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Elaborao do Projeto de Execuo e Estudo de Impacte Ambiental do Circuito Hidrulico Roxo-Sado e Respetivo Bloco de Rega NOTA TCNICA N 1 - ESTUDO COMPARATIVO DE ALTERNATIVAS Turstico 3. Infra-estruturas Gerais
Estudo de Impacte Ambiental
Volume 1 Resumo No Tcnico Maio 2013
EDIA. PROJETO DE EXECUO E ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO ROXO-SADO E RESPETIVO BLOCO DE REGA.ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL. SISTEMA ROXO-SADO. VOLUME 1 - RESUMO NO TCNICO ____________________________________________________________________________________________________________________
NVIST, Consultores de Engenharia do Ambiente, S.A. 4295_0202.348.017_33A
APRESENTAO
EDIA. PROJETO DE EXECUO E ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO ROXO-SADO E RESPETIVO BLOCO DE REGA.ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL. SISTEMA ROXO-SADO. VOLUME 1 - RESUMO NO TCNICO ____________________________________________________________________________________________________________________
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PROJETO DE EXECUO
E ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO ROXO-SADO E
RESPETIVO BLOCO DE REGA
ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL SISTEMA ROXO-SADO
VOLUME 1 RESUMO NO TCNICO
APRESENTAO
No mbito da prestao de servios para a elaborao do Projeto de Execuo e Estudo de Impacte
Ambiental do Circuito Hidrulico Roxo-Sado e Respetivo Bloco de Rega, o consrcio formado pelas
empresas CENOR Projetos de Engenharia, Lda. e CINGRAL Consultora de Ingeniera apresenta,
EDIA, Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, S.A., o Volume 1 (Resumo No
Tcnico) do Estudo de Impacte Ambiental do Sistema Roxo-Sado.
Lisboa, maio de 2013
O Coordenador
___________________________
Joo Afonso (Engenheiro Civil, Especialista AHRH)
(Insc. na O.E. sob o n 27936)
A Equipa Tcnica
___________________________
Sofia Antunes (Engenheira do Ambiente)
(Insc. na O.E. sob o n 44297)
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NDICES
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NDICE GERAL
Volume 1 Resumo No Tcnico
Volume 2 Relatrio
Volume 3 Anexos
Volume 4 Peas Desenhadas
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NDICE DO VOLUME 1
Pg.
TEXTO
1 - INTRODUO ................................................................................................................................ 1
2 - OBJETIVOS E JUSTIFICAO DO PROJETO ............................................................................. 1
3 - DESCRIO DO PROJETO .......................................................................................................... 6
4 - CARATERIZAO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJETO ............................................ 10
4.1 - CLIMA E MICROCLIMA ......................................................................................................... 10
4.2 - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA ........................................................................................... 10
4.3 - SOLOS ............................................................................................................................... 11
4.4 - USOS DO SOLO .................................................................................................................. 12
4.5 - RECURSOS HDRICOS ......................................................................................................... 12
4.6 - QUALIDADE DO AR.............................................................................................................. 14
4.7 - AMBIENTE SONORO ............................................................................................................ 15
4.8 - RESDUOS .......................................................................................................................... 15
4.9 - ECOLOGIA .......................................................................................................................... 15
4.10 - PAISAGEM ......................................................................................................................... 17
4.11 - SOCIOECONOMIA ............................................................................................................... 19
4.12 - AGROSSISTEMAS ............................................................................................................... 19
4.13 - ORDENAMENTO DO TERRITRIO E CONDICIONANTES AO USO DO SOLO ................................ 20
4.14 - PATRIMNIO HISTRICO-CULTURAL .................................................................................... 21
5 - EVOLUO PREVISVEL DO AMBIENTE AFETADO NA AUSNCIA DO PROJETO .............. 22
6 - IDENTIFICAO E AVALIAO DOS IMPACTES AMBIENTAIS .............................................. 23
6.1 - CLIMA E MICROCLIMA ......................................................................................................... 23
6.2 - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA ........................................................................................... 23
6.3 - SOLOS ............................................................................................................................... 26
6.4 - USOS DO SOLO .................................................................................................................. 26
6.5 - RECURSOS HDRICOS ......................................................................................................... 27
6.6 - QUALIDADE DO AR.............................................................................................................. 34
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6.7 - AMBIENTE SONORO ............................................................................................................ 34
6.8 - RESDUOS .......................................................................................................................... 35
6.9 - ECOLOGIA .......................................................................................................................... 36
6.10 - PAISAGEM ......................................................................................................................... 37
6.11 - SOCIOECONOMIA ............................................................................................................... 38
6.12 - AGROSSISTEMAS ............................................................................................................... 39
6.13 - ORDENAMENTO DO TERRITRIO E CONDICIONANTES AO USO DO SOLO ................................ 39
6.14 - PATRIMNIO HISTRICO-CULTURAL .................................................................................... 40
7 - IMPACTES CUMULATIVOS ......................................................................................................... 42
8 - MEDIDAS DE MITIGAO .......................................................................................................... 43
9 - IMPACTES RESIDUAIS ............................................................................................................... 44
10 - PROGRAMAS DE MONITORIZAO ......................................................................................... 45
11 - LACUNAS TCNICAS E/OU DE CONHECIMENTO ................................................................... 45
12 - CONCLUSES ............................................................................................................................. 45
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TEXTO
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1 - INTRODUO
Este Resumo No Tcnico (RNT) um volume independente, que integra o Estudo de Impacte
Ambiental (EIA) do Projeto de Execuo do Circuito Hidrulico Roxo-Sado e Respetivo Bloco de
Rega, promovido pela EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, S.A, e que
pretende resumir as principais informaes constantes no EIA para o pblico em geral.
Tendo em conta que o RNT constitui um documento de grande divulgao, caso se pretenda obter
informaes mais aprofundadas sobre os efeitos que a concretizao do projeto implicar no
ambiente, dever ser consultado o EIA, o qual estar disponvel para consulta nas Cmaras
Municipais de Santiago do Cacm e de Aljustrel e na Agncia Portuguesa do Ambiente (APA),
situada em Lisboa.
2 - OBJETIVOS E JUSTIFICAO DO PROJETO
Com reduzidos ndices de pluviosidade, o Alentejo apresenta carncia de gua, a qual tem
constitudo um dos principais entraves ao seu desenvolvimento, condicionando o abastecimento de
gua para consumo humano e a modernizao da agricultura (atividade que na regio assume um
peso superior ao resto do Pas).
O Empreendimento de Fins Mltiplos do Alqueva (EFMA), classificado de interesse nacional pelo
Decreto-Lei n. 33/95, de 11 de fevereiro, o maior investimento alguma vez realizado no Alentejo.
Este projeto, centrado na barragem de Alqueva (construda no rio Guadiana) e com uma rea de
influncia direta de cerca de 10.000 km2, distribuda por 20 concelhos dos distritos de Beja, vora,
Setbal e Portalegre, abre perspetivas nicas ao relanamento do desenvolvimento econmico e
social do Alentejo, criando condies para um aumento do Produto Interno Bruto (PIB) regional
atravs:
Da criao de novos investimentos e no desenvolvimento de novas atividades econmicas;
Da integrao e complementaridade de projetos e de atividades;
Da criao e qualificao do emprego;
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Da marca Alqueva como referncia de qualidade de produtos e servios;
Do espao Alqueva como referncia de inovao e de tecnologia.
O EFMA igualmente um projeto sustentvel de base regional:
Apoiando o tecido social, empresarial e institucional da regio;
Mantendo e valorizando o carcter, cultura e identidade regional;
Promovendo Alqueva como paradigma da qualidade ambiental;
Gerando critrios de competitividade e de rentabilidade dos investimentos.
Desta forma, o EFMA afigura-se como um instrumento estruturante e mobilizador de um diversificado
conjunto de atividades, sustentado num processo de Desenvolvimento Integrado, com base no qual
sero criadas condies para uma inverso do estado atual da Regio.
Na sua configurao atual o EFMA visa o seguinte conjunto de objetivos:
O fornecimento dos volumes de gua necessrios concretizao dos projetos de regadio
previstos no Plano de Rega do Alentejo;
A produo de energia;
O abastecimento de gua para consumo humano e industrial na sua rea de influncia.
A componente de regadio do EFMA operacionalizada atravs do Sistema Global de Rega de
Alqueva (SGRA), que beneficia uma rea com cerca de110.000 ha, sendo constitudo por um
conjunto de 68 barragens, reservatrios e audes, 380 km de rede primria, 1.577 km de extenso de
condutas na rede secundria, 52 estaes elevatrias, 5 centrais mini-hdricas e 1 central
fotovoltaica. O SGRA divide-se em trs subsistemas, de acordo com as diferentes origens de gua,
nomeadamente:
Subsistema de Alqueva - com origem de gua na albufeira de Alqueva, desenvolve-se a
Oeste de Beja e Alentejo Central e abrange uma rea total regada de 60.000 ha;
Subsistema do Ardila - situa-se na margem esquerda do Guadiana, tem como origem de
gua a albufeira de Pedrgo e desenvolve-se entre as povoaes de Moura, Brinches, Pias
e Serpa, abrangendo uma rea total regada de 30.000 ha.
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Subsistema de Pedrgo - com origem de gua na albufeira de Pedrgo, na margem direita
do Guadiana, desenvolve-se a Este de Beja, abrangendo uma rea total regada de e
20.000 ha.
O projeto em anlise insere-se no Subsistema de Alqueva, o qual se inicia na Estao Elevatria dos
lamos, situada na margem direita da albufeira de Alqueva, desenvolvendo-se na margem direita do
rio Guadiana.
A albufeira do Roxo alimenta o Canal Condutor Geral do Roxo que a origem de gua para o
Sistema Roxo-Sado, em apreo neste EIA.
Esta albufeira a origem de gua para rega do Aproveitamento Hidroagrcola do Roxo, sendo
tambm utilizada para abastecimento industrial e para abastecimento de gua para consumo humano
(efetuados a partir de tomadas de gua independentes da tomada de gua para rega).
O Aproveitamento Hidroagrcola do Roxo permitiu a reconverso de milhares de hectares de sequeiro
em regadio numa faixa de terreno entre Montes Velhos e o rio Sado, tendo sido concebido para ser
construdo em duas fases. Na primeira fase seriam regados 4.960 ha com gua da albufeira da
Barragem do Roxo. Na segunda fase a rea beneficiada seria alargada, prevendo-se ainda a ligao
ao Permetro de Rega de Campilhas e Alto Sado, bem como ao Sistema Adutor de Morgavl
(abastecimento ao Complexo Industrial de Sines), aproveitando as disponibilidades do rio Guadiana,
ao qual ficaria ligado atravs do sistema hidrulico do EFMA.
A rea atualmente beneficiada de 5.041 ha e engloba manchas dos concelhos de Santiago do
Cacm (331 ha), de Ferreira do Alentejo (645 ha) e de Aljustrel (4.065 ha). O permetro desenvolve-
se de forma relativamente compacta em ambas as margens da ribeira do Roxo, desde a barragem
at prximo do Aproveitamento Hidroagrcola do Alto Sado, sendo beneficiados 4.203 ha na margem
direita e 838 ha na margem esquerda.
Recentemente foi realizada a reconverso do Bloco de Montes Velhos (numa rea de 1.800 ha,
passando de rega gravtica a rega em presso, alimentada pela Estao Elevatria do Bloco 1 do
Roxo. Esta estao, que foi dimensionada para o caudal de 2,80 m3/s, alimentar tambm a rede de
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rega em presso do Bloco de Aljustrel, localizado na margem esquerda da ribeira do Roxo ocupando
uma rea de 1.318 ha. Esta obra, da responsabilidade da EDIA, est atualmente em curso. Aps a
sua concluso, a rea total do permetro de rega ascender a 6.359 ha.
O Sistema Roxo-Sado, que ser alimentado a partir da albufeira do Roxo atravs do Canal Condutor
Geral do Roxo, tem os seguintes objetivos primordiais:
Beneficiao com rega de cerca de 4.033 ha de terrenos agrcolas no concelho de Aljustrel;
Alterao progressiva do modelo de especializao da agricultura no concelho de Aljustrel;
Aumento da produtividade agrcola, potenciando este sector de atividade e, por
consequncia, os sectores econmicos a montante e jusante do mesmo.
Atravs do circuito hidrulico que o integra, o Sistema Roxo-Sado transportar o caudal necessrio
para:
A irrigao do novo Bloco de Rega de Rio de Moinhos, que ser construdo no mbito do
presente projeto;
A irrigao de uma rea existente pertencente Herdade da Daroeira;
O reforo da irrigao ao Permetro de Campilhas e Alto Sado, existente (gerido pela
Associao de Regantes e Beneficirios de Campilhas e Alto Sado - ARBCAS);
A irrigao do Bloco 3 do Permetro do Roxo (gerido pela ABRoxo) aps a sua reabilitao (a
executar);
O reforo do abastecimento de gua ao Complexo Industrial de Sines atravs do Sistema
Adutor de Morgavl (a construir);
A irrigao de uma futura rea junto a Ermidas (ainda em fase de avaliao de projeto, a
qual, caso seja implementada, ser efetuada a partir do Adutor de Morgavl que derivar do
Circuito Hidrulico do Roxo-Sado).
Adicionando rea do permetro atual do Aproveitamento Hidroagrcola do Roxo (5.041 ha), a rea
do Bloco de Aljustrel (obra da rede de rega em curso), mais as reas dos novos blocos de rega a
executar e ainda a rea beneficiada pelo reforo a permetros existentes, verifica-se que a execuo
das obras de ampliao previstas no mbito do Sistema Roxo-Sado traduzir-se- no aumento para
15.6 ha da rea total do permetro de rega alimentado a partir da albufeira do Roxo (Quadro 2.1).
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Este aumento, alm dos evidentes benefcios para a atividade agrcola a nvel local, contribui, a uma
escala mais global, para a boa prossecuo dos objetivos do EFMA no que concerne concretizao
dos projetos de regadio previstos no Plano de Rega do Alentejo, reforando o papel preponderante
deste projeto estruturante.
Quadro 2.1 - Balano de reas beneficiadas pelo permetro de rega atual e aps ampliaes em curso e
em estudo
Permetro do Roxo
(rea atual, obras previstas e rea final)
rea beneficiada
(ha)
Permetro do Roxo (rea total atual) 5.041
Bloco de Aljustrel (ampliao em curso pelo EFMA) 1.318
Novos Blocos de Rega:
Bloco de Rio de Moinhos (includo no presente projeto) 4.033
Ermidas (ampliao estudada a nvel de estudo prvio) (a)
756
Bloco 3 (rea total aps reabilitao estudada a nvel de estudo prvio) (a)
2.165
Bloco 3 (rea atual a deduzir da rea total aps reabilitao estudada) (a)
-838
Reforo a blocos/permetros j existentes:
Bloco de Daroeira (reforo a bloco existente includo no presente projeto) 446
Permetro de Campilhas (reforo a permetro existente includo no presente projeto) 2.700
Permetro do Roxo (rea total aps execuo de ampliaes e reforos previstos) 15.621
Nota: (a) - Apesar das intervenes assinaladas no se inclurem no mbito do presente projeto, a infraestrutura do Sistema
Roxo-Sado foi dimensionada para permitir a beneficiao destes blocos de rega, razo pela qual so consideradas reas
beneficiadas pelo presente projeto.
Adicionalmente, considerando que o Circuito Hidrulico do Roxo-Sado permitir transportar at ao
incio do Sistema Adutor de Morgavl o caudal necessrio para o reforo de abastecimento de gua
ao Complexo Industrial de Sines, constata-se que o projeto contribui igualmente para a prossecuo
do objetivo do EFMA de abastecimento de gua para consumo industrial.
Pelo exposto, considera-se que o Sistema Roxo-Sado um projeto estruturante para o
desenvolvimento econmico dos concelhos de Aljustrel e Santiago do Cacm, e, consequentemente,
do Alentejo.
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3 - DESCRIO DO PROJETO
O projeto desenvolve-se no territrio da freguesia de Alvalade, do municpio de Santiago do Cacm
(distrito de Setbal) e, das freguesias de So Joo de Negrilhos, Messejana, Rio de Moinhos e
Aljustrel, do municpio de Aljustrel (distrito de Beja).
No Desenho 01 apresenta-se o Enquadramento Administrativo e Territorial do Projeto.
O Sistema Roxo-Sado contempla a construo de um conjunto de infraestruturas hidrulicas, bem
com a desativao de algumas infraestruturas existentes. Nos Desenhos 03 e 04 apresentados em
anexo ao presente documento est representada a implantao das infraestruturas a construir e a
desativar sobre a Carta Militar de Portugal (CMP) e sobre fotografia area, respetivamente.
As infraestruturas a construir no mbito do Sistema Roxo-Sado incluem:
Circuito hidrulico, em presso com funcionamento gravtico, de ligao entre o Canal
Condutor Geral do Roxo e o Canal de Campilhas e Alto Sado, incluindo uma ramificao para
a rede de rega do Bloco de Rio de Moinhos. O circuito hidrulico inclui o Reservatrio 1, o
Adutor Roxo-Sado e respetivos ns de derivao e pontos entrega de gua, o Reservatrio 2,
o Sistema Elevatrio (por sua vez composto pela Estao Elevatria e Conduta Bidirecional)
e o Reservatrio 3.
Bloco de Rega de Rio de Moinhos (zonas 1, 2 e 3) e respetivas redes de rega, drenagem e
viria.
Sistema de telegesto.
O circuito hidrulico tem origem na derivao do Canal Condutor Geral (CCG) (N 1).
A partir deste ponto desenvolve-se o canal de alimentao ao Reservatrio 1 (R1) que alimentar
todo o sistema em estudo. O volume de regularizao do R1 permitir efetuar a compensao entre
os consumos a jusante, a pedido, e os fornecimentos a montante, descarregados pela tomada de
gua do Roxo para o Canal Condutor Geral. O controlo dos caudais a descarregar ser feito
mediante automatismo de controlo, em funo do nvel de gua no reservatrio.
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Entre o R1 (N 2) e o Canal de Campilhas e Alto Sado (N 13) desenvolve-se o Adutor Roxo-Sado,
com cerca de 16.033 m de extenso total. Esta conduta adutora foi dividida em dois troos pela
introduo de um reservatrio intermdio, o Reservatrio 2 (R2), na zona de ramificao para o
circuito hidrulico de alimentao Zona 1 do Bloco de Rega de Rio de Moinhos, entre os Ns 6 e
6.1.
O troo 1 do Adutor Roxo-Sado, com cerca de 7.883 m de extenso, desenvolve-se entre o R1 (N 2)
e o R2 (N 6), efetuando o abastecimento gravtico e em presso os seguintes elementos,
enumerados de montante para jusante:
Parcelas de rega contguas ao Canal da Barrada Margem Direita, atravs das derivaes
previstas nos Ns 3 e 3.1 (eventual futura alimentao em substituio da alimentao
efetuada pelo Canal da Barrada Margem Direita);
Sistema de Morgavl, atravs da derivao, no N 4, para o Adutor de Morgavl;
Zona 1 do Bloco 3 do Permetro do Roxo, atravs da derivao, no N 5, para o ponto de
entrega no N 5.1. Foi ainda previsto o restabelecimento da alimentao, no N 5.2, a uma
conduta existente, de carcter provisrio, funcionando apenas at execuo da reabilitao
prevista do Bloco 3.
O troo 2 do Adutor Roxo-Sado, com cerca de 8.150 m de extenso, desenvolve-se entre o R2 (N
6.1) e o ponto de entrega de gua ao Canal de Campilhas e Alto Sado (N 13), abastecendo
graviticamente e em presso os seguintes elementos, enumerados de montante para jusante:
Zona 2 do Bloco 3 do Permetro do Roxo, atravs da derivao, no N 9, para o ponto de
entrega de gua no N 9.1. Neste N ser realizado o restabelecimento da alimentao ao
Canal da Barrada Margem Esquerda. Este restabelecimento de alimentao ao canal ter um
carcter provisrio, uma vez que, aps a execuo da reabilitao prevista do Bloco 3 ser
adaptado para abastecer a rede de rega.
Zonas 2 e 3 do Bloco de Rega de Rio de Moinhos, atravs dos pontos de entrega 10 (Zona
2), 11 (Zona 3 norte) e 11.1 (Zona 3 sul);
Albufeira de Daroeira (ponto de entrega no N 12);
Bloco de Rega de Campilhas e Alto Sado (limite de empreitada).
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O volume de regularizao do R2 permite que a aduo no Troo 1 do Adutor Roxo-Sado seja
realizada 24h/24h.
A Estao Elevatria de Rio de Moinhos (EE) efetua a transferncia de gua do R2 para a rede de
rega da Zona 1 do Bloco de Rega de Rio de Moinhos e para o reservatrio de regularizao elevado,
designado por R3. A conduta de transferncia de gua tem funcionamento bidirecional, podendo
alimentar a rede de rega a partir da EE ou, em sentido inverso, a partir do R3. Essa conduta, com
cerca de 3.965 m de extenso, designada por Conduta Bidirecional.
O arranque dos grupos eletrobomba da EE ser realizado em funo da evoluo do nvel do plano
de gua no R3 e dos volumes consumidos na rede de rega da Zona 1 de Rio de Moinhos. O
autmato integrar um programa de gesto que tem por objetivo promover o arranque das bombas
nos perodos onde as tarifas da energia eltrica sejam mais econmicas, tendo em vista a
minimizao dos custos energticos.
Nos pontos de entrega de gua do circuito hidrulico rede de rega de Rio de Moinhos que sirvam
um elevado nmero de hidrantes (Ns 8.2 e 8.6), o projeto prev a construo de Estaes de
Filtragem (EF) permitindo a instalao de hidrantes sem filtro a jusante das mesmas.
A rede de rega de Rio de Moinhos projetada ter cerca de 31.834 m de extenso e 96 hidrantes,
irrigando uma rea total de ha.
As intervenes na rede de drenagem consistem na limpeza seletiva de 22.587 m de extenso de
linhas de gua, reperfilamento da seco em 3.606 m de extenso de linhas de gua e abertura de
novas valas de drenagem com 648 m de extenso.
Quanto rede viria, as intervenes previstas consistem na:
construo de cerca de 4.842 m de novos caminhos;
beneficiao de caminhos existentes numa extenso de cerca de 4.670 m;
reabilitao de cerca de 1.305 m de caminhos existentes;
construo de 5 Passagens Hidrulicas (PH) e 14 Aquedutos (dos quais 5 servem como
continuidade a valetas de caminhos existentes);
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construo de uma Passagem a Vau.
Conforme referido anteriormente, o projeto em anlise contempla a desativao de infraestruturas
existentes, numa extenso de cerca de 4.330 m, que integram o circuito hidrulico em explorao
pela ABRoxo (Associao de Beneficirios do Roxo), nomeadamente, o Sifo do Monte de So Joo
e o troo do Canal da Barrada Margem Esquerda compreendido entre o Sifo e o N 9.1.
A desativao do sifo envolver, obrigatoriamente, o tamponamento das suas extremidades para
minimizar risco de queda no seu interior.
O troo de conduta instalado vista na galeria tcnica na travessia sob a A2 ser demolido para
instalao da nova conduta.
O troo de Canal da Barrada Margem Esquerda ser adaptado para restabelecimento do
abastecimento s redes de rega existentes, por intermdio dos Ns 5.1, 5.2 e 9.1.
Em termos de estimativa dos custos das obras de construo do Sistema Roxo-Sado prev-se um
investimento global de 36.631.751,94 .
Estima-se ainda que o prazo total para execuo completa dos trabalhos, seja de 20 meses.
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4 - CARATERIZAO DO AMBIENTE AFECTADO PELO PROJETO
4.1 - CLIMA E MICROCLIMA
O clima na regio do projeto temperado (temperaturas a variar entre os 9,5C, em janeiro, e os
24,0C, em agosto), com as estaes do ano bem definidas, apresentando invernos chuvosos (o
semestre hmido representa cerca de 75% da precipitao anual) e veres secos (nos meses de
julho e agosto a precipitao acumulada ronda os 4 a 6 mm) e quentes (valores mdios acima dos
22C nos meses mais quentes), correspondendo classe Csa, de acordo com a classificao de
Kppen.
A humidade relativa normal para este tipo de clima (varia entre os 60%, nos meses mais secos, e
os 90%, nos meses mais hmidos) e a insolao elevada, mantendo-se acima dos 60% anuais.
Em termos de ventos, no se verifica uma variao anual significativa, apresentando velocidades
mdias entre os 4-12 km/h.
4.2 - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
A rea do projeto encontra-se inserida na unidade do macio hercnico paleozoico. Sobrejacentes a
este macio encontram-se as formaes sedimentares tercirias e quaternrias, que se identificam de
seguida:
Aluvies (Holocnico);
Terraos fluviais (Plistocnio);
Formao de Panias (Plio-Plistocnico);
Formao de Alvalade (Plio-Plistocnico);
Formao de Esbarrondadoiro (Miocnico);
Formao de Vale do Guizo (Oligocnico e Miocnico Inferior).
Em termos geomorfolgicos, a rea de estudo encontra-se inserida no setor meridional da Bacia do
Sado, no seu limite sul com a do Baixo Tejo, e carateriza-se pela presena de terrenos sedimentares
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do perodo Tercirio, com relevos suaves e pouco acentuados e uma altitude mdia pouco
expressiva.
A passagem da Bacia do Sado para a Peneplancie do Baixo Tejo estabelecida pela escarpa da
falha da Messejana, que provoca um desnvel de cotas entre os depsitos da base paleognicos, a
altitudes prximas dos 130 m, e os terrenos do Macio Hesprico que passam de forma brusca para
altitudes de 200 m.
A intensidade ssmica mxima na zona do projeto regista valores de Intensidade de VIII, segundo a
Escala de Mercalli Modificada (1956), correspondendo a sismos ruinosos, verificando-se danos
significativos nos edifcios de m construo.
Na rea de implantao do projeto existe uma rea afeta explorao de recursos geolgicos, a
concesso mineira Gavio N. 6 (explorao de enxofre, ferro, cobre, chumbo, zinco, prata e ouro),
pertencente EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A.. Nas visitas efetuadas ao local,
verificou-se que a rea de concesso ainda no se encontra em explorao, sendo atualmente
utilizada para uso agrcola e pastagens.
ainda abrangida por uma rea com contrato de prospeo e pesquisa de cobre, chumbo, zinco,
estanho, ouro e prata, pertencente MAEPA Empreendimentos Mineiros e Participantes, Lda..
4.3 - SOLOS
Na rea de estudo dominam os Solos Mediterrneos Vermelhos ou Amarelos, seguidos dos Solos
Mediterrneos Pardos e dos Solos Calcrios Pardos e Vermelhos. Embora com menor
representatividade verifica-se ainda a presena dos seguintes tipos de solos, por ordem decrescente,
Barros, Aluviossolos, Solos Hidromrficos, Coluviossolos, Litossolos, e Solos Litlicos.
A rea de estudo caracteriza-se por apresentar risco de eroso reduzido na maioria da rea. Na zona
este do adutor do Roxo-Sado o risco de eroso superior.
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Relativamente ao risco de alcalizao e salinizao, verifica-se que na maioria da rea a regar os
solos so alcalizados-salinos ou com risco de alcalinizao (classe 2), existindo tambm algumas
zonas (em particular na zona 1 do bloco de rega de Rio de Moinhos, nas reas sudeste e sudoeste, e
na zona 2 do bloco de rega) onde se verifica a presena de solos normais, pertencentes classe 4.
Em termos de capacidade de uso do solo, cerca de 41 % da rea de estudo apresenta solos com
capacidade de uso moderada, limitaes acentuadas e risco de eroso no mximo elevado, sendo
suscetveis de utilizao agrcola pouco intensiva. No que concerne aptido dos solos ao regadio
verifica-se que os solos apresentam na sua maioria aptido moderada a elevada.
Por fim, no que respeita drenagem dos solos verifica-se que a maioria da rea de regadio de Rio de
Moinhos apresenta condies de drenagem insuficientes. Embora com menor representatividade
verifica-se ainda a existncia de zonas com condies de drenagem moderadas. Refira-se que, as
manchas onde se verificam condies de drenagem muito fracas correspondem aos locais onde
existe maior risco de inundaes em dias de precipitao elevada, tais como o troo final da LA 1.02,
o Barranco de Milhouros, e a LA 3.02.
4.4 - USOS DO SOLO
A rea de estudo apresenta predominantemente ocupao agrcola (cerca de 81 % da ocupao
atual do solo na rea de estudo), correspondendo maioritariamente a reas de pastagens/forragens,
algumas das quais com azinheiras e/ou sobreiros, olival e girassol. A presena de reas edificadas
pontual e refere-se maioritariamente aos denominados montes, com exceo do aglomerado de Rio
de Moinhos que a povoao com maior importncia socioeconmica na zona em anlise.
4.5 - RECURSOS HDRICOS
A rea de estudo encontra-se nas bacias hidrogrficas da ribeira do Roxo e ribeira da Messejana,
mais propriamente nas sub-bacias da ribeira de Pero Bonito (apenas o Reservatrio 1 e o Adutor
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Roxo-Sado), do Barranco de Rio de Moinhos, do Barranco dos Outeires, do Barranco do Vale Soeiro
e da ribeira dos Nabos.
Dentro da rea de estudo existem diversas albufeiras/reservatrios, todas utilizadas para a rega das
reas agrcolas, das quais se destaca a albufeira da Daroeira, situada na ribeira da Messejana. Na
parte montante desta albufeira esto previstas reas de regadio, pertencentes Zona 1 do bloco de
rega, assim como o atravessamento do troo 2 do Adutor Roxo-Sado, numa extenso total de 450 m.
As reas sujeitas a cheias so pouco expressivas e restringem-se ao vale da ribeira do Roxo e s
margens das ribeiras de Nabos e Messejana. Em nenhuma das situaes analisadas se preconiza
um risco elevado para o uso agrcola da rea do projeto.
O projeto implanta-se sobre dois sistemas aquferos: o sistema aqufero Bacia de Alvalade e o
sistema aqufero Bacia do Tejo-Sado Indiferenciado da Bacia do Sado.
Os principais usos identificados so o abastecimento de gua para consumo humano e a rega das
reas agrcolas. As captaes pblicas, que servem para o consumo humano, esto bastante
afastadas da rea de estudo e as captaes privadas subterrneas que se encontram dentro ou nas
proximidades do projeto no so em nmero significativo.
Os principais consumos de gua da regio so de origem superficial, representando 69% do total (a
larga maioria proveniente da albufeira do Roxo).
As principais fontes de poluio tpica so originadas pela descarga de efluentes domsticos urbanos
e pela presena do complexo mineiro de Aljustrel. O meio hdrico presente na rea de estudo mais
afetado por este tipo de poluio o Barranco de Rio de Moinhos. A atividade agrcola a principal
fonte de poluio difusa, estando presente em quase toda a rea de estudo.
Na ribeira do Roxo e albufeira do Roxo, a qualidade da gua tem maioritariamente variado, ao longo
dos ltimos anos, entre o razovel e m, estando esta classificao associada contaminao com
origem na descarga de guas residuais domsticas e pecurias (com por exemplo suiniculturas) que
aceleram o processo de eutrofizao, principalmente da albufeira do Roxo. Embora esta situao no
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seja incompatvel com o uso da gua para a rega de campos agrcolas, a sua utilizao para o
consumo humano tem acarretado situaes de qualidade abaixo do desejvel, que so corrigidas
com o tratamento adequado que efetuado na ETA do Roxo.
Quanto s guas subterrneas, no se identificaram, ao longo dos ltimos anos, problemas
relacionados com o aumento dos nitratos no aqufero. As principais preocupaes prendem-se com
um elevado teor de cloretos e baixo oxignio dissolvido e condutividade. Estes parmetros
representam problemas secundrios de contaminao dos aquferos, podendo ser ultrapassados com
o devido tratamento da gua, no sendo impeditivos para os usos identificados.
As zonas de infiltrao mxima (potencialmente sensveis poluio das guas subterrneas) e a
ribeira do Roxo (zona de proteo de espcies aquticas de interesse econmico) so as duas reas
mais sensveis / vulnerveis poluio e, por esse motivo, classificadas como reas protegidas.
Refira-se que a captao superficial existente na albufeira do Roxo e respetiva rea de influncia no
sero afetadas pelo projeto.
4.6 - QUALIDADE DO AR
A rea de estudo apresenta caractersticas predominantemente rurais, com uma importante matriz
agrcola, com muito reduzida densidade populacional, verificando-se apenas habitaes isoladas.
A qualidade do ar na rea envolvente influenciada por fontes fixas e mveis. No que se refere s
fontes fixas foram identificadas um aterro sanitrio, designado como Ambilital, uma unidade de
produo animal intensiva, designada como Sociedade Agrcola da Quinta da Freiria, S.A., uma
unidade pertencente ao setor da indstria mineira, designada como Pirites Alentejanas, S.A. -
Complexo Mineiro de Aljustrel. Relativamente s fontes mveis as principais emisses tm origem
na circulao automvel, principalmente na autoestrada A2, na EM530 e na ER261.
A avaliao da qualidade do ar efetuada indica que a qualidade do ar da regio onde se insere o
projeto pode ser considerada na sua generalidade boa.
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4.7 - AMBIENTE SONORO
Para o descritor ambiente sonoro foram efetuadas medies acsticas em 8 pontos de medio
devidamente selecionados, junto aos recetores sensveis potencialmente mais expostos tendo-se
verificado que o critrio de exposio cumprido em todos os pontos de medio, uma vez que os
valores obtidos para o Lden (Indicador de rudo diurno-entardecer-noturno) so inferiores a 63 dB(A) e
para o Ln (Indicador de rudo noturno) so inferiores a 53 dB(A).
Em suma verifica-se que ambiente sonoro da rea de estudo apresenta-se muito pouco perturbado,
tipicamente rurais, sem fontes de rudo importantes, para alm das principais vias rodovirias.
4.8 - RESDUOS
Na rea de estudo a empresa AMBILITAL Investimentos Ambientais no Alentejo, EIM a entidade
gestora responsvel pelos resduos slidos urbanos (RSU) produzidos nos concelhos abrangidos
pelo projeto.
Refere-se que o destino maioritariamente dado aos RSU consiste na deposio em aterro (90 %),
no se verificando na rea de influncia da Ambilital operaes de valorizao, quer energtica, quer
orgnica.
No caso dos resduos agrcolas produzidos na zona em anlise, cabe aos produtores a
responsabilidade de gesto dos mesmos.
4.9 - ECOLOGIA
No que respeita flora e vegetao, as formaes com interesse presentes na rea de estudo
restringem-se a uma mancha constituda pelos Habitats 92A0pt3 (salgueirais arbreos de borrazeira-
negra (Salix atrocinerea) com Vitis vinifera subsp. sylvestris, que se desenvolvem em solos arenosos,
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na margem de linhas de gua permanentes) e 91B0 (bosques edafo-higrfilos no ripcolas de freixo
que se desenvolvem tipicamente nos terraos aluviais. A comunidade observada correspondente a
este Habitat dominada por Fraxinus angustiflia, registando-se ainda a presena de Quercus x
mixta (Q. suber x Q. rotundifolia), Rhamnus alaternus, Rubus ulmifolius, Scirpoides holoschoenus,
Arum italicum), em bom estado de conservao, que ser diretamente afetada pela implantao do
projeto em anlise.
A comunidade faunstica presente na rea de estudo bastante diversificada, incluindo algumas
espcies com estatuto de ameaa, de acordo com o Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal,
particularmente de mamferos e aves. Ocorrem ainda diversas espcies legalmente protegidas, que
esto inseridas nos anexos A-I, B-II e B-IV do D.L. 140/99 (conforme revisto pelo Decreto-Lei n.
49/2005). No Quadro 4.1 apresentam-se as espcies protegidas de ocorrncia potencial na rea de
estudo.
Quadro 4.1 - Espcies protegidas de ocorrncia potencial na rea de estudo
Nome Cientfico Nome Vulgar D.L 140/99 (revisto pelo D.L 49/2005)
Mamferos
Rhinolophus ferrumequinum Morcego-de-ferradura-grande B-II e B-IV
Rhinolophus hipposideros Morcego-de-ferradura-pequeno B-II e B-IV
Myotis myotis Morcego-rato-grande B-II e B-IV
Myotis blythii Morcego-rato-pequeno B-II e B-IV
Pipistrellus kuhli Morcego de Kuhl B-IV
Pipistrellus pygmaeus Morcego-pigmeu B-IV
Eptesicus serotinus Morcego-hortelo B-IV
Plecotus austriacus Morcego-orelhudo-cinzento B-IV
Miniopterus schereibersii Morcego-de-peluche B-II e B-IV
Microtus cabrerae Rato de Cabrera B-II e B-IV
Lutra lutra Lontra B-II e B-IV
Aves
Elanus caeruleus Peneireiro-cinzento A-I
Milvus milvus Milhafre-real A-I
Circaetus gallicus guia-cobreira A-I
Hieraaetus pennatus guia-calada A-I
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Nome Cientfico Nome Vulgar D.L 140/99 (revisto pelo D.L 49/2005)
Tetrax tetrax Siso A-I
Otis tarda Abetarda A-I
Himantopus himantopus Perna-longa A-I
Burhinus oedicnemus Alcaravo A-I
Pluvialis apricaria Tarambola-dourada A-I
Alcedo atthis Guarda-rios A-I
Calandrella brachydactyla Calhandrinha A-I
Lullula arborea Cotovia-pequena A-I
Anthus campestris Petinha-dos-campos A-I
Sylvia undata Felosa-do-mato A-I
Rpteis e anfbios
Mauremys leprosa Cgado-mediterrnico B-II e B-IV
Coluber hippocrepis Cobra-de-ferradura B-IV
Alytes cisternasii Sapo-parteiro-ibrico B-IV
Pelobates cultripes Sapo-de-unha-negra B-IV
Bufo calamita Sapo-corredor B-IV
Hyla meridionalis Rela-meridional B-IV
Nota: As espcies cuja presena foi confirmada esto assinaladas a negrito
As espcies de aves mais sensveis esto sobretudo associadas s zonas agrcolas dominadas pela
rotao cereal de sequeiro/pousio, enquanto as espcies de mamferos com estatuto de ameaa
esto mais associadas a sistemas arborizados, nomeadamente, montado e galerias.
4.10 - PAISAGEM
De acordo com a publicao Contributos para a Identificao e Caracterizao da Paisagem em
Portugal Continental, a rea de estudo do Sistema Roxo-Sado localiza-se no Grupo de Unidades de
Paisagem do Baixo Alentejo (S), na Unidade de Paisagem das Terras Fortes do Baixo Alentejo (110),
e dentro desta, na Subunidade de Paisagem 0a, caracterizada por uma forte componente de
agricultura intensiva e de regadio, correspondente essencialmente ao permetro hidroagrcola do
Roxo, onde frequente a presena de pivots.
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A Unidade de Paisagem das Terras Fortes do Baixo Alentejo (110) apresenta um conjunto de
caratersticas dominantes que permitem diferenci-la dos territrios envolventes, e lhe conferem um
carter nico:
1. Em termos topogrficos destaca-se o predomnio da horizontalidade, estendendo-se por
extensas plancies;
2. Em termos de ocupao do solo destacam-se as culturas arvenses, por vezes associadas
a um coberto arbreo muito disperso;
3. As caratersticas topogrficas e de ocupao determinam no seu conjunto uma forte
homogeneidade da paisagem e grandes amplitudes visuais.
Tendo em conta esta classificao, mas descendo escala do projeto, possvel identificar novas
fronteiras de subunidades de paisagem, determinadas pelas pequenas variaes do relevo e pelas
maiores variaes a nvel de coberto vegetal, que correspondem a: reas urbanas; reas agrcolas;
reas florestais e Linhas de gua e galeria ripcola.
De um modo geral, as reas agrcolas apresentam qualidade visual elevada, j que constituem uma
paisagem equilibrada, produtiva e sem sinais de abandono ou degradao. As reas urbanas, dado o
seu carcter artificial, embora contrabalanado por uma boa integrao na paisagem envolvente,
apresentam qualidade visual mdia; j as reas arborizadas, ecologicamente mais ricas e
sustentveis, constituem uma paisagem de qualidade visual muito elevada. Contudo atribuiu-se esta
classificao apenas s reas de montado, uma vez que as galerias ripcolas apresentam uma forte
presena de infestantes, nomeadamente de cana-comum (Arundo donax), tendo-lhes sido atribuda
apenas elevada qualidade visual.
O facto de se tratar de um territrio extremamente plano e com grandes amplitudes visuais determina
a sua baixa capacidade de absoro visual. A sensibilidade visual, que resulta do cruzamento dos
valores da sua qualidade visual (que a influenciam de forma direta) com os valores da sua
capacidade de absoro visual (que a influenciam de forma inversa), apresenta-se com classificao
mdia no caso das reas urbanas e como elevada nas restantes subunidades de paisagem.
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4.11 - SOCIOECONOMIA
A caracterizao local da rea de interveno permitiu evidenciar o seu carter predominantemente
rural, com uma matriz de base agrcola, onde a paisagem fortemente marcada pela presena de
vastas reas de pastagem com azinheiras, do cultivo de olival e, mais recentemente, de girassis; as
reas humanizadas so pouco abundantes e dispersas no territrio, correspondentes a quintas,
herdades ou montes
Em termos socioeconmicos, verifica-se que todas as unidades geogrficas em estudo apresentaram
decrscimos populacionais durante o ltimo perodo intercensitrio, bem como um forte
envelhecimento da populao. A percentagem de indivduos sem qualquer tipo de instruo era ainda
importante, sendo que da populao com instruo o ensino primrio assume a maior importncia.
O Alentejo possui uma elevada taxa de desemprego que incide na faixa da populao situada entre
os 15 e os 44 anos, com baixo nvel de instruo e que se encontram na situao de procura de novo
emprego.
4.12 - AGROSSISTEMAS
Relativamente aos Agrossistemas, ressalta o facto do concelho de Santiago do Cacm possuir o
maior nmero de exploraes e maior rea de SAU (Superfcie Agrcola Utilizada). J no que se
refere ao nmero de exploraes e SAU por classes de SAU, tambm o municpio de Santiago do
Cacm se distingue ao possuir os maiores quantitativos em todas as classes, inclusive nas duas
ltimas, 20 a
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autnomos, o que significa que utilizam principalmente mo-de-obra familiar. Por conta prpria a
forma de explorao da SAU dominante (mais de 70 % das exploraes, e em mdia, 60 % da SAU).
Em termos de composio da SAU, sobressai a rea ocupada pelas pastagens permanentes, com
exceo do caso do concelho de Aljustrel, onde assumem maior importncia as terras arveis,
nomeadamente as culturas temporrias e o pousio.
Os produtores representam aproximadamente 40 % da populao agrcola total, sendo
maioritariamente do sexo masculino (cerca de 80 % dos produtores em todas as unidades territoriais)
e com um nvel de instruo equivalente ao ensino bsico. A maior parte dos produtores assume a
atividade agrcola a tempo parcial.
4.13 - ORDENAMENTO DO TERRITRIO E CONDICIONANTES AO USO DO SOLO
Os principais instrumentos de ordenamento do territrio em vigor na rea de estudo so os PDM de
Santiago do Cacm e de Aljustrel. No mbito das Cartas de Ordenamento destes PDM, a rea em
estudo encontra-se includa essencialmente em trs classes de espaos: reas agrcolas
(maioritariamente classificadas como Reserva Agrcola Nacional (RAN)), reas de proteo e
valorizao ambiental (coincidentes grosso modo, com reas includas no regime da Reserva
Ecolgica Nacional (REN)) e rea agro-silvo-pastoril.
As principais servides e restries presentes visam:
A proteo de solos e de espcies vegetais (Reserva Ecolgica Nacional; Reserva Agrcola
Nacional; montado de sobro e de azinho, oliveiras, povoamentos florestais percorridos por
incndios);
A proteo dos recursos hdricos (albufeiras e domnio pblico hdrico);
A proteo de infraestruturas (rodovias; infraestruturas de saneamento e abastecimento e
vrtices geodsicos).
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4.14 - PATRIMNIO HISTRICO-CULTURAL
Os trabalhos arqueolgicos executados contriburam para o registo de 16 ocorrncias patrimoniais na
rea de projeto. No agrupamento das 16 ocorrncias, existem 2 casas de apoio agrcola (n. 1 e
n. 5), 1 ponte (n. 2), 1 moinho de vento (n. 3), 1 antigo monte alentejano (n. 7) e 11 eventuais
stios arqueolgicos (n. 4, n. 6, n. 8, n. 9, n. 10, n. 11, n. 12, n. 13, n. 14, n. 15, n. 16 e
n. 19). Importa ainda mencionar que na rea de enquadramento histrico foram inventariadas mais
duas ocorrncias patrimoniais (n. 17 e n. 18).
No Quadro 4.2 apresenta-se uma breve caracterizao dos stios arqueolgicos mencionados.
Quadro 4.2 - Caracterizao dos stios arqueolgicos
N. Designao Tipo de Stio CNS Cronologia
1 Nabos Casa de apoio agrcola - Contemporneo
2 Barranco de Rio de Moinhos Ponte - Contemporneo
3 Rio de Moinhos Moinho de vento - Contemporneo
4 Milhouros Habitat 10873 Romano
5 Rio de Moinhos 2 Casa de apoio agrcola - Contemporneo
6 Anta do Poo de Milhouros Anta 12308 Neo-calcoltico
7 Montinho Conjunto rural - Contemporneo
8 Herdade do Montinho Mina 5903 Romano
9 Covanco das Mesas 1 Vestgios de superfcie - Romano (?)
10 Monte do Serralho 1 Vestgios de superfcie - Moderno (?)
11 Vale Verde 2 Vestgios de superfcie - Romano
12 Vale Verde 1 Vestgios de superfcie - Moderno (?)
13 Vila do lamo 1 Villa 10905 Romano
14 Vila do lamo 2 Necrpole 10908 Romano
15 Messejana Inscrio 20222 Romano
16 Monte do lamo do Meio Mancha de Materiais - Romano
17 Monte da Charnequinha de Cima Quinta - Contemporneo
18 Monte da Mancoca Quinta - Contemporneo
19 Chamusca 1 Vestgios de superfcie 8499 Romano (?)
EDIA. PROJETO DE EXECUO E ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL DO CIRCUITO HIDRULICO ROXO-SADO E RESPETIVO BLOCO DE REGA.ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL. SISTEMA ROXO-SADO. VOLUME 1 - RESUMO NO TCNICO ____________________________________________________________________________________________________________________
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5 - EVOLUO PREVISVEL DO AMBIENTE AFETADO NA AUSNCIA DO PROJETO
A avaliao de impactes ambientais de um projeto baseia-se na comparao entre o estado do
ambiente com e sem projeto. Para o efeito, importa pois, efetuar uma previso da forma como o
ambiente potencialmente afetado pelo projeto ir evoluir face s suas caratersticas no que concerne
os diversos fatores ambientais e as previsveis alteraes que ocorrero tendo em conta os projetos
ou aes previstos para a rea em anlise.
A anlise das propostas de ordenamento contantes nos IGT em vigor e em elaborao com
incidncia na rea de estudo demostrou que se trata de uma zona de solo rural, com vocao para a
atividade agrcola, em particular regadio, para a qual esto definidos projetos agrcolas que se
inscrevem na estratgia regional de desenvolvimento econmico definida para o Alentejo no
Empreendimento de Fins Mltiplos de Alqueva. Neste contexto, no previsvel que na ausncia do
presente projeto venham a ser executados projetos de outras tipologias ou natureza. Considera-se
que caso no seja concretizado um projeto de cariz agrcola, esta rea se mantenha praticamente
inalterada relativamente ao que se verifica data de elaborao do presente relatrio.
Esta foi a concluso retirada da anlise da evoluo previsvel do ambiente na ausncia do projeto
para parte significativa dos fatores ambientais.
No caso dos fatores que se perspetiva alteraes, estas so descritas no captulo 6 do EIA. Incluem-
se neste grupo os seguintes fatores ambientais: Geologia e Geomorfologia, Solos, Usos do Solo,
Recursos Hdricos, Socioeconomia, Agrossistemas e Ordenamento do Territrio e Condicionantes ao
Uso do Solo.
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6 - IDENTIFICAO E AVALIAO DOS IMPACTES AMBIENTAIS
6.1 - CLIMA E MICROCLIMA
Durante a fase de construo do Sistema do Roxo-Sado no sero desenvolvidas atividades que
possam afetar o clima a nvel local (microclima) ou regional, pelo que os potenciais impactes da fase
de construo nesta componente ambiental so considerados nulos.
Na fase de explorao do regadio nos blocos de rega de Rio de Moinhos ir conduzir a um aumento
da disponibilidade da gua no solo que pode contribuir para um incremento de humidade relativa no
ar, derivado do aumento da evaporao. Este fenmeno pode conduzir, nos perodos de rega mais
intensa, a um aumento das neblinas e dos nevoeiros, principalmente durante o perodo inicial da
manh.
Tendo em conta a rea regada (3.338 ha) e as tcnicas de rega futuramente utilizadas, no se espera
que os potenciais impactes relacionados com o aumento de gua no solo possam afetar a humidade
relativa da rea de influncia do projeto ou da regio onde este se insere, sendo considerados os
possveis impactes como irrelevantes ou mesmo nulos.
6.2 - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA
Os principais impactes na geologia e geomorfologia durante a fase de construo tm origem nas
aes de preparao de terreno e movimentao de terras, decorrentes da construo do circuito
hidrulico, bloco de rega de Rio de Moinhos, rede de drenagem e rede viria (incluindo os acessos
provisrios da empreitada).
Estas aes resultam na extrao de material, causando a destruio do substrato geolgico, na
necessidade de estabilizao de taludes de aterro e escavao, por forma a evitar deslizamentos, e
na alterao da morfologia do terreno.
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Os volumes totais de escavao previstos so de 614.148 m3. Este valor inclui o volume de material
proveniente de mancha de emprstimo, cerca de 3.920 m3, necessrios para a execuo do aterro
dos reservatrios 2 e 3.
Em termos quantitativos, este volume no muito significativo, visto que cerca de 346.351 m3 (57%)
tem qualidade para ser reutilizado na execuo dos diversos aterros do projeto e apenas 263.897 m3
(43%) ser enviado para vazadouro.
Em termos qualitativos, a maioria do material extrado proveniente do Tercirio, designadamente
das formaes de Panoias, de Esbarrondadoiro e de Valo do Guizo, no constituindo formaes com
relevante interesse geolgico (as reas de explorao mineira sero analisadas posteriormente).
O impacte resultante da extrao de material geolgico ser negativo, mas pouco significativo e
minimizvel (reutilizao do material).
Quanto aos processos de desmonte a utilizar nas escavaes, os estudos geolgicos referem que o
recurso a meios mecnicos ligeiros ou pesados so suficientes para se atingirem as cotas
necessrias execuo das fundaes. Deste modo, no se prev que ocorram vibraes no macio
passveis e afetarem o mesmo. O impacte nas formaes ser negativo e pouco significativo.
Quanto estabilizao dos taludes de escavao e aterro, as medidas do projeto so suficientes para
evitar a ocorrncia de situaes crticas de instabilidade dos taludes durante a sua execuo ou
mesmo aps a sua concluso, pelo que o risco de deslizamentos de terras muito baixo, podendo os
mesmos ser repostos rapidamente. O impacte ser negativo, direto e pouco significativo.
A morfologia do terreno tambm ser afetada pelo projeto. Contudo, as situaes mais crticas
ocorrem nos taludes de aterro dos reservatrios 1, 2 e 3, onde se preveem alturas mximas de 6,5 m.
O projeto apresenta medidas que minimizam o impacte visual desta alterao, como por exemplo o
revestimento com terra vegetal e a adoo de geometrias suavizadas, pelo que o impacte negativo
pouco significativo.
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O projeto, nomeadamente a ponta sudeste da Zona 1 do bloco de rega de Rio de Moinhos, abrange
parcialmente a concesso mineira de Gavio n. 6 (explorao de enxofre, ferro, cobre, chumbo,
zinco, prata e ouro), pertencente EDM - Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A..
No mbito deste EIA, a EDM, S.A. foi contactada para se pronunciar sobre este projeto, da qual, at
data de elaborao deste relatrio, no apresentou qualquer condicionalismo ao projeto.
Com a informao disponvel, desconhece-se qualquer condicionante construo do bloco de rega
e respetivas redes de rega e de drenagem. A este facto acrescente-se ainda que a construo das
infraestruturas para o funcionamento do bloco de rega (em particular a construo da rede de
drenagem) envolve pequenas movimentaes de terra, mantendo-se inalterado o substrato geolgico
e o recurso natural com interesse econmico.
Deste modo, com a informao disponvel, o impacte sobre a concesso mineira classificado como
inexistente.
Grande parte do projeto abrange ainda uma rea com contrato de prospeo e pesquisa pertencente
MAEPA Empreendimentos Mineiros e Participantes, Lda.. Atendendo vasta amplitude
geogrfica desta rea com contrato de prospeo e pesquisa, no se consegue prever, com o rigor
desejvel, a possvel ocorrncia de um impacte negativo sobre a explorao dos recursos existentes.
No se prev que nenhuma ao de construo possa ser considerada crtica pela presena de
falhas tectnicas na regio, assim como no se prev que o risco ssmico afete a prpria construo
do projeto.
Na fase de explorao do projeto, no se esperam impactes adicionais aos j referidos para a fase de
construo.
A maioria dos impactes na geologia, geomorfologia e geotecnia so mitigados pelo prprio projeto,
sendo globalmente pouco significativos.
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6.3 - SOLOS
Os principais impactes previstos para a fase de construo correspondem perda de solos, devido
implantao das infraestruturas do projeto, ao acrscimo do risco de eroso e de contaminao dos
solos, resultante das aes construtivas. No obstante, com a adoo de boas prticas nas
operaes das frentes de obra e no estaleiro so expetveis impactes pouco significativos durante a
fase de obra.
Na fase de explorao, tendo em conta que na maioria da rea do Bloco de Rega de Rio de Moinhos
os solos apresentam risco de alcalizao, os principais impactes podero decorrer do risco de
alcalizao dos solos, devido intensificao da prtica do regadio. Relativamente ao risco de eroso
do solo no se perspetivam problemas relevantes a este nvel.
Assim, nas zonas onde os solos apresentam risco de alcalizao dever ser dada especial ateno
qualidade da gua de rega, devendo privilegiar-se a prtica da rega gota-a-gota bem como a
aplicao regular de gua de lavagem, no sentido de evitar a acumulao de sais no solo na zona de
enraizamento. Nas zonas do Bloco de Rega onde os solos so normais a rega poder ser efetuada
sem restries.
Em termos globais considera-se que o projeto ter impactes pouco significativos.
6.4 - USOS DO SOLO
Os principais impactes negativos decorrentes do projeto ocorrero durante a fase de construo,
devido construo das infraestruturas associadas ao projeto (Reservatrios, Estao Elevatria,
Rede de Rega e Rede Viria). No obstante, estes impactes sero globalmente pouco significativos.
Com efeito, ser durante a fase de obra que so expetveis os impactes mais relevantes em termos
de Uso do Solo, em particular devido afetao de reas de olival e de montado.
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Na fase de explorao a converso dos sistemas culturais de sequeiro em regadio conduzir ao
aumento da produtividade, da rentabilidade e do desenvolvimento no setor primrio da regio, o que
se traduzir em impactes positivos significativos.
6.5 - RECURSOS HDRICOS
Na fase de construo a instalao do estaleiro no trar problemas relevantes para os recursos
hdricos.
No caso das guas superficiais, os principais impactes decorrero das aes de desmatao, limpeza
dos terrenos e movimentao de terras iro ocorrer durante a construo do circuito hidrulico e das
redes de rega, de drenagem e viria.
As intervenes perto ou mesmo nas linhas de gua, em particular a limpeza seletiva das linhas de
gua, os reperfilamentos de seco e os atravessamentos de linhas de gua (passagens hidrulicas,
aquedutos e passagens a vau), so as situaes onde o risco de arrastamento de material para o
leito das linhas de gua superior.
No caso da limpeza seletiva das linhas de gua, esta ser realizada nos leitos e nos taludes,
salientando-se o facto da limpeza do talude se resumir ao corte e nunca ao arranque da vegetao,
de forma a evitar danificar o suporte radicular do talude.
Nos locais onde expectvel que a seco das linhas de gua no comporte os caudais de projeto,
que poderia levar inundao das reas adjacentes, sero realizados trabalhos de reperfilamento da
seco da linha de gua, numa extenso total de 4.606 m.
Para a construo da rede viria esto previstas ainda atravessamentos de linhas de gua atravs da
construo de passagens hidrulicas (PH) e/ou aquedutos e as passagens a vau.
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A adoo de medidas especficas diminui significativamente os riscos de eroso e o arrastamento de
material particulado para as linhas de gua afetadas, como garante do livre escoamento da gua
durante o perodo de execuo dos trabalhos de construo.
Assim, na fase de construo iro ocorrer inmeras intervenes ao longo das margens e troos das
principais linhas de gua e seus afluentes, nomeadamente a limpeza seletiva das linhas de gua, os
reperfilamentos de seco e os atravessamentos de linhas de gua. Essas intervenes iro criar
alguns constrangimentos no escoamento natural das linhas de gua, dos quais podem resultar
inundaes pontuais e de dimenses reduzidas nas reas adjacentes.
Quanto aos efeitos que a construo do projeto pode gerar em albufeiras, reservatrios ou charcas
situadas junto das reas intervencionadas, na sua maioria no iro sofrer afluncias relevantes de
caudais slidos.
A exceo ocorre na albufeira da Daroeira, onde se prev a travessia do Adutor Roxo-Sado. A
travessia ser realizada por escavao, entre o PK 5+630 e o PK 6+024 e entre o PK 6+120 e
PK 6+158 do troo 2 do Adutor Roxo-Sado, com um total de cerca de 450 m de extenso. Esta
interveno ser realizada no final da poca estival, quando o nvel da albufeira se encontrar cota
75 ou inferior, para que seja evitado o esvaziamento parcial da albufeira para a instalao da
conduta. Com esta medida de projeto, garante-se que no iro ocorrer situaes crticas de afluncia
de caudais slidos para o leito da albufeira, evitando-se o seu assoreamento.
Os impactes de todas estas intervenes sero negativos e pouco significativos, sendo passveis de
minimizao se forem adotadas medidas especficas para este tipo de afetaes.
Todas as intervenes nas linhas de gua acima referidas preconizam tambm outro tipo de
impactes, que sero mais visveis no final da fase de construo e que se prolongam e sero mais
relevantes durante a fase de explorao, nomeadamente:
Alteraes no regime de caudais;
Alterao na rede fluvial;
Afetaes hidromorfolgicas.
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Quanto ao regime de caudais, os 3 reservatrios previstos sero abastecidos por gua proveniente
da albufeira do Roxo, que por sua vez reforada pelo adutor Piso/Roxo com gua proveniente do
Alqueva. Todas estas infraestruturas esto inseridas no Sistema Global de Rega do Alqueva (SGRA),
integrado no EFMA.
Deste modo, as linhas de gua presentes na rea de estudo no tero os seus caudais afetados pela
construo do projeto, sendo os impactes inexistentes.
Quanto a alteraes na rede fluvial, o projeto prev o reperfilamento da seco em determinados
tramos das linhas de gua, perfazendo um total de 4.606 m de rede fluvial intervencionada.
Em termos hidrolgicos e hidromorfolgicos essas intervenes visam uma melhoria das condies
de escoamento, aumentando a capacidade de vazo nos troos intervencionados e diminuindo o
risco de inundaes, nos pontos em que atualmente ocorrem constrangimentos ao escoamento
superficial. A este facto acrescente-se que os restantes troos no intervencionados sero alvo de
uma limpeza seletiva, tanto do leito como do talude das linhas de gua.
Com estas intervenes garante-se no s uma melhoria no escoamento natural da gua, como
tambm se reduz o risco de eroso das margens das linhas de gua. O impacte ser positivo e
significativo.
No que respeita s guas subterrneas, a movimentao de terras, associada circulao de
veculos e mquinas, ser responsvel pela compactao dos solos, o que reduz, mesmo que
temporariamente, o processo de infiltrao de gua e a consequente recarga dos aquferos.
Face dimenso desses sistemas aquferos, os impactes previstos sero negativos, mas muito
pouco significativos.
Quanto aos efeitos das aes de construo no estado das massas de gua, as aes de construo
so responsveis pelo arraste de material particulado para o meio recetor e podem ainda arrastar
outros poluentes, tais como os metais pesados (cdmio, cobre e zinco), os leos e os
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hidrocarbonetos, que so gerados pela circulao dos veculos e mquinas afetos obra e por
derrames acidentais de produtos perigosos.
A maioria das intervenes previstas no envolve a utilizao de materiais perigosos, restringindo-se
o impacte possibilidade de derrames acidentais de combustveis e leos dos veculos e mquinas.
Assim, a adoo de medidas especficas para a minimizao deste tipo de impactes reduz
significativamente a probabilidade da sua ocorrncia e o seu efeito na qualidade da gua.
Importa destacar a albufeira da Daroeira por ser a nica albufeira onde iro ocorrer intervenes no
seu leito. Embora possa ocorrer alteraes na qualidade da gua e acelerao do processo de
eutrofizao, trata-se de um situao muito pontual e passvel de minimizao (o projeto prev que a
interveno seja realizada no final da poca estival, quando o nvel da albufeira se encontrar cota
75 ou inferior), pelo que no se espera que ocorram alteraes significativas e prolongadas da
qualidade da gua desta massa de gua e do seu estado trfico.
Quanto s guas subterrneas, na rea do projeto encontram-se zonas de infiltrao mxima, que
correspondem a reas com alta vulnerabilidade poluio. Contudo, face s caractersticas do
projeto, no se espera que as aes de construo e a consequente produo de poluentes sejam
suscetveis de provocar uma alterao da qualidade da gua dos dois sistemas aquferos presentes.
Os impactes na qualidade da gua superficial e subterrnea sero negativos e pouco significativos,
no se prevendo a afetao dos usos existentes e previstos.
Para a fase de explorao, para alm dos efeitos positivos no escoamento natural das linhas de gua
e diminuio dos riscos de eroso e inundao j referidos na fase de construo, os impactes nos
recursos hdricos resultam do aumento das necessidades de gua para a rega e das escorrncias
provenientes das novas reas agrcolas.
O aumento das necessidades de gua para a rega das reas agrcolas ser satisfeito com a entrada
em funcionamento de todo o sistema de transferncia de gua desde da albufeira do Alqueva at
albufeira do Roxo. Desta forma, a EFMA previu todas as necessidades de gua para o bloco de rega
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de Rio de Moinhos, na medida em que este bloco necessita de 23,6 hm3 (em ano seco) e a albufeira
do Roxo est dimensionada para lhe disponibilizar 25,4 hm3 (que cerca de 21% do seu volume total).
O impacte resultante do aumento das necessidades de gua por parte do projeto em estudo
minimizado pelo prprio projeto global do EFMA, sendo por isso considerado nulo ou irrelevante.
No que se refere alterao do regime de caudais nas linhas de gua (em resultado da existncia de
caudais excedentes provenientes do sistema de rega), o projeto da rede de drenagem foi realizado
com o objetivo principal de escoar convenientemente o excesso de precipitao ocorrida dentro do
bloco de rega de Rio de Moinhos, sob a forma de escoamento superficial, e os caudais excedentes
do sistema de rega. O aumento dos caudais esperado para as linhas de gua no ir ser suscetvel
de causar constrangimentos ao seu escoamento natural. Espera-se mesmo que durante o perodo de
explorao do projeto se verifique uma melhoria no escoamento natural da gua superficial, uma
reduo do risco de inundaes nas reas mais prximas nas principais linhas de gua e uma
diminuio do risco de eroso das margens e do leito das linhas de gua. O impacte global ser
positivo e significativo.
Durante a explorao do bloco de rega de Rio de Moinhos, o aumento da rea de regadio ir
proporcionar o aumento da aplicao de nutrientes e produtos fitofarmacuticos nas culturas que so
arrastados para o meio hdrico pelos caudais excedentes da rega e pelas guas pluviais.
O aumento das cargas poluentes na gua superficial ser responsvel pela alterao da sua
qualidade, que poder levar a uma acelerao do processo de eutrofizao, em resultado do
aumento da disponibilidade de nutrientes (azoto e fsforo) no meio.
De forma a avaliar mais corretamente os impactes do projeto na qualidade da gua do meio hdrico
superficial, necessrio quantificar o aumento das cargas de nutrientes (azoto e fsforo) gerados
pela poluio difusa de origem agrcola nas bacias de drenagem do bloco de rega de Rio de Moinhos.
Para estimar a exportao de nutrientes de origem agrcola para as linhas de gua recorreu-se aos
dados apresentados no Plano de Gesto das Bacias Hidrogrficas integradas na Regio Hidrogrfica
6 (PGBH-RH6), no qual se recorreu ao modelo de bacia SWAT, que simula o ciclo da gua (caudais)
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e dos nutrientes, com base em dados meteorolgicos, de solos, do uso dos solos e de prticas
agrcolas, que equivale a dizer que simula o impacte das prticas agrcolas na qualidade da gua
numa bacia.
Os resultados dessa simulao indicam que ocorrer um aumento das cargas poluentes no meio
hdrico superficial, que ter como consequncia o aumento da concentrao de azoto e fsforo. Esse
aumento da concentrao de nutrientes ser mais elevado em duas linhas de gua: Barranco de Rio
de Moinhos e na Ribeira dos Nabos.
De acordo com a classificao de cursos de gua superficiais do INAG, os valores de concentrao
do azoto apontam para uma classe B, que considerada como uma gua com boa qualidade. Para o
fsforo (ortofosfatos), os valores apontam para uma classe D (ribeira da Messejana) ou E (Barranco
de Rio de Moinhos, Barranco dos Outeires e ribeira dos Nabos), que considerada como uma gua
com m ou muito m qualidade.
A adoo de medidas de gesto agrcola sustentvel, tanto ambiental como economicamente
(nomeadamente a utilizao regrada de nutrientes, produtos fitofarmacuticos e de gua para a
rega), ir diminuir significativamente a afluncia de cargas poluentes para as linhas de gua. Acresce-
se ainda que uma quantidade significativa da gua utilizada na rega ir infiltrar-se, podendo ser
filtrada pelas plantas, diminuindo o arrastamento de poluentes para as linhas de gua.
O impacte da explorao do projeto na qualidade das guas superficiais por isso negativo e pouco
significativo.
Refira-se ainda que o circuito de ligao Alqueva-Roxo ser dotado de um processo de tamizao,
seguido de uma microtamizao que ficar localizado junto da tomada de gua da albufeira do
Penedro (albufeira imediatamente a montante do Roxo e que ir aduzir a gua atravs do troo
Penedro-Roxo). Desta forma, fica assegurado que a gua aduzida albufeira do Roxo no possa
ser classificada como gua de mistura, eliminando eventuais fenmenos de miscenizao O
impacte decorrente da utilizao de gua proveniente da bacia do Guadiana no Bloco de Rega, bem
como o impacte decorrente de uma eventual rotura ou acidente que afete o Circuito Hidrulico
(nomeadamente o Adutor Roxo-Sado e o Sistema Elevatrio) considerado muito pouco significativo
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ou mesmo nulo, no afetando a qualidade da gua nas linhas de gua presentes na rea do projeto
(ribeira do Roxo e seus afluentes e ribeira da Messejana) ou na albufeira da Daroeira.
Quanto s guas subterrneas, a entrada em funcionamento de todo o sistema de rega de Rio de
Moinhos ir proporcionar uma transferncia do uso de gua subterrnea para o uso de gua
superficial preveniente da albufeira do Roxo. Outra consequncia do aumento da rea de regadio o
aumento da gua que aplicada na rega dos campos agrcolas. Embora uma parte dos caudais
excedentes da rega seja escoada pela drenagem superficial, existe uma percentagem assinalvel
que se infiltra, contribuindo desta forma para a recarga dos aquferos.
A conjugao destes dois fatores, diminuio do uso de gua subterrnea para a rega e aumento da
recarga por infiltrao dos caudais excedentes da rega, tem como principal consequncia um
aumento da disponibilidade de gua subterrnea a mdio / longo prazo.
Em termos globais,