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QUE PAÍS É ESTE? TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 Ao longo de 54 anos, a história do Brasil foi marcada por golpes, conspirações e tragédias. Hoje, um impeachment pode tirar, mais uma vez, uma presidente do cargo O Brasil viverá mais uma data histórica neste domingo, 17, quando a Câmara dos Deputados votará o relatório da comissão especial, que é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se 342 dos 513 parlamentares se manifestarem a favor do processo, ele seguirá para o Senado. Caso o número não seja alcançado, será arquivado. Ao longo de 54 anos, a história do país foi marcada por golpes, conspirações e tragédias: a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o golpe militar em 1964, a morte de Tancredo em 1985 e o impeachment de Collor, em 1992. O Brasil vive em estado constante de turbulência política. Que país é este que não consegue encontrar seu caminho? Última hora A2 Escuro, médio, claro, ul- traclaro e intenso. São al- guns dos tons do ruivo, que estão fazendo a cabeça das mulheres. SUPLEMENTOS DINHEIRO PÚBLICO EXÉRCITO NA SELVA ARENA Quatro balsas que faziam a travessia do porto do São Raimundo para o Cacau-Pirê- ra estão apodrecendo na orla de Manaus. Dia a dia C1 Por meio do Comando Militar da Amazônia (CMA), o Exército brasileiro, aliado às forças armadas da Colômbia e do Peru, defla- grou a Operação Traíra, para combater o crime nas fronteiras. A prioridade foi a garimpagem ilegal e o tráfico em geral. Especial Se conseguir segurar o empate neste domingo, diante do Vasco, na Arena da Amazônia, o Fluminense vai conquistar o 10º título na Taça Guanabara, encostando no Cruz-Maltino. Pódio E4 e E5 Balsas estão abandonadas no São Raimundo Operação Traíra combate crimes nas fronteiras VASCO e FLU para os amazonenses 1961 1964 1992 2016 DIEGO JANATÃ DIVULGAÇÃO FOTOS: DIVULGAÇÃO Manobra militar, para combater a garimpagem ilegal e tráfico em geral Cinquenta tons de ruivo VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.081 DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

EM TEMPO - 17 de abril de 2016

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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QUE PAÍS É ESTE?

TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26MÁX.: 33

Ao longo de 54 anos, a história do Brasil foi marcada por golpes, conspirações etragédias. Hoje, um impeachment pode tirar, mais uma vez, uma presidente do cargo

O Brasil viverá mais uma data histórica neste domingo, 17, quando a Câmara dos Deputados votará o relatório da comissão especial, que é favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff. Se 342 dos 513 parlamentares se manifestarem a favor do processo, ele seguirá para o Senado. Caso o número não seja alcançado, será arquivado. Ao longo de 54 anos, a história do país foi marcada por golpes, conspirações e tragédias: a renúncia de Jânio Quadros em 1961, o golpe militar em 1964, a morte de Tancredo em 1985 e o impeachment de Collor, em 1992. O Brasil vive em estado constante de turbulência política. Que país é este que não consegue encontrar seu caminho? Última hora A2

Escuro, médio, claro, ul-traclaro e intenso. São al-guns dos tons do ruivo, que estão fazendo a cabeça das mulheres.

SUPLEMENTOS

DINHEIRO PÚBLICO

EXÉRCITO NA SELVA

ARENA

Quatro balsas que faziam a travessia do porto do São Raimundo para o Cacau-Pirê-ra estão apodrecendo na orla de Manaus. Dia a dia C1

Por meio do Comando Militar da Amazônia (CMA), o Exército brasileiro, aliado às forças armadas da Colômbia e do Peru, defl a-grou a Operação Traíra, para combater o crime nas fronteiras. A prioridade foi a garimpagem ilegal e o tráfi co em geral. Especial

Se conseguir segurar o empate neste domingo, diante do Vasco, na Arena da Amazônia, o Fluminense vai conquistar o 10º título na Taça Guanabara, encostando no Cruz-Maltino. Pódio E4 e E5

Balsas estãoabandonadas no São RaimundoOperação Traíra combate

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Cinquenta tons de ruivo

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3,00O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVIII � N.º 9.081 � DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016 � PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES � DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJOANO XXVIII � N.º 9.081

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

Organização dos movimentos estima 40 mil manifestantes em Manaus, favoráveis ao impeachment

RICA

RDO

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O Brasil e a sua história de golpes e impeachmentsA população brasileira segue entre a esperança de crescimento e as confusões políticas, iniciadas com o “blefe” de Jânio

A política brasileira segue neste domingo (17), no rumo da sua agenda his-tórica de 54 anos de gol-

pes de Estado, impeachments e tragédias. Esses movimentos, ocorrem no país sempre que o brasileiro começa a achar que o governo encontrou o cami-nho certo para o crescimento econômico e a libertação das dependências internacionais. E hoje, a Câmara dos Deputados, em Brasília, decide se o Senado dará prosseguimento ao segun-do processo de impeachment da história política do Brasil na sua era democrática.

A primeira grande alteração que acendeu a decepção do brasileiro se deu em agosto de 1961, quando o 17º presi-dente da República, Jânio da Silva Quadros, renunciou ao seu mandato. Em sua carta de renúncia, Quadros que se tornou presidente ao defender a autodenominação dos povos e condenar as intervenções es-trangeiras, justifi cou a sua saída motivada por “forças ocultas”.

A tentativa de “blefe”, con-fi rmada por Jânio Quadros, em entrevista concedida por ele, em 1992, abriu as portas para as intervenções militares. Diante de posicionamentos contrários dos três ministros militares de Quadros, João Goulart, que tinha posições políticas consideradas de esquerda, numa adoção pro-visória do sistema parlamen-tarista, iniciou o seu governo em 7 de setembro do fatídico ano. Numa época em que o mundo assistia à guerra fria entre EUA e União Soviética, ele garantia no cenário político do Brasil espaço aos estudantes e organizações populares.

Após desentendimentos com os militares, quanto às ordens de ataques contra os revoltosos e o rompimento com a esquerda, em 1964, Goulart não viu outra saída a não ser deixar o governo. Naquele dia 31 de março, se instaurava a ditadura militar no Brasil, com o estabelecimento do AI-1, que dava ao governo militar o poder de alterar a Constituição, cassar mandatos legislativos, suspender direitos políticos por dez anos e demitir

ou aposentar compulsoriamen-te qualquer pessoa que fosse contra a segurança do país, além de determinar eleições indiretas para a Presidência da República.

Após 21 anos de cerceamento à liberdade de expressão, inclu-sive de imprensa, censura pré-via, perseguição política, prisões arbitrárias e tortura, a ditadura militar chegou ao fi m. Com a escolha de Tancredo Neves, em 1985, por um colegiado eleitoral, a esperança do brasileiro reas-cendeu. No entanto, ele morreu antes de assumir e assim deixou a cadeira para o seu vice, José Sarney, que deixou a Presidên-cia, em 1990, marcado como o governo da “década perdida”, por conta do esgotamento das políticas econômicas.

Com o movimento Diretas Já, o povo conquistou, em 1989, o direito de escolher o presidente da República. No ano seguinte, os eleitores escolheram para co-mandar o país o ex-governador de Alagoas, Fernando Collor de Melo. Jovem político de 39 anos, à época, ele representava a tão sonhada mudança que o povo esperava. Mas, ao confi scar o

saldo das poupanças bancárias com o objetivo de frear a infl a-ção, a sua popularidade entrou em declínio e começaram a sur-gir pela imprensa os primeiros escândalos de corrupção que, em 1992, culminou no seu im-peachment

Nos últimos 24 anos, o Brasil se viu entre a recuperação eco-nômica iniciada após o afasta-mento de Collor, nos dois anos do governo de Itamar Franco. A continuidade da recuperação veio no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC), que gozou de prestígio, mas tam-bém de escândalos como o

caso de tráfi co de infl uência no contrato de US$ 1,4 bilhão na criação do Sistema de Vigi-lância da Amazônia (Sivam) e a encomenda para a aprovação da emenda constitucional que permitiu a sua reeleição, além da estratégia de privatização de uma série de estatais.

Após a era FHC, o brasileiro vi-veu mais uma dose de esperança nos 8 anos do governo do ex-sindicalista Luiz Inácio da Silva (Lula). O povo passou a participar da economia e sair do estado de miséria. Mas, ao longo do seu governo, também se assistiu a uma série de escândalos como o mensalão, que levou vários “companheiros” seus ministros, como Dirceu e Genoíno à prisão, por conta da compra de votos no Congresso Nacional.

A continuidade do cresci-mento econômico e um mais novo declínio na governabi-lidade segue nos 6 anos do governo de Dilma Rousseff , eleita ainda pela força de Lula, mas que será posto à prova de fogo, hoje, no Câmara dos Deputados. So-bre ela, pesam as acusações

como as pedaladas fi scais, que são operações de créditos consideradas irregulares pelo Tribunal de Contas da União. Mas, o maior peso vem com a perda do comando dos alia-dos, principalmente do PMDB, do seu vice-presidente Michel Temer, que deverá assumir o governo se a Câmara e depois o Senado, decidirem pelo afastamento de Dilma.

Só o destino vai mostrar se o Brasil tomou o caminho cer-to para retomar o crescimento e autoestima, porque, segundo afi rmou o jornal norte-america-nos “New York Times”, “honesta, Dilma pode ser afastada por cri-minosos”. O periódico cita entre eles, o próprio vice-presidente Michel Temer (PMDB), acusa-do de esquema de corrupção da Lava Jato, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PM-DB-RJ), réu no Superior Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter recebido US$ 40 milhões em propina. Cita ainda o deputado Paulo Maluf (PP-SP), alvo de processos nos Estados Unidos, acusado de ter desviado mais de US$ 11,6 milhões.

MANIFESTAÇÕES

Ao menos 610 policiais mi-litares do Amazonas farão a segurança dos 40 mil mani-festantes das organizações dos movimentos, que esta-rão presente em atos a favor e contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), neste domingo (17), em dois pontos de Manaus. De acordo com a Polícia Mili-tar do Amazonas (PM-AM), a operação Manifestações III, será comandada pelo tenente-coronel Franclides Ribeiro, comandante do Co-mando de Policiamento Me-tropolitano (CPM).

A manifestação “Pró impe-achment”, que acontece no Complexo Turístico Ponta Ne-gra, Zona Oeste, local onde concentrará maior número de pessoas, contará com o efetivo de apenas 500 poli-ciais militares, que estarão reforçando a segurança do ato a partir das 13h. Já no largo de São Sebastião, Cen-tro, 110 homens estarão res-

ponsáveis pelo policiamento, também a partir das 13h. A previsão da PMAM é que a segurança pública fi que nos locais até as 22h, horário esti-pulado para o fi m da votação do pedido de afastamento da presidente no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília.

EquipesA ação será desencadea-

da pelas equipes da Força Tática e das Companhias Interativas Comunitárias e de Policiamento Espe-cializado e suas Unidades subordinadas como as Ron-das Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), Coman-do de Operações Especiais (COE) e Companhia Inde-pendente de Policiamento de Cães (CIPcães), além do Comando de Policiamento Ambiental e Grupamento de Manejo de Artefatos Explo-sivos (Marte).

O efetivo da operação Manifestações III fi cará es-trategicamente dividido em

PM terá 610 homens nas ruas

A linha histórica dos problemas da República brasileira vem desde Jânio Quadro, que abriu as portas para ditadura militar, a esperança que morreu com Tancredo e segue hoje com a possível despedida de Dilma

REPRODUÇÃO

EMERSON QUARESMA

GERSON FREITAS

TEMER

Depois dos atos favoráveis e contra a presidente Dilma Rousseff , os manifes-tantes deverão iniciar atos contra o governo provisório de Michel Temer, que também tem nove envolvido em escândalos

determinados pontos, com ações de visibilidade. De acordo com o comando da PM-AM, as tropas especia-lizadas integradas com as tropas convencionais e com

o reforço das unidades ope-racionais e administrativas da corporação irão executar o policiamento ostensivo nos locais de concentração e en-torno, itinerário de marcha,

buscando preservar a lei e a ordem, prevenindo possí-veis ações de vandalismo em órgãos públicos, patrimônio público e privado, bem como crimes contra a vida.

Apelo aos líderes dos Estados

O ex-presidente Lula da Silva disse ontem (16) em ato contra o impeach-ment da presidente Dilma Rousseff , que recorrerá a governadores para con-quistar votos contrários à aprovação do prosse-guimento do processo de impeachment pela Câma-ra dos Deputados. “Ainda tenho três governadores para conversar”, disse. “Vou conversar com go-vernadores que eu acho que eles podem nos aju-dar”, completou.

Para aprovar, neste domingo (17), o prosse-guimento do processo de impeachment na Câmara são necessários 342 vo-tos. “Precisamos conquis-tar metade dos 513 votos [total de deputados], ou não deixá-los conquistar 342. É uma guerra de sobe e desce, parece a bolsa de valores, tem hora que o cara está com a gente, tem horas que não está mais”, disse Lula.

LULA

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A3OpiniãoOpinião

Quanto mais se aproximava o dia D (deste domingo,17), a cautela de todo e qualquer discurso deveria ser a melhor postura de quem possui mais ou menos poder de intervir no caos em que se transformou o processo do impeachment à presidente Dilma Rousseff . O advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, no entanto, preferiu “soltar o verbo”. Não apenas ele: na sexta-feira 15, dirigentes do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e da Federação Nacional dessa categoria de trabalhadores se engajaram na paranoia treinada de que há um golpe de Estado no país e compara esse processo que estaria em tramitação no Congresso com o início da ditadura civil-militar, em 1964.

Cardozo se dispôs a defender a presidente Dilma Rousseff de uma acusação que não lhe foi feita, em nenhum momento. Ninguém, disse que Dilma roubou. Sempre se tratou, desde o primeiro momento da (ir)responsabilidade produzida por e em seu governo. Em seu discurso, o advogado geral da União nem toca no assunto e envereda pela fi cção de que se tenta “roubar” os votos que deram à petista o seu segundo mandato. A própria Dilma Rousseff , secundada pelo ex-presidente Lula, admite que cometeu as tais pedaladas fi scais, mas estaria “anistiada”, porque todo mundo pedalou sem que a Justiça se manifestasse. Isto é, o delito, o crime e a transgressão estão relativizados. Pode-se errar, desde que seja para fazer o bem sem saber a quem.

O golpe não foi denunciado no impeachment de Fernando Collor, hoje um honrado senador a serviço dos militantes que pintaram a cara e cassaram o caçador de ma-rajás. E fazia pouco tempo que os militares tinham voltado para os quartéis e o civis torturadores se travestiam de democratas. Ele também fora eleito com uma enormi-dade de votos. Ao inimigo, a lei; ao amigo, a brecha da lei.

As contas

Omar está baseado no fato de que, para afastar a pre-sidente serão necessários 342 votos, mas os votos pelo impeachment devem chegar a 400.

É essa merreca de votos que vai colocar Michel Temer e Eduardo Cunha, ambos do PMDB, no poder.

No Senado em maio

Aziz também observa que, com a aprovação do pedido de autorização da abertura do impeachment pelos de-putados neste domingo, o Senado possa votar até o dia 11 de maio o pedido de instauração do processo com o consequente afastamento automático de Dilma.

180 dias

Essa decisão – que será tomada pela maioria dos se-nadores presentes em plenário – é crucial porque a partir dela o vice-presidente Michel Temer assumirá o cargo por até 180 dias, caso o julgamento da presidente não seja concluído até esse prazo.

— Quer dizer, isso não acaba agora. Vai se arrastar por mais seis meses, logo o ano de 2016 está perdido –, disse Omar.

Eleições gerais

Para Omar, para o bem da pátria, Dilma seria imortali-zada e sairia do cargo como heroína se tivesse convocado

eleições gerais para outubro.— Seria o melhor para o país.

Eu, por exemplo, abriria mão de seis anos do meu mandato de senador para concorrer a uma nova eleição.

Ritual

O que deve acontecer neste fi m de semana, quando será votado o impeachment da pre-sidente Dilma:

Em primeiro lugar é preciso que haja um quórum específi co para a abertura da sessão na sexta e para a votação.

Quórum

O quórum mínimo para o início da sessão é de 51 deputados.

Já para a votação, é preci-so maioria absoluta, ou seja, mais da metade da casa (257 deputados).

Noite adentro

A expectativa é que dure 3 dias e que a votação avance pela noite de domingo (17). Não existe um prazo limite para o término da votação.

Estou fi el

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, ocupou o ministério de Dil-ma indicado pela bancada do PMDB no Senado.

Por isso ele vem tentando ser leal à presidente.

— Minha história política é de coerência. Estou fiel ao compromisso que assumi com o país quando cheguei ao ministério.

Castigo sem crime

Braga disse que não é reco-

mendável o processo de impe-dimento de um presidente da República por razões políticas, sem a existência de um crime.

Como vota Sandra

O ministro anunciou que sua suplente na cadeira do Senado, sua mulher Sandra Braga, votará contra o im-peachment, se o processo avançar, defendendo a pre-sidente Dilma Rousseff .

Os brutos também amam

O homem forte do Vasco da Gama, Eurico Miranda, tam-bém tem seus momentos de gratidão.

Disse que veio ao Amazonas por causa do carinho da torcida vascaína, independentemente da distância e das horas de voo.

— Estou fazendo isso em ho-menagem à torcida do Vasco, pela recepção que tivemos no aeroporto. Se não fosse para vir para o Amazonas, eu não sairia de lá (Rio de Janeiro), jogaria lá mesmo.

Não fosse a distância...

Eurico respondeu às pergun-tas dos repórteres por quase 20 minutos e com muito bom humor agradeceu aos torcedo-res pelo apoio dado ao clube.

E disse que o Vasco sem-pre vem ao Amazonas com maior prazer.

— Em 1986, há 30 anos, o Vasco veio aqui. A distância inviabiliza. Se não fosse por isso, o Vasco estaria aqui mais vezes –, afi rmou.

O senador Omar Aziz (PSD), que vai votar pelo impeachment de Dilma, chamou a atenção para a seguinte análise.

Se o povo brasileiro achava que o Congresso Nacional pressionava uma presidente eleita, democraticamente, com 54,5 milhões de votos de eleitores, o que pensar agora que vai ser feito com um presidente de 400 votos de deputados federais?

Um presidente de 400 votos

A lei de uns e outros [email protected] | [email protected]

Contexto3090-1017/8115-1149

VAIAS APLAUSOS

SEDE DE PODERDIVULGAÇÃO

Para o projeto que está transformando a lama da tragédia de Mariana em tijolos. “A mesma lama que destruiu está ajudando a reconstruir. Tijolo por tijolo.” Este é o slogan da campanha “Tijolo de Mariana”. O projeto está acelerando o renascimento da região atingida, limpando a área, devolvendo empregos, reconstruindo moradias, centros de saúde e educação, e gerando renda às comunidades locais.

Para o comportamento antiético de Mi-chel Temer que, na quarta-feira, encheu sua casa, o Palácio do Jaburu, a residência ofi cial do vice-presidente, de inúmeros aliados, a fi m de, supostamente, discutir o governo num cenário pós-impeachment. Temer disse que vai trocar os ministérios, mas que no segundo e terceiro escalões não vai mudar nada.

TIJOLO DE MARIANADIVULGAÇÃO

[email protected]

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPOHá poucos dias, a propósito das dificuldades que ora enfrentamos, ouvi de um amigo, empresário ex-periente, de rica história pessoal, uma fábula que a mim soou como útil para os tempos de então, pela sabedoria nela contida. Diz ela que um velho e sábio rei, já no fim da vida, ao passar o cetro e a coroa ao único filho, entregou-lhe também duas pequenas caixas, de cores dife-rentes, e disse-lhe que uma somente deveria ser aberta em situação de extrema dificuldade, enquanto a outra se destinava aos momentos em que o reino vivesse uma era de paz e prosperidade.

Morto o monarca e migrada a autoridade para o jovem príncipe, eis que, como costuma acontecer, o governante de um poderoso e vizinho reino achou que era chegado o momento para atacar, conquistar e anexar aquele há muito cobiça-do país, então sob o governo de um jovem e inexperiente soberano. Desenvolveu-se então uma violenta e interminável guerra que ora favo-recia a um dos lados e ora parecia tender para o outro disputante, sem, contudo, dar sinal de que chegava a um fim.

Foi quando, exaurido e deploran-do a sangria do seu povo, aquele jovem rei, subitamente, lembrou-se das duas caixinhas que recebera do pai sob a recomendação de apenas abrir, uma ou outra, nas extremadas situações de tragédia ou de bonança. Correu para a primeira delas, a negra, e, tremendo de ansiedade, abriu-a, para encontrar em seu interior um amarelado papel com uma inscrição que denunciava a grafi a do pai: “Por mais sombria e assustadora que seja a situação que agora enfrentas, mantém-te calmo, sóbrio e confi ante, pois, seja ela como for, não durará para sempre e logo passará”.

Ali estava a injeção de ânimo e de

otimismo que veio para restabelecer o entusiasmo e a energia do jovem rei, que logo os transmitiu aos seus exér-citos num infl amado discurso que a todos contagiou. E assim foi que no dia seguinte, num esforço redobrado e vibrante, comandou pessoalmente suas tropas para infl igir a defi nitiva derrota ao invasor. Finda a guerra e restabelecida a paz, pôde então redefi nir as fronteiras do reino e iniciar todo um longo e perseverante trabalho de reconstrução do seu país.

Os frutos da pacifi cação e do es-forço para proporcionar aos súditos todo o bem-estar que já fora vivido antes, ao tempo que antecedera a era do confl ito, logo começaram a aparecer e a nação reingressou na prosperidade e na satisfação. Mui-tos anos se passaram e, como de hábito, o rei se enchera de orgulho e convencimento, como se o seu governo fosse o que de mais perfeito pudesse existir e que estaria imune a todos os percalços que a história costuma armar para os que, como ele, começam a sentir-se donos do poder e inatingíveis.

Mas, eis que num dia, aparente-mente sem razão e sem motivo, o orgulhoso soberano lembrou de que havia, guardada no fundo de um escaninho, uma segunda caixinha, essa branca, intocada desde que a recebera do pai para ser aberta apenas quando o país vivesse um tempo de plenitude e paz social. Fi-nalmente aberta, lá estava também um papel envelhecido e manuscrito: “Não te iludas com o melhor dos mundos, pois ele também é eva-nescente e poderá se desfazer de um momento para o outro”.

Entendeu então o rei (cujo nome evidentemente não era Lula) que só o sábio tem consciência de que a história e o destino não são do-mínios de homem nenhum, porque imprevisíveis e fugidios.

Sabedoria na vida [email protected]

João Bosco Araújo

Muitos anos se passaram e, como de hábito, o rei se enchera de orgulho e convencimen-to, como se o seu governo fosse o que de mais per-feito pudesse existir e que estaria imu-ne a todos os percalços que a histó-ria costuma armar para os que, como ele, começam a sentir-se donos do poder e ina-tingíveis”

Editorial [email protected]

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A4 OpiniãoOpinião

Dom Sérgio Eduardo

Castriani Arcebispo

Metropolitano de Manaus

PainelAté aqui Deputados que

visitaram Temer várias vezes nos últimos meses dizem que ele está mais à vontade para criticar Dilma. Não gostou de ser chamado de golpista.

Melhor não O procurador-geral do BC, Isaac Ferreira, não deve aceitar o convite para falar, no Conselho de Ética, sobre o parecer em que pede punição a Eduardo Cunha por omitir con-tas no exterior. A interlocutores disse temer “uma armadilha”.

Vai sair A PGR deve dar parecer favorável à delação de Danielle Fonteles, que foi feita pela PF. A procuradoria, porém, deve pedir esclareci-mentos adicionais à dona da agência Pepper, que atendia o PT. “A delação é boa”, diz um investigador.

Anda logo Já a delação da Odebrecht ainda irá demorar, dizem integrantes da Lava Jato. A empresa resiste em abrir suas operações internacionais.

Multidão Mas os dados ofe-recidos até agora pela emprei-teira já fazem investigadores salivarem. Prefeitos, deputa-dos, senadores, governadores e presidentes de estatais foram elencados em dúzias por execu-tivos da empresa.

Piada de salão De um acio-nista da enrolada Sete Brasil: “Chega a votação do impea-chment, mas não chega uma proposta da Petrobras”. Os sócios já contam com o voto da Petros para a recuperação judicial caso a estatal não me-lhore sua oferta.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

De volta a Brasília depois de uma temporada como secretário do governo Geraldo Alck-min em SP Paulo, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP) encontrou nos corredores do Congresso o colega Roberto Freire (PPS-SP). Com os ventos ainda bastante favoráveis à oposição no pedido de impeachment de Dilma, Freire avaliou:– A vitória parece irreversível!– Roberto, o lema agora deve ser: cuidai, vigiai e orai! – respondeu o tucano.Comunista de formação, o presidente do PPS – que se formou a partir do PCB – arran-cou risos:– Concordo, mas fi co só com as duas primeiras ações!

Comunista, graças a Deus

TIROTEIO

Temer vai fazer um enxugamento radical, mas só se for às avessas. O número de pastas vai a 40 para cumprir tudo o que prometeu.

DO DEPUTADO ARLINDO CHINAGLIA ­PT�SP�, ex-presidente da Câmara, sobre a negociação de cargos com os partidos para um eventual novo governo.

Discursos e conversas mantidas por deputados no plenário da Câmara nas primeiras sessões sobre o pedido de impeachment mostram que – para além das justifi -cativas políticas – muitos não sabem os crimes pelos quais querem tirar Dilma Rousseff . Os que se arriscam a detalhar as acusações incluem as pedaladas de 2014, que fi caram fora do relatório, e, não raro, dizem que o julgamento é fortalecido por decisão do TCU, quando o tribunal ainda não analisou as contas de 2015.

E se? A contabilidade de 2015 – analisada no pedido de impeachment – deve ser julgada no TCU apenas em julho. Muitos deputados se alarmam quando confron-tados com a possibilidade de aprovação. “Seria um constrangimento”, diz um democrata.

Me deixa Cresceu no PSDB a resistência de integrantes da sigla em participar de uma eventual gestão Temer. “Se-remos sócios minoritários de um governo em crise”, diz um deputado.

Menos um? A desistência do PSDB seria um duro golpe à proposta de governo de salvação nacional feita pelo vice-presidente.

Larga o osso O PMDB considera abrir mão da re-latoria do impeachment no Senado para evitar uma contestação na Justiça por ser interessado na saída de Dilma. Como solução, Aécio Neves (PSDB) sugeriu Ana Amélia (PP).

Raspando A oposição calcula ao menos 22 votos

contra o impeachment no Senado. “Não é impossível o governo reverter”, alerta um rival do Planalto. Dilma precisa de 28 votos para se salvar lá caso perca na Câmara.

Outra história A previsão inclui o cenário em que Temer “apanhará” todos os dias. “E Dilma não é Collor. Tem base mínima”, diz um tucano.

“Nada de “zap” Ao fi nal de um dos encontros de Temer com deputados do PMDB, Marcos Rotta (AM) traçou uma estratégia: “Presidente, só fi que longe do WhatsApp!”, disse, lembrando o áudio en-viado pelo vice.

Menina veneno No café com aliados esta semana, Dilma alfi netou mais uma vez o rival Michel Temer: “Reparou como ninguém no entorno dele tem voto?”, in-dagou.

Sem urna Em seguida, um deputado nomeou o núcleo duro do vice: Eliseu Padilha, Moreira Franco, Henrique Alves e Geddel Vieira Lima – todos sem mandato.

Todos os anos, no tempo pascal, a igreja celebra o Bom Pastor. Dos títulos que Jesus mesmo se atribui este é dos mais inspira-dores e significativos. Ele não é simplesmente o pastor, ele é o bom pastor. Como em toda ati-vidade humana pastores existem muitos, mas nem todos merecem ser chamados de bons. A grande maioria fica na média cumprin-do as suas funções dentro dos limites contratuais. Mediocridade é a palavra que descreve bem a realidade de quem não move uma palha além do necessário.

Jesus disse que o bom pastor é aquele que dá a vida pelas ovelhas. Não se preserva, mas se perde no ofício. O sentido de sua vida é a vida das ovelhas que ele conhece pelo nome e que por sua vez também o conhecem e sabem que nele podem confiar. Sabemos o que isto significou. Ele amou os seus que estavam no mundo até o fim, até a morte, e morte de cruz. O sinal mais eloquente desta forma de pastorear foi o gesto de se abaixar e lavar os pés dos discípulos. Serviço, compromisso, responsabilidade, solidariedade, são características que fazem a diferença e transformam alguém em bom pastor.

Há também maus pastores que só se servem das ovelhas e, so-bretudo, fogem abandonando-as nas garras dos lobos ferozes que as destroem. Sua relação é pura-mente comercial, não conhecem as ovelhas. Pior ainda quando se apresentam como desejosos do bem ganhando a confiança do rebanho que a ele se entrega sem desconfiar de suas más intenções. O grande desafio da nossa vida é sair da mediocridade e não cair na tentação de usar as pessoas que estão sob os nossos cuidados.

Todos somos pastores e pas-toras pois a vida só se realiza na medida em que ela tiver um significado para alguém, para os outros. Podemos nos contentar em viver na média e ficar satis-feitos com isso. De fato, já é uma grande coisa não ser mau nem perverso. Mas o desafio é maior e somos chamados a nos superar qualquer que seja a nossa vida. Devemos ser bons. E segundo o Evangelho ser bom é perder a própria vida para que outros possam viver.

A humanidade hoje vive tempos difíceis, aliás ser humano nunca foi e nunca será fácil e cada geração constrói de novo o sentido que quer dar a sua vida. Precisamos de bons pastores, de homens e mulheres que se transcendam, que rompam limites, que sejam capazes de ir até o fi m. Assistimos no nosso país um desfi lar de maus pastores que não se contentaram com pouco e roubaram o povo destruindo a vida e colocando em risco a própria identidade nacional.

Felizmente a nação é muito maior e a imensa maioria não rouba e vive com o suor derra-mado. Talvez precisemos sair da mediocridade, de deixar de nos contentar com pouco e nos dis-pormos a ir até o fim.

Na semana que passou dois irmãos maristas receberam o tí-tulo de cidadãos do Amazonas. Homenagem justa a dois con-sagrados que no seguimento de Jesus renunciaram a tudo para simplesmente servir. Chamados simplesmente de irmãos, renun-ciando a títulos e honrarias deram a vida na educação da juventude. Fazem parte de uma estirpe de homens e mulheres que fazem a diferença, porque foram além dos limites e se superaram no amor.

Pastores [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Natuza Nery

CONTRAPONTO Segundo o Evangelho ser bom é per-der a própria vida para que outros possam viver. A huma-nidade hoje vive tempos difíceis, aliás ser humano nunca foi e nunca será fácil e cada geração cons-trói de novo o sentido que quer dar a sua vida. Precisa-mos de bons pastores, de homens e mulheres que que rompam limites”

Junto e misturado

Frase

MARCIO MELO

Sergio da Rocha, arcebispo de Brasília (DF) e presidente da CNBB, reforçou o papel dos padres e bispos na formação dos fiéis, na assembleia geral realizada quinta-feira 14, em Aparecida (SP), que

tratou da crise política que atinge o país.

OLHO DA [email protected]

Não podemos só pensar nos grandes casos de corrupção. É importante que cada cidadão brasileiro não permita que a corrupção no dia a dia vá acontecendo. Às vezes, nas peque-

nas coisas as pessoas vão se deixando levar. É muito importante valorizar o trabalho do

Ministério Público, mas é importante que cada cidadão seja o primeiro a recusar a corrupção

Cada terra colhe o que planta. O Brasil colhe mensalão, petrolão, impeachment de presidente e não difere política de polícia. O Amazonas, mais humilde, dá-se o luxo de jogar fora um patrimônio como a Santa Casa de Misericórdia, no momento em que os hospitais construídos para pagar promessa de campanha não dão conta do recado

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Polí[email protected]

A5

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

SAMUEL HANAN

Zona Franca precisa ser revitalizada

Política A8

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População promete ir às ruasneste domingo de impeachmentDe norte a sul da capital, movimentos pretendem reunir milhares de pessoas para protestar e aplaudir

Este domingo, 17 de abril, vai entrar na história do Brasil com cenas fortes,

atos e protestos de muito apelo emocional e mos-trando um país totalmen-te dividido entre os que defendem a presidente Dilma Rousseff e denun-ciam um golpe e os que acreditam no impeach-ment e na saída urgente do PT do Palácio do Planalto.

Num domingo atípico, em que a Câmara dos Depu-tados se reúne para votar o impeachment da presi-dente, as ruas de todo o país, inclusive de Manaus, estarão tomadas de mani-festantes contra e a favor. Serão palco e testemunhas do desenrolar da história.

Na capital amazonense, os grupos anti e pró-Dilma irão se reunir em pontos estratégicos para acompa-nhar a votação do proces-so de cassação de Dilma, na Câmara. O movimento “Fora, Dilma!”, por exem-plo, espera reunir mais de 100 mil pessoas na Ponta Negra, Zona Oeste, onde serão instalados telões e trios elétricos para o ato. Do outro lado, militantes e mo-vimentos sociais, ligados ao Partido dos Trabalhado-res (PT), centrais sindicais e estudantis, preparam mo-bilização com artistas e in-telectuais, a partir das 14h,

no largo São Sebastião, no centro de Manaus.

Além disso, o Sindica-to dos Trabalhadores da Construção Civil (Sintra-comec) articula levar um comboio de mais de 4 mil operários até a Ponta Ne-gra para defender a pre-sidente Dilma. De outro lado, servidores públicos federais fi liados ao Sindi-cato dos Servidores Públi-cos Federais no Amazonas (Sindsep-AM) planejam re-alizar uma vigília pela de-mocracia neste domingo, a partir das 12h, na praça São Sebastião, Centro.

Todos estes movimentos irão acompanhar o crono-grama das sessões de vota-ção do impeachment. O rito na Câmara dos Deputados iniciou na última sexta-feira e culmina, hoje, com a vo-tação do relatório do depu-tado federal Jovair Arantes (PTB-GO), que recomenda a cassação da presidente. A sessão será reaberta e transmitida ao vivo a partir das 11h deste domingo. A expectativa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é de que o resultado seja anunciado por volta das 21h, ainda no domingo.

Em Manaus, os orga-nizadores do movimento “Fora, Dilma” irão instalar um grande telão na Ponta Negra para que os favo-ráveis ao processo de im-peachment acompanhem a

votação ao vivo. Segundo um dos organizadores do movimento, Augusto Sales, além do telão, três trios elétricos também serão levados para o local e a expectativa é que se supere as mais de 100 mil pessoas, de acordo com a organiza-ção do último ato no local, e 35 mil, segundo a Polícia Militar, em protesto reali-zado em março. “Estamos nos organizando para fazer uma grande festa da demo-

cracia. Se o outro lado tem apoio do governo, da CUT, e de organizações, nós não temos apoio de ninguém, a não ser de nós mesmos”, afi rmou o organizador.

De acordo com Augusto, o ato não é ligado a nenhum partido político, mas que representa e tem o apoio dos maçons, em que se jun-tou “as grandes potências do Norte”, a Grande Loja, Grande Oriente e Comab (representantes da maço-naria no Amazonas), com

intuito de agir contra o atu-al governo federal. “Não sabemos se a presidente será cassada. Mas as in-formações que temos é de 370 votos são favoráveis à cassação. Entretanto, o governo está distribuin-do cargos no seu governo e muito dinheiro. Mas o fato é que este governo já acabou. Quem fi car nele afundará junto com ele”, disse o militante, que se diz apartidário”.

PressãoPara o ativista político

Valdenor Costa, que defen-de o impeachment, é fun-damental a participação de todos no ato. “Vamos encher as ruas de todo o país. A cada dia que pas-sa, o vento sopra mais ao nosso favor. Vamos con-tinuar pressionando os deputados indecisos para que virem a favor do im-peachment. Vamos lotar as ruas e bater o recorde de público, no mínimo, 12 milhões de manifestantes e pressionar os parlamen-tares indecisos”, concla-mou o manifestante.

Contrários ao processo do impeachment, movi-mentos sociais, artistas, a Central Única dos Tra-balhadores (CUT) e o PT organizam e chamam a militância para a largo da praça de São Sebastião, no centro de Manaus, tam-bém para acompanhar a

votação ao vivo.Para o presidente do PT

no Amazonas, Valdemir Santana, o que está em jogo é muito além de re-tirar a presidente Dilma do poder, mas retirar os direitos dos trabalhadores conquistados nos últimos anos pelos governos de esquerda. “O projeto do Eduardo Cunha e do Michel Temer, ambos do PMDB, é retirar os direitos dos trabalhadores, como 13º salário, férias coletivas, a lei de terceirização. Tem muita coisa além disso, mas nós não iremos per-mitir”, afi rma.

Sobre a avaliação do placar pró-impeachment, o petista avalia de forma crítica o posicionamento da mídia, que ele avalia como “golpista”. “O que vemos é uma mídia que pressiona os deputados a tomarem uma posição favorável à cassação da presidente. É um absurdo. Os meios de comunicação são concessões públicas, devem ter o poder de infor-mar a população, não ser um meio de poder paralelo ao sistema democrático”, desabafou.

A CUT em Manaus afi rma que a questão é lógica: “Se de um lado estão todas as entidades patronais, como a Fiesp, a CNI e a CNA, certamente, esse golpe não vai ajudar em nada o traba-lhador. Ao contrário, como

alerta o presidente da CUT, o impeachment é atalho para arrancar direitos sem ter que passar pela urna”, diz em nota.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, diz que “a defesa dos direitos é uma luta que norteia a nossa atuação desde o início. É bom deixar claro, o golpe não é contra o PT, o Lula ou a Dilma, é contra os direitos dos trabalhadores, contra os direitos sociais e contra a liberdade de expressão”, afi rmou.

A CUT em Manaus divul-gou a programação deste domingo: das 5h às 7:30h, terá panfl etagem e mobi-lização nas indústrias do Polo Industrial (PIM). Às 8h, haverá um ato conjunto na Zona Leste, na avenida Grande Circular, em frente a feira do Mutirão. Às 14h, a grande concentração no largo São Sebastião.

Rito da votaçãoPara que o processo

de impeachment contra a presidente Dilma siga para o Senado, a votação do fi nal deve contar com 342 dos 513 votos conta a presidente. Ausências e abstenções contam em favor de Dilma. Uma co-missão especial aprovou parecer do relator Jovair Arantes a favor do impe-achment sendo 38 votos favoráveis ao afastamen-to e 27 contrários.

TRANSMISSÃO

A praia da Ponta Negra será um dos principais palcos deste domingo, com três telões instalados para que a população possa acompanhar a transmissão ao vivo da votação do relató-rio do impeachment

STÊNIO URBANO

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A6 PolíticaPolítica

A crise política, que neste domingo che-ga ao clímax com a votação do relatório

que recomenda o impeach-ment da presidente Dilma Rousseff , no plenário da Câ-mara dos Deputados, tende a afetar psicologicamente os brasileiros. A psicoterapeuta Hilda Medeiros defi ne o com-portamento como “crash” e “coach”. Na tradução literal do inglês, batida e treinador, res-pectivamente. Na psicologia, “crash” é confronto, rancor, ódio. “Coach” é preparação, treino, racionalidade.

Na política, diz Hilda Me-deiros, há correntes de pen-samento e uma atmosfera em que as pessoas são obri-gadas a tomar um partido. “Nossos estados emocional e físico funcionam como fi ltros da realidade. Esses fi ltros determinam o modo como percebemos a realidade e nos mostramos para o mun-do”, diz a psicoterapeuta. Nesse sentido, acrescenta, o momento político afeta as pessoas. Umas tendem a ir para o confronto na defesa de seus pontos de vistas, seja contra ou a favor do governo. Outras preferem avaliar a si-tuação sem entrar no mérito do certo ou errado.

A questão do impeachment, diz Hilda, afl ora os senti-mentos de “crash”. “Quando nos encontramos em estado ‘crash’, sob tensão, acessa-mos territórios emocionais que nos limitam, como ódios, rancores e medos. É possível afi rmar que a raiva, o medo e a desconexão de nós mes-mos são verdadeiros venenos para um sistema integrado. Nesse estado de tensão, os fi ltros da percepção conge-

lam e passamos a reproduzir experiências passadas, como máquinas desconectadas de nossa essência humana. Con-traímo-nos e nos tornamos reativos, fechamos as portas que ampliam novas possibili-dades e deixamos de perceber as alternativas”, explica.

Nesse estado de espírito, as outras pessoas se tornam extensão de nossas próprias inseguranças. “Espelhamos nos outros as nossas próprias frustrações. Com nossos fi l-tros congelados, nos torna-mos distantes de nós mesmos porque a energia deixa de fl uir e consequentemente não encontramos respostas além da agressividade para lidar com as diferenças”, comen-tou. “É preciso lembrar que a vida é criada por opostos, tristeza e alegria, raiva e paz, medo e confi ança, descone-xão e centramento, e que o oposto do estado ‘crash’é o ‘coach’”, disse.

Hilda Medeiros esclarece que grande diferença entre o estado “crash” e o esta-do “coach” é que no pri-meiro agimos por nossos instintos mais baixos, falta a humanidade, mesmo que não tenhamos consciência disso. “Em contrapartida, no estado ‘coach’ somos capazes de centrar, de aquietar a nossa mente e respirar, permitindo que a energia tran-site pelo corpo. Em contato com nossa essência somos capa-zes de acolher os obstáculos e transformar em recursos”.

Hilda cita o fi -lósofo Sócrates para ensinar a evitar confl itos polí-

ticos radicais. “Sócrates nos ensinou a arte da pergunta para, ao invés de tomar par-tido apaixonadamente, envol-vido apenas por emoções, em sua sabedoria, se dissociava do problema e refutava seu interlocutor sobre os prós e

contras da questão proposta. O objetivo era encontrar a verdade na sua mais autêntica forma”, disse a psicoterapeuta.

Prós, contras e neutrosO vendedor Diego Ajemir,

19, concorda com a tese. “A situação política do Brasil afeta principalmente o emo-

cional das pessoas. Elas estão cada vez mais impa-cientes e into-

lerantes. É muito co-

mum ver intrigas pelas re-des sociais; fi co abismado”, declarou. “Tenho amigos que desfi zeram amizades por con-ta de política, o que eu consi-dero um absurdo. O que vale é a democracia e o voto da maioria. O problema é que a situação do país fi cou tão complicada que é impossível ser imparcial. Eu por exemplo, sou contra o impeachment. Acho uma falta de respeito o que fazem com a presidente Dilma. Imagino a pressão que ela sente”, lamentou.

A estudante Maria da Luz, 19, discorda. Ela considera que se o impeachment for aprovado, o país pode ter mudanças positivas. “ Chega de PT no governo. Eu res-peito quem votou na Dilma, mas penso que com ela no poder as coisas só tendem a piorar. Não preciso enume-rar todos os problemas que enfrentamos, basta observar o número de pessoas que es-tão desempregadas, é alar-mante. Estou empregada há uma semana, e pelos menos 20 pessoas vieram entregar currículo aqui no restaurante, fi quei assustada”, declarou.

Para o comerciante Dor-val Borges da Silva, 53, que trabalha há 20 anos como camelô no centro de Manaus,

a corrupção não é um pro-blema atual e que o país

sempre sofreu frus-trações na política. “A corrupção está às claras. Hoje, o que se ouve falar é de bilhões des-viados dos cofres públicos. Sou a favor do impea-chment e apesar de não ter mais

confi ança nos polí-ticos, acredito que po-

demos ao menos sair do buraco e tentar uma nova

história. Não será fácil mu-dar de uma hora para outra, mas com certeza teremos a oportunidade de recomeçar. Continuar com o PT no go-verno é pedir a falência do Brasil”, opinou.

Dorval disse que a crise econômica é um dos fatores que mais afetam o povo. “A taxa de desemprego aumen-tou muito, e o comércio está se acabando a cada dia. Eu trabalho há 20 anos na rua Marcilio Dias, e nunca vi um movimento tão fraco nas vendas, como tenho presen-ciando nos últimos 2 anos. A rua agora é vazia, não se ver mais clientes nas lojas. Até nas épocas festivas o movimento não é mais o mesmo”, lamentou.

Há quem prefi ra fi car neutro sobre o tema delicado. Quan-to menos souber, melhor. É o caso do comerciante Inocên-cio Rosa, 63. “Eu acho uma perda de tempo essa votação. Se a Dilma está no poder é porque foi eleita pelo povo. O que vai adiantar se ela sair”?, questionou. “Se o povo quer um novo governante, deve esperar as eleições de 2018. Ela foi eleita com o voto da maioria e isso é democracia. Falta 2 anos para terminar o mandato dela, o que seria melhorado nesse tempo caso ela saia? Nada!”, disse.

“Eu não sou contra nem a favor do impeachment. Tanto faz se a presidente fi car ou sair, não ligo para política”, disse a vendedora ambulante Silvana Martins, 26. “Eu sei que as coisas não vão bem no país, mas nunca foram bem. Os políticos só lembram do povo em época de eleição. Não estão nem aí para os problemas do país. Por isso sou imparcial, não há mais esperança. Já fomos tão en-ganados”, criticou.

Crise política afeta estado de espírito dos brasileirosAnálise é da psicoterapeuta Hilda Medeiros, que afi rma que a tensão causada pelo impeachment tem afetado as relações sociais

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BRUNA AMARAL ECLÉBER OLIVEIRA

Contrário à cassação, o vendedor Diego Ajemir disse que a disputa política tem causado animosidade

Para o comerciante Dor-val Borges, a corrupção está às claras, mas que não é um problema atual

A estudante Maria da Luz acredita que, se Dil-ma Rousseff sair, haverá mudanças positivas

Indiferente, a ambulante Silvana Martins disse que não é contra e nem a fa-vor da cassação de Dilma

que ampliam novas possibili-dades e deixamos de perceber as alternativas”, explica.

Nesse estado de espírito, as outras pessoas se tornam extensão de nossas próprias inseguranças. “Espelhamos nos outros as nossas próprias frustrações. Com nossos fi l-tros congelados, nos torna-mos distantes de nós mesmos porque a energia deixa de fl uir e consequentemente não encontramos respostas além da agressividade para lidar com as diferenças”, comen-tou. “É preciso lembrar que com as diferenças”, comen-tou. “É preciso lembrar que com as diferenças”, comen-

a vida é criada por opostos, tristeza e alegria, raiva e paz, medo e confi ança, descone-xão e centramento, e que o oposto do estado ‘crash’é o ‘coach’”, disse.

Hilda Medeiros esclarece que grande diferença entre o estado “crash” e o esta-do “coach” é que no pri-meiro agimos por nossos instintos mais baixos, falta a humanidade, mesmo que não tenhamos consciência disso. “Em contrapartida, no estado ‘coach’ somos capazes de centrar, de aquietar a nossa mente e respirar, permitindo que a energia tran-site pelo corpo. Em contato com nossa essência somos capa-zes de acolher os obstáculos e transformar em recursos”.

Hilda cita o fi -lósofo Sócrates para ensinar a evitar confl itos polí-

do problema e refutava seu interlocutor sobre os prós e

O vendedor Diego Ajemir, 19, concorda com a tese. “A situação política do Brasil afeta principalmente o emo-

cional das pessoas. Elas estão cada vez mais impa-cientes e into-

lerantes. É muito co-

é a democracia e o voto da maioria. O problema é que a situação do país fi cou tão complicada que é impossível ser imparcial. Eu por exemplo, sou contra o impeachment. Acho uma falta de respeito o que fazem com a presidente Dilma. Imagino a pressão que ela sente”, lamentou.

A estudante Maria da Luz, 19, discorda. Ela considera que se o impeachment for aprovado, o país pode ter mudanças positivas. “ Chega de PT no governo. Eu res-peito quem votou na Dilma, mas penso que com ela no poder as coisas só tendem a piorar. Não preciso enume-rar todos os problemas que enfrentamos, basta observar o número de pessoas que es-tão desempregadas, é alar-mante. Estou empregada há uma semana, e pelos menos 20 pessoas vieram entregar currículo aqui no restaurante, fi quei assustada”, declarou.

Para o comerciante Dor-val Borges da Silva, 53, que trabalha há 20 anos como camelô no centro de Manaus,

a corrupção não é um pro-blema atual e que o país

sempre sofreu frus-trações na política. “A corrupção está às claras. Hoje, o que se ouve falar é de bilhões des-viados dos cofres públicos. Sou a favor do impea-chment e apesar de não ter mais

confi ança nos polí-ticos, acredito que po-

demos ao menos sair do buraco e tentar uma nova

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Page 7: EM TEMPO - 17 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A7PolíticaPolítica

CláudioHumberto

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Cláudio Humberto

PODER SEM PUDOR

Com Ana paula Leitão e Teresa Barros

Dilma não reúne mais condições para governar”

DEPUTADO LELO COIMBRA �PMDB�ES� sobre a perda de credibilidade da presidente

Quanto vale um votoOs irmãos Júlio e Jaime Campos, fi lhos de dona Amá-

lia, disputavam o Senado e o governo do Mato Grosso, em 1991, e visitavam Arenápolis. Alguém sugeriu que a caravana evitasse a zona do baixo meretrício.

Júlio ignorou a sugestão e entrou na rua de mulheres debruçadas nas janelas, seios à mostra. Saudou gentil-mente as prostitutas, beijando-lhes as mãos: “como vai, minha princesa?” O irmão fi cou transtornado:

- Você fi cou louco?!Júlio Campos colocou o braço sobre os ombros de

Jaime e ensinou:- Irmão, o voto de cada uma delas vale tanto quanto

o de d. Amália...

Dilma fora, ministros cairão nas mãos de Moro

Lula, o inimputávelDilma decidiu nomear Lula

ministro, conforme denunciou a Procuradoria Geral da Re-pública, para livrá-lo do juiz Sergio Moro.

Olho da ruaO que tira o sono desses mi-

nistros enrolados é a certeza de que serão demitidos, caso Michel Temer assuma o lugar de Dilma.

No limboSendo afastada do cargo,

Dilma terá de coçar o bolso para pagar sua própria defesa. A Advocacia-Geral da União deve defender a União.

Medo de cadeiaApesar de receber metade

do salário se for mesmo afas-

tada, Dilma poderá usar uma residência oficial do Alvorada ou da Granja do Torto.

Lula fez visita a criminalista às 6h da manhã

O ex-presidente Lula man-teve reunião secreta com José Gerardo Grossi, ex-ministro de Tribunal Superior Eleitoral e um dos mais requisitados crimi-nalistas de Brasília. O caráter sigiloso e urgente do encontro pode ser avaliado pela hora que Lula chegou ao escritório do advogado, no Lago Sul, em Brasília: antes das 6h da ma-nhã. Os escritórios de Lula e de Grossi não informaram o motivo da reunião.

Fora da listaJosé Gerardo Grossi não

Várias autoridades do governo Lula estão insones porque a destituição da presidente Dilma Rousseff ocasionará perda dos seus cargos e, principalmente, de prerrogativas preciosas. Sem foro privilegiado, Lula e os ministros Jaques Wagner, Aloizio Mercadante e Edinho Silva, citados em delações premiadas da Operação Lava Jato, ficarão sujeitos ao juiz federal Sergio Moro, implacável contra a corrupção.

consta da lista de advogados ofi cialmente contratados para promover a defesa de Lula, na Lava Jato.

Mão amigaGrossi ajudou José Dirceu

quando o ex-ministro de Lula precisava de carteira assinada para se habilitar ao regime se-miaberto, na Papuda.

Ex-presidente investigadoLula é investigado por cor-

rupção na Lava Jato, até foi conduzido para depor pela PF sob vara, e seu fi lho Luiz Claudio é alvo da Zelotes.

O Brasil real quebrouEnquanto Dilma paralisa seu

governo há semanas, para ten-tar escapar do impeachment, comerciantes decidem fechar lojas aos domingos, inclusive nos shoppings, em razão da crise e dos custos insuportáveis.

Queima de estoqueA oposição está de olho na

“queima de estoque” de cargos, em curso no governo, para tentar barrar o impeachment de Dilma. Há suspeitas de que, além de cargos, governistas têm ofere-cido malas de dinheiro.

Ameaça veladaEm conversas reservadas, Lula

diz estar “preocupado” com a re-ação de sindicatos e movimentos sociais, que a rigor ele controla, no caso de impeachment de Dilma. Mas foi ele quem convo-cou seguranças para “bater em coxinhas”, na rua onde mora, em São Bernardo.

Tudo por dinheiroDeputados aliados do governo

estão aproveitando o momento de fragilidade de Dilma para em-penhar emendas parlamentares, mas se comprometem com a opo-sição a votar pelo impeachment.

Mortadelas ilegaisO governo Dilma e o PT

ignoraram a Lei 6.815, que proíbe estrangeiros participan-do de protestos políticos em território nacional. Governos da Bolívia, Venezuela e ou-tros, mandaram manifestantes “mortadelas”, para fazer nú-mero nas manifestações deste domingo, em Brasília.

Dias melhoresPré-candidato a presidente

pelo Partido Verde, em 2018, o senador Alvaro Dias (PR) já tem slogan, aliás, muito pouco criativo: “Dias melhores virão”. Sua turma de criação precisa se esforçar mais.

Cenoura alicianteO deputado Eduardo da Fon-

te (PP-PE) protagonizou um vexame. Aceitou a cenoura que o governo acenou e indicou um aliado para ser ministro da Integração. Ficou menos de 24 horas no cargo.

#ForaDilmaContra o discurso do governo

de que impeachment é golpe, o deputado Lúcio Vieira Lima

(PMDB-BA) garante que não trabalha para Temer ser presi-dente: “Estou trabalhando pelo impedimento de Dilma”, diz.

Pensando bem……tudo começou com 20 cen-

tavos, quando o povo foi às ruas, em junho de 2013, sem ainda saber das “pedaladas” bilionárias de Dilma.

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Page 8: EM TEMPO - 17 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016A8 PolíticaPolítica

Com experiência de mais de 50 anos na área administrativa, tanto pública como privada, o ex-vice-governador do Amazonas e ex-secretário estadual da Fazenda, o empresário Samuel Hanan, atribui a crise econômica à má gestão do governo federal. Hanan disse que a política econômica é essencial para a atividade produtiva, pois define as regras do mercado e o cumprimento dos contratos. Questionado sobre o impeachment, o empresário disse que seu papel não é político, mas que atual situação política do país deve ser resolvida o quanto antes.

‘É um desastreNUNCA ANTES visto na história, não há governo’

Samuel HANAN

O Brasil não aguenta mais a atual situação. Se a presidente Dilma for sair ou fi car, tem que re-solver já. A verda-de é que não se tem governo hoje e, sem governo, o Brasil está à deriva. E nós não aguentamos recessão de 4% ao ano, permane-cendo por muito tempo. Existe um buraco com um défi cit público de R$ 120 bilhões primários”

A nossa Lei de Incentivos Fiscais, que é da minha épo-ca, tem que ser refeita. Se não refizer, esclerose. Então, é urgente que o governo do Estado junte um grupo de técnicos ouvindo o setor privado para refazer a nova lei para revigorar o setor. Não pode deixar esclerosar. A evolução tecnológica é as-

EM TEMPO - O senhor é contra ou a favor do impeachment?

SH – Olha, eu prefiro não opinar. Porque meu papel não é político. Eu acho o se-guinte: o Brasil não aguenta mais a atual situação. Se a presidente Dilma for sair ou ficar, tem que resolver já. A verdade é que não se tem governo hoje e, sem governo, o Brasil está à deriva. E nós não aguentamos recessão de 4% ao ano, permanecendo por muito tempo. Existe um buraco com um déficit públi-co de R$120 bilhões primá-rios, mais R$ 128 bilhões da Previdência. Isso é um horror, nunca vi nada igual.

MÁRCIO MELO

EM TEMPO - Como um polo industrial baseado em incentivos fiscais, como o de Manaus, é afe-tado pela crise?

Samuel Hanan – A crise afetou tudo. Eu estou tradu-zindo a crise como 2 anos de recessão de 3,8% a 4% do PIB consecutivo. É um desas-tre nunca visto na história do nosso país. Trabalho há 52 anos e nunca vivenciei uma situação igual a esta. Posso traduzir ainda como se fossem duas bombas atô-micas jogadas em cima da economia do Brasil, esse é o tamanho do dano. Aqui no Amazonas não é diferen-te. A produção industrial no Brasil caiu 25% em 5 anos e aqui caiu um pouco mais, porque só fabricamos peças, fabricamos tudo que vende a juros, a crediário.

EM TEMPO - A renún-cia de imposto já não é

suficiente para garantir investimentos e produção permanente?

SH – A renúncia é suficien-te. O problema é que a crise é maior, a crise draga tudo. Se você tem uma crise de 4% do PIB em 2 anos seguidos, você tem a destruição do poder de consumo lá fora. Tudo que se produz aqui se vende em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Não tem consumidor, então reflete aqui. O problema não está no incentivo. O que existe e o que precisa ser feito é uma redução do grau de dependência da economia do Estado ao Polo Industrial. Buscar alternativa do gás, criar um polo gás-químico, ter energia no interior do Estado. Sem energia não há diversificação da economia, o polo mineral com potássio, com fósforo. Ou seja, ter outra atividade econômica é urgente se fazer agora.

EM TEMPO - Muito se

sustadora.

EM TEMPO - Em 2015, as indústrias de Manaus demitiram milhares de trabalhadores. O corte de mão de obra é a op-ção mais fácil para conter gastos?

SH – Olha, quando você corta gastos, você corta o que é rápido. Não é bom, mas passa por esse processo, em-bora a folha de pagamento no Distrito Industrial, da mão de obra, represente de 6% a 7% do faturamento. É muito baixo, mas é um jeito de cor-tar, cortar e cortar, mesmo não sendo bom. Dos 120 mil trabalhadores do PIM, hoje deve ter uns 80 mil trabalha-dores. O problema nosso, na minha opinião, é que estão faltando um pouco mais de ação do governo do Estado e do governo federal.

EM TEMPO - É possível investir em um momento como esse, de estagnação econômica, desemprego em massa e crise política?

SH – É possível preparar base para investimento em tempo de crise para gozar depois da crise. Agora não se faz nada, vai demorar mais.

EM TEMPO - Pela sua experiência empresarial, 2016 também vai ser um ano difícil ou dias me-lhores virão antes de de-zembro?

SH – Vai permanecer ou até mesmo piorar. Os juros estão muito altos, a reces-são está muito alta, estamos sem governo. A crise política está destruindo totalmente o cenário econômico do país.

fala em explorar a biodi-versidade e recursos mi-nerais do Estado como al-ternativas à Zona Franca. Isso é viável para reduzir a dependência do Estado de uma economia baseada em importação de peças e insumos?

SH – O polo mineral é vi-ável. Se tem jazida é viável. Agora tem que ter o quê? Infraestrutura. Tem que ter gás, tem que ter energia. O Estado, como poder público, tem que assegurar o empre-sário, oferecendo a infraes-trutura necessária para o desenvolvimento.

EM TEMPO - Em uma economia cada vez mais competitiva e inovadora, com produtos novos sendo lançados o tempo todo, o modelo Zona Franca se sustentará apenas com montagens de produtos?

SH – Esse modelo Zona Franca é o modelo que pre-cisa ser sempre revitalizado.

GERSON FREITAS

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[email protected], DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

EconomiaB1

24 horas de cuidado coma beleza

Para quem gosta de cui-dar do visual e quase nunca consegue ir a um salão de beleza porque

os compromissos do dia a dia prendem a pessoa até tarde da noite, agora poderá resolver tudo com tranqui-lidade e sem se preocupar com o avançar da hora. Está previsto para inaugurar até o fi m deste mês em Manaus o primeiro salão de beleza que funcionará 24 horas.

A novidade vai ser inaugu-rada na nova fi lial do grupo Salão Paulista, no aeroporto internacional Eduardo Go-mes. Segundo o empresário Cláudio Parente, nos próxi-mos 15 dias, os consumidores desse tipo de serviço, que não têm tempo de ir a um salão antes das 22h, poderão contar com o salão Paulista, 24 horas por dia, que fi cará no hall do aeroporto.

DemandaParente conta que a em-

presa, que atua há quase 30 anos em Manaus, fez um levantamento e constatou a demanda existente e o aspecto de shopping que o aeroporto ganhou com a re-forma e ampliação. Isso o fez apostar na ideia.

Outra constatação do em-presário sobre a viabilida-de do empreendimento com atendimento 24 horas é o fato de o aeroporto está rodeado de condomínios nas avenidas do Turismo, Torquato Tapa-jós, entre outros que nascem no Tarumã e Ponta Negra.

“Corto cabelo de alguns professores universitários, no salão Paulista, do DB da Ponta Negra. A maioria de-les tem uma vida agitada. Quando ouviram a proposta do salão 24 horas, eles apro-varam”, afi rma. Ele não entrou em detalhes sobre os valores que vai cobrar pelos serviços no novo espaço de beleza.

ContrataçõesSem medo da crise econô-

mica, Parente revela que o salão abrirá as portas com 12 profi ssionais contratados, para cobrirem três turnos, das 8h às 16, das 16h às 22h e das 22h às 8h. “Hoje, o mercado está aberto para todos. Mas, acho que sobra mais para as pessoas mais dedicadas, compromissadas com o cliente. Hoje muitos querem só ganhar dinheiro e não querem fi delizar, criar um vínculo com o cliente”, avalia.

Além dos profi ssionais con-tratados, o empresário infor-ma que o salão estará aberto para colegas especialistas nas mais diversas áreas da beleza, que não são da em-

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

Economia

presa, para que eles possam atender seus clientes fi éis a qualquer hora do dia. “Tenho muitos amigos especialistas em cortes femininos, mascu-linos, megahair. Colegas que não são da empresa, mas que eles poderão usar a estrutura para receber os clientes no salão do aeroporto e em tro-ca, eles pagarão uma porcen-tagem de 40% para atender em horário especial”, explica o empresário.

ViajantesAlém do público que não

tem tempo durante o dia, o fi lho do empresário e também sócio no empreendimento, Cláudio Neto, conta que o salão buscará atender as pes-soas que transitam por Ma-naus e outros Estados. Além

dos cuidados com as mãos e os cabelos, o empreendi-mento contará com serviços estéticos e de massoterapia.

“Muitos executivos ou exe-cutivas, que chegam em Ma-naus, já na hora dos eventos, poderão fazer os retoques ou um grande serviço e to-mar um cafezinho ou um uísque para relaxar ainda mais”, afi rma Neto.

ExpansãoO grupo que começou a

funcionar na rua Tapajós, Centro, Zona Sul, e hoje tam-bém atende no DB da Ponta Negra, Zona Oeste, além de inaugurar no aeroporto inter-nacional, também abrirá as portas no Shopping Uai São José, localizado no bairro São José, Zona Leste.

Salão que será inaugurado no aeroporto de Manaus atenderá, até na madrugada, clientes com pouco tempo para cuidar do visual

EMERSON QUARESMA

A iniciativa de empreen-der, em Manaus, um salão de beleza 24 horas agrada as mulheres manauenses.

A microempresária Amanda de Souza Castro, 36, conta que já teve que pagar a mais por um ser-viço de cabeleireiro que passou da hora e “varou” parte da madrugada.

Ela se preparava para um avento de formatura e não poderia chegar no lugar sem os devidos tratos na aparência. “A maioria dos salões em Manaus só vai até as 22h e quando passa da meia noite os pro-

fissionais cobram a mais como se fosse uma hora extra”, comenta.

A vendedora Karen Mar-tins de Almeida, 27, diz que para ela, o salão não aten-deria as suas necessidades, mas avalia que há mercado para esse empreendimen-to. “Os meus horários do dia a dia não exigem de mim que eu tenha que procurar por salão tarde da noite. Mas, tenho amigas que vi-vem uma vida de trabalho bem puxado, que com cer-teza, para elas cairia bem porque elas gostam muito de se cuidar”, avalia.

Para a psicóloga Martha Antunes Cavalcante, 33, o horário estendido do salão, no aeroporto, servirá de alternativa, para aqueles dias em que ela não conse-gue agendar com os salões que vai costumeiramente.

“Às vezes, ocorre de nos perdemos no horário com tantas tarefas que temos para fazer durante o dia, que chega o momento que nós perdemos a oportuni-dade de marcar uma hora no salão. E uma ida ao aeroporto, na noite acaba se tornando um passeio”, observa Martha.

Mulheres comemoram iniciativa

PISCICULTURA

Gargalos devem ser superados

Economia B3

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016B2 Economia

No domingo passado, lan-çamos uma proposta de apresentar quatro campos de abordagem capazes de captu-rar a atenção e posteriormen-te conquistar o coração do cliente. São eles: estrutural, comportamental, ética e emo-cional. Já falamos do primeiro. Vamos adiante.

A dimensão comportamen-tal diz respeito a todos os processos ou fases de contato do cliente com as pessoas, ou funcionários de sua em-presa. Não importa quantos funcionários você tenha, ou se trabalha sozinho. Você vai perceber que as dicas que vamos colocar são aplicáveis nos diversos casos.

Primeira coisa a fazer: iden-tifique os pontos ‘chave’ ou mais ‘importantes’ de sua em-presa em relação à forma de contato com seu cliente, tendo por base o seu modelo de ne-gócio. Vamos a um exemplo.

Digamos que você é dono de um restaurante self-service. Neste estabelecimento, quais são os momentos ‘chave’ de interação com o cliente? É possível dizer que são todos, claro, mas faça um esforço para identificar ao menos dois mais importantes. Pode ser o momento da pesagem da comida e o momento do pagamento. Particularmente

já percebi que, em geral, as pessoas que pesam a comida ou que recebem os paga-mentos são pouco cordiais. Muitas vezes mal olham para quem está diante deles. Seria importante que esses funcio-nários estabelecem normas ou procedimentos para me-lhor interagir com o cliente. Isso poderia fazer uma grande diferença.

Agora imagine uma loja de confecção? Quais são os mo-mentos ‘chave’ de interação com o cliente? Podemos dizer que a abordagem inicial é um ponto crucial, pois será o primeiro contato do cliente com a empresa. Logo, que tipo de abordagem você quer imprimir em sua loja? Qual estilo de comportamento você deseja que seu funcionário te-nha? Não se engane: o cliente está de lho em tudo, tudo. Inclusive no modo de falar e se comportar de todas as pessoas da empresa.

Aplique essas dicas. Pense sobre seu modelo de nae-gócio, sua forma de atuar e identifique os pontos cruciais de contato com o cliente. Fa-zendo isso você estará mais perto de conquistar aquilo possui um enorme poder de compra: o coração.

Até o próximo domingo.

Márcio Vieira

Graduado em Comu-nicação Social

Especialista em Marketing

Palestrante em técnicas vendas e

atendimentoConsultor em

marketing e posicio-namento

Marketing: a vitória acontece no coração V

[email protected]

Conhecimento e técnica combatem crise XXVII

Identifi que os pontos ‘cha-ve’ ou mais ‘importan-tes’ de sua empresa em relação à for-ma de con-tato com seu cliente, tendo por base o seu modelo de negócio

Embrapa da Amazônia Ocidental aponta incremento acima de 150% com plantio mecanizado junto a novas técnicas

Mandioca tem produção ampliada com tecnologia

e com a mecanização no cultivo na área demonstrativa.

O resultado do uso desse conjunto de técnicas coloca-das em prática nas unidades demonstrativas produziu, em média, 27,45 toneladas de raiz de mandioca por hectare. Sem essas técnicas, a média de pro-dução é em torno de 10,61 t/ha, no município de Manaquiri, onde foi desenvolvido o trabalho. O aumento corresponde a 158% acima da média do município.

Foram avaliadas sete varie-dades de mandioca, que com as técnicas utilizadas ganharam produtividades que variam de 16,33 até 33,12 t/ha. Mesmo a variedade que se apresentou menos produtiva, com 16,33 t/ha, consegue se elevar em 53% com as técnicas recomendadas.

Esses resultados, quando com-parados com a produtividade média do Amazonas, que foi de 11,63 t/ha em 2015, repre-sentam um aumento de 136%.

Rocha destaca que o uso da mecanização agrícola no cultivo da mandioca representa uma redução considerável nos cus-tos com mão de obra em diárias de trabalho manual. No plan-tio manual, são necessárias, aproximadamente, 80 horas de trabalho de uma pessoa, consi-derando trabalho de 8 horas por dia durante 10 dias, para plan-tar um hectare de mandioca. Com o apoio de uma máquina plantadeira é possível sulcar, adubar, cortar e plantar maniva para um hectare de mandioca durante duas horas de trabalho envolvendo três pessoas.

Provas no Estado são realizadas nos municípios de Manaquiri e CareiroD

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O uso de tecnologias recomendadas para cultura da mandioca, associada ao plantio

mecanizado, possibilita o in-cremento acima de 150% na produtividade, em plantios em áreas demonstrativas no in-terior do Estado, segundo a Embrapa Amazônia Ocidental.

O agrônomo Raimundo Ro-cha, analista do órgão, que coordenou esse trabalho de multiplicação de cultivares re-gionais de mandioca, em plantio mecanizado com uso de tecno-logias, destacou que a mecani-zação por si só não garante o aumento de produtividade, mas contribui para esse aumento quando a mecanização vem acompanhada de tecnologias como a correção da acidez do solo, adubação, e uso das téc-nicas do trio da produtividade.

O exemplo desse trabalho, realizado nos municípios de Manaquiri e Careiro, no Ama-zonas, pode servir de referên-cia para agricultores do Es-tado, que estão interessados em cultivos de mandioca com uso de mecanização agrícola.

As cultivares regionais de mandioca de uso dos agriculto-res nos municípios conseguiram ter um rendimento muito maior quando associadas a algumas técnicas de manejo, que é o caso do ‘trio da produtividade’, e mais ainda com o incremento de in-sumos de adubação e calagem nas recomendações adequadas

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016B3Economia

Descontinuidade prejudica a piscicultura amazonenseEspecialistas apontam também que falta orçamento específi co para fomentar pesquisa e produção da matriz econômica

Para garantir a força que o segmento da piscicultura amazo-nense precisa, para

se transformar, de fato, no principal abastecer o merca-do consumidor do Amazonas, o governo do Estado já anun-ciou medidas de fomento ao produtor a pesquisa. No entanto, especialistas apon-tam a falta de continuida-de sobre projetos em pelo menos 30 anos e o eterno discurso que falta dinheiro para viabilizar a reprodução de espécies e o escoamento.

Para o professor e pesqui-sador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Alexandre Honczaryk, a falta de políticas públicas e continuidade após a entrada e saída de governos é um dos maiores entraves para que a piscicultura se torne um setor econômico forte no Estado. Ele lembra que, dos 28 anos que está no Amazonas, dos diversos go-vernos dos que se passaram pelo comando do Estado, desde a época do governo de Gilberto Mestrinho, a pre-ocupação de desenvolver a

piscicultura sempre existiu, pelo menos no discurso.“Tivemos algumas tentati-

vas de parcerias para estudar o potencial que tínhamos na época, mas entra governo e sai governo e essas ações nunca se concretizam efetivamente”, de-sabafou o pesquisador do Inpa.

Honczaryk avalia que, ape-sar de uma boa gestão do atual governo do Estado, voltado ao setor produtivo,

o principal gargalo ainda é a falta de orçamento e de uma pasta específi ca para o seg-mento da piscicultura. Ele observa que sempre falam que não tem dinheiro para assistência técnica, que não há dinheiro para manuten-ção, contratação de pessoal,

capacitação dos técnicos, entre outros problemas que se acumulam.

“Se o governo do Estado do Amazonas, realmente, dese-ja implementar essa nova matriz da piscicultura para o Estado, ele tem que dire-cionar um orçamento único para uma secretaria de agri-cultura e pesca para, jun-tamente com órgãos como Inpa e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), aproximar todos interessados para alcançar resultados lá na frente”, ana-lisa o pesquisador.

O pequeno empresário da piscicultura José Vasconce-los, 42, diz que o escoamento e a falta de políticas públicas de preço único, difi culta a vida dos pequenos produto-res, que se veem obrigados a vender seus produtos a um valor inferior ao atravessa-dor. Atualmente ele produz tambaqui, matrinxã e pira-rucu, de 3 a 5 toneladas ao mês, na região de Mana-capuru (a 84 quilômetros de Manaus). “Quando passamos para o atravessador o nosso produto fi ca desvalorizado. Não dá para trabalhar com o atravessador, mas o Estado

não nos dá uma garantia de preço”, reclama.

Para José, a produção de peixes no Amazonas está muito aquém em relação aos outros Estados como os vizinhos Roraima e Rondô-nia, por nos falta incentivos oriundo do governo, mas também por conta das dificuldades quanto às questões liga-das aos órgãos ambientais. “Eles di-fi cultam muito as questões de li-cenciamento à produção. Hoje as associa-ções de p e s c a -d o r e s n ã o t r a -b a -l h a m e m con jun-to. Só quando os produtores entenderem que em associações somos mais fortes é que teremos re-sultados melhores, até para cobrar do governo”, avalia.

PRIORIDADE

A piscicultura está entre os oito setores prioritários do gover-no do Amazonas, que formou grupos de tra-balho para enfrentar os principais gargalos da nova matriz econô-mica que quer imple-mentar no Estado

Dados do governo do Es-tado apontam que a produ-ção de peixes no Amazonas cresceu 58%, entre os anos de 2010 a 2015. As prin-cipais espécies produzidas nesse período, de acordo com o levantamento, foram o tambaqui e a Matrinchã, que hoje representam, res-pectivamente, 92% e 5% da produção e da comercializa-ção no mercado amazonen-se. Ambas as espécies são o principal foco de restau-rantes manauaras, especia-listas em pratos regionais.

Apesar dos números li-geiramente reconfortante, o secretário de Estado de

Desenvolvimento, Planeja-mento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Seplan-CTI), Thomaz Nogueira, aponta que o consumidor de pesca-do amazonense é atendido atualmente, principalmente pelos Estados de Roraima e Rondônia, que exportam o seu excedente, especial-mente para Manaus.

Para ele, a principal questão hoje para a imple-mentação da nova matriz econômica no Amazonas, que envolve a piscicultura entre outros segmentos produtivos, é conhecer a realidade e as expectativas dos produtores, além de

identifi car os gargalos da produção da piscicultura.

De acordo com Thomaz, já foram identifi cadas uma série de preocupações que não podem ser ignoradas pelo Estado, uma vez que o plano do governo ama-zonense é desenvolver a piscicultura para abastecer com efi ciência o mercado consumidor local. “Seja na questão da energia, ques-tões sanitárias, de custos de produção, de rações. Hoje precisamos melhorar a nossa infraestrutura para comba-ter os gargalos da produção e garantir o suporte técnico ao produtor”, enfatiza.

Desafi os para atender mercado

não nos dá uma garantia de preço”, reclama.

Para José, a produção de peixes no Amazonas está muito aquém em relação aos outros Estados como os vizinhos Roraima e Rondô-nia, por nos falta incentivos oriundo do governo, mas também por conta das dificuldades quanto às questões liga-das aos órgãos ambientais. “Eles di-fi cultam muito as questões de li-cenciamento à produção. Hoje as associa-ções de p e s c a -d o r e s n ã o t r a -b a -l h a m e m con jun-to. Só quando os produtores entenderem que em associações somos mais fortes é que teremos re-sultados melhores, até para cobrar do governo”, avalia.

Pesquisador diz que há pelo menos 30 anos governos falam de piscicultura

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Piscicultores apontam o

escoamento da produção como

um dos gargalos

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016B4 EconomiaCoaching para alcançar osgrandes objetivos traçadosNova atividade profi ssional, que já criou raízes em Manaus, mudou a vida de muitas pessoas e agora busca se organizar

Francisco Uruma era ape-nas um índio entre ou-tros da sua comunidade, localizada no quilômetro

46 da estrada Manoel Urbano, que liga Manaus a Manacapu-ru. A partir de 2012 ele come-çou a traçar seus objetivos até chegar a cacique da tribo, realizar intervenções no Con-gresso Nacional, em Brasília, e até mesmo ministrar palestras internacionais. A fórmula que ele encontrou partiu do conhe-cimento do coach, que é uma atividade profi ssional que já fi ncou raízes em Manaus e tem ofertado progresso profi ssio-nal e social a muitas pessoas.

O coaching Marinaldo Matos foi o responsável por alavancar a vida de Francisco Uruma, depois que ouviu na sua for-mação, em 2012, que o coach servia para todo mundo. “Todo mundo signifi ca todo mundo. Então decidi fazer um trabalho dentro da tribo. Trabalhei lá por seis meses com o Francisco Uruma. Esse indígena organi-zou sua vida social, organizou sua comunicação, porque ele tinha difi culdade para falar em público, e hoje é cacique da sua tribo e dá até palestras internacionais”, diz.

Entre as experiências vi-vidas por Uruma, incentiva-das pelo coach, aconteceu em 2013, quando da invasão ao Congresso Nacional. Ma-rinaldo conta que o indígena amazonense voltou de Brasília líder de 11 etnias, atingindo uma das duas metas que ele traçou durante o treinamento programado pelo coach.

“Ele tem altíssima perfor-mance indígena, inclusive ga-nhou um troféu de liderança em ascensão indígena, e fora da área indígena, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), neste ano. Nós creditamos que o coach gera altíssimo resultado, desde que ele seja protocolado de uma maneira adequada,

dentro de uma metodologia que visa o trabalho mútuo entre quem aprende e quem orienta”, explica Marinaldo.

AssociaçãoO crescimento do coaching,

em Manaus, resultou até na criação da Associação dos Co-

aches Profi ssionais do Estado do Amazonas (Proa Coaching), com a presença ilustre da psi-cóloga Suzy Fleury, coach pro-fi ssional que já trabalhou até para a Seleção Brasileira de Futebol. A especialista explica que o coaching é um método de trabalho para aumentar a capacidade das pessoas de atingir os objetivos traçados.

“A pessoa pensa e age vol-tada para aquilo que ela quer que aconteça. Então a pessoa vai se apoderar para tomar decisões, mas principalmente melhorar suas ações. A gente tem responsabilidade sobre tudo que a gente faz ou deixa de fazer, por que aí que está parte que nos cabe sobre o nosso destino”, disse ela.

No entendimento de Fleury, hoje em dia a pessoa tem recursos e competências den-tro de si que não usa e que ela pode resgatar estes recur-sos pensando de uma forma mais positiva, mais produtiva, mais inteligente. “Agindo de forma mais coordenada e as-sumindo a parte que cabe a ela para garantir o resultado que quer alcançar no futuro”,pontua a especialista.

A presidente da associação Ângela Paraíso explicou que a proposta da associação está pautada em fortifi car o coa-ching em Manaus, sendo uma referência ética na atividade e ajudar a apoiar e orientar o profi ssional de coaching para o mercado local. “Hoje ainda não há um cálculo de quantos profi ssionais se tem em Manaus, porque são mais de quinze certifi cadores. Mas temos uma noção de que tem crescido bastante e já temos um contingente muito gran-de de profi ssionais precisan-

do desta orientação”, diz.Paraíso observa que a ati-

vidade vai entrar de uma vez por todas na economia local, porque se torna mais uma fonte de renda. “O coaching vira um empreendedor, por-que quando ele propõe um curso, além de acrescentar o conhecimento, ele também precisa vender um produto e isso acaba virando um sustento dele”, explica.

Para a coach Mell Luna a atividade é uma parceria entre professor e aluno e se não se fi rmar um acordo en-

tre as partes, as tarefas não se cumprem. “Só há coach se houver um resultado. Então existe esta sinergia muito grande, aquele momento em que o coach está com seu coaching e ele acaba com-partilhando daquele sonho. O trabalho começa do princípio de você está aqui e onde você quer chegar. Então o que você precisa? A grande sacada é que as respostas para estas perguntas vêm do próprio cliente”, diz.

Mell alerta que não se deve confundir a atividade

com consultoria. Segundo ela, o coach vai suscitar dentro do cliente as respostas para ele alcançar seus objetivos. “Qualquer pessoa que tenha vontade de evoluir ou melhora em qualquer área da vida, pode procurar um profi ssional, e traçar essa meta. Hoje estou aqui, mas daqui a um ano ou dois anos, o que eu vou querer estar fazendo, em que traba-lho vou querer estar, quanto vou querer estar ganhando? Então quando ela não sabe como chegar lá, o coaching que vai ajudar”, concluiu.

Proa busca fortalecer segmento

CONVITE

No dia 25, às 19h30 e 30, às 9h, a associa-ção realizará reuniões aos interessados em se associar à Proa Co-aching, no 12º andar do Vieiralves Business Center, rua Salvador, número 120, bairro Adrianópolis

Mercado mostra força para se inserir na econo-mia local com os empre-endedores do segmento

Suzy Fleury que já levou o coaching à seleção bra-sileira de futebol esteve no lançamento da Proa

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

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CNBB pede mais respeito aos ritos democráticos Igreja não se posicionou nem a favor e nem contra o impeachment da presidente e disse que reza pelo povo brasileiro

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AÇÃO

Medidas foram divulgadas durante a Assembleia Geral de bispos católicos, que encerrou ontem em Aparecida e reuniu todo o clero

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) declarou que a instituição identifi ca na

atual crise política do país a necessidade de uma “autêntica e profunda reforma política”. Reunidos na 54ª Assembleia Geral, os bispos católicos não se posicionaram a favor ou contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff , a ser votado na Câmara dos Deputados neste domingo. Os religiosos alertam no comunicado para o acirra-mento dos ânimos na sociedade brasileira, tementes de que a tensão política descampe para a violência nas ruas. No cenário institucional, a CNBB sublinhou a importância da participação popular, do respeito aos ritos democráticos e da garantia dos direitos sociais.

“A crise atual evidencia a ne-cessidade de uma autêntica e profunda reforma política, que assegure efetiva participação popular, favoreça a autonomia dos Poderes da República, res-taure a credibilidade das insti-

tuições, assegure a governa-bilidade e garanta os direitos sociais. (...) A polarização de posições ideológicas, em clima fortemente emocional, gera a perda de objetividade e pode levar a divisões e violências que ameaçam a paz social”, diz o comunicado.

No texto, a CNBB defendeu rigorosa apuração das denún-cias de corrupção, cujos efeitos, diz a instituição, recaem mais fortemente sobre os mais po-bres. Os bispos ressaltaram a importância de garantir o direito de defesa aos acusados e a re-paração dos danos causados em caso de confi rmação dos crimes. A instituição ainda atacou o sis-tema político brasileiro, a qual classifi cou como “fi siológico” e considerou uma das bases da crise política atual.

“A forma como se realizam as campanhas eleitorais favorece um fi siologismo que contribui fortemente para crises como a que o país está enfrentando neste momento. Uma das ma-nifestações mais evidentes da

crise atual é o processo de im-peachment da Presidente da Re-pública. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha atentamente esse processo e espera o correto procedimen-to das instâncias competen-

tes, respeitado o ordenamento jurídico do Estado democráti-co de direito”, de acordo com os religiosos.

OraçãoEm meio a uma “profunda

crise ética, política e econômica” do país, os bispos disseram re-zar por “todo o povo brasileiro”, que vive hoje uma experiência democrática da qual foi privada durante 20 anos pela ditadura militar — creditaram, inclusive,

a conquista do Estado demo-crático de direito à atuação dos movimentos populares. A CNBB lembrou ainda as “Di-retas Já!” como exemplo de mobilização que fortaleceu a democracia nacional.

BENIGNA

Um tumor de tireoide que hoje responde por 20% dos casos de câncer nessa glândula foi reclassifi cado e agora passa a ser conside-rado uma lesão benigna. Ou seja, deixou de ser câncer.

Com isso, 46 mil pesso-as que são diagnosticadas por ano com esse tipo de tumor no mundo passarão a ser poupadas da remo-ção completa da tireoide e da iodoterapia (um tipo de radioterapia), que é atual-mente o tratamento padrão nesses casos.

A reclassifi cação foi feita por um painel internacional de especialistas, composto por 24 patologistas de sete países (dentre eles o Bra-sil), dois endocrinologistas, um cirurgião da tireoide, um psiquiatra e uma pa-ciente. O estudo que em-basou a mudança foi publi-cado na revista científi ca “Jama Oncology”.

Chamado de “variante en-capsulada folicular do car-cinoma papilar da tireoíde, o tumor reclassifi cado é um pequeno nódulo na tireoide que está cercado por uma cápsula de tecido fi broso. O núcleo se parece com um câncer, mas as células não ultrapassam o invólucro.

Portanto, a cirurgia para a retirada total da glândula seguida de iodoterapia é “desnecessária e nociva”, dizem os autores do artigo.Segundo Venâncio Avanci-ni Ferreira Alves, diretor do centro de patologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e um dos autores do trabalho, a partir de agora, a indicação será apenas a retirada do nódulo, com preservação da glându-la, e o acompanhamento do paciente.

“Vamos poupar compli-cações da cirurgia, como a rotura do nervo vago, que

pode causar rouquidão, ou a retirada das paratireoides, que geram alterações de vitamina B e do metabolis-mo do cálcio. A iodoterapia também está associada a lesões na regiões vizinhas da irradiada.”

Para Clóvis Klock, presi-dente da SBP (Sociedade Brasileira de Patologia), a mudança também terá eco-nomia para os sistemas de saúde. “Estima-se o custo para tratar cada paciente com esse tipo de tumor varie entre US$ 5.000 e US$ 8.500 por paciente. Quando a gente multiplica isso por 46 mil por ano, o impacto é grande.”

Venâncio Alves explica que a reclassifi cação só foi possível graças a estudos citológicos e moleculares que permitiram diferenciar o tumor de outros realmen-te malignos e com potencial de metástases.

Tumor de tireoide reclassifi cado

Pesquisa mostrou que 46 mil pessoas são diagnosticadas com casos de câncer da tireoide por ano

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Diferença social entre crianças

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016B7PaísPaís

Pais dizem que crianças deveriam brincar mais Pesquisa feita com pais brasileiros apontam que 98% acreditam que brincadeiras são essenciais para o desenvolvimento

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Segundo pesquisa, a falta de espaço adequado para que as crianças brinquem com segurança é uma das principais queixas dos pais e responsáveis

Jogar bola, correr, andar de bicicleta ou ir ao par-que: para a maioria dos pais, as brincadeiras são

essenciais para o desenvol-vimento - 98% deles acre-ditam que essas atividades ajudam a estimular criativi-dade, socialização, empatia, coordenação, habilidade para resolver problemas, memória e concentração. No entanto, para 87% dos pais brasilei-ros, as crianças não estão brincando o sufi ciente.

Os dados são da pesquisa “Valor do Brincar Livre”. O levantamento foi elaborado em 2016 a partir de en-trevistas com 12 mil pais que tenham pelo menos um fi lho com idade entre 5 e 12 anos. Além do Brasil, adultos da China, Índia, Indonésia, Portugal, África do Sul, Tur-quia, Reino Unido, Estados Unidos e Vietnã também foram questionados.

Sem estrutura A falta de espaço para a

brincadeira foi uma das quei-xas apontadas pelos pais bra-sileiros: metade deles afi rmou não contar com ambientes amigáveis onde seus fi lhos possam se divertir. Quando comparam a rotina das crian-

ças com os seus próprios hábitos na infância, 63% dos adultos acham que os fi lhos têm menos oportunidades para brincar do que eles ti-nham no passado.

A brincadeira ao ar livre, principalmente, parece ser algo mais raro na atual ge-ração, de acordo com a pes-quisa. Para 84% dos entrevis-

tados brasileiros, as crianças do país brincam em espaços abertos durante duas horas ou menos em um dia. E 6% delas nunca brincam ao ar livre em um dia normal. Os esportes, por exemplo, são deixados de lado pela tecnologia: 9 em cada 10 pais dizem que seus fi lhos preferem modalidades virtuais a atividades físicas da “vida real”.

DADOS

Os dados são da pesquisa “Valor do Brincar Livre”. O levantamento foi elaborado em 2016 a partir de entrevistas com 12 mil pais que têm ao menos um fi lho com idade entre 5 e 12 anos

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[email protected], DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

Mundo B8

Desigualdade persiste e aumenta entre criançasRelatório do Fundo das Nações Unidas para Infância aponta que desigualdade entre crianças pobres e ricas persiste

A desigualdade que afeta as crianças pobres nos países ricos persiste e, em

vários casos, as desvanta-gens inclusive aumentaram na última década, segundo um relatório apresentado pelo Fundo das Nações Uni-das para a Infância (Uni-cef). O documento analisa a desigualdade no bem-estar infantil nos países ricos e classifica 41 Estados, entre eles os da União Europeia e da Organização para a Cooperação e o Desenvol-vimento Econômico (OCDE).

AnáliseO estudo reflete em geral

que a receita das famílias que estão abaixo da média cresceu de maneira mais len-ta que a das famílias que estão na metade superior, o que acentua a pobreza e privação entre as crianças menos favorecidas. No en-tanto, o Unicef mede a de-sigualdade entre as crianças não somente em função da renda de suas famílias, mas da educação que recebem, de sua saúde e de acordo com o nível de satisfação que eles mesmos expressam.

Cada país mostra diferen-tes avaliações de acordo com esses parâmetros, com Espanha e Estados Unidos como os únicos que mostram melhoras nos quatro indica-dores desde 2002. Quando as crianças avaliaram a satisfa-ção em suas vidas em uma escala de 1 a 10, a média de todos os países foi de 8. Em todos os países as meninas de entre 13 e 15 anos expres-saram um nível de satisfação menor que o dos meninos da mesma idade.

Estatísticas Outro dado relevante é

que duas das nações mais ricas do mundo, Japão e EUA, estão na terça par-te inferior da classificação

APERTO

A viagem do casal real à Ásia não foi feita apenas de escaladas e de dar mamadeira a filhotes dos animas. Também houve alguns sustos. É que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, deu um aperto de mão tão forte que deixou a mão do príncipe branca.

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AÇÃO

de desigualdade segundo a renda. Em ambos os países, a renda de uma família que está entre as 10% mais po-bres é 40 vezes inferior ao da média.

Se forem combinados to-dos os critérios de avalia-ção, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Suíça e Áustria ocupam as cinco primeiras posições, enquanto nas úl-timas – e em ordem ascen-

dente – estão Israel, Turquia, Bulgária e Itália. Países como Chile e México, que fazem parte da OCDE, não fornece-ram dados suficientes sobre todos os critérios de análise.

No âmbito da saúde, a re-lação com o status socioeco-nômico é mais destacada em termos de atividade física e de hábitos alimentares, já que as crianças de famílias pobres consomem menos frutas e verduras do que as de famílias ricas.

Após esta avaliação, os analistas do Unicef reconhe-ceram que o nível de renda e a situação familiar antecipam de maneira importante as oportunidades de sucesso de uma criança. À medida que as desigualdades de ren-da se acentuam nos países ricos, o mesmo acontece em termos educacionais, de saúde e na satisfação com suas vidas.

MULHERES

O Boko Haram, um dos grupos extremistas mais mortíferos do mundo, já usou pelo menos 105 mulheres e meninas em ataques suicidas desde ju-nho de 2014, quando uma mulher-bomba detonou a si mesma em um quartel militar na Nigéria, segun-do o site “The Long War Journal”, que monitora a atividade terrorista.

De lá para cá, mulheres e meninas, com frequência com bombas escondidas em cestas ou sob suas roupas, mataram centenas de pessoas em ataques em mercados de peixes e de hortifrutis, escolas, um porto fluvial e até mesmo campos para pessoas que

fugiram de seus lares para escapar da violência.

“Isso não é algo que você possa derrotar ou erradicar de forma direta”, disse Issa Tchiroma Bakary, o minis-tro das comunicações de Camarões, onde 22 me-ninas e mulheres-bomba foram identificadas desde o início deste ano. “Você não sabe quem é quem. Quando você vê uma me-nina vindo na sua direção, você não sabe se ela está escondendo uma bomba.”

Os soldados não podem abrir fogo contra toda mu-lher ou menina que pareça suspeita, ele acrescentou. “Eles sabem qual é o nos-so calcanhar de Aquiles”, disse Bakary sobre o

Boko Haram.O abuso contra mulhe-

res pelo grupo chocou o mundo pela primeira vez há dois anos, quando o Boko Haram invadiu uma escola na Nigéria e fugiu levando cerca de 300 me-ninas, muitas delas nunca mais encontradas. Cente-nas de outras mulheres e meninas foram levadas, presas, estupradas e às ve-zes engravidadas de modo intencional, talvez visando a criação de uma nova geração de combatentes.

Amos, 47, disse que os combatentes chegaram à sua aldeia pela manhã, disparando suas armas e juntavam mulheres e crian-ças para treiná-las.

Treinamento para terroristas

PARÂMETRO

Após esta avaliação, os analistas do Uni-cef reconheceram que os níveis de renda e a situação familiar antecipam de maneira impor-tante as oportuni-dades de sucesso de uma criança

Meninas entre 13 e 15 anos estão menos satis-feitas com nível de vida

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

SALVE JORGE!

Festejos do santo iniciam esta semanaDia a dia C6

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Balsas estão abandonadas no porto de São RaimundoEmbarcações que eram utilizadas na travessia para o distrito do Cacau-Pirêra, antes da ponte Rio Negro, seguem desativadas

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Ancoradas em uma parte do porto de São Raimundo, embarcações antes utilizadas no transporte de passageiros e veículos estão virando sucata com o passar do tempo, mas devem ser levadas a leilão pelo Estado

Há mais de 5 anos, quatro balsas que fa-ziam a travessia de carros e passageiros

do porto de São Raimundo, no bairro de mesmo nome, na Zona Oeste, para o distrito de Cacau-Pirêra em Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), além de outras áreas, estão paradas na orla de Manaus. As embarcações fi caram desati-vadas após a inauguração da ponte Rio Negro, pertencem ao governo do Estado e são administradas pela Socieda-de de Navegação, Portos e Hi-drovias do Amazonas (SNPH).

No total, são seis embarca-ções, das quais quatro estão paradas e duas foram doadas para as prefeituras do muni-cípio de Manicoré e Autazes. Na orla do São Raimundo, as maiores embarcações, com capacidade para transportar 60 carros, estão apodrecendo à beira do rio, entre elas estão a Cacau-Pirêra, a Iranduba, a Bacurau, a Boto Navegador 1 e 2, além da Rio Solimões.

Conforme informações de um ex-funcionário de uma das balsas, que preferiu não se identifi car, as embarcações estão sendo administradas por uma empresa terceiriza-

da. “Essas balsas serão leilo-adas dentro de poucos dias. Elas estão abandonadas e também já foram retiradas as máquinas, os motores, e os compressores. Quando a pon-te (Rio Negro) foi entregue, as coisas começaram a sumir. Peças gigantes, holofotes, desapareceram. O correto é que as balsas eram para ter sido levadas para a travessia do porto da Ceasa”, avalia.

De acordo com o funcio-nário da SNPH, Juscelino da Costa, três balsas estão operando, e fazem a traves-sia de Autazes para Nova Olinda. Segundo ele, outra delas faz o percurso do Ca-cau-Pirêra para Iranduba, e uma terceira foi cedida para a Prefeitura de Manicoré.

As balsas que estão pa-radas precisam de uma in-tervenção maior. Existe até uma proposta para que elas sejam leiloadas, as duas maiores que operavam na travessia do São Raimundo. “Elas são do governo, foram incorporadas ao SNPH, nos últimos dias de travessia, estavam praticamente inviá-veis operar por serem balsas antigas, com alto custo de manutenção e quebravam bastante. Eram balsas que tinham capacidade de levar até 60 carros, mas hoje são

embarcações obsoletas, hi-dráulicas. Atualmente é mais viável termos uma balsa que é empurrada”, afi rma

De acordo Juscelino, as em-barcações continuam fl utu-ando e existe uma equipe de funcionários que toma conta das embarcações para que não fi quem encalhadas. “A Marinha não permite que elas encalhem. Temos uma equipe tirando água, fazendo vistoria diária, limpeza e manuten-ção”, observa.

LixoNo local onde as balsas

estão ancoradas é possível encontrar água parada em pneus que ancoram as em-barcações, e são propícios para a reprodução do mos-quito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus, o Aedes aegypti. Funcionários que trabalham ao lado das barcaças paradas reclamam que há muito tempo o “ferro velho” não sai do lugar.

“De vez em quando a gente vê funcionários andando aí por dentro, mas eles deveriam se desfazer dessas balsas pois atrapalham o movimento do porto, não permitem que outros barcos ancorem na beira do rio”, afi rma Antônio Sérgio Silva, funcionário de uma metalúrgica da área.

Balsa Boto Navegador 1 tem capacidade para transportar, aproximadamente, 60 veículos

Embarcações serão leiloadasConforme explicações do

diretor-presidente da SNPH, Walfrido Neto, após a pa-ralisação das atividades da travessia entre o porto de São Raimundo e o Cacau–Pirêra, com a inauguração da ponte Rio Negro, o governo do Estado tinha seis balsas. Três foram conveniadas com municípios do interior e ou-tras três fi caram fora de operação no porto do São Raimundo, que são a Rio So-

limões e a Boto Navegador 1 e 2. Estas três continuam sob a responsabilidade do Estado e estão sendo cui-dadas diariamente.

“As balsas estão fora de operação apenas. Temos uma equipe que reversa todos os dias fazendo a manuten-ção, tirando água do porão. Destas, a Rio Solimões está prestes a ser conveniada com a cidade de Uricurituba, falta apenas a prefeitura do muni-

cípio enviar a documentação. As Botos 1 e 2 continuam fora de operação, mas por pouco tempo. Em contato com o governador José Melo, fi cou acordado que as balsas serão leiloadas. Levando em conta que o governo não tem condições, no momento de arcar com a reforma. Até que o processo de leilão seja concluído, as balsas continu-arão sendo cuidadas”, escla-rece Walfrido.

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STÊNIO URBANO EJOANDRES XAVIER

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C2 Dia a diaUniversidades dos EUA ao alcance de jovens do AM Atuando no mercado local, consultoria Apply auxilia estudantes a ingressarem em instituições de ensino superior

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Segundo Benarrós, a consultoria orienta os candidatos em todo o processo para a obtenção de uma vaga, desde a escolha das instituições até a aplicação dos testes nos quais o futuro universitário precisa se descrever

“Brilho no olhar”. Este é o requisito es-sencial para os jo-vens que desejam

entrar em uma universidade norte-americana ou canaden-se, de acordo com o professor Danilo Benarrós, consultor da Apply, que há pouco mais de 2 anos no mercado, já auxiliou vários jovens amazonenses a entrar em instituições de ensino superior nos Estados Unidos ou no Canadá. O que seria um sonho impossível para muitos, agora pode se tornar uma opor-tunidade, para adolescentes, na grande maioria de 16 e 17 anos.

Segundo ele, a ideia de montar a Apply surgiu com os fi lhos, Matheus e Gabriel Benarrós, que estudaram em universidades americanas. Um deles, Gabriel é sócio-fundador da startup de eventos Ingresse. “Gabriel viu como não era tão fácil ingressar em uma faculdade dos Estados Unidos, e que seria muito mais simples realizar esse sonho se os jovens tivessem uma orien-tação adequada, mas como a Ingresse prosperou, a ideia de montar a consultoria foi adiada. Alguns anos depois, Matheus, que tinha acabado de se for-mar, decidiu se dedicar à Apply e assim estamos funcionando desde 2014”, comenta.

Com a consultoria educa-cional, os jovens se preparam para os exames, como se fosse um vestibular no Brasil, a di-ferença é que o aluno escolhe entre 20 disciplinas para o teste admissional, chamado de ACT, e se não obtiver a pontuação que a faculdade exige, que varia de 200 a 800 pontos, não precisa esperar o outro ano para repetir o teste, podendo refazer a prova, que é realizada seis vezes ao ano.

Após atingir a pontuação

proposta pelas faculdades, a instituição já tem uma base do perfi l do aluno, pela escolha das disciplinas. O candidato come-ça a se preparar para a parte mais complicada: os ensaios ou Applications, que inicialmente descrevem quem é a pessoa.

“Nessa parte vale-tudo, as universidades americanas gostam da diversidade do povo brasileiro, ainda mais dos amazonenses. Nós somos detentores de uma biodiversi-dade incrível. Nesse ensaio, a pessoa descreve a sua histó-ria, quem são seus pais, onde

nasceu e quais suas principais aptidões, também fornecerá informações sobre onde você estudou e estuda, suas notas, cursos frequentados, honras acadêmicas e planos para o futuro”, explica Benarrós.

O processo é feito por um método chamado de quebra-cabeça ou Piece Puzzle Method.

AdmitidaApós todo o processo, o

momento mais importante está bem próximo: a chegada da carta de admissão em uma das universidades.

No mês passado, a estudante Isadora Pinheiro, 17, foi ad-mitida em 11 universidades norte-americanas, e optou em estudar em Stanford, situada em Palo Alto, Califórnia. O pai

Candidatos participam de aulas preparatórias, na Apply, para os exames que serão aplicados pelas instituições de ensino em que pretendem ingressar

LISTA

Ranking elaborado no ano passado por um instituto de pesqui-sa chinês sobre as melhores universida-des do mundo apon-tou como as quatro primeiras da lista, Havard, Stanford, MIT e Berkeley, nos EUA

da garota, o empresário Ricardo Pinheiro, conta que a Apply foi de suma importância para o desempenho da jovem.

“A experiência da Isadora na Apply foi muito importante, destacando o papel do coach buscando o máximo de desem-penho com suas orientações, evitando dispersão de energia e otimizando o tempo por meio de estímulos personalizados de acordo com o perfi l de cada aluno. No caso da Isadora, tínhamos um planejamento de três anos na consultoria e em um determinado momen-to, em conjunto, decidimos antecipar em um ano esse processo e felizmente tivemos sucesso”, pontua Ricardo.

Ainda segundo ele, a fi lha teve que cursar um supletivo

para concluir o ensino médio e em setembro deste ano deve ingressar na universidade.

SonhosDiferente das universida-

des brasileiras, que solicitam que os jovens decidam que profissão seguir antes de iniciar os estudos superio-res, as faculdades norte–americanas propõem que os estudantes decidam ao final do segundo ano que área seguirão.

O estudante do 3° ano do ensino médio, Samuel Rodri-gues, 16, que está há oito meses no Apply, pretende cursar uma faculdade ligada a engenharia biomédica. “É bom buscar um pensamento mais amplo e alternativas

fora do país”, avalia o es-tudante que nas próximas semanas fará um curso de verão de duas semanas em Yael, no Estado de Connecti-cut, e até o final do ano deve ingressar em uma faculdade norte-americana.

A estudante Maria Luiza Edwards, 16, que está cur-sando o 3° ano do ensino médio, pretende entrar em uma faculdade onde ela possa jogar vôlei e estu-dar matemática. “Como eu jogo vôlei, eu quero algo relacionado a esse esporte e também gosto de matemá-tica, então as faculdades que tiverem essas opções serão as que eu vou me inscrever. Eu entrei na Apply no início deste ano, vi uma grande

melhora nas minhas notas e pretendo ficar até dezembro. Eu estou muito feliz de ter essa oportunidade e de fazer parte desse projeto”, relata.

InvestimentoConforme Danilo Benarrós,

na primeira parte que é a preparação para o exame e ensaios, os alunos pagam mensalmente um valor de R$ 2,5 mil. Para se candidatar às universidades, o valor do investimento é R$ 3 mil por unidade de ensino. Segundo ele, a consultoria educacio-nal se estende também para pós-graduação, mestrado e doutorado e até o momento, todos os alunos que passa-ram pela empresa tiveram 100% de aprovação.

KATTIÚCIA SILVEIRA

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C3Dia a dia

Colégio Estadual terá centro de documentaçãoMemória da escola símbolo da elite amazonense, no século 20, está sendo resgatada por fotos, documentos, entre outros

ÉRIC

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Criação de um centro de documentação no Estadual, segundo o pesquisador Hélio Dantas, servirá para conhecer a história da educação no Amazonas

Escola de referência lo-cal na formação dos filhos da elite ama-zonense nos anos

de 1930 e 1940, o Colégio Amazonense Dom Pedro II, popularmente conhecido como “Estadual”, no Cen-tro, abrigará um centro de documentação com uma ex-posição de fotografias para acesso público.

O centro de documentação será fruto de um projeto de pesquisa desenvolvido com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Es-tado do Amazonas (Fape-am), Hélio Dantas, que vem organizando, higienizando, classifi cando, digitalizando e dando o tratamento pre-ventivo de conservação aos documentos disponíveis na escola referente ao período de 1886 a 1999 para dispo-nibilizá-los, adequadamente, à população.

Mestre em história, Dantas explica que os documentos presentes na escola se tra-tam de informações cente-nárias que remontam o fi nal do século 19 e chegam até o fi nal dos anos 1990, início do século 20.

Segundo ele, empresários, políticos e escritores de reno-

me internacional estudaram na escola, como, por exemplo, o ex-senador Gilberto Mestri-nho, o ex-senador Jeff erson Peres, o ex-governador e ex–prefeito de Manaus Amazoni-no Mendes, além do escritor e poeta Thiago de Melo.

“São vários documentos escolares, como histórico de alunos, boletins, atas de reu-niões, livros de contratações, folhas de pagamentos. Toda a documentação burocrática de uma escola está presente aqui. Mas, tem uma carac-terística especial pelo fato de Colégio Amazonense Dom Pedro II ser uma escola cen-tral e ser muito importante para a história do Amazonas. Ela também acumula docu-mentações externas que, da mesma maneira, é muito im-portante para pesquisa. Por exemplo, atualmente, a es-cola tem uma vasta coleção de diários ofi ciais do Estado que podem ser disponibiliza-dos para consulta pública”, observa o pesquisador.

O estudo está sendo desen-volvido no âmbito do Progra-ma de Apoio à Organização, Restauração, Preservação e Divulgação de Acervos Docu-mentais do Estado do Amazo-nas (Pró-Acervo) da Fapeam.

Benefício do acervoDe acordo com o pesquisador,

a organização do acervo e a criação de um centro de do-cumentação com documentos históricos disponíveis no Colé-gio Amazonense Dom Pedro II auxiliará as futuras gerações a conhecer mais sobre a história

da educação no Amazonas.“Para o público geral, a prin-

cipal contribuição é a possi-bilidade de se identifi car com esse patrimônio histórico de Manaus, não apenas na ques-tão arquitetônica do prédio, mas a identifi cação afetiva, pois tem muita gente que es-

tudou no Estadual”, salienta.Segundo ele, com a organi-

zação do acervo e, posterior-mente, a criação do centro de documentação será possível remontar, por exemplo, em documentos, o cotidiano da escola no período de 1930, com a relação dos alunos,

as disciplinas ministradas na época, as punições aos estudantes, além das pro-vas, exames orais e uma infinidade de documentos estudantis e/ou acadêmicos que auxiliarão a mapear a cultura escolar do Colégio Amazonense Dom Pedro II.

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Page 20: EM TEMPO - 17 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C4 Dia a diaDesinformação é obstáculo aos portadores de hemofi liaFalta de informações sobre a doença ainda é um obstáculo, segundo o presidente da Associação dos Hemofílicos do AM

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AÇÃO

Tratamento atual, utilizado pelos hemofílicos, é mais prático e efi ciente em relação aos procedimentos que eram aplicados no passado

Neste domingo é come-morado o Dia Mundial da Hemofi lia. A data serve para conscien-

tizar a sociedade sobre a gravidade da doença e para combater a desinformação, raiz do preconceito contra os seus portadores. A hemofi lia é uma disfunção crônica, ge-nética e não contagiosa, que afeta a coagulação do sangue. A estimativa é a de que 1/3 dos casos ocorrem por mutação genética e 2/3 por heredita-riedade. Existem dois tipos, que podem ser classifi cados entre leve, moderada e grave. O Dia Mundial da Hemofi lia é promovido pela World Federa-tion of Hemophilia.

De acordo com João Batista da Costa Paulo, micro-empre-sário e presidente da Associa-ção dos Hemofílicos do Ama-zonas, o maior obstáculo hoje para os portadores da doença é lidar com a desinformação das pessoas em geral. “Já vi pessoas formadas, instruídas, que acham que precisamos fi l-trar o sangue em hemodiálise, outros acham que não pode-mos ter fi lhos. Somos pesso-as normais. Apenas portamos uma doença”, explica.

Paulo afi rma que o trata-mento atual dos hemofílicos é mais prático e efi ciente do que no passado. “Pessoas como eu, portadores há mui-tos anos, sofreram no pas-sado. Hoje nossa estrutura é melhor”. Apesar da melhora, ele afi rma que um hospital es-pecífi co para pacientes porta-dores de doenças sanguíneas ainda é fundamental. “A Fun-dação Hemoam (Fundação de Hematologia e Hemoterapia Estado do Amazonas) nos atende bem, mas não tem condições de lidar com casos de maior complexidade, como cirurgias e outros procedi-mentos”, afi rma.

Para ele, um centro de apoio aos portadores da do-ença também é importante. “Há pacientes que chegam do interior e precisam de um apoio específi co”.

HistóricoAté a década de 90, as pes-

soas com hemofi lia no Brasil, eram levadas a um quadro de sequelas devido às hemorra-gias próprias da hemofi lia e do tratamento que era dispensa-do até então a estes pacientes. Pessoas com hemofi lia, como o Betinho e seus irmãos Henfi l e Luís Mario, não produzem adequadamente um dos fato-res de coagulação do sangue e sofrem de sangramentos espontâneos e repetitivos,

nas articulações e também músculos. Esses sangramen-tos ocasionam dores e danos irreversíveis, que podem levar até à invalidez.

Para estancar as hemorra-gias, o medicamento utilizado no Brasil até meados de 90 era o Crioprecipitado, um de-rivado do sangue humano - ou hemoderivado. Com a desco-berta do HIV, grande parte das pessoas com hemofi lia em todo o mundo se descobriram contaminadas por este vírus, que já estava no crioprecipi-tado e também nos fatores de coagulação utilizados em muitos países para o trata-mento da hemofi lia.

A presidente da Federação

CENTRO DE QUEIMADOS

Setenta por cento dos pa-cientes que sofrem queimadu-ras em Manaus e são atendidos pelo Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do hospital e pronto-socorro 28 de Agosto, são vítimas de descarga elétri-ca oriundas de fi ação clandes-tina de energia, de acordo com o coordenador do CTQ, o cirur-gião-plástico Carlos Medeiros. Segundo ele, no ano passado o hospital atendeu 90 casos de vítimas de queimaduras por descarga elétrica.

“As descargas podem oca-sionar queimaduras de 3º grau, amputação de membros e até a morte. Esse tipo de acidente normalmente ocorre relacio-nado às ligações clandestinas de energia, porque sabemos que Manaus possui muitas in-vasões e consequentemente as pessoas realizam ligações clandestinas”, observa.

Outras causas mais comuns de queimaduras que dão en-trada no hospital, são aciden-tes com chamas e líquidos

quentes. Medeiros destaca que a média mensal de aten-dimento de pacientes com queimaduras é de 20 pessoas. “Em caso de acidente com rede elétrica, a vítima tem que fazer o possível para sair do local e buscar apoio médico o quanto antes para verifi car possíveis lesões de músculos e intestinos, que vistos como casos mais graves e requer um período maior de internação para avaliação. Essas lesões não só ferem por fora como também podem ocasionar problemas internos e leva o paciente a óbito”, afi rma.

O especialista explica que o tratamento utilizado nos pacientes do CTQ é de alta qualidade e tem sempre bons resultados. Caso o paciente necessite de reposição de pele, a mesma é enxertada de outra parte do corpo, assim o índice de rejeição pelo organismo não acontece. “Para cobrir a área despelada pela queimadura, os cirurgiões retiram uma lâmina, abrangendo a epiderme e parte da derme, de uma área sã do

paciente. Essa lâmina é deixa-da sobre a região queimada, sem necessitar de sutura e nem sequer de medicamento. A placa de pele acaba pegando no tecido mais profundo. Em menos de cinco dias, vasos sanguíneos recém-formados enraízam o bloco enxertado e a epiderme, na fronteira da placa e da ferida, cresce até se unir”, explica.

Contudo, nem sempre o quei-mado tem uma extensão de pele boa tão grande como a lesionada. Nesses casos, pode-se fazer o chamado enxerto em malha. “Uma máquina perfura a lâmina doada, esticando-a até o triplo do tamanho ori-ginal. Em outro truque, o do selo, os médicos recortam a placa em quadradinhos, que espalham no local queimado. Espera-se, tanto na técnica da malha como na do selo, que a epiderme cresça das bordas e feche toda a superfície. Esse tratamento na pele do pacien-te doente é bom, porque ela cresce, estica e nunca vai ter rejeição”, destaca.

Descarga elétrica é o maior registro

Boa parte dos pacientes atendidos no CTQ sofreu queimaduras oriundas de descarga elétrica

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MEDICAMENTO

O SUS distribui nos hemocentros e cen-tros de tratamento de hemofi lia, os me-dicamentos (fatores de coagulação), que a partir da infusão venosa repõem aque-le que não é produzi-do naturalmente

Brasileira de Hemofi lia (FBH), Mariana Battazza Freire, re-lata que o período foi um momento terrível para todas as pessoas com hemofi lia, pois os pacientes corriam risco de serem infectados pelo HIV e outros vírus ao tratar os san-gramentos da Hemofi lia. A partir desta situação alarman-te, as empresas que produziam hemoderivados desenvolve-ram e passaram a utilizar o processo de inativação viral

em todos os hemoderivados. Estes processos inativam os vírus que possam vir a existir no sangue utilizado e garan-tem a efi cácia do medicamen-to sem risco de contaminação. Até que se tomasse conhe-cimento da situação e uma atitude positiva e efi ciente fosse tomada, muitos pacien-tes, infelizmente adoeceram e faleceram pela Aids, que inclusive na época também não tinha tratamento efetivo

como hoje.“Atualmente, a realidade do

tratamento no Brasil é outra. A partir da implementação dos processos seguros de ina-tivação viral, as mais de 12 mil pessoas com hemofi lia no país, podem viver e se tratar sem riscos. Desde 2011, o Ministério da Saúde, a partir da articulação da Federação Brasileira de Hemofi lia, jun-to ao Tribunal de Contas da União, Ministério Público Fe-

deral, Câmara dos Deputados e Senado Federal e Ministério da Saúde, instituiu a profi laxia, tratamento preventivo que ini-be as hemorragias e conse-quentemente as sequelas, e permite os pacientes exercer atividades simples que antes eram inimagináveis, como frequentar escolas e univer-sidades, trabalhar, praticar esportes andar de bicicleta, entre outras atividades so-ciais.”, ressalta Mariana.

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MICHELLE FREITAS

FRED SANTANA

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Page 21: EM TEMPO - 17 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C5Dia a dia

Abandono do tratamento da tuberculose preocupaEm Manaus, que concentra 73,5% dos casos, taxa de abandono verifi cada foi de 17%, sendo que a meta é de 5%

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AÇÃO

Doença atinge todas as faixas etárias no Amazonas, mas a maior concentração ocorre entre pessoas de 15 e 44 anos

No topo da lista dos Estados brasileiros com maior número de casos de tuberculose

- este ano foram confi rmados 632 casos, até o fi m de março -, o Amazonas também tem um alto índice de abandono do tratamento para a doença: 13,3%, conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério Saúde (MS), com análise de dados concluída em 2014, o que o coloca em quarto lugar nas taxas de abandono do país.

Em Manaus, que concentra atualmente 73,5% dos casos, a taxa de abandono verifi cada no mesmo boletim epidemio-lógico foi ainda maior: 17%, sendo que a meta universal é que o abandono de trata-mento seja menor que 5%, para se alcançar o controle da doença e evitar resistência aos medicamentos.

Em números estimados, considerando-se os 3.243 casos registrados no Ama-zonas em 2015 pelo Sistema de Informação de Agravos de Notifi cação (Sinan) do MS e o fato de que, destes, 2.932 ocorreram em Manaus, ao menos 498 pessoas podem ter abandonado o tratamento na capital, o que é um número bastante signifi cativo.

A coordenadora do Progra-ma Estadual de Controle da Tuberculose, Marlúcia Garri-do, comenta que o tempo de tratamento – no mínimo de seis meses - e as reações desagradáveis como náuseas e vômitos, provocadas pelos remédios, podem estar es-

tre os fatores que levam ao abandono ou mesmo à falta de adesão ao tratamento.

“A tomada da medicação deve ser supervisionada pe-los profi ssionais da saúde, o que raramente é feito. Além disso, a melhora do quadro clínico nos primeiros meses, os hábitos do fumo, uso de álcool e drogas ilícitas e a as-sociação com outras doenças são fatores que contribuem para a falta de adesão ao

tratamento”, comenta.Ainda segundo Marlúcia

Garrido, a tuberculose atin-ge todas as faixas etárias no Amazonas, mas a maior concentração de casos ocor-re entre pessoas de 15 e 44 anos, sendo também nessa faixa etária que se verifi ca a maior parte dos abandonos de tratamento (73,7%).

Como os medicamentos são fornecidos pelo Minis-tério da Saúde, sem ônus adi-cional para o governo estadu-al, não há prejuízo, do ponto de vista fi nanceiro, para os cofres do Amazonas, mas o abandono de tratamento pode estar entre as causas do índice cada vez maior de tuberculose no Estado. Isso porque a doença é transmi-tida no ar, via oral, por meio do espirro ou tosse de quem está contaminado com a cha-mada bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhe-cida como Bacilo de Koch.

“Para o paciente, o abando-no aumenta o risco de falha e surgimento de resistência ao tratamento, particularmente por mais de 30 dias sem a medicação. Falha e resistência elevam, substancialmente, o tempo de tratamento (de 6 para 24 meses) e, ainda, o ris-

ABANDONO

Considerando os 3.243 casos registra-dos no Amazonas em 2015 pelo Ministério da Saúde e o fato de que 2.932 ocorre-ram em Manaus, ao menos 498 pessoas podem ter abando-nado o tratamento

co de morte pela tuberculose. Para a sociedade, o indivíduo que abandona o tratamento tem maior risco de transmitir a doença para seus contatos, além do custo social e econô-mico que isso acarreta”, anali-sa o infectologista e consultor médico do Laboratório Sabin em Manaus, Marcelo Cordeiro dos Santos.

DiminuiçãoEmbora se observe uma

diminuição na taxa de inci-dência da doença nos últimos 10 anos, anualmente, o Bra-sil notifi ca 70 mil casos da doença. No Amazonas, com exceção de Guajará, todos os municípios tiveram registro de casos da tuberculose em 2015, sendo as dez maiores taxas de incidência registra-das em Manaus, Autazes, São Gabriel da Cachoeira, Tabatin-ga, Tefé, Iranduba, Manacapu-ru, Envira, Atalaia do Norte e

Presidente Figueiredo.

Sobre a doençaO principal sintoma da tu-

berculose é a tosse por mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer pessoa com esse sintoma deve procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. São mais vulneráveis à doença as popu-lações indígenas, presidiários, moradores de rua, além das pessoas vivendo com o HIV.

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C6 Dia a dia

Paróquia convida para festejos

Conhecido como santo guerreiro, São Jorge será festejado no decorrer desta semana pela passagem do dia 23 de abril, data dedi-cada à devoção ao santo. Para festejar o guerreiro, a paróquia de São Jorge, loca-lizada na rua Nossa Senhora de Fátima, 301, realiza uma ampla programação, que in-clui momentos de refl exão, missas, procissão e arraial. Tendo como tema “São Jor-ge, ajuda-nos a ter um olhar misericordioso com a casa comum”, a paróquia reforça o tema da Campanha da Frater-nidade deste ano, que chama a atenção para a necessidade de que todos cuidem com responsabilidade do meio am-biente para que os recursos naturais não se esgotem.

De acordo com o pároco da igreja de São Jorge, frei Agos-

tinho Odorizzi a programação alusiva a São Jorge terá início na próxima quarta-feira (20), com o tríduo ao santo, que ocorrerá também nos dias 21 e 22, às 19h. Durante os três dias, a comunidade será con-vidada a refl etir sobre a vida do santo, seus ensinamentos, desafi os e como ele foi con-vertido a combater o mal em favor da fé em Jesus Cristo. Já no dia 23, data em que a Igreja Católica comemora a santidade de São Jorge, os fi éis e a comunidade em geral são chamados a participar, a partir das 6h, da primeira missa em honra ao santo guer-reiro. A partir das 8h até as 17h a igreja fi cará de portas abertas para que os devotos possam prestar homenagens a São Jorge.

Dando continuidade à pro-gramação às 17h terá início a procissão que percorrerá algumas das principais ruas

do bairro. Após o cortejo será realizada uma missa na igreja de São Jorge e posteriormente haverá o tradicional arraial da paróquia. Conforme frei Agostinho Odorizzi, esse é um dos principais momentos vividos pela comunidade de São Jorge, que é quando a comunidade em geral se torna ainda mais participativa da vida da paróquia.

“Todos são convidados a participar, especialmente os fi éis e devotos de São Jorge, dos festejos ao santo guerrei-ro. Teremos muitos momentos bonitos de oração, encontro e festa em que todos poderão ter a fé renovada e ter mais entendimento sobre a gran-diosidade do amor de Deus presente na devoção aos san-tos. Nosso convite é para que as famílias, os devotos, os fi éis e a comunidade participem deste belo momento de fé e caminhada cristã”, salienta.

SÃO JORGE

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AÇÃO

Frei Agostinho Odorizzi chama os devotos para paticipar da programação dedicada ao santo guerreiro

Quantidade de urubus oriundos da lixeira municipal compromete as operações de voo realizadas no Júlio Belém

Aeroporto de Parintins corre risco de interdição

Parintins (AM) – A dois meses e uma semana da realização do Festival Folclórico de Parintins, a

lixeira do município (localizado a 369 quilômetros de Manaus) pode novamente causar a in-terdição parcial do aeroporto Júlio Belém, conforme informa-ções da 1ª Vara da Comarca local. A interdição seria em virtude do risco aviário.

Conforme os relatos da juíza Eline Paixão, da 3ª Vara da Comarca de Parintins, na última semana, ela e os demais pas-sageiros de uma aeronave vive-ram momentos de apreensão, devido à grande quantidade de urubus no céu, comprometendo o processo de pouso do avião, no aeroporto Júlio Belém.

A concentração das aves é oriunda da lixeira pública ins-talada no bairro Dejard Vieira, na Zona Oeste da cidade, por detrás do Centro de Estudos Superiores, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) em Parintins.

A Associação de Moradores do bairro Pascoal Alágio fez coro à reclamação da magistrada comunicando o caso ao Minis-tério Público do Estado (MPE/

AM), o agravamento da situação depois que carros coletores da secretaria municipal de limpe-za depositaram lixo em uma estrada que dá acesso à lixeira.

“Estamos vivendo uma situ-ação que se complica a cada dia, a lixeira não comporta mais nada, o Ministério Público precisa intervir porque com esse período chuvoso as ruas

aqui do bairro são inundadas por chorume que escorre da lixeira”, denuncia o presidente do bairro, Márcio Santana.

No ano passado, a Câmara Municipal promoveu uma au-diência pública no auditório da UEA para discutir o problema. Uma comissão foi formada para acompanhar os trabalhos de melhoramento na lixeira que se-

riam realizados pela prefeitura com apoio dos governos federal e estadual, mas até o momento a comissão não se reuniu para deliberar sobre o tema.

AudiênciasDe acordo com o juiz de Parin-

tins, Fábio Olinto de Souza, ao assumir a comarca ele procu-rou solucionar o velho impasse da lixeira pública, promovendo audiências públicas com técni-cos da prefeitura, Instituto de Proteção Ambiental do Ama-zonas (Ipaam), Instituto Brasi-leiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente.

Uma das audiências foi rea-lizada na comunidade rural de Vila Amazônia, onde os estu-dos apontam ser o local ideal para construção de um aterro sanitário. Porém, houve uma reação negativa por parte do Conselho dos Assentados e o Incra, que é o dono da área. O assunto não foi mais abordado, apesar dos ofícios encaminha-dos pelo Judiciário ao órgão expondo a gravidade da situa-ção em Parintins e solicitando a liberação da área.

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Além dos riscos ambientais, aves atraídas pela lixeira pública comprometem operaçõs no aeroporto

ESTRATÉGIA

De acordo com o administrador do aeroporto, Adriano Aguiar, momentos antes do pouso ou decolagem das ae-ronaves é feita uma ronda para espantar as aves da pista e evitar transtornos

MICHELE GOUVÊA

Segundo Olinto, há uma decisão judicial resultado de uma ação impetrada pelo Mi-nistério Público, que pede a interdição da lixeira e o paga-mento de multa pela prefei-tura por não transferir o lixo do local em que se encontra.

Mas, conforme o magistra-do, se a Justiça interditar a lixeira, a prefeitura não terá onde despejar o lixo coletado. “As consequências serão de-sastrosas. Se aplicar a multa

diária prevista no despacho, o orçamento municipal estará comprometido”, observa o juiz.

Ainda segundo Fábio, o Minis-tério Público Federal no Amazo-nas (MPF/AM), que acompanha a tramitação do processo na Justiça Federal, pode, diante da situação da lixeira, pedir novamente a interdição parcial do aeroporto Júlio Belém em razão dos riscos enfrentados pelas aeronaves para operar no horário diurno em Parintins.

Para o juiz, a alternativa seria o Incra colaborar com o município liberando uma área no assenta-mento de Vila Amazônia, onde se possa construir um aterro sanitário moderno e sem danos ao meio ambiente.

A Prefeitura de Parintins, por meio de nota, informa que não vem medindo esforços para amenizar o impacto da lixeira, mas reconhece que sozinha não tem condições de construir um aterro sanitário.

TADEU DE SOUZA

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C7Dia a dia

Em meio a impasse, Santa Casa corre risco de desabar Enquanto governo do Estado e administração do hospital divergem quanto a dívidas, demora coloca em risco o imóvel

Se a Santa Casa de Misericórdia de Ma-naus, no Centro, an-tes precisava lidar

apenas com o descaso do poder público, agora tem de enfrentar um novo inimigo: o tempo. Enquanto aguarda uma definição sobre o seu destino por parte das auto-ridades, uma das instituições de saúde mais tradicionais de Manaus corre sério risco de desabar.

O alerta foi feito pelo ad-vogado da junta administra-tiva do antigo hospital, Tiago Queiroz. “A Defesa Civil fez uma série de avaliações no prédio e foi constatado que ele corre risco de desabar a qualquer minuto. Por isso, te-mos urgência em resolver o processo de desapropriação. A ideia é retomar o quanto antes as atividades para que o prédio não se perca”, alerta.

De acordo com o comuni-cado emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Santa Casa de Misericórdia de Manaus não possui tomba-mento individual pela União,

mas está dentro da poligo-nal tombada pelo Iphan do Centro Histórico de Manaus. Dessa forma, a responsabili-dade ofi cial pelo prédio é do governo do Estado.

ConsensoQuestionado sobre o as-

sunto, o governo do Ama-zonas informou por meio de nota, que em 2014, iniciou as tratativas para desapropriar o prédio da Santa Casa de Misericórdia de Manaus e transformá-la em um hos-pital de referência no aten-dimento de crianças com câncer. Apesar do empenho do Estado, as negociações não avançaram, pois a ad-ministração da Santa Casa não chegou a um consenso sobre o valor real das dívi-das da instituição, a maioria relacionada a causas traba-lhistas. Além disso, devido à crise econômica nacional, o projeto da Santa Casa pre-cisou ser reprogramado em decorrência da necessidade de ajustes orçamentários.

A versão de que as dívidas não foram pagas é rebatida

pelo advogado Tiago Queiroz. “Essa informação não é

verdadeira. Publicamos no site santacasamanaus.com.br uma lista atualizada pe-riodicamente com todas as dívidas que estavam sendo pagas e atualizadas. Inclusi-ve durante as negociações, enviamos uma cópia desse documento para a Procura-

doria Geral do Estado (PGE)”, afi rma. De acordo com o advogado, para mostrar boa vontade, a direção do hospi-tal aceitou receber apenas o valor das dívidas pagas, algo em torno de R$ 8 milhões. O valor inicial a ser pago para a

desapropriação deveria ser o preço de imóvel no mercado, avaliado em R$ 22 milhões.

Além desta disputa, o Tri-bunal de Justiça do Amazonas (Tjam) determinou que a Pre-feitura de Manaus cuidasse da segurança e restauração do prédio. No entanto, sa-bendo da responsabilidade do Estado, o órgão recorreu da decisão. Em outra frente, há uma comissão na Câma-ra Municipal de Manaus que também se reúne para tentar encontrar uma solução para o problema, mas que até o momento não obteve resul-tados satisfatórios.

HistóriaA Santa Casa de Misericór-

dia foi criada em 1853, fun-cionando em prédio alugado pela Província do Amazonas. Na época, o hospital era cha-mado Hospital de Caridade e era mantido com recursos de duas loterias de seis contos de réis (seis cruzeiros) cada uma, isentas de impostos provinciais.

A história da instituição está diretamente relaciona-

da às epidemias que surgi-ram no Amazonas ao longo das décadas.

As grandes epidemias de bexiga e varíola que asso-laram a Província em 1869 vieram provar a necessidade de erigir-se edifício próprio com melhores condições, pois naquele período o tra-tamento foi feito em hospi-tais improvisados e na Enfer-maria Militar. O capitão de fragata Nuno Alves Pereira de Meio Cardoso cedeu ge-nerosamente uma casa de sua propriedade a fi m de ser transformada em Lazareto.

O terreno para a constru-ção do prédio foi solicitado pela Província ao Ministério de Agricultura, Comércio e Obras Públicas, sendo con-cedido por Aviso de 26 de outubro de 1873. O ato de 2 de janeiro de 1873 autorizou e empregar-se pelo orçamen-to provincial, a quantia de 40:000$OOO (Cr$ 40,00). O lançamento da pedra fun-damental verifi cou-se a 1º de janeiro de 1873 com as solenidades do estilo e com-parecimento das autoridades

e do povo. Mas não foi na rua 10 de Julho, e sim no primiti-vo local escolhido, ou seja, à antiga praça de Uruguaiana, nomenclatura histórica de-saparecida por infl uência de nome estrangeiro.

Até 1876 as obras se arras-taram, à dependência do es-tado fi nanceiro da Província. Deste ano em diante, inclusi-ve, teve início a construção do pavimento superior. Não foram concluídas as obras que dizem respeito às partes confi nantes com as ruas de José Clemente e de Lobo d’Al-mada, fi cando reservadas a pequeno cemitério. Em 1894-98 ainda aparecem editais pedindo propostas para a terminação do edifício, que continua inconcluso.

O paredão foi feito nas gestões dos govenadores Eduardo Gonçalves Ribeiro, Fileto Pires e o coronel Ra-malho Júnior, obedecendo ao mesmo estilo dos do Teatro Amazonas, Palácio da Justiça e Reservatório de água. So-mente após uma lei de 12 de maio de 1870, foi autorizada a construção do hospital.

CURIOSIDADE

A Santa Casa de Mi-sericórdia foi criada em 1853, funcionan-do em prédio aluga-do pela Província. Na época, o hospital era chamado Hospi-tal de Caridade e era mantido com recur-sos de duas loterias

De acordo com comunicado emitido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Santa Casa de Misericórdia de Manaus não possui tombamento individual pela União e está sob responsabilidade do Estado

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Page 24: EM TEMPO - 17 de abril de 2016

MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016C8 Dia a diaVariedade genética de seringueira é estudadaAnálise de mais de mil exemplares da planta, disponíveis em bancos públicos de germoplasma, pode preservar a espécie

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Aproximadamente 500 exemplares de seringueiras foram analisados por pesquisadores brasileiros e franceses

A diversidade genética da seringueira (Hevea brasiliensis) – a úni-ca espécie de planta

cultivada para produção co-mercial de borracha natural no mundo, nativa da fl oresta amazônica – poderá ser fi nal-mente conhecida e preservada. Um grupo de pesquisadores brasileiros, de diferentes uni-versidades e instituições de pesquisa no país, em colabora-ção com colegas do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement (Cirad), da França, descreveu a diversi-dade genética da seringueira a partir da análise de mais de mil exemplares da planta disponíveis em bancos públicos de germoplasma (patrimônio genético) na América do Sul.

Além disso, eles criaram uma coleção com, aproximadamen-te, cem árvores que representa toda a diversidade genética dessa população da planta. O estudo foi publicado na revista PLoS One. “Essa coleção de quase cem árvores poderá via-bilizar programas de melhora-mento genético da seringueira não somente no Brasil, mas em qualquer outro lugar no mundo interessado em cultivá-la, e

proteger o germoplasma da planta”, diz Anete Pereira de Souza, professora do Instituto de Biologia e pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CB-MEG) da Universidade Esta-dual de Campinas (Unicamp) e coordenadora do estudo, à

Agência Fapesp.Os pesquisadores analisaram

e caracterizaram com marca-dores moleculares (pequenas regiões do DNA que variam de um indivíduo para outro) 1.117 exemplares de seringueiras coletados durante expedições realizadas nos últimos 35 anos na região de Madre de Dios, no Peru, e nos Estados do Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará e Amazonas, e conservados no

Brasil e na Guiana Francesa.Aproximadamente 500

exemplares analisados foram coletados durante uma expe-dição realizada em 1995 pela Embrapa e o Instituto de Pes-quisa da Borracha da Malásia (RRIM) nos Estados do Pará e do Amazonas, e mantidos em uma área experimental da Embrapa Cerrado em Pla-naltina, a 40 quilômetros de Brasília. Até então não haviam sido descritos, multiplicados ou usados em programas de melhoramento genético.

AvaliaçãoA análise dos dados genéti-

cos dos exemplares da planta mostrou que as populações de seringueira podem pertencer a dois grupos distintos, de acordo com suas “semelhanças” gené-ticas. O primeiro grupo é com-posto pela população da planta proveniente do Mato Grosso. Já o segundo grupo é integrado pelas populações de seringueira originárias dos do Acre, Ron-dônia, Amazonas e Pará e da região peruana de Madre de Dios. As seringueiras cultivadas na Ásia, por exemplo – aonde chegaram no início do século XX –, são semelhantes às do Mato Grosso, indicou o estudo.

AMOSTRAS

Os demais exempla-res analisados são do Acre, Mato Grosso e Rondônia, coletados por uma institui-ção francesa e pela Comissão Internacio-nal para Pesquisa e Desenvolvimento da Borracha (IRRDB)

Metade das sementes co-letadas em 1981 na expe-dição realizada pela IRRDB e pela Embrapa fi cou com o Brasil e foi plantada na Amazônia. A outra metade seguiu para a Costa do Mar-fi m, na África, e para Malásia, onde está conservada até hoje. As sementes plantadas

na Amazônia, porém, foram dizimadas pelo mal-das-folhas, causado pelo fungo Microcyclus ulei, que provoca a queima das folhas e leva a planta à morte.

A praga já havia causado o extermínio da maior planta-ção de seringueiras mantida por uma empresa na Amazô-

nia, na cidade de Fordlândia, às margens do rio Tapajós, no Pará. A cidade começou a ser construída em 1927 por Henry Ford (1863 –1947) com o objetivo de produzir látex para a fabricação dos pneus usados nos carros fa-bricados por sua indústria automobilística.

Fordlândia não serviu de alerta

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[email protected], DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016

Plateia D1SHOW

TdP celebra 15 anos de música

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AÇÃO

Uma nova opção de acesso à cultura e aprendizado gratuito nasceu no Centro de

Manaus, com a inauguração do espaço Casa do Frei (ocor-rida dia 8 de abril). O espaço é sede do projeto sociocultural de iniciativa do Instituto Ama-zônia, nomeado “Caminhos do Frei”, que tem oferecido atividades voltadas para a comunidade, e está localizado na rua Frei José dos Inocentes, no centro histórico, Zona Sul.

O diretor presidente do Ins-tituto Amazônia, Paulo Hen-rique de Castro, afi rma que o objetivo do projeto, que pertence ao instituto e que já está há 2 anos na área, é fazer uma requalifi cação daquela localidade. “A ideia é termos aqui uma melhoria de qualidade de vida para todos. E conseguimos com isso a geração de renda, por meio da melhoria do conhecimento das pessoas. A gente acha que se fi zermos qualquer melhoria nas casas, nem que seja uma pintura na fachada, já eleva a autoestima da família. Se a gente pegar algumas pes-soas da família que produza um artesanato, produza um sabão, vai gerar uma renda complementar”, explica.

Paulo Henrique acredita ain-da que essas ações também podem contribuir para manter um maior número possível de pessoas morando na região do Centro, uma área que com o decorrer dos anos, tem sido abandonada no quesito mo-radia. A ideia é garantir que os moradores tenham uma área tranquila e sadia para viver, fazendo com que mais pessoas se instalem pelo cen-tro histórico, fazendo desta região um atrativo turístico.

A coordenadora do departa-mento sociocultural do insti-tuto, Mônica Bologna, contou que a programação funciona nos dias de segunda e quarta-feira, quando são ministradas aulas de teatro, com duração de três meses, e nos dias de quinta e sábado acontecem as aulas de audiovisual. Na quinta-feira os alunos fi cam dentro da sala, para a parte teórica, e no sábado, eles saem para fazer as tomadas em externa. “Amanhã começam as aulas de artes plásticas para crianças e adultos. Num segundo momento, se adultos quiserem, será feito um ho-rário noturno especialmente para eles”, diz. Mônica lembra que o prédio estava total-mente abandonado, mas foi

reformado e agora conta com quatro salas onde já estão sendo oferecidas atividades de aulas de teatro e aulas de técnicas audiovisuais.

Além das atividades inter-nas, o projeto social já realizou mutirões de limpeza e ainda promete mudar a cara das casas com pinturas novas mo-tivando a atuação da comuni-dade. O jovem Gabriel Nunes abraçou a oportunidade e está fazendo os dois cursos ao mesmo tempo. “Achei bacana porque eu não tinha visto isso em nenhum lugar. Estou fa-zendo as duas ofi cinas (teatro e audiovisual). Então, abriu um espaço imenso para quem quiser aprender. Está sendo uma experiência muito boa. A gente está trabalhando, com edição de roteiro. Estamos sendo direcionados a fazer um documentário da própria rua Frei Jose dos Inocentes, entrevistando os moradores, aprendendo a gravar, apren-dendo a mexer nos equipa-mentos. O Centro tem sido uma área de Manaus que gera medo nas pessoas que não a conhe- cem direito. Mas isso está mu-dando” , enfatiza.

A aluna Lívia Baeta entrou para o teatro pensan-do em sua carreira de professora. “Quando soube dos cursos, me interessei e eu já tinha vontade de fazer teatro para me desinibir. Vou usar isso para ir à sala de aula, enfrentar discurso em público e dar aulas”, conclui.

Além dos cursos já citados que começaram primei-ro, ainda será minis-trado outro curso de gastronomia, que segundo Monica, o pro-fessor é um italia-n o q u e mora na co- munidade e já foi dono de três restau-rantes na Itália e se dispõe a ensinar os comunitários a fazer os sabores da nação da pizza. A Casa do Frei terá ainda aula de artesanato. “São cursos para puxar a criançada e a juventude da rua. Não que-remos que as crianças venham brincar aqui, em uma casa que as mães simplesmente despejam seus fi lhos, e sim que as crianças venham para aprender algo, ler, interpretar um texto,” concluiu Mônica.

UManaus, com a inauguração do espaço Casa do Frei (ocor-rida dia 8 de abril). O espaço é sede do projeto sociocultural de iniciativa do Instituto Ama-zônia, nomeado “Caminhos do Frei”, que tem oferecido atividades voltadas para a comunidade, e está localizado na rua Frei José dos Inocentes, no centro histórico, Zona Sul.

tituto Amazônia, Paulo Hen-rique de Castro, afi rma que o objetivo do projeto, que pertence ao instituto e que já está há 2 anos na área, é fazer uma requalifi cação daquela localidade. “A ideia é termos aqui uma melhoria de qualidade de vida para todos. E conseguimos com isso a geração de renda, por meio da melhoria do conhecimento das pessoas. A gente acha que se fi zermos qualquer melhoria nas casas, nem que seja uma pintura na fachada, já eleva a autoestima da família. Se a gente pegar algumas pes-soas da família que produza um artesanato, produza um sabão, vai gerar uma renda complementar”, explica.

da que essas ações também podem contribuir para manter um maior número possível de pessoas morando na região do Centro, uma área que com o decorrer dos anos, tem sido abandonada no quesito mo-radia. A ideia é garantir que radia. A ideia é garantir que os moradores tenham uma área tranquila e sadia para

Além das atividades internas, o projeto social já realizou mutirões de limpeza e promete mudar a cara das casas

cultura eeducação

gratuita

Casa do Frei oferece

a moradores do Centro

edição de roteiro. Estamos sendo direcionados a fazer um documentário da própria rua Frei Jose dos Inocentes, entrevistando os moradores, aprendendo a gravar, apren-dendo a mexer nos equipa-mentos. O Centro tem sido uma área de Manaus que gera medo nas pessoas que não a conhe- cem direito. Mas isso está mu-dando” , enfatiza.

A aluna Lívia Baeta entrou para o teatro pensan-do em sua carreira de professora. “Quando soube dos cursos, me interessei e eu já tinha vontade de fazer teatro para me desinibir. Vou usar isso para ir à sala de aula, enfrentar discurso em público e dar aulas”, conclui.

Além dos cursos já citados que começaram primei-ro, ainda será minis-trado outro curso de gastronomia, que segundo Monica, o pro-fessor é um italia-n o q u e mora

JOANDRES XAVIER

A gente acha que se fi zermos qualquer melhoria nas casas, nem que seja uma pintura na fachada, já eleva a autoestima da família”

Paulo Henrique,diretor

Aulas de vá-rias vertentes de arte estão contempladas pela iniciativa abrigada na Casa do Frei, como teatro e artesanato, voltadas para a comunidade em geral

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D2 Plateia

BAIANO

Homenagem . Agora a 3ª Companhia de Forças Especiais do Comando Militar da

Amazônia (CMA) passa a se chamar Companhia General de Brigada Thaumaturgo Sotero Vaz.

. Uma homenagem ao fundador desse batalhão, falecido no ano passado.

. Presente na solenidade, o prefeito Arthur Virgílio Neto fez questão de destacar a importante parceria do Exército Brasileiro com a Pre-feitura e, mais uma vez, prestou sua homenagem a um dos maiores líderes militares do Amazonas.

[email protected] - www.conteudochic.com.br

Fernando Coelho Jr.

Esporte. Como parte das comemorações pelos

179 anos da Polícia Militar do Amazonas, será realizada a 1ª Corrida de Obstáculos Tiradentes.

. Praticada pelos militares, bombeiros, Militares das Forças Armadas e bom-beiros, esse tipo de prova exige preparo físico mais completo, pois demanda muito esforço para transpor os obstáculos em que homens e mulheres competem no mesmo terreno, sozinhos ou em equipes. A 1ª Corrida de Obstáculos está sendo organizada pelo comandante da Com-panhia de Operações Especiais e serão oferecidas 400 vagas.

. As inscrições serão realizadas por meio do site www.assessocor.com.br. A compe-tição acontece hoje na Área da Constru-tora Canadá, na Avenida Desembargador João Machado, no Bairro Planalto.

Novo comandante. O Major-Brigadei-

ro do Ar Waldeísio Fer-reira Campos é o novo comandante do Sétimo Comando Aéreo Regional (VII Comar).

. O ofi cial substitui o Major Antônio José Men-donça de Toledo Lobato que passou dois anos à frente da entidade.

. A cerimônia de posse aconteceu na manhã de sexta-feira, no pátio ope-racional da Base Aérea de Manaus, com direito a desfi le militar.

Semana do índio. Para prestar justa homenagem

à infl uência indígena nos costu-mes, conhecimentos e hábitos existentes em nossa sociedade, o Governo do Estado do Amazo-nas preparou uma programação especial para a Semana do Índio.

. A programação inicia ama-nhã, no Centro Cultural Povos da Amazônia. No local, acontece-rá uma ofi cina de arte indígena com Miguel Lana, indígena da tribo Arawak, um dos monitores do espaço, que ensinará a fazer cestas com o trançado típico de sua etnia, Dessana. Na terça-feira, 19 de abril, Dia do Índio, o público poderá visitar a exposição “Lendas Indígenas” durante todo o dia, entre muitos outros itens da programação.

Objeto de desejo. Nova it bag que desembarca

nas prateleiras da italiana Gucci.. É o modelo ́ Sylvie´, que

se transformou na mais nova disputa entre a ala feminina mundo a fora. Super chic, em várias tonalidades. Des-taque para o mo-delo verde, o tom da moda para sapatos e bolsas atu-almente.

. Os arquitetos da cidade vão ganhar aditivo extra.

. Está sendo lançado projeto Top, que pretende premiar os profi ssionais da área que mais pon-tuarem com vendas na Anel Cortinas, com vários brindes especiais, incluindo passagens para a Casa Cor em São Paulo.

. O programa de pontuação será lançado durante coquetel na loja da Anel na João Valério, em evento com apresentação do jornalista Clayton Pascarelli.

1. O prefeito Artur Neto, o Major-Briga-deiro do Ar Waldeísio Ferreira Campos e o presidente da Assem-bléia Legislativa do Estado do Amazonas, deputado Josué Neto, na solenidade de pas-sagem de comando do VII Comar

2. Jéssica Sabbá Tayah, Sídia Góes, Gisele Aricó e Milena Desterro em evento no Jardim das Américas

3. Mônica e Laerte Antonaccio em noite de festa na cidade

Premiações

1.

3.

2.

Objeto de desejo. Nova it bag que desembarca Objeto de desejo. Nova it bag que desembarca Objeto de desejo

nas prateleiras da italiana Gucci.. É o modelo ́ Sylvie´, que

nas prateleiras da italiana Gucci.. É o modelo ́ Sylvie´, que

nas prateleiras da italiana Gucci.

se transformou na mais nova disputa entre a ala feminina mundo a fora. Super chic, em várias tonalidades. Des-taque para o mo-delo verde, o tom da moda para sapatos e bolsas atu-almente.

TÁCIO MELO

FOTOS: CÉSAR CATINGUEIRA

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D3Plateia

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D4 Plateia

O grande diaO que é o grande dia para

cada um de nós? Quando um grande dia se

aproxima, nossas expecta-tivas aumentam, uma forte adrenalina faz nossos cora-ções baterem mais forte, é como se todos os poros se abrissem para respirar só aquilo. Deus e o diabo nos espreitam de fi ninho.

Se for o nascimento de um fi lho, os detalhes estão em todo o lugar. Primeiro, a felicidade de se tornar mãe, depois a mala com as roupinhas cui-dadosamente lavadas no sa-bão de coco, a plaquinha da porta do quarto do hospital, as lembrancinhas... Família em êxtase... O que pode destruir um sonho tão bonito? Microce-falia uma doença proveniente da mutação de um mosquito! Parece piada não? Será que se tivéssemos um saneamento básico de qualidade isso acon-tecia? Será que se o nosso povo

tivesse uma educação decente ele não cuidaria melhor dele e dos próximos?.

Se for o casamento, nos-sa! a expectativa aumenta. O amor uniu aquelas duas pesso-as que vem cheias de sonhos de crescerem juntas nas suas profi ssões e conquistar a casa própria, viajar nas férias, ter fi lhos, essas coisas que todos nós queremos. Como está nos-so país hoje? Economia parada, desemprego alucinante, vida reduzida e, por mais que você encante algum cliente, alguns segmentos não saem do lugar. Totalmente travados

Se for um universitário aca-bando de se formar pra se jogar no mercado de trabalho, é aquela festa de formatura e depois?? E depois?

Manazinhas, não vim aqui destruir sonhos, mesmo por-que sou uma pessoa entu-siasmada de natureza, me sinto muito a vontade como

cidadã brasileira de falar o que penso sobre tudo isso que estamos vivendo a cada dia. O lado bom de toda essa estória é que cansamos! Cansamos de lorota, de papo furado, de mentiras, de frases feitas e repetidas sem eco!

O bom disso é que junto com eles estamos fazendo a nossa “mea culpa”, estamos vendo onde demos força para

que isso chegasse a esse pon-to. Onde fomos omissos por preguiça ou pra nos favore-cer de algum modo. Estamos sentindo, na pele o sangue escorrer e precisamos dar um basta de verdade!

Acompanhar esse jogo de poder (que nada tem a ver com o povo) tem sido uma lição a cada dia para vermos com cla-reza o que não interessa mais!

Precisamos da visão de uma chuva grossa com o arco íris brilhando no azul do céu infi ni-to. Somos um Brasil grande e trabalhador. A nossa maioria é de gente que quer varrer essa hipocrisia e trabalhar honesta-mente. Não queremos bolsas de nada nem as de grife! Quere-mos oportunidades! Queremos ser úteis e não um bando de sanguessugas que só existem

porque se locupletam.Quanto ao meu grande dia!

Sinceramente digo que é hoje! Sabemos que não será fácil, e que não é a melhor opção, mas vamos aprender cada vez mais a escolher melhor, a não nos deixar seduzir por qualquer um que usa o poder da inter-pretação pra vender mentiras!

Viva o Brasil!

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AÇÃO

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D5Plateia

TV TudoPróximo episódioNesta terça-feira, Mister

Brau e seu parceiro musical e melhor amigo, Lima (Luis Miranda), vão se desenten-der e seguir caminhos di-ferentes.

Tudo por conta de uma in-terferência de Michele (Taís Araújo), que vai se aprovei-tar de uma crise criativa do marido e compor uma música para ele, provocan-do ciumeira de Lima.

Olha só - 1Não será Luciana Liviero

a apresentadora do novo jornal da Rede TV!, com exibição das 17h às 19h15, ainda sem título defi nido e que tem estreia prevista para o dia 2 de maio.

Outro peso pesado, Lu-ciano Faccioli, foi defi nido para enfrentar José Luiz Datena e Marcelo Rezende nesta faixa de horário. O jornalístico vai se chamar “Olha a Hora!”.

Olha só - 2Em função deste novo

compromisso, Faccioli será obrigado a abrir mão do “Rede TV News”. O seu substituto será conhecido nos próximos dias.

Entrosamento - 1Malvino Salvador e João

Baldasserini, respectiva-

mente, Apolo e Beto, em “Haja Coração”, próxima novela das sete da Globo que estreia em maio, vão disputar o amor da protagonista Tancinha, Mariana Ximenes.

Entrosamento - 2Em cena os personagens

dos dois estarão sempre em pé de guerra, cercados de muita tensão. Já nos basti-dores, sobra descontração. “A gente se conheceu para este trabalho. Está muito diver-tido. E é uma novela muito bem escrita, já vem com tudo dado”, diz João sobre a par-ceria com Malvino.

Programa do CearáA parceria Formata e Mul-

tishow marcou para o pró-ximo dia 25 o início de gra-vações do novo programa do Ceará, Wellington Muniz, ainda sem título defi nido.

Depois de “A Grande Farsa”, ele vai explorar um formato

de esquetes, no qual cada episódio irá tratar de um tema específi co.

Programa do Rafi nhaEstá tudo pronto para a

estreia do Rafi nha Bastos com o “Tá Rindo do Quê?” no Multishow. No programa, em 20 episódios, ele e Mar-celo Marrom terão sempre um humorista diferente numa viagem com eles para uma cidade do país. Durante o dia, passeios nas ruas e conversas com moradores, em busca de curiosidades e piadas locais. À noite, um show, stand up, num teatro local. As grava-ções aconteceram em Brasí-lia, São Paulo, Recife e Porto Alegre, entre outras.

Sinal verdeFábio Porchat fará no co-

meço desta semana as suas últimas gravações para a nova temporada do progra-ma “Tudo Pela Audiência”.

Bate – Rebate· Anitta recebe nesta ter-

ça-feira, pelo Multishow, Lu-dmilla, Harmonia do Samba e Turma do Pagode no “Música Boa ao Vivo”, a partir das 20h30.

· Ainda no Multishow, Marco Luque, em participação espe-cial, fará um fi lho de italianos na nova temporada do “Vai que Cola”...

· ...a quarta temporada do humorístico começa a ser gra-vada em junho.

· A produtora O2, de Fer-nando Meirelles, confi rma in-formação da coluna...

· ...está mesmo conversando com a Globo sobre uma nova série, em quatro episódios, sobre “Cidade dos Homens”.

· Fátima Bernardes em alta na Globo. O “Encontro” regis-trou sua maior média mensal no mês de março, 8 pontos em São Paulo, recorde.

· O “Encontro” teve seu maior índice no Painel Nacional de Televisão, com média de 10 pontos.

“Liberdade, Liberdade”, no-vela das 23h da Globo, já está sendo exibida também no canal internacional da emissora nas Américas, no Japão e Austrália.

Já os assinantes que moram na Europa e África, vão come-çar a acompanhar a história da fi lha de Tiradentes a partir de amanhã.

Então é isso. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

Série de Lázaro e Taís ganha nova temporada

C’est fi ni

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

[email protected]

Canal 1

A segunda temporada de “Mister Brau”, da Taís Araújo e Lázaro Ramos, estreou terça-feira passada e fi cou 2 pontos acima da média da anterior, que foi de 25 pontos com 42% de participação no Rio e 22 com 35% em São Paulo. A sua exibição vai até o começo dos Jogos Olímpicos. Muito elogiada e alvo de boas críticas, a série já garantiu lugar na programação em 2017. Receberam sinal verde para tocar, desde já, os trabalhos da terceira temporada.

RenovouApresentadora do “Parquinho” e

voz ofi cial do Disney Junior, a atriz Estela Ribeiro renovou contrato por mais 3 anos com o Grupo Disney.

Estela, que também trabalha no musical “Raia 30”, está em Buenos Aires gravando a quarta temporada do infantil que é exibido no canal pago e no SBT.

DIVULGAÇÃO

Márcio Braz

ator, diretor e cientista socialA cultura do golpe

[email protected]

Márcio Braz

(...) também existem gol-pes do tipo passivo, crimes co-metidos pela presidente em seu estilo de governança e escolhas equivocadas. Estes existem diariamente. Há golpes de ambos os la-dos, de todos os tipos”

“Palavras podem ser manejadas à von-tade. E nenhuma terá sido mais distorcida no Brasil de após 1964 do que a palavra revolução.” Isto, o professor Francisco We-ff ort em “Por que democracia?” escreveu em 1984, sob os auspícios da chamada reabertura política, ou de uma nova con-dição de jogo da política, dos interesses, um novo de jogo de se estabelecer o po-der, mantê-lo, dominá-lo, em suma, tudo, menos o interesse moral (a boa moral) pela pólis. Política é um ato, e o exerce-mos desde que nascemos. O poder que incide sobre nossas vidas e em diferentes maneiras: poder do tempo, da mulher etc. Um poder que assume diferentes formas de acordo com a cultura de cada lugar.

Mas vejam: mais de 30 anos após o escrito, a leitura do ensaio do cientista político serve-nos como um farol e luz – e a quem interessar - em torno do imbrica-do momento político em que vivemos, e especialmente no dia de hoje quando os relatores (e delatores), correntes de um e outro lado, defi nem os rumos, ainda que por ora, da governança federal

Acontece que temos visto constante-mente, e com uma ligeireza irresponsável, termos como golpe e democracia serem usados de forma desavisada e perigosa, igual ao que Weff ort nos advertiu sobre a palavra revolução, utilizada indiscri-minadamente lá nos idos do chamado período revolucionário brasileiro. Weff ort, com fi rmeza, nos estimula a refl etir sobre um país “formado em uma tradição de ambiguidade e cinismo em relação a de-mocracia” capaz de, por isto, “transformar o golpe em prática corrente”.

No século 20, o autor elencou cerca de dez golpes ou tentativas de golpes. De 1964 até 1984 houve nomeações e de-posições presidenciais por meio de golpes sob o uso da força. Ora, se no período especifi cado por Weff ort o golpe quase que se instaura como tradição política, o que dizer de hoje, domingo, 17 de abril? Um golpe?

Alguns dizem que sim. Outros não. Uns afi rmam que empréstimos de bancos pú-blicos, onde o governo não tem receitapara depois reembolsar, levando inclusive a Caixa Econômica a cobrar o calote, pode

ser motivo para um impedimento. Outros dizem que nem se confi gurava um em-préstimo, seria uma “pedalada fi scal”, uma prática comum feita por outros presiden-tes, logo, não é um “crime” que se possa o presidente de governar. Dizem estes.

Mas também existem golpes do tipo passivo, crimes cometidos pela presidente em seu estilo de governança e escolhas equivocadas. Estes existem diariamente. Há golpes de ambos os lados, de todos os tipos. Se existiram países como a França que forjaram uma revolução para depois incitar uma democracia, e outros que cria-ram uma democracia para depois instaurar uma revolução, Weff ort nos afi rma que existiram outros como o Brasil que nem instauraram revolução nem democracia, a não ser o que, à época, chamavam de democracia autoritária.

Golpes são feitos todos os dias no Brasil. Diz Weff ort, “somos herdeiros de uma verdadeira cultura do golpe”, e isto se manifesta a partir de uma visão brasileira de que a lei, desprovida de um Estado que a sustente, só vale como o “refl exo dos interesses ou da força daqueles que se empenhem em sua aplicação”. A lei pega para os inimigos; a lei não pega para os grupos oligárquicos, os detentores da lei, nesta nova dinâmica do conceito a que o Brasil, não só ele, manchou, como as águas sujas de Mariana, a bandeira nacional.

O golpe está no furar a fi la do banco, em burlar leis para benefícios próprios. Golpe é esta política burocrática e fi scalizatória, embora não seja a fi scalização a condi-cionante do moral de nossa política, é a cultura apolítica dos políticos que a mar-geia, mentalidades robustas de interesses escusos que forjam tradições e legados.

Ser contra o impeachment não é ser a favor do PT. Ser a favor da democracia não é ser a favor do PT. Manifestações a favor da democracia eu faço. Só não faço a favor do PT. Acredito que devemos nos manter atentos aos usos indiscriminados desta ou daquela mídia, deste ou daquele pensamento. A política é ágil, não pára. Um dia, quem sabe, façamos o bom uso da política, o “tudo sobre a pólis”, o convívio pleno dos interesses dos cidadãos. Até lá... por que democracia? Pensemos.

ELVIS

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D6 Plateia

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AÇÃO

O seriado de aventura “Arqueiro”, com Stephen Amell, é atração no SBT

4h45 JORNAL DA SEMANA SBT

6h BRASIL CAMINHONEIRO

6h30 TURISMO & AVENTURA

7h15 ACELERADOS

8h CHAVES

10h MUNDO DISNEY

12h DOMINGO LEGAL

14h ELIANA

18h RODA A RODA JEQUITI

18h45 SORTEIO DA TELESENA

19h PROGRAMA SILVIO SANTOS

23h CONEXÃO REPÓRTER

0h SÉRIE: ARQUEIRO

1h SÉRIE: MENTALISTA

2h CRIMES GRAVES

3h BIG BANG

3h30 IGREJA UNIVERSAL

5h SANTO CULTO EM SEU LAR5h30 BÍBLIA EM FOCO5h55 ESCOLA DO AMOR RESPONDE6h55 RECORD KIDS8h RECORD KIDS9h BINGO – AMAZONAS DA SORTE10h DOMINGO SHOW14h30 HORA DO FARO18h30 DOMINGO ESPETACULAR22h15 REPÓRTER EM AÇÃO23h15 ROBERTO JUSTUS +0h15 PROGRAMAÇÃO IURD

5h30 IGREJA INT. DA GRAÇA9h TV KIDS9h30 PROGRAMA AD & D10h TV KIDS10h30 MEU AMBIENTE11h IGREJA INT. DA GRAÇA12h FIQUE LIGADO13h EN CIRCUITO14h30 TV KIDS15h TE PEGUEI15h30 SENSACIONAL17h PROGRAMA VIAGEM CULTURAL17h30 CONEXÃO MODELS19h ENCRENCA21h30 TE PEGUEI NA TV22h30 MEGA SENHA – reprise23h30 OPERAÇÃO DE RISCO – reprise0h15 BOLA NA REDE1h DESAFIO PREMIADO – ao vivo2h IGREJA INT. DA GRAÇA

6H Via Brasil7H Como Será?9H É de Casa12H Amazonas TV12H25 Amazônia Revista12H48 Globo Esporte13H20 Jornal Hoje14H01 Zappeando14H40 Paneiro15H15 Estrelas16H10 Caldeirão do Huck18H23 Novela: Êta Mundo Bom!19H12 Jornal do Amazonas19H30 Jornal Nacional20H18 Novela: Totalmente Demais21H15 Novela: Velho Chico22H11 Zorra22H52 Altas Horas 1H02 American Dad1H48 Fórmula 1: Grande Prêmio da China3H54 Corujão – Filme: No Caminho do Sucesso

Programação de TV

CruzadinhasCinemaESTREIAS

CONTINUAÇÃO

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AÇÃO

Rua Cloverfi eld, 10: EUA. 14 anos. Cinemark 7 – 14h40 (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 21h45 (dub/diariamente); Playarte 8 – 15h, 19h25 (dub/diariamente).

Invasão a Londres: EUA/ING. 14 anos. Cinemark 3 – 19h10 (dub/diariamente), Cinemark 8 – 13h10 (dub/dia-riamente); Kinoplex 2 – 19h05 (dub/diariamente); Playarte 8 – 12h50, 17h15, 21h35 (dub/diariamente).

Deus Não Está Morto 2: EUA. 10 anos. Cinemark 2 – 16h40 (dub/diariamente), Cinemark 8 – 15h45 (dub/dia-riamente); Kinoplex 2 – 14h05 (dub/diariamente); Playarte 10 – 15h40 (dub/diariamente).

Visões do Passado: AUS. 14 anos. Playarte 7 – 20h40 (dub/diariamente).

Casamento Grego 2: EUA. 14 anos. Playarte 5 – 21h30

(dub/diariamente).

Batman Vs. Superman – A Origem da Justiça: EUA. 10 anos. Cinemark 1 – 14h10, 17h35, 20h50 (dub/diariamen-te), Cinemark 2 – 21h45 (dub/exceto quarta-feira), Cinemark 7 – 22h15 (3D/dub/diarimente); Kinoplex 5 – 15h, 21h (3D/dub/diariamente), 18h (3D/leg/diariamente); Playarte 3 – 14h40, 17h45, 20h50 (dub/diariamente), Playarte 4 – 12h45, 13h30, 15h50, 16h45, 20h (dub/diariamente).

Zootopia: EUA. Livre. Cinemark 1 – 11h35 (dub/somente sábado e domingo); Kinoplex 4 – 17h30 (dub/diariamente); Playarte 3 – 12h25 (dub/diariamente), Playarte 7 – 13h40, 16h, 18h20 (dub/diariamente).

Os Dez Mandamentos – O Filme: BRA. 12 anos. Ci-nemark 5 – 14h20 (exceto domingo), 17h05 (diariamente), 20h (exceto terça-feira e quarta-feira).

Mogli, o Menino Lobo: EUA. 10 anos. Baseado na história atemporal de Rudyard Kipling e inspirado pelo clássico da Disney de 1967, Mogli – o Menino Lobo apresenta um novo patamar de arte e tecnologia, que levará o público para um mundo exuberante, nunca antes visto nos cinemas. Cinemark 3 – 13h50, 16h30 (3D/dub/diariamente), Cinemark 4 – 18h50, 21h30 (3D/dub/dia-riamente), Cinemark 6 – 12h50, 15h20, 18h, 20h30 (3D/dub/diariamente), 23h30 (3D/dub/somente sábado), Cinemark 7 – 17h15, 19h45 (dub/diariamente); Kinoplex 1 – 13h50, 16h10, 18h30, 20h50 (dub/diariamente), Ki-noplex 3 – 14h30, 16h50, 19h10 (3D/dub/diariamente), 21h30 (3D/leg/diariamente); Playarte 1 – 13h30, 15h45, 18h, 20h20 (dub/diariamente), Playarte 5 – 12h40, 14h55, 17h10, 19h20 (dub/diariamente), Playarte 6 – 12h, 14h15, 16h30, 21h (dub/diariamente), 18h45 (leg/diariamente).

Ave, César: EUA. 12 anos. Hollywood, anos 1950. Edward Mannix (Josh Brolin) é o responsável por proteger as estrelas do estúdio Capitol Pictures de escândalos e polêmicas e vive um dia intenso quando Baird Whitlock (Ge-orge Clooney), astro da superprodução “Hail, Caesar!”, é sequestrado no meio das fi lmagens por uma organização chamada Futuro. Playarte 2 – 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (leg/diariamente).

O Escaravelho do Diabo: BRA. 12 anos. Vítimas ruivas recebem um escaravelho antes de serem assassinadas. Essa é a única pista que Alberto e Pimentel têm para chegar ao criminoso. Qual a relação entre ruivos e escaravelhos? Quem será o próximo? Cinemark 2 – 19h30, 22h (diariamente), Cinemark 4 – 13h30, 16h10 (diariamente); Kinoplex 4 – 13h30, 15h30, 19h45 (diariamente); Playarte 9 – 13h15, 15h15, 17h20, 19h15, 21h10 (diariamente).

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AÇÃO

SBT GLOBO BAND RECORD

ÁRIES - 21/3 a 19/4 O trânsito dos astros coloca seu charme e carisma em destaque. As pessoas tendem a perceber suas qualidades tanto externas quanto internas.

TOURO - 20/4 a 20/5 A união de alguns astros passando por Áries pode trazer pode deixá-lo mais fechado e pessimista do que o costume. Não se preocupe está é uma energia passageira, em breve vai estar pronta (o) para aproveitar a vida com bom humor.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Não é hora de você mesmo colocar

empecilhos livre-se de sentimen-tos negativos relacionados com a vida afetiva, ao contrário faça exercícios mentais diários de como deseja que seja rua relação afetiva.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Com a vida afetiva, coloque pen-samentos positivos e alegria ao pensar na pessoa amada, aprenda a enviar pensamentos de amor e paixão. Cerque-se de quartzo rosa para amolecer seu coração!

LEÃO - 23/7 a 22/8Evite se indispor com pessoas li-gadas a você, no trabalho ou no ambiente em que vives. No amor,

evite aborrecimentos por brigas inúteis, porque no fundo você sabe que nada vai mudar.

VIRGEM - 23/8 a 22/9No momento, você é puro charme e magnetismo pessoa. No amor, corra atrás de seus objetivos, as chances de sucesso são grandes. Nas amiza-des, não faça tantas críticas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Mantenha o clima de romantismo com a pessoa amada, compre uma presente surpresa, com certeza ira render muitos beijos! Mantenha a casa harmonizada com fl ores frescas.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11“Refl etir” é a palavra que deve ser colocada como chave no seu dia. Não tome decisões levado (a) pela impulsividade, há sempre um tempo certo para plantar e outro para colher.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12A vida afetiva dá uma nova chance ao seu coração saiba reverter à si-tuação para que se torne favorável a você. Demonstre ser uma pessoa mais carinhosa e aberta.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1Desejo de fi car recluso pode virar um problema mais sério. O uso de fl oral pode facilitar o sono exer-

cícios também pode ajudar neste momento. O conselho dos astros é abra seu coração!

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 A confi ança é tudo que precisa man-ter em alta. Deixa que o restante vá se encaixando e o dinheiro vai aparecer. No amor é possível que a irritabilidade que vem sentindo possa prejudicar o romance. Con-trole a língua.

PEIXES - 19/2 a 20/3Na vida profi ssional poderá seguir algumas opiniões de pessoas da família em quem confi a, mas não esqueça que a decisão fi nal é sua.

Horóscopo

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MANAUS, DOMINGO, 17 DE ABRIL DE 2016D7Plateia

naus, Governo do Estado e Comitê Olímpico, para conversar sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido na capital para receber o evento.

*** A partir da próxima terça-feira, até o dia 28

de abril, o Exército em Manaus estará realizando uma série de atividades no Shopping Ponta Negra, como parte das comemorações ao Dia do Exército, 19 de abril, e do aniversário de 368 anos da corporação brasileira. A programação, aberta ao público, terá início no dia 19 às 19 horas, com a participação da banda de música do Comando Militar da Amazônia (CMA), que apresentará um Flash Mob, evento que é uma das mais atuais formas de expressão e ani-mação, seja na música ou na dança, usando sempre um aglomerado de pessoas. A atração promete animar o público presente.

*** Quem disse que existem regras para se valo-

rizar, se sentir bem e ser feliz? Pois é, essa é a estratégia da marca de maquiagens e cosmé-ticos que mais encanta o público feminino no país atualmente. Após alguns meses de espera, a mulherada de Manaus já pode agendar a primeira visita à ‘Quem disse, Berenice?’, que inaugura terça-feira (19) no Amazonas Shopping. Repleta de novidades, a primeira loja da marca na capital amazonense vai funcionar no segundo piso do centro de compras, de frente para a praça central.

*** A Estácio, uma das maiores

e mais respeitadas organiza-ções educacionais do Brasil, fi rma parceria com a Udemy, plataforma global de cursos

online baseada na Califórnia, Estados Unidos. Com o resultado da parceria, a instituição de ensino terá um acréscimo de 50% de cursos em relação ao portfólio anterior e passa a contar com diversos cursos extracurriculares em português. O desenvolvimento de competências e aprendizado duradouro continuam a ter um papel essencial para o desenvolvimento de car-reiras. Os novos conteúdos vão atender pessoas interessadas em ampliar seus conhecimentos, pois poderão trabalhar competências vitais tanto para as novas exigências do mercado de trabalho, quanto para seu desenvolvimento pessoal. O acesso aos cursos será através do site: https://www.udemy.com/estacio.

SHOW

Turma do Pagode comemora 15 anos de carreira com turnê

O novo álbum da Turma do Pagode, “TDP – XV Anos”, celebra os 15 anos do grupo paulista. Caramelo, Leíz, Rubinho, Leandro Filé, Marcelinho TDP, Thiagão, Fa-biano Art e Neni Art estarão em Manaus no próximo dia 20 de abril, véspera de feriado, para tocar os seus maiores sucessos. O show será realizado na Copacabana Chopperia (avenida do Turismo, Tarumã), com abertura da atração local D’Samba.

Os ingressos custam R$ 50 (pis-ta) e R$ 150 (Área VIP com open bar de cerveja, água e refrigeran-te até às 2h da manhã, entrada diferenciada, bares e banheiros exclusivos e acesso à frente do palco), e estão à venda no stand da Fábrica de Eventos no Ama-zonas Shopping, Loja da Fábrica no Sumaúma Park Shopping e loja Colcci do Manauara Shopping. As entradas também podem ser compradas pelo site www.fabri-caingressos.com, e parceladas em

até seis vezes no cartão de crédito.Mesmo com o álbum recém

lançado, em menos de duas se-manas o single “Deixa em off ” atingiu mais de 2 milhões de visualizações no YouTube. A base musical do grupo – samba de roda, o pagode de mesa – continua pre-sente no novo álbum. O trabalho que deu origem ao CD (com 15 canções, todas inéditas) e DVD, reúne grande parte dos artistas que participaram da carreira do grupo paulista.

Os Aviões do Forró fazem parti-cipação na música “Puxa, agarra e beija”. Tem também a presença de Thiaguinho em “Beija aqui” e ainda de Arlindo Cruz, em “Or-dem e progresso”. Na versão em DVD, o desfecho fi ca por conta de Netinho de Paula, que sugeriu a mudança do nome do grupo de Arte de Amar para Turma do Pagode. No show eles cantam o medley “Festa no quintal/Tá na hora/Dom de sambar”.

Apresentação da Turma do Pagode na Copacabana Choppe-ria está marcada para o próximo dia 20

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AÇÃO

[email protected]

Guto Oliveira

***O promoter Rodrigo Santos comemorou aniversario, no

restaurante Naoca, no Vieiral-ves. Na foto, Rodrigo divide a cena com Mariana Verçosa e

Ariela Castelo Branco.***

*** Um dia depois do sorteio das cha-

ves das seleções de futebol serem anunciadas pela Fifa para os Jogos Olímpicos Rio 2016, as delegações que vão jogar em Manaus começaram a programação de visitas para reco-nhecimento da Arena da Amazônia, Centros de Treinamento e acomoda-ções. As comitivas das seleções do Japão, Suécia e Colômbia estiveram

em Manaus onde participaram de reu-niões técnicas com os representantes do Governo do Estado. As comitivas técnicas de Colômbia, Suíça e Japão conheceram a infraestrutura prepa-rada para receber os jogos de futebol das Olimpíadas. O grupo visitou os Centros de Treinamento e a Arena da Amazônia. Em seguida, reuniram-se na sede do Governo do Estado, com representantes da Prefeitura de Ma-

A instalação da Coordenadoria de In-fraestrutura vai atender a demanda da construção civil, setor com maior capa-cidade de elevar a taxa de emprego e

renda da população, contribuindo para a economia neste momento de crise”

Presidente da FIEAM Antônio Silva

O Centro de Con-venções Vasco Vasques foi o ce-nários do badalado Super Bazar da Chris. Uma amos-tra das lojas mais bacanas da cidade estiveram no es-paço, com preços tentadores. A atra-ção principal fi cou por conta da área gourmet, famosos locais congestio-naram o Centro de Convenções. Por lá vimos, Gisele Alfaia, a chef Leti-zia Barros, Dodora Cavalcante e Ro-sangela Gioia.

Alto astral

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