Ementa de Parecer Em Consulta – Tribunal Pleno Concurso Público Taxa Inscrição

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  • 7/24/2019 Ementa de Parecer Em Consulta Tribunal Pleno Concurso Pblico Taxa Inscrio

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    TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MINAS GERAISSECRETARIA-GERAL E DO TRIBUNAL PLENO

    COORDENADORIA DE TAQUIGRAFIA /COORDENADORIA DE ACRDO

    Ementa de Parecer em Consulta Tribunal Pleno

    Processo n.: 850498Natureza: ConsultaProcedncia: Cmara Municipal de Sapuca MirimConsulente: Jos Donizeti Moreira, Presidente da Mesa DiretoraRelator: Conselheiro Mauri TorresSesso: 27/02/2013Deciso unnime

    EMENTA: CONSULTA CMARA MUNICIPAL CONCURSO PBLICO TAXA DEINSCRIO RECEITA PBLICA 1) RECOLHIMENTO CONTA NICA DA CMARAMUNICIPAL VEDAO DE CAIXAS ESPECIAIS (ART. 56 DA LEI 4.320/64) EXCEDENTEDA RECEITA PERTENCENTE AO ERRIO MUNICIPAL 2) RECEITA ARRECADADA

    UTILIZAO

    PAGAMENTO DE SERVIOS PRESTADOS PARA REALIZAO DECONCURSO POSSIBILIDADE CONDIO NECESSRIA FIXAO DE VALORES NOEDITAL DE LICITAO E NO CONTRATO 3) ADMINISTRAO E GERENCIAMENTO DARECEITA DELEGAO A EMPRESA PRIVADA IMPOSSIBILIDADE PRINCPIO DATRANSPARNCIA E DA PRESTAO DE CONTAS.1) O recolhimento dos valores recebidos a ttulo de taxa de inscrio, destinados aocusteio das despesas efetuadas com a realizao do concurso pblico para o

    provimento de cargo nos seus quadros, deve ser feito na conta nica da CmaraMunicipal, sendo vedada a criao de caixas especiais, nos termos do artigo 56 da Lein. 4.320/64. Vale destacar que, caso o valor recolhido com as taxas de inscrio sejasuperior ao valor gasto com a realizao do concurso, essa diferena pertencer aos

    cofres municipais, em conformidade com os princpios oramentrios da unidade, dauniversalidade e do oramento bruto.2) A receita arrecadada pelo Poder Legislativo Municipal, proveniente de taxa deinscrio para Concurso Pblico, pode ser utilizada para pagamento dos servios

    prestados pela empresa vencedora do processo licitatrio para realizao de concursopblico, desde que os editais de licitao e os contratos especifiquem que a forma deremunerao da empresa contratada ser fixa ou varivel, em conformidade com onmero de inscritos ou de acordo com as receitas auferidas com a inscrio doscandidatos. Alm disso, o edital e o contrato devem estabelecer os valores globais emximos da avena a ser firmada, com base na estimativa do montante a ser

    arrecadado com as inscries, bem como devem conter uma clusula estabelecendoque os valores recolhidos que superarem o previsto no contrato pertencero aos cofresmunicipais.3) No possvel delegar a administrao e gerenciamento de recursos pblicos

    provenientes da arrecadao de taxas de inscrio em concurso pblico a uma empresaprivada contratada para a realizao do concurso pblico, pois as taxas de inscrioconstituem receitas pblicas. Ademais, considerando que, em face do princpio datransparncia, compete ao Poder Pblico prestar contas dos seus gastos, o depsito dastaxas de inscrio direto na conta da contratada ofenderia o disposto no art. 14 da LeiComplementar n. 101/2000 e nos arts. 58 a 65 da Lei n. 4.320/64, uma vez queconfiguraria renncia e omisso de receita, alm de antecipao de pagamento contratada pela prestao do servio, desrespeitando as fases da realizao da despesa. 4) Precedente: Consulta 837086 (29/08/2012).

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    5) Determina-se que seja dada ampla divulgao do contedo do voto condutor desteparecer, em especial, no site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.

    NOTAS TAQUIGRFICAS(Conforme arquivo constante do SGAP)

    Sesso do dia: 27/02/13Procurador presente Sesso: Glaydson Massaria

    CONSELHEIRO MAURI TORRES:PROCESSO: 850498NATUREZA: Consulta

    RGO/ENTIDADE: Cmara Municipal de Sapuca-MirimCONSULENTE: Jos Donizeti Moreira Presidente da Mesa Diretora daCmara Municipal de Sapuca Mirim

    IRELATRIOTratam os autos de Consulta protocolizada nesta Corte em 10/05/2011, formulada peloPresidente da Mesa Diretora da Cmara Municipal de Sapuca-Mirim, Sr. JosDonizeti Moreira, nos seguintes termos:

    1 - A Cmara Municipal pode abrir conta corrente exclusiva parareceber valores provenientes de taxa de inscrio para Concurso Pblico

    para provimento de cargo no Poder Legislativo local?

    2 - A receita arrecadada pelo Poder Legislativo Municipal, proveniente dataxa de inscrio para Concurso Pblico pode ser utilizada parapagamento dos servios prestados pela empresa vencedora do processolicitatrio para realizar o concurso pblico?3 - A empresa prestadora de servios de consultoria em concurso pblico

    pode receber diretamente em sua conta, os valores correspondentes staxas de inscries, quando realiza concursos para os Poderes Executivoou Legislativo? A empresa pode isentar o Poder Pblico de despesas paraexecuo do servio de consultoria, e em contraprestao receber osvalores das taxas de inscrio?

    A presente Consulta, distribuda ao Conselheiro Relator Elmo Braz, devido suanatureza e ao seu carter de urgncia, foi redistribuda temporariamente aoConselheiro Wanderley vila, o qual, por meio do despacho de fl. 06, a conheceu, porestarem presentes os requisitos dos incisos I a IV do art. 212 do Regimento Internodesta Corte e determinou o encaminhamento dos autos Comisso de Jurisprudncia eSmula para anlise tcnica, a qual emitiu o relatrio de fls. 08/12.Aps, a Consulta foi redistribuda minha relatoria.Esse o relatrio, em sntese.

    IIFUNDAMENTAO

    II.1 - PRELIMINARPreliminarmente, verifico que o Consulente parte legtima para formular a consulta eque o objeto refere-se matria de competncia desta Corte, nos termos dos artigos

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    210, inciso I e 212 do Regimento Interno deste Tribunal de Contas. Assim, conheo daConsulta para respond-la em tese.

    CONSELHEIRO JOS ALVES VIANA:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.CONSELHEIRO EDUARDO CARONE COSTA:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.CONSELHEIRO WANDERLEY VILA:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.CONSELHEIRO SUBSTITUTO GILBERTO DINIZ:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.CONSELHEIRO CLUDIO TERRO:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.

    CONSELHEIRA PRESIDENTE ADRIENE ANDRADE:Tambm voto de acordo com o Conselheiro Relator.APROVADA A PRELIMINAR, POR UNANIMIDADE.CONSELHEIRO MAURI TORRES:

    II.2MRITOAntes de adentrar no mrito, importante destacar que no h entendimento

    pacificado no mbito doutrinrio e jurisprudencial acerca da natureza jurdica dastaxas de inscrio em concursos pblicos. H duas correntes: uma sustentando que astaxas de inscrio possuem natureza tributria e outra em sentido diametralmente

    oposto negando-lhe a natureza tributria.A taxa de inscrio, na viso de Digenes Gasparini1, possui natureza tributria,caracterizando-se como taxa de servio, para a Administrao Direta, Autrquica eFundacional. Em conseqncia dever estar prevista na legislao tributria. Emcontrapartida, quando o valor da inscrio cobrado pelas entidades paraestatais sociedade de economia mista ou empresa pblica possui natureza de preo.

    Nesse sentido j se pronunciou a terceira turma suplementar do Tribunal RegionalFederal da 1 Regio2, consoante se verifica do julgado abaixo colacionado:

    PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTRIO. AO CIVIL PBLICA. TAXA DEINSCRIO EM CONCURSO VESTIBULAR PARA INSTITUIO

    PBLICA DE ENSINO. DIREITO INDIVIDUAL HOMOGNEODISPONVEL. ILEGITIMIDADE ATIVA DO MINISTRIO PBLICOFEDERAL. RELAO DE CONSUMO NO CONFIGURADA.1. A jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia consolidou oentendimento de que o Ministrio Pblico parte ilegtima para, por meiode ao civil pblica, defender direito individual homogneo fundado emrelao jurdica de ndole tributria (cf. ERESP 177052/SP, Relator

    1 GASPARINI, Digenes. Apud. TOURINHO, Rita. Da ao civil pblica no controle da contratao de

    empresa para a realizao de concurso pblico, Sergipe, ano 01, ed. 01. Disponvel em: Acesso em 13 abr. de 2012.2 AC 27661, MT 1997.01.00.027661-0, de relatoria do Juiz Federal Wilson Alves de Souza, publicada em23/09/2004, DJ, p.51.

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constitui%E7%A3%AF-da-republica-federativa-do-brasil-1988http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/823945/constitui%E7%A3%AF-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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    Ministro MILTON LUIZ PEREIRA, 1 Seo, DJ 30.09.2002, p.00150,RDDT, VOL.: 00087, p.00213).2. A taxa de inscrio cobrada para o concur so vestibular de uni versidade

    pblica possui natureza jurdica de tr ibuto, no se caracterizando, nahiptese, relao de consumo, porquanto aqueles que se submetem a talexao so contr ibuintes, nos termos da legislao tr ibutria, e noconsumidores de produto ou servio (ar ti go 2,da Lei n 8.078/90),consoante estatudo na legislao consumeir ista.3. Ilegitimidade ativa configurada. Processo extinto sem julgamento demrito 4. Remessa oficial provida. Apelao prejudicada. (grifos nossos)

    Por outro lado, o renomado jurista Jorge Ulisses Jacoby Fernandes sustenta queembora se denomine taxa, no na verdade um tributo, mas no deixa de ternatureza de recurso pblico devendo integrar os haveres do Estado [...].

    3

    O professor Gutemberg Jos da Costa Marques Cabral

    4

    , em seu artigo publicado nostio eletrnico mbito Jurdico, vem corroborar com a tese acima esposada,consoante se verifica do trecho abaixo transcrito:

    Os valores a serem cobrados sero dos possveis candidatos do concursopblico. Este preo deve ser considerado como semipr ivados(segundoHely Lopes Meirel les, diz na pg.117, Direi to Admin istrativo Br asi leir o,2005 e antes j corroborado no Di rei to Admini strativo Sistematizado-Toshio Mukai, 1999.) que resulta da conjugao dos i nteresses pbl icosda Administraode querer reali zar todo o procedimento do certame pararecrutamento e seleo de candidatos aos cargos pbl icos e do interesse

    privado da Contratada de executar o concurso utilizando a melhortcnica possvel e que em contr apartida, numa operao de riscoprevisvel, receber os valores, de acordo com o mercado e compatveleconomi camente, para cobri r as despesas total do concur so e obter lucr o,que legalmente constituda para esse fim, e tambm para assumir osencargos provenientes.Ou seja, no se podem considerar estes valores como taxas, no obstante

    se usa essa expresso. Jamais valores pagos pelos candidatos do concursopossa se equiparar s taxas tr ibutrias previstas na legislao. (grifosnossos)

    Nessa esteira tambm se manifestou a sexta turma do Superior Tribunal de Justia

    STJ5em deciso na qual enfatiza que a taxa de inscrio em concurso pblico no seconfunde com tributo, conforme julgado abaixo colacionado:

    RECURSO ORDINRIO EM MANDADO DE SEGURANA.CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CONCURSO PBLICO.

    3FERNANDES, Jorge Ulisses Jacoby. Os Tribunais de Contas e o Controle sobre as Admisses no ServioPblico. In: Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Edio n 02, 2002, Ano XX.4 CABRAL, Gutemberg Jos da Costa Marques. Direito de Exames. Cobrana de valores de inscrio emconcurso pblico: Admissibilidade de validade de cobrana e arrecadao de valores por parte da contratada-empresa especializada em realizao de concurso pblico, desde que seja julgado em licitao e fixado emcontrato.

    Disponvel emhttp://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7719Acesso em 09 abr. 2012.5RMS 13858/MG 2001/0140705-3, de relatoria do Min. Hamilton Carvalhido, publicada em 22/09/2003, DJ, p.385.

    http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%E3%A4%A9go-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%E3%A4%A9go-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7719http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7719http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7719http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%E3%A4%A9go-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%E3%A4%A9go-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
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    SERVIOS NOTARIAIS E DE REGISTRO PBLICO. NULIDADES.INEXISTNCIA. EXCLUSO DE SERVENTIAS. VEDAO ACUMULAO.[...]3. Cobrana de taxa de inscrio no caracteriza exao ilegal, uma vezque os concursandos no so contr ibuintes nem a taxa de inscrioconfunde-se com tributo, destinando-se esta apenas a custear osdispndios da enti dade responsvel pela or gan izao do concurso.(grifosnossos)[...]

    Nesse sentido, tambm j se pronunciou o Tribunal Justia de Minas Gerais6:EMENTA: AO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - LEIMUNICIPAL - INVASO DE COMPETNCIA - VIOLAO AOS

    PRINCPIOS DA HARMONIA E I NDEPENDNCIA DOS PODERES.

    Revela-se inconstitucional a lei municipal, de iniciativa da CasaLegislativa, cuja matria se refere esfera de atuao administrativa doChefe do Executivo, implicando invaso de competncia e afronta ao

    princpio da harmonia e independncia dos Poderes. Representaoacolhida.[...] O concurso pblico um procedimento administrativo que objetiva

    selecionar candidatos aptos para o ingresso no servio pblico. Esseprocedimento efetuado pela Administrao, como tpica funoadministrativa, para melhor compor sua organizao na gesto dos

    interesses pblicos.Desta maneira, o valor cobrado para inscr io nos concursos pblicos,embor a sob a denominao de " taxa" , no apresenta natureza tr ibutria.

    A Constituio Federal indica a taxa como forma de contraprestao doparticular pelo servio pblico prestado ou colocado sua disposio e emrazo do exerccio do poder de polcia. "tributo vinculado". Da: taxas de

    servios, taxas de polcia.O pagamento que os parti cul ares fazem Administr ao, quando seinscrevem para parti cipar do concurso pbl ico, uma resti tuio pordespesas admini strativas, signi f ica dizer: efetuada com recur sos pbli cos.

    Pode-se afi rmar que a natureza da cobr ana de valor relativo inscr iono certame estar ia mai s prxima do preo pblico entendido comocontraprestao no-tr ibutria.

    Em relao aos preos, ensina Jos Nilo de Castro, "so pagamentos queos particulares fazem ao Poder Pblico, quando facultativa eespontaneamente adquirem bem, auferem vantagens, ou se utilizam de

    servios pblicos ou de utilidade pblica, remunerando-os de acordo com atarifa fixada pela Administrao (preo pblico) ou pelo valor disputadoem livre concorrncia entre os interessados (preo quase privado)."(Direito Municipal, 6ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2006, p. 240).

    6 Processo n. 1.0000.06.445487-9/000(2), de relatoria do Desembargador Kildare Carvalho, publicada em30/11/2007.

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    As taxas no se confundem com os preos pblicos (tarifas). A taxa tributo, criada por lei com observncia do regime jurdico tributrio, compulsria, ou seja, obrigatria para o contribuinte. A tarifa fixada porato do Chefe do Executivo, prvia e unilateralmente, para as utilidades e

    servios prestados pelo Poder Pblico diretamente, ou por seus delegados,e facultativa.

    Desse teor o enunciado da Smula 545 do Supremo Tribunal Federal:"Preos de servios pblicos e taxas no se confundem, porque estas,diferentemente daqueles, so compulsrias e tm sua cobranacondicionada prvia autorizao oramentria, em relao lei que ainstituiu."V-se de pronto que a contr aprestao exigida para os concursos pbl icosno compulsr ia e somente a paga quem efetivamente se inscrever no

    certame. [...] (grifos nossos)

    Em que pese haja controvrsia doutrinria e jurisprudencial acerca da natureza jurdicadas taxas de inscrio em concurso pblico, a jurisprudncia do Tribunal de Contas daUnio unssona no sentido de que as taxas pagas pelos candidatos constituem rendas

    pblicas, devendo ser recolhidas conta nica do Tesouro Nacional e utilizadas para ocusteio das despesas de realizao do certame, consoante se verifica dos julgadosabaixo transcritos:

    Nesse contexto, os recur sos provenientes da cobrana de taxas deinscrio par a concursos real izados por essas entidades consti tuemreceitas da Unioe, como tal, esto sujeitas aos mencionados preceitos. A

    jurisprudncia desta Corte firme nesse sentido.

    7

    (grifos nossos)Representao. Irregularidades em concur so pblico. I nobservncia daSmula n 214 do TCU. I nspeo no rgo. Posterior resciso doconvnio celebrado com o f ito de promover o certame. Perda de objeto.[...] 4. Ao analisar o mrito da Representao, a instruo de fls. 12/19refora a convico de que as receitas de taxas de inscrio de concursospbl icos tm natu reza jurdica de receita pbl ica, razo pela qual devemtransitar pela conta nica do Tesouro Nacional. Assenta, outrossim, anecessidade de que, para a realizao dos certames, haja previso na Leide Diretrizes Oramentrias e na Lei Oramentria do exerccio. Defende,

    ainda, a inadequao da utilizao do instituto do convnio para aprestao dos servios em tela.8(grifos nossos)[...]

    O entendimento doutrinrio de Diogenes Gasparini9vem corroborar com a tese acimaesposada de que as taxas de inscrio de concursos so receitas pblicas, consoante severifica do trecho abaixo transcrito:

    Nesse diapaso, no resta dvida que a taxa cobrada na inscrio doconcurso tem natureza de receita prpria do ente contratante.

    7Deciso n. 470/93-TCU-Plenrio, Deciso n. 228/97-TCU-Plenrio e Deciso n. 683/1997-Plenrio.8Acrdo 599/2008 TCU 1 Cmara, AC -0599-05/08-1, Processo n. 025.704/2007-5, Representao, de

    relatoria do Ministro Marcos Bemquerer Costa, DOU 7/03/2008.9GASPARINE, Dogines. Apud. TOURINHO, Rita. Da ao civil pblica no controle da contratao de empresapara a realizao de concurso pblico, Sergipe, ano 01, ed. 01. Disponvel em: Acesso em 13 abril de 2012.

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    Considerada receita pblica, dever obedecer ao regime das despesas ereceitas insti tudo pela Lei Federal n 4320/64, devendo ingressar e sairdos cofres pblicos obedecendo as regras estabelecidas pelo referidodiploma. (grifos nossos)

    Assim, o que se conclui que os valores pagos pelos particulares a ttulo de taxas deinscrio em concurso pblico, destinados especificamente ao ressarcimento dasdespesas da Administrao Pblica com a elaborao e aplicao de provas e com anomeao dos candidatos aprovados, constituem receita pblica, devendo observar odisposto na Lei n 4.320/64.Dito isto, passo resposta, em tese, dos questionamentos formulados pelo consulente.O primeiro ponto questionado se a Cmara Municipal poderia abrir contacorrente exclusiva para o recebimento de valores provenientes da taxa deinscrio para Concurso Pblico para o provimento de cargo no Poder

    Legislativo local.Acerca dessa indagao, cumpre informar que o entendimento sumulado pelo Tribunalde Contas da Unio no sentido de que os valores recolhidos a ttulo de taxa deinscrio em concurso pblico devem ingressar nos cofres pblicos, integrando astomadas ou prestaes de contas dos responsveis. Nesse ensejo, transcrevo o inteiroteor da smula 214 do TCU:

    Smula n. 214 do TCU - Os valores cor respondentes s taxas deinscrio em concur sos pbl icos devem ser recolhi dos ao Banco do BrasilS.A., conta do Tesour o Nacional, por meio de documento prprio, deacordo com a sistemtica de arrecadao das receitas federais prevista no

    Decreto-lei n 1.755, de 31/12/79, e in tegrar as tomadas ou prestaes decontas dos responsveis ou di r igentes de rgos da AdministraoFederal D ir eta, para exame e ju lgamento pelo Tribunal de Contas daUnio." (grifos nossos)

    Analisando o teor da smula supramencionada, verifica-se que ao se referir sistemtica de arrecadao das receitas pblicas, ela faz remisso expressa ao Decreto-lei n 1.755/79, o qual determina em seu art. 1, caput, que a arrecadao de todas asdespesas da Unio far-se- na forma estabelecida pelo Ministrio da Fazenda,devendo seu produto ser obrigatoriamente recolhido conta do Tesouro Nacional.A conta nica que concretiza o princpio da unidade de caixa tem fundamento legal no

    3 do art. 164 da Constituio da Repblica de 1988, in verbis:Art. 164, 3. As disponibil idades de caixada Unio sero depositadas noBanco Central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpiose dosrgos ou entidades do Poder Pblico e das empresas por ele controladas,em insti tuies financeiras oficiai s, ressalvados os casos previstos em lei.(grifos nossos)

    O princpio da unidade de tesouraria tambm encontra respaldo no artigo 56 da Lei n4320/64, in verbis:

    Art. 56. O recolhimento de todas as receitas far -se- em estr i taobservncia ao pri ncpio da unidade de tesourar ia, vedada qualquer

    fragmentao para cr iao de cai xas especi ai s. (grifos nossos)Considerando que a Cmara Municipal no possui receita prpria, os valoresrecolhidos a ttulo de taxa de inscrio em concursos pblicos, embora possam ser

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    recolhidos na conta nica da Cmara, pertencem ao Municpio, sendo contabilizadospelo Poder Executivo, consoante se depreende da Resoluo de Consulta n. 22/2011do Tribunal de Contas do Mato Grosso, conforme julgado abaixo colacionado:

    CMARA MUNICIPAL. CONTRATAO DE EMPRESA PARA APRESTAO DE CONCURSO PBLICO. INCLUSO NO LIMITE. 1) Asreceitas decorr entes das inscr ies de concurso pbl ico real izadas pelaCmara Municipal pertencem ao Municpio, contabil izadas pelo PoderExecutivo. 2) Cabe ao Poder Legislati vo a despesa com a reali zao deconcurso pbli co para preenchimento de cargos do seus quadros. 3)

    possvel a realizao de concurso pblico em conjunto da CmaraMunicipal com a Prefeitura. Neste caso, havendo o rateio das despesas,somente a parcela paga pelo legislativo integrar o limite de gastos com aCmara Municipal. (grifos nossos)

    Considerando que as taxas de inscrio nos concursos pblicos possuem natureza derecurso pblico, a Cmara Municipal, de acordo com o princpio da unidade de caixa

    previsto na legislao constitucional e infraconstitucional, deve recolher em sua contanica os valores pagos a ttulo de taxa de inscrio.Cumpre informar ainda que, consoante a Revista Znite10, os valores que ingressamnos cofres pblicos decorrentes dos pagamentos das referidas taxas no so receitascomuns e desvinculadas, devendo ser destinadas nica e exclusivamente para permitira participao dos particulares no concurso pblico.Assim, a receita arrecadada pela Cmara em sua conta nica a ttulo de taxa de

    inscrio dos interessados em participarem do concurso ser contabilizada pelo PoderExecutivo, devendo o rgo legislativo destin-la unicamente ao custeio das despesascom a realizao do certame. Havendo arrecadao superior aos gastos decorrentes darealizao do concurso pblico, essa diferena no pertencer aos cofres da Cmara,mas sim, conta nica do Tesouro Municipal.Corroborando a tese acima esposada, destaco os julgados da lavra do Tribunal deContas da Unio em que se aplicou a smula n 214 do TCU.

    Ementa:o Tribunal de Contas da Unio fez referncia Smula/TCU n214, no sentido de que os valores cor respondentes s taxas de inscr ioem concursos pblicos fossem recolh idos no Banco do Brasil S.A, por

    meio de documento prprio.

    11

    (grifos nossos)Ementa: TCU determinou Fundao Universidade do Rio de Janeiroque: a) organizasse um sistema de controle de custos, de modo a permitirque fosse estimada (com maior preciso) o valor da taxa a ser cobrada doscandidatos quando da realizao de vestibulares; b) considerasse comopblicos os recur sos f inanceiros oriundos das taxas de inscr io nosprocessos seletivos, consoante entendimento consubstanciado no

    10Revista Znite. Perguntas e Respostas 396/100/NOV 2009 Concurso Pblico- Taxa- Certame no realizadoDevoluo Dever da Administrao.11Acrdo n. 1239/2005, TCU, 1 Cmara, TC-008531/2005-1, item 1.1.4, publicado no DOU de 06/07/2005,S.1, p.221, item 1.1.4..

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    Enunciado n 214 da Smula de Jur isprudncia do Tr ibunal de Contasda Unio.12(grifos nossos)SOLICITAO. IRREGULARIDADES NA PROMOO DO XICONCURSO PBLICO PARA JUIZ SUBSTITUTO.DETERMINAES. APENSAMENTO S CONTAS DOCORRENTE EXERCCIO1 - Consubstancia desrespeito ao princpio da unidade e uni versalidade dooramento, a captao de receita e a real izao de despesas para apromoo de concurso pbl ico, delegadas a pessoa jurdica de di reitoprivado.(...)[VOTO]Os valores recebidos a ttu lo de inscrio, a meu ver, so indubitavelmenterecursos pblicos, visto serem de recolhimento compulsrio para osinteressados e serem vinculados a uma prestao do Estado, ou seja, soefetivamente taxas, espcie de tributo. Alm disso, destinam-se a cobr iruma despesa de carter eminentemente pbl ico: a reali zao de concursopara o cargo de Juiz Substi tuto.

    Essa circunstncia evoca a existncia de ilegalidades concernentes administrao financeira desses recursos e inobservncia do princpio dalicitao e da isonomia.

    No que concerne ao primeiro aspecto, entendo que a estruturao 'atpica'da captao de receita e da realizao de despesas se consubstanciou emdesrespeito aos princpios da unidade e da universalidade do oramento,

    que preceituam que todas as receitas e despesas pblicas devem estarconsignadas num nico documento e numa nica conta, vedando-secontroles f inanceiros, contbeis ou oramentrios 'paralelos', como seconclui da lei tura do art. 165 da Consti tu io Federal, do art. 2 da Lei n4.320/64, do ar t. 2 do Decreto n 93.872/86, do Decreto-l ei n 1.755/79 eda Smula n 214 desta Cor te.[]

    ACORDAM [...] em:9.1. determinar ao Tribunal Regional Federal - TRF/2 Regio que:[...]

    9.1.2. abstenha-se de f irmar novas avenas que tenham como objeto adelegao da administr ao financeira da r eal izao de concursospbli cos, por contr ar iar o disposto no ar t. 165 da Consti tuio Federal,no art. 2 da Lei n.4.320/64, no ar t. 2 do Decreto n.93.872/86 e noDecreto-lei n 1.755/79;(...).

    13(grifos nossos)Assim, conclui-se que a receita destinada realizao de concurso pblico da CmaraMunicipal pertence ao Poder Executivo, devendo ser por ele contabilizada no seuoramento anual. J Cmara Municipal compete o recolhimento das taxas deinscrio dos candidatos na sua conta nica, devendo destin-las exclusivamente ao

    12 Acrdo n 6/2007 TCU Plenrio, TC-004139/2002-5, itens 9.3.1 e 9.3.6, publicado no DOU de22/01/2007, S.1, p.67.13AC-1906-38/07 Plenrio, TC-013-875-2007-0, publicado no DOU no dia 14/09/2007.

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    custeio das despesas com o concurso pblico. Caso a receita arrecadada supere o valorgasto com a realizao do certame, a diferena pertencer conta nica do tesouromunicipal em observncia ao princpio da unidade de tesouraria insculpido no artigo56 da Lei 4320/64, uma vez que tais recursos so considerados receitas pblicas

    pertencentes ao Poder Executivo Municipal.Diante do acima exposto, respondo ao primeiro questionamento no sentido de que orecolhimento dos valores recebidos a ttulo de taxa de inscrio, destinados aocusteio das despesas efetuadas com a realizao do concurso pblico para oprovimento de cargo nos seus quadros, se d na conta nica da CmaraMunicipal, sendo vedada a criao de caixas especiais, nos termos do artigo 56 daLei n.4320/64. Vale destacar que caso o valor auferido com as taxas de inscrio sejasuperior ao valor gasto com a realizao do concurso pblico, essa diferena

    pertencer aos cofres municipais.

    A segunda indagao acerca da possibilidade de a receita arrecadada pelo PoderLegislativo Municipal, proveniente de taxa de inscrio para Concurso Pblico,poder ser utilizada para pagamento dos servios prestados pela empresavencedora do processo licitatrio para realizao de concurso pblico.Para responder ao questionamento do consulente, faz-se necessrio tecer consideraesacerca da possibilidade de a Administrao Pblica celebrar contrato de risco com asempresas realizadoras dos concursos pblicos.Acerca da formalizao de contratato de risco no mbito da Administrao Pblica,cumpre informar que, segundo julgado da lavra do Tribunal de Contas de SantaCatarina14abaixo colacionado, possvel sua celebrao somente se ficar estabelecido

    no edital e no contrato que a empresa contratada para a prestao do servio serremunerada exclusivamente pelas taxas de inscrio dos candidatos, pois, dessa forma,no haver qualquer dispndio de recursos por parte do poder pblico.

    Somente admissvel o contrato de risco (ad exitum) na

    Administrao Pblica quando o Poder Pbl ico no despender qualquervalor , sendo a remunerao do contrato exclusivamente o valor dasinscries em concurso pblico pago pelos interessados. A Concorrncia a modalidade de licitao adequada para a celebrao deste tipo decontrato, onde o critrio de julgamento ser a oferta do menor valor porinscrio, limitado a um valor mximo especificado pela Administrao no

    edital. (grifosnossos)O julgado acima colacionado exige a previso no edital do valor mximo a ser pago instituio realizadora do concurso pblico.Trago baila ainda julgado da lavra do Tribunal de Contas do Mato Grosso que vemcorroborar com a tese acima esposada, ressaltando, inclusive, a necessidade de sedefinir com clareza como se dar a remunerao dos servios contratados,especialmente quando o pagamento da instituio contratada para a realizao doconcurso pblico for efetuado por meio dos recursos auferidos com as taxas deinscrio dos candidatos, conforme julgado colacionado abaixo:

    Acrdo n 1.053/2007 (DOE 28/05/2007). Previdncia. RPPS.

    14TCE-SC, prejulgado n 1213

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    Concurso pblico. Possibi l idade de real izao direta ou por empresaespecial izada, contratada mediante licitao. Possibi l idade deremunerao do contr ato com base em valores f ixos ou var iveis,

    atendidas as condies. Posse dos aprovados: competncia do di r igentemximo.O concurso pblico para admisso de pessoal pode ser realizadodiretamente pelo RPPS ou por empresa especializada, contratada mediante

    procedimento licitatrio. A modalidade licitatria depender do valorestimado do contrato.O pagamento contratada ocor rer conforme previso contratual, sendopossvel a remunerao em valores fixo ou var ivel, em conformidadecom o nmero de inscri tos, por exemplo.Neste caso, imprescindvel quea Administrao Pbl ica faa previso dos val ores globais ou mximos do

    contr ato a ser fi rmado, estimando o montante a ser arrecadado com asinscries pagas, em cumpr imento s normas oramentrias ef inanceir as pertinentes.

    Para dar posse aos candidatos aprovados, autoridade competente odirigente mximo do rgo ou da instituio, salvo se existir previsodiversa na legislao. Caso o Fundo de Previdncia possua naturezacontbil, a autoridade competente ser o chefe do Poder Executivo. (grifosnossos)

    Assim, no que tange forma de remunerao da instituio contratada para arealizao de concurso pblico, destaca-se que o Tribunal de Contas do Mato Grosso

    admitiu a possibilidade de a remunerao ser varivel de acordo com o nmero deinscritos ou fixa, definida no edital e no contrato.Eventualmente pode acontecer de os valores arrecadados com as taxas de inscriesserem superiores ao limite previsto no contrato, por essa razo faz-se necessrio quehaja previso no edital e no contrato de que, havendo diferena a maior referente aovalor do servio contratado e as receitas obtidas com as inscries realizadas peloscandidatos, esta diferena no dever ser revertida ao particular. guisa de exemplo, o Tribunal de Contas da Unio, na contratao de empresa pararealizao de concurso pblico para ingresso de servidores em seus quadros,estabeleceu clusula determinando que eventuais valores que superassem o teto

    previsto no contrato deveriam permanecer nos cofres pblicos. Seno, vejamos:8.2.11 Os valores das taxas de inscrio sero depositados em contanica do Tesouro Nacional, por meio de GRU (Guia de Recolhimento daUnio), na Unidade Gestora 154079 e Gesto 15257Centro de Seleo e

    Promoo de Eventos CESPE, Banco do Brasil S/A 001, Agncia:1607-1, Conta Corrente: - 997380632.8.5 Caso o valor perti nente arrecadao das taxas de inscrio sejasuperior ao preo do servio acertado neste contrato, esta di ferena amaior dever ser rever tida ao Tesouro Nacional.15

    15Contrato n 01/2007 ISC/TCU Concurso Pblico para Tcnico e Analista de Controle Externo.

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    Diante do acima exposto, respondo ao segundo questionamento no sentido de que areceita arrecadada pelo Poder Legislativo Municipal, proveniente de taxa de inscrio

    para Concurso Pblico, pode ser utilizada para pagamento dos servios prestados pelaempresa contratada para realizao de concurso pblico, desde que os editais delicitao especifiquem se a remunerao da empresa contratada se dar de forma fixaou varivel, em conformidade com o nmero de inscritos ou de acordo com as receitasauferidas com a inscrio dos candidatos. Caso a remunerao da contratada sejavarivel, feita exclusivamente por meio das receitas auferidas com a inscrio doscandidatos, o edital tem que prever os valores globais e mximos do contrato a serfirmado, estimando o montante a ser arrecadado com as inscries pagas, bem comodeve prever, tanto no edital como no contrato, clusula estabelecendo que os valoresrecolhidos que superarem o previsto no contrato pertencero aos cofres municipais.A terceira indagao acerca da possibilidade de os valores das inscries para

    concurso pblico serem depositados diretamente na conta da contratada,considerando que a remunerao do contratado seria feita exclusivamente pormeio das taxas de inscrio realizadas.Antes de responder ao terceiro questionamento do consulente, faz-se necessrio frisarque a Cmara Municipal de Sapuca-Mirim um rgo legislativo pertencente Administrao Direta Municipal, razo pela qual o seu oramento fiscal deve estarcontemplado na Lei Oramentria Anual, consoante preceitua o artigo 165, 5, incisoI da Constituio Federal, in verbis:

    Art. 165, 5. A lei oramentria anual compreender:I- o oramento fiscal referente aos Poderes da Unio, seus fundos,

    rgos e entidades da admi ni strao direta e indireta, inclusive fundaesinstitudas e mantidas pelo Poder Pblico.(...)

    A Lei do Oramento Pblico do Municpio dever discriminar as receitas e despesasda Cmara Municipal, consoante preceituam os artigos 2, 3, 4 e 6 da Lein.4.320/64, in verbis:

    Art. 2. A Lei de Oramentoconter a discriminao da receita e despesade forma a evitar a poltica econmico-financeira e o programa detrabalho do Governo, obedecidos os princpio de unidade, universalidade eanualidade.

    Art.3.A Lei de Oramento compreender todas as receitas, inclusive as deoperaes de crdito autorizadas em lei.Pargrafo nico. No se consideram para os fins deste artigo as operaesde crdito por antecipao da receita, as emisses de papel-moeda e outrasentradas compensatrias no ativo e passivo financeiros.

    Art. 4 A lei de Oramento compreender todas as despesasprprias dosrgos do Governo e da Administrao centralizada, ou que, porintermdio deles se devam realizar, observado o disposto no art. 2.

    Art. 6. Todas as receitas e despesas constaro da Lei de Oramentopelosseus totais, vedadas quaisquer redues.

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    O princpio da universalidade, insculpido no artigo 165, 5 da CR/88 e nos artigos 3e 4 da Lei n. 4320/1964 estabelece que o oramento deve conter todas as receitas etodas as despesas da Administrao.Outrossim, como j mencionado na resposta ao segundo questionamento, orecolhimento da receita deve ser feito em observncia ao princpio da unidade detesouraria, sendo vedada a fragmentao para a criao de caixas especiais, nos termosdo disposto no artigo 56 da lei n. 4320/64.Importa esclarecer ainda que as despesas com a realizao do concurso, para seremconsideradas regulares, necessitam passar por trs fases: o empenho, a liquidao e o

    pagamento. A Nota de empenho documento utilizado para garantir que foi realizadaa reserva oramentria do valor a ser pago ao contratado. As notas fiscais assinadas

    pelo responsvel so documentos que comprovam a liquidao da despesa que aforma de se verificar o direito do credor ao pagamento, atestando a prestao do

    servio ou a entrega do bem. A autorizao para pagamento o documento quedetermina o pagamento da despesa liquidada.Assim, o depsito dos valores referentes s taxas de inscrio diretamente na conta dacontratada, a meu ver, configuraria renncia e omisso de receita e antecipao de

    pagamento, violando as fases de liquidao da despesa, uma vez que a contratadaestaria sendo remunerada sem que houvesse a comprovao efetiva da prestao doservio.

    Nesse cenrio, a fiscalizao dos gastos pblicos e o princpio da transparnciatambm ficariam comprometidos caso os recursos pblicos fossem depositadosdiretamente na conta da contratada.

    Por fim, no visualizo a possibilidade de delegar a administrao e gerenciamento derecursos pblicos a uma empresa privada contratada para a realizao do concurso.O entendimento dos Tribunais de Contas de Alagoas e do Mato Grosso tem sido nosentido de que ilegal o depsito das receitas decorrentes das inscries doscandidatos ao concurso pblico diretamente na conta bancria da empresacontratada, o que vem corroborar com a tese acima esposada, consoante se verificados julgados abaixo colacionados:

    EMENTA

    REPRESENTAO. CONCURSO PBLICO DA PREFEITURA DEMESSIAS. SANEAMENTO NECESSRIO. ENCERRAMENTO DA FASE

    DE INSTRUO. EXISTNCIA DE DIVERSOS VCIOS. CONVERSOEM PROCESSO ADMINISTRATIVO. MRITO. IRREGULARIDADES NOPROCESSO LICITATRIO E CONTRATO. ANULAO.DETERMINAO AO GESTOR. MULTA. RECOMENDAES.(...)4. As taxas correspondentes inscrio em concursos pbl icos devemingressar nos cofr es pbli cos, integrando as tomadas ou prestaes decontas, sendo indevido o depsito das receitas decorrentes das inscriesdos candidatos diretamente na conta bancria da empresa contratada.16(grifos nossos)

    16 Parecer n.1125/2011/PG/RS, Processo TCE/AL n. 005898/2011 (anexos: 6353/2011; e6874/2011), Rel. Cons. Rosa Maria Ribeiro de Albuquerque Freitas, Representao. ConcursoPblico da Prefeitura de Messias

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    Ementa: CMARA MUNICIPAL DE PONTES E LACERDA.CONSULTA. LICITAO. DISPENSA. CONTRATAO DE EMPRESAS

    PARA REALIZAO DE CONCURSO PBLICO. legal a contrataode empresas para realizao de concurso pblico por dispensa se a

    situao se enquadrar em uma das hipteses estabelecidas no artigo 24 daLei de Licitaes, preenchendo todos os requisitos que o legisladorexpressamente indicou para cada situao, sendo indispensvel

    formalizao de processo administrativo.

    CONCURSO PBLICO. PAGAMENTO. DEPSITO DAS RECEITASAUFERIDAS COM AS INSCRIES DOS CANDIDATOS AOCONCURSO PBLICODIRETAMENTE CONTRATADA.

    IMPOSSIBILIDADE. 1) ilegal o depsito das receitas decorrentes das

    inscries dos candi datos ao concurso pblico diretamente na contabancria da empresa contr atada, por afrontar os princpios daoportunidade, da universalidade, do oramento bruto e da unidade decaixa, alm de configurar omisso de receitas e violao aos princpiosconstitucionais da moralidade e eficincia, devendo o Poder Pblico ter ocontrole e prestar contas das receitas e despesas que ir realizar. 2) legal a celebrao de contr ato de risco para contr atao de empresarealizadora de concurso pbl ico, devendo a Admini strao Pblica preverno edital e no contrato valor f ixo ou varivel, de acordo com o nmero deinscritos ou de acordo com as receitas auferidas com as inscr ies dos

    candidatos, limitando esta r emunerao a um val or mximo dos serviosprestados, observando as normas oramentrias e financeiras que exi gema previso das despesas a serem pagas.CMARA MUNICIPAL. CONTRATAO DE EMPRESA PARA

    REALIZAO DE CONCURSO PBLICO. INCLUSO NO LIMITE. 1) Asreceitas decorr entes das inscr ies de concurso pbico realizadas pelaCmara Municipal pertencem ao Municpio, contabil izadas pelo PoderExecutivo. 2) Cabe ao Poder Legislati vo a despesa com a reali zao deconcurso pbli co para preenchimento de cargos dos seus quadros. 3)

    possvel realizao de concurso pblico em conjunto da Cmara

    Municipal com a Prefeitura. Neste caso, havendo o rateio das despesas,somente a parcela paga pelo Legislativo integrar o limite de gastos com aCmara Municipal.

    17(Grifos nossos).Nessa esteira tambm o entendimento do Tribunal de Contas da Unio, consoante severifica das decises abaixo transcritas:

    (...)1.4.1.1 considere como pbli cos os recur sos f inanceiros or iundos de taxasde inscr io nos processos seletivos, consoante entendimentoconsubstanciado no Enunciado n 214 da Smula de Jurisprudncia desteTribunal;

    17TCE/MT , Processo n. 16.517-4/2010, Consulta, Rel. Conselheiro Domingos Neto, Resoluo de Consulta n22/2011.

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    1.4.1.2 abstenha-se de f irmar novas avenas que tenham por objeto adelegao da administr ao financeira da real izao de concursospbli cos a enti dade privada, por contrariar o disposto no art . 165 da

    Constitu io Federal e no art. 2 da L ei n 4.320/64;18(grifos nossos)

    (...)1.1. ao Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo que:1.1.1. proceda ao devido certame licitatrio para a contratao de serviosde terceiros, conforme dispem o inciso XXI do art. 37 da Constituio

    Federal e o art. 2 da Lei n. 8.666/1993, ressalvadas as hipteses previstasnos arts. 24 e 25, que devero ser necessariamente justificadas, comodetermina o art. 26 da referida lei;1.1.2. atente par a que os valores cor respondentes s taxas de inscrio emconcursos pbli cos sejam recolh idos dir etamente pela entidade, por meio

    de documento prpr io, conforme normas especficas (L ei n. 4.320/1964 elegislao correlata) e determinao constante do Acrdo 1239/2005 - 1Cmara (Relao n. 92/2005).19(grifos nossos)(...)

    Nessa mesma linha tambm se manifestou a procuradora do Ministrio Pblico juntoao Tribunal de Contas, Dra. Elke Soares de Moura Silva, em parecer exarado no bojodo processo de Edital de Concurso Pblico n. 876729, de relatoria do ConselheiroSebastio Helvcio, consoante se verifica do trecho abaixo transcrito:

    (...)1 - Do pagamento do valor da inscrioO edital convocatrio do concurso pblico examinado no estabelece em

    nome de quem dever ser efetuado o pagamento da taxa de inscrio. que, consti tu indo o val or cobrado a ttu lo de inscrio em concur sopbli co receita pbli ca pertencente entidade federativa reali zadora doconcurso, nesta condio, deve ser recolhida aos cofres pbl icos econtabil izada de acordo com as regras do Direito F inanceir o.

    Desta feita, no presente caso, dever ser comprovado nos autos orecolhimento do valor da taxa de inscr io em nome da CmaraMunicipal de Joo Monlevade, observadas as regras do Direi toF inanceir o e sua apropr iao e contabi l izao de acor do com a Lei n4.320/64.

    (...)Assim, em conformidade com o entendimento jurisprudencial, com o parecer daprocuradora e com os argumentos acima esposados e levando-se em considerao queos valores decorrentes do pagamento de taxas de inscrio nos concursos pblicos soreceitas pblicas que devem observar a Lei n 4320/64, considero ilegal o depsito dasreferidas quantias diretamente na conta bancria da empresa organizadora do concurso

    pblico.Os valores das taxas de inscrio, conforme j explicitado alhures, na resposta ao

    primeiro questionamento, devem ser depositados em conta nica da Cmara Municipale eventuais diferenas entre os valores das taxas recolhidas e o gasto efetivo com o

    18Relao n. 14,/2008, Acrdo n.1317/2008, TCU- Plenrio, Denncia, Rel. Ministro Aroldo Cedraz.19Relao n. 17/2008, Acrdo 403/2008, TCU- 1 Cmara, Representao, Rel. Auditor Marcos BemquererCosta.

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    concurso pblico pertencero conta nica do Tesouro Municipal, em consonnciacom os princpios da universalidade, do oramento bruto e da unidade de caixa.Ademais, compete ao Poder Pblico controlar as receitas e despesas que ir realizar,observando o disposto nos artigos 58 a 65 da Lei n. 4320/64 e art. 14 da LeiComplementar 101/2000.

    CONCLUSO:Pelas razes expostas, respondo Consulta, em tese, nos seguintes termos:1 O recolhimento dos valores recebidos a ttulo de taxa de inscrio, destinados aocusteio das despesas efetuadas com a realizao do concurso pblico para o

    provimento de cargo nos seus quadros, deve ser feito na conta nica da CmaraMunicipal, sendo vedada a criao de caixas especiais, nos termos do artigo 56 da Lein. 4320/64. Vale destacar que caso o valor recolhido com as taxas de inscrio seja

    superior ao valor gasto com a realizao do concurso, essa diferena pertencer aoscofres municipais, em conformidade com os princpios oramentrios da unidade, dauniversalidade e do oramento bruto;2 A receita arrecadada pelo Poder Legislativo Municipal, proveniente de taxa deinscrio para Concurso Pblico, pode ser utilizada para pagamento dos servios

    prestados pela empresa vencedora do processo licitatrio para realizao de concursopblico, desde que os editais de licitao e os contratos especifiquem que a forma deremunerao da empresa contratada ser fixa ou varivel, em conformidade com onmero de inscritos ou de acordo com as receitas auferidas com a inscrio doscandidatos. Alm disso, o edital e o contrato devem estabelecer os valores globais e

    mximos da avena a ser firmada, com base na estimativa do montante a serarrecadado com as inscries, bem como devem conter uma clusula estabelecendoque os valores recolhidos que superarem o previsto no contrato pertencero aos cofresmunicipais;3- No possvel delegar a administrao e gerenciamento de recursos pblicos

    provenientes da arrecadao de taxas de inscrio em concurso pblico a uma empresaprivada contratada para a realizao do concurso pblico, pois, as taxas de inscrioconstituem receitas pblicas. Ademais, considerando que em face do princpio datransparncia, compete ao Poder Pblico prestar contas dos seus gastos, o depsito dastaxas de inscrio direto na conta da contratada ofenderia o disposto no art. 14 da Lei

    Complementar n. 101/2000 e nos arts. 58 a 65 da Lei n. 4320/64, uma vez queconfiguraria renncia e omisso de receita, alm de antecipao de pagamento contratada pela prestao do servio, desrespeitando as fases da realizao da despesa.

    CONSELHEIRO JOS ALVES VIANA:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.CONSELHEIRO EDUARDO CARONE COSTA:Acompanho o entendimento do Conselheiro Relator, e quero reiterar o voto que

    proferi na Consulta n 837086, Sesso do dia 29 de agosto do ano passado, quandotambm entendi de igual forma. Nesse processo, falta ainda votar o Conselheiro Jos

    Alves Viana, mas a mesma matria.Voto de acordo com o Relator, mas com esse esclarecimento.

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    CONSELHEIRO WANDERLEY VILA:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.

    CONSELHEIRO SUBSTITUTO GILBERTO DINIZ:Voto de acordo com o Conselheiro Relator.

    CONSELHEIRO CLUDIO TERRO:Tambm acompanho o voto do Relator, Excelncia, e sugiro inclusive a ampladivulgao do contedo desse voto, especialmente no site da nossa Instituio, tendoem vista que muitos jurisdicionados tm promovido contrataes e, em face do quetenho visto, esses recursos tm sido carreados para as empresas contratadas.

    CONSELHEIRA PRESIDENTE ADRIENE ANDRADE:

    Tambm acompanho o voto do Conselheiro Relator.APROVADO O VOTO DO CONSELHEIRO RELATOR, POR UNANIMIDADE,COM AS OBSERVAES DO CONSELHEIRO EDUARDO CARONE COSTA EDO CONSELHEIRO CLUDIO TERRO.

    MGM/dc/RB/SF/ECR/SR