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Nº 287 - Novembro 2011 www.cremesp.org.br ENTREVISTA Gilson Carvalho, especialista em saúde pública, questiona a tramitação da EC 29 Pág. 3 Em sete anos, 4.821 prestaram o Exame e quase metade foi reprovada Págs. 6 e 7 DIA DO MÉDICO Profissionais com mais de 50 anos de atividades recebem homenagens do Cremesp Pág. 5 EM DEFESA DO SUS Mobilização nacional dos médicos denuncia falta de recursos e baixa remuneração Pág. 8 PLANOS DE SAÚDE Avanços nas negociações com operadoras interrompe paralisação do atendimento por especialidades Pág. 10 EMPRESAS FUNERÁRIAS Médicos vinculados a cartões de desconto cometem infração ética Pág. 15

Em sete anos, 4.821 prestaram o Exame e quase metade foi ... · Callegari, Eurípedes Balsanufo Carvalho, Gaspar de Jesus Lopes Filho, Henrique Carlos ... Renato Azevedo Júnior Presidente

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Page 1: Em sete anos, 4.821 prestaram o Exame e quase metade foi ... · Callegari, Eurípedes Balsanufo Carvalho, Gaspar de Jesus Lopes Filho, Henrique Carlos ... Renato Azevedo Júnior Presidente

Nº 287 - Novembro 2011 www.cremesp.org.br

ENTREVISTA Gilson Carvalho, especialista em saúde pública, questiona a tramitação da EC 29 Pág. 3

Em sete anos, 4.821 prestaram o Exame e quase metade foi reprovadaPágs. 6 e 7

DIA DO MÉDICOProfissionais com mais de 50 anos de atividades

recebem homenagens do Cremesp Pág. 5

EM DEFESA DO SUSMobilização nacional dos médicosdenuncia falta de recursos e baixa

remuneraçãoPág. 8

PLANOS DE SAÚDEAvanços nas negociações com

operadoras interrompe paralisaçãodo atendimento por especialidades

Pág. 10

EMPRESAS FUNERÁRIASMédicos vinculados a cartões dedesconto cometem infração ética

Pág. 15

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DiretoriaPresidente: Renato Azevedo Júnior. Vice-presiden-te: Mauro Gomes Aranha de Lima. 1º Secretário:Carlos Alberto H. de Campos. 2º Secretário:Adamo Lui Netto. Tesoureira: Silvia Helena R.Mateus. 2º Tesoureiro: Nacime Salomão Mansur.Departamento de Comunicação: André ScatignoNeto. Departamento Jurídico: Henrique CarlosGonçalves. Corregedor: Krikor Boyaciyan. Vice-Corregedor: Rodrigo Durante Soares. Departa-mento de Fiscalização: Ruy Yukimatsu Tanigawa.Delegacias da Capital: Rui Telles Pereira. Delega-cias do Interior: Denise Barbosa.

Editorial

ConselheirosAdamo Lui Netto, Akira Ishida, Alfredo RafaelDell´Aringa, André Scatigno Neto, Antonio Pe-reira Filho, Bráulio Luna Filho, Caio Rosenthal,Carlos Alberto Herrerias de Campos, CarlosAlberto Monte Gobbo, Clóvis FranciscoConstantino, Denise Barbosa, Desiré CarlosCallegari, Eurípedes Balsanufo Carvalho,Gaspar de Jesus Lopes Filho, Henrique CarlosGonçalves, Henrique Liberato Salvador, IedaTherezinha Verreschi, Isac Jorge Filho, JoãoLadislau Rosa, João Márcio Garcia, JoséHenrique Andrade Vila, José Marques Filho,José Yoshikazu Tariki, Kazuo Uemura, KrikorBoyaciyan, Lavínio Nilton Camarim, Luiz AlbertoBacheschi, Luiz Flávio Florenzano, Marco TadeuMoreira de Moraes, Maria do Patrocínio TenórioNunes, Marli Soares, Mauro Gomes Aranha deLima, Nacime Salomão Mansur, Pedro TeixeiraNeto, Reinaldo Ayer de Oliveira, Renato Azeve-do Junior, Renato Françoso Filho, Rodrigo Du-rante Soares, Rui Telles Pereira, Ruy YukimatsuTanigawa, Silvana Maria Figueiredo Morandini eSilvia Helena Rondina Mateus.

Jornal do CremespÓrgão Oficial do Conselho Regionalde Medicina do Estado de São Paulo

Conselho Editorial: André Scatigno Neto, AdamoLui Netto, Akira Ishida, Antonio Pereira Filho,Bráulio Luna Filho, Carlos Alberto Herrerias deCampos, Desiré Carlos Callegari, EurípedesBalsanufo Carvalho, Henrique Carlos Gonçalves,Ieda Theresinha Verreschi, João Ladislau Rosa,João Márcio Garcia, Krikor Boyaciyan, LavínioNilton Camarim, Luiz Alberto Bacheschi, MauroGomes Aranha de Lima, Nacime Salomão Mansur,Renato Azevedo Júnior, Rui Telles Pereira, RuyYukimatsu Tanigawa, Silvana Maria FigueiredoMorandini e Silvia Helena Rondina Mateus. Geren-te de Comunicação: Mário Scheffer. Editora-chefe:Nara Damante (MTb 21.151). Editora: Aglaé Silves-tre. Colaboradoras: Concília Ortona (Ética e Bioé-tica), Fátima Barbosa, Ivolethe Duarte e TâniaCotrim (revisoras). Estagiárias: Beatriz Machado(foto), Flávia Regina Knispel, Ligia Neiva NevesThomazi e Tainá Grassi. Fotografia: Osmar Bustos.Secretária de redação: Marisa Martins. Diagra-mação: Ponto F Comunicação/José Humberto de

S. Santos. Gráfica: CLY. Tiragem: 120 mil exempla-res. Periodicidade mensal. Opinião e conceitosemitidos em matérias assinadas não refletem ne-cessariamente a opinião do Jornal do Cremesp.

Conselho Regional de Medicinado Estado de São Paulo

CAT - Central de Atendimento Telefônico(11) 5908-5600

Atendimento Sede - Fone: (11) 3017-9300Rua da Consolação, 753 (das 9h às 18 horas)Atendimento na sub-sede da Vila Mariana

Fones (11) 5908-5607/5908-5610Av. Domingos de Moraes, 1810

(das 9h às 18 horas)Jornal do Cremesp e revista Ser Médico

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Campanhaswww.eusalvovidas.org.br

www.propagandasembebida.org.brwww.proteja-se.org.br

www.cremesp.org.br/sustentabilidade

Renato Azevedo Júnior

Presidente do Cremesp

O

Opinião

s resultados do Exa-me do Cremesp de2011, para alunos de

Quem arcarácom os danos?

sexto ano de Medicina, no-vamente são preocupantes:alto índice de reprovação,muitos erros em áreas es-senciais do atendimento àpopulação e a suspeita deque o caráter facultativo daprova esconde uma realida-de ainda pior.

O mais impactante é obaixo nível persistente nasérie de sete anos do Exa-me, aplicado com as mes-mas metodologias e insti-tuição especializada.

Embora a avaliação exter-na só exista em São Paulo,por iniciativa do Cremesp,não há indícios de que odesempenho seja melhor emoutros Estados, como temdemonstrado algumas in-vestidas pontuais do MEC edas próprias faculdades.

De 2003 a 2010, o Brasil vi-veu um boom de cursos mé-dicos: foram criados 70, sen-do 50 deles privados. Segun-do o MEC, 185 cursos já ofe-recem 17 mil vagas por ano.

Quem pagará a conta,quem arcará com os danosdessa expansão descontro-lada de cursos de Medicinasem qualidade? Os alunose suas famílias estão sendoenganados. A populaçãoestá em risco constante, nasmãos de jovens sem quali-

ficação adequada para exer-cer a Medicina.

O Exame do Cremesp, emsete anos, já cumpriu seupapel. Firmou-se como umaproposta inovadora de ava-liação e expôs para a socie-dade e autoridades uma si-tuação insustentável.

Mas nada mudou, nemmesmo a inércia dos gover-nantes e a lentidão dos res-ponsáveis pelas escolas. Porisso, o Cremesp vem a pú-blico mais uma vez defen-der o exame obrigatório nofinal do curso de Medicinacomo pré-requisito parainscrição no CRM.

Recentemente, o SupremoTribunal Federal (STF) deci-diu que o Exame da OAB éconstitucional. Entenderamos ministros que o perigo dedano pela prática da advo-cacia, sem a devida capacita-ção do profissional, justificao exame. “Quando o risco daatividade profissional é su-portado pela coletividade,cabe limitar o acesso à pro-fissão”, disse o relator, ressal-tando que a própria Cons-tituição traz essa ressalva.

Destinatária dos serviçosprestados pelos médicos, dequem espera receber osmelhores cuidados, a popu-lação merece igual atençãodos poderes da República,ainda mais se tratando dasaúde e da vida.

Delegados:essenciais ao Cremesp

Rui Telles Pereira

Coordenador das Delegacias da Capital

“O Exame doCremespcumpriu seupapel,expondo paraa sociedade eautoridadesuma situaçãoinsustentável”

O Cremesp mobiliza umagrande estrutura e muitosesforços para desempenharsuas funções judicante,cartorial, de fiscalização, deproteção da sociedade e daboa prática médica.

A estrutura administrati-va de todos os conselhosdo país conta com a atua-ção dos funcionários e comum corpo de 40 conselhei-ros eleitos, além de dois in-dicados pela entidade re-presentativa da AssociaçãoMédica Brasileira (AMB)em seu Estado.

Diferente de outros Esta-dos menores, o universosob jurisdição do CRM deSão Paulo é desproporcio-nal à capacidade dos conse-lheiros em dar respostas àsdemandas institucionais,frente a mais de 106 mil mé-dicos ativos e 37 mil pessoasjurídicas, além do recebi-mento de cerca de 300 de-núncias por mês. Em umúnico sábado, o Cremesprealiza mais julgamentos doque os efetuados por CRMs

de muitos Estados brasilei-ros em um ano.

Para dar conta dessa de-manda, o Cremesp criou afunção de delegado. Poste-riormente, CRMs de Esta-dos também populosos,adotaram a mesma ideiainaugurada por São Paulo.

É nesse contexto quedestacamos o papel essen-cial dos 247 delegados doCremesp, sendo 130 delesatuantes na Capital, 24 naGrande São Paulo e 93 noInterior.

Além de responderempor atividades administra-tivas das delegacias, sãoeles que representam oCremesp na ausência doconselheiro regional, medi-am dúvidas e conflitos éti-cos na sua jurisdição, auxi-liam as comissões de éticamédica e os diretores clíni-cos dos hospitais. Eles tam-bém fazem diligências paraa instrução de sindicâncias.

Tendo em vista a sua in-tensa produção, esta Casanão teria nenhuma condi-ção de funcionar sem o au-xílio de seus delegados. Sótemos a agradecer a essescolegas médicos, responsá-veis pela descentralizaçãodo Cremesp, cada vez maispróximo do médico e dapopulação.

Os delegados sãoos responsáveis peladescentralizaçãodo Cremesp, cadavez mais próximo domédico

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Entrevista l Gilson Carvalho

Novembro 2011 Jornal do Cremesp 3

AApós anos de tramitação,a Câmara regulamentou aEmenda Constitucional29 (EC 29), enviada paraanálise do Senado. É viá-vel retomar a proposta ori-ginal, já aprovada em2008, de alocar 10% deReceita Corrente Bruta(RCB) da União para asaúde?Aconteceu o pior em rela-ção ao financiamento dasaúde pública no Brasil.Fomos ao Congresso expli-car que seria impossívelfazer saúde com 1/3 damédia alocada pelos siste-mas de saúde no mundo ecom metade do que gas-tam os planos de saúde noBrasil. A EC 29, aprovadapelo Congresso, tinha pre-gado uma peça ao setorquando desonerou a União(passou a investir menos) eobrigou o aumento do gas-to dos Estados em 20% edos municípios, em 50%.No dia seguinte à aprova-ção já estávamos falandoque aquela verba era insu-ficiente. O médico e entãodeputado federal RobertoGouveia, em 2003, proto-colou projeto sobre o au-mento de recursos federaispara a saúde, determinan-do que a União devessealocar, no mínimo, 10% desua RCB à saúde.

O que houve com esseprojeto?Está em discussão até hoje.Quando passou pela pri-meira vez na Câmara, con-seguiram adulterá-lo para

a mesma forma atual, dedesfinanciar a saúde. Man-daram ao Senado com oadendo de que, se aprova-da a Contribuição Provisó-ria sobre MovimentaçãoFinanceira (CPMF), seriaum dinheiro a mais para asaúde. Em dezembro de2007, o Senado ressuscitouo projeto de Tião Viana(PT/AC), nos mesmosmoldes do de Gouveia. Foiaprovado por unanimida-de, garantindo os 10% daRCB para a saúde. Seguiupara a Câmara, que tentourecriar a CPMF, agoracomo Contribuição Socialpara a Saúde (CSS), man-tendo a mesma base decálculo dos recursos fede-rais – não um percentualda receita (como para Es-tados e municípios), masdo PIB. Aprovou sem basede cálculo da CSS e comum agravante: tirou R$ 7 bi-lhões da saúde, pois eximiuos Estados de aplicarem12% da receita na saúde, oequivalente aos recursos doFundo de Manutenção eDesenvolvimento da Edu-cação Básica e de Valoriza-ção dos Profissionais daEducação (Fundeb). Foi umescárnio à saúde.

O que poderá acontecercom os recursos para asaúde?Uma dessas possibilida-des: o projeto jazer mortono Senado, sem votação,já que o governo não acei-ta aumentar os investi-mentos sem nenhuma ar-recadação nova; aprova-rem o projeto da Câmarasem o artigo referente àperda dos R$ 7 bi; sancio-narem a proposta da Câ-mara mantendo a perdadesse valor; ratificarem oprojeto do Senado quantoà base e manter o descon-to dos R$ 7 bi dos Estados;ou ainda aprovarem o do

Senado, recusando porinteiro o da Câmara (o queseria impossível, se nãotiver arrecadação nova).

O Brasil anunciou que ocrescimento do PIB irádiminuir em 2011. E aatual crise econômicamundial serve de pretex-to para o governo recha-çar a proposta de 10% dereceita para a saúde. Qualseria um montante idealde recursos para o SUS?Tanto a alocação de umpercentual do PIB quantoda receita levariam à di-minuição dos recursos dasaúde ou do crescimento.Não sei como isto intimi-daria o governo, já queindependente da arreca-dação, ele tem que acom-panhar o crescimento doPIB. E, se aprovado umpercentual da receita, seela for menor, o dinheiroa ser transferido à saúdetambém será pequeno.

Com a aprovação da EC 29,os governos não poderãomais considerar comodespesas de saúde o pa-gamento de inativos, amerenda escolar, a limpe-za urbana etc. É suficien-te para evitar distorções?Não há nenhuma necessi-dade de nova lei definin-do o que são ações e ser-viços de saúde. Isso já estáclaro na Constituição Fe-deral e na Lei Federal8080/90. No momento emque o Conselho Nacionalda Saúde (CNS) fez umaresolução sobre o assuntoe não reforçou que já es-tava definido na Consti-tuição e na lei, facilitou aomissão dos Estados.

É favorável à CSS ounovo tributo para finan-ciar a saúde?Já fui a favor da CPMF,mas hoje tenho posição

contrária. Historicamente,toda vez que pediram di-nheiro para a saúde, uti-lizaram em outras áreas.Enquanto não houvercompromisso claro com asaúde, a sociedade preci-sa tensionar para que au-mentem esses recursos naproporção do crescimen-to da arrecadação. É umaprática do governo reco-lher mais para pagar dívi-da e deixar de investir nosocial. É preciso expurgarda saúde despesas nãoinerentes a ela e usar asverbas do aumento da ar-recadação para investirmais em saúde.

Alguns críticos insistemque o maior problema doSUS não é o financia-mento insuficiente, masa má gestão dos recursos.Para resolver os proble-mas da saúde no Brasil,precisamos implementaro que chamo de Lei dosCinco Mais. O Mais Brasilrefere-se ao fato de que senão tivermos mais empre-go e renda melhor distri-buída, não resolveremos asaúde do brasileiro. OMais Modelo reforça que oformato calcado na doen-ça não é o do SUS, massim o de dar precedênciaàs ações preventivas semprejuízo das medidas derecuperação. No Mais Efi-ciência, enfatizo a necessi-dade de buscar a eficiên-cia para gastar melhor ospoucos recursos para asaúde. O Mais Honestida-de significa menos cor-rupção em todos os níveis.E, claro, precisamos deMais Dinheiro.

regulamentaçãoda EC 29,aprovada pela

SUS precisa de maisdinheiro e eficiência

“Aconteceuo pior em relaçãoao financiamentoda saúde”

Câmara dosDeputados, não foifavorável à saúde, deacordo com opediatra GilsonCarvalho, que hámais de 40 anosdefende mais verbaspara o SUS. Eleresume asnecessidades dosistema ao quechamou de Lei dosCinco Mais, queenfoca o modelodeterminado naConstituição, commais recursos,eficiência e ética,além da garantia dascondições básicas decidadania. Nestaentrevista ao Jornaldo Cremesp, explicao complicado trâmitepolítico que envolve ofinanciamento doSUS.

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4 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Gravidez programada

m dos desdobra-mentos do estilo devida atual das mu-

lheres é a gravidez tardia.No entanto, uma gestaçãoprogramada para tal épo-ca da vida inclui riscosque médicos e pacientesdevem conhecer. “A mu-lher casa mais tarde e,quando quer engravidar,se torna mais difícil con-gelar o óvulo ou fertilizá-lo”, explica Silvana Mo-randini, ginecologista eobstetra e coordenadorada Câmara Técnica (CT)de Reprodução Humana eTécnicas de ReproduçãoAssistida do Cremesp. Deacordo com a médica,ocorre um envelhecimen-to ovular no qual os folí-culos perdem qualidade etamanho, dificultando agravidez.

Por isso, muitas mulhe-res optam por realizar ocongelamento dos óvulosa fim de preservar materialde qualidade para uma fu-tura gravidez. SegundoRenato Fraietta, especialis-ta em reprodução humana,e Amanda Victorino, em-

briologista da Unifesp, oprocedimento deve ser fei-to antes dos 35 anos, quan-do a mulher ainda possuiboa qualidade e quantida-de oocitária. A pacientepassa por um estímulohormonal para aumentar onúmero de folículos pro-duzidos, possibilitandomais óvulos para o conge-lamento. De acordo comEduardo da Motta, doutorem Ginecologia, o proces-so é parecido com a fertili-zação in vitro.

Os óvulos podem ficarcongelados por tempoindeterminado. Quando amulher decide o momen-to de engravidar, realiza oprocedimento para pre-

Mulheres optantes pelocongelamento dos óvulos devemrealizar coleta antecipada

Membros da CT de Reprodução Humana: congelamento de óvulos deve ser feito antes dos 35 anos

Neste verão, o Brasil irádeparar-se com a dengue4, novo sorotipo que en-trou recentemente pelaVenezuela trazendo riscode surtos, sendo necessá-ria a adoção de medidasde prevenção e combate.

Um mapeamento, reali-zado pela Secretaria deEstado da Saúde (SES-SP),por intermédio do Centrode Vigilância Epidemio-lógica (CVE) e da Superin-tendência de Controle deEndemias (Sucen), apon-

O Conselho Federal deMedicina (CFM) ingres-sou na Justiça Federalcom uma Ação Civil Pú-blica, com pedido deliminar, após a AgênciaNacional de VigilânciaSanitária (Anvisa) de-terminar a proibiçãodos inibidores de ape-tite. Como a justiça ne-gou a liminar, o CFMentrou com recurso.

A agência liberou asibutramina, que aindapode ser utilizada, mascom maior controle,instituindo a Resoluçãonº 52, que consiste emum termo de responsa-bilidade dos médicosao prescreverem estemedicamento.

Segundo Desiré Calle-gari, conselheiro repre-sentante de São Paulono CFM, “o objetivo édefender os direitosdifusos e coletivos dasociedade como um to-do, de ver preservada aautonomia de prescri-ção de medicamentoseficazes ao tratamentode doenças, pelos mé-dicos aos seus pacien-tes e, sobretudo, o aces-so aos remédios porcerca de 15% da popu-lação brasileira que so-fre com a obesidade”.

O CFM alega que aAnvisa “quer tutelaruma matéria sem qual-quer fundamento técni-co, cerceando direitosdos pacientes e autono-mia dos médicos de uti-lização de medicamen-tos eficazes, conformehistórico de 30 anos”.Ainda no documento,reitera que “está fa-zendo sua parte na fis-calização da condutade médicos que pres-crevem medicamentosanorexígenos sem ob-servar os critérios téc-nicos e éticos”.

Anorexígenos

CFM rebatedecisãoda Anvisa

Dengue 4

Novo sorotipo exige prevenção e combatetou que 43% dos municí-pios paulistas têm riscoalto ou muito alto para aocorrência de dengue du-rante esses meses.

Para evitar o avanço dadoença no Estado duran-te a estação, a SES-SPapresentou o Plano Esta-dual de Intensificação dasAções de Vigilância e Con-trole da Dengue para o perío-do 2011-2012, que visa à re-organização da assistênciamédica aos pacientes, acapacitação de profissio-

nais e a montagem de“hospitais de campanha”,para desafogar as unida-des de saúde dos municí-pios com maior incidên-cia, entre outras medidas.

O infectologista e conse-lheiro do Cremesp, CaioRosenthal, explica que “omosquito prefere tempe-raturas mais elevadas e hámais possibilidades deacúmulo de água nos re-cipientes, por causa daschuvas da estação, o quedeve ser evitado”.

Segundo ele, alguém quejá teve dengue fica, apósalguns meses, imune a essesorotipo, mas pode pegaros outros três. “Cada vez épior que a anterior porqueo corpo desenvolve ummecanismo imune alérgico,um desequilíbrio do siste-ma imune, que reage de for-ma desproporcional quan-do novamente desafiado.Daí advém as complicações,como o choque e a hemor-ragia, embora o desfechofatal da doença seja raro”.

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paração do endométriopor meio de hormônios.Dados fornecidos porFraietta apontam que ataxa de sobrevivência deoócitos pós-descongela-mento fica em torno de90%, enquanto a taxa degravidez para pacientesprodutoras de oito oócitosse constitui de 40%.

No entanto, o alerta épara a idade em que se es-colhe engravidar. Apesarde não haver limite defini-do, a gestação não é reco-mendada após os 50 anos,seja com óvulos congelados

ou frescos. Em tal momen-to da vida, os riscos obsté-tricos aumentam conside-ravelmente, envolvendotodos os problemas de umagravidez tardia: desco-lamento prematuro da pla-centa, má-formação e res-trição de crescimento fetal.

O auge da vida repro-dutiva feminina aconteceentre os 18 e 28 anos, masse mantém posteriormen-te. Porém, depois dos 35,este potencial começa adeclinar, aumentando osriscos de aborto e má-for-mação fetal.

Câmara Técnica do Cremespalerta aos médicos sobre redução deefetividade na gestação tardia

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Novembro 2011 Jornal do Cremesp 5

Homenagem

ma homenagem aosmédicos paulistascom mais de 50 anos,

dedicados ao exercício daprofissão, foi organizadapelo Cremesp para come-morar o Dia do Médico,em 18 de outubro. Foramhomenageados 188 profis-sionais durante evento noMemorial da América La-tina, em São Paulo.

“Esses 50 anos passaramtão rápido que nem nosdemos conta, ocupadosque estávamos em cuidardos doentes”, resumiu oorador da cerimônia e umdos homenageados, SérgioAlmeida de Oliveira, pro-fessor da Faculdade deMedicina da Universidadede São Paulo. Ele mencio-nou a evolução do papeldos conselhos de medici-na, criados em 1951, quepassaram a ter importantefunção política na socieda-

O Cremesp e as APMs re-gionais de Santo André,São Bernardo do Campo eSão Caetano do Sul tam-bém prestaram homena-gens a seus profissionaisda Medicina, com realiza-ção de jantar dançante nosmunicípios. Foram laurea-dos os médicos: Julio An-tonio, Mario Romano Ju-nior, Francisco Jose Ma-grin, Perets Krakauer, JoãoBosco Baddini Meira, Se-bastiao Marques Zanfor-lin, Adanor Angelo deAguiar Quadros, JorgeBrasil Leite, Jose SutilFogaça, Raul Enrico Ro-mani e Roberto RubenPando Serrano.

Os conselheiros KazuoUemura e Ruy Tanigawarepresentaram o Cremespnas cerimônias de SantoAndré e São Caetano do

Cremesp homenageia médicos com maisde 50 anos de atividade Diploma e placa oferecidos aos

profissionais registram compromissocom exercício ético da Medicina

U

Regionais do ABCD paulistacomemoram o Dia do Médico

de, em defesa da saúde dapopulação e dos interessesda classe médica, zelandopelo respeito aos preceitoséticos na relação médico-paciente. Em seu discurso,elencou as principais mu-danças e avanços ocorri-dos na Medicina nas últi-mas cinco décadas.

O presidente do Cre-mesp, Renato AzevedoJúnior, também frisou queo exercício da Medicinamudou muito nos últimos

anos. Ele citou ainda o ar-tigo 2º dos Princípios Fun-damentais do Código deÉtica Médica: “o alvo detoda a atenção do médicoé a saúde do ser humano,em benefício da qual de-verá agir com o máximode zelo e o melhor de suacapacidade profissional”.“Isso nunca mudou, enunca mudará, graças avocês, que souberam exer-cer a profissão de formaexemplar. Ao prestar esta

honraria, o Cremesp tam-bém está homenageandoos familiares, partícipes etestemunhas de vidas de-dicadas à Medicina”, afir-mou Azevedo.

Também estiveram pre-sentes à solenidade CidCélio Jayme Carvalhaes,presidente da FederaçãoNacional dos Médicos(Fenam) e do Sindicatodos Médicos de São Pau-

Sul, respectivamente. Es-tiveram presentes autori-dades municipais, repre-sentantes da APM estadu-al, da diretoria reeleita daAPM regional de SantoAndré – que abrange Ri-beirão Pires, Mauá e RioGrande da Serra –, alémda nova diretoria da APMde São Bernardo do Cam-po e Diadema.

“Prestamos as homena-

gens, em nome da direto-ria, conselheiros e delega-dos do Cremesp, aos mé-dicos da região, que nes-ses anos todos exercerama Medicina com dedica-ção e zelo, sempre pauta-dos pelo respeito aos pa-cientes”, disse Uemura.Os homenageados rece-beram medalha, certifica-do e o livro Cremesp –Uma Trajetória.

Uemura (à direita) destacou a dedicação dos homenageados

Almeida, Ieda, Azevedo e Carvalhaes: homenagens na capital

lo (Simesp); Ieda The-rezinha do NascimentoVerreschi, representanteda Associação Paulista deMedicina (APM); e Affon-so Renato Meira, presi-dente da Academia deMedicina de São Paulo.

Os homenageados rece-beram um diploma e umaplaca com menções de re-conhecimento pelo exercí-cio ético da medicina.

A cerimônia em homena-gem ao Dia do Médico, noMemorial da América La-tina, marcou também o lan-çamento do novo portal doCremesp (www.cremesp.

org.br), que passou a incluirferramentas que facilitamainda mais o acesso e ainteratividade.

O diretor de comunica-ção do Cremesp, AndréScatigno Neto, apresentouo projeto de reformulaçãoaos médicos, pontuando asprincipais mudanças. “En-tregamos este site no Diado Médico como um pre-sente simbólico aos cole-gas”, declarou. Ele desta-cou que o Cremesp já estápensando nas novas gera-ções de médicos, que exi-girão, cada vez mais, sitesinstitucionais ágeis e comfoco nas suas atribuições.

Médicos ganhamnovo portal

Scatigno: presente simbólico aos colegas

A reengenharia de con-teúdo do site está sendofeita em três fases. A pri-meira já está no ar e asdemais serão desenvolvi-das até 2012. A segundaparte começou após o Diado Médico e inclui o apri-moramento do conteúdodos novos canais criados,como o Dados e Pesquisa,Formação Profissional,Campanhas, Especialida-des e Movimento Médico.

A reforma do site foielencada como uma dasprioridades da gestão2011/2012 da Diretoria doCremesp. Para Renato Aze-vedo Júnior, presidente doConselho, “a utilização dainternet como instrumentode comunicação, interaçãoe prestação de serviços aosmédicos deve ser constan-temente aperfeiçoada”.

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6 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Ensino médico

Em sua sétima edição,o Exame do Cre-mesp – que desde

46% dos participantes são reprovadosno Exame do Cremesp 2011

Resultadodemonstra sériasdeficiências noensino médicoem São Paulo,especialmenteem áreasessenciais daMedicina

Azevedo durante entrevista coletiva à imprensa: resultados insatisfatórios

A avaliação geral de todosos exames deixa aindamais patente o baixo de-sempenho dos estudantes.Nos últimos sete anos,4.821 formandos participa-ram da prova, dos quais2.250 (46,6%) foram repro-vados. Excluindo os doisprimeiros anos, quando oExame estava ainda emfase experimental, entre2007 e 2011 participaramda prova, 3.135 candida-tos com 1.832 (58,4%) re-provações. Nos últimoscinco anos, a proporção dereprovação foi sempremenor que 61%.

“Há uma tendência dereprovação, que fica emtorno dos 50% e persistedesde a primeira provaaplicada pelo Cremesp,em 2005, até 2011. É pre-ciso discutir um sistemade avaliação externa dasescolas médicas”, anali-sou Ayer.

Já Azevedo defendeuclaramente a obrigato-riedade de um exame deavaliação dos formandosem Medicina nos moldesdo que vem sendo realiza-do pelo Cremesp (veja edi-torial, na página 2).

O Exame do Cremespde 2011, aplicado pelaFundação Carlos Chagas,foi realizado em uma úni-ca etapa. A prova objetivateve 120 questões distri-buídas em nove áreas bá-sicas de conteúdo. Comnota de corte estipuladaem 6, a média de acertoobtida pelos presentes foide 73,5 pontos.

O número de partici-pantes, embora inferior aode 2010, é significativo es-tatisticamente e corres-ponde a 16% do universode estudantes que cursa-ram o sexto ano de Medi-cina em São Paulo. O Es-tado conta com 30 escolas

2005 avalia o desempenhodos estudantes dos sextosanos das escolas médicaspaulistas – reprovou 46%dos 418 participantes. Oíndice de reprovação (Qua-dro 1) em 2011 aumentouem relação a 2010 (43%),mas foi menor que o dosanos de 2009 (56%), 2008(61%) e 2007 (56%).

Renato Azevedo, presi-dente do Cremesp, lem-brou que cerca de 70 facul-dades de Medicina foraminauguradas no país nosúltimos oito anos e, a mai-oria delas, sem hospital es-cola. “Estão abrindo esco-las médicas sem qualidade

e, em consequência, for-mando médicos despre-parados”, denunciou, du-rante entrevista coletiva àimprensa em 9 de novem-bro, na qual apresentouos resultados da prova,ao lado do conselheiroReinaldo Ayer, coorde-nador do Exame.

Desempenho indicanecessidade da avaliação

médicas em atividade,sendo que 28 delas for-mam aproximadamente2,5 mil médicos por ano.As outras duas ainda nãoformaram suas primeirasturmas.

A resistência ao Examedo Cremesp, por parte dedirigentes, professores ealunos de algumas esco-las, persistiu em 2011. Es-tiveram representados 25cursos de medicina, den-tre os 28 em atividade noEstado com alunos for-

mados em 2011. Não par-ticiparam do Exame osegressos do Centro Uni-versitário Barão de Mauá,de Ribeirão Preto; Uni-versidade Federal de SãoCarlos (Ufscar); e Facul-dade de Medicina da USP(Fmusp).

Pelo fato de a avaliaçãonão ser obrigatória, a dis-

Em sete anos,metade dototal dosparticipantes foireprovada

Quadro 1

Participantes e índice de reprovação do Exame do Cremesp – 2005 a 2011

Ano do Exame Participantes Reprovados Reprovação (%)

2011 418 191 46

2010 533 227 43

2009 621 345 56

2008 730 447 61

2007 833 466 56

2006 688 261 38

2005 998 313 32

Egressos de 25 cursos de Medicina de SP participaram do Exame

tribuição dos participan-tes não é homogênea en-tre os cursos de Medicina.Não é possível, portanto,estabelecer um ranking dedesempenho das escolas.O número reduzido departicipantes de diversoscursos também não permi-te avaliar o desempenhoindividual das instituições.

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Novembro 2011 Jornal do Cremesp 7

Erros cometidos pelos estu-dantes em algumas ques-tões que fizeram parte doExame do Cremesp 2011

O desempenho dos par-ticipantes em áreas bási-cas da Medicina é preo-cupante. O resultado éconsiderado insatisfa-tório quando indica abai-xo de 60% de acertos(Quadro 2).

Chamou a atenção o bai-xo índice de acertos emSaúde Pública (49,0%),Obstetrícia (54,1%), Clí-nica Médica (56,5%) e Pe-

Quadro 2

Áreas de conhecimento e médias de acertos – Exame do Cremesp – 2010Médias (em %) de questões respondidas corretamente

Áreas de Exame Exame Exame Exame Exame Exame Exameconhecimento 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005

Saúde Pública 49,0 54,8 60,7 66,6 72,3 67,5 40,6

Obstetrícia 54,1 64,7 62,6 53,9 58,9 56,1 59,3

Clínica Médica 56,5 56,8 48,4 56,7 50,0 60,8 55,2

Pediatria 59,3 64,5 57,0 51,3 50,4 63,6 73,9

Clínica cirúrgica 65,2 66,5 53,7 58,3 53,8 58,5 67,5

Ciências básicas 65,3 54,1 55,4 52,3 55,6 62,6 68,7

Saúde mental 67,3 69,8 51,2 83,1 63,6 58,6 68,4

Ginecologia 69,8 65,6 69,0 52,0 49,1 64,8 65,2

Bioética 78,2 71,9 85,7 74,1 70,0 71,2 62,8

Quadro 3

Exemplos de questões e percentual de erro – Exame do Cremesp 2011

Situação/Problema

Enunciadoda questão

Respostacorreta

Erraram a questão(% de participantes)

Medicamento que nãoé a melhor indicaçãopara paciente com in-fecção na garganta

Um homem de 29 anos procura atendimento mé-dico por apresentar tosse e febre há dois dias.A radiografia de tórax mostra:

Há um mês tratou infecção de garganta com cefa-lexina por duas semanas. O seu estado clínicoé bom e o médico opta por tratamento domici-liar. Os seguintes tratamentos são recomenda-dos, EXCETO:

Ciprofloxacina +Claritromicina

66%

Diagnóstico de sepsee meningite em re-cém-nascido

Um recém-nascido (RN) de termo, adequado para a idade gestacional, filho demãe com 26 anos, primigesta, parto fórcipe, após 18 horas de rotura prematurade membranas, apresenta, com 20 horas de vida, crise de cianose e febre de38,2°C, taquicardia, hipoatividade e tremores, tendo apresentado um episódiode apneia. Frequência cardíaca de 160 bpm e respiratória de 44 irpm e tempode enchimento capilar de 2 segundos. Realizado controle de glicemia capilaratravés do “dextrostix” cujo resultado foi de 58 mg%. Quais as hipótesesdiagnósticas para este RN?

Sepse e meningite 62%

Febre alta em bebêcomo fator de infec-ção bacteriana grave

Uma lactente de 4 meses de idade apresenta história de febre há um dia echega com 39,8 °C. Os pais referem que a febre é resistente ao uso deantitérmicos. O exame físico é normal e a criança não apresenta sinais detoxemia. Qual dos fatores eleva consideravelmente o risco de infecçãobacteriana grave para esta criança?

Temperatura superiora 39,5°C

61%

Tratamento corretoda sífilis para evitar atransmissão da mãepara a criança

A transmissão vertical de sífilis aumenta com a elevação dos casos de sífilis napopulação. Uma gestante com 18 anos de idade e exame de VDRL de 1/8 e testetreponêmico (TPPA) positivo, inicia tratamento com penicilina cristalina no últimotrimestre da gestação, finalizando 15 dias antes do nascimento do seu recém-nascido (RN). No dia do parto, VDRL 1/4. Deve-se considerar que o tratamento:

Não ocorreu em tem-po hábil para ser con-siderado efetivo naproteção ao RN

61%

Medicamento ade-quado para prevenirleptospirose em áreade risco

Numa situação de enchente em área urbana a profilaxia da leptospirose, napopulação de risco, pode ser efetuada, de forma eficaz, com a administra-ção de:

Doxiciclina 58%

diatria (59,3%), especia-lidades que concentrama solução de muitos pro-blemas de saúde da po-pulação.

A performance acimade 60% ocorreu nas áreasde Bioética, Saúde Men-tal, Clínica Cirúrgica, Gi-necologia e Ciências Bá-sicas. Apenas em Bioéti-ca o desempenho foi su-perior a 70%.

demonstram a falta de co-nhecimento na solução deeventos frequentes do coti-diano da prática médica.

Muitos demonstraramdesconhecer o diagnósti-co ou tratamento adequa-do de problemas de saú-

de como infecção de gar-ganta, meningite, sífilis eatendimento em saúdemental, dentre outros.

Desempenho em áreasbásicas é preocupante

Participantes erram questões sobre situações comuns na prática médicaO Quadro 3 apresenta al-

guns exemplos de ques-tões e a porcentagem queerraram a respostas.

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8 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Movimento médico

mobilização nacio-nal em defesa doSistema Único de

Saúde (SUS) paralisou oatendimento médico em21 Estados brasileiros, nodia 25 de outubro. Empelo menos três grandeshospitais de São Paulo –Servidor Público Estadual(Iamspe) e Emílio Ribas,na capital, e das Clínicas,de Ribeirão Preto –, os mé-dicos fizeram um ato deprotesto na Câmara Muni-cipal de São Paulo e parti-ciparam de audiência pú-blica com a Comissão deSaúde, na Assembleia Le-gislativa. O movimentonacional, que ganhou re-percussão nos meios de co-municação, foi capitanea-do pela Associação Médi-ca Brasileira (AMB), Con-selho Federal de Medicina(CFM) e Federação Nacio-nal dos Médicos (Fenam)e chamou a atenção das

autoridades e da popula-ção para as más condiçõesde trabalho e assistência nosistema público.

Protesto na CâmaraRepresentantes de enti-

dades médicas participa-ram da sessão na CâmaraMunicipal de São Paulo,aberta pelo presidente dacasa, José Police Neto,para discutir as condiçõesdo SUS. A sessão foi me-diada pelos vereadoresGilberto Natalini (PV) eJamil Murad (PCdoB).

Florisval Meinão, presi-dente da Associação Pau-lista de Medicina (APM),expôs que a infraestruturadeficiente do SUS tempromovido uma assistên-cia de qualidade duvido-sa, prejudicando justa-mente a população demenor poder aquisitivo.

“A situação do médicono sistema público é in-

Representantes do Cre-mesp, APM e Simesp ocu-param o Auditório PauloKobayashi, na tarde dodia 25 de outubro, paraapontar os principais pro-blemas e ocorrências nosistema público de saúdeaos deputados e mem-bros da Comissão de Saú-de da Assembleia Legis-lativa (Alesp). A favor dofuncionamento do SUScomo sistema federativoe público de atendimen-to, as autoridades presen-tes apoiaram o movimen-to médico.

A sessão possibilitou omanifesto da situação dosmédicos dos hospitaisEmílio Ribas, Servidor Pú-blico Estadual (Iamspe) edas Clínicas de RibeirãoPreto, que aderiram à pa-ralisação no Estado. Osmanifestantes apresenta-

Paralisação do atendimento ao SUSenvolveu três hospitais paulistas

Representantes de entidadesmédicas e profissionais da saúdelevaram suas reivindicações àCâmara e Assembleia Legislativa

Deputados apoiam protestos dos médicosram elementos que de-monstram os baixos valo-res pagos pelo Estado e afalta de isonomia salarialentre os profissionais damesma rede. No Iamspe,os salários chegam a R$1.909,25, para jornada de20 horas. No HC de Ribei-rão Preto, os médicos as-sistentes recebem cerca deR$ 3,1 mil, enquanto osprofissionais da Materni-dade e do Hospital Esta-dual, contratados por umaOS, ganham R$ 6,1 mil pormesma jornada.

Os profissionais estãoem greve há cerca de cin-co meses, reivindicandoPlano de Carreira, Cargose Vencimentos para arede estadual e piso mí-nimo para a categoria de-finido pela Fenam, de R$9.188,22, por 20 horas.Esse patamar salarial já

está sendo praticado noAcre, Pernambuco e emalgumas prefeituras mu-nicipais, de acordo comCid Carvalhaes, presiden-te da Fenam e Sindicatodos Médicos de São Pau-lo (Simesp). “Defendemosque esse valor seja aplica-do em nível nacional”,destacou.

Conquista social”O SUS é a maior con-

quista social do povo bra-sileiro nos últimos anos,mas até hoje não foi via-bilizado devido à falta definanciamento”, destacouRenato Azevedo, presi-dente do Cremesp. O Bra-sil investe 3,9 % do PIB nasaúde, valor inferior aos6,7% gastos por paísesmenos desenvolvidos. Osetor privado envolvemais dinheiro e atende

menos pessoas. “O paísaloca menos dinheiro emsaúde que países commenor atividade econômi-ca e isso se reflete na con-dição de trabalho do mé-dico. O modelo de contra-tação atual está esgotadoe precisa se transformarpara que o serviço públi-co signifique compromis-so para o profissional”,ressaltou. Azevedo defen-deu a necessidade de umasolução para a situação fi-nanceira do SUS, na qualdeveria ser aplicada 10%da receita bruta da união.

O presidente da APM,Florisval Meinão, ressal-tou a importância do in-vestimento no SUS comoinstrumento de inclusãosocial e que é preciso bus-car recursos e fiscalizarpara que as verbas sejamcorretamente aplicadas.

Asustentável porque os sa-lários são baixos, não te-mos condições de traba-lho, plano de carreira enem política de fixaçãoem regiões de difícil aces-so. Tudo isso passa pelaquestão do financiamentodo SUS”, frisou RenatoAzevedo, presidente doCremesp. Ele acrescentouainda que é inadmissívelque, no maior Estado doBrasil, o médico recebamenos de R$ 2 mil pormês. “Não é possível quegastemos quatro ou cincovezes mais com pagamen-to de juros aos bancos doque com a saúde. Cuidardo SUS é uma opção polí-tica dos governantes mu-nicipais, estaduais e fede-

rais”, declarou.A cidade tem 46.112 mil

profissionais ativos (umpara cada 231 habitantes),o maior contingente dopaís. Não há falta de mé-dicos, mas em torno de20% dos postos munici-pais de trabalho não estãoocupados. Contribuempara isso, a falta de planode carreira, as más condi-ções de trabalho, a baixaremuneração e as contra-tações temporárias.

No concurso realizadoem 2008, a Secretaria Mu-nicipal de Saúde ofereceusalário de R$ 2.209,10 para20 horas semanais, inclu-indo gratificações. A mai-or parte das 774 vagas nãofoi preenchida.

“Estamos em greve no HCde Ribeirão Preto há cincomeses porque reivindica-mos recuperação salarial emelhores condições de tra-balho. Atendemos apenasurgências e emergências. Háespera de um ano para con-sulta, já o atendimento aconvênios é imediato.”Ulysses Strogoff de Matos,infectologista do HC de Ri-beirão Preto

“O atendimento na UBS RioPequeno está comprometi-do pelas instalações precá-rias. Tenho que atender, ra-pidamente, cinco criançaspor hora. Além disso, nos-sos honorários são de R$ 1,5mil por 20 h. Precisamosresgatar nossa dignidade.”Suzi Furlan Pratti, pedia-tra da UBS Rio Pequeno(São Paulo)

“Enquanto em Osasco, osmédicos do município têmsalário de R$ 3,3 mil porquatro plantões de 12h, noSaboia, na capital, ganha-semetade. Há um desgastepara contratar colegas paraplantões. O Saboia é refe-rência em traumas. Masprecisamos fazer algo rápi-do, senão será o caos no fi-nal do ano.”Raul Marinheiro, chefe doplantão do Hospital ArturSaboia (São Paulo) e do PSdo Hospital Antonio Giglio(Osasco)

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Novembro 2011 Jornal do Cremesp 9

abertura de con-curso público daSecretaria de Saúde

do Estado de São Paulo(SES-SP) para 3,3 mil pro-fissionais de saúde (sendo700 médicos) e o estudo deum plano de carreira parao médico foram anun-ciados durante sessão ple-nária especial realizada nasede do Cremesp com osecretário da Saúde, Gio-vanni Guido Cerri, em 11de outubro. O evento con-tou com a presença de Re-nato Azevedo Júnior, pre-sidente, Mauro Aranha,vice-presidente, e CarlosAlberto Campos, diretor1º secretário do Cremesp,que participaram da mesade abertura e coordenaçãodos debates, tendo naplateia diretores e conse-lheiros do Cremesp.

Durante sua apresenta-ção, Cerri declarou queuma comissão formadapor membros da SES-SP,do Cremesp, da Associa-ção Paulista de Medicina(APM) e do Sindicato dosMédicos de São Paulo(Simesp) estudam um for-mato para que os médi-cos contratados possamse dedicar exclusivamen-te ao atendimento no se-tor público. O plano deveestar pronto até o finaldeste ano. Em sua análi-se do cenário atual dasaúde no Estado, afirmouque existe um quadro decargos e salários deficien-te e desatualizado, com re-muneração insatisfatóriapara os profissionais.

Para ele, essa situaçãotem causado distorções,como a tolerância do ges-tor em relação à carga ho-rária e gratificações porpresença e permanência.“Gostaríamos que a car-reira do médico fosse dededicação integral, comascensão adequada, já quea dupla jornada cria difi-culdades no cumprimen-to de horários e gera im-pactos na qualidade devida do profissional e dopaciente”, afirmou.

Salário idealNo debate, o secretário

foi questionado sobre aforma de contratação e ovalor do salário ideal paraos médicos. Cerri respon-deu que considera inade-quada a remuneração mé-dia atual no Estado de SãoPaulo é de R$ 3,2 mil por20 horas de trabalho. ASES/SP tem publicadoeditais de concursos paramédicos, como os dosHospitais Leonor Mendesde Barros, Interlagos eMandaqui, com venci-

Carreira de Estado

A Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Ci-dadania da Câmarados Deputados apro-vou, em 19 de outubro,a Proposta de Emendaà Constituição (PEC)454/09, que cria a Car-reira de Médico nos ser-viços públicos federal,estadual e municipal. Aproposição, dos depu-tados Eleuses Paiva(PSD/SP) e RonaldoCaiado (DEM/SP), es-tabelece remuneraçãoinicial da categoria emR$ 15.187, semelhante àde juízes e promotores.

De acordo com a PEC,a ascensão funcional domédico de Estado serárealizada alternada-mente pelos critérios demerecimento e antigui-dade, considerando oaperfeiçoamento profis-sional, conforme nor-mas estabelecidas pelaAssociação Médica Bra-sileira e pelo ConselhoFederal de Medicina.

A proposta será exa-minada por uma co-missão especial e, de-pois, votada em doisturnos pelo Plenário,sujeita à aprovação de,no mínimo, 3/5 dos513 deputados.

O promotor de JustiçaReynaldo Mapelli Júniorassumiu a chefia do gabi-nete da Secretaria da Saú-de do Estado de São Pau-lo, a partir de 13 de outu-bro. Entre suas atribui-ções, ele se dedicará à

Cerri anuncia estudo sobrecarreira para médicos

Secretaria daSaúde analisaplano de cargose salários, quedeve seconcretizar atédezembro

Mapelli, Cerri, Azevedo, Aranha e Campos: quadro de cargos e salários deficiente para o médico

A

mentos correspondentes àReferência 1, da Escala deVencimentos Nível Uni-versitário, no valor de R$1.757,24 (mais gratifica-ções e benefícios) para jor-nada básica (20 horas se-manais).

Condições de trabalhoPara o secretário, há ou-

tras equações a ser resol-vidas no plano de carrei-ra, como motivação doprofissional de saúde, pro-grama de educação conti-nuada e os investimentosno setor, que neste ano de-vem ser de R$ 15 bilhões,representando apenas12,5% do orçamento doEstado – quando o idealseria atingir 16%.

Além da remuneração,Cerri mencionou que ascondições de trabalho sãoelementos fundamentaispara a fixação dos médi-cos. Por isso, a Secretariade Saúde investirá R$ 600milhões para recuperar oshospitais universitários,adotando infraestruturacompatível às suas fun-

ções assistencial e de en-sino e pesquisa. “Estabe-lecemos um plano de re-cuperação para os hospi-tais da administração di-reta, de quatro anos, quenos exigirá R$ 2 bilhões,para colocá-los no mesmopatamar dos administra-dos pelas OSs”, disse.

Ele comentou que o Hos-pital do Mandaqui deveestar reformado até o finaldo ano e que já estão en-caminhadas as reestru-turações no Dante Pazza-nese, na capital, e Pari-quera-Açu, no Vale do Ri-beira. O secretário ressal-tou que o governo nãopretende ampliar a redecom novos hospitais, masfortalecer os já existentese, se possível, ligá-lo a uni-versidades. Também rea-firmou o compromisso deauxílio às redes filantrópi-cas (Santas Casas), que vi-vem situações desfavorá-veis. Nos planos do atualgoverno estão ainda a am-pliação da rede de Assis-tência Médica Especializa-da (AME).

Mapelli assume chefia de gabinete da Secretaria de Saúdequestão da judicializaçãoda medicina, que vemprovocando distorçõesno acesso à saúde.

Durante sua apresenta-ção na sessão plenária doCremesp, Mapelli relatouque a Comissão de Justi-

ça do Ministério Públicode São Paulo – que discu-te o SUS em nível nacio-nal desde 1998 e da qualse desligou para assumirsua nova função –, elen-cou três pontos que preci-sam ser equacionados

para a melhora do atendi-mento à população: dis-solver a confusão existen-te entre a saúde pública eprivada (dupla porta), fi-nanciamento (EC29) e pla-no de cargos e saláriospara os profissionais.

Comissãoaprova PECda Carreirade Estadopara médicos

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Baratella, Ladislau, Carvalhaes, Meinão, Smith-Howard e Bernik: resultado positivo

10 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Saúde suplementar

s médicos decidi-ram por encerraras paralisações es-

calonadas por especiali-dade a operadoras e pla-nos de saúde, em funçãodo avanço nas negocia-ções. Apesar desse pri-meiro resultado positivo,a Comissão Estadual deMobilização Médica paraa Saúde Suplementar –formada pelo Cremesp,Associação Paulista deMedicina (APM) e Sindi-cato dos Médicos de SãoPaulo (Simesp), entre ou-tros sindicatos e socieda-des de especialidade –continuará as conversa-ções com as empresas queainda não apresentarampropostas satisfatórias.

A decisão da ComissãoEstadual foi anunciada nodia 31 de outubro, que es-teve reunida, na sede daAssociação Paulista deMedicina (APM), paradiscutir os rumos do mo-vimento e os resultadosdas negociações com asoperadoras e planos desaúde. Entre os represen-tantes de entidades, esti-veram presentes João La-dislau Rosa, conselheirodo Cremesp, Cid Carva-lhaes (Sindicato dos Médi-cos de São Paulo), FlorisvalMeinão, Tomás Smith-Howard e José Baratella

Negociações avançame paralisação porespecialidade é suspensa

A Comissão Estadual deMobilização Médica paraa Saúde Suplementar, quereúne APM, Cremesp, Si-mesp e sociedades de es-pecialidades, divulgou osnovos valores a ser pagospelas operadoras, masdestaca que a pauta domovimento paulista rei-vindica consulta a R$ 80,valores de procedimentosatualizados de acordocom a CBHPM e inserçãode cláusula de reajusteanual nos contratos.

A lista abaixo é prelimi-

(APM) e Danilo Bernik(Sindhosp), entre outros.

Contatadas para nego-ciar a grave defasagem doshonorários médicos – apósa paralisação do dia 7 deabril deste ano, que tevepor objetivo chamar aatenção da sociedade paraa defasagem dos honorá-rios e a grave interferên-cia na autonomia do mé-dico–, a maioria das ope-radoras de seguros e pla-nos de saúde apresentoupropostas consideradaspositivas, com reajustemédio acima de 40% paraconsultas. Em alguns ca-sos, a atualização de va-lores ultrapassou 100%.

Avanços“O resultado do movi-

mento é positivo. Nos úl-timos dez anos, é a pri-meira vez que consegui-mos negociar com tantasoperadoras ao mesmotempo. Ainda não é o de-sejado, mas está aceitável,no momento”, analisa oconselheiro João LadislauRosa, representante doCremesp na Comissão.

De acordo com Ladis-lau,“a maioria das opera-doras respondeu ao cha-mado da Comissão paranegociar, por isso decidi-mos interromper o ciclode paralisações, mas va-

nar, uma vez que as nego-ciações continuam. Asempresas que abriramdiálogo com a Comissãoestão aceitando a revisãoanual dos contratos e pro-pondo reajustes nos valo-res dos procedimentos.

É importante que os mé-dicos confiram se essesnovos valores estão sendopraticados e informem àDefesa Profissional daAPM, caso haja inconsis-tências. Contatos pelos te-lefones (11) 3188-4207 oue-mail: [email protected].

Valores de consultapropostos pelas empresas

Omos continuar a nos reu-nir para traçar novas es-tratégias junto às empre-sas para o próximo ano”.

PropostasDo total de operadoras

e planos de saúde queaceitaram negociar com osmédicos paulistas, 24 apre-sentaram propostas comvalores de consulta entreR$ 50 e R$ 60. Embora elasnão atendam às reivindi-cações iniciais, essas em-presas se propõem a con-tinuar negociando.

Outras cinco operado-ras chegaram a R$ 60 porconsulta ou ultrapassa-ram esse valor. Das res-tantes, quatro delas envia-ram propostas abaixo deR$ 50, que não foram acei-tas pela Comissão, e ou-tras 19 empresas não semanifestaram.

Para Ladislau, “o movi-mento como um todo aca-bou mostrando à socieda-de a situação em que seencontra a saúde suple-mentar. As pessoas ago-ra sabem o quanto os mé-dicos recebem de fato eque são as operadorasque obtêm um lucro bru-tal”. Em sua avaliação, omovimento também con-seguiu revalorizar a ima-gem do médico perante àpopulação.

1. Sem proposta oficial. 2. Consultórios isolados e clínicas especializadas. 3.Prata, Ouro e Diamante. 4. Sem documento. Negociações até 21/09/11. Fonte:Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar

EMPRESA PROPOSTAVALOR DE CONSULTA

Abet R$ 50, em julhoR$ 60, em dezembro

Amil R$ 45, em junhoR$ 48, em agostoR$ 51, em outubroR$ 55, em dezembroR$ 60, em março/2012

Assefaz R$ 50, em agosto

Bradesco R$ 56, em setembro1

Caixa Econômica Federal R$ 50, em julho

Care Plus R$ 54, em agosto2

Cassi R$ 50, em julhoR$ 60, em dezembro

Cesp R$ 53, em setembro

CET R$ 50, em setembro

Cetesb R$ 50, em agosto

Embratel R$ 50, em agostoR$ 60, em dezembro

Fundação Saúde Itaú R$ 52, em agosto

Gama Saúde R$ 54, em agostoR$ 60, em janeiro/2012

Marítima Essencial, Exclusivo R$ 50, a partir deenfermaria, Exclusivo 18 de outubroapartamento, Ideal enfermaria,Ideal apartamento, Básicoenfermaria, Básico apartamento eBásico especial

Marítima Pleno I e II, Sênior I e II, R$ 54, a partir deMaster I e Executivo I 18 de outubro

Metrus R$ 50 (já pratica)R$ 60, em janeiro/2012

MPU Plan. Assist. R$ 50, em agosto

Petrobras R$ 80, desde janeiro

Porto Seguro R$ 56, em outubro 3

Prodesp R$ 50, em agosto

Sabesprev R$ 50, em maioR$ 60, em 2012

Sul América R$ 52, em agostoR$ 54, em janeiro/20124

Vale R$ 50, em setembroR$ 60, em dezembro

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27 novosmembros

são aceitosA Academia de Medici-na de São Paulo daráposse a 27 novos mem-bros, em março de 2012,durante evento na SalaSão Paulo, juntamentecom a comemoração do117º aniversário da ins-tituição. Entre os novosacadêmicos estão osconselheiros do Cre-mesp Adamo Lui Ne-tto, Akira Ishida, KrikorBoyaciyan e Ruy Tani-gawa, além de Rui Tel-les, que já faz parte dosquadros.

Novembro 2011 Jornal do Cremesp 11

Encontro Agenda da presidência

Além das atividades internas do Conselho, Renato Azevedo,

como presidente do Cremesp, também participou de:

ocado no esclareci-mento e solução dasdúvidas sobre pso-

O Dia de Paralisação Na-cional em favor do SUS,em 25 de outubro, foi ca-racterizado por movimen-tos de profissionais dasaúde em 21 Estados doPaís. A mobilização, con-vocada pela AMB, CFM eFenam, visou alertar osgovernantes e sociedadesobre a atual situaçãopela qual os médicos doSUS passam, com baixossalários e más condiçõesde trabalho. O evento tevegrande repercussão namídia e chamou a atençãoda população sobre o des-caso com a saúde públicano país.

Na cidade de São Pau-lo, houve um ato de pro-testo na Câmara Munici-pal, seguido de reunião

Deputados acolhemreivindicações domovimento médico

■ Homenagem aos médi-cos da capital paulistacom 50 anos (ou mais) noexercício da Medicina, noMemorial da América La-tina, dia 18 de outubro;■ PEMC sobre ProntuárioEletrônico e Manual, noHospital Municipal Dr.José de Carvalho Florence,em São José dos Campos(SP), em 19 de outubro;■ Reunião dos Tesourei-ros, realizada pelo CFM,no dia 20 de outubro;

da Comissão de Saúde naAssembleia Legislativa.Renato Azevedo, presi-dente do Cremesp, parti-cipou de ambos. Durantea sessão na Alesp, demons-trou apoio à greve dosmédicos do Hospital dasClínicas de Ribeirão Preto,assim como às situaçõesdos hospitais do ServidorPúblico Estadual e EmílioRibas, e apontou para a ne-cessidade de envolvimen-to das autoridades e popu-lação na melhora do SUS.“Por ser a maior conquis-ta do povo brasileiro, via-bilizar o SUS se torna umaquestão de justiça”, afir-mou, fazendo um panora-ma do dia a dia médicosque atuam no ambientepúblico de saúde.

■ Membro da mesa dire-tora na solenidade deposse das diretorias daAssociação Médica Brasi-leira (AMB) e da Associ-ação Paulista de Medici-na (APM), no Theatro Mu-nicipal de São Paulo, ocor-rida em 22 de outubro;■ Reuniões dos presiden-tes dos Conselhos Regio-nais de Medicina, realiza-das em 26 de outubro e 3de novembro, convocadaspelo CFM.

A cadeira nº 50 da Acade-mia Nacional de Medici-na será ocupada pelo ne-frologista José Osmar Me-dina Pestana, professor ti-tular da Unifesp. A esco-lha foi feita mediante elei-ção e a posse ocorrerá em2012, durante sessão so-lene ainda sem data con-firmada.

Medina assumirá a vagasucedendo Aluízio RosaPrata, especialista emMedicina Tropical, quefaleceu em maio de 2011.O patrono da cadeira éAntônio Fernandes Fi-gueira (1863-1928), ex-presidente da Sociedade

Portadores de psoríase e vitiligofazem ação contra preconceito

ríase e vitiligo, o 9º Encon-tro Municipal, o 7º Encon-tro Nacional de Psoríase eo 4º Encontro de Vitiligo ti-veram como destaque otema A pessoa com psoríasee vitiligo e a família. Condu-zido pelo vereador Gilber-to Natalini (PV-SP) e porCid Yazigi Sabbag, presi-dente do Centro Brasileirode Psoríase, o evento reu-niu mais de 2 mil pessoasna Câmara Municipal de

Academia de Medicina

Medina é eleito novoacadêmico

Brasileira de Pediatria eautor de vários estudosna especialidade e tam-bém em saúde pública.

Azevedo (à direita): viabilizar o SUS é questão de justiça

FPalestrantes: extensão do atendimento para o AMA Maurice Pate

São Paulo, no dia 8 de ou-tubro. Os participantes pu-deram acompanhar pales-tras e cursos, que conta-ram com a presença de fi-sioterapeutas, nutricio-nistas, médicos, psicólogose esteticistas. O conselhei-ro Nacime Mansur partici-pou do evento represen-tando o Cremesp.

Durante o encontro,houve um desfile paratransmitir a mensagemPsoríase e vitiligo não têmcura. Preconceito tem. Alémdisso, foram lançadas 300

mil cartilhas educativaspara esclarecimento sobrea doença, que serão distri-buídas pela capital.

A cada edição do even-to, algumas conquistas sãoalcançadas a favor do tra-tamento das doenças. Esteano, segundo Natalini, oatendimento de pacientescom psoríase e vitiligo foiestendido para o AMA deEspecialidades Dr. Mau-rice Pate, na Penha. A ex-pectativa para 2012 é con-seguir um centro de aten-dimento na Zona Sul.

Medina: eleito para assumira partir de 2012

Academia paulista

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(*)Desiré CarlosCallegari (titular) e

Renato FrançosoFilho (suplente) sãorepresentantes do

Estado de São Paulono Conselho Federal

de Medicina

Renato Françoso Filho*Desiré Carlos Callegari*

[email protected]

Coluna dos conselheiros do CFM

Q O

12 Jornal do Cremesp Novembro 2011

s médicos brasilei-ros vieram a públi-co, em 25 de outu-

Em defesa do sistemapúblico de saúde

A saúdepública deveser defendidadas práticasque aparasitam e seaproveitam daincompetênciagerencial dosistema(Françoso)

bro, uma vez mais, levan-tar suas vozes para de-monstrar preocupação como sistema público de saúdenacional. Em cada Estadoda Federação, as entidadesmédicas organizaram ma-nifestações para alertarque, com seus 22 anos deexistência, o SUS é o maisabrangente do mundo. Tor-nou-se essencial especial-mente à população de me-nor renda, e não pode con-tinuar a existir apenas con-tando com a boa vontadedos seus prestadores de ser-viço, médicos, hospitais eservidores.

A criação do SUS, em1988, trouxe cidadania àque-les que antes eram tratados“de favor” pelos hospitais epelo sistema de saúde cura-tivo da época. Quem nãocontribuía para o Inamps,não tinha Funrural, estavadesempregado ou não pos-suía renda, era atendidopelas Santas Casas e insti-tuições filantrópicas como“indigente” e, deste atendi-mento, participavam os mé-dicos sem nada receber.Idos tempos estes em que osmédicos podiam se dedicarà doação social e eram re-munerados de forma justa,complementada por hono-rários particulares. Mesmoas cooperativas e convêniosmédicos, que já operavamno mercado de saúde suple-mentar, nos remuneravamcom valores hoje inima-gináveis. Era a lei da com-pensação — parte da popu-lação era atendida graciosa-mente e outra, pagava peloatendimento.

O problema é que a socia-

lização da medicina brasi-leira se deu apenas às cus-tas dos prestadores de ser-viço médico. Os laborató-rios e a indústria farmacêu-tica e de equipamentos me-dico-hospitalares conti-nuam a impor seus preçossuper valorizados ao SUS,contando com a conivênciade setores interessados,tanto nos preços elevadosquanto na intermediaçãoda venda dos produtos.Eles são mais caros no Bra-sil que em outros países,inflacionados pelos impos-tos e desmandos adminis-trativos em hospitais públi-cos e pelo interesse de ins-tituições conveniadas aoSUS em repassar o preçomajorado para tentar equi-librar as baixas diárias re-cebidas.

O SUS está subfinancia-do. Esperamos que estequadro seja amenizado coma aprovação no Senado daregulamentação da EC 29,atribuindo percentuais deinvestimento nos níveis fe-deral, estadual e municipal.No entanto, é preciso me-lhorar a gestão dos recursospara evitar o desperdícioque ocorre principalmentena administração direta. Edisto se ocupa a imprensaque, quase diariamente,denuncia esses desmandos.

Não é mais aceitável queapenas parte da sociedade,como médicos e profissio-nais de saúde, arque comesse custo social. A saúdepública deve ser defendidadas práticas que a parasitame se aproveitam da incom-petência gerencial do siste-ma. É também isto que de-nunciam os médicos que re-cebem menos que um cafe-zinho por consulta no SUS.

ual o futuro da Medi-

cina no país? Para

responder essa ques-

O ensino médicoem xeque

Esperamosque o II FórumNacional deEnsino Médicorepresente ummarcodefinitivo noenfrentamentodo problema(Desiré)

tão, complexa em sua ori-

gem, não podemos ignorar

que muito depende do em-

penho e do zelo com a qua-

lidade do ensino oferecido

aos novos profissionais. No

Brasil, multiplica-se o nú-

mero de escolas médicas,

cujo total quase dobrou ao

longo de dez anos. Contu-

do, na contramão, esse fe-

nômeno não trouxe como

resultado o desembarque

de médicos com formação

exemplar no mercado. Pelo

contrário.

Infelizmente, a situação é

comum de Norte a Sul. Os

resultados das provas pa-

trocinadas pelo Cremesp

junto aos egressos dos cur-

sos paulistas apontam para

uma curva contínua de

despreparo. Afinal, é culpa

dos estudantes? Responsa-

bilidade dos professores?

Equívoco das escolas?

Nesta seara é difícil no-

mear apenas um bode ex-

piatório. Temos um rebanho

inteiro na sala. Numa rápi-

da avaliação, podemos con-

cordar com todas essas pre-

missas e com um agravan-

te: sua interação indevida.

Ou seja, a infeliz combina-

ção desses fatores causa es-

tragos que poderão ter efei-

tos graves em curto, médio

e longo prazos.

O pior é que todos pagam

a conta. De um lado, os pa-

cientes, colocados a mercê

de profissionais despre-

parados; de outro, toda a

categoria médica, que cor-

re o risco de ver sua credibi-

lidade ir pelo ralo por con-

ta dos equívocos deste ou

daquele colega inábil técni-

ca e eticamente.

O tema é caro ao Conse-

lho Federal de Medicina

(CFM), que, no início de de-

zembro, será palco de im-

portante debate que preten-

de colocar nos trilhos o trem

do ensino médico. Juntos,

representantes dos conse-

lhos, da Associação Médi-

ca Brasileira (AMB), da Fe-

deração Nacional dos Mé-

dicos (Fenam), da Federa-

ção Brasileira das Acade-

mias de Medicina (FBAM)

e dos Ministérios da Edu-

cação e da Saúde, entre ou-

tros, aprofundarão essa

discussão.

Os médicos são parte in-

teressada e não podem ficar

à margem dos possíveis

desdobramentos. Por meio

de nossas entidades repre-

sentativas, o monitoramen-

to será feito para garantir

que direitos – da sociedade,

dos alunos, dos residentes

e dos profissionais em ati-

vidade – sejam reconheci-

dos e respeitados.

Esperamos que o II Fórum

Nacional de Ensino Médico

represente um marco defini-

tivo no enfrentamento des-

ses problemas. As diretri-

zes resultantes serão a bús-

sola para que possamos

chegar no futuro como que-

remos: com médicos bem

qualificados e aptos para o

desafio da assistência, o

que, certamente, será fun-

damental para a valoriza-

ção da Medicina.

Page 13: Em sete anos, 4.821 prestaram o Exame e quase metade foi ... · Callegari, Eurípedes Balsanufo Carvalho, Gaspar de Jesus Lopes Filho, Henrique Carlos ... Renato Azevedo Júnior Presidente

Novembro 2011 Jornal do Cremesp 13

WMA

anestesiologista,intensivista, pro-fessor titular da

A Associação Paulista deMedicina (APM) e Asso-ciação Médica Brasileira(AMB) deram posse aseus novos representantespara a gestão 2011/2014.Durante cerimônia, reali-zada em 22 de outubro, noTheatro Municipal de SãoPaulo, Florisval Meinão eFlorentino Cardoso passa-ram a ocupar as presidên-cias da APM e AMB, res-pectivamente, cargos an-teriormente ocupados porJorge Curi e José Luiz Go-mes do Amaral.

O evento contou com apresença de diversas auto-ridades das áreas médica epolítica, como Alexandre

Médico brasileiro assumepresidência de associação mundial

“Os cursos que não sãoreconhecidos pela ciênciamédica, muitos de curtaduração e formação duvi-dosa, colocam sob risco asaúde da população”, aler-tou Renato Azevedo, pre-sidente do Cremesp, du-rante a plenária temáticaCursos em áreas não reconhe-cidas da Medicina: a queminteressa?, realizada nasede do Conselho, em 4 denovembro. Também esti-veram presentes ao deba-te o conselheiro LavínioNilton Camarim; LuizRoberto Cicogna Faggio-ni, promotor de Justiçados Direitos Humanos(área da Saúde); Cid CélioJayme Carvalhaes, presi-dente do Sindicato dosMédicos do Estado de São

Escola Paulista de Medici-na – Unifesp e presidenteda Associação Médica Bra-sileira (AMB), José LuizGomes do Amaral, tomouposse na The World Me-dical Association (WMA),entidade mundial de re-presentação dos médicos.Eleito no ano passado paraa gestão 2011/2012, Ama-ral assumiu a presidênciano dia 14 de outubro, emcerimônia durante assem-bleia geral da entidade, re-alizada em Montevidéu(Uruguai). Antes dele, doisoutros brasileiros já haviamliderado a entidade: o ci-rurgião catarinense Antô-nio Moniz de Aragão (1961)e o dermatologista paulistaPedro Kassab (1976).

Em seu discurso, Ama-ral falou sobre o papel im-

prescindível dos médicosno cuidado da saúde glo-bal e da participação doBrasil na construção deum futuro melhor.

Membro do Conselho daAMB desde 2005. Este ano,a entidade apresentaráduas propostas à WMA:mobilização e qualificaçãode profissionais de saúdefrente a situações de desas-tres e uma resolução con-tra a discriminação dosportadores de hanseníasee seus familiares.

Entidades médicas

APM e AMB empossamnovas diretorias

O Foto

: AM

B

Amaral: oportunidade de compartilhar propostas

Paulo (Simesp); Ieda The-rezinha Verreschi, repre-sentando a Associação Pau-lista de Medicina (APM); eLúcio Flávio Gonzaga Sil-va, pelo Conselho Federalde Medicina (CFM).

A Resolução CFM 1970/2011 proíbe a divulgaçãode especialidades ou áre-as de atuação não reco-nhecidas. A aprovação de

Especialidades

Cursos não reconhecidosameaçam saúde da população

uma especialidade médi-ca envolve o CFM, a AMBe a Comissão Nacional deResidência Médica.

Foi consenso que a dis-cussão deve ser ampliada,com a presença de repre-sentantes do MEC, quenão tem dado atenção aosalertas das entidades mé-dicas e da sociedade sobrea questão.

Cardoso, Meinão e Azevedo: união das entidades médicas

Padilha, ministro da Saúde;Gilberto Kassab, prefeitode São Paulo; Geraldo Al-ckmin, governador de SãoPaulo; e Eleuses Paiva, de-putado federal; além de CidCarvalhaes, presidente daFenam; e Renato Azevedo,presidente do Cremesp.

“Saúde é cidadania e,por isso, precisamos apoi-ar projetos de transferên-cia de renda de formasuprapartidária. As políti-cas sociais são importan-tes porque resultam nobem da saúde”, disse Mei-não, em seu discurso. JáCardoso enfatizou a exi-gência de uma saúde bá-sica de qualidade.

Eventos realizados pelo Programa deEducação Continuada do Cremesp:

HomenagemA Câmara Municipal deSão Paulo concedeu aMedalha Anchieta e oDiploma de Gratidãoda Cidade de São Pau-lo a José Luiz Gomes doAmaral, atual presiden-te da WMA e ex-presi-dente da AMB. A home-nagem foi uma iniciativado vereador GilbertoNatalini (PV), com sole-nidade no dia 18 de ou-tubro, no plenário 1º deMaio da Câmara.

Faggioni, Azevedo, Camarim, Ieda, Silva e Carvalhaes: discussãodeve ser ampliada com MEC

Data Local Tema

8/10 Rio Claro Ginecologia e Obstetrícia

15/10 São Paulo Oftalmologia paramédico generalista

19/10 S. J. dos Campos Prontuário eletrônico

20/10 S. J. do Rio Preto Terminalidade da vidae Cuidados Paliativos

20/10 Marília Nefrologia e Cardiologia

20/10 Santa Bárbara Termo de Consentimento eD’Oeste autonomia do paciente

20/10 Araçatuba Atualização em antibioticoterapia

26/10 S. J. dos Campos Codame

26/10 Jaboticabal Atualização em antibioticoterapia

31/10 Bragança Terminalidade da vida

03/11 Guarulhos Prontuário médico

05/11 Piracicaba Assistência de emergênciapara o médico pediatra

09/11 S. J. dos Campos Direito médico

10/11 Sorocaba Aspectos éticos do atendimentodo pediatra na sala de parto

10/11 Batatais A Interface da Medicina daDor e outras especialidades

10/11 Olímpia Psiquiatria

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14 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Convocações

Seções Tel. (11)Registro profissional 5908-5625Registro de empresas 5908-5650Atualização de endereços 5908-5616Codame 3123-8715Consultas Éticas 3017-9321Denúncias 3017-9399Processos Disciplinares 3017-9331Cobrança 3017-9391Serviços Tel. (11)Biblioteca 3017-9337Centro de Bioética 5908-5647Cartão DSV Médico 5908-5640Departamento de Fiscalização 5908-5649Rede de Médicos Dependentes 8335-0866Apoio às Comissões de Ética Médica 5908-5647

TELEFONES ÚTEIS DO CREMESP

CAT - Central de Atendimento Telefônico(11) 5908-5600

Censura Pública em Publicação Oficial- Pena disciplinar aplicada aos médicos:Ariovaldo Dias Lourenço, CRM 52.836, porinfração aos artigos 34, 69 e 87 do Códigode Ética Médica (Resolução CFM nº 1.246/88), no processo ético-profissional nº 7.215-273/06, publicado no Diário Oficial do Es-tado, edição de 26/10/2011.

Bernardino Landal Nadalim, CRM 42.513,por infração ao artigo 132 do Código deÉtica Médica (Resolução CFM nº 1.246/88),no processo ético-profissional nº 7.635-211/07, publicado no Diário Oficial do Estado,edição de 26/10/2011.

Gilmar Brancher, CRM 74.545, por infra-ção aos artigos 29, 33, 36 e 37 do Código deÉtica Médica (Resolução CFM nº 1.246/88),no processo ético-profissional nº 7.109-168/06, publicado no Diário Oficial do Estado,edição de 26/10/2011.

Oscar Eduardo Azero Frontanilla, CRM55.353, por infração aos artigos 29 e 57 doCódigo de Ética Médica (Resolução CFMnº 1.246/88), no processo ético-profissionalnº 6.949-537/05, publicado no Diário Ofi-cial do Estado, edição de 26/10/2011.

José Antonio Pierrotti, CRM 22.329, por in-fração aos artigos 131, 132 e 142 do Códigode Ética Médica (Resolução CFM nº 1.246/88), no processo ético-profissional nº 7.319-377/06, publicado no Diário Oficial do Es-tado, edição de 27/10/2011.

José Irineu Gitman Golbspan, CRM 80.591,por infração aos artigos 38, 98, 124 e 142 doCódigo de Ética Médica (Resolução CFM nº1.246/88), no processo ético-profissional nº7.435-011/07, publicado no Diário Oficial doEstado, edição de 27/10/2011.

Amauri Pereira da Silva Filho, CRM105.414, por infração ao artigo 55 do Códi-go de Ética Médica (Resolução CFM nº1.246/88), no processo ético-profissional nº6.415-001/05, publicado no Diário Oficialdo Estado, edição de 04/11/2011.

Celso Alanis Cuba, CRM 93.060, por infra-ção aos artigos 29 e 57 do Código de Ética

Médica (Resolução CFM nº 1.246/88), noprocesso ético-profissional nº 7.479-055/07,publicado no Diário Oficial do Estado, edi-ção de 04/11/2011.

Elizabeth Alves Faria, CRM 55.345, por in-fração aos artigos 17, 44 e 97 do Código deÉtica Médica (Resolução CFM nº 1.246/88),no processo ético-profissional nº 7.495-071/07, publicado no Diário Oficial do Estado,edição de 04/11/2011.

Francisco Vianna Oliveira Filho, CRM41.823, por infração aos artigos 39, 42 e 142do Código de Ética Médica (Resolução CFMnº 1.246/88), no processo ético-profissionalnº 7.315-373/06, publicado no Diário Ofici-al do Estado, edição de 04/11/2011.

Silvio Luiz Veiga França, CRM 24.064, porinfração aos artigos 85, 118 e 120 do Códi-go de Ética Médica (Resolução CFM nº1.246/88), no processo ético-profissional nº7.609-185/07, publicado no Diário Oficialdo Estado, edição de 04/11/2011.

CitaçãoJose Jackson Martins, CRM. 18.234, foi ci-tado no processo ético-profissional n° 9750-194/11, conforme publicado no Diário Ofi-cial do Estado, edição de 26/10/2011.

Suspensão do exercício profissional por30 dias – Pena disciplinar aplicada aosmédicos:Luiz Eurico Rosa, CRM 21.646, processoético-profissional nº 7.136-195/06, por in-fração aos artigos 55, 65, 87, 110 e 116 doCódigo de Ética Médica (contidos na Re-solução CFM nº 1.246/88), que deverá sercumprida no período de 07/11/2011 a 06/12/2011, publicado no Diário Oficial doEstado, edição de 28/10/2011.

Arnaldo Henrique Grinblat, CRM 58.239,processo ético-profissional nº 5.705-354/03,por infração aos artigos 4º, 19, 110 e 113 doCódigo de Ética Médica (Resolução CFMn.º 1.246/88, DOU 26.01.1988), que deveráser cumprida no período de 21/11/2011 a20/12/2011, publicado no Diário Oficial doEstado, edição de 04/11/2011.

AtendimentoAtendimentos presenciais nas Delegacias ............ 8.090Atendimentos na sede ............................................. 4.101Atendimentos na subsede Vila Mariana ............... 3.369Call Center ................................................................. 7.684Consultas respondidas ............................................ 1.004Levantamentos de temas éticos elegislação realizados pela Biblioteca ........................ 948

Atividade Judicante dos ConselheirosDenúncias recebidas ................................................... 261Audiências realizadas ................................................. 102Oitivas realizadas ........................................................ 131Processos abertos ........................................................... 72Processos julgados ......................................................... 63Processos em andamento ........................................ 3.047

Infraestrutura operacionalCâmaras Técnicas .......................................................... 29Câmaras de Assuntos Temáticos .................................. 6Conselheiros ................................................................... 42Delegacias ....................................................................... 32Delegados ..................................................................... 228Funcionários ................................................................. 362Títulos disponíveis na Biblioteca ........................... 2.380

Outras atividadesComissões de Ética Médica capacitadas ..................... 3Cursos de Educação Médica Continuada ................. 10Eventos diversos ............................................................ 15Fiscalizações a locais de trabalho................................ 66Julgamentos simulados .................................................. 4Reuniões de Câmara Técnica ....................................... 16Participações de Conselheiros empalestras e eventos ........................................................ 44Palestra Codame .............................................................. 1Plenárias de Conselheiros .............................................. 4

RegistrosMédicos registrados ...................................................... 87Comissões de Ética Médica registradas ...................... 3Empresas registradas ................................................. 187

Convocamos Aldo Rogério Siqueira, CRM80.683, a comparecer à sede do Cremesp, noCodame, 2º andar, dentro do prazo de 30 dias,a fim de tratar assunto de seu interesse.

Convocamos os médicos abaixo discrimi-nados a comparecerem à sede do Cremesp,dentro do prazo de 15 dias, a fim de tratarassunto de seu interesse.Célio Roberto de C. Silva CRM 78.478Wilson Santos Odízio CRM 41.821

Convocamos Fabio Henrique RodriguesTeles, CRM 132.637, a comparecer à Dele-gacia do Cremesp Regional Leste, situada àrua Coelho Lisboa, 61 - sala 18 – 1º andar,dentro do prazo de 30 dias, a fim de tratarassunto de seu interesse.

Editais

Convocamos os médicos abaixo discrimi-nados a comparecerem à Delegacia doCremesp Regional Santo André, situada àav. Dom Pedro II, 288 – 5º andar, dentro doprazo de 30 dias, a fim de tratar assunto deseu interesse.Byanne Terto M. de Á. Leão CRM 111.281Carmen Regina Casella CRM 52.804

Convocamos os médicos abaixo discrimi-nados a comparecerem à Delegacia doCremesp Regional Osasco, situada à ruaDona Primitiva Vianco, 244 – 12º andar –sala 1201, dentro do prazo de 30 dias, a fimde tratar assunto de seu interesse.Luciano Kleber de Aguiar CRM 112.670Murillo Ribas Mancini CRM 125.009Kalley Ricardo C. Ferreira CRM 118.689

CREMESP EM NÚMEROS

Setembro de 2011

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Novembro 2011 Jornal do Cremesp 15

Cartões de desconto

evantamento reali-zado pelo ConselhoRegional de Medici-

na do Estado de São Pau-lo (Cremesp) identificou18 empresas funeráriasque comercializam car-tões de desconto e atuamna intermediação de con-sultas médicas. Muitasdelas, com operação em95 cidades do Interiorpaulista, publicam relaçãode profissionais médicos ede serviços de saúde e atéemitem guias como pré-condição para a obtençãodos descontos pelos usuá-rios. Os mesmos cartõesde desconto comercia-lizados pelas funeráriasgeralmente oferecem van-tagens sobre outros servi-ços, como farmácias, óti-cas, dentistas e lazer.

O Cremesp notificou 575médicos e 100 estabeleci-mentos de saúde (clínicase laboratórios, principal-mente) cujos nomes cons-tavam em materiais pro-mocionais das funerárias.O Conselho considera que“no convênio entre médi-cos e funerária, o ato mé-dico está sendo vinculadocomo prêmio de uma tran-

sação comercial, na qualterceiros, com o objetivode lucros, estão exploran-do o trabalho médico, ca-racterizando ilícito éticopor parte do médico”. Porisso, desde 2006, a resolu-ção nº 15 caracteriza comoinfração ética a vinculaçãode médicos aos chamados“cartões de desconto” co-mercializados por funerá-rias e outras empresas. Oartigo 72 do Código de Éti-ca Médica, em vigor des-de 2010, também proíbe omédico de estabelecer vín-culo com instituições queanunciam ou vendem car-tões de desconto.

Por meio de ofício (mo-delo abaixo), enviado no fi-nal de setembro de 2011, oCremesp solicitou aos mé-dicos e diretores clínicosdos estabelecimentos queprocedam o descreden-ciamento do cartão de des-conto mantido por empre-sa funerária e que enviemao Conselho, no prazo de90 dias, o comprovante dodesligamento.

A medida, afirma o Cre-mesp na carta, “evitará aabertura de procedimentoadministrativo por parte

Ilmo(a). dr.(a)Prezado(a) colega,

Identificamos que o nome de V.Sa. encontra-se na re-lação de médicos conveniados a cartão de desconto daempresa funerária (____________________________).

Ressaltamos que tal prática fere frontalmente o Códi-go de Ética Médica: É vedado ao médico estabelecer vínculode qualquer natureza com empresas que anunciam oucomercializam planos de financiamento, cartões de descontosos consórcios para procedimentos médicos. (Art. 72. CEM).

Neste tema, a Resolução do Cremesp nº 151, de 22 deagosto de 2006, também é clara: “É vedada a participaçãode médicos na intermediação por parte de empresas funerári-as, oferecendo descontos em consultas ou serviços médicos ouem quaisquer outras atividades promocionais relacionadas aserviços funerários ou similares”. (Art. 1, Res. 151/Cremesp).

Assim, solicitamos que o(a) colega proceda o descre-

Cresce atuação de funeráriasna intermediação de consultas

Cremesp alertaque vínculo acartões dedescontocaracterizainfração éticaL

deste Conselho e contri-buirá para o exercício éti-co da medicina no Estadode São Paulo.”

Ação educativaSegundo o presidente

do Cremesp, Renato Aze-vedo Júnior, a ação edu-cativa já surtiu efeito. “Di-ante de nossa advertência,mais de 100 médicos já en-caminharam a comprova-ção do descredenciamen-to até o final de outubro.Mas cabe à Agência Naci-onal de Saúde Suplemen-tar e ao Ministério Públi-co, dentre outras autori-dades, fiscalizar e proibiressa prática absurda dasfunerárias”.

Além de ferir o Códigode Defesa do Consumi-dor, as funerárias quecomercializam cartões dedesconto em consultasmédicas não estão em con-formidade com a Lei dosPlanos de Saúde (9.656/98), pois não garantem ascoberturas obrigatórias enem cumprem outras de-terminações dispostas nalegislação.

Em 2003, a ANS deter-minou o registro dos car-

tões de desconto (Resolu-ção Normativa 25/2003),mas em seguida desistiuda regulação. Atualmenteapenas adverte em seusite: “cartão desconto nãoé plano de saúde. Os sis-temas de descontos sãovendidos por empresasque não garantem os ser-viços nem o pagamentodas despesas”.

A prática das funerári-as em operar descontosem assistência médica foidenunciada no relatóriofinal da CPI dos Planos deSaúde da Câmara dos De-putados, em 2003. Já naAssembleia Legislativado Estado de São Paulo(Alesp) chegou a tramitaro Projeto de Lei nº 856/2005, que visava “proibirno Estado, a comerciali-zação de sistemas de vin-culação do consumidor aprestadores de serviçosfunerários, ainda que me-diante a oferta de vanta-gens de qualquer nature-za”. O projeto, de autoriaconjunta de vários depu-tados, que contava com oapoio do Cremesp e deórgãos de defesa do con-sumidor, foi arquivado.

Carta aos médicos vinculados a empresas funeráriasdenciamento do Cartão de Desconto mantido pela em-presa funerária e que envie ao CRM, no prazo de 90 diasapós o recebimento deste, a comunicação e o compro-vante do respectivo pedido de desligamento, através deofício dirigido à Diretoria do Cremesp, Rua da Consola-ção, 753. CEP 01301-910, São Paulo..

Tal medida evitará a abertura de procedimento admi-nistrativo por parte deste Conselho e contribuirá para oexercício ético da Medicina no Estado de São Paulo.

Atenciosamente,Dr. Carlos Alberto Herrerias de CamposDiretor 1º Secretário

Após solicitar o descredenciamento junto à empresada qual está vinculado, encaminhe uma cópia do docu-mento para a Diretoria do Cremesp, à rua da Consola-ção, 753, ou pelo e-mail: [email protected].

Posição daOAB e MPFAlém de intermediarserviços médicos, algu-mas empresas funerá-rias também comercia-lizam descontos em ser-viços jurídicos. Isso le-vou a Ordem dos Advo-gados do Brasil (OAB-SP), em sessão de 17 fe-vereiro de 2011, a deter-minar que “a celebraçãode convênios com pres-tadores de serviços deassistência funerária,objetivando prestaçãode serviços jurídicos aosinteressados, clientesdessas empresas funerá-rias, com redução de va-lores estabelecidos naTabela de Honorários daOAB, implica captaçãode clientes e causas”. Se-gundo a Ordem, a práti-ca viola seis artigos doCódigo de Ética e Disci-plina dos advogados.

Já o Ministério Públi-co Federal (MPF-SP),por meio da Recomen-dação SP nº 14, de 7 deabril de 2008, da Procu-radoria do Consumi-dor e da Ordem Econô-mica, solicita que asempresas funerárias“não mais ofertem, ain-da que gratuitamente,vantagens a seus clien-tes, seja por meio de ca-dastro, de ´cartões dedescontos`, indicaçãoou qualquer outro meio,de profissionais e clíni-cas que prestem servi-ços médicos, hospitala-res ou odontológicosque, por via de parce-rias firmadas, conce-dam condições e preçosespeciais”.

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16 Jornal do Cremesp Novembro 2011

Bioética

Ao médico cabe zelare trabalhar pelo per-feito desempenho

ético da Medicina, bemcomo pelo prestígio e bomconceito da profissão. Esteprincípio fundamental,mantido nos dois últimosCódigos de Ética Médica,é sempre praticado pelosprofissionais? O que dizer,então, sobre o colega queanunciou sua clínica emcoluna de prostituição dejornal – ressaltando “osbenefícios da bioplastia depênis”, cujo pagamentopoderia ser “dividido ematé 12 vezes no cartão” –ou outro, que divulgouseu consultório em caixasde pizza, com imagens depacientes?

As situações acima sãoreais, foram analisadaspela Comissão de Divul-gação de Assuntos Médi-cos (Codame, órgão con-sultor nos Conselhos deMedicina) e sindicadaspelo Cremesp, e fazemparte do rol das (aindamuitas) denúncias relati-vas à publicidade médica.

Também a exposição depacientes – e seus desdo-bramentos, como as fotos“antes e depois” – moda-lidade em que há quebrade sigilo profissional – éclaramente proibida peloCódigo de Ética Médica,no artigo que veda ao

profissional “fazer refe-rência a casos clínicosidentificáveis, exibir paci-entes ou seus retratos emanúncios profissionais ouna divulgação de assun-tos médicos, em meios decomunicação em geral,mesmo com autorizaçãodo paciente”.

Porém, o tema figuraentre as dúvidas maisfrequentes que chegam àCodame, segundo seucoordenador e conselhei-ro do Cremesp, LavínioNilton Camarim.

Pode anunciar?Já ensinava Flamínio

Fávero, professor de Me-dicina Legal na Universi-dade de São Paulo, que omédico tem o direito deanunciar, mas deve ser“sóbrio, comedido, recata-do” em relação a títulos,

especialidades e ao localonde quer colocar o anún-cio, entre outros pontos.

A publicidade médica,definida pela ResoluçãoCFM n° 1.701/2003 como“a comunicação ao públi-co por qualquer meio dedivulgação, de atividade

A Codame, do Cremesp,já promoveu 40 FórunsRegulamentadores dePublicidade Médica naCapital e Interior do Es-tado de São Paulo des-de 2005.

“A iniciativa, além depalestras educativas notema, foca-se no aspecto

O que diz oCódigo deÉtica MédicaÉ vedado ao médico:

■ Permitir que sua par-ticipação em meios decomunicação sirva paraoutra coisa, senão escla-recer e educar ;

■ Divulgar informa-ções médicas de formasensacionalista, pro-mocional ou inverídica;

■ Informar ao públicoleigo sobre tratamen-tos ou descobertas semcomprovação científica;

■ Anunciar títulos, es-pecialidades ou área deatuação que não possui;

■ Apresentar como ori-ginais ideias ou desco-bertas que não o sejam;

■ Deixar de incluir emanúncios profissionaiso número do CRM.

Publicidade médica é alvode dúvidas e infrações

Médico temdireito àdivulgação deseu trabalho,desde queconheça os limitesda exposição

Fóruns regulamentadorespedagógico da publicida-de, tentando evitar sindi-câncias e processos”, ex-plica o coordenador daCodame, o conselheiroLavínio Camarim. Alémde médicos, outros inte-ressados, como advoga-dos e jornalistas compa-recem aos encontros.

“O trabalho vem dan-do bons resultados. Mui-tos jornais do interior, re-vistas regionais e de cir-culação nacional e pro-gramas de televisão (es-ses últimos, em menordimensão) já mudaramsua linha editorial”, sali-enta Camarim.

profissional de iniciativa,participação e/ou anuên-cia do médico”, precisaconter o número de inscri-ção no CRM e a especiali-dade e/ou área de atua-ção do médico, devida-mente registrada.

Por outro lado, o médi-co não pode divulgar (emnenhuma mídia, inclusiveInternet) que seu consul-tório possui aparelhagemespecífica (capaz de lheatribuir capacidade privi-legiada) ou que utiliza téc-nicas exclusivas, entre ou-tras façanhas, além de nãolhe ser permitida a parti-cipação em anúncios deempresas ou produtos li-gados à Medicina.

Em fevereiro do próxi-mo ano, a atual resoluçãosobre publicidade médicadeverá ser substituída pelaResolução CFM n° 1.974/2011. Há poucas mudan-ças no quesito “anúncio”,entre as quais, a inclusãoda proibição de o médicooferecer “consultoria a pa-cientes e familiares comosubstituição da consultamédica presencial”, ou ga-rantir, prometer ou insinu-ar bons resultados de tra-tamento.

Prometer resultado con-segue elevar o número dedenúncias contra determi-nadas especialidades. Deacordo com Camarim, es-tão entre as mais arrisca-das a equívocos desta na-tureza a Cirurgia Plásticae a Dermatologia – esta

Camarim: Cirurgia Plástica eDermatologia estão entre asespecialidades mais sujeitas aequívocos que geram denúnciasno Cremesp

Sindicâncias abertas no Cremesprelacionadas a publicidade médica

Ano Número de sindicâncias

2005 198

2006 552

2007 479

2008 205

2009 415

2010 276

2011 188 (até 04/11)

Fonte: Cremesp/Codame

última, uma das mais de-nunciadas nos últimoscinco anos, segundo esti-mativa da Codame.

Participar deprogramas é proibido?Ao contrário do que

muitos supõem, médicospodem participar de pro-gramas de rádio e TV, darentrevistas e escrever ar-tigos a meios de comuni-cação de massa, contantoque os fins sejam estrita-mente educativos.

Ou seja, sua participa-ção não deve incorrer emautopromoção para anga-riar clientela, fazer con-corrência desleal e aferirlucros, entre outras van-tagens. E nem em sensa-cionalismo, como porexemplo, apresentação demétodos e meios sem re-conhecimento científico;de técnicas restritas ao am-biente médico e a veicu-lação de informações quecausem intranquilidade àsociedade, entre outrasespecificidades.