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CADERNO ESPECIAL 26 O FESTIVAL DE DANçA DE JOINVILLE 22 DE JULHO DE 2008 Silvério Morais H [email protected] FABRÍCIO PORTO/ND MARCELINHO BACK SPIN, REFERêNCIA MUNDIAL NA CULTURA HIP HOP, PARTICIPOU DO ENCONTRO DAS RUAS, NO FESTIVAL DE DANçA Q uando trocou as camisas e gravatas por camisetas e agasalhos, e abando- nou os sapatos para usar exclusivamente tênis, Marcelo Francisco do Nascimento estava certo de que teria muito mais a contribuir com a sociedade como dançarino de breaking do que como bancá- rio. Para passar seus conhecimentos dessa dança, um dos elementos da cultura hip hop, Marcelinho Back Spin, como é conhecido, esteve no Festival de Dança de Joinville de quinta-feira até domingo. Ele ministrou ofi- cinas e também foi jurado do 1 o Encontro das Ruas, realizado no fim de semana na Es- cola Germano Timm. Nascido em Taboão da Serra e criado em São Paulo, Marcelinho é um dos precur- sores do hip hop no Brasil. Em 1983, com 17 anos – hoje tem 42 –, começou a levar, dis- cretamente, esse jeito descolado de dançar para as ruas da capital paulista. Autodidata, aprendeu os primeiros passos assistindo fil- mes americanos. O hip hop é um movimento cultural que surgiu nas comunidades afro-america- nas das regiões Bronx, Queens e Brooklyn, em Nova Iorque, no início dos anos 1970. Foi em 1985 que começou a ganhar força no Brasil, com a criação do Back Spin Crw, gru- po fundado por Marcelinho e alguns amigos na Estação São Bento, em São Paulo. Sem ligar para o preconceito da so- ciedade, Marcelinho abandonou o trabalho em um banco de São Paulo para se dedicar exclusivamente ao hip hop, em 1993. Hoje, dá aulas por todo o Brasil, faz espetáculos com o grupo e coordena o Projeto Casa do Hip Hop, fundado por ele, em Diadema, na Grande São Paulo. Marcelinho destaca que as oficinas culturais são complemento para as famílias na educação dos filhos. Ele diz que a idéia é dar uma opção sadia aos jovens que estão em busca de novidades na rua. Para Marcelinho, o hip hop é um es- tilo de vida. “É também uma excelente opor- tunidade de conhecer pessoas e culturas diferentes”, destaca. Ele fala que ainda existe preconceito, mas nada que incomode. Para o ex-bancário, o que importa são os valores de cada um e não a aparência. Marcelinho observa que já viu muitas pessoas mudarem o conceito sobre essa cultura após assisti- rem a uma apresentação. “O que vale são os aplausos.” O hip hop é composto de quatro elementos – breakin, MC (rap), DJ e grafite. Mano Back Spin ministrou oficina, foi jurado de concurso e fez demonstrações de dança no fim de semana

Ele é o cara

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Caderno especial do 26º Festival de Dança de Joinville. Data: 22 de julho de 2008.

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C a d e r n o e s p e C i a l 2 6 o F e s t i v a l d e d a n ç a d e J o i n v i l l e 2 2 d e J u l h o d e 2 0 0 8

Silvério Morais H [email protected]

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MarCelinho BaCk spin, reFerênCia Mundial na Cultura hip hop, partiCipou do

enContro das ruas, no Festival de dança

Quando trocou as camisas e gravatas por camisetas e agasalhos, e abando-nou os sapatos para usar

exclusivamente tênis, Marcelo Francisco do nascimento estava certo de que teria muito mais a contribuir com a sociedade como dançarino de breaking do que como bancá-rio. para passar seus conhecimentos dessa dança, um dos elementos da cultura hip hop, Marcelinho Back spin, como é conhecido, esteve no Festival de dança de Joinville de quinta-feira até domingo. ele ministrou ofi-cinas e também foi jurado do 1o encontro

das ruas, realizado no fim de semana na es-cola Germano timm.

nascido em taboão da serra e criado em são paulo, Marcelinho é um dos precur-sores do hip hop no Brasil. em 1983, com 17 anos – hoje tem 42 –, começou a levar, dis-cretamente, esse jeito descolado de dançar para as ruas da capital paulista. autodidata, aprendeu os primeiros passos assistindo fil-mes americanos.

o hip hop é um movimento cultural que surgiu nas comunidades afro-america-nas das regiões Bronx, Queens e Brooklyn, em nova iorque, no início dos anos 1970.

Foi em 1985 que começou a ganhar força no Brasil, com a criação do Back spin Crw, gru-po fundado por Marcelinho e alguns amigos na estação são Bento, em são paulo.

sem ligar para o preconceito da so-ciedade, Marcelinho abandonou o trabalho em um banco de são paulo para se dedicar exclusivamente ao hip hop, em 1993. hoje, dá aulas por todo o Brasil, faz espetáculos com o grupo e coordena o projeto Casa do hip hop, fundado por ele, em diadema, na Grande são paulo. Marcelinho destaca que as oficinas culturais são complemento para as famílias na educação dos filhos. ele diz

que a idéia é dar uma opção sadia aos jovens que estão em busca de novidades na rua.

para Marcelinho, o hip hop é um es-tilo de vida. “É também uma excelente opor-tunidade de conhecer pessoas e culturas diferentes”, destaca. ele fala que ainda existe preconceito, mas nada que incomode. para o ex-bancário, o que importa são os valores de cada um e não a aparência. Marcelinho observa que já viu muitas pessoas mudarem o conceito sobre essa cultura após assisti-rem a uma apresentação. “o que vale são os aplausos.” o hip hop é composto de quatro elementos – breakin, MC (rap), dJ e grafite.

Mano Back Spin ministrou oficina, foi jurado de concurso e fez demonstrações de dança no fim de semana

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Programação

E X P E D I E N T E Reportagem: Cleiton Bernardes, Mariana Pereira, Sérgio Almeida e Rosana Rosar. Fotografia: Iran Correia, Fabrício Porto, Joyce Reinert e Rogério Souza Jr. Revisão: Solange Silva. Diagramação: Marcelo Duarte.

MosTRa CoMPETITIvaonde: Arena do Centreventos Horário: a partir das 19h

Balé clássico - Solo masculino (avançada)

H Núcleo de Dança Niceleite-Ilaralopes (SP) – Conflitos

H Viwa Ballet (SP) - Uma Lágrima

Balé clássico - Solo feminino (avançada)

H Malosa Studio de Dança (SP) - Sangue Porteño

H Projeto Pré-Profissional do Teatro Guairá (PR) - Com Melindres

H Grupo Cadência (SP) - ConflitoH Academia Toute Forme (MG) - IsisH Escola Juvenil Sesiminas (MG)

- Metrônomo

Balé clássico – Duo (avançada)H Dança Masculina Jair Moraes (PR)

- SyrinxH Projeto Pé-de-Moleque (MG) - I’m

Going ToH Projeto Pequenos Talentos (ES)

- DiálogoH Grupo Cadência (SP) - SimbioseH Ballet do Clube Atlético Aramaçan

(SP) - SeductionisH Dans La Danse (SP) - PétalaH Avançado do Studio de Dança

Luciana Junqueira (SP) - Luar

Balé clássico – Trio (avançada)H Cia do Conservatório (RJ) - TriálogoH Equilibrium Companhia de Dança

(SP) - Para Três

Balé clássico – Conjunto (júnior)H Juvenil do Conservatório (RJ) - Suite

ClassicH Ballet Adriana Assaf (SP) - BatuqueH Grupo da Esc. Mun. Ballet Joinville

(SC) - NekaneH Balé Jovem de São Vicente (SP)

- Taiko

Balé clássico – Conjunto (sênior)H Corpo de Baile Juvenil da Escola de

Arte Veiga Valle (GO) - LembrançasH Escola Dançar (ES) - AllegroH Grupo Juvenil Fundação das Artes

de São Caetano do Sul (SP) - Sob o Som Barroco

H Conservatório Brasileiro de Dança (RJ) - Prélude à La Journée

H Academia de Ballet Elisa (SP) - Concerto Brasileiro

Danças populares – Conjunto (avançada)

H Grupo Folclórico Ítalo-brasileiro Nova Veneza (SC) - Ricordando Una Festa Siciliana

H Litani Grupo Árabe Brasileiro de Folclore & Dança do Ventre (MS) - Dabke Palestina

H M.A. Studio de Dança (RJ) – BailadoH Acquadança (SC) – CultivoH Ballet Marcia Bueno (SP) -

BuchaechumH Lenira Borges Ballet Studio (ES)

- Céili Dance: ButterflyH Grupo de Danças Alemãs da Furb

(SC) – Um Passeio ao Coração da Bavária

H DTG Lenço Colorado (RS) – De Bota e Bombacha

H Banana Broadway (SP) – Nas Cozinhas, nos Pubs, Como Faziam Nossos Avós...

MEIa-PoNTaonde: Teatro Juarez MachadoHorário: das 14 às 16h

Balé clássico de repertório - Variação feminina

H Escola Dançar (ES) – Pas PaysantH Grupo Infantil da Fundação das

Artes de São Caetano do Sul (SP) – La Fille Mal Gardée

H Corpo de Baile Municipal de Campos do Jordão (SP) – Cupido

H Especial Academia de Ballet (SP) – Pas de Paysan

H Academia de Ballet Elisa (SP) – Paysant

H Escola de Ballet Goretti Quintela (CE) – La Fille Mal Gardée

H Escola de Dança Spinelli (RJ) – La Fille Mal Gardèe

Balé clássico de repertório – Variação masculina

H Corpo de Baile Infantil da Escola de Arte Veiga Valle (GO) – Pas de Paysant

H Balé Juvenil Gustav Ritter (GO) – Pas de Paysant

H Studio Dançarte (GO) – Paysant

Balé clássico – DuoH Balé Infantil Agepel (GO) – Amor

JuvenilH Balé Jovem de São Vicente (SP)

– Pequenas Bailarinas

Balé clássico - TrioH Gasparini Grupo de Dança (SP)

– DryadsH Ballet Silvana Franzoi (SP) - ClassicH Especial Academia de Ballet (SP)

– Trois PaysansH Balé Jovem de São Vicente (SP)

– Primeiros PassosH Mirim do Conservatório (RJ)

– Bonecas Chinesas

Sapateado – ConjuntoH Ballet Silvana Franzoi (SP) – Um

Galã e Suas GarotasH Fundação Cultural de Seara (SC)

– XodóH Grupo Júnior Sheilas Ballet (SP)

– Upside Down

Dança de rua - ConjuntoH Hip-Hop X-Style (SC) – Vida de

Criança

Jazz – Conjunto H Grupo de Dança Kaiorra (SC)

– Boneca de PanoH Grupo de Dança Recriarte (SC)

– SebastianasH Grupo Mery Rosa (SC) – GreaseH Adágio Centro de Ginástica e Dança

(RS) – PalhaçosH Grupo Júnior Sheilas Ballet (SP)

– Linguagem Video Clip

PalCos abERTosH Perini Bussines Park – Distrito

industrial – 12h30 às 13h30 e das 17 às 18h

H Hospital Unimed – América – 14h30 às 15h30

H Feira da Sapatilha, no Expocentro Edmundo Dowbrava - 11 às 12h, 13 às 13h30, 14 às 15h30, 16 às 17h30

H Praça Nereu Ramos – Centro – 12 às 13h, 13h30 às 14h30, 15 às 16h, 16h30 às 17h30

H Shopping Americanas – Anita Garibaldi – 13 às 14h, 17 às 18h

H Shopping Cidade das Flores – Centro – 15 às 16h, 16h30 às 17h30

H Shopping Mueller – Centro – 11h30 às 12h30, 15 às 16h, 17h30 às 18h30

H Supermercados Giassi – América – 17 às 18h

educaçãoDeixar as sapatilhas de lado e man-

ter os pés descalços, brincar com o colorido das roupas, das fitas e dos panos, e dançar com liberda-

de de estilo e movimento. É isso que Márcio Cunha, professor do projeto Dança Educação, propõe nas aulas realizadas com 240 alunos da rede municipal de ensino de Joinville, divididos em oito turmas. As crianças têm entre 8 e 15 anos e participam de duas aulas de três horas, durante dois dias consecutivos, numa sala do Parco Perini, atrás do Centreventos Cau

Hansen – principal palco do Festival de Dança. Ao término das aulas, as crianças saem

querendo mais e motivadas para os projetos de dança já desenvolvidos em suas escolas. Bruna Lubke, 11 anos, estuda na Escola Municipal Professor Eladir Skibinksi, do

bairro Aventureiro, e dança há dois anos. “Achei essas aulas muito legais e gostei mais

das partes com as fitas e os panos”, comentou no intervalo, enquanto descansava. A colega Thaysa Pereira, 9 anos, começou a dançar nesse ano. “Eu estava morando em Araranguá com a minha avó e lá não tinha isso. Agora que voltei para Joinville danço na escola”, contou.

O professor Márcio, que se aproxima das crianças pelo jeito simples e brincalhão, apontou que o mais interessante desse projeto é notar as di-ferenças regionais e o interesse dos pequenos. Ele é formado pela UniverCidade do Rio de Janeiro, e pós-graduado em educação psicomotora pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR). Mi-nistra aulas de dança criativa para crianças, alon-gamento consciente para adultos, e dança para por-tadores da Síndrome de Down no Núcleo de Dança, que criou no Colégio Santa Rosa de Lima, em 2001.

“As crianças de Joinville têm fome de apren-der. Trabalho muito com a autonomia do movimen-to, o prazer da dança, a inserção de jogos e brin-cadeiras lúdicas, e a construção de novos estilos”, explicou. Na quarta (23), o fórum com o tema “In-terfaces entre arte e educação”, ministrado por Isa-bel Marques, doutora pela Faculdade de Educação da USP, discutirá os resultados das aulas e a inser-ção da arte nas escolas.

Rosana Rosar H [email protected]

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Bruna Lubke, de 11 anos, se divertiu com as fitas e panos

Professor Márcio Cunha usa materiais alternativos para desenvolver as habilidades das pequenas dançarinas

DURANTE A SEMANA, ALUNOS DA REDE MUNICIPAL PARTICIPAM DE AULAS DIFERENTES, qUE MOTIvAM PARA PROJETOS ESCOLARES

Dança comoferramenta de

JOINVILLE, TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2008

Deixar as sapatilhas de lado e man-ter os pés descalços, brincar com o colorido das roupas, das fitas e dos panos, e dançar com liberda-

de de estilo e movimento. É isso que Márcio Cunha, professor do projeto Dança Educação, propõe nas aulas realizadas com 240 alunos da rede municipal de ensino de Joinville, divididos em oito turmas. As crianças têm entre 8 e 15 anos e participam de duas aulas de três horas, durante dois dias consecutivos, numa sala do Parco Perini, atrás do Centreventos Cau

Hansen – principal palco do Festival de Dança. Ao término das aulas, as crianças saem

querendo mais e motivadas para os projetos de dança já desenvolvidos em suas escolas. Bruna Lubke, 11 anos, estuda na Escola Municipal Professor Eladir Skibinksi, do

bairro Aventureiro, e dança há dois anos. “Achei essas aulas muito legais e gostei mais

das partes com as fitas e os panos”, comentou no intervalo, enquanto descansava. A colega Thaysa Pereira, 9 anos, começou a dançar nesse ano. “Eu estava morando em Araranguá com a minha avó e lá não tinha isso. Agora que voltei para Joinville danço na escola”, contou.

O professor Márcio, que se aproxima das crianças pelo jeito simples e brincalhão, apontou que o mais interessante desse projeto é notar as di-ferenças regionais e o interesse dos pequenos. Ele é formado pela UniverCidade do Rio de Janeiro, e pós-graduado em educação psicomotora pelo Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação (IBMR). Mi-nistra aulas de dança criativa para crianças, alon-gamento consciente para adultos, e dança para por-tadores da Síndrome de Down no Núcleo de Dança, que criou no Colégio Santa Rosa de Lima, em 2001.

“As crianças de Joinville têm fome de apren-der. Trabalho muito com a autonomia do movimen-to, o prazer da dança, a inserção de jogos e brin-cadeiras lúdicas, e a construção de novos estilos”, explicou. Na quarta (23), o fórum com o tema “In-terfaces entre arte e educação”, ministrado por Isa-bel Marques, doutora pela Faculdade de Educação da USP, discutirá os resultados das aulas e a inser-ção da arte nas escolas.

Rosana Rosar H [email protected]

Veteranos com fôlego de inicianteC

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A leveza e precisão dos passos sobre as sapatilhas surradas foram deter-minantes para que Marcella Ribeiro, 18 anos, passasse para a segunda etapa da audição da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil (ETBB), ontem. Durante a manhã, a bailarina participou da seleção de dan-ça contemporânea com mais 38 dançari-nos. Muitos vieram de estados distantes como Bahia, São Paulo e Mato Grosso.

Marcella dançou nos palcos abertos do Festival de Dança com o Gru-po Contrapasso, de Santos, São Paulo, e aproveitou a vinda a Joinville para parti-cipar da audição. “Estou muito nervosa. É difícil, mas fiz o meu melhor”, contou, pouco antes de saber que tinha ficado entre as 12 classificadas para a próxima etapa. Sylvana Albuquerque, coordena-dora da audição, lembrou que após a avaliação da parte artística, os dança-

rinos passaram por uma análise fisioterápica de bio-tipo, postura e articulações.

Há nove anos coordenan-do esse processo, ela explicou que de um ano para o outro o que muda é o nível técnico e as regiões de onde os bailarinos vêm. “O nervosismo e a von-tade de ingressar no Bolshoi são sempre os mesmos. Também têm aqueles que vêm só para ver como é uma audição”, conta. Ao final da manhã, três bailarinos foram escolhidos pelos jurados – Mar-cella não estava entre eles, mas poderá tentar novamente no próximo ano. Du-rante a tarde, 110 bailarinos participa-ram da audição de dança clássica e 20 para a seleção dos bailarinos profissio-nais da Cia. Jovem ETBB. Os resultados serão divulgados no próximo dia 28. (Rosana Rosar)

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Sonho de estudar no

Marcella Ribeiro participou da audição

de manhãAo som de valsa, bolero, forró, samba ou tango, os casais pode-

rão dançar juntinhos no concurso “Ritmo a dois”, na Sociedade Har-monia-Lyra, de quarta (23) a sexta (25). A dança de salão tem sido retomada e ganhado espaço nacionalmente. Nos palcos abertos, o co-reógrafo Sylvio Lemgruber, da Dança de Famosos, ensina passos mais simples e complexos para as duplas que se formam dentre o público.

Dança ao pé do ouvido

ServiçoH O quê: concurso de dança de salão “ritmos a

dois”H Quando: quarta (23), quinta (24) e sexta (25), a

partir das 20hH Onde: sociedade Harmonia-lyra (rua 15 de

novembro, centro)H Ingressos: quarta e quinta, de graça; sexta, r$

50,00, com direito a jantar; ingressos à venda no Biergarten e bilheteria do Centreventos Cau Hansen

No “Ritmo a dois”, a melhor dupla que goste de dançar mesmo sem ser profissional ganhará R$ 3 mil em cada gênero. As inscrições podem ser feitas no site www.ritmoadois.com.br . As finais serão sexta (25) no Centreventos Cau Hansen. O evento tem o apoio do Instituto Festival de Dança e da Associação Joinvilense de Dança de Salão.

Engana-se quem pensa que a idade é um limitador no Festival de Dança de Joinville. Um exemplo de que a idade pode trazer muito mais do que experiência é a participação do Grupo de Dança da Melhor Idade de São Vi-cente (SP). Eles têm 11 anos de expe-riência e viram para Joinville com uma equipe de bailarinos de dança de rua com média de idade de 68 anos. “A mais velha tem 77 anos”, conta o responsável

pelo grupo Jadir Muniz de Souza, que também é professor de educação física e especialista em atividades físicas no envelhecimento.

As participações nos palcos abertos levam ao delírio o público do festival. Com trajes de época e coreo-grafia “Cruzada, o Renascer da Vida”, eles são destaque nas apresentações. Jadir explica que os bailarinos que vieram fazem parte do grupo oficial de

São Vicente. “Só podem participar pes-soas com mais de 65 anos”. No entanto, como trata-se de um projeto social de-senvolvido na capital paulista, um ou-tro grupo não-oficial já está formado com participação de bailarinos acima de 51 anos. O Grupo de Dança da Me-lhor Idade de São Vicente é octocam-peão paulista de dança para a melhor idade na categoria de dança coreogra-fada. (Cleiton Bernardes)

DURANTE A SEMANA, ALUNOS DA REDE MUNICIPAL PARTICIPAM DE AULAS DIFERENTES, qUE MOTIVAM PARA PROJETOS ESCOLARES

JOINVILLE, TERÇA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 20084

Haroldo [email protected]

É momento único. Uma rara oportunidade do joinvilense ter um

contato maior com a arte. Especialmente se levarmos em conta a

conotação industrial que Joinville tem.

Paulo Ivo Koentopp, reitor da Univille, se referindo a importância do Festival como

fomentador cultural de Joinville

fotos Max schwoelk/Divulgação/ND

CompassoMaria Luisa, Ana Hang, Viviane Schmechel,

e as pequenas Maria Fernanda Hang Prazeres e Milena Varini, conferindo o Festival de Dança, no camarote da RIC Record

VagasTem gente que gosta de

reclamar, muito antes de

conferir se procede a chiadeira.

No que diz respeito às vagas de

ônibus para os grupos que se

apresentam no Festival, cabe

salientar que elas existem sim.

São quatro vagas rotativas, e

que funcionam muito bem. Os

grupos que se apresentam na

noite chegam, desembarcam,

e os ônibus partem, voltando

somente após sua apresentação.

Diferentemente de quem acha

que a organização não havia

pensado no assunto. O que não

pode é querer que se tenham

vagas para tantos ônibus.

EcosQuem desconhece o

número, aqui vai: são 257

grupos de fora. Se cada grupo

viesse com um ônibus – existem

grupos com mais de 80

integrantes – não caberia todos

esses ônibus no estacionamento

do Centreventos. Assim como

está difícil transitar pela cidade,

arrumar espaço para estacionar

no Centreventos neste período é

complicado.

LiçãoNos tempos do Ginásio

Ivan Rodrigues esse problema

também ocorria. Porém, nos

fundos do ginásio também

havia espaço reservado para

os ônibus dos bailarinos.

Era pequeno é verdade,

mas como hoje, ajudava no

desembarque dos grupos que se

apresentavam no dia.

Histórias Nos primeiros anos de Festival a

vida noturna da cidade se restringia

a dois lugares, no máximo.

Diferentemente de hoje. Cheia de

opções. Quem se lembra desta época

não esquece das noitadas no Museu

Bar, Tênis Clube e no Baturité. No

final das noitadas, os encontros

eram regados ao xis-strogonoff do

Luiz Linzmeyer, servido no Dob’s.

Uma delícia, criada e só encontrada

na Joinvilândia.

MarketingNesta época, Ricardo Yabu, hoje

sócio da Mansão, comandava o

Baturité. Para ter certeza de que a

concorrência não iria atrapalhar o

movimento da casa, fazia um acordo

com os motoristas de ônibus dos

grupos: para cada ônibus que parava

nas imediações do Baturité, seu

motorista ganhava um trocadinho

e, de quebra, era servido um lanche

para o motorista. Por anos, o

Baturité reinou absoluto nas noites

de Festival. E, nesta época, as casas

noturnas não cobravam entrada

para quem tinha crachá.

DiversãoBruna Ferrari e Everton dos

Santos, no Biergarten Choperia

No disputado espaço do Hospitally Center, camarote que reúne as personalidades e convidados especiais do Festival, Ruana Andrade, Ricardo Moraes e Mariana Matos

DuoEoda e Valdir Steglich, presidente do

Instituto Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, prestigiando o Festival de Dança