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Em audiência sobre a valorização dos profissionais da educação, deputados defendem a aplicação dos 10% do PIB no PNE Comissão de Educação e Cultura Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados Edição 15 Brasília, 14 de setembro de 2011 A Comissão de Educação e Cultura, em conjunto com a Comissão do PNE (Plano Nacional de Educação – PL 8035/10), promoveu no dia 31 de agosto audiência pública para debater a valo- rização dos profissionais da educação. Palestrantes e deputados defenderam a destinação de 10% do PIB (Produto In- terno Bruto) para a educação. A proposta inicial do governo, prevista na meta 20 do PNE, é aplicar 7%. Para os defensores dos 10%, a ampliação dos recursos permitirá que seja garantido o piso salarial, planos de carreira e formação continuada para os profissionais da educação. Para a presidenta da Comissão de Educação e Cultura, professora e depu- tada federal Fátima Bezerra, é preciso mais dinheiro para que as metas do PNE não se transformem “numa bela carta de intenções”, sem resultados práticos. Já o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT- PE) defendeu uma pressão popular sobre o governo. “Devemos lutar até o fim pelos 10%”, afirmou. “Com os recursos atuais, não conse- guiremos enfrentar o desafio de a edu- cação acompanhar o desenvolvimento do Brasil”, afirmou a representante da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Leocádia da Hora. Valorização dos profissionais da educação Foi consenso na audiência a necessidade de se valorizar os profissionais da educa- ção. Hoje, conforme a Lei 11.738/08, os professores da educação básica devem receber, pelo menos, R$ 1.187,97 mensais. O representante da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educa- ção), professor Heleno Araújo, denunciou que boa parte dos estados e municípios não cumpre esse piso. De acordo com pesquisa feita pela Un- dime em 1.641 municípios, os professores têm uma renda salarial que varia de R$ 731,84 a R$ 1.299,55, mesmo tendo nível superior. O PNE prevê a aproximação do salário do professor ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente. Para Fátima Bezerra, mais do que aproximação é essencial haver a equiparação de vencimentos. “Não vamos aceitar a meta do PNE dizendo que vai aproximar o piso salarial do magistério a dos demais profissionais de nível superior. Queremos é a equiparação”, sustentou. Ela argumentou que qualquer melhoria nos índices educacionais de um país está vinculada à valorização dos profissionais do ensino. “Um salário justo é um dos direitos desses trabalhadores, que deve ser associado à carreira, jornada e formação. Também é preciso prover a estrutura para que o professor possa trabalhar com qualidade, com o fornecimento de livros de qualidade, inclusão digital, cursos de qualificação e intercâmbio com profis- sionais de outras instituições de ensino”, exemplificou. A presidenta da Anped (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), Dalila Andrade Oliveira, mostrou uma pesquisa feita com 8.805 professores em sete estados brasileiros. Desse total, 67,81% têm nível superior, mas 46,2% não têm um plano de cargos e salários e 4,1% não sabem se têm. “Quan- do eles não sabem, é porque geralmente não há essa política”, explicou Dalila. A coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universi- dades Brasileiras (Fasubra), Léia de Souza Oliveira, defendeu que o PNE contemple mais os técnicos administrativos, já que eles são o esteio de qualquer instituição de ensino. De acordo com ela, atualmente existem 182 mil trabalhadores sem um piso salarial digno. Léia lembrou que ser- vidores de diversas universidades federais estão em greve há mais de dois meses. O relator da Comissão Especial do PNE, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), ouviu as ponderações feitas pelos deputados e palestrantes e adiantou que pretende entregar seu relatório ainda neste mês de setembro. Também falaram na audiência pública, representantes do Cedes (Centro de Estudos Educação e Sociedade), do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Ins- tituições de Ensino Superior), do Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior) e da Anfope (Associação Nacional pela Formação de Profissionais da Educação) e do Sina- sefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica). Palestrantes foram unânimes na defesa da valorização das profissionais da educação

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Em audiência sobre a valorização dos profi ssionais da educação, deputados defendem a aplicação dos 10% do PIB no PNE

Comissão de Educação e CulturaCâmara dos Deputados

Câmara dos Deputados Edição 15 Brasília, 14 de setembro de 2011

A Comissão de Educação e Cultura, em conjunto com a Comissão do

PNE (Plano Nacional de Educação – PL 8035/10), promoveu no dia 31 de agosto audiência pública para debater a valo-rização dos pro� ssionais da educação. Palestrantes e deputados defenderam a destinação de 10% do PIB (Produto In-terno Bruto) para a educação. A proposta inicial do governo, prevista na meta 20 do PNE, é aplicar 7%. Para os defensores dos 10%, a ampliação dos recursos permitirá que seja garantido o piso salarial, planos de carreira e formação continuada para os pro� ssionais da educação. Para a presidenta da Comissão de Educação e Cultura, professora e depu-tada federal Fátima Bezerra, é preciso mais dinheiro para que as metas do PNE não se transformem “numa bela carta de intenções”, sem resultados práticos. Já o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE) defendeu uma pressão popular sobre o governo. “Devemos lutar até o � m pelos 10%”, a� rmou. “Com os recursos atuais, não conse-guiremos enfrentar o desa� o de a edu-cação acompanhar o desenvolvimento do Brasil”, a� rmou a representante da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação), Leocádia da Hora.

Valorização dos pro� ssionais da educação

Foi consenso na audiência a necessidade de se valorizar os pro� ssionais da educa-ção. Hoje, conforme a Lei 11.738/08, os professores da educação básica devem receber, pelo menos, R$ 1.187,97 mensais. O representante da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educa-ção), professor Heleno Araújo, denunciou que boa parte dos estados e municípios não cumpre esse piso. De acordo com pesquisa feita pela Un-dime em 1.641 municípios, os professores têm uma renda salarial que varia de R$ 731,84 a R$ 1.299,55, mesmo tendo nível superior.

O PNE prevê a aproximação do salário do professor ao rendimento médio dos demais pro� ssionais com escolaridade equivalente. Para Fátima Bezerra, mais do que aproximação é essencial haver a equiparação de vencimentos. “Não vamos aceitar a meta do PNE dizendo que vai aproximar o piso salarial do magistério a dos demais pro� ssionais de nível superior. Queremos é a equiparação”, sustentou. Ela argumentou que qualquer melhoria nos índices educacionais de um país está vinculada à valorização dos pro� ssionais do ensino. “Um salário justo é um dos direitos desses trabalhadores, que deve ser associado à carreira, jornada e formação. Também é preciso prover a estrutura para que o professor possa trabalhar com qualidade, com o fornecimento de livros de qualidade, inclusão digital, cursos de quali� cação e intercâmbio com pro� s-sionais de outras instituições de ensino”, exempli� cou. A presidenta da Anped (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação), Dalila Andrade Oliveira, mostrou uma pesquisa feita com 8.805 professores em sete estados brasileiros. Desse total, 67,81% têm nível superior, mas 46,2% não têm um plano de cargos e salários e 4,1% não sabem se têm. “Quan-do eles não sabem, é porque geralmente

não há essa política”, explicou Dalila. A coordenadora-geral da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universi-dades Brasileiras (Fasubra), Léia de Souza Oliveira, defendeu que o PNE contemple mais os técnicos administrativos, já que eles são o esteio de qualquer instituição de ensino. De acordo com ela, atualmente existem 182 mil trabalhadores sem um piso salarial digno. Léia lembrou que ser-vidores de diversas universidades federais estão em greve há mais de dois meses. O relator da Comissão Especial do PNE, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), ouviu as ponderações feitas pelos deputados e palestrantes e adiantou que pretende entregar seu relatório ainda neste mês de setembro. Também falaram na audiência pública, representantes do Cedes (Centro de Estudos Educação e Sociedade), do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Ins-tituições de Ensino Superior), do Proifes (Fórum de Professores das Instituições Federais de Ensino Superior) e da Anfope (Associação Nacional pela Formação de Pro� ssionais da Educação) e do Sina-sefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Pro� ssional e Tecnológica) .

Palestrantes foram unânimes na defesa da valorização das pro� ssionais da educação

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O Plenário aprovou no dia 31 de agosto o PL 1209/11, que cria o Pronatec

(Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) cujo objetivo é aumentar a oferta de cursos pro� ssionali-zantes e de quali� cação técnica. O texto aprovado foi o substitutivo da Comissão de Educação e Cultura (CEC), elaborado pelo deputado Bi� (PT/MS). O público-alvo do Pronatec são os estudantes de ensino médio da rede pública, os traba-lhadores e os bene� ciários de programas federais de transferência de renda. De acordo com o substitutivo, as ações do Pronatec também poderão contem-plar os povos indígenas, as comunidades de quilombolas, os jovens infratores, os pescadores,os agricultores familiares, os aquicultores, os extrativistas e os silvi-cultores. O texto também determina o estímulo à participação de pessoas com de� ciência. Por 198 votos a 170, o Plenário incluiu a emenda da deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO) para reser-var 30% dos recursos do Pronatec para

as regiões Norte e Nordeste. Também foi incorporada ao texto emenda da deputada Carmen Zanoto (PPS-SC) que permite ao Executivo exigir critérios mínimos de qualidade para que as instituições privadas sem � ns lucrativos possam rece-ber recursos do programa.O texto aprovado na Câmara já está na CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado Federal e tramita com o número PLC 78/2011.Audiências Públicas A CEC continua a realizar as audiên-cias públicas para debater e divulgar o Pronatec. No dia 1º de setembro foram realizados encontros em Belém (PA) e Brasília. Na capital paraense, mais de 200 pessoas participaram da audiência, que contou com a participação do relator do PL 1209/11 na Comissão, deputado Bi� (PT/MS). Em Brasília, a audiência pública, requerida pelo deputado Izalci (PR/DF), contou com a participação de represen-tantes do Sistema S (Senai, CNC/SESC/SENAC e SEST/SENAT), do IFB (Instituto

Federal de Educação, Ciência e Tecnolo-gia de Brasília) e do Ministério da Educa-ção. Todos foram unânimes em a� rmar que o Pronatec é fundamental para que seja solucionada a falta de pro� ssionais técnicos no Brasil. Na reunião, o deputado Dr. Ubiali (PSB/SP) levantou uma preocupação quanto ao nível de aprendizagem dos alu-nos que participarão dos cursos técnicos. “Acho o Pronatec um excelente pro-grama, mas me preocupa o fato de que os estudantes chegam ao ensino técnico sem conhecer o básico”, ponderou Dr. Ubiali. De acordo com a Prova ABC, realizada pelo Ministério da Educação, 43,9% alu-nos deixam o ciclo de alfabetização sem aprender o necessário em leitura; 46,6% não têm o desempenho esperado em escrita; e 57,2% não fazem contas básicas de soma e subtração. A melhoria da qualidade da educação básica, que compreende os ensinos funda-mental e médio, está prevista na proposta do Plano Nacional de Educação (PNE – PL 8035/10), em tramitação na Câmara.

14 e 15/9 – Seminário Quilombo Vivo. Auditório Freitas Nobre. Manhã e tarde.15/9 – Audiência Pública Pronatec em Salvador (BA), tarde.16/9 – Audiência Pública Pronatec em Vitória da Conquista (BA), tarde.20/9- Audiência Pública sobre Educação Prisional. Plenário 10. Manhã.22/9 – Audiência Pública Pronatec em Porto Alegre (RS), tarde.

Plenário da Câmara aprova o Pronatec

PERFIL

Comissão de Educação e Cultura

Presidenta e Vices: Fátima Bezerra (PT/RN), Lelo Coimbra (PMDB/ES), Artur Bruno (PT/CE) e Alice Portugal (PCdoB/BA).Equipe de Comunicação: Francy Borges, Juli-ana Caetano e Nauí Paiva.Equipe da Comissão de Educação e Cultura: André Luis Corrêa, Daniel Santos, Hérica Souza, George Marcos, Jairo Brod, Je� erson Gino, Marcia Abreu, Nelma Souza, Oswaldo Sousa, Paula Starling, Rosa Penha, Severino da SilvaJornalista responsável: Rejane Medeiros-DRT 693-RNContatos: (61) 3216.6622/6628Email: [email protected]âmara dos Deputados, Anexo II, Pav. Supe-rior, Ala C, Sala 170 - Brasília, DF.

EXPEDIENTE

Câmara dos Deputados

AGENDA

  De família humilde do município de Timon (MA), o deputado Professor Sé-timo (PMDB-MA) é parlamentar expe-riente, pois foi vereador em sua cidade natal por cinco mandatos e sempre lutou por melhorias na educação, saúde e no desenvolvimento social de sua região. “Educação é fundamental para alcan-çarmos o desenvolvimento econômico e social que merecemos”, a� rma o Professor, que exerce o seu segundo mandato como deputado federal. Integra como titular, a Comissão de Educação e Cultura (CEC), fazendo parte ainda, da Comissão de Minas e Energia, da Comissão de Reforma Política, integrando as Frentes Parlamen-tares em Defesa dos Prefeitos e Vices-Pre-feitos, de Valorização dos Pro� ssionais de Educação e de Defesa do Financiamento Público de Educação, entre outras. Defensor do ensino técnico, o deputado a� rma que a educação vem melhorando signi� cativamente devido ao aperfeiçoa-mento do Sistema de Ensino Tecnológico no país. “A Educação Pro� ssional está inserida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e o seu principal objetivo é a criação de cursos voltados para o acesso ao mercado de trabalho, tanto para estudantes quanto para pro� ssionais que buscam ampliar suas quali� cações.

Diferentemente do que ocorria anterior-mente, a educação pro� ssional hoje tem dois focos: o econômico e o social. E essa educação pro� ssional, vale dizer, tem de amoldar-se aos imperativos da nova ordem econômica mundial, e é para isso que estamos trabalhando”, disse Professor Sétimo. Sempre preocupado com as questões municipalistas, Professor Sétimo apre-sentou treze emendas ao Texto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) que be-ne� ciarão vários municípios da Amazônia Legal com baixos índices de desenvolvi-mento Humano (IDH). Outra iniciativa do parlamentar prevê a possibilidade de Instituições Privadas de Interesse Público celebrarem convênios para a execução de serviços na área de educação, saúde e recursos humanos. Assim como ocorreu na legislatura passada, o Professor Sétimo continuará a buscar soluções para os prob-lemas nas áreas de saúde, educação e ação social no estado do Maranhão.