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Abril de 2010 1 Selo garante procedência dos móveis do Acre Congresso da CACB debate futuro das micro e pequenas empresas Déficit de mão de obra obriga empresas a investir em programas de qualificação Associação Comercial da Bahia prepara comemorações para os 200 anos de fundação

Empresa Brasil 59

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Edição 59 - Junho de 2010 da publicação Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Empresa Brasil 59

Abril de 2010 1

Selo garanteprocedênciados móveis

do Acre

Congresso da CACB debate

futuro das micro e pequenas

empresas

Défi cit de mão de obra obriga empresas a

investir em programas de qualifi cação

Associação Comercial da Bahia prepara comemorações para os 200 anos de fundação

Page 2: Empresa Brasil 59

2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 467 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.025-901

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Gilberto LaurindoRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSCS Quadra 02 - Edifício Palácio do Comércio - 1º andarBairro: Setor Comercial Sul Cidade: Brasília CEP: 70.318-900

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarAvenida Governador Bley, 186, conjunto 502, Ed. BemgeBairro: Centro Cidade: Vitória CEP: 29.010-902

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Deocleciano Moreira AlvesRua 143 - A - Esquina com rua 148,Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaAv. Ana Jansen, 2 - QD 19 - SL 801Ed. Mendes Frota - Bairro: São Francisco Cidade: São Luis CEP: 65.076-730

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Paulo Sérgio RibeiroRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Leocir Paulo MontagnaRua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726 - 15º AndarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715 - 3º AndarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Ardisson Naim AkelRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º ANDAR Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Ednei Pereira dos SantosRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223 - 1º AndarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Alencar BurtiRua Boa Vista, 63 3º Andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Sadi Paulo Castiel GitzRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Jarbas Luís Meurer103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva – MG

VICE-PRESIDENTE ASSUNTOS INTERNACIONAISArdisson Naim Akel - PR

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTEAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAMaria Salette Rodrigues de Melo - PR

COORDENAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOEduardo Machado

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAIS Gisele Arthur

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfroés, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini Thais Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

Page 3: Empresa Brasil 59

Maio de 2010 3

Numa tradição que se renova a cada ano, aproveitamos esta

vigésima edição do Congresso da CACB para um encontro

com a fi rme intenção de ampliar os debates que precisamos

fazer num momento singular para o Brasil, porque além de

se tratar de um ano eleitoral, nossa economia está fi rme e saindo de um cená-

rio exuberante, já que viveu nos três primeiros meses deste ano a maior alta

do seu Produto Interno Bruto, desde que o IBGE iniciou esse tipo de compa-

ração em 1996. Em ritmo chinês, os brasileiros foram turbinados durante três

meses por um índice de 9% na soma dos bens e riquezas que produzimos.

Um dos resultados deste farto crescimento estamos abordando na matéria de

capa desta edição da nossa revista Empresa Brasil.

Claro que já percebemos os primeiros sinais de desaceleração, mas não

podemos deixar de mencionar, neste momento precioso para nós, que os

destaques da alta do PIB em janeiro, fevereiro e março foram protagonizados

pela indústria e pelos investimentos, dois setores que ainda não haviam recu-

perado todas as suas perdas na crise de 2009.

Os analistas estão mostrando que nada será igual ao que foi até aqui, e os

indicadores já apontam para a desaceleração da economia. O próprio governo

decidiu colocar um freio nesta expansão e ele já começa a ser sentido neste

segundo trimestre de 2010, com o fi m dos incentivos fi scais e a alta taxa de

juros que retoma o patamar de 10,25%. Tudo para conter a pressão infl acio-

nária. Sabemos que os juros ainda vão crescer até o fi nal do ano.

Não podemos, no entanto, perder a perspectiva de continuar avançan-

do de forma sustentável. Com esta garantia poderemos fazer planos para o

futuro, e o primeiro deles é torcer para que o novo governo acabe com os

gargalos de infraestrutura, pois precisamos continuar crescendo sem ameaças.

As nossas micro e pequenas empresas que prosperam em todos os cantos

deste País, embaladas pelo bom momento da nossa economia que trouxe

ao mercado um contingente da população que estava excluído pela falta de

oportunidades e renda, não dispensam esta condição.

Neste nosso encontro vamos falar sobre os cenários do futuro e traçar

caminhos que poderão nos orientar para seguirmos pela trilha do sucesso nes-

te Brasil que já se faz agora e que mostra boas oportunidades para o futuro.

Bom Congresso a todos.

Caminhos para ocrescimento

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

Page 4: Empresa Brasil 59

4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTE

Vigésimo Congresso da CACB vai tratar dos cenários das micro e pequenas

empresas e traçar caminhos que poderão orientar os rumos do sucesso em

um Brasil que apresenta boas oportunidades para o setor.

5 PELO BRASIL

FGV: confi ança do consumidor sobe 0,6% em maio.

8 CAPA

Com um nível de atividades proporcional ao período pré-crise, o que

corresponderia a uma taxa do Produto Interno Bruto (PIB) entre 5,5% e 6%, a

falta de mão de obra no Brasil é de tal maneira disseminada que também alcança

segmentos que até recentemente eram obrigados a reduzir o seu quadro. Isso

obriga as empresas a investir, cada vez mais, em programas de qualifi cação.

14 CASE DE SUCESSO

Selo verde é garantia de procedência para os móveis produzidos

no Polo Moveleiro do Acre.

16 DESTAQUE EMPREENDER

Com apoio da Facisc, o estado de Santa Catarina cria o primeiro núcleo

nacional de automecânicas.

18 LEI GERAL DAS MPEs

O debate sobre aperfeiçoamento da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa já

iniciou. Deputados querem aprovar o novo texto ainda este ano.

20 DESTAQUE FEDERAÇÕES

Reforma política é o berço das reformas necessárias para o futuro do Brasil.

24 DESTAQUE CACB

Primeira Associação Comercial do Brasil, nascida em Salvador, se prepara para

comemoração do seu bicentenário.

26 DESTAQUE CBMAE

Acordo entre a Associação Comercial de Florianópolis, TJCS e Procon/SC

oferece aos empresários soluções rápidas e mais em conta.

28 PEQUENAS NOTÁVEIS

Projeto aproxima agricultura familiar do turismo.

34 TENDÊNCIAS

Empresas reduzem custos com práticas sustentáveis.

36 BIBLIOCANTO

“Os Bastidores da Crise”, livro do jornalista americano David Wessel, relata a

jornada do presidente do Fed, Bem Bernanke, nos dias que se sucederam a

maior crise mundial, desde o colapso da bolsa dos Estados Unidos em 1929.

37 ARTIGO

O apagão de mão de obra por Marcelo Néri.

ÍNDICE

EXED

IEN

TE

Coordenação Editorial: froés, berlato associadasEdição: Milton WellsProjeto gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Studio ScalcoRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Neusa Galli Fróes, Olivia Bertolini, Thais MargalhoExecução: Editora Matita Perê Ltda.Fone: 51.3392.7932Avenida Chicago, 92. CEP: 90240-010 - Porto Alegre-RS

14 CASE DE SUCESSO

28 PEQUENAS NOTÁVEIS

8 CAPA

Page 5: Empresa Brasil 59

Junho de 2010 5

PELO BRASIL

Senger é reconduzido na ACEPP

A Associação Internacional de Congressos e Convenções (ICCA, na sigla em inglês) acaba de informar o ranking que aponta o Brasil como o País da América Latina que mais rece-beu eventos internacionais. Ocupamos o sétimo lugar no cenário mundial e crescemos 12 posições de 2003 ao ano passado. São Paulo é reconheci-da, pela ICAA, como a 18ª cidade no mundo em organização de eventos internacionais.

Fonte: EFE

Up no turismode negócios

FGV: confi ança do consumidor sobe 0,6%em maio

O empresário do setor de turismo Evaldo Pavão Senger foi reconduzido à presidência da Associação Comercial e Empresarial de Ponta Porá (ACEPP), para um novo mandato até 2012. A posse ocorreu no último dia 28. Segundo ele, um novo mandato não estava nos seus planos, mas houve comum acordo e apoio sufi ciente para continuar à frente da Associação. Representantes dos mais diversos segmentos da sociedade estiveram presentes à solenidade.

Fonte: FAEMS

O Índice de Confi ança do

Consumidor (ICC) subiu

0,6% em maio em compara-

ção a abril, na série com ajuste

sazonal. A informação é da

Fundação Getulio Vargas (FGV),

que também revisou para cima

a taxa do ICC de abril, de 3,5%

para 3,6%. Com o resultado, o

desempenho do indicador, que é

calculado com base em uma es-

cala de pontuação entre 0 e 200

pontos (sendo que, quanto mais

próximo de 200, maior o nível

de confi ança do consumidor),

foi de 115,4 pontos para 116,1

pontos de abril para maio.

Em seu comunicado, a FGV

informou que, em maio, as

avaliações sobre o momento

continuaram melhorando, mas

as expectativas em relação aos

próximos meses tornaram-se

“um pouco menos favoráveis”.

O ICC é dividido em dois indi-

cadores: o Índice de Situação

Atual (ISA), que subiu 2,3%

este mês após subir 2,9% em

abril; e o Índice de Expectativas

(IE), que mostrou queda de

0,4% em maio após apresentar

taxa positiva de 4% em abril.

Fonte: Agência Estado

Foto: Divulgação FAEMS

Foto: Divulgação FAEMS

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6 Empresa BRASIL

A Associação Comercial de Guaru-lhos (ACE Guarulhos) recebeu, no dia 1º de junho, uma missão de represen-tantes de Curaçao – pequena ilha que fi ca na região do Caribe – para o 2º En-contro Oportunidades de Negócios e Incentivos com Curaçao (Caribe). Além do ministro de Economia, Negócios e Turismo de Curaçao, David Dick, esti-veram presentes cinco representantes da Câmara de Comércio curaçalenha. Esta foi segunda vez que a missão da ilha caribenha esteve na cidade paulista. O objetivo do encontro foi mostrar aos empresários guarulhenses uma importante ferramenta de negócios entre os dois países: a Iniciativa da Bacia do Caribe – lei a mericana que prevê

benefícios aos empreendedores que utilizarem países caribenhos como pla-taforma de exportação para os Estados Unidos e Europa. O incentivo prevê alíquota zero para produtos importados pelos Estados Unidos desta plataforma. A visita teve o apoio da Curaçao Cham-ber Of Commerce & Industry.

Fonte: ACE Guarulhos

Empresários de Curaçaovisitam Guarulhos

PELO BRASIL

A Associação Comercial do Paraná (ACP) acaba de lançar o seu Código de Ética. Segundo a presidente da entidade, Avani Slomp Rodrigues, o código é “uma forma de se aprimorar a cidadania. Ele não será normativo apenas para os funcionários e diretores da ACP. É um documento que pretende ser um exemplo para outras entidades, empresas e instituições”, afi rmou. O Código de Ética foi elaborado, nos últimos dois anos e meio, pelos empresários Maria Christina de Andrade Vieira e Jonel Chede, ex-presidentes da ACP, e pelo advoga-do Cleverson Marinho Teixeira.

Fonte: ACP

ACP lança seuCódigo de Ética

6 Empresa BRASIL

A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) marcou presença no 3º Fórum Novos Líderes, de 26 a 30 de maio, no Guarujá (SP). A entidade, que criou uma divisão especial para abrigar novos empreendedores, levou quatro integrantes da Divisão de Novas Lide-ranças, para discutir junto a outros 15 Estados uma agenda empresarial para o futuro do Brasil. Participaram do encontro os vice presidentes, Eduardo Tellechea Cairoli e Gustavo Leipnitz

Ene, e os diretores da ACPA, Bruno Lopes e José Pedro Teixeira. O obje-tivo do evento é formar um grupo de relacionamento, em todo o Brasil, por meio da troca de ideias e da convivên-cia, criando ações empresariais de im-pacto positivo para o País. Para o vice presidente da Federasul, Gustavo Ene, “o desafi o é incluir o RS como um dos líderes deste movimento e replicar os cases de sucesso do Estado para que a sociedade e o ambiente empresarial colham estes resultados”, afi rmou.

Fonte: da Redação / Imprensa Federasul

Federasul aposta nasjovens lideranças

A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico e o Sebrae Minas realizaram em 27 e 28 de maio, na sede da Feco-mércio-MG, a terceira assembleia do Fopemimpe – Fórum Perma-nente Mineiro das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, destinado a discutir propostas de fortalecimento e ações de políticas públicas em favor dos empresários do setor. Durante o evento, o presidente da Câmara de Micro e Pequena Empresa da Federaminas, Fernando Junqueira, que também preside a AC de Além Paraíba, relatou conquistas da entidade em favor desse núcleo empresarial.

Fonte: Federaminas

Federaminas presente no FOPEMIMPE

Foto

: Divu

lgaçã

o AC

P

Page 7: Empresa Brasil 59

Junho de 2010 7

A Receita Federal prorrogou a data de entrega de documentos para a confecção do Certifi cado Digital que passa a ser obrigatório. A alteração no prazo atende reivindicação do setor e de escritórios de contabilidade. Embora o prazo para uso da certifi ca-ção digital tenha sido estabelecido como 30 de junho de 2010, as datas de vencimento do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon) e da Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) eram 7 e 22 de junho, respectivamente. Para auxiliar os empresários a apresentarem suas obrigações junto à Receita, o programa da CACB PROGERECS, em parceria com a Certsign, duplicou os postos de atendimento, nos últimos 6 meses. Hoje, são 180 em todo o País.

Para mais informações:http://www.cacb.org.br e www.nfe.faz

Fonte: Agência Brasil / Imprensa CACB

O Sebrae escolheu o Dia Nacional da Imprensa (01/06) para entregar o Prêmio Sebrae de Jornalismo, concur-so que tem como objetivo incentivar a produção de reportagens relativas ao desenvolvimento das micro e pe-quenas empresas no Brasil. Dos 875 inscritos em todo o País, oito jornalis-tas foram premiados nas categorias jornalismo impresso; radiojornalismo; telejornalismo; webjornalismo, além de duas menções honrosas. O Prêmio Especial do Júri foi para a repórter

da Globo, Sandra Passarinho, com a matéria “Empreendedorismo”.

O repórter Thiago Cid, da Revista Época, autor de “As histórias inspirado-ras de quem constrói um novo Brasil”, foi o ganhador do Grande Prêmio Se-brae de Jornalismo e recebeu, além do troféu, R$ 25 mil. Os vencedores de cada categoria – incluindo o Prêmio do Júri Sebrae – receberam R$ 12,5 mil cada um. O vencedor de cada menção honrosa ganhou R$ 3 mil.

O presidente do Sebrae Paulo

Okamotto, lembrou a importância da imprensa: “Esse é um processo de interação importante para fazer com que a gente construa esse conheci-mento coletivo sobre o papel dos pequenos negócios como agentes de distribuição de renda, de distribuição de democracia e de oportunidade”, afi rmou. O prêmio é uma parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Imprensa Editorial.

Fonte: Imprensa CACB / Sebrae

A queda foi signifi cativa, segundo estudo divulgado quarta-feira (02/06) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) com a colaboração da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), ligada à Organi-zação das Nações Unidas (ONU). O estudo mostra que durante a década de 80 os investimentos em infraestrutura eram de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Entre 2002 e 2006 os recursos se mantiveram em média em 1% do PIB nos países analisados. As exceções foram Chile e Colômbia, que superaram a média. De acordo com o coordenador de desenvolvimento do Ipea, Bolívar Pego, o Brasil se situa melhor do que a maioria. “As exceções são os setores fl uvial, no qual estamos muito aquém do que poderia, e algumas questões no que se refere a concessões [rodoviárias] que poderiam estar num patamar maior”, afi rmou.

Fonte: Portugal Digital

Certifi cação digital: prazo adiado

Sebrae premia melhores matériassobre micro e pequena empresa

Investimentosem infraestrutura naAmérica Latina caíram

Page 8: Empresa Brasil 59

8 Empresa BRASIL

Difi culdade na contratação de pessoal abrange todos os níveisde empresasno Brasil

CAPA

Desde janeiro deste ano, o grupo Weg, de Jaraguá do Sul (SC), um dos grandes do setor elétrico nacional, mantém em aberto cerca

de 500 vagas. Dados o crescimento da empresa e a retomada do mercado, a oferta de candidatos qualifi cados tem sido abaixo da demanda. Mesmo assim, no acumulado do ano, até maio, a empresa registrou a contratação de 2.134 novos funcio-nários, passando a contar com um total de para 20.457, dos quais 18.263 no Brasil e 2.194 no exterior, segundo dados divulgados pela área de recursos humanos da companhia.

Com um nível de atividades proporcional ao pe-ríodo pré-crise, o que corresponderia a uma taxa do Produto Interno Bruto (PIB) entre 5,5% e 6%, casos como da Weg tornaram-se comuns no Brasil.

A Randon, de Caxias do Sul (RS), um conglo-merado que atua em diversos segmentos do setor de transporte de cargas, registra igualmente 500 vagas disponíveis. Nos últimos meses, a empresa vem encontrando difi culdades nas áreas técnicas, em eletrônica, manutenção e segurança do tra-balho e também nas engenharias, relata Vanderlei Novello, gerente executivo de recursos humanos da Randon S.A. Implementos e Participações.

Da mesma cidade da Randon, a Marcopolo, lí-der no segmento de carrocerias de ônibus, registra vagas em cargos de produção especializados, como soldador e pintor.

A falta de mão de obra no Brasil é de tal ma-neira disseminada que também alcança segmentos que até recentemente eram obrigados a reduzir o seu quadro. Um dos maiores exemplos nessa linha

Falta de mão de obraobriga empresas a investirem qualifi cação A falta de oferta de profi ssionais qualifi cados atingiu até mesmo empresas que até pouco tempo foram obrigadas a demitir pessoal

Page 9: Empresa Brasil 59

Junho de 2010 9

é o do setor calçadista, que tradicionalmente se utilizava do mercado externo para poder manter o nível de capacidade instalada. Hoje, a situação é bem diferente graças ao ritmo da economia.

Com uma produção de 816 milhões de pares de calçados por ano em 2009, o setor deverá apresentar, neste ano, um incremento de 10%, o que se deve à evolução do mercado interno. Esse avanço obrigou as empresas do Vale do Sinos (RS) a contratarem um total de 32.762 novos funcionários no período de janeiro a abril deste ano, o que representou uma evolução de 144,7% em comparação a igual período do ano anterior. Apesar dessa voracidade na contratação de mão de obra, os calçadistas estão correndo atrás principalmente de costureiras e operadores de máquinas de novas tecnologias.

“A crise pela qual passamos fez com que muitos profi ssionais migrassem para outros setores da economia, e, apesar das escolas técnicas voltadas ao ramo calçadista existentes no país, o reaqueci-mento da demanda está gerando um défi cit”, afi r-ma Heitor Klein, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Calçados (Abicalçados).

Tal situação, que não encontra referência em tempos mais recentes, já está sendo chamada de apagão de mão de obra, que, segundo os especia-listas, poderá agravar-se em decorrência da menor escolarização dos jovens.

Uma das alternativas para contornar essa tendência é a qualifi cação própria de mão de obra. A Vale, por exemplo, anda à procura de geólogos, técnicos e engenheiros com a especialização em mineração, ferrovia, porto e pelotização. Frente

Pesquisas mostram que o jovem está

ingressando no mercado de

trabalho com menos escolarização, o

que pode agravaro défi cit de

mão de obra

Page 10: Empresa Brasil 59

10 Empresa BRASIL

CAPA

às difi culdades, a empresa instituiu a criação de programas para suprir demandas.

Essa mesma tendência é seguida pela Weg. No ano passado, por exemplo, em 858.881 horas de treinamento, a empresa contou com 62.165 participações. E somente no acumulado deste ano até maio, foram 950 mil horas de treinamento para 54.200 participações em suas unidades no Brasil e no exterior. Tal como na Vale, as vagas mais difíceis de serem preenchidas são as da engenharia.

“Hoje, no Brasil, existem poucas universidades que formam engenheiros da área de mineração. Por isso, para preencher esta lacuna a Vale oferece esta especialização a engenheiros de outras forma-ções”, diz, em nota para esta revista, o diretor de recursos humanos da empresa.

Empresas criaram programas específi cos

para o desenvolvimento de seus colaboradores

Page 11: Empresa Brasil 59

Junho de 2010 11

Acentua-se a carência de técnicos nas mais variadas funções

Porcentagem das empresas com problemasrelacionados a contratação de mão de obra

Na soma do número de empregados das 76 empresas da amostra, o total obtido chega a 694 mil trabalhadores.

Pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral em 76 empresas, com faturamento médio de US$ 2,8 bilhões e um fatura-mento total de US$ 207 bilhões, divulgada em maio, mostrou os seguintes resultados sobre a falta de mão de obra no país:mento total de US$ 207 bilhões, divulgada em maio, mostrou os segu

Categoria de profi ssionais com maior escassez de mão de obra

Page 12: Empresa Brasil 59

12 Empresa BRASIL

CAPA

Setor ressente-se de operadores

de máquinas com novas tecnologias

Em Arapongas (PR), sede do Arranjo Pro-dutivo Local (APL) de móveis, a escassez de mão de obra agravou-se com a reto-mada da economia nos primeiros meses

do ano. Com cerca de 10 mil empregados, o APL tem em aberto entre 1.000 e 1.500 vagas – a maior parte de operadores de máquinas, tapeceiros e costureiras –, segundo o empresário Marcos Aurélio Tudino, vice-presidente da APL do município.

Entre os fatores que contribuem para o crescen-te défi cit da força de trabalho, ele cita a opção pela informalidade. “Muita gente força a demissão para re-ceber seguro-desemprego, e completa a renda com subempregos, em especial na construção civil”, diz.

Com um total de 167 micro e pequenos empresá-rios, o APL de Arapongas tem recorrido ao Senai/PR na tentativa de suprir a demanda por mão de obra. Mes-mo assim, a oferta é insufi ciente. “O défi cit na força de trabalho ocorre há mais de cinco anos. Com a crise, as empresas passaram a operar de forma mais equilibrada.

Veio a retomada e as carências voltaram a aparecer.”Mesmo com a busca de mão de obra qualifi cada

em outros municípios, a reposição não tem suprido a demanda, relata Nelson Poliseli, presidente do Sindicato da Indústria de Móveis de Arapongas (Sima). “Temos feito campanhas em outras cidades para buscar novos colaboradores com qualifi cação, mas os candidatos são inexperientes para as vagas de que dispomos.”

A APL se caracteriza pela concentração de um expressivo número de empresas do mesmo setor que cooperam entre si, o que se deve à tradição da cidade na fabricação de móveis, que se iniciou na década de 1960.

O município de Arapongas, na região norte do Paraná, é um dos maiores polos da indústria mo-veleira do País e o primeiro do Estado, responsável por 10% das exportações de móveis nacionais e responde por 64,75% do PIB do município.

O faturamento anual do polo moveleiro de Arapongas ultrapassa R$ 1 bilhão.

APL de móveis de Arapongas procura costureiras,tapeceiros, operadores...

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Junho de 2010 13

Brasil precisa ter o dobro deengenheiros em cinco anos

Dados da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge) mostram que o Brasil forma menos de 20 mil engenheiros a cada ano

em um total de 1.400 cursos. Na Coreia do Sul, a relação é de 20 engenheiros em cada 100 forman-dos nas universidades; na França, essa relação é de 15 para 100; e no Brasil, de oito para 100.

Entre os 589 cursos autorizados pelo Ministé-rio da Educação, entre julho de 2008 e agosto de 2009, apenas 13% eram da área. Entre os 283 cursos ofertados pelas 12 novas universidades federais, apenas 52 são de engenharia.

“Há ainda um longo caminho a se percor-rer para que o conjunto das instituições tenha a qualidade necessária para o mercado. Além dos critérios básicos, é preciso avançar em termos de inovação no ensino de engenharia”, destaca Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional de Engenheiros (FNE).

Para garantir o contingente maior de profi ssio-nais de engenharia, é preciso que o Brasil avance de forma radical na qualidade do ensino fundamen-tal e do médio. As crianças e os jovens precisam de uma formação básica consistente, especialmente

nas áreas de exatas, acrescenta Pinheiro. “Num cenário de crescimento econômico,

precisaremos de mais profi ssionais e preparados para lidar com os desafi os que nos são colocados, como a exploração das reservas de petróleo na camada do pré-sal.”

De acordo com o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE em 2006 e atualizado no ano passado, ao se manter a expansão do PIB (Produto Interno Bruto) nos patamares de 6%, em cinco anos, precisare-mos ter pelo menos o dobro dos cerca de 30 mil que se formam hoje.

No Brasil há 1.406 cursos de engenharia: 40% em instituições públicas e 60% nas privadas.

Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE): “Falta de profi ssionais não depende apenas da quantidade de estudantes interessados, mas também das vagas oferecidas nas universidades, que ainda são poucas”

Cursos com Maior Participação-2008

Elétrica 14.051 12 %Civil 12.178 11 %

Prod. Mec. 8.961 8 %Contr. Aut. 7.870 7 %Mecânica 7.157 6 %Produção 6.927 6 %

Ambiental 5.881 5 %

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14 Empresa BRASIL

Fotos: Secom do Governo do Acre

CASE DE SUCESSO

Garantia de origem

O Acre é hoje o líder brasileiro de práticas de manejo fl orestal certifi -cado. Nessa tendência de consumo consciente, foi criado o Polo Move-

leiro do Acre (PMA), que reúne grande quantidade de micro e pequenas empresas – mais de 70% delas têm até 10 funcionários – com cerca de 400 movelarias, que geram 1,5 mil empregos diretos aproximadamente.

Nos últimos anos, a indústria moveleira acreana vem desenvolvendo sua capacidade de produ-ção, aprimorando a qualidade dos seus produtos e utilizando principalmente as tecnologias mais avançadas. Apresenta como principais fatores de competitividade a madeira tropical, a certifi cação da produção e a inovação baseada no aprimora-mento do design e da utilização de outros materiais alternativos de manejos fl orestais.

A principal atividade do polo é hoje a certifi ca-ção do manejo fl orestal. O selo pode ser encontra-do em uma variedade cada vez maior de produtos: desde madeira para construção civil, móveis e

objetos de decoração até instrumentos musicais, revistas, papéis para impressão e embalagens para produtos diversos, como cosméticos e alimen-tos. O Polo Moveleiro do Acre, junto com outras oito comunidades brasileiras, é parceiro do FSC (Conselho de Manejo Florestal, na sigla em inglês), o selo verde mais conhecido no exterior.

O PMA é resultado da iniciativa do Governo do Estado em parceria com o Banco da Amazônia, Superintendência da Zona Franca de Manaus (Su-frama), Sebrae e o Serviço Nacional de Aprendiza-gem Industrial, que oferece infraestrutura adequada para os empreendimentos.

A madeira vem de planos de manejo, que, no Acre, são delimitados pelo governo do Estado. As propriedades passam por um zoneamento econô-mico e ecológico que determina a quantidade de madeira que poderá ser extraída sem prejuízo à regeneração da fl oresta. Depois, é feito o licencia-mento ambiental. A certifi cação, conforme avalia Elisângela Rocha, coordenadora do Polo Movelei-ro, é um aspecto fundamental para o projeto.

Empresários do Acre

descobriram que só têm a ganhar com

a proteção do meio ambiente,

inclusão social e manejo fl orestal

O FSC, o selo verde mais reconhecido em todo o mundo, orienta o comprador na escolha de produtos ecologicamente corretos

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O Polo Moveleiro do Acre, junto

com outras oito comunidades brasileiras, é

parceiro do FSC

“A certifi cação abriu novas e importantes portas para o móvel produzido no Acre”, disse.

A certifi cação é uma tendência mundial irrever-sível, que cresce entre 30% e 40% ao ano no Bra-sil. Pela questão fundiária, a certifi cação de fl orestas ainda é pequena no Brasil, que tem 4 milhões de hectares certifi cados, sendo que 3 milhões com o selo FSC, pelo Imafl ora, empresa que distribui o selo no país. O Acre possui a Floresta Estadual do Antimary, a única fl oresta pública certifi cada do Brasil. No mundo, são 127 milhões de hectares de fl orestas certifi cadas, com mais 1.000 empreendi-mentos em 82 países.

Proteção para novas espéciesPlantas epífi tas (as que vivem no alto das árvores)

estão sendo identifi cadas e protegidas no manejo fl orestal no Acre. Muitas orquídeas, bromélias e cac-tos têm sido registrados como novos para a ciência. Na Fazenda São Jorge I, de propriedade da Lamina-dos Triunfo, foram resgatados 300 unidades de 58 espécies para compor a primeira coleção fora do hábitat organizada pelo Governo do Acre em parcei-ra com a Universidade Federal do Acre (UFAC). Entre estas espécies, há um gênero de cactos e sete de orquídeas recém-descobertos pela ciência.

Da Amazônia para o BrasilEm abril deste ano, o PMA foi destaque na IV

Feira Brasil Certifi cado, em São Paulo. A feira reu-niu 35 empresas e 60 expositores, quase o dobro do ano anterior. O evento acontece desde 2004, mas a certifi cação de produtos agrícolas é um tema novo. A ideia foi mostrar como é possível transfor-mar matéria-prima oriunda de fl orestas certifi cadas em produtos de consumo consciente.

Junto com o polo moveleiro acreano, produ-tores de vários setores – madeira, celulose papel, alimentos, cosméticos, essências e empresas do setor agroindustrial que possuem o selo Rainforest Alliance – mostraram que é possível obter uma produção competitiva através de conceitos verdes, como inclusão social e sustentabilidade ambiental.

O Acre teve um dos maiores espaços da mos-tra, com produtos madeireiros e não madeireiros.

Indústrias como Ouro Verde, Triunfo, Fábrica de Pisos de Xapuri, além da exposição da coleção de móveis da Casa & Companhia – produzidos pelo Polo Moveleiro – ,chamaram atenção para a nova economia do Estado, baseada em baixo uso de carbono e alta inclusão social.

Através dos contatos realizados na feira, empresas como a Precious Wood e Mil Madei-ras se interessaram em se estabelecer no Acre, fortalecendo a cadeia de produção e aumentando as áreas de manejo. A feira serviu para fomentar a melhoria dos produtos regionais, divulgar os resul-tados até então obtidos pela Política de Valorização do Ativo Ambiental Florestal e promover a atração de investimentos para o Acre.

Polo IncubadorNa feira também foi lançada a linha de móveis

da coleção 2010, em parceria com a empresa Casa & Construção, do PMA. O catálogo Coleção Acre Certifi cado traz como novidade o parquet, placa de madeira maciça usado para pisos, até então fabrica-do apenas em algumas empresas do País.

O que é manejo? Conjunto de técnicas que permite a exploração controlada da fl oresta, com redução de desperdício e escolha de árvores adultas, por exemplo.

O que signifi ca FSC? Sigla em inglês para Conselho de Manejo Florestal. É a certifi cação de origem fl orestal mais conhecida no mercado internacional. A sede fi ca em Bonn, na Alemanha.

Que produtos levam o selo verde? Madeira, móveis, papel, celulose, castanhas, óleos essenciais, artesanato.

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16 Empresa BRASIL

Encontro do Núcleo de Automotivasem 2007 reuniu cerca de 1,5 mil pessoas em São

Bento do Sul

DESTAQUE EMPREENDER

O Brasil poderá ter o primeiro núcleo setorial estruturado nacionalmente a partir do I Encontro Nacional de Automecânicas. O evento acon-

tecerá em Florianópolis, junto com o Salão do Automóvel e com o 15º Encontro Estadual de Automecânicas de Santa Catarina.

O encontro nacional, que acontecerá nos dias 29 e 30 de julho, será o primeiro a receber o apoio do Empreender e CACB, tornando-se a primeira vez que um segmento do projeto terá um encontro nacional. A Federação das Associações Comerciais e Industriais de Santa Catarina (Facisc) está apoiando o encontro e a feira. O Sebrae também já confi rmou apoio do Senai, e dos distribuidores Scherer e Disauto.

Quem organiza o movimento é o Núcleo Estadual de Automecânicas de Santa Catarina (NEA), que já realizada periodicamente, anual ou a cada dois anos, um encontro estadual com a participação das empresas do setor. Os encontros reúnem em média mais de 1.000 pessoas. Atualmente existem cerca de 300 núcleos de automecânicas no Brasil. Em Santa Catarina, o NEA reúne 30 núcleos locais que aglutinam mais de 400 empresas.

O coordenador do projeto Empreender, Carlos Rezende, espera que este movimento nacional do núcleo de Automecânicas estimule outros núcleos setoriais ao mesmo movimento. “O núcleo setorial nacional terá um trabalho interligado muito mais forte”, explica.

Automecânicas emmovimento nacionalAutomotivas de Santa Catarina, com apoio da Facisc, têm iniciativa de criarnúcleo nacional de automecânicas a partir de encontro com feira

Fotos: Facisc - Assessoria de Comunicação

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Encontro focará temas como inovação e tecnologia no setor automotivo, impactos ambientais e estratégias para atender novos consumidores

É um grupo de trabalho formado por empresários de um mesmo segmento que se reúnem periodicamente, orientados por um consultor, para debaterem problemas comuns. O núcleo busca soluções conjuntas, priorizando quebrar o isolamento das MPEs. Os núcleos também promovem cursos, atuam junto aos órgãos de fi scalização e normatização, organizam compras e vendas em conjunto. Para participar, basta procurar o escritório regional do núcleo de interesse.

O que é umnúcleo setorial?

Para o coordenador estadual do NEA-SC, Marcos Adolar Thien, a ideia é dar maior visibilidade aos traba-lhos desenvolvidos pelos núcleos, por isso será usada a estrutura do Salão do Automóvel.

Este movimento só foi possível graças ao apoio da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB) e da Facisc. “O apoio dessas entidades foi fundamental para a viabilização do evento. Esperamos receber um público recorde, que irá contar com palestras sobre o mercado e apresentação de cases de sucesso, de todo o país”, declara Thien.

ProgramaçãoO encontro pretende trazer temas como inovação

e tecnologia no setor automotivo, impactos ambien-tais, estratégias para atender novos consumidores e experiências dos núcleos setoriais de automecânicas de cinco regiões brasileiras. Além de palestras técnicas sobre motores, resíduos ambientais e outros. O aces-so à Feira e Salão do Automóvel será livre.

O palestrante José Arnaldo Laguna, presiden-te do Conselho Nacional de Retífi ca de Motores (Conarem), já confi rmou a presença, além de representantes do Sebrae, CACB, Senai e Instituto de Qualidade Automotiva (IQA).

Com informações da Facisc.

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18 Empresa BRASIL

A frente parlamentar mista da micro e pequena empresa e a Comissão de Finanças e tributação da Câmara dos Deputados abriram o debate sobre as

mudanças necessárias à lei geral das micro e pequenas empresas. A Confederação das Associações Comer-ciais e Empresariais do Brasil (CACB) participou do debate que analisou vários aspectos para o aperfeiço-amento da lei. Os parlamentares pretendem alterar a legislação depois das eleições, para que as mudanças entrem em vigor no primeiro dia de 2011.

As alterações pretendem reduzir a burocracia e estimular o crescimento das MPEs e a geração de empregos, além de simplifi car as relações de traba-lho com redução do depósito recursal.

Em 2006, o principal avanço foi a criação do Supersimples, que unifi cou a cobrança de impos-tos municipais, estaduais e federais para micro e pequenas empresas. Agora devem ocorrer mais de 12 modifi cações na lei geral.

O projeto vai propor ajustes nos valores da recei-ta das empresas incluídas no Simples Nacional, entra-da de novas categorias nesse sistema de tributação, atualização do teto para formalização do empreen-dedor individual, soluções para confl itos com o ICMS e a criação do Simples Rural, que pretende diminuir o índice de informalidade no setor, que hoje chega a 80%, segundo dados do IBGE. No seminário, foram apresentadas outras sugestões, como o escalonamen-to também dos valores das multas administrativas, de acordo com o tamanho da empresa.

Pela proposta, o teto da receita bruta anual do Simples Nacional para microempresa passa de R$ 240 mil para R$ 360 mil. O mesmo teto sobe de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões nas empresas de

pequeno porte. Também não haverá mais distinção de categorias de serviço para o sistema de tributação. Outra discussão será elevar o teto da receita bruta anual do empreendedor individual de R$ 36 mil para R$ 60 mil, com um meio-termo provável de R$ 42 mil. A alteração na Lei Geral também cria comitês gestores para tratar de assuntos estratégicos da lei, como os que possibilitam maior acesso dos micro e pequenos negócios às compras governamentais, à inovação e tecnologia e aos serviços fi nanceiros.

Além dos deputados Pepe Vargas (PT-RS), presi-dente da Comissão de Finanças, e Cláudio Vignatti, que presidiram o seminário, participaram representantes do governo federal, do Sebrae e de entidades empresariais como (CACB), Confederações Nacional da Indústria (CNI), Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Cooperativa de Habitação dos Agricultores Familiares (Cooperhaf - Fetraf Sul).

Pela CACB estavam presentes o vice-presidente Luiz Carlos Furtado Neves, o diretor-fi nanceiro George Teixeira, além do superintendente da Facesp, Nathanael dos Anjos.

Seminário analisou mudanças na lei geral das micro e pequenas empresas

Lei Geral pode ser revisada ainda este anoO debate sobre aperfeiçoamento da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa já se iniciou. Deputados querem aprovar o novo texto ainda este ano

Foto: Janine Moraes / Divulgação Secom Câmara

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20 Empresa BRASIL

DESTAQUE FEDERAÇÕES

Quais as principais realizações de sua

gestão?

O nosso maior desafi o, ao assumir a Faem, foi e tem sido o de interiorizar as ações, reformular práticas antigas e modernizar o sistema associativo no Maranhão. Uma das primeiras realizações nesse sentido foi ajustar o Estatuto Social da Entidade de modo a torná-lo mais efi caz e próximo da realidade do nosso sistema. Outro destaque foi a realização do I Congresso Estadual de Associações Empresariais, em maio, quando contamos com a participação de representantes de todas as associa-ções comerciais fi liadas, além do apoio da CACB, com a presença do presidente, José Paulo Dornelles Cairoli, que ministrou a palestra de abertura. E, mais recentemente, podemos destacar a aquisição da sede própria, o que irá proporcionar mais segu-rança e estabilidade à Faem.

Quais as principais inovações?

Com foco na descentralização das ações, mo-difi camos a dinâmica das reuniões com as associa-ções fi liadas. Em vez de realizar todos os encontros mensais na sede da Faem, em São Luís, passamos a fazê-los de forma alternada, um na capital e outro no município. A maciça participação dos fi liados no Congresso refl ete o resultado positivo dessa mudança, que vem proporcionando uma integra-ção cada vez maior com nossos associados e a possibilidade de termos contato com a realidade de cada um e de conhecermos suas necessidades. Essa prática tem gerado ainda maior efi ciência na solução de problemas e melhor desempenho.

Quais os novos departamentos que surgi-

ram na estrutura da federação nos últimos

anos?

É inquestionável a importância do debate sobre as reformas tributária, previdenciária e trabalhista. Mas não se deve perder de vista a reforma política, “o berço de

todas as reivindicações”, sinaliza, nesta entrevista, o empresário Júlio César Teixeira Noronha, presidente da Federação das Associações Empresariais do Maranhão (Faem) desde 1999.Ex-secretário de estado da Indústria e Comércio do Maranhão (2006-2009), além da Faem, Noronha dirige o Conselho Deliberativo do Sebrae.

Reforma política é o berço das reformas necessárias para o futuro do Brasil

importância do debate as tributária, previdenciáriaas não se deve perder

ma política, “o berço de naliza, nesta entrevista, o eira Noronha, presidente ões Empresariais do 999.ndústria e Comércio do ém da Faem, Noronha vo do Sebrae.

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“A modernização da administração pública é ingrediente urgente e necessário, mas sobreleva o aperfeiçoamento do controle social sobre os gastos públicos como instrumento mais efi caz”

Temos na Faem uma estrutura pequena, porém organizada de forma compartimentada. Não falamos em departamentos, o que sugere grandes dimen-sões em estrutura física e recursos humanos. O que temos são áreas de trabalho bem defi nidas. E entre as que foram criadas nos últimos anos podemos destacar a área comercial, que cuida da promoção de serviços e produtos geradores de receita para as associações; e a de comunicação, encarregada de produzir informações internas e para o site, além de promover o intercâmbio com a imprensa.

A entidade pretende encaminhar alguma

reivindicação aos candidatos à Presidência da

República?

Sim. Considerando que as regiões mais distan-tes dos grandes centros industriais têm crescido nos últimos anos mais que as demais regiões, o Norte e o Nordeste devem ser alvos de progra-mas específi cos de desenvolvimento industrial. Nossa reivindicação está focada no adensamento das cadeias produtivas e na mudança do perfi l de produtores de matérias-primas.

A sua administração troca experiências

com outras federações?

A troca de experiências é uma dinâmica constan-te, estamos em diálogo com as demais federações no dia a dia e nos encontros e congressos, sempre buscando aperfeiçoar nossas práticas. Um exemplo é o Programa Empreender, criado pela CACB em parceria com o Sebrae Nacional. O programa che-gou ao Maranhão em 2001 e só em 2009 formou 51 núcleos setoriais e atendeu 913 empresas. Mais recentemente fi rmamos convênio com a Certsign Certifi cadora Digital, depois de consultarmos os resultados obtidos em outras federações.

Qual deve ser o foco de atuação da CACB

daqui para a frente?

O momento de transição política refl ete a opor-tunidade de inserir nas agendas dos candidatos as rei-vindicações adormecidas pelo descaso com que foram adiadas. A formulação do PAC II e da demanda de pro-postas fortalecedoras dos palanques dos candidatos é

fundamental para o enriquecimento de compromissos partidários. É, portanto, fundamental que os legítimos interesses das forças motrizes da economia do País estejam efetivamente inseridos nas políticas públicas.

Quais devem ser as prioridades da agen-

da empresarial no País?

É inquestionável que o debate gire em torno das reformas tributária, previdenciária e trabalhista. Não se deve, entretanto, colocar em plano inferior a reforma política, berço de todas as reivindicações. Polarizar, por exemplo, o debate sobre a redução da jornada de trabalho entre a representação sin-dical e as entidades que representam os interesses empresariais, coloca em plano secundário o esta-belecimento de políticas compensatórias, sob pena de comprometer a competitividade dos negócios.

Qual deve ser a posição do meio empre-

sarial no que se refere à racionalização e

redução dos gastos públicos?

É evidente que o constante crescimento dos gastos públicos remete, com absoluta transparência, ao tamanho da carga tributária, em verdadeira des-sincronia com os gastos em investimentos infraes-truturais. A modernização da administração pública é ingrediente urgente e necessário, mas sobreleva o aperfeiçoamento do controle social sobre os gastos públicos como o instrumento mais efi caz.

Quais os pontos mais importantes em

uma reforma tributária?

O ponto de partida é o reconhecimento da possibilidade de que uma abrangente e profunda reforma tributária não implica necessariamente redução de receitas. Um projeto que assimile e calibre a arrecadação tributária ao tamanho exato da necessidade implica em reduzir o tamanho do Es-tado ao seu real papel. Um projeto, nesse sentido, deve não só propor amplos entendimentos com a sociedade, mas sobretudo, considerar a minimiza-ção de confl itos internacionais que necessitam de medidas reparadoras nas relações comerciais. E isso de forma adequada ao fortalecimento da competiti-vidade da indústria e do comércio do Brasil.

Page 22: Empresa Brasil 59

22 Empresa BRASIL

Quais as principais realizações de sua

gestão?

O grande objetivo é consolidar nossa união. Estamos preocupados, também, em antecipar o futuro. Para tanto, precisamos encontrar outras for-mas de serviços, para fortalecermos nossas receitas. É igualmente relevante atuarmos com o Banco do Povo e buscarmos outras participações, as mais variadas possíveis, a fi m de que nossos associados tenham dentro das suas respectivas associações um ambiente que não só ofereça cursos e palestras, mas a integração efetiva do associado à entidade. Faz-se necessário instrumentalizar essa capilaridade, que só em São Paulo alcança mais de 420 entidades.

Quais as inovações de sua gestão que o

senhor destacaria?

Começo pela criação de um Plano de De-senvolvimento Operacional (PDO), por meio do sistema online de avaliação. Seguem-se outras criações importantes: a padronização das ACs e seus serviços; o credenciamento das empresas que prestam serviços para a nossa rede e a certifi cação das ACs segundo sua performance.

Citaria ainda a criação de um banco de dados do empresariado paulista; um Fundo de Desen-volvimento das ACs (Fundac) para estabelecer ações que possam benefi ciar as entidades e seus associados e também uma parceria com o sistema

DESTAQUE FEDERAÇÕES

P residente da centenária Associação Comer-cial de São Paulo (Acsp) e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Alencar Burti sempre se

destacou pelo empenho a favor do empreendedorismo.

Fiel a esse princípio, ele escolheu duas campanhas com foco na gestão das duas entidades: “De Olho no Impos-to”, destinada a informar à população sobre a alta carga tributária existente no País, e “Desatar o nó”, voltada para descomplicar a vida dos paulistanos no momento de abrir uma empresa “São compromissos das entidades contra os pesados impostos e a burocracia”, reafi rma Burti.“Ao empreendedor, o risco, e ao governo, a responsabili-dade pela criação de um ambiente próprio para que o espírito empreendedor possa se transformar em realidade e desen-volvimento”, diz Burti.

Leia, a seguir, a entrevista de Alencar Burti a Empresa Brasil:

Alta carga tributária eburocracia prejudicam oempreendedorismo no Brasil

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Junho de 2010 23

fi nanceiro (SII-Facesp) para estabelecer ações que possam adequar as ACs aos novos desafi os do SCPC.

Qual a importância de uma representati-

vidade forte para os associados?

Uma entidade está para seus associados na relação direta dos serviços que presta, das teses que defende e dos objetivos a que ela se propõe. O associado só entra em uma entidade quando ele constata que a entidade representa seus anseios, objetivos e propósitos, quer como cidadão, quer como empresário.

Quais os novos departamentos que surgi-

ram na estrutura da Federação nos últimos

anos?

Temos, graças ao superintendente da Facesp, Natanael Miranda dos Anjos, uma estrutura efi -ciente e em evolução, buscando novos serviços. É nosso objetivo, ainda, difundir a certifi cação digital, que é uma realidade, o sistema de cooperativas, o aprimoramento de conceitos, procurando através da educação e do profi ssionalismo encurtar os caminhos para as realizações.

A sua administração troca experiências

com outras federações?

Mantemos contato com praticamente todas as entidades no estado de São Paulo e também com entidades de representação nacional, promovendo a troca de experiência e troca de resultados em todos os campos, em todas as áreas.

Qual deve ser o foco de atuação da CACB

daqui para a frente?

A CACB deve profi ssionalizar as entidades que dela fazem parte. No momento em que as Federa-ções conseguirem isso, tudo fi ca mais fácil. É fazer uma dicotomia entre o voluntariado e os executi-vos e contratados, aos quais cabe a responsabilida-de de cumprir os objetivos, as metas que se traçam nas reuniões. Temos mais de 2.200 entidades no País e, se conjugarmos o idealismo dos voluntários e um profi ssionalismo efi ciente dos executivos, seremos a maior rede de infl uência do Brasil.

Quais devem ser as prioridades da agenda

empresarial no País?

Primeiro é você ter liberdade de empreender, segundo é coerência nas suas colocações. Não fazer a crítica pela crítica e, quando fi zer qualquer observação, apresentar, paralelamente a essa crítica, uma sugestão que leve harmonicamente a uma solução. Criticar e não participar da solução é o caminho mais improdutivo, mais inócuo de se propor qualquer coisa, pois certamente não se chegará a lugar algum.

Qual a sua opinião sobre a questão fi scal

no País?

Acho difícil uma solução em curto prazo. É um problema de cultura e um mal de raiz. Há uma as-sertiva que diz que mais importante do que ganhar é saber gastar. E é o que não vemos no poder público. Arrecada-se exageradamente e se gasta muitíssimo mal. Entendo que o caminho para acabar ou pelo menos racionalizar os exagerados gastos públicos é a reforma política. Uma reforma que aproxime o elei-tor do eleito, redução de partidos, em que se possa, efetivamente, optar por um partido, com conteúdo programático, ideológico em seus estatutos.

Quais os pontos que considera mais im-

portantes em uma reforma tributária?

Já presidi essa honrosa entidade, já presidi mais de dez entidades e, desde 1988, luto pela reforma tributária. Comecei a luta quando a contribuição da sociedade para o fi sco era de 25%. Hoje está em 37%. Tenho para mim, hoje, que sem uma reforma política você não conseguirá uma reforma tributária justa para o País.

A entidade pretende encaminhar alguma

reivindicação aos candidatos à Presidência da

República?

A primeira coisa que queremos é que os candi-datos estejam comprometidos com uma reforma política que leve a uma reforma tributária e a uma reforma do sistema trabalhista, a CLT, além de alterações em outros instrumentos que impedem a competitividade dos nossos produtos.

“”

“Criticar e não participar da solução é o caminho mais improdutivo de se propor qualquer coisa,pois certamente não se chegará alugar algum”

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24 Empresa BRASIL

Trata-se da Associação Comercial da Bahia, que no mês que vem abre cami-nho para os festejos do seu bicente-nário. Ela também é a mais antiga da

América Latina e sua história, que inclui o status de entidade de Utilidade Pública Federal, está intima-mente ligada aos importantes acontecimentos do comércio brasileiro e da Bahia e especialmente traduz a evolução da representatividade dos co-merciantes nas esferas públicas e privadas.

A ACB nasceu ainda no Brasil Colonial, para ser um ponto de encontro dos comerciantes. Sua inauguração foi incentivada também pelo Vice-Rei do Brasil, Dom Marcos de Noronha e Brito, o Conde dos Arcos de Valde Vez, que tinha interesse em promover o desenvolvimento da província. Outro apoiador de sua história foi D. João VI, que almejava o progresso da colônia, sede provisória da Corte Portuguesa.

O Palácio sede da ACB, hoje patrimônio histórico, foi cedido pela corte e custeado por subscrições dos comerciantes baianos. Foi, sole-nemente, inaugurado em 18 de janeiro de 1817 com festa, bênção e orquestra. Os comerciantes da Praça da Bahia ofereceram a Dom Marcos uma espada de ouro.

Ao longo de seus dois séculos, a Associação teve papel de destaque na representação do in-teresse do empresariado junto ao poder público, como, por exemplo, na liderança da iniciativa pri-vada para a implementação do Polo Petroquímico de Camaçari, cujo ato de constituição foi assinado em solenidade realizada no seu Palácio sede, em outubro de 1971. Na história recente, atuou na promoção do projeto de criação de Câmaras de Arbitragem.

O presidente do bicentenário, Eduardo Morais de Castro, tem certeza de que uma das principais

Duzentos anos de história

DESTAQUE CACB

A primeira associação comercial do País nasceu no Brasil colonial, em Salvador

O Palácio neoclássico do

século XIX, aberto à visitação

pública, abriga uma pinacoteca,

arte e história

Fotos: divulgação ACB

Page 25: Empresa Brasil 59

Junho de 2010 25Abril de 2010 25

características da ACB é desenvolver um planeja-mento estratégico forte para representar os asso-ciados perante os poderes públicos e sociedade, e igualmente, “colaborar, através de seus meios, para contribuir e transformar a Comunidade”.

Este incentivo à transformação da sociedade se dá, igualmente, pela formação de empresários. Em 1905, patrocinou a fundação da Escola de Comércio e defendeu os interesses da nova instituição junto ao governo e à classe empresarial. Em 2000, a entidade assinou um convênio com a Universidade da Bahia para selecionar alunos, inclusive estrangeiros, de desempenho acadêmico destacado para estagiarem em empresas baianas, com a possibilidade de efeti-vação após a conclusão dos estudos.

A ACB tem representatividade permanente em órgãos internacionais como o Promoexport (Cen-tro Internacional de Negócios, na Câmara Comér-cio e Indústria Brasil-China). Participa também do Conselho Urbano de Desenvolvimento Urbano (Condurb), entre outras atuações relevantes.

Além de divulgar os interesses do empresaria-do baiano, a ACB estabeleceu ao longo da História uma forte atuação no âmbito social. A Entidade mantém um programa de convênios com empre-sas comerciais e prestadoras de serviços que ga-rante condições diferenciadas para seus associados. Outro exemplo se dá no serviço de atendimento médico emergencial. Atua ainda em conselhos de saúde com cadeira permanente no Conselho Esta-dual de Saúde e no Conselho Curador da Funda-ção de Hematologia e Hemoterapia da Bahia.

O programa “Empreender”, que estimula o associativismo com a participação de micro, peque-nas e médias empresas, também ganha espaço na ACB. O projeto nasceu na Alemanha nos anos 80 e no Brasil começou em Santa Catarina, e, há dez anos, chegou na Bahia.

A associação baiana valoriza o passado apoian-do a revitalização dos prédios históricos baianos. Na comemoração do seu centenário, fi nanciou a reconstrução total da Praça Deodoro da Fonseca e hoje lidera a campanha em prol da revitalização do bairro do Comércio, para que ele retome o status de centro fi nanceiro da cidade e atração turística.

Comemorações se iniciam neste ano

O calendário de ações para a come-moração dos 200 anos da ACB já começa este ano. A entidade está reestruturando o Palácio (tombado pelo IPHAN desde 1938), com novas tecnologias de proteção, climatização de todo o Palácio, substituição do piso do Salão Nobre, recuperação de 2 sinos e relógios seculares. Para o próximo ano, estão previstos os lançamentos do Selo Postal Comemorativo e Carimbo e da Medalha pelo Clube Medalhístico da Casa da Moeda do Brasil, além da inauguração do Museu do Comércio.

Presidente da ACB, Eduardo Morais de Castro

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Parceria agilizaconfl itos judiciais

O comprometimento de um banco em tirar o processo de uma dívida cadastrada equivocadamente; a concordância de uma escola de

informática em cobrar do ex-aluno apenas as men-salidades referentes aos meses em que ele com-pareceu ao curso não concluído; o parcelamento de uma dívida entre um cliente inadimplente e

uma ótica. Estes são apenas alguns dos fi nais felizes promovidos pelo Posto Avançado de Conciliação Extraprocessual (PACE) de Santa Catarina.

O projeto foi implantado em junho de 2009 e funciona no corpo da diretoria jurídica da Associa-ção Comercial e Industrial de Florianópolis (ACIF). O PACE é uma iniciativa resultante da parceria entre Sebrae, Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Maioria dos procedimentos

envolve relações comerciais

DESTAQUE CBMAE

Acordo entre Associação Comercial de Florianópolis, TJSC e Procon-SC oferece aos empresárioslocais uma forma alternativa, mais rápida e menos dispendiosa, de solução de litígios

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Junho de 2010 27

e Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB).

Segundo a assessora jurídica da ACIF, Paula Vir-gínia Castro Pavin, os litígios apresentados ao PACE têm sido resolvidos em até 15 dias, enquanto que o processo poderia levar até 6 meses na Justiça tradicional. Desde a criação do PACE, foram detec-tados 43 procedimentos, dos quais 42 envolveram relações comerciais.

Para ajudar a emplacar o projeto, em novembro de 2009, a Associação Comercial também fi rmou um acordo com o Procon-SC. Foi uma iniciativa conjunta do presidente da ACIF, Doreni Caramori Jr., e do presidente da Câmara dos Vereadores, Gean Loureiro. A principal função do PACE no acordo é a homologação judicial após a conciliação.

A ACIF busca fazer a divulgação do PACE através de matérias publicadas na imprensa local e de visitas a organizações associadas ao projeto. Isto ressalta a importância do PACE na intenção de agilizar e ba-ratear a solução de confl itos. Além de ser essencial para conquistar sempre mais empresários, que ve-jam no PACE uma solução efi caz para seus confl itos.

O PACE-SC também pede apoio institucional da CACB para realizar uma palestra na sede da ACIF, ministrada pelo ministro Cezar Peluso, e em parceria com outras instituições interessadas no tema – como o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Federação das Indústrias de São Paulo, a

Federação da Micro e Pequena Empresa de São Paulo, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Santa Catarina (FACISC) e Federa-ção das Associações de Micro e Pequenas Empre-sas de Santa Catarina (FAMPESC).

EstruturaA ACIF conta com cinco sedes regionais, que

poderão ser destinadas, no futuro, ao atendimento do PACE. As sedes fi cam em Canasvieiras, Ingleses, lagoa da Conceição, Rio Tavares e Estreito.

A equipe do PACE conta atualmente com quatro conciliadores, sendo uma advogada – Paula Virginia Castro Pavin, que também é assessora jurídica da ACIF. Os outros três conciliadores são Diego Rodrigues da Silva, Fernanda Soares e Clau-desse Viganigo. O juiz coordenador, responsável por homologar os acordos, é Vilson Fontana, do Tribunal de Justiça de Santa Catarina.

AvaliaçãoNa última semana de março, o coordenador

adjunto da CBMAE nacional, Aldo Teles, visitou o PACE de Santa Catarina para acompanhar os traba-lhos desenvolvidos e desenvolver um diagnóstico. Para ele, o PACE está funcionando satisfatoriamente. Teles notou também que os acordos têm sido ho-mologados normalmente pela Justiça e que o acordo local feito com o Procon-SC é bastante positivo.

Ao procurar o PACE para instaurar um processo de conciliação, as partes recebem um documento como este ao lado, com as indicações de documentos necessários, motivo e data do procedimento.Os documentos referentes ao litígio não são arquivados na sede da ACIF. As partes são instruídas a portar a documentação necessária durante o acordo, mas nada fi ca com a associação. O único documento que fi ca registrado no PACE é o termo de acordo.

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Novo projeto aproximaagricultura familiar e turismona Copa do Mundo 2014Projeto Talentos do Brasil Rural: turismo e agricultura familiar a caminhodos mesmos destinos terá investimento de R$ 3 milhões em todo o País

■ Agência Sebrae de Notícias

A brir novos caminhos para produtos e serviços da agricultura familiar brasileira durante a Copa do Mundo de 2014. Esse é o propósito do

convênio assinado entre Sebrae, Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA) e Ministério do Turismo (Mtur). O acordo vai viabilizar a realização do Projeto Talentos do Brasil Rural: turismo e agricul-tura familiar a caminho dos mesmos destinos, que prevê a inserção de produtos da agricultura familiar em estabelecimentos comerciais e turísticos das 12 cidades-sede do evento esportivo.

“É um projeto regional e nacional, que busca fomentar a agricultura familiar de forma organizada, para manter a riqueza do País, com uma produção cada vez mais qualifi cada e diferenciada”, destacou o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae no Rio Grande do Sul e presidente da Fiergs, Paulo Tigre.

A ação terá disponíveis recursos na ordem de R$ 3 milhões, que serão repassados pelo MDA, via Caixa Econômica Federal, e geridos pelo Sebrae Rio Grande do Sul. Com abrangência nacional, o Talen-tos do Brasil Rural capacitará, inicialmente, 125 coo-perativas selecionadas para oferecer artigos diferen-ciados aos estabelecimentos que serão frequentados por turistas durante o mundial da Fifa – incluindo

PEQUENAS NOTÁVEIS

Evento reuniu mais de 300 lideranças interessadas em inovação, mercado e acesso a serviços fi nanceiros

Paulo Tigre (E), Guilherme Cassel e Paulo Okamotto na assinatura do convênio emPorto Alegre

Foto Sebrae/RS

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Linha de produtos de artesãos e

produtores rurais é cada vez mais

diversifi cada

hotéis, bares, restaurantes e lojas de artesanato das cidades-sede. No Rio Grande do Sul, serão cerca de 30 cooperativas. A previsão é de que o edital seja publicado na primeira quinzena de junho.

O intuito do projeto é promover a inclusão de itens de alimentação e bebida, artesanato, decora-ção e amenities (miniaturas de xampus e sabonetes disponíveis nos banheiros de hotéis) típicos de cada região do País, fabricados por agricultores fami-liares. Serão produtos como xampu de cupuaçu, sabonete de açaí, cachaça, conservas, mel, geleias, frutas e sucos orgânicos, peças de artesanato, entre tantas outras opções. O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, destacou que “o convênio vem reforçar a atuação da instituição junto à agricultura familiar. Temos linhas de projetos desenvolvidos, com base na gestão de negócios, diversifi cação dos canais de distribuição, qualifi cação de produtos e agregação de valor, por meio do design e acesso a novos mercados, por exemplo”.

Também serão realizadas ações de qualifi cação de empreendimentos de turismo rural situados no entorno das cidades-sede da Copa de 2014, para que possam oferecer atividades diversifi cadas e, assim, atrair o público que estará nos locais para assistir aos jogos do mundial para passeios, hospe-dagem e refeições. A previsão é de que o trabalho seja executado em um prazo de 18 meses. “Esse será um impulso, a ideia é que as participantes mantenham-se no mesmo caminho depois da Copa. Temos exemplos dos efeitos positivos que o evento internacional trouxe para a economia de ou-tros países que o sediaram”, comentou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel.

AçõesO primeiro passo será o planejamento das es-

tratégias de atuação, comunicação, monitoramento e avaliação do projeto, seguido pela elaboração de uma pesquisa de mercado que norteará os passos seguintes. “Vamos identifi car os estabelecimentos que já compram produtos da agricultura familiar, aqueles que ainda não o fazem e entender o por-quê. Com base nessas informações, o projeto será desenvolvido”, informou Cassel. Hoje, se conhece

informalmente alguns dos fatores que prejudicam a inserção dos produtos familiares no mercado, o que inclui a capacidade de produção, cumprimento de prazos, preços e questões de logística. Depois, ocorre a seleção do público-alvo, realização de diagnóstico dos empreendimentos e o plano de marketing e comercialização.

O Talentos do Brasil Rural tem como base a ex-periência de outras ações – Rede de Cooperação Técnica para Roteirização, Economia da Expe-riência e Talentos do Brasil Moda, por exemplo – executadas pelo Mtur e MDA, desde 2003 –, parceiros no fomento ao turismo rural.

Agricultura familiar gaúcha e brasileiraO ministro Cassel lembrou que durante muitas

décadas a agricultura familiar foi vista como pobre e improdutiva. “No entanto, conseguimos mostrar que se trata de um setor dinâmico e produtivo da nossa economia”.

Os dados comprovam. De acordo com informações do primeiro Censo Agropecuário que incluiu dados da Agricultura Familiar, realizado pelo IBGE em parceria com o MDA, quase 85% das propriedades agrícolas do País são familiares – o que representa mais de 4 milhões – e ocupam cerca de 70% da mão de obra no meio rural.

Elas estão concentradas em uma área que representa apenas 24,3% do total destinado à agri-cultura. Essas estruturas são responsáveis por gerar um valor bruto de produção de R$ 54 bilhões – quase 40% do total referente à agropecuária. Segundo informações apresentadas pelo ministro Cassel, a agricultura familiar é responsável por 10% do PIB brasileiro.

No caso do Rio Grande do Sul, um terço da área agriculturável é familiar e o Estado é respon-sável por 54% do valor bruto de produção do País. Dos estabelecimentos rurais gaúchos, 86% são familiares. A agricultura familiar é responsá-vel por 27% do PIB gaúcho, de acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). De acordo com o ministro, neste ano, o governo federal vai destinar R$ 16 bilhões para estimular a produção familiar.

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PEQUENAS NOTÁVEIS

Lei Geral da Micro E Pequenaempresa é regulamentadaem 1.713 municípios brasileiros

■ Agência Sebrae de Notícias

A Lei Geral da Micro e Pequena Empre-sa (Lei Complementar 123/06) já está regulamentada em 1.713 cidades, o que representa 30,78% dos 5.565

municípios brasileiros. Os números são do dia 28 de maio e superam a expectativa do Sebrae, que era alcançar 1.700 municípios até dezembro de 2010.

“Ao atingirmos essa marca histórica com a Lei Geral, possibilitamos que quase a metade do País tenha um ambiente favorável para os micro e pequenos negócios”, disse o presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, lembrando ser necessário que as regulamentações ainda sejam promovidas pelos demais municípios.

Segundo Okamotto, além de regulamentar formalmente a legislação, é preciso colocar a lei em prática para que seus benefícios possam ser usufruídos pelos empreendedores de todo o País. Entre os exemplos, ele citou o capítulo que permi-te maior acesso das micro e pequenas empresas às compras governamentais, mecanismos de desbu-rocratização e reduções tributárias.

O Sebrae promove uma série de medidas para ampliar a regulamentação e prática da Lei Geral. Uma das principais ações é feita junto a entidades municipalistas, como a Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e a Confederação Nacional de Municípios. As ações incluem sensibilização e capacitação de gestores e agentes públicos para a regulamentação e prática da lei.

A meta do Sebrae era contribuir para alcançar 1,7 mil municípios até dezembro de 2010; a instituição promove parcerias com entidades municipalistas incentivando a regulamentação e prática da lei

Vila Velha (ES) é uma das cidades favorecidas pela lei que incentiva os pequenos negócios

Foto Arquivo ASN

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Esses agentes estão nas prefeituras e atuarão nas políticas de desenvolvimento focadas nas micro e pequenas empresas. “Capacitar os agentes de desen-volvimento é oportunidade para termos políticas pú-blicas efi cientes e efi cazes para as micro e pequenas empresas nos municípios”, disse Paulo Okamotto.

O gerente de políticas públicas do Sebrae, Bruno Quick, explica que os municípios são estratégicos no processo, pois estão mais próximos das empresas e são os operadores da maioria das políticas públicas voltadas ao segmento. “Boa parte das exigências para legalização de empresa é dos municípios.”

Conforme Quick, os 1.713 municípios com a Lei Geral regulamentada detêm mais da metade das micro e pequenas empresas do país. Trata-se, avalia, do início de uma nova era para essas empresas. “Nesses locais já existe a previsão legal. Agora a tendência é que seja defl agrada uma série de progra-mas voltados a desburocratização, desoneração, incentivo à formalização e dinamização da economia especialmente por meio do melhor uso do poder de compra, com ampliação do acesso dos micro e pequenos negócios às compras municipais.”

“Vamos manter nossa estratégia com o progra-ma de ampliar a municipalização e a prática da lei, inclusive com um sistema de monitoramento das

ações, que permitirão melhor acompanhamento das ações”, afi rma o analista de políticas públicas do Sebrae, Israel Jorge.

Ranking Nas primeiras posições do ranking das regu-

lamentações nos estados com mais de 50% dos municípios com a Lei Geral regulamentada estão Espírito Santo, com 100%, Mato Grosso, com 94,33%, Santa Catarina, com 82,59%, Paraná, com 76,69%, Rio de Janeiro, com 68,48%, e Rondônia, com 51,92%.

Mais de 76% dos municípios paranaenses aplicam aLei Geral

Florianópolis, capital catarinense, atrai

empreendedores da área de informática

Foto Ivan Bueno

Foto Cristina Knepper

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32 Empresa BRASIL

PEQUENAS NOTÁVEIS

Melhora qualidade do trabalhonas micro e pequenas empresasÉ o que mostra estudo comparativo feito pelo Sebrae entre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), entre 2001 e 2008

■ Agência Sebrae de Notícias

Aumentou o grau de escolaridade, o tempo de permanência no emprego e o rendimento médio mensal dos trabalhadores das micro e pequenas

empresas, segmento que continua sendo porta de entrada de jovens no mercado de trabalho. É o que mostra estudo comparativo do Sebrae sobre a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, e a Relação Anual de Informa-ções Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), entre os anos de 2001 e 2008.

O estudo foi apresentado pela gerente de Gestão Estratégica do Sebrae, Raissa Rossiter, no seminário que tratou sobre Desenvolvimento e o papel das micro e pequenas empresas, promovi-do, no início de junho, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Raissa participou do painel que debateu Ocupação, cadeias produtivas e relações de trabalho nas micro e pequenas empresas.

O trabalho mostra que de 2001 a 2008 o número de empregados formais com o segundo grau incompleto ou completo subiu de 37% para 55%. Aqueles com ensino superior completo ou mais passou de 6% para 8%. O rendimento médio mensal dos trabalhadores do segmento subiu de R$ 829,00 para R$ 861,00 e o tempo médio de permanência desses trabalhadores nessas empresas passou de 3,7 anos para 4,1 anos.

Conforme o trabalho, mesmo com uma queda no número de vagas oferecidas, esse segmento empresarial continua sendo porta de entrada para o emprego de jovens com até 24 anos. Em 2001, 60% dos empregados com carteira assinada traba-lhavam em micro e pequenas empresas. Em 2008, esse percentual caiu para 54%.

“Essas variáveis estão interconectadas, contri-buindo para a melhoria da qualidade do trabalho nas micro e pequenas empresas e para a competiti-vidade do segmento”, avalia Raissa Rossiter. Ela reforça a importância desses fatores e dessas empresas para o desenvolvimento do País. “As micro e pequenas empresas têm forte atuação no mercado interno, e o fortalecimento desse mercado nos últimos anos refl ete fortemente a ação dessas empresas”, lembra.

Para fortalecer esse potencial dos micro e pequenos negócios, a gerente do Sebrae defen-de que é preciso “aperfeiçoar os instrumentos de monitoramento do mercado de trabalho que permitam aferir melhor a situação do segmento”. Ela também destaca ser preciso um esforço con-junto para potencializar o uso das bases de dados e análises relativas ao segmento. Sugeriu inclusive um grupo de estudos com este objetivo formado por órgãos e instituições que atuam na área, como Sebrae, Ipea e IBGE.

Também participaram dos debates João Alberto de Negri e André Campos, do Ipea.

De 2001 a 2008, o tempo médio de permanência no trabalho passou de 3,7 para 4,1 anos

Foto Bernardo Rebello

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Em 2010, participantes vão gerir uma empresa de fabricação de instrumentosmusicais; este ano quase 160 mil se inscreveram para a competição

Desafi o Sebrae estimula vivência empresarial entre jovens

■ Agência Sebrae de Notícias

No dia 1º de junho, milhares de estu-dantes de cursos de graduação em instituições de ensino superior de todo o país iniciaram sua participa-

ção no Desafi o Sebrae 2010, jogo que transforma universitários em empreendedores por meio da gestão de um negócio virtual.

Desta vez, estudantes gerenciarão empresas vir-tuais no ramo de fabricação de instrumentos musicais. Além disso, a interatividade aparece como uma das principais características do jogo em 2010. “A nova pla-taforma traz mais elementos gráfi cos com informações para auxiliar as equipes na gestão de suas empresas”, explica Marcus Vinicius Bezerra, coordenador do jogo.

Outra novidade agregada ao Desafi o Sebrae é a possibilidade que as equipes terão de contratar no ambiente virtual a consultoria do Sebrae.

Vale lembrar que desde o dia 18 de maio todos

os membros das equipes participantes recebem por e-mail alertas que remetem ao conteúdo relacionado ao jogo, no site do Desafi o. Todas essas informações serão disponibilizadas pela coordenação do Desafi o Sebrae exclusivamente por meio dessa área restrita. “Para jogar, além de comprometimento, é fundamen-tal que os participantes façam a leitura do manual do Desafi o e fi quem atentos aos e-mails da coordena-ção”, recomenda Bezerra.

Os participantes da equipe vencedora ganham uma viagem de 10 dias a um centro de referência mundial em empreendedorismo

Interatividade aparece como uma das principais características do jogo em 2010

Foto Arquivo ASN

Foto Davi Zocoli

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Sustentabilidade é pensar e agir de uma nova formaAdotando práticas social e ambientalmente responsáveis, empresas conseguemreduzir custos, ter diferencial competitivo e incrementar valor de marca

A sustentabilidade é o posicionamento do momento. Ele é o que se chama “politicamente correto”. Tema de congressos empresariais, publicidade

nas ruas e planos governamentais, a adoção de políticas socioambientais alinhadas aos planos de venda, são cada vez mais comuns e necessárias nas empresa e corporações. E não se trata, como mui-tos imaginam, de apenas uma ação de marketing. O desenvolvimento sustentável, incorporado ao planejamento estratégico das empresas, é conside-

rado diferencial competitivo: incrementa o “valor da marca” e reduz os custos.

Exemplos simples de adoção de políticas sustentáveis: reciclar, reutilizar água e reduzir o consumo de energia. A Ambev reduziu em 22% o consumo de água em cinco anos, a partir da im-plantação de estações de tratamento de água. Já a Unielever investiu em tecnologia e poupou o corte de 2,4 mil árvores por mês, diminuiu em 9% do consumo de combustível e reduziu a embalagem de alguns dos seus produtos. Trocou vidro por

Praticas como o recolhimento de

lixo eletrônico são cada vez mais

comuns entre as empresas

autossustentáveis

TENDÊNCIAS

Fotos: ACE/Guarulhos

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Junho de 2010 35

Associação de Guarulhos promove exemplo e efeito multiplicador

A Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos (ACE Guarulhos) é um exemplo do efeito dominó em prol do desenvolvi-mento sustentável. A entidade tem atuado, fortemente, na promoção da responsabilidade ambiental. Em parceria, com o instituto Reci-cla Cidadão, a ACE incentiva o recolhimento consciente do lixo eletrônico. Para isto, foram confeccionados cartazes e panfl etos educa-tivos sobre o tema, além da distribuição de lixeiras especiais nas videolocadoras.

O projeto foi tema, no início de maio, da última Conferência Internacional – Empresas e Responsabilidade Social, organizada pelo Insti-tuto Ethos, em São Paulo. “Com a campanha esperamos dar uma resposta positiva em favor do meio ambiente”, disse Wilson Lourenço, presidente da entidade. A campanha “Doe seu lixo eletrônico” iniciou no fi nal de 2009 e já arrecadou, até o momento, mais de 3 toneladas de produtos.

A entidade promoveu o “ Movimento Cultural”, programa de palestras em escolas municipais e estaduais de Guarulhos com o objetivo de disseminar a cultura da coleta se-letiva e, sobretudo, incentivar a participação, também dos jovens, nas questões ambientais. Mas as ações voltadas à responsabilidade am-biental se dão também na prática. O prédio da entidade, inaugurado em 2007, tem um reservatório para o armazenamento da água de chuva não potável. O reaproveitamento da água da chuva representa uma economia de 30% sobre o abastecimento realizado pelo SAAE. A água armazenada é utilizada para regar os jardins, lavar pisos e para a descarga nas bacias sanitárias.

O prédio da ACE de Guarulhos tem

reservatório para o armazenamento

da água de chuvanão potável

PET. A rede Pão de Açúcar optou por colocar nas prateleiras produtos sem embalagem.

As práticas ligadas ao desenvolvimento sus-tentável, no entanto, não são exclusividade das grandes empresas. Para a especialista em consumo e comunidade e consultora da Associação Comer-cial de Curitiba (ACB), Aparecida Nogarolli, as pe-quenas e médias empresas têm até mais facilidade para desenvolver ações ligadas ao desenvolvimento sustentável por terem mais fl exibilidade para esta-belecer parcerias e escolher novos fornecedores.

Adaptar-se a esse “novo” modelo pode signifi -car ainda ganho de mercado para as empresas de pequeno e médio portes. As grandes empresas, que adotam ações de políticas de desenvolvimento responsável, procuram fornecedores que traba-lhem na mesma linha. “Um pequeno comerciante que adote ações ligadas a responsabilidade am-biental e desenvolvimento sustentável pode gerar inúmeros benefícios no seu bairro, ser exemplo para seus vizinhos e consumidores. Isso tem um efeito multiplicador”, lembrou Nogarolli.

Algumas linhas de crédito impulsionam as pequenas e médias empresas nessa trajetória. Segundo o BNDES, o crédito de políticas ambien-tais está crescendo, especialmente em razão da alta demanda por parte das pequenas e médias empre-sas, que já absorvem metade dos recursos.

Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos é exemplo de iniciativa de mobilização a favor de práticas sustentáveis

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Quando o capitalismoamericano quase desmoronou

A falência autorizada pelo governo americano, no domingo de 14 de setembro de 2008, do Lehman Bro-thers, uma instituição fundada antes

da Guerra Civil, marcou o agravamento da crise fi nanceira mundial. Foi a maior falência da história e a reação do mercado não poderia ser pior: no fi nal das negociações, na segunda-feira, o Dow Jo-nes despencou mais de 500 pontos, a maior queda diária desde 17 de setembro de 2001, quando o mercado retomou os negócios após os ataques de 11 de setembro.

A partir dali, todos os grandes setores do índice S&P contabilizaram prejuízos. Tão terrível quanto o primeiro dia após a falência do Lehman, o maior medo era que ninguém sabia aonde o co-lapso chegaria. A partir deste momento, ninguém tinha maior poder nos Estados Unidos do que Bem Bernanke, o chairman barbudo e careca do Federal Reserve, o Banco Central americano.

A narrativa sobre o desesperado esforço de Bernanke para impedir que o motor fi nancei-ro do mundo parasse de funcionar é o tema do

livro-reportagem “Os Bastidores da Crise” (In Fed We Trust,Editora Campus), do jornalista David Wessel, editor de economia do The Wall Street Journal, vencedor de dois prêmios Pulitzer, em 1983 e 2002.

Wessel começou a planejar o livro sobre o Fed muito antes da crise das hipotecas de risco, do chamado Grande Pânico, termo utilizado pela imprensa norte-

americana para designar o que no Brasil passou a ser chamado de a maior crise fi nanceira mundial de anos recentes. Para concretizar seu objetivo, ele entrevistou o próprio Bem Bernanke, além de uma série de outros integrantes do Fed e do Tesouro americano, ao mesmo tempo em que se desenro-lava a maior ameaça ao capitalismo americano de todos os tempos.

O próprio Wessel reconhece que seu livro somente foi possível porque as autoridades do FED se dispuseram a conceder entrevistas francas a um repórter, mesmo durante a fúria da crise.

A resposta agressiva do Fed àquilo que o Fundo Monetário Internacional (FMI) denominou “a mais profunda recessão mundial desde a Grande Depressão” chamou a atenção indesejada para seu enorme poder e sua capacidade de agir como quarto poder do governo. Mesmo diante de uma forte resistência política a liberar mais dinheiro pú-blico para reconstruir o sistema bancário, Bernanke demonstrou que o Fed não estava paralisado nem com falta de opções, relata Wessel.

No jogo das hipóteses que encerra o livro, o autor lembra que Bernanke foi favorecido por seus estudos sobre a Grande Depressão de 1929.

“O que aconteceria se ele não tivesse resolvido fazer o que fosse preciso para prevenir uma segunda Grande Depressão? O que aconteceria se ele tives-se sido tímido ou intimidado pela resistência dentro do Fed?” – indaga Wessel. E responde: a economia estaria ainda pior do que está agora e este livro seria uma narrativa de como o Fed havia hesitado e demorado para agir, como a geração anterior de banqueiros centrais havia feito. Seria um livro sobre o fracasso de Bem Bernanke em manter a sua pro-messa a Milton Friedman em 2002. “Em relação à Grande Depressão, você está certo, foi nossa culpa. Mas, graças a você, não faremos isso novamente.”

(Milton Wells)

36 Empresa BRASIL

“O maior risco é não ter

vontade política, não termos

comprometimento de resolver esses

problemas e simplesmente

deixá-los acontecer”

Bem Bernanke

BIBLIOCANTO

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Junho de 2010 37

Brasil vive apagão de mão de obra■ Marcelo Neri*

A gravando o problema, o número de jovens de 18 a 24 anos que estão em alguma instituição de en-

sino formal vem caindo nos últimos anos (caiu 7,3% entre 2006 a 2008, de 7,5 milhões para 6,9 milhões). Isto se dá pelo começo da redução da chamada onda jovem onde observamos queda de 3,5% do número absoluto da população nesta faixa. Além disso, o estudante tem sido atraído pelo canto do mercado de traba-lho, caindo a proporção em escolarização formal de 4%, reforçando o apagão.

Na corrida de obstáculos entre oferta e demanda de e por trabalhadores mais qualifi cados, a educação profi ssional desempenha papel central pois além de ser de prazo mais curto e permitir maior facilidade de conciliar trabalho e estudo, ela se volta mais diretamente às necessi-dades e nichos dos diferentes negócios. A educação profi ssional tem sido muitas vezes considerada uma alternativa de segunda classe em prol de um ensino médio genérico que tenta fazer muito com pouca qualidade e foco, com difi cul-dade de atração dos jovens. Já o ensino superior percebido como uma espécie de primeira divisão do ensino profi ssional, é inalcançável para a maioria.

O desinteresse acerca da formação profi ssionalizante também está presente na avaliação dos impactos dos programas existentes que não dá conta da diversa matiz de cursos onde o prêmio salarial dos cursos de educação profi ssional varia de 1,4% a 27%, já controlados pela educação formal. Não se pode dizer que os prêmios são altos

ou baixos. Isto vai depender da área e do tipo de curso fornecido e das necessidades específi cas de cada um. O resultado desta desinformação são políticas e mercados educacionais e de trabalho relativamente desconectados sobre os percalços e poten-ciais ganhos das diversidades de alternativas profi ssionalizantes existentes. Entre os di-versos participantes dos cursos de educação profi ssional podemos citar as instituições de ensino que, na analogia da corrida educacio-nal, incluiria clubes, técnicos, preparadores físicos desde as divisões de base até chegar ao nível profi ssional. O estado ainda tem o seu papel de regulador (juízes e federações). Mas quem decide a corrida é sem dúvida o estudante; mal comparando sem atletas bem formados e motivados a competição é sempre perdida.

O desafi o é fazer o estudante enxergar, por meio de indicadores de fácil interpretação, os prêmios da opção prefe-rencial por mais educação nas suas diversas vertentes. É preciso qualifi car a demanda por educação em geral e a educação profi ssional em particular.

Essa é a linha da pesquisa que será lançada amanhã pela FGV em parceria com o Instituto Votorantim no MAM em São Paulo. O site www.fgv.br/cps/proedu informará ao estudante em potencial como o mercado de trabalho tem remu-nerado diferentes escolhas educacionais.

Concretamente falamos de respostas diretas a questões como, por exemplo, o que os diferentes cursos de educação pro-fi ssional proporcionam de fato em termos de ganhos salariais? E na empregabilidade? Que curso garante maior qualidade do posto de trabalho conquistado? Qual o impacto do curso tecnólogo vis a vis o téc-

nico de nível médio? E nos cursos básicos de qualifi cação profi ssional, o que alavanca mais é o de informática ou o de gestão?

Em que é melhor investir, na educa-ção profi ssional, na educação formal ou uma combinação das duas? O que dá mais retorno, cursos diurnos ou notur-nos? Presenciais ou a distância? Privados, públicos ou do sistema S? Há efeito-diplo-ma profi ssional? quem termina os cursos tem ganhos adicionais? E assim por diante.

A pesquisa usa as ferramentas da informática e da internet para fazer esta informação chegar às especifi cidades de cada um por meio de simuladores e panoramas. A nova safra de microdados explorada permite traçar detalhadas fotografi as das conexões entre as corridas educacionais e a trabalhista nos detalhes da educação profi ssional cobrindo o auge do apagão de mão de obra pregresso, o período de crise até a possível volta do apagão já em 2010.

Além disso, mensura-se as consequ-ências percebidas do curso em termos de mercado de trabalho, o objetivo último da educação profissional. Como o egresso dos cursos profissionais vê o impacto deles na sua vida. Apresentamos, evidências objetivas de alguns aspectos subjetivos associados a esta passagem da educação profissional ao mundo do trabalho. Isto inclui perguntas sobre o uso, ou não, dos conhecimentos adquiridos no curso na carreira profissional e as razões percebidas tanto para sua utilização quanto para sua não utilização. Nada como saber dos próprios sobre os fatores de fracasso e os segredos do sucesso trabalhista de cada um.

*Chefe do Centro de Políticas Sociais da FGV Reprodução autorizada pelo Sebrae

ARTIGO

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