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TESE DE DOUTORADO ANÁLISE GRÁFICA DE ESTRUTURAS POROSAS SOBRE A ÓTICA DA ESTEREOLOGIA Egnilson Miranda de Moura Orientador: Dr. Uilame Umbelino Gomes Tese nº 96/PPGCEM Junho de 2011. Natal RN UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE MATERIAIS

Egnilson Miranda de Moura · 2019. 1. 29. · ANÁLISE GRÁFICA DE ESTRUTURAS POROSAS SOBRE A ÓTICA DA ESTEREOLOGIA Doutorando: Egnilson Miranda de Moura Orientador: Dr. Uilame Umbelino

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  • TESE DE DOUTORADO

    ANÁLISE GRÁFICA DE ESTRUTURAS POROSAS SOBRE A

    ÓTICA DA ESTEREOLOGIA

    Egnilson Miranda de Moura

    Orientador: Dr. Uilame Umbelino Gomes

    Tese nº 96/PPGCEM

    Junho de 2011.

    Natal – RN

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

    ENGENHARIA DE MATERIAIS

  • ANÁLISE GRÁFICA DE ESTRUTURAS POROSAS SOBRE A

    ÓTICA DA ESTEREOLOGIA

    Doutorando: Egnilson Miranda de Moura

    Orientador: Dr. Uilame Umbelino Gomes

    Junho de 2011.

    Natal – RN

    “Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação

    em Ciências e Engenharia de Materiais da

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    como parte dos requisitos exigidos para obtenção

    do título de Doutor em Ciências e Engenharia de

    Materiais.”

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

    ENGENHARIA DE MATERIAIS

  • Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / SISBI / Biblioteca Setorial

    Especializada do Centro de Ciências Exatas e da Terra – CCET.

    Moura, Egnilson Miranda de.

    Análise gráfica de estruturas porosas sobre a ótica da estereologia / Egnilson

    Miranda de Moura. – Natal, RN, 2011.

    133 f. : il.

    Orientador : Prof. Dr. Uílame Umbelino Gomes.

    Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

    Ciências Exatas e da Terra. Programa de Pós-Graduação em Ciência e

    Engenharia de Materiais.

    1. Porosidade dos materiais - Tese. 2. Estereologia – Tese. 3. Grãos – Medição - Tese. 4. C++

    (Linguagem de programação) – Simulação computacional - Tese. 5. Rocha reservatório – Tese. I.

    Gomes, Uílame Umbelino. II. Título.

    RN/UF/BSE-CCET CDU 620.192.47

  • FOLHA DE APROVAÇÃO

    Declaramos, para os devidos fins, que EGNILSON MIRANDA DE MOURA

    apresentou Tese de Doutorado intitulado “ANÁLISE GRÁFICA DE ESTRUTURAS

    POROSAS SOBRE A ÓTICA DE ESTEREOLOGIA” em junho de 2011, no

    programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais da Universidade

    Federal do Rio Grande do Norte, como requisito para obtenção do título de Doutor em

    Ciências e Engenharia de Materiais, tendo sido aprovado.

    Natal, 30/06/2011

    Banca Examinadora

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

    CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

    PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E

    ENGENHARIA DE MATERIAIS

  • Dedico este trabalho à minha esposa

    Kelly Cristine R. de Moura e aos meus

    Filhos Talles R. de Moura e Kayo R. de Moura.

  • Agradecimentos

    Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, nosso criador por proporcionar a

    oportunidade de desenvolver este trabalho.

    À minha esposa, Kelly Cristine, e aos meus filhos, Talles e Kayo, pelo apoio e

    compreensão, principalmente, por minha ausência no convívio familiar em virtude da

    dedicação na execução deste trabalho.

    Ao meu orientador, Prof. Dr. Uílame Umbelino Gomes, pelo incentivo que me

    foi dado e por acreditar que poderia concluir este trabalho mesmo distante da UFRN.

    Ao Prof. Dr. Ângelus Giuseppe Pereira da Silva pelas sugestões dadas durante

    todo desenvolvimento deste trabalho.

    Ao Prof. Dr. Ayrton de Sá Brandim pela motivação e companheirismo,

    essenciais no decorrer desta travessia.

    Ao professor e amigo Dr. Otavio de Oliveira Costa Filho, por gentilmente ceder

    o espaço físico de sua sala para que eu pudesse utilizá-la quando necessário.

    Ao aluno de Iniciação Científica Lucas Simão da Costa e Silva pela sua

    participação e competência na parte da programação computacional.

    Ao meu amigo e compadre Ezequias Matos Esteves pelo incentivo para que eu

    pudesse fazer parte deste convenio entre a UFRN e o IFPI – PI e pelas valorosas

    discussões sobre o trabalho.

    Aos meus familiares, amigos e em especial aos amigos, Ezequias Matos Esteves,

    Antonio Evangelista Ferreira Filho e Reginaldo Barbosa de Souza pelas discussões

    pertinentes a este trabalho.

    A UFPI e ao Colégio Agrícola de Bom Jesus por ter me concedido afastamento

    das atividades durante todo este período.

    A CAPES pelo apoio financeiro dado durante os quatro anos de

    desenvolvimento deste trabalho.

    Ao IFPI pela oportunidade e a todos que colaboraram direta ou indiretamente

    neste trabalho.

    Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências e Engenharia de Materiais e a

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte pela oportunidade concedida.

  • Resumo

    Neste trabalho foi desenvolvido um programa de simulação computacional física

    de estruturas porosas com base em linguagem de programação C++ utilizando uma

    placa Geforce 9600 GT com o chip da Physx, originalmente desenvolvida para jogos

    eletrônicos. Com essa ferramenta, a capacidade de interação física entre os objetos

    simulados é ampliada, possibilitando simular uma estrutura porosa, como por exemplos,

    rochas reservatórios ou estruturas com alta densidade. O procedimento inicial para

    desenvolvimento da simulação porosa é a construção de uma estrutura cúbica

    constituída de esferas com um único tamanho e com tamanhos variados. Além disso,

    podem ser ainda simuladas estruturas com variadas frações de volumes. Os resultados

    apresentados estão divididos em duas partes: a primeira, as esferas serão consideras

    como grãos sólidos, ou seja, a fase matriz representa a porosidade; a segunda, as esferas

    estão sendo considerada com poros. Neste caso a fase matriz representa a fase sólida. As

    simulações nos dois casos são as mesmas, mas as estruturas simuladas são

    intrinsecamente distintas. Para validar os resultados apresentados pelo programa, foram

    realizadas simulações variando a quantidade de grãos, a distribuição de tamanhos de

    grãos e a fração de vazio na estrutura. Todos os resultados apresentados mostraram-se

    estatisticamente confiáveis e em concordância com os apresentados na literatura. Os

    valores médios e as distribuições dos parâmetros estereológicos mensurados, como

    intercepto linear, perímetro de seção de área, área de seção e livre caminho médio estão

    de acordo com os resultados obtidos na literatura para as estruturas simuladas. Os

    resultados podem auxiliar a compreensão de estruturas reais.

    Palavras-chaves: Simulação computacional, rocha reservatório, porosidade,

    estereologia, interceptos, distribuição de intercepto e livre caminho médio.

  • Abstract

    In this work we developed a computer simulation program for physics porous

    structures based on programming language C + + using a Geforce 9600 GT with the

    PhysX chip, originally developed for video games. With this tool, the ability of physical

    interaction between simulated objects is enlarged, allowing to simulate a porous

    structure, for example, reservoir rocks and structures with high density. The initial

    procedure for developing the simulation is the construction of porous cubic structure

    consisting of spheres with a single size and with varying sizes. In addition, structures

    can also be simulated with various volume fractions. The results presented are divided

    into two parts: first, the ball shall be deemed as solid grains, ie the matrix phase

    represents the porosity, the second, the spheres are considered as pores. In this case the

    matrix phase represents the solid phase. The simulations in both cases are the same, but

    the simulated structures are intrinsically different. To validate the results presented by

    the program, simulations were performed by varying the amount of grain, the grain size

    distribution and void fraction in the structure. All results showed statistically reliable

    and consistent with those presented in the literature. The mean values and distributions

    of stereological parameters measured, such as intercept linear section of perimeter area,

    sectional area and mean free path are in agreement with the results obtained in the

    literature for the structures simulated. The results may help the understanding of real

    structures.

    Keywords: Computer simulation, reservoir rock, porosity, stereology, intercepts,

    intercept distribution and mean free path.

  • Lista de Figuras

    Figura 2.1. a) Caixa contendo elementos hipotéticos de volume, área e

    linhas. b) Plano de corte com elementos interceptados e c)

    regiões interceptadas. Figuras obtidas de (RUSS E DEHOFF,

    2000). --------------------------------------------------------------------

    25

    Figura 2.2. Princípio de Cavalieri demonstrado através de um conjunto

    finito de cortes em uma esfera, (ALTUNKAYNAK E ET ALL,

    2009).--------------------------------------------------------------------

    27

    Figura 2.3. Princípio de Cavalieri aplicado a um corpo de geometria

    irregular, (ALTUNKAYNAK E ET ALL, 2009). -----------------

    27

    Figura 2.4. Buffon e o problema das agulhas atiradas aleatoriamente sobre

    uma grade de linhas, (MOUNTON, 2010). ------------------------

    27

    Figura 2.5. Método para estimativa de volumes a partir de seções de áreas

    aleatórias, (MUNTON, 2010). ---------------------------------------

    28

    Figura 2.6. Grade de pontos utilizada para estimar a área e o volume de

    sólidos, (CRUZ-ORIVE, 2009.---------------------------------------

    28

    Figura 2.7. Princípio “disector” descrito por Sterio em 1984, (STERIO,

    1984).---------------------------------------------------------------------

    19

    Figura 2.8. Uso da técnica de contagem de pontos para estimar parâmetros

    estereológicos, (RUSS E DEHOFF, 2000). ------------------------

    30

    Figura 2.9. Representação dos diferentes tipos de poro: (a) fechados, (b)

    gargalo de garrafa, (c) cilíndricos, (d) afunilados, (e)

    interconectados, (f) irregulares. A letra (g) representa a

    rugosidade da superfície, (FERREIRA, 2007).---------------------

    36

    Figura 2.10. Esquema de arranjos de diferentes grãos ou partículas

    constituintes das rochas que geram diferentes valores de

    porosidade. (a) poros individuais diminuem com a diminuição

    da granulometria; (b) variação da porosidade sob diferentes

    arranjos de grãos, (FERREIRA, 2007). -----------------------------

    36

    Figura 2.11. Tipos de empacotamento e respectivos valores máximos de

    porosidade segundo arranjo teórico de esferas perfeitas e

    idênticas (GESICKI, 2009). ------------------------------------------

    37

  • Figura 2.12. Espaço intersticial numa rocha clástica, (MIMBELA, 2005). --- 38

    Figura 2.13. Rocha reservatório do tipo arenítica obtida no laboratório de

    geologia da UFPI. ------------------------------------------------------

    41

    Figura 2.14. Placa de vídeo GeForce 960 GT, (SILVA, 2010). ----------------- 44

    Figura 2.15. A arquitetura da plataforma CUDA da Nvidia, (SILVA, 2010). 45

    Figura 2.16. Simulação dinâmica implementada pelo programa

    desenvolvido neste trabalho com 20.000 esferas de raio 0,4µm e

    uma fração de vazia de 30%. -----------------------------------------

    46

    Figura 2.17. Em (a) um exemplo de imagem colorida de uma seção plana de

    rocha reservatório de petróleo. Em (b) a imagem binárizada

    correspondente: o espaço poroso se apresenta na cor preta e o

    pixel equivale a 2,6 μm. -----------------------------------------------

    48

    Figura 2.18. A imagem a esquerda representa os grãos na cor cinza escuro e

    os poros na em branca a imagem a direita os poros estão

    representados na cor cinza escuro. ----------------------------------

    51

    Figura 2.19. Variação de porosidade analisada em 700 amostras divididas

    em grupos de 50, mostrando uma porosidade média de 31,2%. -

    51

    Figura 2.20. Distribuição de intercepto linear de estrutura simulada

    dinamicamente. Condições da simulação: 1000 esferas de

    tamanho único e 55% de vazio. 15 classes e 834 interceptos

    medidos. -----------------------------------------------------------------

    51

    Figura 2.21. Distribuição de área de seção de estrutura simulada

    dinamicamente. Condições de simulação: 1000 esferas de

    tamanho único e 50% de vazio. 15 classes e 1039 áreas de

    seção. --------------------------------------------------------------------

    52

    Figura 2.22. Distribuição de área de perímetros de seção de estrutura

    simulada dinamicamente. Condições de simulação: 1000

    esferas de tamanho único e 50% de vazio. 15 classes e 1039

    áreas de seção. ----------------------------------------------------------

    52

    Figura 2.23. Distribuição de interceptos lineares para sólidos de diversas

    geometrias. (HUSS & DEHOF, 2000). -----------------------------

    53

    Figura 2.24. Distribuição de área de seção para esfera e para o cubo. (HUSS

    & DE HOF, 2000). ----------------------------------------------------

    53

  • Figura 2.25. Distribuição de intercepto linear para um milhão de esferas de

    mesmo tamanho. (FILHO, 2009). -----------------------------------

    54

    Figura 2.26. Distribuição de área de seção para um milhão de esferas de

    mesmo tamanho. (FILHO, 2009). -----------------------------------

    54

    Figura 3.1. (a) Caixa com grãos esféricos de mesmo tamanho, (b) caixa

    com grãos esféricos de tamanhos diferentes. Imagens geradas

    pelo software desenvolvido neste trabalho. ------------------------

    57

    Figura 3.2. (a) caixa cúbica para inserção das esferas; (b) Caixa com

    15.000 esferas de raio 0,4 µm; (c) Inserção do plano de corte na

    estrutura; (d) Esferas interceptadas pelo plano de corte; (e)

    Seções de áreas dos interceptos gerados pela intersecção do

    plano de corte com as esferas; (f) Vista superior do plano de

    corte. Imagens geradas pelo programa desenvolvido neste

    trabalho. -----------------------------------------------------------------

    58

    Figura 3.3. Imagem da tela principal do programa indicando o tipo de

    simulação. ---------------------------------------------------------------

    61

    Figura 3.4. Imagem da tela principal do programa indicando o tipo de

    simulação. ---------------------------------------------------------------

    62

    Figura 3.5. Fluxograma da metodologia empregada para obtenção dos

    interceptos, da tabela de distribuição de intercepto e geração de

    imagem da cada plano a partir da janela principal do programa.--------

    63

    Figura 3.6. Fluxograma da metodologia utilizada a partir da execução do corte

    sistemática até a exportação dos resultados em arquivos.----------------

    64

    Figura 3.7. Tela principal do programa. ------------------------------------------ 66

    Figura 3.8. Estrutura simulada com 20.000 esferas de raio 0,4µm e com

    uma fração de vazio de 40% e caixa com aresta de 19,55µm. ---

    66

    Figura 3.9. Estrutura mostrando as 787 esferas de raio 0,4µm interceptadas

    pelo plano de corte e isolada das demais. --------------------------

    67

    Figura 3.10. Plano de corte mostrando as seções de áreas das 787 esferas de

    raio 0,4µm interceptadas pelo plano de corte como mostra

    Figura 3.7. --------------------------------------------------------------

    67

    Figura 3.11. Estrutura simulada com 20.000 esferas de raio 0,3µm(cor azul),

    0,4µm(cor roxo), 0,5µm(cor verde) e 0,6µm(cor amarelo) e

  • com fração de vazio de 40% e caixa com aresta de 24,70µm. --- 68

    Figura 3.12. Plano de corte mostrando as seções de áreas das 734 esferas de

    raio diferentes interceptadas pelo plano de corte mostrada na

    figura 3.9. ---------------------------------------------------------------

    68

    Figura 3.13. Plano de corte de uma simulação realizada com 10.000 esferas

    de raio 0,5µm e com fração de vazio de 40%. (a) Plano de corte

    mostrando os interceptos lineares; (b) Plano de corte mostrando

    a grade de pontos. ------------------------------------------------------

    69

    Figura 4.1. (a) Estrutura com 2.000 esferas de raios diferentes; (b) Plano de

    corte de corte realizado em uma simulação com 1000 esferas de

    Raios 0,4µm(seção verde) e 0,8µm(seção vermelha).---------

    82

    Figura 4.2. Gráfico representado a distribuição de desvio padrão e a média

    da distribuição de seções de área por plano de corte realizado

    por seis simulações, sendo que em cada uma foram

    selecionados 10 planos de cortes. ------------------------------------

    82

    Figura 4.3. Imagem da estrutura simulada com 20.000 esferas e com fração

    de vazio de 50%. -------------------------------------------------------

    83

    Figura 4.4. Planos de cortes com 724 esferas interceptadas: (a) Fração de

    pontos, (b) Fração linear e (c) Fração de área. ---------------------

    84

    Figura 4.5. Plano de corte. (a) Plano de corte para determinação de

    intercepto linear. (b) Plano de corte para determinação de

    intercepto de área. -----------------------------------------------------

    87

    Figura 4.6. Distribuição de intercepto linear para os valores listado na

    tabela 3.4 para os interceptos simulados e para os interceptos

    medidos pelo programa de analise de imagem – ImageJ. --------

    88

    Figura 4.7. Distribuição de intercepto de área para os valores listados na

    tabela 3.4 para os interceptos simulados e para os interceptos

    medidos pelo programa de analise de imagem – ImageJ. --------

    89

    Figura 4.8. Gráfico de distribuição de interceptos lineares para uma

    estrutura simulada dinamicamente. Simulações realizadas com:

    1.000 esferas(série 1), 5.000 esferas(série 2), 10.000

    esferas(série 3), 15.000 esferas(série 4) e 20.000 esferas(série

    5). Todas as simulações realizadas com esferas de raio 0,5 com

  • fração de vazio de 50% distribuídos em 15 classes. -------------- 91

    Figura 4.9. Gráfico de distribuição de intercepto de área para uma estrutura

    simulada dinamicamente. Simulações realizadas com: 1.000

    esferas(série 1), 5.000 esferas(série 2), 10.000 esferas(série 3),

    15.000 esferas(série 4) e 20.000 esferas(série 5). Todas as

    simulações realizadas com esferas de raio 0,5 com fração de

    vazio de 50% distribuídos em 15 classes. --------------------------

    92

    Figura 4.10. Gráfico de distribuição de interceptos lineares para uma

    estrutura simulada dinamicamente. Simulações realizadas com:

    15.000 e com fração de vazio(FV) diferentes. Todas as

    simulações realizadas com esferas de raio 0,5 e distribuídas em

    15 classes. ---------------------------------------------------------------

    93

    Figura 4.11. Gráfico de distribuição de interceptos de área para uma

    estrutura simulada dinamicamente. Simulações realizadas com:

    15.000 e com fração de vazio(FV) diferentes. Todas as

    simulações realizadas com esferas de raio 0,5 e distribuídas em

    15 classes. ---------------------------------------------------------------

    94

    Figura 4.12. Distribuição de intercepto Linear para uma estrutura simulada

    dinamicamente. Foram realizadas cinco simulações com

    20.000 esferas de raio 0,5 com fração de vazio de 50%

    distribuídos em 15 classes. -------------------------------------------

    94

    Figura 4.13. Distribuição de intercepto de área para uma estrutura simulada

    dinamicamente. Foram realizadas cinco simulações com 20.000

    esferas de raio 0,5 com fração de vazio de 50% distribuídos em

    15 classes. ---------------------------------------------------------------

    95

    Figura 4.14. Distribuição de intercepto de perímetro para uma estrutura

    simulada dinamicamente. Foram realizadas cinco simulações

    com 20.000 esferas de raio 0,5 com fração de vazio de 50%

    distribuídos em 15 classes. -------------------------------------------

    95

    Figura 4.15. Distribuição de livre caminho para uma estrutura simulada com

    15.000 esferas de raio 0,5µm e com frações de vazio

    diferentes.----------------------------------------------------------------

    97

    Figura 4.16. Distribuição de livre caminho médio para simulações realizadas

  • com 15.000 esferas de raio 0,5µm com frações de vazio

    diferentes. ---------------------------------------------------------------

    97

    Figura 4.17. Distribuição de livre caminho médio para simulações realizadas

    com 20.000 esferas de raios diferentes -----------------------------

    98

    Figura 4.18. Distribuição de intercepto linear para 2 tamanho de grãos. ------ 99

    Figura 4.19. Distribuição de intercepto de área para 2 tamanho de grãos. ---- 99

    Figura 4.20. Distribuição de intercepto de perímetro para 2 tamanho de

    grãos. --------------------------------------------------------------------

    100

    Figura 4.21. Distribuição de livre caminho para 2 tamanho de grãos. --------- 100

    Figura 4.22. Distribuição de intercepto linear para 2 tamanho de grãos. ------ 100

    Figura 4.23. Distribuição de intercepto de área para 2 tamanho de grãos. ---- 100

    Figura 4.24. Distribuição de intercepto de perímetro para 2 tamanho de

    grãos. --------------------------------------------------------------------

    100

    Figura 4.25. Distribuição de livre caminho para 2 tamanho de grãos. --------- 100

    Figura 4.26. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 50%. ------------

    102

    Figura 4.27. Distribuição de intercepto de área para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 50%. ------------

    102

    Figura 4.28. Distribuição de intercepto de perímetro para uma simulação

    realizada com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 50%.

    103

    Figura 4.29. Distribuição de livre caminho para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 50%. ------------

    103

    Figura 4.30. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 40%. ------------

    104

    Figura 4.31. Distribuição de intercepto de área para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 40%. ------------

    104

    Figura 4.32. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 40%. ------------

    105

    Figura 4.33. Distribuição de intercepto de livre caminho para uma simulação

    realizada com 10 tamanhos de grãos e fração de vazio de 40%.

    105

    Figura 4.34. Distribuição lognormal de tamanho de grão para uma simulação

    realizada com 20mil grãos e fração de vazio de 50%. ------------

    106

    Figura 4.35. Distribuição de linear para uma simulação realizada com 10

  • tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. -----------------------------------------------

    107

    Figura 4.36. Distribuição de área para uma simulação realizada com 10

    tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. -----------------------------------------------

    107

    Figura 4.37. Distribuição de perímetro para uma simulação realizada com 10

    tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. ----------------------------------------------

    107

    Figura 4.38. Distribuição de intercepto de livre caminho para uma simulação

    realizada com 10 tamanhos de grãos distribuídos deforma

    lognormal e com fração de vazio de 50%. --------------------------

    108

    Figura 4.39. Distribuição lognormal de tamanho de grão para uma simulação

    realizada com 20mil grãos e fração de vazio de 50%. ------------

    108

    Figura 4.40. Distribuição de perímetro para uma simulação realizada com 10

    tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. -----------------------------------------------

    109

    Figura 4.41. Distribuição de perímetro para uma simulação realizada com 10

    tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. -----------------------------------------------

    109

    Figura 4.42. Distribuição de perímetro para uma simulação realizada com 10

    tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e com

    fração de vazio de 50%. -----------------------------------------------

    110

    Figura 4.43. Distribuição de livre caminho para uma simulação realizada

    com 10 tamanhos de grãos distribuídos deforma lognormal e

    com fração de vazio de 50%. -----------------------------------------

    110

    Figura 4.44. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%. -------

    112

    Figura 4.45. Distribuição de intercepto de área para uma simulação realizada

    com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%. --------

    112

    Figura 4.46. Distribuição de intercepto de perímetro para uma simulação

    realizada com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de

    95%. ---------------------------------------------------------------------

    112

    Figura 4.47. Distribuição de intercepto de livre caminho para uma simulação

  • realizada com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de

    95%. ---------------------------------------------------------------------

    113

    Figura 4.48. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%. -------

    113

    Figura 4.49. Distribuição de intercepto de área para uma simulação realizada

    com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%. -------

    114

    Figura 4.50. Distribuição de intercepto de perímetro para uma simulação

    realizada com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de

    95%. ---------------------------------------------------------------------

    114

    Figura 4.51. Distribuição de intercepto de livre caminho para uma simulação

    realizada com 2 tamanhos de grãos e com fração de vazio de

    95%. ---------------------------------------------------------------------

    114

    Figura 4.52. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 95%.------------------------------------------------------------------

    116

    Figura 4.53. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 95%. ------------------------------------------------------------------

    116

    Figura 4.54. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 95%. ------------------------------------------------------------------

    116

    Figura 4.55. Distribuição de livre caminho para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 95%. ------------------------------------------------------------------

    117

    Figura 4.56. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 98%. ------------------------------------------------------------------

    117

    Figura 4.57. Distribuição de intercepto de área para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 98%. ------------------------------------------------------------------

    118

    Figura 4.58. Distribuição de intercepto de perímetro para uma simulação

    realizada com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração

    de vazio de 98%. -------------------------------------------------------

    118

  • Figura 4.59. Distribuição de intercepto de livre caminho para uma simulação

    realizada com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração

    de vazio de 98%. -------------------------------------------------------

    119

    Figura 4.60. Distribuição de tamanho de grão (raio) para uma simulação

    realizada com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração

    de vazio de 98%.--------------------------------------------------------

    120

    Figura 4.61. Distribuição de intercepto linear para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 98%. ------------------------------------------------------------------

    120

    Figura 4.62 Distribuição de intercepto de área para uma simulação

    realizada com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração

    de vazio de 98%--------------------------------------------------------

    120

    Figura 4.63. Distribuição de intercepto de perímetro para uma simulação

    realizada com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração

    de vazio de 98%. -------------------------------------------------------

    121

    Figura 4.64. Distribuição de livre caminho para uma simulação realizada

    com duas mil esferas e 10 tamanhos de grãos e fração de vazio

    de 98%.------------------------------------------------------------------

    121

    Figura A1. Seção de corte de uma esfera de raio R. A seção vertical está a

    uma distância x do centro da esfera, tem raio r, área A e

    perímetro P.-------------------------------------------------------------

    128

    Figura A2. Distribuição de área de seção teórica para esferas de mesmo

    tamanho.------------------------------------------------------------------

    129

    Figura A3. Curva de distribuição de perímetro de seção teórica para esferas

    de raio unitário.----------------------------------------------------------

    130

    Figura A4. Intercepto gerado por uma linha vertical que passa por um anel

    circular de raio r.--------------------------------------------------------

    131

    Figura A5. Distribuição teórica de intercepto linear para esferas de raio

    unitário.-------------------------------------------------------------------

    131

  • Lista de Tabelas

    Tabela 2.1. Expressões estereológicas------------------------------------------------ 33

    Tabela 2.2. Classificação das rochas em função de sua porosidade-------------- 39

    Tabela 4.1. Tabela de fração de pontos para uma simulação realizada com

    20.000 esferas de raio 0,5 e com fração de vazio de 50%. ----------

    85

    Tabela 4.2. Tabela de fração linear para uma simulação realizada com 20.000

    esferas de raio 0,5 e com fração de vazio de 50%. ------------------

    85

    Tabela 4.3. Tabela de fração de área para uma simulação realizada com

    20.000 esferas de raio 0,5 e com fração de vazio de 50%. ---------

    86

    Tabela 4.4. Distribuição de interceptos linear por classes para interceptos

    simulados e para medidas de interceptos determinados utilizando

    o ImageJ(denominado de medido na tabela). ------------------------

    88

    Tabela 4.5. Distribuição de interceptos de área por classes para interceptos

    simulados e para medidas de interceptos determinados utilizando

    o ImageJ(denominado de medido na tabela). ------------------------

    89

    Tabela 4.6. Tabela de interceptos lineares teóricos e simulados para esferas

    de raio 0,5m. ------------------------------------------------------------

    90

    Tabela 4.7. Tabela de interceptos de área teóricos e simulados para esfera de

    raio 0,5m. ----------------------------------------------------------------

    90

    Tabela 4.8. Tabela de interceptos lineares teóricos e simulados para esfera de

    raio 0,5m. ----------------------------------------------------------------

    93

    Tabela 4.9. Tabela de interceptos de área teóricos e simulados para esferas de

    raio 0,5m. ----------------------------------------------------------------

    93

    Tabela 4.10. Distribuição de interceptos de livre caminho por classes. ---------- 96

    Tabela 4.11. Tabela de valores medidos para intercepto médio, livre caminho

    médio e fração volumétrica por contagem de pontos. ---------------

    98

    Tabela 4.12. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

    diferentes. ------------------------------------------------------------------

    99

    Tabela 4.13. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

    diferentes. ------------------------------------------------------------------

    101

    Tabela 4.14. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

  • com distribuição lognormal de grãos. --------------------------------- 106

    Tabela 4.15. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

    com diferentes tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%.

    111

    Tabela 4.16. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

    com diferentes tamanhos de grãos e com fração de vazio de 95%.

    115

    Tabela 4.17. Medidas de interceptos e frações volumétricas para simulações

    com diferentes tamanhos de grãos e com fração de vazio de

    95%.------------------------------------------------------------------------

    119

  • Sumário

    Capítulo 1: Introdução -------------------------------------------------------------- 21

    1.1.Estrutura do trabalho----------------------------------------------- 23

    Capítulo 2: Revisão bibliográfica-------------------------------------------------- 24

    2.1. Introdução ---------------------------------------------------------- 24

    2.2. Histórico e definições--------------------------------------------- 24

    2.2.1. Estereologia------------------------------------------------- 24

    2.2.2. Evolução histórica da Estereologia---------------------- 26

    2.2.3. O princípio da contagem de pontos --------------------- 30

    2.2.4. Estereologia e material poroso---------------------------- 31

    2.2.5. Estudo das rochas------------------------------------------- 33

    2.2.5.1. Definição de Rocha-------------------------------- 33

    2.2.5.2. Classificação das Rochas-------------------------- 34

    2.2.6. Rocha reservatório----------------------------------------- 36

    2.2.6.1. Propriedades Fundamentais das Rochas

    Reservatório------------------------------------------

    35

    2.4.6.2. Porosidade Absoluta ------------------------------- 37

    2.2.6.3. Porosidade Efetiva---------------------------------- 38

    2.2.6.4. Porosidade Primária-------------------------------- 39

    2.2.6.5. Porosidade Secundária----------------------------- 39

    2.2.6.6. Rochas Areníticas---------------------------------- 40

    2.2.6.7. Métodos de Determinação de porosidade-------- 41

    2.2.6.8. Método direto--------------------------------------- 41

    2.2.6.9. Bomba de mercúrio--------------------------------- 41

    2.2.6.10. Método do picnômetro --------------------------- 42

    2.2.6.11. Método de embebição----------------------------- 42

    2.2.7. Tecnologias utilizadas e Linguagem de

    programação--------------------------------------------------

    42

    2.2.7.1. Placa Gráfica---------------------------------------- 43

    2.2.7.2. Arquitetura de programação (CUDA)------------ 44

    2.2.7.3. Physx SDK ------------------------------------------ 45

  • 2.2.7.4. Simulação dinâmica de material poroso--------- 46

    2.2.8. Resultados de alguns trabalhos na área----------------- 47

    Capítulo 3: Metodologia------------------------------------------------------------- 55

    3.1. Introdução. --------------------------------------------------------- 55

    3.2. Caracterização do problema. ------------------------------------- 55

    3.3. Linguagem de programação. ------------------------------------- 59

    3.4. Linguagem e tecnologia utilizada para desenvolvimento do

    software. -----------------------------------------------------------

    59

    3.5. Processamento interno da simulação. -------------------------- 60

    3.6. Software de simulação de estrutura porosa. ------------------- 65

    3.7. Tipos de estruturas que podem ser simuladas com o

    software. -----------------------------------------------------------

    72

    3.8. Teste de homogeneidade da estrutura simulada. -------------- 74

    3.9. A determinação da fração de volume a partir da fração de

    pontos, fração linear e fração de área. --------------------------

    74

    3.10. Comparação entre a caracterização automática e a

    caracterização manual de estruturas simuladas. --------------

    75

    3.11. Comparação do resultado produzido pelo programa com a

    teoria. ---------------------------------------------------------------

    76

    3.12. Caracterização do livre caminho médio entre as esferas. -- 76

    3.13. Esferas sendo considerada como partícula e estruturas

    com esferas de dois tamanhos diferentes. ---------------------

    77

    3.14. Esferas sendo considerada como partícula e estruturas

    com esferas de dez tamanhos diferentes. ----------------------

    78

    3.15. Esferas sendo consideradas como partículas e estrutura

    com tamanho de esfera distribuída de forma lognormal. ---

    78

    3.16. Esferas sendo considerada como poros e estrutura com

    esferas de dois tamanhos diferentes. ---------------------------

    79

    3.17. Esferas sendo considerada como poros e estrutura com

    esferas de dez tamanhos diferentes. ----------------------------

    79

    3.18. Esferas sendo considerada como poros e estruturas com

    tamanho de esfera distribuída de forma lognormal. ---------

    80

    Capítulo 4: Resultados e discussão------------------------------------------------ 81

  • 4.1. Introdução. --------------------------------------------------------- 81

    4.2. Homogeneidade da distribuição de esferas na estrutura. ----- 81

    4.3. Resultados obtidos para determinação da fração

    volumétrica a partir da fração de pontos, fração linear e

    fração de área. -----------------------------------------------------

    83

    4.4. Resultados obtidos para a comparação entre a

    caracterização automática e a caracterização manual de

    estruturas simuladas. ---------------------------------------------

    86

    4.5. Comparação dos resultados produzidos pelo programa com

    a teoria. -------------------------------------------------------------

    90

    4.6. Caracterização do livre caminho médio entre as esferas----- 96

    4.7. Esferas como partículas. Estruturas com esferas de dois

    tamanhos distintos. -----------------------------------------------

    98

    4.8. Esferas como partículas. Estruturas com esferas de dez

    tamanhos distintos. -----------------------------------------------

    101

    4.9. Esferas como partículas. Estruturas com esferas com

    distribuição de tamanho lognormal. ----------------------------

    105

    4.10. Esferas como poros. Estruturas com esferas de dois

    tamanhos distintos. -----------------------------------------------

    110

    4.11. Esferas como poros. Estruturas com esferas de dez

    tamanhos distintos. -----------------------------------------------

    115

    4.12. Esferas como poros. Estruturas com esferas com

    distribuição de tamanho lognormal. ----------------------------

    119

    Capítulo 5: Conclusões--------------------------------------------------------------- 122

    Referências: Referências Bibliográficas------------------------------------------- 124

    Apêndice A: Distribuições teóricas de intercepto linear, área de seção e

    perímetro de seção para esferas de mesmo tamanho --------------

    128

  • 21

    Capítulo 1: Introdução

    A maioria dos materiais sólidos existentes na natureza contém espaços vazios

    denominados poros, os quais podem ser extremamente pequenos tais como os

    interstícios moleculares ou extremamente grandes, tais como cavernas em formações

    rochosas. Materiais com essas propriedades são denominados de meios porosos. Os

    meios porosos podem ser classificados como: meios geológicos (solos, rochas,

    aqüíferos), artificiais (filtros, tecidos, concreto, cerâmicas, esponjas) e biológicos

    (cartilagens, ossos e alvéolos pulmonares). Neste trabalho é explorado o meio

    geológico, mais precisamente as rochas do tipo reservatório (areníticas).

    Há muitos fatores que afetam a porosidade da rocha e existem vários tipos

    diferentes de rochas porosas que interessam ao homem no mundo todo. A porosidade da

    rocha é importante para todas as indústrias que utilizam rocha como matéria-prima, pois

    a porosidade tem influência sobre sua utilidade. A porosidade é uma questão crucial na

    busca por energia geotérmica e lençóis de água. Exploradores e produtores de petróleo e

    de gás também têm grande interesse na porosidade de uma potencial rocha reservatório.

    A maior parte das reservas de petróleo e gás do mundo é encontrada em rochas

    reservatório do tipo arenítica. Em alguns países, rochas como o calcário, a dolomita e as

    rochas vulcânicas fraturadas também podem ter porosidade apropriada para o acúmulo e

    produção de petróleo e/ou gás.

    As características, a origem e as mudanças de porosidade nas rochas areníticas

    são muito mais simples de entender e definir do que em alguns outros tipos de rocha.

    No entanto, mesmo nas rochas areníticas, existem diversos fatores que afetam a

    porosidade. Esses fatores incluem a natureza e as características da areia e de outros

    sedimentos que se acumulam para posteriormente, depois do soterramento e

    sedimentação, tornar-se uma rocha reservatório de petróleo. O tamanho da partícula de

    areia, a homogeneidade dos grãos ou a distribuição dos grãos de areia afetam

    significativamente a sua porosidade. Pequenos grãos de lodo ou argila na areia são

    bastante prejudiciais, pois eles preenchem os espaços que poderiam ser poros. O

    processo de deposição implicado no acúmulo de areia também afeta a porosidade, a

    consistência de uma porção ou camada de areia e, deste modo, a porosidade total de

    uma formação rochosa.

  • 22

    Durante o processo de sedimentação e soterramento é provável que o peso da

    grande quantidade de sedimentos (mais tarde rocha) mude o acúmulo de areia.

    Inicialmente, essas mudanças ocasionam geralmente uma perda de porosidade devido à

    compactação e mais adiante outra perda para a mineralização ou cimentação.

    Posteriores mudanças durante o soterramento podem ser bastante complexas, como

    transformações minerais que incluem mudanças de volume, lixiviação (dissolução) de

    grãos, e precipitação de minerais nos espaços de poros e nas superfícies dos grãos de

    areia. Se o acúmulo de areia fica soterrado a milhares de metros de profundidade, alguns

    grãos podem ser triturados e/ou deformados plasticamente pelo peso da sobrecarga e da

    estabilidade física dos grãos de areia.

    A natureza dos fluidos que escoam pelos poros entre os grãos de areia

    geralmente provoca alterações nos poros e na porosidade, assim como na composição e

    estabilidade química dos poros. Se a areia fica vedada pelo fluxo de água, a porosidade

    pode ser preservada por mais tempo do que o usual, de maneira que a primeira entrada

    de petróleo ou gás pode preencher os poros, pois a presença da água ajuda a retardar as

    reações químicas e a mineralização ou cimentação dos grãos.

    A simulação é um meio de se experimentar idéias e conceitos sob condições que

    estariam além das possibilidades de se testar na prática, devido ao custo, demora ou

    risco envolvidos. Levando isso em conta, este trabalho apresenta uma simulação

    computacional dinâmica baseada em hardware gráfico para a implementação de

    métodos estereológicos. A estereologia é a ciência das relações geométricas entre

    estruturas que existem em três dimensões e imagens dessa estrutura que são

    fundamentalmente bidimensionais, (RUSS e DEHOFE, 2000) fornecendo um conjunto

    de ferramentas que permitem relacionar medições em imagens a importantes parâmetros

    tridimensionais da estrutura real. Através da modelagem de um sistema real foi

    simulada a estrutura de uma rocha reservatório do tipo arenítica.

    O objetivo principal deste trabalho é o desenvolvimento de um software de

    simulação dinâmica e validação com testes em estruturas porosas para extrair valores

    estruturais relativos à sua porosidade, distribuição de interceptos e sua fase sólida para

    que seus resultados possam ser aproveitados em caso de estruturas reais.

    Neste trabalho foi simulada computacionalmente uma estrutura porosa

    constituída de esferas de mesmo tamanho e de tamanhos diferentes com interação física

    entre as esferas.

  • 23

    Caracterizar estereologicamente a estrutura porosa a fim de obter informações

    das fases poros e sólida para tentar extrair correlações entre elas.

    A simulação computacional pode substituir, sob certas condições, a computação

    física de estruturas porosas com economia de tempo, esforço e com maior controle

    sobre os parâmetros estruturais. A caracterização dessas estruturas também pode ser

    feita automaticamente, ganhando-se em tempo e precisão o que para as ciências e

    engenharias é de fundamental importância.

    1.1. Estrutura do trabalho

    O presente trabalho está estruturado da seguinte forma: o capítulo 1, introdução

    e a organização da estrutura do trabalho. O capítulo 2 traz uma revisão da literatura,

    abordando temas diretamente ligados a estruturas porosas, estereologia e simulação

    computacional em estruturas porosas. O capítulo 3 apresenta os métodos utilizados para

    o desenvolvimento deste trabalho. O capítulo 4 é apresentado os resultados. O capítulo

    5 é feito as conclusões e finaliza-se com as referências bibliográficas utilizadas e um

    apêndice.

  • 24

    Capítulo 2: Revisão bibliográfica

    2.1. Introdução

    Neste capítulo, foi feito uma revisão da literatura, buscando definições e

    conceitos sobre rochas reservatório, porosidade e pesquisa de alguns trabalhos na área

    de simulação computacional física de medidas estereologicas de estruturas porosas.

    Ressalta-se, contudo, que no tocante à simulação computacional física de medidas

    estereologicas de corpos porosos, depois de realizado uma busca na literatura,

    constatou-se que não há trabalhos na área com este foco, sendo este o primeiro trabalho

    com este propósito. Portanto a revisão que segue apresenta algumas definições

    importantes para o desenvolvimento deste trabalho e são apresentados alguns resultados

    de trabalhos que tratam da determinação da porosidade, permeabilidade e também

    alguns trabalhos na área de simulação computacional.

    2.2. Histórico e Definições

    2.2.1. Estereologia.

    As propriedades dos materiais na sua grande maioria são influenciadas por sua

    estrutura, por exemplo, as estruturas das rochas revelam os mecanismos de sua

    formação. Na área da biologia, a estrutura de células, órgãos e tecidos está intimamente

    relacionada a sua funcionalidade. Dai o interesse de engenheiros, geólogos e biólogos

    em investigar e caracterizar as estruturas de seus objetos em estudo.

    As estruturas dos materiais são geralmente tridimensionais, opacas ou

    semitransparentes e microscópicas. Isto representa uma enorme dificuldade de

    observação. A opacidade, por exemplo, impede a visualização de seu interior. Estruturas

    transparentes permitem a visualização do interior, porém a observação é dificultada pelo

    ajuste do foco do microscópio. Adicionalmente, a medição de elementos estruturais

    interiores não é possível ou precisa a partir do seu exterior.

    Estruturas tridimensionais devem ser observadas com uso de seções de corte ou

    por reconstrução a partir dessas seções. O primeiro recurso é o mais utilizado. Consiste

    em secionar a estrutura e prepará-la adequadamente para observação através de

  • 25

    microscópios. O que se observa é um plano de corte da estrutura, uma imagem

    bidimensional dos elementos tridimensionais reais da estrutura. O segundo método

    consiste em seccionar finamente a estrutura e, observando os detalhes bidimensionais de

    cada lado da seção, tentar reconstruí-la tridimensionalmente. Esta é uma tarefa árdua, de

    resultados na maioria das vezes insatisfatórios.

    A questão que surge destes modos de observação de estruturas reais é como

    caracterizar uma estrutura tridimensional, se somente seus aspectos em duas dimensões

    são observados, seja em um plano de corte seja em um plano de projeção? A resposta

    para esta questão é a seguinte: usando uma ferramenta que consiga transformar os

    aspectos em duas dimensões nos aspectos tridimensionais reais de interesse. Esta

    ferramenta denomina-se estereologia, (SILVA, 2007).

    A estereologia é a ciência que trata das relações geométricas entre uma estrutura

    tridimensional e as imagens dessa estrutura, que são fundamentalmente bidimensionais.

    Estas imagens podem ser obtidas por uma variedade de meios, mas se dividem em duas

    categorias básicas que são: as imagens das seções de cortes obtidas através de analises

    microscópicas destas seções e de projeção de suas imagens sobre um plano, (RUSS E

    DEHOFF, 2000).

    As imagens a seguir apresentam um caixa com elementos hipotéticos inseridos

    dentro da mesma, com elementos de volume, de superfície e de linha, onde esta é

    interceptada por um plano de corte e em seguida é apresentado seus elementos

    interceptados.

    Fig.2.1. a) Caixa contendo elementos hipotéticos de volume, área e linhas. b) Plano de corte

    com elementos interceptados e c) regiões interceptadas. Figuras obtidas de RUSS E

    DEHOFF, 2000.

    (a)

    (c)

    (b)

  • 26

    Ainda segundo (RUSS E DEHOFF, 2000), o uso mais intenso da Estereologia

    tem sido efetuado em conjunto com o uso dos microscópios, que incluem os

    microscópios ópticos e os microscópios eletrônicos. Também, pode-se destacar a

    utilização de analisadores de imagens poderosos e de fácil utilização, tais como Scion

    Image e outros programas que permitem selecionar e medir dezenas de parâmetros

    estereológicos em um intervalo de tempo muito curto. O uso desses programas fornece

    resultados de forma automática e semi-automática na determinação das relações entre a

    estrutura tridimensional e suas imagens, (HINGGINS, 2000 e FRIEL, 2000)

    As características estruturais que podem ser determinadas pela estereologia são:

    volumes de certos elementos estruturais (o que pode representar a determinação de

    composição de materiais ou frações de fases presentes), áreas de elementos superficiais

    planos ou não, comprimentos de elementos lineares, nível de vizinhança entre fases

    presente em uma estrutura (denominada contigüidade) e tamanhos de elementos

    volumétricos, como por exemplos, grãos, entre outras.

    2.2.2. Evolução histórica da Estereologia.

    Os primeiros esforços em direção à quantificação de parâmetros geométricos

    mais básicos (volume, área de superfície, comprimento e quantidade), onde se encontra

    as origens dos procedimentos estereológicos, foram efetuados pelos egípcios

    (MOUNTON, 2010). A área superficial era um parâmetro muito importante para essa

    sociedade que sofria periodicamente com as enchentes do rio Nilo que apagavam as

    demarcações dos limites das propriedades, sendo importante então algum método para

    estimar a área de superfícies. Os gregos absorveram as novas técnicas, criadas pelos

    egípcios, e posteriormente com a geometria euclidiana ampliaram esses métodos.

    Durante o período da renascença, inúmeras contribuições estabeleceram a

    fundamentação teórica da estereologia moderna.

    Em 1637, Buonaventura Cavalieri demonstrou que o volume médio de uma

    população de objetos, seja qual for a geometria, pode ser estimada através da soma das

    áreas multiplicado pela espessura das seções obtidas através de cortes sistemáticos nos

    objetos, permitindo a estimativa do volume total de qualquer população de objetos a

    partir da área de amostras coletada por cortes nesses objetos, (ALTUNKAYNAK E ET

    ALL, 2009) . As duas figuras abaixo mostram uma aplicação do princípio de Cavalieri.

  • 27

    Fig. 2.2. Princípio de Cavalieri demonstrado através de um conjunto finito de cortes em uma

    esfera, (ALTUNKAYNAK E ET ALL, 2009).

    Fig. 2.3. Princípio de Cavalieri aplicado a um corpo de geometria irregular, (ALTUNKAYNAK

    E ET ALL, 2009).

    Em 1777, o Naturalista George Leclerc Buffon apresentou o problema das

    agulhas a Academia Real de Ciências de Paris, França, (MOUNTON, 2010). Ele

    mostrou que a probabilidade de uma agulha atirada aleatoriamente em uma grade de

    linhas intercepte qualquer uma dessas linhas é diretamente proporcional ao tamanho da

    agulha. Este princípio forneceu as bases teóricas para estimar o comprimento e área de

    superfície total para qualquer objeto, seja qual for sua geometria, (MOUNTON, 2010).

    Fig. 2.4. Buffon e o problema das agulhas atiradas aleatoriamente sobre uma grade de linhas,

    (MOUNTON, 2010).

  • 28

    Já em 1847, o geólogo francês August Delesse propôs um método para estimar a

    proporção de um mineral em uma rocha pela razão de área correspondente deste mineral

    em uma seção de corte da rocha, (CRUZ-ORIVE, 2009). Delesse então mostrou que a

    área total de cada fase (que correspondia ao mineral que compunha a rocha) obtida pela

    seção de corte, é proporcional ao volume desta fase em toda a rocha. Isto forneceu as

    bases para a estimativa do volume de objetos, seja qual for sua geometria.

    Fig. 2.5. Método para estimativa de volumes a partir de seções de áreas aleatórias,

    (MOUNTON, 2010).

    Outro procedimento importante foi desenvolvido em 1933, pelo Geólogo Russo

    A. A. Galgolev para estimar a área de uma fase obtida por uma seção de corte através da

    contagem de pontos com um sistema de teste de pontos, (CRUZ-ORIVE, 2009). A

    Figura 2.6 exemplifica esta técnica.

    Fig. 2.6. Grade de pontos utilizada para estimar a área e o volume de sólidos, (CRUZ-ORIVE,

    2009).

    Delesse 1847

    Roseval 1898

    Thomsen 1930

  • 29

    O termo estereologia foi introduzido no meio acadêmico na década de 60. Em

    1961, na Alemanha, um grupo de Engenheiros, Geólogos, Biólogos, e Cientistas dos

    Materiais reuniram-se para discutir problemas relacionados à quantificação de objetos

    tridimensionais a partir de seções bidimensionais. Estas idéias, técnicas e procedimentos

    já vinham sendo praticadas e aprimoradas há décadas, porém ainda não existia um

    campo de pesquisa multidisciplinar formalizado, (KIYOSHI, 2008). Durante o encontro

    em Viena na Áustria, foi proposto o termo "stereology" pelo biólogo Hanns Elias para

    definir o assunto das discussões, ele foi aceito como o termo que define o campo de

    pesquisa interessado na analise de parâmetros estruturais de objetos baseados em seções

    planares(bidimensionais).

    Na Áustria em 1962, foi realizado o primeiro congresso internacional sobre

    estereologia, neste congresso criou-se a ISS (International Society for Stereology) cujo

    objetivo primordial era demonstrar que informações qualitativas sobre estruturas

    tridimensionais podiam ser obtidas a partir de seções bidimensionais. Neste mesmo

    encontro, o professor Hans Elias foi indicado como primeiro presidente da ISS. As

    décadas seguintes foram de intensas atividades dessa comunidade científica.

    Em 1984 D.C Sterio, descreve um método de contagem denominado "disector".

    Esse método foi o primeiro método para estimar quantidade de objetos por unidade de

    volume sem hipóteses, modelos ou fatores de correção STERIO, 1984.

    Fig. 2.7. Princípio “disector” descrito por Sterio em 1984, (STERIO, 1984).

    Segue-se o desenvolvimento de outros métodos estereológicos que tornavam

    ainda mais precisos e eficientes as estimativas de quantidade (N), volume (V), área

    superficial (S), e comprimento (L) dando início à estereologia moderna onde os novos

    métodos têm por objetivo suplantar os erros sistemáticos que são introduzidos durante a

    quantificação de materiais cuja natureza geométrica não se enquadrar entre as formas

    geométricas básicas.

  • 30

    2.2.3. O princípio da contagem de pontos.

    O princípio de Cavalieri, permite estimar o volume de qualquer sólido a partir de

    seções (ou planos) de corte sistematicamente obtidas. Esses planos de corte conterão as

    regiões correspondentes a seções de área da amostra em análise. Para objetos de

    geometria regular (esferas, por exemplo) estimar a seção de área gerada por um plano

    de corte é um problema geométrico simples. Mas, para estimar a seção de área de uma

    geometria qualquer, o método mais simples e comumente empregado é a contagem de

    pontos (RUSS E DEHOFF, 2000). A contagem de pontos consiste em aplicar uma grade

    de pontos igualmente espaçados sobre um plano de corte e observar a razão entre a

    quantidade de pontos internos às seções da amostra presente no plano de corte e a

    quantidade total de pontos na grade. Vários trabalhos presentes na literatura já

    demonstraram a igualdade da razão entre a seção de área obtida e a área total do plano

    de corte com a fração de pontos descrita, como mostra o exemplo na figura abaixo.

    Fig. 2.8. Uso da técnica de contagem de pontos para estimar parâmetros estereológicos, (RUSS E DEHOFF, 2000).

    Uma vez que as características da imagem bidimensionais surgem da intersecção

    do plano com a estrutura tridimensional, é lógico esperar que as medidas sobre os traços

    característicos que são vistos com uma dimensão a menos pode ser utilizado para obter

    informações sobre os recursos que estão presentes na imagem tridimensional. Na

    verdade, esta é à base da estereologia. Isto é, estereologia representa o conjunto de

    métodos que permitem dar informações sobre a estrutura tridimensional a partir de

    medidas e observações realizadas em imagens bidimensionais.

    Total de pontos: 56

    Pontos coincidentes: 10

    Fração de pontos: 0,18

  • 31

    2.2.4. Estereologia e material poroso.

    É sabido que a estereologia tem como objetivo estudar as relações geométricas

    entre uma estrutura existente no espaço tridimensional e as imagens bidimensionais

    dessas estruturas. Do ponto de vista prático, essas imagens estão definidas em duas

    categorias; as imagens de seções planas que interceptam a estrutura e as imagens de

    estruturas projetadas em determinado plano.

    Através de uma seção bidimensional de uma estrutura tridimensional é possível

    medir, por técnicas estereológicas, a composição de fases do material poroso, o tamanho

    médio de grão, a distribuição de tamanho de grão, a superfície dos contornos de grão ou

    da interface, a contigüidade e outros parâmetros.

    A composição do material poroso pode ser determinada através da contagem de

    pontos, de comprimentos de interceptos lineares ou pela contagem das seções de áreas

    dos elementos constituintes num determinado plano de corte. No primeiro caso, uma

    malha de pontos é criada sobre o plano de corte da estrutura. A fração volumétrica da

    fase poros da estrutura, por exemplo, é a razão entre o número de pontos que incidem

    com a fase poros e o número total de pontos da malha. No segundo caso, uma grade de

    linhas é traçada sobre o plano de corte e a razão entre a soma dos comprimentos dos

    segmentos que interceptam a fase poro e a soma dos segmentos das linhas que

    constituem a malha fornece a fração linear. No terceiro caso, a fração volumétrica da

    fase poro é a razão entre a área da fase poro e a área total do plano de corte. Prova-se,

    através do emprego da teoria estereológica, que esses três métodos conduzem a

    resultados numericamente iguais e o valor produzido corresponde à fração volumétrica

    da estrutura, (UNDERWOOD, 1970).

    As relações são:

    (2.1)

    (2.2)

    (2.3)

    Onde, representa a fração volumétrica, a fração de área, a fração linear

    e a fração linear. As demonstrações das equações acima estão feitas em (RUSS E

    DEHOFF, 2000) e (UNDERWOOD, 1970).

    A simulação de estruturas em computador é uma excelente técnica para calcular

    as medidas citadas acima. Na prática este trabalho é feito através da analise de imagens.

    Isso torna o trabalho muito demorado e passivo de erros, pois a decisão tomada no

  • 32

    momento de aquisição das imagens da seção, para posterior medição levam a

    desconsideração de certa fração da população de grão da estrutura já em um software de

    simulação pode-se “construir” qualquer estrutura e eliminar qualquer fator que

    influencie as medições. A teoria estereológica é o referencial que permite comparar a

    simulação de estruturas em computador com parâmetros de estruturas reais de um

    determinado material poroso obtido experimentalmente.

    A estereologia afirma que para partículas de uma fase dispersa numa fase

    contínua , no caso do material poroso, os grãos esféricos constituem fase dispersas e

    os espaços vazios constituem a fase contínua, o intercepto linear médio das partículas

    dispersas da fase , , pode ser definido pela equação de Tomkeieff

    (2.4)

    Onde representam, respectivamente, o volume médio e a área de superfície

    média dos grãos da fase . (UNDERWOOD, 1970).

    Para um grão de simetria perfeita como um grão esférico, o diâmetro D é o

    parâmetro que melhor representa o tamanho de grão, visto que a área superficial e o

    volume podem ser expressos em função dele. O intercepto médio , aplicando-se a

    equação de Tomkeieff, vale

    . Ou seja, tem-se que

    . O que essa equação diz é

    que para se obter o diâmetro de um grão esférico deve-se multiplicar o intercepto médio

    pela constante , (UNDERWOOD, 1970). Na realidade, o exemplo acima é um caso

    particular da equação geral dada por,

    (2.5)

    onde, é o diâmetro médio de uma distribuição de grãos e K é uma constante de

    proporcionalidade entre o diâmetro médio e o intercepto médio da distribuição de grãos.

    A constante K nessa equação é, na realidade, o produto de dois fatores, dependente da

    forma geométrica dos grãos e o outro depende da distribuição de tamanho dos grãos,

    (ZEFERINO, 2006).

    No caso da esfera, pode-se deduzir matematicamente as relações entre os vários

    parâmetros que envolvem as medidas de corpos dispersos em uma estrutura. A tabela

    abaixo sintetiza estas expressões:

  • 33

    Tabela 2.1. Expressões estereológicas.

    Parâmetros a

    serem

    determinados

    Expressão

    geral

    Expressão para o caso

    específico da esfera Variáveis independentes

    Intercepto

    linear médio

    - volume da esfera

    – área superficial média

    da esfera

    R – O raio da esfera

    Área média

    projetada

    - área superficial da esfera

    Intercepto de

    área média

    - volume da esfera

    - altura projetada média

    da esfera

    Intercepto de

    perímetro

    médio

    - intercepto de área média

    - intercepto linear médio

    - área superficial da esfera

    – altura média projetada

    da esfera

    2.2.5. Estudo das rochas.

    2.2.5.1. Definição de Rocha.

    Rocha é todo agregado natural composto por um ou mais minerais com

    características próprias quanto sua origem, à natureza e disposição dos minerais que a

    constitui, e o a que caracteriza é a morfologia, a disposição e percentagens de minerais

    constituintes, bem como o mineral ou minerais dominantes. Por exemplo, o granito é

    uma rocha ígnea formada por quartzo, feldspato e mica, que são minerais comuns na

    crosta terrestre. A palavra rocha, não reflete obrigatoriamente dureza. Mesmo as mais

    duras sofrem desintegração pela água e gases da atmosfera.

  • 34

    2.2.5.2. Classificação das Rochas.

    As rochas são definidas em três tipos: Ígneas, Metamórficas e Sedimentares. É

    estas são definidas conforme descrita abaixo:

    Rocha Ígnea. São aquelas produzidas pela solidificação de um magma (massa

    fundida do interior da terra), constituído de uma solução de silicatos e mantido líquido

    por uma temperatura extremamente elevada. Vulcões ativos nos dão amostra de vários

    tipos de magma. Ex: Basalto, granito, diabásio.

    Rocha Metamórfica. São aquelas que se originam pela transformação de rochas

    preexistentes, em virtude de novas condições de pressão e temperatura. Ex: Ardósia,

    gnaisse, xisto e o mármore.

    Rocha Sedimentar. É originada da consolidação de detritos de rochas que foram

    transportados, depositados e acumulados, ou de produtos de atividade orgânica,

    precipitados químicos por evaporação ou atividade bioquímica. Geralmente forma

    estratos ou camadas. Ex: Arenitos, siltitos, coquinas e carbonatos.

    2.2.6. Rocha reservatório.

    É uma rocha porosa e suficientemente permeável para que o petróleo, água ou

    gás possa acumular em sua porosidade. É composta de grãos ligados uns aos outros por

    um material chamado de cimento. Para um rocha ser considerada uma rocha

    reservatório, ela deve possuir poros e estes devem ser conectados. São exemplos de

    rochas reservatórios: arenito, carbonatos, calcarenitos.

    As rochas do tipo areníticas apresentam-se com superfície áspera e na maioria

    das vezes é formada por grãos de quartzo cimentado. Ela é porosa e absorve água

    facilmente, motivo pelo qual é uma rocha de alta importância no acúmulo de água

    subterrânea, de petróleo e de gás natural.

    A atividade de exploração de petróleo demanda alto risco e grandes

    investimentos. Proposta de novas metodologias que se apresentam como ferramentas

    adicionais que juntamente com outras disponíveis aumentam a confiabilidade na

    avaliação de reservatórios de petróleo e gás, reduzindo riscos e diminuindo custos, são

    sempre bem vindas, como é o caso da estereologia.

  • 35

    2.2.6.1. Propriedades Fundamentais das Rochas Reservatório.

    A acumulação de óleo e água ou gás estão intimamente ligadas às propriedades

    das rochas reservatório e aos seus processos de fluxo. Diante dessa premissa, torna-se

    de considerável importância científica e prática o conhecimento de parâmetros como

    porosidade, permeabilidade e saturação de água das rochas sedimentares.

    A porosidade é uma propriedade importante das rochas, pois mede a sua

    capacidade de armazenar fluidos. A porosidade é definida como a relação entre o

    volume de espaços vazios ( ) de uma rocha e o seu volume total ( . A porosidade é

    expressa em forma de percentual, como mostra a Equação 2.6, sendo que

    onde Vs representa o volume da fase sólida, (DULLIEN, 1992) e (BETÉGA, 2006).

    Com relação às rochas reservatório, dois tipos de porosidades são consideradas:

    a porosidade absoluta e porosidade efetiva. E com relação a sua origem, de uma forma

    geral, a porosidade é função de dois fatores: primários, que originam a porosidade

    primária, adquirida durante a deposição; e secundários, que geram a porosidade

    secundária ou pós-deposicional, resultante de processos geológicos subseqüentes à

    conversão dos sedimentos em rochas.

    As redes de poros em um dado meio podem estar totalmente interconectadas.

    Desta forma, a circulação de fluido no meio ocorre de forma facilitada. Contudo, os

    poros podem também estar totalmente isolados e o fluido não circular, ficando

    confinado no interior dos poros. Há ainda meios em que a intercomunicação entre os

    poros é extremamente restrita e por isso, o fluido circula de forma muito lenta. Nas

    argilas, embora geralmente ocorram porcentagens muito elevadas de vazios, o fluido é

    muito pouco móvel.

    Segundo (FERREIRA, 2007) os poros também podem ser classificados como

    abertos ou fechados, segundo a sua disponibilidade a um fluido externo. Na Figura 2.9

    podem ser vistos vários tipos de poros abertos (b, c, d, e, f, g) e fechados (a). Os poros

    fechados são inativos quanto ao fluxo de líquidos e gases, mas exerce influência sobre

    as propriedades mecânicas, a densidade e a condutividade térmica da rocha. Por outro

    lado, poros como os representados por (b) e (f) são chamados de poros “cegos”, visto

    que só têm abertura em uma das extremidades. Os poros também podem ser

    interconectados, como mostrado em (e). Outra forma de classificação dos poros é de

    acordo com sua forma: gargalo de garrafa (b), cilíndricos (c), afunilados (d) e

    irregulares (f). A rugosidade da superfície (g) também pode ser considerada como

  • 36

    porosidade. A IUPAC (Interuniversity Attraction Poles Project) recomenda uma

    classificação para as faixas de tamanho de poro, considerando as propriedades de

    adsorção. Assim, têm-se: microporos (< 2 nm); mesoporos (2nm – 50 nm) e macroporos

    (> 50 nm). Vários autores têm reiterado que tais limites de tamanho são, até certo ponto,

    artificiais, na medida em que resultam dos limites das técnicas de caracterização. A

    despeito disto, tal classificação tem sido aceita e empregada dentro da perspectiva da

    aplicação destes materiais.

    Fig.2.9. Representação dos diferentes tipos de poro: (a) fechados, (b) gargalo de garrafa, (c)

    cilíndricos, (d) afunilados, (e) interconectados, (f) irregulares. A letra (g) representa a

    rugosidade da superfície, (FERREIRA, 2007).

    A porosidade também pode variar de acordo com os tamanhos e arranjos dos

    grãos que compõem as rochas, como ilustrados nas Figuras 2.10 e 2.11 abaixo.

    Fig. 2.10. Esquema de arranjos de diferentes grãos ou partículas constituintes das rochas que

    geram diferentes valores de porosidade. (a) poros individuais diminuem com a

    diminuição da granulometria; (b) variação da porosidade sob diferentes arranjos de

    grãos, (FERREIRA, 2007).

    A porosidade da rocha também depende do arranjo tridimensional dos grãos,

    teoricamente varia de cúbico, tipo de empacotamento mais aberto, onde a porosidade

    teórica é de 47%, a romboédrica, empacotamento mais fechado, com porosidade teórica

    de 26%, como ilustrado na Figura 2.11.

    (a)

    (b)

    Porosidade Grãos

  • 37

    Fig. 2.11. Tipos de empacotamento e respectivos valores máximos de porosidade segundo

    arranjo teórico de esferas perfeitas e idênticas (GESICKI, 2009).

    As variações na porosidade das rochas se devem a vários fatores, dentre os quais

    podemos destacar:

    Forma e imbricamento dos grãos;

    Presença de materiais de granulometria fina, como argilas e silte, que ocupam os

    espaços intergranulares;

    Presença de materiais cimentantes (calcita, sílica, sais, entre outros), que podem

    preencher total ou parcialmente os poros do meio;

    Distribuição granulométrica;

    Idade da rocha;

    Profundidade, na qual a rocha se encontra;

    Aplicação de carregamento externo, etc.

    Em termos numéricos, a porosidade ( ) é definida como sendo a relação entre o

    volume de vazios vV e o volume total considerado ( ), como já definido

    anteriormente, (OLIVEIRA, 2009).

    (2.6)

    2.4.6.2. Porosidade Absoluta.

    Simbolizada por , a porosidade total ou absoluta é definida como a relação

    entre o volume de vazios de uma rocha (poros, canais, fissuras), sejam eles

    interconectados ou não, e o volume total da mesma, Figura 2.12. A porosidade absoluta

  • 38

    é o valor desejável nos cálculos de interpretações dos perfis do material em estudo. Por

    outro lado a porosidade efetiva é a mais importante comercialmente, (MIMBELA,

    2005).

    A equação que determina a porosidade absoluta é dada pela equação 2.6.

    Fig. 2.12. Espaço intersticial numa rocha clástica, (MIMBELA, 2005).

    A determinação da porosidade absoluta tem aplicação direta no estudo de

    reservatórios apenas para o cálculo de reservas. Isso porque uma rocha pode apresentar

    uma porosidade total considerável, sem, contudo, haver intercomunicação de poros, o

    que impossibilita a migração do fluido presente na rocha reservatório.

    2.2.6.3. Porosidade Efetiva.

    A porosidade efetiva representa o espaço ocupado por fluidos que podem ser

    deslocados através do meio poroso. Ela relaciona os espaços vazios interconectados de

    uma rocha com o seu volume total.

    A porosidade efetiva é dada pela equação:

    (2.8)

    Onde representa o volume de poros interconectado e o volume total da rocha.

    Rochas com materiais granulares, na faixa de pobre a moderadamente

    cimentados, apresentam valores de porosidade total e porosidade efetiva,

    Volume de vazio

    Volume de Total

  • 39

    aproximadamente igual. Diferentemente, as rochas altamente cimentadas (por exemplo,

    calcários) apresentam geralmente grandes diferenças entre os valores de porosidade

    total e efetiva.

    2.2.6.4. Porosidade Primária.

    A porosidade primária também chamada de porosidade original, é aquela que se

    desenvolveu durante a deposição do material detrítico ou orgânico. Os fatores que

    controlam, primordialmente, a porosidade primária são o tamanho de grão, o

    empacotamento, a seleção, a angularidade, a compactação e o grau de cimentação.

    Em areias bem distribuídas e não compactadas, a porosidade pode chegar, em

    média, a 47,6%. Para areias limpas, misturadas e muito bem distribuídas, pode chegar a

    43%. Para areias de grão médio a grosso, mal distribuído, a porosidade chega a

    aproximadamente 25,9%. As areias de grãos finos, independente da distribuição,

    mantêm uma porosidade de aproximadamente 30%, (MIMBELA, 2005).

    A porosidade intergranular de um arenito e as porosidades intercristalinas e

    oolíticas de alguns calcários são exemplos de porosidade primária.

    As rochas do tipo reservatório estão classificadas quanto à porosidade de acordo

    com a Tabela 2.2, segundo (GUSTAVO, 2007).

    Tabela 2.2. Classificação das rochas em função de sua porosidade, (GUSTAVO, 2007).

    Porosidade (%)

    5 – 10 Muito baixa ou insignificante

    10 – 15 Baixa ou pobre

    15 – 20 Média ou regular

    20 – 25 Boa

    Maior do que 25 Muito Boa

    2.2.6.5. Porosidade Secundária

    Resulta como conseqüência da ação de agentes geológicos logo após o processo

    de formação da rocha. Esses fatores podem contribuir para o aumento ou diminuição da

  • 40

    porosidade. Contribuindo para sua diminuição, pode-se citar a cimentação e

    compactação do arenito devido ao seu próprio peso; e para o aumento, o

    desenvolvimento de fraturas encontradas em arenitos, folhelhos e calcários, e a

    dissolução de dolomitas pelas águas terrestres (lixiviação), que cria cavernas. Pela sua

    natureza quebradiça e composição química, as rochas carbonácias são excelentes

    exemplos de rochas que apresentam porosidade secundária ou induzida (efeitos

    químicos). Quaisquer arenitos, calcários e dolomitas porosas e permeáveis constituem

    rochas armazenadoras potenciais. As percentagens de rochas reservatórios,

    considerando os tipos litológicos de reservatórios de petróleo no mundo, elas estão

    assim distribuídas, 59% de arenitos, 40% de calcários e dolomitas, e 1% de outras

    rochas fraturadas. Eventualmente, o petróleo pode ser armazenado até em folhelhos e

    rochas cristalinas fraturadas. O petróleo do primeiro poço produtor comercial brasileiro,

    perfurado em janeiro de 1939, em Lobato (BA), proveio de rochas gnáissicas fraturadas,

    (MIMBELA, 2005).

    2.2.6.6. Rochas Areníticas.

    As rochas areníticas são as mais frequentes rochas reservatório encontradas em

    todo o mundo. Esse tipo de rocha possui propriedades de porosidade e permeabilidade

    em media maior que qualquer outra rocha. As rochas podem ser espessos, chegando a

    várias centenas de metros de espessura e apresentar grande continuidade lateral.

    Apresentam porosidade do tipo intergranular e por fraturas, (RABELO, 2004).

    Estudos mostram que as rochas areníticas praticamente não sofrem nenhuma

    ação pós-deposição, exceto a cimentação. Entretanto, algumas são lixiviadas, de modo

    que seus poros podem ser maiores que os seus maiores grãos.

    O arenito é uma rocha quebradiça, e está sujeito a fissuras como qualquer outra

    rocha de estrutura comparável. Suas dimensões dependem das condições de sua

    sedimentação. As maiores extensões de rochas areníticas foram depositados devido a

    transgressões marinhas. Todavia, a maioria se apresenta em forma lenticular.

    O arenito é uma rocha sedimentar clástica, cujas partículas apresentam tamanho

    entre . Os grãos que formam os arenitos em geral são de quartzo, podendo,

    contudo, ser de qualquer mineral, uma vez que tenham as dimensões dos grãos de areia.

    As rochas areníticas que apresentam partículas com tamanho de grão de areia são

    chamadas limpos; já as que apresentam grão no tamanho de argila e silte misturados são

  • 41

    denominados arenitos sujos. As rochas areníticas podem apresentar, além de grãos

    detríticos, material precipitado quimicamente entre os espaços vazios que serve como

    ligante chamado cimento. Em geral, o cimento é de sílica ou carbonatos.

    A Figura 2.13 mostra uma amostra de uma foto de um pedaço de rocha arenítica

    obtida no laboratório de geologia da Universidade Federal do Piauí – UFPI.

    Fig. 2.13. Rocha reservatório do tipo arenítica obtida no laboratório de geologia da UFPI.

    2.2.6.7. Métodos de Determinação de porosidade.

    Vários são os métodos utilizados em laboratório para a determinação da

    porosidade de rochas consolidadas, usando pequenas amostras e cálculos estatísticos.

    Estes métodos consistem, geralmente, na medida física de dois dos três parâmetros:

    volume total, volume de sólido ou volume de vazios. Em perfis, medições de

    porosidade podem ser obtidas através de métodos acústicos e/ou radioativos.

    2.2.6.8. Método direto.

    A medição direta em laboratório para o cálculo do volume total é utilizada

    quando a amostra tem forma geométrica definida. Esse método mede o volume total da

    amostra e o volume de sólidos; o volume poroso é obtido pela diferença entre as

    medidas.

    2.2.6.9. Bomba de mercúrio.

    A bomba de mercúrio destina-se a medir o volume total e o volume de vazios de

    amostras. O volume total da amostra é imerso em mercúrio, que não deve invadir o

    espaço poroso espontaneamente, mede-se o volume deslocado. A seguir é aplicada

  • 42

    pressão para que o mercúrio invada o espaço poroso. A porosidade é obtida partir da

    determinação do volume de mercúrio que invadiu a amostra. Este método fornece

    também informações quanto ao tamanho das “gargantas”.

    2.2.6.10. Método do picnômetro.

    Este método mede o volume total de um corpo sólido. Consiste em medir o

    volume deslocado de mercúrio ao se mergulhar uma amostra no mesmo.

    2.2.6.11. Método de embebição.

    A amostra é imersa num fluido molhante sob vácuo por longo tempo. O fluido

    invade espontaneamente a amostra preenchendo todo espaço poroso. A amostra é

    pesada antes e depois da embebição, e como a densidade do fluido é conhecida, pode-se

    calcular o volume poroso.

    2.2.7. Tecnologias utilizadas e Linguagem de programação.

    Neste tópico serão abordados os aspectos tecnológicos que deram base à

    implementação da simulação computacional dinâmica desenvolvida neste trabalho,

    como por exemplo, a placa gráfica e a Linguagem de Programação a C++, assim como

    as tecnologias que esses dispositivos oferecem e que foram utilizadas para obter um

    ganho computacional para os algoritmos que implementam os métodos estereológicos

    utilizados pela simulação.

    O surgimento de novos desafios computacionais que envolvem complexas e

    grandes estruturas de dados exigem um grande poder de processamento o que

    impulsionaram, em particular, a indústria de microprocessadores a evoluir por várias

    gerações, onde cada nova geração aumentava o nível de integração dos circuitos

    integrados utilizados pelos dispositivos lógicos produzidos por essa indústria. Novas

    frentes de pesquisa levaram à introdução de máquinas com várias Unidades Centrais de

    Processamentos (CPU) que funcionam paralelamente e o desenvolvimento de

    processadores com vários núcleos de processamento encapsulados em um único chip,

    uma vez que o aumento contínuo da freqüência do processador impôs uma elevação

    excessiva no consumo de energia por parte desses dispositivos. Além do

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    superaquecimento, o processamento de um volume muito grande de dados impõe outra

    limitação à CPU.

    Há muito tempo já foi observado que a arquitetura de Von Neumann cria

    gargalos entre a CPU e a memória principal e que muitos esforços foram empregados

    para reduzir o impacto deste problema com o desenvolvimento de memórias mais

    rápidas, estratégias para aperfeiçoar o ciclo de busca, decodificação e execução, porém

    sem um ganho satisfatório. Por sua vez a indústria de entretenimento digital,

    representada principalmente pela indústria de jogos eletrônicos, impulsionou