55
PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA EMPRÉSTIMO: comodato e múto

EMPRÉSTIMO: comodato e múto - legale.com.br · exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis. PROF. JOSEVALMARTINS VIANA O Tribunal de Justiça

Embed Size (px)

Citation preview

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

EMPRÉSTIMO: comodato e múto

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Conceito de empréstimo

Empréstimo é o contrato estabelecido entre duas

pessoas, e uma delas entrega gratuitamente a outra

um bem para que o utilize e restitua-o no prazo

combinado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O empréstimo divide-se em comodato e mútuo.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A) Comodato

1. Conceito

Comodato: o bem é emprestado e deverá ser

restituído ao término do contrato. Trata-se de um

empréstimo de uso. (Artigo 579 do CC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

O comodatário recebe a coisa, para uso ou

utilização, mas tem a obrigação de restituí-la após certo

tempo, quando cessado o interesse na continuidade do

negócio.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

OBSERVAÇÃO

Durante o contrato de comodato, se forem realizadas

benfeitorias, o respectivo pedido de ressarcimento deve ser exercido

em medida judicial própria e dirigida em face dos comodatários, para

viabilizar a devida verificação de eventual direito à reparação civil e

onde possível a especificação e a demonstração das efetivas

despesas feitas para a melhoria do imóvel ocupado, não sendo

mesmo caso de cabimento do exercício da pretensão em sede de

defesa.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Art. 1.219 do CC

O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das

benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às

voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las,

quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá

exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias

necessárias e úteis.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O Tribunal de Justiça de São Paulo, no julgamento

do Recurso de Apelação n. Apelação nº 1006575-

85.2013.8.26.0152, reconheceu a possibilidade de

“comodato verbal”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

“AÇÃO POSSESSÓRIA. Imóvel urbano. Comodato verbal. Esbulho

caracterizado pela recusa do comodatário a desocupar o imóvel, após

manifestação do comodante, no sentido de reaver o bem. Melhor posse do

autor demonstrada. Reintegração de posse. Deferimento: É procedente a

ação de reintegração de posse ajuizada pelo proprietário de imóvel urbano

que celebrou contrato de comodato verbal, quando o comodatário se

recusa a desocupar o bem, após manifestação do comodante, no sentido

de reavê-lo, uma vez que demonstrada a melhor posse deste.RECURSO

NÃO PROVIDO”.(Relator(a): Nelson Jorge Júnior; Comarca: Agudos;

Órgão julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Data do julgamento:

14/09/2016; Data de registro: 14/09/2016).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Ação de Reintegração de Posse com Pedido de Liminar

(ano e dia)

Essa ação é proposta pelo possuidor que perde a

posse de um bem (móvel ou imóvel) em razão de ação

ilícita de terceiro.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 560 do Código de Processo Civil

O possuidor tem direito a ser mantido na posse

em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Art. 1.210 do Código Civil:

O possuidor tem direito a ser mantido na posse

em caso de turbação, restituído no de esbulho, e

segurado de violência iminente, se tiver justo receio de

ser molestado.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PETIÇÃO INICIAL

A petição inicial deve obedecer aos requisitos

dos artigos 319, 320 e 351 do Código de Processo Civil.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 561 do Código de Processo Civil

Incumbe ao autor provar:

I - sua posse;

II - a o esbulho praticado pelo réu;

III - a data do esbulho;

IV - a perda da posse na ação de reintegração.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

CITAÇÃO

A citação será pessoal se figurar no polo passivo

grande número de réus. Nos demais casos, poderá ser

feita pelo correio (art. 246, inciso I, do CPC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

Artigo 562 do Código de Processo Civil

Estando a petição inicial devidamente instruída, o

juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado

de liminar [...] de reintegração, caso contrário,

determinará que o autor justifique previamente o

alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência

que for designada.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Artigo 563 do CPC

Considerada suficiente a justificação, o juiz fará

logo expedir mandado de manutenção ou de

reintegração.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O autor deverá promover a citação do réu nos 5

(cinco) dias subsequentes, a fim de que, querendo, o réu

conteste a ação no prazo de 15 (quinze) dias.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO:

Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo

para contestar será contado da intimação da decisão

que deferir ou não a medida liminar. (Artigo 564,

parágrafo único, do CPC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Não se esqueça de que a ação de reintegração de posse

será ajuizada no foro onde está localizado o imóvel (Art.

47 do CPC)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

DOCUMENTOS

• Certidão de casamento

• Documentos pessoais

• Escritura ou compromisso de compra e venda

• IPTU do imóvel

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

•Nota fiscal de ou outro documento de

propriedade, quando se tratar de bem móvel

• Fotos do local, quando for o caso

• Cópia de boletim de ocorrência

• Rol de testemunhas

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

CONTESTAÇÃO

A ação de reintegração de posse é de natureza

dúplice. A contestação ganha especial relevo, visto que

o réu pode, por meio dela, requerer proteção

possessória contra o autor.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

VALOR DA CAUSA

O valor da causa deve ser equivalente ao bem

objeto do litígio. Tratando-se de bem imóvel, pode-se

lançar o valor do IPTU que também recebe o nome de

“valor venal”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Obrigação do comodatário

a) Guardar e conservar a coisa emprestada como se

fosse sua (artigo 582 do CC)

b) Deverá arcar com as despesas de água, luz, IPTU,

conserto de fechadura etc.

c) Se o possuidor for de boa fé e tiver de realizar

despesas extraordinárias e necessárias, em caso de

urgência, poderá reter a coisa emprestada até que tais

despesas lhe sejam pagas.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

ATENÇÃO

O comodante é obrigado a respeitar a relação

jurídica e só poderá pedir a devolução do bem que

emprestou antes do prazo convencionado, se provar

necessidade urgente e imprevista por ocasião do

empréstimo, reconhecida pelo juiz (art. 581 do CC).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O comodatário responde pela mora (aluguéis

calculados em execução e por arbitramento, desde a

propositura da ação, incluindo despesas processuais e

honorários advocatícios).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Responsabilidade do comodante:

a) Não pedir a restituição do bem dado em comodato

antes do prazo estipulado.

b) Pagar não só as despesas extraordinárias e

necessárias, mas também aquelas feitas pelo

comodatário para a conservação do bem.

c) Responsabilizar-se pela posse útil e pacífica da coisa

dada em comodato.

1. Assinale a alternativa integralmente CORRETA sobre o

comodato:

a) O comodato é o empréstimo gratuito de coisas fungíveis e

perfaz-se com a tradição do objeto.

b) Os tutores, curadores e em geral todos os

administradores de bens alheios não podem dar em

comodato os bens confiados à sua guarda.

c) Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-

se-lhe-á o de seis meses.

d) Se, correndo o risco o objeto do comodato juntamente

com outros do comodatário, antepuser este a salvação

dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo

dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito,

ou força maior.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

MÚTUO

Artigos 586 a 592 do Código Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

MÚTUO

Artigos 586 a 592 do Código Civil

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Art. 586 do CC

O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O

mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele

recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade e

quantidade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Conceito

O mútuo é o contrato pelo qual um dos

contraentes transfere a propriedade de bem infungível

ao outro, que se obriga a lhe restituir coisa do mesmo

gênero, qualidade e quantidade.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Empréstimo bancário

Cartão de crédito

Limite cheque especial

Financiamento de imóveis

Financiamento de veículos

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS É permitida a capitalização de juros

com periodicidade inferior à anual em contratos celebrados com instituições

integrantes do Sistema Financeiro Nacional a partir de 31/3/2000 (MP

1.963-17/00, reeditada como MP 2.170-36/01), desde que expressamente

pactuada Súmula 539 do STJ Contrato celebrado após a edição da referida

Medida Provisória, cuja inconstitucionalidade não foi reconhecida Existência de

previsão contratual relativa à capitalização de juros com periodicidade inferior à

anual evidenciada pelas taxas efetivas mensal e anual contratadas “A previsão no

contrato bancário de taxa de juros anual superior ao duodécuplo da mensal é

suficiente para permitir a cobrança da taxa efetiva anual contratada” Súmula 541

do STJ. Capitalização de juros, por periodicidade inferior à anual,

autorizada Recurso improvido, neste aspecto.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

COMISSÃO DE PERMANÊNCIA. Encargo não previsto

no contrato, de modo a justificar a insurgência do

recorrente a este respeito Os juros remuneratórios não se

confundem com comissão de permanência, que não tem,

sequer, previsão no contrato discutido. Recurso

improvido, neste aspecto. Tribunal de Justiça de São

Paulo - Apelação nº 1013685-35.2015.8.26.0001 - São

Paulo

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Súmula nº 286 do Colendo Superior Tribunal de Justiça,

com o seguinte verbete: “a renegociação de contrato

bancário ou a confissão da dívida não impede a

possibilidade de discussão sobre eventuais

ilegalidades dos contratos anteriores”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Súmula nº 297, do Superior Tribunal de Justiça

“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às

instituições financeiras”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

DA CAPITALIZAÇÃO MENSAL DE JUROS

“É permitida a capitalização de juros com periodicidade

inferior à anual em contratos celebrados com

instituições integrantes do Sistema Financeiro Nacional

a partir de 31/3/2000 (MP 1.963-17/00, reeditada como

MP 2.170-36/01), desde que expressamente pactuada.”

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. Juros remuneratórios

2. Juros moratórios

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

A capitalização de juros nada tem de ilegal,

especialmente por ter sido expressamente contratada

entre as partes, conforme demonstram as taxas de juros

mensal e anual estabelecidas à folha 25 e porque o

contrato foi celebrado em 23.10.2007, após a vigência da

MP 2.170-36/2001.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Súmula 472 do Superior Tribunal de Justiça, que

dispõe: “A cobrança de comissão de permanência -

cujo valor não pode ultrapassar a soma dos encargos

remuneratórios e moratórios previstos no contrato

exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios,

moratórios e da multa contratual”.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Recurso Repetitivo - Tema 572 - Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 1.124.552 - RS (2009/0031040-5)

RELATOR : MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1.1. A análise acerca da legalidade da utilização da Tabela

Price - mesmo que em abstrato - passa, necessariamente,

pela constatação da eventual capitalização de juros (ou

incidência de juros compostos, juros sobre juros ou

anatocismo), que é questão de fato e não de direito, motivo

pelo qual não cabe ao Superior Tribunal de Justiça tal

apreciação, em razão dos óbices contidos nas Súmulas 5 e

7 do STJ.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1.2. É exatamente por isso que, em contratos cuja

capitalização de juros seja vedada, é necessária a

interpretação de cláusulas contratuais e a produção de prova

técnica para aferir a existência da cobrança de juros não

lineares, incompatíveis, portanto, com financiamentos

celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação

antes da vigência da Lei n. 11.977/2009, que acrescentou o

art. 15-A à Lei n. 4.380/1964.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

O Sistema Francês de Amortização (Tabela Price),

embora seja o mais utilizado, também é o mais polêmico

sistema aplicado em contratos de financiamento.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

"Nos contratos celebrados no âmbito do Sistema

Financeiro da Habitação, é vedada a capitalização de

juros em qualquer periodicidade. Não cabe ao STJ,

todavia, aferir se há capitalização de juros com a

utilização da Tabela Price, por força das Súmulas 5 e 7"

(REsp 1.070.297/PR, Rel. Ministro LUIS FELIPE

SALOMÃO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 09/09/2009,

DJe 18/09/2009).

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

1. O STJ firmou posicionamento no sentido de que, nos contratos

celebrados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação, é vedada a

capitalização de juros em qualquer periodicidade. Entretanto, não cabe

ao STJ, todavia, aferir se há capitalização de juros com a utilização

da Tabela Price, por força das Súmulas 5 e 7 (REsp n. 1.070.297 - PR,

de relatoria do Exmo. Min. Luís Felipe Salomão, submetido ao regime

do art. 543-C do CPC e da Resolução n. 8/08 do STJ).

[...]

(REsp 1.483.061/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,

SEGUNDA TURMA, julgado em 04/11/2014, DJe 10/11/2014)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

4. Não é possível, em recurso especial, averiguar a

ocorrência de anatocismo pela aplicação da Tabela

Price, ou a higidez dos valores cobrados a título de

seguro e taxa de administração, ante as Súmulas 5 e

7/STJ.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

SFH. CONTRATO. REVISÃO. TABELA PRICE. INCIDÊNCIA DE

JUROS CAPITALIZADOS. REEXAME DE PROVA. SÚMULAS 05 E

07/STJ. - A existência, ou não, de capitalização de juros no sistema de

amortização conhecido como Tabela Price, constitui questão de fato,

a ser solucionada a partir da interpretação das cláusulas

contratuais e/ou provas documentais e periciais, procedimento que

encontra óbice nas Súmulas 05 e 07/STJ.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Na espécie, como alhures mencionado, conquanto admitida a

capitalização dos juros, consoante sua verificação pelo confronto

da expressão numérica das taxas de juros mensal e anual, o

contrato não explicita a forma de amortização, de modo a

inviabilizar o conhecimento acerca do emprego da Tabela Price,

em afronta ao direito do consumidor à informação, previstos nos

arts. 6º, III, 46 e 52, todos da Lei n. 8.078/90 (Código de Defesa do

Consumidor). Tribunal de Justiça de Santa Catarina - Processo:

0006613-06.2013.8.24.0012- (Acórdão)

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

http://calculoexato.com.br/result.aspx?codMenu=Fina

nJurosSobreValor&cce=001