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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 1 – 239, 2004 Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Julho a setembro de 2004

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 1 – 239, 2004

Poder Judiciário Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Julho a setembro de 2004

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Número 11, 2004 Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. As ementas selecionadas para publicação correspondem, na íntegra, àquelas publicadas nos

respectivos Diários da Justiça. Comissão de Jurisprudência: Des. José Maria de Melo, Des. Francisco Hugo Alencar

Furtado, Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido. Suplentes: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, Desa. Huguette Braquehais, Desa. Gizela Nunes da Costa, Des. Pedro Regnoberto Duarte.

Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência: Des. José Maria de Melo, Juiz

Roberto Jorge Feitosa de Carvalho, Bel. José Osmar Oliveira, Daniel de Sabóia Xavier. Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Av. Ministro José Américo s/n Centro Administrativo Gov. Virgílio Távora – Cambeba CEP: 60839-900 www. tj.ce.gov.br e-mail: [email protected] [email protected] Tiragem da Edição: 1.000 exemplares Expediente: Coordenação: Des. José Maria de Melo Seleção, organização e finalização: Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho José Osmar Oliveira Daniel de Sabóia Xavier Diagramação e Impressão: Parque Gráfico do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará Normalização: Maria Cláudia de Albuquerque Campos – CRB – 3/214

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará n. 1- Fortaleza: Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, 1978 –

1. Direito – Periódico. 2. Direito – Jurisprudência. 3. Ceará –

Tribunal de Justiça – Jurisprudência.

CDU 340.342 (05)

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do

Ceará

Desembargador José Maria de Melo

Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho José Osmar Oliveira

Daniel de Sabóia Xavier

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Sumário

Composição do Tribunal de Justiça............................................................7 Apresentação................................................................................................11 Índice Sistemático........................................................................................13 Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.............................17 Jurisprudências:

• Civil, Comercial e Processo Civil....................................................29 • Constitucional, Administrativo e Previdenciário.......................113 • Tributário.........................................................................................167 • Penal e Processo Penal...................................................................175

Índice por Relator......................................................................................229

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7

Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

COMPOSIÇÃO

Desembargador João de Deus Barros Bringel Presidente

Desembargador Francisco da Rocha Victor

Vice-Presidente

Desembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque Corregedor Geral de Justiça

TRIBUNAL PLENO

Des. João de Deus Barros Bringel – Presidente

Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra Des. José Maria de Melo

Des. Ernani Barreira Porto Des. Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque

Des. Francisco Hugo Alencar Furtado Des. Edmilson da Cruz Neves Des. Francisco da Rocha Victor

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha Des. José Eduardo Machado de Almeida

Desa. Huguette Braquehais Des. Rômulo Moreira de Deus

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro Desa. Gizela Nunes da Costa

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Des. José Arísio Lopes da Costa Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Des. João Byron de Figueiredo Frota

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas Des. Ademar Mendes Bezerra

Desa. Mariza Magalhães Pinheiro Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

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CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra – Presidente Des. José Maria de Melo

Des. Ernani Barreira Porto Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Des. Edmilson da Cruz Neves Des. Rômulo Moreira de Deus

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro Desa. Gizela Nunes da Costa

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Des. José Arísio Lopes da Costa Des. Ademar Mendes Bezerra

Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

1ª CÂMARA CÍVEL

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra - Presidente Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Des. Rômulo Moreira de Deus Des. José Arísio Lopes da Costa

2ª CÂMARA CÍVEL

Des. José Maria de Melo - Presidente Des. José Cláudio Nogueira Carneiro

Desa.Gizela Nunes da Costa Des. Ademar Mendes Bezerra

3ª CÂMARA CÍVEL

Des. Ernani Barreira Porto - Presidente Des. Edmilson da Cruz Neves

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

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9

CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente Des. José Eduardo Machado de Almeida

Desa. Huguette Braquehais Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Des. João Byron de Figueiredo Frota

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

1ª CÂMARA CRIMINAL

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente Des. José Eduardo Machado de Almeida

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido Desa. Mariza Magalhães Pinheiro Dr. Aliatar Nogueira - Secretário

2ª CÂMARA CRIMINAL

Desa. Huguette Braquehais - Presidente Des. Pedro Regnoberto Duarte

Des. João Byron de Figueiredo Frota Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

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11

APRESENTAÇÃO

A mais alta corte do Estado, o Tribunal de Justiça do

Estado do Ceará, constitui-se no último baluarte dos que lutam pela justiça. É nesta Casa que o debate leva à concretização do Direito em sua forma mais expressiva. Cumprindo seu destino histórico, cristaliza em seus julgados a filosofia, os basilares princípios do direito, as determinações legais, as grandes linhas do pensamento jurídico e os anseios da sociedade e dos indivíduos, tudo em busca do supremo ideal de justiça.

Por este motivo, é com muita honra e justo orgulho

que apresentamos à comunidade jurídica estes três volumes do Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Além de seu valor jurídico inolvidável, ao colecionar em livro jurisprudência de nosso Tribunal, tem um valor histórico especial, preservando e difundindo a memória jurídica de nossa terra, consolidando, em um mesmo conjunto, pensamento jurídico arrojado e, ao mesmo tempo, sereno, pois fundado nos princípios maiores de direito e justiça.

A intenção primeira é voltar a editar regularmente o

ementário de jurisprudência de nosso tribunal a cada três meses e, ainda, disponibilizá-lo para consulta na internet. Há, entretanto, uma ampla e importante produção jurídica, não catalogada, produzida a partir da última publicação do ementário. A comissão encarregada resolveu, então, coletar e selecionar julgados a partir de critérios de importância para nossa história jurídica e de seu valor para o enriquecimento de nossa jurisprudência.

O árduo trabalho da comissão está resumido nestes

livros que agora apresentamos. A matéria, vasta, foi catalogada em três volumes, privilegiando-se os julgados mais recentes. Os volumes abrangem julgados publicados entre o ano de 1998 e o mês de setembro de 2004. O volume 09 cobre ementas de 1998 a 2003. O volume 10 o período de janeiro a junho de 2004. E, finalmente, no volume 11 julgados selecionados de julho a setembro de 2004, além das súmulas recém aprovadas pelo Tribunal de Justiça,

Esperamos, com a devida humildade dos que colhem o

labor de um colegiado onde despontam tantas e diversas linhas de pensamento, ter conseguido reunir nestes volumes representação fidedigna desta diversidade jurídica.

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12

Gostaríamos de ressaltar o trabalho e a dedicação dos membros da Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça, constituída pelo Desembargador José Maria de Melo, Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho, José Osmar Oliveira e Daniel de Sabóia Xavier, bem como, dos membros da Comissão Especial para Estudos e Implantação de Súmulas de Jurisprudência Dominante do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, Desembargador Fernando Luiz Ximenes Rocha e Juízes Francisco de Assis Filgueira Mendes e Mantovanni Colares Cavalcante, que, com sabedoria e experiência, orientaram a seleção, para que refletisse toda a amplitude do pensamento do Tribunal, e por fim, a colaboração imprescindível do corpo de servidores do Tribunal de Justiça que envidou, de todas as formas possíveis, esforços para o sucesso desta empreitada.

Finalmente agradecemos antecipadamente aos

Magistrados, membros do Ministério Público, advogados, e a todos os operadores do direito pela recepção que ofereçam a este ementário, ao mesmo tempo em que solicito as necessárias críticas e sugestões para que possamos apresentar uma coletânea cada vez mais útil a todos os que fazem do direito e da luta pelo ideal de Justiça a sua vida.

João de Deus Barros Bringel Desembargador Presidente do Tribunal de

Justiça do Estado do Ceará

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Índice Sistemático

13

ÍNDICE SISTEMÁTICO

SÚMULAS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Súmula 1 ............................................................................................................ 19 Súmula 2 ............................................................................................................ 19 Súmula 3 ............................................................................................................ 19 Súmula 4 ............................................................................................................ 20 Súmula 5 ............................................................................................................ 20 Súmula 6 ............................................................................................................ 20 Súmula 7 ............................................................................................................ 20 Súmula 8 ............................................................................................................ 21 Súmula 9 ............................................................................................................ 21 Súmula 10 .......................................................................................................... 21 Súmula 11 .......................................................................................................... 22 Súmula 12 .......................................................................................................... 22 Súmula 13 .......................................................................................................... 22 Súmula 14 .......................................................................................................... 23 Súmula 15 .......................................................................................................... 23 Súmula 16 .......................................................................................................... 23 Súmula 17 .......................................................................................................... 24 Súmula 18 .......................................................................................................... 24 Súmula 19 .......................................................................................................... 24 Súmula 20 .......................................................................................................... 25 Súmula 21 .......................................................................................................... 25 Súmula 22 .......................................................................................................... 25 Súmula 23 .......................................................................................................... 26 Súmula 24 .......................................................................................................... 26 Súmula 25 .......................................................................................................... 26 Súmula 26 .......................................................................................................... 27 Súmula 27 .......................................................................................................... 27 Súmula 28 .......................................................................................................... 27 Súmula 29 .......................................................................................................... 27 Súmula 30 .......................................................................................................... 28

CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Cautelar.................................................................................................... 29 Ação Civil Pública ............................................................................................ 29 Ação Monitória ................................................................................................. 30 Ação Reivindicatória........................................................................................ 31 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 33 Acidente de Trabalho....................................................................................... 35

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

14

Adjudicação Compulsória............................................................................... 37 Adoção ............................................................................................................... 37 Agravo de Instrumento ................................................................................... 38 Agravo Regimental .......................................................................................... 39 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 40 Alimentos........................................................................................................... 42 • Alimentos Provisórios .......................................................................... 42 • Binômio Necessidade/Possibilidade ................................................. 43 • Exoneração de Encargos....................................................................... 44 • Foro Competente ................................................................................... 44 • Obrigação Alimentar ............................................................................ 45 • Prisão Civil ............................................................................................. 45

Alvará Judicial para Liberação de Créditos.................................................. 46 Antecipação de Tutela ..................................................................................... 47 • Contra o Poder Público......................................................................... 48

Arrendamento Mercantil................................................................................. 49 Assistência Judiciária ....................................................................................... 49 Citação................................................................................................................ 51 Coisa Julgada..................................................................................................... 52 Condições da Ação........................................................................................... 54 Consignação em Pagamento........................................................................... 54 Denunciação da Lide........................................................................................ 55 Deserção............................................................................................................. 55 Embargos de Declaração ................................................................................. 57 Embargos de Terceiro ...................................................................................... 62 Execução ............................................................................................................ 63 • Contra a Fazenda Pública..................................................................... 65 • Fraude à Execução................................................................................. 65 • Penhora ................................................................................................... 66 • Pluralidade de Títulos .......................................................................... 67

Execução Fiscal ................................................................................................. 67 Falência e Concordata...................................................................................... 69 Guarda Judicial de Menores ........................................................................... 70 Honorários Advocatícios................................................................................. 71 Interdito Proibitório ......................................................................................... 72 Intimação ........................................................................................................... 73 Intimação Pessoal ............................................................................................. 73 Investigação de Paternidade........................................................................... 74 Julgamento Antecipado da Lide .................................................................... 79 Juros, Comissão de Permanência e Correção Monetária............................ 80 Litigância de Má-fé........................................................................................... 81 Locação............................................................................................................... 82

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Índice Sistemático

15

• Ação de Despejo .................................................................................... 82 • Ação Revisional ..................................................................................... 84 • Fiança ...................................................................................................... 84

Mandato Processual ......................................................................................... 85 Menor Infrator .................................................................................................. 85 Nulidades .......................................................................................................... 86 Organização Judiciária .................................................................................... 87 Petição Inicial .................................................................................................... 88 Planos de Saúde................................................................................................ 89 Prazos ................................................................................................................. 89 Princípio da Fungibilidade Recursal ............................................................. 90 Prova .................................................................................................................. 90 Reconvenção...................................................................................................... 90 Regimento Interno do TJCE............................................................................ 91 Registros Públicos ............................................................................................ 91 • Registro Civil de Nascimento.............................................................. 91 • Registro de Imóveis .............................................................................. 92 • Registro de Óbito................................................................................... 92

Reintegração de Posse ..................................................................................... 93 Responsabilidade Civil.................................................................................... 94 Revelia.............................................................................................................. 101 Seguro .............................................................................................................. 102 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 102 Teoria Geral dos Contratos ........................................................................... 103 Títulos da Dívida Pública.............................................................................. 106 Títulos de Crédito........................................................................................... 106 • Aval ....................................................................................................... 106 • Duplicata .............................................................................................. 107 • Princípios.............................................................................................. 107

Título Executivo.............................................................................................. 108 União Estável .................................................................................................. 110 Usucapião ........................................................................................................ 111

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ação Popular................................................................................................... 113 Ampla Defesa e Contraditório ..................................................................... 113 Ato Administrativo........................................................................................ 114 Competência Originária ................................................................................ 114 Concurso Público ........................................................................................... 115 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 116 Devido Processo Legal................................................................................... 126 Direito Adquirido........................................................................................... 126

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

16

Direito Fundamental à Saúde....................................................................... 130 Desapropriação............................................................................................... 131 Estabilidade no Serviço Público ................................................................... 132 Isonomia........................................................................................................... 133 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 134 Licitação ........................................................................................................... 136 Mandado de Segurança ................................................................................. 137 • Decadência ........................................................................................... 137 • Liminar.................................................................................................. 138 • Prova Pré-Constituída ........................................................................ 138

Poder de Polícia .............................................................................................. 139 Policiais Militares ........................................................................................... 141 • Montepio Militar ................................................................................. 141 • Promoção .............................................................................................. 142

Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ............................ 144 Previdência Complementar .......................................................................... 145 Responsabilidade Civil da Administração Pública ................................... 146 Servidores Públicos ........................................................................................ 148 • Aposentadoria...................................................................................... 148 • Exoneração ........................................................................................... 149 • Incorporação de Vencimentos ........................................................... 150 • Pensão por Morte ................................................................................ 151 • Processo Administrativo Disciplinar................................................ 153 • Proventos de Inatividade ................................................................... 153 • Reclassificação e Reenquadramento................................................. 159 • Reintegração......................................................................................... 161 • Teto Remuneratório ............................................................................ 161

Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará - SUPSEC..... 162 Tribunais de Contas ....................................................................................... 163

TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 167 ICMS................................................................................................................. 168 • Diferimento .......................................................................................... 168 • Não-Cumulatividade.......................................................................... 169 • Pauta Fiscal........................................................................................... 170

Imunidade Tributária..................................................................................... 170 IPTU.................................................................................................................. 170 • Progressividade ................................................................................... 171

Responsabilidade Tributária......................................................................... 171 Substituição Tributária .................................................................................. 172 Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento ............................ 172

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Índice Sistemático

17

PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal Pública......................................................................................... 175 Ação Penal Subsidiária da Pública .............................................................. 175 Apropriação Indébita..................................................................................... 176 Assistente de Acusação ................................................................................. 177 Atentado Violento ao Pudor......................................................................... 178 Casa de Prostituição....................................................................................... 179 Crimes Ambientais......................................................................................... 180 Crimes Contra a Honra ................................................................................. 182 Crimes Contra a Ordem Tributária ............................................................. 182 Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos Municipais ........................... 182 Crimes de Trânsito ......................................................................................... 183 Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 185 Desaforamento................................................................................................ 187 Entorpecentes.................................................................................................. 187 Estelionato ....................................................................................................... 193 Estupro............................................................................................................. 194 Excesso de Prazo na Formação da Culpa ................................................... 196 Excludente de Ilicitude.................................................................................. 198 • Legítima Defesa ................................................................................... 198

Execuções Penais ............................................................................................ 199 Fixação da Pena .............................................................................................. 199 Furto ................................................................................................................. 200 Homicídio........................................................................................................ 201 Inquérito Policial ............................................................................................ 202 Lesão Corporal................................................................................................ 203 Ocultação de Cadáver.................................................................................... 206 Peculato............................................................................................................ 207 Porte Ilegal de Arma...................................................................................... 207 Prescrição......................................................................................................... 208 Prisão Preventiva............................................................................................ 210 Pronúncia......................................................................................................... 212 Reabilitação ..................................................................................................... 213 Recursos........................................................................................................... 214 Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 214 Revisão Criminal ............................................................................................ 215 Roubo ............................................................................................................... 216 Suspensão Condicional do Processo ........................................................... 218 Tribunal do Júri .............................................................................................. 219

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Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

19

SÚMULAS DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ (Aprovadas em sessão plenária do dia 02 de dezembro de 2004 e

publicadas no Diário da Justiça de 06 de dezembro de 2004)

Súmula 1

É dispensável o rigor formal na representação do ofendido, que pode ser deduzida a partir de providências que revelem a intenção inequívoca em ver o ilícito penal apurado.

Precedentes: Apelação Crime nº 2000.0016.1217-5 Apelação Crime nº 2001.0000.8316-9 Apelação Crime nº 1999.02562-0

Súmula 2 A ameaça concreta e evidenciada de fuga, bem como a efetiva evasão do distrito da culpa, constituem fundamento para o decreto de prisão provisória, com o fim de assegurar a aplicação da lei penal.

Precedentes: Habeas corpus nº 2000.02777-2 Habeas corpus nº 2000.02775-0 Habeas corpus nº 2002.0001.1162-4 Habeas corpus nº 2003.0000.7595-2 Habeas corpus nº 2003.0003.4801-0 Habeas corpus nº 2003.0002.5263-3 Habeas corpus nº 2002.0007.4179-2

Súmula 3

As circunstâncias qualificadoras constantes da peça acusatória somente serão excluídas da pronúncia quando manifestamente improcedentes, em face do princípio in dubio pro societate.

Precedentes: Recurso em sentido estrito nº 1999.07129-3 Recurso em sentido estrito nº 2000.02.008-9 Recurso em sentido estrito nº 1997.04492-6

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

20

Súmula 4

O reexame necessário, previsto na legislação processual penal, não fere o art. 129, inciso I, da Constituição Federal, por não ser recurso, e sim condição para que a sentença somente transite em julgado depois de confirmada pelo tribunal.

Precedente: Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 99.00611-4

Súmula 5 A prisão decorrente de pronúncia ou de sentença condenatória recorrível não constitui efeito ordinário das citadas decisões, devendo o magistrado explicitar, em ato fundamentado, a real necessidade da medida cautelar extrema.

Precedentes: Habeas corpus nº 2002.0000.7820-1 Habeas corpus nº 2002.0009.0102-1 Habeas corpus nº 2003.0000.4951-0 Recurso em sentido estrito nº 1999.04105-6 Habeas corpus nº 2003.0009.9117-7

Súmula 6 As decisões dos jurados, em face do princípio constitucional de sua soberania, somente serão anuladas quando inteiramente contrárias à prova dos autos.

Precedentes: Apelação Crime nº 1998.07795-1 Apelação Crime nº 1999.04013-4 Apelação Crime nº 2000.06271-6 Apelação Crime nº 1999.11.564-2 Apelação Crime nº 2000.0014.1481-0

Súmula 7 Não cabe habeas corpus para trancamento de ação penal, sob alegação de falta de justa causa, se a delatória atendeu aos requisitos do art. 41 do Código de Processo Penal, imputando ao agente fato que, em tese, constitui crime.

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Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

21

Precedentes: Habeas corpus nº 1999.03501-5 Habeas corpus nº 2002.0009.1524-3 Habeas corpus nº 2003.0006.8881-4 Habeas corpus nº 2000.02814-5 Habeas corpus nº 2000.01742-0

Súmula 8 A simples referência à gravidade em abstrato do ilícito constitui circunstância genérica que não deve ser considerada, isoladamente, para a demonstração da necessidade de decretação da prisão cautelar. Precedentes: Habeas corpus nº 2001.0001.1364-5 Habeas corpus nº 2003.0005.7984-5 Habeas corpus nº 2003.0009.3333-9 Habeas corpus nº 2003.0006.2766-1

Súmula 9 Não há falar em ilegalidade da prisão por excesso de prazo, quando a instrução criminal estiver ultimada para a acusação, pendente o encerramento da atividade probatória de diligências requeridas pela defesa. Precedentes: Habeas corpus nº 1999.10164-0 Habeas corpus nº 2000.02774-3 Habeas corpus nº 2003.0013-2070-5 Habeas corpus nº 2001.0001.2084-6

Súmula 10 Pode o magistrado fixar a pena-base acima do mínimo em abstrato, ainda que seja o réu primário e de bons antecedentes, desde que fundamentada a exacerbação nas circunstâncias judiciais do art. 59 do Código Penal, com expressa referência à prova dos autos.

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Precedentes: Apelação Crime nº 1998.00060-6 Apelação Crime nº 2000.00119-8

Precedente: Revisão Criminal nº 1999.00233-0

Súmula 11 O delito de roubo se consuma no instante em que a detenção da coisa móvel alheia se transforma em posse, mediante o emprego de grave ameaça ou violência à pessoa, sendo irrelevante que o agente a tenha tranqüila e disponha livremente da res furtiva.

Precedentes: Apelação Crime nº 1998.08055-1 Apelação Crime nº 2000.01699-8 Apelação Crime nº 2002.0007.1695-0 Apelação Crime nº 2002.0009.4488-0 Apelação Crime nº 2000.06843-0 Apelação Crime nº 1999.10196-0

Súmula 12

A ausência de exame complementar ou sua elaboração tardia não impede o reconhecimento da lesão corporal grave, se a prova dos autos evidencia, em juízo de certeza, a incapacidade da vítima para as ocupações habituais por mais de trinta dias.

Precedentes: Apelação Crime nº 2001.0001.3272-0 Apelação Crime nº 2001.0000.9338-5 Apelação Crime nº 2000.0015.8034-6 Apelação Crime nº 2000.0015.5592-8

Súmula 13

É nula a citação por edital, quando não demonstrado nos autos que o oficial de justiça teria empreendido todos os esforços para encontrar o citando nos endereços constantes do mandado, ante a violação às garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

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Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

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Precedentes: Habeas corpus nº 1998.05589-5 Habeas corpus nº 2000.0013.4766-8 Revisão Criminal nº 2000.08603-6

Súmula 14 A produção antecipada de provas consideradas urgentes e a decretação de prisão preventiva previstas no art. 366 do Código de Processo Penal constituem providências de natureza cautelar que dependem de decisão fundamentada do juiz, indicando-se a plausibilidade e a necessidade de sua imposição. Precedente: Habeas corpus nº 2000.09401-8

Súmula 15 Não há falar em ilegalidade da prisão por excesso de prazo quando a complexidade do crime apurado ou a pluralidade de réus justifica a mora na ultimação dos atos processuais. Precedentes: Habeas corpus nº 2000.01882-7 Habeas corpus nº 2003.0005.2273-8 Habeas corpus nº 2003.0007.0755-0

Súmula 16 No crime de estupro cometido contra menor de 14 anos, a presunção da violência somente é elidida quando demonstrado, inequivocamente, tratar-se de vítima corrompida, de prática sexual costumeira ou que apresente compleição física e desenvoltura que induza o autor do fato a erro. Precedentes: Revisão Criminal nº 2000.0015.1184-0/0 Apelação Crime nº 1999.06628-6

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Súmula 17 As matérias relativas à competência do Tribunal de Justiça devem ser fixadas expressamente na Constituição Estadual, não podendo ser objeto de deliberação pelo legislador ordinário. Precedentes: Mandado de Segurança nº 2003.0005.1839-0/0 Mandado de Segurança nº 2003.0010.5125-9/0 Mandado de Segurança nº 2003.0007.8725-1/0 Mandado de Segurança nº 2004.0003.0563-8/0 Mandado de Segurança nº 2003.0010.5202-6/0

Súmula 18 São indevidos embargos de declaração que têm por única finalidade o reexame da controvérsia jurídica já apreciada. Precedentes: Embargos Declaratórios Cível nº 2000.0010.7890-0/1 Embargos Declaratórios Cível nº 2000.0012.2350-0/1 Embargos Declaratórios Cível nº 2000.0012.7057-6/1 Embargos Declaratórios Cível nº 2000.0014.6642-0/1 Embargos Declaratórios Cível nº 2000.0012.8430-5/1

Súmula 19 Extingue-se o mandado de segurança, sem julgamento do mérito, quando o ato tido por ilegal ou abusivo não tenha sido praticado pela autoridade coatora apontada na petição inicial. Precedentes: Mandado de Segurança nº 2000.0015.7331-5/0 Mandado de Segurança nº 1999.01053-5 Mandado de Segurança nº 2000.0015.1956-6/0 Mandado de Segurança nº 2000.0011.0045-0/0 Mandado de Segurança nº 1998.08505-7

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Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

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Súmula 20 Os servidores dos Tribunais de Contas do Estado do Ceará e dos Municípios possuem regime jurídico próprio, não se lhes aplicando a lei que estabelece parâmetros financeiros para a Administração Direta Estadual. Precedentes: Mandado de Segurança nº 1999.06230-2 Mandado de Segurança nº 1998.07017-9 Mandado de Segurança nº 1999.05456-7 Mandado de Segurança nº 1999.05091-9 Mandado de Segurança nº 1999.06422-9

Súmula 21 O diploma de habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não na inscrição para o concurso público. Precedentes: Mandado de Segurança nº 2002.0000.0565-4/0 Mandado de Segurança nº 2000.0015.6341-7/0 Mandado de Segurança nº 2000.0015.6429-4/0 Mandado de Segurança nº 2002.0000.0913-7/0 Agravo de Instrumento nº 2000.0015.8663-8/0

Súmula 22 O benefício da pensão por morte deve corresponder à totalidade dos proventos devidos ao ‘de cujus’ na data do falecimento, vedando-se a exclusão das parcelas previamente incorporadas aos estipêndios do servidor transferido para a inatividade. Precedentes: Apelação-cível nº 2001.0000.2191-0/0 Apelação-cível nº 2000.0014.8651-0/0 Apelação-cível nº 2000.0014.9183-1/0 Apelação-cível nº 2000.0015.0313-9/0 Apelação-cível nº 2000.0013.8120-3/0

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Súmula 23 Os proventos do inativo e as pensões por morte devem corresponder à totalidade do que perceberia o militar, se estivesse em atividade ou se vivo fosse, estendendo-se aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos militares ativos, ainda que não sejam de caráter geral. Precedentes: Apelação-cível nº 2000.0014.5357-3/0 Apelação-cível nº 1998.09045-0 Apelação-cível nº 2000.0014.6365-0/0 Apelação-cível nº 2000.0013.8715-5/0

Súmula 24 O reajuste de parcela remuneratória de cargo comissionado ou função gratificada, concedido aos servidores da ativa, estende-se aos aposentados e pensionistas, na hipótese de incorporação da mencionada verba aos proventos de aposentadoria a título de vantagem pessoal. Precedentes: Mandado de segurança nº 2003.0001.3676-5/0 Mandado de segurança nº 2002.0006.4340-8/0 Mandado de segurança nº 2002.0001.0017-7/0 Apelação Cível nº 2000.0014.5358-1/0

Súmula 25 Nas prestações de trato sucessivo, em que a ilegalidade suscitada no mandado de segurança renova-se periodicamente, descabe cogitar de decadência da impetração. Precedentes: Apelação-cível nº 2000.0016.1417-8/0 Mandado de segurança nº 2002.0004.0532-6/0 Mandado de segurança nº 2000.0013.6353-1/0 Mandado de segurança nº 2003.0010.9629-5/0

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Súmulas do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

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Súmula 26 Não cabe agravo regimental contra decisão do relator que concede ou indefere medida liminar em mandado de segurança. Precedentes: Agravo regimental nº 2003.0006.1192-7/1 Agravo regimental nº 2003.0003.9941-3/1 Agravo regimental nº 2002.0005.6803-9/1 Agravo regimental nº 2003.0012.1667-3/0 Agravo regimental nº 2004.0002.9047-9/0

Súmula 27 Extingue-se o mandado de segurança, sem julgamento de mérito, se o impetrante não promove, no prazo assinalado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

Precedentes: Mandado de segurança nº 2001.0000.8379-7/0 Mandado de segurança nº 2003.0006.3089-1/0

Súmula 28

O Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) não pode condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o suposto infrator não foi notificado.

Precedentes: Apelação Cível nº 2000.0015.6708-0/0 Apelação Cível nº 2000.0015.0018-0/0 Apelação Cível nº 2000.0016.1877-7/0

Súmula 29 A Empresa Técnica de Transporte Urbano S.A. (ETTUSA), na qualidade de sociedade de economia mista, não tem legitimidade para o exercício do poder de polícia administrativa, sendo nulas as multas por ela aplicadas, bem como de nenhum efeito as conseqüências jurídico-administrativas decorrentes de tais autuações.

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

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Precedentes: Apelação Cível nº 2000.0015.4385-8/0 Apelação Cível nº 2001.0000.9634-1/0 Apelação Cível nº 2001.0000.5528-9/0

Súmula 30 O Tribunal de Justiça não tem competência recursal nem originária para rever decisões dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais. Precedentes: Ação Rescisória nº 2000.0012.3652-1/0 Mandado de Segurança nº 2003.0005.7879-2/0

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 29

CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Cautelar Ementa: Ação cautelar. Revogação parcial de liminar. Agravo de instrumento objetivando restaurar integralmente a medida cautelar. Impossibilidade. É a própria lei que autoriza o juiz a revogar ou modificar medida cautelar, a qualquer tempo, inclusive substituí-la pela prestação de caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido, sempre que adequada e suficiente para evitar lesão ou repará-la integralmente. Arts. 807, segunda parte, e 805 do CPC. Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.2576-5/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 17.09.2004, pg. 8) Ementa: MEDIDA CAUTELAR - LITISPENDÊNCIA - OBJETO E CAUSA DE PEDIR - DIVERSIDADE - INEXISTÊNCIA - FUMUS BONI IURIS E PERICULUM IN MORA – CONFIGURAÇÃO - SENTENÇA MANTIDA. I - Sem embargo das ações cautelares possuírem as mesmas partes, restando diverso o objeto pretendido e a causa de pedir, não configurada a litispendência. II - As controvérsias jurisprudenciais que envolvem a possibilidade da incidência da Taxa Referencial como índice de correção monetária qualificam a fumaça do bom direito. No que concerne ao perigo da demora deve-se entender que a possibilidade das prestações serem levantadas pelo requerido antes do deslinde da ação principal poderá implicar sérios gravames ao promovente, porquanto terá que se utilizar de outros meios judiciais para o resgate do que eventualmente pagou a maior. III - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2854-4/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 29)

Ação Civil Pública Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. COMPETÊNCIA DO JUIZADO DA INFÂNCIA E DA ADOLESCÊNCIA. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. ARTS. 127 E 227 DA CARTA MAGNA, 53, CAPUT, E 201, INC. IX DA LEI 8.069. PRECEDENTES.

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 30

- O Juizado da Infância e Juventude é competente para processar e julgar ação civil pública requerida pelo Ministério Público contra ato de direção de escola privada que recusou o fornecimento de histórico escolar por causa de inadimplência dos pais da aluna. -Tem legitimidade o órgão do Ministério Público para interpor ação civil pública sempre que periclitarem os direitos indisponíveis de menores, entre os quais se inclui o direito à educação, indispensável à formação da criança e do adolescente. - Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2052-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.08.2004, pg. 4)

Ação Monitória Ementa: PROCESSO CIVIL - AÇÃO MONITÓRIA MOVIDA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - POSSIBILIDADE - PRECEDENTES DO STJ E DO TJCE - DOCUMENTOS IDÔNEOS - ART. 1102. DO CPC - CONTESTAÇÃO SEM DEFESA DE MÉRITO - PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. (1) Os precedentes do Colendo STJ e do Eg. TJCE abonam a possibilidade de aforamento de ação monitória contra entes públicos, mormente quando o interesse manifesto do credor o de abreviar o caminho até a formação do título executivo. (2) Caso em que laborou em erro o juiz monocrático, em face de extinguir o feito, precipitadamente, por entender incabível o feito injuntivo, contra o município apelado. (3) Demonstrada a relação negocial que ensejou a prestação dos serviços para o ente administrativo, e não se desincumbindo o réu de provar a ocorrência de fato extintivo, modificativo ou impeditivo do direito do autor, há que se julgar procedente a monitória. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5117-6/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 22) Ementa:- PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. CONSISTÊNCIA DA PROVA. INDISPENSABILIDADE. - Documentos, mesmo sob carimbo e rubricado por nominado engenheiro da ré, por si só, não é suficiente substancializar a prova da dívida, objetivo de constituí-la em executivo. - Apelação conhecida e não provida.

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 31

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0439-5/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 24) Ementa: AÇÃO MONITÓRIA – CHEQUE PRESCRITO - ARTS. 1.102 a c/c 333 do CPC. - A existência de prova escrita idônea, em conjunto com outras provas, confirma a certeza, liquidez e exigibilidade do título. - O cheque prescrito configura início de prova escrita para propor ação monitória, visto que, embora prescrito, pode adquirir executividade através do acolhimento da súplica monitória. - Há de se conferir força executiva ao cheque, diante da cognição monitória sem prova que desconstitua o crédito. - Recurso improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2334-7/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.08.2004, pg. 28) Ementa: AÇÃO MONITÓRIA. CHEQUE PRESCRITO. ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM. 1. Os títulos de crédito transmitem-se por endosso (Lei 7.357/65, aRT. 17). No caso, o cheque que embasa a ação monitória é nominativo a A. M. Melo Imp. e Exportação Ltda., que não se confunde com a pessoa da ré. Não constando da cártula referenciada, por outro, lado, endosso, a qualquer modo, em prol do autor. Donde, in casu a certeza intransponível sobre que o autor da monitória carece de legitimidade para figurar no pólo ativo da relação processual em causa. Extinção do processo sem julgamento do mérito (CPC, ad. 267, VI, e § 3°). (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0547-0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 30)

Ação Reivindicatória Ementa: Embargos Infringentes. Ação Reivindicatória - Compra e venda de imóvel - Registro imobiliário - Presunção relativa - Venda de um mesmo imóvel a duas pessoas distintas - Má-fé do alienante e do segundo comprador caracterizadas - Nulidade da transação - Ação reivindicatória improcedente. I - O fato de o imóvel estar registrado em nome de determinada pessoa não é garantia absoluta de que esta seja a sua legítima proprietária. O domínio decorrente do registro tem presunção relativa, admitindo, nos termos do art. 859 do C. Civil de 1916, prova em contrário.

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 32

II - Se o segundo adquirente tinha o conhecimento de que o bem já havia sido alienado para outrem e mesmo assim o comprou, agiu de má-fé, tornando nula a transação. Nos termos da Lei Civil e Penal, não se pode alienar o que não é seu, nem comprar o que se sabe não pertencer ao vendedor. O contrato, para que seja válido exige, dentre outros requisitos, objeto lícito (art. 145, II, do CC/1916). Recurso provido. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Embargos Infringentes n˚ 2000.0013.9886-6/1, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 18.08.2004, pg. 26) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO REIVINDICATÓRIA - PROVA DA PROPRIEDADE - AUSÊNCIA - CARÊNCIA DE AÇÃO - FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. (1) A ação reivindicatória pressupõe, como pressuposto básico do pedido, a existência de título dominial hábil. Vale dizer, cumpre ao autor provar de modo inequívoco, o seu domínio sobre a coisa vindicada. (2) Carece de ação de reivindicação aquele que, não provando ser legítimo detentor do domínio do imóvel, conseqüentemente não pode argüir injusta posse exercida pelo réu sobre o mesmo. (3) No caso concreto, fácil é de ver, não ostenta a autora título aquisitivo hábil, tendente a conferir a propriedade sobre a casa demandada. Não se prestando, a tanto, mero “recibo de venda e compra de imóvel” e “termo de transferência”. Nada capaz a outorgar domínio algum sobre o imóvel em litígio. (4) Carência de ação configurada. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7680-9/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - DIREITO IMOBILIÁRIO - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - EXTINÇÃO MOTIVADA POR FATO MODIFICATIVO - DECISÃO CONFIRMADA. 1. A superveniência da rescisão locatícia decretada em despejo por falta de pagamento, se constitui fato modificativo que autoriza a extinção do processo de ação renovatória, por absoluta ausência de objeto desta, máxime quando evidenciada a sustentação de tal decretação. 2. Não há como poder persistir parte do julgamento de extinção do processo que decide sobre o mérito da causa, máxime quando impõe condenação ultra petita. 3. Apelo conhecido e provido parcialmente.

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 33

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5762-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.08.2004, pg. 6)

Ação Revisional de Cláusulas Contratuais Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - REVISIONAL DE CLÁUSULA CONTRATUAL - TUTELA ANTECIPATÓRIA PARCIAL - AUSÊNCIA DE VEROSSIMILHANÇA PARA AUTORIZAR DEPÓSITO DE PARCELAS EM VALOR A MENOR. 1 - Com a promulgação da Emenda Constitucional nº. 40, de 29.05.03, restou alijado o § 3°. do art. 192 da nossa Lei Maior, e, destarte, não há mais como se falar em fixação de até 12% na taxação de juros reais. 2 - Determinação de depósito judicial de parcelas calculadas com base percentual de juros acima, imerece persistir. 3 - Manutenção da vedação de inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes. 4 - Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0011.2549-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.09.2004, pg. 10)

Ementa: CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO REVISIONAL DE MÚTUO IMOBILIÁRIO. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. CORREÇÃO MONETÁRIA PELA TR. SISTEMÁTICA DE ATUALIZAÇÃO DO SALDO DEVEDOR. RECURSO DO RÉU DESPROVIDO E RECURSO DOS AUTORES PROVIDO EM PARTE. 1. TR excluída por sua base de cálculo contemplar fatores de remuneração do capital, contra voto do relator. 2. Anatocismo. Veda-se a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada (Súmula 121 do STF), salvo se autorizada em lei específica (Súmula 93 do STJ). Sentença mantida nesse ponto. 3. Sistemática de cálculo do saldo devedor. Amortizações negativas. Uma vez que a contagem capitalizada de juros decorre da própria sistemática empregada na atualização do saldo devedor, a única maneira de afastá-la se dá através da mudança nesse procedimento, na forma que adiante se põe. 4. Recurso do réu desprovido. Recurso dos autores parcialmente provido. 5. Decisão em parte unânime e em parte por maioria.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.8788-1/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 12.08.2004, pg. 14)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 34

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – PRELIMINAR DE NULIDADE DA DECISÃO POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO - IMPROVIMENTO – AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - ANTECIPAÇÃO DA TUTELA – VEDAÇÃO À INCLUSÃO DO NOME DA RECORRIDA NOS CADASTROS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO – PRESENÇA DOS REQUISITOS EXIGIDOS PELO ART. 273 DO CPC - AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO: I - Impróspera a preliminar de nulidade da decisão por falta de fundamentação, uma vez que o decisório impugnado, apesar de conciso, demonstrou as razões pelas quais o magistrado deferiu parcialmente a antecipação de tutela, tanto que o Agravante não teve obstaculizado o seu direito de recorrer, insurgindo-se, inclusive, contra o teor do pronunciamento jurisdicional e não apenas quanto ao vício de forma. II - A verossimilhança da fundamentação da Agravada, atinente à abusividade de cláusulas contratuais - cobrança capitalizada de juros, utilização da TR como índice de correção monetária e cobrança cumulada da comissão de permanência e da correção monetária – somada ao “periculum in mora” decorrente dos danos que decorrem de indevida inscrição em cadastro de proteção, implicam na antecipação da tutela, não merecendo reforma a decisão impugnada. III - Agravo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.4370-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 21) Ementa: Ação revisional de contrato. Promessa de compra e venda de imóvel. Correção monetária. Alegação de ter sido firmado o contrato anteriormente á vigência da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995. Litigância temerária, porquanto o contrato objeto da lide foi firmado no dia 14 de outubro de 1995. Prática de anatocismo. O laudo técnico feito pelo DECOM merece fé, juris tantum. Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3502-4/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 26.08.2004, pg. 19) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DAS CLÁUSULAS CONTRATUAIS. PRESTAÇÃO JURISDICIONAL ANTECIPADA EM SEDE DE LIMINAR. INCONFORMAÇÃO DA PARTE RECORRENTE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. ART. 273 DO CPC CONTRATO DE ADESÃO. DISCUSSÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS COM ESTRIBO EM SUPOSTA CAPITALIZAÇÃO DE JUROS, EM SEDE DE CONTRATO DE ABERTURA

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Civil, Comercial e Processo Civil

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DE CRÉDITO. NATUREZA ALIMENTAR DOS VENCIMENTOS. FUNDADO RECEIO DE DANO IRREPARÁVEL EVIDENCIADO. MANUTENÇÃO DO JULGADO. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0001.1177-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 3) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - REVOGAÇÃO DA LIMINAR - ANTERIOR AJUIZAMENTO DE AÇÃO REVISIONAL - MORA AFASTADA - PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO: I - Possível a revogação do despacho que defere a liminar em ação de reintegração de posse decorrente de contrato de arrendamento mercantil, se foi trazido à colação fato novo, consubstanciado na informação de que já corria, há muito tempo, ação revisional com depósito regularmente feito em juízo das prestações vencidas, ainda que não tenha havido a interposição de recurso para provocar a retratação. II – O questionamento acerca da abusividade de cláusulas constantes do pacto - levado a efeito em sede de ação revisional de contrato apresentada pelo Agravado quase dois meses antes do ajuizamento da lide reintegratória - justificou a revogação da liminar de reintegração de posse. III - Caso demonstrada a ilegalidade da cobrança levada a efeito pela arrendadora, restará afastada a “mora debitoris” da arrendatária e, inexistindo inadimplemento, exsurgirá a improcedência da ação de reintegração de posse. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.8579-3/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 21)

Acidente de Trabalho

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ACIDENTÁRIA. FATOR DE CORREÇÃO DO BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO. SALÁRIO MÍNIMO. PRECEDENTES DO STJ. Consoante jurisprudência iterativa do STJ, o critério de reajuste dos benefícios acidentários é o previsto no art. 58 A.D.C.T, segundo o qual os cálculos devem tomar por base o salário mínimo vigente quando da execução da sentença. Apelo desprovido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3606-2/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 6)

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Ementa: EMENTA: - PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE DO TRABALHO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAÇÃO. BENEFÍCIO PAGO Á VIÚVA DO EMPREGADO FALECIDO NO FATÍDICO ACIDENTE. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO INSTITUTO PREVIDENCIÁRIO. - A lei atribui ao empregador a obrigação de registrar os seus empregados e fazer os devidos recolhimentos. Contudo, a responsabilidade objetiva é do órgão previdenciário (art. 18, II, letra a) da Lei n° 8.213, de 24.06.91), que tem o dever de fiscalizar o cumprimento das obrigações patronais e apená-las, quando for o caso. - Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.9018-3/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 26.08.2004, pg. 28)

Ementa: Acidente do trabalho. Ação de indenização com base no direito comum. Técnico contratado para operar com aparelhos de alta voltagem vítima de choque elétrico por encontrar-se inteiramente desprotegido de equipamentos de proteção e segurança, o que lhe causou a morte. Responsabilidade da empresa contratante, independente da existência, ou não, de vínculo empregatício. A exigência da prova de dolo ou culpa grave para condicionar a obrigação de indenizar, imposta ao empregador, foi inteiramente abolida pelo art. 70, XXVIII, da CF/88. Dessa forma, em caso de sinistro laboral, todo aquele que para o mesmo tenha concorrido com qualquer culpa, por mais leve que seja, responde pela reparação do dano. Sentença mantida. Recursos improvidos.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7930-5/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.07.2004, pg. 18)

Ementa: Direito Processual Civil e Civil. Julgamento extra petita. Reparação de Danos. Estabelecimento comercial. Assalto. Dano ao empregado. Acidente de trabalho. Invalidez permanente. CTPS não assinada. Ato ilícito. Perda do seguro acidentário que seria pago pelo INSS. Responsabilidade civil do patrão. I - O julgamento ultra petita, diferentemente do extra petita, implica em nulidade relativa sanável mediante simples adequação, pelo juízo ad quem, da condenação aos limites da pretensão autoral. II - O Promovido não contribuiu diretamente para o dano físico suportado pela Autora, decorrente do assalto, mas agiu ilicitamente ao deixar de assinar a carteira de trabalho da mesma. Omissão que privou a Demandante de receber o seguro acidentário a que teria direito, independentemente da comprovação de culpa do seu empregador. Apelos conhecidos e parcialmente providos. Sentença reformada em parte.

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Civil, Comercial e Processo Civil

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.8063-4/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 26.08.2004, pg. 21) Ementa: Ação de indenização por acidente de trabalho. Empregado que faleceu em conseqüência de atropelamento quando se dirigia para o trabalho em moto de sua propriedade. Possibilidade de a viúva da vítima pleitear indenização acidentária da Previdência Social e simultaneamente intentar, pelo direito comum, ação por acidente de trabalho contra o empregador, sendo, no entanto, indispensável comprovação de que o mesmo concorreu culposamente para o sinistro, ainda que de leve, o que não se verificou na espécie em julgamento. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0149.8704-0/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 31)

Adjudicação Compulsória Ementa: Apelação cível. Ação de adjudicação compulsória. Superveniente outorga da escritura pública. Ausência de interesse processual. Extinção do processo sem julgamento do mérito. Art. 267, I, do CPC. Ônus da sucumbência. O desaparecimento do objeto da demanda em razão da ocorrência de fato superveniente, existindo, no momento da propositura da ação, o interesse de agir do Autor, o ônus da sucumbência deve ser suportado por aquele que deu causa à instauração do processo. Aplicação do princípio da causalidade. Precedentes jurisprudenciais. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6182-2, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

Adoção Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - DIREITO CIVIL – ADOÇÃO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL SENTENÇA MANTIDA. 1. A falta de registro no cadastro de pessoas interessadas em adoção é irrelevante diante das peculiaridades do caso destes autos, mormente

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considerando que Portaria da Diretoria do Fórum desta Capital impôs a dispensa de tal exigência em situações especiais. 2. Ademais, o Serviço de Assistência Social e Assistência Psicológica do Juizado da Infância e da Juventude se manifestou favoravelmente à pretensão arrostada na inicial e há que prevalecer os reais interesses da criança, que vive em companhia do adotante desde tenra idade. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.9230-3/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 15)

Agravo de Instrumento Ementa: Agravo de instrumento. Em se tratando de intimação feita por oficial de justiça, conta-se o prazo para interposição do recurso a partir da junta da aos autos do mandado cumprido, a teor do disposto no art. 241, II, do CPC. À falta de certidão de tal ocorrência, não se conhece do recurso. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.0690-8/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 23) Ementa: Agravo de Instrumento. Direito Processual Civil. Má formação. Ausência de documento obrigatório (decisão agravada). I- De acordo com a vigente sistemática recursal do agravo de instrumento, instituída pela Lei n° 9.139/95, e como determina o artigo 525, inciso I., do Código de Processo Civil, a cópia da decisão agravada é documento obrigatório à formação do instrumento recursal. Sua ausência importa no não conhecimento do recurso, até mesmo porque impossível à instância revisora, em tal situação, conhecer da pretensão recursal deduzida, aferindo-lhe a eventual procedência, sem confrontá-la com a decisão impugnada. II - Recurso não conhecido.Decisão não unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0005.6517-8/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.07.2004, pg. 10) Ementa: Agravo de instrumento. Irregularidade formal do recurso face a ausência de peças reputadas essenciais à compreensão da controvérsia. Embora facultativos, a falta desses instrumentos dificulta o reexame da

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matéria em cenário, obstando a admissibilidade do recurso, conforme jurisprudência firmada por nossos tribunais. Agravo não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.4225-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 22) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. RECURSO MANEJADO EM FACE DE DECISUM LIMINAR. TERCEIRO PREJUDICADO. PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTO PROCESSUAL DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. I - O prazo para o terceiro prejudicado recorrer tem como dies a quo a intimação dos litigantes, consoante jurisprudência do STJ. II - A interposição do agravo de instrumento fora do prazo previsto no art. 522, da Lei Adjetiva Civil, obsta o conhecimento do recurso, em razão da ausência de pressuposto processual de admissibilidade recursal. AGRAVO NÃO CONHECIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.1561-7/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 3) Ementa: AGRAVO DE ESSENCIAL A CONTROVÉRSIA. CONHECIMENTO. O agravante deve atentar não somente para as peças obrigatórias, mas também para aquelas consideradas essenciais para a compreensão da controvérsia. Precedentes. A instrução deficiente do agravo de instrumento - ausência de peças necessárias à compreensão da controvérsia impede o seu conhecimento pela Corte Julgadora. Recurso não conhecido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.5845-6, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 38)

Agravo Regimental Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE DEFERE OU INDEFERE EFEITO SUSPENSIVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESCABIMENTO. - Não é cabível a interposição de agravo regimental contra decisão do relator do recurso de agravo de instrumento sobre o pedido de efeito suspensivo, por falta de previsão normativa e por ser um juízo exclusivo

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do relator e não de órgão colegiado. - Precedentes deste egrégio Tribunal de Justiça. - Não conhecimento do recurso. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2004.0000.7434-2/1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 21.07.2004, pg. 11)

Ementa: Agravo regimental. Instrumento deficiente. Ausência de procuração outorgada ao Patrono da parte Agravada. Inexistência nos autos principais. Necessidade de comprovar a sua falta mediante certidão. Havendo deficiência na instrução, não se conhece do agravo por falta de pressuposto da regularidade formal. Precedentes jurisprudenciais. Recurso conhecido e não provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0010.1061-7/1, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 39)

Ementa : PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO COLEGIADA. DESCABIMENTO. - Segundo prescrição do Regimento Interno deste egrégio Tribunal e do Código de Processo Civil, o Agravo Regimental, também denominado Agravo Interno, é cabível contra decisão do relator e não de decisão do órgão colegiado. - Agravo Regimental não conhecido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0002.4268-9/1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 10.08.2004, pg. 11)

Alienação Fiduciária Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO. INEXISTÊNCIA DE MORA DO ALIENANTE-DEVEDOR. ILEGALIDADE ABUSO E DESÍDIA DO APELANTE. PREJUÍZOS À ESFERA JURÍDICA DO APELADO. INDENIZAÇÃO CARACTERIZADA. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4250-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 03.09.2004, pg. 10)

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Civil, Comercial e Processo Civil

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Ementa: Processual Civil. Busca e Apreensão. Alienação Fiduciária. Notificação Extrajudicial. Nulidade. Carência da Ação. A nulidade da notificação extrajudicial realizada por notário cuja sede encontre-se fora da comarca do domicílio do réu salta à evidência, ante a flagrante violação do art. 9° da lei n° 8.935/94. O referido procedimento se erigiu em vício de ato jurídico (art. 82 do CC), carecendo de eficácia jurídica para os fins de caracterização da mora. Aplica-se ao caso a Súmula n° 72 do STJ, verbis: “A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente”. Recurso improvido. Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1010-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 12.08.2004, pg. 14) Ementa: PROCESSO CIVIL E CONSTITUCIONAL. BUSCA E APREENSÃO. AGRAVO RETIDO. NÃO CONHECIMENTO. INOBSERVÂNCIA AO ART. 523, § 1.º, DO CPC. DESERÇÃO. NÃO CONFIGURAÇÃO. RECEPÇÃO DO DECRETO-LEI N.º 911. FALTA DE REGISTRO DO CONTRATO JUNTO A CARTÓRIO DE DOCUMENTOS. IRREGULARIDADE. INEXISTÊNCIA. 1. A interposição do apelo no último dia do prazo recursal, quando já encerrado o expediente bancário, não configura deserção, admitido o depósito das custas no dia seguinte, como forma de impedir o prejuízo não imputável à parte. 2. Não se conhece do agravo retido, em sede de apelação, se na petição do recurso principal, o apelante não ratificou as razões do agravo, ou pelo menos fez requerimento de sua apreciação pelo Tribunal; tal como previsto no § 1.°, do art. 523, do CPC. 3. Não subsistem dúvidas sobre a compatibilidade do Decreto-lei n.° 911/69 com o atual ordenamento jurídico, trazido a lume pela Constituição Federal de 1988. 4. In casu, a simples ausência do registro do contrato de alienação fiduciária junto a cartório de títulos e documentos não retira a validade do negócio jurídico, firmado entre as partes, pois sua única conseqüência é a ineficácia perante terceiros. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6931-3/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 6)

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Alimentos Ementa: ALIMENTOS - EXECUÇÃO - FGTS/PIS – NÃO INCIDÊNCIA SOBRE VERBAS INDENIZATÓRIAS - Se não foi ajustada entre as partes litigantes a incidência dos alimentos sobre as verbas da rescisão contratual decorrente da aposentadoria do alimentante, o alimentando não tem o direito de pleiteá-las. Além disso, tais verbas, como o PIS, o FGTS e outras, por terem natureza indenizatória e não salarial não integram os alimentos. As verbas mencionadas somente poderiam ser alcançadas para efeito de pagar alimentos, no caso de estar o alimentante inadimplente, o que, in casu, não ficou demonstrado. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4427-8/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 22) Ementa: ALIMENTOS. EXECUÇÃO DE SENTENÇA FUNDADA EM OBRIGAÇÃO ENVOLVENDO PAGAMENTO DE QUANTIA DETERMINADA EM AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM PEDIDO DE ALIMENTOS. INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ARTIGO 618 INCISO I DO CPC. NECESSIDADE DE LIQUIDAÇÃO DO QUANTUM RECLAMADO A TÍTULO DE MORADIA. IRREPARABILIDADE DA DETERMINAÇÃO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER DO TÍTULO NO QUE TANGE AO CUSTEIO DE TRATAMENTO TERAPÊUTICO DA ALIMENTADA. APELAÇÃO CONHECIDA e PARCIALMENTE PROVIDA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0010.4085-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.08.2004, pg. 29)

•Alimentos Provisórios Ementa: Alimentos. Esposa e dois filhos menores. Excede os limites da razoabilidade a decisão judicial que fixa o valor de alimentos provisórios em 100% (cem por cento) dos vencimentos do alimentante e mais três (03) salários mínimos mensais, sem prova concreta de que o mesmo pode suportar o ônus. Tendo a promovente apenas dois filhos menores em sua companhia, a fim de evitar que o alimentante fique sem condições para manter o próprio sustento, fixa-se o valor dos alimentos provisórios em 40% (quarenta por cento) dos vencimentos brutos do agravante, até o julgamento definitivo da causa, ficando o promovido obrigado a continuar

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 43

pagando o Plano de Saúde, o Plano Paz Eterna e as despesas com a educação de sua filha mais velha. Recurso provido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.2885-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 22)

•Binômio Necessidade/Possibilidade Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. I - Pensão alimentícia. Valor que deve ser fixado de acordo com a necessidade do requerente e com a capacidade de contribuição do requerido. II - Beneficiários da Justiça Gratuita. Condenação ao pagamento de custas judiciais e honorários do advogado da parte contrária. Possibilidade. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2844-1/0, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 07.07.2004, pg. 30) Ementa: - CIVIL. ALIMENTOS. MAJORAÇÃO DE ENCARGOS. ALEGADA MELHORIA NOS RENDIMENTOS AUFERIDOS. CIRCUNSTÂNCIA NÃO PROVADA. - A majoração de encargos alimentícios prescinde de substancial prova de sua ocorrência. No caso, o presumível aumento de número de alunos de uma academia de ginástica do alimentante, passível de fluxo da freqüência é insuficiente para determinar o aumento permanente de sua responsabilidade, máxime em face do aumento do número de seus filhos e da manutenção no exterior de uma outra filha. - Apelação conhecida e não provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2233-0/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 26.08.2004, pg. 28) Ementa: Direito Civil. Alimentos. I - Os alimentos devem ser fixados com observância ao prescrito no art. 400 do Código Civil de 1916, levando-se em consideração as necessidades do alimentando e as possibilidades econômico-financeiras do Alimentante, podendo ser altera do mediante alegação comprovada de eventual insuficiência de recursos.

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II – Os honorários advocatícios, nas ações de alimentos, devem ser fixados em percentual incidente sobre o valor de doze prestações mensais. III - Precedentes jurisprudenciais. IV – Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7726-0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

•Exoneração de Encargos Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EXONERAÇÃO DE ENCARGOS. I - É pacífico o entendimento na doutrina e jurisprudência segundo o qual, o dever de prestar alimentos aos filhos menores cessa no momento em que estes completam 25 (vinte e cinco) anos, considerando que, nessa idade, os mesmos já terão concluído sua formação, inclusive universitária. II - Nessas circunstâncias, incumbia às filhas do autor/recorrido, ambas capazes, sendo uma delas casada, e trabalhando, provar que necessitam dos alimentos para viver de modo compatível com a sua condição social, o que não se deu no caso concreto. III - Apelo improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4767-5/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 31.08.2004, pg. 23)

•Foro Competente Ementa: PROCESSUAL CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. FORO COMPETENTE. Cumuladas as ações de investigação de paternidade e alimentos, a regra geral do art. 94 do CPC, que prevê a competência do domicílio do réu para ações fundadas em direito pessoal, cede espaço para a regra especial do art. 100, II do mesmo diploma legal, ficando como competente para as ações o foro do alimentante. Matéria sumulada no STJ (Súmula n° 01). Agravo provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0039-3/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 12.08.2004, pg. 14)

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•Obrigação Alimentar Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS AO FILHO SUPOSTAMENTE ILEGÍTIMO. Para efeito da prestação de alimentos, o filho ilegítimo poderá acionar o pai em segredo de justiça, ressalvado ao interessado o direito á extração de certidão de todos os termos do respectivo processo. Merece ser confirmada a sentença que, considerando o período de relacionamento íntimo, entre o apelante e a mãe dos recorridos, coincidente com a concepção, fixa verba alimentar correspondente. Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.43535/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 17.08.2004, pg. 23) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE - ACEITAÇÃO - FIXAÇÃO ALIMENTAR EXACERBADA REDUÇÃO MERECIDA. 1. Sendo o alimentante casado, conforme assim está qualificado na inicial, por óbvio possui outros encargos familiares e, sendo assim, a fixação alimentar reclamada se me afigura elevada, estando passível da reparação redutiva pretendida, considerando, ademais, que a obrigação alimentar, de acordo com a nossa lei substantiva civil, não é somente do pai. 2. Apelo conhecido e provido, em parte.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.6738-2/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.08.2004, pg. 11)

•Prisão Civil Ementa: HABEAS CORPUS CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. DÍVIDA REMOTA. PRISÃO DECRETADA, COM VISO DE FORÇAR, COERCITIVAMENTE, O ADIMPLEMENTO DAS PRESTAÇÕES ATRASADAS. IMPOSSIBILIDADE. -Tratando-se de execução fundada em dívida de alimentos, a prisão civil, como forma de obrigar o devedor a cumprir com seus deveres morais e legais de sustento de seus parentes, subsiste tão-só no caso de fundar-se, o decreto prisional, em prestações novas ou atuais. -O entendimento dominante dos Tribunais é aquele segundo o qual, reveste-se de caráter de atualidade, o débito vencido a partir dos últimos três meses antes da execução, inocorrente no caso concreto. -Precedentes. -Concessão da ordem.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus n˚ 2003.0009.3306-1/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 30.09.2004, pg. 27) Ementa: HABEAS CORPUS CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. PRISÃO DECRETADA APÓS ACORDO FIRMADO NA AÇÃO EXECUTÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. COAÇÃO ILEGAL CARACTERIZADA. -Tratando-se a prisão civil em ação de alimentos, de mecanismo orientado para o fim de forçar, coercitivamente, o adimplemento das prestações atrasadas em favor do alimentando, o seu decreto não subsiste no caso de superveniente acordo entre as partes. -Inteligência do art. 5º, incisos LXV e LXVII da Constituição Federal de 1988. -Concessão da ordem, confirmando-se, definitivamente, a liminar concedida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus n˚ 2003.0000.3622-1/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 30.09.2004, pg. 27)

Alvará Judicial para Liberação de Créditos Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - ALVARÁ JUDICIAL - LEVANTAMENTO DE DEPÓSITO DE PIS - CEF - GESTORA - EMPRESA PÚBLICA FEDERAL NA CONDIÇÃO DE INTERESSADA - MATÉRIA AFEITA À JUSTIÇA FEDERAL - ART. 109, I, DA CF/88 - JUÍZO ESTADUAL ABSOLUTAMENTE INCOMPETENTE - SÚMULA 82 DO STJ - APLICAÇÃO - NULIDADE DA SENTENÇA DECLARADA – CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - REMESSA STJ – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. I - A Justiça Federal é competente para processar e julgar as ações relativas a o levantamento de PIS, haja vista o interesse da CEF - empresa pública federal - como gestora do programa. Aplicação analógica da Súmula 82 do STJ. II - A incompetência em razão da matéria é de ordem absoluta, podendo ser decreta a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, impondo-se, no caso em questão, a nulidade da sentença decretada por vício de jurisdição. III - Evidenciado conflito negativo de competência, faz-se mister o encaminhamento destes autos ao Colendo SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA para seu respectivo deslinde.

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IV - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2047-5/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.09.2004, pg. 10) Ementa: PREVIDENCIÁRIO. ADMINISTRATIVO. ALVARÁ JUDICIAL. DEFERIMENTO. LEGITIMIDADE ATIVA DA MEEIRA. EXIGÊNCIA DE HABILITAÇÃO JUNTO À PREVIDÊNCIA. DESNECESSIDADE. I - A viúva do titular de conta vinculada ao PASEP é parte legítima para postular em juízo o saldo deixado pelo marido. II – É desnecessária a exigência de habilitação do cônjuge supérstite, junto à Previdência, para fins de recebimento da importância relativa ao PASEP, levando-se em consideração sua natural condição de dependente econômico do de cujus Apelo provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3849-9, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

Antecipação de Tutela Ementa: PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO TUTELA ANTECIPADA INCONSISTÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO RECURSAL DECISÃO MANTIDA. 1. O instituto da Tutela Antecipada tem previsibilidade em expressa disposição ínsita no nosso ordenamento processual civil, outorgando ao Juiz poder discricionário para concedê-la, na dependência tão só da constatação da presença dos requisitos que a autorizem, enfocados em convencimento dotado de fundamentação. 2. In casu, o decisório agravado se me afigura devidamente motivado e não se tendo levantado contra o mesmo qualquer mácula viciosa comprometedora de sua lisura, não há como prosperar a reforma pretendida, principalmente quando se traz à colação argumentos fáticos dep endentes de comprovação, cujo exame só poderá ser levado a efeito na apreciação meritória da ação principal. 3. Recurso conhecido, porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.03097/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 17.08.2004, pg. 23)

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Ementa: PROCESSUAL CIVIL -ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA - ART. 273 CPC- RESPONSABILIDADE DO FINANCIADOR PELO INADIMPLEMENTO DA SOCIEDADE VENDEDORA - NÃO DEMONSTRAÇÃO - AUSÊNCIA DE VEROSSIMILHANÇA - TUTELA ANTECIPATÓRIA CASSADA - ART. 253, II CPC - PREVENÇÃO ORIGINÁRIA- COMPETÊNCIA FUNCIONAL- IMEDIATA REMESSA DO AUTOS AO JUÍZO PREVENTO. I-A configuração da prova inequívoca da verossimilhança das alegações autorais, in casu, passa pela demonstração de a quem cabe a responsabilidade pelo inadimplemento da sociedade fornecedora IMACOM, encarregada da fabricação dos equipamentos objeto do financiamento. II- Na interpretação de um contrato, há de ser buscada a real intenção das partes, ou seja, a vontade efetivamente desejada. Assim, mister se faz ressaltar que o atento exame das cláusulas do contrato acostado, às fl. 26/32 e das demais provas que ilustram o instrumento recursal, não se pode concluir caber à instituição financeira ora agravante qualquer outra obrigação que não a de simplesmente disponibilizar o numerário objeto do financiamento. III- Portanto, distancia-se dos requisitos legais enumerados no art 273 do CPC a decisão interlocutória que antecipa os efeitos da tutela, à míngua da existência de prova inequívoca da verossimilhança das alegações autorais. IV- Por outro lado, a regra prevista art. 253 do CPC, adveio ao ordenamento jurídico pátrio com o firme propósito de impedir artifícios ardilosos tendentes a driblar o princípio do juiz natural, ou seja, buscou proibir que a parte escolha o magistrado para julgar a sua causa. V - Em verdade, trata da hipótese de prevenção originária, pois diz respeito à mesma causa, quando proposta pela segunda vez. Ademais, a competência determinada pela prevenção é funcional, portanto, absoluta, podendo ser pronunciada a qualquer tempo com a imediata remessa dos autos para o juízo prevento, evitando-se, inclusive, futuras alegações de nulidade. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0013.5982-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.08.2004, pg. 4)

•Contra o Poder Público Ementa: Agravo de instrumento. Antecipação de tutela. Contribuição de servidor inativo do Município de Fortaleza ao Programa de Assistência à Saúde (IPM-Saúde). Tendo a Lei Municipal n° 8.409, de 24 de dezembro de

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1999, em seu art. 5º, § 6°, estabelecido que o interessado deveria manifestar-se pela sua não inclusão no plano, junto ao Instituto de Previdência do Município - IPM, no prazo de trinta (30), a contar da data de publicação da lei, uma vez não feita a opção, inexiste a prova inequívoca que justifique a concessão de tutela antecipada no sentido de excluir a suplicante do IPM-Saúde. Ademais, o deferimento da tutela antecipada contra o Poder Público é expressamente vedado por lei, apresentando-se juridicamente equivocado, pois, consoante o disposto no art. 475, I, do CPC, que adota o princípio do duplo grau de jurisdição, não produz efeito senão depois de confirmada pelo Tribunal competente. Agravo a que se dá provimento para tornar sem efeito a decisão censurada. Decisão por maioria de votos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.1147-2/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 23)

Arrendamento Mercantil Ementa: Contrato de leasing. Variação em dólar. Relação de consumo. Inaplicabilidade da lei n.° 8.880/94. Onerosidade excessiva. Quebra da paridade contratual. Correção das prestações com base no INPC. Nos contratos de arrendamento mercantil (leasing) é inaplicável lei n.° 8.880/94 em virtude da não comprovação, junto à contestação, pela Apelante, de que, efetivamente, utilizou-se de recursos externos para financiar o contrato. Por outro lado, é evidente a demonstração objetiva da excessiva onerosidade advinda para o consumidor, devido aos nefastos acontecimentos do início do ano de 1999, o que impõe, em se tratando de relação de consumo, a alteração da cláusula contratual da utilização de moeda estrangeira, como índice de variação, sendo substituída pelo INPC. Taxa de juros remuneratórios. Livre fixação pela vontade das partes. EC/40 que revogou o art. 192, §3°, da Carta Magna. - Recurso Apelatório e Recurso adesivo conhecido, para dar parcial provimento ao apelatório e negar provimento ao adesivo. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8411-4/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.08.2004, pg. 10)

Assistência Judiciária

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - INDEFERIMENTO DE BENEFÍCIO DE JUSTIÇA GRATUITA - DECISÃO REFORMADA.

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1. Por força de disposição expressa em legislação pertinente, para obtenção da Assistência Judiciária aos necessitados, basta simples afirmação do estado de pobreza. 2. A indicação do causídico, é direito de preferência do beneficiando, assegurado em lei. 3.Entendimento diverso só tem a merecer o devido reproche, máxime, quando equivocadamente, são invocados Oficio, Provimento e legislação estadual como aplicáveis à espécie, já que a matéria é regulada única e exclusivamente por legislação federal. 4. Agravo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0007.1115-8/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.07.2004, pg. 4) Ementa: JUSTIÇA GRATUITA - INDEFERIMENTO - PATROCÍNIO POR ADVOGADO PARTICULAR - DECLARAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS. Há que se reformar a decisão monocrática que indeferiu o pleito de gratuidade de justiça, por contrariar as disposições constitucionais e infraconstitucionais (art. 50 da Lei 1.060/50 e art. 93, IX da Constituição Federal e art. 10, V da Lei Estadual 12.381194). Recurso conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0006.6605-5/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.07.2004, pg. 28) Ementa: AÇÃO DE ALIMENTOS AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO E JULGAMENTO DISPENSA DE PROVAS AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEFENSOR PÚBLICO REPRESENTANTE DA PARTE CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO NULIDADE QUE SE IMPÕE. 1. De acordo com a legislação de regência da assistência Judiciária aos Necessitados, a intimação pessoal do Defensor Público para os atos judiciais é indispensável. 2. Deixando de ser cumprido tal previsão legal, a realização de audiência com dispensa de prova, para a qual não foi regularmente intimado o Defensor Público, se constitui ato de cerceamento de defesa, eiva que acarreta a sua nulidade. 3. Recurso conhecido e provido.

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 51

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.51589/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 17.08.2004, pg. 23)

Ementa: Impugnação ao pedido de assistência judiciária gratuita. I - O recebimento de verba previdenciária e trabalhista, resultante de rescisão de contrato de trabalho prevista pelo Plano de Demissão Voluntária, não significa encontrar-se a recorrida em condições de, posteriormente, poder custear as despesas processuais. Tal fato, portanto, não constitui motivo para o indeferimento do pedido de gratuidade. II - O litigante pobre não está obrigado a recorrer à Defensoria Pública para representá-la em juízo, podendo escolher advogado de sua confiança que patrocine a causa gratuitamente. III - Todavia, a parte beneficiária da Justiça gratuita, quando vencida, sujeitar-se-á ao princípio da sucumbência, devendo ser condenada a pagar custas e honorários de advogado. Esta condenação ficará suspensa enquanto durar o estado de pobreza. Se completados cinco (05) anos, a mesma não tiver condições de cumprir a obrigação, esta restará prescrita, de acordo com o art. 12 da Lei n° 1.060/50. IV - A condenação ao pagamento de encargos decorrentes da sucumbência é a forma atual de evitar a enorme incidência de impugnações pertinentes à assistência jurídica gratuita. V - Recurso improvido. Decisão de primeiro grau ratificada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0605-1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 30)

Citação

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO ALEGATIVA DE PRESCRIÇÃO DO DIREITO DE AÇÃO, SOB O ARGUMENTO DE QUE SÓ A EFETIVAÇÃO DA CITAÇÃO INTERROMPE O PRAZO PRESCRICIONAL. INOCORRÊNCIA. O DESPACHO DO JUIZ QUE ORDENA A CITAÇÃO TEM O CONDÃO DE INTERROMPER A PRESCRIÇÃO. - O despacho do juiz que ordena a citação interrompe o prazo prescricional. - Por “promover a citação” deve-se entender o pedido de citação da parte adversa devidamente acompanhado do pagamento das custas processuais, dado que o direito processual brasileiro adota o sistema de mediação. - Exegese do art. 219, do CPC. APELO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4947-4/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.08.2004, pg. 4)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 52

Coisa Julgada Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - EXTINÇÃO DO PROCESSO POR ACOLHIMENTO DE PREJUDICIAL DE COISA JULGADA NÃO CARACTERIZADA. DECISÃO CASSADA. 1. Não havendo identidade do objeto de pedir entre duas ações, uma delas já decidida, não há como se falar em configuração do instituto da coisa julgada material. 2. Decisório que entende de modo diverso se constitui mero equívoco de evidente inconsistência jurídica, de forma a ensejar a sua pronta reforma. 3. Apelo conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.0171-7/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.07.2004, pg. 12) Ementa: PROCESSADO DE RECLAMAÇÃO - DESCUMPRIMENTO PELA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ DE DECISÃO JUDICIAL TRÂNSITA EM JULGADO, PROFERIDA EM PROL DO RECLAMANTE NOS AUTOS DO MANDADO DE SEGURANÇA POR ELE IMPETRADO A FIM DE TER GARANTIDO OS EFEITOS REMUNERATÓRIOS DECORRENTES DA LEI 11.171/86 - ALEGAÇÃO DO ÓRGÃO RECLAMADO DE QUE PROCEDEU À REDUÇÃO DA REMUNERAÇÃO DO RECLAMANTE EM FUNÇÃO DA PROIBIÇÃO CONSTANTE DO ART. 29 DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL Nº 19/98 – PRELIMINAR DE INADEQUAÇÃO DO REMÉDIO DA RECLAMAÇÃO PARA A DISCUSSÃO DE NOVA RELAÇÃO JURÍDICA SUPERVENIENTE À DECISÃO JUDICIAL POR CUJA GARANTIA E CUMPRIMENTO SE RECLAMA REJEITADA FRENTE A DECISÃO EMANADA DA SUPREMA CORTE NA ADIN Nº 2212 - NO MÉRITO - ALEGAÇÃO DO ÓRGÃO RECLAMADO DE QUE A GARANTIA DA COISA JULGADA NÃO PODE SE SOBREPOR AO MANDAMENTO DE EMENDA CONSTITUCIONAL, DEVENDO, POR ISSO, SER RESPEITADOS OS EFEITOS DA EMENDA 19/98 DA CF/88, MESMO NO QUE TOCA AO CASOS JÁ CONSUMADOS ANTES DE SEU ADVENTO. I - A questão preliminar levantada de que não se presta o remédio manejado ao fim de decidir nova relação jurídica superveniente decisão judicial por cujo cumprimento se reclama, se é certo que não possa nestes termos ser rechaçada, pela juridicidade que assume, não é menos certo que, nos caso dos autos, não guarda nenhuma pertinência com a vexata quaestio nele versada, haja vista que o que se está aqui a perquirir é única e exclusivamente se podem os efeitos de emenda constitucional retroagir de modo a alcançar situações consolidadas no tempo, protegidas, inclusive, pelo manto da coisa julgada.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 53

II - Não se trata, pois, dada a inexistência de inovação factual, de decidir nova relação jurídica, mas tão-somente de garantir o efetivo cumprimento de decisão judicial imutável proferida sob a égide de legislação anterior. III - Caso contrário, em não se admitindo o instituto da reclamação para a solução do caso presente, toda vez que modificada determinada regra jurídica (à exceção das modificações decorrentes de uma nova Constituição) com base na qual foi proferida alguma decisão, haveria o beneficiário do julgamento que lançar mão de uma outra ação para, em face da legislação superveniente, buscar obter garantida a permanência dos efeitos da coisa julgada, o que é visivelmente inadmissível à luz do que dispõe o art. 60, § 4º, inciso IV, c/c art. 5º, inciso XXXVI, ambos da lei Maior de 1988. IV- Olvidando que o instituto da reclamação é o remédio cabível para casos que tais, o teimoso Estado do Ceará manejou no Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade, nº 2212, obtendo, à época, medida liminar para suspender, até decisão final, com eficácia ex tunc, a alínea i, do inciso VII do art. 108 da Constituição do Estado do Ceará, bem como da alínea j do inciso VI do art. 21 do Regimento Interno deste Tribunal de Justiça. V - Agora, quando decorridos mais de 3(três) anos, eis que a Suprema Corte de Justiça, sob a relatoria da eminente Ministra Ellen Gracie, por maioria de votos, julgou improcedente a Ação Direta de inconstitucionalidade aviada pelo Estado do Ceará, tornando, desse modo, nenhuma a preliminar deduzida pelo Órgão reclamado, devendo a matéria a ser deslindada obter seu descortino circa meritum. VI - Preliminar rejeitada por maioria. VII - A proibição constante da Emenda Constitucional nº 19/98, pela peculiar situação de norma superveniente à decisão judicial ora reclamada, não pode infirmar o que ali ficou decidido, se sobrepondo à garantia da coisa julgada e martirizando princípio basilar da segurança jurídica. Com efeito, conforme entendimento crescente no cenário jurídico nacional, a emenda à Constituição, fruto do Poder Constituinte reformador que é, de natureza Derivada, portanto, não pode farpear as chamadas constantes constitucionais ou cláusulas pétreas, pois insuscetíveis de supressão ou modificação que importem em seu desvirtuamento, dentre as quais se evidencia a intangibilidade das decisões transitas em julgado. VIII - Reclamação julgada procedente para determinar que o Órgão reclamado proceda, de imediato, a o pagamento da remuneração do reclamante nos moldes em que decidido no mandado de segurança nº 00.07462-0, por ele intentado. IX- Decisão por maioria.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 54

(TJCE, Tribunal Pleno, Processado de Reclamação n˚ 2000.0015.1410-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 01.07.2004, pg. 16)

Condições da Ação Ementa: EMENTA: - PROCESSUAL CIVIL. ILEGITIMIDADE E FALTA DE INTERESSE. - O Município de Mulungu/CE não tem legitimidade para propor ação cujo interesse processual - se existente - seria de Fundo Estadual de Assistência Social - FEAS, vinculado à Secretaria do Governo do Estado do Ceará.Ninguém poderá pleitear em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei (art. 6° do CPC). Recurso de ofício recebido e confirmada sentença de fls. 33/36. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0001.1428-7/1, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 23) Ementa: Direito Processual Civil. Legitimidade ativa ad causam. Carência da ação. Exame de oficio. Extinção do feito sem o julgamento do mérito. 1. A mandatária, com poderes para tanto, pode contratar advogado e ajuizar ação em favor da mandante, mas apenas como sua representante legal. Nunca assumir a titularidade da ação (art. 6° do C. Pr. Civ.) 2. Verificada a ausência de uma das condições da ação, em face da ilegitimidade ativa ad causam, impõe-se a extinção do processo, nos termos do art. 267, VI, do C. Pr. Civ. 3. Recurso conhecido para, de oficio, decretar a extinção do processo, sem julgamento do mérito. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0013.1793-3, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 32)

Consignação em Pagamento Ementa: AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO PELO QUE SE AFERE DO MATERIAL PROBANTE COLACIONADO AOS AUTOS. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA VERDADE REAL IMANENTE DA HODIERNA ESTRUTURA DA RELAÇÃO DE DIREITO PROCESSUAL COM PREDOMINÂNCIA DO CARÁTER INDISPONÍVEL DO ITER PROCEDIMENTAL EM FACE DO ESCOPO DO PROCESSO. PRINCÍPIO

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 55

DISPOSITIVO À RELAÇÃO DE DIREITO MATERIAL. ACERTAMENTO DO REAL VALOR CONSIGNADO LEVADO A EFEITO PELA CONTADORIA DO FÓRUM. VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA DIANTE DA OBLAÇÃO DO APELANTE, MERCÊ DA INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO DECORRENTE DA CONTROVÉRSIA DO VALOR ORIUNDO DO DISTRATO E DA IDENTIDADE DA MOEDA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO COM A ATIVIDADE REVISORA BASILADA NA COGNIÇÃO ACIMA DETERMINADA. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2004.0000.1667-9/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 24)

Denunciação da Lide Ementa: Direito Processual Civil. Ilegitimidade Passiva ad causam. Extinção do Processo sem Julgamento de Mérito. Impossibilidade de litisdenunciação após prolatação de sentença pelo juízo de primeiro grau. Princípio do simultaneus processus. Inteligência dos artigos 71 e seguintes do Código Processual Civil. Recurso improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2848-4/0, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 07.07.2004, pg. 29)

Ementa: DENUNCIAÇÃO À LIDE - DIREITO DO CONSUMIDOR - ART. 88 DO CDC - IMPOSSIBILIDADE. Ao vedar o instituto processual, o legislador busca evitar o retardamento e a morosidade da tutela jurídica ao consumidor. No entanto, no caso de o réu sucumbir, o mesmo poderá exercer o seu direito de regresso contra a ECT no mesmo processo ou em ação autônoma, conforme preceitua a mencionada norma. Agravo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0009.6539-7/0, Relator(a): Francisco das Chagas Oliveira substituindo o Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.07.2004, pg. 28)

Deserção

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREPARO DÁ AZO A DESERÇÃO A RECURSO DE APELO. INCONFORMAÇÃO PELA VIA DO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

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Em sede de ação de usucapião, após prolatada a sentença de mérito, foi interposto recurso de apelação, desprovido do respectivo e tempestivo preparo, tendo gerado a decisão interlocutória que declarou deserto o apelo; Nos termos dos art. 511, do Cód. de Ritos, o comprovante da realização do preparo há de vir para os autos juntamente com as razões de recorrer. Apresentadas as razões e não comprovado o preparo, que, no caso concreto, somente ocorreu dias seguintes, imperioso o reconhecimento de que o apelo interposto pelo ora agravante quedou, extemporâneamente, desprovido do devido preparo, o qual, uma vez não efetuado, incorre o recurso na pena de deserção; Decisão interlocutória que deve ser mantida. Agravo de instrumento improcedente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2004.0002.6694-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.09.2004, pg. 7) Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. EMBARGOS DO DEVEDOR. NÃO RECOLHIMENTO DAS CUSTAS INICIAIS DO PROCESSO. SENTENÇA EXTINTIVA DO FEITO, COM ESTEIO EM FALTA DE PREPARO. INOBSERVÂNCIA AO DISPOSTO NO § 1.°, DO ART. 267, DO CPC. NULIDADE. (1) É nula a sentença que indefere a inicial, por falta de recolhimento de custas processuais, sem que seja previamente possibilitada ao autor da demanda oportunidade de intimação, para o suprimento da omissão, no prazo peremptório de 48 (quarenta e oito) horas. (2) Baixa-se o processo à origem, para dar oportunidade ao autor de recolher as custas não pagas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob pena de extinção do feito. Sentença anulada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4315-8/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 21) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PREPARO. REQUISITO EXTRÍNSECO. DESERÇÃO. RECURSO NÃO CONHECIDO. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. - O preparo é um dos requisitos extrínsecos de admissibilidade dos recursos, e consiste no pagamento prévio das custas relativas ao processamento do recurso. A ausência ou irregularidade no preparo ocasiona o fenômeno da preclusão, fazendo com que deva ser aplicada ao recorrente a pena de deserção, que impede o conhecimento do recurso.

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- Recurso não conhecido, por considerado deserto, a teor do art. 511, do C.Pr. Civil. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8516-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.08.2004, pg. 10)

Embargos de Declaração Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO e OBSCURIDADE - INADMISSIBILIDADE. Os embargos de declaração somente apresentam-se admissíveis na existência de omissão, contradição ou obscuridade Não existindo qualquer dos vícios elencados pelo art. 535 do CPC, e forçoso o seu não acolhimento. Desfiguração, ou desvirtuamento, dos declaratórios, certo que “não se trata de remédio para atender simples inconformismo da parte sucumbente, nem de veículo para rediscutir ou reapreciar questões já decididas” (Humberto Theodoro Junior) Embargos conhecidos e improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.0621-9/1, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.09.2004, pg. 12) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS - DECISÃO DE CUNHO FORMAL - OMISSÃO - INEXISTÊNCIA. Discussão prejudicada em face do cunho formal do qual se revestiu a decisão recorrida. Não cabe ao recorrente, em sede de Embargos ou do recurso originário - Agravo de Instrumento – suscitar matérias que envolvam discussão meritória da lide, quando a decisão monocrática foi por indeferir o meio processual manejado pela embargante. Omissão inexistente. Embargos improvidos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.6713-8/1, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 16.09.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. PROCESSO DE EXECUÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM ACÓRDÃO DE APELAÇÃO. CAUSA OMISSIVA. ALEGADA INEXISTÊNCIA DO REEXAME QUANTO AO ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM FACE DE EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO NOS TERMOS DO ARTIGO 794, INCISO I DO CPC. DECISÃO DE MÉRITO (SIMETRIA COM O ARTIGO 269 DO CPC) DA QUAL SÓ SE PODE CONFERIR A VERBA HONORÁRIA À PARTE VENCEDORA QUE, IN CASU, É O EMBARGADO. MANIFESTA AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL DO EMBARGANTE POR NÃO TER SIDO O MESMO VENCEDOR (RECTIUS:

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EXEQÜENTE BENEFICIADO COM A SATISFAÇÃO DA DÍVIDA EXEQÜENDA À QUAL SE AGREGA A VERBA HONORÁRIA), APRESENTANDO-SE A PRESENTE VIA ACLARATÓRIA COMO UMA VERDADEIRA INVERSÃO LÓGICA DO JULGAMENTO. RECURSO NÃO CONHECIDO POR AUSÊNCIA DO REQUISITO INTRÍNSECO DO INTERESSE RECURSAL. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.5814-6/2, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 03.09.2004, pg. 13) Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, DÚVIDA OU CONTRADIÇÕES NÃO CONFIGURADAS. DESCABIMENTO. CARÁTER PROTELATÓRIO. MULTA PROCESSUAL DE UM POR CENTO SOBRE O VALOR ATUALIZADO DA CAUSA. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0014.0486-6/1, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 03.09.2004, pg. 13) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO. REDISCUSSÃO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. O recurso de embargos de declaração não se presta para rever a decisão embargada, mas para afastar omissão, obscuridade ou contradição, nos termos do art. 535 do CPC, que também deverá ser observado quando a finalidade do recurso for de prequestionamento. A contradição que dá ensejo ao recurso é a existente entre proposições do acórdão; a fundamentação e a parte conclusiva ou, ainda, a encontrada dentro do próprio dispositivo. Recurso não-provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0012.7057-6/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.07.2004, pg. 10) Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. INOCORRÊNCIA. 1. A má compreensão do texto do julgado que induz a crença dos embargantes de que de seus fundamentos não decorre logicamente a conclusão não enseja a utilização da via aclaratória, visto que contradição, a rigor, não existe. 2. A contradição, no caso, reside na falsa premissa adotada pelos embargantes, que confundem co-devedor com responsável em regresso.

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2. Embargos rejeitados. 3. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0001.0522-7/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 23) Ementa: SEGUNDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. Os embargos de declaração, para serem conhecidos, precisam apontar contradição, omissão ou obscuridade no cerne do julgado. Os segundos embargos declaratórios somente podem ser admitidos quando um dos mencionados vícios acontecem no julgamento dos primeiros aclaratórios. Existência de contradição. Inversão dos ônus sucumbenciais e fixação da verba honorária. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.2443-8/2, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 18) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - ORA PARA EFEITOS DE PREQUESTIONAMENTO DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL - ORA PARA IMPRIMIR EFEITO MODIFICATIVO AO JULGADO – PRETENDIDA REAPRECIAÇÃO DE MATÉRIA FÁTICA E JURÍDICA JÁ AMPLAMENTE DISCUTIDA NO ACÓRDÃO EMBARGADO - NÃO CABIMENTO - INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO A SER SUPRIDA – DECLARATÓRIOS REJEITADOS. I- Não merecem prosperar os declaratórios, pois que pretendem, única e exclusivamente, rediscutir matéria de fato e de direito já amplamente divulgada na decisão recorrida II- Ao revés do que alega o embargante, não se dessome acórdão embargado a aventada omissão na análise da legislação aplicável à espécie e dos fatos e fundamentos relevantes suscitados na petição mandamental, bem como dos documentos que a instruíram, de sorte a justificar a pretendida inversão resultado do julgamento. Pelo contrário, infere-se do precitado decisum que o mesmo cuidou de esquadrinhar aspectos fáticos e jurídicos extraídos da prova pré-constituída, a qual revelava, clarividente, a existência de direito líquido e certo a ser remediado. Se, apesar do al i exposto, ainda assim discordava embargante da conclusão do acórdão, então só caberia ao mesmo utilizar-se dos recursos constitucionais previstos para a hipótese de denegação de segurança, não se perfazendo os embargos declaração remédio apropriado para a reapreciação da matéria. III- Declaratórios rejeitados. Acórdão unânime.

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(TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.4565-6/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 07.07.2004, pg. 8) Ementa: Embargos Declaratórios. Omissão. Efeito infringente. Prequestionamento. Inadmissibilidade. Inexistência de obscuridade, contradição ou omissão. Imprestabilidade da via de embargos de declaração para os fins de reexame de matéria de mérito ou para promover prequestionamento, quando inexiste no acórdão vergastado qualquer das hipóteses previstas no art. 535 do CPC. Decisão confirmada. Embargos rejeitados. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0008.9676-1/2, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 40) Ementa : EMBARGOS DECLARAÇÃO. OMISSÃO INEXISTÊNCIA. 1. Não é omisso o acórdão que enfrentou a matéria proposta nos embargos, ainda que de modo sucinto. Não servem os embargos para o aprofundamento da discussão já travada, pois nesse caso não existe omissão. 2. Embargos rejeitados. 3. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0000.9350-4/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 32) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA -EMBARGOS DE DECLARAÇÃO -VOTO VISTA -REDISCUSSÃO SOBRE O CHAMAMENTO DA AUTORIDADE COATORA PARA INTEGRAR A LIDE NA CONDIÇÃO DE LITISCONSORTE PASSIVO NECESSÁRIO E POR CONCITAÇÃO DO PARQUET DO 2° GRAU COM OFÍCIO NA CORTE-PRETENDIDA REAPRECIAÇÃO DE MATÉRIA FÁTICA E JURÍDICA JÁ AMPLAMENTE DISCUTIDA NO ACÓRDÃO EMBARGADO -NÃO CABIMENTO - inexistência DE OMISSÃO A SER SUPRIDA –DECLARATÓRIOS REJEITADOS. I- Não acudiu, contudo, o embargante ao fato de que a preliminar suscitada no voto vista supra citado não adveio das informações prestadas pela autoridade coatora chamada a integrar a lide na condição de litisconsorte passivo necessário e por concitação do Parquet de 2° Grau com ofício nesta Corte, sendo a mesma fruto apenas da atividade intelectual do Desembargador que por ela discerniu, repita-se, sem cogitação das partes.

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II- Por isso mesmo, na medida em que o acórdão embargado ocupou-se de analisar detidamente as questões processuais suscitadas no bojo dos autos até a prolação do julgado, não há que se falar em omissão dele emergente defronte ao voto vista que o contrariou, mormente porque constituiu-se posição absolutamente isolada, e, portanto, vencida. III- De igual sorte, não se divisa como podia o acórdão embargado tratar da alegada ofensa aos dispositivos da lei processual civil, que versam sobre os limites da decisão judicial diante do pedido do autor, se referido questionamento é próprio e oportunamente reservado para a fase recursal, quando já se tem ultimada a prestação jurisdicional com o delineamento da tutela desafiada, pelo menos a título provisório, enquanto passível de recurso. IV- Às Instâncias Superiores, assim, é que cabe apreciar a possível prolação de julgamento extra petita, mesmo porque não se prestam os declaratórios à constatação de error in procedendo do julgado, apesar de inocorrente na espécie. V- Não merecem prosperar os declaratórios, pois que pretendem, única e exclusivamente, rediscutir matéria de fato e de direito já amplamente divulgada na decisão recorrida. VI -Declaratórios rejeitados. Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.3286-4/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.07.2004, pg. 11) Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - VÍCIOS NO JULGADO - INOCORRÊNCIA - FIM PRECÍPUO DE PRÉ-QUESTIONAR MATÉRIA JÁ DECIDIDA - REJEIÇÃO. Os embargos de declaração prestam-se para expungir do julgamento dúvidas obscuridades ou contradições, ou ainda para suprir omissão sobre ponto acerca do qual se impõe pronunciamento (CPC, 535). Inexistentes tais vícios, torna-se inadmissível que se confiram efeitos infringentes ao julgado. Não servem os declaratórios ao fim de pré-questionar a matéria já decidida, a menos que, havendo vício no julgado, tal efeito seja alcançado de forma mediata, circunstância de todo o ponto avessa à hipótese dos autos. Embargos rejeitados. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0012.7559-4/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 32) Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO NÃO CONFIGURADAS.

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I - Os declaratórios servem para reparar omissões, obscuridades e contradições no pronunciamento judicial decisório. Inexistindo-as, devem ser rejeitados, com a conseqüente manutenção dos termos da decisão objurgada, até porque, na via estreita dos embargos de declaração, não tem cabida a discussão de questões já apreciadas e dirimidas pelo julgado resistido e no qual foi emitido pronunciamento expresso acerca da matéria em debate. II - Embargos conhecidos e rejeitados. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.1847-0/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 23.07.2004, pg. 19)

Embargos de Terceiro Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIROS JULGADA EXTINTA, SEM APRECIAÇÃO DO MÉRITO. APELAÇÃO CÍVEL. 1 - A personalidade das pessoas jurídicas se distingue da personalidade de seus componentes. 2 - Inexistência de legitimidade ad causam para interposição de embargos de terceiros quando, em sede de liquidação de sentença, os bens particulares dos promoventes não conhecem qualquer constrição judicial, quando muito o patrimônio de empresa de que são sócios, como no caso dos autos. 3 - A extinção do processo, sem julgamento do mérito, a teor do disposto no art.267, inc. VI, do vigente Código de Processo Civil, devidamente fundamentada, merece subsistir na sua inteireza. 4 - Sentença confirmada. 5 - Apelação conhecida, mas improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.9463-1/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.09.2004, pg. 8) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. INCOMPROVADA DENUNCIAÇÃO DE MÁ-FÉ POR PARTE DO EXEQÜENTE. EMBARGADO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. I – Ocorrendo qualquer das situações aludidas no artigo 1.046, do Código de Processo Civil, revelando-se, pois, indevida a constrição judicial impugnada, bem como presentes as demais condições da ação e

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pressupostos processuais, deve o julgador planicial, em tal situação, acolher os embargos de terceiro. II - De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ, 4ª Turma, Resp 254.554-SP, rel. Min. Aldir Passarinho Júnior, DJU 18/03/2002, pg. 00255), na ação de embargos de terceiro, compete ao embargado-exeqüente, sendo, pois, ônus seu, a comprovação da alegada má-fé do alienante e/ou adquirente do bem imóvel constritado, na hipótese da penhora não se encontrar inscrita no registro imobiliário competente. III - Prejudicial rejeitada. IV. Recurso conhecido e improvido. Decisão indivergente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0012.8477-6/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 06.08.2004, pg. 15)

Execução Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE TÍTULO JUDICIAL. SENTENÇA EXEQÜENDA ORIUNDA DO JUÍZO SUCESSÓRIO. CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA ABSOLUTA. APLICAÇÃO DO ARTIGO 575, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. -Segundo o artigo 575 do CPC, a execução fundada em título executivo judicial deve ser processada perante o mesmo juízo prolator da decisão exeqüenda. -Conflito conhecido e provido, no sentido de se reconhecer a competência da 2ª Vara de Sucessões para processar e julgar o feito. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0014.8873-3/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 30.09.2004, pg. 26) Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS AO BANCO CENTRAL E RECEITA FEDERAL. DECISÃO QUE INDEFERIU A EXPEDIÇÃO. EXCEPCIONALIDADE CONFIGURADA. AGRAVO PROVIDO. 1. “A jurisprudência do STJ acolhe entendimento no sentido de que não se justifica pedido de expedição de ofício a órgãos públicos para obter informações sobre bens de devedor, no exclusivo interesse do credor, mormente quando não demonstrado qualquer esforço de sua parte nesse sentido, devendo prevalecer o sigilo de que aquelas são revestidas.”

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(AgReg no AG nº 189288/AL, 3ª Turma, DJ de 18.12.1998, Rel. Min. Waldemar Zveiter) 2. “(...) Comprovado documentalmente nos autos que a parte Exeqüente adotou diversas providências positivas no sentido de localizar bens da parte devedora passíveis de penhora, no que não logrou êxito, é de se ter por legítimo o pedido de expedição de ofício ao Banco Central do Brasil para informar acerca de eventuais créditos do devedor em instituições financeiras, inclusive porque é necessário preservar o prestígio e o interesse da Justiça.(...)”. (TRF 1ª R. - AG 01000118927 - MG - 3ª T.Supl. - Rel. Juiz Fed. Conv. Moacir Ferreira Ramos - DJU 18.06.2003 - p. 195). 3. Caso em que a parte demonstrou ter esgotado todos os meios postos à sua disposição para localizar bens dos agravados passíveis de penhora, através de certidões cartoriais e de registro de veículos. 4. Agravo provido. 5. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.2413-6/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 27.09.2004, pg. 20) Ementa: CIVIL - EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL - NOTA PROMISSÓRIA - CONTRATO DE ASSUNÇÃO DE DÍVIDA - EMBARGOS DO DEVEDOR. (1). Não se considera nula a sentença, em face do julgamento antecipado da lide, ainda que não intimadas as partes, nesse sentido, circunstância irrelevante. Do mesmo modo que não se caracteriza o cerceamento de defesa, levando-se em conta que a questão controvertida encerra matéria de fato e de direito, tudo restando devidamente comprovado por documentos, bastante a que se prescindir possa da produção de prova em audiência. Inteligência do art. 740, § único, do CPC. Possibilidade jurídica do pedido. Sua ocorrência, desde que se trata na espécie de execução fundada em título hábil, contendo a cártula as características da liquidez, certeza e exigibilidade, interesse processual do credor que se configura diante da inequívoca comprovação do fato concreto do inadimplemento dos executados, de par com o título de crédito em cobrança. Considera-se em fraude de execução a alienação de bens do devedor quando em curso ação executiva, com citação válida (CPC, 593). Não é desfundamentada a sentença que trata, inequivocamente, sobre a penhora de cotas societárias pertencentes ao executado, detendo-se o magistrado a todos os fatos que motivaram a constrição, satisfeitos assim, os requisitos exigidos pelo art. 593, do CPC, como de resto observado o disposto no art. 93, IX, da CF/88. (2) De outro vértice, tem-se que no caso concreto a penhora se deu em bens do avalista e não de mero sócio da executada. E do embargante o ônus da prova sobre os fatos impeditivos, modificativos e extintivos do direito do

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exeqüente (CPC, 333, I). Não elidindo o devedor a presunção de validade certeza e liquidez do título de crédito extrajudicial que serve de base à execução, devem ser rejeitados os embargos, dando-se prosseguimento à execução. Constatada a fraude à execução, deve o magistrado proclamá-la, determinando a penhora dos bens alienados pelo devedor, independentemente de declaração de nulidade do negócio firmado com o alienante, que continua válido, mas não produz efeitos contra o credor. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3497-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 24)

•Contra a Fazenda Pública Ementa: Execução provisória. Caução. Em se tratando de execução provisória contra a Fazenda Pública (União, Distrito Federal, Estados, Municípios e respectivas autarquias), não tem cabimento exigir a caução prevista pelo art. 588 do CPC, porquanto a pessoa jurídica de direito público interno não se submete à constrição de natureza patrimonial, como a penhora. Somente nos casos em que os procedimentos executivos implicam no levantamento de vantagens pecuniárias depositadas a favor de servidores é que se torna obrigatória a prestação prévia da caução, o que não é a hipótese destes autos. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1583-8/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14)

•Fraude à Execução Ementa: PROCESSUAL CIVIL - FRAUDE À EXECUÇÃO - DESCARACTERIZAÇÃO - VENDA E TRANSFERÊNCIA DE IMÓVEL APÓS O AJUIZAMENTO DA AÇÃO, MAS ANTES DA CITAÇÃO VÁLIDA - PRECEDENTES STJ I - A fraude à execução de maneira geral, se caracteriza por ser ato atentatório à dignidade da justiça, ensejadora da declaração de ineficácia do negócio jurídico fraudulento. II - Do acurado exame dos fólios, verifica-se que a citação editalícia no processo executório aperfeiçoou-se em 19 de abril de 1999, enquanto a venda do imóvel constrito realizou-se em 04 de janeiro de 1999, havendo sido registrada em 04 de fevereiro do mesmo ano.

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III - Apesar da existência de doutíssimas opiniões em contrário, entendendo já “estar correndo demanda” (art. 593, II CPC) contra o devedor com o tão-só ajuizamento da ação, vez que presente a relação jurídica processual (embora ainda meramente bilateral: autor e Estado- Juiz) de maneira que seriam diferentes os momentos da existência da relação e o da produção de seus efeitos sobre o demandado, a doutrina, em sua maioria, e com a aceitação jurisprudencial, passou a proclamar que a pendência da ação só ocorre com a litispendência e esta, nos termos do art. 219 do mesmo CPC, nasce com a citação válida. IV - Cumpre salientar que a presente execução tem por objeto título executivo extrajudicial, ou seja, não houve ajuizamento de previa ação de conhecimento, nem há notícia de que o devedor-executado houvesse sido cientificado da ocorrência de demanda capaz de reduzi-lo à insolvência, o que poderia ter sido feito, inclusive, pela existência de ação de natureza criminal da qual pudesse resultar responsabilidade na órbita civil. V - Assim, efetivada a alienação ou oneração do bem, pelo devedor, e estando ele já ciente dessas ações, e se essa alienação ou oneração for capaz de levá-lo à insolvência ou mesmo agravá-la, aí sim estaria configurada a fraude de execução, cuja ocorrência pode ser alegada no próprio processo de execução, mesmo em sede de impugnação aos embargos. Antes de verificada a ciência do devedor, porém, só será possível se cogitar da existência de fraude a credores (vício social do negócio jurídico), para a qual apropriada é a ação pauliana (e somente ela), de maneira que a procedência do pedido terá como conseqüência a anulação do negócio. VI - Recurso provido, a fim de desconstituir a constrição judicial existente sobre o bem descrito na inicial dos embargos de terceiro. SENTENÇA CASSADA APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E PROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8940-3/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 28.09.2004, pg. 8)

•Penhora Ementa : REMESSA OBRIGATÓRIA - AÇÃO ORDINÁRIA ANULATÓRIA - PENHORA DE BEM IMÓVEL – AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DA ESPOSA DO DEVEDOR – MÁCULA AO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 669 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NULIDADE DO AUTO DE ARREMATAÇÃO EM FACE DA INTERDEPENDÊNCIA DOS ATOS PROCESSUAIS - REMESSA CONHECIDA E IMPROVIDA: I - Tratando-se de penhora realizada em bem imóvel, imprescindível a intimação da esposa do executado (art. 669, parágrafo único do Código de Processo Civil). Precedentes do SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

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II – O desrespeito á intimação exigida pelo parágrafo único do art. 669 da Lei Adjetiva Civil acarreta a nulidade dos atos processuais ulteriores, principalmente o auto de arrematação, em face do princípio da rigorosa interdependência dos atos processuais. III - Remessa conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0010.3745-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 03.09.2004, pg. 13)

•Pluralidade de Títulos Ementa: EXECUÇÃO. EMBARGOS. PLURALIDADE DE TÍTULOS EXECUTIVOS. UNICIDADE DE EXECUÇÃO. NEGÓCIOS DISTINTOS. IMPOSSIBILIDADE I - Havendo identidade de credores e de devedores, a cumulação de execuções só será admissível, quando os títulos se referirem ao mesmo negócio jurídico. II - Entendimento que dimana do teor da súmula n° 27 do egrégio Superior Tribunal de Justiça. III - Em se tratando de cumulação de execuções, para que seja atendido o requisito de identidade de devedores, não é suficiente que o procedimento executivo se perfaça apenas quanto ao devedor principal. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8224-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.08.2004, pg. 10)

Execução Fiscal Ementa: CIVIL - EXECUÇÃO FISCAL - PENHORA. NOMEAÇÃO. TERMO DE PENHORA. INTIMAÇÃO PESSOAL DO EXECUTADO PARA ASSINÁ-LO - INEXISTÊNCIA EXTINÇÃO DOS EMBARGOS SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. INADMISSIBILIDADE. (1) Por cediço, o termo de penhora e depósito, por constituir ato pessoal do executado, somente se perfectibiliza com a assinatura deste. Salvante, naturalmente, quando se tratar de advogado com poderes especiais para tanto, situação tal inocorrente na espécie. (2) De outro modo, para cumprimento dessa exigência legal, não se cuidou por intimação alguma ao representante legal da executada.

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(3) Sem empeço algum, contudo, a que aguardar pudesse o Juiz por que levada a efeito a normalidade do ato, com a suspensão dos embargos, nunca decretando a sua extinção sem julgamento do mérito, ao fundamento precípuo de que não satisfeitas as condições legais para o seu oferecimento. (4) Princípio constitucional da ampla defesa não observado com precisão no caso vertente. (5) Sentença anulada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3981-9/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 12.08.2004, pg. 13) Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE EXECUÇÃO FISCAL. UNIÃO. COMPETÊNCIA. COMARCA SEDE DA EMPRESA. RECONHECIMENTO. INTELIGÊNCIA DO ART. 578 DO CPC. -Tratando-se de execução fiscal intentada pela União, a competência territorial será firmada pela sede da empresa. - Posterior alteração do domicílio da devedora não tem o condão de deslocar a competência para a nova sede, visto que, firmada a competência, estabiliza-se a relação processual, perpetuando-se a jurisdição. - Conflito conhecido e provido, reconhecendo-se a competência da Comarca de Paracuru para processar e julgar o feito. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2001.0001.1162-6/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 06.08.2004, pg. 13) Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. PROPRIETÁRIO DE IMÓVEL AUTUADO PELO ENTE MUNICIPAL EM VIRTUDE DO NÃO LANÇAMENTO DE DEJETOS NA REDE PÚBLICA DE ESGOTO. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. PRELIMINAR REJEITADA. ALEGATIVA DE ILEGITIMIDADE PASSIVA E DIREITO ADQUIRIDO CONTRA O INTERESSE COLETIVO. IMPOSSIBILIDADE. - Cabível, na hipótese, o julgamento antecipado da lide, sendo desnecessário seu anúncio, à mingua de previsão legal nesse sentido. - Não havendo restado ilidida pelo embargante a presunção de certeza de que goza a certidão de dívida ativa embasadora da execução fiscal aforada, a improcedência dos embargos era medida que se impunha. Ademais, na qualidade de diretor da empresa apontada como proprietária do imóvel tido como irregular, subsiste a responsabilidade do embargante, a teor dos arts. 135, III, do CTN e 4°, V, da Lei n.° 6.830/80.

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- APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4339-5/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.08.2004, pg. 9)

Falência e Concordata Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - DETERMINAÇÃO CONSTANTE DE MERO OFÍCIO, SEM A CORRESPONDENTE DECISÃO JUDICIAL - CABIMENTO - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO CARTÓRIO - BEM ARREMATADO ANTES DA DECLARAÇÃO DE QUEBRA - EXCLUSÃO DA “VIS ATTRACTIVA” - IMPOSSIBILIDADE DE ARRECADAÇÃO PELO SÍNDICO - SEGURANÇA CONCEDIDA: I - Uma vez que o ato impugnado foi determinado através de simples ofício, sem a correspondente decisão judicial, a situação está inserida naquelas hipóteses excepcionais em que, inexistindo recurso cabível, admite-se a utilização do mandado de segurança. II - O Cartório de Registro de Imóveis que apenas cumpriu a determinação judicial constante do ofício, não tendo legitimidade para figurar como litisconsorte passivo. III - Nos termos do art. 24, §1° da Lei de Falências, não são atraídas pela “vis attractiva” do processo falimentar, aquelas ações nas quais os bens já tiverem sido arrematados ao tempo da declaração da quebra, ocasião em que somente entrara para a massa a sobra, depois de pago o exeqüente. IV - O ajuizamento de embargos à arrematação, apesar de acarretar a suspensão processual, não desqualifica o ato de arrematação para o fim previsto no art. 24, §1° da Lei de Falências. Caso julgados procedentes, desconstitui-se o ato e, somente então, surge a possibilidade da arrecadação dos bens arrematados. Caso julgados improcedentes – como na hipótese - consolida-se a arrematação para fins de transferência da propriedade, com o registro da carta de arrematação na matrícula do bem, mas o ato já servia para afastar os bens arrematados da arrecadação pelo síndico. V - Segurança concedida, confirmando a liminar. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0012.3857-5/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 10.09.2004, pg. 20) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO FALIMENTAR. PEDIDO DE QUEBRA FUNDADO EM TÍTULO DE CRÉDITO EXTRAJUDICIAL. PROTESTO ESPECIAL. REQUISITOS.

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I O pedido de falência com base no art. 1º, do Decreto-lei nº 7.661/45, está sujeito ao prévio protesto especial, com a observância dos requisitos elencados no art. 10, §1º, do referido diploma legal, certo, outrossim, que o descumprimento de tais formalidades acarreta a ausência de pressuposto essencial à constituição válida e regular da relação processual, com a conseqüente extinção do feito sem apreciação meritória. II Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2816-6/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.08.2004, pg. 24)

Guarda Judicial de Menores Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. Os infantes recebem assistência moral e econômica de seus familiares, situação que indica que os mesmos estão inseridos em contexto familiar, afastando-se as hipóteses de abandono, omissão ou situação irregular que sujeitasse os menores às medidas protetivas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Competência da 16ª Vara de Família. Inteligência do inciso I do parágrafo Único do art. 52 da Lei 12.553/95. Conflito conhecido e provido. Competência do Juízo suscitado. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2003.0012.3464-7/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 03.09.2004, pg. 14) Ementa: Pedido de guarda de pessoas maiores de dezoito (18) anos de idade. Indeferimento. Apelação fundada nos arts. 2°, § único, e 33, § 2°, do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. Inaplicabilidade desses dispositivos, porquanto não se trata de caso expresso em lei e nem propende a atender situação peculiar ou suprir a falta eventual dos pais. Além disso, a mais nova das pretendidas em guarda conta atualmente com mais de vinte e dois (22) anos de idade. Recurso prejudicado. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4564-8/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14) Ementa: Apelação Cível Ação de Guarda e Responsabilidade de menor. Pretensão desenhada pelos bisavós, estando os pais vivos e tendo-o em sua companhia. Obrigação destes de prover o sustento e a educação do infante,

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a teor do art. 229 da Constituição da República.Recurso conhecido e improvido.Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2393-8/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 19.07.2004, pg. 15) Ementa: Apelação cível. Pedido de guarda. Criança residente em companhia da mãe e dos avós maternos. Carência de recursos financeiros. Não se encontrando a infante em situação peculiar ou de risco, incabível o deferimento da medida excepcional da guarda em favor dos avós, especialmente quando o pedido visa regularizar situação de dependência econômica. Inteligência do art. 33 do ECA. Precedentes jurisprudenciais. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7106-7/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 17)

Honorários Advocatícios Ementa: Embargos Declaratórios. Omissão. Sucumbência. É omisso o acórdão que modifica substancialmente a sentença de 1º Grau, com reflexo direto nos ônus sucumbenciais, e deixa de dispor quem deverá arcar com os honorários de advogado e custas processuais. Omissão suprida. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.0150-0/1, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.07.2004, pg. 40) Ementa: - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TERMO INICIAL DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA. BASE DE CÁLCULO DA VERBA HONORÁRIA. MATÉRIA NÃO ENFRENTADA NO ACÓRDÃO. OMISSÃO CONSTATADA E SUPRIDA. 1. Termo inicial de juros moratórios e correção monetária. Deve o acórdão oferecer todos os elementos necessários à execução do julgado, eis que, “... formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir sentença ilíquida” (CPC, art. 459, § único). Inexistindo tal fixação no acórdão embargado, impõe-se reconhecer a omissão, providenciando-se a integração do julgado. Inteligência da Súmula 254 do STF (“Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação”).

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2. Omissão que se supre, da seguinte forma: 2.1. quanto aos danos morais: incidência de juros moratórios a partir do evento danoso e de correção monetária a contar do momento de seu arbitramento (sessão de julgamento). 2.2. quanto aos danos materiais: incidência de juros e correção monetária a partir do evento danoso. 3. Honorários advocatícios. Base de cálculo. Omissa a decisão que não especifica a base de cálculo da verba honorária, quando, não preclusa, a matéria fora objeto de argumentação e pedido hábil. 4. Integração do acórdão que se promove da seguinte forma: 4.1. para os danos morais: incidência sobre o valor total. 4.2. para os danos materiais: incidência sobre as prestações vencidas atualizadas e sobre doze (12) prestações vincendas. 5. Embargos providos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0001.0849-8/1, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 32)

Interdito Proibitório

Ementa: Ação de interdito proibitório, cumulada com perdas e danos, intentada pelo ECAD. Direitos autorais de compositores musicais. I - Prescreve em cinco (05) anos ação civil por ofensa a direitos patrimoniais do autor, ou conexos, contado o prazo da data em que se verificou a violação (Lei n° 5.988, de 14.12.1973, art. 131). II - Conforme iterativa jurisprudência do STJ, cristalizada na Súmula 228, o interdito proibitório é inadmissível para a proteção do direito autoral. III- Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4887-6, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 30) Ementa: Ação de interdito proibitório. Ausência de prova incriminante contra o réu. Demanda julgada improcedente. Pela leitura do laudo pericial e dos depoimentos das testemunhas não há nenhum elemento que convença tenha sido o apelado o autor ou mandante da inutilização da cerca objeto do litígio. Assim, nega-se provimento ao recurso por não expender nenhum argumento fundamentado em fatos que exclua a convicção do magistrado prolator da sentença recorrida. Desprovimento.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1252-3, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 30)

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Intimação Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. INVALIDADE DE ENDEREÇO DE INTIMAÇÃO IMPOSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DO PROCESSO POR ABANDONO DE CAUSA. APELAÇÃO I - Não há que se falar em endereço inválido se o procurador da parte autora recebeu, regularmente, em endereço constante de cabeçalho de petição inicial, a primeira carta de intimação de despacho, e a esta atendeu, dentro do prazo e sem reservas II - Não tendo o causídico do promovente, ora apelante, comunicado ao cartório sua mudança de endereço válida se apresenta a intimação pela via postal encaminhada ao endereço constante dos autos. É o disposto no Código de Ritos, III- Não merece reforma sentença que extingue o feito por abandono e desinteresse na continuidade da causa, por determinado tempo, como ocorreu na hipótese dos autos. IV- Recurso de apelação conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3042-5/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 23.07.2004, pg. 16)

Intimação Pessoal Ementa: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. IMPOSSIBILIDADE. (1) Para a extinção do processo, sem julgamento do mérito, faz-se imprescindível intimação pessoal do autor da ação (CPC, 267, § 1°). (2) Mesmo atendida essa exigência legal, não pode o magistrado decretá-la de ofício, providência que depende de provocação da parte ré. Inteligência da Súmula STJ n° 240. (3) No caso concreto, colhe-se que nem a autora nem sua advogada foram intimadas para dar andamento ao feito. O mandado para intimação pessoal não logrou efeito ante a mudança de endereço da promovente, circunstância certificada por oficial de justiça. Por outro lado, o réu não requereu a extinção do feito. Sentença anulada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1939-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

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Investigação de Paternidade Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. PROVA TESTEMUNHAL CONTUNDENTE CONFIRMATÓRIA DA OCORRÊNCIA E FREQÜÊNCIA DO CONGRESSO CARNAL. INVESTIGADO QUE SE FURTA AO CHAMAMENTO JUDICIAL, INCLUSIVE PARA REALIZAÇÃO DE EXAME DE INVESTIGAÇÃO GENÉTICA. PRESUNÇÃO DOS FATOS DENUNCIADOS. Inteligência dos artigos 212-IV, do CCivil de 2002 e 332 do CPCivil. Se o exame hematológico é necessário para a negativa de paternidade, cumpre ao investigado o ônus de ceder o material exigido, sob pena de a recusa, por óbvio, ser interpretada em seu desfavor. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2811-0/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 10.09.2004, pg. 17) Ementa: CIVIL - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - NULIDADE - SENTENÇA - INEXISTÊNCIA - FUNDAMENTAÇÃO SUCINTA PORÉM SUFICIENTE - INDÍCIOS BASTANTES À PRESUNÇÃO DA PATERNIDADE - EXAME DE DNA - RÉU - RECUSA - PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE. (1) Não pode alegar cerceamento de defesa a parte que não diligenciou no sentido de ver concretizada a ouvida das testemunha que arrolara, inclusive proporcionando o atraso da instrução processual por cerca de cinco (5) anos. (2) Não padece de nulidade, a sentença que, mesmo sucinta, manifesta-se sobre as questões de fato e de direito que lhe foram submetidas, avalia a prova e com base nela decide (CPC, art. 458). 3. Tem ação contra o suposto pai para demandar pelo reconhecimento da filiação os filhos ilegítimos se sua concepção coincidiu com as relações sexuais praticadas por ele com sua genit ora (CC revogado, 363, II). Na investigação de paternidade, o que importa mesmo ser provado é o relacionamento sexual na época da concepção e a fidelidade da mulher nesse período. Da natural impossibilidade da prova ocular da conjunção carnal, pode e deve o juiz valer-se de indícios para alicerçar seu convencimento. Estes se baseiam na certeza moral que advém das provas coletadas e das impressões pessoais do magistrado. No caso concreto, o autor logrou comprovar o relacionamento sentimental de sua genitora com o investigado, e a existência de indícios fortes de que praticaram relações sexuais no período de sua concepção, elementos por si só suficientes ao reconhecimento da paternidade pleiteada. O investigado, apesar de negar qualquer relacionamento, e de imputar a paternidade a terceiro, nada

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comprovou, nesse sentido (CPC, 333). Numa demonstração de incoerência, ou incerteza de suas convicções, o promovido recusou-se, terminantemente, a submeter-se ao exame de DNA, circunstância bastante, é de ver se, a que se operar possa em desfavor do recorrente a presunção da paternidade irrogada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.6250-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 24) Ementa : AGRAVO RETIDO - EXAME DE DNA - INEXISTÊNCIA DE DÚVIDAS ACERCA DA ALEGADA PATERNIDADE - DEMORA NA REALIZAÇÃO GRATUITA - DESNECESSIDADE DA PROVA - AGRAVO CONHECIDO E IMPROVIDO - APELAÇÃO CÍVEL – PROVAS TESTEMUNHAIS QUE AFIRMAM O ENVOLVIMENTO AMOROSO DO CASAL E A FIDELIDADE DA MÃE DA APELADA AO APELANTE - DEPOIMENTO PESSOAL DO APELANTE RATIFICANDO AS ASSERTIVAS DA INICIAL, INCLUSIVE A CONJUNÇÃO CARNAL À ÉPOCA DA CONCEPÇÃO - AFIRMATIVA DO APELANTE DE QUE RECONHECERIA A PATERNIDADE SE A PENSÃO ALIMENTÍCIA FOSSE FIXADA EM DETERMINADO VALOR - APELO CONHECIDO E IMPROVIDO: I – Apesar da conveniência da realização do exame de DNA - por deixar uma margem insignificante de dúvidas quanto à paternidade - sua realização não é impositiva, especialmente quando existirem nos autos outros elementos que bastem à formação do convencimento do magistrado. II - No caso dos autos, além de o conjunto probatório conduzir à induvidosa paternidade, o suposto pai não trouxe aos autos qualquer prova que lançasse dúvidas acerca tal fato e a realização gratuita do exame retardaria, por prazo indeterminado, a prestação da tutela jurisdicional definitiva, razão pela qual o deferimento do exame de DNA perderia a finalidade da busca da verdade real, passando a ser meio de procrastinação do feito, beneficiando aquele que não diligenciou para provar suas assertivas e prejudicando quem espera por uma tutela jurisdicional de mérito, especialmente quanto aos alimentos. III - Agravo conhecido e improvido. IV - A ausência de produção de prova testemunhal pelo Apelante, apesar de não acarretar a sua confissão ficta, colocou-o em desvantajosa posição para a obtenção do ganho da causa. V – A procedência da ação, entretanto, decorreu das provas apresentadas pela investigante, que atestaram a aduzida paternidade. Tanto é assim que, caso inexistissem tais provas, o pedido seria improvido. VI - O depoimento prestado pelo Apelante corrobora as assertivas da mãe da Apelada, inclusive quanto à existência de conjunção carnal à época da

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concepção. VII - A afirmativa do Recorrente de que “concordaria em reconhecer a paternidade caso a pensão ficasse no valor de R$ 50,00 para as duas crianças”, afasta quaisquer dúvidas acerca da paternidade em questão, uma vez que o Apelante não aceitaria reconhecer tal circunstância caso tivesse dúvidas acerca da paternidade da menor Ademais, colhe-se de tal assertiva que a recusa do Apelante em reconhecer a paternidade está relacionada à questão meramente econômica, em face do dever de alimentos daí decorrente. VIII - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.3343-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 23)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL – CERCEAMENTO DE DEFESA - AUSÊNCIA DE OITIVA DE TESTEMUNHAS - INEXISTÊNCIA - PRECLUSÃO CARACTERIZADA - NÃO-DESIMCUMBÊNCIA DO RÉU EM AFASTAR INDÍCIOS DA PATERNIDADE I - Conforme se denota da análise do termo de audiência acostado à fl. 40. não houve oposição, por parte do ora apelante, quanto à realização do exame imunogenético, ocasião em que o MM magistrado a quo resolveu deferir a realização do mencionado exame e suspender a audiência. II - Efetuado o teste de DNA (laudo dormente às fls. 62/69). que apresentou probabilidade de 99,99999% de ser o extinto, Sr. Raimundo Nonato de Alencar, o pai da ora apelada (fl. 66). mostrou-se evidenciada a cabal certeza no referente à filiação pretendida. III - Em seus memoriais, parte ora recorrente (fl. 75/76) se limita a tentar desacreditar o exame genético, não tendo sequer se referido à ausência de oitiva de testemunhas que nem ao menos havia arrolado. Assente, pois. a ocorrência da preclusão. IV - Existindo sérios indícios de que o investigado é o pai, caberia ao réu o ônus de provar a inexistência de relações entre o extinto e a genitora da ora apelada, no período que avizinhou a concepção, o que não ocorreu na hipótese sob exame, havendo, em suas alegações finais (fls. 75/76), se limitado, a parte ora recorrente, a argumentar, ao desamparo de quaisquer provas, acerca da possibilidade de falhas na realização do exame, o que efetivamente, não pode medrar, pois, como têm decidido os nossos Colégios Judiciais, diante do grau de precisão alcançado pelos métodos científicos de investigação da paternidade com fulcro na análise do DNA, devem ser afastadas as demais provas. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6205-6/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 09.08.2004, pg. 18)

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Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXAME HEMATOLÓGICO QUE NÃO EXCLUIU A PATERNIDADE. PROVA TESTEMUNHAL. COMPROVADO RELACIONAMENTO SEXUAL ENTRE O INVESTIGADO E A REPRESENTANTE DO INVESTIGANTE À ÉPOCA DA CONCEPÇÃO. “EXCEPTIO PLURIUM CONCUBENTIUM” AFASTADA. É de acolher-se o pleito deduzido em sede de investigação de paternidade, máxime, quando sobejamente comprovado que, ao tempo da concepção, a genitora do investigante mantinha conjunção carnal com o investigado, a par da prova testemunhal e do exame hematológico (ABO) que não excluiu a alegada paternidade. A não realização do exame de DNA, por si só, não invalida a convicção do juiz, especialmente quando alicerçada num conjunto probatório robusto. Alimentos arbitrados prudentemente. Recurso conhecido, porém improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1705-3/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 23.07.2004, pg. 16) Ementa: Direito processual civil. Investigação de paternidade. Cerceamento de defesa. I - Inexiste cerceamento quando a prova não foi produzida por desídia do Recorrente. II - Na ação investigatória de paternidade, à mingua do exame de DNA, os indícios e presunções fornecidos pelo conjunto das provas coletadas autorizam o reconhecimento pleiteado. III - Precedentes jurisprudenciais. Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6082-7/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 16)

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE JULGADA PROCEDENTE. FIXAÇÃO DE ALIMENTOS EM VALOR CORRESPONDENTE A DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS. I - Em ação de investigação de paternidade, na qual o investigado, reconhecendo o acerto do exame de DNA, que comprova a paternidade biológica, deve ser mantido o montante da pensão arbitrada pelo juiz de primeiro grau quando o valor não se afigura excessivo; II - A fixação judicial no montante de dois salários mínimos não se mostra, no caso dos autos, demasiada, uma vez que não há prova de que representa um drástico desfalque aos rendimentos do alimentante, restando obedecidas, destarte, as normas do art. 400 do C. Civil de 1916.

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III - RECURSO DE APELO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0651-7/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.07.2004, pg. 16) Ementa: - Investigação de paternidade. Reconhecimento da filiação enjeitada a partir das provas em fólios, consentâneas com o relacionamento amoroso entre a mãe da investigante e o investigado, e com a fidelidade da mulher ao parceiro. Credibilidade da prova pericial (análise dos lócus genéticos - DNA) incontrastável, sobremaneira quando coerente com os subsídios dos testemunhos disponibilizados, cifrando-se a objeção à afirmação científica da relação paterno-filial em evasivas mal engendradas, ressentindo-se da necessária robustez para desqualificar o bio-elucidativo, que só converge para a descoberta do parentesco consangüíneo. - Sentença confirmada. Apelo impróspero. - Nemine discrepante. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8702-2/0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 30.08.2004, pg. 39) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. EXCEPTIO PLURIUM CONCUBENTIUM NÃO COMPROVADA. INVESTIGADO QUE SE FURTA SUBMETER-SE AO EXAME DE PESQUISA GENÉTICA (DNA). PRESUNÇÃO DE VERACIDADE DOS FATOS ALEGADOS. Inteligência do artigo 136-V, do CCivil de 1916, c/c o art. 332 do CPCivil. Em sendo o exame hematológico necessário para comprovar a negativa de paternidade, incumbe ao réu o ônus de ceder o material exigido, pena da recusa ser interpretada em seu desfavor. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5059-5/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 16.07.2004, pg. 4) Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS. EXAME DNA NÂO IMPUGNADO. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. IRRESIGNAÇÃO DO PROMOVIDO APENAS QUANTO À CONDENAÇÃO EM PRESTAR ALIMENTOS. FIXAÇÃO EM HUM SALÁRIO MÍNIMO. PROVA CONTRAPRODUCENTE DO ALIMENTANTE. MANUTENÇÃO DA

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SENTENÇA. A contradição entre as declarações de Inexistência de renda acostadas aos autos pelo alimentante e a certidão cartorária dando conta da circunstância de haver ele adquirido casa com 160m de área, gera contraproducência capaz de justificar a manutenção da sentença que o condenou a pagar quantia equivalente a hum (1) salário mínimo, a título de encargo alimentício. Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.2554-7, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 31)

Julgamento Antecipado da Lide Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. ALEGATIVA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. OCORRÊNCIA. Havendo a parte requerido a produção de provas pertinentes ao deslinde do feito, e existindo necessidade de dilação probatória para aferição de aspectos relevantes da causa, em razão de a matéria de mérito induzir a indagações no terreno dos fatos, o julgamento antecipado da lide, com desprezo às provas devidamente rogadas, importa em violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, constitucionalmente assegurados às partes (art. 5º, LV, da CF/88), e um dos pilares do devido processo legal, bem como em vulneração ao disposto no art. 331 do CPC. Sentença cassada para que outra seja proferida, empós a produção das provas requeridas. APELO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4323-9/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.09.2004, pg. 10) Ementa: Julgamento antecipado da lide. Se a parte permitiu que se operasse a preclusão sobre o despacho que anunciou o propósito de desatar a lide no estado do processo, não pode, em sede de apelação, pretender anular a sentença a pretexto de cerceamento do direito de defesa. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.0339-4/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 12.08.2004, pg. 14) Ementa: PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO – TÍTULO EXTRAJUDICIAL - EMBARGOS DO DEVEDOR - JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE.

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CERCEAMENTO DE DEFESA - MATÉRIA PRECLUSA NOS AUTOS - AMORTIZAÇÃO PARCIAL DO DÉBITO - AUSÊNCIA DE PROVA. (1) Inútil discussão sobre cerceamento de defesa no julgamento antecipado da lide, se existe certidão da secretaria do Juízo, testificando sobre o decurso do prazo para a interposição de qualquer recurso. (2) Mera alegação de fato modificativo, extintivo ou impeditivo da obrigação, desacompanhada de elementos de prova que lhe incutam verossimilhança, não tem força suficiente para desnaturar o título de crédito extrajudicial sobre o qual se embasou a execução. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4063-4, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 28) Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE. APELAÇÃO. 1- Não estando obrigado o Juiz a decidir a questão de acordo com o pleiteado pelas partes, e sim de conformidade com o seu livre convencimento, deve utilizar-se das provas, fatos e circunstâncias constantes dos autos, da jurisprudência e dos aspectos pertinentes ao tema e à legislação que entender aplicável ao caso; II- Cabendo ao promovente, ora recorrente, o onus probandi das alegações dos fatos constitutivos da pretensão esposada, do qual não logrou se desincumbir, no caso nos autos, incabível mostra-se o apelo. III- Recurso de apelação conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3121-9/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.07.2004, pg. 11)

Juros, Comissão de Permanência e Correção Monetária Ementa: BUSCA E APREENSÃO. PURGAÇÃO DA MORA. INSUFICIÊNCIA. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. LICITUDE. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CUSTAS E HONORÁRIOS RECONHECIDOS E SOBRESTADOS. Eleita pelas partes a comissão de permanência, não poderia o magistrado a quo, sem nenhuma fundamentação, ordenar a realização de cálculos em dissonância com o pactuado, valendo-se do INPC. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça considera válida a cobrança de comissão de permanência, quando livremente pactuada, como no caso concreto. O que é vedado é a acumulação de comissão de permanência com a correção

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monetária, o que não se vislumbra na hipótese. Gratuidade de justiça reconhecida. Honorários e custas reconhecidos e sobrestados, nos termos do art. 12 da Lei n° 1.060/50. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4829-6/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 17)

Litigância de Má-fé Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. LITISPENDÊNCIA. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. 1. Opera-se a litispendência quando entre as demandas cotejadas houver identidade de partes, pedido e causa de pedir (CPC, art. 301, § 2º). 2. Não elide essa identidade o fato da utilização de novos fundamentos jurídicos a circunstância de não serem idênticos os pedidos, sem têm a mesma natureza jurídica. 3. Litiga de má-fé quem tergiversa, sustentando, em ações distintas, verdades contrastantes. Mais gravosa essa litigância se mostra quando acompanhada de dolo processual, manifestado na indicação de patrimônio de terceiro, para expropriação, como se pertencente fosse à parte adversa. 4. Recurso desprovido, condenando-se os recorrentes em multa e indenização ao recorrido, por litigância de má-fé. 5. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3983-4/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14) Ementa: Pensão. Viúva de ex-funcionário público. Execução fundada em título judicial. Embargos do devedor, que não tem outra finalidade senão a de reiterar questões causticamente debatidas e julgadas no processo de conhecimento, com trânsito em julgado. Incidente manifestamente infundado e de caráter meramente procrastinatório. Litigância de má-fé. Multa arbitrada em 1% sobre o valor da causa. Remessa para reexame e recurso voluntário improvidos. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0033-9, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 39)

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Locação

•Ação de Despejo Ementa: LOCAÇÃO - DESPEJO - AÇÃO AJUIZADA POR NOVO PROPRIETÁRIO - IMÓVEL ADQUIRIDO DURANTE A LOCAÇÃO - LEI N° 8.245/91, ART. 8° - PREJUDICIAL EXTERNA. (1) Ocorrência, no caso concreto, da chamada prejudicial externa, consubstanciada em anterior ação proposta pela locatária, visando ao reconhecimento do direito de preferência, que inviabilizaria o despejo, se julgada procedente, deve ser mantida a suspensão do feito, até seu julgamento definitivo da outra demanda (CPC, 265, IV, a). (2) Assim sendo, viola o preceituado no art. 266, do CPC, o julgamento da ação enquanto suspenso o processo, mormente quando ainda subsistente o motivo que determinou a cogitada suspensão, de par com decisão de primeiro grau ainda não transitada em julgado. Daí que por nula há de ser tida a sentença prolatada em circunstâncias que tais, in casu. Sentença anulada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0005.4321-2/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.09.2004, pg. 22) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL LOCAÇÃO RESIDENCIAL DESPEJO PARA USO PRÓPRIO INOBSERVÂNCIA DO CUMPRIMENTO DE PREVISIBILIDADE- CARÊNCIA DE AÇÃO -SENTENÇA REFORMADA. 1. É dever do locador, imposto por expressa disposição da vigente Lei do Inquilinato, na retomada para uso próprio de unidade residencial locada por prazo inferior a trinta meses, comprovar a sua condição de proprietário do imóvel, hipótese inocorrente in casu. 2. Deixando a decisão recorrida de observar tal ordenamento jurídico, imerece permanecer incólume. 3. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1573-5/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 14) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DE DESPEJO. INADIMPLÊNCIA DO LOCATÁRIO NO QUE PERTINE AOS ALUGUERES E DEMAIS ENCARGOS ADVINDOS DA LOCAÇÃO. NÃO PURGAÇÃO DA MORA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. I - Uma vez configurada a mora do locatário, tanto em relação aos alugueres

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convencionados quanto aos acessórios do pacto locatício, e deixando o réu, a tempo e modo, de exercer o direito à purgação da mora, impõe-se a procedência do pedido formulado na ação proposta, rescindindo-se a avença locatícia, decretando-se o desocupe do locatário inadimplente, bem como, condenando-o ao pagamento dos acessórios e encargos decorrentes, “ex vi” do disposto no art. 9o, inciso III, da Lei nº 8.245/91. II - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2004.0002.0823-3/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 31.08.2004, pg. 25) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESPEJO C/C COBRANÇA DE VALORES EM ATRASO - DESALIJO DECRETADO, COM A CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DOS VALORES EM ATRASO - SUPOSTO ERRO NOS VALORES COBRADOS - IMPROCEDÊNCIA - PRECLUSÃO DO DIREITO –APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA: I - Inexiste equívoco no valor cobrado, se o cálculo que fundamentou a sentença constituiu mera atualização das quantias cobradas na exordial, acrescidas das parcelas vencidas no transcurso da ação, nos termos requeridos pelos próprios Apelantes. II - Precluiu o direito dos Apelantes de se insurgirem contra a atualização de cálculo elaborada pelo Setor de Contadoria, uma vez que, devidamente intimados para se manifestarem, quedaram-se silentes. Aplicação do art. 183 do Código de Processo Civil. III - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.4825-8/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 16.09.2004, pg. 19) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DESPEJO - LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO SEM INCLUSÃO NA INICIAL E O CHAMAMENTO DE TODOS OS LOCATÁRIOS - NULIDADE PROCESSUAL. 1. Havendo pluralidade de locatários é de se estabelecer o litisconsórcio necessário e a não inclusão de um deles no pólo passivo, não há como se falar em suprimento de citação por comparecimento espontâneo e a lacuna acarreta, segundo a jurisprudência, a nulidade ab initio do processo. 2. Recursos conhecidos e providos, um deles parcialmente. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0235-3/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 17)

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•Ação Revisional Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL - IMPROCEDÊNCIA POR AUSÊNCIA DE PROVA DO ALEGADO - INCONSISTÊNCIA JURÍDICA DA ARGUMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO MANTIDA. 1. Não há como se falar em julgamento citra petita, quando a sentença recorrida tomou por base a falta de comprovação do alegado, cujo ônus, de acordo com expressa disposição legal processual civil, incumbia à Autora-Apelante. 2. Simples planilha, sem assinatura de quem quer que seja, não pode, evidentemente, ter força probatória para ensejar o acolhimento do pedido vestibular, por falta de autenticação que ateste a sua correção, considerando-se ademais, que a mesma não registra sequer o valor mercadológico das locações similares na área da situação do imóvel cujo aluguer se pretende a revisão. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0061-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 17)

•Fiança Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - FIANÇA - INTERPRETAÇÃO RESTRITIVA - CLÁUSULA DE RESPONSABILIDADE ATÉ A ENTREGA DAS CHAVES - IRRELEVÂNCIA - OBRIGAÇÃO RESTRITA AO PERÍODO ORIGINALMENTE CONTRATADO I- A obrigação decorrente da fiança locatícia deve se restringir ao prazo originalmente contratado, descabendo exigir-se do garantidor o adimplemento de débitos que pertinem ao período de prorrogação da locação, à qual não anuiu. II - A impossibilidade de conferir interpretação extensiva à fiança locativa, consoante pacífico entendimento do STJ, torna, na hipótese, irrelevante, para o efeito de se aferir o lapso temporal da obrigação afiançada, cláusula contratual que preveja a vinculação do fiador ao pagamento até a entrega das chaves. III - Uma vez que a obrigação afiançatória extingue-se ao termo do contrato originário, evidencia-se, na hipótese, a ilegitimidade passiva do recorrido para a ação de execução, impondo-se seja excluído da relação processual, como acertadamente decidiu o MM magistrado a quo.

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IV - “O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento ao qual não anuiu.” - Súmula 214 STJ APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.6074-6/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.09.2004, pg. 41)

Mandato Processual Ementa: I. - O mandato em termos gerais só confere poderes de administração. Para praticar outros quaisquer atos, que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais expressos. II.- A obrigação do avalista decorre do título cambial; não executado este, mas sim o contrato, não assinado pelo avalista como devedor principal ou como fiador, inadmissível a execução promovida contra ele. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5811-7/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.09.2004, pg. 8)

Menor Infrator Ementa: HABEAS CORPUS. MENOR. ATOS INFRACIONAIS DE ALTA GRAVIDADE. EXCESSO DE PRAZO. RECOLHIMENTO PROVISÓRIO E POSTERIOR DECRETO DE GUARDA DEFINITIVA DECORRENTE DE SENTENÇA DE MÉRITO. -Tratando-se de menor infrator, aplicável o Estatuto da Criança e do Adolescente quanto ao procedimento e sanções . -Não há falar em excesso de prazo no recolhimento provisório quando sobrevém sentença definitiva que manteve a guarda do menor, haja vista que cessa, com esta, a provisoriedade da medida. Desde esse momento, cumpre o menor já a medida sócio-educativa em si mesma. -Também não se verifica, in casu, excesso de prazo após a aplicação definitiva do recolhimento, já que, embora interposto recurso apelatório, não possui o mesmo efeito suspensivo, a teor do artigo 198, VI, do Estatuto Menorista. -Ordem denegada à falta de requisito para sua obtenção. -Precedentes dos Tribunais.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 86

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5348-5/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 30.09.2004, pg. 27)

Nulidades Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - ALEGAÇÕES FINAIS - FALTA DE OPORTUNIDADE - NULIDADE NÃO ALEGADA NA AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO NEM NO PRAZO DE AGRAVO NESTA SURGIDO - PRECLUSÃO - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO - NULIDADE NÃO DECLARADA - CODICILO - ANULAÇÃO. (1) Em princípio, consoante o disposto no art. 454, CPC, adota-se a oralidade como regra na instrução e julgamento, sucedendo à instrução a faculdade de as partes sustentarem, oralmente e na mesma audiência, suas razões finais antes do julgamento. Assim não ocorrendo, se inconformados, aos recorrentes cabia afrontar a decisão pela via adequada do agravo, o que não cuidaram em concretizar, no prazo legal. Preclusão consumada, portanto, in specie de par com a matéria assestada. Nada bastante, de resto, a determinar só por si a nulidade da sentença. 2. Não sendo o codicilo elaborado de próprio punho por sua autora, nem tendo por objeto disposições especiais sobre esmolas de pouca monta ou legado de roupas ou jóias não muito valiosas e de seu uso pessoal, como disposto no art. 1651, do Código Civil, de 1916, deve ser anulado. (3) No caso concreto, o instrumento em questão foi datilografado e apenas assinado por sua autora. (4) Por outro lado, não tem por objeto o questionado codicilo a disposição de “esmolas”, muito menos “roupas ou jóias, não muito valiosas” de uso pessoal de sua titular . Importando compreender, os bens legados não são de pouca monta nem objeto de uso pessoal da titular do codicilo, mas constituem verdadeiro fundo de comércio sobre uma loja de aluguel de roupas para casamento e outros eventos sociais. (5) Assim, posto não atendendo à lei de regência, quanto à forma e ao objeto, deve ser anulado, realmente, o instrumento objetivado. Sentença mantida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6653-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 22) Ementa: Mandado de Segurança. Ausência de citação de Litisconsorte passivo necessário. Nulidade do processo e da Sentença. Inteligência do art. 47 do Código de Processo Civil.

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 87

I - Havendo interesse do Município na condição de litisconsorte passivo necessário em razão de sua responsabilidade pelo repasse dos valores referentes à despesa da pensão prevista na Lei Orgânica do Município, imprescindível se torna a citação do referido ente político sob pena de nulidade do processo desde sua instauração. II - Precedentes desta Corte de Justiça (AP n° 2000.0014.3577-0). III - Remessa obrigatória a que se dá provimento. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3094-8, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

Organização Judiciária Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE SUPRIMENTO DE IDADE DE MENOR IMPÚBERE PARA O CASAMENTO. COMARCA DE PACATUBA-CE, SEDE DE DUAS VARAS. CRITÉRIO DE COMPETÊNCIA DEFINIDO PELOS ARTIGOS 146 E 148, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE, LEI N° 8.069/1990 C/C ARTIGO 128, INCISO I, ALÍNEA “a”, DO CÓDIGO DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ. -Tratando-se de ação de suprimento de idade núbil, competente é o juízo com jurisdição para as causas envolvendo menores sujeitos ao Estatuto da Infância e Juventude. -No caso concreto, o Código de Organização Judiciária do Estado do Ceará determinou a competência da 1ª Vara da Comarca de Pacatuba para processar e julgar o feito. -Conflito conhecido e provido, no sentido de se reconhecer a competência do juízo suscitado. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0003.0169-5/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 30.09.2004, pg. 27)

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. PEDIDO DE SUSPENSÃO DO PÁTRIO PODER. I - De acordo com o disposto no artigo 112, inciso I, alínea “d”, do Código de Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará, compete ao Juiz da Vara de Família, em não se tratando das situações a que se refere o art. 98, do ECA (Lei n° 8.069/90), processar e julgar as ações que digam respeito à suspensão e perda do pátrio poder. II - Incidente conhecido e provido. Decisão consensual.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 88

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2001.0000.9650-3/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 30.09.2004, pg. 26) Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CÍVEL. MANDADO DE SEGURANÇA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. FORO PRIVILEGIADO. INEXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA DO JUÍZO CÍVEL COMUM, E NÃO DA FAZENDA PÚBLICA. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ. - Tratando-se de mandado de segurança impetrado contra ato de Presidente de Comissão de Licitação de ente cuja natureza jurídica seja sociedade de economia mista, será competente o juízo cível comum sorteado para o feito, não se podendo falar em distribuição a uma das varas da Fazenda Pública, eis que a disciplina do art. 109 do CDOJCE, que trata da competência fazendária, não incluiu o ente em tópico. - Conflito conhecido, no sentido de se declarar competente o juízo cível comum.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2004.0005.8731-5/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 06.08.2004, pg. 13)

Petição Inicial Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - COBRANÇA - PETIÇÃO INICIAL DEFEITUOSA - INTIMAÇÃO DO AUTOR - PRAZO PARA EMENDA AINDA NÃO VENCIDO - EXTINÇÃO - IMPOSSIBILIDADE. (1) “Verificando o juiz que a petição inicial não preenche os requisitos exigidos nos artigos 282 e 283, ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial” (CPC, art. 284 e § único). (2) No caso concreto, entanto, o magistrado singular extinguiu o feito sem julgamento de mérito, ainda no curso do prazo estabelecido ao autor, para cumprimento da diligência, no que fora induzido por erro na contagem do prazo. Sentença anulada. Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.7613-7/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.08.2004, pg. 38)

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Civil, Comercial e Processo Civil

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Planos de Saúde Ementa: PROCESSUAL CIVIL – DIREITO INTERTEMPORAL - PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS LEIS - O CONTRATO EM FOCO NÃO SE SUBSUME AOS DITAMES DA LEI N° 9.656/98 POR TER SIDO FIRMADO ANTES DO INÍCIO DE SUA VIGÊNCIA - AUSÊNCIA DE ADAPTAÇÃO DO TERMO À NOVEL LEGISLAÇÃO QUE PREVÊ O RESSARCIMENTO DAS DESPESAS MÉDICAS EFETUADAS EM REGIME EXCEPCIONAL PELA TABELA DO PRÓPRIO PLANO - MANUTENÇÃO DA DECISÃO EMBARGADA PARA O FIM DE PREVALECER O CÁLCULO CHANCELADO PELO JUÍZO MONOCRÁTICO - AUSÊNCIA DE CONTESTAÇÃO DOS CÁLCULOS APRESENTADOS - EFEITOS DA REVELIA SOBRE O ASPECTO NÃO CONTESTADO - INTELECÇÃO DOS ARTS. 302 E 372 DO CPC – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Embargos Infringentes n˚ 2000.0014.3963-5/2, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.08.2004, pg. 15) Ementa: Agravo de instrumento. Plano de saúde. Cláusula restritiva de número de tomografias. Cláusula abusiva e que malfere o princípio da razoabilidade. Liminar deferida no sentido de determinar que a operadora do seguro-saúde custeie os exames de que necessita o segurado para garantia da própria vida, que é bem maior do homem (art. 5º da CF/88). Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.6555-1/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 20.07.2004, pg. 22)

Prazos

Ementa: Apelação. Prazo. Quando a intimação da sentença for feita por oficial de justiça, começa a correr o prazo para apelar da data da juntada aos autos do mandado devidamente cumprido (art. 241, 11, do CPC), inclusive quando a intimação é feita ao advogado da parte (cf. Thetonio Negrão, nota 21 ao art. 241 do CPC, 30ª ed., Saraiva, 1999). Agravo provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.7430-5, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 38)

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Princípio da Fungibilidade Recursal

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CAUTELAR INCIDENTAL CONEXA À AÇÃO ORDINÁRIA DE SONEGADOS. LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA JULGADA IMPROCEDENTE. EMBARGOS DECLARATÓRIOS ACATADOS PARA DECLARAR NULA A SENTENÇA EMBARGADA. APELAÇÃO CIVIL. 1 - Inexistência de controvérsia na identificação do recurso adequado. Erro grosseiro. Impossibilidade da aplicação do princípio da fungibilidade recursal. 2 - Inexiste, no caso dos autos, a presença da chamada dúvida objetiva, ou seja, a existência na doutrina ou na jurisprudência, de controvérsia na identificação do recurso adequado, para que se aplique o princípio da fungibilidade recursal. 3 - Em se tratando de erro grosseiro, não é possível aplicar-se a fungibilidade, pois não seria razoável premiar-se o recorrente desidioso, que age em desconformidade com as regras comezinhas do direito processual. 4 - Apelação não conhecida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.9461-5/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.09.2004, pg. 8)

Prova Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO - DETERMINAÇÃO EX-OFFÍCIO DE PROVA PERICIAL - ADMISSIBILIDADE - DECISÃO MANTIDA. 1 - A nossa Lei Adjetiva Civil prevê, por disposição expressa hialina, a determinação pelo Juiz, de oficio, da realização de prova para proporcionar a este o convencimento necessário para o desate seguro da pendência judicial sob sua jurisdição, resultando, por via de conseqüência, inassistir aos recorrentes o direito à reforma pretendida. 2 - Recurso conhecido, porém, improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0008.6650-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.07.2004, pg. 11)

Reconvenção

Ementa: CIVIL PROCESSUAL CIVIL - RECONVENÇÃO - RECOLHIMENTO DE CUSTAS - PREPARO - OBRIGATORIEDADE.

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Civil, Comercial e Processo Civil

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1. Embora processada, em princípio, nos próprios autos principais, a reconvenção constitui-se uma ação autônoma, tanto que anotada na distribuição, como previsto no § único do art. 253, do CPC. 2. Dispõe o art. 257, do CPC, que “será cancelada a distribuição do feito que, em 30 (trinta) dias, não for preparada no cartório em que deu entrada”. 3. Por tais razões, fica claro que ao reconvirem, impunham-se aos réus o prévio recolhimento das custas incidentes, in casu; 4. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.0020-7/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 26.08.2004, pg. 20)

Regimento Interno do TJCE Ementa: PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE EXECUÇÃO. AGRAVO DE INSTRUMENTO E APELAÇÃO. PREVENÇÃO. I. A teor do art. 59, § 4º, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a distribuição do recurso torna preventa a competência do Relator para todos os recursos posteriores, tanto na ação como na execução referentes ao mesmo processo. II. A distribuição de agravo de instrumento é fator determinante para a prevenção do Relator quanto à apelação posteriormente oposta, sendo impertinente discutir se caracterizada a conexão por não se cuidar, na espécie, de ações distintas, mas de medidas recursais interpostas no mesmo processo de execução. III. Conflito dirimido, para declarar o Desembargador Francisco Hugo Alencar Furtado competente para processo e julgamento da apelação cível em questão. (TJCE, Tribunal Pleno, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.4719-5/1, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 26.07.2004, pg. 3)

Registros Públicos

•Registro Civil de Nascimento Ementa: Ação de anulação de registro de nascimento. Falsidade ideológica. Inocorrência face a confirmação da paternidade biológica resultante da

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análise do código genético (DNA), além da prova documental existente nos autos. Não provada a falsidade do registro, ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do termo de nascimento, a teor dos arts. 348 do CC de 1916 e 1.604 do CC de 2002. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.9262-0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 31)

•Registro de Imóveis Ementa: REGISTRO DE IMÓVEIS. PEDIDO DE REGISTRO DE ESCRITURA PÚBLICA DE COMPRA E VENDA. BEM ADQUIRIDO EM PORÇÃO MAIOR. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO PRECISA E DETALHADA DA PARTE REMANESCENTE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE. ÓBICE CONSISTENTE, POR SER O REGISTRO INVIÁVEL. PRETENSÃO INDEFERIDA. SENTENÇA. MANTIDA. - Existindo na escritura pública de compra e venda de bem imóvel indicação de que o terreno objeto da avença foi adquirido em maior porção, faz-se mister a elucidação da área remanescente, de maneira que, em não havendo identificação e individualização da referida porção, a rejeição do pedido de registro é medida que se impõe. - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5366-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 09.08.2004, pg. 17)

•Registro de Óbito Ementa: Apelação cível. Registro público. Ação de suprimento de registro de óbito. Dispensável a realização de audiência para oitiva de testemunhas, quando demonstrado o alegado falecimento, mediante as provas documentais carreadas aos autos, nos moldes do art. 109, da Lei n° 6.015/73. Recurso conhecido e não provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7542-9/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 17)

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Reintegração de Posse Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - AUSÊNCIA DOS PRESSUPOSTOS JURÍDICOS AUTORIZATÓRIOS - CARÊNCIA MERECIDA. 1. Sem a alegação e comprovação dos pressupostos ínsitos no art. 927 do Código de Processo Civil, não há como se falar em Ação Possessória, mormente quando na petição inicial se confunde tal instituto com pleito reivindicatório, sem também poder este ser admitido, por ausência do requisito dominial a ele inerente, de forma que a pretensão arrostada na inicial não podia merecer outra sorte senão a que lhe foi emprestada pela sentença recorrida, que se me afigurando justa e adequada, merece permanecer incólume. 2. Apelo conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.6882-4/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 30) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE, PENDENTE AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO. SUSPENSÃO. IMPOSSIBILIDADE. - Não se caracterizam quaisquer das hipóteses do art. 265 do CPC, nem de outro modo prejudica o regular andamento de ação possessória, o fato de ter sido proposta ação revisional do contrato em que se funda o pedido possessório. - Diferença entre situação de dependência e de interdependência. - Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8166-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 3) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - MORA NÃO COMPROVADA - NOTIFICAÇÃO REALIZADA POR NOTÁRIO PÚBLICO LOCALIZADO EM COMARCA FORA DO DOMICÍLIO DO NOTIFICADO - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. I – A comprovação da mora por parte do devedor, constitui elemento indispensável para a propositura da ação de reintegração de posse. II - A notificação manejada por ente cartorário localizado em comarca diversa do domicilio do notificado não se presta à constituição da mora, tendo em vista malferir dispositivo legal (art. 160 da Lei no. 6.015/73). III - Em se tratando de comarcas diferentes para notificante e notificado, deverá haverá uma requisição de um cartório para o outro.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 94

IV - Agravo conhecido e provido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.3273-9/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.07.2004, pg. 27)

Responsabilidade Civil

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. QUANTUM INDENIZATÓRIO. CÔMPUTO DO SEGURO OBRIGATÓRIO, NÃO CORRIGIDO, NO VALOR DA INDENIZAÇÃO. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. - É cabível a dedução do valor de seguro obrigatório, sem a correção monetária, quando do cálculo do quantum indenizatório. - Fixação da pensão em 1/4 do salário da vítima para cada um dos promoventes, com reajustamentos, em face de correção monetária, desde a morte da vítima. - Sentença confirmada. Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9179-3/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 30.09.2004, pg. 24)

Ementa: Direito Civil e Processual Civil. Ação Cautelar Inominada. Pressupostos. Responsabilidade civil. Danos m orais. Inscrição indevida de consumidor nos cadastros de inadimplentes. Denunciação da lide fundada no artigo 3º, inciso II, do C.P.Civil. Obrigatoriedade relativa. I Presentes os requisitos autorizadores de sua concessão, a saber: “periculum in mora” e “fumus boni juris”, deve a medida cautelar ser deferida, de modo a resguardar-se a efetividade do provimento judicial perseguido na ação. II - Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo causado a outrem, na dicção do art. 159, “caput”, do C.Civil de 1916 (art. 186, do Código Civil em vigor - Lei nº 10.406, de 10.01.2002). Responde o fornecedor, portanto, pela inscrição indevida de consumidor nos cadastros de inadimplentes, cujo dano moral respectivo, em tal situação, comprova-se com a simples demonstração da ausência de justa causa para a negativação impugnada judicialmente. III Segundo a orientação jurisprudencial oriunda do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a denunciação da lide fundada no art. 70-III, d o C.P.Civil, não é obrigatória. IV Recursos de apelação conhecidos, mas improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.3498-9/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.09.2004, pg. 19)

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Civil, Comercial e Processo Civil

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 95

Ementa: RESPONSABILIDADE CIVIL. CULPA IN ELIGENDO E IN VIGILANDO. ÔNUS PROBATÓRIO. APLICABILIDADE DO ART.6°, VIII DO C.D.C. DANO MORAL PURO. QUANTUM RAZOÁVEL. INDENIZAÇÃO DEVIDA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. INEXISTÊNCIA. - Presunção juris tantum da culpa in eligendo e in vigilando da pessoa jurídica, por ato ilícito praticado por seu empregado. Súmula 341 do STF. - Inaplicabilidade do art.1547, parágrafo único, do Código Civil de 1916, para arbitramento de indenização por dano moral. - O valor do dano moral queda-se ao prudente e moderado arbítrio do julgador, consideradas as peculiaridades do episódio, bem como as condições pessoais dos litigantes, o grau social, a capacidade econômica e financeira da parte lesante e a indenização deve ser fixada de maneira compatível com a realidade, de sorte a suavizar a dor e o constrangimento suportados pela vítima. - Indenização arbitrada em valor inferior ao requerido, pela autora, na inicial, não caracteriza sucumbência recíproca, uma vez que o quantum indicado na vestibular é meramente estimativo. - Inexistência de sucumbência recíproca acarreta inadmissibilidade do recurso adesivo. Apelação conhecida, mas improvida. Recurso adesivo não conhecido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2818-7/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.08.2004, pg. 6) Ementa: Apelação Cível. Indenização. Danos morais. Débito sub judice. Ameaça de inclusão do nome do consumidor em cadastro de inadimplentes. Ilícito civil. Inexigibilidade de prova da repercussão. Critérios para a condenação. Não há que se exigir a prova do dano moral, mas apenas do fato que ensejou o dano. Configura-se como a ameaça proibida pelo art. 42 do CDC o envio de correspondência ao consumidor, comunicando a inclusão de seu nome em cadastro de inadimplentes, por conta de dívida que se encontra sub judice, ainda mais em descumprimento de ordem judicial. A indenização por dano moral deve ser arbitrada em patamar razoável, cumprindo com as funções sancionadora, educativa e compensatória da reparação, bem como à realidade sócio- econômica das partes. Diminuição do valor da indenização arbitrado em sentença. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0006.0989-2/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 26.08.2004, pg. 21)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 29-112, 2004 96

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - DANOS MORAIS - COLIGAÇÃO PARTIDÁRIA - ILEGITIMIDADE PASSIVA - CONFIGURAÇÃO. 1. As Coligações Partidárias possuem personalidade jurídica própria, nos termos do art. 6°, da Lei n° 9.504/97, e de acordo, ainda, com a Jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral. 2. Ilegitimidade passiva dos representantes da Coligação, portanto, para responderem civilmente por atos desta. 3. Extinção do processo sem julgamento de mérito (CPC, art. 267, VI). Recurso provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.0007-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 26.08.2004, pg. 20) Ementa: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. AJUIZAMENTO INDEVIDO DE AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. DESISTÊNCIA DA AÇÃO COM RELAÇÃO A UM DOS PROMOVIDOS ANTES QUE DETERMINADA SUA CITAÇÃO. I - O dever de ressarcir eventual dano causado a outrem em razão de ato ilícito, na forma do disposto nos artigos 186 e 927, do Código Civil (Lei nº 10.406, de 10.01.2002), vigente, somente se estabelece quando presentes os elementos essenciais da responsabilidade extracontratual, a saber: ação ou omissão do agente, praticada com culpa, dano e, nexo de causalidade entre a conduta culposa e o dano experimentado pela vítima. II – O acesso ao órgão judicial, com os meios e recursos inerentes ao constitucional direito de ação, a priori, não se afigura como ato ilícito, mas, diversamente, como um mero exercício regular de um direito reconhecido, na dicção do art. 187-I, da lei substantiva civil (Lei nº 10.406/2002). III - Sentença desconstituída, com a conseqüente improcedência da ação indenizatória, à míngua da existência de evento danoso. Recursos conhecidos, dando-se provimento ao do segundo apelante e prejudicado o da primeira recorrente. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2004.0002.8626-9/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.09.2004, pg. 11) Ementa: Responsabilidade civil. Ação de indenização por danos materiais e morais intentada contra a vítima de furto que havia comunicado o ocorrido à policia. Inquérito policial arquivado por insuficiência de provas. Ação de indenização julgada improcedente. Inexistência de ilicitude. Aquele que, sem alterar os fatos, solicita providências da autoridade policial para desvendar a autoria de furto, não pratica ato ilícito, e sim, age no exercício

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regular de um direito reconhecido (arts. 160, I, do CC/1916 e 188, I, do CC/2002). Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5026-9/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 26.08.2004, pg. 20) Ementa: RESCISÃO CONTRATUAL DE PLANO DE SAÚDE (GOLDEN CROSS). INEXISTÊNCIA DE CULPA DA CONTRATANTE-BENEFICIÁRIA. PAGAMENTO PONTUAL DE TODAS AS PARCELAS DEVIDAS. ERRO DE COMPENSAÇÃO PELO BANCO BRADESCO S/A QUE DEU CAUSA A SUPOSTA INADIMPLÊNCIA DA AUTORA E CONSEQÜENTE QUEBRA DO VÍNCULO CONTRATUAL. CULPA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. EXCLUSÃO DA REQUERIDA (GOLDEN CROSS) DA RELAÇÃO PROCESSUAL E CONDENAÇÃO DO BANCO BRADESCO S/A AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS FIXADO PELA DECISÃO MONOCRÁTICA EM VALORES JUSTOS. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA. ISENÇÃO DO PAGAMENTO DE CUSTAS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, AINDA QUE CONTRA A AUTOR(A) TENHA HAVIDO CONDENAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DOS ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA, NOS TERMOS DA LEI 1.060/51. DECISÃO IRREPARÁVEL. APELAÇÕES CONHECIDAS E IMPROVIDAS. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7536-9/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 22) Ementa: - CIVIL. BANCÁRIO. DANOS MORAIS. - O cancelamento abrupto de limite de crédito do contrato de cheque especial sem a correspondente comunicação prévia do corrente pela Instituição Financeira máxime com conseqüente devolução de cheque e sua negativação junto a cadastro restritivo, como SERASA, SPC, etc., constitui abalo no crédito e na imagem do correntista, possível de reparação de danos morais, que deve ser criteriosamente arbitrado pelo magistrado. - Apelos conhecidos e não providos, mantendo-se inalterada a R. Sentença, de fls. 84/109. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0007.8766-9/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 24)

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Ementa: DIREITO CIVIL E CONSTITUCIONAL. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. RESPONSABILIDADE CIVIL. PROTESTO INDEVIDO DE TÍTULO. DANO MORAL. DEVER DE REPARAÇÃO. APELAÇÃO CÍVEL. I. Não estando obrigado o Juiz a decidir a questão de acordo com o pleiteado pelas partes, e sim de conformidade com o seu livre convencimento, deve utilizar-se das provas, fatos e circunstâncias constantes dos autos, da jurisprudência e aspectos pertinentes ao tema e à legislação que entender aplicável ao caso; II. O valor da indenização do dano moral cinge-se ao prudente e moderado arbítrio do julgador que, sopesando as peculiaridades do caso, bem como as condições pessoais, a capacidade econômica e financeira dos litigantes, deve fixá-la de forma a compatibilizar-se com a realidade, apta a suavizar a dor e o constrangimento suportados pela vítima e, também, obstar o indevido enriquecimento; III. Comprovada a existência de prejuízos de ordem moral causados por culpa exclusiva da promovida, exsurge o dever de indenizar. Hipótese dos autos. IV. Recursos conhecidos, mas improvidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3251-3/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 09.08.2004, pg. 17)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS INCONSISTÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO MANTIDA. 1. Não há como prosperar pretensões preliminares, sobretudo as de inépcia da inicial, por inocorrência na espécie vertente. 2. A decisão apelada apreciou bem todos os meandros em derredor da discussão da causa, emprestando a esta julgamento justo e adequado , de forma a imerecer a reforma pretendida, máxime diante de argumentação desnuda de fomento jurídico. 3. Recurso conhecido, porém improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3991-5/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 17) Ementa: DANO MORAL. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO DEVEDOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES APÓS O PAGAMENTO DA PRESTAÇÃO. QUITAÇÃO COM ATRASO. OBRIGAÇÃO DE BAIXA QUE CABE AO CREDOR. CONDUTA DESIDIOSA. DANOS CONFIGURADOS. INEXIGIBILIDADE DE PROVAS. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. AGRAVO RETIDO IMPROVIDO.

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- Devidamente demonstrada a existência do ato ilícito, do qual resultou abalo ao suplicante, descabida é a exigência de prova do dano moral, porque este se passa no íntimo psicológico do sujeito. - A inscrição indevida do nome do pretenso devedor no SPC e SERASA gera abalo a seu crédito, configurando dano moral, ainda mais, quando o pagamento das prestações em atraso já havia sido efetivado. - Quantum da indenização fixado na sentença consentâneo com a realidade os fatos traduzidos no feito, proporcionando à vítima uma compensação pelos transtornos e abalo à integridade moral. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0149.8856-0/1, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.07.2004, pg. 12)

Ementa: Ação de indenização por danos materiais e morais. Adesão de empregado a Plano de Demissão Voluntária. Quebra do compromisso assumido pelo banco no sentido de prestar assistência médica a ex-empregado e sua família pelo prazo de dois anos. Caracterizado o prejuízo decorrente da inobservância do ajuste, fica a entidade financeira obrigada a reparar o dano. Precedente desta Corte. Recurso conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8071-2/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 15)

Ementa: - Existindo nexo de causalidade entre o fato ocorrido e o dano moral sofrido, é necessária a imposição da indenização, a ser arbitrado pelo Magistrado em “quantum” nem irrisório nem em valor exorbitante. - Dano moral afastado por inexistência de evidências de dolos psíquicos. Dano material, contudo, presente na obrigação do condomínio de zelar pela vigilância interna do Edifício, de onde foram roubados os objetos do carro da vítima, que deve ser indenizada pelo dano material sofrido. - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4287-9/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 07.07.2004, pg. 29) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE REPARAÇÃO DE DANOS - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO - APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA: I - Existe possibilidade jurídica do pedido quando se observa que os fatos narrados na exordial, caso demonstrados, conduzirão ao direito pleiteado

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pela parte e previsto em nosso ordenamento jurídico, estando referida condição umbilicalmente ligada à máxima da inadmissibilidade das demandas inviáveis. II - Nas hipóteses em que uma cadeia de circunstâncias concorrem para o evento danoso (causalidade múltipla), o nexo de causalidade é verificado em face da condição determinante para a ocorrência do resultado, ainda que outras tenham se interposto em momento antecedente ou posterior. III - As condutas dos Recorridos restringiram-se à composição, interpretação e comercialização da música em tablado, cuja letra aponta que a escolha do número 2345678 deu-se de forma aleatória, por se tratar de numeração seqüencial e genérica, não se referindo à linha telefônica de qualquer pessoa, quer seja daquelas citadas, de forma fictícia, na canção, quer seja do Apelante. IV - Resta evidente que a atitude dos Recorridos, por si só, não constituiu causa eficiente para a eclosão do evento danoso, acarretado, na verdade, pela ação de terceiros, não individualizados na presente “actio” V - Uma vez que o ordenamento jurídico pátrio não alberga, sequer em tese, o pleito pretendido pela Impetrante, impõe-se sua extinção, sem exame do mérito, conforme preceitua o art. 267, inciso VI, do Código de Processo Civil. VI - Apelação conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3051-0/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.07.2004, pg. 28) Ementa: REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. DENUNCIAÇÃO A LIDE DA SEGURADORA. CONDENAÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. DIES A QUO - IMPOSSIBILIDADE – DATA DO SINISTRO. REFORMATIO IN PEJUS CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA. DATA DA NOTIFICAÇÃO SOBRE A NEGATIVA DE INDENIZAÇÃO. Embora milite razão em favor da tese segundo a qual o termo de início da incidência da correção monetária em contratos securitários deve coincidir com a data da efetiva ocorrência do fato gerador da indenização, de par com tendência mais forte dos tribunais pátrios, inclusive o STJ, em face da impossibilidade de modificação da sentença para pior, em observância ao princípio da reformatio in pejus mantém-se intocada a sentença. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6725-1/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 40)

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Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. BLOQUEIO INDEVIDO DE CARTÃO DE CRÉDITO. OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR CARACTERIZADA. FIXAÇÃO. CITAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. (1) Levando-se em consideração o princípio da instrumentalidade do processo e a teoria da aparência, considera-se que a citação efetivada por intermédio da gerente da filial do banco onde foi concedido o cartão de crédito, que recebeu a citação e não afirmou não ter poderes para fazê-lo é plenamente válida (CPC, art. 215). (2) Constatando-se o nexo de causalidade entre o constrangimento sofrido pela autora e a conduta indevida do réu, configura-se a responsabilidade civil e a conseqüente obrigação de indenizar. Era ônus da ré a comprovação dos fatos desconstituitivos do direito da autora, consoante o disposto artigo 333, II, do CPC Na fixação do valor da indenização por dano moral, deve-se obedecer ao critério da razoabilidade. Há que se levar em conta, também, a situação sócio-econômica das partes envolvidas, não devendo ser tão elevado que promova o enriquecimento sem causa do ofendido, nem tão ínfimo que nade signifique para o ofensor. Relevante, ainda, o efeito pedagógico da medida. (4) Redução do quantum indenizatório, de R$ 50.000,00 para R$ 10.000,00, mais consentâneo com o grau da ofensa. Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0159.8484-3/1, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 40)

Revelia Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PROCEDIMENTO ORDINÁRIO DE COBRANÇA. REVELIA. EFEITOS. I - A presunção de veracidade dos fatos denunciados pelo autor, a que se refere o artigo 319, do CPCivil, é relativa, e não absoluta, de sorte que, o dispositivo em alusão deve ser interpretado em conformidade com a sistemática processual vigente, sobretudo com o princípio do livre convencimento do juiz, consagrado no art. 131, do mesmo Estatuto adjetivo civil. II - Improcedência do pedido formulado na ação ordinária de cobrança, à míngua de comprovação do fato constitutivo do direito alegado em juízo. III - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0143.3707-0/1, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.09.2004, pg. 9)

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Seguro Ementa: Contratos de seguro. Contribuições destinadas a pecúlio por morte e invalidez (riscos futuros). Ação ordinária visando a restituição das parcelas pagas pela segurada. Se a iniciativa do cancelamento dos pactos partiu da própria segurada, socolor de não encontrar-se a entidade de previdência privada bem de finanças, tal desistência não autoriza o ressarcimento das mensalidades quitadas, posto serem estas as contraprestações dos segurados para constituir um fundo garantidor do pagamento dos sinistros. Art. 1.432 do Código Civil de 1916. Recurso improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0011.4818-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 27.09.2004, pg. 22)

Separação Judicial e Divórcio Ementa: Processo Civil. Inscrição em entidade assistencial de saúde privada. Sendo o órgão assistencial em questão entidade fechada, somente o associado pode indicar seus dependentes. No caso de dissolução do vínculo matrimonial o ex-cônjuge somente pode ser mantido como dependente mediante acordo judicial homologado ou sentença condenatória. No caso concreto, não se dá nenhuma das hipóteses mencionadas. A manutenção da apelada como dependente do ex-marido na citada entidade assistencial não foi contemplada no acordo de alimentos, nem na sentença que decretou o divórcio do casal litigante. Por outro lado ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF, 5º, II) e inexiste dispositivo legal que obrigue o cônjuge divorciado a manter a ex-mulher como sua dependente em entidade assistencial. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6245-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 23) Ementa: Ação de separação judicial litigiosa c/c pedido de alimentos. Sentença que reconheceu ser o marido responsável pela separação. Mulher não qualificada para o trabalho, já com quase quarenta e três anos de idade e saúde abalada, não pode ficar à mercê de oportunidade para exercer emprego que lhe fraga condições de produzir o suficiente para sobreviver. Cabe, pois, ao cônjuge culpado prestar ao outro, que dela necessitar, a

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pensão que o juiz fixar. Aplicação, ao caso, do disposto no art. 19 da Lei n° 6.515 , de 26 de dezembro de 1977. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4159-6/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 12.08.2004, pg. 13) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL - PENSÃO ALIMENTAR ARBITRADA COM CRITÉRIO JUSTO PARTILHA DE BEM PARTICULAR NO REGIME DE SEPARAÇÃO PARCIAL - IMPOSSIBILIDADE - DECISÃO REFORMADA, EM PARTE. 1. Fixação de pensão alimentar, com critério justo e coerente com a realidade dos autos há que persistir. 2. No regime da comunhão parcial, restando comprovado que o único bem do casal fora adquirido com o produto da alienação de bem particular do marido, não há como ser o mesmo partilhado na separação judicial do casal. 3. Apelo conhecido e parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.1686-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 15) Ementa : Direito Civil e Processual Civil. Divórcio direto. Partilha dos bens. I- Casal separado de fato há mais de 2 anos. Desnecessária a discussão sobre as causas da separação, sendo suficiente o decurso do prazo previsto no art. 226, §6°, da Constituição Federal, para se decretar o divórcio dos litigantes. II- Cessada a vida em comum, o bem adquirido por cada um a ele pertence, já que não há mais participação do outro. III- Precedentes do STJ. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2917-2/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 16)

Teoria Geral dos Contratos Ementa: CONTRATO DE LEASING – MOEDA ESTRANGEIRA - VARIAÇÃO DA TAXA CAMBIAL - REVISIONAL - CAUSA DETERMINANTE – FATO SUPERVENIENTE - APLICAÇÃO DO CDC - PACTA SUNT SERVANDA - CLÁUSULA REBUS SIC STANTIBUS (1) “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final” (CDC, art. 2°). O promovente,

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pessoa física, arrendou bem objeto do litígio para seu uso. Assim, deve ser amparado pelas normas do diploma legal mencionado. (2) Consoante se depreende do art. 6°, inc. V, do CDC, dentre os direitos básicos do consumidor inclui-se “a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas”. A crise cambial, ocorrida no início de 1.999, que culminou na maxidesvalorização do real, há de ser considerada fato superveniente que onerou, excessivamente a prestação assumida pelo arrendatário, ora apelado, devendo, assim, ser revista. (3) O princípio pacta sunt servanda continua em vigor, devendo em sua homenagem ser respeitada a intangibibilidade e irretrabilidade dos contratos. Em contrapartida, vela pelo equilíbrio contratual a regra inserta na cláusula rebus sic stantibus. Esta mitiga os efeitos da primeira, atuando no sentido de impedir que modificações ocorridas posteriormente à contratação desequilibrem a avença, onerando demasiadamente uma das partes em benefício da outra. É com esse espírito que deve ser interpretado o preceito inserto no inciso V, do art. 6º, do CDC. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0001.0530-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.08.2004, pg. 40) Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - AUSÊNCIA DE PROVAS, PELA RECORRIDA, DO RECEBIMENTO DA DENÚNCIA CONTRATUAL, PELA CONTRAPARTE NO DIA ALEGADO - ADMISSÃO, NO ENTANTO, PELA RECORRENTE, DE QUE A COMUNICAÇÃO DE DENÚNCIA LHE FOI ENTREGUE COM O MÊS EM ANDAMENTO - IMPOSSIBILIDADE DO PROTESTO DA NOTA COM O VALOR INTEGRAL EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO PELA PROCEDÊNCIA DA AÇÃO ORDINÁRIA DE CONHECIMENTO - INADMISSIBILIDADE. I - O caso em apreciação trata de hipótese de resilição contratual, manifestada pela vontade unilateral de uma das partes contratantes. II - Cumpre ressaltar, no entanto, que não havendo, no pacto firmado entre as partes qualquer previsão de prazo mínimo entre a denúncia e a efetiva extinção do contrato, deve presumir que o referido ato denunciatório poderia ser feito a qualquer momento, acarretando a imediata extinção do sinalagmático. III - Ademais ressalte-se que embora a parte demandante; ora apelada, não tenha logrado, como lhe cumpria fazer prova de que o termo de denúncia contratual colacionado à fl. 12, teria sido recebido pela contraparte no dia 25 de abril de 1997, da leitura do depoimento prestado pelo representante da sociedade demandada, ora apelante (77/79), observa-se que o preposto da pessoa jurídica recorrente admitiu haver sido comunicado da denúncia

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em meados do mês de maio de 1997. Portanto, não há motivo para a emissão e muito menos para o protesto da nota fiscal com o valor integral (R$ 1.319,90 - fl. 16), como se o serviço houvesse sido prestado durante todo o mês de maio de 1.997. IV- Quanto à extinção do processo executado pela procedência da ação de cancelamento de protesto c/c rescisão contratual deve-se observar que o princípio da demanda, que está intimamente entrelaçado com o princípio da congruência, exige rigorosa correspondência entre o pedido e a Sentença, sob pena de vícios de ilegalidade do ato decisório (CPC art. 128. 459, 460, 1ª parte), com julgamento ultra ou extra petita. V - Frise-se, por fim, que a procedência de ação anulatória e desconstitutiva não é de maneira alguma, causa ensejadora da extinção do processo executório, que busca apenas a efetivação do que já esta acertado, mas insatisfeito, e que tem por base um título cuja liquidez, certeza e exigibilidade são presumidas. VI- Necessário se faz, portanto, extirpar o excesso de sentença ultra petita, reformando-a no tocante a inadmissível extinção do processo executório, pela procedência da ação de cancelamento de processo c/c rescisão do contrato. Apelação cível conhecida e parcialmente provida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0186-6/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.07.2004, pg. 12) Ementa: Agravo de instrumento. Mútuo bancário. Pacto escrito de amortização mensal em conta-corrente do tomador. Anuência expressa deste. Cláusula que não se reputa de abusiva, seja por não ofender o princípio da autonomia da vontade, que norteia a liberdade de contratar, seja por não atingir o equilíbrio contratual ou a boa-fé dos contratantes. Retenção de salário na espécie. Inocorrência. Cautelar Inominada. Liminar. Indicação necessária e precisa de seus pressupostos. Obrigatoriedade. Sem a indicação precisa do fumus boni juris e do periculum in mora a que está obrigado o órgão jurisdicional, não há de ter lugar a concessão de liminar. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0006.3557-7/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.07.2004, pg. 14)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CAUTELAR. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ENSEJADORES DA CONCESSÃO. CONTRATO BANCÁRIO. COMPLEIÇÃO DOS ELEMENTOS ESSENCIAIS DO NEGÓCIO JURÍDICO TAIS QUAIS: AGENTE CAPAZ, OBJETO LÍCITO E FORMA PRESCRITA OU NÃO PROIBIDA PELA LEI.

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1- In casu, não se trata de penhora de vencimentos, mas de desconto efetuado com o consentimento do devedor, em seu salário, exteriorizado através de ato sinalagmático, validamente pactuado pelos litigantes. 2- Não cabe ao judiciário intervir na substância do contrato, alterando suas cláusulas, o valor da dívida e a forma de pagamento através de decisão interlocutória, tendo em vista que o Código Civil preconiza que as cláusulas embutidas nos pactos prevalecem até que sejam modificadas por sentença. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0007.4158-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 4)

Títulos da Dívida Pública Ementa: DECLARATÓRIA CONSTITUTIVA C/C DAÇÃO EM PAGAMENTO E REVISIONAL DE CONTRATO – TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA - VALIDADE E LIQUIDEZ CONTROVERTIDA - POSSIBILIDADE DE RECUSA – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, ART. 20, § 4° DO CPC. I - A falta de cotação em bolsa dos títulos da dívida pública implica possibilidade de recusa do credor, o qual não está obrigado a ter como garantia documento de validade e liquidez dúbia, e, ainda assim, não se estará descumprindo qualquer dispositivo legal, nem mesmo o do art. 655, inc. III, do CPC ou o do art. 11, inc. II da Lei 6.830/80 (Lei de Execuções Fiscais). II - No que concerne aos honorários advocatícios e tendo em vista tratar-se de causa em que não há condenação, tenho que a verba honorária deve estar pautada no § 4º do art. 20 do CPC. III - Apelo conhecido e parcialmente provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1793-4/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.09.2004, pg. 9)

Títulos de Crédito

•Aval Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. TÍTULO DE CRÉDITO. DEVEDOR PRINCIPAL. AVALISTAS. OBRIGAÇÕES AUTÔNOMAS E DIVERSAS.

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Civil, Comercial e Processo Civil

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I - Avalista e avalizado possuem obrigações autônoma s e diversas, sendo cada um responsável pelo pagamento do débito, restando, tão-somente, o direito de regresso do avalista contra o devedor principal pela totalidade do débito. II - Irrelevante, portanto, a validade da citação dos outros executados quando o avalista foi devidamente citado da execução e regularmente intimado da penhora do bem. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.2144-1/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 3)

•Duplicata Ementa: EXECUÇÃO. DUPLICATA PROTESTADA POR FALTA DE ACEITE E PAGAMENTO ACOMPANHADA DO COMPROVANTE HÁBIL DE ENTREGA E RECEBIMENTO DAS MERCADORIAS. TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL, PORQUANTO SATISFAZ OS REQUISITOS ENUMERADOS NO ART. 15, INCISO II, DA LEI 5.474/68. EMBARGOS DO DEVEDOR IMPROCEDENTES. I - A duplicata protestada por falta de aceite e pagamento acompanhada do comprovante hábil da entrega e do recebimento da mercadoria constitui-se em título executivo extrajudicial apto a sustentar o processo executório. II - Embargos do devedor interpostos com o fim de desconstituir execução fundada em duplicata emitida com observância dos requisitos impostos pela lei 5.474/68, artigo 15, inciso II, devem ser julgados improcedentes. APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6326-4/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 30.09.2004, pg. 24)

•Princípios Ementa: PROCESSUAL CIVIL. COMERCIAL. TÍTULO DE CRÉDITO. EMBARGOS À EXECUÇÃO. PAGAMENTO NÃO COMPROVADO. São inderrogáveis os princípios da abstração e da autonomia nos Títulos de Crédito. Inexiste, portanto, qualquer vinculação com o negócio adjacente. A dívida deve ser validamente quitada nos termos do art. 320, do CC 2002. Assim, inexistindo prova nos autos do efetivo pagamento da nota

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promissória devida, seu titular tem o direito de recebê-la nos termos da R. Sentença, de fls. 19/23, que se confirma. Apelação conhecida e não provida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.1674-6/1, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 16.09.2004, pg. 18)

Título Executivo Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - INEXISTÊNCIA DE TÍTULO LÍQUIDO E CERTO - EMBARGOS DO DEVEDOR – PROCEDÊNCIA - PRECEDENTES DO STJ. (1) O contrato de abertura de crédito em conta corrente, conquanto lastreado por extrato bancário, ainda assim não constitui título executivo hábil a embasar a execução, por ser ilíquido. Circunstância que não pode ser elidida pelos demonstrativos de débito apresentados pelo credor, documentos por ele elaborados, unilateralmente, bem por isso não se prestando como meio de prova contra o devedor. (2) A ação executiva tem como condição primordial a existência de título de crédito judicial ou extrajudicial (CPC, 583). Inexistente o título referenciado, o pedido é impossível e o autor carecedor de ação, devendo o processo ser extinto sem julgamento de mérito (CPC, 267, VI). (3) “O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos nºs IV, V e VI; (omissis). Di-lo o § 3° do citado artigo. (4) Sentença anulada. Processo extinto, sem julgamento de mérito. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.2306-3/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 12.08.2004, pg. 12) Ementa: EXECUÇÃO. DUPLICATA ACEITA. ASSINATURA DO DEVEDOR NO CAMPO ESPECÍFICO. TITULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL, EX VI DO ART. 15, INCISO, I, DA LEI 5.474/68. ALEGATIVA DE ILEGITIMIDADE DA PESSOA QUE ASSINOU A DUPLICATA. ÔNUS DA PROVA QUE CABE AO EMBARGANTE. EMBARGOS DO DEVEDOR IMPROCEDENTES. I - A duplicata devidamente aceita pelo executado constitui título executivo extrajudicial apto a sustentar o processo executório, sem que haja necessidade de realização do protesto, ex vi do art 15, inciso I, da Lei 5.474/68.

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Civil, Comercial e Processo Civil

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II - O ônus da prova de comprovação de ilegitimidade da pessoa que assinou a duplicata cabe ao embargante, mormente se não foram apresentados indícios que comprovassem a veracidade das suas alegações. III - Embargos do devedor interpostos com o fim de obstar o pagamento de duplicata devidamente aceita devem ser julgados improcedentes. APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3448-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.08.2004, pg. 14) Ementa: O contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo extrajudicial (Súmula 233 do Superior Tribunal de Justiça). Recurso a que se nega provimento.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1781-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 15) Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Execução por quantia certa contra devedor solvente. Contrato de prestação de serviços educacionais. Requisitos. De acordo com a jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o contrato de prestação de serviços educacionais somente é válido como título de crédito extrajudicial, de modo a deflagrar o processo executivo, se o credor desvencilhar-se do ônus que lhe impõe o art. 615, IV, do CPCivil, quanto à comprovação inequívoca de que adimpliu a sua contraprestação. Do contrário, a via executiva afigura-se inadequada, à míngua do requisito da certeza do quantum debeatur. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0771-8/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 21.09.2004, pg. 11) Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. TÍTULO JUDICIAL. LIMITES. SENTENÇA. COISA JULGADA. A execução fundada em título judicial desenvolve-se nos limites estipulados pela sentença. Os embargos à execução de título judicial se restringem às hipóteses previstas no art. 741 do CPC. Havendo coisa julgada é inviável a rediscussão acerca do mérito do mandado de segurança. Recurso não provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.6559-2/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 26.08.2004, pg. 20)

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Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE - IMPOSSIBILIDADE PARA SUSTENTAR UM PROCESSO DE EXECUÇÃO. - Os contratos de abertura de crédito em conta corrente carecem de liquidez, certeza e exigibilidade para embasar um processo de execução, como no caso dos presentes autos. - A nota promissória vinculada ao contrato de abertura de crédito não goza de autonomia, face à ausência de liquidez do título, o que obsta o prosseguimento da execução em relação aos avalistas da mesma. Precedentes do STJ. - Apelo improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4936-9/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.07.2004, pg. 11)

União Estável Ementa: AÇÃO DECLARATÓRIA - UNIÃO ESTÁVEL - AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PREVISTOS NO ART. 1° DA LEI N° 9.278/96 - CONVIVÊNCIA “MORE UXORIA”. INOCORRÊNCIA. É reconhecida como entidade familiar a convivência duradoura, pública e contínua, entre um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família (Lei n° 9.278/96, art. 1°). No caso dos autos, não restou provado, extreme de dúvida, com os requisitos exigidos pela lei de regência, a cogitada união estável. Ao contrário, ficou demonstrado que o autor, além da convivência marital mantida com a autora do Espólio réu, guardava, ainda, relacionamento simultâneo com mais duas mulheres, inclusive com existência de prole. Donde, temerário seria declarar-se tal união como estável, posto faltar-lhe o pressuposto de objetivar constituição de família. Não declarado o proclamado status, desaparece razão jurídica para partilha de bens, mormente quando o promovente não trouxe aos autos qualquer prova de ter contribuído para mantença da falecida ou, ainda, para a aquisição do patrimônio que pretende dividir (Lei n° 9.278/96, art. 5°). Sentença confirmada. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.7552-2/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 23) Ementa: AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. INEXISTÊNCIA DE CONVIVÊNCIA MARITAL “MORE UXÓRIO”. UNIÃO ESTÁVEL INCOMPROVADA. Para o reconhecimento

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Civil, Comercial e Processo Civil

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da união estável faz-se indispensável, extreme de dúvida, a comprovação da vida em comum, revestida de estabilidade, com intuito de permanência e visíveis sinais caracterizadores de entidade familiar. A inexistência de prova de seu relacionamento marital notório e prolongado, não induz à comprovação da união estável que se busca declarar. Inteligência do art. 226, § 3º, da CF/88, c/c o art. 1º, da Lei 9.278/96. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.6695-1/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 21.09.2004, pg. 11) Ementa: Sociedade de fato. Partilha de bens. Não constitui união estável, com caráter de entidade familiar, nos termos do art. 226, § 3º, da Constituição Federal, a convivência prolongada de um homem com uma mulher, se um deles é casado, embora separado de fato, a impedir a conversão desse concubinato impuro em casamento. Assim ocorrendo, em caso de separação do casal, para que haja partilha de bens, é indispensável provar a formação de patrimônio adquirido pelo esforço comum. Súmula 380 do Supremo Tribunal Federal. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4067-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.07.2004, pg. 17)

Usucapião

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. REQUISITOS ESSENCIAIS. I. A ausência de comprovação dos pressupostos a que se refere o artigo 550, do Código Civil de 1916, aplicável à hipótese em vertência, impede o reconhecimento judicial do domínio do bem imóvel objeto da ação de usucapião. II. Para o deferimento do pedido de usucapião extraordinário, faz-se necessário a demonstração, extreme de dúvidas, de posse mansa e pacífica, pelo prazo mínimo de vinte (20) anos, acompanhada do animus domini, relativamente ao bem imóvel cujo reconhecimento da propriedade almeja o usucapiente. III. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.98496/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.08.2004, pg. 24)

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Ementa: Direito Civil. Usucapião Extraordinário. Reintegração de Posse. Conexão. Melhor direito da prescribente comprovado nos autos e em consonância com a decisão desta Corte de Justiça que também reconheceu a sua posse na ação de embargos de terceiros conexos à ação de usucapião. Elementos configuradores do Usucapião Extraordinário. Sentença mantida por seus jurídicos fundamentos. I - Preliminar de cerceamento de defesa afastada neste Tribunal uma vez que o processo já se encontrava maduro para julgamento. II - Comprovada a posse do imóvel, com ânimo de proprietário, por mais de vinte anos, de forma ininterrupta, pública, justa e inconteste, é de se reconhecer o usucapião extraordinário. III - Dúvidas levantadas pelos contestantes relativas à localização do imóvel litigioso foram dirimidas no trâmite processual, demonstrando-se o direito da autora da ação de usucapião. IV - Dá-se o usucapião ao possuidor quando exterioriza o ânimo de dono, entendendo-se este como a postura de quem se considera, de fato, proprietário da coisa. V - Apelo desprovido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1464-5, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 02.07.2004, pg. 11)

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

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CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ação Popular Ementa: CIVIL - PROCESSO CIVIL - AÇÃO POPULAR - PRESSUPOSTOS - AUSÊNCIA - IMPROCEDÊNCIA – REMESSA OBRIGATÓRIA -LEI N° 4.717/65, ART. 19. (1) Para o ajuizamento da ação popular, é indispensável a manifestação de necessidade concreta que torne a realização do processo um instrumento para a salvaguarda do patrimônio público (ou quaisquer bens tutelados no art. 5°, Inc. LXXXIII, da CF), lesado ou ameaçado de lesão. (2) Destina-se a ação popular, in casu, entre outras finalidades, à anulação ou à declaração de nulidade dos atos lesivos ao patrimônio público, considerando-se viciados tais atos quando, dentre outras hipóteses, restou caracterizada a ilegalidade do objeto e o desvio de finalidade (Lei 4.717/65, arts. 1° e 2°). (3) A ação popular como meio pelo qual o cidadão defende os interesses da coletividade, de toda a comunidade, e não interesses próprios, como no caso ocorre. (4) Sentença confirmada. Remessa conhecida e improvida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6619-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 15)

Ampla Defesa e Contraditório Ementa: - CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (Art. 5°, LV, CF/88). SOBRE DOCUMENTOS NOVOS, APRESENTADOS POR UMA PARTE E INDISPENSÁVEL A OUVIDA DA OUTRA PARTE. - É nula a sentença que se fundamenta exatamente em documento apresentado pelo autor, sem que o réu tenha sido ouvido. - Recurso conhecido e integralmente provido, com a cassação da sentença de fls. 338/340, nula de pleno direito. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.0281-4/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 24)

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Ato Administrativo Ementa: NÃO CABE AO JUDICIÁRIO ESMIUÇAR O PORQUÊ DO ATO ADMINISTRATIVO DISCRICIONÁRIO, SOBREMODO QUANDO NÃO SE DESVENDA, PRIMA FACIE, COMETIMENTO DE ILEGALIDADE OU DE ABUSO NA SUA EXPEDIÇÃO. NESSA HIPÓTESE, RECONHECE-SE, O ADMINISTRADOR É O LEGÍTIMO E ÚNICO ÁRBITRO DA CONVENIÊNCIA E DA OPORTUNIDADE DO ATO, CONFORME OS VALORES DA ADMINISTRAÇÃO, NÃO PODENDO, NEM DEVENDO, A JUSTIÇA USURPAR-LHE A PRERROGATIVA, SOB PENA DE EXTRAPOLAR O PODER JURISDICIONAL. - INDEMONSTRADO O DIREITO LÍQUIDO E CERTO, DENEGA-SE A TUTELA MANDAMENTAL. - NEMINE DISCREPANTE. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.9773-9/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.08.2004, pg. 10)

Competência Originária Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO DE PROMOÇÕES DE MILITARES DA PM-CE. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. VARA FAZENDÁRIA. I - O rol de autoridades constante no art. 108, VII, b, da Constituição Estadual não admite uma interpretação exegética que confira competência originária desta corte para julgamento de Mandado de Segurança contra ato do Sr. Presidente da Comissão de Promoções de Militares da PM. II - Competência originária de uma das Varas da Fazenda Pública. III - Mandado de segurança não conhecido. Distribuição dos autos a um dos Juízos fazendários. IV - Decisão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.3162-6/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 07.07.2004, pg. 9) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - DIREITO A PROMOÇÃO À GRADUAÇÃO DE SUBTENENTE PM - PRELIMINAR SUSCITADA PELA DOUTA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL - JULGAMENTO PELO TRIBUNAL

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

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PLENO - ILEGITIMIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART. 34,II, C DA LEI DE ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO. I - Em não havendo, no art. 34, II, c da Lei de Organização Judiciária do Estado, qualquer referência à autoridade impetrada, qual seja, o Sr. Presidente da Comissão de Promoções Militares da polícia Militar do Ceará, não há outro caminho que não o de reconhecer a ilegitimidade deste Tribunal Pleno para o julgamento da presente ação mandamental. II - Remessa imediata do processo ao juízo de origem, para os devidos fins. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.3189-8/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 07.07.2004, pg. 9)

Concurso Público Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO - TRAINEE - EXIGÊNCIA DE APRESENTAÇÃO DO DIPLOMA DE GRADUAÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO EM UMA DAS ETAPAS - IMPOSSIBILIDADE - MALFERIMENTO AO ART. 37, I, DA CF/88 - FUMUS BONI JURIS CONFIGURADO - REALIZAÇÃO DO CERTAME - PERICULUM IN MORA PRESENTE - DECISÃO MANTIDA RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. I - Aplicável o Princípio Constitucional da Livre Acessibilidade aos Cargos, Empregos e Funções, na Administração Pública direta e indireta, pela via do Concurso Público, de modo que a exigência do diploma de graduação para a participação em uma das etapas do concurso implica manifesta afronta ao indigitado preceptivo da CF/88. Relevância da Fundamentação. Precedentes do STF e do STJ. II - Caso o agravado não consiga obter seu diploma de graduação em tempo hábil, não poderá ser contratado, requisito editalício que deve ser aplicado somente quando da assunção do emprego e não quando da participação em uma das etapas do Concurso. Inexistência de perigo da demora inverso. III. A não concessão da liminar requerida resultaria na ineficácia da demanda, haja vista que, com a realização do certame do qual pleiteava o agravado participar, restaria fadada ao insucesso qualquer tentativa de prosseguimento do feito, ante a ausência de interesse processual superveniente. Perigo da demora configurado. IV - Reunidos os requisitos para a concessão da liminar, andou bem o magistrado a quo ao deferir inaudita altera pars o urgente pedido do agravado. Decisão liminar mantida. Agravo conhecido, mas improvido.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 116

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0003.3686-3/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 13) Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO MANDADO DE SEGURANÇA - INSCRIÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO – EXIGÊNCIAS INCONSTITUCIONAIS. Os documentos e exigências necessárias ao preenchimento de cargos públicos devem ser apresentados após a aprovação em concurso público. Deferimento de medida liminar. Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.9015-5/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 22.09.2004, pg. 17)

Controle de Constitucionalidade Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO SESSÃO DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ CONVOCADA PARA DECIDIR SOBRE A PERDA DE MANDATO DE DEPUTADO ACUSADO DE QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR - AUSÊNCIA DE PRÉVIA DELIBERAÇÃO DA MAIORIA ABSOLUTA DOS DEPUTADOS, NESSE SENTIDO NULIDADE - AS SESSÕES DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO CEARÁ, EM REGRA, SÃO PÚBLICAS, SALVO DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL EM CONTRÁRIO - A EXCEÇÃO ESTÁ PREVISTA NO PARÁGRAFO ÚNICO, DO ARTIGO 48, DA CARTA CONSTITUCIONAL DO ESTADO, POR FORÇA DA QUAL A SESSÃO SOMENTE PODERÁ SER SECRETA SE, NESSE SENTIDO, DELIBERAR A MAIORIA ABSOLUTA DOS SEUS MEMBROS - O REGIMENTO INTERNO DA CASA LEGISLATIVA É UM DOCUMENTO NORMATIVO VINCULADO À CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, PODENDO, PORTANTO, SER OBJETO DE JUÍZO DE CONSTITUCIONALIDADE. DECLARA-SE, ASSIM, INCIDENTALMENTE, A INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º, DO ARTIGO 138, DO REGIMENTO INTERNO DA ASSEMBLÉIA DO ESTADO DO CEARÁ - SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0009.1298-6/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.09.2004, pg. 11) Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL PENAL. RECLAMAÇÃO. CRIME DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. PORTE ILEGAL DE

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ARMA. LEI Nº 9.437/97. LEI FEDERAL Nº 10.259/2001. PROVIMENTO 042/2002, DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS CÍVEIS E CRIMINAIS. AÇÃO PENAL TRAMITANDO NA 17ª VARA CRIMINAL DA JUSTIÇA COMUM. ARGÜIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL PELO REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO, DO ARTIGO 2º, DO REFERIDO ATO NORMATIVO ESTADUAL. COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL PLENO PARA CONHECER DO INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE, PELA RESERVA CONSTITUCIONAL DE PLENÁRIO. Competência do órgão fracionário da Segunda Câmara Criminal apenas para a admissibilidade do incidente de inconstitucionalidade suscitado, declarando a inconstitucionalidade do dispositivo, suspendendo o julgamento da Reclamação e remetendo os autos ao egrégio Tribunal Pleno, para exame da questão posta. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Reclamação Criminal n˚ 2002.0005.0073-6/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 20.08.2004, pg. 29) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA – ADMINISTRATIVO - EGRESSO DAS FORÇAS ARMADAS - INCLUSÃO NA POLÍCIA MILITAR SEM PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO § 2º, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL- ATO INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR- PRELIMINAR SUSCITADA PELA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA “B” DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. I - Cumpre verificar que, relativamente à matéria dos presentes autos, por via de exceção ou incidentalmente, o pronunciamento do Poder Judiciário sobre a inconstitucionalidade não caracteriza manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre questão prévia, indispensável ao julgamento de mérito. II - Os Tribunais de Justiça, exercendo o controle difuso de constitucionalidade, de forma incidental, declaram a incompatibilidade das Constituições Estaduais ou legislações infraconstitucionais em face da Constituição Federal, cuja declaração de inconstitucionalidade somente produz seus efeitos no caso concreto, ou seja, o ato normativo declarado inconstitucional permanece válido no que se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. III - Acolhe-se a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, para proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII, alínea “b”, da Constituição Estadual, em face do Parágrafo 1º, do art. 125, da Constituição Federal e, em conseqüência, declarar a

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incompetência deste Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus, remetendo os autos à 1ª Instância. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.6509-7/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 13.08.2004, pg. 18) Ementa: Preliminar: Remessa dos autos ao juízo singular por providência monocrática. Impossibilidade. Apesar da economia e celeridade que busca o Ministério Público imprimir ao processo, afigura-se impossível a providência monocrática pretendida, a qual nasceria morta pela nulidade absoluta da qual se revestiria. Inteligência do art. 110 do Regimento Interno desta Egrégia Corte c/c o art. 97 da Constituição Federal. Preliminar conhecida, julgada, porém improcedente. É como voto. Mérito: As expressões e de quaisquer outras autoridades a esta equiparadas na forma da lei, contida na parte final da alínea b, do inciso VII, do art. 108 da Constituição do Estado do Ceará, e, por decorrência, do parágrafo único do artigo 34, da Lei Estadual nº 13.297, de 07/03/2003, encontram-se em cristalina dissonância com o disposto no § 1º do artigo 125 da Constituição Federal, implicando aqueles em burla à Lei Maior, permitindo, por via oblíqua, que assunto reservado à Constituição Estadual venha a ser tratado por simples lei ordinária. Incidente acolhido para declarar a inconstitucionalidade dos dispositivos apontados. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.1660-0/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 02.08.2004, pg. 8) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO PRESIDENTE DA COMISSÃO DE PRAÇA DA PM-CE. COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA. VARA FAZENDÁRIA. I -O rol de autoridades constante no art. 108, VII, b, da Constituição Estadual é taxativo não cabendo a lei ordinária dispor sobre a competência originária do Tribunal de Justiça, conforme estatui o art. 125, § 1° da CF. II- Este Tribunal vem reconhecendo a inconstitucionalidade da parte final da alínea “b” , inciso VII, Art. 108, da Constituição Estadual. Mesmo que assim não fosse, a Lei 13.297/2003 que em seu Art. 34, parágrafo único, equiparou aos Secretários de Estado, para fins de que trata o Art. 108, VII, b e c, da Constituição Estadual, os Comandantes-Gerais da PM, do Corpo de Bombeiros e o Superintendente da Polícia Civil sequer menciona o Presidente da Comissão de Praça da PM-CE. III -Competência originária de uma das Varas da Fazenda Pública. IV -Mandado de segurança não conhecido. Remessa dos autos à Vara Fazendária de origem

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V -Decisão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0009.6988-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 26.07.2004, pg. 9) Ementa: EXAURE-SE NO TEXTO CONSTITUCIONAL A DISCRIMINAÇÃO DAS AUTORIDADES CUJOS ATOS, DESDE QUE IMPUGNADOS POR MANDADO DE SEGURANÇA, DEFLAGRAM A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL, NÃO PODENDO O ELENCO SER AMPLIADO POR LEI ORDINÁRIA, SOBRETUDO QUANDO A AUTORIZAÇÃO PARA TANTO DECORRE DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO. “ORA, DEFINIR É PÔR LIMITES E, SE OS LIMITES DA COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS ESTÃO NO TEXTO CONSTITUCIONAL, QUER FEDERAL, QUER ESTADUAL, NÃO PODE O LEGISLADOR ORDINÁRIO ULTRAPASSÁ-LOS, ACRESCENTANDO NOVA COMPETÊNCIA AO ROL EXAUSTIVO POSTO NA CONSTITUIÇÃO, COMO SE PODER CONSTITUINTE FOSSE” (Emmanuel José Peles Netto G. Soares, in A Inconstitucionalidade da Extensão do Foro Privilegiado, Revista Jurídica Consulex no.153, 31/5/03, p. 26). -INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES ACRESCIDAS POR EMENDA À PARTE FINAL DO ART . 108, INC. VII, LETRA “B”, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ASSIM: “... E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI” -, VÍCIO EXTENSÍVEL, CONSEQÜÊNCIA LÓGICA, AOS TERMOS DA LEI N°. 13.297, DE 7/3/03, QUE, COMPLEMENTANDO A DICÇÃO CONSTITUCIONAL, INCLUIU, SEM PODER, O IMPETRADO NO ELENCO DE AGENTES COATORES JURISDICIONADOS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM MANDADO DE SEGURANÇA. -PRECEDENTE: MANDADO DE SEGURANÇA N°. 2003.0005.1839-0/0 (DJ 3/11/O3, P. 4-5). -INCONSTITUCIONALIDADES PRONUNCIADAS INCIDENTER TANTUM. -DEVOLUÇÃO DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM OU O RESPECTIVO ENVIO A UMA DAS VARAS DA FAZENDA PÚBLICA, OBSERVADA A DISTRIBUIÇÃO, CONFORME SEJA O CASO. -UNANIMIDADE.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0009.4851-4/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 8)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ - ARGÜIÇÃO, PELA DOUTA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, DA INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES CONTIDAS NA PARTE FINAL DO ART. 108, INCISO VII, ALÍNEA B, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL ... E DE QUAISQUER OUTRAS

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AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI POR MAL FERIR O ART. 125, §1º DA CARTA MAGNA DE 1988 - PROCEDÊNCIA - PREJUDICIAL ACOLHIDA, COM A CONSEQÜENTE REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO DE ORIGEM. I - A expressão ...e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei, constante da alínea b, do inciso VII, do art. 108, da Constituição Estadual, ao permitir que o legislador ordinário, através de simples norma infraconstitucional, eleja os agentes que possuem foro privilegiado, fere frontalmente o §1º do art. 125 da Carta Maior, que determina a fixação de tal competência na respectiva Carta Estadual. Precedente deste Egrégio Tribunal de Justiça. II - Prejudicial acolhida, reconhecendo incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão referida, com a conseqüente incompetência do Tribunal de Justiça para apreciar o presente mandamus, que deverá ser devolvido ao juízo de origem, para os fins de direito. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.2730-6/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.07.2004, pg. 5) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO - MILITAR PERTENCENTE À RESERVA DAS FORÇAS ARMADAS - PEDIDO DE INCLUSÃO NO CORPO DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ SEM AS CONDIÇÕES IMPOSTAS PELO INCISO II, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - REQUERIMENTO INDEFERIDO PELO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR – ARGÜIÇÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. É inconstitucional o preceptivo da Carta Estadual, por ter criado em seu bojo um locus manejável que pode, com a simplicidade legislativa de uma Lei Ordinária, alterar a Constituição, deixando ao alvedrio do legislador ordinário a tarefa de eleger os agentes que possuem foro privilegiado, uma tarefa somente possível à própria Constituição que não pode prever reserva de Lei nesse particular. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.4214-9/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 26.07.2004, pg. 4) Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ. ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA “b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO

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CEARÁ E ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI ESTADUAL N° 13.297/2003. PRELIMINAR DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL NA MANIFESTAÇÃO DA DOUTA PROCURADORIA GERAL DA JUSTIÇA RELATIVA AOS DISPOSITIVOS QUESTIONADOS. PRELIMINAR ACOLHIDA PARA DECLARAR A INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES: II e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei”, CONSTANTES DA PARTE FINAL DO ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA “b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E TAMBÉM DO PARÁGRAFO ÚNICO, DO ARTIGO 34, DA LEI ESTADUAL N° 13.297/2003, DECLARANDO A INCOMPETÊNCIA DA CORTE DE JUSTIÇA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO DE SEGURANÇA. REMESSA AO JUÍZO MONOCRÁTICO DA FAZENDA PÚBLICA ESTADUAL. UNÂNIME. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0010.3727-2/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 23.07.2004, pg. 10) Ementa: - Por disposição constitucional expressa, cabe exclusivamente ao constituinte de cada Estado dispor sobre a competência dos Tribunais Estaduais (Const., art. 125, § 1º) (Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil, São Paulo: Malheiros, 2003, vol. I, p. 477). Conclusão inelutável: o discriminativo das autoridades cujos atos, impugnados na via de segurança, deflagram a competência originária da Corte de Justiça local, desvenda-se como rol de extração essencialmente constitucional, em outras, esgota-se no texto da Constituição, interdito ao legislador infraconstitucional o ampliativo do elenco taxativamente previsto no standart superior, infactível postergar o princípio da competência de natureza restrita. -Pecha de inconstitucionalidade na expressão contida no excerto final do artigo 108, inciso VII, b, da Carta Estadual, acrescida pela Emenda 33/97 - e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei - investindo de poderes o legislador ordinário para provocar a extensão da prerrogativa de foro a autor idades que extravasem do rol exaustivo posto na Lex Fundamentalis. Da eiva, consectário lógico e jurídico, a inconstitucionalidade da preceituação local inserta no Diploma 13.297, de 07/03/03 - artigo 34, parágrafo único - interpositio legislatoris que extrapola, fora de dúvida, a definição taxativa de competências do Tribunal, demarcada pelo texto constitucional, incluindo nova autoridade no rol taxativo de agentes coatores, em mandados de segurança, sujeitos à jurisdição imediata desta Corte de justiça. - Declaração incidenter tantum do grave vício, na diretiva do que reiteradamente externado pelo Colegiado.

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- Remessa dos autos ao Juízo Fazendário, de origem, como convém. - Nemine discrepante. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.6868-7/0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 09.07.2004, pg. 6) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ FIGURANDO NO PÓLO PASSIVO DA RELAÇÃO PROCESSUAL -INCOMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL PARA DECIDIR ORIGINARIAMENTE A RESPEITO - INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES CONTIDAS NA PARTE FINAL DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL “...E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS, NA FORMA DA LEI” –COMPETÊNCIA QUE TEM SEDE ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL, NÃO PODENDO, PORTANTO, SER ALTERADA POR VIA DE NORMA VEICULADA EM LEI ORDINÁRIA - PRELIMINAR QUE SE ACOLHE, DECLARANDO- SE INCIDENTALMENTE A INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES EM COMENTO. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0010.5557-2/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 23.07.2004, pg. 8) Ementa: CONSTITUCIONAL -MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO -REINTEGRAÇÃO DE MILITAR VOLUNTARIAMENTE DESLIGADO DA CORPORAÇÃO -ATO INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR -PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ DE INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES “E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTA EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI”, CONTIDAS NA PARTE FINAL DA ALÍNEA “B”, INCISO VII, DO ART. 108, DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. I- Na hipótese dos autos, tem-se que, relativamente à matéria em tablado, via de exceção ou incidental, o pronunciamento do Judiciário sobre a inconstitucionalidade não é feito enquanto manifestação sobre o objeto principal da lide, mas sim sobre a questão prévia, indispensável ao julgamento do mérito. Nessa esteira é que os Tribunais de Justiça, exercendo o controle difuso de constitucionalidade, de forma incidental, declaram a incompatibilidade das Constituições Estaduais ou legislações infraconstitucionais face a Constituição Federal, cuja declaração de inconstitucionalidade somente produz seus efeitos no caso concreto, ou

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seja, o ato normativo declarado inconstitucional permanece válido no que se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. Paulo Bonavides, comentando o dispositivo sob enfoque, obtempera que “o controle por via de exceção, aplicado às inconstitucionalidades legislativas, ocorre unicamente dentro das seguintes circunstâncias: quando, no curso de um pleito judicial, uma das partes levanta, em defesa de sua causa, a objeção de inconstitucionalidade da lei que se lhe aplicar. Sem o caso concreto (a lide) e sem a provocação de uma das partes, não haverá intervenção, cujo julgamento só se estende às partes em juizo. A sentença que liquida a controvérsia constitucional não conduz à anulação da lei, mas tão-somente à sua não-aplicação ao caso p articular, objeto da demanda. É controle por via incidental. A Lei que ofende a Constituição não desaparece assim da ordem jurídica, do corpo ou sistema das leis, podendo ainda ter aplicação noutro feito, a menos que o poder competente a revogue. De modo que o julgamento não ataca a lei em tese ou in abstrato, nem importa o formal cancelamento das suas disposições, cuja aplicação fica unicamente tolhida para a espécie demandada. É a chamada relatividade da coisa julgada. Nada obsta pois a que noutro processo, possa a mesma lei ser eventualmente aplicada”. (In Curso de Direito Constitucional, 6° edição pgs. 273/274). Nesse pesar, tenho por viável a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, quando questionou acerca da inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII, alínea “b”, da Constituição Estadual em face do art. 125, parágrafo 1°, da Constituição Federal vigente, em sede de controle incidental por via de exceção. Vejamos, então, em que consiste a inconstitucionalidade aventada, a partir do artigo 125 e parágrafo 1° da Carta da República, verbis: “Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios estabelecidos nesta constituição. § 1° A competência dos tribunais, será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça”. De outra sorte, a Constituição Estadual estabelece em seu artigo 108 a competência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, verbis: Art. 108. Compete ao Tribunal de Justiça : (...) VII- processar e julgar originariamente: b) os mandados de segurança e os habeas data contra atos do Governador do Estado, da Mesa e Presidência da Assembléia Legislativa, do próprio Tribunal ou de algum de seus órgãos, do Tribunal de Alçada ou de algum de seus órgãos, dos Secretários de Estado, do Tribunal de Contas do Estado ou de algum de seus órgãos, do Tribunal de Contas dos Municípios ou de algum de seus órgãos, do Procurador Geral de Justiça, do Procurador Geral do Estado, do Chefe da Casa Militar, do Chefe do Gabinete do Governador, do Ouvidor Geral do Estado, do Defensor Público Geral do Estado, e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da Lei; Ora, de

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par desta parte final: da dicção na forma da lei - atecnia legislativa teratológica, foi editada a Lei n. 13.297/2003, estabelecendo o seu art. 34, parágrafo único, equiparação aos Secretários de Estado, para fins de que trata o art. 108, inciso VIl, alíneas “b” e “c” da Constituição Estadual, os Comandantes Gerais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e o Superintendente da Polícia Civil. Dessa forma, hei por bem acolher a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, para proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade da expressão “e de quaisquer outras autoridades equiparadas na forma da lei” contida na parte final da alínea “b”. do inciso VII, do art. 108, da Constituição Estadual, em face do par ágrafo 1°, do art. 125, da Constituição Federal e, em conseqüência, declarar a incompetência deste Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus, remetendo os autos à 1ª Instância para a vara de origem. II- Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0009.3253-7/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 04.08.2004, pg. 13) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. COMANDANTE GERAL DA POLICIA MILITAR. INCOMPETÊNCIA. Declaração, incidenter tantum, da inconstitucionalidade da expressão “... e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da lei”, contidas na parte final do art. 108, VII, “b” da Constituição Estadual, e por conseqüência, do parágrafo único, do art. 34 da Lei Estadual n.o 13.297/2003, assentando-se, também, a incompetência da Corte de Justiça para processar e julgar originariamente o presente mandado de segurança, que deverá retornar ao juízo de origem. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0010.6593-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 11) Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA. POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. DECLARAÇÃO INCIDENTAL. I. O art. 125, §1°, da Lex Fundamentalis estabelece que a competência dos Tribunais dos Estados deve ser definida na respectiva Constituição Estadual. II. Reveste-se de inconstitucionalidade a previsão contida no Estatuto Político do Estado que viabiliza a ampliação do raio de competência do

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Tribunal de Justiça mediante processo legislativo ordinário. Precedentes desta Corte. III. Declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 108, VII, b, da Constituição do Estado do Ceará, no que toca à expressão “e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei”, com subseqüente reconhecimento da incompetência do Tribunal de Justiça para processar e julgar o presente mandado de segurança, determinando-se a remessa dos fólios a uma das Varas da Fazenda Pública. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.4263-7/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 23.07.2004, pg. 6) Ementa: -Mandado de Segurança -Inclusão na Policia Militar -Incompetência do TJ/CE, para apreciar originariamente a matéria. -Padece de flagrante inconstitucionalidade o preceptivo da Constituição do Estado o qual deixa ao alvedrio do legislador ordinário a tarefa de eleger os agentes que possuem foro privilegiado, ato somente possível à própria Constituição Estadual, a qual não pode prever reserva de lei neste particular -Ao exercer o controle difuso de constitucionalidade, podem os Tribunais de Justiça, declarar de forma incidental a incompatibilidade das Cartas Estaduais ou legislações infraconstitucionais com a Constituição Federal, recompondo o ordenamento fundamental violado. -Recurso a que se nega conhecimento. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5454-0/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 23.07.2004, pg. 6) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – QUESTÃO PREJUDICIAL DE MÉRITO - CONTROLE DIFUSO DE CONSTITUCIONALIDADE - DECLARAÇÃO, INCIDENTER TANTUM, DE INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO “E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS, NA FORMA DA LEI” CONTIDA NO ART 1° DA EMENDA CONSTITUCIONAL ESTADUAL N° 33, DE 15.12.1995, QUE ALTEROU O ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA “B” DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL E DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART 34 DA LEI ESTADUAL 13.297, DE 07.03.2003 - NEGATIVA DE APLICAÇÃO NO ÂMBITO DO PROCESSO DOS DISPOSITIVOS DECLARADOS INCONSTITUCIONAIS - INCOMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ PARA PROCESSAR E JULGAR ORIGINARIAMENTE OS MANDADOS DE SEGURANÇA CONTRA ATOS DO COMANDANTE

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GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ, DO COMANDANTE GERAL DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ E DO SUPERINTENDENTE DA POLÍCIA CIVIL. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.3082-0/0, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.07.2004, pg. 6)

Devido Processo Legal Ementa: PROCESSO CIVIL. DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO, PARA RECEBIMENTO DE DÉBITO, EM VALORES ESTABELECIDOS UNILATERALMENTE. INOBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. INADMISSIBILIDADE. - Não é cabível a cobrança de dívida que a entidade sindical entende devida, através de desconto em folha de pagamento, sem o devido processo legal e, bem assim, a expressa concordância do funcionário, que, sequer, foi auscultado. - Infringência manifesta ao disposto no art. 649, IV, do Código de Processo Civil. - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.9914-4/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.08.2004, pg. 10)

Direito Adquirido Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA -SERVENTUÁRIO DA JUSTIÇA QUE CONTRIBUÍA PARA O SISTEMA DE PREVIDÊNCIA ESTADUAL ANTES DO ADVENTO DA LEI N. 8.935/94 - DIREITO ADQUIRIDO - PRERROGATIVA IMUTÁVEL - IMPOSSIBILIDADE DE DESLIGAMENTO VIA LEI COMPLEMENTAR. 1. Contempla o art. 40 da Lei n.o 8.935/94 que os notários, oficiais de registro, escreventes e auxiliares são vinculados à previdência social, de âmbito federal e têm assegurado a contagem recíproca de tempo de serviço em sistemas diversos e ainda: Parágrafo único - Ficam assegurados, aos notários, oficiais de registro, escreventes e auxiliares os direitos e vantagens previdenciários adquiridos até a data da publicação desta Lei. 2. Por seu turno, a Constituição do Estado do Ceará, em seu art. 331, § 8°, abriga a pretensão autoral, na medida em que concede aos notários não oficializados por concurso público inscritos até o advento da Lei 8.935/94,

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o direito de continuar contribuindo com o sistema previdenciário do Estado. 3. Tal exceção, de dignidade constitucional, entremostra que o impetrante é detentora de direito líquido e certo de participar do Sistema Previdenciário do Estado do Ceará. 4. Writ concedido. Decisão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0004.0441-9/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 22.09.2004, pg. 17) Ementa: Apelação Cível - Mandado de Segurança – Inativo que obteve concessão parcial da segurança requestada para serem reajustados os seus proventos, em conformidade com o Ato Governamental que o transferiu para a reserva - Inaplicabilidade do disposto na Emenda Constitucional n° 19 de 04.06.1998, que deu nova redação ao art. 37, XIV da Constituição Federal, por recair em relação jurídica constituída anteriormente - Existência de direito adquirido contra Emenda à Constituição - Sentença mantida - Recurso improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6132-7/0, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 16.09.2004, pg. 18) Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - POLICIAIS MILITARES INATIVOS - ADICIONAL DE INATIVIDADE - INCIDÊNCIA SOBRE A TOTALIDADE DOS PROVENTOS - DIREITOS CONSOLIDADOS À ÉPOCA DA APOSENTAÇÃO - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO: I - Nos termos do art. 78, da Lei Estadual n° 11.167/86, o adicional de inatividade deve ser calculado sobre os respectivos proventos e não, tão-somente, sobre o soldo, o qual representa apenas parte básica de tais proventos. II - Os fatos implementados geraram conseqüências jurídicas, não podendo norma produzida pelo poder constituinte derivado constranger direitos já consolidados á época da instituição da Emenda Constitucional Estadual de n° 21/95. II I - Aplicação do direito adquirido e do princípio da irretroatividade das leis. Precedente do Supremo Tribunal Federal. IV - Apelação conhecida e provida, reconhecendo o direito dos apelantes à percepção do adicional de inatividade na forma em que o mesmo era calculado ao tempo em que aqueles passaram para a reserva, afastando a incidência das disposições constantes da Emenda Constitucional Estadual n° 21/95, bem como declarando o direito dos apelantes a receberem os valores que lhes foram suprimidos a partir de 1° de maio de 1996, devidamente corrigidos. Ademais, condeno o Estado do Ceará ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação, deixando de condenar-lhe nas custas

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processuais, face à isenção do art. 10, inciso I, da Lei Estadual n° 12.381, de 09 de dezembro de 1994 - Regimento de Custas do Estado do Ceará. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0351-2/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 16.09.2004, pg. 16) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS ADMINISTRATIVO - SERVIDORA PÚBLICA – GRATIFICAÇÃO REQUISITOS LEGAIS - ATENDIMENTO - NÃO COMPROVAÇÃO - DIREITO ADQUIRIDO - INEXISTÊNCIA - FUMAÇA DO BOM DIREITO - AUSÊNCIA - RECURSO DESPROVIDO. I - Ver em cognição sumária, a não satisfação dos requisitos normativos necessários à outorga da gratificação reclamada pela servidora, impossível a concessão da medida liminar, por ausência da fumaça do bom direito, ainda que o ônus da prova fosse do ente estatal. II - Não implementadas as condições imprescindíveis à aquisição do direito, não há falar em direito adquirido ao recebimento de gratificação, mas apenas em mera expectativa de direito. III - A Administração Pública pode anular seus próprios atos, por motivo de ilegalidade, forma de explicitação do seu poder de autocontrole. IV- Embargos declaratórios conhecidos e desprovidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0014.5855-9/1, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.07.2004, pg. 6)

Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. EMENDA CONSTITUCIONAL. MODIFICAÇÃO DO CÁLCULO DE PARCELA VENCIMENTAL. OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO. 1. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Não há que se falar em decadência quando a violação a direito se perpetua mês a mês quando do recebimento dos vencimentos.PRELIMINAR REJEITADA. 2. EMENDA CONSTITUCIONAL E DIREITO ADQUIRIDO. Se a Constituição Federal garante a intangibilidade do direito adquirido como cláusula pétrea, não é admissível que emenda constitucional oriunda do poder derivado venha a violar tal preceito. Os vencimentos dos impetrantes, servidores públicos, fazem parte do patrimônio econômico, não podendo ser reduzidos por artifício criado através de emenda constitucional. OFENSA RECONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA. 3. TETO CONSTITUCIONAL. VANTAGENS PESSOAIS. Na dicção da mais abalizada doutrina e jurisprudência são afastáveis do cômputo vencimental para subordinação ao teto remuneratório as parcelas que

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possuam nítida natureza pessoal, caso da gratificação por tempo de serviço. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0008.4950-0/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 31.08.2004, pg. 12)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – IMPETRANTES POLICIAIS MILITARES INATIVOS QUE PERCEBIAM INDENIZAÇÃO ADICIONAL DE INATIVIDADE COM OS EFEITOS DECORRENTES DA LEI 11.167/86, MODIFICAÇÃO, PELA AUTORIDADE IMPETRADA, DA FÓRMULA REMUNERATÓRIA DOS IMPETRANTES, SOB O PRETEXTO DE DAR CUMPRIMENTO À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 19/98, QUE DETERMINOU A NÃO APLICAÇÃO, EM QUALQUER HIPÓTESE, DO EFEITO CASCATA À REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS - IMPOSSIBILIDADE DE EMENDA CONSTITUCIONAL MALFERIR DIREITO ADQUIRIDO – LEGITIMIDADE PASSIVA TÃO-SOMENTE DA SECRETÁRIA DE ADMINISTRAÇÃO. I - A proibição constante da Emenda Constitucional nº 19/98, no que toca à cumulação capitalizada de vantagens pelos servidores, pela peculiar condição de norma superveniente à situação patrimonial dos impetrantes, não pode infirmar o que já restou concretizado no tempo, se sobrepondo à garantia do direito adquirido e martirizando princípio basilar da segurança jurídica. Com efeito, conforme entendimento crescente no cenário jurídico nacional, a emenda à constituição, fruto do Poder Constituinte Reformador que é, de natureza Derivada, portanto, não pode farpear as chamadas constantes constitucionais ou cláusulas pétreas, pois insuscetíveis de supressão ou modificação que importem em seu desvirtuamento, dentre as quais se evidencia a intangibilidade do direito adquirido. II - Ordem concedida, por maioria. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.8973-0/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 07.07.2004, pg. 8)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL - IMPROCEDÊNCIA - SERVIDOR PÚBLICO MILITAR INATIVO - DIREITO À APOSENTADORIA COM BASE NA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À ÉPOCA EM QUE IMPLEMENTOU OS REQUISITOS - ART. 74 DA LEI ESTADUAL N° 11.167/86 - POLICIAL TRANSFERIDO PARA A INATIVIDADE APÓS 30 (TRINTA) ANOS DE SERVIÇO - PROVENTOS DO POSTO OU GRADUAÇÃO IMEDIATAMENTE SUPERIOR –SEGURANÇA CONCEDIDA:

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I - Existe interesse processual, uma vez que o Impetrante tem a necessidade de vir a juízo para alcançar a tutela pretendida, bem como utilizou meio apropriado. Preliminar rechaçada. II - O servidor público, ao preencher os requisitos exigidos para a aposentadoria, incorpora ao seu patrimônio o direito à percepção do benefício nas condições vigentes à época do preenchimento das exigências legais. Súmula 359 do Supremo Tribunal Federal. III - O impetrante, quando pleiteou sua aposentadoria, já dispunha de 30 (trinta) anos, 06 (seis) meses e 21 (vinte e um) dias de serviço, fazendo jus ao recebimento de proventos integrais do posto de Major PM, nos termos do art. 74 da Lei n° 11.167/86. IV - Esclareça-se que, conquanto o dispositivo legal trate apenas do “soldo”, sua aplicação tem reflexo em todas as parcelas dos proventos, uma vez que a base de cálculo para o pagamento das gratificações e indenizações que o compõem é exatamente o valor do soldo, nos termos do art. 75, parágrafo único da Lei n° 11.167/86. V - Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça. VI - Segurança concedida, determinando que os Impetrados adotem as medidas necessárias a fim de que o Impetrante receba proventos integrais do posto de Major PM, assim entendido como o soldo base e as demais parcelas.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0003.4873-8/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 02.09.2004, pg. 21)

Direito Fundamental à Saúde Ementa: APELAÇÃO CÍVEL (REMESSA NECESSÁRIA) - AÇÃO ORDINÁRIA - FORNECIMENTO DE MEDICAÇÃO E ATENDIMENTO HOSPITALAR A ADOLESCENTE PORTADOR DE MOLÉSTIA GRAVE - DEVER ESTATAL – SENTENÇA CONFIRMADA. 1. A saúde e a vida, ainda que de um só indivíduo, integram o universo do interesse público. 2. Em se tratando de um estudante adolescente reconhecidamente desprovido de recursos para enfrentar rara moléstia incurável conhecida como “doença de Gaucher”, que envolve risco de conseqüência irreversíveis, justa e adequada é a decisão que impõe ao Estado a obrigatoriedade de remediá-lo, minorando o sofrimento da enfermidade, por se achar alicerçada em princípio constitucional de largo alcance social. 3. Remessa oficial conhecida, porém improvida.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.7391-0/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 29)

Desapropriação Ementa: - ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. IMÓVEL AVALIADO POR PERÍCIA TÉCNICA. - O laudo pericial embora questionado em sua metodologia pelo ente desapropriante, não apresenta substancial diferença do valor por ele mesmo defendido e pelo da desapropriada, a justificar a confirmação da sentença, que nele se baseou. - Apelação cível conhecida e improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4980-1/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 23) Ementa: DESAPROPRIAÇÃO. VALOR ESTIMADO E DEPOSITADO PELO EXPROPRIANTE, A TÍTULO DE INDENIZAÇÃO, CARACTERIZADO COMO IRRISÓRIO. LAUDO PERICIAL REALIZADO EM JUÍZO. VALOR DETERMINADO DE FORMA PROPORCIONAL E CONDIZENTE COM A REALIDADE. SENTENÇA PELA PROCEDÊNCIA DO PEDIDO, COM A COMPLEMENTAÇÃO DO RESTANTE DO VALOR DEVIDO. RECURSO EX OFFICIO. AUSÊNCIA DE RECURSO VOLUNTÁRIO. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. RECURSO DE OFÍCIO CONHECIDO E IMPROVIDO. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4152-5/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 21) Ementa: Desapropriação. Indenização. Avaliação. Perícia técnica. I - Estando o laudo ofertado pelo perito do juízo devidamente fundamentado, oferecendo elementos que formem convicção acerca da fixação do justo valor da indenização, deve o magistrado acolhê-lo, haja vista a imparcialidade com que se conduz o perito em sua elaboração e os conhecimentos técnicos de que dispõe. II - Se uma das partes concordou expressamente em receber a quantia ofertada na inicial, tendo levantado parte do dinheiro, não pode o Juiz condenar a expropriante a pagar-lhe valor maior, em prejuízo do erário público.

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III - Recurso voluntário improvido e reexame necessário parcialmente provido. Sentença reformada em parte. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6695-5/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 16)

Estabilidade no Serviço Público Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. AVALIAÇÃO ESPECIAL DE DESEMPENHO. CONDIÇÃO INDISPENSÁVEL À AQUISIÇÃO DA ESTABILIDADE (ART. 41, § 4°, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL). SEGURANÇA DENEGADA. I. O transcurso do prazo de 3 (três) anos representa apenas uma das condições indispensáveis à aquisição da estabilidade, sendo exigível, também, a avaliação especial de desempenho do servidor a ser realizada por comissão instituída para essa finalidade. II. Sendo a declaração de aquisição da estabilidade pressuposto necessário à obtenção de autorização para afastamento para tratar de interesses particulares (art. 115 da Lei n° 9.826/1974), não se reveste de ilegalidade o indeferimento administrativo da pretensão do servidor, respaldado na ausência de comprovação da apreciação prévia de aptidão do agente público para o bom exercício do cargo. III. Segurança denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.8068-2/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 22.09.2004, pg. 17) Ementa: SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. PRESTADOR DE SERVIÇO. DEMISSÃO EM FACE DA MUDANÇA DE REGIME JURÍDICO DE CELETISTA PARA ESTATUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. DIREITO ADQUIRIDO. LEI MUNICIPAL N° 1.977/95 ASSEGURADORA DA ESTABILIDADE DOS SEUS SERVIDORES PÚBLICOS. SENTENÇA REFORMADA. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3153-3/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 03.09.2004, pg. 10) Ementa: Constitucional e Administrativo. Estabilidade e Efetividade. Conceitos distintos. I -A vantagem prevista no art. 1° da Lei Estadual n° 11.847/91 estava condicionada, dentre outras situações, àqueles servidores que ingressassem

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no serviço público através de provimento de cargo efetivo e, passassem a exercer cargo em comissão. II -A estabilidade adquirida nos termos do art. 19 do ADCT da Constituição Federal não se converte em efetividade, sendo necessário para a aquisição desta o ingresso através de concurso público para provimento de cargo efetivo, o que não ocorreu no caso dos autos. III - Precedentes do STF e deste Tribunal (RE n° 181.883-2 –Ceará e MS n. 2000.0014.0195-6/0). IV -Ausência de direito líquido e certo. V -Segurança denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0009.0105-6/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.09.2004, pg. 7)

Isonomia Ementa: EQUIPARAÇÃO VENCIMENTAL. ISONOMIA. IMPOSSIBILIDADE POR VIA JUDICIAL. Não pode o Judiciário conceder aumento de vencimentos sob o fundamento da isonomia (Súmula 339, STF). - A lei nº 8.437/92 inadmite a concessão de provisão liminar em ação cautelar que importe aumento de vencimentos. – Recurso conhecido e provido. Liminar consolidada. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.2678-8/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 10.09.2004, pg. 17) Ementa: Servidor público municipal. Cargos iguais. Não recebimento do piso salarial. Afronta ao disposto nos arts. 5°, caput, da Constituição Federal. Reconhecido o direito à percepção de determinado piso salarial a uma categoria de servidores do mesmo quadro funcional, estende-se a todos os membros da categoria, vale dizer, a todos aqueles que ocupam cargo ou exercem funções idênticas, sob pena de infringência ao princípio da igualdade insculpido no art. 5º, caput, da Carta Magna. Vedação constitucional de vinculação ou equiparação das espécies remuneratórias para efeito de remuneração de pessoal do serviço público não violada. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1372-0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 31)

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Licenciamento de Veículo Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MULTA DE TRÂNSITO. CONDICIONAMENTO DO LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AO PAGAMENTO DE MULTA. IMPOSSIBILIDADE. - O ordenamento jurídico disponibiliza às entidades fiscalizadoras do trânsito meios judiciais suficientes para exigência de valores inadimplidos pelos motoristas, não se justificando condicionar o licenciamento anual do veículo ao pagamento de multas em atraso, por configurar inválida sanção política. - Precedentes desta colenda Corte de Justiça e dos Tribunais Superiores. - Agravo conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0007.0713-4/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 19.08.2004, pg. 7) Ementa: CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO - AUTARQUIA MUNICIPAL DE TRÂNSITO - CONDICIONAMENTO DO LICENCIAMENTO AO PAGAMENTO DE MULTAS - INADMISSIBILIDADE - VIOLAÇÃO AO DEVIDO PROCESSO LEGAL E AO PROCEDIMENTO PREVISTO NA LEI N° 6.830/80 (EXECUÇÃO FISCAL) I- A adoção, pela carta da República de 1988, do princípio fundamental do Estado de Direito (art. 1º CF impediu que os entes estatais gozem de privilégio em relação aos cidadãos, a não ser os expressamente previstos, sempre dentro das finalidades especiais da atuação estatal. II - Nesse esteio, é que os tribunais não têm admitido que as autoridades de trânsito condicionem o licenciamento de veículos ao pagamento de multas administrativas porventura existentes em relação a determinado veículo. O Estado-Administração, neste aspecto igualado ao particular, dispõe de instrumentos legais e processuais para cobrar seus créditos, não lhe sendo permitido, salvo as exceções expressas e finalisticamente previstas em lei, utilizar verdadeiras coações administrativas ou condicionamentos, como ocorre na hipótese de exigência de pagamento das multas, pela autoridade administrativa, para que se renove o licenciamento do veículo. III - Assim, a pretensão da parte ora agravante consiste em coerção ao proprietário de veículo automotor a pagar os débitos decorrentes de multas, com renúncia ao princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa. Vê-se, portanto, que o ordenamento jurídico pátrio não permite à Administração praticar a auto-tutela e executar seus próprios direitos como juíza suprema de seus atos. IV - Não há assim, outro caminho a ser seguido pelo ente público, ora recorrente, para que possa receber o crédito decorrente das multas, que não

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o de se socorrer do expediente do processo administrativo, inscrevendo, regularmente, o débito em divida ativa, e realizando a cobrança por via do processo de execução fiscal, nos termos da Lei n° 6.830/80. V - AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.0026-8/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.08.2004, pg. 10) Ementa: Agravo de instrumento. Direito Administrativo e Processual Civil. Licenciamento do veículo condicionado ao prévio pagamento de multa. Ofensa aos princípios da ampla defesa e do contraditório. I - Conforme vem entendendo a jurisprudência nacional, o direito de defesa, assegurado no art. 5º, LV, da CF/88, há de ser prévio à qualquer decisão administrativa acerca de aplicação de multas. A mera possibilidade de interpor recurso, figura impugnativa que pressupõe decisão já tomada, não satisfaz a garantia constitucional da ampla defesa; II - A notificação que autoriza o condicionamento previsto no art. 131, §2°, da Lei n° 9.503/97, é relativa ao cometimento da infração, possibilitando a defesa prévia do suposto infrator, e não a concernente à penalidade aplicada; III - Precedentes jurisprudenciais; IV - Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0007.7494-0/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 06.08.2004, pg. 5) Ementa: Mandado de segurança. Licenciamento de veículo. Usuário que não fora previamente notificado para apresentar defesa. É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual não foi notificado o infrator (Súmula 127 do STJ). Sentença confirmada. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6708-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 15) Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - CONDICIONAMENTO DO LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À QUITAÇÃO DAS RESPECTIVAS MULTAS - SANÇÃO POLÍTICA - CONFIGURAÇÃO - ADMINISTRAÇÃO - MEIOS -COBRANÇA - SANÇÕES PECUNIÁRIAS APLICADAS - RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

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I. À administração não é dado condicionar o licenciamento dos veículos sob sua fiscalização ao prévio pagamento das multas aplicadas aos condutores, eis que dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança daquelas sanções pecuniárias. Sanção política configurada. II.Antecipação de tutela confirmada. Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8128-8/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.07.2004, pg. 3)

Licitação

Ementa: PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA. FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DA SENTENÇA. NOTAS DE EMPENHO. CONTRATO DE FORNECIMENTO. NOTAS FISCAIS ASSINADAS POR DEVEDOR. RECONHECIMENTO DO VÍNCULO OBRIGACIONAL PELO DEVEDOR. PROCEDÊNCIA DA AÇÃO. (1) Não havendo matéria fática a ser descortinada através de dilação probatória e sendo suficientes ao convencimento do juiz os documentos entranhados aos autos, é justificável e até mesmo impositivo, em homenagem ao princípio da celeridade, o julgamento antecipado da lide. (2) Argüição de má fundamentação da sentença improcedente, face ao desenvolvimento silogístico, com indicação da norma jurídica aplicável à espécie. (3) Ainda que constatada irregularidade formal, consistente na escolha inadequada de procedimento licitatório - o que não se verifica na espécie - tal circunstância não teria a propriedade de obstar só por si a procedência da ação de cobrança movida contra ente administrativo, que reconheça sua obrigação para com a autora, através de contrato de fornecimento, notas fiscais e notas de empenho, devidamente assinadas por servidor. (4) Em tais condições, comprovada a entrega da mercadoria, a Administração não pode se furtar ao pagamento, sob pena de incorrer em enriquecimento sem causa. Sentença confirmada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2608-8/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 23)

Ementa: CIVIL - PROCESSO CIVIL - COBRANÇA - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO - NULIDADE - AUSÊNCIA DE CITAÇÃO - ILEGITIMIDADE PASSIVA – INOCORRÊNCIA - RECONHECIMENTO DO PEDIDO - RETRATAÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - JULGAMENTO ANTECIPADO - NULIDADE DO CONTRATO POR FALTA DE LICITAÇÃO.

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

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(1) Se o réu compareceu espontaneamente em juízo, e reconheceu a procedência do pedido, não há lugar para as prefaladas nulidades (CPC, 214, § 1°). (2) Se o réu, na oportunidade que lhe foi dada para contestar, reconheceu o pedido em que se funda a ação, por ato inequívoco e devidamente representado por seu patrono judicial, não pode posteriormente retratar-se, apelando da sentença que, na conformidade com o inciso II, do art. 269, do CPC, extinguiu o feito com julgamento de mérito. (3) Não existe norma processual que iniba o julgamento antecipado da lide apenas por ser a matéria do interesse da administração pública. Tal prerrogativa violaria o princípio da igualdade entre as partes. (4) Não pode o réu beneficiar-se de sua própria torpeza. É o que ocorreria se acatadas as alegações de que o contrato que deu origem à dívida cobrada acha-se eivado de vício insanável, por não ter sido precedido da necessária licitação. Incumbe a administração zelar pela regularidade dos seus atos, não lhe cabendo o direito de após prestado o serviço, recusar o pagamento alegando ilegalidade da avença. Isso importaria em enriquecimento sem causa do erário. 5. A correção monetária, mera atualização do valor do débito é direito do credor. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2452-1/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 26.08.2004, pg. 19)

Mandado de Segurança

•Decadência

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE DECADÊNCIA ACOLHIDA - PROCESSO EXTINTO COM JULGAMENTO DO MÉRITO: I -O prazo de decadência do direito de agir na ação mandamental começa a fluir a partir de quando o ato se torna operante e exeqüível, produzindo efeitos concretos. II -Uma vez que a apreensão da mercadoria ocorreu em 26 de maio de 2002 e o mandado de segurança foi impetrado apenas em 09 de outubro de 2002, constata-se a decadência do direito de ação da Impetrante, aplicando-se à hipótese a regra do art. 269, inciso IV do CPC, que prevê a extinção do processo, com julgamento do mérito. III - Processo extinto com julgamento do mérito.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0007.1772-7/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.08.2004, pg. 18)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 138

•Liminar

Ementa: Mandado de Segurança. Liminar concedida. Pleito de reconsideração ou recebimento do mesmo na forma de Agravo Regimental. Recurso não conhecido. I -Não se conhece de agravo regimental interposto contra decisão que concede liminar em mandado de segurança. II -Consolidou-se nos Pretórios do país e no Supremo Tribunal Federal a inadmissibilidade de Agravo Regimental interposto contra decisão de relator que concede ou nega liminar em mandado de segurança. III -Sedimentação da Jurisprudência através da novel Súmula 622 do STF. IV - Recurso não conhecido. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.4548-7/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 01.09.2004, pg. 6)

•Prova Pré-Constituída

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - DIREITO LÍQUIDO E CERTO E ATO VIOLADOR NÃO COMPROVADOS. I- No processado de mandado de segurança além da demonstração prévia da existência do direito invocado, na condição de direito líquido e certo, requer-se, por igual, da parte impetrante do pedido, que prove, também por antecipação e documentalmente, o ato da autoridade que lhe vulnerou o direito ou que está vulnerado. II- Fato é que o direito de impetrar ordem de segurança pressupõe a existência simultânea do direito líquido e certo e da sua violação ou ameaça, por ato de autoridade pública ou de agente a ela assemelhado, para o fim de compor o pólo passivo da ação mandamental. III- Ordem denegada. Decisão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.5236-9/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 22.07.2004, pg. 4)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL - REDUÇÃO VENCIMENTAL - EXIGIBILIDADE DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO, DE QUE RESULTE A INDISCUTIBILIDADE DOS FATOS ADUZIDOS PELO IMPETRANTE COMO FUNDAMENTO DO SEU PEDIDO - IMPOSSIBILIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL - APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA, NOS TERMOS DA OPERAÇÃO SUBSTITUTIVA ORA DELINEADA.

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 139

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7544-6/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 03.09.2004, pg. 10) Ementa: - MANDADO DE SEGURANÇA. - PROCEDIMENTO DOCUMENTAL. - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA IMPRESCINDÍVEL À COMPROVAÇÃO DO ALEGADO DIREITO LÍQUIDO E CERTO. - EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. - UNANIMIDADE. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.7403-8/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 07.07.2004, pg. 8)

Poder de Polícia Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Direito Constitucional e Administrativo. Licenciamento de veículo automotor. Condicionamento ao pagamento de eventuais multas devidas. Poder de polícia. Delegação à pessoa jurídica de direito privado. Impossibilidade. De acordo com a orientação jurisprudencial oriunda da Súmula nº 127, do Superior Tribunal de Justiça (STJ): “É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado”. À ETTUSA, na condição de sociedade de economia mista, falece-lhe legitimidade para o exercício do poder de polícia administrativa, nulas, pois, e de nenhum efeito legal, as multas de trânsito pela mesma lavradas, bem como as conseqüências jurídico-administrativas decorrentes de tais autuações. Presentes os requisitos a que se referem o artigo 5º, inciso LXIX, da CF/88, c/c o art. 1º, da Lei nº 1.533/51, impõe-se que o órgão judicial, uma vez regularmente provocado para tanto, conceda a ordem de segurança. Recurso conhecido e provido. Decisão consensual. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.55494/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.08.2004, pg. 24)

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. PODER DE POLÍCIA. INDELEGABILIDADE. FISCALIZAÇÃO DE TRÂNSITO MUNICIPAL E APLICAÇÃO DE PENALIDADES PELA ETTUSA. IMPOSSIBILIDADE I. As entidades de direito privado não podem exercer poder de polícia, atividade estatal típica da administração pública direta.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 140

II. Precedentes jurisprudenciais desta Corte. III. Reexame necessário conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6118-1/0, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 09.08.2004, pg. 22)

Ementa: ADMINISTRATIVO. RENOVAÇÃO DE LICENCIAMENTO DE VEÍCULO. PODER DE POLÍCIA. INDELEGABILIDADE. APLICAÇÃO DE MULTA POR SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. ETTUSA. INVALIDADE DO ATO. (1) O exercício do poder de policia é indelegável a entidades que se revistam da personalidade jurídica de direito privado, por constituir atividade típica e exclusivamente estatal. (2) Por conseguinte, a ETTUSA, sociedade de economia mista, integrante da Administração Indireta do Município de Fortaleza, está desautorizada às funções de fiscalização do trânsito de Fortaleza, sendo forçoso reconhecer que as multas de trânsito por ela autuadas estão eivadas de nulidade. Precedentes desta Corte. Sentença mantida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5897-9/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 7) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - MULTAS DE TRÂNSITO LAVRADAS PELA ETTUSA S/A ILEGALIDADE. I - A competência que a ETTUSA pretende exercer cuida de atividade de poder de polícia, privativa do poder público, e, por sua própria natureza, indelegável. II - Precedentes desta egrégia Corte de Justiça. III - Sentença confirmada. REMESSA OFICIAL E RECURSO APELATÓRIO CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0323-6/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.07.2004, pg. 5) Ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. ETTUSA. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PODER DE POLÍCIA. INDELEGABILIDADE. I - Sentença que anula multas aplicadas pela ETTUSA e autoriza o pagamento de licenciamento e seguro obrigatório sem prévio recolhimento de multas de trânsito.

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 141

II - Mérito. Inobservância do devido processo legal. Incompetência da entidade responsável pelas autuações. III - Apelação conhecida e desprovida. IV - Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9633-3, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 32)

Policiais Militares

•Montepio Militar

Ementa: O MONTEPIO MILITAR FOI SUBSTITUÍDO PELA PENSÃO DO MILITAR ESTADUAL, CUJO QUANTUM É O MESMO DO BENEFÍCIO EXTINTO, A SIGNIFICAR QUE NÃO HOUVE DECESSO EM TERMOS DE SUBSÍDIO POR MORTE (DESIGNAÇÃO DE MARCELLO CAETANO in MANUAL DE DIREITO ADMINISTRATIVO, 10ª. ED., VOL. II, P. 781), PARA OS IMPETRANTES OU SEUS BENEFICIÁRIOS PELO FATO DE TEREM SIDO INCLUÍDOS NO SISTEMA ÚNICO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. DE MAIS A MAIS, SENDO INATIVOS, OS IMPETRANTES ESTÃO EXONERADOS DA CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA PENSÃO DO MILITAR ESTADUAL, CONSOANTE O ART. 3º. DA LC Nº. 21/00. REVERTÊ-LOS, COMO QUEREM, AO REGIME DO MONTEPIO MILITAR, EXPRESSARIA, NA PRÁTICA, PRESTAÇÃO JURISDICIONAL SEM NECESSIDADE OU UTILIDADE, DESPROVIDOS, POR ISSO, DO INTERESSE PROCESSUAL PARA O EMPREGO DO MANDAMUS , EM QUE SE EVIDENCIA FALTANTE, POR IGUAL, A POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. DEVERAS, BANIDO O MONTEPIO MILITAR, TEM-SE, NO DESDOBRAMENTO, A INEXISTÊNCIA, NO ORDENAMENTO JURÍDICO, DE PREVISÃO QUE CONFIRA OBRIGATORIEDADE À ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL DE DESCONTAR-LHES A CONTRIBUIÇÃO ASSECURATÓRIA DE BENEFÍCIO QUE DEIXOU DE EXISTIR EX POTESTATE LEGIS. - DIAGNOSTICADA A CARÊNCIA DA AÇÃO MANDAMENTAL, À MÍNGUA DE DOIS DOS SEUS PRESSUPOSTOS GENÉRICOS, DECRETA-SE EXTINTO O PROCESSO, SEM ANÁLISE DA MATÉRIA DE FUNDO. - UNANIMIDADE. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.6254-2/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.08.2004, pg. 10)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 142

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - MONTEPIO MILITAR ADVINDO DA EXCLUSÃO A BEM DA DISCIPLINA DE POLICIAL MILITAR NOS MOLDES DO ART. 15 DA LEI ESTADUAL N. 10.972/84 - NÃO SE COMUNICA COM A PENSÃO POR MORTE ESTATUÍDA NO ART.40, §3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. I- A pensão de montepio prevista na legislação estadual para dependentes do policial militar excluído da corporação a bem da disciplina após 10 (dez) anos de efetivo exercício não pode receber o mesmo tratamento da pensão por morte do servidor público, cuja regência se acha fincada no § 5º, do art.40 da Constituição Federal. II- Na vertente hipótese, a impetrante não é beneficiária de pensão por morte e, sim, da pensão do montepio militar, advinda pela exclusão a bem da disciplina de policial militar, com disciplinamento próprio na Lei Estadual nº 10.972/84. III- Segurança denegada. Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.7765-1/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 26.08.2004, pg. 10)

•Promoção Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – POLICIAL MILITAR - PROMOÇÃO POR PRETERIÇÃO FREQÜÊNCIA E APROVAÇÃO EM CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO - INADMISSIBILIDADE I - Conforme o magistério do consagrado Prof. Ernane Fidélis dos Santos, “No mandado de segurança há, na verdade, a existência de duas lides: a primeira caracterizada pela forma especial de proteção jurídica, revelada pela liquidez e certeza processuais do direito; a segunda, pela pretensão resistida em si. Decidindo-se pela iliquidez ou incerteza do direito tão-somente, há definitividade do julgamento com relação à especial forma de proteção jurídica, de modo que outro mandado não pode ser interposto” (Manual de Direito Processual Civil, Vol. 3, 8ª Ed, 2002, pág. 198). II - Por direito líquido e certo se deve entender aquele que pode ser reconhecido de plano, necessidade de dilação probatória. Assim, se a comprovação do alegado na inicial der de outras provas, as vias ordinárias são o caminho adequado. III - No caso em tela, após acurada análise da documentação acostada às fls. 16/59, verifica-se não haver, a parte ora recorrida, logrado trazer aos autos a prova pré-constituída e seu direito. Como exposto no bem lançado parecer da douta Procuradoria Geral de Justiça, o impetrante negligenciou no dever de provar em que consistiu a alegada preterição, bem como que se submetera aos cursos de habilitação previstos no art. 10 da Lei 10.236/78

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ou mesmo de que prestou o concurso de admissão referido pelo art. 12 do mesmo diploma legal. IV - Na verdade, conforme ficou consignado pelo ente federado ora recorrente, a constituição de prova do direito do ora apelado à promoção por preterição, deveria ter sido feita com a apresentação, antecipada e específica, haja vista a escolha da via estreita do mandado de segurança, de um caso concreto em que um outro Cabo PM, em condições iguais ou menos favoráveis às suas, houvesse sido promovido ao mesmo posto por si pleiteado (art. 59, §§ 1º e 2° Lei 10.072/76). V - Demais disso, ressalte-se a necessidade de ser provada a existência de vaga para que se possa cogitar da promoção, conforme ficou assentado em recente julgamento do STF, na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 2979) proposta pelo governador do Estado do Espírito Santo. Ao dar à Lei Complementar n° 206/01, que se refere à promoção de policiais e bombeiros militares daquele estado, interpretação conforme a Constituição, entendeu o Pretório Excelso que “as disposições da Lei devem, ser entendidas no sentido de que cada promoção peculiar só poderá efetivar-se quando exista na classe superior cargo vago”. (Ação Direta de Inconstitucionalidade n° 2979, ES, Relator: MIN. Cezar Peluso) VI - REMESSA OBRIGATÓRIA E APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDAS E PROVIDAS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.0315-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 21.09.2004, pg. 11) Ementa: - Mandado de segurança. Administrativo. Policial militar. Promoção por antiguidade. Ressarcimento por preterição. Apelação e remessa oficial. Sentença que concede a segurança e determina a promoção do impetrante. - Implementação dos requisitos. Interstício temporal, curso de aperfeiçoamento para graduação superior e preterição comprovados por prova pré-constituída. Direito líquido e certo configurado às promoções, pelo mecanismo de ressarcimento por preterição, provado em face de militares paradigmas em idêntica situação. - Recursos voluntário e ex offício conhecidos e desprovidos. -Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6622-1/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 06.08.2004, pg. 7) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PRETERIÇÃO DE PROMOÇÃO DE POLICIAL MILITAR. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. ATO DISCRICIONÁRIO. RAZOABILIDADE. APELAÇÃO.

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I - O caso dos presentes fólios é regulado pela Lei N° 226/48, haja vista que a Lei N° 10.072/76, posterior àquela, não a revoga de modo tácito ou expresso, considerando que nem regula in totum a matéria regida pela primeira legislação, nem é incompatível com a mesma. II - O princípio da separação de poderes não pode servir de pretexto para albergar arbitrariedades de autoridades públicas, sendo de elementar sabença que todo ato administrativo, mesmo discricionário, não se exerce ao arrepio da lei, senão com observância e sujeição a ela. III - Direito líquido e certo é o que apresenta existência inconteste, extensão delimitada e se encontre habilitado ao exercício no momento da impetração do “writ of mandamus”. O caráter de líquido e certo reside na própria materialidade ou existência fática da situação jurídica. Hipótese do presente fascículo. IV - Inteligência do art. 5°, XXXV, LXIX, da Constituição Federal; arts. 2°, §1°; e 5° da lei de Introdução ao Código Civil; art. 164, da Lei N° 226/48; art. 59, §§1º e 2°, da Lei N° 10.07276; e do art. 11, Decreto-Lei N° 15.275/82. V - Recurso conhecido, mas improvido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.2873-1/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 23.07.2004, pg. 17) Ementa: Direito constitucional e administrativo. Policial militar. Especialista. Promoção. A Lei 10.072/76, trouxe inovações quanto às hipóteses e critérios gerais de promoção de policiais militares, entretanto não se pronunciou a respeito do quadro de praças especialistas, estando, portanto, vigentes e totalmente aplicáveis os dispositivos da Lei 226/48. Precedentes jurisprudenciais deste Tribunal. Recursos conhecidos e improvidos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0401-8/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.07.2004, pg. 18)

Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública Ementa: ADMINISTRATIVO - VANTAGEM PESSOAL REAJUSTÁVEL - LEI MUNICIPAL 6.712/90 – PRESCRIÇÃO - INEXISTÊNCIA - PRESTAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO - INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 85 STJ – VANTAGEM DEVIDA. I - A jurisprudência pátria vem firmando entendimento no sentido de que uma vez inexistindo ato denegatório do direito pleiteado pelo servidor, por parte da Administração Pública, não há que se falar em prescrição do

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fundo de direito Assim, traduzindo-se o direito em obrigação de trato sucessivo, a prescrição atinge, tão-somente, as prestações vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação (Súmula 85/STJ), observadas as causas de suspensão e interrupção do prazo prescricional. II - Dúvida não há de que a referida norma instituiu a Vantagem Pessoal Reajustável, existindo, na hipótese sob exame, inclusive conforme se denota da documentação acostada às fls. 44/45, parecer da Procuradoria Geral do Município aprovado pelo Sr. Prefeito em que é reconhecida a juridicidade da percepção do mencionado benefício pelos servidores que foram relotados (deslocados de um para outro órgão do mesmo Poder, no interesse da Administração Pública), que foi o caso dos autores. III - Ademais, no que se refere à argumentação do ente municipal segundo a qual a vantagem pleiteada constitui uma gratificação propter laborem, não constituiu a edilidade qualquer prova neste sentido, razão porque tal suscitação não pode convalescer IV - APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0007.4403-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 23.07.2004, pg. 18) Ementa: POLICIAL MILITAR. APOSENTADORIA. PROMOÇÃO. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. CONFIGURAÇÃO. Prescreve em 05 (cinco) anos, nos termos do art. 1° do Decreto n° 20.910, de 06 de janeiro de 1932, a contar da data da aposentadoria do servidor, a ação para pleitear promoção e seus consectários. Prescrição reconhecida. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0010.0724-3/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 17)

Previdência Complementar

Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. PRESCRIÇÃO: DESCABIMENTO. ENFRENTAMENTO DA QUESTÃO DE FUNDO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. GEAP - FUNDAÇÃO DE SEGURIDADE SOCIAL. PECÚLIO FACULTATIVO: LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA. LEGALIDADE DO PAGAMENTO DE APENAS 20% DO VALOR DO PECÚLIO POR OCASIÃO DA APOSENTADORIA DA SERVIDORA, RESERVADO O RESTANTE (80%) AOS SEUS BENEFICIÁRIOS OU SUCESSORES, APÓS O EVENTO MORTE. I - À falta de previsão legal específica para a hipótese de prescrição da pretensão ao recebimento do pecúlio em apreço, incide o art. 177 do

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CC/1916, com termo final, pois, para 20 anos após a violação do alegado direito. II - Considerando o caráter programático da norma insculpida no art. 219 do Decreto n° 72.771/73, não assiste à Apelante direito ao recebimento integral do valor do pecúlio facultativo ali instituído, não tendo a Portaria Ministerial n° 1.160/78 alterado o disposto naquele artigo, mas apenas regulamentado-o, fixando o pagamento de 20% sobre o valor total do benefício, a título de ajuda financeira ao servidor da Previdência Social, por ocasião de sua aposentadoria, ficando os restantes 80% reservados aos beneficiários designados ou sucessores. III - Prejudicial de mérito rejeitada. Apelo improvido (quanto à questão de fundo). (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0115-2/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 17.09.2004, pg. 9)

Ementa: Previdência Privada. Plano de Demissão Voluntária. Funcionários do Banco do Estado do Ceará SIA - BEC que tiveram seus contratos de trabalho rescindidos através do referido plano. Após terem recebido, em devolução, as contribuições por eles recolhidas á Caixa de Previdência Privada do Banco do Estado do Ceará - CABEC, vêm a juízo pleitear que lhes seja restituída a contribuição vertida pelo empregador patrocinador. Ação julgada improcedente. Sentença que se confirma em virtude de pertencer ao patrão o que contribuiu para o plano previdenciário, da mesma forma que é devida ao ex-empregado a restituição do valor de sua contribuição. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7164-9, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 01.07.2004, pg. 30)

Responsabilidade Civil da Administração Pública Ementa: INDENIZAÇÃO. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. MORTE POR ELETROCUSSÃO. DANOS MATERIAIS E MORAIS COMPROVADOS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. VERBA INDENIZATÓRIA, A TÍTULO DE DANOS MATERIAIS, FIXADA EM PENSÃO MENSAL, A SER PAGA, EM RATEIO, EM FAVOR DOS AUTORES, ATÉ A DATA EM QUE O SINISTRADO COMPLETARIA 65 ANOS DE IDADE, SENDO QUE A

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PARTE DEVIDA AO FILHO MENOR DA VÍTIMA DEVERÁ SER PAGA ATÉ QUE ELE ATINJA 21 ANOS. - As pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público, têm obrigação de indenizar os danos causados por sua conduta omissiva ou comissiva, não havendo necessidade de perquirição acerca da existência de dolo ou culpa, haja vista tratar-se de responsabilidade objetiva. Inteligência do art. 37, §6°, da Constituição Federal de 1988. - A indenização deve ser fixada sob a forma de pensão mensal, dado o caráter alimentar de que se reveste. - Os tribunais pátrios firmaram construção jurisprudencial no sentido de que, do valor fixado como pensão mensal, a título de indenização, deve ser subtraído 1/3 (um terço), quantia que, presumidamente, cobriria as despesas pessoais da vítima. - Sentença parcialmente reformada, de maneira a fixar a verba indenizatória, a título de danos materiais, no valor equivalente a 2/3 (dois terços) de um salário mínimo, em favor dos autores, para rateio, devida desde a ocorrência do sinistro até a data em que o de cujus completaria 65 (sessenta e cinco) anos de idade, devendo a metade do referido valor, que cabe ao filho da vítima, ser paga em favor do menor até que ele venha a atingir 21 (vinte e um) anos, e indenização, por danos morais, no quantum correspondente a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), que deve ser dividido entre os autores, cabendo a cada um o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais), e, bem assim, para determinar que a fixação da verba honorária advocatícia incida sobre o somatório das prestações vencidas, incluindo-se nesse montante a verba indenizatória fixada a título de danos morais, e de doze prestações vincendas. RECURSOS APELATÓRIOS CONHECIDOS, E PARCIALMENTE PROVIDOS. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5874-0/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 28.09.2004, pg. 9) Ementa: Apelação Cível – Indenização Responsabilidade Objetiva. A responsabilidade objetiva decorre da mera relação causal entre o agente e o dano. Independe de culpa. É responsabilidade, no caso dos entes públicos, que decorre do próprio risco administrativo. Apelo improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0734-1/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 23) Ementa: RECURSO OFICIAL - AÇÃO INDENIZATÓRIA - RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - CULPA IN VIGILANDO - DANOS MATERIAIS E MORAIS. I - O Estado responde objetivamente por

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dano causado por seu agente, em substituição à responsabilidade deste, sem indagação de culpa. II - Vítima atingida no recinto do Quartel por arma pertencente ao acervo militar caracteriza culpa in vigilando do Estado, que, induvidosamente, não empregou todas as cautelas exigíveis para evitar o evento danoso. III - Remessa oficial conhecida, mas improvida. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7649-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 23.07.2004, pg. 16) Ementa: - ADMINISTRATIVO CONTRATO DE FORNECIMENTO DE MEDICAMENTOS À ENTE PÚBLICO. DEVER DESTE DE HONRAR O PAGAMENTO. - Ao ente público não é dado o direito de omitir-se ao pagamento a seus fornecedores, inclusive de medicamentos, essenciais à saúde pública. - Nem o argumento de não ter havido liquidação (possível em algumas circunstâncias) não exime a Administração de cumprir com sua alegação. - Recurso oficial recebido e confirmada sentença, em todos os seus termos. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8977-9/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 23)

Servidores Públicos

•Aposentadoria Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - PREVIDENCIÁRIO - PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA APOSENTAÇÃO - TRANSCURSO DE MAIS DE TRÊS ANOS - SUSPENSÃO DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA A CARGO DO SERVIDOR ATIVO - RAZOABILIDADE, PROPORCIONALIDADE, MORALIDADE E EFICIÊNCIA - APLICAÇÃO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. I - Preenchidos, há mais de 3 (três) anos, os requisitos para a aposentação do servidor, faz-se imperiosa a suspensão imediata do desconto das contribuições previdenciárias incidentes sobre sua remuneração como servidor ativo. II - Configura manifesta afronta aos princípios constitucionais da eficiência, razoabilidade, proporcionalidade e moralidade a falta de perfectibilização de aposentadoria cujo pedido foi formulado há mais de 3 (três) anos, não

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sendo razoável que a inércia injustificada da Administração imponha ônus pecuniário ao servidor. III - Antecipação de tutela mantida. Agravo conhecido, mas desprovido. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0003.7237-1/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 14)

Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA. SERVIDORES PÚBLICOS. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DA APOSENTADORIA. REQUERIMENTO FORMULADO. AFASTAMENTO DO SERVIÇO, APÓS TRANSCURSO DO PRAZO DE 60 DIAS. CONTINUIDADE DA EFETIVAÇÃO DE DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS. INADMISSIBILIDADE. I - Uma vez implementados os requisitos para a concessão da aposentadoria, segundo a legislação vigente à época do requerimento, a publicação do ato aposentatório é medida que se impõe, carecendo de legitimidade a conduta do Poder Público de continuar descontando percentuais previdenciários dos vencimentos dos servidores públicos legitimamente afastados. II - Não fazem jus ao recebimento dos valores referentes a 1/3 (um terço) de férias os servidores afastados, porquanto não verificado, na hipótese, o efetivo exercício de suas atividades, por certo lapso de tempo, condicio sine qua non para a fruição das férias e conseqüente percepção do adicional aludido. III - Sentença reformada, em parte. IV - REMESSA OFICIAL E RECURSO APELATÓRIO CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8568-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.07.2004, pg. 15)

•Exoneração

Ementa: ADMINISTRATIVO SERVIDOR PÚBLICO NÃO ESTÁVEL - EXONERAÇÃO COM OPÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - COMPLEMENTAÇÃO SENTENÇA REEXAME NECESSÁRIO. Se foi dada ao servidor público não estável a opção de exonerar-se mediante indenização por tempo de serviço, o cálculo da indenização deve abranger todas as parcelas por ele recebidas. O fato de não ser estável ou incluir a remuneração vantagens pro labore faciendo, não justifica a redução de qualquer parcela da remuneração citada, para efeito de cálculo da cogitada indenização. Sentença mantida.

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(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2814-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 16)

•Incorporação de Vencimentos

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA- IMPETRANTES SERVIDORES PÚBLICOS APOSENTADOS - VANTAGEM PESSOAL CONGELADA -RESISTÊNCIA À SEGURANÇA JURÍDICA, AO ATO JURÍDICO PERFEITO E AO DIREITO ADQUIRIDO. I - O Estado do Ceará não pode desconstituir uma situação juridicamente consolidada, cuja veracidade foi referendada pelo Tribunal de Contas, a ponto de causar prejuízo financeiro com o corte dos proventos dos impetrantes, passando a considerar uma parte suscetível de atualização na mesma base do que deferido aos servidores em atividade e outra “congelada”, por dizer a respeito gratificações que entendem serem inerentes ao exercício da função comissionada respectiva, todavia, incorporada regularmente a os estipêndios. II - Desse modo, restou evidenciado que os impetrantes, através dos seus atos de aposentadoria, já haviam incorporado ao seus patrimônios jurídicos a parcela discutida, logo, evidentemente, inadmissível é a sua exclusão. III - Ordem concedida. Acórdão unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0002.8075-0/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 26.07.2004, pg. 7) Ementa: Servidora Pública. Delegada de Polícia Civil. Vantagem pessoal incorporada. Congelamento. Inadmissibilidade. Reajuste específico da parcela contemplada em norma local, Diploma n° 13.250/02, disciplinante da revisão remuneratória do Executivo. Repercussão no campo patrimonial da servidora, que ao plus vencimental faz jus, decursivo de cargo comissionado que exercera. Incidência do aumento, na exata projeção pecuniária vigente, e paga aos demais da ativa. Concessiva da segurança, preservante da diretiva já alçada à orientação da Corte, casos que tais. - Contemplando a normatização específica o reajuste do cimo remuneratório incorporado (parcela de remuneração pro labore facto), inafastável a repercussão na esfera patrimonial da servidora que, pelo exercício pretérito do cargo em comissão, faz jus à permanência receptiva da vantagem, com o timbre da definitiva aderência. E como o princípio da legalidade importa a completa submissão da Administração à lei, reajustamento veiculado no diploma local revisório, outra alternativa não se franquearia, senão a extensibilidade da melhoria àquela servidora, na exata compleição

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financeira vigente, paga aos demais da ativa, inexistindo rationale prestante ao trato discriminatório e gravoso, interdito mesmo diante da dimensão isonômica, constitucionalmente assegurada, motivando, da autoridade pública, a aplicação do reajuste de maneira igualitária, sem distintivos arbitrários e desarrazoados. -Ordem concedida. -Nemine discrepante. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0001.0894-0/0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 26.07.2004, pg. 7) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO INCORPORAÇÃO AOS VENCIMENTOS DE VALOR CORRESPONDENTE AO DA REPRESENTAÇÃO DE FUNÇÃO INSTITUÍDA PELA LEI 11.847/91 (ART. 1º) - IMPOSSIBILIDADE -PROFESSORA ESTABILIZADA NOS TERMOS DO ART. 19 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, POR HAVER INGRESSADO NO SERVIÇO PÚBLICO ESTADUAL SEM SE SUBMETER A CONCURSO -BENEFÍCIO QUE SÓ PODE SER CONCEDIDO A FUNCIONÁRIO EFETIVO -ESTABILIDADE QUE NÃO SE CONFUNDE COM EFETIVIDADE -ORDEM DENEGADA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.4655-0/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, Relator Designado para lavrar o Acórdão: Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.07.2004, pg. 5)

•Pensão por Morte Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR INATIVO. PENSÃO. I - A teor do disposto no art. 40, § 8º, da CF/88, com a redação que lhe deu a EC nº 20/98, aplicável aos militares e seus pensionistas, por força da regra encartada no art. 42, § 2º, do mesmo Estatuto Maior: “Observado o disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão, na forma da lei”. II - Remessa Obrigatória conhecida e improvida. Sentença confirmada. Decisão unânime.

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(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.7696-9/0, Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 17.09.2004, pg. 9)

Ementa: Apelação Cível - Mandado de Segurança – Pensionista que teve reconhecido pela via mandamental o direito à percepção dos vencimentos que seu falecido esposo auferia em vida, nos termos da redação do então vigente art. 40, §§ 7.° e 8.°, da CF/88 - Exclusão dos valores anteriores ao ajuizamento do presente writ, nos moldes da Súmula 271 do STF - Sentença mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos - Recurso conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2154-6/0, Relator(a): Desa. Edite Bringel Olinda Alencar, DJ. 16.09.2004, pg. 17)

Ementa: Apelação Cível. Demonstrada a clareza meridiana dos arts. 40, parágrafo 7° da Constituição Federal, atinentes à espécie, e reconhecendo-se serem, ambas as normas, de aplicabilidade imediata, conclui-se, com efeito que o benefício da pensão por morte, corresponderá à totalidade dos proventos do servidor falecido, razão pela qual se confirma a decisão recorrida. Recurso conhecido e improvido. Decisão Unânime. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5403-6/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 16.09.2004, pg. 17)

Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA. PENSÃO POR MORTE. RECEBIMENTO EM SUA INTEGRALIDADE. SUPRESSÃO. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 40, § 7° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA MONOCRÁTICA. IMPROVIMENTO DA REMESSA OFICIAL. PRECEDENTES DO TRIBUNAL.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.9094-5/0, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 06.08.2004, pg. 14)

Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. PENSÃO DE MONTEPIO. SERVIDOR PÚBLICO APOSENTADO. MONTEPIO CIVIL. Preliminares superadas. Direito adquirido ao benefício. Direito líquido e certo comprovado. Viúva de Procurador do Estado. O Montepio corresponderá a uma pensão mensal igual a cem por cento (100%) dos vencimentos e vantagens percebidos pelo contribuinte à data de seu falecimento. A pensão será reajustada automaticamente sempre que houver

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alteração de vencimentos dos magistrados, a fim de manter-se proporcional aos proventos ou vencimentos que receberia o contribuinte falecido observado sempre o disposto na legislação pertinente. Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.4525-8/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 02.08.2004, pg. 10) Ementa: Apelação Cível. Mandado de segurança. Pensão por morte. Vencimentos do servidor em atividade. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 40, parágrafo 5º, com redação anterior às EC nos 20/1998 e 41/2003, estendeu aos dependentes do servidor falecido a garantia de perceber, a título de benefício, o valor correspondente aos vencimentos ou proventos que este perceberia se vivo fosse, até o limite estabelecido em lei. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3308-9/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14)

•Processo Administrativo Disciplinar Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROCESSO DISCIPLINAR. DEFESA TÉCNICA. AUSÊNCIA. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. VIOLAÇÃO. ATRASADOS. LIMITAÇÃO. Os princípios da ampla defesa e do contraditório restam maculados quando, no processo administrativo disciplinar, não é assegurado ao indiciado a necessária defesa técnica. Restrição do direito à percepção de diferenças estipendiais a partir da data do ajuizamento da ação, tudo devidamente corrigido e acrescido dos juros legais.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3726-4/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 23)

•Proventos de Inatividade Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA INTEGRAL POR INVALIDEZ PERMANENTE. SERVIDOR PÚBLICO. PROFESSORA. ATIVIDADE EXTRACLASSE. REMUNERAÇÃO. NATUREZA. SALÁRIO. PROVENTOS DA APOSENTADORIA. TOTALIDADE DA

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REMUNERAÇÃO. MANDADO DE SEGURANÇA NÃO É SUCEDÂNEO DE AÇÃO DE COBRANÇA. SÚMULA 269 DO STF. CUSTAS PROCESSUAIS. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA. SÚMULA 512 DO STF. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE . 1- No caso de aposentadoria por invalidez permanente, reconhecida como integral pelo próprio ato impugnado, os proventos devem corresponder à totalidade da remuneração 2- Mandado de Segurança não é substituto de ação de cobrança, não se prestando para cobrar parcelas vencidas antes da impetração 3- As pessoas jurídicas de direito público estão isentas de custas processuais 4- Não são devidos honorários de sucumbência em sede de Mandado de Segurança. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0000.7480-8/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 13.09.2004, pg. 21) Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - PENSÃO - ART. 40, §§ 7° E 8° - AUTOAPLICABILIDADE - PRECEDENTES. - Em consonância com o entendimento esposado pelo Supremo Tribunal Federal, o benefício outorgado pelo art. 40, §§ 7° e 8° da CF/88, com redação estabelecida pela Emenda Constitucional n° 20/98, referente ao cálculo de proventos ou pensão, deve guardar correspondência com a totalidade dos proventos do servidor em atividade, até o limite estabelecido em lei; - Perfectibilizado o ato de aposentadoria, incorporam-se os direitos respectivos ao seu patrimônio jurídico, sendo ato violador a retirada das parcelas incorporáveis ou incorporadas, ferindo direito adquirido; - Precedente do STF no julgamento do AGRAG n° 265.373-2/CE; - Recurso do Estado do Ceará conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0265-0/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 20.08.2004, pg. 23) Ementa: - ADMINISTRATIVO. VANTAGENS CONCEDIDAS AOS SERVIDORES DA ATIVA. SUA APLICAÇÃO AOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS. - Em face da CF/88, art. 40, §8° (vigente a partir da EC 20, de 15.12.98) e atendido o limite do teto dos ministros do STF, são estendidos aos aposentados e pensionistas todos os benefícios e vantagens concedidos aos servidores da ativa.

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- Com o advento da Lei n° 6.026, de 26 de novembro de 1985, que alterou a Lei n° 5825/8 4, todos os servidores com a mesma função da apelada passaram a receber o acréscimo de 200 (duzentas) horas/aulas, o que lhe deve ser estendido, por força do dispositivo constitucional. - Apelo conhecido e improvido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3104-9/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 20.08.2004, pg. 23) Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA - PENSIONISTAS DE AGENTES FISCAIS DO MUNICÍPIO DE FORTALEZA QUE PERCEBIAM A GRATIFICAÇÃO DE PRODUTIVIDADE NO PERCENTUAL DE 100% - ALTERAÇÃO LEGISLATIVA DA REFERIDA PARCELA QUE PASSOU A SER DENOMINADA DE RETRIBUIÇÃO ADICIONAL VARIÁVEL (RAV) E A SER PAGA EM PONTOS - EXTENSÃO ÀS PENSIONISTAS EM SUA PONTUAÇÃO MÁXIMA - REMESSA CONHECIDA E IMPROVIDA, CONFIRMANDO A SENTENÇA DE 1° GRAU: I - A vantagem instituída pela Lei Municipal n° 6469/89 é extensível às pensionistas de agentes fiscais aposentados, em sua pontuação máxima, nos termos do art. 40, §8°, da Carta Magna de 1988, que prescreve a revisão dos proventos de aposentadoria e das pensões na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade, bem como estende aos inativos e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria, na forma da lei. II - Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça. III - Remessa conhecida e improvida, confirmando a sentença de 1° grau. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0005.6545-3/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 09.08.2004, pg. 23) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. LEI ESTADUAL N.° 10.715/82. MAJORAÇÃO DE PROVENTOS. PRESCRIÇÃO DO FUNDO DE DIREITO. RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO. EXTENSÃO RETROATIVA DO BENEFÍCIO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIO DA CORRESPONDENTE FONTE DE CUSTEIO. INEXISTÊNCIA DE PROVA QUANTO AO PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS RELATIVAS ÀS VANTAGENS. PARCIAL IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO. 1. - Inexistente ato da Administração negativo de reconhecimento da extensão do reajuste dos proventos aos deputados estaduais, aposentados

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anteriormente à Lei n.° 10.715/82, a prescrição só atinge as parcelas vencidas antes do qüinqüênio anterior à propositura da ação. 2. - Aplicável a retroatividade benigna da citada lei, com fundamento no parágrafo 8.° do art. 40, da Constituição Federal, que assegura equiparação entre benefícios e remuneração da atividade. 3. - Não implementada, na hipótese, a comprovação do recolhimento das diferenças relativas às contribuições sobre as vantagens, o reajuste dos proventos se dá apenas no pertinente à mudança de percentual de 1/25 para 1/20 avos sobre os subsídios anuais auferidos por Deputado Estadual da ativa. 4. - Recurso parcialmente provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6579-8/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 6) Ementa: Mandado de segurança. Proventos da inatividade. Diárias operacionais e abono policial militar. A Constituição Federal de 1988, em seu art. 40, §§ 30 e 80 (de acordo com Emenda Constitucional n˚ 20/98), erigiu o princípio da equiparação dos proventos dos inativos aos vencimentos e vantagens conferidos aos servidores em atividade, de modo que o valor da remuneração, pago a estes, será igualmente pago aos aposentados, independentemente de sua natureza. Apelação conhecida e provida. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3410-7/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14) Ementa: CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO. PROVENTOS. VANTAGENS DA ATIVIDADE. EXCLUSÃO DOS PROVENTOS, ILEGALIDADE. CONCESSÃO DO ABONO POLICIAL E DA INDENIZAÇÃO DE MORADIA. EXCLUSÃO DAS DIÁRIAS OPERACIONAIS, FACE À INADMISSIBILIDADE RECURSAL DO IMPETRANTE. (1) Os proventos do servidor público devem corresponder à totalidade do que este perceberia se estivesse em efetivo exercício. Inadmissível a exclusão de vantagens ao argumento de serem próprias da atividade. Violação ao princípio da irredutibilidade de vencimentos e proventos insculpido no §4º do art. 40, da Constituição Federal (redação primitiva). Inteligência dos §s 3º e 8º do mesmo artigo, incorporados pela EC nº 20/98. (2) Em face da inadmissibilidade recursal da apelação do impetrante, fica prejudicada a devolução do tema diárias operacionais, excluídas pelo juiz a

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quo, da concessão da segurança. Segurança mantida, quanto às demais vantagens. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6344-7/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 16) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. OCUPANTE DE CARGO EFETIVO NO MAGISTÉRIO ESTADUAL. PROVENTOS. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. 1 .A redução de proventos quando da aposentadoria de servidor público estadual vai de encontro a dispositivo da legislação do Estado, Estatuto do Magistério, bem como a previsão constitucional de irredutibilidade de vencimentos. 2. O acréscimo denominado extra-classe tem a clara natureza vantagem pecuniária pro labore faciendo, devendo integrar os proventos de aposentadoria se no momento da passagem, o servidor estava recebendo tal vantagem. SEGURANÇA CONCEDIDA. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0006.0084-6/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 20.07.2004, pg. 8) Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. PROVENTOS. PROFESSORA. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Os proventos do servidor público devem corresponder à totalidade do que este perceberia se estivesse em efetivo exercício. Inadmissível a exclusão de vantagens ao argumento de serem próprias da atividade. Ademais, o Estatuto do Magistério do Estado do Ceará, em seu art. 62, § único, prevê a incorporação à aposentadoria da chamada gratificação extraclasse. Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.2783-1/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 6) Ementa: Mandado de segurança impetrado por aposentada, no pretérito, professora estadual, merecedora de proventos integrais, ante a efetiva consumação do suporte fático e legal do benefício. Aflitiva vivenciada, mês a mês: decesso vencimental alcançável no perceptivo de seus proventos, aquém da totalidade remuneratória auferida, quando em atividade. Decadência do direito ao manejo do instrumento mandamental impróspera: relação jurídica continuativa, prestações de trato sucessivo. Procedência da ordem, ante o superior alicerce de juridicidade da

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pretensão -artigo 40, § 3°, Lex Fundamentalis Federal -e mais, no rumo, a diretiva consolidada na Corte judiciária, assecuratória da provisão judicial perseguida, eliminando-se o redutivo vencimental, casos que tais, garantindo-se, dessarte, o retributivo da inatividade na dimensão isonômica com a remuneração da ativa. -”Em se tratando de prestações de trato sucessivo, consistentes no pagamento de proventos de inatividade, o prazo decadencial renova-se a cada ato lesivo” (STJ, RESP 53.335/PR, Relator Ministro Dipp, DJ 17.02.99). -Os proventos, quando de sua concessão, serão sempre calculados com base na remuneração do respectivo servidor no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria. Integrais, correspondem à totalidade da remuneração na atividade, inadmissível o impositivo de redutor, para estremá-Ios do perceptivo da ativa. Proventos, assim, não podem implicar alterabilidade prejudicial, modalidade retributiva aquém da remuneração da atividade, máxime quando justificada a diminuição de ganho no supressório de acréscimo vencimental integrante da fruição mensal da ativa, como se fora factível, e não o é, objetar à preceituação constitucional, “impeditiva de artifícios governamentais, não raramente utilizados, destinados a desequiparar os aposentados e pensionistas dos servidores da ativa, garantindo-se, assim, a tranqüilidade do servidor público em sua velhice” (Alexandre de Moraes, Constituição do Brasil Interpretada, Atlas, 2002, p. 947). E nisso a rationale da posição iterativamente externada pelo Colegiado: II os proventos dos servidores públicos devem ter o mesmo valor daqueles recebidos quando na ativa, salvo alguma disposição legal mais favorável. Caso contrário, a aposentadoria se constituiria um castigo àqueles servidores e não uma recompensa pelos anos de serviços prestados” (dizeres do Desembargador José Maria de MeIo, na ementa trabalhada ao MS 2002.0000.8524-0, caso símile; no rumo, MS 2000.0015.8872- 0, 2000.0014.4478-7, Relator Desembargador José Arísio Lopes da Costa; MS 2002.0004.0532-6, Relatora Desembargadora Gizela Nunes da Costa, dentre muitíssimos outros). -Concessiva da ordem que se impõe, com a restritiva, apenas, dos lindes e gizamentos próprios da ação de segurança: nada de restituitório de parcelas remuneratórias anteriores ao ajuizamento da impetração, mas as que se venceram a partir do manejo do writ. -Nemine discrepante.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.0590-5/0, Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 09.07.2004, pg. 5)

Ementa: Mandado de Segurança. Professora. Gratificação extraclasse. Redução dos proventos. Impossibilidade. Proteção constitucional (CF, art. 37, XV e 40, par. 3º e 8º).

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I - Não devem ser subtraídas dos proventos do servidor as vantagens de caráter remuneratório e alimentar, posto que já incorporadas a estes. II - Afronta o ordenamento jurídico o fato de se piorar a situação econômica do servidor aposentado logo no momento em que mais precisa de suporte financeiro ante as mazelas da idade avançada. III - Inconcebível a tese que alberga a impossibilidade de transferência para a inatividade de gratificações do servidor em razão de sua natureza prolabore faciendo, notadamente quando, na verdade, se trata de aumento da remuneração por via transversa. IV - Precedentes desta Corte (MS - 2000.0014.4478-7/0 - Relator: Des. Jose Arisio Lopes da Costa - Julgado em: 06/03/2003). V – Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.3961-3/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 07.07.2004, pg. 8)

Ementa : CONSTITUCIONAL. PROVENTOS. ART. 40, § 4° DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL (REDAÇÃO ANTERIOR À EC N° 20/98). ATUALMENTE ART. 40, § 8° DA CF/88. Os proventos do servidor público devem corresponder à totalidade do que este perceberia se estivesse em efetivo exercício. Inadmissível a exclusão de vantagens ao argumento de serem próprias da atividade. Precedentes do TJ/CE e do STF.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7903-3, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 01.07.2004, pg. 29)

•Reclassificação e Reenquadramento Ementa: - Embargos infringentes. Acórdão reformatório de sentença que julgou improcedente pedido de reposicionamento nas referências/níveis funcionais a partir da implantação de novo plano de cargos e carreiras. - “É sempre possível desigualar entre categorias de pessoas, desde que haja uma razão prestante, aceitável, que não brigue com os valores consagrados no texto constitucional (...)” (in “Princípio da isonomia: desequiparações proibidas e desequiparações permitidas, RTDP, 1/1993, Malheiros editores, págs. 81/82). - Caso em que se deu efeito inversamente proporcional a critério ou discrimen (progressão horizontal), exaltando-se um desvalor (desprestígio à antiguidade no cargo), em oposição aos valores que regem a administração pública. Malferimento à isonomia, proporcionalidade e razoabilidade.

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- Não obstante o malferimento à isonomia e na medida em que não dispõe o Poder Judiciário de competência para atuar como legislador positivo, impossível o atendimento do pleito dos servidores, diante da manifesta inutilidade de tão somente declarar-se a inconstitucionalidade do discrimen, sem, contudo, poder equiparar ou desequiparar por critério substitutivo. - Recurso conhecido e desprovido. (TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Embargos Infringentes n˚ 2000.0012.8843-2/2, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 18.08.2004, pg. 25) Ementa: APELAÇÕES CÍVEIS - AÇÃO ORDINÁRIA - REPOSICIONAMENTO DE SERVIDORES NAS NOVAS REFERÊNCIAS DESCRITAS NA LEI ESTADUAL N° 12.528/96 - POSSIBILIDADE - INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO - INOCORRÊNCIA DE REDUÇÃO VENCIMENTAL - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – CAUSA DE PEQUENO VALOR - APLICAÇÃO DO ART. 20, §40 DO CPC - APELAÇÕES CONHECIDAS, PARA NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO INTERPOSTO PELAS SERVIDORAS E DAR PROVIMENTO AO RECURSO ADESIVO APRESENTADO PELO ESTADO DO CEARÁ, FIXANDO OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS NO VALOR DE CINQÜENTA REAIS PARA CADA SUCUMBENTE: I - No regime estatutário pode o Estado - via legislativa e desde que não haja redução vencimental - alterar a forma de remuneração de seus servidores, aumentar ou reduzir o número de referências, de tabelas, aproximar faixas ou afastá-las, adotar percentuais maiores ou menores, suprimir ou transformar gratificações, tudo conforme política salarial que pareça mais adequada aos interesses da Administração, sem ofensa a direitos adquiridos. II - Diante da validade dos dispositivos trazidos pela Lei n° 12.582/96, o pedido postulado pelas servidoras só poderia ser deferido caso restasse demonstrado que, no caso específico das mesmas, a forma de cálculo prevista pelo art. 38 da referida norma não foi corretamente aplicada. Todavia, tal matéria sequer foi argüida pelas Recorrentes, não tendo sido, ademais, objeto das provas produzidas no caderno processual. III - Na hipótese dos autos, em face do pequeno valor atribuído à causa, a fixação dos honorários advocatícios deve ser realizada com base no §4° do art. 20 da Lei Adjetiva Civil (apreciação eqüitativa do juiz) e não no §3° do citado artigo (10% a 20% do valor da causa), como determinado pelo juízo singular. IV – A lide em comento, por se tratar de matéria objeto de diversas ações e por prescindir da realização de provas periciais ou de diligências a serem processadas em comarcas do interior, exigiu dos patronos pouco tempo

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para seu serviço, bem como pequeno grau de zelo, sendo consentâneo com a norma em exame a fixação dos honorários no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para cada uma das sucumbentes. V - Recursos conhecidos, para negar provimento à apelação interposta pelas servidores e dar provimento à apelação adesiva apresentada pelo Estado do Ceará, reformando a sentença apenas para fixar os honorários advocatícios no valor de R$ 50,00 (cinqüenta reais) para cada sucumbente. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3991-6/0, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.07.2004, pg. 28)

•Reintegração Ementa: Apelação Cível. Mandado de segurança. Reintegração de policial militar à corporação. Verbas vencimentais. Em sede de execução de sentença proferida em mandado de segurança que decide pela reintegração do policial militar à corporação, a cobrança dos vencimentos só pode abranger as verbas vencidas a partir da data da impetração do mandamus até a efetiva reintegração do impetrante. O fato de terem sido pagas ao impetrante algumas das parcelas devidas, em face do êxito obtido no mandamus, não implica, necessariamente, no reconhecimento de que o mesmo teria sido reintegrado à Polícia Militar. Mormente quando existe declaração expressa da PM que não houve a aludida reintegração. Recurso conhecidos e improvidos. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8100-8/0, Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 06.08.2004, pg. 7)

•Teto Remuneratório Ementa: - Embargos à Execução - Vencimentos – Teto Remuneratório. - Já está assente nesta Corte o entendimento de que os servidores beneficiados pela Lei nº 11.171/86, na esteira de julgamento do STF tem o direito de ao vencimento-base ver somada gratificação incorporada e sobre a soma dessas duas parcelas, calculadas as vantagens que o servidor faria jus, excluindo do teto de remuneração, as vantagens pessoais. - Embargos rejeitados.

(TJCE, Tribunal Pleno, Embargos à Execução n˚ 2000.0010.7332-0/3, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 07.07.2004, pg. 7)

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Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará - SUPSEC Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ILEGITIMIDADE PASSIVA. CONFIGURAÇÃO. Com o advento da Lei Complementar nº 24/2000, que dispõe sobre regras de transição na concessão e ajuste de pensões do Sistema originário para o SUSPEC, restou evidenciada a legitimidade passiva do IPEC para figurar nos processos judiciais relativos à discussão de pensão decorrente de fato gerador antecedente a 1º de outubro de 1999. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0016.1996-0/0, Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 08.09.2004, pg. 11) Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS - PREVIDENCIÁRIO - PENSÃO POR MORTE - VIÚVO - PREVISÃO DA LEI COMPLEMENTAR 12/99 - INTERPRETAÇÃO DO ART. 2° DA LEI COMPLEMENTAR 24/2000 CONFORME A CF/ 88 - RECURSO DESPROVIDO. I - A Lei Complementar n. 12/99, à qual instituiu o SUPSEC (Sistema Único de Previdência Social dos Servidores Públicos Civis e Militares, dos Agentes Públicos e dos Membros de Poder do Estado do Ceará), autorizou o viúvo à percepção de pensão pelo falecimento de esposa-servidora. II - As modernas regras hermenêuticas levam-nos a interpretar as normas infraconstitucionais em conformidade com a Constituição Federal, compatibilizando os preceitos das legislações complementares e ordinárias com as regras constitucionais. III - O art. 2° da Lei Complementar n. 24/2000, ao prever a aplicação da legislação previdenciária consoante a época do falecimento do segurado, não pretendeu excluir o direito dos viúvos de receberem a pensão de seus cônjuges, mesmo porque a Carta Magna em seu art. 201, inc. V, já havia explicitado este direito, tendo o intuito apenas de discrepar o período de aplicação da norma revogada e da norma revogadora. IV - Embargos declaratórios conhecidos e desprovidos. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0000.2652-1/1, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 09.08.2004, pg. 19) Ementa : MANDADO DE SEGURANÇA. PREVIDENCIÁRIO. SISTEMA ÚNICO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL DOS SERVIDORES PÚBLICOS E DOS MEMBROS DE PODER DO ESTADO DO CEARÁ - SUPSEC. NOTÁRIO. TABELIÃO DE CARTÓRIO DE OFÍCIO. SEGURADO OBRIGATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE DE EXCLUSÃO DO SISTEMA. SEGURANÇA CONCEDIDA EM PARTE.

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 163

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0001.3982-9/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 02.08.2004, pg. 9) Ementa: 1 - O beneficio da pensão por morte será igual ao valor dos proventos do servidor falecido ou aquele a que teria direito, se em atividade estivesse, na data de sua morte. II - O SUPSEC responde pelas obrigações previdenciárias originadas após a sua instituição, a saber, a partir de 1º de outubro de 1999, sendo as anteriores atribuídas ao IPEC. III - O Estado do Ceará não pode figurar isoladamente no pólo passivo de demandas previdenciárias cujo fato gerador remonte ao período em que o IPEC era responsável pelo gerenciamento e arrecadação das contribuições dos servidores estaduais. IV - Remessa Oficial parcialmente provida apenas para proclamar que o SUPSEC somente responde pelas obrigações previdenciárias originadas após a sua instituição, a saber, a parar de 1º de outubro de 1999, sendo as anteriores atribuídas ao IPEC. Destarte, não há que se falar em sucessão processual, devendo o Estado do Ceará passar a integrar a lide também no pólo passivo. (TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2417-3/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.07.2004, pg. 16) Ementa: Mandado de Segurança. Previdenciário. Militar. Sistema único de Previdência social dos servidores civis e militares, dos agentes públicos e dos membros de poder do Estado do Ceará - SUPSEC. Policial Militar. Contribuição paga ao Montepio e seus benefícios. Extinção. Legalidade. Ausência do direito invocado. Ordem denegada. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.7154-1, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 02.07.2004, pg. 4)

Tribunais de Contas Ementa: CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. TRIBUNAIS DE CONTAS. QUADRO PRÓPRIO DE PESSOAL. AUTONOMIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA. I -Tribunal de Contas do Estado. Autonomia administrativa e financeira, que inclui a competência de iniciativa legislativa atinente à organização interna de seus serviços, elaboração de Planos de Cargos e Carreiras dos seus diversos Grupos Ocupacionais e remuneração de seus servidores.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 164

II - Conforme precedentes deste Tribunal (MS 98.05292-2, Rel. Des. Francisco Hugo Alencar Furtado; MS 99.04928-2, Rel. Des. José Mauri Moura Rocha, etc.) a lei geral, que estipula parâmetros financeiros para servidores da Administração Direta, não atinge aqueles que integram o Tribunal de Contas do Estado e dos Municípios, que possuem normas específicas para seus servidores. III- Ausência de direito líquido e certo. IV -Segurança denegada.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.1734-2/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.09.2004, pg. 17) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - NATUREZA DO TRIBUNAL DE CONTAS ESTADUAL - ÓRGÃO ADMINISTRATIVO INDEPENDENTE DE COOPERAÇÃO COM O PODER LEGISLATIVO NA FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA - INAPLICABILIDADE DA LEI Nº 12.386/94, VOLTADA ESTA PARA OS SERVIDORES DO PODER EXECUTIVO, INCLUSIVE AUTARQUIAS ESTADUAIS – SEGURANÇA DENEGADA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.4310-1/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 04.08.2004, pg. 16)

Ementa : MANDADO DE SEGURANÇA - PLANO DE CARGOS E CARREIRAS DOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS. LEI ESPECÍFICA DE INICIATIVA DA PRÓPRIA CORTE DE CONTAS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. ORDEM DENEGADA. 1. A autonomia administrativa e financeira dos Tribunais de Contas abrange a organização dos serviços internos e a iniciativa das leis que fixem e alterem a remuneração dos cargos, empregos ou funções de seus servidores. 2. O Plano de Cargos e Carreiras do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará deve ser instituído em lei de iniciativa da própria Corte. 3. A Lei Estadual 12.386/94 não se aplica aos servidores do Tribunal de Contas dos Municípios do Estado do Ceará pois, embora integre a Administração Direta, é órgão independente, com autonomia administrativa e financeira e a iniciativa legislativa exclusiva das leis referentes à organização e funcionamento dos serviços internos. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.4312-8, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 01.07.2004, pg. 10)

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Constitucional, Administrativo e Previdenciário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 113-165, 2004 165

Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA – EX-PREFEITO MUNICIPAL. DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS PELO COLEGIADO DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS -Ato de Presidente do Tribunal de Contas dos Municípios- Ausência de nulidade e de direito líquido e certo. O Tribunal de Contas é órgão auxiliar das Câmaras Municipais, com competência definida nos textos constitucionais federal e estadual, bem como na respectiva lei orgânica. Não se pode pretender, assim, que o Poder Judiciário exerça a competência atribuída pela Constituição, em substituição à Corte de Contas. Ausência de nulidade e de direito líquido e certo a ser amparado. Segurança denegada. Unânime. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0002.7243-1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 01.07.2004, pg. 10)

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Tributário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 167

TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – DIREITO TRIBUTÁRIO - ICMS. MERCADORIAS EM TRÂNSITO - APREENSÃO - ILEGALIDADE. (1) É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de tributos (Súmula 323 do STF). (2) Daí, o entendimento intransponível sobre que o fisco não pode apreender mercadorias para assim coagir o particular a recolher tributos. (3) No caso dos autos, após a lavratura de termo de retenção, o fisco estadual apreendeu mercadorias do contribuinte, violando seu direito líquido e certo ao devido processo legal e a ampla defesa. Segurança concedida. Recurso improvido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6540-7/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 12.08.2004, pg. 13) Ementa: ICMS. Derivados de petróleo que se destinavam ao Estado do Ceará. Apreensão da mercadoria por agentes fazendários com o objetivo de impor o pagamento do ICMS. Ato ilegal e abusivo, podendo ser revogado pela via do mandado de segurança preventivo, ressalvado ao Fisco o direito de proceder à regular autuação pertinente a operações futuras e indeterminadas, as quais não podem ser protegidas por mandado de segurança de caráter normativo que objetive isentar transação com mercadoria tributável. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0008-3/0, Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.07.2004, pg. 14) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - APREENSÃO DE MERCADORIAS DESPROVIDAS DE NOTAS FISCAIS - CONDICIONAMENTO DA LIBERAÇÃO DOS PRODUTOS AO PAGAMENTO DO IMPOSTO DEVIDO E DA MULTA ORIUNDA DA INFRAÇÃO - ILEGALIDADE - ADMINISTRAÇÃO - MEIOS JUDICIAIS - COBRANÇA DOS TRIBUTOS E DAS SANÇÕES PECUNIÁRIAS APLICADAS AOS CONTRIBUINTES - EXEGESE EXTRAÍDA DA SÚMULA 323 DO STF - SEGURANÇA CONCEDIDA. I. À administração não é dado condicionar a liberação de mercadorias apreendidas em situação irregular ao prévio pagamento do imposto devido, bem como das multas aplicadas

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 168

aos responsáveis, eis que a Fazenda Pública dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança das obrigações tributárias principais. II. Segurança concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.8063-1/0, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.07.2004, pg. 5) Ementa: APELAÇÃO CRIME. MATÉRIA PENAL EM CRIME CONTRA O FISCO ESTADUAL. PEDIDO DE DEVOLUÇÃO POR TERCEIRO DE MERCADORIA APREENDIDA A PRETEXTO DE QUE NÃO FORAM PAGAS. IMPOSSIBILIDADE. 1. A matéria versada encontra seu curso na via ordinária para a cobrança de seu título e não que se postule junto ao juízo criminal a devolução das mercadorias que não mais lhe pertencem. 2. Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0001.4268-4/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 19)

ICMS

•Diferimento Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. DIFERIMENTO DO ICMS NA IMPORTAÇÃO. PERDA DO BENEFÍCIO. APLICAÇÃO DO art 155, § 2.°, inciso IX, alínea a, da CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RETENÇÃO DAS MERCADORIAS NO PORTO, COMO MEIO DE COAÇÃO AO PAGAMENTO DO IMPOSTO DEVIDO. ILEGALIDADE. 1. A manutenção do regime especial de diferimento do ICMS sujeita-se às condições preestabelecidas no respectivo termo de acordo celebrado entre o contribuinte e o Fisco Estadual. 2. Uma vez implementada a condição hábil à cassação do diferimento, o contribuinte torna-se obrigado ao regime normal de tributação, com o recolhimento do imposto no momento do desembaraço aduaneiro, tal como previsto na hipótese de incidência do art. 12, inciso IX, da Lei Complementar n.° 87/96. 3. Segundo iterativa jurisprudência desta Corte de Justiça e dos Tribunais Superiores, é ilegal a apreensão ou retenção de mercadoria, como meio de coação ao pagamento do imposto devido.

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Tributário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 169

4. No caso concreto, o só fato de a impetrante não mais poder fruir do diferimento a que fazia jus, pelo protocolo de intenções assinado com a SEFAZ, não autoriza o Fisco à retenção da mercadoria em alfândega, como forma de garantia ao pagamento do ICMS incidente, uma vez que dispõe da via executiva judicial para satisfação de seu crédito. Provimento parcial.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4837-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 6)

•Não-Cumulatividade Ementa: TRIBUTÁRIO - ICMS - APROVEITAMENTO DE CRÉDITO - LEI ESTADUAL N.° 12.670/96 - ADMISSIBILIDADE - CORREÇÃO MONETÁRIA E TRANSFERÊNCIA A TERCEIROS - IMPOSSIBILIDADE - PREVISÃO LEGAL - AUSÊNCIA – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA. I - As regras dos arts. 46 e 47 da Lei Estadual n° 12.6 70/96 permitem a utilização de créditos, a partir da escrituração de cada um deles, para aproveitamento no mês seguinte. Essa modalidade de aproveitamento homenageia o princípio constitucional da não-cumulatividade e não pode ser obstada por qualquer decisão administrativa do Fisco Estadual. II - Pela sistemática dos arts. 46 a 48 da Lei Estadual n° 12.670/96, o ICMS para o contribuinte pagar, ou se creditar, é achado pela diferença entre o imposto devido nas operações de circulação de mercadorias, com o montante cobrado nas anteriores, sob o mesmo título. Essa apuração, na forma do caput do art. 47, será sempre por conta gráfica, de natureza contábil, insuscetível de ser aproveitada senão para observância do princípio da não-cumulatividade. III - São duas as exigências legais para a transferência de créditos a terceiros, a saber: a de que os créditos sejam os acumulados a partir de 16 de setembro de 1996 e a de que o Fisco se manifeste previamente sobre a intenção do contribuinte de repassar seus saldos a outros contribuintes. IV- Aplicação do art. 6 º do Estatuto Adjetivo Civil, o qual prescreve que “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”. V- Recursos conhecidos e parcialmente providos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0926-9/0, Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 30.09.2004, pg. 24)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 170

•Pauta Fiscal

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA. DESACOLHIMENTO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONSTITUCIONALIDADE. PAUTA FISCAL. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. ART . 148 DO CTN. 1. O Secretário da Fazenda, consoante orientação do STJ, tem legitimidade passiva para responder ao mandado de segurança que versa sobre a legalidade da pauta fiscal. 2. A constitucionalidade da substituição tributária já foi exaustivamente pacificada nos tribunais superiores, descabendo discutir-se a respeito. 3. É inadmissível fixação da base de cálculo do ICMS com apoio em pautas de preços ou valores (pautas fiscais), visto que, além de constituir afronta ao princípio da legalidade, só se admite nos estritos casos previstos no art. 148 do CTN. 4. Segurança parcialmente concedida. (TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0005.3411-1-8, Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 02.07.2004, pg. 5)

Imunidade Tributária

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – REMESSA OFICIAL - ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA PRIVADA – FUNDAÇÃO - IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ART. 150, INC. VI, LETRA “C”, DA CF/88. Já é assente nos Tribunais Superiores do país, nomeadamente STJ e STF, o entendimento sobre que as entidades de previdência privada não gozam da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “c”, da Constituição Federal, por não se caracterizarem como instituições de natureza assistencial. Daí que no caso concreto, não tem a FAPECE direito ao reconhecimento da imunidade tributária referente ao ITBI sobre aquisição de imóveis, visto não se caracterizar como instituição de natureza assistencial. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0011.9780-1/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 27.08.2004, pg. 21)

IPTU Ementa: EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS DO DEVEDOR. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU. SUB-ROGAÇÃO. PRODUÇÃO DE PROVAS. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO.

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Tributário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 171

1. Todo adquirente de imóvel responde, na condição de responsável tributário, pelas parcelas de IPTU inadimplidas. 2. Face ao princípio do livre convencimento do juiz, é dispensável a produção de prova, que se presume esteja na posse do requerente, como é o caso da escritura pública de imóvel a ele pertencente. 3. In casu, o embargante não logrou fazer prova da alegada quitação dos exercidos cobrados na execução. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8268-0/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.08.2004, pg. 6)

•Progressividade Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE. TAXA DE LIMPEZA URBANA. BASE DE CÁLCULO – COBRANÇA EFETIVADA ANTES DA EDIÇÃO DA EC Nº 29/2000 – NULIDADE DO LANÇAMENTO - IMPOSSIBILIDADE DE RETIFICAÇÃO. 1. Á Constituição Federal de 1988 apenas permite a progressividade do IPTU nos termos do art. 182, par. 4°, inciso II, sendo vedada qualquer outra utilização. 2. A chamada Taxa de Limpeza Urbana não pode ter como base de cálculo o valor devido a título de IPTU, sob pena de ofensa ao art. 145, par. 2° da CF/88. 3. Quando o ato administrativo contém vício de legalidade, não poderá ser retificado pela Administração Pública, muito menos pelo Poder Judiciário, e sim declarado nulo, pois não se trata de mera irregularidade. 4. Apelação improvida. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0379-1/0, Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 08.09.2004, pg. 17)

Responsabilidade Tributária Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INEXISTÊNCIA DE DOLO OU RELAÇÃO COM O FATO GERADOR. ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO DEVEDOR. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO. (1) Não pode ser impingida responsabilidade tributária a condômino de prédio de apartamentos que sofreu autuação pela edilidade, em face de defeito no seu sistema de esgoto, mormente quando comprovado que o

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 172

embargante não teve nenhuma participação direta na ocorrência da infração. (2) O condomínio é, neste caso, o legitimado a compor o pólo passivo da execução, visto ter capacidade processual para responder em juízo pela infração. (3) O erro na identificação do devedor acarreta a nulidade da CDA, e por conseqüência, a extinção da execução. Sentença confirmada. Remessa oficial e apelação improvidas. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.4198-2/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.07.2004, pg. 16)

Substituição Tributária Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA “PARA FRENTE”. CONSTITUCIONALIDADE. Está pacificada nos Tribunais superiores a constitucionalidade da chamada substituição tributária “para frente”. Ausência de direito líquido e certo. Recurso não provido. (TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.1249-5/0, Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.08.2004, pg. 38)

Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento Ementa: INCIDENTE DE INCONSTITUCIONALIDADE - TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO -CONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL E PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - IMPROVIMENTO: I -O Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça já proclamaram a constitucionalidade da taxa de renovação anual de licença para localização e funcionamento de estabelecimento comercial, desde que houvesse órgão administrativo que executasse o poder de polícia no município e que a base de cálculo não fosse vedada. II -O poder de polícia era exercido pelos fiscais do município, responsáveis pelo poder de vigilância, consistente na atividade de regular ou disciplinar a prática de ato ou abstenção de fato, em razão do interesse público. III - Inexistência, nos autos, de qualquer elemento que comprove ser o valor da taxa coincidente com a base de cálculo de outro imposto.

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Tributário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 167-173, 2004 173

IV - Incidente improvido. (TJCE, Tribunal Pleno, Incidente de Inconstitucionalidade n˚ 2000.0011.2673-4/1, Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 22.09.2004, pg. 16)

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 175

PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal Pública Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO PENAL PÚBLICA. CAPITULAÇÃO INICIAL DO FATO CRIMINOSO. ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. SUSCITAÇÃO DA CONTROVÉRSIA PELO JUIZ. IMPERTINÊNCIA. CONFLITO NÃO CONHECIDO. 1. Sendo a iniciativa da ação penal pública reservada, em caráter privativo, ao órgão ministerial, a capitulação inicial do fato criminoso cabe, exclusivamente, ao titular da demanda, não podendo o juiz, ao receber a denúncia, alterar a classificação jurídica do delito ou deixar de receber a peça delatória por considerar tratar-se de ilícito diverso daquele discriminado na opinio delicti. 2. Sob o mesmo fundamento, não pode o magistrado proceder à classificação do crime para suscitar conflito de competência, porquanto, qualquer que seja a solução da quizila, restará esvaziada a independência funcional do Ministério Público, o qual, por via oblíqua, será compelido a oferecer denúncia perante o juízo declarado competente pela Corte de Justiça, ainda que diverso o entendimento daquele quanto à capitulação delitiva, o que configuraria verdadeiro absurdo. 3. Conflito não conhecido, determinando-se a remessa dos autos à Procuradoria Geral de Justiça, para exame do conflito de atribuições instaurado. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2003.0005.5672-1/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 29.09.2004, pg. 17)

Ação Penal Subsidiária da Pública Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR. QUEIXA-CRIME SUBSIDIÁRIA. REJEIÇÃO. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. APLICAÇÃO. AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO. NULIDADE RECONHECIDA. 1. Inexistindo disposição expressa e inquestionável na lei acerca da medida cabível para impugnar a rejeição da denúncia ou queixa e admitindo a doutrina e a jurisprudência pátrias a interposição de recurso em sentido estrito para ataque de citada decisão, não há falar em erro grosseiro consubstanciador de má-fé, quando da interposição daquele ao invés de

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 176

apelação, ensejando-se, assim, a aplicação do princípio da fungibilidade nos termos do art. 579 do Código de Processo Penal, conducente ao conhecimento da insurreição. 2. A previsão constitucional da ação penal subsidiária da pública (art. 5º, inc. LIX, da C.F./ 1988) veicula garantia fundamental de aplicação irrestrita, não podendo o legislador ordinário delimitar o âmbito de incidência de citada norma jurídica. 3. A interpretação conforme a Constituição, que se deve conferir aos arts. 29 e 516, “d”, do Código de Processo Penal Militar é a que conduz à ilação de que o primeiro preceptivo não impossibilita a oferta de ação penal privada subsidiária da pública, enquanto o último não impede a interposição de recurso em sentido estrito para ataque do ato que deixa de receber (ou rejeita) aquela peça processual. 4. Reveste-se de nulidade a decisão que rejeita queixa-crime substitutiva, mas deixa de fundamentar o convencimento, efetuando mera alusão ao parecer ministerial sem reportar-se, contudo, a qualquer elemento de prova carreado aos autos, impondo-se, na espécie, em face da Súmula nº 709 do S.T.F., o retorno dos autos à comarca de origem, para prolação de novo decisum, com observância do princípio da motivação (art. 93, inc. IX, C.F ./1988). 5. Recurso provido, a fim de reconhecer a nulidade do ato que rejeitou a queixa-crime subsidiária da pública e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem, para prolação de novo decisum, desta feita devidamente fundamentado. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.3571-7/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 29.09.2004, pg. 17)

Apropriação Indébita Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME APROPRIAÇÃO INDÉBITA CONVÊNIO FIRMADO PARA O RECEBIMENTO DE CONTAS DE FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA REPASSE DE VALORES DESVIADO PELA CONTRATADA CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA CONFIGURADO. 1. Aviva-se do processado, sem maiores dificuldades que o apelante, representante da empresa Pague Rápido deixou de repassar à Cia. Energética do Ceará COELCE, a vultosa quantia de R$ 1.392.390,30 (hum milhão trezentos e noventa e dois mil e trezentos e noventa reais e trinta centavos), referente ao convênio para o recebimento de contas de fornecimento de energia elétrica nos moldes firmados no contrato. Ação dolosa Crime configurado. 2. Apelo improvido. Acórdão unânime.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 177

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0004.4233-5/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 28) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA. 1. PRELIMINARES. a) nulidade do julgado ante a ausência de apreciação de pontos importantes levantados pela defesa em contrariedade ao disposto no art. 93, IX da CF/88 e do art. 381 do C.P.P.. REJEITADA POR MAIORIA DE VOTOS. b) nulidade do processo por cerceamento de defesa eis que a instrução foi encerrada sem que tivesse sido juntada aos autos uma carta precatória para ouvida de testemunha de defesa. REJEITADA POR UNANIMIDADE. c) nulidade processual em virtude da não intimação do acusado e de seu defensor sobre a expedição da já referida carta precatória. REJEITADA POR UNANIMIDADE. 2. MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE DOLO ESPECÍFICO. ACORDO JUDICIAL ANTERIOR. EXISTÊNCIA. RECONHECIMENTO. Não ficou caracterizado o fim colimado do apelante de apropriar-se de maneira definitiva e peremptória dos valores recebidos em nome de seus clientes. A existência de acordo judicial transmuda a querela para o âmbito civil a ser resolvido pelo meio apropriado em caso de seu não cumprimento. APELO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9481-9/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 19.08.2004, pg. 20)

Assistente de Acusação Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME INTENTADA PELO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO SEM A DEVIDA HABILITAÇÃO FORMAL NOS AUTOS VÍCIO DE REPRESENTAÇÃO APELO NÃO CONHECIDO. 1. Processado com origem a partir de uma notícia crime, a qual o advogado contratado pela vítima denominou de representação criminal, cuja procuração ali acostada não era específica, e outra não hospedam os autos, não servindo aquela para que o advogado constituído interviesse no feito, antes de iniciada a ação penal, como assistente da acusação, além da obrigatoriedade da oitiva prévia do Ministério Público sobre a admissão do

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 178

assistente, ex vi do art. 272 do Código de Processo Penal (Precedentes do STF RT 637/311). 2. Recurso não conhecido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.8315-3/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 27)

Atentado Violento ao Pudor Ementa: APELAÇÃO CRIME PROCESSO PENAL - CRIMES SEXUAIS - NEGATIVA DE AUTORIA - INEXISTÊNCIA - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR PRESUNÇÃO DE VIOLÊNCIA AUTORIA E MATERIALIDADE COMPROVADAS. CONDENAÇÃO MANTIDA. I - Acena a prova dos autos que a vítima portadora de deficiência mental, foi abusada sexualmente pelo apelante, com a exclusiva finalidade de satisfazer seus instintos libidinosos. Ademais, o réu confessou perante a autoridade policial toda a ação criminosa, embora em juízo, como sói acontecer, tenha se retratado das acusações contra si assacadas. II Não restam dúvidas que o acusado, cometeu o fato criminoso descrito no art. 214 do CP, com a presunção de violência, vez que a vítima é portadora de deficiência mental. IV Recurso improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0007.4920-1/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 03.09.2004, pg. 20) Ementa: ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. MENOR DE QUATORZE ANOS. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS QUANTO À IDADE DA VÍTIMA, DA MATERIALIDADE DO FATO E DA AUTORIA. SENTENÇA PROFERIDA CONTRA OS ELEMENTOS CONSTANTES DOS AUTOS. APELO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. ABSOLVIÇÃO. - Não há como se formar um juízo de condenação do acusado se não se tem como aferir com certeza a idade da vítima por ocasião da prática do delito, a ponto de se presumir a violência do art. 224, “a”, do Código Penal; - Cuidando os autos de atentado violento ao pudor e não existindo outras provas que possa admitir o seu enquadramento diverso do pedido na denúncia, não há como se condenar o acusado pelo crime de estupro; - Apelo que se conhece e se dá provimento para absolver o acusado por insuficiência de provas.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 179

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0002.1133-3/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 18.08.2004, pg. 33) Ementa: PROCESSUAL PENAL. ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. PALAVRAS DA VÍTIMA. CREDIBILIDADE PROBATÓRIA. MANTENÇA DO DECISUM CONDENATÓRIO. I. Em sede de crimes contra a liberdade sexual é consenso nos tribunais pátrios que a palavra da ofendida constitui coeficiente probatório de ampla valoração quando em harmonia com os elementos de convicção dos autos. Destarte, não merece reparos a decisão monocrática que, com fundamento nas declarações das vítimas apresentadas de forma harmônica no inquérito policial e em juízo bem como nos depoimentos testemunhais colhidos na instrução probatória, condena o agente nos termos da delação ministerial. II. Apelo improvido. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.9647-3/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 12.08.2004, pg. 24) Ementa: - APELAÇÃO CRIME. - ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. - VIOLÊNCIA PRESUMIDA. - DELITO CARACTERIZADO. - A COERENTE, UNIFORME E CONVINCENTE PALAVRA DA OFENDIDA, MENOR DE DOZE ANOS, ACUSANDO O PAI DE TATEAR-LHE AS PARTES PUDENDAS, AMPARADA, DE ENVOLTA, EM OUTROS DADOS PROBATÓRIOS DO PROCESSO, FAZ DESMERECEDORA DE REPROCHE A SENTENÇA CONDENATÓRIA, MORMENTE DIANTE DA ISOLADA NEGATIVA DO ACUSADO. - COMPROVAÇÃO DA MENORIDADE. PROVA ORAL. PRESCINDIBILIDADE DA CERTIDÃO DE NASCIMENTO. INOCORRÊNCIA DE NULIDADE. - RECURSO IMPROVIDO. - UNÂNIME. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.1365-7/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 05.07.2004, pg. 21)

Casa de Prostituição Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME CONTRA OS COSTUMES MANTER CASA DE PROSTITUIÇÃO PRELIMINAR DE NULIDADE DO FEITO A PRETEXTO DE QUE A SEGUNDA CONDENAÇÃO DA FIGURA DO CRIME CONTINUADO DIZ RESPEITO

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 180

A NON BIS IN IDEM MÉRITO: FIGURA TÍPICA E ANTIJURÍDICA CARACTERIZADA. 1. Da preliminar. Agente que faz da reiteração criminosa atividade comercial, cuja habitualidade é incompatível com o instituto da continuidade, não pode receber o mesmo tratamento dado ao crime típico da norma do art. 71 do C P. Nesse sentido, verbis: STF: “Quem faz do crime a sua atividade comercial, como se fosse uma profissão, incide na hipótese de habitualidade, ou de reiteração delitiva. O benefício do crime continuado (art.71 do Código Penal) não alcança quem faz do crime a sua profissão” (HC 71.940-6 SP) DJU de 14.06.96, pg. 21.074. 2. Preliminar rejeitada. 3. Do mérito. Como se observa da preliminar, a mesma se confunde com o desiderato a que se pretendeu demonstrar, ou seja, que a apelante foi denunciada e condenada por manter uma casa de prostituição, segundo se propôs a provar o dominus litis durante a instrução processual. 4. De maneira que, estreme de dúvidas, restou configurado o crime do art. 229 do CPB, consistente em “manter, por conta própria ou de terceiro, casa de prostituição ou lugar destinado a encontros para fim libidinoso, haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente”. 5. Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0165.1808-0/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 32)

Crimes Ambientais Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - CRIME AMBIENTAL - ALEGATIVA DE FORO PRIVILEGIADO - INCOMPETÊNCIA DOS DOIS JUÍZOS. - COMPETÊNCIA RATIONE LOCI - MATÉRIA PROCESSUAL - DELITO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. APLICAÇÃO DA LEI 9.099/95. COMPETÊNCIA DO JUÍZO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL LOCAL. Quando o CPP diz, em seu art.70, que o foro competente para a ação penal será o do local da consumação do delito, está também a afirmar que será o local onde exista uma autoridade judiciária investida da função jurisdicional. No caso existindo na comarca juizado especial de pequenas causas, toma-se conhecimento do conflito para declarar competente aquele juízo.No caso os dois juízos conflitantes são incompetentes em razão da prevalência da Lei 9.099/95, por tratar-se de delito de menor potencial ofensivo, aproveitando-se o argumento da Competência Ratione Loci, para declarar competente o Juízo Especial Cível e Criminal da Comarca suscitada.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 181

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2003.0014.5497-3/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 20.08.2004, pg. 28) Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - CRIME AMBIENTAL - ALEGATIVA DE FORO PRIVILEGIADO DA 18ª VARA CRIMINAL DA CAPITAL. COMPETÊNCIA RATIONE LOCI. MATÉRIA PROCESSUAL. SÚMULA 206 DO STF. A competência em razão do território é fixada na lei federal. Cabe ao legislador estadual distribuí-la entre os diversos juízos da mesma circunscrição. Assim, a competência de uma vara especializada, dentro da circunscrição da Comarca de Fortaleza, não pode invadir a área de competência de outras comarcas do interior. Entendimento reforçado subsidiariamente pela Lei que estabelece sanções penais derivadas de condutas e atividades lesivas ao Meio Ambiente, (Lei 9.605-98, Art.79) bem como, por analogia ao Art. 27, inciso VI do Código de Mineração, além de razões de Economia Processual. Declaração de Competência do Juízo da Comarca do local onde foi cometido o delito. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2001.0000.5151-8/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.08.2004, pg. 35) Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CRIME AMBIENTAL INFRAÇÃO DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO. COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS PARA JULGÁ-LO. DENÚNCIA NÃO FORMALIZADA. CONFLITO CONHECIDO. JUÍZES ENCAMPARAM PARECERES DOS DOIS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Ao encamparem os pareceres dos membros do Ministério Público os dois juízes transformaram o conflito de atribuições entre os mesmos em conflito negativo de competência, conforme escólios do STJ. Conflito conhecido para declarar competente a 3ª Unidade do Juizado Especial Cível e Criminal de Fortaleza para processar e julgar o feito. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2002.0005.6864-0/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 20.08.2004, pg. 28)

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Crimes Contra a Honra Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA - CRIME CONTRA A HONRA - COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS PARA JULGÁ-LO. ART. 61 DA LEI 9.09 9/95 DERROGADO PELO ART. 2º PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI 10.259/2001. ENTENDIMENTO DOMINANTE NO STJ. O art. 2º, parágrafo único da Lei 10.259/2001, conforme jurisprudência dominante no STJ revogou por analogia e economia processual o art. 61 da Lei 9.099/95 que exclui da competência dos Juizados Especiais os crimes contra a honra sujeitos a procedimento especial (Arts. 519 a 523 do CPP.) Conflito decidido pela competência do Juizado Especial Cível e Criminal de Russas para apreciar e julgar o feito. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚ 2000.0012.6319-7/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 03.09.2004, pg. 21)

Crimes Contra a Ordem Tributária Ementa: PENAL CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA - CONSIDERADO MATERIAL OU DE RESULTADO - NECESSIDADE DE PRÉVIO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL COMO CONDIÇÃO OBJETIVA DE PUNIBILIDADE PREVALÊNCIA DA ORIENTAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL FIRMADA POR OCASIÃO DO JULGAMENTO DO HC 81611/DF (RELATOR: MIN. SEPÚLVEDA PERTENCE) E DA ADIN Nº 1571/DF (REL. MIN. GILMAR MENDES) - AUSÊNCIA DE PROVA SUFICIENTE DA AUTORIA DELITUOSA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA QUE, POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS, MERECE CONFIRMAÇÃO APELO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.7883-5/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 30.08.2004, pg. 55)

Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos Municipais Ementa: - AÇÃO PENAL ORIGINÁRIA - PREFEITO MUNICIPAL TIPOS PENAIS DO DEC-LEI 201/67 REGÊNCIA DA LEI 8.038/90 - PRESCRIÇÃO PERDA DO CARGO PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE SUBSTITUIÇÃO PELA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

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Penal e Processo Penal

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Ocorrendo prescrição em qualquer fase do processo, impõe-se sua declaração, ainda que não requerida pela parte interessada. A condenação definitiva com fundamento no art. 1º., do Dec- Lei 201/67, implica ipso facto na perda do cargo, além da restrição de direitos por 05 (cinco) anos. Inteligência do seu § 2º. A substituição da pena restritiva de liberdade, pela prestação de serviços, deve ser aplica ex officio no ato do julgamento definitivo, obedecendo as normas e condições criadas e impostas pela Lei 9.714/98. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Ação Penal Originária n˚ 2000.0012.9409-2/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.08.2004, pg. 30)

Crimes de Trânsito

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. IMPRUDÊNCIA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. PROVA. INSUFICIÊNCIA. INTELIGÊNCIA DO ART. 386, IV DO CPP. DECISÃO MANTIDA. I Extraiu-se ainda da prova carreada aos autos, bem como da decisão vergastada, que não há se responsabilizar a conduta do réu no acidente narrado na denúncia, uma vez que não teve, concretamente, culpa no evento danoso qualquer que seja as suas modalidades, quanto mais quando haja ocorrido fato estranho, consistente na quebra da barra de direção. Tal circunstância, a priori, não pode ser vinculada a conduta do réu, vez que o estado do caminhão, segundo encerra os autos, estava em perfeitas condições e devidamente atualizado no departamento de trânsito. II A simples condição de transportar passageiros na carroceria do citado veículo de carga, por si só não configura culpa. O condutor que transporta pessoas com velocidade compatível com o local, bem como estando ainda a rodovia em regular estado de conservação, não pode, repita-se, responder por fatalidade ocorrida III Apelo conhecido, mas improvido. IV Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0167.5209-1/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 32)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. OCORRÊNCIA. DECISÃO MANTIDA.

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 184

I - A prova constante dos autos é clara e contundente quando afirma que o apelado não sabia da existência da vítima na carroceria do caminhão, o que por si, já deve ser levada em consideração para a não configuração do homicídio culposo na modalidade de imprudência. II - A conduta ilícita da vítima em subir na carroceria do caminhão, sem que o seu condutor tivesse conhecimento, já caracteriza a culpa exclusiva daquela, sem ter, o apelado, qualquer tipo de culpa no evento criminoso, quanto mais quando este trafegava regularmente nas vias de acesso. III - Apelo conhecido, mas improvido. IV - Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0007.0416-1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 20)

Ementa: APELAÇÃO CRIME ACIDENTE DE TRÂNSITO ATROPELAMENTO RODOVIA FALTA DE CAUTELA DA VÍTIMA INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO APELO PROVIDO. 1. Não são raras as passagens em que as testemunhas presenciais, catalogadas pelo próprio Órgão acusador, dão conta do estado de debilidade mental de que era portadora a vítima, e que a mesma não teve a cautela necessária ao tentar atravessar a pista de rolamento daquele trecho, fato comprovado, inclusive, pelo depoimento de familiares da vítima, vindo a firmar a ausência de nexo causal entre a conduta e o resultado. 2. Apelo provido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0001.8088-8/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 10.08.2004, pg. 14) Ementa: APELAÇÃO CRIME. DELITO DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO. OMISSÃO DE SOCORRO. FALTA DE HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR. CASO FORTUITO. IMPREVISIBILIDADE DO EVENTO. INOCORRÊNCIA. SENTENÇA MANTIDA. I - Cumpre salientar a falta de responsabilidade do apelante que, mesmo sem qualquer tipo de habilitação ou permissão para dirigir, fazia o transporte de passageiros, sem o mínimo de segurança. Outrossim, registrar a fuga do apelante após o acidente, caracterizando omissão de socorro às vítimas cautelas. II - Analisando os depoimentos das testemunhas oculares, verifica-se que o estouro do pneu ocorreu somente após a capotagem, ou melhor, sobreveio no momento em que o carro desceu o aterro. III - conforme demonstrado na fotografia de fs. 24, verifica-se que o veículo sinistrado deixou no asfalto marcas de frenagem, à modo que, tais marcas

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só revelam que o apelante desenvolvia velocidade incompatível para o local. Por igual, as testemunhas presenciais afirmam que o agente causador do evento danoso, agiu de modo imprudente quando realizou a curva, sem tomar as devidas e necessárias. IV - Em sede de delito de trânsito, resta perfeitamente demonstrada a responsabilidade do motorista que, por imperícia ou imprudência, não observa velocidade exigida pelas circunstâncias previsíveis do local, vindo assim a perder o controle do veículo numa curva, capotando e causando a morte de duas passageiras. V - Recurso improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.6529-5/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 19) Ementa: APELAÇÃO CRIME - HOMICÍDIO CULPOSO ACIDENTE DE TRÂNSITO EXCESSO DE VELOCIDADE. NEGLIGÊNCIA. OMISSÃO DE SOCORRO. 1. Age com indisfarçável imprudência o agente que ao guidom de um caminhão colide com carro estacionando em rodovia e atropela vítima que estava encostada naquele, sendo visível a ocorrência do nexo causal entre a ação e o dano experimentado pela vítima. 2. Abandono do local do sinistro sem prestar socorro à vítima. Omissão configurada inteligência do inciso III, do § único do art. 302 do CNT. 3. Apelo improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0004.6010-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 18)

Direito de Apelar em Liberdade Ementa: TRIBUNAL DO JÚRI PENAL PROCESSUAL PENAL PRELIMINAR PARA ARGÜIR O DIREITO DO APELANTE AGUARDAR O RESULTADO DO APELO INTERPOSTO EM LIBERDADE. JULGAMENTO CONTRÁRIO A PROVA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. I- A preliminar suscitada nesta sede recursal, em que o apelante requereu através de seu patrono o direito de apelar em liberdade, deve ser conhecida, porque me conforta a dignidade constitucional afeta ao habeas corpus. Com efeito, tenho que o remédio heróico libertário nada mais é do que uma comunicação à autoridade competente de que alguém sofre

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constrangimento ilegal de sua liberdade. Prova disso é que aqui mesmo nesta egrégia Primeira Câmara Criminal tenho concedido habeas corpus de ofício, logo, nada me impede de conhecer do pedido, mesmo que inadequado, para esta seara recursal. II- O provimento condenatório que negou o direito do paciente apelar em liberdade foi motivado na aplicação da lei penal e na garantia de ordem pública, em face da extrema periculosidade evidenciada no crime, dispondo, ainda, a Súmula n.º 9 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual a exigência da prisão provisória, para apelar, não ofende a garantia constitucional da presunção de inocência. III- O direito do paciente apelar em liberdade se contrapõe a fatos concretos, que impossibilitam a concessão do benefício, como é o entendimento dos Tribunais Superiores, notadamente o Supremo Tribunal Federal, haja vista que um dos efeitos da sentença condenatória é ser o preso conservado na prisão. IV- Preliminar rejeitada. V- Meritoriamente, argumenta o apelante que o veredicto popular, ao reconhecer a qualificadora da torpeza materializada em vingança, desvendando, assim, outra qualificadora não perseguida na primeira instância, decidiu contra a prova dos autos. VI- A versão dos autos teve seqüência em todos os depoimentos das testemunhas de visu, não restando dúvidas acerca da torpeza, materializada na qualificadora vingança, com que o apelante, homicidou a vítima Joab, conhecido por Risadinha, advertindo aos presentes que não se metessem ali, pois se tratava de uma vingança. VII- Certo é que, os motivos que levaram o Conselho de Sentença a acolher a qualificadora da vingança encontram segurança na prova dos autos. VIII- Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0154.0178-3/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 10.08.2004, pg. 13) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME COM PEDIDO LIMINAR. HOMICÍDIO QUALIFICADO. FUGA DO AGENTE DO DISTRITO DA CULPA. APELAÇÃO EM LIBERDADE. INDEFERIMENTO. Na esteira do que se encontra consubstanciado no art. 2º., §2º. da lei nº. 8.072/90, o juiz, na sentença, decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade, apresentando tal preceito independência em relação ao art. 594 da lei adjetiva penal. Nos casos dos crimes hediondos e assemelhados (tortura, tráfico de drogas e terrorismo) a regra é para que o condenado seja recolhido preso para apelar, tratando-se de prisão obrigatória que só será modificada por decisão fundamentada nesse sentido. RECURSO CONHECIDO. ORDEM DENEGADA.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 187

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6610-8/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 27.09.2004, pg. 36)

Desaforamento Ementa: PROCESSUAL PENAL. DESAFORAMENTO. INFLUÊNCIA FAMILIAR E ECONÔMICO-SOCIAL DOS DENUNCIADOS NA COMUNIDADE LOCAL. IMPARCIALIDADE DOS JURADOS COMPROMETIDA. I. Demonstrado satisfatoriamente o comprometimento da imparcialidade dos jurados, ante o receio causado pela figura dos pronunciados e pelo poder econômico-social da família destes, aferido mediante prévio, pessoal e reservado contato do Juiz-Presidente com cada um dos jurados presentes na sessão de julgamento, é de se deferir o desaforamento para a Comarca de Fortaleza. II. Pedido deferido. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚ 2000.0164.9085-2/1, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 26.08.2004, pg. 30)

Entorpecentes Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME TIPIFICADO NO ART. 16 DA LEI 6.368/76 SENTENÇA CONDENATÓRIA QUE ESTABELECE PARA O RÉU PENA DE SEIS (6) MESES DE DETENÇÃO - ATO DELITUOSO PRATICADO AO TEMPO EM QUE ESTE RÉU ERA MENOR DE 21 (VINTE E UM) ANOS OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA NA ESPÉCIE, POR APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ART. 109, VI, C/C. ART. 115 E ART. 114, II, TODOS DO CÓDIGO PENAL EM VIGOR EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUE SE DECRETA NOS TERMOS DO ARTIGO 107, ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL PREJUDICADO O EXAME DE MÉRITO DA PRETENSÃO RECURSAL. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.7415-1/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.08.2004, pg. 34)

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 188

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO. CRIME HEDIONDO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. Artigos 12 e 18, III, Lei nº 6.368/76. Lei Federal nº 8.072/90. Razões recursais pugnando pela absolvição e aplicação da reprimenda no mínimo legal pela confissão espontânea. Sendo a pena aplicada, no mínimo legal, não poderá ser transposto o limite mínimo, pela incidência da atenuante genérica. Precedentes STF e STJ. Recurso improvido. Unânime. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0007.0886-6/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 20.08.2004, pg. 29) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CONDENAÇÃO. PROVAS. SUFICIÊNCIA. TRAFICÂNCIA. CONFIGURAÇÃO. DESCLASSIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. I - Ficou devidamente comprovado o desígnio mercantil na atividade criminosa do réu, tendo em conta as denúncias anônimas que o apontavam como traficante de drogas da área, além de sua confissão extrajudicial, a qual foi devidamente confirmada pelo acervo probatório no curso da fase judicial, cuja retratação efetivada em juízo não pode surtir o efeito desejado, ante os demais elementos de convicção existentes nos autos que corroboraram com a configuração de tráfico. II - Apelo conhecido e provido. III - Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.1103-9/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 32)

Ementa: - Tráfico de entorpecente. - Pretendida desclassificação para uso próprio. - A expressiva quantidade de cigarros de maconha desentocada no barraco do apelante, expressa, só por só, a evidência de que se destinavam ao comércio ilícito. - Condenação mantida. - Recurso desprovido à unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9678-1/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 11.08.2004, pg. 5)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. PENAL. TRÁFICO DE DROGAS. CONFIGURAÇÃO. PROVAS. SUFICIÊNCIA. CONDENAÇÃO. REGIME PRISIONAL. MODIFICAÇÃO. INTEGRALMENTE FECHADO.

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IMPOSSIBILIDADE. REVOGAÇÃO TÁCITA. LEIS 9.455/97 E 8.072/90. CONDENAÇÃO MANTIDA. I. É ônus do Ministério Público a prova da autoria e da materialidade do fato criminoso. Disso não há dúvidas. Desse modo, nota-se que a apreensão da droga dentro da propriedade do réu com características próprias para comercialização, deixaram induvidosas a autoria e a materialidade delitivas. Ademais, como bem frisou a sentença ora impugnada, que é desnecessário, à caracterização do art. 12 da Lei de Tóxico, a existência efetiva da negociação comercial, devendo, apenas, ficar comprovada a ocorrência dos tipos insertos na norma penal incriminadora. II. Ante as decisões já proferidas por esta relatoria, sufragada pela 1a. Câmara Criminal em diversos julgados, entende-se que o § 7º do art. 1º da Lei 9.455/97 que dispôs sobre a progressão do regime nos delitos de tortura, revogou tacitamente o art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, porquanto ambos têm a mesma natureza de hediondo, segundo a Carta da República e devem ter o mesmo tratamento legal e isonômico, não se podendo ter para um tipo de delito considerado também hediondo, tratamento mais benigno que os descritos na Lei 8.072/90, na hipótese de se conceder a possibilidade de progressão. III. Apelo conhecido, apenas para modificar, de ofício, o regime prisional, mas improvido no que concerne na condenação. IV. Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0160.1657-3/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 10.08.2004, pg. 13)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - TRÁFICO PESADO DE COCAÍNA. - PACIENTES VINDOS DAS BANDAS DO NORTE DO PAÍS E AFLAGRADOS NA SERRA DA IBIAPABA, NO CEARÁ, DURANTE RECONFORTANTE BANHO DE BICA, RUMO PRONTO À CAPITAL ALENCARINA, COM VINTE E SETE QUILOS DE COCAÍNA NO VEÍCULO EM QUE VIAJAVAM. -PEDIDO LIBERTÁRIO EMBALADO NAS INVENTIVAS DE VÍCIOS DO AUTO DE FLAGRANTE, INCLUSIVE TORTURAS (INCOMPROVADAS E DESMENTIDAS POR TESTEMUNHA DE DEFESA), EXCEDÊNCIA DO PRAZO PARA O TÉRMINO DA INSTRUÇÃO (EVIDENCIADO, PORÉM, QUE A CAUSA JÁ ULTRAPASSOU O CICLO DA INQUIRIÇÃO DAS TESTEMUNHAS DO ROL ACUSATÓRIO) E NO ALEGADO DIREITO DOS PACIENTES À LIBERDADE PROVISÓRIA, PONTO CAPENGA À SIMPLES EVOCAÇÃO DO QUE JÁ ASSENTOU O STF: “OS CRIMES HEDIONDOS SÃO INSUSCEPTÍVEIS DE FIANÇA E LIBERDADE PROVISÓRIA: ART. 2º., II, DA LEI 8.072/90” (2ª. T., HC Nº. 74108- DF, REL. MIN. REZEK, DJU 11-4-97, P. 12186). - INOCORRÊNCIA, IN CASU, DAS ANORMALIDADES QUE PODERIAM REDUNDAR NA LIBERAÇÃO DOS PACIENTES,

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 190

MERECENDO A IMPETRAÇÃO SER LEVADA À MÁ NOTA PELOS SUPERLATIVOS SINAIS DE ESCAMOTEAÇÃO DA VERDADE. - ORDEM CONHECIDA, TODAVIA DENEGADA. - UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.8636-1/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 15)

Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO-CRIME USO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE DÚVIDAS QUANTO A DESTINAÇÃO DA DROGA - IN DUBIO PRO REO. Para haver uma sentença condenatória é necessário que a mesma esteja baseada no mínimo em indícios veementes, graves e concludentes. Ainda que estejam comprovadas a autoria e a materialidade, reconhecida a precariedade do acervo probatório, que não traz consigo a certeza quanto à destinação da droga, se para uso próprio ou para mercancia, impõem-se a condenação do apelado no tipo penal descrito no artigo 16 da Lei nº 6.368/76, em aplicação ao prícipio in dubio pro reo. Recurso Improvido. Decisão Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0004.5438-6, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 19) Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME ENTORPECENTES TRÁFICO NEGATIVA DE AUTORIA CONFISSÃO DE DOIS DOS TRÊS RÉUS NO INQUÉRITO POLICIAL AS CONFISSÕES LIVREMENTE OBTIDAS NA FASE DO INQUÉRITO, COINCIDENTES COM A PROVA TESTEMUNHAL, NÃO PERDEM PORQUE PARCIALMENTE RETRATADAS EM JUÍZO, O EFETIVO VALOR PROBANTE DE QUE REVESTIDAS PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O CRIME PREVISTO NO ART. 16 DA LEI DE TÓXICOS, NÃO PODE SER ATENDIDO MANTENÇA DAS PENAS APLICADAS PELO MAGISTRADO MONOCRÁTICO IMPROVIMENTO DOS DOIS RECURSOS APELATÓRIOS. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0007.9270-2/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.07.2004, pg. 22) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. CONDUTAS DOS AGENTES TIPIFICADAS NO ART. 16 DA LEI 6.368/76. AUTORIA DO FATO CRIMINOSO. CERTEZA. ELEMENTOS DE CONVICÇÃO EXISTENTES NOS AUTOS. IDONEIDADE DA PROVA.OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA

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DO ESTADO POR DECURSO DO TEMPO FIXADO EM LEI. DECRETAÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DA AGENTE. MATÉRIA DE ORDEM PÚBLICA. I- A teor do artigo 110 § 1º, Código Penal , a prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena in concreto. In casu, não houve recurso do Ministério Público, logo fez incidir a regra do artigo 109, inciso VI. II- Em qualquer fase do processo, o juiz se reconhecer extinta a punibilidade do agente, deverá declará-la de ofício, ex vi do art. 61 do CPP. III- Não há fundamentação legal para absolvição delituosa pretendida pelo apelante em suas razões recursais, posto que a figura típica do art. 16 da Lei 6.368/76, encontra-se iniludível no conjunto probatório. IV- O Princípio da Insignificância não pode ser utilizado para neutralizar, praticamente in genere, uma norma incriminadora. Se esta visa às condutas de adquirir, guardar ou trazer consigo tóxico para exclusivo uso próprio é porque alcança, justamente, aqueles que portam (usando ou não) pequena quantidade de drogas(v.g., “um cigarro de maconha”) visto que dificilmente alguém adquire, guarda ou traz consigo, para exclusivo uso próprio, grandes quantidades de tóxicos. A própria resposta penal guarda proporcionalidade, no art. 16, porquanto apenado com detenção, só excepcionalmente e, em regra, por via da regressão, poderá implicar em segregação total. V- Apelo conhecido, mas improvido. VI- Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.8643-3/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 33) Ementa: CONSTITUCIONAL. PENAL E PROCESSUAL PENAL. TÓXICO. TRAFICÂNCIA ILÍCITA. CULPABILIDADE DEMONSTRADA. CRIME HEDIONDO. REGIME PRISIONAL. PROGRESSÃO. POSSIBILIDADE. I. Merece reforma a decisão monocrática quanto a um dos acusados, tendo em vista que a prova judicial não revelou, em juízo de certeza, a sua participação na conduta penal, aplicando-se, desse modo, o princípio do in dubio pro reo, para absolvê-lo das imputações ministeriais. II. Não há ilegalidade na decisão monocrática que fixa a pena-base acima do mínimo legal, se o juiz explicitou, em decisum fundamentado, as circunstâncias desfavoráveis ao agente, todas idôneas a justificar a exasperação. Além disso, não está caracterizada a circunstância atenuante da confissão se o acusado, que confessara na polícia judiciária, vem a retratar-se em juízo, afirmando jamais ter praticado a venda ou uso de substância entorpecente.

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III. Afastada a participação do co-réu na prática criminosa, fica excluída a majorante constante do art. 18 da Lei de Tóxicos (associação para o tráfico). IV. A extensão da regra do § 7º do art. 1º da Lei nº 9.455/1997 para os demais delitos mencionados na Lei nº 8.072/1990 é imperativo que se impõe, de modo a manter a unidade de tratamento determinada pela Carta Política. V. Apelo provido com relação ao réu Pedro Francisco de Aquino. Recurso parcialmente acolhido quanto ao acusado Gleydson Gonçalves Diniz, somente para excluir a causa de aumento do art. 18, III, Lei de Tóxicos, concedendo-se, ainda, ordem de habeas corpus, de ofício, para transformar o regime de execução da pena, determinando-se seja esta cumprida, inicialmente, e não integralmente, em regime fechado. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0005.7686-2/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 18.08.2004, pg. 33) Ementa: PROCESSUAL PENAL CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS- 1) INTERROGATÓRIO - RÉU QUE É OUVIDO SEM A PRESENÇA DE ADVOGADO PORQUE SOMENTE INDICA O NOME DESTE NO FINAL DO ATO DISPENSABILIDADE DE SUA INTIMAÇÃO ANTE O DISPOSTO NO ART. 187 DO C.P.P. 2) DEFESA PRÉVIA DECORRÊNCIA DO PRAZO LEGAL SEM QUALQUER MANIFESTAÇÃO A RESPEITO- NENHUMA IRREGULARIDADE, QUANDO SE PERCEBE QUE A INTIMAÇÃO SE FEZ COMO DEVERIA 3) ALEGAÇÕES FINAIS- APRESENTAÇÃO NO MOMENTO OPORTUNO NADA QUE JUSTIFIQUE RECLAMAÇÃO - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - RECURSO CONHECIDO, PORÉM, NÃO PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.7766-3/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.08.2004, pg. 34) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CONDENAÇÃO. PROVAS. SUFICIÊNCIA. TRAFICÂNCIA. CONFIGURAÇÃO. DEPOIMENTO DE POLICIAIS. VALIDADE. DESCLASSIFICAÇÃO. USO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. REGIME PRISIONAL. REVOGAÇÃO TÁCITA. LEI DE TORTURA. MODIFICAÇÃO. REGIME DESDE O INÍCIO FECHADO. CONDENAÇÃO MANTIDA. I - Para a configuração do crime previsto no art. 12 da Lei nº 6.368/76 não se exige prova da venda do tóxico a terceiro, bastando a posse, guarda e depósito, mesmo que em pequena quantidade, desde que aliada à conduta do agente, à embalagem

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em papelotes próprios ao comércio, bem como aos depoimentos coerentes e precisos dos agentes policiais que efetuaram a apreensão do material estupefaciente. Há que se considerar, portanto, o conjunto das diretrizes fixadas no art. 37 da Lei nº 6.368/76, posto que, para sua caracterização, é condição sine qua non a existência de prova segura e convincente. II - Nos crimes de traficância de tóxicos, os depoimentos de policiais, quando uníssonos e coerentes com o restante da prova coligida, são bastante para embasar um decreto condenatório, mesmo que não coincidentes com alguns detalhes de somenos importância do ato da prisão. Por isso, não se há de falar em dúvida ou insuficiência probatória, a justificar a absolvição, quando os elementos contidos nos autos (materialidade inequívoca e depoimentos colhidos) permitem a formação de convicção para um juízo seguro da autoria. III - Entende-se que o § 7º do art. 1º da Lei 9.455/97 que dispôs sobre a progressão do regime nos delitos de tortura, revogou tacitamente o art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, porquanto ambos têm a mesma natureza de hediondo e devem ter o mesmo tratamento legal e isonômico, não se podendo ter para um tipo de delito considerado também hediondo, tratamento mais benigno que os descritos na Lei 8.072/90, na hipótese de se conceder a possibilidade de progressão. Declaração de ofício da modificação do regime imposto para o inicialmente fechado. IV - Apelo conhecido, mas provido em parte. V - Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0002.9599-7, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 17)

Estelionato Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO RECURSO EX OFFICIO CHEQUES SEM FUNDOS E PRÉ-DATADOS COMPROVADO COMO ESTÁ HAVEREM SIDO EMITIDOS COMO SIMPLES GARANTIA DE COMPRA DE MERCADORIAS/DÍVIDAS, NÃO HÁ COMO SE IDENTIFICAR A FRAUDE TIPIFICADORA DO CRIME DE ESTELIONATO, NOS TERMOS DA SÚMULA, VERBETE 246 DO STF. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0005.0246-1/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 27.09.2004, pg. 32)

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Ementa: - Não perfaz estelionato a entrega de cheques desnaturados, assim tomados os pré-datados ou pós-datados. Se o credor sabe que não pode utilizá-los como forma de resgate de dinheiro à vista, recebeu-os, então, como promissórias e, assim, em garantia de dívida comercial, afastado o ilícito penal. - Decisão mantida à unanimidade. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.7008-3/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.08.2004, pg. 32)

Estupro Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE INOCORRÊNCIA - ESTUPRO. TENTATIVA (ART. 213 C/C O ART. 14, II DO CP). CARACTERIZAÇÃO DO ESTUPRO TENTADO PELA GRAVE AMEAÇA COMO ELEMENTO ESSENCIAL DO CRIME. ESTUPRO TENTADO NA SUA FORMA BÁSICA. CRIME HEDIONDO. INOCORRÊNCIA. SENTENÇA MANTIDA. I. Não merece abrigo a preliminar levantada, visto que a juntada da intimação do defensor ocorreu no dia 05 de setembro de 2002, uma quinta-feira, e que, a interposição do presente recurso ocorreu no dia 03 de setembro de 2002, uma terça-feira, portanto dentro do qüinqüídio legal. Assim sendo, desacolho a preliminar. II. A conduta do acusado ajusta-se, iniludivelmente, no delito previsto no art. 213 c/c o art. 14, II do Estatuto Repressivo Nacional, restando, assim, presentes configurados os elementos do tipo. III. Por conseguinte, abiscoitam-se dos autos que o delito cometido ocorreu mediante o uso de arma branca, logo, não satisfaz o apelante os pressupostos do art. 44, do CP, a fim de que lhe seja substituída a pena privativa de liberdade por restritiva de direito. IV. Nessa mesma linha de pensamento, não sendo possível a substituição da pena privativa de liberdade, igualmente torna-se inviável a suspensão condicional da mesma, segundo as disposições do art. 77, do Código Penal. V. Modificação de ofício do regime prisional nos molde do art. 33, §2º, “c” do CP. VI. Apelo conhecido, mas improvido. VII. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.1273-3/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 29)

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Ementa: - Habeas corpus. - Prisão preventiva. - Estupro e atentado violento ao pudor. - Se o decreto prisional não se desvenda paradigmático pela viseira estilística, mas razoável pelo foco jurídico, insinuando bem a necessidade da medida extrema, tem-se como infundada a alegada causa de extralegalidade, denegando-se a ordem libertária, ainda porque não impedia o carcer ad custodiam, só por só, a boa vida anteacta do réu. - Mais a mais, já assentou o STF que: “os crimes hediondos são insusceptíveis de fiança e de liberdade provisória: art. 2º., II, da lei 8.072/90” (2ª. T., HC nº. 74108-DF, rel. Min. Rezek, DJU 11-4-97, p. 12186). - Uno consensu.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0001.7161- 5/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 14) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ESTUPRO. VIOLÊNCIA PRESUMIDA. RECONHECIMENTO DA AGRAVANTE DO ART. 9º. DA LEI Nº. 8.072/90. REDUÇÃO DE PENA QUE SE IMPÕE. OCORRÊNCIA DE ‘BIS IN IDEM. A melhor interpretação sobre o tema, entende que tal aumento, dada a expressa referência que faz ao art. 223, caput, e parágrafo único do Código Penal, só é incidente quando houver lesão corporal grave ou morte, sob pena de “bis in idem” visto que a presunção de violência já foi levada em consideração para a punição do acusado e caracterização do crime de estupro, não podendo ser novamente utilizada para agravar a pena.. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO PARCIALMENTE. SENTENÇA MODIFICADA. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0011.0900-1/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 14.09.2004, pg. 45) Ementa: - Habeas corpus. - Estupro. - Condenação. - Inaplicável o benefício do art. 594 do CPP quando o réu, preso em flagrante delito, assim, sob confinamento, permaneceu durante todo o processo. - A exigência da prisão ante tempus para apelar, providência marcadamente cautelar, não ofende a garantia constitucional da inocência (súmula nº. 9 do STJ). - Irrelevância, in casu, das condições pessoais favoráveis do réu. - Tratando-se de crime hediondo, a lei 8.072/90 veda, expressamente, a pretendida liberdade provisória. Precedente do STF. - Ordem denegada. - Uno consensu.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0001.3725-5/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 14)

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Excesso de Prazo na Formação da Culpa Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS-CORPUS CRIME. EXCESSO DE PRAZO. INOCORRÊNCIA. Havendo superveniência de sentença condenatória não há que se falar em constrangimento ilegal por excesso de prazo. RECURSO CONHECIDO. ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2002.0006.0259-8/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 27.09.2004, pg. 34) Ementa: - A CAUSA DOS PACIENTES ENCARTA-SE NO ELENCO DAQUELAS DESIGNADAS DE COMPLEXAS. POSSUI SETE RÉUS, INCLUÍDOS OS PACIENTES, E DIFERENTES ADVOGADOS, PRESSUPONDO A FORMAÇÃO DA CULPA A TOMADA DE DEZENAS DE DEPOIMENTOS ENTRE, INTERROGATÓRIOS E INQUIRIÇÃO DE TESTEMUNHAS (EM TESE, CINCO PELA PROMOTORIA E CINCO POR RÉU). ORA, COM ESSE QUANTITATIVO DE ATOS NÃO HÁ JUIZ NO MUNDO QUE CONSIGA “FECHAR” TEMPESTIVAMENTE A INSTRUÇÃO DE PROCESSO REGIDO PELA MALPARIDA LEI Nº. 10.409/02, EXEMPLO PERFEITO E ACABADO DE COMO SE LEGISLA ANACRONICAMENTE NESTE PAÍS. ENTÃO, DE VER-SE CUM GRANO SALIS A ARGÜIÇÃO NUCLEAR DESTE HABEAS CORPUS, AINDA MAIS QUANDO NÃO SE IGNORA QUE O RITO PROCEDIMENTAL ÍNSITO NO ATÉCNICO TEXTO NORMATIVO, POR CONGÊNITAS DEFORMAÇÕES, ESTIMULA, DE SI-MESMO, O SURGIMENTO DE INCIDENTES HOSTIS À CELERIDADE PROCESSUAL, A MEU SENTIR ALGO IMPENSÁVEL NO SISTEMA IMPLANTADO PELA LEI 10.409/02. - “... O PRAZO PARA A CONCLUSÃO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NA APURAÇÃO DE CRIMES PREVISTOS PELA LEI Nº. 6.368/76, NÃO É ABSOLUTO. O EXCESSO DE PRAZO SÓ PODE SER RECONHECIDO QUANDO A DEMORA FOR INJUSTIFICADA”(STJ, 5ª. T, RHC Nº. 13.904-BA, REL. MIN. GILSON DIPP, J. 20/3/03, DJU 28/4/03, P. 212). - IMPETRAÇÃO CONHECIDA, PORÉM DENEGADA. - UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5983-0/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 15)

Ementa: HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA O DECRETO DA PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO. NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. PROCESSO EM FASE DO ART. 499 DO CPP. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.

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I) Não acostada peça fundamental para o exame de mérito, impossível conhecer do pedido. 2) Não se configura coação ilegal por excesso de prazo, se o processo encontra-se em fase de diligências; 3) Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0005.0501-7/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 17.09.2004, pg. 18) Ementa : - Habeas corpus. - Alegação de tardança na formação da culpa de réu preso, inveraz, todavia, porquanto encerrada a dilação probatória em relação à acusação. - Conspícua, no caso, a sem-razão do argumento de ilegalidade na prisão do paciente a redundar, e inevitavelmente, na prejudicialidade do writ. - Una voice.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.8268-0/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 14)

Ementa: PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS EXCESSO DE PRAZO ROUBO DE CARGAS PROCESSO COMPLEXO PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE Crime praticado em concurso de pessoas residentes em estados e localidades diferentes, cometido em estrada, onde todas as testemunhas estão em trânsito configura-se a complexidade do processo, não podendo a instrução circunscrever-se dentro do paradigma numérico dos 81 dias da anterior construção jurisprudencial. Ordem denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.3683-7/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 17.09.2004, pg. 19) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME. ALEGATIVA DE EXCESSO DE PRAZO. Não se configura constrangimento ilegal por excesso de prazo quando a mora processual ocorre em razão de cumprimento de carta precatória. Ademais considerando a novel legislação sobre o tráfico ilícito de drogas e substâncias entorpecentes os prazos processuais foram sobejamente dilatados, totalizando, em média 98 (noventa e oito) dias, em se tratando de réu preso e não ocorrendo o exame de dependência toxicológica, o qual, o aumentaria em mais 30 (trinta) dias. Considerando, ainda, a incidência do art. 10 da lei dos crimes hediondos que determina serem os prazos dos crimes do art. 12, 13 e 14 da lei anti-drogas contados em dobro, teríamos um total de 196 (cento e noventa e seis) dias para a finalização do processo,

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prazo que não foi atingido na ação penal em trâmite. RECURSO CONHECIDO.ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.3943-7/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 27.09.2004, pg. 35) Ementa: - PENAL E PROCESSO PENAL; - LEI Nº 10.409/02; - HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO; - TRÁFICO DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE; - PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO; - RECONHECIMENTO DE EXCESSO DE PRAZO INJUSTIFICADO NA INSTRUÇÃO PROCESSUAL; - EXTENSÃO DA ORDEM A CO-RÉU; - UNANIMIDADE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.0711-4/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 14)

Excludente de Ilicitude

•Legítima Defesa Ementa: APELAÇÃO CRIME LEGÍTIMA DEFESA RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DUALIDADE DE VERSÕES PROVA DISPERSA ABSOLVIÇÃO DO APELADO QUE NÃO CONTRARIOU A PROVA DOS AUTOS INOCORRÊNCIA DA HIPÓTESE DO ART. 593, INCISO III, D, CPP. 1.Falece, a meu ver, êxito à pretensão recursal do agente ministerial, pois que pretende obter a anulação do julgamento do apelado tão-somente com arrimo em indícios dispersos, fulcrados, notadamente, no depoimento de uma testemunha que diz ter encontrado a faca presa à axila da vítima, conquanto outra testemunha tenha afirmado que encontrou a faca próximo ao corpo da vítima. 2. É bom de ver que o caso em foco está desnudado de testemunha presencial, estando os diversos depoimentos do apelado em harmonia com as demais provas, havendo portanto, de ser levada em consideração as suas palavras. 3. Ademais, se a proposta ministerial sobreviveu à decisão de pronúncia mesmo diante da possibilidade do apelado ter agido em legítima defesa própria, já que naquela fase cuidava-se apenas de um juízo de admissibilidade da acusação, com aplicação do princípio in dubio pro societate, agora, para um juízo de mérito, em persistindo a hesitação que antes pairava sobre como ocorreu o fato, há de ser solucionado o

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julgamento em favor do réu, pois que imperativo o brocardo in dubio pro reu, de feição constitucional. 4. Recurso improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0153.3846-1/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 27)

Execuções Penais Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA CRIME. RÉU CONDENADO AO REGIME INTEGRALMENTE FECHADO. O JUIZ CONCEDEU-LHE O BENEFÍCIO DA SAÍDA TEMPORÁRIA. DE ACORDO COM O ART. 122 DA LEP, TAL BENEFÍCIO SÓ DEVE SER DADO A RÉUS EM REGIME SEMI-ABERTO. DECISÃO DO JUIZ ACOIMADA DE ILEGALIDADE. MANUTENÇÃO DA LIMINAR ANTERIORMENTE CONCEDIDA. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Mandado de Segurança n˚ 2003.0014.5557-0/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 20.08.2004, pg. 28)

Fixação da Pena Ementa: PENAL. CONDENAÇÃO A PENA SUPERIOR A UM ANO. SUBSTITUIÇÃO POR UMA RESTRITIVA DE DIREITO E MULTA OU DUAS RESTRITIVAS DE DIREITO. INTELIGÊNCIA DO § 2º DO ART. 44 DO CÓDIGO PENAL. 1. A teor do art. 44 do Código Penal Nacional, na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição das penas restritivas de direito são autônomas e substituem as privativas de liberdade, acrescentando a parte final do § 2º do mesmo artigo que, se a pena imposta for superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. 2. Apelo provido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0147.5538-7/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 32)

Ementa: CRIMINAL CONFIRMAÇÃO DA COMINAÇÃO POR TRÁFICO DE DROGAS DOSIMETRIA DA PENA EXACERBAÇÃO IMOTIVADA DA PENA BASE. Não pode o juiz exacerbar a pena base sem levar em

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consideração as circunstâncias judiciais do art. 59 do CP. Recurso provido parcialmente. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0002.4731-3/0 , Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.07.2004, pg. 22)

Furto Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME FURTO PRIVILEGIADO DESCARACTERIZAÇÃO COISA SUBTRAÍDA QUE NÃO É DE PEQUENO VALOR IRRELEVÂNCIA DE INEXISTIR PREJUÍZO POR TER SIDO A “RES FURTIVA” RECUPERADA APÓS PERSEGUIÇÃO POLICIAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 155, §2º DO CP APELO DESPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.0632-0/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 18.08.2004, pg. 34) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. FURTO SIMPLES. AUTORIA. PROVAS. CONDENAÇÃO. SUFICIÊNCIA. FURTO PRIVILEGIADO. INOCORRÊNCIA. PENA. REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. I. Compulsando os fólios, com especial destaque as argumentações das partes envolvidas, cumpre-nos inalterar a decisão condenatória. A autoria do crime foi bastante esclarecida com a intervenção da prova testemunhal, a qual é uníssona em afirmar que o agente criminoso, ora apelante, foi realmente o autor dos furtos, sendo, portanto, induvidosa. II. A concessão ou não do privilégio não é direito público subjetivo do réu, mas faculdade do juiz, quando da aplicação da pena. Desse modo, há nos autos certidão de antecedentes criminais do apelante (fls. 27) dando conta da prática de roubo qualificado por concurso de agentes e emprego de arma, sendo certo que as condições pessoais do réu não autorizam a concessão do benefício legal. Ademais, além da inexistência de requisito subjetivo, a coisa furtada ao tempo do crime não pode ser considerada de pequeno valor, pois foi orçado pela vítima em torno de R$ 1.500,00 (hum mil e quinhentos reais). Com isso, é impossível a aplicação do furto privilegiado. III. O art. 59 do Código Penal expressamente permite ao juiz que considere os antecedentes do agente quando da aplicação da pena-base dentre as cominadas ao delito. IV. Apelo conhecido, mas improvido.

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V. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0009.1295-3/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 31) Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME 1) FURTO QUALIFICADO CONCURSO DE AGENTES IMPOSSIBILIDADE DE CONDENAÇÃO POR FURTO SIMPLES 2) CRIME CONTINUADO AUMENTO DA PENA DE ACORDO COM O ART. 71 DO CÓDIGO PENAL PÁTRIO 3) DIMINUIÇÃO DA PENA ANTE A CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE CONTIDA NO ART. 65, III, “d” DO CÓDIGO PENAL 4) SENTENÇA PERFEITA NENHUMA CENSURA A SER FEITA. 1 - Diante do suporte probatório reinante nos autos, e com base nos ensinamentos doutrinários e jurisprudências aplicáveis à espécie, decisão outra não há que se albergar, senão a que decidiu pela condenação dos Apelantes no mínimo aplicável ao crime de furto qualificado, sendo levado em consideração o fato de haver crime continuado e também a atenuante contida do art. 65, III “d” do Código Penal Pátrio. 2 - Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.7390-6/0, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 30.08.2004, pg. 54) Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME FURTO FAMÉLICO INOCORRÊNCIA . DESCLASSIFICAÇÃO DA QUALIFICADORA DE ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO POR FALTA DE EXAME PERICIAL. Tentativa de furto de objetos incompatíveis com a caracterização do estado de necessidade alegado. Permanência da res furtiva por curto período de tempo em poder do apelante, enquanto perseguido e preso. Desconsiderada a qualificadora de rompimento de obstáculo por falta de laudo pericial. Apelação denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.6105-8/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.07.2004, pg. 22)

Homicídio Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL VÍTIMA QUE IMPEDIU QUE UM CARRO ESTACIONADO EM FRENTE A SUA RESIDÊNCIA FOSSE ARROMBADO POR LARÁPIOS SOFRE LESÃO À FACA - TENTATIVA

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DE HOMICÍDIO CONFIGURADA RECURSO IMPROVIDO DECISÃO UNÂNIME. 1. Neste considerar e diante da evidência incontroversa de que o belicoso apelante tentou contra a vida da vítima, não conseguindo seu desiderato criminoso graças à interferência de terceiros, tão-somente por haver a mesma impedido o arrombamento de um veículo que estava estacionado em frente a sua residência, não há como se reputar o julgamento resistido de manifestamente contrário da prova dos autos, porquanto “a decisão do júri que, com supedâneo nos elementos constantes dos autos, opta por uma das versões apresentadas não pode ser anulada, sob a alegação de ser contrária à prova dos autos, pois tal procedimento só se justifica quando a decisão dos jurados é arbitrária, totalmente dissociada do conjunto probatório (TJSP - RT675/354). No mesmo sentido o STF: RT 667/361. 2. Apelo improvido. Acórdão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0009.1411-5/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 31)

Inquérito Policial Ementa: PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS TRANCAMENTO DE ORDEM DE BUSCA E APREENSÃO EM INQUÉRITO POLICIAL EXAME APROFUNDADO DE PROVAS O Habeas Corpus não é via adequada ao trancamento de inquérito policial, sob a alegação de que o pedido de busca e apreensão necessita de provas quando os fatos investigados por relatos das vítimas ainda estão na fase de confirmação dos indícios da ocorrência de crime. O sujeito de inquérito criminal está forçosamente à mercê das atividades necessárias e lícitas de investigação, desde que sob controle das autoridades judiciárias competentes, como aqui se configura pelas informações prestadas. Ordem denegada. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.1178-7/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 17.09.2004, pg. 20) Ementa: HABEAS CORPUS CONSOANTE AS CARACTERÍSTICAS DO NOSSO PROCESSO ACUSATÓRIO, SOMADAS À ACEPÇÃO CORRENTIA DO INQUÉRITO POLICIAL Como procedimento de natureza administrativa e preparatória da ação penal Não se aplicam nessa fase préprocessual, eminentemente inquisitiva, os princípios do contraditório e da ampla defesa DENEGAÇÃO DA ORDEM IMPETRADA.

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Penal e Processo Penal

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(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0005.8943-3/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 29.09.2004, pg. 19)

Lesão Corporal Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. LESÕES CORPORAIS GRAVÍSSIMAS, RESULTANDO ENFERMIDADE INCURÁVEL, COM AS AGRAVANTE DA FUTILIDADE E DA PRÁTICA CONTRA SEPTUAGENÁRIO. SENTENÇA CONDENATÓRIA A PENA DE 04 ANOS E 02 MESES DE RECLUSÃO, NO REGIME SEMI-ABERTO. MATERIALIDADE E AUTORIA SOBEJAMENTE COMPROVADAS, PELA PROVA TESTEMUNHAS E PERICIAL. Artigos 129, § 2º, inciso II, c/c o 61, inciso II, letras “a” e “h”, do Código Penal Brasileiro. Irresignação pugnando pela absolvição por insuficiência de provas ou, alternativamente, anulação da sentença por exacerbação da reprimenda. Inocorrência da mutatio libelli, como asseverado no parecer ministerial, por conter a denúncia implicitamente as circunstâncias elementares da nova capitulação legal. As provas dos autos, na vertente testemunhal e pericial entremostram a materialidade e a autoria do delito e dão a exata medida do acerto da decisão condenatória, vazada em boa técnica, fundamentada concretamente e prolatada em justa dosimetria. Negado provimento ao recurso apelatório.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0010.5781-3/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 18.08.2004, pg. 33)

Ementa: PENAL. LESÕES CORPORAIS GRAVE E GRAVÍSSIMA. EXCLUDENTE DE ILICITUDE DA LEGÍTIMA DEFESA (ART. 25 DO CÓDIGO PENAL) NÃO CARACTERIZADA. EPILEPSIA. INIMPUTABILIDADE DO ART. 26 DO CÓDIGO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA DAS LESÕES. PROVA PERICIAL SEGURA E FUNDAMENTADA. I. Não está caracterizada a legítima defesa própria quando o conjunto probatório dos autos, a partir da prova testemunhal, bem como das declarações das três vítimas, revela, de forma inequívoca, que a iniciativa da agressão partiu do delatado, circunstância que desfigura a excludente de ilicitude pretendida pelo recorrente (art. 25 do C.P.). II. O fato de ser o agente epiléptico, por si só, não enseja a excludente de culpabilidade do art. 26 do C.P., principalmente se os peritos, no exame de insanidade instaurado na fase judicial, declararam não haver comprometimento à higiene mental do acusado, tampouco estando o agente sob efeito da síndrome quando da prática criminosa.

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III. A probabilidade do evento morte em virtude da investida criminosa do recorrente contra uma das vítimas pode ser verificada a partir das conclusões dos expertos criminais no laudo pericial constante dos autos, pela descrição das lesões sofridas pelo ofendido, bem como pelo conjunto probatório que revela ter sido aquele atingido três vezes pelo acusado, além de ter esperado longo período para se recuperar do comprometimento à sua integridade física, tudo a indicar ser idôneo o reconhecimento da figura penal do art. 129, § 1º, IV, do Código Penal. IV. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5592-9/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 18.08.2004, pg. 32)

Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME LESÃO CORPORAL GRAVE PERDA DE UM OLHO PROVA IDÔNEA CONDENAÇÃO MANTIDA REDUÇÃO, DE OFÍCIO DO PROVIMENTO CONDENATÓRIO EX VI DO ART. 65, III, LETRA “d” DO CÓDIGO PENAL. 1. Confissão espontânea - Prova inarredável em desprol das agentes apelantes, sendo inegável que a vítima, ao ser atingida com água fervendo com sal e pimenta, perdeu a visão direita além de queimadura do 3º grau. Condenação mantida. 2. Redução da pena - De ofício, reduzo a pena imposta às apelantes, de per si, em 6 (seis) meses de reclusão, em face da atenuante genérica da confissão espontânea não observada no provimento condenatório, ex vi do art. 65, inciso III, letra “d” do Código Penal. 3. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0002.2311-2/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 33) Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME Lesão Corporal de natureza grave (art. 129, § 1º - I, CP) Réu portador de maus antecedentes Apelação direcionada à prática do crime em legítima defesa Impossibilidade de substituição da reprimenda pela restritiva de direitos ou pelo sursis. Apelo Improvido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0012.9627-3/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 18.08.2004, pg. 33) Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME LESÃO CORPORAL DEBILIDADE PERMANENTE.

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1. Destaca-se dos autos que, caso tenha existido injusta agressão por parte da vítima, não seria aceitável o reconhecimento da legitimidade do desforço porquanto a vítima ao ser derrubada da moto, prostrada ao solo, sem condições de reagir, além de ter quatro dedos da mão esquerda decepados foi lesionada múltiplas vezes a golpes de foice. 2. Como se não bastasse, adveio ainda o laudo complementar de fls. 23, a par do qual os peritos oficiais, em esclarecimento, atestam a incapacidade da vítima para o uso pleno da mão esquerda, advindo daí, que jamais poderá em vida desempenhar suas funções normais. No mínimo debilidade permanente para desempenhar suas funções básicas. 3. Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0003.7823-8/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 30) Ementa: APELAÇÃO CRIME LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE CRIME PRETERDOLOSO ENVOLVE ALÉM DO DOLO, TAMBÉM A CULPA DECLARAÇÃO EX OFFICIO DE NULIDADE DA DECLARAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELO MM. JUIZ SEM OCORRER O TRÂNSITO EM JULGADO PARA A ACUSAÇÃO CASSAÇÃO DA SENTENÇA ABSOLUTÓRIA E CONDENAÇÃO DOS RÉU PELO CRIME PRETERDOLOSO SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE NA FORMA PREVISTA NOS ARTIGOS 43 E 44 DO CP. RECURSO MINISTERIAL PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.8994-8/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 18.08.2004, pg. 34) Ementa: APELAÇÃO CRIME LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE PROVA INCONTROVERSA PENA ACIMA DO PATAMAR MÍNIMO LEGAL CORREÇÃO É MEDIDA QUE SE IMPÕE. 1. De par da segurança que a prova propicia, não há como distinguir como possa sofrer juízo de reforma o decreto condenatório dos apelantes, sob o pálio da dúvida quanto à autoria delituosa, por eles posta em questionamento, de tal sorte que devem os mesmos suportar a justa repreensão penal aplicada pela Justiça Pública. 2. Quanto à pena aplicada a correção é medida que se impõe posto que se apresenta imprescindível para que se proceda à adequação da penalidade aplicada aos apelantes aos padrões legais e jurisprudenciais, inobservados na espécie.

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3. Apelo provido em parte para tão-somente reduzir a pena imposta aos apelantes para o patamar mínimo legal. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0000.8888-4/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 20) Ementa: PROCESSUAL PENAL. LESÕES CORPORAIS. TENTATIVA. DOLO DO AGENTE. CARACTERIZAÇÃO. ACERVO PROBATÓRIO. CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. I - A vítima, em juízo, enfatizou que naquele dia o réu apareceu em sua residência para cobrar a quantia que entendia devida, cuja importância supostamente representava a metade do valor do patrimônio do casal, oportunidade em que havia lhe dito que não dispunha daquela importância no momento, sendo, imediatamente, surpreendida pela ação do réu, o qual sacou de sua faca e investiu contra a integridade física da vítima, o que não só se consumou, porquanto esta havia saído rapidamente para as casas dos vizinhos. II - Ressoa dos autos que a intenção do apelante era de afetar, de algum modo, a integridade física da vítima, não tendo dúvida acerca do dolo do agente. III - Apelo conhecido, mas improvido. IV - Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0000.0964-5/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg

Ocultação de Cadáver Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL – APELAÇÃO CRIME OCULTAÇÃO DE CADÁVER CULPABILIDADE CONFIGURADA. I- Aviva-se do processado que na madrugada do dia 22 de janeiro do ano 2000, o primeiro denunciado assaltou a vítima e para garantir a posse dos vários objetos subtraídos, dentre os quais dinheiro e um veículo, tirou-lhe a vida. Na manhã do mesmo dia, convidou a pessoa de Antonio Airton Custódio Cazuza para ir buscar uma moto na cidade de Mombaça, tendo, inclusive, ofertado o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) àquela pessoa, contudo, a mesma recusou a proposta. Em seguida, Luis se dirigiu à residência do apelante e, após uma breve conversa, saíram os dois no veículo do qual gotejava sangue do porta-malas, se dirigindo até a Serra do Umari, e ali arremessaram o corpo da infeliz criatura, em local de difícil acesso, a fim de ocultá-la.

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II- Apelo improvido. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0175.4749-1/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 29)

Peculato Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL. DELITO DE PECULATO EM CONTINUIDADE DELITIVA. 1) NULIDADES SUSCITADAS PELOS RÉUS QUE NÃO MERECEM PROSPERAR EIS QUE DESPROVIDAS DE FOMENTO LEGAL. 2) PRETENSÃO ABSOLUTÓRIA QUE NÃO TEM COMO SER ATENDIDA, POSTO HAVER PROVA DA EXISTÊNCIA DO CRIME E CERTEZA DA AUTORIA. SENTENÇA DE CONDENAÇÃO QUE SE MOSTRA SATISFATORIAMENTE FUNDAMENTADA 3) PENA APLICADA MUITO ACIMA DO MÍNIMO LEGAL REDUÇÃO QUE SE IMPÕE. APELO PARCIALMENTE PROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.2806-9/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.07.2004, pg. 26)

Porte Ilegal de Arma Ementa: PROCESSUAL PENAL. PENAL. PORTE ILEGAL DE ARMA. CRIME DE MENOR POTENCIAL. COMPETÊNCIA. JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. INTELIGÊNCIA DA LEI 10.259/01. CONCEITO. AMPLIAÇÃO. INOBSERVÂNCIA. NULIDADE ABSOLUTA. ANULAÇÃO DO PROCESSADO. REMESSA DO FEITO. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. I - O delito de porte ilegal de arma de fogo previsto no art. 10 da Lei 9.437/97, cuja pena máxima não é superior a dois anos, é tido como crime de menor potencial ofensivo, portanto cabe ao Juizado Especial Criminal processar e julgar o feito. II - Com o advento da Lei 10.259, de 12 de julho de 2001, com vigência a partir de 12 de janeiro de 2002, em virtude do período de 06 (seis) meses de vacatio legis, as infrações penais de menor potencial ofensivo tiveram seu leque alargado, em face da redação do § único do art. 2º daquele diploma legal, que agora considera de menor potencial ofensivo todos os delitos cuja pena máxima cominada não seja superior a 02 (dois) anos, sem discriminação dos ritos especiais, derrogando o art. 61 da Lei 9.099/95.

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III - O crime tipificado no art. 10, caput da Lei 9.437/97, na data de 12 de janeiro de 2002 passou a ser considerado infração penal de menor potencial ofensivo (pena máxima cominada de 02 anos), devendo, portanto, ter prosseguimento nos Juizados Especiais Criminais e não mais no Juízo Comum, posto que a competência nesses casos é de índole absoluta. IV - Apelos conhecidos, para, de ofício, declarar a nulidade de todo o processado, inclusive a denúncia, remetendo o feito ao Juizado Especial Criminal . V Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0175.4800-5/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 30)

Prescrição Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL DELITO DE TRÂNSITO DIRIGIR VEÍCULO AUTOMOTOR SEM HABILITAÇÃO ART. 310 DO CNT. PROCLAMAR A PRESCRIÇÃO RETROATIVA DA PENA É MEDIDA QUE SE IMPÕE . 1. Verifica-se do simples exame dos autos que ocorreu na espécie a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão executória da pena. É que a denúncia seguiu seu curso normal após a quebra das condições impostas pela suspensão do processo em 11 de junho do ano 2000, e a sentença condenatória que impôs ao apelante a pena de 9 (nove) meses de detenção foi prolatada no dia 15 de outubro de 2002 e publicada no dia 29 do mesmo mês e ano, quando decorridos mais de dois (2) anos. 2. A teor do artigo 110, § 1º, do Código Penal, a prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena in concreto. In casu, não houve recurso do Ministério Público, logo, fez incidir a regra do artigo 109, VI do Código Penal. 3. Em qualquer fase do processo, o juiz, se reconhecer extinta a punibilidade do agente, deverá declará-la de ofício, ex vi do artigo 61, do Código de Processo Penal. 4. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0001.8095-0/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 30)

Ementa: APELAÇÃO - CRIME DE QUADRILHA OU BANDO - PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA, POR APLICAÇÃO DA

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REGRA CONTIDA NO ARTIGO 109, INCISO V, DO CÓDIGO PENAL EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE QUE SE DECRETA COM ESTEIO NO ARTIGO 107, ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL PREJUDICADO O EXAME DE MÉRITO DA PRETENSÃO RECURSAL MANIFESTADA PELA DEFESA DO ACUSADO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.6045-0/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.07.2004, pg. 26)

Ementa: PENAL. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. OCORRÊNCIA. I. Transitando em julgado a sentença condenatória para a acusação ou improvido o seu recurso, a prescrição é regulada pela pena aplicada, podendo ter como marco inicial data anterior à do recebimento da denúncia. II. Apelo conhecido e provido para decretar a extinção da punibilidade do agente. III. Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.2843-8/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 31) Ementa: PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS LEI DE IMPRENSA. PRESCRIÇÃO PUNITIVA TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. Ultrapassado o prazo do art. 41 da Lei 5.250 de 09 de fevereiro de 1967,sem ocorrência de causas interruptivas da prescrição, cumpria ao juiz, de ofício, na forma do art. 61 do Código de Processo, reconhecer a ocorrência prescricional. Ordem concedida. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.1174-4/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 17.09.2004, pg. 20) Ementa: Prescrição da pretensão punitiva. Contando o acusado com mais de setenta anos na data da sentença, fará jus ao benefício da redução pela metade do prazo prescricional, que será calculado com base na pena imposta na sentença, decretando-se, conseqüentemente, a extinção da punibilidade do réu. Recurso conhecido e provido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.5611-3/0, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 05.07.2004, pg. 22)

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Ementa: PENAL. PRESCRIÇÃO. PENA APLICADA. DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. ORDEM PÚBLICA. POSSIBILIDADE. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. I A sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, regula-se pela pena aplicada. A sentença foi prolatada em 24/08/99, último lapso temporal do prazo prescricional sentença condenatória recorrível (art. 117, IV), uma vez que o acórdão de fls. 354/364 não foi condenatório em relação aos ora apelantes, porquanto o Tribunal não apreciou o mérito do recurso da defesa, não incidindo, portanto, em nova causa de interrupção da prescrição do art. 117, IV do CP, ou seja, outra decisão condenatória recorrível. II Levando-se em consideração as penas aplicadas de 01 (um) ano e 01 (um) ano e 06 (seis) meses, que, nestes casos, a prescrição da pretensão punitiva do Estado se dá em 04 (quatro) anos, da sentença condenatória recorrível até o presente julgamento, ultrapassou-se mais de 04 (quatro) anos, estando, por conseguinte, prescrita a ação penal. III Apelos conhecidos, contudo, para declarar extinta a punibilidade dos agentes. IV Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.7824-0/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 03.09.2004, pg. 19)

Prisão Preventiva Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS-CORPUS CRIME. ALEGATIVA DE AUSÊNCIA DE NECESSIDADE DE PRISÃO PREVENTIVA. Apesar do paciente, inicialmente, ter respondido ao processo em liberdade, no decorrer da ação, foi demonstrada a sua afeição a práticas delituosas, com a transgressão ao art. 10 da lei nº.9.437/97 estando presente a necessidade da garantia da ordem pública, com o conseqüente acautelamento do meio social. RECURSO CONHECIDO. ORDEM NEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.9340-5/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 27.09.2004, pg. 35)

Ementa: PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS HOMICÍDIO TENTADO AMEAÇAS A TESTEMUNHAS PERICULOSIDADE DO PACIENTE DECRETO PRISIONAL SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADO. Revelada a periculosidade do paciente durante a instrução, além das ameaças às testemunhas, considera-se também outro delito cometido após o fato delituoso por que está sendo processado. Outrossim, os aspectos

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brutais do crime, a sua gravidade e violência evidenciadas nos autos, respaldam plenamente o acautelamento preventivo. Precedentes. Ordem denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.2538-4/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 17.09.2004, pg. 19)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - PRISÃO PREVENTIVA. - A REPETIÇÃO DE CLICHÊS DOUTRINÁRIOS E DE TERMOS LEGAIS, DE ENVOLTA COM A EXTERIORIZAÇÃO DE IMPRESSÕES SUBJETIVAS DO JUIZ EM RELAÇÃO À PESSOA DO AGENTE, NÃO BASTAM PARA PRIVAR-LHE A LIBERDADE NA FASE DAS ALEGAÇÕES, SE LHE FOI CONCEDIDO RESPONDER SOLTO A INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. “ORDEM PÚBLICA” É CONCEITO “POROSO”, DAÍ QUE O DECRETO COATIVO QUE A ELA SE REPORTA EXIGE EVIDENCIAÇÃO CONCRETA E SATISFATÓRIA “DE COMO” O RÉU PODERÁ QUEBRAR A TRANQÜILIDADE DO MEIO SOCIAL. ABSTRAÇÕES E RESTRIÇÃO À LIBERDADE INDIVIDUAL NÃO SE CASAM, ANTES SE REPELEM. - ORDEM DEFERIDA À UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.8630-2/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 14)

Ementa: Processual penal - Habeas-Corpus - Prisão em flagrante - Pedido de apelar em liberdade - Alegado bons antecedentes e primariedade Irrelevância Impossibilidade de revogação da medida extrema Resguardo da ordem pública - Inexistência de constrangimento ilegal - Ordem denegada - Unânime. Estando o Decreto de Prisão preventiva suficientemente motivado, baseado na prova da materialidade do crime e indícios suficientes de autoria, e ainda com a finalidade de garantir a ordem pública, acautelando o meio social, sobressaltado com a gravidade do crime, não há falar-se em revogação do acautelamento provisório do paciente, não tendo relevância, in casu, a presença da primariedade e dos bons antecedentes argüidos, vez que estes não inibem a decretação da medida que se revela imprescindível.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2002.0008.0646-0/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 12.08.2004, pg. 25)

Ementa: - PENAL E PROCESSO PENAL; - HABEAS CORPUS; - RECEPTAÇÃO QUALIFICADA; - PRISÃO PREVENTIVA; - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO; - ORDEM CONCEDIDA; - UNANIMIDADE.

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 212

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.6978-0/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 13)

Pronúncia

Ementa: PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO POR MOTIVO FÚTIL. PROVADA A MATERIALIDADE DEMONSTRADA A AUTORIA. EXCLUSÃO DA QUALIFICADORA. DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO SIMPLES. IMPOSSIBILIDADE. NA FASE DA PRONÚNCIA NÃO CABE EXAME APROFUNDADO DA PROVA E NEM SOBRE AS QUALIFICADORAS. RECURSO DESPROVIDO. Para o afastamento de qualificadoras, em crime de homicídio, a prova tem que ser segura e inquestionável, vigorando também quanto a elas o princípio in dubio pro societate.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0000.0254-0/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 27.09.2004, pg. 32) Ementa: -Recurso crime em sentido estrito. -Pronúncia. -Expungíveis as circunstâncias qualificantes, reconhecidas na prolação pronuncial, somente quando manifestamente descabidas. Persistindo dúvida, sutil que seja, impraticável a exclusão pretendida, porquanto apenas os jurados, na condição de juízes naturais, detêm competência para exame do fato, aplicável também, no particular, o in dubio pro societate. -Improvimento. -Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0001.1843-4/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.08.2004, pg. 32)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. RETIRADA DE QUALIFICADORA. IMPROCEDÊNCIA. A retirada de circunstâncias qualificadoras na sentença de pronúncia requer manifesta improcedência, em situação extreme de dúvidas. Vigora nessa fase o princípio ‘in dúbio pro societate sendo devida a apreciação pelo Conselho de Sentença. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2003.0006.3122-7/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 14.09.2004, pg. 48)

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 213

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA TRATA-SE DE DECISÃO QUE DEVE PREVALECER O IN DUBIO PRO SOCIETATE EM DETRIMENTO DO IN DUBIO PRO REO ESTANDO COMPROVADA A EXISTÊNCIA DO CRIME E HAVENDO FORTES INDÍCIOS OU ATÉ MESMO CERTEZA DE AUTORIA, DEVE O RÉU SER PRONUNCIADO NAS QUALIFICADORAS, SUBMETENDO-SE AO CRIVO DO TRIBUNAL DO JÚRI, POR SER, DE ACORDO COM A CARTA MAGNA O ÓRGÃO COMPETENTE PARA AFASTAR DÚVIDAS SOBRE O ASSUNTO RECURSO CONHECIDO, PORÉM, IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0173.5353-0/1, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 30.08.2004, pg. 54) Ementa: EMENTA: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. QUALIFICADORAS. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE. I. Em sede de pronúncia, deve o magistrado fazer uso de termos sóbrios e comedidos, não podendo, entretanto, furtar-se de motivar seu convencimento a respeito das circunstâncias qualificadoras do crime, sob pena de violar a garantia constitucional da fundamentação das decisões judiciais (art. 93, IX, da C.F.). II. Recurso provido, decretando-se a nulidade da sentença de pronúncia, à míngua de fundamentação. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2003.0003.0504-4/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 30.08.2004, pg. 52)

Reabilitação

Ementa: PEDIDO DE REABILITAÇÃO. RECURSO DE OFÍCIO AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO CEARÁ. SENTENÇA DE 1° GRAU JULGANDO PROCEDENTE O PEDIDO. RECLAMADO APRESENTANDO TODOS OS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA DE 1° GRAU, POIS DE LEGÍTIMA JUSTIÇA.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Recurso Crime de Reabilitação n˚ 2003.0007.0892-0/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 20.08.2004, pg. 25)

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 214

Recursos Ementa: - VAZADO EM TERMOS DE SALIENTE CLAREZA, O ART. 619 DO CPP CONDICIONA A INTERPOSIÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO À PRÉVIA PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO. INTEMPESTIVOS OS QUE SÃO PROTOCOLIZADOS ANTES DAQUELA FORMALIDADE. E, ASSIM, PRECOCES, CLASSIFICAM-SE COMO INCOGNOSCÍVEIS, À FALTA DE PRESSUPOSTO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL. - NEMINE DISCREPANTE. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Embargos de Declaração n˚ 2003.0005.7988-8/1, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 26.07.2004, pg. 13)

Regimento Interno do TJCE Ementa: APELAÇÃO CRIME RECURSO ONDE NÃO FORAM PAGAS AS CUSTAS PROCESSUAIS AUSÊNCIA DE GRATUIDADE DE JUSTIÇA RECURSO DECLARADO DESERTO INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 63 E 64 DO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0176.3810-1/1, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 05.07.2004, pg. 22) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA EM SEDE DE PROCESSO DE QUEIXA-CRIME ONDE O IMPETRANTE É QUERELANTE ATUANDO EM CAUSA PRÓPRIA. COMPETÊNCIA DA CÂMARA CRIMINAL PARA PROCESSAR E JULGAR MANDADO DE SEGURANÇA EM MATÉRIA PENAL, CONTRA ATOS DOS JUÍZES DE PRIMEIRA INSTÂNCIA ART. 26, LETRA “H” DO RITJCE. ATO DO JUIZ DE PRIMEIRO GRAU QUE CERCEOU O EXERCÍCIO PLENO DA ADVOCACIA POR PESSOA HABILITADA SEGUNDO A LEI Nº 8.906/94, JUNTO À ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. - O Advogado habilitado, com inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, está apto a exercer qualquer ato judicial, em qualquer instância ou tribunal, inclusive em causa própria, não podendo o Juiz obrigá-lo a constituir outro advogado para acompanhar o feito. - Ordem concedida para cassar a decisão impugnada e determinar à autoridade impetrada, MM. Juíza de Direito da 2ª Vara de Uruburetama, para que se abstenha de praticar qualquer ato ilegal ou abusivo, que possa causar obstáculo ao livre exercício da profissão do impetrante.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 215

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.0061-6/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 20.08.2004, pg. 28)

Revisão Criminal Ementa: REVISÃO CRIMINAL RÉU PROCESSADO POR CRIME TIPIFICADO NO ART. 10, § 1º, III, c/c § 4º DO MESMO ARTIGO, DA LEI Nº 9.437/97 CRIME CUJA PENA MÍNIMA EM ABSTRATO É SUPERIOR A UM (A) ANO E CUJA PENA MÁXIMA, TAMBÉM, EM ABSTRATO, ULTRAPASSA OS DOIS ANOS AUSÊNCIA DE DIREITO AOS BENEFÍCIOS DA TRANSAÇÃO E DA SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO PEDIDO REVISIONAL CONHECIDO, PORÉM, IMPROVIDO. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0008.4482-4, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 13.09.2004, pg. 42) Ementa: - Revisão Criminal. - Testemunhas do sumário que, depois de firme o veredictum condenatório, confirmado em grau de apelação, reouvidas em justificação judicial, requerida pelos condenados, alteram suas primitivas declarações. Mudança que implode a credibilidade dos antigos e dos novos depoimentos, por se ignorar quais deles merecem fé ou estão conforme a verdade. Estado de dúvida que exclui o conteúdo da justificação do conceito de “prova nova” da inocência dos revisionandos, cujas condenações, é de bom aviso realçar, não se lastrearam unicamente nas informações levadas pelas retratantes à formação da culpa, e sim no acervo probatório como um todo. - Sem prova límpida e clara do erro judiciário, é vedada a recognição do contexto condenatório, com o que seria transformar indevidamente a ação revisional em segunda apelação, com notável insulto ao princípio do duplo grau de jurisdição e ao do livre convencimento motivado. - Pedido revisório julgado improcedente à unanimidade. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2002.0002.9692-6/0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.08.2004, pg. 32) Ementa: REVISÃO CRIMINAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA. DEFICIÊNCIA DE DEFESA. INSUFICIÊNCIA DE PROVAS. DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR PARA A CONTRAVENÇÃO DO ART. 61 DA LCP

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 216

IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA AO PUDOR. IMPROCEDÊNCIA. RECURSO CONHECIDO MAS NEGADO PROVIMENTO PARA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA E DO ACÓRDÃO QUE A CONFIRMOU. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0002.3276-4/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 20.08.2004, pg. 25) Ementa: REVISÃO CRIMINAL ESTUPRO CARACTERIZAÇÃO EM FACE DA VIOLÊNCIA PRESUMIDA INEXISTÊNCIA DE LESÃO CORPORAL GRAVE PENA APLICAÇÃO DO AUMENTO DE REPRIMENDA PREVISTA NO ART. 9º DA LEI 8.072/90 INADMISSIBILIDADE REDUÇÃO DA PENA PEDIDO REVISIONAL PROVIDO PARCIALMENTE. (TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0001.0753-6/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 20.08.2004, pg. 25)

Roubo Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRELIMINAR. INÉPCIA. DENÚNCIA. INOCORRÊNCIA. REJEIÇÃO. ROUBO SIMPLES. CARACTERIZAÇÃO. AUTORIA. CONJUNTO PROBATÓRIO. SUFICIÊNCIA. PALAVRA DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA. DECISÃO MANTIDA. I - A inépcia da denúncia deve ser alegada antes da sentença condenatória, o que no caso inocorreu. Todavia, a par de ser a afirmação serôdia, a improcedência do reclamo é manifesta já que a imputação, clara e objetiva, permite claramente a adequação típica, sem prejuízo para a defesa. II Dum exame da prova coligida, constata-se realmente que houve violência por parte do apelante para atingir seu intento, pois se não fosse a conduta do agente em arremessar a vítima ao solo, o delito não teria sido consumado facilmente. III Nos casos de crimes deste jaez, cometido geralmente às ocultas, sem testemunhas presenciais, a palavra da vítima deve ser bastante valorada em relação à versão do apelante, máxime quando aquela é coerente com os demais elementos de convicção existentes nos autos. A versão da vítima corroborada com as provas testemunhais colhidas em juízo têm valor probatório, devendo ser levada em consideração como elemento fixador da autoria do crime perpetrado. IV Apelo conhecido, mas improvido.

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 217

V Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0170.1285-7/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 10.08.2004, pg. 13) Ementa: APELAÇÃO CRIME. PEDIDO DE DIMINUIÇÃO DA PENA IMPOSTA AO APELANTE PELO CRIME DE ROUBO QUALIFICADO. ALEGAÇÃO DE QUE NÃO FORAM COMPUTADAS À DOSIMETRIA DA PENA AS ATENUANTES DE QUE TEM DIREITO. VERSÃO DO APELANTE ISOLADA DOS DEMAIS ELEMENTOS DOS AUTOS.PENA APLICADA DE ACORDO COM OS PRECEITOS LEGAIS E A TÉCNICA JURÍDICA PARA A COMPOSIÇÃO DESSE TIPO DE PRÁTICA DELITUAL. APELO IMPROVIDO. CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA DE PRIMEIRO GRAU. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.2862-1/1, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 18.08.2004, pg. 32) Ementa: APELAÇÃO CRIME ROUBO À MÃO ARMADA CO-AUTORIA PRELIMINARES SUSCITADAS PELOS DOIS RÉUS RECORRENTES, PRETENDENDO A NULIDADE DO PROCESSO INAPLICÁVEL A LEI 9.271/96 AOS ACONTECIMENTOS PRETÉRITOS À SUA EDIÇÃO REJEIÇÃO ACUSADOS RECONHECIDOS PELA VÍTIMA DO ASSALTO QUE SOFREU TAMBÉM VIOLÊNCIA FÍSICA RÉUS QUE NÃO COMPARECERAM EM JUÍZO SENTENÇA MANTIDA RECURSOS IMPROVIDOS.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.7118-6/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 18.08.2004, pg. 34) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ROUBO QUALIFICADO. CARACTERIZAÇÃO. AUTORIA. CONJUNTO PROBATÓRIO. SUFICIÊNCIA. I - Com efeito, juntando-se todos estes indícios contundentes e concatenados entre si, a inarredável conclusão a que se chega é de que o apelante efetivamente teve participação no roubo e, por isso mesmo, as conclusões expostas na decisão recorrida encontram-se perfeitamente respaldadas nos elementos de convicção existentes nos autos. II - No sistema da livre convicção motivada, a prova indiciária, também chamada circunstancial, tem o mesmo valor das provas diretas. Assim, indícios múltiplos, concatenados e impregnados de elementos positivos de

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 218

credibilidade são suficientes para dar base a uma decisão condenatória, máxime quando excluem qualquer hipótese favorável ao acusado. III - Apelo conhecido, mas improvido. IV - Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0009.7907-1/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 20) Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ROUBO QUALIFICADO. CARACTERIZAÇÃO. AUTORIA. CONJUNTO PROBATÓRIO. SUFICIÊNCIA. PALAVRA DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA. DECISÃO MANTIDA. I - Versão acusatória confirmada de maneira verossímil e coerente, certificando-se que o ora apelante, juntamente com outro comparsa, se dirigiram ao local descrito na denúncia, e lá, sob o emprego de violência física, renderam a vítima, subtraindo considerável numerário de propriedade desta. II - Evidenciada a autoria, em face do reconhecimento do acusado pela vítima já que, em se tratando de crimes patrimoniais, a palavra da vítima se sobrepõe à do réu, se coerente e uniforme com outros elementos de prova, reforçando a confissão extrajudicial. III - Apelo conhecido, mas improvido. IV Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0151.5140-0/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 19)

Suspensão Condicional do Processo Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS-CORPUS CRIME. 1. ALEGATIVA DE NULIDADE NA DENÚNCIA. IMPROCEDÊNCIA. A exordial denunciatória se reveste dos requisitos exigidos por lei circunstanciando elementos que revelam a associação da paciente com criminosos de alta periculosidade com o fim colimado de praticas delituosas. 2. CONTRARIEDADE À LEI Nº. 9.099/95. INOCORRÊNCIA. A suspensão condicional do processo, prevista no art. 89 da lei nº. 9.099/95, além do requisito objetivo da pena mínima cominada de um ano, exige o preenchimento dos demais requisitos previstos no art. 77 da lei penal exigidos para a suspensão condicional da pena. Demonstrada a necessidade da manutenção do encarceramento da paciente para garantia

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 219

da ordem pública e aplicação da lei penal. RECURSO CONHECIDO. ORDEM DENEGADA. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.0898-6/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 27.09.2004, pg. 36)

Tribunal do Júri Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA. DÚVIDA. RECONHECIMENTO INVIÁVEL. CODELATADO. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO E LESÃO CORPORAL GRAVE. ERRO NA EXECUÇÃO COM RESULTADO ÚNICO (ART. 73, 1ª PARTE, DO C.P.. IMPERIOSA IMPUTAÇÃO DE UM SÓ CRIME. DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA NÃO CONFIGURADA DE PLANO. EXCLUSÃO DE QUALIFICADORA. IMPERTINÊNCIA. I. Por constituir a sentença de pronúncia mero juízo de admissibilidade da acusação, o reconhecimento da descriminante da legítima defesa e da desistência voluntária somente pode prosperar quando demonstradas seguramente nos fólios, devendo a dúvida quanto à configuração de tais figuras jurídicas ser dissipada pelo Tribunal Popular do Júri, órgão competente para apreciar, em juízo de certeza, o mérito da demanda. II. Existindo, na dilação probatória, prova da materialidade do crime e indícios de autoria por parte do acusado, inviável é admitir-se a caracterização da excludente de ilicitude descrita no art. 25 do C.P., quando presente controvérsia acerca de agressão praticada pela vítima, indispensável para amparar a ação defensiva supostamente exercida pelo denunciado. III. Revelando alguns elementos de convicção que o réu agiu com animus necandi, sem a demonstração inequívoca de que a cessação do iter criminis adveio de abandono do propósito de concretização do resultado morte, impossível é reconhecer, na fase de pronúncia, a configuração da desistência voluntária. IV. Na hipótese de erro na execução com resultado único, a apuração da responsabilidade penal restringe-se ao delito visado pelo agente, considerando-se, na espécie, as condições e qualidades da vítima que se pretendia atingir e não às da pessoa que concretamente sofreu a ação criminosa (art. 73, 1ª parte, do C.P.). Sob tal fundamento, revela-se impertinente a prolação de sentença de pronúncia pela prática dos ilícitos descritos no art. 121, § 2°, II e IV, combinado com art. 14, II, e art. 129, § 1°, I e II, do Código Penal, quando demonstrado que o denunciado,

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pretendendo ceifar a vida da vítima, com quem discutira momentos antes, produz lesões corporais apenas na esposa daquela. V. Existindo indícios de que o segundo delatado efetuou mais de um disparo contra a ofendida, prosseguindo com a realização dos atos executórios mesmo após a súplica de interrupção destes, resta prejudicado o acolhimento da tese de desistência voluntária, visto que não delineada seguramente nos fólios. VI. A qualificadora mencionada na denúncia só deve ser excluída na pronúncia quando manifestamente improcedente e de todo descabida. Ao Júri, em sua soberania, é que compete apreciá-la, com melhores dados, em face da amplitude da acusação e da defesa. Ainda na dúvida da configuração de uma circunstância legal constante da peça delatória, deve ela ser mantida em decisão de pronúncia. Aplicação do princípio in dubio pro societate. Extraindo-se da prova indícios de que a prática delitiva decorrera de simples insatisfação do réu com a intromissão do co-delatado em uma discussão banal envolvendo aquele e um terceiro, impossível é subtrair o agente do julgamento perante o júri popular pela participação no cometimento do crime de homicídio qualificado por motivo fútil. VII. Apelação do réu Francisco de Assis Pereira improvida, dando-se parcial provimento ao recurso do acusado Raimundo Ferreira Lima, para excluir da pronúncia, em fade da caracterização da aberratio ictus, a imputação do crime descrito no art. 129, § 1º, I e II, do Código Penal. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.3191-6/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 13.09.2004, pg. 43) Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. CONTRARIEDADE ÀS PROVAS DOS AUTOS. SEGUNDA APELAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA E CONTRARIEDADE À LEI EXPRESSA OU À DECISÃO DOS JURADOS. INOCORRÊNCIA. ERRO NA APLICAÇÃO DA PENA E REGIME PRISIONAL. OCORRÊNCIA. DECISÃO REFORMADA EM PARTE. REGIME INICIALMENTE FECHADO. CONDENAÇÃO MANTIDA. I - Em relação ao fundamento do recurso de que houve decisão contrária às provas dos autos, deixa-se de conhecer, uma vez que já tinha sido alegado tal fundamento na primeira apelação, incidindo na vedação legal do art. 593, § 3º, parte final, cuja disposição paragrafária inadmite segunda apelação pelo mesmo motivo, conforme precedentes do próprio Supremo Tribunal Federal. II - A alegação de nulidade posterior à pronúncia, bem como a contrariedade à lei e à decisão dos jurados, argüidas no recurso da defesa, verifica-se que não há em nenhum momento nas razões recursais do apelante, a indicação expressa da contrariedade ou da nulidade

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Penal e Processo Penal

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 221

processuais, não as revelando objetivamente e menos ainda diz em que consistiram tais nulidades ou contrariedades, que a seu talante, ocorreram posteriormente à pronúncia. III - O § 7º do art. 1º da Lei 9.455/97 que dispôs sobre a progressão do regime nos delitos de tortura, revogou tacitamente o art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, porquanto ambos têm a mesma natureza de hediondo e devem ter o mesmo tratamento legal e isonômico, não se podendo ter para um tipo de delito considerado também hediondo, tratamento mais benigno que os descritos na Lei 8.072/90, na hipótese de se conceder a possibilidade de progressão. IV - Apelo conhecido, em parte, para lhe dar parcial provimento, modificando-se o regime para o inicialmente fechado. V - Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0000.8785-3, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 18)

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO TRIBUNAL DO JÚRI - CRIME DE HOMICÍDIO DOLOSO DUPLAMENTE QUALIFICADO - FUTILIDADE E UTILIZAÇÃO DE MEIOS QUE IMPOSSIBILITARAM A DEFESA DA VÍTIMA DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO TESE DA DEFESA QUE RESTOU REJEITADA PELOS JURADOS - DECISÃO QUE SE APOIOU NA PROVA DOS AUTOS - NENHUMA RAZÃO PARA SE ANULAR O JULGAMENTO - SOBERANIA DO CONSELHO DE SENTENÇA PARA OPTAR PELA VERSÃO QUE LHE PARECER MAIS VEROSSÍMIL - RECURSO IMPROVIDO. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5466-3/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.08.2004, pg. 33) Ementa: APELAÇÃO CRIME SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO CONTRÁRIA ÀS PROVAS DOS AUTOS REFORMA DA DECISÃO PARA SUJEITAR O RÉU ABSOLVIDO A NOVO JULGAMENTO PELO TRIBUNAL POPULAR DO JÚRI INTELIGÊNCIA DO ART. 593, PARÁGRAFO TERCEIRO RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.7402-3/0, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 05.07.2004, pg. 21)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME DO MINISTÉRIO PÚBLICO. HOMICÍDIO QUALIFICADO. TRIBUNAL DO JÚRI. ABSOLVIÇÃO. ALEGATIVA DE JULGAMENTO CONTRÁRIO À PROVA DOS AUTOS. RECONHECIMENTO. AUSÊNCIA DA

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Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 11, p. 175-228, 2004 222

EXCLUDENTE DA LEGÍTIMA DEFESA. Acusado, primeiramente, fugiu correndo, numa tentativa de se livrar de seu agressor, parando, somente, quando encontrou um local apropriado para sua vingança. A sua maquinação criminosa está demonstrada e a sua fuga para vingar-se em local, para ele mais adequado, retira elemento da excludente, qual seja, a atualidade da agressão, pois a repulsa, no caso, teria ocorrido não no momento da bofetada, mas posteriormente. Além disso não se identifica o uso de meio moderado ou necessário. RECURSO PROVIDO. JULGAMENTO ANULADO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0012.3357-3/0, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 12.08.2004, pg. 25)

Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS A PRETEXTO DE QUE OS JURADOS INOBSERVARAM A RESPOSTA AO 7º QUESITO INOCORRÊNCIA. 1. Busca o apelante nesta seara recursal obter pronunciamento desta Corte de Justiça em seu prol, alegando que os jurados decidiram manifestamente contrário à prova dos autos quando, por expressiva maioria em favor da sociedade, inacolheram o quesito referente aos meios empregados na repulsa, caindo por terra a legitimidade do crime. 2. Como bem explicou o Órgão denunciante, “o Juiz leu e explicou a significação legal de cada um dos quesitos formulados, consoante determina o CPP, não havendo qualquer reclamação ou declaração das partes”. Outrossim, é praxe forense o Presidente do Tribunal do Júri explicar que o “SIM” absolve, e o “NÃO” condena, antes de votar o item referente ao uso dos meios necessários. Como então supor que os jurados teriam se equivocado ?” . 3. Desta feita, considerando que “a decisão do Júri somente comporta juízo d e reforma, que desatende ao respeito devido à soberania de seus pronunciamentos, quando manifestamente contrária à verdade apurada no processo, representando distorção de sua função de julgar” (TJSP: RT 642/287), e que, no caso concreto dos autos, a versão sufragada pelo Cenáculo Popular se apresenta verossimilhante, com apoio na prova colhida, inviável se torna, portanto, a sua pretendida anulação, devendo ser mantido o respeitável e soberano veredicto dos juízes laicos da comarca de procedência deste apelo. 4.Apelo improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0157.5138-5/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 17)

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Penal e Processo Penal

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Ementa: JÚRI. Homicídio simples. Apelação. Não se pode falar em decisão contrária à prova dos autos se os jurados apreciaram os elementos probantes e firmaram seu convencimento, adotando a versão que lhes pareceu mais convincente. (RT 590/409). Recurso parcialmente provido. (TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.1395-9/0, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.07.2004, pg. 21) Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA ÀS PROVAS DOS AUTOS EM RELAÇÃO AO RECURSO MINISTERIAL. PROVA INDICIÁRIA. CONDENAÇÃO. POSSIBILIDADE. NOVO JULGAMENTO. RECURSO DEFENSIVO. PRELIMINARES DE NULIDADE. INVERSÃO DA APRESENTAÇÃO DOS QUESITOS E RECONHECIMENTO DO QUESITO REFERENTE A FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ABSOLVIÇÃO DE CO-RÉU. INOCORRÊNCIAS DE NULIDADES. REJEIÇÃO. INOCORRÊNCIA DE DECISÃO ARBITRÁRIA EM RELAÇÃO AO RÉU/RECORRENTE. DECISÃO MANTIDA NESTE PONTO. I - Segundo se extrai da prova dos autos, ainda que indiciária, o homicídio da vítima Willins Junior teve como escopo garantir a impunidade ou vantagem de outro crime, pois a sua eliminação era essencial, pois poderia garantir que os demais réus não fossem descobertos, bem como suas atividades ilícitas. II - Em se tratando de réus que foram apontados como co-autores, com atuação de igual importância para a configuração do crime, a ordem do julgamento não importa em nulidade, já que não houve prejuízo para as partes. Não há se declarar nulo tal ato, se da nulidade não resultou prejuízo para a acusação ou para a defesa. Nesta linha de idéias, o prejuízo deve ser provado pela parte suscitante, o que no presente caso inocorreu. III - Precluiu o direito do réu de requerer ou reclamar acerca da formulação dos quesitos, explicação e significação legal em momento processual adequado. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal orienta-se nesse sentido, ou seja, de que eventuais erros quanto à formulação dos quesitos devem ser argüidos no momento próprio, sob pena de preclusão (art. 479 CPP). IV Os indícios possuem valor probante, não sendo contrariados por contra-indícios ou outra prova e autorizam o juízo de culpa dos réus a uma condenação, a qual foi abolida, entretanto, pelos jurados quando entenderam que o apelado não praticou o delito de homicídio e formação de quadrilha em relação ao réu Francimar Gadelha, sendo, desta feita, tal decisão manifestamente contrária às provas dos autos, pois como ficou bem assentada pela prova indiciária a participação do apelado na consumação dos crimes perpetrados.

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V Apelos conhecidos, para prover o recurso ministerial, submetendo o apelado a novo julgamento, enquanto que improvido o apelo da defesa. VI Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.7741-8/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 26)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. TRIBUNAL DO JÚRI. SEGUNDA APELAÇÃO. CABIMENTO. GARANTIA DO ESTADO DE INOCÊNCIA. ROL DOS CULPADOS. INCLUSÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. I. A vedação constante do art. 593, § 3º, in fine, do C.P.P. diz respeito à interposição de nova apelação sob o fundamento de ser o veredicto manifestamente contrário à prova dos autos, não existindo restrições ao apelo que suscita a ocorrência de vícios processuais verificados após a decisão interlocutória de pronúncia. II. Em face da garantia constitucional do estado de inocência, considera-se revogado o art. 393, inciso II, do C.P.P., o qual apresenta como efeito ordinário da sentença condenatória recorrível o lançamento do nome do réu no rol dos culpados, providência a ser imposta ulteriormente ao assumir a condenação o caráter de definitiva. III. Apelo parcialmente provido.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.3635-5/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 12.08.2004, pg. 24) Ementa: APELAÇÃO CRIME DELITO DE COMPETÊNCIA DO JÚRI NEGATIVA DE AUTORIA CONDENAÇÃO COM BASE EM PROVA INDICIÁRIA POSSIBILIDADE VEREDICTO MANTIDO. I- É da própria exposição de motivos do Código de Processo Penal de onde se promana a lição de que, no sistema nele implementado, não é prefixada uma hierarquia entre as provas. Na livre apreciação destas, o juiz formará, honesta e legalmente, a sua convicção. A própria confissão do acusado não constitui, fatalmente, prova plena de sua culpabilidade. Todas as provas são relativas: nenhuma terá, ex vi legis, valor decisivo, ou necessariamente maior prestígio que outra. Se é certo que o juiz fica adstrito às provas constantes dos autos, não é menos certo que não ficará subordinado a nenhum critério apriorístico no apurar, através delas, a verdade material. O juiz criminal é, assim, restituído à sua própria consciência. II- Denunciado por força da presunção de autoria que militava em seu desfavor, mercê da prova indiciária concebida, foi o apelante submetido ao devido processo legal, ao cabo do qual, com a instrução probatória, veio a sedimentar-se a tese acusatória vazada na exordial.

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Penal e Processo Penal

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III - Enfim, o Conselho de Sentença discerniu pela melhor versão deduzida dos autos, cuja verossimilhança e credibilidade encontraram na prova o arrimo fático para sua eleição, não merecendo ser relegada em prol do simples inconformismo do apelante, devendo, na hipótese sub quaestio, prevalecer a soberania do veredicto popular em sua plenitude, tal como consagrada pela Constituição Federal como regra geral a ser observada no julgamento dos crimes dolosos contra a vida. IV Recurso improvido. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.5906-1/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.08.2004, pg. 29)

Ementa: RECURSO APELATÓRIO TRIBUNAL DO JÚRI. RÉU QUE É CONDENADO PELO COMETIMENTO DE CRIME DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO. PEDIDO DE DESCLASSIFICAÇÃO PARA O DE LESÕES CORPORAIS QUE RESTA DESACOLHIDO PELO CONSELHO DE SENTENÇA. PROCESSO EIVADO DE NULIDADE. DEFESA QUE NÃO FOI EXERCIDA EM SUA PLENITUDE. CONDENAÇÃO QUE SE SUSTENTA EM PROVAS PRODUZIDAS APENAS PELA ACUSAÇÃO. JULGAMENTO QUE NÃO PODE PROSPERAR. NECESSIDADE DE SE DAR AO RÉU AMPLA OPORTUNIDADE DE SE DEFENDER. RECURSO A QUE SE DÁ PROVIMENTO, ANULANDO-SE TODOS OS ATOS PRATICADOS A PARTIR DO INTERROGATÓRIO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.6269-6/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.07.2004, pg. 26)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. ERRO NA APLICAÇÃO DA PENA. RETIFICAÇÃO. INSTÂNCIA “AD QUEM”. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 593, § 2º DO CPP. AGRAVANTE. CRIME CONTRA VELHO RECONHECIDO PELO JÚRI. RECONHECIMENTO. IMPOSSIBILIDADE. VERIFICAÇÃO CASO A CASO. MALFERIMENTO. PRINCÍPIO DA SOBERANIA DOS VEREDICTOS. INOCORRÊNCIA. RETIFICAÇÃO DEVIDA. I O Supremo Tribunal Federal já decidiu questão análoga quando entendeu que o sistema do Código Penal considerou que para a ocorrência da agravante (crime praticado contra velho) há presunção absoluta quando o ofendido atinge os 70 anos, sendo que com relação aos de idade inferior, não há limite certo à fixação de quando começa a velhice, razão pela qual deve-se analisar o caso concreto, verificando todas as situações e circunstâncias. II Numa análise do caso dos autos, vê-se que a vítima, pessoa de 67 (sessenta e sete) anos de idade, segundo a prova testemunhal, não era pessoa considerada idosa, pois circulava nas calçadas, ruas e mercearias

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vizinhas, inclusive conduzindo pacotes sem necessitar de ajuda de terceiros. Vê-se ainda da ocorrência dos fatos, que o apelante quando abateu a vítima com a moto, esta ainda segurou o guidón da motocicleta por uns 15 metros, vindo, só após este percurso, cair ao solo. III O § 2º do art. 593 do Código de Processo Penal, assegura que se a interposição da apelação tiver como fundamento o inciso III, alínea ‘c do supracitado artigo, o Tribunal ad quem, se lhe der provimento, retificará a aplicação da pena ou da medida de segurança. IV Não há, portanto, anulação do julgamento, respeitando-se o regular pronunciamento dos jurados, uma vez que o que está sob discussão não é o mérito da causa, ou seja, se a decisão é ou não contrária às provas dos autos, mas apenas a verificação de elementos circunstanciais ou acidentais do crime e que, se assim não fosse, tais decisões seriam irrecorríveis. V Apelo conhecido e provido. VI Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.3849-2/0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 27)

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO TRIBUNAL DO JÚRI - CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA SURPRESA TESE DE LEGÍTIMA DEFESA QUE NÃO FOI ACOLHIDA PELOS JURADOS - DECISÃO QUE SE APOIOU NA PROVA DOS AUTOS - NENHUMA RAZÃO PARA SE ANULAR O JULGAMENTO - SOBERANIA DO CONSELHO DE SENTENÇA PARA OPTAR PELA VERSÃO QUE LHE PARECER MAIS VEROSSÍMIL - RECURSO IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.8078-8/0, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.08.2004, pg. 34)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. DECISÃO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA. I. A decisão manifestamente contrária à prova dos autos é aquela inteiramente destituída de qualquer apoio no processo, completamente divorciada dos elementos probatórios, que não encontra amparo em nenhuma versão resultante da prova. Assim não deve ser considerado o veredicto popular que acolheu parcialmente a tese da acusação, a qual se apresentou aos jurados mais verossímil ante os dados de prova judiciais, condenando o agente nas sanções do art. 121, caput, do Código Penal brasileiro. II. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.0349-6/0, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 12.08.2004, pg. 24)

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Penal e Processo Penal

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Ementa: PROCESSUAL PENAL. JÚRI. NULIDADE POSTERIOR À PRONÚNCIA. NULIDADE DE QUESITOS. INEXISTÊNCIA. NULIDADE RELATIVA. PROTESTO OPORTUNO. INOCORRÊNCIA. PRECLUSÃO. INEXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. DECISÃO MANTIDA. I Os quesitos a serem formulados ao Conselho de Sentença devem ser aqueles relativos às teses defensivas apresentadas pelo defensor em Plenário, sendo vedado ao Juiz-Presidente formular quesito, de ofício, relativo à tese de defesa decorrente apenas das declarações do réu quando de seu interrogatório. II Todas as demais nulidades levantadas não causaram perplexidade nas respostas dos jurados, nem sequer prejuízo à defesa, vez que não houve influência na verdade substancial e reflexo na decisão da causa, bem como, em princípio, as nulidades relativas ou até mesmo as meras irregularidades devem ser suscitadas na própria sessão do Tribunal do Júri, logo após ocorrerem, sob pena de preclusão (art. 571, VIII do CPP). III Apelo conhecido, mas improvido. Decisão mantida. IV Unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9609-9/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 20.08.2004, pg. 27) Ementa: APELAÇÃO-CRIME. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. TESTEMUNHA ESPOSA DA VÍTIMA. POSSIBILIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONTRADITA. TESTEMUNHO CONFIRMADO POR OUTROS MEIOS DE PROVA, ESPECIALMENTE OS INTERROGATÓRIOS DOS PRÓPRIOS ACUSADOS. DECISÃO DOS JURADOS MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA À PROVA DOS AUTOS. APELO PROVIDO PARA SUJEITAR OS RÉUS A NOVO JULGAMENTO. ART. 593, III, “d”, § 3º do CPP. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.1207-0/0, Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 18.08.2004, pg. 32) Ementa: CONSTITUCIONAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA JULGAMENTO MANIFESTAMENTE CONTRÁRIO À PROVA DOS AUTOS INOCORRÊNCIA. PENA EXACERBADA CORREÇÃO DE OFÍCIO. 1. Não pode alegar legítima defesa aquele que pratica homicídio quando a vítima se encontrava completamente indefesa, escanchada em sua bicicleta, sem oferecer, portanto, qualquer ameaça de lesão a bem jurídico de seu agressor, atual ou iminente, de sorte a justificar a causa excludente de ilicitude por ele invocada.

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2. A versão retro noticiada, com respaldo em prova contumaz emergente dos autos, é a que se apresenta com maior grau de verossimilhança, daí por que não se fazer pertinente a anulação da decisão do Júri que por ela optou, devendo-se respeitar a soberania constitucionalmente garantida aos seus veredictos. 3. Correção de ofício da pena a segunda qualificadora subjetiva não se presta para agravar a pena redução para 12 (doze) anos de reclusão, a ser cumprida inicialmente em regime fechado. 4. Decisão unânime. (TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0164.9266-9/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.07.2004, pg. 17)

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Índice por Relator

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ÍNDICE POR RELATOR Des. Ademar Mendes Bezerra

Agravo Regimental .......................................................................................... 40 Alimentos .............................................................................................. 44, 45, 46 Execução ............................................................................................................ 63 Execução Fiscal ................................................................................................. 68 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 134 Menor Infrator .................................................................................................. 86 Organização Judiciária .............................................................................. 87, 88 Previdência Complementar .......................................................................... 146 Servidores Públicos ........................................................................................ 152

Des. Edmilson da Cruz Neves

Ação Monitória ................................................................................................. 31 Assistência Judiciária....................................................................................... 50 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 118 Denunciação da Lide ....................................................................................... 55 Embargos de Declaração ................................................................................. 57 Guarda Judicial de Menores ........................................................................... 70 IPTU.................................................................................................................. 171 Servidores Públicos ........................................................................................ 154

Des. Ernani Barreira Porto

Ação Monitória ................................................................................................. 31 Acidente de Trabalho....................................................................................... 36 Alimentos .......................................................................................................... 43 Ampla Defesa e Contraditório ..................................................................... 113 Condições da Ação........................................................................................... 54 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 125 Desapropriação............................................................................................... 131 Responsabilidade Civil.............................................................................. 98, 99 Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 148 Servidores Públicos ........................................................................ 152, 155, 162 Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará - SUPSEC..... 162 Títulos de Crédito........................................................................................... 108

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha

Ação Penal Pública......................................................................................... 175 Ação Penal Subsidiária da Pública .............................................................. 176

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Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 179 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 125 Desaforamento................................................................................................ 187 Direito Adquirido........................................................................................... 129 Entorpecentes.................................................................................................. 192 Estabilidade No Serviço Público .................................................................. 132 Lesão Corporal................................................................................................ 204 Pronúncia......................................................................................................... 213 Regimento Interno do TJCE............................................................................ 91 Tribunal do Júri............................................................................... 220, 224, 227

Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Ação Cautelar.................................................................................................... 29 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais............................................. 33, 34 Acidente de Trabalho................................................................................. 36, 37 Agravo de Instrumento ............................................................................. 38, 39 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 41 Alimentos........................................................................................................... 43 Antecipação de Tutela ..................................................................................... 49 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 167 Assistência Judiciária ....................................................................................... 51 Competência Originária ................................................................................ 114 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 119 Embargos de Declaração ........................................................................... 59, 60 Execução ...................................................................................................... 64, 65 Guarda Judicial de Menores ........................................................................... 70 Honorários Advocatícios................................................................................. 72 Interdito Proibitório ......................................................................................... 72 Isonomia........................................................................................................... 134 Julgamento Antecipado da Lide .................................................................... 79 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 135 Litigância de Má-Fé.......................................................................................... 81 Nulidades .......................................................................................................... 87 Planos de Saúde................................................................................................ 89 Poder de Pólícia .............................................................................................. 141 Policiais Militares ........................................................................................... 144 Prazos ................................................................................................................. 89 Previdência Complementar .......................................................................... 146 Registros Públicos............................................................................................. 92 Responsabilidade Civil .............................................................................. 97, 99 Seguro............................................................................................................... 102 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 103

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Índice por Relator

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Servidores Públicos ........................................................................ 153, 156, 160 Título Executivo.............................................................................................. 109 Tribunais de Contas ....................................................................................... 164 União Estável .................................................................................................. 111

Des. João Byron de Figueiredo Frota

Concurso Público ........................................................................................... 116 Controle de Constitucionalidade ......................................................... 117, 121 Crimes Ambientais......................................................................................... 181 Crimes Contra a Honra ................................................................................. 182 Entorpecentes.......................................................................................... 188, 190 Estelionato ....................................................................................................... 193 Excesso de Prazo na Formação da Culpa ................................................... 197 Fixação da Pena .............................................................................................. 200 Furto ......................................................................................................... 200, 201 Inquérito Policial .................................................................................... 202, 203 Lesão Corporal................................................................................ 203, 204, 205 Prescrição......................................................................................................... 209 Prisão Preventiva............................................................................................ 211 Pronúncia......................................................................................................... 212 Revisão Criminal ............................................................................................ 216 Roubo ............................................................................................................... 217 Servidores Públicos ........................................................................................ 153 Tribunais de Contas ....................................................................................... 165 Tribunal do Júri .............................................................................................. 223

Des. José Arísio Lopes da Costa

Ação Monitória ........................................................................................... 30, 31 Ação Popular................................................................................................... 113 Ação Reivindicatória........................................................................................ 32 Acidente de Trabalho....................................................................................... 36 Agravo de Instrumento ................................................................................... 39 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 41 Alimentos .................................................................................................... 42, 44 Alvará Judicial para Liberação de Créditos ................................................. 47 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 167 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 124 Deserção............................................................................................................. 56 Embargos de Declaração ..................................................................... 58, 59, 61 Execução ............................................................................................................ 65 Execução Fiscal ................................................................................................. 68

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

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ICMS................................................................................................................. 169 Imunidade Tributária..................................................................................... 170 Intimação Pessoal ............................................................................................. 73 Investigação de Paternidade..................................................................... 75, 79 IPTU.................................................................................................................. 171 Julgamento Antecipado da Lide .................................................................... 80 Juros, Comissão de Permanência e Correção Monetária............................ 81 Licitação ................................................................................................... 136, 137 Locação............................................................................................................... 82 Nulidades .......................................................................................................... 86 Petição Inicial .................................................................................................... 88 Poder de Polícia .............................................................................................. 140 Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ............................ 145 Reconvenção...................................................................................................... 91 Responsabilidade Civil ............................................................................ 96, 101 Responsabilidade Tributária......................................................................... 172 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 102 Servidores Públicos ........................................................ 150, 153, 156, 157, 159 Substituição Tributária .................................................................................. 172 Teoria Geral dos Contratos ........................................................................... 104 Título Executivo...................................................................................... 108, 110 União Estável .................................................................................................. 111

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro

Ação Civil Pública ............................................................................................ 30 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 35 Agravo de Instrumento ................................................................................... 39 Alimentos........................................................................................................... 45 Antecipação de Tutela ..................................................................................... 48 Citação................................................................................................................ 51 Competência Originária ................................................................................ 115 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 118 Deserção....................................................................................................... 56, 57 Devido Processo Legal................................................................................... 126 Embargos de Declaração ........................................................................... 57, 62 Execução ...................................................................................................... 66, 67 Execução Fiscal ................................................................................................. 69 ICMS................................................................................................................. 169 Intimação ........................................................................................................... 73 Investigação de Paternidade..................................................................... 76, 78 Julgamento Antecipado da Lide .............................................................. 79, 80 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 135

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Índice por Relator

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Locação............................................................................................................... 85 Poder de Polícia .............................................................................................. 141 Policiais Militares ................................................................................... 143, 144 Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ............................ 145 Princípio da Fungibilidade ............................................................................. 90 Registros Públicos ............................................................................................ 92 Reintegração de Posse ..................................................................................... 93 Responsabilidade Civil.................................................................. 94, 95, 98, 99 Responsabilidade Civil da Administração Pública........................... 147, 148 Servidores Públicos ........................................................................................ 149 Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará - SUPSEC..... 163 Teoria Geral dos Contratos ................................................................... 105, 106 Título Executiivo ............................................................................................ 110 Título Executivo.............................................................................................. 109 Títulos de Crédito........................................................................................... 107 Tribunais de Contas ....................................................................................... 164

Des. José Eduardo Machado de Almeida

Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 168 Apropriação Indébita..................................................................................... 177 Assistente de Acusação ................................................................................. 178 Atentado Violento ao Pudor......................................................................... 178 Casa de Prostituição....................................................................................... 180 Coisa Julgada .................................................................................................... 54 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 124 Crimes de Trânsito ......................................................................... 183, 184, 185 Direito Adquirido........................................................................................... 127 Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 186 Embargos de Declaração ........................................................................... 60, 61 Entorpecentes.................................................................. 188, 189, 190, 191, 193 Estupro............................................................................................................. 194 Excludente de Ilicitude.................................................................................. 199 Fixação da Pena .............................................................................................. 199 Furto ................................................................................................................. 201 Homicídio........................................................................................................ 202 Lesão Corporal................................................................................ 204, 205, 206 Mandado de Segurança................................................................................. 138 Ocultação de Cadáver.................................................................................... 207 Policiais Militares ........................................................................................... 142 Porte Ilegal de Arma...................................................................................... 208 Prescrição......................................................................................... 208, 209, 210 Roubo ....................................................................................................... 217, 218

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

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Servidores Públicos ........................................................................................ 150 Tribunal do Júri............................................... 221, 223, 224, 225, 226, 227, 228

Des. José Maria de Melo

Embargos de Declaração ........................................................................... 62, 63 Falência e Concordata...................................................................................... 70 Guarda Judicial de Menores ........................................................................... 71 Investigação de Paternidade............................................................... 74, 77, 78 Isonomia........................................................................................................... 133 Locação............................................................................................................... 83 Organização Judiciária .................................................................................... 88 Poder de Polícia .............................................................................................. 140 Responsabilidade Civil .............................................................................. 95, 96 Revelia .............................................................................................................. 102 Servidores Públicos ........................................................................................ 152 Título Executivo.............................................................................................. 109 União Estável .................................................................................................. 111 Usucapião ........................................................................................................ 112

Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra

Controle de Constitucionalidade ................................................................. 122 Investigação de Paternidade........................................................................... 78 Servidores Públicos ................................................................................ 151, 159

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido

Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 179 Ato Administrativo ........................................................................................ 114 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 119 Entorpecentes.......................................................................................... 188, 190 Estelionato ....................................................................................................... 194 Estupro ............................................................................................................. 195 Excesso de Prazo na Formação da Culpa ................................... 196, 197, 198 Mandado de Segurança ................................................................................. 139 Policiais Militares ........................................................................................... 142 Prisão Preventiva.................................................................................... 211, 212 Pronúncia......................................................................................................... 212 Recursos ........................................................................................................... 214 Revisão Criminal ............................................................................................ 216

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Índice por Relator

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Des. Pedro Regnoberto Duarte

Controle de Constitucionalidade ................................................................. 120 Direito Adquirido........................................................................................... 129 Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 187 Estupro............................................................................................................. 195 Excesso de Prazo na Formação da Culpa ........................................... 196, 198 Prisão Preventiva.................................................................................... 210, 211 Pronúncia......................................................................................................... 213 Servidores Públicos ........................................................................................ 157 Suspensão Condicional do Processo ........................................................... 219 Tribunal do Júri .............................................................................................. 222

Des. Rômulo Moreira de Deus

Ação Reivindicatória........................................................................................ 32 Acidente de Trabalho....................................................................................... 37 Adjudicação Compulsória .............................................................................. 37 Agravo Regimental .......................................................................................... 40 Alimentos .......................................................................................................... 44 Condições da Ação........................................................................................... 54 Desapropriação............................................................................................... 132 Embargos de Declaração ................................................................................. 60 Estabilidade no Serviço Público ................................................................... 133 Guarda Judicial de Menores ........................................................................... 71 Honorários Advocatícios ................................................................................ 71 Investigação de Paternidade........................................................................... 77 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 135 Mandado de Segurança................................................................................. 138 Policiais Militares ........................................................................................... 144 Registros Públicos ............................................................................................ 93 Responsabilidade Civil.................................................................................... 96 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 103 Servidores Públicos ................................................................................ 159, 161 Usucapião ........................................................................................................ 112

Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

Alimentos .......................................................................................................... 43 Denunciação da Lide ....................................................................................... 55 Direito Adquirido........................................................................................... 127 Embargos de Declaração ................................................................................. 58 Poder de Polícia .............................................................................................. 140 Servidores Públicos ........................................................................................ 152

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Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça Estado do Ceará

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Desa. Gizela Nunes da Costa

Ação Cautelar.................................................................................................... 29 Ação Reivindicatória........................................................................................ 33 Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 33 Adoção ............................................................................................................... 38 Agravo de Instrumento ................................................................................... 38 Alimentos........................................................................................................... 45 Alvará Judicial para Liberação de Créditos.................................................. 47 Antecipação de Tutela ..................................................................................... 47 Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 168 Arrendamento Mercantil................................................................................. 49 Assistência Judiciária ................................................................................. 50, 51 Coisa Julgada..................................................................................................... 52 Concurso Público............................................................................................ 116 Direito Adquirido........................................................................................... 128 Direito Fundamental à Saúde....................................................................... 131 ICMS................................................................................................................. 170 Licenciamento de Veículo ............................................................................. 136 Locação................................................................................................... 82, 83, 84 Mandato Processual ......................................................................................... 85 Planos de Saúde................................................................................................ 89 Prova................................................................................................................... 90 Reintegração de Posse...................................................................................... 93 Responsabilidade Civil .................................................................................... 98 Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 103 Servidores Públicos ........................................................................................ 149 Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará ....................... 163 Teoria Geral dos Contratos ........................................................................... 106 Títulos da Dívida Pública.............................................................................. 106

Desa. Huguette Braquehais

Apropriação Indébita..................................................................................... 177 Controle de Constitucionalidade ......................................................... 116, 122 Crimes Contra a Ordem Tributária ............................................................. 182 Crimes de Responsabilidade dos Prefeitos Minicipais............................. 183 Entorpecentes.......................................................................................... 187, 192 Peculato............................................................................................................ 207 Prescrição......................................................................................................... 209 Revisão Criminal ............................................................................................ 215 Servidores Públicos ........................................................................................ 151 Tribunal do Júri............................................................................... 221, 225, 227

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Índice por Relator

237

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

Controle de Constitucionalidade ................................................................. 126 Furto ................................................................................................................. 201 Prescrição......................................................................................................... 210 Pronúncia......................................................................................................... 213 Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 214 Tribunais de Contas ....................................................................................... 165 Tribunal do Júri .............................................................................................. 222

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão

Ação Revisional de Cláusulas Contratuais............................................. 34, 35 Alienação Fiduciária ........................................................................................ 41 Alimentos .......................................................................................................... 42 Consignação em Pagamento........................................................................... 55 Controle de Constitucionalidade ................................................................. 120 Desapropriação............................................................................................... 131 Direito Adquirido................................................................................... 128, 130 Embargos de Declaração ................................................................................. 58 Estabilidade No Serviço Público .................................................................. 132 Execução ............................................................................................................ 67 Falência e Concordata...................................................................................... 69 Investigação de Paternidade........................................................................... 76 Locação............................................................................................................... 83 Mandado de Segurança......................................................................... 138, 139 Reintegração de Posse ..................................................................................... 94 Responsabilidade Civil............................................................................ 97, 100 Servidores Públicos ................................................................................ 155, 161 Taxa de Fiscalização de Localização e Funcionamento ............................ 173

Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

Atentado Violento ao Pudor......................................................................... 179 Excesso de Prazo na Formação da Culpa ................................................... 197 Execuções Penais ............................................................................................ 199 Rebilitação ....................................................................................................... 214 Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 215 Revisão Criminal ............................................................................................ 216 Roubo ............................................................................................................... 217 Servidores Públicos ........................................................................................ 154 Sistema Único de Previdência Social do Estado do Ceará ....................... 163 Tribunal do Júri .............................................................................................. 228

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