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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE TRIBUNAL ADMINISTRATIVO RELATÓRIO E PARECER SOBRE A CONTA GERAL Versão Simplificada DO ESTADO DE 2012 MAPUTO, OUTUBRO DE 2014

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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

TRIBUNAL ADMINISTRATIVO

RELATÓRIO E PARECER

SOBRE A CONTA GERAL

Versão Simplificada

DO ESTADO DE 2012

MAPUTO, OUTUBRO DE 2014

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Lista de Abreviaturas

ADM – Aeroportos de Moçambique

ANE – Administração Nacional de Estrada

AR – Assembleia da República

BIRD – Banco Mundial

BM – Banco de Moçambique

BNI – Banco Nacional de Investimento

CGE – Conta Geral do Estado

DNPE – Direcção Nacional do Património do Estado

DNT – Direcção Nacional do Tesouro

ACMEP – Empresa de Manutenção de Estradas e Pontes

EDM – Electricidade de Moçambique

FARE –Fundo de Apoio a Reabilitação Económica

FIPAG – Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água

FMI – Fundo Monetário Internacional

HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

HIV/SIDA- Vírus de Imunodeficiência Humana/Síndroma de Imunodeficiência Adquirida

IDA – Agência Internacional de Desenvolvimento

IGEPE- Instituto de Gestão das Participações do Estado

IRPC – Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas

IRPS - Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

MAF – Manual de Administração Financeira

OE – Orçamento do Estado

PARP – Plano de Acção para Redução da Pobreza

PES- Plano Economico Social

RPCGE – Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do Estado

SA – Sociedade Anónima

SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado

TA – Tribunal Administrativo

TDM – Telecomunicações de Moçambique

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2 ________________________________________________________________________________Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

APRESENTAÇÃO

Todos os anos, o Governo prevê, para o ano seguinte, os impostos e taxas que vai cobrar e

as despesas que irá realizar, em documento que é a proposta de Orçamento do Estado que

este submete à Assembleia da República (AR), para aprovação.

Assim, o Orçamento do Estado é formado pelas receitas e despesas referentes a um

determinado ano.

O Governo, quando cobra os impostos e taxas a pessoas e empresas e paga as despesas, por

exemplo, de construção de estradas e pontes, escolas, hospitais, etc. os salários dos

professores, enfermeiros, polícias e outros funcionários e agentes do Estado, a energia,

água, combustível, etc., para o funcionamento dos seus serviços, contabiliza esses

recebimentos e pagamentos. Depois, compila todos esses registos e organiza em forma de

um documento chamado Conta Geral do Estado (CGE), que remete à AR e ao Tribunal

Administrativo (TA). O Tribunal analisa esta Conta e emite o respectivo Relatório e

Parecer, para a AR.

O Relatório e Parecer do TA sobre a CGE é escrito em termos técnicos de contabilidade,

economia, finanças, direito, etc. Para tornar este documento acessível às pessoas que não

são especialistas naquelas matérias, o TA preparou a presente versão simplificada.

Para mais detalhes e aprofundamento dos assuntos apresentados, o caro leitor poderá

consultar a versão completa do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral da Geral (RPCGE)

de 2012, disponível na página do TA, na Internet, no endereço www.ta.gov.mz, e na sede

do TA, em Maputo.

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3 __________________________________________________________________________________ Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

ESTRUTURA DO DOCUMENTO

O documento encontra-se estruturado da seguinte forma:

No Capítulo I – Introdução: são apresentadas as instituições que estão legalmente obrigadas a

prestar contas e os órgãos supremos que fiscalizam as receitas e despesas do Estado, que são a

Assembleia da República (AR) e o Tribunal Administrativo (TA).

Quanto ao Capítulo II – Processo Orçamental: faz-se a análise dos valores do Orçamento de

2012, aprovados pela Assembleia da República, através da Lei n.º 1/2012, de 13 de Janeiro, a

autorização dada ao Governo, pelo artigo 7 da citada lei, para introduzir modificações às

dotações orçamentais e a delegação, no Ministro das Finanças e nos órgãos e instituições do

Estado, de competências para procederem as alterações de dotações orçamentais em cada nível,

pelo Decreto n.º 1/2012, de 24 de Fevereiro.

No que tange ao Capítulo III – Receita: este trata da comparação entre a receita prevista e a

efectivamente cobrada no exercício e a análise da sua evolução histórica, de 2008 a 2012.

É analisada, no Capítulo IV – Despesa: a execução das despesas de funcionamento e de

investimento, nos limites estabelecidos na Lei Orçamental.

Capítulo V - Operações relacionadas com o património Financeiro do Estado: trata das

operações financeiras do Estado, nomeadamente as participações em sociedades, saneamento

financeiro de empresas e empréstimos com Acordos de Retrocessão.

No Capítulo VI – Dívida Pública: são analisadas as obrigações financeiras assumidas com

entidades públicas e privadas, dentro e fora do País

No Capítulo VII – Património do Estado: é feita a apreciação do património do Estado com

base nos dados contidos no Anexo 7 da Conta Geral do Estado (CGE) e nas informações adi-

cionais recolhidas por este Tribunal, na Direcção Nacional do Património do Estado e outras

entidades.

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PORQUÊ SE DEVE PRESTAR CONTAS?

Todo o funcionário ou dirigente que tem à sua responsabilidade a guarda ou administração de

dinheiros ou bens públicos, tem a obrigação de prestar contas pela utilização daqueles recursos.

O mesmo acontece com o Governo, pois este usa meios adquiridos através da cobrança de

impostos e taxas à cidadãos e empresas, tendo, por isso, a obrigação de prestar contas, mostrando

à sociedade, como, onde, quando e quanto dinheiro cobrou e gastou.

Segundo a lei, têm a obrigação de prestar contas as seguintes instituições:

QUEM FISCALIZA AS CONTAS DO ESTADO?

A fiscalização das contas do Estado é feita pelo cidadão, através dos seus representantes na AR e

pelo TA, como órgão supremo de controlo da legalidade e eficiência das receitas e despesas

públicas e pelos tribunais administrativos províncias.

O Governo submete a Conta do ano anterior à AR e ao TA, até ao dia 31 de Maio.

A fiscalização feita por estes órgãos tem em vista apurar se:

- O Orçamento do Estado foi executado dentro do prazo previsto, seguindo as normas -

Regularidade financeira;

- O Governo agiu de acordo com a lei – Legalidade;

- O Governo gastou o menos possível para atingir cada objectivo – Economicidade;

- Executou da melhor forma – Eficiência;

- Atingiu o objectivo – Eficácia.

Quem presta contas ao TA?

Oes Quem fiscaliza as contas do Estado?

Todas as instituições do Estado

Entidades que receberem fundos do Estado

Empresas do Estado

Conselhos administrativos ou comissões administrativas

Exactores, tesoureiros, recebedores Serviços e

organismos autónomos

Sociedades de capitais exclusiva ou maioritariamente públicos

Autarquiaslocais

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O QUE É O TRIBUNAL ADMINISTRATIVO?

O Tribunal Administrativo (TA) é o órgão superior da hierarquia dos tribunais administrativos,

fiscais e aduaneiros. Compete-lhe o controlo da legalidade dos actos administrativos e a

aplicação das normas regulamentares emitidas pela Administração Pública, bem como a

fiscalização da legalidade das despesas públicas e a

respectiva efectivação da responsabilidade por infracção

financeira.

ESTRUTURA DO TA

Em relação à fiscalização das receitas e despesas públicas,

o TA desempenha, de entre outras, as seguintes tarefas:

Controlo externo – é aquele que

é realizado por um órgão

externo, independente da

entidade fiscalizada.

Administração Pública – é o

conjunto de órgãos e serviços do

Estado.

Fiscalização Prévia – é a

verificação da legalidade e

existência da dotação orçamental

de uma despesa, antes da sua

realização.

Julgamento de contas – é a

apreciação e decisão sobre a

legalidade e regularidade das

contas prestadas pelos

responsáveis dos serviços e

órgão do Estado.

Responsabilização financeira –

a obrigação em que pode incorrer

aquele que, em virtude do seu

cargo (detenção ou manejo de

dinheiros públicos), violar, por

acção ou omissão, normas

disciplinadoras da actividade

financeira pública.

Auditorias – é uma forma

especial de controlo que consiste

no exame das operações e

actividades de uma entidade com

vista a verificar se são

executadas ou funcionam em

conformidade com os objectivos,

orçamentos, regras e normas.

HORA DE APRENDER

- Julgar as acções que tenham por objecto problemas

emergentes das relações jurídicas administrativas ou seja

entre o Estado e o particular;

- Julgar os recursos contenciosos interpostos das

decisões dos órgãos do Estado, dos respectivos

titulares e agentes;

- Conhecer os recursos interpostos e as decisões proferidas

pelos tribunais administrativos, fiscais e aduaneiros;

- Emitir o Relatório e Parecer sobre a Conta Geral do

Estado;

- Fiscalizar, previamente, a legalidade e a cobertura

orçamental dos actos e contratos sujeitos à sua jurisdição;

- Fiscalizar a aplicação dos dinheiros obtidos no

estrangeiro, através de empréstimos, subsídios, avales e

donativos.

COMPETÊNCIAS DO TA

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- Fiscalização prévia (visto) dos actos e contratos;

- Auditorias a todas entidades públicas;

- Emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta Geral Estado;

- Julgamento das contas de entidades públicas;

- Responsabilização financeira dos gestores.

Para a emissão do Relatório e Parecer sobre a Conta, o TA faz o acompanhamento da execução

orçamental, realiza auditorias e analisa a Conta.

QUEM APROVA AS CONTAS DO ESTADO?

Compete à AR apreciar e aprovar a CGE, tendo como base a legislação sobre a matéria aplicável

e apoiando-se no Relatório e Parecer sobre aquela, emitido pelo TA.

A AR aprecia e aprova a CGE na sessão seguinte à entrega deste pelo TA.

O QUE É A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA?

A AR é o mais alto órgão legislativo do nosso país. Compete a esta legislar sobre as questões

básicas da política interna e externa do país. Estabelece as normas que regem o funcionamento

do Estado e a vida económica e social através das leis. Ela é constituída, actualmente, por

duzentos e cinquenta deputados. A AR delibera sobre as grandes opções do Plano Económico e

Social e do Orçamento do Estado e os respectivos relatórios de execução.

COMPETÊNCIAS DA AR

A AR tem, de entre várias atribuições, as seguintes:

- Aprovar a Constituição da República

- Aprovar a delimitação das fronteiras do nosso país;

- Deliberar sobre a divisão territorial;

- Aprovar a legislação eleitoral e o regime do referendo;

- Deliberar sobre o programa do Governo;

- Aprovar o Orçamento do Estado;

- Definir as bases da política de impostos e o sistema fiscal;

- Deliberar sobre as bases gerais da organização e funcionamento da Administração Pública.

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Capítulo II: Processo Orçamental

Para o caro leitor entender melhor como decorre o processo

orçamental, poderá consultar as versões simplificadas dos

Relatórios e Pareceres sobre a Conta Geral do Estado de

2009 e 2011, disponíveis no site do TA (www.ta.gov.mz).

O Presidente da República eleito formou o Governo que

elaborou o programa de governação para o período de

cinco (5) anos, Programa Quinquenal do Governo

(2010 a 2014). No dia 13 de Abril de 2010, a Assembleia

da República (AR), aprovou este Programa do Governo

Para a sua implementação e controlo, o Programa

Quinquenal do Governo é dividido por anos. Para cada ano,

há um Plano Económico e Social (PES) em que são

estabelecidos objectivos, no campo da Saúde, Educação,

Agricultura, Obras Públicas, etc.

Uma vez aprovado o PES, o Governo submete à AR, até

ao dia 30 de Setembro de cada ano, a proposta do

Orçamento do Estado (OE), na qual consta a informação

sobre as previsões das receitas, os limites das despesas e o

financiamento do défice.

Após a sua aprovação pela AR, este documento constitui o

OE do ano. A lei que aprova o Orçamento é a Lei

Orçamental.

No Quadro que se segue, são apresentados os montantes

globais do Orçamento do Estado, onde é fixado o montante da receita a cobrar e das despesas

a realizar, bem como o défice orçamental, no ano de 2012.

Quadro n.º 1 – Orçamento do Estado

Em mil Meticais

Classificação Económica Valores

Receitas do Estado 95.537.958

Despesas do Estado 163.035.400

Défice 67.497.442

HORA DE APRENDER

Orçamento do Estado – é

o documento no qual estão

previstas as receitas a

arrecadar e fixadas as

despesas a realizar num

determinado ano.

Plano Económico e Social

– é um documento

elaborado pelo Governo em

que constam os objectivos e

prioridades centrais para

um determinado ano.

Lei do Orçamento do

Estado – é a que autoriza o

Governo a cobrar receitas e

utilizá-las nos programas.

Se num determinado ano, o

valor das despesas for maior

que o das receitas, diz-se

que se está perante um

Défice Orçamental. Os

recursos em falta são

obtidos através de

empréstimos internos e

externos e donativos.

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Créditos Internos – Empréstimos que o Estado contrai dentro do País.

Créditos Externos – Empréstimos que o Estado contrai fora do País

Donativos Externos – Ofertas que o Estado recebe de organizações ou países. Receitas Fiscais - aquelas que resultam da cobrança de impostos como o IVA, o IRPC, o

IRPS, etc

Receitas de Capital – Provenientes de operações de crédito, alienações de bens,

amortizações de empréstimos concedidos

Receitas não Fiscais – Taxas pagas ao Estado por prestação de vários serviços

Receitas Consignadas – São os recursos públicos que, a título excepcional e por

determinação legal, são afectos à cobertura de determinadas despesas públicas.

Despesas de Funcionamento – São os gastos do Estado para que este possa ter a sua

máquina a funcionar.

Despesas de Investimento – São os gastos feitos pelo Estado que aumentam o seu

património.

HORA DE APRENDER

As despesas inscritas no Orçamento do Estado, no montante global de 163.035,400 milhões de

Meticais, são financiadas em 58,6%, por Receitas do Estado, no valor de 95.537,958 milhões

de Meticais, sendo que o Défice Orçamental daí resultante, 67.497,442 milhões de Meticais, é

financiado por Créditos Internos e Externos. Os Créditos Internos, com 3.150,112 milhões de

Meticais, contribuem com 1,9% do volume dos recursos.

Das alterações feitas pelo Governo, o montante das despesas cresceu para 165.511,663

milhões de Meticais, tendo-se mantido o valor das receitas.

1. Fontes de financiamento

O quadro que se segue mostra os valores de cada uma das fontes de financiamento previstas

no Orçamento do Estado de 2012.

Quadro n.º 2 – Fontes de financiamento

Em milhões de Meticais

RECEITAS MONTANTES

Receitas Fiscais 80.441,700

Donativos Externos 34.718,555

Créditos externos 29.628,775

Receitas não Fiscais 6.530,885

Receitas Consignadas 6.034,293

Créditos Internos 3.150,112

Receitas de Capitais 2.351,081

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2. Despesas de Funcionamento e de Investimento previstas no OE

No ano em referência, as despesas de funcionamento foram fixadas em 98.504,256 milhões de

Meticais e, as de Investimento, em 67.007,407 milhões de Meticais. Nas despesas de

funcionamento, as despesas com o pessoal tiveram o peso de 41.776,497 milhões de Meticais.

3. Análise Sectorial da Dotação da Despesa

No OE para 2012, a dotação para os sectores que integram o Plano de Acção para Redução da

Pobreza (PARP) 2011 – 2014 foi de 102,491 milhões de Meticais, o que corresponde a

61,9% do total das despesas (165,512 milhões de Meticais), como se detalha no gráfico que

se segue.

Gráfico n.º 1 – Repartição Percentual da Dotação da Despesa por Sectores

Verifica-se, no gráfico acima, que as maiores

dotações da despesa dos Sectores Prioritários

inscritas no Orçamento couberam à Educação

(17,3%), Infra-estruturas (16,9%) e Saúde (10,4%)

que, no conjunto, representam 44,6% das dotações

previstas. Para os sectores da Agricultura e

Desenvolvimento Rural e Governação, Segurança

e Sistema Judicial, foram estimados,

respectivamente, 8,0% e 6,6% do OE.

Educação 26432.0 16.2

Saúde 11205.0 6.9

HIV-Sida 152.0 0.1

Infraestruturas 27411.0 16.8

Agricultura e Desenvolvimento Rural 10125.0 6.2

Governação, Segurança e Sistema Judicial 11514.0 7.1

Acção Social 5972.0 3.7

Trabalho e Emprego 573.0 0.4

Restantes Sectores 51969.8 31.9

Encargos da Dívida 4625.8 2.8

Operações Financeiras 13055.7 8.0

163035.3 100.0

Educação 16.2

Saúde 6.9

Educação (17,3%)

Saúde (10,4%)

HIV-SIDA (0,1%)

Infra-estruturas (16,9%)

Agricultura e Desenvolvimento Rural

(8,0%)Governação, Segurança e Sistema Judicial (6,6%)Acção Social (2,4%)

Trabalho e Emprego (0,3%)

Restantes Sectores (27,4%)

Encargos da Dívida 2,8%

Operações Financeiras (7,9%)

O Plano de Acção para Redução da

Pobreza (PARP) 2011 – 2014 –É a

estratégia de médio prazo do Governo

de Moçambique que operacionaliza o

Programa Quinquenal do Governo

(2010-2014), focado no objectivo de

combate à pobreza.

Dotação da Despesa – É o limite

fixado pela Assembleia da República

para o Estado gastar.

HORA DE APRENDER

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Aos Outros Sectores Prioritários de que fazem parte a Acção Social e Trabalho e Emprego,

foram destinados 2,7%.

O sector da Saúde, que ao longo dos anos vinha conhecendo um declínio acentuado nas suas

dotações, apresentou, em 2012, uma evolução na ordem de 54,5%, relativamente a 2011.

A dotação para o subsistema HIV/SIDA diminuiu, ao passar de 210 milhões de Meticais, em

2011, para 110 milhões de Meticais, em 2012, representando uma redução de 47,6%.

Por sua vez, a dotação da Agricultura e Desenvolvimento Rural, da qual depende o aumento

da produção e produtividade agrária e pesqueira, teve uma variação negativa de 0,8%,

comparativamente ao ano anterior.

As dotações dos Sectores Prioritários, no exercício em apreço, registaram um crescimento de

19%, em relação ao ano transacto, destacando-se as dotações dos Outros Sectores Prioritários,

que cresceram 140,5%, seguindo-se a Saúde, com 54,5% e Infra-estruturas, com 20,9%.

4. Análise dos Limites das Despesas por Âmbito

Aos órgãos e instituições de Âmbito Central foram destinados 113,477 milhões de Meticais, o

equivalente a 68,6% do valor total orçamentado (165,512 milhões de Meticais). Deste montante,

coube ao Âmbito Provincial o valor de 30,195 milhões de Meticais (18,2%), ao Distrital, 19,890

milhões de Meticais (12%) e ao Autárquico, 1,950 milhões de Meticais (1,2%).

Gráfico n.º 2- Distribuição das Dotações por Âmbito Territorial

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

Central Provincial Distrital Autárquico

113.477

30.195

19.890

1.950

Milh

ões

de M

etic

ais

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Capítulo III: Receita

As receitas chegam aos cofres do Estado obedecendo os quatro (4) passos seguintes:

1. Recursos do Orcamento do Estado

O Total das receitas mobilizadas no Orçamento do Estado,

em 2012, foi de 144.589,789 milhões de Meticais, dos quais

98.476.650 mil Meticais (68,1%) correspondem à Receita

Interna, 3.150,112 milhões de Meticais (2,2%) a Créditos Internos,

42.963,027 milhões de Meticais (29,7%) a Créditos Externos

repartidos em 15.630,672 mil Meticais de Empréstimos Externos e

27.332,355 milhões de Meticais, de Donativos), conforme detalha a

tabela que se segue.

Quadro n.º 1 - Recursos do Orçamento do Estado

Em mil Meticais

Categorias Valores Peso (%)

Receitas Internas 98.476.650 68,1

Créditos Internos 3.150.112 2,2

Donativos 27.332.355 18,9

Empréstimos Externos 15.630.672 10,8

TOTAL 144.589.789 100

Seguidamente, apresenta-se, no gráfico a seguir, a estrutura dos meios financeiros obtidos pelo

Estado, de harmonia com a sua natureza ou fonte.

Gráfico n.º 1 - . Receitas do Estado

Indicação de

quanto foi

previsto na LOE

para a receita

Reconhecimento

do direito de o

Estado receber a

receita

Recebimento de

Impostos, taxas e

créditos devidos

ao Estado

Depósito do

dinheiro nos

cofres do Estado

COFRES

DO

ESTADO

1 º.PASSO

2.º PASSO

3.º PASSO

4.º PASSO

HORA D APRENDER

Receitas Internas – Impostos e

taxas cobrados aos cidadãos e

empresas dentro do País.

Donativos – Ofertas que o Estado

recebe de organizações ou países.

5.º PASSO

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

2. Análise da Receita do Estado

Em 2012, a Receita do Estado prevista foi de 95.537,958 milhões de Meticais, tendo o Estado

colectado, 98.537,958 milhões de Meticais, dos quais 97.315,812 milhões de Meticais (98,8%)

provém da Administração Central e 1,160,837 milhões de Meticais (1,2%), da Administração

Provincial, sendo que esta última inclui as receitas da Administração Distrital.

Em termos globais, a maior parte das receitas proveio das

Receitas Fiscais arrecadadas pela Administração Central,

representando 85,8% do volume total da receita.

2.1. Cobrança do IVA no Quinquénio

A cobrança do IVA apresentou, ao longo do quinquénio

2008-2012, em termos nominais, uma tendência de

contínuo crescimento, sendo que, em 2012, o montante

arrecadado representa um incremento de 8,7%, face ao ano

de 2011.

2.2. Reembolsos do IVA

O Governo recebeu 857 pedidos de reembolsos de IVA no

montante de 4,429 milhões de Meticais, o que equivale a

13,8% do valor arrecadado neste imposto, dos quais foram

pagos 956 milhões de Meticais, de 584 pedidos.

Em 2012, foram tratados 82,1% do número de pedidos de reembolso apresentados, em 2012,

envolvendo montantes correspondentes a 74,3% do total de reembolsos solicitados no ano.

No quadro seguinte, apresentam-se os reembolsos do IVA feitos em 2012, de pedidos de anos

anteriores, por sectores de actividade.

Quadro n.º 2 - Reembolsos do IVA por Sectores de Actividade

Pedidos

de Anos

Anteriores

Pedidos

de 2012Total

(1) (2) (3)=(1)+(2)

Moagens 82,982 149,463 232,446 6.6Estradas e Pontes 105,300 71,666 176,966 5.0Açucareiras 19,525 7,043 26,569 0.8Investidores 1,680,401 262,275 1,942,676 55.0Isenção Completa* 46,977 61,550 108,527 3.1Exportadores 416,697 250,120 666,817 18.9Outros 221,123 93,858 314,982 8.9

Sub-Total 2,573,006 895,976 3,468,982 98.3

Diplomatas 1,268 59,717 60,985 1.7

Total 2,574,274 955,693 3,529,967 100Fonte: Resposta ao Pedido de Esclarecimentos sobre a CGE de 2012.

* Composta por entidade que se dedicam à comercialização do arroz, pão, óleo, sabão,

ração, entre outros produtos.

(Em mil Meticais)

DesignaçãoPeso

(%)

Reembolsos

HORA DE APRENDER

Receitas Fiscais – aquelas que

provêm de impostos como o

IVA, o IRPC, o IRPS, etc.

IVA é o Imposto sobre o Valor

Acrescentado. Este é pago

sempre que compramos ou

importamos alguns produtos.

Reembolsos do IVA – Na

importação de alguns produtos

o Estado cobra o IVA. Este

deve devolver aos importadores

o valor correspondente a este

imposto.

O tempo médio de tratamento dos processos foi de 81 dias, contra os 30

previstos na lei.

NOTA

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13 _____________________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

2.3. Receita Cobrada aos Mega-Projectos

Os mega-projectos contribuíram, no global, com o valor de 5,665 milhões de Meticais.

Quadro n.º3 - Receita Cobrada por Mega-Projecto

Relativamente ao peso da contribuição dos Mega-Projectos no total da receita gerada com tais

projectos, na Receita do Estado, em 2012, destacam-se a da

exploração petrolífera, com 37.2%, seguindo-se a da exploração

dos recursos minerais, com 31.3%.

2.4. Receitas Próprias de Organismos e Instituições da

Administração Central

As Receitas Próprias cobradas por organismos e instituições do

Estado, resultantes da sua actividade específica, da

administração e alienação do seu património ou de quaisquer

outras que, por lei ou contrato, lhes devam pertencer,

ascenderam a 2.771,649 milhões de Meticais, valor equivalente

11.6% da respectiva meta previsional.

Ressalta, do quadro a seguir, que os Ministérios do Interior, da

Educação, da Saúde e dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, foram os que mais cobraram,

com os pesos de 31%, 23, 5%, 11,4% e 11,2%, respectivamente.

Os Ministérios Educação, dos Transportes e Comunicações, da Planificacao e Desenvolvimento,

dos Negócios Estrangeiros e Cooperação e das Obras Públicas e Habitação, superaram as metas

previsionais.

O Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental é o único que não arrecadou receitas

próprias, apesar de estarem previstas no Orçamento.

Area do Mega-Projecto

Natureza do imposto

IRPC IRPS Imposto/

produção Dividendos

Taxa de

concessão

Total

Geral

Peso

(%)

Produção de energia 95 149 0 139 879 1.263 22,3

Exploração de Petróleo 1.810 86 214 0 0 2.110 37,2

Exploração de recursos

minerais

530 952 293 0 0 1.775 31,3

Outros 300 201 0 18 0 518 9,2

TOTAL 2.734 1.387 507 157 879 5.665 100

Assim como sucedeu na CGE anterior, os Investidores constituem o

grupo que, em termos absolutos, absorveu a maior parte dos

reembolsos (1.942,676 milhões de Meticais, representando 55,0% do

total). Seguem-se-lhes os Exportadores (666,817 milhões de Meticais,

o equivalente a 18,9%).

NOTA

Receitas Próprias – São

aquelas que provêm dos

serviços ou unidades

orgânicas do Estado,

resultantes da sua

actividade específica, da

administração e alienação

do seu património ou de

quaisquer outras que, por

lei ou contrato lhes devem

pertencer.

HORA DE APRENDER

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14 _____________________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

NOTA

Quadro n.º 4. – Receitas Próprias de Âmbito Central

2.5. Receitas Próprias de Organismos e Instituições de Âmbito Provincial

Relativamente à arrecadação destas receitas, das 11 Províncias do País, 3 (Zambézia, Manica e

Maputo) apresentaram níveis de cobrança manifestamente superiores às respectivas estimativas.

2.6. Receitas Próprias de Organismos e Instituições de Âmbito Distrital

Apenas os organismos e instituições dos distritos

pertencentes à Província de Manica

registaram cobranças superiores às

respectivas previsões, não tendo os

distritos das restantes províncias

arrecadado valores previstos.

Designação Previsão

(1)

Cobrança

Valor

(2)

Realização

(%)

(3)=(2)/(1)

Peso (%)

(4)

Ministério da Defesa Nacional 12,000 3.050 25,4 0,1

Ministério do Interior 976 858.161 87,9 31,0

Ministério dos Negócios Estrangeiros e

Cooperação 171.060 309.272 180,8

11,2

Ministério da Função Pública 6.754 5.573 82,5 0,3

Ministerio da Administração Estatal 11.100 5.783 52,1 0,2

Ministério da Planificação e

Desenvolvimento 4.450 8.511 191,3

0,3

Ministério das Finanças 169.596 43.652 25,7 1,6

Ministério do Trabalho 35.904 1.319 3,7 0,0

Ministério para Coordenação da Acção

Ambiental 5.400 313 0

0,0

Ministério da Agricultura 34.116 30.571 89,6 1,1

Ministério das Pescas 13.883 10.263 73,9 0,4

Ministério dos Recursos Minerais 8.033 4.717 58,7 0,2

Ministério da Energia 253.660 176.797 69,7 6,4

Ministério do Turismo 51.300 39.682 77,4 1,4

Ministério dos Transportes e

Comunicações 71.063 136.163 191,6

4,9

Ministério das Obras Públicas e

Habitação 95.765 144.780 151,2

5,2

Ministério da Educação 264.118 650.103 246,1 23,5

Ministério da Cultura 7.419 6.227 83,9 0,2

Ministério da Juventude e Desportos 17.200 21.467 124,8 0,8

Ministério da Saúde 275.035 315.245 114,6 11,4

Total 2.484.574 2.771.649 111,6 100

Assim como aconteceu na CGE 2011, a de 2012 não contém

toda a informação sobre as previsões de cobrança e/ou sobre

os valores arrecadados, no tocante às rubricas de Receitas

Próprias e/ou Consignadas, relativamente à algumas

entidades.

NOTA

Refira-se que, no global, a

arrecadação não alcançou,

sequer, a metade da previsão

estabelecida nesta rubrica.

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15 _____________________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

2.7. Receita Cobrada Através das Execuções Fiscais

O saldo final das dívidas ao Estado, dos documentos

debitados aos Recebedores das áreas fiscais e,

posteriormente, enviados à cobrança coerciva, ascendia, em

31/12/2012, a 2.122, 289 milhões de Meticais, menos 81,527

milhões de Meticais do que no ano anterior.

Os conhecimentos de cobrança debitados, no exercício,

foram de 400,623 milhões de Meticais, o que corresponde a

uma redução 45.8%, comparativamente ao ano anterior.

Assim a cobrança decresceu de 129,927 milhões de Meticais,

em 2011 para 55,463 milhões de Meticais, em 2012.

2.8. Benefícios Fiscais

Os benefícios fiscais concedidos, em 2012, foram de 13,174

milhões de Meticais, contra 7,213 milhões de Meticais

atribuídos no ano de 2011.

Verifica-se que os benefícios fiscais que incidiram sobre o

IVA, IRPC e Direitos Aduaneiros, constituem 99,5% do total

dos benefícios concedidos no ano.

Receitas de Capital –

Execuções Fiscais – Quando

os contribuintes não pagam

voluntariamente impostos, o

Estado é obrigado a cobrar

coercivamente.

Conhecimento de Cobrança

– É um certificado de dívida

que é emitido pela Direcção

da Área Fiscal.

Benefícios Fiscais – Medidas

que implicam a isenção ou

redução do montante a pagar

dos impostos em vigor, com

o fim de favorecer as

actividades de reconhecido

interesse público.

HORA DE APRENDER

CONSTATAÇÕES

À semelhança dos anos

anteriores, o Governo

continua sem observar o

prazo do reembolso do

IVA.

O nível de arrecadação de receitas, através de

procedimentos coercivos, continua baixo, tendo sido,

em 2012, de 2,6%, o que corresponde a um

decréscimo de 3,3 pontos percentuais, relativamente à

cobrança de 2011.

À semelhança dos anos anteriores, em algumas entidades

auditadas, prevalece a previsão de receitas próprias e

consignadas em valores inconsistentes com os níveis

históricos de cobrança efectiva e, noutros casos, a

arrecadação sem previsão orçamental.

Persiste a não canalização das Receitas

Próprias e Consignadas às Direcções

de Áreas Fiscais, por algumas

instituições do Estado.

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16

__________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Capítulo IV: DESPESA

Os passos para a realização das despesas são os seguintes:

1. Execução Global do Orçamento Segundo a Classificação Funcional

No quadro a seguir, mostra-se a Despesa por funções, com destaque para as áreas

consideradas prioritárias, no âmbito do PARP.

Despesa Pública – É o dispêndio, pelo Estado, de recursos monetários ou em espécie,

seja qual for a sua proveniência ou natureza, com ressalva daquelas em que o

beneficiário se encontra obrigado à reposição dos mesmos. As regras para a execução

da despesa, em 2012, constam da Lei n.º 1/2012, de 13 de Janeiro, que aprova o

Orçamento do Estado daquele ano.

Na execução da Despesa deve-se, ainda, ter em conta, os Regulamentos do SISTAFE e

da Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de

Serviços ao Estado, e o Manual de Administração Financeira e Procedimentos

Contabilísticos (MAF). Fazem ainda parte da legislação atinente à execução da

despesa, as Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal Administrativo, de 29 de

Dezembro de 2008, e, por último, as Instruções sobre a Execução do Orçamento do

Estado, emitidas pela Direcção Nacional de Contabilidade Pública, em 31 de Outubro

de 2000.

é o conjunto de dispêndios realizados pelo Estado para custear os serviços públicos

(despesas correntes) prestados à sociedade ou para a realização de investimentos

(despesas de capital).

HORA DE APRENDER

Autorização através

da lei para o Estado

gastar (a chamada

dotação orçamental)

FIXAÇÃO

É a reserva da

dotação orçamental

necessária para a

realização de uma

despesa.

CABIMENTAÇÃO

LIQUIDAÇÃO

Cálculo do valor

certo a pagar

Pagamento da

despesa liquidada.

PAGAMENTO

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__________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Quadro n.º 1 – Execução do Orçamento da Despesa, Segundo a Classificação Funcional

Observa-se que a execução das despesas dos

sectores prioritários do PARP, em termos

globais, foi de 87,6% e a dos restantes

sectores, de 96,5%. A execução da despesa

total fixou-se em 88%, com as Operações

Financeiras a registarem 61,1% e os Encargos

da Dívida, 89,2%.

Quanto ao peso, no total da despesa sem

Encargos da Dívida, verifica-se, ainda, no

mesmo quadro, que o sector da Educação é o

que apresenta a maior expressão, com 20,1%,

seguido dos da Infraestrutura e da Saúde, com

16,2%, 11,8%, respectivamente, e dos

sectores da Agricultura e Desenvolvimento

Rural e da Boa Governação, ambos com

7,9%.

No sector da Educação, o Ensino Geral

assume o maior destaque, e nas

Infraestruturas, as Estradas, com registos de

execução de 17,6% e 9,7%, respectivamente.

19

20

Encargos da dívida – Abrangem as

transacções que conduzem à variação de

activos e passivos mobiliários e financeiros do

Estado.

Operações financeiras – São operações

realizadas pelas empresas com objectivo de

gerar recursos financeiros (dinheiro).

As Operações Financeiras podem ser Activas

quando compreendem a concessão de

empréstimos e adiantamentos, aquisição de

títulos de crédito, incluindo obrigações, acções,

quotas e outras participações do Estado.

As operações Passivas compreendem a

amortização de empréstimos contraídos, pelo

Estado, a regularização de adiantamentos

recebidos e a execução de avales ou garantias.

Estas operações compreendem as rubricas

empréstimos Externos, Empréstimos Internos

Bancários e as obrigações Internas.

HORA DE APRENDER

Valor %Peso

%

Educação 28,606 26,803 93.7 20.1

Saúde 17,309 15,660 90.5 11.8

Infraestruturas 27,987 21,508 76.9 16.2

Programa Contas dos Desafios do

Milénio 456 446 97.8 0.3

Agricultura e Desenvolvimento

Rural 12,818 10,557 82.4 7.9

Boa Governação 10,881 10,514 96.6 7.9

O utros Sectores Prioritários 4,433 4,328 97.6 3.3

Total Sectores Prioritários 102,491 89,816 87.6 67.5

Restantes Sectores 44,884 43,321 96.5 32.5

Despesa Sem Encargos da Dívida e

O perações Financeiras 147,374 133,137 90.3 100

Encargos da Dívida 4,626 4,125 89.2

O perações Financeiras 13,056 7,983 61.1

Despesa Total 165,056 145,245 88.0

(Em milhões de Meticais)

Sectores PrioritáriosDotação

Actualizada

Execução

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18

__________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

2. Execução Global da Componente Funcionamento do Orçamento

Nas despesas de funcionamento, foram gastos

83.804,852 milhões de Meticais, dos quais, 44.302,941

milhões de Meticais (52,9%) correspondem às despesas

de Âmbito Central, 21.808,868 milhões de Meticais

(26%), do Provincial, 16.486,417 milhões de Meticais

(19,7%), do Distrital e 1.206,625 milhões de Meticais

(1,4%), do Autárquico.

Constata-se que, do total executado nesta componente,

99,7% foi em Despesas Correntes, assumindo as

Despesas de Capital a participação de 0,3%.

3. Execução Global da Componente Investimento

do Orçamento por Âmbito e Tipo de

Financiamento

Em 2012, na Componente Investimento foram gastos

53.457,152 milhões de Meticais. Deste valor, 43.100,260

milhões de Meticais (80,6%) correspondem às despesas

de Âmbito Central, 6.520,266 milhões de Meticais

(12,2%), de Provincial, 3.093,313 milhões de Meticais

(5,8%), de Distrital e 743,313 milhões de Meticais

(1,4%), de Autárquico.

Quanto à execução das despesas por tipo de

Financiamento, 28.529,960 milhões de Meticais (53,4%)

correspondem ao financiamento externo, dos quais

25.286,758 milhões de Meticais foram gastos no Âmbito

Central e o remanescente no Provincial e Distrital, não

tendo o nível Autárquico beneficiado deste tipo de

financiamento.

Quanto ao financiamento interno, de um total de

24.927,193 milhões de Meticais, foram despendidos

17.813,502 milhões de Meticais a nível Central (71,5%),

sendo o remanescente distribuído pelas províncias,

distritos e autarquias.

4. Fundo de Compensação Autárquica

A dotação orçamental do Fundo de Compensação Autárquica, na Componente

Funcionamento, foi de 1.206,625 milhões de Meticais, executados na totalidade.

Relativamente ao peso no montante global transferido de 1.206,625 milhões de Meticais,

destacam-se as Autarquias da Cidade de Maputo, da Beira, da Matola e de Nampula, com

19,3%, 9,8%, 9,4% e 7,0%, respectivamente.

HORA DE APRENDER

Componente Funcionamento

do Orçamento – São os gastos

feitos pelo Estado para pôr a sua

máquina a funcionar. Por

exemplo, os gastos referentes ao

pagamento de salários, pensões,

etc.

Componente Investimento do

Orçamento – É a parte do

Orçamento do Estado ligada a

ampliação do seu património.

Despesas Correntes – São

todas as despesas que não

contribuem directamente para a

formação ou aquisição de um

bem de capital. Estas referem-se

despesas relacionadas com o

pagamento de vencimentos,

pensões, subsídios de

combustível, funeral, telefones,

energia, uniformes, compra de

papel, etc.

Despesas de Capital – referem

se aos gastos com as

construções, habitações,

edifícios, estradas, etc.

Fundo de Compensação

Autárquica – É destinado a

complementar os recursos

orçamentais das autarquias. É

constituído por 1,5% das

receitas fiscais previstas no

respectivo ano económico.

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__________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Falta de relatórios circunstanciados das

actividades realizadas, nos processos de

pagamento de ajudas de custo, por missões,

dentro e fora do País, em algumas entidades

auditadas.

CONSTATAÇÕES

Divergências entre os

valores indicados nas

Requisições de

Pagamento de Salários

e os registados nos

Mapas Demonstrativos

Consolidados do e-

SISTAFE, em algumas

entidades auditadas.

Falta de comprovativos de

despesas executadas e, em

alguns casos, os apresentados

não se encontram devidamente

organizados.

Execução de despesas não elegíveis

nos projectos de investimento em

que se procedeu ao seu registo e

realizados gastos cuja

contabilização foi feita em verbas

inapropriadas.

Não cumprimento das normas e

procedimentos instituídos na celebração dos

contractos de pessoal, fornecimento de bens,

prestação de serviços, empreitada, consultoria

e arrendamento, em algumas entidades.

Inconsistências entre os

valores registados nos

Mapas Demonstrativos

Consolidados por

Unidade Gestora

Beneficiária (UGB) e os

apresentados nos

Balancetes de Execução

do Orçamento.

Na CGE de 2012, não consta a

informação de alguns projectos de

investimento executados com fundos

externos que não transitaram pela Conta

Única do Tesouro.

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

HORA DE APRENDER

Capítulo V: Operações Relacionadas com o

Património Financeiro do Estado

1. Operações Financeiras Activas

No quadro a seguir, apresentam-se as Operações Financeiras Activas inscritas no Orçamento

Inicial, as dotações actualizadas e a respectiva execução.

Quadro n.º 1 – Execução das Operações Activas

(Em mil Meticais)

Designação Dotação Execução

Lei n.°1/2012 CGE/2012 Valor % Peso

Operações activas 10,239,469 10,239,470 5,168,523 50.5 100

Capital Social das Empresas - 64,100 6,673 10.4 0.1

Empréstimos com Acordos de

retrocessão

- 9,838,681 4,851,551 49.3 93.9

Outras operações activas - 336,689 310,299 92.2 6.0

A execução foi de 50,5%, com realizações muito abaixo do estimado nas rubricas Capital

Social das Empresas e Empréstimos com Acordos de Retrocessão, que registaram taxas de

10,4% e 49,3%, respectivamente.

As Operações Activas centraram-se, praticamente todas, nos Empréstimos com Acordos de

Retrocessão, que representaram 93,9% da despesa executada.

As operações patrimoniais dizem respeito ao património físico e financeiro do Estado. As

receitas e despesas patrimoniais provêm da administração desse património mobiliário e

imobiliário.

As operações financeiras abrangem as transacções que conduzem à variação de activos e

passivos mobiliários ou financeiros do Estado. Estes devem constar da Conta Geral do Estado,

com referência às datas do início e fim do exercício económico.

O património financeiro do Estado é, também, composto pelo capital das empresas públicas e

das sociedades de capitais públicos, bem como pelas participações do Estado no capital de

empresas privadas, quer sejam sociedades anónimas, quer sejam sociedades por quotas, ou

outras.

As Operações Financeiras Activas compreendem a concessão de empréstimos e

adiantamentos, aquisição de títulos de crédito, incluindo obrigações, acções, quotas e outras

formas de participação do Estado.

Capital Social das Empresas - É o valor dos bens ou o dinheiro com que os sócios contribuem

para uma empresa sem direito de devolução.

Empréstimos com Acordos de Retrocessão - São empréstimos concedidos pelos diferentes

parceiros para os quais o Estado é o co-garante da sua devolução.

HORA DE APRENDER

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21 _______________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

1.1. Sociedades com Participações do Estado

1.1.1. Sociedades por Quotas

De seguida, apresenta-se o quadro de resumo das participações do Estado nas Sociedades por

Quotas, no quinquénio, 2008-2012.

Quadro n.º 2 - Participações do Estado nas

Sociedades por Quotas

Anos SociedadesCapital

Social

Participação

do Estado

Peso

(%)

2008 30 158,597 58,403 36.8

2009 27 139,184 54,268 39.0

2010 26 128,281 52,088 40.6

2011 24 125,134 51,459 41.1

2012 20 123,303 51,028 41.4

(Em mil Meticais)

Como se pode observar no quadro acima, o peso da participação do Estado no capital social

registou um ligeiro aumento de 0,3 pontos percentuais, ao passar de 41,1%, em 2011, para

41,4%, em 2012.

Da mesma forma, o peso das participações do Estado no capital social tem crescido de forma

contínua, ao longo do quinquénio 2008-2012, tendo passado de 36,8%, em 2008, para 41,4%,

no ano em consideração.

O número de sociedades por quotas em que o Estado detém participações passou de 24, em

2011, para 20, em 2012.

NOTA

Sociedades por quotas – São

aquelas em que o capital está

dividido em parcelas e os sócios são

solidariamente responsáveis pela

realização do capital social.

Leia mais: Conceito de capital social - O que é, Definição e Significado http://conceito.de/capital-social#ixzz37Wg7GZbr

Compete ao IGEPE gerir as participações que o Estado tem nas empresas, com vista a

garantir a efectivação da sua reestruturação patrimonial. Cabe ao IGEPE coordenar e

controlar as participações do Estado nos diferentes tipos de sociedade e acompanhar ou

participar na gestão de todas as empresas participadas pelo Estado.

HORA DE APRENDER

Da auditoria efectuada ao IGEPE, constatou-se que este, ainda, não

detém o controlo da totalidade das parcelas do Estado no capital social

das empresas. Segundo o Instituto, parte daquelas está sob gestão dos

ministérios sectoriais e outros entes públicos, contrariando-se,

expressamente, o estabelecido no seu Estatuto Orgânico que, como

referido, confere-lhe o mandato de ser ele a gerir as participações do

Estado nas empresas.

HORA DE APRENDER

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22 _______________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

1.1.2. Sociedades Anónimas

Seguidamente, apresenta-se o quadro-resumo das

participações do Estado geridas pelo IGEPE, distribuídas

pelas participações directas do Instituto e as participadas

por outras entidades do Estado, a partir da conta de 2009,

ano em que o mesmo Instituto passou a facultar, de

maneira detalhada, a informação sobre as Sociedades

Anónimas participadas pelo Estado, dados que antes eram

fornecidos de maneira agregada.

O Estado detinha, em 2012, participações em 102

sociedades, sendo que em 18 delas a participação é detida

pelo IGEPE e nas restantes 84, através de outras

entidades.

Nas 102 sociedades participadas, o Estado detém

45.570,655 milhões de Meticais de capital social, o que

significou um aumento de 9.129,578 milhões de Meticais,

comparativamente ao ano de 2011, em que se registou,

também em 102 sociedades, uma participação de

36.441,077 milhões de Meticais.

No ano em apreço, o peso da participação do Estado no Capital Social das empresas

participadas representa 61,5%, quando, no ano transacto, essa percentagem era de 51,1%.

1.2. Saneamento Financeiro

Nas auditorias realizadas ao IGEPE e Direcção Nacional do Património do Estado (DNPE), foi

apurado que os gastos do Estado no saneamento financeiro, através destas duas entidades,

foram de 799,637 milhões de Meticais, dos quais 782,130 milhões de Meticais, através do

IGEPE e 17,507 milhões de Meticais, pela DNPE, como se dará conta a seguir.

1.2.1. Através do IGEPE

Em 2012, através do IGEPE, foram gastos 782,130 milhões de Meticais no saneamento

financeiro de empresas e de aumento de capital, conforme se observa no quadro a seguir.

HORA DE APRENDE

Sociedades Anónimas (SA) – São aquelas em que o capital é

dividido em acções e cada

sócio limita a sua

responsabilidade ao valor das

acções que detêm.

Saneamento Financeiro – é o

processo que visa ajustar a

situação financeira de uma

empresa para evitar o seu

colapso, permitindo um

funcionamento normal da

mesma. É a implementação de

um conjunto de medidas com

objectivo de melhorar o seu

desempenho.

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Quadro n.º 3 - Despesas do Estado no Saneamento Financeiro de Empresas e aumento de capital, através

do IGEPE

Peso

(%)

I. Saneamento financeiro 39,410 62,337 28,100 148,653 39.7 589,059

1. Texmoque 6,357 0 0 0 0.3 8,716

2. Texlom, SARL 0 6,500 0 0 0.0 6,500

3. Contex 5,753 0 0 0 0.0 5,753

4. Riopele 2,000 4,000 0 0 0.0 6,000

5. Mabor 4,000 5,500 0 3,151 0.4 16,051

6. Companhia do Búzi, SA 4,049 0 0 0 3.1 28,549

7. Loumar 6,332 0 0 0 0.0 6,332

8. Vidreira e Cristalaria de Moçambique, SA 0 6,000 0 0 0.5 10,145

9. SCANMO 2,366 3,337 0 0 0.0 5,703

10. Sociedade de Regadios e Construções 7,179 0 0 0 0.0 7,179

11. Companhia de Desenvolvimento Mineiro, SA 1,375 0 0 0 0.0 1,375

12. Magma 0 37,000 0 470 1.3 47,470

13. ADENA 0 0 28,100 69,837 0.0 98,292

14. Sociedade Moçambicana de Medicamentos 0 0 0 37,562 4.1 69,710

15. Empresa de Construção e Manutenção de Estradas e

Pontes-ECMEP´s0 0 0 24,660 28.1 244,376

16. ALC - African Leasing Company, SA* 0 0 0 12,973 0.0 12,973

17. Riopelle, Têxteis Moçambique, SA 1.8 13,935

II. Operações financeiras activas 0 100,000 29,650 0 60.3 601,221

II.1-Constituição de Capital 0 1,000 0 0 0.0 1,000

1. Empresa Moçambicana de Exploração Mineira, SA 0 1,000 0 0 0.0 1,000

II.2-Aumento de Capital 0 35,749 29,650 0 60.3 536,970

1. mCel- Moçambique Celular, SA 0 35,749 0 0 0.0 35,749

2. SEMOC 0 0 17,850 0 0.0 17,850

3. Auto Gás, SA. 0 0 11,800 0 0.0 11,800

4. Banco Nacional de Investimentos 60.3 471,571

II.3-Empréstimos 0 32,964 0 0 0.0 32,964

1. CMG- Companhia Moçambicana de Gasodutos, SA 0 32,964 0 0 0.0 32,964

II.4-Suprimentos 0 30,287 0 0 0.0 30,287

1. Sociedade Moçambicana de Medicamentos 0 30,287 0 0 0.0 30,287

Total Geral I+II 39,410 162,337 57,750 148,653 100.0 1,190,280

Utilizado OE (2)

Empréstimo bancário

Fonte: IGEPE.

* Antiga ULC Moçambique, Lda.

** Receitas de alienação (15.424 mil Metcais) e receitas próprias do IGEPE (21.571 mil Meticais).

(Em mil Meticais)

Empresas 2010

2012Total

2008/12

Saldo do OE (1-2)

2008 2009 2011

Disponibilizado Pelo OE (1)

Outros recursos **

No exercício de 2012, destaca-se a despesa no aumento de capital do Banco Nacional de

Investimentos, no valor de 471,571 milhões de Meticais, que representou 60,3% da despesa do

ano, seguida do saneamento financeiro na Empresa, de Construção e Manutenção de Estradas

e Pontes (ECMEP), com 219,716 milhões de Meticais (28,1%), Sociedade Moçambicana de

Medicamentos, com 32,148 milhões de Meticais (4,1%), Companhia do Búzi, SA, com 24,500

milhões de Meticais (3,1%) e Riopele Têxteis Moçambique, SA, com 13,935 milhões de

Meticais (1,8%).

Da auditoria realizada ao IGEPE, verificou-se que o aumento das participações do Estado no

Banco Nacional de Investimentos (BNI) foi feito através do recurso a crédito assumido pelo

Estado, através do IGEPE, no valor de 450 milhões de Meticais, tendo sido, o restante,

provido através de receitas próprias do IGEPE (21,571 milhões de Meticais).

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24 _______________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

1.2.2. Através da DNPE

Em 2012, foram gastos, através da DNPE, 17,507 milhões de Meticais no saneamento

financeiro de empresas, com recurso a receitas de alienação do património e participações do

Estado. As despesas de saneamento financeiro tiveram um aumento significativo, passando de

1,620 milhões de Meticais, em 2011, para 17,507 milhões de Meticais, no exercício em

análise, como ilustra o quadro a seguir.

Quadro n. º 4 – Saneamento Financeiro de Empresas através da DNPE

Valor

1 Intermecano 528 2,488 394 174 3,584

2 Lomaco - Montepuez 0 200 0 0 200

3 Ex-Fábrica de Refrigerantes de Tete 0 0 3,832 0 3,832

4 Pescom Internacional - Delegação de Maputo 1,586 0 164 0 1,750

5 Pescom Internacional - Beira 0 1,541 0 24 1,565

6 Mecanagro e Auto Diesel da Maxixe 0 2,164 0 0 2,164

7 Ex-Construtora Integral de Sofala 0 17,687 0 0 17,687

8 ROMOS Inharrime 0 0 0 256 256

9 ROMON, E.E. - Delegação de Lichinga 0 2,058 0 0 2,058

10 ROMOC - Delegação da Beira 17,737 0 0 0 17,737

11 Serração e Carpintaria Beirense 3,760 458 0 0 1,744 5,962

12 CETA, Construções e Serviços 7,484 70 0 0 7,554

13 Ex-Fábrica de Tabacos de Nampula 31,401 0 0 0 31,401

14 Rádio de Telecomunicações 535 0 0 0 535

15 Fábrica de Leite e Lactícios de Quelimane 2,163 0 0 0 2,163

16 Porto de Pescas de Quelimane 0 5,652 0 0 5,652

17 Romoza, E.E. - Delegação de Quelimane 0 4,030 0 0 4,030

18 Cerâmica e Carpintaria Monteiro e Giro - Deleg. da Zambézia 0 2,173 0 0 2,173

19 Unidade Técnica de Reestruturação de Empresas (UTRE) 0 615 680 883 138 2,316

20 Cinemas (Victória, 25 de Setembro e Nacional) 0 163 207 188 710 1,268

21 Pensão Tomás 0 0 0 95 95

22 Joaquim Miquicene 0 42 0 0 42

23 Vilmar, Manica 0 849 618 0 1,467

24 Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) 0 73 186 0 259

25 Pedreira de Movene 0 71 0 0 71

26 Bartolomeu Manuel Banze 0 29 0 0 29

27 Vulcanizadora de Moçambique 0 157 0 0 157

28 João Chipela 0 203 0 0 92 295

29 Armando Fernando Milú 0 0 5,800 0 5,800

30 Costa Alberto Landane- CNAA-MOPH 678 678

31 Arvindcumar Jamnadás 0 0 687 0 687

32 Romão Domingos Pinto Romão 0 0 777 0 777

33 Ex-Romoc, E.E. - Delegação de Tete 0 0 383 0 383

34 Ex-Agro Pecuária de Quelimane 0 133 0 0 133

35 Fábrica de Descasque de Arroz de Conhane 4,530 4,530

36 Fábrica de Refrigerantes de Tete 61 61

37 Construtora Integral de Manica 9,553 9,553

65,195 40,854 13,728 1,620 17,507 138,904

2010 2011Total

2008/12

Fonte: DNPE.

(Em mil Meticais)

Total

2012N.º

OrdemDesignação 2008 2009

HORA DE APRENDER

A DNPE é a entidade que procede ao saneamento das empresas detidas pelo Estado, com

dificuldades financeiras. As saídas de fundos respeitam, de entre outras, ao pagamento de

salários em atraso, indeminizações aos trabalhadores e outras despesas. As entradas de

fundos provêm dos pagamentos efectuados pelos adjudicatários (vencedor dos concursos

de alienação de empresas).

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25 _______________________________________________________________________________________

Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

1.3. Empréstimos com Acordos de Retrocessão

1.3.1. Desembolsos e Reembolsos dos Créditos Concedidos com Acordos de

Retrocessão

Em 2012, foram concedidos novos empréstimos no valor de 4.851.551 mil Meticais e

reembolsados 341,292 milhões de Meticais, de que resultou um saldo de 29.030,333 milhões

de Meticais, em 31/12/2012.

Beneficiaram de empréstimos, a EDM, FIPAG, TDM, ADM, FARE, FFPI, ANE – Fundo de

Estradas e Maputo-Sul. Quanto aos reembolsos, em 2012, as empresas EDM, HCB e FIPAG

foram as que, em relação ao total reembolsado, efectuaram os pagamentos mais

representativos, sendo de 100 milhões de Meticais, 94,278 milhões de Meticais e 89,213

milhões de Meticais, respectivamente.

Na carteira do IGEPE,

constam, ainda, sociedades

que não têm existência

jurídica, nem de facto.

O IGEPE continua a não deter o

controlo da totalidade das parcelas

do Estado no capital social de

empresas;.

Persistem

inconsistências entre a

informação apresentada

na CGE e a que se apura

em auditorias, sobre as

alienações das

participações do Estado

nas empresas.

De uma amostra seleccionada de

adjudicatários na aquisição de

participações do Estado, através da DNPE

e do IGEPE, verificou-se que continua a

existir um incumprimento generalizado de

pagamento das prestações indicadas nos

contratos.

Constatações

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___________________________________________________________________________Versao Simplificada do Relatorio e Parecer sobre a CGE de 2012

Capítulo VI: Dívida Pública

1. Dívida Externa

Em 2012, a Dívida Multilateral foi de 2.926,9 milhões de Dólares Americanos, enquanto a

Bilateral situou-se em 1.902,4 milhões de Dólares Americanos, totalizando 4.829,3 milhões de

Dólares Americanos.

O gráfico abaixo mostra a evolução da dívida pública externa, que inclui a dívida Multilateral

e a Bilateral, cresceu, de 2008 a 2009, tendo decrescido, em 2010 e, nos dois anos

subsequentes, registou um incremento, ao passar de 3.743,5 para 4.829,3 milhões de Dólares

Americanos.

Gráfico n.° 1 - Evolução do Stock da Dívida Pública Externa

Câmbio: 1 USD = 29,41 Meticais.

Fonte: Anexo Informativo 6 da CGE (2008-2012).

1.835,4

2.554,52.436,5

2.679,8 2.926,9

1.801,2 1.969,7

1.307,01.709,5

1.902,4

3.636,6

4.524,2

3.743,54.389,3

4.829,3

0,0

1.000,0

2.000,0

3.000,0

4.000,0

5.000,0

6.000,0

2008 2009 2010 2011 2012

Em

Mil

es

de D

óla

res

Multilateral

Bilateral

Dívida

Pública

Externa

Em 2012, a Dívida Multilateral era de 2.926,9 milhões de Dólares Americanos, o que

significou um crescimento de 9,2%, em relação ao ano de 2011, em que se traduziu em

2.679,8 milhões de Dólares Americanos.

Dívida Pública – É todo o dinheiro que o Estado deve a terceiros, dentro ou fora do país.

O conceito da dívida pública está relacionado com o conceito de défice orçamental. Aliás,

é em parte devido aos défices orçamentais que existe dívida pública.

A dívida pública pode ser Externa (quando contraída fora do País) ou interna (quando

contraída dentro do país).

A dívida externa pode ser Multilateral (quando contraída junto de organismos

Internacionais, como o FMI, BIRD, etc) ou Bilateral (quando contraída junto de Estados).

HORA DE APRENDER

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___________________________________________________________________________Versao Simplificada do Relatorio e Parecer sobre a CGE de 2012

A Dívida Bilateral, em 2012, foi de 1.902,4 milhões de Dólares Americanos, correspondendo

a um aumento de 11,3%, em relação ao exercício de 2011, em que foi de 1.709,5 milhões de

Dólares Americanos.

O stock da Dívida Pública Externa teve a seguinte distribuição, por moedas, 44,0%, em SDR

(Direitos Especiais de Saque), 22,0%, em USD, 15,0%, em EUR, 13,0%, em FUA (Moeda de

Unidade de Conta do FAD), 4,0%, em RMB (Moeda Chinesa), e 2,0%, em outras moedas

KWD (Dinar do Kuwait), JPY (Yen Japonês) e IDB (Dinnar Islâmico).

2. Dívida Interna

A Dívida Interna regista o total de 26.650,112 milhões de Meticais, em desembolsos

efectuados no ano.

3. Operações Financeiras Passivas e o Serviço da Dívida Pública

As Operações Financeiras Passivas compreendem a

amortização de empréstimos contraídos pelo Estado, a

regularização de adiantamentos recebidos e a execução

de avales ou garantias.

A execução das Operações Passivas foi de 99,9%, com

realizações nas rubricas Empréstimos Externos e

Internos, que registaram taxas de 100% e 99,9%,

respectivamente.

Em 2012, Serviço da Dívida Pública foi de 31.002,580

milhões de Meticais, sendo os pesos das dívidas externa

e interna de 9,1% e 90,9%, respectivamente.

O Serviço da Dívida Externa situou-se em 95.619 mil

Dólares Americanos, um acréscimo de 22.808 mil

Dólares Americanos, em relação ao exercício económico de 2011, em que registou 72.811 mil

Dólares Americanos. Foram pagos de juros, pela Dívida Interna, 2.989,326 milhões de

Meticais, distribuídos da seguinte maneira:

4. Sustentabilidade da Dívida

Em 2012, todos os indicadores da sustentabilidade da Dívida Pública Externa situaram-se

dentro dos limites estabelecidos. Embora em 2012, o peso relativo do Valor Actual da Dívida

Externa e do Serviço da Dívida tenham sofrido um agravamento, resultante do aumento da

necessidade de endividamento, todos os indicadores encontram-se abaixo dos limites definidos

pelas organizações internacionais, nomeadamente, a Agência Internacional de

Desenvolvimento (IDA) do Banco Mundial (BM) e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Serviço da Dívida – É uma

referência à totalidade dos

pagamentos que o devedor faz

para pagar os juros e

amortizações correspondentes a

um empréstimo.

Sustentabilidade da Dívida – É a capacidade que um país

tem de pagar suas dívidas, sem

prejuízo dos seus objectivos de

desenvolvimento económico e

social.

HORA DE APRENDER

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___________________________________________________________________________Versao Simplificada do Relatorio e Parecer sobre a CGE de 2012

Discrepâncias relativamente às informações do Relatório da Dívida

Pública da DNT e da Conta Geral do Estado, nos valores da Dívida

Multilateral, em 2011, e da Dívida Bilateral, relativamente a 2012, de

174,4 e 2,9 milhões de USD, respectivamente.

Em termos de desembolsos, constatou-se, que os instrumentos de

Dívida Interna assumiram, em 2012, um peso substancialmente

superior ao da Dívida Externa, representando os Bilhetes do

Tesouro (BT´s) 52,9% dos desembolsos de 2012. Este instrumento

implica um serviço da dívida relativamente mais oneroso, por ser

um instrumento de curto prazo.

Embora em 2012, o peso relativo do Valor Actual da Dívida

Externa e do Serviço da Dívida tenham sofrido um agravamento,

todos os indicadores encontraram-se abaixo dos limites definidos

pelas organizações internacionais, nomeadamente, a Agência

Internacional de Desenvolvimento (IDA) do Banco Mundial (BM)

e Fundo Monetário Internacional (FMI).

Constatações

Constatou-se que, no ano de 2012 , o desembolso foi de 3.150,112

milhões de Meticais, significando que a emissão foi integralmente

subscrita pelas instituições financeiras autorizadas.

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kl

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___________________________________________________________________________Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

Capítulo VII: Património do Estado

1. Valores Despendidos na Aquisição de Bens Patrimoniais ao Longo do Quadriénio

(2009-2012)

Os organismos do Estado têm investido na

aquisição de bens patrimoniais, com vista a

melhorar o seu desempenho.

Os gastos em bens patrimoniais conheceram

uma evolução positiva, partindo de 20.847,978

milhões de Meticais, em 2009, para 31.872,139

milhões de Meticais, em 2011.

Em 2012, o investimento realizado foi de

29.292.014 milhões de Meticais, sem incluir a

rubrica de fardamento e calçado.

Como se pode notar, comparativamente ao ano

anterior (31.872.139 milhões de Meticais),

houve uma redução de 2.580,125 milhões de

Meticais (8,1%).

2. Património Líquido do Estado

O valor líquido do Património do Estado,

inventariado a 31 de Dezembro de 2012, foi de

115.053.619 mil Meticais.

3. Análise do Processo de Inventariação

O Património Final Bruto apurado a 31 de

Dezembro de 2012 foi de 217.035,624 milhões

de Meticais, tendo as Amortizações acumuladas

sido de 101.982,004 milhões de Meticais,

resultando o Património Final Líquido de

115.053,619 milhões de Meticais.

Os acréscimos patrimoniais representaram

17,4% no Património Final Bruto, portanto,

uma redução de 3,4 pontos percentuais

relativamente ao ano de 2011, em que foram de

20,8%. As aquisições tiveram um peso de 7,2%,

no total dos acréscimos, e as actualizações,

92,8%.

Património do Estado – É o “conjunto

de bens de domínio público e privado, e

dos direitos e obrigações de que o

Estado é titular, independentemente da

sua forma de aquisição”. O inventário

do Património do Estado abrange todos

os bens de uso especial ou indisponível,

do domínio privado do Estado, do

domínio público e património cultural,

de utilização permanente, com vida útil

superior a um ano, cujo valor de

aquisição seja igual ou superior a 350

Meticais, e que não se destinem à venda,

nomeadamente, móveis, animais,

veículos e imóveis.

Estes bens são alocados às Instituições

do Estado, incluindo os municípios,

empresas do Estado, Institutos,

Embaixadas e representações

diplomáticas e consulares de

Moçambique no exterior.

A gestão destes bens é feita pela

Direccao Nacional do Património.

Património Bruto – É o valor total, de

aquisição, do conjunto de bens de

domínio público e privado, de que o

Estado é o titular antes da dedução das

amortizações.

Património Líquido – É o que é

apresentado após a dedução das

amortizações.

HORA DE APRENDER

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___________________________________________________________________________Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

4. Despesas em Bens Inventariáveis Versus Inventariação

Em 2012, a realização das despesas em bens inventariáveis ascendeu a 20.717,817 milhões de

Meticais, dos quais 20.004,152 milhões de Meticais correspondem à execução da Componente

Investimento e 713,664 milhões de Meticais, ao Funcionamento. Por outro lado, houve uma

redução do valor gasto na aquisição de bens inventariáveis, pelos organismos do Estado, que

se traduz numa variação negativa de 34,6%

À semelhança dos anos anteriores, o processo de inventariação

continua a pecar por defeito, em relação a uma parte

significativa dos bens patrimoniais adquiridos, como vem sendo

referido pelo Tribunal Administrativo, nos seus relatórios.

NOTA

CONSTATAÇÕES

Decorrente da fraca incorporação das aquisições de bens

patrimoniais no inventário, no momento em que estas ocorrem, o

nível de inventariação dos bens, em 2012, foi consideravelmente

baixo.

Em algumas Instituições auditadas, foram pagos, na íntegra, 10

meses antes da sua entrega, bens adquiridos, sendo que, nos

termos dos contratos celebrados com os respectivos fornecedores,

a sua entrega devia anteceder o correspondente pagamento

Existem divergências entre os dados respeitantes ao inventário

das entidades auditadas e os constantes do Mapa Consolidado do

Património do Estado.

Continua o preenchimento incorrecto das Fichas de

Inventário e classificação inapropriada de bens, assim como

a falta da colocação de etiquetas nos artigos. Por outro lado,

muitos bens não são segurados e falta a titularização, em

nome do Estado, de imóveis e veículos de sua propriedade.

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

PARECER SOBRE A CONTA GERAL DO ESTADO DE 2012

I. ENQUADRAMENTO LEGAL

1.1 – Competência, Objecto e Prazos

Nos termos do plasmado na alínea a) do n.º 2 do artigo 230 da Constituição da República,

compete ao Tribunal Administrativo emitir o Relatório e o Parecer sobre a Conta Geral do

Estado.

O presente Parecer tem por objecto a Conta Geral do Estado relativa ao exercício

económico de 2012.

Em conformidade com o preceituado no n.º 1 do artigo 50 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), a Conta

deve ser apresentada pelo Governo à Assembleia da República e ao Tribunal

Administrativo, até 31 de Maio do ano seguinte àquele a que a mesma respeite. O

Relatório e o Parecer do Tribunal Administrativo sobre a Conta Geral do Estado devem ser

enviados à Assembleia da República até ao dia 30 de Novembro do ano seguinte àquele a

que a Conta Geral do Estado seja concernente, de acordo com o n.º 2 do mesmo artigo.

É na observância dos comandos normativos acima citados que o Tribunal Administrativo,

reunido em Plenário, emite o presente Parecer sobre a Conta Geral do Estado do exercício

económico de 2012.

1.2 - Âmbito do Parecer

De acordo com o estabelecido no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro,

atinente à organização, funcionamento e processo da Secção de Fiscalização das Receitas e

Despesas Públicas e do Visto do Tribunal Administrativo, este órgão, em sede do Parecer,

aprecia, designadamente:

a) A actividade financeira do Estado, no ano a que a Conta se reporta, nos domínios

patrimonial e das receitas e despesas;

b) O cumprimento da Lei do Orçamento e legislação complementar;

c) O inventário do património do Estado;

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Versão Simplificada do Relatório e Parecer sobre a CGE de 2012

d) As subvenções, subsídios, benefícios fiscais, créditos e outras formas de apoio

concedidos, directa ou indirectamente.

No Parecer, o Tribunal pronuncia-se relativamente ao cumprimento dos princípios e regras

específicas da elaboração da Conta Geral do Estado, estatuídos no artigo 46 da Lei do

SISTAFE, à conformação do seu conteúdo e estrutura ao prescrito nos artigos 47 e 48 da

mesma lei, à observância das normas e procedimentos concernentes à execução do

Orçamento, entre as quais, as relativas à obrigatoriedade de submissão à fiscalização prévia

dos actos, contratos e de mais instrumentos emanados pelo Estado e outras entidades

públicas, nos termos da Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro e outra legislação atinente, e ao

registo da realização das despesas.

As regras relativas à execução do Orçamento do Estado de 2012 estão fixadas na Lei n.º

1/2012, de 13 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado daquele ano, bem como nos

diplomas que se indicam mais adiante.

Os procedimentos a serem observados na administração e execução do Orçamento do

Estado, para o exercício de 2012, são objecto da Circular n.º 04/GAB-MF/2011, de 30 de

Dezembro, do Ministro das Finanças. A Circular n.º 02/GAB-MF/2012, de 18 de Outubro,

emitida pelo Ministro das Finanças, ao abrigo do disposto no artigo 28 da Lei que cria o

SISTAFE e a n.º 01/GAB-VMF/2011, de 28 de Outubro, do Vice-Ministro das Finanças,

contêm os procedimentos atinentes ao encerramento dos exercícios de 2011 e 2012.

Encontram-se plasmados na Circular n.º 01/GAB-MF/2010, de 06 de Maio, os

procedimentos de cobrança e registo de receitas próprias e consignadas.

Por outro lado, o Decreto n.º 1/2012, de 24 de Fevereiro, atribui aos órgãos e instituições

do Estado competências para procederem a alterações (transferências e redistribuições) de

dotações orçamentais em cada nível, nos termos dos artigos 6 e 7, ambos da Lei n.º 1/2012,

de 13 de Janeiro, que aprova o Orçamento do Estado para o ano de 2012, e pelo artigo 28 e

n.ºs 2 e 3 do artigo 34, ambos da Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro.

São tidos em conta, ainda, na execução do Orçamento do Estado, de entre outros, os

seguintes diplomas: o Regulamento do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de

20 de Agosto, o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,

Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto n.º

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15/2010, de 24 de Maio, o Manual de Administração Financeira e Procedimentos

Contabilísticos (MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de

Dezembro, do Ministro das Finanças, as Instruções sobre a Execução do Orçamento do

Estado, emanadas da Direcção Nacional de Contabilidade Pública (DNCP), em 31 de

Outubro de 2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001), e as Instruções de Execução

Obrigatória do Tribunal Administrativo, publicadas nos BR´s n.º 52, I Série, de 30 de

Dezembro de 1999 e n.º 39, I Série, de 29 de Setembro de 2008.

II. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Tendo em vista a emissão do Relatório e do Parecer a que se refere a alínea a) do n.º 2 do

artigo 230 da Constituição da República, o Tribunal Administrativo analisou a Conta Geral

do Estado relativa ao exercício económico de 2012 e realizou auditorias a diversos órgãos

e instituições, a níveis central, provincial, distrital e autárquico, para certificar os dados

nela contidos, tendo apurado, entre outras constatações, que, não obstante os progressos

registados, persiste a não canalização, às Direcções de Áreas Fiscais (DAF´s), das Receitas

Próprias e Consignadas, por algumas instituições e organismos do Estado que as

arrecadam. Por esta razão, nem todas as receitas destas duas rubricas ingressaram na Conta

Única do Tesouro (CUT) e algumas delas nem sequer constam da CGE. É que, de acordo

com o princípio de Universalidade, consagrado na alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da Lei n.º

9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de Administração Financeira do Estado,

todas as receitas e despesas que determinem alterações ao património do Estado devem

nele ser, obrigatoriamente, inscritas.

O sistema de arquivo, nas entidades, ainda é deficiente, situação que dificulta a

localização, com eficiência, simplicidade e rapidez, dos documentos atinentes aos seus

orçamentos e à execução das suas actividades e constitui uma violação do disposto no n.º 1

do artigo 90 das Normas de Funcionamento dos Serviços da Administração Pública,

aprovadas pelo Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro, e do preceituado na alínea d) do n.º

7.1 das Instruções Sobre a Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional de

Contabilidade Pública, de 31 de Outubro de 2000, supracitadas.

Foram executadas despesas em verbas inapropriadas, nuns casos, e não elegíveis nos

projectos em que foram contabilizadas, noutros, o que constitui desvio de aplicação, nos

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termos do estipulado no n.º 1 do artigo 78 do Capítulo VIII, Título I, do Manual de

Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma

Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro das Finanças.

Na CGE em apreço, não constam as informações de alguns projectos de investimento

executados com fundos externos que não transitaram pela Conta Única do Tesouro, o que

contraria o princípio de Universalidade preconizado na alínea c) do n.º 1 do artigo 13 da

Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo a qual todas as receitas e despesas que

determinem alterações ao património do Estado devem nele ser obrigatoriamente inscritas,

e o estatuído no n.º 2 do artigo 15 da mesma lei, que preceitua que a despesa, para ser

assumida, ordenada ou realizada, deverá estar devidamente inscrita no Orçamento do

Estado.

Em algumas instituições auditadas, foram executadas despesas acima dos montantes dos

respectivos contratos, sem que se tivesse elaborado qualquer adenda, contrariando-se o

disposto na alínea b) do n.º 1 do artigo 54 do Regulamento de Contratação já citado,

segundo a qual a alteração do valor contratual deve ser fundamentada e celebrada a

correspondente apostila.

III. RECOMENDAÇÕES

RECEITA

Recomendações

Na sequência das constatações referidas, recomenda-se que:

a) Sejam tomadas medidas com vista à melhoria e fortalecimento da articulação entre

o Ministério das Finanças e as instituições do Estado, no processo de previsão das

receitas próprias e consignadas a arrecadar, de forma a aperfeiçoar a metodologia

usada;

b) Sejam potenciados os serviços de fiscalização prévia dos reembolsos, de modo a

permitir que as necessidades de aferição da legitimidade das solicitações não

impliquem a dilatação do período regulamentar de 30 dias, para os pagamentos de

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reembolsos do IVA, nos termos do n.º 8 do artigo 21 do Código do Imposto sobre o

Valor Acrescentado (CIVA), aprovado pela Lei n.º 32/2007, de 31 de Dezembro;

c) Se cumpra o estabelecido no n.º 2 do artigo 14 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual, é obrigatória a previsão das

receitas públicas, para a sua arrecadação;

d) Se obedeça ao disposto na alínea a) do artigo 47 do SISTAFE, aprovado pela Lei

n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, de acordo com o qual a Conta Geral do Estado deve

conter informação completa relativa a receitas cobradas e despesas pagas pelo

Estado;

e) Sejam levantados os competentes autos de transgressão aos contribuintes que não

fizerem a liquidação de suas contribuições, dentro dos prazos legais, cumprindo o

preconizado no artigo 8.º do Diploma Legislativo n.º 783, de 18 de Abril de 1942;

f) Seja dado o cumprimento ao disposto no ponto (ii) da alínea a) da Circular n.º

12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro, segundo o qual após a emissão dos

conhecimentos de cobrança, as DAF´s/UGC´s deverão elaborar os modelos 27 e 45

e remetê-los aos respectivos Juízos Privativos das Execuções Fiscais, onde serão

debitados ao respectivo Recebedor;

g) Se dê cumprimento ao disposto na Circular n.º 01/GAB-MF/2010, de 06 de Maio

do Ministro das Finanças, que define os procedimentos de cobrança e registo de

receitas próprias e consignadas;

h) Se observe, rigorosamente, o plasmado na Lei n.º 2/2006, de 22 de Março, Lei

Geral Tributária, no Regulamento do Procedimento de Fiscalização Tributária,

aprovado pelo Decreto n.º 19/2005, de 22 de Junho, no Código das Execuções

Fiscais, aprovado pelo Decreto n.º 38:088, de 12 de Dezembro de 1950, no

Diploma Legislativo n.º 783, de 18 de Abril de 1942, no Diploma Ministerial n.º

3/99, de 20 de Janeiro, do Ministro das Finanças, e demais legislação pertinente.

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DESPESA

Recomendações

Face às constatações indicadas, o Tribunal Administrativo recomenda:

a) A observância do preceituado na alínea d) do n.º 7.1 das Instruções Sobre a

Execução do Orçamento do Estado, da Direcção Nacional de Contabilidade

Pública, de 31 de Outubro de 2000 (BR n.º 17, II Série, de 25 de Abril de 2001),

segundo a qual nenhum registo poderá ser efectuado sem a existência de

documentos comprovativos, que deverão ser arquivados por verbas e anos, de

forma a ser possível a sua identificação;

b) Que se cumpra o disposto no artigo 129 do Regulamento do Estatuto Geral dos

Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pelo Decreto n.º 62/2009, de 8 de

Setembro, segundo o qual após o termo da deslocação e dentro do prazo de 7 dias,

deve ser apresentado um relatório circunstanciado das actividades desenvolvidas

no processo de pagamento de ajudas de custo. A falta deste implicará o não abono

das ajudas de custo a que haja lugar e ao reembolso do adiantamento, porventura

efectuado, ou das despesas pagas, segundo dispõe o n.º 3 do artigo 26 do Diploma

Ministerial n.º 58/89, de 19 de Julho, dos Ministros da Administração Estatal e das

Finanças;

c) Que a classificação e o registo das despesas sejam feitos de acordo com o

Classificador Económico da Despesa, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º

103/2001, de 20 de Junho, do Ministro das Finanças;

d) Que a execução orçamental e financeira seja apresentada com exactidão,

garantindo-se a consistência entre a informação registada na entidade e os dados

dos mapas Demonstrativos Consolidados por UGB do e-SISTAFE, em

cumprimento do disposto no n.º 1 do artigo 46 da Lei n.º 9/2002, de 12 de

Fevereiro;

e) Sejam observadas as normas pertinentes sobre a elaboração e execução dos

orçamentos, previstas na Lei n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE,

no seu Regulamento, aprovado pelo Decreto n.º 23/2004, de 20 de Agosto e no

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Manual de Administração Financeira e Procedimentos Contabilísticos (MAF),

aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de 31 de Dezembro, do Ministro

das Finanças;

f) Que na contratação de pessoal, de empreitada de obras públicas, fornecimento de

bens e prestação de serviços, consultoria e arrendamento, sejam observadas as

regras e procedimentos fixados na Lei n.º 26/2009, de 29 de Setembro, no Estatuto

Geral dos Funcionários e Agentes do Estado, aprovado pela Lei n.º 14/2009, de 17

de Março, no Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas,

Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto

n.º 15/2010, de 24 de Maio, nas Instruções de Execução Obrigatória do Tribunal

Administrativo, publicadas no BR n.º 52, I Série, de 30 Dezembro 1999, e demais

legislação sobre a matéria.

OPERAÇÕES RELACIONADAS COM O PATRIMÓNIO FINANCEIRO DO

ESTADO

Recomendações

Face às constatações enunciadas, o Tribunal Administrativo recomenda que:

a) Sejam expurgadas da carteira do IGEPE as sociedades que não têm existência

jurídica, nem de facto;

b) O IGEPE envide esforços no sentido de acompanhar e participar na gestão das

empresas participadas pelo Estado, em cumprimento do preconizado na alínea a) do

n.º 2 do artigo 5 do seu Estatuto Orgânico, aprovado pelo Decreto n.º 46/2001, de

21 de Dezembro;

c) Na elaboração da CGE, seja observado o preceituado no n.º 1 do artigo 46 da Lei

n.º 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual a CGE deve ser elaborada com

clareza, exactidão e simplicidade, de modo a possibilitar a sua análise económica e

financeira;

d) A DNPE e o IGEPE façam cumprir, rigorosamente, pelos adjudicatários das

empresas alienadas pelo Estado, as cláusulas contratuais e as respectivas tabelas de

amortização.

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PATRIMÓNIO DO ESTADO

Recomendações

Na sequência das constatações referidas, recomenda-se que:

a) O registo e a inventariação dos bens patrimoniais sejam apresentados com

exactidão, garantindo-se a consistência entre a informação dos mapas de detalhe do

inventário e os dados do Mapa Consolidado do Património do Estado;

b) Seja exercido maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de Inventário,

tendo em vista o cumprimento dos procedimentos plasmados no Diploma

Ministerial n.º 78/2008, de 4 de Setembro, do Ministro das Finanças, que aprova os

Suportes Documentais (Classificador Geral de Bens Patrimoniais e as Fichas de

Inventário) e Regulamento do Património do Estado, aprovado pelo Decreto n.º

23/2007, de 9 de Agosto;

c) As entidades devam velar pelos seus bens, em cumprimento do fixado na alínea a)

do n.º 2 do artigo 13 do Título I do Manual de Administração Financeira e

Procedimentos Contabilísticos, aprovado pelo Diploma Ministerial n.º 169/2007, de

31 de Dezembro, do Ministro das Finanças, segundo o qual compete às Unidades

Gestoras Beneficiárias do Subsistema do Património do Estado (UGB´s do SPE)

guardar e manter o património do Estado sob sua responsabilidade;

d) A entrega dos bens adquiridos seja feita dentro dos prazos estipulados nos

respectivos contratos de fornecimento;

e) Se proceda ao registo imediato dos bens, no inventário, após a aquisição.

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FICHA TÉCNICA

Propriedade e Edição

Tribunal Administrativo

Coordenação Editorial

Direcção de Sistemas de Informação e Comunicação

Elzira Tundumula

Contadoria da Conta Geral do Estado

Moisés Amaral

Equipa Técnica

Nalagi Faquir-Bay

Ancha Herculano

Elídia Jacques

Domingos Miambo

Miguel Chamba

Arranjo Gráfico

Nalagi Faquir-Bay

Ancha Herculano

Elídia Jacques

Revisão Linguística

DCI

Periodicidade

Anual

Distribuição

Gratuita