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IGREJA E SOCIEDADE 1 “Eu vim para servir” (Mc 10,45). Área – ética teológica. - Moral social; - ética do/no trabalho. Propostas: - Desafios – trabalho – múltiplos – chaves de leitura Paz – ano da paz Ponto de partida: Concílio Vaticano II. Constituição Dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium. Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo atual – Igreja servidora da sociedade. – “Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27). Servir e cuidar do ser humano. Jesus está no meio de nós para servir, mas tem algo importante para comunicar-nos. = Reino de Deus. Campanha da Fraternidade. - Desafio enorme: Ver a realidade como Jesus a via e interpretar a realidade a partir de uma chave de compreensão: o Evangelho. - Jesus via a globalidade. Não desviava seu olhar. Honestidade real. Complexidade da história. – verificar as complexidades das situações; 1 Aula inaugural ministrada pelo Prof. Dr. Élio Stanislau Gasda, SJ, no Curso de Pós-Graduação em Teologia – PUC-SP; 11.02.2015.

Elio Gasda, Igreja e Sociedade

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Gasda, Igreja e sociedade

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IGREJA E SOCIEDADE1

“Eu vim para servir” (Mc 10,45).

Área – ética teológica.

- Moral social;

- ética do/no trabalho.

Propostas:

- Desafios – trabalho

– múltiplos – chaves de leitura

Paz – ano da paz

Ponto de partida: Concílio Vaticano II.

Constituição Dogmática sobre a Igreja Lumen Gentium.

Constituição Pastoral Gaudium et Spes sobre a Igreja no mundo atual – Igreja servidora da sociedade.

– “Estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27).

Servir e cuidar do ser humano.

Jesus está no meio de nós para servir, mas tem algo importante para comunicar-nos.

= Reino de Deus.

Campanha da Fraternidade.

- Desafio enorme:

Ver a realidade como Jesus a via e interpretar a realidade a partir de uma chave de compreensão: o Evangelho.

- Jesus via a globalidade. Não desviava seu olhar.

Honestidade real.

Complexidade da história.

– verificar as complexidades das situações;

– a verdade deve aparecer;

– a realidade, pode muitas vezes, matar;

– a realidade complica

1 Aula inaugural ministrada pelo Prof. Dr. Élio Stanislau Gasda, SJ, no Curso de Pós-Graduação em Teologia – PUC-SP; 11.02.2015.

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– Deus entra na realidade e salva-a.

“Não existe nada profano para aquele que sabe contemplar” (ver com o olhar de Cristo) – Teilhard de Chardin.

– Desafio: vínculo da teologia com olhar trinitário.

– Ver a totalidade como totalidade.

a) O que sabemos sobre a realidade / a sociedade na qual nos encontramos – até onde alcança nosso conhecimento, olhar sobre a realidade?

b) O que sabemos sobre o poder que governa – (poder soberano) – o mundo? Quem governa (que nível) governa o mundo?

c) O que vemos/ com que profundidade conhecemos a economia?

– Que novo sujeito político é esse que ninguém consegue arrostá-lo?

d) Poder – gera a cultura.

A cultura dominante tem um autor: esse governo que governa (cultura do poder).

– Por que o sistema consegue seduzir tanto?

= gera a cultura.

Igreja e Sociedade = consciência

A consciência humana está a ser configurada – (manipulada) – por esse sistema.

Tema da consciência – até que ponto as pessoas tem liberdade de consciência hoje?

– Síntese: facebook – Julian Assange (denúncia).

* Quem gera cultura tem poder.

* Que sujeito temos diante de nós?

* Filósofos alemães e franceses.

– Sujeito ambíguo – cansado

– excitado (sociedade = manter o sujeito acordado)

– performance (“Yes wer can”)

– super comunicação

– psiquiatrização da vida cotidiana

– corpo = “acessório” – design corporal – objeto de investimento

(David Lebreton).

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Organização civil da sociedade.

– relação cristã com a sociedade

– princípio democrático da laicidade

ǂ usar a política para defender os interesses subjetivos, de “grupos privados” etc.

= Soberania é do povo: estado laico é independente da religião.

– O princípio democrático da sociedade civil.

≥ resgatar as raízes teológicas da laicidade do Estado.

= Respeito ao estado democrático – tolerância.

* Princípio constantiniano.

Igreja e Sociedade

= Autonomia e cooperação (cf. Decreto “Dignitatis humanae”).

“Todos os homens devem estar livres de coação, quer por parte dos indivíduos, quer dos grupos sociais ou qualquer autoridade humana; e de tal modo que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência, nem impedido de proceder segundo a mesma, em privado e em público, só ou associado com outros, dentro dos devidos limites” (DH, n. 12).

Constituição Gaudium et Spes, n. 16.

– A consciência é o primeiro vigário de Cristo.

– Somente um Estado laico pode garantir a liberdade religiosa das pessoas (cf. GS, n. 96).

3) As religiões não tem mais direitos e privilégios do que outras instituições da sociedade = (“calcanhar de Aquiles” para muitos cristãos).

– Confessar a religião não é questão de estado;

– não pode impor uma cultura/ nada a ninguém por princípio religioso.

– Como?

– Cultura do encontro –

Diálogo em todos os níveis

= transversalidade.

– Igreja – oferece horizontes no diálogo.

– atitudes: modéstia e responsabilidade

= todos estão sob o influxo da salvação.

– o amr não tem nenhum vínculo a nenhuma confissão religiosa (Mt 25,31-46).

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* Papel – Igreja no Brasil.

= Cooperar mediante o diálogo para construir uma sociedade na qual as pessoas não são cidadãs ≥ recompor a cidadania.

Pautas:

– Princípio da solidariedade = todos são responsáveis por todos.

“Cultura do encontro”.

Pautas: – terra – meio ambiente;

– pão – cultura do trabalho;

– casa – moradia, migrantes etc.;

Favelas – Papa Francisco (Encontro dos movimentos sociais).

≥ Em comunhão com a Igreja – Paz.

– Despertar para o problema da violência;

– A convivência comunitária;

– Indiferença ao problema da violência (cf. Evangelii Gaudium).

– Violência simbólica/ cultural –

– agressões à dignidade humana;

– verbal;

– explícita;

– no mundo do trabalho;

– no trânsito;

– contra os povos – indígenas; – quilombolas

– no campo.

= Dados: Brasil – um dos países mais violentos do mundo (13%) – cidades violentas: 11 das mais violentas do índice; PIB: 300 milhões.

– violência estrutural.

≈ Quanto mais – (alto o grau de disparidade) – violência estrutural maior violência.

“A paz é fruto da justiça”.

– Extermínio de jovens no Brasil.

“O Brasil trata a violência de seus jovens como parte de sua paisagem” = 82 jovens são assassinados diariamente no Brasil.

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8 – 10 (jovens negros) = Fundação Getúlio Vargas.

– racismo.

70% não confia na polícia;

– “Onde está o Amarildo?”

* A sociedade não reage;

* A população carcerária do Brasil é menor apenas que a da China e dos EUA;

* Aumento da criminalidade;

* Aumento dos presos provisórios = 1200%.

– Temas positivos:

* Juventude – os jovens querem viver;

– A violência não diminui com violência;

– A paz é um bem indivisível: ou é de todos ou não é de ninguém.

* Estabelecer novas bases para as relações sociais – cultura do encontro:

– substituir a cultura do conflito pela cultura da paz;

– 1º Família: mensagem Mundial para a Paz, 2014.

– caminho do ver/ enxergar o outro como meu irmão, minha irmã = é a família.

= aprender a compartir = escola da paz (1º caminho para a paz);

– Fraternidade – concepção/ dimensão antropológica;

– Formar a consciência para a paz.

* A fraternidade se aprende na família.

Mt 2 – (Cultura da fraternidade).

“A ninguém chameis de mestre” (Mt 23,8).

2) A cruz é o lugar da fundação da fraternidade: – Reconcilia todos;

– Derruba os muros de separação (cf. Ef 2,14).

4) Eclesialidade e Cidadania.

– Ser Igreja é ser cidadão.

– Romper a hipocrisia cotidiana – (Por que as pessoas nas celebrações eucarísticas se cumprimentam e ao sair delas veem uns aos outros como estranhos?).

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– Romper com separação da cidadania e eclesialidade.

– Não podem ser vistas de maneiras separadas.

A construção da eclesialidade e da cidadania são um único e mesmo movimento (Doc. de Aparecida, n. 200; Doc. CNBB, n. 107).

– Presença do cristão na sociedade tendo em vista o Reino de Deus.

= Cristo é o Centro.

A Igreja é o Corpo de Cristo.

Ela existe – está no meio – como aquela que serve (1Cor ).

* Os cristãos estão na sociedade como “olhos, mãos, pés...”, de Cristo.

“Prefiro uma Igreja ferida...” (Papa Francisco).

* Religiosos – teólogos – ajudar a despertar a Igreja.

– para despertar a sociedade.

– Indagações:

– Família.

Sair – despertar – diálogo.

Diálogo – abertura mental.

O que é a família hoje?

O que a sociedade entende por família?

Qual a constituição da família?

O que sabemos sobre a família?

– interdisciplinaridade entre as diversas abordagens das ciências.

* Problemas internos: – celibato;

– ordenação de presbíteros.

– Como reagir ao poder soberano?

Nós o conhecemos em parte.

– Usar as armas do império: ousadia, superar a ideia de fronteiras, abrir fronteiras humanas (não geográficas);

* Usar a subjetividade:

– O império aproveita o melhor das pessoas: espírito, alma etc.

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– Organizar dentro do império – uma multidão = grupo ≥ pedagogia de Jesus

– O “enxame digital” não permite a pessoa silenciar.

– Contemplação – silêncio;

– reflexão;

– contemplar.

Planificação das Mass media – as notícias, informações etc., são veiculadas sem distinção de graus de importância (humor, terror, trágico etc.).

– Compreensão da narratividade.

Amor – nome de pequenas narrativas.

– “No pequeno amor se manifesta mais” (Gianni Vattimo).