°C até a coagulação do leite, em seguida a cultura (fer mento lático) foi adicionada

diretamente no tanque de fabricação contendo o leite pasteurizado, mantendo-se a

proporção de 1% (v/v).

Para avaliação tecnológica foram utilizadas as seguintes culturas láticas

isoladas de leite cru: Lactococcus lactis ssp. Lactis (LL); Lactococcus lactis (atípico)

(LLA); Lactococcus lactis ssp. Cremoris (LLC); Lactococcus lactis ssp. Cremoris

(atípico) (LLCA) e sem cultura lática, esses isolados caracterizam-se por

apresentarem maior rapidez de coagulação do meio LDR 12%, realizados em testes

preliminares (CAVALCANTE, 2005).

4.2 PROCESSAMENTO DO QUEIJO COALHO

Os queijos foram produzidos conforme define a Normativa n0 30

(26/06/2001), do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (BRASIL,

2001), mediante o emprego de leite cru pasteurizado.

O queijo coalho, fabricado a partir do emprego de leite bovino, foi

confeccionado em indústria de derivados de leite, localizado no município de mãe do

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rio/PA, para este seguiu-se os padrões indústrias.

Para a elaboração do queijo coalho a partir do leite bovino foi realizado o

processo de pasteurizado pelo processo “rápido” (75 ºC por 15 segundos),

adicionado a este um volume de 50ml de solução de Cloreto de Cálcio para cada

100 litros de leite utilizado. Foi utilizado o coalho liquido comercial (marca HÁ-LA) na

proporção de 8 ml para cada 10 litros (indicada pelo fabricante) 10 minutos após a

adição das culturas bacterianas homofermentativas do tipo mesofílicas.

O leite bovino integral, fornecido pela indústria de derivados, apresentou

valores médios de: acidez de 16 °D, 3,3 % de gordura, densidade de 1, 0318, Ph de

6,75 e crioscopia de 536, o mesmo foi pasteurizado a temperatura de 75°C por 15

segundos, em pasteurizador de placas e resfriado a 35 °C. Foram empregadas

culturas láticas endógenas isoladas do leite de vaca cru, como fermentos láticos na

fabricação do queijo coalho.

Após a adição dos ingredientes ao leite, o coágulo formou-se em 40 minutos.

A salga foi efetuada com cloreto de sódio comercial na concentração de 1%

diretamente na massa, logo após a retirada parcial do soro.

4.2.1 Procedimentos operacionais utilizados na fabri cação do queijo Coalho

- Matéria prima: leite bovino de boa qualidade;

- Pasteurização rápida: com controle de temperatura (75 ºC por 15 seg.);

- Resfriamento automático;

- Adição dos ingredientes seguindo a ordem:

-Cloreto de Cálcio;

-Fermento láctico e

- Coalho

OBS: Após a adição de cada ingrediente o leite foi homogeneizado por cerca

de cinco minutos;

- Coagulação: Repouso por período que varia de 40 e 45 minutos;

- Corte da coalhada: lentamente, para obter grãos de 1,5 a 2,0 cm3, conforme

ilustrado na figura 7.

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Figura 7: Adição dos ingredientes, repouso e corte da coalhada para elaboração do queijo de

coalho.

1° dessoragem: retirada parcial do soro e adição de água a temperatura de

aproximadamente 80 °C até que a massa de queijo apre sentasse temperatura de 45

°C, conforme ilustrado na figura 8.

Figura 8:.Corte da coalhada, 1ª dessoragem e adição da água quente.

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- 2º dessoragem: Retirada de aproximadamente 95% do soro;

- Salga: sal refinado, de boa qualidade, foi adicionado diretamente na massa e

homogeneizado.

- Enformagem: manualmente a massa nas formas com dessorador

pressionando para a retirada parcial do soro.

- Prensagem: a primeira prensagem dura 15 minutos, a segunda de 60 minutos

em temperatura ambiente, conforme ilustrado na figura 9 e 10.

Figura 9: 2ª dessoragem, salga, enformagem, 1ª prensagem e viragem dos queijos.

Figura 10:.2ª Prensagem, câmara de resfriamento e desenformagem do queijo.

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- retirada da 1ª amostra, após 24 horas na câmara de refrigeração

- embalagem dos queijos para transporte, até o local experimental, ilustrado na

figura 11.

Figura 11: .Coleta da primeira amostra (1º dia de maturação) e embalagem dos mesmos.

- Maturação: Os lotes produzidos foram identificados e levados à câmara fria

com temperatura de 10 a 12 ºC e umidade relativa do ar de 75 a 80%, para fazer a

secagem e maturação do queijo.

As amostras de queijo a serem analisadas foram retiradas de cada bloco de

queijos, foram trituradas, acondicionadas em potes plásticos esterilizados e

conservadas em congelador até a realização das análises físico-químicas (PEREIRA

et al. 2001).

4.2.2 Fluxograma de fabricação do queijo Coalho

O fluxograma de elaboração do queijo de coalho foi adaptado do modelo,

desenvolvido no Departamento de Tecnologia de Alimentos da Universidade Federal

de Viçosa, Figura 12.

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Figura 12 – Fluxograma de fabricação do queijo Coalho

LEITE PASTEURIZADO (75ºC 15 seg.)

Resfriamento ate 35 ºC

Adição de ingredientes (CaCl+fermento lactico+coalho)

Coagulação: ± 45 min.

Corte da Coalhada

Mexedura com aquecimento (30 min. 45 ºC)

Dessoragem (Aprox. 95% do soro)

Salga na massa (1% do volume de leite)

Dessoragem total

Enformagem

1ª Prensagem (15 min)

2ª Prensagem (60min)

Maturação Câmara resfriamento (10 a 12 ºC)

Embalagem

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4.3 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DAS AMOSTRAS

As amostras foram analisadas no 1º, 10º, 20° e 30º dias após a fabricação

do queijo coalho, somente a determinação de cinzas, estrato seco total (EST)

gordura e de cloretos de sódio foram realizados apenas no primeiro dia após a

fabricação, pois a literatura não refere variações significativas destes parâmetros

num intervalo de 30 dias, outro fator refere-se ao fato de que a Legislação não

estabelece padrões para a quantidade EST, cinzas.

4.3.1 Análises físico-químicas.

4.3.1.1. Preparo das amostras

Após a confecção dos queijos, estes foram levados a câmara de

resfriamento e onde permaneceram por 24 horas, logo após este período os queijos

foram pesados

As porções de Amostras foram retiradas conforme Wolfschoon-Pombo et al.

(1983), colocadas em processador de alimentos e processadas até formar uma

amostra homogênea. Em seguida, foram acondicionadas em frascos estéreis,

identificadas e mantidas em geladeira para posterior realização das análises,

conforme verificado na figura 13.

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Figura 13: Preparo das amostras para análises físico-químicas

4.3.1.2 Determinação do extrato seco

Imediatamente após o preparo da amostras, coletou-se alíquota em

quadruplicata para determinação do extrato seco pelo método gravimétrico, descrito

por (PEREIRA et al., 2001)

O teor de extrato seco foi determinado por meio da formula:

% ES = Pf – T x 100

Pi – T

Sendo:

% ES = Teor de extrato seco total, em % (m/m);

Pf = resultado da última pesagem;

Pi = resultado da primeira pesagem;

T = tara da cápsula de porcelana.

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4.3.1.3 Determinação da umidade (%)

A umidade dos queijos foi determinada por meio da formula descrita por

(PEREIRA et al.,2003)

% UMIDADE = 100 - % ES

Sendo:

% ES = Teor de extrato seco total, em % (m/m);

4.3.1.4 Determinação do teor de gordura

O teor de gordura foi determinado em (m/m) quadruplicata, pelo método

volumétrico GERBER de Van Gulik para queijo (PEREIRA et al., 2001).

4.3.1.5 Determinação do teor de gordura no extrato seco (GES)

O teor de gordura no extrato seco (GES) foi determinado por meio da

formula:

% GES = % GORDURA x 100

% ES

4.3.1.6 Determinação da acidez

A acidez titulável foi determinada, pelo método ponderal, em amostra

simples depois de extração e filtração da mesma. O filtrado foi titulado com solução

de hidróxido de sódio 0,1 N em presença de fenolftaleína, sendo o resultado

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54

expresso em gramas de ácido lático / 100 g da amostra, conforme descrito por

PEREIRA et al., (2001).

4.3.1.7 Determinação do Ph

O Ph foi determinado pelo método direto, utilizando medidor de Ph digital,

com amostras em quadruplicata.

4.3.1.8 Determinação de cloretos

Para determinação de cloretos utilizou-se o método de doseamento na

substancia, no qual a quantificação de cloretos é feita por meio de titulação, com

nitrato de prata 0,1 mol/L, em que há reação do nitrato de prata com os cloretos do

queijo, em presença de cromato de potássio 5% (m/v) como indicador, até a

mudança de amarelo para marrom, conforme descrito por PEREIRA et al., (2001).

O teor de cloretos foi calculada por meio da formula abaixo:

% NaCl = (A – B) x Ci x fc x 5,845

g

onde:

% NaCl = Teor de cloreto de sódio em % (m/m)

A = volume de solução de nitrato de prata gasto na titulação da prova da amostra;

B = volume de solução de nitrato de prata gasto na titulação da prova em branco;

Ci = concentração da solução de nitrato de prata, em mol/L;

Fc = fator de correção as solução de nitrato de prata; e

g = massa da porção alíquota da amostra (5/100x20=1,0)

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4.3.1.9 Determinação de compostos nitrogenados

A partir das amostras trituradas e homogeneizadas dos queijos foi

determinada em quadruplicata as frações protéicas desejáveis:

Teor de nitrogênio total (NT) – o teor de nitrogênio total foi determinado

mediante solubilização em citrato de sódio e determinado pelo método de Kjeldahl,

(PEREIRA et al., 2001).

Teor de nitrogênio solúvel em Ph 4,6 – foi determinado mediante

solubilização em citrato de sódio e seguido de precipitação em solução de acido

clorídrico 1,41 mol/L com determinação pelo método de Kjeldahl segundo Pereira et

al., (2001).

Teor de nitrogênio solúvel em ácido tricloroacético TCA 12% - foi

determinado mediante solubilização em citrato de sódio, seguido de precipitação em

solução de ácido tricloroacético (TCA) e determinação realizada pelo método de

Kjeldahl (PEREIRA et al., 2001).

O índice de proteólise ou extensão da maturação é a avaliação da

quantidade de compostos nitrogenados solúveis (NS) em Ph 4,6, acumuladas

durante o processo e expressas como porcentagens do nitrogênio total (NT), sendo

calculado segundo formula proposta por WOLSCHOON-POMBO (1983).

Índice de proteólise = Nitrogênio solúvel a Ph 4,6 x 100

Nitrogênio total

A extensão da proteólise ou profundidade de maturação, é avaliação da

quantidade de substancias nitrogenadas de baixo peso molecular que foram

acumuladas durante o processo. O método mais utilizado é o do teor de nitrogênio

não protéico (NNP), no qual são quantificadas as substancias nitrogenadas de baixo

peso molecular precipitadas pelo ácido tricloroacético a 12%, a extenção da

proteólise, foi calculado segundo formula proposta por WOLSCHOON-POMBO

(1983).

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Extensão da proteólise = Nitrogênio solúvel em TCA x 100

Nitrogênio total

4.4 TESTE DE ACEITAÇÃO.

O teste de aceitação foi realizado no Departamento de Zootecnia do Instituto

de Saúde e Produção animal – ISPA da Universidade Federal Rural da Amazônia

(UFRA).

O teste de aceitação foi realizado nos cinco tratamentos de queijo coalho

elaborados usando leite bovino e com pool de culturas láticas isoladas de leite cru. A

análise sensorial ocorreu aos 15 dias de maturação.

A equipe foi formada por 40 provadores não treinados de ambos os sexos,

com idade entre 16 e 62 anos um total de 200 observações, segundo recomendação

de CAVALCANTE, (2005).

O delineamento utilizado para os testes de aceitação foi Inteiramente

Casualisado e o teste de média empregado foi Tukey a 5% de nível de significância.

Utilizou-se a escala hedônica estruturada de nove pontos, conforme modelo

da figura 14, onde cada provador expressou sua aceitação pelo produto, seguindo

uma escala previamente estabelecida, conforme STONE E SIDEL (1993). Para

avaliar o produto quanto ao aroma, aspecto geral, gosto e textura.

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Figura 14: Escala hedonea estruturada de nove pontos

As amostras foram servidas monadicamente em cubos uniformes de 1,0 cm

por 1,0 cm, em pratos descartáveis brancos, servidas em temperatura ambiente,

acompanhadas de biscoito água e sal e água mineral para remoção do sabor

residual e a ficha de avaliação por amostra, conforme ilustrado na figura 15.

Ficha Sensorial para Teste de Aceitação

Nome...........................................................................

Data...........................................

Você esta recebendo uma amostra Nº.........., use a escala abaixo para indicar o quanto você

gostou ou desgostou desta amostra (avaliando os atributos a seguir).

COR ODOR TEXTURA SABOR Gostei muitíssimo

Gostei muito Gostei moderadamente

Gostei ligeiramente Nem Gostei / Nem

desgostei

Desgostei ligeiramente Desgostei moderadamente

Desgostei muito Desgostei muitíssimo

Comentários..........................................................................................................................................................................................................................................................................................

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58

Figura 15: As amostras foram fornecidas monadicamente, biscoito água e sal e água mineral.

4.5 TESTE DE FRITURA

O teste de fritura consistiu em cortar pedaços de queijo coalho com

demissões de 8 cm x 4 cm x 1 cm, sem a casca, fritar em ambos os lados, numa

frigideira de alumínio anti-aderente, em fogo médio, com cerca de 5 g gramas de

margarina durante, aproximadamente 1 min e 40 segundos. Os queijos foram

avaliados nos períodos de 1, 10, 20 e 30 dias de maturação. Foram consideradas

aprovadas no teste as amostras de queijo que não derreteram, o critério de

avaliação foi descritivo, não houve analise estatística para este teste (CAVALCANTE

et al., 2007).

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59

4.6 ANÁLISE MICROBIOLÓGICA

As análises microbiológicas das amostras de queijos experimentais nos 1º e

30º dia de maturação, realizadas no Laboratório Central – LACEN, Divisão de

Análises de Produtos – DEP. Rodovia Augusto Montenegro, Km 10 Belém – PA.

4.6.1 Contagem de bactérias Aeróbias Mesófilas

Empregou-se o método de contagem padrão em placas, que consiste na

semeadura em meio Agar Padrão. Conforme metodologias descritas no

Compendium of Methods for the Microbiológical Examination of Foods

(VANDERZANT e SPLITTSTOESSER, 1992), na matéria-prima, 1º e 30º dias após a

fabricação dos queijos.

4.6.2 Determinação de Coliformes

Na determinação de coliformes foram realizados os testes presuntivos e

confirmativos para coliformes totais (a 35ºC) e coliformes fecais (a 45ºC).

Teste Presuntivo: Para inoculação do teste presuntivo, selecionou-se três

diluições adequadas da amostra e transferiu-se 1,0 Ml de cada diluição para uma

série de três tubos contendo Caldo Lauril Sulfato Triptose (CLST). Incubou-se em

estufa bacteriológica à 35ºC, durante 48 horas e observou-se a produção ou não de

gás.

Teste Confirmativo para Coliformes Totais: Dos tubos positivos, com produção

de gás do CLST, transferiu-se, através de alça de platina, uma alçada para tubos

contendo Caldo Lactose Bile Verde Brilhante. Incubou-se em estufa bacteriológica a

35ºC, durante 48 horas e observou-se a produção ou não de gás.

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c) Teste Confirmativo para Coliformes Fecais: Dos tubos positivos, com produção de

gás do CLST, transferiu-se através de alça de platina, uma alçada para tubos

contendo Caldo EC, incubou-se em banho-maria, a 45ºC, durante 24 horas e

observou-se a produção de gás (BRASIL, 2001).

4.7 ANALISE ESTATÍSTICA

O delineamento utilizado foi o Inteiramente Casualisado e foi utilizada a

metodologia de modelos mistos para dados longitudinais, com objetivo de modelar a

estrutura de (co)variância entre medidas coletadas na mesma unidade experimental

em tempos diferentes, por meio do modelo yijk=µ+αi+ δj(i)+βk+αβik+εijk onde yijk é a

variável resposta no tratamento i, na unidade experimental j, na condição de

avaliação k;µ representa a constante geral; αi representa o efeito do i-ésimo

tratamento; δj(i) é o efeito aleatório da j-ésima unidade experimental dentro do i-

ésimo tratamento; ) βk representa o efeito da k-ésima condição de avaliação; αβik

representa o efeito de interação entre o i-ésimo tratamento e a k-ésima condição de

avaliação; εijk representa o erro aleatório relacionado à cada observação yijk.

Os dados foram analisados por meio do procedimento proc GLM do pacote

utilizando-se o programa estatístico Statistical Analysis Systems – SAS (SAS

INSTITUTE INC., 1992).

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61

5 RESULTADO E DISCUSSÃO

5.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS QUEIJOS EXPERIMENTAIS

Logo após a fabricação o queijo Coalho apresentou formato retangular (23,5

x 11,5 x 11,5) e peso médio de 2,8 kg. Em relação ao aspecto visual os queijos

apresentaram consistência variada entre tratamentos, às formulações com adição de

culturas láticas; LL e LLA apresentaram consistência quase elástica, textura macia e

compacta. As formulações com nenhuma adição de culturas lática e adição de

culturas láticas; LLCA e LLC apresentaram consistência mais firme e compacta.

Na Tabela 4 podem ser observados os valores médios encontrados nas

análises físico-químicas dos queijos experimentais, logo após a manufatura (tempo

zero).

Tabela 4- Parâmetros físico-químicos dos queijos experimentais

Variáveis Tratamentos

C LL LLA LLC LLCA Média CV

% EST 52,33a 46,47b 48,16b 51,84a 51,30a 49,98 2,44

% Umidade 47,67b 53,53a 51,84a 48,16b 48,70b 50,02 2,44

% Gordura 25,43a 23,43b 25,52 a 25,26a 25,17a 24,93 2,43

% GES 48,60c 50,43b 53,01a 48,74b 49,07bc 49,97 2,25

% Proteína Bruta 19,16a 15,74d 18,71a 17,74b 16,98c 17,66 1,86

% Acidez 0,20b 0,26a 0,27a 0,13c 0,10c 0,19 10,49

pH 5,72c 5,55d 5,45e 5,98b 6,08a 5,75 0,77

% NaCl 1,39a 1,42b 1,10b 2,43a 2,05a 1,67 0,51

% MM 6,51a 6,81a 6,69a 7,85a 7,97a 7,22 14,99

Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade, pelo teste de Tukey. C= Controle LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico). EST = Estrato seco total GES = Gordura no extrato seco NaCl= Cloreto de sódio MM = Matéria mineral

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62

De acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de

Queijos (BRASIL, 1996), os queijos avaliados classificaram-se quanto ao teor de

umidade como sendo de alta umidade apresentando os seguintes valores para as

amostras LL 53,53% e LLA 51,84 %, quanto ao conteúdo de matéria gorda no EST

as amostras, classificaram-se como sendo gordos, conforme este regulamento que

classifica queijos gordos os que apresentarem conteúdo de matéria gorda no EST

entre 45,0 e 59,9%.

Os valores de GES para queijo de coalho encontrados neste trabalho foram

semelhantes aos encontrados por Francisco et al. (2007) 49,33, 50,90 % estes

diferenciam pouco dos relatados por Nassu et al. (2001 e 2003), que encontraram

valores de 47,91 % e 45,54% respectivamente. De acordo com o regulamento

técnico de identidade e qualidade de queijo coalho, estes são classificados como

sendo de media e alta umidade e com teores de gordura nos sólidos totais podendo

variar entre 35,0% e 60,0%. Sendo assim as amostras avaliadas estão dentro dos

padrões estabelecidos pela legislação (BRASIL, 2001).

De acordo com Nassau et al (2001), a diferença de umidade e gordura deve-

se a variações na matéria-prima utilizada e no processamento em si. Para proteínas

os valores encontrados variaram entre as amostras LLA 18,71 e C 19,16 % e para

cinzas (MM) não houve diferença significativa entre os tratamentos. As amostras

LLA e C apresentaram os maiores resultados para proteína bruta. Nassu et al.

(2001) e Francisco et al. (2007) encontraram valores superiores para Proteína de

24,26% e 25,51% respectivamente no entanto obtiveram valores inferiores para as

cinzas 4,41% e 4,97 % respectivamente.

Quanto aos teores de EST nas amostras LLCA 51,30 %, LLC 51,84 % e C

52,33 %, assim como para e acidez a LL 0,26 % e LLA 0,27 %. Percebe-se que há

uma variação entre as amostras sendo mais acentuada quanto se compara as

amostras LLCA, LLC com as LL, LLA e C para acidez, esses valores foram inferiores

ao encontrado por A e B de 0,33, e C 0,57 Francisco et al. (2007), Nassu et al

(2003), que encontraram 0,30%, Nassu et al (2001) encontraram 0,44%.

Quanto aos teores de Cloreto de sódio nas amostras foram observados que

não houve diferença significativa ao nível de 5% do teste de Tukey entre as

amostras LL 1,42 %, LLA 1,10 % e CONT 1,39 %, que diferiu das amostras LLCA

2,05 % e LLC 2,43 % semelhantes entre si. Cavalcante (2005), trabalhando num

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63

sistema de apoio a decisão a produção de queijo coalho confeccionados com cultura

lácticos endógenas encontrou valores semelhantes para o teor de cloretos.

Legislação não estabelece padrões para a quantidade EST, cinzas,

proteínas e acidez, de acordo com estes parâmetros os resultados obtidos se

aproximam dos resultados encontrados em vários estudos com queijos de coalho

nos diferentes estados da região Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte,

Pernambuco) (Nassu et al 2003; Nassu et al 2001; Sena et al, 2000).

5.2 RESULTADOS DAS ANALISES FISICO-QUIMICAS

5.2.1 pH O aumento de pH e explicado pela formação de produtos da degradação

protéica em decorrência da atividade das proteases nativas do leite, principalmente a

plasmina, e de proteases produzidas pelo fermento láctico adicionados ao leite

(GONDIM, 1995). Alem disso, o desaparecimento do lactato pode induzir um

aumento do pH ao longo do processo de maturação.

Tabela 5 – Valores de pH dos Queijos de Coalho ao longo do período de maturação

GRUPO MÉDIA DP

C 5,54 0,14 a

DIA MÉDIA DP

LL 5,31 0,18 b

1º 5,73 0,25

LLA 5,30 0,15 b

10º 5,52 0,32

LLC 5,60 0,37 a

20º 5,41 0,27

LLCA 5,90 0,13 c 30º 5.45 0,27

C = Controle LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

Y = 5, 6918 - 0, 0104X

R2 = 0,14

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64

Neste estudo observou-se uma leve diferença entre as amostras e dias, sem

interação desses efeitos, como verificado no teste de média para as amostras e

regressão para o tempo, este fato pode ser associado ao metabolismo da lactose

pelos microrganismos e a ação das lípases sobre a gordura e, conseqüentemente,

produção de ácidos durante os primeiros dias de maturação (GONDIM, 1995). Os

valores de pH dos queijos apresentaram-se praticamente inalterados ao longo do

processo de maturação não mostrando diferença estatisticamente significativa

(tabela.5).

Na literatura e mencionado redução nos valores de pH em ensaios de vários

tipos de queijo, isso se deve ao fato de ter ocorrido degradação da lactose pelas

bactérias láticas adicionados, e obtenção de produtos finais, como CO2 e ácido lático

(NARIMATSU et al., 2003)

Entretanto Narimatsu et al., (2003), observou que em períodos de maturação

mais elevado e observado um aumento de pH o que é característicos de ocorrer

durante o período de armazenamento (após 30 dias), em virtude de diminuir o

conteúdo de lactose presente no queijo, e principalmente por ocorrer proteólise, pela

ação das enzimas presentes, vindas pela adição do coalho e as produzidas pelas

bactérias (bactérias láticas nativas ou adicionadas)

O pH controla no queijo o tipo de fermentação e as atividades das enzimas,

diminui o seu valor no inicio do armazenamento, e como conseqüência aumenta a

atividade das enzimas proteases bacterianas e as naturais do leite (CICHOSKI et al.,

2007)

5.2.2 Acidez

O conhecimento dos índices de acidez titulável, em queijos, é indispensável

na pratica industrial para avaliação da qualidade do derivado. A acidez em nível

elevado indica presença de microrganismos deterioradores e é causada, dentre

outros fatores, pela inadequada conservação e/ou higiene inapropriada na matéria

prima e derivados.

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65

Os teores de médios de acidez g/100g de acido lático, dos queijos coalho,

estão representados na tabela 6.

A tabela 6 mostra os valores médios das porcentagens de acidez. Para o

ácido lático houve diferença entre as amostras e dias. De acordo as análises

estatísticas foi possível observar que os tratamentos com uso de culturas láticas LL

e LLA obtiveram o mesmo desempenho o que pode ser facilmente observado no

estudo da média. No que se referem ao tempo houve um discreto aumento na

concentração de ácido lático. Esses resultados são perfeitamente aceitáveis, pois,

LL e LLA são bactérias ácido láticas do gênero Lactococcus lactis ssp. lactis e

Lactococcus lactis (atípico), respectivamente, assim como os grupos LLC e LLCA

são bactérias ácido láticas do gênero Lactococcus lactis ssp. cremoris e Lactococcus

lactis ssp. cremoris (atípico) respectivamente.

Tabela 6 – Valores de Acidez dos Queijos de Coalho ao longo do período de maturação

GRUPO MÉDIA DP

C 0,25 0,05 a DIA MÉDIA DP

LL 0,39 0,12 b 1º 0,19 0,07

LLA 0,39 0,09 b 10º 0,26 0,08

LLC 0,21 0,05 c 20º 0,32 0,12

LLCA 0,17 0,05 c 30º 0,37 0,14

C = Controle LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

Segundo Fox et al. (1993), durante a maturação, a estabilidade do queijo e da

sua vida de prateleira é determinada pela presença de ácido lático, redução da

atividade e do potencial de oxido – redução e pela presença de bactériocinas

produzidas por microorganismos responsáveis pela fermentação.

Y= 0,1940+0,0059X

R2=0,30

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66

5.2.3 Umidade (%)

Os resultados médios dos teores de umidade (%) dos queijos experimentais

elaborados com diferentes culturas láticas endógenas e sem o uso de cultura lática,

encontram-se na tabela 7.

Segundo o padrão de umidade determinado pelo Mercosul, os queijos

podem ser classificados como de baixa umidade, com até 35,9%; de média

umidade, entre 36 e 45,9%; de alta umidade entre 46,0 e 54,9% e de muito alta

umidade, com umidade maior que 55% (MERCOSUL, 1996).

Tabela 7 – Valores de Umidade (%) dos queijos Coalho ao longo do período de

maturação

GRUPO MÉDIA DP

C 41,34 5,46 a DIA MÉDIA DP

LL 48,24 4,83 b 1º 49,18 2,52

LLA 47,22 3,9 b 10º 47,33 2,26

LLC 44,99 3,79 c 20º 44,13 3,89

LLCA 44,43 4,24 c 30º 39,57 3,21

C = Controle LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

De acordo com o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de

Queijos (BRASIL, 1996), no primeiro dia de maturação, os queijos foram

classificados com alta umidade. Porem quando avaliados no 30º dia de maturação

classificaram-se quanto ao teor de umidade como sendo de média umidade.

Quando comparam os resultados dos tratamentos nos diferentes períodos

de maturação observamos que fica evidente redução no teor de umidade dos

queijos observadas no 1º dia de maturação para o 30º dia de maturação (tabela 7),

conseqüentemente situação inversa ocorreu com o teor de sólido presente nos

queijos. A maturação dos queijos implica importantes alterações nas suas

Y= 0,150,6700 - 0,3554X

R2 = 0,64

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67

características físico químicas, microbiológicas e organolépticas, devido à perda de

umidade e aumento da proteólise e lipólise (MENSOZA E OYON, 2002; MARTINS,

2006).

De acordo com o regulamento técnico de identidade e qualidade de queijo

coalho, estes são classificados como sendo de media e baixa umidade. Sendo assim

os queijos experimentais estão dentro dos padrões estabelecidos pela legislação

(BRASIL, 2001). Nassu et al (2001 e 2003), encontraram para o queijo coalho

artesanal fabricado no Ceará e no Rio Grande do Norte valores para umidade de

43,1%, e 43,77%. De acordo com Nassau et al (2001), a diferença de umidade pode

esta na formação e no manuseio da coalhada que afetam a sua habilidade de reter

umidade, outra etapa que pode influenciar os teores de umidade é o tempo de

prensagem, que segundo estes autores diferem muito entre produtores.

Em trabalhos realizados por Cavalcante (2005) e Gondim (1995), foi

observado que a redução da umidade e mais rápida para queijos Coalho, maturados

a temperatura ambiente. A perda excessiva de umidade influencia nas

características sensoriais do queijo, além de provocar a perda de peso.

A umidade e necessária para as atividades metabólicas dos microrganismos.

Diminuindo o teor de umidade do queijo diminui também a fermentação das lactoses

(FERREIRA, 2004). Segundo Furtado (2002), o teor de umidade é um fator que afeta

a fermentação aromática. O teor de umidade do queijo além de afetar sua

consistência, tem grande influência sobre as modificações físico-química que

ocorrem ao longo do período de armazenamento e conseqüentemente a maturação

(SBAMPATO et al., 2000). O emprego de aditivos alimentícios que venham a

aumentar o conteúdo de umidade nos queijos com baixo teor de gordura é

importante, uma vez que melhoram a textura e o rendimento (SILVA e VAN

DENDER, 2005).

Hydamaka et al. (2001) verificaram que queijos com conteúdo de umidade

residual relativamente mais alta eram considerados mais macios, segundo analise

de júri formado por 6 provadores experientes.

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68

5.2.4 Compostos Nitrogenados (%)

Os valores médios de Proteína Bruta dos queijos experimentais elaborados

mediante a adição de culturas acidam láticas endógenas e elaborado sem adição de

culturas láticas endógenas no 1º, 10º, 20º e 30º dia de maturação, estão expostos na

tabela 8.

A porcentagem de proteína bruta variou de LL 15,73% a C 19,16%, no

primeiro dia de maturação e LL 17,69 a LLC 23,51% no 30º dia de maturação,

Tabela 8 – Valores de Proteína Bruta dos queijos Coalho ao longo do período de maturação

C LL LLA LLC LLCA

DIA MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP

1º 19,16 0,06A 15,73 0,01B 18,71 0,19C 17,73 0,44D 16,98 0,38E

10º 21,15 0,12A 15,46 0,25B 18,58 0,01C 22,62 0,06D 19,91 0,12E

20º 22,43 0,06A 17,11 0,19B 20,22 0,06C 20,75 0,01A 20,98 0,12D

30º 22,58 0,12A 17,69 0,12B 22,58 0,12A 23,51 0,19C 21,29 0,06D

Médias seguidas de mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5%

de significância C= Controle

LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis;

LLA = Lactococcus lactis (atípico);

LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e

LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

De todos os compostos presentes na massa do queijo, a proteína é aquele

que merece maior destaque, pois é o principal responsável pela elasticidade, textura

e formação de compostos que caracterizam o flavor e o aroma do queijo após a

proteólise (ECK, 1987). Segundo WOLFSHOON-POMBO (1983), As mudanças

durante a maturação são designadas pela sua “extensão” e “profundidade” de

proteólise.

Contudo é possível observar visualmente que houve um discreto aumento

na porcentagem de proteína bruta ao longo dos períodos de maturação para todos

os tratamentos, entretanto todos os tratamentos tiveram diferença significativa nos

teores percentuais de proteína bruta em todos os tempos, com exceção dos

C: Y = 19, 5345+0, 1181X R2 =0,87

LL: Y = 15, 3302+0, 0755X R2=0,81

LLA: Y = 17, 9215+0, 1379X R2=0,86

LLC: Y = 18, 9559+0, 1772X R2=0,71

LLCA: Y = 17, 6148+0, 1427X R2=0,82

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69

tratamentos C e LLC no vigésimo dia de maturação, assim como o tratamento C e o

LLA no trigésimo dia de maturação.

5.2.5 Índice de Extensão de Maturação (IEM) e Índic e de Profundidade de

Maturação (IPM).

A proteólise é o principal e mais complexo evento bioquímico que ocorre

durante a maturação da maioria das variedades de queijos, dando origem a

numerosos produtos, como peptídeos, cetonas e aminoácidos livres, que irão

garantir o sabor, aroma e textura característico dos queijos, várias enzimas atuam

nesse processo, principalmente as microbianas (GUTIRREZ, 2004; SIHUFE ET al.,

2005;. MARTINS, 2006).

O índice de extensão de maturação (IEM) é resultado da ação proteolítica das

enzimas do coalho sobre a caseína do queijo, liberando peptídeos de alto peso

molecular. Este índice é um fator de grande importância na composição final e na

qualidade do produto, caracterizando-se pela quantidade de substancia solúvel na

fase aquosa dos queijos (WOLFSHOON-POMBO e LIMA, 1999).

O índice de profundidade de maturação (IPM) tem a finalidade de verificar a

formação de substancias de baixo peso molecular acumuladas durante o período de

maturação, principalmente por causa de ação proteolítica das enzimas microbianas

sobre compostos nitrogenados oriundos da degradação da caseína (GUTIERREZ et

al., 2004;MARTINS, 2006). Compostos característicos dessa degradação são os

aminoácidos, oligopeptídeos e aminas (SILVA et al., 1995).

A evolução dos índices de extensão de maturação e índice de profundidade

de maturação (proteólise) dos queijos ao longo de 30 dias de estocagem em câmara

fria (10±2), estão apresentadas nas tabelas 9 e 10 respectivamente.

Os índices de extensão de maturação encontrados neste estudo mostram que

para as amostras LL e LLA foram crescentes, com médias que variam de 3,95 a 19,

05 % apresentando os maiores valores de extensão com 30 dias de maturação LL

19,05 e LLA 17,94 %, comportamento inverso foi observado para as demais

amostras C, LLC e LLCA que apresentou tendência crescente até o 10º dia de

maturação e posteriormente decrescente. Observando-se os menores valores de

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70

extensão com 30 dias de maturação para a amostra LLC 8,74 %. Mourão (2007)

encontrou comportamento e valores de extensão de 8,66 % para queijos de Coalho

produzidos mediante adição de culturas ácido láticas endógenas armazenados em

câmara frigorífica (10±2 °C).

Para as amostras C não houve diferença significativa ao longo do período de

maturação, esses foram semelhantes aos obtidos por Perez (2005) que não verificou

variação ao longo do período de armazenamento de queijos de coalho produzidos

artesanalmente. Os índices encontrados pelo referido autor foram considerados

baixos, o que é uma característica importante para o queijo de coalho, pois contribui

para que o produto seja firme, com baixa capacidade de derretimento, permitindo

sua utilização na forma grelhada.

Tabela 9 – Valores do Índice de extensão de maturação dos queijos Coalho ao longo

do período de maturação

C LL LLA LLC LLCA

DIA MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP

1º 5,56 0,02A 4,52 0,01B 3,95 0,63BC 3,40 0,51C 4,72 0,85AB

10º 8,92 0,69D 11,68 0,13C 13,17 0,06B 12,77 0,04B 14,51 0,09A

20º 9,90 0,03D 19,02 0,03A 14,76 0,69B 9,76 0,01D 12,53 12,53C

30º 9,10 0,40D 19,05 0,35A 17,94 0,84B 8,74 0,40D 10,59 0,06C

médias seguidas de mesma letra na linha, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de significância

C= Controle

LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis;

LLA = Lactococcus lactis (atípico);

LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e

LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

Dessa forma podemos considerar que as amostras de queijos C, LLC e LLCA

foram os que apresentaram melhor desempenho quanto ao índice de extensão de

maturação, pois, isso caracteriza que essas amostras terão baixa capacidade de

derretimento quanto submetido temperaturas elevadas, qualificando-as para serem

consumidos assados no espeto.

C Y=6,5899+0,1171X R2=0,57

LL Y=5,4170+0,5011X R2=0,94

LLA Y=5,6797+0,4454X R2=0,85

LLC Y=6,7307+0,1272X R2=0,16

LLCA Y=8,2501+0,1534X 2=0,21

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71

A maturação dos queijos corresponde à fase de transformações físicas,

químicas e microbiológicas, que se processam tanto na periferia como no interior da

massa, sob a ação de enzimas, a maior parte de origem microbiana (PERRY, 2004).

As enzimas presentes na maturação dos queijos podem ter, varias origens

(FOX et al., 1993) e podem atuar conjuntamente de acordo com o processo de

fabricação estabelecido. Desde as naturais do leite (endógenas) como as produzidas

pelas culturas starter.

Tabela 10 – Valores do Índice de profundidade de maturação dos queijos Coalho ao longo do período de maturação

Médias seguidas de mesma letra na linha, não diferem entre sí pelo teste de Tukey, ao nível de 5%

de significância C= Controle

LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis;

LLA = Lactococcus lactis (atípico);

LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e

LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico

Os teores de índice de profundidade de maturação (Tabela 10)

apresentaram tendências crescentes no decorrer do período de maturação. O

tratamento LL apresentou maior índice de profundidade de maturação no trigésimo

dia de maturação, devido provavelmente, ao fermento lático selecionado. Os

resultados encontrados estão de acordo com Vakaleris e Price (1959), quando

afirmam que a tirosina solúvel tende a aumentar mais rapidamente nos primeiros

estágios de maturação e que existe boa correlação entre o teor de tirosina e o índice

de maturação dos queijos. Augusto et al., (1998) trabalhando com a avaliação de

métodos para quantificação da proteólise em queijo Prato, inoculado com

C LL LLA LLC LLCA

DIA MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP MEDIA DP

1º 5,56 0,18A 4,52 0,01AB 5,22 0,61A 4,01 0,06B 4,72 0,85AB

10º 5,54 0,02A 6,23 0,07A 4,72 0,02B 4,14 0,01C 6,02 1,36A

20º 6,72 0,04B 9,77 0,66A 5,22 0,61C 4,01 0,09D 6,28 0,57BC

30º 6,69 0,59B 16,15 1,31A 5,74 0,01BC 4,68 0,01C 6,57 0,51B

C Y= 5,4148+0,0472X R2=0,70

LL Y=3,0949+0,3984X R2=0,93

LLA Y=4,8974+0,0217X R2=0,25

LLC Y=3,4936+0,0310X R2=0,37

LLCA Y=5,0014+0,0592X 2=0,45

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Lactococcus lactics ssp lactis, durante intervalos de 1, 15, 30 e 45 dias de cura,

mantidos a temperatura de 5 °C, encontraram valores cre scentes de profundidade

de maturação na avaliação da maturação. Resultados diferentes foram observados

por Lima (1996), Benevides (1999) em estudos realizados com queijo Coalho

produzido a partir de leite pasteurizado, inoculado com cultura lática industrial,

maturado à temperatura ambiente e a temperatura de refrigeração e Cavalcante

(2005), em estudo realizado com queijo Coalho produzido a partir de leite

pasteurizado, inoculado com cultura lática endógena, maturado à temperatura

ambiente e a temperatura de refrigeração.

Segundo Kindstedt (1993) alguns queijos, logo após o seu processamento,

apresentam dificuldade de derreter, uma que nesta fase suas proteínas apresentam

alto peso molecular, o que as torna pouco solúvel. Após duas a três semanas essas

proteínas são hidrolisadas, ficando mais solúveis o que proporciona capacidade de

derretimento, até a mesma apresentar-se excessiva e tornar o queijo impróprio para

o uso dependendo da finalidade. Essa característica é justifica com os resultados no

teste de fritura das amostras de queijo de coalho (Quadro 2), no qual os queijos

reprovados no referido teste apresentaram maior índice de proteólise, verificado

neste trabalho.

Covacevich e Kosikowsski (1978), relata que um menor taxa de proteólise,

resulta em uma massa mais firme características estas que, segundo Furtado

(1999), interferem na capacidade de derretimento do queijo prejudicando-a.

De acordo com Furtado (1999), com o aumento do período de estocagem e

aumento da proteólise ocasionam aumenta na capacidade de derretimento de

queijo, sendo que no caso do queijo padrão, este derretimento mostrou-se excessivo

na ultima data de análise (60 dias), prejudicando até mesmo a aparência da pizza.

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73

5.3 TESTE DE FRITURA

Os queijos coalhos fabricados com as culturas láticas endógenas LL e LLA

não foram aprovadas no teste de fritura a partir do décimo dia de maturação. Foram

aprovados no teste de fritura os queijos elaborados com os as bactérias láticas LLC,

LLCA e C (controle). A cultura lática LLC e LLCA foram as que apresentaram

melhores resultados neste tipo de teste, com excelente aspecto em todos os tempos

de maturação avaliados, conforme verificado na figura 8.

O derretimento do queijo coalho pode ser explicado pelos valores de pH das

amostras (tabela 5) e alto teor de umidade (tabela 7). Munck (2004) reporta que em

pH inferior a 5,7, o queijo coalho derrete e se deforma na presença de calor.

Trabalhos realizados por Cavalcante (2005) foi constatado que é possível a

elaboração de queijo coalho com pH inferior aos constatados por MUNCK (2004),

utilizando-se cultura lática endógena e o mesmo não apresentar derretimento quanto

submetido a altas temperaturas. Os queijos coalhos elaborados com a cultura lática

LLC e LLCA não apresentaram características de derretimento, e o valor médio de

pH foi de LLC 5,6 e LLCA 5,9 e obteve valores médios de 5,73 no 1º dia e 5,45 no

30º dia de maturação, verificado na tabela 5.

Nos primeiros estágios de maturação, o queijo é duro, devido a presença de

paracaseinato dicálcico, mas derrete ou torna-se filamentoso se for aquecido. O

aumento da concentração de ácido lático na coalhada é responsável pela

solubilização do cálcio, com conseqüente formação de paracaseinato de

monocálcio, o que apresenta solubilidade em água salgada morna, boas

propriedades de elasticidade e fusão uniforme durante aquecimento (BENEVIDES,

1999).

A propriedade do derretimento é desejável em queijo coalho destinado à

elaboração de alguns pratos típicos do Nordeste do Brasil, como baião – de – dois e

tapioquinha. Quando destinado para o preparo assado ou frito, o não derretimento

do queijo coalho constitui uma propriedade importante, dessa forma pode-se afirmar

que os queijos experimentais formulados mediante adição das culturas láticas LLC,

LLCA assim como o queijo elaborado sem adição de culturas lática são

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recomendados ao consumo assado ou frito e os demais para saladas e outros

pratos.

As culturas lática LLC e LLCA (Lactococcus lactis ssp. cremoris e

Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico)) respectivamente, apresentaram melhor

desempenho para fabricação de queijo coalho para uso em espeto, todavia o queijo

experimental LLC apresentou o melhor desempenho para este fim. Este resultado

concorda com o observado por (CAVALCANTE, 2005) em teste semelhante,

utilizando a mesma cultura lática para elaboração de queijo coalho.

Tempo (dias)

C LL LLA LLC LLCA

10º

20º

30º

Figura 8 – Aspectos visuais dos queijos coalho em diferentes tempos de maturação.

C = Controle; LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

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75

Na literatura, diversas evidencias tem sido mostradas sobre o uso de

bactérias acido láticas nativa sobre na elaboração de queijos. Estes trabalhos

demonstraram que, em geral os queijos fabricados com fermentos endógenos

nacionais apresentam qualidades semelhantes às dos queijos fabricados com

fermentos importados. Constatou-se ainda que os queijos elaborados com fermentos

endógenos obtiveram melhor aceitação (FURTADO, 1990; RAMOS et al., 1997;

MENDIA et al., 2000; MACEDO et al., 2004; CAVALCANTE et al., 2004;

CAVALCANTE, 2005).

5.4 TESTE DE ACEITAÇÃO

As características organolépticas de um alimento determinam a atração que

ele exerce sobre o consumidor. Quando ele seleciona um produto que consome, não

aplica um único critério em sua decisão. Sem diminuir a importância de aspectos

sanitários e nutritivo, em condições normais no momento de escolher um alimento, a

primeira e principal consideração é o aspecto sensorial, o que determina a

importância de medir, avaliar ou quantificar sua qualidade nos alimentos

(FIGUEIREDO, 2006). O aspecto de um produto, sua consistência e seu aroma, em

menor ou maior intensidade, estimulam os sentidos da visão, audição, tato, olfato e

paladar, produzindo reações que podem variar do desejo a rejeição. O consumidor

atribui dessa forma, o nível da qualidade organoléptica ao alimento (DUTCOSKY,

1996).

Os resultados do teste de aceitação, com valores médios das notas

atribuídas pelos provadores aos queijos coalho com 15 dias de maturação, são

apresentados na Tabela 11.

Na figura 9 estão ilustrados os perfis sensoriais dos queijos coalho

experimentais elaborados mediante o uso de leite pasteurizado com e sem adição

de bactérias láticas, onde o valor médio concedido pelos provadores, a cada

atributo, é marcado no eixo correspondente. O centro da figura representa o ponto

zero da escala utilizada na avaliação, enquanto a intensidade aumenta do centro

para a periferia. GARRUTI et al., (2003) realizou um perfil sensorial para o requeijão

cremoso e verificou que, dos descritores analisados, a cor, o aroma lácteo, gosto e

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textura foram considerados os mais importantes para a determinação da qualidade

do produto

Tabela 11 - Notas atribuídas ao teste de aceitação dos queijos Coalho elaborado com culturas láticas endógenas com 15 dias de maturação.

Variáveis Tratamentos

C LL LLA LLC LLCA Média CV

Cor 7,82a 8,05a 7,87ª 7,62a 7,82ª 7,84 11,32

Odor 7,48b 7,85a 7,65ab 7,42a 7,65ab 7,55 13,94

Sabor 7,20a 7,85a 7,82ª 7,52a 7,10ª 7,50 16,21

Textura 7,67ab 7,40bc 8,27ª 7,57abc 6,82c 7,55 16,60

Media Geral 7,46 7,78 7,90 7,53 7,36

As médias seguidas de pelo menos uma mesma letra não diferem entre si a 5% de probabilidade, pelo

teste de Tukey.

C = Controle

LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis;

LLA = Lactococcus lactis (atípico);

LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e

LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

Na tabela 11 e possível observar a aceitabilidade, em todos os atributos

avaliados. A média geral de aceitação situou-se na escala hedônica, em “Gostei

moderadamente” (figura 9). Os lotes de queijo não diferiram entre si a 5% de

probabilidade pelo teste de Tukey no que se refere a Cor e Sabor, no entanto

observou-se que todos os tratamentos apresentaram diferença significativa quando

comparado a textura.

Quanto ao aspecto físico o LLA apresentou textura macia e recebeu uma

das maiores notas neste quesito por parte dos avaliadores. A bactéria acido lática

(Lactococcus lactis ssp.) quando empregada na elaboração do queijo coalho tem um

papel importante e desejável na fabricação de queijos pela fermentação de

açúcares, produção de ácido lático e outros ácidos orgânicos que podem colaborar

no aparecimento do sabor e aroma do produto (TEMPEL e JAKOBSEN, 1998)., no

entanto os queijos confeccionado com estas cultura lática foram reprovados no teste

de fritura, não sendo recomendado para consumo assado no espeto ou frito.

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No geral este resultado demonstrou que o consumidor, não encontrou

diferença nos queijos desenvolvidos com leite pasteurizado mediante o emprego de

culturas láticas endógenas comparadas ao queijo elaborado sem a adição de

culturas láticas quanto a cor, odor e sabor maturados por 15 dias. Resultados

semelhantes foram observados por Cavalcante (2005) quando propôs o

processamento do queijo coalho artesanal elaborado com leite pasteurizado e

cultura lática endógena, maturados por 10 dias, a temperatura ambiente (25 ±2 °C) e

em câmara frigorífica (10±2 °C).

Figura 9 – Gráfico aranha, representando a média do perfil sensorial dos queijos experimentais.

5.5 ANÁLISE MICROBIOLOGICA

Dentre os produtos derivados do leite, o queijo é considerado um veículo

freqüente de patógenos de origem alimentar e, em especial, os queijos frescos

artesanais por serem, na maioria das vezes, elaborados a partir de leite cru e não

sofrerem processo de maturação. A contaminação microbiana desses produtos

assume destacada relevância tanto para a indústria, pelas perdas econômicas, como

para a Saúde Pública, pelo risco de causar doenças transmitidas por alimentos

(FEITOSA et al., 2003).

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A obtenção higiênica do leite é o primeiro ponto crítico no processo de

fabricação de queijos e de outros derivados, uma vez que os microrganismos podem

ser introduzidos no produto (LANGE; BRITO, 2003; SCHOLZ, 1997). A

contaminação microbiana de queijos de coalho assume destacada relevância em

Saúde Pública ao se considerar que bactérias enterotoxigênicas e patogênicas como

S. aureus e Salmonella são comumente encontradas em derivados lácteos (PERESI

et al., 2001). Vários estudos sobre a qualidade microbiológica de queijo de coalho

relataram a ocorrência de microrganismos patogênicos e contagens de

microrganismos deteriorantes em números que excedem, às vezes, os limites

estabelecidos pela legislação (BASTOS et al., 2001; FEITOSA et al., 2003; NASSU

et al., 2000).

Os Resultados das análises de Coliformes 35 °C (NMP/g), Co liformes 45 °C

(NMP/g), Contagem Padrão de bactérias mesófilas (UFC/g) e Salmonela dos queijos

coalho experimentais no 1° e 30º dias de maturação estão na Tabela 12.

Os resultados das análises de coliformes totais e fecais indicaram valores

inferiores a 5 x 10² NMP/g para todas as amostras de queijos experimentais,

confeccionadas mediante o emprego de bactérias acido láticas endógenas, no

primeiro dia de maturação, exceto para a amostra de queijo C. que apresentou

valores NMP maior que 1.100/g tanto para coliformes totais como para coliformes

fecais. No 30º dia de maturação as amostras LLA e CONT apresentaram valores

NMP maior que 1.100/g e para coliformes totais e para coliformes fecais somente a

amostras LLA apresentou valores NMP maior que 1.100/g.

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Tabela 12 - Resultados das análises de Coliformes 35 °C (NMP/g), Coliformes 45 °C (NMP/g), Contagem Padrão de bactérias mesófilas (UFC/g) e Salmonela dos queijos coalho experimentais no 1° e 30º dias de ma turação.

Salmonela 25g

Coliformes 35 °C (NMP/g)

Coliformes 45 °C (NMP/g)

Contagem Padrão (UFC/g)

1º 30º 1º 30º 1º 30º 1º 30º

C * * > 1.100 > 1.100 > 1.100 75 7,8 x 105 72

LL * * 15 3 < 3 < 3 2,0 x 106 < 10

LLA * * 210 > 1.100 4 > 1.100 2,9 x 106 3,0 x 104

LLC * * 43 43 4 43 2,8 x 106 < 10

LLCA * * 75 46 75 23 2,5 x 106 < 10

*Ausência de Salmonela C = Controle LL = Lactococcus lactis ssp. Lactis; LLA = Lactococcus lactis (atípico); LLC = Lactococcus lactis ssp. Cremoris e LLCA = Lactococcus lactis ssp. cremoris (atípico).

Resultados apresentados por Paiva e Cardonha (1999), Florentino e Martins

(1999) e Borges et al. (2003), demonstraram níveis de 1100 NMP/g, 39000 NMP/g e

2400 NMP/g de coliformes fecais respectivamente, todos acima do estabelecido pela

legislação em amostras de queijos de coalho. encontravam-se acima do limite

aceitável que é 5,0 x 10² UFC/g de amostra para os coliformes termotolerantes

segundo a RDC n° 12 do Ministério da Saúde, (BRASIL, 2001).

Estes microrganismos quando presentes nos alimentos são indicadores de

qualidade higiênico-sanitária deficiente durante o processamento ou em qualquer elo

da cadeia principalmente nos casos em que são mais manipulados, desde o

processo de ordenha até a preparação da massa, estes números muito elevados

podem deteriorar o produto (KOTTWITZ e GUIMARÃES, 2003). A presença de

coliformes totais e fecais em alimentos indica possivelmente contato direto ou

indireto do alimento com material fecal, pois de acordo com Forsythe (2005) estão

sempre associados a microrganismos de origem intestinal e a detecção de elevado

número de bactérias do grupo dos coliformes fecais em alimentos é interpretada

como indicativo da presença de patógenos intestinais, visto que a população deste

grupo é constituída de alta proporção de Escherichia coli (PARDI et al., 1993).

Foi verificado, em todas as amostras a ausência de Salmonela, resultado

diferente dos encontrados por Borges et al (2003), que detectaram a presença desse

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80

microorganismo em amostras de queijo coalho produzido no estado do Ceará.

Identificou-se a presença de bactérias mesófilas em todas as amostras avaliadas no

primeiro dia de maturação LL = 2,0 x 106, LLCA= 2,5 x 106, LLA = 2,9 x 106, LLC =

2,8 x 106 e CONT = 7,8 x 105 (UFC/g). Entretanto as análises microbiológicas

realizadas nos queijos experimentais com 30 dias de maturação, foi possível

observar redução desses microrganismos nas amostras LL = < 10, LLCA= < 10, LLC

= < 10 e CONT = 72 (UFC/g) excluindo-se o LLA que apresentou valores de 3,0 x

104 (UFC/g). Com exceção do LLA, os demais queijos experimentais no 30º dia de

maturação encontram-se dentro do limite aceitável que é 5,0 x 10² UFC/g segundo a

RDC n° 12 do Ministério da Saúde, (BRASIL, 2001).

De acordo com a literatura, algumas estirpes de bactérias láticas, podem inibir

a multiplicação de microrganismos deterioradores por ação de bacteriocinas. Em

Trabalhos realizados por Schaack e Marth (1998) onde se inoculou 103 UFC/mL de

Listeria monocytogenes em leite desnatado juntamente com 0.1, 0.5, 1.0 e 5.0% de

Lactococcus lactis subsp. cremoris ou Lactococcus lactis subsp. lactis. Os autores

observaram um maior crescimento de Listeria monocytogenes com a diminuição da

quantidade de cultura lática. Garcia (2005), verificando a inibição do crescimento de

bactérias patogênicas e seus produtos metabólicos por diferentes estirpes de

bactérias láticas, constatou inibição "in vitro" de Escherichia coli, Clostridium

perfringens e Salmonella enteritidis sendo a inibição decorrida pela produção de

ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e bacteriocinas.

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81

6 CONCLUSÃO

Para acido láctico, umidade e pH, ocorreu diferenças entre amostras e dias,

sem interação desses efeitos, daí teste de média para amostras e regressão para

tempo.

Para as demais houve interação, com desdobramento da mesma fixando o

tempo e comparando amostra pelo Tukey e, também fixando a amostra e regredindo

o tempo (em cada amostra).

Os tratamentos LL e LLA foram reprovados no teste de fritura, não sendo

estes recomendados para consumo frito ou assado.

Houve ligação entre a característica de derretimento com a umidade, acidez e

proteólise das amostras de queijo de coalho.

Os queijos que apresentaram maiores valores de proteólise, apresentaram

maior capacidade de derretimento.

Os queijos coalho confeccionados mediante a utilização de leite cru

pasteurizado adicionados com cultura lática, obteve boa aceitabilidade no teste de

aceitação.

Foi verificado que algumas estirpes de bactérias láticas, podem ter inibido a

multiplicação de microrganismos deterioradores, comparados ao controle.

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