50
1 EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO COORDENADORIA DE SEGURANÇA E INTELIGÊNCIA DIVISÃO DE LABORATÓRIO DE COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO E À CORRUPÇÃO 1ª CONFERÊNCIA LIVRE SOBRE TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL

EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

  • Upload
    oke

  • View
    18

  • Download
    2

Embed Size (px)

DESCRIPTION

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO COORDENADORIA DE SEGURANÇA E INTELIGÊNCIA DIVISÃO DE LABORATÓRIO DE COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO E À CORRUPÇÃO. EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção. 1ª CONFERÊNCIA LIVRE SOBRE TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL. - PowerPoint PPT Presentation

Citation preview

Page 1: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

1

EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIROCOORDENADORIA DE SEGURANÇA E INTELIGÊNCIA

DIVISÃO DE LABORATÓRIO DE COMBATE À LAVAGEM DE DINHEIRO E À CORRUPÇÃO

1ª CONFERÊNCIA LIVRE SOBRE TRANSPARÊNCIA E CONTROLE

SOCIAL

Page 2: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

2

Por que falar do Laboratório?Diretriz proposta na ENCCLA 2006.

Por que falar de Lavagem de Dinheiro?A corrupção funciona como uma ferramenta para

a consubstanciação do crime se a corrupção está na origem de tantos ilícitos, a lavagem de dinheiro está no destino das ações criminosas.

LABORATÓRIO DE COMBATE À CORRUPÇÃO E À LAVAGEM DE

DINHEIRO

Page 3: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

3

Lei 9.613/98:

Art. 1º - Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de crime:

V - contra a Administração Pública, inclusive a exigência, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, de qualquer vantagem, como condição ou preço para a prática ou omissão de atos administrativos.

CORRUPÇÃO E LAVAGEM DE DINHEIRO

Page 4: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

4

ENCCLA - Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro:

Criada em 2003, consiste na articulação de diversos órgãos, com o objetivo de identificar e propor ajustes aos pontos falhos do sistema antilavagem e anticorrupção.

Ao longo desses anos, os trabalhos desenvolvidos pela ENCCLA trouxeram resultados positivos no combate ao crime de lavagem de dinheiro e às práticas de corrupção, destacando-se, dentre outras, a criação de um Laboratório de Tecnologia contra a Lavagem de Dinheiro e a Corrupção (LAB-LD).

ENCCLA

Page 5: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

5

Atualmente, existe 1 LAB – Central, um escritório modelo, que funciona nas instalações do DRCI – Brasília, e outros 15 laboratórios em todo país, distribuídos entre o Distrito Federal e os estados da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina e instalados principalmente, no âmbito do MP’s e Polícias Civil e Federal.

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO E

A CORRUPÇÃO – LAB-LD

Page 6: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

6

DF DRCI/SNJ/MJDF Polícia FederalDF Ministério PúblicoBA SSP/Polícia CivilBA Ministério PúblicoES Ministério PúblicoGO Ministério PúblicoMG Ministério PúblicoMG SSP/Polícia CivilRJ Ministério PúblicoRJ SSP/Polícia CivilSP Ministério PúblicoSP SSP/Polícia CivilPR Ministério PúblicoSC SSP/Polícia Civil e Ministério

PúblicoRS Ministério Público

LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA CONTRA A LAVAGEM DE DINHEIRO

E A CORRUPÇÃO – LAB-LD

Page 7: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

7

É um lugar destinado à análise de grandes volumes de informações, como bancárias e fiscais, através da utilização de poderosos equipamentos e programas de computador e de profissionais capacitados.

Dessa forma, é possível produzir, com mais agilidade, relatórios consistentes que auxiliarão na contestação ou validação de provas e depoimentos, bloqueio de bens e restituição de valores desviados.

O QUE É O LAB E QUAL A SUA FINALIDADE?

Page 8: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

8

O resultado final visa à interrupção do fluxo financeiro, que mantém as quadrilhas funcionando, ao bloqueio dos bens dos corruptos, a recuperação de ativos obtidos ilicitamente e ao ressarcimento ao erário.

O QUE É O LAB E QUAL A SUA FINALIDADE?

Page 9: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

9

No Rio de Janeiro, existem 02 LABs: um da Polícia Civil e outro no MPRJ (DLAB).

No MPRJ, o LAB está inserido na estrutura da Coordenadoria de Segurança e Inteligência – CSI → Órgão responsável pelo auxílio e assessoramento aos Membros do MP nas atividades das áreas de inteligência, investigação, segurança, lavagem de dinheiro, combate à corrupção e defesa da ordem econômica.

O LAB DO MPRJ

Page 10: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

10

Uma das principais atribuições da DLAB é:

Prestar apoio aos membros e órgãos do Ministério Público na análise investigativa de evolução patrimonial e de dados obtidos através de quebra de sigilo fiscal e bancário.

ATRIBUIÇÕES DA DLAB

Page 11: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

11

A análise da movimentação bancária de determinada pessoa visa à identificação de operações que expressem a materialidade dos atos ilícitos investigados.

ANÁLISE DOS DADOS BANCÁRIOS

Page 12: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

12

O resultado dessa análise tem que viabilizar respostas às seguintes questões: 1. qual a origem do recurso;2. qual o valor a operação;3. quando ocorreu;4. quem a efetivou;5. qual o meio utilizado; e6. qual seu destino.(CIRCULAR BACEN Nº 3.290)

ANÁLISE DOS DADOS BANCÁRIOS

Verificar/Rastrear o

caminho do $

Page 13: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

13

Pedido judicial de quebra de sigilo bancário

ANÁLISE DOS DADOS BANCÁRIOS

SIMBA Sistema de Investigação de Movimentação Bancária, que

permite a transmissão, pela internet, dos dados referentes à quebra do sigilo bancário.

Dessa forma, o SIMBA proporciona agilidade na remessa dos dados e garante um ambiente seguro para a

transmissão, preservando a integridade desses dados bancários.

Page 14: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

14

A análise dos dados fiscais de determinada pessoa visa à identificação de sua evolução patrimonial e da existência ou não de incompatibilidade patrimonial.

Principais documentos analisados: Declarações de Ajuste Anual de Pessoa Física; Declaração de Informações Econômico-Fiscais de Pessoa Jurídica; Dossiê Integrado.

ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 15: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

15

O que busca é aferir se houve enriquecimento ilícito, caracterizado pelo descompasso entre renda auferida e o patrimônio adquirido.

Em seguida, é feito o cruzamento de dados bancários e fiscais com o cotejo entre a evolução patrimonial alcançada pelo investigado, seus rendimentos declarados e quanto é movimentado em suas contas.

ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 16: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

16

1) Pesquisas em Bancos de Dados, dentre eles: Detran, Receita Federal, JUCERJA, Portal de Segurança Pública do Governo do Estado RJ.

2) Requisição de informações ao COAF: RIF

Ao final, é feita uma análise conjunta de todas as informações coletadas com os dados bancários e fiscais encaminhados, resultando na confecção de um Relatório, a ser encaminhado ao Promotor do caso.

 

PRINCIPAIS FERRAMENTAS UTILIZADAS

Page 17: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

17

1)Procedimentos encaminhados pelas PJTC’s, envolvendo atos de Improbidade Administrativa.

Exemplos práticos: Prefeituras, Vereadores, Fiscais de Renda, Polícias Civil e Militar (bombeiros, PM, Delegados) – Desvio de verbas na saúde, fraudes em licitação, superfaturamento de compras públicas, etc.

PRINCIPAIS MATÉRIAS QUE SÃO OBJETO DE ANÁLISE DA DLAB

Page 18: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

18

2) Procedimentos encaminhados pelas Promotorias de Investigação Penal (PIP) envolvendo crime organizado, atividades de milícia, tráfico.

Exemplos práticos:

a) Milícia da Gardênia Azul (PM e ex-vereador Girão, condenado pelo crime de Lavagem de Dinheiro e Formação de Quadrilha a 14 anos – notícia veiculada em outubro de 2011) – Software I2

b) Família do traficante Polegar (Vila Cruzeiro/Complexo do Alemão): Denunciados pelo MPRJ (GAECO) por Lavagem de Dinheiro em 2010.

PRINCIPAIS MATÉRIAS QUE SÃO OBJETO DE ANÁLISE DA DLAB

Page 19: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

19

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

1. Da análise de variação patrimonial

A renda auferida por um contribuinte, em determinado ano, deve ser suficiente para comportar os acréscimos declarados em seu patrimônio, em relação àquele mesmo ano.

O patrimônio somente pode ser acrescido quando houver lastro no total de rendimentos auferidos, sejam eles tributáveis, não tributáveis ou sujeitos à tributação exclusiva e/ou nas dívidas e ônus reais adquiridos.

Possui uma abordagem distinta daquela usualmente realizada pela Receita Federal.

Page 20: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

20

Renda média líquida mensal do investigado também deve atender aos gastos não informados nas Declarações de Ajuste do Imposto de Renda:

•contas de telefone, luz, água, gás e outros;•gastos com alimentação;•gastos com lazer e vestuário;•gastos com combustíveis e manutenção de automóveis;•pagamento de condomínio;•pagamento de empregados e serviços prestados;•pagamento de impostos e contribuições.

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 21: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

21

Dos resultados da evolução patrimonial

 Compatibilidade entre o aumento patrimonial e os rendimentos auferidos Incompatibilidade entre o aumento patrimonial e os

rendimentos auferidos Patrimônio a descoberto   Investigado casado ou em situação semelhante

•Análise conjunta sobre os rendimentos e a variação patrimonial.

•Bens em nome de cônjuge

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 22: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

22

RENDIMENTOS AUFERIDOSANO-CALENDÁRIO 2002 2003 2004

INVESTIGADO A 88.998,93 633.944,09 271.993,89 ESPOSA 36.525,12 15.249,30 146.857,42

RENDIMENTOS AUFERIDOS 125.524,05 649.193,39 418.851,31

VARIAÇÃO PATRIMONIALANO-CALENDÁRIO 2002 2003 2004

INVESTIGADO A 176.491,81 558.185,31 387.919,92ESPOSA 0,00 0,00 0,00

VARIAÇÃO PATRIMONIAL 176.491,81 558.185,31 387.919,92

RESUMO DA MOVIMENTAÇÃO CONSOLIDADAANO-CALENDÁRIO 2002 2003 2004

RENDIMENTOS AUFERIDOS 125.524,05 649.193,39 418.851,31 VARIAÇÃO PATRIMONIAL 176.491,81 558.185,31 387.919,92

DIFERENÇA -50.967,76 91.008,08 30.931,39

% DE VARIAÇÃO (VARIAÇÃO PATRIMONIAL x RENDIMENTOS) 140,60% 85,98% 92,61%

RENDA MÉDIA LIQUIDA MENSAL CONJUNTA -4.247,31 7.584,01 2.577,61

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 23: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

23

Exemplo de utilização de renda auferida por pessoa física para encobrir rendimentos não declarados - possivelmente originados na atividade da Milícia:• O Sr. “A”, policial militar reformado do Estado do RJ, vereador do município “Y”, figura da noite na cidade do RJ, acusado de integrar uma das milícias do Estado, apresentou evolução patrimonial de R$377.155,00, ao passo que declarou ao Fisco renda líquida anual de R$12.000,00. • Em sua defesa, alegou que seus rendimentos se originaram do comércio informal com a venda de bebidas em bailes “funks” da cidade, apresentando como prova as Notas Fiscais de compra das bebidas, que no mesmo ano totalizaram a quantia de R$ 41.915,00.

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 24: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

24

Exemplo de utilização de rendimentos isentos e não tributáveis para suportar a evolução patrimonial:

O Sr. “B”, ex-vereador do Rio de Janeiro, declarou rendimentos isentos e não tributáveis, bem como os sujeitos a tributação exclusiva, em valores expressivos. Logo, a origem de todo o rendimento declarado, a qual lhe deu lastro para suportar a evolução patrimonial, restou desconhecida.

Em sua defesa, não apresentou esclarecimentos referentes aos mesmos .

Sua desconsideração ocasiona um cenário de patrimônio a descoberto.

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 25: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

25

Exemplo de simulação de renda declarada para suportar a evolução patrimonial:

A esposa do traficante Alexander Mendes da Silva, o “Polegar”, declarou R$27.326,00 como rendimentos auferidos no ano-calendário 2005, sendo R$25.326,00 provenientes da VITATA MODAS ME e R$2.000,00 de pessoa física não identificada. No ano-calendário 2006 informou ter recebido R$24.115,00 daquela empresa e R$14.597,21 de pessoas físicas não identificadas.

Entretanto, a receita bruta da VITATA MODAS ME foi R$30.697,00 no ano-calendário 2005 e a empresa não auferiu qualquer receita no ano-calendário 2006.

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 26: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

26

AnoReceita Bruta da VITATA MODAS

ME

Renda declarada por VIVIANE SAMPAIO DA SILVA, tendo como fonte

pagadora VITATA MODAS ME:

2005 R$ 30.697,00 R$ 25.326,00

2006 R$ 0,00 R$ 24.115,00

CASOS PRÁTICOS - ANÁLISE DOS DADOS FISCAIS

Page 27: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

27

ESTUDO DE CASO 1

1. Recebida denúncia anônima em que alto funcionário do governo estadual é acusado de desviar dinheiro oriundo de taxas de inscrição em Concurso Público.

2. No ano de realização do aludido concurso público, a conta usada para depósito da taxas de inscrição apresentou um perfil de retirada de dinheiro por cheques compensados e pagos na boca do caixa.  

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 28: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

28

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Retiradas a débito da conta investigada

ANO 20000.00

500,000.001,000,000.001,500,000.002,000,000.002,500,000.00

1,471,381.401,077,536.91

2,046,095.83

Movimentações a débito

CH COMPENSADOPAGAMENTO CHEQUETRFCCC

Ano do Concurso

Page 29: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

29

3. Chamou a atenção a retirada em espécie através de cheques pagos na boca do caixa no valor de R$ 1.077.536,91. Para uma conta pertencente a um Centro de Seleção, afigura-se curiosa tamanha retirada em espécie da conta.

4. Através da análise dos extratos bancários, foram identificados vários depósitos relativos a convênios que são imediatamente retirados da conta em questão.

5. Feita investigação em bancos de dados, foram constatados vários convênios feitos, por exemplo, com empresas de telefonia móveis para instalação de antenas em prédios públicos, contratos (de gaveta) que não eram comunicados à Administração Central.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 30: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

30

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

DATA VALOR HISTÓRICO04/10/2001 89.722,67 RECEBIMENTO CONVENIOS04/10/2001 91.017,67 TRFCCC05/10/2001 88.265,00 RECEBIMENTO CONVENIOS05/10/2001 89.145,01 TRFCCC08/10/2001 88.805,00 RECEBIMENTO CONVENIOS08/10/2001 90.105,00 TRFCCC09/10/2001 75.740,00 RECEBIMENTO CONVENIOS09/10/2001 76.625,00 TRFCCC13/08/2002 5.440,00 RECEBIMENTO CONVENIOS13/08/2002 5.610,00 TRFCCC21/08/2002 4.930,00 RECEBIMENTO CONVENIOS21/08/2002 5.015,00 TRFCCC02/09/2002 20.485,00 RECEBIMENTO CONVENIOS02/09/2002 20.485,00 TRFCCC

Page 31: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

31

ESTUDO DE CASO 21. O MPRJ propôs Ação Civil Pública em face de um

conhecido político da Baixada Fluminense, que lidera quadrilha de milicianos, na qual requereu a decretação da indisponibilidade de imóvel supostamente pertencente ao investigado.

2. Entretanto, suposto laranja do político, atravessou petição requerendo a revogação da citada decretação alegando que o imóvel seria de sua propriedade e não do investigado.

3. Segundo o laranja, os fatos teriam ocorrido da seguinte forma:

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 32: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

32

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

14 DE MAIO 2010 • Sinal da Compra e Venda (R$450.000,00).

4 DE OUTUBRO

2010•Escritura particular de compra e venda.

FEVEREIRO 2011 •Quitação do imóvel

MAIO 2010 •O laranja e sua família passaram a morar

no imóvel.

Page 33: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

33

18 DE ABRIL DE 2011 •Entrada na escritura de compra e

venda no Xº Registro de Imóveis sob o nº XXXX.

28 DE ABRIL 2011 •Decretação da Indisponibilidade

dos bens do Miliciano.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 34: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

34

4. Feita análise da movimentação bancária do investigado no ano de 2009 e comparando-a com suas Declarações de Imposto de Renda, chegou-se ao seguinte quadro:

ANOMOVIMENTAÇÃO

BANCÁRIA

DIRPF

(Rendimentos)

2009 R$ 217,123,8 110.359,07

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 35: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

35

5.Além da prova de excesso de ganhos não declarados pelo investigado, o estudo da evolução patrimonial do laranja provou que este não tinha rendimentos sequer para pagar as despesas ordinárias do imóvel que supostamente comprara.

6.Além disso, investigadas as contas de gás do referido imóvel, constatou-se que apesar de o laranja haver trazido um boleto de pagamento da CEG relativo ao mês/ano de Junho/2011, com o fim de provar a residência no referido imóvel, ao consultar os meses anteriores, constatou-se que o pagamento da referida conta estava em débito automático na conta do investigado até o mês anterior ao boleto trazido aos autos.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 36: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

36

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 37: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

37

ESTUDO DE CASO 3

1.Funcionário de município, enquanto sócio de sociedade empresária, adquiriu diversos terrenos em determinado local, sendo certo que outro funcionário da mesma municipalidade encaminhou à Câmara Municipal anteprojeto de lei que beneficiava de uma certa maneira os imóveis adquiridos por seu comparsa.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 38: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

38

2. Enviadas as informações relativas aos relacionamentos bancários dos dois suspeitos, iniciou-se a busca de picos de movimentação financeira nas contas nas seguintes faixas temporais:

a. No ano X, quando, após sua elaboração, o projeto foi vendido para uma grande construtora local;

b. Dois anos depois, quando houve a venda pela construtora das unidades oriundas do projeto executado.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 39: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

39

3. Procurando nas informações enviadas pelas instituições financeiras, apuramos, no ano X, após a aprovação do projeto pela Prefeitura, um fluxo anormal de dinheiro nas contas do 2º investigado, quase três vezes superior ao declarado em sua DIRPF no ano X.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 40: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

40

4. Da mesma maneira, no ano de X+2, apesar de o total creditado em suas contas mostrar-se compatível com o declarado em sua DIRPF, nota-se uma renda muito superior aos anos vizinhos, havendo um nítido acréscimo que foi justificado em sua DIRPF como recebimento de rendimentos oriundos de sociedade empresária de que era sócio. E saliente-se que o investigado não declara rendimentos desta pessoa jurídica em nenhum outro ano, apesar de ser seu sócio há anos.

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 41: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

41

5. Houve, portanto, um fluxo anômalo de dinheiro nos anos de X a X+2, restando saber suas fontes, tão logo as instituições financeiras identifiquem os lançamentos.

ANOTOTAL CREDITADO NAS CONTAS

BANCO X:RENDIMENTOS BRUTOS

DECLARADOS

X R$ 534.000,00 R$ 141.000,00

X+1 R$ 12.000,00 R$ 140.000,00

X+2 R$ 410.000,00 R$ 470.000,00

X+3 R$ 190.000,00 R$ 140.000,00

CASOS PRÁTICOS –ANÁLISE DE DADOS BANCÁRIOS

Page 42: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

42

PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

MP denuncia vereador do Rio por improbidade administrativa (29 de julho de 2009)

Condenado a 14 anos ex-vereador que agia em milícia no Rio (22 de outubro de 2011)

Ex-vereador Cristiano Girão é condenado a 14 anos de prisão

Page 43: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

43

PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

Promotoria denuncia Polegar e sete pessoas por lavagem de dinheiro

Polícia apreende caça-níqueis que pertenceriam a miliciano Batman

Page 44: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

44

PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

Page 45: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

45

PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

Page 46: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

46

PUBLICAÇÕES NA MÍDIA

Page 47: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

47

DIRETRIZES PROPOSTAS

1º) Há uma série de órgãos aos quais se pode recorrer para formular denúncias e forçar uma investigação. Por isso é importante o fortalecimento de ouvidorias em órgãos de fiscalização como Tribunal de Contas do Estado, MP’s Estaduais, Câmaras Municipais, etc;

2º) Adoção de práticas de transparência e visibilidade dos processos públicos Um passo importante que já foi dado foi a provação da Lei de Acesso à Informação – Lei nº 12.527/2011 (vigência a partir de maio de 2012), que regulamenta a consulta a documentos públicos federais, estaduais e municipais e proporciona maior transparência no serviço público, obrigando que seus agentes deem publicidade a todos os seus atos, pela Internet, antes de consumados. Por isso, o importante é cobrar a aplicação da Lei.

Page 48: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

48

DIRETRIZES PROPOSTAS

3º) Alterar determinadas práticas bancárias como:• Identificação de depósitos e saques em espécie abaixo de R$100.000,00 (Carta-Circular BACEN 3461/2009).

4º) Alterar determinadas práticas ligadas à Receita Federal:

• Criar meios de impedir a retificação das DIRPF’s após a instauração de IC ou IP.

Page 49: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

49

DIRETRIZES PROPOSTAS

De Sanctis elogia Laboratórios de Tecnologia Contra a Lavagem de Dinheiro

“Estas iniciativas permitem o tratamento inteligente e racional das informações. Há um concurso de pessoas que se debruçam sobre dados complexos, produzindo um relatório sistemático que facilita sua compreensão para o Judiciário em geral”

“É preciso tomar certas cautelas, mas a informação produzida reflete conclusões importantes que não podem ser desprezadas”

12º Congresso das Nações Unidas sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal

Page 50: EIXO 4 – Diretrizes para a Prevenção e Combate à Corrupção

50

OBRIGADO!

Diretora: Aline Paula AguiarTel.: (21) 2215-5469

Email: [email protected]

Divisão de Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção

Tel.: (21) 2292-8407Email: [email protected]

Coordenador: Dr. Paulo Wunder de Alencar