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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS Francisco de Assis Freire Júnior EFEITOS DA SOBRECARGA DE POTÁSSIO NA MODULAÇÃO CARDÍACA, BALANÇO HÍDRICO E CAPACIDADE DE EXERCÍCIO NO CALOR Petrolina-PE 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE E

BIOLÓGICAS

Francisco de Assis Freire Júnior

EFEITOS DA SOBRECARGA DE POTÁSSIO NA

MODULAÇÃO CARDÍACA, BALANÇO HÍDRICO E

CAPACIDADE DE EXERCÍCIO NO CALOR

Petrolina-PE

2016

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FRANCISCO DE ASSIS FREIRE JÚNIOR

EFEITOS DA SOBRECARGA DE POTÁSSIO NA

MODULAÇÃO CARDÍACA, BALANÇO HÍDRICO E

CAPACIDADE DE EXERCÍCIO NO CALOR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências, com ênfase em Saúde, Sociedade e Ambiente.

Orientador: Prof. Orlando Laitano L. Neto

Co-orientadora: Prof.ª. Márcia Bento Moreira

Petrolina-PE

2016

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Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da UNIVASF. Bibliotecária: Luciana Souza Oliveira CRB5/1731

Freire Júnior, Francisco de Assis

F866e

Efeitos da sobrecarga de potássio na modulação cardíaca, balanço hídrico e capacidade de exercício no calor /Francisco de Assis Freire Júnior. -- Petrolina, 2016.

48 f.: il. ; 29 cm. Dissertação (Mestrado Ciências da Saúde e Biológicas) -

Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina, Petrolina, PE, 2016.

Orientador: Prof. Dr. Orlando Laitano Lionello Neto. Banca Examinadora: Eduardo Miranda Dantas, Sérgio Rodrigues Moreira.

1. Balanço Hídrico. 2. Hidratação. 3. Potássio. I. Título. II.

Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 617.1027

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE E

BIOLÓGICAS

FOLHA DE APROVAÇÃO

Francisco de Assis Freire Júnior

EFEITOS DA SOBRECARGA DE POTÁSSIO NA MODULAÇÃO CARDÍACA,

BALANÇO HÍDRICO E CAPACIDADE DE EXERCÍCIO NO CALOR

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação Ciências da Saúde e

Biológicas da Universidade Federal do Vale

do São Francisco – UNIVASF, como requisito

parcial para obtenção do título de Mestre em

Ciências, com ênfase em Saúde, Sociedade e

Ambiente.

Aprovada em ____ de ______________ de ________.

Banca Examinadora

_______________________________________ Orlando Laitano Lionello Neto, Dr. UNIVASF

___________________________________ Sérgio Rodrigues Moreira, Dr. UNIVASF

____________________________________ Eduardo Miranda Dantas, Dr. UNIVASF

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Aos meus pais, esposa e filhos,

pelo carinho, incentivo e paciência.

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AGRADECIMENTOS

Ao fim de mais um ciclo da vida acadêmica, gostaria de agradecer a quem foi

de fundamental importância para a realização deste trabalho.

A DEUS, por me conduzir por cominhos frutíferos e sempre perto de pessoas

do bem.

Aos meus pais pelo amor, carinho e orientação na minha educação.

À minha esposa Socorro Barros, pelo amor, companheirismo e dedicação.

Aos meus filhos Daniel e Davi, pela força revigorante nos momentos de fraqueza.

Aos meus irmãos Fátima e Frederico que, mesmo distantes, sempre me

incentivaram a alcançar meus objetivos. Ao meu irmão Fabiano (In memoriam), que

mesmo não estando mais presente entre nós, sempre pude sentir a sua energia

positiva perto de mim.

Ao meu orientador, Professor Orlando Laitano, por acreditar em mim e

oportunizar a vivência de experiências fundamentais ao meu engrandecimento

acadêmico, científico e, principalmente, como ser humano.

A todos os voluntários, pela colaboração, paciência e aplicação. Sem os

mesmos, seria impossível realizar este trabalho.

Ao GETEx, principalmente, Denise, Ana Angélica e Gabriel, pela imensurável

ajuda nas coletas e sobretudo, pela convivência diária onde desabafamos nossas

angústias e desilusões e comemoramos nossas conquistas e alegrias. Muito

obrigado!

Aos professores do Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde e

Biológicas, pela oportunidade da descoberta de novos horizontes na busca

incansável do conhecimento.

A todos os professores do Colegiado de Educação Física, em especial

Ferdinando Carvalho, por suas orientações e incentivos pessoais em conversas,

normalmente informais, as quais foram decisivas em muitas tomadas de decisões.

Ao pessoal do CEFIS Luciano, Natália, João Paulo e D. Rejane, pelo

acolhimento necessário para que eu tivesse tranquilidade na realização da pesquisa

dentro do Colegiado.

Ao pessoal dos serviços gerais, especialmente, Lurdinha e Socorro, por

deixar todos os ambientes sempre limpos e higienizados, como também, pela

simpatia e alegria em suas visitas ao laboratório.

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Aos amigos e companheiros dos demais laboratórios Bruno, Clayton,

Conrado, Devan, Flavio, Laísla, Neco, Rayana, Sebastião, Thainã e Yngrid pelas

trocas de conhecimento e angústias, pelos momentos de descontração durante

almoços no RU e durante intervalos nas nossas atividades. Sucesso a todos.

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RESUMO

A água de coco tem sido utilizada para hidratação em praticantes de atividade física por possuir carboidratos e eletrólitos. Essa composição auxilia nos desequilíbrios fisiológicos causados pelo exercício físico. No entanto a água de coco possui alta concentração de potássio [K+]. As implicações dessa elevada [K+] sobre o desempenho físico e o funcionamento cardíaco permanecem desconhecidas. O objetivo do presente estudo foi analisar os efeitos da hidratação com água de coco sobre a [K+] no plasma antes e após o exercício físico e possíveis alterações cardiológicas. Nove homens fisicamente ativos (26,4 ± 5,6 anos, 174,3 ± 8,1cm e 72,9 ± 11,9 kg) realizaram três visitas experimentais: hidratados com 10 mL/kg de água (A), bebida esportiva (BE) e água de coco (AC). Este volume foi dividido em sete porções e consumido uma hora antes do exercício. Amostras de sangue e urina foram obtidas antes da hidratação e após o exercício. A atividade elétrica cardíaca foi avaliada por meio de eletrocardiograma (ECG) antes da hidratação, 20 minutos após a hidratação e 20 minutos após o exercício físico. Foram verificadas entre os tempos pré e pós-exercício reduções na massa corporal, no volume plasmático, na gravidade específica da urina (GEU) nas três sessões e aumento da osmolalidade do sangue (3,9 mOsm/kg) apenas na sessão AC. A frequência cardíaca (FC) final ECGPOE e os intervalos QT (iQTc) apresentaram valores maiores em todas as sessões em relação à pré hidratação EGCPRH e pós hidratação ECGPOH.. Ocorreu redução na massa corporal devido à desidratação, no volume plasmático e na GEU referente reposição hídrica. O aumento da osmolalidade na sessão AC foi, provavelmente, decorrente da elevada osmolalidade da água de coco. A ação do sistema nervoso autônomo elevou os valores finais da FC e do iQTc e mostrou que a [K+] da AC não influenciou no funcionamento cardíaco. Palavras-chave: Balanço hídrico. Hidratação. Potássio.

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ABSTRACT

Coconut water has been used for hydration in physically active because of its carbohydrate and electrolyte content. This composition helps in physiological imbalances caused by exercise. However, coconut water has a high concentration of potassium [K+]. The implications of this high [K+] on physical performance and heart function remain unknown. The aim of this study was to analyze the effects of hydration with coconut water on plasma [K+] before and after exercise and possible cardiac electrical abnormalities. Nine physically active men (26.4 ± 5.6 years, 174.3 ± 8,1cm and 72.9 ± 11.9 kg) performed three experimental visits: hydrated with 10 mL/kg of water (A), sports drink (BE) and coconut water (AC). This volume was divided into seven portions and was consumed one hour before exercise. Blood and urine were obtained before the hydration and after exercise. Cardiac electrical activity was evaluated by using an electrocardiogram (ECG) before hydration, 20 minutes after hydration and 20 minutes after exercise. We observed decreases in body weight, plasma volume, and urine specific gravity (USG) after exercise in all three sessions. There was an increase in blood osmolality (3.9 mOsm/kg) in the AC session only. Heart rate (HR), final ECGPOE, and QT intervals (iQTc) were higher in all sessions in relation to pre EGCPRH hydration and post-hydration ECGPOH. There was a reduction in body weight due to dehydration, plasma volume and the USG regarding fluid replacement. The osmolality of the increase in AC session was due to the high osmolality of coconut water. The action of the autonomic nervous system increased the final values of FC and iQTc and showed that the [K+] AC did not influence the heart function. Keywords: Water balance. Hydration. Potassium.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Anatomia do coração e estruturas de geração e condução do

impulso elétrico.

22

Figura 2. Representação do traçado eletrocardiográfico. 22

Figura 3. Ilustração das fases do potencial de ação normal. 23

Figura 4. Layout das ações durante as sessões experimentais água (A),

bebida esportiva (BE) e água de coco (AC).

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Caracterização da amostra 30

Tabela 2. Composição das bebidas 30

Tabela 3. Quantidade de nutrientes ingeridos 31

Tabela 4. Resultados do tempo de exercício, volume de líquido ingerido,

volume de líquido excretado, massa corporal, volume plasmático,

potássio plasmático, gravidade específica da urina e

osmolalidade plasmática.

32

Tabela 5. Dados eletrocardiográficos 33

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

(A) Água

(AC) Água de coco

(BE) Bebida esportiva

(iQTc) Intervalo QT corrigido

[K+] Concentração de potássio

[Na+] Concentração de sódio

°C Graus Celsius

ACSM Colégio Americano de Medicina do Esporte

Ca++ Cálcio

CHO Carboidrato

Cl- Cloreto

ECG Eletrocardiograma

ECGPOE Eletrocardiograma pós-exercício

ECGPOH Eletrocardiograma pós-hidratação

EGCPRH Eletrocardiograma pré-hidratação

FC Frequência cardíaca

GEU Gravidade específica da urina

K+ Potássio

mEq Miliequivalentes

mOsm Miliosmoles

Na+ Sódio

NATA National Athletic Trainers’ Association

Pmax Potência máxima

QT Intervalo QT

UR Umidade relativa do ar

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14

2 OBJETIVO 16

2.1 Objetivo geral 16

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17

3.1 Exercício e desidratação 17

3.2 Soluções de hidratação e recomendações 18

3.3 Hidratação com água de coco 20

3.4 Regulação da atividade cardíaca 21

4 MATERIAIS E MÉTODOS 25

4.1 Desenho do estudo 25

4.2 Amostra 27

4.3 Sessões de exercício 27

4.3.1 Sessão preliminar 27

4.3.2 Sessões experimentais 28

4.4 Análise estatística 29

5 RESULTADOS 30

6 DISCUSSÃO 34

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 37

REFERÊNCIAS 38

ANEXO A 44

ANEXO B 45

ANEXO C 47

ANEXO D 48

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1 INTRODUÇÃO

A água de coco é o sumo natural contido no interior do coco, o fruto do

coqueiro, árvore típica de regiões tropicais. É rica em potássio, com poucas calorias,

muitos nutrientes e livre de gorduras (YONG et. al. 2009). Esse líquido vem sendo

usado no tratamento e prevenção da desidratação desde o século passado, quando

foi utilizado em situações de precariedade material através de infusão intravenosa

(EISEMAN, LOZANO e HAGER, 1954; IQBAL, 1976; CAMPBEL-FALK et. al., 2000).

A água de coco é usada como solução de hidratação devido a sua composição

eletrolítica semelhante ao líquido intracelular, com altas concentrações de cálcio,

magnésio e principalmente potássio, apresentando, porém, baixos valores de sódio

e cloreto (CAMPBELL-FALK et. al., 2000), apesar de ocorrer diferenças na

composição química desse líquido de acordo com a variedade e o estado de

maturação do coco entre outros fatores (YONG et. al., 2009).

Estudos recentes tem dado ênfase no consumo da água de coco como

alternativa para hidratação em praticantes de atividade física por possuir em sua

composição, eletrólitos responsáveis pela manutenção do equilíbrio hídrico corporal

(ISMAIL, SINGH e SIRISLNGHE, 2007; IDÁGARRA e ARAGON-VARGAS, 2010;

LAITANO et. al., 2014). No entanto, a elevada concentração de potássio [K+] da

água de coco pode acentuar os desequilíbrios fisiológicos decorrentes do estresse

proporcionado pelo exercício físico, e, portanto pode necessitar de atenção. Por

exemplo, o suor produzido durante o exercício apresenta baixa concentração de

potássio (~5 mEq/L) o que por si, não justificaria uma reposição deste eletrólito em

soluções de hidratação. Em função disso, a presença de potássio nas bebidas

esportivas comercialmente disponíveis no mercado é baixa ou inexistente.

Com o objetivo de verificar o impacto do consumo prévio de água de coco

sobre o desempenho físico subsequente no calor, Laitano et. al. (2014)

demonstraram que o consumo prévio de água de coco aumentou a capacidade de

exercício no calor em homens fisicamente ativos e promoveu maior retenção de

urina, indicando uma boa capacidade de hidratação da água de coco em

comparação com outros tipos de bebida. Uma possível explicação para a melhora

do desempenho e maior retenção hídrica com o consumo de água de coco pode

estar relacionada à maior presença de potássio na bebida e as consequentes

alterações sanguíneas que o consumo de uma solução rica em potássio, como a

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água de coco, poderia causar. No entanto, os efeitos do consumo da água de coco

sobre as concentrações sanguíneas de K+ permanecem desconhecidas.

Outra possível implicação do consumo de bebida rica em potássio sobre a

resposta fisiológica em praticantes de exercício está relacionada ao miocárdio, uma

vez que concentrações plasmáticas de potássio acima de 5,0 mEq/L são associadas

a estados hipercalêmicos, os quais estão presentes em 3,3% de todos os pacientes

hospitalizados (DUNLAY e STEVENS, 2000). A hipercalemia promove aumento na

velocidade de repolarização, diminuição do potencial de repouso das células

cardíacas e bloqueio no nodo atrioventricular (OHMAE e RABKIN, 1981), podendo

evoluir para quadros de fibrilação ventricular e parada cardíaca (HOSKOTE, JOSHI

e GHOSH, 2008). A realização do eletrocardiograma (ECG) é fundamental para a

correta identificação dessas anormalidades, devido à especificidade entre as

alterações nos traçados eletrocardiográficos e as respectivas alterações (DITTRICH,

PAREDES, 1986).

Os impactos do consumo de uma solução contendo elevada concentração de

potássio [K+] sobre a resposta eletrocardiográfica ainda não foram realizados de

maneira sistemática. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi avaliar os

efeitos do consumo de água de coco antes do exercício físico e sua influência na

modulação cardíaca após o exercício físico, desempenho e balanço hídrico em

homens adultos saudáveis.

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2 OBJETIVO

2.1 Objetivo geral

Determinar as alterações na concentração de potássio no plasma humano em

decorrência do consumo prévio de água de coco e sua influência na modulação

cardíaca, balanço hídrico e desempenho no exercício no calor.

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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3.1 Exercício e desidratação

O estudo dos efeitos da desidratação no organismo humano tem estado em

evidência desde o século passado quando, em um estudo pioneiro, Adolph & Dill

(1938) verificaram em sete homens submetidos à realização de exercícios físicos ao

ar livre e atividades laborais de rotina em clima desértico (35,3°C e 12% UR), uma

sudorese de 1.600 mL/h, produção de urina de 10 mL/h e um aumento de 3 a 6

vezes a ingestão diária de água.

A desidratação ocorre quando a quantidade de líquido ingerida é menor do

que a quantidade perdida (NOAKES, 2012), afetando o desempenho físico, cognitivo

e motor em diferentes esportes e atividades quando seus valores variam entre 2% e

6% (GRANDJEAN e GRANDJEAN, 2007; URDAMPILLETA e GÓMEZ-ZORITA,

2014), sobretudo quando essas atividades são desenvolvidas em ambientes quentes

e húmidos (MAUGHAN, 2003). Porém apenas 1,36% de déficit hídrico corporal foi

suficiente para influenciar o estado de humor de 25 mulheres, além de ter sido

associado ao surgimento de dor de cabeça e do estado de fadiga (ARMSTRONG et.

al., 2012), enquanto 1,64% foi responsável pelo aumento da atividade cerebral na

região frontoparietal de 10 jovens avaliados por meio de ressonância magnética

funcional por imagem. Essa região está associada ao decréscimo das funções

executivas como planejamento e processamento visuo-espacial (KEMPTON et. al.,

2011). Desequilíbrios dessa natureza podem ser verificados através de alterações

da massa corporal, concentrações de marcadores presentes nos fluidos corporais

(sangue, suor e urina), com o uso de técnicas invasivas e não invasivas

(SHIRREFFS, 2003).

Estudos sobre a influência da desidratação na realização de exercício físico

resistido verificaram que, à medida que o grau de hipoidratação se eleva,

desequilíbrios fisiológicos são desencadeados na mesma magnitude afetando as

respostas metabólicas e hormonais pós-exercício, promovendo aumento nas

concentrações séricas de cortisol e noradrenalina e redução da testosterona como

verificado por Judelson et. al., (2008) em indivíduos desidratados (2,5% e 5,0% da

massa corporal); bem como redução no volume plasmático, diminuição da

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velocidade do sangue na artéria cerebral, além da redução na pressão arterial média

e acometimento de vertigem transitória (MORALEZ et. al. 2012).

Em praticantes de exercício físico prolongado em ambientes quentes e

húmidos a desidratação de 2% influencia negativamente o desempenho aeróbico e

cognitivo (SAWKA, MONTAIN, e LATZKA, 2001; CHEUVRONT, CARTER e

SAWKA, 2003), principalmente em virtude dos mecanismos termorregulatórios

responsáveis pela prevenção do aumento da temperatura corporal (hipertermia),

elevarem a taxa de sudorese dissipando para o meio ambiente o excesso de calor

produzido. Contudo, a elevada perda de líquido corporal em decorrência da

sudorese aumentada, aliada a uma baixa reposição hídrica promovem decréscimo

no fluxo sanguíneo para a pele dificultando a dissipação do calor (SAWKA e COYLE,

1999) impactando tanto na performance durante a prática de atividades físicas,

quanto na saúde (ACMS, 2007). Buscando atenuar os danos causados ao

organismo humano em decorrência da hipoidratação, instituições como o American

College of Sport Medicine – ACMS e National Athletic Training Association – NATA

orientam o consumo de líquidos na mesma proporção das perdas ocasionadas pela

sudorese, sendo necessária a reposição de eletrólitos se atividade exceder uma

hora.

3.2 Soluções de hidratação e recomendações

A indústria alimentícia tem investido no desenvolvimento e produção de

soluções de hidratação com foco em praticantes de exercício (ex.: bebidas

esportivas), com o objetivo de prevenir a desidratação, manter os estoques corporais

de carboidratos e repor os eletrólitos perdidos através da transpiração (COOMBES e

HAMILTON, 2000). Para atingir a esses objetivos, os líquidos devem possuir em

suas formulações concentrações específicas de eletrólitos (Sódio – Na+, Cloreto –

Cl- e Potássio – K+) e carboidrato (CHO), este último, com percentuais que variam de

6% a 8% para a manutenção da osmolalidade < 280 mOsm/Kg (MAUGHAN E

NOAKES, 1991) promovendo uma maior rapidez no esvaziamento gástrico, uma vez

que a osmolalidade das bebidas esportivas é afetada pelo tipo e concentração de

carboidrato usado, bem como pela concentração de eletrólitos (GISOLFI et al.,

1992).

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Em estudo desenvolvido para avaliar o esvaziamento gástrico e a capacidade

de reidratação após exercício em cicloergômetro utilizando uma bebida com 2% de

carboidrato e outra com 10%. Clayton et. al. (2014) verificaram que a bebida com

maior valor osmolar promoveu uma maior diminuição no volume plasmático e menor

tempo no esvaziamento gástrico, o que refletiu negativamente em sua capacidade

de reidratação, enquanto que em um estudo similar Evans, Shirreffs e Maughan

(2009) perceberam que quando uma bebida com 10% de carboidrato teve sua

concentração de sódio equiparada às bebidas contendo 0% e 2% de CHO a sua

capacidade de hidratação foi mais efetiva do que as demais.

A dificuldade na promoção do esvaziamento gástrico utilizando uma bebida

com elevada concentração de carboidrato está associada aos mecanismos

utilizados na captação e transporte das moléculas de glicose. Esse processo é

realizado, em parte, pela proteína transportadora de glicose SGLT-1, presente no

epitélio do intestino delgado, a qual promove o transporte desse substrato energético

do lúmen para o enterócito acoplada a duas moléculas de Na+ contra um gradiente

de concentração utilizando ATPase-Na+/K+ localizado na membrana basolateral,

sendo liberada passivamente para a circulação (WRIGHT, MARTIN e TURK, 2003).

Porém, a efetividade do transporte de glicose via SGLT-1 só acontece quando a

concentração desse substrato no lúmen intestinal é menor do que a plasmática, ao

passo que na presença de elevadas concentrações de glicose, como após as

refeições, a sua velocidade de transporte é reduzida (TURK, MARTÍN, WRIGHT,

1994). Em decorrência disso, a utilização de bebidas com elevados valores na

osmolalidade promovem secreção de água para o lúmen intestinal objetivando o

equilíbrio osmótico e o restabelecimento da absorção de líquidos nesse

compartimento (LEIPER & MAUGHAN, 1986).

Órgãos reguladores como a National Athletic Training Association – NATA e o

American College of Sport Medicine – ACMS, periodicamente elaboram

posicionamentos sobre hidratação e consumo de líquidos durante o exercício. De

acordo com a NATA (2000), para um atleta garantir o estado de euidratação é

necessário o consumo de 500 a 600 mL de líquidos de 2 a 3 horas antes do início do

exercício, e 200 a 300 mL 10 a 20 minutos antes, mantendo esses últimos valores

de quantidade e intervalo de tempo, como alternativa de hidratação durante o

exercício físico. O ACMS (2007) recomenda a ingestão de líquido com valores entre

5 e 7 mL·Kg-1 quatro horas antes do exercício se o atleta estiver bem hidratado.

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20

Havendo a necessidade de uma maior hidratação, recomenda-se acrescentar de 3 a

5 mL·Kg-1 duas horas antes do exercício; durante o exercício, recomenda-se

quantidade de líquidos entre 400 e 800 mL/h. Esses posicionamentos sugerem que

os líquidos utilizados durante o exercício contenham sódio, potássio e carboidratos

em sua formulação em valores que reponham os eletrólitos perdidos e forneçam

energia para a manutenção da intensidade do exercício respectivamente. Em

decorrência dessas orientações, estudos recentes vêm explorando o potencial da

água de coco como alternativa de hidratação devido às suas características físico-

químicas condizentes com as formulações de líquidos a serem utilizados para

hidratação (KHAN, REHMAN E KHAN, 2003; YOUNG et. al. 2009; PÉREZ-

IDÁRRAGA e ARAGÓN-VARGAS, 2014; LAITANO et. al. 2014;).

3.3 Hidratação com água de coco

O uso da água de coco na prevenção e manejo da desidratação durante o

exercício tem sido bastante estudado (SAAT et. al. 2002; ISMAIL, SINGH e

SIRISINGHE, 2007; PRADES et. al., 2011; KALMAN et. al., 2012; LAITANO et. al.

2014) em virtude de a mesma ser uma solução que apresenta características

semelhantes ao plasma humano. Por apresentar em sua composição elementos

como glicose, cálcio, magnésio, sódio e o potássio (KHAN, REHMAN E KHAN, 2003;

PETROIANU et al. 2004; YOUNG et al., 2009; PRADES et. al., 2011; ADEGOKE et.

al. 2012; SANTOS et. al., 2013), tem despertado o interesse de estudiosos em

verificar a sua utilização em áreas distintas como hidratação e manutenção da

performance (IDÁGARRA e ARAGON-VARGAS, 2010; KALMAN et. al., 2012,

LAITANO et al. 2014), proteção contra estresse oxidativo (MANNA, 2014), influência

na homeostase corporal (PUMMER, et. al., 2001), entre outras.

O potássio é o principal eletrólito presente no líquido intracelular,

apresentando, nesse compartimento, uma relação de 1/10 com o sódio, e de 1/28 no

líquido extracelular. No sangue, a concentração normal desse eletrólito varia entre

3,5 e 5 mEq/L (DUTRA-DE-OLIVEIRA e MARCHINI, 1998). O potássio é

responsável, juntamente com o sódio, pela manutenção do equilíbrio hídrico,

osmótico e ácido-base e atua na regulação da atividade neuromuscular (MAHAN e

ESCOTT-STUMP, 2005).

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Desequilíbrios nas concentrações extracelulares do potássio podem

desencadear disfunções metabólicas na condução nervosa, influenciando o ritmo

cardíaco com a predisposição à arritmia cardíaca (BARBOSA & SZTAJNBOK, 1999),

entre outros problemas cardiológicos verificados por meio de alterações do

eletrocardiograma (ECG), podendo evoluir para uma parada cardíaca em diástole

(ÉVORA et. al.,1999). Checheritä et. al. (2011) observaram que valores 0,5 mEq/L

abaixo e 1,5 mEq/L acima dos quantitativos normais de potássio plasmático

apresentaram forte associação com o aparecimento de arritmia cardíaca em seus

pacientes.

Análises séricas realizadas em participantes de estudos relacionados ao uso

de água de coco no manejo e prevenção da desidratação durante o exercício físico

demonstram aumentos nas concentrações plasmáticas do potássio até 90min após

a reidratação dos indivíduos (SAAT et. al., 2002; ISMAIL, SINGH e SIRISINGHE,

2007). No entanto, as implicações fisiológicas desses valores durante e após a

atividade física são raramente discutidas de maneira criteriosa.

3.4 Regulação da atividade cardíaca O sistema cardiovascular é responsável pela manutenção das atividades

metabólicas de vários tecidos por meio da oferta de oxigênio e nutrientes a todas as

células do organismo, e remoção do dióxido de carbono proveniente do

metabolismo, entre outros subprodutos por meio do sangue. Anatomicamente, o

coração é dividido, no eixo longitudinal, em duas metades (direita e esquerda), cada

uma com um átrio e um ventrículo, além de ser composto por uma estrutura

denominada tecido excito-condutor, responsável pela geração e condução do

impulso nervoso, o qual compreende quatro estruturas interligadas: nodo sinusal,

nodo atrioventricular, feixe de His e fibras de Purkinje (VANDER et. al., 2006).

O nodo sinusal ou sinoatrial é responsável pela origem e manutenção ritmada

dos batimentos cardíacos em decorrência do impulso nervoso ou potencial de ação,

deflagrando uma cascata de ações coordenadas às quais promovem a

despolarização e repolarização das células cardíacas levando os átrios e ventrículos

à contração e ao relaxamento realizando o bombeamento do sangue, representadas

na figura 1 (RAMOS e SOUSA, 2007).

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Figura 1. Anatomia do coração e estruturas de geração e condução do impulso

elétrico.

http://www.arritmiacardiaca.com.br/images/publico/ilust02.gif

As variações elétricas decorrentes do potencial de ação podem ser

detectadas na superfície corporal com a realização do ECG de repouso, através do

posicionamento de eletrodos nos membros e no tórax, sendo expressas em forma

de deflexões denominadas ondas, conforme figura 2. Primariamente, o potencial de

ação (PA) despolariza as células dos átrios promovendo a sístole atrial formando a

onda P, em seguida é conduzido ao nodo atrioventricular onde acontece a

despolarização das células ventriculares (complexo QRS) a qual se sobrepõe à

repolarização atrial. Após o nodo atrioventricular, o feixe de His direciona o impulso

até as fibras de Purkinje promovendo a repolarização dos ventrículos, representada

eletrocardiograficamente pela onda T (FELDMAN e GOLDWASSER, 2004; RAMOS

e SOUSA, 2007; JAMES, CHOISY, e HANCOX, 2007).

Figura 2. Representação do traçado eletrocardiográfico.

(FELDMAN e GOLDWASSER, 2004)

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A polarização e repolarização da membrana plasmática é dividida em 4 fases

e envolve proteínas especializadas denominadas canais iônicos localizados na

membrana das células, onde a abertura e o fechamento desses canais promovem o

desequilíbrio elétrico da membrana plasmática por movimento dos íons Na+, K+ e

cálcio (Ca++) entre os meios intra e extracelular ocasionando o potencial de ação

(VOHRA, 2007). Conforme ilustrado na figura 3, na fase 0 há a abertura de canais

específicos de Na+, os quais permanecem abertos até a fase 2, incorrendo na

elevação do potencial de membrana devido o influxo de Na+ para o interior da célula

iniciando a despolarização. A abertura na fase 1 de canais transitórios de K+, marca

o início da repolarização devido a saída da célula desse íon reduzindo a voltagem

intracelular. Na fase 2 há a abertura dos canais de Ca++, esses canais permitem a

entrada do Ca++ na célula, interrompendo a queda do potencial. O influxo de Ca++

“compensa” o efluxo de K+ da célula, retardando a repolarização, formando um

“platô”. Os canais de Ca++ se fecham na fase 3 e a saída contínua de K+ leva a

repolarização da célula e, consequentemente, faz com que esta chegue ao seu

potencial de repouso. Na fase 4, os canais de K+ se fecham e a membrana tem seu

potencial de repouso reestabelecido através do equilíbrio iônico promovido pela

bomba Na+/K+ (DITTRICH e WALLS, 1986; PARHAM et. al., 2006; VOHRA, 2007).

Figura 3. Ilustração das fases do potencial de ação normal

Adaptado de Parham (2006)

O potencial de membrana é mantido em virtude da manutenção normal da

concentração de K+ extracelular, e alterações em seus valores decorrentes de

mutações nos genes, congênitas ou adquiridas, que codificam os canais de K+

(KCNQ1 e KCNJ2) tem sido associadas a altos riscos arritmogênicos observados

através do prolongamento excessivo do intervalo QT (MOSS et. al., 2002; TESTER e

ACKERMAN, 2014), promovido pelo aumento no tempo de repolarização das células

cardíacas (VOHRA, 2007). Outras alterações do K+ responsáveis por incidência de

Platô

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fibrilação ventricular são decorrentes da realização de exercício intenso, ingestão

oral excessiva de K+ associada à falha renal (CLAUSEN, 2010), rabdomiólise

(BOSCH, POCH e GRAU, 2009), entre outras.

Em situações extraordinárias, como o exercício físico, a frequência cardíaca

sofre alterações devido à inervação do miocárdio por estruturas do sistema nervoso

autônomo (simpático e parassimpático) e ação hormonal do sistema endócrino. A

liberação de adrenalina e noradrenalina decorrente da estimulação dos nervos

simpáticos cardioaceleradores diminui o tempo de despolarização do nodo sinoatrial

fazendo o coração bater mais rápido, enquanto que a estimulação dos

parassimpáticos libera acetilcolina juntamente com uma maior atividade dos nervos

vagos retardando os batimentos cardíacos. A adrenalina produzida nas glândulas

suprarrenais e lançada na corrente sanguínea em decorrência da atividade

simpática geral promove um aumento na frequência cardíaca similar ao produzido

pelos nervos simpáticos, no entanto a sua ação é mais lenta (ROBINSON et. al.,

1966; IRIGOYEN, CONSOLIM-COLOMBO e KRIEGER, 2001.).

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Desenho do estudo

O estudo trata-se de uma pesquisa descritiva transversal, onde nove homens

adultos saudáveis compareceram a quatro sessões, no Laboratório de Fisiologia do

Exercício da UNIVASF - Petrolina, sendo a primeira sessão (preliminar) para

orientações e esclarecimentos acerca do protocolo utilizado, preenchimento do

Termo de Concentimento Livre e Esclarecido (TCLE), Questionário PARQ

(Shephard, 1988), formulário de anamnese, realização de avaliação antropométrica

e teste de carga incremental. Nas outras três visitas, com intervalo mínimo de cinco

dias e máximo de sete entre as mesmas, foram realizadas as sessões

experimentais, onde em cada uma delas, os voluntários foram controles deles

próprios em três sessões de exercício realizadas em um cicloergômetro (Biotec

2100, CEFISE), utilizando 60% da carga máxima obtida previamente no teste

incremental, mediante a ingestão prévia de uma bebida sorteada aleatoriamente

entre três opções: água natural (A), bebida esportiva (BE) e água de coco (AC).

Foram coletadas amostras de sangue antes da hidratação e após o exercício para

análise das concentrações de potássio [K+] no soro, volume plasmático e

osmolalidade do sangue. Nas amostras de urina, coletadas nos mesmos intervalos

de tempo, foram mensuradas as respectivas gravidades específicas (GEU). Para

estudo do funcionamento cardíaco foram realizados eletrocardiogramas de repouso

(ECG) antes e após a hidratação e após o exercício físico.

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Figura 4. Representação das ações durante as sessões experimentais água (A),

bebida esportiva (BE) e água de coco (AC).

Fonte: o próprio autor

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4.2 Amostra

A amostra foi composta por nove homens adultos aparentemente saudáveis,

fisicamente ativos, com idade de 26 ± 6 anos, praticantes de atividades físicas

regulares de duas a três vezes por semana verificadas por meio de anamnese

(ANEXO D). Os participantes foram recrutados por meio de divulgação do projeto de

pesquisa nos espaços da Universidade do Vale do São Francisco – UNIVASF.

Participantes que apresentassem qualquer problema de saúde ou lesão que

impedisse a participação do voluntário no estudo ou usassem medicamentos como

β-bloqueadores e/ou diuréticos foram excluídos do estudo.

Todos os voluntários assinaram o Termo de Concentimento Livre e

Esclarecido após esclarecimentos relativos aos protocolos utilizados, riscos e

benefícios envolvidos no estudo. O protocolo do estudo foi aprovado pelo Comitê de

Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas – CEDEP da Universidade Federal do

Vale do São Francisco, sob o nº 0016/110614 CEDEP/UNIVASF (ANEXO A).

4.3. Sessões de exercício

4.3.1 Sessão preliminar

Os voluntários compareceram ao primeiro encontro no Laboratório de

Fisiologia do Exercício da UNIVASF-Petrolina vestindo roupas leves (short, camiseta

e tênis), onde foram informados sobre os objetivos do estudo, riscos e benefícios

associados ao protocolo utilizado, e em seguida, assinaram o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (ANEXO B), preencheram o PAR-Q

Questionário sobre Prontidão para Atividade Física (ANEXO C), responderam a uma

anamnese (ANEXO D) e foram avaliados antropometricamente para a coleta de

seus dados. Em seguida, foram conduzidos a uma sala aquecida a 31,35 ± 1,00 °C

e 35,56 ± 4,39% de Unidade Relativa (UR) onde realizaram um teste incremental em

ciclo ergômetro (Biotec 2100, Cefise) para determinação da carga a ser utilizada nas

sessões experimentais.

No teste incremental os voluntários pedalaram com cadência constante entre

60 e 70 rpm, e carga de trabalho inicial fixada em 30W com incrementos de 30W/min

para determinar a potência máxima (Pmax). O teste foi encerrado quando o

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participante foi incapaz de continuar pedalando na cadência preestabelecida ou por

solicitação voluntária. Os participantes foram orientados a manter a mesma rotina

alimentar, não realizar exercícios físicos nem consumir alimentos ricos em cafeína

no dia anterior às sessões experimentais.

4.3.2 Sessões experimentais

A primeira sessão experimental aconteceu sete dias após a sessão preliminar

e as seguintes foram realizadas em 02 ocasiões com um intervalo de cinco a sete

dias entre as mesmas, todas no período vespertino.

Após chegar ao laboratório, o voluntário permaneceu sentado por 10 minutos

e em seguida forneceu uma amostra de urina para a verificação do estado de

hidratação inicial através da gravidade específica (GEU) aferida com o uso de um

refratômetro (Biobrix, modelo 301) previamente calibrado com água deionizada.

Com a bexiga vazia e usando apenas roupa íntima, verificamos a sua massa

corporal (Marte, mod. LC200) e imediatamente após, uma amostra de 10 mL de

sangue foi obtida na veia cubital do braço direito com o uso de seringa descartável.

O sangue foi dividido em três alíquotas: 5 mL depositados em tubos de ensaio secos

e imediatamente refrigerados para posterior envio ao laboratório de análises clínicas

para análise da [K+], 3 mL em tubo de vidro específico para a imediata analise da

osmolalidade do sangue (mOsm) por meio de um Osmômetro (PZL-1000, Brasil); 2

mL colocados em microtubos capilares para a determinação do hematócrito através

de micro centrifugação; e para a mensuração da hemoglobina com o uso de um

hemoglobinômetro (HEMOCUE, 201 Hb+). Para a verificação das alterações do

volume plasmático foi utilizada a equação proposta por Dill & Costil (1974).

Após a coleta do sague e da urina, os participantes foram submetidos a um

ECG em uma sala (26,8 ± 0,3 °C e 34,2 ± 0,8 UR) com o voluntário em decúbito

dorsal sobre uma maca. Em seguida higienizamos o tórax e fixamos os eletrodos

descartáveis (Medlevensohn, Brasil), conforme (TELESSAÚDE, 2014). Foram

realizados ECG antes do protocolo de hidratação (ECGPRH), 20 minutos após o

protocolo de hidratação (ECGPOH) e 20 minutos após a sessão de exercício

(ECGPOE). Para a realização dos exames foi utilizado um eletrocardiógrafo com 12

derivações (GE, CAM-14, USA) e o software Cardiosoft 6.5 (Cardiosoft, USA) para

interpretação dos valores.

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Após a realização do ECGPRH, o voluntário iniciou o protocolo de hidratação

com um dos três tipos de bebidas (água natural (A), bebida esportiva (BE)

(Gatorade®, USA) e água de coco (AC) (Kerococo®, Pepsico, Brasil)), sorteadas

aleatoriamente antes das sessões, atendendo uma ingestão de 10 mL/kg divididos

em sete porções, consumidas em intervalos de 10 minutos durante uma hora. O

ECGPOH foi realizado 20 minutos após o consumo da última porção. O

frequencímetro foi posicionado no tórax, e o voluntário foi orientado a auto inserir o

termômetro retal 10 cm além do esfíncter anal. As sessões experimentais foram

realizadas em uma sala pré-aquecida a 32,0 ± 0,3 °C e 37,0 ± 0,9% UR com a

utilização de 60% da carga estabelecida na visita preliminar. Vinte minutos após o

fim do exercício, o ECGPOE foi realizado, uma amostra de sangue e urina foram

obtidas, e, por fim, a massa corporal foi registrada.

4.4 Análise estatística

Os dados foram processados utilizando os software Statistical Package for

Social Science for Windows (SPSS 22.0) e GraphPad Prism 6.0 (GraphPad Inc.,

USA). O teste de Shapiro-Wilk foi empregado para verificar a normalidade dos

dados. Para os dados normais foi utilizada a análise de variância para medidas

repetidas (ANOVA – Two way). Para os dados não normais foi utilizado o teste de

Friedman. Os dados estão apresentados como média e desvio padrão (DP) e as

diferenças foram consideradas significativas quando p<0,05.

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5 RESULTADOS

As características dos participantes estão descritas na (Tabela 1). A tabela 2

apresenta a composição das bebidas utilizadas no estudo. A composição nutricional

de cada um de acordo com as informações contidas nas respectivas embalagens, e

suas osmolalidades. A análise dos dados revelou maior concentração de sódio [Na+]

na BE, alta [K+] e elevada osmolalidade na AC.

Tabela 1: Características antropométricas dos participantes.

Média ±DP

Idade (anos)

Estatura (cm)

Massa corporal (kg)

% Gordura

Ʃ Dobras cutâneas (*)

26,4 ± 5,6

174,3 ± 8,1

72,9 ± 11,9

8,3 ± 3,9

54,3 ± 14,4

% Gordura= percentual de gordura. ƩDC= soma das dobras cutâneas. (*) peito, axilar, supra-ilíaca, subescapular, abdominal, coxa e perna. Fonte: o próprio autor.

Tabela 2. Composição das bebidas consumidas pelos participantes. Concentrações

de carboidrato, sódio e potássio para porção de 200 mL conforme informações dos

fabricantes.

Carboidrato

(g) Sódio (mg)

Potássio (mg)

Osmolalidade (mOsm/Kg)

Água 0 0 0 0

Bebida esportiva 12 99 28 267,9 ± 20,9

Água de coco 11 40 300 370,8 ± 7,4

Dados da osmolalidade apresentados como média ± desvio padrão. Fonte: o próprio autor.

A quantidade de nutrientes consumidos em cada uma das sessões de

exercício está representada na tabela 3. O consumo de Na+ na sessão BE, foi 213,1

mg a mais do que na sessão AC. Por outro lado, na sessão AC o consumo de K+ foi

11 vezes maior do que a sessão BE.

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Tabela 3. Quantidade de nutrientes ingeridos pelos participantes nas três sessões

experimentais.

Carboidrato (g)

Sódio (mg)

Potássio (mg)

Água 0 0 0

Bebida esportiva 43,4 ± 7,2 358,0 ± 59,2 101,2 ± 16,8

Água de coco 39,8 ± 6,4 144,9 ± 23,2 1086,6 ± 173,6

Quantidades de acordo com o total de líquido ingerido e respectivas concentrações. Fonte: o próprio autor.

A tabela 4 apresenta os valores do tempo até a exaustão, volume de líquido

ingerido e volume de líquido excretado em cada uma das sessões, não havendo

diferença entre as mesmas. Os dados referentes à massa corporal e volume

plasmático apresentaram reduções entre os momentos pré-hidratação e pós-

exercício em todas as sessões (p<0,0001), não houve, porém, diferenças entre as

mesmas. A GEU teve seus valores reduzidos em 0,008, 0,011 e 0,012 g/l (p<0,001)

no momento pós-exercício em relação ao pré-hidratação nas sessões A, BE e AC,

respectivamente. Embora as [K+] plasmáticas estivessem acima dos valores normais

de referência antes da hidratação e após o exercício (MACDONALD e STRUTHERS,

2004) nas sessões A e AC, não apresentaram diferenças estatísticas (p>0,05). A

sessão AC apresentou um aumento na osmolalidade do sangue de 3,9 mOsm/kg

(p=0,002) na situação pós-exercício em comparação com a pré-exercício.

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Tabela 4. Resultados do tempo de exercício, volume de líquido ingerido, volume de

líquido excretado, massa corporal, volume plasmático, potássio plasmático, gravidade específica da urina e osmolalidade plasmática.

Água Bebida esportiva Água de coco

Tempo de exercício (s) 1342,8 ± 353,4 1444,4± 397,3 1456,3 ± 320,5

Volume ingerido (mL) 729,2 ± 0,1 723,2 ± 0,1 724,4 ± 0,1

Volume excretado (mL) 448,0 ± 0,5 335,0 ± 0,4 319,0 ± 0,5

Massa corporal (kg) Pré 72,9 ± 12,1 72,3 ± 12,0 72,4 ± 11,6 Pós

72,5 ± 11,9 71,8 ± 11,8 72,0 ± 11,5

Volume plasmático (mL)

Pré 3134,9 ± 313,5 3119,4 ± 311,2 3122,4 ± 301,0

Pós 3122,9 ± 310,6 3106,8 ± 307,7 3109,0 ± 299,5

GEU (g/l) Pré 1,022 ± 0,01 1,022 ± 0,01 1,024 ± 0,01

Pós

1,014 ± 0,01 1,011 ± 0,01 1,012 ± 0,01

K+ (mEq/L)

Pré 5,3 ± 0,8 5,1 ± 1,9 5,9 ± 2,7 Pós 5,4 ± 1,0 5,1 ± 2,0 6,3 ± 2,4

Osm (mOsm/kg) Pré 296,3 ± 1,3 294,1 ± 2,3 294,8 ± 3,3

Pós 297,8 ± 5,1 296,6 ± 4,0 298,7 ± 4,1

Dados apresentados como média ± desvio padrão. Pré: pré-hidratação; Pós: pós-exercício. GEU: gravidade específica da urina; Osm: osmolalidade do sangue. (*) diferença menor que pré-exercício p< 0,0001; (**) diferença maior que pré-exercício, p<0,0019. Fonte: o próprio autor.

Os valores dos eletrocardiogramas estão listados na Tabela 5. Encontramos

diferença estatística na frequência cardíaca (FC) entre os tempos ECGPRH e ECGPOE,

e entre ECGPOH e ECGPOE nas três sessões e entre ECGPRH e ECGPOH na sessão

AC, (p<0,0001). O intervalo QTc entre os tempos ECGPRH e ECGPOE, e entre ECGPOH

e ECGPOE, também nas três sessões (p<0,0001). Não foram apresentadas

diferenças estatísticas entre as sessões e entre os tempos pré e pós-exercício no

intervalo PR, complexo QRS e onda P, (p>0,005)

* * *

* * *

* * *

**

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Tabela 5. Dados eletrocardiográficos

Água Bebida esportiva Água de coco

ECGPRH ECGPOH ECGPEX ECGPRH ECGPOH ECGPEX ECGPRH ECGPOH ECGPEX

FC (bpm) 57,1 ± 6,7 52,2 ± 6,7 72,3 ± 9,6 54,6 ± 4,4 51,7 ± 6,6 74,7 ± 9,5 58,0 ± 7,2 51,2 ± 9,6 74,2 ± 8,8 Intervalo PR (ms) 158,2 ± 24,5 160,9 ± 28,5 162,2 ± 19,7 158,4 ± 25,2 162,7 ± 25,0 163,3 ± 19,4 163,2 ± 28,4 164,0 ± 31,4 160,4 ± 19,0 Complexo QRS (ms) 91,3 ± 6,0 94,9 ± 6,5 93,1 ± 5,3 94,2 ± 9,8 94,4 ± 8,3 90,0 ± 9,4 92,7 ± 4,0 92,0 ± 4,7 89,1 ± 12,0 Intervalo QTc (ms) 397,4 ± 19,4 393,1 ± 17,8 416,4 ± 19,3 398,3 ± 17,9 393,6 ± 16,8 423,6 ± 15,4 404,6 ± 17,2 386,7 ± 14,2 411,3 ± 17,8 Onda P (ms) 96,7 ± 14,6 98,7 ± 20,8 102,0 ± 13,1 95,3 ± 15,3 97,8 ± 16,4 101,3 ± 14,0 97,8 ± 14,1 98,9 ± 11,8 101,6 ± 11,9

Dados apresentados em média ± desvio padrão. ECG: eletrocardiograma; PRH: pré-hidratação; POH: pós-hidratação; PEX: pós-exercício; FC: frequência cardíaca; BPM: batimentos por minuto; MS: milissegundos. (a) diferença em relação a ECGPRH, p<0,0001; (b) diferença em relação a ECGP0H, p<0,0001. Fonte: o próprio autor.

a b

a b

a b

a b

a b

a b

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6 DISCUSSÃO

De acordo com o nosso conhecimento, este foi o primeiro estudo que avaliou

a influência da hidratação utilizando uma bebida com elevada [K+] no funcionamento

cardíaco antes e após o exercício no calor. Embora tenha havido elevação na

frequência cardíaca e alargamento do intervalo QTc em todas as sessões de

exercício, é provável que as mesmas tenham ocorrido por modulação do sistema

nervoso autônomo induzidas pelo exercício físico, com menor influência iônica, uma

vez que não houve alteração nas concentrações séricas de K+. No entanto, no

presente estudo, não foram mensuradas as alterações eletrolíticas decorrentes do

consumo das bebidas no líquido intersticial e no líquido intracelular, o que limita

nossa capacidade de interpretação destes resultados. Assim, estudos futuros são

necessários para esclarecer essa hipótese.

Observamos aumento da osmolalidade do sangue pós-exercício em

comparação ao pré-exercício na sessão (AC). Essa hiperosmolalidade é comum

durante a realização de exercício físico, em decorrência da hemoconcentração

causada pelo transporte de líquido entre os compartimentos corporais, influxo de

Na+ do meio extracelular para o interior da célula muscular e consequente

movimento de K+ no sentido inverso (CLAUSEN, 2010), que dependendo da

intensidade do exercício, pode ter seus valores arterial e venoso duplicados em

apenas 1 minuto (SEJERSTED e SJØGAARD, 2000). Fortney et. al. (1988)

submeteram cinco homens e uma mulher a 30 min. de ciclismo (30 ºC e 40% UR)

em quatro sessões, uma controle e três com infusão de soluções salinas com

diferentes concentrações (0,45%, 0,9% e 3,0%) objetivando avaliar o papel do

decréscimo do volume plasmático e aumento da osmolalidade plasmática na

frequência cardíaca e respostas termorregulatórias ao exercício e observaram

discreto aumento na osmolalidade plasmática nos primeiros seis minutos de

exercício na sessão controle e nas sessões com menores concentrações. As

alterações verificadas permaneceram até o fim das sessões de exercício, as quais

retornaram aos seus valores normais após cinco minutos de repouso, similarmente

aos resultados encontrados nas sessões (A) e (BE). Estudos recentes têm

relacionado incrementos na osmolalidade plasmática à ingestão de líquidos

contendo elevadas concentrações de soluto (EVANS, SHIRREFFS, e MAUGHAN,

2009; CLAYTON, EVANS e JAMES, 2014). Em um estudo realizado por Suzuki et.

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al. (2013) para investigar os efeitos da ingestão de líquidos contendo diferentes

concentrações de carboidrato (água, bebida isotônica – 317 mOsm/kg e bebida

hipotônica – 193 mOsm/kg) nas respostas imunoendócrinas no exercício em cinco

homens, os mesmos verificaram aumento na osmolalidade do soro, entre os tempos

pré e pós-exercício, apenas quando os voluntários ingeriram a bebida com maior

osmolalidade, o que corrobora com nossos resultados, uma vez que das bebidas

utilizadas em nosso estudo apenas a (AC) apresentou uma alta osmolalidade que,

apesar de ser uma bebida natural, possui características de hipertonicidade

promovendo o aumento da osmolalidade do sangue.

O músculo esquelético mantem o equilíbrio do K+ extracelular valendo-se de

estruturas especializadas como a Na+-K+ ATPase, responsável pelo equilíbrio

isoelétrico da membrana plasmática (GADSBY, NIEDERGERKE e OGDEN, 1977) e

os canais de K+, os quais atuam passivamente (ex.: não havendo dispêndio

energético). Como durante a realização do exercício físico há um aumento da [K+]

extracelular muito além da capacidade de regulação da bomba de Na+/K+, esse

controle é auxiliado pelos canais de K+ responsáveis pela manutenção do equilíbrio

desse íon através do seu intercâmbio com o meio intracelular (MEDBØ e

SEJERSTED, 1990). No decorrer das sessões o controle da [K+] plasmático foi

efetivo, tendo em vista que seus valores permaneceram inalterados entre os tempos

pré-hidratação e pós-exercício. Provavelmente, esse equilíbrio tenha acontecido em

decorrência de as [K+] presentes nos líquidos utilizados para a hidratação nessas

sessões possuírem valores dentro da faixa necessária para permanência dos níveis

de K+ dentro da capacidade de manutenção das estruturas responsáveis, embora a

quantidade ingerida em uma hora durante a sessão AC represente 1/3 da

recomendação de ingestão diária do eletrólito (WHO, 2012).

Variações nos valores plasmáticos de K+ 0,5 mEq/L abaixo e 1,5 mEq/L acima

do normal contribuem para o surgimento de desordens cardiológicas (CHECHERITÄ

et. al., 2011), as quais podem ser identificadas através de alterações nos traçados

eletrocardiográficos, embora Acker et. al. (1998) tenham identificado mudanças

eletrocardiográficas em apenas 46% dos pacientes com níveis de K+ acima de 6,0

mEq/L. Ao analisar os dados do nosso estudo obtidos através dos ECG,

identificamos diferenças nas frequências cardíacas (FC) finais em relação as

verificadas nos momentos ECGPRH e ECGPEX , mesmo com as FC permanecendo

próximo aos valores normais – 65 a 75 bpm (MELANSON, 2000), o que nos leva a

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hipotetizar que essas alterações foram resultados do incremento na atividade

nervosa simpática e supressão da parassimpática (ARAI et. al. 1989, ALBERT et.

al., 2000; CORRADO, MIGLIORE, BASSO e THIENE, 2006; ACSM, 2007), uma vez

que durante a atividade física moderada, a diminuição da atividade vagal promove

elevação da frequência cardíaca, enquanto que no exercício intenso esse aumento é

decorrente do incremento do tônus simpático (ROBINSON et. al., 1966). No período

de recuperação pós-exercício, esse comportamento é inverso havendo um gradual

decréscimo da atividade simpática e aumento do tônus vagal concomitante com a

prevalência da atividade nervosa parassimpática, promovendo diminuição da FC

(SAVIN, DAVIDSON e HASKELL, 1982).

A frequência cardíaca se relaciona inversamente com o intervalo QTc (iQTc) o

qual corresponde ao intervalo de tempo entre a despolarização e repolarização dos

ventrículos e apresenta valores de repouso entre 300 ms a 440 ms, sendo maior na

frequência cardíaca mais lenta (bradicardia) e menor na frequência cardíaca mais

rápida (taquicardia) (FELDMAN e GOLDWASSER, 2004). Todavia, os registros

obtidos 20 minutos após as sessões de exercício (EGCPEX) apresentaram os

maiores valores do iQTc relacionados ao momentos ECGPRH e ECGPOH, mesmo

apresentando FC pós exercício superiores às verificadas nos primeiros ECG, não

condizendo, portanto, com (FELDMAN e GOLDWASSER, 2004). Esses dados são

justificáveis devido ao aumento da atividade parassimpática pós-exercício (ARAI et.

al. 1989) e sua ação no reestabelecimento do funcionamento cardíaco, promovendo

o prolongamento do iQTc e consequente redução da frequência cardíaca.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluímos que o desempenho físico não sofreu influência da sobrecarga de

K+. No entanto, uma pequena elevação na concentração sérica desse íon observada

quando utilizada a AC pode ter influenciado no aumento da osmolalidade do sangue

nessa sessão caracterizando a bebida como hipertônica, porém não foi suficiente

para promover desequilíbrios no funcionamento cardíaco.

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ANEXO A – Carta de aprovação do Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas

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ANEXO B – Termo de Concentimento Livre e Esclarecido – TCLE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO COLEGIADO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro – Petrolina, PE, CEP 56304-205 Fone: (87) 2101 6856

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado a participar como voluntário de uma pesquisa científica com o

objetivo de verificar os efeitos da hidratação com água de coco sobre a concentração de eletrólitos nos

fluidos corporais e sua influência na modulação cardíaca no repouso e após o exercício. Sua presença

será necessária em quatro ocasiões no Laboratório de Fisiologia do Exercício da UNIVASF.

No primeiro encontro, você responderá a um questionário de saúde para descartar qualquer

tipo de disfunção cardiovascular, termorregulatória ou endócrina. Em seguida, você será submetido a

uma bateria de avaliações antropométricas compreendidas de dobras cutâneas, peso, estatura. Após a

avaliação, será realizado um teste de carga progressivo até a exaustão em uma bicicleta, de modo que

você alcance o seu esforço máximo durante o teste.

Você retornará ao laboratório em outro dia e então iniciará as sessões em que você realizará

exercício na bicicleta. Nessas sessões você estará sujeito a três situações de hidratação: água, água de

coco e bebida esportiva, sorteadas aleatoriamente. Antes do exercício propriamente dito, serão

realizados procedimentos como: coleta de uma amostra de urina, a colocação de um adesivo

absorvente na região das costas, a coleta de 10 mL de sangue e a auto inserção de um termômetro

retal. Em seguida, será realizado um eletrocardiograma, colocado um frequencímetro para a

monitorização da frequência cardíaca durante o exercício e você se posicionará na bicicleta para

realizar o exercício, que será conduzindo em uma sala previamente aquecida. Após o exercício, será

retirado o adesivo absorvente, o termômetro retal e o frequencímetro, será realizada outra coleta de

sangue e outro eletrocardiograma.

Esta pesquisa esclarecerá as respostas de que hidratação com diferentes líquidos podem

influenciar a concentração de eletrólitos nos fluidos corporais e modificar o funcionamento cardíaco.

Embora as sessões sejam compostas pela prática de exercício no calor, você não estará sujeito a

nenhum tipo de desconforto inédito tendo em vista que será realizado um período de familiarização.

No entanto, em caso de alguma eventualidade, além do suporte dos pesquisadores, você receberá

assistência do SAMU para o pronto socorro. Você poderá fazer qualquer pergunta antes, durante e

após o estudo, e desistir de participar do projeto a qualquer momento, sem que seja necessário

justificar o motivo da desistência para os pesquisadores.

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Todos os dados e informações obtidos durante a sua participação nesta pesquisa serão usados

somente para divulgações científicas, sendo que a sua identidade não será revelada de maneira alguma.

Após sua participação no estudo será fornecido um laudo com os resultados de todas as avaliações

realizadas durante a pesquisa. Não será oferecido nenhum tipo de recompensa financeira pela sua

participação na pesquisa.

Obrigado pela colaboração!

Assinatura do participante:_____________________________ Data: ____/____/____

Assinatura do pesquisador:_____________________________ Data: ____/____/____

Pesquisadores Responsáveis:

Dr. Orlando Laitano – Matrícula SIAPE 1736400

Telefone: (87) 9640-0500

E-mail: [email protected]

Francisco de Assis Freire Júnior

Telefone: (87) 98847-9634

E-mail: [email protected]

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ANEXO C – Questionário de Prontidão para Atividade Física – PAR-Q

PAR Q - Questionário de Prontidão para Atividade Física

Este questionário tem o objetivo de identificar a necessidade de avaliação clínica antes do início da atividade física. Caso você marque mais de um “sim”, é aconselhável a realização da avaliação clínica. Contudo, qualquer pessoa pode participar de uma atividade física de esforço moderado, respeitando as restrições médicas.

Por favor, assinale “sim” ou “não” as seguintes perguntas:

1. Alguma vez um médico lhe disse que você possui um problema do coração e recomendou que só fizesse atividade física sob supervisão médica?

( ) Sim ( ) Não

2. Você sente dor no peito causada pela prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não

3. Você sentiu dor no peito no ultimo mês ? ( ) Sim ( ) Não

4. Você tende a perde a consciência ou cair, como resultado de tonteira? ( ) Sim ( ) Não

5. Você tem algum problema ósseo ou muscular que poderia ser agravado com a prática de atividade física? ( ) Sim ( ) Não

6. Algum médico já recomendou o uso de medicamento para a sua pressão arterial ou condição física? ( ) Sim ( ) Não

7. Você tem consciência, através da sua própria experiência ou aconselhamento médico, de alguma outra razão física que impeça sua prática de atividade física sem supervisão médica? ( ) Sim ( ) Não

Gostaria de comentar algum outro problema de saúde seja de ordem física, psicológica, termorregulatória ou endócrina que impeça a sua participação na pesquisa?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Declaração de Responsabilidade Estou ciente das propostas da pesquisa intitulada “Efeitos da hidratação com água de coco sobre as concentrações de eletrólitos nos fluidos corporais e sua influência na modulação cardíaca antes e após o exercício”, e assumo a veracidade das informações prestadas no questionário “PAR-Q”. Nome do participante: _________________________________________________________ Data: _____/_____/______.

_____________________________________ Assinatura

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ANEXO D – FORMULÁRIO DE ANAMNESE DE SAÚDE E ATIVIDADE FÍSICA

IDENTIFICAÇÃO 1. Nome: ____________________________________________________________

2. Data de nascimento: _____/_____/_____ Idade: ____ Telefone: ______________

SAÚDE

3. Apresenta alguma doença? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual? ________________________________________________________

4. Usa algum medicamento? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual _________________________________________________________

5. Já fez alguma cirurgia? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual? ________________________________________________________

6. Ao realizar alguma atividade física, você sente algum tipo de desconforto (dores,

mal estar, tonturas, enjôos)? ( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual? ________________________________________________________

7. Alguma vez o seu médico ou algum profissional disse que você não deveria

praticar exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não

EXERCÍCIO

8. Qual tipo de atividade física você pratica?

___________________________________________________________________

9. Quantas vezes por semana? __________________________________________

10. Há quanto tempo (meses ou anos) você pratica atividades físicas? ___________