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Prof. Heverton Augusto Pereira – Departamento de Engenharia Elétrica – UFV ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA 1 Aula 03 – QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA:CONFIABILIDADE, CONFORMIDADE E PRESTEZA Prof. Heverton Augusto Pereira Prof. Mauro de Oliveira Prates Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Engenharia Elétrica - DEL Gerência de Especialistas em Sistemas Elétricos de Potência – Gesep [email protected] www.gesep.ufv.br TEL: +55 (31) 3899-3266

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ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

1

Aula 03 – QUALIDADE DO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA:CONFIABILIDADE,

CONFORMIDADE E PRESTEZA

Prof. Heverton Augusto PereiraProf. Mauro de Oliveira Prates

Universidade Federal de Viçosa - UFV Departamento de Engenharia Elétrica - DEL

Gerência de Especialistas em Sistemas Elétricos de Potência – Gesep

[email protected]

www.gesep.ufv.brTEL: +55 (31) 3899-3266

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Regulação da qualidade no setor elétrico brasileiro

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� Quem é o regulador?

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Regulação da qualidade no setor elétrico brasileiro

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� Um dos maiores desafios do regulador é zelar pelaqualidade do serviço prestado.

� Entretanto a qualidade do fornecimento é fruto da açãocoordenada de múltiplos agentes.

� É essencial que o regulador execute uma fiscalizaçãoapropriada.

� A ANEEL busca zelar pela qualidade:1. delimitando as responsabilidades de cada um dos

agentes,2. fiscalizando a sua atuação,3. estabelecendo incentivos e penalidades monetárias para

induzir os agentes a cumprir suas metas de qualidade.

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Regulação da qualidade na distribuição de energia

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� A regulamentação da qualidade do serviço defornecimento de energia elétrica estabelecido pela ANEELestá contida no Módulo 8 dos Procedimentos de

Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico

Nacional − Prodist.

� A ANEEL divide a regulamentação da qualidade em doisgrandes blocos:

1. a ‘qualidade do produto’, em que trata da regulação daconformidade; e

2. a ‘qualidade do serviço’, em que trata da confiabilidadee do atendimento comercial.

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Regulação da qualidade na distribuição de energia

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Qualidade do Produto:

� A ANEEL adotou o nível de tensão como o indicador principalpara punição monetária das distribuidoras por eventuais nãoconformidades.

� Para avaliar o nível de tensão, o Prodist prevê campanhas deleitura trimestrais.

� Essas campanhas são realizadas por amostragem, sendo quepara cada ponto de medição requer-se 1008 leituras válidas,de 10 minutos cada, somando o total de 168 horas de leituraconsecutivas

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Regulação da qualidade na distribuição de energia

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Qualidade do Produto:

� Com base nesse procedimento, as tensões de cada leiturasão classificadas em três categorias:

• crítica• precária• adequada;

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Qualidade do Produto:

Regulação da qualidade na distribuição de energia

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Indicadores de Conformidade

� o índice de duração relativa da transgressão para tensãoprecária – DRP: representa o percentual das leituras em queo nível de tensão estava na faixa de tensão classificada comoprecária; e

� o índice de duração relativa da transgressão para tensãocrítica – DRC indica o percentual de leituras na faixa detensão crítica.

� O limite permitido para o DRP é de 3% e para o DRC é de0,5% (Prodist, módulo 8, item 2.11).

Qualidade de Produto:

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� A distribuidora também deve realizar medições sempreque solicitada por reclamação de consumidor.

� A empresa deve realizar inspeção técnica e realizar duasmedições instantâneas no ponto de conexão “em dia cujacaracterística da curva de carga é equivalente à do dia emque o problema foi verificado”.

Qualidade de Produto:

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� Caso a inspeção comprove a procedência dareclamação, a distribuidora deve apresentar, por escrito,no prazo de 20 dias da reclamação, as providências aserem adotadas para a regularização dos níveis detensão.

� Se a etapa anterior não indicar violação dos limites deDRP e DRC, o consumidor pode solicitar que umamedição de 168 horas no seu ponto de conexão sejarealizada para avaliação mais completa.

Qualidade de Produto:

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Qualquer não conformidade de tensão permanente,identificada por amostragem ou por reclamação doconsumidor, deve ser sanada no prazo máximo de 90 dias.Caso contrário, a distribuidora deverá efetuar compensaçãoao consumidor:

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� FIC – Frequência de Interrupção Individual por UnidadeConsumidora – indica o número de interrupções nofornecimento do consumidor no período de apuração (mês).

� DIC – Duração de Interrupção Individual por UnidadeConsumidora – indica o total de horas em que o consumidorfiou sem fornecimento no período de apuração (mês).

� DMIC – Duração Máxima de Interrupção Contínua porUnidade Consumidora – indica o tempo de interrupção maislongo que o consumidor passou no período de apuração.

� DICRI é a Duração de Interrupção Individual ocorrida emDia Crítico.

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A regulação prevê o pagamento de compensações aosconsumidores cujos indicadores individuais de continuidadeforem superiores aos limites de tolerância estabelecidos pelaAneel.

Qualidade do Serviço:

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Exemplo: considere um consumidor residencial cuja contamensal de fornecimento de energia elétrica seja de R$100 eque, desse total, R$20 sejam referentes ao custo de distribuição.Se o DIC limite (DICp) estabelecido pela Aneel para o conjuntoao qual o consumidor pertence for de 5 e o DIC verificado (DICv)for de 10:

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� O mesmo tipo de penalidade é aplicado para as violaçõesde FIC e DMIC. Como os indicadores de continuidadetendem a ser correlacionados, as penalidades tendem ase sobrepor quando a concessionária apresentadescontinuidades.

� Em 2013, as distribuidoras pagaram mais de R$ 346milhões.

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� É importante levar em conta que o custo para seassegurar o fornecimento de energia em 100% dassituações seria proibitivo.

� Há situações excepcionais em que se devem tolerarinterrupções, tais como eventos climáticos extraordináriose calamidades públicas, pois o custo para manter acontinuidade do fornecimento nessas situações seria muitoalto.

Qualidade do Serviço:

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� penalização descabida da distribuidora deve ser evitadapor meio de uma política de expurgos.

� As interrupções por condições excepcionais que não sãogerenciáveis pelas distribuidoras não devem sercontabilizadas nos indicadores de continuidade para fins decômputo de eventuais penalidades e compensações aserem pagas pelas distribuidoras.

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� O critério de expurgos atualmente empregado pela Aneeldita que serão excluídos os eventos:

1. de curta duração (inferior a três minutos);2. decorrentes de falhas nas instalações do consumidor que

não provoque interrupção a terceiros;3. decorrentes de obras de interesse do consumidor;4. definidos como ‘situação de emergência’;5. provocados por suspensão por inadimplemento do

consumidor ou por deficiência técnica ou de segurançadas instalações do consumidor;

6. vinculados a programas de racionamento;7. ocorridos em ‘dias críticos’ (para o qual há limites

diferenciados); e8. oriundos de ‘alívio de carga’ solicitado pelo Operador

Nacional do Sistema (ONS).

Qualidade do Serviço:

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� A Aneel prevê um tratamento diferenciado para asinterrupções em dias críticos, para os quais haveriaprevisão de compensações aos consumidores apenasquando o número de dias críticos ocorridos numdeterminado ano superar o limite máximo estabelecido pelaAneel (indicador DICRI).

� Os dias críticos são atualmente determinados com baseem critério estatístico: dias em que o número deocorrências emergenciais em um conjunto de unidadesconsumidoras é três desvios padrões superior à média dos24 meses anteriores ao ano em curso.

Qualidade do Serviço:

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� É descrita nas Condições Gerais de Fornecimento de

Energia Elétrica, estabelecidas pela Resolução 414/2010(Aneel, 2010).

� A abordagem adotada consiste essencialmente nomonitoramento da presteza do atendimento e eventualpunição quando o atendimento supera o tempo máximoprevisto na regulamentação.

Qualidade do Serviço:

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A penalidade prevista para a superação dos prazosmáximos previstos é de um crédito na próxima fatura doconsumidor.

Qualidade do Serviço:

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Regulação da qualidade na transmissão de energia

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� A remuneração dos ativos de transmissão é feita com baseem um valor pré-estabelecido em contrato, denominadoReceita Anual Permitida – RAP.

� A regulação da qualidade dos serviços de transmissão éestabelecida na Resolução 270/2007. O principalmecanismo empregado pelo regulador para promover aqualidade é o desconto da RAP em função daindisponibilidade dos ativos de transmissão, promovido pormeio da ‘Parcela Variável’.

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Regulação da qualidade na transmissão de energia

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A Parcela Variável é definida:

1. com base na ocorrência de desligamentos, programados enão programados (‘outros desligamentos’);

2. por ‘restrições operativas temporárias’ nas instalações detransmissão da concessionária.

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Regulação da qualidade na transmissão de energia

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Expressão matemática da Parcela Variável:

(1/12)

(2 a 10)(50 a 150)

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Regulação da qualidade na transmissão de energia

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� São desconsiderados os desligamentos:

1. inferiores a um minuto;

2. determinados pelo Operador Nacional do Sistema;

3. decorrentes de desligamentos requeridos para implantaçãode ampliações, reforços ou melhorias da rede detransmissão;

4. nos primeiros seis meses de operação das instalações; e

5. nos casos qualificados como fortuito, força maior,sabotagem, terrorismo, calamidade pública, de emergênciaou por motivo de segurança de terceiros.

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Regulação da qualidade na transmissão de energia

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� Na contabilização de junho/2012 a maio/2013, as empresasde transmissão deixaram de receber R$ 117,3 milhõesdevido aos descontos da Parcela Variável. Nós últimosquatro anos foram deduzidos nada menos que R$ 347,7milhões.

� Em outras palavras, o efeito da aplicação da ParcelaVariável para as empresas de transmissão corresponde aperdas de receita sempre que as suas instalações ficamindisponíveis ao sistema.

� Portanto, trata-se de um forte incentivo para que asempresas de transmissão empenhem-se permanentementepara manter suas instalações em boas condiçõesoperacionais.

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Regulação da qualidade na geração de energia

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� A Resolução Normativa 583/2013 da ANEEL prevê osprocedimentos e condições para operação de usinas degeração.

� Antes de entrar em operação, as usinas são submetidas auma série de testes para verificação da sua potência instaladae de sua potência elétrica ativa líquida de perdas no ponto deconexão.

� A regulação também prevê controles e punições paraassegurar a disponibilidade da usina de geração. AResolução 688/2003 estabelece que a Garantia Físicaconcedida contemple a taxa de indisponibilidade da usina,prevendo dois tipos de indisponibilidade: a programada(TEIP) e a forçada (TEIF).

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ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

Regulação da qualidade na geração de energia

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� TEIP – Taxa Equivalente de Indisponibilidade Programadacorresponde ao percentual do tempo em que a usina geradorapermanece indisponível devido a paradas planejadas.

� TEIF – Taxa Equivalente de Indisponibilidade Forçadaexpressa o percentual do tempo em que a usina geradorapermanece indisponível devido a problemas imprevistos.

� Quando estas taxas são ultrapassadas por um valor limite,aplica-se o “Fator de Disponibilidade” para fins deressarcimento dos Contratos de Comercialização de Energiado Ambiente Regulado (CCEARs) para que o gerador nãoseja remunerado por capacidade indisponível.

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ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

Regulação da qualidade na GTD de energia

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� A compilação sobre a regulamentação da qualidade aolongo dos três elos da cadeia de valor do setor elétricobrasileiro (geração, transmissão e distribuição) demonstraque o Brasil dispõe de um marco regulatório abrangente ecompreensivo para resguardar a qualidade dofornecimento de energia.

� Sabe-se que a melhoria da qualidade requerinvestimentos em novas instalações e equipamentos, bemcomo procedimentos e práticas que elevam os custosoperacionais.

� Ambos (investimentos e custos operacionais) elevam ocusto do serviço, mas a relação destes fatores com o nívelde qualidade não é trivial.

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ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

Como promover o grau de qualidade desejado?

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� A forma mais eficaz para se identificar a relação entre onível de investimento (dispêndio em capex, ou bens decapital) e o nível de qualidade (índices de continuidade) épor meio de análises caso a caso, simulando os efeitosde diferentes alternativas de investimento para avaliar oseu impacto sobre os indicadores de qualidade.

� A segunda forma para aumentar a qualidade é elevandoos dispêndios nos custos de operação (opex). Odimensionamento e qualificação das equipes demanutenção são positivamente associados à qualidade,principalmente com os índices de duração de interrupções(DEC e DIPC).

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� Quanto maior o dispêndio em qualidade do fornecimento deenergia, menor é o custo incorrido pelos consumidores na forma deinterrupções e danos a equipamentos.

� Quanto maior a qualidade do fornecimento, maior é odispêndio requerido das empresas de energia (pessoal).

Como promover o grau de qualidade desejado?

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Como regular a qualidade

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� A regulamentação, assim como a concorrência demercado, lida com um processo de descobertaevolutivo, segundo o qual as empresas interagemcontinuamente com os consumidores buscando formaspara melhor ajustarem-se às condições mutantes deoferta e demanda.

� Trata-se de um processo que requer experimentação.

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Como regular a qualidade

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� Do ponto de vista dos reguladores, é muito difícil lidar comesse processo de descoberta: reguladores tendem a buscar auniformidade de forma a facilitar as justificativas perante aopinião pública, algo que se torna mais difícil quando seoferece tratamento diferenciado para diferentes consumidoresou ofertantes.

� Mas o papel do regulador deve ser o de um facilitador dodiálogo, embora a responsabilidade final pela definição dastarifas e da qualidade requerida permaneça com o regulador.

� Apesar de inspirador, este processo de implementação doengajamento construtivo não é fácil.

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1. Se houver grupos de consumidores que não sãoadequadamente representados no processo?;

2. A fim de minimizar riscos, o processo de ‘engajamentoconstrutivo’ deve ser adotado gradualmente;

3. É necessário proporcionar as condições para que todasas partes possam legítima e ativamente engajar-se nodiálogo produtivo.

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� Em vez de tentar exercer o duplo papel de ‘árbitro’ e‘defensor’ dos consumidores, o regulador passaria a atuarde forma mais neutra, buscando ser um ensejador dodiálogo para a promoção do consenso.

� (Decreto 2.335/1997):“A ANEEL orientará a execução de suas atividades finalísticas deforma a proporcionar condições favoráveis para que odesenvolvimento do mercado de energia elétrica ocorra comequilíbrio entre os agentes e em benefício da sociedade”.

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ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

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� A qualidade do fornecimento de energia elétrica envolvequatro desafios:

1. assegurar a adequação do suprimento, isto é, garantir acapacidade necessária para atender à demanda (equilíbrioestrutural entre oferta e demanda);

2. assegurar a segurança do sistema, isto é, a robustez parasuportar contingências;

3. assegurar a conformidade da corrente elétrica de forma apossibilitar o funcionamento adequado dos aparelhoselétricos; e

4. assegurar a presteza do atendimento comercial.

Conclusões

Page 42: ELT 428 –QUALIDADE DE ENERGIA Aula 03 - gesep.ufv.br · 0,5% (Prodist, módulo 8, item 2.11). Qualidade de Produto: Prof. Heverton Augusto Pereira –Departamento de Engenharia

Prof. Heverton Augusto Pereira – Departamento de Engenharia Elétrica – UFV

ELT 428 – QUALIDADE DE ENERGIA

Referência Bibliográfica

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Instituto Acende Brasil (2014). Qualidade no

Fornecimento de Energia Elétrica: Confiabilidade, Conformidade

e Presteza. White Paper 14, São Paulo, 36 p.