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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país AUDIÊNCIA SOBRE CORRIDA DE RUA 23 DE MAIO, ÀS 14h, NO SIDICATO Edição Diária 7213 | Salvador, quinta-feira, 18.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos EMPREGO Temer conta com o apoio irrestrito do Itaú Resistência é o caminho para conter projeto neoliberal Página 2 Página 4 A ganância do sistema financeiro, ávido pelo aumento do lucro, faz o quadro de pessoal despencar. No primeiro trimestre deste ano, os bancos cortaram 8.536 empregos, elevação de 87,5% ante o mesmo período de 2016. A lógica é reduzir custos para ampliar os ganhos. Página 3 O quadro de pessoal despenca JOÃO UBALDO - ARQUIVO JOÃO UBALDO Com corte de 8.536 bancários, filas crescem nas agências. As contratações estão congeladas

EMPREGO - bancariosbahia.org.br · trimestre deste ano, os bancos cortaram 8.536 empregos, elevação de 87,5% ante o mesmo período de 2016. A lógica é reduzir ... a comunidade

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

AUDIÊNCIA SOBRE CORRIDA DE RUA23 DE MAIO, ÀS 14h, NO SIDICATO

Edição Diária 7213 | Salvador, quinta-feira, 18.05.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

EMPREGO

Temer conta com o apoio irrestrito do Itaú

Resistência é o caminho para conter projeto neoliberal

Página 2 Página 4

A ganância do sistema financeiro, ávido pelo aumento do lucro, faz o quadro de pessoal despencar. No primeiro trimestre deste ano, os bancos cortaram 8.536 empregos, elevação de 87,5% ante o mesmo período de 2016. A lógica é reduzir custos para ampliar os ganhos. Página 3

O quadro de pessoal despenca

joão ubaldo - arquivo

joão ubaldo

Com corte de 8.536 bancários, filas crescem nas agências. As contratações estão congeladas

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 18.05.20172 REFORMA TRABALHISTA

Medida vai facilitar o caminho do banco para aumentar lucrobárbArA AguiAr [email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Itaú à frente do projeto neoliberal

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e George Diniz. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

OS BRASILEIROS devem estar por dentro das reformas propostas pelo governo Te-mer e em tramitação no Congresso Na-cional, afinal mudam a rotina dos traba-lhadores. Ciente de que os direitos devem ser defendidos por todos, o Sindicato dos Bancários da Bahia amplia as ações de es-clarecimento.

O trabalho vai além das agências e che-ga nas escolas e universidades. Na terça-

Já ESTá claro que as mudan-ças na legislação propostas pelo governo de Michel Temer in-teressam às grandes empresas, banqueiros e rentistas, não aos trabalhadores. O dono do Itaú, Roberto Setubal, - membro da 12ª família mais rica do Brasil, de acordo com a revista Forbes Brasil, com patrimônio de R$ 3,3 bilhões - declara aberta-mente que é a favor da reforma trabalhista.

Segundo o banqueiro, as re-gras atuais são muito detalhis-

tas, burocráticas e intervencio-nistas ao extremo. A declaração, no entanto, não surpreende. Basta observar o tratamento do banco aos funcionários.

Na prática, a reforma legali-za muitas irregularidades pra-ticadas no Itaú e abre cami-nho para a expansão cada vez maior do lucro à custa da saú-de e condições de trabalho dos empregados.

A organização financeira tem uma gestão baseada no as-sédio moral, na cobrança por metas, o que leva os bancários ao adoecimento. E, quando do-ente, o trabalhador corre o ris-co de ser demitido. A atitude não é nada incomum.

Tem ainda a reforma da Pre-vidência, que abre um merca-do gigantesco à empresa, e às

demais, para alavancar as ven-das dos planos de previdência privada. Sem contar que recen-temente o governo Temer per-

doou dívidas bilionárias dos bancos, inclusive do Itaú, que se livrou de pagar R$ 25 bilhões em impostos.

BNDES sofre nas mãos de Temer O COMANDO Nacional dos Bancários está atento às estratégias do governo Temer para reduzir a importância dos bancos públicos. Por isso, os representantes dos trabalhado-res enviaram parecer jurídico à Procurado-ria Geral da República contra o desmonte ilegal do BNDES.

O banco, que dá facilidades para a rea-lização de investimentos que incentivem o desenvolvimento do país, está sendo suca-teado. No fim de 2016, foram retirados R$ 100 bilhões da instituição, com a desculpa de retornar as verbas ao Tesouro Nacional, para recuperar as contas públicas.

Mas esta devolução bilionária, de uma só vez, é irregular. O acordo de financiamen-to prevê pagamentos no prazo de 40 anos. Agora, os bancários entram na Justiça para rever a atitude neoliberal.

Tiro no desenvolvimentoO pior é que Temer não para por aí. Este

ano, o governo propõe que a taxa do BN-DES, melhor para os financiamentos a lon-go prazo, fique igual às taxas de mercado. Quer transformar o público em privado.

SBBA em palestras sobre as reformas-feira, o presidente da entidade, Augusto Vasconcelos, participou de um debate com a comunidade de Santa Cruz. Na palestra, realizada no colégio municipal Teodoro Sampaio, temas atuais e importantes: as re-formas trabalhista e da Previdência.

Ontem, a discussão foi com alunos e pro-fessores da Universidade Unime, em Lauro de Freitas. E hoje, às 19h, tem palestra na Estácio de Sá, Calçada.

Sindicato faz trabalho de

base para conscientizar

toda a população contra as

reformas do governo Temer

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 18.05.2017 3EMPREGO

A lucratividade alta não impede redução de vagasRAFAEL BARRETO [email protected]

manoel porto - arquivo

Bancos cortam 8,5 mil postos de trabalho

O LUCRO dos bancos segue em curva ascendente. Em três me-ses, o balanço passou dos R$ 15

bilhões. O mesmo não pode se dizer do número de bancários para prestar atendimento à po-pulação. Entre janeiro e abril foram cortados 8.536 postos de trabalho, alta de 87,5% ante o mesmo período de 2016.

Motivo para demitir não há. Mesmo assim, as empresas eli-minam vagas e precarizam o atendimento. Quem precisa uti-

lizar os serviços bancários per-cebe a mudança nitidamente, sobretudo nos bancos públicos.

A Caixa, por exemplo, des-ligou 4.440 empregados e con-tratou apenas 120, saldo negati-vo de 4.320 postos de trabalho. A redução drástica se deve ao PDVE (Plano de Demissão Vo-luntária Extraordinário), lan-çado às vésperas de a empresa iniciar o atendimento às pes-soas com contas inativas no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).

Ainda de acordo com os da-dos, a maior parte das demis-sões ocorreu com bancários acima dos 25 anos de idade e se concentra na faixa entre 50 e 64 anos. Para essa parcela, a re-dução foi de 6.132 vagas. As in-formações são do Dieese (De-partamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeco-nômicos), com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

Juiz dá prazo para Caixa sobre faltaO JUIz da 33ª Vara do Trabalho de Salvador, Murilo Carvalho Sampaio Oliveira, proferiu des-pacho no sentido de conceder prazo de cinco dias para mani-festação da Caixa a respeito do pedido de liminar, requerido pelo Sindicato, que visa impe-dir o desconto no salário dos empregados, por conta da greve geral, no dia 28 de abril.

A paralisação é legítima e está prevista na Constituição. “Es-peramos que a justiça seja feita e o direito de greve, preservado. O governo Temer quer nos inti-midar para inibir novas greves e paralisações. Não vamos aceitar a pressão. Continuaremos a luta contra as reformas trabalhista e da Previdência”.

O Banco do Brasil e o BNB também anunciaram a fo-lha salarial do mês de maio prevendo desconto do dia da greve. O Sindicato ingressou com ações judiciais. Após co-brança, o BB informou que até amanhã dá uma resposta so-bre o assunto.

Hoje tem assembleia do bradesco HOJE, o Sindicato dos Ban-cários da Bahia realiza as-sembleia, às 18h, na entida-de, com os funcionários do Bradesco. Na pauta, a apro-vação do Acordo Coletivo de Trabalho sobre Sistema Alternativo de Controle de Jornada de Trabalho, Acor-do Coletivo de Trabalho re-ferente às áreas de Análise de Crédito, de Atendimen-to e de Suporte do Banco Bradesco Financiamentos e Acordo Coletivo de Traba-lho do “Programa de Capa-citação Designado CIPA.

Encontro das Bancárias se aproximaNESTE fim de semana, aconte-ce o 2º Encontro das Bancárias, no Hotel Fazenda Amoras, em Conceição do Almeida. O evento promove importantes

momentos de debates de gêne-ro e partilha de experiências, essenciais para fortalecimento da mulher em meio ao cenário de retrocessos e conservadoris-

mo promovido pelo governo Michel Temer.

A programação está em-polgante. Tem palestra com o presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vascon-celos, sobre conjuntura políti-ca; apresentação da campanha “Respeita as Mina”, da Secreta-ria de Promoção para as Mu-lheres do governo da Bahia e conversa sobre sexualidade, trabalho e prazer, com a blo-gueira Tia Má.

O Sindicato dos Bancários garante o transporte para as bancárias e os filhos pequenos. No local, haverá uma creche para acolher as crianças. O En-contro é organizado pela Dire-toria de Gênero da Federação da Bahia e Sergipe. Encontro reúne bancárias da Bahia e Sergipe. É neste fim de semana

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 18.05.20174

SAQUE

RESISTÊNCIA POPULAR

Somente a força das ruas pode frear o projeto do governoFABIANA PACHECO [email protected]

Mais pressão para barrar o neoliberalismo

VOTO Muito oportunamente, o jornalista Carlos Linden-berg chama atenção para discurso do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, no qual ele lembra que o instru-mento principal, maior, de sustentação da democracia é o voto e não o concurso público. Um recado direto para procuradores federais, como Deltan Dallagnol, e o próprio juiz Sérgio Moro, que não se contentam em julgar. Se acham donos do Brasil e querem também desempenhar funções que a Constituição re-serva como exclusivas dos poderes Legislativo e Executivo.

CERCO Com a aproximação da decisão, pelo juiz Sérgio Moro, do processo envolvendo Lula, a mídia conservadora, co-mercial, aperta o cerco, com a massificação de notícias mani-puladas que dão o ex-presidente já como culpado e condenado. Ontem, até Ricardo Boechat, tido como representante de uma direita leve, moderada, estava soltando os cachorros. Perdeu a linha. Bateu até na Comissão de Direitos Humanos da ONU.

PREPARAÇÃO Está claro. O recrudescimento dos ataques implacáveis da mídia comercial contra Lula tem o objetivo de criar um clima na sociedade capaz de facilitar uma possível arbitrariedade na decisão do julgamento na Lava Jato. Mesmo sem nenhuma prova material, a imprensa apresenta o ex-pre-sidente como culpado. Descaradamente. Pura manipulação da opinião pública.

NOJEIRA A massificação e espetacularização das imagens das delações premiadas do publicitário João Santana e da mu-lher, Mônica Moura, apresentadas como verdades incontestá-veis, desnudam a face de um Brasil que se desvirtua cada vez mais dos princípios da ética e da transparência. Obviamente, também se distancia do Estado de direito. Acusações de réus desesperados em salvar a própria pele, tornam-se provas ma-teriais. Vale tudo para derrubar o alvo, no caso o ex-presidente Lula, líder isolado nas pesquisas.

CAGUETAGEM É triste conceber uma nação que, sob o ar-gumento de “combater a corrupção” e “defender os interesses do povo”, adota a delação como princípio. A exceção não pode se tornar regra. A figura do “dedo duro”, do “entregão”, do al-caguete, ou caguete, como autoriza a gramática, é própria dos regimes autoritários, onde os fiscais de quarteirão desempe-nham papel fundamental na manutenção do sistema despóti-co. É o Brasil pós golpe.

OS BRASILEIROS devem au-mentar a pressão para evitar a perda de direitos que a agenda neoliberal do governo Temer impõe ao país. O poder dos se-tores interessados nas reformas da Previdência e trabalhista é grande e apenas uma forte re-sistência pode impedir o avanço das forças conservadoras.

A sociedade brasileira tem dado o recado ao Congres-so Nacional de que não apoia o governo Temer com grandes manifestações pelo país. Mas, outras mobilizações devem

acontecer, afinal os adversários são muito poderosos. Por trás, o sistema financeiro, interno e ex-terno, a grande mídia e setores do empresariado.

A intenção é clara. Reduzir os custos retirando direitos dos trabalhadores para ampliar os lucros. Para isso, as reformas são essenciais. No caso da Previdên-cia, há outros complicadores.

Os grandes bancos interna-cionais querem reduzir o papel do Estado na área social para ter mais recurso para pagar ser-viço de dívida. Para impedir é preciso a reação de todos.

Um bom momento é o Ocu-pa Brasília, na próxima semana. Milhares de trabalhadores pro-metem tomar a capital federal, no dia 24, em mais uma mobi-lização. Em Salvador, terá ato, às 15h, saindo do Campo Grande.

Parlamentares legislam em causa própria. InversãoA RADIOGRAFIA do Congres-so Nacional não deixa dúvidas: não há representantes do povo. Levantamento do Diap (Depar-tamento Intersindical de Asses-soria Parlamentar) aponta que dos 594 parlamentares, 42% são empresários. Os assalariados são apenas 22%.

Enquanto as mulheres cor-

respondem a 51% da população brasileira, no Congresso elas são 12%. O mesmo ocorre com os negros, que são apenas 10% do total de deputados, mas na sociedade são 54%.

A disparidade explica porque os parlamentares votam contra o povo e legislam em causa própria. Segundo a pesquisa, um deputa-

do gasta, em média, R$ 2,5 mi-lhões na campanha e um senador chega a R$ 5 milhões. Dinheiro financiado por empresas, que de-pois cobram a fatura e impõem retrocessos ao trabalhador.

Dois exemplos são Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG) e Alfre-do Kaefer (PSL-PR), com enorme fortuna e dívida com a União.

População brasileira não aguenta mais tanta sujeira no Congresso Nacional

Deputados contra os trabalhadores

joão ubaldo