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__________________________________________________________________________________ RUA 68 Nº 727 CENTRO FONE: 3216-6160 FAX: 3225-0525 CEP 74055-100 GOIÂNIA-GO. www.tcm.go.gov.br Pág. 1 PARECER PRÉVIO - PP Nº 00107/2019 - Tribunal Pleno PROCESSO N.: 06435/2016 MUNICÍPIO: IVOLÂNDIA ÓRGÃO: PODER EXECUTIVO GESTOR: FÁBIO SEABRA GUIMARÃES (Prefeito 2013-2016) CPF N.: 412.456.601-87 ASSUNTO: Contas de Governo Balanço Geral de 2015. MUNICÍPIO. IVOLÃNDIA. RECURSO ORDINÁRIO. PODER EXECUTIVO. PARECER PRÉVIO. BALANÇO GERAL 2015. APROVAÇÃO COM RESSALVA DAS CONTAS. Tratam os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO autuado por meio da petição (fls. 01/14, vol. 1, F 2) da lavra do Sr. FÁBIO SEABRA GUIMARÃES, Prefeito do Município de IVOLÂNDIA, via procuração, objetivando a reforma do ACORDÃO AC nº 07329/16 (fls. 257/260, vol. 2, F 2), no qual este Tribunal manifestou parecer pela rejeição das contas de governo de 2015. Decide o TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE GOIÁS, pelos membros integrantes de seu pleno, acolhendo as razões expostas no Voto do Relator para: I - EMITIR parecer prévio pela aprovação com ressalvas das contas de governo do Gestor Fábio Seabra Guimarães, Prefeito do Município de Ivolândia, do período de 2015, nos termos da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao decidir o Recurso Extraordinário nº 848.826/DF, em virtude das ressalvas apontadas nos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão 07326/2016.

PARECER PRÉVIO - PP Nº 00107/2019 - Tribunal Pleno · 257/260, vol. 2, F 2), no qual este Tribunal manifestou parecer pela rejeição das contas de governo de 2015. O presente recurso

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Pág. 1

PARECER PRÉVIO - PP Nº 00107/2019 - Tribunal Pleno

PROCESSO N.: 06435/2016

MUNICÍPIO: IVOLÂNDIA

ÓRGÃO: PODER EXECUTIVO

GESTOR: FÁBIO SEABRA GUIMARÃES (Prefeito 2013-2016)

CPF N.: 412.456.601-87

ASSUNTO: Contas de Governo Balanço Geral de 2015.

MUNICÍPIO. IVOLÃNDIA. RECURSO ORDINÁRIO. PODER EXECUTIVO. PARECER PRÉVIO. BALANÇO GERAL 2015. APROVAÇÃO COM RESSALVA DAS CONTAS.

Tratam os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO autuado por

meio da petição (fls. 01/14, vol. 1, F 2) da lavra do Sr. FÁBIO SEABRA

GUIMARÃES, Prefeito do Município de IVOLÂNDIA, via procuração, objetivando a

reforma do ACORDÃO AC nº 07329/16 (fls. 257/260, vol. 2, F 2), no qual este

Tribunal manifestou parecer pela rejeição das contas de governo de 2015.

Decide o TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO

DE GOIÁS, pelos membros integrantes de seu pleno, acolhendo as razões expostas

no Voto do Relator para:

I - EMITIR parecer prévio pela aprovação com ressalvas das contas de

governo do Gestor Fábio Seabra Guimarães, Prefeito do Município de Ivolândia, do

período de 2015, nos termos da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao

decidir o Recurso Extraordinário nº 848.826/DF, em virtude das ressalvas apontadas

nos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão

07326/2016.

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II - ENVIAR, após o trânsito em julgado, o processo contendo o parecer

prévio à Câmara Municipal de Ivolândia para providências e julgamento, por força da

tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao decidir no Recurso Extraordinário nº

848.826/DF, em 17 de agosto de 2016.

À Superintendência de Secretaria para os fins.

TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE GOIÁS,

13 de Fevereiro de 2019.

Presidente: Joaquim Alves de Castro Neto

Revisor: Daniel Augusto Goulart.

Presentes os conselheiros: Cons. Daniel Augusto Goulart, Cons.

Francisco José Ramos, Cons. Joaquim Alves de Castro Neto, Cons. Maria Teresa

Garrido Santos, Cons. Nilo Sérgio de Resende Neto, Cons. Sérgio Antônio Cardoso

de Queiroz, Cons. Valcenôr Braz de Queiroz, Cons. Sub. Flavio Monteiro de

Andrada Luna, Cons. Sub. Irany de Carvalho Júnior, Cons. Sub. Maurício Oliveira

Azevedo, Cons. Sub. Vasco Cícero Azevedo Jambo e o representante do Ministério

Público de Contas, Procurador Regis Gonçalves Leite.

Votação:

Votaram(ou) com o Cons.Daniel Augusto Goulart: Cons. Francisco

José Ramos, Cons. Maria Teresa Garrido Santos, Cons. Nilo Sérgio de Resende

Neto, Cons. Sérgio Antônio Cardoso de Queiroz, Cons. Valcenôr Braz de Queiroz.

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PROCESSO N.: 06435/2016

MUNICÍPIO: IVOLÂNDIA

ÓRGÃO: PODER EXECUTIVO

GESTOR: FÁBIO SEABRA GUIMARÃES (Prefeito 2013-2016)

CPF N.: 412.456.601-87

ASSUNTO: Contas de Governo Balanço Geral de 2015.

I - RELATÓRIO

Tratam os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO autuado por

meio da petição (fls. 01/14, vol. 1, F 2) da lavra do Sr. FÁBIO SEABRA

GUIMARÃES, Prefeito do Município de IVOLÂNDIA, via procuração, objetivando a

reforma do ACORDÃO AC nº 07329/16 (fls. 257/260, vol. 2, F 2), no qual este

Tribunal manifestou parecer pela rejeição das contas de governo de 2015.

O presente recurso foi recebido pela Presidência deste TCM por meio

do Despacho n° 6971/2015 (fls. 80, vol. 1, F2).

II - DA MANIFESTAÇÃO DA SECRETARIA DE RECURSOS.

Instada a manifestar, a Secretaria de Recursos, por meio do

Certificado nº 1061/2018 (fls. 321/332, vol. 1 – fase 2) externou entendimento no

seguinte sentido:

CERTIFICADO N° 1061/2018

1. RELATÓRIO

Tratam os presentes autos de RECURSO ORDINÁRIO autuado por meio da petição

(fls. 01/14, vol. 1, F 2) da lavra do Sr. FÁBIO SEABRA GUIMARÃES, Prefeito do Município de

IVOLÂNDIA, via procuração, objetivando a reforma do ACORDÃO AC nº 07329/16 (fls. 257/260, vol.

2, F 2), no qual este Tribunal manifestou parecer pela rejeição das contas de governo de 2015.

O presente recurso foi recebido pela Presidência deste TCM por meio do Despacho

n° 6971/2015 (fls. 80, vol. 1, F2).

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Aos 10/03/2017, esta Secretaria, após análise dos documentos constantes dos autos,

emitiu o Certificado nº0058/2017, no sentido de manter a Rejeição das Contas de Governo, em

virtude da permanência das irregularidades dos itens 19.0, 19.2, 19.5, 19.7 e 19.8.

A Douta Procuradoria, via Parecer nº 01535/2017, corroborou com a manifestação

desta Especializada.

Foram os autos encaminhados à Assessoria de Acompanhamento de Processos e de

Produtividade para sobrestamento até o julgamento do processo nº 06456/2017.

Em 14/08/2017, foram os autos enviados a esta Secretaria para análise das peças

juntadas às fls. 98/168.

Aos 21/08/2017, esta Especializada emitiu o Certificado nº 0840/17 (fls. 170/179),

após juntada dos documentos de fls. 98/168, a qual manifestou pelo Provimento Parcial das Contas

de Governo do exercício de 2015, em virtude da permanência das irregularidades apontadas nos

itens 19.2, 19.5 e 19.7.

A seguir, a Douta Procuradora, via Parecer nº 05259/2017 (fls. 180), corroborou com

a manifestação desta Especializada.

O Acórdão nº 01963/18 (fls. 195/196) concedeu abertura de vistas em caráter

excepcional ao Sr. Fábio Seabra Guimarães.

Foram os autos retornados a esta Secretaria, via Despacho nº 0299/18 (fls. 243),

para manifestação dos documentos juntados às fls. 225/241. Ressalta-se que o recorrente se

manifestou apenas acerca do item 19.5, assim, será reanalisado apenas o presente item,

permanecendo os demais inalterados.

Após nova análise, foi emitido o Certificado nº 0840/17 (fls. 254/275), com a

manifestação pelo provimento parcial do recurso (REJEIÇÃO das Contas de Governo do exercício de

2015 – município de Ivolândia), em virtude da permanência da irregularidade apontada no item 19.2

(parte).

Por meio do Parecer nº 06102/18 (fls. 276), a Douta Procuradoria corroborou com a

manifestação desta Especializada.

Conforme Despacho nº 654/18 (fls.320), foram os autos retornados a esta Secretaria

para manifestação acerca dos documentos juntados às fls. 277/319.

A seguir serão apresentados os argumentos do recorrente, de forma sintética,

seguidos das respectivas analises.

2. DAS RAZÕES RECURSAIS E ANÁLISE DE MÉRITO DAS IRREGULARIDADES E

RESSALVAS

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IRREGULARIDADE N. 1: (Item 19.1 do voto do relator): Déficit orçamentário de

execução apurado no Balanço Orçamentário – Anexo 12 (fls. 328 - 329), como resultado de receita

orçamentária arrecadada menor que despesa orçamentária empenhada, no montante de R$

4.497.849,45, equivalente a 32,23% da Receita Arrecadada, não atendendo ao princípio do equilíbrio

das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/00 (LRF), conforme demonstrado a seguir:

Apuração do resultado orçamentário do exercício

1. Receita arrecadada 13.957.413,75 2. Despesa empenhada 18.455.263,20 3. (-) Déficit Orçamentário (1 - 2) (4.497.849,45) 4. Despesas empenhadas vinculadas a convênios com recursos pendentes de repasse

5. Déficit financeiro apurado no Balanço Patrimonial do exercício anterior (5.1 - 5.2 - 5.3 + 5.4)

-

5.1. Disponibilidade de caixa 2.418.642,51 5.2. Disponibilidade de caixa do RPPS 1.920.770,10 5.3. Passivo financeiro 572.791,42 5.4. Passivo financeiro do RPPS 13.136,10 6. Déficit orçamentário de execução ajustado (3 - 4 - 5) (4.497.849,45) 7. % do Déficit sobre a receita arrecadada (6 ÷ 1) 32,23%

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Informamos que a conclusão do Balanço Orçamentário do Município de Ivolândia no exercício de 2015, ao contrário do que consta no Acórdão atacado, resultou em um déficit orçamentário de apenas 1,64%... Assim, esclarecemos que o déficit descrito no item 4 da tabela é referente a despesas não processadas, das quais a maior parte foi cancelada no exercício de 2016, conforme Decretos de Cancelamento anexados a este. Há que se considerar ainda que: - o valor referente ao subitem 4.1 é referente a LICITAÇÃO REVOGADA, SALDO DE R$ 797.587,65 CANCELADO NO EXERCÍCIO DE 2016; - o valor referente ao subitem 4.2 — VALOR ACEITO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. LICITAÇÃO REVOGADA, SALDO DE R$ 585.688,13 CANCELADO NO EXERCÍCIO DE 2016; - O valor referente ao subitem 4.3 — VALOR ACEITO DE R$ 197.100,00, SENDO QUE O CORRETO SERIA R$ 394.200,00, TENDO EM VISTA, QUE O CREDITO/RECEITA DO DIA 10/12/2015 SO FOI CONTABILIZADO EM 01/03/2016. - o valor referente ao subitem 4.4 - VALOR ACEITO DE R$ 197.100,00, SENDO QUE O CORRETO SERIA R$ 394.200,00, TENDO EM VISTA, QUE O CREDITO/RECEITA DO DIA 20/11/2015 SO FOI CONTABILIZADO EM 01/03/2016. - o valor referente ao subitem 4.5 - VALOR ACEITO PELO TRIBUNAL DE CONTAS; - o valor referente ao subitem 4.6 - VALOR ACEITO PELO TRIBUNAL DE CONTAS; - o valor referente ao subitem 4.7 - CONVÊNIO COM AGEHAB — CONSTRUÇÃO DE FOSSAS SEPTICAS — NO ENTANTO, A REFERIDA DESPESA NÃO PROCESSADA DEVERÁ SER QUITADA COM RECURSOS PROPRIOS DO MUNICÍPIO.

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- o valor referente ao subitem 4.8 — DESPESA CANCELADA NO EXERCÍCIO DE 2016. - o valor referente ao subitem 4.9 — DESPESA CANCELADA NO EXERCÍCIO DE 2016. - o valor referente ao subitem 4.10 — DESPESA CANCELADA NO EXERCÍCIO DE 2016. O resultado da Gestão Pública não se deve pautar pelo resultado econômico (superávit ou déficit orçamentário) e sim pela eficiência, efetividade e economicidade com que são aplicados os recursos na execução das ações e dos programas de governo. Ademais, apesar de que o Gestor não deve empenhar mais do que arrecada para não intentar contra o que determina o art. 1° da LC n° 101/2000 que trata da Responsabilidade na Gestão Fiscal, no caso em tela, devem ser considerados os Princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, uma vez que tal infringência à norma legal não é capaz, por si só, de macular as contas ora analisadas, haja vista que o déficit orçamentário apresentado no valor de R$ 229.729,76 (1,64% da receita corrente líquida do Município), passível de adequação durante a execução orçamentária do exercício seguinte (2016) uma vez que este exercício em análise não é o último ano da gestão. Neste sentido há que se considerar os cancelamentos realizados no exercício de 2016, conforme comprova a documentação anexada. Ressaltamos que no exercício em questão não houve endividamento do município, haja vista que o valor total inscrito em restos a pagar refere-se às despesas não processadas e vinculadas a convênios pendentes de repasses. Por fim, salientamos que permitir que a irregularidade constatada contamine todas as contas de governo do exercício de 2015 é ferir de morte o Princípio do Direito Administrativo da razoabilidade, bem como também é ferir de morte o Princípio da Igualdade e Isonomia, uma vez que outro entendimento (pela ressalva) tem sido exarado para outros municípios em situações muito semelhantes. ”

Após juntada dos documentos de fls. 98/168, o recorrente alegou que:

No tocante ao presente item, vimos esclarecer ao Egrégio Tribunal de

Contas que o déficit orçamentário no exercício de 2015 foi ocasionado por

situação atípica com questão de mera formalidade, a saber: O déficit

apresentado de 1,73% da receita arrecadada no exercício de 2015 não fere

o art. 1° da Lei 101/2000, tendo em vista que o resultado da gestão não é

somente a partir do montante empenhado, mas deve ser analisada, com

base nos princípios administrativos, a eficiência dos serviços prestados pela

administração pública.

Importante observar que apenas a análise do resultado orçamentário não

permite obter conclusões acerca da eficiência na gestão fiscal. Para tal,

existem metas de resultado primário, nominal e montante da dívida

consolidada líquida estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

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A análise do balanço orçamentário gera informações complementares

acerca da influência da execução orçamentária no atingimento dessas

metas fiscais.

No exercício de 2015 foram cumpridos todos os índices de liquidez. Se

observarmos os índices de liquidez do município, é possível verificar que o

ele possui índices satisfatórios para cumprir com suas obrigações e, ainda,

que possui um patrimônio que é capaz de suportar o déficit orçamentário

apresentado.

Considerando os princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade, o

déficit orçamentário apurado, de apenas 1,73%, está nos padrões de ser

objeto de Ressalva.

Ressaltamos ainda que, além do cancelamento, já comprovado nos autos,

do montante de R$ 1.911.337,58 (despesas não liquidadas) foi cancelado o

montante de R$ 92.208,95 através decreto n. 145/2016 de 30 de dezembro

de 2016, solicitamos que seja aceito entendimento desta especializada de

outros decretos anexos.

Diante disto, o déficit orçamentário resta reduzido para o valor de R$

148.580,09 que corresponde a 0,10% da Receita Corrente Líquida, inferior a

1% (um por cento) não podendo ensejar a rejeição das contas.

Assim, com base nos critérios de relevância e materialidade, vimos requerer

a juntada do Decreto de Cancelamento do valor de R$ 92.208,95 e que os

argumentos acima sejam considerados para que este item seja sanado, ou

ao menos, motivo de ressalva, conforme as previsões da Lei Orgânica do

Tribunal de Contas dos Municípios, na presente prestação de contas, pois

esta especializada tem entendido em outras situações (municípios) que a

ocorrência não macula por si as contas de governo examinadas.

Análise do Mérito

Em sua defesa, o Chefe de Governo, apresenta documentos (fls. 17/22)

comprovando o cancelamento no exercício corrente de despesas não liquidadas no montante de R$

1.911.337,58 referente a empenhos globais de obras cuja execução se dará em exercícios seguintes.

Embora eventos ocorridos em exercícios subsequentes não alterem os resultados gerais de exercício

anterior evidenciados pelos serviços de contabilidade do Município, para fins de cálculo é possível

deduzir o montante cancelado por meio dos Decretos nºs 0137/16, de 31/10/2016 (fls. 17) e 0068/16,

de 02/05/2016 (fls. 20). Mesmo acatando a alegação apresentada, resta injustificado um déficit

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orçamentário ajustado no montante de R$ 240.789,04, que corresponde a 1,73% da receita

arrecadada.

Por oportuno, cabe esclarecer que na análise levada a efeito são considerados os

critérios de materialidade, relevância e risco para a aplicação dos princípios da razoabilidade e

proporcionalidade, que no presente caso, considera que o déficit orçamentário de execução acima de

1% (um por cento) sobre a receita arrecadada enseja a rejeição das contas de governo.

Após juntada de novos documentos, o Chefe de Governo, apresenta o Decreto nº

145/2016, que faz cancelamento de saldo do controle da dívida (fls. 138/143), comprovando o

cancelamento no exercício corrente de despesas não liquidadas no montante de R$ 92.208,95,

assim, verifica-se que para fins de cálculo é possível deduzir o montante cancelado, o que resta

injustificado um déficit orçamentário ajustado no montante de R$ 145.580,09, que corresponde a

1,04% da receita arrecadada.

Todavia, considerando os Princípios da Proporcionalidade e da Razoabilidade,

verifica-se que ainda que o déficit orçamentário da execução apurada no exercício, na ordem de

1,04%, mesmo que superior àquela que tem por base até 1% da Receita Arrecadada, tem-se que a

referida falha poderá ser2 ressalvada na presente prestação de contas, pois esta Especializada

entende que a ocorrência não macula por si as contas de governo examinadas.

Desta forma, a irregularidade poderá ser RESSALVADA.

IRREGULARIDADE N. 2: (Item 19.2 do voto do relator): Saldos patrimoniais do início

do exercício divergem dos respectivos saldos finais do exercício anterior informados pelo Município

(fls. 340), conforme relacionado abaixo:

Contas Saldo inicial 2015 Saldo final 2014 Diferença

Bens Móveis 2.123.309,22 2.123.389,22 80,00 Bens Imóveis 1.502.055,37 1.469.555,37 (32.500,00) Restos a Pagar 399.429,49 398.299,91 (1.129,58) Depósitos 112.437,00 107.060,04 (5.376,96) Dívida Fundada Interna 12.857.020,82 12.442.848,01 (414.172,81)

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Primeiramente, esclarecemos que o motivo dos dados do balanço do

exercício de 2015 não terem sido reenviados quando fora oportunizado foi

porque não conseguimos ainda a oportunidade para o reenvio do balanço do

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exercício de 2014, o qual se encontra sem as correções devidas no SICOM

quanto aos saldos reais patrimoniais.

Assim, estamos anexando cópia do pedido realizado quanto ao reenvio dos

dados do exercício de 2014, bem como cópia dos relatórios contábeis que

expressam a realidade tanto das contas de governo do exercício de 2014

como do exercício de 2015.

Aproveitamos o ensejo, para que, considerando necessário para o

saneamento da irregularidade, Vossa Excelência autorize o reenvio de dados

do exercício de 2015 após reenviado o 2014. ”

Após juntada dos documentos de fls. 98/168, o recorrente alegou que:

“Esclarecemos que a divergência constatada nos saldos patrimoniais é

dependente de correção no Balanço de 2014, o qual se encontra ainda com

recurso em tramitação nessa corte de contas.

Há que se considerar que nos relatórios contábeis do exercício de 2014 que

foram anexados junto ao recurso ordinário expressam o saldo real tanto

referente aos saldos inicial de 2015 como ao saldo final de 2014.

Desta forma, pedimos que seja a análise realizada em consideração aos

relatórios físicos anexados ao recurso, ou que estes autos sejam

SOBRESTADOS até a análise final do recurso no processo n° 06288/2015

referente ao Balanço Geral de 2014.”

Após juntada dos documentos de fls. 277/319, o recorrente alegou que:

“...O saldo divergente nesta conta é decorrente do lançamento equivocado no

Ativo Permanente (Bens Móveis) de uma cadeira de rodas destinada para

doação, adquirida no exercício de 2014, que foi devidamente desincorporada

do patrimônio após o período autorizado para reenvio do Balanço Geral de

2014, motivo pelo qual não foi possível corrigir as informações também no

SICOM/TCM.

Por outro lado, a divergência apontada na referida conta (R$ 80,00),

corresponde a percentual bem menor do que o máximo de 1% aceitável por

essa Egrégia Corte de Contas, motivo pelo qual é considerada irrelevante,

conforme critérios de materialidade e relevância adotados por este Tribunal

de Contas na análise das contas de governo. Assim, ancorado no princípio da

razoabilidade e da proporcionalidade, solicitamos que este item seja

ressalvado.

Bens Imóveis: Em relação à divergência apontada nesta conta,

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esclarecemos que o saldo correto é o que foi apresentado como inicial no

exercício de 2015 (R$ 1.502.055,37), conforme consta do Relatório Analítico

do Ativo Permanente dos bens Imóveis do Balanço Geral de 2015 (parcial),

abaixo: (ver quadro fls. 278).

Vale ressaltar os saldos de 2015 foram transferidos para o exercício de 2016,

cujas contas encontram-se devidamente aprovadas junto ao Tribunal de

Contas dos Municípios através do Acórdão nº 02598/2018 — Tribunal Pleno

— Processo nº 06908/2017. Para que não paire dúvidas sobre o que foi

reportado, segue em anexo, Relatório Analítico do Ativo Permanente dos

bens Imóveis do Balanço Geral de 2014, 2015 e 2016.

Por tudo exposto, solicitamos a aprovação/ressalva do presente item.

Conta Restos a Pagar: O saldo divergente da conta Restos a Pagar inicial de

2015 em relação ao saldo final de 2014 é decorrente de lançamentos em

duplicidade ocorridos na coluna saldo do exercício anterior de despesas não

processadas do exercício de 2010, conforme Demonstrativo do Passivo

Financeiro, extraído do SICOM/TCM abaixo: (ver quadro fls.278).

Vale ressaltar que os lançamentos que motivaram o saldo divergente da

referida conta, foram devidamente identificados e corrigidos no próprio

Balanço Geral de 2015, através do cancelamento dos valores dos restos a

pagar a eles correspondentes, conforme RELAÇÃO ANALÍTICA DO

PASSIVO FINANCEIRO DO BALANÇO GERAL DE 2015 (parcial), extraído

do SICOM/TCM em anexo.

Conta Depósitos: O saldo divergente dessa conta é decorrente de falhas na

consolidação dos dados para fechamento do Balanço Geral de 2014, o que

posteriormente foi corrigido e aprovado junto ao TCM por meio físico, sendo

que o saldo final de 2014 foi compatibilizado com o saldo inicial de 2015 que

é o correto.

Vale destacar que os saldos finais de 2015 foram transportados para 2016 e

encontram-se devidamente aprovados junto ao Balanço Geral de 2016,

restando devidamente comprovado que os valores consignados

correspondem aos valores devidos, não havendo assim razões que

justifiquem a mantença da irregularidade do presente item.

Dívida Fundada Interna: Em relação ao presente item, o saldo divergente

nesta conta é decorrente de ajustes ocorridos na dívida após o período

autorizado para reenvio de dados do Balanço Geral de 2014, por ocasião do

posterior recebimento das certidões emitidas pelos órgãos credores, não

havendo tempo hábil para corrigir as informações também no SICOM/TCM.

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Vale ressaltar que o Balanço Geral de 2016 com os saldos atualizados da

Dívida Fundada do Município de Ivolândia, encontra-se aprovado junto ao

TCM/GO, conforme Acórdão nº 02598/2018 — Tribunal Pleno — Processo nº

06908/2017, em anexo

Análise do Mérito

Alega o recorrente que a divergência constatada nos saldos patrimoniais é

dependente de correção no Balanço de 2014, o qual se encontra ainda com recurso em tramitação

nessa corte de contas. Após análise e julgamento dos autos 06288/2015 - fase 3, verifica-se

parcialmente procedente as alegações.

Nos termos do Acordão AC nº 09631/2017, em anexo, a divergência na conta Bens

Imóveis, na ordem de R$ 32.500,00 é referente à correção do saldo de 2013 para 2014, que somente

foi lançado em 2015, acarretando a divergência em comento.

Da mesma forma ocorreu o lançamento de R$ 789,58 na conta Restos a Pagar em

2015 a fim de ajustar divergência entre o saldo final de 2013 e inicial de 2014. Assim a divergência da

referida conta passa a ser de R$ 340,00, que será excepcionalmente ressalvada por se tratar de valor

ínfimo.

Quanto a conta Dívida Fundada Interna a análise dos autos 06288/15 não interfere na

divergência ora apontada visto que o saldo inicial de 2014, na ordem de R$ 2.230.234,93 foi

certificado como o correto. Vejamos os termos do Acordão AC nº 09631/2017: “Quanto à divergência

na conta Dívida Fundada Interna, pode-se constatar que a mesma foi devidamente comprovada por

meio de certidões apresentadas às fls. 142/180, restando desta forma, o saldo apresentado no início

do exercício de 2014 como o correto”. Logo a divergência entre o saldo final de 2014 e o inicial de

2015, na ordem de R$ 414.172,81 deve ser devidamente justificada, o que não correu nos presentes

autos.

Quanto à divergência na conta Depósitos, não houve a devida justificativa nos

presentes autos.

Desta forma, verifica-se que permanece a irregularidade, quanto à divergência nas

contas Depósitos e Dívida Fundada Interna.

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Análise do Mérito após juntada dos documentos de fls. 277/319

O recorrente alega que as divergências apresentadas nas Contas Depósito e Dívida

Fundada Interna é decorrente de falhas na consolidação de dados do Balanço Geral de 2014.

No que diz respeito à divergência apresentada na Conta Depósito, tem-se que a

mesma poderá ser ressalvada, tendo em vista o Princípio da Relevância, em se tratando de uma

divergência de apenas R$ 5.376,96, e também, que conforme consta do Sistema de Informática

(SICOM), os saldos foram comprovados no exercício de 2016.

Quanto a conta Dívida Fundada Interna, observa-se que juntaram às fls. 318/319 –

Demonstrativo da Dívida Fundada Interna, comprovando os saldos do exercício de 2015 e do

exercício de 2016, este, já devidamente julgado por este Tribunal de Contas

Desta forma, a irregularidade poderá ser RESSALVADA.

IRREGULARIDADE N. 3: (Item 19.4 do voto do relator): Detalhamento da Dívida

Ativa – DDA não encaminhado por meio eletrônico (fls. 353), nos moldes do Anexo IV – Layout dos

Arquivos - Balanço, da IN TCM nº 012/14. Note-se que as informações referentes ao Detalhamento

da Dívida Ativa – DDA, não apresentadas na época oportuna, deverão ser encaminhadas por meio da

internet (via analisador web), após solicitação mediante processo específico, no prazo da abertura de

vista, observado o disposto no art. 30 da IN TCM nº 12/2014.

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Conforme explicado no item anterior, o reenvio de dados não foi realizado

na data autorizada por motivo de inconsistência nos dados do exercício de

2014.

Assim, para sanar este item, segue anexado a este CD com o DDA

gravado, juntamente com os relatórios da Dívida Ativa e a certidão do

Departamento de Arrecadação Municipal.

Aproveitamos o ensejo para requerer autorização do reenvio de dados do

Balanço do exercício de 2015.”

Análise do Mérito

Conforme Despacho de fls. 81, foi dada oportunidade para o recorrente enviar os

dados relativos ao DDA – Quadro de Detalhamento da Dívida Ativa, o que, ao verificar no Sistema de

informática (SICOM), constata-se que foi devidamente encaminhado, porém, ressalvamos que o valor

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constante do meio eletrônico (R$ 223.376,24), diverge daquele apresentado nos demais Anexos (R$

265.581,49).

Desta forma, verifica-se que a irregularidade poderá ser RESSALVADA.

IRREGULARIDADE N. 4: (Item 19.5 do voto do relator): Cancelamento de créditos

inscritos em Dívida Ativa, no montante de R$ 440.007,43 (fls. 348), sem comprovação do fato

motivador.

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Informamos que o responsável pelo Departamento de Arrecadação Municipal

fez um levantamento minucioso anterior ao cancelamento dos referidos

créditos e constatou que aqueles valores inscritos na dívida ativa não tinham

fundamento, motivo pelo qual emitiu certidão (que segue anexada a este) e

determinou o cancelamento do montante de R$ 440.007,43 inscrito na Dívida

Ativa.

Esclarecemos que a nossa administração, na transição de mandato, recebeu

o município com a dívida inscrita em desacordo com a realidade. Motivo que

fez com que o Prefeito determinasse que o Departamento de Arrecadação

fizesse o levantamento da dívida real supracitado.

Portanto, não há fundamento para a permanência desta irregularidade, uma

vez que restou demonstrado que o cancelamento realizado ocorreu de acordo

com o levantamento da dívida ativa real. ”

Após juntada dos documentos de fls. 98/168, o recorrente alegou que:

Informamos que a empresa responsável pelo software manifestou a esse

município a respeito dos cancelamentos sem comprovação do fato motivador, conforme documento

anexado.

Assim resta esclarecida a confusão que se deu quanto a um pseudo-

cancelamento de dívida ativa. Não houve tecnicamente e de fato um

cancelamento de DDA, mas apenas uma adequação das informações dos

valores dos DUAMS parcelados em outra coluna, bem como não há que se

falar também em discrepância do valor real, visto que os valores das parcelas

dos DUAMS haviam sido acrescidos na coluna do cancelamento tão somente

para fechamento do balanço de 2015, procedimento que hoje não mais

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existe, pois o valor real de fato é aquele sem a somatória dos valores das

parcelas dos DUAMS fruto de parcelamento.

Sendo assim, reforçamos que o valor real da dívida ativa do município é o

valor constante do arquivo DDA enviado a esse Tribunal de Contas.

Após juntada dos documentos de fls. 225/241, o recorrente alegou que:

“...Através de nota explicativa foi informado que existe registro de dívida ativa

no município em 31/12/2015, no valor de R$ 265.581,49, conforme certidão

emitida pela Secretaria de Finanças que foi anexada nos autos do recurso

ordinário, que representa a realidade que demonstra também no Anexo 14 do

balanço Geral, sendo que, no exercício anterior, foi inscrito na contabilidade o

valor de R$ 705.588,92, esse valor que não representava o valor real da

dívida ativa do município, e sim, o que estava inscrito contabilmente, deste

exercício, ainda, não era exigido pelo TCMGO do DDA, justifica-se assim, o

cancelamento no valor de R$ 440.007,73.

Outro fator importante, motivador para o acerto do DDA, foi que o sistema na

época usado pela contabilidade, MEGASOFT, não estava ainda adaptado

para as mudanças, que seriam o DDA, havendo muitas inconsistências a

serem corrigidas, para o reenvio correto. E as inconsistências tratavam-se,

por exemplo, duplicações de contribuintes, duplicações de DUAM’s e,

valores. Todos estes que foram corrigidos.

Análise do Mérito

A alegação do recorrente não tem o condão de sanar a irregularidade, pelo fato de

que não se comprova com documentos hábeis que o cancelamento decorre de motivo que dê causa

à inexistência dos créditos cancelados. Ressalta-se que o cancelamento de Créditos de Dívida Ativa

constitui procedimento em desacordo com as normas de Direito Financeiro (Lei nº 4.320/64). Diante

do exposto, o cancelamento de Créditos de Dívida Ativa não tem respaldo legal e normativo.

Após juntada de novos documentos às fls. 98/168, tem-se que permanece a

irregularidade apresentada, pois não foi devidamente comprovado com documentos que demonstrem

a inexistência dos créditos cancelados.

Análise do Mérito após juntada dos documentos de fls. 225/241

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Assiste razões as alegações do recorrente, uma vez que foram juntados aos autos os

documentos de fls. 239/241, constante de nota explicativa acerca de inconsistência apresentadas no

sistema MEGASOFT, e também, a declaração do Departamento de Arrecadação atestando o valor da

Dívida Ativa na ordem de R$ 265.581,49

Desta forma, a irregularidade poderá ser RESSALVADA.

IRREGULARIDADE N. 5: (Item 19.7 do voto do relator): Aplicação na manutenção e

desenvolvimento do ensino no montante de R$ 3.476.150,56, equivalente a 24,64% da receita

resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências (fls. 319), não atendendo ao

limite mínimo de 25%, conforme art. 212 da CF/88. Note-se que até o julgamento das contas de

gestão ou de governo poderá ser pedido revisão do índice, devendo o pedido ser feito em processo

apartado das contas, dirigido à Secretaria de Contas Mensais de Gestão – SCMG, acompanhado da

documentação comprobatória necessária, conforme art. 1º, § 3º da Resolução Administrativa RA

TCM nº 216/13.

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Informamos que protocolizamos o pedido de revisão do índice em apartado,

e pedimos que a análise destes autos aguarde a análise do referido pedido

apartado. ”

Após juntada dos documentos de fls. 98/168, o recorrente alegou que:

“Diante do fato, mais uma vez, pelo princípio da oportunidade,

solicitamos, que o processo seja sobrestado até o analise da secretaria de

recurso onde foi protocolizado novo pedido de revisão do Índice através do

processo 12926/2017 no exercício de 2014 e 2015.”

Análise do Mérito

Apesar da alegação do recorrente, verifica-se que até a presente data não foi

protocolado nesta Corte de Contas o pedido de revisão do índice na aplicação e desenvolvimento do

ensino, o qual, permanece em 24,64%, não atendendo ao limite mínimo de 25%, conforme art. 212

da CF/88.

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Após juntada de novos documentos às fls. 98/168, verifica-se que autuaram o Processo nº

12926/2017, onde após análise do índice de 2015, chegou-se à seguinte conclusão:

Índice 2015

1) Quanto ao saldo do exercício de 2014, referentes a recursos com entrada

a partir 10/12/2014, que totalizou o valor de R$ 965.011,74, já havia sido

alertado ao gestor quando da certificação do índice daquele exercício

(2014) que, excepcionalmente, esta Corte de Contas em casos concretos

promoveria a exclusão dos recursos recebidos nos últimos 20 dias do ano,

porém tal valor seria “necessariamente” considerado na base de cálculo do

índice do exercício subsequente (vide certificação índice da educação

2014). Assim, correta a inclusão do valor de R$ 965.011,74 no índice de

2015, referente à glosa do saldo de 2014.

Ainda, não há pertinência a solicitação do recorrente de que apenas parte

do saldo excluído, ou seja, R$ 691.613,74, seja considerado na análise do

índice apurado para o exercício de 2015, já que a exclusão deferida

excepcionalmente por este Tribunal em 2014 é referente ao montante total

das receitas que deram entrada a partir de 10.12.2014, não sendo possível

glosas parciais da receita para fins de ajustes dos índices, conforme requer

o jurisdicionado.

Reiteramos que essa metodologia foi utilizada excepcionalmente em 2014,

no entanto os gestores que solicitaram a referida exclusão das receitas em

2014 já sabiam do ônus a ser suportado em razão da inclusão da receita

para o próximo exercício.

Portanto, permanecem inalteradas as apurações dos índices, que para o

exercício de 2014 foi de 25,02% e para 2015 de 24,64% nas despesas com

ações na manutenção e desenvolvimento do ensino

Análise do Mérito após juntada dos documentos de fls. 225/241

Conforme se vê do documento de fls. 253, verifica-se que o percentual aplicado na

manutenção e desenvolvimento do ensino foi alterado para 25,14% atendendo ao limite mínimo de

25%.

.

Desta forma, a irregularidade poderá ser sanada.

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IRREGULARIDADE N. 6: (Item 19.8 do voto do relator): Inscrição de restos a pagar

processados, no valor de R$1.780.805,90, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo

com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF),

conforme demonstrado a seguir:

Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar

Descrição Município (exceto

RPPS)

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 538.832,22 1.1. Disponibilidade de Caixa 538.832,22 1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável 2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 115.134,68 3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício 1.780.805,90 4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 6.827,17 5. Demais Obrigações Financeiras 190.453,89 6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

(1.554.389,42)

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 3.332.731,68 8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

(4.887.121,10)

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Esclarecemos que os Restos a Pagar Liquidado, ao contrário do que foi

constatado pelo analista, é na ordem de R$ 1.282.953,49, e os não

Liquidados R$ 3.830.584,09.

Ressaltamos ainda que a maior parte dos restos a pagar não liquidados são

relativos a convênios celebrados com a União e Estado de Goiás, não como

apresentados na tabela.

Nota Explicativa:

ITEM 4: SUB-ITENS 4.1 E 4.2 : DE ACORDO COM A CONTAGEM FEITA

PELO TRIBUNAL DE CONTAS.

QUANTO AO SUB-ITEM 4.3 O MESMO DEVE FAZER PARTE DA

CONTAGEM, POIS O MESMO FOI DEVIDAMENTE CANCELADO NO

EXERCICIO DE 2016.

Assim, verifica-se que a Disponibilidade de Caixa do Município, na ordem de

R$ 538.832,22 (quinhentos e trinta e oito mil, oitocentos e trinta e dois reais e

vinte e dois centavos) é suficiente para cobrir as obrigações de despesa

processadas integralmente no exercício, na ordem de R$ 536.627,74.

Além do mais, esta especializada deverá levar em consideração que até o

mês de outubro de 2016 o Gestor teve suas contas, referentes a restos a

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pagar de 2015, processados e não processados, pagos na ordem de R$

1.902.862,31, e cancelados até o mês de novembro de 2016, na ordem de R$

1.775.767,18, ou seja, quase no total. (Comparativo dos Restos a Pagar de

2016, anexado).

Portanto, não houve endividamento na gestão do Recorrente, sendo assim,

acreditamos que este item merece ser sanado ou ao menos ressalvado, não

devendo contaminar a aprovação das contas. ”

Após juntada dos documentos de fls. 98/168, o recorrente alegou que:

“Conforme foi dito em fase de Diligência, que os Restos a Pagar Liquidados,

ao contrário do que foi constatado pelo analista, ficaram na ordem de R$

1.287.435,97, e os não-Liquidados na ordem de R$ 3.830.584,09.

Ressaltamos ainda que a maior parte dos restos a pagar não liquidados, bem

como os liquidados é relativa aos convênios celebrados com a União e

Estado de Goiás, não como apresentados na tabela.

Quanto aos Restos a Pagar não Processados, importa salientar que do total

das dos restos a pagar do exercício não processado, conforme o Item 1.91/ -

Déficit Orçamentário apurado pela secretária no percentual de 32,23 %, após

abertura de vistas em sua defesa o chefe do poder executivo apresentou

documentação de recurso provenientes de convênios, pendentes de repasse

financeiro ajustado para 15,42%, em seguida com nova oportunidade de

abertura de vistas, ficou comprovado o cancelamento no exercício de 2016,

restando apenas injustificado um déficit orçamentário ajustado no montante

de 240.789,04, que corresponde a 1,73% da receita arrecadada, e que foi

ressalvado também o Item 1.9.9 pelo analista, uma vez considerados, não

pode prosperar também para este item.

Neste sentido, da Relação do Passivo Financeiro, já acostada aos autos,

novamente inclusa para verificação, cujos valores podem ser confirmados no

Sistema de Informática deste Tribunal - SICOM, é possível evidenciar que na

Relação de Restos a Pagar do Exercício Municipal com posição em

31/12/2012, constam valores de Restos a Pagar Não Processados de grande

relevância de Convênio pendente de Recurso EM 31/12/2015, como é o caso

dos seguintes empenhos: (ver tabela fls. 102).

Quanto à inscrição de restos a Restos a Pagar Processados: supostamente

sem disponibilidade verifica-se que a Disponibilidade de Caixa do Município,

na ordem de R$ 538.832,22 (quinhentos e trinta e oito mil, oitocentos e trinta

dois reais e vinte dois centavos), não é suficiente para cobrir as obrigações

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de despesa processadas integralmente no exercício, na ordem de R$

1.287.435,97.

Neste sentindo, o valor a ser considerado referente à inscrição de Restos a

Pagar Processados, após a exclusão decorrente de despesas vinculadas a

execução de Convénios pendente de repasse na ordem de R$ 707.374,25,

conforme entendimento desta especializada (acordão AC n. 07329), sendo

assim o valor inscrito em Restos a Pagar para efeito de cálculo é na ordem de

R$ 580.061,72, e não R$ 1.073.431,65, como considerou o analista.

E ainda, revendo as obrigações Financeiras do Município, observamos que

na conta Débito de Tesouraria, existe o valor de R$ 12.800,00 com nome

"Débito a Regularizar" inscrito em 2015, porém foi regularizado dentro do

próprio exercício, sem o devido cancelamento, o qual foi cancelado somente

em 2016 através de Decreto do chefe do Poder executivo, uma vez que, após

o levantamento, confirmou-se que tal valor não possui veracidade, motivo

este, que levou ao seu cancelamento.

E ainda, referente ao valor de R$ 67.137,48 com a CELG, bem como, R$

68.432,92 com a Previdência Própria, inscritos em Depósito em Consignação,

ambos se encontram parcelados e inscritos na Dívida Fundada do Município,

e foram cancelados em 2016 pelo decreto (anexo), visto que estavam em

duplicidade.

Desta forma, considerando o montante de R$ 148.477,85 cancelados em

2016, através de decreto n° 145-A/2016 do chefe do poder executivo, os

saldos das contas de depósitos/consignações e Débito de Tesouraria retro,

cancelada, pelos motivos supra, também devem ser desconsiderados do

presente cálculo. Devendo também considerar as suas exclusões do

montante total das obrigações Financeiras. Sendo assim, o saldo é suficiente

para honrar com compromissos deixados no exercício.

E, ainda, esta especializada deve levar em consideração que até o final do

mandato o Gestor teve suas contas, referente aos restos a pagar de 2015

processados e parte dos não processados pagos na ordem de R$

2.112.686,32, ou seja, quase no total. (Comparativo dos Restos a Pagar de

2016 anexos), bem como os cancelamentos dos não processados em 2016.

Portanto, não houve endividamento na gestão do recorrente sendo assim,

acreditamos que este item merece ser considerado sanado, ou ao menos

ressalvado, não contaminando a aprovação das contas, tendo em vistas

conformidade com o disposto no art. 42 da LC n° 101/2000 - LRF.”

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Análise do Mérito

A justificativa do recorrente não sana a irregularidade apresentada, uma vez que não

foi devidamente acompanhada da documentação pertinente, e que conforme já analisado pela

Secretaria de Contas de Governo nos autos do Balanço Geral, ratificamos que mesmo considerando

as despesas vinculadas à execução de convênios, com recursos pendentes de repasse, constata-se

inscrição de restos a pagar processados (R$1.073.431,65) sem suficiente disponibilidade de caixa

líquida, em desacordo com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC

nº 101/2000 (LRF).

Após juntada de novos documentos, e em atenção ao justificado pelo recorrente,

considerando que foram juntados os documentos de fls. 107/137, referente a recursos pendentes de

repasse, constata-se que a inscrição de restos a pagar no exercício de 2015, encontra-se em acordo

com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF).

Descrição Município

(exceto RPPS)

1. Disponibilidade de Caixa Bruta 538.832,22

1.1. Disponibilidade de Caixa 538.832,22

1.2. Aplicações Financeiras registradas no Ativo Realizável -

2. Restos a Pagar Liquidados de Exercícios Anteriores 115.134,68

2.1 Restos a pagar (Convênios pendentes de repasse) 3.572.376,93

3. Restos a Pagar Liquidados do Exercício 1.780.805,90

4. Restos a Pagar Não Liquidados de Exercícios Anteriores 6.827,17

5. Demais Obrigações Financeiras 190.453,89

6. Disponibilidade de Caixa Líquida (Antes da Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

2.017.987,51

7. Restos a Pagar Não Liquidados do Exercício 3.332.731,69

8. Disponibilidade de Caixa Líquida (Após a Inscrição em Restos a Pagar Não Liquidados)

(1.314.744,18)

Desta forma, verifica-se que a irregularidade poderá ser RESSALVADA.

DAS RESSALVAS:

RESSALVA N. 1: (Item 19.3 do voto do relator): Falta de apresentação do relatório

conclusivo da comissão especial designada para realizar o inventário anual dos bens patrimoniais.

Note-se que a “relação dos elementos que compõem o ativo permanente” (fls. 292 - 305) não foi

elaborada pela comissão especial de inventário.

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RESSALVA N. 2: (Item 19.6 do voto do relator): Saldos das obrigações informadas

no Demonstrativo da Dívida Fundada - Anexo 16 (fls. 335) não comprovados por documentação hábil

(certidões, extratos, declarações, contratos e/ou outros), conforme relacionado abaixo:

Descrição da obrigação Saldo

contábil

Saldo informado na

doc. comprobatória

Diferença

Instituto Nacional da Seguridade Social – INSS

1.870.975,26

0,00 (1.870.975,26)

RESSALVA N. 3: (Item 19.9 do voto do relator): Inscrição de restos a pagar não

processados, no valor de R$3.332.731,68, sem suficiente disponibilidade de caixa, em desacordo

com o princípio do equilíbrio das contas públicas estabelecido no art. 1º da LC nº 101/2000 (LRF),

conforme demonstrado na tabela ''Demonstrativo da Disponibilidade de Caixa e dos Restos a Pagar”.

Análise do Mérito

Não houve alegação por parte do recorrente quanto ás ressalvas acima

indicadas, motivo pelo qual permanecem inalteradas,

3. DAS RAZÕES RECURSAIS E ANÁLISE DE MÉRITO DAS MULTAS

IMPUTAR MULTA com eficácia de título executivo, com base no art. 71, VIII, § 3º

combinado com o art. 75, ambos da Constituição Federal, reproduzida no art. 2º, IX, § 1º da Lei

Estadual nº 13.251/98, e ainda, nos termos do art. 47-A da Lei Estadual nº 15.958/07, alterada pela

Lei nº 16.467/09 e art. 237, do Regimento Interno desta Casa, na forma abaixo:

Chefe de Governo FABIO SEABRA GUIMARÃES

CPF 412.456.601-87

Irregularidade praticada 1) Déficit orçamentário de execução (receita realizada menor que despesa empenhada) (item 19.1). 2) Divergência relevante entre os saldos patrimoniais do início do exercício e os saldos finais do exercício anterior (item 19.2). 3) Falta de apresentação do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.3). 4) Falta de apresentação do Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (item 19.4). 5) Falta de comprovação do fato motivador do cancelamento de Dívida Ativa no exercício de referência, em montante relevante (item 19.5). 6) Aplicação na manutenção e desenvolvimento do ensino não atendendo ao limite mínimo de 25% da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências (item 19.7). 7) Inscrição de Restos a Pagar Processados que excede a disponibilidade de caixa (item 19.8).

Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 1°, da LC nº 101/00 – LRF. 2) Art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, § 3°, XXI, da IN TCM nº 012/2014. 4) Arts. 39, 85 e 88, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, caput, da IN TCM

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nº 012/2014. 5) Arts. 173 e 174, da Lei Federal nº 5.172/66 – CTN. 6) Art. 212, da CF/88. 7) Art. 1º da LC nº 101/00 – LRF.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 6) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 7) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

Valor da multa 1) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) R$ 2.000,00 (20% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 6) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 7) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. Totalizando as multas em R$ 3.800,00.

Prazo máximo para recolhimento

20 (vinte) dias após a notificação via Diário Oficial de Contas.

Alegação do recorrente

O recorrente alegou que

“Esclarecemos que a intempestividade no envio da prestação de contas anual

foi decorrente de incompatibilidade entre o sistema contratado por esta

Prefeitura e o sistema do TCM, SICOM, em virtude das mudanças de layouts.

Esclarecemos ainda que, assim que sanada a referida incompatibilidade entre

os sistemas, a nossa Administração regularizou o envio da prestação de

contas.

Ressaltamos que não houve qualquer ofensa aos princípios da Administração

Pública, nem tampouco foi gerado dano ao erário municipal.

Desta Forma, requer a reconsideração dessa Corte de Contas no que diz

respeito à imputação de multa, considerando especialmente que as

providências para sanar a falha foram realizadas em tempo hábil não

prejudicando em nada esta municipalidade.

Portanto, a imputação de Multa não deve persistir, e sim merece ser

desconstituída, pois não apenas está em completo desalinho e descompasso

com a doutrina e jurisprudência, mas especialmente porque a multa

estipulada no Regimento Interno desta Corte de Contas tem condições de

agredir significativamente o patrimônio daqueles que estão submetidos a

prestar contas perante a este Tribunal, residindo aí a sua natureza

confiscatória, algo que é vedado e repudiado pelo sistema constitucional em

vigor.

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A multa em valor desarrazoado e confiscatório é inconstitucional, devendo ser

invalidada por esta própria Corte de Contas, como forma de observar as

prescrições superiores da Carta Magna.

Ressaltamos, portanto, que a intempestividade no envio da prestação de

contas anuais do Município não gerou nenhum dano ao erário público, e

assim, não pode prevalecer a imputação de multa nos parâmetros fixados ou

estará o Tesouro Estadual enriquecendo sem causa.

Pelo exposto e considerando que não houve prejuízo algum ao erário

municipal, a multa imputada ao Sr. FÁBIO SEABRA GUIMARAES, Chefe de

Governo, deve ser desconstituída.

Caso entenda pela manutenção da imputação de multa, REQUER seja

reconsiderado o valor total da sanção, aplicando o mínimo previsto na Lei

Orgânica dessa Corte de Contas. ”

Análise do Mérito

As alegações do recorrente não têm o condão de desconstituir/reduzir as multas

apresentadas, uma vez que as multas se deram por irregularidade praticada na apresentação das

Contas de Governo, conforme relatado no quadro acima, as quais não foram regularizadas quando

da abertura de vistas, nem tampouco quando da apresentação do recurso.

Informa-se também que as multas se encontram devidamente respaldadas conforme

se vê no quadro acima – Dispositivo legal violado, e os valores imputados previstos no art. 47 – A, IX

da LOTCM.

Considerando que a irregularidade que foi o fato gerador das multas nº 5 e 6,

encontrarem-se ressalvada/sanada, a mesma poderá ser desconstituída, ou seja, a multa poderá

passar do valor global de R$ 3.800,00, para o valor de R$ 3.200,00, conforme quadro abaixo:

Chefe de Governo FABIO SEABRA GUIMARÃES

CPF 412.456.601-87

Irregularidade praticada 1) Déficit orçamentário de execução (receita realizada menor que despesa empenhada) (item 19.1). 2) Divergência relevante entre os saldos patrimoniais do início do exercício e os saldos finais do exercício anterior (item 19.2). 3) Falta de apresentação do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.3). 4) Falta de apresentação do Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (item 19.4). 5) Inscrição de Restos a Pagar Processados que excede a disponibilidade de caixa (item 19.8).

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Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 1°, da LC nº 101/00 – LRF. 2) Art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, § 3°, XXI, da IN TCM nº 012/2014. 4) Arts. 39, 85 e 88, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, caput, da IN TCM nº 012/2014. 5) Art. 1º da LC nº 101/00 – LRF.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

Valor da multa 1) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) R$ 2.000,00 (20% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. Totalizando as multas em R$ 3.200,00.

Prazo máximo para recolhimento

20 (vinte) dias após a notificação via Diário Oficial de Contas.

Desta forma, as multas permanecem inalteradas.

4. CONCLUSÃO

IRREGULARIDADES

Desconstituídas -

Sanadas -

Ressalvadas 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.7 e 19.8

Mantidas -

RESSALVAS

Desconstituídas -

Sanadas -

Parcialmente sanadas -

Mantidas Itens 19.3, 19.6 e 19.9

MULTAS

Desconstituídas R$ 600,00-

Sanadas -

Parcialmente sanadas -

Mantidas R$ 3.200,00

Do exposto, a Secretaria de Recursos do Tribunal de Contas dos Municípios, sugere:

o PROVIMENTO PARCIAL do presente recurso ordinário, em razão das ressalvas

das irregularidades apontadas nos itens 19.1, 19.2, 19.4, 19.5, 19.7 e 19.8;

o parecer prévio pela APROVAÇÃO COM RESSALVAS das Contas de Governo do

Município de IVOLÂNDIA, exercício 2016, de responsabilidade do Sr. FÁBIO SEABRA GUIMARÃES

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a manutenção da multa em razão da permanência das irregularidades contatadas na

prestação de contas de governo, porém com valor reduzido nos termos do quadro que se segue:

Chefe de Governo FABIO SEABRA GUIMARÃES

CPF 412.456.601-87

Irregularidade praticada 1) Déficit orçamentário de execução (receita realizada menor que despesa empenhada) (item 19.1). 2) Divergência relevante entre os saldos patrimoniais do início do exercício e os saldos finais do exercício anterior (item 19.2). 3) Falta de apresentação do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.3). 4) Falta de apresentação do Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (item 19.4). 5) Inscrição de Restos a Pagar Processados que excede a disponibilidade de caixa (item 19.8).

Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 1°, da LC nº 101/00 – LRF. 2) Art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, § 3°, XXI, da IN TCM nº 012/2014. 4) Arts. 39, 85 e 88, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, caput, da IN TCM nº 012/2014. 5) Art. 1º da LC nº 101/00 – LRF.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

Valor da multa 1) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) R$ 2.000,00 (20% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. Totalizando as multas em R$ 3.200,00.

Prazo máximo para recolhimento

20 (vinte) dias após a notificação via Diário Oficial de Contas.

A Secretaria considerou os documentos apresentados sob o aspecto da veracidade

ideológica presumida.

SECRETARIA DE RECURSOS, em Goiânia, em 14 de dezembro de 2018.

III - DA MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DE CONTAS

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Por sua vez, o Ministério Público de Contas, através do Parecer

nº00096/2019, concorda plenamente com o entendimento exarado pela Unidade

Técnica, manifestando-se, nos seguintes termos:

PARECER Nº 00096/2019

Tratam os presentes autos sobre o Recurso Ordinário, tendo por escopo a reforma

da decisão proferida no ACÓRDÃO AC Nº 07329/2016, no qual esta Corte de Contas emitiu parecer pela REJEIÇÃO das contas de governo, relativas ao exercício de 2015, com ressalvas e imputações de multa.

O presente Recurso foi admitido pela Presidência desta Casa, com fulcro no art. 210, § 1º, do Regimento Interno do TCM/GO.

A Secretaria de Recursos manifestou-se pelo provimento parcial do aludido recurso, reformando o Acórdão vergastado, opinando no sentido da APROVAÇÃO com ressalvas das contas reexaminadas, desconstituindo parcialmente, também, as multas imputadas.

Diante do exposto, no mérito, o posicionamento desta Procuradoria segue o mesmo entendimento adotado pela Unidade Técnica deste Tribunal, pelos seus próprios fundamentos, inexistindo razões de ordem jurídica para divergir.

Análise realizada sem prejuízo de irregularidades que eventualmente forem detectadas em outros processos atinentes ao mesmo período. (APRM)

Ministério Público de Contas, Goiânia aos 15 dias de janeiro de 2019.

IV- DA FUNDAMENTAÇÃO

A Secretaria de Recursos e o Ministério Público de Contas

procederam às analises do mérito dos autos, apontando como sugestão a

Aprovação com Ressalvas das Contas Prestadas, com a qual coadunamos.

Inicialmente, é preciso dizer que a Lei Orgânica do Tribunal de

Contas dos Municípios do Estado de Goiás – Lei 15.958/2007 - prescreve no art. 41,

que “De decisão em processo de prestação ou tomada de contas, mesmo especial, de decisão de

mérito proferida em processos sujeitos a registro cabe Recurso Ordinário, com efeito suspensivo,

podendo ser formulado uma só vez e por escrito, pela parte ou pelo Ministério Público junto ao

Tribunal, dentro do prazo de quinze dias, contados da intimação da decisão recorrida.”.

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Cumprido os requisitos de admissibilidade foi, o Recurso Ordinário,

admitidos pela Presidência no despacho nº 6971/2016, fls. 80, depois da informação

nº01898/2016, fls. 78, da Divisão de Notificação do Setor de Recursos.

Ademais, a Secretaria de Recursos, emitiu o Certificado

nº1061/2018 (fls. 321/332, vol. 1/1, fase 2), sugere dar Provimento Parcial Recurso,

em virtude das ressalvas das falhas dos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7,

19.8 e 19.9, do Acórdão nº 07326/2016.

Recebido os autos no Ministério Público de Contas foi emitido

Parecer de nº 00096/2019(fls. 333, vol. 1/1, fase 2) concordando plenamente com a

Unidade Técnica.

Analisando a documentação e as justificativas apresentadas,

verificamos que as falhas apontadas nos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6,

19.7, 19.8 e 19.9 serão ressalvadas, em plena consonância com o que evidenciou a

Unidade, corroborada pelo Ministério Público de Contas.

Em atenção à tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal no

Recurso Extraordinário nº 848.826/DF, em 17 de agosto de 2016, e tendo em vista

as orientações contidas na Resolução nº 01/2018 da Associação dos Membros dos

Tribunais de Contas do Brasil - ATRICON, o Tribunal de Contas dos Municípios do

Estado de Goiás editou a IN nº 010/2018, estabelecendo os ritos processuais para

as análises das Contas de Governo, Contas de Gestão e Tomada de Contas

Especial em que o Prefeito Municipal figure como gestor/ordenador da despesa.

Em razão desse fato, o presente Voto será convertido em 2

instrumentos processuais distintos:

1) Parecer Prévio - que manifestará a Câmara Municipal o

posicionamento técnico deste Tribunal acerca das Contas de Governo de

responsabilidade do Prefeito;

2) Acórdão – que declarará a situação das contas do Prefeito, apontará

as possíveis ressalvas e irregularidades, aplicará as sanções, recomendações e

determinações quando cabíveis. Caso constatado que nas Contas de Governo, além

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do Prefeito, atuaram um ou mais Gestores, o julgamento das respectivas contas

deverá compor o mesmo Acórdão.

No caso em tela, o senhor Fábio Seabra Guimarães atuou como

Gestor e ordenador de despesas do Poder Executivo e como Prefeito do Município

de Ivolândia.

É o Relatório, passo ao Voto.

V - VOTO DO RELATOR

Após análise dos autos, este Relator verifica ser necessário

concordar com entendimento apresentado pela Secretaria de Recursos e pelo

Ministério Público de Contas, inclusive, quanto ao valor da multa aplicada, de

R$3.200,00.

Assim sendo, ante o exposto, essa Relatoria apresenta seu VOTO,

concordando do posicionamento da Unidade Técnica e do Ministério Público de

Contas, inclusive, no que se refere ao valor da multa e apresento voto para:

Parecer Prévio

I - EMITIR parecer prévio pela aprovação com ressalvas das contas de

governo do Gestor Fábio Seabra Guimarães, Prefeito do Município de Ivolândia, do

período de 2015, nos termos da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao

decidir o Recurso Extraordinário nº 848.826/DF, em virtude das ressalvas apontadas

nos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão

07326/2016.

II - ENVIAR, após o trânsito em julgado, o processo contendo o parecer

prévio à Câmara Municipal de Ivolândia para providências e julgamento, por força da

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tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao decidir no Recurso Extraordinário nº

848.826/DF, em 17 de agosto de 2016.

Acórdão

I – Conhecer do Recurso Ordinário;

II – No mérito, dar-lhe provimento parcial;

III – Ressalvar as falhas apontadas nos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4,

19.5, 19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão 07326/2016.

IV – Reformar o AC 07329/16, em virtude das ressalvas dos itens 19.1,

19.2, 19.3, 19.4, 19.5, 19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão 07326/2016;

V - DECLARAR que na análise das contas do senhor Fábio Seabra

Guimarães, Prefeito do Município de Ivolândia, no exercício de 2015, nos termos da

tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao decidir o Recurso Extraordinário nº

848.826/DF, foram constatadas as ressalvas dos itens 19.1, 19.2, 19.3, 19.4, 19.5,

19.6, 19.7, 19.8 e 19.9, do acórdão 07326/2016;

VI – Desconstituir a multa referente às falhas 19.5 e 19.7, no valor de

R$ 600,00, do acórdão nº 07326/2016;

VII – Manter a multa aplicada, em desfavor do senhor Fábio Seabra

Guimarães, Chefe de Governo do Município de Ivolândia, no valor de R$ 3.200,00,

conforme quadro abaixo:

Chefe de Governo FABIO SEABRA GUIMARÃES

CPF 412.456.601-87

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Irregularidade praticada 1) Déficit orçamentário de execução (receita realizada menor que despesa empenhada) (item 19.1). 2) Divergência relevante entre os saldos patrimoniais do início do exercício e os saldos finais do exercício anterior (item 19.2). 3) Falta de apresentação do relatório conclusivo da comissão especial de inventário anual dos bens patrimoniais (item 19.3). 4) Falta de apresentação do Detalhamento da Dívida Ativa – DDA (item 19.4). 5) Inscrição de Restos a Pagar Processados que excede a disponibilidade de caixa (item 19.8).

Dispositivo legal ou normativo violado

1) Art. 1°, da LC nº 101/00 – LRF. 2) Art. 85 da Lei Federal nº 4.320/64. 3) Arts. 85, 95 e 96 da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, § 3°, XXI, da IN TCM nº 012/2014. 4) Arts. 39, 85 e 88, da Lei Federal nº 4.320/64 e art. 27, caput, da IN TCM nº 012/2014. 5) Art. 1º da LC nº 101/00 – LRF.

Base legal para imputação de multa

1) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) Art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) Art. 47-A, IX, da LO TCM.

Valor da multa 1) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 2) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 3) R$ 2.000,00 (20% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 4) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. 5) R$ 300,00 (3% de R$ 10.000,00) – art. 47-A, IX, da LO TCM. Totalizando as multas em R$ 3.200,00.

Prazo máximo para recolhimento

20 (vinte) dias após a notificação via Diário Oficial de Contas.

VIII - POR força da tese fixada pelo Supremo Tribunal Federal ao

decidir no Recurso Extraordinário nº 848.826/DF, este acórdão não produz efeitos

para os fins do art. 1º, l, g, da Lei Complementar nº 64/1990, em relação ao senhor

Fábio Seabra Guimarães, Prefeito do Município de Ivolândia, no exercício de 2015.

IX. RESSALTAR que a Constituição Federal manteve a missão deste

Órgão de apreciar as contas do Governo Municipal, mediante Parecer Prévio. Nesta

mesma linha, a Lei Orgânica do TCMGO alterada pela Lei Estadual nº 16.467/2009,

estabelece no seu art. 6º que compete ao Tribunal de Contas, exclusivamente, emitir

Parecer Prévio acerca das contas de governo prestadas anualmente pelo Chefe do

Poder Executivo. O Parecer Prévio, embora seja de caráter técnico, contendo um

resumo crítico da gestão governamental no seu conjunto, continua a ser submetido

ao Poder Legislativo, a quem cabe à titularidade para julgar as Contas do Executivo.

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X. EVIDENCIAR que na aferição dos documentos apresentados no

Balanço e as informações constantes do SICOM foram considerados sob o aspecto

da veracidade ideológica presumida.

XI. SOLICITAR à Câmara de Vereadores que comunique ao Tribunal

de Contas dos Municípios o resultado do julgamento das Contas de Governo em

questão, inclusive com a remessa do ato respectivo e da ata da sessão de

julgamento.

XII - OBSERVAR que na aferição da prestação de contas os

documentos constantes do Balancete Físico e as informações apresentadas ao

SICOM foram considerados sob o aspecto da veracidade ideológica presumida.

XIII - DETERMINAR a publicação do Acórdão, nos termos do artigo

101 da Lei nº 15.958/2007, para que surta os efeitos legais necessários.

É o VOTO.

Gabinete do Conselheiro Daniel Goulart, 31 de janeiro de 2019.

DANIEL GOULART

CONSELHEIRO