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ANO XXIX | N O 234 | SET-OUT/2015 EMPREENDEDORISMO Existe momento ideal para abrir um negócio? SUSTENTABILIDADE DA CASSI Negociações continuam ESPECIAL 1º PRÊMIO CIDADANIA VIVA CONHEÇA AS AÇÕES SOCIAIS PREMIADAS ELEIÇÕES ANABB 2015 ELEIÇÕES ANABB 2015

empreendedorismo - ANABB · 2015-09-18 · Campinas – SP ORIeNtAÇÃO JuRÍdIcA ... Tereza Godoy William Bento Vera Lúcia de Melo (Presidente) ... quais imagens chamam mais atenção,

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ANO XXIX | NO 234 | set-Out/2015

empreendedorismoExiste momento ideal para abrir um negócio?

sUsTenTABiLidAde dA CAssi

Negociações continuam

especIAl 1º pRÊMIO cIdAdANIA VIVAcONHeÇA As AÇÕes sOcIAIs pReMIAdAs

ELEIÇÕES ANABB 2015

ELEIÇÕES ANABB 2015

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2 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

jornal AçãocARtAs À RedAÇÃO

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de estilo, as cartas podem ser editadas e

serão publicadas apenas as selecionadas pela ANABB. Envie comentários, sugestões e reclamações para

[email protected] ou para SHC SUL CR Quadra 507 Bloco A Loja 15 – Asa Sul – Brasília/DF – CEP: 70351-510.

cAsO seGuROsEm quem podemos confiar? No caso dos seguros da ANABB, conforme divulgado na edição especial do jor-nal Ação, ficamos mais indignados e revoltados com tanta safadeza pra-ticada por alguém que ficou à fren-te dos destinos da Associação por quase dez anos. Hoje somos dirigi-dos por outras pessoas, em quem, no presente momento, acreditamos. Mas quem pode nos garantir que em um futuro bem próximo não venha a ocorrer outros dissabores? O que sentimos é que o poder sobe à cabe-ça das pessoas e a ganância se so-brepõe ao profissionalismo. Pedindo desculpas pelo desabafo, apresen-tamos nossos protestos à Diretoria Executiva, rezando para que a “co-bra” da corrupção nunca a pique.Alcides Justino e Vanderlei Antonio Coelho Garça – SP

susteNtABIlIdAde dA cAssIEm novembro, faço 59 anos e, con-forme o jornal Ação n° 232, página 14, de acordo com minha faixa etá-ria, vou pagar R$ 1.596,42. Espe-ro a proporcionalidade pelo uso do plano e correção das faixas para pagamento do valor máximo a partir de 65 anos e/ou a criação de uma nova faixa. Sou sócio da Cassi des-de 1977, entretanto acho que isso já tem fim marcado. Vou cancelar o plano pela situação acima exposta, a menos que a Cassi acene com al-guma proposta. Luiz Alberto Callegaro (via e-mail)

elOGIOÉ por conta de pessoas como você, prestativas e atenciosas, que apre-cio e recomendo, cada vez mais, esta Associação. Agradeço, mais

uma vez, por seus serviços.Helcias P. de Carvalho, para a fun-cionária Zeli Fernandes, da VirefCampinas – SP

ORIeNtAÇÃO JuRÍdIcAAgradeço a ANABB pela orientação que me ajudou a esclarecer tudo so-bre minha consulta. Parabenizo os advogados pelos excelentes atendi-mentos aos associados da entidade. Continuem nos prestando esclare-cimentos sobre dúvidas e demais questões jurídicas, pois estão reali-zando um serviço nota dez. É disso que precisamos.Jorge E. ChamounRio de Janeiro – RJ

Agradeço a ANABB pela gratuita e importante orientação jurídica. Já fui beneficiado por duas ações patroci-nadas pela entidade e agora parabe-nizo essa Associação e seus advoga-dos por mais esse valioso serviço de orientação jurídica que disponibiliza a seus associados. Renovo meus vo-tos de estima e consideração.Romoaldo Rech Vacaria – RS

ApOseNtAdORIACom a mudança promovida pelo INSS na concessão de novos be-nefícios com base na nova fórmula 85/95, sugiro que seja feita uma matéria informativa sobre a desa-posentadoria. Como seria esse pro-cesso? Quais opções são possíveis? Como ficaria o complemento da Previ? Além disso, podem ser abor-dadas outras questões importantes para que cada associado possa ava-liar sua situação.Cleo José BerlesiSanta Maria – RS

dIRetORIA eXecutIVA

cONselHO delIBeRAtIVO

cONselHO FIscAl

dIRetORes ReGIONAIs

seRGIO RIedePresidenteReINAldO FuJIMOtOVice-Presidente Administrativo e FinanceirodOuGlAs scORteGAGNA Vice-Presidente de Comunicação(VAGO)Vice-Presidente de Relações FuncionaisFeRNANdO AMARAlVice-Presidente de Relações Institucionais

João Botelho (Presidente)Ana Lúcia LandinAugusto CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDenise ViannaEmílio Santiago Ribas RodriguesGilberto Matos SantiagoGraça MachadoIlma Peres Causanilhas RodriguesIsa MusaJosé BranissoLuiz Antonio CareliLuiz Oswaldo Sant’Iago Moreira de SouzaMaria Goretti Fassina Barone FalquetoMário Tatsuo MiyashiroMércia PimentelNilton BrunelliPaula Regina GotoTereza GodoyWilliam Bento

Vera Lúcia de Melo (Presidente)João Antonio Maia Filho Maria do Céu Brito Anaya Martins de Carvalho (suplente) Antonio José de Carvalho (suplente) Marco Antonio Leite dos Santos (suplente)

Regional AC-01: Julia Maria Matias de OliveiraRegional AL-02: Ivan Pita de AraújoRegional AP-03 : Samuel Bastos MacedoRegional AM-04: Ângelo Raphael Celani PereiraRegional BA-05: José Easton Matos NetoRegional BA-06: Jonas Sacramento CoutoRegional BA-07: Paulo Vital LeãoRegional BA-08: Maruse Dantas XavierRegional CE-09: Maria José Faheina de OliveiraRegional CE-10: Erivanda de Lima MedeirosRegional DF-11: Hélio Gregório da SilvaRegional DF-12: Marcos Maia BarbosaRegional DF-13: Francisco Mariquito CruzRegional DF-14: Carlos Nascimento MonteiroRegional DF-15: Messias Lima AzevedoRegional ES-16: Sebastião CeschimRegional GO-17: Saulo Sartre UbaldinoRegional GO-18: José Carlos Teixeira de QueirozRegional MA-19: Camilo Gomes da Rocha FilhoRegional MT-20: Daniel Ambrosio FialkoskiRegional MS-21: Valdineir Ciro de SouzaRegional MG-22: Luiz Carlos FazzaRegional MG-23: Eustáquio GuglielmelliRegional MG-24: Matheus Fraiha de Souza CoelhoRegional MG-25: Amir Além de AquinoRegional MG-26: Aníbal Moreira BorgesRegional MG-27: Maria Rosário Fátima DurãesRegional PA-28: Fábio Gian Braga PantojaRegional PB-29: Maria Aurinete Alves de OliveiraRegional PR-30: Aníbal RumiattoRegional PR-31: Luiz Carlos KappRegional PR-32: Moacir FinardiRegional PR-33: Carlos Ferreira KraviczRegional PE-34: Sérgio Dias César LoureiroRegional PE-35: José Alexandre da SilvaRegional PI-36: Francisco Carvalho MatosRegional RJ-37: Antônio Roberto VieiraRegional RJ-38: Maurício Gomes de SouzaRegional RJ-39: Carlos Fernando S. OliveiraRegional RJ-40: Mário Magalhães de SouzaRegional RJ-41: Sérgio Werneck Isabel da CruzRegional RJ-42: Eduardo Leite GuimarãesRegional RN-43: Hermínio SobrinhoRegional RS-44: Celson José MatteRegional RS-45: Valmir CanabarroRegional RS-46: Edmundo Velho BrandãoRegional RS-47: Oraida Laroque MedeirosRegional RS-48: Enio Nelio Pfeifer FriedrichRegional RS-49: Saul Mário MatteiRegional RO-50: Sidnei Celso da SilvaRegional RR-51: José Antônio RibasRegional SC-52: Carlos Francisco PamplonaRegional SC-53: Moacir FogolariRegional SC-54: Alsione Gomes de Oliveira FilhoRegional SP-55: Rosângela Araújo Vieira SanchesRegional SP-56: Dirce Miuki MiyagakiRegional SP-57: Adelmo Vianna GomesRegional SP-58: Reginaldo Fonseca da CostaRegional SP-59: Adilson Antonio MeneguelaRegional SP-60: José Antônio da SilvaRegional SP-61: José Roberto LemeRegional SP-62: José Antonio Galvão RosaRegional SP-63: Jaime BortolotiRegional SP-64: Juvenal Ferreira AntunesRegional SE-65: Almir Souza VieiraRegional TO-66: Pedro Carvalho Martins

ANABB: SHC SUL CR Quadra 507, Bl. A, Lj. 15 – Asa Sul – Brasília/DF – CEP: 70351-510 | Atendimento: 0800 727 9669 Site: www.anabb.org.br | E-mail: [email protected] | coordenação: Fabiana Castro | Redação: Tatiane Lopes, Godofredo Couto, Josiane Borges, Marilei Ferreira e Elder Ferreira | colaboração: Elizabeth Pereira e Lúcia Silveira Anúncios: Luiz Sérgio Mendonça | Ilustração: Godofredo Couto | edição: Ana Cristina Padilha | Revisão: Cida Taboza editoração: Zipo Comunicação | tiragem: 94 mil | Banco de imagem: Shutterstock | Impressão e ctp: Gráfica Positiva Os textos assinados são de responsabilidade dos seus autores, não refletindo necessariamente a opinião da ANABB.

A Gráfica e Editora Positiva é licenciada pelo IBRAM - Instituto de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do DF - sob o nº 072/2010.Todo o papel utilizado na impressão do Jornal Ação é oriunda de reflorestamento ecologicamente correto.

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Jornal AÇÃO | Set-Out/2015 | 3

cARtA dO pResIdeNte

Muita gente expressa-se em alta velocidade com mensagens de baixa importância. É como se gritássemos para ser observados. Uma pergunta interessante seria: alguém está, de fato, nos ouvindo? O cenário parece ser o de uma sociedade que vive sob o domínio do espetacular. Quem está fora da santa trindade “celular, televisão e computador”, conectado via redes sociais, para muita gente equiva-le a um morto. Mesmo que tenha saúde perfeita. Segundo Türcke, vivemos uma espécie de “penúria por abundância”. Inundamos a sociedade com coisas que ela não tem condições de absorver.

E o que isso tudo tem a ver com a ANABB e com a comunidade Banco do Brasil? Muita coisa. Quem frequenta os grupos de ban-cários, seja no WhatsApp, no Facebook, seja nos grupos de e-mail, sabe do que estou falando. O espaço é de quem tem uma opinião rá-pida sobre tudo. De preferência, uma opinião chamativa, que se des-taque da mesmice. Como algumas pessoas entendem rapidamente quais imagens chamam mais atenção, sobem o tom ao externar seus pontos de vista. Terceirizar a culpa é uma arte. Produzir frases agressivas pode destacar alguém na multidão. Coerência nem sem-pre é considerada indispensável. Apontar inimigos é fundamental.

Culpa da tecnologia? Claro que não. Ela é apenas um ins-trumento que trouxe melhor acesso a uma porção de coisas, que poderia quase sempre promover mais conhecimento, mais diálogo, mais interação. Mas, cá entre nós, não é o que predo-mina nas redes. Em vez de diálogos, parece que temos mesmo é uma sucessão de monólogos intercalados. Se alguém faz uma declaração bombástica e se destaca, automaticamente cria uma es-pécie de piso para os próximos que pretendem se destacar. E a roda--viva tende a girar. Notem quantas pessoas usaram a internet para apresentar propostas que entendem ser a solução para a situação da Cassi. E percebam quantas dessas propostas foram analisadas com profundidade e respeito pelos possíveis leitores.

Um lugar-comum é pregar que se troquem todos os gestores de todas as entidades de funcionários do Banco do Brasil. Para alguns, não há diferenciação de desempenho. Para outros, nem sequer há diferenciação de caráter.

No momento seguinte, aquele que pregou um cenário de repu-tações arrasadas poderá ser a vítima da vez. Ao constatar que as pessoas acreditaram em seu discurso de que ninguém presta, tal-vez fique indignado com o que entenda ser, em seu próprio caso, a ausência de um justo reconhecimento. E é bem possível que nesta hora, sentindo-se injustiçado, corra para o Facebook para postar uma colagem do pensamento de algum autor – o qual muitas vezes nega com veemência ser o legítimo pai daquela ideia –, lastimando a superficialidade de seus julgadores.

Com muita sorte, pode ser que alguém da sociedade excitada responda com um “kkkkkkk”. Ou com um “rsrsrs”. Ou com um elo-quente sinal de positivo.

Boa leitura a todos!

O filósofo Leandro Karnal é um dos palestrantes mais requisitados atualmente. Ele esteve recentemente no seminário A Relação dos Funcionários do BB com o Ban-co do Brasil, promovido pela ANABB, em que fez uma palestra que impactou os presentes. Karnal costuma contar histórias interessantes. Em uma delas, disponí-vel no Youtube, ele fala que estava em um restaurante tentando conversar com uma amiga, quando tocou o ce-lular dela. Devia ser algo grave, porque ela atendeu. Mal voltaram a conversar, o telefone tocou novamente. Devia ser algo gravíssimo, porque ela tornou a atender. Logo depois, o celular tocou outra vez: era o próprio Leandro Karnal perguntando se ela podia dar atenção a ele.

A cena narrada pelo filósofo encaixa-se perfeitamente na temática descrita no livro Sociedade excitada, do pensador alemão Cristoph Türcke. Este último afirma que o homem mo-derno vive em uma sociedade da sensação, contaminada por uma espécie de vício por estímulos visuais. Türcke alerta que a televisão, o cinema, a internet e o celular funcionam quase como narcóticos. Segundo ele, os constantes estímulos ima-géticos que recebemos trazem consequências semelhantes às do vício de um dependente químico, afastando as pessoas do exercício da sensibilidade. Talvez por isso seja tão comum vermos grupos de pessoas à mesa, em um restaurante, qua-se todos mexendo em seus celulares e interagindo muito pou-co entre si. Com as redes sociais, somos capazes de fazer 2 mil amigos em poucos meses. Amigos? De verdade?

Segundo Leandro Karnal, alguém que se sente compe-lido a postar no Facebook, no Instagram ou em uma dúzia de grupos de WhatsApp a foto daquilo que comeu, da pai-sagem que mal percebeu, da igreja ou do museu nos quais nem sequer entrou, talvez esteja muito ocupado para absor-ver o que seus milhares de amigos postaram do lado de lá.

Nessa toada, muita gente só tem tempo de ler manchetes nos sites de notícias, sem margem para mergulhar fundo em nenhuma delas. Mesmo assim, forma-se opinião muito rapi-damente sobre quase tudo. E, armados da sensação de que todos estão interessados em nosso posicionamento, saímos espalhando pelas redes nossa percepção apressada, muitas vezes superficial e não raro manipulada por outras pessoas.

Abreviamos a gramática, enviamos mensagens telegráfi-cas, nos expressamos de maneira tão econômica que nos dá a falsa impressão de que todos já nos entenderam. Na realidade, nossos interlocutores podem estar ocupados apenas em pos-tar suas verdades. Por isso, não é raro postarmos alguma coisa que julgamos bastante interessante e nossos amigos virtuais responderem apenas com um “kkkkkkk”, quando não com um emotion sorridente ou um lacônico sinal de positivo!

sOcIedAde eXcItAdA?Sergio Riede – Presidente da ANABB

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4 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

cApA

Comissão eleitoral já foi instaurada. eleições serão concluídas em novembroDesde 1º de setembro, os associados são os protagonis-

tas de mais um importante momento da ANABB. A entidade passará por processo eleitoral para escolha dos dirigentes da Associação, em que serão eleitos os membros para os Conselhos Deliberativo e Fiscal e as Diretorias Regionais e os representantes da ANABB em dependências. As eleições da ANABB ocorrem a cada quatro anos e são um ato de exercício da cidadania. Por isso, é essencial que os associa-dos coloquem em prática o voto consciente.

Uma das marcas do processo eleitoral da ANABB tem sido a transparência na condução do pleito. O primeiro passo para dar continuidade a essa tradição aconteceu em 13 de julho, com a posse dos integrantes da Co-missão Geral Eleitoral (CGE). O presidente do Conselho Deliberativo, João Botelho, nomeou os seguintes mem-bros, aprovados por unanimidade pelo Conselho Delibe-rativo: Eládio Ivens Lages de Mendonça, Laíze Helena de Araújo Coutinho, Luiz Carlos Romero Menon, Marcia Politi Gobato e Vicente de Paulo Barros Pegoraro.

A Comissão Geral Eleitoral é responsável, entre ou-tros temas, por disponibilizar a lista de associados que estão aptos a votar ou ser votados; emitir comunicados sobre o processo eleitoral; registrar e homologar as can-didaturas; preparar a divulgação institucional da eleição e dos candidatos; apurar os votos e divulgar o resultado das eleições. A CGE tem soberania, autoridade e inde-pendência na condução de todo o processo eleitoral. Para isso, a ANABB propiciou, como nas eleições pas-sadas, a mesma instalação em ambiente restrito à co-

missão, com telefones e computadores exclusivos. A publicação do edital de convocação, em 1º/9/15, é o início do pleito, que termina no dia 30 de novembro.

AssOcIAdOs VOtANtesA ANABB possui três categorias de sócios: efe-

tivo, contribuinte interno e contribuinte externo. Somente poderão votar nas eleições os sócios efetivos e os sócios contribuintes internos, com no mínimo 90 dias de filiação completados no dia imediatamente anterior ao início do período elei-toral, bem como em pleno gozo de seus direitos estatutários e regimentais. Os associados poderão votar pela internet ou por meio de cédula, que é enviada pelos Correios.

O corpo social é o poder máximo da ANABB, por isso, ele escolhe os dirigentes da Associação em âmbito nacional, regional e local para exercer um mandato de quatro anos. Em nível nacional, os associados votam para eleger os 21 membros que vão compor o Conse-lho Deliberativo, e os 3 membros do Conselho Fiscal, além dos suplentes, observada a ordem decrescente de votação. Em nível regional, o corpo social esco-lhe os diretores regionais em suas respectivas ju-risdições e, em nível local, os representantes em dependências.

A escolha do presidente do Conselho Deliberati-vo e dos membros da Diretoria Executiva é rea-lizada por eleições internas. O presidente des-

cOMeÇA O pROcessO eleItORAl dA ANABB

Em caso de dúvida ou dificuldade o associado

poderá entrar em contato com a CGE:

Telefone: (61) 3442-9671Fax: (61) 3442-9661

E-mail: [email protected]

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Jornal AÇÃO | Set-Out/2015 | 5

se conselho é eleito na primeira quinzena do mês de dezembro subsequente às eleições gerais. Já a Diretoria Executiva toma posse na primeira quinze-na do mês de janeiro.

AtuAlIzAÇÃO cAdAstRAl Ao longo do processo eleitoral, a comunicação entre os

associados e a Comissão Geral Eleitoral é intensa. O ob-jetivo é que o corpo social esteja plenamente informado sobre os assuntos do pleito. E, para que o diálogo acon-teça de forma eficiente, é necessário que os associados recebam os materiais enviados por via eletrônica e pelos Correios. Por isso, é muito importante manter os dados cadastrais atualizados junto à ANABB. Isso vale tanto para e-mail quanto para endereço residencial, pois o pro-cesso torna-se ainda mais democrático à medida que as pessoas estão informadas. Ao receber os importantes materiais divulgados pela Associação, os associados são os mais beneficiados. Assim, a comunicação assume seu papel social de gerar conhecimento.

cOMeÇA O pROcessO eleItORAl dA ANABB

seu cAdAstRO

estÁ AtuAlIzAdO

Se você mudou de endereço ou tro-

cou o e-mail, fale com a ANABB e

atualize seu cadastro. Só você ganha

mantendo seus dados atualizados.

Cadastro atualizado garante informa-

ção rápida. Entre no site da ANABB, na

seção Autoatendimento, ou ligue para

sAIBA queM pOde VOtARsócio efetivo :• Funcionário do Banco do Brasil de qualquer categoria.• Aposentado que recebe benefícios da Previ e/ou do Banco do Brasil.

São considerados aposentados os ex-empregados que se desligaram do Banco do Brasil para recebimen-to de complemento de aposentadoria, inclusive anteci-pada, pela Previ.

sócio contribuinte interno:• Ex-funcionário do Banco do Brasil, não enquadrado no inciso I do art. 4 do Estatuto da ANABB.• Pensionista que recebe pela Previ.

sAIBA queM pOde se cANdIdAtARDe acordo com o art. 9 do Estatuto da ANABB, os sócios efetivos podem votar e ser votados. As normas para candidatura estão previstas no Regulamento das Eleições, arts. 7º ao 10º, disponível no site da ANABB:Art. 7° – Para o cargo de conselheiro deliberativo, poderá candidatar-se o sócio efetivo que contar com 3 (três) anos de filiação à ANABB e 5 (cinco) anos de ser-viço efetivo no Banco do Brasil.Art. 8° – Para o cargo de conselheiro fiscal, poderá candidatar-se o sócio efetivo que contar com 1 (um) ano de filiação à ANABB e 3 (três) anos de serviço efetivo no Banco do Brasil.Art. 9° – Para o cargo de diretor regional, poderá can-didatar-se o sócio efetivo que contar com 1 (um) ano de filiação à ANABB e 3 (três) anos de serviço efetivo no Banco do Brasil.Art. 10 – Para o cargo de representante em depen-dência, poderá candidatar-se o sócio efetivo que contar com 3 (três) meses de filiação à ANABB e 1 (um) ano de serviço efetivo no Banco do Brasil.

?

0800 727 9669

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6 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

educAÇÃO FINANceIRA

Este mês, enquanto trabalhava na criação de um material sobre educação financeira para jovens, esco-lhi tomar como base o poema “Ou isto ou aquilo”, de Cecília Meireles. Seu tema são as escolhas, não ne-cessariamente relacionadas a dinheiro. A ideia com-binou com a abordagem da corrente humanista, com a qual me identifico como educador financeiro até as entranhas, sem relação direta com matemática, eco-nomia, finanças ou qualquer ação que dependa de fazer contas. Por vezes, nem de dinheiro falo. É uma escolha diferente de abordagem.

Muita gente confunde educação financeira com aprendizagem de métodos ou instrumentos para jun-tar dinheiro, fazer economia, controlar gastos, mapear despesas, otimizar investimentos ou assumir papel de pão-duro, precavido ou empreendedor em prol de um futuro financeiro mais próspero. Até pode ter alguma relação distante com isso tudo, mas a essência não é essa. Não mesmo! Não da educação financeira que defendo e estou ajudando a construir.

Um poema como “Ou isto ou aquilo” nos ensina mais a respeito do que o uso de um bloquinho para anotar despesas ou qualquer cursinho de homebroker ou de controle do orçamento doméstico. E proporcio-na melhores resultados.

Escolhas! Essa é uma das chaves do sucesso finan-

Ou IstO Ou AquIlO

ceiro. “Ou guardo dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.” Simples assim. O dinheiro jamais será suficiente para atender todos os nossos desejos de consumo, a não ser que saibamos controlá-los e fazer boas escolhas. Ou isto, ou aquilo.

Quem não resiste às tentações dos gastos fáceis e compra o que não precisa, ou gasta além de suas pos-sibilidades, está, na verdade, fazendo uma escolha. Uma má escolha. Escolhe o caminho mais fácil, geral-mente o mais caro. Então, quando surgem oportunida-des para comprar algo de que realmente precise, ou de que goste muito, pode estar sem dinheiro, porque gastou antes. Gastou com o que não era tão importan-te. Ficou sem condições para fazer o que queria mais. Escolheu aquilo, ficou sem isto.

Esta é a escolha sobre a qual você está convidado a refletir. Buscar um caminho que leve ao combate aos desperdícios e à conscientização sobre a importância da formação de poupança, da previdência, da pesqui-sa de preços, do equilíbrio entre presente e futuro, do consumo consciente, da sustentabilidade, do uso res-ponsável do crédito, ou assumir os riscos de viver en-dividado, sem perspectivas financeiras. Ou busca-se educação financeira, ou aceitam-se os riscos e os cus-tos de ter uma vida desequilibrada financeiramente.

Ou isto ou aquilo.

Por Álvaro Modernell, especialista em Educação Financeira e Previdenciária

“ou se tem chuva e não se tem sol, ou se tem sol e não se tem chuva!ou se calça a luva e não se põe o anel, ou se põe o anel e não se calça a luva!Quem sobe nos ares não fica no chão, quem fica no chão não sobe nos ares.É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares!ou guardo o dinheiro e não compro o doce, ou compro o doce e gasto o dinheiro.Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo... e vivo escolhendo o dia inteiro!Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranquilo.Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo.”Cecília meireles

6 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

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1º PRÊMIO CIDADANIA VIVATrabalho voluntário é valorizado na premiação

ANO XXIX | set-Out/2015

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ANABB: SHC SUL CR Quadra 507, Bloco A, Loja 15 Asa Sul, Brasília/DF – CEP: 70351-510 Atendimento ao associado: 0800 727 9669 | Site: www.anabb.org.br E-mail: [email protected] | Coordenação: Fabiana Castro Redação: Elder Ferreira, Godofredo Couto, Josiane Borges, Marilei Birck Ferreira e Tatiane Lopes | Artes: Luiz Sérgio Mendonça edição: Ana Cristina Padilha | Revisão: Cida Taboza | editoração: Zipo Comunicação | Fotos: Duo Fotografias| tiragem: 95 mil Banco de imagem: Shutterstock | Impressão e CtP: Gráfica Positiva

DIRetORIA eXeCutIVA Douglas Scortegagna – PresidenteReinaldo Fujimoto – Diretor de RecursosGraça Machado – Diretora de Projetos

CONseLHO DeLIBeRAtIVO Sergio Riede – PresidenteMércia PimentelAntonio PedrosoAnaya Martins Celson MatteMario Tatsuo (suplente)Rosinéia Balbino (suplente)

CONseLHO FIsCAL Cláudio Barbirato – PresidenteAna Lúcia LandinOsvaldo PetersenMaria da Salete Parreira (suplente)Carminda Werneck (suplente)Marcos Maia (suplente)

jornal AçãoESPECIAL

Em um momento de recessão econômica vivida atualmen-te no Brasil, a iniciativa privada mais uma vez mostra sua for-ça, incentivando o voluntariado e reafirmando que se pode minorar as dificuldades sociais no país. A realização do 1º Prêmio CiDADAniA ViVA, promovido pelo instituto ViVA CiDA-DAniA, vai ao encontro dessa ideia, premiando projetos so-ciais que beneficiam comunidades carentes de todo o país. O foco da premiação são ações que garantam condições para o exercício da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de indivíduos e da coletividade.

Há mais de 20 anos, a AnABB é parceira da cidadania. A história começou com o programa AnABB Cidadania, que deu o impulso para que o trabalho voluntário rea-lizado pelos comitês de funcionários do Banco do Bra-sil fosse efetivamente reconhecido. Hoje, os horizontes ampliaram-se e o AnABB Cidadania transformou-se em Instituto VIVA CIDADANIA, o qual possui os mesmos desa-fios aliados à maior abrangência.

Ainda na época do AnABB Cidadania, uma das estraté-gias utilizadas para fomentar e reconhecer o trabalho dos comitês de funcionários foi a instituição do Prêmio Cidada-nia. Desde 1995, foram realizadas cinco edições do prêmio que sempre contaram com o apoio da ANABB. A ideia foi continuar realizando esse modelo de premiação, focado no trabalho que o instituto realiza. A primeira edição do Prêmio CIDADANIA VIVA aconteceu em 4 de setembro, data em que o instituto ViVA CiDADAniA completou 2 anos de existência. Para essa primeira edição, 104 projetos foram inscritos em duas categorias, sendo 82 na categoria Livre e 22 na cate-goria Liberdade Responsável.

Os projetos sociais mostram casos emocionantes e os resultados são mais surpreendentes ainda, porque, diferen-temente do Estado, esses cidadãos trabalham com pouco dinheiro e alcançam frutos que se estendem para milhares de pessoas. De norte a sul do Brasil, 15 projetos sociais fo-ram selecionados por uma comissão julgadora, que anali-sou o número de beneficiários, os resultados obtidos com as ações e a criatividade das iniciativas. nas próximas páginas, apresentamos os projetos vencedores nas categorias Livre e Liberdade Responsável.

Diretoria do Instituto VIVA CIDADANIA

HOMeNAGeADOMaestro João Carlos Martins

PReMIADOsCAteGORIA LIVRe• 1º LUGAR: Projeto Águas – Transformando Vidas, executado pela

Ação da Cidadania Comitê Betinho, de São Paulo (SP)• 2º LUGAR: Projeto Reciclando Tudo se Transforma, Inclusive a Vida das

Pessoas, executado pela Associação Recicle a Vida, de Ceilândia (DF)• 3º LUGAR: Projeto Rádio - Escola – Uma Parceria para o Desenvolvi-

mento das Habilidades de Leitura e Escrita, executado pela Apae, de Campina Grande (PB)

• 4º LUGAR: Projeto Vidas nas Artes e Arte na Vida, executado pela Associação Morumbi de integração Social, de São Paulo (SP)

• 5º LUGAR: Projeto Profissão Mulher, executado pelo Instituto para um Mundo Melhor, de Salvador (BA)

• 6º LUGAR: Projeto Elos de Solidariedade para Renda e Cidadania, execu-tado pela Associação Comitê Elos da Cidadania, do Rio de Janeiro (RJ)

• 7º LUGAR: Projeto Movimento, executado pela Apabb, do Rio de Janeiro (RJ)• 8º LUGAR: Projeto Novos Caminhos, executado pela Sociedade de

Auxílio à Maternidade e à Infância, de Passo Fundo (RS)• 9º LUGAR: Projeto Superação – Inclusão Digital, executado pela

Apabb, de Salvador (BA)• 10º LUGAR: Projeto Ressocializando para a Vida, executado pela

Comunidade Terapêutica Fazenda Vida nova, de Muriaé (MG)CAteGORIA LIBeRDADe ResPONsÁVeL• 1º LUGAR: Projeto Madeira dos Sonhos, executado pela Cooperativa

Sonho de Liberdade, da Cidade Estrutural (DF)• 2º LUGAR: Projeto O Adolescente na Medida Certa, executado pela Pas-

toral do Menor e da Família da Diocese de Franca, de São Paulo (SP)• 3º LUGAR: Projeto Roda da Inclusão, executado pela Apae, de Vitória

da Conquista (BA)• 4º LUGAR: Projeto Formação Profissional e Cidadania, executado pelo

Comitê da Cidadania, de Sapucaia do Sul (RS)• 5º LUGAR: Projeto Centro de Referência para Egressos do Sistema

Socioeducativo, executado pela instituição do Homem novo, do Rio de Janeiro (RJ)

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vivem em situação de vulnerabilidade social. O programa foi criado graças à significativa doa-

ção do aposentado do BB Oswaldo Guilherme Rober-to Gebler, que destinou recursos para ser investidos em projetos que ofereçam cursos profissionalizantes. Desde então, o instituto ajuda projetos voltados para recuperação de jovens e adultos que estão cumprin-do medidas socioeducativas em espaços alternativos, bem como daqueles que estão na rede convencional – penitenciárias, presídios, etc.

De dentro de uma cadeia, a vida pode parecer sem esperanças. E, mesmo quando ganham a liber-dade, muitos ex-detentos continuam carregando o sentimento de que as portas estão fechadas. Faltam oportunidades de trabalho, confiança da socieda-de e autoestima dos próprios presos. no entanto, o programa Liberdade Responsável, desenvolvido pelo instituto ViVA CiDADAniA, tenta mudar essa realida-de, apoiando ações sociais de qualificação profissio-nal com foco na ressocialização de presidiários, de jovens em conflito com a lei e de comunidades que

CATEGORIA LIBERDADE RESPONSÁVEL

1º LuGAR MADeIRA DOs sONHOs

Oferecer uma educação profissional a presos em cumprimento de pena como mecanismo de ressocialização é um desafio. A Cooperativa Sonho de Liberdade, responsável pelo projeto Madeira dos Sonhos, na Cidade Estrutural (DF), busca dar emprego aos trabalhadores que dei-xam o sistema prisional.

Atualmente, 100 cidadãos trabalham com a reciclagem de materiais originários de resíduos da construção civil para confeccionar móveis de demolição. Produzem também bolas de fute-bol, objetos de madeira e artefatos de cimento, como bloquetes, meios-fios e material para pavi-mentação de calçadas.

Fundada em 2007, a cooperativa produz mais de 200 bolas por mês e reaproveita 100 to-neladas de madeira por dia na reforma de sofás e na fabricação de móveis e piquetes. As vendas são feitas, preferencialmente, para empresas de construção civil da região.

“A cooperativa tem muita dificuldade, porque as pessoas não se compadecem de ex-presidiários. A palavra de Deus diz que é melhor uma pessoa salva do que o mundo inteiro perdido.”FErnando dE FiguEirEdo

João Carlos Martins, Fernando de Figueiredo e Douglas Scortegagna

PReMIADOs

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4 | Jornal AÇÃO Especial – 1º PRÊMIO CIDADANIA VIVA

2º LuGARO ADOLesCeNte NA MeDIDA CeRtA

A situação das penitenciárias brasileiras tem apresentado grandes desafios, com cadeias super-lotadas. Isso afeta toda a sociedade, que recebe os indivíduos que saem desses locais da mesma forma como entraram ou, até mesmo, piores.

Com foco nisso, a Pastoral do Menor e da Família da Diocese de Franca (SP), organismo vinculado ao Conselho nacional dos Bispos do Brasil (CnBB), atua na promoção e na defesa de crianças e adolescentes de baixa renda, em situação de risco e desrespeita-dos em seus direitos. O objetivo é a ressocialização de apenados – adolescentes em cumprimento e con-clusão de medida socioeducativa.

Por meio de sua atuação, a Pastoral já inseriu, des-de 2013, 639 adolescentes no ensino formal regular, 111 em cursos profissionalizantes e 112 no mercado de trabalho. Além disso, auxiliou 581 adolescentes na regularização de documentação pessoal.

“Nossa classificação é resultado do trabalho de oito anos, no qual jovens e adolescentes são os principais favorecidos. O prêmio é deles!”PadrE ovídio JoSé alvES dE andradE

João Carlos Martins, Padre Ovídio e Reinaldo Fujimoto

3º LuGARRODA DA INCLusÃO

A inclusão social de pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, eco-nômica e política, assegurando o respeito a seus direitos. É o que tem feito a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), da cidade de Vitó-ria da Conquista (BA), por meio do projeto Roda da inclusão. Promover o desenvolvimento e o aprimo-ramento dos níveis de aptidão física relacionados à saúde de alunos matriculados na Apae, bem como a socialização, a autonomia e o treinamento desporti-vo para a participação em competições municipais, estaduais e nacionais são os objetivos do projeto.

O projeto é voltado para alunos da Apae e para jovens e adolescentes que se encontram em conflito com a lei e que cumprem medidas socioeducativas. Mais de 500 educandos já participaram das ativida-des desenvolvidas pela Apae.

“O prêmio é uma grande iniciativa de reconhecimento de ações importantes desenvolvidas em nosso país, trazendo

os beneficiados para o centro das atenções.”daiSy CriStina roCha PlaCha

João Carlos Martins, Daisy Cristina e Cláudio Barbirato

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4º LuGARFORMAÇÃO PROFIssIONAL e CIDADANIA

A formação profissional é atividade que favorece a evolução pessoal do indivíduo, partindo dos co-nhecimentos adquiridos e de experiências vividas. Pensando em auxiliar no processo de formação pro-fissional, o Comitê da Cidadania de Sapucaia do Sul (RS) desenvolveu o projeto Formação Profissional e Cidadania, que oferece cursos profissionalizantes para pessoas em situação de vulnerabilidade social, com ênfase em adolescentes e jovens com familia-res no sistema prisional.

Os cursos têm o objetivo de retirar da ociosidade jovens e adolescentes em situação de risco social, contribuindo assim com a diminuição de práticas delituosas e afastando-os da endemia das drogas. Em média, a entidade atende 120 alunos por ano. Desde sua criação, em 1993, o comitê já formou quase 2 mil jovens carentes.

“O prêmio é muito importante, pois proporciona grande satisfação pessoal a todos os envolvidos, especialmente aos voluntários.”

nara Clébia MoraiS rECktEnwald

João Carlos Martins, Nara Clébia e Osvaldo Petersen

5º LuGARCeNtRO De ReFeRÊNCIA PARA eGRessOs DO sIsteMA sOCIOeDuCAtIVO

no cotidiano de grandes cidades, o envolvi-mento de jovens em atos ilícitos é um fenôme-no que tende a preocupar seus habitantes. No entanto, diferentes setores da sociedade bus-cam alternativas para solucionar o problema.

A instituição do Homem novo, do Rio de Ja-neiro (RJ), por exemplo, desenvolveu o projeto Centro de Referência para Egressos do Siste-ma Socioeducativo (Cresse), que oferece dois cursos: o Básico – atividades que auxiliam na construção de novos valores, aprimoramento cognitivo e aumento de base cultural; e o De-senvolvimento – encaminhamento de adoles-centes à rede para atendimento de demandas biopsicossociais (saber, biológico, psicológico e meio social). A finalidade dos cursos é oferecer aos jovens entre 13 e 21 anos oportunidades de reverem seus valores e construírem novo projeto de vida. Entre 2013 e 2015, a entidade atendeu 173 jovens.

“A classificação no prêmio é o reconhecimento do trabalho de dez anos na defesa dos direitos de jovens e adolescentes.”urbano von PauMgarttEn CoSta

João Carlos Martins, Urbano Costa e Ana Lúcia Landin

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tribuam para a educação regular de pessoas em co-munidades carentes; projetos instituidores de cursos profissionalizantes; ações que visem combater e er-radicar doenças, por meio de atividades preventivas com campanhas ou mutirões; ações que resultem em geração de emprego e consequente melhoria na dis-tribuição de renda e diminuição das desigualdades sociais; incentivo ao empreendedorismo e às experi-ências lucrativas e não lucrativas de sistemas alter-nativos de emprego e crédito; e projetos que objeti-vem melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência física ou intelectual.

Educação, saúde, inclusão social, consciência am-biental são algumas premissas fundamentais para a existência de uma sociedade justa. O Estado deve se responsabilizar em ofertar esses serviços para toda a população. Só que nem sempre é assim, e o cidadão torna-se parceiro de causas sociais na tentativa de suprir carências que o governo não consegue aten-der. É assim que entram em cena os projetos apoia-dos pelo Instituto VIVA CIDADANIA, em especial aque-les inscritos para a categoria Livre.

Essa categoria abarca iniciativas de diversas na-turezas, tais como projetos comunitários destinados à erradicação do analfabetismo; projetos que con-

CATEGORIA LIVRE

1º LuGAR ÁGuAs – tRANsFORMANDOVIDAs

inúmeras famílias da região do Semiárido brasileiro têm as vidas transformadas por meio de um projeto que oferece saúde, qua-lidade de vida e água limpa em meio à seca que castiga a região.

O projeto Águas – Transformando Vidas, da Ação da Cidadania Comitê Betinho, de São Pau-lo (SP), apoia a construção de cisternas para famílias carentes de zonas rurais. Além disso, o projeto incentiva a população a captar, estocar e usar de forma sustentável a água dos meses chuvosos para poder viver com qualidade nos tempos da seca. Entre as cidades beneficiadas com o projeto estão Areia (PB), Pedra (PE), Ga-raru (SE) e Caraúbas (Rn).

Foram entregues 173 cisternas em 2013 e mais 64 em 2014, beneficiando 237 famílias carentes de zonas rurais – em média, 1.200 pessoas entre adultos, idosos e crianças.

“É muito importante o reconhecimento de nosso projeto. Além de nos dar mais visibilidade, o prêmio vai ajudar a manter vivo o sonho de Betinho da construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.” JoSé robErto viEira barboza

João Carlos Martins, José Roberto e Sergio Riede

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2º LuGARReCICLANDO tuDO se tRANsFORMA, INCLusIVe A VIDA DAs PessOAs

O lixo pode ser transformado em recursos para muitas famílias. Por isso, a coleta seletiva já é uma realidade em muitas casas de Ceilândia (DF).

A Associação Recicle a Vida criou o projeto Reciclando Tudo se Transforma, inclusive a Vida das Pessoas. Os moradores passaram a receber a visita de agentes ambientais, que, de porta em porta, educam sobre a coleta seletiva e recebem os materiais recicláveis. Os agentes utilizam um triciclo construído para essa coleta, feita também em estabelecimentos comerciais, postos de com-bustíveis e escolas.

A Associação Recicle a Vida envia para reci-clagem cerca de 200 toneladas de material por mês, beneficiando 64 recicladores. A entidade também trabalha com capacitação de mulheres em conflito com a lei, em cumprimento de pena ou em liberdade, nos cursos de cabeleireira, ma-nicure e pedicure, serigrafia, entre outros. “O Prêmio CIDADANIA VIVA é o reconhecimento de um trabalho que cons-

trói confiança dentro da organização e significa muito para os catadores de material reciclado, suas famílias e toda a sociedade brasiliense.”MôniCa MEndES

João Carlos Martins,Mônica Mendes e Graça Machado

3º LuGARRÁDIO-esCOLA: uMA PARCeRIA PARA O DeseNVOLVIMeNtO DAs HABILIDADes De LeItuRA e esCRItA

Por meio da leitura e da escrita, indivíduos se co-municam, se relacionam e dão vida a suas vidas, aumentando a cada dia seu leque de amizades. En-tretanto, para pessoas com necessidades especiais, este processo exige uma abordagem bem mais cuida-dosa e atenciosa.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), de Campina Grande (PB), tem realizado essa atividade, por meio do projeto Rádio - Escola: uma Parceria para o Desenvolvimento das Habilidades de Leitura e Escrita. O objetivo é oferecer condições, pelo uso de uma rádio, para melhoria da leitura, da escrita e da oralidade de pessoas em situação de deficiência.

O projeto atende 180 pessoas, de 14 a 40 anos. na rádio, são tocadas músicas, são lidas pelos alunos his-tórias bíblicas e também são abordados temas como obediência, drogas, sustentabilidade, entre outros. “Esse prêmio veio para dar voz àqueles que são excluídos pela so-

ciedade. Os alunos se soltam e conseguem evoluir tanto na parte da oralidade quanto na da escrita, além de expor seus conhecimentos.”

roSSana ShEila PontES Carvalho olivEira

João Carlos Martins, Rossana Sheila e Antonio Pedroso

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4º LuGARVIDA NAs ARtes e ARte NA VIDA

A vida dura de famílias carentes de Vila Andra-de, em São Paulo (SP), escondeu durante muito tempo o potencial criativo de seus moradores. A beleza aflorou com o passar dos anos e se mos-trou viva nas muitas possibilidades de arte que o povo foi estimulado a desenvolver.

O projeto Vida nas Artes e Arte na Vida, executado pela Associação Morumbi de integração Social, de São Paulo (SP), tem contribuído para o desenvolvi-mento do potencial criativo e a melhoria da qualida-de de vida de pessoas de Vila Andrade, com a forma-ção profissional em diversas capacitações. Desde 2013, já foram formadas 180 mulheres no curso de cabeleireiro e 68 no curso de manicure e pedicure. Além disso, 30 mulheres já passaram pelo curso de artesanato em tecido, com a produção de mais de mil produtos artesanais. O projeto ainda formou 35 jovens como baristas, que são profissionais especia-lizados em cafés de alta qualidade.

“Temos grandes desafios em São Paulo com a falta de captação de recursos. Mas esse prêmio vem trazer um ganho para a associação. Ele mostra que

estamos no caminho certo, o da transformação de vidas.”EStEr FrEirE lEão liMa

João Carlos Martins, Ester Freire e Celson Matte

5º LuGARPROFIssÃO MuLHeR

No Brasil, ainda existem muitas mulheres que, na maioria das vezes, não têm oportunidades, vi-vendo em condições precárias, sem renda familiar e em situação de risco social. Entretanto, diversas mulheres de comunidades carentes de Salvador (BA) estão experimentando uma nova realidade.

Com foco em mulheres a partir dos 18 anos, o instituto para um Mundo Melhor (immel) promove o projeto Profissão Mulher. Com a iniciativa, mu-lheres recebem qualificação em atividades pro-fissionais, recebendo formação como pedreiras, carpinteiras, pintoras e instaladoras hidráulicas, profissionais de corte e costura, de bolsas e aces-sórios, de bordados e tricô, além de capacitação em empreendedorismo e cidadania.

Desde 2013, o projeto já capacitou 83 mulhe-res, que foram inseridas no mercado de trabalho, e promoveu a criação da Cooperativa de Trabalho da Comunidade.

“O prêmio tem importância muito grande para o Immel, pois mostra como nossa iniciativa exitosa pode ser repli-cada por aqueles que queiram empunhar a bandeira do empreendedorismo social.”wilSon CarloS doS SantoS

João Carlos Martins, Wilson Carlos e José Rogaciário

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6º LuGAReLOs De sOLIDARIeDADe PARAReNDA e CIDADANIA

Famílias carentes do Rio de Janeiro estão tendo nova oportunidade para aumentar sua renda, gra-ças ao projeto Elos de Solidariedade para Renda e Cidadania, da Associação Comitê Elos da Cidada-nia, do Rio de Janeiro (RJ).

Foram instaladas duas oficinas do projeto: os grupos Catadores Cidadãos do Ponto Chic e nós do Ponto Chic. no primeiro, trabalham com coleta de lixo pessoas cuja renda familiar está abaixo do salário mínimo nacional e com escolaridade que não atinge o nível fundamental completo. no se-gundo, trabalha um grupo de mulheres produzindo artesanato a partir do reaproveitamento de papel e de malotes bancários.

O projeto atende 120 pessoas e os resultados são ótimos. Em relação ao grupo de catadores há, inclusive, a perspectiva de melhoria com o apoio do incubadora Tecnológica de Cooperativas Popu-lares (iTCP), da Universidade Federal do Rio de Ja-neiro (UFRJ).

“Trabalhamos há mais de 20 anos com comitês de funcionários do BB. Este prêmio se mostra importante pela ajuda financeira que ele nos proporciona e pelo reconhecimento de nosso trabalho.”ana aMélia gadElha linS CavalCantE

João Carlos Martins, Ana Amélia e Roberta Abreu

7º LuGARPROJetO MOVIMeNtO

A Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Defi-ciência, de Funcionários do Banco do Brasil e da Co-munidade (Apabb), do núcleo do Rio de Janeiro (RJ), tem conquistado, para seus associados, usuários, familiares e parceiros, melhoria da qualidade de vida com a prática de atividades de educação esportiva e o estímulo da saúde física e intelectual, por meio do projeto Movimento.

O projeto, desenvolvido desde janeiro de 2012, em parceria com a Associação Atlética do Banco do Brasil de São Francisco/niterói, oferece modalidades como atletismo, natação, vôlei, basquete, condicio-namento físico e habilidades motoras para crianças, jovens e adultos, com ou sem deficiência.

nos dois primeiros anos, os participantes interes-sados nas aulas mais que dobraram, passando de 12 para 26 inscritos.

“Estamos honrados e orgulhosos com a premiação. É um presente de aniversário para a Apabb, que está completando

28 anos de um trabalho feito com seriedade e dedicação.” Sandra rEgina dE Miranda

João Carlos Martins, Sandra Regina e Rosinéia Balbino

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8º LuGARNOVOs CAMINHOs

Em regiões menos favorecidas, é grande o núme-ro de crianças e adolescentes que vivem a privação de alimentos, casa, proteção e escola. no entanto, muitos deles estão sendo resgatados e orientados a trilhar um novo caminho.

Em Passo Fundo (RS), a Sociedade de Auxílio à Maternidade e à Infância (Sami) desenvolve, há nove anos, o projeto Novos Caminhos, que promove ofici-nas de reinserção social para crianças e adolescentes com direitos violados. As oficinas são direcionadas para aqueles que tiveram a vitimização confirmada, quando são auxiliados na socialização e na inclusão comunitária. Para o acompanhamento dos menores, o projeto conta com cinco psicólogos, que também re-alizam encontros de orientação sobre violência para familiares, educadores, conselheiros tutelares, entre outros.

Mais de 1.200 pessoas já foram acompanhadas pelo projeto. “Como mantemos atendimento psicológico, oficinas

diversas, além de alimentarmos as crianças, precisamos sempre de recursos financeiros. Procuramos manter um

serviço de qualidade e isso foi premiado.” arlEtE azzolin

João Carlos Martins, Arlete Azzolin e Carlos Francisco

Pamplona

9º LuGARsuPeRAÇÃO – INCLusÃO DIGItAL

A soma de esforços de um grupo de pessoas da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiên-cia, de Funcionários do Banco do Brasil e da Comu-nidade (Apabb), do núcleo regional de Salvador (BA), tem contribuído para minimizar a problemática da exclusão social e digital de pessoas com deficiência.

Por meio do projeto Superação – inclusão Digi-tal, pessoas com limitações estão tendo a capa-cidade cognitiva e criativa estimulada pelo ensino da informática e pela utilização do computador. Além disso, o projeto favorece a vivência social dos alunos na família e na comunidade.

O público-alvo são pessoas com deficiência a par-tir dos 11 anos, sem limite de idade. Fruto de uma parceria entre Banco do Brasil, Comitê para Demo-cratização da informática (CDi) e Apabb, o projeto já atendeu 36 pessoas desde janeiro de 2013.

“Este prêmio é o reconhecimento do trabalho do voluntariado dos funcionários do Banco do Brasil. Agradeço ao Instituto por incentivar tantos trabalhos dedicados a causas sociais.”líCia Maria QuintaS

João Carlos Martins, Lícia Maria e Rosângela Sanches

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10º LuGARRessOCIALIZANDO PARA A VIDA

A dependência química tem destruído a vida de muitas pessoas. Mas, em Muriaé (MG), elas estão tendo o privilégio de transformar suas vidas.

Elas têm recebido apoio, por meio do projeto Ressocializando para a Vida, desenvolvido pela Comunidade Terapêutica Fazenda Vida nova (Comvida). Com o projeto, os homens assistidos recebem tratamento em regime de internação por um período de seis meses. nesse novo am-biente, eles convivem com outros com problemas semelhantes, participam de cursos profissiona-lizantes e oficinas e são acompanhados por psi-cólogos, técnicos de enfermagem e assistentes sociais. Todo o processo dura nove meses.

Desde 2013, todos os participantes já foram encaminhados para o mercado de trabalho e para uma vida social saudável. Até o momento, o projeto já beneficiou 287 pessoas diretamente e 1.123 indiretamente.

“Tendo em vista que, na maioria das vezes, a porta do mercado de trabalho se fecha frente ao preconceito, receber o prêmio afirma nosso comprometimento em atuar para a ressocialização dos dependentes químicos na sociedade e na família.”CarloS hEnriQuE da Silva

João Carlos Martins, Carlos Henrique e Arnaldo Menezes

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HOMeNAGeM

os clássicos Concerto de Brandenburgo nº 3 e Jesus Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach, e Bachiana nº 5, de Heitor Villa-Lobos, eles foram responsáveis por muitas lágrimas, sorrisos e emoções que marcaram a noite.

O maestro, por si só, carrega uma energia que con-tagia o ambiente. Quem o encontra parece conhecê-lo há tempos, porque ele agrega, une e traz esperança. Dá conselhos e renova os sentimentos. Por ser exem-plo de vida, de superação, de motivação, foi escolhido para ser o homenageado na primeira edição do prê-mio. na ocasião, ele recebeu um troféu das mãos da Diretoria do instituto ViVA CiDADAniA.

Em um camarim, um senhor sorridente e atencioso atendia os pedidos dos fãs que tenta-vam registrar um precioso momento. Do lado de fora, um grupo de jovens dedilhava lindos acor-des em busca de um som perfeito. Esse senhor não conhecia o grupo e, no entanto, para o grupo esse senhor era uma espécie de mito. Ambos de-veriam se encontrar, pois a orquestra é o instru-mento do maestro e um completa o outro.

Esse explosivo encontro aconteceu em 4 de setembro, durante o 1º Prêmio CIDADANIA ViVA, entre o maestro João Carlos Martins e a Orquestra do Instituto Reciclando Sons. Com

ação: O senhor é visto por muitos como um exemplo de superação, é admirado por milhares de pessoas no Bra-sil e no exterior. Como lida com essa realidade?Maestro: não considero meu caso como superação, con-sidero-o como teimosia. Uma adversidade pode ser um caminho para o abismo, como também pode ser uma pla-taforma para se alcançar novos voos na vida. Eu procurei fazer de cada adversidade em minha vida um símbolo para um passo futuro. Se você me perguntar se já tive momen-tos de depressão, direi que sim. Mas esses momentos de depressão não foram mais fortes do que a vontade de ul-trapassar um obstáculo praticamente intransponível. Acre-dito que existem dois tipos de obstáculos: aqueles que se mostram como intransponíveis e para os quais é preciso ter muita determinação, acreditar em uma força superior e ter uma força interior para ultrapassá-los; e aqueles que Deus coloca no destino como impossíveis de ultrapassar e para os quais é preciso muita humildade. O grande segre-do da vida é saber distinguir um obstáculo do outro.

ação: Como repassa toda essa determinação para ou-tras pessoas? Maestro: Passei a assumir uma responsabilidade perante terceiros. Simplesmente sou um pianista que perdeu as mãos para o piano. É um caso muito menor do que o de uma pessoa que, por exemplo, ficou tetraplégica, ou que tenha perdido a visão. Mas, pela exposição na mídia, aca-bei virando uma espécie de símbolo para enfrentar uma adversidade na vida física. Com isso, minha responsabi-lidade aumentou muito. Hoje, em qualquer aeroporto a que chego, as pessoas relatam momentos difíceis de suas vidas e como renovaram a esperança depois de ver uma entrevista minha. Todos os dias, acontecem coisas nesse

VeJA A eNtReVIstA COM O MAestRO

suPeRAÇÃO Ou teIMOsIA?

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suPeRAÇÃO Ou teIMOsIA?

Aos 75 anos, o pianista, compositor e maestro tem uma trajetória marcada por enfrentar desafios e supe-rar dificuldades. Sucessivos problemas físicos, após dezenas de operações, o fizeram abandonar o piano profissionalmente em 2002. No entanto, aos 64 anos, decidiu ser maestro e começou uma nova trajetória de sucesso. Ao contrário das más expectativas, ele resis-tiu, reverteu a situação e utilizou a música como profis-são para fazer a diferença na vida das pessoas.

A carreira de João Carlos Martins foi registrada por cineastas europeus por duas vezes e virou en-redo carnavalesco. Pianista desde os 8 anos e hoje maestro, é um dos maiores intérpretes de Bach do mundo. Apresentou-se com sucesso em Londres, Paris e Bruxelas como regente convidado. Em 2004, fundou a Bachiana Filarmônica, com o objetivo de trabalhar pela evolução musical de jovens musicistas e, ao mesmo tempo, democratizar a música clássica, apresentando-se para pessoas que jamais tiveram acesso a salas de concerto. Já se apresentou mais de 700 vezes em teatros brasileiros e em comunidades carentes do país, transformando sua vida na procura da perfeição musical e da responsabilidade social.

sentido. Então, é como se eu não quisesse depositar uma desesperança em alguém que depositou uma esperança em mim. Tornei-me uma espécie de missionário para pes-soas que tiveram problemas na vida, em especial com de-ficiência física. Ao ouvir as histórias, emociono-me, porque sou um velho chorão, mas digo para elas que espero que não tenham recaídas, porque eu mesmo tive erros e acer-tos em minha vida: corrigi os erros e aprimorei os acertos.

ação: Com todas as dificuldades físicas que o se-nhor teve, e as inúmeras cirurgias feitas, em algum momento pensou em parar?Maestro: Cheguei a interromper a carreira por duas ve-zes pela impossibilidade de tocar. nessas duas vezes, sempre fiz os tratamentos médicos na esperança de poder voltar a tocar piano. Até que, depois da 19º opera-ção, os médicos disseram que seria impossível. Então, eu me conformei e, ao mesmo tempo, não me confor-mei. Pensei: “foram-se as mãos, mas fica a música”. Tive maturidade! Em vez de abandonar a carreira, resol-vi iniciar outra, como maestro, e procurei fazer de cada músico de minha orquestra uma tecla de meu piano.

ação: O senhor tem percorrido várias cidades do país, levando música clássica para comunidades carentes. Como tem sido esse trabalho de democratização da mú-sica clássica e como é a recepção das comunidades?Maestro: Se todos os artistas clássicos de ponta saíssem de suas torres de marfim e fossem ao encontro das perife-rias, a música clássica não seria desconhecida. Com minha orquestra, já fizemos concertos onde somente o circo che-gou até hoje, e por nosso intermédio a música clássica che-gou também. Assim como o faz Arthur Moreira Lima com seu caminhão. Mas somos andorinhas isoladas. Quando chego a essas cidades, que são o interior do interior, tento

mostrar a existência de Deus por meio da música. Quando pergunto para crianças de 6 a 12 anos qual a importân-cia da música clássica, elas não sabem responder. Então, peço para a orquestra tocar o primeiro compasso de uma música e elas cantarem o segundo compasso. Em segui-da, todos estão cantando juntos. Emociono-me com essa força da música clássica. Já fiz concertos em todo o país, desde cidades interioranas, presídios, Febem, até alguns dos principais teatros do Brasil. Estando no Lincoln Center Plaza, em Nova Iorque, ou três dias depois em um interior qualquer, tocarei como o mesmo amor.

ação: O senhor é um empreendedor social, por meio do trabalho que vem sendo feito pela Fundação Bachiana. Como está sendo esse trabalho? Maestro: A fundação atende hoje 6.700 crianças. Eu fiz praticamente a renúncia de meus cachês nesses últimos anos para que a fundação ganhasse força. Começou prati-camente matando um leão por dia e, hoje, ela está se for-talecendo. Com cursos a distância no Brasil inteiro, espero poder mostrar que é possível fechar o Brasil em formato de coração por meio da música. Villa-Lobos pensou isso, mas em 1940 não havia nem televisão nem internet. Hoje é possível! Tenho por obrigação carregar essa bandeira e é ela que quero carregar.

ação: O Instituto VIVA CIDADANIA apoia projetos volta-dos para combate à desigualdade e promoção da inclu-são social, do empreendedorismo, da geração de renda, entre outros. Muitos desses projetos são desenvolvidos sem qualquer outro tipo de investimento. Que mensa-gem o senhor deixa para esses abnegados?Maestro: Digo a eles para continuarem correndo, correndo atrás de seus sonhos, pois, quando menos esperarem, o sonho vai correr atrás deles.

Douglas Scortegagna, Graça Machado e Reinaldo Fujimoto, diretores do Instituto VIVA CIDADANIA, durante entrega do troféu em homenagem ao maestro João Carlos Martins

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sentou durante o coquetel de encerramento. A maestrina fundadora do instituto, Rejane Pache-

co, com a ajuda de empresas e voluntários, comprou instrumentos e adaptou uma metodologia inovado-ra de ensino musical para os alunos. Atendendo 22 crianças no início, o trabalho evoluiu e já teve mais de 2 mil alunos em seus 14 anos de história. nesse tempo, foram formados o coro jovem e a Orquestra Reciclando Sons.

Apesar do pouco tempo de existência, o instituto Reciclando Sons já recebeu diversas homenagens e premiações. Em 2013, por exemplo, o iRS ganhou em primeiro lugar, na categoria Juventude, o Prêmio da Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social, se-gundo critérios de inovação, interação com a comu-nidade, poder de transformação social e potencial de reaplicabilidade. Em 2014, o instituto foi qualificado como Organização da Sociedade Civil de interesse Público (Oscip) pelo Ministério da Justiça.

Há pouco mais de 10 anos, a AnABB, por meio do programa AnABB CiDADAniA, foi uma das primeiras en-tidades a ajudar o instituto Reciclando Sons na compra de equipamentos para suas apresentações.

O 1º Prêmio CIDADANIA VIVA foi abrilhantado pela participação da Orquestra do Instituto Reciclando Sons (iRS), formada por adolescentes e jovens da Cidade Estrutural, uma das áreas mais carentes do Distrito Federal. O instituto ViVA CiDADAniA apoia e patrocina essa organização, que utiliza a música como instrumento de educação, ressocialização, ge-ração de renda e inclusão social em uma área ergui-da sobre o maior depósito de lixo da América Latina: o lixão da Estrutural.

Como a premiação foi voltada para projetos sociais que verdadeiramente fazem diferença na vida de mui-tas famílias carentes, nada melhor do que ter como atração musical um grupo que também está inserido nesse contexto. O instituto Reciclando Sons, fundado em 2001, possibilitou uma verdadeira revolução cul-tural e educacional na comunidade, com formação de músicos e professores, geração de renda e prevenção do envolvimento dos alunos na criminalidade.

A apresentação da Orquestra Reciclando Sons foi um dos pontos altos do 1º Prêmio CIDADANIA VIVA. no início do evento, o maestro João Carlos Martins regeu a jovem orquestra em duas músicas, surpre-endendo os presentes. Após a premiação, o maestro regeu mais duas músicas com os jovens. Os músicos e a plateia ficaram totalmente emocionados com o acontecimento e saborearam a apresentação com grande satisfação. O grupo ainda foi responsável pela belíssima execução do Hino nacional e se apre-

RECICLANDO SONS E EMOÇÕES

ReCICLANDO sONs

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DOuGLAs sCORteGAGNAPresidente do Instituto VIVA CIDADANIA “A premiação é consequência do compromisso do Insti-tuto com a cidadania. Os voluntários apoiados colocam literalmente a mão na massa, apesar dos poucos recur-sos, e conseguem fazer acontecer. O trabalho espontâ-neo e incansável dos inscritos na premiação também merece destaque. Tivemos ótimos exemplos de criati-vidade. O instituto ViVA CiDADAniA está sempre pronto para oferecer oportunidade para quem quer ajudar.”

ReINALDO FuJIMOtODiretor de Recursos do Instituto VIVA CIDADANIA“Nos últimos anos, este foi um dos eventos em que prestigiei que mais me emocionou pela simplicidade e pelo amor com que foi realizado. Tive a honra de es-tar próximo a um ídolo, o maestro João Carlos Martins. Parabenizo o Instituto e todos que contribuíram para a realização do 1º Prêmio CIDADANIA VIVA.”

GRAÇA MACHADODiretora de Projetos do Instituto VIVA CIDADANIA“O 1º Prêmio CIDADANIA VIVA reconheceu o trabalho de voluntários que buscam, acima de tudo, o exercício da ci-dadania. A premiação é um estímulo para que o trabalho não pare. Parabéns a todos os premiados e aos inúmeros projetos que se inscreveram no prêmio. Parabenizo tam-bém todos os colegas que não enviaram projetos, mas que estão engajados na luta da ação da cidadania.”

CLÁuDIO BARBIRAtOPresidente do Conselho Fiscal do Instituto VIVA CIDADANIA “Há dois anos, tive a grata satisfação ao receber o con-vite para participar como conselheiro do instituto ViVA CIDADANIA. Agora, vimos, na realização do 1º Prêmio CIDADANIA VIVA, os frutos colhidos e que continuarão a ser colhidos pelo iVC em seu incessante trabalho para resgatar jovens em situação de risco, adultos caren-tes que buscam melhorias em suas vidas e cidadãos apenados que enfrentam grandes dificuldades para retorno à sociedade. O IVC está de parabéns e merece o nosso apoio irrestrito.”

seRGIO RIeDePresidente da ANABB “Para nós, da Diretoria da AnABB, é uma obrigação dar continuidade ao trabalho que foi desenvolvido ao longo da história da AnABB e, com a criação do instituto ViVA CiDADAniA, há dois anos, estamos tentando fazer isso de maneira mais sistematizada e mais profissional. A ta-refa de ajudar os menos favorecidos é de todos nós, não estamos fazendo um favor e sim um dever de cidadão. A premiação é motivo de muita alegria, sabemos que ela é singela, não paga todo trabalho realizado pelas pessoas envolvidas nos projetos, mas estimula outros a se enga-

jarem em seus projetos e concederem oportunidades aos que mais necessitam.”

PAuLO eDuARDO Membro da Comissão Julgadora“A premiação oferecida representa um grande incentivo à continuidade das ações desenvolvidas pelos diversos co-mitês em benefício de comunidades carentes existentes no país. As entidades que enviaram projetos contam com bastante experiência na operacionalização desse tipo de tra-balho, favorecendo pessoas que vivem à margem da socie-dade. Nos chamou atenção o profissionalismo, o empenho e a dedicação dos envolvidos nos projetos, às vezes sem qual-quer remuneração, visando tão somente melhorar a vida de pessoas necessitadas, seja por viverem em ambientes sem qualquer condição de boa saúde, educação, alimentação, seja por terem deficiências físicas ou mentais.”

ROBeRtA ABReu Membro da Comissão Julgadora“Participar do prêmio foi uma experiência única e muito importante para meu crescimento pessoal e profissional. Além de ser uma riquíssima troca de experiência com os demais componentes da comissão julgadora, essa inicia-tiva pôde valorizar trabalhos de centenas de pessoas e organizações dedicadas a causas sociais. Destaco, prin-cipalmente, as organizações que desenvolvem trabalhos com detentos e ex-detentos. Em um momento em que vivenciamos o retrocesso na discussão da redução da maioridade penal, por outro lado, esse prêmio reconhece e valoriza projetos que têm um trabalho diferenciado para esse público de apenados.”

CLODOALDO sOARes DO NAsCIMeNtO Membro da Comissão Julgadora“Vários são os problemas sociais que enfrentamos e to-dos nós somos responsáveis por saná-los. Tornar o mun-do mais humano, mais justo, mais solidário e sem tanta desigualdade são nossas obrigações. O trabalho desen-volvido por essas instituições faz a gente entender que o fruto dessas ações irá contribuir, sobremaneira, para a criação de uma sociedade melhor. O Prêmio CiDADAniA ViVA é uma ótima forma de reconhecer esse trabalho e valorizar essas ações. Participar da Comissão Julgadora desse prêmio foi uma experiência muito gratificante que despertou em mim a sensação de pertencimento, eviden-ciando que somos capazes de gerar transformação social a partir do voluntariado.”

HuMBeRtO De ALMeIDA MACIeLMembro da Comissão Julgadora“Foi uma experiência muito boa. A premiação foi simbó-lica, mas o intuito foi fortalecer e reconhecer as pessoas que trabalham em prol da sociedade.”

DIRIGeNtes DO INstItutO VIVA CIDADANIA e COMIssÃO JuLGADORA

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DEPOIMENTOS IMPORTANTES

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cONVeRsA de BAstIdOR

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tOdOs eM BuscA de uMA sOluÇÃO pARA A cAssI

As entidades representativas dos funcionários da ativa e aposentados do Banco do Brasil continuam buscando so-luções para a situação financeira da Caixa de Assistência. Em 4 de setembro, voltaram a discutir com o BB propostas emergenciais com impacto no fechamento das contas da Cassi em 2015. O Banco apresentou dados sobre recur-sos que podem ser repassados à Caixa de Assistência, pro-venientes de acertos do Programa de Assistência Social (PAS), que são devidos pelo Banco à Cassi. O BB afirmou durante a reunião que há recursos provenientes de reco-lhimento de contribuições sobre benefícios do INSS que não estavam no convênio e outros recursos que estão sen-do apurados para cobrança pela Cassi. Segundo o Banco, tais medidas, juntamente com outras que já vêm sendo discutidas, reforçarão o caixa da entidade, de forma a não consumir a totalidade das reservas livres nos próximos quatro meses. Novas propostas foram apresentadas pelas entidades ao BB, entre elas está: as entidades cobraram que o Banco faça a antecipação das futuras contribuições sobre o saldo do BET dos funcionários da ativa para refor-çar um pouco o caixa da Cassi até o fim do ano, de forma a evitar falta de atendimento em alguns locais. Os represen-tantes dos funcionários também apresentaram uma lista de remunerações pagas pelo Banco que não vêm tendo contribuição para a Cassi, como os bônus dos executivos, o PDG e as indenizações do Paet. O Banco alegou que os valores seriam muito pequenos para a Cassi, afirmou que vê dificuldades na proposta, mas que vai analisá-la. Os representantes dos funcionários reafirmaram a propos-ta apresentada ao Banco do Brasil pelos representantes eleitos pelo corpo social da Cassi, referendada pela comis-são negociadora das entidades e pelos funcionários: fazer dois aportes, de R$ 300 milhões, sendo um em 2015 e outro em 2016, para cobertura dos déficits até início do projeto-piloto de ampliação da Estratégia Saúde da Fa-mília (ESF) e implantação das medidas estruturantes; e um aporte extraordinário de R$ 150 milhões para im-plantação do projeto-piloto. Para os dirigentes presentes na reunião de negociação, foi importante ter encontrado algumas alternativas para solução das emergências, em-bora as negativas e as dificuldades apresentadas pelo BB sejam grandes. O Banco insiste em condicionar os aportes para a Cassi à solução das questões relativas à Resolução 695 da CVM nº 695/2012. É preciso resolver as questões emergenciais para ter condições de debater e encontrar propostas para uma solução perene para a Cassi.

VOtAÇÃO dOs MelHORes deputAdOs FedeRAIs e seNAdORes dO BRAsIl

A população brasileira vai ter oportunidade de votar naqueles que considera ser os melhores representantes da sociedade no Congresso Nacional. O Prêmio Congresso em Foco 2015 foi desenvolvido para reconhecer os melhores parlamentares brasileiros e estimular a popu-lação a acompanhar ativamente seus repre-sentantes na Câmara e no Senado. O prêmio é uma iniciativa do site Congresso em Foco e conta com o copatrocínio da ANABB, entre outras instituições. A votação teve início em 20 de agosto e se encerra em 20 de setem-bro. Os interessados devem acessar o site www.premiocongressoemfoco.com.br e votar nos melhores deputados e senadores, con-forme as instruções disponíveis. As premia-ções serão dadas nas seguintes categorias: Melhores Senadores do Ano, Melhores Depu-tados do Ano, Parlamentares de Futuro (com menos de 45 anos), Defesa da Agropecuária, da Cidadania e da Justiça Social, Combate à Corrupção e ao Crime Organizado e Profissio-nalização da Gestão Pública. Além disso, uma votação paralela para jornalistas que atuam no Congresso Nacional indicará os senado-res e os deputados mais bem avaliados por esses profissionais. Os vencedores receberão troféus em bronze e diplomas em cerimônia a ser realizada em 8 de outubro de 2015.

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8 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO 8 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

AtuAÇÃO dO cONselHO FIscAl NO cAsO seGuROs

O Conselho Fiscal (Cofis) da ANABB teve importante papel no anda-mento do “Caso Seguros”. Foi o colegiado que decidiu, por exemplo, pela contratação de Auditoria Independente Especial para identificar, evidenciar e mensurar, por meio de documentos e instrumentos dispo-níveis, em que medida as contratações de seguros pela ANABB atende-ram as necessidades dos associados e da Associação, e os aspectos de governança e de conformidade com as normas da ANABB; e tam-bém para conhecer as evidências de como foram efetivadas as nego-ciações e as contratações. Após as apurações, o Cofis apresentou um relatório,em 9 de junho de 2015, informando que, entre 2010 e 2011, os gestores que estavam na ANABB não priorizaram aspectos relevan-tes da gestão, como: controles internos, informação, decisão colegiada e transparência, exercício de alçadas, todas práticas primordiais que devem ser observadas por dirigentes e conselheiros. Foram constata-das ainda diversas fragilidades relativas ao processo Seguros ANABB que constituíram falhas graves de governança, de gestão, de controles internos, bem como de conflito de interesses. Para a presidente do Conselho Fiscal, Vera Melo, o relatório foi elaborado com muita aten-ção, pois “o relacionamento do Conselho Fiscal com os demais órgãos da ANABB pauta-se pelo respeito recíproco e pelo espírito cooperativo, sempre com o cuidado de evitar a invasão de esferas de competências próprias, bem como a sobreposição de tarefas”. Para acessar o rela-tório completo do Conselho Fiscal sobre o “Caso Seguros”, entre no site da ANABB (www.anabb.org.br), no link Autoatendimento, na aba Transparência–Ata nº 3 do Conselho Fiscal.

ANABB ApOIA pROJetO de leI de INIcIAtIVA pOpulAR cONtRA A cORRupÇÃO

A ANABB está apoiando o Ministério Público Federal (MPF) em uma campanha para criação de projeto de lei de iniciativa popular que combate a corrupção e a impunidade, divulgando-a e coletando assinaturas. Para apoiar o projeto de lei, entre no Portal de Combate à Corrupção do MPF (www.combateacorrupcao.mpf.mp.br) e cli-que na ficha de assinatura para impressão. As assinaturas são importantes como manifestação de apoio à aprovação no Congresso Nacional. Vale destacar que, pela lei, as assinaturas para projetos de lei de iniciativa popular devem ser encami-nhadas fisicamente, e não por meio digital. Por isso, após impressão e preenchimento, o formulário deve ser enviado para a Vice-Presidência de Comunicação da ANABB (VICOM), que fará o encaminhamento dos formulários.Endereço: SHC Sul CR Quadra 507 – Bloco A – Loja 15 – Asa Sul – Brasília/DF – CEP 70351-510.

Confira as dez medidas que constam no projeto de lei contra a corrupção e a impunidade:• Prevenção à corrupção, transparência e proteção à fonte de informação.• Criminalização do enriquecimento ilícito de agentes públicos.• Aumento das penas e crime hediondo para corrupção de altos valores.• Aumento da eficiência e da justiça dos recursos no processo penal.• Celeridade nas ações de improbidade administrativa.• Reforma no sistema de prescrição penal.• Ajustes nas nulidades penais.• Responsabilização dos partidos políticos e criminalização do caixa 2.• Prisão preventiva para evitar a dissipação do dinheiro desviado.• Recuperação do lucro derivado do crime.

É importante saber também que a Constituição permite a apresentação de projetos de lei de iniciativa popular, mas exige que tenha a adesão mínima de 1% da população eleitoral nacional, mediante assinaturas, distribuídas por pelo menos cinco Unidades Federativas e, no mínimo, 0,3% dos eleitores em cada uma dessas unidades.

portal de combate à corrupção do MpF: www.combateacorrupcao.mpf.mp.br

FIque lIGAdO NOs BeNeFÍcIOs dO OdONtOANABB

Todo associado possui Plano Odon-tológico Integral, sem qualquer cus-to, apenas pelo fato de fazer parte da ANABB. Os benefícios dos asso-ciados podem ser estendidos pelo valor de R$ 12,12 mensais por de-pendente.

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Jornal AÇÃO | Set-Out/2015 | 9 Jornal AÇÃO | Set-Out/2015 | 9

INstItutO VIVA cIdAdANIA cOMeMORA dOIs ANOs

Em 4 de setembro, o Instituto VIVA CIDADANIA comemorou dois anos de existência. Nesse período, milhares de pessoas já foram bene-ficiadas com os projetos apoiados. O trabalho do Instituto possibili-ta a realização de ações sociais em diversos municípios brasileiros nas áreas de erradicação do analfabetismo e de doenças, incentivo à educação regular e a cursos profissionalizantes, geração de renda e ressocialização de apenados e jovens em situação de risco. Além disso, o Instituto VIVA CIDADANIA investe na solidariedade, pois são os voluntários que fazem os projetos ganharem força e se tornarem realidade. O cidadão acaba se tornando parceiro das causas sociais e coloca a mão na massa para tentar suprir carências que o governo não consegue atender. Parabéns ao Instituto VIVA CIDADANIA e aos voluntários que transformam sonhos em realidade.

eRRAtA

Na publicação Produtos e Serviços, enviada para os associados com a edição nº 233 do jornal Ação, consta na página 13, no item Seguro Deces-so Automático, que a cobertura deste serviço é de R$ 3.750,00. No entanto, o valor correto dessa cobertura é de R$ 3.500,00. O valor de R$ 3.750,00 re-fere-se ao Prêmio Pontualidade. Na pá-gina 23, da mesma publicação, o e-mail correto para contato dos associados com o serviço de Orientação Jurídica da ANABB é [email protected].

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10 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

eMpReeNdedORIsMO

Se depender da vontade do brasileiro, em breve tere-mos mais pessoas donas do próprio negócio. O que re-vela isso é uma pesquisa do Instituto Data Popular. De acordo com o levantamento, 38,5 milhões de brasileiros, o que representa 28% da população, querem empreen-der. Isso significa um aumento de 22% em dois anos. Em 2013, o índice era de 23%.

A pesquisa mostra ainda que as pessoas estão se preparando para ser “patrões”. Das 78% das pesso-as com vontade de empreender e que já se preparam para abrir o próprio negócio, 38% pesquisam sobre a área em que desejam atuar, 28% guardam dinheiro para investir e 12% se aperfeiçoam, por meio de cur-sos e estudos. O levantamento foi realizado entre os dias 18 de abril e 9 maio com 2 mil pessoas, em 140 municípios de todo o Brasil.

No momento em que o país passa por ajustes na eco-nomia, algumas dúvidas podem surgir no caminho dos futuros empreendedores. Existe de fato um momento ideal para investir em algo novo? É aconselhável abrir um negócio em meio a uma crise? Para a empresária Renata Bassani, especialista em logística e proprietária de uma franquia de depilação, “não existe um momento ideal, mas existe o conhecimento do produto, do públi-co-alvo e da viabilidade econômica de seu negócio. Na crise, surgem inúmeras oportunidades, necessidades diferentes são criadas e precisamos ter o produto para atender. Acredito que, em meio a uma crise, somente as empresas realmente estruturadas sobrevivam”, avalia.

Ela complementa que “amar seu negócio é a chave do sucesso, pois é necessário muita dedicação, muita abdi-

eMpReeNdedOR eM FOcO

cação e muito trabalho. É precido respirar seu negócio, ou seja, tudo é oportunidade de negócio. Um exemplo disso é desenvolver uma parceria, um meio de divulga-ção ou algo que venha a acrescentar em seu produto. É preciso ter muita coragem, não se deixar abater pelos problemas, pois é uma luta de um leão por dia”.

Renata fala com propriedade de quem há 8 anos gera empregos e vem se destacando em seu ramo. “Tra-balhei durante 8 anos como empregada e hoje sou em-pregadora. Decidi comprar uma franquia especialista de um segmento com uma demanda muito reprimida. Hoje, estou muito feliz com minha empresa, que vem se destacando na área. Mas, para alcançar um lugar ao sol, não foi nada fácil, abdiquei de muitas coisas, traba-lhei e ainda trabalho muito”, finaliza.

O mesmo sucesso nos negócios que acompanha a empresária Renata também entrou na vida da assisten-te administrativa Sibele Andrade da Costa, de 42 anos, para não sair mais. Com muita coragem e determina-ção, a empreendedora colhe os frutos de uma ideia sur-gida em um sonho. “Há 15 meses, eu andava insatisfei-ta com minha única renda, que era o salário da empresa em que trabalho há 15 anos. Era o suficiente para viver, porém não dava para fazer economia. Então, um dia orei e pedi a Deus um direcionamento. Sonhei com uma ‘receita’ e, quando acordei, fui ao mercado comprar os ingredientes para fazer três bolos. Lembro inclusive que fiz as compras no cartão de crédito, porque não tinha dinheiro no dia. Fiz um anúncio no Facebook marcando um ponto de entrega e vendi os bolos em poucas horas. Assim que entreguei as primeiras encomendas e rece-

Diante da possibilidade de ganhar mais, crescer profissionalmente e não ter chefe, cada vez mais brasileiros estão direcionados a ter o próprio negócio. Mas, afinal, existe um momento ideal para investir em algo novo?Há alguma receita para ser um empreendedor bem-sucedido? Confira o depoimento de empreendedores que estão logrando êxito e as vantagens de ser um microempreendedor individual Por Elder Ferreira

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Jornal AÇÃO | Set-Out/2015 | 11

eMpReeNdedOR eM FOcO

bi o dinheiro, investi tudo em material e produzi mais bolos e, desde então, não parei mais de vender, nas-cendo assim a Delícias da Si”, conta, entusiasmada.

Apesar de não dispor de grande logística para di-vulgação, Sibele consegue vender todos os bolos pre-parados no dia em pouco tempo, apenas com a divul-gação em grupos do Facebook. “Com o aumento da demanda, precisei arrumar duas pessoas para ajudar na produção e outras duas para fazer entregas em outros pontos. Cada uma só trabalha dois dias na se-mana, não gerando vínculo empregatício”, comenta.

Com o lucro da venda dos bolos, Sibele foi ad-quirindo equipamentos adequados para a produ-ção e, quando estava com a cozinha preparada, começou a economizar e a colher bons frutos da nova empreitada. “Posso dizer que já tenho uma boa quantia com a qual vou dar uma entrada em um imóvel nesse mês.”

Quando questionada sobre o segredo para ser uma empreendedora de sucesso, Sibele dá a receita. “O segredo é cautela em todas as áreas. É preciso ter controle financeiro, por exemplo. Ao fim de cada en-trega, já sei qual foi minha despesa semanal. Dessa forma, já reservo o dinheiro da semana trabalhada. É preciso também, em meu caso, ter constância nos dias de entrega, mesmo se não houver muitas enco-mendas, pois isso faz com que as pessoas saibam que aquele local e horário é meu ponto de entrega. É preciso ter comprometimento com a qualidade do produto, pois todo cuidado é pouco quando se trata de alimentação. E, por último, é preciso ter compro-metimento com o cliente, quando se trata de vendas em redes sociais. Avalio que qualquer reclamação, sendo ela devida ou indevida, deve ser respondida e resolvida o mais breve possível, a fim de que não afe-te a opinião de outros clientes.”

MIcROeMpReeNdedOR INdIVIduAl

O trabalhador informal que fatura até R$ 60 mil por ano ou R$ 5 mil por mês, não tem participação em outra em-presa como sócio ou titular e tem, no máximo, um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria já pode se tornar um Microempreendedor Individual (MEI).

Ao se tornar MEI, o trabalhador passa a ter um CNPJ, facilitando assim a abertura de conta bancária, o pedido de empréstimos e a emissão de notas fiscais. O MEI também passa a ter direito aos benefícios previdenciários, como auxílio-doença, aposentadoria, entre outros.

O MEI será enquadrado no Simples Nacional e ficará isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL). Ele terá como despesas apenas o pagamento mensal de R$ 39,40 (INSS), acrescido de R$ 5,00 (para prestadores de serviço) ou R$ 1,00 (para comércio e indústria), por meio do Documento de Arrecadação Simplificada (DAS), uma guia de recolhimento emitida por meio do Portal do Empreendedor.Fonte: Portal do Sebrae.

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12 | Set-Out/2015 | Jornal AÇÃO

OpINIÃO

www.anabb.org.br | @anabbevoce | [email protected] | facebook.com/anabbevoce

Mathias passou a conhecer muito também da vida do Duque. Em pouco tempo, ele foi reconhecido como membro da família, apesar de ele ter sua própria família.

Todos os dias, Mathias acordava em sua casa e ia para a casa do Duque. A mãe do Duque, todos os dias, preparava seu café da manhã para que ele fosse alimentado para a caminhada. Na volta, era obrigado a estudar, almoçava na residência oficial, ia para sua escola, voltava para nova caminhada com o Duque, estudava mais. Quando ganhou um presente em seu aniversário, Mathias também se sentiu membro da família e chorou muito.

O tempo passou. Mathias cresceu. Tem 1,80 m, é bonito, veste-se de forma elegante, como lhe en-sinou o pai do Duque, e estuda cada vez mais para ter uma formação que o permita ajudar outras pes-soas onde quer que elas estejam.

O Duque e o Mathias fizeram a diferença na residência oficial. Com o passar do tempo, todos foram contaminados pela harmonia e pela since-ridade daquela amizade e pelo exemplo diário de respeito, de lealdade, de humildade e de vontade que Mathias deixa por onde passa. Mas, como na vida, tudo passa. Aos poucos, cada um foi tomando seu caminho e a casa foi ficando vazia. Vazia de pessoas que saíram para conquistar o mundo, mas cheia de exemplos, cheia de marcas de carinho e de respeito que todos devem ter por todos.

Com um misto de fábula e realidade, conto essa história para marcar a última mensagem que faço como dirigente da ANABB nesta gestão. Espero es-tar deixando na Casa algum exemplo, muito cari-nho e respeito por todos os que comigo convive-ram dentro e fora da ANABB.

Até mais ver.

O Duque sempre foi muito bem protegido, cui-dado e adorado por todos da residência oficial. Du-rante o dia, em cada turno, manhã, tarde e noite, uma pessoa acompanhava o nobre em suas cami-nhadas. Como os afazeres se multiplicavam, como se multiplicam na vida das pessoas, chegou um momento em que foi necessário buscar um substi-tuto para um dos caminhantes. Foi aí que surgiu o Mathias na vida do Duque e dos demais habitantes da moradia oficial.

Mathias era baixinho, gordinho, andava bastante desleixado. Chinelos tortos, camisas surradas, shorts baixos mostrando ou a cueca ou o cofrinho. Mas o Duque se encantou com o tal Mathias. A princípio, as caminhadas com Mathias eram apenas pela manhã. Depois, passaram a ser pela manhã e pela tarde. O Duque e o Mathias ficaram muito amigos.

Os moradores da residência oficial, diante de tanta alegria e harmonia, também começaram a admirar o Sr. Mathias. Entretanto, descobriram que ele não estudava muito. Daí todos se mobiliza-ram para que ele pudesse ter ajuda para eventuais conversas do interesse do Duque. Tudo era muito difícil para Mathias, e ele dizia que sua dificuldade advinha da baixa qualidade de sua escola. Quando ele disse que estudava no colégio em que o avô do Duque havia estudado, quase levou uma surra. O velho exigiu que o Sr. Mathias, para continuar a acompanhar o Duque, passasse a estudar muito, sob a supervisão dos demais membros da residên-cia oficial. E assim foi.

Todos cobraram muito do Mathias. Mas, ao mesmo tempo em que cobravam, passaram a ad-mirar, cada vez mais, sua vontade de aprender, sua humildade para admitir o não saber e sua enorme vontade de conhecer o que os outros conheciam.

FernAndo AmArALVice-presidente de relações institucionais [email protected]

O duque e O MAtHIAs