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Especial MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Só 49% dos candidatos prestam contas ao TRE Nem a metade dos candidatos e partidos políticos haviam prestado contas da segunda parcial das campanhas ao TRE A penas 49,864% dos candidatos do Ama- zonas declararam a segunda parcial de prestação de contas das cam- panhas eleitorais. O esperado eram 734, mas apenas 366 candidatos apresentaram até o início da tarde de ontem (2). Dos candidatos ao go- verno do Amazonas, sete no total, apenas três, até as 13 horas, horário de Manaus, ha- viam enviado as prestações ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TER-AM). Dos seis candidatos ao Senado, somen- te um havia prestado contas até o início da tarde. O governador do Amazonas e candidato à reeleição, José Melo (Pros), prestou contas no sábado (30), como informou o secretário-geral da legenda, Ra- dyr Júnior. Segundo ele, foram declaradas receitas e despesas em um total de mais de R$ 3 milhões de receitas e quase a metade de despesas. “Enviamos a prestação no sábado. Tivemos de receita aproximadamente R$ 3,5 milhões e de despesas pagas R$ 1,5 milhão, mas ainda temos despesas a pagar e que serão realizadas ainda essa semana”, explicou Júnior. Segundo o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiano, a prestação de contas do candida- to ao governo, senador Eduardo Braga (PMDB), foi enviada na tarde de ontem, mas ele não soube informar os valores de- clarados. “Como foi feita agora à tarde, ainda não estou com o relatório em mãos ”, disse. A reportagem tentou contanto com a coordenadora financeira do candidato Marcelo Ramos (PSB), Oneide Andrade, mas foi informada que ela estava em reunião e que retornaria a liga- ção. Até o fechamento da maté- ria não obtivemos retorno. Senado Dos candidatos ao Senado, apenas um havia prestado con- tas até as 13 horas de ontem. No entanto, a reportagem entrou em contato com alguns dos can- didatos e obteve a informação de que a maioria deixou para o último dia. Segundo as asses- sorias, as prestações ficaram para o últi- mo dia por problemas com a in- ternet, por onde é realizado o envio das informações. O secretário-geral do PSD, Paulo Radin, informou que as prestações de contas do candidato ao Senado e ex-governador Omar Aziz (PSD) foram enviadas ainda no início da tarde de ontem, por volta das 16 horas. “Já fizemos, sim, a prestação. Foi enviada hoje (on- tem) à tarde porque está- vamos com um probleminha na internet, mas conseguimos mandar”, explicou. Justificativa A mesma justificativa usou o vereador Marcelo Serafim (PSB), candidato ao Senado Federal. De acor- do com o suplente do candi- da- to, Eduardo Cogo, responsável pelo envio das informações ao TRE, apenas no final da tarde foi possível realizar a prestação. Quanto ao enviou da presta- ção de contas de campanha do candidato ao Senado, deputado federal Francisco Praciano (PT), a assessoria informou que ainda estava sendo feito o enviou, mas que seria possível entregar dentro do prazo. As informações repassadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma parcial das presta- ções de contas enviadas até o início da tarde de ontem, não citava candidato nominalmente, mas os números gerais. Na primeira parcial, 95 can- didatos nas eleições deste ano não apresentaram in- formações sobre a pri- meira prestação de contas parcial de gastos com a campanha. PRAZO Dos candidatos ao governo do Amazonas, sete no total, apenas três, até as 13 horas, horário de Manaus, haviam enviado as prestações ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) MOARA CABRAL Equipe EM TEMPO Acabou ontem o prazo para os partidos e candi- datos prestarem a segunda parte de suas contas à Justi- ça Eleitoral. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, apenas 38% dos candidatos enviaram sua prestação ao órgão, entre eles, dois pre- sidenciáveis, que o TSE não informou os nomes. Os políticos deveriam en- viar ao TSE uma relação com a lista de doações recebidas, identificando os valores e os doadores, e também suas despesas de campanha. Os que não prestaram contas devidamente poderão ser cobrados pela Justiça Elei- toral após a prestação final, que acontece no dia 25 de novembro. A primeira prestação de contas aconteceu no dia 2 de agosto. Na época, os três presidenciáveis à frente da disputa, Dilma Rousse- ff, Aécio Neves e Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo, chegaram a arrecadar juntos cerca de R$ 29 milhões. Quem mais arrecadou foi Aécio Neves, que recebeu por volta de R$ 11 milhões, seguido de Dilma com R$10 milhões e Campos, que tinha R$8 mi- lhões. Os dados da segunda parcial da prestação serão divulgados no dia 6 de se- tembro pelo TSE. Aécio: R$ 42 milhões A campanha do candidato do PSDB à Presidência, Aé- cio Neves,registrou, na Justi- ça Eleitoral, ter recebido R$ 42,3 milhões em doações. De acordo com o ex-minis- tro José Gregori, chefe do comitê financeiro de Aécio, cerca de R$ 10 milhões de reais foram arrecadados nos últimos dias, o que, segundo ele, mostra que o mercado ainda aposta em Aécio e em uma reviravolta nas inten- ções de voto até as eleições, em outubro A declaração acontece após Aécio perder a segun- da colocação nas pesquisas de intenções de voto para a candidata Marina Silva (PSB), que aparece em- patada na disputa com a presidente Dilma Rousseff (PT), ambas com 34% da preferência do eleitorado, segundo a última pesquisa Datafolha. No primeiro balanço da campanha, divulgado em 1º de agosto, o co- mitê tucano arreca- dou R$ 10 milhões, quantia igual a da candidata petista no pe- ríodo, e anunciada como mais do que o dobro do início da cor- rida do PSDB em 2010, quando o candidato era José Serra. Neste segundo balanço, o valor arrecadado pelo comi- tê de Aécio é 63% menor do que o declarado pela campanha de Dilma, que vai registrar R$ 114,8 milhões em doações. Assessores de Dilma afir- maram que o valor de agosto foi “melhor que o previsto”, já que esperavam um gran- de volume de contri- buições só em se- tembro, perto do primeiro turno. Até presidenciável deixou para a última hora ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 2/9/2014 23:28:11

Eleições 2014 - 3 de setembro de 2014

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 3 de setembro de 2014

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MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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Só 49% dos candidatos prestam contas ao TRENem a metade dos candidatos e partidos políticos haviam prestado contas da segunda parcial das campanhas ao TRE

Apenas 49,864% dos candidatos do Ama-zonas declararam a segunda parcial de

prestação de contas das cam-panhas eleitorais. O esperado eram 734, mas apenas 366 candidatos apresentaram até o início da tarde de ontem (2). Dos candidatos ao go-verno do Amazonas, sete no total, apenas três, até as 13 horas, horário de Manaus, ha-viam enviado as prestações ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TER-AM). Dos seis candidatos ao Senado, somen-te um havia prestado contas até o início da tarde.

O governador do Amazonas e candidato à reeleição, José Melo (Pros), prestou contas no sábado (30), como informou o secretário-geral da legenda, Ra-

dyr Júnior. Segundo ele, foram declaradas receitas e despesas em um total de mais de R$ 3 milhões de receitas e quase a metade de despesas. “Enviamos

a prestação no sábado. Tivemos de receita aproximadamente R$ 3,5 milhões e de despesas pagas R$ 1,5 milhão, mas ainda temos despesas a pagar e que serão realizadas ainda essa semana”, explicou Júnior.

Segundo o secretário-geral do PMDB, Miguel Capobiano, a prestação de contas do candida-to ao governo, senador Eduardo Braga (PMDB), foi enviada na tarde de ontem, mas ele não soube informar os valores de-clarados. “Como foi feita agora à tarde, ainda não estou com o relatório em mãos ”, disse.

A reportagem tentou contanto com a coordenadora fi nanceira do candidato Marcelo Ramos (PSB), Oneide Andrade, mas foi informada que ela estava em reunião e que retornaria a liga-ção. Até o fechamento da maté-ria não obtivemos retorno.

SenadoDos candidatos ao Senado,

apenas um havia prestado con-tas até as 13 horas de ontem. No entanto, a reportagem entrou em contato com alguns dos can-didatos e obteve a informação de que a maioria deixou para o

último dia. S e g u n d o as asses-sorias, as prestações f i c a r a m para o últi-mo dia por problemas com a in-ternet, por onde é realizado o envio das informações.

O secretário-geral do PSD, Paulo Radin, informou que as prestações de contas do candidato ao Senado e ex-governador Omar Aziz (PSD) foram enviadas ainda no início da tarde de ontem, por volta das 16 horas. “Já fi zemos, sim, a prestação. Foi enviada hoje (on-tem) à tarde p o r q u e está-

vamos com um probleminha na internet, mas conseguimos mandar”, explicou.

Justifi cativaA mesma justifi cativa usou o

vereador Marcelo Serafi m (PSB), candidato ao Senado Federal. De acor- do com o

suplente do candi-

da-

to, Eduardo Cogo, responsável pelo envio das informações ao TRE, apenas no fi nal da tarde foi possível realizar a prestação.

Quanto ao enviou da presta-ção de contas de campanha do candidato ao Senado, deputado federal Francisco Praciano (PT), a assessoria informou que ainda estava sendo feito o enviou, mas que seria possível entregar dentro do prazo.

As informações repassadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma parcial das presta-ções de contas enviadas até o início da tarde de ontem, não citava candidato nominalmente, mas os números gerais.

Na primeira parcial, 95 can-didatos nas eleições deste

ano não apresentaram in-formações sobre a pri-

meira prestação de contas parcial de

gastos com acampanha.

PRAZODos candidatos ao governo do Amazonas, sete no total, apenas três, até as 13 horas, horário de Manaus, haviam enviado as prestações ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM)

MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

Acabou ontem o prazo para os partidos e candi-datos prestarem a segunda parte de suas contas à Justi-ça Eleitoral. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, apenas 38% dos candidatos enviaram sua prestação ao órgão, entre eles, dois pre-sidenciáveis, que o TSE não informou os nomes.

Os políticos deveriam en-viar ao TSE uma relação com a lista de doações recebidas, identifi cando os valores e os doadores, e também suas despesas de campanha. Os que não prestaram contas devidamente poderão ser cobrados pela Justiça Elei-toral após a prestação fi nal, que acontece no dia 25 de novembro.

A primeira prestação de contas aconteceu no dia 2 de agosto. Na época, os três presidenciáveis à frente da disputa, Dilma Rousse-ff , Aécio Neves e Eduardo Campos, que morreu em um acidente aéreo, chegaram a arrecadar juntos cerca de R$ 29 milhões. Quem mais arrecadou foi Aécio Neves, que recebeu por volta de R$ 11 milhões, seguido de Dilma com R$10 milhões e Campos, que tinha R$8 mi-lhões. Os dados da segunda parcial da prestação serão divulgados no dia 6 de se-tembro pelo TSE.

Aécio: R$ 42 milhões

A campanha do candidato do PSDB à Presidência, Aé-cio Neves,registrou, na Justi-ça Eleitoral, ter recebido R$ 42,3 milhões em doações. De acordo com o ex-minis-tro José Gregori, chefe do comitê fi nanceiro de Aécio, cerca de R$ 10 milhões de reais foram arrecadados nos últimos dias, o que, segundo ele, mostra que o mercado ainda aposta em Aécio e em uma reviravolta nas inten-ções de voto até as eleições, em outubro

A declaração acontece após Aécio perder a segun-da colocação nas pesquisas de intenções de voto para a candidata Marina Silva (PSB), que aparece em-patada na disputa com a presidente Dilma Rousseff (PT), ambas com 34% da preferência do eleitorado, segundo a última pesquisa Datafolha.

No primeiro balanço da campanha, divulgado em 1º de agosto, o co-mitê tucano arreca-dou R$ 10 milhões,

quantia igual a da candidata petista no pe-ríodo, e anunciada como mais do que o dobro do início da cor-rida do PSDB em 2010, quando o candidato era José Serra.

Neste segundo balanço, o valor arrecadado pelo comi-tê de Aécio é 63% menor do que o declarado pela campanha de Dilma, que vai registrar R$ 114,8 milhões em doações.

Assessores de Dilma afi r-maram que o valor de agosto foi “melhor que o previsto”, já que esperavam um gran-de volume de contri-buições só em se-tembro, perto do primeiro turno.

Até presidenciável deixou para a última hora

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2 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Bairro do Aleixo recebe caminhada de José MeloCandidato ao governo esteve no fi m da tarde de ontem percorrendo as ruas do bairro e conversando com moradores

A ‘Caravana 90’ che-gou ao bairro do Aleixo, na Zona Cen-tro-Sul de Manaus,

nesta terça-feira, dia 2 de setembro. O governador José Melo (Pros), candidato à re-eleição, reuniu moradores e comerciantes na caminhada pelas ruas do bairro.

A mobilização começou pela rua A do conjunto Jar-dim Paulista e seguiu por diversas localidades. Melo e comitiva, formada de candi-datos a deputado estadual e federal, foram recebidos com carinho pelos moradores e lí-deres comunitários locais. Em conversa com a população, Melo falou em reforçar a se-gurança e estimular a prática esportiva na região.

“Tenho projetos para, em parceria com a prefeitura, es-timular o esporte e combater a evasão escolar em todas as zonas de Manaus. É im-portante que esses projetos sejam desenvolvidos em con-junto com polícia e com apoio das escolas e dos pais”, disse Melo, acrescentando que o programa Ronda no Bairro será reforçado a partir de concurso público que irá re-forçar o efetivo policial.

A moradora do bairro Rosal-ba Maia, 36, aprovou a propos-

ta na área de segurança. “A c r e d i t o que o es-porte des-via sim as crianças e os jovens do mundo do crime. Acho que as fa-mílias fi carão felizes quan-do essa ideia começar afuncionar”, avaliou.

Desde o início da campanha, a coligação Fazendo Mais Por Nossa gente esteve presente em um total de 24 bairros. As mobilizações políticas acontecem no fi nal da tar-de. Melo, Omar e Henrique Oliveira realizaram caminha-das nos bairros São José 2, Parque das Nações, Monte Sinai, Mutirão, Japiim, Jorge Teixeira, São José 1, Grande Vitória, Novo Aleixo, União, Riacho Doce III, São Raimundo, Compensa 1, Compensa 2, São Francisco, Mutirão, Alvorada 1 e 2, Coroado, São Francisco, Novo Israel, São Raimundo e Zumbi II. A coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, que tem o deputado federal Henri-que Oliveira como candidato a vice, engloba 16 partidos, com 325 candidatos a deputado estadual e 24 candidatos a deputado federal. Coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, de José Melo e Henrique Oliveira, já percorreu mais de 24 bairros em Manaus

Braga destaca que a sobrevida é fundamental para que as empresas façam novos investimentos no Polo Industrial de Manaus

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Prorrogação da ZFM começa a dar resultados

Sempre que discursa em público, desde que a Zona Franca de Manaus foi pror-rogada constitucionalmente por mais 50 anos, o senador Eduardo Braga, candidato ao governo do Amazonas, res-salta que essa sobrevida é fundamental para que em-presas façam novos inves-timentos no Polo Industrial de Manaus. Duas notícias veiculadas recentemente na mídia nacional com-provam a tese de Eduardo Braga, principal articulador da prorrogação da ZFM noCongresso Nacional.

Uma das notícias dá conta de que a gigante coreana Samsung vai ter em Ma-naus o primeiro estúdio de produção de games fora da Coréia do Sul. O objetivo do laboratório de Manaus será desenvolver um polo criativo de desenvolvimento para smartphones e tablets, explorando o fi lão dos jogos para dispositivos portáteis. Com 23 profi ssionais, entre cientistas da computação, programadores e designers, o laboratório local deve do-brar o número de colabo-radores em quatro meses e tem como meta ofere-cer, gratuitamente, doisjogos por ano.

Outra notícia veiculada em uma revista de circulação nacional mostra jovens uni-versitários de Manaus que trabalham em outro projeto da Samsung, o Ocean, de-senvolvendo um game por semana. O Ocean é um pro-jeto de educação e tecnolo-gia da empresa coreana que estipula meta de um game por semana aos estudantes.

Com essa meta, os amazo-nenses já emplacaram vários games na playstore e estão realizando o sonho de mui-tos jovens que ingressam em cursos como engenharia da computação e programa-ção: o de desenvolver gamesprofi ssionalmente.

“Nenhuma empresa faria investimentos futuros no Polo Industrial de Manaus se não tivesse a segurança da sobrevida dos incentivos da Zona Franca de Manaus”, afi rmou o senador Eduardo Braga, que passou meses

costurando politicamente, junto à presidente Dilma, as condições para que a pror-rogação fosse aprovada por unanimidade no Senado.

Braga, contudo, vem aler-tando os amazonenses para o fato de que é preciso criar alternativas econômicas du-rante esses anos de sobrevi-da do modelo. “Nós precisa-mos entender que não vamos mais gastar energia para prorrogar a Zona Franca e vamos ter que concentrar todas as energias para criar novos modelos”, disse.

INVESTIMENTOS

Nós precisamos entender que não

vamos mais gastar energia para prorro-gar a ZFM. Temos

que criar novos modelos

Eduardo Braga, senador

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3MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato cumpre agenda parlamentar em Brasília pela manhã. No fi nal da tarde, faz caminhada em bairro da Zona Sul, em Manaus, e à noite participa de reunião com lideranças comunitárias da Zona Sul.

EDUARDO BRAGA

Candidato fara às 6h adesivagem na Zona Centro-Sul. Às 7h30, concede entrevista a uma rádio local e em seguida grava programa eleitoral. Ao meio-dia, participa de uma debate na Câmara de Dirigentes e Lojistas de Manaus (CDLM). Às 16h, apresenta seu plano de governo no Sebrae e às 19h concede entrevista a uma TV local.

MARCELO RAMOS

Candidato fará panfl etagem na Zona Norte. À tarde, faz comício no Distrito Industrial e à noite reúne com correligionários no comitê.

HERBERT AMAZONAS

Candidato não divulgou agenda.

ABEL ALVES

Candidato fará visita, às 8h, à feira da Manaus Mo-derna. Em seguida tem atividades administrativas como governador. Ao meio-dia, grava programa eleitoral e à tarde também cumpre agenda como governador.

JOSÉ MELO

Candidato cancelou toda a agenda devido à morte de seu segurança particular durante um assalto na tarde de ontem.

CHICO PRETO

Candidato participa pela manhã de uma reunião na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). À tarde, faz uma visita ao município de Iranduba e à noite grava programa eleitoral.

NAVARRO

Novatos da Câmara já de olho na bancada da AleamOito vereadores iniciantes, que não completaram nem metade do mandato, disputam vaga no parlamento estadual

Eles estrearam a car-reira eletiva sendo empossados como vereadores em janei-

ro do ano passado e agora, um ano e sete meses depois, se lançam candidatos ao Legis-lativo estadual e federal. Dos 26 vereadores que disputam o pleito, oito são novatos, uma fatia de 32% dos candida-tos em exercício na Câmara Municipal de Manaus (CMM). Faltando dois anos e três meses para o fi m desta legis-latura, os novatos candidatos cumpriram até agora menos da metade do mandato, um total de 42,5%.

O último pleito municipal elegeu 14 vereadores de pri-meiro mandato, uma fatia de 31% de renovação no parla-mento. Na ala dos novatos, a bancada do PTN é a que mais lançou candidatos neste

ano. O partido dono da quarta maior bancada da casa quer levar para o parlamento es-tadual os vereadores Junior Ribeiro e Rosivaldo Cordovil e para a Câmara Federal, o vereador Felipe Souza. Parla-mentar de primeiro manda-to, Joãozinho Miranda foi o único do partido que não selançou candidato.

Miranda afi rma que não se lançou candidato em “respei-to” aos eleitores, mas não critica o partido. Segundo ele, o PTN quer aumentar a ban-cada de deputados estaduais e federais, ganhando assim mais tempo de TV e, portanto, força política. “Os meus elei-tores me elegeram vereador, tenho respeito por isso. Se em outra oportunidade eu puder alcançar outros mandatos, será muito bom. O PTN quer aumentar a expressão na po-lítica”, afi rmou.

A candidatura ao Parlamen-to estadual é a mais preferi-

da entre os novatos. Também disputam este posto os vere-adores Álvaro Campelo (PP), Everaldo Farias (PV) e Luis Neto (PSDC). Tendo emplaca-do apenas dois vereadores de primeiro mandato, o PTC tem agora planos maiores. O parti-do lançou nestas eleições seus estreantes na carreira eletiva à disputa pelo Parlamento fe-deral: os vereadores Alonso Oliveira e Walfran Torres, am-bos da bancada cristã.

Há, no entanto, vereadores de primeiro mandato que não decidiram alçar voos maiores antes do fi m desta legislatura. O grupo é formado pelos par-lamentares Professora Jaque-line (PPS), Professor Bibiano (PT), Professor Samuel (PPS), Rosi Matos (PT), Hiram Nico-lau (PSD) e Ednailson Rozenha (PSDB). “Eu me sentiria um traidor. Trouxe tudo aquilo que me motivou nos movimentos sociais e isso nós achamos um absurdo”, afi rmou o oposicio-

nista Bibiano.

Puxador de voto A candidatura de novatos

no pleito reforça estratégias do partido para acumular vo-tos na coligação e aumentar bancadas no Parlamento, diz o analista político, Afrânio Soa-res. Segundo ele, muitas des-sas candidaturas fazem parte das estratégias partidárias e, em alguns casos, o desejo por “trocar” de parlamento em primeiro mandato não é necessariamente a priorida-de dos nomes lançados pelos blocos. “Na verdade, eles não estão desejando, no fundo, a vitória nas eleições. E sim que tenham quantidade de votos similares ao pleito anterior para ajudar outros nomes da coligação do partido a se ele-geram. Fazer volume de votos e empurrar outras pessoas para a vaga. Com isso, você consegue, por exemplo, o quo-ciente eleitoral”, diz.

Vereadores que são candidatos

Alonso Oliveira (PTC) Álvaro Campelo (PP) Everaldo Farias (PV)Felipe Souza (PTN)Junior Ribeiro (PTN) Luis Neto (PSDC)

Rosivaldo Cordovil (PTN) Walfran Torres (PTC)

42,5% É o percentual de cumprimento de mandato

dos novatos até agora

32%Dos vereadores candidatos nestas

eleições são novatos

14É o número de vereadores de primeiro mandato na CMM

26É o total de vereadores que são candidatos

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

Os vereadores Alonso Oliveira, Felipe Souza, Álvaro Campelo e Júnior Ribeiro ainda nem fi nalizaram o primeiro mandato na casa legislativa municipal e já almejam cadeira da Assembleia

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4 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Trinta anos depois, vene-no do avô atinge o neto

Aécio Neves (PSDB) caiu em armadilha semelhante àquela aplicada há 30 anos pelo avô Tancredo Neves em Paulo Maluf. O esperto Tan-credo declarava aos jornalis-tas não acreditar que Maluf desistiria da candidatura a presidente, e o adversário caía na pegadinha: no dia seguinte, nas manchetes, desmentia a “desistência”. Ontem, Aécio desmentiu o que não foi noticiado: a de-sistência da candidatura. E provou do veneno usado ma-gistralmente pelo avô contra o adversário.

Tal e qualJornais não diziam que a

“desistência de Maluf” era lo-rota de Tancredo. E ninguém contou a Aécio que sua “desis-tência” não foi anunciada.

Seria uma traiçãoO PSDB não perdoaria uma

desistência de Aécio, porque provocaria a redução da ban-cada federal e as chances dos candidatos nos Estados.

Apostas inglesas...Na casa de apostas inglesa

Unibet, Marina e Aécio têm tem três vezes mais chances de vitória que Dilma Rousseff , em outubro.

...subestimam DilmaOutra casa inglesa, a Bet-

Moose abriu apostas ontem para as eleições presiden-ciais no Brasil: Marina e Aécio lideram e Dilma nem aparece.

Cem ‘Cadus’ estão sob ‘tratamento’ em Brasília

A “medida de segurança” que chegou ao fi m e devol-veu a liberdade ao assassino do cartunista Glauco e do fi lho é uma das falhas mais graves da legislação do país da impunidade. A descober-ta de que Cadu, o maluco

assassino, não só estava solto como voltou a matar, provocou grande indignação. E medo: só em Brasília há cerca de cem réus sob medida de segurança idêntica, para “tratamento psiquiátrico”.

‘Especialistas’ em quê?A Justiça não tem alterna-

tiva senão decidir segundo os laudos de “especialistas”, como aqueles que davam Cadu como “inofensivo”.

Um desafi o“Réu com quadro psiquiá-

trico é um desafi o para o juiz”, explica Ademar Vasconcelos, recém-aposentado da Vara de Execuções Penais do DF.

País da impunidadeMalucos assassinos sem-

pre são absolvidos e manti-dos sob “medida de seguran-ça” de internação, mas depois fi cam livres para matar de novo.

De paralisia ele entendeO ministro Mantega (Fa-

zenda) disse que as propostas de Marina para combater a infl ação vão paralisar a eco-nomia. Como a segunda parte ele já conseguiu, ninguém soube dizer se era uma crítica ou um elogio.

Inclua-me foraAo chegar a Jales (SP), para

um evento com petistas, o candidato do PMDB ao go-verno paulista, Paulo Skaf, fez apenas uma exigência: manter-se o mais longe pos-sível da presidente Dilma, no palanque.

Em boa companhiaJosé Roberto Arruda (PR)

esteve domingo com o go-vernador do Goiás, Marconi Perillo (PSDB), no entorno do DF, na casa de Geraldo Messias (PP), candidato que pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Ritmo de festaO mercado fi nanceiro rea-

giu bem às pesquisas Ibope e Datafolha que contemplam derrota de Dilma em outubro: a Bovespa não passava dos 60 mil pontos desde janeiro deste ano. Agora é dia sim, dia não.

AMP é contraA Associação dos Magis-

trados Paulistas (AMP) e não a AMB, que é nacional, fi rmou posição contra o projeto que obriga apresentar presos ao juiz em 24 horas, por consi-derá-lo impraticável e preju-dicial ao réu.

Pinta de guriAquele senhor que arrasta-

va os pés pelo Senado é coisa do passado. Após desistir da aposentadoria e virar candi-dato novamente, o senador Pedro Simon (PMDB-RS), 84, está de novo com pique de guri, tchê.

Renúncia fi scalO governo de Minas afi r-

ma que não pagou shows de Pedro Guadalupe, que trabalha para a campanha de Aécio Neves. Mas admi-te que ele foi benefi ciado com renúncia fi scal, pela lei estadual de incentivo à cul-tura. O marqueteiro pôde, assim, “captar” mais de R$ 2 milhões.

#vempraruaForças de segurança de

Brasília esperam novos pro-testos durante o desfi le de Sete de Setembro. A Polí-cia Militar, que foi acionada menos do que se esperava durante a Copa do Mundo, está pronta para agir.

Pensando bem......políticos deixam o Con-

gresso às moscas porque estão em campanha para conquistar o “direito” de continuar recebendosem trabalhar.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Uma bela derrota

www.claudiohumberto.com.br

Dilma e o PT acham que pastor é otário e evangélico é idiota”

SILAS MALAFAIA, PASTOR EVANGÉLICO, sobre promessas petistas para agradar evangélicos

O governador de São Paulo, Lucas Nogueira Garcez, impôs em 1953 a candidatura de Francisco Antônio Cardoso (PSP) à prefeitura paulis-tana. Adhemar de Barros não gos-tou, mas, bom cabrito, fi cou calado, mesmo quando Garcez não o ajudou em seu projeto presidencial. Apurados os votos, Jânio Quadros ganharia a eleição para prefeito, mas isso não seria lamentado nas hostes ademaristas. Pelo contrário. Erlindo Salzano, fi el seguidor de Ademar, desabafou:

- Foi a mais bela derrota entre todas as vitórias que tivemos...

Pleno do TCE julga 34 processos O pleno do Tribunal

de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) julga, nesta quarta-feira (3), a partir das 10h, 34 pro-cessos em sua 31ª sessão ordinária de 2014. Serão apreciados dez recursos, dez prestações de con-tas, 11 representações,entre outros.

Os conselheiros irão apreciar, por exemplo, as

contas do ex-diretor da Cosama, Heraldo Câmara; do prefeito de Itamarati, João Campelo; do ex-dire-tor da Companhia de Gás do Amazonas, Lino Chíxa-ro; da diretora do Procon-AM, Janaína Rodrigues; da diretora da Funtec, Wânia Lopes; do ex-secretário da Semad, José Ferreira de Assunção e do ex-diretor do Hospital de Custódia

e Tratamento Psiquiátrico, Williams Damasceno.

Na pauta constam ain-da sete representações do Ministério Público de Contas contra gestores por descumprimento à lei nº 131/2009, que trata dos portais de transparência. A 31ª reunião de pauta ordinária acontecerá no plenário do TCE, no 2º andar do prédio anexo.

HOJE

Após comentários sobre possível declínio de sua candidatura na corrida eleitoral, candidato desmente a informação

Aécio desmente boatos de desistência da candidatura

Depois de um dia mar-cado por boatos de uma possível desis-tência da candidatu-

ra à Presidência da República, Aécio Neves, que disputa o car-go pelo PSDB, convocou uma coletiva de imprensa, ontem, no comitê dele em São Paulo, para fazer esclarecimentos. Inicialmente, a pauta seriam as estratégias fi nais de cam-panha em São Paulo. Mas o destaque da reunião foi a pos-sível desistência do candidato à corrida presidencial.

As conversas de que Aécio renunciaria à candidatura à

Presidência para apoiar Ma-rina Silva, do PSB, e se lançar candidato ao governo de Mi-nas, em lugar de Pimenta da Veiga (PSDB), que ainda não decolou entre o eleitorado, se intensifi caram nesta ter-ça-feira. Os boatos também davam conta de uma possível dispensa de funcionários con-tratados para trabalhar nos comitês de Aécio em Minas Gerais.

Segundo informações de apoiadores da campanha de Aécio, houve reunião ontem pela manhã, no comitê de Aécio, para dispensar cerca de

300 pessoas. A fonte também informou que a campanha ha-via decidido pela renúncia de Aécio e que o candidato levaria isso a público hoje à noite.

A assessoria do comitê de campanha de Aécio informou que houve corte nos contratos com fornecedores, especifi ca-mente, de pessoas que faziam serviço de monitoramento de mídia e da agência de fotogra-fi a. Agora, o monitoramento será feito no próprio comitê, e os fotógrafos, contratados in-dividualmente. Segundo a as-sessoria, as mudanças seriam para ajustes na campanha.

‘Brasil não será o mesmo sem Campos’Em sessão solene na Câ-

mara dos Deputados em ho-menagem a Eduardo Campos, a viúva do ex-governador de Pernambuco, Renata Campos, agradeceu, ontem, a “força e o carinho”, dizendo que, “sem isso, seria insuportá-vel”. E acrescentou que, sem Eduardo, o “Brasil jamaisserá o mesmo”.

“Queremos agradecer a todos que estão aqui para prestar homenagem a Eduar-do, aqui nesta casa onde fez amigos, exerceu a boa política, defendendo o seu povo em busca de justiça social”, disse ao ler um breve discurso.

Renata foi acompanha-da dos cinco fi lhos, além da mãe de Campos, Ana Arra-es. Ao microfone, os parla-mentares se revezavam em discursos elogiosos a Cam-pos. Na sessão comandada pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), também foi homenageado o ex-depu-tado Pedro Valadares Neto, morto no mesmo acidenteque Campos.

Em meio a um recesso bran-co por conta das eleições, a tribuna fi cou i disputada. Para manter sob controle a duração do evento, a casa estipulou que cada parlamentar teria cinco minutos para discur-sar. No entanto, a regra não foi seguida por todos, o que causou algumas saias-justas ao presidente da Câmara, teve que interromper o falatório.

HOMENAGEM

Antes de governar Per-nambuco por dois manda-tos, Campos foi deputado estadual e chegou ao Con-gresso Nacional em 1994. No ano seguinte, foi se-cretário do governo e da Fazenda de PE.

Acabou reeleito deputa-do em 1998 e o seu terceiro mandato como deputado veio em 2002, quando vi-rou um dos principais arti-culadores do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de quem viria a ser minis-

tro da pasta de Ciênciae Tecnologia.

Vice na chapa com Mari-na Silva (PSB), o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) usou os seus mi-nutos para transformar a tribuna em palanque elei-toral e defender o legado de Campos. Afi rmou ter agora uma “responsabili-dade gigante”, que é a de levar adiante a “me-mória, os compromissos, discursos e propostas”de Campos.

Trajetória na política do Brasil

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Muito emocionada, viúva de Campos agradeceu a homenagem

Candidato tucano alegou que em nenhum momento pensou em desistir da eleição

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5MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Aleam volta a dar sinais de um ‘recesso branco’Mesmo com o corte no salário, deputados estão arrumando um “jeitinho” para se ausentarem das sessões plenárias

O descompasso entre as presenças físicas e virtuais durante as sessões plenárias

da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) fi cou ex-plícito na manhã de ontem, quando aconteceu a primeira sessão da semana na casa. Com os painéis eletrônicos recheados pelos nomes de 22 dos 24 deputados que mantêm mandatos no Parlamento, o pequeno e grande expediente do dia até as 10h40 contou com o prestígio de apenas cinco parlamentares.

Ávidos por votos que subsi-diem uma nova chance para legislar, os deputados desme-recem o atual mandato e mais uma vez empurram a Aleam ao “recesso branco”, que mesmo evidente é negado pelos pares. Até as 10h30, momento em que o deputado José Ricardo (PT) realizava discurso que enfatizava a necessidade de maiores debates sobre a re-forma política no país, apenas Conceição Sampaio (PP) (pre-sidente da mesa), Chico Preto (PMN), Artur Bisneto (PSDB) e Fausto Souza (PSD) prestigia-vam a sessão. Marcelo Ramos (PSB) e Luiz Castro (PPS) par-ticiparam das discussões no pequeno e grande expediente, mas se ausentaram do plená-rio antes de 10h30.

Com a opinião pública co-brando uma postura mais ética dos representantes do povo no Parlamento, o pre-sidente da assembleia, depu-tado Josué Neto (PSD), que também se fez ausente no momento dos pronunciamen-tos dos colegas na manhã de ontem, já autorizou o descon-to em folha das faltas não justifi cadas. A tática de regis-trar a presença e tão logo se ausentar das instalações do plenário Ruy Araújo começa a desbancar as faltas justifi -cas e não justifi cadas, já que conforme dados disponíveis no Portal da Transparência mantido pela Aleam, na in-ternet, desde que decretou o desconto salarial para os faltosos no dia 7 de agosto, apenas nove deputados tive-ram ausências computadas pelo sistema de frequência.

Dentre os deputados que admitiram suas faltas, es-tão Marcelo Ramos (quatro faltas); Adjuto Afonso (PP), (três faltas); Sinésio Campos (PT), Wilson Lisboa (PCdoB) e Arthur Bisneto (com duas faltas); Sidney Leite (DEM) e Luiz Castro (PPS) (com uma falta). De acordo com de-clarações do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Josué Neto (PSD), qualquer deputado que faltar às ses-sões plenárias, que ocorrem regimentalmente de terça as quintas-feiras de 9h às 12h, terá um desconto de R$ 668 no seu salário que é de é de R$ 20.042,35.

Para o petista José Ricardo, a presença teórica dos depu-tados tem prejudicado o de-bate de assuntos importantes para o Amazonas. O deputado lamentou que a transmissão das sessões aconteça apenas por meio de TV por assina-tura. “Falta responsabilidade, mas se os eleitores pudessem

a c o m p a -nhar melhor as transmis-sões, pode-riam anali-sar a rotina parlamentar dos políti-cos que ele-gem. Defendo ainda que a população se interesse mais por acompanhar o cotidiano da casa, para entender como acontecem os debates e tam-bém a tramitação de matérias importantes”, comentou.

A reportagem tentou con-tato com o presidente Jo-sué Neto, mas até o fecha-mento desta matéria nãoobteve resposta.

Segurança é debatida A rebelião que aconteceu

nessa segunda-feira (1), no presídio localizado no municí-pio de Parintins, foi alvo dos principais discursos levados à tribuna da Assembleia Legis-lativa do Amazonas (Aleam) na manhã de ontem. O deputado e candidato ao governo do Amazonas, Marcelo Ramos, considerou que os presos do Estado não podem ter rega-lias, mas devem ser tratados dentro de regras e garantias de Direitos Humanos para que não aconteçam atitudes e tragédias como essa que aconteceu no presídio de Pa-rintins. “Esse tipo de tragédia já aconteceu nos presídios de

Manaus também e precisam ser evitadas”, lamentando as recentes mudanças no coman-do da Polícia Militar do Ama-zonas. “Homens honrados da PM são obrigados a entregar seus cargos por não compac-tuar com condutas que não condizem com o objetivo da instituição”, frisou.

Já Luiz Castro (PPS) de-fendeu que o poder público invista mais recursos em edu-cação como uma política de prevenção à criminalidade. O parlamentar afi rmou que a situação da segurança pú-blica no Amazonas continua grave, apesar dos gastos com aparelhamento das polícias e de programas como o Ronda no Bairro.

“Nós temos, na verdade, uma situação de segurança que continua muito grave e que só piorou nos últimos oito anos. O que nos assusta é que com o investimento maciço de recursos fi nancei-ros no programa Ronda no Bairro, os resultados sejam muito pequenos em relação aos investimentos”, disse.

Como exemplo de locais onde a política de segurança pública caminhou em parceria com a política de educação, obtendo bons resultados na redução da violência, o de-putado citou cidades como Pato Branco (PR), Vitória (ES) e Recife (PE).

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

PRESENTES Apesar do painel da casa computar a pre-sença de 22 dos 24 deputados, às 10h40, apenas Chico Preto, Arthur Bisneto, Fausto Souza, José Ricardo e Conceição Sampaio estavam em plenário

A Câmara Municipal de Manaus (CMM) iniciou o pe-queno expediente de ontem, com o quórum mínimo. Às 09h05min da manhã, o pre-sidente da casa, vereador Bosco Saraiva (PSDB), pre-cisou convocar os colegas que se encontravam em seus gabinetes para poder dar início ao pequeno expedien-te. A sessão só teve inicio às 9h10, com apenas dez parlamentares presentesna plenária.

Apesar do atraso, a casa discutiu sobre o cumprimen-

to das emendas ao orçamen-to municipal 2014. Relator do Projeto de Lei (PL) nº 467/2013 – que corres-ponde à Lei Orçamentária Anual (LOA) 2014, aprovada no fi nal do ano passado -, o vereador Walfran Torres (PTC), ocupou a tribuna para informar que a Prefeitura de Manaus está aplicando os recursos destinados às emendas propostas com responsabilidade.

“Quem ganha com isso é Manaus, com grandes obras que estão mudando a pai-

sagem urbana da cidade”, salientou Torres. O líder do prefeito na Câmara, Wilker Barreto (PHS) salientou que a prefeitura vem fazendo esforços para cumprir as 119 emendas propostas à LOA 2014, entretanto há algumas – como a destaca-da pelo vereador Professor Bibiano (PT), referente à construção de uma passa-rela na entrada do bairro Santa Etelvina, na Zona Nor-te - que, segundo ele, não se enquadram no valor das obras a serem executadas.

CMM também tem baixo quórumIO

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Durante sessão na Assembleia, ontem, a média de frequência no plenário da casa era apenas de cinco a sete deputados presentes

Para iniciar sessão, o presidente da Câmara, Bosco Saraiva, precisou convocar seus pares

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Orlando Cidade (PTN), além de comen-tar a onda de violência em Parintins, reiterou o pedido que fez ao governador José Melo, para que o Batalhão de Policiamento Ambien-tal seja extinto.

Cidade disse que o município de Apuí tam-bém sofreu com a onda de violência durante um assalto “cinematográfi -co” ao banco Bradesco. “É lamentável que isso aconteça no interior do nosso Estado”, relatou o parlamentar. “A si-tuação é preocupante”, destacou Cidade, ao frisar que os praças lotados no Batalhão Ambiental poderiam atuar no combate à vio-lência no interior e não somente na apreensãode pescados.

O deputado também afi rmou que o órgão responsável por esse tipo de apreensão tam-bém deveria fi scalizar as feiras em Manaus. “Se fi zessem vistorias em todas as feiras da Manaus, garanto que sairia de lá com mais 20 mil quilos de pi-rarucu”, ressaltou o parlamentar. Cidade alega que o Batalhão Ambiental direciona as fi scalizações ape-nas para o município de Manacapuru.

Parlamentar pede fi m do batalhão

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6 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Marina amplia vantagem sobre rivais em SP e RJNos dois principais colégios eleitorais brasileiros, a candidata do PSB leva vantagem sobre os adversários do PT e PSDB

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Ramos critica sistema carcerário PARINTINS

Tropas federais vão para TabatingaEm sessão de ontem (2),

o pleno do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE) deferiu, por unanimidade, o pedido de tropas federais ao município de Tabatinga. O relator da matéria, juiz Marco Antonio Pinto da Costa, em harmonia com o parecer do Ministério Público Eleitoral (MPE), votou pelo deferimen-to do pedido, justifi cando que por se tratar de uma região de fronteira com a Colômbia e Peru, os quais contam de regiões confl ituosas e com problemas originários do narcotráfi co. “Além dos pro-blemas originários de proble-mas com o narcotráfi co, por se tratar de um município que faz fronteira com os Estados de Colômbia e Peru, segundo dados do IBGE, Tabatinga conta com mais de 52 mil habitantes, sendo totalmen-te mista a população, onde possuem brasileiros, perua-nos, colombianos e, dentre estes, os indígenas de diver-sas etnias”, destacou.

Segundo ele, de 79 ses-sões de votação no município, onze estão caracterizados em locais rurais, alguns de

difícil acesso. O juiz defen-deu ainda que a segurança não apenas dos eleitores é imprescindível, mas de me-sários e colaboradores impu-tados pela Justiça Eleitoral|seja garantida.

O juiz Marco Antonio disse que o Comando Geral a Polí-cia Militar (CGPM), informou que o Município receberá para as eleições, um efetivo total reforçado de 145 sol-dados, além dos ofi ciais. A corte eleitoral seguiu relato e votou pelo deferimento do pedido. O processo segue agora ao TSE.

Antenor Paz O prefeito cassado do mu-

nicípio de Tefé, Antenor Paz (PSD), que perdeu o mandato em decisão do Tribunal Re-gional Eleitoral do Amazonas (TRE), por compra de votos nas eleições de 2012, conti-nua fora do cargo.

A defesa do ex-prefeito entrou com uma cautelar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pedindo efeitos sus-pensivos dos acórdãos pu-blicados pelo TRE-AM. No entanto, a cautelar que po-

deria recolocá-lo no cargo, foi indeferido pela ministra Luciana Lóssio.

De acordo com a advo-gada de defesa do ex-pre-feito, Maria Benigno, houve um recurso no TRE, no qual a acusação teria de juntaras contrarrazões.

Segundo o advogado de acusação, Daniel Nogueira, as contrarrazões já foram juntadas e o recurso espe-cial sob agora para o TSEpara julgamento.

Benigno informou que An-tenor Paz entrará com recur-so no pleno do TSE, sobre a decisão da ministra. “Assim que for publicada a decisão, haverá um recurso no pleno, pois houve confl ito, uma vez que na primeira instância foi dado provimento e no TRE negado”, fi nalizou.

A acusação acredita que de acordo com a justifi cati-va da ministra, que alegou que o acusado não disse em nenhum momento que não houve compra de votos, mas se referiu apenas em perseguição política, mes-mo com recurso será difícilreverter a situação.

DECISÃO/TRE

A falência do sistema car-cerário do Amazonas foi criticada pelo candidato ao governo do Estado, Mar-celo Ramos (PSB), ontem (2), ao citar a rebelião, que aconteceu na segunda-fei-

ra (1º), na Unidade Pri-sional de Parintins (a 369 km de Manaus), que deixoudois mortos.

Na opinião de Ramos, a forma como os presos são tratados dentro dos presí-dios culmina em rebeliões. Segundo ele, um preso não

pode e não deve ter regalias, entretanto precisa ser tratado dentro de regras e garantias de direi-tos humanos para que não aconteçam tragédias como a

que aconteceu no presí-

dio de Parin-

tins.

“O Estado prende um cidadão durante anos e o devolve à sociedade pior do que recebeu. Esse tipo de tragédia, que já aconteceu nos presídios de Manaus, precisa ser evitada com projetos concretos”, ava-liou o candidato.

A entrega pelo Coman-dante de Brigada Especial (CPE), coronel Fabiano Bó, e pelo comandante do Ba-talhão Ambiental da Polícia Militar, coronel Scocio, de seus respectivos cargos, também foi lamentada por Marcelo Ramos. “É lamen-tável o que está ocorrendo na nossa Polícia Militar. Homens honrados da PM são obrigados a entregar seus cargos por não com-pactuarem com condutas que não condizem com o objetivo da instituição. Dei-xo aqui o desagravo a esses profi ssionais”, frisou.

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Candidato ao governo Marcelo Ramos lamentou os incidentes envolvendo os presos de Parintins

A presidenciável e ca-beça de chapa do PSB, Marina Silva, continua crescendo

nas pesquisas de intenção. Levantamento do Ibope enco-mendada pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela Rede Globo mostra liderança da candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, em São Paulo, com 39% das intenções de voto. Na pesquisa anterior, feita entre 23 e 25 de agosto, Marina aparecia com 35% das inten-ções de voto.

No maior colégio eleitoral do país (22% dos eleitores brasileiros), a presidente e candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) se manteve em 23% das intenções de voto. O

candidato do PSDB à Presidên-cia, Aécio N e v e s , oscilou de 19% para 17% das intenções de voto no Estado.

O levantamento divulgado ontem (2) também mostra que o pastor Everaldo manteve 2% de intenções de voto entre os eleitores paulistas.

Eduardo Jorge (PV) fi cou igualmente em 1%. Brancos e nulos somam 7% e indeci-sos, 10%. No fi m de agosto, brancos e nulos eram 9% e indecisos, 10%.

Considerando apenas os votos válidos, Marina já tem 47,5% em São Paulo. Com a atual tendência de cresci-mento de Marina Silva, o que parecia impossível já pode ser considerado: a possibilidade de Marina ser eleita no pri-meiro turno.

CrescimentoOs mais céticos irão dizer

que a pesquisa retrata só a re-alidade de São Paulo, mas não é. Marina cresce também nas maiores capitais do país e nos Estados com maior número de eleitores. Se Marina não parar de crescer e a tendência atual for mantida, ela pode, sim, vencer no primeiro turno. No Rio de Janeiro, Marina já virou

e lidera a pesquisa Ibope.A pesquisa ouviu 1.806 elei-

tores em 87 municípios de São Paulo entre 30 de agosto e 1º de setembro. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais e o nível estima-do de confi ança, de 95%. Ou seja, se fossem feitas 100 pesquisas idênticas a esta,

95 deveriam apresentar re-sultados dentro da margem de erro. O levantamento foi registrado junto ao Tribunal Superior Eleitoral sob o pro-tocolo BR-0492/2014.

Rio de JaneiroDe acordo com o levanta-

mento divulgado, ontem, pelo

Ibope, Marina Silva também tem tomado à frente nas in-tenções de voto no Rio de Janeiro. No Estado, ela ul-trapassou a candidata à re-eleição, Dilma Rousseff , com 38% contra 32% da petista. Já Aécio Neves (PSDB) fi gura apenas com 11% e o Pastor Everaldo (PSC) com 2%.

INTENÇÃO NOS ESTADOS

Dilma Roussef (PT)

Marina Silva(PSB)

Aécio Neves(PSDB)

Pelo novo le-vantamento do Ibope, divul-gado ontem, Marina Silva dispara em São Paulo e no Rio de Janeiro

Segundo ele, um preso não pode e não deve ter

regalias, entretanto precisa ser tratado dentro de regras e garantias de direi-tos humanos para que não aconteçam tragédias como a

que aconteceu no presí-

dio de Parin-

tins.

liou o candidato.A entrega pelo Coman-

dante de Brigada Especial (CPE), coronel Fabiano Bó, e pelo comandante do Ba-talhão Ambiental da Polícia Militar, coronel Scocio, de seus respectivos cargos, também foi lamentada por Marcelo Ramos. “É lamen-também foi lamentada por Marcelo Ramos. “É lamen-também foi lamentada por

tável o que está ocorrendo na nossa Polícia Militar. Homens honrados da PM são obrigados a entregar seus cargos por não com-pactuarem com condutas que não condizem com o objetivo da instituição. Dei-xo aqui o desagravo a esses profi ssionais”, frisou.

Candidato ao governo Marcelo Ramos lamentou os incidentes envolvendo os presos de Parintins

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7MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Campanha do medo: nova arma do PT contra MarinaPartido centra fogo na adversária do PSB, que seria eleita com uma base parlamentar reduzida e teria perfi l apontado como infl exível

Apesar da decisão da campanha da presi-dente Dilma Rousseff (PT) de iniciar uma

estratégia de desconstrução da candidatada de Marina Silva (PSB/Rede), que já lidera a disputa em um eventu-al segundo turno, o partido está rachado sobre qual é a melhor tática para enfrentar a candidata do PSB. Petistas históricos acham um erro gra-ve iniciar uma campanha do

“medo” con-tra Marina. “Já fomos vítima disso em eleições passadas . S o f r e m o s com o ‘ris-co Lula’, em 2002. E quem perdeu com isso foi o Brasil”, alerta um integrante da coordenação da campanha de Dilma.

Internamente, um grupo do

partido avalia que a imagem de Marina é muito mais próxi-ma do PT e é semelhante à do ex-presidente Lula. “O eleitor de Lula se identifi ca mais com a Marina do que com a própria presidente Dilma. Até mesmo por causa da trajetó-ria semelhante da seringueira com o líder sindical. Esse é o nosso maior desafi o. Por isso, temos que ter cuidado para um ataque contra Marina não ter um efeito bumerangue”,

observa outro petista.Isso tudo, porque a ar-

rancada de Marina Silva na última pesquisa Datafolha provocou mudanças na li-nha da campanha de Dil-ma Rousseff na televisão. Ontem (2), por exemplo, a propaganda eleitoral petis-ta subiu o tom e comparou a adversária do PSB aos ex-presidentes Jânio Quadros e Fernando Collor de Melo. O recado foi direto: “O Brasil

elegeu dois salvadores da pátria. E a gente sabe comoisso terminou”.

No programa, a campanha petista, comandada pelo mar-queteiro João Santana, exibiu imagens de jornais estam-pando a renúncia de Jânio e o impeachment de Collor – no caso do último, que é aliado de Dilma, sem exibir seu rosto. O programa ques-tiona que, se Marina fosse eleita hoje, teria uma base

parlamentar no Congresso de 33 deputados, incapaz de conseguir aprovar projetos. “Seria a chefe do partido do eu sozinho”, diz o locutor. Na sequência, alfi netou o perfi l de Marina, apontada como infl exível pelos adversários: “Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos?” E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?”, questionou o locutor.

O jogo de apoio políti-co também foi abordado por Marina, mas na linha contrária: a ex-senadora lembrou o loteamento de ministérios e cargos na máquina em troca de votos no Congresso. Na TV, Ma-rina disse que não é possí-

vel fazer avanços com um “governo repartido como carta de baralho”.

Em terceiro lugar nas pesquisas, o candidato tucano Aécio Neves afir-mou que o eleitor tem hoje “dois caminhos” e citou no-minalmente Marina Silva

– além do seu, obviamente. O tucano disse que Marina é uma pessoa com “boas intenções”, mas sem “força política” para fazer mu-danças. E continua: “Sem experiência, sem força po-lítica, o sistema engole as boas intenções”.

Loteamento da máquina públicaEm mais uma fala marcada

por contrapontos à presidenci-ável Marina Silva, a presidente Dilma afi rmou ontem que se “distingue” de sua adversária pela preocupação com a gera-ção de emprego. Dilma disse que nestas eleições “está em jogo” o projeto de desenvol-

vimento do país e afi rmou ser contrária ao aumento do preço da gasolina e à criação de novos impostos.

Segundo a petista, é impor-tante avaliar se um programa, um projeto político é compro-metido com a criação de em-pregos. “O que nos distingue

dos nossos adversários, tanto da Marina quanto os demais, é que nós colocamos no centro das nossas preocupações as pessoas, os homens e as mu-lheres desse país, e quando se coloca as pessoas no centro, a questão do emprego passa a ser muito importante”, disse.

Medidas de arrocho e desemprego

Malafaia muda apoio para 2º turnoTrês dias depois do recuo

da campanha de Marina Sil-va (PSB) em propostas para a comunidade gay no pro-grama de governo, o pastor Silas Malafaia, líder da igre-ja evangélica Assembleia de Deus Vitória em Cristo, anun-ciou ontem (2) que apoia a candidata em um even-tual segundo turno. “Claro que apoio Marina. Depois que o ativismo gay retirou apoio a ela, vou de cabeça (na chapa da candidata)”, disse Malafaia, em refe-rência às críticas internas e abandonos de militância coligada à pessebista apósa mudança.

No sábado (29), menos de um dia após a apresentação do programa, a coordenação da presidenciável eliminou ou alterou trechos em que ela se comprometia em articular

com o Congresso a apro-vação de matérias sobre o tema, como o casamento civil homoafetivo e a cri-minalização da homofobia. Inicialmente crítico, Mala-faia afi rmou que o plano de governo “melhorou mui-to” na segunda versão, mas ainda cumpre “a agenda do ativismo gay”.

Agora ele diz que tenta-rá derrubar pontos em que diverge, como a adoção de crianças por casais homoa-fetivos, “pela via democráti-ca”. “Você sabe que a gente não pode conquistar tudo de uma vez. Os pontos (do pro-grama) que eu não concordo vou derrubar no Congresso”, acrescentou.

Questionado sobre quem ele apoiaria na possibilidade de um segundo turno sem Marina, o pastor riu.

“Se for Dilma (Rousseff , PT) e Aécio (Neves, PSDB), se for Dilma e Everaldo (PSC), se for Dilma e Levy (Fidelix, PRTB), em qualquer caso eu vou ser contra o PT”, disse. Aliado do pastor Everaldo no primei-ro turno, ele acrescenta que apoia o candidato “porque é o mais ideologicamente parecido” com ele.

DefesasApós debate entre os con-

correntes à Presidência na segunda-feira (1º), Dilma anunciou que defenderá a cri-minalização da homofobia.

A “Folha de S.Paulo” reve-lou que a presidente tam-bém prepara um plano para desengavetar a Lei Geral das Religiões, que concede diversos benefícios a ins-tituições religiosas, entreeles tributários.Pastor Silas Malafaia recuou de sua decisão e agora diz apoiar Marina Silva no segundo turno

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Presidenciável do PSB, Marina Silva é tida nos bastidores do PT como mais semelhante a Lula Já a presidente Dilma Rousseff (PT) tenta desqualifi car a adversária ao chamá-la de inexperiente

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8 MANAUS, QUARTA-FEIRA, 3 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa eNáis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Márcia Oliveira, Rapahel Lobatoe Assessorias

REVISÃODernando Monteiroe João Alves

DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Mário Henrique Silva, Adyel Vieira e Leonardo Cruz e Pabrlo Filard.

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Mais de 400 parlamentares barrados pela ‘fi cha limpa’Improbidade administrativa e rejeição de contas de administradores públicos são os principais motivos de enquadramento na lei

Os efeitos da lei da Ficha Limpa podem frustrar os planos eleitorais de 26 de-

putados federais e um senador, entre eles cinco suplentes que atuaram neste mandato. Em todo o Brasil, mais de 400 candi-daturas, conforme levantamen-to já divulgado pelo Congresso em Foco, foram contestadas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) com base na legislação, alterada em 2010 e aplicada pela primeira vez a candidatos a deputado, senador, governador e presidente da República.

Dos 27 parlamentares fede-rais e suplentes cujas candida-turas foram contestadas, nove casos ainda não foram anali-sados pela Justiça Eleitoral. O caso mais recente de cassação do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) barrou, na segunda-feira (1º), a candidatura à reeleição do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) com base na Lei da Ficha Limpa. A maioria da corte entendeu que o ex-pre-feito paulistano está impedido de se candidatar por ter sido condenado, em dezembro do ano passado, pelo Tribunal de Justiça, por improbidade administrativa. Cabe recurso contra a decisão do TRE-SP.

ContestaçãoEm outros nove casos, a Jus-

tiça Eleitoral aprovou o registro das candidaturas, mas os políti-cos continuam sob contestação porque o Ministério Público, ad-versários políticos ou cidadãos apresentaram recursos. Nessa relação estão, por exemplo, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB), que disputa o gover-no da Paraíba, e os deputados Carlos Magno (PP), candidato a vice-governador de Rondônia, e Moreira Mendes (PSD-RO), que busca um posto no Senado.

Há também candidaturas “in-deferidas com recurso”. Isto é: a Justiça em primeira instância não aceitou as candidaturas e os candidatos já recorreram contra a decisão. Outras duas foram aprovadas pela Justiça, mas há possibilidade de recurso. É o caso de Silas Brasileiro (PMDB-MG), que disputa uma vaga na Câmara, onde já foi suplente, e o do deputado Márcio Junquei-

ra (Pros-RR), que tenta a reeleição.

RejeiçõesTrês can-

d i d a t u r a s foram rejei-tadas, mas até agora os políticos não se mexeram. Para mantê-las, pre-cisam apresentar um recurso os deputados Paulo César Quar-tiero (DEM-RR), que concorre a vice-governador de Roraima, Chico das Verduras (PRP-RO) e Paulo Feijó (PR-RJ), que querem mais um mandato na Câmara precisam apresentar recurso.

O senador Jayme Campos (DEM-MT) poderia ter tido sua candidatura à reeleição barrada com base na Lei da Ficha Limpa, mas acabou renunciando antes do julgamento pelo Tribunal Re-

gional Eleitoral. Já o deputado João Pizzolatti (PP-SC) deixou a disputa após a rejeição da candidatura à reeleição pela Jus-tiça. Ele colocou seu fi lho João Pizzolatti Neto (PP-SC) em seu lugar. Preferiu não recorrer.

Diante das pendências gera-das pelas regras da Ficha Limpa, pela primeira vez aplicada em eleições gerais, especialistas em legislação eleitoral preveem um dos pleitos mais judicializados da história. Como a disputa entre candidatos e Ministério Público tende a parar nos tribunais supe-riores, a rejeição temporária não elimina o candidato da corrida eleitoral. Ao contrário, permi-te que ele siga em campanha até a votação, enquanto houver possibilidade de recurso. O le-vantamento considera apenas os casos de contestação com base na Ficha Limpa feita por promotores e procuradores.

DIVULGAÇÃO

Os contestados pelo Mi-nistério Público com alguma passagem pelo Parlamento representam 14 Estados e 15 partidos. Os principais casos de enquadramento na Ficha Limpa são relativos à improbidade administra-tiva e rejeição de contas de candidatos que foramgestores públicos.

O PP, partido da base aliada, mas com setores re-

beldes ao governo federal, é o campeão em número de congressistas enquadra-dos com base na Lei da Ficha Limpa: cinco candida-tos. O PMDB, na condição de principal sigla da base governista, tem quatro re-presentantes sob ameaça. PSDB, DEM, PSD e PSC fi guram com três nomes nessa situação. Apenas um correligionário da presiden-

te Dilma Rousseff está na lista: o deputado federal Newton Lima (PT-SP).

O Estado com mais re-presentantes congressistas sob contestação é São Pau-lo, com cinco deputados – entre eles Paulo Maluf, sobre quem pesa uma condenação criminal e a inclusão na lista de procurados da Interpol, a Polícia Internacional. Rio de Janeiro tem quatro no-

mes. O Ministério Público questiona as candidaturas de dois congressistas de Rondônia e três de Rorai-ma. Minas Gerais, Paraíba e Santa Catarina têm, cada, dois casos.

Ceará, Espírito Santo, Goi-ás, Maranhão, Mato Gros-so, Rio Grande do Norte e Sergipe têm, cada, ape-nas um candidato passívelde impedimento.

Raio-X dos enquadrados como ‘fi chas sujas’ CASSAÇÃOO caso mais recente de cassação do Tribu-nal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) barrou, na segunda-feira (1º), a candidatu-ra à reeleição do de-putado federal Paulo Maluf (PP-SP)

A Lei da Ficha Limpa foi aprovada no Congresso Nacional por iniciativa popular e começa a valer a partir das eleições de 2014

Paulo Maluf é o mais recente parlamentar a ter o registro de candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo

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