110
CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA CURSO DE AGRONOMIA Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas desfolhadoras e impacto na artropodofauna da soja RR THIAGO DANIELI Ribeirão Preto, SP 2010

Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

  • Upload
    others

  • View
    4

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA CURSO DE AGRONOMIA

Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas desfolhadoras e impacto na

artropodofauna da soja RR

THIAGO DANIELI

Ribeirão Preto, SP 2010

Page 2: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

CENTRO UNIVERSITÁRIO MOURA LACERDA CURSO DE AGRONOMIA

Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas desfolhadoras e impacto na

artropodofauna da soja RR

THIAGO DANIELI

Orientador: Prof. Dr. Alexandre de Sene Pinto

Trabalho apresentado ao Centro Universitário Moura Lacerda, como exigência para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo.

Ribeirão Preto, SP

2010

Page 3: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

ii

A Deus e aos meus pais José

Francisco Danieli e Venilde Danieli e

aos meus familiares que me

apoiaram

DEDICO

Page 4: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

iii

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por me ajudar, iluminar e me proteger,

durante todo o curso de Agronomia. Por ter me dado saúde, força e dedicação.

É graças a ele que consegui vencer todos os obstáculos e conquistei todos meus

objetivos durante a faculdade. Aos meus Pais José Francisco Danieli e Venilde

Danieli, pelo carinho, confiança, incentivo e condições financeiras para me

manter na faculdade. A minha irmã Tais Danieli que me ajudou, me incentivando

para que eu passasse por todas as barreiras.

A minha namorada Bruna Lays Nascimento Camargo, um obrigado em

especial e agradeço por ela estar sempre ao meu lado nos momentos mais

difíceis, me apoiando, incentivando, me ajudando e vivenciando todos os

momentos nesta etapa de minha vida.

Ao meu orientador Prof. Dr. Alexandre de Sene Pinto, pelo excelente

profissional, que me espelho e orgulho muito de ser orientado, por ter me

ajudado para realização deste trabalho e de muitos outros, por estar sempre à

disposição para esclarecer eventuais dúvidas, por me ensinar a trabalhar de

maneira correta e honesta, por ser um grande amigo de muitos momentos de

alegria, por aprender ensinamentos que levarei por toda minha vida.

Agradeço aos Professores e Funcionários do Centro Universitário

Moura Lacerda, em especial ao Cássio Luis Silva, Otávio Corrêa Lemos e Valmor

Cláudio Raizaro que colaboraram muito para meu aprendizado e se tornaram

excelentes amigos.

Page 5: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

iv

Agradeço aos grandes amigos que fiz nestes anos de faculdade,

principalmente aos membros do grupo G.bio: Athos Andrade Lemos Gomes,

Eduardo Augusto Fonseca Ivan, Fábio Silva Garcia de Figueiredo, Fábio Luiz

Silva Canini, Guilherme dos Reis Vasconcelos, Vinícius Lourenço Lopes e

Vinícius Pedrão, companheiros de trabalhos científicos, viagens, futebol e

momentos engraçados.

A todos meus amigos de turma que foram importantes durante essa

jornada, em especial ao Danilo Barroso Vercesi e Thiago Henrique Peres, que

foram verdadeiros companheiros de trabalhos, seminário e viagens.

Agradeço as empresas envolvidas, e que forneceram condições para

que esse trabalho fosse realizado. A BUG agentes biológicos S/A, por fornecer

as armadilhas aéreas, ovos e agentes biológicos utilizados ao longo do trabalho,

e a Monsanto do Brasil Ltda., por ter patrocinado todo o trabalho, dando

melhores condições para o bom desenvolvimento dos trabalhos, em especial ao

Eng. Agro. Edson Corbo e Dr. Marcelo Nishikawa.

Agradeço a Esalq, especialmente ao Prof. Dr. José Roberto Postali

Parra, por me receber tantas vezes no seu laboratório, me deixando a vontade

com as pesquisas conduzidas, e pelos ensinamentos e contribuição às

pesquisas do Brasil.

Agradeço aos membros da banca de defesa de meu trabalho, pela

disposição e contribuições.

Page 6: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

v

SUMÁRIO

PÁGINA

RESUMO .................................................................................. vii

SUMMARY ............................................................................... viii

1 INTRODUÇÃO .......................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................... 3

2.1 Pragas da cultura da soja .......................................................... 3

2.1.1 Lagartas desfolhadoras ............................................................. 5

2.1.1.1 Distribuição e aspectos bioecológicos de P. includens .............. 5

2.1.1.2 Distribuição e aspectos bioecológicos de A. gemmatalis ........... 7

2.1.2 Percevejos ................................................................................ 9

2.1.2.1 E. heros .................................................................................... 9

2.1.2.2 N. viridula .................................................................................. 9

2.1.2.3 P. guildinii .................................................................................. 10

2.1.2.4 D. furcatus e D. melacanthus .................................................... 11

2.1.2.5 E. meditabunda ......................................................................... 11

2.1.2.6 Acrosternum spp. ...................................................................... 12

2.1.2.7 N. parvus ................................................................................... 12

2.1.3 Mosca-branca ........................................................................... 13

Page 7: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

vi

PÁGINA

2.1.4 Ácaros ....................................................................................... 14

2.2 Principais inimigos naturais ....................................................... 16

2.3 Efeitos de agrotóxicos sobre inimigos naturais .......................... 20

3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................... 27

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................ 37

4.1 Eficiência de inseticidas no controle de lagartas desfolhadoras 37

4.2 Impacto do método convencional e do manejo integrado de

pragas sobre outros insetos-praga da parte aérea da soja ........ 45

4.3 Seletividade de inseticidas utilizados no controle de lagartas

desfolhadoras para predadores na parte aérea da soja ............ 55

4.4 Impacto de inseticidas utilizados no controle de lagartas

desfolhadoras sobre artrópodos avaliado em armadilhas de solo

................................................................................................... 66

4.5 Produtividade da soja após a aplicação de diferentes inseticidas

utilizados no controle de lagartas desfolhadoras ........................ 80

5 CONCLUSÕES ......................................................................... 82

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................... 85

Page 8: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

vii

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar a eficácia dos principais inseticidas utilizados no controle de Anticarsia gemmatalis e Pseudoplusia includens e seus efeitos sobre outras pragas e conhecer o impacto desses inseticidas sobre artrópodos benéficos na cultura da soja. O experimento foi instalado em Ribeirão Preto, SP, em dezembro de 2008, utilizando soja de variedade comercial M–SOY 7908 RR. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, onde dez tratamentos foram repetidos 3 vezes (parcelas de 225 m2). Os tratamentos foram: diflubenzurom, 0,045; metamidofós, 0,8; triflumurom, 0,05; teflubenzuron, 0,08; permetrina, 0,1; lufenuron + profenofós, 0,25; metomil, 1,0; lambda-cialotrina, 30 ml i.a. ha-1 ; Bacillus thuringiensis, 0,5 g i.a. ha-1 + Telenomus podisi e Trissolcus basalis, 5.000 adultos ha-1 e testemunha. Foram utilizadas armadilha de solo (4/parcela), batidas de pano (3/parcela), placas amarelas adesivas (2/parcela), observação direta de plantas para visualização de danos (2 pontos/parcela, com 10 plantas em cada) e cartelas contendo ovos de Anagasta kuehniella (traça) e de percevejos para medir o parasitismo natural (7 cartelas/parcela), para avaliar os artrópodos presentes no local. Pôde-se verificar que para controle de A. gemmatalis, metomil foi o mais eficiente para lagartas pequenas, enquanto que para P. includens, B. thuringiensis foi o mais eficiente para lagartas pequenas. Em baixas infestações das duas lagartas nenhum dos inseticidas foi eficaz. As populações de percevejos fitófagos aumentaram com o uso de metamidofós, assim como de Lagria villosa, que também aumentou com metomil e teflubenzurom. Os parasitoides de ovos não foram afetados pelos inseticidas, mas os percevejos predadores, especialmente Geocoris spp., e as aranhas, os predadores mais sensíveis, foram afetados. As avaliações em armadilhas de solo mostraram a influência de inseticidas nas populações de insetos. Os inseticidas não afetaram a produção.

Palavras-chave: controle biológico, seletividade, Glycine max, impacto ambiental

Page 9: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

viii

SUMMARY

Efficiency of pesticides used to control defoliating caterpillars and impact on arthropods in Roundup Ready (RR) soybean.

This study aimed to evaluate the effectiveness of the main pesticides used to control Anticarsia gemmatalis and Pseudoplusia includens and its effect on other pests and know the impact of pesticides on beneficial arthropods in RR soybean crop. The experiment was conducted in Ribeirão Preto, Brazil, in December 2008, using commercial soybean variety M-SOY 7908 RR. The experimental design was randomized blocks, where ten treatments were repeated three times (plots of 225 m2). The treatments were: diflubenzuron, 0.045, methamidophos, 0.8; triflumuron, 0.05; teflubenzuron, 0.08, permethrin, 0.1; lufenuron + profenofos, 0.25, methomyl, 1.0, lambda-cyhalothrin 30 mL ai ha-1, Bacillus thuringiensis, 0.5 g ai ha-1 plus Telenomus podisi and Trissolcus basalis, 5,000 adults ha-1 and control. We used pitfall traps (4/plot), beat cloth method (3/plot), yellow sticky boards (2/plot), direct observation of plants for viewing damage (2 points per plot with 10 plants each) and cards with Anagasta kuehniella (moth) and stink bug eggs glued to measure the parasitism (7 cards/plot) to evaluate the arthropods present on the site. It was verified that for control of A. gemmatalis, methomyl was the most efficient for small larvae, whereas for P. includens, B. thuringiensis was more efficient for small larvae. At low infestation of caterpillars none of the two insecticides was effective. The populations of phytophagous stink bugs increased with the use of methamidophos, as well as Lagria villosa, which also increased with methomyl and teflubenzuron. The egg parasitoids were not affected by insecticides, but the predator bugs, especially Geocoris spp., and spiders, predators more sensitive, were affected. The assessments in pitfall traps showed the influence of pesticides on insect populations. The insecticides did not affect production.

Key words: biological control, selectivity, Glycine max, environmental impact.

Page 10: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

1 INTRODUÇÃO

A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma

leguminosa rica em óleo e proteína, sendo cultivada desde tempos imemoriais

no Extremo Oriente. No Brasil, foi introduzida no século XIX e atualmente

classifica o Brasil como segundo maior produtor de soja do mundo (FNP

CONSULTORIA & AGROINFORMATIVOS, 2007), com produção superior a 50

milhões de toneladas por ano.

Com a globalização da economia, tem ocorrendo profundas mudanças

na agricultura sendo muitas destas, estão atreladas às medidas de controle de

pragas adotadas. O custo de produção com tais práticas, principalmente com a

utilização de inseticidas, sem muitas vezes apresentar resultados positivos no

controle, o que tem deixado o produto brasileiro menos competitivo no mercado

internacional. Para o controle de pragas, diante deste quadro, deve-se optar por

uma visão inter e multidisciplinar integrando-se diversos métodos de controle

menos prejudiciais ao homem e ao ambiente. Neste contexto, a adoção de

táticas complementares para o êxito no controle de insetos-pragas pode ser

incorporada no sistema, dentro da filosofia de Manejo Integrado de Pragas (MIP).

São várias as pragas que atacam a cultura da soja, sendo as lagartas

desfolhadoras e os percevejos, considerados os mais importantes (pragas-

chave). Dentre as lagartas, a lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis, e a lagarta-

falsa-medideira, Pseudoplusia includens (Lepidoptera: Noctuidae), são as mais

importantes, e dentre o complexo de percevejos, o percevejo-marrom,

Euschistus heros, tem aparecido em destaque, o percevejo-verde, Nezara

Page 11: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

2

viridula, e o percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii (Hemiptera:

Pentatomidae) (EMBRAPA, 2006; PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

Uma das táticas que tem mostrado bons resultados no controle de

pragas, principalmente da Ordem Lepidoptera (PARRA; ZUCCHI; SILVEIRA

NETO, 1987), é a utilização do controle biológico aplicado, por meio de

liberações inundativas de inimigos naturais, e a consequente redução da

população das pragas para um nível inferior ao nível de dano econômico, de

forma análoga ao uso de agroquímicos.

São vários os inimigos naturais que ocorrem naturalmente na cultura da

soja (MORAES; LOECK; BELARMINO, 1991; EMBRAPA, 2000; THOMAZINI,

2001; BELORTE; RAMIRO; FARIA, 2004; PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008),

merecendo destaque: os carabídeos, os percevejos predadores, os parasitoides

de ovos, lagartas e de pupas de percevejos, as aranhas, o fungo Nomuraea rileyi

e o vírus Baculovirus anticarsia (AgMNPV).

O impacto que os inseticidas podem causar na artropofauna benéfica

deve ser conhecido, objetivando criar mecanismos que visem minimizar os seus

efeitos colaterais. Por esse motivo, esse trabalho teve por objetivos: (i) avaliar a

eficácia dos principais inseticidas utilizados no controle de A. gemmatalis e P.

includens e seus efeitos sobre outras pragas que ocorreram na safra 2008/2009,

e; (ii) conhecer o impacto desses inseticidas sobre artrópodos benéficos na

cultura da soja.

Page 12: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Pragas da cultura da soja

Dentre as principais pragas que ocorrem na cultura da soja, as lagartas

desfolhadoras, especialmente a lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis e a

lagarta falsa-medideira, Pseudoplusia includens e os percevejos, principalmente

Nezara viridula, Piezodorus guildinii e Euschistus heros, são consideradas as

pragas-chave (EMBRAPA, 2006). Outras lagartas como Spodoptera spp.,

Omiodes indicatus (lagarta-enroladeira), Urbanus proteus (lagarta-cabeça-de-

fósforo) e geometrídeos (mede-palmo) também causam a desfolha da soja e

podem atingir níveis populacionais prejudiciais à cultura.

Pragas secundárias podem também causar prejuízos esporádicos ou

regionais à cultura, como os ácaros Tetranychus urticae (ácaro-rajado) e

Polyphagotarsonemus latus (ácaro-branco), as lagartas de solo Elasmopalpus

lignosellus (elasmo), Agrotis ipsilon (lagarta-rosca), Epinotia aporema (broca-

das-axilas), as vaquinhas Diabrotica speciosa (brasileirinho ou patriota),

Cerotoma arcuatus, Colaspis spp., dentre outras, os besouros Phyllophaga

cuyabana (coró-da-soja), Sternechus subsignatus (tamanduá-da-soja ou

bicudo), Myochrous armatus (cascudo) e Aracanthus mourei (torrãozinho), os

percevejos de solo Scaptocoris castanea e S. carvalhoi (percevejo-castanho), os

percevejos Dichelops melacanthus, D. furcatus, Acrosternum hilare, Edessa

meditabunda, Neomegalotomus parvus (formigão), dentre outros e mosca-

Page 13: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

4

branca (Bemisia tabaci), dentre outras (EMBRAPA, 2006; PINTO; PARRA;

OLIVEIRA, 2008).

Em muitas regiões a lagarta-falsa-medideira era considerada de menor

importância, controlada naturalmente por parasitoides e fungos

entomopatogênicos. Entretanto, entre as safras de 2003/2004 a 2007/2008

vários surtos foram constatados em diversos estados brasileiros (MS, GO, SP e

PR), ocorrendo isoladamente ou associados à lagarta-da-soja, devido

principalmente ao uso crescente e indiscriminado de agroquímicos na lavoura

(BUENO, 2008).

O controle químico dessa lagarta, é a principal tática de controle utilizada

pelos agricultores, não tem sido eficaz em algumas regiões, principalmente pelo

hábito do inseto em permanecer na porção inferior da planta, dificultando o

inseticida atingir o alvo. Desta forma, o controle exige o uso de produtos em

doses elevadas, o que diminui ainda mais a população dos inimigos naturais que

permanecem na cultura. Como consequência deste desequilíbrio biológico, a

lagarta-falsa-medideira, que sempre teve importância secundária na cultura,

agora está se tornando um grande problema à produtividade da soja (MOLINA,

2007).

Para o controle de pragas, diante deste quadro, deve-se optar por uma

visão inter e multidisciplinar integrando-se diversos métodos de controle menos

prejudiciais ao homem e ao ambiente. Neste contexto, a adoção de táticas

complementares para o êxito no controle de insetos-pragas pode ser incorporada

no sistema, dentro da filosofia de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Uma das

táticas que tem mostrado bons resultados no controle de pragas, principalmente

da Ordem Lepidoptera (PARRA; ZUCCHI; SILVEIRA NETO, 1987), é a utilização

do controle biológico aplicado, que apresenta alto potencial de sucesso, por meio

de liberações inundativas de inimigos naturais, pois se pode reduzir a população

das pragas para um nível inferior ao nível de dano econômico, de forma análoga

ao uso de agroquímicos.

Page 14: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

5

2.1.1 Lagartas desfolhadoras

2.1.1.1 Distribuição e aspectos bioecológicos de P. includens

A subfamília Plusiinae compreende espécies que são importantes

pragas agrícolas, sendo que das lagartas que atacam a soja, P. includens é a

espécie mais abundante. Sua distribuição é restrita ao hemisfério ocidental,

ocorrendo desde o norte dos EUA até o sul da América do Sul (ALFORD;

HAMMOND JUNIOR, 1982; EICHLIN; CUNNINGHAM, 1978).

A sua importância é ressaltada pelo grande número de hospedeiros, que

pode podem chegar a 73 espécies de plantas, pertencentes a 29 diferentes

famílias e de importância econômica, como a soja, algodoeiro, feijoeiro, fumo,

girassol, hortaliças (HERZOG, 1980; EICHLIN; CUNNINGHAM, 1978).

Apesar de recentimente ter assumido P. includens importância na cultura

da soja no Brasil, P. includens é considerado praga chave da cultura nos EUA

há muito tempo. Seus danos geralmente são elevados, exigem medidas de

controle em várias épocas durante todo o ciclo da planta (KOGAN;

TURNPSEED, 1987).

P. includens é um inseto que se alimenta de folhas localizadas no terço

inferior da planta. As lagartas, nos primeiros ínstares, selecionam as folhas mais

tenras, se alimentando daquelas com pequena quantidade de fibra (KOGAN;

COPE, 1974), tornando-se menos exigentes à medida que vão se

desenvolvendo. Até o terceiro ínstar, as lagartas deixam intactas regiões da

epiderme; entretanto, a partir do quarto ínstar, consomem grandes áreas,

mantendo, porém, íntegras as nervuras principais, o que confere um aspecto

rendilhado característico às folhas atacadas (HERZOG, 1980).

Em trabalhos realizados na Geórgia, EUA, P. includens apresentou

duração do período de desenvolvimento lagarta-adulto de 26,5 e 31,7 dias,

quando alimentada com folhas de soja e algodoeiro, respectivamente. A maior

Page 15: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

6

duração do desenvolvimento em folhas de algodoeiro foi atribuída à presença de

gossipol nas folhas da planta (MITCHEL, 1967).

O tempo de desenvolvimento, massa das pupas e consumo de área

foliar de soja, foram estudados na Flórida, EUA, por Reid e Greene (1973), em

laboratório mantido a 29oC e com 14 h de fotofase. A duração da fase larval foi

de 13,7 dias, com total de seis ínstares larvais. O peso das pupas com 24 h de

idade, foi de 193,4 mg, similar ao obtido quando os insetos foram criados em

dieta artificial (183,3 mg), porém, ambos menores do que aquele obtido quando

as pupas eram coletadas no campo (214 mg).

No Brasil, em criações de laboratório foi observado que o ovo de P.

includens é depositado de forma isolada, com diâmetro de 0,52 mm a 0,53 mm,

de cor amarela brilhante com 31 a 33 costas radiais e distintas costas

transversais, sendo que a dieta pode alterar a coloração dos ovos. Não existem

sinais de desenvolvimento embrionário até, aproximadamente, 36 h após a

oviposição. O período de incubação, a 25oC, é sempre de três dias. A viabilidade

dos ovos pode variar de 39,7 a 100%, sendo estas diferenças, relacionadas

principalmente às metodologias utilizadas nas pesquisas (YOUNG; YEARIAN,

1982; JENSEN; NEWSOM; GIBBENS, 1974; MITCHEL, 1967; BEACH; TOOD,

1985).

O início para transformação em pré-pupa é visualizado por uma

acentuada mudança de coloração. No entanto, esta transformação em pré-pupa

envolve alterações no sistema hormonal, envolvendo: parada na alimentação,

mudança para coloração verde amarelada uniforme, liberação do último “pellet”

fecal de coloração amarelo brilhante, início da construção do casulo, perda de

mobilidade e transformação em pupa (VÁZQUEZ, 1986).

No campo, para transformar-se em pupa, P. includens geralmente

enrola-se nas folhas e tece um fino casulo de seda (SHOREY; ANDRES; HALE,

1962). A pupa é de coloração verde clara brilhante, mantendo esta coloração até

48 horas antes da emergência, quando adquire a coloração marrom escura,

vendo-se por transparência as estruturas do adulto (VÁZQUEZ, 1986).

Page 16: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

7

A longevidade dos adultos também é muito variável podendo variar de

9,8 até 18,2 dias (MASON; MACK, 1984). O número total médio de ovos pode

variar de 144 a 1953 ovos, sendo que 80 a 90% do total de ovos são colocados

até o sétimo dia (VÁZQUEZ, 1986).

2.1.1.2 Distribuição e aspectos bioecológicos de A. gemmatalis

A lagarta-da-soja, A. gemmatalis é uma espécie de clima tropical e sub-

tropical e ocorre desde o sul dos EUA até a Argentina (KING; SAUNDERS,

1985). Também é considerada a principal praga desfolhadora da soja nos EUA,

México, Colômbia, Venezuela e Argentina. No Brasil, esta praga pode ocasionar

reduções significativas na produção, com infestações desde Goiás e Mato

Grosso até o Rio Grande do Sul (PANIZZI, 1990, PANIZZI; CORRÊA-

FERREIRA, 1997).

Com a rápida expansão da cultura da soja para outros estados

brasileiros na década de 60, novas cultivares foram desenvolvidas. Atualmente

são poucos os estudos que apontam os reais prejuízos causados por A.

gemmatalis. O desfolhamento em cultivarem anteriormente utilizados demonstra

que a praga pode reduzir até 100% da área foliar, com reduções de 33% na

produção (RAMIRO; OLIVEIRA, 1975). Entretanto não há dados de prejuízos

ocasionados por essa praga nas cultivares plantadas atualmente.

A importância da lagarta-da-soja é ressaltada principalmente na cultura

da soja, mas apesar de não apresentar grande número de hospedeiros,

eventualmente pode ocorrer nas culturas do amendoim, alfafa e girassol,

principalmente se tais culturas forem plantadas posteriormente à colheita da

soja. Com a eliminação da planta preferencial, os insetos passam a atacar

plântulas de outros hospedeiros podendo também causar sérios danos a tais

culturas (EMBRAPA, 2000).

Page 17: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

8

O adulto de A. gemmatalis é uma mariposa de coloração cinza, marrom

ou bege e na maioria das vezes apresenta uma linha transversal na parte

superior das asas que pode ser notada quando as mariposas estão na posição

de repouso. O tamanho das mariposas pode variar, mas em média apresenta 40

mm de envergadura (EMBRAPA, 2000).

Os ovos são depositados isoladamente na parte inferior das folhas, no

caule, nos ramos e nos pecíolos com maior concentração nos terços médio e

inferior das plantas. Os ovos apresentam coloração verde clara assim que

depositados e, com o desenvolvimento do embrião, tornam-se acinzentados e,

próximos à eclosão passam à coloração marrom escuro. O período embrionário

é de aproximadamente, três dias e cada fêmea tem capacidade de colocar até

1.000 ovos, sendo que cerca de 80% são depositados nos primeiros oito a dez

dias de vida. A longevidade das fêmeas é de, aproximadamente, 20 dias

(EMBRAPA, 2000).

Nos dois primeiros ínstares, as lagartas, em média, medem 3 e 9 mm,

respectivamente, e apresentam os dois primeiros pares de falsas pernas. A

locomoção de lagartas de primeiro e segundo instar é medindo palmos, o que

pode causar confusão com a lagarta-falsa-medideira P. includens. Lagartas de

primeiros ínstares iniciam a alimentação como raspagem do parênquima foliar

principalmente em folhas mais tenras imediatamente após a eclosão, e somente

a partir do terceiro instar conseguem perfurar as folhas. A fase larval tem duração

de 12 a 15 dias e as lagartas em altas infestações podem causar danos de até

100% de área foliar consumida. A lagarta apresenta coloração esverdeada, com

5 estrias longitudinais brancas sobre o dorso (GALLO et al., 2002). Em condições

de alta população, ou escassez de alimento, a lagarta torna-se escura, mantendo

as estrias brancas. Possui quatro falsas pernas no abdômen, e passa por seis

instares larvais, podendo atingir 40 mm de comprimento. Ao final da fase larval,

a lagarta cessa a alimentação e passa à fase de pré-pupa que pode variar de

um a dois dias. A lagarta pupa no solo, numa profundidade de até 2 cm e

apresenta coloração marrom escura e brilhante. A fase de pupa apresenta

duração de nove a dez dias em temperatura de 25ºC e após esse período ocorre

a emergência das mariposas (EMBRAPA, 2000).

Page 18: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

9

2.1.2 Percevejos

2.1.2.1 E. heros

O percevejo-marrom, E. heros, espécie rara nos anos 70, é hoje o mais

abundante. Nativo da Região Neotropical tem como seu hospedeiro principal a

soja. Possui boa adaptabilidade às regiões mais quentes, é mais abundante do

Norte do Estado do Paraná ao Centro Oeste Brasileiro. As fêmeas ovipositam

massas com 5 a 7 ovos amarelados nas folhas (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,

1999) e também nas vagens (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). As ninfas

recém eclodidas permanecem sobre os ovos, mudando para o segundo ínstar

ao iniciarem o processo alimentar. São mais ativas a partir de terceiro ínstar,

quando iniciam a dispersão e tornam-se mais vorazes. Os adultos apresentam

longevidade média de 116 dias, podendo viver por mais de 300 dias (CORRÊA-

FERREIRA; PANIZZI, 1999).

Apesar de ser referido como espécie de clima quente, hoje se encontra

até no Rio Grande do Sul (PINTO; PARRA; OLIVEIRA, 2008).

2.1.2.2 N. viridula

O percevejo-verde, N. viridula, originário do Norte da África, tem

distribuição mundial, sendo mais adaptado às regiões mais frias do Brasil

(Região Sul), onde é mais abundante (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

Devido à sua menor adaptação a climas mais quentes, não se expandiu para a

Região Central com a mesma intensidade que E. heros e P. guildinii

(HOFFMANN-CAMPO et al., 2000). É extremamente polífago e, diferentemente

Page 19: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

10

do percevejo marrom, mantém sua atividade o ano todo nas regiões onde as

temperaturas mais amenas, como o Norte do Paraná, quando se reproduz por

um período mais longo, podendo completar até seis gerações por ano

(CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

O adulto é totalmente verde medindo de 12 a 15 mm, podendo

sobreviver até 70 dias. Os ovos são amarelos e depositados, normalmente, na

face inferior das folhas, em massas regulares de 50-100 ovos semelhantes a

colméias, ou hexágonos. As ninfas só causam danos a partir do 3° instar, com

intensidade crescente até o 5° e último instar, quando atinge a fase adulta,

podendo durar a fase ninfal de 20 a 25 dias (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

2.1.2.3 P. guildinii

O percevejo-verde-pequeno, P. guildinii, tem ampla distribuição

geográfica, ocorrendo na região tradicional de cultivo da soja (RS, SC e PR) e

nas regiões de expansão recente do Norte e Nordeste do País. O adulto é um

percevejo de até 10 mm de comprimento, e de cor verde amarelada,

apresentando uma listra transversal marrom avermelhada na parte dorsal

próxima da cabeça (pronoto). Os ovos são bem característicos, pretos,

colocados em fileiras pareadas, geralmente em número de 10 a 20 por postura.

Os ovos podem ser depositados na face ventral ou dorsal das folhas, no caule e

nos ramos, mas preferencialmente nas vagens (HOFFMANN-CAMPO et al.,

2000).

As ninfas recém-eclodidas medem apenas 1 mm, possuem

comportamento gregário, permanecendo próximas à postura. Os danos

causados pelas ninfas aumentam de intensidade com o desenvolvimento do

inseto, prejudicando a soja do 3° ao 5° ínstar. Estudos sugerem que o percevejo-

verde-pequeno prejudica mais a qualidade das sementes e causa mais retenção

Page 20: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

11

foliar à soja do que os demais percevejos, apesar de ser menos polífaga que N.

viridula (HOFFMANN-CAMPO et al., 2000).

Na região de Ribeirão Preto, SP, é referida como a principal espécie de

percevejo atacando a soja (LIMA, 2003).

2.1.2.4 D. furcatus e D. melacanthus

Os percevejos barrigas-verdes são espécies neotropicais que ocorrem

na soja em número menor. Os adultos medem de 9 a 11 mm e sua coloração

varia entre castanho amarelado ao acinzentado, apresentando o abdome verde.

A cabeça é típica, terminando em duas projeções pontiagudas e o pronoto com

margens anteriores denteadas e expansões laterais espinhosas (CORRÊA-

FERREIRA; PANIZZI, 1999).

2.1.2.5 E. meditabunda

E. meditabunda é também uma espécie neotropical. É um percevejo

polífago, alimentando-se da seiva de diversas plantas cultivadas e silvestres,

particularmente, solanáceas. Ocorre em populações baixas na soja.

Ocasionalmente causam danos significativos no Rio Grande do Sul e no Centro-

Oeste Brasileiro. Por se alimentarem também de caules, originando lesões

escuras, seus danos tendem a ser menores do que os efetuados pelas espécies

que se alimentam exclusivamente das sementes. Os adultos chegam a medir 13

mm, sua coloração é verde e as asas são marrons escuras. A parte ventral do

corpo é amarela escura brilhante, assim como antenas e pernas. Seus ovos de

cor verde-claro são colocados em geral nas folhas em número de 14 por postura,

distribuídos em duas fileiras (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI, 1999).

Page 21: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

12

2.1.2.6 Acrosternum spp.

Percevejos de coloração verde, que ocorrem esporadicamente em soja.

Espécies deste gênero são semelhantes ao percevejo verde N. viridula;

difereciam-se por apresentar antenas com segmentos de coloração escura (em

N. viridula são avermelhados) e espinho ventral no abdome (em N. viridula não

ocorre espinho ventral). Alimentam-se dos grãos de soja, causando danos

semelhantes aos demais percevejos fitófagos (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,

1999).

2.1.2.7 N. parvus

Percevejo nativo do Brasil, pertencente à família Alydidae, ocorre em

diferentes regiões, sendo comum da região Norte do Paraná até o Brasil Central,

especialmente durante o período de maturação da soja (CORRÊA-FERREIRA;

PANIZZI, 1999). Lima (2003) encontrou esse percevejo predominantemente no

início da fase reprodutiva da cultura, em Ribeirão Preto, SP.

Os adultos medem cerca de 10 mm de comprimento. O macho é

marrom, com manchas claras nas laterais do corpo; as fêmeas são escuras com

abdome maior, sendo menos móveis; as formas jovens mimetizam formigas. N.

parvus é um inseto sugador de sementes já formadas, por isso não afeta o

rendimento, mas podem reduzir a qualidade dos grãos quando ocorrem

populações elevadas no final do ciclo da soja (CORRÊA-FERREIRA; PANIZZI,

1999).

Page 22: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

13

2.1.3 Mosca-branca

Moscas-brancas (Hemiptera: Aleyrodidae) são insetos que sugam a

seiva do floema das plantas hospedeiras, tanto na fase imatura como na adulta,

podendo causar danos diretos e indiretos, além de transmitir viroses.

Atualmente, é considerado um grupo importantíssimo em âmbito mundial,

veiculando mais de 40 fitoviroses diferentes, sendo as únicas transmissoras de

geminivírus (BROWN; BIRD, 1992). O dano indireto é causado tanto pelos

adultos como pelas ninfas, que elimina “honeydew”, com consequente formação

de fumagina (COSTA; COSTS; SAUER, 1973) quando o ataque é intenso.

Uma das espécies mais importantes é Bemisia tabaci, hoje considerada

um complexo (BROWN; FROLICH; ROSELL, 1995), com amplo espectro de

hospedeiras, criando-se em mais de 500 espécies de plantas, pertencentes a 74

famílias botânicas (GREATHEAD, 1986). Dependendo da cultura, época e nível

de infestação, entre outros fatores, os prejuízos causados por essa mosca

branca podem variar entre 20 e 100% (BROWN; BIRD, 1992).

Sua metamorfose, embora incompleta, compreende as fases de ovo,

ninfa e adulto, sendo a fase de ninfa subdividida em ninfa I, ninfa II, ninfa III e

ninfa IV, sendo esta última também chamada de pupa ou pseudopupa (VILLAS

BÔAS et al., 1997).

Várias diferenças biológicas têm sido atribuídas aos dois biótipos de

Bemisia. O biótipo B coloca significativamente mais ovos (COSTA; BROWN,

1991), ingere maior quantidade de seiva da planta e excreta maior volume de

“honeydew” (BYRNE; MILLER, 1990), além de possuir maior gama de

hospedeiros quando comparado ao biótipo A (BEDFORD et al., 1994).

No Brasil, B. tabaci biótipo B foi introduzida no início da década de 1990.

A partir de 1991, esta espécie de mosca-branca passou a ser importante devido

às altas infestações em plantas de interesse econômico. Lourenção e Nagai

(1994) verificaram altas populações do biótipo B no Estado de São Paulo, na

região de Campinas.

Page 23: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

14

O controle de moscas-brancas tem sido feito quase que exclusivamente

por inseticidas e por tratos culturais. Prabhaker, Coudriet e Meyerdirk (1985)

mencionaram, entretanto, que características biológicas e comportamentais de

B. tabaci como rápido desenvolvimento, alta fecundidade e grande capacidade

de dispersão são fatores que aumentam a probabilidade de aparecimento de

resistência aos inseticidas comerciais de diferentes grupos químicos

(PRABHAKER; TOSCANO; COUDRIET, 1989; DITTRICH et al., 1990).

2.1.4 Ácaros

Os ácaros são considerados pragas secundárias em soja. Durante

alguns anos, foram observados surtos de ácaros, principalmente do ácaro-

branco e do ácaro-rajado, em lavouras de soja, mas raramente chegaram a

causar prejuízos econômicos. A maioria dos casos tem ocorrido em áreas onde

haviam sido realizadas aplicações de inseticidas piretróides ou próximas a áreas

cultivadas com outros hospedeiros de ácaros, como algodão, café, plantas

hortícolas etc (GALLO et al., 2002; SISTEMA DE ALERTA, 2004; MORAES;

FLECHTMANN, 2008).

O ácaro-branco, P. latus, mede cerca de 0,14 a 0,17mm de

comprimento. A fêmea tem coloração branca à amarelada-brilhante. Não tecem

teias. O ataque se dá nas folhas mais novas, ocorrendo inicialmente um

escurecimento. O dano pode evoluir para folíolos com aspecto brilhante e

bronzeado na face inferior da folha, enrolamento dos bordos das folhas para

baixo e rasgaduras; quando este sintoma se manifesta, em geral, os ácaros

não estão mais presentes nos folíolos. Pode atacar também os ponteiros da

soja. Ataques intensos causam a seca e queda das folhas. É favorecido por

temperatura e umidade elevadas (SISTEMA DE ALERTA, 2004). No campo,

geralmente não é problema (MORAES; FLECHTMANN, 2008).

Page 24: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

15

O ácaro-vermelho, Tetranychus ludeni ou T. desertorum, mede cerca de

0,26 a 0,5mm de comprimento. As fêmeas são de cor vermelha intensa; já os

machos e as formas jovens são amarelo-esverdeados. Ovos amarelados

ou vermelho-opacos. Formam colônias densas na página inferior das folhas

(preferência pelos folíolos do ponteiro ou da região mediana). As folhas ficam

amareladas e caem prematuramente. T. ludeni predomina no início da cultura,

até janeiro, enquanto que T. desertorum tem maior incidência a partir de janeiro

(SISTEMA DE ALERTA, 2004; MORAES; FLECHTMANN, 2008).

O ácaro-rajado, T. urticae, mede entre 0,25 a 0,46 mm comprimento.

Todas as fases ativas são esverdeadas e as fêmeas apresentam manchas

verde-escuras no dorso. Formam compactas colônias na parte inferior dos

folíolos, que recobrem com teias. Sugam a seiva, principalmente da face inferior

das folhas novas e têm preferência pela região mediana da planta. Folíolos

atacados ficam inicialmente amarelos e posteriormente apresentam manchas

branco-prateadas, na face inferior, e áreas cloróticas, ou com aspecto bronzeado

(avermelhado) na face superior. Ataques intensos causam a seca e queda

de folhas. Temperaturas elevadas e baixas precipitações favorecem o seu

aumento populacional (SISTEMA DE ALERTA, 2004; MORAES;

FLECHTMANN, 2008). Sua importância vem aumentando nos últimos anos

(MORAES; NAVIA; GUEDES, 2006).

Moraes e Flechtmann (2008) citam ainda os ácaros Mononychellus

planki (ácaro-verde) e Tetranychus gigas (ácaro-vermelho) ocorrendo em soja

no Brasil.

O controle do ácaro-rajado é mais difícil, pois este desenvolve

rapidamente resistência aos produtos químicos, já as outras espécies, em geral,

são controladas por inseticidas aplicados para controle de outras pragas na

cultura. Os demais geralmente são controlados com outras pragas (SISTEMA

DE ALERTA, 2004).

2.2 Principais inimigos naturais

Page 25: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

16

Dentre os grupos de inimigos naturais que ocorrem sobre A. gemmatalis

estão referidos os predadores Orius sp. (Hemiptera: Anthocoridae), Nabis sp.,

Tropiconabis sp. (Hemiptera: Nabidae), Geocoris sp. (Hemiptera: Lygaeidae),

Calosoma granulatum, Lebia sp., Callida sp. (Coleoptera: Carabidae), Podisus

sp. (Hemiptera: Pentatomidae), Eriopis sp. (Coleoptera: Coccinellidae),

Chrysopa sp. (Neuroptera: Chrysopidae) e Doru lineare (Dermaptera:

Forficulidae), os parasitoides P. similis, Euplectrus chapadae (Hymenoptera:

Eulophidae), Microcharops spp. (Hymenoptera: Ichneumonidae), e os

entomopatógenos representados principalmente por baculovírus (vírus de

poliedrose nuclear – AgMNPV) e pelo fungo Nomuraea rileyi (EMBRAPA, 2000).

Diversos são os agentes de controle biológico que estão associados à

P. includens. Entre os dípteros, estão presentes os taquinídeos Patelloa similis,

Voria ruralis e Lespesia sp. (Diptera: Tachinidae); entre os himenópteros, os

iquineumonídeos Microcharops bimaculata e Campoletis grioti (Hymenoptera:

Ichneumonidae), os braconídeos Meteorus sp., Apanteles marginiventris

(Hymenoptera: Braconidae) e o encirtídeo Litomastix sp. (Hymenoptera:

Encyrtidae) (MORAES; LOECK; BELARMINO, 1991). Zachrisson e Parra (1998)

destacam a importância de Trichogramma pretiosum no controle de ovos de A.

gemmatalis e Bueno (2008) complementou esse conhecimento, incluindo

informações importantes para o controle biológico de ovos de P. includens.

Belorte, Ramiro e Faria (2004) destacam os seguintes inimigos naturais:

Anthocoridae, Callida pallidipennis, Callida scutelaris, Callida sp., Chrysopidae,

Chrysoperla externa, Ceraeochrysa cubana, Ceraeochrysa sp., Cycloneda

sanguinea, Dermaptera, Exochomus bimaculosus, Formicidae, Geocoris sp.,

Lebia concina, Leptotrachelus sp., Nabis sp., Orius sp., Ploiariidae, Podisus sp.,

Reduviidae, Scymnus sp., Staphilinidae e aranhas. Não houve diferenças

estatísticas entre os tratamentos.

Thomazini (2001) destaca como principais insetos ocorrendo na soja no

Acre o crisomelídeo Cerotoma tingomarianus, principal desfolhador, e os

percevejos P. guildinii e E. heros. Os principais predadores foram Callida sp.,

Page 26: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

17

Lebia concinna (Coleoptera, Carabidae) e Tropiconabis sp. e o principal

parasitoide de ovos de percevejos foi Telenomus podisi.

Alguns deles são eficientes e produzidos comercialmente para

liberações inundativas, como é o caso de Trichogramma spp. (Hymenoptera:

Trichogrammatidae) (ZACHRISSON; PARRA, 1998; BUENO, 2008), para o

controle de ovos de lagartas desfolhadoras, Trissolcus basalis e T. podisi

(Hymenoptera: Scelionidae) (CORRÊA-FERREIRA, 2002; POLANCZYZ et al.,

2006), para o controle de ovos de percevejos, e o nucleopoliedrovírus (AgMNPV)

B. anticarsia (MOSCARDI, 1999; POLANCZYZ et al., 2006), para o controle da

lagarta-da-soja.

Os parasitoides de ovos são considerados, em vários países, como os

principais inimigos naturais dos percevejos da família Pentatomidae. São

reconhecidos, em muitos casos, como os mais importantes agentes de

mortalidade desse grupo de insetos (UNDERHILL, 1934; HOKYO et al., 1966;

BUSCHMAN; WHITCOMB, 1980). Moreira e Becker (1986 a,b) avaliaram,

respectivamente, o ataque de parasitoides e a predação em posturas de N.

viridula na cultura da soja, verificando-se a interação predador-parasitoide-

hospedeiro. Ao comparar a mortalidade ocasionada pelos parasitoides a N.

viridula com a contribuição relativa dos predadores à mortalidade do hospedeiro

e à dos parasitoides no período de pré-emergência, os autores demonstraram

que T. basalis constitui-se na principal causa de mortalidade para N. viridula no

estágio de ovo e que os predadores representam um importante fator de

mortalidade para os parasitoides no período de pré-emergência. Embora a

contribuição dos parasitoides de ovos para o controle dos percevejos seja

significativa em áreas onde o controle de pragas é feito de maneira criteriosa, na

maioria das vezes, esse controle não é suficiente para conter o aumento

populacional dessas pragas. Uma das medidas a ser utilizada para a

implementação do controle natural destes percevejos, é a liberação em campo

de parasitoides criados no laboratório (CALTAGIRONE, 1981; CLARKE, 1990;

CORRÊA-FERREIRA, 1993). Essa técnica vem sendo utilizada com sucesso em

lavouras do Sul do Brasil, em que a espécie liberada é T. basalis. Apesar de T.

basalis ter preferência pó N. viridula, que é o percevejo mais importante no Sul

Page 27: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

18

do país, ele apresenta comportamento generalista, atacando ovos de diversos

hospedeiros (CORRÊA-FERREIRA, 1986; 1993).

A preferência demonstrada pelo parasitoide T. podisi por E. heros, em

parasitismo natural, indica o possível uso desse agente em liberações,

juntamente com o parasitoide de ovos T. basalis, buscando-se manter a

população dos percevejos abaixo do nível de dano econômico no período mais

crítico de ataque (CORRÊA-FERREIRA, 1993).

O sucesso do parasitismo depende da procura e da localização do

hospedeiro pelos parasitoides envolvendo processos complexos, onde o

parasitoide utiliza toda informação possível, para se orientar até o hospedeiro

(WAAGE; GREATHEAD, 1986). Hoje a informação química tem sido destacada

como muito importante na orientação de parasitoides. Estudos com parasitoides

de ovos demonstraram respostas a substâncias químicas liberadas pelo

hospedeiro (cairomônios), tanto pelos ovos como pelos adultos (STRAND;

VINSON, 1983; ALDRICH et al., 1993).

O parasitoide de ovos T. basalis foi registrada pela primeira vez no Brasil

por Ferreira (1980) ocasionando 23% de parasitismo em ovos do percevejo-

verde em campos de soja no Estado do Paraná. Desde então, alguns autores se

preocupam em registrar a ocorrência de parasitoides, com o propósito de

identificar espécies que possam ser usadas como agentes de controle biológico

dos percevejos da soja (FERREIRA, 1986; FOERSTER; QUEIROZ, 1990;

FERREIRA; MOSCARDI, 1995; KISHINO; ALVES, 1994). Kishino e Alves

(1994), fazendo levantamentos na região Centro-Oeste, registraram seis

espécies como parasitoides de ovos de percevejos-da-soja: T. basalis, T.

scuticarinatus, T. mormideae, Telenomus sp., Anastatus sp. e Neorileya sp.

Trabalhos recentes mostram que a liberação de T. basalis em soja de ciclo curto

plantada como cultura-armadilha quando os percevejos iniciam a colonização

pode ser uma tática importante no manejo integrado de pragas nesta cultura

(FERREIRA; MOSCARDI, 1996). No triângulo Mineiro, em levantamentos

realizados no período de 1993 a 1995, em áreas sem controle de pragas, o

principal parasitoide encontrado em ovos de P. guildinii e E. heros foi T. podisi,

Page 28: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

19

com porcentagem de parasitismo variando de 31 a 72% (VENZON; VIRÍSSIMO,

1995).

Corrêa-Ferreira (1993) observou que a espécie T. podisi, juntamente

com T. basalis, que ocorre em grande abundância em lavouras de soja na

Região Norte do Paraná, vem adquirindo importância, especialmente pelas

elevadas populações de seu hospedeiro preferencial E. heros presentes na

cultura da soja. Também na Região Sul do Paraná, Foerster e Queiróz (1990)

constataram como sendo este o principal parasitoide em ovos de P. guildinii, D.

furcatus e E. heros, ocorrente em mais de 805 dos ovos parasitados. Yeargan

(1979), estudando os parasitoides de ovos de Euschistus servus, Euschistus

variolarious, A. hilare e Podisus maculiventris, constatou que T. podisi foi a

espécie predominante, com nível de parasitismo natural de 83%.

O conhecimento da taxa reprodutiva dos inimigos naturais é fundamental

para a avaliação do seu potencial como agentes de controle, Poonsavasde e

Sukonthabhirom (1990), na Tailândia, verificaram que, em ovos de Piezodorus

hybneri, espécies do gênero Telenomus parasitam duas vezes mais que as do

gênero Trissolcus e que fêmeas de Telenomus sp., em laboratório, à temperatura

de 29°C, apresentaram alto número de descendentes, porém pequeno tempo de

vida. Orr e Boethel (1990), estudando o potencial reprodutivo de Telenomus

cristatus e T. podisi em ovos de P. maculiventris em campos de soja na

Louisiana, EUA, verificaram que fêmeas de T. cristatus vivem mais do que

fêmeas de T. podisi, quando foi permitido a ambas ovipositar livremente.

Segundos os autores, a diferença foi devida ao maior período de pós-oviposição

verificando para T. cristatus. Constataram, ainda, que o pico de produção de

progênie foi dois dias após a emergência dos adultos e que T. podisi produziu

2,5 vezes mais descendentes que T. cristatus em todo seu período reprodutivo,

apresentando uma proporção de fêmea/macho de 4,4:1 e 15,8:1,

respectivamente.

2.3 Efeitos de agrotóxicos sobre inimigos naturais

Page 29: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

20

As populações de pragas, em níveis que causam dano econômico às

culturas, podem exigir o aumento do número de aplicações de agroquímicos nos

agroecossistemas e prejudicar o controle biológico natural ou o inundativo. Para

reduzir os efeitos causados sobre os inimigos naturais, a determinação da

seletividade dos produtos utilizados é de grande importância (GRAVENA; LARA,

1976; CARVALHO et al., 1994; CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 2001a;

CARVALHO; PARRA; BAPTISTA, 2001b; FALEIRO et al., 1995).

Uma das estratégias disponíveis para primar pela compatibilidade do

agente de controle biológico com a utilização dos agroquímicos, é o uso de

produtos seletivos para inimigos naturais. Porém as diferentes metodologias

impossibilitam a comparação dos resultados (GRAVENA et al., 1988; GRAVENA

et al., 1992; SANTOS; GRAVENA, 1995; 1997).

Assim, estudos sobre seletividade de agroquímicos a inimigos naturais

de pragas devem ser realizados com o intuito de gerar informações que possam

auxiliar na tomada de decisão em programas de Manejo Integrado de Pragas

(MIP) e na manutenção desses organismos nos agroecossistemas, de modo que

os mesmos atuem na regulação de populações de pragas (MOURA;

CARVALHO; RIGITANO, 2005).

Para garantir algum sucesso nas liberações de agentes de controle

biológico são necessários testes padronizados de seletividade, com base nas

normas da “International Organization of Biological Control” – IOBC (HASSAN,

1992). Esses estudos comparam a relativa toxicidade de agroquímicos, incluindo

inseticidas, fungicidas e herbicidas, com vistas à indicação dos produtos mais

seletivos em casos de liberação de parasitoides, como exemplo (HASSAN et al.,

1998; LI et al., 1993; DEGRANDE et al., 2002; FOERSTER, 2002).

O termo seletividade possui uma conotação relativa, e depende da

toxicidade intrínseca do inseticida, de sua forma de aplicação e da comunidade

onde vai atuar. Além da seletividade de um inseticida, seu manejo pode

determinar um padrão de uso mais seletivo, com o objetivo de reduzir sua

toxicidade sobre os agentes de controle biológico. Os principais fatores que

Page 30: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

21

podem ser manipulados pelo produtor são: frequência de uso, dose, época de

aplicação e técnica de aplicação (SANTOS; BUENO; BUENO, 2006).

Os estudos de seletividade de inseticidas vêm ganhando impulso nos

últimos anos e especial atenção tem sido dedicada a parasitoides de ovos, com

ênfase a Trichogramma, existindo um volume satisfatório de estudos sobre o

impacto de inseticidas a esses insetos (JACOBS; KOUSKOLEKAS; GROSS,

1984; SUH; ORR; van DUYN, 2000; HOHMANN, 1991; 1993; CARVALHO et al.,

1994; 2001ab; CAÑETE, 2005; GIOLO et al., 2005; CÔNSOLI; BOTELHO;

PARRA, 2001; BUENO, 2008).

Bueno (2008) afirmou que os inseticidas, herbicidas e fungicidas

utilizados na cultura da soja afetaram diferentemente o parasitismo e a

viabilidade de T. pretiosum linhagem Rio Verde (RV), sendo classificados desde

seletivos até nocivos.

O estudo da seletividade de inseticidas à fase de ovo de T. pretiosum

linhagem RV demonstra que: os produtos clorfluazuron 10,0 e 35,0 (g ou mL ou

L/ha); methoxyfenozide 19,2; clorpirifós 240,0 e teflubenzuron 7,5 são inócuos;

alfacipermetrina 10,0; zetacipermetrina 10,0; metonil 86,0; lufenuron 7,5;

teflubenzuron 12,0 e endosulfan 525,0 são levemente nocivos; triflumuron 14,4

e 24,0; metomil 322,5; endosulfan 875,0 são moderamente nocivos e

lambdacialotrina 3,75; tiodicarbe 56,0; esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são

nocivos (BUENO, 2008). Para a fase de larva: os produtos clorfluazuron 10,0 e

35,0; zetacipermetrina 10,0; methoxyfenozide 19,2; lufenuron 7,5 são inócuos;

alfacipermetrina 10,0; lambdacialotrina 3,75; metomil 86,0; tiodicarbe 56,0;

clorpirifós 240,0; teflubenzuron 7,5 e 12,0 são levemente nocivos; metomil 322,5;

endosulfan 525,0 e 875,0 são moderamente nocivos; triflumuron 14,4 e 24,0;

esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são nocivos (BUENO, 2008). Para a fase

de pupa: os produtos clorfluazuron 10,0; triflumuron 14,4; alfacipermetrina 10,0;

zetacipermetrina 10,0; methoxyfenozide 19,2; teflubenzuron 7,5 e 12,0;

endosulfan 525,0 são inócuos; clorfluazuron 35,0; triflumuron 24,0;

lambdacialotrina 3,75; metomil 86,0; metomil 322,5; tiodicarbe 56,0; clorpirifós

Page 31: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

22

240,0; lufenuron 7,5 são levemente nocivos; endosulfan 875,0 é moderamente

nocivo; esfenvalerate 7,5 e espinosade 24,0 são nocivos (BUENO, 2008).

Para herbicidas, Bueno (2008), em estudo da seletividade à fase de ovo

de T. pretiosum linhagem RV, demonstra que: os produtos lactofen 165;

fomesafen 250; fluazifop 125; glyphosate 960; glyphosate 960 (Roundup

Transorb®) são inócuos; glyphosate 960 (Roundup Original®) é levemente

nocivo; clorimuron 20; glyphosate 972 são nocivos. Para a fase de larva de T.

pretiosum linhagem RV demonstra que: os produtos lactofen 165; fomesafen

250; fluazifop 125; glyphosate 960; glyphosate 960 (Roundup Transorb®);

glyphosate 960 (Roundup Original®); clorimuron 20 são inócuos; glyphosate 972

é levemente nocivo BUENO, 2008). Para a fase de pupa, Bueno (2008)

demonstra que todos os produtos testados, lactofen 165; fomesafen 250;

fluazifop 125; glyphosate 960; glyphosate 960 (Roundup Transorb®); glyphosate

960 (Roundup Original®); clorimuron 20; glyphosate 972, são inócuos.

E finalmente para fungicidas, Bueno (2008) demonstra, para a fase de

ovo de T. pretiosum linhagem RV, que: os produtos azoxistrobina 60,0 +

ciproconazol 24,0; azoxistrobina 50; miclobutanil 125 são inócuos; tebuconazol

200 + trifloxistrobina 100 é nocivo. Para a fase de larva: os produtos

azoxistrobina 60,0 + ciproconazol 24,0; azoxistrobina 50; miclobutanil 125 são

inócuos; tebuconazol 200 + trifloxistrobina 100 é levemente nocivo (BUENO,

2008). Para a fase de pupa de T. pretiosum, Bueno (2008) demonstra que todos

os produtos testados, azoxistrobina 60,0 + ciproconazol 24,0; azoxistrobina 50;

miclobutanil 125; tebuconazol 200 + trifloxistrobina 100), são inócuos.

O fungicidas pyraclostrobin + epoxiconazole (Opera, 600 mL.ha-1),

tebuconazole (Folicur 200 EC, 500 mL.ha-1), tetraconazole (Eminent 125 EW,

500 mL.ha-1), tiofanato metílico + flutriafol (Celeiro, 600 mL.ha-1), azoxystrobin +

ciproconazole (Priori Xtra, 300 mL.ha-1), ciproconanazole (Alto 100, 300 mL.ha-

1) e flutriafol (Impact, 600 mL.ha-1) foram seletivos, em laboratório, para T. basalis

(ESQUESÁRIO, 2007).

Estudos de seletividade de inseticidas usados no algodão mostram alfa-

cipermetrina, carbosulfan, deltametrina, endosulfan, profenofos e

Page 32: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

23

cypermethrinwere zeta altamente nocivos ao parasitoide, reduzindo o

parasitismo e a porcentagem de emergência de T. pretiosum, quando em contato

com sustâncias químicas (BASTOS; ALMEIDA; SUINAGA, 2006). Porém os

ingredientes ativos: monocrotofós, lufenuron, clorfluazurom, diafentiurom,

diflubenzuron, trifenil hidróxido de estanho, cloreto de mepiquat, novalurom

tiaclopride, triflumuron e Bacillus thuringiensis foram inócuos (BASTOS;

ALMEIDA; SUINAGA, 2006; VIANNA et al., 2009).

Para cultura do tomate, Cônsoli, Parra e Hassan (1998) mostraram que

os inseticidas cartap e phenthoate foram nocivos, lambda-cialotrina e

abamectina tiveram ação intermediária, já tebufenozide e teflubenzuron foram

seletivos para levemente nocivos, durante as fases de desenvolvimento de T.

pretiosum.

Na cultura da soja, Carmo et al. (2009) estudaram a seletividade de

inseticidas, herbicidas e fungicidas, para o parasitoide T. remus, nas fases de

larva e pupa e observaram que os inseticidas, acefato 525; diflubenzurom 20;

flufenoxuron 10; imidacloprido 100 + beta-ciflutrina 12,5; metoxifenozido 21,6;

clorpirifós; spinosad, os herbicidas, 2,4-D 1209; dicloreto de paraquate 600;

dicloreto de paraquate 600 + diurom 300; flumioxazina 60; glyphosate 2592

(Roundup Transorb ®); S-metolacloro 1920; imazethapyr e os fungicidas,

azoxistrobina 60 + ciproconazole 24; carbenzadim 250; flutriafol 60 + tiofanato-

metílico 300 e trifloxistrobina 60 + tebuconazole 120, são seletivos às fases de

larva e pupa de T. remus e podem ser utilizados dentro do MIP (CARMO;

BUENO; BUENO, 2010).

A bactéria entomopatogênica Bacillus ssp. (Bt) é um bioinseticida usado

para o controle de lagartas desfolhadoras da soja e sua atividade tóxica para

insetos está relacionado com a presença de cristais (BOBROWSKI et al., 2002).

Portanto as proteínas cry1 produzidas através de isolados de B. thuringiensis,

têm atividade inseticida e são altamente específicas para certos insetos e não

são tóxicas para outros insetos, plantas e vertebrados (BOBROWSKI et al.,

2001). Fernandes et al. (2007), em Borborema, SP, e Uberlândia, MG,

observaram que os híbridos de milho geneticamente modificados expressando

Page 33: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

24

as proteínas inseticidas Cry1A(b) e VIP 3A não causam impacto nas populações

dos inimigos naturais, como predadores e parasitoides. A proteína Cry3Bb1 não

oferece risco de toxidade a O. insidiosus (DUAN et al., 2008). Para Chrysoperla

carnea (Neuroptera: Chrysopidae) as proteínas Cry provenientes de B.

thuringiensis não causam efeitos negativos em seu desenvolvimento de larva

(LAWO; ROMEIS, 2008).

Folhagem tratada com B. thuringiensis, tinha uma baixa toxicidade de

contato para hemípteros predadores, quando comparados a permetrina,

parathion e clorfenapir, que foram nocivos aos mesmos na cultura da soja

(BOYD; BOETHEL, 1998).

Na cultura da soja, Oliveira et al. (1988) estabeleceram que endosulfam,

triclorfom, carbaril e diflubenzurom apresentavam menor impacto sobre

predadores, utilizando como indicadores aracnídeos e espécies de nabídeos e

geocorídeos. De acordo com Davis e Hoyt (1979) e Costa e Link (1989), mesmo

produtos comprovadamente não-seletivos, como paration metílico, devido ao

seu poder residual muito baixo, têm seu efeito reduzido, permitindo rápida

recolonização da lavoura.

De acordo com Corso, Gazzoni e Nery (1999), os inseticidas utilizados

para lagarta-da-soja em Londrina, PR, não tiveram impacto nas populações de

predadores, himenópteros e dípteros. Verificou-se também que não houve

fenômenos de ressurgência de pragas secundárias. Porém, estudos realizados

na cultura da soja com quimigação mostrou que metomil e tiodicarbe não

causaram impacto no predador Geocoris puntipes (CHANDLER; SUMNER;

1993).

Os produtos ecdisteróides não-esteroidais, como o tebufenozide,

induzem uma ecdise prematura e letal, agindo diretamente sobre os receptores

de ecdisteróides, em especial nos lepidópteros (MONTHEAN; POTTER, 1992;

SMAGGHE; DEGHEELE, 1992; 1994), e que também afetam a reprodução dos

sobreviventes (HAGEDORN, 1985). Smagghe e Degheele (1995) afirmam não

haverem sido observados efeitos adversos deste inseticida sobre os predadores

Podisus nigrispinus e P. maculiventris.

Page 34: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

25

Em relação o diflubenzurom, a maioria dos autores concorda com a sua

inocuidade em relação à artrópodos predadores como ácaros (HASSAN et al.,

1987; RIEDL; SHEARER, 1988), coleópteros coccinelídeos (WESTIGARD et al.,

1986) ou carabídeos (PASINI; FOERSTER, 1994), neurópteros (ABLES et al.,

1977), hemípteros (HOYING; RIEDLL, 1980; CIGLAR; CVETOVIK, 1987),

dermápteros (DRUKKER; BLOM, 1985) ou parasitoides como himenópteros

(HOUSE et al., 1980; NAVARAJAN, 1988) ou dípteros (HASSAN et al., 1987).

Para Copidosoma floridanum em seu hospedeiro P. includens, diflubenzuron não

apresentou efeitos deletérios (WILLRICH; BOETHEL, 2001). Entretanto, alguns

autores referem impactos como mortalidade ou distúrbios de desenvolvimento

ou reprodução em Amblyseius gossipi (EL–BANHAWY; REDÁ, 1988), Chrysopa

carnea (HASSAN et al., 1987; ZAKI; GESRAHA, 1987), Deraecoris brevis e

Anthocoris nemoralis (BURTS, 1983), e Cirrospilus vitratus (MEY, 1988). Efeitos

subletais como normalidades morfológicas e redução do peso corpóreo e da

mobilidade foram observadas como efeito do diflubenzurom em Forficula

auricularia por Sauphanor et al. (1993).

Em relação a lambda-cialotrina, esse tem efeito inócuo para predadores

de afídeos (OHNESORG; JOHNSON; O’NEAL, 2009). Porém para hemípteros

predadores, G. punctipes e T. capsiformis tem efeito nocivo (BAUR et al., 2003).

No controle biológico do ácaro-vermelho, o fungo entomopatogênico

Neozygites floridana, de ocorrência natural, é pouco afetado pelos inseticidas

metomil e abamectina, enquanto o inseticida lambda-cialotrina e os fungicidas

captan e mancozeb são nocivos, reduzindo a esporulação e germinação do

fungo (WEKESA; KNAPP; DELALIBERA, 2008).

Vadekerkhove e De Clercq (2004) avaliaram o efeito de lambda-

cialotrina sobre P. maculiventris e verificaram que para o quarto ínstar do

predador a DL50 foi 30-190 vezes maior que a DL50 para N. viridula quando estes

foram contaminados via água ingerida e 3-13 vezes maior quando foram

contaminados por meio de contato residual.

Dada a sua capacidade de regular a população de outros insetos, muitas

espécies de himenópteros parasitoides são utilizadas no controle de pragas

Page 35: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

26

agrícolas, tanto de forma natural ou através de introduções (PERIOTO, 2000). A

exploração do potencial representado por este grupo de insetos está diretamente

relacionada ao uso racional de inseticidas, preferencialmente, seletivos, que

mantenham a sobrevivência destes insetos (TONET, 1995).

Salerno et al. (2002) estudaram o efeito da deltametrina no

comportamento de parasitismo de T. basalis em ovos de N. viridula e verificaram

que as fêmeas tratadas diminuíram a velocidade de caminhamento quando

comparadas com as não tratadas e DL25 foi estimada em 0,065 mL L-1.

Page 36: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

3 MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi instalado no campus do Centro Universitário Moura

Lacerda, em Ribeirão Preto, SP, utilizando a soja de variedade comercial M-SOY

7908RR, de hábito de crescimento determinado e ciclo precoce (Figura 1). A

semeadura foi realizada em 9 de dezembro de 2008, com espaçamento de 0,5

m entre linhas e 14 sementes por metro linear. A adubação de semeadura foi

com a formulação de NPK 0-20-20, na dosagem de 490 Kg ha-1.

Para controle das plantas daninhas foram feitas duas aplicações aos 26

e 71 dias após a semeadura, do herbicida Roundup Original, na dosagem de 3,3

L ha-1, e um volume de calda de 120 L ha-1. Para o controle da ferrugem-asiática,

foram feitas três aplicações do fungicida sistêmico Priori Extra, na dosagem de

0,2 L ha-1, com espalhante adesivo, na dosagem de 0,5%, utilizando um volume

de calda de 200 L ha-1. As aplicações de fungicida foram realizadas em área

total, aos 52, 62 e 71 dias após a semeadura da cultura.

O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com dez

tratamentos e três repetições. As parcelas foram demarcadas com estacas de

madeira (Figura 1 C), constituindo 30 fileiras de plantas de soja por 15 metros de

comprimento, totalizando 225 m2. Os tratamentos constaram de diferentes

inseticidas aplicados para o controle das lagartas desfolhadoras presentes na

área (Tabela 1). A aplicação dos inseticidas foi realizada através de pulverizador

costal pressurizado de gás carbonico, equipado com pontas de pulverização do

tipo leque (Figura 2 A), utilizando um volume de calda de 200 L ha-1 sob pressão

em torno de 20-30 psi.

Page 37: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

28

Figura 1. Desenvolvimento da soja (Glycine max) (A-H) semeada para a condução do experimento. Ribeirão Preto, SP, 2008/2009.

Page 38: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

29

A primeira pulverização dos inseticidas foi realizada no final período

vegetativo (Tabela 2), em 1 de fevereiro de 2009, com temperatura média de

25,4ºC e uma precipitação de 16,4 milimetros no final da tarde. Já a segunda

aplicação foi realizada no início do período reprodutivo, em 19 de fevereiro de

2009, com temperatura média de 25,9ºC, não havendo registro de precipitação

pluviométrica(Figura 2 B).

Tabela 1. Inseticidas utilizados no controle de Anticarsia gemmatalis e Pseudoplusia includens em soja, utilizados no experimento.

Trata-mento

Inseticida/produto biológico

Ingrediente ativo Dose (p.c. L ou

kg ha-1)

1 Dimilin 80 WG diflubenzurom 0,045

2 Tamaron BR metamidofós 0,8

3 Certero triflumurom 0,05

4 Nomolt 150 teflubenzurom 0,08

5 Talcord 250 permetrina 0,1

6 Curyom 550 CE lufenurom + profenofós 0,25

7 Lannate BR metomil 1

8 Karate Zeon 250 CS lambda-cialotrina 30

9 MIP (Dipel +

agentes biológicos)

Bacillus thuringiensis e Telenomus podisi ou

Trissolcus basalis

0,5 (Dipel) e 5.000 adultos de parasitoides ha-1

10 Testemunha - -

No tratamento MIP, para o controle de percevejos fitófagos, foram

realizadas duas liberações de parasitoides durante o ensaio (Figura 3 A). O

parasitoide Telenomus podisi foi liberado um dia após a segunda aplicação de

inseticidas contra as lagartas desfolhadoras, e o parasitoide Trissolcus basalis,

sete dias após a segunda pulverização. Os parasitoides foram obtidos da criação

massal (Figura 3 B) da Bug – agentes de controle biológico S/A – de Piracicaba,

SP.

Page 39: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

30

Figura 2. Pulverizador utilizado na aplicação dos inseticidas nas parcelas experimentais (A) e no momento da aplicação (B).

Tabela 2. Estádios fenológicos em que se encontravam as plantas de soja nas datas de avaliação.

Estádio fenológico Data de

avaliação Estádio fenológico

Data de avaliação

Semeadura 09/12/2008 R11 05/02/2009

V11 18/12/2008 R2 11/02/2009

V2 20/12/2008 R3 19/02/2009

V3 28/12/2008 R4 26/02/2009

V4-5 07/01/2009 R5 06/03/2009

V6 15/01/2009 R6 12/03/2009

V7 21/01/2009 R7 18/03/2009

V8-9 29/01/2009 R7 26/03/2009

R8 02/04/2009

R8 09/04/2009

R9 16/04/2009

1 Classificação dos estádios fenológicos da soja baseado em Fehr e Caviness (1977) e Embrapa (2006).

Para garantir uma alta população de lagartas na área experimental,

foram realizadas duas infestações artificiais com lagartas de segundo ou terceiro

ínstar de Anticarsia gemmatalis (75.000 e 125.000 ha-1 na primeira e segunda

Page 40: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

31

infestação, respectivamente). As lagartas foram criadas em laboratório pelo

método proposto por Parra (2001), em dieta artificial a base de germe-de-trigo,

caseína e levedura de cerveja (GREENE et al., 1976). Elas foram levadas ao

campo, onde foram inoculadas, com o auxílio de um pincel, sobre os folíolos da

soja, antes das aplicações dos inseticidas.

Figura 3. Cápsulas de liberação de parasitoides de ovos de percevejos (A) e criação, em pequena escala, de Telenomus podisi em laboratório (B).

Uma das infestações foi realizada aos 38 dias (24/12/2008) antes da

primeira aplicação de inseticidas (01/02/2009), onde foram liberados dois copos

de lagartas na região central de cada parcela. A outra infestação foi realizada

aos seis dias (13/02) antes da segunda aplicação de inseticidas (19/02), onde se

liberou três copos de lagartas por parcela (Figura 4).

Page 41: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

32

Figura 4. Infestação artificial da área experimental com lagartas de A. gemmatalis, mostrando copos deixados no solo para identificação dos pontos onde as lagartas foram inoculadas.

As avaliações do número de lagartas vivas, de tamanho pequeno (menor

que 1,5 cm) ou grande (maior que 1,5 cm de comprimento), foram realizadas

semanalmente. Somente após a aplicação dos inseticidas, as amostragens

foram realizadas em mais vezes durante uma mesma semana. As amostragens

foram realizadas em três pontos ao acaso por parcela, utilizando-se o método do

pano de batidas (SHEPARD; CARNER; TURNIPSEED, 1974) (Figura 5 A,B),

onde as lagartas eram identificadas e quantificadas.

Page 42: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

33

Figura 5. Pano de batida utilizado para amostrar as pragas e inimigos naturais (A) e amostragem (B).

As avaliações da mosca-branca foram realizadas semanalmente,

durante o período vegetativo, pelo método de placas adesivas amarelas (Figura

6 A). Pela manhã, em cada parcela eram colocadas duas armadilhas adesivas

amarelas (25 x 10 cm) no ponto central da área, presas a uma estaca de madeira,

pouco acima da altura das plantas. No final do dia, as cartelas eram removidas

e o número de moscas-brancas anotado.

As avaliações de ácaros foram realizadas semanalmente durante o

período vegetativo, pelo método descrito em Gallo et al. (2002), ou seja,

anotando-se a porcentagem de plantas com sintomas de ataque do ácaro-

branco, Polyphagotarsonemus latus, e do ácaro-rajado, Tetranychus urticae. Em

cada parcela foram avaliados dois pontos com dez plantas cada.

Page 43: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

34

Figura 6. Armadilha adesiva amarela fixada em estaca na cultura da soja para a amostragem de moscas-brancas (A) e cartelas contendo ovos de traça, fixadas às folhas da soja, para a amostragem de parasitoides de ovos de lepidópteros (B).

O parasitismo natural de ovos de lepidópteros foi avaliado pelo

parasitismo de ovos da traça Anagasta kuehniella, criada em laboratório (Bug –

agentes de controle biológico S/A), na área experimental. Semanalmente, do

final do período vegetativo até o final do reprodutivo da cultura soja, eram

colocadas em cada parcela, ao acaso, cinco cartelas de papelão (5 x 1 cm)

contendo ovos da traça colados na ponta (1 x 0,5 cm), presas aos folíolos da

soja (Figura 6 B). As cartelas eram colocadas no início da manhã e retiradas no

final da tarde, sendo anotado o período de permanência destas no campo. O

material recolhido era identificado e levado ao laboratório, onde cada cartela era

individualizada em tubos de vidro (10 x 2 cm), fechados com filme plástico, que

por sua vez eram mantidos em câmara climatizada a 25±1ºC, 70±10% de

umidade relativa do ar e 14 horas de fotofase, para a observação do parasitismo.

Após seis dias do parasitismo, os ovos eram avaliados para a contagem

daqueles que se tornaram enegrecidos, caracterizando o parasitismo

(CÔNSOLI; ROSSI; PARRA, 1999).

Os predadores de solo foram avaliados por meio de armadilhas de solo,

onde a primeira avaliação foi realizada no final do período vegetativo e,

posteriormente, a cada quinze dias até o final da fase reprodutiva. Em cada

Page 44: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

35

parcela experimental foram instaladas quatro armadilhas de solo, do tipo “pitfall”.

Com o auxílio de um trado, foi introduzido no solo um cilindro de PVC com 19

cm de diâmetro e 20 cm de altura, deixando uma borda externa a 1 cm da

superfície do solo (Figura 7 A). Dentro de cada tubo de PVC foi introduzido um

copo plástico de 200 mL, contendo solução de formol a 1% e detergente neutro.

Em cada parcela apenas o conteúdo de duas armadilhas era avaliado, sendo

descartado aquele das demais. Os copos eram trocados quinzenalmente e o

conteúdo destes era colocado em recipientes plásticos contendo álcool 70%, que

eram então identificados e levados para o laboratório. As espécies coletadas

foram identificadas quanto à Ordem, quando possível quanto à Família e,

eventualmente, quanto ao gênero e à espécie (Figura 7 B).

Figura 7. Armadilha de solo tipo “pitfall”, de PVC, para a captura de artrópodos de solo ou caídos sobre ele (A) e bandeja contendo exemplares coletados, separados para a identificação e contagem (B).

Os percevejos foram avaliados semanalmente pelo método do pano de

batidas, onde foram contados e identificando o número de ninfas e adultos

existentes. Os artrópodos benéficos existentes na parte aérea das plantas foram

amostrados da mesma forma que para os percevejos e lagartas. Somente após

Page 45: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

36

a aplicação dos inseticidas, as amostragens foram realizadas com freqüência

maior durante a mesma semana. As amostragens foram realizadas em três

pontos ao acaso dentro de cada parcela.

Logo após a segunda pulverização dos inseticidas foram iniciadas as

avaliações de parasitismo de ovos de percevejos. Pela manhã, eram colocadas

duas cartelas de papelão (10 x 1 cm) contendo posturas de Nezara viridula

coladas na ponta, ao acaso, na região central de cada parcela experimental

(semelhante a Figura 6 B). No final da tarde, as posturas eram retiradas e

levadas ao laboratório, onde eram individualizadas em placas acrílicas (9 cm de

diâmetro e 2 cm de altura), com papel-filtro umedecido ao fundo, e mantidas em

câmara climatizada a 25±1ºC, 70±10% de umidade relativa do ar e 14 horas de

fotofase, para a observação do parasitismo (na emergência dos parasitoides).

Essas avaliações foram realizadas até o final do período reprodutivo. As posturas

do percevejo foram obtidas da criação massal da Bug – agentes de controle

biológico S/A.

A avaliação da produtividade de grãos foi determinada colhendo-se dois

pontos de cinco metros lineares da região central de cada parcela. Assim foi

contabilizado o número de plantas colhidas por parcela e em seguida os grãos

foram debulhados por uma debulhadeira de grãos. Após serem debulhados,

foram contabilizadas as massas de grãos no laboratório e determinação de

umidade.

Os dados obtidos foram analisados e submetidos ao teste de

homocedasticidade, para a determinação da melhor forma da análise das

médias, e essas foram comparadas entre si pelo teste de Tukey, 5% e de

Duncan, 5%, pelo programa Statisca for Windows 5.1 (STATSOFT, 1996).

Page 46: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Eficiência de inseticidas no controle de lagartas desfolhadoras

A lagarta-da-soja, Anticarsia gemmatalis, não atingiu níveis

populacionais que necessitassem controle (> 40 lagartas por pano de batida)

(EMBRAPA, 2000/2001), não ultrapassando 20 lagartas pequenas, menores que

1,5 cm de comprimento (Figura 8), e duas lagartas grandes por pano de batida

(2 metros lineares) (Figura 10). A infestação artificial realizada em 13/02/2009

parece não ter incrementado a população dessa lagarta (Figuras 8 e 10).

O pico de ocorrência de lagartas pequenas de A. gemmatalis foi em

30/01 e o de lagartas grandes, em 06/02/2009, decrescendo a partir daí até

27/02, quando a soja estava no estádio reprodutivo R4, voltando a aumentar em

seguida e atingindo novo pico em 12/03, porém menor (Figuras 8 e 10).

Alguns dos inseticidas, após as pulverizações, se destacaram por

controlar o baixo nível populacional de A. gemmatalis, ocorrendo diferenças

significativas entre os tratamentos (Duncan, 5%) (Figuras 9 e 11).

Page 47: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

38

Figura 8. Número médio de lagartas de Anticarsia gemmatalis pequenas (< 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Infestações

artificiais em 24/12 e 13/02 e pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 9. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de lagartas de Anticarsia gemmatalis pequenas (< 1,5 cm) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não

diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Após dois dias da primeira pulverização, o inseticida Lannate (metomil)

mostrou a maior porcentagem média de redução corrigida (fórmula de

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

a

bb

ab

ab

ab

ab

ab

ab

ab

ab

ab

a

b

b

b

b

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. la

ga

rta

s p

eq

ue

na

s/2

mDimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b

b

ab

ab

ab

ab

ab

ab

ab

a

c

ab

c

bc

bc

bc

ab

ab

ab

c

b

a

abcabc

ab

aa

aa

a ab

b

c

b

a

abc

abc

ab

a

b

ab

ab

abab

abab

Page 48: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

39

HENDERSON; TILTON, 1955) de lagartas pequenas de A. gemmatalis, diferindo

significativamente do inseticida Certero (triflumurom) e do bioinseticida Dipel

(Bacillus thuringiensis), que apresentaram os menores valores (Figura 9). Os

demais tratamentos não diferiram entre si e daqueles que apresentaram a maior

e menor redução do nº de lagartas de A.gemmatalis. (Figura 9).

Aos quatro dias após a primeira pulverização, o inseticida Lannate

continuou mostrando controle de lagartas pequenas de A. gemmatalis, mas não

houve diferença significativa entre os tratamentos, permanecendo assim até os

20 dias após a segunda pulverização (Figura 9). Para lagartas grandes, o

inseticida Tamaron BR (metamidofós) apresentou o maior valor de porcentagem

média de redução da população, diferindo significativamente de quase todos os

tratamentos, exceto de Certero e Karate Zeon 250 CS (lambda-cialotrina) (Figura

11).

Figura 10. Número médio de lagartas de Anticarsia gemmatalis grandes (> 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Infestações

artificiais em 24/12 e 13/02 e pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Ainda para lagartas pequenas de A. gemmatalis, após 28 dias da

segunda pulverização, o inseticida Nomolt 150 (triflubenzurom) apresentou a

melhor eficácia, diferindo significativamente de Dimilin 80 WG (diflubenzurom),

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. la

ga

rta

s g

ran

de

s/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunhab

ab

aa a a

b

ab

ab

ab

ab

ab

a

a

b

Page 49: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

40

Tamaron, Certero e Talcord 250 (permetrina) (Figura 9). Os demais tratamentos

não diferiram de todos (Figura 9).

Nas demais datas após as duas pulverizações não ocorreram diferenças

significativas entre os tratamentos, tanta para as lagartas pequenas, quanto para

as grandes (Figuras 9 e 11).

Figura 11. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de lagartas de Anticarsia gemmatalis grandes (> 1,5 cm) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não

diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

As populações da lagarta-falsa-medideira, Pseudoplusia includens,

foram menores que as de A. gemmatalis, não superando o valor de uma lagarta

pequena ou duas grandes por pano de batida (Figuras 12 e 14). O pico de

lagartas pequenas ocorreu em 05/03, diminuindo a partir daí (Figura 12). O pico

de lagartas grandes de P. includens ocorreu em 21/02, diminuindo a partir dessa

data (Figura 14).

Os inseticidas não foram eficientes no controle da lagarta-falsa-

medideira em baixa população e, portanto, não houve diferenças significativas

entre os tratamentos para lagartas pequenas (Figura 13) e grandes.

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

a

b

ab

b b

ab

Page 50: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

41

Figura 12. Número médio de lagartas de Pseudoplusia includens pequenas (< 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Infestação artificial em 24/12 e pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 13. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de lagartas de Pseudoplusia includens pequenas (< 1,5 cm) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste

de Duncan, 5%.

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

0,9

1,0

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. la

ga

rta

s p

eq

ue

na

s/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

b

a a a

ab

ab ab

ab

b

a

ab

ab

b

a a

ab

ab

ab

Page 51: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

42

Figura 14. Número médio de lagartas de Pseudoplusia includens grandes (> 1,5 cm) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Infestação

artificial em 24/12 e pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Também ocorreram nas parcelas experimentais as lagartas Spodoptera

eridania, S. frugiperda, Urbanus proteus, Urbanus spp., Omiodes indicatus e

algumas espécies de geometrídeos (Figura 15 e Tabela 3).

O pico populacional de espécies de Spodoptera spp. ocorreu em

21/02/2009, não chegando a uma lagarta por pano de batida (Figura 15),

diminuindo a partir dessa data.

Não houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto à

porcentagem média de redução populacional corrigida das lagartas de

Spodoptera (Figura 16). Também não houve diferença estatística entre os

tratamentos quanto ao número médio de lagartas de outras lagartas por pano de

batida (Tabela 3).

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. la

ga

rta

s g

ran

de

s/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunhaab

a a

b

ab

ab

ab

b

a a

ab

ab

ab

b

a a a

ab ab

a a a a

a

a

Page 52: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

43

Figura 15. Número médio de lagartas de Spodoptera spp. por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02

e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 16. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de lagartas de Spodoptera spp. após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve

diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. la

ga

rta

s p

eq

ue

na

s/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

b

ab

a a

a a

ab

b b

b b

a a

Page 53: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

44

Tabela 3. Número médio de outras lagartas desfolhadoras (Urbanus spp., Omiodes indicatus, geometrídeos etc.) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Tratamentos 22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02

Dimilin 0,00 0,00 0,00 0,30 0,00 0,00 0,00 0,15

Tamaron BR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00

Certero 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15 0,15

Nomolt 150 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 0,30

Talcord 250 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,15 0,00

Curyom 550 0,00 0,00 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,30

Lannate BR 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Karate Zeon 0,00 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,15 0,19

Dipel 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00

Testemunha 0,00 0,15 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,30

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Apesar de todos os inseticidas terem apresentado a mesma eficácia no

controle de lagartas de A. gemmatalis, o inseticida metomil (Lannate) foi o melhor

para lagartas pequenas, em populações maiores, causando mortalidade de

quase 100% aos dois dias após a pulverização e mais de 80% aos quatro dias.

Em populações menores, metomil também foi um dos melhores produtos, com

mortalidade ao redor de 60% até os 7 dias após a pulverização (Figura 9). O

mesmo ocorreu para as lagartas grandes, sem destaque para nenhum dos

inseticidas (Figura 11).

Os resultados concordam parcialmente com Silva, Costa e Boss (2003),

que verificaram controle eficiente de A. gemmatalis, aos 4 dias após a aplicação,

com os inseticidas lufenurom e teflubenzurom. Entretanto, nesse ensaio, o

Curyom 550 CE (lufenurom + profenofós) apresentou resultados satisfatório no

segundo dia após a pulverização, assim como o teflubenzurom (Nomolt) (Figura

9).

Page 54: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

45

No controle da lagarta-falsa-medideira, o bioinseticida B. thuringiensis

(Dipel) foi o único que mostrou resultados, porém com eficácia de redução da

praga menor que 40% (Figura 13).

4.2 Impacto dos inseticidas utilizados no controle de lagartas

desfolhadoras sobre outros insetos-praga da parte aérea da soja

O número médio de adultos de Diabrotica speciosa (Coleoptera:

Chrysomelidae) por pano de batida foi superior na testemunha, metomil

(Lannate), teflubenzurom (Nomolt) e lufenurom + profenofós (Curyom) aos 5 dias

após a aplicação dos inseticidas (Figura 17). Após quadro dias da segunda

pulverização, o número de adultos da vaquinha foi significativamente superior no

tratamento B. thuringiensis (Dipel), seguido por lambda-cialotrina (Karate Zeon)

e metamidofós (Tamaron) (Figura 17).

Figura 17. Número médio de adultos de Diabrotica speciosa por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02

e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02

N. D

iabro

tica

sp

ecio

sa/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

Page 55: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

46

Em 27/02, o número médio da vaquinha foi estatisticamente superior no

tratamento metamidofós, não diferindo apenas do diflubenzurom (Dimilin)

(Figura 17). Já em 12/03, apenas houve vaquinhas no tratamento teflubenzurom

(Figura 17).

Apesar da diferença estatística entre os tratamentos em algumas datas,

depois de corrigida a porcentagem de redução, nenhum dos inseticidas foi

eficiente ou diferiu um do outro (Duncan, 5%) no controle de D. speciosa (Figura

18).

Figura 18. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de adultos de Diabrotica speciosa após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve

diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Entretanto, com relação às outras espécies de vaquinhas desfolhadoras

da soja, houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto à

porcentagem média de redução da população.

Houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto ao número

médio de vaquinhas por pano de batida nas datas 03/02, 16/02, 21/02 e 05/03

(Figura 19). Na maioria dessas datas, o inseticida metamidofós foi um dos

tratamentos com menores quantidades dessas vaquinhas (Figura 19), o que não

foi confirmado quando a porcentagem média de mortalidade corrigida foi

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Page 56: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

47

calculada (Figura 20). Pela fórmula, os inseticidas teflubenzurom e lufenurom +

profenofós foram os mais eficáfes (Duncan, 5%), aos 7 dias após a segunda

pulverização, e permetrina, após 28 dias (Figura 20).

Figura 19. Número médio de adultos de outras vaquinhas (Cerotoma, Colaspis etc. – Chrysomelidae) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas

pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 20. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de outras vaquinhas (Chrysomelidae) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

2,0

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. o

utr

as v

aq

uin

ha

s/2

m

Dimilin Tamaron BR

Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550

Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

c

abc

abc

a

aba

bc

abc

abc

c

b

ab

aa

a

a

aa

abab

ab

ab ab

b

a

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

a a

b

ab

ab

b b

a

b b

Page 57: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

48

Não ficou evidente algum desequilíbrio causado pelos inseticidas

testados nas populações de vaquinhas.

Quanto às moscas-brancas, aos 9 dias após a primeira pulverização o

tratamento triflumurom (Certero) apresentou o maior número médio de adultos

capturados por armadilha amarela adesiva, não diferindo significativamente de

todos, exceto de metamidofós (Tamaron), que apresentou o menor número

(Figura 21). Em 27/02 (8 dias após a segunda pulverização), o tratamento

permetrina apresentou o maior número de moscas-brancas, diferindo

significativamente apenas de metomil (Lannate) e lambda-cialotrina (Karate

Zeon) (Figura 21).

Também não ficou evidente algum desequilíbrio causado pelos

inseticidas nas populações de moscas-brancas, apesar do maior número nas

parcelas onde foram aplicados triflumurom e permetrina.

Figura 21. Número médio de moscas-brancas por armadilha adesiva amarela após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas

seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Não houve diferenças significativas entre os tratamentos quanto ao

número médio de plantas com sintomas de ataque do ácaro-branco,

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

24/01 29/01 04/02 10/02 17/02 27/02

N. m

osca

s-b

ran

ca

s/a

rma

dilh

a

Dimilin 80 WG Tamaron BR

Certero Nolmot 150

Talcord 250 Curyom 550 CE

Lannate BR Karate Zeon

MIP Testemunha

b

ab

a a a

abab

b

a

ab

ab

abb

a

ab

ab

Page 58: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

49

Polyphagotarsonemus latus (Figura 22), e ácaro-rajado, Tetranychus urticae

(Figura 23).

Figura 22. Número médio de plantas por parcela com sintomas de ataque do ácaro-branco, Polyphagotarsonemus latus, após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 23. Número médio de plantas por parcela com sintomas de ataque do ácaro-rajado, Tetranychus urticae, após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

06/02 16/02 23/02

N. p

lan

tas c

om

sin

tom

a d

o á

ca

ro/p

arc

ela

Dimilin 80 WG Tamaron BR

Certero Nolmot 150

Talcord 250 Curyom 550 CE

Lannate BR Karate Zeon

MIP Testemunha

0

0,05

0,1

0,15

06/02 16/02 23/02

N. pla

nta

s c

om

sin

tom

a d

o á

caro

/parc

ela

Dimilin 80 WG Tamaron BR

Certero Nolmot 150

Talcord 250 Curyom 550 CE

Lannate BR Karate Zeon

MIP Testemunha

Page 59: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

50

Quanto aos percevejos fitófagos, não houve diferenças significativas

entre os tratamentos para o formigão, Neomegalotomus parvus (Figura 24), e

para o percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii (Figura 26), espécie

predominante na área, concordando com Lima (2003) e Nocera (2006).

Figura 24. Número médio de ninfas e adultos do formigão, Neomegalotomus parvus, por pano de batida (2 metros lineares), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Por outro lado, em 21/02 (2 dias após a segunda pulverização), o

tratamento metamidofós (Tamaron) apresentou a maior quantidade média de

ninfas e adultos do percevejo-marrom, Euschistus heros, que diferiu

estatisticamente dos demais tratamentos, que foram nulos (Figura 25).

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02

N. perc

evejo

form

igão/2

m

Dimilin Tamaron BR

Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550

Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

Page 60: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

51

Figura 25. Número médio de ninfas e adultos do percevejo-marrom, Euschistus heros, por pano de batida (2 metros lineares), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 26. Número médio de ninfas e adultos do percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii, por pano de batida (2 metros lineares), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP’, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças

significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. p

erc

eve

jos/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. p

erc

eve

jos/2

m

Dimilin Tamaron BR

Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550

Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

b

a a

Page 61: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

52

Quanto aos demais percevejos que ocorreram, como Edessa sp.,

Acrosternum sp., Dichelops sp., dentre outros, houve diferenças significativas

entre os tratamentos (Tabela 4). Em 06/02, o tratamento metamidofós

apresentou o maior valor de número médio de outros percevejos por pano de

batida, não diferindo significativamente apenas dos tratamentos diflubenzurom

(Dimilin), metomil (Lannate) e lambda-cialotrina (Karate Zeon) (Tabela 4).

Tabela 4. Número médio de outros percevejos pentatomídeos (Edessa, Acrosternum, Dichelops etc.) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Tratamentos 22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02

Dimilin 0,00 0,00 0,00 0,22 ab 0,11 0,22 0,11 0,22

Tamaron BR 0,00 0,00 0,00 0,67 a 0,00 0,33 0,00 0,67

Certero 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,33 0,00 0,33 0,00

Nomolt 150 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,22 0,11 0,00 0,00

Talcord 250 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,33 0,00 0,00 0,00

Curyom 550 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,33 0,00 0,00 0,00

Lannate BR 0,00 0,00 0,00 0,11 ab 0,11 0,00 0,22 0,22

Karate Zeon 0,00 0,00 0,00 0,33 ab 0,33 0,00 0,33 0,67

Dipel 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,33 0,00

Testemunha 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,11 0,00 0,33

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Houve diferenças significativas entre as médias na data 06/02 (não há diferenças entre as médias seguidas pelas mesmas letras) e não houve nas demais pelo teste de Duncan, 5%.

A pulverização com metamidofós aumentou a população da maioria dos

percevejos fitófagos logo após a sua aplicação. Esse inseticida precisa ser mais

bem estudado quanto a esse resultado.

O besouro idiamim, Lagria villosa, ocorreu na área experimental e

apresentou picos populacionais em 06/02 e 05/03 (Figura 27). Em 21/02, o

tratamento B. thuringiensis (Dipel) apresentou o maior número médio de insetos

por pano de batida, diferindo significativamente dos demais, exceto de lufenurom

Page 62: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

53

+ profenofós (Curyom), que por sua vez diferiu de metamidofós (Tamaron). Em

23/02, teflubenzurom foi o que apresentou os maiores valores, não diferindo

estatisticamente apenas de lambda-cialotrina (Karate Zeon). Em 12/03, o

metomil (Lannate) apresentou o maior valor, diferindo significativamente dos

demais, seguido por metamidofós, que diferiu de diflubenzurom (Dimilin),

teflubenzurom, lufenurom + profenofós e testemunha, que apresentaram os

menores valores (Figura 27).

Figura 27. Número médio de Lagria villosa por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Infestações artificiais em 24/12 e 13/02 e pulverizações dos

inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Após a primeira pulverização, aos 4 e 14 dias, o tratamento lufenurom +

profenofós foi o único que reduziu a população do idiamim, diferindo

significativamente dos demais, que foram nulos (Figura 28). Um dia após a

segunda pulverização, o tratamento metamidofós foi o que mais reduziu a

população do besouro, diferindo estatisticamente do teflubenzurom e lufenurom

+ profenofós, que apresentaram os piores resultados (Figura 28).

0,0

0,5

1,0

1,5

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. id

iam

im/2

m

Dimilin Tamaron BR

Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550

Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

b

a a

c

a

ab

bc

abcabc

abc

b

a a

ab

a

c

a

ab

aa

ab

ab

a

b

ab ab

Page 63: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

54

Figura 28. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de Lagria villosa após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas

mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Tabela 5. Número médio de outros insetos, não pragas, por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Tratamentos 22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02

Dimilin 0,11 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,15 0,15 0,00 b

Tamaron BR 0,11 0,11 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,00 0,00 b

Certero 0,00 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,00 0,00 b

Nomolt 150 0,11 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,00 0,00 b

Talcord 250 0,22 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,00 0,00 b

Curyom 550 0,11 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,04 0,00 0,00 b

Lannate BR 0,22 0,00 0,00 0,00 b 0,00 0,00 0,00 0,00 b

Karate Zeon 0,33 0,00 0,00 0,00 b 0,07 0,00 0,00 0,00 b

Dipel 0,11 0,00 0,00 0,19 a 0,00 0,00 0,00 0,15 a

Testemunha 0,15 0,00 0,00 0,04 ab 0,00 0,15 0,00 0,00 b

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Houve diferenças significativas entre as médias na data 06/02 e 27/02 (não há diferenças entre as médias seguidas pelas mesmas letras) e não houve nas demais pelo teste de Duncan, 5%.

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

a

b b

a

b b

a

b

b

ab

ab

ab

ab

Page 64: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

55

Não ficou caracterizado um inseticida que tenha causado desequilíbrio

na população de L. villosa, mas teflubenzurom, metomil e metamidofós precisam

ser mais bem investigados quanto aos possíveis desequilíbrios que possam

causar, pois aumentaram a população do besouro nas parcelas onde foram

aplicados.

4.3 Seletividade dos inseticidas utilizados no controle de lagartas

desfolhadoras para predadores na parte aérea da soja

Os predadores mais abundantes na área experimental foram Geocoris

spp., carabídeos (especialmente Calosoma spp. e Lebia spp.), joaninhas

(especialmente Cycloneda sanguinea), percevejos predadores e aranhas.

O percevejo-olhudo, Geocoris spp., apresentou picos populacionais em

03/02 e 20/03, ocorrendo em todas as datas de avaliação (Figura 29). Em 03/02,

a testemunha e os tratamentos triflumurom (Certero) e permetrina (Talcord)

apresentaram os maiores valores de número médio de insetos por pano de

batida, diferindo significativamente de diflubenzurom (Dimilin), metamidofós

(Tamaron), metomil, (Lannate) e lambda-cialotrina (Karate Zeon) (Figura 29).

Em 21/02, os tratamentos que apresentaram as menores quantidades

de Geocoris, mas não se diferiu significativamente da testemunha, foram

metamidofós, teflubenzurom (Nomolt), lufenurom + profenofós (Curyom),

lambda-cialotrina e B. thuringiensis (Dipel). Em 23/02, o tratamento lambda-

cialotrina apresentou o maior número médio de insetos por pano de batida,

diferindo significativamente de diflubenzurom, que por sua vez diferiu dos demais

que não tiveram coleta desses predadores, incluindo a testemunha (Figura 29).

Apesar de lambda-cialotrina causar a diminuição do número de Geocoris

na área, a recuperação desse predador foi rápida (Figura 29).

Page 65: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

56

Figura 29. Número médio de Geocoris spp. por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02.

Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

O tratamento diflubenzurom mostrou a maior porcentagem média de

redução corrigida da população de Geocoris em duas datas seguidas. Aos 7 dias

após a segunda pulverização, diflubenzurom diferiu significativamente de

metamidofós, teflubenzurom, lufenurom + profenofós, metomil, lambda-cialotrina

e B. thuringiensis, que não causaram redução do predador (Figura 30). Aos 13

dias, diflubenzurom ainda mostrou a maior redução, diferindo estatisticamente

dos demais (Figura 30). Dessa forma, o inseticida diflubenzurom foi o único que

afetou negativamente o predador Geocoris spp.

0,0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. G

eo

co

ris s

pp

./2

mDimilin Tamaron BR Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550 Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

a a a

b b

abab

ab

a

b b bb

ab

ab ab

a

b

c c

Page 66: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

57

Figura 30. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de Geocoris spp. após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas

mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Ocorreu um pico populacional de carabídeos em 03/02 (Figura 31). Os

carabídeos da parte aérea da soja foram afetados pelos inseticidas aplicados no

ensaio. Em 22/01, 03/02 e 12/03, a maioria dos inseticidas mostrou populações

maiores ou iguais do que aquela observada na testemunha (Figura 31). Nessas

datas se destacaram triflumurom (Certero), permetrina (Talcord), lufenurom +

profenofós (Curyom) e lambda-cialotrina (Karate Zeon) (Figura 31). Em 16/02,

quase todos os tratamentos mostraram número médio de carabídeos por

amostragem significativamente menor que a testemunha, exceto triflumurom

(Figura 31). Por outro lado, nenhum dos inseticidas se destacou quanto à

porcentagem média de redução corrigida das populações de carabídeos no

experimento (Figura 32).

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

b

ab ab

a aa

b

a

Page 67: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

58

Figura 31. Número médio de carabídeos por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas

seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 32. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de carabídeos após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve diferenças significativas

entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Quanto às joaninhas, em 16/02, o tratamento teflubenzurom (Nomolt)

mostrou o maior número médio de insetos por pano de batida, diferindo da

testemunha e de outros inseticidas (Figura 33). Em 12/03, quase todos os

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. ca

rab

íde

os/2

mDimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b b

ab

ab

ab

a

a

b

ab

ab ab

a

ab

b

b

a

ab ab

bb

b

Page 68: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

59

tratamentos apresentaram valores de insetos por pano de batida

significativamente inferior ao da testemunha, exceto diflubenzurom (Figura 33).

Quase todos os inseticidas causaram redução na população de joaninhas, mas

nenhum deles se destacou (Figura 34). O pico populacional desse grupo ocorreu

em 03/02 (Figura 33).

Figura 33. Número médio de joaninhas (principalmente Cycloneda sanguinea) por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas

letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

0,00

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. jo

an

inh

as/2

m

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

ab

cc

c

bc bc

abc

abc

a

ab

b

Page 69: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

60

Figura 34. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de joaninhas (principalmente Cycloneda sanguinea) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de

Duncan, 5%.

Os percevejos predadores das famílias Reduviidae e Nabidae ocorreram

na área experimental e o pico populacional desse grupo foi em 20/03 (Figura 35).

Em 05/03, os tratamentos metamidofós (Tamaron), triflumurom (Certero),

teflubenzurom (Nomolt), lufenurom + profenofós (Curyom), metomil (Lannate) e

lambda-cialotrina (Karate Zeon) apresentaram os menores valores de número

médio de percevejos predadores por pano de batida, diferindo significativamente

da testemunha, que apresentou o maior valor (Figura 35). Entretanto, somente

a permetrina (Talcord) causou redução na população desse grupo, não diferindo

estatisticamente dos demais tratamentos (Figura 36).

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Page 70: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

61

Figura 35. Número médio de percevejos predadores por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02

e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Figura 36. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de percevejos predadores após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Não houve

diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

As aranhas foram bem afetadas pelos inseticidas, apresentando picos

populacionais em 06/02 e 20/03, ocorrendo em todas as datas de avaliação

(Figura 37).

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. p

erc

eve

jos/2

mDimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

cc

abcabc

bc

ab

Page 71: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

62

Em 03/02, somente os tratamentos B. thuringiensis (Dipel) e metomil

(Lannate) não diferiram significativamente da testemunha, que foi o tratamento

que apresentou o maior valor (Figura 37). Na data seguinte, em 06/02, o

tratamento triflumuron (Certero) apresentou o maior número médio de aranhas

por pano de batida, não diferindo da testemunha, mas diferindo do diflubenzurom

(Dimilin) e B. thuringiensis, que apresentaram os menores valores, ficando

teflubenzurom (Nomolt) em situação intermediária (Figura 37).

Em 16/02, novamente a testemunha apresentou o maior valor, diferindo

significativamente apenas de metamidofós (Tamaron), que apresentou o menor

valor (Figura 37). O inverso ocorreu em 12/03, quando a testemunha apresentou

o menor valor, diferindo estatisticamente apenas do tratamento lambda-cialotrina

(Karate Zeon), que apresentou o maior valor (Figura 37). Em 20/03, O maior

número médio de aranhas por pano de batida foi observado no tratamento

permetrina (Talcord), que não diferiu significativamente da testemunha, mas

diferiu dos tratamentos metomil e lambda-cialotrina, que apresentaram os

menores valores (Figura 37).

Figura 37. Número médio de aranhas por pano de batida (2 metros lineares) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas

seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

22/01 30/01 03/02 06/02 16/02 21/02 23/02 27/02 05/03 12/03 20/03

N. a

ran

ha

s/2

m

Dimilin Tamaron BR

Certero Nomolt 150

Talcord 250 Curyom 550

Lannate BR Karate Zeon

Dipel Testemunha

a

ab

c c

abc

bcbc

bcbc

a

cc

bc

abc

abc

ab

abc

aba

b

ab

ab

a

b bb

ab

ab

abab

ab

a

b

ab

ab

Page 72: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

63

Aos 14 dias após a primeira pulverização, o tratamento metamidofós

mostrou a maior porcentagem média de redução corrigida das populações das

aranhas, diferindo significativamente do diflubenzurom, triflumurom e lufenurom

+ profenofós (Curyom), que foram nulos (Figura 38).

Aos 7 dias após a segunda pulverização, o tratamento diflubenzurom

mostrou a maior redução da população de aranhas, diferindo estatisticamente

de B. thuringiensis, que foi nulo (Figura 38).

Figura 38. Correção (HENDERSON; TILTON, 1955) da porcentagem média de redução de aranhas após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas mesmas

letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

As aranhas da parte área parecem ser os artrópodos mais sensíveis aos

agroquímicos aplicados na cultura da soja, podendo ser bons bioindicadores de

desequilíbrios ecológicos nesse agroecossistema.

Os inseticidas que mais afetaram negativamente as aranhas na soja

foram metamidofós, diflubenzurom e permetrina, seguidos por teflubenzurom,

lambda-cialotrina e metomil. Todos os inseticidas tiveram as populações de

aranhas restabelecidas logo após o impacto (diflubenzurom) ou algum tempo

depois (permetrina, metomil, lambda-cialotrina e metamidofós) (Figuras 37 e 38).

Os tricogramatídeos (Hymenoptera: Trichogrammatidae), importantes

parasitoides de ovos de lepidópteros, não foram influenciados pelos inseticidas,

0

20

40

60

80

100

2 4 14 1 3 7 13 20 28

Dias após a pulverização

% d

e r

ed

uçã

o

Dimilin

Tamaron BR

Certero

Nomolt 150

Talcord 250

Curyom 550

Lannate BR

Karate Zeon

Dipel

b

a a a

ab

ab

b

a

ab

Page 73: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

64

apesar da ocorrência de maior número médio de ovos parasitados ocorrer em

quase todas as datas de avaliação no tratamento MIP (Dipel), sem diferenças

estatísticas (Figura 39).

Figura 39. Número médio de ovos de Anagasta kuehniella parasitados por tricrogramatídeos após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02

e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Tukey, 5%.

A porcentagem média de parasitismo de ovos de percevejos, após a

liberação de Telenomus podisi e Trissolcus basalis (Hymenoptera: Scelionidae),

não foi afetada pelos inseticidas (Figura 40).

0

2

4

6

8

10

12

14

31/01 05/02 17/02 26/02 04/03 12/03 18/03 26/03

N. o

vo

s p

ara

sita

do

s

Dimilin 80 WG Tamaron BR

Certero Nolmot 150

Talcord 250 Curyom 550 CE

Lannate BR Karate Zeon

MIP Testemunha

Page 74: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

65

Figura 40. Porcentagem média de parasitismo de ovos de Euschistus heros ou Nezara viridula após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02

e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Tukey, 5%.

De uma forma geral, os predadores foram afetados por quase todos os

inseticidas, mas ocorrendo uma rápida recuperação da população da maioria

deles, exceto em aranhas, que pareceram ser bons bioindicadores de

desequilíbrios causados por agroquímicos. Os parasitoides de ovos não foram

afetados pelos inseticidas.

O inseticida diflubenzurom afetou a população de Geocoris spp. Os

carabídeos foram pouco afetados pelos inseticidas, sendo triflumuron o mais

seletivo dentre os testados. As joaninhas e os percevejos predadores foram

afetados por todos os inseticidas testados, mas a recuperação desses grupos foi

rápida.

0

10

20

30

40

50

1 13 19 25 34

Dias após a última pulverização

Pa

rasitis

mo

(%

)Dimilin 80 WG Tamaron BR

Certero Nolmot 150

Talcord 250 Curyom 550 CE

Lannate BR Karate Zeon

MIP Testemunha

Page 75: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

66

4.4 Impacto dos inseticidas utilizados no controle de lagartas

desfolhadoras sobre artrópodos avaliado em armadilhas de solo

Apesar das aranhas terem sido consideradas boas bioindicadoras de

desequilíbrios causados por inseticidas na cultura da soja, em armadilhas de

solo tipo “pitfall” não ocorreu o mesmo. Não houve diferenças significativas entre

os tratamentos quanto ao número médio de aranhas coletadas em duas

armadilhas de solo (Figura 41).

Figura 41. Número médio de aranhas por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e

19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Por outro lado, o número médio de outros carabídeos (exceto Calosoma

spp. e Lebia sp.) coletados por duas armadilhas foi afetado pelos tratamentos.

Em 20/02, a quantidade coletada em armadilhas no tratamento lambda-cialotrina

(Karate Zeon) foi significativamente superior aos tratamentos metamidofós

(Tamaron), teflubenzurom (Nomolt) e B. thuringiensis (Dipel), que apresentaram

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

ara

nh

as p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

Page 76: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

67

os menores valores, mas não diferiu da testemunha e dos demais tratamentos

(Figura 42). Na data seguinte (06/03), teflubenzurom continuou apresentando

baixos valores (nulo), agora não diferindo estatisticamente de lufenurom +

profenofós (Curyom) e dos demais tratamentos, incluindo a testemunha, mas

diferindo de permetrina, que apresentou o maior valor (Figura 42). Apesar das

diferenças, os inseticidas não afetaram as populações de outros carabídeos.

Figura 42. Número médio de outros carabídeos (Coleoptera: Carabidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Os cicindelídeos (Coleoptera: Cicindelidae) foram afetados pelos

tratamentos apenas após a segunda pulverização. Em 20/02, triflumuron

(Certero) mostrou o maior número médio de cicindelídeos coletados por duas

armadilhas, que diferiu significativamente de diflubenzurom, metamidofós e

metomil (Lannate), mas não diferiu dos demais, incluindo a testemunha (Figura

43). Também não ficou caracterizado um efeito deletério dos inseticidas sobre

os cicindelídeos.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

ca

rab

íde

os p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b b b

ab

ab

ab

ab

ab

ab

a

b b

ab

ab

ab

ab

ababab

Page 77: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

68

Figura 43. Número médio de cicindelídeos (Coleoptera: Cicindelidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Os percevejos cidnídeos (Hemiptera: Cydnidae) (exceto Scaptocoris

spp.), em 05/02, tiveram o maior número médio coletado em duas armadilhas de

solo no tratamento lambda-cialotrina, que diferiu significativamente de quase

todos os tratamentos, incluindo a testemunha, mas não diferindo de

metamidofós, profenofós + lufenurom e metomil (Figura 44). Esse resultado

indicou um leve desequilíbrio causado por lambda-cialotrina nas populações

desse grupo, que contem insetos-praga. Porém, o desequilíbrio causado não

persistiu em avaliações posteriores, devendo ser mais estudado em outros

experimentos.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6

1,8

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

cic

ind

elíd

eo

s p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b b b

abab ab

ab ab

ab

Page 78: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

69

Figura 44. Número médio de cidnídeos (Hemiptera: Cydnidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Apesar da grande quantidade coletada de formigas, incluindo as

desfolhadoras (Atta spp. e Acromyrmex spp.) e as predadoras, não houve

diferenças significativas entre os tratamentos (Figura 45). Isso pode ser

explicado pela grande variância das médias obtidas, pois houve grande

discrepância nos valores observados. As armadilhas poderiam estar instaladas

ao lado de um formigueiro, o que aumentava o número de insetos coletados

nesses locais.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

4,5

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

cid

níd

eo

s p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

abab

ab

b b

bb b b

Page 79: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

70

Figura 45. Número médio de formigas (Hymenoptera: Formicidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre as médias pelo teste de Duncan, 5%.

Existiu uma grande quantidade de espécies de himenópteros

(Hymenoptera) coletadas nas armadilhas (excluíndo Apis mellifera, Apidae,

Formicidae, Mutilidae, Pompilidae e Vespidae, que foram tratadas à parte). Em

05/02, o tratamento metomil apresentou o maior número médio de insetos

coletados por duas armadilhas que diferiu significativamente apenas de

diflubenzurom e triflumurom (Figura 46). Em 20/02, a testemunha apresentou o

maior valor, diferindo significativamente de quase todos os tratamentos, que

apresentaram valores baixos, exceto de profenofós + lufenurom e B.

thuringiensis (Figura 46). Em 06/03, o tratamento permetrina que apresentou o

maior valor, não diferindo estatisticamente da testemunha, mas diferindo de

lambda-cialotrina e diflubenzurom, que apresentaram os menores valores

(Figura 46).

Todos os inseticidas, exceto lufenurom + profenofós e B. thuringiensis,

afetaram negativamente os imenópteros em geral, com restabelecimento rápido

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

fo

rmig

as p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

Page 80: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

71

das populações para a maioria deles, exceto para diflubenzurom e lambda-

cialotrina.

Figura 46. Número médio de outros himenópteros (Hymenoptera) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

O besouro idiamim, L. villosa (Coleoptera: Lagriidae) foi afetado pelos

tratamentos. Em 05/02, o tratamento metomil apresentou o maior número médio

de insetos coletados por duas armadilhas, não diferindo significativamente da

testemunha, B. thuringiensis e metamidofós (Figura 47). Em 06/03, metamidofós

apresentou o maior valor, diferindo significativamente apenas de triflumuron, que

foi nulo (Figura 47). Entretanto, de uma forma geral, não ficou caracterizado o

impacto negativo de nenhum dos inseticidas testados sobre o idiamim.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

im

en

óp

tero

s p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

bb

ab

abab ab

ab

ab

ab

bc bc

bc

a

ab

c c

abc

bc bc

a

b

b

ab

ab

ab ab ab

ab

ab

a

Page 81: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

72

Figura 47. Número médio de idiamim, Lagria villosa (Coleoptera: Lagriidae), por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Foram coletadas muitas lagartas (Lepidoptera) de noctuídeos

(Noctuidae) nas armadilhas de solo. Em 20/02, o tratamento diflubenzurom teve

o maior número médio de lagartas coletadas em duas armadilhas de solo, não

diferindo estatisticamente da testemunha, mas diferindo de metamidofós e

metomil, que foram nulos (Figura 48). Em 06/03, foi o tratamento B. thuringiensis

que apresentou o maior valor, inclusive diferindo significativamente da

testemunha e dos demais tratamentos, exceto de lambda-cialotrina (Figura 48).

Esses resultados indicam que bem depois da segunda pulverização (15

dias), o inseticida biológico B. thuringiensis e lambda-cialotrina continuaram

controlando as lagartas desfolhadoras, pois essas caíram em maior quantidade

nas armadilhas de solo. Esses resultados coincidem com a maior redução de

lagartas pequenas de P. includens aos 13 dias após a segunda pulverização de

B. thuringiensis (Figura 13) e mediana redução de lagartas pequenas de A.

gemmatalis por lambda-cialotrina dos 13 aos 28 dias após a segunda

pulverização (Figura 9).

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

id

iam

im p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certeiro

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

ab

ab ab

b b

b

b b

b

a

b

ab

ab

abab

ab

ababab

Page 82: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

73

Figura 48. Número médio de lagartas (Lepidoptera) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos

inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Os ligaeídeos (Hemiptera: Lygaeidae) tem representantes predadores

de insetos e fitófagos. Em 20/02, logo após a segunda pulverização, o tratamento

teflubenzurom apresentou o maior número médio de insetos coletados em duas

armadilhas, não diferindo significativamente da testemunha, lambda-cialotrina,

metomil e metamidofós (Figura 49). Em 06/03, somente foram coletados

ligaeídeos nas armadilhas do tratamento diflubenzurom, que diferiu

estatisticamente dos demais (Figura 49). Não ficou caracterizado o efeito

deletério dos inseticidas testados sobre populações de ligaeídeos.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

Le

pid

op

tera

(la

rva

) p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b b

ab

ab

ab

ab

abab

ab

a

c c c

bcbc

bc

bc

ab

c

Page 83: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

74

Figura 49. Número médio de ligaeídeos (Hemiptera: Lygaeidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Os ortópteros (Orthoptera) foram afetados pelos inseticidas e são

representados por grande quantidade de espécies fitófagas. Em 20/02, a

testemunha apresentou o maior número médio de insetos coletados em duas

armadilhas, diferindo significativamente apenas de lambda-cialotrina (Figura 50).

Em 06/03, o tratamento permetrina que apresentou o maior valor, diferindo

significativamente apenas de metamidofós e teflubenzurom (Figura 50). Não

ficou evidente qualquer desequilíbrio causado pelos inseticidas testados nesse

ensaio.

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

lig

ae

íde

os p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

a

b b b b b

ab

ab

ab

ab

a

b

Page 84: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

75

Figura 50. Número médio de ortópteros (Orthoptera) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos

inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Os escarabeídeos (Coleoptera: Scarabaeidae), com muitos

representantes pragas agrícolas, quase não foram afetados pelos inseticidas

aplicados. Somente em 06/03 houve diferenças significativas entre os

tratamentos (Figura 51). Nessa data, o tratamento permetrina apresentou o

maior número médio de insetos coletados em duas armadilhas de solo, diferindo

significativamente de teflubenzurom, que foi nulo (Figura 51).

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

ort

óp

tero

s p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunha

b b

b

a

ababab

abab

ab

a

bb

ab

ab

abab

ab

ab

ab

Page 85: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

76

Figura 51. Número médio de escarabeídeos (Coleoptera: Scarabaeidae) por duas armadilhas de solo em três datas diferentes, após a pulverização de inseticidas contra lagartas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Colunas seguidas pelas mesmas letras ou sem elas não diferem entre si pelo teste de Duncan, 5%.

Ainda foram coletados diversos outros artrópodos de diferentes

espécies, gêneros, famílias, ordens e classe nas armadilhas de solo, mas em

menor quantidade e não houve diferenças significativas entre os tratamentos

(Tabelas 6, 7 e 8). Os dípteros foram abundantes nas armadilhas, mas muito

foram perdidos durante a conservação em álcool 70%, se desfazendo nesse

líquido; por isso, não foram analisados e somente foram quantificados nas

tabelas para se ter uma ideia da sua ocorrência. O mesmo ocorreu com

lepidópteros na fase adulta.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

05/02 20/02 06/03

Datas

Nº.

esca

rab

eíd

eo

s p

or

du

as a

rma

dilh

as

Dimilin

Tamaron

Certero

Nomolt

Talcord

Curyom

Lannate

Karate Zeon

Dipel

Testemunhaa

bab

ab

ab

ababababab

Page 86: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

77

Tabela 6. Número médio de outros artrópodos coletados em duas armadilhas de solo por parcela em 05/02/2009 (primeira avaliação), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Artrópodos (espécie, gênero, família, ordem ou classe)

Dim

ilin

Tam

aro

n

Cert

ero

No

mo

lt

Talc

ord

Cu

ryo

m

Lan

nate

Kara

te

Dip

el

Teste

mu

nh

a

Astyllus spp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Apidae 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00

Apis mellifera 0,00 0,67 0,67 0,00 0,00 0,00 0,67 0,33 0,33 0,00

Asilidae 0,67 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,00 0,67 0,00

Calosoma spp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Cercopidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00

Chrysomelidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00

Cicadellidae 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00

Diabrotica sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Diplopoda 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Diptera 1,33 0,00 0,67 0,67 0,00 0,00 1,33 0,00 1,00 0,33

Elateridae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Hemiptera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00

Isoptera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,33 0,00 0,00

Lepidoptera (adulto) 0,33 0,33 0,67 0,00 0,33 0,33 1,33 0,33 0,33 0,67

Lepidoptera (pupa) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Melyridae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33

Mutilidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,00 0,00

Staphilinidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Syrphidae 0,33 0,00 0,33 0,33 0,33 0,67 0,00 0,33 0,33 0,00

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de Duncan, 5%.

Page 87: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

78

Tabela 7. Número médio de outros artrópodos coletados em duas armadilhas de solo por parcela em 20/02/2009 (segunda avaliação), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Artrópodos (espécie, gênero, família, ordem ou classe)

Dim

ilin

Tam

aro

n

Cert

ero

No

mo

lt

Talc

ord

Cu

ryo

m

Lan

nate

Kara

te

Dip

el

Teste

mu

nh

a

Apis mellifera 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 1,00 0,33 0,00

Asilidae 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33

Blattodea 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 1,00

Calosoma sp. 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Cerotoma spp. 0,33 0,00 0,00 1,67 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,33

Chrysomelidae 1,00 0,33 1,33 0,00 0,00 0,00 0,67 0,67 0,67 0,00

Cicadelidae 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00 0,00

Coccinellidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00

Colaspis sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33

Coleoptera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00

Curculionidae 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Diabrotica sp. 0,33 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,67 0,00 0,00 0,00

Diplopoda 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 1,33 0,00 0,33 0,33 0,00

Diptera 0,67 0,33 1,00 1,33 0,33 1,67 3,33 0,67 0,67 0,00

Euschistus heros 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00

Galerita sp. 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Hemerobiidae 0,00 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Lebia sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Lepidoptera (adulto) 0,33 0,67 0,33 0,00 0,00 0,33 0,67 0,33 0,00 0,33

Lepidoptera (pupa) 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Melyridae 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,67 0,33 0,67 0,00 0,33

Membracidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67

Mutilidae 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33

Pompilidae 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Scaptocoris spp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Staphilinidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,33 0,00

Syrphidae 0,67 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Vespidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de Duncan, 5%.

Page 88: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

79

Tabela 8. Número médio de outros artrópodos coletados em duas armadilhas de solo por parcela em 06/03/2009 (terceira avaliação), após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009.

Artrópodos (espécie, gênero, família, ordem ou classe)

Dim

ilin

Tam

aro

n

Cert

ero

No

mo

lt

Talc

ord

Cu

ryo

m

Lan

nate

Kara

te

Dip

el

Teste

mu

nh

a

Agridae 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Astyllus sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Apis mellifera 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Asilidae 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Blattodea 0,00 0,00 0,67 0,33 0,33 0,00 0,33 0,00 0,00 0,33

Calosoma spp. 0,00 0,33 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00 0,33 0,00 0,67

Chilopoda 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,67 0,00 0,67 0,00 0,00

Chrysomelidae 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00

Cicadelidae 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 1,33 0,00 0,00

Colaspis sp. 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Coleoptera 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,67 0,00 0,00

Dermaptera 0,67 0,00 0,67 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Diabrotica sp. 1,33 1,00 0,00 0,67 0,33 0,67 0,67 0,00 0,33 0,33

Diplopoda 0,00 0,00 0,33 0,33 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,33

Diptera 1,67 1,00 4,33 3,00 0,67 2,00 0,67 0,33 2,33 0,00

Edessa sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Elateridae 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Euschistus heros 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,33 0,33 0,33 0,33 0,00

Galerita sp. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00

Hemiptera 0,00 0,00 0,00 1,00 0,33 0,00 1,00 0,00 0,00 0,33

Lepidoptera (adulto) 2,00 2,67 0,00 2,00 1,67 3,00 1,67 1,00 1,33 2,00

Mutilidae 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,33 0,33 0,00 0,00 0,00

Passalidae 0,33 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,67 0,00 1,00 0,00

Pentatomidae 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Reduviidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Syrphidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Vespidae 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,33 0,00

Pulverizações dos inseticidas em 01/02 e 19/02. Não houve diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de Duncan, 5%.

Page 89: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

80

4.5 Produtividade da soja após a aplicação de diferentes inseticidas

utilizados no controle de lagartas desfolhadoras

Quanto à produtividade média por parcela, o tratamento lambda-

cialotrina (Karate Zeon) apresentou o maior valor, diferindo significativamente

(Duncan, α = 0,0252) apenas de lufenurom + profenofós, que apresentou o

menor valor (Figura 52). Se o nível de significância do teste Duncan for

aumentado, o tratamento lambda-cialotrina difere estatisticamente dos

tratamentos diflubenzurom (Dimilin) (α = 0,138), metamidofós (Tamaron) (α =

0,176), triflumurom (Certero) (α = 0,108), permetrina (Talcord) (α = 0,163),

lufenurom + profenofós (Curyom) (α = 0,025**) e metomil (Lannate) (α = 0,188),

não diferindo de teflubenzurom (Nomolt) (α = 0,268), B. thuringiensis (Dipel) (α =

0,244) e testemunha (α = 0,471).

Figura 52. Produtividade média de grãos da soja RR (kg por parcela de 5 m2) após a pulverização com diferentes inseticidas em soja RR. Ribeirão Preto, SP, 2009. Colunas seguidas pelas mesmas letras não diferem entre si

pelo teste de Duncan, 5%.

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Dim

ili 80

WG

Tamar

on B

R

Cer

tero

Nol

mot

150

Talco

rd 2

50

Cur

yom

550

CE

Lann

ate

BR

Karat

e Ze

onM

IP

Teste

mun

ha

Pe

so

po

r p

arc

ela

(kg

)

ab

ab

ab

abab

b

ab

a

abab

Page 90: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

81

De qualquer forma, o melhor tratamento não é significativamente diferente

da testemunha, nem em valores de α elevados, o que sugere que, nas baixas

populações dos lepidópteros que ocorreram, nenhum dois inseticidas garantiram

uma melhor produção. Por isso, fica claro que a amostragem populacional de

pragas, como componente essencial de um programa de manejo integrado de

pragas, auxilia o agricultor com a economia de pulverizações desnecessárias e

evitando desequilíbrios ambientais com a utilização de agroquímicos.

Mas em muitas vezes, a aplicação dos inseticidas é realizada de forma

inadequada, seja através de aplicações preventivas, junto com o dessecante ou

com o herbicida pós-emergente ou mesmo com as aplicações de fungicidas.

Essas práticas são bastante comuns hoje nas lavouras de soja, visando o

aproveitamento de operações, aliado às aplicações frequentes de produtos de

amplo espectro de ação, sobretudo na fase inicial do desenvolvimento da soja e

o não uso das amostragens de pragas com o método do pano, tem levado a um

grande desequilíbrio nas lavouras de soja acarretando sérios problemas como,

por exemplo, a eliminação do complexo de inimigos naturais. Na ausência do

controle biológico natural, pragas, normalmente consideradas sem importância

econômica, vêm causando preocupações aos sojicultores, com necessidade,

muitas vezes, de controle. Além disso, pragas principais vêm ocorrendo em

níveis populacionais muito elevados, além da ocorrência de populações de

insetos resistentes aos inseticidas químicos (SOSA-GÓMEZ; CORSO;

MORALES, 2001; SOSA-GÓMEZ et al., 2003; 2009), tudo isso levando a um

maior custo de produção e consequências drásticas de poluição ambiental.

Page 91: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

5 CONCLUSÕES

Baseado nas condições em que o ensaio foi conduzido, pode-se concluir

que:

a) o inseticida metomil (Lannate BR) foi o mais eficiente no controle de

lagartas pequenas de Anticarsia gemmatalis, em baixas e altas

infestações (> 40 lagartas maiores que 1,5 cm por 2 metros lineares);

b) nenhum dos inseticidas testados são eficazes no controle de lagartas

grandes de A. gemmatalis em baixas infestações;

c) o inseticida biológico Bacillus thuringiensis (Dipel) foi o produto mais

eficaz no controle de lagartas pequenas de Pseudoplusia includens em

baixas infestações, confirmado pelas amostragens de solo, onde são

encontradas lagartas mortas;

d) os inseticidas testados não afetam as populações de Diabrotica speciosa

e outros crisomelídeos (Cerotoma spp., Colaspis etc.), moscas-brancas,

ácaro-rajado, Tetranychus urticae, ácaro-branco, Polyphagotarsonemus

latus, e formigão, Neomegalotomus parvus;

e) os percevejos fitófagos Piezodorus guildinii, Euschistus heros e demais

percevejos têm as populações aumentadas logo após a pulverização com

metamidofós (Tamaron BR);

f) os inseticidas metamidofós, metomil e teflubenzurom (Nomolt 150)

aumentam as populações do besouro idiamim, Lagria villosa;

Page 92: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

83

g) o predador percevejo-olhudo, Geocoris spp., é afetado negativamente

pelo inseticida lambda-cialotrina (Karate Zeon 250 CS), com rápida

recuperação, e por diflubenzurom (Dimilin 80 WG), sem rápida

recuperação;

h) o inseticida triflumurom (Certero) é o mais seletivo para Geocoris spp.

i) os percevejos predadores das famílias Reduviidae, Pentatomidae,

especialmente Podisus spp., e Nabidae, especialmente Nabis sp.

(Hemiptera) são afetados negativamente pelo inseticida permetrina

(Talcord 250);

j) os predadores carabídeos (Coleoptera: Carabidae), especialmente Lebia

spp., e joaninhas (Coleoptera: Coccinellidae), especialmente Cycloneda

sanguinea, são afetados pelos inseticidas testados, mas têm rápida

recuperação;

k) as aranhas (Aranea) são os artrópodos mais sensíveis aos inseticidas

testados;

l) os inseticidas que mais afetam negativamente as aranhas na soja são

metamidofós, diflubenzurom e permetrina, seguidos por teflubenzurom,

lambda-cialotrina e metomil;

m) as populações de aranhas se restabelecem logo após o impacto causado

por diflubenzurom ou depois de um tempo pouco maior, quando os

inseticidas são permetrina, metomil, lambda-cialotrina e metamidofós;

n) os parasitoides de ovos de lepidópteros tricogramatídeos (Hymenoptera:

Trichogrammatidae) e de ovos de percevejos, especialmente os

escelionídeos (Hymenoptera: Scelionidae), não são afetados pelos

inseticidas testados;

o) baseado em amostragens realizadas com armadilhas de solo, os

inseticidas não afetaram negativamente os predadores aranhas,

carabídeos e cicindelídeos (Coleoptera: Cicindelidae);

p) os cidnídeos (Hemiptera: Cydnidae) tem sua população aumentada em

locais onde é aplicado o inseticida lambda-cialotrina;

Page 93: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

84

q) as formigas são os artrópodos mais comuns em armadilhas de solo, mas

não são afetadas negativamente pelos inseticidas testados;

r) todos os inseticidas testados, exceto lufenurom + profenofós (Curyom 550

CE) e B. thuringiensis, afetam negativamente os imenópteros em geral,

com restabelecimento rápido das populações para a maioria deles, exceto

para diflubenzurom e lambda-cialotrina;

s) os ligaeídeos (Hemiptera: Lygaeidae), ortópteros (Orthoptera) e os

escarabeídeos (Coleoptera: Scarabaeidae) não são afetados pelos

inseticidas testados;

t) os inseticidas testados não garantem maior produtividade da cultura

quando aplicados contra lagartas desfolhadoras em baixa intensidade de

infestação.

Page 94: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABLES, J.R.; JONES, S.L.; BEE, M.J. Effect of diflubenzuron on beneficial

arthropods associated with cotton (Trichogramma pretiosum, Hippodamia

convergens, Chysopa carnea, predators of cotton pests). The Southwestern

Entomologist, v.2, p.66-72, 1977.

ALDRICH, J.R. et al. Artifacts and pheromone blends from Nezara spp. and other

stink bugs (Heteroptera: Pentatomidae). Zeitschrift für Naturforschung, v.48,

p.73-79, 1993.

ALFORD, A.R.; HAMMOND JUNIOR, A.N. Plusinae (Lepidoptera: Noctuidae)

populations in Louisiana soybeans ecosystems as determined with looplure-

baited traps. Journal of Economic Entomology, v.75, n.4, p.647-650, 1982.

BASTOS, C.S.; ALMEIDA, R.P.; SUINAGA, F.A. Selectivity of pesticides used on

cotton (Gossypium hirsutum) to Trichogramma pretiosum reared on two

laboratory-reared hosts. Pest Managment Science, v.62, p.91-98, 2006.

BAUR, M.E.; ELLIS, J.; HUTCHINSON, K.; BOETHEL, D.J. Contact toxicity of

selective insecticides for non-target predaceous hemipterans in soybeans.

Journal of Entomological Science, v.38, n.2, p.269-277, 2003.

BEACH, R.M.; TOOD, J.W. Toxicity of Avermectin to larva and adult soybean

looper (Lepidoptera: Noctuidae) and influence on larva feeding and adult fertility

and fecundity. Journal of Economic Entomology, v.78, n.5, p.1125-1128,

1985.

Page 95: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

86

BEDFORD, I.D. et al. Geminivirus transmission and biological characterisation of

Bemisia tabaci (Gennadius) biotypes from different geographic regions. Annals

of Applied Biology, v.125, p.311-325, 1994.

BELORTE, L.C.C.; RAMIRO, Z.A.; FARIA, A.M. Ocorrência de predadores em

cinco cultivares de soja Glycine max (L.) Merrill, 1917 no município de Araçatuba,

SP. Arquivos do Instituto Biológico, v.71, n.1, p.45-49, 2004.

BOBROWSKI, V.L. et al. Characterization of two Bacillus thuringiensis isolates

from South Brazil and their toxicity against Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera:

Noctuidae). Biological Control, v.25, p.129-135, 2002.

BOBROWSKI, V.L.; PASQUALI, G.; BODANESE- ZANETTINI, M.H.; FIUZA,

L.M. Detection of Cry1 genes in Bacillus thuringiensis isolates from south of Brazil

and activity against Anticarsia gemmatalis (Lepidoptera: Noctuidae). Brazilian

Journal of Microbiology, v.32, p.105-109, 2001.

BOYD, M.L.; BOETHEL, D.J. Susceptibility of predaceous hemipteran species to

selected insecticides on soybean in Louisiana. Journal of Economic

Entomology, v.91, n.2, p.401-409, 1998.

BROWN, J.K.; FROLICH, D.R.; ROSELL, R.C. The sweetpotato or silverleaf

whiteflies: biotypes of Bemisia tabaci or a species complex? Annual Review of

Entomology, v.40, p.511-534, 1995.

BROWN, J.K.; BIRD, J. Whitefly-transmitted geminiviruses and associated

disorders in the Americas and Caribbean Basin. Plant Disease, v.76, p.220-225,

1992.

BUENO, R.C.O. de F. Bases biológicas para utilização de Trichogramma

pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae) para controle de

Pseudoplusia includens (Walker, 1857) e Anticarsia gemmatalis Hübner,

1818 (Lepidoptera: Noctuidae) em soja. 2008. 66f. Tese (Doutorado em

Entomologia) – Esalq/USP, Piracicaba, SP.

BURTS, E.C. Effectiveness of a soft-pesticide program on pear pests. Journal

of Economic Entomology, v.76, p.936-941, 1983.

Page 96: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

87

BUSCHMAN, L.L.; WHITCOMB, W.H. Parasites of Nezara viridula (Heteroptera:

Pentatomidae) and other Hemiptera in Florida. Florida Entomologist, v.63,

p.154-162, 1980.

BYRNE, D.N.; MILLER, W.B. Carbohydrate and amino acid composition of

phloem sap and honeydew produced by Bemisia tabaci. Journal of Insect

Physiology, v.36, p.433-439, 1990.

CALTAGIRONE, L. E. Landmark examples in classical biological control. Annual

Review of Entomology, v.26, p.213-231, 1981.

CAÑETE, C.L. Seletividade de inseticidas a espécies de Trichogramma

(Hymenoptera: Trichogrammatidae). 2005. 106f. Dissertação (Mestrado em

Zoologia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, PR.

CARMO, E.L.; BUENO, A.F.; BUENO, R.C.O.F. Pesticide selectivity for the insect

egg parasitoid Telenomus remus, Biocontrol, v.55, p.455-464, 2010.

CARMO, E.L. et al. Seletividade de diferentes agrotóxicos usados na cultura da

soja ao parasitoide de ovos Telenomus remus, Ciência Rural, v.39, n.8, p.2293-

2300, 2009.

CARVALHO, G.A.; PARRA, J.R.P.; BAPTISTA, G.C. Impacto de produtos

fitossanitários utilizados na cultura do tomateiro na fase adulta de duas linhagens

de Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae).

Ciência e Agrotecnologia, v.25, p.560-568, 2001a.

______. Seletividade de alguns produtos fitossanitários a duas linhagens de

Trichogramma pretiosum Riley, 1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae).

Ciência e Agrotecnologia, v.25, p.583-591, 2001b.

CARVALHO, G.A.; TIRONI, P.; RIGITANO, R.L.O.; SALGADO, L.O. Seletividade

de inseticidas reguladores de crescimento de insetos à Trichogramma pretiosum

Riley (Hymenoptera: Trichogrammatidae). Anais da Sociedade Entomológica

do Brasil, v.23, p.431-434, 1994.

CHANDLER, L.D.; SUMNER, H.R. Effective use of chemigation technology for

managing soybean insect pests, with notes on Geocoris punctipes (Say).

Journal of Agriculture Entomology, v.10, n.2, p.125-137, 1993.

Page 97: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

88

CIGLAR, Y.; CVETOVIK, E. Insecticidal activity of dimilin against pear psylla in

1987. Annual Report, Institute for Plant Protection, Zagreb, p.112-115, 1987.

CLARKE, A.R. The control of Nezara viridula L. with introduced egg parasitoids

in Australia. A review of a Landmark example of classical biological control.

Australian Journal of Agricultural Research, v.41, p.1127-1146, 1990.

CÔNSOLI, F.L.; BOTELHO, P.S.M.; PARRA, J.R.P. Selectivity of insecticides to

the egg parasitoid Trichogramma galloi Zucchi, 1988 (Hym.,

Trichogrammatidae). Journal of Applied Entomology, v.125, n.1/2, p.37-43,

2001.

CÔNSOLI, F.L.; ROSSI, M.M.; PARRA, J.R.P. Developmental time and

characteristics of the immature stages of Trichogramma galloi and Trichogramma

pretiosum Riley (Hymenoptera, Trichogrammatidae). Revista Brasileira de

Entomologia, v.43, n.2, p.271-275, 1999.

CÔNSOLI, F.L.; PARRA, J.R.P.; HASSAN, S.A. Side-effects of insecticides used

in tomato fields on the egg parasitoid Trkhugramma pretiusum Riley

(Hymenoptera: Trichogrammatidae), a natural enemy of Tufa absoluta (Meyrick)

(Lepidoptera: Gelechiidae). Journal of Applied Entomology, v.122, p.43-47,

1998.

CORRÊA-FERREIRA, B.S. Ocorrência natural do complexo de parasitoides de

percevejos da soja no Paraná. Anais da Sociedade de Entomológica do

Brasil, v.15, n.2, p.189-199, 1986.

CORRÊA-FERREIRA, B.S. Utilização do parasitoide Trissolcus basalis

(Wollaston) no controle de percevejos da soja. Londrina: Embrapa-CNPSo,

1993. 40p. (EMBRAPA-CNPSo, Circular técnica, 11)

CORRÊA-FERREIRA, B.S. Trissolcus basalis para o controle de percevejos da

soja. In: PARRA, J.R.P. et al. Controle biológico no Brasil: parasitóides e

predadores. São Paulo: Manole, 2002. p.449-476.

CORRÊA-FERREIRA, B.S.; PANIZZI, A.R. Percevejos da soja e seu manejo.

Londrina: Embrapa-CNPSo, 1999. 45p. (Circular Técnica, Embrapa-CNPSo, 24)

Page 98: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

89

CORSO, I.C.; GAZZONI, D.L.; NERY, M.E. Efeito de doses e de refúgio sobre a

seletividade de inseticidas a predadores e parasitoides de pragas da soja.

Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, n.9, p.1529-1538, 1999.

COSTA, A.S., COSTA, C.L., SAUER, H.F.G. Surto de mosca-branca em culturas

do Paraná e São Paulo. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.2, n.1,

p.20-30, 1973.

COSTA, E.C.; LINK, D. Comportamento de predadores e parasitoides na cultura

da soja, em relação à aplicação de inseticidas. Revista do Centro de Ciências

Rurais, v.19, n.4, p.317-323, 1989.

COSTA, H.S.; BROWN, J.K. Variation in biological characteristics and esterase

patterns among populations of Bemisia tabaci, and the association of one

population with silverleaf symptom induction. Entomologia Experimentalis et

Applicata, v.61, p.211-219, 1991.

DAVIS, D.E.; HOYT, S.C. Selective pesticides. In: DAVIS, D.W.; HOYT, S.C.

(eds.). Biological control and Insect pest management. Berkeley: University

of California, Division of Agricultural Sciences, 1979. p.72-79. (Priced

publications Series, 4096)

DEGRANDE, P.E.; REIS, P.R.; CARVALHO, A.; BELARMINO, L. Metodologia

para avaliar o impacto de pesticidas sobre inimigos naturais, cap.5. In PARRA,

J.R.P.; BOTELHO, P.S.M.; CÔRREA-FERREIRA, B.S.; BENTO, J.M.S. (eds.).

Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São Paulo: Manole,

2002. p.71-86.

DITTRICH, V.; ERNST, G.H.; RUESCH, O.; UK, S. Resistance mechanisms in

sweetpotato whitefly (Homoptera: Aleyrodidae) populations from Sudan, Turkey,

Guatemala, and Nicaragua. Journal of Economic Entomology, v.83, p.1665-

1670, 1990.

DUAN, J.J.; TEIXEIRA, D.; HUESING, J.E.; JIANG, C.J. Assessing the risk to

nontarget organisms from Bt corn resistant to corn rootworms (Coleoptera:

Chrysomelidae): Tier-l testing with Orius insidiosus (Heteroptera: Anthocoridae).

Environmental Entomology, v.37, n.3, p.838-844, 2008.

Page 99: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

90

DRUKKER, B.; BLOM, J. van der. De oorworm (Forficula auriculata) in

appolbomen: betekenis als predator van appelbloedfuizen; gevoeligheid voor

diflubenzuron. Report Proefgoomgaard de Schuilenburg, p.232-237, 1985.

EICHLIN, T.D.; CUNNINGHAM, H.B. The Plusiinae (Lepidoptera: Noctuidae) of

America North of Mexico, emphasizing genitalia and larval morphology.

Technical Bulletin, n.1567, p.1-122, 1978.

EL-BANHAWY, E.M.; REDA, A.S. Ovicidal effects of certain pesticides on the two

spotted spider mite, Tetranychus urticae and the predacious mite, Amblyseius

gossipii (Acari: Tetranichidae). Insect Science and its Application, v.9, n.3,

p.369-372, 1988.

EMBRAPA. Pragas da soja no Brasil e seu manejo integrado. Londrina:

Embrapa Soja, 2000. 70p.

EMBRAPA. Recomendações técnicas para a cultura da soja na região

central do Brasil. Londrina: Embrapa-CNPSo, 2000/2001. 245p.

EMBRAPA. Tecnologia de produção de Soja: região central do Brasil - 2007.

Londrina: Embrapa Soja; Embrapa Cerrados; Embrapa Agropecuária Oeste,

2006. 225p.

ESQUESÁRIO, L.C. Efeito de fungicidas utilizados no controle da ferrugem

asiática, Phakopsora pachyrhizi, sobre parasitoides de ovos de percevejos

(Hemiptera) na cultura da soja. 2007. 24f. Monografia (Conclusão de Curso de

Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP.

FALEIRO, F.G.; PICANÇO, M.C.; PAULA, S.V.; BATALHA, V.C. Seletividade de

inseticidas a Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) (Lepidoptera: Noctuidae) e ao

predador Doru luteipes (Scudder) (Dermaptera: Forficulidae). Anais da

Sociedade Entomológica do Brasil, v.24, n.2, p.247-252, 1995.

FEHR, W.R.; CAVINESS, C.E. Stage of soybean development. Ames: Iowa

State University of Science and Technology, 1977. 11p. (Special Report, 80)

FERNANDES, O.A. et al. Short-term assessment of Bt maize on non-target

arthropods in Brazil. Scientia Agrícola, v.64, n.3, p.249-255, 2007.

Page 100: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

91

FERREIRA, B.S.C. Ocorrência natural do complexo de parasitoides de ovos de

percevejos da soja no Paraná. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,

v.15, n.2, p.189-199, 1986.

FERREIRA, B.S.C.; MOSCARDI, F. Biological control of soybean stink bugs by

inoculative releases of Trissolcus basalis. Entomologia Experimentalis et

Applicata, v.79, p.1-7, 1996.

FERREIRA, B.S.C.; MOSCARDI, F. Seasonal occurrence and host spectrum of

egg parasitoids associated with soybean stink bug. Biological Control, v.5,

p.196-202, 1995.

FNP CONSULTORIA & AGROINFORMATIVOS. Soja. In: _____. Agrianual

2004: anuário da agricultura brasileira. São Paulo, 2007. p.241-268.

FOERSTER, L.A. Seletividade de pesticidas a predadores e parasitoides, cap.6.

In: PARRA, J.R.P.; BOTELHO, P.S.M.; CÔRREA-FERREIRA, B.S. BENTO,

J.M.S. (eds.). Controle biológico no Brasil: parasitóides e predadores. São

Paulo: Manole, 2002. p.95-103.

FOERSTER, L.A.; QUEIRÓZ, J.M. Incidência natural de parasitoides em ovos

pentatomídeos da soja no centro-sul do Paraná. Anais da Sociedade

Entomológica do Brasil, v.19, p.221-231, 1990.

GALLO, D. et al. Entomologia agrícola. Piracicaba: Fealq, 2002. 920p.

(Biblioteca de Ciências Agrárias Luiz de Queiroz, 10)

GIOLO, F.P. et al. Seletividade de formulações de glyphosate a Trichogramma

pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae). Planta Daninha, v.23, n.3,

p.457-462, 2005.

GRAVENA, S.; LARA, F.M. Efeito de alguns inseticidas sobre predadores

entomófagos em citrus. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.5, n.1,

p.39-42, 1976.

GRAVENA, S.; LEÃO NETO, R.R.; MORETTI, F.C.; TOZATTI, G. Eficiência de

inseticidas sobre Selenaspidus articulatus (Morgan) (Homoptera: Diaspididae) e

efeito sobre inimigos naturais em pomar cítrico. Científica, v.16, n.2, p.209-217,

1988.

Page 101: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

92

GRAVENA, S.; FERNANDES, O.D.; SANTOS, A.C.; PINTO, A.S.; PAIVA, P.S.B.

Efeito de buprofezin e abamectin sobre Pentilia egena (Muls.) (Coleoptera:

Coccinellidae) e crisopídeos em citros. Anais da Sociedade Entomológica do

Brasil, v.21, n.1, p.215-217, 1992.

GREATHEAD, A.H. Host plants. In: COCK, M.J.W. (ed.). Bemisia tabaci: a

literature survey on the cotton whitefly with an annotated bibliography. Ascot:

FAO/CAB, 1986. p.17-25.

GREENE, G.L.; LEPPLA, N.C.; DICKERSON, W.A. Velvetbean caterpillar: a

rearing procedure and artificial medium. Journal of Economic Entomology, v.69,

n.4, p.487-488, 1976.

HAGEDORN, H.H. The role of ecdysteroids in reproduction. In: KERKUT, G.A.;

GILBERT, L.Y. (eds.). Comprehensive insect physiology, biochemistry and

pharmacology, v.8. Oxford: Pergamon, 1985. p.205-262.

HASSAN, S.A.; ABERT, R.; BIGLER, F. Results of the third joint pesticide testing

programme by the IOBC/WPRS working group pesticides and beneficial

organisms. Zeitschrift für Angewandte Entomologie, v.103, p.92-107, 1987.

HASSAN, S.A. Guidelines for testing the effects of pesticides on beneficials

organisms: description of test methods, cap.3. In: ______. Guidelines for

testing the effects of pesticides on beneficials organism. Montfavet: Bulletin

OILB/SROP, 1992. p.18-39.

HASSAN, S.A.; HAFEZ, M.B.; DEGRANDE, P.E.; HIRAI, K. The side-effects of

pesticides on the egg parasitoid Trichogramma cacoeciae Marchal (Hym.,

Trichogrammatidae), acute dose-response and persistence tests. Journal of

Applied Entomology, v.122, p.569-573, 1998.

HENDERSON, C.F.; TILTON, E.W. Tests with acaricides against the brown

wheat mite. Journal of Economic Entomology, v.48, p.157-161, 1955.

HERZOG, D.C. Sampling soybean looper on soybean. In: KOGAN, M.;

HERZOG, D.C. (eds.). Sampling methods in soybean entomology. New York:

Springer-Verlag, 1980. p.140-168.

Page 102: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

93

HOFFMANN-CAMPO, C.B. et al. Pragas da soja no Brasil e seu manejo

integrado. Londrina: Embrapa Soja, 2000. 70p. (Circular Técnica/Embrapa Soja,

30)

HOHMANN, C.L. Efeito de diferentes inseticidas sobre a emergência de

Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae). Anais da

Sociedade Entomológica do Brasil, v.20, n.1, p.59-65, 1991.

______. Efeito de alguns inseticidas sobre adultos de Trichogramma pretiosum

Riley. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.22, n.3, p.563-567,

1993.

HOKYO, N.; KIRITANI, K.; NAKASUJI, F.; SHIGA, M. Comparative biology of the

two scelionid egg parasites of Nezara viridula L. (Heteroptera: Pentatomidae).

Applied of Entomological Zoology, v.1, p.94-102, 1966.

HOUSE, V.S.; ABLES, J.R.; MORRSION, R.K; BULL, D.L. Effect of diflubenzuron

formulations on the egg parasite Trichogramma pretiosum to control Heliothis

spp. in cotton. The Southwestern Entomologist, v.5, p.133-138, 1980.

HOYING, S.A.; RIEDL, H. Susceptibility of the codling moth to diflubenzuron.

Journal of Economic Entomology, v. 73, p. 556-560, 1980.

JACOBS, R.J.; KOUSKOLEKAS, C.A.; GROSS JR., H.R. Responses of

Trichogramma pretiosum (Hymenoptera: Trichogrammatidae) to residues of

permethrin and endosulfan. Environmental Entomology, v.13, p.355-358,

1984.

JENSEN, R.L.; NEWSOM, L.D.; GIBBENS, J. The soybean looper: effects of

adult nutrition on oviposition, mating frequency, and longevity. Journal of

Economic Entomology, v.67, p.467-470, 1974.

KING, A.B.S.; SAUNDERS, J.L. Las plagas invertebradas de cultivos anuales

em America Central. London: Overseas Development Administration, 1985.

182p.

KISHINO, K.; ALVES, R.T. Utilização de inimigos naturais no controle de insetos

– pragas na região dos Cerrados. In: EMBRAPA. Centro de Pesquisa

Agropecuária dos Cerrados (Planaltina, DF). Relatório Técnico do Projeto

Page 103: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

94

Nipo-Brasileiro de Cooperação de Pesquisa Agrícola nos Cerrados:

1987/1992. 1994. p.127-155.

KOGAN, M.; COPE, D. Feeding and nutrition of insects associated with

soybeans. 3. Food intake, utilization and growth in the soybean looper,

Pseudoplusia includens. Annals of the Entomological Society of America,

v.67, n.1, p.66-72, 1974.

KOGAN, M.; TURNPSEED, S.G. Ecology and management of soybean

arthropods. Annual Review of Entomology, v.32, p.507-538, 1987.

LAWO, N.C.; ROMEIS, J. Assessing the utilization of a carbohydrate food source

and the impact of insecticidal proteins on larvae of the green lacewing,

Chrysoperla carnea. Biological Control, v.44, n.3, p.389-398, 2008.

LI, S.Y.; SIROIS, G.M.; LUCZYNSKI, A.; HENDERSON, D.E. Indigenous

Trichogramma (Hym.: Trichogrammatidae) parasiting eggs of Rhopobota

naevana (Lep.: Tortricidae) on cranberries in British Columbia. Entomophaga,

v.38, p.313-315, 1993.

LIMA, A.A. de. Parasitismo natural e parasitoides de ovos dos percevejos

fitófagos Piezodorus guildinii e Euschistus heros (Hemiptera,

Pentatomidae) na cultura da soja. 2003. 28f. Monografia (Conclusão de Curso

de Agronomia) – Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP.

MASON, L.J.; MACK, T.P. Influence of temperature on oviposition and adult

female longevity for the soybean looper, Pseudoplusia includens (Walker)

(Lepidoptera Noctuidae). Environmental Entomology, v.13, n.2, p.379-383,

1984.

MEY, W. The influence of insecticides and acaricides on the parasitism of the

apple leafminer, Stigmella malella Stainton (Lepidoptera: Nepticulidae). Archiv

fuer Phytopathologie und Pflanzenschutz, v.24, p.237-243, 1988.

MITCHEL, E.R. Life history of Pseudoplusia includens (Walker) (Lepidoptera:

Noctuidae). Journal of the Georgia Entomological Society, v.2, n.2, p.53-57,

1967.

Page 104: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

95

MOLINA, A. Soja: expectativa x frustração. Disponível em: <www.embrapa.br/

Famasul.htm>. Acesso em: 10 abr. 2007.

MONTHEAN, C.; POTTER, D.A. Effects of RH5849, a novel insect growth

regulator, on Japanese beetle (Coleoptera: Scarabeidae) and fall armyworm

(Lepidoptera-Noctuidae) in turfgrass. Journal of Economic Entomology, v.85,

n.2, p.507-513, 1992.

MORAES, G.J. de; FLECHTMANN, C.H.W. Manual de acarologia: acarologia

básica e ácaros de plantas cultivadas no Brasil. Ribeirão Preto: Holos, 2008.

308p.

MORAES; G.J. de; NAVIA, D.; GUEDES, J.V.C. Importância e manejo de ácaros

em soja. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO CENTRAL DO

BRASIL, 28., Uberaba, 2006. Ata... Ata da XXVIII Reunião de Pesquisa de Soja

da Região Central do Brasil, v.1. Londrina: Embrapa, 2006. p.77-89.

MORAES, R.R.; LOECK, A.E.; BELARMINO, L.C. Inimigos naturais de Rachiplusia

nu (Grenéé, 1852) e de Pseudoplusia includens (Walker, 1857) (Lepidoptera:

Noctuidae) em soja no Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Brasileira,

v.26, n.1, p.57-64, 1991.

MOREIRA, G.R.P.; BECKER, M. Mortalidade de Nezara viridula (Linnaeus,

1758) (Heteroptera: Pentatomidae) no estágio de ovo na cultura da soja: II –

Parasitoides. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.15, n.2, p.291-

308, 1986a.

MOREIRA, G.R.P.; BECKER, M. Mortalidade de Nezara viridula (Linnaeus,

1758) (Heteroptera: Pentatomidae) no estágio de ovo na cultura da soja: III –

Parasitoides. Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.15, n.2, p.291-

308, 1986b.

MOSCARDI, F. Assessment of the application of baculoviruses for control of

Lepidoptera. Annual Review of Entomology, v.44, p.257-289, 1999.

MOURA, A.P.; CARVALHO, G.A.; RIGITANO, R.L.O. Toxicidade de inseticidas

utilizados na cultura do tomateiro a Trichogramma pretiosum. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, v.40, n.3, p.203-210, 2005.

Page 105: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

96

NAVARAJAN, P. Toxicity of different pesticides to parasitoids of genus

Trichogramma. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON Trichogramma AND

OTHER PARATITES, 2., 1986, Guangzhou. Conference... 1988, p.423-432.

(Les Colloques de l’ INRA, 43)

NOCERA, R.M. Efeito de fungicidas utilizados no controle da ferrugem-

asiática, Phakopsora pachyrhizi, sobre a incidência natural de percevejos

(Hemiptera) na soja. 2006. 25f. Monografia (Conclusão de Curso de Agronomia)

– Centro Universitário Moura Lacerda, Ribeirão Preto, SP.

OHNESORG, W.J.; JOHONSON, K.D.; O’NEAL, M.E. Impact of Reduced-Risk

Insecticides on Soybean Aphid and Associated Natural Enemies. Journal of

Economic Entomology, v.102, n.5, p.1816-1826, 2009.

OLIVEIRA, E.B. de et al. Pesquisa com inseticidas em soja: sumário dos

resultados alcançados entre 1975 e 1987. Embrapa-CNPSo, 1988. 260p.

(Embrapa-CNPSo. Documentos, 30).

ORR, D.B.; BOETHEL, D. Reproductive potential of Telenomus cristatus and

Telenomus podisi (Hymenoptera: Scelionidae), two egg parasitoids of

pentatomids (Heteroptera). Annals of Entomological Society of America, v.83,

p.902-905, 1990.

PANIZZI, A.R. Manejo integrado de pragas da soja no Brasil, Cap.15. In:

CROCOMO, W.D. (Ed.). Manejo integrado de pragas. São Paulo: Ícone, 1990.

p.293-321.

PANIZZI, A.R.; CORRÊA-FERREIRA, B.S. Dynamics in the insect fauna

adaptation to soybean in the tropics. Trends in Entomology, v.1, p.71-88, 1997.

PARRA, J.R.P. Técnicas de criação de insetos para programa de controle

biológico, 6. ed. Piracicaba: Fealq, 2001. 134 p.

PARRA, J.R.P.; ZUCCHI, R.A.; SILVEIRA NETO, S. Biological control of pests

through egg parasitoids of the genera Trichogramma and/or

Trichogrammatoidea. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.2, p.153-160,

1987.

Page 106: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

97

PASINI, A.; FOERSTER, L.A. Efeitos de inseticidas sobre Calosoma granulatum

P. (Coleoptera: Carabidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil,

v.23, n.3, p.455-460, 1994.

PERIOTO, N.W.; LARA R.I.R.; SANTOS, J.C.C.; SILVA, T. Utilização de

armadilhas de Moericke em ensaios de seletividade de inseticidas em

himenópteros parasitoides. Arquivos do Instituto Biológico, v.67, p.93, 2000.

PINTO, A. de S.; PARRA, J.R.P.; OLIVEIRA, H.N. de. Guia de campo de pragas

e insetos benéficos da soja. Piracicaba: CP 2, 2008. 64p.

POONSAVASDE, P.; SUKONTHABHIROM, S. Evaluation of the scelionid egg

parasitoids for controlling Piezodorus hybneri Gmelin. The Mungbean Meeting,

v.90, p.277-282, 1990.

POLANCZYZ, R.A. et al. Controle biológico de pragas da soja, cap. 8. In: PINTO,

A. de S. et al. (orgs.). Controle biológico de pragas: na prática. Piracicaba: CP

2, 2006. p.83-96.

PRABHAKER, N., TOSCANO, N.C.; COUDRIET, D.L. Susceptibility of the

immature and adult stages of the sweet potato whitefly (Homoptera: Aleyrodidae)

to selected insecticides. Journal of Economic Entomology, v.82, p.983-988,

1989.

RAMIRO, Z.A.; OLIVEIRA, D.A. Influência da desfolhação artificial na

produtividade da cultura da soja. O Biológico, v.41, p.97-104, 1975.

REID, J.C.; GREENE, G.L. The soybean looper pupal weight, development time

and consumption of soybean foliage. Florida Entomologist, v.56, n.3, p.203-

206, 1973.

RIEDL, H.; SHEARER, P.W. Apple, pest control with IGRs. Insecticide and

Acaricide Tests, v.13, p.30-31, 1988.

SALERNO, G.; COLAZZA, S.; CONTI, E. Sub-lethal effects of deltamethrin on

walking behaviour and response to host kairomone of the egg parasitoid. Pest

Managemente Science, v.58, p.663-668, 2002.

Page 107: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

98

SANTOS, A.C.; BUENO, A.F.; BUENO, R.C.O.F. Seletividade de defensivos

agrícolas aos inimigos naturais. In: PINTO, A. de S.; NAVA, D.E.; ROSSI, M.M.;

MALERBO-SOUZA, D.T. Controle biológico de pragas: na prática. Piracicaba:

CP 2, 2006. p.221-227.

SANTOS, A.C.; GRAVENA, S. Eficiência de diflubenzuron para ácaro da falsa

ferrugem Phyllocoptruta oleivora (Ash.) (Acari: Eriophyidae) e seletividade à

Pentilia egena (Muls.) (Coleoptera: Coccinellidae) e ácaros predadores (Acari:

Phytoseiidae). Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.24, n.2, p.345-

351, 1995.

______. Seletividade de acaricidas a insetos e ácaros predadores em citros.

Anais da Sociedade Entomológica do Brasil, v.26, n.1, p.99-105, 1997.

SAUPHANOR, B. et al. Side effects of diflubenzuron on a pear psylla predator

Forficula auricularia. Entomophaga, v.28, n.2, p.163-174, 1993.

SHEPARD, M.; CARNER, G.R.; TURNIPSEED, S.G. A comparision of three

sampling methods for arthropods in soybeans. Environmental Entomology, v.3,

n.2, p.227-232, 1974.

SHOREY, H.H.; ANDRES, L.A.; HALE, R.L. The biology of Trichoplusia ni

(Lepidoptera: Noctuidae). I. Life history and behavior. Annals of the

Entomological Society of America, v.55, n.5, p.591-597, 1962.

SILVA, M.T.B. da; COSTA, E.C.; BOSS, A. Controle de Anticarsia gemmatalis

Hübner (Lepidoptera: Noctuidae) com reguladores de crescimento de insetos.

Ciência Rural, v.33, n.4, p.601-605, 2003.

SISTEMA DE ALERTA. Pragas secundárias preocupam sojicultores. Londrina:

Embrapa Soja, 2004. Disponível em:

<http://www.cnpso.embrapa.br/alerta/ver_alerta.php?cod_pagina_sa=26&cultura=

1> Acesso em: 03/12/2009.

SMAGGHE, G.; DEGHEELE, D. Action of a novel nosteroidal ecysteroid mimic

tebugenozide (RH5992) on insects of different orders. Pesticide Science, v.42,

n.2, p.85-82, 1994.

Page 108: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

99

SMAGGHE, G.; DEGHEELE, D. Effect of nonesteroidal ecdysteroid agonist

RH5849 on reproduction of Spodoptera littoralis (Boisd.) (Lepidoptera:

Noctuidae). Parasitica, v.48, p.23-29, 1992.

SMAGGHE, G.; DEGHEELE, D. Selectivity of nonsteroidal ecdyteroid agonists

RH5992 to nymphs and adults of predatory soldier bugs, Podisus nigrispinus and

P. maculiventris (Hemiptera: Pentatomidae). Journal of Economic

Entomology, v.88, n.1, p.40-45, 1995.

SOSA-GÓMEZ, D.R.; CORSO, I.C.; MORALES, L. Insecticide resistance to

endosulfan, monocrotophos and metamidophos in the neotropical brown stink

bug, Euschistus heros (F.). Neotropical Entomology, v.30, p.317-320, 2001.

SOSA-GÓMEZ, D.R.; DELPIN, K.E.; MOSCARDI, F.; NOZAKI, M.H. The impact

of fungicides on Nomuraea rileyi (Farlow) Samson epizootics and on populations

of Anticarsia gemmatalis Hubner (Lepidoptera: Noctuidae), on soybean.

Neotropical Entomology, v.32, p.287-291, 2003.

SOSA-GÓMEZ, D.R.; SILVA, J.J.; LOPES, I.O.N.; CORSO, I.C.; ALMEIDA,

A.M.R.; MORAES, G.C.P.; BAUR, M.E. Susceptibility of Euschistus heros

(Heteroptera: Pentatomidae) adults to insecticides used in Brazilian soybeans.

Journal Economic of Entomology, v.102, p.1209-1216, 2009.

STATSOFT. Statistica for Windows (Computer program manual). Tulsa, OK:

StatSoft, Inc., 1996. (http://www.statsoft.com)

STRAND, M.R.; VINSON, S.B. Factors affecting host recognition and acceptance

the egg parasitoid Telenomus podisi (Heteroptera: Pentatomidae).

Environmental Entomology, v.12, p.1114-1119, 1983.

SUH, C.P.C.; ORR, D.B.; VAN DUYN, J. W. Effect of insecticides on

Trichogramma exiguum (Trichogrammatidae: Hymenoptera) preimaginal

development and adult survival. Journal of Economic Entomology, v.93,

p.577-583, 2000.

THOMAZINI, M.J. Insetos associados à cultura da soja no Estado do Acre, Brasil.

Acta Amazonica, v.31, n.4, p.673-681, 2001.

Page 109: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

100

TONET, G.L. Seletividade de inseticidas sobre adultos do parasitoides de ovos

de percevejos, Trissolcus basalis (Hym., Trichogrammatidae) (sic.), em soja. In:

CONGRESSO BRASILEIRO DE ENTOMOLOGIA, 15.; ENCONTRO NACIONAL

DE FITOSSANITARISTAS, 6.; SIMPÓSIO INTEGRADO DE MANEJO DE

PRAGAS, 2., 1995. Anais... 1995. p.600, v.15.

UNDERHILL, G.W. The green stinkbug. Virginia Agricultural Experiment

Station Bulletin, n.294, 26p., 1934.

VANDEKERKHOVE, B.; DE CLERCQ, P. Effects of an encapsulated formulation

of lambda-cyhalothrin on Nezara viridula and its predator Podisus maculiventris

(Heteroptera: Pentatomidae). Florida Entomologist, v.87, p.112-118, 2004.

VÁZQUEZ, W.R.C. Biologia comparada de Pseudoplusia includens (Walker,

1857) (Lepidoptera: Noctuidae) em dietas naturais e artificiais e efeito de

um vírus de poliedrose nuclear na sua mortalidade e no consumo da área

foliar da soja. 1986. 164f. Tese (Doutorado em Entomologia) – Esalq/USP,

Piracicaba, SP.

VENZON, M.; VIRISSIMO, J.H. Parasitismo natural em ovos de percevejos da

soja no Triangulo Mineiro. In: REUNIÃO DE PESQUISA DE SOJA DA REGIÃO

CENTRAL DO BRASIL, 17., 1995. Resumos... EMGOPA, 1995. p.143.

VIANNA, U.R. et al. Insecticide toxicity to Trichogramma pretiosum

(Hymenoptera: Trichogrammatidae) females and effect on descendant

generation. Ecotoxicology, v.18, p.180-186, 2009.

VILLAS BÔAS, G.L.; FRANÇA, F.H.; ÁVILA, A.C.; BEZERRA, C. Manejo

integrado da mosca branca Bemisia argentifolii. Brasília: Embrapa, 1997,

11p. (Circular Técnica, 9)

WAAGE, J.; GREATHEAD, D. Insects parasitoids. New York: Academic Press,

1986. 389p.

WEKESA, V.W.; KNAPP, M.; DELALIBERA, JR. Side-effects of pesticides on the

life cycle of the mite pathogenic fungus Neozygites floridana. Experimental and

Applied Acarology, v.46, p.287-297, 2008.

Page 110: Eficácia de inseticidas utilizados no controle de lagartas ...1 INTRODUÇÃO A cultura da soja [Glycine max (L.) Merril], originária da China, é uma leguminosa rica em óleo e proteína,

101

WESTIGARD, P.H.; GUT, L.J.; LISS, W.J. Selective control program for the pear

pest complex in Southern Oregon. Journal of Economic Entomology, v.79, n.1,

p.250-257, 1986.

WILLRICH, M.M.; BOETHEL, D.J. Effects of diflubenzuron on Pseudoplusia

includens (Lepidoptera : Noctuidae) and its parasitoid Copidosoma floridanum

(Hymenoptera : Encyrtidae). Environmental Entomology, v.30, n.4, p.794-797,

2001.

YEARGAN, K.V. Parasitism and predation of stink bug eggs in soybean and

alfafa fields. Environmental Entomology, v.8, p.715-719, 1979.

YOUNG, S.Y.; YEARIAN, W.C. Nuclear polyhedrosis virus infection of

Pseudoplusia includens (Lep.: Noctuidae) larvae effect on post larval stages and

transmission. Entomophaga, v.27, n.1, p.61-66, 1982.

ZACHRISSON, B.A.; PARRA, J.R.P. Capacidade de dispersão de

Trichogramma pretiosum Riley, 1879 para o controle de Anticarsia gemmatalis

Hübner, 1818 em soja. Scientia Agrícola, v.55, n.1, p.133-137, 1998.

ZAKI, F.N.; GESRAHA, M.A. Evaluation of zertel and diflubenzuron on biological

aspects of the egg parasitoid, Trichogramma evanescens and the aphid lion

Chrysoperla carnea. Journal of Applied Entomology, v.104, n.1, p.63-69,

1987.