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12 EMPREENDEDORISMO: o perfil do pequeno empreendedor francano Adriana Cristina de Araújo - Uni-Facef 1 Hélio Braga Filho - Uni-Facef 2 1. INTRODUÇÃO O empreendedorismo é um tema que está sendo constantemente abordado nos dias atuais e debatido por diversos autores, porém sua caracterização é bastante ambígua. Assim, de acordo com Cunha et. al. (2008), cujos resultados foram obtidos através de uma pesquisa de campo baseada em amostra aleatória abrangendo diferentes segmentos de mercado (lojas de vestuário, moda íntima, estacionamento, banca de pesponto, varejo, loja de material de construção, revenda de agropecuários, fábrica de lajes, de doces caseiros entre outros), totalizando dezesseis empresas, motivou-nos a buscar maior aprofundamento sobre este tema.Os resultados revelaram que 92,3% dos entrevistados participam diretamente dos negócios como investidores proprietários, e 7,7% como gerentes. A formação escolar predominante desses “empreendedores” foi de 46,1% ensino médio completo; 15,4% ensino superior completo e 38,5% o ensino médio incompleto. As empresas tinham um tempo médio de existência de dois anos e uma média de quatro funcionários. Constatou-se que os motivos que os levaram a investir no ramo prevaleceram: 46,1% oportunidade de abrir o negócio; 30,8% por vocação; 15,4% necessidade; e 7,7% falta de perspectiva profissional em empregos anteriores. Nenhum dos pesquisados utilizou como parâmetros na decisão de investir análise de mercado, viabilidade do empreendimento, grau de retorno e risco, em outras palavras, o plano de negócio. Utilizaram a intuição baseada numa visão de oportunidade (53,8%), ou em ramos que estavam prosperando 1 Graduada em Administração de Empresas pelo UNI-FACEF, Graduanda em Economia pelo UNI-FACEF e membro não-bolsista de iniciação científica pelo UNI-FACEF em 2009. 2 Orientador: Economista, Doutor em Serviço Social pela UNESP (Universidade Estadual Paulista – Franca), professor de economia do UNI-FACEF, pesquisador do IPES (Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais) e membro do NEIC (Núcleo de Estudos sobre a Indústria Calçadista).

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EMPREENDEDORISMO: o perfil do pequeno empreendedor francano

Adriana Cristina de Araújo - Uni-Facef1 Hélio Braga Filho - Uni-Facef2

1. INTRODUÇÃO

O empreendedorismo é um tema que está sendo constantemente

abordado nos dias atuais e debatido por diversos autores, porém sua caracterização é

bastante ambígua. Assim, de acordo com Cunha et. al. (2008), cujos resultados foram

obtidos através de uma pesquisa de campo baseada em amostra aleatória abrangendo

diferentes segmentos de mercado (lojas de vestuário, moda íntima, estacionamento,

banca de pesponto, varejo, loja de material de construção, revenda de agropecuários,

fábrica de lajes, de doces caseiros entre outros), totalizando dezesseis empresas,

motivou-nos a buscar maior aprofundamento sobre este tema.Os resultados revelaram

que 92,3% dos entrevistados participam diretamente dos negócios como investidores

proprietários, e 7,7% como gerentes. A formação escolar predominante desses

“empreendedores” foi de 46,1% ensino médio completo; 15,4% ensino superior

completo e 38,5% o ensino médio incompleto. As empresas tinham um tempo médio de

existência de dois anos e uma média de quatro funcionários. Constatou-se que os

motivos que os levaram a investir no ramo prevaleceram: 46,1% oportunidade de abrir o

negócio; 30,8% por vocação; 15,4% necessidade; e 7,7% falta de perspectiva

profissional em empregos anteriores. Nenhum dos pesquisados utilizou como

parâmetros na decisão de investir análise de mercado, viabilidade do empreendimento,

grau de retorno e risco, em outras palavras, o plano de negócio. Utilizaram a intuição

baseada numa visão de oportunidade (53,8%), ou em ramos que estavam prosperando

1 Graduada em Administração de Empresas pelo UNI-FACEF, Graduanda em Economia pelo UNI-FACEF e membro não-bolsista de iniciação científica pelo UNI-FACEF em 2009. 2 Orientador: Economista, Doutor em Serviço Social pela UNESP (Universidade Estadual Paulista – Franca), professor de economia do UNI-FACEF, pesquisador do IPES (Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais) e membro do NEIC (Núcleo de Estudos sobre a Indústria Calçadista).

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(38,5%), e ou por ter trabalhado como funcionário na área e por isso optaram em abrir o

próprio negócio (23,1%). Esta última questão abria possibilidade para o entrevistado

responder mais de uma alternativa como pode ser observado.

Do ponto de vista da função Schumpeteriana, os entrevistados possuem

características de “empresário-capitalista” (empresário tradicional), pois além de serem

o dono do capital, dedicam se a maior parte de seu tempo nas atividades rotineiras e

deixam de se envolver na parte estratégica da empresa; e desta forma, não se

caracterizam como “empresário-empreendedor”, estes por sua vez, delegam tarefas

repetitivas e se ocupam da parte estratégica do negócio, além de serem capazes de

perceber uma necessidade e criar uma oportunidade que busca a inovação, a criação

de novos métodos e produtos, ou seja, a ‘destruição criadora de Schumpeter’.

E, através da pesquisa de iniciação científica desenvolvida por Araújo e

Braga Filho (2009) foi possível complementar este assunto, e identificar quantas

empresas iniciaram suas atividades entre 2004 a 2008 no município de Franca/SP, e

quantas empresas fecharam neste mesmo intervalo.Para verificar, se mesmo sendo

considerados “empresários capitalistas” (empresário tradicional) conseguem se

manterem no mercado com tantas pressões e mudanças competitivas. Além de

identificar os subsetores da atividade econômica com maior número de

estabelecimentos (concentração). Para tanto, levantou-se informações e dados no

Cadastro Físico de Contribuintes Ativos e Inativos da Prefeitura Municipal de Franca-

SP, dos anos de 2004 a 2008, sendo depois compilados e analisados. Assim, o setor

de comércio se destaca como o que possui o maior número de empresas abertas (40%)

e também como o que mais encerrou atividades (43%) no período estudado. Sendo que

no setor do comércio, o ramo do comércio varejista de artigos de vestuários e

complemento, se apresenta com o maior índice de concentração (20,52%), e também

se revelou o ramo que mais encerrou atividades (20,07%), entre 2004 a 2008. Por outro

lado, o ramo da indústria de transformação (fabricação), configurou índice de

concentração relativamente alto (35%), e, por fim o setor de serviços apresentou índice

de concentração aparentemente baixo (25%). Sendo fechadas respectivamente 30% e

27% das empresas do setor, das quais podem se encontrar empresas que foram

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abertas entre 2004 a 2008, como empresas abertas em outros períodos e que vieram a

se fechar no período estudado.

O que indica que o tamanho do mercado local (população total), não

consegue absorver todos os bens e serviços ofertados, o que por sua vez pode levar as

empresas menos eficientes a serem eliminadas do mercado, como revela Steindl (1983)

ao afirmar que os produtores vêm sofrendo as pressões da concorrência predatória

causada pelo aumento do número de ofertantes, cuja demanda, não tem aumentado na

mesma proporção da oferta, o que implica de um modo geral a afirmar que as

pequenas firmas, não seriam capazes de suportar tal tensão, sendo forçadas a

abandonar o mercado. Isto denota, conforme apresentado na pesquisa em questão, que é

necessário se ter informações sobre o mercado, ou seja, sobre o ramo de atividade que

se pretende investir, para que assim seja possível identificar uma oportunidade e

oferecer de um modo diferente e inovador, produtos ou serviços com maior efetividade,

o que revela que estes empresários-capitalistas (empresário tradicional) não utilizaram

um plano de negócios, ou seja, ciência, e sim, intuição.

Justifica-se, portanto, desenvolver um trabalho que venha abordar

questões relevantes sobre o empreendedorismo, como definição, perfil do

empreendedor, distinção do empresário capitalista (empresário tradicional) do

empresário empreendedor, entre outras, com a intenção de trazer a tona o tema para

discussão e reflexão, de modo a destacar que o empreendedorismo é a válvula

propulsora da economia para qualquer município, estado ou país. O objetivo do

trabalho é identificar quais são as características do perfil do empreendedor francano

com base na revisão de literatura. Assim será aplicado um questionário para no mínimo

20 micro empresas abertas nos últimos 5 anos, para identificar e analisar as

características encontradas nestes empreendedores. Além de destacar as

características do município de Franca como: população, renda, escolaridade e

população economicamente ativa para contextualizar o dinamismo da economia local.

Para expor este esboço, o método empregado na presente pesquisa

valerá de análise quantitativa, qualitativa e exploratória a qual se apoiará em uma

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análise teórica de artigos, pesquisas, bibliografias e em informações e dados da

Fundação Seade, que serão depois compilados e analisados.

Para isso a pesquisa encontra-se estruturada da seguinte forma: a primeira

seção apresenta uma revisão da formação da cultura empreendedora no Brasil, onde

destaca as características do desenvolvimento econômico no país e a necessidade que

começa a surgir de um agente cuja capacidade inovativa é fundamental no processo do

desenvolvimento econômico, o “empresário-empreendedor”; na segunda seção,

abordam-se os conceitos de empreendedorismo e empreendedor, na visão de alguns

renomados autores; a terceira seção está sob a ótica do GEM (Global Entrepreneurship

Monitor), que define os estágios em que pode ocorrer o empreendedorismo, a

importância, as motivações que levam a empreender e o que é empreendedorismo e

em qual posição do ranking se encontra o Brasil; a quarta seção destaca a relevância

do papel das micro e pequenas empresas, uma vez que respondem por uma importante

parcela da economia brasileira; já a quinta seção se baseia na importância de saber o

porquê da concentração das atividades econômicas no mercado; a sexta seção ressalta

a relevância de se fazer o plano de negócios, para que se possa assumir riscos

calculados de forma a conhecer os pontos fortes, oportunidades, fraquezas e ameaças

que o empreendimento venha a sofrer em um ambiente de mudanças; já a sétima a

seção evidencia as características predominantes do perfil do empreendedor de

sucesso. Assim as demais seções que serão apresentadas terão por finalidade

apresentar os diversos aspectos relativos ao método e aos procedimentos da pesquisa,

utilizados para alcançar os objetivos do estudo.

2. A FORMAÇÃO DA CULTURA EMPREENDEDORA NO BRASIL

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Dornelas (2001) destaca que o empreendedorismo no Brasil começou a

tomar forma na década de 1990, quando entidades como Sebrae e Softex foram

criadas, porque antes disso, praticamente não se falava em empreendedorismo e em

criação de pequenas empresas, uma vez que, os ambientes político e econômico do

país não eram propícios.

Diante disto, o desenvolvimento do Brasil no que se refere à parte

econômica, social e política foi germinada sob parâmetros de dependência e

subordinação. A formação econômica do país esteve por alguns séculos presa à base

agrário-exportadora, caracterizando por sua vez uma economia submetida às ordens

dadas de fora para dentro.

Baer (1988) destaca que o Brasil era uma colônia portuguesa

administrada de acordo com restrita política mercantilista, não se permitia o

desenvolvimento de qualquer indústria e os produtos manufaturados deveriam ser

comprados dos portugueses e ingleses, em troca das matérias-primas nacionais. Esta

política mercantil foi levada a tal extremo que era vedada à Colônia a instalação de

imprensa e proibido o ensino superior. O Brasil, embora sobre o regime republicano, de

1889 a 1930, foi governado por uma oligarquia fechada, que representava

principalmente os interesses rurais de dois estados: São Paulo e Minas Gerais.Assim, a

colônia era subordinada de forma econômica, política e culturalmente à metrópole.

A partir da crise de 1930 (Wall Street), conhecida também como a grande

depressão econômica que afetou as economias mundiais, é que o desenvolvimento

brasileiro deixou de ser dirigido pela agricultura e abriu espaço para a industrialização.

Porém, para se atingir a prosperidade industrial do país, fazia-se necessário um fator

insubstituível para o crescimento sustentado da economia, o “empresário-

empreendedor”.

De acordo com Baran (1984) outro conceito que tem sido também objeto

de desmedido entusiasmo em trabalhos sobre desenvolvimento econômico, os quais

nunca se cansam de explicar o atraso dos países subdesenvolvidos ou como os

resultados da ação de “forças eternas” ou por um conjunto de reflexões reunidas ao

acaso, e aparentemente profundas, mas que, de fato, são extremamente superficiais. A

essa última categoria pertence à lamentação pela falta de “capacidade empresarial” ou

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de “espírito de empresa” nos países subdesenvolvidos, a cuja existência abundante,

deve se creditar ao progresso econômico dos países capitalistas ocidentais. E assim, os

economistas destacam e dão ênfase ao papel crucial desempenhado pelo “empresário

inovador” na promoção do desenvolvimento econômico. Sendo que este empresário

inovador descrito por Baran, enquadra nas mesmas funções do empresário-

empreendedor da visão schumpeteriana, um agente cuja capacidade inovativa é

fundamental no processo do desenvolvimento econômico.

Cardoso (1964) diz que o padrão mais difundido de direção dos

empreendimentos industriais no Brasil continua a basear-se na autoridade obtida pelo

controle da propriedade. Entretanto, como a propriedade da empresa se restringe, em

geral, aos grupos familiares, além de participarem das decisões fundamentais das

empresas (por exemplo, a determinação de novos investimentos), que constitui

praticamente um corolário do sistema de apropriação privada, os proprietários das

“empresas clânicas” exercem intensa atuação administrativa. Em geral, não apenas a

administração faz-se através de membros da família proprietária, como a maior soma

de autoridade é exercida unipessoalmente pelo ‘patriarca’ chefe da família.

Torna-se evidente que em empresas de pequeno porte o “empresário-

empreendedor” é simultaneamente o “empresário-capitalista” (proprietário do capital),

não havendo por isso mesmo o isolamento do capitalista, ou seja, do proprietário do

capital, da função schumpeteriana. A administração gerida pelo patriarca da família trás

certas incongruências, como o fato de se empenhar de forma excessiva as atividades

operacionais e priorizar menos à função estratégica.

Para Cardoso (1964), se considerarmos o conjunto das empresas em

que o controle familiar vigora, é inegável que a rotina e o temor da perda de controle do

empreendimento são os fatores que interferem no sentido da manutenção do padrão

familiar de administração. Perdem-se muitas oportunidades de expansão das empresas

para garantir-se a possibilidade das fábricas estarem ‘sob o olhar do dono’, valoriza-se

a rotina e por isso, fazem a mesma coisa que o pai, o avô e o bisavô fizeram.

É interessante ressaltar segundo Marcovitch (2003) estudos como os

realizados pelo Luiz Carlos Bresser Pereira, e o de Fernando Henrique Cardoso,

publicados em 1964, pois trazem luz sobre a origem dos empreendedores. Bresser-

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Pereira questiona a origem oligárquica do empresariado industrial e conclui que a

grande maioria era constituída de estrangeiros ou filhos de estrangeiros sem vínculos

com a aristocracia cafeeira. Está conclusão ganha relevância para entender os conflitos

entre os cafeicultores que, apesar de reconhecerem a importância da industrialização,

se opunham à proteção da indústria nacional e do empresariado nacional desejoso de

obter recursos do Estado para sua empreitada modernizadora. Assim o autor aborda

que a oligarquia cafeeira comercial e os empresários industriais constituíam dois grupos

de origem étnica distinta e socialmente separados.

Contudo, pode se ressaltar que parte do nosso atraso e

subdesenvolvimento estão enraizados na própria formação histórica do país, onde

inicialmente de um lado existia uma metrópole, que não consentia a industrialização e

inclusão do ensino superior, e do outro se mistura uma cultura que foi por muitos anos

disseminada de maneira reprimida a aceitar sem questionamentos absolutamente tudo

que lhe era imposta.

3. O EMPREENDEDORISMO E O EMPREENDEDOR O tema empreendedorismo está incessantemente sendo discutido, porém

sua definição é bastante peculiar e ambígua. Muitos acreditam saber, no entanto não

conseguem definir exatamente o que seja. Com isso a pesquisa pretende compreender

melhor o que é empreendedorismo, já que os empreendedores contribuem de forma

significativa na geração de força de trabalho e conseqüentemente no desenvolvimento

econômico do país e formação de riquezas.

Para Baron e Shane (2007) o empreendedorismo é um processo, em vez

de um evento único, o que reitera a idéia de que ele ocorre em vários estágios do

negócio. Eles complementam que há um crescente consenso na área quanto à utilidade

e correção de se enxergar o empreendedorismo como um processo que se desenvolve

ao longo do tempo e se move por meio de fases distintas, mas intimamente

relacionadas.

Para os autores, em linhas gerais, pode-se dizer que tais fases são

identificadas primeiramente com o reconhecimento de uma oportunidade, seguida da

utilização de recursos para promover o desenvolvimento da oportunidade e por último a

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concretização da oportunidade, caracterizando o empreendedorismo como um

processo que passa por determinadas etapas.

Portanto, Baron e Shane (2007) destacam o empreendedorismo, como

subdivisão da área de negócios, é um campo de estudos que busca entender como

surgem as oportunidades para criar novos produtos ou serviços, novos mercados,

processos de produção, formas de organizar as tecnologias existentes ou matérias-

primas e como são descobertas por pessoas específicas, que então usam meios para

explorá-las ou desenvolvê-las, o que justifica o empenho de pesquisadores em estudos

relacionados a esta atividade, considerando os benefícios econômicos e sociais que ela

provoca com a geração de riqueza e criação de empregos.

Para Hisrich & Peters (2004) o processo de iniciar um novo

empreendimento está incorporado ao processo de empreender, sendo que este

processo possui quatro fases distintas: identificação e avaliação de oportunidade,

desenvolvimento do plano de negócio, determinação dos recursos necessários e

administração da empresa resultante. Lembrando que embora essas fases ocorram

progressivamente, nenhuma é tratada de forma isolada ou está totalmente completa

antes de considerar os fatores de uma fase posterior.

Chiavenato (2004) destaca que o processo empreendedor abrange todas

as atividades, as funções e as ações relacionadas com a criação de uma nova

empresa, assim, em primeiro lugar, o empreendedorismo envolve o processo de criação

de algo novo, que tenha valor e seja valorizado pelo mercado; em segundo lugar, o

empreendedorismo envolve devoção, comprometimento de tempo e esforço e em

terceiro lugar, requer ousadia, assunção de riscos calculados, além de tolerância com

possíveis tropeços, erros ou insucessos.

Diante disto, de acordo com Degen (2005) o sucesso do empreendedor

não depende do fator sorte, mas sim da aplicação sistemática de técnicas gerenciais

sintonizadas com o desenvolvimento de novos empreendimentos.

No meio acadêmico não existe uma definição conclusiva sobre

empreendedorismo, pois não existe um empreendedor típico (BIRLEY e MUZYKA,

2001). No entanto, o termo é entendido como as pessoas que criam os seus próprios

negócios, normalmente conectados à inovação, ao aproveitamento de oportunidades e

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à audácia. Pode ser visto também como um processo de criação de algo diferente, com

valor, devido à dedicação e esforço de alguém que assuma os riscos financeiros,

psicológicos e sociais que busque as recompensas resultantes na forma de satisfação

pessoal e monetária (HISRICH e PETERS, 1986).

Podendo ter a função de engajar-se em atividades de arbitragem

lucrativa, comprando mercadorias a um preço mais baixo que o esperado, e ou

vendendo produtos/serviços a um preço acima da média (HAMILTON e HARPER,

1994).

Chiavenato (2004) refere-se ao empreendedor como sendo a pessoa que

consegue fazer as coisas acontecerem, pois é dotado de sensibilidade para os

negócios, tino financeiro e capacidade de identificar oportunidades.

Schumpeter (1949) afirma que a função empreendedora não pode ser

incorporada por uma única pessoa, pois ela deve ser exercida cooperativamente. E que

o empreendedor é o “homem que faz as coisas serem feitas e não necessariamente o

homem que as inventa”.

É o indivíduo que tem comportamento pró-ativo, que deseja pensar e agir

por conta própria, com criatividade, liderança e visão de futuro, para inovar e ocupar o

seu espaço no mercado, transformando esse ato também em prazer e emoção

(DOLABELLA, 1999).

Vries (2001) acrescenta que os empreendedores parecem ser orientados

para realizações, gostam de assumir a responsabilidade por suas decisões e não

gostam de trabalho repetitivo e rotineiro.

São criativos possuem altos níveis de energia e altos graus de

perseverança e imaginação que, combinados com disposição para correr riscos

moderados e calculados, os capacitam a transformar o que freqüentemente começa

como uma idéia muito simples e mal definida, em algo concreto. Tendo disposição em

buscar oportunidades, independentemente dos recursos disponíveis (STEVESON e

JARILLO, 1990). Ao analisar as diversas definições vistas até então, a de Dornelas (2001)

sintetiza: “o empreendedor é aquele que detecta uma oportunidade e cria um negócio

para capitalizar sobre ela, assumindo riscos calculados”.

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Uma das grandes diferenças entre o empreendedor e as pessoas que

trabalham em organizações é que o empreendedor define o objetivo que vai determinar

seu próprio futuro (FILION, 1999), de forma visionária e avaliada, além de desenvolver

as mesmas atividades de planejar, organizar, dirigir e controlar de um “empresário-

capitalista” (empresário tradicional). Todavia, o empreendedor deixa explícito que

conhece a relevância de delegar as tarefas repetitivas para se empenhar na parte

estratégica de forma a identificar uma necessidade em um determinado nicho de

mercado que não tenha sido satisfeita.

Segundo Dornelas (2001) o empreendedor pode ser diferenciado de um

administrador por cinco dimensões distintas de negócio: orientação estratégica, análise

das oportunidades, comprometimento dos recursos, controle dos recursos e estrutura

gerencial. Sendo assim, o empreendedor busca atingir uma estratégia de vanguarda

conciliando análise e planejamento da organização, e não simplesmente se limita à

rotina e às formas tradicionais das atividades, de um empresário-capitalista.

Por outro lado, para Schumpeter (1961) o capitalista é o investidor, detém

a propriedade dos recursos. E o empreendedor é aquele que combina recursos pela

primeira vez, não sendo necessariamente o proprietário da empresa, dando a forma do

negócio, ou seja, o conceito de empreendedor exclui aqueles que somente têm como

função operar negócio já estabelecido, não é necessário ser ele o autor da inovação,

mas ser o condutor dos meios de produção para novos canais.

Schumpeter (1985) acrescenta que os “empresários” não são apenas os

homens de negócios “independentes” em uma economia de trocas, mas, sim, todos que

preenchem a função pela qual define o conceito, mesmo que sejam, como está se

tornando regra, empregados “dependentes” de uma companhia.Por outro lado, o

conceito é mais restrito do que o tradicional ao deixar de incluir todos os dirigentes de

empresas, gerentes ou industriais que simplesmente pode operar um negócio

estabelecido.

O empresário ao qual se refere Schumpeter é o empreendedor, cuja

definição provém da inovação e da exploração de novos mercados. Assim, os conceitos

de empresário - empreendedor estão embasados em inovar, conhecer o mercado e ser

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capaz de detectar uma oportunidade, oferecer mesmo que já existam, produtos ou

serviços, com maior eficiência, o que lhe aumentará a competitividade.

Já o proprietário do capital, denominado empresário – capitalista

(empresário tradicional), se destaca como sendo além do dono dos recursos o

responsável por operar o empreendimento como um todo, ou seja, centralizando todas

as decisões, o que direciona grande parte do seu tempo em atividades corriqueiras que

podem ser delegadas, para que seu foco seja o comprometimento com o

desenvolvimento da empresa.

Para Filion (1999), esses empreendedores são involuntários (empresário-

capitalista /tradicional), os quais tendem a optar pelo auto-emprego, mas não são

empreendedores no sentido geralmente aceito do termo. Criam uma atividade de

negócio, porém não são movidos pelo aspecto da inovação, e sim pelo extinto de

sobrevivência ou intuição.

Deste modo, se há um comprometimento em busca de fazer algo de um

modo diferente e efetivo, que traga através de riscos calculados um benefício à

sociedade é possível caracterizar esta ação como sendo empreendedora. Da mesma

forma que aqueles que usam suas aptidões para manterem um padrão de vida estável,

suprir a ausência de um emprego ou aplicar um capital em um empreendimento que

julgam estar dando certo no mercado, pode ser denominado empresário-capitalista, ou

seja, empresário tradicional.

4. RELATÓRIO DO GEM (GLOBAL ENTREPRENEURSHIP MONITOR) O GEM (Global Entrepreneurship Monitor), é uma das maiores pesquisas

sobre o empreendedorismo, iniciada em 1999 e liderada pela London Business School

e o Babson College (EUA). Envolve aproximadamente cerca de 60 países, dos mais

variados graus de desenvolvimento econômico e social, cuja proposta é avaliar o

empreendedorismo no mundo a partir de indicadores comparáveis, conforme descreve

o relatório executivo GEM de 2005 e 2008, na qual o Brasil participa desde o ano 2000,

constituindo um valioso acervo de informações sobre o comportamento do

empreendedor brasileiro.

Este estudo define o empreendedorismo como qualquer tentativa de

criação de um novo empreendimento, como, por exemplo, uma atividade autônoma,

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uma nova empresa, ou a expansão de um empreendimento existente, por um indivíduo,

grupos de indivíduos ou por empresas já estabelecidas, ou seja, qualquer tipo de

atividade.

É importante ressaltar que esta atividade empreendedora ocorre tanto no

estágio inicial do negócio, como em empresas ou negócios já estabelecidos, o que

garante o desenvolvimento permanente do negócio através do processo constante de

inovação e busca de oportunidades.

De acordo com o relatório executivo GEM 2008, é importante destacar que

as motivações para iniciar uma atividade empreendedora podem ser divididas em

motivação para empreender ou em motivação por oportunidade quando o

empreendedor identifica uma nova forma de oportunidade no mercado e, motivação por

necessidade quando o empreendedor busca suprir, por falta de opção, uma ocupação

ou renda.

O Brasil ocupou em 2008 a 13º posição no ranking mundial de

empreendedorismo. A Taxa de Empreendedores em Estágio Inicial (TEA) brasileira foi

de 12%, o que significa que de cada 100 brasileiros em idade adulta (18 a 64 anos) 12

realizavam alguma atividade empreendedora até o momento da pesquisa. (GEM,

2008).

Essa taxa está relativamente próxima da média histórica brasileira, que é

de 12,72. Pela primeira vez desde que a pesquisa foi iniciada no Brasil, o país ficou fora

do grupo dos dez países com maiores taxas de empreendedorismo. A mudança se

deve principalmente à alteração no conjunto de países participantes da pesquisa GEM

2008 e não significa necessariamente uma piora relativa do Brasil. (GEM, 2008).

Podemos destacar sob a ótica do GEM 2008, que entre os países

analisados, o Brasil apresentou uma das taxas mais baixas de lançamentos de

produtos considerados novos, ou seja, desconhecidos pelo o consumidor.

Os dados da pesquisa GEM Brasil 2008, ressalta que embora o

empreendedorismo seja um tema de interesse do meio empresarial, político e

acadêmico por ser importante e responsável pelo desenvolvimento e crescimento

econômico de um país, a maioria dos empreendedores nacionais, não participou de

atividades relacionadas à abertura de negócios, principalmente em sua formação

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educacional – ensino fundamental, médio e superior - e não participou de outras

atividades que agregassem conhecimentos sobre empreendedorismo.

Assim, apesar do Brasil demonstrar que possui grande capacidade

empreendedora, evidencia-se ainda a influência do empreendedorismo por

necessidade em relação aos demais países.

5. MICRO EMPRESA – MPEs É relevante destacar que uma empresa segundo Chiavenato (2004) é um

conjunto de pessoas que trabalham juntas no sentido de alcançar objetivos por meio da

gestão de recursos humanos, materiais e financeiros, com o intuito de atingir objetivos

que isoladamente jamais conseguiriam, assim, as empresas existem para produzir algo

e prestar algum serviço à sociedade.

O autor acrescenta que as empresas possuem objetivos diretos e

indiretos, sendo os objetivos diretos a produção ou a venda de mercadorias ou a

prestação de serviços e seus objetivos indiretos é almejar ganhar mais do que gasta

para produzir ou vender suas mercadorias ou prestar serviços.

Desta forma o papel das micro e pequenas empresas se tornam cada vez

mais relevante, uma vez que respondem por uma importante parcela da economia

brasileira. Elas representam 99% do total das empresas do país, 28% do faturamento

do setor privado, 20% do PIB brasileiro e 2% do valor das exportações brasileiras.

(SEBRAE, 2006).

A classificação das micro e pequenas empresas pode ser realizada de

acordo com o

número de

empregados, como segue abaixo:

Porte/ Setor

Indústria

Comércio e Serviços

Microempresas Até 19

Até 9 empregados

Empresas de Pequeno Porte

De 20 a 99 De 10 a 49

Médias

De 100 a 499 De 50 a 99

Grandes

500 ou mais 100 ou mais

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25

Fonte: SEBRAE-SP, 1998.

De acordo com o Sebrae (2006) se levarmos em consideração a geração

de postos de trabalho, as MPEs realizam um papel de “colchão social”, abrigando a

maioria das ocupações formais e informais, sendo que levando em conta apenas os

empregados com registro em carteira, as MPEs respondem por 56% desse grupo de

trabalhadores.

As principais características das MPEs segundo o Sebrae (2007), são que

elas oferecem produtos e serviços de baixo preço unitário, onde predominam as vendas

ao consumidor final, de forma a atender as necessidades básicas da população

(alimentos, bebidas, vestuário, calçados, móveis, moradia - construção e reforma) e

possuem escalas de produção muito baixas como por exemplo capital, insumos,

materiais e mão-de-obra.

É importante ressaltar que em média, a cada ano são registradas na Junta

Comercial do Estado de São Paulo (JUCESP) cerca de 130 mil empresas, contudo,

cerca de 29% não conseguem ultrapassar o primeiro ano de funcionamento e 56%

fecham suas portas antes de completar o 5º ano de atividade. (SEBRAE, 2006).

Para o Sebrae (2006) entre as principais causas da mortalidade de

empresas encontra-se o comportamento empreendedor pouco desenvolvido, como a

falta da realização do plano de negócio, ou seja, um planejamento antes da abertura do

empreendimento, o que se torna uma das razões que leva ao fechamento dos

pequenos negócios, destacando também a gestão deficiente durante os primeiros anos

de atividade, sendo assim, as deficiências mais comuns, em termos de gestão, são: a

má administração do fluxo de caixa, a falta de aperfeiçoamento de produtos/serviços às

necessidades dos clientes e de controle dos custos, o desconhecimento sobre

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estratégias de comercialização e pouca divulgação dos produtos e serviços da

empresa.

Percebe-se deste modo que os empresários empreendedores bem

sucedidos costumam apresentar habilidades e atitudes empreendedoras bem

desenvolvidas. São exemplos: a disponibilidade para enfrentar “riscos moderados”, a

busca intensa por informações para tomar suas decisões, sempre se antecipar aos

fatos e definir objetivos e metas e ter persistência para atingi-los. Entre os empresários

que encerraram suas atividades, essas características são menos desenvolvidas.

(SEBRAE, 2006).

6. DISPARIDADES PARA UMA POSSÍVEL SATURAÇÃO NO ESPAÇO ECONÔMICO LOCAL

Steindl (1983) destaca que os produtores enfrentam a concorrência

elevada do número de ofertantes e por outro lado à demanda não tem aumentado no

mesmo ritmo, o que acaba gerando a redução dos preços dos produtos e

conseqüentemente da margem de lucro. Sendo que as firmas de custo mais elevado ou

com menor flexibilidade financeira, aspectos que em geral são mais encontrados entre

as pequenas firmas, não seriam capazes de suportar tal tensão, sendo forçadas a

abandonar o mercado. Considerando que as atividades desenvolvidas no âmago do espaço local

baseiam-se provavelmente na expectativa do lucro e na acumulação de capital, quando

ocorre o crescimento exagerado de empresas pertencentes a um mesmo ramo de

atividade, possivelmente esta concentração ocasionará uma situação de saturação.

Para Singer (1988), o tamanho de um mercado se dá por três fatores

principais: o tamanho da população, sua renda e a integração da economia como um

todo. Para que haja a integração dessa economia é necessário que se obstrua todas e

quaisquer barreiras que atrapalhem a circulação de mercadorias dentro de um território,

como por exemplo, através da melhoria da rede de transportes e da distribuição

populacional. O tamanho da população e o seu nível de renda dependem em

contrapartida, de outros fatores; pode-se dizer que, à medida que a população e

respectiva renda crescem, o mercado de consumo se expande, pois, verifica-se o

equilíbrio face ao aumento simultâneo entre oferta de bens e serviços e demanda

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efetiva pelos mesmos; diferentemente, quando a população e sua renda diminuem, o

mercado de consumo se retrai.Assim, considerando o mercado local, sucintamente,

pode-se para uma melhor compreensão destacar que o tamanho do mercado é uma

função da quantidade e da renda dos habitantes, ou seja, o mercado está relacionado

com as variações das quantidades de habitantes e renda combinados com a economia

como um todo.

Kupfer (2002), frisa que se uma indústria apresentar lucros elevados, é de

se esperar que novas empresas venham a se estabelecer nessa indústria buscando

compartilhar esses lucros. Por outro lado, se uma indústria apresentar desempenho

deficitário, algumas empresas desejarão encerrar as atividades e transferir-se para

indústrias mais atraentes. Nos setores superavitários, aumento de oferta, conseqüente

à adição de capacidade, reduz preços e contrai lucros enquanto nos setores

deficitários, a redução da oferta, conseqüente à saída de empresas, contrai a oferta e

eleva os lucros.

Evidencia que a concentração industrial em um dado local pode

intensificar o aumento da competição, ou seja, apresentar um aumento relevante no

número de ofertantes maior do que a demanda, o que por sua vez poderá ocasionar

uma queda nos preços, contrair o lucro e provocar a eliminação de alguns destes

produtores do mercado.

Kupfer (2002), diz que a lucratividade de um conjunto de firmas pode ser

superior à média até certo período de tempo, porém, se “esses lucros extraordinários”

mostrarem-se permanentes, essa indústria pode apresentar restrições, ou seja,

barreiras à entrada. Como por exemplo: vantagens absolutas de custo – quando o

custo médio a longo prazo de empresas entrantes é superior ao das empresas

estabelecidas, o que torna as segundas mais vantajosas - , a existência de economias

de escala - que será uma barreira à entrada significativa quanto maior for a redução

esperada para o preço pós-entrada -, a diferenciação de produtos – que tornam os

consumidores leais aos produtos de empresas já existentes, forçando as empresas

entrantes a praticarem preços mais baixos para deslocar a preferência dos

consumidores – e os requerimentos iniciais de capital – que dificultam a entrada de

firmas devido aos investimentos iniciais serem muito elevados -. Assim, percebe-se que

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a decisão de uma empresa entrar ou não em determinado mercado, é baseada em uma

expectativa de obtenção de lucros imediatamente após a entrada e, quanto mais

dinâmica for à economia, menos possibilidade de impedimento à entrada se encontrará.

Deste modo é possível perceber que as novas empresas baseiam-se nos

lucros atingidos entre as empresas estabelecidas e passam a acreditar que prosperarão

no mesmo ramo de atividade.

Kon (1994), salienta que nesse sentido, os efeitos sobre a competição em

um mercado podem ser observados e avaliados não apenas com relação ao número de

firmas envolvidas e nos impactos sobre a formação de preços e os níveis de produção,

mas também sobre a desigualdade nos tamanhos das firmas, sobre a capacidade de

inovação e sobre as barreiras à entrada de novas firmas. Assim, as mudanças nos

níveis de concentração de uma indústria resultam de fatores que induzem mudanças no

poder dos produtores individuais, como por exemplo, alterações nas políticas

estratégicas das firmas líderes, nas economias de escala das firmas, no tamanho e no

crescimento do mercado, ou ainda a ocorrência de fusões ou outros fatores, que afetam

as condições de entrada de novas firmas naquele mercado.

Destaca-se assim, que a competição entre as empresas no mercado é

motivada por diversos desdobramentos como a formação de preços, margem de lucro,

barreiras à entrada de novas firmas, o tamanho do mercado, a renda da população, a

integração da economia como um todo, onde a concentração industrial dentro do

mercado local, concomitantemente reflete no aumento de produtos homogêneos entre

os produtores, gerando uma situação de saturação seguida de eliminação.

De acordo com estes preceitos, a pesquisa identifica no espaço local as

atividades econômicas que nele se desenvolvem, e acredita que por essas concepções

alguns nichos de mercado podem ter atingindo expressivo grau de concentração, o que

aumenta a concorrência, ocasiona a redução de preços e, por conseguinte a diminuição

da margem de lucro, entre outros fatores.

7. PLANO DE NEGÓCIOS Bernardi (2008) acredita que novos empreendimentos são vulneráveis e

estão sujeitos a muitas restrições e, por isso, a prudência e cautela devem ser

redobradas desde o início do processo. Assim, uma preparação não adequada e

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superficial é pré-requisito a um provável insucesso e um bom plano de negócios, na

melhor das hipóteses, aumenta as chances de sucesso.

Dornelas (2005) afirma então que o plano de negócios deve ser elaborado

e utilizado seguindo algumas regras básicas, porém que não são estáticas e que, por

sua vez, permitem ao empreendedor empregar sua criatividade ou o bom senso,

enfatizando um ou outro aspecto que mais interesse aos envolvidos com o plano em

questão. Portanto, o plano de negócios, faz-se essencial para que se possa demonstrar

a viabilidade para se atingir uma situação desejada, mostrando os caminhos

necessários que a empresa deve trilhar para crescer e desenvolver economicamente no

mercado. Desse modo, é necessário que o empreendedor, siga um caminho lógico e

racional, para transformar a sua idéia em realidade, em outras palavras, consiga

capitalizar sobre ela, ou ao menos, pô-la em prática evitando os riscos que envolvem

quaisquer tipos de empreendimento.

O autor acrescenta que para o plano de negócios se tornar uma

ferramenta eficaz de gerenciamento é primordial que as informações nele contidas

possam ser comunicadas internamente à empresa de forma satisfatória.Afinal, ainda

que existam ótimas informações capazes de aperfeiçoar o processo gestor de uma

organização, não adiantam, se estiverem inutilizadas.

Segundo Clemente (2004) o plano de negócios é um instrumento

importante para a comunicação da viabilidade do negócio, sendo fundamental para o

momento da negociação. O plano pode também ser usado para vender parte do

negócio a sócios potenciais, estabelecer alianças com futuros parceiros, conseguir

financiamentos e crédito junto a bancos, captar investimentos com capitalistas de risco

e orientar os empregados e colaboradores a trabalharem alinhados com a missão da

empresa. É válido ressaltar que o plano de negócio é uma ferramenta eficiente somente

quando oriunda de um planejamento adequado.

Para Salles (2001) um plano de negócios será mais bem elaborado se

contar com uma visão estratégica, previamente elaborada, que atinja toda a situação do

empreendimento e do ambiente tecnológico, econômico, financeiro, social e cultural que

envolve. Para tanto, é recomendável que se tomem em consideração, antes de sua

elaboração as forças e fraquezas do empreendimento assim como as ameaças e

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oportunidades do ambiente, principalmente no que estas se traduzem em termos de

mercado potencial e condições financeiras. Assim o plano de negócios, na direção

destes empreendimentos é mais do que uma possibilidade é uma necessidade e um

instrumento imprescindível de seu desenvolvimento.

Chiavenato (2004) reforça que para ser bem sucedido o empreendedor

precisa planejar o seu negócio, através do plano de negócio – business plan – o qual é

um conjunto de dados e informações sobre o futuro empreendimento, que define suas

principais características e condições para proporcionar uma análise da sua viabilidade

e dos seus riscos, bem como para facilitar sua implantação.

Baron e Shane (2007) denotam que um plano de negócio é um documento

vivo que pode mudar – e muda – freqüentemente, conforme o negócio se desenvolve e

quando por sua vez, bem preparado explicará o que o novo empreendimento está

tentando realizar e como alcançará as metas propostas.

O plano de negócio para Hisrich & Peters (2004) é um documento

preparado pelo empreendedor em que são descritos todos os elementos externos e

internos relevantes envolvidos no início de um novo empreendimento.

Os autores esclarecem que o planejamento é um processo que jamais

termina em uma empresa e que à medida que o empreendimento evolui de uma

empresa iniciante para uma empresa madura, o planejamento continuará enquanto a

administração buscar atingir suas metas de curto ou longo prazo.

Dornelas (2001) descreve o plano de negócio como sendo uma

ferramenta que se aplica tanto no lançamento de novos empreendimentos quanto no

planejamento de empresas maduras, sua elaboração envolve um processo de

aprendizagem e autoconhecimento, o que permite o empreendedor situar-se no seu

ambiente de negócios.

Segundo o Sebrae (2007) o plano de negócio é o instrumento ideal para

traçar um retrato fiel do mercado, do produto e das atitudes do empreendedor, o que

propicia segurança para quem quer iniciar uma empresa com maiores condições de

êxito ou mesmo ampliar ou promover inovações em seu negócio. O plano irá orientar na

busca de informações detalhadas sobre o ramo, os produtos e serviços que irá

oferecer, seus clientes, concorrentes, fornecedores e, principalmente, sobre os pontos

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fortes e fracos do seu negócio, contribuindo para a identificação da viabilidade de sua

idéia e na gestão da empresa.

O Sebrae (2007) destaca os principais pontos para a elaboração de um

plano de negócios, dentre os quais se destacam: o sumário executivo, análise de

mercado, plano de Marketing, plano operacional, plano financeiro, construção de

cenários, avaliação estratégica e avaliação do plano de negócio.

Percebe-se desta maneira que o plano de negócios se faz

primordial, para que se possa assumir riscos calculados e atingir o objetivo que se

deseja, de forma a conhecer os pontos fortes, oportunidades, fraquezas e ameaças que

o empreendimento venha a sofrer em um ambiente de mudanças drásticas.

8. CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR

Como já foi visto anteriormente, o empreendedor é essencial para a

formação de riquezas na economia e dentro desse raciocínio Degen (1989) confirma

que a riqueza de uma nação é medida por sua capacidade de produzir, em quantidade

suficiente, os bens e serviços necessários ao bem estar da população, e por esse

motivo, o melhor recurso para solucionar os graves problemas sócio-econômicos pelos

quais o Brasil passa é a liberação da criatividade dos empreendedores, através da livre

iniciativa, para produzir esses bens e serviços.

Sendo assim, os autores Chiavenato (2004), Hisrich e Peters (2004),

Dornelas (2001), Bernardi (2008), Baron e Shane (2007) e Birley e Muzyka (2001),

destacam as características do perfil empreendedor, as quais se apresentam descritas

no quadro 1.

Quadro 1 - Características do Perfil Empreendedor

Autores Características

Básicas Características Desejáveis

Iniciativa pessoal Busca de informações

Busca de

oportunidades

Planejamento e

monitoração (controle)

Necessidade de

realização Perseverança Capacidade de persuasão

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Comprometimento Capacidade de fazer

contatos

Qualidade do trabalho Independência

Eficiência Autonomia

Coragem de assumir

riscos

Autocontrole

Chiavenat

o (2004)

Disposição para

assumir riscos

Autoconfiança

Fixação de metas objetivas

Habilidades

técnicas

Habilidades

administrativas

Habilidades

empreendedoras pessoais

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Hisrich

&

Peters

(2004)

Redação

Expressão oral

Monitoramento do

ambiente

Administração

comercial técnica

Tecnologia

Interpessoal

Capacidade de

ouvir

Capacidade de

organizar

Construção de

rede de

relacionamentos

Estilo

administrativo

Treinamento

Trabalho em

equipe

Planejamento e

estabelecimento de

metas

Capacidade de tomar

decisões

Relações humanas

Marketing

Finanças

Contabilidade

Administração

Controle

Negociação

Lançamento de

empreendimento

Administração do

crescimento

Controle interno e de

disciplina

Capacidade de correr

riscos

Inovação

Orientação para

mudanças

Persistência

Liderança visionária

Habilidade para

administrar mudanças

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Características dos empreendedores de sucesso

São visionários São dedicados São líderes e formadores

de equipe

Sabem tomar

decisões

São bem relacionados

(networking)

São indivíduos

que fazem a

diferença

São otimistas e

apaixonados pelo que

fazem São organizados

Planejam, planejam,

planejam

Sabem explorar

ao máximo as

oportunidades

São independentes e

constroem o próprio

destino

Possuem conhecimento

Assumem riscos

calculados

Dornelas

(2001)

São determinados

e dinâmicos

Ficam ricos

Criam valor para a

sociedade

Perfil característico

Senso de

oportunidade

Otimismo Flexibilidade e resistência a

frustrações

Dominância Dinamismo Criatividade

Agressividade e

energia para

realizar

Independência

Propensão ao risco

Autoconfiança Persistência Liderança carismática

Bernardi

(2008)

Habilidade de equilibrar “sonho” e

realização

Habilidade de relacionamento

Peculiaridades do empreendedor

Lidam com incertezas Reagem bem e de forma flexível aos

contratempos

Têm disposição Têm paixão por suas crenças

Acreditam em si mesmos São bons com outras pessoas

Baron

e

Shane

(2007) São altamente adaptáveis Assumem níveis de riscos razoáveis

Dimensões da capacidade empreendedora

Orientação estratégica Controle dos recursos

Comprometimento com a Estrutura administrativa

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Elaborado pela autora

De acordo com as características mencionadas pelos autores acima

citados, pode se afirmar que o empreendedor de sucesso possui uma visão ampla de

seu negócio, além de estar sempre atualizado e aprender continuamente sobre o ramo

que atua, sem se desconectar da economia como um todo.

9. Método da pesquisa O método de pesquisa pode ser entendido como qualitativo, onde o

pesquisador é um interpretador da realidade (BRADLEY, 1993), quantitativo por utilizar

coleta de dados na forma de números e ou percentagens (MATTAR, 1999) e

exploratória porque objetiva proporcionar uma visão geral do tipo aproximativo acerca

de determinado fato (GIL, 1999).

10. Apresentação e análise dos resultados Obtido os dados e as informações do espaço amostral de no mínimo 20

micro empresas abertas nos últimos 5 anos, nas quais serão aplicadas questionários

para se coletar as evidências do perfil do empreendedor francano, se tornará possível

apresentar os resultados da pesquisa realizada, onde conforme Marconi e Lakatos

(1999) uma tabulação se fará necessária para “a arrumação dos dados em tabelas, de

maneira a permitir a verificação das relações que eles guardam entre si”.

Desta forma, poderá se verificar a contribuição das variáveis de pesquisa

para atingir o perfil do empreendedor francano, sendo efetuada uma análise e

interpretação dos resultados atingidos, e diante da revisão de literatura e dos

questionários que serão analisados, se realizará a conclusão, para demonstrar o

objetivo do estudo.

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