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TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 Várzea nós temos O que falta é incentivo à produção Os pequenos agricultores do Amazonas sabem disso. Terra boa para plantar é a várzea, onde o solo é rico em nutrientes, principalmente nitrogênio, potássio e fósforo. Fundamentais para a agricultura, eles não custam um centavo. É a cheia que fertiliza o solo, deixando os nutrientes na vazante. O Amazonas é rico em várzea, mas as políticas públicas ignoram essa potencialidade para culturas de ciclo curto. Falta incentivo aos agricultores, principalmente para o cultivo e escoamento da produção. O EM TEMPO enviou uma equipe à região de Curuçá, no Careiro da Várzea, que documentou a força que o produtor encontra na terra de várzea para produzir alimentos que poderiam chegar a baixo custo à mesa do consumidor de Manaus. Economia B4 e B5 IMPEACHMENT Debate em comissão entra pela madrugada A reunião extraordinária para discussão do parecer encerrou por volta das 4h A comissão que analisa o pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff avançou a madru- gada. Foram mais de 13 horas de discussão. Última hora A2 VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.080 DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO SXSXSXS RICARDO OLIVEIRA O suplemento vai falar sobre política para as crianças, e por que não? A curuminzada quer entender direito o que é essa tal de Lava Jato. E impeachment, o que é isso? A maquiadora sênior da M.A.C. Cosméticos, Fabiana Lima (foto), desembarca em Manaus no pró- ximo dia 18, para uma noite de autógrafos na loja do Manauara. SUPLEMENTOS Na luta pela subsistência, a esperança brota nas terras férteis de Curaçá, onde a canoa é o principal meio de transporte do homem da vár- zea para escoar sua produção até a Vila do Careiro FABIANA MURER Uma das esperanças de medalha para o Brasil nas Olimpíadas, Fa- biana Murer está focada em fazer história. A atleta reforça que “o Brasil não é um país que investe em atletismo”. Pódio E2 e E3 ‘O Brasil não investe em atletismo’

EM TEMPO - 10 de abril de 2016

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

Várzea nós temosO que falta é incentivo à produção

Os pequenos agricultores do Amazonas sabem disso. Terra boa para plantar é a várzea, onde o solo é rico em nutrientes, principalmente nitrogênio, potássio e fósforo. Fundamentais para a agricultura, eles não custam um centavo. É a cheia que fertiliza o solo, deixando os nutrientes na vazante. O Amazonas é rico em várzea, mas as políticas públicas ignoram essa potencialidade para culturas de ciclo curto.

Falta incentivo aos agricultores, principalmente para o cultivo e escoamento da produção. O EM TEMPO enviou uma equipe à região de Curuçá, no Careiro da Várzea, que documentou a força que o produtor encontra na terra de várzea para produzir alimentos que poderiam chegar a baixo custo à mesa do consumidor de Manaus. Economia B4 e B5

IMPEACHMENT

Debate em comissãoentra pela madrugada

A reunião extraordinária para discussão do parecer encerrou por volta das 4h

A comissão que analisa o pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff avançou a madru-gada. Foram mais de 13 horas de discussão. Última hora A2

VENDA PROIBIDA

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ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

3,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.080   DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016   PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES   DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

SXSXSXS

RICARDO OLIVEIRA

O suplemento vai falar sobre política para as crianças, e por que não? A curuminzada quer entender direito o que é essa tal de Lava Jato. E impeachment, o que é isso?

A maquiadora sênior da M.A.C. Cosméticos, Fabiana Lima (foto), desembarca em Manaus no pró-ximo dia 18, para uma noite de autógrafos na loja do Manauara.

SUPLEMENTOSSUPLEMENTOSSUPLEMENTOS

Jato. E impeachment, o que é isso?

Na luta pela subsistência, a esperança brota nas terras férteis de Curaçá, onde a canoa é o principal meio de transporte do homem da vár-zea para escoar sua produção até a Vila do Careiro

SXSXSXS

FABIANA MURER

Uma das esperanças de medalha para o Brasil nas Olimpíadas, Fa-biana Murer está focada em fazer história. A atleta reforça que “o Brasil não é um país que investe em atletismo”. Pódio E2 e E3

‘O Brasil nãoinveste em atletismo’

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

Lima (Peru) - Exclusões e desistências de candida-tos, acusações de plágio, postulante em prisão pre-ventiva. Essas são algumas das curiosidades da turbu-lenta campanha presiden-cial para as eleições deste domingo (10) no Peru.

Keiko Fujimori, candidata de centro-direita e filha do ex-presidente Alberto Fujimori, é a favorita. A dúvida é quem a enfrentará no segundo turno: Pedro Pablo Kuczynski, ex-econo-mista do Banco Mundial, ou Veronika Mendoza, parla-mentar de esquerda.

MulheresPela primeira vez duas mu-

lheres estão perto de vencer a Presidência: Keiko Fuji-mori, a favorita, e Verónika Mendoza, da Frente Ampla.

Keiko é filha do ex-pre-sidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de pri-são por corrupção e viola-ção dos direitos humanos,

considerado o presidente mais corrupto da história do país e o sétimo do mundo, segundo a Transparência Internacional. A família do patriarca continua marcan-do a vida política do país.

Prisão preventivaUm dos candidatos na

disputa é Gregorio San-tos, em prisão preventiva há 2 anos e à espera de um julgamento por suposta malversação de fundos pú-blicos quando era governa-dor da região de Cajamarca

(nordeste). Teve permissão temporária para sair e par-ticipar em um debate. Para o encerramento da campa-nha, gravou um vídeo que foi exibido em uma praça para seus seguidores.

Candidatos excluídosA lei de partidos políticos

que rege desde janeiro e permite excluir candidatos por financiamento ilegal de campanha provocou con-fusão no Júri Nacional de Eleições, que foi alvo de críticas por falta de cri-térios claros na aplicação da norma.

A aplicação da nova lei provocou a exclusão de duas candidaturas: do mi-lionário César Acuña, que entregou dinheiro a eleito-res durante sua campanha, e a de Julio Guzmán, que chegou a ficar em segundo lugar nas pesquisas, por descumprir normas admi-nistrativas nas primárias de seu partido.

ELEIÇÕES NO PERU

Filha de Fujimori é favorita no pleito

Além de Eduardo Braga, delatores da construtura citaram os ex-governadores Agnelo Queiroz, do Distrito Federal, e Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro

Braga é citado na delação da Andrade Gutierrez

Brasília (DF) - A sessão para discussão do relatório que defende a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff durou mais de 13 horas e só terminou na ma-drugada deste sábado (9).

Os sucessivos discursos pró e contra o impeachment foram acompanhados pelos deputados em meio a muitos cafezinhos, bocejos e cochilos. No encerramento da sessão, às 4h42, 28 deputados esta-vam presentes. O colegiado tem 65 integrantes titulares.

A comissão especial votará o parecer do deputado Jovair Arantes (PTB-GO) amanhã (11). Há maioria para apro-vação do relatório. Dos 115 deputados que se inscreveram para falar, 62% estavam na lis-ta favorável ao impeachment.

No começo da madruga-da, foram fl agrados sinais de cansaço em vários deputados.

Na reta fi nal do debate, o número dos favoráveis a Dil-ma se reduziu a quase zero, o que levou os discursos a se

concentrarem na defesa de destituição da petista.

“O impedimento da presi-dente Dilma já está dado”, afi r-mou Mendonça Filho (DEM–PE), segundo quem mesmo que ela escape ao impeach-ment terá que delegar o go-verno ao ex-presidente Lula.

O deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) chegou a dizer que Dilma desviou “uns trocados para o bolso dela” e não é digna nem honrada, porque, segundo ele, montou todo o esquema de corrupção agora investigado.

Um dos poucos que defen-deu a presidente, o líder da bancada do PMDB, Leonar-do Picciani (RJ), também a criticou. “Chegamos a essa situação porque os que ga-nharam a eleição não tiveram a humildade de reconhecer que ganharam em um país dividido e não procuraram um governo de união nacional. E os que perderam não se resignaram com a derrota e só pensaram em sua ambição política”, disse.

Brasília (DF) - Execu-tivos da Andrade Gu-tierrez citaram três ex-governadores res-

ponsáveis pela construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014 em delação premiada fi rmada com a Pro-curadoria-Geral da República. Agnelo Queiroz (PT), de Brasí-lia, Sérgio Cabral (PMDB), do Rio, e Eduardo Braga (PMDB), do Amazonas, hoje ministro de Minas e Energia, teriam sido destinatários de propi-nas, segundo os delatores. A informação foi veiculada pelo “Jornal Nacional’.

A reportagem não cita va-lores negociados.

À emissora, Cabral negou e manifestou indignação com as afi rmações do delator que envolvem o nome dele. O ad-vogado de Agnelo disse que seu cliente desconhece qual-quer fato citado na colabora-ção premiada. Eduardo Braga afi rmou que saiu do governo do Amazonas em março de 2010 sem ter assinado contrato ou pagamento de obras relacio-nadas com a Copa.

Recomendação Os executivos citaram em

depoimento o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, Ri-cardo Berzoini. Ex-presidente

EM BRASÍLIA

Sessão do impeachment durou mais de 13 horas

DESISTÊNCIAS

A disputa para Presidência do Peru começou com 19 can-didatados em janeiro, mas, desde então, muitos renunciaram ou foram expulsos pela nova lei elei-toral, restando dez aspirantes ao cargo

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Comissão discute relatório sobre impeachment de Dilma Rousseff

da empresa, Otávio Azevedo, relatou aos procuradores da Lava Jato reunião com Berzoini na qual o petista avisou a ele que as contribuições para o partido não deveriam ser ape-nas sobre obras da Petrobras, mas também de outras áreas da administração. A partir da “recomendação”, a empresa teria, então, iniciado repas-ses ao partido de parte dos valores de contratos relativos ao setor elétrico.

“Saí do governo do Estado do Amazonas em março de 2010, sem ter assinado contrato e nem realizado pagamento para obras relacionadas com a Copa do Mundo, muito menos para a Arena da Amazônia. Por isso, recebo com indignação e surpresa a citação do meu nome em supostos depoimentos ligados à Lava Jato. Mas tenho certeza que a apuração correta dos fatos mostrará que, se tais citações realmente ocorreram, foram fruto de engano ou má-fé”, afirmou Eduardo Braga.

MINISTRO SE PRONUNCIA

Ex-governadores foram citados como recebedores de propina na construção de estádios para a Copa do Mundo

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A3OpiniãoOpinião

Em junho de 2013, a República Federativa do Brasil foi abalada por um movimento que, a princípio, parecia uma piada: milhões de brasileiras e brasileiros foram às ruas, com o risco de serem atropelados pela polícia de choque e pelos black blocs, protestar contra o aumento de R$ 0,20 no preço das passagens de ônibus. Como R$ 0,20 foi considerado muito pouco, agregou-se a esse valor o que não estava exatamente na pauta: corrupção, propina, moradia, reforma agrária, mensalão, petróleo, tráfi co de infl uência, máfi a da merenda escolar, tudo o que nem se imaginava que existisse aparecia nessas escavações de pré-sal. Os grandes incêndios começam assim, com uma pequena chama. E quem brinca com fogo...

No fi nal da tarde de sexta-feira (8), enquanto prestava atenção às discussões na Câmara sobre o impeachment à presidente Dilma Rousseff , Manaus foi surpreendida com o anúncio do aumento da passagem de ônibus: de R$ 3 para R$ 3,55, isto é, R$ 0,35 a mais que o aumento de 2013. Para quem paga R$ 4 por um litro de gasolina, talvez seja irrisória essa quantia (R$ 0,35!), mas quem usa o ônibus para ir ao emprego ou procurar emprego é demasiado, porque não se trata de apenas (!) R$ 0,35, mas de R$ 3,55 vezes quatro idas e vindas, ou R$ 14,20 por dia, vezes 30 dias ou R$ 426, isto é, 48% do atual salário mínimo (R$ 880).

Essa é a realidade imediata do impacto provocado pelo aumento, a que se agrega um valor ainda não calculado, que é a crônica falta de troco (até a casas lotéricas, da Caixa Econômica Federal, estão suplicando por moedas divisionárias!). A prefeitura, o Sinetram (sindicato das empresas) e a Câmara Municipal precisam antecipar-se aos confl itos que se anunciam para a hora do troco. Que se defi na um valor que não tire do passageiro seus valiosos centavos.

Como votam

Dos 67 deputados do PMDB, 44 foram consultados pela Arko, sendo que 52% acre-ditam que o impeachment de Dilma terá os 342 votos necessários na Câmara para seguir adiante, enquanto 39% avaliam que isso não aconte-cerá. Outros 9% não souberam responder ou não opinaram.

‘Sim’ ao impeachment

Já em relação ao posiciona-mento da bancada do PMDB na votação do pedido de impe-achment de Dilma – que deve ocorrer até o próximo 17 de abril –, 66% dos deputados ouvidos pela Arko consideram que a maioria dos parlamen-tares da legenda na Câmara votará a favor do impedimento.

Apenas 9% disseram que a bancada será contrária, outros 9%, que a legenda será neutra, e 16% não souberam ou não opinaram.

Procura-se

O delegado Abraão Seruya resolveu desvendar o assassi-nato da professora Rocicleyde Saraiva de Souza, 49.

O titular do 10º Distrito In-tegrado de Polícia (DIP) está oferecendo a quantia de R$ 1 mil do seu próprio bolso pelo paradeiro dos dois assassinos.

Meu bolso

Seruya deixou claro que o dinheiro da recompensa vai sair do seu próprio bolso.

— É um caso revoltante, diferente dos outros. Esse caso não vai fi car impune. Os dois indivíduos não podem fi car sol-

tos causando terror pela cidade —, disse.

Covardia

A professora de geografi a, natural de Novo Airão, rea-giu ao assalto, teve sua bol-sa levada e foi assassinada cruelmente com um tiro no peito, no bairro Alvorada, Zona Centro-Oeste, no momento em que saía da escola em que trabalhava.

Banquete macabro

Ao lançar, na sexta-feira (8), a Central de Atuação Integrada dos Órgãos Ambientais, para combater agressões à natu-reza, a presidente do Tjam, Graça Figueiredo, citou um dos mais absurdos exemplos de agressão ao meio ambiente.

O caso do cantor de toadas Prince do Boi, que postou nas redes sociais fotos de um ver-dadeiro banquete com animais silvestres.

Chocante

A desembargadora chegou a mostrar fotos captadas por um celular, em que aparecem ima-gens de três tartarugas, cinco mucuras, uma paca, uma cutia, um jacaré, dois macacos, um papagaio, duas cobras e uma anta sendo assados na brasa.

Pavulagem

A ostentação de Prince do Boi custou ao seu bolso uma multa de R$ 35 mil, aplica-da pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O instituto considerou a

pavulagem uma apologia ao

crime ambiental.

Ligeira subida

Apesar da crise, o Amazonas teve um leve aumento de R$ 3,7 milhões no montante da arrecadação tributária no mês de março, em comparação com fevereiro.

Economia em risco

O economista Alisson Re-zende afi rma que a leve alta no índice de arrecadação não representa uma melhoria na economia do Estado.

— O que nós estamos pre-vendo é uma difi culdade nos próximos meses, se estenden-do até o fi m do ano –, disse Rezende.

Luz no túnel

Falando em economia, de-pois de quatro meses com taxa de dois dígitos, a infl ação ofi cial do país, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vol-tou a fechar o acumulado do ano em um dígito.

Luz no túnel 2

De acordo com dados divul-gados na sexta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geogra-fi a e Estatística (IBGE), o IPCA fechou os 12 meses encerrados em março em 9,39%, depois de ter encerrado fevereiro em 10,36% (na taxa anualizada).

O índice não fi cava abaixo de dois dígitos desde novembro do ano passado, quando estava em 10,48%. Em dezembro, a taxa era 10,67%; em janeiro deste ano, 10,71%; e em fe-vereiro, 10,36%.

A maioria dos deputados do PMDB é favorável ao impeachment da presidente Dilma, certo?Errado. Nos bastidores, o pau está cantando. Os parlamentares do maior partido

do Congresso Nacional ainda têm dúvidas sobre o resultado da votação na casa, que visa a derrubar a presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto. É o que mostra pesquisa da consultoria política Arko Advice, divulgada nesta sexta-feira (8).

O PMDB está rachado

Não se brinca com fogo [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

Quem manda é o BarçaDIVULGAÇÃO

Para os nossos nobres deputados fe-derais, que começaram a trabalhar numa sexta-feira e só encerraram a sessão às 4h da madrugada de sábado. Isso, realmente, é um fato inédito, digno de registro e de aplausos.

Para a realidade do futebol brasileiro, que não tem nem o domínio sobre seus próprios craques. Na sexta-feira, Neymar viu cair por terra seu sonho de jogar a Copa América, porque o Barcelona não “autorizou”. O clube catalão enviou uma carta à CBF avisando que não permitirá que o jogador atue em dois torneios para evitar um desgaste excessivo nas férias do futebol europeu. E fi cou por isso mesmo.

Deputados honram o salárioDIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOLula partiu do sertão pernambuca-no, se não me engano, de Garanhuns, e chegou a São Paulo em um “pau de arara”, um daqueles caminhões que carregam pessoas como se fossem carga bruta e inquebrável. Deve ter sido uma viagem sofrida, mal dormida e mal alimentada e, no destino, lá estava a cidade grande para ser conquistada, missão para a qual certamente lhe faltavam os apetrechos e os preparos.

Assim, quem trouxe do Nordeste a vasta bagagem da miséria daquela região, veio juntar a essa a pobre-za e as dificuldades da insana lide exigida pela tentativa de prosperar nas asperezas das indústrias do capitalismo. A primeira conclusão a inferir será aquela de que Lula, que inegavelmente não é um des-provido de argúcia e outras aptidões mentais, ainda que um apedeuta, porque ainda hoje, depois da longa estrada trilhada, conserva a atitude de desprezar e dar como irrelevante a busca do saber acadêmico, recebeu por imposição da existência um rico conhecimento, intuído, da realidade social em que o país se constituiu.

Se esse conhecimento foi antes da “sociologia” do Nordeste e do operariado da grande cidade, na medida em que, motivado pelo in-teresse político, passou a dirigir sua curiosidade para as outras áreas nacionais, certamente começou a perceber, como vivência pessoal e não como construção teórica, a na-tureza da realidade social brasileira que, mesmo diversificada, guarda um lastro que a unifica, nem que seja pela pobreza que nela predomina. A trajetória de Lula, entre tropeços e percalços, acabou por leva-lo à Presidência da República e nessa caminhada, inegavelmente, muito lhe valeu a intuição de saber escolher o melhor discurso para penetrar e ecoar nos ouvidos do povão.

Ele sabia o que tinha a fazer e, politicamente forte como era, bem poderia ter feito e assim adquirido o direito de ser chamado estadista, condição rara e cronicamente falto-sa na América Latina. Mas a mosca azul nunca falta nas altas esferas e as únicas vacinas eficazes contra a sua picada ainda são a percepção verdadeira de si mesmo e do meio circundante, e a autocrítica que nasce da reflexão honesta e madu-ra, mas essas, por suas drásticas ausências em Lula, produziram sua desgraça e mataram no nascedouro o estadista que poderia ter nascido.

O poder, mais o desejo de tê-lo cada vez mais, tomou conta do homem e afogou a consciência so-cial que certamente, no começo do processo, nele esteve presente, para depois sucumbir. Como um Luiz XVI ou um Nicolau II, cometeu o erro de julgar que para ele e para a sua vontade não havia limites. Não percebeu o cadafalso e a forca que o aguardavam depois da primeira esquina. Atentos aos sinais indis-farçáveis que sempre acompanham a sede insaciável de poder político e econômico, antessala do reino da corrupção, os lobos, em matilha, logo começaram a cercar a presa porque nela sabiam que o alimento abundava.

Nesse encontro se conjugam, en-caixam e entrelaçam os interesses do poder político e do poder econô-mico, porque um necessita do outro, sendo que um abre os caminhos das facilidades e oportunidades que o outro sabe muito bem converter nos ganhos financeiros a serem partilha-dos. Essa foi a união fatídica que transformou o projeto de estadista num político de baixa estirpe, na liderança popular em comando de um grupo de difícil qualificação. Como no teatro, “Greta Garbo, quem diria, acabou no Irajá”.

Quase um estadista [email protected]

João Bosco Araújo

A mosca azul nunca falta nas altas esferas e as únicas vaci-nas efi cazes contra a sua picada ainda são a percep-ção verdadei-ra de si mes-mo e do meio circundante, e a autocrítica que nasce da refl exão honesta e madura, mas essas, por suas drásti-cas ausências em Lula, pro-duziram sua desgraça”

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

Castriani Arcebispo

Metropolitano de Manaus

Painelo ringue do impeachment se não vender um projeto de país, diz Renato Meirelles, do Data Popular. “Quando a esquerda brada o ‘não vai ter golpe’, sem juízo de valor, dialoga com a elite, não com a maioria.”

Perfi l Dados do instituto indicam que 62% dos bra-sileiros adultos concordam com políticas que promovam igualdade social. Mas muitos sequer entendem quem esta-ria dando o “golpe”.

Potencial Finda a crise po-lítica, há espaço para cresci-mento. O Data Popular estima 29,5 milhões de famílias sem máquina de lavar e 48,2 mi-lhões sem computador. Há ainda 19,6 milhões de pessoas com segundo grau e vontade de fazer faculdade.

Voando Segundo Júlio Del-gado (PSB-MG), há três tipos de deputados: o contra o impe-achment, o a favor e o “iCloud”, que “está na nuvem e pode ser capturado por qualquer um”.

Na� alina No dia em que a comissão do impeachment de Collor, em 1992, votou o parecer, eram 374 os depu-tados que declaravam voto a favor da deposição. Apenas 36 defendiam o então presidente publicamente.

Invejosos O embaixador do Brasil em Portugal, Mario Vilalva, reage a críticas de que tenta se cacifar para um governo Temer. “Se de-sejam meu posto, peçam à presidente. Aos desassosse-gados, recomendo que fa-çam mais política externa e menos mexericos”.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

No cafezinho do Senado, área de convívio restrita a parlamentares, o senador Lin-dbergh Farias (PT-RJ) divagava sobre o futuro do governo Dilma Rousseff quando a colega Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) se aproximou da rodinha de conversa.– Olha, ela fez plástica nos olhos – apontou Lindbergh, provocando a amiga.Grazziotin corou no ato.– Fica quieto! – respondeu ela.Lindbergh, então, explicou:– Não é para ter vergonha. É que fi quei preocupado de você fi car parecida com a Marta Suplicy.

Mera coincidência

TIROTEIO

Essa vitória que a presidente Dilma Rousseff busca a qualquer custo pode ser a maior das derrotas do governo dela.

DO SENADOR AÉCIO NEVES �PSDB MG�, sobre as dificuldades de governabilidade que a rival enfrentará caso escape do impeachment.

O histórico de fidelidade dos partidos do “centrinho” mostra que o Planalto arrisca muito ao apostar suas fichas em PR, PP e PSD. Em decisões recentes impor-tantes para Dilma Rousseff, os três partidos têm dado menos da metade de seus votos ao governo – e até dirigentes das siglas têm consciência de que o índice não deve melhorar muito agora. O PP, por exemplo, promete entregar até 30 dos 51 deputados, mas es-timativas mais conservadoras veem um limite de 11 votos pró-governo.

Pacotão A assinatura de empréstimos de Esta-dos com bancos públicos se tornou um item tenta-dor para melhorar o humor de governadores e fazer com que eles busquem votos em favor de Dilma nas suas bancadas.

Consignado O governa-dor Robson Faria (PRB-RN) esteve em Brasília durante a semana para cobrar a li-beração de R$ 850 milhões do Banco do Brasil.

Pacotão Até as indica-ções para o segundo es-calão de agências regula-doras, antes vistos como inegociáveis, estão sendo colocados na discussão com os partidos.

#tápuxado Com a queda de aprovação dos presiden-ciáveis da oposição entre os eleitores e a estabili-dade de Marina Silva nas pesquisas, fi cou menos in-teressante para os tucanos aderir à proposta de novas eleições – gerais ou via TSE.

Só falo escondido Para integrantes da cúpula do

PSDB, é preciso prazo para recuperar popularidade. Daí a vantagem do impe-achment, opção que ofere-ce dois anos para que os tucanos recuperem fôlego.

Nota de corte O Vem Pra Rua deve alterar em seu site os critérios de classifi cação dos deputa-dos contra e a favor do impeachment. Hoje, só são marcados como pró-depo-sição os que fi zeram “de-claração pública perante seus eleitores”.

Infl a aí A ideia é turbinar a contagem nesta reta fi nal e incluir também os que si-nalizaram reservadamente que estarão contra Dilma.

Vingança O PC do B está nervoso com a pos-sibilidade de criação da CPI da UNE. O comunista Orlando Silva (SP) pediu a Marco Feliciano (PSC-SP), autor do pedido, que paras-se de coletar assinaturas. “Eles já aprontaram muito comigo”, rebateu o pastor.

Não emplaca O PT não trará os mais pobres para

Quando fui nomeado bispo, a primeira reação de meu pai foi uma pergunta daquelas nas quais já vem embutida a resposta. Emo-cionado e curioso, ele me disse: “Isso quer dizer que você vai par-ticipar da CNBB?” Para ele, oficial de Justiça e político de interior, as duas instituições mais impor-tantes no Brasil eram a OAB e a CNBB. Da primeira ele fazia parte depois de um esforço gigantesco para se tornar bacharel em direito, estudando, trabalhando e fazendo o que mais gostava, política. A segunda ele admirava pelos posi-cionamentos que tomou durante o regime de exceção e pelas orien-tações pastorais que saíam depois de cada assembleia anual.

Os encontros eram realizados em Itaici e os resultados publicados em documentos esperados com grande expectativa. Qualquer aná-lise objetiva da história do nosso país no século 20 não pode dei-xar de reconhecer a importância da CNBB nos rumos que a nação tomou. Seus posicionamentos ins-piraram gerações dentro e fora do âmbito eclesial. O Brasil hoje mudou. A democratização trouxe à cena outros atores e o pluralis-mo religioso alargou o leque de instituições que falam a partir da fé. Isso é altamente positi-vo, e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil pode se orgulhar de ter participado deste proces-so de crescimento na cidadania e liberdade.

Há quase duas décadas, tenho o privilégio de participar de suas assembleias gerais. Nestes dias, está acontecendo a 54ª, agora em Aparecida, que cada vez mais tem se tornado a capital católica da fé. Antes realizadas na bucólica Itaici, com os bispos hospedados no mosteiro, agora as assembleias

se realizam em meio à movimen-tação de milhares de romeiros que visitam todos os dias o santuário. São dez dias de muita oração, reflexão, convivência e tomada de decisões pastorais que vão dando o rumo da ação evangelizadora da Igreja. A Eucaristia diária celebra-da no altar principal da basílica e transmitida pelos meios de comu-nicação de inspiração católica é o ponto alto do dia.

Trabalha-se sempre um tema central que dá origem a um do-cumento final. Este ano, o tema central é a vocação dos cristãos leigos e leigas no mundo e na igreja. Tema fundamental, pois a maioria quase absoluta dos mem-bros da igreja é formada por eles e bispos, presbíteros e diáconos estão ao seu serviço. A vocação laical é a vivência concreta do batismo vivido como missão. Todo batizado é sujeito da evangeli-zação. No mundo é fermento de transformação e construtor de cidadania, na igreja é membro do Corpo com funções próprias que não se confundem com as dos clérigos nem são inferiores, mas complementares.

Um momento importante é sempre a análise de conjuntura. Este ano optou-se por fazer uma reflexão sobre o Brasil que que-remos. Comunicações, reuniões reservadas vão completando os trabalhos. Ao final, saímos for-talecidos na esperança que brota da fé. A reunião acontece sempre no tempo pascal e a presença do Ressuscitado é palpável. Ouvimos, sim, os clamores dos excluídos e marginalizados, mas também ouvimos relatos de solidariedade e busca da justiça. Ao partir, um último olhar à Mãe Aparecida, e a volta para casa na certeza de que o Espirito nos conduz.

Assembleia da CNBB [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTO A vocação laical é a vivência concreta do batismo vivido como missão. Todo batizado é sujeito da evangelização. No mundo é fermento de transformação e construtor de cidadania, na igreja é membro do Corpo com funções pró-prias que não se confundem com as dos clérigos nem são inferiores, mas comple-mentares”

Terreno pantanoso

Frase

MARCIO MELO

Paulo Maluf, deputado (PP-SP), criticado por ter fal-tado a oito das dez reuniões da comissão que discutiu

o impeachment na Câmara (“não tinha obrigação”). O político explicou à BBC Brasil que sua defesa pelo

afastamento de Dilma Rousseff é apenas política. “Ela é correta e decente, mas voto pelo impeachment”.

OLHO DA [email protected]

Vou cumprir este mandato de deputado federal em 2018, aos 87. Se estiver com boa saúde, não preciso fazer campanha para deputado. É só que dizer que

sou candidato que estou eleito. Não aceito ser minis-tro, ser governador, ser prefeito... nada. Deputado é

tranquilo: trabalha terça, quarta e quinta metade do tempo... Faço de conta que estou trabalhando

O Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), lançado pelo governo federal em 2013, investirá mais de R$ 500 bi nos serviços de tratamento de esgoto até 2033. Para monitorar e analisar a aplicação do plano, foi criado um grupo de trabalho interinstitu-cional, que será coordenado pelo Ministério das Cidades. Até 2033? Quem viver verá

Paulo Maluf,tado a oito das dez reuniões da comissão que discutiu

afastamento de Dilma Rousseff é apenas política. “Ela

2018, aos 87. Se estiver com boa saúde, não preciso

sou candidato que estou eleito. Não aceito ser minis-sou candidato que estou eleito. Não aceito ser minis-

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Polí[email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

EM TEMPO - General, o senhor deixa o comando do CMA para assumir o cargo de comandante logístico do Exército. Isso garantirá uma atenção especial para a Ama-zônia?

General Theophilo Gaspar - Por isso que ele me escolheu para dar uma atenção especial à nossa Amazônia Ocidental, onde temos difi culdades logísticas, as distân-cias são maiores, várias medidas têm de ser melhoradas como o transporte aéreo. Estamos com a ideia de ter aeronave de asa fi xa, porque os helicópteros nós já temos e, então, sem competir com a Força Aérea, termos aero-naves menores no Exército para formarmos os nossos pilotos para tirarmos esse peso das costas da Força Aérea que precisa estar em uma área de abrangência maior.

EM TEMPO - Na Amazônia, nossa principal difi culdade é a logística. Como o Exército tem superado isso, especial-mente para cuidar de nossas fronteiras?

GTG - A gente tem procurado sempre utilizar as nossas embar-cações. Temos vários programas

Após 2 anos à frente do Comando Militar da Amazônia (CMA) e com uma gestão reconhecida por ter aproximado a sociedade civil, especialmente pesquisadores e a universidade, dos militares, o general Theophilo Gaspar deixa a gestão do CMA, na próxima sexta-feira, para assumir o comando logístico do Exército, em Brasília. Segundo ele, o cargo possibilitará uma atenção ainda maior às demandas da Amazônia onde, de acordo com o comandante, há falta de aparelhamento e recursos.Em entrevista ao EM TEMPO, o general Theophilo Gaspar disse que “servir na Amazônia é um privilégio, mas lutar por seu desenvolvimento sustentável é uma obrigação”, ainda mais para garantir uma soberania que atualmente é inexistente.

‘NÓS NÃO temos soberania NA AMAZÔNIA’

General THEOPHILO GASPAR

e projetos que atendem essa de-manda como o Programa Calha Norte para o desenvolvimento dos pelotões, cidades e municí-pios no interior do Estado. Temos o Proteger, o Pró Amazônia, o Amazônia Conectada. Todos es-ses são programas e projetos voltados a melhorar essa logística na Amazônia Ocidental.

EM TEMPO - Em Brasília, então, essa atenção deve con-tinuar?

GTG - Deve dobrar, com o fornecimento de combustível, do material adequado e saber que a logística que apoia o Sul é muito diferente da logística que apoia o Norte. Tivemos um problema com as viaturas novas que não servem para a fronteira. Como esse combustível novo é um que polui menos, mas a umidade cria um fungo dentro do combustí-vel, causando pane nas viaturas, então a melhor viatura é aquela antiga, mais rústica que atende bem a Amazônia.

EM TEMPO - Qual a principal difi culdade enfrentada pelos militares, especialmente para repressão do crime na frontei-ra amazônica?

GTG - Falta de um aparelha-

mento melhor, de recursos, um conhecimento tecnológico maior. Daí o Pró Amazônia, que esta-mos colocando todas as nossas instalações nas fronteiras dispo-níveis aos pesquisadores, dando alojamento, alimentação, suporte médico, para que eles façam as suas pesquisas e nós possamos conhecer melhor a nossa biodi-versidade e as riquezas naturais para defender melhor as nossas fronteiras.

EM TEMPO: O senhor teve um trabalho reconhecido de parceria com as instituições de ensino e pesquisa, dando condições para que os pes-quisadores trabalhassem em condições remotas na fron-teira e no seio da Floresta Amazônica. A partir de agora, esse projeto continua?

GTG - Com certeza porque esses projetos e programas (en-volvendo pesquisadores) já fazem parte do nosso planejamento es-tratégico. Então, já estão dentro do nosso planejamento até 2035, não há como retroceder. Daqui só para melhorar. Hoje temos em torno de 12 cientistas nos nossos pelotões fazendo pesquisa: estu-dos da água que está contamina-da pelo mercúrio por causa do ga-rimpo, da contaminação por conta do agente de laranja que é usado em outros países para destruir as plantações de cocaína. Hoje já temos gente pesquisando e nos ajudando bastante. Não que eles sejam do Exército. São de univer-sidades que têm fi nanciamentos externos e estão aproveitando da estrutura do Exército para fazer pesquisas. Nós também temos nosso Instituto de Engenharia que tem engenheiros de alto nível que vem à Amazônia desenvolver projetos no âmbito do Programa Ricardo Franco.

EM TEMPO - Comandante,

Digo que nós não temos soberania na Amazônia. Quando não posso reabrir uma BR-319, que já existe, porque ambientalistas com outros interesses dizem que nós vamos desmatar, acho que é falta de soberania. Quando não posso levar energia para Roraima e lá eles dependem da energia da Venezuela porque o linhão vai passar por uma reserva indígena, é falta de soberania”

quais foram os principais pro-jetos e atos ao longo da sua gestão? O que mudou no CMA?

GTG - O CMA é o mesmo, o Exército brasileiro é o mesmo nós só procuramos reavivar projetos que estavam adormecidos e cha-mar um pouco mais a sociedade civil para trabalhar com a gente.

EM TEMPO - Algum tempo atrás, o então comandante do CMA e agora comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse que havia um défi cit de soberania na Amazônia. Ainda é possível afi rmar isso?

GTG - Vou um pouco mais a frente. Digo que nós não temos soberania na Amazônia. Quando não posso reabrir uma BR-319 (Manaus/Porto Velho), que já exis-te, porque ambientalistas com outros interesses dizem que nós vamos desmatar, acho que é falta de soberania. Quando não posso levar energia para Roraima e lá eles dependem da energia da Venezuela porque o linhão vai passar por uma reserva indíge-na, é falta de soberania. Porque não são interesses brasileiros, são interesses de ONGs (orga-nizações não-governamentais) estrangeiras, de países que não querem que a gente tenha um desenvolvimento sustentável na Amazônia.

EM TEMPO - Como superar isso?

GTG - Com muito trabalho, com muito diálogo, compreen-são e trazendo as pessoas para virem à Amazônia. Não adianta eu estar em Brasília querendo falar da Amazônia se não conheço a Amazônia. Se eu não sei se a reserva indígena Raposa Serra do Sol está tão grande que o índio não quer e nem tem como sobreviver na área de cerrado. Lá não é fl oresta, lá é cerrado e as

pessoas assinam sem conhecer a Amazônia.

EM TEMPO - Comandan-te, estamos vivendo uma das piores crises que a nação já presenciou, com pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff . Alguns po-pulares pedem, inclusive, o retorno do militarismo. Como o senhor avalia esse cenário?

GTG - Quem fala em nome do Exército é o general Villas Bôas. Nesse ponto, acho que temos que observar o que o general Villas Bôas tem dito que é o tripé da estabilidade, da legitimidade e da legalidade. Só repito as palavras do meu comandante porque estou alinhado com o que ele pensa.

EM TEMPO - Falando da crise econômica, ela chegou ao Exército e mais especifi -camente ao CMA?

GTG - Todas as instituições foram afetadas. A própria Força Aérea reduziu o número de horas de voo para o programa de apoio à Amazônia. Dependo muito dos meus pelotões da Força Aérea. Agora estou vendo uma outra alternativa. Os suprimentos que eu levava de avião, levarei em balsa, em voadeira, que são os nossos transportes regionais.

EM TEMPO - Dessa expe-riência na Amazônia, o que o senhor leva para a sua carreira?

GTG - A experiência daqui é muito importante para qualquer militar. Até criei um disco no qual eu falo que “servir na Amazônia é um privilégio, mas lutar por seu desenvolvimento sustentável é uma obrigação. E depois de 2 anos, o que eu fi z pela Amazô-nia?”. Então, todo militar e todo brasileiro deveria vir para cá e fazer isso que prego como muito importante.

AMAZONAS

‘Curumim’ é patrimônio imaterial

Política A6

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CAMILA CARVALHO

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A6 PolíticaPolítica‘Curumim’, patrimônio de natureza imaterial do AMPersonagem criado pelo jornalista Mário Adolfo, há 33 anos, será homenageado na Assembleia Legislativa na próxima terça

O “Curumim, o último herói da Amazônia”, que desde 1983 luta pela preservação da

Floresta Amazônica e cons-cientização ambiental, será homenageado, na próxima terça-feira, na Assembleia Legislativa do Estado (Aleam).

A homenagem será feita em uma sessão especial em comemoração à lei 302, de novembro de 2015, de autoria do deputado estadual Dermil-son Chagas (PEN), que declara o personagem Curumim como patrimônio de natureza ima-terial do Amazonas.

A solenidade é em reco-nhecimento ao suplemento infantil que circula nos jor-nais de Manaus há 33 anos e que retrata a preocupação com a preservação da Flo-resta Amazônica.

“A mensagem que o Curu-mim promove às crianças é profunda e atual. É algo que deve ser levado para dentro das escolas. Essa linguagem tem de estar nas escolas para aproximar as crianças da regionalidade. A publica-ção demonstra que o jornal está incentivando a leitu-ra infantil, principalmente atrelada à preservação do meio ambiente e isto deve ser reconhecido”, disse Der-milson Chagas.

Para o criador do perso-nagem, o diretor de redação do jornal Amazonas Em Tem-po, jornalista Mário Adolfo, o sucesso do Curumim em diversas gerações pode ser explicado porque ele ques-tiona problemáticas em uma linguagem infantil.

“Ele (Curumim) é um indio-zinho que se preocupa com a preservação da fl oresta e interage com ela e com os animais, criado em 1983, em uma época em que a Amazô-nia estava ameaçada. Cada personagem do Curumim tem a ver com essa preocupação ecológica. A coisa mais bonita são os e-mails que chegam de pais que liam o Curumim e que passaram esse hábito aos fi lhos. Já encontrei pes-soas dizendo ‘sou ecologista porque lia o Curumim’, então é algo que já faz parte da cultura do Estado”, disse o criador do “último protetor da Amazônia”.

O Curumim virou cartilha

educativa sobre a história do Amazonas, lançada na Su-écia, em 1988; teve quadri-nhos publicados na coletânea “Curumim, o último Herói da Amazônia”, lançado na feira do Serviço Social do Comér-cio (Sesc), em 1993; contou a história em quadrinhos no livro “A.E.I. Ópera”, lançado pela Secretaria de Cultura (SEC), na Bienal Internacional do Livro, no Rio de Janeiro, em 2000; foi o mote da cam-panha de conscientização do Festival de Parintins “Curu-mim Contrário ao Lixo”, em 2013; através de quadrinhos, foi lançada a história do li-vro na 1ª Bienal do Livro do Amazonas, “Curumim conta História do Livro”, em 2012; E o indiozinho também foi tema da 30ª edição da Feira de Livro do Sesc, em 2015.

PersonagensA história do Curumim conta

com a tartaruga - que estava em extinção à época e, que ga-nhou o nome de Sarah Pateu; o jacaré que tem medo de virar cinto e carteira, intitulado de Jacaretinga; além do peixe jaraqui, intitulado de Jara; do papagaio que traz as notícias da cidade para a fl oresta e que se chama Lourival; a árvore que se comunica com o personagem, chamada de Geny Papo; o Mister Okay, biopirata que tenta roubar as riquezas naturais da fl oresta amazônica; e a namorada do Curumim, a índia Murupi.

“O Curumim foi inspirado no meu fi lho, Mário Adolfo Filho, que na época tinha 1 ano de idade. Atualmente, meu outro fi lho, Marcus Vinícius, que é publicitário, me ajuda a to-car o Curumim. Os desenhos ainda sou eu quem faço, no papel com lápis, borracha e nanquim, com traços fi nais e cores feitos por uma arte fi nalista”, disse Mário Adolfo.

Segundo ele, a ideia é trans-formar o Curumim em um gibi para ser comercializado em bancas em todo o país. Atualmente, o indiozinho saiu das páginas dos jornais e se transformou em produtos comercializados. “Fizemos a camiseta, que já virou suces-so, e a ideia é transformar o Curumim em uma grande marca”, disse o criador do personagem amazonense.

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AÇÃO

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Geny Papo; o Mister Okay, biopirata que tenta roubar as riquezas naturais da fl oresta amazônica; e a namorada do Curumim, a índia Murupi.

“O Curumim foi inspirado no meu fi lho, Mário Adolfo Filho, que na época tinha 1 ano de idade. Atualmente, meu outro fi lho, Marcus Vinícius, que é publicitário, me ajuda a to-car o Curumim. Os desenhos ainda sou eu quem faço, no papel com lápis, borracha e nanquim, com traços fi nais e cores feitos por uma arte fi nalista”, disse Mário Adolfo.

Segundo ele, a ideia é trans-formar o Curumim em um gibi para ser comercializado em bancas em todo o país. Atualmente, o indiozinho saiu das páginas dos jornais e se transformou em produtos comercializados. “Fizemos a camiseta, que já virou suces-so, e a ideia é transformar o Curumim em uma grande marca”, disse o criador do

Após 33 anos, Curumim se tor-na patrimônio

Criador do Curumim, o jornalista Mário Adolfo ainda dedica parte do tempo para desenhar, com lápis, borracha e nanquim, o herói da Amazônia

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A7PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Estamos aqui para promover justiça, e não vingança”

DEPUTADO JHC PSB�AL� defende o impeachment de Dilma na comissão especial

Maria do Correio entendia de cartasNo começo dos anos 1960, o então desconhecido de-

putado José Sarney foi a uma cartomante em Araxá (MG) em companhia do escritor Fernando Sabino. A mulher, Maria do Correio, jogou as cartas:

- Você vai ser Presidente da República.Quem ouviu, riu... Maria do Correio acertou outra vez.

Nos anos 1970, um jovem jornalista queria saber se ia se casar com a namorada. Ela respondeu que ele não se casaria com a jovem, mas um dia seria presidente da República. O nome do moço era Fernando Collor, agora Senador da República.

Estilo Dilma revolta e também diverte auxiliares

Saia justaDiplomatas passaram ver-

gonha, certa vez em Buenos Aires, ao serem cobrados de algo que faltava, após Dilma deixar o hotel Four Seasons.

Gostou, levouO Four Seasons enfeitara

a mesa de jantar da suíte de Dilma com uma belíssima (e cara) toalha. Ela gostou tanto que a levou para casa.

Penas de gansoAo deixar o hotel Westin

Excelsior, em Roma (diária de R$ 8 mil), outro dia, Dilma não se fez de rogada e levou dois travesseiros, que adorou.

Manias de cada umO apego de Dilma por itens

de hotéis se compara à prefe-rência de Lula por vinhos caros, que ele fazia os embaixadores o presentearem.

Dilma ignora combate à corrupção e economia

Tem razão quem reclama de estelionato eleitoral: Dilma só cumpriu 6 das 55 promessas de campanha, e 24 delas não saíram do papel. As cinco prin-cipais propostas de combate à corrupção viraram fumaça, como criminalizar o caixa dois em eleição, além de tipificar o crime de enriquecimento ilícito por agentes públicos. Não é piada: prometeu tam-bém controle da inflação e 3,8 milhões de barris de petróleo por dia.

Tratando mal quem a cerca, Dilma fi rmou má reputação por casos como o da ex-ajudante de ordens que abandonou o serviço no meio do dia, cansada de grosserias, e do médico da Presidência que virou paciente por estresse. Ou quando, brandindo um cabide, investiu contra uma pobre camareira, que deve estar correndo até hoje. Fazem também a delícia do serpentário do Itamaraty histórias de sua curiosa mania de considerar seus objetos de hotéis de luxo que a hospedam.

Apenas promessaDilma prometeu criar condi-

ções para a Justiça ser mais rápida no julgamento de pro-cessos de roubo de dinheiro público. Era lorota.

Pátria educadoraNa educação, ela prometeu

reformular o currículo do en-sino básico e médio e univer-salizar a educação infantil de 4 a 5 anos. Nada feito.

Fez o diaboEm 2014, Dilma afirmou que

os políticos “fazem o diabo” para ganhar eleição. Ela, por exemplo, uma vez reeleita, es-queceu as promessas.

Ninguém mereceO alerta contra Dilma da

revista The Economist, a mais importante do mundo, foi mais contundente que qualquer das declarações frouxas de po-líticos tucanos: ela já “não governa em nenhum sentido significativo da palavra” e “o Brasil não suporta mais três anos” do atual governo.

ConfiançaQuem conversa com o vice

Michel Temer e seu staff sai com a mais absoluta certeza

de que ele será o próximo pre-sidente. Ele demonstra tran-quilidade e segurança que há muito não se veem em Dilma.

Alguém sendo enroladoOposição e governo não se

entendem sobre o Partido da República. O governo nego-cia apoio dos 40 deputados com o mensaleiro Valdemar Costa Neto, mas a oposição acha que o PR vai aderir ao impeachment.

Ser Dilma pega malEnquanto Dilma e Lula usam

governadores para pressionar deputados contra o impeach-ment, prefeitos estão mais preocupados com a eleição de outubro. Acham que será derrotado quem se ligar a Dilma ou ao PT.

Boquinha amiga“A perspectiva de poder

atrairá esse partidos”, diz An-tonio Imbassahy (PSDB-BA), sobre a tentativa do PP de permanecer no governo Dilma. A ala dissidente do PP promete 35 votos pró-impeachment.

Sem folgaDilma convocou para este

domingo (10) os ministros José Eduardo Cardozo (AGU), Jaques Wagner (Gabinete) e Ricardo Berzoini (Governo). É para não contar sozinha os votos do impeachment.

Só sobrou issoO Senado não deve ter nada

mais importante a fazer: apro-vou há dias projeto que institui 3 de março como Dia Nacional da Igreja O Brasil para Cristo. Dilma, também sem muito o que fazer, deve sancionar.

MuletaDe aviso prévio, o ministro

Gilberto Occhi (Integração) mal cumpre o resguardo da operação na próstata. Esta se-mana andava pelo ministério mancando. A pasta de Occhi está em negociação no PP.

Pergunta na Lava JatoQuem paga as diárias do

ex-presidente Lula em luxuoso hotel em Brasília?

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016A8 PolíticaPolítica

Além de se fortalecer na capital amazonense, o PDT prepara o lançamento da candidatura a prefeito do funcionário público federal, Messias Cursino – que já foi vice-prefeito da cidade e já fechou aliança com o PMN e Rede.

“Mas, tenho conversado com o PR, de Mateus As-sayag, o PTdoB e o próprio PSB de Juscelino Manso. Po-lítica se faz com diálogo”, adiantou Cursino.

O PSB do deputado estadu-

al Serafi m Corrêa vai ter can-didatura própria em Parintins. O pré-candidato é o advogado Juscelino Melo Manso, ex-pre-sidente da Câmara municipal, que diariamente chega aos lares parintinenses coman-dando um programa na TV EM TEMPO/SBT.

O Partido dos Trabalha-dores (PT), segundo o presi-dente Flávio Farias, também terá representante nestas eleições majoritárias. O pro-fessor Lázaro Teixeira se apresenta como pré-can-

didato, mas haverá ainda uma defi nição interna para confi rmar ou não seu nome.

E o Partido Republicano (PR), do deputado Alfredo Nascimento, lançou a pré-candidatura do engenhei-ro civil e vereador Mateus Assayag, ex-secretário de Obras na administração tucana. Um dos partidos que já estaria com o PR é o PTdoB, mas Assayag é outro que esconde o jogo. “As alianças estão melhores do que esperávamos”, disse.

PDT terá pré-candidato no município

Juscelino Melo e Messias Cursino estão entre os quatro nomes já anunciados para disputa no município

Líderes políticos articulam alianças em ParintinsCom seis pré-candidaturas a prefeito, partidos buscam aliados de olho no tempo de TV e rádio na campanha eleitoral

Parintins (AM) – Faltan-do pouco mais de quatro meses para a realização das convenções parti-

dárias que vão escolher os candidatos majoritários para estas eleições, os principais líderes políticos do Estado vêm operando no interior para montar o arco de aliança em torno de seus pré-candidatos, com vistas a garantir o melhor tempo de rádio e televisão. Em Parintins, por exemplo, até o momento se apresentaram

seis pré-candidatos e legendas como PSD, PMDB, PSDB, PT e PSB, estão em campo na articu-lação de possíveis coligações.

Comandando no Amazonas pelo senador Omar Aziz, o PSD em Parintins é controlado pelo prefeito da cidade, Alexandre da Carbrás, que venceu as eleições em 2012 por uma diferença mínima de 500 votos.

Na corrida para fechar alian-ças, Carbrás - que já se reuniu com Aziz em Manaus - anunciou o apoio fechado de 11 partidos. Quanto ao pré-candidato a vice-prefeito na chapa deverá ser

feita a partir de uma indicação do diretório regional do PSD.

O PSDB tem como líder o pre-feito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Em Parintins, desde a fun-dação do partido, é controlado pelo deputado Frank Bi Garcia que, embora o nome tenha sido divulgado na primeira lista de supostos inelegíveis do Tribu-nal de Contas do Estado (TCE), mantém sua pré-candidatura a prefeito de Parintins e está em plena articulação.

Garcia anunciou o apoio de 11 partidos e não escondeu que abriu um canal de comuni-

cação com a direção regional do Pros, do governador José Melo. “Acho que o Pros vai fi car com o PSDB em Parintins até pelo fato de eu integrar a base aliada na Assembleia Le-gislativa do Estado. Estamos conversando”, disse.

Essa posição do deputado provocou uma discussão nos bastidores pré-eleitoral, já que o prefeito Carbrás ha-via anunciado aliança com o Pros. Carbrás e Bi Garcia são adversários políticos.

A vereadora Vanessa Gon-çalves (Pros), que viajou para

a São Paulo para receber uma homenagem cultural, jogou luz sobre a discussão ao re-velar que a direção regional do partido ainda não defi niu qual será a posição da legen-da na sucessão municipal. “Haverá uma conversa com o governador José Melo nesse sentido, só depois é que será anunciada a posição do par-tido em Parintins”, adiantou.

Apesar dessa indefi nição do Pros em Parintins – se marcha com o atual prefeito ou se apoia a pré-candidatura de Bi Garcia – o PSDB está confi ante em

aglutinar cerca de 17 partidos em torno de si nestas eleições.

Também com bases fortes em Parintins está o PMDB, comandado no Estado pelo ministro de Minas e Ener-gia, Eduardo Braga. Na Ilha Tupinambarana, o partido aposta na candidatura da empresária Márcia Baranda.

Procurada pela reportagem, a pré-candidata adotou a cau-tela e limitou-se a dizer que seu partido está conversando com outros partidos e que “na hora certa vamos anunciar quem fechou conosco”.

TADEU DE SOUZA

Na corrida para fechar arco de alianças para eleições municipais deste ano, pré-candidatos ao Executivo municipal têm promovido reuniões com lideranças e representantes de legendas partidárias na cidade

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

EM CRISE

Atividade hoteleira pede ajuda

Economia B3

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Um caminho viável para a compra da casa própriaMudanças na concessão de crédito imobiliário e juros altos levaram o consórcio a se tornar atraente para adquirir imóveis

Em época de infl ação acima dos dois dígitos, as difi culdades para a compra da casa própria

abrem espaço para o mercado de consórcio de imóveis.

Enquanto os fi nanciamen-tos imobiliários pela Caixa Econômica Federal alcançam uma taxa de juros de 11% ao ano – com uma taxa mensal superior a 0,8% ao mês -, os consórcios, segundo dados da Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do Ama-zonas (Ademi-AM), têm juros anual médio de 9%, ou seja, uma taxa mensal de 0,7% ao mês.

O presidente da Ademi-AM, Romero Reis, disse que, com a alta da infl ação, as vendas de consórcios se tornaram viáveis para o mercado imo-biliário, mas para investimen-tos de médio a longo prazo. Segundo ele, existem empre-sas que trabalham com esse modelo de negócios, contudo, o segmento não tomou uma proporção maior em termos de procura. “Essa categoria sempre existiu. Nos últimos tempos, com o aumento da infl ação, ela se tronar viável para investidor de longo pra-zo, com os juros fi cam mais baixos”, explica.

Para Reis, apesar dos juros mais baixos, quem compra imóvel por meio de uma car-ta de crédito de consórcio é quem não procura casa para uso imediato.

“Ele vai aderir ao imóvel por sorteio ou por meio de um lance. Para quem tem neces-sidade de moradia a médio a longo e prazo, no cenário de infl ação mais alta, o consórcio é mais vantajoso. Mas, para quem precisa de forma ime-diata, o melhor caminho ainda é o fi nanciamento”, aponta.

O modelo de negócio para investidores, segundo o presi-dente da Ademi-AM, não é o melhor caminho. Reis explica que uma poupança aplicada a 100% do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imó-veis (ITBI), que renderia a ele 13%, ao ano, com a infl ação atual, ele teria ganha real de 2%. “Melhor do que consórcio, quando ele tem uma sobra de dinheiro, o investidor faz uma poupança disciplinada. Todo mês, ao invés de pagar o con-sórcio, se ele aplica esse valor, terá mais poder de compra do que o investimento num consórcio”, afi rma Reis.

RegrasSobre as regras básicas de

um consórcio de imóveis, o presidente da Ademi-AM ex-plicou que cada banco ou em-presa que tenha esse modelo de negócio tem seus próprios planos de vendas.

Num mercado em que neste ano de crise não se vê lança-mentos de empreendimento imobiliários, Reis explicou que as empresas não estão fa-zendo porque o crédito para a produção dos imóveis está bastante restrito.

EMERSON QUARESMA

ARQ

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EMPO

A ideia de consórcio imobiliário agrada os corretores amazonenses.

Segundo o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Amazonas (Creci-AM), Paulo Carvalho Mota, para esse modelo de negócio existe uma demanda em Manaus, mas falta maior divulgação. Para ele, se os bancos privados que trabalham com consórcio procurassem pelos cor-retores, eles garantiriam maior volume de negócios fechados, expansão de mercado, além de garan-tir ao corretor mais uma opção de venda ao cliente.

“Os próprios bancos po-deriam procurar o Con-selho para que os corre-tores passem a vender

essa possibilidade como opção para o cliente. Falta investimento para divul-gar. É uma oportunidade para o corretor ter mais uma possibilidade de ga-nho. Se os bancos, as empresas procurassem os corretores e as empresas, ocorreria uma expansão desse mercado. É mais uma opção para o cliente comprar”, avalia o presi-dente do Creci-AM.

Como desvantagem da carta do consórcio imo-biliário, Mota apontou a demora para ser contem-plado. “Para o mercado imobiliário, o consórcio nos auxilia na hora da venda. É uma fatia que nesse momento, é uma boa, porque os juros são menores”, opina.

Modalidade pouco divulgada

Alugar- Menores despesas do

que ser dono de uma casa ou de um apartamento;

- Em alguns casos, o valor a ser pago mensalmente para um aluguel é muito menor no caso de você fi nanciar uma casa por 30 anos;

- Outra vantagem em rela-ção ao investimento em alu-guel é que se você não gostar da casa/apartamento ou do próprio bairro, basta sair;

Comprar- Construção de um pa-

trimônio que fi cará para a sua família;

- A pessoa pode fazer o que bem entender com a

casa, desde trocar de cor, concertos, reformas, bem diferente do aluguel, em que você fi ca muito restrito à imobiliária e as suas regras;

- Em relação a custo, na maioria das vezes, de acordo com região/bairro, depois de muitos anos o valor do imóvel acaba va lo r i zan -do, assim como no terreno.

Dica: O mais im-portante é colocar na ponta do lápis

quais os valores de cada um (aluguel ou compra), fazer projeções e analisar quais os benefícios que cada uma de-las terá, pensando sempre que uma é um investimento em um empreendimento e na outra você possui me-nos responsabilidades, mas não terá o bem, já que não serão parceladas.

Vantagens de alugar ou comprar

Dados da Ademi-AM apontam que o estoque de unidades do mercado imobiliário de Manaus é de 3.742, volume que poderia também ser liquidado com expansão das vendas de consórcios

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Page 10: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016B2 Economia

ARQ

UIV

O E

M T

EMPO

Em todo o país, o pú-blico masculino está se preocupando mais com a aparência, além

de consumir mais produtos e serviços de beleza, inclusive em Manaus, onde as clínicas de estética têm atraído os homens mais vaidosos.

De acordo com a Associação Brasileira de Clínicas e Spas, os homens são responsáveis por 30% do movimento dos salões e centros de estética do Brasil. Entre os tratamen-tos mais procurados no país está a depilação masculina, que ganhou novas técnicas nos últimos anos.

Um dos novos equipamen-tos que devem atrair atenção dos homens que desejam se livrar de vez dos pelos e com menos dor será apresentado, na próxima semana, durante a Hair Brasil 2016, a Feira Inter-nacional de Beleza, Cabelos e Estética que acontecerá entre os dias 16 e 19 de abril em São Paulo no Expo Center Norte.

Conhecida como Lyra, a tecnologia proporciona maior conforto durante as sessões e menos dor durante a aplica-ção, já que possui dois siste-mas de resfriamento (cooling e peltier). De acordo com es-pecialistas, o procedimento feito através do método de Luz Pulsada Intensa pode reduzir de 70% a 80% dos pelos - que varia de acordo com o tipo e cor do pelo.

Marcio Vieira

Graduado em Co-municação Social

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas de ven-

das e atendimentoConsultor em

marketing e posi-cionamento

Vamos em frente com esse tema tão importante que é o marketing, sempre tendo em foco a conquista do cliente. Aliás, não é exagero dizer que, na atualidade, o marketing é, em si, essencialmente algo que só existe em função do cliente.

Portanto, vamos estabelecer quatro campos de atuação para sua empresa, ou marca, conquis-tar o coração de um cliente. Um deles já comentamos no artigo anterior, e se trata da experiência desse cliente com seus produtos ou serviço através, por exemplo, de sua estrutura de atendimento e acomodação.

De forma detalhada, observe as os quatro campos de abordagem rumo ao coração dos clientes: es-trutural, comportamental, ética e emocional.

A dimensão estrutural contem-pla as edifi cações de seu estabe-lecimento, os espaços destinados ao cliente, as formas diretas de contato e tudo aquilo que fora capaz de gerar a sensação de receptividade, preocupação com o bem estar e efi cácia nos processos. Pense em sua estrutura disponível e veja como você pode melhorar. Não há necessidade, muitas vezes, em fazer grandes investimentos; basta usar a criatividade e reorganizar, ou até decorar, espaços e ambientes. Pense também nos seus processos desde o recebimento do cliente até

o momento que ele deixa o local.Lembre-se de que a sensação

de bem-estar é um dos princi-pais atributos de qualquer local capaz de conquistar simpatia e preferência. O bem-estar gera uma experiência sensitiva ampla e positiva, que será armazenada no cérebro do cliente, porque ele literalmente sentiu na pele o que é interagir com sua empresa. E não tenha dúvida. Isso vale até mesmo para os negócios cujo ambien-te é bem reduzido. Um exemplo bem comum está no centro de Manaus. É possível observar, por exemplo, que alguns vendedores ambulantes do chamado “chur-rasquinho de gato” disponibilizam pequenos assentos aos clientes, enquanto outros vendedores não. Logo, é fl agrante notar que onde há assentos, há maior número de clientes. Além disso, um ambiente organizado transmite a imagem de respeito, consideração e apre-ço por seus visitantes. É uma questão tão importante que, em alguns casos, paga-se até um pouco mais pelo churrasquinho, pelo simples fato de possuir uma melhor acomodação.

É ou não é?Pense nisso. No próximo do-

mingo vamos abordar os demais campos de conquista do coração do cliente.

Sucesso.

Marketing: a batalha começa na mente, mas a vitória acontece no coração 4

“Como o pelo do homem é mais resistente, optar por depilação duradoura com luz intensa pulsada permite que os pelos sejam retirados logo na raiz. Outra vantagem para os homens está relacionada à dor. Muitos evitam a depilação duradoura por esse motivo. Com os sistemas de resfria-mento, é possível diminuir o desconforto da aplicação signifi cativamente e tornar a sessão mais rápida e se-gura”, explica a especialista em dermato funcional, Aline Stringhetta.

O administrador Eduardo Costa afi rma que já desem-bolsou mais de R$ 5 mil em um tratamento para tirar os pêlos do corpo em uma clínica,

que ele prefere não divulgar o nome. “Os homens perderam a vergonha e investem mais em tratamentos de estética”, diz.

FuncionamentoO Lyra utiliza uma fl ashlamp

e bancos de capacitores mi-crocontrolados para gerar uma luz policromática (luz branca) pulsada de alta in-tensidade.

O aparelho utiliza um apli-cador com a possibilidade de comutação de três fi ltros de corte seletivos, que permitem ao profi ssional escolher o es-pectro de radiação luminosa mais adequada. O tratamento deve ser feito em intervalos regulares que variam de 20 a 30 dias.

Ao menos 30% da clientela dos centros de beleza do país é composta pelo público masculino, afi rma associação

Clínicas de estética conquistam os homens

Entre os tratamentos mais procurados está a depilação masculina

[email protected]

Conhecimento e Técnica Combatem Crise XXVI

Lembre-se de que a sensa-ção de bem–estar é um dos principais atributos de qualquer local capaz de conquistar simpatia e preferência”

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Page 11: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016B3Economia

Afetado pela crise eco-nômica do país, o ramo hoteleiro tem se re-traído, a exemplo da

indústria e do comércio do Estado. Diante da situação, o governo do Estado estuda meios de incentivar o setor com redução de impostos e outros tipos de fomentos.

Durante a 160ª Reunião Or-dinária do Conselho Nacional de Política Fazendária (Con-faz), que foi realizada na se-mana passada, o governador José Melo e o Comitê Ordinária Nacional de Secretários da Fa-zenda (Comsefaz) anunciaram que estudam meios para redu-zir a crise e fomentar o setor no Estado. “No Amazonas, que foi sede da Copa do Mundo em 2014, houve um esforço dos empresários que criaram uma rede hoteleira grande e que suportou a Copa. Mas passou o período e com a crise está sofrendo de ociosidade, então, ou a gente toma mediadas de incentivos, ou esses hotéis começarão a fechar”, afi rma José Melo.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Ho-téis do Amazonas (ABIH-AM), no primeiro semestre de 2016,

a queda na ocupação do setor chegou aos 37%.

Conforme a associação, a saída está na criação de uma agenda permanente para a realização de eventos, con-gressos e feiras voltados para os negócios da Zona Franca de Manaus (ZFM), que ainda é a mola propulsora da economia do Estado.

Nos anos anteriores, a mé-dia fi cou entre 48% a 51% (2012-2013). Nesse compara-tivo, 2014 fi cou fora do cálculo por ter sido um ano atípico, em que picos de ocupação ocorre-ram durante a realização dos jogos da Copa do Mundo do Brasil, em Manaus, que fi cou entre as 12 cidades-sede do mundial de futebol, realizado no ano passado.

IncentivosConforme José Melo, tam-

bém houve isenção de im-postos sobre a gasolina para aviação com intuito de que os voos internacionais, que foram cancelados, permane-cessem. “Reunimos com as empresas e concedemos os incentivos para algumas de-las, mas por questões internas resolveram tomar outro rumo. A questão da TAP é que uma nova direção que assumiu a

empresa resolveu acabar com todos os voos triangulares no mundo todo, e nós pagamos o preço”, diz.

DebateNa semana passada, em-

presários do setor hoteleiro debateram o atual momento em que companhias áreas têm abandonado rotas internacio-nais que partem da capital amazonense.

De acordo com informações do diretor-presidente da Ma-nauscult, Bernardo Monteiro de Paula, sobre a questão do cancelamento de voos, a Prefeitura de Manaus tam-bém tem conversado com as companhias aéreas para a retomada desses voos.

Na ocasião, ele garantiu que as discussões não foram encerradas e que outras em-presas possuem o interesse de operar rotas internacionais partindo de Manaus.

Segundo o diretor de Tu-rismo da Manauscult, João Carvalho de Araújo, o atual momento por qual o país atra-vessa tem difi cultado o setor. “A saída dos voos locais pode prejudicar bastante para o tu-rismo local”, disse ele, durante evento que reuniu o trading turístico local.

Rede hoteleira busca uma saída para fugir da criseApesar dos investimentos, hotéis do Estado estão ociosos e defendem medidas para estimular o ramo nas Olimpíadas

STÊNIO URBANO

Segundo o governador José Melo, há conversas avançadas com o empre-sariado da Espanha no in-tuito de que os investidores espanhóis visitem o Estado para que possam investir no Amazonas a partir do

segundo semestre de 2016. “Estou construindo a nova matriz econômica do Esta-do. Estamos buscando todas as alternativas. Foi uma das reuniões mais objetivas. Vi-rão empresários em junho e que possam vir a Manaus

para investir em nossa ma-triz econômica. A Espanha é um país diferenciado em hotelaria, é o segundo mer-cado consumidor e produtor de peixes do mundo. Então, será a porta de entrada da Europa para o Amazonas”.

Investimentos europeus no AM

Comitiva da Espanha esteve em Manaus, semana passada, para tratar de negócios na área de turismo

Hotéis e resorts da capital e do interior do Estado sofrem com a ociosidade nas unidades habitacionais

Empresa TAP cancelou voo Manaus-Lisboa para se adequar à nova estratégia da companhia aérea

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Page 12: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

da Várzea

B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

A força do produtor rural amazonense encontra na terra de várzea, hoje, um aliado de

risco para a produção de ali-mentos, que poderiam chegar mais barato para a mesa do consumidor amazonense. Com as mudanças climáticas, que nos últimos anos infl uenciam no ciclo das águas, os produto-res afi rmam que o tempo para produção começou a reduzir.

Mesmo com as difi culda-des, os mais corajosos tentam manter a agricultura de sub-sistência com excedente para comercializar para a capital, que vive onda de desabaste-cimento nos supermercados.

Morador da comunidade Monte das Oliveiras, na re-gião do lago do Curuçá, no município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus), o produtor rural Jacó Osório Pinheiro, 36, vive um bom mo-mento com os seus 5 hectares de plantação de milho, que têm a promessa de colher, até o fi nal da safra, aproximada-mente, 10 toneladas. Mas, a expectativa se dá diante da incerteza sobre a subida das águas do rio Solimões.

Jacó, que até o fi nal dos anos 1990 trabalhava com o pai e seus irmãos na colheita de malva e passou a focar no milho nos anos 2000, lembra que o ciclo das águas permitia plantar e colher milho num período de sete a oito meses.

Mas, no ano passado, com a demora da vazante, ele só pôde trabalhar num período de quase seis meses. “Neste ano, as águas estão no nível baixo para gente e bom para plantação. Espero que segure até os sete meses”, diz.

Em setembro do ano passa-do, quando começou a colher o primeiro plantio de milho, Jacó afi rma que vendia a saca de milho verde a R$ 30 para o atravessador, que passa na comunidade pelo menos duas vezes na semana. Atualmente, o mesmo atravessador, paga R$ 15 pela saca.

ContratoA maior segurança na pro-

dução do milho verde, segundo Jacó, é quando a comunida-de consegue fechar contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele conta que, recentemente, a co-

munidade levou para Manaus 5 toneladas de milho para vender para o órgão federal, que paga R$ 1,20 pelo quilo do produto, conforme a tabela nacional de preços. “Eles depo-sitam o pagamento na nossa conta 15 dias depois, mas é seguro e é um preço bom para gente”, avalia.

Pai de Jacó, o produtor ru-ral Manoel Rodrigues Pinheiro, 75, natural da região do Purus, chegou ao Careiro da Várzea há 50 anos. Fugido da escravidão dos seringais, ele encontrou na várzea os benefícios de trabalhar com a malva, até o fi nal dos anos 1990. “Naquela

época, a malva era boa de trabalhar, porque o preço era bom. Era um produto que, se não vendesse num ano, dava para guardar para a outro. Mas, era tão bom de vender que não fi ca nada”, lembra.

Seu Manoel conta que no tempo da malva ele e seus fi lhos plantavam milho, mas apenas para consumo da fa-mília. Quando o preço da fi bra caiu, o milho estava valorizado e nele viram a oportunidade de mudar o foco produtivo. Mas na região não há mecanização para plantação do milho, nem para a colheita, que é toda feita de artesanal. “A meca-nização é o paneiro e a força dos homens”, diz.

Hoje aposentado, o produtor dividiu a terra entre os fi lhos, que, além do milho, produzem outros produtos como pimenta de cheiro, cheir-verde, ceboli-nha. Seu Manoel afi rma que atualmente consegue vender pelo menos duas sacas de pimenta de cheiro para o atra-vessador, na semana.

Apensar do bom momen-to que agrade o produtor, a mudança do movimento das águas também o preocupa. “No ano passado, no mês de abril, a nossa terra estava alagada. Neste ano ainda não alagou”, aponta.

Produtor de repolho, couve, berinjela e maracujá, Francis-co de Assis Ferreira da Silva, 46, também comemora a boa colheita. Nascido na região do Curari, ele se mudou para o Curuçá, nos anos 1990, onde encontrou uma várzea boa vi-ver com a sua família.

No entanto, ele reclama do atravessador, que hoje paga aos produtores R$ 1 pela ca-beça do repolho e vende de R$ 3 a R$ 4, em Manaus.

A exemplo de outras civilizações que usaram os rios para produzir o próprio alimento, o Amazonas deveria aproveitar seus ricos recursos hídricos para cultivar os produtos essenciais para atender a demanda de consumo na região

PRAZO

Segundo a Seprors, no Baixo Amazonas, as várzeas baixas já estão inundando e é possível que no Careiro da Várzea o produtor ainda tenha pelo menos mais uns 30 dias para cultivar sem as inundações

A esperança que brota

Refém da produção de alimentos importada do Sul e Sudeste do país, o Ama-zonas usa hoje apenas 50% do seu potencial em regiões de várzea para a produção agrícola e pecuária. A esti-mativa é da Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Seprors).

Segundo informações do secretário-executivo da pasta, Valdenor Cardoso, nos últimos anos, tem ocor-rido uma evasão de pro-dutores, desanimados com

as mudanças do clima que têm afetado essa poten-cialidade, bem como com as dificuldades logísticas e no processo de comer-cialização.

Mestre em agronomia, Valdenor explica que as várzeas têm um solo que é resultado de sedimentos produzidos pelas águas dos rios em épocas que na va-zante fica rico em nutrientes e de fácil manejo para a agronomia. Contudo, diante do cenário atual, ele observa

que as várzeas amazonen-ses são, atualmente, locais de atividade de risco.

“As várzeas são uma dá-diva que nós temos da natu-reza. Mas, estamos vivendo uma variação climática ab-surda, com maior frequên-cia e cada vez mais radical. Agora, estamos com chuva com maior intensidade e as várzeas já começaram a ser alagadas, o que gera incertezas no negócio”, diz.

Segundo Valdenor, nas estimativas históricas, até

12 de julho, o rio parava de encher e voltava a vazan-te. Mas, hoje, a enchente que começou recentemente está com tanta velocidade, que não se sabe mais se ela vai parar em julho.

“Historicamente, a várzea era usada de cinco a seis meses. Depois das enchen-tes, grandes o tempo de diminuiu para três a quatro meses. Com o verão passa-do, a coisa ficou ruim em muitas regiões e o produtor não tinha para onde correr”,

lamenta o secretário-exe-cutivo da Seprors.

FértilO mestre em agronomia

explica ainda que a terra de várzea é fértil e atende as exigências nutricionais para a produção de milho verde, como a dos produ-tores do Careiro da Várzea.

Mas ele observa que não se pode fazer extensão do negócio com a produção de grãos, porque o solo é irregular e frágil e que

não tem como mecanizar a plantação e colheita.

“O milho verde que se colhe em dois meses e meio tem um mercado fa-buloso em Manaus porque ele serve para a produção de mingau, canjica e pa-monha, por exemplo. Essa atividade é promissora e na várzea compensa fazer. Mas, o mercado consumidor amazonense tem um limite, porque o milho verde tem um tempo curto para o cultivo”, explica Valdenor.

Estado usa só metade do potencial

Para ajustar a potencia-lidade do setor primário no Amazonas, tanto em regiões de várzea quanto em terra fi rme, o secretário executivo da Seprors, Valdenor Car-doso, informa que o Estado desenvolve um programa para ampliar a distribuição de grãos, que será chamado “Pró-Semente”.

Segundo ele, segue com os trabalhos do “Pró-Meca-nização”, além de fortalecer a Agência de Desenvolvimento do Sustentável (ADS), para diminuir a distância entre produtor e consumidor.

Conforme Cardoso, o titu-lar da pasta, Sidney Leite, já licitou a compra de 100

toneladas de sementes para plantio de milho, que serão distribuídos a, aproximada-mente, 5 mil pequenos e médios produtores, cadas-trados pelo Instituto de De-senvolvimento Agropecuário

e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

ApoioCom o “Pró-Semente”, que

ainda será apresentado pelo governador José Melo, neste ano, o Estado dará ao pro-dutor acesso a sementes, como de milho e hortícolas, com subvenção e todo apoio.

Já com o “Pró-Mecaniza-ção”, do plano Safra Amazo-nas, Valdenor diz que já foram contratados 4 mil hectares para fazer a correção do solo em áreas de terra fi rme, com calcário 50% subvencionado pelo Estado ao produtor e a mecanização 85% bancada pelo governo.

Para fomentar a produção de alimentos no Amazonas, o Idam apresenta as deman-das dos produtores rurais à Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (Afeam).

De acordo com dados fornecidos pela assessoria da agência de fomento, nos últimos cinco anos ela aplicou, aproximadamente, R$ 135 milhões no setor primário, direcionados aos produtores rurais de forma individual, ou por meio de cooperativas e associações de todo o Estado.

Nesse período, a Afeam aponta que, aproximada-mente, 14 mil operações de crédito foram realizadas.

Entre as atividades mais benefi ciadas pelo fomento da agência estão a produção de mandioca, de banana, entre outros segmentos da fruticultura, a pesca arte-sanal, coleta de castanha e

extração do látex.

FinanciamentoA Afeam informa que re-

aliza acompanhamento dos fi nanciamentos no setor ru-ral, por meio de parceria com o Idam, que é responsável pelas vistorias e orientações aos produtores rurais.

A agência aponta como o principal retorno do fomen-to, a geração de atividade produtiva, principalmente de renda no interior do Es-tado, para dar capacidade de pagamento do projeto, garantir a manutenção da população rural no campo e reduzir o êxodo para a capital amazonense.

Programas fomentam a produção

Créditos somam R$ 135 milhões

EXCLUSÃO

Segundo Valdenor Cardoso, quase 99% dos micro e pequenos produtores do Estado não têm acesso à me-canização e o calcá-rio, que é comprado em Fortaleza e tem uma logística cara, segundo o secretário

IMPORTAÇÃO

O volume estimado de alimentos que são importados para o Amazonas provenien-tes da produção agro-pecuária é de 50%, de acordo com informa-ções do secretário–executivo da Seprors, Valdenor Cardoso

Francisco de Assis produz repolho, couve, berinjela e maracujá em terras do munícipio do Careiro da Várzea

Manoel Rodrigues buscou nas áreas de várzea o refúgio para fugir da escravidão e ganhar o sustento com a terra

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da Várzea

B4 Economia B5MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

A força do produtor rural amazonense encontra na terra de várzea, hoje, um aliado de

risco para a produção de ali-mentos, que poderiam chegar mais barato para a mesa do consumidor amazonense. Com as mudanças climáticas, que nos últimos anos infl uenciam no ciclo das águas, os produto-res afi rmam que o tempo para produção começou a reduzir.

Mesmo com as difi culda-des, os mais corajosos tentam manter a agricultura de sub-sistência com excedente para comercializar para a capital, que vive onda de desabaste-cimento nos supermercados.

Morador da comunidade Monte das Oliveiras, na re-gião do lago do Curuçá, no município do Careiro da Várzea (a 25 quilômetros de Manaus), o produtor rural Jacó Osório Pinheiro, 36, vive um bom mo-mento com os seus 5 hectares de plantação de milho, que têm a promessa de colher, até o fi nal da safra, aproximada-mente, 10 toneladas. Mas, a expectativa se dá diante da incerteza sobre a subida das águas do rio Solimões.

Jacó, que até o fi nal dos anos 1990 trabalhava com o pai e seus irmãos na colheita de malva e passou a focar no milho nos anos 2000, lembra que o ciclo das águas permitia plantar e colher milho num período de sete a oito meses.

Mas, no ano passado, com a demora da vazante, ele só pôde trabalhar num período de quase seis meses. “Neste ano, as águas estão no nível baixo para gente e bom para plantação. Espero que segure até os sete meses”, diz.

Em setembro do ano passa-do, quando começou a colher o primeiro plantio de milho, Jacó afi rma que vendia a saca de milho verde a R$ 30 para o atravessador, que passa na comunidade pelo menos duas vezes na semana. Atualmente, o mesmo atravessador, paga R$ 15 pela saca.

ContratoA maior segurança na pro-

dução do milho verde, segundo Jacó, é quando a comunida-de consegue fechar contrato com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ele conta que, recentemente, a co-

munidade levou para Manaus 5 toneladas de milho para vender para o órgão federal, que paga R$ 1,20 pelo quilo do produto, conforme a tabela nacional de preços. “Eles depo-sitam o pagamento na nossa conta 15 dias depois, mas é seguro e é um preço bom para gente”, avalia.

Pai de Jacó, o produtor ru-ral Manoel Rodrigues Pinheiro, 75, natural da região do Purus, chegou ao Careiro da Várzea há 50 anos. Fugido da escravidão dos seringais, ele encontrou na várzea os benefícios de trabalhar com a malva, até o fi nal dos anos 1990. “Naquela

época, a malva era boa de trabalhar, porque o preço era bom. Era um produto que, se não vendesse num ano, dava para guardar para a outro. Mas, era tão bom de vender que não fi ca nada”, lembra.

Seu Manoel conta que no tempo da malva ele e seus fi lhos plantavam milho, mas apenas para consumo da fa-mília. Quando o preço da fi bra caiu, o milho estava valorizado e nele viram a oportunidade de mudar o foco produtivo. Mas na região não há mecanização para plantação do milho, nem para a colheita, que é toda feita de artesanal. “A meca-nização é o paneiro e a força dos homens”, diz.

Hoje aposentado, o produtor dividiu a terra entre os fi lhos, que, além do milho, produzem outros produtos como pimenta de cheiro, cheir-verde, ceboli-nha. Seu Manoel afi rma que atualmente consegue vender pelo menos duas sacas de pimenta de cheiro para o atra-vessador, na semana.

Apensar do bom momen-to que agrade o produtor, a mudança do movimento das águas também o preocupa. “No ano passado, no mês de abril, a nossa terra estava alagada. Neste ano ainda não alagou”, aponta.

Produtor de repolho, couve, berinjela e maracujá, Francis-co de Assis Ferreira da Silva, 46, também comemora a boa colheita. Nascido na região do Curari, ele se mudou para o Curuçá, nos anos 1990, onde encontrou uma várzea boa vi-ver com a sua família.

No entanto, ele reclama do atravessador, que hoje paga aos produtores R$ 1 pela ca-beça do repolho e vende de R$ 3 a R$ 4, em Manaus.

A exemplo de outras civilizações que usaram os rios para produzir o próprio alimento, o Amazonas deveria aproveitar seus ricos recursos hídricos para cultivar os produtos essenciais para atender a demanda de consumo na região

PRAZO

Segundo a Seprors, no Baixo Amazonas, as várzeas baixas já estão inundando e é possível que no Careiro da Várzea o produtor ainda tenha pelo menos mais uns 30 dias para cultivar sem as inundações

A esperança que brota

Refém da produção de alimentos importada do Sul e Sudeste do país, o Ama-zonas usa hoje apenas 50% do seu potencial em regiões de várzea para a produção agrícola e pecuária. A esti-mativa é da Secretaria de Estado de Produção Rural e Sustentabilidade (Seprors).

Segundo informações do secretário-executivo da pasta, Valdenor Cardoso, nos últimos anos, tem ocor-rido uma evasão de pro-dutores, desanimados com

as mudanças do clima que têm afetado essa poten-cialidade, bem como com as dificuldades logísticas e no processo de comer-cialização.

Mestre em agronomia, Valdenor explica que as várzeas têm um solo que é resultado de sedimentos produzidos pelas águas dos rios em épocas que na va-zante fica rico em nutrientes e de fácil manejo para a agronomia. Contudo, diante do cenário atual, ele observa

que as várzeas amazonen-ses são, atualmente, locais de atividade de risco.

“As várzeas são uma dá-diva que nós temos da natu-reza. Mas, estamos vivendo uma variação climática ab-surda, com maior frequên-cia e cada vez mais radical. Agora, estamos com chuva com maior intensidade e as várzeas já começaram a ser alagadas, o que gera incertezas no negócio”, diz.

Segundo Valdenor, nas estimativas históricas, até

12 de julho, o rio parava de encher e voltava a vazan-te. Mas, hoje, a enchente que começou recentemente está com tanta velocidade, que não se sabe mais se ela vai parar em julho.

“Historicamente, a várzea era usada de cinco a seis meses. Depois das enchen-tes, grandes o tempo de diminuiu para três a quatro meses. Com o verão passa-do, a coisa ficou ruim em muitas regiões e o produtor não tinha para onde correr”,

lamenta o secretário-exe-cutivo da Seprors.

FértilO mestre em agronomia

explica ainda que a terra de várzea é fértil e atende as exigências nutricionais para a produção de milho verde, como a dos produ-tores do Careiro da Várzea.

Mas ele observa que não se pode fazer extensão do negócio com a produção de grãos, porque o solo é irregular e frágil e que

não tem como mecanizar a plantação e colheita.

“O milho verde que se colhe em dois meses e meio tem um mercado fa-buloso em Manaus porque ele serve para a produção de mingau, canjica e pa-monha, por exemplo. Essa atividade é promissora e na várzea compensa fazer. Mas, o mercado consumidor amazonense tem um limite, porque o milho verde tem um tempo curto para o cultivo”, explica Valdenor.

Estado usa só metade do potencial

Para ajustar a potencia-lidade do setor primário no Amazonas, tanto em regiões de várzea quanto em terra fi rme, o secretário executivo da Seprors, Valdenor Car-doso, informa que o Estado desenvolve um programa para ampliar a distribuição de grãos, que será chamado “Pró-Semente”.

Segundo ele, segue com os trabalhos do “Pró-Meca-nização”, além de fortalecer a Agência de Desenvolvimento do Sustentável (ADS), para diminuir a distância entre produtor e consumidor.

Conforme Cardoso, o titu-lar da pasta, Sidney Leite, já licitou a compra de 100

toneladas de sementes para plantio de milho, que serão distribuídos a, aproximada-mente, 5 mil pequenos e médios produtores, cadas-trados pelo Instituto de De-senvolvimento Agropecuário

e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam).

ApoioCom o “Pró-Semente”, que

ainda será apresentado pelo governador José Melo, neste ano, o Estado dará ao pro-dutor acesso a sementes, como de milho e hortícolas, com subvenção e todo apoio.

Já com o “Pró-Mecaniza-ção”, do plano Safra Amazo-nas, Valdenor diz que já foram contratados 4 mil hectares para fazer a correção do solo em áreas de terra fi rme, com calcário 50% subvencionado pelo Estado ao produtor e a mecanização 85% bancada pelo governo.

Para fomentar a produção de alimentos no Amazonas, o Idam apresenta as deman-das dos produtores rurais à Agência de Fomento do Es-tado do Amazonas (Afeam).

De acordo com dados fornecidos pela assessoria da agência de fomento, nos últimos cinco anos ela aplicou, aproximadamente, R$ 135 milhões no setor primário, direcionados aos produtores rurais de forma individual, ou por meio de cooperativas e associações de todo o Estado.

Nesse período, a Afeam aponta que, aproximada-mente, 14 mil operações de crédito foram realizadas.

Entre as atividades mais benefi ciadas pelo fomento da agência estão a produção de mandioca, de banana, entre outros segmentos da fruticultura, a pesca arte-sanal, coleta de castanha e

extração do látex.

FinanciamentoA Afeam informa que re-

aliza acompanhamento dos fi nanciamentos no setor ru-ral, por meio de parceria com o Idam, que é responsável pelas vistorias e orientações aos produtores rurais.

A agência aponta como o principal retorno do fomen-to, a geração de atividade produtiva, principalmente de renda no interior do Es-tado, para dar capacidade de pagamento do projeto, garantir a manutenção da população rural no campo e reduzir o êxodo para a capital amazonense.

Programas fomentam a produção

Créditos somam R$ 135 milhões

EXCLUSÃO

Segundo Valdenor Cardoso, quase 99% dos micro e pequenos produtores do Estado não têm acesso à me-canização e o calcá-rio, que é comprado em Fortaleza e tem uma logística cara, segundo o secretário

IMPORTAÇÃO

O volume estimado de alimentos que são importados para o Amazonas provenien-tes da produção agro-pecuária é de 50%, de acordo com informa-ções do secretário–executivo da Seprors, Valdenor Cardoso

Francisco de Assis produz repolho, couve, berinjela e maracujá em terras do munícipio do Careiro da Várzea

Manoel Rodrigues buscou nas áreas de várzea o refúgio para fugir da escravidão e ganhar o sustento com a terra

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APERTO

Crise na Venezuela preocupa

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AÇÃO

Chegou a 1.046 o núme-ro de bebês com micro-cefalia ou alterações do sistema nervoso no

país, segundo boletim divulga-do pelo Ministério da Saúde. Até o momento, 1.814 casos com suspeita foram descar-tados. Há ainda 4.046 casos notifi cados em investigação. O país enfrenta um surto de crianças que nasceram com lesões neurológicas associa-das ao zika.

Do início da epidemia do vírus, registrado em outubro, até o dia 2 de abril, foram confi rmadas 51 mortes du-rante a gestação ou após o parto por alterações no sis-tema nervoso central. Ainda é investigada a relação de ou-tras 148 mortes com possíveis decorrências da zika.

As notifi cações são tanto de bebês com cabeça menor do que o esperado, quanto de fetos que apresentam proble-mas de formação no cérebro ainda na barriga - mas que possuem perímetro cefálico

normal. Todos passam por exames para detectar se há má-formação e se ela foi provocada por uma infecção na mãe, só então entram na contagem de casos confi rma-dos - não só de microcefalia, portanto, mas também de al-guma lesão cerebral.

Segundo o ministério, são casos confi rmados aqueles que apresentam alterações típicas indicativas de infec-ção congênita, como calci-fi cações intracranianas ou dilatação dos ventrículos cerebrais entre outros sinais clínicos observados por qual-quer método de imagem ou identifi cação do vírus zika em testes laboratoriais.

O ministério também di-vulgou os resultados de dois estudos feitos no Nordeste, que indicam que a maior parte das mães com bebês com microcefalia apresentou du-rante os primeiros meses de gestação erupções cutâneas (manchas vermelhas), sinto-mas comuns provocados pela

Brasil tem mais de mil bebês com microcefaliaDe acordo com o Ministério da Saúde, desde o início da epidemia do vírus, registrado em outubro, foram confi rmadas 51 mortes

infecção por zika.Um dos trabalhos, publicado

em revista do Centro de Con-trole de Doenças (CDC), dos Estados Unidos, apontou que, de cem mães de crianças com a má-formação entrevistadas em Pernambuco, 59 notaram a ocorrência de erupções na pele durante a gestação.

Na Paraíba, dados prelimi-nares de um estudo de caso controle, feito em parceria entre CDC e o governo lo-

cal, notaram também que a maior parte das mulheres com bebês com a síndrome apre-sentaram, durante os primei-ros três meses da gestação, erupções cutâneas.

A OMS (Organização Mun-dial da Saúde) recebeu notifi -cações de presença do vírus da zika em 61 países do início de 2007 até o dia 30 de março de 2016. Quatro desses países e territórios relataram que o surto já terminou.

O relatório da organização mostra também que o Chile, a Argentina e a Nova Ze-lândia são os países mais recentes a relatar uma pos-sível transmissão sexual do zika. Assim, seis países (Itália, França, Estados Unidos, Ar-gentina, Chile e Nova Zelândia) já alegaram que a infecção foi adquirida na ausência de qualquer mosquito.

Segundo balanço da OMS, 13 países registraram aumen-

to de casos da Síndrome de Guillain-Barré, que causa pa-ralisia muscular, e analisam a relação com o vírus.

Já os casos de microcefalia e outras lesões neurológicos foram relatados no Brasil, em Cabo Verde, na Colômbia, no Panamá, na ilha Martinica e na Polinésia Francesa. Nos Estados Unidos e na Eslovênia foram detectados casos, mas os infectados tinham viajado para o Brasil.

Dados são preocupantes. Além das 1 mil confi rmações, exitem 4.046 outros casos que já foram notifi cados e estão em investigação, diz ministério

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AÇÃO

PESQUISA

Em novos dados divulgados na semana passada, a entidade aponta que proliferação do mosquito continua

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AÇÃO

Combate pode entrar em ‘colapso’ A Organização Mundial da

Saúde (OMS) alerta que os programas de combate ao mosquito Aedes aegypti en-traram em “colapso” e que a crise do vírus da zika mostra que governos terão de ga-rantir esgotos adequados em favelas. Em um discurso em Genebra, a diretora da OMS, Margaret Chan, insistiu que a atual emergência global está ligada à pobreza e falta de investimentos.

“A emergência da zika está ilustrando um novo pacote de vulnerabilidades ligadas ao desenvolvimento inadequa-do da saúde”, disse. “Ou seja, um acesso ruim à serviços de saúde sexual e reprodutivo, a falta de água encanada e saneamento em favelas urbanas, além do colapso global dos programas de controle de mosquitos”.

No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, de-clarou em janeiro que o país estava perdendo a guerra contra o mosquito. A pre-sidente Dilma Rousseff o desautorizou no dia 27 de janeiro: “Não estamos per-dendo não”. Mas, dois dias depois, ela mudaria o tom. “Nós estamos perdendo a luta contra o mosquito. Não vou dizer que estamos ganhando, mas nós vamos ganhar esta guerra”, disse a presidente.

Na semana passada, o jor-nal “O Estado de S. Paulo” revelou com exclusividade que a OMS abandonou sua hesitação em relação ao impacto da zika na má-for-mação de embriões e decla-rou que já existe um “forte consenso” sobre a ligação com a microcefalia.

Em novos dados apresen-

tados na semana passada, a entidade aponta que a proliferação continua. No total, casos já foram iden-tifi cados em 62 países desde 2007. Em seis países, a OMS identifi cou casos suspeitos de microcefalia em bebês que tiveram suas mães con-taminadas pelo vírus. Além do Brasil, os casos suspeitos estão já na Colômbia, Pana-má, Cabo Verde, Martinica e Polinésia Francesa.

OMS admite que ainda não encontrou uma nova forma de lidar com o ve-tor da doença. Nas últimas semanas, Genebra tem sido palco de uma proli-feração de reuniões entre especialistas para tentar identifi car novas metodolo-gias, como a de colocar no meio ambiente mosquitos geneticamente modifi cados.

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MUDANÇA DIVULGAÇÃO

A Corte Constitucional da Colômbia aprovou o casamen-to entre pessoas do mesmo sexo. Até então, os casais gays podiam se registrar ante um tabelião como uma união civil, mas sem constituir casamentoEm uma decisão histórica, os magistrados decidiram por 6 votos a 3.

Crise na Venezuela gera escassez em todo o país Até mantimentos básicos de alimentação e papel higiênico estão faltando no país, que enfrenta grave crise econômica

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AÇÃO

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AÇÃO

Moradores fazem fi la na porta dos supermercados para tentarem fazer compras. Produtos estão em falta

Relatório da ONG de Direitos Humanos aponta que as execuções cresceram 50% em comparação a 2014

Enquanto a Venezuela enfrenta uma grave crise econômica, a população local ten-

ta se adaptar à escassez de produtos na vida cotidiana. A falta de alimentos e de medicamentos estão entre as maiores dificuldades dos venezuelanos. Além disso, o país vive uma grave crise energética que torna obri-gatório o racionamento de eletricidade em tudo que for possível.

Em muitas cidades do Estado de Zulia, os turnos das escolas se tornaram mais curtos para cumprir o racionamento de energia. Em alguns casos, o servi-ço escolar é interrompido por volta das 10h, apenas três horas após o início das aulas. Em outras, os estu-dantes assistem as classes sem luz ou ventilador. “Não há atividades escolares, e quando há aula, meu filho não aguenta de tanto calor. Nem lá, nem em casa, onde também não tem luz”, diz María Pérez, representante do colégio Gladys Delgado.

A situação também é com-plicada em supermercados.

Na semana passada um sar-gento da Guarda Nacional e três compradores ficaram feridos durante uma briga na porta de um supermercado na cidade de Cabimas. Se-gundo testemunhas, a confu-são começou depois que uma das cercas foi derrubada.

Cerca de 600 pessoas espe-ravam na porta do local. Os militares não conseguiram controlar a multidão e foram derrubados pela avalanche de compradores.

Representantes do setor hoteleiro que tiverem um consumo superior a 100 ki-lowatts e centros comerciais de grande porte deverão ge-rar sua própria eletricidade a

partir de agora, por um pe-ríodo de nove horas diárias, de segunda a sexta-feira. Antes do anúncio da medida, o período de geração au-tossuficiente era de quatro horas diárias, apenas nos horários de maior deman-da. “Aceitamos a proposta, mas expressamos à Corpo-elec que o esforço tem que ser de todos, não apenas do setor turístico”, explicou Néstor Palma, porta-voz do Grupo Eurobuilding.

A escassez de medicamen-tos nas farmácias chegou a 85%, um aumento de cinco pontos percentuais em me-nos de três meses. Segundo Freddy Ceballos, presidente da Federação Farmacêutica, a crise humanitária só au-menta pela falta de remé-dios. “Os pacientes morrem por falta de tratamento e nada acontece. O governo não reage de acordo com a urgência”, afirmou. O Mi-nistério de Saúde distribuiu mais de 18 mil remédios e 43 mil unidades de material cirúrgico, mas apenas para a rede pública hospitalar e consultórios populares.

Militares também serão

responsáveis pela produção de alimentos, segundo o Plano de Desenvolvimento Agroprodutivo das Forças Armadas. O objetivo é culti-var mais de 470 mil hectares em quartéis e terrenos mili-tares, ativando 97 unidades produtivas, 135 casas de cul-tivo e 180 granjas, no total.

Na última quinta-feira (7),

o presidente Nicolás Marudo anunciou que os funcionários públicos não vão trabalhar às sextas-feiras em abril e maio num esforço para en-frentar a crise energética e economizar energia nos edifícios do Estado. A medida vale também para governos estaduais e prefeituras.

“Nós vamos ter fi ns de

semana prolongados e deve-mos aumentar o aporte públi-co da administração pública nacional, da administração pública estadual, governado-res, da administração pública municipal, prefeitos. E todos os entes laborais do setor público que não afetam a atividade produtiva”, acres-centou Maduro.

CORTES

Em algumas cidades, os turnos escolares foram cancelados ou reduzidos. Já reparti-ções públicas deverão funcionar apenas até quinta-feira para que país tenha economia na rede de energia

AUMENTO DE 54%

Execuções em nível record O número de execuções

atingiu nível recorde em 2015, com aumento de 54% em relação ao ano anterior, segundo relatório divulgado pela ONG de direitos huma-nos Anistia Internacional. Em 2015, ao menos 1.634 execuções ocorreram em 25 países, sendo que quase 90% delas foram realizadas apenas em Irã, Paquistão e Arábia Saudita. A ONG defi ne execução como “pena de morte”, ou seja, mortes decorrentes de algum tipo de julgamento por parte do Estado.

“O número de execuções conhecidas cresceu mais de 50% em comparação a 2014. Este desdobramento é perturbador e alarmante”, disse Oliver Hendrich, es-

pecialista em pena capital da Anistia Internacional da Alemanha. Segundo a orga-nização, esse número pode ser ainda maior, pois o re-latório não abarca a China, que não divulgou os dados. A Anistia “acredita que haja milhares [de execuções] por ano” no país.

No Irã, ao menos 977 pesso-as foram executadas no ano passado, a maior parte por crimes relacionados a drogas. O país também é violador do direito internacional por executar pessoas que tinham menos de 18 anos quando cometeram os crimes.

Já o Paquistão atingiu seu recorde, com 326 execuções. Em dezembro de 2014, o Es-tado retomou a pena de mor-te, motivado por um ataque

terrorista em uma escola a noroeste do país. Assassinato e blasfêmia estão dentre os crimes punidos por essa pena.

Houve aumento de 76% nas execuções na Arábia Saudita em relação a 2014, resultan-do na morte de ao menos 158 pessoas.

Nos Estados Unidos, 28 pessoas foram executadas no ano passado -o menor número do país desde 1991, segundo a organização. Acre-dita-se que a China continua sendo líder em execuções. Quando perguntado sobre o relatório, o porta-voz do Mi-nistério das Relações chinês, Lu Kang, disse que a Anistia divulga com frequência co-municados “injustos” sobre o país e que carecem de objetividade.

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Para “prender” o aluno na sala de aula, as pedagogas utilizam vídeoaulas, dinâ-micas, aulas expositivas, atividades lúdicas, leitura, além de constantemente apresentarem vídeos moti-vacionais. A unidade con-ta com duas salas de aula climatizadas e equipadas com quadro branco, cadeiras acolchoadas e minibibliote-ca com um acervo de mais de 500 livros. O espaço conta também com pedagogos e professores que ministram aulas nos turnos de manhã e tarde.

O conteúdo das aulas mi-nistradas dentro do centro de reabilitação está de acor-do com as exigências do Mi-nistério da Educação (MEC), com todas as disciplinas da grade curricular de um aluno

do ensino médio ou fun-damental. “Ensinamos aqui todas as disciplinas exigidas para o aluno concluir seus estudos. E para ele atingir seu objetivo incentivamos o paciente a permanecer fi rme e dedicado aos estudos como se aqui fosse uma escola”, observa a pedagoga Amélia Cristina Melo.

Paciente há mais de 70 dias, Pedro Silas (nome fi ctício) afi rma que só re-tomou os estudos depois que conheceu o sistema de ensino das pedagogas da unidade. “Elas me incenti-varam a estudar. Isso tem feito um bem danado a mim. Pois ocupo meu tem-po, principalmente no fi m de semana, quando não te-mos aula, com os estudos”, afi rma o paciente.

Ensinamentos pedagógicos

Outro fator de desta-que é que o aluno pode sair do centro de reabili-tação com o certifi cado do ensino médio ou fun-damental. Parceria entre a unidade e a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) garante a quem for aprovado na avali-ção supletiva receber o certifi cado reconhecido pelo MEC. “Mostramos a eles que não estão se preparando apenas para o provão realizado men-salmente aqui no centro, mas para uma nova vida que só a educação pode proporcionar”, enfatiza Amélia Cristina.

Conclusão dos estudos na unidade

Nunca é tarde para estudar nem mesmo quando se tem 44 anos de idade e sem

nunca ter frequentando a sala de aula. Esse lema é levado a sério por Maria Valentina (nome fi ctício) desde que ini-ciou seu tratamento no Centro de Reabilitação em Dependên-cia Química Ismael Abdel Aziz, localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus – Itacoatiara). Seus primeiros “passos” para a alfabetização iniciaram há pouco mais de um mês, quando deu entrada na unidade de tratamento.

Adoecida pelo uso de substân-cias psicoativas há pelo menos 34 anos, Valentina pretende re-escrever sua história, mas desta vez com sua própria mão. Ela não sabe ler nem escrever, no entanto, ganhou a oportunida-de de ser uma pessoa letra-da. “Estou escrevendo minhas primeiras palavras. Pretendo aprender a ler e escrever e quem sabe um dia me formar nos estudos”, afi rma.

Para atingir seu objetivo, Va-lentina conta com ajuda de uma das pedagogas da unidade de reabilitação, que não mede es-forços para ensinar a paciente. Todos os dias a professora Ros-sylene de Jesus Pinto da Silva dedica pelo menos duas horas para alfabetizar a paciente. “A expressão ‘força de vontade’, está presente em Valentina que se dedica diariamente ao seu objetivo de ler e escrever. Sua determinação me conta-gia a ensinar cada vez mais a ajudá–la a chegar ao seu objetivo”, diz a pedagoga da unidade de tratamento.

A aluna afi rma que pretende realizar o sonho de assinar sua carteira de identidade, assim

Centro de reabilitação alfabetiza pacientesCom a vida prejudicada pelo consumo de drogas, internos recuperam o tempo perdido fora das escolas em meio a tratamento

que aprender a escrever seu próprio nome. “Fico com muita vergonha de colocar minha di-gital em documentos. Por isso acho minha identidade muito feia, pois não tem assinatura, é apenas a digital. Quem vê o documento sabe que sou uma analfabeta”, diz Maria Valentina em meio às lágrimas, mas deter-minada a mudar tal realidade.

Ela será a primeira paciente alfabetizada dentro do centro de reabilitação desde a inau-guração da unidade de saúde, em março de 2014.

A pedagoga ressalta também que muitos internos que che-gam à unidade de tratamento

são considerados analfabetos funcionais. “O analfabeto fun-cional é aquele que sabe ler e escrever, mas não compreende. Os residentes, em geral, devi-do ao uso de drogas, abando-nam várias fontes de prazer, dentre elas o aprendizado”, ressalta Rossylene.

Diferencial Assim como Valentina, mui-

tos pacientes passam pe-las salas de aula do centro de reabilitação para aprender a ler pontualmente, ter uma grafi a melhor e desenvolver a coordenação motora.

O secretário de Estado de

Saúde, Pedro Elias de Souza, destaca que o incentivo aos estudos faz parte do tratamento de reabilitação dos pacientes adoecidos pelo uso abusivo de álcool e outras drogas. “Nós aproveitamos o período de in-ternação do paciente para apre-sentar a ele todas as formas possíveis de começar uma nova vida. Estudar, aprender a ler e escrever, adquirir conhecimento é um dos caminhos para saber lidar com o vício e continuar o tratamento após a alta da uni-dade hospitalar. Esse é um dos diferenciais da unidade”, avalia.

A paciente Mara Mariana (nome fi ctício) passa por si-

tuação um pouco diferente de Valentina, pois sabe copiar as palavras, porém não sabe ler. Ele está iniciando um curso de língua portuguesa primária e já ensaia ler as primeiras palavras. “Algumas palavras já consigo ler graças à dedicação e paciência da pedagoga Rossylene. Tenho certeza que sairei do centro de reabilitação sabendo ler e escrever”, afi rma a paciente em tom de felicidade.

Um dos desejos de Mara é poder ler a Bíblia e cantar os hinos da Harpa, no entanto nunca conseguiu. “Ainda estou engatinhando na leitura, mas já consigo identifi car e ler as

sílabas. Quando aprender a ler de verdade, vou conhecer as escrituras sagradas e cantar os hinos da Bíblia”, declara.

Mara tem um incentivo a mais para conseguir vencer o anal-fabetismo. Seus nove fi lhos a ajudam a realizar este sonho, que fora perdido por conta das drogas quando ainda era crian-ça. “Todos os meus fi lhos sabem ler e escrever. Eu ainda estou aprendendo graças ao incentivo deles. Eles pedem para eu não ter vergonha e enfrentar esse desafi o com determinação e empenho”, fi naliza a paciente, que está há dois meses inter-nada na unidade.

Pedagoga ensina uma das pacientes do centro de reabilitação, nas aulas de caligrafi a. Aulas são ministradas na unidade pela manhã e à tarde, pelos professores da instituiçãoFO

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Comunidades terão audiênciasDia a dia C8

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Conteúdo ministrado atende as exigências do MEC, tanto para o ensino fundamental quanto o médio

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016C2 Dia a diaSem fi scalização, banheiros são alvos de vandalismo Pichações comuns nesses espaços públicos se perpetuam ao longo dos anos, e não se sabe o quanto se gasta com limpeza

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Independente das mensagens, pichações são comuns nos banheiros públicos, e os gastos com limpeza não são informados pelo município

Sem órgão responsável pela manutenção e fi s-calização da integrida-de física, os banheiros

públicos de Manaus continu-am sofrendo com ações de vandalismo e do tempo. O alvo, na maioria das vezes, são paredes e portas dos ba-nheiros de praças, escolas e balneários, que ao longo dos anos serviram de ‘rede social” para a expressão de sentimen-tos, que variam de declara-ções com poemas de amor, indignação política, anúncios de serviços ou um simples contato telefônico, além de mensagens que mantêm viva a arte do insulto.

As pichações são vistas por alguns estudantes como algo normal, além de ser uma fer-ramenta de comunicação.

Para o aluno da rede esta-dual Daniel Sobral, a pichação, além de ser a “moda da turma”, é uma forma de expressão entre os jovens. O adolescente justifi ca o ato dizendo que as escritas nas paredes e portas dos banheiros da escola não são consideradas por ele um crime e, sim, uma arte. “Quem nunca deixou, quando jovem, um recado para alguém na

porta do banheiro da escola? Nessa idade é normal esse tipo de atitude. É a expressão do nosso sentimento por meio de palavras e desenhos. Não vejo isso como algo errado, mas, sim, como uma manifestação positiva”, avalia.

Já a estudante Karollyne Fi-gueira descorda da opinião do colega e ressalta que a atitude inconsequente de muitos alu-nos deixa os ambientes sujos, insalubres e imorais. Para ela, o dinheiro usado na manutenção e na reforma dos banheiros poderia estar sendo empregado na melhoria de outros ambien-tes da instituição de ensino. “Não acho legal usar a pichação para justifi car a arte. Para mim, esse ato não está de maneira alguma ligado à cultura, muito pelo contrário, está associa-do ao vandalismo, à falta de educação e à insensibilidade. É muito chato ir nesses am-bientes e ver as paredes sujas, com dizeres e imagens porno-gráfi cas. Todo o dinheiro usado na restauração dos banheiros poderia estar sendo aplicado na melhoria das salas de aula, na quadra poliesportiva, nas áreas externas, entre outras”, observa.

ResponsabilidadesConforme a Secretaria Mu-

nicipal de Educação (Semed), não há como mensurar valores em virtude das pichações, pois elas não acontecem em todas as escolas da rede municipal de ensino e quando acontecem o Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que tem por fi nalidade a melhoria da infraes-trutura física e pedagógica das escolas e o reforço da autoges-tão escolar nos planos fi nancei-ro, administrativo e didático é

utilizado. Com este recurso, os gestores podem fazer pequenos reparos, como pintura e conser-to dos banheiros.

Já a Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) in-forma que a responsabilidade da conservação e manutenção de portas e paredes dos espaços públicos de Manaus seria do Instituto Municipal de Planeja-mento Urbano (Implurb).

Por sua vez, o Implurb ressal-

ta que administra diretamente apenas o Complexo Turístico da Ponta Negra, na Zona Oeste, e toda sua infraestrutura. O órgão salienta que tem uma lista de 22 praças, onde apenas faz o licenciamento de mobiliá-rios urbanos (como quiosques, bancas de revista e pontos de táxi) e que não tem gestão direta sobre banheiros públicos, passando a responsabilidade para a Secretaria Municipal de

Infraestrutura (Seminf).A Seminf também nega res-

ponsabilidade com os banheiros públicos, destacando que essa demanda referente à manuten-ção não é de competência do órgão, uma vez que o serviço executado por ela é apenas a etapa da construção. A secre-taria afi rma que essas questões são referentes a cada pasta correspondente ao local onde os banheiros estão instalados.

Entender melhor as intera-ções entre a Amazônia e o clima global é o foco do “Climate Science for Service Partnership (CSSP) – Brazil”, um novo pro-grama de pesquisa de R$ 20 milhões, fi nanciado pelo Fundo Newton, que será lançado na próxima terça-feira (12), às 10h, em Manaus, na sede do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul.

Para o diretor do Inpa, o pes-quisador Luiz Renato de França, essa parceria certamente trará benefícios mútuos para as ins-tituições envolvidas. “Não há dúvida de que é hora de se pen-sar de forma global, e o Inpa e os demais institutos envolvidos já acumulam excelente exper-tise acerca das mudanças do clima em escala mais ampla”, observa. “Essa interação será muito importante para que as pesquisas nesta área avancem

de forma signifi cativa e nos permitam criar modelos mais acurados”, completa.

De acordo com o diretor do Centro Hadley para Ciên-cias Climáticas e Serviços do Met Offi ce, Stephen Belcher, os cientistas percebem que a fl oresta amazônica tem uma relação de mão dupla com o clima. “A fl oresta ajuda a in-fl uenciar o clima do planeta, mas também se espera que sofrerá mudanças com o au-mento da temperatura mun-dialmente. O programa CCSP Brazil tem como objetivo com-preender mais sobre os fatores que afetam a fl oresta”.

Conforme Belcher, a mu-dança na utilização da terra, atrelada aos estoques de car-bono, é um fator que ajuda a melhorar a funcionalidade do ciclo do carbono nos modelos climáticos globais. “Munida dessas informações, a comu-

nidade científi ca global espera ter uma melhor compreensão das relações entre a fl oresta e o restante do planeta”, destaca.

O lançamento do “CSSP Bra-zil” será realizado pelos par-ceiros, brasileiros e britânicos, e contará com a presença do conselheiro-chefe para assun-tos científi cos do governo bri-tânico, sir Mark Walport.

Fundo NewtonIniciativa do governo britâ-

nico, o Fundo Newton visa a promover o desenvolvimento social e econômico de 15 países parceiros por meio de pesquisa, ciência e tecnologia. Lançado em 2014, o fundo contava com um orçamento inicial de 75 milhões libras até 2019. Em 2015, o governo do Reino Unido prorrogou a extensão do Fundo Newton de 2019 a 2021 e du-plicou o investimento para 150 milhões de libras esterlinas.

Até o dia 3 de maio, os professores interessados em submeter propostas de projetos de pesquisa terão a oportunidade de se inscre-ver na chamada pública do Programa Ciência na Escola (PCE), voltado aos professores de escolas públicas estadu-ais e municipais localizadas nas Reservas de Desenvol-vimento Sustentável (RDSs) no Amazonas, lançado pela Fundação de Amparo à Pes-quisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com a Fundação Amazonas Susten-tável (FAS). Serão investidos R$ 109 mil para apoio a até 16 projetos de pesquisa de alfabetização científi ca.

A chamada é voltada aos professores que atuam nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Juma, Mamirauá, Rio Negro, Uatu-mã, Poranga da Conquista e na Área de Proteção Ambien-tal (APA) do rio Negro, assim como professores da comu-nidade Abelha, localizada na RDS do Juma, no município de Novo Aripuanã.

O PCE/FAS é voltado para professores e estudantes do 6° ao 9° ano do ensino fundamen-tal, da 1ª à 3ª série do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) em projetos de pesquisa a serem desenvolvidos em escolas públicas estaduais sediadas no Amazonas e loca-

lizadas nas RDS.

Submissão de propostasO PCE é uma iniciativa

pioneira no país por quebrar o paradigma da formação científi ca exclusivamente nas instituições científi cas e de ensino superior e adentra as escolas dos ensinos funda-mental (6º ao 9º ano), médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA).

Os projetos contemplados pelo edital terão duração de sete meses com previsão para iniciar em junho deste ano. Os valores das bolsas variam de R$ 120 para iniciação cien-tífi ca júnior e R$ 461 para professor jovem cientista.

MUDANÇA CLIMÁTICA

CIÊNCIA NA ESCOLA

Projeto terá aporte de R$ 20 mi

Chamada pública atende RDSs

GERSON FREITAS

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016C3Dia a dia

Estudantes farão sensibilizaçãoVida moderna leva a maus hábitosCom o objetivo de utilizar

as redes sociais por uma boa causa, estudantes do curso de serviço social da Facul-dade Estácio realizam, na próxima terça-feira (12), uma sensibilização por meio de fotos sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. O evento “Sou solidário com a saúde, sou doador de órgãos e tecidos. Compartilhe essa ideia”, acontece na unidade da avenida Djalma Batista, Zona Centro-Sul, a partirdas 18h30.

Durante toda a noite, es-tudantes estarão produzindo fotos com placas de incen-tivo e apoio à doação de órgãos. A intenção é postar as imagens nas redes sociais e promover o maior núme-ro de compartilhamentos e curtidas. Além da sensibili-zação, a coordenadora da Central de Transplantes da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), Leny Passos, estará na instituição para conversar e tirar dúvidas dos alunossobre o assunto.

De acordo com a coor-denadora do Laboratório de Pesquisa e Prática Social, Antônia Cosmo, a ativida-de pretende mostrar para o corpo docente da faculdade como um simples gesto de solidariedade pode salvar a vida de milhares de pessoas.

A professora ressalta que a ideia é utilizar as redes

Com a correria da vida mo-derna, os alimentos indus-trializados acabam ganhando prioridade, o que aumenta as chances de desenvolver doen-ças cardiovasculares, hiper-tensão e diabetes. Ao longo dos anos, até mesmo alguns costumes regionais que fa-voreciam a alimentação ade-quada, como o consumo de cará, batata-doce e banana cozida, vem se perdendo. A observação é da nutricionista Maira Belo, preceptora de uma turma de universitários da Faculdade Estácio de Sá e que cumprem estágio no pronto-socorro do hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, na Zona Norte.

Uma colher de sopa de açúcar é o consumo diário recomendado pelos nutricio-nistas. Mas 600 ml de refrige-rante pode conter 20 colheres de açúcar. Ou seja, quem bebe essa quantidade de refrige-rante em uma refeição, por exemplo, está consumindo 20 vezes mais a quantidade in-dicada de açúcar que deveria consumir ao todo durante o dia. Três biscoitos rechea-dos contêm quatro colheres de açúcar e uma colher de achocolatado, por sua vez, tem o equivalente a três colheres de açúcar.

Os exemplos foram mostra-dos para pacientes e acompa-nhantes das recepções adulto e infantil do PS Delphina Aziz.

Os estudantes estão realizan-do palestras na unidade. Por meio de um painel, os alunos do curso de nutrição da facul-dade Estácio de Sá ressaltam como a alimentação baseada em produtos industrializados prejudica a saúde.

A boa alimentação começa na infância. É nesse período que se constrói hábitos sau-dáveis. “Os adultos precisam estar em alerta com a alimen-tação dos fi lhos. Os fi lhos vão comer o que os pais comerem. Se os hábitos dos pais forem ruins, os dos fi lhos também serão. Pela praticidade, toda família consome alimentos industrializados em excesso. Todos nós vamos fi car ve-lhos, mas podemos escolher se queremos uma velhice sau-dável ou cheia de doenças”, salienta a nutricionista.

“A refeição da vida moderna

é aquela em que colocamos no micro-ondas e que em três minutos está pronta”, alerta. Segundo Maira, é preciso va-lorizar e estimular o consumo de alimentos regionais, apro-veitar as frutas da época, que sempre estão mais em conta nos mercados e peixes. “Em resumo, a alimentação a base de produtos naturais contri-bui para a saúde e para o bom funcionamento do nosso organismo”, pontua.

Quem assiste à palestra fi ca atento às orientações da equipe. “Minha fi lha gos-ta muito de refrigerantes e açúcar nos sucos. É preciso reduzir o açúcar e evitar re-frigerantes. Optar pelo suco natural que é o certo”, diz a autônoma Neuza Pereira, 46, acompanhante de um dos pa-cientes que buscaram aten-dimento no pronto-socorro.

DOAÇÃOALIMENTAÇÃO

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Parto normal é maior em rede pública, em ManausMédia de cesarianas na capital é de 39%, e a expectativa é de chegar a 30% até o fi m do ano, conforme diretrizes

Minoria entre os par-tos na rede pública, com 39% dos nasci-mentos em Manaus,

a cesariana tende a ser um método ainda com menos in-cidência na capital. A meta é chegar a 30% até o fi m deste ano para cumprir as exigências do Protocolo Clínico de Diretri-zes Terapêuticas (PCDT) para cesariana, informa Antenor Filho, diretor da Maternidade Ana Braga, uma das maiores da rede pública de Manaus.

Com o novo protocolo, se

torna obrigatória a cientifi -cação da gestante, ou de seu responsável legal, dos poten-ciais riscos e eventos adversos relacionados ao procedimento cirúrgico ou uso de medica-mentos para a operação cesa-riana. Além disso, o documento também recomenda quando a cesariana é ou não indicada.

“Hoje, 60% dos partos da rede pública é normal. Mesmo assim, a gente tem que dimi-nuir mais as cesarianas eleti-vas, aquelas que são combina-das, que são desnecessárias. Exemplo de uma cesariana combinada é quando a mulher

marca com o médico de fazer a laqueadura, já deixa agen-dado o parto cesariana. Mas a laqueadura pode ser feita noventa dias após o parto, então tem como a mulher fa-zer um parto normal e depois realizar a laqueadura. Existe um mito de que para fazer laqueadura é preciso ter um parto cesariana e precisamos desmistifi car isso”, explica.

Para o diretor da materni-dade, o processo de aceitação do PCDT tanto por parte do paciente quando de alguns profi ssionais da saúde deverá ser lento, mesmo assim, ele

acredita numa queda expres-siva nos partos cercearás ao longo dos anos. “O número de cesarianas ainda é grande nos hospitais públicos, embora já tenha diminuído um pouco e tem melhorado, mas ainda é um número expressivo. A ideia da maternidade pública é incentivar o parto normal. O Ministério da Saúde hoje em dia também incentiva essa prática que estimula o parto normal”, comenta.

Antenor Filho destaca que antes mesmo do PCDT ser divulgado, as maternidades da rede pública já utilizavam um

protocolo voltado para o incen-tivo ao porto normal. Porém com a publicação do documen-to, essas normas passarão a ser muito mais respeitadas pelas pacientes e médicos. “Temos que mudar a cabeça do paciente, do acompanhante e dos profi ssionais de saúde. A tendência é diminuir ainda mais com o protocolo do Mi-nistério da Saúde os partos cesarianos. Claro que as coisas não acontecem de imediato, vai acontecer devagar”, avalia.

Em relação a mortes em partos cesarianos, o diretor da maternidade Ana Braga

chama a atenção para o fato de que o óbito geralmente ocorre quando a gravida já traz consigo alguma patolo-gia. “O parto cesáreo quando ocorre o óbito é porque a mãe já tem alguma patolo-gia pré-estabelecida, alguma coisa aconteceu, por exemplo, o descolamento da placenta, que não deu tempo de operar logo de imediato. Ou a mãe já vinha com alguma pato-logia diabética que fez com que algum problema viesse a acontecer. A cesariana não mata ninguém, ela tem suas indicações precisas”, garante.

Doação de órgãos será alvo de campanha pelas redes sociais

Palestra orienta sobre alimentação saudável e sua importância

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AÇÃO

Protocolo recém-divulgado pelo Ministério da Saúde pretende incentivar o parto normal, diminuindo as cirurgias cesarianas em todo o país. Rede pública de Manaus registra índice considerável de nascimentos normais

MICHELLE FREITAS

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sociais, que são tão presentes na vida de todos, para cons-cientizar não só os alunos e professores, mas também os familiares e amigos. “Com as redes sociais, ultrapassa-mos os muros da faculdade e conseguimos sensibilizar também quem está fora da instituição”, destaca.

Ela explica que, segundo a legislação brasileira, qual-quer pessoa pode ser doado-

ra, desde que, após a mor-te, um familiar autorize, por escrito, a retirada do órgão. Portanto, não basta querer ser um doador de órgãos, é preciso que família esteja ciente da intenção da pes-soa e autorize. “Esse even-to vai ser importante para que as pessoas conversem e refl itam sobre esse gesto de solidariedade e amor ao próximo”, destaca.

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

A sensação de justiça cumprida, aliada à falta de crédito às instituições como a

polícia e a própria Justiça, leva muitas vezes popula-res a linchar assaltantes, estupradores e demais cri-minosos, após a prática de seus atos ilícitos, quando por eles capturados. Em situa-ções desse tipo, os populares acabam por não medir con-sequências, agindo por im-pulso e cometendo a “Justiça com as próprias mãos” con-tra o criminoso. Tal prática, conforme a Polícia Civil, não possui parâmetros legais e pode acarretar punições dependendo da gravidade da situação.

Em Manaus, o último caso do tipo foi registrado no dia 5 deste mês, no Centro, minutos após Kaio Vitor de Souza Santos, 19, assassinar a tiros o personal trainer Ro-sivaldo Miranda Junior Diniz, 23, que reagiu à tentativa de assalto de sua motocicleta. O crime foi presenciado por várias pessoas que se encon-travam nas proximidades e que conseguiram captura-lo. Entretanto, a sessão de es-pancamento não durou por muito tempo, devido a uma viatura da Polícia Militar ter

chegado ao local, evitando o linchamento do assaltante.

“É importante destacar que a população não está habi-litada a intervir em nenhum um tipo de ação criminosa. É necessário ter muita cautela ao reagir a qualquer tipo de crime. Em casos que popu-lares conseguem dominar o bandido, a orientação é que a polícia seja acionada, pois a prática do linchamento é ilegal”, explica o delegado

Denis Pinho, da Delegacia Es-pecializada em Roubos Fur-tos e Defraudações (Derfd).

Segundo Pinho, o exces-so de agressão pode causar punições aos que a prati-cam, apesar de no calor das emoções os populares terem a sensação de justiça feita. Ele chama a atenção para o fato de que a prática do linchamento não possui res-

paldo legal.“Deter, imobilizar ou usar

meios necessários, depen-dendo da situação, é jus-tifi cável. Porém, o exagero de agressões pode levar o indivíduo a ser preso e gerar um fl agrante por lesão corpo-ral ou até mesmo homicídio consumado, se a vítima do linchamento for a óbito. Repi-to, a prática de linchamento não é permitida. Mesmo que a justifi cativa seja fazer jus-tiça com as próprias mãos, não é recomendável”, alerta.

Legítima defesaAinda de acordo com o

delegado, em algumas situ-ações a prática de agressão não é configurada lincha-mento. “O que a legislação estabelece é que a polícia ou a população haja dentro dos limites legais, como em ca-sos de legitima defesa. Isso de acordo com a proporcio-nalidade do fato”, observa.

Ele cita como exemplo, se a vítima utilizou de meios necessários para imobilizar uma ação criminosa ou um infrator é considerado legal, mesmo que ocorra algum tipo de agressão. “Após controlar a situação, orientamos que a polícia seja imediatamente acionada. Certamente serão tomadas as providencias ca-bíveis”, orienta.

Justiça com as próprias mãos pode terminar em cadeiaEventualmente registrados na cidade casos de linchamento podem resultar na prisão dos envolvidos

BRUNA AMARAL

ROUBO

Em fevereiro, dois suspeitos de roubo foram detidos e es-pancados por popu-lares, com pauladas, pedaços de cano e chutes, no conjun-to Nova República, bairro Distrito In-dustrial, Zona Sul

“São inúmeros os fato-res que levam a pessoa a praticar esse tipo de ação. Não podemos prever nos-sos limites. Ou seja, a população adota a prática do linchamento devido à impulsividade. São mo-tivadas pelo momento. Talvez nem imaginassem agir de tal forma, mas viver uma situação des-conhecida pode causar ao ser humano, reações imprevisíveis”, explica a psicóloga Elzicley Leão.

Outro fator aponta-do por ela é o histórico social do indivíduo. “Se uma pessoa convive em um ambiente violento ou foi ensinado a praticar

o velho ditado do olho por olho dente por dente, certamente irá reproduzir a violência em momen-tos que julgar necessário. Não há como traçar o perfil da pessoa que adota o linchamento como for-ma de fazer Justiça. Seria generalizar, pois depende muito de cada pessoa. Alguns nem sabem porque fazem, até se arrepen-dem depois de cometer o ato, é muito relativo. Na verdade, a maioria das pessoas age dessa maneira por desacredi-tar na Justiça. Se sente insegura diante de tanta criminalidade”, destacaa psicóloga.

Dentre os vários casos de linchamento registrados em Manaus, um deles chamou a atenção em 2015, por envolver policias militares. O soldado André Luís Silva do Rosário, 32, morreu no dia 29 de dezembro, em decorrên-cia das agressões sofridas após ser confundido com bandido e espancando por populares. O caso aconteceu no dia 20 do mesmo mês, durante uma festa da torcida organizada “Terror Bicolor”, do Paysandu (PA), no bairro Cidade Nova, Zona Norte. Na ação, o policial militar Jeferson Jesus de Castro, 23, também foi agredido.

As investigações da Polí-cia Civil dão conta de que os policiais militares André Luís e Jeferson foram até o “Chapéu de Zinco”, conhe-cido como sede da torcida

organizada do Paysandu, à procura do aparelho celular da esposa de André Luís, a soldado Jadilene Silva, que foi roubado. No local havia entre 60 e 80 pessoas, e os PMs teriam chegado ao lo-cal, conforme testemunhas, chamando os torcedores de ladrões. Os mesmos esta-riam armados e à paisana. André Luís fi cou nove dias in-ternado em estado grave no pronto-socorro João Lúcio.

No dia 22 de março, oito homens suspeitos de envol-vimento no linchamento fo-ram presos em várias partes da cidade, em cumprimento a mandados de prisão expe-didos pela juíza da 11ª Vara Criminal, Eulinete Tribuzy pelo 27º Distrito Integrado de Polícia (DIP), e indicia-dos pelo crime de lesão corporal e homicídio.

Reação imprevisível e impulsiva Torcida organizada linchou PMs

Minutos após matar uma pessoa, Kaio Vitor foi detido por populares e foi salvo pela PM de ser linchado Insegurança diante da criminalidade pode motivar agressões Integrantes de torcida foram presos três meses após o crime

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C4 Dia a dia C5MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016

A sensação de justiça cumprida, aliada à falta de crédito às instituições como a

polícia e a própria Justiça, leva muitas vezes popula-res a linchar assaltantes, estupradores e demais cri-minosos, após a prática de seus atos ilícitos, quando por eles capturados. Em situa-ções desse tipo, os populares acabam por não medir con-sequências, agindo por im-pulso e cometendo a “Justiça com as próprias mãos” con-tra o criminoso. Tal prática, conforme a Polícia Civil, não possui parâmetros legais e pode acarretar punições dependendo da gravidade da situação.

Em Manaus, o último caso do tipo foi registrado no dia 5 deste mês, no Centro, minutos após Kaio Vitor de Souza Santos, 19, assassinar a tiros o personal trainer Ro-sivaldo Miranda Junior Diniz, 23, que reagiu à tentativa de assalto de sua motocicleta. O crime foi presenciado por várias pessoas que se encon-travam nas proximidades e que conseguiram captura-lo. Entretanto, a sessão de es-pancamento não durou por muito tempo, devido a uma viatura da Polícia Militar ter

chegado ao local, evitando o linchamento do assaltante.

“É importante destacar que a população não está habi-litada a intervir em nenhum um tipo de ação criminosa. É necessário ter muita cautela ao reagir a qualquer tipo de crime. Em casos que popu-lares conseguem dominar o bandido, a orientação é que a polícia seja acionada, pois a prática do linchamento é ilegal”, explica o delegado

Denis Pinho, da Delegacia Es-pecializada em Roubos Fur-tos e Defraudações (Derfd).

Segundo Pinho, o exces-so de agressão pode causar punições aos que a prati-cam, apesar de no calor das emoções os populares terem a sensação de justiça feita. Ele chama a atenção para o fato de que a prática do linchamento não possui res-

paldo legal.“Deter, imobilizar ou usar

meios necessários, depen-dendo da situação, é jus-tifi cável. Porém, o exagero de agressões pode levar o indivíduo a ser preso e gerar um fl agrante por lesão corpo-ral ou até mesmo homicídio consumado, se a vítima do linchamento for a óbito. Repi-to, a prática de linchamento não é permitida. Mesmo que a justifi cativa seja fazer jus-tiça com as próprias mãos, não é recomendável”, alerta.

Legítima defesaAinda de acordo com o

delegado, em algumas situ-ações a prática de agressão não é configurada lincha-mento. “O que a legislação estabelece é que a polícia ou a população haja dentro dos limites legais, como em ca-sos de legitima defesa. Isso de acordo com a proporcio-nalidade do fato”, observa.

Ele cita como exemplo, se a vítima utilizou de meios necessários para imobilizar uma ação criminosa ou um infrator é considerado legal, mesmo que ocorra algum tipo de agressão. “Após controlar a situação, orientamos que a polícia seja imediatamente acionada. Certamente serão tomadas as providencias ca-bíveis”, orienta.

Justiça com as próprias mãos pode terminar em cadeiaEventualmente registrados na cidade casos de linchamento podem resultar na prisão dos envolvidos

BRUNA AMARAL

ROUBO

Em fevereiro, dois suspeitos de roubo foram detidos e es-pancados por popu-lares, com pauladas, pedaços de cano e chutes, no conjun-to Nova República, bairro Distrito In-dustrial, Zona Sul

“São inúmeros os fato-res que levam a pessoa a praticar esse tipo de ação. Não podemos prever nos-sos limites. Ou seja, a população adota a prática do linchamento devido à impulsividade. São mo-tivadas pelo momento. Talvez nem imaginassem agir de tal forma, mas viver uma situação des-conhecida pode causar ao ser humano, reações imprevisíveis”, explica a psicóloga Elzicley Leão.

Outro fator aponta-do por ela é o histórico social do indivíduo. “Se uma pessoa convive em um ambiente violento ou foi ensinado a praticar

o velho ditado do olho por olho dente por dente, certamente irá reproduzir a violência em momen-tos que julgar necessário. Não há como traçar o perfil da pessoa que adota o linchamento como for-ma de fazer Justiça. Seria generalizar, pois depende muito de cada pessoa. Alguns nem sabem porque fazem, até se arrepen-dem depois de cometer o ato, é muito relativo. Na verdade, a maioria das pessoas age dessa maneira por desacredi-tar na Justiça. Se sente insegura diante de tanta criminalidade”, destacaa psicóloga.

Dentre os vários casos de linchamento registrados em Manaus, um deles chamou a atenção em 2015, por envolver policias militares. O soldado André Luís Silva do Rosário, 32, morreu no dia 29 de dezembro, em decorrên-cia das agressões sofridas após ser confundido com bandido e espancando por populares. O caso aconteceu no dia 20 do mesmo mês, durante uma festa da torcida organizada “Terror Bicolor”, do Paysandu (PA), no bairro Cidade Nova, Zona Norte. Na ação, o policial militar Jeferson Jesus de Castro, 23, também foi agredido.

As investigações da Polí-cia Civil dão conta de que os policiais militares André Luís e Jeferson foram até o “Chapéu de Zinco”, conhe-cido como sede da torcida

organizada do Paysandu, à procura do aparelho celular da esposa de André Luís, a soldado Jadilene Silva, que foi roubado. No local havia entre 60 e 80 pessoas, e os PMs teriam chegado ao lo-cal, conforme testemunhas, chamando os torcedores de ladrões. Os mesmos esta-riam armados e à paisana. André Luís fi cou nove dias in-ternado em estado grave no pronto-socorro João Lúcio.

No dia 22 de março, oito homens suspeitos de envol-vimento no linchamento fo-ram presos em várias partes da cidade, em cumprimento a mandados de prisão expe-didos pela juíza da 11ª Vara Criminal, Eulinete Tribuzy pelo 27º Distrito Integrado de Polícia (DIP), e indicia-dos pelo crime de lesão corporal e homicídio.

Reação imprevisível e impulsiva Torcida organizada linchou PMs

Minutos após matar uma pessoa, Kaio Vitor foi detido por populares e foi salvo pela PM de ser linchado Insegurança diante da criminalidade pode motivar agressões Integrantes de torcida foram presos três meses após o crime

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016C6 Dia a diaAeroporto não muda em função das OlimpíadasMesmo a epidemia de zika vírus não fará as autoridades adotarem mudanças na estrutura do aeroporto Eduardo Gomes

A realização de um gran-de evento esportivo em meio a uma epi-demia de zika vírus e

a proliferação do mosquito Ae-des aegypti não foram sufi cien-tes para fazer o poder público promover grandes mudanças estruturais ou instalar procedi-mentos especiais no aeroporto internacional Eduardo Gomes, no Tarumã, Zona Oeste.

Tanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvi-sa) como a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuá-ria (Infraero) confi rmam que nenhuma grande mudança vai acontecer em virtude das Olim-píadas do Rio de Janeiro, que acontecem em agosto. Manaus receberá seis partidas de futebol do torneio olímpico, tanto no masculino quanto no feminino, nos dias 4, 7 e 9 de agosto.

A Anvisa, por meio da Ge-rência-Geral de Portos, Aero-portos e Fronteiras (GGPAF), afi rma que está fazendo gran-

de reforço no combate ao mos-quito Aedes aegypti por meio de palestras para a comunidade aeroportuária, monitoramen-to e controle do mosquito. A respeito das Olimpíadas, a entidade está confeccionando banners que serão dispostos na área de desembarque in-ternacional de portos e aero-portos, em três idiomas, com orientações de proteção à saúde dos viajantes contra a exposição ao mosquito.

Para todos os envolvidos nos jogos foi encaminhada uma lista de cuidados com a saúde durante sua estadia no Brasil, incluindo também a orientação do uso de repelente e cobertura da maior parte do corpo sempre que possível. Outra ação, mas essa é de roti-na, está no monitoramento de eventos de interesse em saúde publica a bordo de navios e aeronaves, onde, em parceria com as vigilâncias epidemioló-gicas do Estado e município, a Anvisa vai acompanhar casos suspeitos detectados.

A Infraero, por sua vez, afi r-ma que o restante das obras de modernização do aeroporto Eduardo Gomes foi concluído no início de 2015 e que por essa razão nenhum procedi-mento estrutural será feito para atender a demanda dos

jogos. De acordo com a as-sessoria do órgão, o local não precisa de ajustes por ter ca-pacidade de operação anual de 15 milhões de pessoas, sendo que atende no momento a uma média de pouco mais de 3 milhões. O local fazia

parte da matriz de responsa-bilidade do Brasil com a Copa do Mundo da Fifa 2014, mas acabou saindo da lista, o que desacelerou a reforma.

PlanoO secretário estadual de

Saúde, Pedro Elias de Souza, informa que durante o período dos Jogos Olímpicos na capital, a rede estadual de saúde de-verá adotar o mesmo modelo de plano de contingência, que foi utilizado durante a Copa do Mundo de 2014. O plano prevê a imediata adequação de es-paços internos para abertura de leitos extras, convocação de equipes de sobreaviso, remo-ção de pacientes para leitos de retaguarda, entre outras me-didas emergenciais no caso, por exemplo, de um acidente de grandes proporções, com múltiplas vítimas.

Ao contrário da Copa do Mundo, quando a estrutura dentro da Arena da Amazônia fi cou sob a responsabilidade da Fifa, durante os Jogos Olím-

picos, o governo do Estado e a Prefeitura de Manaus serão os responsáveis pelo estádio. Está prevista a instalação de sete postos de Pronto Atendi-mento, sendo dois destinados às delegações de atletas e os demais ao público do evento, além do serviço de remoção de urgência.

O último boletim epidemio-lógico, divulgado no dia 5, dava conta de que em Manaus 2.029 casos de zika foram notifi ca-dos, sendo 297 confi rmados. Em grávidas, são 364 casos notifi cados e 51 confi rmados.

Sem pânicoConforme o infectologista

Bernardino Albuquerque, di-retor-presidente da Funda-ção de Vigilância em Saúde (FVS/AM), não há motivo para pânico. “Em termos estatísticos, 80% dos ca-sos de dengue – entre as três doenças, a que temos registro há mais tempo – se concentram no período que vai de dezembro a maio,

coincidindo com a época do ano mais propícia à proli-feração do mosquito Aedes aegypti, que também é vetor do vírus da chikungunya e febre zika”, afirma Bernar-dino. Esta redução sazonal da população do mosquito, que ocorre por causa das ca-racterísticas climáticas do período, impacta diretamen-te na queda do número de casos da doença, ressalta o diretor da FVS.

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BALANÇO

Até o fechamen-to desta edição, os números ofi ciais em Manaus são de 2.029 casos notifi cados de zika vírus, sendo 297 confi rmados. Em grávidas, são 364 casos notifi cados e 51 confi rmados

FRED SANTANA

MÁR

CIO

MEL

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Infraero afi rma que baixa deman-da justifi ca ausência de procedi-mentos específi cos

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Page 23: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016C7Dia a dia

Rede municipal de ensino adota nova metodologiaProjeto começará a ser executado ainda este mês, inicialmente em sete escolas da Secretaria Municipal de Educação

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Método se chama ensino híbrido e busca a personalização do ensino

A rede municipal de en-sino vai implementar uma metodologia di-ferenciada, atrelando

o uso da robótica e recursos tecnológicos para o aperfei-çoamento de aprendizagem em unidades que trabalhem com alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

O projeto começará a ser executado, ainda este mês, inicialmente em sete escolas da Secretaria Municipal de Educação (Semed), distribuí-das em cada zona de Manaus, incluindo a zona rural.

O método trata-se de uma ferramenta pedagógica cha-mada de ensino híbrido. A metodologia busca a persona-lização do ensino ao alternar momentos em que o aluno estuda sozinho em ambientes virtuais ou em grupo, tornando assim a forma de ensinar mais atrativa e interessante.

A estruturação do proje-to está sob a coordenação da Gerência de Tecnologia Educacional (GTE). Conforme a gerente do GTE, Aldemi-ra Câmara, com o projeto, o professor poderá promover o ensino, agregando qualquer recurso tecnológico que tenha disponível em sua escola. Ela salienta, ainda, que o projeto

vai trabalhar com várias dis-ciplinas simultaneamente.

“Por meio do ensino híbrido, o professor poderá utilizar a metodologia para agregar qualquer recurso tecnológi-co, aplicativo ou so� ware que tenha em sua escola para realizar o seu trabalho e uma aprendizagem diferenciada. O projeto visa a trabalhar de for-ma interdisciplinar, envolven-do diversas disciplinas e áreas do conhecimento”, destaca a gerente, acrescentando que o programa está em conformi-dade com a metodologia de projetos de aprendizagem da doutora em psicologia escolar Léa Fagundes.

A rede municipal de ensino acredita que o projeto po-derá inovar a forma de en-sinar, aumentar a qualidade de ensino e, consequentemen-te, o nível de aprendizagem dos estudantes.

“Começamos a pensar neste projeto desde o momento em que identifi camos resultados exitosos de outras unidades fora do Amazonas, como de uma escola pública de São Paulo, que obteve um retorno positivo”, defende Aldemira.

Recursos tecnológicosAtualmente, a Semed tra-

balha com uma série de apa-ratos tecnológicos, entre eles, mesas educacionais, lousas digitais, laboratórios de infor-mática, notebooks, datashow, computadores conectados a internet, programas e sof-twares direcionados da edu-cação infantil ao 9º ano do ensino fundamental.

Além disso, a rede oferece aos alunos recursos tecnoló-gicos como tablets, além de

outros recursos tecnológicos que contribuem na melhoria de ensino na rede municipal de educação.

TelecentroO Telecentro funciona como

um espaço aberto aos alunos e a comunidade e tem como objetivo o uso de computado-res conectados à internet para pesquisas, cursos à distância, momentos de entretenimento,

aulas de informática e distri-buição de sinal de internet via wireless. Em toda a rede mu-nicipal, há 219 implantados. Desde total, 40 estão insta-lados nas zonas rodoviária e ribeirinha. O espaço atende 50 mil alunos da área urbana e, aproximadamente, 3 mil da zona rural.

Escola indígenaUmas das unidades da rede

municipal de ensino que pos-sui um espaço tecnológico é a Escola Indígena Municipal Kanata T-Ykua, situada na Comunidade Indígena Três Unidos, no rio Negro.

Com o Telecentro, que fun-ciona há 3 anos, a unidade tra-balha de forma intercultural, envolvendo o ensino regular com as disciplinas da grade curricular do 1º ao 5º ano e a revitalização da língua Kam-beba, que é o dialeto materno da comunidade do entorno da escola.

Para fazer o trabalho peda-gógico, a escola disponibiliza duas horas de acesso, por dia, aos alunos com orientação e supervisão de professores.

Segundo o gestor da uni-dade, Raimundo da Silva, com o Telecentro foi pos-sível implementar um pro-

jeto pedagógico para via-bilizar o aprendizado da cultura Kambeba, por meio de recursos tecnológicos.

“O programa contribuiu para que nossos 20 alunos fi cassem mais curiosos e interessados nos estudos. Atualmente, há oito pessoas da comunidade que utilizam o Telecentro para fazer cursos a distância na área de licenciatura”, destaca.

ProUcaO Programa Um Computa-

dor Por Aluno (ProUca) é outro projeto utilizado para promo-ver a inovação e a melhoria da aprendizagem na rede muni-cipal de ensino e consiste na utilização de netbooks e a partir dele o uso de aplicativos e so� wares educacionais.

Atualmente, o projeto está implantado em 166 unidades de ensino, sendo 141 na zona urbana e 25 na zona ribei-rinha, benefi ciando mais de 30 mil alunos.

Uma das unidades que tra-balha com o programa é a escola municipal Hahnemann Bacelar, localizada no bair-ro Parque das Nações, Zona Norte. No local, 300 alunos do 1º ao 5º ano utilizam os netbooks como ferramenta de aprendizagem.

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Page 24: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016C8 Dia a diaAudiências vão debater falta de saneamentoMais de 90,1% do município não possui cobertura de rede de esgoto, apesar do pagamento da taxa de saneamento

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Falta instalar mais de 90 mil ligações de água para garantir a universalização do abastecimento. Situação será debatida em duas audiências públicas

Na 97ª colocação no ranking de sanea-mento básico entre as cem maiores cidades

do país, conforme estudo da ONG Trata Brasil com base em dados de 2014, Manaus é uma das piores nesse serviço público básico. Um total de 90,1% do município não possui cobertura de rede de esgoto, apesar do pagamento da taxa de saneamento. Falta instalar mais de 90 mil ligações de água para garantir a univer-salização do abastecimento.

Essa situação será debatida em duas audiências públicas promovidas pela Comissão de Legislação Participativa, da Câmara Municipal de Manaus (Comlep/CMM). A primeira será no dia 15 deste mês, às 18h30, na igreja Sagrada Fa-mília, comunidade Rio Piorini, bairro Terra Nova, Zona Norte. A segunda está marcada para o dia 20, às 18h30, na paróquia Sagrado Coração de Jesus, na comunidade Ouro Verde, bairro Coroado, Zona Leste. O tema será o “O impacto da falta de saneamento básico nas comunidades”.

“Pretendemos esclarecer a população sobre a complexi-dade do saneamento básico, sensibilizar para a proble-

mática decorrente da falta de políticas públicas nessa área e cobrar o Executivo sobre o cumprimento da lei 11.445/2007, que defi ne as diretrizes para a Política Na-cional de Saneamento Básico, uma vez que se trata de um direito que é de todos”, explica o vereador Professor Bibiano (PT), presidente da comissão.

“É importante destacar que esse quadro é ainda mais preocupante na medida em que impacta diretamente na qualidade de vida das pes-soas, pois a falta de sane-amento básico traz sérios problemas à saúde, tornando propícia a proliferação de di-versas doenças, bem como traz graves consequências ao meio ambiente, colocando em risco as futuras gerações”, observa Bibiano.

Em 2014, segundo o Trata Brasil, Manaus tinha apenas 991 ligações de esgotos, nú-mero considerado ínfi mo pelo sistema Novas Ligações de Esgoto Sobre Ligações Fal-tantes (LGE). O ideal era atin-gir 1.174.374 Ligações. Com um indicador médio de LGE de 8,87% entre os municípios, o relatório aponta que o avanço para a universalização ainda é lwnto. Além de Manaus, Ana-

nindeua (PA), Porto Velho (RO), Santarém (PA), São Gonçalo (RJ) e São Luís (MA) compõem a lista dos municípios que não conseguiram expandir a rede de esgoto.

O Ranking do Saneamento é baseado em números do Sistema Nacional de Infor-mações sobre Saneamento Básico (SNIS), do Ministério

das Cidades, e tem como base o ano de 2014.

A concessionária Manaus Ambiental não contestou o ranking do Instituto Trata Brasil, mas informou que a realidade atual é diferente da época de coleta dos dados, há 2 anos. Conforme a empre-sa, esse défi cit já diminuiu e será investido R$ 800 milhões

nos próximos 10 anos para dotar a cidade de 80% de rede de esgotos.

A companhia informou que é necessário aplicar a lei fe-deral 11.445/2007, que obri-ga a adesão da população a aderir ao sistema regular de abastecimento de água e à rede de esgoto. A adesão é muito baixa e o combate

às ligações clandestinas tem sido frequente. Outro proble-ma que difi culta a universali-zação do saneamento básico na capital é o crescimento desordenado dos bairros. Muitos moradores acabam recorrendo aos “gatos” para garantir água e se recusam a entrarem no sistema regular de abastecimento.

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Nos dias 1, 2 e 3 deste mês, as duplas serta-nejas Bruno & Marrone e Chitãozinho & Xoro-

ró se reuniram no Espaço das Américas, em São Paulo, para apresentar o show “Clássico”. O espetáculo será lançado em DVD, em breve, e o mesmo repertório vai ser apresentado durante a turnê nacional que inclui Manaus no roteiro.

A capital do Amazonas re-ceberá o show “Clássico” no dia 20 de agosto, no Studio 5. A realização é da Fábrica de Eventos e as vendas de ingressos iniciam em breve.

Essa parceria entre as duplas não é novidade. Tal reunião teve início há três anos, na Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos, interior de São Paulo. O público aprovou e os artistas voltaram a tocar juntos em outras ocasiões. No show “Clássico”, as duplas ora se revezam, ora se encontram para interpretar os maiores sucessos de suas carreiras e também composições inéditas.

Para viabilizar o projeto “Clás-sico” na estrada, os cantores vão precisar dar uma pausa nos seus atuais shows, Chitãozinho & Xororó com a turnê “Pura emoção” e Bruno & Marrone com o show “Agora”.

E o setlist que os fãs ma-nauenses poderão conferir em agosto traz sucessos como “Choram as rosas”, “Vidro fumê” e “Vida vazia”, de Bruno & Mar-rone, e “Página de amigos”, “Evidências” e “Fio de cabelo”, de Chitãozinho & Xororó. Enquanto o DVD não chega, as duplas pos-tam pequenos aperitivos do que o registro em vídeo reserva ao

seu público em suas respectivas páginas no Instagram.

O “clássico” presente no título do show, que pode ser encarado como uma referência à seleção musical do projeto, se estende ainda a aspectos do cenário, assinado pelo diretor de arte Zé Carratu – que tem no currícu-lo a cenografi a do humorístico “#PartiuShopping” e do show “Criança esperança”. Há ele-mentos de arquitetura clássica e até a banda, normalmente situada atrás dos artistas, foi levada para a frente do palco, como acontece com músicos de orquestras sinfônicas, por exemplo. Tudo muito clássico.

Irmãos LimaA dupla Chitãozinho & Xororó

tem mais de 40 anos de carreira. Naturais de Astorga, no Paraná, os irmãos José Lima Sobrinho e Durval de Lima passaram até por palcos circenses antes de se tornarem ídolos da música sertaneja e referência para ar-tistas mais jovens. Admiradores de duplas como Tonico & Tinoco, os irmãos têm como marcos na trajetória o fato de terem sido os primeiros sertanejos a tocar em rádios FM no país e a incluir banjos e guitarras elétricas nesse estilo musical.

Antes do radialista Geraldo Meirelles batizá-los de Chitão-zinho & Xororó, a dupla era co-nhecida como Irmãos Lima. O primeiro álbum, “Galopeira”, foi lançado em 1970 e o primeiro Disco de Ouro foi conquistado oito anos mais tarde, com “60 dias apaixonados”. O Brasil inteiro conheceu a dupla em 1982, com o lançamento da música “Fio de cabelo”, incluída

no disco “Somos apaixonados”. Seguiu-se uma grande lista de sucessos como “No rancho fundo”, “Evidências”, “Nuvem de lágrima”, “A majestade o sabiá”, entre outros.

Hoje, a dupla possui a marca de 37 milhões de discos ven-didos, 37 álbuns inéditos, oito DVDs, três prêmios Grammy e centenas de discos de ouro, platina e diamante.

BaresOs goianos Vinicius Félix

de Miranda, o Bruno, e José Roberto Ferreira, o Marrone, começaram cantar juntos em 1985. Bruno era balconista de farmácia quando formou a dupla Vinicius & Ricardo, seu primo, mas a parceria não deu certo. Marrone, por sua vez, desde criança tocava acordeon em bailes na fazenda onde vi-via e, ao lado do irmão Valdir, chegou a formar dupla Régis e Ronaldo. Ele também tocou na banda que acompanhava as duplas Janaína & Jaciara, Matão & Monteiro e Cleiton & Cristiane, até que o cantor Le-onardo, o apresentou a Bruno.

Os primeiros palcos da dupla Bruno & Marrone foram em bares e exposições pecuárias. O primeiro registro fonográfi co só veio em 1994, e incluiu a composição “Dormi na praça”. Foi essa canção que embalou o sucesso nacional de Bruno & Marrone, que só veio em 2001.

A dupla possui 21 álbuns gra-vados, sete DVDs e mais de 16 milhões de cópias vendi-das, além de prêmios como o Grammy Latino e uma coleção de discos de ouro, platina, pla-tina duplo e de diamante.

Turnê ‘Clássico’ chega a Manaus no mês de agostoShow que reúne as duplas sertanejas Bruno & Marrone e Chitãozinho & Xororó viaja o país e Manaus está na rota

Cantores dão pausa nos shows das carreiras individuais para poder viabilizar a turnê em conjunto

Espetáculo é a nova investida da produtora Fábrica de Eventos, para o dia 20 de agosto

SHOW

Metal de Accept em Manaus

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A Free Pass Entreteni-mento e a Black River Produções trazem para Manaus a turnê “Blind Rage Tour 2016” da ban-da alemã de heavy metal Accept, para o dia 12 de abril, no Teatro Manauara. O show passa ainda por outras quatro capitais bra-sileiras: São Paulo (última

sexta-feira, dia 8), Rio de Janeiro (ontem), Belo Hori-zonte (hoje) e Curitiba (14).

Formada, atualmente, por Mark Tornilo (voz), Wolf Hoff mann (guitarra), Uwe Lulis (guitarra), Pe-ter Baltes (contrabaixo) e Christopher Williams (bateria), o grupo ale-mão apresentou um dos

melhores shows no fes-tival “Monsters Of Rock 2015” e promete tocar seus maiores clássicos dos anos 1980 e 90, além de algumas músicas dos mais recentes trabalhos como Blood Nation e Blind Rage.

Os ingressos estão sen-do vendidos no site da ingresse.com.

Accept anuncia show em Manaus

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AÇÃO

Grupo de heavy metal despontou nos anos 1980, com sucessos como “Screaming for a love bite”

momento de grande emoção, criando, no show, uma atmos-fera extremamente envolven-te, com o acompanhamento da “Orquestra Musical 7” e muitas surpresas no palco, contem-plando a plateia amazonense. O show tem a direção artística de Márcio Braz, produção de João Santana Neto.

“Conhecemos o talento ar-tístico e a beleza vocal de Zezinho Corrêa, que a cada espetáculo nos presenteia com sua arte e carisma. Será, certamente, um show

memorável”, declarou o se-cretário de Estado de Cultura, Robério Braga.

Zezinho Corrêa resgata emoções imortalizadas de Roberto Carlos

Zezinho canta canções do ‘Rei’

SERVIÇO

Quando: Sexta-feira, dia 15 de abril, às 20hOnde: Teatro AmazonasQuanto: R$ 30 (meia)Vendas: bilheteria do Tea-tro Amazonas

“ZEZINHO CORRÊA E AS CANÇÕES DO REI”

MUSICAL

Uma noite para viver mui-tas emoções é o que promete ser o show “Zezinho Corrêa e as Canções do Rei”, na sexta-feira (15), às 20h, no Teatro Amazonas, com apoio do governo do Amazonas / Secretaria de Estado de Cul-tura e venda de ingressos na bilheteria do teatro.

O artista e cantor ama-zonense Zezinho Corrêa, de talento reconhecido nacio-nal e internacionalmente, vive mais um desafi o na sua carreira artística e, desta vez, interpretando canções que se eternizaram na voz do Rei Roberto Carlos.

O show musical que será apresentado no magnífi co Teatro Amazonas consiste no estudo e execução de grandes sucessos, com o objetivo de promover uma homenagem ao maior cantor da Música Popular Brasilei-ra, percorrendo a trajetória musical do “Rei”, desde os tempos da Jovem Guarda até as canções de hoje.

Zezinho Corrêa usa o seu conhecimento e experiência com o teatro e a música para tornar esta apresentação um

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.Homenagem. O presidente da Assembléia Le-

gislativa do Estado do Amazonas, deputado Josué Neto está convi-dando para uma sessão especial na próxima terça-feira.

. A solenidade é para comemo-rar a lei promulgada de numero 302/15, que declara o personagem ´Curumim´, criação do cartunista e jornalista Mario Adolfo como patri-monio cultural de natureza imaterial do estado do Amazonas, confor-me aprovação de requerimento de autoria do deputado Dermilson Chagas.

. O evento está marcado para às 11 horas no Plenário Ruy Araújo.

Belle brunch. Contemporâneo e com pegada gastronômica, o

bistrô Belle Époque, recebe neste domingo, no Bel-le Brunch, o DJ Cezar Dantas e o cantor sertanejo Daniel Trindade, a partir de 15h30.

. O Belle Brunch reunirá DJs e músicos de Manaus aos domingos, em tardes gostosas de ferveção, acompanhadas de um cardápio especial, feito sob medida para o brunch, assinado pelo masterchef Erick Jacquin.

. O Belle Époque estará funcionando como res-taurante, apenas na área externa, a partir das 15h, aos domingos. O espaço interno ficará exclusivo para quem for curtir o Belle Brunch, que promete deixar seu domingo animado. Informações e reservas pelos telefones: 98413-2428 e email [email protected].

Técnicas.Os idosos da Universidade Aberta da

Terceira Idade da UEA vão receber trata-mentos alternativos especiais.

. Garantir melhorias na autoestima, equi-líbrio emocional e prevenção às doenças - alguns dos benefícios proporcionados pela técnica chinesa Tai Chi Chuan, que será incorporada a turma da melhor idade da Universidade do Estado do Amazonas (UnATI-UEA).

. Durante as aulas, os idosos aprendem a buscar o equilíbrio emocional e espiritual com a técnica. Em vez da força física, eles usam a energia interna desenvolvida pelo próprio corpo para trazer mais saúde. As aulas da técnica chinesa acontecem uma vez por semana na UnATI.

Beleza. O badalado salão de beleza Sempre

Bella vai tratar profi ssional de peso para uma curta temporada em Manaus.

. Receberá, nos dias 22, 23 e 24 de abril, o hair stylist carioca Marcos Araújo que irá atender socialites de Manaus.

. A empresária Michelle Carratte está fazendo a agenda do estrelado cabele-reiro do salão Care Body & Soul. Nâo dá para perder.

1. A bela Isabel de Paula Nunes em tarde très chic

2. Valéria Saad levando o charme para passear em evento no Jardim das Américas

3. O estrelado hair stylist carioca Marcos Araújo, confirmado em tem-porada no Sempre Bella em Manaus

1.

2.

3.

Sala especial . A Ordem dos Advo-

gados do Brasil seccional Amazonas (OAB/AM) deu um bom afago nos advo-gados parintinenses.

. A OAB inaugurou na manhã de quarta-feira uma sala especial para os advogados do município.

. Localizada no fórum da cidade, o espaço con-ta com estrutura e equi-pamentos para facilitar e otimizar a prática do Direito. Advogados au-toridades da Justiça de Parintins, como juízes da comarca e represen-tantes da Defensoria Pública, participaram da inauguração do evento. O presidente da OAB/AM, Marco Aurélio Choy, e a vice-presidente, Adriana Mendonça, viajaram ao município para inaugurar a sala.

. Depois de colocar Kate Moss e Cara Delevingne como estrelas do perfume feminino My Burberry, a Burberry acaba de lançar a fragrância masculina Mr. Burberry, que também é inspirada no trench coat – peça ícone da marca.

. Steve McQueen, que dirigiu o longa “12 anos de Escravidão”, Oscar de melhor fi lme em 2012, é o responsável pela campanha do perfume. O vídeo estrelado pelos atores e modelos londrinos Josh Whitehouse e Amber Anderson mostra um casal apaixonado e sexy que só quer fi car junto.

. Mr. Burberry é um eau de toilette amadeirado e sua fragrância traz notas de abertura de grapefruit apimentado e notas de base de vetiver terroso e madeira de guaiac queimada. Forte e sofi sticado.

Objeto de desejo

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MENTIRAMENTIRA combina

com esse momento que estamos vivendo no nosso país não?

Quando penso nessa palavra viajo imediatamente para um caso de amor que lota as casas de bolero com pessoas que querem dançar a dor desse amor “bandido”. Pense naquele homem sedutor que chega de mansinho falando coisas que todas gostam de ouvir, sus-surrando ao pé do ouvido que nunca conheceu ninguém igual, que ela é especial. Por onde aquela mulher andava todo esse tempo? Homem envol-vente... beija como ninguém, pega melhor ainda, faz amor com loucura! Jamais aquela mu-lher se sentiu tão desejada! Nunca um homem lhe tocou com tanta precisão nos pon-tos certos. Aliás, como esse homem pode conhecer tanto o universo feminino? Escuta o que ela diz, olha fundo nos olhos,

se comove com suas estórias bobas, faz galanteios, sempre tem tempo pra ela, paga as contas, abre a porta do carro... É praticamente um príncipe! A mulher vai se derretendo toda, perdendo aquele sinal de perigo e abre a guarda total como se

realmente tivesse encontrado o homem da sua vida. Quando da por si, ele já está deixando roupa pra lavar na casa dela , perguntando de manhã; “amor tem uma cueca limpa?”, toman-do decisões na casa....essa in-vasão chamada CASAMENTO!

Que diga-se de passagem , ela não quer! Resumo da estória: O cara quando ganha a con-fi ança total da mulher começa a entrar com uma conversa de “cerca lorenço”, pede ajuda pra família ou para algum amigo vai criando tentáculos de poder e

infl uência sobre aquela pessoa e dominando o pedaço.

Manazinhas, nosso Brasil não está muito diferente! Acho que a nossa presidenta se confunde com esse homem. Seduziu a princípio seus eleitores venden-do um país onde tudo funcio-naria, a corrupção seria crime, as milhões de “bolsas” dariam um “empurrão” na pobreza, iria mudar a Constituição para que a União pudesse cuidar da se-gurança pública e na educação reformular o currículo do ensino básico e médio, realizar uma reforma federativa etc.... tá tudo no seu plano de governo regis-trado no TSE e pode ser visto no site do G1. Louca, desvai-rada, insana! Temos visto essa senhora na TV esbravejando com seus “dentões” a mostra de forma bem autoritária como se fosse “ DONA” do país! Aliás está rolando uma entrevista nas redes sociais da professora de Direito Penal da USP: Janaína

Conceição Paschoal que fala justamente sobre isso. Ela diz que a Dilma e o Lula pensam que o país é deles! Diz que eles reve-renciam ditaduras, os chefes de estado dos países fi nanciados por eles (com nosso dinheiro) são recebidos aqui com tape-te vermelho e pensando bem, essa estória esdrúxula do Lula ter levado os presentes que são dados enquanto presidente achando que estava “limpo”, passa exatamente por aí! Tudo é deles, inclusive a Petrobras !

Manazinhas , a coisa é feia! E se não tomarmos medidas drásticas delimitando nosso espaço e mostrando clara-mente que o país É DO POVO, vamos ter que amargar essa insanidade!

O louco amor e a mentira de um partido que se aparelha pra dar O GOLPE são coisas intrínsecas, só nos resta nos po-sicionar fi rmemente CONTRA!

VIVA O BRASIL!

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TV TudoMarcação cerradaDesde o instante que esta

coluna antecipou a troca de Letícia Sabatella por Ca-mila Pitanga no elenco de “Velho Chico”, houve muitas críticas à escolha da atriz, que, sem sombra de dúvida, não foi bem em “Babilônia”.

Mas colocar no mesmo liquidifi cador posições polí-ticas e trabalho de interpre-tação, aí, já é um exagero. Nada a ver.

Na segunda fase de “Chi-co”, que começa amanhã, Camila será Tereza, inter-pretada por Julia Dalavia até o capítulo de sábado.

Música na trilha - 1 Para a nova fase de “Velho

Chico”, músicas de grandes intérpretes irão se juntar a trilha orquestrada, algumas regravadas especialmente para novela e outras, clás-sicos da MPB.

“Mortal Loucura”, letra de José Miguel Wisnick, por exemplo, foi gravada por Maria Bethânia sob enco-menda para “Velho Chico”.

Música na trilha - 2Em “Velho Chico” serão

ouvidas ainda músicas de Chico César, Tom Zé, Je-neci, Elba Ramalho, Alceu Valença...

A novela terá também “Forasteiro”, de Thiago Pe-

thit, gravada por ele com Tiê; “Veja Margarida”, de Vital Fa-rias, com regravação Jeneci; “Olhos Nus”, de José Miguel Wisnick, cantada por ele e por Na Ozetti; “Não há Cabeça”, de Angela Rô Rô, regravada por Pélico; “Ondas do Mar de Vigo”, música medieval, de Martin Koch, gravado por Fortuna; “Da Aurora ao Luar”, de Dadi com Arnaldo Antunes, gravado por Dadi e Marisa Monte, entre outras.

Na contramãoApesar das últimas no-

tícias darem conta que a TV por assinatura voltou a apresentar retração de base de assinantes em fevereiro, segundo dados da Anatel, a audiência dos canais Disco-very continua crescendo.

De acordo com dados do

Kantar Ibope, eles tiveram o melhor primeiro trimestre da história no Brasil.

“Café” no RioDurante toda a Olimpíada, o

programa “Café com Jornal”, exibido nas manhãs da Band, terá uma equipe no Rio de Ja-neiro, inteiramente envolvida com a cobertura dos jogos.

O jornalista Luiz Megale estará à frente dos trabalhos, interagindo com o pessoal de São Paulo.

Mais OlimpíadaAinda em se tratando de

Jogos Olímpicos, o jorna-lismo da Bandeirantes está preparando uma nova leva de episódios para a série “Rio 2016”.

Os programas entrarão no ar nas próximas semanas.

Bate – Rebate· O novo programa de João

Kleber na Rede TV! também tem como proposta resgatar o “Show de Calouros”...

· ...Será um programa de concursos com esquetes de humor.

· Flávia Freire voltou ao jor-nalismo da Globo, em São Paulo...

· ...O que ninguém entendeu foi o desligamento da repór-ter Cris Amaral, que inclusive estava cobrindo a ausência da Flávia.

· O programa “Turismo e Aventura”, no ar todo domingo, às 7h30, completa hoje 1 ano de exibições no SBT.

· Amanhã acontece a estreia de “Liberdade, Liberdade” na faixa das 23h da Globo.

· Alexandre Avancini viaja sexta-feira para a Namíbia, na África, em busca de locações para “A Terra Prometida”.

O especial de Luan Santana, em dezembro na Globo, deverá ser alguma coisa nos moldes de “Grease – Nos Tempos da Brilhantina”.

Portanto, um programa com muita música, claro, e movi-mento.

A ideia é que o Luan se solte nesse musical, mostre também um lado dançarino – que ele não tem.

Então é assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

Comitiva da Globo vai para o Uruguai

C’est fi ni

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

Cerca de 20 profi ssionais da Globo, a serviço da novela “Totalmente Demais”, viajam para o Uruguai nesta segunda-feira.

Em Montevidéu, o diretor Luis Henri-que Rios irá comandar gravações com Marina Ruy Barbosa, Fábio Assunção, Humberto Martins, Juliana Paes e Daniel Rocha.

“Totalmente” chegará ao fi m em 13 de maio.Casais

Roberto Justus no cenário do reality “Power Couple” que estreia terça-feira. As gravações do programa já foram encerradas, mas a fi nal será ao vivo.

DIVULGAÇÃO

Márcio Braz

ator, diretor e cientista socialTrocas culturais

[email protected]

Márcio Braz

O Kula, en-tendido como uma econo-mia – econo-mia é troca, como se sabe – ajuda-nos a compreender a complexida-de de culturas ditas “distan-tes” – termo usado num passado não tão remoto (ainda)”

O Kula é uma forma de troca e é praticado por um extenso conjunto de ilhas que formam um circuito fechado. O objeto dessas trocas são dois artigos produ-zidos por conchas: das brancas faz-se os braceletes (mwali); das vermelhas, os colares (soulava). Essa troca, segundo o antropólo-go polonês Bronislaw Malinowski, constitui-se no aspecto funda-mental do Kula.

Cada um desses artigos obede-cem a caminhos regulamentados e fechados, e são trocados num extenso conjunto de ilhas chamdo de Ilhas Trobriand. No sentido horário giram os longos colares e no sentido oposto os brace-letes de conchas. Ao contrário de alguns estudos, Malinowski afi rma que toda essa transação, essa troca, se dá por meio de atividades, ritos e cerimônias e que “[…] está enraizado em mitos, sustentados pelas leis da tradição e cingida por rituais mágicos”, além de acontecer numa época específi ca do ano, e não de forma extraordinária e aleatória.

Tanto os mwali quanto os co-lares soulava são enfeites e usa-dos como trajes de dança em ocasiões festivas, danças ceri-moniais e nas grandes reuniões de que participam os nativos de várias aldeias. Alguns braceltes são pequenos demais para serem usados, inclusive por crianças. Outros, porém, são tão grandes que só são usados por uma pessoa muito importante, num dia de grandes festividades. São con-siderados valiosos demais para serem usados com frequência.

Malinowski faz uma compa-

ração com os objetos da coroa britânica e conclui afi rmando que os artigos do Kula, como os da coroa britânica, tem um sentido de posse aliados à glória e ao renome, tem um passado históri-co, com a signifi catica vantagem de serem temporárias, pois logo seria repassado à outra pessoa em outro momento de troca.

Os nativos não tem “ciência” do que seja o Kula. O máximo que conseguirão responder a respeito é contando alguma experiência pessoal, pois ele pertence ao todo e não guarda pra si nenhuma distância, vendo de fora, como um pesquisador.

O Kula, entendido como uma economia – economia é troca, como se sabe – ajuda-nos a compreender a complexidade de culturas ditas “distantes” – termo usado num passado não tão remoto (ainda) - mas que hoje o cabedal comparativo e a abertura da antropologia para compreender o próprio universo do pesquisador, dimensiona a questão para a ressignifi cação do aspecto humano das transações e costumes.

Em tempos de mensalões e messalinas e golpes de direita e de esquerda, torna a leitura de “Argonautas do Pacífi co oci-dental” de Bronislaw Malinowski necessária. Este artigo não resul-ta na compreensão de todos os aspectos expostos no livro, claro, seria ridículo pensar que 3.000 caracteres serviriam a tanto e nem estas linhas dão a entender isto. Mas serve como orientação a quem queira algo além de nosso vazio intelectual.

ELVIS

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

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AÇÃO

Mamute Manny enfrenta novas aventuras em “A Era do Gelo 4”, hoje

4H45 Jornal Da Semana Sbt

6H Brasil Caminhoneiro

6H30 Turismo & Aventura

7H15 Acelerados

8H Chaves

10H Mundo Disney

12H Domingo Legal

14H Eliana

18H Roda A Roda Jequiti

18H45 Sorteio Da Telesena

19H Programa Silvio Santos

23H Conexão Repórter

0H Série: Arqueiro

1H Série: Mentalista

2H Crimes Graves

3H Big Bang

3H30 Igreja Universal

5H Santo Culto Em Seu Lar5H30 Bíblia Em Foco5H55 Escola Do Amor Responde6H55 Record Kids8H Record Kids9H Bingo – Amazonas Da Sorte10H Domingo Show14H30 Hora Do Faro18H30 Domingo Espetacular22H15 Repórter Em Ação23H15 Roberto Justus +0H15 Programação Iurd

6H30 Santa Missa No Seu Lar7H30 Big Time Rush8H30 Power Rangers9H30 Qual É O Desafi o?10H45 Verdade E Vida11H Pé Na Estrada11H30 Pague Menos Sempre Bem12H Fórmula Truck – Ao Vivo – Etapa De Curitiba/Pr13H30 Band Esporte Clube14H Gol: O Grande Momento Do Futebol14H30 Futebol 2016 –Campeonato Carioca – Volta Redonda X Fluminense16H50 3º Tempo18H40 Só Risos19H40 Só Risos – Extra21H20 Pânico Na Band0H15 Canal Livre1H15 Wendell & Vinnie1H45 Ei Arnold!2H05 Igreja Universal

4H59 Santa Missa

6H Amazônia Rural

6H28 Pequenas Empresas, Grandes

Negócios

7H04 Globo Rural

8H Auto Esporte

8H Esporte Espetacular (Superliga Masculi-

na De Vôlei – Cruzeiro X Campinas)

12H Superstar

13H08 Temperatura Máxima - A Era Do

Gelo 4

15H Campeonato Carioca – Volta Redonda

X Fluminense

17H Domingão Do Faustão

20H Fantástico

22H21 Domingo Maior - O Exterminador

Do Futuro 3 – A Rebelião Das Máquinas

23H35 Planeta Extremo

0H05 Sessão De Gala - Cyrus

1H38 Corujão - Segurança Nacional

3H06 Segredos Do Paraíso

Programação de TV

CruzadinhasCinemaESTREIAS

CONTINUAÇÃO

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AÇÃO

Visões do Passado: AUS. 14 anos. Playarte 2 – 15h0, 17h10, 19h10, 21h15 (dub/diariamente).

Casamento Grego 2: EUA. 14 anos. Kinoplex 5 – 13h50, 15h50 (dub/diariamente); Playarte 8 – 16h30, 18h40, 20h50 (dub/diariamente).

Batman Vs. Superman – A Origem da Justiça: EUA. 10 anos. Kinoplex 3 – 14h10, 17h20, 20h30 (3D/dub/diariamente), Kinoplex 5 – 17h05, 21h (3D/

leg/diariamente); Playarte 1 – 14h25, 17h30, 20h35 (dub/diariamente), Playarte 5 – 13h30, 16h45, 20h (dub/diariamente), Playarte 6 – 12h, 15h, 18h, 21h05 (dub/diariamente).

Zootopia: EUA. Livre. Playarte 3 – 13h40, 16h, 18h20, 20h40(dub/diariamente).

Os Dez Mandamentos – O Filme: BRA. 12 anos. Playarte 10 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (diariamente).

Invasão a Londres: EUA/ING. 14 anos. Com a morte misteriosa do primeiro-minis-tro britânico, a presença dos líderes mundiais no seu fune-ral é indispensável, tornando o evento uma ótima oportu-nidade para destruir grandes monumentos e assassinar os governantes mundiais. É o que acontece, mas, com sorte e a ajuda de Mike Banning (Ge-rard Butler), o presidente dos EUA Benjamin Asher (Aaron Eckhart) consegue escapar. Responsável pelo ataque, um dos terroristas mais procura-

Rua Cloverfi eld, 10: EUA. 14 anos. Após um grave acidente de carro, uma jovem acorda presa em uma espécie de porão subterrâneo. Enquanto ela tenta descobrir como foi parar no local, um homem explica que salvou a sua vida, e que pretende mantê-la lá dentro porque um desastre químico impossibilitou qualquer forma de vida fora do porão. Não sabendo se pode confi ar no estranho, ela teme ser vítima de um sequestro, e pensa como se libertar o quanto antes. Kinoplex 1 – 14h35 (dub/diariamente), Kinoplex 4 – 18h50 (leg/diariamente), 21h10 (dub/diariamente); Playarte 4 – 12h50, 15h, 17h15, 21h35 (dub/diariamente), 19h25 (leg/diariamente).

Asterix e o Domínio dos Deuses: FRA/BEL. Livre. O imperador romano Júlio César sempre quis derrotar os irredutíveis gauleses, mas jamais teve sucesso em seus planos de conquista. Até que, um dia, ele resolve mudar de estratégia. Ao invés de atacá-los, passa a oferecer os prazeres da civilização aos gauleses. Desta forma, Júlio César ordena a construção da Terra dos Deuses ao redor da vila gaulesa, de forma a impressioná-los e, assim, convencê-los a se unir ao império romano. Só que a dupla Asterix e Obelix não está nem um pouco disposta a cooperar com os planos de César. Kinoplex 2 – 14h20, 16h15 (leg/diariamente).

Deus Não Está Morto 2: EUA. 10 anos. Quando Grace, uma professora cristã, é questionada sobre Jesus dentro da sala de aula, sua resposta inicia uma perseguição ao direito à crença. Sua fé é colocada à prova ao enfrentar um processo judicial épico que poderá custar-lhe a carreira que ela ama e expulsar Deus da sala de aula - e da esfera pública - de uma vez por todas. Ki-noplex 2 – 18h15, 20h50 (dub/diariamente); Playarte 9 – 13h30, 18h20, 21h (dub/diariamente).

dos do mundo não se dá por vencido e, enquanto Benjamin luta pela sobrevivência, o vice-presidente Trumbull (Morgan Freeman) se esforça para derrotar o criminoso. Kinoplex 1 – 16h50, 19h05 (dub/diariamente), 21h20 (leg/diariamente); Playarte 7 – 12h40, 14h50, 19h15, 21h20 (dub/diariamente), 17h05 (leg/diariamente).

SBT GLOBO BAND RECORD

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ULG

AÇÃO

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Mais uma vez, para sua agonia, a desordem se instala nas rotinas, inclusive no trabalho. Os hábitos se confundem com os vícios. Seus pensamentos se dispersam e se evadem.

TOURO - 20/4 a 20/5 Alguma boa surpresa pode vir de seu trabalho. Aceite as inovações, como quem já estava com elas há muito tempo. Há mais por detrás delas, do que aparenta à primeira vista.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Mercúrio seu regente ingressa em

Peixes e simboliza a disposição para trabalhar e pensar sobre a carreira profi ssional. Não pretenda clareza absoluta, mas vá tateando.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 A Lua minguante simboliza esta-bilizar certas relações e ingres-sar em auroras promissoras. Seus pensamentos se voltam para as perspectivas de futuro.

LEÃO - 23/7 a 22/8Mercúrio indica que você come-ça a assumir responsabilidades práticas nas relações e parcerias. Não fi que apenas nas intenções. Mostre a valer por que veio às

pessoas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9Mercúrio, seu regente, ingressa em Peixes e marca momento de se aproximar das pessoas. É pre-ciso fazê-lo com sensibilidade, compreensão e afeição simpática.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Muitas sutilezas podem estar sen-do vividas na vida amorosa e no ambiente de trabalho. Esteja atento a elas. Pare um pouco: olhe, escute, perceba. Depois, volte a se agitar.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11

É tempo de colocar um pouco de ordem em seus amores. Não pense poder gerar mais senti-mentos sem antes organizar sua natureza emotiva agitada e revolta.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12É preciso que você reconheça o que cabe no tempo disponível. Um dia oportuno para confi rmar mudan-ças que você pretendia fazer em sua agenda e no ritmo das rotinas.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Momento para começar a tra-balhar melhor com a questão da auto-expressão. Você pode não

se comunicar direito por não ter claro o que pretende comunicar.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 É tempo de começar a fortalecer a certeza íntima com relação ao que dá sentido à sua vida. Mercúrio começa a mostrar os caminhos pelos quais pode concretizar seus sonhos.

PEIXES - 19/2 a 20/3Mercúrio em seu signo estimu-la a boa atividade intelectual. A percepção de si mesmo e de sua vida ganha agora contornos níti-dos, gerando segurança e certeza interior.

Horóscopo

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Page 31: EM TEMPO - 10 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016D7Plateia

INFANTIL

O Pequeno Príncipe será a atração de hoje, a partir das 18h, no Teatrinho Infantil, armado no espaço Kids do Shopping Manaus ViaNorte (avenida Arquiteto José Hen-rique Bento Rodrigues, 3.760, Nova Cidade, zona Norte).

O personagem, do escritor Antoine de Saint-Exupery é o homenageado da programa-ção do Mês do Livro Infantil, celebrado em 18 de abril.

Em cena, as histórias e suas experiências em outros plane-tas que são passadas para a

criançada. O Pequeno Príncipe será interpretado pela Compa-nhia Magia das Fadas, que há três anos trabalha com crian-ças, apresentando histórias clássicas da literatura infantil.

A programação continua nos próximos domingos e as protagonistas são Mônica e Alice, respectivamente. Na ocasião, também são reali-zadas brincadeiras e ofi cinas de pinturas. Ainda como parte da programação pelo Dia do Livro Infantil, de 18 a 22 de abril o BiblioSesc, uma carre-

ta de livros que abriga leitura e conhecimento, estaciona no shopping Manaus ViaNorte.

A ação desenvolvida pela direção do centro de compras em parceria com o Serviço Social do Co-mércio (Sesc) colocará à disposição do público clás-sicos da literatura, aventuras, fi cções, gibis, contos de fada e muito mais. A BiblioSesc fi cará na área externa do sho-pping e será aberta ao público para visitação no horário das 14h às 22h.

Homenagem ao ‘Pequeno Príncipe’

Personagem da literatura mundial contará suas aventuras às crianças, hoje, no Shopping ViaNorte

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ULG

AÇÃO

[email protected]

Guto Oliveira

Fiz uma reunião no palácio com lide-ranças do PSDB para que a palavra do partido seja uma palavra uníssona, uma palavra dura, clara, em favor da

virada dessa página triste da história do Brasil, que o PT e seus comparsas irres-ponsavelmente ajudaram a escrever”

Senador Aécio Neves

***A chef Letizia Bar-

ros foi a responsável pela consultoria da Boulevard Padaria & Confeitaria, que

por sinal arrasou nas delicias do pedaço.

***

Patisserie

O empresário Gabriel Tuma e a mãe Mary Tuma, convidaram a press local para o lan-çamento ofi cial da Boulevard Panifi cadora & Conveniência, no charmoso Boulevard .

***

Na próxima sexta-feira, 15 de abril, o Instituto Durango Duarte (IDD), promove a palestra “Infor-mação é tudo: Startup Amazonas 2016”, um evento que traz dois palestrantes de renome para falar sobre empreendedorismo: Fran-cisco Saboya, que é presidente do Porto Digital e diretor da As-sociação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimen-tos Inovadores (ANPROTEC) e Ruben Delgado, presidente da Associação para Promoção da Excelência do So« ware Brasileiro (So« ex). Vale a pena para quem tem ideias inovadoras e ainda não teve coragem de tirar do papel.

***

O escritor e juiz federal William Douglas participa, na próxima se-gunda-feira (11), de um encontro com os fãs na Livraria Leitura, do Amazonas Shopping. Autor de vários livros de sucesso, ele vai autografar sua mais recente obra em parceria com Davi Lago: o livro Formigas, que fi gura em quarto lugar na lista dos mais vendidos da Veja. O evento vai acontecer no horário de 16h30 às 17h30. Professor universitário, palestrante e conferencista, Dou-glas também faz sucesso como autor de várias obras sobre como passar em concursos públicos. É considerado um dos maiores especialistas sobre o assunto atualmente.

***

Trinta e quatro deputados fe-derais que participam da comis-são especial do impeachment da Câmara dos Deputados optaram por manifestar de forma visual se estão a favor ou contra o pedido de impedimento da presidenta Dilma Rousseff . Desde o início da sessão de debates, na tarde de

hoje, os parlamentares mostram com cartazes suas intenções de voto. Pelo levantamento da Agên-cia Brasil, dos 34 deputados que se manifestaram dessa forma, colocando pequenos cartazes à frente de seus computadores, 23 eram favoráveis ao impe-achment da presidenta Dilma Rousseff e 11 contrários.

***

Uma noite para viver muitas emoções é o que promete ser o show “Zezinho Corrêa e as Canções do Rei”, sexta-feira 15 de abril, às 20h, no Teatro Ama-zonas, com apoio do Governo do Amazonas / Secretaria de Estado de Cultura e venda de ingressos na bilheteria do teatro. O artista e cantor amazonense Zezinho Corrêa, de talento reconhecido nacional e internacionalmente, vive mais um desafi o na sua carreira artística e, desta vez, interpretando canções que se eternizaram na voz do Rei Roberto Carlos. O show musical que será apre-sentado no Teatro Ama-zonas consiste no estudo e execução de grandes sucessos, com o objetivo de promover uma homenagem ao maior cantor da Música Popular Brasileira, per-correndo a trajetória musical do “Rei”, desde os tempos da Jovem Guarda até as canções de hoje.

***

Mais de 200 produtos entre artigos importados de perfuma-ria, cosméticos e acessórios fi nos, estarão com descontos especiais até o próximo dia 17 de abril, em todas as lojas da Top Internacio-nal. São quase 50 marcas para você que deseja comprar artigos de grife. O “código vermelho” re-úne grandes nomes como Sisley, Loccitane e Shiseido, com pre-ços surpreendentes. Vale lembrar

delicias do pedaço.

que a marca de maquiagem da Top Internacional, Joli&Joli, que no mês de abril faz aniversário, durante a semana especial vai oferecer diversos produtos com preços especiais.

***

Segundo o jornal francês “Les Echos“, o grupo Valentino teria feito uma oferta para comprar a Balmain que é pro-priedade do grupo Mayhoola For Investments do Qatar está oferecendo US$ 569 milhões (cerca de R$ 2,084 bilhões!) para obter a marca francesa

que hoje conta com o diretor criativo Olivier Rousteing. A Balmain, que é uma das úni-cas marcas de luxo francesas que ainda não fazem parte de um grande conglomerado, também recebeu outras duas ofertas segundo o mesmo jor-nal: uma de um grupo de moda chinês e outra de um investidor americano. Se as ofertas existem mesmo, os herdeiros de Alain Hivelin, o último dono da marca, têm um prazo para dizer se aceitam ou não alguma delas. Valentino e Balmain ainda não falaram oficialmente sobre o assunto.

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE ABRIL DE 2016D8 Plateia

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