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Abril de 2010 1 Abril de 2010 1 CÂMARA APROVA A CRIAÇÃO DA SECRETARIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA Juntas comerciais começam a vencer a burocracia Empresa Brasil Ano 9 l Número 88 l Novembro de 2012 Em vários estados, o tempo necessário para a abertura de uma empresa caiu de forma significativa

Revista Empresa Brasil 88

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Edição 88 da Revista Empresa Brasil da CACB.

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Page 1: Revista Empresa Brasil 88

Abril de 2010 1Abril de 2010 1CÂMARA APROVA A CRIAÇÃO DA SECRETARIA DA MICRO E PEQUENA EMPRESA

Juntas comerciais começam a vencer a burocracia

Empresa Bras

il

Ano 9 l Número 88 l Novembro de 2012

Em vários estados, o tempo necessário para a abertura de uma empresa caiu de forma signifi cativa

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Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: Kennedy Davidson Pinaud CalheirosRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: Nilton Ricardo Felgueiras Faria e SousaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C, Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Ubiratan da Silva LopesRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Itamar Manso Maciel JúniorAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: Ricardo RussowskyRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Gerçon Szezerbatz ZanattoRua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às in-formações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2011/2013

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESDjalma Farias Cintra Junior - PEJésus Mendes Costa - RJJosé Sobrinho Barros - DFLuiz Carlos Furtado Neves - SCRainer Zielasko - PRReginaldo Ferreira - PARogério Pinto Coelho Amato - SPSérgio Roberto de Medeiros Freire - RNWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISSérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTE ESTRATÉGIGOEdson José Ramon - PR

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJonas Alves de Souza - MSMarcito Aparecido Pinto - ROPedro José Ferreira - TO

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAlexandre Santana Porto - SELeocir Paulo Montagna - MSValdemar Pinheiro - AM

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENAÇÃO DE COMUNICAÇÃO SOCIALfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALMarcelo MeloNeusa Galli FróesThaís Margalho

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Novembro de 2012 3

Quase no fechamento desta edição de Empresa Brasil, nossa entidade foi surpreendida com duas auspiciosas notícias. A primeira delas refere-se à aprovação, pela Câmara dos Deputados, da emenda constitucional que institui a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério.

A segunda trata da aprovação, também pela Câmara, do projeto de lei que obriga que as notas fi scais informem o valor dos impostos embutidos no preço do produ-to ou serviço adquirido pelo consumidor.

Para a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), a criação da Secretaria da Micro e Pequena Empresa não poderia ocorrer em momento mais oportuno. É fato conhecido que nossa entidade tem mobili-zado suas forças na articulação de estratégias, a fi m de produzir conquistas que possam fortalecer e alavancar um setor responsável por uma fatia correspondente a 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Nessa linha, nossas ações têm se destacado por alinhar aqueles pontos que julgamos fundamentais para a criação de um universo empresarial compatível com o perfi l dos pequenos e microempresários.

Em nosso último congresso, por exemplo, realizado em Belém (PA), escolhemos como tema-chave do evento a pregação de uma reforma trabalhista que possa diferenciar a realidade de mercado das pequenas e microempresas das grandes e médias. Isso porque, para nós, é totalmente incongruente que as grandes e as pequenas empresas tenham obrigações trabalhistas idênticas. O ideal seria criar um sistema que estabeleça as obrigações trabalhistas de acordo com o porte de cada empresa. Seria um mecanismo decisivo para a formalização de milhões de trabalhadores que atualmente atuam na informalidade. De outra parte, é preciso efetivar medidas que estimulem a associação de empresas com objetivos comuns, como, por exemplo, na exportação. Na Itália, as empresas que se unem para expor-tar em conjunto são isentas de muitos impostos. Por isso, do total das exportações italianas, 42% são de pequenas empresas, enquanto no Brasil é de apenas 0,8%.

Além da questão da carga tributária e da necessidade de linhas especiais de capital de giro, existe ainda uma série de outras medidas que podem ser abraçadas pela nova Secretaria da Micro e Pequena Empresa, a fi m de atingir o objetivo co-mum de todos, que é o de reduzir os ainda altos índices de mortalidade do setor de forma concomitante com seu crescimento.

No caso do projeto de lei que obriga a discriminação dos impostos nas notas fi scais, a CACB também compartilha da satisfação do setor empresarial, dada a sua posição de linha de frente dessa causa, a qual foi grandemente fortalecida pelo mo-vimento liderado pela Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), que resultou em mais um milhão de assinaturas de apoio à iniciativa.

Com a aprovação desse projeto, acreditamos que, a partir de agora, o consumidor poderá engajar-se com mais força na tentativa de pressionar o governo no sentido de conduzir uma verdadeira reforma tributária ainda em 2013. São os nossos votos.

A importância das decisões da Câmara dos Deputados

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

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4 Empresa Brasil

3 PALAVRA DO PRESIDENTEQuase no fechamento desta edição de Empresa Brasil, nossa entidade foi surpreendida com duas auspiciosas notícias. A primeira delas refere-se à aprovação, pela Câmara dos Deputados, da emenda constitucional que institui a Secretaria da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério. A segunda trata da aprovação, também pela Câmara, do projeto de lei que obriga que as notas fi scais informem o valor dos impostos embutidos no preço do produto ou serviço adquirido pelo consumidor.

5 PELO BRASILO presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, foi homenageado durante a solenidade Mérito Empreendedor 2012, organizada pela Federação das Associações Comerciais do Distrito Federal.

8 CAPAJuntas comerciais reduzem a burocracia na abertura de empresas.

12 CASE DE SUCESSOO Núcleo de Panifi cadoras de Itajubá criou uma rede social para compra e venda de produtos relacionados à panifi cação, com cadastro de fornecedores. O núcleo faz parte do programa Empreender e funciona junto à Associação Comercial local.

14 FEDERAÇÕESFacesp lança o Gastômetro durante o 13º congresso da entidade.

17 DESTAQUE CACBIntegra completa em dezembro um ano de atividades.

20 CBMAEEncontros regionais unifi cam ações da rede CBMAE.

22 LEGISLAÇÃO Emenda que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa vai à sanção da presidente Dilma.

25 DIREITO DO CONSUMIDORCâmara aprova lei que determina a discriminação dos impostos nas notas fi scais.

26 ECONOMIA As estimativas do governo para o PIB de 2013 são consideradas otimistas pelo mercado.

26 NEGÓCIOSO que é preciso fazer para aumentar a participação da MPE no mercado externo.

28 EMPREENDEDORISMOJunior Achievement espera benefi ciar 500 mil estudantes em 2013.

30 ARTIGO Sete razões para você iniciar o seu próprio negócio.

ÍNDICE

EXPE

DIE

NTE

Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Nomad Soul/Fotolia.comRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Thaís Margalho e Marcelo MeloExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

SUPLEMENTO ESPECIAL

Inovação gera oportunidadesde novos negócios

8 CAPA

14 FEDERAÇÕES

22 LEGISLAÇÃO

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Presidente da CACB é homenageado em Brasília

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), José Paulo Dornelles Cairoli, foi homenageado durante a solenidade Mérito Empreendedor 2012, organizada pela Federação das Associações Comerciais do Distrito Federal (FACIDF), no último dia 30 de outubro. Autoridades como o sena-dor Rodrigo Rollemberg e o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também já receberam a mesma honraria. Todos os homenageados terão sua biografi a conta-da no livro “A história quem faz é você”.

Também participaram da cerimônia o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), os deputados distritais Agaciel Maia (PTC) e Eliana Pedrosa (PSD), o secretário de Micro, Pequenas Empresas e Economia Solidária do Distrito Federal, Raad Massoud, além do diretor-fi nanceiro da CACB, George Teixei-ra, o diretor-secretário, Jarbas Meurer, e o presidente da Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais (Federaminas), Wander Luis Silva.

PELO BRASIL

Cairoli discursa durante a cerimônia de entrega do prêmio

Rio de Janeiro usará biometria para certifi cação digitalA Autoridade de Registro da

rede CACB ligada à Federação das Associações Comerciais e Empresa-riais do Rio de Janeiro (Facerj) será o piloto do projeto de identifi cação biométrica para certifi cação digital no estado. O processo está sendo desenvolvido de forma semelhante na Bahia e no Distrito Federal.

Participaram da reunião o pre-sidente do Instituto de Tecnologia da Informação da Presidência da República (ITI), Renato Martini; o assessor da presidência do ITI, Eduardo Lacerda; o vice-presiden-te da Certisign, Julio Cosentino; o presidente do Serasa-Certifi cação Digital, Igor Ramos Rocha; o

diretor do Detran, Marcos Sili-prandi; o diretor de Identifi cação Digital da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identifi cação Digital (Abrid), Edson Rezende de Oliveira; o coorde-nador do Progerecs-CACB, Luiz Antonio Bortolin; e o executivo da Facerj Lédio Ferreira.

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6 Empresa Brasil

PELO BRASIL

Começa dia 26 o 2º Mutirão Nacional da Conciliação

Começa no dia 26 de novembro o mutirão de concilia-ção empresarial na rede CBMAE, com o objetivo de atender empresários que possuem confl itos e desejam tentar uma solução rápida, efi ciente e com baixo custo. Em toda a rede estão sendo inscritos problemas referentes a rescisão contra-tual, inadimplência, dentre outros confl itos empresariais. Para participar, basta procurar a associação comercial mais próxima. Os endereços podem ser consultados no site www.cacb.org.br.

No último Mutirão realizado de 6 a 11 de agosto de 2012, pela rede de Câmaras e Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs) da CBMAE, foram atendidas apro-ximadamente 6.335 pessoas, 202 empresas, resultando em 877 conciliações com 76% de sucesso nos acordo. O valor negociado foi de mais de um milhão e cem mil reais.

O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afi f Domingos, visita a sede da CACB, em Brasília

O presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, reuniu-se no início de outu-bro com o vice-governador de São Paulo, Guilherme Afi f Domingos, que visitou a sede da CACB, em Brasília. Durante o encontro, que durou duas horas, o assunto predominante foi associativismo e projetos da CACB para o futuro. “O vice-governador defende o empre-endedorismo e quis saber muito dos projetos para as micro e pe-quenas empresas”, disse Cairoli, que informou também sobre os programas que a CACB desen-volve para qualifi car a gestão e ampliar sua receita por meio da venda de serviços.

Vice-governador de São Paulo visita a CACB

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Novembro de 2012 7

Mulheres Empresárias aderem a programa de Responsabilidade Social em Santa Catarina

Solução em gestão fi scal é na Associação Comercial

O Conselho Estadual da Mu-lher Empresária de Santa Cata-rina (Ceme-SC) passa a integrar o projeto Iniciativa Responsável, desenvolvido pela Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc). O objetivo é articular e incentivar a mobilização de recursos por meio do benefício fi scal previsto na legislação do Imposto de Renda, destinando parte dos re-cursos à Fundação para Infância e Adolescência (FIA).

Esse projeto da Facisc deverá contar com o apoio dos núcleos de mulheres empresárias ligadas ao Ceme. Segundo a presidente Neiva Kieling, a ação estará no planejamento do conselho para 2013, sendo que a forma de participação dos núcleos será defi nida na reunião do dia 29 de novembro, prevista para ocorrer em Bombinhas. Na ocasião, as diretoras irão elaborar o plane-jamento anual e participar do Media Training, treinamento voltado ao relacionamento da organização com a imprensa.

Em parceria com a Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) e com a empresa NF-e do Brasil, a Federação das Associações Comerciais do Estado de Mato Gros-so (Facmat) lançou em outubro o serviço de apoio à gestão fi scal das empresas para o Mato Grosso. Os serviços da NF-e do Brasil são oferecidos pelas 61 associações comerciais e empresariais do estado por meio do Programa de Geração de Receitas e Serviços (Progerecs) da CACB.

“Prestamos um atendimento personalizado, e de acordo com as necessidades do cliente podemos assumir a responsabilidade fi scal do departamento da empresa completamente (regime BPO Fiscal) ou trabalhar com a demanda do cliente, apoiando e minimi-zando problemas específi cos. É importante frisar que atendemos desde empresas com emissão de notas com volumes de 50 notas por mês até as grandes redes, com 150 mil notas por dia. O nosso trabalho vem para auxiliar o empresário em sua gestão, indepen-dentemente do tipo, volume ou segmento de empresa”, afi rma Abrahão Junior, responsável pela área de projetos da NF-e do Brasil.

Líderes empresariais debatem o serviço de apoio à gestão fi scal das empresas para o Mato Grosso

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8 Empresa Brasil

Governo federal projeta meta de integração de todos os processos dos órgãos e entidades responsáveis pelo registro, inscrição, alterações e baixa das empresas em sete estados

A elevada burocracia para o registro, legalização, aber-tura, alteração e baixa de empresas sempre foi

considerada pelo setor empresarial, tanto do mercado interno como do externo, como um dos inibidores dos investimentos no Brasil. São incontá-veis as queixas de empresas estran-geiras sobre a demora na emissão de registros e licenças necessários para dar início às suas operações. A cada ano, no tradicional relatório divulga-do anualmente pelo Banco Mundial, Doing Business, o tempo para se abrir um novo negócio, no Brasil, perma-nece quase o mesmo, 119 dias, com

pequenas oscilações , o que coloca o país na posição de 127º no quesito Facilidade de Fazer Negócio.

Preocupado com esses indicado-res e disposto a encontrar soluções para esse entrave, em 2007 o Minis-tério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) criou a Rede Nacional para a Simplifi cação do Registro e da Legalização de Em-presas e Negócios (Redesim), a fi m de integrar procedimentos de cadastro de pessoas jurídicas entre os órgãos tributários da União, Distrito Federal, estados e municípios.

Entretanto, foi com a posse da presidente Dilma Rousseff que o pro-

CAPA

Junta Comercial de Minas Gerais é a maior referência

no país no setor

Juntas comerciaisreduzem a burocracia naabertura de empresas

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Novembro de 2012 9

jeto ganhou novo alcance e prevê a integração de todos os processos dos órgãos e entidades responsáveis pelo registro, inscrição, alterações e baixa das empresas, por meio de um sistema informatizado com entrada única de dados eletronicamente pela internet e um único local de entrega e análise de documentos.

O mesmo processo defl agrado pela presidente Dilma contemplou a criação de um comitê para a gestão da Rede, a fi m de garantir a sua total implantação até dezembro deste ano. O integrador nacional, segundo informa o MDIC, pretende se conectar com 27 integra-dores estaduais, os quais fazem o papel de interligação com os órgãos estadu-ais e os municípios de cada estado, o que ainda está em fase de implantação no Brasil. Já existem integradores es-taduais em funcionamento parcial em cinco Estados (SC, RJ, ES, MG e MA), e, em implantação, em mais cinco (RS, PB, AM, SP e PI).

Em parceria com as juntas comer-ciais, segundo o secretário de Comér-cio e Serviços do MDIC, Humberto Luiz Ribeiro, o Ministério desenvolve um novo processo de celeridade e gover-nança para o ambiente de negócios. Graças a essas iniciativas, as juntas de todo o país têm evoluído para reduzir os prazos do atendimento empresarial em todos os processos demandados, acrescenta o secretário.

“Há exemplos ilustrativos, como o da junta comercial do DF, onde tivemos a redução, em um ano de trabalho com a nova presidente da junta, de prazos médios de cem dias para abertura de empresas para ape-nas duas semanas, em média. Esse prazo ainda não nos deixa satisfeitos,

e o ministro Fernando Pimentel vem trabalhando para reduzir ainda mais esse tempo”, avaliou Ribeiro em en-trevista a Empresa Brasil.

De acordo com o secretário, o go-verno opera em dois pilares para re-duzir a burocracia. O primeiro é o da celeridade, na velocidade com que as coisas acontecem na estrutura buro-crática, o que é determinado por um procedimento realizado por pessoas utilizando sistemas e fl uxo de papéis e documentos. Nesta dimensão, as ações necessárias se concentram no âmbito da Redesim, no sentido de revisar os processos e exigências, qualifi cando melhor as pessoas para aumentar a produtividade e melho-rando a qualidade dos sistemas utili-zados no fl uxo da informação.

Com isso, segundo Ribeiro, será possível atingir o segundo pilar, que é o da governança do ambiente de negócios. “Assim como queremos um atendimento cada vez mais rápido ao empreendedor, pretendemos alcançar também um ambiente de negócio com alto nível de governança, em que se construa confi ança nas relações de mercado do Brasil, ou seja, que as empresas tenham reconhecimento, fé pública e a dinâmica de mercado nas relações com fornecedores, trabalha-dores e clientes, nas relações de aces-so ao crédito”, acrescenta o secretário.

O avanço gradual da Redesim pode contribuir imensamente com a redução do tempo de abertura e encerramento de empresas, pois isso só é possível com uma entrada única de dados, que inte-gre todos os órgãos envolvidos, ressalta o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar.

Secretário de Comércio e Serviçosdo MDIC, Humberto Luiz Ribeiro: “Juntas de todo o país têm evoluído para reduzir os prazos de atendimento”

RESULTADOS ESPERADOS■ Empresas de baixo risco registradas e licenciadas em até sete dias, em média, pela Redesim, até dezembro de 2012;

■ Sete estados com integrador estadual desenvolvido e implementado em 2012;

■ Pelo menos 40% dos municípios dos estados integrados à Redesim em 2012;

■ Três estados com mais de 50% de seus municípios integrados em 2012;

■ Um estado com Cartórios de Registro Civil/PJ e Junta Comercial integrados à Redesim em 2012;

Fonte: MDIC

Foto ASCOM/MDIC

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10 Empresa Brasil

CAPA

A simplifi cação dos processos de abertura e fechamento de empresas está em plena fase de transição no país. Em vários estados, o tempo já foi redu-zido e tende a diminuir ainda mais. Na Junta Comercial do estado de Sergipe (Jucese), por exemplo, graças a uma série de medidas e de um software, de gerenciamento de processos, o tempo médio foi reduzido de cinco para um dia e meio. “Graças a à renovação de grande parte dos computadores, também reduzimos o tempo médio de espera do cliente a ser atendido de 25 para 4 minutos, e que se refl etiu na redução do tempo de registro das empresas”, afi rmou Vinicius Baudouin Mazza, presidente da Jucese.

O governo de São Paulo, de sua parte, sancionou a lei complementar que transforma em entidade autár-quica a Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Eco-nômico, Ciência e Tecnologia. Apro-vada pela Assembleia Legislativa, no último dia 28 de agosto, a legislação pretende transformar a organização, que tem 122 anos, em uma institui-ção moderna, rompendo com a visão burocrática, para atribuir ao órgão a missão estratégica de promover o de-senvolvimento econômico.

Responsável por mais de 41% de toda a movimentação das juntas co-merciais do Brasil, com cerca de 100 mil processos por mês, a Jucesp pre-tende reduzir de 20 para sete dias o tempo médio de atendimento.

No Paraná, graças a uma parceria com a Receita Federal será possível reduzir para até dez dias o tempo médio de abertura e fechamento de empresas no estado. Segundo a Junta Comercial do Paraná, o tempo médio atual para tais procedimentos é de 60 dias.

“Para solicitar o registro de uma empresa o cidadão terá de compa-recer apenas na Junta, onde será possível obter a inscrição na Receita Estadual, o alvará junto à prefeitura e o CNPJ”, explicou o presidente da Junta Comercial do Paraná (Jucepar), Ardisson Naim Akel.

O novo sistema é inspirado no pro-grama Minas Fácil e servirá de base para o funcionamento da Rede Nacio-nal para a Simplifi cação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). O Paraná será o primeiro es-tado do Sul a aderir a esse sistema.

No Rio Grande do Sul, o governo estadual discute um projeto de lei des-de setembro de 2011, cujo objetivo é descentralizar os serviços de registro empresarial com a transformação da Junta Comercial do Rio Grande do Sul (Jucergs) em autarquia, a exem-plo do ocorrido em todos os estados brasileiros, exceto Alagoas.

A Jucergs é hoje superavitária, tendo completas condições de supor-tar a mudança com seus próprios re-cursos sem onerar o estado e garantir à sociedade melhorias na prestação dos serviços, diz seu presidente, João Alberto Vieira.

Fase atual é de transição em vários estados

Vinicius Baudouin Mazza, presidente da Jucese:

“Tempo de espera do cliente foi reduzido de 25 para 4 minutos”

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Novembro de 2012 11

Gerenciado pela Junta Comercial de Minas Gerais, o serviço Minas Fá-cil , criado em 2007 pela Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão do governo estadual, é a maior referên-cia no país no setor, cuja tecnologia está sendo transferida neste primeiro momento para o Distrito Federal e para os estados de Sergipe, Paraná, Rondônia, Roraima, Tocantins, Ceará, Pará e Paraíba. Com isso, os empresá-rios locais poderão acessar o sistema de registro de empresas pela internet e só entregar documentos na Junta Comercial, que se comunicará com os demais sistemas envolvidos. Isso evita-rá que eles percorram diversos órgãos, reduzirá custos com taxas e cópias de documentação e diminuirá o tempo para o registro do negócio. O Sebrae acompanhará o desenvolvimento dos trabalhos e disseminará informações aos empresários. O Projeto Integrar, que abre defi nitivamente as portas para a efetivação da Rede Nacional

para Simplifi cação do Registro e Lega-lização de Empresas e Negócios (Rede-sim), foi assinado em Brasília, em 18 de julho deste ano, em convênio com a Junta Comercial do Estado de Minas Gerais e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com a parceria do Ministério do Desenvolvi-mento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC).

Antes do Minas Fácil, o processo de abertura e formalização de empre-sas não acontecia de maneira integra-da, como acontece atualmente, diz a presidente da Junta Comercial de Mi-nas Gerais, Angela Pace. Deste modo, cada órgão tinha seus prazos e os em-preendedores mineiros precisavam se deslocar por diversos órgãos para dar seguimento ao processo.

O prazo estabelecido para o registro de uma empresa pela Junta Comercial de Minas Gerais, por meio do serviço Minas Fácil, é, em média, de nove dias.

Jucemg é referência nacional no setor

Pesquisa realizada pelo Sistema Fir-jan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) apontou que o custo médio para a abertura de uma empresa no Brasil é de R$ 2.038, e este valor va-ria 274% entre os estados brasileiros. O estado com menor custo para abertura é a Paraíba, onde o empresário desem-bolsa R$ 963, já em Sergipe o empre-endedor precisa de mais que o triplo de dinheiro para iniciar seu negócio: R$

3.597, é o estado mais caro. Se com-pararmos os valores a outros países, o gasto do empresário brasileiro é muito elevado. Empreendedores gastam R$ 1.213 na Colômbia, R$ 315 no Cana-dá e R$ 559 na Rússia. Considerando o número de empresas abertas em 2008, o gasto total no Brasil com a abertura foi de R$ 430 milhões. Se as taxas fos-sem semelhantes às dos outros países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China),

esse gasto teria sido de R$ 166 milhões.A pesquisa mostra que o passo a

passo para a abertura de uma empresa tem de seis a oito etapas e de 12 a 16 diferentes taxas – conforme o estado, porte da empresa e setor. O empreen-dedor deve estar preparado para reunir 43 documentos. Já entre as microem-presas e empresas de pequeno porte o custo médio é menor, de R$ 1.278; este valor pode variar até 632%.

Custo para abertura de empresas ainda é elevado no Brasil

Presidente da Junta Comercial de Minas Gerais, Angela Pace: “Antes do Minas Fácil não havia atendimento integrado”

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12 Empresa Brasil

Empresários de Itajubá, sul de Minas Gerais, uniram forças para o desenvolvimento do setor de panifi cação. Com

um projeto estimado em 94 mil reais, o Núcleo de Padarias e Panifi cadoras, coordenado pela Associação Comer-cial de Itajubá (Aciei), comemora a implantação do Sistema de Geren-ciamento pela Internet da Cadeia de Suprimentos de Panifi cação e Confei-tarias. Já aprovado pelo edital do pro-grama Empreendedor Competitivo, criado pela confederação das Asso-

ciações Comerciais do Brasil (CACB), o projeto foi um dos cinco aprovados em todo o Estado de Minas.

O Núcleo nasceu por meio do programa Capacitar, com apoio da Aciei e do Sebrae-MG. Com o passar do tempo, os panifi cadores passaram a realizar compras coleti-vas, numa relação comercial na qual ganharam os panifi cadores, que me-lhoraram as condições de compra, e também os fornecedores, que pas-saram a fornecer em grande quan-tidade, conseguindo economias em

CASE DE SUCESSO

Núcleo de Panifi cadoras lança sistema virtual de compras coletivasCom projeto estimado em R$ 94 mil, o Núcleo coordenado pela Associação Comercial de Itajubá comemora a implantação do sistema de gerenciamento pela Internet da cadeia de suprimentos de panificação e confeitarias

Grupo nasceu por meio do programa Capacitar, com apoio da Aciei e do Sebrae

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Novembro de 2012 13

custo logístico e uma melhor progra-mação da produção.

O gerente da Aciei, José Geraldo Nadur, explica que o núcleo “surgiu da iniciativa de alguns empresários ligados à Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Itaju-bá, com espírito de associativismo. A necessidade era a de aproximar as empresas na busca de soluções para problemas comuns, a vontade de promover capacitação para seus colaboradores, reduzir os custos de matéria-prima”, explica.

Atualmente, o núcleo expande essa atuação comercial, ao realizar todas suas compras por meio da internet. É o Sistema de Gerencia-mento pela Internet da Cadeia de Suprimentos de Panifi cação e Con-feitarias, que apresenta catálogos em que os produtos são disponibilizados. O sistema foi desenvolvido a partir de uma central de compras para panifi -cadores, um software que interliga os empresários a toda cadeia de forneci-mento, permitindo e facilitando não só a compra individual, como tam-bém as compras conjuntas, além de troca de informações.

O sistema conta ainda com fer-ramentas para melhorar o relacio-namento com os fornecedores. No sistema eles recebem convites e compram a menores preços, sempre visando à melhoria das condições de negociação. Desse modo, panifi ca-dores e fornecedores trabalham de forma integrada. Agrega-se maior valor para os fornecedores, reduzin-do custos de captação de clientes e

de divulgação de produtos do for-necedor em cadeia nacional, o que consequentemente melhora as con-dições de venda e reduz os custos de frete. Além de não pagarem para utilizar o sistema.

Para a consultora do Capacitar, Edna Santos, o projeto de compras coletivas contribui para o fortale-cimento do núcleo. “É de grande importância para os empresários de panifi cação a união por meio do núcleo, pois eles se tornam aliados, discutem assuntos de interesse do setor, têm a oportunidade de co-nhecer novas tecnologias e, por fi m, atraem mais clientes com o di-ferencial que apresentam. E ainda reduzem substancialmente as des-pesas operacionais”, afi rma.

O gerente da Aciei, José Geraldo Nadur, também comemorou o suces-so do programa Capacitar, em espe-cial do Núcleo de Padarias. “É ótimo ver que este trabalho muda conceitos e faz com que esses empresários não se enxerguem apenas como concor-rentes, mas que unidos consigam inúmeros benefícios”, disse.

Além de participar do sistema de compras coletivas, o núcleo gera outros benefícios aos empresários, como aumento do faturamento, in-tegração da classe empresarial, con-sultorias, cursos, treinamentos, pales-tras e participação em eventos. Para o ano que vem, a Capacitar espera realizar treinamento com os nucle-ados e com a empresa responsável pelo site, estruturação e monitora-mento do sistema.

Além de participar do sistema de compras coletivas, a iniciativa geraoutros benefícios aos empresários,como aumento do faturamento, integração da classe empresarial, consultorias,cursos e treinamento

Projeto foi criado pela CACBO Projeto Empreender Competitivo foi criado pela CACB, tem a parceria da Federaminas e o apoio do Sebrae. Procura investir em projetos e metodologias transformadoras e capazes de provocar mudanças na forma de atuação dos empreendedores. Por meio de associações comerciais e empresariais, promove ações direcionadas aos núcleos setoriais, sempre valorizando o aspecto associativo para o desenvolvimento dos empreendimentos.

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14 Empresa Brasil

Ainda a ser aprimorada, ferramenta disponibilizará à sociedade a aplicação das receitas oriundas dos impostos arrecadados pela União

Um novo aplicativo que pos-sibilitará à sociedade acom-panhar com atenção o uso das receitas de seus impos-

tos, chamado Gastômetro, será im-plantado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pelo Instituto Brasi-leiro de Planejamento Tributário (IBPT). O anúncio foi feito pelo presidente da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Ro-gério Amato, durante o13º Congresso da entidade, que foi realizado de 7 a 9 de novembro, no Campos do Jordão Convention Center.

“A cobrança de impostos é per-manente, ou seja, pagamos tribu-tos até dormindo”, afi rmou Amato.

“Não somos contrários ao seu paga-mento, mas o fato é que no Brasil se gasta mais do que se arrecada, é isso é um fato grave. Pago, logo exijo – essa é a mensagem que queremos que fi que clara com o lançamento do Gastômetro”, ressaltou.

“Desenhamos uma plataforma que será o maior banco de dados privados do Brasil, voltado para in-formações sobre gasto público. Nela será possível acompanhar, inclusive, o quanto a Presidência da República destina de recursos nas suas mais di-versas áreas de atuação”, esclarece Gilberto Amaral, coordenador de es-tudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário).

De acordo com Amaral, o “Gas-tômetro” fi scalizará de maneira enér-gica o gasto público. “Ele segue de maneira prática a mesma dinâmica do Impostômetro – a diferença é que ele mostrará de maneira criteriosa os gastos do governo.”

“O governo não pode gastar mais do que arrecada, pois assim gera um ciclo insustentável de dívidas no lon-go prazo. O que vamos olhar com essa ferramenta é a qualidade dos gastos, e é isso que vamos acompa-nhar: a efi ciência na aplicação dos recursos. Chegou a hora de cada um cumprir o seu dever de cidadão, ou seja, ser síndico na aplicação de seus impostos”, ressaltou Marcel Solimeo,

FEDERAÇÕES

Facesp lança o Gastômetro durante o 13º congresso da entidade

Evento foi realizado de 7 a 9 de novembro, no Campos do Jordão Convention Center

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Novembro de 2012 15

economista chefe da ACSP. Também de iniciativa da ACSP, o Impostôme-tro atingiu no dia 14 de novembro a marca de R$1,3 trilhão, que é a soma de todos os impostos federais, estaduais e municipais pagos por ci-dadãos brasileiros desde 1º de janeiro de 2012. A marca foi alcançada com nove dias de antecedência em rela-ção a 2011, que terminou com quase R$ 1,49 trilhão arrecadado. A previ-são da ACSP é de que a arrecadação em 2012 some R$ 1,6 trilhão. A mar-ca de R$1 trilhão de reais neste ano foi alcançada em 29 de agosto.

De acordo com a página do Im-postômetro na internet, que exibe a contagem em tempo real, com o valor atual arrecadado daria para contratar mais de 79 milhões de policiais por um ano; fornecer cestas básicas para a população brasileira (193.946.886 habitantes, segundo última estimati-va do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística, IBGE) durante 21 meses e construir aproximadamente 93 mil salas de aula equipadas.

“Queremos unifi car as mais de 400 associações do estado de São Paulo na busca incansável pela me-lhoria de vida do cidadão. O Impos-tômetro deve servir para que todos tenham consciência de que é fun-damental lutar por transporte, saú-de, educação e segurança pública de qualidade”, disse o presidente da ACSP e da Facesp, Rogério Amato, em nota distribuída à imprensa.

O Impostômetro foi inaugurado em abril de 2005 e está instalado no viadu-to da Rua Boa Vista, na região central da capital paulista. Desde então, calcu-la-se que os brasileiros pagaram mais de R$ 8,5 trilhões em tributos.

Na abertura do evento: o presidente da Facesp, Rogério Amato;o vice-governador, Afi f Domingos, e o prefeito Gilberto Kassab

Otimismo marca o fi nal do encontroO encerramento do 13º Congresso da Federação das Associações

Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), intitulado “Mapeando o DNA, construindo resultados”, foi marcado por comemorações e oti-mismo. “Foi um momento importante que aqui passamos reunidos dis-cutindo estratégias e projetos de relevância nacional”, avaliou Rogério Amato, presidente da Facesp e ACSP.

Jaime Troiano, presidente do Grupo Troiano de Branding, responsá-vel pelo projeto mercadológico encomendado pela Facesp, trabalhou a mensagem ‘Nossa força pode mais’ como ponto de análise. “Nossa missão foi identifi car o propósito organizacional da entidade, a justifi ca-tiva de sua bandeira e razão de existir. Uma das virtudes mais importan-tes, aferidas nesse processo, é o fato de a entidade ser livre. Isso orgulha os seus colaboradores”, destacou Troiano.

Para Troiano, é preciso reafi rmar a participação de todos em uma mesma direção, tendo como condutor o nome Associação Comercial. “Nossa marca não é fragmentada, é algo maior que nos une diante de um mesmo ideal. O propósito está em sermos parte de algo maior, esse é o nosso DNA”, disse Troiano, que lançou a seguinte interrogativa: qual é o verdadeiro propósito de nossa razão de ser?

Para responder a essa questão, Amato apresentou um manifesto lido em vídeo e narrado na voz do autor Paulo Goulart, que, mesmo en-fermo, fez questão de deixar sua marca como defensor das causas im-portantes do país, além de parceiro incondicional da ACSP e da Facesp em seus principais momentos de luta. “Goulart sempre colaborou com nossas defesas e somos gratos pelo seu empenho. Esse ato de plena dedicação nos emociona, dessa forma, confi rma nosso encerramento de integração, sentimento de família e certeza de um próximo ano de conquistas. Até 2013”, comemora Amato.

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16 Empresa Brasil

FEDERAÇÕES

ACCelular revolucionará a comunicação das pequenas e médias empresas no país

A Facesp lançou durante o seu 13º Congresso, em Campos do Jor-dão (SP), o programa ACCelular – comunicação empresarial móvel voltada para pequenas e médias em-presas. “É uma plataforma que dará uma nova dimensão na redução de custo e abertura de novos negócios no ambiente empresarial. Algo ino-vador que benefi ciará a telefonia das pequenas e médias empresas”, ex-plicou Rogério Amato, presidente da Facesp e da ACSP.

O anúncio ofi cial foi durante o painel “As novas gerações, o empreendedorismo e o futuro do trabalho”, comandado pelo jorna-lista e âncora do programa CQC da TV Bandeirantes, Marcelo Tas. Segundo ele, o tema proposto está alinhado com o conceito de mudanças nas famílias, ou seja, a tecnologia incorporou o cotidiano das pessoas. “Tínhamos no sécu-lo XIII A.C. a escrita como um dos elementos culturais mais fascinan-tes da história. O hieróglifo era o iPad daquele período que, de certa forma, foi usado como meio de co-municação”, exemplifi ca Tas proje-tando a evolução dos celulares.

Para ele, o consumidor brasilei-ro é diferente. “Preste atenção nos anseios desse público, pois o que existe atualmente é um consumidor com nível de exigência sofi sticado. Trate bem esse consumidor, pois ele está atento às mudanças de seu tempo”, alerta Tas.

O sucesso do BuscapéEm outro painel, Rodrigo Borges,

vice-presidente e fundador da em-presa, explicou como surgiu a ideia do BuscaPé, site de comparação de preços. De acordo com ele, o proje-to, começou a ser desenvolvido após uma conversa entre três amigos de faculdade, quando se depararam com difi culdades em comprar uma impressora pela Internet, porque não havia informações disponíveis onde comprar na web.

Depois da criação do sistema, os empresários passaram a oferecer aos varejistas o software desenvol-vido por eles – que realiza buscas de produtos em lojas virtuais. “Na época as lojas tinham receio de ver os preços de seus produtos dispo-

níveis na rede. Enfrentamos difi cul-dades em convencer os varejistas a disponibilizar a lista dos preços de seus produtos e chegamos até a ser ameaçados por um grupo de advo-gados de uma grande rede de va-rejo, contrariada por ter visto suas ofertas citadas no BuscaPé”.

Ele ainda relatou o caso de um lojista que ameaçou processá-los caso não tirassem do resultado de busca dos produtos da loja dele. “Em 2009, o Buscapé foi comprado pela companhia de mídia sul-afri-cana Naspers, em uma negociação que totaliza US$ 342 milhões. Isso demonstra o sucesso do nosso ne-gócio”, fi naliza Borges que incenti-va o investimento das empresas no universo digital.

O painel “As novas gerações, o empreendedorismo e o futuro do trabalho” teve o comando do âncora do programa CQC da TV Bandeirantes, Marcelo Tas

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INOVAÇÃO GERA OPORTUNIDADES

DE NOVOS NEGÓCIOS

NOVEMBRO/2012 – SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

O empresário Hélio Guilherme inovou com site para concurso público

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2 EMPREENDER // SEBRAE

Após dez anos como fabricante de roupas em Goiânia (GO), a empresária Ângela Maria Ka-

miya, de 41 anos, inaugurou sua pri-meira loja no varejo, que fi ca no Setor Norte Ferroviário, o novo polo de moda da capital goiana. “Para crescermos ca-da vez mais é essencial que estejamos em vários mercados ao mesmo tempo,” avalia Ângela, que espera, a partir do próximo ano, faturar em torno de R$ 25 mil mensais – o dobro do que fatura ho-je. “A loja ainda é bem pequena, mas em compensação estamos em um ótimo local, próximo à Rodoviária. Vamos evo-luir e amadurecer aos poucos”, afi rma.

O próximo projeto da Kamiya Cria-ções é voltar a trabalhar com repre-sentantes já em 2013. A empresa já utilizou esse tipo de serviço de 2006 a 2008, quando, na ocasião, foi ne-cessário investir na qualidade das roupas. “Percebemos que o lojista é mais criterioso e exigente que o consu-midor comum. Dessa forma, tivemos a oportunidade de melhorar a qualidade do nosso produto e ganhamos mais credibilidade no mercado”, destaca.

Na época, a representação foi feita em Goiânia e em algumas cidades do interior de Goiás, como Rio Verde, Inhu-

mas, Rio Quente e Pirenópolis. Segundo Ângela, o trabalho é complicado, porém, mais lucrativo. A empresária explica que o novo plano para atrair de volta os re-presentantes tem o Sebrae em Goiás como parceiro. “Já participei de diversas capacitações no Sebrae, como o Pro-grama Agente Local de Inovação (ALI), Estratégia para a Produção, Gestão Fi-nanceira na Medida, Identidade visual, Site e Gestão da Inovação”, afi rma.

Especializada em moda masculina, a Kamiya Criações fabrica, em média, 3 mil camisetas por mês. Ângela conta que a empresa surgiu da tentativa de melhorar sua renda, a partir da venda de uma motocicleta. “Comecei o ne-gócio vendendo minha moto por R$ 2 mil. Comprei as primeiras peças de roupas em Minas Gerais para vender em Goiânia. Com a ajuda de amigos, fui conhecendo melhor o mercado e entendendo mais do assunto. Foi um período muito cansativo, vendia as rou-pas em feiras, mas hoje consigo colher bons frutos”, revela.

A confecção teve início apenas com um empregado, em um galpão nos fun-dos da casa da empresária. Atualmen-te, o empreendimento conta com dez empregados.

/ /Opor tunidade//

EMPREENDEDORA REALIZA SONHO DE TER NEGÓCIOProprietária de microempresa de confecções começa com R$ 2 mil

“JÁ PARTICIPEI DE DIVERSAS CAPACITAÇÕES NO SEBRAE,

COMO O PROGRAMA AGENTE LOCAL DE INOVAÇÃO (ALI),

ESTRATÉGIA PARA A PRODUÇÃO, GESTÃO FINANCEIRA NA MEDIDA,

IDENTIDADE VISUAL, SITE E GESTÃO DA INOVAÇÃO”, AFIRMA.

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3Novembro de 2012

Banners, discos de vinil, garrafas PET, disquetes, CDs e todo tipo de material que iria para o lixo

vira design na cabeça de Ana Borba, criadora da Lixiki. Quarenta artesãs fazem parte da rede de capacitação dessa empresa pernambucana que tem como principal característica a preocupação com o meio ambiente e com a geração de renda.

Ana Borba deixou a Engenharia Civil depois de 15 anos para se dedicar ao projeto, que hoje desenvolve acessó-rios, como bolsas, nécessaires, bijute-rias; objetos para casa e cenografi a; e intervenção urbana. “Tudo começou em 2004, quando quis chamar a atenção para a coleta seletiva. Criamos bolas

a partir de fundos de garrafas PET e instalamos na praça do Parnamirim, em Recife. A partir daí, recebemos muitos convites para capacitar comunidades e começamos a fazer projetos sazonais”, conta a designer.

Em 2008, depois de um projeto que envolveu 36 comunidades da região metropolitana de Recife, ela decidiu priorizar essa atividade. “Montei uma empresa para desenvolver produtos para o dia a dia, não só para eventos. A intenção era proporcionar geração de renda para pessoas que estavam fora do mercado de trabalho”, diz Ana.

Atualmente, o objetivo da empresa é criar grupos produtivos constantes para que eles possam, além de produ-

zir os artigos da Lixiki, desenvolver e comercializar linhas com identidade própria. “A gente não quer só fazer projetos pontuais, mas manter uma chama acesa dentro das comunida-des para que elas possam gerar renda”, destaca Ana Borba.

Em novembro, a Lixiki terá uma pop-up store em um dos shoppings da cidade. A ação faz parte de um projeto que capacitou a comunidade do entor-no do centro comercial para a produção de peças que vão decorar uma praça adotada pela instituição. “Nessa loja vão estar os produtos das comunidades do entorno e de outras unidades pro-dutivas que fazem parte da rede Lixiki”, conta a empreendedora.

/ /Fe i ra do Empreendedor/ /

EMPRESA TRANSFORMA RESÍDUOS EM PRODUTOS CRIATIVOSArtesãspernambucanas transformam lixo em bolsas, acessórios epeças paracenografi a

Ana Borba, criadora da Lixiki: “Montei uma empresa para desenvolver produtos para o dia a dia, não só para eventos”

Foto: Agência Rodrigo Moreira

Page 20: Revista Empresa Brasil 88

4 EMPREENDER // SEBRAE

/ / Inovação//

BEIJU COLORIDO GANHA MERCADO NO PARÁProduto elaborado por associação de mulheres abastece rede de supermercados

À primeira vista, a difusão de cores dentro do pacote des-perta a curiosidade e causa

estranheza. Qual não é a surpresa quando se descobre tratar-se de um dos alimentos mais tradicionais do Norte brasileiro. O beiju, espécie de biscoito natural feito com a fécula da mandioca – tradicionalmente branco, ganhou tonalidades em verde, amare-lo, vermelho e roxo e sabores de frutas e legumes.

O beiju colorido é feito artesanal-mente pelas mulheres da Associação dos Produtores e Criadores da Locali-dade de Menino Jesus, no município de Capanema (PA), a 120 km de Belém. Com ajuda do Sebrae, a associação fechou um convênio com uma das principais redes de supermercados do Pará, que oferece degustação do produto. “O primeiro contato causa surpresa. Mas, depois de experimen-tar, o cliente se encanta”, conta Hávila Cristian de Aguiar Lima, promotora do beiju colorido.

A ideia de fabricar o chamado pão da terra em cores diferentes na loca-lidade de Menino Jesus foi do gestor do escritório regional do Sebrae em Caetés (PA), Raimundo Edson de Sou-

za Cunha. Em 2009, ele conheceu o produto, criado pelo agrônomo Jose-lito Mota, pesquisador da Embrapa Mandioca e Fruticultura, de Cruz das Almas, na Bahia, então em fase de ex-periência. Raimundo achou que seria uma boa alternativa para as mulheres da comunidade.

O gerente do Projeto Mandioca no Polo Regional de Capanema, Olavo Ra-mos Júnior, conta que o objetivo era criar uma oportunidade de renda para as mulheres. “A característica fundiária do lugar é de pequenas propriedades, e a atividade econômica predominante é a produção de farinha de mandioca, uma tarefa essencialmente masculina. A produção de beiju colorido aprovei-tou a força de trabalho ociosa das mulheres”, conta Olavo.

Mas até o produto chegar às gôn-dolas dos supermercados no centro urbano da capital foram necessários três anos. Após concordarem com a proposta do Sebrae, as mulheres partiram para os cursos oferecidos pela instituição, como o Sebraetec, metodologia de gestão com foco na inovação tecnológica, cursos de boas práticas na produção de alimentos e de gestão fi nanceira.

COM AJUDA DO SEBRAE, A ASSOCIAÇÃO FECHOU

UM CONVÊNIO COM UMA DAS PRINCIPAIS REDES DE

SUPERMERCADOS DO PARÁ, QUE OFERECE DEGUSTAÇÃO

DO PRODUTO.

Foto: Divulgação

Hávila Cristian de Aguiar Lima, promotora do beiju colorido

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5Novembro de 2012

STARTUP INVESTE EM SITE VOLTADO PARA CONCURSOS PÚBLICOS

//Caso de Sucesso/ /

Rota dos Concursos conta com ajuda do Sebrae para expansão dos negócios

No Distrito Federal, é grande o número de pessoas inte-ressadas em concursos pú-

blicos. Nesse cenário, onde os cursos preparatórios para ingressar na ad-ministração pública se multiplicam, o empresário Hélio Guilherme Silva per-cebeu uma oportunidade de negócio. Assim, surgiu o Rota dos Concursos, site especializado em simulados e questões para provas.

O negócio começou quando um dos fundadores estudava para concursos e não conseguia encontrar material na in-ternet a fi m de se preparar para os exa-mes. Hélio viu na difi culdade uma forma de ganhar dinheiro. Junto com os amigos Wagner Donizeth, Henrique Augusto Gui-marães e Yury Suertegaray, ele resolveu colocar em prática o projeto, conciliando com o emprego que tinha na época.

Ao buscar informações sobre o negócio que desejava abrir, Hélio re-

solveu cursar MBA Internacional em Empreendedorismo e Inovação, pelo B.I. International, com aulas presen-ciais em São Paulo.

Enquanto cursava o MBA, conhe-ceu investidores brasileiros que se interessaram pela ideia da startup – empresa com custos de manuten-ção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente. Ao perceber que o projeto era viável e despertava o interesse do mercado, Hélio decidiu viajar para os Estados Unidos e par-ticipar do TechCrunch, considerado o maior evento de inovação do mundo.

Ao chegar em território ameri-cano, soube de um pré-evento que selecionava startups. “Tive 24 horas para criar uma empresa de internet. Deu certo e consegui o ingresso para participar do TechCrunch, que era meu objetivo na viagem.” Em 2011, a em-presa foi selecionada pela aceleradora

americana chamada 500 Startups, lo-calizada no Vale do Silício, celeiro de talentos nesse setor. “Moramos lá até fevereiro de 2012 e depois voltamos para o Brasil. Retornamos para tocar nosso projeto e fomentar o empreen-dedorismo em nossa cidade, de forma que outros jovens pudessem seguir seus sonhos e objetivos.”

“O Sebrae no Distrito Federal teve um papel muito importante no meu processo de formação como empreen-dedor”, reconhece Hélio. O empresário conta que, antes mesmo de abrir o ne-gócio, participou do Empretec, semi-nário desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o ob-jetivo de desenvolver características empreendedoras nos participantes e aplicado no Brasil pelo Sebrae. “Tenho um carinho muito especial por esse curso porque possibilitou que eu me visse como empresário”, conta.

Foto: BG Press

Hélio Guilherme Silva, um dos proprietários da

Rota dos Concursos

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Batalhando desde a infância, Etelvina Ferreira Nascimento Oliveira, conhecida como dona

Mirinha, desenvolveu vários ofícios até encontrar, em 2009, a atividade ideal. Mesmo trabalhando em algo que lhe proporcionava prazer e com boa lu-cratividade, a falta de conhecimento emperrava o crescimento do negócio. Prestes a desistir da criação de gali-nhas caipira, uma vizinha sugeriu que ela procurasse o Sebrae na Bahia.

Ela buscou informações sobre a atividade, e especialmente os cuida-dos com a gestão fi nanceira. Em 50 minutos de atendimento, a avicultora recebeu dicas preciosas de como sepa-rar as despesas pessoais da atividade, retirar o pró-labore de acordo com os lucros, entre outras informações. Mas, o mais importante foi tornar-se uma microempreendedora individual (MEI).

“O Sebrae me abriu as portas do conhecimento. Pensava que era um absurdo pagar ao Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). Por meio das informações que adquiri, cumpro com os deveres de empresária, mas

também colho os frutos da formali-zação”, comemora.

Com o Cadastro Nacional de Pes-soa Jurídica (CNPJ) em mãos, dona Mirinha, – que começou sua atividade com R$ 250 e não tinha como com-prar a prazo, abriu conta empresarial, além de conseguir empréstimos para capital de giro e prazo de até 45 dias junto ao distritbuidor.

Todo mês a empreendedora com-pra cerca de mil pintos, que são cria-dos e abatidos em sua granja no Bairro Vila Feliz, na cidade de Jacobina (BA). Além de fornecer galinhas e ovos para mercados e restaurantes da cidade, os animais são adquiridos por donas de casa na feira-livre.

Além de quintuplicar a criação de galinhas, Mirinha já adquiriu inúmeros eletrodomésticos e está estruturando o local de criação e abate dos animais. A empreendedora também afi rma que a construção de sua casa, que está em fase de acabamento, só foi possível graças ao aprimoramento da ativida-de. Hoje, o rendimento bruto mensal da empreendedora é de R$ 5 mil.

6 EMPREENDER //

/ /MEI/ /

Microempreendedora baiana participa de programas do Sebrae em Jacobina

AVICULTORA MELHORA GESTÃO FINANCEIRACOM FORMALIZAÇÃO

POR MEIO DAS INFORMAÇÕES QUE ADQUIRI, CUMPRO COM OS DEVERES DE EMPRESÁRIA, MAS TAMBÉM COLHO OS FRUTOS DA

FORMALIZAÇÃO”, COMEMORA

Empreender – Informe Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Ana Canêdo, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605, Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF,CEP: 70.200-645 – Fone: (61) 3348-7494 – Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

Page 23: Revista Empresa Brasil 88

Novembro de 2012 17

Programa já realizou 3,5 mil formalizações e apoiou empresários em seis capitais brasileiras; objetivo é capacitar 50 mil pessoas e certificar 15 mil estabelecimentos até setembro de 2014

O Integra, um dos progra-mas da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil

(CACB), está prestes a completar um ano de atividades. Lançado nacional-mente em dezembro do ano passado por meio de convênio entre CACB e Sebrae, o Integra busca a capacita-ção gerencial de micro e pequenas empresas tendo em vista os grandes eventos internacionais que ocorrerão no Brasil nos próximos anos. Além da capacitação gerencial, serão oferta-dos cursos de inglês e espanhol bá-sico para melhor atendimento aos turistas estrangeiros.

Entre as ações que o programa realiza está a formalização de em-

presas, na qual são disponibilizados agentes para eventos itinerantes de formalização, e assim apresentar be-nefícios como: cobertura previdenci-ária; contratação de funcionário com o custo reduzido; acesso ao crédito com redução de juros e tarifas; carga tributária reduzida; possibilidade de crescimento como empreendedor; entre outros avanços que uma em-presa formalizada pode conseguir.

Neste primeiro ano de atividades, o Integra já realizou 3.436 formaliza-ções, todas no estado de São Paulo. Essas formalizações ocorreram devido a ações realizadas em parceria com a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) e a Secretaria do Micro Empreendedor da

DESTAQUE CACB

Integra completa em dezembroum ano de atividades

O presidente da Federaçãodas Associações Comerciaisdo Rio Grande do Norte, Sergio Freire, discursa durante o lançamento do Integra no estado

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18 Empresa Brasil

Prefeitura de São Paulo (Semei). As ações foram realizadas em julho, en-tre os dias 2 a 7, com cinco tendas espalhadas pelos principais pontos da cidade: o Mercado de Taipas, o Largo treze, o Largo São Bento, Lapa e Praça do Forró em São Miguel Paulista. Uma segunda ação foi realizada entre os dias 23 a 27, em Tatuapé.

De acordo com a coordenadora adjunta do Integra Nacional, Luciana Bittencourt, “com a formalização, as microempresas estão habilitadas para participar de licitações do governo, além do benefício da aposentado-ria. No Integra, a microempresa tem acesso gratuito a cursos específi cos que poderão auxiliá-la no dia a dia de seu empreendimento”, afi rma.

Já em relação às capacitações, ou-tra vertente de ações do Integra, foi realizada a partir de uma parceria com a Feira dos Importados de Brasília (FIB), para levar capacitação para os empre-endedores do local. Nessa ação, que foram realizadas durante o mês de se-tembro, o Integra inscreveu 1.327 em-preendedores para participarem das capacitações em Ensino a Distância (EAD). A Federação das Associações

Comerciais e Empresariais do Distrito Federal (FACIDF) realizou duas ações de capacitação, nas cidades-satélites de Ceilândia e Santa Maria, nas quais foram capacitados 200 empreende-dores em cursos presenciais.

Em São Paulo, entre os dias 25 a 28 de outubro, foi realizada a Feira do Empreendedor, que contou com par-ticipação do Integra. 2.318 pessoas foram capacitadas. No que se refere a cursos a distância, 333 capacitações foram realizadas, em diversos estados do país, como Minas Gerais, com 60 capacitações; Pernambuco, com 43; Rio Grande do Norte, com 63; Rio de Janeiro, com seis, entre outras cidades.

Bittencourt disse ainda que mui-tos empresários estão satisfeitos com os conhecimentos adquiridos em áreas gerenciais como contabilida-de, marketing pessoal e ferramen-tas digitais. “Em relação aos empre-endedores individuais, os mesmos possuem os benefícios naturais da formalização, que são o acesso ao microcrédito, previdência, emissão de nota fi scal, entre outros.”

O coordenador nacional do Inte-gra, Valério Figueiredo, explica que

O diretor fi nanceiro da CACB,George Teixeira, e o presidente

da Facerj, Jésus Mendes, assinam acordo para fortalecer o Integra

no Rio de Janeiro, durante o 22° Congresso da CACB

DESTAQUE CACB

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■ Sebrae (unidades estaduais): As ações, que ocorrerão nas 12 cidades que receberão os jogos da Copa em 2014, visa à capacitação gerencial de micro e pequenos empresários. Além disso, promove eventos para atendi-mento de formalização e capacitação do Microempreendedor Individual.

■ Grupo FeiraShop: Foi idealizada com o objetivo de capacitar os em-presários do grupo com a oferta de ofi cinas técnicas presenciais e EAD, preparando empresários para as oportunidades advindas dos even-tos esportivos que o Brasil receberá até 2016. Além de ofi cinas técnicas foram ofertados aos empresários do grupo cursos de idioma inglês e

espanhol. Atualmente o grupo fei-raShop representa cerca 1600 EIs e MPEs em Belo Horizonte, Contagem e Betim. As ofi cinas estão sendo dis-ponibilizadas gratuitamente.

■ Feira dos Importados (FIB): Ofe-receu a formalização e capacitação de empresários e microempresá-rios individuais. Uma ação gratuita que realizou 220 atendimentos de formalização. No local, o microem-preendedor pode solicitar sua for-malização e sair com o CNPJ em mãos. Para divulgação das ações do Integra, a FIB disponibilizou, ainda, a sua rádio interna para que todos os lojistas e frequentadores pudessem participar do programa.

■ Federações da rede CACB: Ofi ci-nas técnicas, atendimentos de capa-citação e formalização, treinamentos. A parceria com as federações conso-lidam o efetivo avanço do setor em-presarial, sempre com o objetivo de preparar empresários para as opor-tunidades de projetos, eventos, além da disseminação do conhecimento. As federações que são: FACIDF (Dis-trito Federal); Federaminas (Minas Gerais); Facerj (Rio de Janeiro); Facern (Rio Grande do Norte); Facepe (Per-nambuco); Facesp (São Paulo). Com o mesmo intuito, outra parceira do Integra é a Câmara de Indústria, Co-mércio de Serviços de Canoas (CICS). Outras parcerias ainda devem ser fe-chadas este ano.

os cursos mais procurados são: A Importância de Contabilizar, Você é o Melhor Negócio - Marketing Pessoal, Encante seu Cliente – Excelência no Atendimento e Ferramentas Digitais. “Nesses cursos, os funcionários e em-presários atendidos adquirem conhe-cimentos importantes e simples para aplicarem em seu negócio e logo ver melhorias, desde formas simples de registrar as entradas e saídas de fl uxo de caixa até a implantação de tecno-logias para inovação da comunicação com os clientes”, explica.

Em relação à meta esperada com o programa em 2012, o coordenador afi rma que “após o lançamento do Integra nos seis estados iniciais (RJ, DF, MG, PE, SP e RS), fi nalizado em abril deste ano, da meta total de 6 mil formalizações foi alcançada mais

da metade (3.500) em apenas 5 me-ses. Agora, após o lançamento nos demais estados, essa meta deve ser alcançada em breve”.

No que se refere às capacitações, com o lançamento da plataforma de Ensino a Distancia (EAD) no fi m de julho, em apenas três meses, aconte-ceram aproximadamente 4 mil capa-citações entre inscritos na plataforma em processo de capacitação e em turmas presenciais no Distrito Federal e Minas Gerais.

Para o ano que vem, o Integra espera atingir um desenvolvimento pleno das ações nos 12 estados con-templados com a participação das 12 federações e o início da entrega do selo de “Excelência em Gestão” para 15 mil estabelecimentos participan-tes das capacitações realizadas.

Empresários participam de feira de formalização em São Paulo

Conheça alguns dos parceiros do Integra

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20 Empresa Brasil

Eventos simultâneos em três estados promovem troca de experiênciasentre as Câmaras de Medição e Postos Avançados de Conciliação

A Câmara Brasileira de Me-diação e Arbitragem Em-presarial (CBMAE) realizou diversos eventos estratégi-

cos no início de novembro para forta-lecer a rede CACB-CBMAE. Os eventos aconteceram no dia 8 de novembro, em Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo, com foco na troca de experi-ências entre as Câmaras de Mediação e Arbitragem e Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs).

Os dois primeiros encontros, em Minas Gerais e São Paulo, envolveram os estados com maior número de PA-CEs e de Câmaras instalados, respec-

tivamente. A CBMAE aproveitou os espaços nos congressos estaduais das federações e associações comerciais locais para reunir os gestores, avaliar as metas alcançadas e fechar as ações que serão desenvolvidas no próximo ano. No Espírito Santo, aconteceu o 2° Fórum CBMAE Sul Capixaba – O Acesso à Justiça, que reuniu autorida-des e empresários locais para debater a arbitragem no estado.

Para o coordenador adjunto da CBMAE, Eduardo Vieira, “encontros deste tipo ajudam principalmente a fortalecer a rede, pois o gestor de uma câmara ou PACE vê que o seu

problema também é vivido por outra unidade e eles conseguem pensar juntos em soluções comuns”.

Minas GeraisEm Minas Gerais, o encontro reuniu

cerca de 70 gestores de PACEs que con-taram sobre as ações que foram realiza-das em 2012 e discutiram as previsões para a expansão dos PACEs no estado. Também foi assinado um protocolo de intenção entre os parceiros da CBMAE local para a implantação, a partir de ja-neiro, de mais 30 postos no interior.

O presidente da Associação Co-mercial e Industrial de Patos de Minas

CBMAE

Encontros regionais unifi cam ações da rede CBMAE

CACB e Federaminas assinam um protocolo

de intenções para a implantação de mais 30 postos no interior

do estado

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Novembro de 2012 21

(Acipatos), Flávio Matias, que partici-pou do evento, compartilhou a expe-riência da cidade – que assinou recen-temente um acordo com a prefeitura para que todos os confl itos do Execu-tivo local sejam encaminhados para o posto ligado à Associação Comercial.

O encontro contou com a presen-ça do presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federami-nas), Wander Luis Silva, o representan-te do Tribunal de Justiça do estado, Ju-liano Veiga, e o coordenador nacional da CBMAE, Valério Figueiredo.

São PauloPara 2013, o estado de São Paulo

já tem dois mutirões planejados – um em cada semestre. Participaram do evento cerca de 50 gestores. A pro-gramação contou com a apresenta-ção dos cases do estado, dos produtos CBMAE e discutiram-se as perspecti-vas de abertura de novas câmaras.

O presidente da Região Adminis-trativa 8 da Federação das Associa-ções Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), Eliseu Pereira, apon-tou que “há muito interesse da nossa parte em levar novas unidades para o interior, pois vemos os resultados que estão sendo construídos e das parce-rias frutíferas que a CBMAE tem fe-chado”. Atualmente, o estado conta com 18 câmaras.

Espírito SantoO 2º Fórum CBMAE Sul Capixa-

ba teve como principal tema o Aces-so à Justiça. O principal objetivo foi disseminar a cultura dos Métodos Alternativos de Solução de Confl itos (MESCs) na região, especialmente

entre empresários, advogados, cor-retores e contadores. O encontro foi promovido em parceria com o Cen-tro Educacional São Camilo, e contou com a palestra das lideranças locais.

Um dos destaques do evento foi o depoimento do empresário Vander-son Vieira Feliciano, dono da empre-sa de pequeno porte Divan, que atua no setor de móveis. Segundo ele, a empresa já teve mais de 200 conci-liações realizadas com sucesso dentro da rede CBMAE. “A melhor parte é recuperar o cliente e restabelecer uma relação de confi ança.”

O empresário contou que, antes de conhecer o trabalho da câmara, esta-va com 63 processos de inadimplência na Justiça comum. “Nunca consegui resolver nenhum processo, e ainda per-dia o cliente”, conta. “Outro problema que tive foi com empresas de cobran-ça; nunca consegui encontrar um co-brador que resolvesse meu problema e ainda, quando eles recebiam do clien-te, não repassavam o pagamento. Ficá-vamos com o registro de inadimplência e o cliente tinha um carnê quitado, o que quase me gerou processos para in-denização”, explica o empresário.

A Divan tem 15 anos de merca-do e atua no sul do Espírito Santo, com uma movimentação média de R$ 2 milhões por ano. “Para nós, o mais importante, além da recupera-ção de caixa, é que essas 200 pessoas que estavam afastadas da nossa loja voltam a consumir e ainda trazem novos clientes, por causa da relação de confi ança que se estabelece”, conclui Feliciano. Desde fevereiro de 2012, quando começou a trabalhar com a CBMAE, Feliciano já recuperou R$ 100 mil em créditos.

O empresário Vanderson Vieira Feliciano já realizou mais de 200 conciliações pela CBMAE e recuperou R$ 100 mil de caixa, somente em 2012

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22 Empresa Brasil

Caberá ao novo órgão, aformulação de políticas ediretrizes de apoio ao setorque é responsável pelageração de 25% do ProdutoInterno Bruto (PIB) do país

Desde o ano passado em tramitação na Câmara dos Deputados, a emenda que institui a Secretaria da Mi-

cro e Pequena Empresa foi aprovada em 7 de novembro, por 300 votos a favor e 45 contra. Segundo o seu tex-to, que agora segue para o Senado, o seu principal objetivo é a formulação de políticas e diretrizes de apoio à mi-croempresa, à empresa de pequeno porte e ao segmento do artesanato.

“Incumbirá à nova Secretaria tra-tar de temas como o cooperativismo

e o associativismo urbanos, a promo-ção do desenvolvimento de arran-jos produtivos locais, programas de qualifi cação e extensão empresarial, e iniciativas para o aumento da par-ticipação das microempresas nas ex-portações brasileiras e sua internacio-nalização”, diz o texto da proposta.

Apesar de mudanças recentes na legislação que permitiram a le-galização de centenas de milhares de empresas, as quais propiciaram benefícios como o de inscrever-se no sistema de previdência social, habili-

LEGISLAÇÃO

Câmara aprova emenda da Secretaria da

Micro e Pequena Empresa

Desde 2007 em tramitação,emenda foi aprovada por 300

votos a favor e 45 contra

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Novembro de 2012 23

tar-se a fi nanciamentos bancários e contratar funcionários legalmente, assegurando-lhes a proteção das legislações trabalhista e previdenci-ária, entre outras, especialistas do setor concordam que há questões sérias a resolver.

Além da concorrência com pro-dutos externos, as pequenas e mi-croempresas continuam a carecer de competitividade, dada a insufi ciência de políticas públicas nessa área, ha-vendo ainda falta de uma legislação trabalhista adequada e de linhas de fi nanciamento para capital de giro. De outra parte, embora o regime tri-butário que as benefi cia, o sistema de impostos e tributos continua pesado e complicado. Outro ponto a consi-derar diz respeito aos embarques das pequenas e microempresas que con-tinuam com pouca representativida-de, correspondendo a apenas 0,8% do total do país, o que, segundo es-pecialistas do setor, deve-se, em par-te, à burocracia e às taxas incompatí-veis com o porte das empresas.

Nunca foram tantasAs pequenas empresas no Brasil

nunca foram tantas e nunca tiveram tanta importância econômica como nos dias hoje. Segundo um estudo recente publicado pelo Sebrae, o Brasil já tem aproximadamente 6,8 milhões de micro e pequenas em-presas, correspondendo a 95% do universo empresarial. As pequenas empresas no Brasil empregam apro-ximadamente 52% de todos os tra-balhadores urbanos do país (em tor-no de 13 milhões de empregos com carteira assinada) e geram 25% do PIB. Nesse sentido, uma das mais

urgentes questões a serem condu-zidas pela nova secretaria é a que trata dos fatores de mortalidade das MPEs. De cada 100 pequenas e microempresas abertas no Brasil, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência. Segundo o estudo “Taxa de Sobre-vivência das Empresas no Brasil”, do Sebrae, esses são os anos mais críticos para uma empresa. O mes-mo estudo aponta que as indústrias são as que mais obtêm sucesso. De cada 100 empresas abertas, 75,1% permanecem ativas nos dois anos seguintes.

Segundo o especialista em admi-nistração de empresas Antônio Cézar Amaru Maximiano, dentre as princi-pais razões de mortalidade das MPE nos primeiros anos de existência es-tão: a falta de políticas públicas que viabilizem a consolidação de novos empreendimentos; a falta de fi nan-ciamento; as elevadas cargas tributá-rias; e a demora para se abrir e legali-zar uma empresa.

O Management Center do Brasil também aborda como um dos princi-pais problemas enfrentados pelas pe-quenas empresas a falta de fi nancia-mento e capital humano adequados para gerenciá-las; as altas taxas tribu-tárias; a falta de pesquisas de merca-do; a sensibilidade às alterações dos ciclos econômicos e a tomada de de-cisões apressadas e mal planejadas.

Já o professor José Dornelas aponta como as principais causas para o insucesso de pequenas em-presas a falta de planejamento, defi -ciência na gestão, políticas de apoio insufi cientes, conjuntura econômica e fatores pessoais.

As pequenas empresas no Brasil nunca foram tantas e nunca tiveram tanta importância econômica como nos dias hoje. Segundo um estudo recente publicado pelo Sebrae, o Brasil já tem aproximadamente 6,8 milhões de microempresas

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24 Empresa Brasil

LEGISLAÇÃO

De acordo com dados apontados pelo Sebrae a partir da base de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministé-rio do Trabalho e Emprego, as micro-empresas com até quatro emprega-dos foram responsáveis pela criação do maior número de empregos com carteira assinada no Brasil, durante o primeiro semestre deste ano. Do to-tal de 858 mil novas vagas, 646 mil foram criadas em estabelecimentos com esse número de trabalhadores.

O recorte realizado pelo Sebrae informa que as micro e pequenas empresas (MPE) com até 99 funcio-nários criaram 654 mil novas vagas. O Ceará contribuiu com a geração de 12.849 vagas com carteira assinada. Os nove estados do Nordeste criaram 87.509 empregos formais em micro e pequenas empresas.

Em termos setoriais, as MPEs apresentaram expansão do emprego generalizada, com todos os setores apresentando aumento do número de trabalhadores nos seis primeiros meses do ano. Em números absolu-tos, o setor de serviços apresentou o maior crescimento, com a criação de 297.793 novos empregos no Brasil. Na sequência veio a construção civil, com 119.398 vagas.

NordesteOs dados do Nordeste apontam

que, além do Ceará, as micro e pe-quenas empresas da Bahia e Pernam-buco tiveram um bom desempenho na criação de novos empregos. Esses estados criaram, respectivamente, 18.425 e 16.095 novos postos de trabalho. Nos demais estados nor-destinos, as novas vagas somaram 6.506 na Paraíba; 5.793 em Sergipe; 5.513 no Piauí; 5.129 no Maranhão; e 5.074 no Rio Grande do Norte.

As MPEs do estado de Alagoas apresentaram resultado menor na geração de empregos no nordeste. No primeiro semestre, criaram 2.125 novos empregos, enquanto o nú-mero de postos de trabalho fecha-dos nas médias e grandes empresas foi de 41.866. Segundo o estudo do Sebrae, motivos sazonais foram responsáveis pelo desempenho, es-pecialmente aqueles relacionados às atividades sucroalcooleiras.

Setor gera maior número de empregos

As causas mais comuns de falhas no negócio

Inexperiência - 72%■ Incompetência do empreendedor■ Falta de experiência de campo■ Falta de experiência profi ssional■ Experiência desequilibrada

Fatores econômicos - 20%■ Lucros insufi cientes■ Juros elevados■ Perda de mercado■ Mercado consumidor restrito■ Nenhuma viabilidade futura

Vendas Insuficientes - 11%■ Fraca competitividade■ Recessão econômica■ Vendas insufi cientes■ Difi culdade de estoques

Despesas excessivas - 8%■ Dívidas e cargas demasiadas■ Despesas operacionais

Outras causas - 3%■ Negligência■ Capital insufi ciente■ Clientes insatisfeitos

Em termos setoriais,as MPEs apresentaram expansão do empregogeneralizada; emtodos os setoreshouve aumento do número de trabalhadores

Fonte: Chiavenato, Idalberto

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O presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, acredita que, a partir de agora, o consumidor poderá engajar-se na tentativa de pressionar o governo a reduzir a carga tributária

O consumidor brasileiro de-verá ser informado do montante de impostos pagos na compra de mer-

cadorias e serviços. Projeto nesse sentido foi aprovado no dia 13 de novembro no plenário da Câmara, obrigando a discriminação dos im-postos na nota fi scal. Apresentada ao Congresso em 2006 com mais de um milhão de assinaturas, a proposta já foi aprovada pelo Senado e agora vai à sanção da presidente Dilma Rousseff para entrar em vigor.

Pelo projeto, as novas regras pas-sarão a valer daqui a seis meses. A proposta prevê que sejam computa-dos globalmente nove tributos que incidem sobre produtos e serviços. Estudo do Instituto Brasileiro de Pla-nejamento Tributário (IBPT) revela que a carga tributária incidente so-bre a gasolina, por exemplo, chega a 53%. O sabão em pó tem 41% de impostos, enquanto sabonete e pasta de dente chegam a 37%. Ao comprar uma camisa ou um vestido, o consumidor paga 35% de impos-tos. “A informação vai despertar nas pessoas o sentimento de pagador de impostos. Vai tornar visível o que está sendo pago”, afi rmou o líder do PSD, deputado Guilherme Campos, relator do projeto na Comissão de Finanças da Câmara.

Com a aprovação do projeto, o pre-sidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, acredita que, a partir de agora, o consumidor poderá engajar-se com mais força na tentativa de pressionar o governo a reduzir a carga tributária, uma das mais altas do mundo. “Para isso, a transparência é essencial”, ava-lia Cairoli. “Arrecadar não é proble-ma”, acrescenta. “ Inaceitável é a má administração do dinheiro público. Ao tomar conhecimento de quanto paga de impostos, o consumidor terá cons-ciência de que também é contribuinte e poderá avaliar melhor se os serviços que recebe têm qualidade compatível com o volume que se arrecada.”

DIREITO DO CONSUMIDOR

Entrada em vigor da lei que discrimina impostos depende da presidente

Cairoli: “Agora, consumidor poderá engajar-se com mais força na tentativa de pressionar o governo a reduzir a carga tributária”

Ao todo, deverão ser discriminados nas notas nove tributos:

ICMS (Imposto sobre Operações relativas a Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação)

ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza)

IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados)

IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários)

IR (Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza)

CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido)

PIS (Contribuição Social para o Programa de Integração Social) e Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público);

Cofi ns (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social)

Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool etílico combustível.

Foto Everaldo Nascimento

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26 Empresa Brasil

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, prevê um crescimento de 4% do PIB brasileiro em 2013, mas especialistas guardam reserva por conta de uma série de incertezas

O Projeto de Lei Orçamen-tária de 2013, divulgado em outubro, prevê que a economia brasileira cres-

cerá 4%, com Selic média a 8,03 por cento. Segundo o ministro da Fazen-da, Guido Mantega, a estimativa de expansão da atividade é uma meta que será perseguida com investimen-tos públicos e privados.

Tal como em anos anteriores, os prognósticos do governo foram rece-bidos pelo mercado com ceticismo. Um dos fatores dessa resistência em

acreditar no deslanche da economia em 2013 é justamente a certeza de que o quadro nos países avançados, mesmo sem nenhum desastre na zona do euro, vai permanecer entre a estagnação e o baixo crescimento por muitos anos.

Mesmo no âmbito interno, há economistas que não partilham do oti-mismo governamental e de parte do mercado. Um exemplo é Silvia Matos, coordenadora técnica do Boletim Ma-cro do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

“A economia não está grandes coisas, e eu ainda não tenho segu-rança da retomada”, declarou ao Estado de S. Paulo. Suas projeções para o comportamento do PIB nos próximos trimestres, e nos anos fe-chados de 2012 e 2013, estão abaixo da média do mercado. Para o terceiro trimestre, ela prevê 1,1%. Mas para o quarto, em vez de um novo número acima de 1%, Silvia crê em algo em torno de 0,7% ou 0,8%.

Como resultado, o crescimento do PIB de 2012 fi caria em torno de

ECONOMIA

Mercadonão pactua

com otimismo do governo

para 2013

Foto Marcelo Camargo/ABr

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1,3%. A economia vai acelerar em 2013, segundo a economista, até por efeito do carregamento estatístico. Mas a sua projeção atual é de 3,4%, abaixo dos 4% acenados pelo minis-tro da Fazenda, Guido Mantega.

Ambiente externoArmando Castelar Pinheiro, eco-

nomista também do Ibre/FGV, decla-rou a Empresa Brasil que até é possível atingir a taxa de 4,0%, mas conside-rou improvável, devido principalmente ao cenário externo ruim. “A expecta-tiva é de que nos EUA e na Europa o crescimento seja medíocre, por conta dos ajustes fi scais em curso. Isso vai impactar a China, que deve crescer pouco mais que este ano. Nesse qua-dro, investimento e exportações não devem avançar no Brasil e difi cilmen-te o consumo privado vai compensar esse fraco desempenho, a ponto de a economia crescer mais do que 3,0% ou no máximo 3,5%”, acrescentou.

“Em termos econômicos, há tam-bém a expectativa de que toda a re-dução de juros se faça sentir na eco-nomia e que em algum momento a inadimplência bancária recue e o cré-dito corra um pouco mais solto.

Há alguma expectativa de cresci-mento, por conta do patamar muito baixo deste ano e das privatizações realizadas e anunciadas este ano, as-sim como da preparação para a Copa do Mundo, mas eu acredito que ain-da há motivo para reservas, por con-ta do ambiente externo desfavorável, de incertezas que estão presentes na regulação da infraestrutura e porque muitas das privatizações só vão entrar na fase de investimento de 2014 em diante”, acrescentou.

Marca modestaPara o economista Marcel Sol-

meo, da Associação Comercial de São Paulo (Acsp), a previsão do go-verno para o crescimento do PIB em 2013 pode se revelar otimista, se for considerado o desempenho da eco-nomia nos últimos meses, em que a indústria ainda não demonstrou recuperação, a não ser a produção de veículos, devido à proximidade do fi m dos incentivos fi scais. Mes-mo assim, de acordo com Solmeo, o PIB deverá ser superior ao deste ano, fi cando, provavelmente, en-tre 3,05 e 3,5%. “Essa marca pode ser considerada um bom resultado, comparativamente aos países indus-trializados, que enfrentam a grave crise fi nanceira internacional, mas é modesta quando comparamos a al-guns países emergentes, como Chi-le, Colômbia, México, Peru e Índia, isto sem falar na China, que vem apresentando taxas de expansão de sua economia bem superiores às do Brasil”, acrescentou.

Solmeo nota que o terceiro tri-mestre de 2012 fi cou abaixo do esperado tanto pelo governo como pelo mercado, devido ao fraco de-sempenho da indústria. E a melhora aguardada para o último trimestre do ano não deverá ser sufi ciente para que o PIB de 2012 atinja a casa dos 2,0%, devendo fi car mais próxi-mo de 1,5%, resultado muito abaixo do perseguido pelo governo, apesar das diversas medidas de incentivos para tentar acelerar a atividade eco-nômica. “Acredito que devemos ter um crescimento do PIB na casa de 1,5% em 2012 e da ordem de 3,55 em 2013”, prevê.

Armando CastelarPinheiro:“A expectativaé de que nosEUA e na Europao crescimentoseja medíocre,o que deveimpactar a China.Nesse quadro, no Brasil, difi cilmenteo consumo privadovai garantir umcrescimento maiordo que 3,0% ouno máximo 3,5%”

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28 Empresa Brasil

No ano em que completará 30 anos de atividades no Brasil, organização cria estratégia para beneficiar um número recorde de estudantes

Achievement, palavra inglesa que na versão para o por-tuguês signifi ca conquista ou realização, também

fi cou conhecida por estar ligada ao nome da maior e mais antiga organi-zação de educação prática em negó-cios, economia e empreendedorismo do mundo. Trata-se da Junior Achieve-ment (JA), criada por dois empresários norte-americanos nos Estados Unidos em 1919, que hoje está presente em

120 países. No Brasil, a Junior Achie-vement, cuja representação comple-tará 30 anos de atividades em 2013, atua nos 27 estados, por meio de parceria com a iniciativa privada.

Segundo a superintendente da entidade no Brasil, Wilma Araújo Santos, em 2012 a JA completará um total de 3 milhões de estudantes be-nefi ciados, além de mais de 100 mil voluntários envolvidos. Para 2013, ano de seu trigésimo aniversário de

atuação no Brasil, o Conselho da en-tidade fi xou como meta o benefício de 500 mil estudantes, diante de 400 mil deste ano.

As atividades da JA se desenvol-vem por meio de programas educa-tivos, aplicados junto aos jovens por meio de parcerias com escolas e vo-luntários dispostos a compartilhar suas experiências e conhecimentos com es-tudantes de diferentes faixas etárias.

“Em todo o mundo, 10 milhões

EMPREENDEDORISMO

Junior Achievement espera benefi ciar

500 mil estudantes em 2013

Conselho do Junior Achievement lançou o maior desafi o da

representação no Brasil desde a sua fundação em 1983

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Novembro de 2012 29

de jovens ao ano participam dos pro-gramas da Junior Achievement, con-solidando a formação de uma cultura empreendedora global, dentro de uma perspectiva ética e responsável”, diz Wilma.

No Brasil, quase mil empresas são parceiras mantenedoras. Des-tas, muitas atuam com Voluntariado Corporativo. Os colaboradores destas empresas, depois de passarem por um treinamento que os prepara para desenvolver a metodologia da Junior Achievement, se deslocam para as salas de aula, para onde levam con-ceitos de empreendedorismo, susten-tabilidade, ética e educação fi nancei-ra aos estudantes. “Além de levar a cultura empreendedora aos jovens, o voluntário também contribui para a construção do Brasil de amanhã e de um futuro capaz de conciliar es-tabilidade econômica com a redução

das mazelas sociais e o cuidado maior com o planeta”, relata Wilma.

A Junior Achievement, de acordo com a superintendente da entidade, mostra ao jovem como ser empreen-dedor em sua vida. “Nem sempre ele irá abrir seu próprio negócio, mas se o fi zer, terá mais chances de ser bem-sucedido. Os que optarem por outras profi ssões terão, certamente, a infl uên-cia da educação empreendedora.”

Os cases de sucesso são inúme-ros, ressalta Wilma. “Temos jovens profi ssionais atuando na França e Es-panha, entre outros países, e jovens que conseguiram reerguer os negó-cios de suas famílias após adquirirem experiência em um de nossos pro-gramas, o Miniempresa. Todos esses jovens continuam vinculados à Junior Achievement através do Núcleo de Ex-Achievers (Nexa), um grupo atu-ante e transformador.”

MiniempresaO Miniempresa é o carro-chefe

da Junior Achievement no mundo. Aplicado a jovens do 2º ano do Ensino Médio, ensina o funciona-mento de um processo produtivo, de livre iniciativa e de comerciali-zação. Através da criação de uma empresa estudantil e acompanha-dos por profi ssionais das áreas de marketing, RH, fi nanças e pro-dução, durante 15 semanas, os estudantes conhecem os funda-mentos da economia de mercado e da gestão empresarial. De forma

prática, os jovens aprendem que é possível administrar suas próprias fi nanças e seu orçamento pessoal e familiar. Tópicos como fl uxo de caixa e lei da oferta e da demanda são abordados em dinâmicas, dei-xando claro o papel das empresas na economia.

Economia PessoalO Programa Economia Pessoal

instiga alunos do 8º ano, durante 10 semanas, a entender seus in-teresses e habilidades pessoais, a explorar opções de carreira e a des-

cobrir o valor da educação para seu futuro profi ssional. Através de ferra-mentas de desenvolvimento, como Planilhas de Orçamento, o Cartão de Situação Financeira, o Cartão do Acaso e o Baralho do Trabalho, os estudantes, sempre orientados por profi ssionais com experiência na área de negócios, aprendem a pla-nejar suas escolhas profi ssionais, a gerenciar imprevistos fi nanceiros, a adotar as melhores alternativas de crédito e de investimento e a orga-nizar suas receitas, despesas e eco-nomias em um orçamento.

Programas levam aos estudantes os fundamentos do mercado

No Brasil, quase mil empresas são parceiras mantenedoras. Destas, muitas atuam com VoluntariadoCorporativo. Os colaboradores destas empresas são os que levam às salas de aula os conceitos de empreendedorismo

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30 Empresa Brasil

Jerônimo Mendes*

Empresas nascem e morrem todos os dias nos quatro cantos do planeta. Algumas não resistem ao primeiro ano

de vida. Outras vão um pouco mais além, entretanto a maioria não pas-sa do quinto ano. Por outro lado, existem empresas cinquentenárias, centenárias, sesquicentenárias e qua-dricentenárias, como é o caso da Zild-jian, Antinori, Sumitomo e Bereta.

A média histórica de vida de uma empresa ao redor do mundo é de 40 anos. Quantas empresas você conhe-ce com mais de 40 anos? Quando vejo algo parecido com isso, faço questão de enaltecer a saga dos fundadores em meus artigos, livros, sites, blogues, palestras e treinamentos.

Deve-se ter orgulho de trabalhar ou de conhecer alguém que fundou uma empresa há mais de 40 anos. Esse é um dos segredos ou princípios da mente milionária, difundidos por T. Harv Eker. Quanto mais você torce e admira as pessoas ricas, mais chances tem de se tornar igual a elas.

Quando digo pessoas ricas, refi -ro-me àquelas que se fi zeram por si mesmo, por meio do seu próprio es-forço e visão de futuro. Herdeiros que receberam tudo de mão beijada não são necessariamente ricos. Boa parte deles fracassa na tentativa de perpe-tuar o negócio, pois ainda não têm a consciência do dinheiro.

Apesar das estatísticas negativas, milhares de empresas são criadas todos os dias e muitos sonhos con-tinuam saindo do papel, levando-se em conta o momento favorável à criação de novos negócios no Brasil e em outras partes do mundo.

De acordo com Robert Kiyosaki, autor da série Pai Rico Pai Pobre, você terá sucesso depois de quebrar três ve-zes. Como a grande maioria quebra e na primeira desiste, as chances de su-cesso são remotas. Exageros à parte, criar e quebrar empresas faz parte da curva de aprendizado dos negócios. Se você não tentar, nunca vai saber.

A questão mais complicada não é quebrar, mas quebrar e desanimar. Conheço dezenas de empresários que faliram e se reergueram e hoje são um exemplo a ser seguido. É o caso do Donald Trump, por exemplo, cuja mentalidade está programada para

bilhões de dólares em vez de milhões.Naturalmente, as razões que le-

vam alguém a criar uma empresa têm a ver com os seus modelos mentais empreendedores. Já escrevi sobre isso em artigo anterior. Se você é oriundo de uma família acostumada aos ne-gócios, as chances de prosseguir nos negócios são maiores.

Por experiência, eu poderia escre-ver um tratado a respeito dos fatores que levam alguém a ser bem-sucedi-do ou não no mundo dos negócios. O fato de alguém ter passado por uma experiência negativa como em-preendedor ou empresário não sig-nifi ca que vai fazer tudo do mesmo jeito outra vez. Ao contrário, vai fazer tudo diferente e tomar mais cuidado.

Criar uma empresa e fazê-la pros-perar é um desafi o e tanto. Diz res-peito aos fortes de espírito, aos impul-sionadores, aos que desejam ir além

ARTIGO

Sete razões para iniciar oseu próprio negócio

“Apesar das estatísticas negativas, milhares de empresas são criadas todos os dias e muitos sonhos continuam saindo do papel, levando-se em conta o momento favorável à criação de novos negócios no Brasil e em outras partes do mundo”

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dos seus limites. Não tem nada a ver com a quantidade de conhecimento acumulado nem com a sorte. Tem a ver com a sua capacidade de resiliên-cia para fazer as coisas acontecerem.

Por que você deveria criar uma empresa e iniciar o seu próprio ne-gócio? Aqui estão dez razões inques-tionáveis para você refl etir e colocar em prática aquele antigo sonho que atormenta a sua consciência:

[ 1 ]Uma grande chance de fazer o que

gosta: você está cansado, desmotiva-do, irritado, não aguenta mais a mes-mice e sabe que, apesar da dedicação, não existe a mínima possibilidade de mudar a cabeça dura do seu chefe; se você não consegue mudar a cultura de trabalho da sua empresa, por que não criar uma nova cultura dentro da sua própria empresa, mais alinhada com os seus valores e princípios?

[ 2 ]Uma grande oportunidade de

abraçar uma causa: você não vai con-sertar o mundo, mas pode torná-lo um lugar melhor para se viver; na medida em que você se propõe a criar bens e serviços inovadores que facilitam a vida das pessoas, o universo conspira, au-tomaticamente, a seu favor. Há tanta coisa boa para se fazer no mundo.

[ 3 ]Capacidade empreendedora: so-

mos todos empreendedores, porém

alguns são mais ousados; são os Ste-ve Jobs da vida, as Madres Teresas de Calcutá, os Dean Kamen, cuja saga empreendedora só pode ser comprovada mediante o compro-misso irreversível de fazer algo que faça a vida valer a pena.

[ 4 ]Geração de empregos: imagine-

se criando dois, cinco, dez, cinquen-ta, cem, duzentos, mil empregos diretos, além dos indiretos; poucas coisas dão mais orgulho para qual-quer empreendedor do que gerar empregos e contribuir para o suces-so das pessoas.

[ 5 ]Geração de riqueza: não se tra-

ta apenas de ganhar dinheiro; ge-rar riqueza também signifi ca gerar empregos, impostos e prosperidade para as pessoas e, por consequência, para a sociedade; a riqueza é mais instigante que a pobreza.

[ 6 ]Garantia de futuro: você conhe-

ce algum emprego estável, tranqui-lo e seguro? Se você pensou em emprego público, pense também por quanto tempo você aguentaria atrás de um computador esperando a próxima greve, o próximo ano, o próximo dissídio ou a próxima pro-moção enquanto aquela bendita aposentadoria não chega. Empre-ender é uma opção determinada de

prosperar com base nos seus pró-prios resultados.

[ 7 ]Deixar um legado: ao fi m de

tudo isso, o que vai fi car é a sua his-tória, o seu exemplo, a sua marca, o sentido de contribuição e de realiza-ção, ou seja, as coisas que vão fazer as pessoas lembrarem do seu nome por décadas, séculos ou milhares de ano; chegar aos 80 anos, olhar para trás e se arrepender de não ter tentado é algo que vai doer no seu coração e na sua mente.

Até o século 19, o mundo era es-sencialmente empreendedor. Havia 15% de empregados e 85% de em-preendedores no planeta, disfarçados de agricultores, carpinteiros, pintores, escultores, carroceiros e centenas de outras profi ssões. A Revolução Indus-trial inverteu essa relação e, de certo modo, inibiu a capacidade empreen-dedora do ser humano.

Vivemos um novo tempo, a Era do Empreendedorismo, portanto as oportunidades afl oram em todas as partes do mundo. Se você pretende sair da mesmice e abraçar uma cau-sa de verdade, pense nas palavras de Deepak Chopra, médico e escritor indiano radicado nos Estados Unidos: descubra algo que você faria de gra-ça até o fi m da vida e depois dê um jeito de ganhar dinheiro com isso.

Pense nisso, empreenda e seja feliz!

*Administrador,Coach Empreendedor,

Escritor e Palestrante

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