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Especial MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019 Eleições 2014 Eleições 2014 Especial Fé e política: igrejas estão marcando posição no pleito Os templos, sejam eles católicos ou evangélicos, estão fazendo alertas aos eleitores sobre seus direitos na hora de votar M arcando posição nas discussões que envolvem o processo eleito- ral no país, a Igreja Católica Apostólica Romana direcio- na, por meio de iniciativas como o Grito dos Excluídos, a ética e cidadania à luz do Evan- gelho na escolha do voto. Sina- lizando que os templos não podem ser encara- dos como “currais eleitorais”, os líde- res católicos pedem aos fiéis que se engajem em prol da reforma política, e no pró- ximo domingo (7) sairão às ruas para coletar ao menos 1,5 milhão de assinaturas para pressionar o Congres- so Nacional a agilizar os debates sobreo tema. Em uma coletiva na manhã da última quarta-feira (3), o arcebispo metropolitano de Manaus, dom Sergio Castria- ni, ressaltou a necessidade do fiel/eleitor avaliar a ficha dos candidatos escolhidos. “Assim, como na implan- tação das matérias contra a Corrupção Eleitoral (Lei 9.840/1999) e Ficha Limpa (Lei 135/2010), que só se transformaram em leis por conta das ações em conjun- to com diversos movimentos sociais, a exemplo da Or- dem dos Advogados do Brasil (OAB), vamos trabalhar pela consolidação da reforma política”, lembrando que os católicos interessados em participar do abaixo-assi- nado, proposto na 20ª edi- ção do Grito dos Excluídos, devem apresentar o título de eleitor. As ações de coleta acon- tecerão todas as terças- feiras na Igreja Nossa Senhora de Aparecida. Integrantes das pasto- rais sócias e Um Grito Pela Vida também ficarão dispostos no entorno da Arena da Amazô- nia, realizando coleta nesse sábado (6). JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO O presidente da Confe- rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cardeal arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno, disse na semana passada que a Igreja Católica deve orientar fiéis no período de eleições, mas não deve fazer dos templos “curral eleitoral”. Segundo o arcebispo, a igreja não deve fazer “discriminação a nenhum candidato”. “Não fazemos nos nossos templos nenhum curral eleito- ral. Nós orientamos, falamos, mas não fazemos comitês eleitorais nos nossos tem- plos”, disse Damasceno, sem detalhar que tipo de orien- tação é feita pela igreja. A declaração foi dada em en- trevista coletiva na sede da CNBB, em Brasília. Questionado sobre a parti- cipação de dois evangélicos nas eleições para presidente da República (Marina Silva, do PSB, e Pastor Everaldo, do PSC), Dom Damasceno afir- mou que o eleitor é livre para escolher seu candidato e que deve analisar o projeto de go- verno cada um. Apesar disso, ele defendeu a participação de cristãos na política. “O eleitor é livre para es- colher o seu candidato e ele deve, ao fazer a sua escolha, fundamentá-la no sentido de que ele está exercendo o seu direito de uma manei- ra consciente, conhecendo o candidato, sua experiência, seu passado, seu projeto de governo [...]. O cristão é como qualquer cidadão e, como tal, tem direitos e obrigações e deve também participar da vida política”, sugeriu o arce- bispo de Aparecida. CNBB também se manifesta Bispo Sérgio Castriani ressaltou a importância dos eleitores escolherem bem os seus candidatos ARQUIVO EM TEMPO Movimen- tos evangélicos também utilizam de mobilizações para evitar o chamado “voto de cajado”, como é conhecido o voto obtido por meio de ‘orien- tações’ dadas nos púlpitos, e acontece pela primeira vez na capital amazonense o movimento liderado pela organização sem fins lucrativos, conhecida como Rede Fale. A iniciativa de cristãos protestantes já acontece em diversos países e tem promo- vido, nos últimos dias, ações voltadas ao debate sobre a participação evangélica em pleitos eleitorais também no Amazonas. De acordo com um dos 15 integrantes da Rede em Manaus, Jossimar Ferreira, pensando nes- te conceito, a ação tem servido para conscienti- zar o eleitor cristão a usar seu voto como instrumento de libertação e não de mani- pulação. “Um dos principais meios a serem utilizados por nós é a internet, pois por meio dela temos conse- guido alcançar milhares de cristãos. Entendemos a importância do processo político, mas não concor- damos com o que muitas igrejas e líderes ampla- mente conhecidos estão fazendo”, comentou. O administrador de em- presas de 24 anos acredita que muitas das estruturas eclesiásticas, principalmen- te as utilizadas em grandes eventos como a Marcha para Jesus, que acontece anual- mente em todas as capitas da federação, estão sendo aproveitadas como palco eleitoral. Placas com imagens de candidatos, implantadas ao logo do percurso estabele- cido para a peregrinação em Manaus no último dia 02 de agosto, e que foram registra- das pelas câmeras do grupo, fortaleceram ainda mais a necessidade do trabalho da entidade, segundo Jossimar. “Iniciamos os trabalhos durante a 21ª Marcha para Jesus, distribuímos panfletos e empunhamos faixas com diversas mensagens. O que não foi surpresa foi o uso de material de propaganda de candidatos como Marcel Alexandre (PMDB) e Eduardo Braga (PMDB). Não concor- damos com essas medidas, a igreja é formada em sua maioria de bons cristãos, pessoas de boa fé que não podem ser usadas por balcões de votos”, ponderou. Voto de cajado ELEIÇÕES 2014 - 01.indd 1 4/9/2014 22:32:55

Eleições 2014 - 5 de setembro de 2014

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Eleições 2014 - Caderno especial do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: Eleições 2014 - 5 de setembro de 2014

Especial

MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Especial

Fé e política: igrejas estãomarcando posição no pleitoOs templos, sejam eles católicos ou evangélicos, estão fazendo alertas aos eleitores sobre seus direitos na hora de votar

Marcando posição nas discussões que envolvem o processo eleito-

ral no país, a Igreja Católica Apostólica Romana direcio-na, por meio de iniciativas como o Grito dos Excluídos, a ética e cidadania à luz

do Evan-gelho na escolha do voto. Sina-lizando que os templos não podem ser encara-dos como “currais eleitorais”, os líde-res católicos pedem aos fiéis que se engajem em prol da

reforma política, e no pró-ximo domingo (7) sairão às ruas para coletar ao menos 1,5 milhão de assinaturas para pressionar o Congres-so Nacional a agilizar os debates sobreo tema.

Em uma coletiva na manhã da última quarta-feira (3), o arcebispo metropolitano de Manaus, dom Sergio Castria-

ni, ressaltou a necessidade do fiel/eleitor avaliar a ficha dos candidatos escolhidos. “Assim, como na implan-tação das matérias contra a Corrupção Eleitoral (Lei 9.840/1999) e Ficha Limpa (Lei 135/2010), que só se transformaram em leis por conta das ações em conjun-to com diversos movimentos sociais, a exemplo da Or-

dem dos Advogados do Brasil (OAB), vamos trabalhar pela consolidação da reforma política”, lembrando que os católicos interessados em participar do abaixo-assi-nado, proposto na 20ª edi-ção do Grito dos Excluídos, devem apresentar o

título de eleitor.As ações de coleta acon-

tecerão todas as terças-feiras na Igreja Nossa Senhora de Aparecida. Integrantes das pasto-rais sócias e Um Grito Pela Vida também ficarão

dispostos no entorno da Arena da Amazô-

nia, realizando coleta nesse sábado (6).

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

O presidente da Confe-rência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e cardeal arcebispo de Aparecida (SP), Dom Raymundo Damasceno, disse na semana passada que a Igreja Católica deve orientar fi éis no período de eleições, mas não deve fazer dos templos “curral eleitoral”. Segundo o arcebispo, a igreja não deve fazer “discriminação a nenhum candidato”.

“Não fazemos nos nossos templos nenhum curral eleito-ral. Nós orientamos, falamos, mas não fazemos comitês

eleitorais nos nossos tem-plos”, disse Damasceno, sem detalhar que tipo de orien-tação é feita pela igreja. A declaração foi dada em en-trevista coletiva na sede da CNBB, em Brasília.

Questionado sobre a parti-cipação de dois evangélicos nas eleições para presidente da República (Marina Silva, do PSB, e Pastor Everaldo, do PSC), Dom Damasceno afi r-mou que o eleitor é livre para escolher seu candidato e que deve analisar o projeto de go-verno cada um. Apesar disso,

ele defendeu a participação de cristãos na política.

“O eleitor é livre para es-colher o seu candidato e ele deve, ao fazer a sua escolha, fundamentá-la no sentido de que ele está exercendo o seu direito de uma manei-ra consciente, conhecendo o candidato, sua experiência, seu passado, seu projeto de governo [...]. O cristão é como qualquer cidadão e, como tal, tem direitos e obrigações e deve também participar da vida política”, sugeriu o arce-bispo de Aparecida.

CNBB também se manifesta

Bispo Sérgio Castriani ressaltou a importância dos eleitores escolherem bem os seus candidatos

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Movimen-tos evangélicos

também utilizam de mobilizações para evitar

o chamado “voto de cajado”, como é conhecido o voto obtido por meio de ‘orien-tações’ dadas nos púlpitos, e acontece pela primeira vez na capital amazonense o movimento liderado pela

organização sem fi ns lucrativos, conhecida como Rede Fale.

A iniciativa de cristãos protestantes já acontece em diversos países e tem promo-vido, nos últimos dias, ações voltadas ao debate sobre a participação evangélica em pleitos eleitorais também no Amazonas. De acordo com um dos 15 integrantes da Rede em Manaus, Jossimar

Ferreira, pensando nes-te conceito, a ação tem

servido para conscienti-zar o eleitor cristão a usar

seu voto como instrumento de libertação e não de mani-pulação. “Um dos principais meios a serem utilizados por nós é a internet, pois por meio dela temos conse-guido alcançar milhares de cristãos. Entendemos a importância do processo político, mas não concor-damos com o que muitas igrejas e líderes ampla-mente conhecidos estão fazendo”, comentou.

O administrador de em-presas de 24 anos acredita que muitas das estruturas eclesiásticas, principalmen-te as utilizadas em grandes eventos como a Marcha para Jesus, que acontece anual-mente em todas as capitas da federação, estão sendo

aproveitadas como palco eleitoral. Placas com imagens de candidatos, implantadas ao logo do percurso estabele-cido para a peregrinação em Manaus no último dia 02 de agosto, e que foram registra-das pelas câmeras do grupo, fortaleceram ainda mais a necessidade do trabalho da entidade, segundo Jossimar.

“Iniciamos os trabalhos durante a 21ª Marcha para Jesus, distribuímos panfl etos e empunhamos faixas com diversas mensagens. O que não foi surpresa foi o uso de material de propaganda de candidatos como Marcel Alexandre (PMDB) e Eduardo Braga (PMDB). Não concor-damos com essas medidas, a igreja é formada em sua maioria de bons cristãos, pessoas de boa fé que não podem ser usadas por balcões de votos”, ponderou.

Voto de cajado

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2 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

José Melo realiza visita a fábrica do Polo IndustrialDurante o encontro, o candidato ao governo almoçou com funcionários e apresentou suas propostas para campanha

José Melo esteve na manhã de ontem visitando uma fábrica do Distrito e conversou com trabalhadores do Polo Industrial

Candidata da coligação Renovação e Experiência, Rebecca Garcia ouviu a demanda dos moradores durante caminhada

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Rebecca e Praciano fazem caminhada no Riacho Doce 2

Rebecca Garcia (PP), a candidata a vice-governa-dora com Eduardo Braga (PMDB) para o governo pela coligação Renovação e Experiência, caminhou com o candidato ao Se-nado, Francisco Pracia-no (PT), nas principais ruas do bairro Riacho Doce 2 na Zona Norte de Manaus.

Falta de segurança, transporte, problemas no atendimento à saúde com longas filas nos postos de atendimentos foram al-gumas das várias recla-mações que os moradores fizeram a Rebecca. “As pessoas da Zona Norte de Manaus, assim como em outros bairros da cidade, estão relatando problemas que são grandes desafios, mas nós queremos ter a oportunidade de fazer a mudança e enfrentar esses desafios. Nós podemos e vamos melhorar muito o Estado do Amazonas”, dis-se Rebecca Garcia.

Eduardo Braga e Re-becca têm como proposta para a saúde enfrentar o déficit de médicos espe-

cializados para a capital e o interior; ampliar a cober-tura do programa Melhor Em Casa para tratamento humanizado de portadores de doenças crônico-dege-nerativas; implantar pólos de referência em Saúde no interior, reduzindo o deslocamento para a ca-pital; desenvolver a Ação Emergencial de Redução de Filas, ampliando a ofer-ta de serviços de Saúde e implementar o Progra-ma de Assistência Inte-gral à Saúde da Mulher, entre outros projetos.

Mudança O candidato ao Senado,

Francisco Praciano, des-tacou que as reclamações dos moradores do Riacho Doce 2 repetem o que está sendo verificado em todos os bairros de Manaus e no interior do Estado. “As pes-soas estão insatisfeitas, o Estado do Amazonas intei-ro está insatisfeito. Então, o momento é agora! As pessoas precisam apro-veitar a democracia para conseguir a mudança que vai melhorar a vida delas”, disse Praciano.

CORPO A CORPO

Em nova visita a tra-balhadores do Polo Industrial de Manaus, o governador e can-

didato à reeleição José Melo (Pros) almoçou com funcio-nários da empresa Samsung, nesta quinta-feira, dia 4 de setembro. Recebido pelo pre-sidente da multinacional em Manaus, Chunjae Lee, Melo conheceu o showroom de pro-dutos, as instalações e as li-nhas de produção e conversou com os trabalhadores para apresentar suas propostas.

Gigante do ramo de eletroe-letrônicos do PIM, a Samsung possui mais de 6,5 mil funcio-nários que atuam na produção de nove linhas de produtos, de tablets a televisores. Entre uma foto e outra com os traba-lhadores, Melo falou dos seus projetos de governo e suas metas para fortalecimento da Zona Franca de Manaus, com atenção especial para aplica-ção dos recursos de P&D como forma de desenvolver riquezas no Estado. Após batalhar pela aprovação da prorrogação da Zona Franca, Melo conseguiu acabar com a guerra fi scal que existia com o governo de São Paulo e equalizou a alíquota do ICMS em 12% para os produtos oriundos das fábricas de Manaus. Antes, a taxa era de 18%.

O governador defende ainda investimentos das empresas do PIM nas escolas estadu-ais e pretende negociar com o setor maior participação em projetos educacionais da rede estadual e acredita que os recursos de P&D oriun-dos do setor também sejam empregados em benefício da educação básica.

Com apoio fi nanceiro das empresas, Melo planeja am-

pliar a pre-sença da tecnologia em sala de aula, com ambientes i n f o r m a -tizados e sistemas de consulta a conteúdos didáti-cos. Atualmente, os recursos de P&D ajudam o governo do Amazonas a manter a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e o Cen-tro de Educação Tecnológi-ca do Amazonas (Cetam), frisou o governador.

O primeiro passo no apoio do setor produtivo à rede estadual de educação co-meçou este ano, justamente por meio da parceria com a empresa Samsung. Por meio da iniciativa, o gover-no estadual inaugurou uma sala com equipamentos e tecnologia de ponta na Es-cola Estadual Eldah Bitton Telles da Rocha, no bairro da Compensa, ZonaOeste de Manaus. A previsão é que o projeto chegue a outras sete escolas estaduais.

Caminhadas José Melo está intensifi can-

do sua agenda noturna de campanha com reuniões co-munitárias em Manaus. Após as caminhadas diárias pelos bairros da capital, Melo tem mobilizado moradores e líde-res comunitários para discutir seu plano de governo.

As ações já aconteceram nos bairros da Compensa, na Zona Oeste, e Rio Piorini, na Zona Norte. Segundo José Melo, os encontros enrique-cem e aproximam o plano de governo das necessidades mais imediatas dos bairros.

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3MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

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Só não vale chutar na canela! Mas discutir propostas, programas de governo, dar respostas às demandas apresentadas pela

sociedade, discutir os problemas do nosso Estado e apontar as possíveis soluções, isso pode!

Por entender que o momento eleitoral é crucial para o futuro do Amazonas, a TV EM TEMPO/SBT, do Grupo Raman Neves de Comunicação, que será realizado dia 9 de setembro às 21h30, vai colocar José Melo (Pros), Eduardo Braga (PMDB), Marcelo Ramos (PSB), Chico Preto (PMN) e Abel Alves (Psol) frente à frente. Será uma oportunidade

única para que a sociedade conheça o potencial dos homens que querem governar o Amazonas. Eleição é coisa séria, debate também. Ao co-nhecer as propostas e perfi s dos candidatos em 2h30 de debate, o eleitor vai identifi car o seu potencial como gestor e suas qualidades, como a inteligência e a experiência.

Agende esse programa. Depois do Debate TV EMTEMPO/SBT, que terá como mediador o jorna-lista Marcelo Torres – âncora do Jornal do SBT –, você terá maior convicção para digitar o número de seu candidato e a tecla CONFIRMA!

Candidato da Rede reage à falta de espaço no PSBPostulante ao cargo de deputado estadual, “marineiro” diz que a sigla tem lhe negado abertura no programa eleitoral gratuito

A falta de espaço da Rede Sustentabilidade na campanha do PSB do deputado Marcelo

Ramos tem sido protagonista de uma crise interna entre as siglas. Candidatos do partido clandestino capitaneado pela presidenciável Marina Silva (PSB) alegam que estão sendo “escondidos” pela campanha socialista e pressionam a dire-ção do partido para dar espaço aos “marineiros” abrigados no PSB. O partido de Ramos tem pouco mais de um minuto de propaganda na TV e rádio.

A ala de “marineiros” que se fi liou ao PSB para viabilizar a disputa alega que a campanha dos socialistas é monopoliza-da pelo presidente de honra da sigla, o ex-prefeito Serafi m Corrêa, candidato a deputado estadual, e seu fi lho, o vereador Marcelo Serafi m, candidato ao Senado. Até mesmo candidatos do PSB “menores”, segundo os “marineiros”, têm mais espaço na propaganda. A Rede tem pelo menos quatro candidatos ao parlamento estadual.

Os descontentes, no entanto, reconhecem o espaço aberto para o candidato a deputa-

do federal, o pastor e empresário Stanley Bra-ga (PSB), que integra a cú-pula da Rede no Estado. Há um mês para as eleições, os marineiros

iniciaram nesta semana uma ofensiva para pressionar a sigla a ceder espaço na campanha e recuperar o “tempo perdido” . Os candidatos chegaram a cobrar Marcelo Ramos, que respondeu que “o sistema é injusto”.

A ala descontente está sen-do capitaneada pelo empre-sário do ramo da construção civil, Joaquim Gouveia (PSB), também candidato a deputa-do estadual. “Que partido é

esse que não dá oportunidade para mais preparos? vejam mi-nha vida e comparem com as realizações dos outros. Parei minha atividade empresarial para entrar na política e mu-dar certas coisas. Os partidos não podem ter donos, não é democrático”, afi rmou.

Procurado pela reporta-gem, o coordenador da Rede e dirigente da campanha de Marina no Amazonas, Tacius Fernandes, minimizou a crise entre as siglas e afi rmou que a reivindicação dos candida-tos é comum. “O Joaquim é da Rede, mas ele não re-presenta o partido. O PSB e a Rede estão mais unidos que nunca. Não podemos julgar o PSB, sabemos que há candidatos que têm mais chances e, portanto, precisam de destaque”, afi rmou.

Presidente estadual do parti-do e alvo das críticas dos “ma-rineiros”, o vereador Marcelo Serafi m afi rmou que a decisão pela divisão do tempo de pro-paganda é partidária e que é “natural” que alguns candidatos não sejam exibidos. “O PSB discute partidariamente com a Rede, todas as discussões estão sendo com os dois partidos. Al-guns vão ter tempo, outros não, são mais de 40 candidatos.

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Gouveia ressalta que procurou a direção do partido várias vezes, mas ninguém lhe deu espaço

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

DECISÃO Segundo presidente da sigla, a divisão do tempo da propaganda é uma questão partidária e é natural que alguns candidatos não possam participar, pois são mais de 40 pessoas na disputa pelo partido

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4 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

PT pode ser ‘varrido’ dos Estados que governa

O PT vive maus bocados. Como se não bastasse Mari-na (PSB) dando um calor na nuca de Dilma (PT), na corri-da presidencial, as pesquisas mostram chances modestas para candidatos petistas nos Estados. Há o risco de o PT ser “varrido” de quase todos os governos estaduais que o partido conquistou. Dos cinco governadores eleitos pelo PT em 2010, apenas Tião Viana, do Acre, tem chances reais de vitória no 1º turno.

Batalhas árduasEstão atrás nas pesquisas

os candidatos à reeleição Tar-so Genro, no Rio Grande do Sul, e Agnelo Queiroz (DF), no Distrito Federal.

A volta do carlismoNa Bahia, governada pelo

PT, o petista Rui Costa tem 15%, segundo o último Ibope, contra eloquentes 44% do adversário Paulo Souto (DEM).

Sem candidatoEm Sergipe, com o fale-

cimento de Marcelo Deda, o PT nem disputa o go-verno. Jackson Barreto (PMDB), atual governador, tenta a reeleição.

Apostas erradasGrandes apostas do PT, os

ex-ministros Alexandre Padi-lha, em São Paulo, e Gleisi Hoff man, no Paraná, patinam em 3º lugar.

Arruda adota estratégia de ‘cutucar’ magistrados

Candidato ao governo do DF à frente nas pesquisas, mas “pendurado” na Justiça, José Roberto Arruda (PR) gosta de cutucar magistrados que jul-gam seus processos. Primeiro, tentou desqualifi car o juiz Ál-varo Ciarlini, que o condenou por improbidade, mas perdeu

no Tribunal de Justiça. On-tem, tentou afastar o ministro Napoleão Nunes da relatoria de processo contra ele no Superior Tribunal de Justiça. Perdeu de novo.

Como peixeTem gente que “morre” como

peixe: pela boca. Dias atrás, um vídeo mostrou Arruda contabi-lizando votos de ministros no TSE. Pegou mal.

JulgamentosArruda enfrentará jul-

gamentos no STJ e no Tri-bunal Superior Eleitoral, na próxima semana, que defi nirão seu futuro.

ChanceSe conseguir anular a sen-

tença de primeira instân-cia por improbidade, Arru-da terá chance de reverter seu enquadramento na Lei da Ficha Suja.

Cheiro de derrotaLula já não sabe o que fazer

para melhorar o desempe-nho do PT, Brasil afora. Está feia a coisa. Ele vem socor-rendo campanhas petistas nos Estados, inclusive com sacrifício pessoal, mas isso não tem sido sufi ciente para afastar o que ele chama de “cheiro de derrota”.

Candidato LulaMarina deixou mesmo o PT

desnorteado. Ontem, o parti-do trombeteava em Pernam-buco: “Hoje é dia de vermelho: tem Lula em Petrolina!” Com direito ao jingle “Lulalá”, de 1989. Sobre Dilma, nada.

IntensivãoDilma e o ministro Gui-

do Mantega (Fazenda) re-ceberam ontem o brasilei-ro Artur Ávila, ganhador da Fields Medal, Nobel da Ma-temática. Boa chance para aprender a fazer contas de somar e multiplicar.

Tem de tudoO ministro Luís Roberto

Barroso (STF) dava aula so-bre “Judicialização da Po-lítica” para alunos da Fa-culdade de Direito da USP, e arrancou gargalhadas ao afirmar que “a Constitui-ção brasileira só não traz a pessoa amada em três dias, mas, fora isso, quase tudo está lá”.

Multiplicador de votosOrgulho de Alagoas, onde já

fez quase 30 mil cirurgias do coração, incluindo dezenas de transplantes, o ex-governador José Wanderley Neto é o “cabo eleitoral” mais ambicionado pelos políticos, no Estado.

Não se emendamAs vendas de automóveis

“nacionais” continuam des-pencando, mas as montado-ras insistem em não reduzir seus preços, tampouco melho-rar a qualidade dos produtos. Preferem apostar em nova renúncia fi scal.

Outro escândaloA ação de despejo do Sesc-

RJ contra Senac-RJ tem sido interpretada como mano-bra para justifi car o projeto de nova sede que, orçada em R$ 120 milhões, vai vi-rar um escândalo até pelo seu perfi l faraônico.

Outra morteNo último domingo, o Sin-

dicato dos Policiais Fede-rais confi rmou a morte do agente da Polícia Federal Marcelo Clay Chen. Segundo relatório, Chen se enforcou em casa. É o 16º suicídio na PF nos últimos anos.

Tucano e anta abatidosPiada na internet: “Marina

Silva poderá fi car inelegí-vel! É que, segundo o Iba-ma, ela abateu um tucano e liquidou uma anta em uma semana”.

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Longe é melhor

www.claudiohumberto.com.br

Vamos multiplicar a nossa presença em Minas”

AÉCIO NEVES (PSDB), sinalizando que pretende se dedicar mais à campanha em Minas

Jânio Quadros só perdeu no Ma-ranhão, na disputa presidencial de 1960, contra Henrique Teixeira Lott, graças ao apoio que o pesadíssimo marechal recebeu do cacique Vitorino Freire. Um pouco antes da eleição, um repórter perguntou a Vitorino:

- Há perigo de o Jânio ganhar no Maranhão?

Ele não precisou pensar muito para responder, convicto:

- Perigo existe. Basta que o Lott volte duas vezes ao Maranhão.Não voltou, e venceu.

Maluf entra com recurso no TRE O deputado federal Paulo

Maluf (PP-SP), que concor-re à reeleição, entrou com recurso, ontem, contra a decisão do Tribunal Regio-nal Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) que barrou sua candidatura.

O recurso foi apresen-tado ao TRE e será reme-tido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Enquanto não houver decisão final da Justiça, Maluf pode continuar em campanha.

Na segunda (1º), o TRE

considerou Paulo Maluf inelegível com base na Lei da Ficha Limpa por-que ele foi condenado em segunda instância por improbidade administrativa.

A regra proíbe candida-tura de políticos condena-dos por decisão colegiada (grupo de juízes).

Condenado Segundo o advogado

do deputado, Eduardo No-bre, Maluf foi condenado por culpa e não por dolo

(quando há intenção de co-meter irregularidade). Se-gundo ele, a Lei da Ficha Limpa exige que, no caso de condenação por impro-bidade administrativa, te-nha havido dolo por parte do agente público.

Quando chegar ao TSE, o recurso será distribuí-do a algum dos ministros, que deverá abrir prazo para manifestação da Procu-radoria Geral Eleitoral e só depois levará o caso a julgamento no plenário.

CANDIDATURA

DIVULGAÇÃO/ASSESSORIA

Ex-governador foi bastante cumprimentado por moradores do bairro Nossa Senhora de Fátima

Candidatos da coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente estiveram percorrendo as ruas do Nossa Senhora de Fátima

Omar e Henrique fazem caminhada na Zona Norte

Moradores do bairro Nossa Senhora de Fátima 2, na Zona Norte de Manaus,

receberam, na tarde de ontem (4), o candidato ao Senado e ex-governador Omar Aziz (PSD). O candidato caminhou pelas ruas do bairro acom-panhado de Henrique Olivei-ra (SD), vice de José Melo (Pros), candidato à reeleição ao governo do Estado pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente.

Omar conversou com co-merciantes e representantes de outras categorias que atu-am no bairro. Agradeceu o carinho recebido e pediu o apoio para continuar o traba-lho iniciado como governador no Senado Federal.

O deputado federal e candi-dato a vice-governador, Hen-rique Oliveira, afirmou que as caminhadas permitem con-firmar os números positivos das últimas pesquisas eleito-rais. “Nós estamos sentindo que a população está com a gente. Nossa campanha

é do bem, é proposi-tiva e as pesqu i sas r e f l e t e m isso”, disse Henrique.

Uma das fundadoras do Nossa Senhora de Fá-

tima 2, Liliane Santos, 44, destacou a importância dos candidatos visitarem o bairro e terem esse contato com a população. “Nós somos o termômetro e é importante o Omar, o Melo e o Henrique

estarem nessa sintonia com a gente. Eles vivenciam nossa realidade e é bom eles se iden-tifi carem com a comunidade”, afi rmou Liliane.

Para Omar Aziz, nas ruas é possível ter uma avaliação prática dos trabalhos que fo-ram realizados e que ainda estão sendo feitos pelo gover-nador José Melo. “É ouvindo a comunidade e se colocando no lugar do morador que temos a certeza do que precisamos fazer para que nosso trabalho refl ita em benefício para o cidadão. E meu governo foi assim. Um governo sem es-cândalos, feito para o povo.”

A caminhada da “Caravana 90” percorreu as ruas Santa Maria, Monte Carmelo e Pa-lestina, principais do bairro. A coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente engloba 16 partidos, com 325 candida-tos a deputado estadual e 24 candidatos a deputado fede-ral. O grupo reúne Pros, PSD, SD, PSDB, PR, PTdoB, DEM, PTC, PRP, PSL, PSC, PTN, PHS, PRTB, PV e PEN.

ANÁLISE Para Omar Aziz, nas ruas é possivel ter uma avaliação prática dos trabalhos que foram realizados e que ainda-estão sendo feitos pelo governador José Melo. Caravana percorreu várias ruas do bairro

PRE-AM requer envio de tropas A Procuradoria Regional

Eleitoral no Amazonas (PRE/AM) encaminhou requeri-mento ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) para envio de forças federais para atuação em todas as zonas eleitorais de Manaus nas eleições deste ano. No documen-to, a PRE requer que seja ofi ciado o Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE) para as providências cabíveis.

De acordo com a PRE, a acirrada disputa política local e o histórico de proble-mas já ocorridos em eleições anteriores, com ameaças entre cabos eleitorais, des-truição de propaganda de adversários e boca de urna,

recomendam ser necessário o envio de tropas federais para a manutenção da or-dem no local.

A resolução do TSE sobre o tema prevê que os Tri-bunais Regionais Eleitorais deverão encaminhar ao TSE a relação das localidades onde se faz necessária a presença de força federal, devendo o pedido ser acom-panhado de justifi cativa, contendo os fatos e cir-cunstâncias de que decorra o receio de perturbação dos trabalhos eleitorais.

A PRE/AM vem recebendo notícias de infrações elei-torais, envolvendo ameaças armadas e no trânsito, além de perseguições. No reque-

rimento, a PRE/AM destaca que se soma à crescente animosidade entre os con-correntes o fato de que a cúpula do Polícia Militar do Estado do Amazonas (PM/AM) passa por um período de transição entre os envol-vidos por seu comando.

O efetivo da PM/AM pre-visto para atuar nas elei-ções é de 1500 policiais, contingente insufi ciente para garantir a ordem pú-blica, reprimir ilícitos e cri-mes eleitorais e guarnecer as 3451 seções eleitorais existentes em Manaus, que é a cidade com o maior eleitorado do Estado do Amazonas, totalizando 1.243.844 eleitores.

AO INTERIOR

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

O candidato cumpre agenda de visitas a municípios e comunidades da região do Médio Solimões.

EDUARDO BRAGA

Às 8h, o candidato faz caminhada no bairro da Paz, Zona Centro-Oeste e às 11h será entrevistado pelo Portal D24am. À tarde, grava programa eleitoral e também faz panfl etagem. Já às 17h participa do desfi le Cívico 5 de Setembro, no sambódromo.

MARCELO RAMOS

NÃO DIVULGOU AGENDA.

HERBERT AMAZONAS

NÃO DIVULGOU AGENDA.

ABEL ALVES

Pela manhã, o candidato cumpre agenda administrativa como governador. À tarde, participa de solenidade de cumprimento ao Corpo Consular. O encontro ocorrerá no Centro Cultural Palácio Rio Negro, na avenida Sete de Setembro, no Centro.

JOSÉ MELO

Candidato tem viagem programada para a calha do Solimões.

CHICO PRETO

Durante o dia, o candidato faz panfl etagem na Zona Oeste da cidade.

NAVARRO

O deputado federal Tiririca utiliza a sátira e os personagens “palhaços” para tentar a reeleção e voltar à Brasília em 2015

Um auditor voa pelo ar como o Superman, dis-parando raios laser de seus olhos. Um palhaço

encarna um astro pop septu-agenário. Uma dermatologista conclui um discurso irado sim-plesmente gritando para os es-pectadores, “Meu nome é Hava-nir!”. Sim, é época de campanha eleitoral no Brasil, uma democra-cia vibrante onde os candidatos à margem são uma tradição resistente e o desencanto com o sistema político é grande. Para superar a confusão e chamar a atenção dos eleitores, os candi-datos estão apresentando algu-mas mensagens de campanha de cair o queixo, propagandas que em outros lugares poderiam ser confundidas com peças de arte conceitual ou divagações de mentes perturbadas.

“O método genérico, neutro, de apelar aos eleitores é uma forma medíocre e fracassada

de fazer política”, disse Paulo Batista, um auditor imobiliário que se descreve como libertário, que está concorrendo a deputa-do estadual em São Paulo.

Super-heróiAs propagandas de Batista,

nas quais aparece como um super-herói usando sua visão de laser para privatizar trens do metrô dilapidados, são po-pulares no YouTube. E fazem parte de um subgênero cres-cente de propagandas que se inspiram nas páginas de his-tórias em quadrinhos. Outro exemplo recente: o candidato a vereador de Catalão que se vestia como Homem-Aranha e derrotava os patifes usando uniformes listrados de prisão com golpes precisos.

E há as propagandas de can-didatos que expressam uma profunda indignação com o status quo, como as de Tiririca,

um palhaço de 49 anos cujo nome artístico signifi ca “irritado” (Seu nome verdadeiro é Francis-co Everardo Oliveira Silva). Em suas propagandas de televisão deste ano, ele faz uma imitação

de fazer encolher de Roberto Carlos, o titã de 73 anos da mú-sica popular brasileira. Ele está concorrendo contra o sistema, apesar de estar buscando a ree-leição: os eleitores de São Paulo

o elegeram como o deputado federal mais votado em 2010. “Há uma rica história dos eleito-res brasileiros expressarem seu descontentamento nas urnas”, disse David Fleischer, professor de ciência política da Univer-sidade de Brasília. Em 1959, o Cacareco, um rinoceronte de um zoológico brasileiro, recebeu mais de 90 mil votos como can-didato a vereador de São Paulo, superando todos os candidatos humanos na disputa.

PioneiroUm pioneiro mais recente

foi Enéas Ferreira Carneiro, um cardiologista com barba longa escura e que fundou o Partido da Reedifi cação da Ordem Nacio-nal, conquistando uma cadeira no Congresso em 2002 com 1,5 milhão de votos. Suas raivosas propagandas de televisão ter-minavam com a mesma frase rosnada: “Meu nome é Enéas”.

Dilma: Mantega deixa a Fazenda se for reeleita

Um dia após ter indicado mudanças na equipe e nas políticas de governo num eventual segundo mandato, a presidente Dilma Rousse-ff sinalizou ontem (4) que o ministro Guido Mantega (Fazenda) será substituído se ela for reeleita.

Em entrevista em For-taleza, a presidente foi questionada especifica-mente sobre o futuro do titular da Fazenda caso vença as eleições. “Elei-ção nova, governo novo, equipe nova”, disse.

“Quero dizer o seguinte. Não nomeio ministro em segundo mandato. Eu não fui eleita. Como é que eu saiu por aí nomeando mi-nistro? Não sei se vocês lembram quando sentaram na cadeira antes da elei-ção”, completou.

Foi uma referência a Fernando Henrique Cardoso, que sentou na cadeira de prefeito de São Paulo às vésperas das eleições de 1985 e acabou derrotado por Jânio Quadros.

Dilma ainda seguiu no tema: “Eu não falo isso [nomes da equipe] sabe por

que? Por que dá azar. Falar de uma coisa que ainda não ocorreu. Mas é gover-no novo, equipe nova. Não tenha dúvida disso”.

Um dia antes, em discur-so a representantes da in-dústria em Belo Horizonte, a petista já havia sinaliza-do com mudanças na equi-pe no caso de reeleição. Até então, Dilma resistia a falar em ajustes em sua equipe e na política econô-mica, apesar das recomen-dações do ex-presidente Lula nesse sentido.

MinistrosNa última pesquisa Da-

tafolha, Dilma aparece tecnicamente empatada com Marina Silva (PSB) no primeiro turno e perderia para a ex-senadora num segundo turno.

O avanço de Marina nas pesquisas fez com que três ministros decidissem tirar licença dos cargos para tra-balhar em tempo integral na campanha petista - Ri-cardo Berzoini (Relações Institucionais), Gilberto Carvalho (Secretaria Geral) e Miguel Rossetto (Desen-volvimento Agrário).

PROMESSA

Guido Mantega deixa o governo caso Dilma seja reeleita

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Segundo o jornal americano “The New Yor Times”, para chamar a atenção dos eleitores, os candidatos estão apresentando mensagens de campanha de cair o queixo

Políticos costumam fazer papel de palhaço, diz NYT

DEMOCRACIASim, é época de campa-nha eleitoral no Brasil, uma democracia vibran-te onde os candidatos à margem são uma tradição resistente e o desencanto com o sis-tema político é grande, diz o jornal americano

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6 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Chico Preto faz críticas ao sistema de segurança do AMDeputado será investigado pelo Ministério Público por desvio de conduta ao utilizar os serviços de policial em campanha eleitoral

O deputado estadual e candidato ao governo do Amazonas, Chico Preto (PMN), fez, on-

tem (4), da tribuna da Assem-bleia Legislativa do Amazonas (ALEA-M), críticas ao sistema de segurança pública do Amazonas.De acordo com o parlamentar, existem algumas lacunas no dis-curso do governador no que se trata da segurança do Estado, e ressaltou os valores investidos na pasta, que segundo o parla-mentar não vêm satisfazendo os anseios da população. “São mais de R$ 1 bilhão gastos em segurança por ano e o que se vê todos os dias nos jornais é que o número de homicídios no Estado aumentou”, apontou.

Chico Preto será investigado pelo Ministério Público do Estado (MPE) para constatar se houve desvio de conduta na utiliza-ção dos serviços do sargento da Polícia Militar José Cláudio da Silva, morto em um assalto em frente ao comitê do PMN, no Eldorado, Zona Centro-Sul, en-quanto realizava a segurança da esposa de Chico Preto, que trans-portava dinheiro destinado a despesas da campanha.

O caso será investigado pelo titular da promotoria eleitoral do Ministério Público Estadual

(MPE), pro-motor Jorge Wilson. De acordo com a Lei Eleito-ral, é proibido “ceder servi-dor público ou empre-gado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou coligação, durante o horá-rio de expediente normal, sal-vo se o servidor ou empregado estiver licenciado”.

AçãoCaso seja comprovado que

o candidato utilizava os servi-ços do sargento da PM para a própria campanha, será movi-da uma ação de investigação judicial-eleitoral contra o can-didato. A ação poderá resultar em uma multa de R$ 5.320,50 a R$ 106.410 mil aos agentes responsáveis, ou até a cassação do registro do candidato ou do diploma do eleito que tenha sido benefi ciado. De acordo com o deputado, o sargento José Cláudio o acompanhou até o banco onde o parlamentar efe-tuou um saque para realizar os pagamentos referentes à sua campanha eleitoral.

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O deputado estadual e candidato ao governo, Chico Preto, será investigado por uso de policial militar em comitê de campanha eleitoral

Deputados só ‘aparecem’ no painel Enquanto o painel eletrô-

nico da Assembleia Legisla-tiva do Amazonas (ALE-AM) marcava o nome de 21 dos 24 deputados, apenas cinco estavam presentes na ses-são plenária de ontem (4). Esse é um fato que vem se repetindo ao longo das se-manas, deixando cada vez mais evidenciada a falta de comprometimento dos par-lamentares com o mandado que ainda exercem.

Essa discrepância entre a presença física dos par-lamentares e a virtual tem se tornado rotina na casa legislativa. Essa é uma for-ma de burlar o desconto do salário dos parlamenta-res por sessão faltosa. De acordo com declarações do presidente da ALE-AM, de-putado Josué Neto (PSD), qualquer deputado que fal-tar às sessões plenárias que ocorrem regimental-

mente de terça as quin-tas-feiras das 9h às 12h terá um desconto de R$ 668 no seu salário, que é de é de R$ 20.042,35.

DescontosDesde que Josué Neto

(PSD) autorizou o descon-to dos faltosos, no último dia 7 de agosto, o portal de transparência da ALE-AM registrou a falta de apenas nove deputados.

Para o petista José Ri-cardo, a presença teórica dos deputados tem pre-judicado o debate de as-suntos importantes para o Amazonas. “Defendo ainda que a população se interesse mais por acom-panhar o cotidiano da casa, para entender como acontecem os debates e também a tramitação de matérias importantes”, comentou. (M.O)

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NO Tucano cobra as respostas

que Dilma se recusou a darO líder do PSDB na Câma-

ra, Antonio Imbassahy (BA), cobrou ontem (4) de depu-tados petistas respostas das perguntas que seriam feitas à presidente Dilma Rousseff pelos âncoras do Jornal da Globo, os jornalistas William Waack e Christiane Pelajo, na noite de terça-feira (2). A chefe do Poder Executivo não compareceu à entrevista e nem deu satisfações sobre sua ausência.

“A presidente sumiu. Não fez nenhuma justifi cativa. É inacre-ditável. Diria até uma falta de respeito e de atenção para com os brasileiros”, criticou o tucano, que listou as seis indagações que a presidente deveria responder se não tivesse se recusado a prestar esclarecimentos sobre sua gestão. Entre elas, questões relacionadas à educação, ao sa-

neamento básico e à condução da política econômica. “Espero que o líder do governo ou do PT compareça a essa tribuna, responda a essas perguntas e esclareça por que a presidente Dilma fugiu”, acrescentou o par-lamentar da tribuna.

Ao constatar a ansiedade do deputado Amauri Teixeira (PT-BA) diante de suas considera-ções sobre a conduta de Dilma, Imbassahy o convidou a explicar o que sua colega de partido não quis fazer em rede nacional. “O que não quero é nenhum tipo de enrolação. Amauri, diga ao povo brasileiro por que a presi-dente Dilma não compareceu à entrevista. Depois explique por que ela não pôde responder as indagações que seriam feitas pe-los âncoras do jornal”, enfatizou o líder, que lamentou o desfecho da administração petista.

JORNAL DA GLOBO

Imbassahy classifi cou a postura de Dilma de “inacreditável”

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7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

Marina Silva: não me sinto pressionada por MalafaiaCandidata diz que os coordenadores do programa publicaram a contribuição do movimento LGBT da forma que foi enviada

A candidata do PSB à Pre-sidência, Marina Silva, afi rmou, em entrevista à Rádio Gaúcha, que

não se sente pressionada pelo pastor Silas Malafaia “nem por ninguém”. Segundo ela, as mudanças feitas em seu pro-grama de governo no trecho que trata do casamento gay se deram para cumprir o que foi acordado com os represen-tantes da comunidade de lésbi-cas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT).

Marina afi rmou que os coor-denadores do programa publi-caram a contribuição do movi-mento LGBT da forma que ela foi enviada. “Nenhum setor, nem o agronegócio, nem ambienta-listas, nem movimento indígena

teve seu documento publicado ipsis litteris”, disse, acrescen-tando que, em seu programa, os direitos da comunidade LGBT estão melhor contemplados do que nos de Dilma Rous-seff (PT), Luciana Genro (Psol) e Aécio Neves (PSDB).

“O que aconteceu foi uma mudança porque não era o que havia sido acordado. Para ser sincera, eu nem li os tweets do Silas Malafaia”, acrescentou. No último sábado (30), Mala-faia usou o microblog Twitter para criticar a proposta de Marina. “Aguardo até segun-da uma posição de Marina. Se isso não acontecer, na terça será a mais dura fala que já dei até hoje sobre um presidenciável”, publicou.

Segundo Marina, as pessoas acreditam que foi ela quem fez a mudança no texto, por ser evangélica. “Eu não me sinto pressionada por ele e nem por ninguém. Vou agir de acordo com a Constituição e com o princípio do Estado laico”, garantiu.

Durante a entrevista, Marina defendeu uma reforma tribu-tária e a ampliação de fon-tes renováveis de energia. A ex-senadora também criticou a reeleição, “porque não se go-verna para resolver os proble-mas, mas para garantir mais quatro anos de poder”.

Em relação à política externa, a candidata afi rmou que vai priorizar os interesses estra-tégicos do Brasil e que seu

compromisso com a democra-cia e os direitos humanos será “inarredável”. “Não se coloca o interesse econômico e o in-teresse ideológico acima dos princípios”, disse.

Candidatura deferidaO Tribunal Superior Eleitoral

(TSE) deferiu há pouco o regis-tro de candidatura da chapa formada por Marina Silva e Beto Albuquerque, ambos do PSB. O registro dos candidatos lançados pela coligação Unidos pelo Brasil foi formalizado no último dia 22, nove dias após a morte de Eduardo Campos em acidente aéreo.

Na noite desta quarta-feira, o ministro João Otávio de No-ronha, relator da candidatura do PSB no TSE, votou pelo deferimento do registro e foi seguido pelos colegas.

Os documentos de Marina já haviam sido aprovados quando a ex-senadora era vice na cha-pa encabeçada por Campos.

No entanto, o TSE exige na substitui-ção para que sejam apre-s e n t a d o s os mesmos d o c u m e n -tos e obe-decido o mesmo trâmite da candidatura anterior.

Por isso, a candidatura de Ma-rina precisou passar novamente pela análise de deferimento no tribunal, assim como o registro de Beto Albuquerque.

Quando entregou o novo pedido de registro, a coliga-ção formalizou a permanên-cia da confi guração origi-nal, formada por PSB, PPS, PPL, PHS, PRP e PSL.

Pastor Silas Malafaia havia criticado a candidata Marina Silva por seu programa de governo Mas, a presidenciável do PSB afi rma não se sentir pressionada nem por ele e nem por ninguém

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Eduardo Jorge quer energia solarO candidato do PV à Presi-

dência, Eduardo Jorge, proto-colizou ontem (4), no Palácio do Planalto e na Embaixada da Alemanha, em Brasília, um pedido de audiência com a presidente Dilma Rousseff e o novo embaixador alemão, Dirk Brengelmann, que assu-miu o posto em agosto, para propor que não se renove o acordo de cooperação entre os dois países na área de energia nuclear.

Assinado em 1975, o acordo é renovado automaticamente a cada cinco anos, caso nenhu-ma das partes se posicione contrariamente no máximo um ano antes da renovação. Para que não seja renovado em 2015, essa posição deve ser evidenciada até 18 de novem-bro, explicou Eduardo Jorge, que defendeu um outro acordo, na área de energia solar.

O pedido também foi as-sinado por representantes

da organização não go-vernamental (ONG) Gre-enpeace Brasil e da Coali-zão por um Brasil Livre de Usinas Nucleares.

AudiênciaDe acordo com Eduardo

Jorge, representantes dessas entidades vão participar da futura audiência com a pre-sidente e o embaixador. Além da não renovação do acordo nuclear, que, segundo ele, teve “resultados pífi os e perigosos” em quase 40 anos, serão dis-cutidos no encontro os proto-colos de segurança das usinas nucleares. “As informações que temos indicam que eles são muito antigos e supera-dos, o que causa preocupa-ção em relação à segurança necessária nas usinas Angra 1 e 2, por exemplo”, disse o candidato à Agência Brasil.

Por último, o candidato pre-tende propor um novo acordo

entre Brasil e Alemanha, pre-vendo investimentos em pes-quisas sobre energia solar. “A Alemanha está na vanguarda nas pesquisas e investimentos

em energia solar. Essa asso-ciação seria boa para nós e para eles, que teriam como parceiro um país poderoso em energia solar, como o nosso”, disse. O candidato destacou que apenas 0,01% da matriz

energética brasileira tem como fonte a energia solar. Na Ale-manha, a representatividade já chega a 5% e tem elevadíssima taxa de crescimento. Em 2011, após o desastre ocorrido na usina japonesa de Fukushima, o governo alemão anunciou o fechamento de todas as usinas atômicas até 2022.

Energia renovávelEduardo Jorge disse que o

PV acredita que, em 10 anos, a energia solar será a principal energia renovável, a mais limpa e mais efi ciente. “A efi ciência cresce e os preços caem de forma acelerada”, afi rmou o candidato, que cobra pressa nos investimentos na área. Ele citou um estudo do Greenpeace, segundo o qual a produção de energia solar é viável em 80% do território brasileiro.O estudo diz também que o Brasil tem potencial para se tornar “cam-peão mundial” no setor.

COOPERAÇÃO

O que aconteceu foi uma mudança por-que não era o que

havia sido acordado. Para ser sincera, eu nem li os tweets do

Silas Malafaia

Marina Silva,candidata do PSB

RENOVAÇÃOAssinado em 1975, o acordo é renovado automaticamente a cada cinco anos, caso nenhuma das partes se posicione contra-riamente no máximo um ano antes da renovação

DIVULGAÇÃO

Eduardo Jorge (PV) quer mudar a fonte energética brasileira

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8 MANAUS, SEXTA-FEIRA, 5 DE SETEMBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Aécio busca ligar candidata do PSB ao PT e ao mensalãoDurante caminhada, ontem, em Belo Horizonte, Aécio Neves usou o caso do mensalão para tentar desgastar Marina Silva

Aécio foi orientado a atacar Marina Silva associando sua imagem ao PT e ao caso do mensalãoD

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Em discurso para corre-ligionários e prefeitos ontem (4) em Belo Ho-rizonte, o candidato à

Presidência da República pelo PSDB, Aécio Neves, usou o caso do mensalão para ten-tar desgastar a ex-ministra Marina Silva e ligá-la ao PT. “As nossas principais adversá-rias não estavam desse lado, estavam contra o Plano Real, contra a Lei de Responsabili-dade Fiscal e nos brindaram com um obsequioso silêncio no momento em que as mais graves denúncias surgiram sobre malfeitos do governo federal”, ressaltou. Essa foi a segunda vez que o tucano ligou Marina ao mensalão.

Aécio tenta, dessa forma, retomar os votos antipetistas que migraram para a candida-ta do PSB depois da morte de Eduardo Campos. O presiden-ciável do PSDB começou sua fala dizendo que “a vitória que importa não é só a das urnas, mas o apoio permanente, o abraço e o olhar de esperan-ça e confi ança e palavra de estímulos”, e emendou duras críticas a Marina Silva (PSB) e Dilma Rousseff (PT). “Não acredito em convenções de última hora. Basta à fraude, à mentira, ao engodo”, disse.

O tucano disse ainda que esteve do lado da aprovação do Plano Real, da Lei de Respon-sabi l idade Fiscal e denunciando o men-salão. Aécio repetiu que é a alternativa mais coerente à Presidência, que o Brasil não

é para amadores e que é a mudança segura. Sobre Mi-nas, onde Pimenta da Veiga (PSDB) está atrás de Fernan-do Pimentel (PT) nas últimas pesquisas, fez um discurso de motivação. “Não é em Minas Gerais que daremos guarida para governo que fracassou”, enfatizou.

MANOBRAAécio tenta, ao des-qualifi car a candidata Marina Silva, retomar os votos antipetistas que migraram para a candidata do PSB depois da morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo

Favela faz troca do PSB pelo PTAmbiente hostil a petistas e

petebistas devido ao grande vo-lume de propaganda do PSB até o fi m da tarde de quarta-feira (3), o bairro pobre de Brasília Teimosa, na Zona Sul do Recife, amanheceu ontem (4) repleto de bandeiras da presidente Dil-ma Rousseff e de seu principal apoiador no Estado, o senador Armando Monteiro (PTB-PE).

Candidato ao governo de Per-nambuco, Monteiro e a petista participaram de comício no lo-cal, às 19h (horário de Brasília), ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O ato é

uma tentativa de alavancar as duas candidaturas, atingidas pela meteórica ascensão de Marina Silva e Paulo Câma-ra (PSB). Pesquisas Datafolha divulgadas na quarta-feira (3) mostram empates entre Ma-rina (34%) e Dilma (35%), na disputa pelo Planalto, Câmara e Monteiro (ambos com 36%), na eleição para o palácio do Campo das Princesas.

Para garantir que a areia e as calçadas então tomadas por bandeirões amarelos (cor do PSB) fossem ocupadas por dezenas de bandeiras brancas

(de Dilma) e azuis (de Monteiro), a disputa pelo bairro começou antes de os pescadores do bair-ro seguirem para o mar.

Apesar de a legislação elei-toral permitir propaganda nas ruas somente das 6h às 22h, as pessoas pagas para tomar conta dos bandeirões disseram à reportagem que o material começou a ser instalado ainda de madrugada. “Cheguei aqui às 3h10 para ajudar e fi co até acabar (o comício)”, disse a desempregada Ana Lúcia da Silva, 35, contratada por R$ 1.080 para trabalhar. Segundo

ela, até o dia da eleição, em 5 de outubro, serão sete dias por semana sem direito a alimen-tação nem água.

A volta de LulaO ato de ontem marcou a

volta do ex-presidente Lula ao bairro de pescadores que repa-ginou em seu primeiro governo, quando acabou com palafi tas e construiu vilas. Brasília Teimo-sa foi um dos primeiros locais visitados pela “Caravana da Fome” de Lula, com a qual o ex-presidente procurou dar um “choque de realidade”.Dilma Rousseff foi recebida com euforia em favela do Recife

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Após seu discurso, Aécio foi para um res-taurante na Savassi se reunir com deputados da base. Ao chegar ao restaurante, conversou rapidamente com os jor-nalistas. “Estranho seria se não fi zéssemos essa reunião. É hora de dar uma acelerada nessa reta fi nal, estamos confi antes de que vamos ganhar essa eleição. Pretende-mos mobilizar forças e botar todo mundo para trabalhar. Nessa reta fi nal é a hora que tem de se de-cidir a eleição”, declarou. Ele disse que a campanha em Minas Gerais deveria vincular um pouco mais as campanhas de todo o partido no país. “Pimenta tem que identifi car mais com o trabalho que fi ze-mos em Minas ao longo desses 12 anos”, disse.

Tucano quer acelerar campanha

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa eNáis Campos

REPORTAGEMMoara Cabral,Joelma Muniz, Rapahel Lobatoe Assessorias

REVISÃODernando Monteiroe João Alves

DIAGRAMAÇÃOKleuton Silva, Leonardo Cruz, Marcelo Robert e Pabrlo Filard.

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

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