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6 Fevereiro 2009 Revista do Varejo Todos por um Trade marketing firma-se na cooperação entre os integrantes da cadeia produtiva para conquistar a preferência dos consumidores e aumentar as vendas GESTÃO Dicas para sobreviver à crise, como estratégias de negociação e valorização do RH FRANQUIAS Store in store é opção de espaço de venda e agrega valor a negócios já existentes ENTREVISTA O superintendente da ECR Brasil mostra por que o cadastro único evitaria perdas ISSN 1806 7500 Nº 56 Ano V Fevereiro 2009 R$ 9,90

Empreendedor Varejo 56

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Fevereiro de 2009

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Todos por umTrade marketing firma-se na cooperação entre os integrantes da cadeia produtiva para conquistar a preferência dos consumidores e aumentar as vendas

Gestão Dicas para sobreviver à crise, como estratégias de negociação e valorização do RH

FRanquias store in store é opção de espaço de venda e agrega valor a negócios já existentes

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Ano V Fevereiro 2009 R$ 9,90

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Seu computador ainda vai gerar muito lucro.

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carta ao leitorA receita é velha conhecida: cooperação. No caso, todos os

integrantes da cadeia produtiva unidos na busca de um mesmo fim, o aumento das vendas. Como se faz isso? Aumentando a satisfação dos consumidores. A vantagem é clara: melhora do retorno financeiro de cada um dos elos. De que forma? Conciliando os interesses individuais, auxiliando um ao outro, racionalizando os ganhos e custos. É a tal relação “ganha-ganha”, conforme chamada por alguns manuais de negociação, aquela em que se procura a solução que melhor atenda às necessidades de cada um, de forma que todos ganhem. Este é o princípio ativo do trade marketing, tema que a jornalista Mônica Pupo explora na repor tagem de capa deste mês.

Nem mesmo o trade marketing é novidade. Ele começou a ser empregado no Brasil por volta da metade dos anos 1990, quando ocor-reu uma intensa concentra-ção do mercado varejista na mão de grandes redes e também um aumento de concorrência no setor pro-dutivo. Com isso, a indús-tria, outro grande player da cadeia produtiva, passou a dançar conforme a música do varejo. O movimento ganhou força ao longo dos anos e agora chega de forma mais consistente em lojas menores. Para eles, além do aumento das vendas, as ações de trade

marketing são uma opor tunidade de valorizar o estabelecimen-to, até porque muitas estratégias propõem uma verdadeira revolução no ponto-de-venda.

E já que estamos falando de apresentação: vocês devem estar estranhando a grafia de algumas palavras desde a última edição. A exemplo de outras publicações da Editora Empreen-dedor, a Revista do Varejo assumiu as regras do Novo Acordo Or tográfico da Língua Por tuguesa, assim como os demais ve-ículos de comunicação impressa do País. Pedimos que levem em consideração possíveis equívocos – e não deixem de nos aler tar! Aliás, gostaríamos muito de estreitar nossa comunica-ção neste ano. Escrevam para nós, comentem as repor tagens, sugiram temas a serem abordados, compartilhem suas dúvidas. Juntos, podemos fazer um futuro melhor, com mais vendas e maiores lucros.

A Revista do Varejo é editada ecomercializada pela Editora Empreendedor

DiREtoR-EDitoRAcari Amorim [email protected]

DiREtoR DE comERciAlizAção E mARkEtinggeraldo nilson de Azevedo [email protected]

REDAção [email protected]ção Executiva: Alexsandro VaninReportagem: Andréia Seganfredo, caroline mazzonetto, cléia Schmitz, Diogo Honorato, Francis França, marco túlio Brüning e mônica Pupo Edição de Arte: Fernanda PereiraFotografia: casa da Photo e indexopen Revisão: lu coelhoIlustrações: Édio Wilson cardoso

SEDES

São PauloGerente Comercial: Fernando Sant’Anna [email protected] de Contas: osmar Escada Junior e Ana carolina canton de limaRua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis01239-010 – São Paulo – SPFone: (11) [email protected]

FlorianópolisExecutivo de Contas: nelson [email protected] de Atendimento: kerlly corrê[email protected]. osmar cunha, 183 – ceisa center – bloco c – 9° andar – centro 88015-900 – Florianópolis – Sc – Fone: (48) 2106-8666

EScRitóRioS REgionAiS

Rio de Janeirotriunvirato Desenv. Empresarial ltda / milla de SouzaRua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – centro20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) [email protected]

BrasíliaUlysses c. B. cavaFone: (61) 9975-6660 / 3963-7732clSW 301, Bloco c, loja 62 - Sudoeste70673-603 – Brasília – DF [email protected]

Rio grande do Sul / Alberto gomes camargoRua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim itu91380-010 – Porto Alegre – RSFone: (51) [email protected]

Paranámerconeti Representação de Veículos comunicação ltda / Ricardo takigutiRua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista 82560-460 – curitiba – PRFone: (41) [email protected]

PernambucoHm consultoria em Varejo ltda / Hamilton marcondesRua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) [email protected]

minas geraisSBF Representações / Sérgio Bernardes FariaAv. getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 170430112-021 – Belo Horizonte – mg – Fone: (31) [email protected]

PRoDUção gRáFicAImpressão e Acabamento: coan gráfica Editora ctP

Assinaturas: 0800 979 7979Serviço de Atendimento ao [email protected]

www.empreendedor.com.br

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Todos por umTrade marketing firma-se na cooperação entre os integrantes da cadeia produtiva para conquistar a preferência dos consumidores e aumentar as vendas

GESTÃO Dicas para sobreviver à crise, como estratégias de negociação e valorização do RH

FRANQUIAS Store in store é opção de espaço de venda e agrega valor a negócios já existentes

ENTREVISTA O superintendente da ECR Brasil mostra por que o cadastro único evitaria perdas

ISSN

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Ano V Fevereiro 2009 R$ 9,90

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Arte de conciliar

Matéria de Capa

Índice

Unificar interesses da indústria, varejo e consumidor ao mesmo tempo parece um desafio e tanto, mas é justamente o que faz o trade marketing. A idéia é estabelecer uma relação de cooperação entre todos os participantes da cadeia produtiva – inclusive fornecedores, distribuidores e revendedores – para que, no final das contas, todos ganhem.

GestãoMercadoO que fazer para sobreviver a uma época de queda nas vendas e restrição do crédito empresarial? Especialistas dão dicas para enfrentar a crise.

Enquanto vários ramos padecem sob os efeitos da turbulência econômica, o segmento infanto-juvenil não vê motivos para deixar de fazer graça

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rejoPerfil

Marcello Bastos, após diversas experiências frustradas, consolidou a marca Farm como uma das maiores vendas por metro quadrado no Shopping Iguatemi de São Paulo.

ENTREVISTA 12

O superintendente da ECR Brasil, Claudio Czapski, explica em detalhes por que o cadastro único é tão importante para diminuir perdas, como ele será formatado e as dificuldades para implementá-lo.

E MAIS:

Carta ao Leitor 4

Movimento 8

Vitrine 52

Fazendo Melhor 55

Informação e crédito 58

Teste Friedman 56

Agenda 60

Pequenas Notáveis 62

Empreendedor na internet 68

46

40Franquia

ReViSTA dO VAReJO AnO V nº xx

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TI 34O Google oferece utilitários self-service em dois níveis de acesso: um básico e gratuito e outro pago, mas com mais funcionalidades e preço bastante atrativo.

Pouco explorado pelo franchising brasileiro, o conceito store in store é opção para quem procura novos espaços de venda e quer agregar valor a um negócio já existente.

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MO

VIM

ENTO Para o presidente da Confederação Nacional dos

Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro Jr, 2009 será um ano de turbulência, mas o Brasil tem todas as condições de atravessar a tempestade e chegar do outro lado melhor do que outros países. Segundo ele, se o nível de emprego ficar em um patamar razoável, o varejo tem possibilidade de continuar crescendo, mas abaixo dos 9% registrados no ano passado – o Brasil foi o único país, entre os Brics e os do primeiro mundo, que apresentou resultados positivos.

No entanto, Pelizzaro Jr alerta que é preciso fazer o dever de casa: baixar a taxa de juros (Selic); rea-lizar as reformas trabalhista e tributária; melhorar o mix de produtos do comércio; definir o perfil do consumidor; ter foco no consumidor e entender o que ele quer consumir. A manutenção e geração de postos de trabalho são os temas com os quais governo, sindicatos e empresas têm que se preo-cupar e solucionar, o que exigirá medidas corajosas de todos. “Se o cidadão não acreditar nas medidas que estão sendo tomadas, não vai consumir. Se ele não consumir, a economia não roda.”

Para ajudar os varejistas, a CNDL vai lançar no segundo semestre uma ferramenta de pesquisa que possibilitará verificar as expectativas do consumidor, como o que ele quer comprar, datas das compras, etc. Por meio da aplicação e utilização diária dessa pes-quisa, o empresário poderá focar melhor o negócio no seu cliente e no mix de produtos a ser vendido.

Fonte: Agência Sebrae de Notícias (ASN)

Visão setorial

Shopping pirataConforme uma notícia publica-

da no jornal inglês Daily Mirror, reproduzida pelo site brasileiro Blue Bus (especializado em mídia, marketing e publicidade), será inaugurado em Nanjing, na China, um shopping inteiramente dedicado a marcas falsificadas. Lá será possível comer um lan-che do “McDnoalds” ou uma “Pizza Huh” e tomar um café no “Buckstar Coffee” (marca fake de Starbucks).

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Expansão asseguradaA Rede Berlanda, de Curitibanos (SC),

mantém o plano de expansão em 2009, apesar da crise. Em março abrem as portas das lojas de Itapiranga, Trombudo Central e Anita Garibaldi, todas em Santa Catarina. Para o segundo semestre a pre-visão é abrir unidades nas cidades-polo da região sul do mesmo Estado.

Ao todo a rede regional é composta por 105 unidades, 26 delas abertas em 2008 em municípios catarinenses e do Rio Grande do Sul. A ampliação no número de pontos-de-venda colaborou para que a Berlanda fechasse 2008 com faturamento 20% maior do que o registrado no ano anterior. Mas, segundo o gerente comercial Gilson Bogo, o aumento do poder aquisitivo dos consumidores foi fundamental.

O mercado de shopping center registrou aumento real de 3,7% em 2008, conforme o índice MercadoFlux, publicado mensalmente pelas empresas Feixe e IPDM. Segundo o estudo, o resultado mostra que, embora o crescimento não tenha sido tão significativo quanto o regis-trado em 2007 (6,1%), o setor de shopping center continua em desenvolvimento.

Positivo, mas nem tanto

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Em parceria com o Instituto BioAtlântica (IBio) e a ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), o Citi anuncia investimento de R$ 150 mil no projeto Piaçava Sustentável e a aquisição de 43 mil bombonieres fabricadas pela comunidade de Ponto Central, localizada no município de Santa Cruz Cabrália, a 100 quilômetros de Porto Seguro (BA). As peças destinam-se a ações de marketing de relacionamento com clientes dos cartões de crédito Citi.

O projeto Piaçava Sustentável, criado pelo IBio e parceiros locais em 2005, contribui para a melhoria da qualidade de vida de pessoas que estão abaixo da linha da pobreza, com renda média inferior a US$ 1 por dia. Os recursos do Citi serão investidos no desenvolvimento de um modelo sólido de comércio do artesanato e para consolidar a atividade econômica na busca de novos clientes corporativos, além de fomentar o comércio local.

Justo e solidário Puket para todosA Puket começa 2009 com uma nova estraté-

gia comercial e propõe ao mercado um caminho inverso na comercialização de seus produtos: a par tir de agora, clientes do varejo terão acesso às linhas que, até então, eram desenvolvidas com exclusividade para as lojas franqueadas da marca. “Através do contato direto com os consumidores, nossa rede proporcionou um excelente aprendi-zado para que pudéssemos desenvolver novas linhas de produto para atender ainda melhor às solicitações dos nossos consumidores”, diz Carlos Padula, diretor comercial da marca.

Agora, além das linhas de meias e lingerie, a Puket oferece uma coleção de homewear. “Uma linha já testada e aprovada pelos nossos consu-midores nas nossas mais de 60 franquias em todo o Brasil. Desta forma, nossos clientes poderão trabalhar em suas lojas com um mix ainda mais completo.” A Puket tem expectativa de comercia-lizar 100 mil peças em 2009, o que representa negócios em torno de R$ 4 milhões.

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Puket para todos

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enTReViSTA

Cadastro único para toda a cadeia de consumo evitaria

problemas logísticos que acarretam perdas para todos os

integrantes, especialmente o varejo

s altas taxas de crescimento verificadas no varejo brasileiro nos últimos dois anos reve-laram um grande obstáculo a ser enfrentado tanto pelos lojistas quanto pelos fabricantes

e distribuidores: aperfeiçoar a logística. Um dos piores problemas para qualquer comerciante é perder vendas por ruptura de estoque, ou ainda ter que devolver lotes inteiros por erros no pedido. Para evitar isto, a Associação ECR Brasil criou um grupo de trabalho para apresentar a proposta de um “cadastro mínimo” para ser utilizado por toda a cadeia de consumo, desde a fábrica até o carrinho do consumidor.

O superintendente da ECR Brasil, Claudio Czapski, explica em detalhes como será formatado este cadastro único, por que ele é necessário e quais são as maiores dificuldades. Reunindo mais de 100 empresas no País, a associação ECR (Efficient Consumer Response, no original em inglês, ou Resposta Eficiente ao Consumidor) objetiva difundir as ferramentas de gerenciamento por categoria, de reposição eficiente e de troca eletrônica de dados, através de padrões comuns que buscam a melhoria dos processos, a redução dos custos, o aumento da eficiência e, especialmente, atender melhor às necessidades dos consumidores.

por marco túl io br üning fotos casa da photo

Revista do Varejo – Como é esta proposta de implantar um cadastro único para fabricantes, distribuidores e varejistas?Claudio Czapski – Para começarmos vou explicar a im-portância de trabalharmos este ponto. O cadastro é a base de toda a gestão do varejo. No momento que um cliente faz uma compra em uma loja, tem um código de barras no produto que é lido, este código é a identidade daquele produto. Para que haja esta identidade, alguém deve cadastrar no sistema o nome, modelo, preço, cor, enfim todos os detalhes relativos àquele item, permitido assim imprimir o preço na nota e dar baixa no controle de estoque, pois foi efetuada uma venda daquele artigo e é preciso avisar para que ele seja reposto. Para um merca-dinho ou pequena mercearia isto já parece ser suficiente, mas ao olharmos a cadeia de produção, distribuição e consumo com um enfoque mais amplo, percebemos que uma série de informações essenciais ao bom desem-penho comercial e logístico não estão no cadastro, ou fazem parte dele apenas em algum momento da cadeia. São exemplos a validade dos produtos; o peso, volume, e tamanho das embalagens; as condições especiais de armazenagem, entre outras informações referentes às

A

Linguagem comum

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áreas comercial, logística, administrativa, pagamentos e recebimentos. Todos os integrantes alimentam esta rede com um pouquinho de informação.

RV – Mas por que todos estes dados seriam importantes para o comerciante varejista?Czapski – Vou citar dois exemplos. O primeiro é mais simples e bastante prático: os prazos de validade. Você pode programar seu sistema de controle de estoque para que dê avisos no caso de produtos que estejam se aproximando da data de vencimento. Estes artigos podem ir para promoção ou serem realocados para um lugar de mais destaque ou movimentação de clientes. Outro exemplo, mais elaborado, é no planejamento da forma de exibição em um display ou novas prateleiras. Com um bom cadastro de todos os itens que serão destinados àquela gôndola, fica fácil pesquisar o tamanho dos produtos, seu peso, o formato das embalagens, simplificando assim o cálculo das dimensões e da resistência necessária na construção daquele exibidor.

RV – E atualmente não funciona desta maneira?Czapski – A verdade é que a empresa inteira demanda algum tipo de registro contido neste cadastro. Se ele não for completo, alguma das áreas será penalizada. Então depende muito da cultura da empresa. Para algumas, basta o nome e preço do produto. É o pensamento “com isto alimento o caixa e o estoque, tchau”. Outras entendem que é preciso ter mais coisas, mesmo que fora do âmbito da sua atividade, mas que são importantes para o fabri-cante, os distribuidores, os transportadores. Temos que lembrar que, devido à garantia, um determinado artigo pode deixar a linha de montagem, seguir seu destino até a casa do consumidor e ter que retornar para reparos na fábrica. Em alguns casos é preciso um RG para cada produto fabricado, dizendo quando o produto foi manu-faturado, de qual lote ele faz parte, onde está estocado, etc. O transportador precisa de dados como o preço na nota fiscal, valor do imposto, de onde saiu e para onde vai, enfim é um mundo de informações que estão no entorno da transação comercial de compra e venda de um produto, seja da indústria para o varejo ou deste para seu cliente consumidor. E também envolve o pós-venda. Por exemplo: os aparelhos de TV com cinco anos de garantia precisam ter o registro do número de série, da nota fiscal, data de

compra, histórico de serviços, uma gama de informações sobre o item, a transação e a movimentação física ao longo de sua vida que precisam ser registradas.

RV – Mas como manter o registro de todos estes dados?Czapski – É um volume gigantesco de informações, e o problema é que cada empresa tende a ter um cadastro de produtos formatado conforme as suas necessidades. E muitas vezes a estrutura destes cadastros difere de uma empresa para outra, e não há compatibilidade na troca de dados. Suponha que você é um pequeno varejista que está recebendo uma encomenda de um grande fabricante, cujos produtos constam na nota todos codificados. Para a indústria, é um código claro, inteligente, mas que não tem correspondência com outros integrantes da cadeia. É preciso notar que na hora de fazer o pedido já foi preciso converter do sistema do comerciante para os códigos da indústria, e agora na hora de conferir a entrega é necessário verificar manualmente, senão acaba recebendo linguiça calabresa no lugar de toscana e coisas desse tipo. Para que o processo seja melhorado é preciso minimizar a intervenção do homem pela padronização dos cadastros,

“Uma série de

informações essenciais

ao bom desempenho

comercial e logístico não

estão no cadastro, ou

fazem parte dele apenas

em algum momento da

cadeia”

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de forma que todos poderão ter acesso e armazenar os dados necessários para o funcionamento de toda a rede, desde a manufatura até o pós-venda.

RV – Qual é a vantagem de se eliminar a intervenção humana no processo?Czapski – Diminuir os erros. Cada vez que há uma troca de mãos, seja dos produtos ou dos dados que vão do varejo para a indústria, para o transportador, de volta para o varejista e daí para o consumidor, sem o cadastro único é preciso que alguém faça esta “tradução” entre a linguagem do seu sistema e a do próximo na cadeia. Há um romaneio interno para efetuar o pedido, que precisa ser lançado para o fabricante. Na indústria, uma pessoa vai transformar aquele pedido em código próprio para separar a mercadoria e emitir nota fiscal e romaneio de embarque. Aí vai para o depósito onde alguém vai enca-minhar os artigos para que um operador logístico assuma o transporte e a entrega. Chega assim de volta para o comerciante um caminhão de mercadorias e uma nota, com um monte de nomes e códigos totalmente diferentes daquele pedido que ele tem na mão para conferir o que

está recebendo. O encarregado pelo recebimento terá que lançar os produtos no seu estoque segundo seus próprios códigos, então é como aquela brincadeira de telefone-sem-fio, cada vez que passa adiante as chances de ter um erro são crescentes.

RV – Você pode citar alguns problemas causados por erros de cadastro?Czapski – Um comerciante pede espaguete e o fabricante manda talharim, ou porque não tinha ou por engano. Fica a encargo da pessoa que recebe a mercadoria aceitar ou não. Caso ela não perceba e aceite o produto errado achando que é o certo, na hora que ela coloca no sistema isso causa uma série de erros. O controle de estoque dele vai considerar que tem bastante espaguete e pouco talharim, o que causa sobra de talharim e agrava a falta de espaguete. Pior, o responsável pelas compras vai verificar as quantidades no sistema, e vai pedir mais talharim, pois para ele aparece que o espaguete acabou de chegar e que não foi entregue talharim no último pedido. Ele vai comprar mais do produto que está sobrando e não vai comprar o que está faltando. Outro exemplo é o de um varejista

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que está comprando iogurte. Como é que ele vai prever a maneira de descarregar e armazenar este produto? Sem essa informação, toda a operação de descarga pode ser prejudicada. Se o caminhão está chegando com três pallets é só encostar a empilhadeira e em 10 minutos o iogurte já está na câmara frigorífica. Mas se vem a mesma quantidade de mercadoria avulsa, você precisa colocar na caixa, retirar da caixa, etiquetar, conferir. Uma operação leva 10 minutos e a outra três horas. Se foi planejado na sua grade de recebimento um espaço de 15 minutos, mas veio no formato de três horas, ou você manda a mercado-ria embora ou o resto do seu dia já ficou comprometido, e isso causa ruptura até para outros clientes que também vão pagar pelo seu atraso.

RV – De que modo a proposta de um cadastro único pode alterar este panorama?Czapski – A mesma entidade que criou o código de barras, a GS1 Internacional, criou também uma estrutura de cadastro com os campos para se registrar todo tipo de produto. Não só os campos necessários, mas o conteúdo dos campos, ou seja, como eu descrevo, com que tamanho eu descrevo, etc. Eu preciso três nomes, pelo menos. Um nome vai na documentação fiscal, é o nome por extenso. O segundo é para a prateleira da loja, é uma abreviação da descrição completa para o consumidor saber qual o produto que está ali. A terceira denominação é a que sai no caixa, no tíquete de venda. É preciso um código de barras para o produto, outro para a caixa, e outro para o pallet com várias caixas. São três códigos para diferentes formatos de embalagens do mesmo produto, que trafegam em diferentes momentos na cadeia logística. Para cada um deles é preciso peso bruto, peso líquido, dimensões exatas para que se possa planejar a carga no caminhão, o tipo de equipamento de carga e descarga, qual a largura do corredor no depósi-to, a resistência das gôndolas e prateleiras. O preço de compra, o preço de venda, a classificação tributária, enfim incontáveis informações relativas às diversas etapas da transação comercial. O que é preciso é que a estrutura de cadastro seja a mesma, existirão campos comuns e outros não comuns. Eu sei que é um processo complexo. Mas essa complexidade gera problemas que custam muito dinheiro. Temos que convencer os envolvidos de que todos perdem com isso. Daí a necessidade de se convencionar um padrão universal que devemos todos seguir.

“Sem o cadastro único

é preciso que alguém

faça a ‘tradução’ entre

a linguagem de um

sistema e a linguagem

do próximo sistema na

cadeia”

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MatéRia de capa

ações de trade marketing podem valorizar a loja, como esta da Kimberly-Clark para deixar as consumidoras mais à vontade na hora de comprar produtos de higiene pessoal

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Cadeia produtiva, especialmente indústria e varejo, intensifica relação de cooperação

para aumentar a satisfação dos consumidores e as vendas de todos os integrantes

Interessesconciliados

f oi-se o tempo em que a indústria e o comércio trabalhavam de forma an-tagônica. Com o crescen-te aumento da oferta de

produtos e do poder de negociação de grandes varejistas, os fabrican-tes se viram diante da necessidade de relacionar-se com o varejo para conquistar mais espaço no ponto-de-venda. Essa é a fagulha inicial do trade marketing, área do conheci-mento cada vez mais utilizada pela

indústria para se adaptar aos diferen-tes formatos de lojas e compreender o comportamento e as necessidades do consumidor final. Afinal, de nada adianta ter uma marca forte e um bom produto se a experiência de compra não for equivalente. A pro-posta é criar estratégias que envol-vam todos os participantes da cadeia produtiva – da fábrica ao ponto-de-venda, passando por distribuidores e revendedores – para que todos saiam ganhando.

O índice de compras decididas no ponto-de-venda é de 80%, segundo pesquisa do Instituto Popai Brasil, o que só confirma a importância do trade marketing. A partir disso as indústrias passaram a investir em ações específicas voltadas para o varejo, que vão desde treinamentos e visitas técnicas até a ambientação do ponto-de-venda, gerenciamento de categorias e merchandising. “O varejo deixou de ser um simples escoador de produtos e passou a ter

por môn i ca pupo foto casa da pho to

ações de trade marketing podem valorizar a loja, como esta da Kimberly-Clark para deixar as consumidoras mais à vontade na hora de comprar produtos de higiene pessoal

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morango do ladinho do chantilly e queijo próximo ao vinho são práticas do gerenciamento de categoria, tática para incentivar compras combinadas

importância estratégica na condução destes itens até o consumidor final”, afirma Adriano Amui, diretor do Instituto Nacional de Vendas e Trade Marketing (Invent).

Para os comerciantes, as ações de trade marketing significam uma oportunida-de de aumentar as vendas e valorizar a loja, até porque muitas estratégias propõem uma verdadeira revolução no ponto-de-venda como forma de proporcionar um ambiente que estimule o consumo. Esse é o caso do Espaço Intimus de Beleza e Bem-Estar, criado pela subsidiária brasileira da Kimberly-Clark com a inten-ção de deixar as consumidoras mais à vontade na hora de comprar produtos de higiene pessoal nos su-permercados. Através de uma pesqui-sa realizada pela empresa, constatou-se que as pessoas preferem adquirir esse tipo de produto em farmácias e

operacionais da empresa para visitar cerca de 5 mil lojas em todo o Brasil. Além de co-nhecer a realidade do varejo, os visitantes verificam a pre-sença das principais marcas da companhia, analisam a qualidade das embalagens e promovem os produtos por meio de materiais de mer-chandising e comunicação. “Nada é mais frustrante para o funcionário que trabalha na linha de produção, por exem-plo, do que produzir uma mercadoria e não saber o que acontece com ela. Através da visita ao ponto-de-venda eles percebem como é importante que o produto saia com a embalagem correta, dentro

dos padrões, senão pode dar um problema no controle de estoque ou na exposição”, explica Oliveira.

Todos os funcionários da Kimber-ly-Clark que trabalham diretamente no ponto-de-venda – de coordena-dores de merchandising a revendedo-res – passam ainda por treinamentos específicos no Instituto do Ponto-de-Venda, espécie de universidade criada em 2008 para garantir a execução das ações de trade marketing da compa-nhia. “A nossa estratégia de negócio para os próximos anos baseia-se na conquista do ponto-de-venda. Para isso todos os nossos colaboradores devem estar conscientes de que o varejo é o início e o fim da atividade da Kimberly”, diz Oliveira.

lojas especializadas. “Assim decidi-mos criar uma ambientação completa do ponto-de-venda, com base no conceito de loja dentro de loja”, expli-ca Douglas Oliveira, diretor de trade marketing da companhia. A iniciativa inclui a montagem de uma estrutura própria dentro dos supermercados, com a instalação de piso, espelhos d’água, adesivos, espelhos e flores. O projeto foi implantado em cerca de 100 lojas e agradou tanto que venceu o Prêmio Popai 2008 na categoria Ação de Trade Permanente.

in locoOutra ação desenvolvida pela

Kimberly-Clark é a “KC Direto ao Ponto” que, uma vez por ano, leva funcionários de todos os níveis

amui: varejo passou a ter importância estratégicana condução dos produtos até o consumidor final

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complementaresAlinhar o plano de marketing

para a realidade dos canais e regiões de atuação, identificar oportunida-des de novos negócios e entender o comportamento do consumidor são algumas das funções do trade marketing. Segundo o professor Francisco Alvarez, consultor da Trade Marketing Assessoria, é pre-ciso cuidado para não confundir a área com o merchandising puro e simples. “O merchandising é apenas uma das muitas ferramentas utili-zadas pelo trade que, por sua vez, parte de uma visão mais ampla do negócio, pensando no portfólio do produto, no pricing e na exposição no ponto-de-venda”, explica.

Uma das ferramentas mais apli-cadas pelo trade marketing – so-bretudo nos supermercados e lojas de departamentos – é o chamado gerenciamento de categoria. Trata-se de planejar a exposição dos produtos conforme os hábitos de compra e a forma de uso do con-sumidor. Na prática, consiste em colocar o queijo próximo ao vinho e o chantilly ao lado do morango, sugerindo compras combinadas. O setor de trade também tem a missão de ajustar o preço dos produtos conforme a região do país. “A força da marca varia conforme a cidade em questão e é preciso adaptar o preço de acordo com o canal”, completa Alvarez.

As ações de trade marketing podem variar no formato, mas possuem um ponto em comum: exigem a participação efetiva do lojista para gerar bons resultados. “O varejista é parte fundamental nesse processo, seja fornecendo o feedback das estratégias implanta-das ou sugerindo novas idéias”, diz

Amui. Segundo Alvarez, a grande ferramenta do trade marketing é a informação, mas informações que ajudem o consumidor a definir o que é prioritário naquele momento. “E onde ele busca essa informação? No ponto-de-venda, na hora da compra.”

É com base em informações obtidas no ponto-de-venda e no contato direto com os lojistas que

a Nutrimental – fabricante de gê-neros alimentícios – planeja suas estratégias de trade marketing. Para adequar as gôndolas, expositores e displays à realidade do comércio, a empresa investe em pesquisas contínuas. Os comerciantes e distri-buidores também são incentivados a contribuir com ideias para melhorar a exposição dos produtos na loja. “Fazemos concursos para premiar

Cini considera ações de trade marketing mais eficazes do que uma campanha publicitária

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a melhor exposição e divulgação no ponto-de-venda, orientando os vendedores e lojistas nesse sentido”, conta Reynaldo Mo-raes, gerente de trade marketing da Nutrimental. Treinamentos semestrais com os distribuidores e equipe de vendas aprimoram as técnicas de merchandising e apro-fundam o conhecimento sobre os produtos da companhia.

Como forma de aumentar as vendas, a Nutrimental investe ainda em parcerias com outras indústrias, o que os especialistas chamam de “cross marketing”. A ação consiste em trocar mercado-rias com empresas que fabricam produtos complementares, que depois são comercializados por ambas as partes em forma de pa-cotes promocionais. Um exemplo é a parceria com a Sapeka, fabricante de fraldas. Neste caso, a Nutrimental utilizou os itens adquiridos em troca de um achocolatado para montar um pacote promocional em que o cliente comprava uma farinha láctea e ganhava um pacote de fraldas. “Está comprovado que os consumidores adoram esse tipo de promoção, além de fazer muito sucesso entre os varejistas, pois a margem de lucro é muito maior, já que sai apenas pelo preço de custo do meu produto”, explica Moraes.

vale tudoNo mercado atual, investir no tra-

de marketing pode ser a única saída para indústrias regionais que têm como concorrentes marcas interna-cionais muito consagradas. “Muitas vezes uma ação bem estruturada no ponto-de-venda é mais eficaz do que uma campanha publicitária caríssima que se limita aos meios de

O tripé da indústriaEntenda a atribuição específica de cada uma nas seguintes áreas existentes nas empresas hoje:

a) Marketing: responsável pela definição da estratégia macro da empresa para vender. Ex.: Indústria alimentícia vai produzir suco, leite ou biscoito? Com foco infantil ou adulto? Que marca, com que preço e qualidade?

b) Vendas: encarregada da distribuição do produto. Sua principal função é levá-lo a cada um de seus pontos-de-venda, mesmo nos locais mais distantes, com a maior velocidade possível.

c) Trade Marketing: responsável pela adaptação da estratégia de marketing do fabricante para as características locais do varejista e do mercado consumidor. Está em contato direto com os pontos-de-venda.

Fonte: Revista Empreendedor

comunicação”, afirma José Augusto Domingues, sócio-diretor da Sense Envirosell. Esse é o caso da Cini Bebidas, fabricante paranaense de refrigerantes e sucos que abusa da criatividade para se sobressair em um mercado dominado por gigantes como Pepsi e Coca-Cola. Vale tudo para conquistar a preferência do con-sumidor: ambientação do ponto-de-venda, arquitetura de merchandising, degustação dos produtos, troca de brindes no ponto-de-venda, cross marketing e parceria com distribuido-res. “Consideramos este o caminho mais ágil que temos para chegar ao cliente final”, diz Ingrid Spengler, gerente de marketing da Cini.

Há casos em que as ações de trade marketing vão além da mera divulgação de produtos e interfe-rem diretamente na gestão da loja. Numa iniciativa inédita no Brasil, a Agis – distribuidora de TI, telecom e informática que possui cerca de 5,5 mil revendas ativas em todo o Brasil

Edição n. 22Nov/Dez/Jan - 2009 - Ano 7

AGIS EM REVISTA

A nova tendência empresarial que beneficia toda a cadeia:

fabricante, distribuidor, revenda e cliente

agis utiliza a revista Siga (acima), site de compras (ao lado) e encontros com lojistas

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Edição n. 22Nov/Dez/Jan - 2009 - Ano 7

AGIS EM REVISTA

A nova tendência empresarial que beneficia toda a cadeia:

fabricante, distribuidor, revenda e cliente

– desenvolveu uma ferramenta de comércio eletrônico voltada exclu-sivamente para os varejistas. Trata-se do portal B2C, que possibilita às revendas de pequeno e médio portes competirem com as grandes redes de varejo. Através do site, o lojista pode acessar todo o portfólio de produtos da distribuidora, fazer o pedido e efetuar o pagamento – com a opção de parcelamento em até 10 vezes sem juros no cartão de crédito. “Nosso objetivo é dar um respaldo para que os comerciantes possam oferecer essa condição para o cliente final sem comprometer o seu capital de giro”, explica Andréia Cavalli, gerente de inovação da Agis. “O site é desenvolvido para que o lojista use como se fosse um sistema da própria loja e permite, por exemplo, que seja alterado o preço sugerido ao consumidor.” Ao todo, cerca de 230 revendas estão cadastradas no portal.

ações combinadasPara esclarecer os lojistas so-

bre as funcionalidades da nova ferramenta, a Agis lançou o site oficialmente no segundo semestre de 2008, durante a realização do Expedition 4 – outra ação de tra-de marketing da distribuidora. O evento, que acontece anualmente há quatro edições, reúne os canais de venda para uma série de palestras sobre gestão e tecnologia. Com a participação dos fabricantes – no caso, empresas como Philips, Sam-sung, LG e Lexmark –, o encontro é também uma oportunidade para conhecer as últimas novidades do setor e fazer novos negócios. “O mercado está muito sufocado, todo mundo muito igual, então é preciso buscar um diferencial, uma forma de estar presente e em contato com o varejo”, afirma o gerente de marketing da Agis, Bruno Coelho.

A revista Siga, editada há seis anos pelo departamento de comunicação da Agis, também é uma estratégia para aproximar a distribuidora dos revendedores.

Muitas vezes restrito às grandes companhias, a tendência é que o trade marketing ganhe mais es-paço no planejamento estratégico das pequenas e médias indústrias. Segundo os especialistas na área, o momento atual – após a crise econômica deflagrada em setembro de 2008 – deve contribuir para o fortalecimento das estratégias de marketing no ponto-de-venda. “Em função de tudo o que está acontecendo no mercado, as mar-gens de lucro deverão ser afetadas, as pessoas consumirão de forma mais racional, fazendo seu di-nheiro valer mais, o que vai exigir criatividade dos empresários”, diz Cláudio Correra, coordenador da pós-graduação em Marketing do Varejo no Senac São Paulo. “Com isso as ações de trade deverão se tornar cada vez mais importantes para resultados tanto na indústria quanto no varejo.”

agis utiliza a revista Siga (acima), site de compras (ao lado) e encontros com lojistas

ContatoAdriano Amui (Invent)(11) 3721-3787Francisco Alvarez (Trade Marketing Assessoria)(11) 5575-1403Kimberly – Clark0800 709-5599Nutrimental0800 707-7648José Augusto Domingues (Sense Envirosul)(11) 3884-8855Cini Bebidas(41) 3301-3000Agis(19) 3756-4600Cládio Correra0800 883-2000

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MeRcado

Sem dar bola para a crise, setor infanto-juvenil comemora resultados

positivos de 2008 e não vê risco de queda nas vendas neste ano

por mar co tú l i o b r ün ing

A todavelocidade

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e nquanto alguns seg-mentos da cadeia pro-dutiva padecem sob os efeitos da crise

financeira mundial, outros fazem graça. Um exemplo do primeiro caso é a indústria automobilís-tica, que com os pátios lotados de carros recorre aos megafeirões para desovar o estoque acumulado pela queda de 30% nas vendas. Por outro lado, fabricantes e comerciantes do setor infantil dão risada, comemorando os re-sultados positivos e até mesmo satirizando a tática empregada pelo varejo de veículos, como está fazendo a Mattel com a promoção “Leve 3, Pague 2: Megafeirinha Hot Wheels”. A campanha brinca com a ideia de que a Mattel é o maior fabricante de carros do mundo, com sete unidades vendidas a cada segundo. “Foi muito divertido fa-zer porque satiriza o que já existe. Sempre tem megafeirões, então, resolvemos fazer a megafeirinha”, diz Henrique Mattos, diretor da campanha. O Brasil é o segundo maior comprador de Hot Wheels. Fica atrás apenas dos Estados Unidos.

Mais exemplos dos bons resulta-dos apresentados pelo setor infantil e teen foram vistos na 32ª edição se-mestral da FIT – Feira Internacional do Setor Infantil-Teen e Bebê – que aconteceu entre 20 e 23 de janeiro em São Paulo. Para o organizador do evento, Dieter Brokhausen, a chegada da crise, há cinco meses, criou uma enorme interrogação quanto ao sucesso desta edição da feira. “Nós organizamos a FIT com seis meses de antecedência, então estávamos realmente curiosos para saber como os expositores estariam. Com a crise, começamos a divul-

gar informações mais comedidas quanto às previsões de resultados do evento”, afirma. Segundo ele, foram revistas as estimativas de participação de público e volume de vendas, que acabaram fechando em R$ 100 milhões e cerca de 12 mil lojistas visitantes – acima do previsto.“Foi natural para nós. Já no segundo dia comecei a conver-sar com os expositores e vi que em alguns deles havia fila, o que nunca havia acontecido antes. Tinha dez, 20 pessoas esperando atendimento. Isso foi uma grata surpresa.”

distraçãoPara Regiane Scudeler, só-

cia-proprietária da fabricante de roupas infantis Camú-Camú, os percalços da economia são apenas distração. “Aqui nem se fala em crise. Em outubro e novembro, quando já havia todo este alarde em torno da crise, nós trabalha-mos na criação da coleção de in-verno que acabou de ser lançada”, conta. As vendas começaram em janeiro e, segundo ela, mantêm os mesmos números obtidos no ano passado. “Pelo que já sentimos do mercado varejista, não acredito que haverá diminuição do volume de vendas. Mesmo que não ocorra um crescimento, teremos um bom resultado em 2009”, cogita a em-

presária, afirmando que de 2007 para 2008 o salto na produção foi de 50%. No mercado há 35 anos, a Camú-Camú distribui suas coleções sempre através de lojas multimarcas.

Também o setor calçadista passa por um bom momento neste início de ano. O fabricante Kidy atua no mercado infantil há 18 anos, e há três criou uma marca específica para adolescentes, a Magia Teen. A previsão para 2009 é repetir o volume de vendas do ano passado, que apresentou cres-cimento de 7% em relação a 2007. O diretor comercial do Grupo Kidy, Sergio Gracia, destaca que houve um momento em que as vendas caíram e muito. “Os pedidos quase pararam entre outubro e dezem-bro, devido ao receio causado pela crise financeira, mas após o Natal as encomendas normalizaram e já estão crescendo em relação ao mesmo período de 2008”, afirma. O principal canal de distribuição dos produtos é através de lojas de calçados multimarcas e magazines como C&A, Renner e Riachuelo. E com a valorização do dólar, a meta de exportações para este ano foi aumentada em 50% em relação a 2008, comprometendo 15% do total produzido.

A rede Magic Feet, criada em abril de 2008, encerrou o ano com

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seis lojas abertas. A perspectiva para 2009 é inaugurar dez unidades até o fim do ano. Antes de criar a rede voltada ao público infantil e teen o grupo Authentic Feet, que atua no ramo de calçados há 16 anos, fez uma extensa pesquisa de mercado que detectou a falta

de foco no segmento. Segundo o consultor de compras da marca e franqueado da Magic Feet, Marcelo Vespa, “o infantil normalmente é um pequeno braço das operações nas lojas de tênis e sapatos. Este público representa 40% do mer-cado de calçados, e 50% dos pais

compram um par de tênis novos para seu filho a cada seis meses.”

pais sem vozVespa explica que há diferenças

no atendimento e na comunicação com este cliente que tem cada vez mais o poder decisório em suas mãos. “Cada vez mais precoce-mente a criança é quem determina o que vai comprar. Os pais estão interferindo pouco na perspectiva de compra dos filhos.” Houve uma preocupação no projeto da loja para que não parecesse um display infantil. “Isso restringiria o espaço de compras. Nós adotamos um layout bem clean, que agrada tanto aos pais quanto às crianças”, diz. A solução traz ainda outra vantagem: não afasta o público adolescente. “O público-alvo são crianças até 12 anos, então chegamos a temer uma rejeição do adolescente. Mas se tiver um produto para ele, o teen de 13 até 19 anos vai entrar e comprar sem restrição nenhuma, mesmo na loja infantil.” Vespa cita que esta faixa etária responde a menos de 15% das vendas, mas é fundamental na hora de aumentar o tíquete médio das lojas.

A estratégia comercial da Magic Feet muda de acordo com a faixa etária do cliente. Até três anos, concorre no preço, buscando a fi-delização com produtos escolhidos pelos pais e padrinhos. De três a

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Camú-Camú: vendas em janeiromantêm os mesmos números obtidos no ano passado

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seis anos, a maior parte do mix é de produtos licenciados, como Disney e Hello Kitty. E para as crianças entre seis e 12 anos e também entre os adolescentes, o carro-chefe das vendas é a linha de lançamentos e importados das grandes marcas esportivas como Adidas, Puma e Nike, com menção honrosa para os calçados específi-cos para prática de esportes como chuteiras, por exemplo.

espaço abertoCom menos de um ano de exis-

tência, a Magic Feet deve partir agora para um marketing mais agressivo, em mídias segmentadas, com o objetivo de se tornar a primeira cadeia de calçados infantis de dimensão nacional. Para Mazhar Obeid, executivo de franquias do Grupo Authentic Feet, “há falta de pontos-de-venda para atender este público. Mas vai acontecer com este

segmento o mesmo que aconteceu há 25 anos com os tênis para adultos. Não havia loja especializada, eles eram encontrados nos grandes calçadistas.” Segundo ele, a própria carência do mercado já sinaliza para o sucesso nos negócios voltados a atender crianças. “Há pelo menos dez redes nacionais de confecção infantil, enquanto nós estamos propondo ser a primeira rede nacional de tênis infantil. Até o fim do ano estaremos em Porto Alegre, Ma-ceió, Recife, Brasília, Belo Horizonte”, diz, citando que a rede busca parceiros para abrir mais dez lojas em 2010.

O pioneirismo da Magic Feet faz com que aproximadamente 40% dos produtos oferecidos na linha de impor-tados sejam exclusividade da rede, pela própria demanda criada. “Nossa res-ponsabilidade é confirmar a parceria abrindo mais lojas”, ressalta Obeid. Segundo ele, a situação econômica delicada que se vive no momento ainda não trouxe reflexos para a Magic Feet. “A natureza do nosso produto e o tíquete médio nos favorecem. Nossos preços são acessíveis, e con-seguimos juntos aos importadores um compromisso para manter os preços em 2009, independentemen-te da variação do câmbio”, explica. “Desde 1992 nós já enfrentamos pelo menos quatro crises e momentos de superinflação e nós, com o nosso trabalho, continuamos crescendo e gerando empregos.” E nada melhor do que contar com consumidores em fase de crescimento.

magic feet: layout clean, que agrada tanto aos pais quanto às crianças

ContatoAuthentic Feet(11) 3858-1222FIT (11) 3966-3022Kidy (18) 3643-2533Camú-Camú (15) 9129-9788Marcelo Vespa (11) 4436-5590

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Gestão

Cuidados com o mix de produtos e o estoque,

estratégias de negociação e valorização dos recursos

humanos são dicas para enfrentar a turbulência

por d iogo honor a to fotos i ndex open

m ais de cinco anos de estabilidade pouparam muitos jovens empresá-

rios de passar por uma crise econô-mica e ter que administrar a redução das vendas e problemas no caixa de suas empresas. Mas, com as nuvens negras sobre a indústria, especialistas

Drible nacrise

Gestão

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já esperam um efeito cascata que afe-te o desempenho de outros setores. Consultores e especialistas das áreas de finanças, vendas e recursos huma-nos dão dicas sobre como minimizar os efeitos da crise.

O primeiro efeito colateral de uma desaceleração da economia (e consequentemente das vendas) é a

falta de dinheiro no fluxo de caixa, já que conseguir capital de giro fica mais difícil. Para o consultor empresarial do Sebrae-SP, Ari Antônio Rosolem, os empresários devem se preparar desde já, fazendo a análise de seus estoques e vendas. O primeiro passo é identificar produtos que mais saem e que tenham a melhor margem de lucro. Na hora de fazer as próximas compras, dê preferência a eles. Traba-lhar com itens que encalham pode ser muito perigoso em tempos de vacas magras. Saiba exatamente quais são os prazos de consumo de cada produto (quanto tempo leva para ser vendido), qual o mínimo de estoque necessário para atender a esse ciclo e quanto é preciso receber dos clientes para adquirir outra vez essa quantida-de de produtos. “É preciso ficar com o mínimo estoque possível, fazer mais compras por mês e em lotes meno-res”, aconselha Rosolem.

acompanhamentoNeste momento, saber qual

produto tem maior liquidez pode ser uma tarefa fácil, mas o acompa-nhamento das vendas deve conti-nuar nos próximos meses. É que a lista dos mais vendidos pode mudar juntamente com a nova conjuntura. Como explica Edison Cunha, diretor de operações da Trevisan Consul-toria, o comportamento do cliente costuma se alterar quando teme ficar sem dinheiro. “Talvez ele peça um produto diferenciado. Um produto B pode ser igualmente interessante se comparado a um produto A, mesmo que tenham qualidades diferentes, se o preço do B for menor”, explica. Sabendo quais produtos ficaram mais atrativos, o administrador pode recompor o mix de produtos que terá no estoque.

Para aliviar o fluxo de caixa, mais

do que nunca vale pedir aos fornece-dores prazos de pagamento maiores e valorizar as vendas à vista. Aliás, habilidade para negociar melhor prazos e preços pode ajudar uma empresa a atravessar a crise ilesa. “É diferente negociar em época de crise: antes, no período de estabilidade econômica, havia parâmetros defi-nidos de lucro e preço, dólar estável, crédito disponível e planejamento que funcionava. Hoje a negociação está mais agressiva. Se antes o objetivo era negociar melhor para lucrar mais, agora é negociar para sobreviver”, afirma o especialista em negociação Márcio Miranda, da Workshop Seminários Práticos, que dá palestras e treinamentos sobre o tema. De um lado, fornecedores tentam repassar aumentos. De outro, o empresário precisa diminuir preços para garantir as vendas. Nesse jogo de forças, é importante considerar que ninguém está sozinho na crise. Se as coisas andam difíceis no seu negócio, possivelmente também está para seu fornecedor. Levar isso em consideração deixa o comprador mais à vontade para exigir dos forne-cedores melhores condições.

Na hora de vender, o empresário precisa adotar postura parecida. De acordo com Rosolem, do Sebrae, se não houver condições de manter a mesma margem de lucro do ano anterior, é melhor diminuí-la e girar o produto que mantê-lo parado. Na opinião de Miranda, a hora também é de diversificar os clientes, principal-mente no caso de negócios que têm a maior parte de seu faturamento atrelado a uma carteira com menos de cinco compradores. “Agora é im-portante conseguir novos clientes, mesmo que não tenham o mesmo volume de compras”, diz.

Se mesmo adotando medidas

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preventivas o capital de giro da em-presa for prejudicado, é preciso evitar financiamentos. Além de estar mais difícil conseguir crédito, suas taxas já não estão tão atrativas. Como solução, Ari Rosolem indica recorrer a fontes alternativas de recursos. “Se a empresa tem um veículo, pode vendê-lo e usar o dinheiro no caixa como capital de giro e financiar outro carro, talvez com juros mais baixos que o financiamento bancário, além de ser mais fácil de conseguir”, instrui o consultor do Sebrae-SP.

alternativasEm momentos de crise, a ação

mais natural é tentar reduzir custos para compensar a queda nas vendas. Mas antes de direcionar a tesoura para a folha de pagamento, é melhor avaliar outras saídas. “Demitir pessoal deve ser a última das últimas consequên-cias, porque reduzindo funcionários você está reduzindo seu poder de mercado”, avalia Edison Cunha, da Trevisan Consultoria. Antes de optar por essa medida simplista, Cunha aconselha que os administradores façam um detalhamento de todos os seus custos – não apenas com mão-de-obra –, hierarquize por or-

dem de importância, considere entre os menos relevantes quais poderiam ser excluídos e quais empresas têm condições de diminuir, inclusive re-negociando contratos. “Não adianta fazer cortes pequenos, como acabar com o cafezinho, quando você tem custos muito mais relevantes que você poderia gerenciar de uma forma mais adequada”, afirma Cunha. O próximo passo é mostrar esses gastos e buscar apoio de seus colaboradores para diminuí-los. Pois, como ressalta o consultor, a empregabilidade deles depende dessa redução. Em conjun-to, é possível estabelecer metas de redução em cada item, respeitando as condições mínimas de estrutura necessária ao trabalho.

Investir nos pratas da casa é a recomendação do consultor estra-tégico de RH, Fernando Montero da Costa, diretor de operação da Human Brasil. “Existe dentro deste cenário de ameaça, de emprego e de sobre-vivência dos negócios, uma grande oportunidade para que as empresas tomem iniciativas de desenvolver seus próprios talentos internos”, sugere o consultor. Como o cenário não é propício para grandes investimentos em qualificação, Costa propõe a valori-

Montero: cenário de crise é oportunidade para empresas desenvolverem talentos internos

Miranda: hora de conseguir novos clientes, mesmo que não tenham o mesmo volume de compras

ContatoEdison Cunha (Trevisan Consultoria): (11) 3138-5091 Márcio Miranda (Workshop): (11) 4612-6054 Ari Antônio Rosolem (Sebrae-SP): (11) 3177-4943 Fernando da Costa (Human Brasil): (11) 2679-0733

zação de profissionais que tomaram a iniciativa de buscar o aperfeiçoamento por conta própria, desenvolvendo suas habilidades de liderança, planejamento e tomada de decisões, por exemplo. Segundo o consultor, avaliando o potencial de todos os funcionários de uma empresa, em geral 25% podem ser considerados high potentials, 50% estão na média e 25% estão abaixo. E, em tempos difíceis, é preciso iden-tificar o quarto superior para saber exatamente quais profissionais vale a pena manter na organização e investir. “São essas pessoas que farão diferença para a empresa. Elas têm uma postura mais desafiadora e trazem ideias ino-vadoras, que vão ajudar a atravessar esse momento de turbulência”, avisa. Recorrendo à filosofia oriental, Márcio Miranda, da Workshop, cita a expres-são chinesa “Weiji”, que ensina que os riscos são uma boa oportunidade de melhorar.

GestãoGestão

rosoleM: se não é possível manter a mesma margem de lucro, é melhor diminuí-la e girar o produto

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Montero: cenário de crise é oportunidade para empresas desenvolverem talentos internos

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TI

Lista de utilitários self-service oferecidos pelo Google

inclui ferramentas de produtividade e publicidade

por f r anc i s f r ança fotos i ndex open

Bufê deserviços

l ista de custos para manter um negócio ficou um pouco mais curta, agora que uma porção

de ferramentas de produtividade e até campanhas publicitárias estão disponíveis na internet, de graça ou a preços bastante atrativos. Boa parte desses serviços foi desenvolvida pelo Google, com uma plataforma self-service de utilitários que com-bina cada vez mais com as micro e pequenas empresas.

O menu inclui criação de sites, administração de agendas, documen-tos e planilhas de forma colaborativa, formulários para pesquisa, grupos de discussão, mapas, mensagens instantâneas, análise de tráfego on-line, etc. No Google Sites, por exemplo, é possível construir uma página na internet sem precisar de conhecimento técnico e sem pagar servidor de hospedagem, basta ter um domínio ‘.com’ ou ‘.com.br’. A maior parte das ferramentas funciona em dois níveis de acesso: um básico e gratuito e outro pago com mais funcionalidades.

O Google Apps, por exemplo,

a desenvolvido especialmente para empresas e organizações, oferece a versão Standard, gratuita, com até 50 contas de usuário, 7 GB de armazenamento, acesso por celular, recursos de suporte on-line, além dos aplicativos de e-mail, bate-papo, agenda, sites, documentos, planilhas e formulários. Na versão Professio-nal, cada conta custa US$ 50 por ano e, além do conteúdo disponível na versão gratuita, tem garantia de funcionamento do e-mail em 99,9% do tempo, garante 25 GB de armaze-namento, sala de conferência virtual, ferramentas para migração de e-mails e assistência 24 horas por dia, sete dias por semana, incluindo suporte por telefone.

Entre as vantagens dos serviços está a possibilidade de migrar para outra plataforma caso o cliente não esteja satisfeito. “O conteúdo é do cliente, não nosso”, diz Félix Ximenes, diretor de comunicação do Google Brasil. Segundo ele, as ferramentas gratuitas oferecidas pela companhia aliviam a pressão sobre outros custos que existem no início de qualquer negócio. “Esse dinheiro

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que ele teria que gastar para comprar softwares e contratar serviços, ele pode investir no próprio negócio. Às vezes esses pequenos custos de website, pacote de produtividade, licença de software acabam pesando para manter a empresa sadia e cres-cendo”, afirma.

A agência Dialetto Comunicação Estratégica utiliza o pacote gratuito Apps para gerenciamento conjunto de agendas e documentos entre a equipe. “Quando um colaborador escreve um texto, compartilha comi-go, eu reviso e aprovo, tudo on-line”, explica Rodrigo Lóssio, diretor da Dialetto. A empresa também utiliza os formulários de cadastro vincula-dos ao Google Docs, e que podem ser distribuídos publicamente através de um link. “Utilizei em algumas palestras que fiz ano passado para controlar as inscrições e o retorno foi fantástico”, comemora Lóssio.

Segundo ele, as ferramentas satisfazem as necessidades da em-presa, com a vantagem de que todos os aplicativos são adaptados para a versão móvel e podem ser gerenciados por equipamentos como Smartphone, tudo de graça. “Já temos alguns clientes e parceiros que também usam o Google Apps e conseguimos integrar ações, como eventos e reuniões, compartilhando automaticamente as agendas.” Sem o Google Apps, o primeiro custo da Dialetto seria com o arquivamento de informações. Todos os e-mails enviados e recebidos desde a criação da empresa são armazenados na plataforma.

Apesar do bom desempenho, existem algumas limitações na formatação de documentos para impressão e apresentação de slides, além do fato de todos os aplicativos serem oferecidos apenas on-line e

dependerem de conexão com a in-ternet. Para resolver esse problema, o Google criou uma ferramenta cha-mada Gears, ainda em fase de testes, para integrar os aplicativos na web com o desktop do usuário.

links patrocinadosAs ferramentas de produtivida-

de têm tido boa aprovação, mas o maior sucesso já desenvolvido pelo Google para empresas são os links patrocinados. O aplicativo AdWords se baseia no sistema de Custo por Clique (CPC), em que a empresa só paga quando alguém clica em seu anúncio. O sistema permite perso-nalização conforme porte e necessi-dades do negócio. A empresa escolhe as palavras-chave que quer vincular ao seu produto e paga um preço por clique. Quando o usuário faz uma busca no Google com a palavra, o anúncio da empresa é exibido junto aos resultados. Cada palavra tem um

preço diferente, dependendo da con-corrência, isto é, quanto mais empre-sas quiserem uma palavra, mais cara ela fica. É possível também definir o valor máximo que a empresa aceita pagar por uma palavra-chave.

“Entramos em uma faixa de serviço de altíssima precisão, e ge-ralmente as empresas menores se beneficiam mais, porque quando uma pessoa faz uma busca e digita ‘fornecedor de cimento’ ela não quer saber da Votorantim, mas de quem vende cimento na sua cidade. Na hora que ela digita, aparecem as empresas locais”, explica Ximenes. As campanhas publicitárias com AdWords também são gratuitas, basta escolher as palavras-chave e catalogá-las.

Assim como os demais serviços, caso o empresário queira atendimen-to personalizado, é possível contra-tar serviço de profissionais treinados especialmente pelo Google para fazer campanhas publicitárias com

Lóssio: serviços gratuitos podem ser utilizados em dispositivos móveis

TI

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links patrocinados. Os chamados parceiros certificados são agências ou indivíduos que passam pelo curso Google Advertising Partner (GAP), para entender a dinâmica de anúncios, palavras-chave, otimizar campanhas e montar estratégias de publicidade. Os próprios executivos ou colaboradores da empresa tam-bém podem fazer o curso.

Essa foi a opção da Eletrônica Santana, que começou a vender pela internet em 2003 investindo cerca de R$ 100 por mês em links patrocina-dos. O resultado foi tão bom que hoje o orçamento voltado para o AdWords é de R$ 30 mil mensais. Em 30 dias, o anúncio da empresa é visualizado cerca de 2 milhões de vezes, levando 60 mil cliques à sua página.

Aos 44 anos, a Eletrônica San-tana nasceu voltada para conserto de equipamentos eletrônicos, mas quando as fronteiras se abriram aos produtos importados e baratos, os consertos perderam mercado, e a empresa precisou mudar. “Partimos então para a venda de equipamentos e projetos de sistemas de telefonia e segurança. Quando lançamos a loja virtual, conhecemos o modelo de publicidade paga por clique e mudamos nossa visão, porque até então pagávamos um valor alto pela propaganda tradicional, que tem retorno difícil de mensurar”, conta Rubens Branchini, diretor comercial e de marketing.

A empresa começou investindo pouco e em campanhas regionali-zadas, porque não tinha estrutura para entregar em outras partes do País. Como o retorno foi imediato, começaram a expandir a entrega para outros estados, até atender em todo o território. Atualmente, seis pessoas trabalham no atendimento do comércio eletrônico, e outras

duas passam por treinamento constante no Google e se dedicam às campanhas publicitárias on-line. “Temos mais de 10 mil palavras, todos os negócios são abastecidos na internet por links patrocinados, e a loja virtual, além de ser um dos nossos principais negócios, também traz clientes para a loja tradicional”, diz. As vendas pela internet repre-sentam 20% do faturamento da Eletrônica Santana.

Para quem está começando, Branchini dá algumas dicas para investir em AdWords. Primeiro é importante ter um bom site, porque não adianta o internauta se inte-ressar pelo link patrocinado, clicar, entrar na página da empresa e de-pois ter dificuldade para encontrar o produto, ou para comprá-lo. “Cada link patrocinado que você publica tem que levar direto para a página do produto, senão você vai pagar à toa, porque o usuário vai clicar, mas não vai comprar”, aconselha.

Outra dica é a possibilidade de negar palavras, por exemplo. Uma empresa pode negar o link de celula-res quando ela só vende televisores e DVDs de determinada marca. E um conselho valioso é o de que ser o primeiro a aparecer pode não necessa-riamente ser mais vantajoso. Aparecer no topo custa mais caro, e tem mais probabilidade de o usuário clicar por impulso, sem a intenção de comprar. “Pela nossa experiência, colocar o anúncio entre a segunda e a quinta posição geralmente dá mais resultado do que ser o primeiro”, recomenda.

Ferramentas úteis

ADWORDSExibe anúncios nas pesquisas do Google e em sua rede de publicidade e cobra apenas quando o usuário clica no link anunciado pela empresa

APPS Oferece ferramentas de e-mail, produtividade e colaboração entre a equipe de trabalho

MAPS Localiza a empresa no mapa e oferece informações sobre contato, horário de funcionamento e até fotos da fachada ou de produtos

ANALyTiCSOferece informações sobre o tráfego do website da empresa, com segmentação avançada, relatórios personalizados, gráficos de movimento e outros

AGENDA Organiza e compartilha agendas e eventos com colaboradores, clientes e parceiros

TALk Permite troca instantânea e gratuita de mensagens de texto, transferência de arquivos ou chamadas de voz pelo computador

SEARCh APPLiANCE Voltado para médias e grandes empresas, pesquisa até 30 milhões de documentos em praticamente todos os sistemas

DOCS Cria e compartilha documentos, planilhas, formulários e apresentações de slides on-line

MiNi Voltado para pequenas empresas, rastreia até 50 mil documentos no site da empresa, servidores intranet e de arquivo

ContatoDialetto: (48) 4009-3223Eletrônica Santana: (11) 2823-7066Google: www.google.com.br

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PRoduTos e seRVIços

DownloaD livreA Extreme Networks está

disponibilizando gratuitamente para download o InSite SDK, um Kit de Desenvolvimento de Software para o seu sistema operacional modular de redes, o ExtremeXOS. Através do Kit, a empresa oferece todas as funcionalidades de API (Interface de Programação de Aplicações), permitindo que aplicações desenvolvidas por terceiros possam integrar com segurança seus processos de negócios com a infraestrutura da rede. O novo SDK beneficia os parceiros tecnológicos, revendedores e clientes da Extreme, que procuram estender e reforçar suas soluções, através da interação com o sistema operacional ExtremeXOS. O InSite está disponível para download no link www.extremenetworks.com/solutions/insite.aspx

Para reduzi r custos e dependências nas áreas de Tecnologia da Informação, a Wethink Business Solutions lança seu primeiro software disponível via website para usuár ios . Ut i l izando os conceitos do B2B (Business to Business) e SaaS (System as a Service), a empresa desenvolveu um sistema otimizador de vendas no atacado, hospedado em seu site. Por meio dele, os parceiros de negócios poderão fazer pedidos 24 horas/dia, sete dias por semana, além de extrair relatórios em tempo real, tudo via web. Os preços mensais variam de R$ 89 a R$ 189, dependendo do portfólio da empresa e do número de imagens que serão inseridas no sistema.

(11) 8259-8060/www.wethinkbs.com

Trabalho seguroCom foco na prevenção de acidentes

de trabalho, a Vendrame Consultores Associados presta assessoria a empresas de variados setores. Após analisar os riscos ocupacional e ambiental, os profissionais da Vendrame elaboram e implementam programas para que sinistros não ocorram. Um dos serviços mais requisitados pelos clientes é a assistência técnica em perícia judicial – uma defesa especializada, que pode ser utilizada contra pedidos de indenizações indevidas. A empresa possui uma equipe multidisciplinar, composta por engenheiros, médicos, advogados e outros profissionais, que ministra cursos em todo o País.

www.vendrame.com.br

Full web

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segurança DigiTalA Gemalto lançou em janeiro passado o primeiro

leitor de cartões com autenticação avançada da MasterCard para chip. O Ezio Pocket Reader possibilita a autenticação de dois fatores em qualquer cartão EMV (Europay Mastercard Visa) já em uso no mercado, seja ele personalizado ou não conforme o Chip Authentication Program (CAP) da MasterCard. Essa característica auxilia instituições em mercados onde uma senha off-line não é usada para verificar a identidade do cliente on-line. Não há necessidade de emitir novos cartões. O leitor também permite que milhões de novos clientes de banco tirem proveito da maior segurança em operações on-line, tornando-as acessíveis em todos os ambientes.

www.gemalto.com

eTiqueTas eleTrônicasA Seal Sistemas, atuante no

mercado de captura automática de dados e computação móvel, traz ao Brasil as etiquetas eletrônicas de prateleira. Graças à parceria com a Pricer, empresa sueca líder mundial no segmento, a Seal agora fornece etiquetas capazes de comunicar o preço, dados sobre promoções e os produtos, e informações gerenciais como estoque e validade de promoções. A tecnologia permite fazer mudanças automáticas de preços, maior rapidez na execução de campanhas promocionais e agilidade na reposição do produto na gôndola. Por meio de comunicação bidirecional da plataforma, o administrador é informado sobre problemas, como a não-atualização de preços, bateria fraca ou mesmo furto da etiqueta.

www.seal.com.br

DesconTos especiais

Até 31 de mar-ço, pequenas e médias empresas com até 250 PCs podem adquirir produtos da Mi-crosoft com des-contos. O Office Standard e o Ex-change Standard Server 2007 têm 20% e 28% de des-conto, respectivamente, a partir de cinco licenças. Dentre os recursos presentes na versão Standard do pacote Office estão Word, Excel, PowerPoint e Out look. O Exchange oferece uma plataforma de servidor para correio eletrônico e ainda permite concentrar os sistemas de co-municações da empresa.

www.microsoft.com/latam/presspass/brasil/default.mspx

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Conceito store in store agrega valor a um negócio já

existente e aproveita o público cativo da loja-mãe, com

custos menores, gerando ganhos para todos

por c l é i a schm i t z fotos d i vu lgação

inda pouco explorado pelo sistema de franchi-sing brasileiro, o conceito store in store (loja dentro

de loja) é mais uma opção para quem procura novos espaços de venda. ini-cialmente restrito a postos de gasolina, hoje esse modelo ocupa lojas de arti-gos esportivos, redes de materiais de construção, livrarias, videolocadoras, academias, universidades e até hos-pitais. “O grande desafio do varejo é estar cada vez mais próximo do cliente. Quem quiser se expandir, terá que sair do convencional porque o perfil de consumo está mudando muito. Não dá mais para pensar só em shopping center”, afirma João Batista da Silva, diretor de franquia do Rei do Mate.

A rede tem mais de 30 lojas no formato store in store – a maioria dentro de hipermercados, num siste-ma de locação muito parecido ao de shopping centers, com pontos-de-venda em galerias comerciais anexas ao supermercado. Mas há também unidades Rei do Mate instaladas no mesmo espaço de venda de outras

Sinergia devendas

a lojas, caso da operação inaugurada no ano passado na Decathlon (SP) do Shopping Center Norte, rede francesa de materiais esportivos. A diferença em modelos como este é que o objetivo da loja que abriga a franquia é muito mais oferecer um serviço ao seu consumidor do que ganhar com a locação de um espaço. Com um espaço para fazer um lan-che, aumentam as chances do cliente passar mais tempo na loja.

demanda forteOutro parceiro do Rei do Mate é a

Dicico home Center de Construção. São três unidades dentro de lojas da rede, todas em São Paulo. há dois anos, a marca também abriu uma lanchonete na Lustres yamamura, megaloja especializada em ilumina-ção, na capital paulista. “O número de shoppings que estão sendo construí-dos na cidade é muito menor do que a demanda”, explica Silva. Por isso, a busca por espaços alternativos nas grandes metrópoles é uma saída para

franquias que buscam a expansão. O Rei do Mate ainda tem unidades em três hospitais, em São Paulo e no Rio de Janeiro, na sede do clube do São Paulo Futebol Clube e em uma das barcas que faz a travessia entre a capital fluminense e Niterói. “Lanche não é a especialidade deles, mas é a nossa”, destaca Silva.

A Casa do Pão de Queijo também aposta no store in store como uma estratégia de expansão. São cerca de 50 cafeterias instaladas dentro de lojas de conveniências, livrarias e videolocadoras. Entre os parceiros, Posto Shell, 100% Vídeo e Nobel Li-vrarias. “É um modelo concebido para complementar e agregar valor a um negócio já existente”, afirma Ricardo Bertucci, gerente comercial da marca. Segundo o executivo, franqueados de outros segmentos têm procurado a Casa do Pão de Queijo interessados em uma franquia que viabilize melhor o empreendimento-mãe e ofereça uma comodidade aos seus clientes, tornando a operação mais atrativa.

Um detalhe importante: a rede só fecha negócio se o franqueado for o mesmo da unidade que abrigará a Casa do Pão de Queijo. “Não quere-mos conflitos de interesse dentro de um mesmo espaço. O dono da video-locadora pode querer fechar a loja no horário de melhor movimento do café porque ele não tem demanda”, explica Bertucci. Com 450 cafeterias, o store in store responde por 15% das unidades franqueadas da rede. Segun-do o executivo, a rentabilidade das unidades instaladas dentro de outros negócios costuma ser maior porque o custo do aluguel já está embutido nas despesas da loja-mãe.

A divisão de custos fixos não é a única vantagem do modelo. “instalar um negócio numa área de vendas onde já existe público fiel

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aumenta as chances de sucesso”, acredita Claudia Bittencourt, con-sultora especializada em franquias. Mas para isso é preciso estar atento a uma premissa básica nesse tipo de modelo: a sinergia entre os dois empreendimentos. Antes de tudo é preciso ver se o perfil do consumidor que frequenta a loja de material de construção, por exemplo, correspon-de ao seu. “Se você vende produtos para a classe A e B, não pode instalar seu negócio numa loja para público C”, afirma Claudia.

A sinergia tem que ir além do perfil do consumidor. “Os dois negó-cios precisam se complementar em termos de consumo”, explica André Friedheim, consultor da Francap. Assim, a leitura pede um café, a aula na academia um suco para refrescar, e assim por diante. Os exemplos mais tradicionais são mesmo na área de

alimentação, cafeterias ou lancho-netes instaladas dentro de livrarias, videolocadoras e lojas de conveniên-cias de postos de combustíveis. Mas há inúmeras outras possibilidades como loja de cosméticos ou de roupas em academias de ginástica, salões de beleza em universidades, entre outros. A questão é aproveitar o público que já existe e gerar outro para incrementar os negócios, numa relação onde todos saem ganhando, inclusive o consumidor.

Na opinião de Friedheim, o store in store ainda é pouco aproveitado pelo sistema de franchising brasileiro. há cada vez mais espaços surgindo em escolas e universidades, clínicas e hospitais, muitas vezes ocupados por empreendimentos que não são franquias. “Não é preciso perder o conceito do negócio para operar no store in store, muitas vezes é só

store in storeVANTAGENS há um público cativo circulando pela loja-mãe que corresponde ao perfil do negócio da store in store;

Os custos de manutenção e marketing costumam ser menores, já que são divididos entre os parceiros;

É uma oportunidade de ampliar espaços de expansão, principalmente em grandes cidades.

CUiDADOS Para dar certo, é preciso que os negócios sejam sinérgicos e complementares;

A saúde financeira da loja-mãe é decisiva para o sucesso da store in store.

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adaptar o formato e o mix de produ-tos, seguindo os mesmos valores e a mesma missão da rede”, afirma o consultor. Por outro lado, houve uma evolução considerável em relação aos anos 1990, quando o sistema era ex-clusivo dos postos de gasolina. Mes-mo em hipermercados, a existência de franquias era uma novidade. “há um mercado muito aberto para esse formato”, afirma Claudia.

A implantação de uma store in store também merece alguns cuidados. É importante que o contrato seja feito por um advogado especializado para

evitar surpresas futuras. “imagine que a loja-mãe resolva se transferir para o outro lado da rua antes mesmo de você recuperar o seu investimento”, exemplifica Silva, do Rei do Mate. Ou pior, que a store in store seja convida-da a sair de uma hora para outra. No início dos anos 2000, a Casa do Pão de Queijo, por exemplo, instalou cafete-rias dentro de unidades da Lojas Ame-ricanas, mas a parceria não foi adiante e as operações fecharam depois de cinco anos. “Era um projeto por tempo determinado”, afirma Bertucci.

Traumático ou não, o rompimento

é um risco natural do store in store. Para Silva, esse risco precisa ser avaliado com rigor. “O sucesso de uma loja instalada dentro de outra loja depende do sucesso do negó-cio principal. Se o meu faturamento cair, não adianta fazer uma campa-nha para aumentar minha venda porque ela vai depender muito mais do marketing do meu parcei-ro”, explica o executivo do Rei do Mate. Segundo ele, o faturamento de uma store in store geralmente é menor, mas ele é compensado por custos mais baixos, principalmen-te com aluguel. “Esses custos de manutenção têm que ser menores para viabilizar a operação. É como qualquer outro modelo, o franque-ado precisa remunerar o capital e seu próprio trabalho.”

ContatoRei do Mate(11) 3081-9335Casa do Pão de Queijo0800 77 00114 Claudia Bittencourt(11) 3661-2201André Friedheim(11) 3709-3709

cLAudiA: “Instalar negócio onde já existe público fiel aumenta as chances de sucesso”

Friedheim: “Não é preciso perder o conceito do negócio, só adaptar o formato e o mix de produtos”

BAtistA: “Quem quer expandir, tem que sair do convencional. Não dá para pensar só em shop ping”

rede só fecha negócio se o franqueado for o mesmo da unidade que abrigará a Casa do Pão de Queijo

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quiosques glaceaDosA Nutty Bavarian fechou 2008 com

74 unidades e mantém os planos de chegar a 100 quiosques de castanhas glaceadas em 2010. A rede, que está buscando novos franqueados, é uma opção para quem procura franquias com investimentos menores. Para montar um quiosque da marca é preciso investimento inicial de R$ 60 mil mais R$ 8 mil de capital de giro. De acordo com o franqueador, o prazo de retorno é até 18 meses e o fluxo mensal de clientes gira em torno de 3 mil consumidores por quiosque. Três funcionários são suficientes para operar o negócio. As últimas unidades foram inauguradas em shoppings de Belém, Rio de Janeiro, Itupeva (SP) e Belo Horizonte. O foco da rede são os shopping centers, mas os quiosques também podem ser instalados em cinemas, hipermercados, casas de shows, parques de diversões e aeroportos, entre outros.

(11) 3849-9002 www.nuttybavarian.com.br

serviço proFissionalNo Brasil há dois anos, a franquia norte-americana Mail Boxes

Etc. quer revolucionar o varejo nacional de cópias, impressões, encadernações e remessas. A proposta é profissionalizar esse tipo de serviço, tradicionalmente feito por pequenos negócios de bairros, com um modelo padronizado de atendimento. Com cerca de 6 mil unidades no mundo, a rede fechou o ano de 2008 com 15 lojas no Brasil e tem como meta a abertura de 48 unidades até 2010. A Master Franquia brasileira tem licença para expandir suas unidades em 10 países da América Latina. O tipo de expansão escolhido pela Mail Boxes Etc. no Brasil é através da outorga de Representações de Área, onde cada uma delas cuidará do suporte às unidades franqueadas que serão outorgadas regionalmente. O investimento necessário para abertura de uma unidade varia entre R$ 230 mil e 270 mil.

(11) 3049-4900/www.br.mbelatam.com

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aceiTa-se conversãoRede de restaurantes especializada em grelhados e parmegianas,

a Griletto pretende abrir 16 unidades até o final de 2009. A marca abriu sua primeira loja em Itu (SP) em 2004 e, desde então, expandiu a empresa por meio de restaurantes próprios. Atualmente, são 13 unidades próprias e uma franqueada. A primeira loja franqueada foi aberta em janeiro passado, na cidade de Araraquara (SP). O investimento total para abrir um Griletto é de R$ 290 mil e a previsão de retorno é de dois anos. O faturamento médio de uma unidade é R$ 100 mil. O franqueador aceita a conversão de restaurantes já existentes. A área mínima para instalação de um Griletto é de 35 metros quadrados.

(11) 3854-6625 www.griletto.com.br

sauDável e caseiroO Grupo Montana planeja para 2009 a abertura

de 18 unidades do Montana Grill Express. A meta é chegar a 90 lojas até dezembro com forte interesse nas regiões Sul e Nordeste e no interior de São Paulo, além dos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. No ano passado, a rede apostou em um novo cardápio, mais saudável e caseiro, para que os clientes façam suas refeições nas lojas todos os dias. As lojas ainda ganharam uma nova concepção de layout com a instalação do menu digital, desenvolvido em telas de LCD. No final de 2008, a empresa também inaugurou um novo conceito de restaurante, o Montana Steaks. Localizado em Piracicaba (SP), a casa serve no sistema à la carte cortes exclusivos de carnes e acompanhamentos com receitas de cozinha internacional.

O Grupo Montana Grill foi criado em 1994 pela dupla sertaneja Chitãozinho & Xororó, que queria expandir seus negócios para além da música e da pecuária. São cinco churrascarias espalhadas por São Paulo, Goiânia, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campinas (SP). A rede de grelhados Montana Grill Express surgiu três anos depois e em janeiro contava com 74 unidades localizadas nos principais estados do Brasil.

Fone: (11) 3709-3709 www.montanagrill.com.br

risco ZeroAmbicioso, o plano de expansão da CNA, uma das

maiores redes de ensino de idiomas, prevê a abertura de 100 escolas neste ano. A marca deve investir R$ 30 milhões, incluindo abertura de unidades tradicionais, franquia-escola e compra de redes regionais. As áreas de maior interesse são Amapá, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, Tocantins, além do interior de São Paulo e Rio de Janeiro. Para atrair os novos franqueados, o CNA criou em 2007 o Risco Zero, um modelo de negócios que garante em contrato a devolução de todo o investimento inicial caso o investidor não obtenha lucro em dois anos. “Apesar da crise financeira internacional, as pessoas são conscientes da necessidade do uso de línguas estrangeiras no mercado de trabalho, o que favorece o nosso crescimento”, avalia Eduardo Murin, diretor de operações e expansão da rede. De acordo com o executivo, nos próximos anos o crescimento da CNA deve girar em torno de 20% ao ano. O CNA tem 35 anos de atuação, possui meio milhão de alunos, sendo em média 550 alunos por escola e índice de retenção de cerca de 80%.

(11) 3053-3811 www.cna.com.br

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Apesar de se autodefinir cafona, Bastos desenvolveu uma marca

de roupas feminina que hoje é sinônimo de sucesso de vendas

por andré ia segan f r edo fotos d i vu lgação

erar novas oportunidades a partir do erro e em mo-mentos de crise faz parte da experiência que o em-presário Marcello Bastos,

diretor comercial da Farm, adquiriu até consolidar a marca como uma das maiores vendas por metro quadrado no Shopping iguatemi de São Paulo. Depois de reprovar em um teste psicotécnico num concurso público, amargar a diminuição do turismo ar-gentino no País e falir uma franquia, montou a Farm. Moda carioca, leve, solta, descontraída e colorida, para uma garota “descolada”, que atrai mulheres de várias idades em busca das peças confeccionadas pelo talento da sócia, kátia Barros. “Somos bons porque contamos com o compor-tamento patológico de compra das mulheres”, tenta explicar, de forma bem-humorada, o sucesso.

Marcello Bastos começou a car-reira trabalhando na área tecnoló-gica. Era funcionário de Furnas em plataformas de extração de petróleo, quando decidiu prestar concurso para

Fazendeiro damoda

g o mesmo cargo na Petrobras. Passou em quinto lugar e pediu demissão, mas foi reprovado no teste psicotéc-nico. “Eu nunca tinha escutado falar de alguém que havia sido reprovado no teste. O pior que o concurso era idêntico ao que tinha feito para Furnas”, conta aos risos. insistente, escreveu uma carta ao presidente da empresa pedindo revisão de provas e, apesar de ter recebido a resposta três meses depois, não compareceu para refazer o exame. “Às vezes, acontece coisas na vida que a gente nem sabe o porquê.”

Nessa época, conheceu o pai da futura sócia, Nézio Barros, que pos-suía uma distribuidora de revistas e jornais. “Vi que podia aprender muita coisa, e ele me dava liberda-de. Achei o trabalho interessante.” Bastos começou entregando jornais, mas sempre apresentava ideias para a empresa, como a conquista de novas rotas e nichos de mercado. Em 1991, tornou-se sócio e dois anos depois já detinha a cota de 50%. Como representantes de editoras e jornais

argentinos no Brasil, Bastos e Bar-ros pensaram em investir em novas oportunidades de negócio quando perceberam a diminuição do fluxo de turistas argentinos para o País. “Eu já tinha esquecido completamente a área tecnológica. Estava mergulhado na administração”, conta.

Reunidos na casa de Nézio para decidir os rumos do novo investi-mento, foram surpreendidos por kátia. “Ela estava passando na sala, ouviu nossa conversa e sugeriu que abríssemos uma franquia de moda.

PeRFIl

Local de Nascimento:Rio de JaneiroData de Nascimento: 12/08/1966Formação: Engenheiro e administradorEmpresa: FarmRamo de atuação: Vestuário femininoCidade-sede: Rio de JaneiroFuncionários: 650

Marcello bastos

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Local de Nascimento:Rio de JaneiroData de Nascimento: 12/08/1966Formação: Engenheiro e administradorEmpresa: FarmRamo de atuação: Vestuário femininoCidade-sede: Rio de JaneiroFuncionários: 650

Marcello bastos

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Foi algo circunstancial.” Com a decisão tomada, os três foram para São Paulo escolher uma marca. kátia largou o emprego de dois anos como auditora contábil da Ernst & young e, assim como Bastos, escolheu uma segunda vocação: estilista. Além do risco, o valor do investimento foi alto: três apartamentos de dois quartos e três carros zero quilômetro, perdidos com a falência da franquia. “Eu era recém-casado e tive que morar com a sogra. Foi um fracasso retumbante”, afirma Bastos.

A franquia de moda durou um ano apenas e custou o equivalente a R$ 1 milhão em valores atualizados. Ao fazer as contas do prejuízo, os sócios preferiram se desfazer dos próprios bens. “Sempre fomos muito corretos em relação a pagamento, tanto que pouca gente perderia tanto dinheiro assim. O pessoal fica deven-do e não se desfaz de bens pessoais para pagar dívidas de negócios”, diz Bastos. Segundo ele, essa postura foi

fundamental para que o franqueador permitisse a comercialização de peças confeccionadas por kátia, durante os dois últimos meses. “Foi uma autori-zação bem específica. Fazíamos ape-nas bodies.” Nascia a Farm (fazenda, em inglês), cujo nome foi inspirado no papel kraft e ambiente rural do antigo negócio.

impulsoCom apenas esses itens, a Farm

chegou à Babilônia Feira hyppe, no Jo-ckey Club do Rio – feira montada nos finais de semana, com o público-alvo da marca e cerca de 200 expositores. Novos modelos de roupas foram sendo criados por kátia e, em menos de seis meses, o estande da Farm era o que mais vendia em todo o even-to. Por causa disso, uma kombi foi comprada e ficava no estacionamento para a reposição do estoque. As boas vendas – cerca de 1,2 mil peças nos dois dias – contribuíram também para testes de produtos. “Enquanto

precisa de um mês para teste numa loja, na Feira a gente fazia isso num final de semana. Foi muito importante para se desenvolver como criador”, analisa Bastos.

O exercício constante da criati-vidade é um dos pontos que Bastos considera fundamental para a sobre-vivência do varejo de moda. Na Feira hyppe, ele teve a preocupação de diferenciar o estande da Farm com um projeto de arquitetura – tendência que virou símbolo das 21 lojas da marca espalhadas em todo o País. hoje, realiza reuniões mensais na empresa para discutir novas ideias de criação. “Eu e a kátia percebemos que movi-mento e inovação são importantes no planejamento estratégico da empresa. E isso falta numa franquia, que tem um formato engessado.”

Além da criatividade limitada, Bastos acredita que o modelo de franquia não funciona para varejo de moda e tampouco para a Farm. “Não vejo casos muito bem-sucedidos no

FArm: Moda carioca, leve, solta, descontraída e colorida, que atrai mulheres de várias idades

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mercado.” Como exemplo, ele cita a manutenção do número de unidades franqueadas, ou seja, há sempre unidades abrindo enquanto outras fecham. “Outro ponto é o mark-up, que deve ser de no mínimo quatro numa rede de franquias. A Farm, hoje bem estruturada, não chega a isso.” Para ele, a diferença entre preço de custo e de venda repassado ao franqueado acaba inviabilizando o negócio.

As dificuldades que enfrentou com a franquia de moda vão muito além do formato. “Eu não entendia nada de varejo, nada de ponto-de-venda e gestão de estoque.” A marca de São Paulo não caiu bem no gosto carioca, e o ponto-de-venda, situado ao lado de marcas nacionais num shopping recém-inaugurado, não foi uma boa escolha. “Aprendi muitas coisas, como construção do preço de venda e conceituação de uma marca. Acho até que minha formação como engenheiro, mais lógica, me ajudou bastante.” Bastos começou a parti-cipar do Fórum da Azov Consultoria e Educação, capitaneado por Luiz Antonio Secco, antigo presidente da Mesbla. “Quando entrei, a Farm era pequenina. hoje, o encontro é comandado por mim.”

Das amizades com diversos empreendedores de moda de varejo, Bastos começou um novo projeto. Junto com Roger Sabbag, da Via Mia, foi um dos idealizadores do Shop-ping Vertical. “Eu não queria estar exposto a qualquer demanda, então pensamos em alugar uma loja em um prédio.” Quando chegaram para falar com o proprietário, as salas dis-poníveis eram muito pequenas. “No fim, ele perguntou se a gente queria o andar inteiro”, conta. Os amigos aceitaram o desafio e começaram a chamar outras marcas cariocas,

incluindo concorrentes, que estavam despontando. Em uma semana, o preço do metro quadrado saltou de R$ 8 para R$ 32.

Bastos permaneceu no negócio até a ocupação do quarto andar do shopping – hoje são 11. “O projeto começou a tomar muito tempo e o proprietário disse que não me queria mais à frente do negócio”, conta aos risos. O empresário costumava barrar muitas das marcas sugeridas pelo dono do prédio porque queria maior segmentação do público-alvo. Demorava de três a quatro meses para montar a seleção de lojas para

cada andar e marcava entrevistas com os potenciais lojistas no horário de almoço. “Ao meio-dia, as lojas estavam cheias, tinha fila na porta. Foi uma experiência incrível.”

expertNos encontros com diversos

empreendedores, Bastos também discutia a conceituação e construção de marcas, e se tornou estudioso do assunto. “O mundo se abriu para mim. Estava completamente cego.” Além disso, aprendeu a falar abertamente do fracasso. “Dizer que o sucesso é a alma do negócio é a

inFrAestruturA, marca e produtos são estratégicos para o crescimento

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maior bobagem. Temos informação disponível, a diferença é como cada um aplica isso”, diz. Por isso, es-tabelece parcerias com shoppings para a instalação de lojas da Farm, oferecendo garantias, como fluxo de pessoas e ponto atraente. “Ge-ralmente, onde abrimos, os lojistas começam a reformar ou querem estar no corredor da Farm.”

Um dos momentos marcantes da trajetória de expansão da Farm, pela qual Bastos é o responsável até hoje, foi a criação de uma loja sazonal em Búzios (RJ), em 2001. Com o crescente número de vendas, contratou uma compradora, com muitos contatos no mercado. “Ela saiu comprando sem planejamento e, quando chegou em dezembro, tínhamos em estoque uma quanti-dade três vezes superior à necessária para aquela época do ano”, conta. Com medo de quebrar a empresa, decidiu escoar a produção excedente e abriu uma loja na praia durante a temporada de verão. O movimento foi tão grande que a unidade tornou-se permanente.

De erro na gestão no estoque, as lojas sazonais tornaram-se uma estra-tégia de marketing para construção e

TraJ

eTÓr

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Reprovado no teste da Petrobras Começa a trabalhar com Nézio Barros

1987

no vArejo, se você perde a marca, está com os dias contados

conceituação da marca. Desde 2006, unidades continuam sendo abertas em balneários brasileiros pelo período de três meses. “Nossa preocupação é torná-las viáveis, sem utilizar o orça-mento do departamento de marke-ting.” Bastos planeja uma expansão controlada, com no máximo 45 lojas em todo o País. “Ofertar mais do que isso pode comprometer a longevidade da Farm. No varejo, se você perde a marca, está com os dias contados”, diz.

Para manter o crescimento

da Farm, Bastos considera a in-fraestrutura, a marca e o produto como estratégicos. “hoje estou absolutamente preparado para abrir cinco ou seis unidades sem sentir o impacto.” A nova fábrica tem espaço físico de sobra, com áreas de lazer para os funcioná-rios – sala de jogos e de recreação infantil, salão de cabeleireiros, berçário, sala de reunião ao ar livre e pufes espalhados pela empresa. No tripé considerado por Bastos, o produto é o principal fator de construção da marca. “Ele é o grande gerador de desejos e de demanda. É o talento criativo da kátia que traz esse resultado.”

Por muito tempo, a sócia costumava brincar com o gosto dele, dizendo que suas decisões deviam ser segui-das ao contrário. “Entendo de moda porque fui obrigado e sou empresário do ramo. Na minha essência, sou cafona.”

Conclui a faculdade de Engenharia

1990

Torna-se sócio de Nézio na distribuidora de jornais e revistas

1991

Conclui a faculdade de Administração e chega à cota de 50% na empresa

1993

Abre uma franquia de moda, que não sobreviveria por mais de um ano

1996

Nasce a Farm

1997 Abre a primeira loja

1999Começa a expansão para o resto do Brasil

2004

FRanquIaPeRFIl

Contatowww.farmrio.com.br

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Banho de Loja

Kátia Bello

arquiteta e sócia-diretora da opus [email protected]

Novas maneiras de vender amesma coisa

Sempre que uma loja consegue inovar ela vira notícia. Este é o caso de uma pequena loja em Nova York chamada Bottle Rocket Wine, que tem recebido atenções pelo fato de ter a coragem de quebrar um esquema de apresentação de produtos que impera em seu setor. As adegas ou lojas de vinhos os expõem classificando pelo tipo, agrupando vinhos tintos, bran-cos, rosês, etc. A Bottle Rocket foi mais longe e resolveu facilitar a vida do con-sumidor agrupando seus produtos por finalidade e tipo de uso. Você encontra bem sinalizados e agrupados vinhos que são indicados para acompa-nhar carnes, separados dos que são para servir com peixes e ainda há uma seção para vinhos indicados para presente.

Fiquei encantada com a simpli-cidade e objetividade do raciocínio na apresentação dos produtos. Lembrei de uma adega modelo mon-tada em uma exposição de varejo também em Nova York, que vi dois anos atrás. Havia todo um aparato tecnológico com monitores e RFID (sistema de identificação por rádio-frequência) para que, no momento em que o cliente retirasse um vinho da prateleira, automaticamente, o monitor desse toda a descrição téc-nica do vinho e suas harmonizações. Informações extremamente detalha-das, técnicas e numerosas.

Não há como dizer que as duas soluções não são criativas, porém sua eficácia está diretamente ligada ao público-alvo. Para profundos conhe-

cedores de vinhos a adega modelo com RFID é um sonho, imagine o de-leite de um apreciador, ao pegar uma garrafa, ler (ou escutar) pelo monitor que este é um “autêntico cabernet sauvignon com aromas vibrantes que lembram pigmentos verdes, tornando-se um vinho envolvente com taninos marcantes”. Porém, um consumidor comum pode até se sentir perdido diante de tanta infor-mação, além de ficar indeciso. Neste caso, nada melhor do que simplificar o que ele deseja saber: que vinho combina com o que, e só isso!

Muita informação às vezes atra-palha. O consumidor precisa receber somente o necessário para efetuar a compra e da maneira mais objetiva possível. Informações em excesso po-dem gerar dispersão e poluição visual. A informação tem que estar disponível para que o consumidor se aprofunde somente se este for o seu desejo.

Há de se tomar cuidado com a empolgação tecnológica. O que faz a diferença no varejo ainda é a inteli-gência humana utilizada para desco-brir o que o consumidor busca e de que forma. É a nossa inteligência que encontrará novas maneiras de vender a mesma coisa, faturando mais!!!

“Muita informação às vezes atrapalha. o consumidor precisa receber somente o necessário para a compra”

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692006 Maio

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PPPPPEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEISEQUENAS NOTÁVEIS

70 Maio 2007

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do atendimento é fundamental.Visando tirar a diferença e manter

o calor e a criatividade na relação com os clientes, sobrou para as em-presas preparar seus profissionais em todos os níveis. Claro que precisarão bater na porta das universidades e passar para elas suas demandas com clareza. Investir e aliar esforços para formar profissionais com a cara do novo varejo. Os consumidores estão exigindo profissionais que saibam interpretar e atender seus sonhos. Ambos os segmentos sairão ganhan-do, uma vez que a academia está

defasada em relação ao mercado. Os resultados já estão surgindo.

Pesquisa da Aprovare mostra o se-guinte panorama do varejo nacional: 60,3% dos profissionais têm formação superior em Administração de Empre-sas; a idade média desses profissionais é de 34 anos; experiência é uma das fontes de formação (53% têm mais de 10 anos de experiência).

É hora de injetar mais conhecimen-to formal na experiência acumulada no balcão das lojas. Antes que o setor pare de crescer por falta de profissionais qualificados. Este é o grande desafio.

Instigante e envolvente, o varejo é uma das mais antigas atividades econômicas de que se tem notícia, desde os fenícios. Ponto de encontro e local mágico onde as pessoas ma-terializam seus sonhos de consumo e atrai multidões. É uma atividade essencialmente dinâmica e criativa.

E tem evoluído com rapidez nos últimos anos. Pulou das velhas ca-dernetas em que lojistas anotavam o fiado para clientes cativos, para o cartão de débito e etiquetas inteli-gentes (smart tags), que dispensarão o processo de leitura individual dos produtos na saída de caixa. Em termos estruturais, logís-tica, formato de loja, pedido eletrônico feito à noite, abas-tecimento just in time e outras maravilhas operacionais que não param de surgir.

Entretanto, no que se refere à profissionalização, o setor teve pou-ca evolução, constituindo-se num grande desafio que precisa ser ven-cido com urgência, uma vez que, por maior que seja a participação da tec-nologia da informação na atividade, são as pessoas que acabam fazendo a diferença. Pessoas devidamente preparadas, naturalmente.

Além do déficit de formação e preparação, o varejo ainda enfrenta outro grande problema: o elevado turn-over, principalmente na linha de frente, justamente onde a qualidade

Apagão

“Profissionais com a cara do novo varejo devem saber interpretar e atender os sonhos dos consumidores”

profissional

Moacir Moura

Palestrante, consultor de varejo, especialista em gestão e motivação de pessoas [email protected]

Fazendo melhoR

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Jogo Friedman

Fazendo

PTG - ProGrama de TreinamenTo de GerenTes24 a 26 março – Vitória (es) – Bristol Century Plaza

ParT - ProGrama de aTração e reTenção de TalenTos15 a 17 de aBril – são Paulo (sP) – local a definir

conexõesno jogo Fazendo Conexões as equipes tentam ser

as primeiras a completar um quebra-cabeça e ganhar prêmios. Cada vez que um membro de uma equipe alcança uma meta de vendas, ele ou sua equipe recebe

o direito de fechar uma conexão em um quebra-cabeça. Cada jogador pode contribuir de forma diferente, mas todos os jogadores se orgulharão do desempenho da equipe.

maTerial ProdUZido Pelo

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w w w . f r i e d m a n . c o m . b rrua da assembléia, 10 – sala 2513 – CentroCeP: 20011-901 – rio de Janeiro – rJTelefone: 0800 704-4407 Fax: (21) 2156-8861

TIPO DE JOGO Competição de equipe.

DuraçãO suGErIDa Um fim de semana ou uma semana.

COMO JOGar as equipes recebem quebra-cabeças idênticos. Quando conectados, os pontos do quebra-cabeças se transformam em um objeto comum. existem duas maneiras de ganhar prêmios: 1) ser a primeira equipe a adivinhar o objeto, ou 2) Conectar a maioria dos pontos. Cada equipe recebe o direito de conectar pontos quando um de seus membros alcança uma meta específica.

rEGras básICas • A gerência mantém uma cópia de cada um dos quebra-cabeças dados às equipes.• A gerência exibe uma lista de metas de vendas individuais e seus valores em termos do número de conexões.• Cada vez que um jogador alcançar uma meta, ele se dirige ao gerente e faz o número de conexões que tem direito enquanto a outra equipe assiste. os membros da equipe podem ajudar o jogador a fazer as conexões.• O número de conexões ganhas por equipe é mostrado em um quadro de pontuação, de forma que cada equipe possa medir o seu progresso em relação à(s) outra(s).• A primeira equipe a adivinhar a solução do quebra-cabeça ganha o prêmio. Também, o time que fez o maior número de conexões no momento em que o quebra-cabeça foi solucionado (ou ao chegar ao fim de um tempo estipulado) ganha o prêmio. se a mesma equipe conseguir os dois objetivos, dê a ela um bônus.

Calendário de seminários do Grupo FriedmanPTG - ProGrama de TreinamenTo de GerenTes24 a 26 março – Vitória (es) – Bristol Century Plaza

ParT - ProGrama de aTração e reTenção de TalenTos15 a 17 de aBril – são Paulo (sP) – local a definir

PrOMOvEnDO O JOGO • Crie um quadro de jogos para acompanhar o progresso de cada equipe. Ponha-o no estoque, refeitório ou no escritório. • Ande pelo salão de vendas informando a cada equipe o progresso de sua concorrente. anuncie quando um jogador apanhar múltiplas conexões. • Crie o quebra-cabeça selecionando o desenho de um objeto comum. Use um papel-manteiga para localizar os pontos e números, como em um livro infantil. Crie um pouco de dificuldade no quebra-cabeça. os pontos podem ir do meio para a extremidade e voltar para o meio novamente. alguns podem estar bem distantes, e outros bem juntos. não se desfaça da figura com o desenho que você usou para traçar os pontos. Faça uma cópia do quebra-cabeça em papelão para cada equipe. • Guarde as cópias separadas e trancadas em sua mesa. Permita que os jogadores vejam apenas o da sua própria equipe.

PrEMIaçÕEs dê prêmios de médio valor.

MaTErIaIs E rECursOs nECEssárIOs • Quebra-cabeça• Quadro de jogos• Lista de metas de vendas e valores correspondentes para fazer conexões• Prêmios

varIaçÕEs • Faça com que cada um dos jogadores coloque suas iniciais nas conexões e recompense o jogador em cada equipe que realizar o maior número delas.

incentivar a venda de itens específicos como uma nova coleção, um novo produto ou um item de baixo giro através de jogos e competições. essa é a proposta da seção Jogo Friedman: disponibilizar a cada edição um jogo diferente para ajudar você a melhorar uma estatística ou um procedimento de vendas na sua loja.

o material é extraído do manual de Jogos & Competições para o Varejo do Grupo Friedman, uma coletânea de jogos e competições especialmente elaborados para aprimorar a performance no salão de vendas. o manual completo pode ser adquirido na loja virtual do site www.friedman.com.br

maTerial ProdUZido Pelo

Psl - ProGrama de sUPerVisão de loJas16 a 18 de FeVereiro – são Paulo (sP) – Capcana Gastronomia e eventos18 a 20 de março – Curitiba (Pr) – Hotel lizon

TVV – TreinamenTo de Vendas 27 de março – Vitória (es) – Bristol Century Plaza

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Informação e crédIto

SeraSa experian lança My StrategySolução de estratégia de cobrança inédita no Brasil pode ser fator decisivo para sobrevivência do negócio em conjuntura de inadimplência

A Serasa Experian lança no Brasil a primeira solução de estratégia de cobrança, com tecnologia mun-

dial, o My Strategy Collection. Em uma conjuntura de inadimplência em alta, estabelecer uma estratégia adequada de recuperação pode ser um fator decisivo para a sobrevivência do negócio. O My Strategy Collection é uma solução com-pleta de gestão de estratégias aplicada a dados fornecidos pelo cliente, que melhora a eficiência e a consistência da cobrança, aumentando a lucratividade total da operação e o nível de satisfação dos clientes. Versátil, adapta-se muito bem a uma série de indústrias como ban-cos, financeiras, cooperativas de crédito, telecomunicações e energia.

Por meio de um serviço de processa-mento hospedado pela Serasa Experian, o My Strategy Collection aponta com objetividade e exatidão o risco associa-do a cada conta e indica a ação mais apropriada a ela, a partir do primeiro dia de atraso. A solução consiste num con-junto integrado de componentes-chave: estratégia de abordagem/negociação em cada ponto do ciclo; scoring da conta; acesso a dados via módulos adi-cionais; e monitoramento de estratégia e de scorecard, tudo isso com suporte e orientação de consultoria contínua. Inclui ainda grupos de teste Campeão/Desa-fiante, por meio dos quais a empresa mantém a sua estratégia (“Campeão”) e simultaneamente implementa novas es-tratégias (“Desafiantes”), para comparar os resultados.

Presidente da Serasa Experian Decision Analytics, Gustavo Vercinsky

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SeraSa experian lança My Strategy O My Strategy Collection da Serasa Experian, ao proporcionar melhora nos níveis de gerenciamento de informa-ções, maximiza as oportunidades de rentabilidade e de relacionamento para a gestão de todo o ciclo de recupera-ção da dívida e das contas, revelando as tendências escondidas no portfólio de clientes. “Tratar todas as contas da mesma maneira é ineficiente, caro e potencialmente prejudicial à sua marca e ao serviço de atendimento ao cliente”, analisa o presidente da Serasa Experian Decision Analytics, Gustavo Vercinsky.

Aumentando a eficiência e a eficácia das atividades de cobrança, o My Stra-tegy Collection proporciona benefícios como redução dos custos, pela diminui-ção de despesas com cartas, ligações telefônicas; aumento da produtividade da equipe; melhora no atendimento aos clientes em contas de baixo risco; me-nor inadimplência e perdas reduzidas em contas de alto risco.

Solução inclui conSultoria permanente

Ao contratar o My Strategy Collection o cliente não terá simplesmente um serviço de software hospedado, mas vai iniciar um relacionamento de longo prazo para aprimorar plenamente as suas práticas de cobrança. “A Serasa Experian será uma parceira ativa do cliente para garantir o sucesso contínuo do My Strategy Collection, prestando uma consultoria permanente e integral”, afirma Vercinsky.

O serviço de consultoria da Serasa Experian abrange fornecimento de relatórios mensais de monitoramento com comentários; revisão e atualização do conjunto de relatórios, para satisfazer as necessidades de informação do cliente; compartilhamento das melhores práticas da gestão de cobranças; orientação e perspectivas de longo prazo no que diz respeito ao uso do My Strategy Collection; e sessões de revisão estratégica detalhada para identificar estratégias aprimoradas.

“O My Strategy Collection é uma solução de eficácia já comprovada que tem ajudado nossos clientes em vários países a melhorarem significativamente sua eficiência operacional e economizar receitas desperdiçadas em

tratamentos manuais ineficientes e perdas”, declara Gustavo Vercinsky.

A Serasa Experian é sinônimo de soluções para gestão de crédito no Brasil e com pro-fundo conhecimento do mercado brasileiro. Participa ativamente no respaldo às decisões de crédito e de negócios tomadas em todo o Brasil, facilitando mais de 4 milhões de ne-gócios por dia, para mais de 400 mil clientes diretos ou indiretos. Como líder no mercado de informações, a Serasa Experian traz para o Brasil a experiência de mercados mais maduros, e ampliada oferta com modernas e inovadoras ferramentas para apoiar seus clientes em todas as etapas do ciclo de cré-dito, desde a prospecção até a cobrança.

Estudo de caso Retorno sobre o investimento

Obs.: Retorno financeiro baseado apenas em ganhos de eficiência

Custo X Retorno do My Strategy Collection

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38ª Brazilian international Gift fair 2009 2 a 5/03/2009expo Center norte – Pavilhão Vermelho e Verde São Paulo – SP

Uma das mais tradicionais feiras do segmento de utilidades domésticas, mesa posta e artigos para cozinha, a Gift fair 2009 deve receber cerca de 70 mil profissionais e mais de 700 expositores no novo espaço do expo Center norte. Mesmo com o quadro de recessão mundial, a organização aposta que o volume de vendas ultrapasse US$ 1 bilhão. entre os expositores, grandes marcas nacionais e internacionais, como tramontina, Porcelana Schmidt, oxford, Dupont, Wheaton, luminarc e Bugatti. no segmento de objetos de decoração e design, destaque para imaginarium, Sierra Móveis, 6f Decorações e til importados. o espaço “novos talentos”, lançado na última edição, volta à Gift fair, desta vez também com “novos Designers”. ambos têm estandes subsidiados para artesãos e designers criativos que estão ingressando no segmento de moda para casa.

w w w. l a c o . c o m . b r

48ª feira naCional Da inDúStria De JoiaS, relóGioS e afinS – feninJer 14 a 17/02/2009transamérica expo CenterSão Paulo – SP

a feira é a maior e mais tradicional do segmento de joias e relojoaria. organizada pelo instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (iBGM), ela recebe os maiores lojistas do setor, interessados nas tendências em relógios e em joias em ouro, prata e pedras preciosas para o ano de 2009. Paralelo às exposições, há um ciclo de palestras e debates sobre o dia-a-dia dos varejistas do segmento.

www.feninjer.com.br

5ª feira internaCional De MáqUinaSe CoMPonenteS Para a inDúStria De ConfeCçõeS – feiMaCo 10 a 13/03/2009Pavilhão de exposições do Parque anhembi São Paulo – SP

aber ta exclusivamente para industriais, comerciantes e técnicos que atuam no segmento, a feira é dividida em cinco setores: Máquinas para Modelagem e Corte (Sistemas CaD/CaM); Máquinas para Costura industrial, Semi-industrial e outras; Máquinas para Bordar industrial, Semi-industrial e outras; Máquinas e equipamentos para Passadoria; e Componentes (partes e peças) e acessórios (para acabamento e aviamentos).

www.feimaco.com.br

utilidades domésticas e afins

MBa GPen – GeStão, eStratéGia e neGóCioS fundação dos administradores do rio Grande do Sul (fa.rS) 13/03/2009 a 15/01/2011Sede da fundação dos administradores do rio Grande do Sul Porto alegre – rS

a pós-graduação tem duração de 22 meses, com aulas semanais realizadas nas sextas à noite e sábado pela manhã. esta é a 14ª turma do MBa, destinado a administradores, gestores e gerentes que precisam aplicar planos estratégicos. o valor é de r$ 12.012.

www.fars.org.br

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O Desafio Sebrae traz novidades em 2009, quando chega à sua 10ª edição. O jogo, que leva o empreen-dedorismo a universitários por meio da gestão de uma empresa virtual, será implantado no ensino médio no segundo semestre. Já o Desafio Sebrae Internacional passará por um processo de expansão com a inclusão anual de dois países. As inscrições para o Desafio Sebrae Brasil começam no dia 24 de março e prosseguem até 12 de maio. A competição para os universitários brasileiros também terá algumas mudanças.

Conhecer a realidade do mercado, tomar decisões sob pressão, definir estratégias, administrar. A cada ano o Desafio Sebrae proporciona a milhares de universitários a experiência de gerir um negócio. Só em 2008, mais de 90 mil alunos do ensino superior se inscreveram na competição. A meta em 2009 é chegar a 100 mil inscritos. Os alunos formam equipes de três a cinco integrantes. A

Pequenas notáveis

tarefa é administrar uma empresa virtual, que este ano pertencerá ao setor de brinquedos. Vence a equipe que alcançar os melhores resultados.

Os concorrentes disputam o título em etapas pela internet e presenciais. A equipe classificada em primei-ro lugar leva como prêmio uma viagem internacional para conhecer experiências de empreendedorismo. Os vencedores de 2008, integrantes da equipe Costela no Bafo, de São Paulo, ganharam uma viagem para a cidade espanhola de Barcelona.

ESPírItO EmPrEEnDEDOr

muitos estudantes se empolgam tanto com sua par-ticipação no Desafio que chegam a criar negócios reais. Com a oferta do jogo para o ensino médio, o espírito empreendedor deve ser fortalecido ainda mais no País

Desafio Sebrae ingressa na 10ª edição e será expandido para o ensino médio

jogo virtual mostrarealidade empresarial

Universitários formam equipes de três a cinco integrantes e disputam etapas pela internet e de forma presencial

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Agência Sebrae de Notícias

Desafio Sebrae 2009:www.desafio.sebrae.com.br

e será trabalhado para um público na faixa etária que vai de 14 a 18 anos. A iniciativa acontecerá em formato piloto no Distrito federal, onde existem 180 escolas de ensino médio. no País, esse número supera 24 mil.

“Queremos disseminar valores empreendedores para a garotada. O Brasil tem um grande potencial nesse terreno, mas falta uma cultura do empreendedorismo”, afirma Enio Pinto, gerente de Atendimento Individual do Sebrae nacional. “Empreender significa opção de esco-lha, de você abrir o seu próprio negócio e decidir em que área quer atuar. E nada mais associado ao jovem do que a busca da liberdade”, diz.

Carla Virgínia Lima Costa, coordenadora do Desafio Sebrae, informa que, junto com o jogo virtual, o Sebrae quer incentivar que as escolas promovam palestras sobre temas como abertura de um negócio e empreendedo-rismo. “temos a intenção de estimular os jovens em sua escolha, seja na criação de uma empresa ou na decisão de que profissão seguir”, afirma Carla.

na opinião da coordenadora, a experiência de parti-cipar do Desafio Sebrae permitirá aos alunos do ensino médio a melhor identificação de oportunidades, além de oferecer a eles conceitos sobre planejamento e funda-mentos para a criação de um negócio.

Carla Virgínia Lima Costa diz que no lugar das inscri-ções e formação de equipes passarem diretamente pelos estudantes, como ocorre na competição universitária, no ensino médio a seleção dos participantes se dará por meio das escolas, com a participação do Sebrae na definição dos critérios. “Pretendemos envolver a direção e os pro-fessores na divulgação do empreendedorismo”, conta.

ExPAnSãO

Além de levar o Desafio ao ensino médio, o Sebrae, numa estratégia de divulgação do empreendedorismo fora das nossas fronteiras, inicia a expansão do Desafio Sebrae Internacional. A final do jogo acontecerá nos dias 17 e 18 de março, na cidade do rio de Janeiro. A disputa reúne as equipes vencedoras de cada país. Participam Brasil, Argentina, uruguai, Chile, Paraguai, Peru, Colômbia e Equador.

Desde que o Desafio Sebrae foi levado para fora do Brasil, em 2002, mais de 45 mil estudantes estrangeiros já participaram do business game. Em 2009, dois novos países serão incorporados ao Desafio. um deles deve ser o Panamá.

A ideia é que a cada ano mais dois países ingressem no jogo. “O Desafio Sebrae Internacional dissemina a cultura do empreendedorismo em outras nações, amplia nosso leque de parceiros e divulga o potencial do Brasil em termos de ações empreendedoras”, afirma marcus Vinícius Bezerra, que também coordena o Desafio.

Ele ainda informa que o Sebrae pretende usar o Desafio Sebrae Internacional como instrumento de integração dos países de língua portuguesa. O Desafio Sebrae Internacional acontece em diferentes datas nos países que o realizam. As equipes vencedoras nesses países ganham como prêmio a viagem para o rio de Janeiro, onde competem pelo título.

Junto com as novidades do Desafio Sebrae Internacio-nal e no ensino médio, a coordenação do business game realizará mudanças estruturais para tornar o jogo mais dinâmico. A competição ganhará uma nova plataforma tecnológica, com um ambiente que facilitará a consulta de informações.

Outra alteração diz respeito aos kits com CDs com o jogo e manuais de instrução, que chegavam aos parti-cipantes pelos Correios. Os alunos não receberão mais o kit e farão o download do jogo diretamente do site (http://desafio.sebrae.com.br). “Essa medida permitirá ao Sebrae economia com a confecção do material, envio e transporte, além de ser mais racional do ponto de vista ambiental”, explica marcus Vinícius.

uma inovação que vai valorizar ainda mais a dis-puta de 2009 é a produção de pequenos vídeos que serão disponibilizados no You tube (www.youtube.com/desafiosebrae) em diferentes fases da competição. Os vídeos trarão informações importantes e atualizadas que afetam o mundo dos negócios. A expectativa é dar ainda mais realismo ao jogo e deixá-lo mais próximo do mundo empresarial.

realidade empresarial

Equipe vencedora ganha viagem internacional para conhecer experiências de empreendedorismo

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Enquete Agenda

É possível sobreviver à crise sem demitir?A crise econômica mundial já chegou

ao Brasil e está deixando os empresários preocupados. A situação da maioria dos pa-íses desenvolvidos, que preveem recessão para 2009 em todos os setores, está fazendo com que os empreendedores brasileiros tomem medidas para diminuir os gastos da empresa.

E para diminuir custos e manter a lucra-tividade durante esse período economica-mente incerto, especialistas recomendam várias alternativas para fugir da demissão de funcionários. Mapear custos e reorgani-zá-los é uma das soluções sugeridas.

Para saber mais sobre as opções que comprovam que existe saída para fugir da crise, acesse a reportagem “Demitir não é a única saída”, no site Empreendedor, clicando na seção Reportagens, localizada no menu à esquerda do site.

Confira os últimos comentários posta-dos no site durante o mês de janeiro:

Na realidade, esta crise é fruto da “elevada” alavancagem financeira das empresas produtivas (Ex: GM, Ford, Crysler, Vale, Aracruz, etc.) que se valem de recursos de financiamento além de suas capacidades (inclusive capital de giro operacional). Quando os recursos financeiros desapare-cem, essas empresas entram em grandes dificuldades, pois não conseguem cumprir seus compromissos. Se essas mesmas em-presas tivessem tido maior cuidado com seu fluxo de caixa e também investissem uma grande parte dos lucros nas próprias empresas, esta crise não seria tão grave e de caráter tão global.Renato Martins Alves sobre a notícia: “O impacto da crise nas micro, pequenas e médias empresas”

Achei muito interessante esta reporta-gem e vou pensar com mais atenção nes-ta opção para minha pequena confecção. Parabéns pela reportagem. Antonio Carlos de Jesus sobre a reportagem: “Idosos pedem mais atenção”

Muito bom ver que o designer brasileiro começa a ser valorizado e destacado com personalidade. O designer há 20 anos era visto como dispensável, mas como tudo que é bom vinga, hoje fico muito feliz em ver notícias como essa, ainda mais que sou designer.Otávio Augusto sobre a reportagem: “Traços valiosos”

Excelente este artigo. E saliento a impor-tância de um bom e-mail marketing, feito por profissionais gabaritados para sua marca não correr riscos.Marcelo Azevedo sobre o artigo: “Como alavancar vendas com e-mail Marketing em 2009”

Interatividade

A última enquete do site Empreende-dor quis saber como a crise econômica mundial está afetando sua empresa. Confira o resultado:

g Negativamente....................54,17%

g Não está afetando...............36,81%

g Positivamente.........................9,03%

Comece o ano bem informado através da agenda do site Empre-endedor. Palestras, seminários, cur-sos e eventos ligados ao mundo do empreendedorismo são divulga-dos diariamente. Para saber mais, acesse a seção Agenda, no menu à esquerda do site, e acompanhe a programação de eventos para o ano de 2009.

Participe da nova enquete e res-ponda, entre as opções abaixo, qual a melhor maneira de reduzir custos em uma empresa:

a) Demitir funcionários

b) Implantar TI

c) Renovar mix de produtos

INDE

XOPE

N

por alexandre gonçalves alexandre @empreendedor.com.br EmpREEndEdoR na intERnEtwww.empreendedor.com.brWWW.EMPREENDEDOR.COM.BR

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