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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ELIZABETH CRISTINA SILVA DA COSTA IMPORTAÇÃO DE RODAS DA CHINA PARA A EMPRESA “CASA DAS RODAS LTDA” PARANAGUÁ

Elizabeth Costa final - tcconline.utp.brtcconline.utp.br/media/tcc/2015/05/IMPORTACAO-DE-RODAS-DA-CHINA.pdf · • Disponibilidade para estar aprendendo sempre. ... Após isso, o

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

ELIZABETH CRISTINA SILVA DA COSTA

IMPORTAÇÃO DE RODAS DA CHINA PARA A EMPRESA “CASA

DAS RODAS LTDA”

PARANAGUÁ

2

2013

ELIZABETH CRISTINA SILVA DA COSTA

IMPORTAÇÃO DE RODAS DA CHINA PARA A EMPRESA “CASA

DAS RODAS LTDA”

Monografia apresentada ao MBA em Relações Internacionais, Negociação e Comércio Exterior da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito para a obtenção do título de especialista. Orientador: Prof. Wagner Godinho

PARANAGUÁ

3

2013

Dedico este trabalho aos meus filhos Matheus e

Fernanda e ao meu marido Mario que sempre me

deram apoio e incentivo, permitindo assim a sua

realização.

4

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus,

À Universidade TUIUTI do Paraná,

Aos meus filhos Matheus e Fernanda,

Agradeço também ao meu marido Mario.

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RESUMO

Esse trabalho foi elaborado visando uma importação de Rodas da China para o Brasil, para uma empresa que estaria importando pela primeira vez. Nele viso apresentar desde o inicio, pesquisas e introdução para que a empresa ingresse nesse mercado de importação e o mais importante uma analise de custos e possíveis fornecedores. Assim como todo tramite para que a empresa obtenha a autorização da Receita Federal do Brasil para importar. Primeira parte a descrição da empresa, seu histórico, sua missão e o publico alvo. Uma analise dos pontos fortes e fracos da empresa e objetivos. Na segunda parte detalho todo processo para a internacionalização da empresa, a analise de mercado CHINA e a escolha do fornecedor e a negociação internacional. A terceira parte detalha todas as etapas do comercio exterior, como exportação, importação, registro no radar, nomenclatura, tratamento administrativo, incoterms (negociações), transporte internacional, documentos de importação, modalidades de pagamentos e finalizo com a estimativa de custos e as despesas aduaneiras. Contudo uma analise que abrange alem do produto importado,os demais escopos da importação.

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SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO......................................................................................................10

2. PROPOSTA ............................................................................................................ 8

3. DESCRIÇÃO DA EMPRESA ........................... ....................................................... 9

4. ANÁLISE DE AMBIENTE ............................ ......................................................... 12

5. ESTIMATIVA DO CUSTO DE IMPORTAÇÃO .............. ....................................... 36

6. CONCLUSÃO ...................................... ................................................................. 40

7.REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 41

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1. INTRODUÇÃO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso tem como escopo apresentar aos

seus leitores, a viabilidade de uma empresa nacional, que adquire seus produtos de

fornecedores internos, passar a importar os mesmos, no sentido de se diferenciar

perante seus concorrentes. Preliminarmente, cabe esclarecer que o mercado exige

atitude de uma empresa, tendo em vista que atualmente a concorrência é ampla,

necessitando se evoluir e encontrar medidas que proporcionem melhoras no negócio

a cada dia, para que possa, assim, se destacar em seu segmento.

Para melhor análise da questão, tanto no caso teórico quanto no prático, o

presente estudo traz uma análise focada na empresa Casa das Rodas, que solicitou

um exame minucioso da forma de internacionalizar sua empresa, e ainda, sobre a

viabilidade de importar seus produtos diretamente da China. No decorrer deste

trabalho, serão apresentados os dados da empresa acima citada, onde serão

expostos sua identificação, seu histórico, seus produtos e serviços, missão e visão,

logomarca, localização, faturamento, público alvo, entre outros.

Depois de apresentadas as considerações concernentes à empresa Casa das

Rodas, serão demonstradas a fundamentação teórica para uma empresa nacional

se internacionalizar, e passar a importar seus produtos.

Quanto à fundamentação teórica serão analisadas questões de como

internacionalizar uma empresa, a prospecção de novos fornecedores, estudo sobre

o mercado alvo China, negociação internacional, etapas do comércio exterior,

procedimentos para processo de importação, entre outros.

Após a análise da empresa ora tratada e da fundamentação teórica, e com

base nestes, será apresentada uma análise das vantagens da empresa Casa de

Rodas em importar um de seus produtos, especificamente rodas.

Desta forma, será apresentado aos leitores um estudo minucioso sobre a

importação das rodas, onde ficarão demonstradas as diferenças entre uma empresa,

em adquirir seus produtos no mercado interno, ou ainda, importar os mesmos.

Por fim, através dos estudos e planilhas constantes no presente trabalho, ficará

demonstrada a vantagem da empresa ora tratada importar as rodas diretamente da

China, o que resultará numa grande vantagem econômica, proporcionando uma

maior competitividade no mercado concorrencial, e ainda, num aumento de lucro

para a empresa.

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2. PROPOSTA

Atualmente as empresas estão procurando maneiras diferentes de lidar com a

concorrência e qualquer nova oportunidade pode se tornar um grande diferencial,

diante deste cenário a empresa Casa das Rodas nos questionou os conhecimentos

básicos para iniciar um processo de internacionalização da empresa e também

sobre a viabilidade de importar um de seus produtos, no caso a Roda, diretamente

da China.

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3. DESCRIÇÃO DA EMPRESA

Identificação

Razão Social: Casa das Rodas Centro Automotivo Ltda. ME

Nome Fantasia: Casa das Rodas

CNPJ 03.647.388/0001-05

Histórico do segmento

Desde a antiguidade, utilizada em carruagens até os mais modernos carros

todos necessitam de um componente em comum, as rodas. A roda é sem dúvida

uma das mais antigas invenções da humanidade. Para muitos cientistas a roda é o

maior invento de todos os tempos, acredita-se que seus inventores foram os povos

que habitavam o atual Iraque cerca de 5.500 anos atrás. Foi provavelmente

originada de um tronco de árvore rolando, mais tarde este rolo se transformou em

disco. Com base nesta evolução constante a empresa optou por fazer parte deste

segmento oferecendo produtos de alta tecnologia e trazendo as novidades deste

mercado.

Histórico da empresa

A Casa das Rodas foi fundada em 2000. Iniciou suas atividades como

tornearia, prestando serviços específicos de conserto e reforma de rodas, e,

posteriormente, foi agregando alguns serviços de borracharia, sempre objetivando

satisfazer a procura de produtos e serviços no setor automotivo. A empresa obteve

crescimento moderado com um aumento no número de clientes desde sua

fundação, em função do aquecimento do mercado automobilístico.

Hoje, a Casa das Rodas continua com sua tornearia, porém com equipamentos

modernizados, o que permite um serviço especializado no conserto e recuperação

das rodas. Entretanto, verifica-se que a empresa também atua na venda de produtos

e na prestação de outros serviços, os quais se encontram especificados no próximo

item, mantendo uma margem competitiva através da qualidade total, garantia e

segurança de seus produtos e serviços, e também de sua imensa capacidade em se

adequar às necessidades de seus clientes.

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Produtos e serviços

Os produtos comercializados pela empresa são agrupados em pneus, rodas e

baterias das principais marcas do mercado. Por sua vez, os serviços prestados

incluem conserto e recuperação de rodas, geometria, caster, camber,

balanceamento, suspensão, freios, troca de óleo e filtros, rebaixamento.

Missão e visão

A missão da empresa é “oferecer produtos de alta qualidade para satisfazer as

necessidades de um público exigente; aliado a um atendimento de excelência, bem

como proporcionar maior comodidade visando à satisfação e a fidelização de nossos

clientes”. Por sua vez, a visão consiste em “fornecer, pneus e rodas a lojistas e

consumidor final com diferencial técnico e qualidade de serviços”.

Logomarca

Figura 1 – Logomarca da empresa

Localização

Avenida Vereador Toaldo Túlio, 3412 – Térreo – São Braz – Curitiba/PR

Faturamento

Tabela 1 – Faturamento da empresa em 2009

Público-alvo

A Empresa atua fortemente junto a pessoas jurídicas, incluindo grandes lojas

de veículos, concessionárias, seguradoras e locadoras de veículos, bem como

pessoas físicas proprietárias de veículos automotores.

11

Organograma

Figura 2 – Organograma da empresa

12

4. ANÁLISE DE AMBIENTE

As empresas procuram a diferenciação para isto costumam fazer uma análise

detalhada de seus ambientes externos e internos, levando em consideração as

fraquezas e forças diante de sua posição no mercado. Isto é feito através de

comparação com as empresas que atuam no mesmo segmento. Por meio da análise

ambiental é possível identificar diversas ameaças e oportunidades, os quais são

utilizados para elaborar estratégias convenientes para empresa. De acordo com

Certo e Peter (2005) a análise do ambiente é um processo de monitoração do

ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades, tanto presente

quanto futura que possa influenciar a capacidade das empresas de atingir suas

metas.

Ambiente interno

Pontos fracos

• Receio em arriscar em novas áreas, e em novas oportunidades de

investimento.

• Não existe marketing estratégico em andamento.

• Perda em relação a preço comparando com as outras empresas do

mesmo segmento que já importam diretamente da China.

Pontos fortes

• Estabelecida no mercado com bom fluxo de caixa.

• Estoque suficiente para atender aos pedidos a pronta entrega.

• Credibilidade e fidelidade com os clientes.

• Qualidade nos serviços prestados.

• Conhecimento do mercado.

Ambiente externo

Oportunidades

• Aperfeiçoar o lucro realizando suas compras de outros países.

Ameaças

• São variáveis econômicas, sociais que não podem ser controladas pela

empresa.

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DIAGNÓSTICO DO PROBLEMA / NECESSIDADE

Tendo em vista que o seu problema é comprar a maioria de seus produtos no

mercado interno, verifica-se a necessidade de internacionalização da empresa, para

no que se diz respeito a preço, e para ela se tornar igualmente competitiva com suas

concorrentes que já são internacionalizadas. Considerando que o mercado

automotivo é rigoroso, deseja-se identificar em âmbito geral a viabilidade da

importação de rodas diretamente da China.

DETERMINAÇÃO DOS OBJETIVOS

Objetivo geral

Verificar a viabilidade de desenvolver uma área na empresa para trabalhar com

o processo de importação de seus produtos, visando o lucro e competindo melhor

com seus concorrentes.

Objetivos específicos

• Internacionalização da empresa;

• Realizar cotações com fornecedores chineses;

• Analisar se há barreiras comercias que impedem o processo;

• Verificar custos referentes ao processo de importação;

• Realizar a importação de rodas diretamente do país de origem

(República Popular da China), para competir em preço com seus concorrentes.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Internacionalização da empresa

Uma empresa com o interesse de atuar no mercado internacional, não poderá

simplesmente entrar de qualquer forma no mercado, sobre pena de correr grande

risco de suas pretensões serem frustradas. Portanto, se faz necessário que a

mesma realize uma análise sobre vários itens, para que assim possa se

internacionalizar. Neste sentido, vale ressaltar os pontos mais relevantes a serem

analisados na internacionalização de uma empresa, sobre a ótica de (2000, p.7), nos

seguintes termos:

• Análise da capacidade exportadora da empresa.

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• Disponibilidade de recursos humanos para que o trabalho possa ser

bem estruturado, desenvolvido e analisado.

• Habilidade para operar em outra cultura.

• Disponibilidade de recursos financeiros, pois a inserção no mercado

internacional exigirá investimentos, seja na área produtiva, mercadológica e/ou

organizacional.

• Retorno a médio e longo prazo.

• Capacidade para fazer as medidas governamentais de reflexo

instantâneo e muitas das vezes desfavorável ao seu programa de importação

seja através de aumento de alíquotas, desvalorização cambial dentre tantas

outras.

• Habilidade de adoção de estratégias para enfrentar os novos cenários

que se criam em função das novas medidas governamentais, como as

mencionadas.

• Disponibilidade para estar aprendendo sempre.

Desta forma, verifica-se a necessidade de uma empresa estudar

minuciosamente os pontos acima citados, para que possa entrar com segurança no

mercado internacional.

Como prospectar novos fornecedores

Para a escolha de um fornecedor, sempre é importante avaliar com muita

cautela sobre a idoneidade de sua futura parceira, visando primordialmente a

qualidade, preço, prazo, entre outros. Após isso, o próximo passo é iniciar o contato,

solicitando ao fornecedor cotações de preços e todas as informações de sua

necessidade, passando para o mesmo, todos os dados para obter a resposta do que

precisamos para a continuação do processo. Estando de acordo ambas as partes,

providencia-se por parte do exportador a emissão da Fatura Proforma solicitada pelo

importador, no documento estará de forma detalhada, todas as informações

referentes ao pedido.

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Análise de estudo do mercado-alvo: China

Sobre o crescimento da China, segundo Furlan e Felsberg (2005), nos últimos

25 anos ocorreu um extraordinário boom econômico na China, quando incentivado

por vigorosos esforços de reformas, o país cresceu em média 9% ao ano e

aumentou a renda per capita em mais de sete vezes, criando um universo de novas

oportunidades emprego e investimentos nunca antes visto. A China está de portas

abertas para o Mundo querendo negociar, e exportar, e com isso as negociações

tornam-se mais fáceis, podemos cotar com várias empresas chinesas e chegando a

um preço mais em conta na hora da compra, consequentemente obtendo um preço

mais atraente para a revenda no Brasil. Os autores entendem que o setor não para

de crescer. Norman R. Sorensen, Chairman da Coalizão da Indústria de Serviços

dos Estados Unidos, estima que em dez anos, a China passará a ser a terceira

maior economia do mundo, crescimento este que vê no setor das indústrias de

serviço considerável importância propulsora. Tais crescimentos têm explicação: a

China, considerada outrora uma das mais fechadas economias do mundo, está se

globalizando através da gradativa liberalização do mercado de bens e serviços, que

teve como marco principal o ingresso da China na OMC, em 11 de dezembro de

2001, e a consequente adoção dos princípios multilaterais e liberalizantes da

entidade.

Sobre as fortes pressões amplas durante o seu processo de acessão, Furlan e

Felsberg (2005) sustentam que a opção chinesa de aderir a um sistema já em

funcionamento teve seu preço, a China, além de não ter podido negociar as regras a

que hoje se vincula, sofreu forte pressão por concessões amplas durante seu

processo de acessão. As obrigações definidas à China, aliás, são em vários pontos

mais rigorosas que as que se aplicam aos demais membros da Organização. Passa-

se rapidamente aos pontos que chamam atenção, sob este aspecto: (a) podem-se

identificar obrigações mais rigorosas em termo dos TRIMS, em que a China se

comprometeu, por exemplo, a não condicionar vantagem governamental para

atração de investimento, por exemplo, a transferência de tecnologia (o que os

demais membros podem fazer); (b) em matéria de antidumping, as comparações de

preços para fins de aplicação da medida, quando a China for objeto de investigação,

não serão feitas com base no mercado chinês (como ocorre, mutatis mutandis¹, com

os outros membros quando são investigados), mas com base num terceiro mercado

- e assim se procederá por um período significativo de 15 anos. Também regras

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especiais para comparação de preços para fins de aplicação de medida

compensatória estão previstas, e do mesmo modo se aplicam apenas à China por

um período de 15 anos.

A China é visada pelo mundo inteiro, ela tem que preservar a sua imagem para

poder se tornar numa potência que é o seu foco. É nesse rumo em que a China vem

trilhando para conquistar os seus objetivos, nos últimos seis anos, que foram os

mais intensivos, o país cresceu muito em questão de tecnologia, qualidade, e

confiança, os preços de custo cada vez vem sendo mais competitivos em relação a

outros países do mundo.

Sobre a colocação comercial mundial no mercado, Furlan e Felsberg (2005)

sustentam que o mercado internacional de serviços representa, atualmente,

importante fatia do comércio internacional geral, alcançando em 2003, a marca de

19,5% dos valores mundialmente comercializados, o que monta US$ 3,575 trilhões.

Deste total, a China figura na nona posição mundial geral e na primeira em relação

aos países em desenvolvimento, com expressivos US$ 102 bilhões no mesmo

período. Ademais, o país obteve um significante crescimento de 18% no mercado de

exportação de serviços e 19% do de importação naquele mesmo ano, o que faz dele

um importante novo polo consumidor.

(¹) Mutatis Mutandis: é uma expressão latina que significa mudando o que tem

de ser mudado. Pode ser, de maneira geral entendida como: "tendo substituído ou

levado em conta certos termos". Tal expressão é geralmente empregada a respeito

de uma sentença ou ideia anteriormente citada e compreendida pelo leitor. Ela

indica, assim, que posteriormente algo fora alterado ou que se pode fazer uma

analogia de tal fato, porém tomando as devidas proporções e alterações

necessárias.

A China é exemplo dentre os países em desenvolvimento, ela se encontra na

nona posição mundial, tratando-se dos valores comerciais, o Brasil pode pegá-la de

exemplo de crescimento gerando assim, novas oportunidades no comércio

internacional. Sobre o relacionamento com o Brasil em números Furlan e Felsberg

(2005, p. 8) possuem o seguinte entendimento: Em 2003, as exportações chinesas

cresceram 35%, a maior taxa entre os 30 principais exportadores mundiais, de

acordo com relatório da OMC intitulado World Trade 2003 – Prospects for 2004. No

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mesmo ano, as importações da China cresceram 40% em relação a 2002, atingindo

5,3% das importações mundiais. Dessa forma, a China passou da sexta para a

terceira posição entre os principais importadores mundiais, superando a França, o

Japão e o Reino Unido.

Não seria em vão que um país pudesse crescer tanto nos últimos anos, isso

prova um compromisso com as regras internacionais e desejo de poder se destacar,

prova-se também que é de grande vantagem de firmar acordos e negócios com a

China, que diante de todos os fatos já observados verificamos novas oportunidades

neste mercado, por esse motivo que o Brasil vem firmando grandes negócios com a

China, e isso serve de crescimento a ambos.

A respeito da elevação do padrão industrial da China Furlan e Felsberg (2005,

p. 110) dizem que a China começa a elevar o seu padrão industrial, ou seja, está

produzindo mais bens com maior valor agregado, isso beneficia o Brasil, porque vai

aumentar a produtividade dos setores estratégicos, que por sua vez vai aumentar a

renda dos trabalhadores, colocando o custo da mão-de-obra no seu devido patamar,

este fator isoladamente deve diminuir as exportações chinesas.

Escolha do fornecedor

A escolha do fornecedor ocorreu através de cadastro no site Alibaba, que é

considerado o maior site de negócios da China. Abaixo temos um pouco sobre o

histórico e a idoneidade deste site, o qual nos propiciou o contato com os

fornecedores.

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Figura 3 – Site de busca de fornecedores

História e acontecimentos

Jack Ma, ex-professor de Inglês da cidade de Hangzhou da China, começou a

desenvolver a ideia do site Alibaba.com com 17 outros fundadores em 1999 com o

intuito de fazer negociações para os pequenos fabricantes venderem seus produtos.

Desde então o site cresceu no mercado on-line com estas empresas em todo o

mundo, identificando potenciais parceiros comerciais e interagir entre eles para

realizar negócios on-line. O Alibaba.com está no mercado de ações na Bolsa de

Valores de Hong Kong e em Novembro de 2007, foi considerado o maior site da

categoria de seu segmento na Internet. Em Julho de 2009 lançou o Global Supplier

membros Gold no mercado internacional para servir de fornecedores fora da Grande

China. O site ora tratado é líder global em comércio eletrônico para pequenas e

grandes empresas, sendo Fundado em 1999, traz facilidades para milhões de

compradores e fornecedores em todo o mundo a fazer negócios online, através de

três mercados: um mercado de comércio global (www.alibaba.com) para os

importadores e exportadores, o mercado chinês (www.1688 comércio. com) para o

comércio interno na China e para o mercado japonês (www.alibaba.co.jp), que visa

facilitar as negociações com o Japão. Juntos, os mercados formam uma comunidade

de mais de 47 milhões de usuários registrados em mais de 240 países e regiões. O

Alibaba.com também oferece software de gestão de negócios e serviços de

infraestrutura de Internet para as pequenas empresas em toda a China. Fundada na

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cidade de Hangzhou na China, a Alibaba.com tem escritórios em mais de 60 cidades

da Grande China, Japão, Coréia, Europa, Estados Unidos e toda a China.

Propostas / cotações

Cotação Nome da Empresa Forma de pagamento

Incoterm Preço

unitário (USD)

1ª Shanghai King Security Co., Ltd.

50% à vista e 50% por L/C

FOB 63,00

2ª Wuhan Wofoto Auto Parts Co., Ltd.

40% à vista e 60% por L/C

FOB 55,59

3ª Shandong Vesteon

Atomotive Parts Co., Ltd.

60% à vista e 40% por L/C FOB 49,50

4ª Sino Machinery Co., Ltd. 30% à vista e 70% por L/C

FOB 48,50

Quadro 1 – Resumo das cotações

Negociação internacional

A negociação com o fornecedor internacional resultou nas seguintes condições

gerais da transação:

• Fornecedor escolhido: Sino Machinery Co. Ltd. - empresa de solução

profissional em rodas, fundada em 2003, podendo fornecer rodas de aço, liga

leve, tambores de freio e cubos com ótimos preços no mercado. Atualmente, a

sua capacidade de oferta anual é de 3 milhões de conjuntos de rodas de aço,

500 mil conjuntos de rodas de liga leve e 30 mil toneladas de carcaça. Essa

capacidade será o dobro até 2015. Tem estabelecido rigoroso sistema de

controle de qualidade, e foi aprovado pelo ISO: 9001, TS16949, ect DOT, TUV.

Também investem muito em marketing global que abrange 20 países na

América, Europa, Sudeste Asiático e na Austrália, seus produtos são reputados

por sua qualidade. Adotam o princípio da "Qualidade em primeiro lugar, e um

bom serviço de pós-venda".

• Preço unitário por roda: U$ 48,50

• Classificação da mercadoria: rodas, suas partes e acessórios (Outros –

NCM 8708.70.90).

• Quantidade: 548

20

• Incoterm: FOB - "Free On Board", ou seja, o preço inclui todas as

despesas até a arrumação da mercadoria no navio no porto de origem.

• Modalidade de transporte: marítimo

• Forma de pagamento: 30% antecipado e o restante via carta de crédito

a prazo (90 dias).

• Prazo para produção e embarque: 50 dias.

Etapas do comércio exterior

Antes de adentrarmos nas etapas do comércio exterior, cabe preliminarmente

trazermos a definição do que vem a ser este fenômeno e quais são as partes

envolvidas. Comércio exterior é a relação direta de comércio entre dois países ou

blocos. Segundo Maluf (2000), cada país administra seu comércio com os demais,

através da normatização, estabelecendo regulamentos e normas, métodos e

deliberações para viabilizar este comércio. Ainda, no que concerne ao comércio

exterior, Soares (2004) ressalta em sua definição que comércio é a relação em que

dois ou mais agentes econômicos sediados e/ou residentes em países diferentes

negociam uma mercadoria que sofrerá um transporte internacional e cujo resultado

estará sujeito a uma operação de câmbio. Esta relação, segundo Amaral (2004),

envolve duas partes - o exportador - aquele que remete ou vende mercadoria

nacional para fora do país -; e o importador – que age no fluxo contrário, trazendo

para dentro de certo país os produtos estrangeiros.

Exportação

Verificou-se no tópico anterior, que as relações internacionais sempre

envolvem um exportador, o qual será o detentor da mercadoria. Desta forma, é de

salientar que exportação, de acordo com Maluf (2000), é a saída de mercadoria

nacional ou nacionalizada do território aduaneiro brasileiro. Esta saída baseada em

especialização do país na produção de bens para os quais tenha maior

disponibilidade de fatores produtivos, garantindo excedentes exportáveis. Portanto,

tem-se que aquele que for o detentor da mercadoria na relação internacional será

por sua vez o exportador.

Importação

Tendo em vista, que uma das partes da relação do comércio exterior já foi

definida, cabe-nos neste momento trazermos a definição de importação. Segundo

Maluf (2000), importação é a entrada de mercadorias provenientes do exterior, em

21

um país. E consequentemente, resulta, quase sempre, na saída de divisas. Portanto,

o importador será o adquirente da mercadoria, a qual pertencia ao exportador.

Procedimentos para o processo de importação

Registro no RADAR

Para que as empresa possam exercer operações no âmbito do comércio

exterior, se faz condição essencial a sua habilitação junto ao SISCOMEX – Sistema

Integrado de Comércio Exterior, especificamente no Sistema Radar – Ambiente de

Registro e Rastreamento da atuação dos Intervenientes Aduaneiros (VAZQUEZ,

2007).

As condições necessárias para que a empresa se habilite junto ao sistema

Radar, encontra-se regulada pela Instrução Normativa n° 650, de 12 de maio de

2005, a qual foi editada pela Secretaria da Receita Federal. De acordo com

informações extraída do site Radar comercial, tem-se que este sistema,

desenvolvido pela Secretaria de Comércio Exterior – SECEX, é um instrumento de

consulta e análise de dados relativos ao comércio exterior, que tem como principal

objetivo auxiliar na seleção de mercados e produtos que apresentam maior

potencialidade para o incremento das exportações brasileiras. Através de um

sistema de busca e cruzamento de dados estatísticos, o Sistema permite a

identificação de oportunidades comerciais – produtos ao nível de seis dígitos do

Sistema Harmonizado (SH) – em um universo de mais de 60 países, que

representam cerca de 92% do comércio mundial.

As informações poderão ter como foco o Brasil ou determinado Estado

brasileiro de um lado, e de outro, o Mundo ou um determinado país. As buscas

poderão ser conjugadas – a critério do usuário, dentro de um conjunto de opções

disponíveis -, de modo a permitir a comparação de mercados e de variáveis relativas

aos produtos. Ao dar entrada com um código SH (NCM) – até seis dígitos – ou com

uma palavra chave que identifique certo produto, o usuário do Sistema poderá

acessar diversas informações, performance da exportação brasileira, valores

exportados e importados, principais países concorrentes, medidas tarifárias,

medidas não tarifárias. Os dados e análises disponíveis no Sistema são relatados

por triênio, a fim de demonstrar as tendências mercadológicas e evitar

sazonalidades. O último triênio disponível é apresentado como o “padrão” nas

consultas, entretanto, triênios anteriores também podem ser consultados.

22

O Sistema Radar Comercial tem contribuído para a democratização das

informações relativas ao comércio exterior, propiciando a que mesmo as pequenas e

médias empresas (PMEs), localizadas nas regiões mais distantes do Brasil, tenham

acesso – gratuito – a dados e análises que facilitam a sua inserção no mercado

internacional. Em 2005, O Sistema foi premiado com o 1º lugar no “Concurso

Inovação na Gestão Pública Federal”, promovido pela Escola Nacional de

Administração Pública – ENAP.

Nomenclatura ou classificação fiscal

Segundo Vazquez (2007), nomenclatura de mercadorias é uma lista de

produtos do mercado interno e/ou externo, ordenados segundo convenção

internacional, levando-se em consideração a matéria constitutiva, emprego/aplicação

etc. A classificação tem que ser observada minuciosamente pelos profissionais no

momento do enquadramento, tendo em vista tem causado dúvidas quanto à correta

aplicação. O devido enquadramento deve ser analisado corretamente, visto que

servirá para determinar aspectos como o tributo envolvido na operação de

importação, além de fins estatísticos, tratamento administrativo, entre outros

(VIEIRA, 2007). Verifica-se que está classificação adota uma sistemática

denominada Sistema de Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias,

e recebe o nome de Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM).

Tratamento administrativo

No que concerne ao tratamento administrativo dentro da sistemática da

importação, o presente estudo adotará a classificação apresentada por Maluf (2000),

conforme segue:

Importações permitidas. Dentro desta classe estão as importações de

licenciamento automático, que são aquelas que não necessitam de autorização ou

licença para embarque ao exterior e, ainda, as de licenciamento não automático, que

refere-se àquelas que precisam de uma licença de importação para o embarque.

Importações proibidas. Esta classificação refere-se à importações que estão

proibidas de entrar no país, tendo em vista vedações por legislações e acordos

internacionais.

Importações suspensas. Nesta modalidade, para o bom entendimento cabe-

nos apenas analisar a palavra suspensa, ou seja, trata-se daquelas mercadorias que

estão temporariamente suspensas de entrarem no país. Vale ressaltar que a palavra

23

suspensa possui caráter temporário e não definitivo, portanto a qualquer momento o

tratamento sobre tal importação poderá ser alterado.

Importações em consignação. Segundo Maluf (2000,p.200), são as

importações que não tem o ânimo de permanência definitiva da mercadoria. Elas

deverão vir sem cobertura cambial, haverá um acompanhamento da sua destinação,

deverão seguir para o local alfandegado e será exigido um Termo de

Responsabilidade.

Importações sem cobertura cambial. Esta modalidade é exatamente como

foi intitulada, ou seja, refere-se às importações onde inexiste contratação de câmbio,

posto a não necessidade de aquisição de moeda estrangeira.

Importação de material usado . Este tipo de importação obedece a uma

regulamentação especial, possuindo restrições que visam evitar a importação de

equipamentos considerados superados, prejudiciais à elevação de nosso índice de

produtividade, o que dificultaria a competitividade no mercado internacional. Nesta

modalidade sempre será necessária a apresentação de laudo de vistoria e avaliação

(MALUF, 2000).

Incoterms

Os incoterms, segundo Maluf (2000), é um conjunto padrão de definições

determinando regras e práticas neutras que servem para definir, dentro de um

contrato de compra e venda internacional, os direitos e obrigações recíprocas do

exportador e do importador. Os Incoterms trazem regras para serem aplicadas nas

operações de comércio internacional, possuindo como escopo definir direitos e

obrigações do importador e do exportador. De acordo com Vieira (2006), os

Incoterms são representados por siglas. As regras estabelecidas internacionalmente

são uniformes e imparciais e servem de base para negociação no comércio entre

países. A classificação abaixo obedece a uma ordem crescente nas obrigações do

vendedor:

Definições do Grupo E

EXW - Ex Works - a mercadoria é entregue no estabelecimento do vendedor,

em local designado. O comprador recebe a mercadoria no local de produção

(fábrica, plantação, mina, armazém), na data combinada; todas as despesas e riscos

cabem ao comprador, desde a retirada no local designado até o destino final; são

mínimas as obrigações e responsabilidade do vendedor.

24

Definições do Grupo F

FCA - Free Carrier (Livre no Transportador). A obrigação do vendedor termina

ao entregar a mercadoria, desembaraçada para a exportação, à custódia do

transportador nomeado pelo comprador, no local designado; o desembaraço

aduaneiro é encargo do vendedor.

FAS – Free Alongside Ship (Livre no Costado do Navio). A obrigação do

vendedor é colocar a mercadoria ao lado do costado do navio no cais do porto de

embarque designado ou em embarcações de transbordo. Com o advento do

Incoterms 2010 o desembaraço da mercadoria passa a ser de responsabilidade do

vendedor, ao contrário da versão anterior quando era de responsabilidade do

comprador.

FOB – Free on Board (Livre a Bordo do Navio). O vendedor, sob sua conta e

risco, deve colocar a mercadoria a bordo do navio indicado pelo comprador, no porto

de embarque designado. Compete ao vendedor atender as formalidades de

exportação; esta fórmula é a mais usada nas exportações brasileiras por via

marítima ou Aquaviário doméstico. A utilização da cláusula FCA será empregada, no

caso de utilizar o transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo.

Definições do Grupo C

CFR - Cost and Freight (Custo e Frete). As despesas decorrentes da

colocação da mercadoria a bordo do navio, o frete até o porto de destino designado

e as formalidades de exportação correm por conta do vendedor; os riscos e danos

da mercadoria, a partir do momento em que é colocada a bordo do navio, no porto

de embarque, são de responsabilidade do comprador, que deverá contratar e pagar

o seguro e os gastos com o desembarque. Este termo pode ser utilizado somente

para transporte marítimo ou transporte fluvial doméstico. Será utilizado o termo CPT

quando o meio de transporte for rodoviário, ferroviário ou aéreo.

CIF- Cost, Insurance and Freight (Custo, Seguro e Frete). Cláusula

universalmente utilizada em que todas as despesas, inclusive seguro marítimo e

frete, até a chegada da mercadoria no porto de destino designado correm por conta

do vendedor; todos os riscos, desde o momento que transpõe a amurada do navio,

no porto de embarque, são de responsabilidade do comprador; o comprador recebe

a mercadoria no porto de destino e arca com todas despesas, tais como,

desembarque, impostos, taxas, direitos aduaneiros. Esta modalidade somente pode

25

ser utilizada para transporte marítimo. Deverá ser utilizado o termo CIP para os

casos de transporte rodoviário, ferroviário ou aéreo.

CPT – Carriage Paid To (Transporte Pago Até). O vendedor paga o frete até o

local do destino indicado; o comprador assume o ônus dos riscos por perdas e

danos, a partir do momento em que a transportadora assume a custódia das

mercadorias. Este termo pode ser utilizado independentemente da forma de

transporte, inclusive multimodal.

CIP – Carriage and Insurance Paid To (Transporte e Seguro Pagos até). O

frete é pago pelo vendedor até o destino convencionado; as responsabilidades são

as mesmas indicadas na CPT, acrescidas do pagamento de seguro até o destino; os

riscos e danos passam para a responsabilidade do comprador no momento em que

o transportador assume a custódia das mercadorias. Este termo pode ser utilizado

independentemente da forma de transporte, inclusive multimodal.

Definições do Grupo D

DAT - Delivered At Terminal (Entregue em Terminal Combinado). A entrega

da mercadoria é feita em um terminal público ou particular no país de destino

desembaraçada para exportação, porém não desembaraçada para importação. A

partir desse ponto a responsabilidade por despesas, perdas e danos é do

comprador.

DAP – Delivered At Place (Entregue em Local Combinado). O vendedor

entrega a mercadoria não desembaraçada ao comprador, em local combinado no

país de destino designado. A responsabilidade pelas despesas até a entrega das

mercadorias no local de destino estipulado é do vendedor. É responsabilidade do

comprador o desembaraço das mercadorias para importação e o pagamento de

todas as formalidades, impostos, taxas e outras despesas relativas à importação.

26

INCOTERM

Despacho de

exportação

Pagamento do frete

internacional

Pagamento do seguro internacion

al

Carregamento

Descarregamento

Despacho de

importação

EXW – Ex Works

Não Não Não Não Não Não

FCA – Free

Carrier Sim Não Não Não Não Não

FAZ – Free

Alogside Ship

Sim Não Não Não Não Não

FOB – Free on Board

Sim Não Não Sim Não Não

CPT – Carriage Paid To

Sim Sim Não Sim Não Não

CFR – Cost and Freight

Sim Sim Não Sim Não Não

CIP – Carriage

and Insurance

Paid

Sim Sim Sim Sim Não Não

CIF – Cost Insurance

and Freight

Sim Sim Sim Sim Não Não

DAT – Delivered

at Terminal

Sim Sim Sim Sim Sim Não

DAP – Delivered at Place

Sim Sim Sim Sim Sim Não

DDP – Delivered Duty Paid

Sim Sim Sim Sim Sim Sim

Quadro 2 - Demonstrativo de responsabilidades segundo os Incoterms 2010

DDP – Delivered Duty Paid (Entregue Direitos Pagos).

O vendedor cumpre os termos de negociação ao tornar a mercadoria

disponível no país do importador no local combinado desembaraçada para

importação, porém sem o compromisso de efetuar desembarque; o vendedor

27

assume os riscos e custos referentes a impostos e outros encargos até a entrega da

mercadoria; este termo representa o máximo de obrigação do vendedor em

contraposição ao Incoterm EXW.

Figura 4 - Demonstrativo de responsabilidades dos Incoterms.

Fonte: Disponível em www.crexglobal.com.ar. Acesso em março de 2010.

Transporte Internacional

Segundo Vieira (2001), transporte nada mais é do que o translado de uma

mercadoria de um lugar a outro e suas necessidades estão diretamente relacionadas

com as atividades de comércio. Como consequência, é evidente que a existência de

meios de transporte eficientes a preços razoáveis torna-se um fator essencial para o

desenvolvimento de uma região. A oferta de transporte pode ser originada por

razões econômicas, sociais ou políticas como: diferenças geográficas;

especialização manufatureira; economias de escala (conceito intimamente ligado ao

anterior); política de coesão nacional, visando desenvolver regiões menos

favorecidas; política de relações internacionais e outras. De acordo com o mesmo

autor, o Incoterm negociado, o importador ou fornecedor, poderá designar um

transportador especializado, tendo em vista a necessidade e os prazos

estabelecidos, priorizando essencialmente o custo e também a segurança.

A escolha desta modalidade determinará, além do risco, os custos envolvidos

nessa operação, os quais, via de regra, são assumidos integralmente pelo

importador quando da negociação com o exportador através da fatura pro forma. É

importante se pensar em um local mais coerente e propício para o embarque e

desembarque do produto a ser importado, nessa hora é bom fazer uma boa análise

28

para a escolha de um modal mais adequado, levando em consideração o volume,

peso, dimensão e valor agregado. Para essa situação pode se escolher o modal:

marítimo, terrestre, ou aéreo, após orçamentos e pesquisas de custo optou-se pelo

marítimo sendo mais viável em todo sentido.

Documentos de Importação

Este tópico possui grande relevância no comércio internacional, tendo em vista

que serão através da análise dos documentos que agentes intermediários e bancos,

concederão ou não créditos, poderão efetuar pagamentos, entre outros. Neste

momento, passaremos a falar separadamente dos documentos referente à

importação.

Fatura Pro Forma. Este é o primeiro documento da relação comercial, no qual

constam todos os detalhes da operação concluída. A fatura Por Forma é utilizada

para providenciar trâmites de licenciamento de importação em seu país, o qual será

apresentado junto ao banco para envio do pagamento antecipado, extraindo dados

para abertura da Carta de Crédito e outros (MALUF, 2000).

Fatura comercial. Este é o documento hábil para o desembaraço da

mercadoria no país de destino, deverá ser preenchido sem erros, emendas ou

rasuras, pelo próprio exportador. Deverá conter elementos tais como: local, data de

emissão, número; nomes e endereços completos das partes; número do pedido,

contrato, ordem de compra, número da autorização de importação; modalidades de

transporte, venda e pagamento; local de embarque, destino e desembarque;

marcação do volume; número e data de conhecimento do embarque; descrição

detalhada das mercadorias; pesos líquido, bruto e cubagem; preços; declaração

exigida

pelo país importador; outras informações que forem necessárias e por fim

carimbo e assinatura do exportador (MALUF, 2000).

Conhecimento de embarque. Segundo Vazquez (2007) o conhecimento de

embarque é um documento emitido pela empresa transportadora ou por seu agente

e representa o contrato de transporte; é também o recibo da mercadoria entregue

para transporte, podendo, ainda, constituir prova do embarque da mercadoria. O

conhecimento de embarque confere ao consignatário o direito à posse da

mercadoria após o transporte.

29

Diante da explanação acima, tem-se que o conhecimento de embarque é o

documento que confere o direito à posse da mercadoria. Para emissão do

conhecimento de embarque é necessário o fornecimento de algumas informações, e

sugere-se que se entregue ao agente expedidor uma cópia do Registro de

Exportação e/ou da fatura Pro Forma (VAZQUEZ, 2007). A doutrina entende haver

vários tipos de conhecimento de embarque, sendo que os mais utilizados são:

conhecimento marítimo; ferroviário; aéreo e rodoviário.

Romaneio de embarque (Packing List). Quando os embarques

compreenderem mais de um volume, deverá ser emitido um documento pelo

exportador, o qual irá trazer a relação dos volumes, com descrição do conteúdo de

cada um, tendo como principal função auxiliar o importador, na chegada da

mercadoria, para facilitar a conferência e desembaraço aduaneiro, este documento é

denominado de Romaneio (VAZQUEZ, 2007). Este documento trará, além do

conteúdo dos volumes, informações como número, as marcas, pesos, data de

emissão, entre outros. Sâmia (2000, p. 154) aduz que “sua principal função é fazer

um inventário das mercadorias, auxiliando o importador na conferência e no

desembaraço aduaneiro dos produtos quando chegam ao seu destino”.

Certificado de origem . O certificado de origem tem como finalidade identificar

a origem da mercadoria, ou seja, dizer de que país vem, visando atender a acordos

internacionais firmados entre país importador e país exportador. É uma declaração

formal de que a mercadoria objeto daquela exportação, com detalhes do embarque

é originária de determinado país. Ressalta-se que poderá ser emitida pelo próprio

exportador, entretanto, normalmente é feita por entidade oficial, como Câmara de

Comércio, Federação de indústria, Associação Comercial, entre outros (MALUF,

2000).

Modalidades de pagamento

Pagamento Antecipado

Em inglês é denominado como “Advanced Payment” ou “Down Payment”. Esta

modalidade é pouco praticada em razão dos riscos financeiros a que o importador

está sujeito, fazendo a remessa das divisas ao exportador antes do embarque das

mercadorias. A partir do momento que é negociado o importador prontifica-se a

efetuar o pagamento do valor relativo à compra, sabendo que o embarque da

compra só será feito quando confirmado este valor na conta do exportador. Segundo

30

o RMCCI, do Banco Central do Brasil (2010), considera-se pagamento antecipado

de importação aquele efetuado com antecipação de até 180 dias à data prevista

para: (a) o embarque, nos casos de mercadorias importadas diretamente do exterior

em caráter definitivo, inclusive sob o regime de drawback, ou quando destinadas a

admissão na Zona Franca de Manaus, em Área de Livre Comércio ou em Entreposto

Industrial; (b) a nacionalização de mercadorias que tenham sido admitidas sob

outros regimes aduaneiros especiais ou atípicos.

Exclusivamente para máquinas e equipamentos com longo ciclo de produção

ou de fabricação sob encomenda, o prazo de antecipação deve ser compatível com

o ciclo de produção ou de comercialização do bem, prevalecidas as condições

pactuadas contratualmente, tais como sinal e parcelas intermediárias, observado

que o prazo máximo de antecipação diretamente na rede bancária para importações

da espécie é de 1.080 dias com relação às datas indicadas nas alíneas "a" e b" do

ítem anterior.

Não ocorrendo o embarque ou a nacionalização da mercadoria até a data

informada na ocasião da liquidação do contrato de câmbio, deve o importador

providenciar, no prazo de até 30 dias, a repatriação dos valores correspondentes

aos pagamentos efetuados. Desta forma, entende-se que o pagamento antecipado é

aquele realizado anteriormente ao embarque das mercadorias.

Cobrança documentária

A cobrança caracteriza-se como sendo o lado oposto à condição pagamento

antecipado e, por esta razão, enquanto este representa certa porção de risco para o

importador, a cobrança a representa para o exportador. Nesta, o exportador remete

a mercadoria para, depois, após o importador tê-la recebido, providenciar o

pagamento. Sobre o tema Aquiles Vieira (2006, p. 125), dispõe: O serviço de

cobrança documentária de importação no Brasil é oferecido pelos bancos

autorizados a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central, aos seus clientes, o

qual consiste basicamente na recepção dos documentos, capeados por um carta

remessa, oriundos do banco remetente no exterior a serem entregues ao importador.

Cobrança à vista

Também denominada Cobrança Documentária à Vista, consiste na remessa da

mercadoria pelo exportador e, após, na entrega dos documentos, acompanhados de

um saque ou cambial a um banco o qual se encarregará de entregá-los ao

31

importador, em seu país, mediante o pagamento. Segundo Vieira (2006), somente

poderá entregar os documentos originais ao importador mediante pagamento.

Cobrança a prazo

Esta operação é também intitulada de Cobrança Documentária a Prazo e,

como a cobrança à vista, contém implícito o risco. Assim como na cobrança à vista,

o exportador providencia a remessa da mercadoria para o exterior. Após o

embarque, providencia os documentos acompanhados do título de crédito. O banco,

por sua vez, remete os documentos e o saque ao exterior e, mediante o aceite do

saque, faz entrega dos documentos ao importador, para que providencie o

desembaraço da mercadoria. Referente a matéria tem-se o entendimento de Vieira

(2006, p. 127): Na cobrança à prazo, o importador somente poderá retirar junto ao

Collecting Bank os documentos originais recebidos do Remitting Bank, para

desembaraço da mercadoria na alfândega, mediante aceite no saque que lhe será

apresentado para pagamento no vencimento. O importador, quando do vencimento

do saque, deverá providenciar a liquidação, ou seja, o respectivo pagamento.

Cobrança limpa

No que concerne esta modalidade vale ressaltar o entendimento de Aquiles

Vieira (2006, p. 128): Todo envio por parte da Remitting Bank ao Collecting Bank de

documentos financeiros desacompanhados de documentos comerciais. Os

documentos financeiros são conhecidos no mercado internacional como saques

(draft), notas promissórias, cheques, recibos de pagamento.

Remessa sem saque

Apesar de ser comum definir-se a remessa sem saque como sendo uma

condição de pagamento à margem da cobrança, na verdade ela deve ser assim

caracterizada pelo fato do exportador remeter a mercadoria para o exterior e,

posteriormente, receber o valor correspondente. A forma de desenvolvimento desta

condição de pagamento consiste no seguinte: (a) o exportador embarca a

mercadoria; (b) prepara os documentos concernentes à operação; (c) remete os

documentos diretamente ao importador; (d) o importador remete o pagamento.

Verifica-se que esta modalidade de pagamento não traz segurança ao exportador,

posto que o seu procedimento é de risco, onde após o embarque da mercadoria, o

exportador remete os documentos comerciais diretamente ao importador, ficando

este, no prazo pactuado, livre para comparecer ao banco de sua preferência, munido

32

dos documentos para efetuar o fechamento do contrato cambial, sem nenhuma

segurança ao exportador (VIEIRA, 2006).

Carta de crédito

O Crédito Documentário é a condição de pagamento mais difundida no

comércio internacional, e sua aceitação não tem encontrado qualquer resistência

quanto à garantia que transmite ao explorador ou vendedor. Este documento

estampa as mais variadas alternativas de operações e sua aceitação é normal entre

os bancos que operam internacionalmente. A grande virtude da utilização desta

condição de pagamento está no fato do pagador não ser importador, mas sim, um

banco nomeado pelo próprio documento. Quanto à definição de crédito

documentário, Amaral (2004, p. 283), interpreta que: Mandato ou autorização formal,

mediante oferecimento de documentos hábeis a demonstrar relação jurídica de

compra e venda ou outras relações negociadas no comércio, possibilitante de

satisfazer autonomamente créditos com garantia bancária, independente do contrato

básico. Desta forma, tem-se que o crédito documentário é a modalidade de

pagamento com maior aceitação no campo do comércio exterior, tendo em vista sua

segurança.

Pagamentos Internacionais

Normalmente, o importador paga o valor da transação através de uma ordem

de pagamento ou cheque. Do ponto de vista cambial, o exportador, no caso

brasileiro, deve providenciar o contrato de câmbio junto a um banco autorizado,

antes do embarque das mercadorias, recendo o contra valor em Reais, definido pela

taxa cambial vigente, no dia da assinatura do contrato de câmbio. Para Maria da

Luz, consultora de comércio exterior, a respeito dos pagamentos internacionais

explica que: Durante as negociações comerciais entre exportadores e importadores

em dos primeiros, se não o primeiro documento a ser emitido é a “Proforma Invoice”.

No entanto, o fato de enviar uma “Proforma Invoice” ao importador não significa que

o exportador já tenha fechado a venda, pois este documento, simplesmente,

formaliza as negociações iniciais entre exportador e o importador. Todavia, neste

documento, dois itens devem ser definidos, claramente pelas partes: as Condições

de Venda Internacional (Sale Terms) pelos quais a operação deverá ser regida, ou

seja, as condições que devem nortear os passos do importador e do exportador

desde a compra até à entrega das mercadorias referentes àquela negociação. Estas

33

condições devem estar de acordo com os Incoterms 2010, da Câmara de Comércio

Internacional – CCI.

O segundo item a ser negociado pelas partes deve ser “as Condições de

Pagamento Internacional” pois estabelecem a forma como o importador irá efetuar o

pagamento da mercadoria que está comprando, o que, naturalmente, representa

uma garantia para o exportador no sentido de ter a certeza financeira que irá receber

as divisas antes ou depois do embarque das mercadorias. A desconfiança comercial

existente entre as partes, principalmente quando se trata dos primeiros contatos ou

pedidos, é motivo para que muitos contratos internacionais sejam prejudicados ou

não concretizados. Isto ocorre porque no comércio internacional existem práticas de

pagamentos que desfavorecem aos exportadores, como é o caso das cobranças

documentárias, ou, pelo contrário, representa risco financeiro para os importadores,

quando a compra gira em torno de um pagamento antecipado, por exemplo. Além

destas modalidades de pagamentos quem não favorecem nenhuma das partes

envolvidas, encontramos na prática mundial do comércio o uso dos créditos

documentários, sistema pelo qual os bancos intervenientes exercem o papel de

fiscalizadores e ao mesmo tempo oferecem garantias firmes em favor do exportador,

desde que este apresente documentos comerciais que provem que o crédito

documentário foi rigorosamente respeitado em todas as suas cláusulas e exigências.

Garantia Bancária. Para que se busque a necessária segurança no que

respeita à entrega (ou ao embarque) dos bens, o comprador deverá proceder, no

mínimo, à análise dos seguintes elementos: da idoneidade do vendedor e suas

referências; da sua capacidade de entrega; se ele é produtor/ fabricante ou é apenas

um “terceiro”, uma empresa comercial; seu histórico (performance); e, ainda, de

eventuais restrições governamentais que possam ser impostas pelo país exortador

sobre a exportação dos bens adquiridos.

Dependendo das informações obtidas, recomenda-se que o comprador

condicione a entrega dos bens a uma “inspeção pré-embarque” (pré-shipment

inpection). Quando for o caso, pode o comprador, ainda, lançar mão de instrumento

de garantia, geralmente emitidos por bancos, tais como: garantia de oferta (bid

bond), garantia de desempenho (maintenance bond), garantia de antecipação de

pagamento (refund payment bond), dentre outros. Refund Payment Bond (Garantia

de Antecipação de pagamento). Garantia de devolução de pagamento antecipado,

34

realizado pelo importador caso não ocorra a entrega da mercadoria ou não sejam

executados os serviços que seriam prestados;

Prazos

De acordo com o prazo de embarque da mercadoria, ou prestação dos

serviços.

Custos

(a) Despesas externas mais o IR (Imposto de Renda); (b) Comissão interna

pela prestação da garantia; (c) Tarifas internas de cada banco.

Documentos necessários

• Pedido de emissão de garantia expressando: valor, incoterm, forma de

pagamento, prazo de entrega, mercadoria ou prestação de serviço;

• Contrato particular de prestação da garantia: minuta padrão ou aprovada pelo

Departamento Jurídico de Instituição.

• Certificado de inspeção. Segundo o SEBRAE, o certificado de inspeção serve

para o importador se garantir sobre as exigências de alguns países, qualidade e

originalidade; e estipula que este documento é uma exigência de alguns países para

atestar a qualidade dos produtos, que devem estar em conformidade com as

especificações constantes na fatura comercial. Este certificado pode ser emitido pela

própria empresa exportadora, devendo ser assinado por um responsável técnico ou

por uma empresa especializada neste tipo de certificação, que procede à emissão

de um relatório preliminar de inspeção e, em seguida, emite o certificado atestado a

conformidade dos dados constantes na fatura comercial. Geralmente, os custos

desta supervisão são cobertos pelo importador. A inspeção de pré-embarque é

oferecida a exportadores e importadores e compreendem uma inspeção detalhada

de equipamentos ou material após a fabricação, mas antes do embarque. O escopo

inclui Qualidade e Quantidade, Embalagem e Selagem e Supervisão de

carregamento. Um certificado de inspeção pode ser fornecido contra uma Carta de

Crédito e autorizado por uma câmara de comércio. A inspeção de pré-embarque

oferece aos clientes a certeza de que a entrada dos produtos no local está de

conformidade com as especificações exigidas, que podem ser requisitos do próprio

cliente ou exigências legais. A inspeção pré-embarque cobre todas as verificações

possíveis dos produtos no local, inclusive: (a) Inspeção de aparência do Produto

(AQL); (b) Inspeção de mão de obra; (c) Inspeção de segurança e função; (d)

Inspeção de quantidade; (e) Inspeção de classificados; (f) Inspeção de cor; (g)

35

Inspeção de tamanho e medição; (h) Inspeção de peso; (i) Inspeção de

funcionalidade; (j) Inspeção de acessórios; (k) Inspeção de etiqueta & logotipo; (l)

Inspeção de embalagem & acondicionamento (incluindo as marcas de embarque).

36

5. ESTIMATIVA DO CUSTO DE IMPORTAÇÃO

Custo da mercadoria

É o valor da mercadoria podendo ou não incluir o frete interno, a embalagem,

custo de documentação e desembaraço da mercadoria, é definido pelo Incoterm de

venda tais como: FOB/FCA.

Frete Internacional

No Frete internacional são levadas em consideração as seguintes modalidades

de transporte: aéreo, marítimo, ferroviário, rodoviário ou multimodal. Diante disto

podemos dizer que é também relevante alguns parâmetros: (a) urgência da chegada

da mercadoria; (b) tipo de embalagem (container, carga solta, pallet, engradado

etc.); (c) características da carga (perigosa, inflamável, frágil, visada, perecível etc.);

(f) peso bruto e cubado da mercadoria; (g) local de embarque e destino da carga; e

(h) possibilidade de consolidação, isto é, possibilidade de se unir cargas de várias

empresas em um só embarque com o intuito de redução de custos de transporte.

Seguro internacional

Nas importações não é obrigatório, mas analisando os ricos envolvidos no

processo, é aconselhável que se faça o seguro da mercadoria. Este pode ser

contratado no Brasil ou no exterior, porém se for contratado no exterior tem que ser

solicitada uma autorização do IRB- Instituto de Resseguro do Brasil.

Impostos

• Imposto de Importação (I.I): VAZQUEZ (2007, p. 124) afirma que “... incide

sobre mercadoria estrangeira e tem, como fato gerador, sua entrada no território

nacional”. Verifica-se que o imposto sobre importação é aquele que incide sobre a

entrada de mercadoria estrangeira, no território aduaneiro, que compreende todo

território nacional.

• Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I): é o imposto que incide sobre a

industrialização de produto. Sobre a industrialização VAZQUEZ (2007, p. 127) diz

que “considera-se industrializado o produto que tenha sido submetido a qualquer

operação que lhe modifique a natureza ou finalidade, ou aperfeiçoe para consumo”.

Ele é imposto nacional que será aplicado também na importação de produtos

industrializados, tendo como escopo equilibrar o IPI sobre o produto importado para

equiparar a carga tributária do produto nacional (LUDOVICO,2007).

37

• Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público Incidente na Importação de Produtos estrangeiros

(PIS/PASEP - Importação): & Contribuição Social para o Financiamento da

Seguridade Social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do

exterior (COFINS- Importação): Verifica-se, que tanto o PIS/Pasep - importação

quanto o Cofins – importação, possuem como escopo o equilíbrio dos custos de

produção do mercado interno junto aos produtos importados. Neste sentido vale citar

a lição de Ludovico (2007, p. 169), que segue: Da mesma forma do PIS/Pasep-

importação a Cofins-importação tem por objetivo equiparar os custos de produção de

mercado interno com os produtos importados. Trata-se de contribuição não

cumulativa, com lançamentos fiscais permitindo crédito. Os impostos acima

mencionados incidem sobre a importação de produtos estrangeiros, tendo como fato

gerador a entrada dos mesmos em território nacional.

• Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços- ICMS: O ICMS é um

imposto estadual que possui abrangência nacional, o qual é aplicado por todas as

unidades da Federação. Sobre o tema Vazquez (2007, p. 132), aduz: Operações

relativas a circulação de mercadorias e às prestações de serviços de transporte

interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as

prestações iniciem-se no exterior. Incide também sobre a entrada de mercadorias

importada do exterior, ainda que se trate de bem destinado a consumo ou ativo fixo

do estabelecimento, assim como sobre o serviço prestado no exterior.

Portanto, quanto à incidência do imposto acima mencionado sobre a

importação, tem que ser aplicado no momento da entrada de mercadorias

estrangeiras no território nacional.

Despesas Aduaneiras

• Capatazia: esta despesa, segundo Vasquez (2007) refere-se aos gastos com

a movimentação de mercadorias pelo pessoal da administração do porto.

• Armazenagem: esta despesa, de acordo com Vasquez (2007), refere-se aos

custos incidentes na mercadoria depositada nos armazéns, pátios e depósitos de

propriedade dos administradores dos portos.

• AFRMM: Quanto a AFRMM LUDOVICO (2007, p. 171), entende: Taxa

aplicada nas importações efetuadas por transporte Aquaviário, e o destino desta

receita é a renovação da frota de navios mercantes nacionais para diminuir nosso

38

déficit na balança de serviços. Ressalta-se que esta despesa terá como fato gerador

o descarregamento da mercadoria e incidirá sobre a entrada em porto nacional, de

transporte de qualquer carga para descarregamento na navegação de longo curso.

• Despacho aduaneiro: segundo Vasquez (2007), é o procedimento fiscal

mediante o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo importador em

relação à mercadoria importada, aos documentos apresentados e à legislação

vigente, com vistas a seu desembaraço aduaneiro. No mesmo sentido, segundo

Vieira (2006) é o conjunto de atos praticados pelo fiscal da Receita Federal o qual

tem por finalidade o desembaraço aduaneiro. Desta forma, tem-se que o despacho

aduaneiro de importação é o procedimento fiscal que antecede o desembaraço

aduaneiro, onde serão verificadas as veracidades dos dados declarados pelo

importador.

• Frete interno: É o valor do frete relativo ao transporte da mercadoria

nacionalizada do porto ou aeroporto até o estabelecimento do importador.

Planilha de custos

Tabela 2 - Dados comparativos

39

Tabela 3 - Dados comparativos de custos de transportes

No quadro acima, estão relacionados às despesas e os impostos, que incidirão

sobre a importação de rodas da China. Os dados foram extraídos de cotações

solicitadas para três Agentes de Carga.

Tabela 4 – Quadro resumo dos custos de transportes

Neste outro quadro, podemos observar o valor dos custos de nacionalização, o

valor da mercadoria; e o frete nacional; rateados pela quantidade de rodas que será

importada, obtemos o valor final por roda. Levando em consideração que a Casa

das Rodas, paga aqui no Brasil, para uma empresa importadora, o valor de R$

350,00 por roda; e o menor valor entre as cotações foi o da Seawards com R$

169,96 por roda; temos uma diferença de R$ 180,04, o que em percentual chega a

48,55% por unidade. Diferença entre o valor do produto importado direto da China e

do produto comprado de uma importadora aqui no Brasil.

Tabela 5 – Demonstrativo da diferença de valores

Mesmo com todas as despesas de importação, a Casa das Rodas terá uma

economia de R$ 98.661,92, o que em percentual representa 48,56%.

40

6. CONCLUSÃO

Com base no presente estudo tem-se que para uma empresa iniciar

negociações efetivas, deve optar pela ajuda de profissionais de comércio exterior.

Quando uma empresa decide se internacionalizar deve procurar obter o

conhecimento mínimo do processo seja ele de exportação ou importação.

Após a análise dos fatores envolvidos nos processos, constatamos a

viabilidade deste estudo, visto que: comparando os custos efetivos, se torna mais

viável a compra diretamente do fabricante no mercado internacional, do que a

compra no mercado interno.

No caso da empresa Casa das Rodas conclui-se que o Incoterm mais

adequado é o FOB - Free On Board, com o uso do transporte marítimo devido à

quantidade a ser importada, aliado com as seguintes formas de pagamento: 30%

antecipado e o restante através de carta de crédito a prazo 90 dias, constituem o

modelo apropriado se referindo a uma compra direto da China.

Se a empresa assim fizer, aumentará seus ganhos em aproximadamente R$

98.661,92 e se tornará mais competitiva, podendo diminuir seus preços e repassar o

produto mais barato para o consumidor final, aumentando assim as suas vendas.

41

7.REFERÊNCIAS

AMARAL, Antonio Carlos Rodrigues do. Direito do Comércio Internacional. São

Paulo: Aduaneiras, 2004.

CERTO, Samuel C; PETER, Paul J. Administração estratégica: planejamento e

implantação da estratégia. São Paulo: Pearson, 2005.

FURLAN, Fernando de Magalhães; FELSBERG, Thomas Benes. Brasil-China:

Comércio, Direito e Economia. São Paulo: Aduaneiras, 2005.

MALUF, Sâmia Nagib. Administrando o Comércio Exterior do Brasil. São Paulo,

Aduaneiras, 2000.

SOARES, Claudio César. Introdução ao Comércio Exterior. São Paulo: Saraiva,

2004.

VIEIRA, Aquiles. Importação: Práticas, Rotinas e Procedimentos. São Paulo:

Aduaneiras, 2006.

VASQUEZ, José Lopes. Comércio Exterior Brasileiro: 8ª ed, São Paulo: Atlas, 2007.

LUNARDI, Angelo Luiz. Operações de câmbio e pagamentos internacionais no

comércio exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2009.

CASA DAS RODAS. Disponível em: www.casadasrodas.com.br. Acesso em

fevereiro e março de 2010.

CARRO ANTIGO. Disponível em:

http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_a%20roda.htm. Acesso em

março de 2010.

LUZ, MARIA DA. Disponível em:

http://www.revistaintermarket.com.br/materia.php?id=5. Acesso em Julho de 2010.

SEBRAE. http://www.hrgtrade.com.br/site/serExpBasico.asp.;

www.br.sgs.com/pt.../pre-shipment_inspection - julho 2010;

www.chinatradegateway.com.br – julho 2010.

42

APÊNDICE 1 - LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AWB (Air Waybill), o Conhecimento de Embarque aéreo.

B/L (Bill of Lading) – Conhecimento de embarque marítimo

CCI – Câmara de Comércio Internacional.

CI – Comprovante de Importação

CIF- Custo, Seguro e Frete (... porto de destino designado)

CIP - Transporte e Seguros Pagos até(...local de destino designado)

CFR - Custo e Frete (...porto de destino designado)

CPT - Transporte Pago até (...local de destino designado)

CRT - Conhecimento Internacional de Transporte Rodoviário

DAC - Departamento de aviação civil

DAF - Entregue na Fronteira (... local designado).

DES - Entregue a Partir do Navio (... porto de destino designado)

DEQ - Entregue a Partir do Cais (... porto de destino designado)

DI - Declaração de importação

DDU - Entregue Direitos Não Pago (... local de destino designado)

DDP - Entregue Direitos Pagos (... local de destino designado)

ENAP- Escola nacional de Administração Pública

EXW - Ex Works (Entrega ao comprador em local I

FAS - Livre no Costado do Navio (...porto de embarque designado).

FOB – Livre a Bordo do Navio

FCA - Transportador Livre (local designado).

INCOTERM – International Commercial Terms (Termos ou Condições de

Vendas Internacionais)

IRB – Instituto de Reseguro do Brasil.

LI - Licença de importação

NBM- Nomenclatura Brasileira de Mercadorias

NCM- Nomenclatura Comum do Mercosul

RADAR- Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros

RMCCI – Regulamento do Mercado de Câmbio e Capitais Internacionais.

ROF - Registro de operações financeiras

SECEX – Secretaria de Comércio Exterior.

SH – Sistema Harmonizado.

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SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior.

ROF - Registro de operações financeiras

SRF - Secretaria da Receita Federal