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www.empreendedor.com.br ISSN 1414-0152 Ano 11 • Nº 135 • Janeiro 2006 R$ 8,90 A resistência das marcas antigas A resistência das marcas antigas PERFIL: CARLOS WIZARD O MAGO DOS IDIOMAS GESTÃO A IMPORTÂNCIA DE SABER FAZER CADERNO DE TI ESCOLHA O VoIP CERTO

Empreendedor 135

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Edição n. 135 da revista Empreendedor, de janeiro de 2006

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Page 1: Empreendedor 135

www.empreendedor.com.br

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N

1414

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Ano 11 • Nº 135 • Janeiro 2006 R$ 8,90

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A resistência das marcas antigasA resistência das marcas antigas

PERFIL: CARLOS WIZARD

O MAGO DOS IDIOMAS

GESTÃO

A IMPORTÂNCIA DE SABER FAZER

CADERNO DE TI

ESCOLHA O VoIP CERTO

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2 – Empreendedor – Janeiro 2006

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 3

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4 – Empreendedor – Janeiro 2006

Nesta Edição

Redação

Editor-Executivo: Nei Duclós[[email protected]]Repórteres: Alexsandro Vanin, Carol Herling,Fábio Mayer, Sara Caprario e Wendel MartinsEdição de Arte: Gustavo Cabral VazFotografia: Arquivo Empreendedor,Carlos Pereira, Casa da Photo e Index StockFoto da Capa: Index StockProdução e Arquivo: Carol HerlingRevisão: Carla Kempinski

Sedes

São Paulo

Diretor de Marketing e Comercialização: José LamônicaGerente Comercial: Fernando Sant´Anna BorbaExecutivos de Contas: Cláudio Miranda Rolime Vanderleia Eloy de OliveiraRua Sabará, 566 - 9º andar - conjunto 92 - Higienópolis01239-010 - São Paulo - SPFone: (11) 3214-5938[[email protected]]

Florianópolis

Executivo de Contas: Waldyr de Souza Junior[[email protected]]Executivo de Atendimento: Cleiton Correa Weiss[[email protected]]Av. Osmar Cunha, 183 - Ed. Ceisa Center - bloco C -9º andar - 88015-900 - Centro - Florianópolis - SCFone: (48) 3224-4441

Escritórios Regionais

Rio de Janeiro

Triunvirato Comunicação Ltda.Milla de Souza [[email protected]]Rua da Quitanda, 20 - conjunto 401 - Centro20011-030 - Rio de Janeiro - RJFone: (21) 2221-0088

Brasília

JCZ Comunicação Ltda.Ulysses C. B. Cava [[email protected]]SETVS - quadra 701 - Centro Empresarialbloco C - conjunto 33070140-907 - Brasília - DFFone: (61) 3426-7315

Paraná

Merconet Representação de Veículos de Comunicação Ltda.Ricardo Takiguti [[email protected]]Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 - conjunto 01

Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PRFone: (41) 3257-9053

Rio Grande do Sul

Alberto Gomes Camargo [[email protected]]Rua Arnaldo Balvê, 210 - Jardim Itu91380-010 - Porto Alegre - RSFone: (51) 3340-9116Pernambuco

HM Consultoria em Varejo Ltda.Hamilton Marcondes [[email protected]]Rua Ribeiro de Brito, 1111 - conjunto 605 - Boa Viagem51021-310 - Recife - PEFone: (81) 3327-3384Minas Gerais

SBF RepresentaçõesSérgio Bernardes de Faria [[email protected]]Av. Getúlio Vargas, 1300 - 17º andar - conjunto 170430112-021 - Belo Horizonte - MGFone: (31) 2125-2900

Assinaturas

Serviço de Atendimento ao Assinante

Diretora: Luzia Correa WeissFone: 0800-48-0004[[email protected]]

Produção Gráfica

Impressão e Acabamento: Prol Editora Gráfica Ltda.Distribuição: Distribuidora Magazine Express dePublicações Ltda.

Empreendedor.com

http://www.empreendedor.com.br

Diretor-EditorAcari Amorim [[email protected]]

ANER

Diretor de Marketing e ComercializaçãoJosé Lamônica [[email protected]]

A revista Empreendedor éuma publicação da Editora

Empreendedor

PÁG. 18

Almanaque da longevidadePor que duram as marcas muito familiares, que conseguem con-

solidar uma sólida tradição em mercados mutantes e voláteis?

Identificação e confiança são fatores decisivos para essa longevi-

dade, pois geram hábitos de consumo passados de uma geração à

outra. Alguns produtos que são fabricados há mais de cinco déca-

das disputam espaço entre tantas opções e novidades que chegam

ao mercado todos os anos e a maioria das vezes têm a preferência

do consumidor. Alguns exemplos destacados nesta edição:

A fonte do fazerO conselho de Aleksander Mandic, um dos maiores empreendedores

da internet no Brasil, é abrir um negócio que você saiba fazer, que

tenha conhecimentos sobre sua operação e mercado e conheça os

riscos e dificuldades a enfrentar. Não é preciso ser um especialista,

mas isso facilita. E por isso existem tantas empresas que se benefi-

ciam da experiência profissional de seus fundadores.

PÁG. 31

Guaraná Jesus

Faz parte do folclore

do Maranhão

Guaraná Pureza

Desde 1925 na região

de Florianópolis, SC.

Manteiga Aviação

Sabor caseiro

completa 85 anos

Tintas Coral

Muitas mudanças

em 52 anos de vida

Xarope Melagrião

Criado em 1918,

cresce 15% ao ano

Pomada Minâncora

Fórmula de 1915, na lata

redonda e de cor laranja.

Água Mineral Ouro Fino

No mercado há

seis décadas.

Panetone Bauduco

O berço foi uma doceria

do Brás, em São Paulo.

Pó Granado

O polvilho antisséptico

usado por Dom Pedro II

Chocolates Pan

Aos 70 anos, marcou

diversas gerações.

Extrato Elefante

Criado pela Cica, é

produzido pela Unilever

Page 5: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 5

Entrevista:Eduardo Alcides Dall’AgnoO diretor-executivo da GVT pre-

vê que, dentro de no máximo cin-

co anos, com o fim do conceito de

longa distância, ela

se converterá em

uma grande vanta-

gem frente às ope-

radoras que herda-

ram o sistema Tele-

brás. Dall`Agno

discorre sobre em-

preendedorismo e

o futuro das teleco-

municações.

PÁG. 10

LEIA TAMBÉM

Cartas ................................................. 7

Empreendedores ................................. 8

Não Durma no Ponto ........................ 14

Pequenas Notáveis ........................... 42

Empreendedor na Internet .............. 82

Perfil: Carlos WizardO ensino das línguas é um instru-

mento poderoso para Carlos Wi-

zard exercer a liderança e promo-

ver o bem comum. Hoje ele lidera

uma grande família formada por

mais de 15 mil funcionários e

meio milhão de alunos, distribuí-

dos em cerca de 1,5

mil unidades, 15

delas no exterior,

sendo dez nos Esta-

dos Unidos, quatro

no Japão e uma em

Portugal, instalada

no ano passado

como base para a

expansão no mer-

cado europeu.

GUIA DO EMPREENDEDOR 67

Produtos e Serviços ............................... 68

Do Lado da Lei ........................................ 70

Leitura...................................................... 72

Análise Econômica.................................. 76

Indicadores .............................................. 77

Agenda ..................................................... 78

PÁG. 38

Janeiro/2006

Caderno de TIPÁG. 45

O desafio do excesso ..................................................................45

Nos Estados Unidos o verbo da moda é voiping, uma clara referência ao

sucesso da tecnologia VoIP, que permite a transmissão de voz em tem-

po real via internet. Uma novidade que quebra paradigmas, possibilitan-

do até mesmo fazer ligações gratuitas para qualquer lugar do mundo.

Aplicada aos negócios, pode ter forte impacto na redução de custos

operacionais, mas para o empreendedor é difícil fazer a melhor escolha

entre as cerca de 50 empresas que atuam em telefonia pela internet no

Brasil ou mesmo as centenas de integradores que existem no país.

Giga expansão ..............................................................................48

Up-grade faz Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) operar em até

10 gigabits por segundo.

Conexão sem fio ..........................................................................49

O crescimento do mercado de comunicação de dados via telefone mó-

vel está engordando a receita das operadoras de celular. Os recursos

provenientes dessa área já representam 5%, em média, no faturamento,

e têm boas chances de aumentar nos próximos anos.

Drogas, foraA maior parte dos empreendedores brasilei-

ros tem mais preocupações com a gestão fi-

nanceira, a necessidade de manter margens

de lucro, a competição com a concorrência e o

aumento da produtividade do que com pro-

blemas sociais. A Bordare, empresa da área

têxtil com sede em Curitiba, é um daqueles

exemplos que desmente o senso comum, des-

tinando parte de sua renda ao patrocínio para

o tratamento de usuários de drogas.

PÁG. 36

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6 – Empreendedor – Janeiro 2006

de Empreendedorpara Empreendedor

Assinaturas

Para assinar a revista Empreendedor ou solicitar

os serviços ao assinante, ligue 0800-48-0004. O

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As cartas para as revistas Empreendedor,

Jovem Empreendedor, Revista do Varejo,

Cartaz, Guia Empreendedor Rural e Guia de

Franquias, publicações da Editora

Empreendedor, podem ser enviadas para

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92 - Higienópolis - 01239-010 - São Paulo - SP

Rio de Janeiro: Rua da Quitanda, 20 - conjunto

401 - Centro - 20011-030 - Rio de Janeiro - RJ

Brasília: SETVS - quadra 701 - Centro Empresarial

bloco C - conjunto 330 -

70140-907 - Brasília - DF

Rio Grande do Sul: Rua Arnaldo Balvê, 210 -

Jardim Itu - 91380-010 - Porto Alegre - RS

Santa Catarina: Av. Osmar Cunha, 183 - Ed.

Ceisa Center - bloco C - conjunto 902 -

88015-900 - Centro - Florianópolis - SC

Paraná: Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 -

conjunto 01 - Boa Vista - 82560-460 - Curitiba - PR

Pernambuco: Rua Ribeiro Brito, 1111 - conjunto

605 - Boa Viagem - 51021-310 - Recife - PE

Minas Gerais: Av. Getúlio Vargas, 1300 -

17º andar - conjunto 1704 - 30112-021 -

Belo Horizonte - MG

Os artigos deverão conter nome completo,

assinatura, telefone e RG do autor e estarão

sujeitos, de acordo com o espaço, aos ajustes

que os editores julgarem necessários.

Editorial

que faz um produto ainda ser pro-

duzido, consumido e aceito depois

de 50, cem anos? Tradição não é sufici-

ente para explicar essa longevidade , ape-

sar de ser um estímulo importante, já que

o hábito está carregado de memória e

emoção. Os motivos podem ser sintetiza-

dos em alguns itens: a fórmula revelou-

se, desde o início, útil para

quem compra, e não foi su-

perada; os responsáveis pelo

produto souberam adaptar-

se às transformações ocorri-

das ao longo do tempo; e as

mudanças do mercado não

foram suficientes para der-

rubar o uso, pois nenhuma

novidade é capaz de substituir um rela-

cionamento que deixou raízes profundas

no mercado graças à competência de

quem produz.

São inúmeros os exemplos desse tipo

de sucesso de marcas da terceira idade

que fazem parte da família. Seleciona-

mos alguns deles para mostrar como são

capazes de sobreviver mesmo com a ava-

lanche de certezas sobre um remédio idên-

tico aos que eram vendidos antigamen-

te: a chamada modernidade a qualquer

custo. O que esses veteranos nos dizem é

que houve vida inteligente no passado,

tanto é que foi capaz de sobreviver à con-

corrência. Existem provas tão explícitas

O de fôlego que em alguns casos as multi-

nacionais se renderam às evidências e

mantiveram esses maratonistas que ja-

mais deixam de freqüentar a arena.

E não se trata apenas de panacéias

simpáticas, de uso farmacológico, que

continuam sendo usadas apesar dos

avanços da ciência e do mercado. Os

velhinhos concorrem em

setores como o das bebidas

e outros supérfluos, fazen-

do valer não apenas o

charme da embalagem ou

da cor excêntrica, mas o

produto em si, que conti-

nua de mão em mão dan-

do lições para quem está

chegando. Isso significa que tudo pode

conviver em harmonia, sem a autofa-

gia costumeira que acaba devorando,

de maneira equivocada, produtos que

fizeram a cabeça de gerações e que são

deixados de lado por puro preconceito.

Apostar numa idéia considerada

antiga e não perder mercado sabendo

modificar o que já estava pronto são

as lições que podemos tirar dessa re-

portagem sobre produtos que freqüen-

tavam os velhos almanaques. Hoje, em

pleno marketing da extrema competiti-

vidade, eles ainda ocupam um lugar

de honra reservado aos vencedores.Nei Duclós

CedocO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos

interessados fotos e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais

informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 3224-4441 ou pelo e-

mail [email protected].

Cartas para a redaçãoCorrespondências por e-mail devem ser enviadas para

[email protected]. Solicitamos aos leitores que utilizam cor-

reio eletrônico colocarem em suas mensagens se autorizam ou não a publi-

cação de seus respectivos e-mails. Também pedimos que sejam acrescenta-

dos o nome da cidade e o do Estado de onde estão escrevendo.

Page 7: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 7

Cartas

Honrada e felizCaríssimos amigos:Estou muito honrada e feliz por participar do

grupo de empreendedores que vocês apontaramcomo exemplo em 2005. Deixar um bom exemploé a grande motivação da minha vida. Estou dupla-mente privilegiada por estar ao lado de empreen-dedores que quero muito bem e admiro muito,como Sérgio Amoroso e Elcio de Lucca.

Muito obrigada pela honra e um 2006 maravi-lhoso para vocês.

Um grande abraço,

Christina Carvalho Pinto

Presidente do Grupo Full Jazz de Comunicação e Sócia da The Key -

Organizações e Marcas Cidadãs

São Paulo - SP

PreparoObrigada, Wendel Martins. A matéria sobre o

Cláudio Szajman (edição 134 da Empreendedor)ficou ótima. Aliás, seu texto é muito bom e foium dos poucos jornalistas que demonstraram terse preparado para entrevistar o Cláudio.

Obrigada e conte conosco em 2006!

Analu Andrigueti

RP1 Comunicação

São Paulo - SP

CorreçãoParabéns pela matéria Os Segredos da Nova Gestão, ficou inte-

ressante a abordagem do repórter Wendel Martins. Apenas como re-paro, o número do meu telefone saiu errado. O correto é 3138-7154.

João Fender Filho

Assessoria da Presidência

CTEEP

São Paulo – SP

VotosDesejo a toda equipe da Emprendedor um ano repleto de realiza-

ções. Que a revista continue sua trajetória de informar corretamentee levantar assuntos de interesse para quem depende do próprio negó-cio para sobreviver. Torço para que o trabalho de vocês seja cadavez mais reconhecido, pois o conteúdo é exemplar para outras publi-cações, já que aposta na ousadia das abordagens e no ineditismo demuitos assuntos desenvolvidos pelos repórteres.

Vera Mantega Jordelli

Rio de Janeiro – RJ

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Page 8: Empreendedor 135

Empreendedores

8 – Empreendedor – Janeiro 2006

Roseli Swistalski

Beleza orgânicaAo associar os cuidados

com a beleza à preservaçãodo meio-ambiente, a empre-sária Roseli Swistalski crioua Planeta Natureza, conside-rada a primeira linha de cos-méticos orgânicos produzi-da no Brasil. Diferente doscosméticos naturais, quesão produzidos com extra-tos de plantas cultivadas, alinha da Planeta Natureza éelaborada com matérias-pri-mas orgânicas certificadas, que foramcultivadas em solo descontaminado esem o uso de fertilizantes químicos eagrotóxicos. O sistema de produção or-gânica nos cosméticos, segundo Ro-seli, reflete como ela age em relação àpele. “Usando o cosmético orgânico, apessoa percebe o efeito imediato na

Rodrigo Silva

Pranchas em 3DFabricante de pranchas de

surf desde os 15 anos de idade, oempresário Rodrigo Silva desen-volveu um equipamento de altaprecisão para a usinagem compu-tadorizada de suas criações. Amáquina, batizada de High SpeedSurf Machine (HSSM), usa pro-gramação CNC (comando numé-rico computadorizado) e softwa-re de CAD/CAM, o que torna pos-sível modelar as peças em trêsdimensões com velocidade e ri-gidez. O projeto da HSSM foidesenvolvido em parceria com oCentro Federal de Educação Tec-nológica de Santa Catarina e sur-giu a partir de uma necessidadepessoal de Rodrigo, que procu-rava uma máquina de usinagemdiferente das que existiam atéentão no mercado brasileiro. Oequipamento ajudou Rodrigo a au-mentar sua produção em mais de15% em apenas três meses e per-mitirá a venda de pranchas emquatro países da América do Sulem 2006. (48) 3237-5493

Além de delicioso e quase umaunanimidade em termos de aceitação,o chocolate também pode se reverterem um negócio lucrativo, principal-mente quando se utiliza esta iguariade maneira inusitada e cria-tiva. Pelo menos esta temsido a receita de sucessodos empresários André Buz-zo, Alexandre Buzzo e An-dré Luiz Boavista (foto),que dirigem a Mr. Choco-late. A empresa, que faz lo-cação, comercialização eterceirização de fontes dechocolate para eventos,oferece o produto em di-versos tamanhos (de acor-do com as necessidades docliente) e só utiliza choco-late puro, sem adição degordura hidrogenada. Comunidades de comercializa-ção em Maringá e São Pau-

André Luiz Boavista

Parcerias do Mr. Chocolate

pele, o organismo sente a diferença eo resultado é visível e rápido”, diz. Emsua loja, a empresária também comer-cializa outros produtos orgânicos,como vinho, café, açúcar, chocolate,geléia e biscoitos, e só utiliza embala-gens confeccionadas em papel recicla-do. (11) 4226-7221

lo, os empresários buscam parceirosem outras cidades – como Rio de Ja-neiro e Brasília – e projetam um cres-cimento de 30% para 2006.www.mrchocolate.com.br

Page 9: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 9

Por Carol Herling [email protected]

eventos em seis países. Suas pa-lestras se pautam pelosenso de humor, no usode truques de ilusionis-mo e na metodologiade maximização daabsorção conceitual.Hilsdorf também sepreocupa em mantera relação entre o con-

Autor do livro “Atitudes Vencedo-ras” (publicado pela editora Senac), oconferencista Carlos Hilsdorf é hoje umdos nomes mais cotados no país parapalestras de aprimoramento profissio-nal e pessoal em empresas. Formadoem economia e marketing pela Funda-ção Getúlio Vargas, Hilsdorf tambémrealiza estudos a respeito do compor-tamento humano e já participou de

Carlos Hilsdorf

Mágico da motivação

Marco Bruno Pederneiras

Aulas de samba

Edson Góes de Camargo

Chope de vinhoEdson Góes de Camargo, gerente

de produto da Vinícola Góes, comemo-ra o aumento de 60% nas vendas desua empresa neste verão. Um dos pro-

dutos que está agradando o públicobrasileiro – e que foi lançado em pri-meira mão no mercado nacional pelaVinícola Góes – é o Grape Cool, bebi-

da gaseificada à base de vinho, re-frescante como o chope e com ape-nas 5% de teor alcoólico. Inicialmen-te servido através de chopeiras, oGrape Cool passou a ser vendido novarejo em latas de 250 ml em 2005.Segundo o empresário, a bebida aliafrescor e sabor intenso e pode serconsumida em todos os meses doano. “O Grape Cool é ideal para ser-vir em festas, baladas, happy hourse eventos”, diz. Atualmente, a Viní-cola Góes produz cerca de um mi-lhão de litros por ano do produto.www.vinicolagoes.com.br

texto do tema abordado e a reali-dade do mercado de Re-

cursos Humanos e Admi-nistração. “O conteúdode minhas apresenta-ções é constantementeatualizado para estarsempre adequado àrealidade”, diz.

www.carloshilsdorf.com.br

O empresário Marco Bruno Peder-neiras, sócio da academia IpanemaSport Site Club, aproveitou a proxi-midade do verão e do Carnaval parainvestir em uma nova modalidade deaula de samba. A idéia de Marco com-bina a aula tradicional com o ensinode percussão e é direcionada paraquem quer desfilar nas escolas de sam-ba. O perfil dos alunos que procurameste tipo de aula mescla estrangeiros

que sonham em desfilar na bateria (eque não querem “fazer feio” na ave-nida) com pessoas que querem ma-lhar em horários alternativos – umavez que a Ipanema Sport Site Clubfunciona 24h. Única do gênero no Riode Janeiro, a academia possui mil m2

de infra-estrutura e é freqüentada pordiversas celebridades, como o estilis-ta norte-americano Calvin Klein.www.ipanemasportclub.com.br

Raul Gaspar Martins

Prédio é mercadoO engenheiro e empresário Raul

Gaspar Martins, da Álamo Engenharia(RJ), foi nomeado para a presidênciada Abemp – Associação Brasileira dasEmpresas de Engenharia de Manuten-ção Predial. A entidade, que tem sedeem Brasília e reúne as mais importan-tes empresas do segmento, realizou nosúltimos dois anos um trabalho nacionalpara conscientizar a população sobre aimportância da manutenção predial pe-riódica. Para dar maior amplitude àssuas ações, a nova diretoria – sob ocomando de Raul – inaugurou uma re-presentação em São Paulo, a fim defortalecer sua atuação na maior cidadedo país, e abriu seu quadro à participa-ção de novas empresas que atuam nosegmento. Segundo Raul, sua gestãoserá pontuada no sentido de colaborarno aprimoramento e na busca de me-lhores condições de trabalho para omercado de manutenção predial.www.abemp.com.br

Page 10: Empreendedor 135

10 – Empreendedor – Janeiro 2006

Fim da longadistânciaMercado nacional de telefonia cresce graças à inovação

adaptada às demandas dos segmentos da clientela

Entrevista Eduardo Alcides Dall’Agno

por Alexsandro Vanin

A tão sonhada concorrência nomercado residencial de telefonia ain-da está distante para a maioria da po-pulação brasileira. Falhas no modeloregulatório não permitiram que as em-presas-espelhos vingassem nesse fi-lão. A Global Village Telecom (GVT),por exemplo, procurou outros meiospara crescer, focando em segmentosde mercado, com produtos e servi-ços com tecnologias inovadoras.Eduardo Alcides Dall’Agno, diretor-executivo da GVT, chama a atençãopara o espírito empreendedor da em-presa ao adotar essa estratégia e pre-vê que, dentro de no máximo cincoanos, com o fim do conceito de lon-ga distância, ela se converterá emuma grande vantagem frente às ope-radoras que herdaram o sistema Te-lebrás. Dall’Agno discorre sobre em-preendedorismo e o futuro das tele-comunicações na entrevista a seguir.

Empreendedor – As mudanças

ocorrem cada vez mais em uma ve-

locidade maior. Qual a postura

que deve ter o empreendedor

diante desta realidade?

Eduardo Alcides Dall’Agno – Oempreendedor tem que ter a habili-dade de adaptação rápida às mudan-ças, quer aquelas provocadas pelo

mercado ou aquelas provocadas pelaestratégia da empresa. Na realida-de, temos que avaliar constantemen-te as expectativas do consumidor,seja pessoa física ou jurídica – elequer ter suas necessidades atendi-das com o máximo de qualidade,agilidade, baixo custo e, acima detudo, quer ser entendido. Na buscade entender as expectativas, entrao espírito empreendedor que estáem ter iniciativa, não ficar esperan-do que as coisas aconteçam e simfazer acontecer, aceitando riscos emalguma medida, não ser atormenta-do pelo medo paralisante do fracas-so e tomar decisões aceitando a res-ponsabilidade que elas acarretam. Épreciso ainda controlar a ilusão e aansiedade sendo realista, com umapitada de conhecimento administra-tivo e uma boa dose de otimismo,pois atitude pessimista é fatal parao empreendedor.

Empreendedor – O empreende-

dorismo é uma característica nata

ou pode ser desenvolvido? O de-

safio é um dos passos do empre-

endedorismo?

Dall’Agno – Uns pontos estãopresentes no nosso DNA e se mani-festam quando provocados, outrossão adquiridos durante o tempo –aperfeiçoamos todos eles com as ex-

periências do dia-a-dia. Os desafiosaparecem constantemente, devemosidentificá-los e não ter o receio deenfrentá-los. O primeiro grande pas-so dado mostra que podemos conti-nuar andando. Nessa caminhada,muitos outros passos e novos pon-tos surgem, como a necessidade denos conhecer e assim identificarmosonde somos fortes e onde necessi-tamos de pessoas para nos comple-mentar. Ninguém é bom em tudo. Éimportante saber o que fazer, comofazer e se a gente gosta daquilo, poisescolher um ramo de atividade doqual possamos efetivamente gostare com o qual possamos nos envol-ver emocionalmente é condição paraa sustentação do entusiasmo. Temosque ter a sensibilidade de identificarnossa habilidade e vocação e saber ahora de mudar de rumo.

Empreendedor – Mas não basta

saber, é preciso “fazer acontecer”.

Como isto é possível?

Dall’Agno – Para isso é precisoque elementos fundamentais sejamestabelecidos. Os mais importantes,no meu ponto de vista, são as prio-ridades pessoais do empreendedor,que passa por conhecer a si mesmoe se sentir à vontade com seus pon-tos fortes e fracos. É preciso nãose deixar derrotar pelas suas defi-

Page 11: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 11

ciências e sim buscar reforçar es-sas áreas e obter ajuda dentro daequipe. Outro aspecto importante éa mudança de cultura, ou seja, nãoadianta ter uma estratégia e uma es-trutura inerte. Necessitamos teruma crença e um comportamentoligados à melhoria dos resultados donegócio. Avaliar e selecionar as pes-soas certas para a posição certa comperfil para elaborar e moldar estra-tégias factíveis e convertê-las em pla-nos operacionais, também é funda-mental. Além disso, temos que sa-ber executar, criar equipe, delegar eter firmeza emocional para estaraberto a qualquer informação queseja necessária, independente do fatode se gostar ou não de ouví-la.

Empreendedor – Que novas tec-

nologias, como o VoIP, estão sen-

do utilizadas pela GVT, e que be-

nefícios elas trazem para os em-

Temos que estaratentos ao queacontece, não

somente à nossafrente, mas sim emtodas as direções.

A visão doempreendedor temque ter 360 graus

preendedores, especialmente os

micro e pequenos empresários?

Dall’Agno – A aplicação de tec-nologias inovadoras para a formata-ção de serviços relevantes é capaz deromper barreiras. Nosso objetivo ésempre buscar atualizações para aten-der o crescimento das médias e pe-quenas empresas com novas opçõesde serviço, redução de custos e oti-mização de infra-estrutura. A GVT foia primeira grande operadora de tele-fonia fixa, do grupo das prestadorasde serviço convencional de telecomu-nicações, a ingressar no mundo VoIP.Em 14 meses de atuação neste nichode mercado, a empresa desenvolveue continua criando soluções inovado-ras a partir da tecnologia VoIP em di-ferentes frentes de atuação e comfoco em públicos-alvo diversos.

Produtos como o Vox3G(www.vox3g.com.br), que é uma pla-taforma de terceira geração capaz de

DIVULGAÇÃO

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12 – Empreendedor – Janeiro 2006

É importante tera sensibilidadede identificar

nossa

habilidade evocação e sabera hora de mudar

de rumo

substituir e integrar serviços de tele-fonia, equipamentos como PABX esistemas de informática transformama forma como os empresários utili-zam telecomunicações. Agora, elesganham autonomia e total controlesobre os serviços sem precisar con-tratar vários fornecedores, economi-zando até 60%. Outra novidade é acomunicação via internet, mas comnúmero telefônico disponível. O pro-duto chama-se Vono e concorre comgenéricos VoIP, como o Skype, po-rém com mais qualidade e funciona-lidades – faz e recebe ligações paraqualquer telefone comum, tanto fixocomo móvel, no Brasil ou no exte-rior. Permite ligar para 146 cidadesbrasileiras com custo de ligação locale ainda oferece utilização grátis por30 dias (www.vono.com.br). Temostambém o PAPO POP que elimina ointerurbano em conversas com pes-soas de 190 cidades. Na telefoniaconvencional, os micro e pequenosempresários também podem optarpelo Economix Flex, uma solução queoferece, de uma só vez, ligações lo-cais mais baratas, transparência naconta, cobrança por minutos, linhasagrupadas, ferramentas de controle,franquias únicas compartilhadas emvários endereços, internet banda lar-ga, além de descontos em interurba-nos e em chamadas para celular.

Empreendedor – Como é o dia-a-

dia na empresa e como o sr. im-

prime nessa rotina a tomada de

decisões estratégicas?

Dall’Agno – Para ser realmentecompetitivo na área de telecomunica-ções, é necessário ser muito criativoe prever as movimentações do mer-cado no curto e médio prazo em ter-mos de novas facilidades, atrativida-des e serviços aos usuários. Faz par-te da ação estratégica oferecer aomercado o que ele busca, aquilo queproporciona conforto, conveniênciae comodidade, além da credibilidade

sive para ligações locais), tarifaçãopor minuto em todas as ligações, agarantia do menor custo utilizando o25, planos especiais para pequenasempresas, voz sobre internet, ADSLem alta velocidade além de qualidadee rapidez na instalação, entre outrascaracterísticas.

Empreendedor – Mas como cres-

cer 40% ao ano, num mercado do-

minado por empresas que prati-

camente mantêm o monopólio?

Dall’Agno – Focando no clien-te, buscando uma identificação po-sitiva com ele, de tal forma que omesmo perceba que na GVT sua aco-lhida é entusiástica, naturalmente.Outra coisa é jamais termos uma ati-tude arrogante em relação aos con-correntes. Não entrar no negóciocomo se fosse uma guerra, e acharque os concorrentes são incompe-tentes e que eles não vão reagir, ape-sar do monopólio ainda existente.Não ter pressa em ganhar, manter aansiedade dominada, realizar as coi-sas certas e necessárias para a con-solidação do negócio, saber recuarpara fortalecer e avançar com espí-rito e visão empreendedora. Temosque estar atentos ao que acontece,não somente à nossa frente, mas simem todas as direções. A visão doempreendedor tem que ter 360 graus.

Empreendedor – E o que a GVT

faz para identificar e reter clien-

tes rentáveis?

Dall’Agno – A GVT tem a voca-ção de ouvir o mercado – o que osclientes precisam agora para melho-rar sua vida sem descartar o que in-vestiram no passado, um futuro cadavez mais convergente. Trabalhamoscomo especialistas em telecomunica-ções para que as empresas-clientesGVT possam dedicar total atenção aosseus respectivos negócios enquantocuidamos de toda sua comunicação.Queremos proporcionar ao cliente a

e da segurança de estar pagando cor-retamente pelo que utiliza. Assim é acultura GVT, implementada desde oinício de suas atividades, baseada emuma relação de respeito e transparên-cia com o consumidor. É por isso queo cliente GVT tem à disposição ser-viços que nenhuma outra companhiaoferece, como conta detalhada (inclu-

Entrevista

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 13

Linha Direta

Eduardo Alcides Dall’Agno

(51) 3025-1102

tranqüilidade de que está recebendoo que é mais adequado à sua necessi-dade, pelo preço mais justo e comtotal transparência. Se algo novo sur-gir, a GVT leva até o cliente, propõemudanças, apresenta oportunidades.Vemos em cada consumidor uma re-lação de longo prazo e procuramoscriar vínculos fortes com eles – derespeito e confiança. Utilizamos fer-ramentas de database, marketing ecomunicação dirigida para estabele-cer esses vínculos. Pesquisas e cru-zamentos de dados fundamentamdecisões, como a inauguração da re-gional em Santa Catarina, que acon-teceu em 2005. O Estado é estraté-gico para a GVT e a iniciativa mos-trou ser necessária para nos dar con-dições de falar a mesma linguagemdo cliente catarinense. Em resumo,a gestão do nosso relacionamento éo nosso maior patrimônio.

Empreendedor – Quais são suas

expectativas para 2006, em rela-

ção à economia brasileira e, mais

especificamente, ao segmento de

telecomunicações no Brasil?

Dall’Agno – A economia brasi-leira vem avançando e aparenta terum futuro brilhante, mas há umapreocupação sobre a duração dosbons tempos. Temos que avaliarcomo a própria economia mundialvem se comportando. A tendênciageral é de crescimento, depois dosproblemas do final dos anos 90 –estouro do setor ‘pontocom’, terro-rismo e problemas históricos quevoltaram. É preciso tornar o perío-do positivo em base para o cresci-mento sustentável. Para isso, o Bra-sil necessita manter a capacidade deatração de novos investimentos. Porexemplo, no setor automobilístico opaís se prepara para crescer comodesenvolvedor e produtor para mer-cados emergentes. Com a retomadadas economias, as empresas estãoprontas para aposentar tecnologias

É preciso saberexecutar, criar

equipe, delegar eter firmeza

emocional paraestar aberto a

qualquer

informação

so, a GVT, com o foco no empreen-dedorismo, encontrou outros meiospara crescer: foco em mercados es-pecíficos, formatação diferenciada deprodutos e novas tecnologias aplica-das a serviços, onde a grande deman-da por banda larga aquece o restritomercado de internet. A banda larga éo novo objeto de desejo do usuário evai integrar distintas formas de ser-viços, como telefonia, internet, men-sagens, serviços agregados, provo-cando um crescimento e novas tec-nologias mais eficientes e mais bara-tas que irão modificar o cenário nospróximos anos.

O atual conceito de longa distân-cia será eliminado completamente nospróximos 3 a 5 anos, assim como oroaming, que é a longa distância docelular. Empresas de celular brigampor penetração no mercado e não porlucro, elas terão que rever sua formade atuação. Fabricantes de equipa-mentos passarão a produzir modeloscompatíveis com telefonia celular eVoIP. O usuário poderá acionar sualinha fixa a partir do aparelho móvel,pagando valor de ligação local e semnecessitar da operadora móvel. AGVT tem uma perspectiva de cresci-mento muito grande com o fim dasbarreiras geográficas, provocadaspelo acesso ao mundo IP, clientes emNatal, Austrália, Recife, Tóquio, Flo-rianópolis, enfim, no mundo inteiro,falando com tarifas locais. Respeita-mos nossos concorrentes, mas esta-mos diante de uma mudança de para-digma no que se refere ao modelo denegócio das operadoras de telecomu-nicações. As empresas que herdaramo sistema Telebrás terão mais dificul-dade do que a GVT em se alinhar como novo paradigma, regido por tecno-logias inovadoras.

superadas e os investimentos em sof-tware, hardware, e serviços relacio-nados devem crescer muito.

No setor de telecom, ainda há pou-ca competição no mercado residen-cial, o que reflete uma fraqueza domodelo regulatório atual que não in-centiva o investimento das empresasno mercado doméstico. Apesar dis-

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Não Durma no Ponto

14 – Empreendedor – Janeiro 2006

Como resolver problemasSe você é dirigente de empresa,

possui uma ou a lidera em cargo dedireção ou gerência, provavelmentelida com inúmeros problemas todosos dias. Grandes e pequenos. Gravese agudos. Urgentes e emergentes. No-vos e antigos.

Com essa vivência de quem saberesolver problemas, ao longo de anose anos, é possível que tenha tomadogosto pela coisa, a ponto de ter de-senvolvido habilidades sofisticadaspara tratá-los a cada dia. Em suma:com o gosto aliado à técnica, o pro-blema é que você não vive mais semeles. Os problemas se transformaramno seu principal material de trabalho.Você precisa deles para preencher aagenda e ocupar o tempo. Reforça,portanto, a crença de ser uma criaturaimprescindível. Claro, tenta controlaro volume dessas pendências, evitan-do que cheguem ao ponto de sufocar,mas sem dar margem a brechas paraoutras providências. Assim, mantéma rotina diária assoberbada, da primei-ra hora do dia até o anoitecer.

Quando você sente que o estoquede problemas está diminuindo, vocêos requisita de seus subordinados:“coloque isso num papel”, “me man-de por e-mail”, “deixe que eu vou pen-sar no assunto”, “eu faço o esboço edepois eu mando para você concluir”,“está anotado na minha agenda”, “euenvio a resposta amanhã pela manhã”,“vou analisar no final de semana”.

Sorrateiro vício

Você de fato gosta de problemas,ainda que reclame deles. Como todo serhumano, sonha com férias e descan-so. Mas os problemas impedem queconsiga usufruir adequadamente des-ses deleites. Quando consegue momen-tos de apaziguamento, sente um vazio,um incômodo, um tipo de abstinência.

Aí está a questão: você se viciou emproblemas. Não consegue mais viversem eles, porque mantêm a adrenalinaem alta. Tem gente que considera fun-damental viver no limite do estresse,porque só assim parece estar mesmovivo. Na verdade, você crê piamenteque eles mantêm o seu emprego ou asua posição na empresa.

Pela vivência de longos anos no tratocom problemas, além de achar que elessão imprescindíveis, apaixonou-se poreles, assim como Narciso se enamo-rou da própria imagem refletida no lago.E aí está o maior problema: você setransformou num problema!

O problema dos problemas

Você é o problema! A conclusão éfrustrante, não é? Você que semprese viu como vanguarda, chefe de cru-zada na eterna luta contra erros e ano-malias, sempre em guerra em nome

da ordem e da normalidade, de repentechega à conclusão de que é a antíte-se disso tudo. Logo você, que sem-pre teve as informações, os conheci-mentos e as habilidades necessáriaspara resolver todas as dificuldades.Logo você, que pensava ser a solu-ção e que tinha a resposta para todasas dúvidas dos seus subordinados. Afonte do poder e do controle sobretodos os problemas da sua empresa.

Aí está a origem de tudo: vocêapoderou-se das informações e dosconhecimentos. Impediu que os ou-tros aprendessem. Tornou-os depen-dentes. É claro que você queria man-ter o controle do negócio, mas veja oque você ganhou: um vício do qualnão se livra e uma legião de pessoas,sem iniciativa, compromisso e idéi-as. Talvez você se sinta bem quandorequisitado por tantos dependentes,alguns até massageiam seu ego, de-clarando admiração por sua inteligên-cia e determinação. Mas e daí? Osproblemas proliferam e alguns já cri-aram raízes de tantos anos de exis-tência. São eles que impedem sua em-presa de ir à frente a passos largos,com saltos qualitativos que a creden-ciem para se transformar no empre-endimento progressista e único, ca-paz de gerar sentimentos de orgulhoem todos que lá trabalham.

Você quis se divertir absolutamen-te só, chamando a si todas as com-plicações. Não permitiu que cada umse divertisse com os problemas de suarespectiva alçada. Deixou para os ou-tros apenas as tarefas a serem feitas.Sempre do mesmo jeito, sem muitaqualidade. Longe da excelência.

O bom (na sua maneira de ver ascoisas, sob o filtro do vício) é quevocê se sente no controle quando temde corrigí-las ou refazê-las. Afinal,ninguém chega a seus pés quando se

Aí está a questão:você se viciou emproblemas. Nãoconsegue maisviver sem eles,porque mantêma adrenalinaem alta

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 15

trata de esmero no trato com dificul-dades! Você leva menos tempo e fazmuito melhor. Você é craque nessebinômio qualidade/produtividade. En-sinar os outros vai levar muito tempoe, quando eles estiverem prontos,mudam de emprego, não é isso? En-tão você continua fazendo o papel depaladino das soluções provisórias etransitórias.

Algumas atitudes podem fazerbem para o seu ego, mas definitiva-mente são ruins para o negócio e paraa empresa. A centralização das deci-sões pode gerar em você a ilusão dese sentir competente, mas evita queos outros aprendam, não desenvolveequipes de trabalho e não forma no-vos líderes. Diante disso, a sua em-presa está fadada a enfrentar crises,que nada mais são do que o mau apro-veitamento das oportunidades. E asoportunidades estão aí a cada novodia, mas quem está preparado paracuidar delas? Você! Somente você.

Sabe o que vai acontecer? Vocêirá transformá-las em problemas.Lembre-se que você é um perito emsolucioná-los, mas não em aprovei-tar oportunidades. Logo elas se trans-formarão em problemas, e os ganhosque resultariam delas se transforma-rão em novos custos e prejuízos.Entendeu como funciona?

As verdadeiras razões

No fundo você acredita que osproblemas são os outros. São eles quenão fazem o que deveria ser feito, sãoeles que não assumem responsabili-dades, são eles que não se compro-metem e não se preparam para en-frentar os desafios. Mas quem tiroua iniciativa deles, antes mesmo quepudessem exercê-la? Quem tomoupara si todas as chances de aprendi-zado? Quem os isentou dos desafios

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre – Conhecimento & Educação Empresarial

(11) 3873-1953 – www.cempre.net – [email protected]

e os colocou em zonas de conforto?Não adianta amaldiçoar a árvore pe-los frutos que ela não gera, antes épreciso avaliar a qualidade do solo emque está plantada. E a pessoa respon-sável pela qualidade do solo é você!

O livro sagrado do taoísmo, o TaoTe Ching, diz que estamos constan-temente divididos: de um lado, a ten-

tação de dez mil coisas que deman-dam ação. Todas não essenciais. Dooutro lado está a única coisa: o es-sencial, justamente a raiz das dez milperturbações. Sabedoria é livrar-sedas dez mil coisas não essenciais asuperlotar a agenda diária de açõesque não levam para lado nenhum econcentrar-se no essencial. E o queé essencial?

“Botar a coisa para andar” e sairpor aí apagando incêndios, isso vocêjá sabe fazer muito bem, graças a umlongo aprendizado. Você também fi-

Liderar émuito menosmatemática,

contabilidade eengenharia emuito mais o

conhecimento danatureza humana

cou especialista em matar um leão pordia. O ruim disso tudo é que você acre-ditou que é esse o papel de um líder. Épreciso rever urgentemente essa ima-gem incorporada do que seja um lí-der. Aí está um desafio essencial: mu-dar o seu modelo mental de liderança.

Para isso, é preciso assumir o pa-pel de educador ou de educadora. Al-guém que vai facilitar o aprendizadodos outros. Que vai se responsabilizarpelo desenvolvimento profissional ehumano de todos os seus subordina-dos. Que compreende que liderar émuito menos matemática, contabilida-de e engenharia e muito mais o co-nhecimento da natureza humana. Queo verdadeiro significado do trabalhoestá muito menos nas medições nu-méricas e muito mais nas percepçõesdas pessoas que fazem o trabalho.

Para isso, você terá que substituiraquelas velhas reuniões voltadas à re-solução de problemas e obtenção deresultados e coordenar reuniões vol-tadas à melhorar a qualidade dos re-lacionamentos e ao aprendizado.

Liderar, formar uma equipe de altodesempenho e construir uma empre-sa progressista e única são desafiosde primeira ordem. Estão relaciona-dos a vivências em conjunto: apren-der, inventar, reinventar, fazer e re-fazer. Com ingredientes sadios e fun-damentais, como a atenção, a solida-riedade, o compartilhamento de ex-periências, a abertura para ouvir eacrescentar novidades à vida.

Para que tudo isso aconteça, vocêterá de sair do controle, deixar o egode lado, conversar sem preconceitos ejulgamentos e desgarrar-se da obses-são pelo resultado. Somente assim con-seguirá livrar-se da sina de criar e ali-mentar problemas. Em troca, você seráa verdadeira solução, a melhor contri-buição, luz por onde quer que ande.

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16 – Empreendedor – Janeiro 2006

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 17

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Almanaque Brasil

18 – Empreendedor – Janeiro 200618 – Empreendedor – Janeiro 2006

Os produtos

A identificação e a confiançasão fatores decisivos na compra ena recomendação de um produtoou marca, sendo hábitos de consu-mo passados de uma geração a ou-tra. Isso ocorre principalmentecom os que estão um tempo maiorno mercado. Alguns que são fabri-cados há mais de cinco décadas, porexemplo, disputam espaço entreopções e novidades que chegam aomercado todos os anos e a maioriadas vezes, têm a preferência do con-sumidor. Do ponto de vista da via-bilidade econômica, não teriam

Os segredos das

marcas muito

familiares, que

carregam uma sólida

tradição em mercados

mutantes e voláteis

por Fábio Mayer

essa longevidade se não dessemlucro, muito menos se não tives-sem qualidade, que aliada à tradi-ção, são atributos importantes paraconquistar e manter clientes.“Confiamos naquilo que nos é fa-miliar ou que é familiar a pessoasque conhecemos”, diz Mario Per-sona, consultor de estratégias decomunicação e marketing.

Não é exclusividade dos que têmmais de 50 anos, é regra geral: aqualidade traz resultados para asempresas. Mas para permanecermais tempo no mercado é precisoir além dessas características. Énecessário atender as crescentesdemandas dos consumidores e, aospoucos, ir ganhando o seu respei-to e a sua lealdade. Como em qual-quer tipo de relacionamento, man-tê-los fiéis requer afinidade de va-lores e proximidade para que asatitudes e competências possam seravaliadas, e freqüentemente lapi-dadas. “A grande estratégia parase manter no mercado é estar co-

Almanaque Brasil

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 19Janeiro 2006 – Empreendedor – 19

eternos

Desde 1922, o principal meio de co-municação era o rádio. Ele aindareinava absoluto no país, mesmocom a chegada da televisão em 18de setembro de 1950, data da pri-meira transmissão no Brasil. Por sermuito caro, cerca de Cr$ 9 mil, naépoca quase três vezes mais do queuma vitrola, poucas pessoas com-praram o aparelho – estima-se queexistiam pouco mais do que 350.Com um alcance reduzido para a fi-xação da marca, os anúncios publi-citários eram mais baratos do queos veiculados em rádio ou em revis-tas. Um segundo de propaganda natelevisão custava Cr$ 200.

Há cinco décadas, a agilidade comque a tecnologia se propaga e amaior precisão e facilidade de aces-so às informações vêm gerandotransformações constantes. Issoocorre tanto em mercados, relaçõesde trabalho, hábitos de consumo,quanto nas pessoas, que se tornammais críticas e exigentes.

É comum encontrar um pouco de tudonos almanaques farmacêuticos. As in-formações são ao mesmo tempo decaráter didático e de utilidade públi-ca, mas principalmente têm o objeti-vo de proporcionar uma leitura agra-dável. Esse gênero editorial já erapopular antes de 1800 e desde essaépoca vem sendo disseminado comsucesso. Em Histórias e Leituras deAlmanaques no Brasil, a pesquisado-ra paulista Margareth Brandini Parkconta que, no século passado, os al-manaques começaram a ser produzi-dos em maior volume com a tarefa deeducação sanitária. Muitos deles con-tinuam sendo publicados como o Al-manaque Iza, criado pelo laboratórioKraemer em 1930, e o AlmanaqueSadol (antigamente chamado de Re-nascim Sadol), do laboratório Catari-nanense, que circula há 54 anos.

nectado com as necessidades e de-sejos do consumidor. Um produtoou serviço relevante para ele podetrazer benefícios tangíveis e atémesmo emocionais”, diz SusanBetts, diretora de estratégia daFutureBrand, consultoria.

Muitos deles se beneficiam maispelo boca a boca, que auxilia na per-petuação do uso, do que por campa-nhas publicitárias, também impor-tantes para a disseminação de umamarca. Para Persona, a lealdade de-pende muito de “quem indica”; ain-da que os consumidores sejam atraí-dos e até testem as novidades, aca-bam voltando ao antigo produto atépor uma questão de dependência afe-tiva. “Às vezes dão uma escapadada herança genético-consumidora,mas o leite em pó, a pomada ou oamido de milho que a filha usava eramais uma tradição familiar, herda-da da mãe e da avó, do que uma con-seqüência de uma exposição maciçaàs mensagens dos meios de comu-nicação”, diz o consultor.

Há 50anos...

FOTOS INDEX STOCK

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Almanaque Brasil

20 – Empreendedor – Janeiro 2006

Almanaque Brasil

20 – Empreendedor – Janeiro 2006

Identidade e Marca Brasil

A estima pelo que é únicoCriar maior proximidade com os

consumidores exige uma definição an-tecipada das estratégias. Uma delas éresgatar a herança histórica sobre a em-presa ou produto e inserí-la nas táti-cas de comunicação e na forma de tra-dição e experiência. Isso contribui paraaumentar a credibilidade, adicionar va-lor e fortalecer a ligação afetiva, alémde ajudar a se diferenciar da concor-rência. Essas condições facilitam aaceitação por parte dos consumidores,pois eles se convencem que estãocomprando não só o produto, aindaque seja de alta tecnologia, mas todauma bagagem adquirida ao longo dosanos. “Esse é um fator importantíssi-mo para o qual muitas empresas co-meçam a acordar. A história gera con-fiança, pois, culturalmente, costuma-

mos atribuir sabedoria, conhecimentoe experiência ao tempo”, diz Persona.

Nos últimos 50 anos, jamais hou-ve tanta disseminação quanto agorada cultura da cópia – de serviço, em-balagem e até preço. É importante teralguns cuidados. O tempo de perma-nência e de aceitação que uma marcairá alcançar começa a ser definidoantes de ser lançada, durante a suaconstrução e planejamento. Buscarum novo posicionamento ou até ex-pressar valores diferentes das outrasmarcas que estão no mercado são es-tratégias que ajudam a fortalecer e acriar maior afinidade com o consu-midor. No desenvolvimento, o empre-endedor deve levar em consideraçãoa importância que ela vai ter para opúblico. Isso também ajuda a torná-

la menos vulnerável às oscilações daconstante dinâmica do mercado. “Adiferenciação e a relevância retornamna forma de estima e familiaridade porparte dos consumidores, atributos quegeram longevidade”, diz João Fran-cisco de Carvalho Pinto Santos, só-cio-diretor da The Key – Organiza-ções e Marcas Cidadãs.

Mesmo as marcas que têm mais de50 anos podem ser aperfeiçoadas. Inici-ativas constantes que assegurem a suajovialidade, por exemplo, são semprebem-vindas. Não se trata de criar umnovo produto, mas de investir na evolu-ção e atualização sem abandonar nemgerar conflito com sua tradição, que sem-pre é um importante atributo. “As mar-cas mais antigas vivem num contexto deoportunidade e risco bastante claro. Há a

esquecer que o país também éreconhecido lá fora por sua ex-celência tecnológica na área ban-cária e em aviação. E mesmo essesnichos, que precisam passar umaimagem de constante avanço e desen-volvimento, podem estar ligados à tra-dição sem perder a modernidade outer menos competência. Desde queutilizadas de forma adequada, as vá-rias características incorporadas naidentidade do brasileiro podem estarassociadas aos produtos sem que elesse tornem algo ultrapassado. Um bomexemplo é a sandália Havaianas quealia simplicidade, descontração e ale-gria. “As pessoas muitas vezes refor-çam e constroem as suas própriasidentidades por meio das marcas quepreferem e utilizam”, diz Betts.

Em países como EUA e Inglater-ra, principalmente em decorrência dainsegurança, os consumidores costu-mam optar pela compra dos que sãofabricados no próprio país. “Em al-

gumas categorias específicasé provável que tenham umapelo ou vínculo mais emo-cional com a identidade bra-

sileira, por meio da matéria-prima,por exemplo, como é o caso do gua-raná Antarctica”, diz Betts.

A longevidade dos produtos podefazer com que sejam incorporados àcultura. É comum, por exemplo, as pes-soas mencionarem a marca e não oproduto na culinária, quando vão pas-sar uma receita. Assim também acon-tece em tratamentos de saúde, quandoutilizam somente o slogan, em deter-minadas situações do cotidiano. É ocaso do Catupiry, que virou nome depizza. “Sempre que passam a fazer parteda cultura e da convivência humana,podem se transformar em mitos asso-ciados a benefícios reais ou fictícios.O mecanismo de memória e resgatenão difere muito das fábulas e supers-tições, que acompanham os povos emqualquer sociedade”, diz Persona.

A alegria e a descontração são ca-racterísticas que dão força à identi-dade brasileira e também aos produ-tos nacionais. Mas isso não é exclu-sividade das fabricações brasileiras.Muitos produtos que vêm de fora etêm estratégias semelhantes acabamtendo boa aceitação no mercado in-terno e até em outros países. Outroatributo do empreendedor brasileiroé a criatividade para inovar, que as-sociada à tradição e à diversidade cul-tural e de produtos, pode trazer di-versos benefícios, incluindo os deapelo emocional. “Há mercados que,por diversas razões, estão muito en-raizados em nossa nacionalidade. Sãoparte de nossa linguagem e de nosso

curriculum vitae de brasi-leiro”, diz Fernando

Jucá Bentivegna,diretor associadoda Troiano Con-sultoria.

Não dá para

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 21Janeiro 2006 – Empreendedor – 21

oportunidade de serem per-cebidas com mais confiançae credibilidade, ao mesmotempo em que o risco de setornarem velhas e ultrapas-sadas é latente”, diz Santos.

A consolidação tambémdepende de um trabalho depesquisa, principalmenteem relação aos consumido-res. Ela pode ser feita de di-ferentes formas, desde asmais tradicionais, quantita-tivas ou analíticas, até asnão-convencionais, relevan-te para saber o que pensamos consumidores e mantera marca na dinâmica e nocurso do mercado. Umaforma é fazer estudos in

loco, no ambiente familiar– como pessoas que en-tram na casa dos consu-midores e observam hábi-tos, atitudes, disposição etipo dos móveis e dos ob-jetos. “O que eles com-pram, o que costumamconsumir, como deco-ram a casa, o que têmdentro do armário. Comisso é possível tirar mui-tas idéias e conhecimen-to por pura observaçãodas pessoas nos seus co-tidianos“, diz SusanBetts, diretora de estra-tégia da FutureBrand.

Muitos empreendedo-res modernizaram as em-

As incertezas podem fazer o consu-midor seguir por outro caminho e deixarde comprar aquele produto que estavaacostumado a consumir. Uma dessasencruzilhadas pode surgir na compra oufusão de empresas. Nesses casos, umaestratégia muito comum é tomar a deci-são de manter a fabricaçãode produtos consagrados.Mas o empreendedor tam-bém pode planejar substituiralgumas marcas por outrasque julgar ter mais força. “Hámercados de alta inovação,como eletrônicos e moda,que se beneficiam muito do‘espírito global’. Se atuar emoutros mais tradicionais, tal-vez valha a pena mantê-laslocalmente”, diz Bentivegna.“Foi o que aconteceu comas marcas brasileiras decafé, incorporadas por em-presas internacionais e sabia-mente mantidas.”

No cruzamento, siga em frenteAgora, se a intenção for realmente

comprar a participação de mercado, énecessário ter cuidado na transição, paraque os clientes não percam sua afinida-de e identificação. As mudanças sãomais fáceis e rápidas de serem realiza-das quando o cliente tem um contato

mais direto e com maiorfreqüência com o produ-to, diferente de processosem que o ciclo de recom-pra é mais longo. “Muitasfazem essa transição de for-ma gradual e planejada. Noinício aparecem as duas e,com o decorrer do tempo,uma delas vai gradativa-mente tendo menor desta-que e tamanho, até desa-parecer”, diz Bentivegna.

Existe a opção ainda deadotar uma marca globale nacionalizar a comunica-ção, criando campanhasregionalizadas. É o que fa-

zem a Intel, nas ações de marketing, aCoca-Cola, na linguagem diferenciadapara manter-se jovem, e a alemã Fa-ber-Castell, uma das mais antigas domundo e solidificada no mercado bra-sileiro, com iniciativas que enaltecemvalores locais.

Muito mais do que seu papelfuncional, tem a função de levar emo-ção e identidade. Por mais que assu-ma roupagens novas e de massa, ain-da continuará tendo o impacto maisimportante aquela propaganda, se éque podemos chamá-la assim, que erapassada de geração a geração, ao re-dor da fogueira, desde os primórdiosda civilização. “Ainda que a luz bru-xuleante de nossa fogueira hoje seja aTV, no centro da tribo moderna, sem-pre continuará tendo grande peso ocomentário de pais ou avós para o pro-duto que aparece na tela: ‘Eu sempreusei esse aí’”, diz Mario Persona, con-sultor de estratégias de comunicaçãoe marketing.

balagens de acordo com sua evolu-ção no mercado, mas antes ouvirama opinião dos clientes e explicaramquais modificações seriam feitas. Comas informações em mãos, a maioriadeles optou por alterar pouco ou ti-veram o cuidado de manter a comu-nicação visual, como formato, cor, ti-pologia e logomarca, para manter aafetividade com o produto. As pes-quisas ajudam a implantar iniciativasdirecionadas de marketing, outra boaestratégia. Marcas que passam umamensagem consistente ao longo dosanos para os clientes, têm maioreschances de longevidade no mercado.“O consumidor confia, pois sabe quepode contar com elas”, diz FernandoJucá Bentivegna, diretor associado daTroiano Consultoria.

Santos: risco de setornar ultrapassadoé latente

Susan: rotinasdefinem hábitosde consumo

Persona: mitosassociados abenefícios

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Almanaque Brasil

22 – Empreendedor – Janeiro 2006

O produto que tinha como “ga-roto-propaganda” um elefante, cria-do em 1941, ganhou força pela ver-satilidade e tradição. Incluído atécomo ingrediente em diversas recei-tas, o extrato de tomate Elefante,concebido pela Cica e agora produ-zido pela Unilever Bestfoods Bra-sil, é uma das marcas maisantigas desse nicho nopaís. “Por estar nomercado e fa-zer parte davida da consu-midora brasileirahá muitos anos, a

Carisma peso pesadoO extrato de tomate Elefante foi concebido pela Cica

e agora é produzido pela Unilever Bestfoods Brasil

marca é sinônimo de expertise emalimentos”, diz Daniella Brilha, ge-rente de atomatados da Divisão deAlimentos da Unilever.

O que também contribuiu para apermanência do produto foi a simpa-tia do mascote, que conquistou clien-

O hábito de consumir panetonedurante as datas comemorativas defim de ano se disseminou a partir daItália, no século 15. Uma das versõesda história do panetone diz que ele foiinventado na cidade de Milão por umjovem apaixonado pela filha de um pa-deiro chamado Toni. O rapaz, paraimpressionar o pai da moça, fez umpão com uma receita diferente. Daí

Receita geralA Bauduco fermenta o seu panetone por 55 horas,

para garantir o mesmo resultado da época artesanal

surgiu o nome: pão do Toni.No Brasil, uma das pioneiras na

fabricação do produto foi a Bauduc-co, uma doceria localizada no bairrodo Brás, em São Paulo, que desde1950 comercializava o produto feitode forma artesanal. Doze anos depois,com os pedidos de encomendas e asvendas em plena expansão, a empre-sa começou a produção industrial nafábrica recém construída em Guaru-lhos. “A estratégia está em manter areceita original, com o processo defermentação natural, que dura mais

de 55 horas, o que garante textura esabor originais”, diz Débora Vascon-cellos Micchi, gerente de marketingda empresa.

Uma tática implementada em 1965e que continua a ser utilizada é inves-tir em embalagens específicas. No iní-cio, eram feitas de papelão com a metade preservar o panetone do hábitobem brasileiro de tocar e apertar osprodutos nas gôndolas. Nos últimosanos, também começaram a ser em-balados em latas, “para incentivar ouso do produto como presente”, diza gerente de marketing. Para que amarca tenha maior força no merca-do, a empresa optou pela diversifica-ção do produto com a criação de li-nhas, como a de chocotones, paraatender o público que tem resistência

a frutas cristalizadas.Aliada à receita e à embala-

gem, a expectativa com a che-gada do produto nos últimosmeses do ano também contri-buiu para a continuidade nomercado. “Hoje o panetone éum dos símbolos do Natal bra-

sileiro”, diz Micchi.

tes de diferentes gerações. Criado porMaurício de Souza em 1962, o Jota-lhão se tornou símbolo do produtodepois de ter sido incorporado comoestrela das campanhas de marketingdesde o final da década de setenta.“O carisma do personagem Jotalhãoauxilia na consolidação de uma ima-gem de marca amiga e confiável,companheira da consumidora para osmais variados pratos.”

Atualmente, uma iniciativa da em-presa para trabalhar a marca é utilizarestratégias de comunicação que mos-

trem os benefícios do produto. “Oobjetivo destas ações é escla-

recer que a conservação doproduto é advinda de seu

processo de fabricação,e não da adição desubstâncias artifi-ciais”, diz Brilha.

Almanaque Brasil

O incentivo ao uso do produtocomo presente existe desdea primeira embalagem

Extrato de tomate: criadoem 1941, ganhou força pela

versatilidade e tradição

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 23

Quando adquiriu a Casa Grana-do, em 1994, Christopher Freemansabia que comprava parte de umahistória. Não só porque a empresapermaneceu com a família Granadoaté a terceira geração e atendeu, du-rante sua trajetória centenária, clien-tes ilustres como D. Pedro II, RuyBarbosa e José do Patrocínio, mastambém por ser a fabricante de umdos produtos brasileiros mais anti-gos e conhecidos, o Polvilho Antis-

O polvilho centenárioA Casa Granado mudou de mãos, mas não de receita:

ainda fabrica o produto que já foi usado pelo Imperador

séptico. Com essa visão, ele preser-vou a continuidade do produto jáconsagrado depois de assumir defi-nitivamente a presidência da empre-sa 100% nacional. “O polvilho foimantido pela tradição, é fantásticoestar há mais de cem anos no mer-cado”, diz Freeman.

Produzido e comercializado des-de 1903, o polvilho faz parte da his-tória de muitos brasileiros e isso éválido como referência para o con-

sumidor até hoje, o que tornou o pro-duto líder no seu nicho de mercado,segundo pesquisa da ACNielsen.Como o polvilho já tinha conquista-do seu espaço, a estratégia de Free-man foi mantê-lo sem muitas altera-ções. “É um produto que funciona,caso contrário, um dia ou outro aspessoas não usariam mais.” É a mes-ma fórmula utilizada pela família Gra-nado, desde o início da fabricação,o que mudou um pouco foi a emba-lagem. “Basicamente o produto é omesmo. A embalagem mudou umpouquinho, antes ela era de lata, masna Segunda Guerra Mundial come-çou a faltar metal no mercado parafazê-las, virou cartão. Cinco anosatrás mudou para plástico.”

Desde que assumiu a empresa,Freeman procurou reforçar aindamais a imagem do polvilho. Investiu

em campanhas que mostravam a con-fiança dos consumidores no produ-to, no fato de ter tradição no merca-do e em iniciativas como o uso deexpositores para ampliar a visibilida-de e as vendas. Em 1999, o polvilhoganhou diferentes versões. A diversi-dade teve por objetivo aumentar opúblico usuário. Para o presidente,também é importante manter um pre-ço acessível à população e estar pre-sente em todo o país. “Temos pers-pectiva de crescimento para os pró-ximos anos. Fizemos vários investi-mentos em equipamentos, máquinase em informática.”

A Casa Granado foi fundada em ja-neiro de 1870 pelo português José An-

tonio Coxito Granado, que chegou aoBrasil com 14 anos, em 1864, e co-meçou a trabalhar na mesma farmáciaque, seis anos mais tarde, seria com-prada por ele pela quantia de sete con-tos de réis. A fórmula do Polvilho An-tisséptico foi criada por seu irmão,João Bernardo Coxito Granado, que eraformado em Farmácia. Na época, aempresa tinha uma pequena gráfica,onde fazia a impressão dos receituá-rios, embalagens do produto e do al-manaque O Pharol da Medicina, pu-blicado até a década de 40.

Freeman e PolvilhosGranado: a diversidadetem por objetivo atingirum público maior

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Almanaque Brasil

Está no verso da embalagem dapomada Minancora, “indicada para do-enças da pele, tais como espinhas, fri-eiras (desidroses), escaras e aindacomo coadjuvante no tratamento depicadas de insetos, urticárias e peque-nos ferimentos superficiais, inclusiveos ocasionados pelo barbear. Previneos odores desagradáveis das axilas edos pés e o ressecamento da pele”. Otradicional produto, do Laboratório Mi-nancora, teve poucas alteraçõesdesde que foi criado, em 1915.Uma delas foi sua embalagem,que a partir de 1992 deixou serde metal, passando a ser envasa-da e comercializada em recipientesplásticos. Mas manteve o consagradoformato redondo e de cor laranja.

Em 90 anos, a estratégia mantidapelo laboratório para continuar firme nomercado foi manter um preço popular,acessível a todas as classes econômi-cas e sociais. A confiança e a identifi-cação na pomada, passada e recomen-dada de uma geração a outra, sempre

Tradição e preços popularesA pomada Minacora cruzou o tempo sendo usada

como panacéia para pequenas turbulências da pele

foi enaltecida nos slogans mais antigos:“Um verdadeiro tesouro!”, “Semprepreferida!” ou “Mais de 30 anos de exis-tência!”. Hoje, o foco é reforçar o re-conhecimento do público e a distribui-ção para todo o país: “A pomada doBrasil” ou “Cuidando bem da pele doBrasil”. A empresa também aproveitouo momento para ampliar a família deprodutos, com o lançamento, na últi-ma década, do Creme Infantil, do Alí-

vio para os Pés, da MinancoraFaces e da Minancora Action.

A marca Minancora é uma

junção das palavras Minerva, homena-gem feita pelo fundador da empresa,Eduardo Augusto Gonçalves, à deusagrega da sabedoria, e âncora, que sim-bolizava a permanência definitiva deleno Brasil. Gonçalves nasceu em Portu-gal e graduou-se em Farmácia na Uni-versidade de Coimbra. Recebeu o con-vite de um tio, que possuía um hotelem Manaus, para vir conhecer a ricadiversidade da flora brasileira. Ao che-gar no país, encontrou as matérias-pri-mas que necessitava para suas pesqui-sas e o desenvolvimento de remédiospopulares. Estabeleceu-se em Joinville,município catarinense no qual começoua produzir artesanalmente a pomada.

O guaraná Jesus é fabricado desdea década de 20 na cidade de São Luís,no Maranhão. Conhecido pelo slogan“Sonho cor-de-rosa”, devido à sua cor,o produto faz parte das tradições fol-clóricas e culturais e virou atra-ção turística. É comum encon-trar referências sobre o guara-ná Jesus até mesmo em diver-sos sites como o do Governodo Estado do Maranhão e doPortal Brasileiro de Turismo,mantido e atualizado pelo Mi-

Sonho cor-de-rosaO guaraná Jesus, do Maranhão, faz parte das tradições

folclóricas e culturais e virou atração turística

nistério do Turismo. De tão popular,chegou a desbancar marcas consagra-das de refrigerantes na região. Conquis-tou o mercado também por ter sido,durante bastante tempo, o único refri-

gerante produzido e comercia-lizado no Estado.

O produto faz parte até doimaginário local. Existe umalenda que conta a história dainvenção do guaraná, criadopor acaso pelo farmacêuticoJesus Norberto Gomes. Ele ti-

nha importado uma máquina de gasei-ficação para fabricar um remédio po-pular, na época usado no tratamento deacidez estomacal. Como o negócio nãodeu certo, a máquina ficou sem uso.Então, um dia no quintal de casa resol-veu fazer uma bebida para agradar osnetos. Ao misturar 17 ingredientes che-gou na fórmula do refrigerante, que atéhoje é a mesma e mantida em segredo,fazendo sucesso entre a garotada. Tem-po depois, o gosto por consumir o gua-raná com leve sabor de canela se espa-lhou para toda a população e o hábito,passado de geração a geração. Em2002, a Companhia Maranhense de Re-frigerantes, franqueada da Coca-Cola,comprou os direitos de fabricação e dis-tribuição da bebida.

Minancora: o foco é reforçar oreconhecimento do público e a

distribuição para todo o país

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A receita da manteiga Aviação paraestar no mercado há mais de 85 anos émanter o sabor do produto o mais pró-ximo do caseiro. A estratégia da Laticí-nios Aviação de apostar na tradição foiincorporada até no processo de fabri-cação que, mesmo totalmente automa-tizado, deve sempre ter a maior seme-lhança possível com o artesanal. “Exis-tem muitas inovações na área que me-lhoram o processo industrial, mas tam-bém se perdem um pouco da qualidadee do sabor, características que as pes-

soas realmente esperam encontrar noslaticínios”, diz Ana Luísa Pimenta, di-retora administrativa da empresa.

Até o site institucional procura res-gatar a memória da Laticínios Aviação,criada em 1920. A lembrança dos pri-meiros produtos permanece na embala-gem em lata e de cor laranja, modelo noqual a manteiga ainda hoje é embalada eque teve apenas uma alteração. Em 1940,foi feita uma mudança no desenho doavião da logomarca, que antes era deum modelo biplano (estilo “Barão Ver-melho”, o herói da I Grande Guerra) epassou a ser um trimotor. A tradição devender a manteiga começou na lata, por-que na década de 20 não existiam gela-deiras. Com essa embalagem, o produ-to não precisa de refrigeração. “A folhade flandres conserva a consistência damanteiga na lata e o sal é o conservante

O vôo do saborAs vantagens da tradição artesanal adotadas nos processos

industriais é o segredo da longevidade da manteiga Aviação

natural do produto. Só não pode exporao sol e ao calor ”.

Manter a fabricação e comerciali-zação dos produtos em embalagens tra-dicionais não quer dizer que a empresadeixa de investir em tecnologia de pon-ta. Conforme a diretora, as tendênciasdo mercado são acompa-nhadas de perto e implanta-das quando há necessidade.Tanto é que a Laticínos Avia-ção foi a primeira a impor-tar uma máquina de refrige-

rados no Brasil para a fabricação do pro-duto em tablete. “Queremos sempreinovar e também manter a tradição damanteiga em lata”, diz.

Mas a meta de aliar tradição ao de-senvolvimento tecnológico por pouco nãonaufragou em 1996. Foi feita uma buscapara encontrar uma máquina que melho-rasse o envase da manteiga vendida nalata, porém ela não era vendida separa-damente. “Acabamos comprando todo umprocesso, que incluía uma batedeira au-tomática, na qual o creme entra e, emquestão de minutos, já sai a manteiga”.Com a troca dos equipamentos, a em-presa passou por alguns problemas e teveque dar uma resposta rápida aos consu-midores. “O processo mudou um poucoa textura e a consistência da manteiga eisso chocou os consumidores, no início.O impacto foi violento, tivemos que tra-

balhar muito para explicar que a mantei-ga era a mesma e que a mudança foi embenefício do produto”.

O nome Latícinios Aviação é umahomenagem feita pelos fundadores An-tônio Gonçalves, Oscar Salles e Augus-to Salles às companhias aéreas em 1925.Na época, eles mantinham um comér-cio de secos e molhados, na capital pau-lista, e uma indústria de laticínios, nacidade de Passos, Minas Gerais. A em-presa está localizada hoje em São Se-bastião do Paraíso, MG, cidade consi-

derada estratégica por seruma das maiores bacias lei-teiras. “Com o marketingum pouco mais agressivo eo aumento da variedade doproduto, todo ano fazemos

um ou dois lançamentos. Há um incre-mento em vendas e isso tem sido esti-mado em 5% ao ano em volume.”

Ter bem definidos os ingredientesque vão compor cada etapa da cadeiaprodutiva também contribuiu para agestão e crescimento das vendas, as-sim como, “estar de olho no mercado,investir no desenvolvimento tecnológi-co de equipamentos e processos, bus-car sempre melhorar a qualidade, sa-ber quais exigências fazer ao fornece-dor da matéria-prima e realizar um tra-balho intenso de distribuição”, diz AnaLuíza Pimenta. A empresa tem repre-sentantes em todos Estados brasileirose está presente no pequeno comércio enas grandes redes.

O nome Latícinios Aviação é umahomenagem feita pelos fundadoresàs companhias aéreas em 1925

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Como viver de água mineral em umpaís que detém a maior quantidade derecursos hídricos do planeta? O segre-do de Augusto Mocellin, neto do fun-dador e presidente da Empresa daÁguas Ouro Fino, para conquistar oespaço de uma empresa que está ematividade desde 1946, é investir em tec-nologia. Nos três últimos anos, foramdestinados US$ 1,2 milhão para moder-nizar equipamentos e fazer adaptaçõese melhorias no processo de envase doproduto. O objetivo de inovar é semprevoltado para quem compra e toda alte-ração é sempre muito bem planejada.“As modificações são realizadas em con-junto, obtendo uma harmonia entre tipode resina, formato da garrafa, cor, tam-pa e rótulo. Buscamos a modernidade ea tendência do mercado nacional ou in-ternacional”, diz Mocellin.

É a confiança dos consumidores noproduto que mantém a água mineralOuro Fino no mercado há 60 anos. “Acriação do marketing de relacionamen-to propiciou uma introdução direta doproduto com seus consumidores, de-senvolvendo um trabalho direcionadoe constante em escolas e clubes damelhor idade, por exemplo, para levarnossa mensagem sobre a importânciada água para a saúde humana”, diz.

A facilidade de manuseio e o designdas embalagens são ações incisivas deMocellin. É a área em que a empresamais apresenta novidades, para cativare tornar o produto referência para osconsumidores. Mesmo antes, no início

A fonte da inovaçãoÁgua mineral Ouro Fino, embalada com design de

vanguarda, cruza os anos e conquista o exterior

da produção industrial, as garrafas devidro já se destacavam pela originalida-de. Eram de cor âmbar e fechadas comrolhas de cortiça, ganhando, na época,a Medalha de Prata no Congresso deÁguas Minerais realizado em Turim, naItália. “Atualmente, os produtos são fa-bricados em Pet, tendo passados pelaera do Policarbonato, Polipropileno ePVC. Como a tradição de inovar perdu-ra até hoje, no ano de 2004 fomos pre-miados com a embalagem de vidro 300ml com tampa de rosca.”

Ano passado, a marca recebeu o prê-mio Design Awards 2005, concurso in-ternacional realizado em Dubai, EmiradosÁrabes, durante o 2º Congresso Mundialde Águas Envasadas, no qual concorre-ram 113 marcas de 24 países. A garrafafeita em Pet de formato arredondado, coma parte de baixo plana, também foi consi-derada uma das mais criativas pela Asso-ciação Brasileira de Embalagem, que lheconferiu um prêmio, categoria bebidasnão-alcoólicas, na 5ª edição do PrêmioAbre de Design & Embalagem.

Aliado ao design da embalagem, osrótulos dos produtos são trabalhados parapassar sensação de tranqüilidade, frescor,pureza e leveza. O sol nascente por entreas araucárias, árvore típica da região Sul,é um exemplo e lembra o Parque Ecoló-gico mantido pela empresa. Sediada nacidade paranaense de Campo Largo, emuma área rica em fontes hidrominerais,batizada no século 16 pelos índios deBateias, ficou famosa pelasjazidas de ouro. Daí o

nome Ouro Fino. Outra curiosidade é queos primeiros rótulos vinham com infor-mações em diversos idiomas, mesmo oproduto sendo comercializado, naquelaépoca, apenas no Brasil.

Mas a intenção de exportar era clarae sempre esteve nos planos de Mocel-lin, tanto é que a Ouro Fino é pioneirano Brasil a ter o selo National SanitationFundation (NSF). A certificação é exi-gida para a importação do produto empaíses da Europa e nos Estados Unidos.Em 2002, a empresa fechou uma par-ceria com a Sadia para comercializar aágua mineral no Oriente Médio.

A água mineral natural tem compo-sição ou propriedades físico-químicasdiferentes da comum. A sua origem éexplicada, na geologia, por meio de duasteorias, a meteórica (mais aceita) e amagmática. A primeira refere-se à infil-tração lenta da chuva pelo solo até alo-jar-se a grandes profundidades e que pormeio de pressão e temperatura se mine-ralizou. Enquanto a outra prova que aágua é proveniente de resultados de ati-vidades vulcânicas. Na mitologia, foicriada por Poseidon, deus grego do mar,que depois de ter feito secar todas asfontes de água, em um momento de fú-ria contra os seres humanos, uma belajovem sedenta lhe pediu ajuda. Encan-tado, fez brotar água cristalina de umarocha com o toque de seu tridente.

Mocellin: Pet de formatoarredondado ganhou a 5ªedição do Prêmio Abre deDesign & Embalagem

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Quem se lembra dos cigarrinhos dechocolates? E das Balas Paulistinha?Os dois produtos criados pela Choco-lates Pan, que completou 70 anos emdezembro passado, marcaram diver-sas gerações. As balas, inspiradas narevolução de 1932, ainda são fabrica-das e o cigarrinho, que começou a serproduzido em 1940, permaneceu nomercado até o final da década de 80,quando foi substituído pelos chocola-tes de lápis de cor, Chocolápis. “Darcontinuidade é preservar o sabor dainfância para muitas pessoas”, diz Sil-vio Roberto Daidone, diretor financeiroda empresa.

Foi com essa determinação que aempresa 100% nacional contornou osmomentos ruins, principalmente os en-frentados em 1999, devido à desvalo-rização cambial. Em dois anos a crisefoi revertida para crescimento, che-gou a 3% em 2005, e todas as dificul-dades superadas. Só mesmo com mui-ta criatividade, tanto na criação quan-to na elaboração e comercialização dosprodutos, para concorrer com as gi-gantes desse mercado. “A Pan enfrentaas demais concorrentes multinacio-nais, mas sempre procura não baterde frente”, diz Silvio.

A criatividade sempre foi o forteda Pan desde a inauguração da empre-sa, em 1935. Os sócios, Aldo Alibertie Oswaldo Falchero, bolaram uma es-tratégia de marketing com o objetivode chamar a atenção para o aconteci-mento que marcaria a fundação da Pro-dutos Alimentícios Nacionais (Pan).Inspirados nas histórias de Júlio Ver-ne, disseram que seria lançado um fo-guete à lua, no antigo aeroporto cha-mado Campo de Marte, localizado nacidade de São Paulo. Curiosas, mui-tas pessoas foram até lá para prestigi-ar, mas o homem só chegaria ao saté-lite natural em 1969.

Recheado de criatividadeChocolates Pan mantém a identidade

com seus produtos que marcaram época

O foguete tornou-se símbo-lo da empresa a partir daí. Pas-sou a ser incorporado em ou-tras campanhas, a estar presen-te na fachada da empresa e atéem cima dos veículos que fa-ziam as entregas dos produtos.As carrocerias dos carros eramadaptadas para compor o forma-to de uma espécie de avião e, jána época, ficaram conhecidascomo “carvião”. Os motoristastambém foram alvo da imagina-ção dos empreendedores: tinhamque estar trajados como pilotos,com terno e quepe.

Para os fundadores da Pan,não havia limites para a capaci-dade inventiva. Em 1941, cria-ram um álbum de figurinhas ba-seado na obra de Verne, quedava prêmios como microscópios, bi-nóculos e máquina fotográfica. Tudoisso para aproximar e cativar os clien-tes. “Nosso chefe é o povo, pois é eleque se dispõe a consumir. Então, te-mos que fazer um produto com quali-dade a um menor custo possível, paraele comprar, gostar e tornar a comprar”,diz Daidone.

Nessa área de atividade, a perma-nência no mercado depende de sem-pre investir em inovação. Do proces-so de fabricação à embalagem, a táti-ca é apresentar novidades freqüentespara surpreender os consumidores.“Com os anos, buscamos modificarsempre as embalagens para deixá-lasmais modernas e competitivas.” Noinício, todos os produtos eram feitosmanualmente. Para a fabricação dasbalas, por exemplo, os confeiteiros ti-nham que encontrar o “ponto” do pro-duto e depois, por meio de uma pren-sa, dar o formato desejado, para fi-nalmente embrulhá-las, uma de cadavez. Hoje, o processo e os equipa-

mentos são todos automatizados. “Épreciso ficar sempre alerta para o queestá acontecendo no mundo. Quemestiver dormindo cai fora do merca-do, fica para trás.”

Também importante, na opinião deDaidone, é a expansão da empresa nomercado interno. “Se a pessoa com-prou é porque o produto estava aces-sível, gostou e tornou a comprar.” Ameta é ampliar a representatividadepara atender o Nordeste e o interiordo Estado de São Paulo e estar pre-sente nos principais supermercadosdo país. Atualmente, a empresa contacom a colaboração de 300 funcioná-rios, instalada em uma área de 13 milm2, sediada no bairro Santa Paula,mesmo local da fundação, na cidadede São Caetano do Sul. Balas, bom-bons, pães-de-mel, lápis de cor emoedas de chocolate fazem parte doportifólio de produtos. “Temos tam-bém mais algumas novidades, masnão posso contar ainda porque é se-gredo”, diz Silvio.

ChocolatesPan: darcontinuidadeaos produtos épreservar osabor dainfância paramuitas pessoas

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Almanaque Brasil

A marca Tintas Coral vai fazer 52anos em 2006, depois de passar pormuitas mudanças. A começar pela loca-lização da sede da empresa, de SantoAndré, em São Paulo, para a tambémpaulista Mauá – hoje possui mais umaunidade em Recife, Pernambuco. Tam-bém mudou de dono. Criada em 1954pela Bunge Brasil, na época um braçodo grupo argentino Bunge y Born nopaís, a empresa foi adquirida pela britâ-nica Imperial Chemical Industries (ICI)em 1996. Mas nada se compara com asinúmeras alterações e melhorias no pro-duto desde que foi lançado. “Devemossempre ter em mente que enfrentaremosdesafios ainda maiores: a Coral terá que‘reinventar-se’ num espaço de tempomuito mais curto do que nos últimos dezanos”, diz Maurício Gasperini, gerentede produtos da Tintas Coral.

A estratégia da empresa na buscaincessante pela inovação tem o propósi-

A reinvenção da tintaAcelerar os processos de mudança é o trunfo da Tintas Coral

para continuar no espaço que ocupa há mais de meio século

to de se manter no mercado de tintas.Para isso, conforme Gasperini, é pre-ciso identificar as necessidades, ten-dências e oportunidades. “O sobe edesce das matérias-primas e o surgi-mento de produtos substitutivos fazemcom que a empresa pesquise constan-temente novas formas de melhorar aperformance de seus produtos e pro-piciar mais conveniência a seusconsumidores”, diz.

Um exemplo é em relação às ma-térias-primas. Antigamente, a elabo-ração do produto era feita com mi-nerais e vegetais em seu estado na-tural e sem beneficiamentos. Hoje,é possível sintetizar os elementos,trazendo o benefício de poupar omeio-ambiente. “Nosso primeiro produ-to foi a tinta composta com óleos mine-rais para tingir e proteger madeiras. De-pois veio o esmalte sintético, na mesmalinha da tinta a óleo, mas com perfor-

mance superior e custos menores, poisnão se utiliza de recursos finitos, tão ca-ros quanto os originais (naturais).”

Com a intenção de reposicionar amarca, a empresa está com uma novacampanha para promover o uso da corcomo linguagem. Transmitir sensa-ções e experiências que as cores pro-porcionam no cotidiano das pessoas eo poder delas na criação e na renova-ção de ambientes são exemplos. Comocuriosidade, vale citar que o nome Co-ral já existia quando a empresa foi cria-da. Pertencia a Mesbla, na época re-vendedora de tintas, e era própria para

ser usada em barcos. Depois de umanegociação, a Tintas Coral comprouos direitos de utilizá-lo. Atualmente,produz um total de 160 milhões de li-tros por ano e exporta para 13 países.

A continuidade da fabricação do xa-rope Melagrião foi uma estratégia cer-teira do Laboratório Catarinense. O pro-duto já estava no mercado desde 1918 efoi adquirido pela empre-sa em 1946, no mesmoano de sua fundação.Juntamente com o tôni-co fortificante Sadol éum dos símbolos do la-boratório. Ele se destacapor ser um dos primei-ros xaropes fitoterápicosnacionais a estar entre osmais consumidos no Bra-sil, com um crescimen-to médio de 15% em uni-

Respaldo fitoterápicoO xarope Melagrião é avalizado por sucessivas gerações desde 1918

dades vendidas nos últimos três anos.“O que sempre chama atenção é a con-fiança do consumidor no produto”, dizAdriano Bornschein Silva, diretor co-

mercial da empresa. “Quando fazemospesquisa com nosso consumidor o re-sultado é sempre: ‘eu já tomei porqueminha mãe tomava, ou minha avó me

ensinou a tomar.’”O diretor atribui a eficá-

cia do xarope ao bom de-sempenho no mercado e orespaldo de gerações ante-riores que o avalizam. Masexistem outros ingredientes,além do guaco, bálsamo-de-itu, mel e agrião, que con-tribuem para o acréscimoconstante nas vendas. Nes-se caso, a forte divulgaçãoe exposição na mídia e o in-

Melagrião: um dos primeiros xaropes fitoterápicosnacionais está entre os mais consumidos no Brasil

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A aposta no regionalismo permi-tiu ao Guaraná Pureza se fortalecer eestar há 81 anos no mercado de re-frigerantes. Fabricado pela famíliaSell, quarta geração no comando daempresa, o produto é distribuído emum raio de 200 quilômetros a partirde Florianópolis, Santa Catarina, des-de 1925. Na época, a entrega era fei-ta por meio de carros de boi. O quenão mudou foi o gosto do refrigeran-te. A estratégia de preservar o saborda bebida chama a atenção do consu-midor até hoje, virou tradição. “Foipassando de pai para filho,que já diziam: ‘esse gua-raná me lembra meu pai,isso é do tempo do meuavô’”, diz Sérgio Sell, di-retor comercial da BebidasLeonardo Sell.

Localizada em RanchoQueimado, município ca-tarinense a 60 quilômetrosda capital do Estado, a em-presa foi criada por Alfre-do Sell em 1905. Quandocompletou 21 anos, o fun-dador comprou os equipa-mentos para a fabricaçãode licores e cerveja escu-ra e abriu o próprio negó-cio. Com a sobra do queera produzido, começou a fazer umabebida que as pessoas chamavam decerveja doce, porque tinha álcool.Esse antecessor do refrigerante con-quistou o público local e fez com que,mais tarde, a empresa mudasse o focodo empreendimento.

Na década de 50, a produção debebidas alcoólicas da empresa foi sus-pensa, os esforços foram concentra-dos na fabricação de refrigerantes. Adecisão tinha o propósito de acom-panhar o crescimento dessa indústriano país. Em 1956, com o negócio em

De pai para filhoGuaraná Pureza é distribuído em um raio de 200

quilômetros a partir de Florianópolis, SC, desde 1925

plena ascensão, foram incluídos no-vos sabores na linha de bebidas: la-ranjinha, limão, abacaxi, laranja,framboesa e o cola, mas desde aque-la época as vendas giravam de 80% a90% em torno da Pureza. “Antiga-mente, era chamado só de Pureza,não tinha o guaraná, que foi incorpo-rado depois na formulação.”

Manter parte do envase do pro-duto em embalagens de vidro retor-náveis foi uma estratégia que deu cer-to. Até as marcas líderes nesse mer-cado estão aderindo a volta, pelo

menos parcial, dos tradicionais “cas-cos”. “Iniciamos a produção do Pet,em 1994, mais pela necessidade, tantoque o processo era feito de maneirameio artesanal. Hoje fazemos a gar-rafa aqui dentro, rotulamos e enva-samos com equipamento todo auto-mático”, diz. A relação com os for-necedores de matéria-prima tambémestá presente na pauta de investimen-tos da empresa. Conforme Sell, mui-tos deles são parceiros há décadas. Aprodução da empresa é de cerca de350 mil litros por mês.

vestimento na diversificação doproduto também ajudaram no cres-cimento. “A marca Melagrião éuma família de produtos: xarope,spray e pastilhas, cada um com suaindicação terapêutica.”

A marca foi alterada para Mela-grião alguns anos depois da cria-ção do xarope, antes ela se chama-va Agriomel. Outra mudança, sóque bem mais recente, foi na em-balagem. As cores originais, laran-ja e branco, foram mantidas, masfoi feita uma pequena alteração paradestacar ao consumidor as plantasque fazem parte da composição.“Quando começamos a explorarmais isso, ele percebeu que estavalevando uma composição maiscompleta do que outros xaropes quesão monodrogas”, diz o diretor.

Sell: a produçãoda empresa é decerca de 350 millitros por mês

Gasperini: a Coral teráque ‘reinventar-se’ numespaço de tempo muitomais curto do que nosúltimos dez anos

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Gestão

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 31

Saber fazer

por Alexsandro Vanin

“Cada macaco no seu galho”, dis-se Aleksander Mandic aos empreen-dedores Endeavor e a outra centenade pessoas presentes a uma de suaspalestras. O conselho de um dos maio-

A experiência profissional

anterior é a base de

grande parte dos

empreendimentos

res empreendedores da internet noBrasil é abrir um negócio que vocêsaiba fazer, que tenha conhecimentossobre sua operação e mercado, conhe-ça os riscos e dificuldades a enfren-tar. Não que o empreendedor preciseser um especialista, pelo contrário, édesejável que ele tenha conhecimen-tos multifuncionais. Mas isso facilita.E por isso existem tantos negócios quese beneficiam da experiência profissio-nal de seus fundadores.

O ex-campeão europeu de FórmulaOpel, Marcelo Battistuzzi, transfereseus conhecimentos adquiridos em pis-

tas de corrida pelo mundo para simula-dores eletrônicos utilizados para trei-namento ou diversão em eventos noBrasil. “Minha participação em todas asetapas de desenvolvimento do softwa-re proporciona um produto final maisfiel à realidade”, diz. O ex-integranteda equipe Prost Jr. de Fórmula 3000teve a idéia enquanto ainda participavade competições profissionais – círculopara o qual ele pretende voltar nesteano, provavelmente Stock Car. “Sem-pre gostei de jogos, por diversão e tam-bém por treinamento; muitos pilotos uti-lizam simuladores para estudar circui-tos.” Inicialmente, o simulador foi de-senvolvido com auxílio de um empre-sário inglês do ramo para treino da equi-pe. Com o fim da escuderia, Battistuz-zi adaptou o projeto para uso em even-tos, idéia prontamente abraçada porseus ex-patrocinadores, agora seus pri-meiros clientes. Logo a demanda au-mentou e novas versões foram criadas.

A Virtual Grand Prix, iniciada em2001 com um simulador de Fórmula

Kano: pessoas de todas asidades chegam a ficar

até duas horas na filapara experimentar a

emoção dosimulador

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1, hoje atende em média 50 eventos porano, com versões para Stock Car, Fór-mula Indy, Fórmula Truck, avião daSegunda Guerra Mundial, Off Road,kart, motocross, motovelocidade, di-rigível, entre outros. O simulador épersonalizado para cada cliente, des-de a parte gráfica do jogo até a docockpit, operação que leva de uma aduas semanas. Independente do even-to, seja uma feira, uma convenção,um congresso, o GP Brasil de F-1 ouo Salão do Automóvel, o simuladorvira uma atração. Um dos técnicosda empresa – sempre há um delespara operar o sistema e auxiliar osusuários –, Ronaldo Kano, diz que pes-soas de todas as idades chegam a fi-car até duas horas na fila para expe-rimentar a emoção do simulador.

Marcenaria

Francisco Limonta, proprietário daUnimóveis, de São Paulo (SP), acom-panha de perto o trabalho dos cola-boradores. Os conhecimentos adqui-ridos ao longo de 30 anos de ativida-de no ramo – a primeira metade comofuncionário – são repassados aos seusmarceneiros, para que os trabalhossaiam exatamente ao gosto do clien-te. “A minha experiência no negóciome ensinou que tenho que buscar uma

uniformidade e por isso examino todoo processo, desde o projeto, a mar-cenaria, até a montagem da obra.” Elecomeçou a trabalhar como desenhis-ta de uma marcenaria aos 21 anos deidade. Nessa empresa, de médio paragrande porte, que produzia conjun-tos estofados de alta qualidade, eletrabalhou por 12 anos, desempenhan-do também as funções de vendedor egerente. Na segunda metade da dé-cada de 80, Limonta assumiu a ge-rência de vendas de outra loja doramo, onde permaneceu por trêsanos, até que surgiu a oportunidadede abrir seu próprio negócio.

Iniciava-se a década de 90 e a mo-desta marcenaria, de apenas dois fun-cionários, recém-inaugurada na Cida-de Universitária da USP, já enfrentavaseu primeiro obstáculo: o Plano Collor.Limonta não desistiu e, apoiado em seusconhecimentos de gerência, enfrentouas dificuldades, que dentro de quatromeses começaram a ceder. Menos deum ano depois, aquela pequena empre-sa já contava com 18 funcionários, ea intenção de abrir uma loja era bemmais acessível. Ela já era realidade naépoca do Plano Real, que se configu-rou como o melhor período de ven-das da história da Unimóveis.

A grande virada, no entanto, foi dada

Limonta e Unimóveis: 30 anos de experiência sãorepassados aos seus marceneiros, para que os

trabalhos saiam exatamente ao gosto do cliente

aos 10 anos da empresa. O impulso naeconomia gerado pelo Plano Real che-gara ao fim há algum tempo, puxandopara baixo as vendas da Unimóveis.Limonta via duas soluções para conti-nuar no mercado: investir alto – recur-so que ele não possuía – ou terceirizar.“Peguei meus melhores marceneiros eos transformei em parceiros, cada umcom sua pequena marcenaria, no es-quema de facção, como é comum naindústria do vestuário. Hoje eles ga-nham, no mínimo, o dobro do que ga-nhavam antes.” Design, pesquisa denovos materiais, marca e comerciali-zação ficam ao encargo da empresa.As vendas atuais, que chegam a R$ 1milhão por ano e ocupam 60% da ca-pacidade produtiva, ainda não corres-pondem à metade das registradas há 10anos, auge do Plano Real, segundo Li-monta. “Mas as perspectivas são mui-to boas para daqui a dois ou três anos.”Mas, para isso, “é preciso estabelecerprazos reais e cumprí-los com rigor”.A tática evita falhas na produção, quedessa forma não trabalha sob pressão,e fideliza a clientela, 90% dela formadapor arquitetos e engenheiros. Estes pro-fissionais são a ponte para o públicoconsumidor de produtos personaliza-dos, pessoas das classes A e B.

Wanderley Carlos Zambonin, de

Gestão

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 33

Linha Direta

Francisco Carlos Limonta

(11) 3097-8091

Marcelo Battistuzzi

(19) 3875-6020

Wanderley Carlos Zambonin

(49) 3551-0500

32 anos de idade, trabalhou em umachurrascaria por quase 15 anos, pas-sando por todas as funções em qua-tro cidades e dois países, para hojeser proprietário de restaurantes, far-mácias e uma produtora de eventosno Planalto Serrano e Meio-Oestecatarinense. Empreendimentos esta-belecidos desde o final de 2001. “Oconhecimento de todas as funções esegredos de um restaurante têm sidoessenciais para os bons resultadosobtidos”, afirma. Natural de PatoBranco (PR), cedo ele partiu para SãoPaulo, onde começou a trabalharcomo lavador de espetos na Churras-caria Pegorini, empresa na qual semanteve até encerrar suacarreira de empregado.Durante esse período, foievoluindo de função, pas-sando a açougueiro, chur-rasqueiro, garçom e maîtreaté assumir a gerência deuma das casas. Mesmo quepara isso ele precisassemudar de cidade: Rio de Ja-neiro (RJ), Toronto (emOntário, no Canadá) e Flo-rianópolis (SC).

O despertar veio de uma conver-sa com um cliente, dono de uma redede postos de combustível na GrandeFlorianópolis, no início de 2001. Estecomentou que um ótimo investimen-to seria abrir um posto em Anita Ga-ribaldi, município do Planalto Serra-no de Santa Catarina, a 315 quilôme-tros de Florianópolis. A região conta-va com a construção de três usinashidrelétricas, uma delas com cantei-ro de obras baseado na cidade. Eleentão convidou Zambonin para geren-ciar o negócio. Os dois foram confe-rir o local, mas quem decidiu empre-ender em Anita Garibaldi foi Zambo-nin, ao ver que na cidade não haviauma lanchonete que servisse comi-da, bebidas e petiscos em geral.

A lanchonete aberta em dezembrodaquele ano, com recursos economi-zados ao longo da vida de funcioná-rio, prosperou rapidamente. Logo ele

abriu um restaurante, com capacida-de para 250 pessoas, e em 2003 co-meçou a trabalhar com alimentaçãopara eventos (coffee-break, coquetéise banquetes). “O ramo de eventosproporciona um giro rápido, um bomretorno.” Normalmente ele cobra me-tade antecipada por seus serviços, eo restante na hora da execução, es-tratégia que lhe permite usar o dinhei-ro do próprio cliente para comprar osinsumos necessários.

Diversificação

Zambonin resolveu diversificar. Pro-pôs à sua mulher, farmacêutica comhabilitação em bioquímica, abrir uma

farmácia em Anita Garibaldi, pois sóhavia uma na cidade. O negócio deubons resultados, o que animou o casala abrir duas filiais em municípios vizi-nhos, Campo Belo e Cerro Negro. Umaquarta unidade, que já está em fase deplanejamento, será aberta em CamposNovos até o ano que vêm.

Campos Novos, aliás, é o seu novoEldorado. A mudança ocorreu apósZambonin ganhar uma concorrência darede Bristol Hotéis e Resorts, ano pas-sado, para gerenciar o restaurante (comcapacidade para 240 pessoas), o pianobar e o setor de eventos da unidade nomunicípio, o Bristol Bebber Hotel. “Emmenos de dois meses à frente do esta-

belecimento, já estava no lu-cro”. Qual o segredo? Ne-nhum, afirma Zambonin.Basta comida de qualidade,boa apresentação – afinal,também se come com osolhos! –, bom atendimento,saber comprar bem e evitardesperdícios, além de muitahigiene. “Conversar com osclientes, ouví-los e fazer elesse sentirem bem, também éfundamental.”

E o ímpeto empreendedor de Zam-bonin não se esgota. Agora ele planejaabrir uma churrascaria em CamposNovos. “Não é concorrência”, apres-sa-se em dizer. É outro público, ou pelomenos mais abrangente do que o fre-qüentador do hotel, mais elitizado, nasua opinião. “Todo mundo gosta dechurrasco”, diz. E trata-se de um ne-gócio que ele conhece bem. Para su-prir os quadros dos dois estabelecimen-tos, ele mesmo vai promover um cur-so de garçom na cidade.

Bristol Hotel: conhecimento detodas as funções e segredos donegócio têm sido essenciais paraos bons resultados obtidos

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Gestão

34 – Empreendedor – Janeiro 2006

Pré-estréia doempreendedor

por Fábio Mayer

Em busca de informações sobrecomo montar e gerir seu próprio negó-cio, Ana Claudia Dalagnoli descobriu nosprogramas de capacitação do Sebrae afonte de respostas para suas dúvidas.Hoje, ela é sócia-fundadora da EditoraIpê-Amarelo, sediada na cidade de Ita-jaí, em Santa Catarina. Antes de abrir aeditora, há seis meses, Ana tinha ape-nas uma vaga noção de empreendedo-rismo. “Já tínhamos a idéia, mas nãosabíamos como executá-la”, diz.

Negócio Certo, do Sebrae, orienta quem começa

e consegue fazer sucesso com lições práticas

É claro que na área de atuação dasua empresa e de sua formação, jor-nalismo, ela já tinha conhecimentoda parte prática do negócio, que eraa prestação de serviços. Mas não sa-bia como resolver as questões rela-cionadas com a parte administrativae a burocrática, principalmente deabertura da empresa. “Começamosa empresa há pouco tempo e o pro-grama Negócio Certo facilitou naparte administrativa, porque temmuitos processos de gestão que nãotemos conhecimento”, diz.

O programa que Ana se refere épioneiro no país e foi idealizado e de-senvolvido pelo Sebrae-SC. Lançadohá oito meses, já efetuou 23 mil aten-dimentos a empreendedores e possuimais de 14 mil cadastros. É ofereci-do de forma gratuita, tanto por meiodigital quanto disponibilizado em ma-terial impresso, e tem como objetivodar orientações práticas sobre plane-jamento, abertura e gestão de novosnegócios. “O Negócio Certo facilitouisso, ajudando muito mesmo, pois ti-ramos todas as dúvidas e tivemosvárias dicas, por exemplo, qual o ca-minho mais fácil para abrir e a me-lhor maneira de gerir a empresa e atéem que categoria poderíamos enqua-drá-la“, diz Ana.

Para Spyros Achylles Diamanta-ras, gerente de Comunicação e Mer-cado do Sebrae-SC, o programa su-perou todas as expectativas e vai serestendido a todo país, pelo SebraeNacional, no primeiro semestre de2006. O Negócio Certo é destinado acandidatos a empresários, pessoasque querem montar seu próprio ne-gócio, os informais e os empreende-dores recém-estabelecidos que pro-curam verificar a viabilidade econô-mica do negócio, registrar a empresae aprimorar o gerenciamento de umnegócio já existente. “A grande estra-tégia do Sebrae com o programa é jus-tamente fazer com que nenhum em-preendedor tenha dificuldade em aces-Spyros: programa superou as expectativas e será estendido a todo país

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sar informações para aber-tura de um negócio ouadministrar uma empre-sa já existente”, diz ogerente do Sebrae-SC.

O participante estuda o conteú-do existente em cartilhas, cd-rom e in-ternet e caso tenha dúvidas pode pe-dir orientações por telefone, e-mail,chat e estações de auto-atendimento,nas agências do Sebrae, prefeituras euniversidades conveniadas. O progra-ma conta com tutorias realizadas porassessores treinados para responder asquestões que podem surgir ao longodo atendimento. “Existe uma equipe deconsultores que prestam assessoriagratuita à distância para quem tiverdúvidas ao longo desse percurso”, dizDiamantaras.

O programa foi criado para aten-der as necessidades do público-alvo(empresários e candidatos a empreen-dedores) que até então o Sebrae nãoconseguia responder. Baseado na lei-tura desse quadro é que foi formadauma comissão dentro da agência ca-tarinense que analisou as principaisdemandas e pôs em prática o NegócioCerto. “Isso está dentro da tática do

Sebrae de ser pró-ativo e dar a possi-bilidade de todos terem o mesmo aces-so de forma democrática”, diz o ge-rente do Sebrae-SC.

Ao participar desse programa, Mar-garete Cardoso teve a confirmação deque seu modelo de gestão no coman-do do próprio negócio, Comércio deRações MD, estava no caminho cer-to. As orientações que recebeu a aju-daram a contornar a falta de seguran-ça e a investir mais na empresa, loca-lizada em Joinville, município catari-nense. “Percebi que estava faltandodinheiro para meu negócio crescer“,diz Margarete. Ela recebeu a cartilhapelo correio e completou a última eta-pa em casa.

Atualmente, no Brasil existem 10,3milhões de empresas informais, 33%atuam no comércio e reparação, se-

gundo pesquisa realizada pelo IBGEem parceria com o Sebrae no primei-ro semestre do ano passado. Muitospreferem continuar na ilegalidade porcausa de fatores como a alta carga tri-butária e a burocracia, mas têm difi-culdades de crescer, pois lucram me-nos. O Negócio Certo dá as orienta-ções e informações necessárias paraos que querem sair da informalidade.

Um dos participantes atendidospelo programa em Tijucas, Santa Ca-tarina, que preferiu não se identificarporque sua empresa ainda está em fasede legalização e teme perder sua mar-ca antes de conseguir o registro defi-nitivo, faz questão de elogiar a efici-ência da assessoria. “Foi fantásticoparticipar do programa, para nós, queestamos começando, é muito compli-cado”, diz. “Até fiquei amigo dos con-sultores que me atenderam, eles fo-ram muito prestativos e se prontifica-ram a fornecer tudo o que precisei,até fora das apostilas, não se limita-ram apenas ao curso.” Ele foi até aagência do Sebrae para pegar o mate-rial e depois, durante o andamento doestudo, manteve contato direto com ostutores por e-mail e por telefone.

Etapas do programaPara facilitar o aprendizado, oprograma de auto-atendimentoNegócio Certo foi dividido em cincoetapas, que não necessariamenteprecisam ser seguidas em ordem.

Etapa 0Ambientação do ProgramaNegócio Certo

Etapa 1Geração de idéias de negócios

Etapa 2Verificação da viabilidade donegócio

Etapa 3Formalização do negócio escolhido

Etapa 4Organização administrativa paramanutenção do negócio

Fonte: Sebrae-SC

Como fazer contatoO Programa Negócio Certo Sebrae é destinado a candidatos a empresários,pessoas que pretendem montar seu próprio negócio, os informais e osempreendedores recém-estabelecidos que procuram:

�Uma idéia de negócio;�Verificar a viabilidade;�Registrar a empresa;�Orientação para a gestão.

Quem se enquadrar nesse perfil e quiser participar do programa pode entrar emcontato com a agência do Sebrae-SC de sua cidade, via telefone (0800 6430401) ou internet (www.sebrae-sc.com.br/negociocerto). A pessoa tambémescolhe a maneira que deseja participar do programa. Pode optar por recebergratuitamente uma cartilha (material impresso) em casa, entregue pelosCorreios, destinado aos que não possuem computador e não podem ir aoSebrae. Para os que têm computador em casa, mas não possuem acesso àinternet, outra maneira é solicitar um cd-rom e instalar o programa. O terceiro

caso é por meio da internet e o quarto são asestações de auto-atendimento,

localizadas em alguns pontos doEstado, como agências doSebrae, prefeituras euniversidades conveniadas.

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Responsabilidade Social

36 – Empreendedor – Janeiro 2006

Contra as drogas

O Brasil dispõe de um solo fértilpara empreendedores com um for-te impulso para resolver problemassociais. Já faz muito tempo que otema responsabilidade social está naagenda das maiores corporações dopaís. Mas para os empresários depequenos negócios, esse tipo de ati-tude parece não combinar com omoderno mundo de negócios – amaior parte dos empreendedoresbrasileiros tem mais preocupaçõescom a gestão financeira, a necessi-dade de manter margens de lucro, acompetição com a concorrência eo aumento da produtividade. A Bor-dare, empresa da área têxtil comsede em Curitiba, é um daquelesexemplos que desmente o sensocomum, destinando parte de suarenda ao patrocínio para o tratamen-to de usuários de drogas.

O investimento é válido não só pelaimportância do assunto em si, mastambém porque o tema, apesar demuito discutido, ainda é um tabu namaior parte das empresas brasileiras.Quem não conhece casos de operá-rios que tomam uma cervejinha no al-moço antes de voltar ao trabalho? Ounão ouviu um colaborador dizer queo “fumódromo” é uma área de socia-lização dentro da empresa? Umaameaça que pode ser invisível, comoafirma o médico Higino Bozdiak, es-pecialista no tratamento de usuáriosde drogas: não existe um estereótipodo consumidor de substâncias entor-pecentes, o que torna difícil de de-

As exceções no trato de um problema recorrente nas

empresas, que ainda não é combatido de maneira ampla

por Wendel Martins

Responsabilidade Social

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tectar o problema. A situação pioraquando o comportamento é aceito ouincentivado pelos colegas de traba-lho e tolerado pelo empregador. “Decada mil trabalhadores, cerca de 80usam regularmente algum tipo de dro-ga”, diz Bozdiak.

Mas estudos comprovam que ouso das drogas é a principal causade violência no Brasil. Além de o con-sumo aumentar cerca de 15% aoano, a idade de iniciação é cada vezmenor. Segundo dados da Organiza-ção das Nações Unidas contra Dro-gas e Crimes (UNODC), 5,8% dapopulação brasileira com mais de 15anos usa maconha, 0,8%, cocaína e0,7%, anfetaminas. Outra pesquisa,realizada pela Secretaria NacionalAntidrogas em 2002, apontou que adependência de álcool entre os bra-sileiros é de 11,2% e do tabaco de9%. “E engana-se quem pensa queas drogas estão apenas nas favelas.Estão em muita boate de alta clas-se”, diz Edvaldo Borgo, administra-dor da Bordare. O desafio do em-preendedor é adaptar uma empresaque existe há 12 anos a uma novafase: conciliar a necessidade de aten-der as demandas econômicas e so-ciais ao mesmo tempo. “Hoje a mis-são da Bordare é dar sustentabilida-de à Comunidade Terapêutica Dia.Não visamos grandes lucros, nemqueremos enriquecer ninguém”.

O Ctdia é uma nova proposta narecuperação dos dependentes, uma al-ternativa para o tratamento da depen-dência química onde a pessoa não ficaisolada da sociedade durante o perío-do de desintoxicação. Uma equipecomposta por médicos, psicólogos,agentes terapêuticos e voluntários,ministra oficinas e palestras para ospacientes no período diurno. Bozdiakcita uma oficina de propaganda, ondeespecialistas auxiliaram os pacientesna criação de vídeos que desestimu-lam o uso de drogas. À noite, o paci-ente retorna para casa mantendo o

vínculo com seus familiares e a co-munidade, diminuindo o risco de re-tornar ao vício.

Campanha

O tratamento dura em média trêsmeses e os resultados têm se mos-trado surpreendentes: 89% dos pa-cientes se recuperam totalmente dovício. “Estamos fazendo uma cam-panha para sensibilizar os empresá-rios, mas quem lembra dos usuáriosde drogas?”, diz Bozdiak. Ele gosta-ria de ver uma mobilização da socie-dade para assumir as drogas comoum problema social permanente, ana-lisa as ações do governo na áreacomo tímidas e acredita que as igre-jas tentam desempenhar um papel quenão lhe cabe, por nem sempre utili-zar técnicas médicas recomendadas.

O apoio que Bozdiak busca é ocerne da Bordare, que tenta dobrara sua fatia de mercado utilizando aefetiva participação no CTdia comomarketing social. “Hoje financiamosseis vagas, mas esperamos que emum ano e meio estejamos contribu-indo com todas as vagas”. Até o bocaa boca é uma forma de comercializaro portfólio de bordados da compa-nhia, a empresa adota a postura devenda direta – conta até com a cola-

boração de parentes dos pacientespara vender camisetas com sloganscontra a venda de drogas. Mas osuniformes para empresas e escolassão o grande filão da empresa, quecorresponde a cerca de 60% do fa-turamento da empresa. “É um mer-cado em que estamos consolidados.Temos uma história, um trabalho dealto acabamento e acabamos de com-prar uma máquina japonesa que vaidobrar a nossa capacidade de pro-dução”, diz Borgo.

Para os empresários que apoiarema iniciativa, além de bons preços, aempresa oferece, em contrapartida,palestras de conscientização contradrogas e Aids. “Além disso, os fun-cionários e dependentes passam au-tomaticamente a ter direito a uma vagano CTdia, se for necessário”, diz.Borgo aprendeu que trazer esclareci-mento, buscar o diálogo e ofereceruma assessoria é a melhor maneirade tratar o problema. E ele ainda tema satisfação de poder deitar à noiteno travesseiro com a sensação dedever cumprido. “Criamos um vín-culo de amizade muito grande comos pacientes. E sempre recebemosum retorno, seja quando conseguemum emprego ou passam no vestibu-lar. É isso que faz valer a pena”.

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Bozdiak: não existe umestereótipo do consumidor desubstâncias entorpecentes,o que torna difícil dedetectar o problema

JOSÉ ANTÔNIO G. SHARDONG/DIVULGAÇÃO

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Perfil Carlos Wizard Martins

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A vocaçãoda vitóriaO ensino das línguas é

um instrumento poderoso

para Carlos Wizard exercer

a liderança e promover

o bem comum

por Alexsandro Vanin

Uma das principais característicasde um líder é ter um sonho que inspi-re outras pessoas a buscar sua reali-zação para satisfação geral, tanto deseu criador, como de todos aquelesque participam de sua construção.Carlos Wizard Martins e sua equipe,formada por sócios, franqueados, fun-cionários e alunos, são um belo exem-plo de dedicação e conquista. Cadapessoa nasce com uma vocação, umtalento latente e inconsciente num pri-meiro momento, mas é preciso acre-ditar. Nem todos assumem o desafiode explorar o próprio potencial, a res-ponsabilidade de liderar e levar cadaintegrante do seu grupo ao desenvol-vimento. “Sonho sem ação nos levaao anonimato; ação sem sonho nosleva a copiar o que já existe”, diz Mar-tins, fundador da Wizard, a maior fran-quia de ensino de línguas do Brasil.

Martins lançou, em setembro do anopassado, mais uma ferramenta: a Wi-zardTV, um investimento de R$ 20 mi-lhões nos próximos cinco anos para le-var a todo o país a possibilidade deaprender uma nova língua e se desen-volver profissional, cultural e social-mente. “A educação é o principal fator

da formação de homens livres e de ci-dadãos ativos de nossa sociedade.”

A Wizard TV possui dois canais deTV no principal satélite brasileiro, oB1, sendo o principal canal de TV di-gital do franchising brasileiro, fican-do 24 horas no ar, sete dias por sema-na. “A Wizard TV é um canal fechadoque transmite sinal criptografado detreinamento diário para funcionários,professores e toda a equipe de diver-sas empresas do grupo”, explica o di-retor Artur Hipólito.

A programação é voltada para oensino bilingüe, principalmente o in-glês. A grade conta com programasproduzidos para a comunidade Wi-zard, jogos do Wizard/Campinas e deoutros eventos esportivos patrocina-dos pela empresa, além de programasdo canal educativo da Universidadede Brigham Young, do Estado deUtah, nos Estados Unidos.

O espírito de liderança de Martinscontamina todos a seu redor e se es-praia em todos os níveis. Sob o slogan“inglês com liderança”, a Wizard usauma metodologia que estimula a livreexpressão, a vitória sobre inibições ebloqueios, além de desenvolver técni-cas de automotivação e liderança. Mui-tos alunos e ex-alunos ocupam cargosde comando nas empresas que traba-lham ou nas comunidades em que vi-vem. Luiz Pegoraro, diretor de marke-ting da Wizard, conta a história de ummenino pobre do Rio de Janeiro, ex-aluno da parceria entre a empresa e aFundação Xuxa. O garoto, que haviasido morador de rua na infância, con-seguiu um emprego de estoquista em

uma loja carioca logo após a conclu-são do curso de inglês. Certo dia, foiaté o estabelecimento um casal de ame-ricanos que não sabia uma palavra emportuguês, da mesma forma que os fun-cionários do atendimento nada sabiamde inglês. Para surpresa geral, o jovemestoquista deixou por um momento oque estava fazendo, foi até a frente daloja e começou a falar fluentementecom o casal, que só então pode seratendido corretamente. Depois disso,o garoto foi promovido.

Superexposição

Martins dedica parte considerável deseu tempo a atividades comunitárias,sociais e religiosas, mas no momento,toda sua atenção está voltada para o for-talecimento e consolidação das empre-sas do Grupo, em especial para refor-çar o posicionamento de liderança damarca Wizard. Nunca foi investido tantoem marketing quanto nos últimos trêsanos. No ano passado, a Wizard virougrife, numa parceria com a Bunny’s, epromoveu diversos eventos, inclusiveno exterior, como o Luau Mie 2005,que atraiu um público de 6 mil pessoase se consolidou como o maior eventode verão do Japão, além de patrocinara turnê nacional da banda pop CapitalInicial. Para 2006, a empresa renovouo contrato com a Rede Globo para opatrocínio dos Jogos Mundiais de Ve-rão, experiência bem sucedida na tem-porada passada. Como é ano de Copado Mundo, e todas as atenções voltam-se ao futebol, Carlos Alberto Parreira,técnico da seleção brasileira, foi con-tratado como novo representante da

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Perfil Carlos Wizard Martins

Wizard, escola que levará o vencedordo concurso Alemanha 2006, comacompanhante, ao país-sede da com-petição. “O esporte está diretamente li-gado com a idéia de conquista e vitó-ria, e uma vez que a Wizard é umaempresa campeã, uma empresa líderem seu segmento, nós achamos inte-ressante relacionar nosso nome a ativi-dades desportivas”, diz Martins.

O apoio a atletas e a eventos es-portivos já é uma tradição consolida-da entre as ações da franqueadora edos franqueados. O atual campeãobrasileiro de basquete feminino, oOurinhos/Wizard, segue firme rumo aobi-campeonato. Outra parceria vitorio-sa ocorre nas quadras de vôlei, com oWizard/Campinas, equipe remanescentedo Suzano/Wizard, que ganhou diver-sos torneios nacionais e internacionais.O ciclista Carlos Henrique Ribeiro en-frenta o desafio de pedalar 45 mil qui-lômetros, com o patrocínio da Wizard,para entrar no Guinness Book Interna-cional. Clodoaldo Gomes da Silva, úni-co brasileiro a subir no podium nas úl-timas edições da São Silvestre, é outroatleta a fazer parte dos patrocinados daescola. A Wizard Jaraguá do Sul, deSanta Catarina, patrocinou o time debase da Malwee (atual campeão brasi-leiro) na Olimpíada Estudantil Catari-nense 2005. Outros franqueados apói-am atletas de judô, jiu-jítsu e outras mo-dalidades individuais e coletivas.

A cultura está presente no universoWizard de todas as formas, inserida nametodologia e no marketing da rede.Está nas festas de datas comemorati-vas realizadas em unidades de todo opaís e nos encontros nacionais de es-

2005/2006

Nasce Carlos Wizard Martins, em Curitiba (PR)

Carlos Wizard teve os primeiros contatos com a língua inglesa,em aulas com missionários americanos da Igreja de JesusCristo dos Santos dos Últimos Dias.

Já com um domínio maior da segunda língua, Martins parte para osEstados Unidos, onde fica por um ano e meio, e de lá segue comomissionário mórmom para a Europa, onde permanece por maisdois anos. Depois de retornar ao Brasil e se casar com Vânia,Martins vai novamente para os Estados Unidos, desta vez paraestudar idiomas na Universidade de Brigham Young, em Utah,onde depois veio a trabalhar como professor. Dessa experiência,Martins desenvolveu a metodologia Wizard.

Martins regressa ao Brasil em 1986, e no ano seguinte, cria aWizard Idiomas, escola com metodologia diferenciada eformato de negócio pioneiro para a área, o franchising.

350 unidades espalhadas pelo país

A Wizard começa a desenvolver pesquisas de tendências demercado para ampliar seus negócios.

500 unidades em todo o país

A Wizard lança o programa “Chave na mão”, o que acaracteriza como uma franquia de quinta geração.

Surge a Alps Idiomas, uma proposta de ensino relâmpago deinglês e espanhol.

O Grupo expande sua área de atuação com a criação daWorktek, escola de cursos profissionalizantes.

A Wizard patrocina a exibição dos Jogos de Verão na RedeGlobo, a turnê da banda pop Capital Inicial e o ConcursoNacional de Modelos com a top model Ana Hickmann.Lança no mercado nacional a Cebest –Central Brasileira de Estagiários.

Lançamento da WizardTV.

A Wizard patrocina a exibição dos Jogos de Verãona Rede Globo e lança Campanha Alemanha 2006,com Carlos Alberto Parreira.

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tudantes e franqueados, realizados emgrandes parques de diversão, como BetoCarrero World, Hopi Hari e Wet’n Wild.E está, sobretudo, no aprendizado daslínguas estrangeiras. “Aprender outroidioma é fabuloso, principalmentequando a cultura está integrada”, diz aaluna Keila Gonçalves. Martins se dizsatisfeito ao ver que os alunos, ao com-pletarem seus cursos, “estão aptos parairem aos Estados Unidos, para facul-dades do exterior, sendo qualificadosem exigentes exames internacionais.Essa é nossa maior contribuição cultu-ral”. A franqueadora ainda promove oWizard Rock Festival, show e concur-so de bandas formadas por alunos darede, que no ano passado contou commais de 50 inscrições.

Responsabilidade

A Wizard promove diversas ações,locais e regionais, de envolvimento coma comunidade. Os responsáveis pelaárea de ação social na empresa sabemque se o trabalho não for bem feito eplanejado, os esforços não conseguempassar do terreno das boas intenções.Uma medida que dá a prova da impor-tância desse trabalho é a escolha de par-ceiros renomados, como a FundaçãoAbrinq pelos Direitos da Criança e aFundação Xuxa Meneghel. “Aprenderé o mais importante, no caso das mi-nhas crianças na Fundação, tudo o queelas podem aprender a mais para bri-gar no mercado de trabalho e ter umavida mais digna é fundamental”, diz amais famosa apresentadora de progra-mas infantis da história da televisão bra-sileira. A líder nacional no ensino de idio-mas foi uma das primeiras empresas a

consolidar uma parceria com a entida-de mantida por Xuxa há 15 anos e queatende crianças, jovens e famílias emsituação de risco social em Pedra deGuaratiba, na Zona Oeste da cidade doRio de Janeiro. Mais de 250 criançasrecebem aulas de professores coorde-nados e treinados por franqueados daWizard Rio de Janeiro e todo o materialdidático é doado pela Wizard Brasil, quetambém oferece bolsas de estudo nassuas unidades normais. Também é fre-qüente a realização de gincanas, pormeio dos franqueados, para angariaralimentos a serem distribuídos paraentidades assistenciais.

Uma outra preocupação constanteda empresa é garantir o atendimento depessoas com necessidades especiais,uma importante iniciativa para a inclu-são social. A Wizard é pioneira no paísna produção de material didático embraile, uma inovação que permite oaprendizado de deficientes visuais.Quem já se beneficiou desse sistemaexclusivo da rede é a maior velocistacega do mundo em todos os tempos, amineira Ádria Rocha dos Santos, queem 2004 conquistou em Atenas a quartamedalha de ouro em sua quinta partici-pação em Jogos Paraolímpicos, aumen-tando sua coleção para 12. “Fazer in-glês ajuda nas viagens internacionais,facilita a comunicação; em Atenas foimuito útil”, diz a atleta. “Já tinha tenta-do estudar inglês em outros cursos,mas era difícil acompanhar por causada falta de um material adequado.” Apequena Eduarda Emerik, deficientevisual de nove anos e aluna da WizardBotafogo, no Rio de Janeiro, orientouBruna Marquezini, estrela mirim da Glo-

bo, em sua atuação como cega na no-vela América, chegando inclusive a con-tracenar com ela em alguns episódios.

Martins é um missionário mór-mom que recentemente passou trêsanos, em companhia de sua mulher,desenvolvendo atividades religiosas,culturais e sociais com jovens brasi-leiros e americanos no Nordeste dopaís. Nesse período, seus filhos se-guiram seus passos e assumiram adiretoria da empresa, o que lhe dei-xou muito orgulhoso. “Hoje uma sa-tisfação que eu tenho é ver que meusdois filhos estão assumindo cada vezmais responsabilidade no Grupo, e euvejo que muitos franqueados têm seusfilhos participando do negócio Wizardem conjunto”, diz Martins. Uma gran-de família formada por mais de 15mil funcionários e meio milhão de alu-nos, distribuídos em cerca de 1,2 milunidades, 15 delas no exterior, sendodez nos Estados Unidos, quatro noJapão e uma em Portugal, instaladano ano passado como base para aexpansão no mercado europeu.

CARLOS WIZARD MARTINS

Idade: 49 anos

Local de nascimento: Curitiba (PR)

Formação: Idiomas, Brigham YoungUniversity (Utah, EUA)

Empresa: Wizard

Ramo de atuação:franchising de ensino

Ano de fundação da empresa: 1987

Cidade-sede: Campinas (SP)

Faturamento: não informado

Número de funcionários: 15 mil

Carlos Wizard com os filhos(à esquerda): gestãodinâmica extrapola oslimites das salas de aula einclui ações comunitárias ecampanhas agressivas demarketing, com a inclusãodo técnico Parreira

DIVULGAÇÃO

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Pequenas NotáveisEdição: Alexandre Gonçalves [email protected]

JOSÉ

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BENEFÍCIOS

Projeto de leifavorece gaúchoscom Simples

Enquanto a Lei Geral dasMicro e Pequenas Empresasnão é finalmente aprovada noCongresso Nacional, os peque-nos empreendedores podem secontentar com ações na esferaestadual. É o caso do Projetode Lei do Simples Gaúcho,aprovado por unanimidade pelaAssembléia Legislativa do RioGrande do Sul, que entrará emvigor no dia 1º de julho de 2006.

Elaborado a partir de pro-posta do Sebrae estadual eentidades empresariais, o pro-jeto beneficiará cerca de 300mil empresas gaúchas e, emlinhas gerais, aumenta o limi-te de enquadramento para mi-croempresas no Simples Gaú-cho. Além disso, também pre-vê a isenção de pagamento doImposto Sobre Circulação deMercadorias e Prestação de Ser-viços (ICMS) para as empre-sas com receita bruta anual deaté R$ 240 mil (o limite atualé de até R$ 107.769,81).

“Com o aumento do limitede enquadramento e a inserçãoda tabela progressiva para asde pequeno porte, as faixas dealíquotas fixas de 2%, 3% e4%, simplificam o processo deapuração do imposto, permitin-do a adesão de novos empre-endedores, diminuindo a infor-malidade e possibilitando o au-mento de arrecadação”, afir-ma o presidente do SistemaFecomércio-RS e do ConselhoDeliberativo Estadual do Se-brae, Flávio Sabbadini.

PRÊMIO FINEP

Empresa de Goiás é amais inovadora do país

Acomodação não combinacom inovação. Por isso mes-mo o empresário AlexandreRodrigues, proprietário da PC-tel Soluções Inteligentes, ven-cedor do Prêmio Finep de Ino-vação Tecnológica 2005, nacategoria pequena empresa,não pretende deixar de inovar.Entre suas metas estão a con-quista de novos mercados, aampliação das exportações,que hoje representam 15% dofaturamento, a modernizaçãodos equipamentos e a contra-tação de novos colaboradores.

Para Rodrigues, o prêmiodemonstra que a empresa tempotencial de crescimento e de-senvolvimento. “Sem dúvida,o prêmio é uma vitrine e umincentivo para buscarmos cadavez mais a inovação tecnoló-gica”, afirma o empresário. Adisposição de atingir novasmetas passa também pela con-quista de novos prêmios que servemde atestado para o trabalho desenvol-vido pela empresa com sede em Goia-na. Na lista, estão a participação peloPrêmio Nacional de Qualidade e poruma concorrida vaga no Instituto Em-preender Endeavor.

Não por acaso, a PCtel foi a pri-meira empresa goiana incubada a re-ceber o certificado de graduação. Oprincipal produto da empresa é um apa-relho capaz de gravar conversas tele-fônicas quando acoplado no computa-dor. É utilizado, principalmente, porempresas que trabalham com serviçosde teleatendimento, segurança, impren-sa, entre outros.

Solenidade de entrega do prêmio aconteceuno Palácio do Planalto, com a presençado presidente Luís Inácio Lula da Silva

Há três meses, a PCtel foi certifi-cada pela ISO 9001/2000 BVQI e Cer-tificada no Inmetro, além de nãodeixar de lado as ações sociais, setornando uma Empresa Amiga da Cri-ança, da Fundação Abrinq. A PCtel jáganhou um projeto do Centro Nacio-nal de Desenvolvimento Científico eTecnológico (CNPq) no valor de R$94 mil, dois projetos do Programa deApoio à Pesquisa em Empresas (PA-PPE), no valor total de R$ 160 mil, eestá pleiteando um projeto do Produ-zir, do Estado de Goiás.(Com informações de Adrianne Vito-relli/Agência Sebrae)

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O espaço da micro e pequena empresa

TOME NOTA

Projeto Comprador – Promovi-das pelo Sebrae do Rio Grande doSul, as rodadas de negócios e edi-ções do Projeto Comprador gera-ram cerca de R$ 15,9 milhões emnegócios em 2005. Participaram doprojeto 515 empresas dos setoresmetalmecânico, de petróleo e gás ede software e serviços. O valor, quedeverá crescer nos próximos meses,corresponde a um faturamento mé-dio de R$ 31 mil por empresa. Osresultados servirão de base para aelaboração de uma programação deatividades para 2006.

Marca Brasil – Além dos craquesda Seleção Brasileira, a Alemanhatambém receberá ações de promo-ção comercial desenvolvidas pelaAgência de Promoção de Exporta-ções e Investimentos (Apex-Brasil).A meta é ampliar a divulgação daMarca Brasil e aumentar o potencialda geração de negócios em 2006,principalmente na Europa, além degerar um volume imediato de negó-cios no valor de US$ 420 milhões.

Fácil – Será inaugurada em marçode 2006, a Central de AtendimentoEmpresarial Fácil de Vitória, umainiciativa do Sebrae do Espírito San-to em parceria com a Junta Comer-cial. O órgão contará com 16 funci-onários e pretende reduzir o tempode abertura de empresas, processoque atualmente pode levar até seismeses. O projeto também tem o ob-jetivo de reduzir a informalidade, emvirtude de exigências burocráticasdas empresas em funcionamento.

Muitas vezes não falta espíritoempreendedor. Nem vontade decrescer. Muito menos dedicação eesfoço. O que falta mesmo é aqueleempurrão com um R e um $ nafrente, especialmente quando se tra-ta de pequenos empreendedores delugares carentes como o JardimÂngela, periferia de São Paulo. Como apoio financeiro do Programa SãoPaulo Confia/Crédito Popular Soli-dário, uma Oscip (Organização daSociedade Civil de Interesse Públi-co), administrada pela SecretariaMunicipal do Trabalho, empreende-dores dessa localidade conquista-ram a independência financeira.

Para se ter uma idéia do papel doSão Paulo Confia, nos primeiros dezmeses de 2005, o programa conce-deu 11.239 empréstimos, totalizandoR$ 10.823.266,34. O público-alvosão pessoas de baixa renda com es-pírito empreendedor, mas que nãoconseguem acessar o sistema bancá-

rio tradicional porque têm restriçõescadastrais, por exemplo, o nomeconsta no SPC ou Serasa, falta decomprovante de renda e não ofere-cem garantias de pagamento. O valormédio dos empréstimos concedidosfoi de R$ 963,01.

Um detalhe curioso do projeto éo estímulo ao associativismo, umavez que não é possível conseguir odinheiro sozinho, já que só é con-cedido a grupos formados por qua-tro a sete empreendedores. Nessesgrupos, batizados de “grupos soli-dários”, são reunidas pessoas de di-versos ramos de atividades, que nãopodem ter qualquer tipo de paren-tesco e que se comprometem a ga-rantir solidariamente, cada um, opagamento do crédito concedido atodos os integrantes. Com isso, oprograma espera fazer com que cadaum do grupo tenha responsabilida-de, fiscalize e acompanhe o paga-mento das prestações dos demais.

INCLUSÃO SOCIAL

Microcrédito faz adiferença na periferiade São Paulo

SALDO POSITIVOEm dez meses, 11.239 empréstimose um total de R$ 10.823.266,34.

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Nº3

Caderno de

Nos Estados Unidos overbo da moda é voiping,uma clara referência ao suces-so da tecnologia VoIP, quepermite a transmissão de vozem tempo real via internet.Uma novidade que quebraparadigmas, possibilitando até mes-mo fazer ligações gratuitas para qual-quer lugar do mundo. Aplicada aosnegócios, pode ter forte impacto naredução de custos operacionais, maspara o empreendedor é difícil fazer amelhor escolha entre as cerca de 50

empresas que atuam em telefonia pelainternet no Brasil ou mesmo as cen-tenas de integradores que existem no

Número de empresas de telefoniavia internet confunde empresários

Um marde opções

país. Mesmo as empresas tradicionaisde telefonia fixa e móvel já têm a si-gla em seus planos. Para muitos em-presários é um investimento de risco,pois se trata de um mercado aindasem regulamentação. Não existemoperadoras VoIP no país, uma vez que

não é considerado um servi-ço, mas uma tecnologia, epor isso não há uma licençaespecífica. No momento, a

posição da Anatel é de estimular ouso de tecnologias que ofereçam van-tagens, comodidades e utilidade ao

usuário, para que diversifique e am-plie a oferta de serviços. “O impor-tante não é definir o prestador, massaber quais são os serviços que aempresa necessita”, diz Cláudio Aki-ra Endo, diretor de tecnologia e pro-jetos da Telsinc, especializada em te-lecomunicações com foco em servi-ços corporativos, baseados em tec-nologias de IP.

Isso porque o VoIP permite ou-tras aplicações que não apenas avoz, mas também dados. Além datradicional agenda eletrônica, é pos-

Um marde opções

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TIsível ter uma secretária eletrônicaacessível por meio da internet, notí-cias on-line, acesso a banco de da-dos, informações de trânsito ou doclima, até mesmo sistema de video-conferência. “As possibilidades sãoinfinitas, dependem apenas das ne-cessidades dos empreendedores”,diz César Augusto Correia, diretor daDamovo, empresa especializada emtecnologia convergente que ofereceserviços de consultoria, implantaçãoe gerenciamento de projetos. ParaAugusto Correa, os empreendedoresnão estão apenas atentos para umanova era tecnológica na comunica-ção de voz, mas na melhor forma deconciliar o interesse da organizaçãoe dos usuários.

Um dos motivos, segundo Augus-to Correa, é que apesar da reduçãode custo, a transição tem que ser fei-ta da maneira mais gradual possível,sem grandes rupturas. “A migraçãodas tecnologias analógica e digitalpara a telefonia IP não vem ocorren-do de acordo com a velocidade es-perada.” É necessário fazer uma atua-lização, levando em conta o investi-mento que já foi feito em estrutura detelefonia. A tecnologia VoIP é um pa-drão aberto, o que apresenta vanta-gens e desvantagens. Ao passo queo empreendedor não fica preso aapenas um fornecedor de equipamen-

tos e software, o leque de opções setorna muito amplo. Além das empre-sas prestadoras de serviços, fabrican-tes de equipamentos que antes sepreocupavam apenas com a venda deprodutos buscam ganhar mercadoatravés da terceirização de serviçospara o nicho corporativo. “As empre-sas não precisam mais das operado-ras de telefonia se um pequeno ougrande integrador pode dar conta dorecado”, diz o executivo da Damovo,que construiu e implementou mais de1 milhão de portas de redes de voz edados no país.

Um desses exemplos é a Comgás,maior empresa de distribuição de gásnatural do Brasil, que conseguiu umaredução de 16% nos custos com te-lefonia fixa numa parceria que se es-tende desde 2001. Os serviços daDamovo incluem o gerenciamento deuma completa estrutura de comuni-cação e técnicos e atendentes quedão suporte a cerca de mil usuários.A Dacasa Financeira, que atua no mer-cado oferecendo soluções em crédi-to para lojistas e clientes em todo oEspírito Santo e sul da Bahia, tam-bém optou por uma solução de tele-fonia IP para ampliar seus negócios emelhorar as operações de call center.“Era um projeto que começava dozero, não fazia sentido não optar peloIP”, diz Akira Endo, se referindo à

construção de uma nova sede da em-presa. “A melhor prova de que seleci-onamos a solução adequada é o re-sultado que estamos atingindo comos nossos clientes. Eles percebem, acada contato, que atendemos comagilidade e, por este motivo, somosreconhecidos. Além disso, a telefo-nia IP permitiu e permitirá nossa ex-pansão de filiais com facilidade de in-tegração de nossos sistemas”, expli-ca Ronaldo Silva, gerente de TI daDacasa Financeira.

Mas para Akira Endo, as peque-nas e médias empresas precisam demuito mais do que redução de tari-fas, pois a crescente busca de solu-ções de telefonia IP faz com que essemercado seja ainda mais exigente. Eleacredita que os integradores, alémdos tradicionais serviços de consul-toria e venda, precisam criar valorpara o cliente e devem atuar em con-junto com as operadoras. O executi-vo aposta na diplomacia ao enfrenta-mento. “Nós temos experiência nomeio empresarial, as operadoras têmo desafio de trazer essa tecnologiapara o cliente final”. Na sua visão, osfornecedores de equipamentos, alémde vender software e hardware, têmque desenvolver aplicações que inte-grem soluções de voz, dados, ima-gem e conteúdo. “A telefonia IP ain-da está buscando a maturidade”, diz.

A explosão do VoIP só acon-teceu devido à disseminaçãodas conexões de alta velocidadenos últimos anos, um mercadoque deve fechar o ano com 2,9milhões de usuários. Em 2002,eram cerca de 700 mil. Houve,portanto, um crescimento de414%. Mesmo assim, as redesde alta velocidade estão dispo-níveis para apenas 4,1% da po-pulação, um índice comparávelcom a China e Colômbia, masabaixo dos 27% dos EstadosUnidos e longe dos quase 80%da Coréia do Sul.Correia: migração para VoIP não atingiu a velocidade esperada

Banda larga

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VoIP

NovidadesQuem domina o mercado

brasileiro de VoIP é o Skype Out– o Brasil tem o quarto maiornúmero de usuários do Skypeno mundo, cerca de 3,8 mi-lhões, e está atrás dos EstadosUnidos, Alemanha e Polônia. Aempresa abriu uma filial no paíse colocou a venda de cartõespré-pagos de telefonia pela in-ternet em mais de 30 mil esta-belecimentos, incluindo bancasde jornal. Ela acredita que a me-lhor tática para ganhar merca-do é construir alianças com ope-radoras locais para conquistardinheiro em escala. O Yahoo!,maior portal da internet, tam-bém anunciou um serviço detelefonia on-line, que permite aousuário de computadores fazere receber chamadas a partir detelefones comuns em 180 países,incluindo o Brasil. A companhiaplaneja cobrar US$ 0,01 por mi-nuto de conexão para usuáriosdo Yahoo! Messenger que liga-rem dos Estados Unidos e umatarifa de US$ 0,02 por minuto detelefonemas originados de ou-tros países.

Para isso, as operadoras terão querealmente mudar não só na tecnolo-gia, mas também em tópicos especi-almente sensíveis, como tarifas: “Asoperadoras tradicionais podem ofe-recer um pacote de serviços, venderum ponto de telefone e cobrar porserviços”. A escolha deve obedecercritérios como disponibilidade, inde-pendência da estrutura, serviços, apli-cações e controle de qualidade:“Como posso atrelar um serviço que

é baseado num serviço de internetbanda larga de outra empresa?”

A batalha entre empresas de tele-fonia por internet e as operadoras tra-dicionais já ganhou contornos debatalha comercial. Os usuários doVelox, serviço de conexão em bandalarga da Telemar, não podem contra-tar outras empresas que oferecemmecanismos para usar a internetcomo telefone. A Anatel refutou osargumentos da empresa, afirmando“que não há restrição regulamentarque impeça uma prestadora de Ser-viço de Comunicação Multimídia usara tecnologia Voz sobre IP no provi-mento de comunicação de voz”. ATelemar voltou atrás.

O importante, para Akira Endo, éanalisar qual a estratégia empresarialda prestadora de serviços, a fim devisualizar a sua sobrevivência nummercado que também deve ser ocu-pado pelas companhias telefônicastradicionais. A GVT está investindocerca de R$ 20 milhões para criar aVono, uma subsidiária exclusivamen-te baseada em VoIP, que vai atender146 cidades. O consumidor pode es-colher entre comprar R$ 15 em crédi-tos iniciais e depois fazer a recargaquando for conveniente. Toda a ope-ração é baseada na internet e a em-presa quer conquistar cem mil usuá-rios até 2006.

Akira Endo: pequenas e médiasempresas precisam de muitomais do que a redução de tarifas

No BrasilMilhares 2002 2003 2004 2005

ADSL 530 983 1883 2406

TV a cabo 135 203 367 452

Rádio ND 13 30 44

Total 694 1199 2280 2902

No mundoPorcentagem de casas com acesso banda larga. Fonte: Arthur D. Little

Países Emergentes Países em crescimento Países Maduros

Malásia 4,6% Suíça 40,1% Coréia 79,2%Brasil 4,1% Holanda 39% Hong Kong 65,5%República Tcheca 4,1% Bélgica 29,5% Taiwan 56,1%China 4,0% Estados Unidos 27,4% Japão 43%Croácia 2,8% Suécia 26,6% Cingapura 42,2%Venezuela 2% Áustria 25%Colômbia 0,5% França 16,3%

Espanha 14,7%Portugal 14,5%Itália 13,9%Alemanha 13,5%Reino Unido 11%

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TI

Um sonho para qualquer usuáriodoméstico ou corporativo, um privi-légio para universidades, centros deeducação tecnológica e institutos depesquisa: a nova Rede Nacional deEnsino e Pesquisa (RNP), backboneque interliga mais de 240 instituições,vai proporcionar a mais de 1 milhãode usuários em todo o país taxas decomunicação de até 10 gigabits porsegundo – cerca de 200 mil vezesmais rápida que uma conexão disca-da. Estão sendo investidos R$ 40milhões na implantação de novosenlaces do backbone e na criação de27 redes ópticas metropolitanas.

A RNP integra todos os 26 Esta-dos do Brasil e o Distrito Federal pormeio de uma rede de alto desempe-nho, criada para dar suporte à pes-quisa avançada e à educação brasi-leira. A maior parte dos projetos são

colaborativos, nos quais grupos depesquisadores de diversas institui-ções somam competências e recur-sos, o que requer um ambiente derede para a comunicação e troca deinformações entre os participantes.O correio eletrônico, a transferênciade arquivos e a publicação de da-dos em websites são ferramentas derede que atendem a essas deman-das. Ou melhor, atendiam.

Segundo Marcus Vinícius Manna-rino, gerente de comunicação e mar-keting da RNP, estão em andamentono Brasil pesquisas que exigem infra-estrutura de rede com grande capa-cidade de transmissão de dados esuporte ao uso de aplicações espe-ciais. Pesquisadores de áreas comofísica de altas energias, meteorologia,astronomia e telemedicina têm neces-sidade de manipulação, armazena-mento, processamento e acesso agrandes volumes de dados, com qua-

Giga expansãolidade de serviço. No ano pas-sado, foram atualizadas asconexões entre dez unida-des da federação: SãoPaulo, Rio de Janeiro,Minas Gerais e Brasí-lia, a 10 Gbps, e RioGrande do Sul, San-ta Catarina, Paraná,Bahia, Pernambucoe Ceará, a 2,5 Gbps.Os demais Estados estão conectadospor links de até 34 Mbps, mas a pre-visão do Governo é de que todospassem a operar com taxas na ordemde gigabits até 2007. “A ampliaçãoda capacidade de transmissão dedados da RNP vai viabilizar o desen-volvimento e uso de novas aplicaçõese a colaboração à distância em ní-veis muito mais avançados que os atu-ais”, diz Mannarino.

A RNP é suporte para di-versos programas interminis-teriais. O Ministério da Educa-ção pretende lançar aindaneste ano a UniversidadeAberta do Brasil, ampliando,

por meio do ensino à distância, a ca-pacidade de formação de profissio-nais de nível superior. O Ministério daCultura utiliza a rede para a realiza-ção de projetos de desenvolvimento

de conteúdos cultu-rais e de democratiza-

ção do acesso a eles,como o ciclo de palestras

“O Silêncio dos Intelectu-ais”, promovido em 2005. Ou-

tra iniciativa, do Ministério daCiência e Tecnologia, chamada

Rede-Conhecimento, prevê a ge-ração e integração de conteúdo e

a ampliação do sistema nacional decomputação de alto desempenho.Para o ministro desta pasta, SérgioResende, a nova RNP é “parte de umgrande projeto de inclusão digital dasociedade brasileira”.

Passaporte da nova eraO novo sistema permite ao Brasil

participar de avançados programascientíficos internacionais. É o caso doCMS, que envolve 1.870 cientistasdistribuídos em 150 instituições de 31países. Os 30 pesquisadores brasilei-ros (físicos, engenheiros e cientistasda computação) necessitavam deconexões compatíveis para acesso eprocessamento de uma massa dedados de 20 petabytes gerada anual-mente pelo novo acelerador do Cern(Centro Europeu de Pesquisa Nuclear,do francês Conseil Européen pour laRecherche Nucléaire). Outro exemplo

é a participação do Brasil comolíder do consórcio internacio-nal SOAR (Southern Observa-tory for Astrophysical Rese-arch), que implantou um teles-cópio para observações astro-nômicas no Chile. O telescó-pio pode ser operado remota-mente, assim como o acessoàs imagens também pode serfeito via rede. Na área de tele-medicina já existem projetos emandamento para desenvolvertécnicas de manipulação remo-ta de instrumentos cirúrgicos epermitir a realização de opera-ções à distância.

Isso é possível porque anova infra-estrutura da RNP

Up-grade faz Rede Nacional deEnsino e Pesquisa (RNP) operarem até 10 gigabits por segundo

Resende: nova RNP é parte de umgrande projeto de inclusão digital

suporte

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wireless

adota o estado da arte em tecnolo-gias de rede, baseadas em fibrasópticas. O backbone brasileiro iniciaum novo ciclo e se equipara às prin-cipais redes avançadas do mundo,como Internet2 (EUA), Géant2 (Euro-pa) e CaNet*3 (Canadá). A tecnolo-gia óptica ainda possibilita rápida evo-lução para novos patamares de velo-cidade a um custo relativamente bai-xo. O Brasil é pioneiro no uso destatecnologia na América Latina, como Projeto Giga, rede experimentalinaugurada em maio de 2004 pelaRNP e pelo Centro de Pesquisa e De-senvolvimento em Telecomunicações(CPqD), e a atual rede óptica daRNP é a primeira rede não-experi-mental deste tipo na região.

Para Mannarino, há uma tendên-cia de que as novas aplicações queserão desenvolvidas a partir de neces-sidades do meio acadêmico sejamadaptadas às necessidades de mer-cado e oferecidas por empresas,como vem ocorrendo desde que arede acadêmica foi criada. A RNP –primeiro backbone do Brasil – teveparticipação ativa no início das ativi-dades comerciais ligadas à internet,em 1995, elaborando guias para acriação de provedores de acesso ede informação, atendendo usuários econectando empresas enquanto osprovedores comerciais estavam seestruturando. “A transferência de tec-nologia e de recursos humanos parao setor privado foi um resultado po-sitivo para o país”, diz.

Ao excluir operadoras de teleco-municações, as instituições ligadas aRNP constituem a primeira organiza-ção a apresentar demanda dessa or-dem – gigabits – para serviços detransmissão interestadual e internacio-nal de dados. Mannarino diz, no en-tanto, que a evolução do uso de con-teúdo multimídia e a convergência demídias e tecnologias certamente exer-cerá uma pressão por maior capaci-dade de transmissão de dados emambiente comercial.

O crescimento do mercado decomunicação de dados via telefonemóvel está engordando a receita dasoperadoras de celular. Os recursos

provenientes dessa área já represen-tam 5%, em média, no faturamento,e têm boas chances de aumentarnos próximos anos, a exemplo doque aconteceu emoutros países, emque essa taxa é bemmaior – cerca de20%. O investimentonesse nicho contri-bui para dar novo fô-lego à tecnologiaWireless ApplicationProtocol (Wap), pro-tocolo internacionalque faz a transmis-são sem fio de con-teúdo da internetpara dispositivosmóveis, aparelhosde telefonia móvel,por exemplo.

Encontrar opor-tunidades nessa áreaé o foco de muitasoperadoras. Muitasutilizam o Wap paraoferecer serviços ori-ginais aos clientes,como permitir atua-lizar blogs e foto-logs, enviando tex-tos e imagens via ce-lular. É o caso daCTBC, empresa detelefonia do grupoAlgar – que atua noramo de telecomuni-

Wap-se!

A conexão sem fio é umatendência obrigatória

cações, agronegócios, entretenimen-to e infra-estrutura. A CTBC tambémcriou um serviço recente que permiteao usuário de celular consultar a listatelefônica via Wap. Ao todo, são 530mil números de telefones fixos, mes-mo número da lista impressa, que po-derão ser acessados de qualquer lu-gar dentro da área de concessão daoperadora nos Estados de Minas Ge-rais, Mato Grosso do Sul, São Pauloe Goiás. O cliente tem a opção de

fazer a busca por produ-to ou serviço, nome, so-brenome, endereço outelefone.

Segundo FernandaCampolina NogueiraRauber, coordenadorade Negócios Móvel daCTBC, o serviço de listaWap tem como objetivooferecer maior comodi-dade ao cliente, facilitan-do e agilizando a consul-ta. E até reduzir custos,pois a taxa de ligaçãopara o auxílio à lista temum custo mais alto. “Ousuário não paga assina-tura do serviço, apenaso tráfego que pode serpor tempo ou Kbyte,conforme escolha docliente.” Ela conta que aempresa espera atender40 mil acessos por mês,em média, provenientesde aparelhos Gsm eTdma, tanto pré-pagoquanto pós-pago. “Pro-jetamos ter um cresci-mento de 10% de aces-so por mês durante o pri-meiro ano de lançamen-to do serviço”, diz.

Valor doacessoà lista

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TDMA: TDMA: TDMA: TDMA: TDMA: cobrança por tempovaria de R$ 0,06 a R$ 0,14(de acordo com o pacotede minutos escolhidos).

GSM: GSM: GSM: GSM: GSM: possui duas moda-lidades de cobrança: -kbyte: R$ 0,008/kbyte -tempo: R$ 0,25 a R$ 0,35.

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TI

Muitos empreendedores visuali-zam a área de TI como uma vitrineque serve mais para impressionarclientes e parceiros, sem nenhuma li-gação com a estratégia da empresa,retorno em produtividade, redução decustos e até mesmo facilidade de usopara os colaboradores. É um enganoanalisar a pujança de uma empresacom base no seu gasto em tecnolo-gia. Comprar um sistema de video-conferência não é um enfeite paracolocar na mesa. É entender que acomunicação face a face permite nu-ances e desvendar sutilezas, mesmoque não se esteja no mesmo localque o interlocutor. “É possível desco-brir a reação com quem se está con-versando. A apresentação de umnovo projeto pode estar muito lon-ge, e podemos saber se um clientetorceu o nariz para uma proposta co-mercial”, diz José Alfredo Souza,gerente da divisão de videoconferên-cia da Mude, representante de multi-

nacionais líderes em tecnologia nasáreas de redes, armazenamento esegurança.

Além de fatores não mensuráveis,embora essenciais, como o estado deespírito de um possível comprador,uma das maiores vantagens do video-fone é a economia em viagens denegócios. Trata-se de um dos maio-res custos no orçamento das grandesempresas atrás apenas dos gastosoperacionais e de recursos humanos,em muitos casos à frente até dos in-vestimentos em tecnologia de infor-mação. “Quando um executivo viaja,leva muitas informações com ele, se-jam impressas ou num laptop. Coma videoconferência ele não precisa sepreocupar em alugar um projetorpara demonstrar o potencial de umproduto”, diz Souza.

Integração à distância

A videoconferência deixa de ser umacessório e passa a se incorporarao modelo de negócios das empresas

Isso porque os modernos siste-mas de videoconferência permitemque se trabalhe de forma cooperati-va, compartilhando informações emateriais de trabalho sem a necessi-

dade de locomoçãogeográfica. É possívelagregar aplicações po-pulares como uma pla-nilha de cálculo, um edi-tor de texto e de ima-

gem ou até mesmo um software paradesenho técnico. “Cada vez mais, osexecutivos e empreendedores estãopreocupados com a qualidade da in-formação, com o que posso colocarna tela de um videofone para ajudarna comunicação”.

A Mude comercializa uma soluçãoda Tandberg, uma das líderes mundi-ais em soluções para videoconferên-cia. Para Souza, qualidade do equi-pamento conta: “Ele tem baixos gas-tos com manutenção e a Tandberg secompromete em substituir peças e vi-deofones que derem problema”. Essemercado é avaliado em cerca de US$10 milhões no país e com apenas umano de operação a Mude já alcançouum nível próximo a 10%. Um dosmaiores clientes da empresa é a Bra-sil Telecom, que investiu em cerca de

60 equipamentos compactos, maisfáceis de usar do que uma sala deconferência. “Como a demanda porvideoconferência era grande, a em-presa resolveu investir em equipamen-tos para serem colocados na mesade trabalho dos gerentes”.

Além do segmento corporativo –por exemplo, a integração entre ma-triz e filial – que corresponde a cercade 40% do faturamento da divisão devideofonia na Mude, a empresa tam-bém investe em outros mercados,como governamental, telemedicina (oespecialista pode opinar sobre umprocedimento cirúrgico em temporeal) e educacional (o chamado dis-tance learning permite criar uma salade aula remota em que o professorpode interagir com os alunos e vice-versa). O Tribunal de Justiça do Esta-do de São Paulo economizou cercade R$ 300 milhões ao substituir porteleconferência o deslocamento deprisioneiros de alta periculosidade dePresidente Bernardes, o que normal-mente exige um escolta armada. Épossível também reduzir os custos detreinamento de pessoal para o depar-tamento de recursos humanos.

A videfonia é um sonho antigo, ex-presso em filmes e séries como Jor-

Souza: mercado é avaliado em cerca de US$ 10 milhões no país

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 51

novos negóciosnada nas Estrelas e os Jetsons. Noinício da década de 90, ela parecia setornar uma realidade com o desenvol-vimento do padrão ISDN, sigla em in-glês para rede digital de serviços inte-grados, mas não foi o que aconteceu,porque os preços dos terminais eraminviáveis para a grande maioria dosusuários. Mas hoje a tendência é que,finalmente, a tecnologia chegue até oconsumidor final. Testes já têm sidofeitos com os celulares de terceirageração que recebem dados em altavelocidade, embora não transmitam demaneira satisfatória.

A Urmet Daruma, presente noBrasil e na América Latina e donade um terço do mercado nacionalde telefones públicos, pretende fa-bricar no país um aparelho de vi-deofone que já é sucesso na Itáliae no México. O equipamento per-mite conversar ao vivo com outrapessoa e transmitir imagens pormeio de uma ligação de telefonefixo para fixo através de um modeminterno e uma tela de 10 cm2 quefica do lado superior direito e mos-tra as imagens das duas pessoas.O aparelho também possui umamini câmera para captar o rosto dequem está telefonando.

Outra vantagem é um leitor desim card, que permite ao usuáriorepassar os números da agenda docelular para o videofone. O apa-relho também registra as imagensdas pessoas que ligaram, destaforma, quando o usuário rece-ber mais tarde a mesma liga-ção, a imagem aparecerácom o sinal da chama-da, identificando vi-sualmente quem estáligando. É possíveltambém utilizar váriostoques musicais. “Odesign é bastante di-dático e simples,

O videofone que conquistou a Europaprimeiro momento deve ser impor-tado até que a linha de montagemem Taubaté esteja pronta. As em-presas de telefonia fixa queriam ovideofone para o Natal, mas houveatrasos na homologação. A UrmetDaruma também aguarda os planosdas empresas de telefonia para acomercialização.

Na Europa, o aparelho é um su-cesso, só a Telecom Itália vendeu 500mil linhas e não cobra a mais do as-sinante para utilizar o serviço. “Elesganham com o aumento de tráfegona rede, o que acaba compensandoo investimento”, diz Campo Grande.O aparelho deve custar no Brasil me-nos de R$ 1 mil e, a exemplo do queacontece com os celulares, as ope-radoras de telefonias fixas podemoptar por subsidiar os aparelhos,

como a Telmex fez no México.“Ovideofone representa um grandeestímulo para a telefonia fixa, quetem perdido clientes de forma gra-

dual e progressiva para os ce-lulares”, diz Campo Grande.

Ainda não existem estimati-vas de venda no país.

para funcionar basta conectá-lo à to-mada telefônica”, diz Edson Galindo,diretor comercial de telecomunica-ções. O videofone já vem preparadopara operar serviços de SMS e MMS,muito populares nos celulares, bastaque a operadora ofereça o serviço.

Essa tecnologia não precisa doacesso à internet banda larga. Umalinha telefônica convencional já bas-ta para conversar com acesso a ima-gens. O know-how é italiano e num

Somado aos avanços dos proces-sadores e de melhores esquemas decompressão de dados fizeram de sof-twares como o Skype e o Messengerda Microsoft um sucesso. Estes pro-gramas tornaram viável a videoconfe-rência pelo computador. Ao contráriodas soluções corporativas, eles nãoexigem salas privadas ou equipamen-tos especiais e caros, apenas um ser-viço de banda larga e uma webcamque custa em média R$ 50. Só comocomparação, a solução mais baratada Mude custa cerca de US$ 2500; amais cara uns US$ 80 mil.

Mesmo assim, Souza não analisaesses softwares como uma ameaça.“Esses tipos de serviço podem atédesacreditar a videoconferência por-que não tem uma qualidade espera-da. Trabalhamos com soluções pro-fissionais”. Mesmo assim, a Mudequer tirar proveito da popularizaçãoda videofonia, pois a demanda deveaumentar, a qualidade dos equipa-mentos melhorar e o custo diminuir.“A tendência é a videofonia virar com-modities: cada vez mais barato e in-teligível. Cada vez mais parecido como telefone”, diz Souza.

Galindo: design édidático e simples epara funcionar basta

conectá-lo à tomadatelefônica

CARLOS PEREIRA

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52 – Empreendedor – Janeiro 2006

TI produtosPor Carol Herling ([email protected])

Mobilidade para cooperativas

Como estratégia para fidelizarclientes entre as micro e pequenasempresas, a Cisco Systems fechouparceria com a distribuidora Mudepara a aprovação do faturamento di-reto aos usuários finais de suas tec-nologias, como a videoconferênciapor telefonia IP (foto). O objetivo é

Internet emlocais remotos

O Broadband OmniWhere(BBO), serviço de internet móveldesenvolvido pela Impsat, é indi-cado para quem precisa de cone-xão com qualidade e custo acessí-vel em lugares remotos ou de difí-cil acesso. O pacote de serviçosoferece disponibilidade 24h, sema necessidade de encargos extraspor tempo e volume, além de co-nexão de banda larga e IP fixo emqualquer lugar da América Latina.O BBO é baseado em tecnologiasatelital avançada e disponível aousuário em três modalidades, comvelocidades de download de 400kbps, 700 kbps e 1 Mbps. As velo-cidades de upload chegam a 128kbps. A tecnologia fornece aindaum IP público na localidade remo-ta. www.impsat.com.br

Empresa aposta no mercado paranaense

De olho no mercado de cooperati-vas agrícolas – que no Brasil reúne 1,5milhão de trabalhadores associadosem mais de duas mil entidades – a MGIlançou o pacote Cooperate Mobile,composto por Pocket HP com solu-ções em mobilidade para o agrone-gócio. O serviço tem como objetivopromover a total automação do co-mércio de insumos para engenheiros

e técnicos agrônomos, sendo que oPocket possibilita que um produtor, aoreceber a visita de um engenheiroagrônomo, tenha um acompanhamen-to pontual de sua produção atravésda tecnologia. Segundo a MGI, os be-nefícios para o usuário de cooperati-va são o controle do planejamento deplantio e a automação das vendas deprodutos. www.mgi.com.br

A Seprol, líder em Santa Catarinaem suprimentos e soluções para TI, ini-ciou suas atividades em Curitiba como lançamento de um escritório. Até fe-vereiro, a empresa oficializa a aberturada sua filial no Paraná. Com foco nomercado corporativo da região Sul, aSeprol também atua em outras locali-dades brasileiras e conta com a parce-ria dos principais líderes mundiais dosegmento tecnológico, como IBM,BMC, CA, Critical Path e HP. A escolha

do Paraná pela Seprol é estratégica, jáque o Estado vem se destacando noscenários nacional e internacional devi-do ao crescimento no setor de tecno-logia de informação e comunicação.“Esse crescimento foi possível devidoà boa qualidade de ensino em suas uni-versidades, que atuam em parceria comcentros de pesquisas, Governo esta-dual e municipal”, afirma Octávio Gui-marães, consultor de negócios da Se-prol no Paraná. www.seprol.com.br

Rede organizadaCom a proposta de desenvolver

ferramentas de trabalho para as em-presas atenderem seus consumidoresfinais pela internet, o empresário e es-pecialista em TI, Eduardo Favaretto, de-senvolveu o portal iBuscas (www.ibus-cas.com.br). Segundo Favaretto, de-pois do boom da internet a partir dofinal do ano 2000, a rede passa agorapor um novo momento, chamado pe-los analistas de Web 2.0, em que é ne-cessário organizar as informações e fer-ramentas para melhor aproveitamento.“Tornou-se vital filtrar informações, usarferramentas adequadas para a realiza-

ção de cada tarefa on-line para torná-las úteis ao nosso dia-a-dia”, explica.Entre os primeiros produtos e serviçosoferecidos pelo iBUSCAS estão o iBUS-CAS NewsLetter (ferramenta de e-marke-ting para o envio de comunicados so-bre lançamentos e promoções), o iBUS-CAS SiteSubmit (que faz divulgações desites, lojas virtuais, produtos e serviçosem mecanismos de buscas nacionais einternacionais) e o iBUSCAS Ecommer-ce (que já está em fase de comercializa-ção e permite ao usuário terceirizar todoo processo de administração de seusnegócios on-line).

TI para pequenas e médias empresaspossibilitar maior acessopelo mercado às novida-des em TI e Telecom e ex-pandir sua atuação entreas pequenas e médiasempresas. Com a idéia,a Mude espera realizar negó-cios com canais que hoje não traba-

lham com a Cisco, principalmen-te pela restrição do faturamentodireto. A expectativa é aumentarem 50% o número de canais em

2006 e, conseqüentemente, umaumento na mesma ordem paravendas no mercado SMB.

www.mude.com.br

IND

EX

ST

OC

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 55

Franquia Total Suplemento Especial da Revista Empreendedor – Ano V – Nº 52

Redes atraem mais

empreendedores e

atingem índice acima

da média nacional

O franchising é um dos setoresque mais se expandiu nos últimosanos, superando sempre os índicesde crescimento da economia brasilei-ra. As redes conseguem manter osplanos de expansão e ganham forçacom ações conjuntas de marketing ede gestão, que minimizam os custosentre os franqueados. Segundo o con-sultor André Friedheim, da Francap,“a expansão em 2005 deve ficar umpouco acima da meta fixada no iní-cio do ano, de 10% de crescimento”.É um resultado importante, “que tra-duz a força do sistema, em especialse comparado ao desempenho doPIB, que deve ficar na faixa de 3,5%a 4%”, afirma o consultor.

Friedheim diz quecada vez mais empreen-dedores estão sendo atra-ídos por esse crescimen-to, por intuir que o bene-fício é mútuo. “Novasempresas e algumas in-dústrias aderiram ao sis-tema. O Governo vê ofranchising como umaalternativa para a geraçãode empregos e abre dis-cussão por meio de câ-maras setoriais. Os ban-cos perceberam o poten-cial do setor e abriramnovas formas de financi-

Crescimentoalém da meta

amento. Tudo isso, somado aos es-forços individuais das empresas dosistema, explica o crescimento regis-trado”, afirma o consultor.

Dados da Associação Brasileira deFranchising mostram que, em 2004,

o faturamento do sistemacresceu 9% em relação a2003, atingindo R$ 31,6 bi-lhões. No mesmo período,o número de empresas queaderiram ao sistema cres-ceu 20%. Para 2006, a ex-pectativa é manter o mes-mo ritmo de crescimentoem torno dos 10%.

Pontos-de-venda

Algumas redes conse-guiram ultrapassar aindamais esses números, re-velando a força do setor.É o caso da grife femini-

na Someday, que encerrou 2005 comexcelentes resultados e vendo cum-pridas todas as metas estabelecidaspara o ano. Nos últimos 12 mesesforam inauguradas sete novas fran-quias, contabilizando um total de 21lojas em 15 cidades brasileiras. Alémdisso, a empresa de Santa Catarina su-perou a marca de distribuição em 200lojas multimarcas. “Este ano chega-mos em Santo André e São José dosCampos, no Estado de São Paulo, etambém nas capitais Aracaju (SE),Natal (RN), Salvador (BA) e Rio deJaneiro (RJ), além de estrearmos emMaringá, uma das mais importantescidades do Paraná”, conta Volnei Mu-niz de Moura, gerente comercial daempresa. Até o final de dezembro elecontabilizou o índice de 45% de cres-cimento durante o ano.

Das 96 multimarcas do final doano passado, a Someday mais que

Someday: sete novas franquias em um ano e 21 lojas em 15 cidades

André Friedheim:interesse do Governoe dos bancos

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Franquia Total

56 – Empreendedor – Janeiro 2006

dobrou a sua distribuição, ultrapas-sando a marca de 200 pontos-de-ven-da. Mantém show room permanente etrabalha com a ferramenta e-commer-ce. Também ampliou o número de re-presentantes, que atuam nas regiõesSul e Sudeste e renovou pedidos paraPortugal e Grécia. A Espanha deve sero próximo destino internacional. Es-ses fatores são bem favoráveis às es-timativas para 2006, que prevêem umcrescimento de pelo menos 35%.

Alimentação

No ramo da alimentação, uma dasredes que se consolidou foi a Empa-da Brasil, que aderiu ao sistema em2002. No início de 2003 possuía 13unidades (12 no Rio de Janeiro e 1em São Paulo). Hoje são 56 lojas emsete Estados e no Distrito Federal,sendo que 18 delas foram abertas em2005, um crescimento de 47%. “Atin-gimos a meta estabelecida para esteano. Em 2006, esperamos obter omesmo desempenho”, afirma Fran-cisco Christóvão, proprietário. Cadaunidade fatura, em média, R$ 30 milpor mês.

Outra rede no setor que teve bomdesempenho foi o Montana Grill Ex-press, que começou o ano com 27unidades e hoje está com 41, além deoutras nove já negociadas, um cres-cimento de 85%. O faturamento men-sal de cada loja é de R$ 80 mil.

Antecipando as perspectivas anun-ciadas, a rede de franquias Rei doMate anunciou em dezembro a assi-natura do contrato de número 200. Há35 anos no mercado, com faturamen-to previsto para R$ 60 milhões ao ano,a rede de franquias vem registrandocrescimento anual de 18%. Em 2004,foram inauguradas 31 novas unidades.Enquanto 2005 serão 35 lojas, soman-do um movimento de R$ 5 milhões.“Os resultados positivos são fruto deum trabalho árduo de prospecção egarantia de boas condições de negóci-os, apoio ininterrupto e de parceriacom os nossos atuais e futuros fran-

O fim do ano é o período mais im-

portante para a rede de cosméticos O

Boticário. A expectativa de fechamen-

to para 2005 era contabilizar um in-

cremento de até 20% nas vendas em

relação ao mesmo período do ano pas-

sado. Para atingir a meta, a empresa

investiu em várias frentes: um novo

produto, a volta de edições limitadas,

brindes exclusivos, ações de marke-

ting e campanha publicitária. Além dos

cerca de 550 itens disponíveis regu-

larmente nas lojas, O Boticário pre-

parou 13 estojos promocionais espe-

cialmente para o Natal, com embala-

gens diferenciadas, elegantes e que va-

lorizam ainda mais os produtos da

marca. “Além das sugestões prepara-

das pelo O Boticário, o cliente teve a

opção de escolher um presente de

acordo com o perfil da pessoa a ser

presenteada”, ressalta Andrea Mota,

Diretora Comercial do O Boticário.

A estratégia de vendas contou ainda

com ações de marketing e publicida-

de que foram divididas em dois mo-

mentos. O primeiro foi a campanha

“Antecipe seu Natal”, que começou

em novembro. A partir de primeiro

de dezembro, a imagem de anjos apre-

sentaram o Natal Boticário. “Indepen-

dente de crença ou religião, eles são

reconhecidos como mensageiros,

emissários da bondade, do amor in-

condicional, da bem-aventurança” ex-

plica Márcia Magno, diretora de Co-

municação do O Boticário. Uma área

especial também foi desenvolvida na

página do O Boticário na internet

(www.boticario.com). Além de dicas

de presentes e apresentar os kits pre-

parados pela empresa, o espaço trou-

xe uma brincadeira, a corrente do

bem: quem acessava o hot site podia

enviar mensagens de Natal para pa-

rentes e amigos. A cada mensagem

enviada, uma flor era colocada na asa

do anjo com o nome do remetente.

Quanto mais mensagens eram envia-

das, mais anjos eram criados.

Bons resultados

queados”, conta o diretor comercial ede marketing do Rei do Mate, AntônioCarlos Nasraui.

Os números contabilizados pelaempresa em relação ao desempenhode sua cadeia de franqueados também

são muito positivos. Hoje, os regis-tros mensais indicam vendas de 250mil xícaras de café gourmet, 1,2 mi-lhão de copos de mate e 4 milhões depão de queijo para cerca de 1,4 mi-lhão de clientes.

O Boticário: um novo produto, a volta de edições limitadas,brindes exclusivos, ações de marketing e campanha publicitária

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 57

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Franquia Total

58 – Empreendedor – Janeiro 2006

Linha Direta

Bittencourt Consultoria

(11) 3673-9401

Empada Brasil

(24) 2237-7979

Francap

(11) 3709-3709

Master Rental

(11) 3352-8888

Montana Grill Express

(11) 3709-3709

O Boticário

(41) 381-7000

Rei do Mate

(11) 3081-9335

Evite atropelosApesar dos bons resultados do sis-

tema de franchising, sempre vale a dica

de que todo cuidado é pouco para

evitar atropelos. As metas de expan-

são devem estar bem respaldadas nas

possibilidades que a franqueadora

pode oferecer aos franqueados.

A consultora Cláudia Bittencourt,

sócia Diretora da Bittencourt Consul-

toria e Academia do Franchising &

Negócios, alerta que franquear um ne-

gócio significa conceder o direito de

uso de uma marca, associada muitas

vezes à distribuição de produtos de

forma exclusiva ou de serviços e de

um conceito de negócio que deu cer-

to. O ato de franquear exige o “dar o

exemplo”. E como o empresário

pode dar o exemplo? Primeiro, repen-

sando a empresa como um todo e

definindo um plano de metas para cur-

to, médio e longo prazo, com base na

missão proposta para a empresa, de

forma a preservar os valores e os prin-

cípios éticos e morais da instituição,

dos sócios e dos colaboradores. De-

pois deve reavaliar os resultados da

empresa e o crescimento verificado

nos últimos anos, se é auto-sustentá-

vel ou se está dependente de capital

de terceiros. Este é um dos principais

fatores a ser analisado antes de um

processo de expansão com franquias.

Aí sim, pode passar para a etapa de

rever os processos, o sistema de ges-

tão administrativa, financeiro, comerci-

al, enfim, avaliar o quanto as operações

da empresa estão sob controle e se as

ferramentas são adequadas, se o nível

de tecnologia utilizado gera economia,

se evita desperdícios, se é eficaz e se

permite agregar valor ao produto, ao

serviço e ao atendimento do cliente.

Analisar o perfil dos funcionários,

se estão capacitados para atuar de

forma eficaz com os novos proces-

sos, deve ser outra etapa realizada

antes de expandir. “Agora sim, cum-

pridas as etapas acima o empresá-

rio terá toda condição de formatar

o sistema de franquias de forma a

replicar o motivo do seu sucesso”,

afirma a consultora.

Serviços

Além da alimentação, os serviçostambém garantiram bons resultadosem 2005. As franquias de locação deveículos souberam aproveitar o cres-cimento econômico. A Master Ren-tal, por exemplo, uma das maiores dosetor, faturou R$ 55 milhões em2005, um crescimento de 38% emrelação a 2004. A rede começou o anocom 29 unidades (19 próprias e 10franqueadas). Hoje são 45 lojas em15 Estados e no Distrito Federal (29próprias e 16 franqueadas). Para2006, a meta é abrir mais oito fran-quias e quatro lojas próprias.

“Os resultados mostram o moti-vo pelo qual o Governo, os bancos ediversas empresas investem no sis-tema. Ao contrário do que algunspensam, o franchising ainda temmuito espaço para crescer no Bra-sil, um país de dimensões continen-tais e com regiões ainda pouco ex-ploradas”, conclui o consultor An-dré Friedheim. E isso sem contar acrescente tendência de algumas re-des de iniciarem operações no exte-rior, como é o caso das escolas BIT

Company, Wizard, Fisk, das redes defast food Habib’s, Spoleto, entre ou-tras dezenas de franqueadoras.

Esta atuação ganha respaldo na par-ceria da ABF com a Agência de Pro-moção de Exportações do Brasil(APEX-Brasil) que incentiva a partici-pação nas feiras internacionais, tendocomo foco os mercados mexicano,americano, português e espanhol.

Master Rental: crescimento em 2005 de 38% em relação a 2004

CA

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Franquia Total

60 – Empreendedor – Janeiro 2006

Hora doempréstimo

O Banco do Brasil possui pro-dutos específicos para o setor defranchising. Além de manter con-vênio com várias empresas fran-queadoras dos mais diversos se-tores da economia, disponibilizan-do linhas de crédito para emprés-timos de capital de giro, taxa defranquia, antecipação de recebí-veis, financiamentos de investi-mentos, comercialização de fran-quias brasileiras no exterior, pos-sui também serviços e facilitado-res de atendimento exclusivospara as empresas que atuam nosetor de franquia. O BB Franquia,por exemplo, é um programacriado para estimular o sistema defranquias, apoiando a realizaçãode negócios de empresas fran-queadoras e franqueadas.

Atualmente, as linhas de crédi-to mais utilizadas são a PROGERUrbano Empresarial, BNDES, BBGiro Rápido, Desconto de Chequese Antecipação de Crédito ao Lojis-ta (ACL). Há ainda o Proex Finan-ciamento de Franquias, um progra-ma com o objetivo de financiar acomercialização de franquias bra-sileiras no exterior. O exportador(franqueador) recebe os recursosdo programa à vista, podendo con-ceder prazo para o importador. Ocontrato de cessão da franquia po-derá contemplar o financiamentode treinamento, fornecimento demercadorias, projeto de instalaçãoda loja, fornecimento de equipa-mentos, projeto arquitetônico, mar-ca e divulgação. www.bb.com.br

de saladas se intensifica no verão. Porisso, esperamos que esses pratos re-presentem 10% das vendas nos pró-ximos meses”, diz Jorge Torres, di-retor de franquias da China House.

A entrega rápida também é consi-derada estratégica para o aumento de

vendas e fidelização de cli-entes. A rede conta com

uma equipe especializa-da na entrega de pedi-dos, com um númerode motoboys acima da

média praticada no mer-cado e tempo recorde de en-

trega estipulado em no máximo 30minutos. Os pedidos podem ser fei-tos por telefone ou pela internet.www.chinahouse.com.br ou (11)6239-9900

cial da Spedini, Romano Fressato Neto.A rede prepara outras mudanças para

a nova fase de expansão. Cardápio di-versificado, acordos unificados comfornecedores e novos uniformes estãoentre as iniciativas imediatas. No mêsde dezembro foi realizada uma campa-nha natalina de distribuição aos clientesde 10 mil minipanetones, todos produ-zidos por Portadores de NecessidadesEspeciais (PNEs) atendidos por uma en-tidade da capital paranaense. (41) 362-5522 ou www.spedini.com.br

Massas para todo lado

A chegada da estação quente levaa rede China House, de comida chi-nesa, a adaptar o cardápio para agra-dar mais consumidores. Com seis uni-dades na capital paulista, a empresapassa a oferecer saladas, peixes e pra-tos à base de camarão para atenderos que buscam opçõesmais leves entreguesem domicílio. Ofere-cer um cardápio va-riado, além dos tra-dicionais pratos daculinária chinesa, fazparte da estratégia da redepara crescimento e conquista de cli-entes. “Entre famílias, casais e ami-gos, há sempre alguém preocupadoem não consumir produtos muito ca-lóricos. Por outro lado, o consumo

Verão leve

Rio de Janeiro e São Pau-lo serão os principais alvos daexpansão da Spedini TrattoriaExpressa nos próximos doisanos. Com nove lojas atual-mente, a meta da rede de res-taurantes especializados emmassas é alcançar 20 unida-des em um prazo de 12 a 24meses. A rede negociou a inau-guração de mais uma unidadeem Curitiba (PR) e outra emFlorianópolis (SC), em dois novos shop-pings que serão inaugurados nessas ca-pitais. A expansão da Spedini vai criarcerca de 260 novos postos de trabalho.Cada unidade emprega, em média, 13funcionários. Apesar de todas as unida-des estarem instaladas em shoppings, arede estuda um novo formato para aabertura de unidades de rua, mas semmudar o tipo de prestação de serviço.“A idéia é transferir o fast food do shop-ping para a rua, exatamente nos mes-mos moldes”, afirma o gerente Comer-

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 61

Bob’s de cinemaUm restaurante fast food temáti-

co, localizado em São Paulo, na ave-nida Domingos de Morais, está ho-menageando o cinema. A decoraçãoda loja do Bob’s conta com cortinasque remontam as entradas das salasde cinema, câmaras antigas, rolos ebanners de filmes espalhados portodo o salão. Além disso, promoçõesconstantes proporcionam aos clien-tes ingressos para os melhores filmesem cartaz, geralmente lançamentos.Na inauguração da loja, atores vesti-

dos de Marilyn Monroe e CharlesChaplin estiveram presentes, chegan-do em uma charmosa limusine con-versível vermelha, o que causou umenorme congestionamento no local.A franqueada responsável pelo pionei-rismo e originalidade, Marisa Mastro-vier, diz que a inovação deve ser umaconstante para agradar o público. Hoje

a rede está presente em 23 Estados,com 365 franquias e 63 lojas própri-as, e anuncia um amplo investimentono mercado paulista. Até o final des-te ano, a rede abrirá mais quatro uni-dades no mercado paulista, que con-ta hoje com nove pontos-de-vendapróprios e 64 franqueados, somando73 lojas. (21) 2536-7500

Naturebas em açãoA rede de cafeterias Casa do Pão

de Queijo relança neste verão os su-cos de frutas com polpas misturadas.Em janeiro, “Os Naturebas” estarãonovamente disponíveis no cardápio darede. Com o objetivo de aumentar em22% as vendas de sucos, a rede in-vestiu R$ 500 mil em uma nova cam-panha de marketing com caracterís-ticas e cores da estação. “A rede ven-de cerca de 480 mil sucos por mês,sendo que os especiais representammais de 40% dos sucos vendidos naCasa. Por isso, estamos relançando“Os Naturebas”, já conhecidos dopúblico”, explica Susana Ziliotto, ge-rente de marketing da rede. Os sucosestão disponíveis em seis sabores:Beto Mangaxi (manga com abacaxi),Ana Abacarola (abacaxi com acero-la), Edu Abacaju (abacaxi com caju),Malu Laranju (laranja com caju), ZéLaranjola (laranja com acerola) e DidiMangaranja (manga com laranja).Com 420 lojas franqueadas nos prin-cipais shoppings, hipermercados, ga-lerias, ruas e avenidas de todo o Bra-sil, a Casa do Pão de Queijo tem ain-da 800 pontos-de-venda presentesem postos, escolas, restaurantes deempresas através de um licenciamen-to de marca.www.casadopaodequeijo.com.br

Orientaçãoestética

Mais do que uma apresentaçãoda empresa, com dados sobre arede de franquias e as promoções,o site da Vita Derm Day Clinic(www.vitaderm.com) traz artigosque orientam sobre cuidados coma pele, novidades na área da estéti-ca, entre outras informações. Éuma boa fonte para quem buscadicas, especialmente no verão.

Moda cearenseções anuais, a rede, que tem sede nacidade cearense de Pacajus, fomentade forma antenada e descolada um mer-cado que é extremamente exigente eávido por coisas novas: o das adoles-centes. Por isso, a empresa investe empesquisa para criar. Para ser franquea-do, a rede dá preferência para quemtiver experiência comprovada no vare-jo e possa se dedicar integralmente àfranquia. Saber formar e liderar equipee transmitir um alto grau de motivaçãoe comprometimento com o negócio eseus princípios são outras caracterís-ticas valorizadas pelos empreendedo-res Fátima e Miguel Brilhante. (85)3348-8000

O plano de expansão da rede demoda feminina Dona Florinda está deolho nas regiões Norte, Nordeste eCentro-Oeste. Há possibilidade de cres-cimento na região Sudeste, com focono interior de São Paulo, nas principaiscidades. Criada em 2001 no Ceará porFátima e Miguel Brilhante, junto com oestilista cearense Josenias Júnior, a redetrouxe ao mercado uma moda colori-da. A proposta da marca, com foco nopúblico adolescente e jovem feminino,é criar tendência e se tornar referênciaem seu segmento. Hoje a Dona Florin-da conta com lojas nos principais shop-ping centers de Fortaleza (CE), Recife(PE) e Belém (PA). Com quatro cole-

Page 62: Empreendedor 135

Franquia ABFABF

62 – Empreendedor – Janeiro 2006

ABF anuncia novidades para 2006

A Associação Brasileira de Franchi-sing (ABF) fechou 2005 com grandesresultados e anuncia ações para 2006.Em seu primeiro ano à frente da ABF,Artur Grynbaum, presidente da ABFe vice-presidente do O Boticário, con-centrou esforços na busca pelo re-conhecimento da importância dofranchising no cenário sócio-econô-mico do país.

Para tanto, atuou firmemente naabertura de novas oportunidades noexterior, no desenvolvimento de fran-quias públicas e nas atividades do Fó-rum Setorial de Franquia junto ao Mi-nistério do Desenvolvimento da In-dústria e Comércio Exterior.

A ABF, hoje, é o órgão máximo derepresentatividade do franchising juntoao Governo Federal e está acompa-nhando de forma pró-ativa os trâmi-tes do Projeto de Lei de Franquia, quepropõe alterações na legislação querege o setor. A associação também de-senvolveu um trabalho em conjuntocom o Instituto Nacional da Proprie-dade Industrial (INPI) para agilizar oregistro das marcas, que atualmentepode demorar até seis anos.

Brasil será sede pela primeira vez do World Franchise Council

Com a reabertura do Fórum deFranquia, em agosto de 2004, a ABFcriou uma cartilha para a divulgaçãodo conceito de franchising e inicioua participação nas feiras internacio-nais, que fazem parte do acordo coma Agência de Promoção de Exporta-ções do Brasil (APEX-Brasil). Essaparceria visa a exportação das mar-cas nacionais e tem como foco osmercados mexicano, americano, por-tuguês e espanhol.

Para apoiar o desenvolvimento dosetor, a ABF firmou recentemente umconvênio de cooperação técnica como Banco do Brasil, por meio do qualfranqueadores e franqueados terão àdisposição uma rede de 90 agênciascapacitadas para atender as necessi-dades dos empresários do sistemacom condições especiais. Outro im-portante acordo foi selado com a Cai-xa Econômica Federal, no qual serãooferecidas linhas de crédito para osfranqueadores que vão atender desdemicro até empresas de grande porte,que poderão financiar de R$ 20 milaté R$ 2 milhões. O BNDES, por suavez, aumentou o limite do seu cartão

O projeto Pavilhão Brasil está no ca-

minho certo. Em reunião especial, pro-

movida pela Agência de Promoção de

Exportações e Investimentos/APEX-Bra-

sil, em Brasília, no início de dezembro,

foi possível trocar experiências com ou-

tros setores, o que mostrou que o resul-

tado desse primeiro ano de parceria foi

muito positivo.

Essa avaliação vale não apenas para

os resultados práticos das empresas

participantes dos projetos, mas tam-

bém para organização e práticas ado-

APEX faz balançode 2005

de crédito para franquias de R$ 50mil para R$ 100 mil.

Expectativas para 2006

O ano de 2006 será um marco parao franchising nacional. Em outubro,pela primeira vez será realizada noBrasil a reunião anual do World Fran-chise Council, que contará com re-presentantes da França, Inglaterra,Alemanha, Canadá, Austrália, EUA,China, Filipinas e México.

A ABF renovou o acordo com aAPEX com vistas a dar continuidadeaos esforços para a internacionaliza-ção das marcas nacionais.

A ABF Franchising Expo 2006 con-tará novamente com um pavilhão in-ternacional que reunirá delegações dosseguintes países: Equador, Peru, Ar-gentina, Venezuela, México e Espanha.Além disso, durante a feira, acontece-rá em conjunto com o Sebrae a Roda-da de Negócios, que tem por finalida-de aproximar potenciais compradorese vendedores para que negociem pro-dutos, realizem joint-ventures, socie-dades, investimentos e transferênciade tecnologias, entre outros.

tadas pela ABF ao longo do ano.

A participação nas feiras sob a marca

Pavilhão Brasil, a divulgação das ativi-

dades no Brasil e no exterior, o material

produzido e distribuído durante as fei-

ras estão alinhados com o objetivo da

APEX Brasil de divulgar marcas bra-

sileiras fora do país.

Page 63: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 63

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

A Wizard Idiomas é a

maior rede de franquias no

segmento de ensino de idiomas* do país.

Atualmente, são 1.221 unidades no Brasil e no exterior que

geram mais de 15 mil empregos e atendem cerca de meio mi-

lhão de alunos por ano.

A Wizard dispõe de moderno currículo, material altamente

didático com proposta pedagógica para atender alunos da educa-

ção infantil, ensino fundamental, médio, superior e terceira ida-

de. Além de inglês, ensina espanhol, italiano, alemão, francês e

português para estran-

geiros. A Wizard é

também pioneira no

ensino de inglês em

Braille.

* Fonte: Associação

Brasileira de Franchi-

sing e Instituto Fran-

chising.

WizardNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.wizard.com.br

Sucessoeducacional eempresarial

Nº de unidades: 1.221 franqueadasÁreas de interesse: América Latina, EUA eEuropaApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF, FI, EI,PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mil e R$ 32 milInstalação da empresa: a partir de R$ 50 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 24 a 36 meses

Page 64: Empreendedor 135

FRANQUIAS EM EXPANSÃO

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

WorktekNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.worktek.com.br

A Worktek Formação Profis-

sional faz parte do ProAcade-

mix, maior grupo educacional

do Brasil detentor das marcas

Wizard, Alps e Proativo. Trata-

se de uma nova modalidade de

franquias com o objetivo de

preparar o jovem para o pri-

meiro emprego ou adultos que

buscam uma recolocação no mercado de trabalho.

São mais de 30 cursos, entre eles, Office XP, Web Designer,

Digitação, Curso Técnico Administrativo (C.T.A.), Montagem e

Manutenção de Computadores, Secretariado, Operador de Te-

lemarketing, Turismo e Hotelaria, Recepcionista e Telefonista,

Marketing e Atendimento ao

Cliente.

Entre os diferenciais da

Worktek está a qualidade do

material e do método de en-

sino, além do comprometi-

mento com a recolocação que

vai além das salas de aula atra-

vés do POP, Programa de

Orientação Profissional.

Conquiste sua independência financeira!

Nº de unidades próprias e franqueadas:70Áreas de interesse:: BrasilApoio: PA, PM, MP, PP, PO, OM, TR, PF,FI, EI, PN, AJ, FB, FL, CP, FMTaxas de Franquia: entre R$10 mile R$ 25 milInstalação da empresa: a partir deR$ 30 milCapital de giro: R$ 15 milPrazo de retorno: 36 meses

ZetsNegócio: telefonia celular e aparelhos eletrônicos

Tel: (011) 3871-8550/Fax: (011) [email protected]

www.zets.com.br

Tenha uma loja em sua mãoA Ezconet S.A. detentora da

marca Zets é uma empresa de tec-nologia e distribuição de telefoniacelular e aparelhos eletrônicos que,através de um sistema revolucioná-rio denominado “BBC” (business tobusiness to consummer) agrega novosserviços e valores a cadeia de distri-buição. Realiza a integração entre ocomércio tradicional e o comércio virtual, fornecendo soluções com-pletas de e-commerce e logística para seus parceiros.

Franquia Zets: Foi criada com a finalidade de disponibilizarpara pessoas empreendedoras a oportunidade de ter um negóciopróprio com pequeno investimento, sem custos de estoque, semriscos de crédito, sem custos e preocupação com logística. ComoFunciona: O Franqueado tem a sua disposição uma loja virtualZets/Seu Nome, para divulgação na internet, vendas direta, cata-logo, montar uma equipe de vendas, eventos, grêmio. QuaisProdutos são comercializados: Celulares e acessórios para

celulares, calculadoras, telefo-nes fixos, centrais telefônicas,acessórios para informática, ba-terias para filmadoras, bateriaspara note-book e câmeras digi-tais, pilhas, lanternas, filmespara maquina fotográfica, car-tuchos para impressoras, etc.A franquia estuda a inclusão denovos produtos.

Nº de unidades próp. e franq.: 20Áreas de interesse: BrasilApoio: PP, TR, OM, FI, MPTaxa de Franquia: R$ 5 milInstalação da empresa: R$ 1.500,00Capital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 6 a 12 mesesContato: Shlomo Revi

Page 65: Empreendedor 135

PA- Projeto Arquitetônico, PM- Projeto Mercadológico, MP- Material Promocional, PP- Propaganda e Publicidade, PO- Projeto de Operação, OM- Orientação sobre Métodos de Trabalho, TR- Treina-mento, PF- Projeto Financeiro, FI- Financiamento, EI- Escolha de Equipamentos e Instalações, PN- Projeto Organizacional da Nova Unidade, SP- Solução de Ponto

AlpsNegócio: Educação & Treinamento

Telefone: (19) [email protected]

www.alpschool.com.br

Oportunidade de sucessoRede em ampla expansão

Lançada em maio de 2001, a Alps faz

parte do grupo ProAcademix, também

detentor das marcas Wizard e

Worktek. Atualmente, ela é a rede de

franquias de idiomas que mais cresce

no Brasil, com 101 unidades espalha-

das por todo o país.

O sistema Alps de ensino conta com metodologia desenvolvi-

da nos Estados Unidos que utiliza avançadas técnicas de neurolin-

güística, em que o aluno é estimulado a desenvolver as quatro

habilidades fundamentais para se comunicar na língua inglesa:

conversação, compreensão auditiva, leitura e escrita. Assim, o

aprendizado é feito de forma natural, rápida e permanente.

A Alps conta com know-how administrativo e comercial,

através de um siste-

ma exclusivo de en-

sino, e dá assessoria

na seleção do ponto

comercial, na adequa-

ção do imóvel e na

implantação e opera-

ção da escola.

Nº de unidades próp. e franq.: 101Áreas de interesse: América Latina, EstadosUnidos, Japão, EuropaApoio: PA, PP, PO, OM, TR, FI, PNTaxas: R$ 10 mil (franquia) e R$ 12,00 porkit (publicidade)Instalação da empresa: R$ 20 mil a R$ 40 milCapital de giro: R$ 5 milPrazo de retorno: 12 a 18 mesesContato: Ivan Cardoso

Babbo Giovanni FranchisingNegócio: Pizzaria

Telefone: 11-9985-4438 [email protected]

www.babbogiovanni.com.br

Apetite por bons negócios?Rede de pizzaria no mercado des-

de 1917. Participe de um grupo de88 anos de atuação. Receba nossaexperiência na busca e escolha doponto, treinamento ao franqueado,seleção e treinamento de funcioná-rios, marketing cooperado e cen-tral de compras.

Comer pizza para nós é um ritualde prazer. Todas as nossas unidadesfuncionam à noite, servindo as mais deliciosas pizzas, feitas demaneira artesanal, recheadas com os melhores ingredientes eassadas exclusivamente em forno à lenha. Tudo na frente dos clien-tes, nossa razão de ser. Todos os alimentos são preparados naprópria cozinha do restaurante e o franqueado não depende de umabastecimento central. Os ingredientes são fornecidos por em-

presas de ponta, sempre aprova-das por nossa chefe-nutricionista.

O franqueado BABBO GIO-VANNI tem a missão de dirigirseu próprio estabelecimento,sempre preocupado com o óti-mo atendimento a seus muitosclientes. Também é responsávelpor compras, administração emarketing.

Nº de unidades: 9Área de interesse: todo o BrasilApoio: AJ, EI, FI, MP, OM, PA, PF,PM, PN, PO, PP, TR, SPTaxas: franquia R$ 30mil; royalties4%; propaganda 2%.Investimento total: R$ 300 milCapital de giro: R$ 50 milPrazo de retorno: 36 mesesContato: Pedro Paulo Couto

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66 – Empreendedor – Janeiro 2006

Page 67: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 67

Guia do EmpreendedorPor Carol Herling [email protected]

Com o achatamento das pirâmidesorganizacionais no início dos anos 90,muitas empresas passaram pelo processode reorganização de suas estruturas ope-racionais e de seus quadros de funcioná-rios, gerando extinção de cargos, reduçãode hierarquias e demissões em massa. Estefenômeno, que ocorreu com mais inten-sidade nas grandes corporações, deixoumarcas que exigem, por parte das em-presas, a aplicação de políticas com focono aperfeiçoamento das relações interpes-soais entre os funcionários. Ao mesmotempo em que aqueles que “sobrevive-ram” às mudanças tiveram que se adap-tar à nova realidade do mercado de tra-balho, as empresas começaram a ter con-tato com correntes teóricas que pregama valorização das pessoas.

Essas correntes surgiram nos Esta-dos Unidos e que até hoje são utilizadaspelos departamentos de recursos huma-nos. Uma delas, conhecida como O Ele-mento Humano, foi criada pelo psicólogonorte-americano Will Schutz e consistenum modelo tridimensional das relaçõeshumanas. Schutz parte da premissa de queo bom trabalho em equipe ocorre quan-do as pessoas reconhecem e admitem(tanto para si mesmas quanto para osoutros) as suas reações ao se sentiremameaçadas. O estudo serve como prin-cipal referência para o sociólogo Odi-no Marcondes, que é representante deSchutz no Brasil. Com quase 30 anosde experiência na área e mais de 40 milpessoas treinadas no currículo, Mar-condes acredita que a valorização dofuncionário é fundamental para as em-presas que almejam crescimento, nãosó do faturamento, mas também daequipe como um todo. “O movimento

Relações conscientesTeoria provoca impacto no trabalho em equipe e pode

fazer a diferença no desenvolvimento das empresas

de reengenharia deixou as pessoas deses-truturadas, por isso investir na equipe é achave de tudo. O empreendedor tem queentender que se as pessoas estão bem, háalta produtividade e comprometimentocom os resultados”, diz.

No seminário O Elemento Humano:Auto-Estima e Liderança Autêntica, Mar-condes defende que a troca da adminis-tração por conflitos pela aplicação daschamadas relações conscientes é o atalhopara os gestores de uma empresa alcan-çarem melhorias no desempenho opera-cional e na tomada de decisões por parteda liderança. E também aborda como oempreendedor deve se preparar para ven-cer a resistência do colaborador, que sem-pre visualiza a crítica, a não-aceitação, oabandono ou a rejeição quando confron-tado com a possibilidade de estabelecerrelações abertas. “A pessoa imediatamen-te imagina reações negativas, e isto de-corre do entendimento de que dizer a ver-dade equivale necessariamente a revelaras nossas críticas”, diz o sociólogo. Comona abordagem O Elemento Humano a ex-periência de cada um é levada em conta,

bem como os comportamentos, sentimen-tos e pensamentos, ser aberto, portanto,significa estar disposto a revelar-se ao ou-tro. “A abertura corresponde à auto-ex-pressão natural, a um trabalho menos ten-so e com mais energia”, diz. “Normal-mente as pessoas acreditam que dar feed-back é falar dos outros; o meu esforço éapoiar as pessoas a não falar do outro, esim da sua relação com o outro.”

Um dos cases de sucesso das teoriasde Schutz aplicadas pelo sociólogo OdinoMarcondes é o Ciclo de Desenvolvimen-to Organizacional, que foi instituído namultinacional Kimberly Clark. O executi-vo Pedro Coletta foi o principal responsá-vel por essa reestruturação, que teve iní-cio em 2003 na área de supply chain – daqual é diretor e que compreende o relacio-namento com fornecedores, planejamen-to, distribuição, segurança corporativa, im-portação e exportação – e hoje prosseguecomo metodologia de trabalho e relacio-namento em todos os departamentos daempresa. O trabalho, cuja participação dofuncionário é opcional, baseia-se no con-ceito de “sentir antes de pensar”. “Dandoà pessoa a chance de sentir, ela aprendetudo mais rápido que numa faculdade eincorpora melhor a política de trabalho daempresa”, diz. Uma das diretrizes da Kim-berly Clark, dentro do Ciclo de Desenvol-vimento Organizacional, está na forma-ção das lideranças com foco na gestão de

pessoas. “Os futuros líderes são aque-les que hoje cuidam da gestão de pes-soas e, daqui a um tempo, os grandesexecutivos estarão mais próximos dosfilósofos que dos engenheiros”. ParaColetta, a eficácia das teorias de Schutz“está no entendimento do ambiente paradepois entender os outros. O trabalhomelhorou o desenvolvimento das pes-soas e seu relacionamento com a em-presa e com o mundo. O importante éque as pessoas passaram a tratar osproblemas de forma mais aberta e tam-bém a desenvolver o lado humano e olado profissional em sintonia”.

Marcondes: alto

desempenho

para funcionários

Coletta: segredo

é sentir antes

de pensar

Page 68: Empreendedor 135

Guia do Empreendedor

68 – Empreendedor – Janeiro 2006

Por Carol Herling [email protected]

Foto pré-paga

Seguro para eventosAntivírus reforçadoPara os usuários de computado-

res que se preocupam com ataquesde vírus através da internet, a Offi-ce Media traz para o mercado bra-sileiro o programa antivírusNOD32. O produto protege tantoas redes quanto os computadorespessoais contra vírus desconheci-dos, já que detecta códigos malicio-sos ou comportamentos suspeitosatravés de Análises HeurísticasAvançadas. Uma das principais ca-racterísticas deste antivírus é a tec-nologia ThreatSense, que bloqueia de

forma automática– sem a necessi-dade de atuali-zação – mais de80% dos vírusque aparecem dia-riamente na inter-net ou que che-gam através de e-mails. Segundo ofabricante, o pro-

duto também protege a máquinacontra malware, spyware, adware ephishing e rastreia a base de dadosdos programas MS Outlook e Ou-tlook Express, muito utilizados paradownload de e-mails. Disponívelem CD-ROM e compatível com to-das as versões do sistema operacio-nal Windows.www.officemedia.com.br

O transtorno de perder um arqui-vo no computador e não o encontrarmais pode estar com os dias conta-dos. O aplicativo MediaRECOVER foiprojetado e testado para a recupera-ção de arquivos perdidos, corrompi-dos, apagados ou formatados, seja nodisco rígido, em um drive removível(como pen drive ou zip drive), ou emmemória da câmera digital. A interfa-

Resgate rápido de arquivosce do software permite uma pré-vi-sualização de detalhes, para que o usu-ário tenha certeza do dado que preten-de resgatar. Através do sistema de na-vegação, pode-se buscar arquivos pordata, tipo e tamanho e recuperá-loscom os nomes originais. Também épossível restaurar documentos com pro-blemas e impedir futuras recuperações.www.drivemix.com

nos causados a terceiros por respon-sabilidade do expositor), danos decausa externa a equipamentos utiliza-dos no estande (inclusive os alugados)e acidentes pessoais (morte ou invali-dez de funcionários ou pessoas con-tratadas para trabalhar no estande du-rante a realização da feira). Além dacobertura – que será a maior dispo-nível no Brasil – o Seguro Estandeproporciona aos usuários facilidade naaquisição dos pacotes, que pode serfeita através da internet, no sitewww.seguroestande.com.br.

Todos os anos, mais de 36 mil em-presas participam como expositorasnas principais feiras de negócios doBrasil. Com foco neste público, aUBRAFE (União Brasileira dos Pro-motores de Feiras) – em parceria coma Aon e a Royal & SunAlliance – lan-ça o Seguro Estande, que cobre osdanos materiais e pessoais ocorridosnos estandes durante os eventos denegócios. Válido durante todo o pe-ríodo de montagem, realização e des-montagem das feiras, o Seguro Es-tande cobre responsabilidade civil (da-

A Fotoptica lançou no mercadobrasileiro o primeiro cartão pré-pago para impressão de fotografiasdigitais. Com um sistema de con-trole de créditos, o produto regis-tra o histórico das revelações digi-tais feitas pelo usuário, bem comoo saldo ainda disponível. Com op-ções de 100, 300, 500, 1.000 e 1.900revelações, o cartão pode ser recarre-gado quantas vezes o consumidor de-sejar, de acordo com os pacotes co-mercializados pela rede. O crédito temvalidade de 18 meses, pode ser con-trolado durante o uso e dá direto a ima-gens nos formatos 10x15 cm e/ou13x18 cm. A expectativa da Fotoptica

é de que o novo produto atenda dire-tamente a dois perfis de consumido-res: o freqüentador assíduo de lojas defotografia, que procura praticidade nahora da revelação, e o usuário de câ-meras digitais que não possui o hábitode imprimir as fotos, mas que pode setornar um potencial consumidor desteproduto. www.fotoptica.com.br

Page 69: Empreendedor 135

Produtos & Serviços

Janeiro 2006 – Empreendedor – 69

Navios sob medidaCriar projetos de embarcações com

redução de força de trabalho, queda noscustos de matéria-prima e sem desper-dícios de material é a proposta do Intel-liship 6.0, desenvolvido pela Intergraphe distribuído no Brasil pela Sisgraph. Anova versão do software, que hoje éum dos mais usados por engenheirosnavais e estaleiros do circuito interna-cional, oferece funções que possibili-tam rendimento de performance nomodelamento de estruturas, planeja-mento de manufatura, novos tipos de

MegaData com a HPA MegaData, especialista em ope-

rações de distribuição no segmentode suprimentos para informática, fe-chou parceria com a Hewlett Packard(HP) para a distribuição de CDR’s eDVD’s da empresa norte-americanaem todo o Brasil. Para Flávio Pota-me, diretor comercial da MegaData,CDR’s e DVD’s se tornaram indis-pensáveis nas atividades diárias dequem usa um computador. “Hoje, as

pequenas e médias em-presas utilizam cada vezmais estes produtospara fazerem os seusbackup’s, e o usuário do-méstico tem migrado datecnologia magnética

para a óptica, pois umcomputador novo só vem com dri-ve de disquete se o compradorpede”, diz. A expectativa da Mega-Data com esta parceria é atingir amarca de R$ 17 milhões de vendasem 2006. www.mdata.com.br

Notebooks sem assaltos

Comida para NeloreApós aceitar o desafio de um fa-

bricante líder em rações para gado,a Êxito Rural desenvolveu um pro-grama nutricional exclusivo para fê-meas da raça Nelore. A pesquisa rea-lizada com 30 animais do plantel daFazenda Fortaleza (localizada emValparaíso/SP) apontou que a ade-quação da dieta dos bovinos – a fimde proporcionar equilíbrio entreenergia e proteínas metabolizáveis –pode resultar em bons índices de cionatural nos animais de cocheira e emeconomia para o pecuarista. O índi-ce de fertilidade das fêmeas subme-tidas ao teste aumentou em 50% eas despesas com alimentação caírampela metade para o criador. O pro-grama nutricional é indicado parafêmeas que foram submetidas pre-cocemente ao manejo reprodutivo eà máxima exploração do potencialgenético para aumento de peso.www.exitorural.com.br

A facilidade em transportar osnotebooks – considerado o prin-cipal atrativo pelos usuários – tam-bém chama a atenção dos assaltan-tes. Para evitar a ação de crimino-sos e garantir a segurança de quemtrabalha com arquivos confidenciais,a IBM desenvolveu um novo modelode notebook com dispositivo de segu-rança. A novidade é composta por umcilindro metálico embutido no tecladoda máquina, que checa a identidade dousuário através da impressão digital.Se a impressão não corresponderàquela previamente cadastrada, o apa-relho não pode ser ligado. SegundoAndré Matias, diretor da PowerSolu-

desenhos isométricos e ortográficose também melhorias na geração auto-mática de desenhos (contemplandoisométricos de tubulação). O usuáriopode criar e editar versões simplifica-das de relatórios ou acessar modelosde relatórios prontos. O estaleiro Geo-je, localizado na Coréia do Sul e con-siderado um dos maiores do mundo,já utiliza o programa e recentementedivulgou índices de redução de errose custos em sua linha de produção.www.sisgraph.com.br

tions e distribuidor do produto no país,a IBM acredita que os notebooks comesta tecnologia serão uma tendência apartir deste ano.www.powers.com.br

IND

EX

ST

OC

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DE

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Page 70: Empreendedor 135

Do Lado da LeiGuia do Empreendedor

70 – Empreendedor – Janeiro 2006

Marcos Sant’Anna Bitelli

Advogado(11) 3871- 0269

DIV

ULG

ÃO

Normalmente os votos de felicida-de vêm acompanhados de um pontode exclamação. Contudo, 2006 nospermite grande interrogação. Se em-preender requer um mínimo de previ-sibilidade jurídica e econômica, certa-mente, neste ponto da trajetória nacio-nal, olhando para 2005, pode-se dizerque pouco é positivamente previsívelpara 2006. A cena no ambiente legis-lativo é crítica quando se vê que o anoque acabou foi marcado pela paralisiadas CPIs e mais uma vez pela rotinadas Medidas Provisórias. Soma-se atudo isso um ano eleitoral majoritárioe certamente pode-se pouco esperardas casas legislativas. Pena, porque odesenvolvimento econômico capilar,das pequenas e médias empresas, de-pende de muitos projetos de incentivoe desoneração.

De outro plano, o investimento pú-blico, que é em países emergentes amaior mola propulsora dos agenteseconômicos privados, bateu recordesde contingenciamento e arrocho fis-cal. Talvez pela proximidade das elei-ções citadas, o que pode ser ruim noambiente legislativo, possa ser símbo-lo de alguma esperança em 2006, por-que é tradição, ainda que triste e irres-ponsável muitas vezes, que as tornei-ras sejam abertas nestes períodos, comvistas à campanha eleitoral.

Neste aspecto, a tendência interven-cionista e regulatória do atual Governopode aniquilar os benefícios do retornode dinheiro do Estado à economia, eis

Feliz 2006?A cena no ambiente legislativo é crítica

quando se vê que o ano que acabou

foi marcado pela paralisia das CPIs

que não há setor no país que não estejasofrendo custos e encargos acessórioscriados por uma nova burocracia, a tec-nológica, que exige cada vez mais infor-mações e controles das empresas. Masnão fosse só isso, há ainda o Judiciário.

O ano de 2005 foi marcado pelo em-bate do início de funcionamento doConselho Nacional de Justiça, comoórgão de controle externo do judiciário.De um lado a corporação resiste ao novoórgão, de outro ele se mostra como umfio de esperança do cidadão comum deque alguém ou algo poderá intervir parafazer ser mais efetiva a busca pela justi-ça. Ocorre que efetividade não combi-na com lentidão, não combina com des-preparo e falta de infra-estrutura.

O que se vê é que nos Estados ondeestá concentrado o maior número deempresas, em particular o de São Pau-lo, a justiça caminha a “passos lerdos”,levando às vezes uma década para asimples resolução de um conflito con-tratual. Sofrem vários Estados, aindacom a falta de estrutura física, tecno-lógica e de pessoal, desincentivado apermanecer ou aderir à carreira públi-ca do Judiciário.

Em contrapartida, proliferam comagilidade os Juizados Especiais Cíveis eCriminais, que passam a ser muitas ve-zes abusivamente utilizados por consu-midores, como balcão de negócios ondeempresas de pequeno e médio porte nãoestão conseguindo enfrentar os custosde serem demandadas em qualquer lo-cal do país, especialmente quando têm

razão. Se é certo que o sistema de pro-teção ao consumidor brasileiro é exem-plar, o exercícios destes direitos, mui-tas vezes provoca custos aos empreen-dedores que são “incentivados” a acor-dos menos “caros” que os processos.Esta prática alimenta uma máquina pe-rigosa semelhante ao que ocorre há dé-cadas com a Justiça do Trabalho.

Por falar em direitos trabalhistas,aqui seria urgente a revisão dos pesa-dos custos decorrentes de uma legis-lação inflexível e distanciada da novarealidade econômica e social global. Istoiria acontecer em 2005. Não “rolou”.Finalizando, o ano de 2005 também ficamarcado como aquele em que a opi-nião pública julgou que o Supremo Tri-bunal Federal está se politizando demaise merecia uma mudança na forma deindicação de seus membros.

Contudo, o atual Presidente da Re-pública deverá nomear mais um Minis-tro, o que lhe dá quase metade da com-posição do principal Tribunal brasilei-ro. Por se verificar que poucas destascondições podem ser alteradas em2006, fica aqui realmente a dúvida deque será difícil um quadro muito me-lhor no cenário jurídico, regulatório, fis-cal e econômico para as empresas, apartir dos três poderes deste Estadodemocrático de direito. Feliz 2006!

Page 71: Empreendedor 135

Janeiro 2006 – Empreendedor – 71

Page 72: Empreendedor 135

Guia do Empreendedor

72 – Empreendedor – Janeiro 2006

Todo empreendedor sabe: a essênciada economia é o livro-caixa. Trabalhar sobos princípios básicos de receita e despesaé a lição longeva nem sempre levada emconsideração, mas que é decisiva para asobrevivência dos negócios. Ao redor des-sa coluna mestra, os assuntos da econo-mia proliferam com suas promessas, comoo crescimento sustentado, o superávitprimário, a estabilização monetária e amea-ças, como os juros altíssimos, a dívidaexterna, inflação, estagflação, recessão,risco-Brasil, entre outros sustos.

São temas recorrentes que tomam contade boa parte do noticiário, mas que se diri-gem a um público seleto, ambientado comas nuances de uma ciência com mais ar-madilhas do que consenso. Eliana Cardo-so, p.h.d em economia pelo MIT, profes-sora visitante da FGV-São Paulo e colu-nista do jornal Valor Econômico propõeampliar esse leque de leitura, usando de umrecurso literário: o de seduzir os não inicia-dos por meio de aberturas de interesse ge-ral, normalmente romances, filmes, casosde história geral, entre outras atrações.

A autora corre o risco de, algumas vezes,forçar o link entre a fábula e o núcleo doartigo, mas como escreve de maneira clara,o resultado é sempre bom. Não chega a sero que o ex-ministro Pedro Malan diz na con-tracapa, de que ela escreve “como poucos” .O texto da professora não é uma exceção, jáque a análise econômica há muito tempo des-vinculou-se dos jargões e encontra em per-sonalidades importantes o mesmo critério detratar a economia no contexto da culturauniversal. Basta lembrar que desde os anos80 o professor Luiz Gonzaga Belluzzo já usa-va Jorge Luis Borges como epígrafe dos seusartigos. No grande espaço ocupado pelosautores debruçados sobre economia, temos

textos de primeira água, desde o equilíbrio dePaulo Nogueira Batista Junior até a contun-dência de Maria da Conceição Tavares.

Eliana Cardoso escreve como váriosdos seus pares, já que faz parte de um qua-dro privilegiado de pensadores com noçãodo impacto da mídia bem resolvida na ca-beça dos leitores. Os especialistas JoãoSayad ou Rubens Ricúpero convivem comoutros textos de origem jornalística, masque alcançaram o mesmo status de exce-lência, como é o caso de Luis Nassif ouCelso Ming. Na televisão, temos o exem-plo de Joelmir Betting, que no texto enxu-to, quase minimalista, vira do avesso osjargões para dar sua mensagem em pou-cas linhas, exigência do veículo que usa.

Todos procuram fazer como a profes-sora Cardoso: atrair a atenção dispersa dosleitores, que sucumbem diante da intrincadateia de conceitos e mudanças da vida eco-nômica e que, no Brasil, foi o cenário demomentos fundamentais da vida nacional,desde a época em que o regime de 1964impôs os rigores de Bulhões, Gudin e Del-fim Netto (outro caseur excepcional nos tex-tos que publica). Quando chegou a fase dospacotes heterodoxos, que revelou uma novageração de economistas, o embrulho não foimenor, e até mesmo mais avassalador.

Vítima da hiperinflação e das mudançassucessivas de moeda, até chegar às certe-zas e dúvidas do Plano Real, a populaçãoapela para os entendidos em assuntos eco-nômicos para assim preservar seus negó-cios, seus patrimônios e até mesmo a so-brevivência física. Acenar com parábolasem assuntos tão candentes é para quem édo ramo. Eliana Cardoso se sai bem nessatarefa, apesar de às vezes parecer que olobo veste-se de cultura para exercer o po-der encantatório que não possui de fato.

Sob a pele de cordeiroA fábula inserida na abertura de artigos

especializados serve para atrair os leitores

avessos aos temas pesados da economia

Fábulas Econômicas

Eliana CardosoEditora Pearson/seloFinancial Times/Prentice Hall.320 páginasR$ 55,00

Destaques

“Policarpo Quaresma pode ter

identificado a instituição erra-

da, mas sua intuição de que o

crescimento depende de boas

instituições estava mais do

que certa.”

Página 11

“A história atrás da história de

Sindicato dos Ladrões são os

conflitos da consciência. Con-

flitos que em agosto de 2005

pareciam fora de moda dian-

te dos escândalos políticos

desencadeados pelas denún-

cias de Roberto Jefferson.”

Página 114

“Ao contrário de Ali Babá, Ro-

bert Zellig, representante do

comércio dos Estados Unidos,

teria de mover não só inte-

resses pesados, mas também

a desconfiança sistemática da

diplomacia internacional.”

Página 117

Page 73: Empreendedor 135

Leitura

Janeiro 2006 – Empreendedor – 73

Por Nei Duclós [email protected]

Samurai: O Lendário Mundo Dos GuerreirosStephen TurnbullM.Books228 páginasR$ 59,00

O tema deste livro belissimamente ilustrado éo lendário culto dos guerreiros de elite do antigoJapão, que levavam vidas regidas pelos ditamesda honra, da integridade pessoal e da lealdade.Nesse universo, sob a constante pressão das demandas opostas, como leal-dade e auto-afirmação, o homem de negócios encontrará pistas sobre a con-ciliação entre as forças da mudança e as da estabilidade. Juntas, elas molda-ram o mundo dos samurais. O autor se graduou pela Universidade de Cam-bridge e se doutorou pela Universidade de Leeds com uma pesquisa sobre ahistória religiosa do Japão. Seu trabalho foi agraciado com a concessão doPrêmio Canônico da Associação Britânica de Estudos Japoneses e do PrêmioLiterário do Festival do Japão. Ele é Pesquisador Honorário do Departamen-to de Estudos do Leste Asiático na Universidade de Leeds.

Gestão de Pessoas em Empresas InovadorasJean Pierre MarrasEditora Futura208 páginasR$ 29,90

O livro quer ser um alerta para quem preten-de “virar a própria mesa”, pois, segundo a edito-ra, até pouco tempo atrás, o setor de RecursosHumanos vinha a reboque de outras duas áreasdentro de uma empresa: a física e a financeira,enfoque que está sendo substituído pela gestãode pessoas. São abordados sistemas; os mitos da área de RH; os impactos daglobalização na relação entre capital e trabalho; a metamorfose ocorrida nasorganizações brasileiras nas últimas décadas; o significado da nova culturacorporativa. O professor Jean Pierre Marras tenta responder a perguntascomo: por que o nível de emprego cai no mundo todo? A flexibilização e oinvestimento no capital intelectual são formas de manipulação psicológica? Agestão participativa é uma falácia? O modelo de cultura paternalista dentrodas empresas brasileiras é compatível com uma gestão democrática? Qual é,afinal, a real responsabilidade da área de RH? Baseado em fontes atualizadasdo pensamento brasileiro e internacional, além de ampla base histórica e abran-gente pesquisa de campo, o livro propõe as saídas para esses problemas.

Uma Década de GovernançaCorporativa - História do IBGC,Marcos e Lições daExperiênciaSaraiva/Saint Paul Institute ofFinance224 páginasR$ 59,00

Livro especialmente editadopara celebrar o décimo aniversá-rio de fundação do IBGC – Insti-tuto Brasileiro de Gestão Corpo-rativa. Retrata a história do IBGC,os marcos da governança – noBrasil e no exterior – além de ca-sos de companhias e pessoas quetêm exercidoesse conceito.Oficialmente,g o v e r n a n ç acorporativa éo sistema peloqual as socie-dades são diri-gidas e moni-toradas, en-volvendo osrelacionamen-tos entre Acio-nistas/Cotistas, Conselho de Ad-ministração, Diretoria, AuditoriaIndependente e Conselho Fis-cal. As boas práticas de gover-nança corporativa têm a finali-dade de aumentar o valor da so-ciedade, facilitar seu acesso aocapital e contribuir para a suapermanência.

A expressão é designada paraabranger os assuntos relativosao poder de controle e direçãode uma empresa, bem como asdiferentes formas e esferas deseu exercício e os diversos in-teresses que, de alguma forma,estão ligados à vida das socie-dades comerciais.

Lealdade ou vida própria?

Paternalismo X Democracia

Page 74: Empreendedor 135

1

Segundo especialistas,

só este ano a fraude

na internet cresceu

700%, e nos meses de

novembro e dezembro

são registrados sempre

os maiores números.

Atitudes preventivas

são a melhor forma de

se proteger contra

essas fraudes

Informação e Crédito

Serasa lança guia de cuidados nova publicação da sérieSerasa Cidadania, o GuiaSerasa de Orientação aoCidadão – Saiba como re-

duzir o risco de vírus, hackers e ou-tras ameaças, e ter mais segurança nainternet, distribuído gratuitamente nasagências da Serasa, pretende contri-buir de forma efetiva para a reduçãodas ocorrências de fraudes no ambi-ente eletrônico.

O Guia aborda, numa linguagembastante didática, dicas de cuidados nagrande rede para todo o cidadão, prin-cipalmente aquele que não é iniciadonos assuntos de informática. Foi ela-borado com base em entrevistas e con-sultoria de profissionais de reconhe-cida competência no assunto, como oPromotor de Justiça Augusto Eduar-do de Souza Rossini; o diretor do Ins-tituto de Peritos em Tecnologias Digi-

A tais e Telecomunicações (IPDI) e fun-dador do Capítulo Brasileiro da Infor-mation Systems Security Association(ISSA), Otávio Luiz Artur; do advo-gado, economista e professor RenatoÓpice Blum, autor de diversos livrosque abordam o Direito Eletrônico; eAnna Carolina Aranha, responsável portoda a estratégia de Segurança da Mi-crosoft Brasil e Marketing de Segu-rança para América Latina.

Segundo especialistas que cola-boraram para a publicação, o guiachega num importante momento,pois só este ano a fraude na internetcresceu cerca de 700%, tendo nosmeses de novembro e dezembro seumaior registro.

A publicação mostra que não é pre-ciso investimento financeiro e conhe-cimento técnico para estar seguro nainternet. “Os cuidados que nos pro-tegem contra 80% dos ataques sãofeitos de educação e bom senso. Oguia traz grande parte dessas orien-tações que podem ajudar o cidadãosignificativamente em seu dia-a-dia”,afirma a Security Leader da Micro-soft Brasil, Anna Carolina Aranha.

“A Serasa, com este guia, disse-mina a mensagem de que a internet etudo o que ela nos propicia, em ter-mos de acesso à informação, facili-dade de comunicação, praticidade nahora de realizarmos nossas comprase pagarmos nossas contas, deve serusufruída em sua plenitude por todosnós, mas não podemos esquecer queesse meio nada mais é do que umaevolução ou uma extensão do nossomundo real e físico, com todas asvantagens e desvantagens que elesempre apresentou e apresentará”, dizOtávio Luiz Artur, do IPDI. “Por isso,todos os cuidados que tomamos, e queensinamos aos nossos filhos a tomar,devem também ser levados para esseuniverso virtual. Fazendo assim, esta-

Page 75: Empreendedor 135

2

na internet

Série SerasaCidadania

O Guia Serasa de Orientação ao

Cidadão – Saiba como reduzir o

risco de vírus, hackers e outras

ameaças, e ter mais segurança na

internet é o nono título da Série

Serasa Cidadania, que tem o obje-

tivo de investir em publicações que

contribuam para melhorar a vida

dos brasileiros, alavancar o espí-

rito de cidadania e civismo e cons-

truir um país melhor.

Os títulos Dinheiro não é brin-

cadeira (gibi para crianças);Saiba

como evitar a inadimplência e ga-

rantir o seu futuro; Saiba como

Reduzir o Risco de se tornar Víti-

ma da Violência; Saiba como ama-

durecer mantendo a saúde, os di-

reitos, o prazer e o bom humor;

Saiba como ter mais qualidade de

vida com saúde, alegria e equilí-

brio; Cantando e Conhecendo os

Hinos Brasileiros; Vencedor não

usa Drogas, do psicólogo Edson

Ferrarini; e Direitos do Portador

de Necessidades Especiais, de An-

tonio Rulli Neto, foram publicados

pela série Serasa Cidadania.

�Elaborar sempre uma senha quecontenha pelo menos oito carac-teres, compostos de letras, núme-ros e símbolos, alternando maiús-culas com minúsculas. Uma regraprática para gerar senhas difíceisde serem descobertas é utilizaruma frase qualquer e pegar a pri-meira, a segunda ou a última letrade cada palavra. Por exemplo,usando a frase “batatinha quandonasce se esparrama pelo chão”, po-demos gerar a senha “!Bqnsepc”– o sinal de exclamação foi colo-cado no início para acrescentarum símbolo à senha.

�Jamais utilize como senha seunome, sobrenome, números dedocumentos, placas de carros,números de telefones, datas quepossam ser relacionadas com vo-cê. Esses dados são muito fáceisde serem obtidos.

�Evite palavras constantes em dici-onários, pois existem softwares quetentam descobrir senhas combinan-do e testando palavras em diversosidiomas. Geralmente esses progra-mas possuem listas de palavras (di-

Dicas dos especialistas

cionários) e listas de nomes (nomespróprios, músicas, filmes etc.).

�Utilize uma senha diferente paracada serviço.

�Altere a senha com freqüência,pelo menos a cada dois ou trêsmeses.

�Nunca informe suas senhas a nin-guém, mesmo que a pessoa seidentifique como funcionário dobanco, da administradora de car-tões ou do provedor de acesso.

�Proteja seu computador.�Invista em recursos de seguran-

ça contra vírus e spams.�Instale uma barreira de proteção

(firewall) para acesso à internet,conjunto de programas ou har-dware cuja função é evitar quepessoas não autorizadas acessemsua rede ou computador.

�Mantenha atualizado o softwareantivírus.

(Dicas extraídas do capítulo “Como

evitar golpes on-line”, do guia: Saiba

como reduzir o risco de vírus, hackers

e outras ameaças, e ter mais seguran-

ça na internet)

remos usufruindo de tudo o que eletem de bom e nos protegendo daquiloque ele tem de perigoso”, recomendao especialista.

O promotor Augusto Rossini, nolançamento do Guia na Sede Serasa,destacou a importância de ações pre-ventivas, como a que representa oguia, em todas as circunstâncias queatentem contra as pessoas. A publi-cação está disponível na internet, comacesso livre, no endereço eletrônicowww.serasa.com.br/guiainternet.

Cuidados com a senha

Page 76: Empreendedor 135

Guia do Empreendedor

76 – Empreendedor – Janeiro 2006

Roberto MeurerConsultor da Leme Investimentos

e professor de Economia da UFSC

Dilemas da

política econômica

em ano eleitoral

O ano de 2005 iniciou com umaexpectativa pessimista sobre o de-sempenho da economia brasileira, ex-pressa em previsões de baixo cresci-mento econômico e elevada taxa deinflação. Essas previsões estavamocorrendo apesar do Banco Centralestar em pleno curso de uma políticamonetária contracionista, aumentan-do mensalmente a taxa de juros. Aolongo do ano, as expectativas se tor-naram menos pessimistas influencia-das pela redução das taxas de infla-ção e pela continuidade do crescimen-to econômico. No segundo semestre,entretanto, este otimismo foi nova-mente revertido, especialmente quan-to ao crescimento econômico. Os da-dos mostraram um aumento razoávelno segundo trimestre do ano e quedada produção no terceiro. Estes resul-tados foram influenciados pela polí-tica monetária rigorosa, que manteveas taxas reais de juros elevadas, tan-to na expectativa quanto nos dadosobservados.

Mesmo quando iniciado o proces-so de redução da taxa de juros bási-ca, este foi muito comedido. O queocorrerá com a política monetária em2006 não depende apenas de questõeseconômicas. O interesse na reeleiçãode Lula pode influenciar a conduçãoda política, embora isto signifique,

O Brasil tornou-se menos vulnerável

e por isso a trajetória do crescimento

sustentado pode ser retomado em 2006DIVULGAÇÃO

necessariamente, a troca da equipeeconômica, especialmente da direto-ria do Banco Central. Uma maiorpressão pela vitória eleitoral pode le-var a uma redução excessivamenterápida dos juros, gerando uma de-manda incompatível com a capacida-de produtiva da economia brasileira.Este seria o inverso do excesso derigor adotado pelo Banco Central du-rante todo o ano de 2005.

Um dos efeitos da política mone-tária foi uma tendência forte de apre-ciação da moeda brasileira ao longodo ano. Apesar do real valorizado, ascontas externas continuaram apresen-tando resultados favoráveis, especial-mente a balança comercial. A entradade recursos externos, tanto em tran-sações correntes quanto na financei-ra, possibilitou intervenções do Ban-co Central no mercado cambial, ele-vando as reservas internacionais. Istopossibilitou a decisão do Governo denão renovar o acordo com o FMI noinício do ano e, no final do ano, depagar antecipadamente a dívida como órgão internacional. Os destinos dataxa de câmbio também estão vincu-lados à política monetária, pois umaredução dos juros reduzirá a atrativi-dade do país aos capitais internacio-nais. Esta menor oferta de moeda es-trangeira pode levar a uma desva-

lorização do real, acalmando os âni-mos dos exportadores. O outro ladoé que o real valorizado foi muito con-veniente para combater a inflação aolongo do ano.

Um último aspecto, muito discu-tido no final de 2005, é a conduçãoda política fiscal. A obtenção de su-perávits primários, com o objetivo decontrolar a dívida pública, foi postoem questão pelos defensores da ex-pansão dos gastos estatais. Em ter-mos imediatos, isto poderia gerar umaelevação da demanda agregada, esti-mulando a produção, mas incorre-seno risco do descontrole da dívidapública. Esta questão só pode ser re-solvida com um drástico aumento daprodutividade do Governo, o que nãoé questão de política fiscal e tem sidoum flagrante fracasso dos últimosgovernos. O desempenho da econo-mia em 2006 certamente será influen-ciado pela eleição presidencial, masisto não impede que a economia re-torne a uma trajetória de crescimen-to sustentado, especialmente com amenor vulnerabilidade externa que seestá conseguindo nos últimos anos.

Page 77: Empreendedor 135

Análise Econômica

Janeiro 2006 – Empreendedor – 77

NOME/TIPO PARTICIPAÇÃO VARIAÇÃO % ANO AÇÃO I B OV E S PA (ATÉ DEZEMBRO/2005)

Acesita PN 0,82 -19,72Ambev PN 1,32 43,78Aracruz PNB 0,93 -3,27Bco Itau Hold Finan PN 2,44 45,74Belgo Mineira ON 1,19 2,09Bradesco PN 3,80 124,41Bradespar PN 0,98 43,30Brasil ON 1,05 35,01Brasil T Par ON 0,48 26,31Brasil T Par PN 1,08 15,97Brasil Telecom PN 2,75 1,81Braskem PNA 1,85 -41,16Caemi PN 4,11 56,98Celesc PNB 0,89 30,43Cemig ON 0,21 39,79Cemig PN 2,40 45,34Cesp PN 0,53 2,70Comgas PNA 0,41 7,17Contax ON 0,07 -Contax PN 0,41 -Copel PNB 1,41 59,24CRT Celular PNA 0,46 20,62Eletrobras ON 1,41 -1,18Eletrobras PNB 3,18 5,24Eletropaulo Metropo PN 0,55 35,14Embraer ON 0,47 19,66Embraer PN 1,01 8,29Embratel Part PN 2,96 33,64Gerdau Met PN 1,28 16,65Gerdau PN 4,43 28,63Ibovespa 100,00 27,08Ipiranga Pet PN 0,59 9,08Itausa PN 1,51 62,86Klabin PN 0,42 -18,41Light ON 0,13 -43,78Net PN 1,92 154,96Petrobras ON 1,88 56,12Petrobras PN 7,49 54,80Sabesp ON 0,89 5,83Sadia SA PN 1,02 12,08Sid Nacional ON 3,87 12,65Souza Cruz ON 0,55 -13,37Tele Centroeste Cel PN 0,83 7,96Tele Leste Celular PN 0,43 4,15Telemar Norte Leste PNA 1,27 5,32Telemar-Tele NL Par ON 1,17 30,47Telemar-Tele NL Par PN 9,14 7,15Telemig Celul Part PN 0,76 25,94Telesp Cel Part PN 1,47 -49,94Telesp Operac PN 0,55 8,38Tim Participacoes ON 0,38 73,16Tim Participacoes PN 1,34 49,26Transmissao Paulist PN 0,56 92,30Unibanco UnN1 1,39 75,74Usiminas PNA 5,67 10,66Vale Rio Doce ON 1,86 31,44Vale Rio Doce PNA 7,04 35,07Votorantim C P PN 1,04 -31,24

Juros/Aplicação (%)

Dezembro Ano

CDI 0,80 18,22Selic 0,81 18,27Poupança 0,69 8,42CDB pré 30 0,72 16,40Ouro BM&F 7,39 0,80

Indicadores imobiliários (%)

Novembro AnoCUB SP 0,36 4,89TR * 0,11 2,88* Até o dia 16/12/2005

Juros/Crédito

Dezembro Dezembro

15/dezembro 14/dezembro

Desconto 2,70 2,50Factoring 4,63 4,64Hot Money 3,40 3,40Giro Pré (*) 3,35 3,00

Câmbio

CotaçãoDólar Comercial Ptax R$ 2,3100Euro US$ 1,1979Iene US$ 116,27

Mercados futuros(em 14/12/2005)

Janeiro Fevereiro Março

Dólar R$ 2,311 R$ 2,335 R$ 2,354

Juros DI 17,91% 17,75% 17,60%

Inflação (%)

Índice Novembro AnoIGP-M 0,40 1,21IGP-DI 0,33 1,16IPCA 0,55 5,31IPC - Fipe 0,29 4,22

Carteira teórica Ibovespa

Fevereiro Abril

IbovespaFuturo 34.015 34.824

(em 30/11/2005)

(em 14/12/2005)

(em % mês)

até dia 16/12

* taxa mês

Page 78: Empreendedor 135

Guia do Empreendedor Agenda

78 – Empreendedor – Janeiro 2006

Para mais informações sobre

feiras e outros eventos

comerciais, acesse a seção

Agenda do site Empreendedor

(www.empreendedor.com.br)

Em destaque

15/3 A 17/3/2006

10º Congresso Mundial deJovens EmpreendedoresPalácio das Convenções do Anhembi

São Paulo/SP

Site: www.wsyebrasil.com.br

Realizado pela primeira vez em um país da América

do Sul, o 10º Congresso Mundial de Jovens Empre-

endedores (World Summit of Young Entrepreneurs)

reunirá mais de mil jovens de vários países, que te-

rão a oportunidade única de aprender, na prática, os

mais avançados conceitos de negociações globais. O even-

to, que terá como tema “Let’s Make a New Deal”, é um

programa de parceria global desenvolvido pela ONU em con-

junto com governos, agências multilaterais e empresas

multinacionais com o objetivo de promover o networking,

criar parcerias e gerar negócios entre os jovens empreen-

dedores de pequenas e médias empresas de vários países.

16/3 a 19/3/2006

Salão do Móvel Brasil 2006ITM Expo

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3151-6444

Site: www.exponor.com.br/

salaodomovel

24/4 a 27/4/2006

Abrin 2006Expo Center Norte

São Paulo/SP

Telefone: (11) 4689-3100

Site: www.feiraabrin.com.br

20/6 a 22/6/2006

Expocelpa SulCentro de Convenções Horácio

Coimbra

Curitiba/PR

Site: www.abtcp.org.br

Poderão participar do evento os empresários que já têm

empresa constituída e buscam novas tecnologias e negóci-

os; empreendedores que estão começando sua empresa e

têm poucos recursos, mas querem expandir sua atuação; e

futuros empreendedores, que pretendem abrir seu próprio

negócio, mas ainda não definiram seu mercado. As inscri-

ções podem ser feitas com antecedência no site do evento.

14/2 a 17/2/2006

Vitória Stone Fair 2006

Pavilhão da Carapina

Vitória/ES

Telefone: (27) 3337-6855

Site: www.milanezmilaneze.com.br

7/3 a 9/3/2006

Fenatec

Pavilhão de Exposições do Anhembi

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3291-9111

Site: www.fenatec.com.br

7/3 a 10/3/2006

Telexpo 2006

Expo Center Norte

São Paulo/SP

Telefone: (11) 3170-7000

Site: www.questex.com.br

13/3 a 17/3/2006

Movelsul Brasil 2006

Parque de Eventos Movelsul Brasil

Bento Gonçalves/RS

Site: www.movelsul.com.br

14/3 a 17/3/2006

Revestir 2006Transamérica Expo Center

São Paulo/SP

Telefone: (11) 4613-7000

Site: www.exporevestir.com.br

14/3 a 17/3/2006

Kitchen & Bath ExpoTransamérica Expo Center

São Paulo/SP

Telefone: (11) 4613-7000

Site: www.kitchenbathexpo.com.br

15/3 a 18/3/2006

Feinco 2006Transamérica Expo Center

São Paulo/SP

Telefone: (11) 4613-7000

Site: www.exporevestir.com.br

INDEXSTOCK

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 79

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80 – Empreendedor – Janeiro 2006

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Janeiro 2006 – Empreendedor – 81

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82 – Empreendedor – Janeiro 2006

Empreendedor na Internetwww.empreendedor.com.br

Destaque

Desde outubro, o site Empreendedor contacom a participação da consultora e palestrante LeiaNavarro. Conhecida também pelo seu bom-hu-mor, Leila tem se dedicado a escrever artigos comdicas e conselhos valiosos para os empreendedo-res. O leitor pode conferir os artigos já publica-dos no site Empreendedor.

As dicas de Leila Navarro

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O valor dainteratividade

Em 2005, além de consolidarsua proposta de ser o ponto de re-ferência do empreendedor brasileirona internet, o site Empreendedordesenvolveu algumas ações no sen-tido de ampliar a interatividadecom seus leitores-internautas. En-tre as ações, além da newsletter se-manal que leva aos internautas osprincipais destaques do site, tam-bém inovamos com a criação deuma comunidade no Orkut. Lá, osinternautas trocam informações,fazem sugestões e emitem suas opi-niões. Para participar da comuni-dade é preciso se cadastrar noOrkut. Depois, na área “comuni-dade”, digitar “site Empreende-dor” e clicar em “participar”.

Mas a ação mais interativaadotada em 2005 foi o bate-papoentre a equipe do site e da revistaEmpreendedor com leitores e in-ternautas através do programa deconversação instantânea MSNMessenger. O bate-papo aconteceuma vez por mês. Além de inúme-ros pedidos e sugestões de pauta,as conversas serviram tambémpara medir a qualidade dos leito-res-internautas, especialmente da-queles que já são donos do pró-prio negócio. Isso proporcionounão apenas a interatividade comas equipes do site e da revista, mastambém entre eles próprios, leito-res ajudando leitores com seus co-nhecimentos e experiências. Em2006, o bate-papo será retomadono dia 15 de fevereiro. Para par-ticipar, basta adicionar o [email protected]à sua lista de contatos no MSNMessenger.

Os erros clássicos dos empreendedores

(www.emprendedor.com.br/leila01)

Empreender é diferenciar-se

(www.emprendedor.com.br/leila02)

Saia da rotina e feche negócios

(www.emprendedor.com.br/leila03)

Se há uma coisa que não pode fal-tar no perfil de um empreendedor é aconsciência de que sem planejamentonão se chega a lugar algum. Não poracaso, esse é um dos assuntos quemais ganham destaque no site Empre-endedor.

Na área Meu Negócio, há um tó-pico específico sobre planejamento,com destaque para as dicas sobre aelaboração de um plano de negócios

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e um plano de marketing. E não ficasó nisso. Utilizando a ferramenta debusca do site e digitando a palavra“planejamento”, o internauta terá umresultado completo que inclui, alémde textos didáticos, muitas notíciascom exemplos que mostram a dife-rença que o planejamento bem feito écapaz de gerar. Planeje logo uma vi-sita ao site Empreendedor e saiba exa-tamente para onde seu negócio vai.

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