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Universidade Federal de São João del-Rei Coordenadoria do Curso de Química
Emprego do alginato na adsorção de corantes industriais
Vanessa Soares dos Santos
São João del-Rei – 2017
EMPREGO DO ALGINATO NA ADSORÇÃO DE CORANTES INDUSTRIAIS
Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado no 1° semestre do ano de 2017 ao Curso de Química, Grau Acadêmico Bacharelado, da Universidade Federal de São João del-Rei, como requisito parcial para obtenção do título Bacharel em Química. Autora: Vanessa Soares dos Santos Docente Orientador: Patrícia Benedini Martelli Modalidade do Trabalho: Pesquisa
São João del-Rei – 2017
RESUMO
Atualmente, diversos setores industriais têm produzido toneladas de materiais
poluentes que são lançados no meio ambiente. As indústrias têxteis representam uma boa
parte da economia mundial, e tem experimentado um crescimento significativo. O efluente
gerado por estas indústrias vem causando bastante preocupação, já que a cor, a principal
característica destes efluentes, causa muitos danos aos corpos d’água onde são
descartados. Essa coloração impede a penetração da luz no ambiente aquático, afetando a
fotossíntese das plantas e como consequência gera uma diminuição no oxigênio dissolvido,
prejudicando a atividade respiratória dos organismos vivos presentes naquele ambiente.
Vários tratamentos podem ser utilizados nestes efluentes, como por exemplo precipitação
química, osmose, troca iônica e adsorção. A adsorção tem sido uma técnica bastante
estudada, já que possui um baixo custo, boa eficiência e por ser um método simples. Um
dos principais materiais utilizados na adsorção são os biossorventes, eles são encontrados
em abundância na natureza e por isso seu uso é vantajoso. Além dos biossorventes, os
biopolímeros também estão ganhando espaço na adsorção, por serem de baixo custo,
atóxicos, serem encontrados facilmente na natureza, dentre outras vantagens. Deste modo,
este trabalho teve como objetivo analisar a capacidade adsortiva do biopolímero alginato em
diferentes corantes. Primeiramente preparou-se as esferas de alginato puras, com HCl e
também com glutaraldeído, em seguida, otimizou-se os parâmetros pH, concentração e
cinética de adsorção. Após a otimização destes parâmetros, determinou-se a capacidade
adsortiva das esferas nos corantes amarelo reativo, azul de metileno e rodamina 6G. O
melhor resultado obtido foi para o azul de metileno, quando utilizadas as esferas de alginato
na presença de HCl, em que apresentou uma adsorção de 90% do corante.
Palavras chave: Corantes, adsorção, alginato de sódio, indústria têxtil.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................01
1.1. SORÇÃO.........................................................................................................02
1.2. ALGINATO DE SÓDIO....................................................................................03
1.3. CORANTES.....................................................................................................03
2. OBJETIVOS................................................................................................................05
3. METODOLOGIA
3.1. PREPARO DO MATERIAL ADSORVENTE....................................................05
3.2. CURVAS DE CALIBRAÇÃO............................................................................06
3.3. ADSORÇÃO DOS CORANTES......................................................................07
3.3.1. Efeito do pH.........................................................................................07
3.3.2. Cinética de adsorção...........................................................................08
3.3.3. Isotermas de adsorção........................................................................08
3.3.4. Avaliação da adsorção dos biossorventes...........................................08
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. CURVAS DE CALIBRAÇÃO............................................................................09
4.2. EFEITO DO pH................................................................................................09
4.3. CINÉTICA DE ADSORÇÃO............................................................................12
4.4. ISOTERMAS DE ADSORÇÃO........................................................................13
4.5. AVALIAÇÃO DA ADSORÇÃO DOS BIOSSORVENTES................................17
5. CONCLUSÃO..............................................................................................................19
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................19
Monografia de TCC – Química – Bacharelado – UFSJ – 2017
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1. INTRODUÇÃO
O Brasil possui uma extensa área hídrica, com rica biodiversidade. Estas riquezas
estão sujeitas a destruição potencializada resultante da contaminação proveniente de fontes
como efluentes domésticos e principalmente industriais. [1]
O desenvolvimento industrial trouxe benefícios para o ser humano, porém, em
contrapartida, gerou problemas, como por exemplo, a poluição do meio ambiente. Os
subprodutos gerados durante os processos industriais estão sendo lançados diretamente
nos ambientes aquáticos, muitas vezes sem a realização de qualquer tratamento. [1, 2]
Todos os dias são liberados toneladas de poluentes no meio ambiente, como metais
pesados, resíduos de óleo, corantes, dentre outros, resultantes de processos industriais. Os
corantes que são provenientes de atividades como fabricação de papel, galvanoplastia,
fabricação de celulose, industrias têxtil, produção de alimentos e cosméticos são uma das
maiores fontes de poluição dos recursos hídricos. [3]
As indústrias têxteis, que são as indústrias que mais utilizam corantes, tem grande
participação na economia mundial. Este tipo de indústria utiliza um grande volume de água,
principalmente nos processos de tingimento e acabamento, o que faz com que sejam
gerados uma grande quantidade de efluentes contaminados com os corantes, surfactantes e
aditivos utilizados nos processos. Esses compostos possuem uma baixa biodegradabilidade
e estruturas complexas, o que dificulta significativamente o tratamento destes efluentes
contaminados. [4, 5, 6]
Uma das principais características dos efluentes gerados pela indústria têxtil são os
pigmentos. Estes efluentes ao serem jogados na água provocam uma mudança na
coloração das águas dos rios e mares, isso impede a penetração da luz solar no ambiente
aquático, o que acaba causando uma diminuição da fotossíntese das plantas, prejudicando
a atividade respiratória dos organismos vivos, já que a redução da fotossíntese causa uma
diminuição do oxigênio dissolvido. [7, 2]
Muitos tratamentos são utilizados para remoção de poluentes das águas
contaminadas, dentre eles estão a precipitação química, osmose, troca iônica e adsorção. A
adsorção vem sendo um dos melhores métodos de tratamento destes efluentes por possuir
várias vantagens como baixo custo, eficiência e simplicidade. [6, 8, 9]
O carvão ativado é um dos materiais mais utilizados como adsorvente, porém, ele
possui alguns problemas, como o alto custo. Em busca de materiais alternativos, estudos
sobre novos materiais adsorventes de baixo custo tem sido realizados.
Biossorventes são materiais extraídos da própria natureza, de origem orgânica.
Estes sorventes orgânicos naturais são geralmente conhecidos como aqueles provenientes
de materiais presentes na natureza à base de carbono, tais como: palha, sabugo de milho,
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bagaço de cana, serragem, dentre outros. Esses materiais à base de fibras vegetais
apresentam baixo custo de produção devido à sua abundância, em geral, podem ser
reaproveitados ou incinerados em fornos sem produção de gases tóxicos, o que faz com
que eles sejam uma ótima opção no tratamento de efluentes industriais por adsorção. [10]
Outros materiais que podem ser utilizados na adsorção são os biopolímeros. Estes
materiais são polímeros da classe estrutural dos polissacarídeos, poliésteres ou poliamidas.
Geralmente são carboidratos derivados de plantios comerciais de grande escala como milho
e trigo, um óleo vegetal extraído de plantas oleaginosas ou polímeros extraídos de plantas
aquáticas. [11]
Como nos dias atuais a poluição causa cada vez mais preocupação aos seres
humanos, o estudo de materiais utilizados na adsorção é cada vez mais importante,
principalmente aqueles que são provenientes de fontes naturais, de baixo custo, fácil
obtenção e que não sejam tóxicos.
Um material que tem sido muito estudado é o alginato, estudos relatam boa
eficiência na adsorção de metais pesados e também de corantes. Diversas formas distintas
são utilizadas na preparação do alginato, para testar a ocorrência de uma melhora na
adsorção. Estudos realizados com as esferas de alginato com HCl revelam que o ácido
aumenta os poros das esferas causando uma melhora na adsorção. Esferas preparadas
também com Glutaraldeído, demonstraram uma melhora em sua capacidade adsortiva. [11]
1.1. SORÇÃO
Sorção é o termo dado a um determinado experimento que envolve os processos de
absorção e adsorção. Quando ocorre a transferência de uma substância constituinte da fase
líquida, para a superfície de uma fase sólida, este processo é chamado de adsorção.
Quando ocorre a penetração da substância presente na fase líquida na fase sólida é
chamado de absorção. [12]
No processo de absorção o material sólido utilizado para absorver uma substância é
chamado de absorvente e a substância que penetrará no absorvente, ou seja o material
absorvido, é chamado de absorvato. [12]
A adsorção envolve a acumulação de uma substância em uma interfase, o qual
ocorre a separação de uma fase, denominada adsorvato, para a superfície de outra fase, o
adsorvente. [11] Existem dois tipos de adsorção, a quimissorção e a fisissorção. Quando a
interação entre o adsorvente e o adsorvato envolve ligações intermoleculares, como as
forças de Van der Waals e interações eletrostáticas, ocorre a fisissorção ou adsorção física.
Este fenômeno é reversível o que faz com que o adsorvente possa ser reutilizado. Na
quimissorção ou adsorção química ocorre a formação de ligações químicas, muitas vezes
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irreversíveis, entre o adsorvato e o adsorvente, geralmente ligações covalentes, conduzindo
a formação de um composto químico ou complexo de adsorção. [2, 11]
1.2. ALGINATO DE SÓDIO
O alginato é um polissacarídeo extraído de águas marinhas, principalmente das
algas marrons, podendo ser usado para imobilização e tecnologia de encapsulamento.
Oferece vantagens em relação a polímeros sintéticos, uma vez que formam hidrogéis em pH
e temperatura relativamente moderada. O alginato é considerado atóxico, biocompatível,
biodegradável, de baixo custo e disponível em abundância na natureza. Essas vantagens
fazem com que ele seja uma boa alternativa para ser utilizado como biossorvente. [11]
A estrutura química do alginato se trata de um polissacarídeo aniônico linear formado
por monômeros de ácido beta-D-manurônico (M) e ácido alfa-L-glucurônico (G), ligados por
ligações glicosídicas (1-4), Figura 1. Estas ligações podem variar de composição e
sequência dependendo da alga de origem. [13, 14]
Figura 1. Estrutura do alginato. [11]
1.3. CORANTES
As indústrias têxteis geram uma grande quantidade de efluentes, os corantes não
são os únicos reagentes presentes nestes efluentes, porém, apresentam mais complexo
tratamento. Segundo a resolução do CONAMA n°357/05 complementar a resolução n°20/86,
o efluente descartado não pode alterar a classificação do corpo que a recebe. De acordo
com a classificação e o nível que este se encontra, a coloração no efluente não deve passar
de 75 mg Pt-Co/L.
Os corantes são substâncias que absorvem cor na região do espectro visível e são
utilizados para conferir cor a um material. Eles podem ser classificados de acordo com sua
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estrutura química ou pelo modo que se fixam aos tecidos. [15, 16, 17] Os corantes utilizados no
tingimento das fibras têxteis podem ser divididos em duas partes, o grupo cromóforo e a
estrutura responsável pela fixação à fibra. [7, 18, 19] Os principais grupos de corantes
classificados pela sua fixação ao tecido são os corantes: reativos, azóicos, ácidos, à cuba e
dispersivos. [7, 18, 19]
Os corantes reativos são corantes que possuem um grupo reativo denominado
eletrofílico que formam ligações covalentes com grupos hidroxilas das fibras celulósicas,
com grupo amina, hidroxila e tióis das fibras proteicas e com grupos amino das poliamidas.
Existem vários tipos de corantes reativos, porém os principais possuem a função azo e
antraquinona como grupos cromóforos e os grupos clorotriazinila e sulfatoetilsulfonila como
grupos reativos. Estes corantes são os mais utilizados em nível mundial.
Os corantes Azóicos são compostos coloridos, insolúveis em água, que são
sintetizados sobre a fibra durante o processo de tingimento. Eles são constituídos de dois
compostos reativos. Este tipo de corante apresenta boa solidez à luz e resistência a
alvejantes. Ele pode produzir cores em tons de amarelo, laranja, vermelho, marrom, preto e
azul. Entretanto, ele não é mais utilizado em grande escala devido ao seu custo e a possível
presença de naftilaminas carcinogênicas no efluente contaminado com este corante.
Os corantes ácidos são corantes aniônicos que possuem grupos sulfônicos ou
carboxílicos na sua estrutura. São solúveis em água. Este corante é utilizado para tingir
fibras protéicas, ele se liga a fibra através de uma troca iônica envolvendo o par de elétrons
livres dos grupos amino e carboxilato da fibra, na forma não protonada. As cores são em
geral brilhantes e o material tingido apresenta uma ótima resistência.
Corantes à cuba possuem tons opacos, são utilizados para tingir algodão e fibras
celulósicas. Apresentam uma boa solidez à lavagem, luz e transpiração. Podem apresentar
uma forma reduzida, que é solúvel em água e também uma forma oxidada, que é insolúvel
em água.
Já os corantes dispersivos são compostos aniônicos que não são solúveis em água,
sendo utilizados em fibras hidrofóbicas por suspensão. São aplicados como uma dispersão
de partículas muito finas, o processo de tintura ocorre na presença de agentes dispersantes
de cadeia longa, que estabilizam a suspensão do corante. Estes corantes também são
utilizados para obtenção de cores claras em poliamidas e acrílicos.
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2. OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo avaliar a capacidade de adsorção do alginato de
sódio nos corantes Azul de Metileno, Amarelo Reativo e Rodamina 6G. As esferas de
alginato foram preparadas de três formas diferentes visando determinar qual possui uma
melhor capacidade adsortiva, sendo eles as esferas de alginato puras, com HCl e com
glutaraldeído. Assim como, verificar os parâmetros de adsorção, pH, cinética e
concentração, para otimização estes parâmetros.
3. METODOLOGIA
3.1. PREPARO DO MATERIAL ADSORVENTE
As esferas de alginato foram preparadas de três formas distintas: esferas de alginato
puras, esferas de alginato com HCl e esferas de alginato com glutaraldeído. Para formação
das esferas de alginato puras, foi necessária a preparação de uma solução de cloreto de
cálcio de concentração igual a 20 mg L-1, preparou-se também uma solução de alginato,
adicionando 0,5 g de alginato de sódio em 25 mL de água destilada. Depois, em um béquer
contendo a solução de cloreto de cálcio sob agitação, adicionou-se gota a gota com o auxílio
de uma pipeta a solução de alginato, formando assim, as esferas. Para a formação das
esferas de alginato com HCl, estas foram preparadas como anteriormente e em seguida,
colocadas em uma solução de HCl 0,1 mol L-1 por cerca de 15 minutos. Após, elas foram
lavadas com água destilada. Outro tipo de esfera preparado foi com o glutaraldeído, o
alginato foi preparado do mesmo modo descrito e além de ser colocado em solução de HCl,
ele também foi colocado em uma solução de glutaraldeído 25% por 30 minutos. Ao atingir o
tempo, as esferas de alginato foram lavadas com água destilada. Todos as esferas
preparadas foram colocadas em estufa por 12h a uma temperatura de 50 °C para a
secagem. [11] A Figura 2 mostra as esferas prontas.
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Figura 2. Esferas de alginato de sódio. a) puras b) com HCl c) com glutaraldeído.
3.2. CURVAS DE CALIBRAÇÃO
Para auxiliar no estudo de adsorção dos corantes, foram obtidas curvas de
calibração para cada um deles, a partir do equipamento de espectrofotômetro. A partir da
solução estoque de azul de metileno, preparou-se uma solução de trabalho com
concentração igual a 100 mg L-1. Utilizando essa solução, realizou-se as diluições
necessárias para o preparo de soluções com concentração 2, 4, 6, 8 e 10 mg L-1. Após a
preparação das soluções, mediu-se a absorbância de cada uma utilizando um aparelho
espectrofotômetro 600 Plus (FEMTO), equipado com lâmpada de tungstênio-halogênio e
cubeta de quartzo com 1,0 cm de caminho óptico a um comprimento de onda de 660 nm.
Para o corante amarelo reativo preparou-se soluções com concentrações iguais a 10, 20,
30, 40 e 50 mg L-1 e o comprimento de onda utilizado foi de 416 nm. Já para o corante
rodamina 6G, preparou-se soluções com concentrações de 1, 2, 3, 4 e 5 mg L-1, sendo o
comprimento de onda utilizado igual a 525 nm. A Figura 3 apresenta a estrutura dos três
corantes que foram analisados.
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Figura 3. Estrutura dos corantes a) amarelo Reativo [19] b) rodamina 6G [20] c) azul de
metileno. [11]
3.3. ADSORÇÃO DOS CORANTES
O conhecimento dos princípios da adsorção é importante para entender este
processo. As condições experimentais, como pH e concentração da amostra, são essenciais
para a interpretação dos dados experimentais. Diante deste contexto, realizou-se o estudo
da adsorção dos corantes pelas esferas de alginato preparadas, sendo que alguns
parâmetros foram otimizados, sendo apresentados a seguir.
3.3.1. Efeito do pH
O efeito do pH na adsorção dos corantes foi estudado entre pH 2 e 10, mantendo a
mesma concentração de cada corante. Foram utilizados para o ajuste do pH, soluções de
NaOH e HNO3. Foram adicionados 0,5 g das esferas de alginato preparadas a alíquotas de
20 mL destas soluções. O sistema montado foi deixado sob agitação, com o auxílio de uma
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mesa agitadora, por 24h. Após este tempo mediu-se a absorbância das soluções utilizando
o espectrofotômetro.
3.3.2. Cinética de adsorção
A variação do tempo foi estudada para verificar o processo de adsorção em função
do tempo de contato com o material. Pesou-se 0,5 g de todos os tipos de esferas de alginato
preparas. Em seguida adicionou-se o alginato em 20 mL de uma solução do corante azul de
metileno 6 mg L-1 no Erlenmeyer. Retirou-se alíquotas das soluções após 1, 2, 4, 8, 24, 48 e
96h de contato. Mediu-se a absorbância das soluções utilizando o espectrofotômetro usado
anteriormente. O mesmo procedimento foi realizado para os corantes amarelo reativo e
rodamina 6G, porém, nas concentrações 40 e 3 mg L-1, respectivamente. Os dados
experimentais obtidos foram ajustados aos modelos cinéticos de adsorção pseudo primeira
ordem e pseudo segunda ordem.
3.3.3. Isotermas de adsorção
Para realização dos testes de concentração, utilizou-se 20 mL do corante e 0,5 g dos
materiais adsorventes, sob agitação. Para o corante azul de metileno, a concentração foi
variada de 10 a 120 mg L-1, já o corante amarelo reativo a variação testada foi entre 50 e
600 mg L-1 e para o rodamina 6G, variou-se entre 5 e 60 mg L-1. Calculou-se a quantidade
de corante adsorvida e as isotermas foram ajustadas utilizando os modelos de Freundlich e
single-site Langmuir Freundlich.
3.3.4. Avaliação da adsorção dos biossorventes
Após otimização dos parâmetros pH, cinética e concentração, testou-se a adsorção
dos três materiais preparados nos três corantes azul de metileno, amarelo reativo e
rodamina 6G. Adicionou-se 20 mL da solução de corante em sua concentração e pH
otimizado e 0,5 g das esferas de alginato. O sistema foi deixado em agitação no tempo
otimizado e em seguida mediu-se a absorbância de cada solução. Todos os testes foram
realizados em duplicata.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. CURVAS DE CALIBRAÇÃO
Para o monitoramento das soluções dos corantes nas esferas de alginato, foi
necessário obter as curvas analíticas para cada corante empregado. Para cada corante
utilizado, obteve-se uma curva de calibração demonstrada nas Figuras 4, 5 e 6 a seguir.
Figura 4. Curva de calibração do corante azul de metileno.
Figura 5. Curva de calibração do amarelo reativo.
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Figura 6. Curva de calibração do corante rodamina 6G.
As curvas analíticas obtidas apresentaram uma boa correlação para as
concentrações dos corantes empregadas.
4.2. EFEITO DO pH
Para verificar em qual pH os materiais adsorviam melhor, foi realizado um estudo
deste parâmetro. As figuras 7, 8 e 9 apresentam os resultados obtidos.
Figura 7. Efeito do pH na adsorção dos corantes utilizando as esferas de alginato puras.
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Figura 8. Efeito do pH na adsorção dos corantes utilizando as esferas de alginato com HCl.
Figura 9. Efeito do pH na adsorção dos corantes utilizando as esferas de alginato com
Glutaraldeído.
A adsorção dos corantes demonstrou-se dependente do pH. Quando aumentada a
basicidade ou a ácidez do corante a adsorção apresentou uma redução significativa,
demonstrando que os materiais preparados apresentam bom desempenho quando
utilizados em efluentes neutros ou próximos da neutralidade. Isto pode estar associado a
processos de protonação e destroponação das partículas envolvidas no processo.
Analisando os resultados obtidos para adsorção utilizando as esferas de alginato puras,
percebeu-se que a maior adsorção obtida foi em pH igual a 6 para todos os corantes. Os
testes feitos com as esferas de alginato com HCl e glutaraldéido deram o mesmo resultado.
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4.3. CINÉTICA DE ADSORÇÃO
Os diferentes testes de cinética de adsorção permitem perceber o comportamento do
adsorvente e também perceber o mecanismo que controla o processo de adsorção. Ao
realizar os testes nos três corantes analisados, observou-se que apenas as esferas de
alginato puras atingiram o equilíbrio em 24h, os outros dois materiais mostraram ter um
processo de sorção mais lento, atingindo o equilíbrio em 48h. O gráfico a seguir (Figura 10)
representa os dados experimentais obtidos para os testes realizados. Os experimentos
feitos com os corantes amarelo reativo e rodamina 6G seguiram o mesmo padrão,
apresentando resultados semelhantes.
Figura 10. Cinética de adsorção do corante azul de metileno com a) alginato puro b)
alginato com HCl c) alginato com glutaraldeído.
Ao ajustar os resultados obtidos experimentalmente nos modelos cinéticos pseudo-
primeira ordem e pseudo-segunda ordem obteve-se os seguintes resultados. De acordo com
a Figura 11, o modelo de pseudo-segunda ordem foi o que melhor se ajustou aos dados
experimentais, sendo que este apresentou um valor de R2 = 1 e um valor de qe experimental
bastante próximo de qe calculado, 0,107 e 0,106 mg g-1 respectivamente. Para o modelo de
pseudo-primeira ordem o valor de qe calculado foi de 0,027 mg g-1 e R2 = 0,861, percebeu-se
que qe calculado é bastante discrepante de qe experimental, provando que a utilização deste
modelo não é satisfatória para este material. Os resultados indicam a formação de ligações
químicas, ou seja, a adsorção ocorre por meio de quimissorção. Para os outros dois tipos de
alginato os resultados obtidos foram os mesmos, todos se ajustaram melhor no modelo
cinético de pseudo-segunda ordem.
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Figura 11. Modelos cinéticos de adsorção do corante azul de metileno para a) alginato puro
b) alginato com HCl c) alginato com glutaraldeído.
4.4. ISOTERMAS DE ADSORÇÃO
O estudo das isotermas de adsorção é realizado para informar a quantidade máxima
do analito que o material pode adsorver. As curvas nos mostram a variação da concentração
do analito a ser adsorvido no equilíbrio através da capacidade de adsorção do material
adsorvente. [21, 22] A Figura 12 representa as diferentes formas destas curvas.
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Figura 12. Tipos de isotermas de adsorção. [21]
As isotermas favoráveis e extremamente favoráveis são características de materiais
que adsorvem uma grande quantidade de adsorvato até em baixas concentrações. As
isotermas lineares indicam que a quantidade adsorvida é proporcional a concentração do
analito, não tendo uma capacidade máxima de adsorção e as isotermas desfavoráveis
indicam uma baixa capacidade de adsorção. [21, 22]
Diante deste contexto, após realizar os experimentos de concentração, ajustou-se os
resultados as isotermas de Freundlich (equação 1) e single-site Langmuir Freundlich
(equação 2).
As isotermas estão apresentadas nas Figuras 13 a 15. Os parâmetros obtidos a
partir dos modelos isotérmicos estão apresentados na Tabela 1.
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Figura 13. Isotermas de adsorção do amarelo reativo a) esferas puras b) esferas com HCl c)
esferas com glutaraldeído.
O tipo de curva encontrado para as esferas puras sugere uma adsorção
desfavorável, já para as esferas com HCl e glutaraldeído sugere uma adsorção de forma
linear, sendo esta proporcional a concentração do corante. Para o modelo de Freundlich
(vermelho) encontrou-se valores de n menores que 1, o que sugere ser uma adsorção
desfavorável. Para o modelo de single-site (azul) os resultados obtidos também demonstram
o mesmo, a partir do baixo valor de n e Q.
Figura 14. Isotermas de adsorção do azul de metileno a) esferas puras b) esferas com HCl
c) esferas com glutaraldeído.
Para o corante azul de metileno as isotermas ajustadas estão demonstradas na
Figura 14. As características das curvas encontradas nestes ajustes demonstram isotermas
desfavoráveis. Para o modelo de Freundlich e Single-site, da mesma forma como
anteriormente, encontrou-se valores baixos para as constantes. Os resultados encontrados
não condizem com o observado experimentalmente, já que o azul de metileno foi o corante
mais adsorvido pelas esferas de alginato, mostrando que o material possuiu uma boa
afinidade com este corante.
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O último corante analisado foi o rodamina 6G. As curvas encontradas também
demonstraram ser características de uma adsorção desfavorável, encontrando nos dois
modelos isotérmicos constantes que sugerem uma adsorção desfavorável. A Figura 15
apresenta o gráfico obtido.
Figura 15. Isotermas de adsorção do rodamina 6G a) esferas puras b) esferas com HCl c)
esferas com glutaraldeído.
Tabela 1. Parâmetros obtidos nos ajustes dos modelos isotérmicos.
Material Corante Freundlich Single-Site Langmuir Freundlich
K (L g-1) n R2 K (L g-1) Q (mg g-1) n R2
Esferas puras
Amarelo Reativo 1,516 0,551 0,889 0,008 0,876 0,232 0,888
Azul de metileno 5,090 0,346 0,750 0,020 0,634 0,971 0,676
Rodamina 6G 1,433 0,381 0,939 0,015 0,662 0,689 0,959
Esferas com HCl
Amarelo Reativo 0,013 1,150 0,839 0,005 1,536 0,142 0,818
Azul de metileno 0,029 0,523 0,925 0,129 1,090 0,317 0,874
Rodamina 6G 0,008 0,618 0,976 0,036 0,823 0,595 0,973
Esferas com Glutaraldeído
Amarelo Reativo 0,002 0,746 0,955 0,006 1,601 0,114 0,935
Azul de metileno 0,004 0,483 0,936 0,039 1,196 0,705 0,938
Rodamina 6G 0,002 0,636 0,901 0,012 0,803 0,964 0,898
Apesar dos valores experimentais não terem se ajustado aos modelos de Freundlich
e Single-site Langmuir Freundlich como favoráveis, os resultados experimentais evidenciam
que as esferas de alginato apresentam boa adsorção para corantes têxteis. A incorporação
de agentes como HCl e glutaraldeído torna o perfil dos ajustes próximos a linearidade,
tornando o processo mais favorável.
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4.5. AVALIAÇÃO DA ADSORÇÃO DOS
BIOSSORVENTES
Após a realização da avaliação de todos os parâmetros, realizou-se a adsorção dos
corantes utilizando as diferentes esferas de alginato. Todos os parâmetros otimizados estão
apresentados na Tabela 2.
Tabela 2. Parâmetros de adsorção otimizados
Corante pH Conc. (mg/L) Tempo (h)
Alg. Puro Alg. HCl Alg. Glut.
Amarelo reativo 6,0 500,0 24 48 48
Azul de metileno 6,0 90,0 24 48 48
Rodamina 6G 6,0 50,0 24 48 48
Utilizando os parâmetros descritos na tabela 2, realizou-se o teste de adsorção dos
corantes em diferentes materiais. Para o corante amarelo reativo, o melhor resultado
encontrado foi para as esferas de alginato com glutaraldeído, onde ocorreu uma adsorção
de 51, 25% (10,27 mg/g) do corante, no entanto, não houve diferença significativa na
adsorção em comparação com os outros materiais. Os resultados obtidos com todos os
materiais estão apresentados na Figura 16.
Figura 16. Porcentagem adsorvida do corante amarelo reativo.
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Para o corante azul de metileno, os resultados foram bem melhores comparados aos
obtidos pelo amarelo reativo, sendo que as esferas de alginato contendo HCl chegaram a
adsorver 90,0% (3,26 mg/g) do azul de metileno. A Figura 17 apresenta os dados obtidos.
Figura 17. Porcentagem adsorvida do corante azul de metileno.
O último corante a ser analisado foi o rodamina 6G, de acordo com os resultados
obtidos, o material que mais teve afinidade com este corante foram as esferas de alginato
contendo glutaraldeído. Os testes de sorção feitos com estas esferas, adsorveram até
65,4% (1,31 mg/g) do rodamina 6G. A Figura 18 apresenta os resultados obtidos com as
outras esferas de alginato.
Figura 18. Porcentagem adsorvida do corante Rodamina 6G.
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Comparando os resultados obtidos com outros encontrados na literatura, estes
seguiram o padrão de uma elevada capacidade adsortiva e também alta afinidade com o
corante azul de metileno. Estudos realizados com esferas de alginato preparadas de uma
forma semelhante ao material estudado neste trabalho, chegaram a adsorver 98% do
corante azul de metileno, demonstrando que os testes realizados seguiram o mesmo
padrão. [11]
5. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos demostraram a utilidade e viabilidade do emprego das esferas
de alginato para a remoção de corantes em solução aquosa. As esferas de alginato com HCl
apresentaram uma maior afinidade com o corante azul de metileno, possivelmente pelo
aumento dos poros das esferas causado pelo HCl, atingindo uma adsorção de 90%. Além
disso, este corante possui uma menor molécula quando comparado com os corantes
amarelo reativo e rodamina 6G, facilitando sua adesão na superfície do adsorvente.
Os estudos das isotermas de adsorção não produziram resultados satisfatórios.
Acredita-se que as concentrações estudadas foram muito baixas, não contribuindo para um
bom ajuste.
Considerando que o material preparado possui vantagens de caráter econômico e
ainda é de fácil obtenção e atóxico, ele apresenta um potencial no emprego do tratamento
de efluentes contaminados por indústrias têxteis.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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