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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVII – N.º 8.518 – DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO 8177-2096 DENÚNCIAS • FLAGRANTES DIVULGAÇÃO Dois incêndios fo- ram registrados na madrugada de ontem, em Manaus. O primeiro ocorreu por volta das 3h, em um galpão e em uma residência na Comunidade da Sharp, na Zona Leste. No segundo, dois veículos pegaram fogo por volta das 3h30 na rua Visconde de Porto Alegre, na Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul. Última Hora A2 FOGO NA MADRUGADA Presidente do Tribunal Superior Elei- toral, ministro Dias Toffoli (foto) diz que o 2º turno das eleições acabou se tornando a campanha do “vote no menos pior”. Eleições 7 “A ELEIÇÃO DO MENOS PIOR” TOFFOLI EM TODO O BRASIL, A PRESIDENTE DILMA ROUS- SEFF (PT), TAMBÉM CANDIDATA À REELEIÇÃO, E O SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB) DISPUTAM A PRE- FERÊNCIA DO ELEITOR. NO AMAZONAS, MAIS DE 2 MILHÕES DE ELEITO- RES VÃO ÀS URNAS DECIDIR ENTRE O GOVERNADOR JOSÉ MELO (PROS), CANDIDATO À REELEIÇÃO, E O SENADOR EDUARDO BRAGA (PMDB). O POVO DECIDE CHEGOU A HORA DE O ELEITOR DECIDIR QUEM VAI GOVERNAR O ESTADO E O PAÍS PELOS PRÓXIMOS 4 ANOS. APRO- XIMADAMENTE 142,8 MILHÕES DE BRASILEIROS VÃO ESCREVER O FUTURO NAS URNAS. CADERNO ELEIÇÕES 1 DIEGO JANATÃ O Dia das Bruxas, celebrado dia 31, pode ganhar uma nova cono- tação com a exótica coleção (foto) do estilista Nil Lima. Mercado permite que um cliente ma- nauense que tem imóvel em São Paulo possa contratar uma imobiliária para receber e cobrar as taxas necessárias. A berinjela contém fitonutrientes que ajudam na inibição do crescimen- to de células cancerosas, tornando-se alimento essencial para o cardápio. PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELEIÇÕES E ELENCO. MÁX.: 31 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ABR Incêndio na Comunidade da Sharp foi debelado pelo Corpo de Bombeiros

EM TEMPO - 26 de outubro de 2014

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VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ANO XXVII – N.º 8.518 – DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

8177-2096DENÚNCIAS • FLAGRANTES

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AÇÃO

Dois incêndios fo-ram registrados na

madrugada de ontem, em Manaus. O primeiro ocorreu por volta das 3h, em um galpão e em uma residência na Comunidade da Sharp, na Zona Leste. No segundo, dois veículos pegaram fogo por volta das 3h30 na rua Visconde de Porto Alegre, na Praça 14 de Janeiro, na Zona Sul. Última Hora A2

FOGO NA MADRUGADA Presidente do Tribunal Superior Elei-toral, ministro Dias Toff oli (foto) diz que o 2º turno das eleições acabou se tornando a campanha do “vote no menos pior”. Eleições 7

“A ELEIÇÃO DO MENOS PIOR”

TOFFOLI

EM TODO O BRASIL, A PRESIDENTE DILMA ROUS-SEFF (PT), TAMBÉM CANDIDATA À REELEIÇÃO, E O SENADOR AÉCIO NEVES (PSDB) DISPUTAM A PRE-FERÊNCIA DO ELEITOR.

NO AMAZONAS, MAIS DE 2 MILHÕES DE ELEITO-RES VÃO ÀS URNAS DECIDIR ENTRE O GOVERNADOR JOSÉ MELO (PROS), CANDIDATO À REELEIÇÃO, E O SENADOR EDUARDO BRAGA (PMDB).

O POVO DECIDECHEGOU A HORA DE O ELEITOR DECIDIR QUEM VAI GOVERNAR O ESTADO E O PAÍS PELOS PRÓXIMOS 4 ANOS. APRO-

XIMADAMENTE 142,8 MILHÕES DE BRASILEIROS VÃO ESCREVER O FUTURO NAS URNAS. CADERNO ELEIÇÕES 1

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O Dia das Bruxas, celebrado dia 31, pode ganhar uma nova cono-tação com a exótica coleção (foto) do estilista Nil Lima.

Mercado permite que um cliente ma-nauense que tem imóvel em São Paulo possa contratar uma imobiliária para receber e cobrar as taxas necessárias.

A berinjela contém fi tonutrientes que ajudam na inibição do crescimen-to de células cancerosas, tornando-se alimento essencial para o cardápio.

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELEIÇÕES E ELENCO. MÁX.: 31 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

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Incêndio na Comunidade da Sharp foi debelado pelo Corpo de Bombeiros

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Militantes também sujaram a frente da revista com lixo

HAO VIDA

Família escapa de incêndio pelo telhado da residênciaSinistro ocorreu na madrugada, na comunidade da Sharp, e por pouco os moradores da casa não morreram carbonizados

Dois incêndios foram registrados na ma-drugada de ontem, em Manaus. O pri-

meiro ocorreu por volta das 3h, em um galpão e em uma residência na Comunidade Sharp, Zona Leste. Para se salvar, a família fugiu pelo telhado da casa em chamas. Até às 11h deste sábado, uma equipe do Corpo de Bombeiros permaneceu no local, fazendo o rescaldo, para evitar que o fogo voltasse a se propagar.

De acordo com informações repassadas pelo Corpo de Bom-beiros, o fogo se espalhou pelo galpão, onde funcionava uma empresa de recauchutagem e em seguida atingiu a residência, situado na rua LG.

O horário de acionamento foi às 2h56 e apesar do tempo resposta da equipe ter sido de 8 minutos, segundo informações dos bombeiros, houve perda to-tal de ambos os prédios.

Foram utilizados no com-bate ao sinistro cinco viatu-ras, sendo um caminhão pipa, três caminhões de combate a incêndio e uma unidade de resgate. O total de 70 mil litros de água foram gastos na ação

para debelar as chamas.De acordo com informações

repassadas por testemunhas, o fogo iniciou por volta das 3h e o proprietário da residência Alcir Matos de Souza, con-seguiu deixar a casa – junto com os outros cinco familia-res – pelo telhado.

“Os bombeiros demoraram muito. O fogo começou às 3h

e eles foram chegar umas 3h30. Tanto que os vizinhos se junta-ram para tentar apagar o fogo que saía debaixo da casa. Foi uma coisa horrível”, disse uma vizinha que pediu para não ter o nome divulgado.

Ela explicou que a família teve que deixar a casa pelo telhado, porque as labaredas já tinham envolvido todas as saídas. “O irmão dele, que é vizinho, foi

o primeiro a perceber o fogo. Ele ouviu um barulho estranho, pensou que era chuva e levan-tou para ver. Quando ele viu o fogo, tentou acordar o irmão. Mas o seu Alcir não acordava. Então a vizinhança toda fez barulho para acordar a famí-lia. Ele só levantou quando a fumaça estava no rosto dele. Eles tentaram sair pela porta, mas não conseguiram porque já tinha muito fogo e fugiram pelo telhado”, disse.

Do telhado da casa em chamas, a família pulou para o telhado do vizinho e con-seguiu se salvar.

CarrosDois veículos pegaram fogo

por volta das 3h30, na Praça 14 de Janeiro, Zona Sul. Se-gundo o Corpo de Bombeiros, um Duster e um Tiida, esta-vam estacionados em frente a tapeçaria Benayon, quando ocorreu uma explosão em um deles, causando o incêndio. A explosão danificou o telhado, a fiação, o condicionador de ar e a TV do estabelecimento. Duas viaturas dos Bombeiros foram acionadas para conter as cha-mas. O Corpo de Bombeiros foi acionado às 3h30, e de acordo com eles, o tempo resposta foi de cinco minutos. Bombeiros fazem o rescaldo após o sinistro, para conter o aparecimento de novas chamas

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

CAUSASAs causas do incêndio, conforme os bombei-ros, só poderão ser definidas a partir do trabalho da perícia técnica. Nenhuma hipótese foi levada, pela equipe que aten-deu a ocorrência

Acidentes marcam a madrugada

TRÂNSITO

O início do feriadão foi mar-cado por dois acidentes de trânsito, registrados pelo Ins-tituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans).

O primeiro deles ocorreu por volta das 5h de ontem, no qual um veículo capotou na avenida Constantino Nery, no retorno em frente ao parque dos Bilhares, na Zona Centro-Sul.

De acordo com informações de testemunhas, o Palio de cor preta e placas JWS-1386, era empurrado pelo proprietário, no sentido bairro-Centro. Na oca-sião, um táxi de placas NOU 0445 atingiu o Palio por trás, causando o capotamento do

veículo e fazendo com que o mesmo atingisse a pista do retorno, em frente à entrada do parque. “O Palio estava no acostamento. O táxi lançou o carro para a rua debaixo bem no retorno do parque com o choque. Vi que o condutor foi atingido, mas teve ferimentos leves, não se feriu muito”, disse o agente de portaria, Jonathan Pereira, 21, que testemunhou o acidente. Parte da lateral direita do táxi ficou destruída.

AtropelamentoO segurança Paulo da Silva

Martins, 58, morreu após ser atropelado por volta das 16h da última sexta-feira (24), na

avenida Torquato Tapajós, na Zona Norte de Manaus.

Conforme informações repas-sadas pela Polícia Civil, o segu-rança foi atropelado em frente a Nova Igreja Batista, enquanto tentava atravessar a avenida fora da faixa de pedestre.

Testemunhas relataram que durante a tentativa de traves-sia, ele resolveu retornar para a calçada e foi atingido por um veículo modelo Ecosport, de cor prata e placas NOM-3643. Segundo a polícia, o carro era conduzido por Airton Trajano Soares, 51. O caso foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP) na avenida Coronel Teixiera, Zona Oeste. (IR)

Com o impacto da batida, veículo capotou e foi parar na pista em frente à entrada do parque

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AÇÃO

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AÇÃO

Sede da revista ‘Veja’ é depredada por militantes

Manifestantes ligados ao PT depredaram a sede da empresa Abril, em São Paulo, onde fica sediada a revista “Veja”. Militantes do PT fizeram um ver-dadeiro quebra-quebra na frente da empresa no início da noite da úl-tima sexta-feira (24), e picharam muros e pare-des com a seguinte frase, “Veja mente”, a polícia foi chamada e dispersou os manifestantes do local.

O ataque à revista ocor-reu devido a publicação, às vésperas da eleição, sobre depoimeto feito pelo doleiro Alberto Yous-seff. A matéria de capa, com as fotos de Lula e Dilma, estampa a seguin-te publicação: “petrolão, o doleiro Alberto Yous-sef, caixa do esquema de corrupção na Petrobras, revelou à Polícia Federal e ao Ministério Público, na terça-feira passada, que

Lula e Dilma Rousseff ti-nham conhecimento das tenebrosas transações na estatal”. eles sabiam, diz a revista.

AçõesA publicação fez com

que o PSDB e o PT tam-baém travassem uma ba-talha judicial. A campanha do presidenciável Aécio Neves (PSDB) entrou com uma notícia-crime na Pro-curadoria-Geral da Repú-blica (PGR) contra Dilma e o ex-presidente.

A campanha petista entrou no Supremo Tri-bunal Federal (STF) com pedido para abertura de inquérito para apurar va-zamento de informações sigilosas sobre a delação de Yousseff, depoimento do jornalista de “Veja” que assina a reportagem e ainda a concessão de acesso imediato à fala do doleiro.

VANDALISMO

REPR

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UÇÃ

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Cartões chegarãoamanhã

Os candidatos do Enem 2014 começarão a receber, a partir desta segunda-feira (27), os cartões de confirma-ção da prova. Os Correios já deram início à distribuição do documento, que contém informações sobre a op-ção de língua estrangeira do candidato (inglês ou es-panhol), local e horário do exame, agendado para os dias 8 e 9 de novembro. A apresentação do cartão não é obrigatória no dia da prova - basta levar um documento original com foto.

Também na segunda-fei-ra, os estudantes poderão acessar o site do Enem para ter acesso ao cartão e imprimi-lo, se desejarem. Para acessar a página, é preciso informar o CPF e a mesma senha utilizada para a inscrição on-line.

O Ministério da Educa-ção informou que quando o cartão é devolvido, o Inep (órgão do MEC responsável pelo exame) entra em con-tato por meio de email ou celular. O aluno que não re-ceber o cartão ou não conse-guir imprimi-lo pela internet deve entrar em contato pelo telefone 0800 61 61 61.

O Enem 2014 chegou a um total de 8,72 milhões de par-ticipantes, número 21,6% maior em comparação à edição passada. Por meio do exame, é possível ter acesso a vagas de diversas instituições públicas do país e a programas como Prouni (bolsas em instituições pri-vadas para alunos de baixa renda), Fies (Fundo de Fi-nanciamento Estudantil) e Ciência sem Fronteiras.

ENEM

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MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 A3Opinião

Um festival de desenho animado deixaria os telespectadores da Rede Amazônica mais informados sobre as bobagens do mundo de atrasos do Amazonas, do que os 50 minutos em que se desenrolou o debate (?) de fi m de campanha entre José Melo e Eduardo Braga, na noite de quarta-feira. Nada mais patético. Nada que depusesse mais contra o nível intelectual da política (e da sociedade) amazonense, justamente já declarada como “de baixa extração”.

O que aconteceu ali? De um lado, um candidato que tenta forçar o outro a admitir que aprova a violência contra a mulher. Só um serial killer, como o de Goiânia, poderia confessar que matou e que ainda tem vontade de matar. Como se sabe, em uma mulher não se bate nem com uma fl or. Do outro lado, o candidato, que tinha todo o direito à perplexidade diante de uma pergunta sem propósito, faz um discurso altaneiro, a partir da perspectiva de quem se candidata pela primeira vez ao governo do Estado (e não a terceira).

Na verdade, naqueles 50 minutos estéreis, evitou-se (como se estivesse acertado entre os candidatos) que a formação político-ideológica (se não for valorizar demais) de ambos é a mesma; a prática política é a mesma, os afagos sempre foram os mesmos e todos, os dois e seus correligionários, têm uma vida e uma história comuns. No fi m do programa, fi cou a grande dúvida para ser resolvida neste domingo em que (ufa!) termina a reprise de um fi lme que já está gasto, visto e revisto há mais de 40 anos... e que pode ser repetir em, dois anos, na disputa pela Câmara do Vereadores e pela prefeitura e mais dois anos depois, mais uma vez pelo governo do Estado. Mais importante do que eleger mais um governador e outras representações é o cidadão defi nir o que vai fazer, enquanto é governado e representado.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para o TRE do Pará, que realizou o programa Eleitor do Futuro, que ensina como funcionam as urnas eletrônicas e o processo simulado de uma eleição. A ação incentiva a formação política de crianças, mostrando seus direitos, deveres e garantias de cidadão.

TRE do Pará

APLAUSOS VAIAS

Alegria

Virgílio também justifi ca o sentimento de alegria:

— Porque percebi em Aé-cio toda a garra e toda a capacidade de construir uma bela vitória. Não só para ele, mas principalmente por todo o povo brasileiro.

Golpe eleitoral

Na abertura do último debate, pela Rede Globo, o candidato Aécio Neves (PSDB) entrou de sola perguntando à adversária Dilma sobre as denúncias da revista “Veja”.

Dilma não perdeu a calma, respondendo que a revista não apresenta nenhuma prova do que faz.

— Ela tem o hábito de tentar dar um golpe eleitoral. Fez a mes-ma coisa em 2002, em 2006, em 2010 e agora faz em 2014.

Dilma arremata

Logo em seguida Dilma ar-rematou:

— O povo não é bobo, can-didato. E sabe que está sendo manipulado –, disse a petista.

O senhor conhece

O tucano citou que outra re-vista também denunciou a cor-rupção do PT.

— O senhor cita duas re-vistas que nós sabemos para quem elas fazem campanha –, disse Dilma.

Cai Lei Seca

A Justiça Eleitoral do Acre to-mou uma decisão que vai agra-dar aos donos dos bares e aos amantes do bom copo:

Neste segundo turno da elei-ção não irá aderir à Lei Seca.

Pode chumbar

O que motivou a decisão foi um mandado de segurança que o Ministério Público Eleitoral impetrou contra a portaria que instituía a Lei Seca.

Por conta disso, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre deu a liminar mandando suspender a efi cácia da lei.

O poder da rede

O uso competente das redes sociais, tanto no debate das ideias quanto nas conversas efetivas com os cidadãos, pode ter sido uma das lições destas eleições 2014.

O debate pela rede está mu-dando a tradição política do país. Antes, o processo políti-co era marcado pela troca de acusações e a desconstrução de pessoas e projetos.

Romário e Serra

Exemplos de políticos que souberam usar com inteligên-cia as redes são dois no-vos senadores eleitos. E se destacam no uso das redes so-ciais: José Serra (PSDB-SP) e Romário (PSB-RJ).

Patrimônio digital

Serra, mesmo depois de elei-to não desativou o patrimô-nio digital construído duran-te a campanha presidencial de 2010.

Ele possui forte presença no Twitter, com quase 1,2 milhão de seguidores.

Baixinho

Romário tem cerca de 1,5 milhão de seguidores no Fa-cebook e quase 1,9 milhão no Twitter.

Efeito Obama

Tanto Serra quanto Romário seguiram o exemplo do presi-dente norte-americano, Bara-ck Obama, apontado como o político que mais sabe usar as redes sociais.

Fez história

Sua campanha vitoriosa, em parte creditada ao uso intensivo das redes sociais, garantiu-lhe o feito histórico de ser eleito em 2008 o primeiro presidente negro e o mais votado na história de um país marcado por guerras, assas-sinatos e confl itos raciais ainda hoje estampados no noticiário.

Voto do exterior

Os dados são do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE).

Um total de 354.184 eleitores brasileiros residentes no exterior, domiciliados em 135 cidades de 89 países, participam das Elei-ções 2014.

Começou sábado

Se no Brasil as eleições só começam neste domingo às 8h (horário de Brasília), em outras países os eleitores brasileiros já estão votando desde sábado.

Os brasileiros que moram na Nova Zelândia iniciaram a votação às 17h (horário de Brasília) e os que moram na Austrália, às 18h.

Primeiro e último

Se os brasileiros que vivem na Nova Zelândia foram os primeiros a votar, os que moram em San Francisco e Los Angeles (EUA) e os residentes em Vancouver (Canadá) serão os últimos, já que nesses locais as urnas abrem às 12h deste domingo.

Para militantes políticos que depreda-ram a sede da Editora Abril, responsável pela publicação da revista “Veja”, que traz matéria contra a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula. A sel-vageria não cabe na democracia.

Ataque à ‘Veja’

Em mensagem por vídeo enviada ao CONTEXTO, o prefeito Arthur Virgílio disse que saiu do debate de Aécio – que assistiu como convidado no estúdio da Rede Globo -, com dois sentimentos: um de tristeza e outro de alegria.

— O de tristeza, ante a depredação pelos militantes do PT, da sede da Editora Abril que edita a “Veja”, porque essa revista fez críticas duras, ao meu ver justas, ao presidente Lula e à presidente Dilma. Um ato de barbárie. Foi assim que o fascismo se implantou na Europa. Era assim que os “galinhas verdes” de Plínio Salgado agiam tentando implantar o fascismo no Brasil, pela força, para intimidar aqueles que a eles se opunham.

Nos bastidores da Globo

FOTOS PUBLICAS ALEX SILVA/AE

[email protected]

Política de baixa extração

A moda começou pelo lado das relações internacionais, quando os governos adotaram um modelo de diplomacia a que designaram como pragmática, no sentido de que abriam mão das linhas ideológicas, suas e dos outros, para considerar apenas resultados que, no caso, seriam de natureza econômica, orientados pelo bom êxito nas relações comerciais.

Daí foi um pulo para a utilização do mesmo critério no âmbito das relações políticas, inaugurando-se então uma nova ética nesse campo, sob a designação genérica de “Prag-matismo Político”. Antes de tudo, necessário se faz entender que o “Pragmatismo” é uma tese fi losófi ca, especifi camente epistemológica, ou seja, relacionada à justifi cativa do conhecimento e, sobretudo, à fun-damentação da verdade.

Abandona-se o tradicional con-ceito aristotélico, segundo o qual a verdade consistiria na concordân-cia entre o pensamento e a coisa pensada, e passa-se, em maior ou menor grau, a identifi car verdade e utilidade. William James, por exemplo, assim o fez, mas sempre reconheceu a diferença entre os dois conceitos, apenas priorizando o segundo sobre o primeiro. Já Nietzsche, propôs a inte-gral substituição e chegou a afi rmar que o que realmente interessa e se constitui em critério da verdade é saber se um conceito aperfeiçoa a espécie e até se a educa, ou seja, o quão útil se revela.

Caso se negligenciem os critérios da moralidade, o que, neste caso, é quase uma consequência inevitável, o primeiro efeito a se ter será o de admitir a possibilidade de os fi ns justifi carem os meios, hipótese ra-ramente sustentada pela boa Ética. Como na Política o fi m precípuo é a conquista do Poder (em primeiro lugar, do Poder Político, mas, como efeito cascata, também do Poder Econômico), o tal Pragmatismo

Político vai “legitimar” quaisquer manobras e estratégias que possam facilitar a ascensão do político.

É precisamente o que hoje pre-senciamos na trajetória da grande maioria daqueles que pretendem o título de “homem público”, mas que estão muito longe de merecê-lo.

Danem-se, então, a linhagem ide-ológica, a visão de mundo, o huma-nismo de cada um, a concepção de economia política, quando passam a interessar quase exclusivamente os meios capazes de agregar a maior quantidade de votos, venham esses de onde e como vierem.

Os adversários de ontem, quando foram tratados como inimigos fi ga-dais, podem hoje passar à condição de aliados, cheios de qualidades e de encantos. E a recíproca é também plenamente verdadeira.

O Partido Político perde inteira-mente seu sentido de “parte” bem defi nida e explicitada da sociedade e passa a constituir uma alegoria ou uma fi cção, conservando apenas um nome com absoluta infi delida-de semântica. Se tiver designação “socialista”, isto não o impedirá de efetivar coligações com o que de mais conservador se oferecer como partido. Outras vezes são meras siglas de aluguel, a serviço de quem melhor pagar, seja pela moeda, seja pela oferta de futuros cargos e benesses.

Há ainda os grupos políticos que se formam apenas pelos interesses específi cos de uma determinada categoria e, assim, constituem ilhas, cegas e surdas aos anseios e às necessidades da grande sociedade. Por vezes, são contaminações da verdadeira Política pelos interesses de nichos econômicos ou até religiosos.

Em síntese, não há pragmatismo político que não desça ao nível do chulo e do rasteiro. O Estado brasi-leiro é hoje um exemplo disso.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Pragmatismo chulo

[email protected]

Charge

Como na Política o fi m precípuo é a conquista do Poder (em primeiro lu-gar, do Poder Político, mas, como efeito cascata, tam-bém do Poder Econômico), o tal Pragma-tismo Político vai ‘legitimar’ quaisquer manobras e estratégias que possam facilitar a ascensão do político”

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

FrasePainelBERNARDO MELO FRANCO (INTERINO)

Seja quem for eleito presidente da República hoje, o PT já trabalha com o cenário de uma grave crise no início de 2015 devido ao envolvimento de políticos no escândalo da Petrobras. Diante da possibili-dade de uma leva de cassações no Congresso dos deputados e senadores mencionados nas delações, a expectativa de petistas é a de que Lula lidere a reação do partido. O ex-presidente deve viajar o país para manter a militância ativa mesmo fora de períodos de campanha.

Longe do palácio Ainda que Dilma Rousseff se reeleja, Lula deve se dedicar a um processo de discussão inter-na dos rumos do PT. Aliados enxergam pouco espaço para que o ex-presidente influencie a linha do futuro governo.

Perto de 2018 Dirigentes petistas lembram que o ante-cessor de Dilma será fiador e condutor do processo de esco-lha do candidato ao Planalto em 2018, mesmo que decida não disputar a eleição.

Otimismo é Um petista diz que Dilma pode fazer “do limão uma limonada” no caso da Petrobras. Defende que, se reeleita, ela use a desmo-ralização do Congresso para forçar a reforma política.

Hora do divã Passada a eleição, o PT se dedicará à análise dos fiascos em São Paulo, Rio e Pernambuco.

Zero a zero Na saída do de-bate da Globo, anteontem, pe-tistas diziam que Dilma havia cumprido seu objetivo. “Ela veio para empatar e empa-tou”, resumiu um ministro.

Um a zero Tucanos elogia-vam o desempenho de Aécio Neves, mas reconheciam que ele não brilhou como no pri-meiro turno: “Ele ganhou por pontos, não por nocaute”.

Ordem da chefe Na saída, a equipe de Dilma procurou às pressas o governador eleito de Minas, Fernando Pimentel. “Ela quer falar com o Pimentel”, di-ziam os seguranças. Era engano: a presidente só havia perguntado se o aliado estava na emissora.

Questão de estilo Quando Dilma passou à frente nas pes-quisas, aecistas aumentaram a torcida para que os índices da petista não se convertam em votos. “O eleitor dela é menos letrado. Pode errar mais, ir me-nos à urna”, disse José Agripino (DEM-RN).

Deixa pra lá De Dilma, na ma-drugada de sexta para sábado, ao ser questionada se havia achado Aécio agressivo no último debate. “Olha, sinceramente... Eu já não acho mais nada dele”.

Suíça tropical Na contramão das queixas dos dois candida-tos, o ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário), que

integra o comitê de Dilma, diz que a disputa foi “a mais qualifi cada” da democracia brasileira.

Estamos bem “Ficam falando em baixaria, mas que baixaria? Em que país do mundo se discute papel do Banco Central e reforma política?”, questiona o petista.

Muda mais Com a conquista do governo de Minas pelo PT e a possibilidade de derrota no Rio Grande do Sul, um dirigente nacional da sigla brinca: “Vamos precisar fretar um avião de Porto Alegre para Belo Horizonte para transferir os funcionários de um palácio para o o outro.”

Franciscano Marcelo Cri-vella (PRB) disse a aliados que não vai morar no Palácio Laranjeiras nem viajar para o exterior se for eleito governo do Rio. A ideia é transmitir austeridade e se diferenciar de Sérgio Cabral (PMDB).

Só que... Crivella vive em um amplo apartamento perto da praia da Barra da Tijuca, bairro valorizado da zona oeste do Rio. E Cabral, que vive em condições parecidas no Leblon, já dispensou o palácio quando estava no poder

De volta ao palco

Contraponto

No debate de sexta-feira na TV Globo, os apoiadores que Dilma Rousseff e Aécio Neves levaram ao estúdio torceram como se estivessem em arquibancadas de uma partida de futebol. William Bonner, que mediou o debate, precisou pedir calma algumas vezes.Ao fi nal do encontro, Miriam Belchior (Planejamento) vestiu a camisa de torcedora. Ela se recusou a deixar o estúdio pela saída próxima à plateia de Aécio e explicou:– Não vamos passar lá de jeito nenhum! Vocês nunca viram estádio de futebol? Cada torcida sai por um lado.E saiu pelo lado petista.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

O Fla-Flu da ministra

Tiroteio

DO DEPUTADO CHICO ALENCAR (PSOL-RJ), sobre a qualidade da discussão travada por Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) anteontem, Globo.

Os conflitos sociais passaram longe. Em hora nenhuma do debate houve menção à estrutura de classes e à desigualdade estrutural.

Depois de semanas de cam-panha eleitoral e da eleição de deputados estaduais, federais e senadores vamos às urnas ele-trônicas, que têm proporcionado um espetáculo de tecnologia e efi ciência, para elegermos pre-sidente e governadores, num segundo turno que tudo indica será cheio de emoções, com re-sultados incertos até as últimas pesquisas de opinião.

Assistimos a debates acalora-dos, que em certos momentos chegaram ao limite do respeito devido ao concorrente, aliás, to-dos eles detentores de cargos públicos de grande responsabi-lidade ou com histórico de vida pública. Mas, valeu a pena. É bom viver num pais assim. Triste eram os tempos em que assistíamos a escolha de presidentes e go-vernadores por grupos seletos de pretensos salvadores da pátria. A história registra o quanto isto custava em termos de censura, de perda de direitos individu-ais, chegando ao uso da tortu-ra como meio de coerção e de terrorismo institucional.

No dia da eleição somos todos iguais, pois o voto individual e se-creto, único e intransferível iguala a todos, e o voto de cada um dos eleitores tem o mesmo valor. Voto a voto se constitui a maioria que delega o poder aos eleitos, um poder determinado, limitado pelas leis constitucionais e ordinárias. O eleito não é investido de poderes divinos, mas dentro do pacto so-cial recebe tarefas importantes, essenciais, porém limitadas.

O Brasil é um país complexo, moderno na sua economia e na sua organização jurídica e social. Os poderes constituídos fazem com que o Estado funcione. Pre-sidentes e governadores são aci-ma de tudo articuladores, depen-

dendo de partidos políticos, em primeiro lugar o seu, das forças do capital, dos trabalhadores organizados, e num pais em que a religião e a religiosidade fazem parte da cultura, até as expres-sões institucionalizadas da fé devem ser levadas em conta. É preciso que eleitos sejam esta-distas, homens e mulheres de vi-são que busquem o bem comum, promovendo a inclusão de todos, para que superem a condição de consumidores e alcancem a cidadania.

O Evangelho apresenta uma vi-são de poder. O poderoso é aquele que serve e que dá a vida, que coloca o bem do outro em primeiro lugar. A tarefa de governar é bela e comprometedora. A meu ver há duas realidades que numa lingua-gem religiosa chamaria de diabó-licas e que devem ser enfrentadas por toda a sociedade. A primeira é a corrupção que além do aspecto econômico também destrói a con-fi ança nas instituições colocando em risco a própria convivência democrática. A segunda é o crime organizado a partir do tráfi co que se alimenta da produção e do con-sumo de drogas, mas também do uso e abuso de pessoas. O crime neste nível não acontece se não tiver estendido seus tentáculos no aparelho estatal.

Os futuros chefes do poder exe-cutivo não poderão fazer milagres, mas poderão sim com autoridade e meios a eles confi ados criar um clima de mudança cultural que ajude o Brasil a superar es-tas realidades, que infelizmente temos a impressão de estarem se agravando. O Brasil merece o melhor de cada um de nós. É um privilégio ter nascido e viver nestes pais. Façamos por merecê-lo.

[email protected]

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

O Evangelho apresenta uma visão de poder. O poderoso é aquele que serve e que dá a vida, que coloca o bem do outro em primeiro lugar. A tare-fa de gover-nar é bela e compromete-dora. A meu ver há duas realidades que chamaria de diabólicas e que devem ser enfrenta-das por toda a sociedade”

Democracia

Olho da [email protected]

Pode ser que esse flagrante de equilibrismo tenha a ver com o empate técnico que as agências de pesquisas têm registrado a cada semana, nessa campanha eleitoral em que a mesmice é pregar por uma mudança que está longe de se alcançar. Não. É um exercício de todos os dias, principalmente de todos os dias que se seguem às eleições, em que os candidatos eleitos desaparecem

Não apoio o PT porque quero uma alternativa de mudança. São 12 anos de governo petista e a situ-ação do país não é das melhores. Os fatos mostram

isso. Não sou vaca para precisar de aboio. Sou conduzida apenas pela consciência, conhecimento e percepção pessoal. O voto é meu, não é de marido,

de mãe, de irmão, de amigo

Pâmela Bório, jornalista, apresentadora de TV e primei-ra-dama da Paraíba, afi rmou à “Folha de S.Paulo” que não

votará em Dilma, contrariando o marido governador Ricardo Coutinho (PSB), que faz campanha pela candidata petista.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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A5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Árvores enfeitam o Natal do comércio amazonenseA expectativa do segmento é alcançar volume de vendas 20% maior que em 2013 e recuperar um ano ruim para o setor

Árvore de Natal não é coisa do passado para as famílias manauen-ses. Pelo menos é o

que pensam os comerciantes do varejo, que adiantaram os estoques nas suas lojas do Centro de Manaus e dos bair-ros antes do Dia das Crianças. Eles apostam no crescimento do volume de vendas do sím-bolo tradicional dos festejos natalinos de até 20% com relação ao mesmo período do ano passado.

O gerente de vendas da loja Nemo, Márcio Fernandes Aguiar, 38, explica que as ár-vores de Natal e as figuras de Papai Noel foram expostas logo depois do primeiro turno das eleições gerais desse ano, com o objetivo de alcançar maior volume de vendas em comparação com 2013. “Ge-ralmente colocamos depois do Dia das Crianças. Mas agora apostamos que para melhorar deveríamos colocar mais cedo do que o normal”, diz.

Com estoque de primeira linha, ele explica que os princi-pais clientes são classe média e alta, que seguem firme na tradição e a maioria sempre busca pelas tendências do ano. De acordo com Márcio, nesse ano a procura pelas árvores das cores brancas e lilás é maior. “Ano passado foi muito forte a venda de árvores verdes e azuis”, comenta.

Segundo o gerente da Nemo, a dois meses do Natal o con-sumidor pode comprar sua árvore a partir de R$ 49,90, sem ornamentação ou enfei-tada. Com a ornamentação completa, com laços, bolas e luzes, o valor da árvore fica de cinco a seis vezes mais caro. Na loja, uma árvore da

tendência lilás, de dois me-tros e dez centímetros, sai ao preço de R$ 1,8 mil. Sem a ornamentação, a mesma árvore custa R$ 389.

A árvore de Natal mais cara na loja é uma de pouco mais de três metros, toda ornamentada, ao valor de R$ 2,8 mil. A mesma sem os enfeites custa R$ 489. “Já começamos a vender para o público das classes B e A. A tendência é melhorar as vendas no início do mês de novembro”, afirma Márcio.

A operadora de caixa da loja Camatex Magazine, Isaura Sil-va de Souza, 30, diz que as árvores de Natal do estoque da empresa começaram a ser expostas no dia 9 de outubro. Segundo ela, desde quando as árvores foram colocadas no hall da loja, os consumidores mais curiosos começaram a pesquisar os valores, muitos já compraram e outros até fizeram suas encomendas.

Segundo Isaura, a loja locali-zada na rua Guilherme Morei-ra, Centro, Zona Sul, começou a vender os produtos natalinos há dois anos e os proprietários deram continuidade porque perceberam que se tratava de um mercado bom para os últimos meses do ano. Para este ano, a aposta do lojista nas árvores de Natal é recu-perar um momento ruim nas vendas dos demais produtos da loja, nos últimos meses.

“As vendas no comércio Centro, no geral, estão muito devagar por conta dos outros centros comerciais. No ano passado, conseguimos zerar o estoque de árvores de Natal e só começamos a vender em novembro. Neste ano, come-çamos mais cedo e esperamos vender todo o estoque, que é maior 20% que o do ano passado”, explicou Isaura.

Lojas do comércio amazonense vendem árvores de Natal de todos os tamanhos e com enfeites como laços, flores, bolas e luminárias de primeira linha, que ficam até seis vezes mais caras que a comum

A empresária Francinete Lima Duarte, 37, conta que todos os anos compra uma árvore de Natal nova para criar o clima natalino na sua casa, com a sua família. O destino da árvore do ano anterior que continua em bom estado é a doação para parentes ou entidades filan-trópicas. Além da árvore, ela diz que por um lado sempre monta o presépio com pe-

ças que já têm guardadas em casa, e por outro, pro-cura novas ornamentações para fazer do tradicional uma novidade.

Para ela, apesar dos ape-los mercadológicos sobre o Natal, vale a pena viver o momento com a família e os amigos depois de um ano de muito trabalho. “É quando buscamos a renovação na-quela data que simboliza o

nascimento do filho de Deus. E a árvore de Natal, com os enfeites e o presépio, nos ajuda criar o clima familiar muito bom para o nosso espírito”, comenta.

A dona de casa Graça Al-meida dos Santos, 52, di-ferente de Francinete, não compra árvore de Natal com a mesma frequência. Geral-mente ela reaproveita a dos anos anteriores que fecha-

ram a temporada em bom estado. Ela afirma que troca somente as ornamentações. “A minha última árvore de Natal comprei há três anos. Como ela tem mecanismo para fechar os galhos e a caixa continua conservada, depois de desmontá-la eu a guardo no porão”, conta. “Quem sabe no próximo ano eu compro outra para mudar um pouco”, comenta.

Quem compra e quem reutiliza o símbolo

A procura dos consumidores é considerada animadora pelos lojistas do segmento que trabalham com reservas e encomendas

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EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

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A6 Economia

Moeda social pelo desenvolvimento comunitárioCom três bancos de economia solidária, Manaus começa a fortalecer os pequenos negócios dos bairros

Estimular o desenvol-vimento econômico local a partir da cir-culação de uma moeda

social e dos princípios da eco-nomia solidária é o principal objetivo da implantação do terceiro banco comunitário em Manaus. A instituição, chama-da de Banco Mauá, localizada na avenida Rio Negro, bairro Mauazinho, Zona Leste, será inaugurada na primeira quin-zena de novembro.

O novo banco comunitário, que funcionará com a moeda social Mauá, é uma realização da Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social (Semtrad), com o apoio do Instituto Capital Social da Amazônia. Segundo o titular da Semtrad, David Reis, o agente bancário da instituição comu-nitária será a Caixa Econômica Federal e a entidade proponen-te é a Associação Benefi cente Social Violeta.

Inicialmente, o banco terá 18 mil mauás, divididos em cédulas de 0,50, 1, 2, 5, 10 e 50. O dinheiro, conforme Reis, é produzido pelo Banco Central (BC) e tem igual valor à moeda Real. A população pode efetuar o câmbio no banco, porém, a moeda só tem valor dentro das comunidades Par-que Mauá e Vila da Felicidade, no bairro Mauazinho.

Entre os benefícios do Ban-co Comunitário, o secretário destaca a contribuição direta para o desenvolvimento so-cioeconômico local quando incentiva e valoriza a compra nos comércios da comunida-de. “O resultado é a geração de emprego e renda para os moradores”, aponta.

De acordo com Reis, a cir-culação da nova moeda gera concorrência entre o comércio, que oferece preço justo à po-pulação e também faz com que as pessoas ganhem descontos

nas compras com a moeda Mauá, que variam entre 5% e 10%. “Dessa forma, o poder de compra das pessoas aumen-ta e com isso o empresário vai vender mais, gerar novos empregos e manter os que já existem”, observa.

Além desses benefícios, o secretário ressalta que a po-pulação poderá fazer diversas transações bancárias no banco comunitário do bairro, como pagamento de boletos, aber-tura de conta, empréstimo, saque, fi nanciamento, entre outras transações. “O mora-dor do bairro não precisa ir ao Centro da cidade ou em outro bairro para fazer esses serviços. Ele poderá fazer tudo no Banco Mauá”, afi rma.

As linhas de crédito disponi-bilizadas pela instituição tam-bém são uma vantagem. Reis informa que qualquer pessoa, mediante cadastramento pré-vio, poderá acessar as linhas de capital de giro ou de in-vestimento para fomentar seu negócio. A taxa de juros gira em torno de 1%. “Micro e pequeno empreendedor pode oxigenar sua atividade ao acessar o crédito do banco de forma fa-cilitada”, destaca.

No início, o trabalho dos fun-cionários no banco comunitário tem cunho social voluntário e é realizado pela entidade pro-ponente, sendo que todas as operações que são feitas no banco têm uma taxa que serve para pagar o custeio pessoal, como conta de luz, água e energia. “Quando o banco tiver dentro de sua rotatividade uma saúde fi nanceira, ele consegui-rá gerar uma receita para cada funcionário”, explica Reis.

Além do Banco Mauá, há projeto de implantação de mais três bancos comunitários em Manaus. Os bairros em estudo são: Puraquequara, Zona Leste, Colônia Oliveira Machado, Zona Sul e Compensa, Zona Oeste. Há estudos para os municípios de Parintins e Barreirinha.

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

Expectativas e dúvidas sobre a MauáExpectativas e dúvidas sobre a Mauá

ADL é onde funciona o banco comunitário do

Morro da Liberdade

Apesar de todos os bene-fícios oferecidos pelo banco comunitário, a população do bairro Mauazinho ainda se pergunta se a modalidade realmente funcionará como o explica a Semtrad.

O ajudante Arlisson Silva, 23, avalia a ideia da nova moeda como importante. Contudo, ele afi rma que irá aderir à Mauá somente depois dela passar a ser aceita na maioria dos estabelecimentos do bairro e ele perceber que a moeda é realmente vantajosa. “A partir

do momento que, ao uti-lizar essa moe-

da, nós ga-nharmos descon-

to, eu vou trocar o real pelo Mauá. Se isso realmente fun-cionar, desta forma acredito que vai ser muito bom para as pessoas da nossa comuni-dade”, comenta.

A comerciante Marines Si-queira, 41, ao contrário de Arlisson, afi rma que está an-siosa pela abertura do Banco Comunitário Mauá. Segundo ela, a instituição benefíciará o bairro, uma vez que no local há apenas uma unidade Caixa Aqui para transações bancá-rias. “Tem dias que a fi la para pagamento de contas é enor-me. Agora, com outro banco essa questão melhora. Quanto às outras vantagens do banco Mauá, acredito que no início

vai gerar espanto por parte da população, mas depois nos acostumamos”, observa.

O secretário da Semtrad frisa que o órgão fará visitas aos comerciantes das comu-nidades do bairro Mauazinho para apresentar a moeda so-cial e mostrar os benefícios que serão oferecidos pelo banco comunitário.

Segundo Reis, essa forma de comercialização própria só se concretiza com a junção de to-dos os envolvidos. “Não adian-ta abrirmos o Banco Mauá e termos a moeda para ser feito o câmbio, se os comerciantes do bairro entenderem que não tem ganho ou benefício ne-nhum”, observa, ao destacar

que a ideia também precisa ser motivada pela comunidade.

Para ele, a partir do mo-mento que os bancos comu-nitários se consolidarem e a modalidade passar a fazer parte da cultura e do coti-diano da comunidade onde estão instalados, outras de-mandas surgirão.

A ideia, conforme o se-cretário, é implantar novos bancos, tanto na área urbana quanto na rural do município. “Na hora que os moradores e comerciantes tiverem com-preendido essa forma própria de comercialização, o Banco Mauá trará avanços signifi -cativos para economia desta comunidade”, afi rma.

realmente funcionará como o explica a Semtrad.

O ajudante Arlisson Silva, 23, avalia a ideia da nova moeda como importante. Contudo, ele afi rma que irá aderir à Mauá somente depois dela passar a ser aceita na maioria dos estabelecimentos do bairro e ele perceber que a moeda é realmente vantajosa. “A partir

do momento que, ao uti-lizar essa moe-

da, nós ga-nharmos descon-

dade”, comenta.A comerciante Marines Si-

queira, 41, ao contrário de Arlisson, afi rma que está an-siosa pela abertura do Banco Comunitário Mauá. Segundo ela, a instituição benefíciará o bairro, uma vez que no local há apenas uma unidade Caixa Aqui para transações bancá-rias. “Tem dias que a fi la para pagamento de contas é enor-me. Agora, com outro banco essa questão melhora. Quanto às outras vantagens do banco Mauá, acredito que no início

David Reis diz que o banco Mauá tem 18 mil

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A7MANAUS, SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014

Moeda social pelo desenvolvimento comunitárioA capital amazonense

conta com dois bancos co-munitários, que funcionam há aproximadamente três anos. Um no bairro Morro da Liberdade, Zona Sul, cuja moeda social é a Tucumãs, e outro na Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste, com a moeda social Liberdade. Ambos foram implantados por meio de licitação pú-blica vencida pelo Instituto Capital Social da Amazônia, com a fi nalidade de de-senvolver a economia das comunidades locais.

Para o coordenador do Banco Liberdade, Aldenor Maciel, o momento é im-portante porque quando ele foi inaugurado o banco comunitário não tinha “ne-nhuma moeda no bolso”. Atualmente, o total de 82 estabelecimentos comer-ciais da comunidade aceita a moeda Liberdade como forma de pagamento.

O percentual ainda é pe-queno para um bairro que tem mais de 350 empreendi-mentos, mas o volume é visto com otimismo. “Fazer as pes-soas acreditarem no Banco

Comunitário é um processo lento. Porém, é um projeto que dá resultado rápido à economia local”, destaca.

Apesar do otimismo, a cir-culação da Liberdade vive momento de queda, segundo Maciel, desde o mês de maio, quando a instituição sofreu um assalto. “Solicitamos à Caixa Econômica a reposi-ção do lastro, para que em 2015 a moeda volte com força”, diz.

Maciel explica que o Ban-co Liberdade atualmente é transacional, recebe e efe-tua pagamentos de benefí-cios sociais, mas a previsão é que, a partir do próximo ano, o banco se torne negociável. “Estamos em negociação com a Caixa, nessa categoria vamos poder fi nanciar habi-tação, carro, oferecer micro crédito de até 15 mil, além de outros”, revela o coordena-dor do banco comunitário.

ExemploA Panifi cadora e Confei-

taria Rimaam, localizada na rua D. Martins Santana, é um exemplo do fortaleci-mento da economia com a

circulação da Tucumãs. O proprietário Vander Valdo Farias conta que o estabe-lecimento aceita a moeda desde a fundação do ban-co. “Procurei o banco para fazer um empréstimo. Com o dinheiro, consegui fazer o meu negócio crescer e ele hoje é referência no bairro”, revela.

A operadora de caixa Iraci Ferreira Almeida, 45, começou a utilizar a Tu-cumãs desde que o Banco da Liberdade começou a funcionar, há pelo menos seis meses. Ela afi rma que sempre paga as compras no comércio local com a moeda social. “Mas seria legal se todos os comer-ciantes do bairro aderissem à ideia”, avalia ela.

A entidade proponente do Banco Liberdade é a Or-ganização Social Ecoando Liberdade (Osel), que atua com educação profi ssional e economia solidária. O banco comunitário do Morro inau-gurou recentemente uma fi lial no Mercado Municipal Carneiro da Mota, com o apoio da Semtrad.

Moedas Liberdade e Tucumãs

Bancos Comunitários realizam empréstimos aos empreendedores dos bairros com juros a 1%

Moedas sociais servem apenas aos

bairros que tem Banco Mauá

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Moeda Mauá come-çará com notas de

0,50 centavos, 1, 2, 5 e 50 mauás

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A8 Economia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Período foi estabelecido para segurados que sofreram, administrativamente, com o corte do dinheiro por parte do próprio órgão, conforme os especialistas

Prazo de dez anos para reaver benefício do INSS

O segurado do Institu-to Nacional do Se-guro Social (INSS) que teve o benefício

cortado administrativamente pelo órgão tem até dez anos para recorrer à Justiça e recu-perar a grana mensal, segundo decisão da Turma Nacional de Uniformização (TNU) dos Juizados Federais.

No entanto, em quais situa-ções o INSS corta o benefício? Conforme o advogado Willi Fernandes, o parecer atende principalmente beneficiários de auxílios-doença, aposen-tadorias por invalidez e bene-fícios assistenciais. “O bene-fício por incapacidade, seja o auxílio-doença ou mesmo apo-sentadoria por invalidez, será cessado no momento em que

o segurado recuperar sua con-dição de saúde para retornar ao trabalho. Esta constatação será através de perícia médica atestando a capacidade para o trabalho, ou com a Alta Pro-gramada, onde o INSS prevê a data em que o segurado estará apto para retornar ao trabalho” explica.

Para o auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, a cessação deverá ocorrer por decisão médica. Para as outras modalidades de aposentadorias, auxílio-aci-dente e pensão por morte, o benefício somente pode-rá ser cessado pela morte do segurado ou por decisão administrativa que constate alguma irregularidade, desde que seja dado ao segurado o

seu direito de defesa por meio de processo administrativo.

Segundo Fernandes, ao en-trar na Justiça, o segurado consegue recuperar os atra-sados comprovando que o ato em que cessou o benefício foi ilegal ou mesmo indevido.

“O segurado deverá avaliar qual teria sido o motivo que indeferiu. Se foi por alguma irregularidade administrativa como dados incorretos, vale a pena ir até uma Agência do INSS, acertar os dados e dar nova entrada. Caso tenha sido algum outro motivo como o não entendimento do INSS pela concessão do benefício, é melhor procurar algum ad-vogado especialista na área e socorrer-se ao Poder Judiciá-rio”, enfatiza o especialista.

De acordo com espe-cialistas, é recomenda-do aos segurados que nesses casos (tiveram os pedidos indeferidos) que tenham em mãos todas as provas neces-sárias para provar que o INSS agiu contra os preceitos legais.

Em seguida, procurar um advogado de con-fiança ou uma asso-ciação que defenda os direitos dos segurados para buscar da melhor forma possível a reati-vação do benefício por meio de recurso admi-nistrativo ou mesmo processo judicial.

Para mais informa-ções, os segurados po-dem consultar a página de várias entidades no país, como a da Associa-ção Paulista dos Bene-ficiários e Previdência por meio do site: www.apabesp.org.br.

Interessado deve guardar documentos

Aposentados são uma das categorias que podem recuperar benefício cortado em até dez anos

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AÇÃO

Novos iPhones custarão até R$ 4,4 mil no país

Sem previsão para che-garem ao Brasil, os iPho-nes 6 e 6 Plus deverão ser os smartphones mais caros da história da Apple no país. De acordo com a “MacMagazine”, os pre-ços que os aparelhos rece-berão por aqui serão mais altos do que os cobrados pela linha anterior (que tinha iPhones 5c e 5s).

O modelo mais barato, o iPhone 6 de 16 GB, sairia por R$ 3.199, enquanto o mais caro, o Plus de 128 GB, custaria R$ 4.399.

Os valores se referem a aparelhos de varejo, mas as operadoras devem ofe-recer descontos mediante contrato de fidelidade.

Na linha de 2013, as versões mais caras do iPhone 5s saíam por R$ 2.799 (16 GB), R$ 3.199 (32 GB) e R$ 3.599 (64 GB). Os novos aparelhos seriam tão caros que a variação entre os preços brasileiros e nos EUA fi-caria quase 50%.

QuedaMaior vendadora de mú-

sicas do mundo e uma das principais responsáveis pela formação do mer-cado de músicas digitais, a Apple fechará 2014 com queda entre 13% e 14% na quantidade de canções comercializadas, segundo o “Wall Street Journal”.

TECNOLOGIA

Chegada do iPhone 6 ao Brasil ainda está indefinida

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AÇÃO

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A9EconomiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Homens praticam mais exercícios, revela estudoLevantamento realizado pelo Ministério da Saúde aponta que apenas 27,4% das mulheres praticam atividades físicas

Estudo do Ministério da Saúde mostra que os homens fazem mais exercícios físi-

cos que as mulheres. Enquan-to 41,2% deles praticam al-gum exercício no tempo livre, apenas 27,4% delas fazem o mesmo. No total, nos últimos cinco anos, houve aumento de 12,6% no número de pessoas que se exercitam. O cresci-mento ocorreu em todas as faixas etárias, com exceção da terceira idade, que man-teve o percentual.

Os dados estão no levanta-

mento Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Do-enças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), divulgado na sexta-feira (24). Para o professor e psicólogo Lucia-no Santana Lopes, que cursa doutorado na Universidade de Brasília e é especializado em atividade física e edu-cação, hábitos estabelecidos na infância refletem na ida-de adulta. “É uma questão cultural mesmo. Os meninos são incentivados desde muito cedo pelos professores a par-ticipar de atividades físicas,

principalmente as coletivas, ao passo que as meninas são constantemente direcionadas para um lado mais social, com bem menos exercício físico”.

“Fazer exercício significa uma qualidade de vida me-lhor e uma quantidade de vida maior”, defende Ricardo Munir Nahas, diretor da Socie-dade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte. O médico assegura que praticar esportes traz diversos bene-fícios. “A saúde vai melhorar. Praticando atividade física, as pessoas vão ter menos

pressão alta, colesterol mais controlado, menor risco de diabetes, mais disposição para o lazer e para o tra-balho. As pessoas dormem melhor e acordam dispostas, com menos depressão, menos alterações psicossomáticas. Também controlam o peso melhor, esse controle faz com que a sobrecarga do envelhe-cimento seja menor para as articulações, principalmente nos membros inferiores, o que diminui as dores articulares”.

Além de todos esses be-nefícios, o médico explica

que estudos mostram que a atividade física reduz a chance de alguns tipos de câncer, além de melhorar a tonicidade da pele. Segun-do o Ministério da Saúde, há redução de 20% a 30% de mortalidade por doenças crônicas entre quem pratica atividade física regular.

Ele conta que é muito bom ter o acompanhamento de um profissional de educação física para prescrever os exer-cícios e de um médico do es-porte para avaliar a série, de acordo com o metabolismo e

as metas do paciente. Porém, a ausência desses profissionais “não é desculpa para não pra-ticar atividade física”, destaca o especialista em medicina do esporte.

Para a diretora de Vigilân-cia e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Déborah Malta, o aumento de pessoas praticando exercício também se deve à disseminação da informação sobre todos os be-nefícios. Além disso, ela expli-ca que hoje há mais academias em pontos mais convenientes para as pessoas.

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Com exceção da terceira idade, segundo os dados obtidos pela Vigitel, o crescimento da prática de exercícios físicos se deu em todas as faixas etárias, correspondendo a um aumento de 12,6%

O estatuto estabelece novas regras para as relações de família, trazendo inovações para o tema

Uniões podem ter amparo legalEnquanto o Código Civil de

1916 vinculava a constitui-ção da família ao casamento e delegava ao homem a che-fia da sociedade conjugal, o atual, de 2002, estabeleceu a igualdade de direitos e deve-res entre os cônjuges.

Uma nova reviravolta no tratamento legal dos papéis sociais poderá acontecer, caso o Congresso Nacional aprove o Estatuto das Famí-lias, objeto de Projeto de Lei (PL) apresentado pela sena-dora Lídice da Mata (PSB-BA), inspirado em estudo do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM),

A proposta nº 470/2013 tem parecer favorável do se-nador João Capiberibe (PSB-AP), relator na Comissão de Direitos Humanos e Legisla-ção Participativa do Senado, e ainda será analisada, em decisão final, pela Comissão de Constituição, Justiça e Ci-dadania (CCJ).

O Estatuto revoga a parte do Código Civil que trata do Direito de Família e es-tabelece novas regras para essas relações. Ao contrário

do código, que introduz as questões familiares a partir do casamento, o estatuto tem como ponto de partida a regulação de direitos e de-veres no âmbito das relações familiares. Assim, toma para si a missão de proteger a família e seus membros em qualquer de suas modalida-

des, reconhecendo inclusive laços de parentesco gerados pela socioafetividade.

“Não é mais possível tra-tar questões da vida fa-miliar, que perpassam por idealizações, sentimentos e perdas, valendo-se das mesmas normas que regu-

lam questões meramente patrimoniais”, argumen-ta Lídice, ao justificar a proposta.

ReconhecimentoOs novos arranjos incorpo-

rados pelo estatuto passam pelas famílias parentais – em que os membros têm relação de parentesco por consan-guinidade – e recompostas – fundadas em parentesco por afinidade, como entre enteados e padrasto ou ma-drasta. O reconhecimento da relação homoafetiva como entidade familiar acontece quando, ao rever o instituto da união estável, o estatu-to amplia sua conceituação, sem restringi-la à ligação formal entre um homem e uma mulher.

“Ao não limitar aos hete-rossexuais o direito de casar e de constituir união estável, a proposição acolhe os avan-ços recentes observados em sede judicial e administrativa no sentido de não discri-minar a homoafetividade”, ressalta o relator na análise da proposta.

HOMOAFETIVIDADE

DIGNIDADEPara Capiberibe, o PL acerta ao não dis-criminar as famílias com base em gênero e sexualidade, e salienta que, no Estado demo-crático de direito, a lei não pode abrigar o preconceito

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A10 País MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Estudo com a floresta mostra como evitar cheiaFerramenta desenvolvida por pesquisadores brasileiros e alemães aperfeiçoa a previsão do clima, impedindo catástrofes

Um método desen-volvido por pesqui-sadores brasileiros e alemães, que aper-

feiçoa a previsão meteoroló-gica na região dos Andes, per-mitirá que o risco de enchentes seja comunicado à população dessas áreas com mais preci-são e antecedência, evitando grandes desastres naturais. O estudo teve a participação de cientistas do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP).

Para criar o método, os pes-quisadores aplicaram as fer-ramentas da técnica de redes complexas – feita com base em comparações matemáti-cas – aos dados climáticos obtidos por satélite. Com isso, foi construído um sistema que atesta com até 90% de certeza se a região montanhosa en-frentará chuvas torrenciais.

O professor Henrique Bar-bosa, coautor do estudo pelo Instituto de Física, explica que, inicialmente, o trabalho busca-va identificar o papel da Flores-ta Amazônica na reciclagem do vapor de água, que se forma no oceano e se desloca pelo continente. “Esperávamos ver que, quando viesse mais água da Amazônia, chovesse mais aqui no subtrópico, mas não foi o que ocorreu”.

Os cientistas foram surpre-endidos pelo fato de que a chu-va seguia o sentido contrário. “Os grandes eventos de preci-pitação começavam na Argen-tina e iam se propagando ao longo da encosta dos Andes em direção à Amazônia. Eles vinham ao contrário do fluxo do vento e desse transporte de

umidade”, disse Barbosa.

ModeloA descoberta possibilitou

o desenvolvimento de uma “receita” que vai auxiliar o tra-balho dos institutos de mete-orologia dos países afetados. “Quando o vento estiver com certa configuração, o campo de pressão, com outra, e co-meçar a chover muito forte no Norte da Argentina, pode ter certeza de que a chuva vai se deslocar pela encosta dos Andes (especialmente, Argen-tina, Bolívia e Paraguai)”, ex-

plicou Barbosa. Essa assertiva foi construída após análise de 50 mil séries temporais de dados meteorológicos, refe-rentes aos últimos 15 anos. Ao aplicar essa fórmula, é possível antever as precipita-ções na região com até dois dias de antecedência.

O método permite prever corretamente 90% dos even-tos extremos de precipita-ções em anos de El Niño, pois as enchentes são mais frequentes nesse período. Nos outros anos, o índice de acerto chega a 60%.

Chuvas que ocorrem nos Andes se propagam em direção à Amazônia, o que fez com que fosse elaborado o método de previsão

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AÇÃO

Guarda compartilhada aguarda por revisão

Já está na ordem do dia da primeira sessão deliberativa após as eleições, marcada para a próxima terça-feira (28), o Projeto de Lei da Câmara (PLC) nº 117/2013 - de autoria do deputado Ar-naldo Faria de Sá (PTB-SP). A proposta regula a guarda compartilhada de filhos de casais separados.

Antes de chegar ao Ple-nário do Senado, o projeto passou pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), onde recebeu substitutivo da senadora Ângela Portela (PT-RR). Depois, seguiu para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que aprovou na última reunião, realizada em setembro, parecer do sena-dor Valdir Raupp (PMDB-RO), derrubando o substitutivo da CDH e restabelecendo o tex-to original.

O projeto determina que, caso pais separados não cheguem a acordo sobre a guarda do filho, a opção de compartilhamento des-sa responsabilidade será obrigatória. A regra só não será adotada quando o pai ou a mãe, mesmo apto a exercer o poder familiar, declarar ao juiz que não deseja a guarda comparti-lhada do filho.

A proposta altera artigos do Código Civil e especifica a necessidade de divisão equi-

librada do tempo de convi-vência dos filhos com a mãe e o pai, o que possibilita a supervisão compartilhada dos interesses da criança ou adolescente. Fixa ainda mul-ta para o estabelecimento - entre eles a escola - que se negar a dar informações a qualquer um dos genitores sobre o filho. Se a regra não for cumprida, o estabele-cimento poderá levar uma multa de R$ 200 a R$ 500 por dia até o atendimento do pedido.

Se for aprovado sem mudanças pelo Plenário, o PLC nº 117/2013 poderá ser enviado direto à san- ção presidencial.

Especialista Para Nelson Sussumu Shi-

kicima, presidente da comis-são de direito de família da OAB-SP, tornar obrigatória a guarda quando não há acordo entre os pais não é a melhor opção.

“É complicado. Às vezes, os pais não têm condições ou não querem compartilhar a guarda, ou há casos em que há alienação parental. O ideal é que sempre tivesse um acordo”, afirma.

“A legislação atual é a ideia, se baseia no acordo, mas ainda é muito raro os juízes decidirem por essa modali-dade”, observa.

FAMÍLIA

Programa amplia acesso à saúdePara contemplar expressa-

mente as populações ribei-rinhas na Política Nacional de Saúde Integral das Popu-lações do Campo e da Flo-resta, instituída em 2011, o Ministério da Saúde ampliou o programa e instituiu a Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo, da Floresta e das Águas. A portaria foi publicada na últi-ma sexta-feira (24), no Diário Oficial da União (DOU).

Lançada em 2011, o ob-

jetivo da política nacional é garantir o direito e o acesso à saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), con-siderando as peculiaridades, especificidades e necessida-des dos povos e comunida-des que têm seus modos de vida, produção e reprodução social relacionados predo-minantemente com o cam-po, a floresta, os ambientes aquáticos, a agropecuária e o extrativismo.

Entre os objetivos específi-

cos está o desenvolvimento de ações integrais voltadas para a saúde do idoso, da mulher, da pessoa com deficiência, da criança e do adolescente, do homem e do trabalhador, considerando a saúde sexual e reprodutiva, bem como a violência sexual e doméstica.

TóxicosA política também visa à

redução de riscos e agra-vos à saúde decorrente dos processos de trabalho e das

tecnologias agrícolas, parti-cularmente o adoecimento decorrente do uso de agro-tóxicos e mercúrio, e as do-enças resultantes do risco ergonômico do trabalho e da exposição contínua aos raios ultravioleta.

Entre outras funções, a polí-tica pretende, ainda, reconhe-cer e valorizar os saberes e as práticas tradicionais de saúde das populações do campo, da floresta e das águas, respei-tando suas especificidades.

RIBEIRINHOS

APLICAÇÃOA ferramenta de redes complexas também pode ser usada para analisar a propaga-ção de outros eventos extremos como, por exemplo, a movimen-tação de ações nas bolsas de valores

Programa leva em conta as peculiaridades dos povos e comunidades que vivem nos campos, nas florestas e nas águas

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De acordo com os pesqui-sadores, as fortes chuvas que atingem essa região andina provocaram prejuízos acima de US$ 400 milhões.

Barbosa destaca que, em períodos de mudanças cli-máticas, a eficácia da ferra-menta desenvolvida ganha ainda mais importância. Ele diz que estudos indicam au-

mento do volume de chuvas e da temperatura na região dos Andes. Segundo o cien-tista, com isso, esses even-tos extremos devem ficar mais frequentes e violentos, e prever as fortes chuvas com mais antecedência tor-na-se fundamental.

Os dados da pesquisa já estão disponíveis e meteoro-

logistas dos países afetados podem recorrer a eles para fazer previsões.

Um artigo com um resu-mo do trabalho foi publicado neste mês na revista cien-tífica “Nature Communica-tions”. A ferramenta de re-des complexas, desenvolvida pelos cientistas, também pode ser usada para anali-

sar a propagação de outros eventos extremos como, por exemplo, a movimentação de ações nas bolsas de valores e a comunicação de neurônios no cérebro, entre outros. O autor principal do artigo é o pesquisador Niklas Boers, do Instituto de Pesquisas em Impactos Climáticos de Pots-dam (PIK), na Alemanha.

Dados das pesquisas estão disponíveis

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A11MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 Mundo

Infraestrutura precária e falta de outros recursos comprometem a luta contra a doença no país

Ebola pode matar 90 mil na Libéria, revela estudo

Os esforços para con-trolar o vírus do ebola na Libéria precisam ser ampliados rápida

e dramaticamente, ou deze-nas de milhares de pessoas morrerão nos próximos meses, revela um estudo publicado neste final de semana.

Quase 4.900 mortes foram registradas em todo o oeste da África desde que a doença foi detectada na Guiné em março, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A Libéria foi o país mais afetado pelo vírus, com 2.705 mortes e 4.665 casos confirmados.

Sem uma intensificação nos esforços para deter a doença, o ebola irá matar 90 mil pessoas

na Libéria e infectar 171 mil até meados de dezembro, postulou um estudo no periódico “The Lancet Infectious Diseases”.

“Nossas previsões subli-nham a janela de oportunida-de, que se fecha rapidamen-te, para controlar o surto e evitar um saldo catastrófico de novos casos de ebola e mortes nos próximos meses”, declara Alison Galvani, uma das autoras da pesquisa, em um comunicado.

Instalações médicas adicio-nais para o tratamento da fe-bre hemorrágica e um aumento de cinco vezes na detecção de novos casos, juntamente com a alocação de conjuntos de proteção para residências, poderiam evitar até 98 mil

casos até o meio de dezembro, afirma o estudo.

Os pesquisadores basea-ram sua análise em um estu-do do Condado de Montser-rado, na Libéria, que abarca a capital Monróvia, onde a grande maioria dos casos foram registrados.

Sem uma expansão nas ações para frear a epide-mia, o saldo nacional será ainda maior, disseram.

“A escala das intervenções sendo implementadas atual-mente ainda é pífia em com-paração com o que prevemos ser necessário”, afirma Jose-ph Lewnard, outro autor da pesquisa, à Fundação Thom-son Reuters em entrevista por telefone.

Missão norte-americana constrói laboratórios e base de pesquisa contra o vírus, na Libéria

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Monumento a desertores é inaugurado na Áustria

A Áustria inaugurou um monumento, neste final de semana, em homena-gem a milhares dos seus cidadãos que desertaram do Exército de Hitler du-rante a Segunda Guerra Mundial, marcando um novo passo nos esforços de reconhecer o passado de guerra da nação.

A Alemanha anexou a Áustria em 1938, tor-nando o país parte do Terceiro Reich de Hitler. O sistema de Justiça Militar nazista executou milhares de desertores e oponentes ao esforço de guerra.

O Parlamento austría-co votou em 2009 - com objeção dos partidos de extrema direita -, para

limpar a reputação da-queles que foram despre-zados ou atacados por se recusar a seguir a linha dos nazistas.

“Se eles eram os bons no Exército de Hitler, en-tão, nós, os desertores, éramos evidentemente os maus, os maus que deveriam ser ataca-dos”, diz o ativista Ri-chard Wadani, 92, um dos desertores.

Para o presidente aus-tríaco, Heinz Fischer, é ultrajante que pessoas tenham sido tratadas desta maneira em uma Áustria democrática do pós-guerra. “Isso é algo pelo que qualquer pessoa precisa pedir desculpas e ter vergonha”, avalia.

SEGUNDA GUERRA

Monumento retrata uma forma de três níveis em X

Eleições serão neste domingo

Em meio a um período extremamente difícil para a ex-República soviética - às portas da União Europeia -, a Ucrânia realiza votação neste domingo. Em março, o país perdeu a península da Crimeia, anexada pela Rús-sia, além de enfrentar uma insurreição armada pró-rus-sa na região mineradora de Donbass, um conflito que já fez mais de 3.700 mortos desde meados de abril.

“Não haverá conflito vela-do, porque o Donbass não pode sobreviver sem a Ucrâ-nia”, assegura o presiden-te Petro Poroshenko, cujo partido é o favorito para as eleições parlamentares.

Poroshenko, em sua conta no Twitter, pediu aos ucra-nianos que votem em massa para “concluir a formação do novo poder iniciado em junho”, assumindo as fun-ções do pró-russo Viktor Yanukovytch, refugiado na Rússia desde fevereiro.

O movimento do presi-dente lidera as pesquisas com mais de 30% das in-tenções de votos, segui-do por outras formações pró-ocidentais. Ele espera alcançar com essas elei-ções “uma maioria cons-titucional” para permitir a realização de reformas vitais para este país mui-to corrupto e em profunda recessão, agravada pelo conflito armado.

UCRÂNIA

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A12Mundo MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

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[email protected], DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 (92) 3090-1041

Halloween, importado e distorcido

Páginas B2-B3

IONE MORENO

Nos últimos anos, motoristas da ca-pital amazonense têm optado pelas

vias secundárias para fugir da lentidão do trânsito nas avenidas principais. A inten-ção, no entanto, acaba geran-do situações parecidas ou até mesmo piores. Engarrafamen-tos e fi las duplas se tornaram frequentes, afetando também moradores dessas áreas - sem contar a falta de educação dos “donos da rua”.

A rua Libertador, localizada no bairro Nossa Senhora das Graças, Zona Centro-Sul, é um exemplo desse problema. Se-gundo a autônoma Ana Cláu-dia Sena, o acesso começa a fi car congestionado a partir das 11h. “Os carros circulam nos dois sentidos, às vezes chegam a invadir nossas cal-çadas. Não podemos andar na rua, pois corremos o risco de ser atropelados”, conta.

O tráfego começa na rua Belém, atrás do cemitério São João Batista, e se estende até a avenida Maceió. “Nos últimos anos, o comércio tem crescido nessa área, e isso agrava a situação”, opina Cláudia. Ela diz ainda que moradores já en-viaram abaixo-assinados para

os órgãos competentes, porém faltam ações efetivas.

Há pelo menos três anos, a rua tinha sentido único no sentido bairro-Centro, indi-cado por placas. A sinaliza-ção desapareceu e a bagunça começou.

PlanejamentoDe acordo com Paulo Henri-

que Martins, diretor-presiden-te do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito (Manaustrans), o au-mento do número de veículos é a causa dessas retenções.

“O planejamento consiste em identifi car os problemas e apresentar as medidas ne-cessárias: proibição de esta-cionamento e mudança de circulação, sempre com o ob-

jetivo de melhorar a fl uidez e reduzir congestionamento. Houve reclamações nas ruas dos bairros Alvorada, Reden-ção e Japiim. As soluções foram implantadas e as retenções foram reduzidas”, explica.

Para Geraldo Alves, profes-sor de Geografi a da Univer-sidade Federal do Amazonas (Ufam), o problema resulta da falta de planejamento do poder público, o que inclui investimentos em transporte coletivo. “Somos 2 milhões de habitantes convivendo num es-paço sem infraestrutura. Não aplicaram recursos no trans-porte público, que é precário. O governo se limita a aplicar multas, pois a solução exige muito dinheiro”.

Segundo ele, a situação ten-de a piorar em época de elei-ções. “A fi scalização gera certa impopularidade”, opina. Solu-ções alternativas tampouco são opções favoráveis. “As calçadas são pequenas, não foram construídas de forma adequada, então fi ca difícil caminhar. Utilizar bicicleta em Manaus é complicado, devido ao trânsito agressivo”, enume-ra Alves, doutor em Planeja-mento de Transportes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Colaborou César Augusto

Sem planejamento, ruas secundárias viram caosPara fugir do tráfego lento das ruas principais, motoristas tumultuam vias secundárias conforme sua própria vontade

DANIEL AMORIMEspecial EM TEMPO

Rua Djalma Dutra, nas proximidades do Bradesco, bairro Nossa Senhora das Graças: um exemplo do tumulto que começa ali e se estende até a rua Libertador, estreita e agora congestionada

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Cena de trânsito no bairro Novo Israel: situação rotineira em diversos bairros de Manaus

No conjunto Vieiralves, a desorganização do espaço provoca retenções diárias no tráfego

Não aplicaram recursos no trans-

porte público, que é precário. O governo se limita a aplicar

multas, pois a solu-ção exige dinheiro

Geraldo Alves, professor da Ufam

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B2 Dia a dia

O lado nocivo do HalloweenA importância mercantilizada da festa das bruxas norte-americanas aos poucos se sobrepõe à identidade nacional, revela sociólogo. Um exemplo: poucos irão se lembrar de que a mesma data foi instituida no país como o Dia do Saci

Macabro. Esta seria a definição a que alguns recorreriam ao observar o cos-

tume de promotores de eventos e empresários - que sempre no mês de outubro, inspirados na cultura de países anglo-saxões - de materializar “uma versão festeira” de uma espécie de umbral fake nas pistas de dança e lojas da cidade.

A definição em nada tem a ver com a arte em desfigurar rostos usando maquiagem, constituir feridas sem casquinha e nas mutilações alinhadas aos ór-

gãos à mostra que compõem o traje quase que obrigatório dos adeptos das festas de Hallowe-en. Para algumas pessoas, o “as-sustador” é constatar que essa produção que faz referência ao “jeito importado de homenage-ar os mortos”, tem conquistado cada vez mais adeptos em solo tupiniquim.

Para o sociólogo Ademir Ra-mos, a popularidade da festa de Halloween passou a ser in-centivada pelo comércio. “Tra-ta-se de uma festa midiática articulada com o mercado de produtos afins, que tem por objetivo promover o consumo e implementar ações que agre-guem valor e comportamento

que manifestem o espírito do evento transplantado da cul-tura norte-americana para os países emergentes com um grande potencial de consumo”, apontou.

Prova disto seriam as apostas dos empresários do entrete-nimento na mistura do rock, musica eletrônica e até mesmo o forró - ritmo genuinamente brasileiro - com a roupagem irreverente da festa das bruxas. Tudo para apimentar e atrair os olhares curiosos.

Mas a empatia pelo Hallowe-en não para por aí. Em Manaus, muitas escolas e inclusive mo-radores de residenciais de alto padrão rendem-se aos festejos

gringos, com direito a distri-buição de doces às crianças, mediante a famosa pergunta “trick or treat (travessuras ou gostosuras)?”. “A iniciativa é divorciada da tradição local, não tendo raízes na cultura e nos processos de ensino-apren-dizagem. O ato é movido unica-mente por interesse mercantil a exigir dos educadores e da direção das escolas uma con-duta mais pedagógica assen-tada nas representações locais numa perspectiva da diversida-de e da identidade histórica de nossa gente”, defendeu.

Como uma maneira de con-trapor a influência de tradições estrangeiras, na noite em que

o Halloween é celebrado em vários países do mundo foi instituído desde 2005 o “Dia do Saci”, por força de lei fe-deral criada justamente para se resgatar a valorização do folclore nacional. Mas, quem se lembra do negrinho danado e sua carapuça vermelha? “Não há lembrança porque o nosso processo de ensino-aprendiza-gem escolar está divorciado da cultura popular, havendo con-textualização dos conteúdos escolares com a nossa cultura. Nesta circunstância, o nosso imaginário que por sua vez é tão rico ficou mais pobre por falta de revitalização, sendo negado pela afirmação de uma cultura

de massa deslocada de nossa tradição”, defendeu Ramos.

Para ele, a valorização do Halloween não provoca uma irreal relação de unificação en-tre diferentes povos. “Desvalo-rização de nossa cultura não, mas uma forma bestializada de ser, visto que a captação e promoção deste valor vin-cula-se diretamente à cultura dominante chamando para si a integração dos subalternos para o topo da pirâmide com aparência de ser um entre eles. Pura ilusão, porque tal integra-ção ocorre pela capacidade de consumo e não pela cultura enquanto representação de um povo”, ressaltou.

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IVE RYLOEquipe EM TEMPO

Artigo alusivo à festa norte-americana: evento importado e de teor comercial no Brasil

Ademir Ramos acredita que o incentivo e valorização de nossa cultura deveria partir das escolas e de projetos de educação que sejam mais contextualizados não só com o local, mas também o nacio-nal e internacional. “O que ocorre agora é exatamente uma inversão que reduz o nosso universo cultural aos interesses mercantil. Outro determinante é que as es-colas perderam o valor das narrativas culturais e com isto, as mídias de massa, sobretudo os programas im-portados e transmitidos em versão nacional ganharam

força, difundindo os valores de uma cultura transplan-tadas. Veja por exemplo os desenhos veículados e as influências destes na forma-ção do universo simbólico das nossas crianças e jovens. O mais grave de tudo é quan-do as escolas reproduzem acriticamente este valores e eventos”, ressaltou.

O sociólogo defende que faltam políticas públicas inte-gradas e articuladas que pro-movam e mobilizem o senti-mento pátrio, a identidade, as artes e suas formas represen-tativas de ser. “O que se vê são valores e representações de

outras culturas que, de cima para baixo, dominam o lúdi-co dessas crianças e jovens sem nenhuma articulação e respeito com as tradições e costumes. Nesse campo, a educação escolar tem sua maior parte, em não havendo ações de políticas estrutu-rante o saber, a ciência, as artes e as culturas regionais fraquejam, passando a copiar e a transplantar modelos e representações dominantes, suscitando no local e em seus agentes a negação de si, do seu imaginário e da diversi-dade cultura das nações e dos povos”, finalizou.

Falta valorizar nossa identidade

Fantasias à venda em loja: segundo Ademir Ramos, trata-se do domínio de outras culturas

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MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 B3

O lado nocivo do Halloween

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Os números comprovam a aceitação do manauen-se pelos “festejos lúgubres da gringa”. A procura pelas fantasias, adereços e de-corações de Halloween só fica atrás dos artigos carna-valescos. “Comecei há mais ou menos uns 15 anos a pedido dos clientes, devido ao intercâmbio que escolas de inglês promovem e fes-tejam a data. A maior parte da turma vai para os Esta-dos Unidos, quando voltam querem reproduzir a festa que eles participaram lá, em casa. Eles foram dando as di-cas e eu fui investindo”, disse a proprietária do Armarinho Manoela, Fátima Brito.

Na loja, não faltam op-ções inusitadas de fantasias e adereços para atrair até os mais exigentes e macabros gostos. “Aqui em Manaus as pessoas são festeiras e gostam de coisa bonita e bem trabalhada. Gostam de comemorar o Halloween em família, de ir em festas onde há competição de fantasia e até aniversário de 15 anos já festejam com o tema”, ressaltou.

A aposta da empresária deu tão certo que tem atraído um público maior a cada ano. O grupo não busca o esta-belecimento somente para consumir, mas para admirar

a decoração cuidadosamen-te arquitetada por Fátima e sua equipe. “Mudamos a decoração da loja e o pessoal gosta. Fazem aqui tipo um city tour. As pessoas gos-tam de subir aqui para ver. Quanto mais dizem que está horrível, é porque está legal”, brincou.

A ornamentação fabricada pela equipe é realmente sur-preendente. Transpor as es-cadas de acesso a um andar

inteiro tomado pela estética assustadora faz da visita à loja uma experiência inusi-tada. A longa escadaria es-cura, completamente ornada com imagens emolduradas que se transformam dian-te de nossos olhos, formam ilusões impressionantes. No teto, teias, lápides e animais peçonhentos compõem o ce-nário cinematográfico.

Durante todo o caminho, gritos de horror e choros agu-çam ainda mais os sentidos e “põe à prova” a coragem do visitante. Quem consegue atravessar a barreira inicial se depara com manequins fielmente vestidos para a ocasião, com direito a uma decapitação sem economia de sangue. Uma produção de encher os olhos e arrepiar os mais céticos. “Sou eu e os funcionários que inventamos e decoramos. Cada um dá um ‘pitaco’ e a gente vai fazendo. Mudamos a decoração da loja o ano todo e o pessoal vai gostando. A gente ado-ra. Meu filho diz que aqui é minha Disney, e eu adoro”, reconheceu Brito.

Empresários investem em produção

Loja de Fátima Brito, no Centro: ideia trazida de fora foi bem explorada comercialmente

VANTAGEMA aposta da empre-sária Fátima Brito no ramo deu tão certo que tem atraído um público maior a cada ano, que não busca sua loja apenas para consumir, mas para admirar a decoração

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B4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 B5

Desaparecido, um mistérioHá pouco mais de um ano, o universitário Yago Bandeira saiu de sua casa à noite e nunca mais foi visto. Começou então a peregrinação da família em busca do jovem, que engrossou as estatísticas de pessoas desaparecidas no Estado

Quando os pais, ir-mãos e amigos percebem, a aflição começa: a pessoa

querida não retornou às suas atividades costumeiras e não manteve mais contato. Os dias passam, transformam-se em semanas, meses e até mesmo anos. A angústia de desconhe-cer o destino da pessoa e seu estado crescem. Surge mais uma estatística de pessoas desaparecidas.

Nesta semana, na capital amazonense, houve dois re-gistros de adolescentes do sexo masculino que tinham desaparecido. Os dois jovens foram vistos pela última vez saindo da escola. Depois da divulgação na mídia, a po-

lícia conseguiu encontrá-los: ambos estavam com medo da reação dos pais por questões das notas bimestrais.

No entanto, há casos que continuam sem fechamento do inquérito. Um deles é do universitário de educação física Yago Costa Bandeira, atualmente com 21 anos, de-saparecido desde 25 de agos-to do ano passado.

Sua família continua na busca, mas todo dia 25 traz uma lembrança dolorosa que faz os olhos de seus pais e irmão encherem de lágrimas, pois passam pela angústia de não verem o seu filho ou irmão retornar, ou muito menos de saber uma notícia do que re-almente aconteceu.

O pai de Yago, o protético Nivaldo Bandeira, 46, contou que o universitário sempre

foi um bom filho, trabalhava diariamente com pai e desde criança sua maior paixão foi o futebol, e foi desse amor que surgiu a vontade de cursar educação física.

Yago jogou em vários clubes e times de Manaus, como o Tarumã, Nacional, Rio Negro, entre outros, mas desde que começou a estudar, levava a faculdade mais a sério e até conseguiu um estágio, e mesmo assim não deixava de ajudar o pai na restauração das próteses dentárias.

Após o término de um na-moro de três anos com uma jovem que mora na Compen-sa, o universitário começou a buscar várias formas para esquecer o relacionamento encerrado: sempre que tinha uma oportunidade, saía à noi-te para jogar bola com amigos

e conhecidos.Nivaldo contou que não foi

diferente no dia 25 de agosto de 2013, pois Yago avisou que estava indo jogar bola

no campo do Centro Social Urbano (CSU) do bairro. As horas pasaram e ele não retornou. O pai ficou preo-cupado e começou a ligar

tanto do seu celular quanto do celular da mãe de Yago, a técnica de enfermagem Francisca Leite, 42.

O universitário não atendeu a ligação, mas logo em segui-da retornou para casa. Preo-cupado, Nivaldo perguntou ao filho o que tinha ocorrido, mas Yago apenas respondeu que estava no bar Ilha Gelada, próximo ao CSU, conversando com os amigos, e por isso não tinha atendido as ligações.

Nivaldo chegou a cheirar Yago para ver se seu filho tinha bebido, e disse para o universitário tomar banho, comer algo e depois descan-sar, pois no outro dia tinham que acordar cedo para irem à missa, mas que em seguida voltaria a conversar sobre o que tinha acontecido naque-la madrugada.

Depois que o pai retornou pro quarto, Yago foi tomar banho e comer algo. Pela co-zinha encontrou com o irmão mais velho, Thiago Costa Ban-deira, 23, e pediu o telefone do irmão para poder enviar uma mensagem.

Em seguida, Yago recebeu uma ligação, colocou uma ber-muda e uma sandália, deixou em casa tudo o que tinha, desde o celular, roupas, do-cumentos e até dinheiro e abriu o portão. Thiago contou isso aos pais, que pensaram que o universitário tinha ido procurar um lanche como de costume. A noite passou, sem a volta de Yago. No outro dia, cedo, a família foi à mis-sa, pensando que na volta encontraria Yago. Foi então que começou uma história de desespero e aflição.

Nivaldo e Francisca, pais de Yago, e Thiago, irmão do jovem desaparecido: maior angústia é não saber se o rapaz está vivo ou passando necessidades em algum lugar longe de seus familiares

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Temeroso, o pai de Yago re-gistrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento na delegacia mais próxima e pro-curou o Instituto Médico Legal (IML), hospitais, penitenciárias e outros órgãos que trabalham com desaparecidos.

Essa é a rotina de Nivaldo há mais de um ano. “Chegou um tempo que toda vez que entrava um corpo no IML eu saía de casa para ir ao instituto verificar se era meu filho”, relatou.

A mãe e pai de Yago largaram o emprego para se dedicarem à procura do filho. Distribu-íam cartazes, entravam em contato com os amigos, mas ninguém sabia repassar ne-nhuma informação.

Como Thiago tinha em-prestado o celular para seu irmão enviar uma mensa-gem, procurou as mensagens anteriores e descobriu que naquele horário Yago tinha conversado com a ex-namo-

rada antes de desaparecer.A mãe do universitário procu-

rou a ex-namorada do filho para saber o que ele tinha enviado antes de sumir, mas ela avi-sou que não recebeu nenhuma mensagem. “Ajoelhei para que ela contasse o que sabia, mas mesmo fria sobre o assunto continuou a dizer que não tinha nada a falar”, contou.

A própria família desco-briu que Yago, quando saía com os amigos para jogar

bola, recebia propostas para sair do Estado e até mesmo do país para tentar a vida como jogador.

“Descobri que Yago tinha encerrado seu contrato no estágio, informando que a nossa família estava abrindo um novo negócio e que iria me ajudar no trabalho. Às vezes eu o pegava observando detalhes, mas não sabia que algo se passava na cabeça dele”, disse o pai.

Peregrinação por hospitais e até pelo IML

Yago é estudante de educação física e ajudava seu pai

SUMIÇOAntes de desaparecer, Yago havia termina-do o relacionamento com sua namorada. Na noite em que foi visto pela última vez, rece-beu um telefonema e saiu de casa para não mais voltar

Nivaldo foi procurado por uma professora de psicologia da faculdade de Yago, que contou que quando o universitário ti-nha terminado o namoro estava com problemas de aceitar a situação, mas que ela estava fazendo acom-panhamento com ele, e que acreditava que o sumiço do aluno tinha a ver com a situação.

O celular de Yago come-çou a receber várias liga-

ções de número restrito, os pais sempre conversavam achando que poderia ser o rapaz, mas em novembro do ano passado o telefone não tocou mais. A família continua na esperança de receber novas ligações

Os familiares acreditam que ele esteja vivo e que a qualquer momento irá ligar e dizer o que real-mente aconteceu. Entre as buscas, o pai recebeu a informação de um dos

amigos do filho de que ele tinha entrado em contato e informado que estava em São Paulo (SP).

“A única coisa que quero é poder saber onde meu filho se encontra. A nossa vontade realmente é de tirar esse peso que temos carregado todos os dias e ajudar nosso filho, pois o que sentimos é que tem algo faltando e não há sentimento que complete”, disse o pai.

Um peso carregado todos os dias

Em Manaus, movimentos surgem para chamar a atenção sobre as pessoas desaparecidas

No primeiro semestre deste ano, foram realizados 419 registros de desapa-recimentos pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), valor inferior a 2013: 658. O valor pode não corresponder ao número real, pois na maio-ria das vezes, de acordo com a SSP, as pessoas retornam aos seus lares e a família não avisa à polícia.

A titular da Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), Catarina Torres, explicou que a maioria dos casos de desaparecimento são de homens. “Geralmente eles retornam para casa após alguns dias. É muito comum, dentro desse tipo de ocorrência, as pessoas saírem de casa sem dar satisfações. Os relatos que justificam o sumiço geralmente são vinculados a histórias de problemas em casa, como, crises fi-nanceiras e problemas com a família. Existem muitos casos de homossexuais que não tem a condição sexual aceita pela família e aca-bam fugindo. Sumiços por

envolvimento com o tráfico de drogas também são mui-to comuns”, disse.

No caso das mulheres, a delegada informou que a maioria é idosa, que sofre de problemas emocionais e psicológicos, que muitas vezes sai pela rua sem rumo e acaba se perdendo. Outra situação é de mulheres que fogem de casa para viver histórias de amor.

“Ao sinal de qualquer desconfiança de desapa-recimento, a família deve comunicar imediatamente a Polícia Civil ou registrar a situação em qualquer Distrito Integrado de Po-lícia. Não existe prazo de hora ou dia para que o boletim de ocorrência seja feito. Qualquer situação de desaparecimento pode ser registrada em menos de 24 horas do sumiço”, explicou Catarina.

O desaparecimento transforma-se em inquérito quando os procedimentos para encontrar a pessoa acabam tornando-se com-plexos demais ao ponto de os trâmites necessários para oa resolução do caso

fugirem da competência da Polícia Civil.

“Em casos onde as ocor-rências precisem de uma atenção maior, o inquérito é instaurado para que com base nisso a polícia dar anda-mento aos processos legais, como por exemplo, quebra de sigilo bancário, quebra de si-gilo telefônico, entre outros”, disse Catarina.

MenoresA titular da Delegacia

Especializada Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Linda Gláucia, ex-plicou que no caso de me-nores, o desaparecimento é assim considerado a partir do momento em que os pais percebem que o adolescen-te não está sob seu olhar, sem seus cuidados e sem saber do seu paradeiro.

O procedimento a ser to-mado pelos parentes é de imediatamente saber com familiares e vizinhos, o pa-radeiro da criança ou adoles-cente. Não procurando, os responsáveis devem seguir imediatamente à delegacia mais próxima e fazer o bo-letim de ocorrência.

Casos podem ter várias facetas

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B4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 B5

Desaparecido, um mistérioHá pouco mais de um ano, o universitário Yago Bandeira saiu de sua casa à noite e nunca mais foi visto. Começou então a peregrinação da família em busca do jovem, que engrossou as estatísticas de pessoas desaparecidas no Estado

Quando os pais, ir-mãos e amigos percebem, a aflição começa: a pessoa

querida não retornou às suas atividades costumeiras e não manteve mais contato. Os dias passam, transformam-se em semanas, meses e até mesmo anos. A angústia de desconhe-cer o destino da pessoa e seu estado crescem. Surge mais uma estatística de pessoas desaparecidas.

Nesta semana, na capital amazonense, houve dois re-gistros de adolescentes do sexo masculino que tinham desaparecido. Os dois jovens foram vistos pela última vez saindo da escola. Depois da divulgação na mídia, a po-

lícia conseguiu encontrá-los: ambos estavam com medo da reação dos pais por questões das notas bimestrais.

No entanto, há casos que continuam sem fechamento do inquérito. Um deles é do universitário de educação física Yago Costa Bandeira, atualmente com 21 anos, de-saparecido desde 25 de agos-to do ano passado.

Sua família continua na busca, mas todo dia 25 traz uma lembrança dolorosa que faz os olhos de seus pais e irmão encherem de lágrimas, pois passam pela angústia de não verem o seu filho ou irmão retornar, ou muito menos de saber uma notícia do que re-almente aconteceu.

O pai de Yago, o protético Nivaldo Bandeira, 46, contou que o universitário sempre

foi um bom filho, trabalhava diariamente com pai e desde criança sua maior paixão foi o futebol, e foi desse amor que surgiu a vontade de cursar educação física.

Yago jogou em vários clubes e times de Manaus, como o Tarumã, Nacional, Rio Negro, entre outros, mas desde que começou a estudar, levava a faculdade mais a sério e até conseguiu um estágio, e mesmo assim não deixava de ajudar o pai na restauração das próteses dentárias.

Após o término de um na-moro de três anos com uma jovem que mora na Compen-sa, o universitário começou a buscar várias formas para esquecer o relacionamento encerrado: sempre que tinha uma oportunidade, saía à noi-te para jogar bola com amigos

e conhecidos.Nivaldo contou que não foi

diferente no dia 25 de agosto de 2013, pois Yago avisou que estava indo jogar bola

no campo do Centro Social Urbano (CSU) do bairro. As horas pasaram e ele não retornou. O pai ficou preo-cupado e começou a ligar

tanto do seu celular quanto do celular da mãe de Yago, a técnica de enfermagem Francisca Leite, 42.

O universitário não atendeu a ligação, mas logo em segui-da retornou para casa. Preo-cupado, Nivaldo perguntou ao filho o que tinha ocorrido, mas Yago apenas respondeu que estava no bar Ilha Gelada, próximo ao CSU, conversando com os amigos, e por isso não tinha atendido as ligações.

Nivaldo chegou a cheirar Yago para ver se seu filho tinha bebido, e disse para o universitário tomar banho, comer algo e depois descan-sar, pois no outro dia tinham que acordar cedo para irem à missa, mas que em seguida voltaria a conversar sobre o que tinha acontecido naque-la madrugada.

Depois que o pai retornou pro quarto, Yago foi tomar banho e comer algo. Pela co-zinha encontrou com o irmão mais velho, Thiago Costa Ban-deira, 23, e pediu o telefone do irmão para poder enviar uma mensagem.

Em seguida, Yago recebeu uma ligação, colocou uma ber-muda e uma sandália, deixou em casa tudo o que tinha, desde o celular, roupas, do-cumentos e até dinheiro e abriu o portão. Thiago contou isso aos pais, que pensaram que o universitário tinha ido procurar um lanche como de costume. A noite passou, sem a volta de Yago. No outro dia, cedo, a família foi à mis-sa, pensando que na volta encontraria Yago. Foi então que começou uma história de desespero e aflição.

Nivaldo e Francisca, pais de Yago, e Thiago, irmão do jovem desaparecido: maior angústia é não saber se o rapaz está vivo ou passando necessidades em algum lugar longe de seus familiares

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Temeroso, o pai de Yago re-gistrou boletim de ocorrência sobre o desaparecimento na delegacia mais próxima e pro-curou o Instituto Médico Legal (IML), hospitais, penitenciárias e outros órgãos que trabalham com desaparecidos.

Essa é a rotina de Nivaldo há mais de um ano. “Chegou um tempo que toda vez que entrava um corpo no IML eu saía de casa para ir ao instituto verificar se era meu filho”, relatou.

A mãe e pai de Yago largaram o emprego para se dedicarem à procura do filho. Distribu-íam cartazes, entravam em contato com os amigos, mas ninguém sabia repassar ne-nhuma informação.

Como Thiago tinha em-prestado o celular para seu irmão enviar uma mensa-gem, procurou as mensagens anteriores e descobriu que naquele horário Yago tinha conversado com a ex-namo-

rada antes de desaparecer.A mãe do universitário procu-

rou a ex-namorada do filho para saber o que ele tinha enviado antes de sumir, mas ela avi-sou que não recebeu nenhuma mensagem. “Ajoelhei para que ela contasse o que sabia, mas mesmo fria sobre o assunto continuou a dizer que não tinha nada a falar”, contou.

A própria família desco-briu que Yago, quando saía com os amigos para jogar

bola, recebia propostas para sair do Estado e até mesmo do país para tentar a vida como jogador.

“Descobri que Yago tinha encerrado seu contrato no estágio, informando que a nossa família estava abrindo um novo negócio e que iria me ajudar no trabalho. Às vezes eu o pegava observando detalhes, mas não sabia que algo se passava na cabeça dele”, disse o pai.

Peregrinação por hospitais e até pelo IML

Yago é estudante de educação física e ajudava seu pai

SUMIÇOAntes de desaparecer, Yago havia termina-do o relacionamento com sua namorada. Na noite em que foi visto pela última vez, rece-beu um telefonema e saiu de casa para não mais voltar

Nivaldo foi procurado por uma professora de psicologia da faculdade de Yago, que contou que quando o universitário ti-nha terminado o namoro estava com problemas de aceitar a situação, mas que ela estava fazendo acom-panhamento com ele, e que acreditava que o sumiço do aluno tinha a ver com a situação.

O celular de Yago come-çou a receber várias liga-

ções de número restrito, os pais sempre conversavam achando que poderia ser o rapaz, mas em novembro do ano passado o telefone não tocou mais. A família continua na esperança de receber novas ligações

Os familiares acreditam que ele esteja vivo e que a qualquer momento irá ligar e dizer o que real-mente aconteceu. Entre as buscas, o pai recebeu a informação de um dos

amigos do filho de que ele tinha entrado em contato e informado que estava em São Paulo (SP).

“A única coisa que quero é poder saber onde meu filho se encontra. A nossa vontade realmente é de tirar esse peso que temos carregado todos os dias e ajudar nosso filho, pois o que sentimos é que tem algo faltando e não há sentimento que complete”, disse o pai.

Um peso carregado todos os dias

Em Manaus, movimentos surgem para chamar a atenção sobre as pessoas desaparecidas

No primeiro semestre deste ano, foram realizados 419 registros de desapa-recimentos pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), valor inferior a 2013: 658. O valor pode não corresponder ao número real, pois na maio-ria das vezes, de acordo com a SSP, as pessoas retornam aos seus lares e a família não avisa à polícia.

A titular da Delegacia Especializada em Ordem Política e Social (Deops), Catarina Torres, explicou que a maioria dos casos de desaparecimento são de homens. “Geralmente eles retornam para casa após alguns dias. É muito comum, dentro desse tipo de ocorrência, as pessoas saírem de casa sem dar satisfações. Os relatos que justificam o sumiço geralmente são vinculados a histórias de problemas em casa, como, crises fi-nanceiras e problemas com a família. Existem muitos casos de homossexuais que não tem a condição sexual aceita pela família e aca-bam fugindo. Sumiços por

envolvimento com o tráfico de drogas também são mui-to comuns”, disse.

No caso das mulheres, a delegada informou que a maioria é idosa, que sofre de problemas emocionais e psicológicos, que muitas vezes sai pela rua sem rumo e acaba se perdendo. Outra situação é de mulheres que fogem de casa para viver histórias de amor.

“Ao sinal de qualquer desconfiança de desapa-recimento, a família deve comunicar imediatamente a Polícia Civil ou registrar a situação em qualquer Distrito Integrado de Po-lícia. Não existe prazo de hora ou dia para que o boletim de ocorrência seja feito. Qualquer situação de desaparecimento pode ser registrada em menos de 24 horas do sumiço”, explicou Catarina.

O desaparecimento transforma-se em inquérito quando os procedimentos para encontrar a pessoa acabam tornando-se com-plexos demais ao ponto de os trâmites necessários para oa resolução do caso

fugirem da competência da Polícia Civil.

“Em casos onde as ocor-rências precisem de uma atenção maior, o inquérito é instaurado para que com base nisso a polícia dar anda-mento aos processos legais, como por exemplo, quebra de sigilo bancário, quebra de si-gilo telefônico, entre outros”, disse Catarina.

MenoresA titular da Delegacia

Especializada Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Linda Gláucia, ex-plicou que no caso de me-nores, o desaparecimento é assim considerado a partir do momento em que os pais percebem que o adolescen-te não está sob seu olhar, sem seus cuidados e sem saber do seu paradeiro.

O procedimento a ser to-mado pelos parentes é de imediatamente saber com familiares e vizinhos, o pa-radeiro da criança ou adoles-cente. Não procurando, os responsáveis devem seguir imediatamente à delegacia mais próxima e fazer o bo-letim de ocorrência.

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B6 Dia a dia

Estudantes concorrem a bolsa de estudo na CoreiaPrograma de intercâmbio permitirá a um aluno da rede pública estadual cursar ensino superior em universidade coreana

Em uma oportunidade inédita de intercâm-bio estudantil, um aluno da rede pública

estadual do Amazonas terá a oportunidade de cursar o ensino superior na República da Coreia do Sul. A gradua-ção terá a extensão de cinco anos e poderá ser usufruída pelo candidato selecionado a partir de 2015.

Viabilizada pelo governo coreano em parceria com o governo do Amazonas as ins-crições ocorreram no âmbito das escolas públicas estadu-ais de ensino médio e foram concluídas no último dia 17.

Sob a coordenação do De-partamento de Gestão Esco-lar (Degesc) da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o processo seletivo contou com a inscrição voluntária de 60 alunos e pré-selecio-nou dois jovens estudantes da rede pública estadual do Amazonas para participar da entrevista final que será con-duzida pela Embaixada da Coreia do Sul e que apontará o aluno que conquistará o benefício da graduação. A se-leção teve como parâmetro as médias escolares dos alunos concorrentes.

Os dois estudantes sele-cionados para a entrevista final de seleção são: Thiago Costa Silva, aluno da escola estadual de Tempo Integral Marcantonio Vilaça II, e Ema-nuel Santos da Cruz, aluno da escola estadual Waldock Frick de Lira.

A representante da Seduc e diretora do Degesc, Kátia Re-gina Menezes, informou que a

oportunidade tem o objetivo de desenvolver profissionais que possam contribuir, futu-ramente, com o desenvolvi-mento do Amazonas. “Será uma oportunidade ímpar e que além servir como uma experiência de vida qualifi-cará o estudante selecionado para um futuro promissor”, apontou a diretora.

Dentro dos cinco anos do programa de intercâmbio, o estudante selecionado terá o primeiro ano para assimilar

a língua coreana e os outros quatro serão dedicados ao ensino em universidade. A instituição e o curso pode-rão ser escolhidos pelo es-tudante após a confirmação da bolsa.

Seleção Conforme edital, para con-

quistas a vaga, era necessário ao candidato atentar para os seguintes critérios: ser brasileiro, ter menos de 25 anos, ter rendimento esco-lar igual ou superior a 80% em todas as fases do ensino médio, ter proficiência em língua inglesa, gozar de saú-

de mental e ter concluído o ensino médio até o dia 1º de março de 2015. A bolsa não é aplicável a cursos como: me-dicina, odontologia, farmácia e arquitetura, cujo período de conclusão excede o período de quatro anos.

ConcursoA Fundação Getúlio Vargas

(FGV) divulgou edital de con-vocação para a Prova Prática do concurso da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). As provas, para o cargo de Me-rendeiro, serão aplicadas nos dias 29, 30 e 31 de outubro. Os candidatos aprovados na prova objetiva devem acessar o site da FGV para ter acesso a lista de convocados.

Lançado em junho, com provas realizadas em 31 de agosto deste ano, o concurso é um dos maiores já realizados pelo governo do Estado. Entre as mais de sete mil vagas ofertadas, 785 são para o cargo de Merendeiro que es-tão distribuídas na capital e nos demais 61 municípios do Amazonas.

De acordo com o edital, es-tão sendo convocados para o exame prático os candidatos aprovados na Prova Objeti-va, classificados em até duas vezes o número de vagas ofertadas.

Para saber o local, o dia e horário da realização da prova, os candidatos devem consultar a fundação por meio do endereço eletrônico (http://fgvprojetos.fgv.br/concursos/seduc-am/fundamental), me-diante fornecimento de dados relativos à inscrição.

Emanuel Santos da Cruz e Thiago Costa Silva, estudantes pré-selecionados para disputar uma vaga no programa de intercâmbio em parceria do governo estadual com o governo da Coréia do SulSEDUC/DIVULGAÇ

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ESCOLHAO processo seletivo contou com a inscrição voluntária de 60 alunos e pré-selecionou os dois jovens estudantes da rede pública estadual para participar da en-trevista final na Embai-xada da Coreia do Sul

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AÇÃO

A pouco menos de um mês da Semana Na-cional da Concilia-ção (SNC) 2014, a

Corregedoria-Geral de Jus-tiça do Amazonas (CGJ/AM) continua definindo ações para o êxito da campanha, no Estado. Nesta semana, o corregedor-geral de Jus-tiça, desembargador Flávio Humberto Pascarelli Lopes, constituiu um Grupo de Tra-balho de Apoio às Varas dos Juizados Especiais, que será coordenado pelo juiz titular da 4ª Vara de Família da ca-pital, Luís Cláudio Chaves.

O grupo irá acompanhar a realização das intimações das partes em processos com potencial conciliatório, as audiências de conciliação du-rante o período da campanha e, ainda, outras medidas que forem estabelecidas pelo juiz coordenador.

Pascarelli designou, ain-da, o juiz auxiliar da CGJ/AM, Flávio Albuquerque de Freitas, para coordenar as atividades inerentes à SNC nas comarcas do interior do estado, e o juiz auxiliar da CGJ/AM, Aírton Luís Gentil, para coordenar os trabalhos da Comissão de Apoio na capital.

No último dia 17, o corre-gedor já havia criado uma Comissão composta sete por magistrados do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM): de acordo com a Portaria de nº 356 da CGJ/AM, ficaram

responsáveis pelas respeti-vas áreas os magistrados Alexandre Henrique Novaes de Araújo, juiz coordenador dos Juizados Especiais Cí-veis; Carlos Zamith de Oli-veira Júnior, juiz coordenador das Varas Criminais; Frank Augusto Lemos do Nasci-mento, juiz coordenador dos Juizados Especiais Criminais; Gildo Alves de Carvalho Filho, juiz coordenador das Varas de Família; Marcos Santos Maciel, juiz coordenador do Centro de Solução de Con-flitos e Cidadania; Onilza Abreu Gerth, juíza coorde-nadora das Varas Cíveis; e Ronnie Frank Torres Stone, juiz coordenador das Varas das Fazendas Públicas es-tadual e municipal.

ChancesTodo ano o Conselho Nacio-

nal de Justiça (CNJ) coordena a Semana Nacional da Conci-liação. Durante uma semana o cidadão tem a chance de conversar, negociar e chegar a um acordo justo e bom para todos.

Quem tem ação tramitan-do na Justiça Federal, Justiça Estadual ou na Justiça do Tra-balho e quer conciliar, deve entrar em contato com o Núcleo de Conciliação do seu estado ou município.

A cada dia, o Judiciário dispõe de acesso mais fácil para quem deseja ver sua reivindicação atendida com redução de tempo e custos.

Grupos de trabalho foram constituídos para apoio às varas de juizados especiais que participarão da SNC

Justiça define ações da Semana de Conciliação

No site do TJAM, o cadastro para inscrever o seu processo fica disponível o ano todo, na aba Conciliação, localizada no lado direito do site.

A Conciliação é um meio de resolver uma demanda jurídica, pois representa a resolução de conflito judicial de forma simplificada.

Cadastro pode ser feito no site

A Semana Nacional de Conciliação serve para a resolução rápida de conflitos em diversas áreas

TJAM/DIVULGAÇÃO

OBJETIVO Todo ano o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) coordena a Sema-na Nacional da Con-ciliação. Durante uma semana o cidadão tem a chance de conversar, negociar e chegar a um acordo justo e bom

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MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1019

Eleições 2014Eleições 2014Espe

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Hoje, eleitores vão defi nir quem será o responsável por comandar o Estado pelos próximos 4 anos

Governo do AM nas mãos de 2 milhões de eleitores

O dia do segundo tur-no chegou e agora é hora do eleitor defi nir de fato que será o

responsável por comandar o Estado nos próximos quatro anos. A disputa posta entre os candidatos José Melo (PROS), que concorre à reeleição e Eduardo Braga (PMDB), que briga por um terceiro mandato à frente do Executivo estadual, está nas mãos de mais de 2 milhões de eleitores aptos a votar. O resultado apertado nas urnas do primeiro turno, que registrou 670.067 dos vo-tos (42,93%) destinados a José Melo e 665.800 (42,66%) para Eduardo Braga, tende a rumar pelos mesmos caminhos, já que os próprios candidatos já ad-mitiram estar protagonizando o pleito mais difícil de suas vidas políticas.

Em fase das campanhas mar-cadas por intensa rivalidade, o esquema de segurança monta-do para o bom andamento do processo, conta com um novo fator. Hoje, quem comanda todo o sistema de segurança pública do Amazonas, é a pre-sidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), desem-bargadora Socorro Guedes. A decisão anunciada na última quarta-feira (22) visa resguar-da as polícias civis e militares de suspeitas de participação inde-vida na campanha eleitoral.

Com mais uma atribuição, So-corro Guedes comanda, hoje, um efetivo de 3,8 mil policiais, que foram destacados para

resguardar o pleito. Além, disso ela tem á disposição ho-mens que atu-am nas forças armadas, que têm a missão de acompanhar as urnas nos 62 municípios do Estado.

‘Cola eleitoral’Mesmo tendo o número de

candidatos reduzidos, após o termino do processo de escolha dos deputados estaduais, fede-rais e senadores, os eleitores devem estar atentos para as determinações e normas im-postas pela Justiça. Dentre as permissões dadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), está a manifestação de preferên-cia por candidato, partido ou coligação com uso de broches, bandeiras e adesivos de forma silenciosa e individual; a famosa “cola eleitoral” usada pelo elei-tor como lembrete em frente à urna também é liberada.

Contudo, é vedada a mani-festação de preferência cole-tiva por candidato, partido ou coligação, com uso de bandei-ra, vestuário padronizado; uso de alto-falantes e amplifi ca-dores de som ou a promoção de comício ou carreata; di-vulgação de qualquer espécie de propaganda de candidato, partido político ou coligação “boca de urna”, incluindo a distribuição de “santinhos”; fornecimento de alimentação e transporte a eleitores no dia da eleição por candidatos ou partidos políticos, seja na cidade ou no interior.

JOELMA MUNIZ Equipe EM TEMPO

Para consolidar os votos, em uma das 6,5 mil urnas espalhadas pela capital e interior, o eleitor terá que apresentar um documento ofi cial com foto (carteira de identidade ou identidade funcional, certifi cado de re-servista, carteira de trabalho ou carteira nacional de habi-litação). O uso do documento com foto é necessário até para os eleitores dos sete municípios do interior, que passaram pelo recadastra-mento biométrico.

Na hora do cara a cara com a urna, ainda é proibi-do portar aparelho celular, câmeras fotográfi cas, fi l-madoras, aparelho de radio-comunicação ou qualquer outro instrumento que viole o sigilo do voto.

No Amazonas os espaços de votação que abrirão das 8h às 17h, estão divididos por 165 escolas. O centro de ensino com o maior contin-gente de eleitores registra-dos é a escola estadual Eldah Bitton, localizada no bairro Compensa 3, Zona Oeste de Manaus. No local segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM), devem votar 10,9 mil eleitores.

Manaus se fi rma como o maior colégio eleitoral do Estado, concentrado mais de 1 milhão de eleitores, 55,8% do eleitorado. Parin-

tins segue a lista, com 64 mil votantes, Itacoatiara com 55 mil, Manacapuru, 52 mil e Coari com 46 mil.

Unidos a instituições como Polícia Federal (PF), Minis-tério Público do Estado do Amazonas (MPE), Comissão de Fiscalização de Propagan-da do TRE-AM, entre outros, os mesários fi guram como os principais atores da organi-zação do pleito. Eles somam hoje, uma frente de trabalho formada por 27 mil homens e mulheres, distribuídos por 6.883 secções eleitorais.

ObrigatórioComo o voto é obrigató-

rio aos cidadãos brasileiros maiores de 18 anos e faculta-tivo para analfabetos, jovens entre 16 e 18 anos e idosos com mais de 70, quem está fora de seu colégio eleitoral, precisa estar atento, para jus-tifi car a falta, que pode acar-retar no cancelamento do título de eleitor, documento indispensável para quem de-seja participar de concursos públicos, editais, emprestar dinheiro em bancos, emissão de passaportes entre outras sanções impostas.

Leia mais: o eleitor pode encontrar a sua zona e a seção onde vai votar no por-tal do EM TEMPO (www.emtempo.com.br).

Documento só com fotografi a

Eleições deste domingo (26) é um tempo reservado à democracia, onde dois candidatos disputam o comando do Estado do Amazonas por 4 anos

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2 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Agenda dos candidatos

Candidato deverá votar às 9h na escola estadual Hermes da Fonseca, no conjunto Cophasa, na Ponta Negra.

EDUARDO BRAGA

Candidato votará pela manhã na escola estadual Ângelo Ramazzoti, no conjunto Adrianópolis.

JOSÉ MELO

Estrutura pronta para as eleiçõesUrnas e equipes, além de todo alicerce para realização do segundo turno do pleito estão prontos

Depois de uma cam-panha eleitoral mar-cada por trocas de acusações, suspeita

de compra de votos e apresen-tação de propostas, Manaus prepara-se para realizar hoje um inédito processo eleitoral no Estado. São esperados 2 milhões eleitores – na maior parte, com idades entre 45 a 59 anos. Nas engrenagens das votações, de um extremo ao outro da cidade, trabalharão perto de 3,5 mil de pessoas, entre mesários, servidores públicos, policiais e militares. Isso, sem contar os militantes e fi scais partidários.

Para conduzir os eleito-res aos seus locais de vo-tação, a Prefeitura de Ma-naus colocou a disposição 1.407 ônibus, de 217 linhas. A gratuidade do transporte está garantida, por meio de acordo junto ao TRE-AM.

O embarque gratuito será liberado de 4h à meia-noi-te de hoje, e não se aplica aos transportes executivo e alternativo, como explica o superintendente da Supe-rintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho. “Como es-ses dois modais ainda estão sendo regulamentados, não há contrato assinado com a prefeitura. Somente com um contrato de permissão seria possível fazer o ressarcimen-to dos custos oriundos da

g r a t u i d a -de”, disse.

P a r a acessar os c o l e t i v o s , os usuários devem pas-sar normal-mente pela catraca. Toda a operação de transporte está sendo coorde-nada pela SMTU, que manterá 40 fi scais nas garagens, termi-nais de bairro e de integração.

Será intensifi cada a fi scaliza-ção no horário de 12h às 14h quando se dá a troca de turno dos motoristas e cobradores para coibir atrasos na saída dos ônibus.

No caso de descumprimen-to, a gratuidade e qualquer outra reclamação sobre o transporte, usuários poderão ligar para o SAC da SMTU, no número 118, ou procurar um dos fi scais de transportes.

Na área de segurança, por

exemplo, a Polícia Militar do Estado do Amazonas (PMAM) fi scalizará 199 locais de vo-tação na capital e 1.018 no interior. Um forte esquema de segurança, que consiste na revista de quem esteja carregando mochilas e bolsas, será montado no perímetro das escolas, a fi m de evitar o que ocorreu no primeiro turno, quando foi encontrado um suposto artefato explosivo numa escola de Manaus.

As Tropas Federais estarão nas escolas fazendo a segu-rança das urnas a partir das 7h30 de amanhã. Assim que chegarem, os soldados farão uma varredura nos locais, para que, no dia do pleito, a votação transcorra com tranquilidade.

Por sua vez, a Polícia Federal, que atua como Polícia Judici-ária Eleitoral, em apoio com as demais polícias, fará um trabalho preventivo, atuando, principalmente, nos portos e aeroportos do Estado, bus-cando, com isso, coibir o uso de recursos públicos para a captação ilícita de sufrágio.

A Polícia Civil disponibilizará duas equipes para atuarem junto ao juizado que funciona no TRE - Nilton Lins, além de outras duas equipes do grupo Fera, que estarão a postos para garantir a ordem. No interior, 76 Delegados de Polícia assegurarão o clima de paz e segurança durante as eleições.

ESTRUTURA Para conduzir os eleitores, a Prefeitura de Manaus colocou a disposição 1.407 coletivos. Na seguran-ça, 1.018 homens da Polícia Civil e Militar também estarão nas ruas Está expressamente proi-

bida a venda e o consu-mo de bebidas alcoólicas em lugares abertos ou públicos desde as 22h de ontem. O período de proi-bição se estenderá até as18h de amanhã.

A proibição, chamada po-pularmente de Lei Seca, está prevista na portaria conjun-ta 003/2014, assinada no dia 9 deste mês e publi-cada no Diário de JustiçaEletrônico (DJE).

O descumprimento da determinação caracteriza-rá crime de desobediência, previsto no Código Eleitoral (lei 4.737/65), com puni-ção que varia entre deten-ção de três meses a um ano e pagamento de 10 a 20 dias de multa.

Os fl agrados infringindo a legislação serão encaminha-dos para o auditório da Uni-versidade Nilton Lins, bair-ro Parque das Laranjeiras, Zona Centro-Sul da cidade. O

local é o mesmo usado pela Justiça no primeiro turno.

SaúdePara atender o público em

geral estão em funcionamen-to 24 horas os hospitais e prontos-socorros da cidade, além dos Serviços de Pron-to Atendimento, conhecidos como (SPAs) e maternidades. As policlínicas e Centros de Atenção Integral à Criança (Caics) funcionarão normal-mente amanhã.

Venda de bebida será fi scalizada

Serviço emergencial, como as ambulâncias, estarão de prontidão para atender aos eleitores

A concentração dos serviços para o segundo turno deste pleito acontecerá na sede provisória do TRE, que foi preparada dentro da universidade Nilton Lins

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3MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

O perfil dos candidatos apresentado ao eleitor José Melo e Eduardo Braga travam uma disputa ao governo do Amazonas histórica no pleito deste ano

O segundo turno da histórica disputa pelo governo do Amazonas fi naliza

hoje, entre o senador Eduardo Braga (PMDB) e o governador José Melo (Pros). Durante as últimas três semanas, após o resultado apertado visto no primeiro turno, os adver-sários concentraram esfor-ços em acenar para públicos estratégicos, reforçando a presença em zonas de baixo desempenho e buscando o voto dos indecisos.

Eduardo Braga priorizou acenos para o eleitorado jo-vem. O senador peemede-bista se desdobrou nas úl-timas semanas para fazer ecoar propostas como 60 mil bolsas universitárias em ins-tituições particulares, a cria-ção de uma versão local do programa do governo federal Ciência Sem Fronteiras, cré-dito de fi nanciamento para jovens empreendedores e até uma secretaria estadual para cuidar da juventude.

O pacote de propostas teve o objetivo de estancar a migração dos votos obtidos

pelo terceiro lugar no pri-meiro turno, d e p u t a d o Marcelo Ra-mos (PSB), para José Melo. A mo-vimentação envolveu ainda propostas de poupança para jovens, am-pliação do ensino técnico e integral e até o apoio aos movimentos que lutam pelo Passe Livre, proposta que foi carro-chefe da campanha do PSD da ex-presidenciável, Marina Silva.

Exposição Já o candidato à reeleição,

José Melo, continuou alavan-cando a exposição da propos-ta do “Banco do Povo”, para fi nanciamento de empreendi-mentos. O governador repetiu no segundo turno a proposta de criar mais 30 escolas de tempo integral e construir 47 mil moradias na capital e no interior. Melo também explo-rou a recente iniciativa de promover a recuperação da Santa Casa de Misericórdia.

O governador, no entanto, não levou para o seu progra-ma, nem para os palanques,

o apoio do PSB de Ramos. José Melo continuou alavan-cando a parceria com o PSDB do prefeito Arthur Virgílio, que teve mais espaço para divulgar a candidatura do presidenciável tucano, Aécio Neves, no programa de Melo. O ex-governador eleito sena-dor, Omar Aziz (PSD), também continuou exposto.

Além dos intensos ataques vistos durante as últimas se-manas, os candidatos se des-dobraram para mostrar lados positivos. Braga se mostrou mais humanizado, destacando o convívio com a família e a sua história pessoal. A estratégia foi repetida na campanha de Melo, que continuou exploran-do o seu passado no interior.

Ambas campanhas tentaram descontruir a imagem e o dis-curso dos adversários.

Ataques pessoais O segundo turno da dispu-

ta pelo governo foi marcado pelo aumento dos ataques pessoais entre Eduardo Bra-ga e José Melo. Os adversá-rios submeteram os eleitores a uma maratona de peças publicitárias com acusações diversas. A guerra foi vista até no último debate entre eles, anteontem. Para eleito-res ouvidos pela reportagem do EM TEMPO, no entanto, a postura não agradou e não ajudou na decisão.

“Gostaria de ter visto mais propostas. O que vi foram agressões assustadoras. No fi nal, fi camos com a sensação de que estamos votando no menor pior”, disse a estu-dante de jornalismo, Paula Cecília. Já o professor Jorge Medeiros declara que a demo-cracia perde com os ataques entre os candidatos. “Ambos incentivaram o radicalismo e seja quem for que chegue ao poder terá que enfrentar as consequências do que plan-tou. A população foi deixada de lado”, disse.

RAPHAEL LOBATO Equipe EM TEMPO

ATAQUES Segundo turno da dis-puta pelo governo foi marcada pelo aumen-to dos ataques entre Eduardo Braga e José Melo. Os adversários submeteram os eleito-res a uma maratona de peças publicitárias

No 2º turno, o candidato José Melo continuou alavancando suas proposta do “Banco do povo” Já Eduardo Braga priorizou acenos para o eleitoral jovem nesta etapa de reta fi nal do pleito

No próximo governo, pretendo introduzir educação ambiental, educação para o trânsi-to, além das escolas inte-grais. Quero melhorar ainda mais a vida da população do Amazonas”

Pretendemos elaborar o Plano Emer-gencial de Segurança Pública, incorporan-do metas estruturan-tes como combate ao tráfi co e di-minuição de homicídios”

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- 60 mil bolsas universitárias- Crédito para jovens empreendedores- Adicional de R$ 50 no Bolsa Família- Crédito para família

Eduardo Braga

José Melo - Banco do Povo- 47 mil moradias- 30 escolas de tempo integral- Obra da avenida das Flores

Proposta dos candidatos

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4 MANAUS, SÁBADO, 25 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMJoelma Muniz, Raphael Lobato e Asses-sorias

REVISÃOGracycleide Drumond e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Leonardo Cruz e Pablo Filard

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Resposta do PT é censura, afi rma Aécio sobre a ‘Veja’Tucano mencionou a reportagem de capa da revista ao afi rmar que Dilma e Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras

O candidato do PSDB à Presidência da Re-pública, Aécio Neves, disse ontem (24) que a

única resposta do PT às denún-cias de corrupção na Petrobras é a “censura”. O tucano mencionou a reportagem de capa da edi-ção desta semana da revista “Veja”, sobre o mais recente depoimento do doleiro Alberto Yousseff em que ele afi rma que tanto a presidente e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), quanto o ex-presidente, Luiz Iná-cio Lula da Silva (PT), sabiam de todo o esquema de corrupção na Petrobras.

“Essa revelação, de que Dilma e Lula conheciam o esquema de corrupção, é extremamente grave. Sabemos que a delação premiada (instituto processual a que aderiu Alberto Youssef) só garante benefícios ao de-

nunciante se for comprovada suas afi rmações. O Supremo Tribunal Federal já homolo-gou as denúncias anteriores de Youssef e caminha para homo-logar mais esta denúncia”, dis-se Aécio, que informou também que já tomou medidas jurídicas em relação ao tema: “Eu de-terminei que hoje mesmo o PSDB ingresse na Procuradoria Geral da República, solicitando que essas investigações sejam aprofundadas em virtude da gravidade do tema”.

O candidato criticou ainda a postura do PT e da candidatura adversária em relação às novas declarações do doleiro publica-das pela “Veja”. “O Brasil merece uma resposta. Infelizmente, a única resposta do PT até agora foi a censura, foi uma tentativa jurídica de impedir a distribuição da maior revista do país. Mas o

TSE (Tribunal Superior Elei-toral) rejeitou o pedido”.

Desvios Por fi m, Aé-

cio comen-tou a denún-cia, do mesmo doleiro, de que R$ 20 milhões, frutos de des-vios e que estavam fora do país, teriam sido repatriados para serem utilizados na campanha de Dima. “Isso é extremamente grave, seria a comprovação de que houve caixa dois na atual campanha eleitoral”, fi nalizou o candidato, que deixou o hotel sem responder a nenhuma per-gunta dos jornalistas. O evento ocorreu no hotel Sheraton, no Rio de Janeiro, onde o tuca-no se prepara para o debate na TV Globo.

Militantes pró-Aécio e pró-Dilma fi zeram campanha lado a lado no largo do Carioca, Rio de Janeiro, seguida de confronto, mas o embate entre as siglas terminou sem que houvesse pessoas feridas

O ministro do Tribunal Su-perior Eleitoral (TSE) Admar Gonzaga negou, ontem, o pe-dido feito pela campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) de retirada da repor-tagem de “Veja”, publicada no site e no Facebook da revista, que informa que Dil-ma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabiam do esquema de corrupção na Petrobras. A informa-ção é atribuída ao doleiro Alberto Youssef, preso des-de março por envolvimento de um esquema milionário de lavagem de dinheiro. A campanha de Dilma pede

que sejam retirados do Fa-cebook links e menções à reportagem da revista.

Neste ano, denúncias sobre irregularidades na

Petrobras surgiram na im-prensa. As investigações tomaram fôlego e pau-taram as eleições presi-denciais deste ano com a defl agração da operação Lava Jato, que chegou a prender um ex-diretor da estatal, Paulo Roberto Cos-ta, por suspeita de desvio de dinheiro público. Se-gundo Costa, que realizou delação premiada, o esque-ma de lavagem de dinhei-ro envolvendo a petrolífera fi nanciou PT, PMDB e PP. A presidente e o ex-presi-dente sempre negaram que soubessem do esquema.

Ministro nega pedido de DilmaRETIRADAA informação é atribuída ao doleiro Alberto Yous-sef, preso desde março por envolvimento de um esquema milionário de lavagem de dinheiro. Dilma pede que sejam retirados do Facebook links da revista

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AÇÃO

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5MANAUS, SEXTA-FEIRA, 24 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

TUDO PRONTO PARA AS ELEIÇÕES

Prefeitura de Manaus monta operação que garante o transporte coletivo de eleitores e limpeza das ruas no pós-eleição. Amazonas Energia vai montar um plantão para atender as emergências no dia da votação

A Prefeitura de Ma-naus vai colocar nas ruas 1.407 ônibus, de 217 linhas, para

atender gratuitamente a po-pulação no domingo (26), no 2° turno das Eleições 2014. A gratuidade do transporte foi acordada com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM) ainda no último mês de julho e publicada na forma da lei 1895, de 11 de agosto, no Diário Ofi cial do Município (DOM). O embarque gratuito será de 4h à meia-noite de domingo e não se aplica aos transportes Executivo e Alternativo, como explica o superintendente da Su-perintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Pedro Carvalho.

“Como esses dois modais ainda estão sendo regula-mentados, não há contrato assinado com a prefeitura. Somente com um contrato de permissão seria possí-vel fazer o ressarcimento dos custos oriundos da gratuidade”, disse.

Para acessar os coletivos, os usuários devem passar normalmente pela catraca. Toda a operação de trans-

porte será coordenada pela SMTU, que estará com 40 fi s-cais nas garagens, terminais de bairro e de integração. Será intensifi cada a fi scali-zação no horário de 12h às 14h, quando se dá a troca de turno dos motoristas e co-bradores para coibir atrasos na saída dos ônibus.

LotaçãoO superintendente acres-

centa que apesar de toda a frota operacional estar em circulação, devido ao au-mento considerável da de-manda de passageiros nos dias das eleições por conta da gratuidade, alguns ôni-bus podem trafegar com lotação máxima em deter-minados horários.

“É um dia atípico. No 1º turno tivemos um número de passageiros 20% su-perior ao de um dia útil normal. Muitas pessoas vo-tam e depois aproveitam a gratuidade para fazer outras coisas utilizando o serviço de transporte público. Mas estaremos coordenando a operação para coibir qualquer irre-gularidade”, ressaltou.

KARLA VIEIRA/SEMCOM

O eleitor, em Manaus, vai contar com transporte coletivo gratuito no domingo (26), dia das eleições do 2º turno

Para manter a cidade limpa após a votação, a prefeitura montou um esquema de operação de limpeza similar ao adotado no 1º turno. O trabalho será realizado pela Secretaria Munici-pal de Limpeza e Servi-ços Públicos (Semulsp). A limpeza começa logo após o fechamento das urnas, a partir das 17h. Serão cerca de 300 garis da varrição noturna, que se dividirão para limpar,

inicialmente, as princi-pais vias da cidade.

A meta da prefeitura é concluir a limpeza dos 408 locais de votação, na zona urbana de Manaus, em menos tempo do que o que foi necessário no 1º turno, já que serão apenas quatro candida-tos no pleito (dois para o governo do Amazonas e dois para a Presidência da República).

A operação de limpeza do 1º turno retirou 73,5

toneladas (média de 180 Kg por local de votação) de lixo eleitoral, em qua-tro dias de trabalho em regime de plantão. Para esta ação, a Semulsp mo-bilizou 340 garis.

O custo total da ope-ração, no início do mês, alcançou o montante de R$ 207,4 mil, contabili-zando gastos com coleta e disposição fi nal de lixo no aterro, materiais, pes-soal e aluguel de veículos de apoio.

Operação ruas sem sujeiraO plano de contingência

da Eletrobras Amazonas Energia para o 2º turno das eleições, com a defi nição das medidas que serão adotadas pela empresa para garantir a confi abi-lidade e a segurança no fornecimento de energia elétrica durante a votação do próximo domingo (26), está pronto. Ao todo, se-rão 345 equipes (275 em picapes e lanchas e 70 em caminhões). A capital contará com 169 equipes de linha-viva, pesadas e leves, que estarão a postos, distribuídas por zona em pontos de fácil desloca-mento, para atender qual-

quer tipo de ocorrência. Equipes extras também fo-ram providenciadas para compor o contingente de atendimento emergencial. Os serviços nos sistemas de distribuição serão man-tidos pelas equipes pró-prias e terceirizadas, com plantões das equipes de operação e manutenção.

PlantãoUma equipe do plantão

fi cará de prontidão para atender a sede do Tribu-nal Regional Eleitoral (TRE) das 6h até as 23h59 do dia 26. Para reforçar as ações de segurança do serviço de energia elétri-

ca, a Eletrobras Amazonas Energia suspendeu todos os serviços de interrup-ções programadas para o dia das eleições 2014. A exceção será apenas para serviços emergenciais.

O interior do Estado também contará com um Plano de Contingência es-pecífi co para os 62 muni-cípios atendidos pela dis-tribuidora. Para garantir a segurança das 103 usinas termoelétricas, 176 equi-pes irão atender as pos-síveis ocorrências. A Ele-trobras Amazonas Energia atende atualmente cerca de 334 mil consumidores no interior do Estado.

Plano para garantir energiaKARLA VIEIRA/SEMCOM

Esquema vai intensifi car a limpeza das ruas com aproximadamente 300 garis

Amazonas Energia vai montar um plantão para garantir energia nas eleições

DIVULGAÇÃO

Administração pública em discussãoO enfrentamento de crises mu-

nicipais, como a queda da arreca-dação do Fundo de Participação dos Municípios, a melhor gestão e a utilização de novas tecnolo-gias para a administração pública serão alguns dos temas tratados pelos prefeitos dos 62 municípios do Amazonas durante o “Diálogo

Municipalista 2014”, evento que a Associação Amazonense dos Municípios (AAM) vai realizar em parceria com a Confederação Na-cional dos Municípios (CNM) entre os dias 30 e 31 de outubro, no auditório do hotel Caesar Busi-ness, em Manaus. “Esse encontro é fundamental para a troca de ex-

periências entre os gestores, além de criar um vínculo dos prefeitos com a Associação Amazonense dos Municípios e membros da Confederação Brasileira dos Mu-nicípios. Juntas, essas entidades têm conseguido grandes vitórias para a gestão pública municipal”, afi rmou o presidente da AAM e

prefeito de Boca do Acre, Iran Lima. O encontro vai contar com a presença de toda a diretoria da CNM, que dentre outras novi-dades apresentará aos gestores o URBEM, uma nova ferramenta tecnológica que está sendo ofere-cida gratuitamente aos municípios do Amazonas para que haja uma

otimização da gestão municipal. Por meio desse sost ware será

possível a realização de diagnós-ticos, organização e dinamização dos processos internos, e os ges-tores municipais terão signifi ca-tivo auxílio no planejamento e na tomada de decisões, de maneira clara e objetiva.

PREFEITOS/INTERIOR

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6 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

Petrolão: gangue pou-co operou com dinheiro vivo

Na CPMI da Petrobras, a quebra de sigilo bancário do ex-diretor Paulo Rober-to Costa e do megadoleiro Alberto Youseff revela que os saques não eram muito expressivos considerando os R$ 10 bilhões que, diz a Polícia Federal, foram roubados da estatal pelo esquema do “petrolão”. Isso confi rma uma tese do juiz Sergio Moro: a maior parte do desfalque era enviada ao exterior mediante contra-tos falsos de importação.

Contratos fajutosOAS, Camargo Corrêa,

Odebrecht etc. faziam de-pósitos de valores por “ser-viços” jamais prestados. Dinheiro vivo só em casos excepcionais.

Paraísos fi scaisYoussef também transfe-

ria o dinheiro roubado para contas controladas por polí-ticos em paraísos fi scais, se eles assim o preferissem.

Presentes carosO esquema subornava

autoridades, oferecendo-lhes presentes caros, via-gens em jatinhos, carros de luxo, imóveis no exterior, lanchas etc.

Dinheiro compradoHavia casos também em

que o esquema “internali-zava” dinheiro vivo, em re-ais, comprado em bancos paraguaios, para distribuir em malas.

Bolsa Família distri-bui R$ 17,7 bilhões em 2014

O governo Dilma distri-buiu neste ano eleitoral, até setembro, quase R$ 18 bi-lhões a benefi ciários do Bol-sa Família, segundo dados do Portal Transparência. Em três meses foram injeta-

dos “na veia” dos assistidos R$ 2,5 bilhões ao mês, em média. A Bahia, onde o PT obteve sua mais importante vitória no 1º turno, é o Es-tado que mais recebeu ver-bas do programa: R$ 2,28 bilhões. São Paulo, o maior do país, R$ 1,5 bilhão.

Lula x DilmaNo último ano do governo

Lula, o ex-presidente distri-buiu R$ 14,3 bilhões com o Bolsa Família, bem menos que Dilma.

Bolsa de valoresDesde que assumiu a

Presidência em 2011, os valores gastos com a Bol-sa Família cresceram em média 17% ao ano. Em bilhões, claro.

PrevisãoEm 2013, o governo dis-

tribuiu um total de R$ 24,9 bilhões. Se o ritmo deste ano continuar, o total de 2014 deve passar dos R$ 27 bilhões.

Perspectivas sombriasFerido de morte na era

PT, o Itamaraty terá o tiro de misericórdia em 2015: continua sob domínio taca-nho do aspone Marco Au-rélio Top-Top Garcia ou do embaixador tucano Rubens Barbosa. Ninguém merece.

Mapa da minaVice de Marina no 1º turno,

Beto Albuquerque (PSB-RS) acredita que o tucano Aé-cio Neves tem chance de ganhar se mantiver 65% das intenções em São Paulo, e continuar crescendo em Minas e no Sul.

Cenário DilmaO gaúcho Gilson Dipp, mi-

nistro aposentado do Supe-rior Tribunal de Justiça (STJ), é cotadíssimo para ocupar o cargo de ministro da Jus-tiça, em eventual segundo governo Dilma.

Cenário AécioEliana Calmon e Carlos Ve-

loso, ministros aposentados no STJ e no Supremo, são cotados para o Ministério da Justiça em eventual go-verno Aécio. Outro citado é o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP).

PDT dividido Assim como os deputados

do PMDB na Câmara, os do PDT também ignoram so-lenemente a desmoralizada direção nacional e chegam divididos neste domingo: re-eleger Dilma ou eleger Aécio, eis a questão.

Conto do vigárioA pedido de sindicalistas

do PT, o Ministério do Plane-jamento aprovou um pacote de concursos ainda este ano, a fi m de facilitar a tarefa de pedir votos para Dilma. Mas é tudo lorota: a Lei de Res-ponsabilidade Fiscal proíbe aumentar despesas com pes-soal em fi nal de mandato.

EnganaçãoA “estupenda” valoriza-

ção dos carteiros na era petista deveria explicar o engajamento dos Correios na campanha de reeleição de Dilma. Em 12 anos, os salários na ECT subiram raquíticos 0,4% acima do mínimo.

Que campanha?O site do PMDB ignora o

segundo turno na medida em que seu maior representante, Michel Temer, vice-presiden-te da República e candidato à reeleição, é solenemente ignorado pela campanha de Dilma (PT).

Pergunta no PetrolãoAssim como MEC, Receita

e Ipea esconderam indica-dores negativos, o PT queria que a revista “Veja” omitisse que Dilma e Lula sabiam do esquema de corrupção na Petrobras?

PODER SEM PUDOR

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

Gazeteiros históricos

www.claudiohumberto.com.br

Não tem efi cácia””

MINISTRO ADMAR GONZAGA (TSE), ao rejeitar pedido do PT para censurar a revista “Veja”

Não é de hoje a falta de disposição dos deputados para o trabalho. Campos Salles, que presidiu o Brasil entre 1898 e 1902, enviou uma carta ao então presidente da Câmara, ex-deputado Xavier da Silveira, em que solicita sua “in-tervenção” para “obter o comparecimento dos deputados na sessão da Câmara”. Campos Salles se queixa em sua carta de 8 de abril de 1901 que “até hoje não temos um Orçamento sequer votado pela Câmara”. E adverte: “Nada pode ser mais grave do que isto”. Vai mais além: “É preciso não só que (os deputados) compareçam, mas que permaneçam durante a sessão, pois a praga é: entrar por uma porta e sair pela outra”.

Mais de um século depois, continua tudo igual.

Norma eleitoral autoriza apenas que eleitores defi cientes possam comparecer às urnas acompanhados de outros

Sigilo impede eleitor de levar os fi lhos à urna

Eleitores costumam levar os fi lhos para as cabines de votação como forma de patriotismo

O sigilo do voto é preceito constitu-cional, que acom-panha o processo

democrático de escolha dos representantes há séculos no Brasil. Discussão interessan-te, principalmente em perío-dos eleitorais, é a permissão ou proibição ao eleitor de ser acompanhado por crianças e adolescentes, normalmente fi lhos ou parentes próximos, sob o pretexto de incentivo à consciência democrática dos futuros eleitores. A ausência de um disciplinamento unifor-me (pelos tribunais regionais eleitorais e pelo Tribunal Su-perior Eleitoral) tem gerado posturas diversas nas zonas eleitorais pelo país, causando questionamentos e inciden-tes, muitas vezes mal compre-endidos pelos eleitores.

O uso criminoso desse arti-fício, por candidatos e parti-dos políticos, para viabilizar a compra dissimulada de votos, deve gerar inúmeras restri-ções a essa prática. O ponto é controvertido, principalmen-te diante da inexistência de uma norma clara e uniforme a respeito do sigilo do voto, que tem gerado as mais diver-sas interpretações. O tema demanda uma refl exão atual em prol da democracia, de

forma a viabilizar a escolha livre, pelo eleitor, de seus re-presentantes, com o objetivo de se preservar a lisura do processo eleitoral

A Constituição Federal es-tabelece, no artigo 14, que o voto é direto e secreto, com valor igual para todos. O si-gilo do voto é garantido pela Constituição para proporcio-nar ao eleitor a segurança

necessária da livre escolha de seus candidatos e a lisura do processo eleitoral. Veda-se aqui a possibilidade de infl uência, coação ou mesmo a vinculação do eleitor por quem quer que seja, no mo-mento em que emite o voto, dentro do processo eleitoral. O momento do voto é único no exercício do direito do eleitor e da cidadania, já que é atra-

vés dele que o eleitor, individual-mente, ex-terna a sua opção na escolha de seus repre-sentantes , que irão dirigir o futuro da nação. Em última análise, defi nem as políticas que irão benefi ciar ou prejudicar o eleitor e a própria sociedade como um todo.

A manipulação desse pro-cesso democrático, por ar-tifícios das mais variadas espécies, viola a livre escolha dos candidatos pelo eleitor, propicia a corrupção, a venda e compra de votos e com-promete a base do sistema eleitoral. O sigilo do voto ga-rante ao eleitor a prerrogati-va de escolha, vinculando-o a interesses imediatos dele e da sociedade. A violação do voto pode favorecer grupos políticos sem compromissos com a sociedade, em afronta ao interesse público.

O sigilo do voto constitui uma garantia ao eleitor para a escolha de seus represen-tantes de forma livre e sem infl uências externas, longe de ser uma violação à liber-dade de expressão.

SIGILO É comum o eleitor le-

var o fi lho para a sessão eleitoral, para a cabine e até para apertar o te-clado da urna eletrônica com número de candida-to e confi rmar o voto, mas essa prática não é autorizada

ATRASOS

Horário de verão muda apuraçãoA diferença de fuso horá-

rio entre Brasília e o Esta-do do Acre e a implantação do horário de verão irão atrasar em cerca de meia hora a divulgação do nome do novo presidente da Re-pública na eleição deste domingo (26). Apesar de o Tribunal Superior Elei-toral (TSE) estimar que a apuração se encerrará por volta das 19h30, o resul-tado fi nal só será divulga-do após as 20h, quando

terminar a votação noterritório acriano.

A assessoria de impren-sa do TSE informou que nenhum dos ministros da corte eleitoral terá acesso ao resultado da eleição presidencial.

O Acre tem um fuso com duas horas de diferença a menos em relação ao horário de Brasília. Além disso, devido ao horário de verão, a diferença aumen-tou provisoriamente para

três horas.Em todo o país, os lo-

cais de votação fi carão abertos até as 17h (no horário local). Desta for-ma, quando os eleitores do Acre acabarem de votar, já serão 20h nos Esta-dos que seguem o horáriode Brasília.

No primeiro turno das eleições, realizado em 5 de outubro, o horário de verão ainda não estava em vigor.

CRÉDITO DO FOTÓGRAFO

A norma eleitoral permite ao eleitor com defi ciência ou mobilidade reduzida o acom-panhamento de outrem, ao votar, e que ele “seja auxiliado por pessoa de sua confi an-ça” (artigo 90, da Resolução 23.399 de 17 de dezembro de 2013). Seria a única hipótese de o eleitor levar companhia para o voto, por razões justi-fi cadas de viabilização física do próprio voto pelo eleitor portador de defi ciência.

Não existe previsão legal ou administrativa de voto acompanhado de outrem, exceto o defi ciente ou de

mobilidade reduzida. Não há permissão de o eleitor ser acompanhado por criança e adolescente, mesmo que seja fi lho. Assim, em princípio o eleitor deve ir votar sozinho,sem companhia.

Porém, é comum o elei-tor levar fi lho para a sessão eleitoral, para a cabine e até para apertar o teclado da urna eletrônica com número de candidato e confi rmar o voto, hipótese em que mate-rialmente quem exercita ime-diatamente o voto é o fi lho e não o próprio eleitor. Como o voto é pessoal, a permissão ao

fi lho é irregular e ilícita.Embora pareça irrele-

vante à primeira vista, o fato se mostra importan-te, principalmente para se evitar condutas ilícitas, por exemplo, quando envolve a compra e venda de votos. Há relatos de que pessoas estariam usando crianças para acompanhar o elei-tor no momento da vota-ção e, depois, confi rmarem para quem ele teria vota-do, viabilizando a obtenção de vantagens pelo próprio eleitor e por terceiros cominteresses escusos.

Alguns casos podem ter mudança Apenas cadeirantes e portadores de necessidades especiais podem votar acompanhado

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7MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 Eleições 2014Eleições 2014

No dia das eleições, o presiden-te do Tribunal Superior Eleito-ral (STF), ministro Dias Toff oli, diz que o marketing político

foi supervalorizado nesta campanha, deixando de lado assuntos de interesse do país, como economia, segurança pública e política externa. O marketing começa a prevalecer cada vez mais sobre o conteúdo, entende o ministro. “Como cidadão, o que esperávamos, é que nos debates os candidatos apre-sentassem suas opiniões, propostas, debatessem a sociedade, ao invés de fi carem dentro de um ‘modelito’ feito pelos marqueteiros”, criticou. Para o ministro, fi cou clara no segundo turno, uma tentativa de fazer uma campanha do “vote no menos pior”.

Toff oli foi um dos defensores da adoção de uma postura mais rigorosa do TSE, para forçar os candidatos a deixarem os “ataques de baixo nível” de lado. “Qual vai ser a política externa do candidato A ou do candidato B? Eu não vi isso ser apresentado”, comentou.

Em entrevista, o presidente do TSE defendeu o barateamento das campa-nhas eleitorais, a discussão da meto-dologia das pesquisas e afi rmou que a corte pretende editar súmulas para fazer o entendimento destas eleições valer daqui para frente.

O nível das propagandas políticas melhorou depois da postura mais rigorosa do TSE?

Dias Toff oli - Os programas melho-raram qualitativamente do ponto de vista programático. É um bom motivo para repensar esse horário eleitoral gratuito. O que menos aparece, às vezes, é o candidato. Se fosse fazer uma análise de todas as campanhas, o marketing começa a prevalecer cada vez mais sobre o conteúdo.

Mas o efeito disso fi cou só para os programas do fi nal da campa-nha. Por que a estratégia não foi adotada no primeiro turno?

Toff oli - O tribunal historicamente sempre teve uma certa tolerância, quando o nível de ataque se dá em proporção muito pequena. Mas, o que ocorreu a partir do segundo turno foi uma tentativa de se fazer uma cam-panha do “vote no menos pior”, ao invés de fazer a campanha positiva, do vote no melhor. No primeiro turno não houve ataques como houve no segundo turno. Pelo menos, essa é a leitura que eu faço.

O TSE está pensando em mudar as regras da propaganda eleitoral?

Toff oli - Podemos editar súmulas. Estamos fazendo estudos para depois do segundo turno simularmos as teses

que prevaleceram ao longo das elei-ções. Com isso, dar maior segurança na interpretação das leis para toda a Justiça Eleitoral.

Pode então virar uma súmula o entendimento de que não podem ser usadas matérias de jornais nas propagandas eleitorais para atacar?

Toff oli - Vamos discutir isso na corte depois das eleições. Isso é o que eu falo de lavagem da notícia. Vem a notícia de um jornal e você coloca no seu horário eleitoral gratuito. Aí se diz: a responsabilidade não foi minha.

O senhor diz que o eleitor tem discernimento para analisar as cam-panhas eleitorais. Por que então este novo entendimento do Tribubal Superior Eleitoral?

Toff oli - A questão é a proporção que isso assumiu. Uma coisa é uma propaganda que tem 90% de atuação programática e uma crítica mais ácida de 10%, 5%. Outra coisa é candidaturas abandonarem toda uma proposição de programa de governo. Qual vai ser a política externa do candidato A ou do candidato B? Eu não vi isso ser apre-sentado. Deixa-se de dizer qual vai ser o seu programa social, qual vai ser o seu programa econômico, qual vai ser o seu programa de área de segurança, de política internacional.

Qual eleitor foi alvo das campa-nhas no segundo turno?

Toffoli - A disputa não estava na-queles que já têm a opinião formada. Estava em desconstruir a imagem do outro, para aqueles que ainda não tinham opinião. Isso é uma consequ-ência do segundo turno. Parte-se do pressuposto de que quem votou em A continuará a votar em A. Quem votou em B, continuará a votar em B. Então, o que faz o marketing? Ao invés de continuar uma campanha propositi-va, vai disputar o voto dos indecisos que não votaram naqueles candida-tos. Eles têm duas opções: ou tentar conquistar os votos dos indecisos ou tentar fazer com que o indeciso não vote no adversário.

Essa estratégia tem reflexos nos debates?

Toffoli - Os debates foram dirigi-dos muito menos pelos candidatos e muito mais pelos marqueteiros. Como cidadão, o que esperamos, é que nos debates os candidatos apresentem suas opiniões, propostas, debatam a sociedade, ao invés de ficarem dentro de um “modelito” feito pelos marqueteiros. O modelo de marketing atual está supervalorizado. O debate tem de ser uma questão de convicção das ideologias e não algo que é feito só para o momento eleitoral.

Como resolver isso?Toff oli - Temos de baratear as cam-

panhas. É preciso limitar os gastos de campanha, vedar fi nanciamento de campanha por pessoas jurídicas e estabelecer um teto de doação em valores fi xos, não em valores proporcio-nais. No Brasil, os limites são propor-cionais. Então, uma grande empresa pode doar mais do que uma pequena empresa. Com um teto, teríamos uma participação mais equânime.

É necessário fazer mudanças nas pesquisas eleitorais?

Toffoli - Em muitos casos teve uma diferença muito grande (entre pesquisas e resultados). O ministro Gilmar Mendes e o ministro Henrique Neves me provocaram para que após a eleição chamemos os principais institutos para ouvir sobre a meto-dologia. Existem pesquisas que têm margens de erros diferenciadas. Será que isso é admissível? Uma pesquisa tem o universo de 2 mil eleitores, outra tem universo de 4,6 mil. Será que dá para divulgar isso como sendo a mesma coisa?

O resultado da pesquisa interfere no voto do eleitor?

Toffoli - Se não fosse trazer algum benefício, o marqueteironão colocaria.

Dias TOFFOLI

‘Houve tentativa DE SE FAZER UMA CAMPANHA do vote no menos pior’

Como cidadão, o que esperávamos é que nos debates os candidatos aos cargos executivos apresentassem suas opiniões, propostas, debatessem a socieda-de, ao invés de fi carem dentro de um ‘modelito’ feito aos moldes dos marqueteiros

SXSXSX

Podemos editar sú-mulas. Esta-mos fazen-do estudos para depois do segundo turno si-mularmos as teses que preva-leceram ao longo das próximas eleições

Quem votou em B, conti-nuará a votar em B. Então, o que faz o marketing? Ao invés de continuar uma campa-nha propositi-va, vai dis-putar o voto dos indecisos que não vota-ram naqueles candidatos

Toff oli prepara uma série de propostas para mudar a propaganda eleitoral

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8 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014Eleições 2014Eleições 2014

EXPEDIENTEEDIÇÃO Isabella Siqueira de Castro e Costa e Náis Campos

REPORTAGEMJoelma Muniz, Raphael Lobato, Luana Dávila e Assessorias

REVISÃODernando Monteiro,Gracycleide Drumond e João Alves

DIAGRAMAÇÃOAdyel Vieira, Kleuton Silva,Klinger Santiago e Mário Henrique

TRATAMENTO DE FOTOSAdriano Lima

Internet: Aécio lidera, mas Dilma cresce na reta fi nalPresidenciáveis não se atacam só no “cara a cara”, mas utilizam as mídias sociais para duelarem a serviço do voto do internauta

O Airstrip, empresa especializada em pesquisa de merca-do social analytics,

realizou entre os dias 5 e 23 de outubro mais uma pesqui-sa sobre as intenções de voto declaradas pelos internautas nas redes sociais. De acordo com o novo levantamento, o candidato Aécio Neves (PSDB) lidera com 53%, en-quanto a candidata à ree-leição Dilma Rousseff (PT) possui 47% das intenções de voto declaradas. No total, o Airstrip analisou 85.050 posts no Facebook e no Twit-ter durante todo o período do 2º turno.

O pico das declarações de voto ao candidato do PSDB aconteceu em dois momen-tos: logo após o 1º turno das eleições e no dia 12 de outubro, quando Marina Silva, do PSB, declarou apoio a Aécio neste 2º turno. Já a candidatura de Dilma vez passando por um crescimen-to nos últimos dias. Inclusive, no dia 23 de outubro – a quinta-feira anterior à elei-ção – Dima fi cou com 52% dos votos declarados, contra 48% de Aécio.

Em outro levantamento, da Broadcast Político, mostrou que, até as 17 da última quarta-feira (22), Dilma fez 11 postagens no Twitter e 12 no Facebook, incluindo as compartilhadas de outras páginas. O número é pare-cido com o do tucano, que, desde o início do dia, postou 14 mensagens no Twitter e dez no Facebook. Na batalha por seguidores, o tucano leva vantagem no Facebook, com 3.151.182 seguidores contra 1.764.480 que acompanham as postagens da presidente. Já no Twitter, Dilma lidera com folga: tem 2.901.805 seguidores contra 192.447 do tucano, que aderiu às men-sagens instantâneas desta plataforma bem mais tarde do que a presidente.

Dilma aproveitou, por exemplo, sua passagem por Uberaba (MG) para lançar a hashtag #DilmaPraMudar-Minas. A investida da petista

no Estado tenta conter um possível avanço do tucano em um território considera-do estratégico para ambos. Dilma tem explorado com frequência o fato de ter ven-cido Aécio em Minas Gerais no primeiro turno e argu-menta que “quem conhece não vota nele”.

EconomiaCom mensagens publica-

das pela assessoria de im-prensa em seu perfi l pessoal, a presidente voltou a atacar o ex-presidente do Banco Cen-tral Armínio Fraga, que foi apontado por Aécio como eventual futuro ministro da Fazenda e disse que ele “acha que o salário mínimo

está alto demais”. “Nessa campanha é importante lem-brar como foi o governo do PSDB. Eles desempregaram 11 milhões de brasileiros”, escreveu a petista.

Já Aécio aproveitou o Twit-ter para continuar reforçan-

do o seu discurso contra a economia e garantir que não acabará com programas so-ciais do PT. “Cada mês, a desconfi ança é maior em relação à economia”, pos-tou o tucano. “Reafi rmo meu compromisso com os progra-mas sociais, como o Bolsa Família, e o fortalecimento dos bancos públicos”.

CompromissosO tucano aproveitou ainda

para escrever sobre o que chamou de “compromisso pessoal” com os aposentados e voltou a dizer que se eleito vai rever o fator previdenciá-rio. Ele destacou também que vai continuar lutando contra “as mentiras do PT”.

No Facebook, a aposta dos candidatos foi desde vídeos próprios até exaltação de ar-tistas que estão os apoiando. Aécio aparece em duas men-sagens gravadas. Em uma delas, pede mobilização e repete que “falta muito pou-co tempo para a libertação do Brasil”. Em outro vídeo, o tucano destaca que “o Brasil merece um governo decente, efi ciente, qualifi cado”.

No quesito artistas, Aécio destacou o depoimento da cantora Paula Toller e, logo na sua primeira postagem de hoje, colocou um vídeo do cantor Xandy, vocalista da banda Aviões do Forró, com uma paródia da música Festa, de Ivete Sangalo.

Ao longo de toda campanha, as redes sociais tornaram-se importante ferramen-tas de comunicação. No pleito passado, a força dessas comuni-dades virtuais ainda não tinha relevância, mas nas eleições de 2014 definitivamente elas tiveram um papel muito importante.

InovaçãoPara o doutor em co-

municação e profes-sor de mídias sociais do Mackenzie Celso Figueiredo, ao longo do processo eleitoral, a campanha de Dilma tem sido mais consis-tente e com melhor nível técnico. No en-tanto, Aécio tem sido o mais inovador.

“O Aécio foi o mais inovador ao usar o WhatsApp e incenti-var a disseminação de seu vídeo, mas de uma maneira geral a dis-tribuição de assuntos da campanha da Dil-ma é maiscompleta”,afirmou.

Maior presençaPara o professor, a

petista tem um estru-tura mais consistente por trás de sua can-didatura, mas nesta reta final é o tucano que tem conseguido marcar uma presen-ça maior nas redes. “Agora no final tenho visto Aécio mais pre-sente, com apoios e vídeos que vão desde o depoimento de FHC até de Chitãozinho e Xororó”, disse.

A força da campanha virtual

REAÇÃOO pico das declarações de voto ao candidato do PSDB aconteceu em dois momentos: logo após o 1º turno das eleições e no dia 12 de outubro, quando Marina Silva, do PSB, declarou apoio a Aécio

Intenção de votos nas redes sociais

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Decisão voto a voto: PT X PSDB

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MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

Capacolagem de Manuela Eichner

3 Uma pitada disso e daquiloEm inédito, Paulo Rónai busca receita de best-sellers. Págs. 4 e 5

2 Do exílio no sanatório ao Prêmio CamõesAlberto da Costa e Silva por Lilia Moritz Schwarcz. Pág. 3

1 Madrugada sangrenta em CuritibaE outras 10 indicações culturais. Pág. 2

6

Do arquivo de Vivien Lando

4 Fulano de tal te representa, simJacques Rancière fala à Folha sobre democracia. Pág. 6

A imaginação de Uwe Timm. Pág. 8De vez em quando, sonho com meu irmão

5 São Paulo, 1999. Pág. 7

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G2 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Ilustríssima SemanaO MELHOR DA CULTURA EM 11 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição Folha.com

APP AMIGOJornalista narra a relação de seu fi lho autista com o Siri, da Apple

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

SOPHIA LORENAutobiografi a revela a insistên-cia de Cary Grant para conquis-tar a atriz

>>folha.com/ilustrissima

GERSON ROBERTO NEUMANN, 42, é professor de literatura e língua alemã na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

JAN LIMPENS, 44, é ilustrador e quadrinista (limpens.com).

LEANDRO COLON, 34, é correspondente da Folha em Londres.

RAQUEL COZER, 36, é colunista do Painel das Letras da Folha.

ÚRSULA PASSOS, 27, é redatora da “Ilustríssima”.

MANUELA EICHNER, 30, é artista plástica. Expõe com o ar-quiteto espanhol Juan Cabello Arribas em “Monstera Deliciosa”, na Prototype, em São Paulo até 1º/11.

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

EDUARDO VERDERAME/ACERVO PESSOAL

PAULO RÓNAI (1907-92) ensaísta, tradutor e linguista nascido na Hungria. A Edições de Janeiro relança suas coletâneas “Encontros com o Brasil” e “Como Aprendi o Português e Outras Aventuras”.

RAFAEL CAMPOS ROCHA, 44, é ilustrador e cartunista, autor de “Deus, Essa Gostosa” (Quadrinhos na Cia.).

LILIA MORITZ SCHWARCZ, 56, antropóloga, historiadora e professora na USP, é autora de “As Barbas do Imperador” (Companhia das Letras).

UWE TIMM, 74, escritor alemão, é autor de, entre outros, “Penumbras” (Record).

VIVIEN LANDO, 56, é escritora e diretora cênica de ópera.

1

FOTOS: DIVULGAÇÃO

EXPOSIÇÃO | PARTIR DO ERROSob curadoria da espanhola Mar-

ta Ramos-Yzquierdo, que tem pes-quisado as condições de trabalho do artista contemporâneo, a mos-tra coletiva questiona o papel do erro na arte. A espanhola Cristina Garrido, o pernambucano Montez Magno e o venezuelano Ricardo Alcaide estão entre os nove artistas participantes.

Pilar | tel. (11) 3661-7119 | ter. a sex., das 11h às 19h; sáb., das 11h às 17h | grátis | até 22/11

LANÇAMENTO | IATÃ CANNABRAVAO livro “Pagode Russo” traz 47 imagens

que o fotógrafo fez em viagem a Moscou em 1985. As fotos, esquecidas por quase 30 anos, e que também formam uma exposição, mostram imagens cotidianas da Rússia às vésperas do fi m da Guerra Fria.

ed. Madalena/ Terceiro Nome | R$ 45 | 60 págs.

exposição de seg. a sex., das 10h às 18h | até 18/1/2015 | Madalena Centro de Estudos da Imagem | tel. (11) 3473-5412 | lançamento na ter. (28), às 19h | grátis

LIVRO | JEANNE MARIE GAGNEBINAprofessora de fi losofi a e teoria literá-

ria da PUC-SP e da Unicamp reúne em “Limiar, Aura e Rememoração: Ensaios sobre Walter Benjamin” 14 textos de refl exão em torno das ideias do fi lósofo alemão (1892-1940). Estão ali conceitos como os de culpa e mito, e temas como o teatro de Brecht e materialismo.

ed. 34 | R$ 44 | 272 págs.

COLÓQUIO | HILDA HILSTO encontro na USP pretende fazer um

balanço da fortuna crítica da escrito-ra paulista (1930-2004). Participam em conferências e mesas-redondas, entre outros, a professora de literatura da USP Eliane Robert Moraes, o professor da Unicamp e colaborador da Folha Alcir Pécora, a escritora e professora de teoria literária da Unifesp Paloma Vidal e o ator e coreógrafo Donizeti Mazonas.

Prédio da Letras - Cidade Universi-tária | tel. (11) 3091-4512 | qua. (29) e qui. (30), a partir das 10h | grátis

LANÇAMENTO | GUSTAVO PIQUEIRAO escritor e designer gráfi co faz, em “Ma-

teus, Marcos, Lucas e João”, uma releitura das iluminuras medievais com imagens contemporâneas. Os personagens-título têm os nome dos evangelistas, mas são vendedores de cosméticos. A exposição “Inanis, Iluminuras para o Século 21” reúne os trabalhos feitos para a publicação.

Edusp | R$ 120 | 176 págs.exposição seg. a sex., das 9h às 20h;

e sáb., das 9h às 13h | até 27/2Biblioteca Brasiliana Guita e José

Mindlin | tel. (11) 2648-0312 | lança-mento na qua. (29), às 18 | grátis

TEATRO | NEGRINHAInspirado no conto homônimo de Monteiro

Lobato e em textos de Câmara Cascudo e Gilberto Freyre, este monólogo problemati-za as questões raciais do fi m do século 19. A montagem, dirigida por Luiz Fernando Marques, do grupo XIX, e com Sara Antunes, integra a programação de despedida do projeto “É Logo Ali”, do Sesc, que ocupa um casarão no bairro do Ipiranga até do-mingo (2).

r. Bom Pastor, 709 | tel. (11) 3340-2000 | qui. (30) e sáb. (1), às 21h | R$ 12

EXPOSIÇÃO | ISAAC JULIENO artista britânico traz a São Paulo sua

videoinstalação “Playtime”, de 2013, com atores como Maggie Cheung e James Franco. A obra trata, por meio de seis personagens arquetípicos, da crise econômica que come-çou em 2008, e é fi lmado nas cidades de Londres, Dubai e Reykjavík.

galeria Nara Roesler | tel. (11) 3063-2344 | seg. a sex., das 10h às 19h; sáb., das 11h às 15h | grátis | até 15/11

CINEMA | MADRUGADA SANGRENTAO evento que reúne os apreciadores dos fi lmes de horror promove ofi cina de efeitos

especiais com o cineasta capixaba Rodrigo Aragão, concurso de ideias para séries de TV, sessões de cinema e a estreia do novo curta de Zé do Caixão, “O Saci”. O convidado deste ano, que ministrará masterclass, é o diretor e produtor Roger Corman, de “A Loja dos Hor-rores” (1960) e “A Mulher Vespa” (1959).

Centro Cultural Sesi - Curitiba | tel. (41) 3013-4163de qua. (29) a sáb. (1º/11) | grátis (fi lmes)programação em madrugadasangrenta.com.br

CINEMA | JIA ZHANGKEO livro “O Mundo de Jia Zhangke” é fruto de

mais de 30 horas de entrevistas do crítico francês Jean-Michel Frodon com o cineasta chinês de fi lmes como “O Mundo” e “Em Busca da Vida”. Há também textos de Walter Salles e Cecília Mello. Amanhã a Mostra exibe o documentário “Jia Zhangke, um Homem de Fenyang”, de Salles, e, no mês de novembro, Mello, professora de cinema da USP, ministra o curso “O Cinema de Jia Zhangke”, em quatro encontros.

trad. Eloisa Araújo Ribeiro | Cosac Naify | R$ 59,90 | (336 págs.

Centro Universitário Maria Antonia | tel. (11) 3123-5213 | terças, às 20h | R$ 200

Cine Livraria Cultura | amanhã (27), às 20h30 | R$ 16

LIVRO | STEFAN ZWEIGO volume “Três Novelas Femi-

ninas” reúne os textos do escritor austríaco (1881-1942) “Medo”, de 1913, “Carta de uma Desconhe-cida”, de 1922, e “24 Horas na Vida de uma Mulher”, de 1927. A publicação, organizada por Alberto Dines, traz ainda um prólogo e tex-tos assinados pelo biógrafo sobre as adaptações feitas para o teatro, TV e cinema dessas novelas.

trad. Adriana Lisboa e Raquel Abi-Sâmara | Zahar | R$ 39,90 | 176 págs.

LANÇAMENTO | NAZARENOO artista plástico distribui o livro infantil “ABC - Um Guia

Prático para Crianças de Todas as Idades”. O volume é uma espécie de cartilha de alfabetização, que mistura letras, pala-vras e desenhos, dialogando com o universo das crianças, tema recorrente em sua obra.

galeria Emma Thomas | tel. (11) 3063-2193 | sáb. (1º), às 15h30

Edição do autor | grátis

“Structural Absense” (2014), de Ricardo Alcaide

Imagem do livro “Pagode Russo”

IATÃ CANNABRAVA/DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

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G3MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

2No casulo do tempo

Perfi l

“Cuide bem de suas neuro-ses”. Esse foi um dos inúmeros conselhos que recebi do aca-dêmico, poeta, ensaísta, me-morialista, historiador, afri-canista, diplomata e o mais recente ganhador do Prêmio Camões: Alberto Vasconcellos da Costa e Silva, ou simples-mente Alberto, como gosta de ser chamado.

Nessa ocasião, almoçava com ele no restaurante Villari-no, bem em frente à Academia Brasileira de Letras, espécie de quartel general de Alberto, a despeito de ele andar por lá como se fosse um desco-nhecido. Com certeza não é: todos o saúdam pelo primeiro nome e empurram cadeiras para que ele possa melhor se locomover pelo local, que não é propriamente generoso nos seus espaços internos.

Alberto – que, como ele de-fi ne, foi criado e mimado por mulheres, e assim ganhou um ar de “senhorzinho” sem casa-grande – logo escolheu para nós dois: “Para ela o frango (que é o que há de melhor), para mim um salmão”. Foi logo explicando: “Minha fi lha, não como nada que voe ou ameace voar”, e arrematou com a conclusão que dá início a esse artigo.

Pois Alberto é assim: sempre ele mesmo, cuidando bem de suas neuroses, dono de histó-rias impagáveis retiradas de causos da sua vida e de fa-mília, de episódios envolvendo políticos e personalidades que conheceu, ou colhidos nos inú-meros livros que leu e que, com sua erudição humanista, vem divulgando nas suas obras.

Alberto nasceu em 12 de maio de 1931 – em São Paulo, mas pouco fi cou na cidade –, fi lho de Creusa Fontenelle de Vasconcellos da Costa e Silva, que cuidaria pessoalmente de boa parte da educação dos fi lhos, e do poeta Da Costa e Silva, que foi para ele uma pre-sença marcante e paradoxal.

Nascido em Amarante, no Piauí, em 1885, Antônio Francisco da Costa e Silva publicou seu primeiro livro, “Sangue”, em 1908. Ele tam-bém foi autor da letra do hino do Piauí, em 1823. Perten-

LILIA MORITZ SCHWARCZ

ALBERTO COSTA E SILVA

A trajetória do novo ganhador do Camões

RESUMOMemorialista e poeta, embaixador feito africanista após sua experiência diplomá-tica no continente, Al-berto da Costa e Silva recebe na quarta (29) o Prêmio Camões. Colega e amiga do ocupante da cadeira 9 da ABL conta neste texto a trajetória do vencedor do maior reconhecimento a um autor de língua portuguesa.

ceu à Academia Piauiense de Letras, na cadeira 21, mas não conseguiu adentrar a carreira diplomática.

A falta de sucesso teria tido causa peculiar. Nos tempos do barão do Rio Branco, não havia concurso para ingressar na carreira. Era o barão quem se-lecionava pessoalmente, por entrevista, os candidatos – em geral relacionados a famílias próximas, bonitos e fl uentes em idiomas estrangeiros. Da Costa e Silva teria falhado no critério físico: “Olha, o senhor é um homem inteligente, admi-ro-o como poeta, contudo não vou nomeá-lo porque o senhor é muito feio e não quero gente feia no Itamaraty”.

Entre 1931 e 1945, durante os anos de Getúlio, o pai serviu junto à Presidência da Repúbli-ca, e a família passou a viver no Rio. Mas uma estranha doença contraída por Da Costa e Silva mudaria o destino e faria com que todos fossem morar no Ceará, onde a mãe contava com o amparo familiar.

O poeta praticamente parou de falar, desligou-se do mundo e se deixou fi car, na mesma poltrona, ausente. O menino guardou a imagem desse pai, sempre em casa, com um livro nas mãos.

No primeiro volume de me-mórias de nosso autor, “Espe-lho de Príncipe” (1994), conhe-cemos um pouco da infância do menino Alberto, em Sobral. O relato chega até a juventude do garoto, quando, junto com a família, e já de volta ao Rio, descreve o colégio marista onde fez amigos de vida in-teira, registra as repercussões da Segunda Guerra Mundial, o Brasil da Revolução de 30, bem como as características desse mundo mais largo que passa-va a conhecer e desfrutar, na então capital do país.

Mais de dez anos depois, em 2007, Alberto publica um segundo volume de memórias. O novo título – “Invenção de Desenho” – é uma brincadeira acerca do gosto por garatu-jas que herdou do pai. Nunca quis tomar aulas de desenho e sempre disse desconhecer “tal invenção”. Por isso achava que todo desenho não passava de uma cópia inspirada por outra mão.

Esse é justamente o truque do memorialista, que faz do gênero uma prática dos ou-tros. Por suas páginas desfi -lam intelectuais – Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, José Lins do Rego, Josué Mon-tello, Jorge de Lima, Lygia Fagundes Telles, Alceu Amo-roso Lima –, personagens e amigos de Alberto.

O memorialista nos conta, como quem joga conversa fora, sobre eventos políticos, todos lembrados com a mesma inti-midade: Getúlio Vargas e seu suicídio, Juscelino Kubitschek e a crise da sua eleição; as revelações de Khruschov.

Ainda nesses escritos, fi ca-mos conhecendo melhor sua formação, as primeiras leitu-ras de Manuel Querino e de Nina Rodrigues, sua guinada para o materialismo histórico, seu amor súbito por Deus; paixão que passadas duas se-manas seria substituída por outras: Camus, Sartre, o Marx do “18 Brumário”, Nietzsche

e Freud. Sem esquecer do cinema, do teatro e dos su-plementos literários.

Começava a se delinear, en-tão, essa pena de estilo pró-prio e reconhecível. Por meio dela, diferentes personagens da nossa história são descritos a partir de marcas pessoais, perdendo a soberba para apa-recerem como gente do seu tempo e como de fato foram: contraditórios, exuberantes, mesquinhos ou visionários.

PressaAlberto logo experimentaria

nova carreira de escritor, como poeta e africanista. Sempre pareceu ter pressa: publica, logo em 1957, uma antologia de lendas indígenas, para o Instituto Nacional do Livro, e, no mesmo ano, trata de reunir em livro os poemas do pai.

Talvez inspirado pelos heróis de suas obras de cabeceira, ou que reconhecia em seu pai na poltrona, o jovem pareceu não se espantar ao saber que seu rito de passagem para a vida adulta se daria nos sanatórios de Campos do Jordão, onde sua alma conheceria a “so-nolência e a preguiça”. Julgou que morreria cedo, por causa da tuberculose, como seus mestres românticos.

Como isso não se deu, Al-berto fez do exílio involuntário outro começo. Lá conheceu sua musa, que também se curava do mesmo problema. Verinha tinha voz de soprano lírico, mas a doença a afasta-ria por um tempo do canto. Ela seria a companheira de vida toda e inspiraria um livro de poemas premiado, “Ao Lado de Vera” (1997).

Com os pulmões em ordem, Alberto volta ao Rio e se pre-para para “vingar o pai”, inves-tindo na carreira diplomática. O aluno se forma pelo Instituto Rio Branco em 1957 e atua em Lisboa, Caracas, Washington, Madrid, Roma, isso tudo antes de ser embaixador na Nigéria, no Benin, em Portugal, na Co-lômbia e no Paraguai.

O diplomata construía seu mapa interno e simbólico, particularmente marcado pela experiência em países africanos. A atuação nesses postos, então pouco disputa-dos, lhe daria gás, experiência, erudição e sensibilidade sufi -cientes para fazer dele um dos nossos grandes especialistas em África, continente que era pouco conhecido e estudado entre nós.

O olhar pousado sobre a “diferença” formataria esse pensador original e atento a outras faces de uma mesma realidade. O diplomata se faria historiador e escreveria uma série de obras, hoje clássicas: “A Enxada e a Lança: a África antes dos Portugueses” (1992); “As Relações entre o Brasil e a África Negra, de 1822 à 1ª Guerra Mundial” (1996); “A Manilha e o Libambo: a África e a Escravidão, de 1500 a 1700” (2002); “Um Rio Chama-do Atlântico: A África no Brasil e o Brasil na África” (2003); “Francisco Félix de Souza, Mer-cador de Escravos” (2004) e “Imagens da África” (2012).

Nesses livros, mostra a im-portância da diversidade cul-tural, as formas complexas de organização familiar e política

dos nativos, os elaborados cos-tumes religiosos, as engenho-sas produções artísticas. Como demonstra de maneira clara, e não menos entristecida, essa riqueza seria em parte dizima-da pelos horrores do sistema escravocrata, que acabou por marcar e estereotipar os povos do continente.

O conjunto de sua obra histo-riográfi ca mostra o vigor desse intelectual que explorou a his-tória pregressa da África, reviu costumes, estudou a escravi-dão aqui e acolá, bem como seus trafi cantes – caso de Xaxá, talvez o maior de todos.

O historiador analisou, sobre-tudo, as relações entre os dois continentes e suas infl uências recíprocas. Em seu texto “O Brasil, o Atlântico e a África no século 19”, de 1989, fecha questão: “O Brasil é um país extraordinariamente africani-zado. E só a quem não conhece a África pode escapar o quanto há de africano nos gestos, nas maneiras de ser e de viver e no sentimento estético do brasi-leiro [...] Com ou sem remorsos, a escravidão é o processo mais longo e mais importante de nossa história”.

Ciente da nossa ignorância acerca desse continente, de onde veio parte signifi cativa de nossa população, o pes-quisador atuaria em muitas frentes, recuperando valores comuns inscritos nos lugares mais insuspeitos. Mas também duvidaria das convenções.

No seu livro “Castro Alves, um Poeta sempre Jovem” (2006), Alberto lê os poemas com a sensibilidade de quem entende do ofício, mas com igual desconfi ança de quem

conhece como ninguém os legados africanos. Tanto que desafi a (e prova) que a África do autor de “Navio Negreiro” é antes um continente proje-tivo, mais próximo da visão romântica de Delacroix e dos orientalismos europeus, que dos escravizados que o poeta podia encontrar nas ruas da Bahia. Irrequieto, Alberto tam-bém ensinaria África para as crianças em dois livros – “Um Passeio pela África” (2006) e “A África Explicada aos Meus Filhos” (2008).

Aposta social semelhante que fez com que encarnasse, ao lado de sua Verinha, o papel de tradutor das línguas e cos-tumes dos locais onde foi em-baixador. Tamanha coerência e compromisso acabou por incutir na família o prazer de servir o país em lugares tão diferentes. Seus três fi lhos, de uma maneira ou de outra, seguiram-no ou fi caram por perto do Itamaraty.

Como cronista, Alberto pu-blicaria “O Quadrado Ama-relo” em 2009. Nesse livro, ele se faz intérprete social e recolhe telas, livros, poemas e romances que delicada-mente entrelaça, formando o que denomina “uma antologia pessoal do mundo” – objetivo e argumento não só desse livro de ensaios, mas de toda a obra do autor.

O lugar perfeito e a palavra justa são também desafi os de Alberto, poeta de mão cheia, como o pai – fi gura à qual, em sua trajetória cheia de deslo-camentos, parece sempre re-tornar. Vêm de seu quinto livro de poemas, “As Linhas da Mão” (1978) estes versos: “Respiro

e vejo. A noite e cada sol/ vão rompendo de mim a todo o instante,/ tarde e manhã que são tecido tempo,/ chu-va e colheita. O céu, repouso e vento”.

Mas talvez seu título de po-esia mais conhecido, que lhe deu um de seus três Jabutis, seja “Poemas Reunidos”, de 2000 – ano em que também se elegeu para a cadeira 9 da Aca-demia Brasileira de Letras.

Essa obra tão diversa, que não se pode resumir em uma página, se revela una, como uma estrada sem pedágios, entre o intelectual e o habitan-te de um tradicional edifício em Laranjeiras, no Rio.

Quem entra no apartamento logo vê sua imagem inscri-ta nos objetos e artefatos acumulados. Visitar a ABL ou participar de uma sessão no Instituto Histórico e Geográ-fi co é como tomar café na intimidade do autor. E é assim por todo lugar: mesmo ler um livro de Alberto é como tomar um gole de cachaça e degustar uma boa prosa.

Grandes intérpretes do Bra-sil permaneceram boa parte de sua vida no exterior. Al-berto da Costa e Silva viu de longe, mas voltou para se certifi car de tudo. Na vol-ta, inverteu o lado do bi-nóculo, destacou o detalhe, deslocou o tempo e confe-riu ao que viu sabor, chei-ro, textura e sensibilidade de poesia.

Com vocês, o vencedor do Prêmio Camões de 2014: “Um casulo de tempo, o centro e o sopro/ da cisma do outro ser que de mim fala/ e que, sonhando o mundo, em mim se acaba”.

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G4 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 G5

Literatura

RESUMOEste texto de 1948 estava em uma pasta do acervo de Pau-lo Rónai (1907-92), intitulada “Material para novos livros”, e jamais foi publicado. O escritor e tradutor parte de estudos em língua inglesa para questionar se há a receita perfeita para um best-seller e se os números de vendas signifi cam algo na qualidade dos livros.

3Esplendor e misériado best-seller

O que e um best-seller? À primeira vista a resposta não parece difícil: o livro que mais se vende ou um dos livros que mais se vendem. Mas, ao examinarmos os casos em que se emprega essa palavra, tão frequente na crônica literária dos jornais, verifi caremos que seu sentido se está enrique-cendo de novas matizes.

Mais de uma vez poderemos achar-lhe uma nuança pejora-tiva, e esse uso não é exclu-sivo do Brasil. Numa resenha francesa da produção literá-ria de 1947 encontro esta observação: “O termo best-seller entre nós vai designar, dentro em breve, não o livro que melhor se vende, mas um certo ‘gênero’ de romance,de leitura fácil, longo, obrigato-riamente traduzido...”. E uma estudiosa inglesa não hesita em afi rmar que “best-seller é um epíteto quase totalmen-te depreciativo entre pesso-as cultas”. Não seria difícil encontrar exemplos em que o termo, por si só, equivale a uma crítica.

A palavra, evidentemente, é de sabor norte-americano (embora não me seja possí-vel abonar-lhe a origem). A ambição “yankee” de atingir recordes em todos os domí-nios envolve contínuas com-parações, e estas só parecem ter valor quando baseadas em objetos exprimíveis por alga-rismos. E assim se encontrou uma medida cômoda para confrontar as obras da arte, fenômenos por sua natureza singulares e incomparáveis.

Ninguém pode afi rmar com segurança se Betty MacDo-nald, autora de “O Ovo e eu”, é melhor escritor do que Samuel Shellabarger, autor de “Capi-tão de Castela”: em questões de gosto não há verdades absolutas. Mas é possível saber com exatidão qual dos dois livros se vendeu mais. Os editores, com grande sinceri-dade, anunciam as tiragens mês por mês; o frontispício,

Especulações históricas sobre a fórmula secreta

PAULO RÓNAIILUSTRAÇÃO MANUELA EICHNER

Análise é visionária em vários aspectos

A julgar pelas questões levanta-das por Paulo Rónai sobre o fenôme-no dos best-sellers nos anos 1940, há menos novidades no front dos sucessos editoriais nas últimas sete décadas do que gostariam de acre-ditar os analistas do mercado.

Daquela época já vem, por exem-plo, a inquietação com certo bara-teamento dos livros decorrente das tiragens em massa, que constitui-ria não só “puro benefício”, mas também “golpe sério” a escritores que vendem menos. A questão ainda hoje divide opiniões, e não há debate mais atual em tempos de autores versus Amazon com seus mega descontos.

Rónai aponta ainda para a ex-pansão de ferramentas úteis ao marketing editorial, como os clubes do livro, que fazem o leitor “abdicar de sua capacidade de seleção” ao “dar ao público o que ele deseja” – tema que dialoga com clubes badalados como o da apresenta-dora Oprah Winfrey, capaz de criar sozinho um fenômeno de leitura, e com blogs literários que fecham parcerias com editoras.

Até o hoje tão repisado argu-mento de que já não se fazem destaques literários como antes é antecipado por Rónai, que não achava que o aumento no número de leitores elevasse o nível cultural. Ao defender sua tese de que os best-sellers do século 18 tinham qualidade superior à dos publicados em seu tempo, o ensaísta deu um prazo generoso de 180 anos para que os livros mais vendidos nobiê-nio1944/1945 fossem esquecidos. Passados 70, seu prognóstico só não se confi rmou porque “O Fio da Navalha”, de Somerset Maugham, adaptado duas vezes ao cinema, tornou-se um clássico.

Das ideias do ensaísta que fi -caram defasadas, há a sugestão de que futuramente bastaria ao romancista escrever um único best-seller e passar “o resto da existência a gozar a opulência merecida”. Vã esperança. Hoje não só os autores best-seller não se contentam com um único livro como transformaram cada um deles em histórias que não acabam nunca, divididas em vários volumes – fenômeno ampliado no início dos anos 2000, após o sucesso dos primeiros “Harry Potter”, série que também marcou uma tendência de expansão da literatura juvenil. Talvez sejam esses, as séries e os juvenis, os dados que mais diferen-ciam as atuais listas de best-sellers daquela analisada por rónai. Na de 2013, computada pela Nielsen Bookscan, seis dos dez livros mais vendidos nos EUA integram séries de títulos e/ou personagens (como o infanto juvenil “Diário de um ba-nana”, de Jeff Kinney, e “Inferno”, em que Dan Brown traz de volta o personagem Robert Langdon). Longe de ser ele próprio um best-seller, Paulo Rónai vem recuperando um espaço que por anos lhe faltou nas livrarias.

Desde 2010, quando seu espólio foi assumido pela agente Lucia Riff , voltaram ao mercado obras de sua lavra como “Mar de histórias” (Nova Fronteira), antologia de contos que coordenou com Aurélio Buarque de Holanda (1910-89), e o recém-lan-çado “Encontros com o Brasil” (Edi-ções de Janeiro), de ensaios sobre autores brasileiros.

O retorno teve direito a um peque-no êxito editorial: as 3.000 cópias de “Como aprendi o português e outras histórias”, lançado em 2013 pela Casa da Palavra, se esgotaram. A reedição fi cou a cargo das Edições de Janeiro, junto com “Encontros como Brasil”.

muitas vezes, ostenta o núme-ro de edições vendidas.

Na avalanche das publica-ções o leitor comum é cada vez menos capaz de orientar-se. Sabendo que seu gosto se parece com o da maioria de seus contemporâneos, tende facilmente a pensar que o livro mais comprado será também o melhor. (“É impossível que 500 mil pessoas sejam idio-tas”). Assim, mais 500 mil comprarão o livro porque 500 mil já o compraram. E quem poderá duvidar do gosto de 1 milhão de cidadãos honestos, contribuintes e eleitores?

Saber o que é um best-sel-ler é igualmente importante para o leitor, para o escritor e para o editor. Se um livro, sendo best-seller, é necessa-riamente bom, facilita muito ao leitor a escolha de suas leituras; e o conhecimento não lhe é menos útil se, com ao fi rmam alguns, todo best-seller é fatalmente ruim. O escritor pouco escrupuloso, se conhecesse a fórmula quí-mica do best-seller, observá-la-ia com o maior empenho; mas, se o escritor honesto a soubesse, talvez verifi casse que pode produzir best-sel-lers sem descer a transigên-cias e concessões. Quanto ao editor, se a tivesse na gravata, possuiria um método esplêndido para enriquecer e, caso possuísse altas ambi-ções culturais, bastar-lhe-ia lançar três best-sellers, para depois publicar, a vida toda, Kant, Bergson e Einstein.

Científi coForam essas considerações

que levaram o sr. Frank Luther Mott, diretor da escola de jornalismo na Universidade de Missouri, a consagrar à questão um alenta do estudo [“Golden Multitudes: The Story of best-sellers in the United States”, Multitudes douradas: a história dos best-sellers nos EUA], baseado em pesquisas pacientes e difíceis.

Com excelente espírito de método, o sr. Mott começa por defi nir o critério para de-terminar se um livro é best-seller ou não. Levar em con-ta meramente os totais das tiragens não seria justo: um livro que em 1850 atingia 200 mil exemplares era relativa-mente mais lido do que um que hoje chega a 1 milhão. Assim, pois, o sr. Mott, que principia a relação dos best-sellers em 1662, nela inclui todo livro do que durante os dez anos consecutivos ao seu aparecimento se vendeu um número de exemplares igual a 1% da população total dos Estados Unidos.

A limitação de dez anos foi imposta pela impossibilidade de calcular a tiragem total das reedições feitas às vezes du-rante séculos. Uma edição de Shakespeare fi gura na lista de best-sellers universais, cuja lista seria ainda mais curiosa, mas pressupõe a compilação de estudos iguais ao dele em

todos os países. Ainda assim, não deve ter sido fácil conse-guir, mesmo aproximadamen-te, as tiragens, sobretudo das edições antigas.

Além disso, esse estudo traz uma série de anedotas e fatos curiosos a respeito da história dos recordes de venda na história das livrarias: há casos que contribuíram para o su-cesso, surpresas e decepções dos editores, consequências do êxito sobre a vida dos au-tores etc. e, para rematar suas pesquisas, põe no título dos dois últimos capítulos duas perguntas do maior interesse: “existe uma fórmula de best-sellers? O que faz vender um best-seller?”.

A resposta à primeira per-gunta é francamente negati-va. Procurando o elemento de atração nos títulos da sua lis-ta, o sr. Mott assinala fatores tão diferentes como: apelo ao sentimento religioso; sensa-cionalismo e escândalo; cará-ter instrutivo; possibilidades de exibição esnobe; elemento biográfi co; regras de conduta; experiência pessoal; enredo; vivacidade; caráter democrá-tico ou popular; cor local; hu-mor; imaginação; exotismo; sexualidade – indicando de cada vez a percentagem apro-ximativa de obras que contém o fator examinado.

A qualidade literária não parece fator dos mais impor-tantes: o pesquisador declara que uma terça parte de sua coleção é de qualidade infe-rior, havendo dentro dela uma centena de livros desprovidos de qualquer pretensão artís-tica. Seja como for, não há receita para best-seller, vista a diversidade extraordinária dos livros que já obtiveram esse título.

A segunda resposta tam-bém consiste numa enume-ração de fatores. O que contribui para fazer vender o best-seller virtual é o título bem escolhido; o desenho da capa e, em geral, a apresen-tação; a publicação anterior em folhetim; a distribuição prévia de exemplares a gran-de número de personalidades; a escolha do livro na base das provas tipográfi cas, por um dos clubes do livro; boas críticas; difusão de opiniões favoráveis, e anúncios na im-prensa e no rádio; fi lmagem da história; barateamento da edição, reedições em “pocket book” ou em “sost format” (fascículo in-quarto, vendível nos balcões dos vendedores de jornais). Nem todos es-ses fatores estão, porém, nas mãos do editor; e, por outro lado, mesmo que se achem to-dos reunidos, a previsão pode falhar e o lançamento pode acabar num fracasso.

Assim, pois, o sr. Mott não pode oferecer receitas de best-seller nem para os au-tores nem para os editores, o que, aliás, era de prever. Ele não se preocupa, por outro lado, com indagações de or-dem geral; saber, por exemplo,

se as tiragens astronômicas signifi cam um progresso para a cultura. Poderia responder a esse reparo, e com toda a razão, que a sua parte se limitava ao estudo da história dos best-sellers: cabe ao leitor tirar as conclusões.

TiragensEssas, de início, são das

mais otimistas. Na relação compilada vemos a ascen-são vertiginosa das tiragens. Os livros mais vendidos há 200 anos eram os que tiravam10mil exemplares; e não havia mais de um por ano. Hoje os best-sellers começam com 1.300.000 exemplares, e só a lista do ano 1944 contém títulos assim. Tiragens tão grandes ocasionam necessa-riamente a baixa dos preços: o leitor pode obter por um preço de 0,25 a 1 dólar obras que normalmente custariam3 a 6 dólares. O número de leitores aumenta sempre, o que signifi ca uma elevação do nível cultural.

Quanto aos escritores, as vantagens parecem ainda mais óbvias. Não mais ha-verá grandes escritores do tipo romântico, morrendo de fome ou de tuberculose, mou-rejando dia e noite; bastará ao romancista escrever um único best-seller e passará o resto da existência a gozar a opulência merecida.

Essa convicção está se ge-neralizando de tal forma entre os homens de letras que um editor inglês, Stanley Unwin, achou necessário publicar um livro em que, com a colabo-ração do americano George Stevens, toma a defesa de sua classe contra os autores cujos livros não chegam a best-selller [“Best-sellers. Are they Born or Made?”, Best-sellers. Eles nascem prontos ou são feitos?].

Todos eles, com efeito, atribuem a responsabilidade desse fato a seus editores, os quais não lhes fi zeram publicidade sufi ciente. Unwin e Stevens empenham-se em mostrar que o anúncio, por si só, não basta para fazer um best-seller; ele só pode ativar a venda dos livros que já ti-veram um bom “start”, isso é, que se revelaram pelo menos “well-sellers”. Assim sendo, só a ausência de imparcialida-de determinará o emprego da palavra “best-seller” em sentido pejorativo.

Antes, porém, de subscre-vermos essa conclusão, exa-minemos melhor a relação de “livros mais vendidos” dos estados unidos, que o sr. Mott, com extraordinário es-forço, conseguiu estabelecer desde 1662.

Tomemos, ao acaso, dez títulos sucessivos na primei-ra parte da relação e outros tantos na parte fi nal. Os dez livros mais vendidos nos Es-tados Unidos de 1760 a 1780 foram os seguintes (em ordem cronológica): John Dickinson, “Letters from a Farmer in

Pennsylvania” [Cartas de um fazendeiro da Pensilvânia]; Oliver Goldsmith, “O Vigário de Wakefi eld”; Laurence Ster-ne, “A Vida e as Opiniões do Cavaleiro Tristram Shandy”; Daniel Defoe, “Robinson Cru-soé”; John Gregory, “Father’s Legacy to his Daughters” [Le-gado de um pai para os suas fi -lhas]; Philip D. Stanhope (Lord Chesterfi eld), “Letters to His Son” [Cartas ao fi lho]; Thomas Paine, “Senso Comum”; John Milton, “Paraíso Perdido”; Ja-mes Thomson, “The Seasons” [As estações]; Edward Young, “Night Thoughts” [Pensamen-tos noturnos].

Só dois livros dessa lista (os de Dickinson e de Paine) foram publicados pela primei-ra vez nos Estados Unidos: os demais vieram da Inglaterra. Ambos os livros americanos são obras de caráter políti-co; entre os ingleses, há três romances (Goldsmith, Ster-ne, Defoe), três de poemas (Milton, Thomson, Young) e dois livros de orientação de conduta (“behavior books”).

Os volumes de Goldsmith, Sterne, Defoe e Milton são obras-primas de todos os tempos; os poemas de Thom-son e Young, as cartas de Lord Chesterfi eld e o panfl eto de Thomas Paine (nascido na Inglaterra) conservam, ainda hoje, lugar honroso na história da literatura inglesa. Pode-se afi rmar, sem receio de erro, que pelo menos a metade desses livros são dos melho-res publicados na época.

Vejamos agora os dez últi-mos livros da relação, publica-dos em 1944 e em1945. (Os títulos vão em inglês, pois não sei se alguns já não foram tra-duzidos para o português e al-terados.)*: Elizabeth Goudge, “Green Dolphin Street” [A rua do delfi m verde]; Gwethalyn Graham, “O céu está muito alto”; Bob Hope, “Nunca saí de casa”; Somerset Maugham, “O fi o da navalha”; Ernie Pyle, “Brave men”; Margery Sharp, “Cluny Brown”; Thomas B. Cos-tain, “The Black Rose” [A rosa negra]; Betty MacDonald, “O Ovo e eu”; Samuel Shella-barger, “Capitão de castela”; Katheleen Winsor, “Entre o amor e o pecado”.

Nessa lista há dois livros de guerra: um de reporta-gens (“Brave men”), o outro de humor militar (“Nunca saí de casa”); os oito restantes são romances históricos da linhagem de “E o vento le-vou” [de Margaret Mitchell], e “Antônio Adverse” [de Her-vey Allen]. Não é preciso ser crítico literário para perce-ber a enorme diferença de nível entre os dois grupos. É pouco provável que, entre os do segundo, haja livros que a posteridade qualifi que de obras-primas; talvez nenhum seja lembrado ao cabo de 180 anos, período que pelo menos oito títulos do primeiro grupo aguentaram fi rmes.

Observa-se, pois, que os livros mais lidos do século 18

eram de qualidade infinitamente superior aos de nossos dias. Eram também muito mais variados, pois havia entre eles, além de roman-ces, obras pertencentes a mais três gêneros, inclusive poesia (to-talmente desaparecida das listas modernas de livros procurados), ao passo que a seleção atual consiste quase só em romances, havendo apenas, ao lado deles, dois traba-lhos de jornalismo.

Note-se ainda que os três grandes romances do primeiro grupo são de três tipos completamente diversos, ao passo que a maioria dos oito ro-mances do segundo grupo pertence ao tipo estandardizado do longo romance histórico da linhagem de “e o Vento levou” e “Antônio Adverse” (gênero típico da literatura de eva-são). Essas conclusões coincidem de maneira surpreendente com as de “Fiction and the reading public” [Ficção e público leitor], da sra. Q. D. Leavis, publicado em 1939. A autora fez um inquérito semelhante ao do sr. Mott para conhecer as preferên-cias do público britânico.

LeitoresSeus resultados levaram-na a

abandonar uma superstição muito espalhada, a saber, que a elevação do nível cultural esteja proporciona-da ao aumento do número de leito-res. Minucioso exame das estatísti-cas e dos catálogos das bibliotecas circulantes, muito numerosas na Inglaterra, revelou-lhe que a grande maioria dos leitores de hoje liam exclusivamente romances da cate-goria mais baixa, trocando-os com frequência; muitos chegavam a ler um livro por dia. As respostas dos leitores acerca dos motivos de sua preferência mostravam que na lei-tura quase todos procuravam uma

fuga. (O que, seja dito de passagem, não é de admirar num tempo como o nosso, em que tão pouca gente se sente à vontade). “O hábito de ler é agora, muitas vezes, uma forma de usar entorpecentes”.

O número de leitores atingiu, pra-ticamente, o máximo (na Inglaterra há diariamente um exemplar de jor-nal para cada três pessoas); o nível da leitura baixa progressivamente. Outrora não havia separação nítida entre os escritores

da multidão e os da elite; Ster-ne, Goldsmith e Defoe eram lidos e admirados pelos intelectuais e pelas caixeiras; hoje se verifi ca uma desagregação defi nitiva do público em três classes, segundo seus elementos leem obras de es-critores “highbrow”, “middlebrow” ou “lowbrow”(de qualidade superior, média ou inferior).

Nenhuma das três classes toma conhecimento dos escritores da outra.Os autores “highbrow” têm tiragens reduzidíssimas; para eles o best-seller começa com 15.000 exemplares; os best-sellers do “low-brow” vão de um milhão para cima. A sra. Leavis lembrou-se de submeter a grande número de autores popu-lares um questionário para saber a que atribuíam o seu êxito. A maioria dos interrogados pensa ter agrada-do por escrever (para usarmos a defi nição dada por um deles) “um gênero de fi cção que pode ser lido com um mínimo de esforço mental”. O que parece confi rmar a desiludida tese de um estadista inglês, de que “um dos grandes males da leitura moderna consiste em desencorajar o pensamento”.

O público dos velhos tempos lia para completar a sua experiência, para enriquecer a própria vida; o de hoje lê para esquecê-la e compen-

sar-lhe as imperfeições. Os autores de best-sellers são unânimes em afi rmar que escrevem com e para o coração (e não o cérebro); que se dirigem à sensibilidade, mais que ao juízo do leitor. “À medida que o século avança, o best-seller se torna assunto menos do crítico literário que do psicólogo”. E, como o romance adquire hegemonia quase exclusiva, absorve todos os gêneros, inclusive os livros de ciência, e torna-se transmissor único – bem inexato, está visto – de toda espécie de co-nhecimentos. Não que homens de ciência não procurem transformar seus livros em best-sellers. Mas então se expõem ao perigo de cair nos processos do romancista.

J. L. Russell, numa crítica dos populares livros de física e astro-nomia de sir James Jeans e Sirar-thur Eddington, mostra como estes sábios são levados a atribuir maior importância à maneira de apresen-tação do que ao interesse intrínse-co dos assuntos tratados, fazendo apelos contínuos à emotividade do leitor, usando indiscriminadamente recursos estilísticos, como metá-foras e paralelos, e introduzindo teorias fi losófi cas surpreendentes. Segundo o crítico, eles e a maioria de seus colegas chegam a favore-cer a preguiça mental dos leitores, aos quais dão a impressão de que entendem a fundo um fenômeno ou uma teoria científi ca, quando apenas entenderam a comparação ou a pilhéria em que os autores os envolvem. A sra. Leavis procura demonstrar, ainda, que o baratea-mento do livro não é puro benefício, pois constitui um golpe sério para os autores de elite, cujas tiragens não aumentam,mas que têm de reduzir os preços de seus livros para não contrastarem demais com

os do resto da produção literária.No século passado, um Meredith, um Henry James podiam viver da renda discreta de seus livros: hoje não seria possível.

Aí, ela se encontra novamente como sr. Mott, o qual admite, em-bora acessoriamente, que o número total de livros publicados anual-mente nos Estados Unidos está em franca diminuição: os editores, seduzidos pela miragem das im-pressões em massa, querem de preferência publicar best-sellers po-tenciais e mostram-se infensos às obras que não têm probabilidade de o ser (entre os quais se encontram, precisamente, as destinadas à elite profi ssional e intelectual). A comen-tarista assinala também o que os clubes do livro, embora aumentando o consumo da produção literária, têm de prejudicial à cultura: fazem o leitor abdicar da sua capacidade de seleção, procuram “dar ao público o que ele deseja”, e substituem-se à crítica literária, cuja importância decresce cada vez mais.

É muito provável que a maioria Dos males apontados pela sra. Lea-vis e implicitamente assinalados no livro do sr. Mott existam realmen-te, sobretudo nos países de maior mercado literário, como os estados unidos, a Inglaterra e a França; ao mesmo tempo, porém, eles parecem tão inevitáveis como outras conse-qüências da industrialização exces-siva, a qual, destinada a melhorar a vida do homem, a está tornando cada vez menos humana.

*Introduzimos o título em portu-guês dos livros já lançados no Brasil, mesmo os esgotados, quando o autor colocou o nome original em inglês (nota dos editores).

PAULO RÓNAIILUSTRAÇÃO MANUELA EICHNER

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Literatura

RESUMOEste texto de 1948 estava em uma pasta do acervo de Pau-lo Rónai (1907-92), intitulada “Material para novos livros”, e jamais foi publicado. O escritor e tradutor parte de estudos em língua inglesa para questionar se há a receita perfeita para um best-seller e se os números de vendas signifi cam algo na qualidade dos livros.

3Esplendor e misériado best-seller

O que e um best-seller? À primeira vista a resposta não parece difícil: o livro que mais se vende ou um dos livros que mais se vendem. Mas, ao examinarmos os casos em que se emprega essa palavra, tão frequente na crônica literária dos jornais, verifi caremos que seu sentido se está enrique-cendo de novas matizes.

Mais de uma vez poderemos achar-lhe uma nuança pejora-tiva, e esse uso não é exclu-sivo do Brasil. Numa resenha francesa da produção literá-ria de 1947 encontro esta observação: “O termo best-seller entre nós vai designar, dentro em breve, não o livro que melhor se vende, mas um certo ‘gênero’ de romance,de leitura fácil, longo, obrigato-riamente traduzido...”. E uma estudiosa inglesa não hesita em afi rmar que “best-seller é um epíteto quase totalmen-te depreciativo entre pesso-as cultas”. Não seria difícil encontrar exemplos em que o termo, por si só, equivale a uma crítica.

A palavra, evidentemente, é de sabor norte-americano (embora não me seja possí-vel abonar-lhe a origem). A ambição “yankee” de atingir recordes em todos os domí-nios envolve contínuas com-parações, e estas só parecem ter valor quando baseadas em objetos exprimíveis por alga-rismos. E assim se encontrou uma medida cômoda para confrontar as obras da arte, fenômenos por sua natureza singulares e incomparáveis.

Ninguém pode afi rmar com segurança se Betty MacDo-nald, autora de “O Ovo e eu”, é melhor escritor do que Samuel Shellabarger, autor de “Capi-tão de Castela”: em questões de gosto não há verdades absolutas. Mas é possível saber com exatidão qual dos dois livros se vendeu mais. Os editores, com grande sinceri-dade, anunciam as tiragens mês por mês; o frontispício,

Especulações históricas sobre a fórmula secreta

PAULO RÓNAIILUSTRAÇÃO MANUELA EICHNER

Análise é visionária em vários aspectos

A julgar pelas questões levanta-das por Paulo Rónai sobre o fenôme-no dos best-sellers nos anos 1940, há menos novidades no front dos sucessos editoriais nas últimas sete décadas do que gostariam de acre-ditar os analistas do mercado.

Daquela época já vem, por exem-plo, a inquietação com certo bara-teamento dos livros decorrente das tiragens em massa, que constitui-ria não só “puro benefício”, mas também “golpe sério” a escritores que vendem menos. A questão ainda hoje divide opiniões, e não há debate mais atual em tempos de autores versus Amazon com seus mega descontos.

Rónai aponta ainda para a ex-pansão de ferramentas úteis ao marketing editorial, como os clubes do livro, que fazem o leitor “abdicar de sua capacidade de seleção” ao “dar ao público o que ele deseja” – tema que dialoga com clubes badalados como o da apresenta-dora Oprah Winfrey, capaz de criar sozinho um fenômeno de leitura, e com blogs literários que fecham parcerias com editoras.

Até o hoje tão repisado argu-mento de que já não se fazem destaques literários como antes é antecipado por Rónai, que não achava que o aumento no número de leitores elevasse o nível cultural. Ao defender sua tese de que os best-sellers do século 18 tinham qualidade superior à dos publicados em seu tempo, o ensaísta deu um prazo generoso de 180 anos para que os livros mais vendidos nobiê-nio1944/1945 fossem esquecidos. Passados 70, seu prognóstico só não se confi rmou porque “O Fio da Navalha”, de Somerset Maugham, adaptado duas vezes ao cinema, tornou-se um clássico.

Das ideias do ensaísta que fi -caram defasadas, há a sugestão de que futuramente bastaria ao romancista escrever um único best-seller e passar “o resto da existência a gozar a opulência merecida”. Vã esperança. Hoje não só os autores best-seller não se contentam com um único livro como transformaram cada um deles em histórias que não acabam nunca, divididas em vários volumes – fenômeno ampliado no início dos anos 2000, após o sucesso dos primeiros “Harry Potter”, série que também marcou uma tendência de expansão da literatura juvenil. Talvez sejam esses, as séries e os juvenis, os dados que mais diferen-ciam as atuais listas de best-sellers daquela analisada por rónai. Na de 2013, computada pela Nielsen Bookscan, seis dos dez livros mais vendidos nos EUA integram séries de títulos e/ou personagens (como o infanto juvenil “Diário de um ba-nana”, de Jeff Kinney, e “Inferno”, em que Dan Brown traz de volta o personagem Robert Langdon). Longe de ser ele próprio um best-seller, Paulo Rónai vem recuperando um espaço que por anos lhe faltou nas livrarias.

Desde 2010, quando seu espólio foi assumido pela agente Lucia Riff , voltaram ao mercado obras de sua lavra como “Mar de histórias” (Nova Fronteira), antologia de contos que coordenou com Aurélio Buarque de Holanda (1910-89), e o recém-lan-çado “Encontros com o Brasil” (Edi-ções de Janeiro), de ensaios sobre autores brasileiros.

O retorno teve direito a um peque-no êxito editorial: as 3.000 cópias de “Como aprendi o português e outras histórias”, lançado em 2013 pela Casa da Palavra, se esgotaram. A reedição fi cou a cargo das Edições de Janeiro, junto com “Encontros como Brasil”.

muitas vezes, ostenta o núme-ro de edições vendidas.

Na avalanche das publica-ções o leitor comum é cada vez menos capaz de orientar-se. Sabendo que seu gosto se parece com o da maioria de seus contemporâneos, tende facilmente a pensar que o livro mais comprado será também o melhor. (“É impossível que 500 mil pessoas sejam idio-tas”). Assim, mais 500 mil comprarão o livro porque 500 mil já o compraram. E quem poderá duvidar do gosto de 1 milhão de cidadãos honestos, contribuintes e eleitores?

Saber o que é um best-sel-ler é igualmente importante para o leitor, para o escritor e para o editor. Se um livro, sendo best-seller, é necessa-riamente bom, facilita muito ao leitor a escolha de suas leituras; e o conhecimento não lhe é menos útil se, com ao fi rmam alguns, todo best-seller é fatalmente ruim. O escritor pouco escrupuloso, se conhecesse a fórmula quí-mica do best-seller, observá-la-ia com o maior empenho; mas, se o escritor honesto a soubesse, talvez verifi casse que pode produzir best-sel-lers sem descer a transigên-cias e concessões. Quanto ao editor, se a tivesse na gravata, possuiria um método esplêndido para enriquecer e, caso possuísse altas ambi-ções culturais, bastar-lhe-ia lançar três best-sellers, para depois publicar, a vida toda, Kant, Bergson e Einstein.

Científi coForam essas considerações

que levaram o sr. Frank Luther Mott, diretor da escola de jornalismo na Universidade de Missouri, a consagrar à questão um alenta do estudo [“Golden Multitudes: The Story of best-sellers in the United States”, Multitudes douradas: a história dos best-sellers nos EUA], baseado em pesquisas pacientes e difíceis.

Com excelente espírito de método, o sr. Mott começa por defi nir o critério para de-terminar se um livro é best-seller ou não. Levar em con-ta meramente os totais das tiragens não seria justo: um livro que em 1850 atingia 200 mil exemplares era relativa-mente mais lido do que um que hoje chega a 1 milhão. Assim, pois, o sr. Mott, que principia a relação dos best-sellers em 1662, nela inclui todo livro do que durante os dez anos consecutivos ao seu aparecimento se vendeu um número de exemplares igual a 1% da população total dos Estados Unidos.

A limitação de dez anos foi imposta pela impossibilidade de calcular a tiragem total das reedições feitas às vezes du-rante séculos. Uma edição de Shakespeare fi gura na lista de best-sellers universais, cuja lista seria ainda mais curiosa, mas pressupõe a compilação de estudos iguais ao dele em

todos os países. Ainda assim, não deve ter sido fácil conse-guir, mesmo aproximadamen-te, as tiragens, sobretudo das edições antigas.

Além disso, esse estudo traz uma série de anedotas e fatos curiosos a respeito da história dos recordes de venda na história das livrarias: há casos que contribuíram para o su-cesso, surpresas e decepções dos editores, consequências do êxito sobre a vida dos au-tores etc. e, para rematar suas pesquisas, põe no título dos dois últimos capítulos duas perguntas do maior interesse: “existe uma fórmula de best-sellers? O que faz vender um best-seller?”.

A resposta à primeira per-gunta é francamente negati-va. Procurando o elemento de atração nos títulos da sua lis-ta, o sr. Mott assinala fatores tão diferentes como: apelo ao sentimento religioso; sensa-cionalismo e escândalo; cará-ter instrutivo; possibilidades de exibição esnobe; elemento biográfi co; regras de conduta; experiência pessoal; enredo; vivacidade; caráter democrá-tico ou popular; cor local; hu-mor; imaginação; exotismo; sexualidade – indicando de cada vez a percentagem apro-ximativa de obras que contém o fator examinado.

A qualidade literária não parece fator dos mais impor-tantes: o pesquisador declara que uma terça parte de sua coleção é de qualidade infe-rior, havendo dentro dela uma centena de livros desprovidos de qualquer pretensão artís-tica. Seja como for, não há receita para best-seller, vista a diversidade extraordinária dos livros que já obtiveram esse título.

A segunda resposta tam-bém consiste numa enume-ração de fatores. O que contribui para fazer vender o best-seller virtual é o título bem escolhido; o desenho da capa e, em geral, a apresen-tação; a publicação anterior em folhetim; a distribuição prévia de exemplares a gran-de número de personalidades; a escolha do livro na base das provas tipográfi cas, por um dos clubes do livro; boas críticas; difusão de opiniões favoráveis, e anúncios na im-prensa e no rádio; fi lmagem da história; barateamento da edição, reedições em “pocket book” ou em “sost format” (fascículo in-quarto, vendível nos balcões dos vendedores de jornais). Nem todos es-ses fatores estão, porém, nas mãos do editor; e, por outro lado, mesmo que se achem to-dos reunidos, a previsão pode falhar e o lançamento pode acabar num fracasso.

Assim, pois, o sr. Mott não pode oferecer receitas de best-seller nem para os au-tores nem para os editores, o que, aliás, era de prever. Ele não se preocupa, por outro lado, com indagações de or-dem geral; saber, por exemplo,

se as tiragens astronômicas signifi cam um progresso para a cultura. Poderia responder a esse reparo, e com toda a razão, que a sua parte se limitava ao estudo da história dos best-sellers: cabe ao leitor tirar as conclusões.

TiragensEssas, de início, são das

mais otimistas. Na relação compilada vemos a ascen-são vertiginosa das tiragens. Os livros mais vendidos há 200 anos eram os que tiravam10mil exemplares; e não havia mais de um por ano. Hoje os best-sellers começam com 1.300.000 exemplares, e só a lista do ano 1944 contém títulos assim. Tiragens tão grandes ocasionam necessa-riamente a baixa dos preços: o leitor pode obter por um preço de 0,25 a 1 dólar obras que normalmente custariam3 a 6 dólares. O número de leitores aumenta sempre, o que signifi ca uma elevação do nível cultural.

Quanto aos escritores, as vantagens parecem ainda mais óbvias. Não mais ha-verá grandes escritores do tipo romântico, morrendo de fome ou de tuberculose, mou-rejando dia e noite; bastará ao romancista escrever um único best-seller e passará o resto da existência a gozar a opulência merecida.

Essa convicção está se ge-neralizando de tal forma entre os homens de letras que um editor inglês, Stanley Unwin, achou necessário publicar um livro em que, com a colabo-ração do americano George Stevens, toma a defesa de sua classe contra os autores cujos livros não chegam a best-selller [“Best-sellers. Are they Born or Made?”, Best-sellers. Eles nascem prontos ou são feitos?].

Todos eles, com efeito, atribuem a responsabilidade desse fato a seus editores, os quais não lhes fi zeram publicidade sufi ciente. Unwin e Stevens empenham-se em mostrar que o anúncio, por si só, não basta para fazer um best-seller; ele só pode ativar a venda dos livros que já ti-veram um bom “start”, isso é, que se revelaram pelo menos “well-sellers”. Assim sendo, só a ausência de imparcialida-de determinará o emprego da palavra “best-seller” em sentido pejorativo.

Antes, porém, de subscre-vermos essa conclusão, exa-minemos melhor a relação de “livros mais vendidos” dos estados unidos, que o sr. Mott, com extraordinário es-forço, conseguiu estabelecer desde 1662.

Tomemos, ao acaso, dez títulos sucessivos na primei-ra parte da relação e outros tantos na parte fi nal. Os dez livros mais vendidos nos Es-tados Unidos de 1760 a 1780 foram os seguintes (em ordem cronológica): John Dickinson, “Letters from a Farmer in

Pennsylvania” [Cartas de um fazendeiro da Pensilvânia]; Oliver Goldsmith, “O Vigário de Wakefi eld”; Laurence Ster-ne, “A Vida e as Opiniões do Cavaleiro Tristram Shandy”; Daniel Defoe, “Robinson Cru-soé”; John Gregory, “Father’s Legacy to his Daughters” [Le-gado de um pai para os suas fi -lhas]; Philip D. Stanhope (Lord Chesterfi eld), “Letters to His Son” [Cartas ao fi lho]; Thomas Paine, “Senso Comum”; John Milton, “Paraíso Perdido”; Ja-mes Thomson, “The Seasons” [As estações]; Edward Young, “Night Thoughts” [Pensamen-tos noturnos].

Só dois livros dessa lista (os de Dickinson e de Paine) foram publicados pela primei-ra vez nos Estados Unidos: os demais vieram da Inglaterra. Ambos os livros americanos são obras de caráter políti-co; entre os ingleses, há três romances (Goldsmith, Ster-ne, Defoe), três de poemas (Milton, Thomson, Young) e dois livros de orientação de conduta (“behavior books”).

Os volumes de Goldsmith, Sterne, Defoe e Milton são obras-primas de todos os tempos; os poemas de Thom-son e Young, as cartas de Lord Chesterfi eld e o panfl eto de Thomas Paine (nascido na Inglaterra) conservam, ainda hoje, lugar honroso na história da literatura inglesa. Pode-se afi rmar, sem receio de erro, que pelo menos a metade desses livros são dos melho-res publicados na época.

Vejamos agora os dez últi-mos livros da relação, publica-dos em 1944 e em1945. (Os títulos vão em inglês, pois não sei se alguns já não foram tra-duzidos para o português e al-terados.)*: Elizabeth Goudge, “Green Dolphin Street” [A rua do delfi m verde]; Gwethalyn Graham, “O céu está muito alto”; Bob Hope, “Nunca saí de casa”; Somerset Maugham, “O fi o da navalha”; Ernie Pyle, “Brave men”; Margery Sharp, “Cluny Brown”; Thomas B. Cos-tain, “The Black Rose” [A rosa negra]; Betty MacDonald, “O Ovo e eu”; Samuel Shella-barger, “Capitão de castela”; Katheleen Winsor, “Entre o amor e o pecado”.

Nessa lista há dois livros de guerra: um de reporta-gens (“Brave men”), o outro de humor militar (“Nunca saí de casa”); os oito restantes são romances históricos da linhagem de “E o vento le-vou” [de Margaret Mitchell], e “Antônio Adverse” [de Her-vey Allen]. Não é preciso ser crítico literário para perce-ber a enorme diferença de nível entre os dois grupos. É pouco provável que, entre os do segundo, haja livros que a posteridade qualifi que de obras-primas; talvez nenhum seja lembrado ao cabo de 180 anos, período que pelo menos oito títulos do primeiro grupo aguentaram fi rmes.

Observa-se, pois, que os livros mais lidos do século 18

eram de qualidade infinitamente superior aos de nossos dias. Eram também muito mais variados, pois havia entre eles, além de roman-ces, obras pertencentes a mais três gêneros, inclusive poesia (to-talmente desaparecida das listas modernas de livros procurados), ao passo que a seleção atual consiste quase só em romances, havendo apenas, ao lado deles, dois traba-lhos de jornalismo.

Note-se ainda que os três grandes romances do primeiro grupo são de três tipos completamente diversos, ao passo que a maioria dos oito ro-mances do segundo grupo pertence ao tipo estandardizado do longo romance histórico da linhagem de “e o Vento levou” e “Antônio Adverse” (gênero típico da literatura de eva-são). Essas conclusões coincidem de maneira surpreendente com as de “Fiction and the reading public” [Ficção e público leitor], da sra. Q. D. Leavis, publicado em 1939. A autora fez um inquérito semelhante ao do sr. Mott para conhecer as preferên-cias do público britânico.

LeitoresSeus resultados levaram-na a

abandonar uma superstição muito espalhada, a saber, que a elevação do nível cultural esteja proporciona-da ao aumento do número de leito-res. Minucioso exame das estatísti-cas e dos catálogos das bibliotecas circulantes, muito numerosas na Inglaterra, revelou-lhe que a grande maioria dos leitores de hoje liam exclusivamente romances da cate-goria mais baixa, trocando-os com frequência; muitos chegavam a ler um livro por dia. As respostas dos leitores acerca dos motivos de sua preferência mostravam que na lei-tura quase todos procuravam uma

fuga. (O que, seja dito de passagem, não é de admirar num tempo como o nosso, em que tão pouca gente se sente à vontade). “O hábito de ler é agora, muitas vezes, uma forma de usar entorpecentes”.

O número de leitores atingiu, pra-ticamente, o máximo (na Inglaterra há diariamente um exemplar de jor-nal para cada três pessoas); o nível da leitura baixa progressivamente. Outrora não havia separação nítida entre os escritores

da multidão e os da elite; Ster-ne, Goldsmith e Defoe eram lidos e admirados pelos intelectuais e pelas caixeiras; hoje se verifi ca uma desagregação defi nitiva do público em três classes, segundo seus elementos leem obras de es-critores “highbrow”, “middlebrow” ou “lowbrow”(de qualidade superior, média ou inferior).

Nenhuma das três classes toma conhecimento dos escritores da outra.Os autores “highbrow” têm tiragens reduzidíssimas; para eles o best-seller começa com 15.000 exemplares; os best-sellers do “low-brow” vão de um milhão para cima. A sra. Leavis lembrou-se de submeter a grande número de autores popu-lares um questionário para saber a que atribuíam o seu êxito. A maioria dos interrogados pensa ter agrada-do por escrever (para usarmos a defi nição dada por um deles) “um gênero de fi cção que pode ser lido com um mínimo de esforço mental”. O que parece confi rmar a desiludida tese de um estadista inglês, de que “um dos grandes males da leitura moderna consiste em desencorajar o pensamento”.

O público dos velhos tempos lia para completar a sua experiência, para enriquecer a própria vida; o de hoje lê para esquecê-la e compen-

sar-lhe as imperfeições. Os autores de best-sellers são unânimes em afi rmar que escrevem com e para o coração (e não o cérebro); que se dirigem à sensibilidade, mais que ao juízo do leitor. “À medida que o século avança, o best-seller se torna assunto menos do crítico literário que do psicólogo”. E, como o romance adquire hegemonia quase exclusiva, absorve todos os gêneros, inclusive os livros de ciência, e torna-se transmissor único – bem inexato, está visto – de toda espécie de co-nhecimentos. Não que homens de ciência não procurem transformar seus livros em best-sellers. Mas então se expõem ao perigo de cair nos processos do romancista.

J. L. Russell, numa crítica dos populares livros de física e astro-nomia de sir James Jeans e Sirar-thur Eddington, mostra como estes sábios são levados a atribuir maior importância à maneira de apresen-tação do que ao interesse intrínse-co dos assuntos tratados, fazendo apelos contínuos à emotividade do leitor, usando indiscriminadamente recursos estilísticos, como metá-foras e paralelos, e introduzindo teorias fi losófi cas surpreendentes. Segundo o crítico, eles e a maioria de seus colegas chegam a favore-cer a preguiça mental dos leitores, aos quais dão a impressão de que entendem a fundo um fenômeno ou uma teoria científi ca, quando apenas entenderam a comparação ou a pilhéria em que os autores os envolvem. A sra. Leavis procura demonstrar, ainda, que o baratea-mento do livro não é puro benefício, pois constitui um golpe sério para os autores de elite, cujas tiragens não aumentam,mas que têm de reduzir os preços de seus livros para não contrastarem demais com

os do resto da produção literária.No século passado, um Meredith, um Henry James podiam viver da renda discreta de seus livros: hoje não seria possível.

Aí, ela se encontra novamente como sr. Mott, o qual admite, em-bora acessoriamente, que o número total de livros publicados anual-mente nos Estados Unidos está em franca diminuição: os editores, seduzidos pela miragem das im-pressões em massa, querem de preferência publicar best-sellers po-tenciais e mostram-se infensos às obras que não têm probabilidade de o ser (entre os quais se encontram, precisamente, as destinadas à elite profi ssional e intelectual). A comen-tarista assinala também o que os clubes do livro, embora aumentando o consumo da produção literária, têm de prejudicial à cultura: fazem o leitor abdicar da sua capacidade de seleção, procuram “dar ao público o que ele deseja”, e substituem-se à crítica literária, cuja importância decresce cada vez mais.

É muito provável que a maioria Dos males apontados pela sra. Lea-vis e implicitamente assinalados no livro do sr. Mott existam realmen-te, sobretudo nos países de maior mercado literário, como os estados unidos, a Inglaterra e a França; ao mesmo tempo, porém, eles parecem tão inevitáveis como outras conse-qüências da industrialização exces-siva, a qual, destinada a melhorar a vida do homem, a está tornando cada vez menos humana.

*Introduzimos o título em portu-guês dos livros já lançados no Brasil, mesmo os esgotados, quando o autor colocou o nome original em inglês (nota dos editores).

PAULO RÓNAIILUSTRAÇÃO MANUELA EICHNER

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G6 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

RESUMOConhecido por seus textos que relacionam estética e política, Jacques Rancière tem livro sobre democra-cia lançado no país. Nesta entrevista, ex-plica sua visão de que há um saber não es-pecializado, partilhado por todos, que deve se opor à pretensão dos que julgam ter direito a exercer o poder por saberem mais.

EntrevistaJACQUES RANCIÈRE

4

Um fi lósofo contra o domínio dos sabichões

A política do amador

Jacques Rancière, 74, é um dos discípulos mais conheci-dos do fi lósofo marxista Louis Althusser (1918-90), embora tenha se distanciado do pro-fessor, e do próprio marxismo, ao questionar suas interpreta-ções do movimento do Maio de 68 na França. Desde então, Rancière tem se dedicado ao estudo das classes operárias A Noite dos Proletários (Compa-nhia das Letras, 1988, esgota-do) e das relações entre política e estética, em que ele defende que todos temos uma capaci-dade de sentir e aprender.

Essa capacidade não espe-cializada, apresentada em O Mestre Ignorante (Autêntica, 2002), e presente em diversas de suas obras, aparece, no ci-nema, em sua defesa de uma política do amador, segundo a qual todo e qualquer espec-tador detém a capacidade de traçar novas vias de pensa-mento a partir das histórias de sua própria vida e daquelas dos fi lmes. Em O Ódio à Demo-cracia [trad. Mariana Echalar, Boitempo, 125 págs., R$29], de 2005, lançado agora no Brasil, o fi lósofo francês enumera e explica as origens de diversos argumentos segundo os quais a democracia é uma crise da civilização que afeta a socie-dade e o Estado através dela. No discurso dos que odeiam a democracia, escreve ele, o governo democrático é mau quando se deixa corromper pela sociedade democrática que quer que todos sejam iguais e que todas as diferen-ças sejam respeitadas.

É em defesa da democracia como poder daqueles que não têm títulos ao poder e contra o confi sco oligárquico do poder que o fi lósofo busca retomar, nesse ensaio, princípios demo-cráticos fundamentais, como a escolha do governo por meio de sorteio. Ele fala sobre essas e outras questões em entre-vista à Folha por telefone de sua casa em Paris.

Folha - O que é demo-cracia?

Jacques Rancière - A de-mocracia, no senso estrito, é

ÚRSULA PASSOS

o poder do povo. Porém, se voltarmos um pouco à origem, ela é um poder em oposição aos que pretendem ter o po-der: os ricos, os nobres, os sábios etc. Ela é, para mim, um princípio, um poder um tanto excepcional porque, em essência, é o poder daqueles que não têm títulos ao po-der, daqueles que não têm nenhuma competência parti-cular para governar, oposto a todas as outras formas que tradicionalmente legitimam o poder, seja pelo nascimento, pela riqueza ou pela ciência. Ela excede toda forma de go-verno particular.

O ensaio é de 2005. Hoje, após a crise de 2008, o deba-te sobre o véu, a reação con-tra a lei que viria a permitir o casamento gay na França, o que o sr. acrescentaria às ideias do ensaio?

Eu creio que esse ensaio foi preciso em seu diagnóstico. De uma certa forma, ele anun-ciava aquilo que vimos depois, por exemplo, no caso do véu: uma tendência a estigmatizar as classes menos ricas, menos bem integradas.

Nós pudemos confi rmar essa tendência de legitimação do caráter oligárquico do poder, de todas as novas formas de racismo em nome de uma certa ideia de república, de univer-salismo, de laicidade. Vimos se confi rmar, por um lado, a ten-dência de confi sco oligárquico do poder cada vez mais forte, e vimos também se manter essa espécie de campanha ide-ológica em nome dos grandes princípios da república, da vida em sociedade, estigmatizando cada vez mais os que estão sem trabalho, os que não têm a mesma cor de pele, os que não têm a mesma religião.

Podemos dizer, infelizmen-te, que, de alguma forma, a ofensiva antidemocrática se acelerou muito nesse meio tempo. Uma série de argumen-tos emprestados da esquerda, da psicanálise, se tornaram argumentos de persuasão re-acionários para estigmatizar o máximo possível de pessoas.

O ensaio trata da acusa-ção de populismo que recai sobre aqueles que atacam o discurso dos especialistas. Como responder a esse tipo específi co de discurso de ódio à democracia?

Na América Latina, especi-fi camente, há uma tradição na qual o populismo foi iden-tifi cado como uma forma de governo. Na França, e na Eu-ropa, é diferente. O populismo é uma noção nova, lançada para estigmatizar toda ten-tativa de reivindicação de um poder real do povo contra o confi sco do poder por aqueles que se consideram a elite. Acho necessário resistir ao uso desse conceito e dizer que ele, hoje, é um meio cômodo de legitimar o poder das elites, de seus experts, das fi nanças internacionais, em nome da capacidade, da competência. Na França, ser populista quer dizer ser de extrema direita.

É absolutamente necessário resistir a essa argumentação

e colocar em evidência uma ideia efetiva de democracia. Por isso que, em O Ódio à Democracia, eu relembrei al-guns princípios democráticos originários, como o fato, por exemplo, de que o verdadeiro governo democrático passa pelo sorteio e por mandatos extremamente curtos. É pre-ciso recolocar em primeiro plano todas as formas em que há um controle verdadeiro que o povo pode exercer sobre aqueles que falam em seu nome e que governam em seu nome.

O sr. fala de um governo que busca ter o controle so-bre a esfera pública. Como o povo pode garantir que o espaço público continue sendo um espaço de confl ito e de encontro?

Podemos imaginar formas de constituição que infelizmente não existem em lugar nenhum e que sejam fundadas sobre mandatos curtos, a revogabi-lidade dos eleitos, assembleias populares, controle dos eleitos na forma de sorteio. Há uma série de medidas constitucio-nais que permitem o exercício do poder efetivo do povo.

Como isso não existe hoje, devemos ir por outras vias, que passam pela existência de formas de discussão e de infor-mação que estejam separadas da esfera midiática ofi cial. Foi o que vimos nas diferentes manifestações pelo mundo, desde a Primavera Árabe até o movimento do 15 de Maio na Espanha, ou os movimentos que aconteceram na Grécia, na Turquia, no Brasil, nos quais, às vezes, partindo de deman-das específi cas, ou mais ou menos menores, como o caso do jardim em Istambul ou a questão do preço do transporte no Brasil, vimos acordar uma atividade popular autônoma.

Hoje há uma esperança para a democracia contanto que pos-sam existir formas de organi-zação que sejam a continuação desses movimentos, organiza-ções que sejam autônomas em relação à vida política tal como o Estado a organiza.

Uma melhora na distribui-ção de renda pode infl uenciar os argumentos de ódio?

O poder de todos não é sim-plesmente o alargamento, o desenvolvimento de uma classe média. Isso pode, por um tempo, favorecer as formas democráti-cas, mas não necessariamente, como costumam dizer: se há desenvolvimento econômico, há desenvolvimento de uma classe média e então há o de-senvolvimento da democracia. Não há evidências disso.

A democracia é o desenvol-vimento de toda uma série de intervenções políticas au-tônomas e isso não é pro-duzido automaticamente por determinadas formas do de-senvolvimento econômico nem de transformações de classes sociais. É muito bom que haja um alargamento da esfera da-queles que possuem a riqueza, mas esses alargamentos são, muito comumente, provisórios. O movimento é um pouco ao inverso, é à medida que há ins-

tâncias populares de controle que se pode esperar ter uma melhor distribuição de renda.

Em O Mestre Ignorante, o sr. já falava da igualdade que não deve ser um ob-jetivo da democracia, mas um ponto de partida. Como as noções que estavam ali infl uenciaram as ideias de O Ódio à Democracia?

O que está no centro de O Mestre Ignorante, e que tomei de Joseph Jacotot (1770-1840), é a ideia fundamental de que a igualdade não é um objetivo, mas um ponto de partida a verifi car, o que quer dizer que se deve agir na pressuposição de que falamos a iguais, de que agimos com iguais. Tentei de-senvolver isso à esfera política pública, dizendo que existe de-mocracia contanto que haja o reconhecimento de uma capa-cidade de pensar que pertence a todos, e que se opõe a toda capacidade de pensamento que seja especializada.

O que vemos hoje é o poder dos experts. A ideia da demo-cracia atualiza essa capacidade de todos. Isso não quer dizer que todos participem do governo, isso jamais aconteceu, mas sim que se busca organizar formas de vida coletiva fundadas sobre essa ideia de uma capacidade partilhada, diferente das lógi-cas tradicionais de partidos re-volucionários, de vanguarda, ou fundados na ciência. A política foi pensada como uma forma de governar os ignorantes, e na de-mocracia os que governam não são nem mais ignorantes nem mais sábios que os outros.

Existe uma relação entre a democracia como regime político e a literatura como regime da palavra, tal como aparece em alguns de seus

ensaios sobre literatura em La Parole Muette (a palavra muda, Hachette, 1998)?

Não há uma relação com-pletamente direta. O que eu tentei mostrar é que, na lite-ratura, como na democracia, há o poder de uma palavra que não é controlada, que não é a que vem de cima.

A democracia se funda num tipo de circulação da palavra, na possibilidade de que qualquer um possa se apropriar das pa-lavras que circulam, que possa fazer palavras de ordem para sua própria vida. A literatura no sentido moderno, e princi-palmente por meio do romance do século 19, se constitui pela supressão de toda hierarquia, do sistema tradicional de belles lettres que era fundado na ideia de uma hierarquia de temas, de estilos. Há literatura moderna a partir do momento em que não há mais temas que sejam interessantes e temas que não sejam interessantes, persona-gens que valem a pena e perso-nagens que não valem a pena; a revolução literária é isso.

Quando se tenta elaborar um verdadeiro poder do povo na política há a ideia de uma capacidade de qualquer um de sentir, de viver, que é o centro da literatura moderna e que está na origem dessa renova-ção das formas de literatura.

Quando trata de cinema, como em O Destino das Imagens e As Distâncias do Cinema (Contraponto, 2012), o sr. fala de uma política do amador. Essa política pode ser emprega-da em outras artes?

Acho que há uma especifi ci-dade do cinema porque é uma arte que nasceu tardiamente e que não conheceu as formas de organização hierárquicas. Não

havia academia de belo cinema como as academias de belles lettres e a academia de belas artes. Além disso, é uma arte que nasceu como uma curio-sidade, uma atração de feiras, então foi desde o começo um objeto não identifi cado. O que aconteceu é que o cinema foi tragado para a esfera da legiti-midade artística, e existe agora uma integração do cinema à cultura elitista e também à cultura universitária.

Quando falo de uma polí-tica de amador, falo de uma política que busca preservar essa espécie de indecisão do cinema, uma abertura a todo público possível. É claro que isso pode existir em todo tipo de arte, se pensarmos no que se passa na música, por exem-plo, há cada vez mais indeci-são, não se sabe bem o que é vanguarda, o que é popular. Nas artes da performance, do corpo, existe também um tipo de grande partilha entre arte legítima, arte de elite e arte popular.

Sim, é possível ter uma políti-ca de amador, porém ela não dá conta de artes ditas legítimas, as belas artes tradicionais. Mas sempre existiram tipos de apropriação selvagem, de políticas de amador. Há muitas exigências que pesam, mas creio que se pode manter em todos os domínios da arte uma política de amador no sentido de uma política de pessoas que não têm o conhecimento sobre as boas formas artísticas, que não têm o bom critério para julgar e assim por diante.

Apesar de tudo, a política do amador está em regressão, há uma espécie de tendência à legitimação em todas as artes, de apropriação universitária. Mas é preciso também lutar contra isso.

RAFAEL CAMPOS ROCHA| Deus, essa gostosa

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G7MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 G

5 A carta de Mindlin

Arquivo AbertoMEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

São Paulo, 1999

Conheci o senhor José na casa dele, quando fui lhe pedir que ajudasse na empreitada de montar um teatro de ópera de câmara de repertório em São Paulo. Ele e dona Guita me receberam como mais uma fi lha, com passeio à biblioteca e todo o carinho do mundo. Disse ao Mindlin que sua mu-lher se parecia com todas as mulheres da minha família, e ele confi rmou: “São farinhas eslavas do mesmo saco”.

Humor e acolhimento foram as impressões da tarde. Qual não foi meu espanto quando, algum tempo depois, recebi uma carta, literalmente de próprio punho, datada de 30 de agosto de 1999.

Nela falava não só do proje-to do teatro, mas comentava o livro “Balalaicas e Mandoli-nas” (Objetiva), sobre a minha estadia de quatro anos na Rússia – onde Mindlin tinha suas origens bem plantadas. Elogiava o livro, ressaltando “o senso de humor esfuziante e uma disposição para a aventu-ra que acho extraordinária”.

O que mais eu poderia fazer senão emoldurar a carta? Sá-bia decisão. Pois, numa tarde quente, abrindo a porta do es-critório, encontrei-o junto com o motorista tentando localizar o endereço de uma reunião. Aceitou o convite para um copo de água e aí foi minha vez de surpreendê-lo, quando viu sua carta pendurada como tela única acima da minha mesa de trabalho.

Dali em diante alguns en-contros só fi zeram aumentar minha admiração por aquele senhor tão simpático, culto e bem-humorado, que levou ao pé da letra o princípio de tudo fazer com alegria. Assisti ao lado dele e de dona Guita a um concerto da Filarmônica de Berlim, regida por Claudio Abbado. Somadas a música, o maestro, a orquestra e a companhia, foi uma noite ab-solutamente mágica.

Mais à frente, encontrei-me com ele na Sala São Paulo, sua

VIVIEN LANDO

JOEL SILVA/FOLHAPRESS visão já deixando a desejar. “Quem é?”, perguntou, meio sem graça. Respondi em russo e ele identifi cou na hora – res-pondendo também em russo. Tornou-se o nosso código.

Em 2004, no lançamento de “Uma Vida entre Livros” (Com-panhia das Letras), fui à noite de autógrafos. Um fotógrafo clicava o autor com os visi-tantes. No dia seguinte ele me ligou: “Você tem alguma foto de ontem?”, indagou humilde-mente, “fi quei sem nenhuma”. Enviei-lhe imediatamente.

Quando dona Guita morreu, com a mesma doçura com que viveu 68 anos ao lado do marido, pensei em telefonar, mas não consegui. Passaram-se alguns meses e, numa noite, sonhei com aquela senhora tão delicada, sentada em uma cadeira numa festa e sorrindo, feliz. Liguei para o senhor José a fi m de contar o sonho, já dando a interpretação: “Ela está bem!”. Ele agradeceu, choroso, e lamentou: “Ainda não consegui sonhar com ela”. Depois da viuvez, encontrei-me com ele somente uma vez, num evento. Elogiei a gravata colorida; ele sorriu, mas os olhos estavam outros.

A fi lha caçula do casal, So-nia, me contou que, para pou-pá-los, ele nunca se queixava dessa enorme perda com os fi lhos. De seu sofrimento, só tinham notícia os amigos. Isso ela me revelou quan-do estávamos, em março de 2010, numa última home-nagem a José Mindlin, que morrera havia duas semanas, em 28 de fevereiro. E onde o clima só poderia ser um: o da perda irreparável.

Mas, para não perder o fi o da nossa amizade russa, anos mais tarde soube que uma vi-zinha com quem eu mantinha ligações através de nossos gatos era neta do meu amigo. E também é a responsável por compilar um livro com mais de cem dedicatórias famosas dos livros que fazem parte da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin.

Em 8 de setembro passado, Lucia postou em uma rede social duas lindas fotos dela com o avô. Nesse dia, o que-rido senhor José completaria cem anos.

Bom te rever.Carta enviada por Mindlin a Vivien Lando, de 30 de agosto de 1999

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G8 MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

ImaginaçãoRESUMOTrecho de abertura do romance autobio-gráfi co do escritor alemão, autor de mais de 25 livros, traduzidos para 30 idiomas. A obra, publicada com o subtítulo “As Marcas do Nazismo e do Pós-Guerra na História de uma Família Alemã”, terá a primeira edi-ção no Brasil lançada pela Dublinense no mês que vem.

PROSA, POESIA E TRADUÇÃO

Ser levantado ao ar risos, júbilo, uma alegria irrestrita, essa sensação que acompanha a lembrança de uma vivência, de uma imagem, a primeira a me causar uma impressão marcante; com ela começa o meu autoconhecimento, a mi-nha memória: estou vindo do jardim para a cozinha, onde estão os adultos, minha mãe, meu pai, minha irmã. Eles estão ali parados e olham para mim. Devem ter dito algo, que não me lembro, talvez dê uma olha-da, ou devem ter perguntado consegue ver alguma coisa? E devem ter olhado para o armá-rio branco, um armário de vas-souras, como fi quei sabendo mais tarde. Lá, sobre o armário e isso me marcou como uma imagem, havia cabelos à vista, cabelos loiros. Atrás, alguém se escondia e, então, meu irmão apareceu e me levantou alto. Não consigo me lembrar do seu rosto, nem do que ele vestia, provavelmente uniforme, mas esta situação revela-se muito claramente: a forma como to-dos estavam me olhando, como eu descobri os cabelos loiros atrás do armário e, então, esse sentimento de ser levantado eu fl utuando no ar.

Essa é a única lembrança do meu irmão dezesseis anos mais velho, que, alguns meses mais tarde, no fi m de setem-bro, seria gravemente ferido na Ucrânia.

30.9.1943Meu querido pai,No dia 19 infelizmente fui

gravemente ferido por uma artilharia antitanque nas duas pernas, que agora tiveram que ser amputadas. A perna direita foi amputada abaixo do joelho e a perna esquerda acima da coxa Não sinto mais dores fortes Por favor, dê consolo pra mãe Em breve tudo vai terminar e em algumas sema-nas vou estar na Alemanha, daí você poderá me visitar Eu não fui imprudente.

Por enquanto é isso.Um abraço pra você, pra

mãe, pro Uwe e pra todos.Kurdel.

No dia 16 de outubro de 1943, às oito horas da noite, ele morreu no hospital de cam-panha 623.

Ele me acompanhou duran-te a minha infância, ausente e mesmo assim presente no luto da mãe, nas dúvidas do pai, nas insinuações feitas entre eles. Falavam sobre ele, relatando pequenas situações sempre semelhantes, que o apresentavam como alguém corajoso e honesto. Mesmo quando a conversa não era sobre ele, ele estava presen-te, mais presente que outros

mortos, através das histórias, fotos e comparações do meu pai que incluíam eu, o fi lho mais novo, o temporão.

Várias vezes tentei escrever sobre meu irmão, mas nunca passei das tentativas. Eu lia a sua correspondência escrita no front e o seu diário, que ele man-teve durante o tempo em que serviu na Rússia. Um pequeno caderno de capa em cinza-claro com a inscrição Notas.

Eu queria comparar os re-gistros do meu irmão com os diários de guerra da sua divi-são, a Divisão SS Totenkopf, para saber com mais precisão algo sobre ele e, talvez, mais informações com suas anota-ções. Mas toda a vez que eu começava a ler as cartas ou o diário, interrompia a leitura logo em seguida.

Um recuo temeroso, que eu já conhecia desde criança em um conto de fadas; a histó-ria do Cavaleiro Barba Azul. À noite, minha mãe lia os contos de fadas dos irmãos Grimm, muitos deles diversas vezes, entre eles o conto do Barba Azul, o único do qual eu nunca quis ouvir o fi m. Era muito assustador quando a mulher de Barba Azul deseja entrar no quarto trancado, apesar da proibição, depois do seu mari-do ter partido. Nessa parte, eu pedia para minha mãe que não lesse mais. Foi somente anos depois, quando já era adulto, que li o conto até o fi nal.

Ao abrir a porta, naquele instante, veio ao seu encontro uma corrente de sangue e pelas paredes viu as esposas mortas; de algumas restava somente o esqueleto. Assustou-se tanto que, de um golpe, fechou a por-ta, mas a chave se desprendeu e caiu no sangue. Pegou-a logo e quis limpar o sangue, mas era em vão, pois, quando havia limpado um lado, o sangue aparecia no outro (1).

Um outro motivo era a mãe. Enquanto ela vivesse, era im-possível para mim escrever sobre o meu irmão. Eu sabia antecipadamente o que ela te-ria respondido às minhas per-guntas. Os mortos devem ser deixados em paz. Foi somente quando minha irmã faleceu, a última que o conhecera, que estive livre para escrever sobre meu irmão, podendo fazer to-das as perguntas sem precisar dar satisfação a ninguém.

De vez em quando, sonho com meu irmão. Na maioria das vezes, são apenas fragmentos de sonhos, algumas imagens, situações ou palavras. Um des-ses sonhos deixou em mim uma impressão marcante.

Alguém quer entrar em casa. Um vulto está lá fora, escu-ro, sujo, enlameado. Eu quero pressionar a porta para mantê-la fechada. O vulto, que não tem rosto, tenta forçar a sua entrada. Com toda a força, eu me recosto contra a porta, empurro de volta esse homem sem rosto que, tenho certeza, é o meu irmão. Finalmente consigo fechar a porta e tran-cá-la. Mas seguro nas mãos, para o meu pavor, um áspero e esfarrapado casaco.

Meu irmão e eu.

1. Optou-se por fazer a própria tradução do trecho citado do conto Barba Azul, de Charles Perrault (nota dos tradutores).

6 À sombra do meu irmão

UWE TIMMTRADUÇÃO GERSON ROBERTO NEUMANNWILLIAN RADÜNZILUSTRAÇÃO JAN LIMPENS

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[email protected], DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 (92) 3090-1042 Plateia 3

Fãs ansiosas por show de Cristiano Araújo

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AÇÃO

Amazonas representado em olimpíada estudantilQuatro estudantes de Manaus estão classifi cados para as semifi nais do evento de língua portuguesa ‘Escrevendo o Futuro’

A Olimpíada de Língua Portuguesa “Escre-vendo o Futuro” foi criada em 2002, com

o objetivo de contribuir para a melhoria do ensino da leitura e escrita nas escolas públicas brasileiras. O evento premia as categorias “Poema”, “Me-mórias Literárias”, “Crônica” e “Artigo de Opinião”. Neste ano acontece a 4ª edição da olimpíada e a Região Nor-te conseguiu classifi car nove estudantes para as semifi nais em todas as categorias.

Na categoria “Po-ema”, que

contempla estudantes do 5° e 6° ano do ensino fundamental, o Amazonas tem dois repre-sentantes: Saimon da Silva e da Costa, da cidade de Borba, e Caio Henrique Ferreira de Aguiar, de Manaus.

Caio, de 11 anos, foi sele-cionado por meio da escola estadual Libertador Simón Bolívar que se inscreveu na competição no começo do ano. “Todo ano nos inscrevemos, mas nunca tínhamos sido se-lecionados. O ano de 2014 tem sido especial para nós. Primei-ro, conseguimos um aumento no Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb), e agora temos o Caio que se classifi cou. É maravilhoso”, declara a diretora do Simón

Bolívar, Eliane Chaves.O poema de Caio, intitulado

“No Amazonas é Assim...”, tem 36 versos que detalham a cul-tura da região, destacando o “amazonês”, o clima, a fauna e a fl ora. Segundo a professora Conceição Costa, o trabalho de construção dos poemas passou por várias etapas e mais de 80 alunos foram ava-liados. “O tema deste ano foi ‘O lugar onde vivo’, então realizamos várias etapas onde fi zemos os alunos pesquisarem sobre a nossa região an-tes de comporem os poemas. Eles se mostraram bem parti-

cipativos com as tarefas e o Caio foi um dos alunos que mais se destacaram”,diz a professora.

Como semifi nalista, ago-ra Caio precisa passar pela comissão julgadora regional, que vai acontecer na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, no dia 28 de outubro, para poder ir para a fi nal, em

novembro. Apesar dos 11 anos, o estu-

dante demons-tra confi ança na vitória. “Gostei muito de fazer o poe-

ma e acredi-to que pos-sa ir para a

fi nal. Estou r e c e b e n d o

muito apoio da minha família e

dos professores”, conta.Na categoria “Memórias

Literárias”, onde participam alunos do 7° e 8° ano, o Ama-zonas classifi cou três estu-dantes para as semifi nais. Em Manaus, o contemplado foi o aluno Arsênio Hatusilis César de Carvalho Filho, da Escola Professora Leonor Santiago Mourão. No interior, os municí-pios de Boca do Acre e Careiro da Várzea se destacaram com os alunos Ester Pereira Lima e Sulamita Pinheiro dos Santos. Eles viajarão a Maceió, no Estado de Alagoas, para par-ticipar da comissão regional no dia 3 de novembro.

Em “Crônica”, Manaus se destacou classifi cando os dois competidores da cate-goria na região. Os seleciona-dos são as estudantes Andrea dos Santos Moraes e Rebeca Ramos de Melo, das escolas estaduais Professora Ondina

de Paula Ribeiro e

Homero de Miranda Leão. As amazonenses terão de pas-sar pela comissão regional, que acontece no dia 10 de novembro em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Na última categoria, “Artigo de Opinião”, o interior do Esta-do classifi cou dois estudantes pelos municípios de Parintins e Eirunepé. Os semifi nalistas são Ademário Nogueira dos Santos Neto e Éldia Raynne dos Santos Cardoso, das esco-las estaduais Nossa Senhora das Dores e Senador João Bosco. Elas vão participar da comissão julgadora regional em Brasília, no dia 17.

Os vencedores da 4ª edi-ção da Olimpíada de Língua Portuguesa “Escrevendo o Futuro” serão conhecidos no dia 28 de novembro, no fi m da comissão julgadora nacio-nal. No dia 1º de dezembro será realizado o evento de premiação e festa fi nal.

O poema de Caio chama-se “No Amazonas

é Assim...” e tem 36 versos

O estudante Caio Henrique

Aguiar participa

da categoria “Poema”

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SÉRGIO VICTOREspecial EM TEMPO

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C2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

. A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) promove, a partir do próximo dia 29, o 4º Congresso de Odontologia da instituição.

. A abertura do evento será realizada às 18h, na Escola Superior de Ciências da Saúde da UEA. Inscrições pelo site:www.semanaodontouea.com.br.

. Com o tema “Odontologia: conhecer e inovar para integrar”, o evento tem o objetivo de atualizar acadêmicos e profi ssionais do Amazonas e de outros Estados, por meio da integração de novos conceitos e práticas odontológicas da atualidade. A expectativa é que o evento reúna cerca de 700 participantes entre acadêmicos e cirurgiões-dentistas do Amazonas e da Região Norte.

>> Congresso

. Em Roma, a Bulgari comemo-ra 130 anos da marca com a sua primeira exposi-ção fi xa.

. Na histórica loja da via Condotti, a joalheira recebeu, na quinta-feira, para todo sempre, a “Heritage Collection”, retrospectiva – composta por joias, croquis e fotografi as - que já viajou o mundo. Em conjunto, a loja inaugura o espaço DOMVS (“casa” em latim), que irá hospedar a mostra.

. O primeiro tema exposto será “Roman Heritage”, que traz um colar com três moedas romanas com o rosto de Nero em prata, ouro e bronze de de 54-68 d.C, outro de Elizabeth Taylor com safi ra octogonal de 50 quilates que lembra o teto da Basílica di Massenzio, um broche de rubi e brilhantes que foi criado nos anos 50 com linhas que remetem a Piazza del Campidoglioe e pertenceu a Anna Magnani, mais um colar da década de 90 com um mapa do castelo Sant’Angelo rodeado por esmeraldas, ametistas e brilhantes. Além disso, estarão à mostra fotos de Sophia Loren, Ingrid Bergman e Anita Eckberg, entre outras divas que também foram clientes da Bulgari. Em tempo: o DOMVS também receberá eventos culturais, performances e obras de arte.

>> Mariage

. Se você faz parte do grupo de pessoas que tem um verdadeiro pa-vor de perder a mala de viagem, atenção para esta dica. Já existe no mercado uma mala de viagem

inteligente que poderá – entre outras coisas- dar a sua localização exata. Tipo coisa de James Bond!

. Chamada de BlueSmart, a mala – que funciona com a ajuda de um aplicativo para smartphone – pode ser aberta ou fechada a distancia, pode ser rastreada e ainda poderá

avisar ao seu dono caso seja tirada de perto dele. E tem mais. A mala será capaz de fornecer dados como, quilômetros percorridos, aeroportos visitados.

>> Objeto de desejo

. Em Roma, a Bulgari comemo-

. Na histórica loja da via Condotti, a joalheira recebeu, na quinta-feira, para todo

. Em Roma, a

loja da via Condotti, a joalheira recebeu, na quinta-feira, para todo

avisar ao seu dono caso seja tirada de perto dele. E tem mais. A mala será capaz de fornecer dados como, quilômetros percorridos, aeroportos visitados.

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

A chic Florência Ayub em noite de fes-ta no high society

. O governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), realiza entre os dias 3 e 7 de novembro, o 6º Festival Amazonas de Dança.

. O evento, o mais importante do gênero na Região Norte e um dos mais infl uentes do país, reunirá em Manaus, profi s-sionais, bailarinos, técnicos, produtores e diretores para uma série de 25 eventos gratuitos, entre espetáculos, ofi cinas e a programação especial para artistas do interior do Estado.

. O Teatro da Instalação (rua Frei José dos Inocentes, s/nº, Centro) é o local escolhido para as apresentações da Mostra Paralela e também de abertura das apresentações do festival na tarde do dia 5 de novembro. Serão dois espetáculos diários na quarta (5) e quinta-feira (6), sempre a partir das 16h. No Teatro Amazonas acontecerá a Mostra Principal do festival nos dias 5, 6 e 7 de novembro, a partir das 20h.

>> Sapatilhas

. Tem casamento no society no próximo fi nal de semana.

. Casam-se Bruno Morga-do Montenegro e Kênia Nal-trodt, com cerimônia e ato civil no sítio ‘Mata Bicho’, no dia 1º de novembro.

. Os noivos recepcionarão os convidados durante almoço. O noivo é neto de Ana Simões Montenegro, figura querida no high de Manaus.

O prefeito Arthur Neto e a primeira-dama Goreth do Carmo Ribeiro, aplaudindo o Boi Manaus 2014, que movimentou a cidade dentro da sen-sacional programação de aniversário de Manaus

O secretário Márcio Noronha, Dessana Oliveira e David Reis, na superfesta que a prefeitura coor-denou, com grande programação, comemorando o aniversário da Cidade de Manaus

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. Se você faz parte do grupo de pessoas que tem um verdadeiro pa-vor de perder a mala de viagem, atenção para esta dica. Já existe no mercado uma mala de viagem

inteligente que poderá – entre outras coisas- dar a sua localização exata. Tipo coisa de James Bond!

. Chamada de BlueSmart, a mala – que funciona com a ajuda de um aplicativo para smartphone – pode ser aberta ou fechada a distancia, pode ser rastreada e ainda poderá

avisar ao seu dono caso seja

>> Objeto de desejo

avisar ao seu dono caso seja tirada de perto dele. E tem mais. A mala será capaz de fornecer dados como, quilômetros percorridos, aeroportos visitados.

>> Exposição Bulgari

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. Tem casamento no society no

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C3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Cantor Cristiano Araújo movimenta fã-clubes locaisAdmiradoras do artista sertanejo se organizam para tentar ver de perto o ídolo, que se apresenta na cidade pela primeira vez em novembro

Ele é conhecido por ser o “causador de efeitos” na vida e no coração de suas fãs.

Prestes a se apresentar pela primeira vez em Manaus, o cantor Cristiano Araújo, uma das revelações do sertanejo da atualidade, está motivan-do os fã-clubes a prepararem surpresas inesquecíveis para o dia do show que ele fará na capital amazonense.

Um fã-clube formado por 17 adolescentes e mulheres com idade entre 16 e 32 anos está movimentando as redes sociais com uma campanha. As integrantes do fã-clube “Caso Indefini-do” pedem insistentemen-te para a organizadora do evento, Bete Dezembro, que elas possam ter acesso ao camarim do artista.

Cristiano Araújo se apre-senta no dia 8 de novembro, no Diamond Convention Cen-ter, na festa “Balada Serta-neja”, promovida pela Fábrica de Eventos.

Com a hashtag #FcCasoIn-defi nidoNoCamarim, a pre-sidente do fã-clube, a estu-dante Amanda Oliveira, 17, está “causando” com suas amigas na rede social Insta-gram. Segundo a estudante, todas estão unidas por um mesmo propósito: o sonho de ver de perto o ídolo Cristiano Araújo. O curioso é que o fã-clube foi formado recen-temente. Desde a fundação, no último dia 14, as 17 inte-grantes têm se comunicado através de um grupo criado no WhatsApp, onde trocam “fi gurinhas” sobre o artista e também fazem os acertos para as ações programadas para o dia do show.

“Queríamos fazer algo para demonstrar o amor de Ma-naus por Cristiano Araújo. Como é a primeira vez que ele vem aqui, daí juntou a ideia de que o fã-clube não seja apenas a reunião para estar no show e, sim, um show de realização de sonhos”, diz Kellen Guedes, membro do “Caso Indefi nido”.

O nome surgiu a partir do título de uma canção de Cris-tiano Araújo, que segundo elas faz muito sucesso e é uma das preferidas de todo o fã-clube. “Além de todas nós termos um caso indefi nido de amor com o Cris”, destaca Pâmela Eduarda.

Várias ações foram pensa-das para a chegada do ídolo a Manaus. Camisas, faixas, pre-sentes entre outras surpresas estão sendo preparadas por essas 17 fãs, unidas em busca de realizar o mesmo sonho.

“Os anjos tocam harpas, mas o nosso simplesmente canta e causa efeitos, porque o Cristiano Araújo também é conhecido como Cris, cau-sador de efeitos e nariz de batata”, brinca Amanda.

PresentesCom o fã-clube existente

há mais de um ano, as me-ninas do “Deixa Eu te Amar” também estão unidas pelo mesmo objetivo, que é ver de perto o ídolo. Formado por apenas cinco integrantes, o fã-clube aposta em presen-tes que farão Cristiano Araújo jamais esquecer a cidade de Manaus.

“Já mandei confeccionar

camisas, mas, além disso, queremos entregar para ele algo que o surpreenda, já que ele nunca veio aqui. Pensa-mos em algo especial que o fará lembrar sempre de Manaus e, principalmente, do nosso fã-clube”, diz a presidente do “Deixa Eu te Amar”, a estudante Girlene Serrão, 19.

Ela e a amiga Luana Amo-rim, que é a vice-presidente do grupo, começaram a se organizar desde o momento do anúncio do show do artis-ta na cidade. Ambas sempre gostaram de música serta-neja e se apaixonaram por Cristiano Araújo depois de ouvir uma música do cantor, quando estavam passeando num shopping.

As fãs estão contando os dias para realizar o sonho de ver de perto, pela primei-ra vez, aquele que, segundo elas, é o maior causador de efeitos do Brasil.

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SERVIÇO“BALADA SERTA-NEJA”, COM CRIS-TIANO ARAÚJO

Onde

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Pontos de Venda

Centrais de Venda

Diamond Conven-tion Center

Pista 1º lote - R$ 70 (meia entrada) em 3x no cartão

Óticas Veja, Mind’s, Sinhazinha.com, Bar Chopp Brahma e Loja Rommanel do Shopping Ponta NegraCamarote VIP com open bar - R$ 150 (meia-entrada) em 3x no cartão - Open bar até o fi nal do show - cerveja Brahma, água, refrige-rante, caipirinha, caipiroska e chope Brahma. Entrada diferenciada, banheiros exclu-sivos, ambiente climatizado

estande da Fá-brica de Eventos no Amazonas Shopping e Loja Shopping Cidade Leste

SUCESSOUma das revelações do sertanejo da atuali-dade, Cristiano Araújo será a atração princi-pal da festa “Balada Sertaneja”, marcada para o dia 8 de novembro, no Diamond Convention Center

Girlene Serrão é presidente de um fã-clube local e uma das admiradoras ansiosas

pelo show do cantor

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RESENHA

PERFIL

Emir Fadul, Radialista da Rádio EM TEMPO

A banda carioca Ma-tanza foi formada em 1996 e, perto de completar 20 anos

de carreira, promete ser o destaque musical de 2015. Sua música é uma mistura de hardcore punk, country e he-avy metal, formando assim o gênero que a mídia intitulou de “countrycore”. A banda é for-mada atualmente por Jimmy London nos vocais, Donida na guitarra, China no baixo, Jonas na bateria e em shows a participação de Maurício Nogueira na outra guitarra.

Neste momento a ban-da está reunida compondo, ensaiando e gravando as músicas que irão fazer par-te do sétimo álbum, ainda sem título, a ser lançado em 2015. O Matanza concebeu verdadeiros clássicos do rock nacional como “Eu não gos-to de ninguém”, “Ela roubou meu caminhão”, “Clube dos canalhas”, “A arte do insulto” e tantos outros. Desta vez, a novidade é a participação dos dois guitarristas do grupo, Donida e Maurício Nogueira, no processo de composição

e gravação. A ideia é deixar as músicas de estúdio bem pa-recidas com as executadas em shows, onde per-cebe-se as guitar-ras fritarem, além da performance no palco inconfundível. A banda disponibili-zou um clipe de ensaio com pouco mais que 1 minuto no seu canal do YouTube, atra-vés do link www.youtube.com/channel/matanza, onde exis-tem também, outros clipes fantásticos dos cariocas.

Analisando a sonoridade, continua impecável e cons-tante, regado sempre a mui-tos rifes de guitarras, que é sua característica principal, aliada a voz inconfundível e pesada do Jimmy. O cara continua com a mesma voz do início da banda, isso é fantástico para os fãs perce-berem a identidade da banda “countrycore” com a firmeza dos gritos e rifes de duas gui-tarras. A vocal é algo marcan-te no Matanza, apesar de o

uso de “palavrões” ser também outra marca regis-trada do grandalhão vickin! O mais impressionante é a ma-nutenção do estilo raiz, sem precisar fazer “adaptações” a novas tendências ou utilizar tecnologias e samplers para atingir o ápice da viagem musical, o “feijão com arroz” do Matanza já rende um des-taque no cenário nacional e curioso que, por onde se apre-senta arrebata mais fãs e se-guidores, aparecendo como a resistência do rock nacional. Isso é fabuloso, contaria nos dedos as bandas nacionais e internacionais que ainda mantêm seu estilo original, aliás não completa nem uma mão! Quem vai a um show do Matanza, jamais esquece ou

se arrepen-de. A banda chega a tocar

quase 2h direto, sem interva-los para descanso, ou solos in-termináveis como estratégia para ganhar tempo. É “pau na orelha” do início ao fim, quem olha a banda destacada pelo aparência inusitada do front-man, Jimmy, percebe que ele faz o que gosta e dá muito valor para a receptividade do seu público. Este show é daqueles que você tem que ir antes de morrer.

Estou ansioso para “degus-tar” este novo álbum que pro-mete ser o destaque de 2015 e, quem sabe, reascender a “fogueira” do rock nacional. Para os fãs segue o site da banda com maiores detalhes sobre o lançamento de 2015 e a agenda de shows, www.matanza.com.br.

A novidade é a participa-ção dos dois guitarristas do grupo no processo de composição e gravação. A ideia é deixar as músicas de estúdio pare-cidas com as executadas em shows”

Ensaios a todo vapor no Matanza

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Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoAté o momentoTudo na Record, por en-

quanto, tem recebido es-tudos minuciosos, naqui-lo que diz respeito a sua programação do ano que vem. Uma coisa é certa. Há o desejo de tirar do ar ou reformular o que não está funcionando à altura.

É por aí...Que entra o “Programa da

Tarde”. Do jeito que é, ele não voltará no ano que vem. Há o desejo , inclusive, de acabar com a “ação entre amigos” que existe na atualidade.

Calma nessa horaNão será nenhuma sur-

presa se a Rede TV! deixar para 2015 o lançamento do seu programa de games, ini-cialmente anunciado para novembro. A intenção é fazer uma coisa bem feita e que venha a atender este mer-cado de uma forma bem po-sitiva. Especialistas na área serão chamados para cola-borar na sua confecção.

É bom entenderNeste domingo de elei-

ções, os resultados só se-rão divulgados a partir das 8 da noite, em regiões com o horário de verão em curso. A diferença do Acre em relação a Brasília é de 3 horas.

A propósito...É preciso destacar a habi-

lidade dos programadores das nossas TVs. Todos fo-ram levados a muitos cál-culos para ajustar horário de verão, os fusos exis-tentes e a obrigatoriedade da propaganda política nos últimos dias. No fi m, deu tudo certo.

Está confi rmadoDepois de fazer segre-

do, Walcyr Carrasco abriu que Reynaldo Gianecchini está mesmo confi rmado no elenco de “Verdades Secretas”, título provisó-rio da sua próxima nove-la. Aliás, em entrevista ao Amaury Junior ele revelou que pela primeira vez a Globo concordou em re-ceber uma sinopse falada. Nada, por uma questão de

absoluto segredo, existe de escrito.

A grande surpresaEm todas as suas mani-

festações sobre este seu próximo trabalho, Walcyr Carrasco tem destacado a escalação de Deborah Secco escolhida pessoal-mente por ele para um papel diferente de tudo que ela fez até agora. É a sua grande aposta.

Assim sim...Mas assim também não.

Por que a direção do progra-ma não segura um pouco a insistência da Claudia Leit-te em se tornar uma fi gura pitoresca no “The Voice Bra-sil”? É o tempo todo carre-gando no tipo e distribuindo caretas. Qual é a verdadeira razão daquilo?

Juntos novamenteFlavinha e Djalma, Fer-

nanda de Freitas e Otávio Muller em “Tapas & Beijos”, na Globo, voltarão às boas no episódio da próxima ter-ça-feira. Eles irão reatar e voltar a morar juntos. Enquanto isso, continua o mistério no programa: um de seus importantes perso-nagens vai morrer ao fi nal desta temporada.

Bate-rebate• O telefi lme “Didi e o segre-

do dos anjos” também já tem lugar assegurado na progra-mação especial da Globo em dezembro.

• Gaby Amarantos, Os Tra-vessos, Calypso e Skank tam-bém se garantiram na próxima edição do “Show da virada” na Globo...

• ... A gravação do especial acontecerá nos dias 25 e 26 de novembro no Citibank Hall em São Paulo, com direção-geral de Luiz Gleiser.

• O Globo News, como aconteceu no primeiro tur-no, promete uma cobertura intensa das eleições deste domingo...

• ... O início dos trabalhos está previsto para as primei-ras horas da manhã por oca-sião do início das votações...

• ... Foi também armado um esquema especial para o acompanhamento dos princi-pais candidatos.

SBT desiste da sua segunda novela

O SBT botou o pé no freio com rela-ção a novos programas ou projetos de qualquer espécie na sua linha de produ-ção. Tudo continuará exatamente como está até segunda ordem, cuja tradução signifi ca que todos os planos anuncia-dos para o fi nal deste ano ou começo do próximo foram temporariamente suspensos. Por aí se inclua o desejar de abrir o segundo horário de novelas, porque o momento exige cautela.

GLOBO

Pessoal do elenco da Globo está tentando entender por que Tarcísio Meira não é cha-mado para novos trabalhos. Depois de “Saramandaia”, encerrada em setembro de 2013, ele não fez mais nada. Por conta desse esquecimen-to, Tarcisio aproveita o tempo para levar a vida de fazendei-ro. É mais um caso da série “esqueceram de mim”.

C’est fi ni

REGI

GILMAL

ELVIS

MARIO ADOLFO

Na semana passada o espetáculo teatral “A Estrada” de e por Douglas Rodrigues ganhou diversos prêmios no Festival de Teatro da Amazônia dentre eles o de melhor espetáculo, diretor e atriz. Encenado pela Cia. Arte & Fato o espe-táculo buscava refl etir sobre os impactos gerados pela construção da BR-174 aos povos e comunidades tradicionais sobre-tudo e especialmente, aos indígenas e, mais ainda, aos waimiri-atroari.

De fato estamos diante de um enredo rico, coberto de histórias signifi cativas e emblemáticas sobre a região. Sabemos que a construção das rodovias e estradas, assim como das hidrelétricas, é mais um dos trágicos capítulos da história ama-zônica, inculcadas e mantidas ao longo dos séculos pelos administradores da região. Desde os impropérios cometidos pelo Marquês de Pombal até as mega-lomanias sanguinolentas e arbitrárias dos projetos da ditadura militar com vistas ao desenvolvimento da Amazônia e impulsionadas pelo milagre econômico geraram inúmeros refl exos negativos aos nativos da região, como bem citamos acima, numa época em que vivíamos sob a égide da “enfi nge” onde a Amazônia nada mais era do que um grande mistério a ser desvendado.

Uma região que não merecia um estu-do aprofundado: bastava compreendê-la como um espaço “inabitado”, de gente “primitiva” que precisava se “desenvol-ver”, ideias de um evolucionismo bárba-ro e típico de então. Mas enganam-se aqueles que acreditam termos superado o problema. Apesar dos inúmeros avan-ços científi cos para a compreensão do universo amazônico, estes ainda confi -nam-se nas universidades e em alguns poucos empreendimentos externos à esta, somam-se a isto a força da mídia que insiste em disseminar estigmas ao invés de compreender o seu formato e suas estratégias de vida, assim como a ausência de políticas para a região por meio de um projeto equilibrado de nação, pensadas de dentro pra fora respeitando os valores e processos de suas gentes.

Mas tudo isto passa ao largo da mon-tagem da Cia. Arte & Fato e este bem que poderia ser dirigido por um paulistano, um norte-americano ou um chinês. Para começar, a própria poesia da peça, a BR-174 e o contexto de sua construção foram reduzidos no texto a velha fórmula do branco mau e do bom selvagem, embora saibamos que todo processo de coloniza-ção é sempre violento, física e simbolica-mente. Personagens importantes como o líder Maroaga e a polêmica envolvendo o assassinato do padre Carelli foram mais uma vez intimidados pelo discurso do civilizador e civilizado explicitados na peça como um susto: a prostituta vinda da rua Augusta e seu companheiro de terno e o sadomasoquismo dos “bran-cos maus” tomado chá ao assistirem os “primitivos” se divertindo ao som das Bachianas n° 5 numa cena à la Herzog. Não que se pretenda aqui estimular um historicismo barato, mas negar aspectos ricos que somariam a dramaturgia é tão leviano quanto. A própria direção optou, acreditamos, por encenar mais do que contracenar e quando se encena tudo vira discurso, e este déja vu da peça (o do civilizador versus civilizado) já nos deu provas fantásticas de sua experiência, basta citar o conjunto das peças indígenas de Márcio Souza logo, o tom foi exaltado, quase um grito inaudível.

Ao elenco ficam aqui as boas per-formances de Fagner Coêlho e Keila Gomes que se esforçaram em dar veracidade aos papeis, ainda que foram atrapalhados pela encenação e o excesso de didatismo. Talvez a busca da cumplicidade os trouxesse maiores e melhores resultados assim como um texto à altura de seus ta-lentos. Vivas também a cenografia, com exceção da parede de palhas absolutamente decorativa.

No mais, a Cia. Arte & Fato é um grupo de resultados e não se pode negar o compromisso com suas per-formances, mas ainda lhes falta certa maturidade para além da fogueira das vaidades.

Márcio [email protected]

Márcio Brazator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural

A própria poesia da peça, a BR-174 e o contexto de sua construção foram reduzidos no texto a velha fórmula do branco mau e do bom selvagem”

Uma longa estrada

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C6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

GLOBO

Programação de TV VWVW SBT

4h Santo Culto em Seu Lar4h30 Desenhos Bíblicos6h Desenhos Bíblicos7h30 Record Kids - Pica Pau8h Amazonas dá Sorte9h Domingo Show13h15 Hora do Faro16h55 Domingo Espetacular20h15 A Fazenda21h45 Tela Máxima – “Garotas Show

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Um decisivo apoio para seu trabalho pode aparecer de modo imperceptível. Não conte com as coisas aparentes, mas com forças que o apóiam sem de fato aparecer aos olhos.

TOURO - 20/4 a 20/5 O entendimento verdadeiro com a pessoa amada, assim como com associados, vem de algo sutil: a convergência das energias pessoais numa mesma direção.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Momento oportuno para todo tipo de renova-ção e eliminação que se faça necessária. Esse processo renovador pode ocorrer para além de seu controle ou intenção.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Forças invisíveis operam nas relações afetivas, revelando conteúdos inesperados. Não que deva esperar algo ruim, mas algo bastante diferente, não obstante, mais verdadeiro.

LEÃO - 23/7 a 22/8 As pequenas mudanças em sua casa podem abrir espaços maiores. O conforto material pode melhorar, desde que se disponha a mexer em coisas que estavam estagnadas.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 As relações amorosas e sociais podem hoje viver uma transformação signifi cativa e benéfi ca. Momento de abandonar velhos dogmas para ser mais sincero com as pessoas.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Plutão em bom aspecto com o Sol indicam capacidade para capitalizar recursos e reunir a força de várias pessoas em suas mãos. Faça bom uso você fará de todo esse potencial.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 A aproximação às pessoas pode revelar aspec-tos de sua personalidade. Em parte isso pode ser perturbador, por outro lado você poderá estar se renovando em seu jeito de ser.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você está mais disposto a se relacionar com as pessoas. Não é hora de se esconder, mas de se aproximar, de maneira confi ante, daquelas pessoas que lhe são signifi cativas.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Um sentimento de liberdade e plenitude tende a nascer. Momento de contatar e reafi rmar antigas propostas de vida que, de algum modo, sempre foram seus faróis orientadores.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Momento positivo para lidar com aspectos complicados e intrincados da profi ssão. As difi culdades poderão ser superadas, de modo mágico, obtendo um êxito especial.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Sonhos e projetos realmente novos podem acontecer agora. Não é a aparência que conta, mas o conteúdo. O que você necessita pode estar sob aparência insignifi cante.

Cruzadinhas

BAND

Cinema

5h Tartarugas Ninja

6h Infomercial

6h30 Tudo Azul

7h30 Infomercial

9h35 Minúsculos

9h45 infomercial

10h45 Verdade e Vida

11h Irmão Caminhoneiro

11h05 Pé na Estrada

11h35 Porsche Cup

12h45 Band Esporte Clube

14h Sessão Livre

16h Band Eleições

20h25 Pânico na Band

23h10 Canal Livre

0h15 Show Business -

reapresentação

1h05 Power Rangers

1h40 Ei Arnold!

2h Igreja Universal

Fúria: EUA-FRA. 16 anos. Cinemark 2 – 16h20, 21h15 (dub/somente segunda-feira, terça-feira e quarta-feira), Cinemark 8 – 13h (dub/somente sábado e domingo), 15h20, 17h40, 20h, 22h20 (dub/exceto segunda-feira, terça-feira e quarta-feira); Cinépolis Ponta Negra 2 – 19h20 (leg/diariamente); Kinoplex 1 – 16h15, 20h45 (dub/diariamente).

O Juiz: EUA. 12 anos. Cinemark 1 – 20h30 (dub/exceto quarta-feira), 22h15 (dub/somente quarta-feira); Cinépolis Mil-lennium 6 – 18h20, 21h20 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 20h20 (leg/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 22h05 (leg/diaria-mente), Cinépolis Ponta Negra 10 – 19h35 (leg/diariamente).

Festa No Céu: EUA. 10 anos. Cinemark 1 – 11h30 (dub/somente sábado), 13h50 (dub/exceto domingo), 16h (dub/diaria-mente), 18h10 (dub/exceto quarta-feira); Cinépolis Millennium 1 – 15h, 17h10, 19h30 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Millennium 6 – 14h, 16h10 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 14h30, 16h40 (3D/dub/diaria-mente), Cinépolis Plaza 8 – 14h45, 17h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra

1 – 15h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 13h20 (3D/dub/somente sábado e domingo), 15h40, 18h (3D/dub/diariamente), Kinoplex 3 – 15h, 17h (3D/dub/diariamente), 13 (3D/dub/somente sábado e domingo).

Na Quebrada: BRA. 14 anos. Cinemark 2 – 11h45 (somente sábado e domingo), 14h, 18h40 (diariamente), 23h45 (somente sábado); Cinépolis Millennium 3 – 14h50, 17h (diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 19h10, 21h20 (diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 14h50, 17h15 (diariamente).

Um Amor de Vizinha: EUA. 12 anos. Playarte 2 – 16h50, 18h50, 20h50 (leg/dia-riamente), 22h50 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Trash – A Esperança Vem do Lixo: BRA-ING. 14 anos. Cinépolis Millennium 7 – 14h20, 16h50 (diariamente); Cinépo-lis Ponta Negra 3 – 18h50 (diariamente); Playarte 8 – 13h20, 15h40 (diariamente).

Anabelle: EUA. 14 anos. Cinemark 6 – 13h45, 16h10, 18h50, 21h30 (dub/ex-ceto segunda-feira, terça-feira e quarta-feira), Cinemark 8 – 13h45, 16h10, 18h50, 21h30 (dub/somente segunda-feira, terça-

feira e quarta-feira); Cinépolis Millennium 4 – 15h20, 17h50, 20h, 22h15 (leg/diaria-mente); Cinépolis Plaza 4 – 16h07, 20h, 22h15 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 5 – 15h20, 17h40, 20h, 22h15 (dub/diaria-mente); Kinoplex 5 – 14h10, 16h25, 18h45, 21h (dub/diariamente).

O Candidato Honesto: BRA. 14 anos. Cinemark 2 – 16h20, 21h15 (exceto segunda-feira, terça-feira e quarta-feira), Cinemark 5 – 12h40 (somente sábado e domingo), 15h, 17h20, 19h45, 22h10 (diariamen-te); Cinépolis Millennium 2 – 15h40, 18h, 20h20 (diariamente), Cinépolis Millennium 7 – 19h20, 21h40 (diariamente); Cinépolis Plaza 4 – 14h25, 16h50 (diariamente), Cinépolis Plaza 7 – 15h40, 17h55, 20h15, 22h30 (diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 16h05, 21h45 (diariamente), Cinépolis Ponta Negra 6 – 15h30, 18h30, 20h55 (diariamente); Kinoplex 1 – 14h, 18h35 (diariamente), Kinoplex 2 – 13h30, 15h50, 18h05, 20h25 (diariamente); Playarte 5 – 12h50, 14h55, 17h05, 19h10, 21h20 (diariamente), 23h30 (somente sexta-fei-ra e sábado), Playrte 8 – 18h10, 20h25 (diariamente), 22h35 (somente sexta-feira

e sábado).A Lenda de Oz: EUA. 18 anos. Cinemark

3 – 12h30 (dub/somente sábado e domingo), 14h50, 17h05 (dub/diariamente); Playarte 1 – 12h20 (3D/dub/diariamente).

A Bela e a Fera: FRA. 12 anos. Playarte 3 – 13h15, 15h35, 17h55, 20h10 (dub/dia-riamente), 22h25 (dub/somente sexta-feira e sábado).

O Protetor: EUA. 14 anos. Playarte 9 – 15h25, 20h30 (dub/diariamente), 23h05 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Livrai-nos do Mal: EUA. 14 anos. Playarte 7 – 13h30, 15h50, 18h15, 20h35 (dub/dia-riamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

O Doador de Memórias: EUA. 12 anos. Playarte 10 – 13h25, 15h25, 17h25, 19h25, 21h25 (dub/diariamente), 23h25 (dub/so-mente sexta-feira e sábado).

Anjos da Lei 2: EUA. 14 anos. Playarte 9 – 13h, 18h05 (dub/diariamente).

O Que Será de Nozes?: EUA. Livre. O Que Será de Nozes?: EUA. Livre. Playarte 2 – 13h, 14h55 (dub/diariamente).

ESTREIAS

CONTINUAÇÕES

O Apocalipse: EUA. 12 anos. Adaptação de uma das mais impressionantes profecias da Bíblia, “O Apocalipse” narra os últimos dias na Terra após o arreba-tamento. Em uma interpretação dos eventos descritos na Bíblia Sagrada, a trama acompanha a história de um pequeno grupo de sobreviventes que é deixado para trás junto com milhões de outras pessoas após uma parte da população da Terra desaparecer repentinamente. Investigando as causas desse evento, o jornalista Buck Williams (Chad Michael Murray) cruza o caminho do piloto de aviões Rayford Steele (Nicolas Cage) e de sua fi lha Chloe Steele (Cassi Thomson). Eles terão a ajuda do pastor Bruce Barnes (Lance E. Nichols) para entender o que está acon-tecendo enquanto o mundo entra em colapso, iniciando uma nova era de caos e confl itos. Cinépolis Millennium 1 – 21h55 (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 3 – 19h10, 21h35 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 18h50, 21h15 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h, 19h25 (dub/diariamente), 16h35, 21h55 (leg/diariamente); Kinoplex 3 – 19h, 21h10 (dub/diariamente); Cinemark 3 – 19h10, 21h45 (dub/diariamente); Playarte 4 – 13h20, 15h40, 18h, 20h20 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

6h Brasil Caminhoneiro

6h30 Planeta Turismo

7h30 Vrum

8h Mundo Pet

8h45 Chaves

10h Domingo Legal

14h Eliana

18h Roda a Roda Jequiti

18h45 Sorteio da Tele Sena

19h Programa Silvio Santos

23h Especial Eleições 2014

23h30 De Frente com Gabi

0h30 Nikita

1h15 Rizzoli & Isles

2h Pessoa de Interesse

3h Jornal do SBT

RECORD

Drácula – A História Nunca Contada: EUA. 14 anos. A mitologia dos vampiros combinada com a história real do príncipe Vlad e a origem do Drácula. Cinemark 7 – 11h20 (dub/somente sábado e domingo), 13h40, 15h50, 18h20, 20h45 (dub/diariamente), 23h10 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 8 – 14h30, 16h40, 18h50, 20h55 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 15h, 17h20, 19h40, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 18h10, 20h45 (leg/dia-riamente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 20h40 (dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 5 – 14h30, 19h15 (dub/diariamente), 16h50, 21h40 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 10 – 22h30 (leg/diariamente); Kinoplex 4 – 14h50, 17h, 19h (dub/diariamente), 21h20 (leg/diariamente); Playarte 1 – 14h15, 16h15, 18h15 (dub/diariamente), 20h15 (leg/diariamente), 22h15 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 13h15, 15h15, 17h15, 19h15, 21h15 (dub/diariamente), 23h15 (dub/somente sábado e domingo).

Alexandre e o Dia Terrível, Horrível, Espantoso e Horroroso: EUA. Livre. O fi lme segue as proezas de Alexander, enquanto ele atravessa o dia mais terrível e horrível de sua jovem vida: um dia que começa com chiclete grudado no cabelo e continua com uma calamidade atrás da outra. Mas quando Alexander conta as desventuras de seu dia desastroso para sua família otimista, ninguém parece compreendê-lo e ele começa a se perguntar se as coisas ruins só acontecem com ele. Logo ele descobre que não está sozinho, quando sua mãe (Jennifer Garner), pai (Steve Carell), irmão (Dylan Minnette) e irmã, (Kerris Dorsey) também começam a se ver no mais horrível, terrível e pior dos dias. Qualquer um que diga que não há dias ruins simplesmente nunca viveu um. Cinemark 4 – 12h20 (dub/somente sábado e domingo), 14h40, 16h50, 19h, 21h (dub/diariamente), 23h20 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 5 – 16h, 18h40, 20h40 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 6 – 14h10, 16h15, 18h10 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h10, 17h (dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 13h40 (dub/somente sábado e domingo), 16h10, 18h15 (dub/diariamente), 20h20 (leg/diariamente).

DIVULGAÇÃO

6h25 Pequenas Empresas

7h Eleições 2014

7h05 Globo Rural

8h05 Auto Esporte

8h40 Esporte Espetacular

11h30 Eleições 2014

11h35 Esquenta!

12h55 Temperatura Máxima: “Até

que a Sorte nos Separe”

15h Eleições 2014

15h05 Domingão do Faustão

16h Eleições 2014

16h15 Domingão do Faustão

17h Eleições 2014

17h15 Domingão do Faustão

18h Eleições 2014

18h15 Domingão

do Faustão

19h Fantástico

21h15 Domingo Maior:

“Os Especialistas”

23h15 Sessão de Gala:

“Um Louco Apaixonado”

1h05 Corujão: “Vencer

ou Morrer”No SBT, o empresário Pedro Janot conta sua história de superação no “De Frente com Gabi”

de Bola”

23h15 Programação IURD

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C7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014 C7Plateia

Alexandre Prata e Ra-quel Claudino

Delicadeza e preciosidade das joias, o bem receber dos donos Rafael e Janice Honorato com as delícias do Empório dos Reis, passando pelo excelente som do DJ-colunista Alexandre Prata, os elaborados bolo-grife e bem-próspero da Doçuras da Gaby foram os ingredientes

perfeitos para celebração de um ano da joalheria mais famosa da cidade, no Vieiralves. Um evento cintilate repleto de mulheres interessantes da cena sobrenomada. Dúvidas?

JH Studio em dia de comemoração

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

FOTO

S: J

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Ana Oliveira e Graça Assis

MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Taiko Fernandes e Sheila Jacob

Malú Gomes e Símora Souza Carla Barros

Gabrielle e Liz Lange

O staff competente do JH Studio: Maria Clara, Rafael e Jani-ce Honorato, Ana Félix, Karen Cristina e Juliana Lemos

Tônia Seixas e Nor-ma Simões Silva

Márcia Martins

Adriana CidadeAdriane AntonySuely Yurtserver

Delicadeza e preciosidade das joias, o bem receber dos donos Rafael e Janice Honorato com as delícias do Empório dos Reis, passando pelo excelente som do DJ-colunista Alexandre Prata, os elaborados bolo-grife e bem-próspero da Doçuras da Gaby foram os ingredientes

perfeitos para celebração de um ano da joalheria mais famosa da cidade, no Vieiralves. Um evento cintilate repleto de mulheres interessantes da cena sobrenomada. Dúvidas?

Jander Vieirajandervieira

Adriana Cordeiro

Gracinha Villela

Rafael e Jani-ce Honorato, os anfi triões

Mazé Mourão e Júlio Venti-lari com Valdenice Garcia

Sônia JinkingsMônica Bonfi m

Andréa Aziz e Marilene Lopes

Eliane Schneider

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Page 44: EM TEMPO - 26 de outubro de 2014

C8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 26 DE OUTUBRO DE 2014

Comédia romântica se recicla em novas sériesEm baixa nos cinemas, o gênero ganha novo fôlego na televisão em produções como “Selfie”, “Marry Me” e “You’re the Worst”

Garota conhece garoto, os dois se apaixonam, mas uma série de em-pecilhos e mal-enten-

didos faz com que meses ou até anos se passem até que tudo dê certo. A fórmula típica das comédias românticas, em baixa nos cinemas, ganha nova chance na televisão.

Se no início da década o gê-nero enchia as salas de cinema com filmes protagonizados por Hugh Grant e Sandra Bullock, hoje o estilo parece ter sumido da programação. Na TV, porém, as séries que giram em torno de encontros e desencontros entre casais está em alta, com o lan-çamento das séries “Manhattan Love Story”, “Marry Me”, “You’re the Worst”, “Selfie” (exibida no Brasil pela Warner) e “A to Z” na última temporada de estreias. Em todas elas, o romance é o mote e não apenas parte de uma história secundária.

Para o jornal “The New York Times”, as novas séries bebem na fonte de Nora Ephron, res-ponsável por sucessos do cine-ma como “Harry & Sally – Feitos um para o Outro” (1989), mas refrescam o gênero. “A to Z”, por exemplo, conta uma história romântica revelando um final inesperado: o casal central irá terminar o relacionamento em

apenas oito meses. Já em “Ma-nhattan Love Story” o público sabe exatamente o que cada personagem está pensando por meio de narrações em off.

“Marry Me”, protagoniza-da por Casey Wilson (“Happy Endings”), por outro lado, apresenta uma história pouco contada nos filmes, que cos-tumam se centrar no início

dos relacionamentos. A série começa com um casal que já está junto – mas que passará pelos perrengues de sempre antes de chegar ao altar.

Já “You’re the Worst”, um dos destaques da tempora-da, aposta num par romântico pouco ortodoxo para o gênero: ele é cínico e ranzinza e ela é imatura e pouco afeita a comprometimentos.

Para Stephen Falk, criador da série, as comédias român-ticas estavam morrendo por apostarem na mesma fórmula, mas estão sendo renovadas por abordagens mais criativas na televisão. “Estávamos na parte de baixo da montanha-russa e agora começamos a subir de novo”, disse ao site “Vulture”. “O amor é o tema mais universal em que conseguimos pensar.”

A TV, aponta a crítica do site “Slate” Willa Paskin em artigo publicado na última semana sobre a temporada da comédia romântica, leva a vantagem de poder explorar a história mais a fundo em com-paração com o cinema, que só tem cerca de duas horas para apresentar os personagens e concluir a trama.

Segundo as criadoras de sé-ries Mindy Kaling, de “Projeto Mindy”, exibida no canal TBS muitodivertido, e Elizabeth Me-riwether, de “New Girl”, da Fox, fãs declaradas de comédias românticas, a TV dá ao gênero um espaço que não interessa mais ao cinema. “Não acho que haja espaço no cinema para as histórias que quero contar: pequenas, honestas, e que não tenham norte-coreanos inva-dindo a Casa Branca”, afirmou Meriwether em julho. O seriado “Selfie” já é exibido no Brasil, pelo canal Warner, e o romance é o mote da produção

DIVULGAÇ

ÃO

FONTEO jornal “The New York Times” destacou que as novas séries de TV buscam inspiração em sucessos do cinema como “Harry & Sally – Feitos um para o Outro”, lançado em 1989

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