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T ONY D I T ERLIZZI “Uma aventura irresistível. Mal posso esperar para ler os próximos!” Rick Riordan

Em busca de Wondla

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Material promocional. Copyright © 2010 Tony DiTerlizzi. (Rio de Janeiro: Intrínseca, 2012) Todos os direitos reservados

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ragões, monstros espaciais, goblins e in se tos: os personagens que habitam o mundo de TON Y D ITE R L I Z Z I são os mesmos desde que ele era ga roto. DiTerlizzi nasceu em Los Angeles, na Califórnia, em 1969, e é o mais velho de três ir-mãos de uma família ligada às artes. Ainda criança ele começou a desenhar, inclusive usando lápis de cor nas paredes recém-pintadas de seu quarto para ilustrar um Ursinho Pooh.

Ao concluir o ensino médio, sonhava em fazer livros infantis. Estudou em várias escolas de arte, dentre elas a Florida School of the Arts e o Art Ins -ti tute of Fort Lauderdale, e formou-se em design grá fi co em 1992. É ilustrador e co-autor da série

kciwredipS ed sacin ôrc sA , que já vendeu milhões de exemplares no mundo todo e foi adaptada para o cinema.

Tony trabalha com a esposa, Angela, e eles mo-ram em Amherst, Massachusetts, com a fi lha.

— Você não entende, ater? — perguntou va,

ofendida. — lhe para a menina e para o pai dela.

lhe para o robô deles. ão vê como estão felizes?

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v NovE passou a vida inteira em uma insta-lação subterrânea com Mater, uma

robô azul-clara muito amorosa e maternal, cuja missão é protegê-la e treiná-la para uma jornada à superfície — um mundo que conhecem somen-te por meio de holoprogramas. Quando seu lar é in vadido por um estranho, Eva precisa fugir sem olhar para trás e logo descobre que a superfície é, na realidade, muito mais bela e intrigante do que poderia imaginar. E muito mais perigosa também.

Em uma viagem mágica e por vezes assustadora, Eva fi nalmente tem a chance de perseguir seu maior desejo: encontrar outro humano. Mas a cada pas-so ela percebe que seu treinamento não a preparou para as ameaças que a esperam do lado de fora.

Em busca de WondLa inicia uma trilogia im-per dível, que vai tirar seu fôlego e inspirar muitos sonhos.

ony i er l izzi

Aut or & I l ust r ador

é só o começo...Esta busca

LIVRO I

va Nove nunca saiu de casa, nun-ca viu o sol de verdade. Em seus doze anos de vida ela nunca teve contato com outro ser vivo — sua única com-panhia é uma robô. Tudo isso muda quando um implacável desconheci-do destrói seu lar e Eva precisa fugir para sobreviver. Desesperada para encontrar alguém que seja como ela, sua esperança reside unicamente na imagem despedaçada de uma meni-na, um robô, um adulto e a estranha palavra “WondLa”.

A busca vai levá-la a descobertas que vão muito além de suas maiores expectativas, em uma jornada sur preen -dente, divertida e emocionante.

www.intrinseca.com.br T ONY DITERLIZZI

“Uma aventura irresistível. Mal posso

esperar para ler os próximos!” —RickRiordan

tradução de renata pettengill

TONY DITERLIZZI

Com ilustrações do autorCom ilustrações do autor

tradução de renata pettengill tradução de renata pettengill

Copyright © 2010 Tony DiTerlizzi. Esta edição foi publicada mediante acordo com Simon & Schuster Books for Young Readers, um selo de Simon & Schuster Children’s Publishing Division. Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida, em nenhuma forma ou nenhum meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou em um sistema de recuperação sem a permissão inscrita da Editora Intrínseca.

título originalThe Search for WondLa

preparaçãoSheila Til

revisãoUmberto Figueiredo Pinto

capaLizzy Bromley, John Lind e Tony DiTerlizzi

lettering originalTom Kennedy

projeto gráfico de mioloTony DiTerlizzi e Lizzy Bromley

adaptação de capa e miolo e diagramaçãoJulio Moreira

adaptação de imagensô de casa

[2012]

Todos os direitos desta edição reservados à

EDITORA INTRÍNSECA LTDA.Rua Marquês de São Vicente, 99, 3º andar22451-041 — GáveaRio de Janeiro — RJTel./Fax: (21) 3206-7400www.intrinseca.com.br

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

DiTerlizzi, Tony Em busca de WondLa / [texto e ilustração] Tony DiTerlizzi ; tradução de Renata Pettengil. - Rio de Janeiro : Intrínseca, 2012. 400p. : il. ; 23 cm (WondLa ; 1)

Tradução de: The search for WondLa

ISBN 978-85-8057-133-2

1. Ficção científi ca americana. I. Pettengill, Renata. II. Título. III. Série.

12-1846. CDD: 813 CDU: 821.111(73)-3

D642b

WondLa.com

deste livro você encontrará as chaves para uma atração que, por enquanto, está oculta: um mapa interativo e em 3-D

que lhe permitirá seguir o mesmo caminho e ouvir os mesmos sons que Eva Nove experimenta em sua aventura, graças ao fan-tástico recurso da �ondLa-� ision (também conhecido co mo Realidade Aumentada).

As ilustrações nas páginas 123, 277 e 433 são essas chaves. Visite www.wondla.com.br e siga as instruções no site. Você pre cisará de um computador com acesso à Internet e de uma webcam.

Se você não possuir uma webcam, poderá ver mapas não interativos e um vídeo também em

www.wondla.com.br

Dentro

Capítulo 1: Sozinha . . . . . . . . . . 14

Capítulo 2: Habilidades. . . . . . 23

Capítulo 3: Segredos. . . . . . . . . 33

Capítulo 4: Bum. . . . . . . . . . . . . . 43

Capítulo 5: Na superfície. . . . . 51

Capítulo 6: Onipod. . . . . . . . . . 56

Capítulo 7: Formas de vida. . . 63

Capítulo 8: Presa. . . . . . . . . . . . . 71

Capítulo 9: Em pedaços. . . . . . 76

Capítulo 10: Corra . . . . . . . . . . . 86

PARTE I

Sumário

Capítulo 11: Feridas. . . . . . . . . . . . . . . 99

Capítulo 12: Tocaieiro-do-areal. . . 107

Capítulo 13: Santuário. . . . . . . . . . . . 115

Capítulo 14: Cinzas. . . . . . . . . . . . . . . 125

Capítulo 15: Sentido anti-horário . 131

Capítulo 16: Quebra-cabeça. . . . . . . 137

Capítulo 17: Portas. . . . . . . . . . . . . . . 148

Capítulo 18: Subsistência. . . . . . . . . 157

Capítulo 19: Floresta. . . . . . . . . . . . . 168

Capítulo 20: Água. . . . . . . . . . . . . . . . 180

Capítulo 21: Nevoeiro. . . . . . . . . . . . 193

PARTE II

Capítulo 22: Lacus. . . . . . . . . . . . . 201

Capítulo 23: Trançado. . . . . . . . . . 211

Capítulo 24: Presentes. . . . . . . . . 225

Capítulo 25: Salto. . . . . . . . . . . . . . 231

Capítulo 26: Muito longe. . . . . . . 239

Capítulo 27: Mensagens. . . . . . . . 249

Capítulo 28: Artefato. . . . . . . . . . . 261

Capítulo 29: Marcas. . . . . . . . . . . . 268

Capítulo 30: Esperança. . . . . . . . . 275

Capítulo 31: Tudo bem. . . . . . . . . 287

Capítulo 32: O Peixe-dourado. . 293

Capítulo 33: Encontro. . . . . . . . . . 302

PARTE III

Capítulo 34: Grande migração. . 315

Capítulo 35: Gira-barbatanas. . . 322

Capítulo 36: Sem fôlego. . . . . . . . 329

Capítulo 37: Sinal. . . . . . . . . . . . . . 336

Capítulo 38: Ruínas. . . . . . . . . . . . 347

Capítulo 39: Superfície. . . . . . . . . 356

Capítulo 40: Escuridão . . . . . . . . . 363

Capítulo 41: Verdade . . . . . . . . . . . 367

Capítulo 42: WondLa. . . . . . . . . . . 374

Epílogo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 385

Mapa da região de Orbona . . . . . 390

O alfabeto orboniano. . . . . . . . . . . 392

Agradecimentos. . . . . . . . . . . . . . . 396

PARTE IV

“Se você quiser que seus filhos

sejam inteligentes,

leia contos de fadas para eles. Se quiser que sejam

mais inteligentes,

leia mais contos de fadas.”

—Albert Einstein

PA RTEPA RTE I I

C A P Í T U LO 1 : S O Z I N H A

Ev� Nov� estavamorrendo. Os minúsculos pontos escarlate em

sua mão lembravam os olhos encolerizados da

co bra que acabara de picá-la.

Sentada no chão coberto de pequenas pinhas e agulhas de

pinheiro, ela sentiu a espiral azeda da ânsia de vômito subir do

estômago até a garganta.

Deixou cair o punhado de musgos, agora molhados de suor, que

havia colhido do solo da fl oresta.

— Lenha — instruíra-lhe o Onipod horas antes, com seu jeito

animado. — Encontre objetos infl amáveis, como galhos secos, gra-

vetos ou musgos, e use-os para acender uma fogueira.

O grande aglomerado de rochas que Eva havia encontrado lhe

parecera o local perfeito para construir um abrigo e passar a noite,

Tony DiTerli��i

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e o terreno ao redor era coberto por tufos de musgos acinzentados.

Ao se abaixar para colher um punhado deles, Eva notara que, estirada

bem a seu lado, havia uma cobra marrom-avermelhada cheia de pintas

banhando-se no fraco sol do entardecer. O problema foi tê-la perce-

bido tarde demais para evitar a picada.

Agora, com as mãos trêmulas, Eva remexia em sua bolsa surrada à

procura do Onipod. O aparelho portátil metálico era achatado como

uma lupa e tinha, bem no centro, um pequeno orifício circular pare-

cido com um olho. O coração de Eva batia forte, como se tentasse sair

do peito. Ela engoliu em seco, interrompendo o ritmo frenético da

respiração. O emblema na manga de sua túnica apagou e acendeu em

sinal de advertência.

— Aqui é Eva Nove — sussurrou para o Onipod. — Iniciar A-M...

am, A-M...

Eva fechou os olhos e se concentrou. Levou o aparelho à testa, como

se o Onipod pudesse soprar para seu cérebro o comando de que ela

precisava.

— Saudações, Eva Nove. Como posso ajudá-la? — perguntou o dis-

positivo em tom suave.

— Eu... am... — As mãos dela tremiam. — Preciso que inicie o Auxí-

lio Médico...

— Você quer dizer Assistência Médica Individual, sigla AMI? — cor-

rigiu-a o Onipod.

— É — respondeu Eva, passando a língua pelos lábios secos e ten-

tando não vomitar.

— É uma emergência?

— Sim! Preciso de ajuda agora! — gritou Eva.

— Qual é a natureza da emergência?

— P-picada de cobra — disse a menina, e engoliu em seco mais

uma vez.

A ânsia de vômito pairava, à espreita, logo abaixo da língua, pronta

para jorrar.

�m � usca de �ond�a

17

— Um momento, por favor. Iniciando Identicaptura. — Eva obser-

vou três pequenas luzes piscando em intervalos regulares ao redor do

olho central do Onipod. — Iniciar Identicaptura da cobra. Precisamos

determinar se é ou não uma espécie venenosa.

Com o olhar vidrado, Eva examinou a área — não conseguia nem

focalizar o terreno à volta, quanto mais encontrar uma cobra camu-

fl ada no chão. Ela revirou os olhos. Sua respiração fi cou mais lenta. O

Onipod deslizou por seus dedos.

Eva caiu de costas, como um gigante sem vida tombando em uma

minifl oresta de musgos. Olhou para o alto, para o céu azul-cobalto de

fi m de tarde. Caído a seu lado, o Onipod repetia:

— Favor iniciar Identicaptura.

— Morta — foi tudo o que Eva conseguiu murmurar. — Estou

mesmo morta.

Uma voz vinda dos céus ecoou pelo ar. Era doce e suave, como a que

Eva ouvira dos lábios de uma linda mulher em um fi lme antigo.

— Eva. Eva, querida, levante-se, por favor.

Exatamente como em um fi lme antigo, Eva também pôde ouvir um

baixo ruído de estática por trás da cadência melodiosa da voz.

Os pinheiros pareceram sussurrar o nome da menina quando a brisa

do anoitecer soprou. Em algum lugar a distância, uma ave noturna can-

tou, saudando a noite. Eva forçou-se a abrir um pouquinho os olhos

verde-claros.

— Eva Nove — insistiu a voz —, levante-se.

A menina virou-se de lado. Deitada na fl oresta, olhou atentamente

para o tufo de musgo que mais uma vez pegara do chão. Observou que

a delicada trama de ramos parecia uma árvore em miniatura, desbo-

tada e sem vida.

Como uma planta tão pequena sobrevive em um mundo tão grande?,

perguntou a si mesma. Qual é o propósito de sua existência? Qual é o

propósito da minha existência?

— Eva, por favor...

Tony DiTerli��i

18

— Estou morta — ela anunciava para o céu. — Não percebeu? Eu

parti. Desfaleci. É meu fi m. Mooorrri!

Eva voltou sua atenção para a arvorezinha de musgo e fez biquinho.

— Não que você precise se preocupar com isso — murmurou.

O tufo desapareceu de repente, dissipando-se em uma nuvem de

poeira. Eva se encolheu abraçando as pernas e fe chou os olhos, en -

quan to o mundo à sua volta também evaporava, transformando-se em

nada. Em vazio.

Agora a voz estava bem a seu lado.

— Eva, o que aconteceu?

— Deixe-me em paz — respondeu.

— Você não se concentrou — disse a voz, suspirando. — Suas

chances de notar a cobra seriam de noventa e oito por cento se ti -

vesse feito uma varredura simples com o BioEscâner. Ela estava bem

à sua frente.

Ainda encolhida e abraçando as pernas, Eva não disse uma palavra.

— Obviamente terei de registrar seu fracasso nesse teste de habi-

lidade de sobrevivência. Tentaremos de novo amanhã. Combinado?

— perguntou a voz.

Uma delicada mão acariciou o cabelo louro-escuro e meio trançado

de Eva. A menina por fi m se levantou.

Duas esferas escuras que emitiam um brilho âmbar refl etiram

seu rosto de um jeito distorcido, fazendo-a parecer um peixe em um

aquário. Grandes pálpebras automatizadas se abriram e fecharam em

um movimento igual ao de um ser vivo. Vários outros olhos pequeni-

nos examinaram a menina, sem piscar, registrando inúmeros dados

e os enviando para um cérebro computadorizado. O cérebro fi cava

acomodado em dois tubos metálicos na parte de trás de uma cabeça

cuja frente era um rosto mecânico revestido de borracha de silicone.

— O que está havendo com você, Eva? — Os lábios automatizados

moveram-se para perguntar. — Deveria ter passado nesse teste sem

nenhum esforço. Está tudo bem?

�m � usca de �ond�a

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Um dos braços retráteis da robô estendeu-se de um carrossel com

diversos outros braços dobrados ao longo do tronco cilíndrico. Qua-

tro dedos esguios, cujas pontas eram revestidas da mesma borracha

de silicone da cabeça, massagearam os ombros de Eva na tentativa de

consolá-la.

— Como anda sua concentração? — perguntou a robô. — Notei

que você não chegou a dormir dez horas ontem à noite, o que indica que

talvez não tenha acumulado quantidade sufi ciente de sono REM. Isso

pode afetar consideravelmente seu desempenho.

— Agora não, Mater — disse a menina, desvencilhando-se da robô.

— Preciso fi car sozinha.

Ela cruzou a ampla sala quadrangular branca, dirigindo-se a uma

porta de batente baixo. Os ladrilhos emborrachados em tom ama-

relo-claro absorviam o ruído de seus passos arrastados. Embora a

câmara estivesse mal-iluminada, o pouco de luz que vinha dos holo-

projetores presos no teto era sufi ciente para mostrar que o lugar

es tava completamente vazio... a não ser pela humana e pela robô

azul-claro.

Eva parecia mal-humorada ao se arrastar em direção ao cômodo

central do alojamento. Quando as amplas portas da holocâmara desli-

zaram e fecharam atrás da menina, uma cena bucólica repleta de deta-

lhes vívidos foi projetada nelas. Nuvens macias como algodão va gavam

ao sabor do vento em um magnífi co céu azul-anil, acima de mon tanhas

cor de lavanda. Dava a impressão de que todo o cômodo era um grande

gazebo ao ar livre, com uma vista espetacular, embora uma das proje-

ções não estivesse funcionando direito — ela tremeluzia e se transfor-

mava em uma cena idêntica, só que noturna, o que estragava a ilusão.

— Bem-vinda de volta, Eva Nove — falou o intercomunicador em

tom descontraído. As palavras reverberaram por todo o cômodo octo-

gonal. — Como posso ajudá-la?

A água corria em um riacho remoto e pássaros cantavam, enchendo

o vestíbulo com os sons ambientes que correspondiam à paisagem.

Tony DiTerli��i

20

— Oi. Abra a porta do quarto, Santuário, por favor — disse Eva

ao cruzar o cômodo central, pisando forte e indo até a janela do ou -

tro lado.

Projetada nela, via-se a imagem espetacular de uma cachoeira que

jorrava do alto de uma montanha gigantesca, produzindo uma névoa.

A menina atravessou a cena, que tremeluziu como se fosse uma cortina

holográfi ca, e entrou pela porta aberta de seu quarto pouco iluminado.

— Feche a porta, por favor.

Eva arremessou o casacolete na banqueta. Sentou-se na beirada da

cama de espuma e tirou os botatênis. Ao se jogar para trás no colchão

oval, olhou fi xamente para o alto, para a infi nidade de canos e dutos

de exaustão que se cruzavam no teto branco. Havia marcas de infi l-

tração nos ladrilhos das quinas do pequeno quarto, como se fossem

fl ores amareladas desabrochando dos canos. Uma das lâmpadas da

luminária acima dela piscava a intervalos irregulares e irritantes.

Ela colocou as mãos na parte posterior da cabeça e passou os de dos

no sinal arredondado e protuberante que possuía na base da nuca. O

calor da cama elétrica atravessava sua túnica, fazendo-a sentir-se acon-

chegada. Eva fechou os olhos e já estava pegando no sono quando a

porta do quarto deslizou, abrindo-se novamente.

— Você esqueceu a bolsa de equipamentos e o Onipod na

ho locâmara — falou Mater, adentrando o quarto equilibrada em uma

única roda, cujo pneu já estava meio gasto. — É sério, querida, como

espera completar o treinamento se não toma conta de seus pertences?

— Mater! — resmungou Eva, os olhos fi xos no teto manchado,

recusando-se a encarar a robô. — Deixe isso aí. Vou guardar tudo

mais tarde.

A robô pegou da banqueta o casacolete surrado. A peça estava camu-

fl ada entre bichos de pelúcia, roupas sujas e papeletrônicos espalha-

dos pelo quarto.

— Vai guardar isto da mesma forma que guardou o restante das suas

coisas? Às vezes me pergunto...

�m � usca de �ond�a

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— Mater, por favor, só quero fi car um pouco sozinha — vociferou

Eva, ainda olhando para o teto.

Mater pendurou a roupa na fi leira vazia de ganchos dispostos lado

a lado na parede.

— O jantar será servido às dezoito horas. Seja pontual, por favor,

Eva — pediu Mater.

Assim que a robô saiu do quarto, a porta fechou-se. Eva passou a

mão atrás da cabeça e puxou o travesseiro. Então, apertando-o contra

o rosto, gritou.

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ragões, monstros espaciais, goblins e in se tos: os personagens que habitam o mundo de TON Y D ITE R L I Z Z I são os mesmos desde que ele era ga roto. DiTerlizzi nasceu em Los Angeles, na Califórnia, em 1969, e é o mais velho de três ir-mãos de uma família ligada às artes. Ainda criança ele começou a desenhar, inclusive usando lápis de cor nas paredes recém-pintadas de seu quarto para ilustrar um Ursinho Pooh.

Ao concluir o ensino médio, sonhava em fazer livros infantis. Estudou em várias escolas de arte, dentre elas a Florida School of the Arts e o Art Ins -ti tute of Fort Lauderdale, e formou-se em design grá fi co em 1992. É ilustrador e co-autor da série

kciwredipS ed sacin ôrc sA , que já vendeu milhões de exemplares no mundo todo e foi adaptada para o cinema.

Tony trabalha com a esposa, Angela, e eles mo-ram em Amherst, Massachusetts, com a fi lha.

— Você não entende, ater? — perguntou va,

ofendida. — lhe para a menina e para o pai dela.

lhe para o robô deles. ão vê como estão felizes?

Você não enVocê não en— pe— pe

ofenofenparpare pae pa

ddestest

v NovE passou a vida inteira em uma insta-lação subterrânea com Mater, uma

robô azul-clara muito amorosa e maternal, cuja missão é protegê-la e treiná-la para uma jornada à superfície — um mundo que conhecem somen-te por meio de holoprogramas. Quando seu lar é in vadido por um estranho, Eva precisa fugir sem olhar para trás e logo descobre que a superfície é, na realidade, muito mais bela e intrigante do que poderia imaginar. E muito mais perigosa também.

Em uma viagem mágica e por vezes assustadora, Eva fi nalmente tem a chance de perseguir seu maior desejo: encontrar outro humano. Mas a cada pas-so ela percebe que seu treinamento não a preparou para as ameaças que a esperam do lado de fora.

Em busca de WondLa inicia uma trilogia im-per dível, que vai tirar seu fôlego e inspirar muitos sonhos.

ony i er l izzi

Aut or & I l ust r ador

é só o começo...Esta busca

LIVRO I

va Nove nunca saiu de casa, nun-ca viu o sol de verdade. Em seus doze anos de vida ela nunca teve contato com outro ser vivo — sua única com-panhia é uma robô. Tudo isso muda quando um implacável desconheci-do destrói seu lar e Eva precisa fugir para sobreviver. Desesperada para encontrar alguém que seja como ela, sua esperança reside unicamente na imagem despedaçada de uma meni-na, um robô, um adulto e a estranha palavra “WondLa”.

A busca vai levá-la a descobertas que vão muito além de suas maiores expectativas, em uma jornada sur preen -dente, divertida e emocionante.

www.intrinseca.com.br T ONY DITERLIZZI

“Uma aventura irresistível. Mal posso

esperar para ler os próximos!” —RickRiordan