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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS II CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA CINTIA GUIMARÃES ROSÁRIO EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS ATIVAS Alagoinhas 2012

Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

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Cintia Guimarães Rosario

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Page 1: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS II

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

CINTIA GUIMARÃES ROSÁRIO

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE

VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS ATIVAS

Alagoinhas

2012

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CINTIA GUIMARÃES ROSÁRIO

EFEITOS DE UM PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA SOBRE

VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA DE IDOSAS ATIVAS

Monografia apresentada como requisito de

avaliação do componente curricular

Monografia do curso de Licenciatura em

Educação Física da UNEB – Campus II.

Orientador: Prof. Dr. Maurício Maltez Ribeiro

Alagoinhas

2012

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Dedico este trabalho a Deus que me concedeu a

oportunidade de recomeçar, permitindo-me traçar um novo e

maravilhoso rumo para a minha vida, aos meus pais e irmãos

pelo apoio incondicional e as minhas queridas alunas da

terceira idade, que sem elas esse trabalho não seria possível.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por se fazer sempre presente em minha vida, iluminando os meus

pensamentos, guiando os meus passos e me dando a força necessária para seguir

sempre em frente com dignidade e sabedoria.

Aos meus pais e irmãos pelo apoio incondicional. Amo muito vocês! Vocês são o

meu porto seguro!

Aos colegas e amigos do curso, em especial ao “Grupo da Cíntia” (Alani Oliveira,

Dayane Dórea, Daiara Nascimento e Diego Queiroz), que fez muito sucesso e vai

deixar muita saudade.

A minha amiga Dayane Dórea, uma pessoa extremamente inteligente e que admiro

muito, que logo no começo do curso me apresentou às normas técnicas para

trabalhos acadêmicos, contribuindo de forma fundamental para o bom

desenvolvimento dos nossos trabalhos. Nós duas formamos uma bela dupla!

A Diego Queiroz, meu queridíssimo amigo e parceiro de todas as horas, das provas

em duplas, trabalhos em grupo, atividades extracurriculares, projetos. Muito

obrigada por tudo amigo.

Aos docentes pelo belo trabalho desenvolvido ao longo do curso, em especial ao

professor Ubiratan Menezes por ter sido o primeiro a identificar e acreditar no meu

potencial logo no primeiro semestre do curso, convidando-me a participar como

monitora de uma oficina em um projeto de extensão universitária.

A professora e amiga Ana Simon, pelo apoio incondicional, pela amizade construída

e por contribuir de forma fundamental para o meu crescimento profissional e

pessoal.

Page 5: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

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Aos professores, orientadores e amigos Valter Abrantes e Maurício Maltez, pela

competência, compromisso e responsabilidade com que sempre desenvolveram seu

trabalho, vocês são exemplos a serem seguidos. Pessoas admiráveis. Muito

obrigada de coração por tudo que fizeram por mim, enquanto ser humano e

profissional.

Aos monitores que fizeram e que ainda fazem parte do projeto de extensão

universitária Educar para a Atividade Física – EPAF, pelo belo trabalho desenvolvido

no projeto e pela fundamental ajuda nas avaliações das idosas.

Agradecimento mais que especialmente as minhas queridas alunas do projeto

EPAF, pois sem elas este trabalho não poderia ser realizado e com as quais aprendi

a lidar com esse público maravilhoso que amo muito.

Enfim, agradeço a todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização

desse sonho. Muito obrigada!

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“Uma pessoa permanece jovem na medida em que ainda é capaz de aprender, adquirir novos hábitos e tolerar contradições.”

Marie Von Ebner-Eschenbach

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RESUMO

A participação regular em programas de exercícios físicos tem sido frequentemente recomendada como uma forma de atenuar os efeitos deletérios relacionados ao envelhecimento e/ou fatores a ele associados. A presente pesquisa visa estudar os efeitos das práticas corporais desenvolvidas com idosas participantes do projeto Educar para a Atividade Física - EPAF da Universidade do Estado da Bahia sobre variáveis da aptidão física (morfológicas e neuromotoras). A amostra foi constituída por 8 mulheres, com media de idade de 70,6 + 7,63 (60 a 82 anos), participantes ativas do programa de atividade física Educar para a Atividade Física da Universidade do Estado da Bahia, cuja freqüência é de uma vez na semana com duração de 1 (uma) hora e 30 (trinta) minutos. Foram avaliados o índice de massa corpórea, circunferência da cintura, razão circunferência cintura-quadril, força muscular e flexibilidade. A análise estatística dos dados foi formatada pela análise de variância de um (1) fator para medidas repetidas (one-way ANOVA), sendo estabelecendo o nível de significância de p<0,05. Foi possível observar, com base nos resultados obtidos, que não houve variação estatística significativa das variáveis no período analisado (p>0,05), a exceção da força muscular para membros superiores (p=0,02). O fato das variáveis terem se mantido estáveis pode ser considerado um resultado positivo em se tratando de uma população cuja tendência é um declínio dessas funções e que o referido programa contribui para a manutenção da aptidão física das suas participantes, atenuando os efeitos deletérios do envelhecimento.

Palavras-chave: Envelhecimento, Atividade Física, Qualidade de vida

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ABSTRACT

Regular participation in physical exercise programs has often been recommended as a way to mitigate the deleterious effects related to aging and / or factors associated with it. This research aims to study the effects of corporal practices developed with elderly participants of the project Educar para a Atividade Física - EPAF of Universidade do Estado da Bahia on physical fitness variables (morphological and neuromotor). The sample consisted of 8 women, mean age 70,6 + 7,63 (60 to 82 years), active participants in the physical activity program Education for Physical Activity at the State University of Bahia, whose frequency is a once a week with duration of 1 (one) hour and 30 (thirty) minutes. We assessed the body mass index, waist circumference, waist-hip circumference ratio, muscle strength and flexibility. Statistical analysis of the data was formatted by the analysis of variance one (1) factor for repeated measures (one-way ANOVA), and setting the significance level of p<0.05. It was observed, based on the results, there was no statistically significant variation of the variables in the analyzed period (p>0.05), except for the upper limb muscle strength (p=0.02). O fact that variables have been stable may be considered a positive result in the case of a population whose trend is a decline of these functions and that the program contributes to the maintenance of physical fitness of its participants, thus mitigating the deleterious effects of aging.

Keywords: Aging, Physical Activity, Quality of life

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LISTA DE SIGLAS

AF ATIVIDADE FÍSICA

CNDI CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DO IDOSO

DCNT DOENÇAS CRÔNICAS NÃO-TRANSMISSÍVEIS

EPAF EDUCAR PARA A ATIVIDADE FÍSICA

ESF ESTRATÉGIA DA SAÚDE DA FAMÍLIA

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

NASF NÚCLEO DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

ONU ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

OPAS ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE

PSF PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

SESC SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO

SF SAÚDE DA FAMÍLIA

SBME SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE

UNEB UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

USF UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

2 IDOSO 13

3 ENVELHECIMENTO 19

3.1 VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA NO ENVELHECIMENTO 22

3.1.1 Variáveis morfológicas 23

3.1.2 Variáveis neuromotoras 24

4 PROGRAMA DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS 26

5 METODOLOGIA 30

5.1 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

30

5.2 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS 31

5.3 ANÁLISE DOS DADOS 32

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 33

7 DISCUSSÃO 35

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39

REFERENCIAS 41

APÊNDICE A 47

APÊNDICE B 51

ANEXO 54

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1 INTRODUÇÃO

A expectativa de vida da população de diversas partes do mundo vem

crescendo cada vez mais. Pesquisas (IBGE, 2012) registraram o crescimento

progressivo da população brasileira nas últimas décadas, embora tenha sido

observada uma redução da taxa de fecundidade e mortalidade no país, com

conseqüente aumento da expectativa de vida desses indivíduos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (WHO, 2005a), até 2025 o número

de pessoas com 60 anos ou mais terá aumentado em aproximadamente 70%,

principalmente nos países em desenvolvimento, causando um aumento das

demandas sociais e econômicas em todo o mundo, como a implementação de

políticas e programas de envelhecimento ativo que permitam a essas pessoas

continuarem a trabalhar de acordo com suas capacidades e preferências à medida

que envelhecem, prevenindo e/ou minimizando incapacidades e doenças crônicas,

propiciando a essa população melhores condições de vida.

Nesse sentido, e como reflexo da realidade apresentada, percebe-se o

crescente número de programas sociais e de promoção da saúde voltados à

população da terceira idade sendo em sua grande maioria freqüentados por

mulheres, as quais tem investido cada vez mais na sua independência e qualidade

de vida.

O projeto Educar para a Atividade Física – EPAF é um programa de extensão da

Universidade do Estado da Bahia na cidade de Alagoinhas que foi implantando no

segundo semestre de 2008, nele são executadas ações educativas relacionadas a

pratica de atividade física, aliando a preocupação e o cuidado com a qualidade de

vida dos participantes. O projeto atende a população acima de 60 anos as quais

realizam atividades como ginástica, dança, exercício com peso, atividades

recreativas, entre outras práticas corporais.

A minha atuação efetiva no projeto se deu a partir do segundo semestre de

2009, com a aprovação do projeto de pesquisa em 2010 vinculado ao EPAF,

consolidando-se a tríade que rege a Universidade – Ensino, Pesquisa e Extensão.

Além de monitora, passei a atuar, também, como bolsista de iniciação científica pela

Fundação de Amparo a Pesquisa - FAPESB. Em 2011, em virtude da pesquisa

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foram realizadas, além das atividades físicas, as avaliações das variáveis

morfológicas e neuromotoras das participantes nos meses de fevereiro, maio e

agosto.

Devido a necessidade de dar continuidade aos estudos, cujos resultados

encontrados são uma forma de constatar se o trabalho que estava sendo

desenvolvido correspondia ao desejado, possibilitando então traçar novos objetivos,

é que surge a questão norteadora do presente estudo: Qual(is) efeito(s) as práticas

corporais desenvolvidas com idosas participantes do projeto Educar para a Atividade

Física - EPAF da Universidade do Estado da Bahia exercem sobre as variáveis da

aptidão física (morfológicas e neuromotoras) das mesmas?

Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (SBME) (CARVALHO

ET AL., 2001), para que seja garantida melhora das funções físicas e manutenção

da independência do idoso é recomendável a realização de exercício físico

moderado, se possível, todos os dias da semana com duração de 30 a 40 minutos, e

exercícios mais intensos realizados de duas a três vezes na semana. Tomando

como base esses dados, o presente trabalho tem o objetivo de estudar os efeitos na

aptidão física (variáveis morfológicas e neuromotoras), a partir das práticas corporais

desenvolvidas com as participantes do projeto Educar para a Atividade Física –

EPAF.

Caracterizado como um estudo longitudinal, o presente trabalho configura-se

como uma pesquisa experimental de campo, pois visa avaliar os impactos das ações

metodológicas realizadas no projeto EPAF sobre variáveis da aptidão física

relacionada à saúde das participantes ao longo de 1 (um) ano, e cujo método de

coleta de dados empregado foi o instrumento de teste, utilizado para obtenção de

dados quantitativos (MATTOS ET AL., 2008).

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2 IDOSO

“A velhice que se deve temer é a que imprime rugas na alma e

não no corpo.” (B. Calheiros Bomfim)

Nas sociedades orientais tradicionais a figura do "senhor de mais idade" é de

respeito, este é visto como detentor de sabedoria e paciência e transmissor dos

valores dos ancestrais, bem como exemplo a ser seguindo em todos os aspectos.

No entanto, na sociedade ocidental contemporânea, os valores tradicionais foram se

perdendo, devido às mudanças advindas da Revolução Industrial e do modelo

econômico capitalista (MAZO ET AL., 2009).

Nas sociedades ocidentais contemporâneas cada vez mais capitalistas e

individualistas, onde se destacam aqueles que podem contribuir com sua força de

trabalho e com o que pode produzir, o “velho” representa, portanto, uma imagem

negativa, associada a algo inválido e sem utilidade, provocando nas pessoas um

medo intrínseco de envelhecer. A velhice era, e ainda é, negada e vista com uma

carga preconceituosa forte, sendo atribuído às pessoas com idade avançada o

conceito “velho”, imbuído de significações desagradáveis.

Na França do século XIX, eram nomeados velhos ou velhotes os indivíduos

com mais de 60 anos destituídos de posses ou indigentes, em contrapartida aqueles

abastados e que detinham o poder eram designadas de idosos (MORAES &

BARROS, 2007), sendo que nesse caso as referidas terminologias eram destituídas

de conotação pejorativa.

No Brasil, por influência da França, o termo idoso passou a ser utilizado nos

documentos oficiais, substituindo o termo velho, o qual era utilizado de modo afetivo

ou torpe a depender da conotação ou do contexto ao qual estava inserido (MAZO ET

AL., 2009).

Também por influência francesa, terceira idade é um conceito relativamente

novo, criado a partir das demandas sociais emergentes e que também é utilizado

para se referir ao indivíduo de idade avançada, mas que está mais associado ao

sentido de grupo sendo freqüentemente utilizado para nomear programas, projetos

ou ações destinados a essa população (MAZO ET AL., 2009).

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Segundo Moraes e Barros (2007, p.64),

[...] a constituição da velhice como problema social resulta do envelhecimento populacional ou de que terceira idade é o nome que se dá a uma etapa do processo de degeneração física, cuja descoberta é conseqüência de um olhar detido sobre o corpo humano, pautado exclusivamente da ciência biológica.

Dentre os padrões existentes utilizados para classificar/definir os indivíduos em

idade avançada, os países ocidentais adotaram o da idade cronológica por viabilizar

o estabelecimento de leis que assegurem os direitos e deveres dos cidadãos com

mais de 60 anos (MORAES & BARROS, 2007).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) (WHO, 2000) utiliza o padrão

cronológico para definir/classificar o indivíduo idoso, sendo estabelecida a idade de

65 anos, ou mais, para países desenvolvidos e 60 anos, ou mais, para países em

desenvolvimento. A ONU não adotou um critério padrão, utilizando a idade de 60

anos, ou mais, para se referir ao cidadão com idade avançada (UN, 2001). O critério

adotado pela ONU leva em consideração a realidade social dos países em

desenvolvimento, mais especificamente os países do continente africano, onde

algumas pessoas, além de começarem a trabalhar muito cedo, não tem registro de

nascimento, a depender do país ou região em que vivem.

No Brasil, é considerado idoso o indivíduo com 60 anos ou mais (BRASIL,

2010a) sendo este um grupo que tem crescido de forma exponencial. O Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística, com base nos dados do Censo 2012, registrou

um alargamento do topo da pirâmide etária, com evidente crescimento da população

de idosos e diminuição da população de jovens (IBGE, 2012). Os idosos que no ano

de 2000 representavam 5,9% da população chegaram a 7,4% em 2010. A

publicação “Perfil dos Idosos Responsáveis pelos Domicílios no Brasil”, divulgada

pelo IBGE com base nos dados do Censo 2000, revelou que os idosos

representavam 8,6% da população brasileira na época e que em projeções feitas

para os próximos vinte anos esse número tenderia a aumentar para até 13% ao final

deste, sendo que desse total o número de idosos do sexo feminino é maior que o do

sexo masculino (IBGE, 2000). A pesquisa revelou também que, apesar da baixa

escolaridade, 62,4% dos idosos, especialmente as mulheres, eram responsáveis por

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grande parte dos domicílios brasileiros, principalmente os unipessoais, isto é,

aqueles com apenas um morador, residindo nas grandes cidades pela proximidade

com seus filhos, dos serviços especializados de saúde e de outros facilitadores do

cotidiano.

Em julho de 2002, a ONU realizou em Madri, Espanha, a Segunda Assembléia

Mundial Sobre Envelhecimento, na qual reuniu 159 representantes governamentais

e teve como tema principal “SOCIEDADE PARA TODAS AS IDADES”, esse

encontro resultou na adoção de um novo “Plano de Ação Internacional sobre o

Envelhecimento” (UN, 2002) que foi

o primeiro acordo internacional a reconhecer o potencial da pessoa idosa para contribuir para o desenvolvimento da sua sociedade, e compromete os governos a incluir envelhecimento nas políticas de desenvolvimento social e econômico, incluindo os programas de redução da pobreza (WHO, 2002, p.4).

O plano de ação supracitado teve como objetivo declarado

assegurar que toda a gente pode envelhecer com segurança e dignidade, e continuar a participar na sua sociedade como cidadãos com plenos direitos. [...] descreve como essencial a promoção e proteção de todos direitos humanos e liberdades fundamentais, incluindo o direito de desenvolvimento, luta contra o discriminação baseada na idade, e promove a dignidade das pessoas idosas, integração do envelhecimento nas agendas globais e reconhecendo a capacidade dos idosos para contribuir para a sociedade (WHO, 2002, p.9).

Esse plano de ação foi um passo muito importante ao estabelecer metas a

serem cumpridas no intuito de cobrar uma ação concreta por parte dos líderes

governistas referente a um fato emergente e real que é o crescente aumento de

pessoas acima de 60 anos, carentes de uma atenção especial seja a nível estrutural,

físico e emocional. Contudo, o êxito desse trabalho depende de uma ação conjunta

que envolve governantes, empresas privadas e sociedade civil em prol de um

objetivo comum que é promover um envelhecimento ativo, seguro e digno para a

população.

No Brasil, desde o final da década de 80, foram sancionadas leis que

assegurassem a atenção e os direitos da pessoa idosa, dentre as quais destaca-se

as Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, Portaria Nº 702, de 12 de abril

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de 2002, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso – CNDI, Decreto nº 4.227, de 13

de maio de 2002 e o Estatuto do Idoso, Lei Nº 10.741, de 01 de outubro de 2003,

este último considerado “um avanço na política para o idoso” (MAZO ET AL., 2009).

O Estatuto do Idoso assegura ao idoso

todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade. [...] a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. [...] e todo atentado aos seus direitos, por ação ou omissão, será punido na forma da lei (BRASIL, 2010a, p.11-13).

Merece destaque também algumas ações no âmbito da saúde coletiva, que

contemplam o cuidado com a saúde do idoso, como o Programa de Saúde da

Família (PSF), instituída pela Portaria nº 1886, de 18 de dezembro de 1997

(BRASIL, 2012a) e os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), criados pela

Portaria Nº 154, de 24, de janeiro de 2008 (BRASIL, 2009).

O PSF foi criado inicialmente com objetivo de organizar, dar um novo

direcionamento e aumentar o acesso ao modelo de atenção básica à saúde vigente

(BRASIL, 2012a). Esse movimento de adoção de novas estratégias de saúde da

família pelos serviços municipais de saúde culminou na instituição da Portaria nº

2.488, de 21 de outubro de 2011(BRASIL, 2012b), que revoga a Portaria nº 1.886 e

estabelece a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica1.

O PSF passa, então, a ser intitulado Estratégia de Saúde da Família (ESF), cujo

principal objetivo “é reorganizar a prática da atenção à saúde em novas bases e

substituir o modelo tradicional, levando a saúde para mais perto das famílias e, com

isso, melhorar a qualidade de vida da população” (BRASIL, 2009, p. 9).

1 Atenção Básica é um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de

atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e

reabilitação. BRASIL. Departamento de Atenção Básica. Ministério da Saúde Gabinete do Ministro. Portaria Nº

3.925, de 13 de novembro de 1998. Disponível em:

<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/1998/prt3925_13_11_1998_rep.html>. Acesso em: 06 jul.

2012c.

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17

Os NASF foram criados para servir de apoio às equipes de saúde da família e

ampliar as ações da atenção básica, atuando de forma multidisciplinar2 e

intersetorial.

A constituição de uma rede de cuidados é uma das estratégias essenciais dentro da lógica de trabalho de um Nasf. Para tanto, sua equipe e as equipes de SF deverão criar espaços de discussões internos e externos, visando o aprendizado coletivo. Dentro de tal perspectiva, o Nasf deve buscar superar a lógica fragmentada da saúde para a construção de redes de atenção e cuidado, de forma corresponsabilizada com a ESF (BRASIL, 2009, p. 8).

A reabilitação/saúde integral da pessoa idosa é uma das nove áreas de

intervenção estabelecidas pelo NASF.

Essas ações políticas e sociais representem um grande avanço para a

qualidade de vida da população idosa e contribuie de forma positiva para a

prevenção e controle das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT)3,

apontadas como uma das principais causas de mortalidade no país e no mundo

(WHO, 2005b; BRASIL, 2008). A DCNT era considerada um problema típico da

idade avançada, cuja incidência e prevalência eram registradas em indivíduos acima

de 60 anos, no entanto, em virtude de um estilo de vida inativo e desregrado é

possível observar um número cada vez maior de jovens obesos, diabéticos e

hipertensos (WHO, 2005b).

Nesse sentido e diante da realidade apresentada, para que as ações propostas

pelo governo se concretizem de fato, se faz necessária uma mudança de

2 O Nasf deve ser formado por equipes compostas por profissionais de diversas áreas do conhecimento como

psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista, profissional da

educação física, médico homeopata, nutricionista, médico acupunturista, médico pediatra, médico psiquiatra e

terapeuta ocupacional, para atuarem no apoio e em parceria com os profissionais das equipes de Saúde da

Família. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Cadernos de Atenção Básica. Diretrizes do NASF - Núcleo de Apoio a Saúde da Família. Série A. Normas e

Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, n. 27. Brasília: Ministério da Saúde, 2009.

3 Segundo a Organização Mundial de Saúde as doenças crônicas não trasmissíveis incluem a doença cardíaca,

derrame, câncer, doenças crônicas respiratórias e diabetes. World Health Organization. Preventing chronic

diseases : a vital investment : WHO global report, 2005b.

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comportamento da sociedade de um modo geral, a começar pelo cumprimento e

respeito pelas leis impostas e viabilidade no acesso aos benefícios.

É possível observar nos dias atuais, em virtude desse movimento mundial em

prol de uma melhor qualidade de vida da população, um crescente número de

indivíduos, em especial aqueles acima de 60 anos, conscientes dessa realidade e

que, por esse motivo, tem investido cada vez mais na qualidade da sua saúde seja

ela física ou emocional.

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3 ENVELHECIMENTO

"Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste,

assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e

mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não

dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil:

Em que espelho ficou perdida a minha face?"(Cecília Meireles)

O envelhecimento é um fenômeno mundial que vem sendo observado em

populações de diversos países, principalmente aqueles em desenvolvimento (WHO,

2005a). O crescente aumento da expectativa de vida tem despertado interesse de

diversas áreas de estudo no que se refere ao processo de envelhecimento do

indivíduo e suas implicações.

Diversas teorias foram criadas no intuito de tentar explicar esse processo,

sejam elas de ordem biológica, psicológica, social, cultural, entre outras (MAZO ET

AL., 2009). Todavia, o envelhecimento é considerado um fenômeno extremamente

complexo, justamente por depender de uma série de fatores biopsicossociais inter-

relacionados, que sofrem alterações em momentos e velocidades diferentes

(TEIXEIRA ET AL., 2007).

A Gerontologia e a Geriatria são duas áreas da ciência que estudam o

envelhecimento humano, sendo que a primeira surgiu em 1903 e está relacionada

aos aspectos biopsicossociais e avaliação multidimensional e interdisciplinar dos

idosos, e a segunda surgiu em 1909 e está relacionada aos aspectos clínicos e

patológicos (CIAPE, 2012; HAYFLYCK, 1997 APUD MAZO ET AL., 2009).

A médica inglesa Marjory Warren, foi a primeira geriatra a aplicar os princípios

básicos da intervenção gerontológica, quando em 1935, submeteu um grupo de

pacientes crônicos idosos, rotulados como “incuráveis”, a planos de reabilitação

proposto por uma equipe multidisciplinar, com grande êxito (KONG, 2000).

Embora o envelhecimento esteja frequentemente associado a “um período de

declínio funcional, incluindo doenças e incapacidades” (CURIATI, 2011, p. 14), é de

extrema importância que todos os indivíduos, especialmente os profissionais ligados

a área de saúde, que lidam com a população idosa, saibam distinguir os efeitos

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20

resultantes do processo natural de envelhecimento (senescência), daqueles

decorrentes de alguma doença (senilidade), no sentido de evitar alterações

patológicas provocadas por tratamento indevido (CURIATI, 2011).

Em 1980, foi publicado pela Organização Mundial de Saúde (WHO) um manual

de Classificação Internacional de Deterioração, Incapacidade e Deficiência (ICIDH)

“relativo as consequências da doença, e suas implicações para a vida dos

indivíduos”, complementar a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) (WHO,

2012, p.14), contudo, em 1999 foi proposto um novo projeto ICIDH – 2, mais voltado

aos aspectos funcionais dos indivíduos, cujo principal objetivo é

proporcionar uma linguagem unificada e padronizada para servir como um quadro de referência para a “Conseqüências das condições de saúde ". A classificação abrange todos os distúrbios em termos de mudanças funcionais associadas com condições de saúde em níveis pessoa, corpo e sociedade. A ICIDH não classifica as doenças, distúrbios ou lesões, que é o objetivo de a CID (Classificação Internacional de Doenças). O novo projeto ICIDH-2 propõe três dimensões, por deterioração, atividade e participação, e de um anexo suplementar, fatores contextuais. O título da classificação foi alterada de ICIDH: Classificação Internacional de Deterioração, Incapacidade e Deficiência, para ICIDH-2: Classificação Internacional de deficiência, atividade e participação. (WHO, 2012, p. 18)

A saúde do idoso passa, então, a ser avaliada também pelo nível de

independência funcional/capacidade funcional, que está ligado a forma como estes

desempenham as atividades da vida diária (AVD), sejam elas básicas como comer,

tomar banho, vestir-se, sentar-se, levantar da cama, entre outras, ou intrumentais

como fazer compras, atender o telefone, cozinhar, usar meios de transporte, entre

outras (MATSUDO, 2010; TRINDADE, 2007).

Nesse sentido,

do ponto de vista da saúde pública, a capacidade funcional surge como um novo conceito de saúde, mais adequado para instrumentalizar e operacionalizar uma política de atenção à saúde do idoso. Ações preventivas, assistenciais e de reabilitação em saúde devem objetivar melhorar a capacidade funcional, ou, no mínimo, manter e, sempre que possível, recuperar a capacidade funcional perdida pelo idoso (TRINDADE, 2007, p. 16).

Alterações anatomo-fisiológicas, decorrentes do efeito natural da passagem

dos anos sobre o organismo dos indivíduos, também exercem influência na

Page 21: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

21

capacidade funcional dos mesmos e identifica-las torna-se importante no intuito de

estabelecer as diferenças individuais.

Dentre as alterações fisiológicas mais evidentes que acontecem com o

aumento da idade cronológica podemos citar as alterações anatômicas, como o

crescimento do nariz e do pavilhão auditivo, a perda de substâncias elásticas

(elastina) da pele, diminuição de pêlos (VIEIRA & GLASHAN, 1996), e as alterações

morfológicas, como a mudança nas dimensões corporais, principalmente na

estatura, no peso e na composição corporal (MATSUDO, 2002).

Segundo Matsudo (2002) o aumento do peso é uma alteração corporal que

geralmente começa em torno dos 45 anos e se estabiliza aos 70, quando começa a

declinar até os 80. Ainda conforme a autora, esse parece ser o padrão mais provável

de comportamento da adiposidade corporal no decorrer dessa fase da vida.

Os indivíduos sofrem alterações também no sistema cardiovascular e

neuromuscular e um decréscimo funcional em seu organismo à medida que os anos

vão avançando, contudo a velocidade com que essas mudanças ocorrem e os

efeitos do processo de envelhecimento variam de indivíduo para indivíduo e do estilo

de vida de cada um.

O aumento da pressão arterial sistólica, diminuição do ATP4 disponível,

estreitamento do diâmetro das artérias, espessamento e calcificação, principalmente

nas válvulas mitral e aórtica são algumas das alterações que ocorrem no sistema

cardiovascular (MAZO ET AL., 2009).

A perda da massa muscular e, consequentemente, da força muscular é a

principal responsável pela degeneração na mobilidade e na capacidade funcional no

processo do envelhecimento, ocasionando dificuldade de locomoção e equilíbrio,

aumentando o risco de quedas, contribuindo também para o risco de doenças

crônicas, como o diabetes e a osteoporose (MATSUDO ET AL., 2003). Considerada

um importante problema pessoal e social, a osteoporose é uma das principais

causas de invalidez e incapacidade física associado a fraturas, especialmente nas

4 Trifosfato de Adenosina (ATP). “A energia proveniente da hidrólise do ATP aciona todas as formas de trabalho

biológico; assim sendo, o ATP constitui a “moeda corrente de energia” das células.” MCARDLLE, W.D.; KATCH,

F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício – Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio De Janeiro: Guanabara

Koogan, 2008. p. 139.

Page 22: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

22

mulheres após a menopausa, em decorrência da perda acelerada de cálcio, sais

minerais e mineral ósseo nesse período (WEINECK, 2000).

Vale salientar, no entanto, que existem variações significativas relacionadas ao

estado de saúde, participação e níveis de independência entre pessoas mais velhas

que possuem a mesma idade (WHO, 2005a), variações estas que estão ligadas,

também, ao nível de atividade física e qualidade de vida dessas pessoas.

Nesse sentido, a Organização Mundial da Saúde adotou o termo

“envelhecimento ativo”, que “é o processo de otimização das oportunidades de

saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à

medida que as pessoas ficam mais velhas” (WHO, 2005a). Esta afirma que

o envelhecimento ativo aplica-se tanto a indivíduos quanto a grupos populacionais. Permite que as pessoas percebam o seu potencial para o bem-estar físico, social e mental ao longo do curso da vida, e que essas pessoas participem da sociedade de acordo com suas necessidades, desejos e capacidades; ao mesmo tempo, propicia proteção, segurança e cuidados adequados, quando necessários. (WHO, 2005. P.13)

Essa visão é um passo importante para o processo de manutenção e conquista

da autonomia e independência durante o processo de envelhecimento. De acordo

com a Gerontologia, a autonomia está relacionada aos aspectos cognitivos, a

tomada de decisão, e a independência está associada aos aspectos físicos, a

realização de algo sem o auxílio de terceiros (PASCHOAL, 1996 APUD MAZO ET

AL., 2009).

É fundamental a participação e colaboração de todos os envolvidos direta ou

indiretamente nesse processo, como os parentes, governantes e profissionais de

diversas áreas, mas principalmente o maior interessado nessa mudança que é o

próprio idoso, é essencial que este se sinta motivado a adotar um estilo de vida ativo

e participativo.

3.1 VARIÁVEIS DA APTIDÃO FÍSICA NO ENVELHECIMENTO

Aptidão física é definida como a capacidade física de realizar satisfatoriamente

as atividades do cotidiano que compreende desde os cuidados pessoais às tarefas

Page 23: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

23

diárias, como pagar contar, fazer compras, ir ao médico, entre outras, bem como as

atividades recreativas, esportivas e de lazer (SAFONS & PEREIRA, 2007).

A aptidão física relacionada à saúde é uma subdimensão da aptidão física,

onde, além da capacidade de realizar as atividades da vida diária com firmeza e

robustez, os indivíduos devem apresentar resistência ao desenvolvimento de

doenças crônicas não transmissíveis (PATE, 1988 APUD PITANGA, 2008).

Nesse sentido, componentes relacionados à dimensão morfológica, funcional-

motora, fisiológica e comportamental estão diretamente relacionados a aptidão física

à saúde, pois apresentam “relação com o melhor estado de saúde e,

adicionalmente, demonstram adaptações positivas à realização regular de atividades

físicas e de programas de exercícios físicos” (PITANGA, 2008, p. 18).

3.1.1 Variáveis morfológicas

As características dos componentes da morfologia corporal, referente a aptidão

física relacionada à saúde, são aspectos importantes no estudo da independência

do idoso, pois estas podem influenciar na aparência física, como também nos

âmbitos social, psicológico e nutricional. O Índice de Massa Corpórea (IMC) é a

medida mais utilizada para a avaliação morfológica de adultos e idosos pela

facilidade e baixo custo de sua aplicação, principalmente tratando-se de grandes

populações (MONTEIRO ET AL., 1999) e seu caráter não-invasivo.

O IMC é obtido através da razão entre o peso (Kg) e o quadrado da estatura

(m²). Apesar de simples, este foi determinado o melhor índice para quantificar a

massa corporal porque

determinou-se que o melhor índice seria aquele que tivesse menor correlação com a estatura, porque removeria a dependência do peso sobre a estatura e, ao mesmo tempo, tivesse maior correlação positiva com a gordura subcutânea e negativa com a densidade corporal, para determinar o nível com que os diversos índices indicavam relativa obesidade ou excesso de gordura. (PITANGA, 2008, p. 138)

Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia o IMC é um

bom indicador da gordura corporal, no entanto a sua associação com a medida da

circunferência abdominal “pode oferecer uma forma combinada de avaliação de

Page 24: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

24

risco e ajudar a diminuir as limitações de cada uma das avaliações isoladas” (2004,

p.6).

Pesquisas apontam a circunferência da cintura como o melhor indicador

antropométrico do tecido adiposo na região abdominal (GLANER ET AL., 2011;

MOLARIUS ET AL., 1999; LEAN, 1995). O procedimento mais utilizado para

determinar a sua medida é o ponto médio entre a última costela e a borda superior

da crista ilíaca (considerado a cintura natural do indivíduo) (WHO, 1995; WANG ET

AL., 2003).

3.1.2 Variáveis neuromotoras

A força muscular reflete a capacidade do indivíduo de produzir força, mesmo

que seja apenas para mover o próprio corpo. Esta tende a sofrer um decréscimo

com envelhecimento, em decorrência da perda de massa muscular, resultante, em

grande parte, de uma redução da síntese protéica que ocorre com o envelhecimento

e a perda de unidades motoras das fibras de contração rápida, e/ou da diminuição

da atividade física (WILMORE & COSTILL, 2001).

Responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do

indivíduo que está envelhecendo, essa perda do desempenho se torna aparente

somente a partir dos 50 anos de idade e pode ser explicada, também, pelas

mudanças nas propriedades intrínsecas das fibras musculares (MATSUDO, 2002). A

autora traz ainda um conceito conhecido como sarcopenia, que é

um termo genérico que indica a perda da massa, força e qualidade do músculo esquelético e que tem impacto significante na saúde pública pelas suas bem reconhecidas conseqüências funcionais no andar e no equilíbrio, aumentando o risco de queda e perda da independência física funcional, mas também contribui para aumentar o risco de doenças crônicas como diabetes e osteoporose. (MATSUDO, 2002, p.200)

“A fraqueza muscular pode diminuir a capacidade para realizar as atividades da

vida diária, levando o idoso à dependência. Além disso, conforme se perde força

aumenta-se o risco de traumas em conseqüência das quedas” (SAFONS &

PEREIRA, 2007, p.37), as quais causam efeitos psicológicos negativos ao idoso,

como medo de cair de novo e falta de autoconfiança (TEIXEIRA ET AL., 2007).

Page 25: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

25

Segundo Teixeira et al. (2007) a agilidade, capacidade neuromotora que

declina com a idade apresenta perdas importantes e contribui para a incidência de

quedas e aumento do risco de acidentes na realização das atividades do cotidiano

do geronte. Os autores afirmam que a força e a agilidade são interdependentes e

exercem influência direta na aptidão funcional do idoso, pois são constantemente

recrutadas na realização das atividades da vida diária.

Outra variável, cujo pico de amplitude máxima de movimento acontece por

volta dos vinte anos de idade, declinando significativamente a partir de então

(SAFONS & PEREIRA, 2004) e que exerce influência direta na agilidade é a

flexibilidade, a qual pode ser um fator limitante no desempenho da marcha,

especialmente de pessoas idosas, em virtude da atrofia da musculatura flexora do

quadril comprometendo o desempenho da mobilização articular (CRISTOPOLISKI

ET AL., 2008).

De acordo com Dantas (1999, p.57) flexibilidade é a “qualidade física

responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular

máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites

morfológicos, sem o risco de provocar lesões.” Nesse sentido, é importante elaborar

estratégias que visem à manutenção da funcionalidade dos músculos,

especialmente aqueles que atuam ao redor da articulação do quadril, de modo que

propicie ao idoso condições favoráveis para a realização de atividades básicas e

instrumentais, melhor desempenho da marcha e do equilíbrio.

Page 26: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

26

4 PROGRAMAS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA IDOSOS

“É preciso chegar ativo à terceira idade, não lamentar o

envelhecimento, mas encará-lo como uma celebração da

sabedoria.” (Alexandre Kalache)

O déficit da aptidão física e das capacidades funcionais decorrente do processo

de envelhecimento, associado a um estilo de vida inativo, pode levar o idoso a uma

condição de extrema fragilidade, comprometendo a sua independência.

Um dos aspectos fundamentais para proporcionar uma velhice independente e

contribuir para uma melhor qualidade de vida é a realização regular de atividade

física (GOMES & ZAZÁ, 2009), seja de forma autônoma, com orientação de um

profissional da área, ou através da participação em programas que incentivem essa

prática.

Em maio de 2004, a Organização Mundial de Saúde desenvolveu a Estratégia

Global sobre Alimentação, Atividade Física e Saúde com o objetivo de reduzir os

fatores de risco das doenças não-transmissíveis, aumentar a consciência e

entendimento sobre o impacto positivo de uma boa alimentação e da prática regular

de atividade física na saúde, e incentivar o desenvolvimento, fortalecimento e

implementação de políticas e ações que fortaleçam esse comportamento (WHO,

2004).

Advogando desta mesma idéia, Pitanga (2004) descreve um modelo piramidal

para análise da atividade física e exercício físico, estando na base da pirâmide

atividades físicas do cotidiano, as quais deveriam ser incentivadas para todas as

pessoas através de aumento no gasto energético diário, sendo compostas por

atividades no trabalho, atividades domésticas, deslocamentos, entre outras.

Segundo a SBME um programa de atividade física deve contemplar a

realização diária de exercícios aeróbicos com duração de 30 a 40 minutos e

exercícios de força muscular e flexibilidade de três a quatro vezes por semana,

sendo que o controle da intensidade vai variar de acordo com a especificidade e

objetivos de cada aluno (CARVALHO, ET AL, 2001). Análogo a SBME a OMS

propõe as mesmas recomendações a exceção da flexibilidade, a qual ressalta a

importância do treinamento do equilíbrio, que associado ao treinamento de força

Page 27: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

27

muscular contribui para a redução de quedas e aumento da capacidade funcional do

idoso (WHO, 2004).

Estudos (SILVA JÚNIOR ET AL.,2011; CIPRIANI ET AL., 2010; MAZO ET AL.,

2009; MATSUDO ET AL. ,2003; PAIN ET AL., 2001) concluem que a prática de

atividade física regular, que inclua principalmente atividades aeróbicas e de força

muscular, promove melhora significativa nas funções físicas e manutenção da

independência do idoso, permitindo-o realizar com mais eficácia atividades da rotina

diária e de lazer.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (WHO, 2005, p.8), “em

todos os países, e especialmente nos países em desenvolvimento, medidas para

ajudar pessoas mais velhas a se manterem saudáveis e ativas são uma

necessidade, não um luxo”. Sendo que as políticas públicas e os programas

destinados a essa população devem ser baseados nos direitos, necessidades,

preferências e habilidades das mesmas, incluindo, também, “uma perspectiva de

curso de vida que reconheça a importante influência das experiências de vida para a

maneira como os indivíduos envelhecem”.

Comungando dessa mesma preocupação e demanda social, Pain et al. (2001,

p. 51) ressaltam ainda que

torna-se imprescindível uma mobilização de vários setores e órgãos competentes ligados à área de saúde e bem-estar, com intuito de alertar, esclarecer e educar a população como um todo em especial os idosos da importância e manutenção da saúde e da qualidade de vida para se ter uma velhice bem sucedida diminuindo o risco de doenças e outros problemas que levariam a um estado de morbidade ou até a mortalidade.

Indo de encontro e atendendo a essa necessidade foi criado o projeto Educar

para a Atividade Física – EPAF. Desenvolvido a partir do desejo de discentes do

curso de Licenciatura em Educação Física em atuar na comunidade, atrelada

especificamente ao Programa de Saúde da Família (PSF) e Núcleo de Apoio à

Saúde da Família (NASF) do município de Alagoinhas. O EPAF surgiu a partir da

sistematização do projeto de extensão da Universidade do Estado da Bahia,

enquadrado na linha de pesquisa Atividade Física e Saúde, estando seus

colaboradores engajados numa nova proposta de intervenção do professor de

Page 28: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

28

educação física neste espaço e junto à comunidade que o freqüenta, mais

especificamente os idosos.

No projeto são realizadas atividades que visam contribuir para uma melhor

qualidade de vida das suas participantes, proporcionando mudanças positivas na

aptidão física e capacidade funcional, como exercícios com peso, caminhadas,

dança, lutas, e na auto-estima, como a convivência com outras pessoas, atividades

lúdicas e recreativas e estabelece relações da afetividade. O referido projeto inclui

orientações passadas a respeito da importância e benefícios da prática de atividade

física, entendendo-a como um dos principais aliados para um estilo de vida saudável

e com qualidade.

Antecedendo ao movimento mundial em prol da qualidade de vida da

população idosa, programas internacionais e nacionais de atividade física

destinados aos gerontes foram criados com o objetivo de oportunizar aos mesmos

um envelhecimento ativo. No Brasil, o Serviço Social do Comércio – SESC do

estado de São Paulo foi a primeira entidade não gorvenamental a desenvolver esse

tipo de programa entitulado “Escolas Abertas para Terceira Idade”, que logo depois

se extendeu para o SESC de outros estados. Posteriomente, entidades

governamentais, universidades, centros comunitário, clubes e academias

acompanharam esse mesmo movimento, com destaque para as universidade, em

especial as localizadas nas regiões sul e suldeste do país, cujo número de trabalhos

e programas de atividade física voltados para os idosos são expressivos (MAZO ET

AL, 2009).

Um dos projetos desenvolvidos pelas universidades e que merece destaque é

o da Universidade Aberta à/para a/da Terceira Idade, cuja sigla, a depender da

localização, é UnATI ou UATI. Esse programa oferece ao idoso atividades

interdiscliplinares que atenda às necessidades físicas e psicossociais.

Esses programas além de proporcionarem benefícios para a vida dos gerontes,

confere a eles uma percepção de jovialidade, especialmente pelo fato destes

perceberem que ainda são capazes de realizar algo. Esse novo status adquiro por

essa população, como consequência da mudança de comportamento, acarreta

alterações de paradigmas e conceitos pré-estabelecidos. O idoso passa, portanto, a

Page 29: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

29

assumir um papel mais participativo dentro da sociedade, embora parte da mesma

permaneça reticente em aceitar tal realidade, tratando-os de forma discriminatória.

Page 30: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

30

5 METODOLOGIA

Caracterizado como um estudo longitudinal, o presente trabalho configura-se

como uma pesquisa experimental de campo, pois visa avaliar os impactos das ações

metodológicas realizadas no projeto EPAF sobre variáveis da aptidão física

relacionada à saúde (morfológicas e neuromotoras) das participantes ao longo de 1

(um) ano.

Conforme Mattos et al. (2008, p. 36)

O método de pesquisa experimental tem como objetivo analisar as variáveis relacionadas com o objeto de estudo, apontando a relação de causa e efeito entre as variáveis e de que modo o fenômeno é produzido, utiliando testes, questionários e medidas.

No que diz respeito ao tempo de aplicação dos testes para análise das

variáveis, os estudos longitudinais são os mais indicados em virtude da sua longa

duração, um ano ou mais, sendo esta a opção mais viável para se obter dados que

possam descrever o processo (TAUCHEN, 2012).

No projeto Educar para a Atividade Física - EPAF são desenvolvidas atividades

como caminhadas, dança, lutas, musculação, atividades lúdicas e recreativas, as

quais são oferecidas aleatoriamente uma vez por semana com duração de 2 (duas)

horas por dia, sendo realizadas nas dependências da Universidade do Estado da

Bahia – UNEB, Campus II. As avaliações foram realizadas a cada três meses,

primando sempre pela integridade física e mental das participantes.

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP da

UNEB sob o número 2805/2010 (Anexo A).

5.1 CLASSIFICAÇÃO DA AMOSTRA: CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Em virtude do crescimento da população idosa e conseqüente preocupação em

favorecer um estilo de vida mais independente e saudável a ela, a amostra deste

estudo foi composta por idosas participantes do projeto EPAF. Foi utilizado como

critério de participação na pesquisa mulheres com idade a partir de 60 (sessenta)

anos, residentes na cidade de Alagoinhas, com acompanhamento médico da

Page 31: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

31

Unidade de Saúde da Família (USF) do seu bairro e participantes ativas do Projeto

Educar para a Atividade Física. Foram adotados como critério de exclusão qualquer

patologia que colocasse em risco a saúde das voluntárias, a baixa freqüência (nº de

faltas > a 20% do total de aulas), não ter participado de ao menos 1 (um) processo

avaliativo e /ou saída do projeto EPAF. A amostra foi composta por 8 participantes

voluntárias, com media de idade de 70,6 + 7,63 (60 a 82 anos), as quais foram

previamente informadas a cerca dos objetivos da pesquisa e convidadas a assinar o

termo de consentimento livre e esclarecido (Apêndice B), conforme previsto na

resolução 196/96 do Conselho Nacional da Saúde (BRASIL, 2010b).

5.2 INSTRUMENTOS DE COLETAS DE DADOS

Como método de coleta de dados foi empregado o instrumento de teste,

utilizado para obtenção de dados quantitativos (MATTOS ET AL., 2008).

Inicialmente foi utilizada uma ficha de avaliação (Apêndice A) composta por

perguntas similar as que são utilizadas para fazer a anamnese, como informações

pessoais, sociais e físicas, de modo que fosse possível traçar o perfil das

participantes do projeto. Como instrumento para avaliação inicial do índice de massa

corpórea (IMC) e da circunferência cintura foram utilizados uma balança

antropométrica digital da marca Welmy e uma fita métrica metalizada e flexível, com

graduação em milímetros.

Para a avaliação das variáveis neuromotoras foram utilizados os seguintes

testes: a) força muscular dos membros superiores: foi utilizado o instrumento

RESISFOR “ajustado” da bateria de testes American Alliance for Health Physical

Education, Recreation and Dance – AAHPERD (OSNESS ET AL., 1990), composta

por cinco testes motores e que utiliza um halter pesando 2 kg para mulheres; b)

força muscular dos membros inferiores: foi utilizado o teste de levantar da cadeira

em 30 segundos, conforme padronização proposta por Rikli e Jones (1999); c)

flexibilidade dos membros superiores: foi utilizado o Teste de Flexibilidade do

Ombro, cujo material utilizado foi uma régua (MATSUDO, 2010); d) flexibilidade do

tronco e membros inferiores: foi utilizado o teste Sentar e Alcançar, também

conhecido como Banco de Wells, o material utilizado foi um banco de madeira de 35

Page 32: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

32

cm de altura e largura, 40 cm de comprimento com uma régua padrão na parte

superior ultrapassando em 15 cm a superfície de apoio dos pés (MATSUDO, 2010).

5.3 ANÁLISE DOS DADOS

Para a análise estatística dos dados da pesquisa foi utilizado o programa

Statistica for Windows versão 5.0, Copyright StatSoft, Inc. 1984-1995.

A análise quantitativa dos dados foi formatada pela análise de variância de um

(1) fator para medidas repetidas (one-way ANOVA) para comparar as diferenças

entre peso, altura, IMC, circunferência cintura e variáveis neuromotoras das idosas,

durante o acompanhamento das avaliações a cada 3 (três) meses, sendo analisado

o comportamento das variáveis e os efeitos da intervenção. Foi analisado o

comportamento das variáveis e os efeitos das intervenções estabelecendo o nível de

significância de p<0,05.

Page 33: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

33

6 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

O perfil inicial das participantes do presente estudo está ilustrado na Tabela 1,

e foi traçado após a identificação dos dados logrados através da aplicação da ficha

de avaliação inicial, em fevereiro de 2011.

Além de informações referentes a morfologia corporal, foi possível observar,

também, que as idosas possuem uma ou mais DCNT, como hipertensão, diabetes,

osteoartrite, entre outras.

Tabela 1. Perfil inicial das participantes. Valores expressos em média ± desvio padrão (DP)

MÉDIA DESVIO PADRÃO

IDADE (anos) 70,6 + 7,63

PESO (Kg) 71,8 + 4,92

ESTATURA (cm) 1,5 + 0,06

IMC (Kg/m2) 32,4 + 3,43

CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (cm) 102,2 + 10,92

Os resultados obtidos através da avaliação das variáveis morfológicas e

neuromotoras estão apresentados separadamente através das tabelas 2 e 3,

respectivamente, e os valores encontrados são expressos em média ± desvio

padrão, com as correspondente comparações entre os três momentos da coleta de

dados e a análise estatística realizada através da análise de variância de um (1)

fator para medidas repetidas (one-way ANOVA).

Na Tabela 2 são apresentados os valores do IMC, da Circunferência da Cintura

(CC) e da Razão da Circunferência da Cintura-Quadril (RCCQ). É possível observar

que não houve variação estatística significativa das variáveis morfológicas no

período analisado (p > 0,05).

Page 34: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

34

Tabela 2. Valores de IMC, CC e RCC/Q expressos em média ± desvio padrão (DP), com as correspondente comparações entre os três momentos da coleta de dados e a análise estatística

1ª - FEV/2011 2ª - MAI/2011 3ª - AGO/2011

Média DP Média DP Média DP p

IMC* 32,4 + 3,43 32,0 + 3,52 32,0 + 3,56 0,96

CC** 102,2 + 10,92 102,9 + 12,19 98,6 + 12,29 0,74

RCCQ*** 0,9 + 0,09 0,9 + 0,08 0,9 + 0,05 0,48

*Índice de massa corpórea, **Circunferência cintura, ***Razão circunferência cintura-quadril

Com relação aos resultados das variáveis neuromotoras, apresentados na

Tabela 3, os valores se mantiveram estáveis tanto para a força muscular quanto

para flexibilidade não havendo variação estatística significativa (p > 0,05) no período

analisado, a exceção da força muscular dos membros superiores a qual apresentou

uma variação estatística positiva (p < 0,05), sendo que da primeira para a segunda

avaliação a variação estatística foi de p = 0,88, da segunda para a terceira p = 0,07

e da primeira para a terceira p = 0,02, ou seja, esta variável seguiu uma progressão

estatística positiva.

Tabela 3. Valores de Força Muscular e Flexibilidade expressos em média ± desvio padrão (DP), com as correspondente comparações entre os três momentos da coleta de dados e a análise estatística realizada

1ª - FEV/2011 2ª - MAI/2011 3ª - AGO/2011

Média DP Média DP Média DP p

Força Muscular MS** 11,4 + 3,11 12,1 + 2,53 15,8 + 3,33 0,02

Força Muscular MI*** 11,0 + 1,85 11,8 + 2,82 13,1 + 2,75 0,25

Flexibilidade MS** - 17,7 + 12,26 - 18,9 + 15,62 - 12,2 + 11,60 0,60

Flexibilidade MI*** 21,6 + 5,8 23,6 + 5,65 25,1 + 5,26 0,48

**Membros superiores, ***Membros inferiores

Page 35: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

35

7 DISCUSSÃO

O processo de envelhecimento é um fenômeno extremamente complexo, por

depender de uma série de fatores biopsicossociais inter-relacionados (TEIXEIRA ET

AL., 2007), e está diretamente relacionado a incidência e prevalência das DCNTs

cujo fatores de risco estão associados em grande parte ao estilo de vida dos

indivíduos, sendo classificados em

“não modificáveis” (sexo, idade e herança genética) e “comportamentais” (tabagismo, alimentação, inatividade física, consumo de álcool e outras drogas). Os fatores de risco comportamentais são potencializados pelos fatores condicionantes socioeconômicos, culturais e ambientais (BRASIL, 2008, p.16).

Estudos (FERREIRA ET AL., 2010; PEREIRA ET AL., 2008) evidenciaram a

prevalência da dieta inadequada, hipertensão arterial, obesidade e inatividade física

como principais fatores de risco cardiovascular em idosos, com predominância em

mulheres.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (2004, p. 4),

dietas não saudáveis e inatividade física estão, portanto, entre as principais causas das doenças não-transmissíveis, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer, e contribuem substancialmente para a carga global de doenças, morte e invalidez.

Uma pesquisa (GIROTTO ET AL., 2010) epidemiológica realizada com

hipertensos na faixa etária de 20 a 79 anos residentes na cidade de Londrina no

Paraná, evidenciou a prevalência de obesidade abdominal identificada pela RCCQ

em 68,1% dos idosos (> 60 anos) que participaram da pesquisa, com prevalência no

sexo feminino.

Em virtude das alterações no peso e estatura sofridas pelo indivíduo com o

decorrer dos anos, há uma conseqüente variação nos índices do IMC. Nesse

sentido, Matsudo (2002) ressalta a importância dessa medida no processo de

envelhecimento, pois valores acima da normalidade (26-27) estão relacionados com

incremento da mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes, enquanto

Page 36: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

36

índices abaixo desses valores têm relação com aumento da mortalidade por câncer,

doenças respiratórias e infecciosas.

Estudos que analisaram os efeitos de um programa de atividade física sobre

variáveis morfológicas no período de 22 meses (PAIN ET AL., 2001) e de 2 anos

(SILVA JÚNIOR ET AL., 2011) encontram resultados semelhantes, embora a

freqüência de realização das atividades tenha sido de 2 e 3 vezes na semana

respectivamente. Embora seja recomendada a prática diária de atividade física

moderada (SAFONS & PEREIRA, 2007; CARVALHO ET AL., 2001), os resultados

encontrados reforçam o fato de que mesmo as atividades sendo realizadas uma vez

durante a semana ainda é melhor que a inatividade física, garantindo assim a

manutenção das variáveis da aptidão física relacionadas a morfologia corporal.

Existem variações significativas relacionadas ao estado de saúde, participação

e níveis de independência entre pessoas mais velhas que possuem a mesma idade

(WHO, 2005a) e que estão ligadas, também, ao nível de atividade física e qualidade

de vida dessas pessoas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde a prática regular de atividade física

traz benefícios para a saúde física e mental dos indivíduos, sendo que

diferentes tipos e quantidades de atividade física são necessária para resultados de saúde diferentes: pelo menos 30 minutos de atividade física regular de intensidade moderada na maioria dos dias reduz o risco de doença cardiovascular e diabetes, câncer de cólon e de mama. Fortalecimento múscular e treinamento do equilíbrio pode reduzir quedas e aumentar o status funcional entre idosos. Mais atividade pode ser necessária para o controle de peso (WHO, 2004, p.4).

Como as atividades desenvolvidas do projeto EPAF são realizadas apenas

uma vez na semana, não tem como assegurar uma maior freqüência de realização

das mesmas pelas participantes nos demais dias, embora sejam orientadas para tal.

Assim sendo, apesar da diversidade de atividades propostas semanalmente, ficou

estabelecida a realização de caminhada, no mínimo 15 minutos, no sentido de

possibilitar melhoras no condicionamento cardiovascular, e exercícios de força

muscular e flexibilidade pela compreensão sobre o papel importante dessas duas

variáveis na vida das participantes, como a melhora no desempenho da marcha, a

Page 37: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

37

redução de quedas, a maior segurança na realização das atividades cotidianas,

entre outros.

Estudos (CIPRIANI, 2010; PAULI, 2009; PAIN ET AL, 2001; ROGATTO;

GOBBI, 2001) semelhantes que analisaram o comportamento das variáveis

neuromotoras de uma população idosa durante um período maior ou igual a 7

meses, participantes ativas de um programa de atividade física para a terceira idade,

cuja atividades eram realizadas no mínimo duas vezes na semana, encontraram

resultados análogos. No entanto, foi encontrado também pesquisas onde foi

observado melhoras significativas no que diz respeito a força muscular para

membros superiores (SILVA JÚNIOR ET AL., 2011) e inferiores (TEIXEIRA ET AL.,

2007).

Estudos (MATSUDO ET AL., 2003; MATSUDO, 2002; PAIN ET AL., 2001;

MAZZEO ET AL., 1998; RAZO ET AL., 1997a; RAZO ET AL., 1997b) evidenciam a

importância da participação de pessoas idosas em programas de atividade física

regular e a adoção de um estilo de vida ativo como forma de prevenir e controlar

doenças crônicas não-transmissíveis e de manter a independência funcional durante

o processo de envelhecimento, devendo fazer parte desses programas atividade

aeróbicas de baixa intensidade e exercícios de força muscular, especialmente com

peso. Observou-se também nesses estudos os benefícios psicológicos relacionados

a preservação da função cognitiva, alívio dos sintomas de depressão e uma melhora

no conceito de controle pessoal e auto-eficácia. Destacando-se a relevância da

conscientização dos idosos em relação a importância de sua participação nesses

programas necessário para a promoção da saúde e uma vida mais autônoma e

saudável.

Quanto antes o idoso iniciar a prática de atividade física, seja ela qual for,

melhor será para a sua saúde, pois a inércia traz ao indivíduo, cuja funcionalidade

está em declínio, perdas irreparáveis, mas que podem ser atenuadas pela

constância de tal prática. A intervenção de um profissional da área é de fundamental

importância no sentido de direcionar as atividades de modo que atenda às

necessidades específicas do idoso, ou do grupo com características e necessidades

análogas, respeitando sempre as características individuais de cada um.

Page 38: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

38

Tão importante quanto a realização de atividades que melhorem a capacidade

funcional e nível de aptidão física dos idosos é garantir a sua aderência aos

programas de atividade física, para que de fato as alterações sejam percebidas.

Uma maneira de assegurar a regularidade da freqüência é conscientizá-los acerca

da importância e dos benefícios dessa prática para a sua vida, seja através de

palestras sobre temas relacionados ou através de explicações referentes aos

exercícios que estão sendo realizados, como os objetivos, a relevância e

implicações para a saúde do praticante, a forma correta de executar, entre outros.

Page 39: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

39

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar de ter sido observado alterações estatísticas significativas apenas na

força muscular dos membros superiores, o fato dos valores das demais variáveis

analisadas terem se mantido estáveis ao longo dos estudos, com atividades físicas

sendo realizadas apenas 1 (uma) vez na semana, é considerado como positivo em

se tratando de uma população cuja a tendência é um declínio dessas funções e que

as atividades físicas desenvolvidas no projeto EPAF contribuem para a manutenção

da aptidão física das participantes, atenuando os efeitos deletérios do

envelhecimento.

Os resultados alcançados no período são reflexo positivo das atividades

realizadas no projeto Educar para a Atividade Física, como as práticas corporais e

as ações educativas, bem como as palestras educativas, que visam conscientizar as

participantes sobre a importância da atividade física para a redução dos riscos de

doenças cardiovasculares, além de promover a socialização e ensinar a

automonitorização do exercício físico.

Esses resultados reforçam a necessidade de continuidade das atividades

realizadas no projeto e da elaboração e execução de políticas públicas que

propiciem a essa população melhores condições de vida. A importância desse tipo

de programa se dá também ao proporcionar-lhes experiências que explorem suas

capacidades e o contato/convivência com outras pessoas.

Entendendo o idoso não apenas como um ser biológico, como, também, um

ser emocional e social, susceptível às influências do meio ambiente e das pessoas

que o cercam, cabe ressaltar a importância da intervenção multidisciplinar no sentido

de desenvolver um trabalho que atenda a todas as suas necessidade do modo a

assegurar uma real contribuição para a capacidade funcional e nível de participação

dos mesmos.

É imprescindível que o profissional de Educação Física interessado nesta área

esteja atualizado com as alterações anatomo-fisiológica e funcionais do

envelhecimento, sabendo discernir com máxima precisão os efeitos naturais deste

processo e das alterações produzidas pelas inúmeras afecções que podem

acometer o idoso, e consciente a cerca da importância e contribuição dos

Page 40: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

40

aspectos/questões sociais no desenvolvimento de suas atividades e para o êxito dos

seus trabalhos.

Page 41: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

41

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Page 47: Efeitos de um programa de atividade física sobre as variaveis de aptidão fisica em idosas ativas

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APÊNDICE A - Ficha de Avaliação

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EEEEEEEEPPPPPPPPAAAAAAAAFFFFFFFF

EEEEEEEE DDDDDDDDUUUUUUUUCCCCCCCCAAAAAAAA RRRRRRRR PPPPPPPP AAAAAAAA RRRRRRRRAAAAAAAA AAAAAAAA TTTTTTTT IIIIIIII VVVVVVVV IIIIIIII DDDDDDDDAAAAAAAADDDDDDDD EEEEEEEE FFFFFFFF ÍÍÍÍÍÍÍÍ SSSSSSSS IIIIIIII CCCCCCCCAAAAAAAA

PPPPPPPPRRRRRRRRÁÁÁÁÁÁÁÁTTTTTTTTIIIIIIIICCCCCCCCAAAAAAAASSSSSSSS CCCCCCCCOOOOOOOORRRRRRRRPPPPPPPPOOOOOOOORRRRRRRRAAAAAAAAIIIIIIIISSSSSSSS NNNNNNNNAAAAAAAA UUUUUUUUNNNNNNNNEEEEEEEEBBBBBBBB

F I C H A D E A V A L I A Ç Ã O I N I C I A L

Nome: Data Nascimento: / /

Endereço:

Telefone: ( ) Assistência médica: Tipo Sanguíneo:

Em caso de Emergência avisar: Telefone: ( )

Atividade Profissional: Data da avaliação: / /

Hora da avaliação: Avaliador:

D A D O S C A D A S T R A I S

Qual o seu objetivo ao entrar no programa de Atividade Física?

__________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________

Anamnese:

PERGUNTA SIM NÃO OBSERVAÇÕES

Doença cardíaca na família (H < 55 anos e M < 65 anos)

Hipertensão na família

Diabetes na família

Colesterol ou triglicérides na família

Fumante

Já fumou

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Possui hipertensão

Colesterol total > 200mg/dl

HDL < 35mg/dl

LDL> 130mg/dl

Diabetes

Glicemia > 100mg/dl

IMC > 30 kg/m2

Pratica atividade física

Praticou no passado

Qual

Motivo desistência

Lesões osteomioarticulares

Sente dores no corpo

Está em dieta

Utiliza algum “suplemento”

Está usando medicação

Já sentiu dor no peito

Falta de ar em repouso

Vertigem ou desmaio

Falta ar deitado ou à noite

Edema nos tornozelos

Palpitações ou taquicardia

Claudicação intermitente

(andar mancando)

Apresenta sopro cardíaco

Fadiga excessiva com atividades habituais

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Doença nos Rins

Doença no Fígado

Problemas metabólicos

(tireóide)

Alergias

Cirurgias ou internações

Distúrbio durante sono

E X A M E F Í S I C O

MASSA CORPORAL (kg)

ESTATURA

CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA

IMC

PRESSÃO ARTERIAL

GLICEMIA

P A R E C E R D A A V A L I A Ç Ã O F Í S I C A

1. Classificação da estratificação de risco pelo ACSM

____________________________________________________________________________________

2. Classificação quando ao percentual de gordura corporal e índice de conicidade

____________________________________________________________________________________

3. Observações sobre aspectos osteomioarticulares

____________________________________________________________________________________

4. Observações quanto aos fatores de risco coronariano

____________________________________________________________________________________

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APÊNDICE B - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Título do Projeto: Efeitos sobre variáveis morfológicas e neuromotoras a partir das práticas corporais desenvolvidas entre idosas do projeto Educar para a Atividade Física – EPAF da Universidade do Estado da Bahia, campus II, Alagoinhas.

Pesquisadores Responsáveis: Professor Doutor Maurício Maltez Ribeiro (orientador) e Cintia Guimarães Rosário.

O processo de envelhecimento causa no indivíduo alterações no corpo como

aumento de gordura, perda de força muscular, dificuldade de locomoção e equilíbrio, aumento do risco de quedas, entre outras. Como forma de minimizar esses efeitos, proporcionando ao idoso uma velhice independente e com maior qualidade de vida é recomendado que ele tenha uma vida mais ativa, realizando atividade física diariamente e participando de programas que promovam esse tipo de atividade, como as que são desenvolvidas no projeto EPAF.

Diante da informação acima e da necessidade de buscar mais dados que comprovem a relação positiva entre a prática regular de atividade física e a saúde das idosas, justifica-se a proposta desta pesquisa que tem como objetivo estudar os efeitos das atividades realizadas no projeto EPAF sobre o peso, altura, circunferências da cintura e do quadril, a força muscular e flexibilidade das participantes.

Para que o objetivo deste projeto seja alcançado, será necessário a realização de alguns procedimentos. Inicialmente a participante responderá a um questionário composto por perguntas referentes a informações pessoais, sociais e físicas. Num segundo momento, será medido o peso, a altura, e as circunferências da cintura e do quadril, e realizados testes para medir a força muscular e flexibilidade dos braços e das pernas.

Para medir o peso a avaliada deverá ficar de pé em cima da balança, sem calçado e com roupas leves, para medir a altura a avaliada deverá estar sem calçado, com os pés unidos e a parte de trás do corpo encostada na parede, para medir a circunferência da cintura será passada a fita em volta da cintura da avaliada dois centímetros acima as região umbilical, e para a circunferência da cintura será passada a fita na região do quadril, aproximadamente dez centímetros abaixo da região umbilical.

Para medir a força muscular dos braços será feito um teste onde a avaliada, sentada em uma cadeira sem braço deverá levantar um peso de 1,8 kg durante 30 (trinta) segundos. Para medir a força muscular das pernas será realizado o teste de levantar da cadeira, de 43 cm de altura, em 30 segundos, sendo que a avaliada, com os braços cruzados na frente do peito, deverá levantar completamente da cadeira. Para medir a flexibilidade dos braços utilizaremos o Teste de Flexibilidade do Ombro, nesse o avaliado será colocado em pé e a mão da sua preferência atrás

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do ombro do mesmo lado, com a palma da mão encostada nas costas e os dedos estendidos até atingir o ponto mais baixo das costas quanto for possível (mantendo o cotovelo totalmente levantado até a altura da cabeça), em seguida deverá colocar a outra mão atrás das costas, com a palma para fora tentando alcançar quanto for possível os dedos estendidos de ambas as mãos. Para medir a flexibilidade das pernas será utilizado o teste Sentar e Alcançar, o material utilizado será um banco de madeira de 35 cm de altura e largura, 40 cm de comprimento com uma régua padrão na parte de cima ultrapassando em 15 cm o ponto de apoio dos pés. O avaliado será orientado a sentar-se no chão com as pernas estendidas e os pés encostados no banco de madeira e afastados seguindo a linha do quadril e os braços estendidos sobre o outro. O avaliador ficará perto da fita métrica de modo que possa controlar os joelhos para não dobrarem e orientará o avaliado que este solte o ar dos pulmões enquanto realiza a flexão e que este mantenha esta posição por pelo ou menos dois segundos.

Considerando a simplicidade dos métodos acima descritos, somado ao fato de que cada procedimento será acompanhado atentamente por um profissional da área de Educação Física, conclui-se que estes não apresentam riscos a saúde e integridade física da participante.

Após ler e receber explicações sobre a pesquisa, e ter meus direitos de: 1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento sobre os procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados à pesquisa; 2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo; 3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações relacionadas à privacidade.

Tendo recebido as informações acima e ciente dos meus direitos, concordo

em participar voluntariamente da pesquisa.

Alagoinhas, _____de_______ de 2011.

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Assinatura da participante Assinatura do pesquisador

Endereço do pesquisador: Rua Silva Jardim, 137 – Silva Jardim. Alagoinhas/BA

Telefone para contato: (75) 3421-1879

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ANEXO – Aprovação Comitê de Ética e Pesquisa – CEP

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