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E m menos de dois meses, con- sórcios formados por empre- sas envolvidas na operação Lava Jato, que investiga denún- cias de corrupção em contratos da Petrobras, demitiram mais de 12 mil trabalhadores em todo o Brasil, segundo balanços das cen- trais sindicais. Para as próximas semanas, são esperadas novas rescisões, especialmente por cau- sa da deterioração financeira de muitas empresas que caminham para a recuperação judicial - ou já entraram nesse processo. A situação é grave. De um dia para o outro, centenas de traba- lhadores ficaram sem emprego e sem dinheiro - muitos deles ain- da não receberam a indenização da rescisão e estão em sérias di- ficuldades financeiras. Os piores casos são verificados na Refina- ria Abreu e Lima e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), dois megaempreendi- mentos da Petrobras que envol- vem centenas de contratos com empreiteiras. Mas, segundo os sindicatos, as demissões tam- bém atingem projetos no Rio Grande do Sul e Bahia. Os problemas surgiram com a sétima fase da operação Lava Jato, da Polícia Federal, desenca- deada na primeira quinzena de novembro e que prendeu exe- cutivos de várias construtoras, como Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, UTC, Engevix, Ie- sa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão. No fim de dezembro, a situação se complicou ainda mais com a lista de 23 empresas proibidas de participar de novas licitações da Petrobras. Sem crédito no mercado e com o caixa debilitado pela fal- ta de pagamento da estatal, que também não tem reconhecido aditivos bilionários das contrata- das, as construtoras começaram a atrasar salários e a demitir. A campeã de desligamentos é a Alumini (ex-Alusa), que pediu recuperação judicial na quin- ta-feira. Na Refinaria Abreu e Lima, demitiu 5 mil funcioná- rios, mas pagou apenas 58% do valor da rescisão, afirma o dire- tor do Sindicato das Indústrias de Construção de Pernambuco (Sintepav), Leodelson Bastos. Segundo ele, a irregularidade no pagamento das rescisões tem sido geral nas obras da Abreu e Lima. “Na Engevix, 700 funcio- nários foram demitidos e, por enquanto, eles só receberam o FGTS. Na Galvão, apenas 60% dos mil demitidos receberam.” No consórcio Coeg, formado pe- las empresas Conduto e Egesa, 500 funcionários foram manda- dos embora e 337 ainda não re- ceberam a indenização, comple- tou ele. “Aqueles que continuam trabalhando para o consórcio estão com os salários atrasados.” A Engevix afirmou que, como as demissões ocorreram em de- zembro, nem todos os processos foram concluídos. OLIBERAL BELÉM, SEGUNDA-FEIRA, 19 DE JANEIRO DE 2015 PODER n 5 Abertas inscrições para programa de pós-graduação. Página 6. POLÍTICA Empreiteiras demitiram mais de 12 mil LAVA JATO Casos mais graves estão na Refinaria Abreu e Lima e no Comperj, no Rio Empresas estão sem crédito e não conseguem mais receber da Petrobras Agência Estado BRASÍLIA Obra de estaleiro na Bahia demitiu 970 e deu férias a mil trabalhadores Na Bahia, a crise afetou o Es- taleiro Enseada do Paraguaçu, formado por Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki. A empresa de- mitiu 970 trabalhadores entre dezembro e janeiro, afirmou o vice-presidente do Sintepav-BA, Irailson Warneaux. Segundo ele, para evitar um número maior de demissões, já que a Sete Bra- sil (companhia que faz a contra- tação das sondas de perfuração) interrompeu os repasses para o estaleiro, a forma encontrada entre o sindicato e a empresa foi dar férias para mil funcionários até 31 de janeiro. Além disso, diz o sindica- lista, ficou estabelecido que os demitidos terão prioridade na contratação quando as obras voltarem ao ritmo normal. Em nota, a companhia afirmou que, com 82% do projeto concluído, foi orientada a fazer um ajuste no quadro de funcionários pa- ra readequar o planejamento da construção. “Apesar de reco- nhecer o período de dificuldade enfrentando pela indústria na- val brasileira, a empresa man- tém sua operação industrial na Bahia para fabricação das seis sondas de perfuração para ex- ploração do pré-sal.” No Comperj, as demissões também estão se alastrando. A maior dor de cabeça dos sin- dicalistas é a Alumini, que não paga nem os salários dos 2,5 mil trabalhadores ativos nem a terceira parcela da rescisão dos 469 demitidos. Como não cumpriu um acordo com o sin- dicato de Pernambuco, um juiz de Ipojuca (PE) bloqueou a conta da empresa. O balanço de trabalhadores demitidos no Comperj apon- ta para 4,1 mil funcionários, segundo o Sindicato dos Tra- balhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Ma- nutenção Industrial da Cidade de Itaboraí (Sintramon). Segundo o vice-presidente da central sindical, Marcos Har- tung, outros consórcios como o TE-AG (da Techint e Andrade Gutierrez), CPPR (Odebrecht, Mendes Junior e UTC) e a empre- sa GDK também demitiram nos últimos dias. Alguns alegam que as demissões ocorreram por causa do fim das obras. Na avaliação do economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, em outra circuns- tância, essa mão de obra seria rapidamente absorvida. Mas ele lembra que o País vive um cenário de diminuição do nível de emprego. “A gente já vem ob- servando uma geração negativa no setor da construção.” Agência Estado BRASÍLIA Trabalhadores dispensados ou em greve esperam pagamento de salários Acampados desde segun- da-feira em frente ao Consórcio Coeg, contratado da Refinaria Abreu e Lima, trabalhadores demitidos e ainda ativos - mas em greve - acumulam mágoas e revolta contra a empresa e con- tra a Petrobras. Sem pagamento de indenizações, com salários atrasados, cortes dos planos de saúde e muitas dívidas, eles res- ponsabilizam a Petrobras por fa- lhas na fiscalização dos direitos e segurança trabalhistas e pela situação que enfrentam. “É a Petrobras, que tem a obrigação de fiscalizar a obra, que tem a responsabilidade de cobrar da empresa”, acusam. Na sexta-feira, cerca de 50 ope- rários se reuniram em torno de um caldeirão onde se cozinhava uma feijoada rala em um fogo feito com galhos de árvores, na área de acesso do consórcio, no complexo industrial e portuário de Suape, em Ipojuca. A refeição foi bancada por uma cota de R$ 2 e com R$ 100 doados pelo Sindicato dos Tra- balhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavi- mentação e Obras de Terraple- nagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE). “Este é o tratamento que se dá ao tra- balhador brasileiro”, disse José Santos, um dos dispensados. Demitido em dezembro, o instrumentista carioca André Luís Passos Silva, de 44 anos, estourou o limite do crédito especial e está com ordem de despejo para entregar a casa alugada em Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca. “Estou dormindo no chão e tenho passado fome”, afirmou ele, constrangido. “Não tenho um tostão.” Casado e pai de uma filha de oito anos, ele veio para Pernam- buco, com a família, há um ano. O salário bruto era de R$ 3,6 mil. André chegou a voltar para o Rio depois da demissão, mas diante da falta de pagamento voltou. “Se não fizermos pressão, não vamos receber o que é devido.” Separado, o encanador in- dustrial Admílson Aquino de Oliveira, de 39 anos, paga pen- são alimentícia de três filhos menores, num total mensal de R$ 550. Ele trabalhava no Coeg desde outubro de 2012 e rece- bia R$ 2,4 mil brutos mensais. Demitido, não recebeu sua in- denização e não paga a pensão há dois meses. “Estou sem dor- mir”, disse ele. “Se eu for preso vou sujar minha ficha, não vou ter como arrumar emprego, vou ter minha imagem denegrida”, afirmou. “E tem o psicológico, como será ficar junto com todo tipo de delinquente na cadeia?” “A mãe das crianças já entrou na Justiça uma vez, mas consegui pagar em tempo”, contou. Admíl- son mora com sua companheira no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Deve ao Banco do Brasil, onde contraiu um empréstimo de R$ 2,5 mil para pagar dívidas - “por falta de pagamento ao banco minha dívi- da já chegou a R$ 4 mil”. Agência Estado BRASÍLIA Petrobras afirma que Paulo Roberto Costa elevou custos de refinaria e o conselho de administração da Petrobrás estimavam preju- ízos de US$ 3,2 bilhões com a implantação da Rnest. De acor- do com a publicação, os conse- lheiros sugeriram à estatal re- gistrar uma baixa contábil por conta dos prejuízos estimados, o que foi descartado pela área financeira. Em resposta à reportagem, a Petrobras divulgou comu- nicado em que não nega o conhecimento já em 2012 de estimativas de prejuízos com a refinaria. Segundo a estatal, o orçamento inicial de US$ 2,4 bilhões se referia a “uma esti- mativa de custo preliminar” realizada em 2005. Dois anos depois, em março, a diretoria aprovou um plano para acele- rar contratações e aquisições. “A Diretoria Executiva apro- vou o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR) proposto pelo então diretor de Abastecimen- to, sr. Paulo Roberto Costa. Com o PAR houve a antecipa- ção de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais”, informa o comunicado. Até então, a estatal indicava que os aditivos ocorreram em função de mudanças no proje- to e das condições do avanço das obras. A antecipação das compras e licitações também era mencionada como fator de influência sobre os custos, sem que a Petrobras tivesse aponta- do diretamente responsáveis pela iniciativa. Levantamento da Comis- são Parlamentar Mista de In- quérito (CPMI) sobre a estatal indica que a construção da refinaria teve mais de 140 adi- tivos contratuais com acrésci- mo de custo aprovados pela diretoria. Agência Estado RIO DE JANEIRO A Petrobras responsabilizou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa por alterações de “estratégias de contratação” que geraram “grande número de aditamentos contratuais” na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O ex-diretor, preso em março passado na Operação Lava Jato, delatou um esquema de corrupção e desvios de recursos da companhia. Em comunicado, a estatal apontou Costa como autor da proposta de antecipação de compras e de mudanças no projeto, que acar- retaria a escalada do orçamento da refinaria de US$ 2,4 bilhões, em 2005, para os atuais US$ 18,8 bilhões. No domingo,18, reportagem no jornal “Folha de S. Paulo” in- dicou que auditoria interna iden- tificou que já em 2012 a diretoria RDC Eletrônico n° 12/2015 OBJETO: Elaboração de projetos básico e executivo de engenharia e execução de obras de construção da instalação portuária pública de pequeno porte – IP4 no município de Tucuruí/PA. Abertura das Propostas: 04/02/2015 às 15:30 horas (horário de Brasília) pelo portal www.comprasgovernamentais.gov.br onde estará disponível o edital. Maiores informações entrar em contato com a Seção de Cadastro e Licitações pelo Fone: (91) 3250.2633 e Fone/Fax: (91) 3250.2650. Belém – PA, 16 de janeiro de 2015 João Cláudio Cordeiro da Silva Júnior Superintendente AVISO DE LICITAÇÃO Ministério dos Transportes SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ Edital 1.º Leilão Público nº 1002/2015/CPA/BE A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, por meio da Gerência de Filial Alienar Bens Móveis e Imóveis - GILIE/BE, torna público aos interessados que venderá, pela maior oferta, respeitado o preço mínimo de venda, constante do anexo II, deste Edital, no estado físico e de ocupação em que se encontra(m), imóvel (is) recebido (s) em garantia, nos contratos inadimplentes de Alienação Fiduciária, discriminados no Anexo II do Edital. O Edital de Leilão Público - Condições Básicas, do qual é parte integrante o presente Aviso de Venda, estará à disposição dos interessados, no período de 19/01/2015 até 30/01/2015 em horário bancário, nas Agências da CAIXA situadas no estado PARÁ, na Gerência de Filial Alienar Bens Móveis e Imóveis - GILIE/BE, localizada na Av. Governador José Malcher, 2725 –São Braz- Belém/PA, horário bancário, e no escritório do Leiloeiro SANDRO DE OLIVEIRA, situado na Rodovia BR 316, KM 18, n.º 20 - Marituba/PA, em horário comercial. O Edital estará disponível também, a partir do dia 19/01/2015, no endereço eletrônico www.caixa.gov.br, página Habitação, Procurar Imóveis à Venda, Concorrências e Leilões. Os interessados que desejarem das condições gerais e habilitar-se ao crédito, se for o caso, antes do prazo estipulado para realização do leilão. O Leilão realizar-se-á no dia 30/01/2015, às 14:00 horas, na Av. Gov. José Malcher, 2725 – São Braz – Belém/PA, na presença dos interessados ou seus procuradores que comparecerem no ato. Assinatura sob Carimbo da Gerencia dA GILIE AVISO DE VENDA Ministério da Fazenda

Empreiteiras demitiram mais de 12 mil - dnit.gov.br · de Suape, em Ipojuca. A refeição foi bancada por uma cota de R$ 2 e com R$ 100 doados pelo Sindicato dos Tra-balhadores das

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Em menos de dois meses, con-sórcios formados por empre-sas envolvidas na operação

Lava Jato, que investiga denún-cias de corrupção em contratos da Petrobras, demitiram mais de

12 mil trabalhadores em todo o Brasil, segundo balanços das cen-trais sindicais. Para as próximas semanas, são esperadas novas rescisões, especialmente por cau-sa da deterioração financeira de muitas empresas que caminham para a recuperação judicial - ou já entraram nesse processo.

A situação é grave. De um dia para o outro, centenas de traba-lhadores ficaram sem emprego e sem dinheiro - muitos deles ain-da não receberam a indenização da rescisão e estão em sérias di-ficuldades financeiras. Os piores casos são verificados na Refina-

ria Abreu e Lima e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), dois megaempreendi-mentos da Petrobras que envol-vem centenas de contratos com empreiteiras. Mas, segundo os sindicatos, as demissões tam-bém atingem projetos no Rio Grande do Sul e Bahia.

Os problemas surgiram com a sétima fase da operação Lava Jato, da Polícia Federal, desenca-deada na primeira quinzena de novembro e que prendeu exe-cutivos de várias construtoras, como Camargo Corrêa, OAS, Mendes Júnior, UTC, Engevix, Ie-

sa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão. No fim de dezembro, a situação se complicou ainda mais com a lista de 23 empresas proibidas de participar de novas licitações da Petrobras.

Sem crédito no mercado e com o caixa debilitado pela fal-ta de pagamento da estatal, que também não tem reconhecido aditivos bilionários das contrata-das, as construtoras começaram a atrasar salários e a demitir. A campeã de desligamentos é a Alumini (ex-Alusa), que pediu recuperação judicial na quin-ta-feira. Na Refinaria Abreu e

Lima, demitiu 5 mil funcioná-rios, mas pagou apenas 58% do valor da rescisão, afirma o dire-tor do Sindicato das Indústrias de Construção de Pernambuco (Sintepav), Leodelson Bastos.

Segundo ele, a irregularidade no pagamento das rescisões tem sido geral nas obras da Abreu e Lima. “Na Engevix, 700 funcio-nários foram demitidos e, por enquanto, eles só receberam o FGTS. Na Galvão, apenas 60% dos mil demitidos receberam.” No consórcio Coeg, formado pe-las empresas Conduto e Egesa, 500 funcionários foram manda-

dos embora e 337 ainda não re-ceberam a indenização, comple-tou ele. “Aqueles que continuam trabalhando para o consórcio estão com os salários atrasados.” A Engevix afirmou que, como as demissões ocorreram em de-zembro, nem todos os processos foram concluídos.

o liberalBelém, segunda-feira, 19 de janeiro de 2015 poder n5

Abertas inscrições para programa de pós-graduação. Página 6. PolíticA

Empreiteiras demitiram mais de 12 millava jatoCasos mais graves estão na Refinaria Abreu e Lima e no Comperj, no Rio

Empresas estão sem crédito e não conseguem mais receber da Petrobras

Agência Estadobrasília

Obra de estaleiro na Bahia demitiu 970 e deu férias a mil trabalhadores

Na Bahia, a crise afetou o Es-taleiro Enseada do Paraguaçu, formado por Odebrecht, OAS, UTC e Kawasaki. A empresa de-mitiu 970 trabalhadores entre dezembro e janeiro, afirmou o vice-presidente do Sintepav-BA, Irailson Warneaux. Segundo ele, para evitar um número maior de demissões, já que a Sete Bra-

sil (companhia que faz a contra-tação das sondas de perfuração) interrompeu os repasses para o estaleiro, a forma encontrada entre o sindicato e a empresa foi dar férias para mil funcionários até 31 de janeiro.

Além disso, diz o sindica-lista, ficou estabelecido que os demitidos terão prioridade na contratação quando as obras voltarem ao ritmo normal. Em nota, a companhia afirmou que,

com 82% do projeto concluído, foi orientada a fazer um ajuste no quadro de funcionários pa-ra readequar o planejamento da construção. “Apesar de reco-nhecer o período de dificuldade enfrentando pela indústria na-val brasileira, a empresa man-tém sua operação industrial na Bahia para fabricação das seis sondas de perfuração para ex-ploração do pré-sal.”

No Comperj, as demissões

também estão se alastrando. A maior dor de cabeça dos sin-dicalistas é a Alumini, que não paga nem os salários dos 2,5 mil trabalhadores ativos nem a terceira parcela da rescisão dos 469 demitidos. Como não cumpriu um acordo com o sin-dicato de Pernambuco, um juiz de Ipojuca (PE) bloqueou a conta da empresa.

O balanço de trabalhadores demitidos no Comperj apon-

ta para 4,1 mil funcionários, segundo o Sindicato dos Tra-balhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Ma-nutenção Industrial da Cidade de Itaboraí (Sintramon).

Segundo o vice-presidente da central sindical, Marcos Har-tung, outros consórcios como o TE-AG (da Techint e Andrade Gutierrez), CPPR (Odebrecht, Mendes Junior e UTC) e a empre-sa GDK também demitiram nos

últimos dias. Alguns alegam que as demissões ocorreram por causa do fim das obras.

Na avaliação do economista Gesner Oliveira, sócio da GO Associados, em outra circuns-tância, essa mão de obra seria rapidamente absorvida. Mas ele lembra que o País vive um cenário de diminuição do nível de emprego. “A gente já vem ob-servando uma geração negativa no setor da construção.”

Agência Estadobrasília

Trabalhadores dispensados ou em greve esperam pagamento de salários

Acampados desde segun-da-feira em frente ao Consórcio Coeg, contratado da Refinaria Abreu e Lima, trabalhadores demitidos e ainda ativos - mas em greve - acumulam mágoas e revolta contra a empresa e con-tra a Petrobras. Sem pagamento de indenizações, com salários atrasados, cortes dos planos de saúde e muitas dívidas, eles res-ponsabilizam a Petrobras por fa-

lhas na fiscalização dos direitos e segurança trabalhistas e pela situação que enfrentam.

“É a Petrobras, que tem a obrigação de fiscalizar a obra, que tem a responsabilidade de cobrar da empresa”, acusam. Na sexta-feira, cerca de 50 ope-rários se reuniram em torno de um caldeirão onde se cozinhava uma feijoada rala em um fogo feito com galhos de árvores, na área de acesso do consórcio, no complexo industrial e portuário de Suape, em Ipojuca.

A refeição foi bancada por uma cota de R$ 2 e com R$ 100 doados pelo Sindicato dos Tra-balhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavi-mentação e Obras de Terraple-nagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE). “Este é o tratamento que se dá ao tra-balhador brasileiro”, disse José Santos, um dos dispensados.

Demitido em dezembro, o instrumentista carioca André Luís Passos Silva, de 44 anos, estourou o limite do crédito

especial e está com ordem de despejo para entregar a casa alugada em Nossa Senhora do Ó, em Ipojuca. “Estou dormindo no chão e tenho passado fome”, afirmou ele, constrangido. “Não tenho um tostão.”

Casado e pai de uma filha de oito anos, ele veio para Pernam-buco, com a família, há um ano. O salário bruto era de R$ 3,6 mil. André chegou a voltar para o Rio depois da demissão, mas diante da falta de pagamento voltou. “Se não fizermos pressão, não

vamos receber o que é devido.”Separado, o encanador in-

dustrial Admílson Aquino de Oliveira, de 39 anos, paga pen-são alimentícia de três filhos menores, num total mensal de R$ 550. Ele trabalhava no Coeg desde outubro de 2012 e rece-bia R$ 2,4 mil brutos mensais. Demitido, não recebeu sua in-denização e não paga a pensão há dois meses. “Estou sem dor-mir”, disse ele. “Se eu for preso vou sujar minha ficha, não vou ter como arrumar emprego, vou

ter minha imagem denegrida”, afirmou. “E tem o psicológico, como será ficar junto com todo tipo de delinquente na cadeia?”

“A mãe das crianças já entrou na Justiça uma vez, mas consegui pagar em tempo”, contou. Admíl-son mora com sua companheira no município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes. Deve ao Banco do Brasil, onde contraiu um empréstimo de R$ 2,5 mil para pagar dívidas - “por falta de pagamento ao banco minha dívi-da já chegou a R$ 4 mil”.

Agência Estadobrasília

Petrobras afirma que Paulo Roberto Costa elevou custos de refinariae o conselho de administração da Petrobrás estimavam preju-ízos de US$ 3,2 bilhões com a implantação da Rnest. De acor-do com a publicação, os conse-lheiros sugeriram à estatal re-gistrar uma baixa contábil por conta dos prejuízos estimados, o que foi descartado pela área financeira.

Em resposta à reportagem, a Petrobras divulgou comu-nicado em que não nega o conhecimento já em 2012 de estimativas de prejuízos com a refinaria. Segundo a estatal, o orçamento inicial de US$ 2,4 bilhões se referia a “uma esti-

mativa de custo preliminar” realizada em 2005. Dois anos depois, em março, a diretoria aprovou um plano para acele-rar contratações e aquisições.

“A Diretoria Executiva apro-vou o Plano de Antecipação da Refinaria (PAR) proposto pelo então diretor de Abastecimen-to, sr. Paulo Roberto Costa. Com o PAR houve a antecipa-ção de diversas atividades e alterações nos projetos e na estratégia de contratação, o que levou a grande número de aditamentos contratuais”, informa o comunicado.

Até então, a estatal indicava

que os aditivos ocorreram em função de mudanças no proje-to e das condições do avanço das obras. A antecipação das compras e licitações também era mencionada como fator de influência sobre os custos, sem que a Petrobras tivesse aponta-do diretamente responsáveis pela iniciativa.

Levantamento da Comis-são Parlamentar Mista de In-quérito (CPMI) sobre a estatal indica que a construção da refinaria teve mais de 140 adi-tivos contratuais com acrésci-mo de custo aprovados pela diretoria.

Agência Estadorio de Janeiro

A Petrobras responsabilizou o ex-diretor de Abastecimento Paulo

Roberto Costa por alterações de “estratégias de contratação” que geraram “grande número de aditamentos contratuais” na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco. O ex-diretor, preso em março passado na Operação Lava Jato, delatou um esquema de corrupção e desvios de recursos da companhia. Em comunicado, a estatal apontou

Costa como autor da proposta de antecipação de compras e de mudanças no projeto, que acar-retaria a escalada do orçamento da refinaria de US$ 2,4 bilhões, em 2005, para os atuais US$ 18,8 bilhões.

No domingo,18, reportagem no jornal “Folha de S. Paulo” in-dicou que auditoria interna iden-tificou que já em 2012 a diretoria

RDC Eletrônico n° 12/2015OBJETO: Elaboração de projetos básico e executivo de engenharia e execução de obras de construção da instalação portuária pública de pequeno porte – IP4 no município de Tucuruí/PA. Abertura das Propostas: 04/02/2015 às 15:30 horas (horário de Brasília) pelo portal www.comprasgovernamentais.gov.br onde estará disponível o edital. Maiores informações entrar em contato com a Seção de Cadastro e Licitações pelo Fone: (91) 3250.2633 e Fone/Fax: (91) 3250.2650.

Belém – PA, 16 de janeiro de 2015João Cláudio Cordeiro da Silva Júnior

Superintendente

AVISO DE LICITAÇÃO

Ministério dos Transportes

SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO ESTADO DO PARÁ

Edital 1.º Leilão Público nº 1002/2015/CPA/BEA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF, por meio da Gerência de Filial Alienar Bens Móveis e Imóveis - GILIE/BE, torna público aos interessados que venderá, pela maior oferta, respeitado o preço mínimo de venda, constante do anexo II, deste Edital, no estado físico e de ocupação em que se encontra(m), imóvel (is) recebido (s) em garantia, nos contratos inadimplentes de Alienação Fiduciária, discriminados no Anexo II do Edital. O Edital de Leilão Público - Condições Básicas, do qual é parte integrante o presente Aviso de Venda, estará à disposição dos interessados, no período de 19/01/2015 até 30/01/2015 em horário bancário, nas Agências da CAIXA situadas no estado PARÁ, na Gerência de Filial Alienar Bens Móveis e Imóveis - GILIE/BE, localizada na Av. Governador José Malcher, 2725 –São Braz- Belém/PA, horário bancário, e no escritório do Leiloeiro SANDRO DE OLIVEIRA, situado na Rodovia BR 316, KM 18, n.º 20 - Marituba/PA, em horário comercial. O Edital estará disponível também, a partir do dia 19/01/2015, no endereço eletrônico www.caixa.gov.br, página Habitação, Procurar Imóveis à Venda, Concorrências e Leilões. Os interessados que desejarem

das condições gerais e habilitar-se ao crédito, se for o caso, antes do prazo estipulado para realização do leilão. O Leilão realizar-se-á no dia 30/01/2015, às 14:00 horas, na Av. Gov. José Malcher, 2725 – São Braz – Belém/PA, na presença dos interessados ou seus procuradores que comparecerem no ato.

Assinatura sob Carimbo da Gerencia dA GILIE

AVISO DE VENDA

Ministério da Fazenda

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